norma iso ohsas 18001.1999 - sistema de gestão de saúde e segurança

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  • 8/17/2019 Norma ISO OHSAS 18001.1999 - Sistema de Gestão de Saúde e Segurança

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      EJRos Assessoria Técnica Ltda1

    1999 OHSAS 18001

    Sistema de Gestão de Saúde e SegurançaOcupacional 

    Origem: Projeto OHSAS 18001:1999

    Esta norma é equivalente à OHSAS 18001:1999

    Palavra(s)-chave: Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional 18 páginas

    Sumário1 Introdução

    2 Requisitos

    B Correspondências entre NBR ISO 9001:2000 e NBR ISO 9001:1994

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    1. INTRODUÇÃO1.1. SISTEMAS DE GESTÃOO Sistema de Gestão da SST é parte integrante de um sistema de gestão de toda e qualquerorganização, o qual proporciona um conjunto de ferramentas que potenciam a melhoria da eficiência dagestão dos riscos da SST, relacionados com todas as actividades da organização.Consideram-se que os aspectos a seguir referidos são alguns dos mais importantes, considerandose que

    cada organização deve reflectir e adequar os aspectos referidos, face às suas características eespecificidades, com o propósito de definir, tornar efectiva, rever e manter a política da SST da organização,com base na qual se poderá definir e estabelecer:• a estrutura operacional;• as actividades de planeamento;• as responsabilidades;• as práticas;• os procedimentos;• os processos;• os recursos.Definida a política da SST, a organização deve desenhar um sistema de gestão que englobe desde aestrutura operacional até à disponibilização dos recursos, passando pelo planeamento, pela definição deresponsabilidades, práticas, procedimentos e processos , aspectos decorrentes da gestão e que atravessehorizontalmente toda a organização.

    O sistema deve ser orientado para a gestão dos riscos, devendo assegurar:• A identificação de perigos;• A avaliação de riscos;• O controlo de riscos.

    4.1 REQUISITOS GERAISA estrutura da norma foi pensada para “alinhar” com outras normas de sistemas de gestão, jáexistentes, concretamente a ISO 9001:2000 (Sistemas de Gestão da Qualidade) e a ISO 14001:1996(Sistemas de Gestão Ambiental). Tal é comprovado analisando alguns dos requisitos normativos, queestabelecem, por exemplo:• A aplicabilidade do Ciclo de Deming (Planear, Executar, Verificar e Agir);• A necessidade de estabelecer procedimentos escritos;• A importância decorrente da realização de auditorias;• A notoriedade dada a formação;

    • O envolvimento da Direcção;• O relevo proporcionado à revisão do sistema como momento privilegiado para a análiseda sua eficácia.Esta norma é, também suficientemente abrangente e passível de ser utilizada por toda e qualquerorganização, independentemente do seu sector de actividade e dimensão.Efectivamente os requisitos desta norma são aplicáveis a qualquer organização que objective:a) estabelecer um sistema de gestão da SST destinado a eliminar ou minimizar o risco paraos trabalhadores e para as partes interessadas que possam estar expostos a riscos para aSST associados às suas actividades;b) implementar, manter e melhorar de forma contínua um sistema de gestão SST;c) assegurar a conformidade com a Política da SST que estabelecer;d) demonstrar essa conformidade a terceiros;e) obter a certificação ou o reconhecimento do seu sistema de gestão da SST por umaorganização externa;

    f) fazer uma auto-avaliação e uma declaração de conformidade com esta norma.

    2. REQUISITOS4.2 POLÍTICAPRINCIPAIS OBJECTIVOSA Política SST estabelece uma orientação geral coerente com as características da organização,dos seus processos e produtos, assim como com a cultura e personalidade da organização e osobjectivos estabelecidos pela Direcção.A Política deve ser coerente com os riscos, com a legislação, com o propósito de melhoria contínua e devepoder ser facilmente compreendida e comunicada a toda a organização.LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO“Deve ser estabelecida a Política SST aprovada pelo mais alto nível de gestão da organização...”, istosignifica que a política deve ser formalmente estabelecida e aprovada pela gestão de topo (ex. Direcção,

    Gerência, Administração).

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    “...que indique claramente os objectivos globais da segurança e saúde e um compromisso paramelhorar o respectivo desempenho...” . Os objectivos globais da SST devem estar reflectidos napolítica e esta deve reflectir o compromisso de melhorar continuamente o desempenho global daorganização em termos de SST.As exigências materializadas na Política dividem-se em dois aspectos:- o primeiro de natureza operacional;- o segundo relacionado com a gestão da organização.Nos aspectos operacionais incluem-se:- ser documentada e actualizada;- ser comunicada;- estar disponível às partes interessadas;- ser periodicamente revista.Realce que a política deve estar disponível às partes interessadas, devendo estas ser objectivamentedefinidas.Em termos da gestão da organização, pelo menos, três compromissos devem ser claramenteassumidos:- compromisso de revisão e melhoria contínua do sistema SST;- compromisso de cumprir a legislação de SST aplicável à organização,- adequação à natureza e à escala dos riscos da organização.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOQuando a norma refere “ser apropriada à natureza e à escala dos riscos da SST da organização” , tal induz aque seja efectuada uma relação profunda com a prevenção. Com efeito, quando uma organização tem

    consciência da natureza e gravidade dos seus riscos e dos perigos associados às suas actividades,concretiza uma das etapas mais importantes para a consolidação e suporte dos princípios basilares daprevenção.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIASÉ necessário evidenciar a implementação dos aspectos operacionais, relacionados com a política, referidosanteriormente (3.1.2):- documentada e actualizada;- comunicada;- disponível às partes interessadas (deve ser evidenciado o modo como a organização disponibilizou apolítica às partes interessadas);- periodicamente revista.

    4.3 PLANEAMENTOAs actividades de planeamento são imprescindíveis no Sistema de Gestão de SST. Esta norma requer quatroimportantes requisitos de planeamento:- Planeamento para a identificação dos perigos, avaliação e controlo de riscos;- Planeamento dos requisitos legais e outros requisitos;- Planeamento dos objectivos;- Planeamento do programa de gestão da SST.4.3.1 PLANEAMENTO DA IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO E CONTROLO DE RISCOS

    PRINCIPAIS OBJECTIVOSA organização deve identificar os perigos associados a todas as actividades (rotina e ocasionais), avaliá-los eclassificá-los e planear o modo como serão controlados.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOSão de realçar os seguintes conceitos:

    “Perigo” – fonte ou situação com potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos parao corpo humano ou danos para a saúde, para o património, para o ambiente do local de trabalho,ou uma combinação destes.

    “Risco” – combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da ocorrência de um determinadoacontecimento perigoso.

    R = P x SR – RiscoP – ProbabilidadeS – Severidade (consequência, gravidade).

    Definido desta forma, o Risco, varia na proporção directa da probabilidade e da severidade. Quanto maior aprobabilidade e a severidade, maior é o risco, quanto menor for a probabilidade e a severidade, menor o

    risco.

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    Na prática a probabilidade e a severidade têm curvas de desenvolvimento inversas:

    À medida que a probabilidade aumenta a severidade diminui, assim como, com o aumento daseveridade a probabilidade diminui.Poder-se-á definir “Risco Aceitável” da seguinte forma: Risco que foi reduzido a um nível quepossa ser aceite pela organização, tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua própria política daSST.A gestão dos riscos é um dos aspectos fundamentais de toda a função segurança. O conhecimento dosriscos suporta a sua avaliaçãoe o estabelecimento das medidas de prevenção mais adequadas.A distinção teórica dos conceitos de “risco potencial” e “risco efectivo”, revela-se igualmenteimportante para o estudo e análise de riscos.O risco potencial está associado ao facto de a resistência do corpo, eventualmente atingido, serinferior a uma determinada energia (causadora do acidente).O risco efectivo é a probabilidade do Homem, estar exposto a um risco potencial.Tal como definimos no início, “R = P x S” em que a severidade está relacionado com risco potencial, e o riscoefectivo é uma função da probabilidade e da severidade.

    O processo de avaliação de risco é constituído pelas seguintes fases:

    Em resumo poder-se-á concluir que é relevante:- identificar os perigos;- estimar o risco, a partir de cada perigo identificado, em termos de probabilidade e severidade;- decidir se o risco é tolerável.Os critérios seguintes poderão ser utilizados pelas organizações, para executarem uma avaliação de riscoeficaz:a) caracterizar as actividades de trabalho, sugerindo-se que seja preparada uma lista dasactividades de trabalho contemplando os recintos, a fábrica, as pessoas e procedimentos, erecolher informações a seu respeito;b) identificar os perigos, ou seja, devem ser identificados todos os perigos significativos relacionados comcada actividade de trabalho, devendo ser identificado quem pode ser prejudicado e como;

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    c) determinar o risco, ou seja, fazer uma estimativa do risco associado com cada perigo, assumindo que oscontrolos planeados ou existentes estão a postos. Os avaliadores devem também considerar a eficácia doscontrolos e as consequências de suas falhas;d) decidir se o risco é tolerável, julgando se as precauções existentes ou planeadas de SST (se houver) sãosuficientes para manter os perigos sob controlo e se atendem a requisitos legais;e) preparar um plano de acção de controle de risco (se necessário), ou seja, preparar um plano para lidarcom quaisquer assuntos identificados na avaliação que requeiram uma particular monitorização;f) rever a adequabilidade do plano de acção, reavaliando os riscos com base nos controlos revistos e verificarse os riscos são toleráveis.NOTA: A palavra “tolerável” significa, neste caso, que o risco foi reduzido ao nível mais baixo que érazoavelmente praticável.

    A Metodologia de Avaliação de RiscosA metodologia mais apropriada deve ser seleccionada pela organização, sendo a sua profundidade e detalhefunção da natureza, escala e complexidade dos riscos da organização. Contudo, esta deve:- ser definida com respeito ao seu campo de aplicação e natureza;- ser calendarizada;- ser mais proactiva (devem preceder a introdução de actividades ou de procedimentos novos oualterados) que reactiva;- classificar os riscos em toleráveis e não toleráveis;- identificar os riscos que devem ser eliminados;- identificar os riscos que são controlados pelos objectivos e programa de gestão (4.3.3 e 4.3.4);- ser consistente com a experiência operativa e com as potencialidades das medidas utilizadas para controlo

    dos riscos;- fornecer dados para:• requisitos das instalações;• para identificação das necessidades de formação;• e/ou desenvolvimento de controlos operacionais;• estipular a monitorização das acções requeridas para assegurar que a implementação seja eficaz eatempada.

    Este método deve também:- incluir as actividades de rotina e ocasionais (actividades ocasionais são executadas semqualquer periodicidade definida, tais como limpezas, cargas e descargas, ...);- incluir as actividades de todos os trabalhadores e todas as pessoas que têm acesso ao localde trabalho (em particular subcontratados, mas também visitantes, fornecedores, clientes, ...);- incluir as instalações (riscos associados às estruturas tais como piso, escadas, paredes, ...).

    A organização deve conservar e manter actualizados a documentação, dados e registos respeitantes àidentificação de perigos, avaliação e controlo de riscos relativos às actividades em curso.

    Periodicidade do Processo de Identificação, Avaliação e Controlo de RiscosDeve ser definida tendo em conta os riscos, da escala e complexidade das situações (um ano pode serrazoável). Deve ser aplicada quando houver alterações (novas máquinas, produtos, processo, etc.) e serreavaliada após um acidente.

    Relação Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos e Objectivos / Programade Gestão da SSTOs riscos e os objectivos estão relacionados, pois:•   Alguns riscos podem ser controlados pelos objectivos;•   Ao estabelecer os objectivos a organização deve ter em atenção os seus riscos.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOA Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos é um dos objectivos fundamentais daprevenção.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Procedimentos documentados para identificação de perigos; determinação dos riscosassociados aos perigos;- Indicação do nível de cada risco, referindo se são toleráveis ou não;- Descrição ou referência às medidas a monitorizar e controlar os riscos;- Identificação dos riscos controlados pelos objectivos/programa de gestão;- Identificação dos requisitos de competência e de formação para implementar as medidasde controlo.

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    4.3.2 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOSPRINCIPAIS OBJECTIVOSA organização deve estar ciente e compreender como as suas actividades são ou serão afectadas pelosrequisitos legais e outros aplicáveis, e deve comunicá-los ao pessoal relevante.Este requisito destina-se a promover a consciencialização e a compreensão das responsabilidades legais.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOOs principais objectivos são:1.º Identificar e cumprir, quer a legislação relevante quer outros requisitos que a organizaçãosubscreva;2.º Criar os mecanismos mais apropriados para aceder a legislação nova ou revogada;3.º Proporcionar evidencia do cumprimento dos requisitos decorrentes da aplicação delegislação nova;4.º Manter a informação dos requisitos legais e outros requisitos actualizada;5.º Manter informados, em tempo útil, os trabalhadores e outras partes interessadas.Tal como se refere nos “Principais Objectivos” pretende-se identificar a legislação e outros requisitosaplicáveis à organização, por exemplo a legislação principal (de enquadramento, organização de serviços,regulamento de SST, incêndios, emergência, ...) bem como a relacionada com as actividades (ruído,vibrações, produtos químicos, máquinas e equipamentos, ...).Face à necessária comunicação de informação relevante aos trabalhadores e partes interessadas, poderáser apropriada a comunicação de requisitos ou resumos de legislação aos colaboradores ou áreas funcionaisenvolvidas e quando relevante atendendo às actividades ou funções que realizam.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOO tratamento da legislação implica não só o planeamento para o seu cumprimento, mas tambémuma consciencialização do modo como pode afectar a SST. A legislação pode fornecer indicações do modode actuar face a determinados situações (riscos) indicando medidas de prevenção.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Quais e onde se aplicam os requisitos legais (identificação da legislação aplicável);- Do modo como é assegurado o acesso a nova legislação;- Do modo como é comunicada às pessoas onde ela é pertinente;- Do modo como a organização assegura o cumprimento da legislação.

    4.3.3 OBJECTIVOS

    PRINCIPAIS OBJECTIVOSPara a materialização da política de SST é necessário estabelecer objectivos, tanto quanto possívelmensuráveis, ao longo de todos os níveis e funções da organização.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOOs objectivos permitem por em prática a política da organização “... em cada função e nívelrelevante da organização ...” .Ao estabelecer os seus objectivos a organização deve também basear-se:- em requisitos legais e outros requisitos aplicáveis;- nos perigos e riscos identificados;- na perspectiva de melhoria contínua.Os objectivos devem, ainda, procurar reflectir as posições (sugestões, críticas, propostas, ...) daspartes interessadas.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOO controlo e a consequente eliminação / minimização dos riscos é um dos principais desafios dosistema de gestão SST. Para conseguir obter esse desiderato muito poderão contribuir os objectivos, e seestes foram estabelecidos com base nos riscos e requisitos legais, a organização poderá minimizar aprobabilidade de surgirem potenciais acidentes.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIASPoderão ser exigidas as seguintes evidências:• dos objectivos documentados para cada função e nível da organização;• da comunicação dos objectivos, pelo menos aos responsáveis pela sua gestão (e partesinteressadas);• das posições das partes interessadas (se existirem).

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    4.3.4 PROGRAMA DE GESTÃO SSTPRINCIPAIS OBJECTIVOSPara implementar a política e objectivos a organização deve estabelecer um ou mais programa(s) de gestãoSST. Esse(s) programa(s) contempla(m) o desenvolvimento de estratégias e planos de acção documentados.A sua implementação deve ser monitorizada e as estratégias e planos devem ser actualizados.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOO(s) programa(s) de gestão SST deve(m) conter as acções, e respectivos prazos, a implementar para atingiros objectivos.O(s) programa(s) deve(m) identificar quem são os responsáveis por implementar cada uma dasacções. A identificação dos recursos necessários deve estar referida.De seguida estabelece-se a relação entre o Programa de Gestão de SST e outros requisitos eactividades:

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOA identificação das acções mais adequadas para assegurar que cada objectivo é atingido consolidam aprevenção. Com efeito, o conjunto de acções é indirectamente responsável pelo controlo de alguns dosriscos ( Acções Objectivo Risco mais controlado).

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS

    As evidências a exigir são as seguintes;- Acções enunciadas e seu cumprimento;- Responsáveis definidos;- Prazos fixados;- Recursos identificados.

    IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO4.4.1 ESTRUTURA E RESPONSABILIDADEPRINCIPAIS OBJECTIVOSPara facilitar a gestão eficaz da SST é requerido que as funções, as responsabilidades e as autoridadessejam bem definidas documentadas e comunicadas, e que os recursos adequados e necessários sejamprovidenciados para permitir a execução das tarefas da SST.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃONeste requisito são considerados aspectos relacionados com as funções e os recursos e o modocomo são exercidas e aplicados, em termos de autoridade e responsabilidade.Por exemplo:As funções, responsabilidades e autoridade : devem ser definidas, documentadas e comunicadas, no que serefere às actividades e aos processos que possam ter efeito sobre os riscos para a SST.Devem ser definidas as responsabilidades e deve estar definida a autoridade para actuar quando necessário.As funções relevantes para identificar os perigos e avaliar e controlar os riscos e investigar os acidentes,assim como algumas das funções mais relevantes paraa segurança, por exemplo, as relativas ao armazenamento de produtos químicos e à manutenção dosextintores, devem estar formalmente definidas.A gestão deve providenciar os recursos (humanos, incluindo pessoal especializado,tecnológicos, financeiros, ...) de modo a assegurar uma eficiente implementação,controlo e melhoria do sistema.Deve ser nomeado o(s) Representante(s) da Direcção, o qual, independentemente

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    de outras funções, deve:- assegurar que os requisitos do sistema de gestão SST são definidos, implementados e mantidos emconformidade com a presente norma;- relatar à Direcção o desempenho do sistema de gestão SST.A Direcção deve demonstrar o seu compromisso para a melhoria contínua do desempenhoda SST.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOA definição clara de quem tem autoridade e responsabilidade para as diferentes actividades daSST constitui uma peça fundamental para uma eficaz promoção da Prevenção.Reconhecido e aceite que a prevenção deve abranger todas as esferas da organização, é importante acorrecta definição de responsabilidades e autoridade aos diversos níveis.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS•   A definição das responsabilidades e da autoridade em matéria da SST para todo o pessoalrelevante;•   O processo utilizado para comunicar as responsabilidades e autoridade a todos ostrabalhadores e a outras partes interessadas;•   Da participação activa e apoio da Direcção em matéria de SST, a todos os níveis;•   Do elemento nomeado como representante da Direcção;•   Do relato do representante da gestão do topo face ao desempenho do sistema SST.

    4.4.2 FORMAÇÃO SENSIBILIZAÇÃO E COMPETÊNCIA

    PRINCIPAIS OBJECTIVOSO pessoal deve ser competente para desempenhar as tarefas que possam ter impacto para a SST.A competência deve ser definida em termos de formação académica e profissional e/ou experiênciaadequadas.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOA formação pode ser encarada sobre os seguintes pontos de vista:

    a) Pessoal competente nas tarefas que possam ter impacto sobre os riscosPara que uma organização possa dar resposta a este requisito é necessário definir quais as tarefas quepossam ter impacto na SST e quais as competências necessárias para executar aquelas tarefas.A competência necessária é definida pela organização e deve ter em conta a formação académica eprofissional (Saber – Saber) e/ou de experiência adequada face ao risco e actividade (Saber – Fazer e Saber

     – Estar/Ser).

    b) Compreensão e sensibilização do sistema e formação específicaOs trabalhadores em cada nível e função relevante, devem estar sensibilizados para:- a credibilidade do sistema (Política, Procedimento e Requisitos);- as suas responsabilidades e autoridade relativamente à segurança;- as potenciais consequências decorrentes do não cumprimento dos documentos do sistema.

    c) Formação sobre riscos e medidas de controlo, particularmente- Sobre as consequências reais ou potenciais das suas actividades;- Sobre perigos e riscos das suas actividades;- Sobre os benefícios do seu desempenho individual;- Sobre a análise e controlo de riscos e medidas de prevenção.A gestão da formação deve ter em consideração as responsabilidades, as competências e os riscos. A

    formação deve, também, transmitir padrões de comportamento.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOUm dos princípios da Prevenção é o direito à formação. A cultura da segurança faz-se com muitaperseverança e formação. A informação, sensibilização e formação dirigida aos trabalhadores sobre perigos,riscos e medidas de prevenção é essencial para a eficaz definição e implementação do Sistema SST.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS•   Requisitos de competência para funções individuais;•   Análise das necessidades de formação;•   Planos de formação estabelecidos para os trabalhadores individuais;•   Registos de formação proporcionada aos trabalhadores, aos novos colaboradores e aosque mudam de posto de trabalho;•   Formação para os trabalhadores temporários e outros (subcontratados) de acordo com

    o nível de riscos que estão expostos;

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    •   Registos da avaliação da eficácia da formação;

    4.4.3 CONSULTA E COMUNICAÇÃOPRINCIPAIS OBJECTIVOSA organização deve incentivar a participação na melhoria da SST, divulgar a sua política da SSTe os seus objectivos da SST, para todos os colaboradores afectados, através de um processo deconsulta e comunicação.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOÉ requerido e enfatizado o envolvimento, motivação e participação dos trabalhadores.“ Os trabalhadores devem:- ser envolvidos no desenvolvimento e na revisão dos procedimentos de gestão de riscos;- ser consultados sobre todas as mudanças que possam afectar a SST;- estar informados a respeito de quem são os representantes dos trabalhadores em matériade SST e quem é (são) a(s) pessoa(s) nomeada(s) pela gestão “São considerados duas distintas facetas de consulta e comunicação:•   Interna: que procura assegurar que os procedimentos, acções e resultados sãoefectivamente divulgados e compreendidos pela organização.•   Externa: incorpora os mesmos princípios mas relativamente à comunidade local,instituições reguladoras, sindicatos e restantes partes interessadas.A gestão da comunicação externa deve estar documentalmente estabelecidaassegurando-se, pelo menos, a divulgação dos acidentes graves às autoridades e dasmedidas mais importantes que estão a ser implementadas para melhorar o sistema

    SST.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS•   Reuniões entre a Direcção e os trabalhadores através de conselhos ou comissões da SSTe de órgãos similares;•   Participação dos trabalhadores na identificação de perigos, avaliação e controlo deriscos;•   Nomeação dos representantes dos trabalhadores para a SST;•   Instruções divulgadas aos trabalhadores e outras partes interessadas, tais comosubcontratados ou visitantes;•   Métodos e fluxos comunicação que foram identificados e estabelecidos;•   Comunicação com as partes interessadas em situações normais, anormais e de emergência.

    4.4.4 DOCUMENTAÇÃOJá referimos como actividades necessárias, para a definição, implementação e manutenção dosrequisitos da norma, as seguintes:- Identificação de perigos, avaliação e controlo de riscos;- Definição da política e objectivos;- Procedimentos para identificar e aceder à legislação relevante.Contudo, a norma refere explicitamente a necessidade de estabelecer alguns procedimentosdocumentados.É natural que muitas organizações para planear e controlar o seu sistema de gestão SST apresentem maisdocumentação do que a requerida, dependendo, entre outros aspectos, da natureza e complexidade dassuas actividades, da qualificação dos seus colaboradores ou do nível de maturidade e desenvolvimento dosistema de SST.

    PRINCIPAIS OBJECTIVOSA organização deve documentar e manter actualizada toda a documentação necessária para seassegurar que o seu Sistema de Gestão SST seja adequadamente compreendido e eficazmenteimplementado.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOA documentação deve descrever os elementos essenciais do sistema e a sua interacção;A norma não exige a elaboração do manual da SST.Baseado nas experiências dos Sistemas da Qualidade e aplicando os mesmos princípios de hierarquia, podeser utilizada a seguinte estrutura documental:nível 1 – Documento que descreve a SST, por exemplo, o manual da SST;nível 2 – Procedimentos do Sistema de Gestão da SST;nível 3 – Procedimentos operativos e/ou Instruções de trabalho documentadas;nível 4 – Registos da SST.Entende-se como manual da SST, um documento que descreve o sistema de SST e a forma como aorganização cumpre com os requisitos aplicáveis, o qual pode contemplar:

    - a Política da SST;

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    - o âmbito e campo de aplicação do sistema de SST;- detalhes da organização, responsabilidades e autoridade;- descrição dos elementos fundamentais do sistema SST (ex: processos) e suas interacções;- actividades estabelecidas para dar cumprimento aos requisitos normativos;- informação sobre a documentação do sistema.Os procedimentos documentados do sistema definem responsabilidades e metodologias face a cada umadas principais actividades. Em termos simples o procedimento pode definir: “Quem”, “O quê”, “Onde”,“Quando e Quanto”, “Porquê” e “Como”.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Documento ou manual que dê uma visão global da organização e da documentação do Sistema de GestãoSST;- Procedimentos, Instruções de trabalho;- Registos.

    4.4.5 CONTROLO DOS DOCUMENTOS E DOS DADOSPRINCIPAIS OBJECTIVOSTodos os documentos e dados que contenham informação relevante para a gestão do Sistema de Gestão epara o desempenho das actividades da SST da Organização devem ser identificados e controlados.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOAplicam-se os princípios básicos aplicados na gestão dos sistemas da qualidade, ou seja, este

    requisito requer, por exemplo:- a disponibilidade da informação necessária:•   no sítio certo•   no tempo certo•   na revisão correctaOs documentos requeridos para o funcionamento do Sistema de Gestão da SST devem sercontrolados. Deve ser estabelecido um procedimento documentado para:a) aprovar os documentos antes de serem distribuídos e utilizados;b) actualizar quando necessário e reaprovar os documentos;c) identificar o estado de revisão dos documentos;d) assegurar que as versões relevantes dos documentos aplicáveis estão disponíveis nos locaisonde são utilizados;e) assegurar que os documentos permanecem legíveis, facilmente identificáveis e recuperáveis;f) assegurar que os documentos de origem externa são identificados e sua distribuiçãocontrolada;g) prevenir a utilização indesejada de documentos obsoletos (os quais devem seradequadamente identificados se forem mantidos por algum propósito).PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Procedimento documentado que defina o modo como a organização controla os documentose os dados;- Registos dos documentos distribuídos.

    4.4.6 CONTROLO OPERACIONALPRINCIPAIS OBJECTIVOSA organização deve estabelecer e manter programas de acção para assegurar a aplicação eficazde medidas de controlo, onde quer que estas sejam necessárias para controlar os riscos operacionais, paracumprir a política e os objectivos da SST e para assegurar a conformidade com os requisitos legais e outrosrequisitos.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOO Sistema de Gestão SST requer que a organização identifique e implemente o controlo necessário paraassegurar a operacionalização da política e monitorizar o desempenho face aos objectivos (essencialmenteno que diz respeito à legislação e outros requisitos, à melhoria contínua e à prevenção).O controlo operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais críticos) e com a política, osobjectivos e o programa de gestão SST.O controlo operacional deve ser planeado e definido pela gestão, de modo a assegurar a suaconsistência e a sua contínua aplicação.Deve ser assegurado o controlo operacional não só das actividades rotineiras, mas também dasnão rotineiras.O requisito exige, também, que a organização estabeleça o modo como controla os riscosidentificáveis em bens, instalações e equipamentos.O controlo implementado pode afectar as diferentes áreas organizacionais (produção, manutenção,

    compras,...) e pode assumir várias formas.

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    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS•   A identificação das actividades que necessitam de controlo operacional;•    As evidências da comunicação dos procedimentos e requisitos aos fornecedores esubcontratados;• A disponibilidade dos procedimentos escritos que definem os critérios operacionais;•    A disponibilidade dos procedimentos para novos postos de trabalho, máquinas, processose instalações onde sejam patentes a eliminação de riscos na origem.

    4.4.7 PREVENÇÃO E CAPACIDADE DE RESPOSTA A EMERGÊNCIASPRINCIPAIS OBJECTIVOSA organização deve avaliar activamente as necessidades de resposta a potenciais acidentes e asituações de emergência, planeá-las de modo a que sejam geridas de uma forma eficiente,estabelecer e manter os procedimentos e os processos para gerir tais acontecimentos, testar asrespostas planeadas e procurar melhorar a eficiência dessas respostas.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃODevido à diversidade da natureza das emergências, muitas abordagens na elaboração de umprograma de gestão de emergência podem ser seguidos.Contudo os seguintes objectivos podem estar presentes:- Minimização dos riscos;- Melhoria da capacidade de resposta;

    - Prontidão de resposta;- Minimização dos impactos e efeitos provocados pelos acidentes;- Restabelecimento, após os acontecimentos.

    Minimização (do risco)Antes de iniciar o estabelecimento de um plano de emergência a organização deve consideraras hipóteses de reduzir o risco ou a probabilidade de se desencadear uma situação de emergência.Tal pode incluir:- mudanças de lay-out;- redução de stocks de produtos inflamáveis e combustíveis;- Separação de armazéns;- Reduzindo pessoal em áreas de risco;- ...

    Capacidade de respostaA organização deve estar preparada para responder com meios próprios. A capacidade de resposta deve serassegurada, com base, por exemplo, nos equipamentos, acções das pessoas, materiais e meios auxiliares(externos).Ao nível da participação interna deve-se (se adequado):- nomear as equipas de 1.ª intervenção (bombeiros), evacuação e primeiros socorros;- definir a coordenação de evacuação;- definir a coordenação do salvamento;- proporcionar os primeiros socorros;- assegurar o alarme e alerta;- nomear equipa de apoio técnico (ligar/desligar energia, gás, etc.).Deve ser providenciada a formação e treino adequada a cada equipa, de modo a garantir a melhor respostaem cada situação.Podem ser estabelecidos procedimentos e planos de emergência para:- reportar acidentes, situações de emergência, notificações internas (ex. sirene), notificaçõesexternas (autoridades);- gerir o centro de comando;- gerir a evacuação;- comunicar e gerir o fim da emergência;- gerir a intervenção do médico e primeiros socorros;- ...

    ProntidãoOs equipamentos de emergência típicos, podem ser:- extintor de incêndios (fixos, portáteis), botoneiras e bocas de incêndios;- sinalização e energia de emergência;- equipamento de salvamento (maca);- equipamento médico;- equipamentos de primeiros socorros.

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    RestabelecimentoDeve ser estabelecido um plano de pós-acontecimento (plano de restabelecimento do negócio).As actividades referidas neste plano podem ser as seguintes:- recuperar dados e registos;- accionar os seguros;- analisar os danos;- identificar os trabalhos necessários;- mobilizar técnicos e especialistas;- gerir os subcontratos;- analisar e decidir sobre alternativas;- restabelecer os meios auxiliares de actividade (energia, gás, água, etc.);- restabelecer os meios auxiliares;- gerir as comunicações.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOO título desta cláusula inclui uma referência explícita à prevenção.Um dos objectivos da emergência é minimizar os riscos decorrentes da ocorrência (através daidentificação e reconhecimento dos riscos e situações críticas ou potencialmente críticas), o qualé também partilhado pela prevenção.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS•    Procedimentos para identificar as respostas a acidentes e a situações de emergência;•    Plano(s) de emergência;

    •    Lista de equipamento de emergência;•    Registo dos testes e manutenção ao equipamento de emergência;•    Registos de:- simulacros realizados;- análise dos simulacros;- acções recomendadas após a realização dos simulacros;- actividades definidas para a implementação das acções recomendadas;•    Registos das análises efectuadas e das acções desencadeadas após ocorrência de acidentesou situações de emergência.

    4.5 VERIFICAÇÃO E ACÇÕES CORRECTIVASA organização deve planear o modo como monitoriza, mede, analisa e melhora as actividadesque possam ter impacto na SST.Consolida a fase do “Verificar” do ciclo de Deming, que inclui:- Monitorização e avaliação do desempenho;- Acidentes, não-conformidades, acções correctivas e preventivas;- Registos;- Auditorias.

    4.5.1 MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO DO DESEMPENHOPRINCIPAIS OBJECTIVOSA organização deve identificar os parâmetros fundamentais para monitorizar e medir o desempenho do seuSistema de Gestão da SST. Estes devem incluir, mas não se limitam a, todos os aspectos que determinamse:- estão a ser atingidos os objectivos da SST;- foi implementado e é eficaz o controlo dos riscos;- foi tida em conta a experiência resultante das deficiências do Sistema de Gestão da SST,

    incluindo os acontecimentos perigosos (acidentes e doenças);- são eficazes os programas de consciencialização, de formação, de comunicação e de consultaaos trabalhadores e partes interessadas;- está a ser produzida e disponibilizada informação que possa ser utilizada para rever oumelhorar aspectos do Sistema de Gestão da SST.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOOs parâmetros a definir para monitorizar e medir o desempenho podem ser:- pro-activos• suportados no programa de gestão;• baseados nos critérios operacionais;• coerentes com os requisitos legais e regulamentares.- reactivos – baseados nos acidentes, doenças e outras evidências históricas do desempenhodeficiente (como, por exemplo, análises estatísticas de sinistralidade).

    Os equipamentos de medição devem ser calibrados e a sua manutenção deve ser coerente com

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    as suas características e utilização.A organização deve identificar as medições a executar e os equipamentos de medição exigidospelo Sistema de Gestão da SST.Quando aplicável, os equipamentos de medição devem:a) ser calibrados e ajustados periodicamente, antes da sua utilização, através de equipamentosrastreados a padrões nacionais e internacionais. Quando esses padrões não existirem, a baseusada para calibração deve ser registada;b) estar protegidos de ajustes que poderiam invalidar a calibração;c) estar protegidos contra estragos e deterioração, durante o manuseamento, manutençãoe armazenamento;d) o software deve ser controlado;e) os resultados de calibração devem ser registados.Os parâmetros podem monitorizar qualitativa ou quantitativamente devendo-se, sempre quepossível, quantificar as medidas de desempenho de modo que as comparações possam sereficientemente realizadas. As medidas quantitativas que podem ser descritas em termos quantitativos eregistadas numa escala.As medidas qualitativas que são, por exemplo, descrição de condições ou situações que não podem serquantificadas, podem ser avaliadas e registadas, por exemplo, com um comentário sobre as deliberações deuma comissão de SST.A monitorização pró-activa deve ser utilizada para verificar a conformidade das actividades daSST da organização. O controlo de riscos (avaliação e implementação) pode ser um dos pontosprioritários a monitorizar.

    Monitorizar Medir

    Pró-activa- Acompanhar os objectivos;- Controlar os riscos;- Avaliar a eficácia da formação;

    - Programa de gestão da SST;- Critérios operacionais;- Requisitos legais e outros regulamentos;- Outros (1)

    Reactiva- Acidentes;- Doenças profissionais;- Outras evidências históricas (2);

    (1) Exemplos indicadores de monitorização pró-activa:a) quantidade de pessoas treinadas em SST;b) eficácia da formação em SST;c) quantidade de sugestões do pessoal para aperfeiçoamentos de SST;d) frequência das auditorias de SST;

    e) tempo necessário para implementar as recomendações das auditorias de SST;f) frequência e eficácia das reuniões das comissões de SST;g) frequência e eficácia das reuniões de SST com o pessoal;h) relatórios dos especialistas em SST;i) tempo necessário para implementar acções relativas a queixas ou sugestões; j) quantidade de relatórios de vigilância da saúde;k) relatórios da amostra sobre exposição pessoal;l) níveis de exposição do local de trabalho (por exemplo, ruído, poeira, vapores);m) utilização de equipamentos de protecção individual.

    Exemplos de métodos que podem ser usados para medir o desempenho de SST:a) inspecções sistemáticas do local de trabalho, usando listas de verificação;b) visitas de segurança - por exemplo, numa base de “passando pelo local”;c) inspecções aos equipamentos, a fim de verificar se as partes relacionadas com a segurança

    estão eficazmente instaladas e em boas condições;d) amostragem à segurança - examinar aspectos específicos de SST;e) amostragem ao ambiente de trabalho - medir a exposição a substâncias ou energias ecomparar com padrões aceites;f) amostragem do comportamento - avaliar o comportamento dos trabalhadores paraidentificar as práticas de trabalho inseguras que possam requerer correcção (por exemplo,pelo aperfeiçoamento dos projectos de trabalho ou através da formação);g) levantamentos das atitudes do pessoal face à segurança;h) análise da documentação e dos registos;i) comparação contra boas práticas de SST em outras organizações; j) auditorias SST.(2) Exemplos de indicadores de monitorização/medição reactiva:a) quantidade de actos inseguros;b) condições perigosas;

    c) quantidade dos “quase acidentes”;

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    d) acidentes que só causam danos materiais;e) ocorrências perigosas informadas;f) acidentes causadores de perda de tempo - quando pelo menos um turno de trabalho (ououtro período de tempo) é perdido por uma pessoa como resultado de um ferimento emacidente;g) acidentes envolvendo a ausência do trabalho por mais de três dias;h) ausências por doença - ausências do empregado em virtude de doença (relacionada coma ocupação);i) queixas feitas, por exemplo, por membros da sociedade.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÂOA monitorização pro-activa é a prevenção na verdadeira acepção da palavra. O acompanhamento documprimento dos objectivos, da legislação e sobretudo das medidas de controlo de riscos “cumpre” com rigoro sentido da prevenção. Este seguimento antecipa as potenciais ocorrências indesejáveis e providencia paraque todos os controlos sejam implementados e mantidos.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS•   Procedimentos de monitorização e medição;•    Monitorização do cumprimento dos objectivos e medição do programa de gestão, critériosoperacionais e legislação;•    Registos da medição dos acidentes, doenças profissionais e outras evidências históricas dodesempenho deficiente em SST;•    Registos dos dados e resultados da monitorização;

    •    Análises das acções correctivas e preventivas;•    Relatórios das não-conformidades;• Listas e programas de inspecção e equipamentos e locais a inspeccionar;•    Operações de manutenção e seus resultados.

    4.5.2 ACIDENTES, NÃO CONFORMIDADES E ACÇÕES CORRECTIVASE PREVENTIVAS

    PRINCIPAIS OBJECTIVOSAs organizações devem possuir procedimentos para a notificação, a avaliação e investigação dos acidentes edas não conformidades. A finalidade principal de tais procedimentos é a de prevenir a repetição da ocorrênciade tais situações, identificando e eliminando na origem a(s) causa(s).Além disso, os procedimentos devem permitir a detecção, a análise e a eliminação das não

    conformidades.LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃORecordando o conceito de acidente (vide 3.1) - “Em sentido lato, o acidente é um acontecimentonão planeado no qual a acção ou reacção de um objecto, substância, indivíduo ou radiação, resulta numdano pessoal ou na probabilidade de tal ocorrência . Este conceito surge como uma generalização danoção clássica de acidente sendo também designado por incidente”.O incidente é “situação geradora de efeitos indesejados para o trabalho” o que significa que taissituações ocorrem, podendo não resultar lesões. Na Norma NP 4397, foi entendido que a frase“probabilidade de tal ocorrência” abrange o incidente. As organizações devem analisar e investigar (talcomo indicado a seguir) os acidentes e as “situações ocorridas geradoras de efeitos indesejados”.No caso das OHSAS 18001 serão os acidentes e incidentes e na NP 4397 serão ambos acidentes.O conceito acidente (NP 4397) inclui os conceitos de “incidentes” (potencial para ocorrência deacidentes) e os “quase acidentes” (acidentes sem danos). É por isso um conceito abrangente.Devem ser estabelecidos procedimentos para definir responsabilidades e autoridade para:•   analisar e investigar (acidentes e não conformidades);•   executar as acções destinadas a minimizar todas as consequências dos acidentes ou dasnão conformidades;•   definir o início e a conclusão das acções correctivas e preventivas;•   comprovar a eficácia das acções correctivas e preventivas.Analisar e investigar os acidentes e as não conformidades (“qualquer desvio aos procedimentosdo sistema, às práticas, ao desempenho do Sistema de Gestão, etc., que possa, directa ouindirectamente conduzir a lesões ou doenças, a danos para a propriedade, a danos para o ambiente do localde trabalho, ou uma combinação destes.” ), exige a necessidade de registar todos acidentes (incluindo osacidentes “in itenere”, os acidentes não participados ao seguro, pequenos acidentes, etc.), para analisar. Aclassificação e análise podem ser realizadas, por exemplo, com base nos seguintes tópicos:- Índices de Frequência e Gravidade;- Localização, actividade envolvida, tipo e local de lesão, dia da semana, hora, antiguidade,forma e agente material;

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    - Tipo e extensão dos danos patrimoniais;- Causas directas e remotas. É fundamental investigar as causas dos acidentes e das nãoconformidades. A causalidade dos acidentes têm sido motivo de diversos modelos, desdeHeinrich, com a sua teoria de Dominó, que baseava o seu modelo na sequência deacontecimentos e determinava como causas “actos inseguros” / “condições perigosas” aFrank Bird cuja teoria assentava em 3 pontos:• os actos ou condições inseguras são somente as causas imediatas;• as causas imediatas são o resultado de causas básicas;• as causas básicas são devidas a pobre gestão de controlo.O propósito da investigação é determinar porquê o acidente ocorreu. Isto não é necessariamenteo mesmo que identificar a causa dos ferimentos ou outros danos. Quando uma máquina semguardas de protecção que causa ferimento ao operador; a ausência da guarda é a causa doferimento, mas não do acidente. Neste caso, a causa do acidente é a razão pela qual a máquinaestava sem protecção, por exemplo, manutenção pobre, pressão sobre a produção, falha dooperador, ....O objectivo da análise e investigação é assegurar que estas ocorrências não voltem a acontecer.Os procedimentos devem definir a responsabilidade e autoridade para “executar as acçõesdestinadas a minimizar as suas consequências”.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOAs lições a retirar dos acidentes e das não conformidades, bem como a aplicação de acçõescorrectivas e preventivas são atitudes reactivas.No entanto o resultado da análise das não conformidades e da implementação das acções correctivas pode

    ser encarado como uma atitude preventiva.A busca permanente das causas vai de encontro à filosofia da prevenção. As acções preventivassão desejáveis e são a base de toda a prevenção.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Procedimento para analisar e investigar os acidentes;- Procedimentos para registar as não conformidades;- Relatórios das não conformidades;- Relatórios da investigação;- Relatórios da identificação dos perigos, avaliação e controlo de riscos;- Informações para a revisão pela direcção;- Registos da comprovação das avaliações da eficácia das acções correctivas e preventivasrealizadas.

    4.5.3 REGISTOS E GESTÃO DOS REGISTOSPRINCIPAIS OBJECTIVOSDevem ser conservados os registos que demonstrem que o Sistema de Gestão da SST funciona de modoeficaz. Os registos da SST devem ser legíveis e organizados, conservados e adequadamente identificados.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOOs registos são a prova da efectiva implementação do que foi planeado e servem, por exemplo,para a avaliação contínua do seu desempenho.Assim:- Todos os registos devem ser legíveis, identificáveis e rastreáveis à actividade, ao produtoou serviço;- Os registos devem ser arquivados e conservados de forma a serem rapidamente acessíveise protegidos contra a degradação ou perda;- O prazo de conservação dos registos deve ser especificado;- Os registos devem ser guardados na forma mais apropriada com vista a demonstrar aconformidade com os requisitos;- Os registos devem estar integralmente preenchidos e adequadamente identificáveis;- Os registos devem estar protegidos de maneira apropriada, contra incêndios e outrosdanos ou como requerido por lei.Os registos exigidos ao Sistema de Gestão da SST devem ser controlados. Tais registos devem ser mantidospara demonstrar conformidade com os requisitos e o funcionamento eficaz do sistema de gestão. Deve serestabelecido um procedimento documentado para identificação,armazenamento, recuperação, protecção, tempo de retenção e disposição dos registos da qualidade.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOOs registos exigidos pela legislação são os mínimos e não são suficientes para satisfazer a gestão daprevenção. A formalização do controlo dos registos é uma contribuição importante para a prevenção.

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    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Procedimentos para identificação, manutenção e disposição dos registos da SST;- Os registos da SST devem ser adequadamente armazenados e facilmente consultáveis;- Entre os registos, salientam-se os seguintes:•   registos da formação;•    relatórios da inspecção da SST;•    relatórios das auditorias ao Sistema de Gestão da SST;•    relatórios das consultas;•    relatórios dos acidentes;•    relatórios do acompanhamento de acidentes;•    actas das reuniões de SST;•    relatórios dos testes médicos;•   relatórios da vigilância da saúde;•   registos dos assuntos relacionados com EPI;•   registos de testes e manutenção de equipamentos de emergência;•   relatórios dos exercícios de resposta a emergências;•   registos da revisão pela Direcção;•   registos da identificação de perigos avaliação e controlo de riscos.

    4.5.4 AUDITORIAS

    PRINCIPAIS OBJECTIVOS

    A auditoria ao Sistema de Gestão da SST é um processo com base no qual as organizações podem avaliar,de forma sistematizada, a eficácia dos seus sistemas de gestão.Deve ser estabelecido um programa interno de auditorias ao Sistema de Gestão da SST que permita àorganização avaliar a conformidade do Sistema de Gestão com a norma.As auditorias planeadas ao Sistema de Gestão da SST devem ser realizadas ou pelo pessoalqualificado da própria organização e/ou pessoal externo, qualificado para o efeito e seleccionadopela organização, para avaliar o grau de conformidade com os procedimentos documentados daSST e avaliar a eficácia do sistema no cumprimento dos objectivos da SST da organização. Asauditorias devem ser efectuadas de forma imparcial e objectiva.As auditorias internas ao Sistema de Gestão da SST devem centrar a sua atenção no desempenho doSistema de Gestão, não devendo ser confundidas com inspecções da SST ou com outras inspecções desegurança.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOA organização deve promover auditorias internas periódicas, para determinar se o Sistema deGestão da SST está:a) conforme os requisitos desta norma internacional;b) efectivamente implementado e é mantido.A organização deve planear um programa de auditorias, tendo em consideração a posição eimportância das actividades e áreas a auditar bem como resultados de auditorias anteriores. Oâmbito da auditoria, frequência e metodologias devem ser definidos. As auditorias devem serconduzidas por pessoal independente das actividades a auditar.Um procedimento documentado deve incluir as responsabilidades e requisitos para a conduçãode auditorias, assegurar a sua independência e registo de resultados.A organização deve implementar oportunamente as acções correctivas, perante as deficiênciasencontradas no decorrer da auditoria.As acções de seguimento devem incluir a verificação e implementação de acções correctivas, eregistos da verificação dos resultados.As auditorias são realizadas de acordo com um programa com o propósito de avaliar periodicamente aeficácia do Sistema de Gestão da SST, face às disposições planeadas (incluindo os requisitos da presentenorma) e implementadas.Ao estabelecer o(s) programa(s) de auditorias a organização deve:- basear-se na criticidade das áreas;- indicar a frequência;- indicar as responsabilidades da gestão e condução das auditorias internas;- ajustar o programa aos resultados das auditorias anteriores;- contemplar a comunicação dos resultados à Direcção.O(s) procedimento(s) para a realização das auditorias podem incluir:- o âmbito da auditoria;- a frequência;- as metodologias;- as competências;- as responsabilidades pela realização;

    - o relato dos respectivos resultados.

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    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOA procura de potenciais situações de “não segurança” é, por si só, sinónimo de prevenção. Salientese que asconstatações identificadas nas auditorias são objecto de acções correctivas, o que significa que foramreparadas situações de potencias acidentes ou danos.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Plano / programa de auditorias;- Procedimentos para a realização das auditorias;- Relatórios das auditorias;- Relatórios das acções correctivas e da avaliação da sua eficácia;- Comprovação do envio para a Direcção dos relatórios com os resultados das auditorias.

    4.6 REVISÃO PELA DIRECÇÃOPRINCIPAIS OBJECTIVOSA Direcção deve rever o Sistema de Gestão da SST para avaliar se está a ser integralmente executado epermanece adequado face aos objectivos da SST estabelecidos.A revisão deve também avaliar se a política continua a ser apropriada. Deve estabelecer novos,ou actualizados, objectivos para a melhoria contínua, e avaliar se são necessárias alterações aalgum dos elementos do Sistema de Gestão da SST.

    LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃOA Direcção deve efectuar uma revisão ao Sistema de Gestão da SST, em intervalos planeados, para

    assegurar uma adaptação, adequação e eficácia contínua. A revisão deve avaliar a necessidade demudanças no Sistema de Gestão da SST da organização, incluindo a política e os objectivos da SST. Asrevisões devem ser realizadas pela Direcção, com periodicidade regular (por exemplo, uma vez por ano),devendo focalizar-se no desempenho global.Para tal, é necessário recolher toda a informação necessária e documentar a análise.O objectivo da revisão é avaliar a eficácia do sistema e estabelecer as acções necessárias face aosresultados.Dado que a análise da informação recolhida é documentada, implicitamente deverá haver umplaneamento dessa análise, identificando os pontos a abordar, identificando quem deve estarpresente, assim como as responsabilidades de cada participante.O elemento designado pela Direcção deve fazer um registo sobre o desempenho global do Sistema deGestão da SST.

    RELAÇÃO COM A PREVENÇÃOA eficiente revisão do sistema realizada pela direcção demonstra o seu envolvimento na melhoria do Sistemade Gestão da SST, o qual constitui um forte contributo para a prevenção.

    PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS- Informação recolhida e analisada na revisão do sistema;- Periodicidade da revisão;- Registos da revisão;- Alterações da Política e dos Objectivos;- Acções correctivas decididas;- Acções preventivas decididas.- Registos da revisão;- … 

     ________________