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Contabilidade

Noções de Contabilidade

Professor Marcondes Fortaleza

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Contabilidade

NOÇÕES DE CONTABILIDADE

FATOS CONTÁBEIS TIRADOS DE PROVAS DE CONCURSO

1º FATOS ENVOLVENDO COMPRAS À VISTA (SAÍDA DE DINHEIRO)

1. (CARLOS CHAGAS 2014) Aquisição de estoque no valor de R$ 18.000, à vista.

2. (FGV 2013) Aquisição, à vista, de 10 (dez) peças para revenda no valor de R$ 45 cada.

3. (FGV 2013) Aquisição de móveis e utensílios no valor de R$ 40.000 à vista.

4. (FGV 2013) Aquisição, à vista, de 10 (dez) peças para revenda no valor de R$ 45 cada.

5. (CARLOS CHAGAS 2014) Pagamento de R$ 80.000 referentes à aquisição de imobilizado.

6. (ESAF) Pagamento de um título no valor de R$ 3.000.

7. (ESAF) Pagamento de um título vencido no valor de R$ 1.200.

8. (ESAF) Pagamento de empréstimos a curto prazo R$ 150.

9. (ESAF) Pagamento de empréstimos a longo prazo R$ 900.

10. (ESAF) Pagamento de R$ 12.000 de hipotecas de longo prazo.

2º FATOS ENVOLVENDO COMPRAS A PRAZO

11. (CARLOS CHAGAS 2014) Aquisição de Estoques no valor de R$ 35.000, a prazo, sem juros.

12. (CESPE 2014) Aquisição a prazo, em 5/1/X1, de matérias-primas industriais no valor de R$ 5.000;

13. (FGV 2014) Compra de R$ 18.000 em estoques, para pagamento em 60 dias.

14. (FGV 2013) Aquisição de 20 (vinte) peças para revenda no valor de R$ 50 cada, para pagamento em duas parcelas iguais vencíveis em 30 e 60 dias.

15. (FGV 2013) Aquisição financiada de equipamentos no valor de $ 6.000.

16. (ESAF) Compra a prazo (160 dias) de móveis para o escritório R$ 1.650.

17. (ESAF) Compras de máquinas industriais a longo prazo R$ 1.500.

18. (ESAF) Compra a prazo de máquinas para o próprio uso, no valor de R$ 15.000.

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19. (ESAF) Compra, a prazo, de móveis e utensílios para uso por R$ 40.000.

20. (ESAF) Compra de bens para revender: cem unidades por R$ 21.000, a prazo.

3º COMPRAS COM PAGAMENTO PARTE À VISTA E PARTE A PRAZO

21. (FGV 2013) Aquisição de equipamentos no valor de R$ 80.000, dos quais R$ 30.0000 em dinheiro e o restante financiado a longo prazo.

22. (ESAF) Compra de mercadorias por R$ 15.000 pagando um terço como entrada.

23. (ESAF) Compra de móveis para uso, por R$ 6.000, aceitando duplicatas, sendo dois terços com vencimento a longo prazo.

24. (ESAF) Compra de móveis para venda, por R$ 2.200, pagando uma entrada de 20% e o restante a prazo.

25. (ESAF) Compra de máquinas por R$ 5.000, pagando entrada de 20%.

26. (ESAF) Compra de mesas por R$ 300, sendo 40% para vender e 60% para usar, pagando R$ 100 e aceitando duplicatas.

4º FATOS ENVOLVENDO RECEBIMENTO DE DINHEIRO

27. (CARLOS CHAGAS 2014) Recebimento de R$ 30.000 das duplicatas a receber de clientes.

28. (CARLOS CHAGAS 2014) Recebimento de R$ 250.000 referentes à venda de um imóvel.

29. (CARLOS CHAGAS 2014) Recebimento de R$ 150.000 referentes ao Adiantamento do Cliente Pedro.

30. (CARLOS CHAGAS 2013) Recebimento de R$18.000 de um cliente, para entrega futura de mercadorias.

31. (CARLOS CHAGAS 2014) Recebimento de R$ 140.000 referentes a um empréstimo obtido.

5º FATOS ENVOLVENDO DESPESAS

32. (FGV 2014) Reconhecimento, em janeiro, de despesas de salários no valor de R$ 5.000, que deverão ser pagas em fevereiro.

33. (FGV 2013) Apropriação das despesas administrativas no valor de R$ 100 a serem pagas no mês seguinte.

34. (ESAF) Registro de salários de R$ 300, para pagamento posterior.

35. (ESAF) Registro de impostos do mês, no valor de R$ 120, para recolhimento posterior.

36. (ESAF) Ocorrência de uma despesa de R$ 160 para pagamento futuro.

37. (ESAF) Empresa registrou a conta de luz do mês (R$ 80) para pagamento no mês seguinte.

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38. (ESAF) Registro do aluguel do mês no valor de R$ 300 para pagamento posterior.

39. (ESAF) Pagamento do aluguel do mês no valor de R$ 28.

40. (ESAF) Pagamento de despesas do mês no valor de R$ 7.000.

41. (ESAF) Pagamento de juros do mês corrente no valor de R$ 400.

42. (ESAF) Pagamento de despesas com vendas R$ 1.320.

43. (ESAF) Pagamento antecipado de uma despesa de R$ 100.

6º FATOS ENVOLVENDO RECEITAS

44. (CARLOS CHAGAS 2014) Venda de R$ 60.000 à vista. O custo das mercadorias vendidas foi de R$ 21.000.

45. (CARLOS CHAGAS 2014) Venda de estoque por R$ 50.000, a prazo. O estoque havia custado R$ 32.000.

46. (FGV 2013) Aquisição de mercadorias a prazo no valor de $ 10.000.

47. (FGV 2013) Venda a vista de 80% do estoque de mercadorias por $ 15.000.

48. (ESAF) Vendas de mercadorias a vista R$ 15.000.

49. (ESAF) Vendas de mercadorias por R$ 18.000, com entrada de R$ 8.000 e duplicatas.

50. (ESAF) Firma prestou serviços a vista por R$ 800.

51. (ESAF) registro de serviço realizado para recebimento a prazo, no valor de R$ 52.

52. (ESAF) Prestação de serviços por R$ 400, recebendo, no ato, apenas 40%.

7º FATOS ENVOLVENDO PAGAMENTO COM JUROS

53. (CESPE 2014) liquidação de título no valor de R$ 1.000, com juros de R$ 50.

54. (ESAF) Quitação de duplicatas no valor de R$ 1.100, com juros de 10% de seu valor.

55. (ESAF) Quitação, por via bancária, de uma duplicata no valor de R$ 600, com acréscimo de 10% relativos a juros.

56. (ESAF) Ao quitar uma dívida em duplicatas no valor de R$ 2.000, a empresa foi compelida a pagar multa e juros de mora de R$ 100.

57. (ESAF) Pagamento de uma dívida já vencida no valor de R$ 8.000, efetuado com juros moratórios de 11%.

58. (ESAF) Pagamento de imposto atrasado no valor de R$ 500, com juros de 10%.

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8º FATOS ENVOLVENDO PAGAMENTO COM DESCONTO

59. (FGV 2013) Pagamento de fornecedores no valor do título de R$ 3.000 com desconto ainda de R$ 300 sobre o mesmo.

60. (ESAF) Empresa resolveu antecipar o pagamento de uma dívida de R$ 5.000, ainda não vencida, para aproveitar o desconto de 10% oferecido pelo fornecedor.

61. (ESAF) Pagamento de dívidas de R$ 6.000 com descontos de 15%, em cheque.

62. (ESAF) Pagamento de títulos vencidos no valor de R$ 200, com desconto de 10%.

9º FATOS ENVOLVENDO RECEBIMENTO COM JUROS

63. (FGV 2013) Recebimento de direitos de clientes no valor de R$ 3.000 mais juros do período de R$ 100.

64. (ESAF) A empresa recebeu uma duplicata no valor de R$ 30.000, com acréscimo de juros de 10% por atraso no pagamento em relação ao vencimento original.

65. (ESAF) Recebimento de duplicatas de R$ 2.000, com juros de R$ 400.

66. (ESAF) Recebimento de direitos de R$ 500, com juros de 10%.

10º FATOS ENVOLVENDO RECEBIMENTO COM DESCONTO

67. (ESAF) Recebimento de títulos de R$ 120.000, concedendo desconto de 8%.

68. (ESAF) Recebimento de títulos de R$ 4.000, com descontos de 15%, em dinheiro.

69. (ESAF) Recebimento, em cheque do Banco S/A, de uma duplicata, no valor de R$ 500, com desconto de 5%.

70. (ESAF) Recebimento de um título de R$ 360, com desconto de 10%.

Entendendo o Núcleo Fundamental da Disciplina

Por: Marcondes Fortaleza

1.1 INTRODUÇÃO

Entre os diversos ramos de conhecimento, é natural existir um voltado especificamente para o estudo do patrimônio das pessoas, haja vista a enorme importância que este tem no nosso dia a dia. No caso das pessoas jurídicas, então, o perfeito controle de tudo o que elas possuem e devem e o acompanhamento de como a riqueza aumenta ou diminui ao longo do tempo chega a ser decisivo em um ambiente de concorrência atroz, no qual a eficiência nos processos precisa ser aperfeiçoada constantemente. É nesse contexto que ganha importância a Contabilidade,

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que é a ciência voltada para o estudo, registro, controle e acompanhamento do patrimônio das entidades.

Mas o que vem a ser o patrimônio? É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, a saber: as coisas que a empresa possui para usar ou vender (móveis, equipamentos, veículos, mercadorias), os valores a receber de alguém e as dívidas perante terceiros. Quantificar exatamente esses montantes e acompanhar quaisquer modificações ocorridas neles, é a isso que a Contabilidade se dedica.

A Contabilidade é antiga. Apareceu junto com o modo mais rudimentar possível de controle de bens, evoluindo para sistemas de informação sofisticadíssimos que se constituem no principal suporte para a tomada de decisão por parte de investidores e administradores. Mas o que fazer para entender os meandros dessa disciplina? Como caminhar satisfatoriamente pela Contabilidade, sem sustos?

O núcleo central da disciplina é formado por dois pontos:

a) O perfeito entendimento do que é o Ativo, Passivo, Situação Líquida, Receitas e Despesas;

b) Como registrar (debitar e creditar) os fatos contábeis.

É comum o estudante que apresenta alguma dificuldade na matéria confundir ativo com receita ou, mais ainda, passivo com despesa. E o que dizer da ideia, mais que enraizada, de que “crédito é bom” e “débito é ruim”? Nada mais maléfico para quem está dando os primeiros passos.

É fundamental que você saiba debitar e creditar com desenvoltura, bem como entenda a composição do patrimônio (ativo, passivo e situação líquida) e compreenda como ele aumenta ou diminui (receitas e despesas). Daí a importância de ler e reler essa parte do material até que não restem mais dúvidas. Refaça também o lançamento dos 100 fatos contábeis, quantas vezes forem necessárias, até que essa história de debitar e creditar seja algo razoavelmente tranquilo pra você. Sem isso não vai dar pra seguir na matéria. Com tal kit básico, porém, você conseguirá acompanhar os diversos assuntos do nosso curso tranquilamente. Bom estudo!

1.2 CONCEITO, OBJETO E TÉCNICAS CONTÁBEIS

É importante que cada um de nós saibamos quanto possuímos e devemos. Você, caro aluno, tem controle sobre seu patrimônio? Sabe quanto tem em bens e direitos? E em relação às dívidas, sabe quanto deve nesse momento? Comparando sua situação patrimonial com a do ano anterior, seu patrimônio aumentou ou diminuiu? Sabe os motivos desse acréscimo/decréscimo?

A Contabilidade, ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica1, responde a essas questões. Deve-se, assim, de cara, afastar os conceitos que tratam a Contabilidade como arte, técnica ou metodologia. Mas para que, afinal, a Contabilidade existe? A grosso modo, para fornecer informações úteis a todos os que por elas se interessem sendo, por isso, é importante que a Contabilidade tenha total controle sobre tudo o que ocorre com o patrimônio, afinal, este é o seu objeto. De modo direto, podemos dizer que:

1 Definição dada no 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1924.

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Contabilidade é a ciência que controla o patrimônio (objeto) a fim de fornecer informações (finalidade) a quem interessar possa (usuários).

Se o objeto da Contabilidade é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, um primeiro passo é entendermos o significado de tais conceitos. Perceba que o senso comum vai nos ajudar bastante nessa tarefa.

Bens (também chamados de direitos reais)

Bem é algo que atende a uma necessidade humana e pode ser avaliável em moeda. São os elementos que podem ser utilizados ou vendidos e que têm valor: dinheiro no bolso, dinheiro no banco, máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, veículos, terrenos, mercadorias, produtos, etc. A despeito dos exemplos dados, nem todo bem é tangível ou material. Veja o caso de um programa de computador: tem utilidade e é avaliável em dinheiro (custa algum valor) e, por isso, é um bem, só que intangível. Há outros exemplos de bens incorpóreos, tais como marcas e patentes. É importante que fique claro que um bem pode ser material ou imaterial e que necessariamente a ele deve ser possível atribuir um custo. O ar, por exemplo, tem uma enorme utilidade, mas não é avaliável em moeda. Ninguém diz: “o ar da minha empresa foi comprado por tantos reais”. Ora, a Contabilidade trata, em última instância, apenas de itens que possam ser expressos em dinheiro; sendo assim, o “ar” não faz parte do patrimônio de ninguém.

Direitos (também conhecidos como direitos pessoais)

São todos os valores que a empresa tem a receber ou a recuperar, bem como tudo o que ela emprestou ou adiantou a alguém. São os créditos perante terceiros. Emprestou algo a alguém? Ficou com um direito denominado empréstimos concedidos2. Adiantou salário a um empregado? Surgiu no seu patrimônio um direito denominado adiantamento a empregados. Vendeu mercadorias ou prestou serviços a prazo? Apareceu um direito comumente chamado de clientes ou duplicatas a receber. Direitos, simplificando, são os montantes que a empresa tem a receber dos outros.

Obrigações

Aqui também o senso comum ajuda bastante: obrigações são as dívidas que a entidade contraiu junto a terceiros: contas a pagar, empréstimos obtidos, tributos a recolher; enfim, são os valores que cedo ou tarde a empresa terá de pagar a alguém.

Situação Líquida

Embora não esteja expresso no conceito de patrimônio, é importante o entendimento do que é a situação líquida. Se uma pessoa converter todos os seus bens e direitos em dinheiro e pagar todas as suas dívidas, diz-se que a sobra é a sua situação líquida (SL). A SL é, portanto, quanto efetivamente pertence ao dono da entidade sendo, por isso, conhecida como capital próprio

2 Veremos mais adiante que há flexibilidade na nomenclatura das contas, a depender do plano de contas estruturado pela entidade. O que é “empréstimos concedidos” em uma, pode ser “empréstimos a receber” em outra, por exemplo.

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(riqueza do proprietário). É fácil visualizar. Imagine que alguém tenha, em bens e direitos o valor de R$ 20 e que possua, ao mesmo tempo, uma dívida também de R$ 20. Essa pessoa, no final das contas, não possui recurso próprio, logo, riqueza é zero! Ora, se ela vender o bem e receber o direito ficará com R$ 20 nas mãos. Só que terá de pagar sua dívida, também no valor de R$ 20. No final da história: nada no bolso! É por isso que, quando avaliarmos se alguém é “rico” ou não, não devemos focar apenas nos bens e direitos (que é a praxe, diga-se de passagem), pois alguém pode ter aplicações, terrenos, investimentos e carros na casa de bilhões, mas do mesmo modo, pode estar devendo bilhões. Já outro, com apenas uma simples casa, mas sem dever a ninguém, pode ter uma SL maior. Vamos comparar duas situações:

Patrimônio 1

Dinheiro--------- 100.000 Financiamentos Bancários a Pagar-----400.000

Casa-------------- 200.000 Contas a Pagar-------------------------------200.000

Terrenos-------- 300.000

TOTAL------------600.000

Análise: A pessoa possui bens e direitos no valor de 600 mil, mas sua riqueza própria é zero, pois suas dívidas também chegam a 600 mil; ou seja, todos os bens que possui foram adquiridos a prazo.

Patrimônio 2

Dinheiro--------- 1 Contas a Pagar------- 0,50

Análise: A pessoa quase não possui patrimônio, pois há somente um bem (dinheiro) na quantia irrisória de um real (R$ 1); entretanto, as dívidas são menores ainda (praticamente zero), de modo que possui patrimônio líquido de R$ 0,50 – quase nada, mas possui!

Embora prosaicos, os exemplos servem para deixar claro, desde já, que:

Não é um ATIVO (bens e direitos) grande, por si só, que vai indicar que alguém está “rico”.

Não é um PASSIVO (obrigações) enorme, por si só, que vai indicar que alguém está “pobre”.

Técnicas Contábeis

São quatro as técnicas das quais a Contabilidade se utiliza para exercer o perfeito controle do patrimônio das empresas3 a fim de municiar seus usuários internos e externos de informações úteis: escrituração, demonstrações, auditoria e análise.

3 Embora o campo de aplicação seja bastante vasto (quaisquer entidades econômico-administrativas onde haja um patrimônio sendo gerido – as chamadas AZIENDAS), para fins didáticos, seguiremos nosso raciocínio pensando na Contabilidade voltada para as empresas (estas, afinal, os maiores “clientes” daquela).

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Tudo começa com a ESCRITURAÇÃO, que é o registro de todas as ocorrências que afetam o patrimônio. Sendo a ciência que controla o patrimônio a fim de fornecer informações, é óbvio que a Contabilidade deve estar atenta a todos os fatos que alterem os bens, direitos e obrigações de uma empresa. Houve alteração? Deve-se efetuar o registro do que exatamente foi modificado no patrimônio: isso se chama lançamento que é, nada mais, nada menos, o debitar e o creditar na Contabilidade. Por ser o ponto de partida, é fundamental o entendimento de como se registra um fato, assunto que será cuidadosamente debatido adiante, em meio a vários exemplos.

A contabilidade existe para fornecer informações úteis, que auxiliem na tomada de decisões por parte dos usuários. Sendo assim, de nada adianta dizer ao dono de uma empresa que, em relação ao seu patrimônio, houve, por exemplo, cinco mil fatos que alteraram seu patrimônio e passar a narrar um festival de débitos e créditos. Será que ele compreenderia alguma coisa? Claro que não! É por isso que, após o registro de todos os fatos ocorridos em determinado período – ao qual denominamos de exercício social, com duração de um ano –, a empresa elabora demonstrativos diversos, cada um com uma finalidade específica, informando aos usuários, por exemplo, qual é o seu patrimônio em uma data determinada e o resultado (lucro ou prejuízo) apurado. Tais demonstrativos são conhecidos como DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ou DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, as quais resumem a escrituração, tornando-a mais amigável ao usuário.

A AUDITORIA, mais uma técnica, consiste na obtenção de evidências sobre as informações contidas nas demonstrações: todos os fatos foram realmente registrados de forma correta? As demonstrações foram elaboradas de acordo com os princípios e normas contábeis?

Por fim, a ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, também conhecida como análise das demonstrações financeiras ou análise de balanços, trata do estudo das demonstrações, através do qual elas são estudadas sob diferentes aspectos, de modo que o analista consiga extrair diversas informações, tais como liquidez, endividamento, rotatividade e rentabilidade.

TÉCNICAS → Registrar (escrituração), montar quadros com exposição detalhada (demonstrações), estudá-los (análise) e averiguar se está tudo certo (auditoria).

1.3 CONTAS

Imagine que você seja o responsável pela Contabilidade de alguém e chegou o momento de mostrar a essa pessoa qual é o patrimônio dela no final de determinado exercício social. Caso você diga “seu patrimônio é de R$ 1 milhão”, essa informação gerará, por certo, outras indagações do tipo “Mas um milhão em quê? Dinheiro? Casas? Terrenos? Valores a receber?” Ora, se a Contabilidade existe para fornecer informações, deve fazer isso de modo decente. A informação deve ser prestada levando-se em consideração que o patrimônio é composto de diversos itens. Para fins de comparação, para ficarmos só nos bens, alguém pode ter “apenas” um imóvel de R$ 2 milhões, enquanto outro pode ter dinheiro em caixa, dinheiro no banco, aplicações financeiras, terrenos, máquinas, móveis, veículos, utensílios, enfim, diversos itens que somados também cheguem ao valor de R$ 2 milhões. Observe que, embora os dois patrimônios (brutos) possuam um mesmo valor, eles têm uma composição muito diferente! É por isso que a Contabilidade fornece informações, indicando cada elemento que compõem o patrimônio de uma pessoa; e é cada elemento desse, cada item que forma o patrimônio de alguém, que chamamos de contas.

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Uma conta pode ser patrimonial ou de resultado. Contas patrimoniais são aquelas que retratam o patrimônio da entidade em determinada data e que, por isso, aparecem no Balanço Patrimonial: Ativo, Passivo e SL. As contas de resultado são utilizadas na aferição do resultado da empresa (desempenho econômico), ou seja, por meio delas ficamos sabendo se a empresa teve lucro ou prejuízo em determinado período. São as contas que aparecem na Demonstração do Resultado do Exercício: Receitas e Despesas.

Veja que uma conta pode pertencer a cinco grandes grupos: ATIVO, PASSIVO, SITUAÇÃO LÍQUIDA (SL), RECEITAS e DESPESAS. É importantíssimo entendermos a característica de cada um desses grupos, sabermos identificar, quando apresentados a uma conta, a qual grupo ela pertence, pois esse é o ponto de partida para o lançamento contábil.

Vamos, a partir daqui, estruturar nosso estudo da seguinte forma: em um primeiro momento, aprenderemos a identificar as contas do ativo, passivo e SL para, em seguida, entendermos como se dá o registro de fatos envolvendo tais grupos. Na sequência, apresentaremos os conceitos de despesas e receitas, com exemplos de lançamentos, mostrando cuidadosamente a diferença entre as contas usadas para aferir o resultado (receitas e despesas), e as utilizadas para evidenciar o patrimônio de alguém em determinada data (ativo, passivo e SL). Essa sequência foi cuidadosamente planejada para que você entenda – mas entenda mesmo! – o núcleo fundamental da disciplina: quais são os grupos de contas e como lançar. Vamos lá, então!

1.4 ATIVO

De modo simplificado, podemos definir ATIVO, também chamado de patrimônio bruto, como a parte positiva do patrimônio, representando os bens e direitos da entidade.

Já vimos que os bens podem ser tangíveis (possível tocar) ou intangíveis (sem substância física). Exemplos de bens corpóreos: caixa (nome dado ao dinheiro existente), mercadorias (o que a empresa compra para revender), produtos (o que a indústria fabrica para vender), máquina e equipamentos, móveis e utensílios, terrenos, edifícios, instalações (elétricas/hidráulicas), ferramentas e veículos. Já entre os bens imateriais, temos marcas e patentes, programas de computador, direito de exploração de uma mina4 e concessões obtidas do poder público.

Direitos representam todos os valores que a empresa tem a receber, quer porque tenha vendido mercadorias ou prestado serviços a prazo, quer porque tenha emprestado ou adiantado recursos a alguém. Também são classificados como direitos os tributos que a empresa tem direito de recuperar. Isso acontece porque há alguns tributos que, por definição, são não cumulativos, como o ICMS e o IPI, e outros que, dependendo do regime, também podem ser (PIS e COFINS). A não cumulatividade consiste em poder abater do valor do tributo devido na venda o valor pago por ele na compra. Exemplo: a empresa X comprou mercadorias pagando, embutido no preço, um ICMS de R$ 10. Quando, lá na frente, vendeu essa mercadoria, houve a incidência de ICMS no valor de R$ 15. Por conta da não cumulatividade, a empresa não precisará recolher aos cofres públicos o valor de R$ 15, pois poderá abater o valor do imposto pago na compra (R$ 10), de modo que, na hora do pagamento, será recolhido ao Estado apenas R$ 5 (R$ 15 – R$ 10). No caso apresentado, os R$ 10 de ICMS que foram pagos na compra ficam registrados em uma conta chamada ICMS a Recuperar, indicando um direito da empresa junto ao Estado,

4 Apesar da palavra direito, não se trata de valor a receber de alguém; por isso, essa conta é considerada um bem intangível.

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já que ela poderá compensar esse valor com o devido na venda. O objetivo aqui é que você saiba da existência de tributos que podem ser recuperados (compensados com os valores a recolher), indicando um direito da entidade e que, por isso, ficam no ativo: ICMS a Recuperar, IPI a Recuperar, PIS a Recuperar e COFINS e Recuperar.

Vamos imaginar algumas contas do ativo pensando no dia a dia: dinheiro na carteira, dinheiro no banco, relógio, computador, celular, carro, casa, aplicação financeira, empréstimo concedido a um amigo e adiantamento feito à doméstica.

Vejamos, agora, o conceito “oficial” de ativo dado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, no Pronunciamento que trata da Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro:

“Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade”.

Embora aparentemente complicado, esse conceito não se contrapõe à ideia de que no ativo ficam os bens e os direitos; sendo assim, não pense que, de repente, você não está entendendo mais nada. Vamos ver o que o CPC quer dizer:

“É um recurso controlado pela entidade” – O ativo necessariamente dever estar sob o controle da empresa. Se um bem consta formalmente como sendo de propriedade de “X” mas está sob controle de “Y”, que usufrui dos benefícios de seu uso e assume os riscos inerentes a essa utilização, referido bem deve figurar no Ativo de “Y”.

“Como resultado de eventos passados” – Se você sonha em, no futuro, adquirir uma bela casa de praia, não é por isso que vai, de imediato, registrá-la em seu ativo, pois o evento (aquisição da casa) ainda não aconteceu, é algo que só vai ocorrer no futuro. O fato precisa ter acontecido – ser um evento passado –, para que a casa possa aparecer no Ativo;

“E do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade” – Um ativo sempre vai gerar benefício econômico para a entidade, seja pela venda, seja pelo uso. Por exemplo, quando a empresa vende um estoque, cedo ou tarde receberá recursos (dinheiro) como pagamento, por isso, diz-se que o ativo “mercadorias” resulta em benefício econômico. Mas nem só pela venda um ativo pode gerar benefícios. Uma máquina utilizada para fabricação de produtos contribui, certamente, para que tais produtos fiquem aptos para a venda; por isso, ela também participa da geração de benefícios econômicos.

CPC

Cabe aqui um breve apanhado sobre o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), entidade autônoma criada pela Resolução CFC nº 1.055/05 tendo como objetivos estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade e divulgar informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e à uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a

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convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais. O CPC é formado por seis entidades5:

Abrasca – Associação Brasileira das Companhias Abertas;

Apimec Nacional – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais;

BM&F Bovespa;

CFC – Conselho Federal de Contabilidade;

Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil;

Fipecafi – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras da FEA/USP.

Com a globalização consolidada e o crescente desenvolvimento do mercado de capitais, soa cada vez mais estranha a ideia de cada país possuir regras e práticas contábeis específicas. Isso porque é comum vermos empresas que operam em diversos países tendo, por isso, que fornecer informações aos seus usuários espalhados mundo afora: já pensou no custo para ajustar as informações contábeis às regras de cada país? Nesse contexto, em 1973, foi criado o IASC6 (International Accounting Standards Committee), com o objetivo de definir critérios e padrões contábeis universais, através da emissão de normas internacionais de contabilidade, as chamadas IAS (International Accounting Standards). A partir de 2001, o IASB (International Accounting Standards Board), criado inicialmente como órgão do IASC, passou a emitir os pronunciamentos contábeis, que passaram a ser chamados de IFRS (International Financial Reporting Standard).

Foi considerando a necessidade de harmonização da contabilidade brasileira às normas emitidas pelo IASB que a Lei nº 11.638/07 estabeleceu o seguinte em seu artigo 10–A:

“A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central do Brasil e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orientações técnicas emitidas.”

Surgia, assim, o fundamento legal para a adoção dos pronunciamentos do CPC pelas entidades reguladoras brasileiras. Hoje, com ampla participação de vários agentes que vivenciam as normas contábeis sob diferentes aspectos, os pronunciamentos são elaborados – sendo sua aplicação estendida a todas as entidades através de Resoluções do CFC – e, via de regra, aprovados pelas entidades reguladoras (CVM, BACEN, SUSEP, etc.), legitimando e revestindo de legalidade o trabalho realizado pelo CPC.

As bancas cada vez mais têm cobrado os pronunciamentos em suas provas. É importante que você saiba, pelo menos pra começo de conversa, a ideia geral dos principais pronunciamentos. Cabe destacar, entretanto, que os CPCs não são de fácil leitura, pois têm linguagem cheia de “viagens contábeis”. Desse modo, é importante, sim, que você leia e releia o kit básico sobre pronunciamentos que consta no final do nosso material, mas isso somente depois que estiver rapazinho ou mocinha na contabilidade.

5 Receita Federal, Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados, Febraban e Confederação Nacional das Indústrias são membros convidados do CPC.

6 Em julho de 2010, o IASC mudou formalmente seu nome para Fundação IFRS. O nome do International Accounting Standards Board (IASB) permaneceu inalterado.

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1.5 PASSIVO

O passivo é formado pelas dívidas da entidade, ou seja, por tudo o que a empresa está devendo para terceiros (por isso mesmo também é conhecido como capital de terceiros). Quaisquer contas a pagar (títulos a pagar, duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar), empréstimos e financiamentos obtidos, adiantamentos recebidos de alguém, tributos a recolher, dívidas junto a fornecedores, enfim, tudo o que devemos fica no nosso passivo.

Lembrando o que foi dito anteriormente, não é um passivo grande, por si só, que vai indicar que minha situação está ruim. Por exemplo, se peguei um empréstimo de R$ 1 mil, mas possuo esse dinheiro no caixa (ou aplicado em máquinas, mercadorias, etc.), minha riqueza não foi alterada (não fiquei “mais rico” nem “mais pobre”), pois se é verdade que tenho uma dívida de R$ 1 mil, também é verdade que esse valor está no meu ativo. Basta eu realizar os bens (ou seja, transformá-los em dinheiro) e pagar a obrigação. Seguindo o mesmo raciocínio, não é porque tenho um ativo de R$ 1 milhão que posso dizer que estou em uma situação confortável; isso porque posso estar com esse dinheirão na conta, mas, ao mesmo tempo, dever igual quantia ao banco. Não custa lembrar, então, algo que vai ser importante para entendermos adiante a diferença entre passivo e despesa, bem como entre ativo e receita:

a) Não é um ATIVO grande, por si só, que vai indicar que minha SITUAÇÃO LÍQUIDA também é grande ou está aumentando;

b) Não é um PASSIVO enorme, por si só, que vai indicar que minha SITUAÇÃO LÍQUIDA é pequena ou está diminuindo.

Cabe também citarmos a definição de PASSIVO dada pelo CPC:

“Passivo é uma obrigação presente da entidade, como resultado de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos”.

Pegando carona nas explicações dadas em relação ao conceito de ativo, temos que, da mesma forma que não registramos intenções no ativo, não há registro de obrigação se só vou ficar devendo no futuro, pois se vou financiar uma casa algum dia, ficarei devendo apenas quando esse momento chegar. Quanto à parte sublinhada no conceito, quando chegar a hora de liquidar a dívida, como regra, serão utilizados recursos capazes de gerar benefícios econômicos (pagarei em dinheiro => dinheiro é ativo => logo, capaz de gerar benefícios econômicos).

1.6 SITUAÇÃO LÍQUIDA

Quando alguém resolve começar uma empresa deve, necessariamente, entregar algum recurso para que a pessoa jurídica comece a funcionar, afinal, a empresa precisa de algo para sair do papel. Pois bem, esse recurso inicial entregue pelos sócios é chamado de capital social, e é sobre essa conta que vamos nos deter, em um primeiro momento, para sacramentar a ideia de que é a SL que vai evidenciar quanto do patrimônio efetivamente pertence ao sócio.

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Imagine que João e José resolveram abrir uma empresa tendo, cada um, se comprometido a entregar R$ 50 em dinheiro para a formação do capital (com a promessa dos sócios de que vão colocar recursos na empresa, surge a figura do capital subscrito). Após a entrega dos recursos, o capital, enfim, passa a ser considerado como realizado ou integralizado, significando que o que foi prometido pelos sócios acaba de ser cumprido. Imagine que pela manhã eles abriram a empresa, subscrevendo e integralizando, em dinheiro, um capital de R$ 100. O patrimônio fica assim:

ATIVO SITUAÇÃO LÍQUIDA Caixa--------100 Capital Social-------100

Acontece que à tarde eles se arrependem e decidem liquidar a empresa. Como não há dívidas, tudo o que existe no ativo pertence aos sócios; sendo assim, cada um vai colocar no bolso os R$ 50 que entregaram na parte da manhã.

Agora imagine que após a integralização do Capital a empresa tenha obtido um empréstimo bancário de R$100 mil. Teríamos o seguinte Balanço Patrimonial7 :

ATIVO PASSIVO

Caixa 100 Empréstimos 100.000

Bancos 100.000 PL

Capital Social 100

Ativo Total 100.100 Passivo Total 100.100

Agora, caso resolvam acabar com a empresa, quanto cada sócio vai botar no bolso? Simples, continua sendo o valor de R$ 50 para cada. Veja que o primeiro passo será pagar todas as dívidas. Ora, usando o dinheiro da conta corrente para pagar a obrigação bancária, a empresa voltará à situação de possuir apenas R$ 100 aplicados no caixa. Veja que o valor constante no ativo (patrimônio bruto) não pertence, efetivamente, ao sócio, não faz parte de “sua riqueza”. Devemos diminuir do patrimônio bruto todas as dívidas e, aí sim, chegamos ao que os sócios colocarão no bolso no final das contas. Repetindo, é a SITUAÇÃO LÍQUIDA que vai indicar:

• a riqueza da entidade;

• quanto, efetivamente, o titular do patrimônio possui de recursos próprios;

• quanto, no final das contas, o sócio bota no bolso caso ocorra a liquidação da empresa;

• se ao longo do tempo a pessoa “está ficando mais rica” ou “mais pobre”.

Mas a SL não é formada apenas do capital colocado inicialmente na empresa. Primeiro, porque, a qualquer momento, os sócios podem aumentar esse capital mediante novos aportes, bem como diminui-lo. Segundo porque outros fatores também influenciam na riqueza do proprietário, sendo o mais conhecido deles, o lucro. Ora, se, ao longo de suas operações, a empresa tem mais receitas do que despesas, diz-se que obteve um lucro e tal resultado

7 Demonstração que mostra a situação patrimonial da entidade em determinada data. Por convenção, do lado esquerdo ficam as contas do Ativo, e do lado direito, as do Passivo e PL. A Lei nº 6.404/76 (base da contabilidade) chama o lado direito do balanço, composto de Passivo (dívidas) e Patrimônio Líquido, de PASSIVO. Como os dois lados do balanço sempre terão o mesmo valor, diz-se que o ATIVO vai sempre bater com o PASSIVO TOTAL (termo que engloba o Passivo Exigível e o PL).

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aumenta sua riqueza. Caso, entretanto, ocorra prejuízo em determinado período (despesas superiores às receitas), a SL da empresa fica menor.

Outra coisa: quando ocorre lucro, a empresa pode aproveitar o bom momento e, por segurança, destinar parte dele para a constituição das reservas de lucros, guardando, assim, um pouco da “gordura” criada para usar, caso necessário, em determinadas ocasiões no futuro8. Há, ainda no Patrimônio Líquido (é como chamamos a situação líquida quando ela é positiva), outros tipos de reservas que não são originadas do lucro da companhia, as chamadas reservas de capital, bem como os ajustes de avaliação patrimonial, as ações em tesouraria e os prejuízos acumulados.

Vejamos, por fim, que o CPC deu uma definição bem simples para o PL:

“Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus Passivos.”

“Noves fora”, temos o seguinte: PL é igual a ativo menos passivo.

1.7 ENTENDENDO O QUE HÁ POR TRÁS DO LANÇAMENTO CONTÁBIL

Origens e Aplicações e o Método das Partidas Dobradas

Origens e Aplicações

A Contabilidade está toda pautada na ideia de que, para toda aplicação, há uma origem. Se algo mexe com o patrimônio de alguém, podemos garantir que houve, pelo menos, uma origem e uma aplicação em relação ao fato; por isso, diz-se que as origens sempre serão iguais às aplicações – eis porque os dois lados do balanço sempre são iguais. Não é exagero dizer que esse é o fundamento que está por trás de toda a ciência contábil.

Ora, se a Contabilidade é a ciência voltada para o fornecimento de informações sobre o patrimônio, não basta dizer, por exemplo, que houve o recebimento de R$ 100 em dinheiro ou o pagamento de R$ 200. Os R$ 100 vieram de onde? Os R$ 200 foram pagos a título de quê? Perceba que o fornecimento de informações deve acontecer de modo satisfatório. Os R$ 100, com certeza, tiveram alguma origem (doação, venda à vista, recebimento de um cliente, empréstimo obtido). Do mesmo modo, o valor de R$ 200 foi aplicado em alguma coisa (compra de um bem, empréstimo a alguém, pagamento de uma dívida). Podemos garantir, então, que quando ocorre um evento que altera o patrimônio, o chamado fato contábil, pelo menos dois itens são movimentados, existindo, assim, uma origem e uma aplicação.

Inicialmente

UNIGRAFIA → Registro do fato contábil levando em consideração que apenas um item do patrimônio era alterado. Exemplo:

8 Há diversos tipos de Reservas de Lucros, cada uma criada com uma finalidade específica.

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Fato 1: Houve entrada de dinheiro de R$ 100.

Fato 2: Houve saída de dinheiro de R$ 200.

Com o avanço da contabilidade...

DIGRAFIA → Registro do fato contábil levando em consideração que pelo menos dois itens do patrimônio são movimentados.

Fato 1: Houve entrada de dinheiro de R$ 100, porque peguei emprestado de alguém

Fato 2: Houve saída de dinheiro de R$ 200, porque comprei um veículo à vista

A digrafia contábil é mais conhecida como “Método das Partidas Dobradas” e significa que uma conta registrada (partida) terá a companhia de outra (contrapartida), por isso, o termo “partidas dobradas” nada tem a ver com uma mesma coisa sendo feita duas vezes.

Já vimos que tudo na Contabilidade começa com o registro das ocorrências que alteram o patrimônio e que, por causa da regra das origens e aplicações, ocorrido um fato contábil, pelo menos duas contas são movimentadas, o que significa dizer que elas sofrerão aumentos ou diminuições. Como vamos, então, registrar os acréscimos e decréscimos ocorridos nas contas?

Será na forma de redação?

“Houve entrada de dinheiro de R$ 100 porque peguei emprestado de alguém”

“Houve saída de dinheiro de R$ 200 porque comprei um veículo à vista”

Será na base de sinais ou setas?

+ Dinheiro ↑ Caixa

+ Empréstimo Obtido ↑ Empréstimo

+ Veículos ↑ Veículos

– Dinheiro ↓ Caixa

Nada disso! Na Contabilidade, o registro dos aumentos e diminuições nas contas é feito pelas palavras “débito” e “crédito”. Cabe alertar, desde já, que “débito” e “crédito”, aqui, não possuem a conotação dada no cotidiano. São, isso sim, convenções adotadas para registrar os fatos (escolhidas, pense, em detrimento das setinhas, dos sinais e do “estilo redação”). Para que não reste dúvida, e mesmo que pareça estranho, imagine que, ao invés das palavras débito e crédito, poderiam ter sido escolhidas outras quaisquer (“sol e lua” ou “sal e açúcar”) e, mesmo assim, a contabilidade continuaria funcionando normalmente. Entenda, então, que para fins de escrituração:

a) DÉBITO não significa algo ruim (nem bom);

b) CRÉDITO não significa algo bom (muito menos ruim);

c) São, simplesmente, convenções utilizadas para o registro dos aumentos e diminuições que ocorrem nas contas

Seguindo o raciocínio que levará à regra para registro dos fatos, houve a vinculação dos débitos e créditos à ideia das origens e aplicações, já que tudo na Contabilidade funciona com base

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nessa premissa. Ficou convencionado, então, que os créditos representariam as origens, e os débitos as aplicações.

DÉBITOS = APLICAÇÕES

CRÉDITOS = ORIGENS

O passo seguinte foi a identificação do que seria origem e do que seria aplicação no patrimônio. De onde vêm os recursos? De terceiros (empréstimos, por exemplo), dos proprietários (capital social, reservas) e das receitas (uma doação, por exemplo, representa uma fonte de recurso). Passivo, PL e receitas representam, assim, as origens. Por sua vez, tais recursos são aplicados na compra de bens (máquinas, mercadorias, veículos), podem ser emprestados a alguém (direitos) ou usados para pagamentos de serviços ou consumos, as chamadas despesas; diz-se, por isso, que ativo e despesas representam as aplicações. É importante fixar que:

ATIVO e DESPESAS → APLICAÇÕES

PASSIVO, PL e RECEITAS → ORIGENS

Estava, assim, aberto o caminho para o lançamento contábil. Se as aplicações correspondiam aos débitos, era só debitar uma aplicação para que ela fosse aumentada, por conta de sua natureza devedora. Ter natureza devedora significa, obviamente, gostar de débitos, aumentando diante deles e não gostar de crédito, diminuindo diante dele. Com as contas de natureza credora acontece exatamente o contrário.

Como ativo e despesa representam uma aplicação, e uma vez convencionado que as aplicações são os débitos, temos que ativo e despesas possuem natureza devedora (adoram débitos). Isso significa que, para uma conta do ativo ou de despesa ser aumentada, debitamos referida conta (damos a ela o que ela gosta: débitos). É por isso que, na Contabilidade, quando entra dinheiro na empresa, debitamos a conta caixa (caixa é do ativo, e ativo adora débitos!). Por seu turno, para diminuirmos uma conta do ativo, devemos creditá-la (lembre que conta de natureza devedora detesta créditos). O raciocínio traçado para a conta caixa pode ser estendido às demais contas do ativo (exceto às retificadoras, conforme adiante se verá).

Perceba que o fato de uma conta adorar débitos não significa que ela nunca será creditada, por favor! Significa apenas que ela aumentará por meio de débitos e diminuirá através de créditos. As contas do ativo, vamos repetir até cansar, podem ser debitadas (para aumentar) ou creditadas (para diminuir). Caixa, por exemplo, cada vez que diminui é creditada e nem por isso deixa de ser conta do Ativo.

Como as contas do passivo, PL e receitas representam origens, e uma vez convencionado que as origens são os créditos, temos que passivo, PL e receitas possuem natureza credora (adoram créditos). Dito isso, você já sabe, então, que, para aumentarmos uma conta de tais

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grupos, devemos creditar referida conta (afinal elas adoram créditos). Como adoram créditos, diante daquilo que não gostam (débitos), elas diminuem. “Como assim uma conta aumenta ou diminui?”. Estamos nos referindo, obviamente, ao saldo das contas.

Lembra que a Contabilidade trata do patrimônio? Pois bem, cada item desse patrimônio possui um valor (se não puder ser quantificado em bases confiáveis, não será alcançado pela Contabilidade). Quando compramos um carro, o saldo da contas veículos será aumentado: se era zero, não é mais. Se já existia algum valor, ele agora cresceu. “Aumentar ou diminuir uma conta” significa, então, aumentar ou diminuir o saldo existente em determinada conta, afinal, se um fato mexeu com uma, ela foi aumentada ou diminuída (não há uma terceira hipótese).

Debitar e creditar é muito simples. Basta que você saiba quais contas têm natureza devedora e quais possuem natureza credora. Repetindo: as contas de natureza devedora adoram débitos e detestam créditos; logo, débito para aumentar e crédito para diminuir. As contas de natureza credora, por sua vez, adoram créditos e detestam débitos; sendo assim, para aumentar, crédito, e para diminuir, débito. Ativo e despesa têm natureza devedora e passivo, PL e receita possuem natureza credora. Pronto, você já possui todo o instrumental para registrar os fatos contábeis. Não esqueça:

Como ativo e despesa têm natureza devedora:

Para AUMENTAR → Débito

Para DIMINUIR → Crédito

Como passivo, PL e receita têm natureza credora:

Para AUMENTAR → Crédito

Para DIMINUIR → Débito

Pode causar estranheza, para quem está vendo o assunto pela primeira vez, o fato de “algo bom” (ativo) ter o mesmo funcionamento de “algo ruim” (despesas). A lógica, para alguns iniciantes, seria que toda a parte boa (ativo, PL e receitas) tivesse saldo credor e a parte ruim (passivo e despesas), saldo devedor. Desse modo, aí sim, na entrada de dinheiro creditaríamos caixa! Acontece que a contabilidade não está fundamentada em uma equação em que, de um lado, temos “coisa boa” e, do outro, “coisa ruim”. A lógica contábil, como dissemos, gira em torno da equação em que, de um lado, temos as origens (passivo, PL e receitas) e, do outro, as aplicações (ativo e despesas). Como todas as origens possuem um mesmo mecanismo de funcionamento (seria ilógico imaginar parte funcionando de um jeito, parte de outro), passivo, PL e receitas seguem um mesmo caminho na escrituração. Da mesma forma, enquanto aplicações, ativo e despesas caminham juntos, ambos aumentando pelos débitos e diminuindo pelos créditos.

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Chegamos a um ponto decisivo no nosso estudo. A regra para lançar é simples, mas como estamos acostumados à ideia de que débito é ruim e crédito é bom, por vezes complicamos algo desnecessariamente. Não confunda. Mire no seguinte:

• A contabilidade deve controlar o patrimônio;

• Esse controle começa pelo registro de todos os fatos que alteram o patrimônio;

• Registrar é indicar que pelo menos duas contas foram movimentadas (aumentando ou diminuindo);

• Esses aumentos e/ou diminuições são representados por débitos e créditos que, por sua vez, são simples convenções contábeis. Não representam, de modo algum, algo “ruim” ou “bom”;

• Cientes disso, para sabermos quando debitar ou creditar, devemos nos ater à natureza das contas;

• Contas do ativo e de despesas têm natureza devedora, as do passivo, PL e receitas têm natureza credora;

• Por terem natureza devedora, contas do ativo e de despesas são aumentadas pelo débito e diminuídas pelo crédito;

• Por terem natureza credora, contas do passivo, PL e receitas são aumentadas ao serem creditadas e diminuídas ao serem debitadas.

Vamos, agora, treinar, lançando alguns fatos contábeis envolvendo apenas contas patrimoniais (ativo, passivo e PL), no valor hipotético de R$ 100:

Fatos envolvendo apenas contas do ATIVO/PASSIVO/PL

01. Compra de mercadorias à vista

Para quem está começando, é bom iniciar com fatos que envolvam entrada e saída de dinheiro. Se entrar dinheiro, DEBITA caixa (E no crédito, professor? É só responder: entrou por quê?). Se sair dinheiro, CREDITA caixa (E no débito: saiu para quê?). No caso:

D- Mercadorias----100 (houve a entrada de mercadorias)

C- Caixa-------------100 (“saiu dinheiro, credita caixa”)

Fazendo passo a passo...

Tudo começa com a interpretação do fato, obviamente. Quais itens do patrimônio estão envolvidos nessa ocorrência? Mercadorias e Caixa. Aumentando ou diminuindo? Mercadorias aumentando (mais mercadorias na empresa) e Caixa diminuindo (saindo por conta do pagamento). Agora é só identificar a natureza das contas:

Mercadorias => ATIVO => Natureza Devedora (adora débitos)

Caixa ======> ATIVO => Natureza Devedora (detesta créditos)

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Como a Contabilidade funciona na base de débitos e créditos:

D- Mercadorias----100 (para aumentar o saldo de uma conta que gosta de débito)

C- Caixa--------------100 (para diminuir o saldo de uma conta que detesta crédito)

Algumas observações:

Esse mesmo lançamento poderia aparecer assim:

Mercadorias------100

a Caixa-------------100

Ou seja, nada na frente da conta debitada e um “a” na frente da conta creditada.

Por convenção, sempre a conta debitada vai aparecer antes da conta creditada.

De acordo com a Resolução CFC nº 1.330/11, que aprova a ITG 2000 – Escrituração Contábil, a escrituração deve conter, no mínimo: data do registro contábil, conta devedora, conta credora, histórico, valor e informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que integram um mesmo lançamento contábil. Por questões didáticas, porém, apresentaremos os lançamentos apenas com débito, crédito e valor.

02. Compra de mercadorias a prazo

Quando a empresa compra mercadorias, referido item entra em seu patrimônio. Como Mercadorias é do ativo e, por isso, adora débitos, devemos debitar tal conta. Se tivesse sido paga à vista, creditaríamos a conta caixa (“saiu dinheiro, credita caixa”). No caso, porém, a empresa acertou o pagamento para depois, ficando com uma dívida junto ao seu fornecedor (para aumentar uma conta do passivo, você já sabe, creditamos referida conta):

D- Mercadorias----100 (mais uma vez, houve a entrada de mercadorias)

C- Fornecedores---100 (Passivo tem saldo credor, logo, adora créditos)

Não confunda compra de mercadorias a curto prazo com compra à vista de mercadorias, hein?! Na compra à vista, o dinheiro sai do caixa da empresa no ato. Na compra a curto prazo a empresa assume uma dívida que tem vencimento daqui a pouco. Perceba a diferença através nos exemplos seguintes:

Compra de mercadorias à vista: debita mercadorias e credita caixa.

Compra de mercadorias a curto prazo: debita mercadorias e credita duplicatas a pagar no curto prazo (ou fornecedores).

Compra de mercadorias a longo prazo: debita caixa e credita contas a pagar no longo prazo (ou fornecedores LP).

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03. Pagamento de fornecedores

Quando chegar a hora de pagar a dívida junto ao fornecedor (continuando o fato anterior), a empresa irá desembolsar dinheiro (crédito na conta caixa).

D- Fornecedores----100 (para diminuir o saldo de uma dívida, debitamos tal dívida)

C- Caixa---------------100

04. Recebimento de duplicatas de clientes

Quando a empresa vende a prazo, fica com um direito perante seus clientes. Na hora em que o cliente paga, a empresa registra a entrada de dinheiro (debitando caixa) e dá baixa no respectivo direito, afinal ele acaba de ser recebido. Não esqueça que você pode “conversar” com o fato contábil: “Entrou dinheiro (D- Caixa) por quê? Porque houve o recebimento de uma duplicata a receber (ou clientes)”

D- Caixa-------100

C- Clientes----100 (a origem do dinheiro foi o recebimento de um cliente)

05. Empréstimo bancário obtido

Quando a entidade pega um empréstimo fica, por certo, com uma dívida perante a instituição financeira. Para registrar uma dívida, sabemos, devemos creditá-la, visto que as obrigações possuem saldo credor.

D- Bancos c/ Movimento-------100 (para aumentar um ATIVO, débito)

C- Empréstimos Bancários---100 (para aumentar um PASSIVO, crédito)

É simples: “de onde veio o recurso que entrou na conta-corrente (D- Bancos)? De um empréstimo que peguei no banco (C- Empréstimos)”

06. Pagamento de empréstimo bancário, sem juros

Quando do pagamento do empréstimo, há saída de dinheiro da conta da empresa, pelo que ela é creditada. Já a obrigação, para ser eliminada (ou diminuída, conforme o caso), será debitada:

Empréstimos---------------------100

a Bancos c/Movimento--------100

Perceba que o dinheiro que estava na conta corrente da empresa foi aplicado na quitação de um empréstimo. Com isso, verificamos que uma conta do ATIVO pode, dependo do fato, funcionar como uma ORIGEM bastando, para isso, que apareça no crédito. Uma conta do PASSIVO, por seu turno, também pode aparecer como aplicação, no caso de ser diminuída. Sendo assim:

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APLICAÇÃO → aumento de Ativo e Despesa; diminuição de Passivo, PL e Receita

ORIGENS → aumento de Passivo, PL e Receita; diminuição de Ativo e Despesa

07. Empréstimos concedidos a empresas coligadas9

Emprestar dinheiro a alguém significa ficar com um direito. Para registrar o surgimento (ou aumento) de um direito, debitamos tal direito. Quanto à saída do dinheiro, você já sabe: crédito na conta caixa!

D- Empréstimo a Coligadas-------100

C- Caixa----------------------------- --100

08. Recebimento de empréstimos concedidos a empresas coligadas

Com o recebimento do dinheiro há, de cara, um débito na conta caixa. Para identificarmos qual será a conta creditada, basta perguntarmos: “de onde veio o dinheiro?” Um empréstimo concedido acaba de ser quitado, devemos, portanto, dar baixa nesse direito:

D- Caixa------------------------------100

C- Empréstimo a Coligadas------100

09. Subscrição de Capital no valor de R$ 100, para posterior integralização

Quando resolvem abrir uma empresa, os sócios definem qual será o capital social. Esse é o chamado capital subscrito, que significa o capital que os sócios se comprometem a entregar para a formação da empresa. Como, em um primeiro momento, o capital subscrito ainda está no campo da “promessa”, a contrapartida será uma conta retificadora do PL10 denominada capital a realizar (ou capital a integralizar):

D- Capital a Integralizar--------100

C- Capital Social------------------100

Caso precisássemos demonstrar o PL nesse exato instante, a informação apareceria do seguinte modo:

Patrimônio Líquido

Capital Social---------------100

Capital a Integralizar ----(100)9 Se a empresa X possui influência significativa na empresa Y, diz-se que Y é coligada de X.10 Como é retificadora do PL, a conta Capital a Integralizar possui natureza devedora e por isso está sendo debitada ao

surgir. Falaremos sobre contas retificadoras adiante.

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10. Integralização do Capital: R$ 50 em dinheiro e R$ 20 em máquinas

Dando sequência ao fato anterior, imaginemos que ato contínuo à subscrição do capital, tenha ocorrido a realização no montante de R$ 70. Observe que não se trata de aumento do capital prometido (subscrito), mas tão somente da realização de parte da promessa. Devemos, assim, diminuir a conta capital a integralizar registrando, em contrapartida, a entrada do dinheiro e das máquinas no patrimônio.

D- Caixa--------------------------50

D- Máquinas--------------------20

C- Capital a Integralizar------70

Com isso, a informação no Balanço apareceria assim:

Patrimônio Líquido

Capital Social---------------100

Capital a Integralizar -----(30)

Observe que, agora, do capital prometido (subscrito), só está faltando cumprir o valor de R$ 30. Por dedução, conclui-se que o capital realizado é R$ 70. Para finalizar o raciocínio, quando todo o capital for realizado, não haverá mais necessidade de aparecer a conta retificadora:

Patrimônio Líquido

Capital Social---------------100

Veja que todo o capital já foi realizado. Nada mais há a integralizar.

11. Aumento de Capital mediante a utilização de Reservas de Lucros

Contas envolvidas: capital e reservas de lucros, ambas do PL. Como as contas do PL – com exceção das retificadoras – adoram crédito, basta creditar a conta que está aumentando e debitar a que está diminuindo. No caso, as reservas estão sendo usadas (diminuídas) para aumentar o capital:

D- Reservas de Lucros-------100

C- Capital------------------------100

Contas Retificadoras

Existem contas que aparecem no patrimônio diminuindo o saldo do grupo ao qual pertencem são as chamadas contas retificadoras. Elas retificam o saldo de algum item do patrimônio (no caso, a conta retificada) servindo como uma espécie de alerta ao usuário da informação contábil.

Por exemplo, um veículo adquirido por R$ 100 mil, irá perder valor ao longo do tempo, conforme for sendo usado. Essa perda, por certo, será reconhecida pela Contabilidade e, no ativo, logo

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abaixo da conta veículos, aparecerá uma espécie de “aviso” de que tal item já perdeu valor. Veja abaixo:

No Balanço Patrimonial

Veículos---------------------------100.000

(-) Depreciação Acumulada--(40.000)

Essa situação indica que, contabilmente falando, o veículo já perdeu 40% de seu valor. Caso não existisse esse “alerta”, o dono do patrimônio pensaria indevidamente que o valor contábil de seu bem ainda seria o valor da aquisição. Perceba que, na situação dada, o valor contábil do veículo é de apenas R$ 60 mil, já que a conta depreciação acumulada está diminuindo o valor do Ativo. Isso ocorre com todas as contas retificadoras, pois para retificarem, elas necessariamente possuem natureza contrária ao da conta retificada. Sendo assim:

Uma conta retificadora do ativo possui natureza credora; e

Uma conta retificadora do passivo e do PL possui natureza devedora.

Por isso, para uma conta retificadora do ativo ter seu saldo aumentado, ela deverá ser creditada. Por sua vez, as contas retificadoras do passivo/PL são aumentadas por débitos. Vejamos alguns exemplos:

Contas Retificadoras do ATIVO Conta(s) Retificada(s)

Depreciação Acumulada Bens de uso (máquinas, equipamentos, veículos, etc.)

Amortização Acumulada Bens Intangíveis

Exaustão Acumulada Direitos de Exploração de Recursos Minerais

Perdas Estimadas na Realização de Investimentos Investimentos

Perdas Estimadas para Créditos de Liquidação Duvidosa Duplicatas a Receber

Perdas Estimadas em Estoque Estoques de Mercadorias

Contas Retificadoras do PASSIVO Conta Retificada

Encargos Financeiros a Transcorrer Empréstimos Obtidos

Custos a Amortizar Financiamentos

Deságio a Apropriar Debêntures a Resgatar

São exemplos de contas retificadoras do PL: Capital a Realizar, Gastos com Emissão de Ações, Ajustes de Avaliação Patrimonial (quando apresentar saldo devedor), Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. A intenção, nesse momento, é apenas dar notícia sobre a existência de contas retificadoras. Não sofra, portanto, com o nome complicado de contas desconhecidas.

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Uma primeira etapa foi vencida, sabemos o que é ATIVO, PASSIVO e PL, bem como os fundamentos para o registro dos fatos contábeis envolvendo tais grupos. Vamos, na sequência, inserir DESPESAS e RECEITAS no nosso estudo!

1.8 DESPESAS

Despesa é uma ocorrência (geralmente a utilização de um serviço ou consumo de um bem), que diminui o PL da entidade. Cabe, de início, diferenciar despesa de passivo, confusão por vezes feita por quem iniciando na matéria. Para isso, vamos destacar os cinco fatos que não alteram o valor do PL (chamados de fatos permutativos):

Se ↑ PASSIVO mas, no mesmo valor, ↑ ATIVO => não altera o valor do PL

Ex.: Empréstimo bancário obtido (aumenta bancos e empréstimos)

Se ↓ PASSIVO mas, no mesmo valor, ↓ ATIVO => não altera o valor do PL

Ex.: Pagamento de um Empréstimo (diminui bancos e empréstimos)

Se ↓ ATIVO mas, no mesmo valor, ↑ ATIVO => não altera o valor do PL

Ex.: Compra de mercadorias à vista (diminui caixa, mas aumenta mercadorias)

Se↓ PASSIVO mas, no mesmo valor, ↑ PASSIVO => não altera o valor do PL

Ex.: Troca de um dívida de curto prazo por uma de longo prazo

e) Se ↑ PL mas, no mesmo valor, ↓ PL => não altera o valor do PL

Ex.: Aumento de capital com reservas (aumenta capital, mas diminui reservas)

Podemos dizer que todos esses fatos, do ponto de vista da riqueza patrimonial (PL), configuram um empate: saímos deles “nem mais ricos, nem mais pobres”. Observe que neles, ocorre “algo bom” (↑ATIVO ou ↓PASSIVO) mas, concomitantemente, acontece “algo ruim” (↓ATIVO ou ↑PASSIVO). No caso das Despesas, entretanto, no final das contas, ocorre “algo ruim” (↓ATIVO ou ↑PASSIVO), sem a contrapartida do “algo bom” para configurar o empate, e é por isso que quando ocorre uma Despesa, o PL diminui. Vejamos o exemplo de alguém que trabalhou para você em determinado mês:

Como você se utilizou desse serviço, no final do mês deverá debitar a despesa de salários (como regra, a despesa é sempre debitada). E no crédito? Ora, se o pagamento for efetuado dentro do mês, haverá a saída de dinheiro (crédito em caixa); caso o pagamento fique para o mês seguinte, surgirá uma obrigação (crédito em salários a pagar). Veja que:

Despesa de salários paga no mês de sua ocorrência:

D – Salários

C – Caixa → despesa que resulta em diminuição de ATIVO

Despesa de salários que ficou para ser paga no mês seguinte

D – Salários

C – Salários a Pagar → despesa que resulta em aumento do PASSIVO

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Seja qual for a despesa (salários, energia, água e esgoto, lanches e refeições, fretes e carretos, propaganda e publicidade, etc.), ela deverá ser registrada no mês de sua ocorrência, independente de pagamento.

É comum o seguinte raciocínio: “Mas como propaganda pode ser considerada despesa, já que ela vai trazer retorno (receita) para a empresa?”. Ora, toda e qualquer despesa é feita objetivando a percepção de uma receita. O raciocínio traçado para a conta “propaganda e publicidade” vale para as demais despesas, portanto. Para o empresário conseguir vender suas mercadorias, por exemplo, ele deverá pagar salários aos vendedores, bem como utilizar telefone, água, energia, etc. despesa, portanto, não significa desperdício, pelo contrário, é uma etapa necessária à obtenção de uma receita por parte da entidade.

O CPC, no pronunciamento que trata da estrutura conceitual básica, definiu despesa do seguinte modo:

“Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais”.

Vamos analisar o conceito:

“São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil” – A despesa resulta em diminuição na situação líquida da empresa em determinado ano.

“Sob a forma de saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos que resultam em decréscimo do patrimônio líquido” – A despesa ocasionará redução do ativo (se for paga no mês de sua ocorrência) ou aumento do passivo (se ficar para ser paga no mês seguinte). Entretanto, não custa lembrar: nem todo aumento do Passivo ou diminuição do ativo configura despesa (é só lembrar dos fatos permutativos).

“E que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais” – Nem toda diminuição do PL é ocasionada por fatos envolvendo despesa. Pode acontecer, por exemplo, distribuição de dividendos ou devolução de capital aos sócios, hipóteses nas quais o PL da entidade resulta diminuído, conforme lançamentos abaixo:

Distribuição de dividendos:

D- Lucros Acumulados (↓ PL)

C- Dividendos a Pagar (↑ PE)

Devolução de capital:

D- Capital Social (↓ PL)

C- Caixa (↓ A)

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Não há motivo para confundirmos despesa com passivo. Pode, inclusive, ocorrer uma despesa e não haver qualquer repercussão no passivo, no caso de despesa paga à vista. Somente quando uma despesa fica para ser paga no mês seguinte, aí sim, vai originar uma dívida:

DESPESA PASSIVO

Salários Salários a Pagar

Energia Energia a Pagar

Água e Esgoto Água e Esgoto a Pagar

Fretes e Carretos Fretes e Carretos a Pagar

Propaganda e Publicidade Propaganda e Publicidade a Pagar

Impostos Impostos a Recolher

Despesas de Juros (ou Juros Passivos) Juros a Pagar

Despesa de Aluguel (ou Aluguéis Passivos) Aluguéis a Pagar

Podemos citar, como exemplos clássicos de despesa, os tributos e os juros. Ocorrido o fato gerador de um tributo, a empresa fica com a obrigação de recolher ao Estado determinado valor, sem que surja um aumento no ativo ou diminuição de outro passivo para configurar o fato permutativo. Desse modo, tributos, como um todo, representam diminuições no patrimônio líquido de uma entidade: ICMS s/ Vendas, IPI, PIS, COFINS, IR, CSLL, INSS e FGTS são contas de despesas. Como os tributos não são pagos na data do seu fato gerador, tais despesas irão gerar dívidas perante o governo: ICMS a Recolher, IPI a Recolher, PIS a Recolher, COFINS a Recolher, Provisão para IR, Provisão para CSLL, INSS a Recolher e FGTS a Recolher são contas de passivo.

Em relação aos juros, imagine que alguém, tendo pedido R$ 100 emprestados a um amigo, tenha que pagar R$ 110 quando da quitação da dívida (juros de R$ 10). O lançamento ficaria assim:

D- Contas a Pagar-----------100

D- Despesas de Juros-------10

C- Caixa-----------------------110

Para se livrar de uma obrigação de R$ 100, a pessoa precisou desembolsar R$ 110. Desse modo, a redução do ativo foi superior à redução do passivo em R$ 10, exatamente o montante da despesa. Se não houvesse juros, a saída de caixa seria de apenas R$ 100, e o fato, permutativo.

Lembre que as despesas, ao lado do ativo, representam as aplicações de recursos. Assim, possuem natureza devedora (débito para aumentar e crédito para diminuir). Quando de sua ocorrência, a despesa será sempre debitada, sendo creditada apenas em situações específicas (apuração do resultado ou correção de erro).

Vamos, agora, lançar algumas despesas:

Fatos envolvendo DESPESAS

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12. Registro de salários de R$ 300, para pagamento posterior

D- Salários--------------300 → “Despesa adora débito”

C- Salários a Pagar----300

13. Registro de impostos do mês, no valor de R$ 120, para recolhimento posterior

Impostos

a Impostos a Recolher----120

Observe que não necessariamente é preciso colocar o valor ao lado da conta debitada. Como as origens (créditos) serão sempre idênticas às aplicações (débitos), subtende-se que foi debitado e creditado o valor de R$ 120.

14. Pagamento do aluguel do mês no valor de R$ 28.

Aluguéis Passivos

a Caixa------------------------28

Para quem paga juros ou aluguel, há uma despesa. Do outro lado da moeda, entretanto, quem recebe juros ou aluguel obtém uma receita. Para diferenciar a receita de aluguel da despesa de aluguel, são utilizadas, respectivamente, as expressões aluguéis ativos e aluguéis passivos. A palavra “ativos”, no caso, não tem relação com o grupo patrimonial que representa os bens e direitos. Do mesmo modo, “passivos” não significa dívidas. Tais palavras devem ser entendidas como um modo de diferenciar uma receita de uma despesa; sendo assim, juros ativos são “juros bons” e juros passivos, “juros ruins”.

DESPESA RECEITA

Juros Passivos Juros Ativos

Aluguéis Passivos Aluguéis Ativos

Comissões Passivas Comissões Ativas

Desconto Passivo Desconto Ativo

Superveniência Passiva Superveniência Ativa

Insubsistência Passiva Insubsistência Ativa

15. Quitação de duplicatas no valor de R$ 1.100, com juros de 10% de seu valor

D- Duplicatas a Pagar----------1.100

D- Juros Passivos------------------110

C- Caixa----------------------------1210

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Esse mesmo fato pode aparecer de outras maneiras:

Duplicatas a Pagar---------1.100 Juros Passivos----------------110 a Caixa-----------------------1210

ou

Diversos a Caixa Duplicatas a Pagar---------1.100 Juros Passivos-----------------110 1.210.

O termo “diversos” é utilizado para indicar que mais de uma conta está sendo, no caso, debitada (veja que não há o “a” na frente). Obviamente, tal palavra não é suficiente para informar quais itens do patrimônio foram movimentados, por isso, após a conta creditada, há a necessidade de dizer quais exatamente foram as diversas contas debitadas.

16. Recebimento de títulos de R$ 120.000, concedendo desconto de 8%

Diversos

a Títulos a Receber

Caixa-------------------------110.400

Descontos Concedidos------9.600 120.000.

1.9 RECEITAS

Receita é uma ocorrência (geralmente venda de mercadoria ou prestação de serviço), que aumenta o PL da entidade. Se nos chamados fatos permutativos ocorre “algo bom” (↑ATIVO ou↓PASSIVO) e, concomitantemente, “algo ruim” (↓ATIVO ou ↑PASSIVO), no caso das receitas ocorre, no final das contas, “algo bom” (↑ATIVO ou ↓PASSIVO), sem a contrapartida do “algo ruim”. Veja os dois exemplos abaixo:

Ex. 1: José trabalha para alguém em determinado mês

Como José prestou o serviço, ocorreu o fato gerador da receita, independente do recebimento. Assim, no final do mês, na contabilidade do José, a conta Receita de Serviços deve ser creditada (como regra, a receita é creditada). No débito, caso ele tenha recebido o pagamento no mês da prestação do serviço, aparecerá a conta caixa; caso o recebimento tenha ficado para o mês posterior, o débito será em contas a receber (poderia ser também em clientes ou duplicatas a receber).

Veja que:

Receita recebida no mês de sua ocorrência:

D- Caixa C- Receita de Serviços

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Receita que ficou para ser recebida no mês seguinte:

D- Clientes

C- Receita de Serviços

É importante destacar que, assim como as despesas, as receitas devem ser registradas no mês de sua ocorrência. Não é preciso esperar a repercussão financeira.

Ex. 2: Venda, no valor de R$ 3.000, de mercadoria anteriormente adquirida por R$ 2.400.

Primeiro registramos a receita decorrente da venda:

D- Caixa ou Clientes------3.000

C- Receita de Vendas-----3.000

Ato contínuo, damos baixa na mercadoria que, por ter sido vendida, não faz mais parte do nosso patrimônio:

D- Custo das Mercadorias Vendidas----2.400

C- Mercadorias------------------------------2.400

Observe que, no final das contas, o PL aumentou no montante de 600, exatamente o valor do lucro (lucro = venda – custo). O CMV diminui o PL causando no patrimônio o efeito de uma despesa.

Vejamos como o CPC define Receitas:

“São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma da entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.”

Vamos analisar o conceito:

“São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil” – A receita aumenta a riqueza própria da entidade em determinado ano.

“Sob a forma da entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em aumentos do patrimônio líquido” – A receita acarreta, quase sempre, aumento do ativo (em bens, se for recebida no ato, ou em direitos, caso fique para recebimento posterior). Entretanto, a receita pode ocorrer também ocasionando diminuição de um passivo (prescrição de uma dívida, por exemplo). Como já sabemos, porém, nem todo aumento do ativo ou diminuição do passivo configura receita.

“E que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade” – Nem todo aumento do PL é ocasionado por uma receita. Quando, por exemplo, há aumento de capital em uma empresa, o PL é aumentado e nem por isso ocorre uma Receita.

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As receitas, assim como o passivo e o PL, representam as origens de recursos. Desse modo, possuem natureza credora (crédito para aumentar e débito para diminuir). Como regra, a receita será creditada, sendo debitada apenas em situações específicas (apuração do resultado e correção de erro).

Fatos envolvendo RECEITAS

17. Venda, à vista, de mercadorias por R$ 50.000, com lucro de 30% sobre as vendas

Pela venda da mercadoria

Caixa

a Vendas de Mercadorias-----50.000

Pela baixa do estoque

CMV → quanto custou a mercadoria que está sendo vendida

a Mercadorias------------------35.000

18. Prescrição de uma dívida no valor de R$ 500

Contas a Pagar-------------500

a Insubsistência Ativa---- 500

19. Registro de serviço realizado para recebimento a prazo, no valor de R$ 52

D- Duplicatas a Receber------52

C- Serviços Prestados---------52

20. Prestação de serviços por R$ 400, recebendo, no ato, apenas 40%

D- Caixa---------------------------160

D- Clientes------------------------240

C- Receita de Serviços---------400

21. Pagamento de duplicatas de R$ 70.000, obtendo desconto de 12%

D- Duplicatas a Pagar-----------70.000

C- Desconto Obtido--------------8.400

C- Caixa----------------------------61.600

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Esse mesmo fato pode aparecer de outras maneiras:

Duplicatas a Pagar-------------70.000

a Desconto Obtido--------------8.400

a Caixa----------------------------61.600

ou

Duplicatas a Pagar

a Diversos

a Desconto Obtido-----------8.400

a Caixa--------------------------61.600 70.000

O termo “diversos” é utilizado para indicar que mais de uma conta está sendo creditada. Como há a necessidade de dizer quais exatamente foram os diversos itens creditados, abaixo da palavra “diversos” são colocadas todas as contas creditadas, com seus respectivos valores. Ao final, do lado do valor da última conta creditada, consta a soma dos créditos, que será, por conta do método das partidas dobradas, igual à dos débitos.

22. Recebimento de duplicatas de R$ 2.000, com juros de R$ 400

Caixa

a Diversos

a Duplicatas a Receber-----------2.000

a Juros Ativos--------------------------400 2.400

Despesas e Receitas Antecipadas

Cuidado com o seguinte: o fato de a palavra despesa aparecer no título de uma conta não significa que ela seja efetivamente uma despesa. É o caso, por exemplo, das despesas antecipadas, as quais representam um ativo. Veja bem, se uma despesa é paga antes de ocorrido o seu fato gerador, estamos adiantando um valor que só seria devido lá na frente, por isso, ficamos com um direito.

Imagine que, no dia primeiro de janeiro, uma empresa adiantou 3 meses de salário a um empregado que ganha R$ 100 por mês. A despesa, do ponto de vista da empresa, só ocorrerá quando ela efetivamente receber a prestação do serviço por parte do empregado, por isso, a despesa deverá ser registrada apenas no final de cada mês. No momento do adiantamento, a empresa fica com um direito perante seu funcionário e, por isso, deve registrar em seu ativo (e não em despesa):

Em 1º-1-X1:

D- Salários a Vencer

C- Caixa-------------------------300

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No final de janeiro, a empresa enfim deverá reconhecer (apropriar) a despesa de salários, diminuindo o direito perante seu funcionário, afinal, ela já usufruiu de um mês do trabalho dele.

Em 31-1-X1:

Salários

a Salários a Vencer-------100

Com esse lançamento, a despesa de salários está sendo registrada dentro do mês de sua ocorrência, como deve ser. Essa apropriação deverá ser registrada também no final de fevereiro e de março, de modo que cada despesa fique dentro do seu mês de ocorrência, e o direito resulte zerado, pois não mais existirá direito da empresa junto ao empregado, já que este, cumprindo sua parte, trabalhou os três meses.

Perceba que o pagamento de qualquer despesa de forma antecipada vai gerar um direito. Por isso, contas como despesas antecipadas, despesa paga antecipadamente ou despesas a vencer são classificadas no ativo.

DESPESA ATIVO PASSIVO

Despesa Despesa Antecipada ou Despesa a Vencer Despesa a Pagar

Salários Salários a Vencer Salários a Pagar

Seguros Seguros a Vencer Seguros a Pagar

Aluguéis Passivos Aluguéis Passivos a Vencer Aluguéis Passivos a Pagar

Por outro lado, o empregado, ao receber o valor de R$ 300 no começo de janeiro não tem, ainda, uma receita, já que ele não prestou o serviço. No dia primeiro, então, ele deverá reconhecer uma receita antecipada, a qual representa a obrigação de trabalhar ou, em última instância, devolver o dinheiro. Somente no final de cada mês, com a efetiva prestação do serviço, o fato gerador da receita terá ocorrido devendo, então, ser reconhecida no resultado.

Em 1º-1-X1:

D- Caixa

C- Receita Antecipada--------300

No final de janeiro, o empregado deverá reconhecer a receita, diminuindo sua obrigação perante a empresa, afinal, ele já trabalhou um mês.

Em 31-1-X1:

Receita Antecipada

a Receita de Serviços-------100

Com esse lançamento, a receita está sendo registrada dentro do mês de sua ocorrência, atendendo aos princípios de contabilidade. Esse mesmo registro também deverá ser feito no final de fevereiro e de março, zerando a obrigação.

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Veja que o recebimento de qualquer receita de forma antecipada vai gerar uma obrigação e, por isso, receita antecipada é conta do passivo.

RECEITA PASSIVO ATIVO

Receita Receita Antecipada ou Receita a Vencer Receita a Receber

Juros Ativos Juros Ativos a Vencer Juros Ativos a Receber

Aluguéis Ativos Aluguéis Ativos a Vencer Aluguéis Ativos a Receber

Fatos envolvendo RECEITAS ANTECIPADAS E DESPESAS ANTECIPADAS

23. Pagamento antecipado de uma despesa de R$ 100

D- Despesa Antecipada--------100 => conta do ATIVO

C- Caixa----------------------------100

24. Apropriação de uma despesa paga antecipadamente no valor de R$ 100

D- Despesa -------------------------100 => registra a despesa

C- Despesa Antecipada----------100 => e diminui o direito

25. Recebimento antecipado de uma receita de R$ 100

D- Caixa--------------------------------100

C- Receita Antecipada--------------100 => conta do PASSIVO

26. Reconhecimento de uma receita recebida antecipadamente no valor de R$ 100

D- Receita Antecipada--------------100 => diminui a obrigação

C- Receita------------------------------100 => e registra a receita

Da análise dos 26 fatos lançados até aqui, percebemos que não necessariamente o registro deve conter apenas um débito e um crédito. É aí que entra a historinha das fórmulas de lançamentos.

Fórmulas de Lançamentos

Dizem respeito à quantidade de débitos e créditos existentes em um registro. São 4 as fórmulas de lançamento:

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1ª Fórmula: uma conta debitada e uma conta creditada;

2ª Fórmula: uma conta debitada e mais de uma conta creditada;

3ª Fórmula: mais de uma conta debitada e uma conta creditada;

4ª Fórmula: mais de uma conta sendo debitada e mais de uma conta sendo creditada.

1.10 O CAMINHO PERCORRIDO ENTRE OS FATOS CONTÁBEIS E AS DEMONSTRAÇÕES

Já sabemos que, no final do exercício social, a empresa deve elaborar as demonstrações contábeis. Vejamos o caso do balanço patrimonial, no qual aparecerão todos os itens que compõem o patrimônio da entidade em determinada data. No Balanço de 31.12.X1, por exemplo, serão mostrados os saldos das contas do ativo, passivo e PL nessa data. Como fazer para, após um ano de escrituração, que pode envolver milhares de lançamentos, sabermos o valor exato de cada item que fará parte da demonstração?

Diário x Razão

Até aqui, o que vimos sobre lançamentos – o debitar e o creditar – corresponde ao chamado livro diário. Nele, há o registro, em ordem cronológica, de todos os fatos contábeis ocorridos no exercício social. Quando, então, neste curso, debitamos uma conta e creditamos outra, com os respectivos valores, estamos simplesmente lançando no Diário.

Lançamento da compra de mercadorias à vista:

Mercadorias-------- 100

a Caixa--------------- 100

Imagine que a conta caixa de uma empresa tenha uma movimentação enorme. Chegado o final do ano, se a empresa tivesse que ir, em meio a milhares de lançamentos, sair somando cada entrada no caixa (débitos) e cada saída (créditos) para, assim, apurar o saldo, demandaria muito trabalho. Imagine isso em relação a todas as contas do patrimônio de uma multinacional! É por isso que, na medida em que um fato é registrado no diário, ele também é registrado no livro razão. Neste, o saldo de cada conta é acompanhado a cada momento, pois o registro é feito de forma sistematizada, separando cada item que faz parte do patrimônio. O lançamento acima seria registrado do seguinte modo no razão:

O razonete (ou “conta em T”) é uma representação gráfica de conta bastante simples, funcionando como se fosse o livro razão. Toda conta movimentada terá seu próprio razonete. Por convenção, do lado esquerdo ficam os débitos e do lado direito, os créditos. Observe que, assim como no diário, a conta mercadorias foi debitada no valor de R$ 100, e a conta caixa foi creditada.

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Com a utilização do razonete, no final do período é só a empresa somar as colunas débitos e créditos. Caso haja mais débitos do que créditos, diz-se que a conta ficou com saldo devedor. Isso é o que vai acontecer com as contas normais de ativo e despesas e com as retificadoras do Passivo/PL. Por seu turno, se os créditos superarem os débitos, o saldo será credor (passivo, PL, receitas e retificadoras do ativo).

De posse de todos os saldos, a contabilidade prepara o balancete de verificação, que consiste em uma relação ordenada dos saldos das contas do razão. Haverá uma coluna para os saldos devedores e outra para os credores, as quais, por conta do método das partidas dobradas, devem apresentar valores iguais.

A partir do balancete inicial, a empresa efetua os lançamentos de ajustes, apura o resultado do exercício, faz a destinação deste resultado e elabora um novo balancete de verificação, agora completamente ajustado, a partir do qual a entidade prepara seus demonstrativos.

1.11 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Apuração do resultado é o processo por meio do qual é feito o confronto entre as receitas e as despesas de determinado período. O resultado, ou rédito, será um lucro se as receitas forem maiores que as despesas; caso contrário, haverá prejuízo. Por estarem diretamente relacionadas à apuração do desempenho econômico de uma entidade, receitas e despesas são conhecidas como contas de resultado.

O resultado sempre é apurado em relação a um período específico, por isso, na apuração do lucro ou prejuízo do ano “X“, interessam apenas as receitas e as despesas ocorridas no dito ano “X”. Em nenhuma hipótese, receitas e despesas de um período se comunicam com as ocorridas em outro exercício social (anterior ou posterior). Esse é o motivo pelo qual, no final do exercício social, todas as contas de resultado são zeradas: as receitas são debitadas e as despesas são creditadas, em contrapartida a uma conta transitória chamada Apuração do Resultado do Exercício. Vamos acompanhar a movimentação ocorrida na empresa MAVIFOR S/A no ano X1:

Fato I – Capital subscrito e imediatamente integralizado no valor de R$ 350, sendo R$ 100 em dinheiro e R$ 250 em mercadorias.

Registro no Diário

D- Caixa------------100

D- Mercadorias---250

C- Capital---------- 350

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Classificação: fato contábil modificativo aumentativo de 3ª fórmula.

Razonetes

Balanço Patrimonial levantado após a ocorrência do fato I

Ativo Passivo Exigível

Caixa 100 --- ---

Mercadorias 250 PL

Capital Social 350

Ativo Total 350 Passivo Total 350

O lado esquerdo do balanço (aplicações) sempre vai bater com o lado direito (origens).

Fato II – Empresa pega um empréstimo bancário no valor de R$ 600.

Como se trata de um fato permutativo, o valor do patrimônio líquido não vai ser alterado.

D- Bancos c/ Movimento-----600

C- Empréstimos Obtidos-----600

Duas novas contas foram movimentadas, por isso, serão abertos dois novos razonetes:

Ativo Passivo Exigível

Caixa 100 Empréstimos 600

Bancos 600 PL

Mercadorias 250 Capital Social 350

Ativo Total 950 Passivo Total 950

Fato III – Empresa paga metade do empréstimo bancário. Na operação há incidência de juros no montante de R$ 40.

Registro no diário

D- Empréstimos----300

D- Juros Passivos---40

C- Bancos----------- 340

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Classificação: fato contábil misto diminutivo de 3ª fórmula.

Razonetes

A despesa de juros, por ser conta de resultado, vai aparecer na demonstração conhecida como Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), e não no balanço patrimonial. Mas como, afinal, a despesa vai diminuir o PL, se ela não faz parte do balanço? Após a apuração do resultado, ocasião na qual as receitas e as despesas são zeradas, o lucro ou prejuízo apurado, conforme o caso, é transferido para uma conta do patrimônio líquido denominada Lucros ou Prejuízos Acumulados. Dessa forma, se for um lucro, o PL será aumentado; caso haja prejuízo, será diminuído. Como a receita contribui para a ocorrência do lucro, o qual irá, após a transferência do resultado, aumentar o capital próprio, diz-se que ela aumenta o PL. A despesa, por sua vez, como aumenta o prejuízo (ou reduz o lucro) vai diminuir o PL.

Caso o exercício social fosse encerrado após esse terceiro fato, o resultado apurado pela empresa seria um prejuízo de R$ 40, pois a única conta de resultado existente seria a despesa de juros. O balanço ficaria assim:11

Ativo Passivo

Caixa 100 Empréstimos 300

Bancos 260 PL

Mercadorias 250 Capital Social 350

Prejuízos Acumulados11 (40)

Ativo Total 610 Passivo Total 610

Na prática, porém, a apuração do resultado e sua transferência para o balanço ocorre somente após o término do período, o que, no nosso caso, equivale ao 4º e último fato adiante narrado.

Fato IV – Empresa vende todo o seu estoque de mercadorias, metade à vista e metade a prazo, pelo valor total de R$ 400.

Registro no diário

a) Venda

D- Caixa-------------200

D- Clientes----------200

C- Vendas---------- 400

b) Baixa da mercadoria

D- CMV----------------250 => equivale a uma despesa

C- Mercadorias----- 250

11 Conta retificadora do PL. Sendo assim, tem natureza devedora e reduz o valor do capital próprio.

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Razonetes

Registrados todos os fatos ocorridos, a empresa, antes de elaborar o balanço, deve apurar o resultado, zerando as contas de receitas e despesas. Como zerar uma conta de despesa? Creditando, obviamente. A contrapartida vai para uma conta que surge para fazer o confronto entre receitas e despesas denominada Apuração do Resultado do Exercício (ARE). No nosso exemplo, houve duas despesas. Vamos zerá-las:

D- Apuração do Resultado do Exercício------290

C- Juros Passivos------------------------------------40

C- CMV-----------------------------------------------250

Os razonetes ficam assim:

As duas contas de despesas já estão zeradas. Falta agora zerar as receitas (no caso, apenas a conta vendas):

D- Vendas---------------------------------------------400

C- Apuração do Resultado do Exercício--------400

Após o encerramento das receitas e despesas, a conta ARE ficou um saldo final de R$ 110, credor. Isso significa que as receitas superaram as despesas nesse montante (lucro).

Caso o saldo da conta ARE tivesse ficado devedor, a indicação seria de um prejuízo no período. Acontece, entretanto, que a conta ARE é transitória, ou seja, ela é aberta apenas para receber as contrapartidas dos encerramentos das contas de resultado. Assim, diante de sua efemeridade, ela precisa ser encerrada logo após a apuração do rédito. A contrapartida será a conta Lucros Acumulados, em caso de resultado positivo, ou Prejuízos Acumulados, na ocorrência de prejuízo. Em suma: assim como receitas e despesas, a própria conta ARE precisa ser encerrada no final do exercício social:

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Se a conta ARE estiver com saldo credor (lucro):

D- ARE

C- Lucros Acumulados → aumentando o PL

Se a conta ARE estiver com saldo devedor (prejuízo):

D- Prejuízos Acumulados → diminuindo o PL

C- ARE

Voltando ao nosso exemplo, a conta ARE, que ficou com saldo credor de R$ 110, deve ser encerrada da seguinte forma:

D- ARE------------------------110

C- Lucros Acumulados----110

É assim que receitas e despesas se comunicam com a riqueza patrimonial de alguém, mediante a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Nesse momento, se formos analisar os razonetes, veremos que todas as contas de resultado, incluindo a ARE, estão zeradas. As contas patrimoniais, porém, continuam cada uma com seu saldo, com exceção dos itens que efetivamente saíram do patrimônio (bem vendido, direito recebido e obrigação paga). São esses saldos constantes no final do período que farão parte do balanço patrimonial.

Acontece que o balanço também tem sua conta de curta duração: Lucros Acumulados. A partir da Lei nº 11.638/07 os balanços das sociedades por ações não podem mais ter saldo em Lucros Acumulados, de modo que, assim que chega ao PL, o lucro deve ser integralmente distribuído, na forma de dividendos, constituição de reservas de lucros ou aumento de capital. Vamos, então, distribuir nosso lucro:

D- Lucros Acumulados------ 110

C- Dividendos a Pagar---------55

C- Reservas de Lucros--------55

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O balanço patrimonial do final do período ficara assim:

ATIVO PASSIVO

Caixa 300 Empréstimos 300

Bancos 260 Dividendos a Pagar 55

Clientes 200 PL

Capital Social 350

Reservas de Lucros 55

Ativo Total 760 Passivo Total 760

Essa breve explicação não dispensa o estudo de um livro de contabilidade básica.

Vai dar tudo certo, Ilustres. Vamos vencer a danada da Contabilidade!

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Questões

PARTE INTRODUTÓRIA

Conceito, Finalidade, Objeto, Campo de Aplicação, Técnicas

1. (FGV – TÉCNICO – ALBA – 2014) Assinale a opção que indica o objeto da Contabilidade.

a) Os ativos.b) As receitas.c) O patrimônio.d) As demonstrações contábeis.e) O balanço patrimonial.

2. (CESGRANRIO – TÉCNICO – CEFET – 2014) Considerando as diversas definições de Contabilidade apresentadas pelos autores da matéria contábil, notadamente a defini-ção contida no pronunciamento do Ibracon, aprovada pela Comissão de Valores Mobiliá-rios, a principal finalidade (objetivo) da con-tabilidade é

a) acompanhar os atos e fatos administra-tivos praticados.

b) atestar a fidedignidade das operações patrimoniais.

c) comprovar as mutações ocorridas no patrimônio.

d) fornecer informações sobre o patrimô-nio.

e) gerar relatórios gerenciais para a toma-da de decisão.

Com relação a conceitos, objetivos e finali-dades da contabilidade, julgue os itens que se seguem.

3. (CESPE – FUB – 2014) A contabilidade con-siste em um sistema de informações finan-ceiras destinado a identificar, registrar e

comunicar os eventos econômicos de uma organização.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (CESPE – FUB – 2014) As finalidades da con-tabilidade incluem auxiliar os gestores de uma organização a exercer seu papel na ges-tão de negócios.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (CESPE – FUB – 2014) Auxiliar um governo no processo de fiscalização tributária é uma das finalidades da contabilidade.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (CESPE – UNIPAMPA – 2013) A contabilida-de é uma ciência social cuja finalidade é per-mitir aos seus usuários, que podem ser tan-to pessoas físicas quanto pessoas jurídicas, a avaliação da situação econômica e finan-ceira de uma entidade, independentemente dessa entidade apresentar, ou não, finalida-de lucrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (ESAF – FISCAL-RJ – 2010) Assinale abaixo a única opção que contém uma afirmativa fal-sa.

a) Enquanto a entidade econômico-admi-nistrativa é o objeto da Contabilidade, o patrimônio é o seu campo de aplicação.

b) A finalidade da Contabilidade é assegu-rar o controle do patrimônio adminis-

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trado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das ativi-dades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins.

c) A Contabilidade pode ser conceitua-da como sendo “a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não”.

d) Pode-se dizer que o campo de aplicação da Contabilidade é a entidade econômi-co-administrativa, seja ou não de fins lu-crativos.

e) O objeto da Contabilidade é definido como o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma entidade econômico-administrativa.

8. (CESGRANRIO – TÉCNICO – BR DISTRIBUI-DORA – 2013) Observe o conceito a seguir.

Técnica contábil que consiste em registrar, nos livros próprios, todos os acontecimen-tos que ocorrem na empresa e que modifi-quem ou possam vir a modificar a situação patrimonial.

Tal conceito define a técnica contábil da(o)

a) Auditoriab) Escrituraçãoc) Lançamentod) Razonetee) Sistema contábil

9. (ESAF – ANALISTA – SEFAZ-CE – 2007) Para alcançar seus objetivos precípuos, a Conta-bilidade utiliza técnicas formais específicas. Assinale abaixo o grupo que discrimina es-sas técnicas.

a) Registro contábil, Balanços e Auditoria.b) Escrituração, Demonstração, Auditoria

e Análise de Balanços.c) Livros contábeis Diário e Razão, Inventá-

rios, Orçamentos e Balanços.d) Escrituração, Lançamentos, Balancetes,

Balanços, Inventários e Auditoria.

e) Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos.

10. (FGV – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MA – 2013) Com relação aos conceitos básicos da Contabilidade Geral, relacione os tópicos a seguir.

1. Objeto de estudo

2. Campo de aplicação

3. Finalidade econômica

4. Usuário Externo

5. Técnica Contábil

( ) Escrituração

( ) Fornecedor

( ) Entidade

( ) Resultado

( ) Patrimônio

Assinale a alternativa que apresenta a sequ-ência correta, de cima para baixo.

a) 1 – 3 – 2 – 4 – 5 b) 3 – 4 – 1 – 5 – 2 c) 2 – 1 – 4 – 5 – 3 d) 5 – 4 – 2 – 3 – 1e) 1 – 2 – 4 – 3 – 5

ORIGENS E APLICAÇÕES: MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

11. (CESGRANRIO – TÉCNICO – BR DISTRIBUI-DORA – 2013) Observe a afirmativa a seguir.

A cada débito corresponde um crédito ou créditos de igual valor.

Tal afirmativa constitui o fundamento básico do(a)

a) Balancete

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b) Lançamentoc) Método das partidas dobradasd) Método das partidas simplese) Teoria Materialista

12. (CESGRANRIO – LIQUIGÁS – AUDITORIA – 2013) Para os estudiosos de contabilidade, é muito comum encontrar nas obras contá-beis ou ouvir nas aulas de contabilidade as seguintes expressões “para todo débito há pelo menos um crédito e vice-versa’, “não há débito sem crédito”, “a todo débito cor-responde, pelo menos, um crédito de igual valor”

As expressões acima apresentadas indicam que as empresas adotam na sua escritura-ção o método do(a)

a) Balanceteb) Unigrafiac) Digrafiad) Razonetee) Lançamento

13. (CESGRANRIO – ANALISTA – EPE – 2014) De acordo com os elementos técnico-concei-tuais do método das partidas dobradas, na Contabilidade brasileira, os débitos são rea-lizados, somente, nas contas

a) Credorasb) Devedorasc) do Ativo e do Passivod) do Ativo, Passivo e do Patrimônio Líqui-

doe) Patrimoniais e de Resultado

14. (CESPE – UNIPAMPA – 2013) No registro contábil pelo método das partidas dobra-das, o destino dos recursos representa o dé-bito e a origem o crédito.

( ) Certo   ( ) Errado

15. (CESPE – FUB – 2014) Na escrituração con-tábil, a soma de todos os valores das contas contábeis com saldos devedores deve coin-

cidir com a soma de todos os valores das contas contábeis com saldos credores.

( ) Certo   ( ) Errado

16 (ESAF – AUDITOR – RECIFE – 2003) Conside-rando o Método das Partidas Dobradas, as-sinale a única opção correta.

a) Para cada fato contábil, teremos um re-gistro indicando que, para cada débito, haverá um ou mais créditos de igual va-lor, ou ainda, para cada aplicação, have-rá uma ou mais origens de igual valor.

b) O Método garante o equilíbrio entre as receitas e as despesas, em respeito ao princípio da continuidade da Entidade, no tempo, considerando que o mais im-portante é que a empresa continue fun-cionando.

c) Representa uma duplicidade de lança-mentos, pois um valor contábil deve ser dividido por dois para localizar o valor correto. Esta é a razão de ser muito pou-co utilizado.

d) É um método de cálculo relacionado com as definições de Fatura e Duplica-ta, quando da emissão das notas fiscais pela venda de mercadorias, ou seja, emite-se a fatura e a duplicata será co-brada.

e) Esse método só foi aplicado pelos mer-cadores de Veneza no século XIV. Atu-almente ele só faz parte da história da evolução contábil, porque o método uti-lizado atualmente é o direto.

LANÇAMENTOS

17. (FGV – CONTADOR – SUDENE – 2013) A es-crituração do fato de pagamento em dinhei-ro de duplicatas no valor de $ 50 antes do vencimento com desconto financeiro de $ 2 é realizada da seguinte forma:

a) D = Duplicatas a Pagar $50; C = Caixa $48; C = Desconto Obtido $2.

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b) D = Duplicatas a Vencer $50; C = Caixa $48; C = Desconto Obtido $2.c) D = Duplicatas a Pagar $50; D = Desconto Obtido $2; C = Caixa $48.d) D = Desconto Obtido $ 2; D = Duplicatas a Vencer $48; C = Caixa $50.e) D = Duplicatas a Vencer $50; C = Banco Conta Movimento $48; C = Desconto Obtido $2.

18. (ESAF – ATA – PECFAZ-MF – 2013) O lançamento contábil que serve para registrar, no livro Diá-rio, o pagamento de uma duplicata de R$ 15.000,00, com desconto de 10%, é o seguinte:

19. (CESGRANRIO – TÉCNICO – PETROBRÁS – 2012) Em 28/01/2012, a Comercial U Ltda. pagou uma conta vencida no valor de R$ 30.000,00, acrescidos de R$ 2.000,00 de juros, por atraso no pagamento, relativa a uma compra anterior de mercadorias a prazo, utilizando no pagamento um cheque pré-datado para 30 dias.

Desconsiderando que o cheque é uma ordem de pagamento à vista e considerando as informa-ções recebidas e a boa técnica contábil das normas vigentes, tal operação foi registrada pela Comercial U, em registro único, da seguinte forma:

a) D. Fornecedores 30.000,00 D. Juros Passivos a Vencer 2.000,00 C. Banco conta Movimento 32.000,00

b) D. Fornecedores 30.000,00 D. Juros de Mora Passivos 2.000,00 C. Cheques a Pagar 32.000,00

c) D. Mercadorias 30.000,00 D. Juros de Mora Passivos 2.000,00 C. Banco conta Movimento 32.000,00

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

d) D. Mercadorias 32.000,00 C. Cheques a Pagar 32.000,00

e) D. Mercadorias 32.000,00 C. Banco conta Movimento 32.000,00

20. (CESGRANRIO – TÉCNICO – PETROBRÁS – 2012) O posto de combustível ZD Ltda., num deter-minado dia, vendeu Gás Natural Veicular (GNV), no valor de R$ 8.000,00, para os veículos de uma empresa de entregas domiciliares, recebendo um cheque de igual valor, emitido contra o Banco C, para ser descontado em 25 dias.

Desconsiderando que o cheque é uma ordem de pagamento à vista e considerando os dados informados e as normas contábeis vigentes, o registro contábil da operação, feito num lança-mento único pelo posto de gasolina ZD, foi

a) D. Banco conta Movimento 8.000,00 C. Mercadorias / GNV 8.000,00

b) D. Banco conta Movimento 8.000,00 C. Vendas 8.000,00

c) D. Caixa 8.000,00 C. Mercadorias / GNV 8.000,00

d) D. Cheques a Receber 8.000,00 C. Clientes 8.000,00

e) D. Cheques a Receber 8.000,00 C. Vendas 8.000,00

FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS

21. (CESGRANRIO – TÉCNICO – PETROBRÁS DIST – 2013) Um lançamento pode ser elaborado adotando-se uma das quatro fórmulas convencionais nos termos da doutrina dominante vigente.

Nesse contexto, um lançamento de quarta fórmula implica a utilização de

a) mesmo número de contas a débito e a créditob) mais contas a débito que a crédito.c) mais de uma conta a débito e mais de uma conta a créditod) quatro contas a débito e uma a créditoe) uma conta a débito e mais de uma a crédito

22. (ESAF – MDIC – 2012) O lançamento de terceira fórmula é chamado de lançamento composto porque é formado de

a) duas contas devedoras e duas contas credoras.b) duas contas devedoras e uma conta credora.c) uma conta devedora e duas ou mais contas credoras.d) duas ou mais contas devedoras e duas ou mais contas credoras.e) duas ou mais contas devedoras e uma conta credora.

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TIPOS DE FATOS CONTÁBEIS

23. (CESGRANRIO/TÉCNICO CEFET 2014) A com-panhia N realizou hoje, em seu Livro Diário, este lançamento:

Rio de Janeiro, 5 de Março de 2014.

Salários a Pagar 15.000,00

a Caixa 15.000,00

Pago salários provisionados em fevereiro

Considere, exclusivamente, o lançamento realizado pela companhia N. Tal lançamento indica a ocorrência de um fato

a) misto aumentativob) misto diminutivoc) modificativo aumentativod) modificativo diminutivoe) permutativo

24. (CARLOS CHAGAS – MPE-MA – 2013) Even-to que representa um fato contábil misto:

a) compra à vista de estoques de mercado-rias.

b) pagamento de dívidas com multa por atraso.

c) aquisição de imobilizado totalmente fi-nanciado.

d) aplicação financeira a prazo fixo por 4 anos.

e) aumento de capital com saldos de Re-servas.

25. (CARLOS CHAGAS – FHEMIG – 2013) O re-gistro da aquisição de estoques de merca-dorias no valor de R$ 50.000,00, sendo 60% vencíveis no prazo de 90 dias e 40% à vista, compreende um lançamento contábil que

a) altera para mais o patrimônio líquido.b) diminui os ativos circulante e não circu-

lante.c) apenas permuta valores entre ativos cir-

culante e não circulante.d) aumenta o ativo circulante e o passivo

circulante.

e) modifica o patrimônio líquido e diminui o ativo circulante.

26. (CESPE – CONTADOR – TELEBRÁS – 2013) A compra à vista de um terreno no valor de R$ 80.000,00 altera a composição qualitativa dos elementos que integram o patrimônio de uma empresa, sem afetar, contudo, a si-tuação patrimonial líquida.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (FGV – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MA – 2013)

Assinale a alternativa que apresenta o regis-tro de um fato misto aumentativo.

a) D = Caixa; C = Clientes; C = Juros Ativosb) D = Caixa; D = Descontos Concedidos; C

= Clientesc) D = Banco; C = Fornecedores; C = Juros

Passivosd) D = Clientes; C = Caixa; C = Juros Passi-

vose) D = Caixa; C = Receita de Vendas pelo

valor de custo

ESTADOS PATRIMONIAIS

28. (CESPE – UNIPAMPA – 2013) Uma entidade que apresenta bens no valor de R$ 15.000, direitos no valor de R$ 10.000 e obrigações no valor de R$ 30.000 encontra-se em situa-ção de passivo a descoberto.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (ESAF – AAA – SEFAZ-PI – 2001) Identifique a situação em que se caracteriza a existência de passivo a descoberto (sendo A = Ativo, PE = Passivo Exigível e PL = Patrimônio Líquido).

a) A – PE = PLb) A + PL = PEc) A – PL = PEd) A = PE + PLe) A = PE

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

30. (ESAF – AFC – CGU – 2008) Em relação ao patrimônio de uma empresa e às diversas situações patrimoniais que pode assumir de acordo com a equação fundamental do pa-trimônio, indique a opção incorreta.

a) A empresa tem passivo a descoberto quando o Ativo é igual ao Passivo me-nos a Situação Líquida.

b) A Situação Líquida negativa acontece quando o total do Ativo é menor que o passivo exigível.

c) Na constituição da empresa, o Ativo menos o Passivo Exigível é igual a zero.

d) A situação em que o Passivo mais o Ati-vo menos a Situação Líquida é igual a zero é impossível de acontecer.

e) A Situação Líquida é positiva quando o Ativo é maior que o Passivo Exigível.

EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRI-MÔNIO: NOÇÕES DE BALANÇO PATRI-MONIAL

31. (CESPE – UNIPAMPA – 2013) O balanço pa-trimonial é representado em duas colunas: na coluna da esquerda, devem constar os itens do ativo, que representam aplicações de recursos, e, na coluna da direita, os itens do passivo e do patrimônio líquido, que re-presentam origens de recursos.

( ) Certo   ( ) Errado

32 (CESPE/FUB 2014) O objetivo do balanço pa-trimonial é evidenciar a situação financeira e patrimonial da organização em determina-da data, representando, desse modo, uma posição dinâmica do negócio.

( ) Certo   ( ) Errado

33. (CESPE – FUB – 2014) O balanço patrimonial de uma empresa representa graficamente a sua situação patrimonial.

( ) Certo   ( ) Errado

34. (CESPE – FUB – 2014) Se uma empresa pos-suir R$ 4 milhões em ativos, ela possuirá, necessariamente, o mesmo montante em obrigações totais.

( ) Certo   ( ) Errado

35. (ESAF – AAA – SEFAZ-PI – 2001) A situação patrimonial de uma empresa era a seguinte:

$ 50 (A) = $ 30 (PE) + $ 20 (PL),

correspondendo A a Ativo, PE a Passivo Exi-gível e PL a Patrimônio Líquido. Houve a li-quidação de um empréstimo de $10, devido pela empresa, mediante pagamento de $ 15, em virtude de juros e outros encargos. A nova situação patrimonial da empresa está assim representada:

a) $ 60 (A) = $ 40 (PE) + $ 20 (PL)b) $ 45 (A) = $ 30 (PE) + $ 15 (PL)c) $ 55 (A) = $ 30 (PE) + $ 25 (PL)d) $ 35 (A) = $ 20 (PE) + $ 15 (PL)e) $ 40 (A) = $ 15 (PE) + $ 25 (PL)

36. (ESAF – AFTE – SEFAZ-PI – 2001) No último dia do exercício social, a empresa Red Gre-en Ltda. demonstrou um patrimônio com bens no valor de R$ 13.000,00, direitos no valor de R$ 7.000,00, dívidas no valor de R$ 9.000,00 e capital social no valor de R$ 10.000,00, devidamente registrado na Junta Comercial.

Com base nessas informações pode-se afir-mar que, do ponto de vista contábil, o patri-mônio referido apresenta:

a) Situação Líquida Nula ou Compensadab) Passivo a Descoberto no valor de R$

1.000,00c) Prejuízos Acumulados no valor de R$

1.000,00d) Patrimônio Líquido no valor de R$

1.000,00e) Patrimônio Líquido no valor de R$

11.000,00

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37. (ESAF – ANALISTA – ANEEL – 2006) No iní-cio do ano, a empresa AmontUado S/A tinha patrimônio líquido de R$ 12.000,00. No fim do exercício, o balanço da mesma empresa apresentava passivo a descoberto no valor de R$ 11.000,00.

Examinando-se o que pode ter ocorrido no exercício social, que tanto alterou a equação do patrimônio, é certo dizer que, no perío-do, houve

a) redução de ativo no valor de R$ 23.000,00.

b) prejuízo líquido no valor de R$ 23.000,00.

c) aumento de passivo no valor de R$ 23.000,00.

d) aumento de passivo no valor de R$ 11.000,00.

e) prejuízo líquido no valor de R$ 11.000,00.

TEORIAS DAS CONTAS

38. (FGV – CONTADOR – INEA – 2013) A teoria da contabilidade que divide as contas em patrimoniais e de resultado, é denominada

a) reditualistab) personalista.c) aziendalista.d) materialista.e) patrimonialista.

39. (ESAF – ATA – PECFAZ-MF – 2013) A Teoria Materialista das Contas é aquela que classi-fica todos os títulos contábeis como sendo

a) Contas Materiais e Contas Imateriais.b) Contas Integrais e Contas Diferenciais.c) Contas Patrimoniais e Contas de Resul-

tado.d) Contas de Agentes e Contas do Proprie-

tário.e) Contas de Agentes Consignatários e

Contas do Proprietário.

40. (ESAF – MDIC – 2012) A evolução do pensa-mento científico em Contabilidade foi mar-cada pela contribuição de diversos pensa-dores que culminaram no desenvolvimento das chamadas Teorias das Contas, as quais subdividem as rubricas contábeis em gran-des grupos.

A respeito desse assunto, podemos afirmar que

a) a teoria personalista subdivide as con-tas em Contas do Proprietário e Contas de Agentes Consignatários.

b) a teoria materialista subdivide as contas em Contas Materiais e Contas de Resul-tado.

c) a teoria patrimonialista subdivide as contas em Contas Patrimoniais e Contas Diferenciais.

d) a teoria personalista subdivide as con-tas em Contas do Proprietário e Contas de Agentes Correspondentes.

e) a teoria materialista subdivide as contas em Contas Integrais e Contas Diferen-ciais.

41. (ESAF – AFRFB – 2009) Exemplificamos, abaixo, os dados contábeis colhidos no fim do período de gestão de determinada enti-dade econômico-administrativa:

• dinheiro existente 200,00 • máquinas 400,00 • dívidas diversas 730,00 • contas a receber 540,00 • rendas obtidas 680,00 • empréstimos bancários 500,00 • mobília 600,00 • contas a pagar 700,00 • consumo efetuado 240,00 • automóveis 800,00 • capital registrado 650,00 • casa construída 480,00

Segundo a Teoria Personalística das Contas e com base nas informações contábeis aci-ma, pode-se dizer que, neste patrimônio, está sob responsabilidade dos agentes con-signatários o valor de:

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

a) R$ 1.930,00.b) R$ 3.130,00.c) R$ 2.330,00.d) R$ 3.020,00.e) R$ 2.480,00.

42. (ESAF – AUDITOR – SEFAZ-CE – 2007) No Plano de Contas da Empresa Valpeças e Acessórios S/A constam diversos títulos con-tábeis, dos quais extraímos os seguintes, em ordem alfabética:

01 – CAIXA02 – CAPITAL SOCIAL03 – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS04 – DESPESAS DE ALUGUEL05 – DUPLICATAS A PAGAR06 – DUPLICATAS A RECEBER07 – IMPOSTOS A RECOLHER08 – LUCROS ACUMULADOS09 – MERCADORIAS10 – MÓVEIS E UTENSÍLIOS11 – RECEITAS DE JUROS12 – RECEITAS DE VENDAS13 – RESERVA LEGAL14 – SALÁRIOS E ORDENADOS15 – VEÍCULOS

Analisando-se as contas acima de confor-midade com a classificação técnica indicada nas Teorias Personalista e Patrimonialista das Contas, respectivamente, pode-se dizer que a relação contém

a) 06 Contas de Resultado e 09 Contas Pa-trimoniais.

b) 07 Contas Integrais e 08 Contas Diferen-ciais.

c) 07 Contas de Consignatários e 08 Con-tas do Proprietário.

d) 08 Contas do Proprietário e 05 Contas de Resultado.

e) 10 Contas Patrimoniais e 08 Contas do Proprietário.

EXERCÍCIOS – BALANÇOS SUCESSIVOS

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EXERCÍCIO 1

• Vamos montar o Balanço Patrimonial da empresa MAVIFOR após a ocorrência de cada um dos fatos contábeis abaixo:

1. Sócio integraliza todo o capital, em espécie, no valor de R$ 10.000

2. Empresa faz um empréstimo bancário no valor de R$ 5.000

3. Empresa compra mercadorias por R$ 6.000, à vista

4. Empresa compra móveis para uso, a prazo, por R$ 4.000

5. Empresa registrou uma receita de aluguel no valor de R$ 500, ao mesmo tempo em que registrou uma despesa de salários no valor de R$ 400. Tanto a receita como a despesa foram a prazo.

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

EXERCÍCIO 2

• Faça o registro dos fatos contábeis e, ao final, elabore o Balanço Patrimonial

1. Subscrição do capital R$ 50.000

2. Sócio Integraliza R$ 10.000 em mercadorias e R$ 10.000 em espécie

3. Compra de mercadorias a prazo, no valor de R$ 1.000

4. Venda de metade das mercadorias por R$ 600

5. Registro da conta de luz para pagamento posterior, no valor de R$ 150

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PL: CAPITAL SUBSCRITO, CAPITAL RE-ALIZADO E CAPITAL AUTORIZADO

43. (CESPE – CONTADOR – MJ – 2013) A parcela não realizada do capital social é apresentada no patrimônio líquido, de modo a retificar o saldo do capital já subscrito pela empresa.

( ) Certo   ( ) Errado

44. (CESPE – UNIPAMPA – 2013) O capital auto-rizado corresponde a um limite de aumen-to do capital social, em valor do capital ou em número de ações, previsto no estatuto social, independentemente da modificação deste.

( ) Certo   ( ) Errado

45. (CESGRANRIO – TÉCNICO – CEFET – 2014) A companhia Comercial Q, sem capital social autorizado, fez o seguinte lançamento no seu Livro Diário.

Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2011

CAPITAL SOCIAL A INTEGRALIZAR (REALIZAR)

a CAPITAL SOCIAL

Desconsiderando-se os elementos histórico e valor, o lançamento apresentado pela Co-mercial Q, indica o registro contábil do fato contábil da(o)

a) redução do capital socialb) subscrição do capital socialc) incorporação de reserva de capitald) integralização de capital em dinheiroe) adiantamento para aumento de capital

FATOS CONTÁBEIS SEGUIDOS DE PER-GUNTAS SOBRE O PATRIMÔNIO

46. (ESAF – ATRFB – 2009) A empresa Gregório, Irmãos & Cia. Ltda., possuindo Disponibili-dades de R$ 2.730,00, Imobilizações de R$ 3.270,00 e Dívidas de R$ 2.900,00, realizou duas transações:

1. a compra de uma máquina por R$ 2.000,00, pagando 20% de entrada; e

2. a venda de um equipamento por R$ 3.000,00, perdendo 30%.

Concluídas as operações, e devidamente re-gistradas, pode-se afirmar com certeza que essa firma tem:

a) prejuízos de R$ 500,00.b) passivo exigível de R$ 4.500,00.c) patrimônio líquido de R$ 3.100,00.d) passivo a descoberto de R$ 900,00.e) ativo de R$ 4.600,00.

47. (ESAF – AFRFB – 2002) A empresa Livre Co-mércio Ltda. realizou as seguintes operações ao longo do mês de setembro de 2001:

I – venda a vista de mercadorias por R$ 300,00, com lucro de 20% sobre as vendas;

II – pagamento de duplicatas de R$ 100,00, com juros de 15%;

III – prestação de serviços por R$ 400,00, re-cebendo, no ato, apenas 40%; e

IV – pagamento de títulos vencidos no valor de R$ 200,00, com desconto de 10%.

Analisando as operações acima listadas po-demos afirmar que, em decorrência delas,

a) o ativo recebeu débitos de R$ 460,00.b) o ativo aumentou em R$ 165,00.c) o patrimônio líquido aumentou em R$

460,00.d) o passivo recebeu créditos de R$

300,00.e) o passivo diminuiu em R$ 335,00.

CPC 00: USUÁRIOS

48. (FGV – TÉCNICO – COMPESA – 2014) Sobre a Estrutura Conceitual para Elaboração e Di-vulgação de Relatório Contábil-Financeiro, de acordo com o CPC 00, entre os usuários primários dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral estão

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

a) os investidores.b) os administradores.c) os funcionários.d) os consumidores.e) o governo.

49. (CESPE – CONTADOR – TCE-RO – 2013) As demonstrações contábeis devem ser elabo-radas para atender os interesses de investi-dores atuais e de investidores em potencial, bem como as necessidades de credores por empréstimos e de outros credores, os quais utilizarão a informação contábil para deci-dir se devem ou não fornecer recursos para financiar a entidade que divulga essas de-monstrações.

50. (CESGRANRIO – ANALISTA – EPE – 2014) A Contabilidade tem como objetivo funda-mental fornecer informações estruturadas aos seus diversos usuários, quer sejam in-ternos, quer sejam externos.

Nesse enfoque, os usuários da informação contábil, mais preocupados com o risco ine-rente e as taxas de retorno, integram o gru-po do(s)

a) governo e de suas agênciasb) investidoresc) empregadosd) clientese) credores por empréstimos

51. (CESPE – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) As demonstrações contábeis não tem o objetivo de atender as necessidades de um grupo de usuários em particular, já que são elaboradas e divulgadas com a finalida-de de satisfazer as necessidades da maioria de seus usuários.

( ) Certo   ( ) Errado

CPC 00: CARACTERÍSTICAS QUALITA-TIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

52. (CESPE – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) São características qualitativas da informação contábil-financeira as funda-mentais, que compreendem a relevância e a representação fidedigna, e as de melhoria, que abrangem a comparabilidade, a verifi-cabilidade, a compreensibilidade e a tem-pestividade.

( ) Certo   ( ) Errado

53. (CESPE – PERITO – 2013) Relevância e com-parabilidade são características qualitativas fundamentais da informação contábil-finan-ceira útil, pois tornam a informação capaz de fazer a diferença nas decisões tomadas pelos usuários.

( ) Certo   ( ) Errado

54. (FGV – CONTADOR – CONDER – 2013) Para melhor atender aos diversos tipos de usuá-rios e suas necessidades, o Comitê de Pro-nunciamentos Contábeis emitiu o pronun-ciamento conceitual básico com a estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil financeiro, que menciona como características qualitativas fundamen-tais da informação contábil:

a) Entidade e continuidade.b) Relevância e representação fidedigna.c) Comparabilidade e compreensibilidade.d) Tempestividade e verificabilidade.e) Materialidade e utilidade.

CPC 00: CONCEITO DE ATIVO, PASSIVO, PL, RECEITA E DESPESA

55. (CESPE – CONTADOR – DPF – 2014) Para ser enquadrado na definição de ativo, um recur-so precisa ser controlado pela entidade em decorrência de eventos passados e ser ca-paz de gerar benefícios econômicos futuros.

( ) Certo   ( ) Errado

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56. (CESPE – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) Uma entidade não deve reconhecer, no balanço patrimonial, um ativo quando for improvável que os desembolsos incorri-dos ou comprometidos venham a gerar be-nefícios econômicos para a entidade após o período corrente.

( ) Certo   ( ) Errado

Em relação à estrutura conceitual para ela-boração e divulgação de relatório contábil- financeiro, editada pelo Comitê de Pronun-ciamentos Contábeis, julgue os itens que se seguem.

57. (CESPE – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) Um dos critérios para a classificação dos ati-vos e o de que os bens ou direitos devem ter o potencial de gerar benefícios econômicos futuros para a entidade. Portanto nem todo recurso pode ser considerado um ativo.

( ) Certo   ( ) Errado

58. (CESPE – FUB – 2014) Para que se reconheça um item como ativo, é necessário que o re-curso seja controlado pela entidade e resul-tante de eventos passados; por isso, o item que gera benefício futuro não compõe o ati-vo.

( ) Certo   ( ) Errado

59. (CESPE – ACE – TCE-RO – 2013) É denomina-do passivo o componente patrimonial que constitui uma obrigação presente da entida-de, derivada de eventos passados. Espera--se que a liquidação dessa obrigação resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

( ) Certo   ( ) Errado

Com relação à estrutura conceitual do Co-mitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), julgue os itens a seguir.

60. (CESPE – CONTADOR – TCE-RO – 2013) O direito de propriedade é condição essencial para que seja configurada a existência de um ativo, o qual surge sempre em decorrên-cia de um direito legal.

( ) Certo   ( ) Errado

61. (FGV – CONTADOR – SEDUC-AM – 2014) A Lei das Sociedades por Ações menciona as notas explicativas a serem inclusas nas de-monstrações contábeis.

Dentre outras informações, as notas explica-tivas devem indicar

a) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações.

b) a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado na empresa pelas ativida-des operacional, de investimento e de financiamento.

c) o número, as espécies, as classes e o nome dos detentores das ações do capi-tal social.

d) os gastos com preservação, proteção e recuperação de recursos naturais.

e) um resumo dos principais eventos que ocorreram entre o fechamento das de-monstrações contábeis e a publicação.

62. (FGV – CONTADOR – SUSAM – 2014) Con-forme a Lei das Sociedades por Ações, as notas explicativas, assim como outros qua-dros analíticos ou demonstrações contábeis para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício, devem com-plementar as demonstrações contábeis.

A lei exige que sejam divulgadas como notas explicativas

a) o número, as espécies, as classes e o nome dos detentores das ações do capi-tal social.

b) todos os processos judiciais em que a empresa está envolvida.

c) o nome dos clientes inadimplentes do período.

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

d) a taxa de juros, as datas de vencimen-to e as garantias das obrigações a longo prazo.

e) a remuneração e os benefícios concedi-dos a empregados.

63. (ESAF – MDIC – 2012) As demonstrações fi-nanceiras obrigatórias são as seguintes:

a) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa e De-monstração do Valor Adicionado, em al-guns casos.

b) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, De-monstração das Origens e Aplicações de Recursos.

c) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, De-monstração das Mutações do Patrimô-nio Líquido e Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos.

d) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, De-monstração do Fluxo de Caixa.

e) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos.

64. (ESAF – AFRFB – 2009) A Lei nº 6.404/76, com suas diversas atualizações, determina que, ao fim de cada exercício social, com base na escrituração mercantil da compa-nhia, exprimindo com clareza a situação do patrimônio e as mutações ocorridas no exercício, a diretoria fará elaborar as seguin-tes demonstrações financeiras:

a) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; de-monstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; demonstração dos fluxos

de caixa; e, se companhia aberta, de-monstração do valor adicionado.

b) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; de-monstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e de-monstração do valor adicionado.

c) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; de-monstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; e demonstração das muta-ções do patrimônio líquido.

d) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; de-monstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; e, se companhia aberta, demonstração das mutações do patri-mônio líquido.

e) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; de-monstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e, se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

65. (ESAF – MDIC – 2012) Assinale abaixo a op-ção correta.

a) Na constituição da companhia e nos ca-sos de alteração estatutária, o exercício social não poderá ter duração diferente de um ano.

b) Nas demonstrações, as contas seme-lhantes poderão ser agrupadas; os pe-quenos saldos poderão ser agregados e é permitida a utilização dos termos “di-versas contas” ou “contas correntes”.

c) As demonstrações financeiras registra-rão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral.

d) Na determinação do resultado do exer-cício, serão computados as receitas e os rendimentos ganhos e realizados no pe-ríodo, além dos custos, despesas, encar-gos e perdas, pagos ou incorridos.

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e) O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrado como reserva de reavaliação, poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações.

66. (CESGRANRIO – LIQUIGÁS – AUDITORIA – 2013) A Lei nº 6.404/1976 estabelece, no art. 176, que as demonstrações financeiras devem ser elaboradas pelas sociedades por ações (companhias) ao final de cada exercí-cio social.

Uma companhia fechada, com patrimônio líquido inferior a dois milhões de reais, está obrigada, de acordo com as determinações da aludida Lei, a elaborar

a) uma demonstração, apenasb) duas demonstrações, apenasc) três demonstrações, apenasd) quatro demonstrações, apenase) cinco demonstrações, apenas

67. (FCC – CONTADOR – DPE-SP – 2013) Sobre as Demonstrações Contábeis é correto afir-mar que

a) a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

b) as alterações ocorridas no saldo de cai-xa e equivalentes de caixa, durante o exercício, são segregadas, na Demons-tração dos Fluxos de Caixa, em, no mí-nimo, três fluxos denominados: do lucro ajustado, dos investimentos e dos finan-ciamentos.

c) o resultado com a venda de um ativo imobilizado, na Demonstração do Resul-tado do Exercício, compõe o lucro bruto de uma empresa industrial.

d) os pequenos saldos poderão ser agre-gados, nas demonstrações contábeis, desde que indicada a sua natureza e não

ultrapassem 0,2 (dois décimos) do valor do respectivo grupo de contas.

e) o ativo, no Balanço Patrimonial, é se-gregado em dois grupos de contas, ati-vo circulante e ativo não circulante, de acordo com o grau decrescente de exigi-bilidade.

68. (ESAF – SUSEP – 2010) Assinale abaixo a op-ção onde consta a única assertiva que não é verdadeira neste quesito.

a) As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demons-trações financeiras expedidas pela Co-missão de Valores Mobiliários para as companhias abertas.

b) A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publi-cação da demonstração dos fluxos de caixa.

c) A legislação atual exige das companhias a elaboração da demonstração dos flu-xos de caixa e da demonstração do valor adicionado. Esta última será dispensada se a companhia não for aberta.

d) A demonstração do valor adicionado deverá indicar, no mínimo, o valor da riqueza gerada pela companhia e a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa ri-queza.

e) O montante do capital circulante líqui-do, sua variação durante o exercício, bem como os saldos do ativo e do pas-sivo, no início e no fim do exercício, de-verão ser indicados nas Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adiciona-do.

REGIMES DE ESCRITURAÇÃO

69. (FGV – CONTADOR – SUSAM – 2014) Em ja-neiro de 2013, o gerente da Cia. X assinou um contrato para consultoria no valor de R$

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

30.000,00. Os serviços foram prestados du-rante os meses de fevereiro, março e abril de 2013. O pagamento foi feito integralmen-te em abril. O valor reconhecido como recei-ta pela Cia. X no mês de abril de acordo com o Regime de Competência, foi de

a) Zero.b) R$ 7.500,00.c) R$ 10.000,00.d) R$ 20.000,00.e) R$ 30.00,000.

70. (FCC – AFR-SP – 2013) Determinada empre-sa adquiriu estoque de mercadorias em ou-tubro de 2011, tendo pago 40% em novem-bro e o restante em dezembro de 2011. A venda deste estoque foi realizada em janei-ro de 2012, cujo valor foi recebido 60% em março e 40% em abril de 2012. Com base nestas informações, o custo das mercado-rias vendidas deveria ter sido reconhecido na Demonstração do Resultado do mês de

a) outubro.b) novembro.c) dezembro.d) janeiro.e) março (60%) e do mês de abril (40%).

71. (ESAF – ANALISTA – CVM – 2000) A Com-panhia de Reparos S.A. tem exercício social coincidente com o ano civil.

Em dezembro de 2000 prestou serviços a uma indústria (conserto de máquinas), co-brando-lhe R$ 10.000,00, dos quais rece-beu, contra recibo, dez por cento.

Em janeiro de 2001 faturou o restante, divi-dindo o pagamento em 18 parcelas mensais e sucessivas de igual valor, vencendo a pri-meira delas em 31.01.01.

De acordo com a Lei nº 6.404/76 (Lei das So-ciedades por Ações) a Companhia deve as-sim apropriar a receita

a) R$ 10.000,00 em 2000b) R$ 1.000,00 em 2000 e R$ 9.000,00 em

2001

c) R$ 10.000,00 em 2001d) R$ 1.000,00 em 2000; R$ 6.000,00 em

2001 e R$ 3.000,00 em 2002e) R$ 7.000,00 em 2001 e R$ 3.000,00 em

2002

72. (FCC – AFR-SP – 2013 – Avançada) A Casa de Espetáculos William Shakespeare realizou uma peça teatral, em outubro de 2012. De acordo com os critérios da Resolução CFC nº 1.412/2012, a receita deveria ser reconheci-da quando

a) a empresa recebeu o valor correspon-dente à venda dos bilhetes.

b) o público cadastrou-se online para com-pra posterior dos bilhetes.

c) os bilhetes para o espetáculo teatral fo-ram vendidos.

d) o espetáculo teatral aconteceu.e) os artistas assinaram o contrato de rea-

lização do espetáculo.

73. (ESAF – ATRFB – 2009) Determinada empre-sa, cujo exercício social coincide com o ano--calendário, pagou a quantia de R$ 1.524,00 de prêmio de seguro contra incêndio no dia 30 de setembro de 2007.

A apólice pertinente a essa transação cobre riscos durante o período de primeiro de ou-tubro de 2007 a 30 de setembro de 2008.

Considerando o princípio da competência de exercícios, o Contador da empresa regis-trou o pagamento dos gastos na conta Segu-ros a Vencer.

No balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2007, após as apropriações de praxe, o saldo desta conta, “Seguros a Vencer”, deve-rá ser de

a) R$ 1.260,00.b) R$ 381,00.c) R$ 1.055,00.d) R$ 1.172,20.e) R$ 1.143,00.

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74. (FGV – ANALISTA – MPE-MS – 2012) Observe os fatos ocorridos em setembro de 2012, apre-sentados a seguir:

I – Recebimentos de:

a) $ 100 referente a serviço prestado em agosto;

b) $ 200 referente a serviço prestado no próprio mês de setembro

c) $ 300 referente a uma antecipação de receita a ser prestada em outubro

II – Pagamentos de:

a) $ 150 referente a despesa com salário do mês de agosto

b) $ 120 referente a despesa incorrida em setembro

c) $ 130 referente a adiantamento de salários de outubro (vales concedidos)

Com base nos fatos apresentados acima, o lucro do mês de setembro de 2012 pelo regime de competência é de

a) $ 250.b) $ 200.c) $ 170.d) $ 80.e) $ 30.

75. (ESAF – ATM – FORTALEZA – 1998) No final do exercício social encerrado em 31.12.97 apura-ram-se os seguintes elementos:

• Receitas de serviços prestados, recebidas durante o exercício 420.000,00 • Receitas de serviços recebidas antecipadamente 10.000,00 • Serviços prestados a faturar 5.000,00 • Despesas administrativas incorridas e pagas durante o exercício 60.000,00 • Custos dos serviços prestados 300.000,00 • Despesas financeiras, incorridas e pagas no exercício 45.000,00 • Despesas financeiras pagas antecipadamente 5.000,00 • Folha de pagamento do mês de dezembro a ser paga em janeiro de 1998 15.000,00

O lucro líquido do exercício, considerando-se as hipóteses de adoção dos regimes de compe-tência e de caixa foi, respectivamente, de

a) 5.000,00 e 20.000,00b) 10.000,00 e 10.000,00c) zero e 20.000,00d) 10.000,00 e 25.000,00e) 5.000,00 e 10.000,00

76. (ESAF – AUDITOR – SEFAZ-CE – 2007) Na empresa Nutricional S/A, o resultado do exercício ha-via sido apurado acusando um lucro de R$ 50.000,00, quando foram realizadas as verificações de saldos para efeito de ajustes de encerramento e elaboração do balanço patrimonial. Os re-sultados, contabilizados segundo o regime contábil de Caixa ao longo do período, evidenciaram a existência de:

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• salários de dezembro, no valor de R$ 15.000,00, ainda não quitados; • juros de R$ 4.000,00 já vencidos no exercício, mas ainda não recebidos; • aluguéis de R$ 6.300,00, referentes a janeiro de 2007, pagos em dezembro de 2006; • comissões de R$ 7.200,00, recebidas em dezembro de 2006, mas que se referem ao exercí-

cio seguinte.

Após a contabilização dos ajustes segundo o Princípio da Competência, o lucro do exercício passou a ser de

a) R$ 38.100,00.b) R$ 32.700,00.c) R$ 45.300,00.d) R$ 39.900,00.e) R$ 39.000,00.

77. (ESAF – ANALISTA – SEFAZ-CE – 2007) Ao atualizar a escrituração das contas de resultado, que estavam contabilizadas de acordo com o regime contábil de caixa, a empresa Horizontal S/A verificou que havia despesas pagas, mas não vencidas, no valor de R$ 4.000,00; receitas recebi-das, mas não vencidas, no valor de R$ 3.800,00; despesas vencidas, mas não pagas, no valor de R$ 2.500,00; e receitas vencidas, mas não recebidas, no valor de R$ 5.300,00.

Ao ajustar o resultado aos ditames do princípio contábil de competência, o lucro do exercício, certamente, será aumentado em

a) R$ 2.600,00.b) R$ 2.800,00.c) R$ 3.000,00.d) R$ 4.700,00.e) A variação será nula: mais R$ 1.500,00, menos R$ 1.500,00.

Gabarito: 1. C 2. D 3. Certo 4. Certo 5. Errado 6. Certo 7. A 8. B 9. B 10. D 11. C 12. C 13. E 14. Certo  15. Certo 16. A 17. A 18. A 19. B 20. E 21. C 22. E 23. E 24. B 25. D 26. Certo 27. A 28. Certo 29. B  30. Anulada 31. Certo 32. Errado 33. Certo 34. Certo 35. D 36. E 37. B 38. E 39. B 40. E 41. E 42. D  43. Certo 44. Certo 45. B 46. B 47. B 48. A 49. Certo 50. B 51. Certo 52. Certo 53. Errado 54. B 55. Certo  56. Errado 57. Certo 58. Errado 59. Certo 60. Errado 61. A 62. D 63. A 64. E 65. C 66. C 67. A 68. E 69. C  70. D 71. A 72. D 73. E 74. D 75. A 76. A 77. C

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LEI nº 6.404/76 – Atualizada

CAPÍTULO XVEXERCÍCIO SOCIAL E

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Seção IEXERCÍCIO SOCIAL

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no es-tatuto.

Parágrafo único. Na constituição da compa-nhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.

Seção IIDEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a di-retoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demons-trações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I – balanço patrimonial;

II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III – demonstração do resultado do exercí-cio; e

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valo-res correspondentes das demonstrações do exercício anterior.

§ 2º Nas demonstrações, as contas seme-lhantes poderão ser agrupadas; os peque-nos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapas-sem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".

§ 3º As demonstrações financeiras regis-trarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assem-bleia-geral.

§ 4º As demonstrações serão complementa-das por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis ne-cessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

§ 5º As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecio-nadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

III – fornecer informações adicionais não in-dicadas nas próprias demonstrações finan-ceiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

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a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente es-toques, dos cálculos de depreciação, amor-tização e exaustão, de constituição de provi-sões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realiza-ção de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo úni-co); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

c) o aumento de valor de elementos do ati-vo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

d) os ônus reais constituídos sobre elemen-tos do ativo, as garantias prestadas a tercei-ros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

g) as opções de compra de ações outorga-das e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

i) os eventos subsequentes à data de encer-ramento do exercício que tenham, ou pos-sam vir a ter, efeito relevante sobre a situ-ação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 7º A Comissão de Valores Mobiliários po-derá, a seu critério, disciplinar de forma di-versa o registro de que trata o § 3o deste ar-tigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

ESCRITURAÇÃO

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obe-diência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade ge-ralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

§ 1º As demonstrações financeiras do exer-cício em que houver modificação de mé-todos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e res-saltar esses efeitos.

§ 2º A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qual-quer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legisla-ção especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou cri-térios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a ela-boração de outras demonstrações financei-ras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 3º As demonstrações financeiras das com-panhias abertas observarão, ainda, as nor-mas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente sub-metidas a auditoria por auditores indepen-dentes nela registrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

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§ 4º As demonstrações financeiras serão as-sinadas pelos administradores e por conta-bilistas legalmente habilitados.

§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 6º As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstra-ções financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Seção IIIBALANÇO PATRIMONIAL

GRUPO DE CONTASArt. 178. No balanço, as contas serão classifica-das segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o co-nhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – ativo não circulante, composto por ati-vo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 2º No passivo, as contas serão classifica-das nos seguintes grupos:

I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avalia-ção patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (In-cluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.

ATIVOArt. 179. As contas serão classificadas do se-guinte modo:

I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recur-sos em despesas do exercício seguinte;

II – no ativo realizável a longo prazo: os di-reitos realizáveis após o término do exercí-cio seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituí-rem negócios usuais na exploração do obje-to da companhia;

III – em investimentos: as participações per-manentes em outras sociedades e os direi-tos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destina-dos à manutenção das atividades da com-panhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de

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comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

PASSIVO EXIGÍVEL

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusi-ve financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no pas-sivo circulante, quando se vencerem no exercí-cio seguinte, e no passivo não circulante, se ti-verem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

(Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)

PATRIMÔNIO LÍQUIDOArt. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do pre-ço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos ca-sos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes benefi-ciárias e bônus de subscrição;

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2º Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitali-zado.

§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não com-putadas no resultado do exercício em obe-diência ao regime de competência, as con-trapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Va-lores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropria-ção de lucros da companhia.

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aqui-sição.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo se-rão avaliados segundo os seguintes critérios:

I – as aplicações em instrumentos finan-ceiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou dis-poníveis para venda; e (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposi-ções legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for infe-rior, no caso das demais aplicações e os di-reitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)

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II – os direitos que tiverem por objeto mer-cadorias e produtos do comércio da compa-nhia, assim como matérias-primas, produ-tos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, dedu-zido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;

III – os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressal-vado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprova-da como permanente, e que não será modi-ficado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bo-nificadas;

IV – os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para aten-der às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisi-ção ao valor de mercado, quando este for inferior;

V – os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amorti-zação ou exaustão;

VI – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortiza-ção; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) das matérias-primas e dos bens em almo-xarifado, o preço pelo qual possam ser re-postos, mediante compra no mercado;

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante ven-da no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;

c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.

d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um de-terminado instrumento financeiro: (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)

1) o valor que se pode obter em um merca-do ativo com a negociação de outro instru-mento financeiro de natureza, prazo e risco similares; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

2) o valor presente líquido dos fluxos de cai-xa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou (Incluí-do pela Lei nº 11.638,de 2007)

3) o valor obtido por meio de modelos ma-temático-estatísticos de precificação de ins-trumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será re-gistrada periodicamente nas contas de: (Re-dação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

a) depreciação, quando corresponder à per-da do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou ob-solescência;

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisi-ção de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existên-

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cia ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa ex-ploração.

§ 3º A companhia deverá efetuar, periodi-camente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no in-tangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de inter-romper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprova-do que não poderão produzir resultados su-ficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – revisados e ajustados os critérios utiliza-dos para determinação da vida útil econô-mica estimada e para cálculo da deprecia-ção, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 4º Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica con-tábil.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO PASSIVO

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes cri-térios:

I – as obrigações, encargos e riscos, conhe-cidos ou calculáveis, inclusive Imposto so-bre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;

II – as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão

convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito re-levante. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO EM OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS

(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá, com base na competência confe-rida pelo § 3o do art. 177 desta Lei, normas es-peciais de avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, participações societárias ou negócios. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

CORREÇÃO MONETÁRIA

(Revogado pela Lei nº 7.730, de 1989)

Seção IVDEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU

PREJUÍZOS ACUMULADOS

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção mone-tária do saldo inicial;

II – as reversões de reservas e o lucro líqui-do do exercício;

III – as transferências para reservas, os divi-dendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a deter-minado exercício anterior, e que não pos-sam ser atribuídos a fatos subsequentes.

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§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e pode-rá ser incluída na demonstração das muta-ções do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

Seção VDEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO

DO EXERCÍCIOArt. 187. A demonstração do resultado do exer-cício discriminará:

I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III – as despesas com as vendas, as despe-sas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as ou-tras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

V – o resultado do exercício antes do Impos-to sobre a Renda e a provisão para o impos-to;

VI – as participações de debêntures, em-pregados, administradores e partes bene-ficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exer-cício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua reali-zação em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a es-sas receitas e rendimentos.

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

Seção VIDEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E

APLICAÇÕES DE RECURSOS

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA E DO VALOR ADICIONADO

(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 188. As demonstrações referidas nos in-cisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei in-dicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mí-nimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acio-nistas, governo e outros, bem como a par-cela da riqueza não distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

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PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADEResolução CFC nº 750/93

DISPÕE SOBRE OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC)

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimen-tais,

CONSIDERANDO a necessidade de prover fun-damentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabili-dade,

RESOLVE:

CAPÍTULO IDOS PRINCÍPIOS E DE SUA

OBSERVÂNCIA

Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILI-DADE (PC) os enunciados por esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios de Conta-bilidade é obrigatória no exercício da profis-são e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

§ 2º Na aplicação dos Princípios de Conta-bilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

CAPÍTULO IIDA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE

E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º Os Princípios de Contabilidade represen-tam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o enten-dimento predominante nos universos científico

e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

Art. 3º São Princípios de Contabilidade:

I) o da ENTIDADE;

II) o da CONTINUIDADE;

III) o da OPORTUNIDADE;

IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revo-gado pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

VI) o da COMPETÊNCIA; e

VII) o da PRUDÊNCIA.

Seção IO PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afir-ma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, indepen-dentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou insti-tuição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verda-deira. A soma ou agregação contábil de pa-trimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

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Seção IIO PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no fu-turo e, portanto, a mensuração e a apresenta-ção dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

Seção IIIO PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir infor-mações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulga-ção da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é neces-sário ponderar a relação entre a oportuni-dade e a confiabilidade da informação.

Seção IVO PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VA-

LOR ORIGINAL

Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Ori-ginal determina que os componentes do patri-mônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

§ 1º As seguintes bases de mensuração de-vem ser utilizadas em graus distintos e com-binadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passi-vos são registrados pelos valores dos recur-sos que foram recebidos em troca da obri-gação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa,

os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez in-tegrado ao patrimônio, os componentes pa-trimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fato-res:

a) Custo corrente. Os ativos são reconheci-dos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das de-monstrações contábeis. Os passivos são re-conhecidos pelos valores em caixa ou equi-valentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obriga-ção na data ou no período das demonstra-ções contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passi-vos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso nor-mal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se es-pera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alte-ração do poder aquisitivo da moeda nacio-nal devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da ex-

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pressão formal dos valores dos componen-tes patrimoniais.

§ 2º São resultantes da adoção da atualiza-ção monetária:

I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa uni-dade constante em termos do poder aqui-sitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio pos-sa manter os valores das transações origi-nais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajusta-mento dos valores originais para determi-nada data, mediante a aplicação de indexa-dores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

Seção VIO PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se re-

ferem, independentemente do recebimento ou pagamento.

Parágrafo único. O Princípio da Competên-cia pressupõe a simultaneidade da confron-tação de receitas e de despesas correlatas.

Seção VIIO PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sem-pre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patri-moniais que alterem o patrimônio líquido.

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de pre-caução no exercício dos julgamentos neces-sários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e re-ceitas não sejam superestimados e que pas-sivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao proces-so de mensuração e apresentação dos com-ponentes patrimoniais.

Art. 11. A inobservância dos Princípios de Con-tabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

ESCRITURAÇÃO CONTÁBILRESOLUÇÃO CFC Nº 1.330/11

Aprova a ITG 2000 – Escrituração Contábil.

Objetivo

1. Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade para a escrituração contábil

de seus fatos patrimoniais, por meio de qualquer processo, bem como a guarda e a manutenção da documentação e de arquivos contábeis e a responsabilidade do profissional da contabilidade.

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Alcance

2. Esta Interpretação deve ser adotada por todas as entidades, independente da natureza e do porte, na elaboração da escrituração contábil, observadas as exigências da legislação e de outras normas aplicáveis, se houver.

Formalidades da escrituração contábil

3. A escrituração contábil deve ser reali-zada com observância aos Princípios de Contabilidade.

4. O nível de detalhamento da escritu-ração contábil deve estar alinhado às necessidades de informação de seus usuários. Nesse sentido, esta Interpre-tação não estabelece o nível de detalhe ou mesmo sugere um plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contábeis é diretamente pro-porcional à complexidade das opera-ções da entidade e dos requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma autoridade re-guladora assim o requeira, não devem necessariamente observar um padrão pré-definido.

5. A escrituração contábil deve ser execu-tada:

a) em idioma e em moeda corrente nacio-nais;

b) em forma contábil;c) em ordem cronológica de dia, mês e

ano;d) com ausência de espaços em branco,

entrelinhas, borrões, rasuras ou emen-das; e

e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou eviden-ciem fatos contábeis.

6. A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no míni-mo:,

a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;

b) conta devedora;c) conta credora;d) histórico que represente a essência

econômica da transação ou o código de histórico padronizado, neste caso base-ado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio;

e) valor do registro contábil;f) informação que permita identificar, de

forma unívoca, todos os registros que integram um mesmo lançamento con-tábil.

7. O registro contábil deve conter o núme-ro de identificação do lançamento em ordem sequencial relacionado ao res-pectivo documento de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elemen-tos que comprovem ou evidenciem fa-tos contábeis.

8. A terminologia utilizada no registro con-tábil deve expressar a essência econô-mica da transação.

9. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma não digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como:

a) serem encadernados;b) terem suas folhas numeradas sequen-

cialmente;c) conterem termo de abertura e de en-

cerramento assinados pelo titular ou representante legal da entidade e pelo profissional da contabilidade regular-mente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade.

10. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma digital, devem revestir-se de for-malidades extrínsecas, tais como:

a) serem assinados digitalmente pela enti-dade e pelo profissional da contabilida-de regularmente habilitado;

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Contabilidade – Noções de Contabilidade – Prof. Marcondes Fortaleza

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b) serem autenticados no registro público competente.

11. Admite-se o uso de códigos e/ou abre-viaturas, nos históricos dos lançamen-tos, desde que permanentes e unifor-mes, devendo constar o significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro Diário ou em registro especial revesti-do das formalidades extrínsecas de que tratam os itens 9 e 10.

12. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises, demonstrati-vos e demonstrações contábeis são de atribuição e de responsabilidade exclu-sivas do profissional da contabilidade legalmente habilitado.

13. As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completan-do-se com as assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmen-te habilitado.

Livro diário e livro razão

14. No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com individualiza-ção, clareza e referência ao documento probante, todas as operações ocorri-das, e quaisquer outros fatos que pro-voquem variações patrimoniais.

15. Quando o Livro Diário e o Livro Razão forem gerados por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deve ser adota-do o registro “Balancetes Diários e Ba-lanços”.

16. No caso da entidade adotar processo eletrônico ou mecanizado para a sua escrituração contábil, os formulários de folhas soltas, devem ser numerados mecânica ou tipograficamente e enca-dernados em forma de livro.

17. Em caso de escrituração contábil em forma digital, não há necessidade de impressão e encadernação em forma

de livro, porém o arquivo magnético au-tenticado pelo registro público compe-tente deve ser mantido pela entidade.

18. Os registros auxiliares, quando adota-dos, devem obedecer aos preceitos ge-rais da escrituração contábil.

19. A entidade é responsável pelo registro público de livros contábeis em órgão competente e por averbações exigidas pela legislação de recuperação judicial, sendo atribuição do profissional de con-tabilidade a comunicação formal dessas exigências à entidade.

Escrituração contábil de filial

20. A entidade que tiver unidade opera-cional ou de negócios, quer como filial, agência, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de escrituração descentralizado, deve ter registros con-tábeis que permitam a identificação das transações de cada uma dessas unida-des.

21. A escrituração de todas as unidades deve integrar um único sistema contá-bil.

22. A opção por escrituração descentraliza-da fica a critério da entidade.

23. Na escrituração descentralizada, deve ser observado o mesmo grau de deta-lhamento dos registros contábeis da matriz.

24. As contas recíprocas relativas às tran-sações entre matriz e unidades, bem como entre estas, devem ser elimina-das quando da elaboração das demons-trações contábeis da entidade.

25. As despesas e as receitas que não pos-sam ser atribuídas às unidades devem ser registradas na matriz e distribuídas para as unidades de acordo com crité-rios da administração da entidade.

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Documentação contábil

26. Documentação contábil é aquela que comprova os fatos que originam lan-çamentos na escrituração da entidade e compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras pe-ças, de origem interna ou externa, que apoiam ou componham a escrituração.

27. A documentação contábil é hábil quan-do revestida das características intrín-secas ou extrínsecas essenciais, defini-das na legislação, na técnica-contábil ou aceitas pelos “usos e costumes”.

28. Os documentos em papel podem ser digitalizados e armazenados em meio magnético, desde que assinados pelo responsável pela entidade e pelo pro-fissional da contabilidade regularmente habilitado, devendo ser submetidos ao registro público competente.

Contas de compensação

29. Contas de compensação constituem sis-tema próprio para controle e registro dos fatos relevantes que resultam em assunção de direitos e obrigações da entidade cujos efeitos materializar-se--ão no futuro e que possam se traduzir em modificações no patrimônio da enti-dade.

30. Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração das contas de compensação não é obri-gatória. Nos casos em que não forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se que possui outros mecanismos que per-mitam acumular as informações que de outra maneira estariam controladas nas contas de compensação.

Retificação de lançamento contábil

31. Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro realiza-do com erro na escrituração contábil da entidade e pode ser feito por meio de:

a) estorno;b) transferência; ec) complementação.

32. Em qualquer das formas citadas no item 31, o histórico do lançamento deve pre-cisar o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem.

33. O estorno consiste em lançamento in-verso àquele feito erroneamente, anu-lando-o totalmente.

34. Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada.

35. Lançamento de complementação é aquele que vem posteriormente com-plementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado.

36. Os lançamentos realizados fora da épo-ca devida devem consignar, nos seus históricos, as datas efetivas das ocor-rências e a razão do registro extempo-râneo.

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CPC 00 (R1) – Pronunciamento Conceitual Básico

Demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve esta Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários.

Demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como:

a) decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;

b) avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas;

c) avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios;

d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade;

e) determinar políticas tributárias;

f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;

g) elaborar e usar estatísticas da renda na-cional; ou

h) regulamentar as atividades das entida-des.

OB5. Muitos investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, não podem requerer que as entidades que reportam a informação

prestem a eles diretamente as informações de que necessitam, devendo desse modo confiar nos relatórios contábil-financeiros de propósito geral, para grande parte da in-formação contábil-financeira que buscam. Consequentemente, eles são os usuários primários para quem relatórios contábil--financeiros de propósito geral são direcio-nados.

OB6. Entretanto, relatórios contábil-finan-ceiros de propósito geral não atendem e não podem atender a todas as informações de que investidores, credores por emprés-timo e outros credores, existentes e em potencial, necessitam. Esses usuários pre-cisam considerar informação pertinente de outras fontes, como, por exemplo, con-dições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, e perspec-tivas e panorama para a indústria e para a entidade.

QC4. Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser relevante e re-presentar com fidedignidade o que se pro-põe a representar. A utilidade da informa-ção contábil-financeira é melhorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e compreensível.

QC5. As características qualitativas funda-mentais são relevância e representação fi-dedigna.

QC6. Informação contábil-financeira re-levante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pe-los usuários. A informação pode ser capaz de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários decidirem não a levar em consideração, ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras fontes.

QC12. Os relatórios contábil-financeiros re-presentam um fenômeno econômico em palavras e números. Para ser útil, a infor-

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mação contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem também que representar com fidedig-nidade o fenômeno que se propõe repre-sentar. Para ser representação perfeitamen-te fidedigna, a realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é ma-ximizar referidos atributos na extensão que seja possível.

QC17. A informação precisa concomitan-temente ser relevante e representar com fidedignidade a realidade reportada para ser útil. Nem a representação fidedigna de fenômeno irrelevante, tampouco a repre-sentação não fidedigna de fenômeno rele-vante auxiliam os usuários a tomarem boas decisões.

QC21. Comparabilidade é a característi-ca qualitativa que permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles. Diferente-mente de outras características qualitativas, a comparabilidade não está relacionada com um único item. A comparação requer no mínimo dois itens.

QC26. A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação represen-ta fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. A verificabilida-de significa que diferentes observadores, cônscios e independentes, podem chegar a um consenso, embora não cheguem neces-sariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade econômica em particular ser uma representação fidedigna. Informação quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser verificá-vel. Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades respectivas pode tam-bém ser verificável.

QC29. Tempestividade significa ter informa-ção disponível para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas de-cisões. Em geral, a informação mais antiga é

a que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempes-tividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de al-guns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências.

QC31. Certos fenômenos são inerentemen-te complexos e não podem ser facilmente compreendidos. A exclusão de informações sobre esses fenômenos dos relatórios con-tábil-financeiros pode tornar a informação constante em referidos relatórios mais fa-cilmente compreendida. Contudo, referidos relatórios seriam considerados incompletos e potencialmente distorcidos (misleading).

QC35. O custo de gerar a informação é uma restrição sempre presente na entida-de no processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. O proces-so de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro impõe custos, sendo im-portante que ditos custos sejam justificados pelos benefícios gerados pela divulgação da informação. Existem variados tipos de cus-tos e benefícios a considerar.

4.4. Os elementos diretamente relaciona-dos com a mensuração da posição patrimo-nial e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:

a) ativo é um recurso controlado pela en-tidade como resultado de eventos pas-sados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade;

b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passa-dos, cuja liquidação se espera que re-sulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômi-cos;

c) patrimônio líquido é o interesse residu-al nos ativos da entidade depois de de-duzidos todos os seus passivos.

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4.24. O resultado é frequentemente utiliza-do como medida de performance ou como base para outras medidas, tais como o re-torno do investimento ou o resultado por ação. Os elementos diretamente relaciona-dos com a mensuração do resultado são as receitas e as despesas. O reconhecimento e a mensuração das receitas e despesas e, consequentemente, do resultado, depen-dem em parte dos conceitos de capital e de manutenção de capital adotados pela enti-dade na elaboração de suas demonstrações contábeis.

4.25. Os elementos de receitas e despesas são definidos como segue:

a) receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não este-jam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patri-moniais;

b) despesas são decréscimos nos benefí-cios econômicos durante o período con-tábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não este-jam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimo-niais.

4.38. Um item que se enquadre na defini-ção de um elemento deve ser reconhecido se:

a) for provável que algum benefício eco-nômico futuro associado ao item flua para a entidade ou flua da entidade; e

b) o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade (*).

(*) A informação é confiável quando ela é completa, neutra e livre de erro.

4.54. Mensuração é o processo que consis-te em determinar os montantes monetários por meio dos quais os elementos das de-monstrações contábeis devem ser reconhe-cidos e apresentados no balanço patrimo-nial e na demonstração do resultado. Esse processo envolve a seleção da base especí-fica de mensuração.

4.55. Um número variado de bases de men-suração é empregado em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstra-ções contábeis. Essas bases incluem o que segue:

a) Custo histórico. Os ativos são registra-dos pelos montantes pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor jus-to dos recursos entregues para adquiri--los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos montantes dos re-cursos recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (como, por exemplo, imposto de renda), pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações.

b) Custo corrente. Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equiva-lentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou ativos equi-valentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos pelos montantes em caixa ou equiva-lentes de caixa, não descontados, que se espera seriam necessários para liqui-dar a obrigação na data do balanço.

c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equiva-lentes de caixa que poderiam ser obti-dos pela sua venda em forma ordena-da. Os passivos são mantidos pelos seus montantes de liquidação, isto é, pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera serão pagos para liquidar as correspon-

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dentes obrigações no curso normal das operações.

d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações. Os passivos são mantidos pelo valor pre-sente, descontado, dos fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que se espe-ra serão necessários para liquidar o pas-sivo no curso normal das operações.

4.57. O conceito de capital financeiro (ou monetário) é adotado pela maioria das en-tidades na elaboração de suas demonstra-ções contábeis. De acordo com o conceito de capital financeiro, tal como o dinheiro investido ou o seu poder de compra inves-tido, o capital é sinônimo de ativos líquidos ou patrimônio líquido da entidade. Segundo o conceito de capital físico, tal como capa-cidade operacional, o capital é considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas unidades de pro-dução diária.