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Noções de Socorrismo

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comunicação é uma parte importante do socorrismo pois uma boa comunicação vai permitir quese estabeleça uma boa comunicação com a vitima e mesmo com o CODU (Centro de Orientação deDoentes Urgentes), mas a comunicação nem sempre é fácil

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Noções de Socorrismo

Ricardo Viegas ---------------------------------------------------------------------- Noções de Socorrismo

ÍndiceComunicação........................................................................................................................................ 4Fases do SIEM (Sistema Integrado de Emergência Médica)............................................................... 4

Fase do alerta................................................................................................................................... 5Fase de pré-Socorro......................................................................................................................... 5Fase de Accionamento de meios......................................................................................................6

Exame da vitima................................................................................................................................... 6Exame primário................................................................................................................................7

A – Airway(Permebilização da via aérea com estabilização da coluna cervical).......................7B- Breathing (Ventilação e respiração).......................................................................................8C – Circulation (circulação, hemorragias externa graves e choque)...........................................8D – Desability (disfunção neurológica)...................................................................................... 9E – Expose (exposição com controle de temperatura)..............................................................10

Manobra de desobstrução da via aérea...............................................................................................12Alterações do comportamento............................................................................................................13

Comportamentos maníacos............................................................................................................14Comportamentos depressivos ....................................................................................................... 14Actuação........................................................................................................................................ 14Alcoolismo agudo.......................................................................................................................... 15

Sinais e sintomas.......................................................................................................................15Actuação....................................................................................................................................16

Convulções......................................................................................................................................... 16Epilepsia.........................................................................................................................................17Sinais e Sintomas........................................................................................................................... 17Actuação........................................................................................................................................ 18Despistar hipertermia;....................................................................................................................19

Diabetes Mellitus................................................................................................................................19Diabetes Mellitus tipo I ou Insulino Dependente.......................................................................... 20Diabetes Mellitus tipo I I ou Não Insulino Dependente................................................................ 20Hiperglicémia.................................................................................................................................20

Sinais e Sintomas...................................................................................................................... 21Actuação....................................................................................................................................21

Hipoglicémia..................................................................................................................................21Sinais e Sintomas...................................................................................................................... 22Actuação....................................................................................................................................22

Quadro Resumo............................................................................................................................. 24Traumatismos Vasculares e Controle de Hemorragias.......................................................................24

Classificação das hemorragias em relação à origem..................................................................... 24Sinais e sintomas das hemorragias.................................................................................................25Métodos de controlo de hemorragias.............................................................................................26

Hemorragia Externa.................................................................................................................. 26Pressão Directa..................................................................................................................... 27Elevação do membro............................................................................................................ 28Compressão indirecta ou digital à distância......................................................................... 28Aplicações Frias................................................................................................................... 28Garrote..................................................................................................................................29

Hemorragia Interna................................................................................................................... 29

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Ricardo Viegas ---------------------------------------------------------------------- Noções de Socorrismo

Actuação geral perante hemorragias..............................................................................................30Posição Lateral de Segurança (PLS).................................................................................................. 30Lesões Ambienciais............................................................................................................................32

Lesões provocadas pelo calor........................................................................................................ 32Golpe de calor........................................................................................................................... 32

Sinais e Sintomas..................................................................................................................33Actuação...............................................................................................................................33

Insolação................................................................................................................................... 34Sinais e Sintomas..................................................................................................................34Actuação...............................................................................................................................34

Lesões provocadas pelo frio.......................................................................................................... 35Sinais e sintomas.......................................................................................................................35Actuação....................................................................................................................................35Hipotermia................................................................................................................................ 36

Sinais e Sintomas..................................................................................................................36Actuação...............................................................................................................................36

Intoxicações........................................................................................................................................37Colheita de dados...........................................................................................................................37

Caracterização do tóxico...........................................................................................................37Caracteristicas do intoxicado.................................................................................................... 37Condições da intoxicação..........................................................................................................37

Exame do Intoxicado..................................................................................................................... 38Avaliação dos sinais vitais........................................................................................................ 38Pesquisa de lesões e sintomas................................................................................................... 38

Construção de uma mala de 1ºs Socorros...........................................................................................39Contactos úteis....................................................................................................................................40

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Ricardo Viegas ---------------------------------------------------------------------- Noções de Socorrismo

ComunicaçãoA comunicação é uma parte importante do socorrismo pois uma boa comunicação vai permitir que se estabeleça uma boa comunicação com a vitima e mesmo com o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes), mas a comunicação nem sempre é fácil como é demonstrado no exemplo em baixo.

O capitão ao sargento ajudante

– Vai haver amanha um eclipse do sol, mande formar a companhia em farda de trabalho na parada

onde explicarei o fenómeno que não acontece todos os dias. Se chover não se verá e deixe a companhia na caserna.

O sargento ajudante ao 1º sargento

– Por ordem do nosso capitão vai haver um eclipse do sol em farda de trabalho. Toda a companhia

forma na parada onde o nosso capitão dará as explicações, o que não acontece todos os dias. Se chover o eclipse é na caserna.

O 1º sargento ao cabo

– Nosso cabo, o capitão fará um eclipse do sol na parada se chover o que não acontece todos os

dias, não se vê nada: então o capitão dará a explicação na caserna em farda de trabalho.

O cabo aos soldados

– Soldados! Amanha para receber o eclipse que dará a explicação sobre o nosso capitão em farda

de trabalho devemos estar na caserna onde não chove todos os dias.

Fases do SIEM (Sistema Integrado de Emergência Médica)

Existem 6 fases no SIEM sendo elas:

1. Alerta

2. Pré-socorro

3. Accionamento de meios

4. Actuação no terreno

5. Encaminhamento do doente

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6. Avaliação do funcionamento do sistema

Fase do alertaA fase do alerta engloba dois aspectos distintos, a detecção da situação de emergência e

o alerta propriamente dito, ou seja a comunicação às entidades competentes na matéria dessa situação.

A detecção corresponde ao momento em que alguém se apercebe da existência de uma ou mais vitimas de doença súbita ou acidente. O verdadeiro alerta corresponde ao momento em que se contactam os meios de socorro, através das centrais de emergência, este contacto é normalmente feito pelo número nacional de socorro (112) ou pelos avisadores SOS.

Interessa agora perceber o que é na realidade uma Central de emergência. As centrais de emergência são centros telefónicos criados ao nível de cada distrito sob a alçada da Policia de Segurança Publica (PSP) (na maioria das vezes mas nem sempre) e que fazem a triagem e encaminhamento das chamadas feiras através dos avisadores SOS e 112, ou seja, têm por função receber e encaminhar para a entidade adequada todos os pedidos de socorro que envolvem as mais variadas situações:

• Segurança, geridas e/ou encaminhadas para a policia

• Fogo, encaminhadas para os bombeiros

• Saúde, sempre que possível encaminhadas para os CODUs

Os CODUs – Centros de Orientação de Doentes Urgentes – são centrais rádio e telefónicas coordenadas por um médico e que dentro da área da saúde, fazem a gestão dos pedidos de ajuda e dos meios de socorro disponíveis em cada momento na sua zona de actuação. Fundamentalmente compete ao CODU prestar, em tempo útil, orientação e apoio médico necessário ao eficiente socorro do socorro do doente, na sua área de responsabilidade, quer em situações de emergência médica, quer em doença súbita e acidentes. Existem correntes que referem uma fase de acção intermédia na fase do alerta, a que se referem como fase de Protecção.

Esta etapa intermédia é constituída pelas acções a desenvolver no sentido de evitar o agravamento de uma situação de emergência médica (ex. Colocar um triângulo de sinalização num acidente).

Fase de pré-SocorroEsta fase corresponde ao aconselhamento feito no momento do contacto com o médico, actualmente apenas possível no CODU. Como vimos, os CODUs são centrais telefónicas coordenadas por médicos, logo dentro da área da saúde estas centrais encontram-se devidamente habilitadas a proporcionar a ajuda adequada a cada situação de doença, dentro dos meios disponíveis, sendo o objectivo o inicio do tratamento no local.

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Fase de Accionamento de meios

Os meios ao dispor na área da saúde para serem accionados pelos CODUs são de 3 tipos:

• meios INEM

• meios Reserva

• meios não INEM

Exame da vitima

A avaliação de qualquer vitima compreende os seguintes objectivos:

• identificar e corrigir situações que coloquem a vitima em perigo de vida imediato

• identificar e corrigir situações que não colocando a vitima em perigo de vida imediato,

podem, se não forem prestados cuidados de emergência adequados, provocar um agravamento do estado geral.

• Avaliar e registar os sinais vitais

Antes de qualquer procedimento relacionado com o exame da vítima, torna-se fundamental e primário garantir as condições de segurança ou seja, é essencial garantir que pela nossa intervenção não vai resultar perigo para a vitima e/ou para a equipa de socorro.

Asseguradas as condições de segurança e após nos termos certificado que não existe perigo para a vitima nem para a equipa, podemos então iniciar a avaliação da vitima nunca esquecendo que não se avança na sequência de avaliação se não tivermos corrigido o problema anteriormente identificado. A sequência que se apresenta não serve como “receita” mas sim como memorando para garantir que nada nos escapa à observação, quer isto dizer que por exemplo se a vitima se encontra consciente e a falar concerteza não é necessário verificar se existe pulso. Podemos então definir que o exame se faz a 2 níveis:

• Exame primário, no qual se tenta identificar e corrigir as situações de perigo imediato de

vida

• Exame secundário, no qual se tenta identificar e corrigir as situações que não colocam a

vitima em perigo imediato de vida mas que se não forem corrigidas podem agravar o estado do doente.

No âmbito desta formação apenas vamos abordar o exame primário.

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Exame primárioO exame primário assenta numa nomenclatura internacional, nomenclatura essa composta pelo ABCED

A – Airway(Permebilização da via aérea com estabilização da coluna cervical)

As vitimas inconscientes podem apresentar uma situação de obstrução da via aérea, devido ao relaxamento dos músculos da mandíbula.

Ao chegar junto da vitima deverá ser feita a tracção e alinhamento da coluna cervical e elevação do maxilar inferior, e nunca a extensão da cabeça nos casos de trauma ou suspeita de trauma, como técnica de desobstrução.

É importante reter que, no trauma ou suspeita de trauma, a tracção cervical nunca se deve abandonar ou aliviar, até à completa imobilização e estabilização da vitima. Pode eventualmente ser necessário recorrer à utilização de equipamento auxiliar tal como o tubo de guedel ou aspirador de secreções (tendo a possibilidade de se provocar o vómito) entre outros. Isto implica a verificação prévia da existência de corpos estranhos na cavidade oral, lesões da face, etc.

Em situações que esteja confirmada a inexistência de trauma, a desobstrução da via aérea poderá ser feita pela elevação do maxilar inferior, recorrendo-se se necessário a equipamento auxiliar como referido anteriormente.

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B- Breathing (Ventilação e respiração)

Deverá ser feita a pesquisa da ventilação, vendo, ouvindo e sentindo, durante 10 segundos. Este passo consiste especificamente em ver o tórax expandir, ouvir a passagem de ar e sentir a expiração na face.

Se necessário poderá ser efectuada ventilação artificial recorrendo a mascara de bolso ou em alternativa ao insuflador manual sempre que possível ligado a uma fonte de oxigénio.

C – Circulation (circulação, hemorragias externa graves e choque)Exige a pesquisa da existência de pulso central e sinais evidentes da existência de circulação(ausência de cianose, boa coloração e temperatura das extremidades, etc,) durante 10 segundos e no caso da sua ausência iniciar compressões cardíacas externas.

O pulso de mais fácil acesso, no adulto é o pulso carotídeo. Para o localizarmos devemos identificar o anel da cricóide(Maça de Adão), utilizando os dedos médio e indicador, e deslizando-os para o lado externo do pescoço até ao sulco do esternocleidomastoideu.

Ao palpar o pulso carotídeo tente palpar a carótida do lado mais próximo de si.

No caso da sua existência devemos manter a vigilância do mesmo avaliando-o de 5 em 5 minutos em vitimas instáveis ou de 15 em 15 minutos em vitimas instáveis. Em alternativa pode-se avaliar o

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pulso radial, mas nunca nas situações de Paragem cardíaca ou choque.

As hemorragias externas graves deverão ser imediatamente controladas recorrendo aos métodos de controle de hemorragias.

Na presença de sinais evidentes de choque, e é nesta altura que devem ser pesquisados, é obrigatório a aplicação de cuidados de emergência e a vigilância apertada da evolução desses mesmo sinais e sintomas.

D – Desability (disfunção neurológica)O exame neurológico deve ser feito avaliando:

➢ Estado de consciência em que se pode classificar a vitima das seguintes formas:

Alerta

Responde a estímulos verbais

Responde a estimulação dolorosa

Sem resposta

➢ Estado e reactividade das pupilas

Para alem da avaliação do estado de consciência deve-se ainda avaliar a resposta pupilar à luz, pois é um bom indicar da existência ou não de sofrimento cerebral.

Para isso, deve incidir uma luz directamente sobre cada uma das pupilas. Verifique se a reacção é idêntica em ambas. Se não existir contracção pupilar ou se esta for diferente de pupilar para pupila, poderá indicar sofrimento do Sistema Nervoso Central.

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E – Expose (exposição com controle de temperatura)

Este ponto aborda a exposição da vítima, mas a sua completa exposição deverá, sempre que possível, ser deixada para os tripulantes de ambulância, contudo pode-se e deve-se desapertar colarinhos , cintos ou outras peças de vestuário que restrinjam os movimentos da vitima ou que lhe dificultem a respiração, não esquecendo contudo que estamos a tratar uma pessoa.

Vários parâmetros foram avaliados ao longo do percurso ABCDE. Tendo já eliminado as situações de risco de vida eminente. Falta agora completar o exame a fim de avaliar e caracterizar os sinais vitais.

• Ventilação

• Frequência (nº minuto)

• Amplitude(superficial; normal; profunda)

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• Ritmo(regular; irregular)

Consideram-se normais 12-20 ciclos/minuto.

• Pulso

• Frequência (nº minuto)

• Amplitude(cheio; fino)

• Ritmo(regular; irregular)

Consideram-se normais num adulto 60-90 minuto e em crianças 90-110 pulsações/ minuto

Na avaliação de pulso não esquecer:

• Os dedos utilizados para palpar o pulso são sempre o indicador e o médio.

• Evitar comprimir a artéria para não suprimir o pulso

• Temperatura

• Febre (>37,5º)

• Sem febre ou apirético(35,5º a 37,5º)

• Hipotermia (temperatura abaixo do normal <35º)

A elevação da temperatura normalmente esta associada a fenómenos infecciosos ou inflamatórios. Por vezes nalguns quadros específicos como o traumatismo craniano

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podem igualmente surgir febres. A febre é especialmente perigosa nas crianças onde poderá desencadear crises convulsivas pelo que e logo que possível, devemos arrefecer a vitima.

Manobra de desobstrução da via aérea

As normas apresentadas são concordantes com o preconizado pelo Concelho Europeu de Ressuscitação.

No adulto consciente, 5 pancadas inter-escapulares (entre as omoplatas) que se não forem eficazes devem indicar a execução da Manobra de Heimlich.

Esta consiste numa série de 5 compressões fortes exercidas na parte superior do abdómen ou na parte inferior do tórax (nos doentes obesos ou nas mulheres grávidas), de forma a criar um aumento de pressão intra-torácica que força o corpo estranho a sair.

Executa-se colocando a mão fechada na linha média do abdómen entre o apêndice xifóide e a cicatriz do umbilical, a outra mão cobre a primeira exercendo-se então pressão (com força suficiente) dirigida de baixo para cima e da frente para trás.

Nos doentes conscientes esta manobra é executada com a vítima de pé, ficando a pessoa que a executa por trás dela.

(Adulto consciente) (Grávida inconsciente)

Nos doentes inconscientes, coloca-se a vitima em decúbito dorsal (deitado de costas), e quem executa a manobra deverá ficar de joelhos por cima da vitima exercendo a pressão com os braços estendidos.

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Além da manobra de Heimlich pode realizar-se, apenas nos doentes inconscientes, a desobstrução digital que consiste na elevação da mandíbula com uma mão enquanto que com o dedo indicador da outra mão se faz a exploração digital da orofaringe, retirando se possível, o corpo estranho.

Nas crianças com menos de um ano (lactente), a técnica para desobstruir a via aérea consiste na colocação do bebé em decúbito ventral (deitado sobre a barriga) sobre a a mão e antebraço de quem executa a manobra, com a cabeça mais baixa que o tórax, executando-se então 5 pancadas no dorso entre as omoplatas, com a força adequada ao tamanho da criança.

Alterações do comportamento

Designam-se por alterações do comportamento as condutas e atitudes que se desviam do padrão da normalidade. Não nos podemos esquecer que o comportamento é do domínio da mente, e a mente é algo que não está completamente estudada, podemos mesmo afirmar que a psiquiatria é das áreas que menos tem evoluído dentro da medicina, exactamente porque se ocupa de um domínio não físico.

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Existem duas grandes categorias de alterações do comportamento:

• Comportamentos maníacos

• Comportamentos depressivos

Comportamentos maníacosOs indivíduos maníacos caracterizam-se por apresentar ideias de grandeza. Ideia de que se é “o maior”, invencível, possuidor de algo divino que pode salvar a humanidade, de que se é famoso, mais forte, ou mais inteligente que os outros que o rodeiam. Normalmente referem ouvir vozes que lhes indicam as atitudes a tomar. Estas atitudes também podem ser geradas por outros estímulos que não as vozes como por exemplo a cor da roupa de outra pessoa, ou o facto de a pessoa ter barba, usar óculos, etc.

São pessoas que por vezes não se encontram completamente desligadas da realidade, e misturam atitudes de grande agressividade porque a sua argumentação não é aceite pelos outros.

Estes comportamentos podem tornar-se perigosos para o próprio e para outros, uma vez que o indivíduo não tem a verdadeira noção das consequências dos seus actos e tão rápidamente pode ferir alguém como ferir-se a ele próprio.

Comportamentos depressivos Os comportamentos depressivos caracterizam-se por ideias de muito baixa auto- estima. Nestes casos a pessoa idealiza que não merece viver, que ninguém gosta dela, que é a mais feia ou que tudo o que faz fica pior do que se fossem outros a fazê-lo.

É comum encontrar estas pessoas isoladas, de olhar vago, muito reservadas e pouco comunicativas.

O grande perigo destes comportamentos advém do facto de um momento para o outro a pessoa idealizar que a forma de resolver o seu problema é a fuga, o que normalmente se traduz pela tentativa de suicídio.

ActuaçãoA actuação neste tipo de a situação é muito específica, e não existe nenhuma receita relativamente à forma de agir, no entanto, a actuação deve basear-se em alguns princípios:

• a violência só gera mais violência e a agressividade só gera mais agressividade;

• ninguém é alguém ara julgar o outro;

• a empatia(capacidade de se colocar no lugar do outro) é a melhor base para se iniciar

qualquer relação, mesmo a relação terapêutica;

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• assumir frontalmente as afirmações do outro como sendo para ele verdade;

exemplo: quando durante um delírio o individuo se refere ouvir vozes e questiona. “Não está a ouvir?” as resposta não deve ser “estou!” mas sim algo do género “acredito que esteja a ouvir mas eu sinceramente não oiço!”

• dar tempo para que a pessoa se exprima, nunca forçar uma resposta;

• lembrar que só conseguiremos ajudar o individuo quando ele confiar em nós;

• manter sempre uma postura calma e segura;

• não mostrar medo ou desconfiança.

Alcoolismo agudoO alcoolismo agudo enquadra-se nas alterações comportamentais pois o álcool ingerido em excesso poderá conduzir a alterações do comportamento por depressão do Sistema Nervoso Central (SNC).

Por vezes estas vítimas apresentam comportamentos bizarros, perturbação mental temporária e descoordenação motora. Não deve, no entanto, emitir juízos de valor, pois existem situações médicas com quadros sintomáticos idênticos, nomeadamente a diabetes.

Sinais e sintomasA vítima pode estar consciente com ou sem alterações neurológicas. Neste caso apresenta:

• Ventilação profunda;

• Pulso forte;

• pele vermelha, quente e húmida;

• Odor a álcool.

A vítima pode ser encontrada inconsciente apresentando:

• Ventilação superficial;

• Pulso fraco e rápido;

• Pele pálida e fria;

• Odor a álcool, pode ou não ser detectado.

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Actuação

• Manter uma atitude calma e segura evitando o recurso à utilização da força física;

• Manter a permeabilidade das vias aéreas;

• Verificar o estado de consciência recorrendo à nomenclatura AVDS;

• Despistar uma possível hipoglicémia determinando a glicémia capilar. Se tal não for

Possível, administrar papa de açúcar no interior das bochechas;

• Avaliar, caracterizar e registar os sinais vitais;

• Despistar o choque e actuar em conformidade;

• Elevação dos membros inferiores;

• Manutenção da temperatura corporal;

• Recolher o máximo de informação recorrendo à nomenclatura CHAMU

• C – circunstancias

• H - historial do doente

• A - alergias

• M - medicação que toma

• U – ultima refeição

Convulções

Denomina-se Crise Convulsiva à contracção involuntária de alguns grupos musculares ocasionada por um aumento da actividade eléctrica numa determinada região cerebral.

Várias são as situações que podem estar na origem das crises convulsivas, nomeadamente:

• Epilepsia (a mais frequente)

• Traumatismo Crâneo-encefálico;

• Acidente Vascular Cerebral;

• Hipertermia;

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• Alterações do nível de açúcar no Sangue;

• Intoxicações;

EpilepsiaSendo a epilepsia a doença mais comum na origem de convulsões, esta merece um tratamento à parte.

É uma perturbação a nível cerebral que origina crises convulsivas que tendem a repetir-se. Estas crises são acompanhadas de alteração ou perda de consciência.

Há dois tipos fundamentais de Crises Epilépticas:

• Não convulsivas (também denominados crises de Pequeno Mal) – Caracterizam-se por

ausências breves, com duração aproximada de 30 segundos, e que se podem repetir várias vezes por dia, mas sem perda de consciência. A ausência é uma alteração breve da consciência caracterizando-se por uma interrupção da actividade com suspensão da “conversa” em curso, olhar parado, etc. Terminada a crise o indivíduo reinicia a actividade voltando ao estado normal.

• Convulsivas (também chamadas de Grande Mal) – Caracterizadas por contracções

musculares descoordenadas com duração de cerca de 2 a 4 minutos, perda de consciência e frequentemente acompanhadas de incontinência de esfincteres.

Sinais e SintomasA situação que mais frequentemente solicita a intervenção de meios de socorro ao nível da emergência médica é a crise convulsiva de Grande Mal, por ser mais exuberante na sua sintomatologia.

Muitas vítimas epilépticas têm a chamada aura, ou pré aviso antes do ataque que se caracteriza por:

• dor de cabeça;

• Náuseas;

• Ranger dos dentes, entre outras;

A aura é uma característica individual no epiléptico, pelo que não se pode generalizar um sintoma comum a estas situações.

A crise convulsiva decorre normalmente de acordo com a sequência que se segue:

• Por vezes um grito violento;

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• Um rodar de olhos para cima;

• Perda de consciência à qual se segue uma queda brusca podendo a vítima chegar mesmo a

ferir-se;

• Os lábios e a língua podem tornar-se azulados (cianóticos) devido a dificuldade ventilatória

existente durante o ataque convulsivo;

• Os dentes cerram-se e chega, por vezes a haver mordedura da língua, podendo originar

salivação abundante (espuma pela boca) acompanhada de sangue;

• Ocorre frequentemente descontrolo dos esfíncteres;

• O tremor pode iniciar-se numa só parte do corpo podendo progressivamente estender-se a

todo o corpo, entrando a vítima numa crise convulsiva generalizada;

• O ataque convulsivo dura cerca de 2 a 4 minutos. Após a crise convulsiva a vitima fica

inconsciente ou num sono profundo, situação que se denomina Estado Pós-Crítico;

• A recuperar a vítima pode surgir com agitação, agressividade e confusão mental por um

lado, ou então apresentar embaraço não se recordando do que aconteceu (Amnésia) e referir ou não cefaleias (dor de cabeça).

Actuação• Manter uma atitude calma e segura

• Evitar traumatismos associados

• Desviar objectos

• Proteger as extremidades e crânio da vítima

Nota: nunca tentar segurar a vítima de forma a contrariar as contracções musculares.

• Desapertar roupas justas, nomeadamente colarinho, gravata, cinto, etc.

• Administrar oxigénio a 3 litros

Nota: apesar de durante a crise convulsiva a vítima não ventilar, não se deve executar ventilação artificial.

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Manter a via aérea permeável, se possível colocar tubo orofaríngeo

Nota: a colocação do tubo orofaríngeo não deve ser forçada. Este deve ser colocado apenas se possível de modo a evitar a mordedura da língua.

• Registar a duração e o tempo de intervalo entre cada uma das convulsões;

• Registar as partes do corpo envolvidas no estado convulsivo

Após a crie convulsiva:

• Colocar a cabeça da vítima de lado e se necessário aspirar secreções;

• Determinar valores de glicémia capilar;

Despistar hipertermia;• Verificar e registar sinais vitais;

• Prosseguir o exame da vítima, dando especial atenção à recolha de informação (CHAMU)

• Actuar em conformidade com traumatismos associados;

É frequente confundir-se um quadro convulsivo com alterações voluntárias de comportamento. Certos indivíduos conseguem voluntariamente simular na perfeição um quadro convulsivo. O que distingue uma alteração de comportamento de um quadro convulsivo é o facto de na alteração de comportamento não existir:

• Relaxamento dos esfíncteres;

• O individuo não apresenta traumatismos associados, nem motivados pela perda súbita de

consciência, nem por mordedura da língua.

Diabetes Mellitus

O açúcar é essencial para que as células produzam energia, sem a qual não podem assegurar a sua sobrevivência. Para que o açúcar possa ser utilizado pelas células do organismo na produção de energia, é necessário que este seja digerido.

Na sua digestão é essencial a presença da insulina, produzida pelo pâncreas a qual intervém na metabolização e transporte do açúcar para o interior das células.

Quando a sua produção é afectada, o açúcar não é digerido pelo que o seu nível no sangue sofre alterações atribuindo-se a este quadro clínico o nome de Diabetes Mellitus.

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Ao nível de açúcar no sangue dá-se o nome de glicémia.

A quantidade de insulina pode ser insuficiente por:

• Deficiência no funcionamento do pâncreas;

• A quantidade de alimentos açucarados ingeridos ser tão abundante, que o pâncreas não

consegue produzir a insulina necessária para os transformar em fonte de energia.

A Diabetes Mellitus classifica-se da seguinte forma:

Diabetes Mellitus tipo I ou Insulino DependenteDenomina-se Diabetes tipo I aquela em que não há produção de insulina pelo pâncreas ou aquela que é produzida é anormal. Este tipo de diabetes torna os doentes dependentes de insulina injectável.

Diabetes Mellitus tipo I I ou Não Insulino DependenteNeste tipo de Diabetes existe produção de insulina, no entanto esta é insuficiente para as necessidades. Estes doentes poderão corrigir a sua doença através de dieta rigorosa, mas em casos mais graves poderão ter de recorrer a antidiabéticos orais (comprimidos que estimulam a produção de insulina).

Quando num indivíduo, existe uma situação de desiquilíbrio entre a quantidade de insulina e o açúcar no sangue, dá-se uma descompensação da diabetes. Em emergência médica poderá encontrar duas situações de descompensação da diabetes:

• Hiperglicémia, aumento da quantidade de açúcar no sangue em relação à quantidade de

insulina;

• Hipoglicémia, diminuição acentuada da quantidade de açúcar no sangue motivada pela falta

da sua ingestão ou pelo excesso de insulina.

HiperglicémiaA hiperglicémia resulta habitualmente da insuficiente quantidade de insulina em relação ao açúcar no sangue. Dizemos que estamos perante uma situação de hiperglicémia quando os valores de açúcar no sangue capilar são superiores a 200mg/dl.

A sua instalação é normalmente lenta e progressiva.

A hiperglicémia ocorre normalmente nas seguintes situações:

• Quando não é cumprida a prescrição terapêutica (comprimidos ou insulina);

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• Quando o doente come em demasia, não cumprindo a dieta prescrita, o que leva a um

excesso de açúcar no sangue em relação à insuficiente quantidade de insulina.

• Assim é fácil perceber que um excesso de açúcar no sangue não corresponde

necessariamente a um doente diabético.

Sinais e Sintomas• Náuseas e vómitos;

• Fraqueza muscular e tonturas;

• Pele avermelhada e seca;

• Sensação de sede;

• Hálito cetónico;

• Aumento da frequência ventilatória;

• Sonolência;

• Confusão mental, desorientação, que poderá evoluir para os estados de inconsciência – coma

hiperglicémico;

Actuação• Manter uma atitude calma e segura;

• Determinar a glicémia capilar;

• Administrar oxigénio a 3 litros/min;

• Verificar e registar os sinais vitais – ter especial atenção às características da respiração;

• Prosseguir com o exame da vítima , dando especial atenção à recolha do máximo de

informação (CHAMU)

• Transportar a vítima com vigilância dos sinais vitais e evolução do estado de consciência.

HipoglicémiaNa hipoglicémia, ocorre um excesso de insulina em relação ao açúcar do sangue. Considera-se que

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estamos perante uma hipoglicémia quando o valor de açúcar no sangue capilar é inferior a 50mg/dl.

A sua evolução é normalmente rápida e súbita.

A hipoglicémia poderá ocorrer se:

• Houver um jejum prolongado;

• Se os alimentos não forem digeridos(exemplo: vómito/diarreia após as refeições)

• As doses de insulina ou antidiabéticos orais forem demasiado elevadas relativamente às

necessidades do doente ou à quantidade e tipo de alimentos ingeridos;

• Situações em que é exigido um maior consumo de açúcar (exemplo: esforço físico

acentuado, emoções fortes, febre etc.).

Podemos assim perceber que a hipoglicémia é uma situação que embora seja frequente nos doentes diabéticos, pode ocorrer em qualquer individuo. Sendo o açúcar imprescindível à vida, as hipoglicémias têm de ser rapidamente corrigidas através da ingestão de açúcar, caso contrário a morte pode ocorrer.

Sinais e Sintomas• Ansiedade, irritabilidade e mesmo agitação;

• Fraqueza muscular;

• Sensação de fome;

• Pulso rápido e fraco;

• Pelo pálida, húmida e sudurese(suada);

• Tonturas, náuseas, dor abdominal;

• Tremores e mesmo convulsões;

• Desorientação, confusão mental, perda de consciência – coma hipoglicémico

Actuação• Manter uma atitude calma e segura;

• Determinação da glicémia capilar;

• Se glicémia inferior a 50 mg/dl, deve:

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• Vítima consciente – administrar água com açúcar em pequenas quantidades mas

frequentemente;

• Vítima inconsciente – Administrar papa espessa de açúcar no interior das bochechas;

• Administrar oxigénio a 3 Litros/min;

• Verificar e registar os sinais vitais - ter especial atenção às características da respiração;

• Prosseguir com o exame da vítima , dando especial atenção à recolha do máximo de

informação (CHAMU)

• Em caso de convulsão actuar em conformidade;

• Transportar a vítima com vigilância dos sinais vitais e evolução do estado de consciência. Se

o doente se mantiver inconsciente o transporte deve ser feito em Posição Lateral de Segurança.

Nas vítimas conscientes e após a administração de açúcar muitas vezes não é necessário o transporte ao hospital, no entanto esta decisão terá de ser assumida pelo médico.

A distinção entre a hipoglicémia e a hiperglicémia torna-se difícil se apenas tivermos em conta os sinais e sintomas ou a informação obtida. A determinação da glicémia capilar é fundamental para esclarecer esta situação. Quando não é possível efectuar este teste, e se subsistirem dúvidas deve actuar como se tratasse de uma hipoglicémia, dado que:

• A hiperglicémia tem uma evolução mais lenta que a hipoglicémia;

• A hipoglicémia conduz mais rapidamente a morte celular.

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Quadro ResumoHiperglicémia Hipoglicémia

Excesso de açúcar ou défice de insulina

CAUSA Excesso de insulina ou défice de açúcar

Lento e progressivo INICIO Rápido e súbitoFraqueza muscular, confusão, sonolência e coma

COMPORTAMENTO Agitação, irritabilidade, convulsões, confusão e coma

Cetónico, adocicado HÁLITO Normal Seca e vermelha PELE Pálida, húmida e suadaSim SEDE Não Não FOME Sim Habituais VÓMITOS Raros

Traumatismos Vasculares e Controle de Hemorragias

Sempre que o sangue sai do espaço vascular estamos perante um hemorragia.

As hemorragias sendo uma emergência necessitam de um socorro rápido e imediato. É imperioso que a equipa de socorro actue de forma pronta e eficaz. A perda de grande quantidade de sangue é uma situação perigosa que pode rapidamente causar a morte.

A paragem ventilatória e a paragem cardíaca são as únicas situações que terão prioridade sobre esta. Contudo, a paragem ventilatória e a existência de uma hemorragia abundante são ambas de tão grande importância que, sempre que seja possível, um elemento deverá socorror a paragem ventilatória enquanto outro elemento prestará cuidados à hemorragia. Regra geral a abordagem na avaliação e tratamento segue a sequência ABCDE.

Um adulto com 75kg de peso tem cerca de 5,5 litros de sangue. A perda de 1 litro de sangue no adulto de ½ litro na criança ou de 25 a 30 ml num recém-nascido pode levar rapidamente ao choque. A gravidade da hemorragia depende de vários factores, como o tipo de vaso atingido (artéria, veia capilar), da sua localização e do seu calibre. O corte do principal vaso sanguíneo do pescoço, braço ou coxa pode causar uma hemorragia tão abundante que a pode surgir dentro dos primeiros 3 minutos.

Classificação das hemorragias em relação à origem• Hemorragias Arteriais(artérias)

O sangue é vermelho vivo e sai em jacto, em simultâneo com cada contracção do coração. É uma hemorragia muito abundante e de difícil controle.

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• Hemorragias Venosas(veias)

O sangue é vermelho escuro e sai de forma regular e mais ou menos constante. Não obstante não ser tão dramática como a arterial, a hemorragia venosa poderá ser fatal se não for detectada. De um modo geral, estas hemorragias são mais fáceis de controlar.

• Hemorragias Capilares(vasos capilares)

Têm uma cor intermédia (entre o vermelho vivo e o vermelho escuro) e o sangue sai lentamente, devido á ruptura dos minúsculos vasos capilares de uma ferida. Estas hemorragias são de fácil controle, podendo para espontaneamente.

Sinais e sintomas das hemorragiasAs hemorragias externas podem ser observadas e são facilmente reconhecidas.

As hemorragias internas são de difícil reconhecimento e identificação. É necessário pensar na hipótese e despistar a situação pelos sinais e sintomas indirectos.

As hemorragias internas podem ocorrer, numa vítima de trauma sempre que:

• O mecanismo da lesão possa provocar um impacto forte ao nível do abdómen provocando

por exemplo lesões no fígado e no baço. Por exemplo trauma da base do tórax esquerdo pode indicar fractura do baço, com hemorragia intra abdominal o que constitui uma emergência cirúrgica.

• Lesões torácicas, com suspeita de fractura de costelas;

• Em queda de altura superior á do corpo da vítima;

• Feridas penetrantes provocadas por armas de fogo ou por armas brancas (facas, navalhas,

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etc.)

• Politraumatizados graves com suspeita de fracturas.

As hemorragias internas podem ainda acontecer em situação de doença como é o caso de uma úlcera no estômago. Neste caso existem habitualmente sinais como hematemeses ou melenas.

Sinais e sintomas gerais das hemorragias:

• Saída evidente de sangue (hemorragias externas);

• Respiração rápida, superficial e difícil;

• Pulso rápido e fraco;

• Hipotensão (sinal tardio, pois inicialmente a Tensão Arterial é normal)

• Pele pálida e suada;

• Hipotermia;

• Mal estar geral ou enfraquecimento;

• A vítima refere sede;

• Zumbidos nos ouvidos;

• Ansiedade e agitação;

• Inconsciência.

Perante o acima exposto, é importante perceber que não se deve esperar pelos sinais e sintomas descritos, que muitas vezes são tardios, perante a existência de dúvida presumir lesão e hemorragia e transportar até ao local de observação médica.

Métodos de controlo de hemorragias

Hemorragia Externa

Em todas as emergências que envolvam hemorragias devem ser tomadas medidas decisivas e rápidas. Existem 5 métodos para controlar hemorragias:

• Pressão directa (no local da hemorragia);

• Elevação do membro;

• Pressão indirecta (compressão à distância)

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• Aplicação de frio;

• Garrote

Pressão Directa

Também designada por compressão manual directa.

É o método escolhido para controle da maioria das hemorragias externas – cerca de 90%

A pressão directa não poderá ser utilizada quando:

• A hemorragia está localizada sobre uma fractura;

• No local da hemorragia existirem objectos empalados.

Como proceder à compressão manual directa:

• Comprimir com uma compressa esterilizada;

• Nunca retirar a 1ª compressa;

• Colocar outras por cima desta se necessário;

Manter a compressa segurando a/as compressa/s com uma ligadura.

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Nunca tapar o local da hemorragia, durante o transporte de modo a poder-se observar a evolução da mesma.

Elevação do membro

Nas feridas ou lesões de um membro, deve aplicar uma compressa sob pressão e elevar o membro, caso não haja fractura. A força da gravidade contraria a corrente sanguínea, a manutenção do membro elevado auxiliará o controle da hemorragia.

Compressão indirecta ou digital à distância

Consiste em comprimir uma artéria contra um músculo ou um osso, entre o local da hemorragia e o coração. A pressão exercida nas artérias contra um músculo ou um osso, na raíz dos membros, levará ao controlo de hemorragias nos territórios irrigados pela artéria em causa, uma vez que impede a progressão da corrente sanguínea para além do local da compressão. Os locais mais frequentes de compressão são ao nível da artéria umeral (face interna do braço) ou artéria femural (ao nível da virilha).

Recordamos que este método é utilizado essencialmente em situações em que haja um objecto estranho empalado ou suspeita de fractura no local.

Será portanto, um método alternativo à compressão indirecta quando esta não puder ser aplicada.

Aplicações Frias

O suso de compressas frias, ou se sacos de gelo protegidos por uma toalha ajuda a diminuir a perda de sangue, uma vez que provoca a vasoconstrição dos vasos.

Nas contusões, e outros tipos de lesões traumáticas, as aplicações frias diminuem a dor, e edema e a aparecimento de processos inflamatórios locais.

A aplicação de frio deve ser efectuada durante 10 minutos de cada vez.

O uso prolongado de sacos de gelo não deve ser feito, pois dificulta a circulação e leva a lesões dos tecidos (queimaduras de frio).

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Garrote

O garrote só deve ser utilizado em situações extremas, em que todos os outros métodos de controle de hemorragias não são eficazes, como nos casos de destruição completa de um membro ou amputação com grave hemorragia.

Trata-se do ultimo recurso a ser utilizado sendo que, mesmo no caso de amputação, a metodologia preconizada é a compressão directa desde que seja possível.

Também poderá ser utilizado em situações múltiplas vítimas, quando existem insuficiência de meios humanos.

Assim quando o aplicar, deve retirar a roupa do membro amputado não esquecendo que uma vez aplicado, não deve ser aliviado.

Pro segurança deverá sempre deixar o membro garrotado bem à vista e marcar a hora da garrotagem.

O garrote preferencialmente não deve ser elástico e deve ser sempre largo.

Hemorragia InternaHabitualmente a suspeita de hemorragia interna baseia-se no conhecimento do mecanismo do trauma e nos achados encontrados no exame da vítima.

Não esquecer que as hemorragias internas podem ou não apresentar sinais externos de saída de sangue pelos orifícios naturais (nariz, boca, ouvidos, ânus, vagina, uretra) não obstante terem a sua origem fora do alcance dos nossos olhos.

Nota: estas hemorragias só podem ser controladas pela cirurgia, no entanto à que aplicar alguns cuidados de emergência no local, designadamente:

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Aplicar frio na área suspeita, e imobilizar a zona. A sua completa imobilização poderá diminuir o progresso hemorrágico, mas o frio em excesso poderá provocar lesões graves na pele.

Actuação geral perante hemorragias• Manter uma atitude calma e confiante;

• manter permeável a via aérea;

• Administrar oxigénio a 10l/m;

• Controlar a hemorragia;

• Despistar o choque e actuar em conformidade;

• Avaliar, caracterizar e registar os sinais vitais;

• Recolha do máximo de informação sobre o mecanismo de trauma e sobre a vítima

recorrendo à nomenclatura (CHAMU);

• Efectuar a observação sistematizada de modo a detectar eventuais lesões associadas;

• Não dar nada a beber;

• manter a temperatura corporal;

• Transportar para a unidade de saúde adequada mantendo a vigilância apertada dos sinais

vitais;

Posição Lateral de Segurança (PLS)

A posição lateral de segurança é utilizada em vitimas inconscientes e livres de suspeita de traumatismos na coluna ou na zona abdominal. Serve para colocar a vítima numa posição estável até á chegada de ajuda ou até ao restabelecimento da mesma sem que ocorra o perigo de sufocamento.

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Os seguintes passos ilustram como colocar uma vitima em posição lateral de segurança:

1. Ajoelhe-se ao lado da vítima, volte-lhe a cabeça para si e incline-a para trás para lhe abrir as vias respiratórias.

2. Estenda ao longo do corpo da vítima o braço que ficar mais perto de si. cruze o outro braço sobre o peito. Cruze a perna mais afastada sobre a que está mais próxima.

3. Ampare a cabeça da vítima com uma das mãos e com a outra agarre-a pela anca mais afastada

4. Vire a vítima de bruços, puxando-a rapidamente para si e amparando-a com os joelhos.

5. Puxe a testa da vítima para trás, de modo a que a garganta fique direita. Assim, as vias respiratórias manter-se-ão desimpedidas, o que permite que a vítima respire livremente.

6. Dobre o braço que fica mais próximo de si para lhe sustentar o tronco. Dobre a perna mais

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próxima para servir de apoio ao abdómen. Retire o outro braço de debaixo do corpo.

Se a vítima for muito pesada

Agarre-a pela roupa à altura das ancas com ambas as mãos e vire-lhe o corpo contra os seus joelhos. Se possível peça ajuda a uma segunda pessoa para que ampare a cabeça da vítima enquanto faz rolar o corpo.

Quando há fractura de um braço ou de uma perna

Quando há fractura de um braço ou de uma perna ou por qualquer motivo esse membro não puder ser utilizado como apoio da vítima na posição lateral de segurança, coloque um cobertor enrolado debaixo do lado ileso da vítima, o que elevará o corpo desse lado e deixará as vias respiratórias desimpedidas

Os passos aqui apresentados são apenas referenciais, podendo existir várias maneiras de colocar uma vítima em PLS.

Os dados apresentados foram retirados do site: http://sweet.ua.pt/~helder/sos/pls.html

Lesões Ambienciais

Lesões provocadas pelo calor

As lesões provocadas pelo calor surgem na sequência da exposição prolongada do individuo a temperaturas ambiente elevadas. Estas lesões podem ser provocadas quer por calor húmido (exposição do organismo a elevadas temperaturas ambiente mas na presença de humidade na atmosfera) quer por calor seco (exposição do organismo a elevadas temperaturas ambiente e na ausência de humidade)

As lesões pelo calor mais comuns são: o golpe de calor e a insolação.

Golpe de calorEsta situação é causada pela acção do calor mas na presença de humidade atmosférica, ou seja, é uma situação desencadeada pela exposição do indivíduo ao calor húmido.

Surge quando o indivíduo é exposto a ambientes muito quentes e também muito húmidos, especialmente quando o arejamento é ineficaz. Acontece sobretudo em fundições de matais, padarias e lavandarias.

Perante esta situação o organismo reage com:

• uma forte desidratação (perda acentuada de líquidos) provocada principalmente pela

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transpiração excessiva;

• Hipóxia, ou seja, falta de oxigénio, originada sobretudo pelas deficientes trocas gasosas,

decorrendo da exposição a um ambiente quente e pouco arejado.

Sinais e Sintomas

• Cãibras;

• Vertigens;

• Cefaleias (dores de cabeça);

• Astenia (falta de forças);

• Pulso rápido e por vezes fraco;

• Pele húmida e habitualmente fria;

• Palidez;

• Respiração rápida e superficial;

• Apatia (indiferença ao que o rodeia);

• Hipotensão;

• Inconsciência em alguns casos.

Actuação

• Manter uma atitude calma e segura;

• Retirar a vítima do ambiente hostil;

• Oxigenoterapia a 3 l/m;

• Elevação dos membros inferiores;

• Avaliar e registar os sinais vitais;

• Prosseguir com o exame da vítima na tentativa de recolha do máximo de informação;

• Administrar água em pequenos goles em vítima consciente e colaborante.

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Insolação

Esta situação é causada pela exposição prolongada do indivíduo ao calor em ambiente com pouca humidade atmosférica, ou seja, na presença de calor seco.

Surge habitualmente quando existe uma exposição prolongada a um ambiente quente e bastante seco, como por exemplo, no caso dos atletas num ginásio ou exposição prolongada ao sol.

Na origem desta situação esta habitualmente a falência do mecanismo regulador de temperatura, deixando de haver perda de calor por cessação súbita da transpiração.

Por vezes esta situação surge da evolução do golpe de calor após a falência do mecanismo de transpiração.

Sinais e Sintomas

• Hipertermia;

• Pele vermelha e seca;

• Agitação;

• Convulsões;

• Pulso rápido e fraco;

• Cefaleias (dores de cabeça);

• Menos frequente é o aparecimento de : pupilas dilatadas, vómitos e inconsciência.

Actuação

• Manter uma atitude calma e segura;

• Retirar a vítima do ambiente hostil, nomeadamente através da sua remoção para um local

fresco e arejado;

• Oxigenoterapia a 3 l/m;

• proceder ao arrefecimento corporal, pela colocação de compressas húmidas nas axilas, testa

e virilhas;

• Não administrar líquidos, apenas humedecer os lábios;

• Avaliar e registar os sinais vitais;

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• Prosseguir com o exame da vítima na tentativa de recolha do máximo de informação;

Lesões provocadas pelo frioAs lesões pelo frio surgem devido á exposição prolongada do individuo a um ambiente muito frio. O frio causa vasoconstrição (diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos) pelo que a maioria das lesões tecidulares se devem à deficiente circulação e logo má oxigenação dos mesmos.

A extensão da lesão está directamente relacionada com a intensidade do frio e tempo de exposição pelo que as extremidades, tal como os pés, mão orelhas nariz, são as primeiras zonas a serem afectadas.

Sinais e sintomas• Edema (inchaço);

• Rubor (vermelhidão);

• Comichão;

• Nos casos mais graves em que já houve congelamento dos tecidos, pode surgir dor local,

cianose e flictenas (bolhas).

ActuaçãoAs lesões pelo frio não devem ser menosprezadas dado o perigo de destruição dos tecidos e de lesões irreversíveis do tecido nervoso. Assim se existe congelamento deve:

• Manter uma atitude calma e segura;

• mergulhar o membro em água tépida +-36º C;

• Não esfregar as áreas afectadas, isso pode contribuir para a destruição dos tecidos;

• Envolver a vítima num cobertor;

• Não colocar a vítima junto a uma fonte de calor;

• Ter em atenção que o descongelamento provoca dor intensa, sintomatologia que se irá

agravar à medida que o descongelamento se processa;

• tratar a queimadura resultante da lesão;

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• Oxigenoterapia a 3 l/m;

• Elevação dos membros inferiores;

• Avaliar e registar os sinais vitais;

• Prosseguir com o exame da vítima na tentativa de recolha do máximo de informação;

HipotermiaOutra situação que pode surgir é um abaixamento anormal da temperatura ou seja a hipotermia.

Esta situação, pode acontecer por exposição prolongada ao frio, imersão em água muito fria, ou qualquer outra situação em que se dê uma baixa acentuada da temperatura em todo o corpo.

Sinais e Sintomas

• Pele pálida;

• Hipotermia;

• Inconsciência

• Respiração lenta e superficial;

• Pulso fraco

• Pupilas pouco ou nada reactivas à luz.

Actuação

• Manter uma atitude calma e segura;

• proceder ao aquecimento gradual da vítima, retirando as roupas húmidas, envolvendo-a num

cobertor e mantendo-a em ambiente aquecido;

• Oxigenoterapia a 3 l/m;

• Avaliar e registar os sinais vitais;

• Prosseguir com o exame da vítima na tentativa de recolha do máximo de informação;

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IntoxicaçõesÉ importante abordar sempre as vítimas de intoxicações com o máximo de protecção(luvas de latex, etc.) pois alguns venenos são transmissíveis pela pele.

Colheita de dadosPerante uma suspeita de intoxicação, é importante a recolha de informação a qual se deve basear na nomenclatura CAHMU.

A colheita de informações deve esclarecer o seguinte:

• O quê;

• Quanto;

• Quando;

• Onde;

• Quem;

• Como.

Pro outras palavras deve permitir a caracterização do tóxico, do intoxicado e das condições de intoxicação.

Caracterização do tóxicoDevemos averiguar o nome do ou dos produtos, e se não os soubermos, tentar indagar a utilidade, a cor, o cheiro, a forma, qual o local da intoxicação: em casa (quarto, cozinha, casa de banho) no campo, na fábrica, etc., pois estes dados podem ajudar a caracterizar o produto.

Caracteristicas do intoxicado• Idade;

• Sexo;

• Gravidez;

• Doenças prévias (renal, cardíaco, diabético, hipertenso, epiléptico, doente psiquiátrico, etc.)

• Hábitos (toxicodependente, alcoólico)

Condições da intoxicação• Quantidade do tóxico

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• Hora da intoxicação

• Com ou sem ingestão de álcool;

• Com ou sem ingestão de alimentos;

• Com ou sem ingestão de medicação;

• Quais os tratamentos já efectuados por iniciativa própria, familiar ou médica.

Exame do Intoxicado

Avaliação dos sinais vitais

• Estado de consciência com a nomenclatura AVDS

• Pulso

• Ventilação

• Pressão arterial

• Temperatura

Pesquisa de lesões e sintomas• Lesões na pele e mucosas (queimaduras);

• lesões oculares;

• hálito;

• vómito;

• convulsões;

• etc.

Uma vez na posse de todos os elementos anteriormente referidos, será conveniente estabelecer contacto com o CIAV (centro informação anti-venenos) ou através do CODU (Centro de orientação de doentes urgentes) antes de providenciar o transporte ou executar eventuais medidas de urgência que poderão ser intempestivas.

CIAV - 808 25 01 43 / CODU - 112

“Tudo é veneno, nada é veneno, a dose faz o veneno” - Paracelso

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Construção de uma mala de 1ºs SocorrosA construção de uma mala de primeiros socorros deverá sempre ser adaptada às situações que esperemos encontrar nas actividades que iremos realizar mas existem alguns itens básicos como:

• Remédios de uso pessoal

• Compressas de gaze esterilizado, embrulhadas separadamente

• Rolos de ataduras de gaze (em 3 larguras)

• Gaze, tipo chumaço, para os olhos

• Caixa de curativos adesivos (tipo bandaid)

• Betadide ou Iodopovidona para limpeza de feridas

• Protetor solar

• Pomada contra irritação da pele ou picadas de insetos

• Creme hidradante para a pele

• Repelente

• Alcool ou eter para desengordurar a pele, remover pensos e desinfectar material

• Água oxigenada para remover crostas de feridas caso necessário

• Vaselina esterilizada

• Tesoura pequena

• Pinça

• Termómetro

• Sacos de frio e/ou de gelo

• Alfinetes de fralda, diversos tamanhos

Existem alguns kits já prontos com malas de primeiros socorros que se compram em supermercados, em lojas da especialidade ou até mesmo lojas auto, podendo e devendo ser adaptados às condições existentes e às necessidades.

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Contactos úteis

É sempre importante existir uma lista de contactos úteis que deverá estar em lugar acessível e visível a toda a gente, nessa lista é importante que constem pelo menos os seguintes números de telefone:

CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) 112

CIAV(Centro Informação Anti-Venenos ) 808 25 01 43

PSP ou GNR localCruz Vermelha PortuguesaBombeiros Posto Médico Local SAP (Serviço de Atendimento Permanente)Hospital Local

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