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Não são poucos os que esperam, de fora, a salvação de sua pátria, tal como em si mesmo esperam a redenção espiritual que, no entanto,

só lhes advirá por esforços próprios!Professor Henrique José de Souza

hegamos a março, mês em que nos despedimos do calor do verão. As férias, o carnaval, o recesso maçônico ficaram para trás. Neste mês, dá-se

início a mais um calendário astrológico, marcado pelo equinócio de outono, no hemisfério Sul.

CTal calendário, expresso sob a forma de símbolos

nos Templos Maçônicos, está à espera de ser decifrado. Simboliza toda a trajetória iniciática do maçom, através dos Graus do Simbolismo. O estudo da astrologia, da numerologia, da caballah e de tantos outros arcanos, hoje, é ignorado pela maioria dos maçons, fazendo com que se afastem, ainda mais, da real compreensão do simbolismo que ornamenta nossos Templos. Ornamentar, não no sentido da palavra “enfeitar”, mas no de torná-lo instigante, convidando a entendê-lo, a penetrá-lo, a fim de que seu arquétipo possa ser descoberto, e, por consequência, desperte e amplie o estado de consciência do iniciado.

Neste mês, não podemos deixar de prestar uma merecida homenagem à figura da mulher, como mãe, amiga, esposa, filha, irmã. Companheiras de todas as horas, nossas Cunhadas são verdadeiras guerreiras, dando-nos o suporte mais do que necessário para que possamos ter êxito nos diversos desafios que ousamos empreender. Impossível fazer bem Maçonaria sem o apoio de retaguarda delas.

A essas nobres “Valquírias”, sejam elas Cunhadas, Sobrinhas, Irmãs ou Boas Primas, nosso reconhecimento, nosso carinho e o mais sincero muito obrigado! Recebam nossa homenagem através das matérias “8 de Março: Dia Internacional da Mulher”, de autoria do meu querido Irmão João Camanho, e “Uma Homenagem a Todas as Mulheres”, lamentavelmente, de autoria ignorada.

Gostaríamos de comunicar aos Irmãos escritores, que desejem ter suas Obras divulgadas, que, em nossa Revista, existe a coluna “Lançamentos”, espaço

exclusivamente reservado a difundir livros dos mais diversos assuntos, sejam temas maçônicos ou não, a exemplo do livro “Da Perícia ao Perito”, de autoria do nosso Irmão Reinaldo Pinto Alberto Filho, que abrilhanta esta edição. Façam contato, que teremos o prazer de compor uma parceria, a fim de divulgar seus escritos.

A coluna Matéria da Capa traz um convite à reflexão, através do texto “Façamos Maçonaria de Verdade”. Chamamos atenção para a coluna Trabalhos, com as matérias “Lugares Sagrados” e “Herança Educacional Iluminista”, respectivamente, de autoria de Ricardo Paschoal e do Irmão Charles Evaldo Boller.

Na coluna Os Grandes Iniciados, a matéria de autoria de Giselda Sbragia, apresenta uma abordagem sobre a Vida e a Obra do Mestre Jesus, o Cristo. Já a Coluna Informe Cultural traz uma matéria sobre o XV Encontro Nacional da Cultura Maçônica, que ocorrerá em Brasília, comemorando o Jubileu de Ouro da Capital Federal. A Revista Arte Real, comprometida em exaltar todos os movimentos maçônico-culturais, apoia e convida seus leitores a prestigiarem esse singular evento, que reúne os mais conceituados escritores e acadêmicos da Maçonaria Brasileira.

Que venha março e traga os ventos amenos de outono, embalando e sublimando nossos pensamentos e emoções, enchendo nossos corações do mais puro amor e nossas mentes da Luz Divina do Grande Arquiteto do Universo!

Encontrar-nos-emos na próxima edição! ?a b

Ao enxergar os defeitos de meus Irmãos, percebo que estou contemplando, tão somente, os

reflexos de tudo o quanto, ainda, tenho que melhorar em minha personalidade, nessa

eterna caminhada evolucional!

Revista Arte Real

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Capa – Façamos Maçonaria de Verdade........................CapaEditorial.....................................................................................2Matéria da Capa – Façamos Maçonaria de Verdade...........3 Destaques - 8 de Março: O Dia Internacional da Mulher......................5 - O Futuro no Presente............................................................6 - A Exemplar Maçonaria.........................................................7 Informe Cultural – XV Encontro da Cultura Maçônica......7

Os Grandes Iniciados - Jesus, O Cristo....................................8Ritos Maçônicos – O Escocismo – Parte I...............................10Trabalhos - Lugares Sagrados.......................................................................11 - Herança Educacional Iluminista..............................................13

Reflexões - Uma Homenagem a Todas as Mulheres...........15 Lançamentos – Da Perícia ao Perito.........................................16Boas Dicas - Eventos Culturais /Blogs/ Edições Anteriores...16

Façamos Façamos MaçMaçonaria de Verdadeonaria de VerdadeFrancisco Feitosa

arie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès, também, nomeado Léo Taxil, nasceu em Marselha, em 21 março de 1854, e morreu em Sceaux, em 31

março de 1907, utilizou-se de vários outros pseudônimos, como Paul de Régis, Adolphe Ricoux, Samuel Paul Rosen e Dr. Bataille. Os nomes Léo Taxil e Doutor Charles Hacks, foram, na verdade, pseudônimos coletivos. Taxil foi um escritor e jornalista francês, conhecido por ter enganado parte das hierarquias eclesiásticas com uma falsa confissão sobre a Maçonaria.

M

Taxil, inicialmente, publicou livros anticatólicos, que pintaram a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica. Em 1885, confessou ter-se convertido ao catolicismo e foi solenemente recebido na Igreja Católica.

Taxil havia sido iniciado na Maçonaria, mas fora expulso, ainda, como aprendiz. Talvez, por vingança ou, simplesmente, por brincadeira de mau gosto, acabou por inventar uma suposta ordem maçônica, altamente secreta, chamada Palladium, só existinte na imaginação altamente fértil de Taxil, que, segundo ele, seria comandada pelo inocente Albert Pike (1809-1891), Brigadeiro General da Confederação na Guerra Civil Americana e Soberano Grande Comendador do

REAA, nos EUA, Jurisdição Sul, do ano de 1859 até sua morte, em 1891.

Taxil foi um escritor francês, instigador, que, ao longo da última década do século, escreveu uma série de livros e panfletos, condenando a Maçonaria, o que ficou conhecido como o "Jogo de Taxil", do qual participava o Papa e os bispos da França. Nesse episódio, acusou a Maçonaria de satanismo e adoração a um ídolo com cabeça de bode, definido como Baphomet.

Seu objetivo, então, era revelar à sociedade tal misteriosa e maléfica Ordem. Ficou famoso com isso e ganhou uma audiência com o Papa Leão VIII, em 1887. Assim, a Igreja Católica patrocinou e financiou a campanha de Taxil, inclusive a edição de seus livros.

No panfleto de lançamento do livro de Taxil, podia ver-se Baphomet, com algumas modificações e um avental maçônico cobrindo o falo.

O livro "Os Mistérios da Franco-Maçonaria", por ele escrito, descreve um grupo de maçons endiabrados, que dançavam ao redor de Baphomet, puxado por um ex-padre, nada mais nada menos, que o famoso e falecido "Pai de Baphomet", Eliphas Lévi (falecido em 1875). Leo Taxil ganhou muito dinheiro, inclusive do Vaticano, enganando todo tipo de crédulos.

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Finalmente, em 19 de abril de 1897, em um salão de leitura, Taxil iria apresentar uma tal senhorita Vaughan, que, na verdade, nunca existiu, renunciando a Satã e convertendo-se ao catolicismo. A Igreja, ansiosamente, aguardou tal apresentação. Na data, o salão lotou de pessoas do clero católico, maçons e jornalistas. Depois de um palavreado enorme, cheio de volteios, Taxil, então, finalmente, revelou que nada tinha a revelar, porque nunca havia existido tal "Ordem Palladium". Foi um tumulto imenso. De fato, Gabriel Jogand tinha fabricado a história inteira como um gracejo monumental à custa da Igreja. Até hoje, os maçons divertem-se com tal episódio. No final, foi chamada a polícia para que os ânimos fossem controlados e tudo não acabasse em uma imensa briga e quebra-quebra (para ler a A Conferência de Leo Taxil, clique aqui). Taxil morreu dez anos depois, em 1907, com 53 anos.

Falando dos Templários, entre as diversas acusações contra essa Ordem, existia uma em que constava a produção de um tipo de "cabeça barbuda", o Baphomet. Na verdade, tal figura está associada à lâmina XV dos Arcanos do Tarô, cujo estudo iniciático tem a interpretação de “A Grande Luz”; no tarô adivinhatório e profano, de “O Diabo”.

Os Arcanos do Tarô são originários do Livro do Mural, dos atlantes, reunindo estudo dos mistérios da Cosmogênese e da Antrogênese (origem do Universo e do homem), que, a fim de sua interpretação não ser distorcida ao longo dos tempos, foi codificado em símbolos por Hermés, o Trismegisto, em 78 lâminas, dividindo-o em 22 Arcanos Maiores e 56 Menores.

Baphomet foi associado aos Templários, na investida do rei Filipe, o Belo, em conchavo com o Papa Clemente V, a fim de destruir a Ordem e se apoderar de toda a sua riqueza.

Mais de 500 anos depois dos Templários, em 1810, na França, nasce Alphonse Louis Constant, filho de um sapateiro. Bem cedo, ainda criança, ganhou as atenções de um padre da paróquia local, providenciando que Alphonse fosse enviado para o seminário de Saint Nichols

du Chardonnet e, mais tarde, para Saint Sulpice, estudando o catolicismo romano com vistas ao sacerdócio. Mas deixou o caminho do catolicismo para se tornar um ocultista. Enquanto viveu, seguiu o caminho esotérico e adotou o pseudônimo judeu de Eliphas Levi, que dizia ser uma versão judaica de seu próprio nome.

O trabalho de sua vida foi escrever volumes enormes sobre Magia que incluíam comentários extensos sobre os Cavaleiros Templários e o Baphomet. De todos seus trabalhos o mais conhecido é "A Doutrina da Alta Magia", publicado em 1855. Levi, também, afirmava que reorganizando-se as letras de Baphomet, em inversão, adquirir-se-ia uma frase latina "TEM OHP AB", abreviação de "Templi Omnium Hominum Pacis Abbas", cuja tradução é

"O Pai do Templo da Paz de Todos os Homens". Uma referência ao Templo do Rei Salomão, capaz de levar a

paz a todos. Levi chamava-o de "The Sabbatic Goat" ou "Baphomet of Mendes".

Em suma, a figura de Baphomet, surgiu do sinistro processo inquisitorial dos

Templários, ganhou forma nas mãos de Eliphas Levi e foi associado à

Maçonaria, lamentavelmente, por Leo Taxil. É importante citar que Levi

nunca mencionou que Baphomet tinha alguma ligação com a Maçonaria. Eliphas Levi faleceu em

1875, deixando um grande legado ao ocultismo.

A brincadeira de péssimo gosto, apesar de ser revelada por seu criador, continua e é aceita como "gospel" por novas gerações de

religiosos intolerantes. A Maçonaria é difamada por uma acusação absurda e, também, por aqueles que pensam ser religiosos corretos e acabam por perpetuar uma mentira. O desenho da cabeça hircina, grotescamente mudada, reúne em um ponto aqueles que, em ódio ou ignorância, difamam a Maçonaria.

O objetivo desta matéria é servir de alerta aos nossos Irmãos, a fim de que não se deixem levar por estórias fantasiosas, insistidamente ditas, que, diante de uma Maçonaria desinteressada pelo estudo e pela pesquisa séria, acabam até se tornando “verdades” e sendo difundidas (desculpem-nos a franqueza) pelos “papagaios de avental”.

Façamos Maçonaria de Verdade! ?a b

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8 de 8 de MaMarço: O Dia Internacional da Mulherrço: O Dia Internacional da MulherJoão Camanho

o dia 8 de março do corrente, estarei comemorando setenta e um anos de existência. Como diria o poeta maior Carlos Drummond de

Andrade: “Hoje não faço anos, duro”. Contudo, não sou um maçom velho, mas um velho maçom – vejam, Irmãos, as sutilezas da língua portuguesa – e me sinto bastante privilegiado por ter nascido nesse dia tão contraditório: um marco de lutas e glórias e, também, de lutos e lágrimas.

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Para muitos, tal data passa totalmente despercebida, o que é profundamente lamentável, pois traduz a história da luta de destemidas mulheres trabalhadoras, que, sempre, ansiaram por justa remuneração, melhores condições de trabalho e igualdade de direitos.

Vamos aos fatos. No dia 8 de março de 1857, há cento e cinqüenta e três anos, portanto, cento e vinte e nove mulheres, que trabalhavam na Tecelagem Cotton, em Nova Iorque, entraram em greve, pleiteando dez horas diárias de trabalho. Vergonhosamente, os contramestres não aderiram. Chamada pelos patrões, a polícia reprimiu duramente as grevistas, que se refugiaram na fábrica. O arbítrio não se fez esperar. Os empresários, extravasando sua sanha, ordenaram à policia que incendiasse a fábrica. E todas elas foram carbonizadas. Mais um crime hediondo fora perpetrado pelos “donos do poder”.

O sacrifício dessas heroínas, contudo, não foi em vão. Reconhecendo-lhes o mérito, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres, realizada na Dinamarca, em 1910, o dia 8 de março foi declarado Dia Internacional da Mulher.

Em 1911, na Europa inteira, mais de um milhão de mulheres fizeram grandes manifestações, visando à mudança dessa situação inaceitável: opressão da sociedade machista e patriarcal; exploração dos

capitalistas selvagens.No livro “Cem Discursos Históricos”, de Carlos

Figueiredo, encontrei, nos discursos de Catão, enciclopedista e general romano, conhecido como “o Censor”, e de Lúcio Valério, orador romano e tribuno da plebe, o episódio memorável da Lei Ópia. Essa Lei determinava uma série de imposições ao comportamento das mulheres.

Catão, fiel aos seus rígidos princípios, defendia a continuidade da Lei; Lúcio Valério, contestando-o, queria a revogação da mesma. Depois desses inflamados discursos no Senado, as mulheres se mobilizaram, dirigiram-se ao Fórum, pressionaram os Senadores a revogarem tal Lei e, somente, retornaram aos lares com a vitória, em uma das primeiras manifestações feministas de

que se tem notícia. Um acontecimento marcante, traduzindo a audácia daquelas mulheres, que, no século II a.C., enfrentaram o patriarcalismo da velha Roma.

E a luta continua nos dias de hoje contra essas sujeições, que as vem estigmatizando ao longo de milênios, o que fica implícito no final do discurso de Betty Friedan, americana, ativista dos direitos da

mulher, pronunciado nos Estados Unidos, em 1969: “Nessa confrontação, estamos construindo um marco nessa revolução maravilhosa, que teve início antes de qualquer uma de nós ter nascido e que, ainda, tem um longo caminho a percorrer; das pioneiras dessa luta, recebemos a consciência que nos trouxe até aqui, vindo das diferentes posições, para afirmarmos os direitos da mulher em fazer suas escolhas, definir as novas maneiras de viver, por nós mesmas, levando a mulher adiante, até a conquista da dignidade humana”.

Nessa magnânima data, 8 de março de 2010, só me resta aplaudi-las, por entender que a luta delas é, na verdade, a dessa imensa legião de oprimidos, espalhada por todos os recantos da Terra. ?

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O Futuro no PrO Futuro no Preseesentente

Eliseu Mocitaíbastamos passando por um período de transformação muito difícil em toda a humanidade. Uma época de transição, onde

colhemos os frutos de tudo o que foi plantado nos últimos tempos pela sabedoria ou pela loucura de todos os povos, e já devendo reavaliar as novas perspectivas para os próximos milênios.

EEm plena Era da Tecnologia, vivemos

defrontando-nos com inúmeras situações desagradáveis, fatos e coisas de toda ordem, entre muitas inusitadas, que levam muita gente a ficar atônita quanto ao futuro imediato de tudo e de todos.

O agente principal de todas as atenções é a economia, gerando conquistas e desditas em todos os quadrantes. Justamente, a ela, prendem-se as nações do mundo, exigindo-lhes a retomada de posição em todos os níveis sócio-econômicos.

A ciranda financeira dos cassinos da impunidade confundida com o poder no mundo, mais uma vez, atiçou os seus corcéis no circo das grandes especulações, e a economia, baseada na moeda podre, vem sofrendo abalos por sua ganância no jogo das desvairadas especulações virtuais.

Verdadeiros impérios de cartas marcadas começaram a ruir, e seus ditadores foram apontados como bobos da corte, justificando, com verdadeiras piadas, o insucesso das transações econômicas, enquanto, no mundo inteiro, seus comparsas em potencial, especuladores das bolsas alheias, correm às tontas tentando recuperar as migalhas que lhes sobraram.

Nações, antes ditas poderosas, perturbadas estão pelo insucesso de suas barbaridades econômicas. O que inclui, pelo desespero, imprimir milhões sem lastro, na tentativa de calar a Voz do Destino diante da realidade da evolução dos tempos.

Agora, muitos, sem referencial, estão procurando culpados por toda parte e, até mesmo, criando vilões entre os gêneros alimentícios para encobrir a ganância de certos negociantes e atravessadores.

Muitos se assumem como defensores da natureza, do povo, etc., atacando, criticando a tudo e a todos, e aí se postando como pavões, desde que não mexam no mundo

deles, caso contrário mostram sua verdadeira máscara de hipocrisia.

A mídia, como algumas instituições, vai à frente alimentando e conduzindo, pela ansiedade, curiosidade e medo, os incautos, tentando conservar e conquistar novos clientes.

Haja vista os que exaltam as festas do povo, Natal, Carnaval, Páscoa, entre outras, pela expectativa de divertimento, novidades e distração, impondo a lei do consumo, para que as pessoas fiquem alienadas e conduzidas a gastar além daquilo que possuem.

Alguns, desvairados, mergulham em crenças com promessas, que incluem resgates em naves espaciais, e, sob a influência de comandantes e anjos, permanecem entorpecidos e cegos à realidade da vida.

Certamente, tempo ainda há para aliviar o peso de tudo que foi plantado no seio da evolução. Uma retomada de consciência, exaltando tudo que for justo, digno e perfeito é um bom e grande caminho.

A conscientização, em todos os sentidos, deve começar de dentro para fora. A preservação da natureza, do meio ambiente, deve começar pelo próprio ser humano, que vem, religiosamente, preservando seus preconceitos, dogmas, desditas e medo de toda ordem. Estocar grandes quantidades de víveres deveria ser trocado por preservar amizades sinceras e honestas. Procurar terras, sítios, chácaras ou cavernas como abrigo parece devaneio, ao se descobrir que o maior patrimônio deve ser o amor-sabedoria, de dentro para fora, nascendo para um novo estilo de vida, propagando a união e fraternidade entre todos. Assim, também, viver a vida dos famosos, quando muitos valores são estigmatizados dentro de cada um, principalmente nas crianças, é alimentar o mundo da ilusão.

A Roda da Evolução chegou ao seu final e já se prepara para uma nova etapa, sendo que, dessa vez, novas formas pelo bem-viver são exigidas pela consciência de si e do todo, pelo papel que se irá protagonizar nesse novo palco cênico das Grandes Necessidades. ?

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A Exemplar MaçonariaA Exemplar Maçonaria

Valmir Fonseca Azevedo Pereira Maçonaria Brasileira prima pelo anonimato; por vezes, esquecemos que ela existe. Se age sem alarde, é por deplorar os refletores fáceis e fugazes.

Pretende-se mais permanente, respeitada, incólume.

ASeus membros, convidados ou voluntários, são

selecionados, e muito. Contudo, nada impede que um deles não preencha, em dado momento ou circunstância, as condições de continuidade nos seus quadros. Ou seja, ele maculou as exigentes condições de ingresso que lhe ornaram o caráter no passado, e sua permanência tornou-se incompatível com a retidão do Órgão.

O que fazer? O lógico é que, cessadas as qualificações que tornaram o membro merecedor da honraria, sejam cortados seus laços com a Instituição. Comprovada a vilania, não há retorno. Expurgue-se o mandrião. Seus atos conspurcaram-na e aos demais membros, logo cessaram, entre o incorreto membro, os demais e a entidade, os graus mínimos de respeito que os tornaram possíveis. Na omissão e na incúria, balançam os pilares, arduamente, conquistados em décadas.

Ao emitir claros sinais de alerta de que não irá tolerar qualquer quebra nos seus princípios e parâmetros, a Maçonaria sinaliza que está atenta, reprova, age, disposta a impedir a permanência de maus indivíduos em seus quadros. Nem eles, seus corretos membros, nem ela merece a infeliz distinção.

Na possibilidade de desligar um membro de comprovada inaptidão, a Maçonaria nos repassa uma bela iniciativa; para as demais instituições, que se pretendem sólidas, permanentes, verdadeiros pilares da sociedade, um

salutar exemplo.O exemplo cala fundo numa quadra em que o bom

“mocismo” prolifera, em que, tendenciosamente, uma sociedade permissiva aceita, sob qualquer pretexto, “pequenos desvios” de conduta.

Aos responsáveis, cabe, como guardiões da Instituição, o dever de levar ao debate tais questões. É difícil, numa quadra em que a responsabilidade se tornou uma peça decorativa, a honestidade é parcial, e tudo depende de “quem ou do como”, manter a serenidade, pautar atitudes e agir com imparcialidade e parcimônia. Os “conformes” não podem predominar. A lei e a justiça, lamentavelmente, não são iguais para todos.

Assistimos, através dos últimos anos, a entidades de reconhecido respeito conceder honrarias, premiações, e mesmo renomados galardões, que apontam os homenageados como luminares da moral, ícones da respeitabilidade. E o fizeram com pompa e circunstância, inclusive, em momentos em que somente as nebulosas razões, permeadas por interesses políticos ou econômicos poderiam justificar o estranho destaque.

Ao tecermos loas à simples preocupação em depurar a entidade, o debate, a análise sobre o desligamento ou a expulsão de membros incursos em atividades escusas, com procedimentos eivados de incúria, que poderá concretizar-se ou não, merece o nosso aplauso e o incentivo para que as demais instituições, inclusive as Forças Armadas, mirem o salutar exemplo e tenham a desprendida coragem de adotar idêntico procedimento. ?

* O autor é General de Brigada Rfm do EB, e, apesar de reunir valores para tanto, ainda, não pertence às fileiras de nossa augusta Ordem. O texto nos foi enviado pelo querido Irmão Ivaldo Figueiredo Mendes, Or∴ de Brasília.

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Brasília – Brasília – CapitCapital Nacional da Cultura Maçônica de 2010al Nacional da Cultura Maçônica de 2010Francisco Feitosa

rasília recebeu esse título, em face do Ato assinado pelo Eminente Grão-Mestre do GOB-DF, Jafé Torres, que enviou ofício ao Governador do Distrito Federal

solicitando, de parte do governo, idêntica providência. Ao mesmo tempo, foi criado um grupo de trabalho para cuidar do evento, sob a presidência do Grão-Mestre Adjunto Lucas Galdeano.

B

O tão esperado evento se realizará de 8 a 10 de abril, no ano em que comemoramos o 50º aniversário de Brasília. Participam

desses Encontros, além dos Maçons de todas as Potências, as seguintes organizações: ABIM - Associação Brasileira da Imprensa Maçônica (Presidente Antônio do Carmo Ferreira); INBRAPEM- Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estudos Maçônicos (Presidente Edenir Gualtieri); UBRAEM - União Brasileira dos Escritores Maçons (Presidente Élio Figueiredo); AAML - Associação da Academia Maçônica de Letras (Presidente Absaí Gomes Brito).Programação no blog http://www.domcarmo.blogspot.com/ ?

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Jesus, O CristoJesus, O CristoGiselda Sbragia

ara os cristãos espalhados pelo mundo inteiro foi Jesus, o Cristo, o Salvador, o filho de Deus feito homem, com a missão de sofrer e morrer como os

homens e resgatar, com seu sacrifício, os pecados da humanidade.

PPara os historiadores, mesmo os que lhe

recusavam a divindade, foi um dos mais extraordinários vultos de todos os tempos. O nome Jesus Cristo vem do hebreu Jeoshua, "Deus é o seu auxílio", e do grego Khristos, “messias”, “ungido".

Segundo pesquisa da ciência, Jeoshua nasceu provavelmente em Nazaré, no ano VII a.C. Sobre esse evento, citamos o seguinte trecho saído no jornal campinense “Diário do Povo”, de 23 de dezembro de 1984, de autoria de Nelson Travnik, astrônomo do Observatório Capricórnio (observatório municipal):

“(...) A conjunção registrada em 1603, segundo cálculos originais, foi uma segunda edição do ano VI, corrigida por computador e com o auxílio dos modernos planetários para ano VII. Herodes, segundo a história, morreu no ano IV. Jesus, que escapou à matança infantil, nasceu antes. Assim, de acordo com essa hipótese, o nascimento de Jesus teria ocorrido na tarde de terça feira, 15 de setembro do ano VII, antes da nova Era. O dia 25 de dezembro foi instituído por Justiniano em 354 d.C. E o seu calculador errou duas vezes: uma, por confusões de calendário, e outra, por coincidir com as saturnais (Saturno, na astrologia, era um planeta da realeza) e com o “Dies natalis in-victo”. Estando correta essa dedução astronômica, estamos, realmente, no ano 2018, e não em 2010".

Jesus era filho de Myriam, que chamamos Maria, mulher do carpinteiro José, um galileu de estirpe nobre, filiado aos essênios. A lenda envolveu o nascimento de Jesus em uma teia de maravilhas, mas, se ela abriga muitas superstições, também, envolve verdades psíquicas pouco conhecidas, porque estão acima da percepção comum. Um fato parece ressaltar da história legendária de Maria: que Jesus foi uma criança consagrada a uma missão profética pelo desejo da mãe, antes do nascimento. Fala-se a mesma coisa com referência a vários heróis e profetas do Antigo Testamento. Esses filhos consagrados a Deus por suas mães chamavam-se nazarenos.

Jesus cresceu na Galileia dentro de uma família piedosa e patriarcal, onde a educação se baseava na unidade da lei e da fé. A casa paterna era, para o menino, uma espécie

de templo, e foi aí que Ele recebeu seus primeiros ensinamentos e aprendeu a conhecer as Escrituras. Ante as perguntas ardentes, incisivas do menino, o pai calava-se, mas a mãe dizia-lhe: "A palavra de Deus vive só em seus profetas; um dia, os sábios essênios, os solitários do Monte Carmelo e do Mar Morto te darão a resposta".

A primeira grande revelação de Jesus foi, sem dúvida, o sentimento originário de unidade com Deus na luz do amor. Essa vida mística, profundamente oculta, unia-se, no adolescente, a uma completa lucidez para as coisas da vida real.

Lucas no-lo apresenta com a idade de doze anos "crescendo em força, em graça e em sabedoria". A consciência religiosa em Jesus foi inata, absolutamente independente do mundo exterior. Sua consciência profética e messiânica só pôde despertar ao choque do exterior, ao espetáculo de seu tempo, enfim, por uma iniciação especial e uma longa elaboração interior. Encontram-se traços disso nos Evangelhos. Estes mantiveram um silêncio absoluto sobre os fatos e sobre as ações de Jesus, antes de seu encontro com João Batista. Logo depois desse encontro, Ele aparece na Galileia com uma doutrina definida, com a segurança de um profeta. É evidente que esse início ousado e premeditado foi precedido de um longo desenvolvimento e de uma verdadeira iniciação. Essa iniciação deve ter-se processado na única associação que conservava, em Israel, as verdadeiras tradições e o gênio de vida dos profetas. Essa dedução ressalta não só das relações íntimas entre a doutrina de Jesus e a dos essênios, mas também, do próprio silêncio mantido por Cristo sobre essa seita.

Por que Ele, que ataca, com uma liberdade sem igual, todas as seitas religiosas de seu tempo, jamais se refere aos essênios? Por que os apóstolos e os evangelistas, também, não falam sobre eles? Evidentemente, porque consideram os essênios como irmãos, ligados a eles pelo juramento dos mistérios. Como pontos comuns entre a doutrina dos essênios e a de Jesus, citamos: o amor ao próximo colocado como primeiro dever; a proibição de jurar para atestar a verdade; o ódio à mentira; a humildade; a instituição da ceia.

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Podemos afirmar, então, que Jesus passou vários anos com os essênios. Submeteu-se à sua disciplina, estudou com eles os segredos da natureza e exercitou-se na terapêutica oculta. Dominou inteiramente os sentidos para desenvolver o espírito. E quando estava preparado, recebeu, no mais profundo segredo, a iniciação superior do quarto grau, que só se concedia no caso especial de uma missão profética, desejada pelo irmão e confirmada pelos anciãos. A partir daí, o iniciado estava livre, senhor de suas ações, liberado pela Ordem, hierofante; ele próprio, entregue ao vento do espírito, que podia lançá-lo ao abismo ou transportá-lo para o cume.

Nesse tempo, João Batista pregava às margens do Jordão, e Jesus quis ouvi-lo e submeter-se, também, ao batismo público. "Serás tu o Messias?" foram as palavras de João Batista.

Seria Ele o Messias? Jesus só podia responder a essa pergunta recolhendo-se no mais profundo de seu ser. Daí o retiro, o jejum de quarenta dias, que Mateus resume sob a forma de uma lenda simbólica. A tentação representa, na realidade, na vida de Jesus, a grande crise e a visão soberana da verdade, pela qual devem passar, infalivelmente, todos os profetas, todos os iniciadores religiosos antes de encetarem a sua Obra.

Terminado o seu retiro, Jesus anunciou aos essênios que ia pregar, na Galileia, o "Evangelho do Reino dos Céus". Isso queria dizer: levar os grandes mistérios ao alcance dos simples, traduzir-lhes a doutrina dos iniciados. A vida pública de Jesus foi narrada pelos Evangelhos. Jesus não dizia que era o Messias, mas discutia sobre a Lei e os profetas nas sinagogas. Pregava nas margens do lago de Genesaré, nos barcos dos pescadores, junto das fontes, nos oásis entre Cafanaum, Betsaída e Korasim. Curava os doentes pela imposição das mãos, por um olhar, por uma ordem. Multidões o seguiam, e numerosos discípulos já se ligavam a Ele. De seus adeptos, não exigia juramentos nem profissão de fé, mas, somente, que acreditassem nEle. Pôs em prática a comunhão de bens, não como uma regra absoluta, mas

como princípio de fraternidade entre os seus. Jesus começava, assim, a realizar, em seu pequeno grupo, o Reino do Céu, que queria fundar na Terra. Resumindo sua doutrina, Ele diz: "Amai vosso próximo como a vós mesmos e sede perfeito como vosso Pai Celeste é perfeito". Ele deixava entrever, assim, sob uma forma popular, toda a profundeza da moral e da ciência, pois o supremo mandamento da iniciação é reproduzir a perfeição divina na perfeição da alma, e o segredo da ciência reside na cadeia das semelhanças e correspondências, que une em círculos crescentes o particular ao universal, o finito ao infinito.

Numerosos discípulos participaram de seu ensinamento íntimo, mas, para fazer perdurar a nova religião, era necessário um gru-po de escolhidos ativos, que se tornassem os pilares do templo espiritual, que Ele queria edificar diante do outro. Daí a instituição dos apóstolos. Ele não os escolhe entre os essênios, porque necessitava de naturezas vigorosas e virgens e porque queria implantar sua religião no coração do povo.

Pelas suas pregações, Jesus foi acusado de subverter a lei religiosa e a ordem política da Judéia. E, assim, o movimento inspirado e liderado por Jeoshua Ben Pandira, a divina expressão avatárica humanizada, teve sua missão interrompida, sendo, com ela, sacrificado. Mais uma vez, falhou a periódica tentativa de reconstruir, na

face da Terra, o Paraíso Perdido, firmando a esperada Idade de Ouro.

"Ó filhas de Jerusalém, não choreis a minha morte... Se os vossos peitos comovo, chorai a sorte de um povo, que morre com a minha morte ... "

Restaram, apenas, de todo esse ciclópico movimento, aspectos iniciáticos e místicos da Verdade, que deveriam dar o caráter do ciclo e da civilização. Assim, ocultou-se a Doutrina Secreta do Cristo, e, como Instituição, prosseguiu como religião-crença, sem a Sabedoria Iniciática das Idades.*A autora pertence às fileiras da Sociedade Brasileira de Eubiose, SBE. Esta matéria foi publicada na Revista Dhâranâ, edição 242, fevereiro de

2003, órgão oficial de divulgação da SBE. ?a b

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O Escocismo – Parte IO Escocismo – Parte I

Cristiano José Rehderome dado ao conjunto dos graus, ritos e sistemas, que são ou pretendem ser originários da Escócia. Ainda que seu número passe de 200, está,

plenamente, provado que nenhum, exceto os três chamados de primitivos, base de todos os sistemas ou inovações, acha-se, direta ou indiretamente, relacionado com aquele país, escolhido como "palanque" lendário de todas as utopias e de todas as inovações, que o charlatanismo e os amante do maravilhoso têm inventado como objeto de satisfazer suas intencionadas aspirações.

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A confusão, que se tem introduzido no campo do escocismo, a imensa variedade de graus e sistemas, que pretendem ser escoceses, e a falta de informação, que muitos irmãos têm a respeito da história do mesmo, pela escassez de livros, tratando desses assuntos, obrigam-nos a falar um pouco sobre sua história.

Desde o princípio de nossa era, existiam, nas ilhas britânicas, as célebres confrarias de obreiros construtores, que o imperador Cláudio enviou junto com as legiões romanas, para que suas obras de fortificações defendessem aqueles lugares das invasões dos escoceses.

Terminadas as obras, aqueles construtores se dedicaram a embelezar o interior das colônias militares, edificando notáveis monumentos, vastos edifícios, suntuosos templos, termas e pontes importantes, em uma palavra, criando, com sua arte e com seu gênio, grandes povoados, que, logo, adquiriram o título de cidades romanas.

A primeira, que obteve esse favor, foi a antiga "El Boranum" (York), que tanta celebridade veio a adquirir nos anais da Franco-Maçonaria. Logo, os nascidos no país se associaram a esses trabalhos, e, assim, os obreiros pediam para serem agregados às corporações dos arquitetos romanos, atendendo a ricos e a proprietários, que faziam construir suntuosas habitações à imitação dos romanos.

O estado perene de guerra, em que se mantinham os montanheses da Escócia, obrigou os romanos a construir uma série de imensas muralhas, para se

defenderem de suas temíveis incursões, sendo obrigados a solicitar a ajuda dos bretões, que obtiveram todas as franquias e privilégios de que desfrutaram as sociedades dos construtores.

A cooperação no trabalho, o exercício da mesma arte, a unidade de plano e a combinação de forças estabeleceram, naturalmente, uma grande intimidade e tolerância nas opiniões e nas crenças religiosas, nascendo uma verdadeira fraternidade.

No conjunto dos obreiros, empregados em uma mesma obra, reunidos em cavernas ou tendas, nas

imediações da mesma, onde o primeiro mestre até o último aprendiz se reuniam para comer e para se pôr em acordo com a marcha dos trabalhos, chamou-se de "Loja".

Quando Calázio se declarou independente de Roma, receando um ataque surpresa de Diocleciano, tratou de se relacionar com a sociedade mais importante e influente do país, as corporações maçônicas, compostas de romanos e de gregos, porém, em sua imensa maioria, nativos. Para eles, confirmaram-se todos os antigos privilégios, estabelecidos por Numa Pompílio, contudo, muito restringidos pelos últimos imperadores, dando-lhes o direito de "jurisdição".

Essa independência de qualquer tribunal lhes valeu o nome de Franc-Maçons (Free-Masons), com que se distinguiram dos outros maçons não-privilegiados e estranhos à Associação.

A invasão dos anglo-saxões abriu um funesto parêntese na marcha do progresso e bem-estar daquele país. Destruídas as cidades e os grandes monumentos e obrigados a escaparem da selvageria dos invasores, refugiaram-se nas montanhas de Gales e da Escócia e nas ilhas, onde conservaram, com religioso zelo, o segredo de sua ciência e o depósito de suas antigas instituições.

Mas, pouco a pouco, foram perdendo os privilégios, e, ainda que, sempre, desfrutassem de grande consideração e franquias, chegou o momento em que lhes foi necessário aceitar o protetorado de algumas famílias poderosas.

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Ricardo Agustin Hay, escocês de origem e beneditino de Santa Genoveva de Paris, descobriu em antiquíssimas Cartas, que o protetorado das corporações maçônicas pertencia, hereditariamente, desde tempos imemoriais, a família dos lordes Rosilin de Saint-Clair.

A Primeira dElas é uma Ata de reconhecimento dos direitos dessa família, que havia caído em desuso por falta de exercício, causando grande prejuízo às corporações por discussões e usurpações e dando origem à falta de um protetorado definitivo; está firmada por Tomás Wair, Mestre de obras (Master of work), Maçon de Edimburgo, Tomás Robertson, Vigilante (Wardine), da Loja Dumfermline e San Andrés, e Robert Bailic, pela Loja de Haddington, etc.

A Segunda, datada de 1630, é, igualmente, uma Ata de reconhecimento de direitos da mencionada família, destinada a reintegrar um título antigo, queimado no incêndio do castelo de Rosilin. NEla figuram muitos maçons de Dresde, Edimburgo, Glasgow, Stirling, Ayre, Dumferline e muitos representantes das corporações de ferreiros, "canteiros", etc., tratando-se, em ambos os documentos, dos títulos do patrono, dos privilégios e jurisdições das corporações obreiras.

Vê-se, claramente, por esses manuscritos, que a Maçonaria havia perdido já seu primitivo caráter de associação livre e colegiada, sendo mais uma espécie de cooperativismo, destinado a manter, entre os obreiros de uma mesma agremiação, o ofício das tradicionais práticas

estabelecidas para o exercício do mesmo. E, ainda, entre essas mesmas agremiações, a decadência chegou a tal extremo, que, em 1695, todas as antigas Lojas da Escócia haviam parado de trabalhar. Não podiam, portanto, nem nessa nem em épocas anteriores, haver conhecido, nem mesmo praticado, a franco-maçonaria filantrópica e filosófica, como alguns pretendem.

Em 1736, dezenove anos depois do renascimento ou da transformação, realizada no seio da Grande Loja de Londres, os maçons escoceses trataram de construir uma Grande Loja na Escócia. Em 30 de novembro daquele ano, reunidos todos os maçons escoceses em assembléia, constituíram, na Capela de Santa Maria de Edimburgo, tendo-se em conta a renúncia que fazia o chefe da família Rosilin, William de Saint-Clair, patrono, vinculado à mesma.

Assim, aceita essa renúncia, seguidamente, foi aclamado por unanimidade Grão-Mestre da nova Grande Loja, e, em 24 de junho de 1837, esta decidiu que se revisassem e renovassem os títulos de todas as Lojas escocesas. Até aqui, só se observa uma perfeita identidade entre a Maçonaria, propriamente chamada, e a Maçonaria Escocesa.

Não se vê interferência ou figuração de Cruzados, Templários e Rosa-Cruzes, ao contrário, em várias ocasiões, a Grande Loja da Escócia não tem cessado de proclamar, sempre, em todos os seus Boletins, que considerava altamente prejudiciais os Altos Graus e, unicamente, reconhecia como legítimos os Três Graus do Simbolismo: Aprendiz, Companheiro e Mestre. ?

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Lugares SagradosLugares SagradosRicardo Paschoal

ciência já descobriu que o universo é composto de aglomerados de galáxias, compostas de estrelas de vários tipos, algumas tendo, em torno de si,

sistemas solares, compostos de planetas, cometas, asteróides, etc. Em cada uma dessas estruturas, existe, pelo menos, um local de suma importância: num sistema solar, é o sol (uma estrela), em torno do qual orbitam seus constituintes; numa galáxia, é o centro galáctico (que pode ser um buraco negro), em torno do qual gravitam suas estrelas. E assim por diante. Que local da Terra desempenha semelhante papel? Por analogia, é só verificar em torno de que a Terra gira! Ora, sabe-se que gira em torno de seu próprio eixo, linha reta imaginária, que contém os Polos Norte e Sul. Uma parte dos pontos, que compõe essa reta,

A pertence à Terra e está, obviamente, no seu interior.

Chegamos, assim, à conclusão de que esses pontos são tão especiais para nós, habitantes da Terra, quanto o Sol o é para todo o Sistema Solar; o centro de uma galáxia o é para a galáxia, etc. De quebra, acabamos por estabelecer uma relação de semelhança entre o Sol e o interior da Terra, o que nos permite compreender melhor o fato de muitos Adeptos referirem-se ao centro da Terra como “Sol Central”.

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Contudo, não é para ser tomado ao pé da letra, como se lá existisse uma estrela! Isso, também, permite-nos entender por que certos Iniciados da Antiguidade adotavam o sistema geocêntrico: não era mera adequação ao que a humanidade acreditava na época, mas, de fato, uma realidade no plano simbólico, que tais Seres sempre enfatizaram.

Pontos no interior da Terra... Ora, o interior de algo é, simbolicamente, a sua essência. Dizemos: aquela pessoa tem um belo interior, ou seja, uma bela alma, um belo espírito. O interior da Terra é, portanto, simbolicamente, sua alma, seu espírito. Analogamente, nossas vestes etérica, astral, mental, etc., localizam-se, principalmente, no interior do corpo físico. Apenas, a parte mais tênue delas é que “transborda” deste, formando os respectivos auras. Os Mestres de Sabedoria referem-se aos Mundos Interiores da Terra pelo nome de Agartha (ou Agharta). Podemos desmembrá-lo: Ag + hartha, ou Agni (= fogo, em sânscrito) + heart (= coração, em inglês), o que, usando a conhecida inter-relação entre o sânscrito e as línguas indo-europeias, nos permite interpretar Agartha como sendo “coração de fogo” (= Sol Central). Esta expressão, também, remete-nos a certas imagens do Cristo, em que o Meigo Nazareno se apresenta com o coração em chamas. Trata-se de uma alusão ao chacra cardíaco, que, além de ser o quarto — e, portanto, o central — dos sete chacras principais, é conhecido como a “câmara definitiva de kundalini”, onde esta última palavra, também, de origem sânscrita, designa a energia ígnea transmutadora, que desperta no estado de iluminação espiritual.

Também, temos: “interno” = “inferno”. Na realidade, inferno é “in-fera”, em oposição à “ex-fera”, ou esfera. Ou seja, o interior e o exterior desse sólido geométrico. Tratemos, portanto, de desassociar inferno de algo ruim, maléfico, lugar de castigo. Essa falsa ideia foi reforçada na Idade Média, numa deformação do sentido esotérico das lendas gregas sobre aquela região. Quem quiser saber como os sábios gregos compreendiam os Mundos Interiores pode consultar o que, para nós, restou, no registro de Platão: no livro “Fédon”, Sócrates, pouco antes de sua morte, descreve tais mundos com relevância de detalhes.

Usando a chave hermética de que o microcosmo (nesse caso, o ser humano) reflete o macrocosmo (no caso, a Terra), concluímos que as sete regiões especiais, existentes entre os Polos Norte e Sul, correspondem, no ser humano, aos locais da coluna vertebral em que nascem os sete chacras principais. Além disso, da mesma forma que os chacras, no ser humano, afloram à superfície de seu corpo, também, na Terra, os sete pontos principais de seu eixo interno (entre os Polos) se refletem em sua face, onde vivemos. Tais locais da superfície terrestre são aqueles que, portanto, mais apropriadamente, devemos chamar de lugares sagrados. Notemos que são sagrados no sentido cósmico do termo, e não meramente por causa de alguma tradição religiosa, desprovida de tal fundamento.

O insigne Prof. Henrique José de Souza (HJS, 1883-1963), fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, SBE, denominou tais lugares de Postos Representativos, que se situam, hoje, nas imediações dos seguintes locais (aqui apresentados fora de qualquer ordem particular): Cairo (Egito), Yucatan (México), Sintra (Portugal), Srinagar (Índia), Machu Picchu (Peru), Sidney (Austrália) e Novo México (EUA). Quando se fala de sete entes sagrados — sejam lugares, consciências, planetas, etc., sempre existe uma Oitava Coisa, síntese e origem das sete e representação do próprio Eterno. No sistema de chacras do ser humano, o oitavo é conhecido pelo nome sânscrito Vibuthi e fica “por trás” do chacra cardíaco. No Planeta Terra, atualmente, esse lugar fica, segundo HJS, em São Lourenço-MG, Brasil. Por ser a representante, na Face da Terra, do Sagrado Coração da Terra, essa estância hidromineral é conhecida como a capital espiritual do mundo. Não por acaso, foi lá que ocorreu, em 1921, a fundação esotérica da SBE. Tudo isso se relaciona com o fato, já bastante difundido (sobretudo pela SBE), de haver um papel importantíssimo a ser desempenhado pelo Brasil, na era que se inicia no atual milênio, incluindo-se o evento avatárico, conhecido como Maitreia, e, para o qual devemos

preparar nossas consciências, a fim de auxiliarmos na Iluminação da Terra. Note-se que isso é o mesmo que dizer “quando os povos de Agartha subirem à Face da Terra”, como consta na Profecia do Rei do Mundo, de 1890, trazida ao Ocidente no livro “Bestas (ou Animais), Homens e Deuses”, de Ferdinand Ossendowski. No Tibete, como em vários outros lugares do Oriente, falar em mundos subterrâneos é coisa comum, não suscitando tanta surpresa como aqui no Ocidente.

A maioria de nós não precisa se preocupar com o fato de não morar num local desses, pois, da mesma forma que no ser humano não existem só os sete

chacras principais, também, na Terra, existem muitos outros lugares sagrados, em volta de cada um dos postos representativos, e assim por diante. Um conjunto de sete locais em torno de um oitavo central denomina-se Sistema Geográfico, que são fundados pelos Dirigentes Espirituais do mundo com objetivos evolucionais específicos. Alguns exemplos históricos: Roma e suas sete colinas; as sete Igrejas do Oriente (Laudiceia, Smirna, etc. — ver a Bíblia, em Apocalipse), em relação a Jerusalém; as sete cidades atlantes em torno da oitava, principal. Tais lugares, sempre, guardam relação com os mundos interiores, e é daí que surgem as inúmeras lendas sobre Montanhas Sagradas, por exemplo. Em especial, o Brasil possui muitos de tais lugares. Só de sistemas geográficos, temos informações sobre quatro: um, em torno de Teresópolis, fundado pelos Iniciados tupis; três mais recentes, em torno de São Lourenço, MG, em torno da Ilha de Itaparica, BA, e em torno da cidade de Nova Xavantina, MT. Nessas três cidades, a SBE mantém seus três templos, além de Departamentos e representações nas cidades em torno, assim como em várias outras cidades do Brasil e do exterior. ?

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Herança Educacional IluministaHerança Educacional IluministaCharles Evaldo Boller

oram significativas as mudanças que se manifestaram na Europa durante o século XVIII, e, entre essas, surgiu a Maçonaria Especulativa

(1717), como parte ativa do processo de gradativa migração do poder para a burguesia, concentrado, até então, na nobreza e no clero. O Teocentrismo Medieval, Deus como centro de tudo, há muito, instigava o lançamento de ideias que fortaleciam o poder do cidadão. Aos poucos, o poder absoluto sobre o cidadão foi desaparecendo, e definiram-se os contornos da Democracia. Na época, por herança de práticas e costumes medievais, os nobres viviam à custa dos esforços de outros cidadãos da sociedade, o que prejudicou o nascimento da indústria e dificultava o livre comércio.

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Com a invenção e desenvolvimento da máquina a vapor, entre 1765 e 1790, por James Watt (1736-1819), estabelece-se o início da Revolução Industrial, marca do fim do poder de imperadores e papas, e nascimento do poder do povo. Os burgueses, na Revolução Francesa (1789-1799), usaram de palavras cunhadas por Rousseau (1712-1778), que estabeleceram princípios de liberdade, igualdade e fraternidade através das luzes, divisa usada até hoje pela Maçonaria, onde a Luz dos iluministas significava o poder da razão humana de interpretar e reorganizar o Universo. O Movimento Iluminista visava, inicialmente, à liberdade de pesquisa científica, ação, que, através de Rousseau, estendeu-se depois para a educação natural com ênfase no condicionamento moral e cívico.

O Século das Luzes teve inúmeros mentores, cuja ampla maioria concordava que, em resumo, apenas, a educação poderia proporcionar os meios para livrar os homens das garras do poder absoluto, que embotava o desenvolvimento. Qualquer poder estabelecido sabe, e a Maçonaria promove, que um povo instruído e educado é mais difícil de conduzir com dogmas e crendices, mas é mais feliz porque assume o controle da sua convivência pacífica na sociedade.

O Liberalismo foi outra forte movimentação da burguesia. Atuando na economia, François Quesnay

(1694-1774) e Adam Smith (1723-1790) representam as aspirações do cidadão em gerenciar seus próprios negócios sem a interferência do Estado. Defendia-se a economia perseguindo caminhos ditados por leis naturais, onde a figura de um Estado intervencionista não existe. Na política, os mesmos ideais liberais lutavam de todas as formas contra o Absolutismo. Na moral, buscavam-se formas laicas de tornar naturais as ações do comportamento humano.

Por conta de abusos clericais e da inquisição, que durou mais de seiscentos anos, de 1183 até 1821, o Iluminismo rejeitava a adesão à religião. Principalmente, às filosofias religiosas povoadas de fantasias e alegorias ilógicas e impostas como verdades, que, pelo aspecto verossímil, são colocadas como fatos verdadeiros, ao invés de declaradas de origem ficcional, apenas, para fins de ilustração de verdades e filosofias.

Os iluministas combatiam os dogmas que, em religião, estabelecem invenções forçadas, inverossímeis, determinadas por decreto pela autoridade religiosa como verdade divina revelada e que o adepto tem por obrigação acatar; são imutáveis, verdades absolutas, que, sequer, permitem discussão, nem mesmo pensar em contestação; imposição que determina como o adepto deve

pensar e até sentir. Contra as religiões, que impõem dogmas e fantasias, os iluministas se rebelaram. Não eram ateus, muito ao contrário! Isso, mesmo hoje, não passa de acusação leviana, falsa e insidiosa de parte dos detratores do Iluminismo. Defendiam o aporte de uma religião natural, com orientação mais racional de fé, ou crença naquilo que não é visto e ser, apenas, sentido ou intuído. Bastava-lhes a fé num princípio criador, semelhante ao que era percebido pelo pensamento lógico do homem da natureza, aceitando a impossibilidade de sua existência ser obra do acaso, e acreditando na existência de uma mente criadora, lógica e orientadora da exuberante e diversificada natureza que o cercava e lhe servia, e com a qual vivia em dependência. Hoje, reconhece-se a simbiose evolutiva como obra criativa, onde a criação é resultado da cooperação e coevolução das células em processos evolutivos cada vez mais intrincados e complexos, orientados por leis definidas por uma mente orientadora, conceito, ao qual o maçom denomina Grande Arquiteto do Universo.

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O Iluminismo influenciou o Deísmo, doutrina que considera a razão como a única maneira de assegurar a existência de Deus. Principalmente, por isso, os detratores do Iluminismo acusaram o movimento de introdutor do ateísmo na sociedade moderna. Entretanto, aquele movimento defendia a religião natural, sem dogmas e fanatismo. Para o iluminista, Deus é o Primeiro Motor, o Supremo Criador. Dessa magnífica ideia, a Maçonaria, que não é religião, herdou o conceito Grande Arquiteto do Universo, o que possibilita a reunião de diversas linhas filosóficas e religiosas num mesmo foro de debate, que, de forma proativa, discute os problemas da sociedade e do homem, ato impossível para outras instituições, mormente religiões, que nunca se entendem e, provavelmente, nunca chegarão a acordos fraternos na solução de qualquer problema, devido ao ódio que nutrem entre si e aos que não concordam com seus dogmas.

Na prática maçônica, as proibições de discussões religiosas nada têm de incentivo ao ateísmo, mas têm por finalidade afastar o maçom de discussões vazias dentro do pântano do fundamentalismo religioso e o conduzir para uma espiritualidade natural, respeitando crenças e a religião de seus irmãos, independente de qual seja. O ateu não é recebido pela Ordem Maçônica. Para entrar, é exigida crença num Princípio Criador e numa vida futura. Para o maçom, a espiritualidade é parte do corpo; é sentida como a plenitude da mente e do corpo, mente e corpo vivos, formando uma unidade. Os momentos de consciência espiritual são observados como unidade, uma percepção de pertencer ao Universo como um todo. A Loja estabelecida é representação desse Universo, o útero da criação, de onde o homem é parte integrante do todo. Quando o maçom contempla a Loja como representação do Universo, percebe que não está lançado em meio ao caos. "Ordo ab Caos", ordem no caos, é sua divisa e inspiração de que é parte de um projeto maior, de uma ordem mais elevada, parte integrante de uma imensa sinfonia da vida, conduzida pelo Grande Geômetra, o Maestro da Criação e Grande Arquiteto do Universo. A sua projeção de vida futura é construída no fato de que o seu corpo, nunca, morrerá. Mesmo depois que seu corpo se desfizer em seus elementos moleculares, a vida continua. E não, apenas, o sopro da vida, comum a todos os seres viventes, continua vivo, mas, também, os princípios da organização vital dos seres viventes da biosfera. É essa consciência de ser parte do Universo, de ser essa a sua casa, é dessa sensação de pertencer, de ser parte do todo que desperta, no maçom, o mais respeitoso e profundo sentido para a vida.

Quando, na Maçonaria, a Bíblia Judaico-cristã é

utilizada na construção de parábolas e alegorias, na representação de pensamentos e ideias de forma figurada, os textos são utilizados, apenas, como referência para a criação de estórias. As alegorias copiadas e depois adaptadas são pura ficção! Verossimilhança que serve, apenas, de suporte para a criação de parábolas que auxiliam na educação natural. Essa utilização é deixada bem clara para todos. É a educação da Maçonaria voltada para a liberdade, educação natural criada por Rousseau (1712-1778) e complementada por Kant (1724-1804). Por outro lado, a mesma Bíblia é utilizada nas atividades litúrgicas das Lojas cristãs como Livro da Lei, a mais alta e sagrada representação do grupo, sobre a qual se fazem juramentos e promessas, e da qual se extraem pensamentos e sabedoria. O maçom cristão é, constantemente, instigado a usá-la como fonte de inspiração no trabalho na pedra. Na absoluta maioria dos ritos, nenhuma sessão maçônica inicia sem que um trecho da mesma seja lido no momento mais solene de abertura ritualística dos trabalhos.

A liturgia e instrução maçônica constam de alegorias definidas em todos os aspectos como invenções, historinhas, fantasias, de uso puramente pedagógico e com o único objetivo de construir novas ideias pelos eternos ciclos de construção do pensamento. Esses ciclos, que Hegel (1770-1893) definiu como Contradição Dialética, constituída de Tese, Antítese e Síntese, é base do desenvolvimento de todo o conhecimento humano: Tese é a afirmação; Antítese, a negação ou complementação da Tese; Síntese, a superação da contradição. É quando surge uma nova e inusitada ideia, diferente da primeira e da segunda. Então, inicia-se um novo ciclo de Tese, Antítese e Síntese. E o processo não tem fim. É o que ocorre nos debates da Maçonaria, onde, através da educação natural, constroem-se templos, templos vivos e livres.

Esses são alguns dos aspectos do movimento Iluminista, que influenciaram a Maçonaria, quando de sua fundação como Instituição Especulativa. Mesmo bebendo de inúmeras outras fontes de inspiração simbólica e alegórica, foi essa a origem de que a Ordem Maçônica se utilizou para promover a volta do homem natural, perdido desde Atenas, Grécia antiga, reportado por Platão, em "A República". Na Maçonaria, o homem moderno tem a oportunidade de recuperar o que perdeu em virtude do desmonte da escola hodierna, colocar os pés no chão, trabalhar um templo vivo, dentro de um templo material, edificado pela Maçonaria, praticamente, só para a sublime finalidade de o homem se autoconstruir. Mas, dentro do grande templo da sociedade, um templo vivo, feito por homens naturais, cada artífice trabalha na pedra e, com a sabedoria da razão, a força da vontade, constrói sua beleza interior para honra e glória do Grande Arquiteto do Universo! ?

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Uma Homenagem a Todas as MulheresUma Homenagem a Todas as MulheresAutor ignorado

ma mulher chamada Ana foi renovar a sua carteira de motorista. Pediram-lhe que informasse sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar.U

- "O que eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário.- "Claro que tenho um trabalho", exclamou Ana, "sou mãe".- "Nós não consideramos 'mãe' um trabalho; vou colocar 'dona de casa'", disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me dessa história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa, que me atendeu, era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.- "Qual é a sua ocupação?" perguntou.

Não sei o que me fez dizer isto; as palavras, simplesmente, saltaram-me da boca para fora:- "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas".

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta a apontar para o ar, e olhou-me como quem não ouviu bem. Eu repeti pausadamente enfatizando as palavras mais significativas. Então, reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.- "Posso perguntar", disse-me ela com novo interesse, "o que faz exatamente?"

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na

voz, ouvi-me responder:- "Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas). Trabalho em regime de

dedicação exclusiva (alguma mulher discorda???), o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas)".

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou e pessoalmente me abriu a porta. Quando cheguei a casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir o meu novo experimento (um bebê de seis meses), testando uma nova tonalidade de voz.

Senti-me triunfante! Maternidade... que carreira gloriosa!Assim, as avós deviam ser chamadas "Doutoras-

Séniores em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas". As bisavós, "Doutoras Executiva Séniores". E as tias, "Doutoras-Assistentes". Eu acho!

Mande isto às mães, avós, bisavós e tias que conheça.Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres,

mães, esposas, amigas, companheiras. Doutoras na Arte de fazer a vida melhor! ?

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O autor é Desembargador Titular da Quarta Câmara Cível do TJRJ, Professor de Direito e Conferencista em cursos especializados em Perícias Judiciais, Presidente da Banca de Monografia na Escola de Magistratura – RJ e Membro da Academia de Letras, Ciências e Artes Ana Amélia – ALCAN-RJ.

“A Obra, como esclarece o próprio autor, está dividida em quatro partes, de forma a permitir abordagem abrangente, sistêmica, prática e detalhada sobre o tema. Por sua praticidade, clareza e objetividade, conjugadas ao seu ilustre valor didático e jurídico, a obra não poderia ser mais oportuna. Com ela o seu ilustre autor preenche uma lacuna que existia no tema enfrentado, coloca nas mãos dos operadores do Direito um valioso instrumento profissional e presta mais um relevante serviço à Justiça”. ?

Sérgio Cavalieri Filho Desembargador do TJ/RJ

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a Eventos CulturaisEventos Culturais b Vem aí o XV Encontro Nacional da Cultura Maçônica. De 8 a 10 de abril, em Brasília. Esse evento tem o apoio cultural da Revista Arte Real.

a BlogsBlogs bVisitem o Blog do nosso Irmão Antônio do Carmo Ferreira, Presidente da ABIM – Associação Brasileira de Imprensa

Maçônica e Grão-Mestre do GOIPE e saiba o que está acontecendo na cultura maçônica. www.domcarmo.blogspot.com Assim como, o Blog “O Escritor Maçom”, do nosso Irmão Moacir Outeiro, dedicado à leitura e a cultura maçônica.

Clique no link http://mjouteiropinto.blogspot.com/2010/02/revista-arte-real-todos-as-edicoes-em.html

a Arte Real – Edições AnterioresArte Real – Edições Anteriores b As edições anteriores se encontram disponíveis para download em vários sites maçônicos e, também, no site www.entreirmaos.net

a brte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais

um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para 14.890 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.

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Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33ºRevisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ − 33º Colaboradores nesta edição: Charles Evaldo Boller – Cristiano José Rehder - Eliseu Mocitaíba da Costa – Giselda Sbragia – João Geraldo Camanho Ricardo Paschoal – Valmir Fonseca Azevedo Pereira.Empresas dos Irmãos Patrocinadores: Adalberto Domingues Advocacia - Arte Real Software – Bisotto Imóveis - CH Dedetizadora – CONCIV - CFC Objetiva Auto Escola – Decisão Gestão Empresarial - Dirija Rent a Car – Empório Bacellar - Formadores de Opinião – Gerson Muneron Advocacia - Gráfica Everesty – Ideal Despachos

Aduaneiros Ltda – Kit Market - López y López Advogados – Olheiros.com – Rerícias & Avaliações - Pousada Mantega - Qualizan – Reinaldo Carbonieri Eventos – Reinaldo Pinto (livro) Saneartec - Santana Pneus – Studio Allegro - Sysprodata.

Contatos: MSN - [email protected] E-mail – [email protected] Skype – francisco.feitosa.da.fonseca ( (35) 3331-1288 / 8806-7175

Temos um encontro marcado na próxima edição. Tenham todos uma boa leitura! ? a b