no sector do café. p20 08 de gestão do seguro agrícola” ... e o risco de se ... nova dinâmica...

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HEDGE FUNDS E-commerce: Alibaba perde para JD.com Os investidores estão a trocar as acções da maior empresa de comércio electrónico da Ásia por uma concorrente de menor tamanho, que se está a tornar a favorita dos fundos de investimento. P8 PUB MARKETS 17792,16 18890,48 Nikkei em queda Os receios em relação à economia global levaram a bolsa de Tóquio a cair para o nível mais baixo em sete meses, com a queda semanal a ser mesmo a maior desde Abril de 2014. P4 BUSINESS Lixo electrónico é o grande tesouro da China Cerca de 70% do chamado “e-waste” mundial acaba nas oficinas de reciclagem chinesas, num negócio de milhares de milhões de dólares. P28 A QUATRO MESES DO FINAL DO ANO BODIVA negoceia 36,7% das obrigações previstas A Bolsa de Valores transaccionou 43,5 mil milhões Kz no Mercado de Registo de Títulos do Tesouro. P14 TRANSPORTE DE PASSAGEIROS Uber investe em Lagos, a maior cidade africana Empresa norte-americana quer chegar aos 3 mil motoristas na capital da Nigéria até final do ano. P27 Director: Aylton Melo Terça-feira 8 de Setembro 2015 Ano 1 Número 15 Periodicidade: Semanal Preço: 500 Kz / 2,5 € WWW.MERCADO.CO.AO “Vamos criar um novo modelo de gestão do seguro agrícola” MANUEL GONÇALVES, CHAIRMAN DA ENSA O gestor defende ainda a existência de seguros obrigatórios e a importância do seguro de saúde para racionalizar custos adicionais. P10 Njoi Fontes Alwaleed Bin Talal, um príncipe multitaskingeed Bin TalalAlwaleed Bin Talal O perl, a carreira e a postura do fundador da Kingdom Holding Company. P38 Fundo Soberano solidário com Kamba Dyami José Filomeno dos Santos entregou portáteis a crianças em idade escolar no Cuanza Sul. P20 Brunch with... Cláudio Augusto Conversa com o empresário que quer reerguer o nome de Angola no sector do café. P24 08.09

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Page 1: no sector do café. P20 08 de gestão do seguro agrícola” ... e o risco de se ... nova dinâmica na concessão de vistos. 1 TERÇA QUINTA 3 Obama garante apoio no Senado a acordo

HEDGE FUNDS E-commerce: Alibaba perde para JD.comOs investidores estão a trocar as acções da maior empresa de comércio electrónico da Ásia por uma concorrente de menor tamanho, que se está a tornar a favorita dos fundos de investimento. P8

PUB

M A R K E T S

17792,16

18890,48

Nikkei em quedaOs receios em relação à economia global levaram a bolsa de Tóquio a cair para o nível mais baixo em sete meses, com a queda semanal a ser mesmo a maior desde Abril de 2014. P4

BUSINESS Lixo electrónico é o grande tesouro da China Cerca de 70% do chamado “e-waste” mundial acaba nas oficinas de reciclagem chinesas, num negócio de milhares de milhões de dólares. P28

A QUATRO MESES DO FINAL DO ANO BODIVA negoceia 36,7% das obrigações previstas A Bolsa de Valores transaccionou 43,5 mil milhões Kz no Mercado de Registo de Títulos do Tesouro. P14

TRANSPORTE DE PA SSAGEIROS Uber investe em Lagos, a maior cidade africana Empresa norte-americana quer chegar aos 3 mil motoristas na capital da Nigéria até final do ano. P27

Director: Aylton Melo Terça-feira 8 de Setembro 2015 Ano 1 Número 15 Periodicidade: Semanal Preço: 500 Kz / 2,5 €

W W W . M E R C A D O . C O . A O

“Vamos criar um novo modelo de gestão do seguro agrícola”

M A N U E L G O N Ç A LV E S , C H A I R M A N D A E N S A

O gestor defende ainda a existência de seguros obrigatórios e a importância do seguro de saúde para racionalizar custos adicionais. P10

Njo

i Fon

tes

Alwaleed Bin Talal, um príncipe multitaskingeed Bin TalalAlwaleed Bin TalalO perfil, a carreira e a postura do fundador da Kingdom Holding Company. P38

Fundo Soberano solidário com Kamba DyamiJosé Filomeno dos Santos entregou portáteis a crianças em idade escolar no Cuanza Sul. P20

Brunch with... Cláudio Augusto

Conversa com o empresário que quer reerguer o nome de Angola no sector do café. P24

08.09

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CONSULTORIA A MAIS, RESULTADOS A MENOS?“Os dois dias mais importante na nossa vida são aquele em que nascemos e o dia em que percebemos porquê”

Mark Twain

É inegável a criação de valor por empresas de consultoria, algumas de renome internacional, na prestação de serviço de natureza estratégica, operacional e da formação de quadros. Angola tem investido avultadas verbas em consultoria. E os resultados? A consultoria pode limitar-se à elaboração de um plano estratégico ou, então, ir mais além, e incluir o businessplan, ou, mais longe ainda, incidir no plano operacional e na sua implementação. Ficando no primeiro ou no segundo estádio, essa consultaria corre o risco de não ser consequente no objectivo final pretendido, antes não passando de “bonitos” quadros em PowerPoint e incorporando cenários que são no essencial copy/paste de outros processos. Valem, muitas vezes, pelo simples logótipo da empresa consultora que, só por si, gera no destinatário (bancos, accionistas, etc.) um efeito positivo imediato, mas cujo conteúdo traz pouco benefício substantivo no plano da gestão interna da empresa. Porém, se a prestação do serviço se materializar essencialmente no plano operacional e na sua implementação, com toda a envolvente organizacional de meios materiais, humanos, formação, etc., então estamos num estádio implicando um verdadeiro compromisso por parte da consultora no êxito do projecto e, por isso, exigindo um alto sentido prático e de resultado efectivo. Os empresários e gestores angolanos, recorrendo a consultoras, saberão avaliar em que estádio de participação se encontram essas entidades externas e se os gastos dessa natureza se traduzem em benefícios palpáveis no plano operacional e de negócio. Esta análise a nível empresarial é válida, por maioria de razão, na esfera “ministerial”, em que estão em causa gastos públicos, e o risco de se ficar pelas estratégias gerais é bem maior. Damos um exemplo: certamente que existirão dossiês enormes a definir estratégias de política sectorial (v.g.: ordenamento do território), com recurso a consultoras, mas continuamos com as nossas avenidas, ruas e travessas sem número de polícia identificando as casas, o que afecta sobremaneira, entre outras áreas vitais do funcionamento básico da economia e da sociedade, os correios, a banca, a justiça e a administração pública em geral. Numa conjuntura em que o processo de diversificação da economia se reclama como prioritário, sucedendo-se anos de avaliação e reavaliação de estratégias, o que interessa agora são programas urgentes de implementação e, se tal implicar o concurso de consultores, então que se faça para estarem no terreno a montarem e organizarem as operações, e não nos gabinetes a produzirem dossiês que poucos lêem ou aplicam. Por outro lado, essas entidades de consultoria, muitas das quais afirmando-se como grandes escolas de gestão, devem integrar em maior escala quadros angolanos e proporcionar, ainda que a prazo, a transmissão de know-how em várias áreas e a redução de custos. Essa será a forma de compatibilizar o interesse nacional com os objectivos das empresas de consultoria. No final, tudo se ajuíza em função dos resultados percebidos na óptica quer financeira quer social , no caso sobre os investimentos em consultoria das empresas e entidades públicas angolanas, o que pressupõe a avaliação nesse domínio do que foi feito no passado e, acima de tudo, do que se perspectiva fazer no futuro.

Primeiro Plano

600 milhões USD de investimento estrangeiroO investimento estrangeiro em Angola atingiu 600 milhões USD nos primeiros sete meses de 2015. O número foi revelado por Maria Luísa Abrantes, presidente da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), durante uma reunião de quadros realizada em Luanda. No balanço da actividade da agora extinta ANIP, divulgado pelo Jornal de Angola, a responsável revelou ainda terem sido visitadas 406 empresas em nove províncias de Janeiro a Julho, contra 502 empresas visitadas ao longo de 2014. Recorde-se que a ANIP foi substituída pela Apiex Angola – Agência Angolana para Promoção do Investimento e das Exportações, que fica sob a tutela do Ministério do Comércio.

CAMPOS [email protected]

FICHA TÉCNICA DIRECTOR Aylton Melo ([email protected]) | REDACÇÃO [email protected]; Tel: +244 222 721 738; Agostinho Rodrigues, Ana Maria Simões, Estêvão Martins, Fernando Baxi, Paulo Narigão Reis | FOTOGRAFIA Walter Fernandes (coordenador), Carlos Graça Muyenga, Njoi Roque Fontes | DESIGN Pedro Guedes | PROJECTO GRÁFICO: +2 Designers | Impressão Lisgráfica e Naveprinter | Tiragem 5 mil exemplares| Alvará Comercial n.º 31 014/10/04/2011 | Registo no MCS n.º MCS-760/B/15

Car

los

Mu

yen

ga

SÁBADO

29BNA faz leilão de divisas – O Banco Nacional de Angola (BNA) realizou o primeiro leilão de venda de moeda estrangeira directamente a casas de câmbio, tendo as transacções atingido 10 milhões USD à taxa de câmbio média de 138,245 Kz por dólar. De acordo com um comunicado publicado no seu site, o banco central informou ainda que, no leilão dirigido às casas de câmbio, as taxas de câmbio das transacções se situaram no intervalo entre 145 Kz e 135 Kz. O BNA adiantou que 33 das 48 casas de câmbio autorizadas e em condições regulares de funcionamento participaram no leilão, uma operação enquadrada no Novo Quadro Operacional da Política Cambial, instituído em Julho. Na semana de 24 a 28 de Agosto, o BNA vendeu divisas no montante de 381,1 milhões USD, com uma taxa de câmbio média de referência, apurada ao final da semana, de 126,409 Kz por dólar.

A semana num minuto

Rosa Pacavira, ministra do Comércio

2 M E R C A D O 8 . 0 9 . 1 5

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DOMINGO

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SEGUNDA

31Código de Valores Mobiliários entra em vigor – O novo Código de Valores Mobiliários entrou em vigor no último dia de Agosto, data da sua publicação no Diário da República de Angola, de modo a garantir a segurança jurídica e a confiança dos investidores no País. Ao longo de 484 artigos, o novo código clarifica conceitos de valores mobiliários, define serviços e actividades de investimento e estabelece, de forma exaustiva, o quadro de negociação de instrumentos financeiros em mercados regulamentados de bolsa e de balcão.

Novo logo da Google – Depois da reorganização administrativa e financeira com o nascimento da holding Alphabet, a Google lançou um novo logótipo, bem como a reformulação da identidade visual de alguns dos seus serviços.

QUARTA

2 Washington - O Fundo Monetário Internacional avisa que a desaceleração do crescimento económico na China poderá ter “um impacto pior do que o esperado” nas economias dos outros países. “A transição da China para um ritmo de crescimento mais moderado, embora amplamente esperada, parece ter repercussões transfronteiriças mais graves do que o inicialmente previsto, reflectindo- -se na baixa do preço das matérias- -primas e dos mercados bolsistas”, refere o FMI, num relatório citado pela AFP, advertindo que a situação na China possa conduzir a “uma perspectiva muito mais débil” da economia global sem uma resposta “coordenada”.

Bits

Bona – Os objectivos de redução dos gases com efeito de estufa anunciados até agora levariam a um aquecimento climático “bem superior a 2 graus”, limite fixado pela ONU, segundo um estudo divulgado em Bona, na Alemanha. O planeta continua numa trajectória de subida de 2,9 a 3,1 graus até 2100, segundo o Climate Action Tracker, organismo que integra quatro centros de investigação e que analisa as emissões e os compromissos dos países, no estudo divulgado à margem de negociações prévias à conferência de Paris sobre o clima, marcado para Dezembro. A conferência visa conseguir um acordo para limitar o aumento da temperatura a 2 graus. Segundo os cientistas, um aquecimento além deste limite terá consequências irreversíveis.

Pequim - Venezuela e China assinaram 14 acordos de cooperação e a atribuição de um crédito de Pequim a Caracas no valor de 5 mil milhões USD para o desenvolvimento da indústria petrolífera. O presidente Nicolás Maduro assistiu ao desfile comemorativo do 70.º aniversário do fim da II Guerra Mundial.

Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) poderá prolongar o programa de compra de dívida, o chamado Quantitative Easing, previsto para terminar em Setembro de 2016 “se tal for necessário”, afirmou o presidente da instituição, Mario Draghi. Draghi fez a revelação numa conferência de imprensa realizada após uma reunião de política monetária do BCE, que deixou inalteradas as taxas de juro. O presidente do BCE admitiu também que a inflação na Europa poderá ser negativa nos próximos meses, mas ressalvou que será uma situação temporária.

Ligação marítima ao Brasil – A abertura de uma ligação marítima entre o Brasil e Angola é fundamental para intensificar as trocas comerciais bilaterais, afirmou o novo embaixador brasileiro em Luanda, Norton Rapesta (na foto). Citado pela Angop, o diplomata adiantou que, caso a ligação venha a acontecer, o nosso País pode tornar-se numa plataforma para exportação de produtos brasileiros para outros países africanos e numa nova “fronteira agrícola” para o Brasil. Norton Rapesta anunciou ainda uma nova dinâmica na concessão de vistos.

1TERÇA

QUINTA

3

Obama garante apoio no Senado a acordo com Irão – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conseguiu obter no Senado os votos necessários para impedir que a oposição republicana bloqueasse o acordo nuclear com o Irão. Ao conseguir o voto da democrata Barbara Mikulski, do estado de Maryland, Obama conseguiu o apoio de um número suficiente de senadores – 34 – para fazer passar o acordo. O Congresso, dominado pelos republicanos, tem até 17 de Setembro para analisar e votar o acordo. “Concluí que o acordo era a melhor opção para bloquear os planos iranianos de produção de uma arma nuclear”, afirmou Mikulski.

As melhores cidades para mulheres empreendedoras

O relatório “Global Startup Ecosystem” da Compass criou um ranking das melhores cidades do mundo no que toca ao empreendedorismo feminino. Eis o top 20:

Fonte: Compass

1 Chicago (EUA)

2 Boston (EUA)

3 São Francisco (EUA)

4 Los Angeles (EUA)

5 Montreal (Canadá)

6 Paris (França)

7 Telavive (Israel)

8 Toronto (Canadá)

9 Singapura (Singapura)

10 Kuala Lumpur (Malásia)

11 Londres (Reino Unido)

12 Moscovo (Rússia)

13 Nova Iorque (EUA)

14 Vancouver (Canadá)

15 Austin (EUA)

16 Sydney (Austrália)

17 Amesterdão (Holanda)

18 São Paulo (Brasil)

19 Bangalore (Índia)

20 Berlim (Alemanha)

MUNDO

Blo

omb

erg

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526

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508

8,0

2

5126

,86

5057

,37

31 AGOSTO 01 SETEMBRO 02 SETEMBRO 03 SETEMBRO 04 SETEMBRO

516

5,6

8

Markets28/08 – 04/09

A Bolsa de Lisboa concluiu a sétima semana consecutiva de queda, com a sessão de sexta-feira a ficar marcada pela desvalorização de todas as cotadas. O índice PSI 20 perdeu 2%, situando-se nos 5057,37 pontos. A banca foi o sector que mais caiu, com o BPI a desvalorizar 4,37%, o BCP a perder 3,26% e o Banif a resvalar 9,8%, atingindo o seu mínimo histórico. O possível adiamento da venda do Novo Banco pressionou a performance bolsista da banca portuguesa. Queda significativa registou também a Jerónimo Martins, que desvalorizou 1,82%. Já a sua grande concorrente no mercado do retalho, a Sonae, perdeu 3,21%. No sector da energia, a maior queda pertenceu, no último dia da semana, à Galp Energia, que recuou 4,37% num dia em que o petróleo sofreu nova desvalorização.

S T O X X 6 0 0

Os mercados europeus encerraram a semana em baixa, à espera da decisão da Reserva Federal norte-americana quanto ao aumento da taxa de juro de referência. A queda no desemprego nos Estados Unidos aumenta as probabilidades de subida da taxa de juro ainda este mês, pressionando as decisões dos investidores. O índice Stoxx 600, que agrupa as 600 maiores cotadas da Europa, recuou 2,52% na última sessão semanal, com a queda a estender-se a todas as praças do continente. A maior queda europeia veio de Milão, onde o FTSE MIB depreciou 3,18%. Em Frankfurt, o DAX perdeu 2,71%, e em Paris, o CAC 40 caiu 2,81%, enquanto o FTSE 100 Londrino perdeu 2,44%.

353,11

362,79

31 AGOSTO 04 SETEMBRO

foi a taxa de desemprego dos Estados

Unidos em Agosto

5,1%

N I K K E I

O mercado de capitais do Japão caiu para o nível mais baixo em sete meses no último dia da semana, pressionado pelos receios dos investidores em relação à economia global, nomeadamente no que diz respeito ao estado da economia chinesa. O Nikkei desvalorizou 2,2%, para os 17792,16 pontos, o nível mais baixo desde 10 de Fevereiro. No acumulado da semana, o índice da bolsa de Tóquio resvalou 7%, a maior queda semanal desde Abril de 2014. A sessão de sexta-feira até começou bem, animada pela possibilidade de o Banco Central Europeu prolongar o programa de quantitative easing para além de Setembro de 2016, mas o mercado acabou por arrefecer e fechar em baixa.

semana fechou em queda para as bolsas europeias, ansiosas pela decisão da Reserva Federal norte-americana quanto à subida da taxa de juro de referência. A maior descida veio, porém, do Japão, onde o Nikkei sofreu a maior desvalorização dos últimos sete meses. Já o petróleo registou uma semana de sobe-e-desce.A

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B R E N T

O petróleo viveu uma semana de alguma volatilidade, num sobe-e-desce marcado negativamente pela continuação do excesso de oferta e positivamente pelo acordo entre Rússia e Venezuela para a implementação de iniciativas destinadas a estabilizar o preço da matéria-prima. Na sessão de quinta-feira, o Brent, negociado em Londres, ganhou 2,57%, cotando-se nos 51,80 USD por barril. Já o WTI, negociado em Nova Iorque, valorizou 3,37%, para os 47,81 USD por barril.

50,05

50,68

28 AGOSTO 03 SETEMBRO

Bill Gross diz que a Reserva Federal dos EUA esperou tanto para elevar as taxas de juro, que qualquer medida agora poderá ser considerada “insuficiente e tardia”, pois a agitação do mercado reduz o espaço de acção para os responsáveis pela política económica. “O ‘tardia’ refere-se ao facto de que o Fed pode ter perdido uma hipótese no início de 2015, e o ‘insuficiente’ fala do meu conceito de uma nova taxa de política neutra que deveria ficar mais perto de 2% nominal, mas que agora não pode ser abordada sem assustar os mercados”, escreveu Gross numa perspectiva de investimento para a Janus Capital, com sede em Denver. Os responsáveis pela política económica reunir-se-ão em Washington, nos dias 16 e 17 de Setembro, pela primeira vez desde 2006. O presidente do Federal Reserve Bank de Boston, Eric Rosengren, considera que a incerteza em relação à inflação e ao crescimento global justifica um ritmo modesto de aumentos da taxa de juro, independentemente de quando o banco central começará a fazer os ajustes. Os traders de futuros apostam que o Fed adiará o aumento da taxa. As probabilidades de um aumento em Setembro caíram para 34%, contra 40% no fim de Julho, conforme dados compilados pela Bloomberg. As probabilidades para Outubro são de 46%, e para Dezembro, de 60%. O Fed “parece determinado a aumentar” a taxa de fundos federal “nem que seja para provar que é capaz de entrar no caminho da ‘normalização”, escreveu Gross. “A linguagem da reunião de Setembro deve ser muito cuidadosa, porque a ‘dose única’ representa uma possibilidade cada vez maior – pelo menos para os próximos seis meses.” Gross, de 71 anos, entrou na Janus há quase um ano depois de deixar a PIMCO , onde administrou o maior fundo mútuo do mundo. Agora, gere o Janus Global Unconstrained Bond Fund, de 1,5 mil milhões USD. O fundo perdeu 1,9% este ano até 31 de Agosto e ficou à frente de 46% dos seus pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Gross, que previra que o Fed iria elevar as taxas de juro dos EUA em 25 pontos-base este mês, reiterou a advertência de que as taxas de juro extremamente baixas dos últimos anos implicam o risco de distorcer o capitalismo. A única forma de consertar a economia seria se os governos de todo o mundo começassem a investir para criar procura. A recente volatilidade do mercado é “só um sinal de que talvez haja algo errado na própria economia mundial – apesar da China”, escreveu. Como as políticas mundiais estão a desencorajar a expansão económica, os investidores deveriam apoiar-se em dinheiro ou em instrumentos de alta liquidez, como bonds corporativos de curto prazo. Gross cita Will Rogers, que, durante a Grande Depressão, disse que estava mais preocupado com o retorno do seu dinheiro do que com o rendimento dele. “No longo prazo, no entanto, o retorno do seu dinheiro provavelmente não será suficiente para pagar a universidade, o plano de saúde ou as obrigações previdenciárias”, escreve Gross. “O capitalismo baseado no sector financeiro, com as suas taxas de juros a zero, produziu agora desequilíbrios mundiais que prejudicam o crescimento produtivo e, com isso, as hipóteses de prosperidade da ‘antiga normalidade’.”

Medidas do Fed serão tardias e insuficientes

Análise

B I L L G R O S S Gestor de fundos da Janus Capital

milhões de pessoas utilizaram o Apple Music no primeiro

mês do serviço

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O empresário está a apostar forte na marca Philosophy para competir com as grandes cadeias internacionais, especialmente com a Zara de Amancio Ortega.

Carlos Slim

5M E R C A D O 8 . 9 . 1 5

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Destaque da semana

CMC e sociedades de investimento

reduzem riscos

do sector imobiliário

Apenas as SII podem praticar a actividade de intermediação

financeira de “recolha de contribuições junto do público”,

através da oferta pública de acções, para posterior aplicação

em investimento imobiliário.

P O R A N D R É S A M U E L | F O T O G R A F I A W A LT E R F E R N A N D E S

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A presença da Comissão do Mercado de Capitais (CMC) no sector imobiliário vem, como definem os próprios operadores do sector, conferir confiança e transparência ao mercado, sendo essencial para os investidores nacionais e estrangeiros, que podem mitigar o risco dos seus investimentos no País. No entanto, coloca-se, com preocu-pante frequência, a questão de se saber se carece ou não de prévia autorização da CMC a constituição de qualquer empresa que coloque na sua firma a palavra “Imobiliária” e tenha como actividade social, entre outras, a compra e venda de bens imóveis.

Nestes termos, a CMC esclareceu, recentemente, que, à luz da Lei dos Valores Mobiliários, o organismo é quem regula e promove o mercado de capitais e as actividades dos agentes que nele intervêm directa ou indirectamente. Entre os referidos participantes no mer-cado de valores mobiliários, a CMC dedica redobrada atenção às designadas instituições financeiras não bancárias ligadas ao merca-do de capitais.

A LBIF – Lei de Base das Instituições Financeiras –, diploma que regula o processo de estabelecimento, exercício de actividade, su-pervisão e o saneamento das instituições financeiras, define para o investimento imobiliário em particular as sociedades de investimen-to que se assumem como uma espécie de instituição financeira com base nos organismos de investimento colectivo imobiliários sob a forma societária. O seu objecto consiste na recolha de contribuições junto do público, tendo por fim o investimento em activos imobiliá-rios.

Diferenciação das sociedades Para diferenciar uma sociedade de investimento das demais insti-tuições comerciais ligadas ao sector imobiliário existem vários pres-supostos. A CMC esclarece que, do ponto de vista formal, o primeiro item indicativo de se estar diante de uma Sociedade de Investimen-to Imobiliário (SII), sujeita a supervisão da CMC, é a utilização, na firma da sociedade, a expressão «SII», acrescida das expressões «CV» (Capital Variável) ou «CF» (Capital Fixo).

Posteriormente, já sob o ponto de vista substancial e porventura mais importante, só se está diante de uma SII quando vem acompa-nhada do carácter exclusivo do seu objecto. Dito de outro modo, apenas as SII podem praticar a actividade de intermediação finan-ceira de “recolha de contribuições junto do público”, através da ofer-ta pública de acções, para posterior aplicação em investimento imobiliário.

“Assim sendo, se determinada sociedade se dedica, tão-somente, à compra e à venda de bens imóveis, sem que, para o efeito, pretenda constituir-se por subscrição pública ou a ela se apliquem os elemen-tos típicos e identitários dos organismos de investimento colectivo, não estaremos diante do exercício de qualquer actividade de inter-mediação financeira ou de investimento em mercado de valores mobiliários susceptível de justificar a intervenção da CMC, enquan-to seu órgão regulador”, aclara a CMC em relação aos organismos que devem estar sob sua supervisão.

Os intervenientes no mercado Em conversa com o jornal Mercado, o director executivo da imobi-liária ProPrime, Francisco Virgolino, considera que a CMC, enquan-to órgão regulador do sector imobiliário nacional, vai certificar-se de que estes novos players, no caso das SII, actuem segundo as regras por si estabelecidas. Defendeu que as sociedades de investimento e os organismos de investimento colectivo são, no caso imobiliário, os dois tipos de novos operadores que vêm facilitar de algum modo o desenvolvimento de novos projectos.

Para Francisco Virgolino, torna-se mais fácil para os investidores mitigarem o risco associado ao desenvolvimento do produto imo-biliário, uma vez que as sociedades e os organismos de investimen-to colectivos têm a capacidade de angariar capital de uma forma mais expedita. Isto, segundo disse, poderá dinamizar novos projectos para o mercado, tanto para no surgimento de escritório e residen-ciais.

Por sua vez, o managing director da Abacus, Paulo Trindade, en-tende que uma nova actividade no mercado necessita de uma enti-dade que defina as regras e verifique a sua boa aplicabilidade. “Julgo que a CMC vai realizar um bom trabalho, mas tem de se dar tempo ao tempo, não se pode pedir tudo de uma só vez, ou seja, têm todos

os agentes do mercado imobiliário e financeiro de colaborar uns com os outros para um sadio funcionamento do mercado imobiliário”, pondera. Acrescenta que as SII oferecem aos investidores mais be-nefícios fiscais. Ou seja, empresas imobiliárias e SII, ambas desen-volvem a mesma actividade, oferecendo ao mercado mais benefícios fiscais.

Ainda sobre a presença da CMC no mercado imobiliário, o CEO da Proimóveis, Cleber Corrêa, sustenta que a função de se fiscalizar o funcionamento dos fundos, por parte da CMC, dá credibilidade às operações, evita deslizes financeiros e faz com que cada vez mais surjam operações credíveis no mercado. “É mais dinheiro para o sector”, aponta.

Sector imobiliário no primeiro semestre O sector imobiliário encontra-se num momento de ajuste face à actual conjuntura económica do País, em função da crise económi-ca, ajuste que passa pelo abrandamento da produção no desenvol-vimento de novos produtos a serem lançados no mercado.

Segundo declarações do director executivo da ProPrime, Fran-cisco Virgolino, neste momento assiste-se a um aumento da oferta basicamente devido à dificuldade de escoamento dos produtos novos, e também a saída de expatriados do País fez com que os es-paços que estavam ocupados ficassem disponíveis. Francisco Vir-golino explica igualmente que os preços tendem a baixar, mas de forma paulatina, o que é normal no mercado, pois tem de se ajustar, que em determinados casos ou segmentos será mais ou menos for-te.

Este ajuste tende a acontecer mais nos imóveis usados e não no-vos, quer a nível de escritórios quer a nível de moradias, nomeada-mente na cidade e em Talatona, onde há muitos apartamentos.

“Os preços tendem a baixar 10% a 15%. Assistimos, no primei-ro trimestre do ano, a uma tendência para quem detinha valores refugiar-se no imobiliário, com uma forte procura de imóveis.” Disse ainda que neste segundo trimestre se verifica uma redução da procura neste segmento.

Comparativamente aos anos anteriores (em tempos de crise), o sector está a reagir de forma diferente, sendo que em 2008 não houve um ajuste dos valores de transacção por metro quadrado, mas sim um ajustamento na dimensão do imóvel, segundo aquele responsável.

“Se até 2008 um imóvel da tipologia T3 tinha 180 metros qua-drados, de 2009 em diante passou a ter 140 ou 150 metros quadra-dos, ou seja, houve uma diminuição na dimensão do imóvel, man-tendo-se o preço por metro quadrado”, frisou Francisco Virgolino. No entanto, nota que o valor global do imóvel baixou.

Este modelo de actuação é ainda possível de ser ajustado por parte das empresas de promoção imobiliária. O que se tem verifi-cado na prática, como explica o director executivo da ProPrime, é uma mudança no foco das entidades promotoras. No passado, apostou-se demais no segmento médio-alto. Actualmente, o foco passou a ser o segmento médio-baixo. Como consequência directa desta acção, afirma, tem havido pouca promoção no centro da ci-dade, onde é caro e não há quase espaços para construção.

Reforma legislativa do sector Para o director da Abacus, Paulo Trindade, tudo o que venha ajudar a clarificar o mercado é positivo. Os temas administrativos/legais, felizmente, começam a fazer parte da realidade imobiliária de An-gola, e estes passarão a fazer parte dos processos imobiliários, como em qualquer país do mundo, dando garantias administrati-vas nas transacções imobiliárias.

A Lei da Mediação Imobiliária surge para tentar disciplinar um segmento da economia que tem muita actividade paralela, ou seja, principalmente muitos agentes individuais, não qualificados, que não pagam impostos, não cumprem quaisquer obrigações e que por força da sua não qualificação criam problemas, penalizando o mercado.

“É importante que esta lei seja implementada rapidamente e seja auditada, na prática”, observa Paulo Trindade, pois a Lei do Crédi-to à Habitação, por exemplo, é crítica para o desenvolvimento de um segmento que tem muito para explorar. Ou seja, a maioria dos angolanos não pode comprar uma habitação, pagando a pronto. A lei procurará responder ao que o mercado pede, potenciando-o.

Por sua vez, o CEO da Proimóveis, Cleber Corrêa, compreende que cada vez mais a população tem procurado regularizar os imó-veis na medida em que as instituições estão a modernizar-se, mas o custo para fazer uma escritura continua muito alto. “O mais sa-crificado é o proprietário de imóvel de menor valor, pois a tabela dos emolumentos para registo, por exemplo, aumenta para os imó-veis com preço de venda acima de 400 mil Kz”, finaliza.

O intercâmbio comercial do Brasil para Angola está avaliado em cerca de 2,2 mil milhões USD, segundo o embaixador brasileiro em Angola, Norton de Andrade Mello Rapesta.

2,2 mil milhões USD A Indonésia, um dos maiores

emissores de gases do efeito de estufa, compromete-se a reduzir as emissões em 29% até 2030, numa antevisão da Conferência Internacional sobre Mudança Climática em Paris.

2030

Zonas caras do mercado imobiliário em Luanda, segundo estudo 2014 da Proprime

NOVOS

NOVOS

O mercado de escritórios de Luanda tem continuado a registar uma procura dinâmica, impulsionada por uma actividade económica saudável, tendência que deverá manter-se. Na Baixa, CBD, que é a zona prime de escritórios, a renda média é de 130USD/m/mês, e uma yield de 16%. A zona de Talatona começa agora a constituir-se para muitas empresas como uma localização de escritórios alternativa à Baixa de Luanda

CBD

Praiado Bispo

Legenda:CBD – Central Business District é a zona prime da escritório de Luanda, na Cidade Baixa, que integra a Marginal de Luanda e zonas adjacentes.

Valor unitário médio (USD/m2)

9750

Renda média (USD/m2) 130

Yield (%) 16

Valor unitário médio (USD/m2)

8471

Renda média (USD/m2) 120

Yield (%) 17

USADOSValor unitário médio (USD/m2)

5333

Renda média (USD/m2) 80

Yield (%) 18

7M E R C A D O 8 . 9 . 1 5

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O valor do crédito referente ao primeiro

semestre de 2015 supera em 70,83 milhões Kz

o montante obtido pelo BAI no exercício

económico-financeiro homólogo de 2014, como

se pode calcular, face aos dados extraídos dos balancetes dos citados

semestres

P O R F E R N A N D O B A X I

Apesar da subida das taxas de refe-rência do BNA, o volume de crédito do Banco Angolano de Investimento (BAI) ficou avaliado em 333,96 mil milhões Kz, no primeiro semestre de 2015, um crescimento de 26,92%, face ao período homólogo de 2014,

cuja cifra foi de 236,13 mil milhões Kz, segundo cálculos feitos pelo se-manário Mercado.

O valor do crédito referente ao pri-meiro semestre de 2015 supera em 70,83 milhões Kz o montante obtido pelo BAI no exercício económico-fi-nanceiro homólogo de 2014, como se pode calcular, face aos dados ex-traídos dos balancetes dos citados semestres.

Ainda no primeiro semestre de 2015, o BAI registou um crescimento de 69,29%, relativamente ao mon-tante dos títulos e valores imobiliá-

rios, que orçou em 375,12 mil milhões Kz, enquanto no período transacto foi de 221,57 mil milhões Kz, o que representa um excedente na ordem dos 153,54 mil milhões Kz.

Ainda neste período, a conta do activo registou um decréscimo de 45,051 mil milhões Kz, comparativa-mente ao período em comparação, representando uma queda de 3,7%.

As disponibilidades no presente exercício são de 280,0 mil milhões Kz, enquanto no segundo trimestre de 2014 eram de 312,9 mil milhões Kz, demostrando uma diferença de 32,9 mil milhões Kz e o decréscimo

de 10,5%. Também no segundo trimestre do

presente exercício económico-fi-nanceiro, a respectiva instituição bancária obteve diminuição do pas-sivo, avaliado em 54,63 mil milhões Kz, representando uma queda de 4,94%, se comparado com o do pas-sado.

O BAI registou ainda, no primeiro trimestre de 2015, uma quebra nos depósitos, avaliada em 54,842 mil milhões Kz, comparativamente ao

período homólogo analisado, o que corresponde ao decréscimo de 5,1% desta conta no banco.

Relativamente aos resultados nos primeiros seis meses do ano econó-mico em curso, o banco que vê o re-gresso de José Massano, na presidên-cia da Comissão Executiva, obteve 8,98 mil milhões Kz, face ao exercí-cio económico-financeiro análogo, cujo montante foi de 8,38 mil mi-lhões Kz, correspondendo a um cres-cimento de 7%.

Banca

B A N C A E M A N Á L I S E

Crédito do BAI sobe 26,92% no primeiro semestre

José de Lima Massano, CEO do BAI

O volume de crédito do BAI ficou avaliado

em 333,96 mil milhões Kz, no primeiro semestre

de 2015

Indicadores do 1.º semestre 2014 e 2015, BAI (mil milhões Kz)

2014 2015

Activos 1.214,473 1.169,422

Disponibilidades 312,9 280,0

Títulos e valores mobiliários

221,57 375,12

Créditos 236,13 333,96

Passivos 1.105,280 1.050,641

Depósitos 1.074,815 1.019,973

Resultados 8,38 8,98

Os resultados do banco cresceram 7%

em relação ao período homólogo

anterior

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Postos de trabalho criados pelas empresas alemãs, entre 2005 e 2014, com os investimentos que fizeram pela Europa. Só a Volkswagen foi responsável por 31 mil

250 mil8 M E R C A D O 8 . 9 . 1 5

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Entrevista da semana

P O R E S T Ê V Ã O M A R T I N S | F O T O G R A F I A N J O I F O N T E S

Manuel Gonçalves “Seguro agrícola deverá ter instrutivo

jurídico ainda este ano”O chairman da ENSA, a maior seguradora nacional, propõe a criação de seguros obrigatórios e defende a importância do seguro de saúde como forma de racionalizar os custos com os tratamentos médicos.

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Asua opinião em relação ao mercado segurador nacional, que regista crescimento com o surgimento de novas segura-doras, qual é? O mercado segurador foi acompa-nhando o crescimento económico ocorrido no País nos últimos anos.Neste período, aumentou o número de players no mercado, de prémios, de produtos, e houve também evolução em termos regulatórios. Em 2000 verificou-se a abertura do mercado de seguro, que era monopolista, com o surgimento de mais uma segurado-ra para além da ENSA. E, nos últimos 15 anos, o mercado tem crescido a uma média superior a uma seguradora por ano, assim como o volume de prémios, que tem crescido consideravelmente, tendo mais que duplicado durante este período. Da mesma forma, surgiram vários seguros obrigató-rios, como é o caso do seguro de acidentes de trabalho e o seguro automóvel para a protecção de terceiros. Verificaram-se igual-mente mudanças muito sensíveis ao nível da regulação do sector segurador, até no plano institucio-nal, com o surgimento da ARSEG – Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros. Qual é o balanço que faz do primeiro semestre do ano em curso? Tivemos, no primeiro semestre do ano corrente, 100 001 apólices (entre novas e antigas) que geraram 124 431 recibos e um volume de prémios equivalente a 219 milhões USD. Deste número, a maioria são apólices relacionadas com empresas, que integram um número determinado de trabalha-dores. De uma maneira geral, registámos um crescimento na ordem dos 10% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O ramo automóvel representa o principal negócio das segura-doras nacionais. Em relação à ENSA, qual é a principal carteira de negócio? No portefólio da ENSA, o peso maior da carteira de seguros está efectivamente nos ramos saúde, automóvel, acidentes de trabalho e viagens. O produto saúde tem um peso muito significativo na nossa carteira de negócios. Trata-se de um produto de elevado risco e sinistralidade, mas a ENSA tem encarado este produto com uma margem de responsabilidade social, que tem conduzido ao seu significa-tivo crescimento, que é muito maior relativamente ao que acontece nas demais seguradoras do País. Por outro lado, crescem rapidamente os ramos de acidentes de trabalho e automóvel. Os ramos marítimos/ /cargas, petroquímica e acidentes de trabalho cresceram demais neste último semestre do ano, o que permitiu este crescimento. Os segurados queixam-se da morosidade da ENSA na resolução de um sinistro. Como tem sido a resposta da seguradora relativamente a esta questão? Temos uma grande preocupação com a distribuição de produtos de seguros, mas preocupa-nos também a nossa relação com o cliente sempre que acontece um sinistro. O nosso grande cuidado tem que ver com a optimização dos processos de gestão de sinistros, com o objectivo essencial de diminuirmos a taxa média de regularização de sinistro. No que diz respeito à sinistralidade rodoviária, considerada a segunda causa de morte no País, logo após a malária, na ENSA registamos uma taxa de sinistralidade de 18,6%. No primeiro semestre do ano, registámos uma taxa de sinistrali-dade global, dos produtos comer-cializados pela ENSA, de 74,2%. A ENSA é uma das poucas seguradoras que comerciali-zam o seguro de saúde, conside-rado pouco rentável pelos outros players do mercado. Como encara a situação?

Se fizermos uma análise do produto em si, veremos que é de admitir a possibilidade de termos um rácio de sinistralidade superior a 100%. O que significa que o resultado técnico, que permite a comparação entre os prémios pagos pelos segurados e o volume de indemni-zações pagos às clínicas pela seguradora, não é positivo. Não sendo rentável, qual é a vantagem da manutenção do negócio? Trata-se de um produto-âncora, com o qual fazemos venda cruzada, que constitui elemento de atracção das empresas e dos particulares para a realização deste e de outros seguros. A ENSA tem transformado este aspecto, aparentemente negativo, numa oportunidade de oferecer um produto de elevada qualidade para os nossos clientes, fundamentalmente para os clientes de empresas. Daí o crescimento na ordem dos 10% no primeiro semestre do ano em relação ao ano passado e uma taxa de sinistralida-de global muito inferior à taxa de sinistralidade do produto de seguro de saúde. Qual é a razão que faz com que o produto de saúde se torne crítico no nosso mercado em comparação, por exemplo, ao seguro automóvel, como advoga? Temos um país com sérios proble-mas a nível da saúde pública, o que naturalmente impacta na relação entre prémios e indemnizações e no rácio de sinistralidade. Isto faz com que tenhamos um índice de evacuação para o exterior do País para tratamento bastante elevado. Em termos de preços, só o transpor-te de um paciente em avião-hospital para a África do Sul, por exemplo, tem um custo actual de 54 mil USD. Este valor duplicou, porque até à última década era apenas de 27 mil USD. Certo também é que, ao longo da última década, a ENSA não fez aumentos significativos da sua tarifa do seguro de saúde. Fizemos apenas uma pequena subida das tarifas, comparativamente aos cenários que seriam mais compatíveis, tendo em conta os parâmetros de natureza

macroeconómica de aumento que foram tidos em consideração no caso do transporte. Qual é a quota de mercado da ENSA? A nossa quota de mercado oscila entre os 35% e os 40%, que, disputada com as 17 seguradoras que operam no mercado, é extrema-mente significativa. O ramo saúde tem contribuído para o nosso crescimento, daí que continuamos a utilizar este produto nestas condições por termos consciência de que se trata de um produto muito importante para os particulares e para as empresas. Também porque, independentemente do lucro que perseguimos, enquanto seguradora, temos grandes responsabilidades sociais, e uma política em sentido contrário poderia criar situações de desconforto ao nível das empresas, na medida em que sabemos que o seguro de saúde é para as empresas um dos elementos mais importantes para a retenção dos trabalhadores. Nesta altura, o índice de penetração dos seguros no Produto Interno Bruto (PIB) anda à volta de 1%, e a ENSA, como maior seguradora nacional, joga um papel fundamental para o aumento deste valor percentual. Na sua opinião, quais são as acções que devem ser desenvolvidas para a subida destes níveis? A meu ver, o grande desafio que a indústria seguradora do País possui, no sentido de melhorar a taxa de penetração dos seguros no PIB, e melhorar a taxa de densida-

de, que são os principais indicado-res de performances do sector segurador, está relacionado com o aumento da cultura de seguro no País. Para tal, temos de aumentar também a literacia financeira com o apoio das seguradoras. Isto tem de ser feito por intermédio dos meios de comunicação social e dos mais diversos projectos. Portanto, não basta fazer o marketing apelativo aos potenciais ou aos segurados para a aquisição de seguros. É preciso, fundamental-mente, explicar o que é um seguro, a sua importância para a sociedade e as suas vantagens. As pessoas precisam de perceber que os riscos existem em todo o lado, e os seguros existem precisamente para a protecção das vítimas. A deixa serve para contrariar a ideia segundo a qual os seguros de natureza obrigatória têm por objectivo facilitar a vida às seguradoras. Portanto, é preciso incutir nas pessoas a ideia de que o foco dos seguros está na protecção das vítimas ou na protecção de importantes interesses económi-cos de natureza pública ou privada, por exemplo. O que mais deverá ser realizado para o fortalecimento do mercado? O segundo ponto para o aumento dos indicadores macroeconómicos de performance do sector segura-dor é a criação de seguros obrigató-rios, que seriam adquiridos de forma intensiva em função do aumento da cultura de seguros dos cidadãos e das empresas. É preciso cuidar da criação de incentivos, designadamente de natureza fiscal, para que os particulares e as empresas possam fazer seguros, mas também aderir a fundos de pensões. A protecção social no País é composta pelo sistema nacional de segurança social, mas também por um sistema complementar, consubstanciado por fundos de pensões e seguros de vida. Nos países com menos maturidade, são os seguros não vida que têm maior projecção, ao passo que, nos países com maior maturidade económica, são os seguros de vida com uma projecção maior e justificam

“ O grande desafio

da indústria seguradora do País está

relacionado com o aumento da

cultura de seguro

No portefólio da ENSA, o peso maior da carteira de seguros está

nos ramos saúde, automóvel, acidentes

de trabalho e viagens

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os índices de crescimento que os seguros têm e a relação que possuem com o PIB. Portanto, precisamos de fazer crescer os seguros de vida e fundos de pensões. E isto pode também acontecer com incentivos de natureza fiscal. E como é feita a gestão dos fundos de pensões na ENSA? Além do fundo de pensões para os seus trabalhadores, o que faz com que tenhamos uma importante protecção sobre eles e uma garantia do asseguramento do seu futuro, temos um crescimento cada vez maior em relação a fundos de pensões de terceiros. Para o efeito, temos fundos de pensões abertos e fechados. Estes últimos são criados por empresas e geridos pela ENSA. Temos também fundos abertos, como é o caso do Fundo Vida Tranquila, que tem por objectivo a protecção das pessoas em caso de velhice e em caso de acidentes, e o Futuro Garantido, voltado para crianças e jovens, para a salvaguar-da da sua actividade futura. A ENSA nesta altura possui cerca de 38 produtos de seguros nos ramos vida e não vida. Quais são os programas da seguradora com vista à criação de novos seguros? A ENSA possui 36 agências em todo o País, e temos uma perspectiva de cooperar, ao mesmo tempo que competimos, com as outras seguradoras. Esta cooperação é tanto no plano bilateral como no plano multilateral, por intermédio da ASAN – Associação de Segura-doras de Angola –, da qual sou presidente, que coopera com as instituições competentes como a ARSEG e os diferentes sectores do Executivo. Assim sendo, temos preocupações como, por exemplo, com o seguro agrícola, marítimo/ /cargas. Quais são os projectos em curso em relação à implementação do seguro agrícola no País? Pretendemos criar um novo modelo de gestão do seguro agrícola, através de um sistema de co-seguro, que deverá envolver várias seguradoras

sob a liderança de uma delas. Neste momento, a ENSA, as outras seguradoras e a ASAN estão a trabalhar com a ARSEG, para que, tão breve quanto possível, seja publicada uma regulação sobre seguro agrícola mediante um regime de co-seguro. O programa está avançado e já existe um projecto de instrutivo, que está a ser trabalhado pela ARSEG. E esperamos que seja publicado brevemente, ainda este ano, e nessa altura teremos conhecimento das seguradoras envolvidas neste co-seguro e da seguradora líder do produto. Qual é a sua opinião em relação ao projecto de criação da Ango-Re, resseguradora nacional que deverá reter no País grande parte dos valores que vão para o resseguro no estrangeiro? Trata-se de um projecto que tende a reforçar a nossa capacidade interna de gestão e de pulverização dos riscos, pois a concentração de riscos dentro de uma companhia seguradora constitui um perigo perante a possibilidade de ocor-rência de um dano, que obrigará a seguradora a assumir responsabili-dades muito elevadas para as quais pode não estar financeiramente preparada. Daí a pulverização dos riscos pelas seguradoras, que é feita mediante modelos de co-seguros, juntando-se várias seguradoras para assumir a mesma responsabilidade, ou regime de resseguro, colocando o risco no mercado internacional. Como tem estado a ENSA em relação ao resseguro?

Temos excelentes relações com o mercado internacional de resseguro, operando com as principais resseguradoras mundiais e também com os grandes brokers ou corretores mundiais, nomeadamente a SwissRe, MunichRe, Marsh. Temos subscrito vários tratados de resseguros para a cobertura automática de produtos como incêndios, engenharia, acidentes, marítimo/carga, responsabilida-de civil, vida, assistência em viagens e assistência a catões de crédito. Algumas seguradoras advogam que o regime de co-seguro funciona mal no País, sendo que a ENSA, por exemplo, concentra em si certos riscos que deveriam ser partilhados com as demais seguradoras. O que julga a respeito? No País existem algumas modalida-des de co-seguro especial e obrigatório nos domínios dos petróleos, da aviação pública, dos diamantes e no domínio agrícola. De acordo com este modelo, a ENSA faz a gestão do seguro de aviação do sector público, designadamente a TAAG, e no sector dos diamantes. Trata-se de uma prerrogativa para fazer a gestão em nome de algumas seguradoras em regime de co-seguro. Nem todas as seguradas fazem parte desde sistema, pois há regras a ter em conta. É preciso ter um determinado tempo de actividade e a partir do terceiro ano é possível entrar para este regime, havendo uma nova repartição do risco para as seguradoras partici-pantes. É uma espécie de consórcio. Ainda assim, a ENSA ressegura no mercado internacional a fim de pulverizar o risco. Neste caso, a que se devem as reivindicações das seguradoras? As reivindicações das seguradoras nada têm que ver com a participa-ção de cada uma no regime de co-seguro, mas, sim, com os níveis de transparência com que a gestão é feita, tendo em vista a repartição dos valores de acordo com a percentagem que cada seguradora tem no consórcio.

Jurista, músico e gestor público Manuel Gonçalves, 57 anos, é jurista de formação, gestor de profissão e músico por vocação. Licenciou-se na Faculdade de Direito entre 1981 e 1985. Trabalhou como advogado durante vários anos. Foi consultor jurídico do gabinete do Presidente da República e foi também o primeiro bastonário da Ordem dos Advogados de Angola entre 1997 e 2002. Além de presidente da ASAN, Manuel Gonçalves é também presidente do conselho de administração do Standard Chartered Bank Angola (SCBA) para o mandato 2013-2016 e cônsul honorário da República da Finlândia em Angola. Como músico, Né Gonçalves lançou o disco Luanda, Meu Semba em 1994. Em 2013 gravou o álbum Luanda, Meu Semba Instrumental. Este ano, deverá sair no mercado o Semba Mar. Em 1994 ganhou o prémio revelação da UNACA, tendo uma das canções sido considerada música do ano.

“ Pretendemos criar um novo

modelo de gestão do seguro

agrícola, através de um sistema de co-seguro

Temos a perspectiva de cooperar,

ao mesmo tempo que

competimos, com as outras seguradoras

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Bolsa

5,8

Bits

Praia — O fundo de apoio para a reconstrução da ilha cabo--verdiana do Fogo, criado após a erupção vulcânica de Novembro a Fevereiro últimos, já tem 5,8 milhões USD, informou o presidente do Gabinete de Reconstrução, António Nascimento. O valor resulta da ajuda de vários parceiros, com destaque para a União Europeia.

Pretória — O governo da África do Sul, os sindicatos e as empresas mineiras assinaram um acordo para travar o desemprego causado pela queda do preço das matérias- -primas, ao mesmo tempo que ficou decidida a promoção da platina como activo de reserva do banco central.

ÁFRICA

Monróvia — A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, pela segunda vez, a Libéria livre do ébola, 42 dias depois de não ter sido confirmado qualquer caso em laboratório. A OMS sublinha que o país da África Ocidental deverá observar 90 dias de vigilância para verificar se não há novos casos do vírus. A Libéria já havia sido oficialmente declarada livre da epidemia em 9 de Maio último, mas o vírus reapareceu no final de Junho, contaminando seis pessoas, das quais duas morreram. A OMS saudou também as autoridades locais por causa da sua “vigilância consistente e da resposta rápida do governo e seus parceiros” no combate a uma doença que terá feito mais de 11 mil mortos.

Maputo — Os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) adquiriram 70 carruagens novas para transporte de passageiros, no valor de 49 milhões USD, para aliviar as enchentes nas suas composições. Quinze das carruagens de terceira classe, adquiridas na China, já se encontram em Maputo, de um total de 35 composições destinadas à região sul, informaram os CFM.

A Bolsa de Valores negociou 43,5 mil

milhões Kz no Mercado de Títulos de Registo

do Tesouro, entre Maio e Agosto, o que

corresponde a 291 736 obrigações e bilhetes do Tesouro emitidos, com o BFA a assumir

a liderança num ranking produzido pelo jornal

Mercado.

P O R A N T Ó N I O P E D R O

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) registou, de Maio a Agosto do ano corrente, a negociação de 291 736 obrigações do Tesouro, resul-tando na movimentação de 43,5 mil milhões Kz (367,1 milhões USD), se-gundo cálculos do jornal Mercado com base nos relatórios mensais da Socie-dade Gestora de Mercados Regula-mentados.

As transacções movimentadas atin-giram 36,7% de 1000 milhões USD previsto para negociação em obriga-ções do Tesouro, até fim do ano corren-te, segundo expectativa da BODIVA, no Mercado de Registo de Títulos do Te-souro.

Em Junho, a BODIVA registou a maior transacção, com 161 301 obri-gações e bilhetes do Tesouro (55,29% do total), movimentando, desta forma, 22,7 mil milhões Kz (197 milhões USD), um indicador que representa 52,15% do total do montante negociado.

Segue-se Julho com a negociação de 63 222 obrigações do Tesouro (21,67%), com financiamentos de 9,7 mil milhões Kz (71 milhões USD), o que equivale a 22,28% do total dos finan-ciamentos entre Maio e Agosto.

Maio e Agosto apresentam ligeira diferença em quantidade de obriga-ções do Tesouro negociadas. No pri-meiro foram registadas 27 779 (9,52%), ao passo que no segundo fo-ram 39 434 (13 ,51%), proporcionado assim 5,1 mil milhões Kz (11,8% do total) e 5,9 mil milhões Kz (13,75%)

para Agosto último. Quanto às obrigações do Tesouro

negociadas, de Maio a Agosto, pelos bancos intermediários da BODIVA, o BFA lidera o ranking, com 239 715 (82,16%). Segue-se o Millennium An-gola, com 22 792 (7,9%), o BAI ocupa a terceira posição, com 21 561 obriga-ções (7,39%), enquanto o BNI, com 7392 negociadas apenas em Agosto, entrou para a bolsa em Julho, represen-tando 2,53% da carteira de títulos emi-tidos.

Os financiamentos obtidos na bol-sa, através do mercado de títulos do Tesouro, colocam também o BFA na liderança, de Maio a Agosto, com um movimento de 36,3 mil milhões Kz (83,35% do total), seguido de Millen-nium Angola, com 3,3 mil milhões Kz (7,8%), BAI na terceira posição do ranking, com 2,7 mil milhões Kz (6,19%), e BNI, com 1,1 mil milhões Kz (2,66%), que entrou na BODIVA em Julho passado.

BODIVA transacciona 36,7% de obrigações previstas em 2015

M E R C A D O S

Obrigações em queda

A BODIVA continua a registar obrigações do Tesouro abaixo das 161 301 e dos 22,7 mil milhões Kz de Junho, sobre os quais o BFA assumiu a liderança representando 84,61% do total nos dois aspectos. Em Julho, as obrigações fixaram-se em 63 222, mas quedaram para 39 434 em Agosto. O relatório de Agosto do Mercado de Registo de Títulos do Tesouro da BODIVA apresenta o BNI a intermediar a sua primeira transacção na bolsa, que se fixou em 19,35% de um total de 5,9 mil milhões Kz (47 milhões USD, convertidos à taxa média diária do BNA, correspondente a 125,78 Kz o dólar), superando o BAI, que ficou com 2,24% do total. As transacções de Agosto foram registadas pelo BFA (78,41%), BNI (19,35%) e pelo BAI com uma quota de mercado bolsista de 2,24%. A BODIVA diz no relatório citado que o registo das transacções no MRTT, ao dar a conhecer a todo o mercado os termos dos negócios, como preço e quantidade efectuados, concorre para o aumento da transparência e da confiança dos investidores, bem como para a formação de uma curva de preços para os activos nele registados, que deverão servir de referência para futuras transacções.

Ranking

MRTTDesempenho de membros de negociação consolidado (Maio a Agosto 2015)

Intermediário

Montante negociado

(mil mil-hões Kz)

% do total

BFA 36,3 83,5

BMA 3,3 7,8

BAI 2,7 6,19

BNI 1,1 2,66

IntermediárioQuantidadeobrigações negociadas

% do total

BFA 239.715 82,16

BMA 22.792 7,81

BAI 21.561 7,39

BNI 7.392 2,53

Fonte: BODIVANI: montantes negociados e total (%) são cálculos do jornal Mercado

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Pedro Pitta-Groz, CEO da BODIVA

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MS U P L E M E N T O

Fundo Soberano solidário com Projecto Kamba Dyami

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7 dias > 7 propostas

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A Conexão Lusófona, na 4.ª edição, faz-se no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, com Don Kikas (Angola), Kataleya (Brasil), Elida Almeida (Cabo Verde), Binhan Quimor (Guiné-Bissau), Costa Neto (Moçambique), Filipe Santo

(São Tomé e Príncipe) e Benvinda de Jesus (Timor) – um diálogo de gerações na promoção da cultura em língua portuguesa. Em Londres, a Tate Modern

revela The World Goes Pop como um movimento global de protesto contra a sociedade de consumo. Outras sugestões: a pintura de Picasso transformada

num ballet; ou Benedict Cumberbatch na mais clássica das personagens, Hamlet; ou a leitura de Purity, de Jonathan Frazen.

1. The World Goes Pop

A Tate Modern, em Londres, está empenhada em revelar ao mundo que a pop art vai da América Latina à Ásia passando pela Europa e pelo Médio Oriente. A exposição mostra o que se fez no mundo nos anos de 1960 e 1970 e como, em vários países, diferentes culturas responderam ao movimento. A pop não foi apenas uma celebração da cultura ocidental mas muitas vezes era uma língua internacional subversiva e de protesto - uma linguagem que é mais relevante hoje do que nunca. Até Janeiro de 2016. Saiba mais em: http://www.tate.org.uk/whats-on/tate-modern/exhibition/ey-exhibition-world-goes-pop

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3.

Bailado de uma pintura

Um dos mais promissores artistas da China, Tianzhuo Chen (nasceu em 1985 em Pequim, onde vive) apresenta a sua primeira exposição individual no Palais de Tokyo, em Paris. Através de um imaginário colorido, grotesco, kitsch, uma estranha onda hip-hop, a cultura do delírio de Londres, da butoh japonesa, da voguing em Nova Iorque e do universo moda são as referências nas obras de Tianzhuo Chen. Até 13 de Setembro. Saiba mais em: http://www.palaisdetokyo.com/fr/exposition/tianzhuo-chen

Picasso e o ballet, uma relação de paixão e dor. Assim o entendem os críticos que vêem Les Trois Danseuses como uma pintura cheia de ódio e violência, inspirada pelos tiroteios e suicídios que tragicamen-te envolveram os amigos de Picasso. Mas é também sobre a própria relação turbulenta do artista com a dança? Provavelmente, ele que foi casado com Olga Khokhlova, uma bailarina russa. The 3 Dancers, a ver no Theatre Royal Plymouth, no Reino Unido. Saiba mais em: www.theatreroyal.com/whats-on/2015/rambert

A 4.ª edição do Festival Conexão Lusófona acontece no dia 18, às 22:00, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, na promoção do diálogo entre gerações e na partilha da cultura lusófona. Don Kikas é o angolano que fará parte desta enorme conexão que conta com sons e vozes de Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor. Um espectáculo único.

Purity é o mais recente livro de Jonathan Frazen, um dos mais talentosos escritores da sua geração, nos Estados Unidos. Capa da Time, em 2010. A queda do muro de Berlim, os arquivos da Stasi, uma ogiva nuclear no Texas e uma jovem californiana à procura do pai fazem um romance, a ler.

A Casa de Cultura de

Angola Malta da Paz e da

Alegria, localizada no

bairro Benfica, município de

Belas, em Luanda,

promove até dia 9 a 1ª edição

da Feira do Livro

Infantil Malta da Paz

e da Alegria

“Nutrição enquanto cultura”

é tema de uma exposição da pintora

angolana Erika Jamêce para

ver no pavilhão de Angola

na Expo Milão até 16

de Setembro

A história de Pip Tyler 6.

Os tons da lusofonia

Tianzhuo Chen em Paris

Em Londres, no palco do Barbican, Benedict Cumberbatch é Hamlet numa das mais simbólicas peças de teatro sobre os temas da traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade. Benedict Cumberbatch assume o papel na tragédia de Shakespeare, dirigido por Lyndsey Turner. As críticas não têm poupado elogios à contenção do actor que designam por “o mais são dos dinamarqueses”. Até 31 de Outubro. Saiba mais em: http://hamlet.barbican.org.uk/

“To be or not to be”

2. 5.4.

DR

Uma praça de museusEm Amesterdão, reabriu o novo – complementando o antigo – Museu Van Gogh. Fica na Praça dos Museus, ao lado do Rijksmuseum (com o melhor de Rembrandt e Vermeer) e do Stedelijk (o museu de arte moderna), enquadrados por um campo de 125 mil girassóis. São pretextos irresistíveis para uma visita obrigatória à cidade holandesa. Sublinhamos que o museu tem a mais completa mostra de Vicent van Gogh – o homem que um dia se tentou suicidar e ficou sem uma orelha. Saiba mais em: wwwvangoghmuseum.nl

7.

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filme Os Sete Pecados Mortais conta a his-tória de dois polícias, o jovem e impetuoso David Mills (Brad Pitt), que trabalhou du-rante cinco anos numa divisão de homicí-dios, e o experimentado, culto e prestes a reformar-se William Somerset “Smiley” (Morgan Freeman), encarregados de uma perigosa bem como intrigante investiga-

ção criminal. Um serial killer, John Doe (Kevin Spacey), assassina as vítimas

inspirando-se nos sete pecados mortais bíblicos (gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e vaidade).

O filme leva-nos a uma viagem ao mundo fascinante da séti-ma arte norte-americana, onde a ficção se aproxima do real, porque os factos exibidos nesta longa-metragem, produzida por Arnold Kopelson e Phyllis Carlyle, são vivenciados no

dia-a-dia e dimanam do âmago do homem, enquanto indivíduo inserido numa sociedade.

Esta película, cuja direcção coube a David Fincher, ilustra como o comportamento do indivíduo, influenciado pelo sen-timento inato, pode causar discórdia até entre homens ligados à alta estrutura social, caso uma terceira pessoa (ponderada) não interceda.

Os primeiros contactos entre Mills e Somerset foram mina-dos por um clima de desconfiança. Tal facto influenciava nega-tivamente no cumprimento da missão incumbida, capturar o astuto e perigoso serial killer John Doe.

A interacção melhorou com a intervenção de Tracy Mills (Gwyneth Paltrow), esposa do jovem detective.

Considerado um filme intemporal pela peculiaridade temá-tica, Os Sete Pecados Mortais procura aconselhar um indivíduo a agir de forma consciente, ponderada e com audácia, sob pena de cometer-se um erro maior, capaz de condicionar a própria vida.

David Mills foi incapaz de se conter da cólera ao tomar co-nhecimento da decapitação de Tracy Mills, a esposa, por John Doe. O jovem detective, mesmo com a advertência de William Somerset, matou o serial killer, cometendo assim o sétimo pe-cado capital, a ira. A brilhante carreira de detective ficou assim arruinada num simples momento.

Seven (sete), através da representação de John Doe, procura também passar a ideia do perigo quando a mensagem religio-sa é mal interpretada, inclusive dá lugar ao fundamentalismo

religioso, um dos principais problemas mundiais nos dias de hoje.

Os Sete Pecados Mortais foi um trabalho importante para a filmografia de David Fincher, tendo impelido o seu sucesso no mundo da sétima arte, sobretudo pela participação de Brad Pitt. O director da película deu característica identificativa do artista ao filme.

Fincher apresentou um trabalho aplaudido, relativamente à conjugação dos vários elementos essenciais ao sucesso do filme, tais como a luz, som e tipografia.

Seven ou Os Sete Pecados Mortais foi lançado nos EUA em 1995, custou 30 milhões USD, rendeu 327,3 milhões USD. Venceu os MTV Movie Awards de melhor filme, melhor vilão (Kevin Spacey) e de homem mais desejável (Brad Pitt).

Também foi indicado ao Óscar de melhor edição, BAFTA de melhor argumento original e ainda MTV Movie Award de melhor dupla (Brad Pitt e Morgan Freeman).

O filme procura aconselhar um indivíduo a agir de forma consciente, ponderada e com audácia, sob pena de cometer-se um erro maior, capaz de condicionar a própria vida

Lançado nos Estados Unidos da América em 1995 e hoje o filme continua actual na sua essência,na mensagem que pretende passar.

Os Sete Pecados Mortais

L I Ç Ã O D E U M F I L M E

OF E R N A N D O B A X I Jornalista

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Crianças felizes, num ambiente de festa, entoam canções que retratam o quotidiano da vida, o amor ao próximo, a irmandade que as une, ao som de instrumentos de uma banda musical de irmãos Salesianos Dom Bosco, como forma de receber visitas.

É um estilo de vida no meio rural. E foi este o ambiente encon-trado na antiga Fazenda Quitila, depois de percorridos 18 quiló-metros de terra batida da cidade de Calulu à Escola Maria Mazza-relo pertencente aos Salesianos Dom Bosco.

Mas desta vez há um motivo nobre, pois o Fundo Soberano de Angola faz entrega de computadores portáteis às crianças de Quitila, em Calulu, como extensão do programa “Kamba Dyami – Um portátil por Criança”, das Escolas Dom Bosco, afectas à Igre-ja Católica, já em funcionamento em Luanda e Benguela, com

patrocínio do fundo. Kamba Dyami, que na língua nativa kim-bundu, falada no Norte de Angola, significa Meu Amigo, encon-trou de facto muitos amigos em Quitila, ao todo são 200 crianças em idade escolar e ávidas por aprender a ligar, trabalhar e desligar um computador.

O patrocínio do Fundo Soberano de Angola em responsabili-dade social resulta do padrão adoptado por instituições de inves-timento pelo mundo capazes de assumir participações significa-tivas em empresas, e os fundos soberanos possuem esta particularidade, tal como China Investment Corporation, Go-vernment Pension Fund Global (Noruega), Adu Dhabi Investment Authority, e outros, que adoptam melhores práticas de respon-sabilidade social corporativa.

José Filomeno dos Santos pediu ao padre Santiago Christopher-sen, director das Escolas Dom Bosco e do Projecto Kamba Dyami, para alterar o roteiro da cerimónia. Ao invés de acontecer num ambiente ao estilo moderno, que fosse realizada debaixo de ár-vores que enfeitam a antiga fazenda Quitila, produzia café na era colonial, bem ao estilo e costume autóctone. E assim aconteceu.

Debaixo de árvores, petizes como António Augusto, que estu-da a terceira classe, falaram ao jornal Mercado sobre os seus so-nhos, aspirações, ideias próprias de meninos. É a primeira vez que António toma contacto com um Kamba Dyami, foi assim que os petizes apelidaram o computador portátil.

Ele está curioso, ansioso, para aprender a escrever e a jogar pelo computador, quer ser médico quando concluir os estudos da idade adulta, justifica que é assim que gosta de ajudar o próxi-mo. Emília Alfredo estuda também a terceira classe, sonha ser

professora dizendo que quer ensinar a ler, a escrever e a contar as crianças que puder.

Pelo computador, ela quer aprender a escrever, diz que é a pri-meira curiosidade que gostaria de ver concretizada. A menina Esperança Maria, colega de Emília e de António, gostou do com-putador e não quer algo diferente das demais crianças: pensa em aprender a escrever, praticar jogos que ajudam no exercício da matemática. Sonha também ser professora, para ensinar o abe-cedário aos outros, a contar e a escrever.

Os três frequentam a lavra e contam como é o dia-a-dia da vida agrícola. Sabem trabalhar com enxada, apesar de serem peque-nos, levam da lavra para a casa produtos como banana, batata-doce, mandioca, feijão, milho, contam os petizes. E acrescentam que sabem também aplicar sementes sobre a terra de diferentes produtos agrícolas.

C

1 T E M A D E C A P A

Fundo Soberano investe em tecnologia às crianças do meio rural

A zona rural de Quitila, província do Cuanza Sul, recebeu computadores portáteis concebidos para crianças em idade escolar.

P O R A N T Ó N I O P E D R O | F O T O S N J O I F O N T E S

O patrocínio do Fundo Soberano de Angola em responsabilidade social resulta

do padrão adoptado por instituições de investimento pelo mundo capazes

de assumir participações significativas em empresas

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Em Quitila estão 200 meninos que vão compartilhar os laptops no processo de aprendizado. Até fim do ano, pretende-se ter mais 1200 computadores para inclusão de mais crianças de aldeias vizinhas

José Filomeno dos Santos demonstrou que conhece bem esta realidade do meio rural. Por isso, pediu aos pais para não prejudi-carem o aprendizado escolar dos petizes em detrimento de traba-lhos nas lavras.

“Sabemos que há muito trabalho nas lavras, e que tem de ser feito, mas queremos que os nossos meninos sejam também capazes de ter uma vida melhor no futuro. E é este grande impulso que vie-mos trazer hoje através do Projecto Kamba Dyami”, pediu José Fi-lomeno dos Santos.

Disse que o fundo conta com os pais para encorajar os meninos a cuidarem bem do Kamba Dyami e a estudar cada vez mais.

Aos professores pediu também muita paciência, uma vez que o projecto começa com o professor, porque tem de saber como ensi-nar os meninos e meninas a usarem o computador, a cuidarem bem para aproveitar tudo que o laptop pode dar, para que “este projecto tenha sucessos aqui e ajude a melhorar muitas coisas por aqui, para um bom futuro”, insiste Filomeno dos Santos.

O amigo que vai ajudar O projecto Kamba Dyami começou nas escolas Dom Bosco de Ben-guela e Luanda. Aquando da extensão para a zona rural de Quitila, no Cuanza Sul, o presidente do Fundo Soberano falou de forma im-provisada para os petizes que esperavam ansiosos pegar os compu-tadores: “Viemos de Luanda para trazer-vos uma novidade. Chama-se Kamba Dyami, é um amigo que vai ajudar-vos a estudar, coisas novas sobre a lavra e com o qual vão poder contar quando estão a achar que alguma coisa que o professor disse é difícil.”

José Filomeno dos Santos explica aos meninos de Quitila sobre o

papel do Fundo Soberano, afirmando que é um fundo de poupanças do Estado, que é de todos os angolanos, que poupa dinheiro para o futuro, “e o futuro são vocês, que estão aqui hoje e vão fazer de An-gola um grande país”.

Desde o final de 2013 a 2015, o Fundo Soberano patrocinou a aqui-sição de 1602 laptops para beneficiar 5 mil crianças das zonas rurais de Benguela, Luanda e agora Cuanza Sul, para de forma prática aprenderem matemática, gramática e acederem a um ensino fora do padrão tradicional. Este ano, o projecto recebe mais 1200 com-putadores, através do fundo, como mais um meio que visa ajudar a melhorar a qualidade do ensino na educação através de novas fer-ramentas tecnológicas.

Os laptops oferecidos em Quitila possuem uma versão mais avan-çada que os primeiros adquiridos para Benguela e Luanda, pois são touch, digitais, com softwares mais desenvolvidos ainda para a rea-lização de tarefas inerentes à vida escolar de uma criança. Há jogos interactivos e mais desenvolvidos para uma criança aprender en-

quanto brinca no laptop. Uma pequena demonstração foi feita em sala de aula, sob olhar do presidente do fundo, como forma de con-solidar aulas. Os laptops possuem manuais de utilização para ajudar os professores que vão ensinar as crianças.

O padre Santiago Christophersen, director do projecto, disse ao Mercado que o “Kamba Dyami – Um Portátil por Criança” permitiu fazer crescer o nível intelectual de crianças de zonas de Benguela e também em Escolas Dom Bosco de Luanda.

“Quando começámos o projecto, notámos o grande embaraço não só dos alunos, as crianças, mas sim da nossa própria estrutura, porque os professores tiveram de aprender uma nova forma de en-sinar.” Em Quitila estão 200 meninos que vão compartilhar os lap-tops no processo de aprendizado. Até fim do ano, pretende-se ter mais 1200 computadores para inclusão de mais crianças de aldeias vizinhas, que sobrevivem da agricultura familiar, onde o projecto está implementado.

O padre Christophersen disse que os alunos da terceira classe são os primeiros beneficiados, depois seguem outros até à sexta classe, mas chegará a fase em que da primeira à sexta classes os alunos das zonas rurais afectas ao projecto terão acesso a um laptop.

A Escola Maria Mazzarelo Dom Bosco, em Quitila, possui seis salas de aula e ministra aulas nos períodos da manhã e da tarde. José Filomeno dos Santos disse que está ciente que existe uma iniciativa a nível do Ministério da Educação, que é complementada pelo Kam-ba Dyami, nas zonas rurais de Benguela, Luanda e Cuanza Sul, por isso “acreditamos que com este impulso que foi iniciado pela Missão Salesiana o projecto está a se espalhar e está a ser bem recebido pelas comunidades, é também um projecto auto-sustentável”.

José Filomeno dos Santos demonstrou que conhece bem esta realidade do meio rural.

Por isso, pediu aos pais para não prejudicarem o aprendizado escolar

dos petizes em detrimento de trabalhos nas lavras

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brimos as hostilidades amenas com a pergunta: “O mau feitio do seu cabelo fez o seu feitio?” E obtivemos como resposta: “Sem dúvida, por acaso as reac-ções ao livro têm sido interes-santes porque as pessoas que já leram o livro estão a tomar a his-tória da Mila como a minha his-tória tal e qual, e não é exacta-mente assim. Mas, em todo o caso, há uma grande justaposi-

ção. E no caso dela, tanto como no meu caso, eu diria que sim, diria que o mau feitio do cabelo, e a confusão particular deste cabelo, tornou-me a pessoa que sou.” E a conversa prossegue com uma citação do livro… da Djaimilia: “À estética o que é da estética, à moral o que é da moral – para no instante seguinte nos depararmos com a maneira como tal separação de forças não pode ter lugar.” Muito bem, isto quer dizer exactamente o

quê? A escritora responde: “Por acaso essa passagem tem que ver com a pergunta que me fez, essa passagem tem que a ver com… Nós, de alguma forma, não nos podemos desligar das coisas pelas quais vamos passando, mesmo que o problema com o cabelo a certa altura fique resolvido, fique arrumado, a pessoa não pode dissociar-se da pessoa em que se foi tornando ao lon-go do tempo em que para si isso foi um problema, não pode descolar do caminho que foi fazendo. Não podemos decantar o líquido da mistura de que somos compostos.”

Sabemos, porque a escritora nos disse, que esta é a Mila, que estas memórias são da sua personagem. Mas são memórias, também as suas e da sua família. Perguntamos: “Quase que po-dia dizer que sei algumas coisas sobre si e outras tantas sobre a sua família, mas o que li é ficção, fale-me da realidade, a come-çar pela bisavó judia…” Djaimilia respondeu: “Como tudo o que é muito antigo na história de qualquer família, há uma grande confusão e a certa altura já não sabemos o que é verdade e o que foi inventado. Parecido com a maneira como se constrói um livro, de facto.A certa altura já não sei se a minha bisavó era judia, se o outro era maçon… Já não sei se era em Seia, se era em Castelo Branco, isto a partir das nossas memórias familiares, no entanto, todas estas pessoas partem de pessoas que alguma vez existiram.” E quem são elas? “É uma família de angolanos e portugueses. Portugueses que foram, a meio do século XX, para África trabalhar e que têm a particularidade de não terem re-gressado para Portugal na altura da independência. E nem todos regressaram. E depois tenho outro lado da família, que é um lado angolano, de pessoas que sempre viveram em Angola, nas-ceram em Angola, são angolanos, alguns dos quais foram emi-grando para Portugal ao longo do tempo. É uma história com estes dois lados.” E também a história de um pai branco e uma mãe negra que não ficaram juntos para sempre. Da relação de-les nasceu a relação da escritora com Luanda, onde a mãe fi-cou.

Passamos de novo para a conversa e temos a razão do livro. Diz Djaimilia: “É da minha relação com Luanda que emana o livro. Perceber que queria escrever este livro surge numa altu-ra em que eu comecei a ter saudades de Luanda, depois de um longo período em que nunca pensei nisso. Sempre vivi em Por-tugal, desde pequena, nunca tive curiosidade, ia a Luanda de férias, ou não ia, e isso nunca me importou. E a certa altura, de uma maneira completamente inexplicável, ou não, se quiser pensar nisso, mas por uma conjugação de factores que são com-pletamente exteriores à minha família, mas que têm que ver com referências e com a vida da minha própria curiosidade, comecei a ter saudades de Luanda. E depois comecei a perceber

que as saudades que eu tinha eram saudades sobre um sítio do qual sabia absolutamente nada. E comecei a perceber que o que sei sobre Luanda, o que sabia sobre Luanda, é mais ou menos o que sei sobre a minha família. Por isso reajo com alergia quando ouço dizer que o livro é um bocado a história da minha família. Na verdade, o livro é escrito a partir de um ponto de vista de ignorância a respeito da minha origem.”

E continuamos com a história, uma história real, física, geo-gráfica: “No ano passado, a certa altura, precisei de fazer uma longa viagem por Portugal em trabalho, por vários pontos do país. A certa altura, a meio da viagem, encontrei-me com um americano, completamente por acaso, um desconhecido com quem troquei algumas palavras, perguntou-me de onde eu era, e eu disse que era de Angola. Perguntou-me se eu lá costumava ir, e eu disse que não. E ele disse-me: e não tens saudades? E eu disse: por acaso agora comecei a ter. Ultimamente tenho tido. E ele disse-me: é normal, é um cliché, mas é verdade. Não sei explicar bem, mas sei que estas saudades não são apenas abs-tractas, concretizaram-se e materializaram em coisas concre-tas.” Tais como? “De um momento para o outro, comecei a

“Eu seria outra pessoa se tivesse nascido com outro cabelo”

Djaimilia Pereira de Almeida, 33 anos, nascida em Luanda, é o mais recente fenómeno da escrita em português

com Esse Cabelo, o primeiro livro.P O R A N A M A R I A S I M Õ E S | F O T O G R A F I A R E I N A L D O R O D R I G U E S

A

L I F E & A R T S

O Teatro Avenida, a entrada do Jornal de Angola, um intenso cheiro a tinta, ruas em que não me saberia orientar. No emaranhado de gruas da actual Luanda, que recebo pela televisão, pouco mais consigo reconhecer

Segundo se diz, desembarquei em Portugal particularmente despenteada aos 3 anos, agarrada a um pacote de bolachas Maria. Trazia vestida uma camisola de lã amarela hoje reconhecí-vel numa fotografia de passaporte

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ouvir só música angolana, a querer rodear-me de coisas angola-nas, com muita curiosidade, uma curiosidade descontrolada.” Mais adiante admite: “Este livro pisca o olho a certas narrativas sobre o regresso, o regresso às origens, mas ao mesmo tempo ensinou-me a duvidar do heroísmo desse regresso às origens.”

Djaimilia Pereira de Almeida nasceu em Luanda em 1982 e cres-ceu nos arredores de Lisboa. Vive agora em Lisboa com o marido. Entretanto, doutorou-se em Teoria da Literatura. “Doutorei-me na Universidade de Lisboa num departamento chamado Progra-ma em Teoria da Literatura, e o que fiz foi um trabalho sobre um sub-ramo da filosofia chamado Identidade Pessoal.” Numa re-cente crítica (do escritor e jornalista José Mário Silva) lia-se que “este seu inclassificável livro de prosa é uma espécie de prolon-gamento, ou de demonstração prática, dos conceitos abordados no seu trabalho académico”. A autora diz que é um pouco mais complicado do que isso. E explica: “Ao escrever este livro, eu co-mecei a aprender o que tinha apreendido na tese. Só agora que o livro está feito é que começo a perceber o que escrevi na minha tese ao longo dos últimos anos, é como se aquilo que apreendemos só se manifeste mais tarde. Eu aprendi muito sobre a minha tese ao escrever o livro.”

Uma das fotografias no livro (uma de duas) refere-se aos acon-tecimentos de Little Rock (a cidade dos Estados Unidos onde, na escola secundária, os estudantes afro-americanos só consegui-ram frequentar as aulas sob forte protecção policial). É a imagem de uma jovem negra agarrada ao seu caderno rodeada por jovens brancas, em fúria. “A fotografia está lá como uma espécie de ra-diografia do ânimo e da alma da Mila [a personagem] num certo momento a respeito de um certo tipo de problemas. E está lá como radiografia não só da Mila como de uma série de outras pessoas que num certo momento se vêem numa certa situação, e isto in-dependentemente do valor histórico da fotografia.”

O que é que espera dos leitores? “Tenho tido mais curiosidade em saber a opinião das pessoas que não conheço do que daquelas que conheço.” E o cabelo? “Não é um pretexto. É uma imagem, um fio condutor”, para reconhecer, naturalmente, que: “Eu seria outra pessoa se tivesse nascido com outro cabelo, e provavelmen-te não haveria livro.”

Para terminar, duas perguntas: Considera-se escritora? (Pau-sa.) “Certamente que não. Sinto-me mais confortável a imaginar que escrevi um livro. Não sei se mereço esse título tão imediata-mente.” Sente-se portuguesa, ou angolana? (Pausa maior.) “Sin-to-me um bocadinho de ambas as coisas. Sou as duas coisas. Sou portuguesa e sou angolana.”

O livro (da Teorema) chegou às livrarias portuguesas em 1 de Setembro, no mesmo dia em que falámos com a autora, natural-mente emocionada. É o seu primeiro livro, é “ a tragicomédia de um cabelo crespo que cruza a história de Portugal e Angola”.

O modo de os outros tratarem do meu cabelo simbolizou sempre a confusão doméstica entre o afecto e o precon-ceito, o que vem desculpando a minha falta de jeito para cuidar dele. Trato-o como faria uma angolana mais que falsa ou uma portuguesinha.

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B R U N C H W I T H . . .

Sou um homem focado nos meus objectivos e paro apenas depois de alcançar a meta

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O Mokamba é o café oficial do continente africano na Expo Milão

P O R V Â N I A A N D R A D E | F O T O G R A F I A N J O Y F O N T E S

Os negócios e a vida privada são alguns dos aspectos referenciados na entrevista ao empresário que quer

reerguer o nome do País no sector do café.

Cláudio Augusto

O convidado desta edição do Brunch with... cha-ma-se Cláudio Augusto, de 37 anos, simpático, extrovertido e com elevado senso de humor. E com estes atributos, a conversa decorreu de for-ma animada no Bar Café do Hotel Trópico em

Luanda. Cláudio Augusto é proprietário e gestor da empresa que produz

e comercializa o café Mokamba, e exerce igualmente as funções de assessor do conselho de administração da Feira Internacional de Luanda (FIL).

“Considero-me um homem simples e também gosto de coisas simples.” Esta é uma das frases que o caracteriza, segundo preci-sou. Segundo filho de 11 irmãos, Cláudio Augusto passou parte da infância e da juventude em Portugal, entre as cidades de Braga e Porto.

Fez o ensino primário em Luanda, na Escola Rainha Ginga, ao Cassenda. Aos 12 anos, emigra para Portugal, onde permanece até aos 29 anos.

Foi igualmente naquele país europeu que deu início à sua for-mação superior, tendo terminado em Angola, na Universidade Lusíada, embora num curso diferente daquele que seguia em ter-ras lusas.

“Fazia o que não gostava, por isso decidi seguir outro ramo e formei-me em Relações Internacionais, curso com o qual me identificava”, lembra.

O bichinho de ser empresário fez com que regressasse à sua terra de origem. O facto, conforme narra, deu-se em 2002, numa altura em que o País já vivia um clima de paz.

Sentia-se motivado e com espírito de dar o seu contributo para a reconstrução e desenvolvimento do País.

“Assim que cheguei a Angola, abracei logo a actividade empre-sarial, por intermédio de uma empresa familiar. Eu e alguns ir-mãos, que também vinham do exterior do País, demos sequência ao projecto”, lembra.

Nota ter começado pelo comércio geral. “Vendíamos diversos produtos, como bens alimentares e enlatados”, refere.

Diz também ter prestado serviços ao sector petrolífero, essen-cialmente à Sonangol, e trabalhado na distribuição de combus-tível antes de a família possuir bombas de combustível pró-prias.

Na sequência, trabalhou com diferentes entidades, tornando-se igualmente agente revendedor de empresas como a Coca-Cola e a Unitel, aproveitando as melhores oportunidades do mercado.

Mokamba Café Explica que o Mokamba Café proveio do espírito de tentar criar uma marca nacional e promover algo que fosse nosso. “Vimos no café uma oportunidade de negócio, uma vez que o produto noutros tempos havia contribuído bastante para o crescimento do País.”

Acrescentou que a intenção da aposta no café foi de resgatar e elevar o nome do País, que chegou a ser o terceiro maior produtor mundial de café antes da independência nacional.

Para Cláudio Augusto, um dos objectivos da empresa passa pela

promoção do produto além-fronteiras. Neste aspecto refere ter sido bem-sucedido. Prova disso é o facto de a sua marca ser o café oficial do continente africano na Expo Milão, que termina no próximo mês de Outubro.

Explica que tudo começou em 2013, na província do Uíge, que é considerada a terra do bago vermelho, pois já foi o celeiro na-cional nos anos áureos da produção, antes de 1975.

“Aquando da realização da 1.ª edição da Feira Multissectorial do Uíge, enquanto andava pela feira, avistei muito café no chão. Conhecendo a qualidade e o valor do produto no mercado, con-siderei uma oportunidade promissora para apostar e acrescentar valor, investindo na sua imagem”, recorda.

Quanto ao nome do produto, Cláudio Augusto frisou que a ideia era dar um nome abrangente, que tanto servisse para os mais velhos como para os jovens. Daí a junção de “Moka”, que significa café, na língua nacional kimbundu, e “Kamba” (amigo).

Um pouco mais de si Cláudio Augusto conta que, nos seus tempos livres, quando não pratica desporto, prefere ficar em casa com os filhos: dois rapa-zes, que afirma serem a razão da sua existência.

É amante do desporto e apaixonado pelo ténis, embora prati-que muito pouco. Adora caminhar na marginal de Luanda, pro-curando manter a boa forma. Considera a dança uma boa diversão e, sempre que pode, não perde a oportunidade de mexer com o esqueleto.

O seu livro de cabeceira é O Príncipe e As 48 Leis do Poder, que mostra como agem os mestres no jogo do poder, que envolve a inteligência, perspicácia, planeamento e, principalmente, dissi-mulação.

Pretty Woman, comédia romântica americana produzida em 1990, que conta com a participação de Richard Gere e Julia Ro-berts, é o seu filme preferido.

Aprecia debater assuntos da actualidade, fundamentalmente falar de política com amigos. Por forma a aumentar os seus co-nhecimentos, Cláudio Augusto não dispensa programas televi-sivos de cultura geral.

Gosta também de estar entre amigos. Como empresário, pre-tende, acima de tudo, deixar a sua marca no panorama económi-co nacional, sendo alguém que sirva de exemplo para as novas gerações.

“Sou um homem focado nos meus objectivos e, quando defino uma meta, paro apenas depois de alcançar o pretendido.”

Adora carros e velocidade. Lamborghini é a sua marca de elei-ção, com preferência para modelos antigos, porque é “muito à moda antiga”. A nível do desporto, é benfiquista de coração.

Confessa que adora comer, e o seu prato preferido é o arroz de marisco acompanhado de um copo de vinho. Dificilmente tira férias devido ao volume de trabalho nas suas ocupações, mas, quando pode, o destino é sempre único: Lisboa.

Católico, Cláudio Augusto vai à igreja sempre que pode, acre-ditando em Deus. “Ele é o nosso condutor e mostra-nos o caminho para atingirmos os nossos objectivos, daí que acredito que tudo o que acontece nas nossas vidas tem a Sua mão.”

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Investimento

N I G É R I A

O objectivo é atingir 3 mil

até ao final do ano na cidade nigeriana

de Lagos.

A Uber está a negociar preços meno-res para novos veículos com a Kia Motors, para multiplicar por cinco o seu número de motoristas na cidade nigeriana de Lagos, a maior da Áfri-ca, para 3 mil, até ao final do ano que vem.

A empresa americana de reserva de carros assinou contrato com a fabri-cante de veículos sul-coreana e com o Access Bank, com sede em Lagos, para reduzir o pagamento de entrada exigido para novos veículos, de quase 200 mil para 95 mil nairas (477 USD), refere Alon Lits, director-geral da Uber para a África Subsariana.

“Desde que começámos em Lagos, há apenas um ano, foram criadas mais de 600 oportunidades de em-prego usando o aplicativo”, disse Lits. “Isso realmente é só o começo. Nós sentimos que esse número pode ficar muito acima de 3 mil até ao final de 2016.”

A Uber, que conecta motoristas com passageiros através do seu apli-cativo de smartphone em mais de 300 cidades, procura parcerias que reduzirão os custos para novos mo-toristas numa altura em que a empre-sa de São Francisco está em expansão em África, refere Lits.

Fundada em 2009, a Uber não pos-sui veículos nem emprega motoristas, e as empresas de táxi existentes em cidades como Paris, Moscovo e Joa-nesburgo protestam contra o que con-sideram uma concorrência desleal.

Mapas sem qualidade Entre os desafios enfrentados pela Uber em Lagos, primeira cidade afri-cana subsariana fora da África do Sul a contar com o serviço, estão os con-gestionamentos e a má qualidade dos mapas, segundo Lits. Outra questão

é que uma proporção relativamente pequena de nigerianos sabe manu-sear um smartphone bem o suficien-te para gerir os deslocamentos, acrescenta Ebi Atawodi.

“O módulo smartphone é, normal-mente, o que é de mais para as pes-soas”, disse Atawodi. Embora as as-sinaturas de telefones móveis activas nigerianas tenham aumentado cerca de 14%, para 148,5 milhões, nos 12 meses até Julho, segundo a Comissão Nigeriana de Comunicação, menos de 10% são para smartphones, ou aparelhos com Internet. A Nigéria é o país mais populoso da África, com mais de 170 milhões de habitantes, dos quais cerca de 21 milhões moram em Lagos.

Para solucionar o problema do ma-peamento, a Uber está neste momen-to a trabalhar com outras empresas de tecnologia em maneiras de dar indica-ções aos motoristas que não têm aces-so às orientações convencionais.

Na capital do Quénia, Nairóbi, a Uber está a fazer testes com uma em-

presa local que está a desenvolver formas de enviar fotos dos locais em vez de apenas os endereços.

“Diferentemente dos mercados mais desenvolvidos, muitas vezes não há um endereço ao qual o motorista poderá chegar recebendo orientações detalhadas do caminho”, disse Lits.

“Oportunidade enorme” O crescimento da Uber em Lagos

poderá igualar a velocidade de acei-tação do aplicativo na África do Sul.

Os motoristas da empresa na eco-nomia mais industrializada de Áfri-ca transportaram passageiros em mais de 2 milhões de corridas neste ano, contra cerca de 1 milhão em 2014, comunicou a empresa no pas-sado mês de Julho.

Além de Joanesburgo, a empresa

opera também em Durban e na Cida-de do Cabo. Lits prevê que o número de motoristas sul-africanos aumen-tará para cerca de 15 mil por volta do início de 2017, contra 2 mil actual-mente. “Lagos tem três vezes o ta-manho da região metropolitana de Joanesburgo”, disse ele, em referên-cia à sua população. “Há uma opor-tunidade enorme aqui.” NR/Bloomberg

Uber quer multiplicar motoristas na maior cidade de África

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Travis Kalanick, o fundador e CEO da Uber

A capital da Nigéria, com 21 milhões de habitantes, é um mercado

com grande potencial

Desde que começou em Lagos, há apenas um

ano, a Uber criou mais de 600 oportunidades

de emprego

Carros desta década são os mais activos nos leilões internacionais, segundo pesquisa da Hagerty Insurance. O motivo é que as crianças desse tempo são agora os CEO com posses para adquiri-los

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Business

E - W A S T E

O lixo do mundo é o tesouro da ChinaCerca de 70% do lixo

electrónico do planeta acaba na China, onde

é reciclado e convertido em novos aparelhos.

P O R P A U L O N A R I G Ã O R E I S

É uma das consequências mais visíveis da sociedade de consumo, mas a ver-dade é que só reparamos realmente no lixo quando começa a acumular-se nas nossas ruas. O mundo gera 3,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia e espera-se que este valor duplique em 2025. Ora, o lixo de uns é o tesouro de outros, e o desperdício tornou-se, para alguns, um enorme negócio. Por alguns entenda-se a China, onde o lixo é uma indústria que gera milhares de milhões USD por ano.

Há lixo e há lixo, obviamente, e a China tornou-se no grande destino mundial do chamado lixo electrónico. Quando o deitamos fora, o mais certo é que o nosso velho e rapidamente obsoleto telemóvel atravesse meio mundo até à China, que, estima-se, recolhe cerca de 70% do e-waste, como se convencionou chamar ao lixo electrónico.

Em 2014, o planeta produziu 42 mi-lhões de toneladas de lixo electrónico, das quais 6,5 milhões tiveram direito a reciclagem. Na categoria de lixo electrónico cabem, para além do tele-

móvel, todos os aparelhos indispen-sáveis à vida moderna, desde compu-tadores e televisores a frigoríficos e microondas. Grande parte deles, diga-se, fabricados na China, o que faz do comércio tecnológico mundial numa espécie de pescadinha de rabo na boca: compramos um smartphone que, provavelmente, foi feito numa fábrica chinesa e, quando o deitamos fora, regressa à China, onde os mate-riais de que é feito são reciclados, se-parados e utilizados para fazer o nos-so novo smartphone.

De todos os materiais de que são feitos os electrodomésticos e gadgets, os metais são os mais valiosos. Por exemplo, num moderno smartphone encontramos cobre, ouro, platina, alumínio e prata, para além de vários elementos de terra rara.

A cidade do lixo Há mais de uma década que a cidade de Guiyu, na província de Guangdong, no Sudeste da China, é a capital mun-dial do lixo electrónico. A maior parte da sua população de 150 mil pessoas especializou-se em desmontar, des-fiar e reciclar os aparelhos que o mun-do deita fora.

As ruas da cidade estão repletas de fios, cabos, pedaços de plástico e me-tal, tudo devidamente separado. Nas muitas oficinas da cidade, milhares de pessoas trabalham na separação dos componentes, amiúde com as pró-prias mãos, quando se trata de abrir

um cabo e separar os vários fios de metal.

Um dos principais clientes é a Fox-conn, a empresa de Taiwan que é a maior fabricante mundial de compo-nentes electrónicos do mundo, forne-cendo gigantes globais como a Apple, Dell, Hewlett-Packard, Sony, Ninten-do, Microsoft e Motorola.

Os elevados níveis de poluição constituem, naturalmente, o “down-side” deste negócio de milhões, e nos últimos anos têm sido feitos al-guns esforços para minimizar o pro-blema.

Pegada ecológica Ironicamente, ao assumir-se como potência mundial do lixo, a China está também a contribuir para redu-zir a pegada ecológica do planeta. O e-waste pode ser mais valioso, mas a nação asiática também aproveita vários tipos de metais, plásticos e papel. Neste último caso, por exem-plo, a utilização de papel reciclado permite poupar cerca de 75% da

energia necessária para produzir pa-pel novo a partir de fibras virgens. Para além disso, reduz em 35% a po-luição da água e em 74% a poluição atmosférica resultantes do fabrico de novo papel. Dito de outra manei-ra: por cada tonelada de papel reci-clado, são salvas 30 árvores, poupa-se 26 mil litros de água e liberta-se três metros cúbicos de espaço utili-zado como lixeira.

A primeira grande fortuna da China no que ao desperdício diz respeito foi, aliás, feita com o papel. Em 1994, Zhang Yin fundou a Nine Dragons Pa-per Holdings Limited, empresa que fez dela milionária e lhe valeu o epíte-to de “rainha do lixo”. Hoje, a empre-sária é a quarta mulher mais rica da China, com uma fortuna pessoal ava-liada em 4,4 mil milhões USD.

Antes do ano 2000, a China impor-tava meio milhão de toneladas de pa-pel por ano. Hoje, o número subiu para 30 milhões de toneladas. A reco-lha de papel era também praticamen-te residual antes da passagem do mi-lénio. Hoje, a China reaproveita, por ano, 50 milhões de toneladas de pa-pel.

O aproveitamento do metal gera também verdadeiras fortunas. A Chi-na Metals Recycling Association, que reúne as muitas empresas que fazem reciclagem de metal usado, calcula que o negócio valha, nesta altura, mais de 40 mil milhões USD por ano.

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Top 10 do lixo electrónico

7,071 Estados Unidos

(em milhões de toneladas, 2014) Fonte: United Nations University

6,032 China

2,203 Japão

1,774 Alemanha

1,645 Índia

1,516 Reino Unido

1,427 França

1,418 Brasil

1,239 Rússia

1,0710 Itália

A cidade de Guiyu, no Sudeste da China, é, há mais de uma década,

a capital mundial do lixo electrónico

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A empresa não deverá crescer este ano,

mantendo a facturação do ano passado, que

superou em 35% as vendas de 2013.

P O R V Â N I A A N D R A D E

A Inosat Angola, firma especializada na produção e comercialização de so-luções de localização GPS para dife-rentes empresas e particulares, inves-tiu cerca de 6 milhões USD, entre 2008 e 2014, no desenvolvimento da sua actividade no País, contando nes-ta altura com 380 clientes.

Segundo o director-geral da insti-tuição, João Santos, a Inosat assiste nesta altura 7500 viaturas, contra as 500 que assistia em 2010, um aumen-to na ordem dos 1400%. Salientou igualmente que a actividade se tornou rentável no País, tendo o mercado crescido de forma considerável, por se tratar de um produto que se enqua-dra dentro da área da segurança, quer de automóveis quer de pessoas.

A Inosat Angola não deverá crescer este ano, mantendo a facturação do ano passado, que havia superado em 35% as vendas de 2013. João Santos frisou igualmente que um dos objec-tivos da empresa para os próximos anos passa pelo aumento da carteira de clientes. No País, o foco da empre-sa está essencialmente voltado para a venda e instalação de GPS para parti-culares, fazendo também o controlo e gestão de frotas, fundamentalmen-te de viaturas.

A Inosat Angola faz a instalação do GPS às viaturas, mas quem procede ao controlo das mesmas são os clientes, de acordo com João Santos, com ex-cepção da Sonangol Distribuidora, que efectua o controlo da própria fro-ta de distribuição de combustível, que conta 1100 viaturas.

Tem como maior cliente a Mota-Engil, com uma frota de 1330 viaturas. A nível da banca, por exemplo, a Ino-sat Angola presta serviços ao Stan-dard Bank e ao banco Atlântico.

Inofrota para empresas João Santos explicou que, além do GPS, a Inosat Angola comercializa dois diferentes tipos de produtos, nomeadamente o localizador de pes-soas, My Locator, e o Inofrota, espe-cialmente para empresas. O mecanis-mo é vendido ao preço de 490 USD e inclui a sua instalação. Quanto ao fun-cionamento, explica que a comunica-ção do GPS instalado em viaturas é mantida a partir de servidores insta-lados na República da Irlanda. O clien-te tem acesso a relatórios, informa-ções e outras funcionalidades do sistema, através de uma conta parti-cular que dá acesso à sua entrada na plataforma, bastando para tal estar ligado a um projector, TV, computa-dor ou tablet.

“Caso um motorista tenha, por exemplo, um comportamento inade-quado durante a condução, ou se hou-ver um roubo, a viatura imobiliza-se, deixando de funcionar”, disse. Escla-receu ainda que o sistema dispõe de um botão de pânico, que no caso de roubo ou assalto à viatura, quando accionado, envia automaticamente

uma mensagem de alerta para o tele-móvel do proprietário da viatura ou de uma pessoa próxima.

De acordo com o gestor, para as em-presas de transportes, é importante a utilização deste sistema para melhor controlo da mercadoria no caso dos combustíveis e de bens alimentares, que tendem a ser desviados.

Por isso, João Santos aconselha as empresas de distribuição de combus-tíveis a apostarem neste sistema, uma vez que permite ter um controlo maior sobre os camiões e a mercadoria.

O gestor precisou também que a rede de supermercados Maxi utiliza o sistema Inofrota para o controlo das rotas dos seus camiões.

Acrescentou que é possível igual-mente, através de sensores, medir a temperatura no interior dos conten-tores de frio e camiões com caixa de frio, o que permite saber se os alimen-tos estão dentro dos parâmetros nor-mais de qualidade ou não.

Adiantou também que o sistema possui vários componentes, que po-dem ser aplicados a nível da seguran-

ça em relação à gestão das empresas. Outro produto inovador comercia-

lizado pela Inosat Angola é o alcoolí-metro. A máquina é instalada no ta-blier da viatura, que não liga sem que se sopre no aparelho.

“Caso o condutor acuse mais do que 0,2% de álcool no sangue, o carro imobiliza-se, e automaticamente o sistema envia um alarme para a plata-forma.”

De lembrar que a Sinfic e a Frotcom são as maiores concorrentes da Inosat Angola.

Inosat Angola investe 6 milhões USD em sistemas de segurança

Uma importante jazida de gás natural foi descoberta no Mediterrâneo. O depósito localizado a 1450 metros de profundidade, no campo de Shorouk, ao largo do Egipto, pode conter cerca de 30 mil milhões de metros cúbicos de gás. A ENI classificou esta descoberta como a 20.ª maior do mundo

Gáspor ano, eis quanto representam os prejuízos decorrentes do roubo de petróleo e da sabotagem de oleodutos na Nigéria. O governo vai lançar drones para evitar um roubo que chega aos 100 mil barris por dia

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A P O S T A N O M E R C A D O N A C I O N A L

João Santos, director geral

da INOSAT

Orçado em cerca de 4 milhões USD,

o projecto da empresa foi edificado em dois

pressupostos.

P O R A G O S T I N H O R O D R I G U E S

A Habitec, indústria de transforma-ção de madeira, fabrico de mobiliário

escolar e residencial, reduziu a sua produção de 500 para 350 unidades por dia, em face da queda de factura-ção resultante da retracção financeira do País. Instalada na zona industrial ligeira de São Pedro, desde 2010, na província do Huambo, o investimen-to na fábrica resulta de crédito à ban-ca nacional.

Orçado em cerca de 4 milhões USD, o projecto da Habitec foi edificado em dois pressupostos: a existência de eu-

caliptos na fronteira da Zâmbia até à província de Benguela, e o défice de mobiliário que se verifica no sector escolar.

A empresa produz carteiras esco-lares, quadros e mobiliário residen-cial, como camas, portas, janelas, mesas e cadeiras para o sector hote-leiro. “Criámos um produto diferen-te, uma marca angolana robusta, com garantia de durabilidade e meio rús-tico, por isso, tudo o que produzimos

é consumido”, afirma o director exe-cutivo da Habitec, Felisberto Nicolau Capamba. Com 120 trabalhadores, a Habitec teve, entre 2011 e 2014, um volume de negócio médio de 4 mi-lhões USD.

“A média é aceitável para uma em-presa de transformação num país onde a taxa de mortalidade é alta. Em 100 empresas, apenas três ou quatro sobrevivem”, considerou Ca-pamba.

A empresa, que se diz preparada para ser cotada em bolsa, considera o ano de 2015 imprevisível no que con-cerne ao volume de facturação, uma vez que, desde o ano transacto, não importou matéria-prima devido à redução nas quotas de importação e falta de divisas.

Para além da madeira, a empresa necessita de matérias-primas com-plementares, como cola, parafusos e vernizes, entre outros.

Habitec reduz quota de produção I M P O R T A Ç Ã O E M B A I X A E F A LT A D E D I V I S A S

mil milhões de USD

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Sustentabilidade

A N U N C I A A N E S T L É

E livre do trabalho escravo infantil, denunciado pelo relatório da ONG

Fair Labor Association. A Nestlé assume uma

nova fase em que quer pôr termo a estas

acusações.

A Nestlé anunciou que o KitKat será a primeira marca internacional de chocolate a fabricar todos os seus produtos com cacau de origem sus-tentável, num momento em que o sector enfrenta acusações de traba-lho infantil na oferta de matérias-primas.

Até ao primeiro trimestre de 2016, só se utilizará cacau autorizado por terceiros independentes, refere a companhia com sede em Vevey, na Suíça, em comunicado oficial. Isso inclui os chocolates fabricados nos EUA, que são produzidos pela Her-

shey, titular da licença. O sector de chocolate foi criticado

durante anos porque os produtores compram cacau de fazendas que uti-lizam trabalho infantil. Visitas alea-tórias a 200 fazendas na Costa do Marfim que fornecem a Nestlé en-contraram quatro crianças com me-nos de 15 anos a laborar nas planta-ções de cacau, de acordo com um relatório da Fair Labor Association publicado no ano passado. Desde 2012, a maior empresa de alimentos do mundo aceitou ser monitorizada pela organização sem fins lucrativos para erradicar a prática.

Plano para erradicar o trabalho infantil Em 2001, a Nestlé e outras grandes fabricantes de chocolate aderiram a um plano para acabar com o trabalho infantil nas fazendas da África Oci-dental depois de Tom Harkin e Eliot Engel, parlamentares dos EUA, te-rem dado destaque à questão.

A medida para o KitKat é parte da meta da Nestlé de suprir anualmente 150 mil toneladas de cacau produzi-

das de forma sustentável até 2017. A Nestlé começou a adoptar o cacau da Fairtrade para produzir o KitKat no Reino Unido em 2010 e tem vindo a ampliar o uso de grãos certificados para o Canadá, a Austrália, a África do Sul e a Europa.

Recorde-se que a Nestlé foi pro-cessada na semana passada por qua-tro consumidores devido a alegações de que o seu alimento para gatos Fancy Feast contém peixe de um for-necedor tailandês que utiliza traba-lho escravo.

A Nestlé reforça a sua posição e anuncia que o trabalho forçado “não tem lugar na sua cadeia de abasteci-mento”. NR/Bloomberg

KitKat, o primeiro chocolate a usar cacau 100% sustentável

DR

Desde 2001 que as grandes fabricantes de chocolate tentam

acabar com o trabalho infantil em África

A compra da americana Russell Stover colocou a Lindt à frente da Nestlé,

no terceiro lugar do mercado de chocolates

da América do Norte. A fabricante suíça de chocolates pre-mium Lindt & Sprüngli está à procura de mais aquisições após a compra da Russell Stover Candies e quer expan-dir-se para Brasil e Rússia, tirando vantagem da desvalorização das res-pectivas moedas. Os futuros negócios serão menores que a aquisição da Russell Stover por 1,6 mil milhões USD no ano passado, refere o CEO Ernst Tanner, que prefere não identi-ficar os alvos, nem especificar onde a Lindt os procura, embora tenha dito que a empresa com sede em Kil-chberg, na Suíça, visualiza o Brasil, a Rússia e o Japão como mercados atraentes. “Conhecemos todas as em-

presas de chocolates premium do mundo e sabemos quais compraría-mos e de quais fugiríamos”, diz.

A compra da americana Russell Stover colocou a Lindt à frente da Nestlé, no terceiro lugar do mercado de chocolates da América do Norte, atrás da Hershey e da Mars. Agora, com as economias e moedas dos mer-cados emergentes em queda, a em-presa avalia que tem uma oportunida-de de investir a longo prazo.

Pelo menos metade das inaugura-ções de lojas da empresa neste ano ocorrerão no Brasil, país onde a eco-nomia está a encolher, o real tem per-dido força e um escândalo de corrup-ção ameaça derrubar a presidente Dilma Rousseff. “Dilma diz que a re-cessão continuará por 6 ou 12 meses”, acrescenta o CEO, de 69 anos. “Mas eu acho que o mercado brasileiro é muito importante, um grande merca-do para chocolates, e com a nossa qualidade nós poderemos ir muito mais longe.”

A fabricante dos coelhinhos em-brulhados em papel de alumínio Lindt Easter planeia contar com cerca de 50 lojas brasileiras dentro de três a cinco anos. A empresa entrou no ano pas-sado numa joint venture com a CRM Group, uma produtora local de cho-colates premium, em busca de firmar

a marca Lindt no sexto maior merca-do de chocolates do mundo.

A China, aonde a Lindt chegou em 2012, permanecerá em segundo pla-no nos próximos 10 anos porque o mercado de chocolates premium no país é ainda pequeno. O país consome 3% do chocolate do mundo, segundo

a Euromonitor. “Não somos suficien-tes para estabelecer um mercado para o chocolate”, considera Tanner. “Pre-feria concentrar-me em lugares onde existe mercado, em vez de arriscar tudo na China, onde não há mercado para o chocolate.” Bloomberg/Mercado

CEO da Lindt quer expandir negócioA Q U I S I Ç Õ E S

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Ernst Tanner, CEO da Lindt & Sprüngli

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A JD.com está a ganhar terreno. Mais pequeno, mas mais seguro e com um crescimento mais

rápido. Há quem chame esta guerra

pelo e-commerce uma ‘cat and dog fight’.

Há menos de um ano, os investidores só ambicionavam acções da Alibaba. Na altura, a maior empresa de comér-cio eletrónico da Ásia fazia a sua es-treia recorde na Bolsa de Nova Iorque. Agora, a confiança está a mudar. A JD.com, concorrente de menor ta-manho, está a converter-se numa das favoritas hedge funds do mundo do e-commerce.

Os hedge funds aumentaram a sua presença na JD.com de 1,2%, no ter-ceiro trimestre do ano passado, para 18% no final de Junho, segundo dados da Bloomberg. Paralelamente, redu-ziram os seus investimentos na Ali-baba em mais de um terço, para cerca de 3,1% durante esse período. Os in-vestidores em busca de exposição ao

maior conjunto de usuários de Inter-net do mundo estão a apostar que a capacidade da JD.com de oferecer produtos de maior qualidade por meio do seu modelo de entrega direc-ta ajudará a companhia a manter uma taxa mais rápida de crescimento. Em-bora a Alibaba ainda domine com o maior valor total de transacções em todas suas plataformas, a JD.com está a impulsionar as suas vendas a um ritmo de mais que o dobro do que o da sua rival neste ano.

“Elas têm modelos de negócios muito diferentes, e a JD.com está a crescer mais rapidamente”, disse Ga-briel Wallach, fundador da North Grove Capital, que investe em acções chinesas. Os hedge funds preferem esta pela sua taxa de expansão, pela sua capacidade de cumprir com os lucros trimestrais prometidos e pelo seu “modelo mais limpo de comércio electrónico”, refere.

Modelo de negócios A JD.com opera um modelo de negó-cios similar ao da Amazon.com nos EUA, vendendo e entregando bens di-rectamente aos clientes, o que permite à empresa controlar a qualidade e os embarques. A Alibaba obtém a maior

parte dos seus ganhos de comerciantes que pagam para usar as suas platafor-mas de mercado para chegar aos com-pradores, imitando a forma de operar da eBay, com sede na Califórnia.

O volume bruto de mercadorias da JD.com, uma medição utilizada pelos comerciantes online para calcular o valor total das vendas feitas nas suas plataformas, saltou 89% no primeiro semestre de 2015 em relação ao ano transacto. O da Alibaba cresceu 37%. A receita da JD.com para o ano comple-to subiu 66% em 2014, e a da Alibaba expandiu-se 46% no seu último ano.

Relatório Relatório publicado por uma agência do governo chinês em Janeiro revela que a Alibaba não conseguiu eliminar os bens falsificados nas suas platafor-mas, o que se repercute na diminuição de confiança por parte dos investido-res. Por tudo isto, o presidente, Jack Ma, comprometeu-se a redobrar os esforços contra as falsificações.

Por outro lado, as receitas da JD.com superaram as projecções dos analistas nos últimos quatro trimestres, ao pas-so que as vendas da Alibaba ficaram aquém em dois trimestres do período. Os analistas projectam que as vendas

da JD.com aumentem 53 % no terceiro trimestre e predizem um ganho de 29%. Os investidores dos EUA com boa memória lembram-se de que a eBay era a líder do mercado até que a Amazon combinou as divisões de mer-cado e entrega directa para superá-la. Se a coisa se der de forma similar na China, a JD será a melhor aposta. NR/Bloomberg

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Angela Merkel

A abertura da Alemanha serve

de exemplo para o mundo em como lidar com a crise dos refugiados.

El Corte Inglés

em alta

Em Espanha, o Santander e o

BBVA juntam-se ao CaixaBank

na cobrança dos levantamentos por multicaixa.

BCEA retoma

económica europeia tarda,

e o banco central já admite alargar

o programa de compra de activos.

Multicaixas pagos

Hedge funds

Hedge funds trocam Alibaba por rival de menor tamanho

E - COMMERCE

Mark Zuckerberg anunciou novo recorde no passado dia 30 de Agosto num post: uma em cada sete pessoas do mundo esteve conectada com familiares ou amigos via rede social na passada segunda-feira

1 bilião no Facebook num dia

Os resultados líquidos do El Corte Inglés em Portugal fixaram-se nos

18,4 milhões EUR, mais do dobro do resultado

referente a 2013.

Jack Ma, chairman do grupo Alibaba

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Liu Qiangdong, CEO da JD.com

Alibaba VERSUS Jingdong

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68

8,9%

10

21,75

20,72%

De start up a IPO

Valor por acção

Percentagem do fundador

Anos

USD

Jack Ma Liu Qlangdong

Fonte: chinainternetwatch.com/2014

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Documento entra em vigor com 20 alterações

Na actual lei, os contratos de trabalho

podem ser celebrados por tempo determinado

ou indeterminado, em função das reais

condições em que a actividade

é desenvolvida.

P O R E S T Ê V Ã O M A R T I N S

É já na próxima segunda-feira, 14, que a Nova Lei Geral do Trabalho (LGT), Lei 7/15, aprovada em 21 de Abril últi-mo pela Assembleia Nacional, entra em vigor. O diploma revoga a LGT que esteve em vigência no País desde 2000, e deverá ser regulamentado nos seis meses posteriores à sua a en-trada em vigor.

Aplica-se a todos os trabalhadores, que no País prestam actividades re-muneratórias por conta do emprega-dor, no âmbito da organização e sob

a autoridade e direcção deste, tais como nas empresas públicas, mistas, privadas, cooperativas, organizações sociais, organizações internacionais e nas prestações diplomáticas e con-sulares.

Foram revistos 20 pontos funda-mentais da anterior LGT. Em relação aos contratos de trabalho, por exem-plo, consta que os prazos foram alar-gados.

Na actual lei, os contratos de tra-balho podem ser celebrados por tem-po determinado ou indeterminado, em função das reais condições em que a actividade é desenvolvida.

Assim sendo, os contratos deter-minados para as grandes empresas podem estender-se no prazo de cinco anos, e para as micro e pequenas em-presas têm duração de até 10 anos.

Remuneração do trabalhador Foi igualmente ajustado o regime de doença dos trabalhadores, fruto da suspensão temporária da relação ju-rídico-laboral, onde o legislador pre-vê que os empregadores, durante um determinado período, que vai até 12 meses, devem manter a remuneração parcial do trabalhador.

Adoptaram-se também outros dois mecanismos para a resolução de con-flitos, nomeadamente o da mediação, que é feita pela Inspecção-Geral do

Trabalho, e o de arbitragem, em que as partes podem, livremente, esco-lher os árbitros para dirimir o confli-to entre si.

A Lei Geral do Trabalho recomenda o seu conhecimento por parte dos destinatários e a correcta aplicação e fiscalização durante o processo de promulgação, publicação e vigência.

O Ministério da Administração Pú-blica, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) elaborou o “Plano de Im-plementação da Lei Geral do Traba-lho”, com o objectivo de definir as acções e o respectivo cronograma de referência.

Constituída por 314 artigos, a nova LGT foi publicada no dia 15 de Junho do corrente ano, após cerca de 18 meses de um processo de apre-

sentação e discussão pública, deba-tes e concertação com distintos par-ceiros sociais e demais entidades interessadas.

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Especialistas alegam que o novo documento facilita

o despedimento e reduz

as indemnizações

L E G I S L A Ç Ã O

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Foram revistos 20 pontos fundamentais

da anterior Lei Geral do Trabalho

O que mudou na nova LGT

- Foi ajustado o novo processo disciplinar e adaptadas novas medidas de penalização. – Ajustamento no regime de transferências dos trabalhadores no sentido de haver flexibilização da mobilidade da mão-de-obra. - Os empregadores devem manter por um período de até 12 meses a remuneração parcial do trabalhador doente. - Nesta nova LGT, o trabalho doméstico tem a particularidade de o empregado poder prestar trabalho para vários empregadores. - Novos mecanismos para a resolução de conflitos, nomeadamente o da mediação, que será feita pela Inspecção- -Geral do Trabalho, e o de arbitragem, em que as partes podem, livremente, escolher os árbitros para dirimir o conflito entre si. - Em relação aos contratos de trabalho, aqueles que estiverem relacionados com as grandes empresas podem estender-se no prazo de cinco anos. - Para as micro e pequenas empresas, os contratos têm a duração de até 10 anos.

Diminuição das compensações por doença e cortes no

trabalho extraordinário são algumas das queixas

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As vias rodoviárias constituem o ponto

de partida para o desenvolvimento

harmonioso da Lunda Norte

G E O G R A F I A S

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Obras estruturantes na província com final previsto para 2016

Entre os principais projectos em curso no sector das infra-

-estruturas rodoviárias, destacam-se as obras de construção da Estrada

Nacional 225, que conta com uma extensão

de 540 quilómetros.

P O R E S T Ê V Ã O M A R T I N S

A reabilitação das vias estruturantes da província da Lunda Norte tem o seu término previsto para meados de 2016, altura em que deverão fin-dar, por exemplo, a obras de cons-trução da Estrada Nacional 180, que liga a cidade do Dundo à vila de Nza-ji, com uma extensão de 90 quilóme-tros.

Em entrevista recente à imprensa, o governador local, Ernesto Muan-gala, salientou que, entre os princi-pais projectos em curso no sector das infra-estruturas rodoviárias, destacam-se as obras de construção

da Estrada Nacional 225. Esta via liga a cidade do Dundo aos

municípios localizados na região sul da província, numa extensão de 540 quilómetros. No percurso deverão ser repostas 33 pontes.

Ernesto Muangala garantiu que o governo da província, em coordena-ção com as estruturas centrais, vai continuar a imprimir dinamismo à solução dos problemas sociais que afligem as populações locais, visan-do reduzir as assimetrias em termos de qualidade de vida.

Garantiu também que, logo após a conclusão dos trabalhos de melho-ria na circulação rodoviária a nível das estradas nacionais, as políticas do governo provincial estarão vol-tadas para as vias secundárias e ter-ciárias da província.

O governador esclareceu igual-mente que, no ano passado, come-çaram as obras de terraplenagem para a reabilitação e ampliação de 120 quilómetros do troço entre as sedes municipais de Cambulo e Lu-capa, estando ainda previstas inter-venções em estradas secundárias e terciárias da região.

“A reconstrução nacional é um grande desafio do Executivo angola-no. Por isso, as autoridades locais esperam consolidar as acções do Plano de Desenvolvimento da Lunda Norte até 2017”, salientou.

Apesar de reconhecer o trabalho desenvolvido, Ernesto Muangala reconhece também, por outro lado, que se deve fazer mais e melhor para que alguns sectores fundamentais possam garantir serviços de quali-dade e contribuir para o crescimen-to da província.

Notou ainda que as vias rodoviá-rias constituem o ponto de partida para o desenvolvimento harmonio-so da Lunda Norte, sobretudo para as circunscrições afastadas da sede provincial. Assegurou que a recupe-ração dessas infra-estruturas faz parte das prioridades do Executivo, que as inclui de forma faseada nos Programas de Investimentos Públi-cos (PIP).

A província da Lunda Norte, se-gundo o governador, é das regiões do País com maior malha rodoviá-ria, com cerca de 6 mil quilómetros de estradas.

A reabilitação total desta malha rodoviária, disse na ocasião, possi-bilitará lançar as bases para o desen-volvimento de toda a província, através da construção de diversos empreendimentos, como infra¬-es-truturas sanitárias, ampliação da rede escolar, projectos de abasteci-mento de água, acções que, segundo avança, se tornam difíceis de manter sem estradas em condições.

Aeroporto do Dundo As obras de reabilitação e moderni-zação do aeroporto do Camaquenzo/Dundo, que tiveram início em finais do ano passado, deverão terminar antes do fim do ano, segundo garan-tias da empreiteira. O prazo inicial

para a conclusão dos trabalhos ter-minou em Junho último.

Os trabalhos prevêem a ampliação da pista de 1900 metros de compri-mento para 2500 metros. A emprei-tada está orçada em 8,5 mil milhões Kz (68 milhões USD), de acordo com o PIP do OGE 2015 revisto.

Consta igualmente dos trabalhos a reabilitação do edifício da sala de embarque, área protocolar, restau-rantes, bem como o apetrechamen-to com equipamento moderno das instalações aeroportuárias.

Nova Centralidade do Dundo Entretanto, a Nova Centralidade do Dundo poderá começar a ser habita-da a partir desde mês de Setembro, segundo garantias do governador.

Muangala explicou que o governo local, em coordenação com a Imo-gestin, empresa responsável pela gestão das centralidades construí-das pelo Executivo, no âmbito do programa de fomento habitacional, tem já concluído o processo de atri-buição de quotas percentuais para a venda das moradias.

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Ernesto Muangala, governador provincial da Lunda Norte

A Lunda Norte é das regiões do País com

maior malha rodoviária, com cerca de 6 mil

quilómetros de estradas

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Há cinco anos, o Brasil

era visto como um exemplo

económico para o planeta

G L O B A L R E P O R T

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A queda acentuada no preço das matérias- -primas, a dependência da China e a corrupção deixaram a economia brasileira de rastos.

P O R P A U L O N A R I G Ã O R E I S

As histórias de sucesso não acabam sempre bem. Há cinco anos, o Brasil era visto como um exemplo económico para o planeta. A taxa de crescimento anual era três vezes superior à dos Es-tados Unidos, e o tamanho da sua eco-nomia suplantava a do Reino Unido. Milhões de brasileiros saíram da po-breza, não só graças ao crescimento do PIB – alimentado pelas exportações, com a China como grande cliente – como também a uma série de progra-mas sociais implementados pelo go-verno de Lula da Silva. O antigo presidente, agora definitivamente ar-rastado para o escândalo de corrupção que assola Brasília, gozava de uma taxa de aprovação acima dos 80%.

A grande estrela das economias emergentes deixou de brilhar. O Brasil está, oficialmente, em recessão. A eco-nomia contraiu 1,9% nos segundos três meses de 2015, o segundo trimes-tre consecutivo a decrescer. Em com-paração com o segundo trimestre de 2014, a queda é ainda mais acentuada: 2,6%, a maior contracção desde há

muito tempo. Para complicar ainda mais a situação, o escândalo de corrup-ção que assola a política brasileira dei-xou Dilma Rousseff com uma taxa de aprovação de 8%, a mais baixa de um presidente brasileiro desde 1992, quando Fernando Collor de Mello se demitiu em pleno processo de impea-chment.

Nos últimos meses, as ruas das cida-des brasileiras têm sido palco de mui-tas manifestações a exigir a demissão de Rousseff, cujo PT (Partido dos Tra-balhadores) está directamente ligado a acusações de subornos e lavagem de dinheiro que começaram na Petrobras e que ainda não se sabe onde acabam. Estima-se que a petrolífera estatal te-nha perdido 2 mil milhões USD só em subornos a políticos de vários parti-dos, com o PT à frente.

O ambiente económico ressentiu-se naturalmente: no segundo trimestre de 2015, o investimento decresceu 12% em relação ao período homólogo de 2014.

A culpa é das commodities O retumbante crescimento económi-co está naturalmente ligado ao boom mundial da procura de matérias-pri-mas. As commodities são o motor da economia do Brasil, nação que pro-duz e exporta petróleo, minério de ferro, sementes de soja, açúcar, café e milho.

A queda recente nos preços das ma-térias-primas, a que poucas escapa-ram, deixou de rastos a economia

brasileira, a segunda maior do hemis-fério ocidental a seguir aos Estados Unidos. A Bovespa, a bolsa de valores brasileira, caiu 20% num ano.

O facto de o grande cliente do Brasil ser a China teve também os seus cus-tos. A China vale 17% das exportações brasileiras, e o abrandamento no crescimento chinês, já para não falar da desvalorização do yuan e da insta-bilidade no mercado de capitais, dei-

xam o Brasil em maus lençóis. Mas há uma consequência da crise

brasileira que, a médio prazo, pode ser parte da solução. Só este ano, o real já desvalorizou 25% em relação ao dólar, o que favorece as exportações, que aumentaram 7% em relação a 2014. Mas, antes de voltar a crescer e a ocupar um lugar entre as economias emergentes, o Brasil tem de arrumar a casa politicamente.

A história de sucesso do Brasil acabou em recessão

C R I S E

Canadá aumenta lista de deprimidos

A lista de países em recessão oficial aumentou na última semana com a notícia de que o Canadá registou crescimento negativo pelo segundo trimestre consecutivo. Entre Abril e Junho, a economia canadiana caiu 0,5%, depois de no primeiro trimestre do ano o PIB ter encolhido 0,8%. O crescimento de 0,5% em Junho não foi suficiente para compensar a forte queda registada nos dois meses anteriores. A desvalorização do petróleo, matéria-prima de que o Canadá é um dos maiores exportadores mundiais, é a grande responsável pelo declínio da economia de um dos países mais prósperos do planeta e que consta, invariavelmente, no topo das listas que medem a qualidade de vida. A província de Alberta, a maior produtora de petróleo do país, tem sido a mais atingida pela crise: desde o princípio do ano, já perdeu 35 mil postos de trabalho no sector petrolífero, o que fez com que a taxa de desemprego subisse para os 5,9%. É a segunda vez que o Canadá entra em recessão no espaço de seis anos. Para já, o governo conservador de Stephen Harper, no poder desde 2006, tem evitado reconhecer publicamente que o país está em recessão, pensando nas eleições gerais marcadas para Outubro próximo. O Canadá junta-se assim à lista de países oficialmente em recessão, que inclui, para já, Brasil, Rússia, Ucrânia e Venezuela. Aumentam assim os receios de que pode estar para breve uma recessão a nível global.

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Bolsas28/08 – 03/09

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Tão importante como ter dinheiro

é o que fazemos com ele. Alwaleed Bin Talal,

Warren Buffett, Bill Gates, Mark Zuckerberg

ou Michael Bloomberg ganham milhões

e dão milhões.

P O R A N A M A R I A S I M Õ E S

Em Julho deste ano, enquanto decor-ria o Ramadão, o príncipe saudita Alwaleed informou que iria doar, nos próximos anos, cerca de 32 mil mi-lhões USD, através da Alwaleed Phi-lanthropies, para a promoção da saú-de, na erradicação de doenças, para levar a electricidade a comunidades remotas, para a construção de orfa-natos e escolas e no apoio ao empreen-dedorismo feminino. “A filantropia é uma responsabilidade pessoal na qual embarquei há mais de três décadas e é uma parte intrínseca da minha fé islâmica”, afirmou. É o seu “compro-misso com a humanidade”.

Insistimos, tão importante como ter dinheiro é o que fazemos com ele. E Alwaleed dá, partilha, intervém. E doou a instituições que estudam o Islão e o Médio Oriente, o que inclui Harvard, Georgetown, Cambridge ou Edimburgo. Promoveu (e pagou) a ala islâmica do Museu do Louvre, um es-paço projectado pelos arquitectos Rudy Ricciotti (francês) e Mario Belli-ni (italiano) para 10 mil peças – vitrais, cerâmica, arte otomana e uma das mais importantes colecções de tape-tes do mundo.

“O Departamento de Arte Islâmica do Museu do Louvre auxilia na com-preensão do verdadeiro significado do Islão, uma religião de humanidade e de aceitação de outras culturas. É um símbolo positivo, reforçando a compreensão entre as culturas oci-dental e islâmica.” Quem é que disse isto? O mecenas, o príncipe Alwaleed Bin Talal.

O Savoy é um chique clássico dos hotéis londrinos – 268 quartos ele-gantemente decorados e suites em estilo eduardiano e Art Déco –, por lá passaram e ficaram Gershwin, Sina-tra, Charlie Chaplin, John Wayne, Ava Gardner e Humphrey Bogart. Por lá passaram e ficaram os Beatles. E por lá passaram e dançaram no telhado Gin-ger Rogers e Fred Astaire. O hotel es-teve à beira da ruína até que, em 2005,

foi comprado por um consórcio lide-rado pelo príncipe Alwaleed e a gestão entregue ao Fairmont Hotels & Resort, uma das empresas da Kingdom Hol-ding Company (KHC), o reino empre-sarial do príncipe saudita. E o Savoy não é o único hotel de um luxo clássico e lugar privilegiado de uma capital eu-ropeia que o saudita possui. É proprie-tário do não menos requintado Geor-ge V, em Paris. Depois de ter gasto uns quantos milhões para renovar o hotel dos Champs Élysèes, o magnata que também é proprietário do Plaza, em Nova Iorque, disse: “Estou confiante que o George V vai ser a jóia da coroa de hotéis do mundo. Foram feitos to-dos os esforços para oferecer o melhor dos serviços de luxo. Estou certo de que os hóspedes do George V vão ex-perimentar um serviço inigualável.”

Quando um dia o confrontaram como uma das críticas mais recorren-tes, comparando a Buffett como “buy and hold” (o investidor que nem sem-pre sabe quando vender), Alwaleed defendeu-se, respondendo: “Por exemplo, a News Corporation, o Citi-group, o Hotel George V, o Plaza em Nova Iorque – são activos insubstituí-

veis. Nunca poderei ter outro George V, nunca poderei ter outro Savoy ou nunca poderei ter outro Plaza.”

Da filantropia ao luxo, quem é o ho-mem? É um saudita que se deixou ca-tivar pelos ideais americanos, um be-duíno, um fenício, um príncipe e um empresário, tantos num só fizeram dele um homem complexo. Apesar de ser membro da família real saudita, cresceu com relativa modéstia. O pai é o príncipe Talal bin Abdulaziz Al Saud, o 21.º filho do fundador da Arábia Sau-dita. A mãe é Mona El Solh, filha do ex-primeiro-ministro libanês Riad El Solh. Os pais divorciaram-se quando Alwaleed tinha 5 anos. Ficou a viver com a mãe, no Líbano, enquanto o ir-mão mais novo e a irmã viviam com o pai, em Riade. A viver com a mãe, a

educação do jovem príncipe estava longe do esmero e do cuidado dos seus reais primos sauditas.

O príncipe Alwaleed fez-se e cons-truiu a sua carreira a partir de 1979, depois de se graduar nos Estados Uni-dos, no Menlo College, Silicon Valley’s Business School (uma das mais presti-giadas instituições americanas de onde saíram inúmeras celebridades). Mas, como investidor, como homem de negócios, o príncipe saudita só co-meça a fazer-se notado no início dos anos de 1990, quando resgata o Citi-group por 590 milhões USD. À época a instituição estava à beira do colapso, e qualquer que fosse o investidor teria de ter em conta que se tratava de um negócio de risco. Apesar de uma maio-ria esmagadora de opiniões em con-trário, Alwaleed desafiou a sorte e correu o risco (ele que nunca usa, nos negócios, a palavra jogo, porque é anti-islâmica). Ganhou. E o Citigroup tor-nou-se o ponto de partida e pedra an-gular da fortuna do jovem príncipe. Chegados a 2007, ao final do ano, to-dos sabemos o que aconteceu. O Citi-group quase que submerge na crise do Lehmon Brothers (subprime).

Em 2008, o príncipe fez um esforço tremendo, com o apoio do fundo so-berano de Singapura e fundos de Abu Dhabi e do Kuwait, mas as acções não pararam de cair, só em 2010 voltaram a um plano mais estável. Os reveses de uma fortuna que não o excluíram da lista Forbes dos multimilionários. Quando a revista, em 2013, o colocou na lista em 26.º lugar (com 20 mil mi-lhões USD), Alwaleed protestou e pro-cessou a Forbes, porque, segundo as suas contas, deveria estar em 10.º (com 30 mil milhões USD). A verdade é que este ano a revista lhe atribuiu o 34.º lugar, com 24,3 mil milhões USD.Mas uma coisa é certa: o príncipe sau-dita é o maior investidor privado nos Estados Unidos.

É igualmente conhecido pelas suas incríveis capacidades multitasking (capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo, falar, atender telefones, res-ponder a e-mails, etc.). Um homem deste tempo, portanto, que se tem como uma pessoa religiosa que crê no destino, mas recusa a ideia de que “o que será, será”, defende que é preciso trabalhar de forma intensa, e depois, e só depois… confiar no destino.

32 mil milhões USD, ao longo de 35 anos,

são, até agora, a maior fortuna

entregue à filantropia

Cor

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Um príncipe multitaskingF U N D A D O R D A K I N G D O M H O L D I N G C O M P A N Y

Príncipe Alwaleed Bin Talal, fatos à medida, cabelo penteado e nunca dispensa os óculos escuros

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O mercado segurador nacional deu uma viragem há 15 anos, quando a ENSA U.E.E deixou de ter o monopólio do sector. Desde esta altura, de ano a ano, surge uma nova seguradora, totalizando

agora 17, fruto da revitalização do sector, no ano 2000, com a aprovação da Lei Geral da Actividade Seguradora.

Apesar de o mercado segurador ter acompanhado o crescimento económico no País no período entre 2000 e 2014, com o aumento do número de players, o índice de penetração de seguros no Produto Interno Bruto (PIB) continua abaixo de 1%, muito aquém de outros países da SADC (África do Sul: 15,4%; Namíbia: 7,7%; Ilhas Maurícias: 5,8%), segundo o mais recente estudo sobre o sector segurador do País, lançado pela ARSEG, em parceria com a consultora PWC.

Outros desafios por que passa o sector são a criação de condições para uma concorrência justa, equilibrada entre os operadores do sector, a reestruturação de alguns ramos de seguros à actual realidade e em especial dos seguros obrigatórios. O que implicará a actualização, a revisão e a revogação de muitas leis cuja utilidade não se faz sentir.

Segundo o chairman da ENSA, Manuel Gonçalves, em entrevista a esta edição do jornal Mercado, a seu ver, o grande desafio que a indústria seguradora do País possui está relacionado com o aumento da cultura de seguros no País. “Para tal, temos de aumentar também a literacia financeira com o apoio das seguradoras.” Explicou que não basta fazer o marketing apelativo aos potenciais ou aos segurados para a aquisição de seguros. É preciso explicar o que é um seguro, sua importância para a sociedade e as suas vantagens. Para o aumento dos indicadores macroeconómicos de performance do sector segurador é a criação de seguros obrigatórios, de incentivos, designadamente de natureza fiscal, para que os particulares e as empresas possam fazer seguros.

Nos países com menos maturidade, são os seguros não vida que têm maior projecção, ao passo que, nos países com maior maturidade económica, são os seguros de vida com uma projecção maior e justificam os índices de crescimento que os seguros têm e a relação que possuem com o PIB. Portanto, precisamos de fazer crescer os seguros de vida e fundos de pensões. Isto pode também acontecer com incentivos de natureza fiscal.

Essas e outras indicações contribuirão, a médio e longo prazo, para a redução do peso esmagador que o sector petrolífero ainda tem na estrutura do PIB e incrementar esta fonte importante de financiamento sustentado à economia e o aprofundamento da política de diversificação económica.

Upside

A Nova Rede de Supermercados de Angola (NRSA) investiu cerca de 200 milhões Kz (1,5 milhões USD) para a concepção de uma loja Nosso Super Express, que conta com uma área de 250 metros quadrados de sala de vendas no centro da cidade, sendo uma nova aposta para o grupo.

Segundo o director-geral da NRSA, Eduardo Salo-me, nos próximos meses está em carteira a construção de mais cinco lojas Express a nível da cidade de Luan-da, numa primeira fase.

Considerou que o empreendimento conta com um contrato de exploração com o Ministério do Comércio, uma vez que as infra-estruturas da rede Nosso Super pertencem àquela entidade governamental.

“O nosso objectivo é satisfazer as necessidades diá-rias dos nossos clientes que vivem na zona urbana da cidade, particularmente aqueles que residem na área onde está situada a loja, oferendo um serviço rápido e ímpar e Express”, afirmou o dirigente da instituição.

Localizada na Rua Rei Katyavala, o projecto Ex-press tem o seu foco virado para produtos diferencia-dos e mais selectivos a fim de atender as necessidades diárias da população, dando uma especial atenção aos frescos, frutas, vegetais e legumes, notou o res-ponsável.

Eduardo Salome realça que o nível de exportações do Nosso Super, relativamente ao ano passado, não cresceu como previsto, mas, explica, as perspectivas

de crescimento futuras continuam sólidas. Conforme adiantou, o conceito de Nosso Super Ex-

press por enquanto fica apenas por Luanda. “As de-mais capitais de provinciais terão de esperar por al-gum tempo”, ajuntou.

Explicou também que o grupo investiu nesta nova rede de supermercados, porque o mercado formal a retalho é muito pequeno ainda e com muito espaço para crescer. E uma das formas de o desenvolver é construir mais lojas a nível do País, acrescenta Eduar-do Salome.

Disse também que os produtos importados vendi-dos na loja fazem parte daqueles que não existem no mercado nacional, e os camponeses participam com a venda dos seus produtos à rede.

Eduardo Salome anunciou ainda que a rede Nosso Super acaba de fechar um contrato com o Ministério do Comércio, que permitirá a participação do grupo no escoamento da produção agro-pecuária do campo para as lojas.

O projecto criou 40 postos de trabalho, particular-mente para jovens, que ganharam o seu primeiro em-prego. A rede Nosso Super conta com cerca de 1600 funcionários e terá mais 100 nos próximos 40 dias.

O evento contou com a presença do secretário de Estado para o Comércio, Álvaro Soares Paixão Júnior, que fez o corte da fita de inauguração, abrindo a loja ao público.

08.09 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO| Domingos Vunge (Presidente) | Filipe Coelho (Administrador) | SECRETÁRIA-GERAL Guilhermina Gonçalves| DIRECÇÃO EDITORIAL António Pedro | DIRECÇÃO EXECUTIVA César Silveira, Nilza Rodrigues, Rosália Amorim | DIRECÇÃO COMERCIAL E MARKETING Carina Amuedo (Directora), Djanane Queiroz, Tel: +244 922096299, E-mail: [email protected] | DIRECÇÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Lilocas da Piedade, Katila Jesus, Giselle Jafar, Stanislau Pataca, Carlos Silva, Paulo Rosa | ASSINATURAS Tel: +244 939640828, E-mail: [email protected] | PROPRIEDADE Media Rumo | Rua Comandante Stona, Município da Maianga Nº103/105, Bairro Alvalade, Luanda -Angola

E D I T O R I A L

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Novo conceito

de loja Nosso Super

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Eduardo Salome, director-geral da NRSA

Actividade seguradora

Aylton Melo

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