nº 5 - 1º trimestre 2013

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Revista Digital de Cães e Lobos Nº 5 - 1º Trimestre de 2013 Uma Edição do Departamento de Divulgação do: Centro Canino de Vale de Lobos Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades

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Revista de Cães & Lobos da propriedade do Centro Canino de Vale de Lobos

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Page 1: Nº 5 - 1º Trimestre 2013

Revista Digital de Cães e Lobos

Nº 5 - 1º Trimestre de 2013

Uma Edição do Departamento de Divulgação do:

Centro Canino de Vale de Lobos

Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento

Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética

Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Cria-ção Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos.

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

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Editorial

Cães & Lobos Edição Nº 5

Página 1

Um ano se passou desde que iniciámos esta aventura, esta odis-

seia e em boa hora o fizemos. Doze meses e quatro edições

depois, quero agradecer a todos aqueles que se têm esforçado

para que este projeto tenha vindo a ter o êxito que realmente já

lhe é reconhecido. É pena não ter conseguido motivar mais pes-

soas mas penso que a pouco e pouco elas começar-se-ão a

aproximar e a colaborar.

Numa tarde deste último verão fiz uma visita ao Centro de Recu-

peração do Lobo Ibérico e daí resultou uma série de fotos que

apresento nesta revista em forma de foto-reportagem.

Do Brasil chega-nos um excelente artigo do Diego Oliveira sobre o conflito

entre a socialização do cachorro e a proibição de sair de casa até ter o progra-

ma de vacinas completo.

Como personalidade escolhi o Dr. B.F. Skinner entidade máxima da psicologia

experimental e criador do conceito “Condicionamento Operante”.

A Suzette Veiga enviou-nos mais um artigo cheio de oportunidade acerca

daquilo que o Lobo deixou como herança aos nossos cães atuais.

O Agility, um desporto canino tão popular em todo o mundo, é uma sugestão

da Karin Medeiros para usarmos como pretexto para passarmos mais algum

tempo com o nosso amigo de 4 patas.

O Tiago Barreto proporcionou-nos mais uma história de lealdade canina ao

contar-nos a de Hachico um Akita Inu que não esqueceu a morte do dono.

“Quando ter cão se torna moda”, oportuníssimo artigo proporcionado pela Ana-

bela Guerreiro acerca da promiscuidade entre a moda e os cães.

Tive a oportunidade de, na secção de Etologia” explicar o que é a inteligência

canina e como se diferencia da nossa, além da maneira como eles aprendem e

a forma como eles utilizam a memória.

O Tiago Barreto faz-nos uma descrição científica do Lobo.

O André Moreiras reportou-nos mais um seminário a que assistiu.

Também temos as rúbricas habituais das notícias, das curiosidades e do livro

do trimestre. Neste número o André Moreiras também nos deu resposta a algu-

mas perguntas mais frequentes dos donos.

Boas Leituras.

Sílvio Pereira

Navegue connosco nas ondas da web

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com

Departamento de Formação do CCVL

http://formacaoccvl.weebly.com

Departamento de Divulgação do CCVL

Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com

Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net

www.facebook.com/ccvlobos

2

Uma tarde no CRLI (Sílvio Pereira)

8

Socialização e saúde (Diego Oliveira)

9

B. F. Skinner (Sílvio Pereira)

10

A Herança do Lobo (Suzette Veiga)

12

O Agility (Karin Medeiros)

13

Hachico - Um símbolo do Japão (Tiago Barreto)

14

Quando ter cão se torna moda (Anabela Guerreiro)

18

Inteligência, Aprendizagem e

Memória no canídeos (Sílvio Pereira)

21

O Lobo (Tiago Barreto)

24

Seminário RCI/IPO método

NPOPO segundo Bart Bellon (Tiago Barreto)

25 - Notícias

26 - Perguntas e Respostas

27 - Livro recomendado

28 - Sabia que…

Revista Cães & Lobos

http://revistacaeselobos.weebly.com

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Página 2

Foto-reportagem

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Página 3

Foto-reportagem

Uma soalheira tarde de Agosto do ano que passou convidava para um passeio ao campo. Como há já algum tempo pensava em revisitar o CRLI (Centro de Recuperação do Lobo Ibérico) para ver, fundamental-mente, os 3 lobachos que entretanto tinham nascido no Centro, filhos da Faia e do Soajo, os quais já tinha tido a oportunidade de observar algumas vezes, decidi que era aí que iria passar a minha tarde, no meio da nature-za e dos animais selvagens mais extraordinários que existem. A sinuosa e esburacada estrada que nos leva da povoação do Picão (próximo da Malveira) até à entrada do Centro, não é muito convidativa para que nos lance-mos na odisseia de a percorrer, mas o que vamos encontrar no seu final, o silêncio, a paz e o enquadra-mento da paisagem recompensam todos os sacrifícios pelo que nós, e as nossas viaturas, passamos até lá chegarmos. A casa onde está instalada a receção, toda ela feita em madeira, está construída de forma a não chocar com a paisagem e ao entrarmos começamos logo a “cheirar” o ambiente a lobo, devido à decoração com elementos relativos ao ancestral do cão que vão desde crânios a toda a espécie de informação gráfica acerca desta nobre espécie.

Aproximam-se as 18 horas altura em que se iniciam as visitas guiadas. Entretanto, começam a chegar mais pes-soas interessadas em visitar o Centro. À hora marcada, uma Bióloga (de quem não me lembro o nome) que cola-bora com o Grupo Lobo, anuncia-nos o início da visita aos cercados onde se encontram os lobos num semi-cativeiro delimitados por espaços com cerca de 4 hecta-res cada.

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Foto-reportagem

No primeiro que visitámos, tivemos a sorte de o “Sabor” nos presentear com uma aparição. Calmo, confiante e imponente apesar de ter uma orelha dobrada devido à febre da carraça que o apoquentou há alguns anos. A uma distância de cerca de 20 metros de nós, mostrou uma perfeita integração e habituação à presença de humanos, tendo perdido, de alguma forma, a timidez e o comportamento furtivo que carateriza esta espécie. Posou durante algum tempo para os “fotógrafos” de ocasião para que estes possam levar para casa uma excelente recordação de um exemplar desta extraordi-nária espécie. Passámos, de seguida, ao cercado onde estão a “Faia” e as suas três filhas a “Bolota”, a “Estrela” e a “Lua”. Ao fim de algum tempo e devido ao fato de terem persenti-do agitação cá em baixo, lá se decidiram a acordar da letargia provocada pelo calor intenso desse fim de tar-de. Espreguiçando-se e sacudindo-se para reativar a mobilidade, lá se foram relutantemente deslocando, para um lado e para o outro lado, dando-nos a possibi-lidade de observar e fotografar quatro belos exempla-res desta nobre espécie. A visita terminou, depois de um longo passeio em redor do Centro, proporcionando aos presentes a possibilida-de de observarem um extraordinário ecossistema cria-do pelo homem para poder albergar, nas melhores con-dições possíveis, os animais que se encontravam em cativeiro sem condições para poderem viver com digni-dade, dando-lhes assim a possibilidade de viverem num habitat o mais possível idêntico ao que onde habi-tualmente vivem.

Reportagem: Sílvio Pereira Fotos: Sílvio Pereira e Grupo Lobo

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Foto-reportagem

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Foto-reportagem

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Foto-reportagem

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Muitos ou quase todos os veterinários recomendam que não saiam com o filhote de casa antes de completar o cronograma de vacina, que às vezes pode ir até os seis meses de vida do cãozinho, alertando sempre ao perigo de contrair doenças. Mas se sabe tam-bém que o melhor período para sociabi-lizar o filhote com pessoas, situações e outros cães são nos primeiros meses de vida, tendo a fase da sétima à déci-ma semana um forte potencial de influenciar para o resto da vida. Portanto privar o filhote deste período de sociabilização pode trazer conse-quências no seu comportamento, como também desmamar da mãe ou separar da companhia dos irmãos antes do momento certo, pode resultar em cães medrosos, esquivos, agressivos e com dificuldade de relacionamento com outros cães. A American Veterinary Society of Ani-mal Behavior (AVSAB), alerta sobre este a importância deste período de sociabilização sendo a maior ameaça para o elo cão-dono. Outra pesquisa feita pela equipe do Cão Cidadão cons-tatou que 75% dos cães haviam chega-do à casa do dono antes do terceiro mês de vida e já haviam ido ao veteri-nário. Dos que levaram seu filhote ao veterinário 56% disseram não ter rece-bido nenhuma informação sobre com-portamento animal; os outros 54% foram aconselhados a não levar o filho-te para passear, alguns também foram aconselhados a não deixar ter contato com pessoas estranhas e outros cães. E dentre os entrevistados que se desfi-zeram de um cão, 20% afirmaram ser pelo mau comportamento apresentado. Já ter outro cão em casa facilita a socia-bilização do novo filhote. Então como fazer a correta sociabiliza-ção do filhote e resguardar sua saúde? Tomando alguns cuidados é possível contemplar as duas coisas na vida do filhote, sociabilizá-lo e preservar sua saúde.

Passear com o filhote no colo é uma boa solução, curtos períodos em locais

com pessoas; visitar lugares diferentes com o filhote na caixa de transporte; dar voltas de carro para ele ir olhando pessoas e ouvindo barulhos diferentes; claro sempre evite lugares onde se tem cães doentes nem tenha contato com

eles e vá para casa. Para se acostumar com pessoas, pode usar as visitas, se gostarem de cães. Acostumá-los com diferentes barulhos também é muito importante, principalmente trovões e rojões. A sociabilização com outros

cães é onde se tem maior risco de con-tágio, portanto tome bastante cuidado, se tiver outros cães vacinados e vermi-fugados e fizer correto as apresenta-ções, será ótimo para o desenvolvimen-to do filhote, caso contrário, procure

conhecidos que tenham cães sadios, vacinados, vermifugados, livres de car-rapatos e pulgas e lhe faça uma visita levando seu cão ou pode recebê-los em casa, em alguns países se organi-zam “chá de filhote” para apresentar o

cãozinho ao maior número de pessoas e outros cães; está surgindo também as “puppy classes” locais com aulas de sociabilização para filhotes em um ambiente apropriado e higienizado. Com estas atitudes podemos sociabili-

zar nossos filhotes e assegurar sua saúde, e sempre manter a vacinação, vermifugação e idas ao veterinário em dia. Qualquer dúvida ou não saber como agir diante da chegada do filhote, pro-

cure imediatamente um profissional, até mesmo antes da chegado do novo membro da família ele já pode começar a ajudar, assim como levar ao veteriná-rio é importante seguir os conselhos de um profissional em comportamento

animal.

Convivência

Autoria: Diego Oliveira (Brasil) Fotos: Google

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Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvânia, 20 de Março de 1904 — Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um autor e psicólogo americano. Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o pre-cursor do Behaviorismo Radical, abordagem que procura entender o comportamento em função das inter-relações entre a filogenética, o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo. A base do trabalho de Skinner refere-se a compreensão do comporta-mento humano através do condicionamento operante (Skinner dizia que o seu interesse era em compreender o comportamento humano e não manipulá-lo). O trabalho de Skinner é o complemento, e o corolário de uma escola psicológica. Skinner adotava práticas experimentais derivadas de físi-ca e outras ciências. Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal humano e a aprendizagem. O Condicionamento Operante O conceito de Condicionamento Operante, também por vezes chama-do Condicionamento Instrumental ou Aprendizagem Instrumental foi criado por B. F. Skinner (1904-1990), baseando-se na Lei do Efeito de Edward L. Thorndike (1874-1949) que teorizou; as respostas que pro-duziam consequências mais satisfatórias, foram "escolhidas" pela experiência e portanto, aumentaram de frequência. Algumas conse-quências reforçavam o comportamento, outras enfraqueciam-no. O condicionamento operante é o que ocorre quando aumenta ou dimi-nui a frequência de um comportamento baseado nas consequências que o produziu anteriormente. Os comportamentos operantes são influenciados pelas suas consequências. O condicionamento operante aplica-se ao comportamento para alcançar objetivos. Os cães moti-vam-se para conseguir certos objetivos na vida, sejam de necessida-de imediata, como conseguir oxigénio, ou o que seria alcançar uma experiência agradável subjetiva como pode encontrar no brinquedo preferido ou num odor para cheirar. Os cães fazem aquilo que os aju-da a conseguir o que querem ou que necessitam. Os comportamentos que realizam para conseguir tais objetivos estão muito influenciados pelo nível de êxito de métodos utilizados no contexto atual. Se um cão quer que o seu dono volte para ele, ladra e consegue que ele volte, seja por casualidade ou intencionalmente por parte do dono, então a probabilidade de que ladre no futuro aumentará exponencialmente. Se a estratégia teve êxito então repeti-la-á de novo.

Personalidade

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Os comportamentos do lobo e do cão podem revelar muitas atitudes em comum. Contudo, são duas espécies bem diferentes. Embora se possam por vezes cruzar, em condições normais nunca o fazem, porque os cães foram habi-tuados a caçar e a afastar os lobos, pelo que têm tendência para se dis-tanciar deles. Do mesmo modo, os lobos, em condições normais, nunca procuram a companhia dos cães. Nas raras regiões em que ainda exis-tem lobos e onde por vezes se encontram cães vadios ou abando-nados, praticamente nunca ocorre uma união entre eles. Em casos excecionais pode acontecer que um lobo isolado, não integrado numa alcateia, possa cobrir uma cadela (ou suceder o oposto). Os cachorros / lobitos que eventualmente venham a nascer não terão grande futuro e

serão mesmo rejeitados nas popula-ções de lobos. Estes animais híbridos poderão conseguir viver com o homem, mantendo uma vida de cão, mas o caráter específico e indepen-dente do lobo pode dificultar a convi-vência com os humanos. Antigamente, os pastores da Serra da Estrela mataram os cachorros que nasciam de uma união com um lobo (o que raramente podia acontecer), porque estes tinham o instinto de matar uma ovelha para alimentaram-se, enquanto o cão do pastor, o cão Serra da Estrela, protegia as ovelhas, atitude desejada pelo pastor. A vida social de uma população de lobos assenta numa hierarquia bem definida. O caráter e o comportamen-to do lobo dependem da sua posição hierárquica na alcateia. O lobo chefe, chamado animal Alfa, domina a alca-teia e só ele pode cobrir as fêmeas,

mas geralmente só o faz com as de estatuto mais elevado. Os outros lobos devem-lhe submissão e total obediência. Nos cães encontramos um comporta-mento muito semelhante, com a mes-ma necessidade de integrarem-se numa estrutura hierárquica. A matilha funciona muito bem a caçar, porque é na caça que todos os elementos adultos se juntam e desenvolvem as várias técnicas necessárias para caçar com sucesso. Um lobo solitário tem muito mais difi-culdade em caçar, pelo que vive geralmente esfomeado. O lobo evita o ser humano a todo o custo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, este animal não é agressivo, tem mesmo medo de enfrentar o homem. Só recorre à agressividade quando não lhe resta outra alternativa de defesa, como por

Evolução

Autoria: Suzette Veiga Fotos: Google

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Evolução

exemplo, quando não consegue fugir e tem mesmo de se defender para conseguir sobreviver. O cão aceita e procura a convivên-cia com o homem. Já em cachorro mostra muita alegria quando vê o dono e faz tudo para se lhe subme-ter e para lhe agradar. Para o cão, o homem é uma espécie de “super-cão”. O lobito que vive em cativeiro tem atitudes idênticas às de um cachorro, mas ao tornar-se adul-to, na maior parte dos casos, come-ça a distanciar-se do homem e aca-ba por se tornar selvagem. Em con-trapartida o cachorro cresce e sente-se cada vez mais atraído pelo homem, mantendo atitudes juvenis e brinca-lhonas durante a vida toda, fenóme-no este conhecido como “neotenia”. Deste modo podemos concluir que os lobos criados em cativeiro, junto do homem que os alimenta, chega-ram a ter um comportamento igual ao do cão submisso. Mas como lobo que é, nunca se deve confundir com um cão, pois ele pode a qualquer momento ter insuspeitas reações, típicas de um animal selvagem. Na Europa, o lobo é uma espécie altamente protegido e proibido de ser caçado ou de manter em cativei-ro, com exceções os Jardins Zooló-gicos. Ao longo dos muitos milhares de anos de domesticação, certas atitu-des do cão continuam a revelar a existência de um comportamento geneticamente traçado, herdado dos lobos. Já observou que certos cães, antes de se deitarem, rodam sobre si pró-prios, dando várias voltas? Este comportamento provém dos seus antepassados lobos, que rodo-piavam para alisar a erva alta, antes de nela se deitarem. Mesmo que o cão tenha uma cama fofa, em mui-tos casos continua ainda hoje a fazer este curioso movimento, como que para alisar as supostas ervas de uma savana que hoje já não existe. Porque será que um cão gosta de se esfregar na sujidade, às vezes mes-mo nos excrementos de outros ani-mais?

E sempre uma aflição para o dono encontrar o seu querido cão coberto de cheiros nauseabundos, enquanto o animal parece estar perfeitamente à vontade e até satisfeito com o seu estado. Ao esfregar-se numa matéria mal cheirosa, o cão tenta reforçar o seu próprio cheiro com um outro ainda mais forte. Do seu ponto de vista, é uma atitude coerente, para não deixar enfraquecer o seu cheiro normal de cão, que se tem vindo lentamente a atenuar ao longo da sua domestica-ção. É como se o cão quisesse voltar a sentir-se um lobo, a quem ninguém consegue tirar o cheiro de animal sel-vagem. Ao apropriar-se de um forte cheiro, o cão quer impor-se aos outros cães e, graças a este cheiro intenso fazer-se respeitar pelos outros cães. Este facto não deve levar à conclusão errada de que o cão é “porco” e que não faz mal deixá-lo num canil sujo, uma vez que ele gosta cheirar mal. Os cães nunca esfregam-se nos próprios excrementos e, sempre que podem, preferem fazer as suas necessidades o mais longe possível do sítio onde gostam de estar. A família humana funciona para o cão como uma matilha. O cão precisa de se integrar nela, porque a solidão não é compatível com o seu estado natu-ral. Como animal inteligente, o cão quer ser estimulado e deseja utilizar as suas capacidades de integração social. Ao longo de milhares de anos de domesticação, o cão centralizou o seu comportamento em agradar ao homem, podendo-se dizer que não existe nenhum outro animal doméstico que tenha conseguido acarinhar o ego humano de forma tão eficaz.

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Desporto

fonte: http://agilityrecreativodorj.blogspot.com.br/p/agility.html

Autoria: Karin Medeiros (Brasil) Fotos: Créditos nas próprias fotos

O Agility foi criado na Inglaterra na década de 70, como atração para o evento CRUFTS DOG, conhecida exposi-ção de cães da Europa, para quebrar a monotonia do público nos momentos de pausa quando acontecia o jul-gamento das raças. O Agility trazia entusiasmo a plateia com a agilidade e a habilidade dos cães praticantes desse esporte. Com o incrível sucesso, as regras do esporte foram esta-belecidas pela Federação Cinológica Internacional (FCI), proporcionando uma maior divulgação do Agility por toda Europa e pelo mundo. O esporte canino é realizado em duplas, homem e cão, que devem percorrer um circuito de obstáculos no menor tempo possível. Baseado no hipismo, o Agility é uma pro-va de habilidade e não de velocidade. Até o momento de entrar na pista, os competidores não conhecem o percurso, montado pelo árbitro poucos antes do início da prova, mas é permitido, durante um tempo específico, que a dupla participante faça o reconhecimen-to da pista para montar sua estratégia. O Agility é um esporte dinâmico e precisa que o condutor mantenha um forte vínculo com seu cão, trazendo benefí-cios tanto para saúde física como mental da dupla partici-pante, mantendo a forma e reduzindo os níveis de estres-se e ansiedade. Qualquer cão pode praticar o Agility desde que esteja saudável, não importando o tamanho, a raça, se tem pedigree ou não. Os cães são divididos em categorias de acordo com seu tamanho: mini, midi ou standard. Apenas nos campeonatos mundiais é exigido o pedigree. Durante a prova, o condutor deve direcionar seu cão aos obstáculos apenas com gestos e comandos verbais, não sendo permitidos toques com as mãos nem estímulos

com brinquedos ou comida. Caso as regras não sejam seguidas, a dupla condutor/cão pode ser desclassifica-da e as faltas nos obstáculos são mais importantes que as faltas de tempo. Os obstáculos podem ser compostos por saltos, em distância e em altura, passarelas, rampas, gangorras, túneis, pneus, mesas e slalom, numerados de acordo com a sequência a ser seguida pelos competidores e dispostos em distâncias que variam de 5 a 7 metros um do outro. Os cães da raça Border Collie geralmente se destacam na competição, a ponto de criar um ranking paralelo denominado QRMBC – Qualquer raça menos Border Collie. No Brasil, o Agility se tornou conhecido na década de 90, trazido pelo veterinário brasileiro Dan Wroblewski que conheceu o esporte ao fazer uma viagem pela empresa em que trabalhava. Depois de assistir algumas provas, o brasileiro se entu-siasmou e, de volta ao Brasil, conseguiu uma parceria com Sam Gottlieb e com Max Pekelman, que elaborou os primeiros obstáculos, tendo como referência vídeos trazidos da Europa por Dan. O Agility no Brasil é regulamentado pela Comissão Bra-sileira de Agility, ligada diretamente a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Todos os anos o Brasil compete no Campeonato Mundial de Agility, no qual já conquistou alguns títulos em 2002 e 2008. O Agility pode ser uma forma muito divertida de treinar um cão, unindo a importância dos treinos de obediência com a realização do exercício físico, tão importantes na rotina de bem estar do cão, aumentando a harmonia na convivência da família/matilha.

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Dan, Max e Sam com seu cãozinho Ziggy.

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Conheça a como-vente história de Hachiko, um cão da raça Akita, cuja lealdade para com seu dono ficou famosa não somente no Japão, mas em

todo o mundo. Hachiko nascera em novembro de 1923 na cidade de Odate. Aos dois meses foi man-dado ao professor universitário Hidesamurô Ueno, que morava próximo da estação de Shibuya, em Tokyo. Assim sendo, Hachiko acompanhava todos os dias o seu dono no percurso de casa à estação de comboios e lá aguar-dava o seu regresso no final do dia. No dia 21 de maio de 1925, Hachiko estava no mesmo local de costume, a esperar pelo seu dono. Porém, naquele dia o pro-fessor não apareceu. Hidesamurô Ueno tinha sofrido um derrame fatal na Universidade. Após a morte do professor, parentes e amigos passaram a cuidar de Hachiko, mas o cãozinho conti-nuamente se dirigia à estação de Shibuya todos os dias, no mesmo

horário, aguardando ansiosamente Ueno voltar do trabalho. Sua vigília durou mais de nove anos. Hachiko que já tinha artrite, dentre outros pro-blemas de saúde, veio a falecer em 8

de Março de 1935, aos 11 anos, por dirofilariose (um verme que ataca o coração). Foi acha-do no mesmo local onde esperou pelo seu dono por anos. Uma estátua de bronze foi esculpi-da em homenagem a Hachiko, erguida em frente ao portão da bilheteira da estação de Shibu-

ya. Sua fama se popularizou pelo mundo, assim como a raça Akita. Todavia, posteriormente a estátua viria a ser derretida para armamen-tos, na Segunda Guerra Mundial. Em

1948 uma réplica foi feita e coloca-da no mesmo local da anterior, agora conservada até os dias atuais. A lealdade de Hachiko tornou-se um exemplo nacional. Foram reali-zados dois filmes: o primeiro em 1987, chamado “Hachiko monoga-tari” (japonês); o segundo foi uma versão americana feita em 2009 com Richard Gere, intitulada de “Hachiko: A Dog's Story” (Sempre ao seu lado, no Brasil). Autoria: Tiago Barreto Fonte: http://ojapaocuriosida-des.blogspot.pt/2011/08/hachiko-um-simbolo-do-japao.html

História

Seus ossos foram enterrados ao lado da sepultura do professor e sua pele foi preservada. Uma figura foi empalhada de Hachiko, sendo vista no Museu

Nacional de Ciências do Japão.

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Ter cão está na "moda", é um facto mais do que eviden-te aos olhos de todos nós, cidadãos comuns. Como se não bastasse a moda influenciar nas roupas, comporta-mentos, afirmação e tendência, agora também nas raças de cães e no fator posse como forma de adorno e com-plemento de um determinado conjunto. Numa sociedade onde tudo se passa demasiado rápido, este é um assunto preocupante, pois num curto período de tempo, como sabemos, conduz a situações nada benéficas aos principais lesados desta moda - os cães. O INÍCIO: Sabe-se que o cão tornou-se moda no final do século 19, quando surgiu a necessidade de estabelecer critérios específicos, dos quais os cães poderiam de forma indivi-dual, serem comparados e julgados. Em 1873, entusias-tas da Grã-Bretanha uniram-se para formar o que ficou conhecido como o Kennel Club, o que levou diretamente à criação de livros genealógicos e normas estabelecidas para determinadas raças de cães. Organizações similares foram surgindo em mais países, como por exemplo o American Kennel Club, formado em 1884 e o homólogo canadiano, em 1888. Apesar de muitas raças serem especificamente usadas como animais de companhia, independentemente das suas origens, a maioria foi usada pela primeira vez para realizar tarefas específicas, tais como pastoreio, caça e guarda, cujos temperamento, constituição física e com-portamento foram desenvolvidos em conformidade. O American Kennel Club, dividiu assim as raças de cães em grandes grupos de forma a caracterizar melhor todas elas. Spaniels, Setters, Retrievers, e Pointers são cães que foram criados para trabalhar em estreita colaboração com as pessoas. Esta raça é caracterizada pela sua natureza sensível e de alta inteligência. Os cães de trabalho são raças que foram treinadas para uma grande variedade de tarefas específicas, incluindo puxar trenós de neve e gelo. São também usados como guarda e proteção de pessoas, propriedades e outros animais. Em alguns países como a China, tradicional-mente são ainda utilizados para fornecer alimento e

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Convivência

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peles. Cães de pastoreio, são usados para controlar o movi-mento do gado, desde à séculos. Habituados a pastorear ovelhas e gado, mas também foram treinados para con-trolar, veados e até galinhas. Um cão pastor possui um olhar que corrige as ovelhas, persuadindo-as a moverem-se com o mínimo de perturbação, são ágeis e conse-guem impor a sua vontade sobre o rebanho. O desenvol-vimento de cães de pastoreio tendeu a espalhar-se por todo mundo, o que reflete na diversidade de raças que conhecemos hoje. São ativos e inteligentes, como Border Collies e Australian Catle dog, Possivelmente a categoria mais antiga de cães, os Hounds foram criados para o jogo e para caça, por serem excelentes farejadores. Ela inclui o mais rápido membro da família dos cães: os cães de vista (caçam através da visão), elegante como o Greyhound que corre rápido em competições existentes até aos dias de hoje. Mas também outros, tais como o Bloodhound, criado para a resistência. Desenvolvidos principalmente na Grã-Bretanha nos últi-mos 100 anos, os Terriers são pequenos, mas espertos. Caçadores natos de roedores e graças ao seu pequeno tamanho que lhes permite entrar nas tocas das suas pre-sas, até mesmo de animais maiores como raposas. São companheiros amigáveis e gostam de explorar o que os rodeia. A MODA DAS RAÇAS: Se pensarmos um pouco, a titulo de exemplo, nos últi-mos 20 a 30 anos, concluímos que ao longo deste tempo existiram várias modas no que se refere a raças de cães, sem nunca tomarmos uma real noção do verdadeiro pro-blema que isso poderia, e pode, acarretar para a raça e para a sociedade no geral. Desde o Pastor Alemão, uma das raças mais conhecidas e adoradas por todos desde sempre, passando pelo Col-lie, sem nos esquecermos do São Bernardo, de barril ao pescoço. Passamos depois para o Dobermann e para o Dogue Alemão, que tão amavelmente nos entrava pela casa adentro, de seu nome Scooby Doo. O tempo passou e começamos e reparar nos Cockers, que antecederam o Dálmata, protagonista de filme em versão multiplicada por 100, sem nos esquecermos do Boxer brincalhão que babava tanto quanto saltava e no meio de tudo isto ainda existiu lugar para os Huskys de olho azul. Com o tempo os cães de guarda mudaram, os pastores já não são Alemães, mas sim Belgas e Suíços, os ele-gantes Dobermanns deram lugar ao corpulento Rotweil-ler que, derivado desta coisa das modas, caiu em muitas mãos erradas e muitas vezes é tão mal compreendido. Para as famílias felizes com crianças pequenas, chega a vez dos Labradores e Golden Retrievers, sempre bem dispostos, simpáticos, confiantes e prontos para a brinca-deira.

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Na vertente pocket, começamos a ver o Maltês que veio junto com a internet gratuita e as pet shop inundadas de Shih Tzu e Lhasa Apso. Nos últimos tempos vimos o Rotweiller ser destronado pelos PitBull e Dogue Argentino, que não só passou a ser uma raça da moda, como poderemos afirmar tam-bém, uma forma de afirmação na sociedade para deter-minados grupos. O CÃO COMO ACESSÓRIO: E se no início referi que a moda não influencia apenas nas roupas e comportamentos, hoje somos confrontados com a ligação de determinado estilo a uma determinada raça de animal de estimação, o que se torna assustador, pois é sabido que as modas sofrem uma rotatividade muito forte e tão depressa o que está "in" passa a "out" e se torna descartável e desnecessário. Para os mais atentos à blogosfera e outras redes sociais, no que toca a estilo e tendência, já se terá depa-rado com o crescente aumento da presença de determi-nadas raças em fotos de street style, fator este indicativo desta crescente tendência. Desde a criação de conjuntos, com estampas de deter-minada raça, no vestuário, o interveniente não se limita apenas a colocar o seu orgulho na raça, como a acres-centa ao seu conjunto, contribuindo assim para a evolu-ção de um pensamento que o cão, não mais será do que um simples acessório e adorno para o dia a dia ou para determinada ocasião. O extremo já se encontra instalado de tal forma que há já algum tempo que o tão pouco conhecido em tempos, o Bulldog Francês, de um dia para o outro se tornou a grande raça tendência e todos os que querem estar na moda se fazem acompanhar deste pequeno cão, que na opinião de muitos não prima pela beleza, mas que é o mais "in" de todos os cães para aqueles que querem estar neste momento "in". De figuras públicas de nível internacional, ao cidadão comum com aspiração a pessoa moderna e cosmopoli-ta, esta raça é um dos elementos chave que não pode faltar na caracterização de um estilo, que marca uma tendência e que mais não se trata do que uma cópia de tantos outros. Muitas vezes somos levados a concluir que muitos des-tes cães existem para aquelas pessoas, porque são moda e não porque são cães. Nada como uma determinada raça tornar-se moda para atrapalhar a vida de milhares de cães, pois quando tal acontece uma das primeiras consequências é uma forte explosão na criação da raça, uma vez que assistimos a uma procura elevada, desta forma, muito do trabalho desenvolvido, durante anos, por criadores responsáveis, acaba por ser arruinado. A raça sofre com os ditos "comerciantes de cães, que comercializam animais que resultam de cruzamentos sem o menor planeamento de linhagens de sangue, sem a menor preocupação com os problemas de saúde ine-rentes à raça.

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Sem falar no grande número de particulares que através dos seus cães aspiram dinheiro rápido e fácil e que pen-sam que fazer criação é cruzar macho e fêmea e colocar as crias em sites de venda. Como resultado de tudo isto, algumas raças que entra-ram em moda acabam sempre por pagar um preço muito alto, derivado de todo este descontrolo. Desde doenças, problemas genéticos, problemas de agressividade, o abandono ou em casos extremos a morte. Infelizmente quando a moda passa, o que antes era uma necessidade passa a ser um fardo que não interessa mais, de um momento para o outro chega-se à conclusão que afinal não se tem condições para ter o animal. Há que referir que cada raça de cão tem necessidades especificas e se determinadas raças são mais fáceis de educar, outras exigem pessoas experientes e com capa-cidade para lidar com elas, nomeadamente as raças com comportamento dominante. Não sendo racional adquirir um animal dominante para dar a crianças, jovens ou ain-da ter um animal para o educar a ser agressivo como forma de intimidar outras pessoas. Como resultado des-tas situações e modas por determinada raça, assistimos a todo um conjunto de notícias menos positivas sobre algumas raças que em todos os casos são as principais vitimas da irresponsabilidade e inexperiência dos seus donos e sofrem sempre um triste desfecho Nunca é demais referir que ter um cão, seja ele que raça for, é uma decisão que implica um elevado grau de res-ponsabilidade. Adquirir um cão implica uma tomada de várias medidas que devem visar essencialmente o bem-estar e a educação do animal. DECISÃO CONSCIENTE: A aquisição de um cão deve resultar sempre de uma decisão ponderada e não de uma ação impulsiva, capri-chosa ou como objeto de moda, para usar como adorno, ou pertencer a determinado grupo social. Devemos sempre questionarmo-nos do porquê e do para quê ter um cão, de forma a apurar o tipo de cão a adqui-rir, bem como a sua finalidade, uma vez que cada raça, como já referimos, tem características próprias que nem sempre se enquadram com as nossas. Antes de adquirir um animal, devemos considerar que o seu tempo médio de vida é de 12 anos e que ao longo desta, ele precisará de alimentação, acompanhamento regular pelo veteriná-rio, cuidados de higiene educação, exercício, disponibili-dade e muito amor. Seguidamente deve analisar-se o espaço disponível ava-liando as condições físicas ideais do espaço, para a raça que se pretende adquirir. Deve ter-se sempre em conta a dimensão do espaço e a exposição às condições climaté-ricas. Não podemos esquecer que o animal tendo em conta o seu tamanho requer mais ou menos espaço para que possa fazer uma vida saudável. Após a conclusão das reflexões anteriores o passo seguinte é recolher informação necessária, quer junto de profissionais, quer adquirindo literatura adequada sobre

os cuidados específicos a ter com o animal, a sua ali-mentação, a sua higiene, os seus hábitos, as suas brin-cadeiras, a sua educação básica, são elementos funda-mentais a ter em conta. Se se pretender uma raça especifica deverá contactar um criador responsável e não um comerciante de crias ou anúncios de venda na internet, caso a raça não seja um fator importante adote animais de abrigos públicos ou de associações devidamente vacinados e castrados. A compra por impulso deve ser sempre evitada. Nos dias de hoje as condições financeiras devem tam-bém ser tidas em linha de conta, não só no momento da aquisição como também para todo o período da vida do animal. Autoria: Alexandra Guerreiro Fotos: Google

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A Inteligência A inteligência canina, à semelhança do que acontece em muitas outras espécies, pode-se configurar como qualitativamente igual à nossa mas quantitativamente muito inferior. Quando falamos de inteligência con-frontamo-nos sempre com a mesma questão: O que é e como podemos defini-la? Se houvesse um só padrão para podermos medir o grau de inte-ligência inter ou intra-específica, não teríamos problemas para escalonar um animal, no seu nível intelectual, em relação à espécie humana. Num seminário em que participei numa Universidade Espanhola e que foi ministrado por um Professor de Psicologia e por um Professor de Etologia, um dos temas em discus-são foi o da inteligência animal. Durante o debate passou-se do antropomorfismo ao ceticismo e da paixão ao pragmatismo. No final e, perante a tese de que os animais superiores “pensam” qualitativamen-te igual a nós, alguns assistentes protestaram veementemente. Con-cretamente um deles definiu a inteli-

gência como “a capacidade de criar ou produzir algo que tenha a ver com arte”. O Etólogo argumentou que determinados primatas pintaram qua-dros muito parecidos aos de Picasso e outros, inclusivamente criaram um estilo próprio, depois de um adestra-mento adequado. A anedota surgiu quando um dos participantes, com falta de justificações científicas para desmontar a tese, comentou: “Para mim, inteligência qualitativa é um chimpanzé escrever D. Quixote de La Mancha!” O Professor de Etologia, com ar astuto respondeu: "Nem você

nem eu juntos e em muitos anos, seríamos capazes de competir com Cervantes em tal façanha e assim, segundo as suas razões, está-nos a equiparar em inteligência a um sim-ples chimpanzé!”. A nossa inteligência, comparada à de um cão, é igual mas com um período evolutivo impressionante a nosso favor. Assim, o animal prevê a conse-quência de uma resposta, associa estímulos, cria padrões próprios de conduta e realiza um monte de sequências baseadas no mesmo padrão inteligente de um ser humano. Fundamentalmente, o que distingue o tipo de inteligência do homem da do cão é que, enquanto este aprende a resolver os seus problemas e conflitos de sobrevivência através da inteligên-

cia associativa, o homem para atingir os seus objectivos utiliza outro tipo de inteligência mais complexa e mais elaborada, a cognitiva. A Aprendizagem Em termos gerais entende-se por aprendizagem, qualquer mudança de conduta de um animal, numa situa-ção determinada, que é atribuída à sua experiência prévia com essa situação ou com outra que comparti-lhe certas características. Excluem-se por tanto, as mudanças que se devem à adaptação sensorial, à fadi-ga muscular, a possíveis danos físi-cos ou à maturação mental. Podemos assim chegar à conclusão que um cão aprendeu algo, quando observamos uma mudança significati-va no seu comportamento mas, temos que distinguir entre aquelas mudanças que se devem à aprendi-zagem das que se podem atribuir a

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outras causas. Se um cachorro procura comida num determi-nado local, e que algumas horas antes não o fazia, pode-se dever esta conduta a que agora esteja com mais fome que antes e que o que mudou foi o seu estado moti-vacional. Foram propostas diversas classifica-ções para os distintos tipos de aprendiza-gem: 1. Aprendizagem não associativa Quando, depois de várias ocasiões nas quais se expõe o animal a um estímulo, este deixa de licitar uma resposta, diz-se que se produziu uma habituação. Podemos assegurar que, se a habituação está tão esten-dida no reino animal, deve ter uma grande importância biológica na hora de descriminar e tomar decisões apropriadas a cada situação evitando o gasto inútil de energia que implica-ria o responder de forma repetida a estímulos que a experiência demons-tra que são irrelevantes. Um cão jovem é normal que ladre a qualquer coisa (inclusive a uma mosca). Quando passa à fase juvenil o ladrar sem necessidade só implica um gas-to de tempo e sobretudo de energia sem obter consequências positivas. A aprendizagem também pode cau-sar o aparecimento de novas respos-tas em vez da extinção das antigas. A este mecanismo dá-se o nome de

Sensibilização. Assim, um cão pode dirigir certas respostas em função de um estímulo, previamente neutro, depois de haver sido exposto a estí-mulos motivacionalmente importantes como o alimento (+) ou um castigo físico (-). 2. Aprendizagem associativa Caracteriza-se porque o cão aprende a associar dois estímulos unidos no tempo. No condicionamento clássico ou Pavloviano, o primeiro estímulo é o condicional (uma luz, som, etc.) e o segundo o incondicional (alimento, água ou carícias). A vantagem da mudança para o condicionamento operante ou instrumental, primeiro é o sucesso de uma resposta comporta-mental do cão mais assertiva e o segundo, é a consequência que obtém desse comportamento. Tanto utilizando um método como o outro, a consequência será sempre reforçan-te. A capacidade de aprender através destes dois tipos de condicionamento, resulta num grande valor adaptativo porque permite ao cão fazer com que seja mais previsível tudo o que ocorre no seu meio ambiente e responder com um comportamento mais ade-quado. Não obstante, o condiciona-mento operante é o melhor método dos dois porque permite ao cão desenvolver uma grande capacidade de “inventar”. Se para além disso, o animal, possuir uma certa capacidade cognitiva, o repertório pode aumentar exponencialmente. Noutras palavras, graças à aprendizagem associativa,

o cão pode identifi-car relações de contingência e rela-ções causais entre acontecimentos externos e o seu comportamento e os efeitos que estas podem ter. 3. Aprendizagem latente Existem ocasiões em que um animal adquire informação do seu meio

ambiente sem necessidade de obter uma resposta concreta e imediata. A este tipo de aprendizagem dá-se o nome de latente. Sabe-se que a infor-mação está aí porque, dadas as con-dições apropriadas, o organismo faz uso dela. Normalmente adquire-se por exploração e pode ser de um grande valor adaptativo. Em liberda-de poderia, por exemplo, ser a dife-rença entre ser depredado ou não. Quase todos os animais mostram precaução perante uma coloração apossemática (que não é venenosa) ou de advertência que exibem as suas possíveis presas. 4. Aprendizagem súbita Tem lugar quando um indivíduo é capaz de resolver um problema sem recorrer ao processo tentativa / erro. Noutros termos, poderá dizer-se que o cão é capaz de usar informação, obtida num dado contexto, para resol-ver mentalmente, um problema surgi-do noutro contexto diferente. Quando um animal resolve uma situação rapidamente, devido à expe-riência adquirida na resolução de outras similares, diz-se que desenvol-veu estratégias de aprendizagem (learning sets). Realmente estas estratégias são de um grande valor adaptativo pois poupam ao cão uma grande quantidade de tempo na aprendizagem que, de outro modo, se perderia se tivesse que resolver cada problema em separado. Em ter-mos de adestramento chamamos a este conceito capacidade de resolu-ção.

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5. Aprendizagem social Os animais que vivem em grupos sociais – como é o caso do cão – são capazes de aprender com outros indivíduos da sua espécie. É normal os primatas aprenderem a usar “ferramentas” para se alimentarem e inclusivamente, o uso de plantas medicinais. Nos cães que vivem em “matilhas mais ou menos livres” podemos observar como os cachor-ros que não tenham sido condiciona-dos a um estímulo, reagem frente a ele, como viram fazer os seus proge-nitores. Resumindo De todas as formas de aprendiza-gem a mais utilizada, devido aos seus bons resultados, é a associativa instrumental ou operante. Realmente é aquela que preconizamos e utiliza-mos no nosso trabalho ainda que, logicamente ajustada à capacidade de cada indivíduo, e à sua raça. O problema do adestrador complica-se sempre que, em vez de utilizar um rato de laboratório, indefeso perante as nossas manipulações, se enfrenta com um animal que não tem “nenhuma vontade” de se submeter a nenhum condicionamento e que para além disso se sente apoiado pelos seus dentes e pelo seu dono. Nunca vimos nenhum cão contente no primeiro dia que lhe colocamos a coleira e o obrigamos a adotar uma postura de submissão. Com o passar do tempo e se a aprendizagem a que foi submetido é a correta, voltará louco de alegria ao ver “o instrumen-to de tortura” nas nossas mãos. A Memória Quando falamos de aprendizagem não podemos descartar ou separar o fator memória como uma função do intelecto. Tradicionalmente os fisiólo-gos da conduta distinguem dois tipos de memória: de curto prazo e o de longo prazo. Realmente esta distin-ção baseia-se no tempo que leva o animal a esquecer um facto.

Os processos necessários para que um animal possa recordar um facto pas-sado são: a codificação, a consolidação e a recuperação. No primeiro processo a informação que se dá ao cão, passa a memória de curto prazo. A consolidação consiste na transferência dessa informação, desde a memória de curto à de longo prazo. A recuperação produz-se quan-do o animal necessita dessa informação para resolver um problema ou uma situação. O processo mais importante dos três, para utilizar no adestramento, é sem dúvida o da consolidação. Nele intervêm uma variedade de hormonas e neu-rotransmissores. A adrenalina tem um importante papel na consolidação dos processos de aprendizagem, de tal forma, que uma certa concentração plas-mática de glucose, provocada por ela, é benéfica assim como um aumento importante pode provocar um efeito contrário. A consequência prática do exposto é que uma ativação normal ou média do sistema nervoso facilita a aprendizagem assim como uma dose de stress o medo dificulta seriamente os processos de consolidação. Autoria: Sílvio Pereira Fotos: Google

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Lobo ou lobo cinzento (Canis lupus) é o maior membro selvagem da família canidae. É um sobrevivente da Era do Gelo originário durante o Pleistoceno Superior, cerca de 300 mil anos atrás. O sequenciamento de DNA e estudos genéticos reafirmam que o lobo cinzento é ancestral do cão doméstico (Canis lupus familiaris), con-tudo alguns aspetos desta afirmação têm sido questiona-dos recentemente. Uma série de outras subespécies do lobo cinzento foram identificadas, embora o número real de subespécies ainda esteja em discussão. Os lobos cinzentos são tipicamente predadores ápice nos ecossis-temas que ocupam. Embora não sejam tão adaptáveis à presença humana como geralmente ocorre com as demais espécies de canídeos, os lobos se desenvolve-ram em diversos ambientes, como florestas temperadas, desertos, montanhas, tundras, taigas, campos e até mes-mo em algumas áreas urbanas. O lobo cinzento, o lobo-vermelho (Canis rufus) e o lobo-etíope (Canis simensis) são as únicas três espécies classifi- cadas como lobos. Os demais lobos per-tencem a subespécies. Caraterísticas O peso e tamanho dos lobos variam muito em todo o mun- do, tendendo a aumentar pro-porcionalmente com a latitu- de, como previsto pela teoria de Chris-tian Bergmann. Em geral, a altu- ra, medida a partir dos ombros, varia de 60 a 95 centímetros. O peso varia geograficamente. Em média, os lobos europeus pesam 38,5 kg; os lobos da América do Norte, 36 kg; os lobos indianos e árabes, 25 kg. Embora raros, lobos com mais de 77 kg foram encontrados no Alasca, Canadá, e na antiga União Soviética. O maior lobo cinzento registrado na América do Norte foi morto em 70 Mile River, no leste-central do Alasca em 12 de julho de 1939 e pesava 79 kg. Já o lobo de maior peso registrado na Europa foi mor-to após a Segunda Guerra Mundial na área Kobelyakski da região Poltavskij na RSS Ucraniana e pesava 86 kg. O lobo é sexualmente dimórfico, as fêmeas de uma população típica de lobos normalmente pesam 20% menos que os machos. As fêmeas também têm o focinho e a fronte mais estreitos, pernas ligeiramente mais curtas e revestidas com pelos lisos, e ombros menos massivos. Os lobos cinzentos medem de 1,30 a 2 metros do focinho à ponta da cauda, a qual, por sua vez, representa cerca de 1/4 do comprimento total do corpo. Os lobos são capazes de percorrer longas distâncias com uma velocidade média de 10 quilômetros por hora e são conhecidos por atingir velocidades próximas a 65 quilômetros por hora durante uma perseguição. Há registro de uma loba cinzenta realizando saltos de 7 metros ao perseguir suas presas. As garras das patas dianteiras são maiores que as das patas traseiras e pos-suem um quinto dedo, ausente nestas últimas. As patas

do lobo cinzento são adaptadas para uma ampla varieda-de de terrenos, especialmente os cobertos de neve. Exis-te uma fina camada de pele separando cada dedo, per-mitindo ao animal deslocar sobre a neve com mais facili-dade em comparação às suas presas. Os lobos cinzen-tos são digitígrados. O tamanho relativamente grande de suas patas contribui para distribuir o peso do corpo de maneira balanceada sobre superfícies nevadas. Pelos e unhas reforçam a aderência em superfícies escorrega-dias e vasos sanguíneos especiais mantêm as patas aquecidas no frio extremo. Glândulas odoríferas localiza-das entre os dedos de um lobo deixam um rastro de mar-cadores químicos por onde ele passa, ajudando-o a caminhar de forma eficaz por grandes extensões ao mes-mo tempo que mantém os outros lobos informados do seu paradeiro Ao contrário dos cães e dos coiotes ocidentais, lobos cinzentos têm uma menor densidade de glândulas sudo-

ríparas nas suas patas. Esta característica tam- bém está presente nos coiotes canadenses do leste, que possuem ascendência com o lobo moder-

no. Os lobos que vivem em Israel são únicos, por sua população apresentar indivíduos com dois dedos de suas patas fundidos, um traço, acreditava-se, exclu-sivo do cão selvagem africano. O uivo de um lobo cinzento

pode ser ouvido a uma distância de até 1 quilômetro.

Os lobos têm pelos volumosos repartidos em duas cama-das. A primeira camada é constituída por pelos resisten-tes que repelem água e sujidade. A segunda camada forma uma pelagem densa, isolante à água. O subpelo é espalhado pelo corpo na forma de grandes tufos no final da primavera ou início do verão (com variações anuais). Um lobo, muitas vezes, esfrega-se contra objetos, como pedras e galhos, para induzir a pele a soltar os pelos. O subpelo é geralmente cinza, independentemente da apa-rência do revestimento exterior. Lobos têm pelagens dis-tintas no inverno e no verão que se alternam na primave-ra e no outono. Tanto as fêmeas quanto os machos ten-dem a manter seus pelos do inverno até a primavera. A coloração da pelagem é muito variada, do cinza ao cinza-amarronzado, conforme notada pelo espectro cani-no para o branco, vermelho, marrom e preto. Estas cores tendem a se misturar em muitas populações, de forma que os indivíduos de coloração mista sejam os mais pre-dominantes. Entretanto não é incomum haver um indiví-duo ou mesmo uma população inteira de lobos inteira-mente de uma cor (geralmente todo preto ou todo bran-co). Com exceção da Itália, onde os lobos negros podem representar de 20 a 25% da população, os lobos mela-nísticos raramente são comuns fora do continente norte-americano. De acordo com exames genéticos, a cor da pelagem preta é resultado de uma mutação surgida pri-meiramente nos cães domésticos e mais tarde incorpora-

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da. aos lobos através de cru-zamentos. Uma pelagem multicor, caracteristicamente, não possui nenhum padrão específico. A cor da pele, por vezes, reflete o ambiente onde vive a população de lobos. Assim, por exemplo, lobos brancos são muito mais comuns em áreas com cobertura de neve. Lobos em processo de envelhecimento adquirem um tom acinzenta-do em sua pelagem. Atribui-se, frequentemente, à colora-ção da pelagem do lobo uma forma funcional de camufla-gem. Isto pode não ser total-mente correto, afirmam alguns cientistas, cujos estu-dos relacionam a combina-ção de cores com a comuni-cação corporal dos lobos. Ao nascer, os filhotes de lobo tendem a ter pelos mais escuros e as íris dos olhos azuis, as quais mudarão para um amarelo-ouro, ou cor de laranja quando os filhotes tiverem entre 8 e 16 semanas de idade. Os pode-rosos focinhos compridos são características marcan-tes dos lobos, distinguindo-os facilmente de outros caní-deos, como os coiotes e cha-cais dourados, que têm os focinhos mais estreitos e pontiagudos. Nos lobos, a incisura anterior do osso nasal não possui uma saliên-cia medial, ao contrário do observado nos chacais. Enquanto há apenas uma pequena expressão do cín-gulo na borda externa do primeiro molar superior nos lobos, este é amplo e clara-mente marcante em chacais. Lobos diferem de cães domésticos em uma natureza mais variada. Anatomicamente, os lobos têm ângulos orbitais menores do que os cães (acima de 53 graus para cães, com menos de 45 graus para lobos) e uma capacidade cerebral comparativamente maior. Patas maiores, olhos amarelados, pernas mais longas e os dentes maiores distinguem os lobos adultos de outros canídeos, especialmente cães. Além disso, uma glân-dula supracaudal está presente na base da cauda dos

lobos, mas não em muitos cães. Lobos e cães maiores pos-suem algumas partes da den-tição idênticas. O maxilar pos-sui seis incisivos, dois cani-nos, oito pré-molares e quatro molares. A mandíbula tem seis incisivos, dois caninos, oito pré-molares e seis mola-res. Os quarto pré-molares superiores e primeiros mola-res inferiores constituem os dentes carniçais, que são ins-trumentos essenciais para o corte da carne. Os dentes caninos também são muito importantes, na medida em que detêm e subjugam a pre-sa. Capazes de suportar até 10.000 quilo pascal de pres-são, os dentes de um lobo são as suas principais armas, bem como suas principais ferra-mentas. Isso é aproximada-mente o dobro da pressão que um cão doméstico de dimen-são semelhante pode propor-cionar. A dentição dos lobos cinzentos é mais adequada para esmagar ossos compara-da a de outros canídeos modernos, embora não seja tão especializada, como a encontrada em hienas. A sali-va dos lobos ajuda a reduzir a infeção bacteriana em feridas e acelerar a regeneração dos tecidos. Sentidos Embora tenha um olfato relati-vamente fraco ao ser compa-rado a outros canídeos, o lobo possui uma audição bastante apurada, a ponto de ser capaz de ouvir a queda de folhas das árvores durante o outono. Sua

visão noturna é a mais aguçada da família dos canídeos. Reprodução e ciclo de vida O acasalamento ocorre, geralmente, entre os meses de janeiro e abril. Quanto maior a latitude, mais tarde ocorre. Uma alcateia produz, em média, uma única ninhada, salvo nos casos em que os reprodutores machos se relacionam com uma ou mais fêmeas subordinadas. Durante a época

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de acasalamento, os animais reprodutores tornam-se muito carinhosos uns com os outros, antecipando o ciclo de ovulação da fêmea. A tensão aumenta à medi-da que os lobos maduros da alcateia sentem-se insta-dos a acasalar. Durante este período, os membros do casal líder de reprodução, denominados de macho e fêmea alfa, podem se ver forçados a dissuadir que outros lobos se acasalem com eles. Incestos raramente ocorrem, embora a pressão por endogamia seja um problema para os lobos em Saskatchewan e Isle Roya-le. Quando a fêmea reprodutora entra no cio (que ocor-re uma vez por ano e dura de 5 a 14 dias), ela e o seu companheiro passam um longo tempo em reclusão. Feromonas na urina da fêmea e o inchaço da sua vulva são sinais percebidos pelo macho de que ela está no cio. A fêmea é recetiva nos primeiros dias de estro, período durante o qual ela lança o revestimento do úte-ro. Mas quando ela começa a ovular novamente, ocorre o acasalamento com o parceiro. O período de gestação varia de 60 a 63 dias. Os filho-tes, que pesam cerca de 0,5 kg ao nascerem, são cegos, surdos e completamente dependentes de suas mães. O tamanho médio da é de 5 a 6 crias, embora há dois registros soviéticos de ninhadas com 17 filhotes. Os filhotes residem na toca e permanecem lá por dois meses. A toca geralmente fica em terreno alto perto de uma fonte de água aberta, e tem uma câmara aberta no final de um túnel subterrâneo ou encosta que pode ter até alguns metros de comprimento. Durante este tempo, os filhotes se tornam mais independentes e começam a explorar a área imediatamente ao redor da toca. Com cerca de cinco semanas de idade, afastam-se gradual-mente do local de nascimento até a um quilômetro de distância. A taxa de crescimento dos lobos é mais lenta do que a dos coiotes e cães selvagens. Eles começam a comer alimentos regurgitados depois de duas sema-nas se alimentando exclusivamente de leite, que nos lobos tem menos gordura e arginina e mais proteína do que o leite canino. A esta altura, seus dentes de leite surgem e eles estão totalmente desmamados após 10 semanas. Durante as primeiras semanas de desenvolvi-mento, normalmente a mãe permanece sozinha com sua ninhada, mas, eventualmente, a maioria dos mem-bros do grupo contribuem, de alguma forma, para a criação dos filhotes. Após dois meses, os filhotes inquietos são levados para um local de encontro, onde podem permanecer em segurança quando a maioria dos adultos saem para caçar. Um ou dois adultos ficam para trás para garantir a segurança dos filhotes. Depois de mais algumas semanas, caso se demonstrem capa-zes, é permitido aos filhotes se juntarem aos adultos na caçada, e eles têm prioridade sobre qualquer animal caçado. Tomar parte das caçadas é uma maneira de permitir ao filhotes a prática dos rituais de dominação/submissão, que serão essenciais para a sua futura sobrevivência na alcateia. Os filhotes participam apenas como observadores da caçada até atingirem cerca de oito meses de idade, quando se tornam maduros o sufi-

ciente para uma participação ativa. Os lobos geralmente atingem a maturidade sexual após dois ou três anos, idade em que muitos deles são obriga-dos a abandonar os seus locais de nascimento e a procu-rar companheiros e territórios próprios. Lobos que atingem a maturidade vivem geralmente de seis a dez anos na natureza, enquanto que, em cativeiro, eles podem atingir até o dobro da idade. As elevadas taxas de mortalidade refletem na baixa expectativa de vida dos lobos. As crias podem morrer pela escassez de alimento ou pela ação de predadores, como ursos, tigres, lobos adultos ou outros animais selvagens. As principais causas de mortalidade de lobos são a caça, os acidentes envolvendo veículos e os ferimentos ocorridos durante o ataque a suas presas. Apesar de lobos adultos poderem, ocasionalmente, ser mortos por outros predadores, os grupos de lobos rivais são muitas vezes os inimigos mais perigosos, excetuando-se os seres humanos. Autoria: Tiago Barreto Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lobo Fotos: Google

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No passado fim-de-semana de 12 e 13 de Janeiro de 2013, teve curso o seminário de IPO/RCI organizado por Luís Sousa Correia e Carla Cor-reia de Sousa da PET´S ACESSÓ-RIOS em conjunto com a escola canina “PERSONAL DOG” em Via-longa. O seminário foi ministrado por José Fontes da Quinta do Salomão, con-dutor de vários cães nos vários níveis de RCI e que participou no campeonato do mundo de FCI em 2011. (www.quintadosalomao.com) Neste seminário não se pretendia apenas mostrar que os cães sabem obedecer e morder corretamente, mas sim mostrar um método comple-tamente distinto do tradicional e bem mais eficaz em termos de desporto canino, nomeadamente o RCI... o método NPOPO segundo BART BELLON Em que consiste o método NPOPO segundo BART BELLON? Essencialmente no método tradicio-nal de ensino o cão tem muita moti-vação para trabalhar mas descon-centra-se facilmente, nem sempre está bem posicionado no campo de trabalho nem com a postura correta e na maioria das vezes o condutor entra em conflito com o cão. No método NPOPO o condutor nun-ca entra em conflito com o cão, o cão deve ter a mesma postura de jogo tal como aprendeu desde cachorrinho e a ligação entre o condutor e o cão é essencial. Mais importante que tudo... O uso das caixas como processo de contro-lo do cão e que irá reforçar a ligação com o cão, o uso de pontos de refe-rencia, a necessidade do equilíbrio entre a motivação versus concentra-ção e a importância do controlo do cão a tempo inteiro, inclusivamente quando influenciado por estímulos externos.

José Fontes, explica que este método apesar de recente no nosso país (existe há cerca de 1 ano em Portu-gal) serve pra controlar o nosso cão a todo o momento. Quer seja na presença de um figuran-te ou de uma outra influência externa de grande motivação para o cão (como uma cadela com o cio), o cão só deverá ser ativado pelo condutor e deve permanecer em constante con-trolo. Através deste método, o condutor (e não o figurante ou outro estímulo) é que decide quando o cão deve estar ativo e quando o cão deve estar pas-sivo. MOTIVAÇÃO VERSUS CONCEN-TRAÇÃO Para atingirmos o sucesso não basta motivar o nosso cão. O cão pode estar desejoso de trabalhar mas se não estiver concentrado não conse-guiremos atingir o nosso objetivo. De igual modo se estiver concentrado mas se não estiver motivado o resul-tado será insuficiente. O ideal é atingir um equilíbrio entre os dois por forma a termos plenitude de

desempenho e conseguirmos atingir o nosso objetivo quando ativamos o nosso cão para o trabalho. O USO DAS CAIXAS COMO PRO-CESSO DE CONTROLO Cão motivado e cão concentrado é um cão controlado. Mas para atingirmos esse patamar teremos que recorrer ao uso de uten-sílios que nos permitem condicionar o nosso cão. O Método NPOPO faz recurso das caixas como processo de controlo, que serão o local onde o cão irá brin-car e ser alimentado (motivado) e de igual modo ser condicionado por for-ma a ganhar poder de concentração. Por outro lado, as caixas servirão como pontos de referencia pra ganharmos um maior controlo do nosso cão quando estamos no cam-po de trabalho. O método NPOPO resolve muitas questões complicadas que surgem no decorrer do processo de ensino do cão, e pode ser aplicado a qualquer cão independentemente de ser um cão de desporto ou um cão de com-panhia... A questão inerente será

sempre o controlo do cão a todo o momento. Autoria: André Moreiras Fotos: André Moreiras

Evento

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Cães e gatos também vivem mais tempo

À medida que a esperança de vida humana aumenta cresce também a longevidade entre os animais domés-ticos, que será de 20%, segundo um estudo da Royal Canin. Os cães estão a viver 11 anos em média e os gatos 15 a 20 anos no geral. Revista Sábado, Outubro 2012

Cão dispara espingarda por acidente e atinge mão de dono na França

Um cão atirou sem querer no seu dono atingindo a mão deste. O animal apertou acidentalmente o gatilho da espingarda do seu dono durante uma caçada em Dor-dogne, no sudoeste da França. O tiro arrancou parte da mão direita do caçador, que teve de ser amputada após ter sido levado para um hospital em Bordeaux. Mas a vítima, que foi referida apenas pelo primeiro nome, Rene e que tem 55 anos, isentou o animal de responsabilidade pelo acidente, dizendo que ele só podia culpar a si mesmo, por não ter acionado a patilha de segurança. ''Não foi culpa do cão, ele é adorável'', afirmou o dono em entrevista à rádio France Bleu. O acidente ocorreu quando o caçador participava numa caçada de veados no domingo, juntamente com três cães basset. Dois cães perseguiram um veado, enquanto que o ter-ceiro, mais novo e sem experiência em caçadas, per-maneceu ao lado do dono, segundo o relato da revista francesa Le Point. ''Ele pulou para me fazer um carinho, eu creio'', afirmou Rene. ''E ao pular, ele colocou a pata na arma.''

Cão cego volta a casa após dez dias perdido na neve

Um cão cego voltou a casa após dez dias perdido na neve de Fairbanks, no Alasca, Estados Unidos, e a tempo de passar o Natal com os donos. Abby, de oito anos, foi encontrado a mais de 16 quilóme-tros de casa, perto de um canil de cães de trenó e devolvi-do à família Grapengeter, depois de uma forte mobilização nas redes sociais. "É um milagre, não há outra maneira de descrever", disse McKenzie Grapengeter, que já tinha perdido a esperança. Contou também que a família já tinha perdido as esperan-ças de encontrar o animal, que enfrentou temperaturas de 40°C negativos, mas não teve nenhuma parte do corpo congelada.

TVI 24, Janeiro 2013

G1 Mundo - Setembro 2012 Compilação: Anabela Guerreiro Fotos: Google

Notícias

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Existem muitos cães que têm uma função social plenamente demarcada dentro de uma família humana, por norma os seus donos são pessoas informadas e com extensos conheci-mentos acerca do seu cão. Têm conhecimentos específicos de gené-tica, temperamento e comportamento e respeitam as necessidades concre-tas do seu cão. Falo dos denominados “cães de tra-balho”.

Qualquer dono de um cão de traba-lho sabe perfeitamente que o seu cão tem de ser adestrado. O adestra-mento é fulcral no desenvolvimento do cão. Permite corresponder às suas expec-tativas pessoais em termos de “trabalho” e por sua vez proporciona um desenvolvimento pessoal e inte-lectual do cão de um modo adequa-do fomentando a sua capacidade de aprendizagem ao mesmo tempo em que são satisfeitos e potenciados os instintos básicos do cão. E para os “comuns” donos de cães?

A grande mensagem que gostaria de partilhar é que o seu cão pode não ser um “cão de trabalho”, mas com certeza gostaria que ele tivesse um comportamento social adequado ao que você deseja, e a boa novidade é que nós (profissionais na área do adestramento canino) estamos cá para vos ajudar. Mas o meu cão é um cão de raça e por consequência terá necessaria-mente um comportamento previsí-vel, correspondente aos seus ante-cessores… Cientificamente falando, não se deve-rá menosprezar a herança genética do seu cão. Sim, é importante sobre-tudo no que respeita a ter um conhe-cimento mais aprofundado da raça, saber quais as doenças que poderão ocorrer eventualmente e saber tam-bém qual o carácter e temperamento que previsivelmente podemos esperar que o nosso cão tenha. É o nosso cão, temos que estar pre-parados para o receber e conhecê-lo através dos seus antecessores é uma forma de anteciparmos o que nos espera. Porém, não é suficiente para garantir um comportamento social adequado e deixá-lo crescer sem uma educação apropriada (Adestramento Canino) é deixar o cão definir o seu próprio caminho sem ser devidamente orien-tado, dando-lhe a possibilidade de apresentar uma diferença considerá-vel em termos de personalidade, com-portamento e temperamento em com-paração aos demais da sua raça. Mas porquê? Não foi isso que o criador me disse! É justamente nesta questão que nós (profissionais da área) insistimos que comprar um cão de uma determinada raça não é suficiente para garantir o seu comportamento futuro. E quanto

mais tempo demorar para iniciar um programa de adestramento, mais complicado e moroso será todo o pro-cesso. A IMPORTÂNCIA DAS INFLUÊN-CIAS AMBIENTAIS As influências ambientais (Socialização e Adestramento) exer-cem um impacto muitíssimo maior no que respeita ao comportamento e temperamento desejáveis do que a herança genética. A educação do cão (socialização e adestramento) é sempre o fator mais importante para determinar o compor-tamento e temperamento futuros. Não quer dizer necessariamente que tenha uma maior influência que a herança genética, no entanto, se pre-tende um comportamento social ade-quado do seu cão, tanto a socializa-ção como o adestramento são essen-ciais. Por exemplo, os cães ladram, mor-dem, marcam território com a urina e mexem a sua cauda em grande parte por razões genéticas porque são cães. No entanto, a frequência dos

Autoria e fotos: André Moreiras

Adestramento

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ladridos, a intensidade da mordida, o lugar onde deverão fazer as suas necessidades e o entusiasmo dos movimentos da sua cauda depen-dem em grande medida na forma da sua socialização e adestramento. Está nas suas mãos o êxito do com-portamento social adequado do seu cão. E os cães rafeiros? Também deve-rão ser adestrados? Sem dúvida. E quanto mais cedo melhor! A grande distinção dos cães rafeiros em relação aos cães de raça é que são absolutamente únicos. Não têm um padrão de aparência e comportamento definido, é o que se poderá chamar de uma “caixinha de surpresas”, porém, está provado cientificamente que em termos de esperança média de vida, por terem um caudal genético mais puro (ausência de endogamia) tendem a viver durante muitos mais anos e a terem menos problemas de saúde. Ao invés, nos cães de raça é possí-vel prever a sua disposição, compor-tamento básico, saúde e esperança de vida baseando-nos nos seus ancestrais caninos. A opção de ter um cão de raça ou um rafeiro é única e exclusivamente . do dono, devendo o adestramento

canino nunca ser descartado indepen-dentemente da escolha Onde devo procurar aconselha-mento para adestrar o meu cão? Tanto o meu Veterinário como o Sr. da Loja de Animais onde compro a ração me dão dicas muito úteis. Gostaria de esclarecê-lo num aspeto. Sem sombra de dúvidas se o seu cão estiver doente o veterinário é a pes-soa indicada para o tratar, bem como se necessitar de algum produto espe-cífico para o seu cão, a loja de ani-mais será o local mais indicado para o aconselhar, nomeadamente, se hou-ver marcas concorrentes. Porém, em termos de adestramento canino, um profissional devidamente preparado e certificado, e se possível com boas referencias (como o local da sua formação e a experiência do seu formador) serão as principais linhas que deverá seguir para verificar se está a contactar a pessoa correta. Infelizmente nesta profissão, por ser uma profissão que não é certificada por uma entidade reguladora dá ori-gem a muitos charlatães, vulgos “adestradores de bancada” que pen-sam que por terem visto na TV todos os episódios de um prodigioso “encantador de cães” já é razão sufi-ciente para meterem mãos ao traba-lho e iniciarem-se de modo aventurei-ro nesta profissão.

Adestramento e Livro

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Livro recomendado

Título: Lobos em Portugal Textos: Paulo Caetano Fotografias: Joaquim Pedro Ferreira Ilustrações: Jorge Mateus Prefácio: Clara Pinto Correia Editora: Má Criação

Sinopse: Numa noite de Lua cheia, fez-se ouvir o inconfundível uivo que gela corações e tresmalha rebanhos: o Lobo está de volta. Mas quem é, ao certo, esta criatura que habita mitos e serranias desertas? Neste Livro único, partimos à descoberta dos Lobos de Portugal. De onde surgiram? Como conviviam eles com o Homem pré-histórico? E com que armas e ciladas os deixámos à beira do extermínio? Entre os dados científicos e os ecos fantásticos de histórias que são ainda sussurradas de geração em geração, muito há a contar do Lobo. E a mostrar em incontáveis fotografias que surpreendem este preda-dor em momentos nunca antes revelados. Dos terríveis relatos de lobisomens aos troféus das últimas caçadas em terras lusas, prepare-se para des-bravar o território mágico e feroz da Alcateia.

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Sabia que...

...A artista plástica holandesa

Katinka Simonse (Tinkerbell), causou indignação entre defensores de direi-tos animais pelo mundo todo e cho-cou a opinião públi-ca após colocar 100 hamsters fechados em pequenas bolas de plástico transparen-tes para correrem numa galeria de arte? este é mais um dos episódios macabros de Katinka Simonse, que até transformou o próprio gato numa pochete. Há alguns anos que a holandesa se mostra imune às críticas e aos apelos, para que não continue aquilo que ela própria classifica de expressão artística. Sem pudor, já explicou detalhadamente num dos canais televisivos daquele país o que tinha feito com o seu próprio gato, de três anos, que perante a recusa do veterinário em acabar com a vida do animal, decidiu matá-lo com as suas próprias mãos, partindo-lhe o pescoço, retirando-lhe a pele e fazendo uma mala. Simonse ainda estropia cães, para fazer deles peluches reais, e perfura pintainhos, como uma forma de criticar a criação de animais em capoeira. As imagens são chocantes.

... Os cães têm uma grande capacidade para dete-tar o cancro de pulmão com o seu olfato apurado? Um estudo realizado na Áustria e publicado recen-

temente revela uma descoberta que abre caminho para um diagnóstico precoce desta doença. "Os cães não têm qualquer problema em identificar os pacientes com tumo-res cancerígenos", explica Peter Errhalt, chefe do depar-tamento de pneumologia do hospital de Krems (nordeste da Áustria) e um dos autores da descoberta. Os cães do estudo sentiram o cheiro de 120 amostras de hálito de pessoas doentes e saudáveis e conseguiram identificar em 70% dos casos as que sofriam com cancro de pul-mão. Este resultado é tão promissor que está previsto um novo estudo de dois anos com amostras de 1.200 pessoas, indicou Peter Errhalt em entrevistas de impren-sa. A investigação científica dos austríacos coincide com outros testes realizados nos Estados Unidos e Alema-nha. O objetivo em longo prazo é determinar quais são exatamente os odores que os cachorros são capazes de detetar, explica Michael Muller, do hospital Otto Wagner de Viena, que colaborou com o estudo. Se for alcançado este objetivo, os cientistas pode-rão construir uma espécie de 'nariz eletrónico' para diagnosti-car precocemente o cancro de pulmão e aumentar assim as possibilidades de sobrevivência dos pacientes.

... Os lobos etíopes correm risco de extinção? Um estudo sobre lobos etíopes, feito durante 12 anos, mostra que o baixo fluxo genético entre as peque-

nas populações coloca um dos cães mais raros do mun-do sob risco de extinção. Os cientistas pesquisaram lobos que vivem dentro de seis das sete populações res-tantes e descobriram que a quantidade de genes raros apresentada pelos animais pode ser uma consequência do último período de glaciação na África, que terminou há 18.000 anos atrás. Isso pode ter feito com que seus genes tenham tornado-se fixos e se mantido nos grupos separados de lobos. No entanto, esse isolamento está a trabalhar agora contra esses animais. De acordo com as pesquisas, os lobos etíopes preferem habitats específi-cos e não são suscetíveis a viagens de longas distân-cias, o que faz com que seja improvável que eles se jun-tem a outros grupos, proporcionando uma oportunidade de misturar os seus genes. Mais preocupante ainda, é que as subpopulações dentro de cada grupo também são isolados. Lobos etíopes são particularmente vulneráveis a surtos de raiva, uma doença fatal que reduziu algumas populações em até 75% dentro de alguns meses. Outra grande ameaça ao seu futuro vem da perda de habitat. A preocupação levantada pelo estudo é que o fluxo de genes limitado entre lobos etíopes torna-os cada vez mais vulnerável. A dificuldade de migração também aumenta o risco de endogamia. Os cientistas dizem que esforços devem ser feitos para se reconetar essas popu-lações isoladas, através da criação de corredores ecoló-gicos. De acordo com os pesquisadores “pode ser neces-sário, num futuro próximo, aumentar artificialmente o tamanho da população e restaurar o fluxo de genes entre os grupos próximos”. Isso significaria mover lobos do sexo masculino entre as populações. Estudos sobre outras espécies de lobo mostraram que movendo apenas um ou dois machos desta forma pode-se aumentar consi-deravelmente a diversidade genética.

Compilação: Vanessa Correia

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Sabia que...

... os cães associam palavras a objetos de modo diferente que os humanos? Pesquisa publicada na revista ‘PLOS One’ mostra que os cães relacio-

nam o nome de um objeto ao seu tamanho e textura - e não ao formato, como fazem os humanos. Há tempos os cientistas sabem que os cachorros são capazes de asso-ciar uma palavra a um objeto. No entanto, quando um cachorro entende que o dono quer que ele pegue uma "bola" ou um "osso", ele está longe de compreender o significado exato da palavra. Estudos anteriores já haviam mostrado que os humanos com idade entre dois e três anos aprendem a associar novas palavras com o formato dos objetos. Uma criança que aprende o que é uma bola, por exemplo, vai associar à palavra uma série de objetos com o mesmo formato. Com os cães não é isso que acontece. No novo estudo, os pesquisadores treinaram Gable, uma Border Collie de cinco anos. Antes da experiencia o seu "vocabulário" continha 54 expres-sões, referentes a objetos diferentes. No estudo, ensina-ram Gable o significado de uma nova palavra: ‘Dax’ refe-rente a um brinquedo pequeno e felpudo em forma de U. Dez minutos depois, apresentaram à cadela uma série objetos que não eram o Dax, mas tinham ou o mesmo formato em diferentes tamanhos ou o mesmo tamanho em diferentes formatos. Todas as vezes em que Gable foi ordenada a buscar o objeto Dax, ela levou aos pesqui-sadores objetos com o seu tamanho, e não o formato de U. Em uma segunda fase do estudo, os pesquisadores deixaram a cadela conviver por 39 dias com o objeto Dax, para se familiarizar com ele, e repetiram o teste. Dessa vez, ela não escolheu objetos do mesmo tamanho e nem do mesmo formato, mas sim de texturas seme-lhantes. "Enquanto o formato importa para os seres humanos, tamanho e textura importam mais para os cães", afirma Emile van der Zee, psicóloga da Universi-dade de Lincoln, na Inglaterra, uma das responsáveis pelo estudo. Os cientistas suspeitam que isso acontece por causa das diferenças na forma como a evolução mol-dou o modo como cães e homens percebem o mundo.

... O cão fareja superbactéria perigosa? Das mui-tas superbactérias que são resistentes a antibióti-cos, as bactérias conhecidas como Clostridium

difficile são uma das mais problemáticas. Facilmente espalham-se e são potencialmente mortais. A C. difficile é muitas vezes transmitida de um paciente para outro, em hospitais e noutros ambientes clínicos. Mas a ajuda chegou, com sua cauda a abanar e o seu nariz frio, molhado e sempre vigilante: um beagle de 2 anos de idade chamado Cliff foi treinado para detetar a presença da superbactéria entre os pacientes. As suas habilida-des farejadoras poderiam dar aos administradores uma vantagem muito necessária no combate a surtos de infe-ções bacterianas que nos hospitais é praga mundial. A Dr.ª Marije Bomers, especialista em doenças infeciosas da VU University Medical Center, em Amesterdão lem-brou-se de uma enfermeira experiente a dizer que um determinado paciente com diarreia cheirava como se tivesse uma infeção de C. difficile."Se os humanos podem distinguir o cheiro, e cães têm um sentido de cheiro muito superior - talvez eles possam ser treinados para identificar o sentido do olfato de C. diff", disse Bomers. Depois de entrar em contato com um treinador de cães, Bomers foi apresentada a Cliff, o beagle jovem. Em ape-nas dois meses, o cão tinha sido treinado para sentar-se ou deitar-se quando cheirava as bactérias em amostras de fezes. Numa fase de testes, Cliff foi capaz de identifi-car corretamente 50 em 50 amostras positivas, e 47 das 50 amostras negativas - um currículo impressionante para um cão que nunca antes tinha tido qualquer forma-ção de cheiro-deteção. Espera-se que os cães treinados serão capazes de parar os surtos de C. difficile antes que eles ocorram. "O problema todo com esta superbac-téria é que é transmissível", disse Bomers. "Se um paciente está na enfermaria e se não se isolar o pacien-te, não é apenas um paciente - são dois, três, ou meia ala infetados”. E enquanto o pessoal de enfermagem pode ser capaz de farejar a infeção, com alguma preci-são, o cão provavelmente faz um trabalho melhor. "Os cães têm um sentido de cheiro muito superior, que se pensa superar a dos humanos por um fator de 100", escreveu Bomers e os seus colegas no British Medical Journal. Os cães têm provado ser notáveis pela sua capacidade em ajudar os profissionais de saúde no diag-nóstico de doenças. Não só podem detetar a presença de cancro da próstata cheirando amostras de urina dos pacientes, como também são capazes de identificar as amostras de fezes de pacientes com cancro colorretal, com um alto grau de precisão.

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Sabia que...

... os cães modernos parecem-se pouco com os seus ancestrais? Uma análise feita por cientistas

da Universidade Durham, no Reino Unido, mostra que, geneticamente, os cães modernos apresentam poucas similaridades com os seus ancestrais. Os cães foram os primeiros animais domesticados pelo homem e conhecer os seus antecedentes pode levar a informações que elu-cidem um ou outro aspeto do desenvolvimento da civili-zação humana. O "melhor amigo do homem", da mesma forma que o seu dono, está condicionado às interferên-cias do ambiente. A população canina, sofreu os efeitos da Primeira e Segunda Guerra Mundiais, afirmaram os envolvidos na pesquisa. Mas a dificuldade de estudá-los é ainda maior por um detalhe que faz toda a diferença: os vários cruzamentos de raça que foram realizados durante milhares de anos. Isso faz com que muito pouco ainda se saiba sobre eles, como, quando e onde se deu a domesticação. De acordo com a pesquisa, Akita, galgo afegão e shar-pei, raças classificadas como antigas, estão tão perto de se parecer com o primeiro cão domés-tico como qualquer outra. "Tanto a aparência quanto o comportamento dos cães modernos seriam estranhos para nossos ancestrais, que viveram há algumas cente-nas de anos", afirmou o biólogo Greger Larson, um dos autores da pesquisa. O estudo também sugere que, den-tro dos 15.000 anos de história de domesticação canina, o ato de tornar os cães mascotes começou apenas a 2.000 anos. Antes disso, eles eram utilizados apenas para trabalhos específicos. Pesquisas anteriores afirma-vam que diversas raças, como basenjis, salukis e dingos, por possuírem uma assinatura genética diferente, seriam a evidência da herança ancestral. Mas a análise atual mostrou que essa diferença se deu por causa de um iso-lamento geográfico, já que elas não fizeram parte dos clubes de canis do século 19, onde a mistura de linha-gens resultou nas atuais raças caninas. Segundo os cientistas, o barateamento e agilidade das tecnologias de sequenciamento de DNA poderão levar a novas revela-ções sobre a domesticação e a evolução dos cães.

.... Os cães conseguem entender as intenções dos seus donos? O que muitas pessoas já tinham

observado no seu cão de estimação agora foi comprova-do cientificamente: cães conseguem perceber a intenção dos donos quando eles dão os comandos. De acordo com o estudo, cães são recetivos a comunicação huma-na de uma forma que foi atribuída, anteriormente, apenas aos bebês. Assim como os bebês de seis meses, os cães são sensíveis a deixas – que incluem o contato ver-bal e visual - que sinalizam a intenção de comunicação. “Concluímos no estudo que cães devem compreender alguns aspetos da comunicação humana e parece que a comunicação ostensiva de humanos facilita atitudes recetivas no cachorro (da mesma forma que em bebês da fase pré-verbal)”, disse ao iG, József Topál, do Institu-to de Pesquisas Psicológicas da Academia de Ciências da Hungria e um dos autores do estudo publicado no periódico Current Biology. Topál acredita ter encontrado a resposta para o fato de donos tratarem os seus cães como bebés. “As pessoas intuitivamente reconhecem que há uma relação funcional entre alguns aspetos na habilidade de comunicação de cães e bebês”, disse. Durante os testes, os cães assistiram a um vídeo de uma pessoa que se direcionou para um dos dois potes de plástico da cena enquanto um rastreador ocular capta a reação do cão. Num primeiro momento, a pessoa olhou diretamente para um dos potes, dizendo "oi, cão "com uma voz estridente. Depois, a pessoa fez o mesmo só que com entonação mais suave e sem contato visual. Os testes mostraram que os cães tendiam a olhar mais para o pote na primeira situação, quando a pessoa demons-trava a intenção de se comunicar. De acordo com os pesquisadores, ainda não se sabe se os cães contam com caminhos semelhantes ao dos cérebro dos bebés para processar estas deixas. "Com o rastreamento ocu-lar, tivemos uma primeira experiência sobre como a men-te dos cães está trabalhando e processando os estímu-los, levando em conta que a direção e o tempo do movi-mento do olho indica o interesse especial da mente”, dis-se. Topál pretende agora usar novas técnicas para poder aprofundar o processo mental dos cães.

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Sabia que...

... O vírus comum em cães pode ser a base para vacinas eficazes? Investigadores da Universidade

da Geórgia (UGA, EUA) descobriram que um vírus comum em cães e inofensivo para o ser humano, pode servir como base para o desenvolvimento de novas vaci-nas. O vírus parainfluenza 5 (PIV5) provoca infeções res-piratórias nos cães e é utilizado para produzir vacinas para estes animais. Num artigo recentemente publicado na ‘PLOS One’, uma equipa de cientistas descreve como este pode ser utilizado para proteger as pessoas contra doenças para as quais não foi possível ainda produzir uma vacina eficaz.“Podemos usar o vírus como vetor para todos os tipos de patogénicos contra os quais a vacinação é difícil”, diz Biao He, investigador principal do estudo e professor de doenças infeciosas na Faculdade de Medicina Veterinária, da UGA. “Já desenvolvemos, com esta técnica, uma vacina muito forte contra a gripe H5N1, e estamos a trabalhar em vacinas contra o HIV, a tuberculose e a malária". Utilizar um vírus como mecanis-mo de entrega de vacinas não é uma técnica nova. Em experiências anteriores a esta, os investigadores enfren-taram muitas dificuldades. Se os seres humanos ou os animais já possuem uma forte imunidade ao vírus utiliza-do para a entrega, a vacina não funcionará, pois rapida-mente será destruída pelo sistema imunitário. Mas neste estudo demonstra-se que a imunidade ao PIV5 não limita a sua eficácia como mecanismo de entrega, apesar de termos anticorpos para ele. Nas suas experiências, uma dose única de PIV5 protegeu ratos da estirpe sazonal da gripe. Outra dose individual protegeu os mesmos animais de laboratório do mortífero H5N1, o vírus que provoca a chamada “gripe das aves”. Estes resultados são o culmi-nar de mais de 15 anos de investigação e experimenta-ção com o PIV5. Os cientistas estão confiantes que este pode servir como excelente base para vacinas contra várias doenças, tanto em animais como um humanos.

.... Os cães paralíticos voltam a andar? Depois de terem sofri-

do graves lesões na coluna vertebral, cães com paralisias motoras conseguiram voltar a andar após serem injetados com células do revestimento do seu nariz. Depois de ter sido possível devolver os movimentos a cães com seve-ras paralisias, usando células retiradas dos seus narizes, assume-se a hipótese e a esperança de que tal também seja possível com os humanos, adianta a 'Sky News'.A equipa da Universidade de Cambridge, responsável pelo estudo, está bastante otimista com a possibilidade desta técnica poder, eventualmente, ajudar não só os animais mas também os seres humanos, devolvendo a mobilida-de a pessoas que sofram de paralisias, diz o site da ‘BBC’. O estudo foi financiado pelo Conselho de Pesqui-sa Médica e publicado na revista inglesa de neurologia, 'Brain', da Universidade de Cambridge. As chamadas olfactive ensheathing cells,(OEC), que existem no reves-timento do nariz, foram cultivadas e expandidas durante várias semanas em laboratório, antes de serem utilizadas nos animais, diz a BBC.O Jasper é um “cão-salsicha” (Dachshund) que perdeu o uso das suas patas posteriores há quatro anos. Agora, depois de um trata-mento a que foi submetido por Robin Franklin e os seus colegas, da Universidade de Cambridge, “Jasper está sempre a correr pela casa!”, diz a sua dona. Os Dach-shund têm uma propensão a sofrer lesões graves da coluna vertebral. Os resultados da equipa britânica, que dizem respeito a Jasper e mais 33 cães de estimação que ficaram paralisados na sequência de atropelamentos ou de problemas de coluna, foram publicados na revista ‘Brain’ e constituem a primeira demonstração de que é possível reparar lesões da medula espinal em casos “da vida real”, salientam os cientistas.

... Os lobos uivam mesmo à Lua? Não, uivam uns aos outros! O uivo é um sinal de longo alcance que permite aos lobos comunicarem com a alca-

teia se se separarem, bem como assustar alcateias rivais. Os uivos têm uma frequência fundamental baixa de 150-750 Hz - as baixas frequências chegam mais lon-ge - e os lobos podem sobrepor até 12 sons harmónicos para exagerar o número de indivíduos da alcateia. Um lobo solitário não arrisca anunciar a sua presença perto do limite do seu território, mas um pequeno grupo pode manter rivais à distância fazendo bluff e fingindo que são mais numerosos. Além de uivarem, os lobos ladram como sinal de alerta, ros-nam e rugem para marcar a posse de uma presa morta, e podem ganir ao brincarem ou analisarem-se uns aos outros.

Fontes: www.google.pt ; www.jn.pt ; www.focodaciencia.blogspot.pt; www.ciencia-online.net ; www.minadeciencia.blogspot.pt ; www.dn.pt ; www.cienciahoje.pt ;ewww.oglobo.globo.com

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores

caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como

profissionalmente. Este Curso tem a vantagem de ser composto no máximo por 4 formandos.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações científicas desenvolvidas na área da aprendizagem canina

Presencial

Estrutura Programática do Curso

Módulo 1 (teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 Conhecer como funciona um cão

1.1.2 O Carácter num cão

1.1.3 O Temperamento num cão

1.1.4 A Comunicação canina

1.1.5 Os Instintos Básicos caninos

1.1.6 Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento

1.2.2 Traçar objetivos

1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão

1.2.3.2 Em função do dono

1.2.3.3 Em função dos objetivos

1.2.4 As várias fases do Adestramento

1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 Definição

1.3.2 O que é o Clicker

1.3.3 O treino com Clicker

1.4 O ADESTRADOR 1.4.1 Exigências Físicas

1.4.2 Exigências Mental 1.4.3 Ética profissional

Módulo 2 (prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento

2.1.1.1 Material de contenção

2.1.1.2 Material de assistência

2.1.1.3 Material didático

2.1.2 Postura corporal do adestrador

2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão

2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito

2.1.5 Exercícios de Obediência Básica

2.1.5.1 Exercício de andar ao lado

2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto

2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO

2.2.1 Sociabilização intraespecífica

2.2.2 Sociabilização interespecífica

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Cães & Lobos Edição Nº 4

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Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 1

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Cães & Lobos Edição Nº 1

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Módulo 3 (prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão

3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário

3.1.2.2 Equipamento

3.1.2.3 Formação

3.1.3 O trabalho de motivação

3.1.4 O treino técnico das mordidas

3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga)

3.1.6 O treino da fuga do figurante

3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia

3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4 (teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades

4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.1.2 Tratamento 4.1.1.3 Prevenção de agressividade por complexo de controlo

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento

4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição

4.1.3.2 Tratamento

4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição

4.1.4.2 Tratamento

4.1.5 Manias Maternais

4.1.5.1 Definição

4.1.5.2 Tratamento

4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade

4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição

4.1.7.2 Tratamento

4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha

4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva 4.1.9.1 Definição e Sintomas 4.1.9.2 A importância de um Diagnóstico Correto 4.1.9.3 Prognóstico

4.1.9.4 Tratamento

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial)

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente

Características do Curso

Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas,

incluindo as componentes prática e teórica.

Início do Curso: A combinar com o formando

Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra

Método de Ensino: Científico

Quantidade de Alunos por Curso: 1

Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico)

Módulo 2 (prático) Do Curso de duração normal

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Cães & Lobos Edição Nº 4

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Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 5

Página 34

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Adestramento Canino

Anabela Guerreiro

- Treino e Avaliação de Comportamento Canino

- Pet-sitting

Visite-nos em: http://mydogcenter.blogspot.com/

Email: [email protected]

Telef. 966 159 407

Zona: Algarve www.pipinhaecompanhia.net

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Cães & Lobos Edição Nº 4

Página 31

Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 5

Página 35

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Visite-nos em: www.adestramentoresponsavel.com

Email: [email protected] Telef. (21) 3435 4776 / (21) 9262 5111 Atendimento na zona sul do RJ. Para outras localidades atendimento via Skype.

Brasil Érika Rocha.

Obediência Canina

Problemas Comportamentais

Atendimento ao Domicilio

Fone: (32) 3331-2284 ou (32) 8876-2653.

Barbacena - MG

BRASIL

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Ficha Técnica

Cães & Lobos Edição Nº 5

Página 36

Propriedade:

Centro Canino de Vale de

Lobos

www.ccvlonline.com [email protected]

Edição:

Dep. Divulgação do CCVL

http://Comportamento-

canino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos

Editor:

Sílvio Pereira [email protected]

Colaboraram nesta Edição:

Anabela Guerreiro, André

Moreiras, Diego Oliveira

(Brasil), Karin Pirá (Brasil),

Suzette Veiga, Tiago Barreto,

Vanessa Correia

Paginação e execução gráfica:

Sílvio Pereira

Nota:

Todo o material publicado

nesta edição é da exclusiva

responsabilidade dos seus

autores.

_________________________

Página web:

http://revistacaeselobos.weebly.com

[email protected]

Cães & Lobos Nº 5

Colaboradores Anabela Guerreiro

[email protected]

André Moreiras

[email protected]

Diego Oliveira (Brasil)

[email protected]

Karin Pirá (Brasil)

[email protected]

Suzette Veiga

[email protected]

Tiago Barreto

[email protected]

Vanessa Correia

[email protected]

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes

traumatizantes idas às escolas de treino canino.

Características do Curso

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno).

A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condi-ções de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estuda-das.

Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conheci-mento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da apren-dizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas tam-bém para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Módulo 1 (teórico)

1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão

2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão

3ª Parte - A Comunicação Canina

4ª parte - Os Instintos

5ª Parte - Condicionamento Operante

6ª parte - Descobrir o Clicker

Estrutura Programática (resumida)

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social

8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão

9ª parte - Exercícios de Obediência Básica

10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identifica-ção, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da apli-cação do formando).

A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação.

Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conheci-mento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e preven-ção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

Estrutura Programática do Curso (Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada