nº 42 - abril a junho

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Minoritários da IPR aceitam oferta da GDF SUEZ Os dez anos da Usina Cana Brava Quanto vale a biodiversidade? A energia que vem do sol A participação da Tractebel Energia RIO+20 INFORMATIVO DA TRACTEBEL ENERGIA . ANO 8 . No 42 . ABRIL/JUNHO 2012

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Page 1: nº 42 - abril a junho

Minoritários da IPR aceitam oferta daGDF SUEZ

Os dez anos da Usina Cana Brava

Quanto vale a biodiversidade?

A energia que vem do sol

A participação da Tractebel Energia

RIO+20

INFORMATIVO DA TRACTEBEL ENERGIA . ANO 8 . No 42 . ABRIL/JUNHO 2012

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SUMÁRIO

19 16 RIO+20

16. Rio+20 - O futuro sustentável em debate

20. Tractebel doa créditos de carbono para Rio+20

32 CULTURA

32. Programa Cultural

33. Um sonho em Londres

31 TECNOLOGIA + ÉTICA

31. Os desa�os da era digital

21 ENTREVISTA

21. Energia transformadora

28 P&D

28. Tractebel desenvolve projeto inovador

30 LABORATÓRIO TOLEDO

30. Peixes para o Rio Iguaçu

24 IPR GDF SUEZ

24. GDF SUEZ anuncia compra de ações da International Power

25. Primeira carga de GNL da GDF SUEZ chega ao Brasil

26. GDF SUEZ lança programa de Microcrédito Solidário

27. XI Prêmio LIF

34 RESULTADOS

34. Tractebel Energia lucra R$ 329,5 milhões

34. Fitch classi�ca Tractebel como AAA

35 ALTA VOLTAGEM

35. Odilon Parente assume como diretor do CESTE

35. Especialista da Tractebel compõe diretoria do IBRI

08 28

03 MENSAGEM DO PRESIDENTE

03. Os desa�os após Rio+20

06 MEIO AMBIENTE

06. Quanto vale a Biodiversidade?

08. Horto preserva espécies do Cerrado

04 360º

04. Energia solar no Rio de Janeiro

04. Visita Técnica

04. Financiamento para parques eólicos no Ceará

05. Complexo Jorge Lacerda

05. Comemoração em Machadinho

05. Relatório de Sustentabilidade 2011

10 USINAS

10. 86 mil pessoas visitam usinas em 2011

12. Dez anos de Geração Consciente

14. Investimento de R$ 76 milhões em 134 projetos

Tractebel Energia2

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MENSAGEM DO PRESIDENTE

Rio+20Os desa�os após a

Manoel Zaroni – presidente da Tractebel Energia

As discussões que ocorreram na Rio+20 re�etem

a preocupação de uma parcela muito signi�cativa

da população com as condições de vida em nosso

planeta hoje e no futuro. Entre os pontos que não

suscitam dúvidas está a necessidade de reavaliar

os atuais padrões de consumo e utilizar com mais

racionalidade os recursos naturais existentes.

Com esse espírito, nós da Tractebel Energia temos

ampliado os projetos e ações que colocam a

preservação ambiental e o uso racional de recursos

naturais no cerne estratégico de nosso negócio.

Participamos da Rio+20 apoiando a apresentação de

protótipo de geração de energia elétrica, idealizado

pela COPPE, a partir das ondas do mar. Esse projeto

está em fase �nal de testes no porto de Pecém, no

Ceará, e foi incluído no programa de Pesquisa &

Desenvolvimento da Empresa.

Também nossa controladora, o Grupo GDF SUEZ,

participou do evento e, na oportunidade, lançou

no Brasil, em conjunto com o Observatório Social

Internacional (OSI), uma importante iniciativa global

contra a exclusão social e que terá o apoio do Grupo

para se expandir no País.

Hoje, na Tractebel Energia, a geração de energia

elétrica é majoritariamente proveniente de fontes

renováveis e já representa 85% do total de sua

Plínio Bordin

capacidade instalada. Este é o resultado da estratégia

adotada pela Companhia de priorizar o crescimento

de sua participação em fontes renováveis, mas

mantendo uma pequena participação em fontes

fósseis enquanto essas forem fundamentais para

garantir o atendimento da demanda, o que se veri�ca

quando a geração por meio de fontes renováveis �ca

comprometida, como nas hidrelétricas quando não

há chuvas e nas eólicas quando não há vento.

Acreditamos que o País precisa de uma matriz

energética diversi�cada, o que possibilita maior

variedade de alternativas no atendimento de suas

necessidades. Uma fonte que tem se mostrado

promissora é o aproveitamento da energia solar,

alternativa que já estamos estudando há alguns

anos e, que neste ano, é objeto de um ambicioso

projeto de pesquisa que visa conhecer melhor a

potencialidade desta fonte no Brasil. Com iniciativas

desta natureza acreditamos estar contribuindo para

a sustentabilidade de nosso negócio, minimizando

os impactos de nossa atividade e criando um sistema

onde todos ganham.

BoasNovas 3

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O BNDES (Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social)

aprovou, em 9 de maio, �nanciamento de

R$ 358 milhões para quatro parques eólicos

da Tractebel Energia no município de Trairi, no

Ceará. Com potência instalada total de

115,4 MW, o projeto entra em operação

em janeiro de 2013 e vai contar com um

investimento total de R$ 523,4 milhões. O

Projeto Trairi é composto pelas centrais

Fleixeiras (30 MW); Guajiru (30 MW); Mundaú

(30 MW) e Trairi (25,4 MW).

“É nosso primeiro empreendimento 100%

voltado ao mercado livre que conta com

�nanciamento do BNDES”, diz o presidente

da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres,

acrescentando que os quatro parques

contarão com 50 aerogeradores produzidos

no país pela Siemens Ltda. A comercialização

de energia desse projeto é uma alternativa

inovadora para a empresa, já que permite a

ampliação da oferta para os consumidores

livres especiais, ou seja, aqueles com

demanda entre 0,5 MW e 3 MW.

Zaroni explica que ao optar pela compra desta

energia incentivada, o cliente tem desconto

de 50% da tarifa de uso da rede elétrica, pois a

energia provém de parques eólicos, de usinas

termelétricas a biomassa e PCHs - pequenas

centrais elétricas. Estão neste mercado de

consumidores livres especiais, shoppings

centers, pequenas indústrias, médias

empresas e supermercados, entre outros.

O presidente informa também que o

prazo para pagamento do empréstimo do

BNDES é de 16 anos e que o contrato prevê

contrapartidas sociais da Companhia. Estão

previstos investimentos de R$ 8 milhões em

projetos que possibilitem o desenvolvimento

sustentável das comunidades locais.

A Tractebel Energia busca fortalecer sua experiência no mundo da

energia solar por meio de um ambicioso projeto de P&D (pág. 28) e pela

instalação de painéis fotovoltaicos no Parque Madureira, na cidade do

Rio de Janeiro. O sistema de geração solar fotovoltaica instalado no

parque tem capacidade instalada de 2,24 kWp, sendo composto por

16 painéis fotovoltaicos, um inversor com função de carregador do

banco de baterias, um controlador de carga e um banco de baterias

com capacidade de 2.880 Ah que fornecerá energia elétrica em corrente

contínua, na tensão de 24V para o sistema de iluminação em lâmpadas

LED do Centro de Visitantes.

O Parque Madureira é uma obra da Prefeitura do Rio que criou, no

espaço anteriormente destinado a linhas de transmissão da Light,

um ambiente para a população do bairro com atrativos esportivos,

como pistas de skate e caminhada, e culturais, como concha acústica

e sala de shows. Todo o parque tem apelo sustentável e a iniciativa

da Tractebel Energia de fornecer energia elétrica por meio de painéis

solares reforça esse aspecto do local.

parques eólicos no Ceará

Rio de JaneiroEnergia solar no

Acadêmicos do quinto período do curso de Agronomia da UNISEP (União de

Ensino do Sudoeste do Paraná) por meio da disciplina Hidráulica, Hidrologia

e Hidrometria, realizaram uma visita técnica, em abril, à Usina Hidrelétrica

de Salto Osório (PR). Acompanhados pelos professores Francielli Geremia,

Luiz Carlos Boaretto e Álvaro Rodrigo Freddo, os acadêmicos foram

recepcionados com coffe break e entrega de um kit da empresa. Após,

tiveram a oportunidade de visualizar o funcionamento interno da Usina, sua

estrutura e importância para o desenvolvimento socioeconômico da região,

presenciando - inclusive - as turbinas em plena operação. Situada no curso

principal do Rio Iguaçu, entre os municípios de Quedas do Iguaçu e São

Jorge do Oeste, a usina é gerenciada pela Tractebel Energia.

Visita Técnica

Financiamento para

360o

Beth Santos

Prefeito do Rio, Eduardo Paes, e governador �uminense, Sergio Cabral, inauguram o Parque Madureira. Ao fundo, o Centro de Visitantes com energia solar da Tractebel Energia

Tractebel Energia4

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360o

Fundamentais para a operação das unidades, o Complexo Termelétrico

Jorge Lacerda, da Tractebel Energia, recebeu em abril as licenças

de operação das três usinas - UTLA, UTLB e UTLC - e dos depósitos

de carvão, válidas por quatro anos. Complementando a gestão

socioambiental, em maio ocorreram auditorias externas, quando

as Certi�cações NBR ISO 9001,14001 e OSHAS 18001 foram

mantidas sem nenhuma não-conformidade na manutenção do SIG

(Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiental e de Saúde e

Segurança).

O processo de renovação das licenças iniciou em meados de

2010, através de reuniões periódicas entre técnicos da Tractebel

Energia, Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) e FATMA

(Fundação do Meio Ambiente). O objetivo foi avaliar o atendimento

às condicionantes das licenças em vigor, comprovando que todas

Complexo Jorge Lacerda

Mais de 300 pessoas estiveram reunidas para comemorar uma década

de conquistas e desenvolvimento da Usina Hidrelétrica Machadinho.

Foram homenageados os colaboradores que há dez anos prestam

trabalho competente e dedicado à Usina. No evento, onde estiveram

presentes o diretor presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni

Torres; o diretor de Produção, José Carlos Cauduro Minuzzo e o

diretor administrativo Luciano Andriani; o presidente do Conselho

de Administração do Machadinho Energética, Otávio Carneiro de

Rezende; o diretor da Alcoa Alumínios e vice-presidente do Consórcio

Machadinho, Ricardo de Barros Moraes Sayão; o diretor geral do

Consórcio Machadinho, Duilio Diniz de Figueiredo, falou que o momento

é de confraternização e alegria. “Comemoramos 10 anos repletos de

conquistas, inovações e aproximação com a comunidade”, a�rmou.

Em seu discurso, Zaroni reforçou de que não há desenvolvimento sem

Comemoração em

Machadinho

O Relatório de Sustentabilidade 2011 da Tractebel Energia está disponível

para todos os interessados, em especial, aos stakeholders da Companhia

exclusivamente no site www.tractebelenergia.com.br. O tema do ano

é “Energia, Movimento, Mudança”, que faz alusão ao momento atual

de mudança e dinamismo. Pelo quarto ano, o documento é preparado

com base no GRI (Global Reporting Initiative). Devida a sua transparência

Relatório de Sustentabilidade 2011

energia elétrica e cabe agora suprir demandas que proporcionem uma

melhor tranquilidade de consumo. Certi�cada pelas normas NBR ISO

9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, a usina utiliza a força da água para gerar

energia limpa e renovável. Seus proprietários são Companhia Brasileira de

Alumínio (CBA), Alcoa Alumínio S.A., Tractebel Energia S.A., Votorantim

Cimentos S.A., VALE S.A., InterCement Brasil S.A., Companhia Estadual

de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) e DME

Distribuição S.A. (DMED).

e qualidade das informações, o relatório da Tractebel

Energia é considerado A+. O Relatório de Sustentabilidade

2011 foi elaborado de forma a permitir a navegação

amigável e dinâmica pelo documento, que apresenta

infográ�cos interativos que facilitam a compreensão

das informações apresentadas.

foram cumpridas pela empresa, com destaque para o monitoramento

ambiental da região sob in�uência das usinas e melhorias nos controle

operacionais. Destacam-se também, em relação às condicionantes

das novas licenças de operação, a implantação do novo sistema de

monitoramento ambiental da qualidade do ar, com a modernização

das estações em operação e a instalação do sistema de monitoramento

online na Unisul e na FATMA.

Esse sistema deverá estar em operação até abril de 2013, com

a ampliação dos parâmetros monitorados. Simultaneamente, será

instalada uma nova estação completa de monitoramento da qualidade

do ar na Unisul, onde técnicos da universidade realizarão as análises

e acompanharão o monitoramento da qualidade do ar na região.

Luciano Comin

Em seu discurso, Manoel Zaroni Torres lembrou que não existe desenvolvimento sem energia elétrica

BoasNovas 5

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MEIO AMBIENTE

Quase uma década e meia de presença no setor elétrico nacional

marcou a trajetória da Tractebel Energia como a maior empresa

privada de geração de energia elétrica do país. Mas qual a herança

desse período de intensa atuação econômica, social e ambiental?

Para compreender e mensurar os programas socioambientais

desenvolvidos nesses 14 anos, identi�cando vulnerabilidades

e antevendo ações futuras, o departamento de Meio Ambiente

estabeleceu algumas metas. O objetivo inicial será o de identi�car

questões que exigem enfrentamento especí�co, através de informação

disponível, para a otimização da atuação empresarial nos aspectos que

compõem os preceitos da sustentabilidade.

“Estabelecemos um diálogo com entidades cientí�cas, ONGs e

instituições públicas, para quanti�cação e da avaliação dos serviços

ambientais, conhecidos também como serviços ecossistêmicos, que

já implantamos desde 1998. Precisamos saber qual o rebatimento,

ou seja, o que signi�ca esse trabalho já realizado nas hidrelétricas da

Quanto vale aBiodiversidade?

Meio Ambiente faz inventário junto a ONGs e instituições estatais para quanti�car ações ambientais realizadas nos últimos anos

empresa”, esclarece o gerente de Meio Ambiente da

Tractebel Energia, José Lourival Magri.

Dentro das ações que a companhia desenvolve na

promoção da biodiversidade, algumas iniciativas

apresentam resultados mais visíveis no curto

e médio prazos. A expansão de corredores

ecológicos, que promovem uma continuidade de

�ora e fauna entre duas áreas preservadas, por

exemplo, ocorre de maneira mais rápida em locais

menos alterados pela ação do homem, como nas

usinas de Cana Brava (GO) e Machadinho (SC/RS).

Já a recuperação de locais onde o entorno

apresenta uso mais antigo e intensivo, requer

uma ação mais direcionada. Em Itá (SC), as APPs

(Áreas de Preservação Permanente) estão sendo

expandidas em direção ao Parque Fritz Plaumann,

Shutterstock

Tractebel Energia6

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Page 7: nº 42 - abril a junho

MEIO AMBIENTE

criando assim um corredor ecológico de proteção.

Ali acontece um trabalho de conservação da

Floresta Estacional Decidual, um dos ecossistemas

mais ameaçados em Santa Catarina, onde cerca de

740 hectares de matas do entorno do Rio Uruguai

são estudadas e preservadas.

Por outro lado, nas hidrelétricas paranaenses

de Salto Santiago e Salto Osório, estão sendo

avaliadas as condições para unir “ilhas” de �orestas

nativas. “Estamos buscando parcerias para a

obtenção de dados reais, que envolvem a aferição

de detalhes como o estoque de carbono em uma

�oresta da Mata Atlântica em estado avançado de

recuperação, ou uma mata do Cerrado, além de

dados que mostrem outras variáveis”, informa Magri.

Outra ponta do plano de sustentabilidade, que

envolve a responsabilidade ambiental e social,

está relacionada com a proteção de mais de 450

nascentes, como os projetos em execução na Bacia

do Rio Tubarão (SC) e no Consórcio Machadinho

(SC/RS). Em Chopinzinho (PR) os projetos de

pesquisa da Ictiofauna, por sua vez, buscam o

repovoamento de rios e o monitoramento de peixes

migratórios. A recomposição ecológica das faixas

ciliares dos rios e reservatórios também está

associada a produção e distribuição de mudas

nativas, produzidas em cinco hortos �orestais (Salto

Osório, Salto Santiago, Itá, Cana Brava e Passo

Fundo), responsáveis pela produção de 450 mil

novas plantas anualmente.

Cabe ressaltar que em cada horto são semeadas

as espécies especí�cas da biodiversidade regional,

promovendo assim a recomposição original da

mata nativa. Até o �nal deste ano, afora as plantas

doadas para as comunidades vizinhas, mais de

350 mil mudas de árvores devem ser plantadas em

áreas antropizadas, ou seja, usadas anteriormente

para atividades agrícolas ou pecuárias, no entorno

dos reservatórios. “A recuperação dessas áreas

degradadas pela atividade agropastorial anterior à

presença da Usina soma mais de 2 mil hectares, o

que equivale a uma área de quase 2.500 estádios do

Maracanã”, exempli�ca José Lourival Magri.

Junto a essas atividades relacionam-se também

a promoção e manutenção da biodiversidade nos

Parques Ambientais implantados pela Companhia,

como o de Teixeira Soares, em Marcelino Ramos

(RS), o Parque Ambiental Jorge Lacerda (SC), com

uma área de 50 hectares destinada a projetos de

educação ambiental e o de Fritz Plaumann (SC), às

margens do lago de Itá.

VISÃO INTEGRADA BUSCA DESENVOLVIMENTO

O diretor administrativo da Tractebel Energia, Luciano Andriani, destaca

que o conceito de sustentabilidade adotado pela companhia está

inserido em ciclos de geração de valor, com níveis de compromisso, de

gestão e de resultados. A empresa, complementa ele, tem como base

um Código do Meio Ambiente, uma Política de Gestão Sustentável e uma

Política sobre Mudanças Climáticas. Essas políticas estão na estratégia

da empresa, norteiam suas ações e levaram à busca do uso racional dos

recursos naturais.

“Essa visão integrada, que busca o desenvolvimento econômico,

ambiental e social das comunidades, pode ser detectada em ações

como a racionalização do uso dos recursos naturais, que envolve

a reciclagem de resíduos”, exempli�ca. Na usina termelétrica de

Charquedas e no Complexo de Jorge Lacerda, por exemplo, cinzas

remanescentes da queima do carvão são usadas na produção de

cimento. Da mesma maneira, a Unidade Cogeração Lages (SC) destina

as cinzas residuais como material para correção do solo para as lavouras

da região. As cinzas pesadas (que �cam depositadas no fundo da

caldeira após a queima do carvão) das termelétricas estão sendo usadas

como meio de cultura para a produção de plantas nativas �orestais e

ornamentais em um programa de Pesquisa e Desenvolvimento, em

parceria com a Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina).

De modo geral, os projetos de P&D priorizam investimentos em

conservação do Meio Ambiente e fontes de energias renováveis, como

a utilização da palha de arroz em consórcio com o carvão mineral,

em parceria com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina); o

desenvolvimento do projeto da usina solar fotovoltaica e a geração de

energia a partir das ondas do mar (COPPE/UFRJ), entre outros.

Andriani sublinha que de nada valeriam os padrões éticos estabelecidos,

se não fossem compartilhados no dia a dia com todo o público envolvido

direta e indiretamente com a Companhia, e aqui se trata de mais de 80

municípios onde a Tractebel está presente. “O bom exemplo vem de

casa, pois mais de 90% da capacidade instalada operada pela Tractebel,

ou seja, 15 das maiores usinas da companhia, já estão certi�cadas pelas

normas NBR isso 9001 (Qualidade), NBR ISSO 14001 (Meio Ambiente) e

OHSAS 18001 ( Saúde e Segurança no Trabalho)” completa Andriani.

Shutterstock

BoasNovas 7

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Cajuzinho do cerrado, fruto da região

Baru, rica em ferro e proteínas, a pequenina castanha do Baru é deliciosa e ideal para o preparo de doces e comidas bem brasileiras

Chichá, árvore majestosa que produz fruto avermelhado que abriga amêndoa saborosa

MEIO AMBIENTE

Espécies do CerradoHorto preserva

Na cidade de Minaçu, Goiás, nativos repassam sabedoria sobre árvores e frutos da região

A união da sabedoria popular com modernas

técnicas de re� orestamento está garantindo a

preservação de algumas espécies de árvores e

frutos do Cerrado, cultivados no horto da Usina

Hidrelétrica Cana Brava, em Minaçu (GO). Árvores

frutíferas, como Pequi, Mangaba, Cajuzinho,

Baru, Mutamba, Buriti e Cajá, entre tantas outras,

abastecem projetos de re� orestamento em

APPs (Áreas de Preservação Permanentes), de

recuperação de matas ciliares e chegam às fazendas

lindeiras ao empreendimento. Atualmente, o horto

abriga 71 espécies nativas do Cerrado, produzindo

cerca de 54 mil mudas anuais.

“Estamos promovendo a conservação das nossas

matas e passando aos mais jovens o conhecimento

sobre plantas que só existem aqui na nossa região”,

diz Manoel Bom� m Jardim, proprietário da Cerradão,

uma microempresa criada especialmente para

administrar a produção das mudas. Segundo ele,

a iniciativa conseguiu unir de maneira efetiva o

conhecimento da comunidade com uma atividade

econômica, que tem auxiliado muito na recuperação

das matas e plantas do Cerrado. Desde que o

Horto Florestal foi implantado, em 2008, já foram

produzidas mais de 150 mil mudas entre árvores

frutíferas e não frutíferas, como a Aroeira, espécie

classi� cada como vulnerável à extinção pelo

Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis).

A ideia de reunir o conhecimento popular da � ora

local em uma empresa composta pelos nativos

da região surgiu logo após a criação do horto, que

nascia com o objetivo de unir o conhecimento das

populações do Cerrado às ações de conservação

e promoção da biodiversidade. O passo seguinte

foi sensibilizar a comunidade, que adotou a ideia

de preservação das espécies locais, muitas ainda

desconhecidas dos mais jovens. Foi assim que

surgiu a a microempresa Cerradão, com o apoio

da Tractebel Energia, e que proporciona aos

trabalhadores a oportunidade de voltar a estudar,

assegurando a todas as famílias envolvidas os

benefícios trabalhistas.

A Aroeira, espécie classi� cada como vulnerável à extinção pelo IBAMA, é uma das árvores não frutíferas existentes no horto de Cana Brava

Arquivo Tractebel Arquivo Tractebel Arquivo Tractebel

Tractebel Energia8

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Page 9: nº 42 - abril a junho

MEIO AMBIENTE

DE PAI PRA FILHO

Incentivados pela Tractebel Energia, os funcionários

da Cerradão passaram por um processo de

alfabetização de jovens e adultos, amparados

por uma atuação empresarial que garante saúde,

segurança e remuneração justa. Em troca,

disseminam as técnicas locais que garantem a

boa coleta de sementes e produção de mudas, em

ensinamentos transmitidos de pai para �lho através

de gerações.

Hoje a empresa conta com 11 funcionários,

todos membros da comunidade. Parte deles é

descendente dos kalungas, população de origem

negra que se estabeleceu na região há mais

de 200 anos e guarda profundo conhecimento

sobre a vegetação nativa, fundamental para a

manutenção do projeto. Antes de empregarem seus

conhecimentos de coleta e cultivo das sementes na

Cerradão, muitos desses agricultores trabalhavam

de maneira informal nas fazendas da região.

Localizada entre os municípios de Cavalcante,

Minaçu e Colinas do Sul, a Usina Hidrelétrica de

Colaboradores da empresa Cerradão e da Tractebel Energia entregaram 10 mil mudas de plantas nativas à Fundação Pró-Natureza

Cana Brava iniciou as operações em 2002, com

uma capacidade instalada de 450 MW. Antes disso

teve início uma série de 23 programas prioritários,

destinados a minimizar impactos ambientais e

sociais do empreendimento. “Graças a força

educacional desses programas, como a criação e

distribuição de mudas nativas, a população local e

muitos fazendeiros de áreas lindeiras passaram a

abandonar técnicas nocivas como o desmatamento

e a queima, adotando o plantio de mudas na

recuperação de nascentes e áreas degradadas”,

destaca Andréia Szortyka, analista de meio ambiente

das usinas hidrelétrias Cana Brava e São Salvador.

Das mudas produzidas no viveiro, já foram utilizadas

cerca de 10 mil na recuperação de áreas, como

o antigo canteiro de obras e áreas de segurança

da usina. Dali também saem as árvores que irão

auxiliar nas ações de conservação da Bacia do Rio

Tocantins, área de in�uência do reservatório, além

de mitigar os impactos ambientais causados pela

operação da hidrelérica.

Ronaldo/A7

BoasNovas 9

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USINAS

86 mil pessoasvisitaram as usinas em 2011

Todas as semanas, as principais usinas da Tractebel Energia são visitadas por um público curioso e participativo. São estudantes

da rede pública, acionistas e investidores, que participam dos programas de relacionamento com a comunidade, conhecendo

de perto os processos de geração de energia e os projetos de educação ambiental. Em 2011, nada menos que 86 mil visitantes

conheceram os projetos desenvolvidos pela companhia, que prezam pela preservação do meio ambiente e a responsabilidade

social, aproximando a comunidade dos distintos processos de geração de energia.

Se as visitações técnicas desvendam os conceitos básicos da

produção de energia elétrica, nos programas de educação ambiental

são abordados os princípios de sustentabilidade e preservação, em

caminhadas pelas hortas-modelo e hortos �orestais. “Achei muito

interessante a matéria-prima utilizada, o fechamento do ciclo desta

geração de energia e o comprometimento ambiental e social da

Tractebel. Fiquei muito interessada, como cliente, na evolução dos

projetos da empresa”, revela a gerente de compras da Vulcan, empresa

do Grupo Brasil, Milca Colombo. Ela participou de um programa de

visitação e conheceu de perto o funcionamento da usina de biomassa -

Unidade Cogeração Lages (SC), que produz energia elétrica e vapor

a partir da queima de resíduos de madeira como combustível.

Hidrelétricas e Termelétricas recebem no Programa de Visitas estudantes, clientes e até investidores, que conhecem de perto os diferentes processos de geração de energia e os projetos ambientais

Bem distante da usina catarinense, mas com o

mesmo intuito educacional, as comunidades dos

municípios de Cavalcante, Minaçu e Colinas do Sul,

no estado de Goiás, recebem aulas de preservação

ambiental. O programa de visitas à Usina Hidrelétrica

Cana Brava, que ocorre periodicamente, mostra

a estudantes e à população local a importância

de preservar as espécies nativas do Cerrado e as

consequências nefastas das queimadas, prática

comum na região.

Para ampliar cada vez mais a consciência

ambiental da comunidade, os técnicos da Tractebel

Programa de Visitas Cana Brava

Arquivo Tractebel

Tractebel Energia10

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Page 11: nº 42 - abril a junho

USINAS

apresentam aos estudantes as mudas de plantas

nativas criadas no viveiro da usina, abordando todo

o processo que envolve desde a coleta de sementes

até a germinação, produção e plantio. A mensagem

de preservação também é levada aos estudantes em

palestras que acontecem nas escolas da região. De

2008 até hoje, entre palestras e visitações à usina de

Cana Brava, mais de 8.500 pessoas conheceram os

valores e o compromisso ambiental da Companhia,

entre palestras e visitações à usina de Cana Brava.

CONTEÚDO DA SALA DE AULA AO AR LIVRE

Quando a Tractebel Energia adquiriu o Complexo

Termelétrico Jorge Lacerda, em 1998, deparou-se

com dois problemas sócioambientais: a degradação

da área de bene�ciamento do carvão e a percepção

negativa que a população de Capivari de Baixo e

Tubarão tinham do empreendimento, após 50 anos

de problemas ambientais. Com a recuperação

das áreas degradadas, por meio de programas

direcionados, restava intensi�car a relação com a

comunidade, abrindo as portas da empresa para as

pessoas conhecerem de perto as mudanças pelas

quais a usina estava passando.

A partir de 2000, o Programa de Visitas ao Complexo

foi melhor estruturado, com um atendimento

direcionado aos visitantes. “As turmas �cam

maravilhadas com as visitas, porque ver na prática

a geração de energia e comparar com o que foi

trabalhado no conteúdo de sala de aula faz toda

a diferença”, revela a orientadora educacional da

Escola de Educação Básica Visconde de Mauá, de

Capivari de Baixo, Alcionara Nunes Guimarães. Ela

destaca que os alunos, principalmente os oriundos

de uma comunidade carente da região, di�cilmente

teriam a oportunidade de testar os conhecimentos

adquiridos em aulas como as de Ciências e

Geogra�a se não fossem as visitas guiadas à Usina e

ao horto. “Quando eles visitam a horta ambiental da

Tractebel e conhecem a história da recuperação das

áreas degradadas, �cam com os olhos brilhando”,

diz a professora, que está iniciando na própria escola

uma horta comunitária.

De acordo com Edla Zim da Silveira, do Núcleo

Administrativo do Complexo, embora as visitas

possuam um aspecto lúdico ou turístico, não

perdem o caráter essencialmente didático.

“Percebemos isso pelo número de indicações que

os educadores fazem a outros educadores que

ainda não visitaram o Complexo Termelétrico”, revela. Segundo ela,

o programa de visitações mostra também, de forma transparente, a

importância da empresa na cadeia produtiva, transformando o carvão

em energia elétrica e os investimentos na proteção e recuperação do

meio ambiente.

Para as crianças, a união de uma atividade lúdica com a absorção de

novos conhecimentos completa um ciclo de aprendizagem. “Aprendi

a cuidar melhor da natureza. Sem energia é impossível viver. Achei

interessante também poder conhecer de perto uma usina e como

ela funciona. Recebi uma muda de acerola e gostei bastante; minha

mãe plantou”, diz Evelyn de Oliveira de Maria, que cursa o 6º ano

do ensino fundamental em Capivari de Baixo. Já a colega Renata

Franz disse que o mais importante foi aprender como funcionam as

usinas. “Gostei também de ganhar uma muda de cereja que meu pai

plantou”, completa Renata. Desde o início do programa, já passaram

pelo Complexo mais de 90 mil visitantes, sendo 23 mil apenas em

2011, incluindo as visitações às usinas e aos programas de Educação

Ambiental, como a Horta Modelo e Horto Florestal.

A metodologia do Programa de Educação Ambiental nas usinas da

Tractebel Energia obedece ao estabelecido pela Norma ISO 14001 e o

atendimento ao público pode ser de per�l educacional ou institucional,

aí incluídos os ensinos fundamental, médio, técnico, superior; e as

visitas técnica, institucional, política e ambiental.

Programa de Visitas Cana Brava

Programa de Visitas Complexo Jorge Lacerda

Arquivo Tractebel

Arquivo Tractebel

BoasNovas 11

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Page 12: nº 42 - abril a junho

A construção de escolas, a abertura de estradas e a

implementação de 23 programas socioambientais

são algumas das mais importantes realizações

contabilizadas pela gerência da UHCB (Usina

Hidrelétrica de Cana Brava), ao completar 10 anos

de implantação do empreendimento, localizado

entre os municípios goianos de Cavalcante, Minaçu e

Colinas do Sul.

USINAS

Geração Consciente

Dez anos de

Hidrelétrica Cana Brava inaugurada em maio de 2002, a primeira construída no Brasil com 100% de capital privado, proporciona crescimento social, ambiental e econômico para as cidades goianas de Cavalcante, Minaçu e Colinas do Sul

Plinio Bordin

Tractebel Energia12

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Page 13: nº 42 - abril a junho

Welviston Marques Silva, gerente da usina, destaca

as ações que envolvem o desenvolvimento social

e ambiental dos municípios lindeiros da usina,

como promotoras de novas perspectivas para a

população rural e dos centros urbanos regionais.

“Nesses 10 anos sempre focamos em minimizar

impactos ambientais e promover o desenvolvimento

sustentável, em áreas ligadas ao turismo, pesca,

agricultura e serviços”, explica o gerente.

Entre os investimentos que marcam a presença

da Tractebel Energia em obras de infraestrutrura

regional, destacam-se a implementação de 300 km

de estradas, sendo 22,5 km da estrada estadual

GO 464, totalmente nova e asfaltada; a abertura de

83,8 km de estradas em terras novas; e 170 km de

melhorias em estradas principais e secundárias de

terra.

A chegada da hidrelétrica também in�uenciou

diretamente na qualidade da educação. “Estivemos

à frente de atividades relevantes, como a construção

da Escola Morro Encantado, no centro do município

de Cavalcante; a construção da creche Lar Menino

Jesus, em Minaçu, além da doação de ônibus

escolar para o uso das famílias de Limoeiro, Vila

Vermelho e Rocinha”, enumera Welviston Silva. Ele

acrescenta ainda a importância de ações como a

doação de instrumentos musicais e kits de vídeo

e aparelhos de som para a Escola de Minaçu, que

contribuíram para o programa de alfabetização

de adultos, impulsionado pela companhia, além

de materiais escolares diversos para as escolas

públicas de região.

As ações sociais também incluem um completo

projeto de revitalização da Vila Vermelho, um

povoado com 46 famílias, que recebeu escola com

cinco salas de aula, biblioteca e sala de professores,

além de inúmeras benfeitorias. Dentre elas

destacam-se obras destinadas à geração de renda

para a comunidade, como a criação de uma horta

comunitária, a construção de estradas e mais de 50

conjuntos de banheiros e áreas de serviço para as

residências, além de uma barragem para a captação

de água. A população também recebeu apoio para

as atividades ligadas à pesca, com a construção de

um abrigo de pesca e lazer e a doação de barcos e

balsas.

Em Minaçu foi construída a Estação de Tratamento

de Água e Esgoto, obra de extrema importância para

o município. Também foram doadas 24 casas na Vila

de Furnas, aos desabrigados da enchente do Rio

Bonito, sem qualquer relação com a obra da Usina.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO

Os programas de educação ambiental também

são destaque nas ações da UHCB nesses 10 anos.

Todos os meses, estudantes e representantes da

população local conhecem, através de um programa

de visitas e educação ambiental, o Viveiro de

Mudas, administrado pela microempresa Cerradão,

criada para difundir a importância da produção de

mudas nativas do Cerrado. Dentro da Usina, essas

mudas são semeadas e produzidas, até chegarem

nas matas ciliares da região e terrenos vizinhos

à hidrelétrica, contribuindo para a promoção da

biodiversidade local, ameaçada por queimadas e

falta de conscientização.

Por outro lado, os programas de monitoramento

ambiental proporcionam à comunidade cientí�ca

um maior conhecimento sobre variáveis ambientais,

graças ao desenvolvimento de programas ligados a

limnologia e qualidade da água, e o monitoramento

da ictiofauna, entre outros.

Junto a esses programas, a direção da Tractebel

Energia aposta no grande potencial turístico que

o reservatório pode agregar aos municípios da

região, como a implementação da pesca esportiva,

campeonatos de jet ski e trilhas ecológicas, entre

outros. Para a gerência da UHCB, uma boa gestão

ambiental e patrimonial desses reservatórios pelos

Concessionários, compartilhada com as demais

partes interessadas, é de suma importância para

manutenção da melhor qualidade ambiental possível

desse recurso.

Nesses 10 anos sempre focamos em minimizar impactos ambientais e promover o desenvolvimento sustentável.Welviston Marques Silva, Gerente da UHCB

Plinio Bordin

BoasNovas 13

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Page 14: nº 42 - abril a junho

USINAS

Com 75% de sua capacidade instalada e já atingindo 92% da energia

assegurada da usina, a Hidrelétrica Estreito não para de investir na

região. Entre junho de 2010 e dezembro de 2013 serão disponibilizados

R$ 76,6 milhões para 134 projetos de infraestrutura, desenvolvimento

social e econômico. Desses, 42 estão no setor de educação, 31 em

saneamento, 22 em saúde, 20 para o desenvolvimento econômico e 19

em desenvolvimento social.

Agricultura familiar, Artesãs de Babaçu, Entreposto de Mel, Associação

Frutas do Cerrado, entre outras, são instituições novas, frutos de

programas da Usina na área de desenvolvimento econômico.

Na Educação, por exemplo, foram construídas creches, bibliotecas,

centros de inclusão digital e ginásios de esportes. O transporte escolar e

as aulas de alfabetização também são programas já em andamento.

Iniciativas de saneamento são desenvolvidas em parceria com a

R$ 76 milhões em 134 projetos

Investimento de

Foram construídas, creches, bibliotecas, centros de inclusão digital e ginásios de esportes.

Elizabeth Pací�co

Tractebel Energia14

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Page 15: nº 42 - abril a junho

USINAS

Superintendência do Desenvolvimento Urbano,

Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e Ministério

das Cidades. Estações de Tratamento de Água e de

Esgoto estão sendo construídas nos municípios,

e adquiridos equipamentos para reciclagem e

caminhões compactadores de lixo. No município de

Carolina (MA), foi ampliada e melhorada a Estação de

Tratamento de Água.

A Associação dos Barqueiros de Babaçulândia

(ABBTO) recebeu no início de junho do CESTE

(Consórcio Estreito Energia) um barco de

dois andares e uma ampla estrutura física de

aproximadamente 500m², onde já funciona a

nova sede da associação. A doação, tanto da

embarcação quanto da sede da Associação, que

constituem o Projeto Banzeiro do Lago, integra o

Projeto Investimento Social Estreito do CESTE.

A implantação desse projeto em Babaçulândia,

nomeado pelos próprios barqueiros do município

como Banzeiro do Lago, tem como �nalidade

efetivar espaço permanente para realização de

MAIS UMA MÁQUINA ENTRA EM OPERAÇÃO

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)

autorizou no �nal de maio a operação comercial da

sexta unidade geradora da Usina Hidrelétrica Estreito,

com 135,8 MW de potência instalada. Com isso, a

usina de 1.087 MW, já tem 814 MW em funcionamento.

As outras duas unidades geradoras da usina têm

previsão de início de funcionamento ainda no segundo

semestre deste ano. Estreito é operada pelo CESTE

(Consórcio Estreito Energia), formado pela Tractebel

(40,07%), que além de acionista é também a empresa

responsável pela operação e manutenção da

hidrelétrica. Vale (30%), Alcoa (25,49%) e Camargo

Corrêa (4,44%) completam o Consórcio. Com todas

as oito unidades geradoras em plena operação,

a hidrelétrica, localizada no município de Estreito,

Maranhão, e nos municípios de Aguiarnópolis e de

Palmeiras do Tocantins, ambos no Tocantins, poderá

alcançar seus 1.087 MW de potência instalada de

energia, o su�ciente para abastecer uma cidade de

quatro milhões de habitantes.

capacitações, eventos, execução de práticas

pedagógicas para toda a comunidade, cursos para

jovens e adultos, além de receber o turista de uma

forma planejada e estruturada.

Leandro Provedel

Elizabeth Pací�co

BoasNovas 15

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Page 16: nº 42 - abril a junho

RIO+20

O futuro sustentável em debate

RIO+20

Vinte anos após a primeira Conferência das Nações Unidas, quando

o tema desenvolvimento sustentável foi inserido no topo da agenda

internacional, o Rio de Janeiro recebeu pela segunda vez a Conferência

das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,

nos dias 20, 21 e 22 de junho.

Mais de 100 chefes de estado participaram da Conferência para

rea�rmar o comprometimento político ao desenvolvimento sustentável.

Os 193 estados membros das Nações Unidas estavam representados

na Rio+20 e mais de 50 mil participantes estavam inscritos, entre eles

2,5 mil presidentes de empresas.

As discussões tiveram como foco dois temas especí�cos: a economia

verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação

da pobreza; e o panorama institucional para o desenvolvimento

sustentável.

Como líder global nos setores de energia e meio ambiente, e como a

maior produtora privada de energia do Brasil, a GDF SUEZ,

a IPR- GDF SUEZ América Latina e a Tractebel Energia participaram

de uma variedade de eventos durante a conferência. A delegação da

GDF SUEZ chegou ao Brasil no dia 17 de junho, liderada pelo presidente

do Grupo, Gérard Mestrallet.

Várias unidades de negócios da GDF SUEZ estiveram presentes nos

mais de 500 eventos paralelos que aconteceram durante a Rio+20,

demonstrando o compromisso do Grupo com o desenvolvimento

sustentável.

Tractebel Energia16

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Page 17: nº 42 - abril a junho

RIO+20

WORKSHOP “ACESSO A ENERGIA E

RELACIONAMENTO COM STAKEHOLDERS”,

NO PAVILHÃO FRANCÊS, NO PARQUE DOS ATLETAS.

O objetivo do workshop foi apresentar as diferentes soluções

sustentáveis desenvolvidas no setor de energia e meio ambiente.

O workshop foi aberto por Manuel Colcombet, Diretor de Estratégia,

Portfólio e Gerenciamento de riscos da IPR – GDF SUEZ América

Latina, que ressaltou a crescente demanda no Brasil por utilities

sustentáveis. Philipp Hauser, gerente de Mercado de Carbono da

IPR-GDF SUEZ América Latina, deu uma visão geral do aumento da

demanda de energia no país e as diferentes opções existentes para se

produzir energia limpa, e�ciente e segura no país. Sergio Maes, gerente

de Pesquisa e Desenvolvimento da Tractebel Energia, apresentou os

projetos de pesquisa e desenvolvimento da empresa, como o projeto

piloto de produção de energia a partir das ondas do mar, cujo protótipo

foi uma das atrações do estande da COPPE no Parque dos Atletas.

Representando a SUEZ Environnement, Marcelo Gomes, diretor

comercial da Degrémont Brasil, descreveu soluções atuais e futuras de

desenvolvimento sustentável no setor de suprimento de águas no Brasil.

FÓRUM DE SUSTENTABILIDADE

GLOBAL COMPACT: “A VISÃO DOS CEOS

E ONGS SOBRE AS INOVAÇÕES NA

ÁREA DA SUSTENTABILIDADE”

O CEO da GDF SUEZ, Gérard Mestrallet, abriu

as discussões do Fórum sobre inovações para o

desenvolvimento sustentável, dando exemplos de

parcerias entre empresas e ONGs. O objetivo do

fórum era compartilhar experiências de diálogos

entre stakeholders, ONGs e empreendedores

sociais para promover projetos inovadores, o

desenvolvimento sustentável local e a criação de

valor compartilhado. Gérard Mestrallet estava

acompanhado do presidente do IDDEAS (Instituto

para o Desenvolvimento de Energia Natural e

Sustentabilidade), Fabio Rosa, com quem selou um

acordo para promover o acesso a energia por parte

das populações carentes.

BoasNovas 17

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Page 18: nº 42 - abril a junho

ABERTURA OFICIAL DO ESTANDE DA COPPE,

APOIADO PELA TRACTEBEL ENERGIA

Com apoio �nanceiro da Tractebel Energia, a COPPE montou durante

a Rio+20 um estande no Parque dos Atletas, com uma exposição sobre

seus projetos na área de pesquisa e desenvolvimento, entre eles,

o carro-chefe da exposição, o protótipo da usina de ondas, visitado

pelo presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni, o presidente da

IPR - GDF SUEZ Brasil, Maurício Bahr, o presidente da IPR- GDF SUEZ

América Latina, Jan Flachet, e o presidente da GDF SUEZ, Gérard

Mestrallet. Concebida pela COPPE e �nanciada pela Tractebel Energia,

a usina está em fase �nal de testes, em Pecém (CE), e consiste em

�utuadores capazes de gerar energia elétrica a partir das ondas do mar,

o primeiro protótipo com este tipo de tecnologia na América Latina.

A Usina gerou seus primeiros Kwh no dia 24 de junho.

O movimento das ondas é a fonte para a geração de energia elétrica

limpa e sem emissões de rejeitos ou gases de efeito estufa. Além disso,

a tecnologia utilizada na usina é 100% nacional.

LANÇAMENTO DA FACE BRASIL

Durante cerimônia no estande da Tractebel Energia/

COPPE, a fundação FACE, uma iniciativa social

da qual a GDF SUEZ participa em conjunto com o

OSI (Observatoire Social International), foi lançada

no Brasil. Estiveram presentes o presidente da

GDF SUEZ Gérard Mestrallet, como Presidente

do FACE, o presidente do OSI e também diretor de

Recursos Humanos da GDF SUEZ, Muriel Morin, e o

presidente da IPR – GDF SUEZ, Maurício Bahr, além

de vários outros parceiros. Durante o evento, houve a

assinatura o�cial do acordo para a criação da

FACE Brasil.

Demonstração da Usina de Ondas foi o destaque no estande patrocinado pela Tractebel

Tractebel Energia18

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Page 19: nº 42 - abril a junho

BASD BUSINESS DAY

(BUSINESS ACTION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT)

Organizado pelo WBCSD (World Business Council for Sustainable

Development), pela Câmara de Comércio Internacional e pelo Global

Compact, o BASD Business Day teve várias sessões dedicadas a

temas-chave para a GDF SUEZ, como o acesso à energia e à água, e a

economia verde.

Na sessão sobre “Acesso à Energia”, discursaram Gérard Mestrallet,

Jean-Pascal Tricoire, CEO da Schneider Electric, e Heikki Holmas,

ministro norueguês para o desenvolvimento internacional, que

reforçaram que o acesso universal à energia é a maior prioridade e um

dos três objetivos da iniciativa “Energia Sustentável para Todos” do

Secretário Geral das Nações Unidas. Durante a palestra, foi debatido

ainda o importante papel das empresas na contribuição para o acesso

a energia, assim como as decisões políticas e de empreendedores

a respeito das diferentes soluções necessárias para atender as

demandas de mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo.

Pinguelli, Mestrallet, Bähr e Zaroni - união de esforços pelo desenvolvimento de energia sustentável

BoasNovas 19

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Page 20: nº 42 - abril a junho

créditos de carbono para Rio+20A Tractebel Energia doou cinco mil créditos de carbono para o Comitê Nacional de Organização

da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+ 20, para ajudar

a neutralizar as emissões de CO2 resultantes do evento. Os cinco mil créditos de carbono

doados pela Tractebel Energia são oriundos da Usina Cogeração Lages (UCLA), situada em

Santa Catarina, que utiliza resíduos da indústria moveleira local como matéria-prima para a

geração de energia. “Na condição de maior geradora privada de energia do Brasil e empresa

sustentável, vimos essa oportunidade como uma forma de demonstrar nosso compromisso

com o meio ambiente e o futuro da sociedade”, comentou o presidente da Tractebel, Manoel

Zaroni Torres.

A Unidade Cogeração Lages fornece simultaneamente energia elétrica e térmica a partir de

uma mesma fonte primária de energia. No processo de cogeração, o vapor obtido em uma

caldeira – que utiliza resíduos de madeira como combustível – pode ter dois destinos: enquanto

uma parte aciona um turbogerador de energia elétrica, a outra parte pode ser fornecida

diretamente às indústrias para suprir seu processo produtivo. A UCLA utiliza uma caldeira de

moderna tecnologia, que permite um rendimento de até 85%, enquanto as caldeiras usadas

pela indústria atingem o rendimento máximo de 40%. Tudo isso utilizando como combustível

a biomassa: uma mistura feita de serragem, maravalha e cavacos, resíduos que eram, até

então, refugados pelas indústrias. Em pleno funcionamento, a UCLA pode utilizar até 400 mil

toneladas de resíduos de madeira por ano.

Além de suprir boa parte do consumo de energia da região, a Usina fortalece a economia,

agregando valor a um subproduto anteriormente desprezado e estimulando o desenvolvimento

sustentável da indústria madeireira de re�orestamento. A unidade é a primeira planta de

biomassa da Tractebel Energia e uma das maiores do Brasil. A outra Usina à biomassa da

Tractebel �ca em Ibitiuva (SP) e utiliza bagaço de cana de açúcar para gerar energia.

A cidade catarinense de Lages é um dos maiores

polos madeireiros do Brasil e �ca a 220 km de

Florianópolis. Suas indústrias compõem um dos

setores de maior demanda por energia térmica,

pois seu processo de produção exige a secagem

da madeira, o que requer a queima de um volume

muito grande de combustível, provocando a emissão

de partículas na atmosfera. Além disso, o resíduo

de madeira gerado por essas indústrias, quando

estocado de forma inadequada, pode contaminar

os rios e representar um alto risco de incêndio. Esse

cenário é ideal para a implantação de uma unidade

de cogeração.

A cogeração soluciona problemas ambientais

e industriais. A UCLA recebe os resíduos das

madeireiras e em troca fornece vapor às indústrias, permitindo o desligamento das

caldeiras individuais, que consequentemente deixarão de produzir emissões atmosféricas,

e�uentes líquidos e resíduos sólidos. E utilizando o resíduo da madeira como combustível, o

material deixa de ser uma ameaça para o ecossistema.

As emissões atmosféricas da UCLA passam por lavadores de gases que retêm as cinzas

resultantes da queima da biomassa, fazendo com que essas emissões atendam aos

padrões estabelecidos pela legislação. O consumo total da água utilizada na UCLA é, de no

máximo, 2% da menor vazão do Rio Caveiras, observada nos últimos 50 anos. Os resíduos

sólidos resultantes da queima da biomassa são constituídos por cinzas da combustão da

madeira, que passam por um sistema de tratamento, podendo depois ser utilizados na

agricultura, na indústria e em áreas de re�orestamento.

Através da Unidade Cogeração Lages, a Tractebel Energia reforça seu envolvimento com o

equilíbrio ambiental e o desenvolvimento sustentável. Assim ela rea�rma seu compromisso

e também sua vocação de sempre descobrir novas alternativas para ajudar o Brasil e o

mundo na busca de soluções ecologicamente corretas.

UM MODELO DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Tractebel doa

RIO+20

Plinio Bordin

Tractebel Energia20

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Page 21: nº 42 - abril a junho

As nações unidas declararam 2012 “Ano

Internacional da Energia Sustentável para Todos”,

dando apoio a uma campanha para não apenas

fornecer energia acessível aos cidadãos até mesmo

dos países mais pobres mas, também, uma energia

que atenda às necessidades atuais sem colocar

em risco as das gerações futuras. Observando que

a população mundial estava em vias de superar

os 7 bilhões, o Secretário-Geral das ONU, Ban

Ki-moon, observou numa conferência sobre energia

ENTREVISTA

Energia Transformadora

Gerard Mestrallet deu uma missão à GDF SUEZ: fornecer energia sustentável ao mundo.

Por John McLaughlin / matéria originalmente publicada pela NYSE Magazine

realizada em Oslo em outubro passado: “Uma pessoa em cada cinco

não tem acesso à energia moderna; 3 bilhões de pessoas dependem

de carvão ou madeira para cozinhar e se aquecer”, combustíveis que,

de uma maneira ou de outra, prejudicam o meio ambiente. Essas

pessoas, disse Ban Ki-moon, “são pobres em energia. E a pobreza

energética está se traduzindo em uma pobreza abjeta e desumanizante”.

A energia sustentável para todos é uma missão de que Gerard

Mestrallet, presidente e CEO da GDF SUEZ, fala com senso de urgência

e apaixonadamente, observando que a razão de ser de sua própria

empresa é “das pessoas para as pessoas. Nossa missão inclui reagir às

Arquivo GDF SUEZ

BoasNovas 21

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Page 22: nº 42 - abril a junho

ENTREVISTA

Até 2030, entre 80% e 90% das necessidades adicionais de energia virão de países fora da OCDE.

UM LUGAR NA HISTÓRIA

A GDF SUEZ nem sempre foi líder do setor

energético. A Compagnie de Suez foi fundada em

1858 para construir e operar o Canal de Suez, com

o objetivo de ligar o Oriente e o Ocidente. Quando

o canal foi nacionalizado, quase um século depois,

diz a empresa, ela investiu a indenização recebida

do Egito em bancos, acabando por criar o Banque

Indosuez, entre outros.

Mestrallet trabalhou para o Ministério da Fazenda da

França antes de entrar para a Compagnie de Suez,

em 1984. Uma de suas primeiras medidas após

tornar-se CEO, em 1995, foi abrir mão da unidade

�nanceira e concentrar-se em energia.

O passo foi uma mudança fundamental: segundo

Mestrallet, o público “não via distinção entre a

Compagnie de Suez e o Banque Indosuez”.

Seguiram-se outras alienações e aquisições. A

fusão com a estatal Gaz de France, em 2008 deu

à empresa o novo nome de GDF SUEZ e conferiu

ao Estado Francês 36% das ações da entidade

resultante. A aquisição, em 2011, de 70% da britânica

International Power PLC consolidou a posição da

GDF SUEZ na produção independente de energia

e expandiu sua presença em diversos mercados

cruciais, inclusive o dos Estados Unidos e de

economias emergentes em que, diz Mestrallet, a

transação irá “acelerar o desenvolvimento”.

Sob sua liderança, a GDF SUEZ conquistou

diversas posições de liderança: maior produtora

necessidades energéticas e fazê-lo, cada vez mais,

com recursos renováveis. O mundo precisa de todas

as formas de energia para atender às necessidades

do crescimento.” E Bruno Bensasson, diretor de

estratégia e desenvolvimento sustentável da empresa

acrescenta: “A sustentabilidade está no centro de

nossa identidade”.

Embora reconheça que algumas fontes de energia

precisam ser repensadas antes de ser usadas em

ampla escala (ver em “Por Uma Energia Segura”,

na página seguinte), Mestrallet, 63, engenheiro

aeronáutico formado pela École Polytéchnique,

tem a fé característica dos engenheiros na capacidade

da engenhosidade humana de encontrar caminhos.

“É o que teremos que fazer, se quisermos usar os

enormes depósitos de carvão e gás de xisto que

nosso consumo crescente exige sem causar danos

signi�cativos ao meio ambiente”, disse o executivo.

independente e energia do mundo, com

capacidade instalada de 117,3 Gigawatts; maior

importadora de gás liquefeito e maior fornecedora

de energia e serviços de e�ciência ambiental da

Europa; e segunda maior prestadora de serviços

de água e esgoto do mundo. Mestrallet a�rma que o

amplo escopo da GDF SUEZ, junto com seu porte,

lhe confere uma vantagem competitiva (ver grá�co

da página seguinte).

A GDF SUEZ volta cada vez mais a atenção para o

mundo em desenvolvimento. “Até 2030, entre 80%

e 90% das necessidades adicionais de energia

virão de países fora da OCDE (Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico)”, diz

Mestrallet.

A abordagem da empresa envolve o

estabelecimento de capacidade em um país

e posterior expansão. Por exemplo, Mestrallet

observa que, 11 anos depois da entrada no Brasil,

a divisão Tractebel Energia da empresa passou

a ser “uma empresa local e maior produtora

privada de energia do país”, operando 22 usinas

geradoras, entre elas 12 hidrelétricas. A enorme

usina hidrelétrica de Jirau, na bacia do rio Madeira,

deve entrar em atividade no ano que vem, com

capacidade instalada de 3.750 Megawatts.

Mestrallet diz que o projeto da barragem

de Estreito, cuja construção custará US$ 2,75

bilhões e que deve estar plenamente operacional

no segundo semestre de 2012, já está fazendo

diferença.

O projeto em Estreito permite entrever a maneira

como a empresa opera. A GDF SUEZ detém

participação de 40,07% no CESTE, o consórcio

construtor e operador da hidrelétrica de 1.087

Megawatts que exigiu remoção e recolocação

de povos locais e um desvio do rio Tocantins. Os

parceiros do CESTE estão investindo em quase

200 projetos diferentes concebidos para atenuar

e compensar a perturbação de vidas e empregos.

Segundo a GDF SUEZ, o orçamento total dessas

medidas, inclusive construção ou reforma de

escolas e hospitais, é de aproximadamente

US$ 355 milhões.

O conselho administrativo da empresa também

apoiou uma recente transação com a China

Investment Corp. (CIC). O acordo provavelmente

levará a CIC a investir inicialmente US$ 3 bilhões na

divisão de exploração e produção da GDF SUEZ

como prelúdio a outros investimentos conjuntos em

projetos da empresa por todo o mundo.

Gérard Mestrallet,

CEO da GDF SUEZ

EM NÚMEROS

Fundação

1958

US$ 53,7BILHÕES

Capitalização de mercado*

117,3 GIGAWATTS

Capacidade total de geração

15,6 GIGAWATTS

Capacidade renovável

70PAÍSES

Presença global

US$ 5,3 BILHÕES

Resultado líquido em 2011

US$119,2BILHÕES

Receitas em 2011

*Em 10 de Abril de 2012Fonte: GDF SUEZ

Tractebel Energia22

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Page 23: nº 42 - abril a junho

ENTREVISTA

SOLUÇÕES PARA A MUDANÇA CLIMÁTICA

No mundo de hoje, um compromisso com a

sustentabilidade “não é mais apenas algo bonito

de se ter”, diz Bensasson. “É algo que se precisa

ter”. Para a GDF SUEZ, explica Bensasson,

“sustentabilidade tem a ver com a economia, o meio

ambiente e a sociedade”. Em primeiro lugar, a�rma,

desenvolvimento sustentável é uma fonte de novos

negócios. “Não somos mais apenas fornecedores de

energia – somos fornecedores de soluções. O gás é

parte da solução; as fontes renováveis e a e�ciência

energética também são”.

O desenvolvimento sustentável também age como

ferramenta de gestão de riscos, diz Bensasson.

“Isso signi�ca preservar a saúde e a segurança

de nosso pessoal, nossos clientes e nossas

instalações. Signi�ca conquistar aceitação local. E

envolve questões globais, como a preservação da

biodiversidade”.

A missão nem sempre é fácil. “Não vivemos em um

conto de fadas”, Bensasson admite. “Para países que

querem utilizar seus recursos de carvão, por exemplo,

propomos tecnologia de carvão limpo”. A GDF SUEZ

entendeu que existem tantas soluções quanto países.

“No Brasil, temos muita geração hidrelétrica. Na

Indonésia temos muitos projetos geotérmicos”.

A diversidade da GDF SUEZ lhe permite agir como

fornecedora abrangente para economias que

estejam se desenvolvendo de maneira sustentável,

diz Mestrallet. Na Arábia Saudita, por exemplo,

“construímos e operamos quase 4.000 Megawatts

de capacidade geradora no deserto. As usinas estão

associadas com usinas de dessalinização porque eles não precisam

apenas de energia, mas também de água”.

Embora os clientes aceitem com mais frequência soluções sustentáveis,

Bensasson a�rma que “um arcabouço internacional amplo e claro sobre

a mudança climática” ajudaria signi�cativamente a impelir o processo.

“Se quisermos enfrentar a mudança climática, temos que trabalhar em

conjunto”.

Alimentada por investimentos anuais de até US$ 14,5 bilhões, 30% dos

quais voltados para a expansão de sua presença fora da Europa, a GDF

SUEZ espera aumentar sua capacidade instalada em 33% até 2016,

atingindo 150 Gigawatts. Sua capacidade renovável, entrementes,

aumentará 50% em relação aos níveis de 2009 até o ano de 2015, graças,

em grande parte, à expansão em geração hidrelétrica e eólica. Mestrallet

acrescenta: “Minha equipe construiu do zero um grupo novo que não

havia no panorama industrial europeu, uma empresa líder em energia e

meio ambiente”.

*Inclui energia eólica, solar e de biomassa.

A GDF SUEZ explora diversas soluções para oferecer energia.

Capacidade de Geração

13%

14%

Carvão

Nuclear

Outros*

Gás NaturalHidrelétrica

59%

8%5%

POR UMA ENERGIA SEGURA

O fato de que podemos explorar diversas novas fontes

de energia, por si só, não signi�ca que o devamos

fazer, diz o CEO da GDF SUEZ, Gerard Mestrallet, pelo

menos até que possamos ter certeza de que a fonte

não irá prejudicar o planeta.

Tome-se como exemplo a questão da energia nuclear.

Com o setor ainda absorvendo as lições do desastre

de Fukushima, no Japão, e com o envelhecimento

de alguns de seus reatores, a GDF SUEZ está

revendo sua estratégia nuclear, concentrando-se

principalmente na segurança dos reatores e na gestão

de resíduos. A empresa a�rma que irá divulgar suas

conclusões ainda este ano.

No que se refere ao carvão, diz Mestrallet, a empresa fechou algumas

usinas mais antigas e “sujas” na Bélgica e converteu outras para

biomassa. Mestrallet cita o uso de tecnologia de carvão limpo pela GDF

SUEZ e suas pesquisas sobre captura e armazenagem de carbono como

evidências do compromisso da empresa com um uso mais sustentável do

carvão.

Mestrallet também conclama os governos para que realizem estudos para

determinar se a fratura hidráulica, o controvertido método de extração

de gás de xisto usando água e produtos químicos sob pressão, pode

ser empregada com segurança. “Enquanto não estiver claramente

comprovado que não polui o subsolo, a fratura deve ser descartada”,

a�rma. “Mas con�o na ciência. Estou certo de que, um dia, será possível

realizar a fratura hidráulica de maneira segura para o meio ambiente”.

BoasNovas 23

tractebel_boasnovas_revista_3ed_v9.indd 23 05/07/12 17:39

Page 24: nº 42 - abril a junho

IPR GDF SUEZ

A International Power aprovou em abril deste ano a

oferta feita pela GDF SUEZ de compra dos 30% de

ações do título da IPR que ainda não eram mantidas

pela Companhia. O preço da nova oferta aprovada

pelos diretores da GDF SUEZ foi de 418 pence por

ação, em uma transação estruturada como um

Scheme of Arrangement, que segue os padrões

regulatórios do Reino Unido e que permite um

calendário mais curto com data de encerramento

prevista para meados de julho deste ano. Como os

acionistas minoritários da IPR votaram a favor da

venda em encontro realizado no dia 07 de junho, a

GDF SUEZ passou a deter 100% das ações da IPR.

A aquisição representa um passo estratégico

fundamental para o desenvolvimento da GDF

SUEZ, consistente com o objetivo de acelerar o

desenvolvimento do grupo em mercados de rápido

crescimento e, ao mesmo tempo, simpli�car sua

estrutura.

Com 100% do controle acionário, a GDF SUEZ

passa a deter uma plataforma única para o seu

desenvolvimento nos países de maior crescimento,

GDF SUEZ anuncia compra de ações da International Power

onde o Grupo pretende aumentar signi�cativamente

seus investimentos futuros. A IPR possui posição de

liderança em regiões de forte demanda por energia,

como América do Sul, Oriente Médio, Sudeste

Asiático e Austrália. Nesses mercados, a GDF SUEZ

objetiva ter capacidade instalada de 90 GW e, para

tal, aumentará seus investimentos para algo em torno

de 40% a 50% do total de investimentos do Grupo.

Outro benefício da transação é o ganho com as

sinergias geradas a partir da combinação da GDF

SUEZ com a International Power, ocorrida em

fevereiro de 2011. Gérard Mestrallet, CEO da

GDF SUEZ, comenta que a aquisição das ações

dos acionistas minoritários da International Power,

baseada em estrita disciplina �nanceira, constitui um

passo importante no desenvolvimento do Grupo.

“Essa transação vai permitir aproveitar ao máximo

o crescimento dos países em rápida expansão. Nós

queremos a GDF SUEZ liderando os mercados de

energia nos países emergentes”, disse.

Nós queremos a GDF SUEZ liderando os mercados de energia nos países emergentes.

Gérard Mestrallet,

CEO da GDF SUEZ

IPR GDF SUEZ

Tractebel Energia24

tractebel_boasnovas_revista_3ed_v9.indd 24 05/07/12 17:39

Page 25: nº 42 - abril a junho

IPR GDF SUEZ

O navio Provalys da GDF SUEZ, carregando 153 mil m³ de gás natural

liquefeito, chegou ao Rio de Janeiro no início de abril, marcando um feito

histórico para a Companhia. No dia 09 daquele mês, a primeira carga de

GNL trazida pela GDF SUEZ ao Brasil foi descarregada no terminal de

regasei�cação da Petrobrás, na Baía da Guanabara.

Essa primeira entrega de gás é consequência do acordo de compra e

venda �rmado entre a GDF SUEZ e a Petrobrás em 2007, que prevê a

venda de GNL ao país. O presidente da GDF SUEZ no Brasil, Maurício

Bähr, visitou o Provalys e disse estar orgulhoso de testemunhar esse

importante feito. “É um passo muito importante para o Grupo na

América do Sul, em particular para o Brasil, onde queremos participar

do mercado de gás”, a�rmou. Segundo ele, essa foi a primeira entrega

de GNL de muitas que ocorrerão no futuro próximo.

GDF SUEZ chega ao BrasilPrimeira carga de GNL da

A GDF SUEZ é o principal player no mercado de

GNL no Atlântico, operando dois terminais de

regasei�cação nos Estados Unidos – em Boston – e

três na França: Montoir, Fos-Cavaou e Fos-Tonkin.

Na América Latina, a GDF SUEZ possui ainda o

terminal de Mejillones, no Chile, com capacidade

nominal de 5,5 milhões de m³ diários, e o gasoduto

Norandino, que liga Argentina e Chile por meio de

uma rede de 1.078 km. Na Argentina, o Grupo atua

ainda na distribuição de gás para mais de 600 mil

consumidores.

Karina Howlett

BoasNovas 25

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Page 26: nº 42 - abril a junho

IPR GDF SUEZ

GDF SUEZ lança programa de

Os mais de 220 mil empregados da GDF SUEZ podem agora contribuir

com o � nanciamento de projetos de microempreendedores em todo

o mundo. Por meio da intranet do Grupo e com doações a partir de 20

euros, é possível cooperar com inúmeras iniciativas que objetivam tirar

as pessoas de situação de pobreza por meio da abertura de pequenos

negócios.

A MicroWorld é a parceira da GDF SUEZ nessa iniciativa. Ela

intermedia os empréstimos e faz o acompanhamento da execução do

� nanciamento, bem como do desenvolvimento do negócio apoiado.

Quem empresta tem o direito de selecionar o projeto a ser suportado

pelas doações. Todo empréstimo é feito com juro zero, mas não se

trata de doação, pois o microempreendedor que recebe os recursos

tem de devolvê-lo em um período pré-estabelecido de tempo. Após

um período de seis a doze meses, o dinheiro emprestado é devolvido

ao empregado da GDF SUEZ, que tem a opção de resgatar o valor ou

reinvestir em outra microempresa.

O conceito de micro� nanciamento surgiu em Bangladesh, no início

da década de 1970. Desde então, é considerado um meio efetivo

de luta contra a pobreza ao oferecer serviços � nanceiros básicos à

população de baixa renda. Em 2006, mais de 80 milhões de pessoas

já tinham acesso a micro� nanciamento em diversas partes do mundo.

Já o princípio de microcrédito é oferecer pequenos empréstimos

a empreendedores e artesãos que não possuem acesso às linhas

tradicionais de crédito bancário. Com esses micro empréstimos, eles

se habilitam a executar pequenos projetos de empreendimentos que

geram renda e empregos, colaborando para o desenvolvimento local.

Microcrédito Solidário

Acesse o site para mais informações http://gdfsuez.microworld.org/en/content/gdf-suez-microworld-how-it-works#MFI_selection

Stock-photo

Tractebel Energia26

tractebel_boasnovas_revista_3ed_v9.indd 26 05/07/12 17:40

Page 27: nº 42 - abril a junho

A relevância do trabalho social realizado com milhares de crianças e

suas famílias que moram na área de in�uência da hidrelétrica Estreito,

construída pelo Consórcio Estreito Energia (CESTE), foi reconhecida no

dia 10 de maio pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB) com a

entrega do XI Prêmio LIF. Criada há 11 anos, a premiação tem o objetivo

de estimular as empresas a adotarem práticas responsáveis e uma

gestão sustentável. Este ano, pouco antes da realização da Conferência

das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a

premiação aconteceu durante o XI Fórum de Sustentabilidade, que

abordou os modelos da economia sustentável.

Na platéia, importantes incentivadores das práticas de sustentabilidade:

o cônsul francês no Brasil, Jean Claude Moyret, o presidente da

CCFB, Louis Bazire, o economista Sergio Besserman, embaixador

do município do Rio de Janeiro para a Rio+20 e o embaixador André

Corrêa do Lago, coordenador da Rio+20 para o governo brasileiro.

Representando a Companhia, o diretor de Saúde, Segurança e Meio

Ambiente do CESTE, Dimas Maintinguer; a presidente da ONG Inmed

Brasil, Joyce Capelli; o diretor de Novos Negócios da GDF SUEZ no

Brasil, Gil Maranhão, representando os sócios na hidrelétrica Estreito;

e a gestora executiva de Desenvolvimento Sustentável da Leme

Engenharia, Cristina Ribeiro.

Desenvolvido voluntariamente pela GDF SUEZ Brasil e inicialmente

patrocinado pela Fundação GDF SUEZ, o projeto “Crianças

Saudáveis, Futuro Saudável” é uma parceria das empresas que

compõem o CESTE (Tractebel Energia, Alcoa, Vale e Intercement) e

da Johnson&Johnson, e busca melhorar os baixos índices de saúde

das crianças nos 12 municípios em torno do reservatório de Estreito,

localizado no rio Tocantins, entre os estados do Tocantins e Maranhão,

onde a população não tem acesso a serviços básicos. O programa,

que já bene�ciou cerca de 15 mil crianças, consiste no tratamento

de parasitoses intestinais e de�ciências nutricionais, educando os

alunos sobre práticas adequadas de higiene, saneamento e saúde,

e transformando-os em agentes de educação para suas famílias. O

projeto envolve ainda a criação de hortas escolares e o aumento do

acesso à água potável nas escolas e casas por meio do método SODIS

de �ltração solar da água.

XI PrêmioLIF

IPR GDF SUEZ

BoasNovas

Programa desenvolvido pela GDF SUEZ Brasil “Crianças Saudáveis, Futuro Saudável” ganha o XI Prêmio LIF de ações sustentáveis da Câmara de Comércio França-Brasil

Os resultados obtidos em três anos de programa são signi�cativos

e justi�cam o motivo pelo qual ele foi escolhido como destaque do

Prêmio LIF. O índice de crianças anêmicas, por exemplo, caiu de

53,4% para 7,9%. A incidência parasitológica no grupo também sofreu

uma forte queda, de 55,57% para 4,31%. O programa está sendo

agora replicado em outra hidrelétrica do grupo, Jirau, em construção

no rio Madeira, em Rondônia. Para o diretor de Novos Negócios da

GDF SUEZ, Gil Maranhão, as novas usinas hidrelétricas no Brasil têm

um papel que transcende à geração de energia. “Situados em regiões

pobres e desassistidas do Centro-Oeste e Norte do país, esses

empreendimentos são vetores de desenvolvimento social, ambiental e

econômico. Os projetos sociais, econômicos e ambientais realizados

nas hidrelétricas de Estreito e Jirau são um retrato �el da mudança

desta realidade”, a�rma.

Karina Howlett

BoasNovas 27

tractebel_boasnovas_revista_3ed_v9.indd 27 05/07/12 17:40

Page 28: nº 42 - abril a junho

P&D

A geração de energia a partir da luz solar já faz

parte de uma realidade cada vez mais próxima do

consumidor brasileiro. Concessionárias de energia

estão desenvolvendo projetos para testar as

tecnologias de captação que mais se adaptam ao

clima do Brasil, passo fundamental para a viabilidade

da fonte energética. Apesar de já existirem iniciativas

isoladas, o interesse dessas companhias foi

despertado a partir da chamada pública de Pesquisa

& Desenvolvimento da ANEEL (Agência Nacional de

Energia Elétrica).

Foram aprovadas 17 das 18 propostas

apresentadas, envolvendo plantas com capacidade

instalada entre 0,5 MWp e 3 MWp, num total de

24,6 MWp, su�ciente para gerar energia para 17

mil residências. Os investimentos nos projetos

totalizam R$ 395 milhões, que serão aportados nos

próximos três anos. O maior deles é o da Tractebel

Energia, com custo de R$ 56,3 milhões, que inova ao

colocar módulos de avaliação em diferentes regiões

do Brasil. O P&D Estratégico Solar Fotovoltaico

proposto pela Tractebel Energia será desenvolvido

com 12 empresas cooperadas (veja Box) na

instalação, operação e avaliação de oito módulos,

cada um com sete tipos diferentes de tecnologia

fotovoltaica, testadas em ambientes geográ�cos

distintos.

projeto inovadorTractebel desenvolve

Durante a pesquisa, as tecnologias fotovoltaicas serão avaliadas sob

diferentes condições climáticas, além de serem veri�cados os custos de

investimento, operação e manutenção. Elaborado a partir de agosto de

2011 junto ao Grupo de Pesquisa Fotovoltaica da UFSC (Universidade

Federal de Santa Catarina), o projeto da Tractebel foi apresentado

para a APINE (Associação Brasileira dos Produtores Independentes

de Energia Elétrica), no processo de captação e adesão das demais

empresas interessadas, antes do envio formal à ANEEL.

De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Negócios da

Tractebel, Carlos Gothe, para que a energia solar seja largamente

aplicada no Brasil ainda será necessário o desenvolvimento do

mercado, uma regulamentação especí�ca e o estabelecimento de

fornecedores de equipamentos e serviços, além de capacitação de

mão de obra. Essas demandas, inclusive, são objetivos que o projeto

visa a atender.

Na Europa, por exemplo, a conversão da energia solar em energia

elétrica vem crescendo rapidamente. “A entrada da Companhia no

promissor mercado de energia renovável de fonte solar incentiva o

desenvolvimento de centros de pesquisa das universidades brasileiras

e amplia a matriz de geração da Tractebel Energia, que atualmente

desenvolve projetos de P&D em outras fontes inovadoras, como ondas

do mar e pressão osmótica”, de�ne o gerente de P&D da Companhia,

Sergio Maes.

Moirenc Camille

Tractebel Energia28

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Page 29: nº 42 - abril a junho

P&D

Os oito módulos de avaliação da capacidade

fotovoltaica serão instalados nas cinco regiões

brasileiras abrangendo as áreas litorâneas e

interioranas. Nesses locais serão avaliados sete tipos

distintos de tecnologias, como o silício cristalino,

monocristalino e amorfo com e sem rastreamento,

telureto de cadmio, concentrador fotovoltaico,

dentre outros.

A mão de obra envolvida no desenvolvimento do

projeto conta com 13 pro�ssionais da Tractebel, que

estão diretamente na pesquisa, além de pessoal

oriundo das empresas cooperadas, universidade

e empresas terceirizadas, bem como especialistas

de diversos países com conhecimentos na área de

energia solar.

“A usina e os módulos servirão como um laboratório

para a Tractebel Energia estudar e conhecer todos

os aspectos técnicos e econômicos da tecnologia”,

a�rma Levi Souto Jr., gerente deste projeto de P&D.

Para o professor Ricardo Rüther, do Departamento

de Engenharia Civil da Universidade Federal de

Santa Catarina, o projeto também irá proporcionar

a consolidação de uma parceria entre empresa e

universidade no avanço das pesquisas relacionadas

a aplicações dessa tecnologia no Brasil.

Na opinião do professor Rüther, o projeto vai contribuir para a

formação de Recursos Humanos nesta área e promover a interação

e cooperação técnica entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros,

lançando as bases do que será a entrada desta tecnologia no Brasil,

incluindo aspectos técnicos, econômicos e de legislação. Com a

implementação do projeto, a Tractebel Energia agrega a seus ativos

usinas de praticamente todas as fontes energéticas, com um portfólio

diversi�cado, entre hidrelétricas, termelétricas a carvão, gás, óleo e

biomassa – madeira e bagaço de cana -, além de pequenas centrais

hidrelétricas e eólicas.

- Campos Novos Energia S.A.

- Centrais Elétricas Cachoeira Dourada

- Central Geradora Termelétrica Fortaleza S.A.

- Companhia Energética Rio das Antas

- Companhia Paulista de Força e Luz

- Companhia Piratininga de Força e LuzExecutora

Universidade Federal de Santa Catarina

Além da Tractebel Energia mais 12 empresas ligadas a APINE aceitaram este desa�o e estão juntas no projeto de P&D, são elas:

- Copel Geração S.A.

- Energética Barra Grande S.A.

- Foz do Chapecó Energia S.A.

- Light Serviços de Eletricidade S.A.

- Light Energia S.A.

- Rio Grande Energia S.A.

CINCO REGIÕES DO BRASIL RECEBEM PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

Diogo Ferrari/SXC

BoasNovas 29

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Page 30: nº 42 - abril a junho

REGIONAL IGUAÇU

Formar bancos de germoplasma, ou seja, unidades conservadoras

de material genético para produzir arti�cialmente peixes nativos e

soltá-los no Rio Iguaçu, no Paraná, é um dos objetivos do projeto de

Pesquisa & Desenvolvimento da ANEEL, que une Unioeste e Tractebel

Energia. A proposta contempla também que o material genético seja

aplicado para conservação da biodiversidade e/ou para a aquicultura.

Esse laboratório vai ser uma ferramenta de responsabilidade social,

conservação ambiental e de geração de conhecimento, trazendo

benefícios para a comunidade local, regional e para o meio ambiente.

Com um valor total de R$ 1,8 milhões, sendo R$ 1,6 milhões de

contrapartida da Unioeste e o restante da geradora de energia, o

projeto, cujo nome técnico é Tecnologia para Formação de Bancos de

Germoplasma e Produção de Peixes Nativos para Repovoamento no

Rio Iguaçu vai ter duração de 48 meses, e iniciou em fevereiro deste

ano. “Vamos trabalhar com quatro espécies de peixes nativos da

Bacia do Iguaçu: Lambari (Astyanax gimnodontus), Jundiá (Rhamdia

branneri), Mandi Pintado (Pimelodus britskii) e Surubim do Iguaçu

(Steindachneridion melanodermatum)”, explica o professor e pró-reitor

de Extensão da Unioeste, Gilmar Baumgartner, pesquisador nesse

projeto.

As atividades de captura de peixes no ambiente natural para formar o

grupo de reprodutores já iniciaram. “Essa parte é importante, porque

depois vamos utilizar tecnologias relacionadas à reprodução arti�cial

dos peixes trabalhados, com a �nalidade de soltura, estudando a parte

comportamental, sobrevivência, etc”, ressalta o coordenador do projeto

Robie Allan Bombardelli, que é também diretor do InPAA (Instituto de

Pesquisa em Aquicultura Ambiental).

Peixes para o Rio Iguaçu

Estes aspectos, diz Bombardelli, serão trabalhados desde as coletas

das matrizes a campo, o processo laboratorial, o crescimento em

tanques até a soltura.

As quatro espécies serão criadas também por produtores rurais da

região, que irão receber, além do peixe, assistência técnica e condições

para realizar a criação. “Nossa próxima etapa é de�nir os parceiros para

a produção de peixes e iniciar as atividades de pesquisa e produção”,

diz o representante da Tractebel no projeto, Leocir Marcos Scopel.

No setor de construção, os trabalhos estão dentro do prazo, com os

projetos todos prontos. As obras do laboratório iniciam até o �nal de

julho. Será construído nas dependências do Instituto de Pesquisa

em Aquicultura Ambiental, uma área de extensão da Universidade.

O laboratório vai abrigar os equipamentos e os experimentos com

as matrizes de peixes e os alevinos na fase larval, sendo útil também

para a realização de aulas práticas da Universidade. No Instituto,

informa o professor Bombardelli, existem diversos viveiros de criação e

laboratórios de pesquisa.

Nessa primeira etapa, já foram adquiridos alguns equipamentos,

entre eles estão um Veículo S-10, equipamentos para criopreservação

de material genético, equipamentos para análises espermáticas,

incubadoras e estruturas de criação de proles, equipamentos para

�ltragem, aquecimento e resfriamento da água entre outros.

Projeto de Pesquisa & Desenvolvimento é uma parceria entre Unioeste e Tractebel para captura de peixes e formação de grupos de reprodutores

Robie Allan Bombardelli

Robie Allan Bombardelli

Tractebel Energia30

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Page 31: nº 42 - abril a junho

TECNOLOGIA + ÉTICA

Educar, capacitar e conscientizar sobre o uso ético,

seguro e legal da tecnologia, junto a pais, �lhos e

professores é o grande desa�o da era digital e a

missão do Movimento Criança + Segura na Internet,

do Instituto i.Start. Para isso, a advogada Patrícia

Peck Pinheiro viaja pelo Brasil levando campanhas de

conscientização na internet direcionada a empresas

e escolas.

Na sede da Tractebel Energia, em Florianópolis, e no

Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari

de Baixo (SC), onde esteve no mês de maio, Patrícia

proporcionou encontros ricos em informações e

bem-humorados bate-papos. Ela abordou o tema,

dando dicas para manter a segurança dos �lhos na

rede; tirou dúvidas de pais e até de �lhos, que também

assistiram à palestra; e contou muitas histórias dos

“sem noção na internet.”

A advogada Patricia Peck a�rma que todos os dias

se cometem milhares de infrações digitais, a maioria

por absoluta falta de conhecimento. “Embora não

haja uma legislação especí�ca para tratar crimes

cometidos pela rede, tudo o que fazemos no

ambiente virtual está sujeito às penalidades da lei

vigente”, ressalta.

Postar conteúdo em um blog denegrindo a imagem

e reputação de uma pessoa, falar mal dela ou

ridicularizá-la é considerado crime de Difamação.

“A pessoa ou o responsável pode pegar detenção

A internet mudou o mundo em que vivemos e, por isso, é tão importante esclarecer alguns temas com adultos e criançasera digital

Os desa�os da

Rápida e conectada assumida, além de fã das redes sociais, Patricia fala

com desenvoltura e se comunica de forma didática. Para ela, viver na era

do conhecimento e da liberdade de expressão com responsabilidade

não é nada fácil. “Em tempo real podemos compartilhar nossas opiniões

sem limite de espaço, em um mundo cada vez mais sem fronteiras físicas”,

explica.

Para viver nesse mundo, ensina a advogada, é preciso prestar atenção

em algumas regras básicas. “Os pais e professores têm de saber os

cuidados que devem ter com os �lhos e alunos ao utilizarem a internet.”

Publicar informações pessoais na internet; respeitar os direitos autorais,

citando sempre a fonte; usar as redes sociais de modo construtivo; usar

somente fotos ou imagens previamente autorizadas pelas pessoas nelas

retratadas; e não publicar conteúdos ofensivos, difamatórios ou que

ridicularizem outras pessoas, são informações que todos devem saber.

de três meses a um ano, além de pagar a multa estipulada”, diz Patricia.

Outra infração bem comum é a cópia de conteúdo de terceiros sem

autorização ou sem mencionar a fonte. É considerado crime também,

segundo a advogada, baixar MP3 ilegalmente, bem como usar software

e jogos sem licença.

Para criar uma legião de pessoas éticas no mundo digital, o Criança +

Segura na Internet, que foi criado em 2009, conta atualmente com 8

mil voluntários em todo o Brasil. A meta mais ousada e importante do

movimento é redigir um projeto de lei, obrigando escolas a incluir na

grade curricular aulas de cidadania e ética digital. Não deixe de visitar a

página do projeto na internet: www.criancamaissegura.com.br.

FALTA DE CONHECIMENTO CAUSA MAIORIA DOS CRIMES NA REDE

Renata de Bona

BoasNovas 31

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Page 32: nº 42 - abril a junho

CULTURA

Com uma política empresarial bem de�nida, a Tractebel Energia

colocou em prática, há cinco anos, o Programa de Desenvolvimento

Cultural, cujo objetivo principal é valorizar e fomentar a cultura local.

São quase R$ 8 milhões em renúncia �scal ao ano, que se transformam

em projetos como o Festival Internacional de Teatro de Bonecos,

Festival de Cinema Rural (SC), Orquestra Sinfônica Brasileira (RJ),

Balé Bolshoi (SC), Centros de Cultura e Sustentabilidade, entre muitos

outros, patrocinados via leis Rouanet, do Esporte, do Audiovisual e FIA

(Fundação para a Infância e a Adolescência).

A geradora de energia prioriza projetos em sua área de in�uência,

composta atualmente por 80 municípios situados em 12 estados do

Brasil, de Norte a Sul. “Queremos impulsionar e propagar a cultura, com

ações que também preservem e valorizem a história, os costumes e

as tradições dessas cidades”, explica o diretor Administrativo, Luciano

Andriani. Um bom exemplo é o apoio na viagem dos alunos dançarinos

da APAE de Florianópolis, para abrir as competições náuticas da

Olimpíada de Londres (leia mais na página ao lado).

Como está presente em quase todas as regiões do Brasil, a Tractebel

Energia aposta na diversidade cultural de projetos. Nos últimos dois

anos, a Companhia tem incentivado e contribuído para a criação de

centros de cultura em pequenos municípios, principalmente os que não

dispõem de estrutura com essa �nalidade. São cidades sem salas de

cinema, teatro, áreas destinadas a shows, entre outros.

Nestes centros são instalados prédios com salas de aula, museus e um

teatro multiuso (teatro, cinema, dança, música, palestras).

Programa Cultural

Eles são dimensionados de acordo com a população

local. Cada centro custa em torno de R$ 1,5 milhão.

“Já temos um com um ano de atividades; dois em

construção e mais três em fase de projetos, ainda

sem aprovação”, conta Andriani. Para ele, o grande

diferencial é que as comunidades participam nas

de�nições do projeto e garantem os recursos a serem

aplicados por meio da Lei Rouanet.

Em função desta iniciativa, diz Andriani, há um

compromisso da Empresa com as diversas

comunidades de alocar parcela expressiva de sua

disponibilidade na construção destes centros nos

próximos anos. Primeiro centro construído, o de Entre

Rios do Sul (RS), depois de um ano de funcionamento

se �rma como ponto de referência, que recebe e

repassa cultura para toda a região. Só no primeiro ano

cerca de 2 mil pessoas – população local e

região - visitaram o Centro gaúcho. A agenda para

todo este ano está lotada, com apresentações de

teatro, shows, o�cinas de arte, mostras de cinema,

entre muitos outros, num claro sinal de que a Empresa

está no caminho certo para o incentivo cultural.

Tractebel Energia incentiva a criação de Centros de Cultura em pequenos municípios onde possui empreendimentos, como o de Entre Rios do Sul (RS), inaugurado em julho de 2011

Arquivo Tractebel

Tractebel Energia32

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Page 33: nº 42 - abril a junho

CULTURA

Ao �nal de mais um dia de exaustivos ensaios, o sorriso de satisfação

estampado no rosto de cada um dos integrantes do grupo de danças da

Apae Florianópolis não deixava espaço para dúvidas. A cada coreogra�a

ensaiada, ia �cando mais próxima a realização de um verdadeiro sonho: a

apresentação do grupo na abertura das competições náuticas dos Jogos

Olímpicos de Londres. Os dançarinos catarinenses foram escolhidos

para formar junto a artistas ingleses, também portadores de de�ciência,

um grupo internacional que fará parte da cerimônia de abertura das

competições olímpicas em Weymouth, na região de Dorset, ao sudeste

da capital britânica, no dia 28 de julho.

Esse sonho começou a tomar forma há dois anos, quando o diretor

artístico da Double Act Theatre, Tony Horitz, tomou contato com a dança

dos manezinhos, durante uma apresentação em Belém do Pará. “Na

época �quei impressionado com a performance do grupo e quando

surgiu a oportunidade de abrirmos os jogos náuticos da Olimpíada, logo

lembrei deles”, revela o diretor inglês. Os alunos do Dança Floripa ainda

disputaram com um grupo chinês a preferência do comitê britânico, que

acabou se decidindo pelos brasileiros, devido a realização das próximas

Olimpíadas no Brasil, em 2016.

Depois de 15 dias de uma intensa troca de experiências, o idioma das

coreógrafas e dos dançarinos ingleses se misturava com naturalidade

ao português dos alunos da Apae. Os ingleses da Double Act Theatre

mesclavam-se em passos e movimentos a�nados aos alunos do Dança

Floripa, do qual fazem parte 17 estudantes da Apae e três dançarinas

do grupo Estação Dançar. Juntos eles ensaiaram o espetáculo Breathe,

dirigido pelo britânico Jamie Beddard, ele também portador de

de�ciência, que não poupou elogios e incentivos ao grupo brasileiro. “Na

Inglaterra o talento de vocês irá brilhar, em uma mistura maravilhosa com

outros artistas”, repetia Beddart, com o grupo reunido em círculo, no �nal

de mais um período de ensaios.

COREOGRAFIA - Baseado em uma mitologia grega dos deuses dos

ventos, a coreogra�a vai levar ao mundo uma mensagem de inclusão e

determinação. Quando a comitiva de 25 artistas pisar o palco olímpico

será a vez de todos perceberem que a luta por aceitação e mais

oportunidades não tem idioma ou território.

GRUPO MOSTRA DEDICAÇÃO E AMOR PELA DANÇA

Fabiana Cristina de Souza e João Paulo Marcos estão noivos e têm em

comum o amor pela dança. Para eles, pisar o palco olímpico será uma

oportunidade única de levar ao mundo um sentimento que une o grupo

em torno do combate ao preconceito que ainda ronda os portadores

da síndrome de down. Só no Brasil, são mais de 300 mil pessoas com o

distúrbio, e que a cada dia rea�rmam suas potencialidades no trabalho,

nos estudos e na condução de uma vida independente.

“Foi muito importante unir a turma de dança da Apae com a turma da

Inglaterra e mostrarmos que a união faz a nossa força”, destaca João

Paulo, que não vê a hora de embarcar rumo à capital inglesa. O mesmo

sentimento, que une euforia com grande expectativa, também faz parte

do cotidiano de Carolina Martins, que há três anos faz parte do grupo

artístico da Apae. “Estou louquinha para ir dançar na Olimpíada com

meus colegas de trabalho e esse pessoal inglês, que é muito bacana”,

garante a dançarina. “É um sonho realizado, nem parece verdade”,

comemora Inori Sebastião da Silva, que pela primeira vez irá visitar outro

país, e ainda como convidado o�cial.

Para a presidente da Apae Florianópolis, Arlete das Graças Torri, a

união do grupo inglês e do brasileiro em torno da dança reforça uma luta

em comum, que é o de despertar a sociedade para a necessidade de

inclusão cada vez maior das pessoas com de�ciência física e intelectual.

De nada adianta os gestores das cidades garantirem acessibilidade

física se a população não for sensibilizada para o convívio saudável com

os portadores de de�ciência, assegura a diretora da Apae. Ela destaca

o apoio que o grupo recebeu do Governo do Estado e da Tractebel

Energia para que a viagem fosse viabilizada. “O mais importante é que

eles estão vivendo intensamente tudo isso”, comemora.

em LondresUm sonho

Duda Hamilton

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Page 34: nº 42 - abril a junho

Nos três primeiros meses de 2012, a Tractebel

Energia alcançou um lucro líquido de R$ 329,5

milhões, contra R$ 307 milhões no mesmo período

do ano passado, mostrando um crescimento de

7,4%. O EBITDA, sigla em inglês para o lucro antes

dos juros, impostos, depreciação e amortização,

atingiu R$ 714,4 milhões nesse primeiro trimestre,

indicando um crescimento de 3,2% ante o primeiro

trimestre de 2011, com margem EBITDA de 61,9%,

abaixo 5,8 pontos percentuais, devido ao maior

volume de energia comprada para revenda,

segmento que oferece margens menores. Já a

receita liquida totalizou R$ 1,153 bilhões nos três

primeiros meses de 2012, valor 12,8% maior que o do

mesmo período de 2011.

As vendas consolidadas alcançaram 3.856 MW

médios, valor estável em comparação com o

primeiro trimestre do ano passado, mas o preço

médio da venda de energia, excluídos os impostos

e a exportação, foi de R$ 129,62/MWh neste

período, o que representa 8% acima dos números

anunciados para o mesmo período do ano passado,

re�etindo o reajuste anual dos contratos e a entrada

em operação parcial da Usina Hidrelétrica Estreito.

Em março deste ano, ocorreu o acionamento da

quinta das oito unidades geradoras de Estreito.

Em 27 de abril, a agência de classi�cação de riscos

Fitch elevou os IDRs (Issuer Default Ratings - Ratings

de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) em

moeda local e estrangeira da Tractebel de "BBB-"

para "BBB". Ao mesmo tempo, a agência elevou

o rating nacional de longo prazo da companhia e

de sua segunda emissão de debêntures, no valor

de R$ 350 milhões, com vencimento em 2014, de

"AA+(bra)" para "AAA(bra)".

A Fitch a�rma que as notas re�etem o sólido per�l

�nanceiro da maior geradora de energia do Brasil,

citando a elevada geração operacional de caixa e o

RESULTADOS

“Com a entrada da unidade 5, mais de 85% da energia assegurada da

usina estão disponíveis, o que sinaliza que a contribuição de Estreito para

o resultado anual da Companhia será bem mais expressiva em 2012 do

que o foi em 2011”, observa o diretor-presidente, Manoel Zaroni Torres.

A hidrelétrica, que deverá estar totalmente concluída ainda este ano, terá

uma potência de 1.087 MW, dos quais 40,07% pertencem à Tractebel.

baixo nível de endividamento da Tractebel Energia.

Com esta nova classi�cação, a empresa espera uma

redução no seu custo de capital e a torna acessível a

investidores com nível de exigência ainda mais alto.

Menos de 15 empresas possuem rating "AAA(bra)"

hoje no Brasil.

Para o presidente da Tractebel Energia, Manoel

Zaroni Torres, essas duas elevações re�etem o

desempenho da empresa nos últimos anos, além de

ser um reconhecimento da solidez �nanceira obtida

por sua administração.

Tractebel Energia lucra R$ 329,5 milhões

Fitch classi�ca Tractebel como AAA

Plinio Bordin

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Page 35: nº 42 - abril a junho

Especialista da Tractebel compõe diretoria do IBRI

ALTA VOLTAGEM

O engenheiro civil Odilon da Gama Parente Filho foi escolhido para ser

o novo diretor do CESTE (Consórcio Estreito), formado pela Tractebel

Energia, Vale, Alcoa e Intercement, a partir de 1 de junho. É uma nova fase

no Consórcio, já que para o período de implantação da usina eram cinco

diretorias distintas – presidência, � nanceira/administrativa, engenharia,

meio ambiente e socioeconômica, e agora, na fase de operação, são

duas diretorias – uma geral e uma � nanceira/administrativa.

O diretor geral Odilon Parente, que atuava na Tracebel Energia desde sua

criação em 1998, diz que daqui para frente os desa� os são muitos, pois

a usina é de grande porte, com um reservatório de 550 km2, que engloba

12 municípios e diferentes categorias sociais abrangidas. “É fundamental

ter ciência de que, como toda hidrelétrica, esse impacto deverá ainda

ser administrado nos primeiros anos de operação, buscando construir

soluções com a comunidade e com as quatro empresas envolvidas”,

explica Parente.

Rafael José Caron Bosio, especialista em Relações

com Investidores da Tractebel Energia, foi indicado

para compor a nova diretoria da Regional Sul do IBRI

(Instituto Brasileiro de Relações com Investidores),

como diretor-adjunto. Completam a diretoria os

executivos Solange Elizabeth Maueler Gomide, da

Copel; Luiz Fernando Moran de Oliveira, da WEG; e

Hemerson Fernando de Souza, da Randon.

Associação de direito privado, sem � ns lucrativos,

o IBRI estimula e promove atividades de Relações

Supervisão e CoordenaçãoLeandro Provedel Kunzler

Edição e textosDfato Comunicaçã[email protected]

Jornalista ResponsávelDuda Hamilton

Colaborou nessa edição Karina Howlett

Concepção Grá� ca e EditoraçãoDzigual Golinelli

Foto da capaShutterstock

Tiragem3.000 exemplares

Revista da Tractebel Energia S.A, de responsabilidadeda Assessoria de Comunicação da Diretoria Administrativa

Odilon Parente assume como diretor do CESTE

com Investidores junto às companhias e aos

pro� ssionais ligados ao mercado de capitais no

Brasil e no exterior. Congrega aproximadamente

500 pro� ssionais da área de Relações com

Investidores e do Mercado de Capitais, que

representam cerca de 150 companhias abertas

brasileiras. Essas empresas respondem por 92% do

market cap (capitalização de mercado) do Ibovespa,

principal índice da Bolsa de Valores brasileira.

Arquivo Tractebel

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