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Boletim Informativo Nº 01 19 de Janeiro de 2015.

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BoletimInformativo

Nº 01

19 de Janeiro de 2015.

Sumário1 ESPECIAL........................................................................................................................................22 CLIPPING PGE.................................................................................................................................43 BIBLIOTECA...................................................................................................................................54 LEGISLAÇÃO.................................................................................................................................7

4.1 Legislação Federal.....................................................................................................................74.2 Legislação Estadual...................................................................................................................9

5 FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO..................................................................................................115.1 Repercussão Geral e Súmulas Vínculante ..............................................................................115.2 Tribunais Superiores................................................................................................................15

6 CONGRESSOS E SEMINÁRIOS..................................................................................................31

1 ESPECIAL

Celetista contratado depois da EC 19/98 não tem direito à estabilidade

Celetista contratado por concurso público depois da Emenda Constitucional 19/98 não

tem direito à estabilidade prevista na Constituição após três anos de efetivo exercício.

Seguindo esse entendimento, a 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho não

reconheceu o direito à estabilidade de uma médica celetista contratada por concurso

público pela prefeitura de Itapecerica da Serra (SP).

De acordo com o ministro Walmir Oliveira da Costa, relator do processo, a Súmula 390 do

TST, ao garantir estabilidade ao servidor público celetista concursado, "tem seu alcance

limitado às situações em que os empregados públicos foram nomeados até a data de

publicação da Emenda Constitucional 19/98".

A médica foi contratada pelo regime da CLT em agosto de 2000 e dispensada em março

de 2005. No recurso ao TST, ela alegou que teria direito à estabilidade pelo fato de ter

sido demitida após três anos de efetivo exercício de sua função. Por isso, sua demissão

violaria o artigo 41 da Constituição Federal e a Súmula 390.

A súmula dispõe que "o servidor público celetista da administração direta, autárquica ou

fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no artigo 41 da CF /1988". O artigo

constitucional, por sua vez, dispõe que "são estáveis após três anos de efetivo exercício

os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso

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19 de Janeiro de 2015.

público".

No entanto, o ministro Walmir Oliveira ressaltou que os precedentes que levaram à edição

da súmula são referentes a situações concretas ocorridas antes da Emenda

Constitucional 19/98, quando o artigo 41 da Constituição tinha a seguinte redação: "são

estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de

concurso público".

Para o ministro, como o texto do artigo utilizava a locução "servidores nomeados",

permitia abarcar no seu conceito tanto os titulares de cargo público como também os de

emprego público (regidos pela CLT), "desde que atendido o requisito genérico de haverem

sido nomeados em virtude de concurso público".

Ainda segundo Walmir Oliveira, a partir da Emenda Constitucional 19/98, a redação do

artigo foi alterada e ganhou maior especificidade quanto ao direito à estabilidade,

"aplicando-se tão somente aos servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em

virtude de concurso público". Esses servidores não são regidos pela CLT e são nomeados

para cargos criados por lei municipal.

Com esse entendimento, a 1ª Turma do TST não conheceu do recurso da médica,

mantendo a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP). Com

informações da Assessoria de Imprensa do TST.

Processo Relacionado: RR-106500-15.2005.5.02.0332

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19 de Janeiro de 2015.

2 CLIPPING PGE

Nomeação dos Procuradores

No dia 09 de Janeiro de 2015, foi publicada a nomeação dos Procuradores do Estado, por Especializada, no Diarário Oficial n.21.997 (página 6).

No dia 13 de Janeiro foi publicado Suplemento com nomeação de Procuradores, assessores e gerentes.

Leia Mais: Diário Oficial

Atuação da PGE assegura suspensão do sequestro de ordem judicial de 145 milhões dos cofres públicos

O Estado de Goiás, pela atuação da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO),

requereu a suspensão de limininar da decisão do Juiz Ari Ferreira de Queiroz, que havia

determinado o sequestro de R$ 145 milhões dos cofres públicos, tendo o Presidente do

Tribunal de Justiça Desembargador Ney Teles de Paula, acatado o requerimento,

determinando a suspensão da medida (Autos nº436291-20.2014).

A verba estava paralisada devido a ação ajuizada por 45 servidores da AGETOP, que

pediam equiparação salarial, pleiteadas em ação judicial conduzida por Queiroz.

Ao deferir o pedido formulado pela PGE-GO, o Presidente do Tribunal argumentou que o

valor da dívida não se encontra definido, devendo-se, para tanto, haver o contraditório e a

ampla defesa, “ principalmente por se tratar de dinheiro público, quando a cautela deve

sempre se impor”. Acrescentou, ainda, que “ os valores constritados, ao que tudo indica,

são oriundos de contratos de financiamento firmados entre o Estado de Goiás e

instituições financeiras, tratando-se de verbas vinculadas”.

A decisão de Queiroz impedia a quitação da folha de pagamento dos cerca de 1.000

servidores da AGETOP, além de representar risco de paralisação de obras de

infraestrutura, não pagamento de fornecedores e aplicação multa ao Estado de Goiás

pelo Tribunal de Contas da União-TCU.

Fonte: Procuradoria Judicial.

Pagina 4

06 de junho de 2014.

19 de Janeiro de 2015.

STF nega paridade entre aposentados e os atuais ocupantes de cargo em comissão

Com o argumento de que os institutos da estabilidade financeira e da paridade entre

ativos e inativos não garantem aos aposentados a vinculação de seus proventos à

remuneração do cargo em comissão anteriormente ocupado, o Supremo Tribunal Federal

(STF) reformou acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) que, com

base na Lei Delegada nº 04/2003, concedia a servidor inativo tal vinculação.

A decisão ocorreu no julgamento do recurso extraordinário nº 565.136/GO, interposto pela

Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO).

Ao acolher tese da PGE-GO, a suprema corte afastou a isonomia em razão da

inexistência de direito adquirido a regime de cálculo de remuneração, bem como pelo fato

de que a paridade determinada no artigo 7º da EC 41/03 deve ser observada entre os

servidores inativos e os servidores em atividade beneficados pela estabilidade financeira,

e não entre aqueles e os atuais ocupantes do cargo em comissão.

Com isso, o servidor aposentado não faz jus ao acréscimo remuneratório da Lei Delegada

nº 04/2003 concedido aos ocupantes de cargo em comissão.

Atuaram no feito os procuradores do Estado Andréia Adourian, Cláudia Pimenta, Renata

Monteiro, Valeska Frazão e Valkíria Costa.

Fonte: Rota Jurídica

3 BIBLIOTECA

A Biblioteca Ivan Rodrigues adquiriu novas obras para seu acervo, são elas:

Obra AutorPequena história territorial do Brasil: Sesmarias e terras

devolutas.

Ruy Cirne Lima

Tratado de Usocapião - Vols. 1 e 2 Benedito Silvério RibeiroCurso de Direito Tributário - Completo Leandro Paulsen

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19 de Janeiro de 2015.

Curso de Direito Constitucional Gilmar Ferreira MendesManual de Direito Administrativo José dos Santos Carvalho

FilhoComentários à CLT Valentin CarrionDa Execução Fiscal e do Crime de Sonegação Fiscal Orlando FidaResponsabilidade da Administração Pública pelo

Desfazimento da Licitação

Edgar Guimarães

Manual de Sucessões Maria Berenice DiasVade Mecum 2014 Saraiva Novo Curso de Direito Processual Civil Marcos Vinícios R.

GonçalvesComentários à Lei de Falências Fábio Ulhoa CoelhoDireito Administrativo para Céticos Carlos Ari SundfeldSistemas de Registros de Imóveis Maria Helena DinizRegime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC. Lei

n.12.462/2011

Márcio Camarosano

Direito Ambiental Constitucional José Afonso da SilvaTribunais de Contas: aspectos polêmicos Ney José de Freitas –

Coord.Lições Preliminares de Direito Miguel RealeCompetência Federativa e Proteção Ambiental Paulo José Leite FariasManual dos Recursos Araken de AssisManual de Direito Tributário Eduardo SabbagDireito Ambiental Paulo Bessa AntunesManual de Processo Administrativo Disciplinar e

Sindicância

Antônio Carlos Alencar Carvalho

Direito Ambiental Brasileiro Paulo Affonso Leme Machado

Direito da Regulação e políticas públicas Carlos Ari SundfeldCurso de Direito Ambiental Brasileiro Celso Antônio Pacheco

FiorilloJuizados Especiais da Fazenda Pública: Lei n. 12.153/2009 Ricardo Cunha ChimentiComentários à Lei de Sociedades Anônimas – Vols. 1 a 4 Modesto Carvalhosa

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19 de Janeiro de 2015.

4 LEGISLAÇÃO4.1 Legislação Federal

Leis ComplementaresNº da Lei Ementa

149, de 12.1.2015Publicada no DOU de

13.1.2015

Altera a Lei Complementar no 90, de 1o de outubro de 1997, que determina os casos em que forças estrangeiras possam transitar pelo território nacional ou nele permanecer temporariamente.

148, de 25.11.2014Publicada no DOU de

26.8.2014

Altera a Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal; dispõe sobre critérios de indexação dos contratos de refinanciamento da dívida celebrados entre a União, Estados, o Distrito Federal e Municípios; e dá outras providências. Mensagem de veto

Leis Ordinárias

Nº da Lei Ementa

13.096, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Institui a Gratificação por Exercício Cumulativo de Jurisdição aos Membros da Justiça Militar da União e dá outras providências.

13.095, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Institui a Gratificação por Exercício Cumulativo de Jurisdição devida aos membros da Justiça do Trabalho e dá outras providências.

13.094, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Institui a Gratificação por Exercício Cumulativo de Jurisdição devida aos membros da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

13.093, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Institui a gratificação por exercício cumulativo de jurisdição aos membros da Justiça Federal e dá outras providências.

13.092, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Dispõe sobre o subsídio do Procurador-Geral da República, referido no inciso XI do art. 37 e no § 4o do art. 39, combinados com o § 2o do art. 127 e a alínea c do inciso I do § 5o do art. 128, todos da Constituição Federal; revoga dispositivo da Lei no

12.770, de 28 de dezembro de 2012; e dá outras providências.

13.091, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Dispõe sobre o subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal, referido no inciso XV do art. 48 da Constituição Federal; revoga dispositivo da Lei no 12.771, de 28 de

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19 de Janeiro de 2015.

dezembro de 2012; e dá outras providências.

13.090, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Altera os limites do Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, nos Estados do Piauí, Maranhão, Bahia e Tocantins, criado pelo Decreto s/no de 16 de julho de 2002.

13.089, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Institui o Estatuto da Metrópole, altera a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, e dá outras providências. Mensagem de veto

13.088, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Dispõe sobre a criação de 1 (uma) vara federal no Estado do Paraná e sobre a criação de cargos efetivos e em comissão e funções comissionadas no Quadro de Pessoal da Justiça Federal e dá outras providências.

13.087, de 12.1.2015 Publicada no DOU de

13.1.2015

Concede pensão especial à atleta Lais da Silva Souza.

13.086, de 8.1.2015 Publicada no DOU de

9.1.2015

Institui, no Calendário Oficial do Governo Federal, o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil.

13.085, de 8.1.2015 Publicada no DOU de

9.1.2015

Dispõe sobre o Dia Nacional de Atenção à Dislexia.

13.084, de 8.1.2015 Publicada no DOU de

9.1.2015

Institui o Dia Nacional do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.

13.083, de 8.1.2015 Publicada no DOU de

9.1.2015

Institui o Dia Nacional do Pedagogo.

13.082, de 8.1.2015 Publicada no DOU de

9.1.2015

Institui o Dia Nacional do Humorista.

13.081, de 2.1.2015 Publicada no DOU de

5.12.2015

Dispõe sobre a construção e a operação de eclusas ou de outros dispositivos de transposição hidroviária de níveis em vias navegáveis e potencialmente navegáveis; altera as Leis nos 9.074, de 7 de julho de 1995, 9.984, de 17 de julho de 2000, 10.233, de 5 de junho de 2001, e 12.712, de 30 de agosto de 2012; e dá outras providências.

13.080, de 2.1.2015 Publicada no DOU de 31.12.2015 - Edição

extra

Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2015 e dá outras providências. Mensagem de Veto

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Decretos

Nº do Decreto Ementa

8.390, de 13.1.2015Publicado no DOU

de 14.1.2015

Altera o Decreto nº 8.156, de 18 de dezembro de 2013, para prorrogar, em caráter excepcional, o prazo de remanejamento dos cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS que menciona.

8.389, de 7.1.2015Publicado no DOU

de 8.1.2015

Dispõe sobre a execução orçamentária dos órgãos, dos fundos e das entidades do Poder Executivo até a publicação da Lei Orçamentária de 2015.

8.388, de 7.1.2015Publicado no DOU

de 8.1.2015

Altera o Decreto nº 6.521, de 30 de julho de 2008, para prorrogar, em caráter excepcional, o prazo de remanejamento dos cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores- DAS destinados à Comissão Especial Interministerial.

4.2 Legislação Estadual

Leis ComplementaresNº da Lei Ementa

113Publicada no D.O. de

30-12-02014 - Suplemento

Altera a Lei Complementar nº 25, de 06 de julho de 1998, que cria a permuta temporária, a remoção interna e dá outras providências

Leis Ordinárias

Nº da Lei Ementa

18.766Publicada no D.O. de

08-01-2015 – Suplemento

Orça a receita e fixa a despesa do Estado para o exercício de 2015

18.754Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Autoriza a reversão do imóvel que especifica ao patrimônio do Município de Aparecida de Goiânia-GO

18.753Publicada no D.O. de

Introduz alterações na Lei nº 16.901, de 26 de janeiro de 2010, e dá outras providências

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19 de Janeiro de 2015.

29-12-2014 - Suplemento

18.752Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Dispõe sobre a investidura nos cargos efetivos da Superintendência de Polícia Técnico-Científica da Secretaria da Segurança Pública.

18.751Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Autoriza a alienação, mediante doação onerosa, do imóvel que especifica e dá outras providências

18.750Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Dá nova redação ao art. 1º da Lei nº 18.322, de 30 de dezembro de 2013

18.749Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Altera a Lei nº 17.511, de 22 de dezembro de 2011, que dispõe sobre opção do servidor público da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo à jornada de trabalho que especifica

18.748Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Autoriza o repasse de recurso financeiro à entidade que especifica.

18.747Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Reajusta os valores de subsídios dos cargos de provimento em comissão que especifica.

18.746Publicada no D.O. de

29-12-2014 - Suplemento

Introduz alterações na Lei n. 17.257, de 25 de janeiro de 2011, adequando-a às prescrições da Lei n. 18.687, de 03 de dezembro de 2014, e dá outras providências.

Decretos Numerados

Nº do Decreto Ementa

8.306Publicado no D.O. de

08-01-2015 - Suplemento

Estabelece normas complementares de programação e execução orçamentária e financeira para o exercício de 2015

8.304Publicado no D.O. de

Altera o Decreto nº 4.852, de 29 de dezembro de 1997, Regulamento do Código Tributário do Estado de Goiás - RCTE -.

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30-12-2014 - Suplemento

8.303Publicado no D.O. de

30-12-2013 - Suplemento

Altera o Decreto nº 4.852, de 29 de dezembro de 1997, Regulamento do Código Tributário do Estado de Goiás.

8.302Publicado no D.O. de

30-12-2014 - Suplemento

Excepciona as aquisições no âmbito do Programa de Modernização da Administração Fazendária - PROFISCO - e de outras fontes de financiamento, das regras de autorização prévia que especifica.

5 FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO5.1 Repercussão Geral e Súmulas Vínculante

Férias anuais de procuradores federais devem ser de 30 dias, diz STFO Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deu provimento ao Recurso Extraordinário

(RE) 602381 para estabelecer que as férias dos procuradores federais são de 30 dias. No

recurso, com repercussão geral reconhecida, a União questionou acórdão da Turma

Recursal da Seção Judiciária de Maceió (AL), que decidiu pelo direito de férias de 60 dias

ao ano aos procuradores federais, sob o argumento de que as Leis 2.123/1953 e

4.069/1662 foram recepcionadas como leis complementares pelo artigo 131 da

Constituição Federal (CF) e não poderiam ser revogadas pela Lei ordinária 9.527/1997.

No recurso, a União sustentou que os 30 dias de férias anuais dos procuradores da

Fazenda Nacional, advogados da União e procuradores federais estão estabelecidos no

artigo 77 da Lei 8.112/1990, regime jurídico dos servidores públicos, e 26 da Lei

Complementar 73/1993, Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União (AGU).

Relatora

A ministra Cármen Lúcia destacou em seu voto que modificações na carreira podem

ocorrer por lei ordinária, como aconteceu com a Lei 9.527/1997, que transformou em

cargos de procurador federal os cargos de procurador autárquico, com modificações

instituídas pela Medida Provisória 2.229-43/2001. Essas normas, segundo a relatora, não

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19 de Janeiro de 2015.

tratam de alteração da estrutura e organização da Advocacia-Geral da União. Afirmou

ainda que as modificações impostas pela Lei 9.527/1997, que revogou leis anteriores

sobre organização da carreira, não ofendem o artigo 131 da Constituição Federal, pois as

normas revogadas não haviam sido recepcionadas pela Constituição de 1988.

Quanto à alegada equiparação das carreiras de procuradores autárquicos, hoje federais,

com os membros do Ministério Público Federal, a relatora entendeu ser juridicamente

inadequada. “Não faz sentido, juridicamente, que o órgão que exerce as funções

justificadoras da equiparação, a AGU, não tenha as prerrogativas do membro do MPF, e

aqueles que se beneficiavam daquela equiparação mantenham tal prerrogativa”, explicou.

Por unanimidade, o Plenário do STF seguiu o voto da relatora e deu provimento ao RE

para estabelecer o direto dos procuradores federais às férias de 30 dias por ano, e não 60

dias.

SP/FB

Processos relacionados: RE 602381Fonte: STF

Direito à nomeação de candidatos fora do número de vagas tem repercussão geral

O Supremo Tribunal Federal (STF) analisará o direito subjetivo à nomeação de candidatos

aprovados fora do número de vagas previstas no edital de concurso público no caso de

surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do certame. O Plenário Virtual da

Corte reconheceu a existência de repercussão geral no Recurso Extraordinário (RE)

837311, interposto pelo Estado do Piauí contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça

local (TJ-PI).

Na origem, trata-se de mandado de segurança impetrado por candidato que concorreu a

vaga para o cargo de defensor público do Estado do Piauí. Conforme o acórdão

questionado, a discricionariedade do poder público de nomear candidatos classificados

fora do número previsto no edital deixa de existir a partir do momento em que a

Administração pratica atos no intuito de preencher as vagas surgidas e demonstra

expressamente a sua necessidade de pessoal.

Em decisão unânime, o TJ-PI entendeu que, se a Administração anuncia a realização de

novo concurso dentro do prazo de validade do anterior e nomeia candidatos aprovados

Pagina 12

19 de Janeiro de 2015.

fora da ordem classificatória e do limite de vagas do edital, o ato de nomeação dos

aprovados, mesmo que além do número inicialmente previsto, deixa de ser discricionário

para tornar-se vinculado, convertendo-se a mera expectativa em direito líquido e certo.

No recurso extraordinário apresentado ao Supremo, o Estado do Piauí sustenta que o

acórdão do TJ local violou os artigos 2º; 5º, inciso LV; 37, incisos III e IV, da Constituição

Federal. Alega que a decisão atacada seria nula, pois teria determinado a nomeação e

posse de candidatos aprovados fora do número de vagas oferecidos no edital do

concurso público para provimento de cargos de defensor público estadual, sem

comprovação de ter havido preterição.

Manifestação

O relator do processo, ministro Luiz Fux, observou que a discussão tem sido decidida de

forma divergente pelas duas Turmas do Supremo. Por isso, ele destacou a importância do

pronunciamento do Plenário sobre o tema, a fim de que seja fixada tese, “de modo a

assegurar a segurança e a previsibilidade necessárias nos inúmeros certames públicos

tanto para a Administração Pública quanto para os candidatos aprovados”.

Para o ministro Luiz Fux, as questões relativas aos concursos públicos são recorrentes “e

indicam a relevância da controvérsia travada nos autos, que, de longe, supera os estreitos

limites desta lide”. Assim, o relator considerou a existência da repercussão geral da

questão constitucional suscitada, manifestação que foi acompanhada, por unânime, em

análise realizada por meio do Plenário Virtual.

EC/FB

Processos relacionados: RE 837311

Fonte: STF

STF define marco temporal para distinção do pagamento da GDATFA a ativos e inativos

Em sessão na quinta-feira (11), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por

unanimidade, que a data da homologação do resultado das avaliações de desempenho é

o marco temporal para início do pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade

Técnica de Fiscalização Agropecuária (GDATFA) em percentuais diferenciados para

servidores ativos e inativos, não podendo a Administração retroagir os efeitos financeiros

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19 de Janeiro de 2015.

a data anterior. A matéria foi discutida no Recurso Extraordinário (RE) 662406, com

repercussão geral reconhecida. A decisão se refletirá em, pelo menos, 16 casos

semelhantes sobrestados em outras instâncias do Judiciário.

Lei 10.404/2002, que criou GDATFA, estabeleceu percentuais diferenciados da

gratificação para servidores ativos e inativos – estes em patamares preestabelecidos na

lei, e os ativos de acordo com o desempenho individual e institucional.

No caso concreto, por unanimidade, o Plenário negou provimento a RE interposto pela

União contra acórdão da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção

Judiciária de Alagoas que determinou a imediata incorporação da GDATFA na folha

salarial de uma pensionista, a partir de agosto de 2010, em patamar equivalente ao dos

servidores da ativa.

O acórdão estabeleceu que a equiparação deve perdurar até que os resultados do

primeiro ciclo de avaliação dos servidores da ativa produzam efeitos financeiros, quando

então a pensionista voltará a receber a gratificação de acordo com a pontuação prevista

para as aposentadorias e pensões. Segundo a União, a equiparação seria indevida a

partir de outubro de 2010, pois já se havia encerrado o primeiro ciclo de avaliações.

O relator do RE, ministro Teori Zavascki, observou que o STF já discutiu questão

semelhante nos REs 476279 e 476390, quando analisou a extensão de outra gratificação

(GDATA) aos inativos. Tal entendimento resultou na Súmula Vinculante 20, que

estabeleceu pagamento em patamar semelhante para ativos e inativos até a conclusão

dos efeitos do último ciclo de avaliação.

Ele observou que as duas gratificações têm mesma natureza e característica: foram

originariamente concedidas a todos os servidores de forma geral e irrestrita, embora

tenham sido criadas com o propósito de serem pagas de modo diferenciado, segundo a

produção ou o desempenho profissional, individual ou institucional. Mas, no caso da

GDAFTA, a Administração efetivou as avaliações que justificam o pagamento

diferenciado.

O relator assinalou que ficou pendente o debate do termo final do direito à paridade

devida aos inativos, em decorrência da existência de três possíveis critérios

demarcatórios: a entrada em vigor do Decreto 7.133/2010, com critérios e procedimentos

a serem observados nas avaliações de desempenho; a Portaria 1.031/2010,

regulamentando especificamente os critérios de avaliação do Ministério da Agricultura,

Pagina 14

19 de Janeiro de 2015.

Pecuária e Abastecimento; e os dias inicial e final das avaliações internas do Ministério,

com seu 1º Ciclo de Avaliação realizado de 25 a 31/10/2010 e homologado em

23/12/2010.

Ao negar provimento ao recurso da União, o ministro observou que, no julgamento do RE

631389, que tratava da Gratificação de Desempenho do Plano Geral de Cargos do

Executivo, o Plenário fixou que o termo final da equiparação deveria ser o término do

primeiro ciclo de avaliação, não podendo retroagir a seu início. O relator frisou que a

Portaria 1.031/2010 contrariou a jurisprudência do STF ao determinar que o fim da

paridade retroagisse ao início do ciclo de avaliação. “Na prática deve ser observado o dia

23/12/2010, data da homologação da avaliação. Considerando que a sentença, mantida

pelo acórdão, faz menção expressa à possibilidade de discriminação a partir da conclusão

do primeiro ciclo de avaliação, não há reparo a ser feito na decisão impugnada”, concluiu.

PR/FB

Processos Relacionados : RE 662406

Fonte: STF

5.2 Tribunais Superiores5.2.1 Supremo Tribunal Federal

Questionada norma de Goiás que cria carreira de procurador autárquico

A Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape)

ajuizou, no Supremo Tribunal Federal (STF), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)

5215, com pedido de liminar, para questionar emenda à Constituição de Goiás que criou a

carreira de procurador autárquico no âmbito estadual.

A associação alega que os artigos 1º e 3º da Emenda Constitucional (EC) 50/2014 e o 92-

A da Constituição goiana (inserido pela emenda) afrontam a Constituição Federal (CF) e o

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). “A criação de categoria de

servidores técnicos com perfil de advogados, funcionando como uma espécie de

‘procuradoria paralela’ ou ‘procuradores paralelos’, para atender a autarquias e fundações

estaduais, por iniciativa parlamentar, em processo de emenda à Constituição estadual,

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configura clara afronta aos artigos 132 da CF e 69 do ADCT”, alegou.

A entidade afirma que as normas padecem de vício de iniciativa, uma vez que tiveram

origem em proposta de emenda constitucional de deputado estadual e não do Poder

Executivo local. No aspecto material, a Anape afirma que a jurisprudência do STF

reconhece que cabe aos procuradores do estado “a missão de exercerem a

representação judicial e a consultoria jurídica no âmbito da administração direta e indireta

dos entes regionais da federação”.

Além disso, de acordo com a associação, emenda constitucional não é instrumento

adequado para promover inovações legislativas sobre órgãos e entidades da

administração estadual, cargos, serviços e servidores. Esses temas, argumenta, devem

ser tratados por meio de lei ordinária de iniciativa privativa do governador do estado.

Sustenta ainda que as normas afrontam ainda a CF, em seus artigos 37 e 39, ao

estabelecerem diretrizes para a organização da carreira, inclusive criando quadro

transitório de cargos.

A entidade pede a concessão da medida cautelar para suspender os efeitos dos artigos 1º

e 3º da EC 50/2014 e do artigo 92-A da Constituição do Estado de Goiás. E, no mérito, a

declaração de inconstitucionalidade das normas.

SP/FB

Processos Relacionados: ADI 5215

Fonte: STF

Mantida decisão que suspendeu pagamento de comissão a leiloeiros do TJ-AM

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar

requerida no Mandado de Segurança (MS) 33327, impetrado por leiloeiros judiciais do

quadro do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM), com a qual esperavam

reverter os efeitos de decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinou a

suspensão do pagamento de 5% de comissão sobre o preço alcançado em leilões e

praças.

A suspensão foi determinada pelo corregedor nacional de Justiça após correição no TJ-

AM, onde identificou o recebimento duplo de remuneração pelos leiloeiros do Tribunal,

consistente em vencimentos iguais ao do oficial de justiça avaliador somados à comissão

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19 de Janeiro de 2015.

de 5%.

No mandado de segurança impetrado no STF, os leiloeiros sustentam a legalidade do

pagamento e afirmam que foram violadas as regras do contraditório e da ampla defesa,

tendo em vista que “foram atingidos em seu patrimônio jurídico sem que tenham sido

chamados a se manifestar em sua defesa”. Alegam também que a decisão caracterizava

intromissão indevida do CNJ na autonomia administrativa do TJ-AM.

Segundo o relator, não procede o argumento dos autores do MS de que, em razão da

suspensão do pagamento estariam sem exercer nenhuma atividade laboral desde o dia 9

de setembro passado, na medida em que a comissão de 5% custeava a publicação e

divulgação dos editais dos leilões.

“Ocorre que a suspensão do pagamento da comissão aos impetrantes não impede a

realização dos leilões e praças, pois, destinada a comissão ao TJ-AM, ficaria o tribunal

responsável pela publicação e divulgação dos respectivos editais. Salienta-se que o ato

impugnado não suspendeu a cobrança da comissão como afirma a [petição] inicial, mas

apenas o seu repasse aos impetrantes”, afirmou.

Em consulta ao site do TJ-AM, o ministro Barroso verificou que foram designadas praças

para os próximos dias 20 e 30, constatação que, segundo ele, “parece suficiente para

afastar a urgência alegada na inicial”.

O argumento de que os autores do pedido teriam direito ao benefício também foi

recusado pelo relator. Segundo o ministro Barroso, os leiloeiros atuantes no TJ-AM são

servidores concursados do tribunal e, por essa razão, já recebem a devida remuneração

para o exercício do cargo, diferentemente do que ocorre com os leiloeiros públicos.

O ministro salientou que, como servidores públicos, os leiloeiros em questão se

submetem à norma do artigo 37, inciso XI, da Constituição, o que impede o recebimento

da comissão. Além disso, segundo o ministro, a decisão do CNJ não resultou “no

desamparo financeiro dos autores”, tendo em vista que continuaram a receber seus

vencimentos por integrarem o quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas.

VP/CR

Processos Relacionados: MS 33327

Fonte: STF

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ADI questiona lei que regulamentou direito de greve de servidores de Rondônia

O governador de Rondônia, Confúcio Aires Moura, ajuizou a Ação Direta de

Inconstitucionalidade (ADI) 5213 no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei estadual

3.301/2013, que regulamentou o direito de greve dos servidores da administração direta,

autárquica e fundacional do estado. A lei, de iniciativa da Assembleia Legislativa, chegou

a ser vetada pelo governador, mas a Assembleia derrubou o veto.

Na ação, o governador afirma que a lei afronta o artigo 37, incisos II e VII, da Constituição

Federal, porque não cabe ao estado-membro dispor, por meio de lei estadual, de matéria

não afeta a sua competência. “Este ato, por sinal, é flagrante quebra do princípio

federativo, a ensejar intervenção federal”, enfatizou.

O governador lembra que a falta de regulamentação do direito de greve do funcionalismo

público pelo Congresso Nacional levou o STF a decidir que a lei de greve da iniciativa

privada deve ser aplicada enquanto perdurar a omissão legislativa. “Portanto, é de

conhecimento notório no cenário jurídico nacional a impossibilidade de os estados e

municípios legislarem sobre greve”, destacou.

O autor da ADI afirma ainda que a norma questionada agride a liberdade de exoneração

do chefe do Executivo quanto aos cargos em comissão, bem como a faculdade deste de

nomear novos servidores. Isto porque, de acordo com a lei rondoniense, os ocupantes de

cargos em comissão, passíveis de exoneração, não podem ser exonerados durante o

período de greve.

O governador pediu a concessão de liminar para suspender a eficácia da norma (com

alterações inseridas pela Lei 3.451/2014) e, no mérito, a sua declaração de

inconstitucionalidade. A ação será relatada pelo ministro Teori Zavascki.

Presidência

O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, verificou que o caso não se amolda

à hipótese prevista no artigo 13, inciso VIII, do Regimento Interno do STF, que autoriza o

presidente da Corte a decidir questões urgentes nos períodos de recesso ou de férias.

Entretanto, ele determinou a aplicação do rito abreviado previsto no artigo 12 da Lei

9.868/1999 (Lei das ADIs). Dessa forma, a ação será julgada pelo Plenário do STF

diretamente no mérito, sem prévia análise do pedido de liminar. O ministro também

requisitou informações à Assembleia Legislativa de Rondônia, a serem prestadas no

prazo de dez dias. Em seguida, determinou que se dê vista dos autos, no prazo sucessivo

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de cinco dias, ao advogado-geral da União e ao procurador-geral da República para que

se manifestem sobre o caso.

VP/AD

Processo Relacionado: ADI 5213

Fonte: STF

5.2.2 Superior Tribunal de Justiça

É ilícita associação formada por proprietários para exercer atribuições do condomínio A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento a recurso

especial de proprietários de apartamentos que deixaram de pagar a taxa condominial

depois de criar uma associação com atribuições que caberiam ao condomínio, inclusive

no que se refere à cobrança das cotas.

Os ministros do colegiado consideraram que não é compatível com o ordenamento

jurídico a coexistência de condomínio, regularmente instituído, com associação criada por

moradores de um dos quatro blocos que o integram.

Ação de cobrança

Na origem, o condomínio do Residencial Flamboyant, situado em Águas Claras (DF),

ajuizou ação de cobrança de taxas condominiais contra dois proprietários de imóveis

localizados no bloco D. O juízo de primeiro grau julgou o pedido procedente.

Os condôminos apelaram ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que manteve a

sentença. No STJ, eles sustentaram que o condomínio não arcava com as despesas

comuns do bloco D.

O relator do recurso especial, ministro Luis Felipe Salomão, explicou que, em se tratando

de condomínio edilício, o legislador promoveu regramento específico, limitando o direito

de propriedade, “visto que a harmonia exige a existência de espírito de cooperação,

solidariedade, mútuo respeito e tolerância, que deve nortear o comportamento dos

condôminos”.

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De acordo com o ministro, ao fixar residência em um condomínio edilício, é automática e

implícita a adesão do morador às suas normas internas, “que submetem a todos, para

manutenção da higidez das relações de vizinhança”. Tanto é que o artigo 1.333 do Código

Civil dispõe que a convenção de condomínio torna-se obrigatória para os titulares de

direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.

Convenção

Salomão destacou que a Súmula 260 do STJ estabelece que a convenção de condomínio

aprovada, ainda que sem registro, é eficaz para regular as relações entre os condôminos.

“Diante desse quadro, não parece possível a coexistência de associação de moradores

criada unilateralmente pelos condôminos de apenas um dos blocos para exercitar

atividades típicas do condomínio”, disse Salomão, para quem, na hipótese, há flagrante

prejuízo ao direito de propriedade dos demais condôminos e à “regra de ouro” que deve

prevalecer em todos os condomínios: “As decisões relevantes de gestão devem ser

tomadas no âmbito interno do condomínio, mediante votação em assembleia, facultada

indistintamente a todos os condôminos que estão quites.”

Processo Relacionado: REsp 1231171 Fonte: STJ

5.2.3 Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

Estado terá de ressarcir professora por descontos em salário durante greve

A Secretaria de Educação do Estado de Goiás terá de pagar a Giselle Ferreira Alves

Guimarães valor que foi descontado irregularmente de seu salário. Ela é professora

estadual e sofreu os descontos pelo fato de ter se ausentado do trabalho durante 15 dias.

Porém, os descontos teriam sido realizados em decorrência de sua participação no

movimento grevista. A decisão monocrática é do desembargador Carlos Escher que

manteve sentença do juízo da 2ª Vara Cível de Quirinópolis.

A Subsecretaria de Educação Regional de Quirinópolis reconheceu o erro no corte de

ponto referente ao mês da paralisação e alegou que a devolução salarial já havia sido

realizada. No entanto, o desembargador ressaltou que a secretaria “não carreou aos

autos provas de que houvesse realizado o ressarcimento da quantia devida à impetrante”

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e decidiu manter a sentença. “Correta a sentença que concedeu a segurança à

impetrante, vez que restou caracterizado ato ilegal e abusivo da autoridade impetrada”.

O magistrado destacou que Giselle apresentou os relatórios de frequência que

demonstram sua assiduidade no período em que sofreu os descontos em seus salários.

Ainda segundo ele, “tal fato restou incontroverso, haja vista que o impetrado, ao prestar

informações reconheceu o equívoco no corte das funções da impetrante, sendo o

ressarcimento dos descontos indevidos”. Veja a decisão. (Texto: Daniel Paiva – estagiário

do Centro de Comunicação Social do TJGO)

Fonte: TJ GO

Agsep terá de pagar gratificação por risco de vida a ex-vigilante penitenciário

A Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep) foi condenada a pagar

gratificação por risco de vida a Mário Kemps Silva Teixeira pelo tempo que ele trabalhou

como vigilante penitenciário - de 9 de março de 2007 a 31 de agosto de 2008. A instituição

terá ainda de efetuar o pagamento da diferença salarial, no 13º, no cálculo do terço de

férias e das férias que foram indenizadas, incindindo ainda correção monetária e juros

moratórios.

O valor da gratificação deverá ser determinado pelo Decreto Estadual 7.031/09. A decisão

é da desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis (foto), que manteve a sentença da 2ª

Vara Cível, Fazendas Públicas e Registros Públicos da comarca de Formosa.

Alegações

A agência interpôs apelação cível para reformar a sentença, alegando a prescrição do

caso e que o artigo 7º da Lei nº 15.674/06 foi declarado inconstitucional. Sustentou ainda

que mesmo se não tivesse sido declarado inconstitucional, não existiria a possibilidade de

se requerer qualquer incorporação da gratificação aos valores recebidos pelo ex-vigilante,

já que a alínea 'b', do mesmo artigo, estabelece que a gratificação constitui parcela

variável da remuneração e 'não a integrará para nenhum efeito'.

A magistrada negou seguimento ao recurso apelatório, pois há o reconhecimento do

direito dos vigilantes penitenciários de receberem a gratificação de risco de vida. Além

disso, a desembargadora enfatizou que se foi declarada a inconstitucionalidade de

apenas uma alínea, o restante do artigo 7º, da Lei Estadual 15.674/06, está em plena

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19 de Janeiro de 2015.

vigência, razão pela qual deve ser concedida a gratificação de risco de vida. “Como se

depreende da leitura do artigo supratranscrito, o benefício é direito de todos os servidores

da Agsep, desde que exerçam funções nas unidades prisionais, independentemente do

regime de admissão”.

De acordo com a magistrada, a referida gratificação constitui sim, parcela integrante da

remuneração do servidor. Veja a decisão. (Texto: Fernando Dantas – Centro de

Comunicação Social do TJGO)

Fonte: TJ GO

Banco terá de ressarcir e indenizar cliente que teve dinheiro retirado de poupança sem autorização

O juiz substituto em segundo grau Wilson Safatle Faiad manteve sentença que condenou

o Banco do Brasil S/A a ressarcir Odésio Antônio de Oliveira a quantia de R$ 50 mil, valor

retirado indevidamente de sua conta poupança. Além disso, o Banco do Brasil terá de

pagar R$ 10 mil a título de indenização por danos morais.

O magistrado negou a pretensão do banco para que houvesse a minoração do valor

fixado a título de ressarcimento pelos danos morais. Para Wilson Faiad, a retirada do

valor da conta poupança de Odésio causou-lhe danos morais a serem ressarcidos,

conforme juízo singular. “Sabe-se, outrossim, que o valor da indenização por dano moral

deve ser fixado após o exame das peculiaridades de caso e, em especial, a gravidade da

lesão, a intensidade da culpa do agente, a condição socieconômica das partes e a

participação de cada um nos fatos que originaram o dano a ser ressarcido”, destacou.

O relator observou que é preciso ter em mente que o ressarcimento por dano moral deve

alcançar um importe que sirva de exemplo e punição para o réu, mas, segundo ele, por

outro lado, nunca deve ser fonte de enriquecimento para a vítima, servindo-lhe apenas

como compensação pela sofrida. “A quantia arbitrada pelo juiz de primeiro grau se revela

coerente e adequada, bem com atende aos princípios da razoabilidade e da

proporcionalidade, traduzindo o justo, o imparcial, bem como satisfaz o fim pretendido

pelo ordenamento jurídico pátrio”, pontuou. (Texto: Arianne Lopes - Centro de

Comunicação Social do TJGO)

Fonte: TJ GO

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19 de Janeiro de 2015.

Adoção: mesmo sem estar na fila, casal tem prioridade por vínculo afetivo com menor

A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) reformou sentença

para conceder a guarda provisória de uma menina a um casal que não estava em

primeiro lugar na fila de adoção. O relator do voto, acatado à unanimidade pelo colegiado,

foi o desembargador Amaral Wilson que considerou a relação já existente entre as partes

– a família visitava a criança regularmente no abrigo e a levava para casa em fins de

semana, recessos e feriados.

O relator endossou que a quebra abrupta do vínculo afetivo seria prejudicial a menor e ao

casal. “Não se mostra recomendável o afastamento dos adotantes, vez que já foi

estabelecido entre o casal e a menor um sentimento de apego, carinho, amor e

confiança”.

Consta dos autos que o casal autor da ação é voluntário num centro social que abriga

crianças em Trindade. Há nove meses, o homem e a mulher relatam que se afeiçoaram,

em especial, por uma menina de três anos de idade e, com apoio de uma assistente

social, conseguiram autorização, com o programa de apadrinhamento, para passarem

mais tempo juntos. Eles alegaram que se “afeiçoaram demais a menor e se dedicaram a

lhe oferecer todo amor e carinho que se devota a um filho”.

Para iniciar o processo de adoção, o casal ajuizou pedido de guarda e responsabilidade.

Contudo, em primeiro grau, a magistrada observou que o programa de apadrinhamento

visa, apenas, às adoções tardias, ou seja, abrange crianças a partir dos quatro anos de

idade e que, no caso em questão, para a adoção, deveria ser obedecido um critério mais

rigoroso, com base na ordem de inscrição cronológica do Cadastro Nacional de Adoção

(CNA). A autorização do apadrinhamento, nessa circunstância, teria sido um equívoco a

ser corrigido, segundo a juíza.

O casal recorreu e o processo foi deferido pelo colegiado. “Ora, não é admissível, nesta

situação peculiar, exigir, portanto, a observância do cadastro de adotantes, pois

‘erros/equívocos’ administrativos que ensejam a formação de um vínculo afetivo de

convivência familiar não são desfeitos por simples decisão. Desse modo, a exigência de

aplicação do referido Cadastro seria tão maléfica à criança, que o tornaria uma peça

contrária para a qual foi concebida”. (Texto: Lilian Cury – Centro de Comunicação Social

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19 de Janeiro de 2015.

do TJGO)

Fonte: TJ GO

Mesmo com exame de DNA negativo, paternidade é mantida por vínculos socioafetivos

Mesmo com exame de DNA negativo, a paternidade pode ser mantida caso haja vínculo

socioafetivo entre pai e filho. Esse é o entendimento da 4ª Câmara Cível do Tribunal de

Justiça do Estado de Goiás (TJGO) que, por unanimidade, seguiu voto do relator,

desembargador Gilberto Marques Filho e manteve sentença do juízo da 1ª Vara Cível de

Pires do Rio, que julgou improcedente os pedidos de um pai que buscava retirar seu

nome da certidão de nascimento de seu filho após descobrir, oito anos depois, que não

era pai biológico da criança.

O homem afirmou que conviveu menos de um ano com a criança, pois se separou da

mãe ao desconfiar que não seria o pai. Ele argumentou que foi induzido a erro pela

mulher e que “o reconhecimento de paternidade voluntário de uma pessoa deve ser

cerceado e protegido da sua certeza e não estar eivado de vício de consentimento, o que

leva uma pessoa a erro via induzimento”. No entanto, o desembargador constatou que, no

caso, houve a existência de vínculo socioafetivo, já que o homem reconheceu, em juízo, a

paternidade da criança, além de pagar pensão e manter horários de visitas. “Da análise

do conjunto probatório dos autos, o apelante não comprovou que não tinha convivência

socioafetiva com o apelado, o que ficou caracterizado foi mero arrependimento, após oito

anos, de ter registrado o menor”.

Consta dos autos que a criança nasceu em 1997 e que, embora o homem tenha se

separado da mãe da criança em 1998, ele, voluntariamente, firmou acordo perante juízo

para a fixação de pensão alimentícia para o menor, e reconheceu expressamente a

paternidade dele. Ainda em 2000, ele retificou o acordo, porém manteve a pensão

alimentícia e alterou os horários de visitas. Apenas em 2005 ele pleiteou pela primeira vez

a realização de exame de DNA. (Texto: Daniel Paiva – estagiário do Centro de

Comunicação Social do TJGO)

Fonte: TJ GO

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19 de Janeiro de 2015.

Escola terá de indenizar aluno que foi vítima de discriminação pela professora

A escola Associação de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (ACTEG) terá de

indenizar um aluno em R$15 mil, por danos morais. A criança foi vítima de discriminação

por parte de sua professora, em razão de sua dupla nacionalidade. A decisão monocrática

é do desembargador Walter Carlos Lemes, que manteve sentença do juízo da 2ª Vara

Cível de Valparaíso de Goiás.

A ACTEG buscou na justiça a reforma da sentença ou a redução da indenização.

Segundo ela, “não restou comprovada, nos autos, o cometimento de conduta ilícita a dar

ensejo à indenização por danos morais”. Porém, o magistrado entendeu que, no caso,

estava comprovada a ocorrência da discriminação, os danos sofridos e o nexo de

causalidade, “restando caracterizado o dever de indenizar da parte apelante”.

O desembargador destacou o depoimento do aluno, que declarou que a professora não

gostava dele. Segundo ele, a professora o chamou de “tartaruga” por não ter conseguido

fazer o dever de casa e que não o colocava em grupo para fazer trabalhos, ocasiões em

que ficava só com outro colega que era negro. Ele contou também que no Dia das

Crianças não foi convidado para a festa e a professora teria lhe dito “você acha que vai

para lá? Você não vai não, pois ao invés de ser um Feliz dia das Crianças, para você vai

ser um dia ruim”.

Walter Lemes ainda ressaltou o laudo de avaliação psicopedagógico anexado que

constatou que a criança sofreu discriminação. “É evidente que a conduta praticada pela

professora do requerido não é a que se espera de alguém que tem a função de transmitir

ensinamento aos alunos ou mesmo de qualquer pessoa que viva em sociedade, sendo

essencial, o respeito, a educação e a cordialidade”, afirmou o magistrado. De acordo com

ele, o dano moral restou configurado porque as ofensas praticadas pela professora

atingiram a honra do aluno.

Quanto ao valor da indenização, o desembargador decidiu por manter inalterado. “Após

examinar a gravidade, a abrangência e as conseqüências do ato ilícito, bem assim a

estrutura econômica das partes, tenho que o quantum reparatório fixado pelo julgador a

quo se coaduna com o princípio da razoabilidade e, por conseguinte, satisfaz o caráter

dúplice da reparação, de modo que não há falar em enriquecimento ilícito da vítima”.

(Texto: Daniel Paiva – estagiário do Centro de Comunicação Social do TJGO)

Fonte: TJ GO

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19 de Janeiro de 2015.

Condenado por improbidade não pode ser empossado no cargo de Fiscal de Defesa Ambiental

Cargos relativos ao exercício de poder de polícia não podem ser ocupados por pessoas

com certidão positiva da Justiça Federal. Este é o entendimento da 4ª Câmara Cível do

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) que, à unanimidade, seguiu voto da

relatora, desembargadora Elizabeth Maria da Silva , e reformou sentença do juízo da Vara

da Fazenda Pública Municipal, Registros Públicos e Ambiental de Aparecida de Goiânia

ao denegar segurança a André Luis Mota de Andrade. Ele foi aprovado em concurso

público para o cargo de Fiscal de Defesa Ambiental, mas não apresentou certidão

negativa da Justiça Federal porque, na época, respondia a ação pública por ato de

improbidade administrativa.

Em primeiro grau, foi confirmada liminar para que o município de Aparecida de Goiânia

empossasse André, pois foi reconhecida a “necessidade de se observar o pressuposto

constitucional da presunção da inocência”. A desembargadora, no entanto, ao analisar o

edital, constatou que ele previa a apresentação da certidão negativa emitida pela Justiça

Federal. “Desconsiderar tal regramento e possibilitar ao candidato posse em cargo público

sem o cumprimento de todas as regras previstas no Edital importaria na violação dos

princípios da legalidade e da impessoabilidade, valores estes essenciais aos certames

públicos”, julgou a magistrada.

A desembargadora considerou que o caso se tratava de uma concorrência de direitos

fundamentais: de um lado o princípio da presunção da inocência e, de outro, os princípios

da moralidade, da probidade e da dignidade da função pública. Segundo ela, “em se

tratando de administração pública, o interesse público primário, que resguarda toda a

coletividade, deve sempre ser considerado para a realização de tal sopesamento”. Sendo

assim, a magistrada concluiu que “os princípios da moralidade, da probidade e da

dignidade das funções públicas deve prevalecer sobre o princípio da presunção da

inocência”.

Poder de Polícia A desembargadora destacou ainda que, para cargos relativos ao exercício de poder de

polícia, que é o caso em questão, a idoneidade do candidato ganha um grau de

importância ainda mais elevado. Dessa maneira, ela ponderou que “a seleção de

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19 de Janeiro de 2015.

candidatos mais capacitados envolve não só escolher aqueles candidatos que se

mostram mais tecnicamente preparados e aprovados dentro do número de vagas do

concurso público, como também aqueles que, de fato, estão aptos ao desempenho das

funções públicas, o que envolve uma acurada análise da vida pregressa dos candidatos, a

fim de se aferir a ilibada idoneidade e compromisso moral daqueles que visam o acesso a

cargos públicos cujas atribuições justifiquem esta maior cautela, como é o caso em

concreto”.

ImprobidadeNa época do concurso, André respondia por ato de improbidade administrativa e, no dia

19 de fevereiro de 2014, foi condenado por beneficiar-se diretamente de repasses

ocorridos entre os anos de 2000 e 2007, que totalizaram aproximadamente R$ 87 mil. Tal

quantia diz respeito a parcela de desvios de dinheiro público superior a R$ 1,285 milhão

efetuados pela servidora Marina de Fátima Piau Ferreira, do setor de pagamentos do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que à

época era sogra de André. Veja a decisão. (Texto: Daniel Paiva – estagiário do Centro de

Comunicação Social do TJGO)

Fonte: TJ GO

5.2.4 Tribunal Superior do Trabalho

Médica celetista contratada por concurso público não obtém direito a estabilidade

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho não reconheceu o direito à

estabilidade de uma médica celetista contratada por concurso público pela prefeitura de

Itapecerica da Serra (SP). De acordo com o ministro Walmir Oliveira da Costa, relator do

processo, a Súmula 390 do TST, ao garantir estabilidade ao servidor público celetista

concursado, "tem seu alcance limitado às situações em que os empregados públicos

foram nomeados até a data de publicação da Emenda Constitucional 19/98".

A médica foi contratada pelo regime da CLT em agosto de 2000 e dispensada em março

de 2005. No recurso ao TST, ela alegou que teria direito à estabilidade pelo fato de ter

sido demitida após três anos de efetivo exercício de sua função. Por isso, sua demissão

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19 de Janeiro de 2015.

violaria o artigo 41 da Constituição Federal e a Súmula 390.

A súmula dispõe que "o servidor público celetista da administração direta, autárquica ou

fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF /1988". O artigo 41,

por sua vez, dispõe que "são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores

nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público".

No entanto, o ministro Walmir Oliveira ressaltou que os precedentes que levaram à edição

da súmula são referentes a situações concretas ocorridas antes da Emenda

Constitucional 19/98, quando o artigo 41 da Constituição tinha a seguinte redação: "são

estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de

concurso público".

Para o ministro, como o texto do artigo utilizava a locução "servidores nomeados",

permitia abarcar no seu conceito tanto os titulares de cargo público como também os de

emprego público (regidos pela CLT), "desde que atendido o requisito genérico de haverem

sido nomeados em virtude de concurso público".

De acordo ainda com Walmir Oliveira, a partir da Emenda Constitucional n. 19/98, a

redação do artigo foi alterada e ganhou maior especificidade quanto ao direito à

estabilidade, "aplicando-se tão somente aos servidores nomeados para cargo de

provimento efetivo em virtude de concurso público". Esses servidores não são regidos

pela CLT e são nomeados para cargos criados por lei municipal.

Com esse entendimento, a Primeira Turma do TST não conheceu do recurso da médica,

mantendo a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) desfavorável a

ela.(Augusto Fontenele/CF)

Processo: RR-106500-15.2005.5.02.0332

Fonte: TST

Servidora pública celetista consegue ampliação da licença maternidade para 180 dias

Uma assistente social, servidora pública celetista no Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo, conseguiu ampliar a licença maternidade

para 180 dias, garantida aos servidores estatutários do estado pela Lei Complementar

estadual 1.054/2008. Para a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, o direito

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19 de Janeiro de 2015.

conferido às estatutárias deve ser estendido às trabalhadoras regidas pela CLT para dar

efetividade à norma que objetiva a proteção da criança, sob pena de violação ao princípio

da isonomia.

A trabalhadora foi admitida por concurso público sob o regime da CLT. Após dar à luz,

passou a usufruir da licença maternidade de 120 dias, conforme previsão legal. Em juízo,

pediu a aplicação da lei estadual, por entender que a legislação não excluiu

expressamente as servidoras celetistas da extensão da licença. Em contrapartida, o

hospital alegou que as servidoras celetistas foram excluídas pelo artigo 4º da lei.

O pedido da servidora foi julgado improcedente pelo juízo de origem e pelo Tribunal

Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), mas, ao recorrer ao TST, o recurso foi provido.

Para a relatora do processo, desembargadora convocada Cilene Amaro Santos, o

hospital, integrante da administração pública indireta, ofende o princípio da isonomia ao

estender a licença maternidade somente às servidoras públicas submetidas ao regime

estatutário.

"A coexistência de dois regimes jurídicos, celetista para empregados públicos e

estatutários para os ocupantes de cargo ou função pública, tem o fim de distinção para as

regras próprias, administrativas e celetistas, não afastando, em ambos os casos, a

aplicação dos princípios que norteiam a administração pública: legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência," destacou a desembargadora.

A decisão foi unânime. Após a publicação do acórdão, o hospital interpôs embargos

declaratórios rejeitados pela Turma.

(Taciana Giesel/CF)

Processo: RR-2800-59.2012.5.02.0079

Fonte: TST

Turma concede adicional de insalubridade a parteira de suínos

Uma trabalhadora rural que exercia a função de auxiliar de produção na criação de suínos

da Fazenda Aroeira, de Campo Florido (MG), terá direito a receber adicional de

insalubridade em grau médio, devido ao contato constante com os animais. A decisão é

da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

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A empregada justificou o pedido argumentando que atividade era pelo convívio diário com

resíduo animal, pois trabalhava no setor maternal da produção de porcos da propriedade,

onde cuidava dos partos, recolhia placentas, cortava e amarrava os umbigos dos leitões,

limpava as baias, além de aplicar medicamentos nos animais.

Em sua defesa, a fazenda alegou que as atividades da auxiliar de produção não estão

previstas no Anexo 14 da Norma Regulamentadora 15, do Ministério do Trabalho e

Emprego, que trata de agentes biológicos. De acordo com o empregador, a auxiliar, que

trabalhou de setembro de 2010 a maio de 2011 na propriedade pecuarista, não tinha

contato com animais portadores de doenças infectocontagiosas, o que não oferecia risco

à sua saúde.

Segunda instância

O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) reformou decisão da 3ª Vara do

Trabalho de Uberaba que condenou a propriedade ao pagamento do adicional. Mesmo o

laudo pericial constatando a insalubridade em grau médio por contato com agentes

biológicos, o TRT-MG proveu recurso do produtor, justificando que a criação de porcos se

destina ao consumo humano, o que torna obrigatória a necessidade dos suínos serem

saudáveis, sem qualquer tipo de doença.

TST

Insatisfeita com a decisão regional, a trabalhadora rural recorreu ao TST para

restabelecer a condenação. O relator do processo, ministro Alberto Bresciani, entendeu

que a trabalhadora tem direito a receber o adicional de insalubridade e seus reflexos, já

que o TRT "descreveu minuciosamente as atividades da autora, evidenciando que todas

as funções envolvem essencialmente o manejo de suínos e seus resíduos".

Segundo o relator, a Súmula 448 do TST destaca que não basta o laudo pericial

comprovar o trabalho insalubre, mas é necessária a classificação da atividade na relação

do MTE. No voto, o ministro explicou que as atividades da auxiliar de produção na

suinocultura estão prevista no Anexo 14 da NR 15, já que a trabalhadora "estava em

contato permanente com animais, sendo tal hipótese prevista na relação oficial elaborada

pelo Ministério do Trabalho". A decisão foi unânime. (Alessandro Jacó/CF)

Processo: RR-2032-18.2011.5.03.0152

Fonte: TST

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19 de Janeiro de 2015.

6 CONGRESSOS E SEMINÁRIOS

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19 de Janeiro de 2015.

Boletim Informativo CEJUR, ano X, n. 01/2015.

19 de Janeiro de 2015.

ELABORAÇÃO:

Frederico Garcia Pinheiro- Procurador-Chefe do CEJUR

Mariana Milena Marinho - Estagiária em Direito

Dalvino Gonçalves de Almeida Junior – Estagiário em Designer

PUBLICAÇÃO:

Carlos Tavares da Silva – Assessor de informática

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