ninguém escapa da educação

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FAJE - Departamento de Filosofia Disciplina: Filosofia da Educação - 2014 – 2º Sem. Professor: Silvia Contaldo Aluno: João Elton de Jesus Data: 19/08/2014 NINGUÉM ESCAPA DA EDUCAÇÃO A questão da educação sempre foi uma temática muito grande no Brasil, no entanto ela tem se tornado ainda mais forte nos últimos anos onde a população passou a exigir maiores orçamentos publicos para essa área. De fato, é necessário maior investimento na educação dos nossos brasileiros, mas diante desse contexto surgem algumas perguntas: o aumento das verbas para educação transformará o Brasil em um lugar melhor? As nossas crianças e jovens serão mais humanos com a “educação” que oferecemos? Os nossos projetos educacionais, os nosso planos pedagógicos são realmente humanizadores? É impossível voltar à epoca tribal, onde a transmissão de conhecimeto era feita muitas vezes oralmente ou somente de forma prática, em pequenos grupos, de acordo com o contexto da tribo; o mundo tornou-se maior, a globalização ocorrida no final do século XX mudou a forma humana de viver e agora no terceiro milênio, tudo é mundial, tudo está interligado, conectado, embora muitos estejam abandonados e excluídos, pois quem não está na “rede” não existe. Aprendemos o tempo inteiro, isso é inerente ao ser humano, realmente ninguém escapa da educação, no entanto, num mundo cada vez mais individualista essa “educaçaõ” deve estar voltada para um empoderamento das pessoas, levando em consideração a importância do coletivo, do comunitário, combater o individualismo e o egoísmo.

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Page 1: Ninguém Escapa Da Educação

FAJE - Departamento de FilosofiaDisciplina: Filosofia da Educação - 2014 – 2º Sem.Professor: Silvia Contaldo

Aluno: João Elton de JesusData: 19/08/2014

NINGUÉM ESCAPA DA EDUCAÇÃO

A questão da educação sempre foi uma temática muito grande no Brasil, no entanto ela tem se

tornado ainda mais forte nos últimos anos onde a população passou a exigir maiores

orçamentos publicos para essa área. De fato, é necessário maior investimento na educação dos

nossos brasileiros, mas diante desse contexto surgem algumas perguntas: o aumento das

verbas para educação transformará o Brasil em um lugar melhor? As nossas crianças e jovens

serão mais humanos com a “educação” que oferecemos? Os nossos projetos educacionais, os

nosso planos pedagógicos são realmente humanizadores?

É impossível voltar à epoca tribal, onde a transmissão de conhecimeto era feita muitas vezes

oralmente ou somente de forma prática, em pequenos grupos, de acordo com o contexto da

tribo; o mundo tornou-se maior, a globalização ocorrida no final do século XX mudou a

forma humana de viver e agora no terceiro milênio, tudo é mundial, tudo está interligado,

conectado, embora muitos estejam abandonados e excluídos, pois quem não está na “rede”

não existe.

Aprendemos o tempo inteiro, isso é inerente ao ser humano, realmente ninguém escapa da

educação, no entanto, num mundo cada vez mais individualista essa “educaçaõ” deve estar

voltada para um empoderamento das pessoas, levando em consideração a importância do

coletivo, do comunitário, combater o individualismo e o egoísmo.

Sempre é possível aprender, inclusive nos momentos

difíceis. Na imagem ao lado (Kurdistão iraquiano -

Crianças dirigindo-se à escola, transportando lenha

para aquecimento das salas de aula; Ainda há escolas

em que crianças levam combustível para aquecê-las. E

sem luvas; Pg. 43), o contexto é extremamente

comovente, essas crianças merecem melhores condições de estudo formal, no entanto, elas

vivem algo que uma criança que tem tudo ao seu dispor pode não possuir em sua formação: a

ajuda mútua, o trabalho em equipe, a luta por uma causa. Essas crianças se uniram, se

organizaram e juntas levam a lenha para aquecer a sala de aula, com isso aprendem a trabalhar

juntas, a se organizarem por algo e certamente valorizarão cada segundo em classe, o fogo

não aquece somente aquele que levou o graveto, mas todos que juntos formaram a fogueira.

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Aluno: João Elton de JesusData: 19/08/2014

Como em um mundo onde imperam os números, a frieza, o asfalto e o concreto pode haver

uma educação com calor, cor, fraternidade, humanidade? É claro que a educação deve

oferecer ferramentas para que haja uma formação voltada para o trabalho, se antes nas tribos

ensinava-se o menino a pescar e caçar, hoje se forma para projetar, manipular, informatizar, a

questão é pensar nas consequencias e uso dessa técnica, se elas estão voltadas para o benefício

de todos ou apenas interessadas em mais lucros e poder por parte de alguns.

O contraste da figura ao lado (Hong Kong -

Crianças em recreio na escola de uma prisão para

refugiados vietnamitas; Quão fácil é dar um

instante de liberdade apenas com uma bola. pg.71)

é muito forte. Em meio a prédios, à números sem

personalização, em meio ao atacado, vemos o

“varejo” da personalização, do contato, da

brincadeira, da amizade. É uma imagem forte ver essas crianças trancadas entre grades, mas

essa pode ser uma situação de formação humana, da educação humanizadora, que é cada vez

mais marginalizada, massacrada, devorada pelo poder. Talvez a escola poderia ser uma voz,

um lugar onde, embora se prepare para o mundo globalizado e capitalista, possa também ser

um mundo da humanidade, da amizade, do desporto.

Qual caminho percorrer? Como tornar o mundo dos números e da técnica, mais humanizador,

mais amistoso, mais colaborativo? Talvez a imagem abaixo (Filipinas - Transporte público

improvisado; “A escola levará os alunos ao futuro?; pg. 138) represente alguma luz. Não é

possível deixar de usar a tecnologia, o guarda-

chuva, a “locomotiva” e os trilhos estão

presentes, o mundo não deixará a sua

“evolução”, mas junto com ela pode haver ajuda

mútua, respeito aos menos favorecidos, incentivo

e união de esforços e corações para a contrução

de um mundo melhor, para a realização plena de

uma causa, uma causa que emglobe o bem de todos. Claro não é fácil, mas talvez o aprender-

ensinar possa evoluir de forma real para uma união da endoculturação com a formação

teórico, prático científico, visando a sociedade, a humanidade, a construção de um mundo

mais fraterno e solidário.

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Aluno: João Elton de JesusData: 19/08/2014

Ninguem escapa da educação, ela está presente até nos momentos mais dificeis, sempre é

possível aprender mais, sejam em contextos “positivos” sejam em contextos “negativos”,

talvez o papel da educação é facilitar esse processo, é ajudar os educandos a se darem conta

de seus potenciais, dos pontos positivos de suas vidas, empoderando-os e ajudando-os a

identificar as necessidades, falhas e pontos negativos a fim de combatê-los. Ninguém escapa

da educação, mas essa educação deve ser voltada para o bem, para a comunidade, para a

formação de um mundo melhor. Enquanto a educação for um treinamento, uma formatação de

pessoas para o lucro de alguns, ela perde o seu valor de educação e se transforma num

adestramento.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, C.R.O que é educação?. São Paulo: Editora Brasiliense, 2007

BUARQUE, C. SALGADO, S. O berço da desigualdade. 3.ed. – Brasília : UNESCO,

Instituto Sangari, 2009.192p.