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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE DESENHO TÉCNICO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESENHO INDUSTRIAL
NICOLE MOREIRA PIEDRAS FERREIRA
CARRINHO PLATAFORMA: O transporte de carga entre diferentes níveis, em espaços
pequenos.
Niterói 2017
NICOLE MOREIRA PIEDRAS FERREIRA
CARRINHO PLATAFORMA: O transporte de carga entre diferentes níveis, em espaços
pequenos.
Orientador Acadêmico Prof. Dr. Ricardo Pereira Gonçalves.
Niterói 2017/2
Trabalho de conclusão de curso apresentado em 27 de novembro de 2017, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Desenho Industrial pela Universidade Federal Fluminense.
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF
F383 Ferreira, Nicole Moreira Piedras
Carrinho plataforma : o transporte de carga entre diferentes níveis, em espaços pequenos / Nicole Moreira Piedras Ferreira. – Niterói, RJ : [s.n.], 2017.
117 f.
Projeto Final (Bacharelado em Desenho Industrial) –
Universidade Federal Fluminense, 2017. Orientador: Ricardo Pereira Gonçalves.
1. Manuseio de cargas. 2. Ergonomia. 3. Transtorno traumático
cumulativo. I. Título.
CDD 388.044
NICOLE MOREIRA PIEDRAS FERREIRA
CARRINHO PLATAFORMA: O transporte de carga entre diferentes níveis, em espaços
pequenos.
Trabalho de conclusão de curso apresentado em 27 de novembro de 2017, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Desenho Industrial pela Universidade Federal Fluminense.
Trabalho aprovado em _____ de __________ de _____.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Ricardo Pereira Gonçalves (Orientador Acadêmico) Universidade Federal Fluminense
Profª. Drª. Luiza Helena Boueri Rebello (Avaliadora) Universidade Federal Fluminense
Profª. Drª. Regina Célia de Souza Pereira (Avaliadora) Universidade Federal Fluminense
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Andrea e João Roberto, que sempre me deram todo o suporte
para os estudos e minha formação, sendo grandes incentivadores durante toda a
jornada, até aqui. Sem o amor de vocês eu não seria nada.
Aos meus irmãos, Igor, João e Natasha que nunca me deixam sozinha, sendo
sempre meus melhores amigos.
Aos meus avós, Aurora, Antônio, Maria José e Rubens pelos exemplos que
são, pessoas que carrego comigo em todos os pensamentos e momentos.
Às minhas amigas, Gabriela, Livia e Marcela que me apoiaram desde o início
do curso de graduação e não me deixaram desistir, mesmo algumas vezes de longe.
Ao Guilherme, que sempre me acompanhou nos projetos. Sua presença e
incentivo foram fundamentais.
Aos professores do curso dessa Graduação – TODOS – por todo
conhecimento, paciência e tempo dedicado. Sem dúvidas, tem um pedacinho de cada
um nesse projeto. E em mim também.
Ao professor Ricardo Pereira Gonçalves, meu orientador, por todo
direcionamento, conselho, conhecimento compartilhado…enfim, sem você não teria
sido possível a execução desse projeto.
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”
Salomão
RESUMO
MOREIRA, Nicole. Carrinho Plataforma: O transporte de carga entre diferentes níveis, em espaços pequenos. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2017. (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação.) O projeto é um sistema para carregamento de carga entre dois níveis diferentes. Através de estudos ergonômicos, verificou-se que a movimentação manual de carga está associada às lesões dos trabalhadores, ao aumento do número de acidentes no ambiente de trabalho, à diminuição do rendimento dos usuários e ao comprometimento das estruturas osteomusculares. Então, o Carrinho Plataforma visa eliminar ou reduzir os esforços dos usuários que movimentam manualmente cargas, facilitando a tarefa de transportar, estocar e repor itens pesados. Conferindo segurança, conforto, bem-estar ao trabalhador e eficácia no transporte de cargas. Palavras-chaves: Movimentação de Carga. Lesões. Transporte. Esforço. Manual.
ABSTRACT MOREIRA, Nicole. Carrinho Plataforma: O transporte de carga entre diferentes níveis, em espaços pequenos. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2017. (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação.) The objective of this project is to develop a system of load transporting between two different levels. Through ergonomic studies, it was verified that the manual movement of the load is associated with the damages to musculoskeletal structures of the workers, the increase in the number of accidents in the workplace, and the decrease of the performance of the users. Thus, the platform purpose to eliminate or reduce the efforts of users who move manually by facilitating the transportation, storage and replacement of heavy items. Provide safety, comfort, well-being to the worker and efficiency in the transport of loads. Keywords: Load movement. Damage. Transport. Effort. Manual.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Funcionário subindo com o saco.................................................................20
Figura 2. Funcionária descendo a escada.................................................................20
Figura 3. Funcionária subindo a escada ...................................................................21
Figura 4. Funcionária carregando o saco pela loja ...................................................21
Figura 5. Escada caracol ...........................................................................................22
Figura 6. Funcionária carregando o saco na escada ................................................22
Figura 7. Sistema de contrapeso ...............................................................................31
Figura 8. Guindaste Humano ....................................................................................31
Figura 9. Elevador de obra ........................................................................................31
Figura 10. Carrinho de carga .....................................................................................32
Figura 11. Carro pallet ...............................................................................................32
Figura 12. Carrinho com elevação ............................................................................33
Figura 13. Carrinho de madeira .................................................................................33
Figura 14. Carrinho dobrável .....................................................................................33
Figura 15. Empilhadeira manual ................................................................................34
Figura 16. Elevador Monta - Carga sem cabine.........................................................34
Figura 17. Monta - carga ...........................................................................................35
Figura 18. Gráfico 1....................................................................................................50
Figura 19. Gráfico 2....................................................................................................51
Figura 20. Gráfico 3....................................................................................................52
Figura 21. Alternativa 1 .............................................................................................55
Figura 22. Continuação Alternativa 1 ........................................................................56
Figura 23. Alternativa 2 .............................................................................................56
Figura 24. Alternativa 3..............................................................................................57
Figura 25. Continuação Alternativa 3 ........................................................................57
Figura 26. Alternativa 4..............................................................................................58
Figura 27. Alternativa 5 .............................................................................................59
Figura 28. Alternativa 6 .............................................................................................60
Figura 29. Alternativa 7..............................................................................................61
Figura 30. Continuação Alternativa 7.........................................................................61
Figura 31. Alternativa 8..............................................................................................62
Figura 32. Continuação Alternativa 8.........................................................................62
Figura 33. Continuação Alternativa 8.........................................................................63
Figura 34. Continuação Alternativa 8.........................................................................63
Figura 35. Continuação Alternativa 8.........................................................................63
Figura 36. Continuação Alternativa 8.........................................................................64
Figura 37. Vista lateral do usuário em relação ao carrinho........................................75
Figura 38. Vista lateral do usuário em relação ao carrinho........................................76
Figura 39. Vista lateral do usuário agachado mexendo no carrinho..........................77
Figura 40. Vista superior do alcance do usuário no carrinho.....................................78
Figura 41. Vista frontal...............................................................................................79
Figura 42. Visão lateral em pé....................................................................................80
Figura 43. Visão lateral agachado..............................................................................81
Figura 44. Visão superior...........................................................................................82
Figura 45. Modelo volumétrico reduzido do carrinho-plataforma...............................95
Figura 46. Carrinho "funcionando" como plataforma do Monta carga........................96
Figura 47. Vista frontal do carrinho encaixado no Monta carga.................................96
Figura 48. Modelo 1x1 em papelão da estrutura principal do carrinho
plataforma...................................................................................................................97
Figura 49. Vista superior dimensionamento da estrutura principal do carrinho
plataforma...................................................................................................................97
Figura 50. Modelo da pré-apresentação....................................................................98
Figura 51. Modelo da pré-apresentação....................................................................98
Figura 52. Frente do carrinho.....................................................................................99
Figura 53. Parte de trás do carrinho...........................................................................99
Figura 54. Frente com puxador em altura média.....................................................100
Figura 55. Carrinho fechado em pé..........................................................................100
Figura 56. Rodinhas em formato estrela..................................................................101
Figura 57. Descanso do carrinho.............................................................................101
Figura 58. Dobradiças para parte retrátil..................................................................102
Figura 59. Parte de trás do carrinho com acoplagem para monta-carga.................102
Figura 60. Detalhe da acoplagem do monta-carga..................................................103
Figura 61. Tecido de contenção para cargas disformes..........................................103
Figura 62. Tecido de contenção para cargas disformes..........................................103
Figura 63. Teste com o maior homem......................................................................104
Figura 64. Usuária colocando a caixa agachada.....................................................105
Figura 65. Usuária empurrando o carrinho-plataforma............................................105
Figura 66. Usuária puxando o carrinho-plataforma..................................................106
Figura 67. Usuária subindo/descendo a escada......................................................106
Figura 68. Usuária guardando o carrinho.................................................................107
Figura 69. Usuário colocando a caixa agachado.....................................................107
Figura 70. Usuário empurrando o carrinho-plataforma............................................108
Figura 71. Usuário puxando o carrinho-plataforma..................................................108
Figura 72. Usuário subindo/descendo a escada......................................................109
Figura 73. Usuário guardando o carrinho.................................................................109
Figura 74. Tecido envolvendo o carrinho (parte de trás) .........................................110
Figura 75. Carrinho de frente com contenção..........................................................110
Figura 76. Descanso do carrinho.............................................................................111
Figura 77. Carrinho em pé, com o apoio do descanso.............................................111
Figura 78. Teste reprovado na barra de acoplagem................................................112
Figura 79. Detalhe da reprovação............................................................................112
Figura 80. Teste aprovado na barra de acoplagem.................................................113
Figura 81. Nova configuração da barra de acoplagem............................................113
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Disfunções Sistêmicas…............................................................................19
Tabela 2. Caracterização e Posição Serial do Sistema ..............................................23
Tabela 3. Ordenação Hierárquica do Sistema............................................................24
Tabela 4 Expansão do Sistema..................................................................................24
Tabela 5. Modelagem Comunicacional do Sistema....................................................25
Tabela 6. Função - Informação - Ação........................................................................26
Tabela 7. Tabela GUT ................................................................................................27
Tabelo 8. Quadro do Parecer Ergonômico .................................................................28
Tabela 9. Aspectos Positivos/ Negativos/ Interessantes ............................................29
Tabela 10. Caracterização da tarefa ..........................................................................36
Tabela 11. Quadro de Atividades e Meios ..................................................................37
Tabela 12. Fluxograma Ação - Decisão ......................................................................40
Tabela 13. Questionário Nórdico ................................................................................41
Tabela 14. Registro Diacrônico de Frequência Temporal do Evento...........................42
Tabela 15. Registro de Duração..................................................................................43
Tabela 16. Tabela de Atividades.................................................................................44
Tabela 17. Tabela de Assunção Postural....................................................................47
Tabela 18. Quadro do Diagnóstico Ergonômico..........................................................53
Tabela 19. Matriz Decisória........................................................................................66
Tabela 20. Quadro comparativo dos materiais............................................................68
Tabela 21. Tomada de Informações e Acionamentos.................................................70
Tabela 22. Dimensões relevantes...............................................................................71
Tabela 23. Usuários limitantes....................................................................................73
Tabela 24. Ficha Técnica............................................................................................94
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
TDT Departamento de Desenho Técnico
GDI Geral em Desenho Industrial
ISO International Standards Organization
UFF
SHTM
GUT
PNI
Universidade Federal Fluminense
Sistema Homem – Tarefa – Máquina
Gravidade – Urgência – Tendência
Positivo – Negativo - Interessante
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………...16
1. ELEVADORES MONTA-CARGA.......................................................................17
2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................17
3. MOTIVAÇÕES....................................................................................................17
4. PROBLEMATIZAÇÃO ERGONÔMICA..............................................................18
4.1. Disfunções sistêmicas..................................................................................19
4.2. Ilustração dos problemas ergonômicos do SHTM........................................20
5. SISTEMATIZAÇÃO...........................................................................................23
6. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E PREDIÇÃO...............................................26
6.1. Priorização do Problema (Tabela GUT) ......................................................27
7. QUADRO DO PARECER ERGONÔMICO.........................................................28
8. ANÁLISE DE SIMILARES..................................................................................29
9. ANÁLISE DA TAREFA (2ª ETAPA DA ANÁLISE ERGONÔMICA) ................36
9.1. Discriminização da tarefa.............................................................................37
9.2. Ambiência da tarefa.....................................................................................37
9.3. Fluxograma ação - decisão..........................................................................40
9.4. Resultados de entrevistas e/ou questionários..............................................41
9.5. Registros Comportamentais.........................................................................42
9.6. Tabela de Atividades....................................................................................44
9.7. Tabela de Assunção Postural......................................................................47
9.8. Gráficos dos Registros Comportamentais....................................................50
9.9. Quadro do Diagnóstico Ergonômico............................................................53
10. TEXTO DE CONCLUSÃO DA DIAGNOSE/SÍNTESE......................................54
11. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS......................................................................55
12. MATRIZ DECISÓRIA.........................................................................................65
13. DETALHAMENTO DA ALTERNATIVA ESCOLHIDA......................................67
13.1. Estudo dos materiais..................................................................................67
13.2. Estudo para acoplagem a Monta- Carga...................................................68
14. PROJETAÇÃO ERGONÔMICA........................................................................69
14.1. Requisitos de projeto..................................................................................69
14.2. Princípio de importância.............................................................................69
14.3. Princípio de frequência de uso..................................................................69
14.4. Princípio funcional......................................................................................69
14.5. Requisitos da tarefa...................................................................................70
14.6. Dimensões relevantes................................................................................71
14.7. Seleções da população acomodada..........................................................71
14.8. Escolher e informar levantamento antropométrico.....................................72
14.9. Informações sobre roupas e EPI'S.............................................................72
14.10. Usuários limitantes...................................................................................73
14.11. Construção de parâmetros de projeto......................................................74
14.12. Informações relevantes dos valores das cotas........................................75
15. DESENHOS TÉCNICOS.....................................................................................83
16. FICHA TÉCNICA................................................................................................94
17. CONSTRUÇÃO DE MODELOS FÍSICOS E VIRTUAIS.....................................95
18. UTILIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DOS MODELOS PELO USUÁRIO (TESTES
ERGONÔMICOS DE VALIDAÇÃO) ................................................................104
19. ESTUDO DE CARGAS PARA ACOPLAGEM.................................................112
20. AVALIAÇÃO DOS MODELOS DE TESTE......................................................114
21. LIÇÕES APRENDIDAS....................................................................................115
22. CONCLUSÃO..................................................................................................115
23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................117
16
INTRODUÇÃO
O transporte de cargas é uma das primeiras atividades humanas. Esse
transporte era manual, em que o caçador transportava a caça sobre os ombros.
Quando passou a residir fora das cavernas, também transportava os materiais de
construção manualmente. Não há registros dos primeiros transportes que não fossem
por meio do homem.
Então, a movimentação de carga sempre foi relacionada à atividade humana,
direta ou indiretamente. Inicialmente o transporte era executado de duas maneiras,
empregando o esforço físico humano (caçador) ou utilizando o esforço de animais de
tração. Com o passar dos tempos, e as mudanças ocorridas na atividade de
transporte, o homem passou a empregar ferramentas ou equipamentos e veículos ou
meios de transporte, como o carrinho de mão ou plataformas, transporte por meio de
caminhões, carretas, empilhadeiras, guindastes, entre outros.
Hoje não é diferente. Nota-se a necessidade, em praticamente qualquer tipo de
estabelecimento comercial, de transportar algum material que esteja alocado em
caixas, engradados, sacos, fardos, entre muitas outras cargas. Como por exemplo,
em galpões, armazéns, estoques e supermercados. E também na construção civil
para o carregamento de blocos e tijolos, por exemplo.
Segundo Antônio Fernando Navarro, “O transporte de qualquer carga
representa riscos, por ser uma atividade perigosa, onde o próprio perigo é o do
transporte de cargas.” (FERNANDO NAVARRO, 2012 p. 1).1
As movimentações de cargas manuais podem estar associadas ao aumento
do número de acidentes quando os ambientes de trabalho são menores, às lesões
provocadas pelo modo de transporte e o comprometimento das estruturas
osteomusculares, como ressaltado no trecho do artigo “Acidentes causados durante
a movimentação de cargas. Uma análise Estatística dos acidentes”.
1 Antônio Fernando Navarro é engenheiro civil, engenheiro de segurança do trabalho, mestre em saúde
e meio ambiente e especialista em gerenciamento de riscos. E professor da Universidade Federal Fluminense.
17
Há artigos acadêmicos que traçam pararelos entre as características das movimentações manuais, e as lesões aos trabalhadores, associadas. Assim, pode-se ter a associação do aumento do número de acidentes quando os ambientes de trabalho são menores, as lesões provocadas pelo modo de transporte, as partes do corpo humano – estrutura osteomusculares – mais expostas às lesões. (FERNANDO NAVARRO, 2012, p. 3).
O carregamento de peso faz parte da rotina de muitos trabalhadores em todo
o Brasil, o que pode ser extremamente perigoso à saúde se executado de maneira
incorreta. A aplicação dos conceitos da ergonomia é a melhor maneira de minimizar
lesões ou acidentes provenientes da postura incorreta durante atividades que
envolvam levantamento de peso.
A ergonomia propõe alguns cuidados posturais ao realizar levantamento de
peso, como pegar a carga simetricamente, evitando qualquer torção da coluna lombar
e rotação lateral de tronco, aproximar a carga e elevá-la o mais próximo do corpo e
evitar movimentos bruscos.
O produto deve auxiliar o usuário a transportar, subir e descer mercadorias, que
podem estar em sacos, caixas ou cabides. A reposição das mercadorias no estoque
e na área de vendas (araras e bancas) deve ser realizada de maneira segura e
eficiente.
É importante que a movimentação de carga, na subida e descida, seja realizada
de maneira ergonomicamente adequada aos usuários, a fim de reduzir os esforços
dos mesmos. A tarefa requer mecanismos de segurança apropriados ao peso das
caixas e sacos transportados.
Nesse contexto, faz-se necessário o desenvolvimento de um produto que
favoreça a tarefa de transportar, subir e descer com mercadorias, visando não
somente a necessidade de reposição das mercadorias no estoque e no salão de
vendas, como também a segurança e conforto do responsável pela execução da
tarefa. Assim, nota-se a influência que um produto funcional e seguro exerce sobre a
atividade.
18
1. OS ELEVADORES MONTA-CARGA
Como mencionado no tópico anterior, para realizar o transporte de cargas o
homem passou a empregar ferramentas ou equipamentos e veículos ou meios de
transporte. Nesse sentido, visando agilizar o transporte de pequenas cargas e trazer
comodidade e praticidade aos usuários, o elevador monta carga começou a ser
utilizado em edifícios comerciais e residenciais, em indústrias, hospitais e shoppings.
Os benefícios da utilização do mesmo são a rapidez na montagem e instalação, a
possiblidade de alteração do número de paradas (podendo ser utilizado em mais de
dois níveis), o baixo consumo de energia e baixo ruído, e o fato de dispensar casa de
máquinas e poço.
2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
As visitas de estudo e observação foram feitas em uma loja de roupas composta
por dois níveis – nível inferior e um mezanino, onde se localiza o estoque. Por meio
destas, alguns problemas foram detectados, como:
• Mobilidade de forma incômoda ou ineficiente;
• Formato dos degraus inadequado para apoio dos dois pés;
• Carregamento de caixas ou sacos de mercadorias pesados;
• Degraus pequenos;
• Espaço reduzido para instalação de uma escada apropriada para subida
e descida de itens pesados;
• Risco de queda do usuário.
3. MOTIVAÇÕES
Tornar o ambiente de trabalho mais confortável e adaptado ergonomicamente,
reduzindo os esforços dos usuários e minimizando lesões ou acidentes. Dessa forma,
o usuário irá trabalhar mais satisfeito, assim como os clientes também ficarão mais
satisfeitos, visto que seus pedidos serão atendidos com mais agilidade, contribuindo
de forma positiva para a lucratividade da loja.
19
Neste contexto onde o usuário (estoquistas, vendedoras e gerentes) faz parte
da tarefa, a dedicação e a atenção na elaboração do projeto são de suma importância
para o sucesso da proposta.
4. PROBLEMATIZAÇÃO ERGONÔMICA
Categorização e Taxonomia dos Problemas Ergonômicos do SHTM
• Problema Interfacial Postural - A escada caracol instalada na loja torna a
mobilidade de forma incômoda ou ineficiente;
• Problema Acional Pedioso – Formato dos degraus inadequado para apoio
dos dois pés;
• Problema Acional Pedioso - Os degraus da escada são pequenos e fazem
com que o usuário não consiga apoiar os pés inteiramente;
• Movimentacional de carga – Carregamento de peso ao subir e descer com
mercadorias;
• Arquitetural de interiores - Espaço reduzido para instalação de uma escada
adequada ao carregamento de caixas e sacos;
• Acidentário - Risco de queda do usuário ao transportar caixas e sacos em uma
escada.
20
4.1. Disfunções sistêmicas
Tabela 1. As Disfunções Sistêmicas
Disfunções do sistema Caracterização
Entradas
Não há planejamento na estocagem. Quando a mercadoria acaba, um novo pedido é feito.
Disposição de elementos Falta de organização no estoque que resulta em prejuízos para a agilidade e qualidade do trabalho, como por exemplo a demora na reposição de peças e atendimento a solicitações dos clientes.
Funcionamento/Confiabilidade Insegurança por parte do usuário em subir a escada caracol com sacos e caixas pesados.
Manutenção/ Conservação de Máquinas
A frequência de subidas e descidas com sacos e caixas pesadas de mercadorias danifica a escada caracol.
Rendimento do trabalho Subir e descer com caixas e sacos pesados em uma escada caracol acarreta em lentidão, com prejuízos para o ritmo de trabalho.
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
21
4.2 Ilustração dos problemas ergonômicos do SHTM
Problema Interfacial Postural - A escada caracol instalada na loja torna a mobilidade incômoda ou ineficiente.
Figura 1. Funcionário subindo com o saco Problema Acional Pedioso – Formato dos degraus inadequado para apoio dos dois pés.
Figura 2. Funcionária descendo a escada
22
Problema Acional Pedioso - Os degraus da escada são pequenos e fazem com que o usuário não consiga apoiar os pés inteiramente.
Figura 3. Funcionária subindo a escada
Movimentacional de carga – Carregamento de peso ao subir e descer com mercadorias.
Figura 4. Funcionária carregando o saco pela loja
23
Arquitetural de interiores - Espaço reduzido para instalação de uma escada adequada ao carregamento de caixas e sacos.
Figura 5. A escada caracol
Acidentário - Risco de queda do usuário ao transportar caixas e sacos em uma escada caracol.
Figura 6. Funcionária carregando o saco na escada
24
5. SISTEMATIZAÇÃO
Tabela 2. Caracterização e Posição Serial do Sistema
FONTE: Elaborada pela autora, baseda em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
25
Tabela 3. A ordenação Hierárquica do Sistema
FONTE: Elaborada pela autora, baseda em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
Tabela 4. A Expansão do Sistema
FONTE: Elaborada pela autora, baseda em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
26
Tabela 5. A Modelagem Comunicacional do Sistema
FONTE: Elaborada pela autora, baseda em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
27
Tabela 6. Função – Informação - Ação
FONTE: Elaborada pela autora, baseda em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
6. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E PREDIÇÃO
As visitas de estudo e observação foram feitas em uma loja de roupas em
Belford Roxo. A loja situa-se no calçadão, na Praça Getúlio Vargas. Por meio
destas, alguns problemas foram detectados, como:
1. A escada caracol instalada na loja torna a mobilidade incômoda ou ineficiente;
2. O Formato dos degraus é inadequado para apoio dos dois pés;
3. Os degraus da escada são pequenos e fazem com que o usuário não consiga
apoiar os pés inteiramente;
4. Carregamento de peso ao subir e descer com mercadorias;
5. Espaço reduzido para instalação de uma escada adequada ao carregamento
de caixas e sacos;
6. Risco de queda do usuário ao transportar caixas e sacos em uma escada.
28
6.1. Priorização do Problema (Tabela GUT)
A partir da categorização, taxonomia e formulação dos problemas, a tabela “GUT”
foi criada a fim de medir a gravidade dos problemas, a urgência em solucioná-los e a
tendência dos mesmos piorarem, em uma escala de 1 a 5 (pouco ao bastante).
Tabela 7. Tabela GUT
FONTE: Elaborada pela autora, baseda em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
Os problemas da mobilidade incômoda ou ineficiente, o carregamento de
caixas ou sacos de mercadorias pesados e o risco de queda dos usuários foram
definidos como problemas graves e que possuem urgência em serem solucionados.
29
7. QUADRO DO PARECER ERGONÔMICO
Tabela 8. Quadro do Parecer Ergonômico
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
30
8. ANÁLISE DE SIMILARES COM PNI
P: Aspectos Positivos / N: Aspectos Negativos / I: Aspectos Interessantes
Tabela 9. Aspectos Positivos / Negativos/ Interessantes
Similares Positivos Negativos Interessantes
Sistema de
contrapeso
(com roldana)
Ocupa pouco
espaço.
Necessita que o
usuário exerça
força para puxar
o cabo/corda.
Sistema simples
e de fácil
utilização.
“Guindaste
Humano”
Ocupa pouco
espaço.
Necessita que o
usuário exerça
força para puxar
o cabo/corda.
Sistema simples
e de fácil
utilização.
Elevador de
Obra
Sistema que não
necessita de
força humana.
Necessita de
grandes espaços
para ser
instalado.
-
Carrinho de
carga
Ocupa pouco
espaço.
Risco de itens
caírem ao subir
escada.
As três rodas
possibilitam que
o mesmo
suba/desça
escadas
(mobilidade).
Carro pallet Suporta grandes
volumes.
Risco de itens
menores caírem
pelo vão do meio.
Não sobe
escadas.
Possui freio;
Puxador
inclinável e com
sistema de
direção.
Carrinho de
carga com
elevação
Puxador
inclinável.
Risco de os itens
caírem. Não sobe
escadas.
Possui freio;
Mecanismo que
31
faz com que a
altura aumente.
Carrinho de
carga de
madeira
Suporta grandes
volumes.
Risco de os itens
caírem. Não sobe
escadas.
-
Carrinho de
carga dobrável
Ocupa pouco
espaço.
Risco de os itens
caírem. Não sobe
escadas com
facilidade.
O fato de ser
retrátil facilita o
armazenamento.
Empilhadeira
manual
Suporta grandes
volumes;
transfere itens de
um nível ao
outro.
Ocupa grandes
espaços.
Mobilidade
facilitada por
rodinhas.
Elevador monta-
carga sem
cabine
Suporta volumes
médios; transfere
itens de um nível
ao outro.
Não é móvel. Usuário não
precisa fazer
força; de fácil
utilização.
Monta – carga
Com cabine
Suporta grandes
volumes;
transfere itens de
um nível ao
outro.
Não é móvel. Usuário não
precisa fazer
força; de fácil
utilização.
FONTE: O autor.
32
Imagens relativas aos sistemas analisados
Figura 7. Sistema de contrapeso
Figura 8. Guindaste humano
Figura 9. Elevador de obra
33
Figura 10. Carrinho de carga
Figura 11. Carro pallet
34
Figura 12. Carrinho com elevação
Figura 13. Carrinho de madeira
Figura 14. Carrinho dobrável
35
Figura 15. Empilhadeira manual
Figura 16. Elevador Monta- carga sem cabine
,
36
Figura 17. Monta – carga com cabine
37
9. ANÁLISE DA TAREFA (2ª ETAPA DA ANÁLISE ERGONÔMICA)
Tabela 10. Caracterização da tarefa
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
38
9.1 Discriminização da tarefa
Tabela 11. Quadro de Atividades e Meios
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
9.2 Ambiência da tarefa
Análise Macro ergonômica
A loja é composta por um fiscal, um gerente, duas caixas e três vendedoras,
em que uma é responsável pelo estoque – organização e reposição de mercadorias.
A tarefa do fiscal consiste em observar a porta da loja para prevenir possíveis
furtos. O gerente administra a loja como um todo, as caixas registram as vendas no
sistema e recebem o valor do cliente, as vendedoras do salão são responsáveis por
atender as solicitações dos clientes e manter as araras e bancas organizadas. E a
responsável pelo estoque tem como função receber as mercadorias, contá-las,
transportá-las até o estoque, organizá-las e repor as mesmas quando necessário no
salão de vendas.
39
Análise Comportamental da Tarefa
Movimentação manual
- Mercadorias, em caixas, sacos ou cabides.
Posturas assumidas
-Flexão de tronco/Agachamento para pegar as caixas ou sacos no chão;
-Movimentação de membros superiores na execução da tarefa: rotação de mãos
para abertura e fechamento da porta que divide o salão de vendas dos fundos da
loja, flexão de cotovelos para carregamento das caixas e sacos;
-Flexão de tronco/Agachamento para contagem de peças;
-Flexão de cotovelos/Movimento de braços e ombros para carregamento das caixas
e sacos;
- Rotação e flexão de tronco para organização do estoque;
Tomada de informações
- Descrição de produtos na nota fiscal;
- Se as roupas são masculinas ou femininas;
- Cor das roupas;
- Estampa;
- Modelo;
- Tamanho das roupas.
Acionamentos manuais
- Pegar a caixa ou saco;
- Subir até o estoque;
-Colocar a caixa ou saco em uma superfície rígida;
- Retirar as mercadorias das caixas ou sacos;
- Contar cada peça;
- Separar modelos, tamanho e cores;
- Pegar cada mercadoria;
- Organizar nos nichos;
Comunicações orais e gestuais
- Chamar o gerente para conferir a contagem de peças.
Deslocamentos
- Da vendedora da porta da loja até os fundos;
- Do primeiro nível até o mezanino.
40
Análise da Ambiência Física da Tarefa
Iluminação
Além de conter lâmpadas fluorescentes, contém LED’s e o local também
recebe luminosidade natural (da porta da loja).
Temperatura
A temperatura da loja fica entre 24º C e 30ºC.
Análise da Ambiência Tecnológica da Tarefa
Equipamentos utilizados
- Oito ventiladores
- Dois monitores de computador
- Dois teclados
- Dois CPU’s
- Duas máquinas de cartão
- Um telefone
- Uma impressora
- Uma geladeira
- Um filtro de água
41
9.3 Fluxograma ação – decisão
Tabela 12. Fluxograma Ação - Decisão
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
42
9.4 Resultados de Entrevistas e/ou Questionários
Durante as observações da execução da tarefa na loja de roupas observada, o
Questionário Nórdico foi aplicado com a vendedora responsável pela reposição de
mercadorias e organização do estoque, a fim de analisar as causas das possíveis
dores e distúrbios músculos-esqueléticos. Essas informações contribuem para a
análise ergonômica do projeto. Isto é, possibilitam o desenvolvimento de um produto
ergonomicamente adequado e que reduza os esforços realizados.
Tabela 13. Questionário Nórdico
FONTE: BARROS & ALEXANDRE, 2003.
43
9.5 Registros Comportamentais
Tabela 14. Registro Diacrônico de Frequência Temporal do evento
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
44
Tabela 15. Registro de Duração
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
45
9.6 Tabela de Atividades
Tabela 16. Tabela de Atividades
46
47
FONTE: O autor.
48
9.7 Tabela de Assunção Postural
Tabela 17. Tabela de Assunção Postural
Cabeça
Reta Inclinada
Dorso
49
Reto Inclinado (< 90 graus) Reto e torcido Inclinado e torcido
Braços
Dois braços para baixo Dois braços flexionados Um braço para cima Um braço flexionado
Braços
Um braço esticado
50
Pernas
Duas pernas retas
Mov. De Carga
Carga ou força (até 15kg)
FONTE: O autor.
51
9.8 Gráficos dos Registros Comportamentais
Figura 18. Gráfico 1 - Duração da Execução da Tarefa
FONTE: O autor
52
Figura 19. Gráfico 2 - Registro de Duração – Acionamentos
FONTE: O autor
53
Figura 20. Gráfico 3 - Registro de Duração – Tomada de Informações
FONTE: O autor.
54
9.9 Quadro do Diagnóstico Ergonômico
Tabela 18. Quadro do Diagnóstico Ergonômico
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
55
10. TEXTO DE CONCLUSÃO DA DIAGNOSE/SÍNTESE
Ao analisar os similares, através da separação dos aspectos postivos, negativos
e interessantes, notam-se fatores que são relevantes para o projeto executado, como:
a necessidade de desenvolver um produto móvel, que ocupe pouco espaço, reduza
os esforços humanos na movimentação de carga, possua regulagem de altura, de
acordo com estudos antropométricos e possua sistema de segurança e freio, a fim de
preservar os usuários envolvidos na execução da tarefa.
Ao analisar os Registros Diacrônico de Frequência Temporal do Evento e de
Duração e detalhar o passo a passo da tarefa foi possível identificar os pontos em que
há mais necessidade de solucionar os problemas relatados na problematização
ergonômica. Assim, o sistema para carregamento de carga entre dois níveis diferentes
visa eliminar ou reduzir os esforços dos usuários, atendendo aos requisitos
ergonômicos e facilitando a tarefa de estocar e repor mercadorias no salão de vendas.
Além disso, é necessária a execução da tarefa com segurança, conforto e bem-estar
dos usuários envolvidos.
Requisitos (direcionamento do projeto)
✓ Resistência – O utensílio deve suportar o mínimo de 60kg, a fim de abranger
diferentes tipos de cargas, desde peças de roupas até engradados de
bebidas.
✓ Mobilidade – O utensílio deve transportar a carga desde a chegada da
mesma na área de descarga até a movimentação entre os dois níveis
diferentes.
✓ Segurança – O mecanismo deve ser seguro, com sistema de freios. E deve
impedir que as cargas caiam ao subir ou descer, evitando acidentes.
✓ Material leve – O material a ser utilizado deve ser leve a fim de reduzir os
esforços realizados pelos usuários.
✓ Mecanismo compacto – O mecanismo deve ocupar pouco espaço fechado,
visto que é destinado a ambientes com espaços reduzidos.
✓ Cargas disformes – O utensílio deve possuir uma solução para cargas
disformes ou que não estão ensacadas/encaixotadas.
56
✓ Armazenamento – Após o uso é preciso armazenar/guardar o utensílio, de
maneira que ocupe pouco espaço.
Restrições
✓ Peso da carga superior a 150kg.
11. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Alternativa 1
Carrinho de carga com prateleiras removíveis e rodinhas triplas (estrela) que reduzem o esforço ao subir escadas.
Figura 21. Alternativa 1
57
Figura 22. Continuação alternativa 1
Alternativa 2
Carrinho de carga em estrutura vazada com prateleiras e rodinhas triplas (estrela) que reduzem o esforço ao subir escadas.
Figura 23. Alternativa 2
58
Alternativa 3
Carrinho de carga em estrutura fechada e rodinhas triplas (estrela) que
reduzem o esforço ao subir escadas. Sistema de mola que possibilita que a base/plataforma suba com as mercadorias apoiadas.
Figura 24 e 25. Alternativa 3
59
Alternativa 4
Carrinho de carga em estrutura fechada e rodinhas triplas (estrela) que reduzem o esforço ao subir escadas. Estrutura para colocar cabides, com a finalidade de organizar as roupas que vão para as araras.
Figura 26. Alternativa 4
60
Alternativa 5
Sistema com roldana para a movimentação do cabo, que será puxado pelos
usuários. A “rede” é o local onde serão apoiadas as caixas ou sacos.
Figura 27. Alternativa 5
61
Alternativa 6
Sistema de contrapeso, em que a plataforma será onde o usuário subirá para
ativar o sistema com o peso do próprio corpo. A “rede” é o local onde serão
apoiadas as caixas ou sacos.
Figura 28. Alternativa 6
62
Alternativa 7
Carrinho de carga com puxador regulável, estrutura vazada para cabides, suporte para manter o nível das rodas, rodas triplas (estrela) para reduzir o esforço ao subir escadas. A parte de trás funciona como contenção para caixas e sacos.
Figura 29. Alternativa 7
Figura 30. Continuação Alternativa 7
63
Alternativa 8
Essa alternativa é um aprimoramento da alternativa anterior. Após análises,
notou-se que o apoio para as rodas necessitava ser emborrachado, a fim de
funcionar como freio (segurança). A solução para as cargas disformes é um tecido
elástico, que envolve o carrinho. O encaixe do monta-carga segue um padrão de
viga “U”, de 6’’. E por fim, foi necessário tornar o carrinho retrátil para facilitar o
armazenamento após o uso.
Figura 31 e 32. Alternativa 8. Carrinho com partes retráteis
64
Figura 33 e 34. Alternativa 8. Encaixe do monta-carga sem cabine
Figura 35. Alternativa 8. Representação da solução para cargas disformes – tecido elástico
65
Figura 36. Alternativa 8. Carrinho fechado com apoio emborrachado.
66
12. MATRIZ DECISÓRIA
A matriz decisória mede a importância de cada requisito, por um sistema de
pesos, variando em uma escala de 1 a 5, do pouco importante até o muito importante.
Cada uma das alternativas criadas será avaliada com uma nota, de 1 a 5, de acordo
com as características que se adequam aos requisitos do projeto. As notas de cada
alternativa serão multiplicadas pelo peso de cada requisito e somadas. Ao final, a
alternativa que obtiver a maior pontuação total será a desenvolvida.
Requisitos
✓ Resistência – O utensílio deve suportar o mínimo de 60kg, a fim de abranger
diferentes tipos de cargas, desde peças de roupas até engradados de bebidas.
✓ Mobilidade – O utensílio deve transportar a carga desde a chegada da mesma
na área de descarga até a movimentação entre os dois níveis diferentes.
✓ Segurança – O mecanismo deve ser seguro, com sistema de freios. E deve
impedir que as cargas caiam ao subir ou descer, evitando acidentes.
✓ Material leve – O material a ser utilizado deve ser leve a fim de reduzir os
esforços realizados pelos usuários.
✓ Mecanismo compacto – O mecanismo ou utensílio deve ocupar uma área
máxima de 60 cm², visto que é destinado a ambientes com espaços reduzidos.
✓ Cargas disformes – O utensílio deve possuir uma solução para cargas
disformes ou que não estão ensacadas/encaixotadas.
✓ Armazenamento – Após o uso é preciso armazenar/guardar o carrinho, de
maneira que ocupe pouco espaço.
67
Tabela 19. Matriz Decisória
FONTE: O autor.
68
13. DETALHAMENTO DA ALTERNATIVA ESCOLHIDA
Após a realização da Diagnose Ergonômica e definição dos requisitos
projetuais, a alternativa 8 foi selecionada através da matriz decisiória com pesos. A
alternativa confere segurança ao trabalhador e eficácia no transporte. Possui
resistência apropriada para o carregamento de cargas de até 150 kg, possui
mobilidade de carregar a carga desde a chegada da mesma na área de carga e
descarga até a movimentação para o outro nível (estoque). Sua estrutura vazada é
utilizada como arara para as mercadorias em cabides. O mecanismo é seguro e com
sistema de freios, a fim de impedir que as cargas caiam, evitando acidentes. Além
disso, possui uma solução para cargas disformes (tecido elástico de segurança). E
para o armazenamento após o uso, o sistema retrátil com dobradiças. As rodinhas
são em alumínio em sistema estrela, com rolamento em roletes (suporta o peso sem
travar) e com 9’’ e totalmente revestidas em borracha, para facilitar o transporte em
degraus e pisos com desníveis. O puxador é retrátil alcançando o máximo de 1,40 m
revestido em borracha.
13.1. Estudo dos Materiais
Em relação aos materiais a serem utilizados para o desenvolvimento do modelo
final de projeto, foram feitos estudos quanto à resistência e qualidade do metalon,
alumínio e ferro. Segue a tabela comparativa dos três materiais, com os parâmetros:
A – Ótimo
B - Regular (Médio)
C – Neutro
D – Baixo
69
Tabela 20. Quadro comparativo dos materiais
FONTE: O autor.
O metalon foi o material escolhido para a produção do modelo final de projeto.
Ele é um aço carbono, que dura cerca de 10 anos. Devido a sua galvanização ele é
anticorrosivo e antioxidante. É de fácil higienização, pois pode ser lavado com água e
sabão. Seu custo é baixo, o metro varia em média entre R$ 70,00 a R$ 90,00. Além
disso, pode ser pintado de qualquer cor com esmalte sintético. Por fim, confere
resistência e leveza ao produto desenvolvido.
13.2. Estudo para acoplagem a Monta – Cargas
Os elevadores Monta-carga podem ser utilizados em edifícios comerciais e
residenciais, em indústrias, hospitais e shoppings. Eles possuem diversos benefícios,
como citado no tópico 2 deste relatório. Podem ser cabinados (com estrutura metálica
fechada) ou sem cabine, que são àqueles que possuem bandeja ou plataforma. A
partir disso, o projeto se propõe a ser utilizado como plataforma de um monta-carga
sem cabine.
Em relação à utilização do Carrinho como plataforma/bandeja para os
elevadores monta-carga, notou-se que há grande variedade de monta-cargas no
mercado, assim, definiu-se como padrão para o encaixe uma Viga “U” de 6’, com
100mm de largura e 860 mm de altura.
CARACTERÍSTICAS Metalon Alumínio Ferro
Durabilidade (anticorrosivo)
A A D
Resistência A A A
Leveza A A D
Variedade A A A
Preço A B A
Higienização A A D
70
14. PROJETAÇÃO ERGONÔMICA - REQUISITOS E NECESSIDADES DO
PROJETO
14.1 Requisitos de projeto
Ambiente: Loja de roupas.
Estrutura: O sistema é composto por duas partes: um trilho e um carrinho plataforma.
As partes foram desenvolvidas com aço e rodas 9’’ em alumínio em sistema estrela,
totalmente revestidas em borracha.
Restrições: Necessidade de uma superfície rígida de no mínimo 14 cm de largura
para instalação do trilho.
Os requisitos da tarefa foram determinados pelos seguintes princípios:
14.2 Princípio de importância
• O utensílio deve possuir uma parte móvel com rodinhas de 9’’, a fim de
transportar a carga desde a chegada da mesma na área de descarga até a
movimentação entre o primeiro nível e o mezanino (estoque);
• O utensílio deve ser seguro, com sistema de freios e deve impedir que as
cargas caiam ao subir ou descer, evitando acidentes;
• O utensílio deve possuir uma proteção para cargas disformes ou que não estão
ensacadas/encaixotadas. Ou para aquelas roupas que estão em cabides.
14.3 Princípio de frequência de uso
O material deve ser leve a fim de reduzir os esforços realizados pelos usuários,
visto que o utensílio será utilizado todos os dias, no horário do expediente.
14.4 Princípio funcional
A estrutura, os encaixes e as rodas precisam ser resistentes e suportar no
mínimo 60kg e o máximo de 150kg.
71
14.5. Requisitos da Tarefa (Tomada de Informação e Acionamentos)
Tabela 21. Tomada de Informação e Acionamentos
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
72
14.6. Dimensões relevantes
Tabela 22. Dimensões relevantes
FONTE: MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
14.7. Seleções da população acomodada
Para a definição foram considerados os seguintes fatores: os sexos dos
usuários (homens e/ou mulheres), a nacionalidade (país de origem), a idade (crianças,
adultos ou idosos) e o tipo de ocupação.
Neste passo, selecionou-se a porcentagem da população que será
acomodada no produto, ou seja, quantas pessoas na população conseguirão utilizar
o produto de forma confortável e segura.
• Porcentagem a ser acomodada- 95% da população
• Percentis que serão utilizados – 2,5ºpara a menor mulher e 97,5º para o maior
homem
73
14.8. Escolher e informar levantamento antropométrico
O levantamento antropométrico escolhido foi o percentil 2,5% para menor
mulher e 97,5% para o maior homem, da população brasileira, que abrange boa parte
da população (homens, mulheres, adultos, brancos, negros, mestiços, etc.)
14.9. Informações sobre roupas e EPI’S
No caso deste projeto, a execução da tarefa requer que o usuário utilize EPI
(Equipamento de Proteção Individual) como o Cinto Lombar com suspensório para
segurança e prevenção. Este EPI é indicado para usuários que carregam peso e
realizam repetição de movimentos.
74
14.10 Usários limitantes
Tabela 23. Usuários limitantes
FONTE: Elaborada pela autora, baseada em MORAES & MONT’ALVÃO, 2009.
75
14.11. Construição dos parâmetros de projeto (plotagem do campo de visão e de acionamento nas três vistas)
• Explicitar os requisitos visuais:
Nesta etapa foram escolhidos os ângulos de visão, os ângulos de
movimentação da cabeça e os raios de focalização. Sendo eles, 30º + 30º no plano
lateral e superior, 30º em flexão frontal e 45º + 45º em rotação lateral e 70 cm
(distância focal máxima desejável), respectivamente.
• Explicitar os requisitos acionais:
Nesta etapa foram escolhidos os ângulos biomecânicos de conforto entre as
articulações do corpo.
- Em relação ao plano lateral, foi utilizado no ombro/braço superior -10º e 25º, no
cotovelo/antebraço 80º e 115º, no quadril/tronco 90º e 95º, no quadril/coxa 90º, no
joelho/perna inferior 90º. (percentil 1% e 99%)
- Em relação ao plano lateral, foi utilizado no ombro/braço superior 25º, no
cotovelo/antebraço 80º. (percentil 2,5% e 97,5%)
- Em relação ao plano lateral foi utilizado no ombro/braço superior 50º, no
cotovelo/antebraço 100º. (percentil 2,5% e 97,5%)
- Em relação ao plano lateral, foi utilizado no ombro/braço superior 15º, no
cotovelo/antebraço 179º. (percentil 2,5% e 97,5%)
- Em relação do plano frontal, foi utilizado no ombro/braço superior 30º e no
tornozelo/pé 0º.
- Em relação ao plano superior, foi utilizado no ombro/braço 25º e no
cotovelo/antebraço 40º, no punho/mão 0º, no quadril/coxa 0º e no tornozelo/pé 0º.
76
14.12. Informações relevantes dos valores das cotas
Bonecos antropométricos:
Vista Lateral:
Figura 37. Vista Lateral do usuário em relação ao carrinho.
77
Figura 38. Vista lateral do usuário em relação ao carrinho.
78
Figura 39. Vista lateral do usuário agachado mexendo no carrinho, a fim de colocar as caixas e sacos no mesmo.
79
Vista superior:
Figura 40. Vista superior do alcance do usuário no carrinho
80
Vista frontal:
Figura 41. Vista frontal
81
Alcance da visão:
Figura 42. Visão lateral em pé
82
Figura 43. Visão lateral agachado
83
Figura 44. Visão superior
84
15. DESENHO TÉCNICO
85
86
87
88
550
245 245 20
1
Base
PESO:
A4
FOLHA 1 DE 1 ESCALA:1:5
DES. Nº
TÍTULO:
REVISÃO NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO
MATERIAL:
DATA ASSINATURA NOME
DEBUR AND BREAK SHARP EDGES
ACABAMENTO: SE NÃO ESPECIFICADO: DIMENSÕES EM MILÍMETROS ACABAM. SUPERFÍCIE: TOLERÂNCIAS: LINEAR: ANGULAR:
QUALID MANUF. APROV. VERIF. DES.
89
20
360
Lateral PESO:
A4
FOLHA 1 DE 1 ESCALA:1:10
DES. Nº
TÍTULO:
REVISÃO NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO
MATERIAL:
DATA ASSINATURA NOME
DEBUR AND BREAK SHARP EDGES
ACABAMENTO: SE NÃO ESPECIFICADO: DIMENSÕES EM MILÍMETROS ACABAM. SUPERFÍCIE: TOLERÂNCIAS: LINEAR: ANGULAR:
QUALID MANUF. APROV. VERIF. DES.
90
545
Puxador articulável PESO:
A4
FOLHA 1 DE 1 ESCALA:1:5
DES. Nº
TÍTULO:
REVISÃO NÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO
MATERIAL:
DATA ASSINATURA NOME
DEBUR AND BREAK SHARP EDGES
ACABAMENTO: SE NÃO ESPECIFICADO: DIMENSÕES EM MILÍMETROS ACABAM. SUPERFÍCIE: TOLERÂNCIAS: LINEAR: ANGULAR:
QUALID MANUF. APROV. VERIF. DES.
91
92
93
94
95
16. FICHA TÉCNICA
Tabela 24. Tabela de Ficha Técnica
FONTE: O autor.
96
17. CONSTRUÇÃO DE MODELOS VIRTUAIS E/OU FÍSICOS
Modelo de teste 1 – Modelo volumétrico reduzido
O modelo volumétrico reduzido foi feito a fim de proporcionar uma melhor
visualização da ideia.
Materiais utilizados:
1. EVA preto;
2. Papelão de uma onda;
3. Cola.
Figura 45 – Modelo volumétrico reduzido do carrinho-Plataforma
.
97
Figura 46 – Carrinho funcionando como plataforma do Monta-Carga
Figura 47 – Vista frontal do carrinho encaixado no Monta-Carga
98
Modelo de teste 2 – Modelo 1x1 para dimensionamento
Materiais utilizados: 1. Papelão de uma onda; 2. Cola.
Figura 48 – Modelo 1x1 em papelão da estrutura principal do Carrinho-Plataforma
Figura 49 – Vista superior do dimensionamento da estrutura principal do Carrinho-Plataforma
99
Modelo para a apresentação intermediária – Protótipo
A apresentação intermediária foi feita com o modelo final.
Materiais utilizados:
1. Metalon perfil 20x20mm;
2. Chapa de alumínio 0,5 mm;
3. Arrebites;
4. 8 Dobradiças;
5. Rodas em formato estrela;
6. Borracha para “freio”.
Figuras 50 e 51. Modelo da pré-apresentação
Modelo final - Detalhamento
A alternativa foi desenvolvida com metalon perfil 20x20 mm para a estrutura e
uma chapa de alumínio de 0,5 mm para a base, ambas revestidas com tinta spray
prateada, a fim de conferir um acabamento. Para encaixe das rodinhas foi utilizado
um eixo de metal. Os tubos de aço foram soldados, a fim de conferir resistência. E a
base unida com arrebites, por meio da furadeira “pop”. O puxador foi revestido com
borracha, a fim de adaptar a pega e tornar mais confortável aos usuários. A parte
100
retrátil foi possibilitada pelo uso de 8 dobradiças. Para o carrinho se manter em pé, foi
desenvolvido um descanso retrátil. E a acoplagem para monta-cargas em formato “U”.
Figura 52 – Frente do carrinho
Figura 53 – Parte de trás
101
Figura 54 – Frente com puxador em altura média
Figura 55 – Carrinho fechado em pé
102
Figura 56 – Rodinhas em formato estrela
Figura 57 – Descanso do carrinho
103
Figura 58 – Dobradiças para parte retrátil
Figura 59 - Parte de trás com acoplagem monta-carga
104
Figura 60 – Detalhe acoplagem monta- carga
Figuras 61 e 62 – Tecido de contenção para cargas disformes
105
18. UTILIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DO MODELO FÍSICO PELO USUÁRIO
Modelo de teste 2 – Mock-up 1x1 de papelão
Com o mock-up 1 foi realizado um teste preliminar do usuário sendo o maior
homem, a fim de avaliar a forma do mesmo e o dimensionamento da estrutura
principal.
Figura 63 – Teste com o maior homem
106
Modelo Final
Com o modelo final foi realizado o teste de usabilidade, com os usuários
/percentis extremos: Menor Mulher e Maior Homem.
Teste 1 – Usuária - menor mulher
Figura 64 – Usuária colocando a caixa agachada
Figura 65 – Usuária empurrando o carrinho-plataforma
107
Figura 66 – Usuária puxando o carrinho-plataforma
Figura 67 – Usuária subindo/descendo a escada
108
Figura 68 - Usuária guardando o carrinho
Teste 2 – Usuário - maior homem
Figura 69 – Usuário colocando a caixa agachado
109
Figura 70 – Usuário empurrando o carrinho-plataforma
Figura 71 – Usuário puxando o carrinho-plataforma
110
Figura 72 – Usuário subindo/descendo a escada
Figura 73 - Usuário guardando o carrinho
111
Teste 3 – O dimensionamento do tecido para contenção de cargas disformes
Figura 74 – Tecido envolvendo o carrinho (parte de trás)
Figura 75 – Carrinho de frente com tecido
112
Teste 4 – O armazenamento pós-uso
Figura 76 – O descanso
Figura 77 – Carrinho em pé, com o apoio do descanso
113
19. ESTUDO DE CARGAS PARA ACOPLAGEM
O estudo de cargas foi realizado com o objetivo de testar a resistência da barra de
acoplagem. Inicialmente foi inserida uma carga de 150 kg. Porém, através da coloração vermelha, foi indicado que a barra não possui resistência para tal carga, podendo ocorrer alguma deformação na mesma.
Figura 78 – Teste reprovado na barra de acoplagem
Figura 79 – Detalhe da reprovação
114
Em seguida, um novo teste com carga de 120 kg foi realizado e a barra apresentou resistência, descartando a possibilidade de alguma deformação.
Figura 80 – Teste aprovado na barra de acoplagem
Por fim, para que a barra apresente resistência à carga de 150 kg, propõe-se uma nova confuguração para a mesma, em que a parte de fixação ao carrinho-plataforma se localize entre o o primeiro e o segundo furo, de baixo para cima.
Figura 81 – Nova configuração da barra de acoplagem
115
20. AVALIAÇÃO DOS MODELOS DE TESTE
Modelo de Teste 2 – Mock-up 1X1 (de papelão)
Pode-se concluir com os testes preliminares realizados com o Modelo de Teste
1x1, de papelão, do Carrinho Plataforma que:
• O dimensionamento estava adequado ao maior homem;
• Era necessário desenvolver um suporte para as caixas e sacos na parte de
trás.
Modelo para a apresentação intermediária – Protótipo
A apresentação intermediária foi feita com o modelo final, em metalon 20x20 mm.
Algumas sugestões foram propostas pelos professores, como:
• Colocar um emborrachamento no recuo da base;
• Travar o puxador em altura intermediária;
• Solução para o carrinho ficar em pé fechado;
• Aprimorar a questão da pega do puxador (tornar mais confortável);
• Fazer estudos do Monta-carga.
Modelo Final
Pode-se concluir com os testes realizados com o Modelo final do Carrinho-
Plataforma para movimentação de carga que, para ambos os usuários:
• O dimensionamento estava adequado ao alcance dos dois usuários extremos;
dessa forma, não foram constatados esforços significativos para a realização
da tarefa de puxar e empurrar o carrinho-plataforma;
• O puxador retrátil tornou a altura adaptável, reduzindo os esforços do maior
homem; além disso, foi arredondado, tornando a pega mais confortável;
• Cumpriu o requisito da mobilidade, pois as rodinhas funcionaram
perfeitamente, reduzindo os esforços dos usuários ao subir e descer a escada;
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• O material utilizado é leve, e suportou o peso de 150 kg;
• Em relação ao teste com o tecido para cargas disformes, notou-se que o
mesmo estava com dimensionamento inadequado (sobrando 15 cm na altura),
que já foi devidamente reparado;
• O carrinho permaneceu em pé com o auxilio do descanso, facilitando o
armazenamento pós-uso;
21. LIÇÕES APRENDIDAS
Esse projeto fez com que fosse percebida a importância da existência de um
mecanismo de transporte de carga, já que há muitos danos aos usuários, relacionados
ao levantamento de peso de maneira incorreta. Foi incrementada a percepção do
design como interdisciplinar, sempre relacionado e dependente de fatores externos.
Além disso, foi percebido o quanto a ergonomia é importante e eficaz, não só em
um posto de trabalho, mas em todas as tarefas realizadas por um usuário. E que
através da aplicação dos seus conceitos, já se pode obter resultados positivos no que
diz respeito em trazer conforto e bem-estar aos usuários envolvidos em determinada
tarefa.
Foi observdado que, alguns mecanismos que possibilitam a movimentação de
carga entre dois níveis, como os elevadores monta-carga, tema complexo e nunca
antes pesquisado.
22. CONCLUSÃO
Através do estudo ergonômico foi verificado que a movimentação manual de carga
está associada, na maioria dos casos, às lesões dos trabalhadores, ao aumento do
número de acidentes no ambiente de trabalho, à diminuição do rendimento dos
usuários e ao comprometimento das estruturas osteomusculares. Dessa forma, o
projeto preocupou-se em reduzir os esforços realizados pelos usuários, a fim de
minimizar as consequências a longo prazo do transporte de carga.
É importante ressaltar que o carregamento de peso faz parte da rotina de muitos
trabalhadores, o que pode ser extremamente perigoso à saúde, se executado de
maneira incorreta. A aplicação dos conceitos da ergonomia é a melhor maneira de
minimizar lesões ou acidentes provenientes da postura incorreta.
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Durante toda a execução do projeto houve a preocupação em analisar a tarefa (o
carregamento manual de carga) desde a descarga do material na loja de roupas até
a organização no estoque e reposição na área de vendas, abrangendo todo o
processo que o usuário faz levantando peso. A fim de desenvolver um produto que se
adequasse à tarefa como um todo. Isto é, houve a preocupação com o usuário
Enfim, o Carrinho Plataforma mostrou-se eficaz no transporte de itens pesados,
reduzindo os esforços dos usuários e aumentando, consequentemente a
produtividade dos mesmos no ambiente de trabalho.
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23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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119
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