newsletter fevereiro jsd oeiras

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EDIÇÃO 02 Fev 12 É preciso mudar esta juventude! Nos últimos tempos, das conversas que tenho com amigos da mesma idade que a minha - 19 - fico a constatar que a maioria deles vive sempre à espera do "paizinho". Não do pai de sangue, aquele com quem será natural contarem ao longo da vida, nos mais variados aspectos. Infelizmente, não posso contar com tal sorte. Porém, os meus amigos que têm essa sorte na vida, parece que contam sempre com outro papá - o Estado. Independentemente da ideologia e da eventual ligação a jotas e partidos, noto que tenho amigos, alguns mais explicitamente, outros bem lá no fundo, que esperam sempre contar com a mãozinha do Estado para os "safar" na vida. Se a vida correr mal, o Estado-pai lá estará como o progenitor natural de braços abertos para os aconchegar no seio das suas oportunidades, ajudas e saídas. O que mais me espanta é este raciocínio partir de jovens de hoje, os mesmos que assistiram ao colapso do Estado Português (Maio de 2011) e à chegada dos senhores do graveto inter- nacional. Reformar o ensino superior para diminuir a oferta de cursos? "Nem pensar, o Estado não pode sacrificar desta forma o sonho das pessoas que querem tirar Sociologia na Beira Interior e depois esperam ter emprego na Baixa-Chiado." Mas será que não vêem que se ninguém fizer nada estamos a condenar milhares e milhares de jovens ao fracasso?! Veja-se a taxa de desemprego jovem, 35%. Quantos destes não terão cursos de Humanidades? Eu estudo num curso de Humani- dades, sei que a área a que o meu curso dá acesso está entupida, as oportunidades são raras, as hipóteses de singrar ainda piores, mas será que devo culpar o Estado por isso? Não. Eu escolhi este curso porque quis. Não estou lá durante uns anos para depois quando sair para o mercado de trabalho e vir o quão difícil é arranjar trabalho, ir logo a correr para manif's contra o país, o Estado, a dona Laurinda que vende bifanas nas Olaias e o resto do mundo. O que eu gostava era que o Estado não permitisse a existência de tantos cursos da minha área, que em vez dos actuais 14 espalhados por todo o país, existis- sem apenas 5 ou 6. E mais. Ao mesmo tempo que corta nos cursos, o Estado deve começar a colocar os índices de empregabilidades (o INE em conjunto com as Universidades podem muito fazer este trabalho) dos últimos 5 anos de cada curso na página da internet onde divulga a informação sobre o Ensino Superior (DGES). Ou seja, o Estado deve pág 01 de 03 Actividades realizadas: - Congresso dos JASD (Jovens Autarcas Social Democratas) na Trofa, com a eleição do nosso companheiro e Vereador da Juventude em Oeiras, Ricardo Júlio Pinho, como Presidente da Mesa dos JASD Nacional - Debate “A actualidade Política” na UNL entre juventudes partidárias onde o nosso Secretário-Geral Adjunto, Alexan- dre Poço, participou como orador, repre- sentando a JSD - Festa e Desfile de Carnaval na sede da JSD Oeiras - Reunião com os Vereadores do PSD para discussão da Proposta do Orça- mento Participativo - Reunião do GTA – Grupo de Trabalho Autárquicas 2013 da Concelhia do PSD/JSD - Reunião temática para discussão e elaboração de propostas sobre a Revisão Curricular enviadas para a JSD Nacional

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Newsletter de Janeiro de 2012 da JSD Oeiras

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Page 1: Newsletter Fevereiro JSD Oeiras

EDIÇÃO 02 Fev 12

É preciso mudar esta juventude!

Nos últimos tempos, das conversas que tenho com amigos da mesma idade que a minha - 19 - fico a constatar que a maioria deles vive sempre à espera do "paizinho". Não do pai de sangue, aquele com quem será natural contarem ao longo da vida, nos mais variados aspectos. Infelizmente, não posso contar com tal sorte. Porém, os meus amigos que têm essa sorte na vida, parece que contam sempre com outro papá - o Estado. Independentemente da ideologia e da eventual ligação a jotas e partidos, noto que tenho amigos, alguns mais explicitamente, outros bem lá no fundo, que esperam sempre contar com a mãozinha do Estado para os "safar" na vida. Se a vida correr mal, o Estado-pai lá estará como o progenitor natural de braços abertos para os aconchegar no seio das suas oportunidades, ajudas e saídas. O que mais me espanta é este raciocínio partir de jovens de hoje, os mesmos que assistiram ao colapso do Estado Português (Maio de 2011) e à chegada dos senhores do graveto inter-nacional.

Reformar o ensino superior para diminuir a oferta de cursos? "Nem pensar, o Estado não pode sacrificar desta forma o sonho das pessoas que querem tirar Sociologia na Beira Interior e depois esperam ter emprego na Baixa-Chiado." Mas será que não vêem que se ninguém fizer nada estamos a condenar milhares e milhares de jovens ao fracasso?! Veja-se a taxa de desemprego jovem, 35%. Quantos destes não terão cursos de Humanidades? Eu estudo num curso de Humani-dades, sei que a área a que o meu curso dá acesso está entupida, as oportunidades são raras, as hipóteses de singrar ainda piores, mas será que devo culpar o Estado por isso? Não. Eu escolhi este curso porque quis. Não estou lá durante uns anos para depois quando sair para o mercado de trabalho e vir o quão difícil é arranjar trabalho, ir logo a correr para manif's contra o país, o Estado, a dona Laurinda que vende bifanas nas Olaias e o resto do mundo. O que eu gostava era que o Estado não permitisse a existência de tantos cursos da minha área, que em vez dos actuais 14 espalhados por todo o país, existis-sem apenas 5 ou 6. E mais. Ao mesmo tempo que corta nos cursos, o Estado deve começar a colocar os índices de empregabilidades (o INE em conjunto com as Universidades podem muito fazer este trabalho) dos últimos 5 anos de cada curso na página da internet onde divulga a informação sobre o Ensino Superior (DGES). Ou seja, o Estado deve

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Actividades realizadas: - Congresso dos JASD (Jovens Autarcas Social Democratas) na Trofa, com a eleição do nosso companheiro e Vereador da Juventude em Oeiras, Ricardo Júlio Pinho, como Presidente da Mesa dos JASD Nacional

- Debate “A actualidade Política” na UNL entre juventudes partidárias onde o nosso Secretário-Geral Adjunto, Alexan-dre Poço, participou como orador, repre-sentando a JSD

- Festa e Desfile de Carnaval na sede da JSD Oeiras

- Reunião com os Vereadores do PSD para discussão da Proposta do Orça-mento Participativo

- Reunião do GTA – Grupo de Trabalho Autárquicas 2013 da Concelhia do PSD/JSD

- Reunião temática para discussão e elaboração de propostas sobre a Revisão Curricular enviadas para a JSD Nacional

Page 2: Newsletter Fevereiro JSD Oeiras

É preciso mudar esta juventude!

Nos últimos tempos, das conversas que tenho com amigos da mesma idade que a minha - 19 - fico a constatar que a maioria deles vive sempre à espera do "paizinho". Não do pai de sangue, aquele com quem será natural contarem ao longo da vida, nos mais variados aspectos. Infelizmente, não posso contar com tal sorte. Porém, os meus amigos que têm essa sorte na vida, parece que contam sempre com outro papá - o Estado. Independentemente da ideologia e da eventual ligação a jotas e partidos, noto que tenho amigos, alguns mais explicitamente, outros bem lá no fundo, que esperam sempre contar com a mãozinha do Estado para os "safar" na vida. Se a vida correr mal, o Estado-pai lá estará como o progenitor natural de braços abertos para os aconchegar no seio das suas oportunidades, ajudas e saídas. O que mais me espanta é este raciocínio partir de jovens de hoje, os mesmos que assistiram ao colapso do Estado Português (Maio de 2011) e à chegada dos senhores do graveto inter-nacional.

Reformar o ensino superior para diminuir a oferta de cursos? "Nem pensar, o Estado não pode sacrificar desta forma o sonho das pessoas que querem tirar Sociologia na Beira Interior e depois esperam ter emprego na Baixa-Chiado." Mas será que não vêem que se ninguém fizer nada estamos a condenar milhares e milhares de jovens ao fracasso?! Veja-se a taxa de desemprego jovem, 35%. Quantos destes não terão cursos de Humanidades? Eu estudo num curso de Humani-dades, sei que a área a que o meu curso dá acesso está entupida, as oportunidades são raras, as hipóteses de singrar ainda piores, mas será que devo culpar o Estado por isso? Não. Eu escolhi este curso porque quis. Não estou lá durante uns anos para depois quando sair para o mercado de trabalho e vir o quão difícil é arranjar trabalho, ir logo a correr para manif's contra o país, o Estado, a dona Laurinda que vende bifanas nas Olaias e o resto do mundo. O que eu gostava era que o Estado não permitisse a existência de tantos cursos da minha área, que em vez dos actuais 14 espalhados por todo o país, existis-sem apenas 5 ou 6. E mais. Ao mesmo tempo que corta nos cursos, o Estado deve começar a colocar os índices de empregabilidades (o INE em conjunto com as Universidades podem muito fazer este trabalho) dos últimos 5 anos de cada curso na página da internet onde divulga a informação sobre o Ensino Superior (DGES). Ou seja, o Estado deve

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ver o futuro dos jovens de forma realista, cortando onde é preciso cortar e prestando toda a informação (e verdadeira) para que quando alguém escolha o curso, não siga um sonho furado. O Estado não deve limitar os projectos de vida de ninguém, mas não deve agir de forma a ser bode expiatório de fornadas e fornadas de jovens desemprega-dos. Em vez de vivermos no tal paraíso onde cada um sonha, passa-mos a viver com os pés bem assentes na terra, pois o mercado de trab-alho é frio, implacável e pragmático - quer se goste quer não!

Quanto ao financiamento, devemos admitir um facto - o Estado não pode facultar financiamento a grande parte das pessoas que o solici-tam para frequentar o Ensino Superior, algumas, inclusive, necessita-das. E o motivo? Com uma economia rastejante, o Estado não tem dinheiro para efectuar uma justiça redistributiva - e este pormenor custa tanto a alguns amigos meus, como diria o outro, é a realidade, estúpido. Desta forma, e aqui vejo que a maioria dos meus amigos adora o tal "paizinho", o Estado deve assumir que para ir para o Ensino Superior e dispor de outro patamar de conhecimentos e por conse-guinte, ter a porta aberta para oportunidades que de outra forma não surgiriam, as pessoas têm de assumir um maior risco individual. O Estado deve e tem de continuar a ter um serviço social de financia-mento dos estudos para ajudar os jovens com as propinas, alimenta-ção, transportes e quando necessário, habitação, mas deve fazer passar a mensagem que este auxílio prestado tem de ser focado para quem precisa efectivamente, ou seja - e falando curto e grosso - para os mais pobres da nossa sociedade. Esses precisam mais do que ninguém. Ora, a classe média que vive sufocada de impostos, taxas e contas para pagar terá de ouvir da parte do Estado que, actualmente, não pode ser ajuda ao nível de Ensino Superior. Como tal, o Estado deve reforçar o actual contrato com o sistema bancário para a concessão de empréstimos a estudantes (em que o Estado actua como fiador), pois esta é solução que pela força das circunstâncias passará para muitas famílias a ser única bóia de salvação. Temos de ser frontais e admitir a realidade. A banca pode ajudar (meter aspas na ajuda, pois a seguir vai reaver o seu dinheiro) os estudantes a subir na vida. Ninguém morre ou perde a honra por pedir um empréstimo (quantas horas perco habitualmente nesta parte), é também verdade que não está fácil de arranjar emprego, mas esta solução demonstra

PRESENÇAS: - Conselho Nacional da JSD na Trofa

- Debate sobre “Barrigas de aluguer” da Concelhia da JSD Lisboa

- Sessão com António Isturiz, Secretário Geral do PPE – Partido Popular Europeu, promovido pela Distrital de Lisboa do PSD

- Comissão Municipal de Juventude de Oeiras

- Assembleias Municipais

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É preciso mudar esta juventude!

Nos últimos tempos, das conversas que tenho com amigos da mesma idade que a minha - 19 - fico a constatar que a maioria deles vive sempre à espera do "paizinho". Não do pai de sangue, aquele com quem será natural contarem ao longo da vida, nos mais variados aspectos. Infelizmente, não posso contar com tal sorte. Porém, os meus amigos que têm essa sorte na vida, parece que contam sempre com outro papá - o Estado. Independentemente da ideologia e da eventual ligação a jotas e partidos, noto que tenho amigos, alguns mais explicitamente, outros bem lá no fundo, que esperam sempre contar com a mãozinha do Estado para os "safar" na vida. Se a vida correr mal, o Estado-pai lá estará como o progenitor natural de braços abertos para os aconchegar no seio das suas oportunidades, ajudas e saídas. O que mais me espanta é este raciocínio partir de jovens de hoje, os mesmos que assistiram ao colapso do Estado Português (Maio de 2011) e à chegada dos senhores do graveto inter-nacional.

Reformar o ensino superior para diminuir a oferta de cursos? "Nem pensar, o Estado não pode sacrificar desta forma o sonho das pessoas que querem tirar Sociologia na Beira Interior e depois esperam ter emprego na Baixa-Chiado." Mas será que não vêem que se ninguém fizer nada estamos a condenar milhares e milhares de jovens ao fracasso?! Veja-se a taxa de desemprego jovem, 35%. Quantos destes não terão cursos de Humanidades? Eu estudo num curso de Humani-dades, sei que a área a que o meu curso dá acesso está entupida, as oportunidades são raras, as hipóteses de singrar ainda piores, mas será que devo culpar o Estado por isso? Não. Eu escolhi este curso porque quis. Não estou lá durante uns anos para depois quando sair para o mercado de trabalho e vir o quão difícil é arranjar trabalho, ir logo a correr para manif's contra o país, o Estado, a dona Laurinda que vende bifanas nas Olaias e o resto do mundo. O que eu gostava era que o Estado não permitisse a existência de tantos cursos da minha área, que em vez dos actuais 14 espalhados por todo o país, existis-sem apenas 5 ou 6. E mais. Ao mesmo tempo que corta nos cursos, o Estado deve começar a colocar os índices de empregabilidades (o INE em conjunto com as Universidades podem muito fazer este trabalho) dos últimos 5 anos de cada curso na página da internet onde divulga a informação sobre o Ensino Superior (DGES). Ou seja, o Estado deve

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Texto Alexandre Poço

capacidade de arriscar, de sair da zona de conforto, de assumir que, à entrada da faculdade, posso não ter posses financeiras, mas que me vou esforçar para reforçar o meu intelecto durante os anos do curso para conseguir arranjar trabalho após ter terminado o curso e então, começar a devolver ao banco aquilo que ele me emprestou. Na verdade, sei que para muita gente isto é inconcebível, ou porque não podem ser os bancos a pagar os estudos às pessoas, ora porque depois não vão conseguir pagar os empréstimos, ou porque o Estado não se pode demitir da tarefa de pagar os estudos à malta, etc, etc.

No fundo, o que eu constato cada vez mais é que a minha juventude tem medo de arriscar, é a mais formada, mais tecnológica, mais isto e mais aquilo de sempre, mas continua a pensar como os mais velhos da nossa sociedade - o "paizinho" Estado vai ajudar-me se eu precisar, é o seu papel, é para isso que ele existe. Esta desresponsabilização individual à espera da misericórdia estatal que permitirá viver em sonhos e longe da realidade cruel dos mercados leva a que se crie a tal chamada geração de indignados e mais não sei o quê. Às vezes, eu penso, quantas vezes precisará Portugal de ir à bancarrota para que as mentalidades mudem? Para que as pessoas pensem mais que a sua vida depende de si, do seu esforço, do seu trabalho e não do Ministro das Finanças ou do da Solidariedade Social? E mais, estas são mentali-dades novas, ainda em formação ou acabadas de formar - é isto que espanta! Antes de mudar o país (como é necessário fazer), seria necessário uma mudança de pensamentos e atitudes, principalmente das mais novas que já cheiram a velho. E aqui é que a conversa é outra! Quando a minha juventude lidar bem com mudanças no mercado de trabalho, com fusões e extinções e mexidas no financiamento do Ensino Superior, então será uma juventude com J grande, uma juven-tude que tem razões para estar indignada quando não a deixarem singrar. Actualmente, indignam-se e muito, mas mexer algo que seja no garantismo nacional, no proteccionismo bacoco e na fantasia lectiva, é que não. Isso é intolerável, dizem eles!