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Edição 50 Ano V 10 de maio de 2015
Informativo de Dança exclusivo do IBT e Espaço VIRALAPA
M e n s a g e m d o E d i t o rPERCY RODRIGUES
Este Informativo é distribuído gratuitamente por meio eletrônico. Para recebê-lo, atualize seu-email na secretaria do Espaço VIRALAPA. Esta e todas as edições passadas podem ser acessadas
no www.tangoporsisolo.com.br e www.viralapa.com.br
LEIA NESTA EDIÇÃOArtigo As emoções do
tango (Pag.2)
Especulações do editor so-bre as emoções desperta-das pelo bailado do tango
SegundAlternativa de 27 de abril (Pag.4)Reportagem de Sandra
Santos, com fatos e fotos
do evento
Vim para dançar (Pag.6)
“Olhar” de Marcondes Mes-
queu sobre a SegundAlterna-
tiva de 27 de abril
Niver de Paulo Araújo (Pag. 5)
Comemorações com ami-gos e alunos na Milonga
Xangô e Canela Preta
Com muita sa-tisfação, che-gamos à edição 50 do VIRALAPA News, com interessante conteúdo.
Assim, abrimos a edição com audacioso artigo do nosso editor geral, especu-lando sobre as emoções que permeiam a atuação dos bailarinos de tango.
Fazendo justiça ao mestre Paulo Araújo, cobrimos as comemorações do seu ani-versário, realizadas na Mi-longa Xangô de 10 de abril e no encontro em Canela Preta de 12 do mesmo mês.
Sandra Santos, com sua proverbial energia e dedi-cação, mostra aos leitores como foi a SegundAlterna-tiva realizada na noite de 27 de abril.
Com enorme satifação, di-vulgamos mais uma colabo-ração do colega Marcondes Mesqueu, desta feita, foca-lizando momentos e pesso-as da SegundAlternativa.
Desejamos boa leitura.
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Nenhum tipo de dança provoca tanta emoção como o bai-lado do tango.É impressionante a mudança de compor-tamento dos inician-tes que, além da de-dicação às classes do aprendizado, formam grupos de pessoas amigas com objetivos comuns, em especial, a afinidade pela dan-ça do ritmo de origem argentina Por mais que se busque nas origens do tango, é difícil chegar-se a uma conclusão sobre as razões de tanta
emoção, mesmo nos mais em-perdenidos corações.A dança do tango nasceu na re-gião portenha de Buenos Aires, quando homens imigrantes, trabalhadores do porto, procu-ravam os prostíbulos para pas-sarem seus momentos de folga. Enquanto aguardavam sua vez, já que a demanda de carentes fregueses era maior que a ofer-ta de prostitutas, escutavam, na vitrola da sala de espera, a melo-dia dos tangos da época, a maio-ria sem a voz do cantor, apenas o som dos instrumentos musicais.Mesmo sem parceiras, os ho-mens começavam a ensaiar pas-sos que, segundo as emoções sentidas, interpretavam a melo-dia ou a letra dos tangos. Não tardou que se formassem duplas de homens, criando bizarramen-te uma contradança unicamente masculina. O fato, não só atraiu a curiosidade das profissionais da casa, como levou-as a propor parceiria com os solitários bai-larinos, iniciando-se assim a co-nhecida “pareja”, que até hoje
encanta a todos que a assistem. Pode-se imaginar que o fato criou uma mo-eda de troca, com a qual a profissional gratificava seu parceiro preferido, ofe-recendo-lhe um bonus promocional. “Com tantas emoções”, como diria o poeta Roberto Carlos, é possível que essa origem tenha perpetuado sentimentos extremados nos bailari-nos, alastrando-se através dos anos, contagiando povos, raças e culturas até os dias de hoje.Mas, estas são apenas suposições, não podendo ser comprovadas como pressuposto para iniciar-se o aprendizado. Talvez, fosse matéria para estudos de psicólogos, sejam eles freudianos ou yunguianos.A verdade é que, quando os inician-tes ingressam no mundo do tango, afloram-lhes sentimentos nunca an-tes observados, aumentando-lhes a autoestima e criando uma sensação de poder, jamais transmitida por outro ritmo de dança. A preferên-cia pelo tango aumenta a cada passo assimilado, transformando-se numa prazerosa obsessão, ao ponto de bai-larinos e bailarinas abandonarem a prática dos outros ritmos.
ARTIGO As emoções do tangoTexto de PERCY RODRIGUES Foto: Portal São Francisco (from Google)
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Sandra SantoS
[email protected] SegundAlterna-tiva de 27 de abrilMuitos Aniversariantes
Caros leitores, como sempre esta coluna foi preparada com dedicação, principalmente, com sentimento de colaboração e gratidão para com quem nos acompanha nas SegundAlterna-tiva no VIRALAPA.
Este baile de abril prometia, eu pensei. E tudo aconteceu em per-feita harmonia, foi um prazer es-tar neste espaço de convivência, onde a dança é revivida nos pés de cada um dos dançarinos que brindam e brincam conosco
Nesta edição quero homenagear o nosso editor, Percy Rodrigues, incansável repórter incentivador que se empenha para nos manter informado sobre o tango. Rece-ba meu abraço e o meu carinho especial, você é um queridão – que festa boa heim!!!
Também destaco aqui o aniver-sário do prof. Paulo Araújo, que acolhe a todos com muito es-mero. Aproveito para lhe dizer, professor, que para mim tu és mestre. Entendendo por mestre aquele que ensina os seu alunos terem consciência do próprio corpo e bailarem com as pró-prias pernas; mestre para mim porque me faz admirá–lo sem querer copiá-lo no seu estilo. Tu és referência no universo do tan-go e por isso expresso, assim, a minha gratidão por estar enten-dendo, aos poucos, como se dan-ça o tango. Parabéns por mais um ano de vida – Vida longa para que possas realizar todos os seus sonhos!!!
Outra aniversariante homena-geada na noite foi a Deize Simas, ela é alegria que contagia! Esta-va rodeada de amigos e amigas que vieram prestigiá-la – não se-ria diferente lindinha – é assim que eu a chamo.
A Tania, mais uma querida que sempre participa conosco da SegundAlternativa. Nesta noi-te, acompanhada de filho, nora e amigos ficou radiante no seu modelito azul. Importante di-zer, ela me disse: –“fui eu fiz este vestido para esta noite” – parabéns estava um luxo!
O quadro ficou completo quando juntamos os aniver-sariantes no centro do salão. Quem embelezou esse quadro junto com as demais, foi a querida Célia. A todas para-béns, muitas alegrias e grata por escolherem a nossa com-panhia para brindar a vida.
Um sucesso total quando aconte-ceu a dança dos aniversariantes.
Bem, para que tudo pudesse acon-tecer na perfeita ordem foi funda-mental a presença de todos, por isso convido os amantes da dança para o próximo baile que será no dia 25 de maio – a última segunda-feira do mês de maio.
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\Continuação da Pág 3Imagens da SegundAlternativa de
27 de abril de 2015
No próximo dia 25 de maio a partir de 20 horas,venham ser felizes. Dançar, bater papo, fazer amigos. Tragam alguma comida e bebida. A entrada é grátis.Tragam
também seus amigos. A vida deles vai mudar.
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VIRALAPA NewsConselho Editorial
Fabien CayetPaulo Araújo
Percy RodriguesSandra Santos
Editor GeralPercy Rodrigues
JP 31780 RJ
EXPEDIENTE
INSTITUTO BRASILEIRO DO TANGOPresidente: Paulo Araújo
ESPAÇO VIRALAPADiretor Geral: Paulo Araújo
Séde Própria: Avenida Gomes Freire, 663, sobreloja, Lapa, Rio de Janeiro
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Milonga Xangô comemora niver de Paulo Araújo
Canela Preta volta a ser ponto de encontro
Fazendo justiça ao grande talento e carisma de Paulo Araújo, os presen-tes à Milonga Xan-gô da noite de 10 de abril próxima pas-sada comemora-ram mais um ani-versário do grande mestre da dança
Numa noite muito especial, a edição da tradicional Milonga Xangô notabilizou-se pelo grande número de ex-alunos e mes-tres de tango, amigos fraternos de Paulo Araújo, que vieram prestigiar o grande mestre. Emocionado, Paulo Araújo agra-deceu efusivamente a cada um deles, entre outros, Aparecida Belloti e Alice Vasquez, nas fotos, que hoje administram seus pró-prios espaços de dança na cidade.
O indiscutível carisma de Paulo Araújo levou mais de 70 pessoas ao sítio de Canela Preta, para consolidar a grande amizade que une alunos e
amigos ao grande mestre do tangoO sonho de Paulo Araújo cumpriu mais uma etapa no úlimo dia 12 de abril, com a celebração de mais um en-contro no aprazível sítio do mestre, cujo projeto é reunir a comunidade tanguera para associar forças da natureza à
paixão pela dança.Uma das atrações foi a dança aérea executada pela mística Annie Piaf, argentina, que viveu também no Peru, ins-pirada no poema “Yo vengo oferecer mi corazón”. de au-toria de Fito Paez.
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MARCONDES MESQUEU
VIRALAPA, última segunda feira de abril. Como é de costume nesse dia acontece a confrater-nização dos aniversariantes do mês. Vinte horas começa o movimento das pessoas. Falatório, risadas... Cada um depositando sua contribuição de comidinha. A boca é livre e os doces e salgados, bem chegados. Não faltou “bebida forte”, cerveja gelada, salgados e a tão esperada torta. A festa está estampada no rosto dos convidados. Reencontros de quem se vê duas vezes por semana, beijos e olhares espalhados e distribuídos, roupa bonita e elegante em cada corpo animado que atravessava a porta. A música passeava por todos os gêneros. Esse dia em especial se comemorava também o aniversário do Paulo Araújo. Alegria potencializada. A simpática surpresa foi à invasão da comunidade circense. A confraria do Circo se fazia presente para as-sistir a performance de duas alunas de dança e profissionais do picadeiro. Voltem sempre, temos muitas trocas a serem feitas. O verbo conjugado era: VIM PARA DANÇAR.
Cada um cumpria esse trato da melhor forma possível. De repente surge na memória do passa-do distante a fala de uma adolescente para a sua mãe: - Dançar junto é coisa de velho. Acho que ela tem razão, é coisa de velho que já experimentou uma sociedade que “chegava mais junto” ao prazer. Olhando aqueles corpos dançantes e revisando a evolução da dança de salão percebo que em muitos momentos largamos nossos parceiros e partimos para exibição solitária. Por que os salões se coreografaram, ficaram mais acrobáticos e menos socializados? Teve um momento na história que me deu dúvida se o passo e o jeito de dançar eram criados antes da música. Para cada música que tocava no rádio ou televisão tinha uma maneira certa de dança-la. No passado e até hoje existem pessoas que se arriscam ao prazer da dança construída a dois. Em vários setores da sociedade a competição está cada vez mais acirrada.
O comportamento na dança não podia deixar de ser incomodado, mas os corpos saudáveis re-sistem e buscam esse dançar “de velho” que não para de se rejuvenescer e evoluir. Dançar sepa-rado diminui os riscos de sentimentos de atração ou repulsa, os riscos dos odores que inebriam ou provocam alergia, os riscos dos encaixes que podem levar ao impensável a três. É sempre bom relembrar que um casal no salão representa três corpos. A música tem forma, contorno e volume e está dentro do abraço de ambos. O encontro é quem decide o que cada um fará com o outro seguindo as normas da consensualidade.
O dito acima foi inspirado num corpo de mulher não escultural, porém alta e imponente que se fazia linda e sedutora com cada cavalheiro. Falo de uma mulher disputada no salão. Corpo marcante, olhar dirigido, suor visível e energia para mais uma contra dança. Inesgotável. Ela era mais uma que dizia com o corpo: VIM PARA DANÇAR.
Minha querida adolescente, se isso é coisa de velho, deixa assim que está bom. Tá a fim de ex-perimentar?
N.A. : Se alguém ficou curioso querendo saber o nome da mulher, declaro que não perguntei. Eu poderia estragar o meu momento e o dela. Não se atrapalha um pássaro no seu voo.
VIM PARA DANÇAR