neuropsicologia e aprendizagem

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NEUROPSICOLOGIA E APRENDIZAGEM

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Page 1: Neuropsicologia e Aprendizagem

NEUROPSICOLOGIA E

APRENDIZAGEM

Page 2: Neuropsicologia e Aprendizagem

Por que algumas crianças demoram para se alfabetizar, já que os mesmos recursos são

utilizados para todos os alunos?

Page 3: Neuropsicologia e Aprendizagem

• Para algumas crianças o caminho será mais curto, uma estrada livre e sem obstáculos, por vezes pegando até atalhos e chegará ao destino bem rápido.

• Para outras, o caminho será mais longo, com curvas pouco ou muito sinuosas, precipícios, subidas e descidas e será preciso, muitas vezes, parar para auxiliar a pavimentação deste caminho.

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• O que a neuropsicologia pretende descobrir é como e onde a aprendizagem acontece no cérebro.

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Há muita gente aguardando que alguém junte A com B e de a

receita pronta sobre o que fazer com os achados

neurocientíficos em relação aos processos educacionais.

Só que, isso não vai acontecer!

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• Os neurocientistas não estão preocupados em formular receitas, mas sim em descobrir, dia a pós dia, coisas maravilhosas sobre a organização neuronal do ser humano e as disponibilizar para quem queira utilizar esses achados.

Page 7: Neuropsicologia e Aprendizagem

Neuropsicologia: o que é? Como surgiu? O que tem a ver com a aprendizagem ?

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Na história da humanidade, movimentos

importantes se constituíram

na tentativa de entender o

processo do conhecimento.

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As principais escolas foram:• A) EMPIRISMO: pensadores, como Locke, Hume

e Condillac, defendiam que o conhecimento se dava pelo contato da pessoa com a experiência, em particular por meio dos órgãos sensoriais;

• B) RACIONALISMO: Platão, Descartes, Espinosa, Kant, Leibinitz entre outros, acreditavam que a fonte do conhecimento era a razão, a mente, e que essa poderia operar independentemente do acesso ao mundo das sensações; ou ainda

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• C) INTUICIONISMO: Bergson e muitos outros acreditavam que o conhecimento ocorria pelo acesso direto a um manancial por meio de uma faculdade chamada intuição que não necessitaria nem dos sentidos, nem da razão para acontecer. (Metring, 2009 p.17)

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• Foi a partir de lesões cerebrais que os gregos começaram a observar as correlações entre o cérebro e os estados de consciência, culminando no século XIX com as localizações cerebrais de GALL.

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Franz Joseph Gall, (1758-1828)

• Desenvolveu a teoria da “Frenologia”, que estuda o caráter e as funções intelectuais humanas, baseando-se na conformação do crânio (formas).

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Posteriormente (1861), os achados de Paul Broca e Karl Wernicke sobre as localizações

cerebrais das habilidades verbais.

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• Área de Broca é a parte do cérebro humano responsável pelo processamento da linguagem, produção da fala e compreensão. Defende não somente a hemisferização cerebral (direito e esquerdo), mas também que, o hemisfério esquerdo teria dominância sobre o direito, tendo este um papel secundário e complementar para a organização da fala.

• O distúrbio da fala identificado por ele, hoje é conhecido como “afasia”.

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Afasia de Broca

• Afasia não fluente, afasia de expressão ou, ainda, afasia motora: grande dificuldade de falar, porém a compreensão da linguagem está preservada. Também ocorre de a pessoa não ter nenhum problema na leitura silenciosa, mas sua capacidade de transmitir o que leu ou de escrever sobre o assunto está comprometida. A pessoa tem consciência do seu déficit, podendo levar a casos de depressão.

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• Área de Wernicke é uma região do cérebro humano responsável pelo conhecimento, interpretação e associação das informações. Graves danos na área de Wernicke podem fazer com que uma pessoa que escuta perfeitamente e reconhece bem as palavras, seja incapaz de agrupar estas palavras para formar um pensamento coerente, caracterizando doença conhecida como Afasia de Wernicke.

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René Descartes Propôs a teoria Cartesiana como uma

pseudodissociação de corpo e mente. Admitia a hipótese de que a alma era não material, livre e indivisível e que o corpo era uma parte mecânica, divisível, material.

Portanto a alma transcenderia ao corpo, sendo este somente uma máquina à sua disposição.

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Descartes foi um divisor de águas.A partir dele,

a Medicina tomava seus rumos (passou a cuidar do corpo de forma mais científica e objetiva).

E a filosofia também (passou a cuidar da alma de maneira mais empírica e subjetiva).

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No século XIX, surge a Biologia

• E, também, CHARLES ROBERT DARWIN (1809 – 1882), um naturalista que defendeu a teoria da evolução das espécies. Para ele a mente começa a ganhar corpo, e um sistema para seu funcionamento: o sistema nervoso.

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Ao contrário de muitos outros autores que negligenciaram as questões orgânicas em favor das questões mentais e racionais,

Sara Pain afirma que:• “A origem de toda aprendizagem está nos

esquemas de ação desdobrados mediante o corpo. Para a leitura e integração da experiência é fundamental a integridade anatômica e de funcionamento dos órgãos diretamente comprometidos com a manipulação do entorno, bem como dos dispositivos que garantem sua coordenação no SNC.” (Pain, 1992 p.29)

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Sara Paín• Nascida em Buenos

Aires, em 1931, é uma psicóloga argentina. Doutora em Filosofia pela Universidade de Buenos Aires e em Psicologia pelo Instituto de Epistemologia Genética de Genebra.

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• Paín reforça seu pensamento afirmando que “a investigação neurológica é necessária para conhecer a adequação do instrumento às demandas da aprendizagem. O SNC sadio se caracteriza [...] pelo seu ritmo, sua plasticidade, seu equilíbrio”.

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Quando apontamos um problema na aprendizagem,

precisamos conhecer todos os circuitos que direcionam a tal problema para entendermos o que realmente está ocorrendo, antes de fecharmos a questão.

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No século XX, vem o advento da Neuropsicologia moderna e seus

representantes são:

Donald Olding Hebb

(1904 – 1985)

Alexander Romanovitch Luria

(1902-1977)

Karl Spencer Lashley (1890 – 1958)

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Somente em 1913 é que surge o termo Neuropsicologia.

• Após a década de 40, com a publicação de trabalhos de Hebb, onde ele apresentava sua teoria sobre a multiplicidade de conexões sinápticas entre os neurônios, é que o termo ganhou força e notoriedade.

Para ele a rede neuronal, e não um neurônio em si, seria responsável pela memória.

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Luria concentrou seus estudos nas funções superiores do funcionamento cerebral e sofreu influência de Pavlov,

Vygotsky e Anokhim. Sua teoria procurou organizar o SN como um

todo, em um grande concerto.

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• [...] toda atividade mental humana é uma sistema funcional complexo efetuado por meio de uma combinação de estruturas cerebrais funcionando em concerto, cada uma das quais dá a sua contribuição particular para o sistema funcional como um todo. (Luria, 1981 p.23)

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• O fato de uma pessoa não expressar adequadamente ou não articular apropriadamente as palavras pode ser um caso de disartria (um distúrbio motor) ou um agramatismo (dificuldades de construir frases gramaticalmente corretas) e não uma afasia de Broca pura e simplesmente.

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Pinheiro (2005) apresenta a Neuropsicologia assim:

• A Neuropsicologia é uma ciência do século XX, que se desenvolveu inicialmente a partir da convergência da Neurologia com a Psicologia, no objetivo comum de estudar as modificações comportamentais resultantes de lesão cerebral. Atualmente, podemos situá-la em uma área entre as Neurociências (neste caso, ela também pode ser chamada de neurociência cognitiva), e as ciências do comportamento (Psicologia do Desenvolvimento, Psicolinguística, entre outras) entendendo que o seu enfoque central é o estudo da relação sistema nervoso, comportamento e cognição, ou seja, o estudo das capacidades mentais mais complexas como a linguagem, a memória e a consciência. (p.176)

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• Sem o conhecimento de como o cérebro funciona, como ele recebe e processa as informações e onde, como podemos pensar em ensinar?

• Não será exatamente esse o problema?• A mesma forma de ensinar para todos os

aprendizes como se fossem todos iguais?• Ou poderia ser porque simplesmente não há

formação adequada aos docentes para ensinar a cérebros?

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• O cérebro se desenvolve da medula para as áreas frontais, mais nobres.

• Quando nascemos, nascemos com o cérebro inteiro, porém, não desenvolvido, ou seja, ainda não estão formadas as redes neuronais que nos darão a competência ao final dos 20 ou 21anos de vida para lidarmos com o meio, produzindo comportamentos adaptativos inteligentes e planejados.

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Bibliografia

• METRING, Robert Araújo. Neuropsicologia e aprendizagem: fundamentos necessários para o planejamento do ensino. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

• PINHEIRO, M. Aspectos Históricos da Neuropsicologia: subsídios para a formação de educadores. Educar – Editora UFPR,2005, n25. p.175-196.