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História do Negro e Quadrinhos no Brasil: propostas de atividades Natania Nogueira [email protected] om Valéria Fernandes [email protected]

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slide apresentado no segundo dia de minicurso.

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História do Negro e Quadrinhos no Brasil: propostas de

atividades

Natania [email protected]

Valéria [email protected]

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Agostini, escravidão e cotidiano

Angelo Agostini não deixou de representar o negro na sociedade carioca na segunda metade do século XIX.

Os negros aparecem com personagem secundárias em alguns de seus quadrinhos que criticavam problemas cotidianos, nas aventuras de Nhô Quim e em críticas à escravidão.

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Folha ilustrada (1876) – representações do negro em dramas cotidianos do Rio de Janeiro durante o II reinado.

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O negro nos quadrinhos brasileiros

Em 1931 surgiria no Brasil um personagem que ganharia o gosto popular: Azeitona.

Juntamente com os amigos Reco-Reco e Bolão, o personagem foi publicado nas páginas da revista O Tico Tico, até o fechamento da revista, em 1957.

Criação ilustrador e caricaturista cearense Luiz Sá, Azeitona não apenas participava como protagonizava algumas das aventuras.

O traço cômico do personagem possuía estereótipos como os lábios exageradamente grandes, característicos das representações do negro nos quadrinhos da época.

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O negro está no Gibi

O Gibi foi o título de uma revista brasileira de história em quadrinhos, cujo lançamento ocorreu em 1939.

Na época, Gibi significava moleque, negrinho, porém, com o tempo a palavra passou a ser associada a revistas em quadrinhos.

Há quem defenda que o termo gibi é impregnado de preconceito racial e prefira se referir às revistas em quadrinhos apenas como HQs.

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A cultura popular como inspiração

Outro personagem negro, que se tornaria protagonista nas HQs brasileiras foi o Pererê, criado por Ziraldo em 1958.

O Pererê foi publicado primeiramente em cartuns em 1959 nas páginas da revista brasileira O Cruzeiro.

A revista foi um grande sucesso de vendas na década de 1960.

As histórias se passavam na Mata do Fundão, que seria, na verdade, o próprio Brasil.

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Personagens negros fixos em histórias em quadrinhos nacionais são poucos.

Destaque para Maurício de Sousa, que criou criou três personagens afro-brasileiros:

JeremiasPelezinhoRonaldinho

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Jeremias

Jeremias é um dos personagens mais antigos da turma. Apareceu em 1960, e por muito tempo, foi considerado o único personagem afro-brasileiro da turma.

Para ninguém saber que o garoto tem somente oito fios de cabelo, ele usa um boné vermelho, herdado de seu avô.

Hoje, ele é pintado de marrom, mas nos anos de 1970 era pintado de preto.

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Pelezinho

O personagem estreou em 1976 em tiras de jornal.

A revista Pelezinho, e seu almanaques, foram publicados no Brasil entre 1977 e 1986 .

Pelezinho e sua turma jamais tiveram qualquer relação com outros personagens de Maurício de Sousa.

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Ronaldinho

O personagem inspirado no jogador Ronaldinho Gaúcho foi lançado em 2006.

A  revista da Turma do Ronaldinho lembra a Turma do Pelezinho,  e suas aventuras estão intercaladas com as aventuras da Turma da Mônica.

As revistas da Turma do Ronaldinho Gaúcho são publicadas em países, como França, Croácia, Itália e Holanda.

Suas tirinhas também são publicadas no jornal britânico The Daily Mirror.

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Representações do negro na história do Brasil por meio das HQs

Dos quadrinhos educativos produzidos pela EBAL a partir da década de 1950 até os álbuns modernos produzidos por grandes editoras ou quadrinhos independentes, as HQs sobre a História do Brasil tem oferecido a oportunidade de se trabalhar com a questão racial a partir de ângulos distintos.

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Abolição da escravidão nos quadrinhos da EBAL

O quadrinhos da EBAL traziam uma versão oficial da história do Brasil.

No Álbum A Libertação dos escravos em quadrinhos: Isabel, a redentora, produzido em 1970, quadrinizada por Pedro Anísio e desenhada por Eugênio Colonnese, a versão oficial é romantizada e o papel da princesa Isabel colocado em destaque: o branco escraviza, o branco liberta.

Não há questionamento acerca do impacto social da escravidão e da própria abolição sobre a sociedade brasileira e o negro.

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Casa Grande e Senzala em quadrinhos

Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre , foi ilustrada por Ivan Wasth Rodrigues e adaptada por e Estevão Pinto .

Trata-se de um estudo antropológico sobre a formação da história racial brasileira, tendo o homem branco europeu colonizador como personagem principal.

Apresenta uma visão histórica e antropológica da formação racial da sociedade brasileira, mas vista pelos olhos do europeu colonizador.

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Sugestão 01

O professor pode aproveitar este material para promover uma atividade acerca da ideia de “abolicionismo” a partir da visão oficial.

Pode ser utilizada toda a HQ ou um fragmento dela a partir daí:

Trabalhar uma fonte de pesquisa;Estimular a pesquisa sobre um determinado

tema;Resgatar uma parte da memória nacional;Desenvolver o senso crítico;Promover uma releitura de uma parte da

história do Brasil.

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Zumbi: dia nacional da consciência negra

Trata-se de um HQ institucional criada pelo cartunista Bira Dantas e que conta de forma didática a história de Zumbi dos Palmares.

É indicada para trabalhar o tema com alunos do Fundamental I e os primeiros anos do fundamental II.

Embora se foque no heroísmo de Zumbi e não se aprofunde na história de Palmares e da escravidão negra no Brasil, a HQ serve de estímulo para se debater o tema nos dias atuais.

A grande vantagem deste tipo de material é justamente estimular o leitor a buscar informações e expor suas ideias acerca do tema “consciência negra”.

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Sugestão 2

Uma das formas mais simples e eficazes de se trabalhar HQs em História é a elaboração de quadrinhos pelos alunos.

A tarefa é simples:1. Proponha o tema (de preferência que já tenha sido

trabalhado na sala de aula)2. Oriente os alunos sobre os passos que devem tomar para

criar uma HQ (roteiro, criação de personagens, desenho, arte final)

3. Conduza a atividade em sala de aula, na forma de oficina.4. O trabalho pode ser feito em dupla.

Recomendado para o Ensino Fundamental I e II, mas também pode ser proposta para o Ensino Médio.

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Escravidão e abolição nos quadrinhos da Turma da Mônica

De custo relativamente baixo e, em alguns casos, disponível para download, os quadrinhos da Turma da Mônica podem ser utilizados para introduzir conteúdos diversos e, inclusive, temas relacionados ao racismo e à história do Negro no Brasil.

Neste sentido há publicações específicas como o título “Você Sabia? Turma da Mônica”, originalmente publicado pela Editora Globo atualmente republicado com o título “Saiba Mais com Turma da Mônica” atualmente publicado pela editora Panini.

Há, também, histórias com participação de personagens afro-brasileiros como Ronaldinho Gaúcho e Jeremias.

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Sugestão 3

A partir da leitura e debate sobre a história em quadrinhos “Jeremim, o príncipe que veio da África, o professor pode trabalhar a questão da escravidão do negro e sua luta pela liberdade seja por meio de produção de texto ou de atividades utilizando fragmentos de quadrinhos.

Atividade é indicada para alunos dos últimos anos do Fundamental I e primeiros anos do Fundamental II.

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Usar a história em quadrinhos para introduzir o tema escravidão.

1.O professor prepara a história em quadrinhos e faz sua leitura com os alunos, procurando enfatizar passagens que acredite serem as mais importantes ou interessantes.

2.Em seguida ele pode propor as seguintes atividades:

- A produção de um texto falando sobre a história em quadrinhos.

- A produção de uma história em quadrinhos pelos alunos, sobre o tema escravidão.

- Exercícios baseados na história.

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Chico Rei e a luta contra a escravidão

Chico Rei, é obra de André Diniz. Narra a trajetória de Galanga, rei do Gongo, que foi trazido

como escravo para o Brasil e trabalhou nas minas de ouro de Vila Rica, no século XVIII.

A HQ rompe com os estereótipo histórico do escravo submisso colocando o negro escravo como protagonista, com voz, atitude, vontades, aspirações, defeitos e qualidades.

O artista optou em adotar o traço (desenho) africano. Chico Rei conta a história do escravo tendo em vista a luta

pela sobrevivência e o desejo de liberdade. O negro aparece como sujeito ativo da história, que reage não

apenas por meio de revoltas e fugas, mas que pode transformar o trabalho numa arma contra a escravidão.

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André Diniz vem se especializando na cultura afro-brasileira e já produziu outros quatro álbuns com essa temática: Mwindo, O Quilombo Orum Aiê , A Cachoeira de Paulo Afonso e o Negrinho do Pastoreio.

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Diniz utiliza dois estilos: a arte africana e a xilogravura marcados pela estilização, o exagero das formas e pelos traços grosseiros e rudes para ilustrar suas obras.

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Sugestão 4

Quadrinhos como Chico Rei podem ser usados para introduzir atividades acerca do tema estudado.

Alguns quadrinhos paradidáticos já trazem encartes com propostas de atividades.

É importante trabalhar exercícios elaborados a partir de quadrinhos como uma forma de exercitar a habilidade de leitura de imagem/texto.

Este tipo de atividade pode ser aplicada no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio.

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Chibata! João Cândido e a revolta que abalou o Brasil

Chibata é uma obra baseada na vida de João Cândido, líder da revolta da Chibata.

A construção da narrativa se fez por meio de minuciosa pesquisa, embora possua elementos ficcionais.

Só recentemente o nome de João Cândido começou a ser relembrado, graças à liberação de seus arquivos pela Marinha, à inscrição de seu nome no Livro dos Heróis da Pátria e à anistia post-mortem concedida a ele em 2008.

Antes disso, Jornalistas que tentaram sua história sofreram ameaças e/ou foram de alguma forma intimidados.

O álbum é ideal para ser trabalhado com alunos do Ensino Médio. Possui passagens fortes e, embora desnude o racismo e a

intolerância, levanta, também a questão da censura da imprensa.

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Sugestão 5

O jornalismo em quadrinhos surgiu como uma forma diferente de comunicação. Ele ganhou destaque em 1992, quando Art Spiegelman recebeu o prêmio Pulitzer por sua obra Maus.

Mas foi em 1996, com a publicação de Palestina, que Joe Sacco criou a expressão “Jornalismo em Quadrinhos” (JQ).

Partindo desta informação o professor pode sugerir aos alunos uma atividade de pesquisa na forma de JQ.

Para tanto, é necessário que o aluno tenha contato com este tipo de quadrinho, que pode ser feito por meio digital. O site História Viva, por exemplo, disponibiliza a obra Área de Segurança: Gorazde , de Sacco para leitura online. Também é possível encontrar trabalhos realizados no Brasil por jornalistas que tem se especializado neste tipo de produção.

Atividade recomendada para alunos do Ensino Médio.

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Fontes utilizadas

COLONNESE, Eugênio. A libertaçã0 dos Escravos em quadrinhos: princesa Isabel, a redentora. Rio de Janeiro: EBAL, 1970.

DANTAS, Bira. Editora Nona Arte. Disponível em www.nonaarte.com.br. DINIZ, André. Chico Rei. Juiz de Fora: Frnaci Editora, 2007, PINTO, Estevão. Casa Grande e Senzala em quadrinhos. - 2ª Ed. - São

Paulo: Global, 2005. FEIJÓ, Mario. Quadrinhos em Ação: um século de história. – São Paulo:

Ed. Moderna, 1997. HEMETÉRIO. Chibata! João Cândido e a revolta que abalou o Brasil.- 2ª

Ed. – São Paulo, Conrad Editora do Brasil, 2009. MOYA, Álvaro de. História da História em Quadrinhos. - 2ª Edição – São

Paulo: Editora Brasiliense, 1996. Reco-reco, bolão e azeitona. Disponível em: www.seguro.inf.br, acesso

em 20;05/2012. PAIM, Augusto. Os filhos de Sacco. Revisa da Cultura. Disponível em

http://www.revistadacultura.com.br:8090/revista/rc44/index2.asp?page=materia1, acesso em 12/06/2012.