negócios solidários em cadeias produtivas - ipea.gov.br .combate À pobreza rural no nordeste 15
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Negcios Solidrios emCadeias ProdutivasProtagonismo Coletivo eDesenvolvimento Sustentvel
Folha Rosto.pmd 9/3/2007, 13:431
Governo FederalPresidente Luiz Incio Lula da Silva
Fundao Banco do BrasilPresidente Jacques de Oliveira Pena
Instituto de Pesquisa Econmica AplicadaPresidente Luiz Henrique Proena Soares
Associao Nacional dos Centros de Ps-Graduao emEconomiaSecretria-Executiva Fabiana Rocha
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Negcios Solidrios emCadeias ProdutivasProtagonismo Coletivo eDesenvolvimento Sustentvel
Pesquisa e textoLuiz Eduardo Parreiras
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As opinies emitidas nesta publicao so de exclusiva e inteira
responsabilidade dos autores, no exprimindo, necessariamente, o ponto
de vista do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada ou o do Ministrio
do Planejamento, Oramento e Gesto.
permitida a reproduo deste texto e dos dados nele contidos, desde
que citada a fonte. Reprodues para fins comerciais so proibidas.
Parreiras, Luiz EduardoNegcios solidrios em cadeias produtivas: protagonismo coletivo edesenvolvimento sustentvel / pesquisa e texto Luiz Eduardo Parreiras. Rio deJaneiro : IPEA : ANPEC : Fundao Banco do Brasil, 2007.
p. : 224
1. Agricultura Sustentvel 2. Cadeias Agroindustriais 3. Comunidades Rurais 4.Programas Governamentais 5. Brasil Regio Nordeste I. Instituto de PesquisaEconmica Aplicada II. Associao Nacional dos Centros de Ps-Graduao emEconomia III. Fundao Banco do Brasil
ISBN 978-85-86170-92-8 CDD 338.1609813
Fundao Banco do Brasil e Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada ipeaipeaipeaipeaipea 2007
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CARTER ESTRATGICO DA FOCALIZAO EMCADEIAS PRODUTIVAS
Os desafios colocados para o desenvolvimento sustentvel so enormesem nosso pas, principalmente quando o foco a incluso social eprodutiva de segmentos marginalizados do processo de construoda riqueza nacional. A partir dessa compreenso, a Fundao Bancodo Brasil reforou em 2003 sua interveno em tecnologias sociaisna rea de educao e, com mais nfase, na rea de gerao de trabalhoe renda, tendo como prioridade elevar a capacidade de participaona dinmica produtiva de comunidades em reas de baixo nvel dedesenvolvimento econmico e social. Em consonncia com as dire-trizes do Programa Fome Zero do governo federal, naquela ocasio aFundao Banco do Brasil dirigiu seu investimento social,prioritariamente, agricultura familiar nas regies da Amaznia edo Semi-rido.
Assim, a interveno social da instituio, com o objetivo decontribuir para a gerao de renda, deveria ter o desafio de apresentaruma proposta original, que se traduziu num conjunto articulado deestmulos estruturao de empreendimentos solidrios e sustentveisem cadeias produtivas. Com isso, assumia-se o princpio de que asaes implementadas, ao invs de pontuais, deveriam buscar amelhoria contnua e sustentvel das condies de vida das populaespobres, com uma viso ampla sobre o processo produtivo.
O significado dessa interveno social associar a perspectivasolidria com a focalizao em cadeias produtivas, transcendendoem muito os resultados que esses projetos iniciais iro proporcionaraos seus integrantes. Pensada como estratgia de combate pobrezae de desenvolvimento econmico e social, ela significa uma verdadeirarevoluo nas concepes de polticas pblicas para a agriculturafamiliar.
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Este livro apresenta a experincia que a Fundao Banco doBrasil e seus parceiros vm acumulando na execuo de projetos deestruturao de empreendimentos solidrios no Nordeste, nas cadeiasprodutivas do caju, do mel e da mandioca. A construo desse trabalhoexigiu grande esforo de articulao de parceiros, em busca de de-senvolver um processo de soma de competncias especficas de cadaparticipante, que, nitidamente, foi sendo ampliado nas diferentesetapas dos projetos. A todos os parceiros, nossos sinceros agradeci-mentos pelo aprendizado coletivo. Nesse contexto, cabe um destaquepara a interao desenvolvida por todos ns do Banco do Brasil (BB),para a realizao do papel da Fundao como agente de investimentosocial do Conglomerado, principalmente no compromisso de di-versas reas do BB para a execuo da estratgia do DesenvolvimentoRegional Sustentvel (DRS) pas afora.
Os projetos aqui relatados, ainda em fase de implementao,no permitem uma avaliao acabada de seus impactos sobre a realidadedas comunidades que assumiram a responsabilidade de desenvolv-los.Nesse sentido, o presente livro se prope a discutir as principaisquestes sobre a concepo da proposta, sua metodologia e a reali-dade de sua execuo. Seu objetivo identificar aquelas questesque devem ser prioritariamente levadas em conta na elaborao denovas polticas e programas que tenham como perspectiva o domniodas cadeias produtivas por parte da agricultura familiar.
Uma boa leitura!
Jacques de Oliveira PenaPresidente da Fundao Banco do Brasil
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EM BUSCA DE SUSTENTABILIDADE NASUPERAO DA POBREZA
Nos ltimos anos o Brasil tem apresentado resultados bastante positivose animadores em campos importantes como o dos fundamentosmacroeconmicos e o da desigualdade da distribuio de renda. Osprimeiros ostentam hoje solidez, consistncia e estabilidade talvezimpensveis h uma dcada. A segunda, mesmo permanecendo comouma chaga vergonhosa de nossa estrutura social, econmica e poltica,comea a apresentar sinais de atenuamento persistente e significativo,se considerarmos os ltimos cinco anos investigados pelas coleesda Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad). Para issovrios fatores contriburam, sendo o comportamento do mercadode trabalho e a elevao dos anos de escolaridade alguns dos principais.Alm desses, os aumentos reais do salrio mnimo, os benefciosprevidencirios e os de prestao continuada e em especial aimplementao de programas de transferncia de renda, que per-mitiram resgatar da misria muitos milhes de brasileiros, tambmfizeram a sua parte como determinantes da queda recente da desi-gualdade de renda em nosso pas. Tudo isso vem sendo analisado ediscutido em profundidade pelo Instituto de Pesquisa EconmicaAplicada (Ipea) e por outros centros, com o objetivo de compreendere sugerir medidas que aperfeioem e aprofundem esses resultados.
Entre os novos desafios inscritos na agenda pblica, e no apenasna governamental, um dos principais a gerao de emprego e rendapara as populaes beneficiadas por programas como o Bolsa Famlia,de modo a assegurar a seus membros um futuro de maior dignidadepela conquista do protagonismo e da auto-suficincia em suas con-dies materiais de existncia.
Por isso mesmo, para o Ipea motivo de grande satisfao trazera pblico os primeiros resultados desta parceria com a Fundao
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Banco do Brasil, que vem h anos e de maneira consistente atuandosobre o desenvolvimento local e o fortalecimento de iniciativas demenor escala especfica, que possam alcanar sustentabilidade eefetividade de resultados. A multiplicao de experincias bem-sucedidas deve se converter em poltica pblica de larga escala, res-peitadas as especificidades de cada situao. Negcios solidrios emcadeias produtivas vai exatamente nessa direo. A partir das expe-rincias prticas registradas em projetos distintos, viabilizados peloinvestimento social da Fundao Banco do Brasil, procura-se acumularconhecimento analtico e metodolgico que permita informar o de-senho de polticas e programas para a superao da pobreza rural. OIpea sente-se honrado pela possibilidade de participar de mais esseesforo para a construo de estratgias de desenvolvimento que be-neficiem os estratos mais fragilizados de nossa estrutura social e tornemo pas mais justo e solidrio.
Luiz Henrique Proena SoaresPresidente do Ipea
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SUMRIO
INTRODUO 11
PARTE 1A PROPOSTA
CAPTULO 1PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS DECOMBATE POBREZA RURAL NO NORDESTE 15
CAPTULO 2PROPOSTA DE ESTRUTURAO DE EMPREENDIMENTOSSUSTENTVEIS E SOLIDRIOS EM CADEIAS PRODUTIVAS 29
CAPTULO 3DINMICA METODOLGICA 45
PARTE 2O DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS
CAPTULO 4OS PRIMEIROS PROJETOS DA CADEIA PRODUTIVADO CAJU: CEAR, PIAU E RIO GRANDE DO NORTE 65
CAPTULO 5O PROJETO DA CADEIA PRODUTIVA DO MEL 115
CAPTULO 6OS PROJETOS NAS CADEIAS DAMANDIOCA E DO CAJU NA BAHIA 135
PARTE 3O DESAFIO PRINCIPAL
CAPTULO 7A COMPREENSO PRVIA E A EXPERINCIA 169
CAPTULO 8DESENVOLVIMENTO E PROTAGONISMO COLETIVO 195
REFERNCIAS 217
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INTRODUO
Este livro apresenta e discute as experincias da Fundao Banco doBrasil na implantao de empreendimentos solidrios e sustentveisem cadeias produtivas, dividindo-se em trs partes. A primeira consisteno detalhamento da proposta: seu contexto de origem, concepometodolgica e instrumentos operacionais utilizados. Com o objetivode facilitar, pelo contraste, a compreenso da proposta e dos desafiosque ela enfrenta, esse detalhamento precedido por um pequenohistrico de alguns programas governamentais de combate pobrezaque, desde a dcada de 1970, vm sendo desenvolvidos na regio.
A partir dessas informaes possvel seguir, na segunda parte,o desenvolvimento dos projetos, perceber suas mltiplas dimensese tomar contato com as dificuldades surgidas e as solues encontradas.Na terceira e ltima parte, a experincia j acumulada serve paraselecionar algumas das questes metodolgicas antes discutidas, queso ento repensadas como desafios colocados para polticas e pro-gramas de superao da pobreza rural em que o domnio da cadeiaprodutiva seja considerado estratgico.
Um ponto que merece ser aq