negociaÇÕes coletivas cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · premiada vai sortear 5...

12
NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de 2014 conquistaram aumento real Segundo pesquisa do Dieese, 92% das campanhas salariais analisadas conquistaram aumentos reais. O ganho médio acima da inflação foi de 1,39%, valor superior ao aferido em 2013. Veja, também, o balanço das negociações do seu setor ou empresa. Confira, nas páginas 9 e 10. POLÍTICA População sai às ruas e reacende debate sobre a democracia Nos meses de março e abril de 2015, os cidadãos brasileiros voltaram a tomar as ruas do país em manifestações contra a corrupção, a favor da Reforma Política e até pelo impeachment da presidente Dilma. Os movimentos são importantes para o amadurecimento da Democracia. Veja nas páginas 4 e 5. A aprovação do texto-base do Projeto de Lei (PL) 4.330/04, que regulamenta a atividade de terceirização no país, em 8 de abril, na Câmara dos Deputados, trouxe preocupação às entidades sindicais. O receio é que os trabalhadores sejam lesados com o PL e sofram com a perda de direitos e precarização do trabalho. A Lei da Terceirização permite que as empresas possam subcontratar todos os seus serviços. Com isso, os trabalhadores podem perder direitos e benefícios, além de terem uma jornada de trabalho maior, receberem menos e estarem mais sujeitos a acidentes. Leia, nas páginas 6 e 7. A promoção Anuidade Social Premiada vai sortear 5 Slide Pads da LG para os sócios quites com a contribuição social 2015 do Sindicato. Confira, na página 12. Anuidade Social Premiada 2015

Upload: tranliem

Post on 13-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

1 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Cerca de 90% das campanhas de 2014 conquistaram aumento real

Segundo pesquisa do Dieese, 92% das campanhas salariais analisadas conquistaram aumentos reais. O ganho médio acima da inflação foi de 1,39%, valor

superior ao aferido em 2013. Veja, também, o balanço das negociações do seu setor ou empresa. Confira, nas

páginas 9 e 10.

POLÍTICA

População sai às ruas e reacende debate sobre a democracia

Nos meses de março e abril de 2015, os cidadãos brasileiros voltaram a tomar as ruas do país em manifestações

contra a corrupção, a favor da Reforma Política e até pelo impeachment da presidente Dilma. Os movimentos são

importantes para o amadurecimento da Democracia. Veja nas páginas 4 e 5.

A aprovação do texto-base do Projeto de Lei (PL) 4.330/04, que regulamenta a atividade de terceirização no país, em 8 de abril, na Câmara dos Deputados, trouxe preocupação às entidades sindicais. O receio

é que os trabalhadores sejam lesados com o PL e sofram com a perda de direitos e precarização do trabalho. A Lei da Terceirização permite que as empresas possam subcontratar todos os seus serviços. Com

isso, os trabalhadores podem perder direitos e benefícios, além de terem uma jornada de trabalho maior, receberem menos e estarem mais sujeitos a acidentes. Leia, nas páginas 6 e 7.

A promoção Anuidade Social Premiada vai sortear 5 Slide Pads da LG para os sócios quites com a contribuição social 2015 do

Sindicato. Confira, na página 12.

Anuidade Social Premiada 2015

Page 2: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

2 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

OPINIÃO

SINDICATO DE ENGENHEIROS NO ESTADO DE MINAS GERAIS - Rua Ara-guari, 658 - Barro Preto - CEP 30190-110 - Belo Horizonte-MG - Tel.: (31) 3271.7355 - Fax: (31) 3546.5151 e-mail: [email protected] - site: www.sengemg.org.br - GESTÃO 2013/2016 - DIRETORIA EXECUTIVA •

Presidente: Raul Otávio da Silva Pereira • 1º Vice-Presidente: Augusto César Santiago e Silva Pirassinunga • 2º Vice-Presidente: José Flávio Gomes • Diretor 1º Tesoureiro: Abelardo Ribeiro de Novaes Filho • Diretor 2º Tesoureiro: Welhiton Adriano de Castro Silva • Secretário Geral: Elder Gomes Dos Reis • Diretor 1º Secretário: Anivaldo Matias De Sousa DIRETORIAS DEPARTAMENTAIS • Diretor de Aposentados: Paulo Roberto Mandello • Diretor de Ciência e Tecnologia: Cynthia Franco Andrade • Diretor de Assuntos Comunitários: Josias Gomes Ribeiro Filho • Diretor de Imprensa: Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: Alírio Ferreira Mendes Júnior • Diretor de Assuntos Jurídicos: Ricardo Cézar Duarte • Diretora da Saúde e Segurança do Trabalhador: Anildes Lopes Evangelista • Diretor de Relações Intersindicais: Rubens Martins Moreira • Diretor de Negociações: Antônio Azevedo • Diretor de Interiorização: Ricardo dos Santos Soares • Diretor Socioeconômico: Antônio Dias Vieira • Diretor de Promoções Cul-turais: José Marcius Carvalho Valle CONSELHO FISCAL • Iocanan Pinheiro de Araújo Moreira • Éderson Bustamante • Virgílio Almeida Medeiros • Júlio César Lima • Gilmar Pereira Narciso DIRETORIA REGIONAL ZONA DA MATA • Diretor Administrativo: Fernando José • Diretora Secretária: Vânia Barbosa Vieira • Diretora Tesoureira: Ilza Concei-ção Maurício • Diretores Regionais: Maria Angélica Arantes de Aguiar Abreu; Gilwayne Alves de Sousa Gomes; Sílvio Rogério Fernandes; Luiz Antônio Fazza; Liércio Feital Motta Junior; Francisco de Paula Lima Netto; Marcos Felicíssimo Beaklini Cavalcanti; Carlos Alberto de Oliveira Joppert; Eduardo Barbosa Monteiro de Castro; João Vieira de Queiroz

Neto DIRETORIA REGIONAL NORTE NORDESTE • Diretor Administrativo: Guilherme Augusto Guimarães Oliveira • Diretor Secretário: Jessé Joel de Lima • Diretor Tesoureiro: Melquíades Ferreira de Oliveira • Diretores Regionais: Holbert Caldeira; Renata Athayde Gomes; Pedro Bicalho Maia; Plínio Santos de Oliveira DIRETORIA REGIONAL SUL • Diretor Administrativo: Nelson Benedito Franco • Diretor Secretário: Fernando Barros Magalhães • Diretora Tesou-reira: Fabiane Lourdes de Castro • Diretor Regional: Nélson Gonçalves Filho DIRETORIA REGIONAL TRIÂNGULO • Diretor Administrativo: Ismael Dias Figueiredo da Costa Cunha • Diretor Secretário: Pedrinho da Mata • Diretor Tesoureiro: Jean Marcus Ribeiro • Diretores Regionais: Francielle Oliveira Silva; Hélver Martins Gomes DIRETORIA REGIONAL VALE DO AÇO • Diretor Administrativo: Antônio Germano Macedo • Diretor Secretário: Sergino Ventura Dos Santos Oliveira • Diretor Tesoureiro: Bruno Balarini Gonçalves DIRETORIA REGIONAL CAMPO DAS VERTENTES • Diretor Administrativo: Domingos Palmeira Neto • Diretor Secretário: Wilson Antônio Siqueira • Diretor Tesoureiro: Arnaldo Coutinho Brito DIRETORIA REGIONAL CENTRO • Diretor Administrativo: Alfredo Marques Diniz • Diretor Secretário: Wellington Vinícius Gomes da Costa • Diretores Regionais: Aline Almeida Guerra; Gilmar Côrtes Sálvio Santana; Marcelo Fernandes da Costa; Marcos Moura do Rosário; Epaminondas Bittencourt Neto; Marcelo de Ca-margos Pereira; Andrea Thereza Pádua Faria; Sávio Nunes Bonifácio; Waldyr Paulino Ribeiro Lima; Wanderley Acosta Rodrigues; Laurete Martins Alcântara Sato; José Tarcísio Caixeta (licenciado); Carlos Moreira Mendes; Jairo Ferreira Fraga Barrioni; Jucelino Dias Moreira; Paulo Henrique Francisco Santos.

SENGE INFORMA• EDIÇÃO: Luiza Nunes REDAÇÃO: Luiza Nunes e Caroline Diamante ARTE FINAL: Viveiros Editoração IMPRESSÃO: Gráfica Millenium

O Brasil de 2014RAUL OTÁVIO DA SILVA PEREIRA*

Mais uma vez atravessamos um momento complexo no país, e cabe a todos fazerem suas reflexões. Muito mais que um texto científico, faz parte do processo de compreensão buscar opini-ões diversas que necessariamente podem não es-tar alicerçadas em dogmas ou teorias, mas princi-palmente na experiência e na observação.

Pode-se com tranquilidade assumir que a gê-nese da atual crise institucional brasileira é imi-nentemente política. Essa crise política (gravíssi-ma) se desdobra inevitavelmente em crise econô-mica (grave, mas razoavelmente sob controle). Associadas, geram um efeito cascata negativo e imediato, que é o nível de desemprego no país. São assustadores os números relativos às demis-sões, principalmente no setor da Engenharia.

Uma coisa é conviver sistematicamente com níveis de desemprego em torno de 15% ou 20% em média, como aconteceu frequentemente no último quarto do século XX. Outra, muito diferen-te, e com efeitos avassaladores, é se conquistar uma estabilidade econômica com níveis de de-semprego suportáveis (por volta de 10%), como ocorreu nos últimos 15 anos, e ver essa suposta estabilidade virar pó de uma hora para outra. Os empregos estão simplesmente “derretendo” e não há perspectiva nem em curto e nem em médio prazo de reversão nesse quadro.

Mas, falando sobre a crise política em si, talvez seja didático observar fatores internacionais e, a partir disso, inserir essas questões externas den-tro da realidade brasileira. É fato que as análises e projeções macroeconômicas mundiais mostram uma tendência (aparentemente irreversível) de deslocamento do eixo de influência internacional, já em andamento e com cenário futuro delineado. O PIB dos BRICS, que hoje gira em torno da meta-de do PIB dos países do G7, em menos de 20 anos estará praticamente igualado a este. Não é difícil imaginar o efeito dominó que esse fato gerará nas zonas de influência geopolíticas dos países do pri-meiro grupo (em ascensão) e do segundo grupo (em queda relativa; na verdade, estabilizadas em nível equivalente ao dos BRICS). Essa mudança não acontecerá de forma indolor, se a considerar-mos pelo aspecto político e econômico.

A “guerra da água” mundial já começou silen-ciosamente. Ainda não se mobilizaram exércitos tais como os conhecemos, mas exércitos ocultos da diplomacia já se movimentam para assegurar o suprimento futuro desse bem. Por outro lado, a excessiva concentração de petróleo em países que, se não podem ser considerados como ini-migos, no mínimo podem ser chamados de “não

estáveis politicamente” também é um fator de desestabilização. O Brasil é detentor de enormes reservas mundiais desses dois bens naturais. Esses três fatos (associados a outros) certamente pro-vocam um interesse internacional muito grande sobre os rumos da economia brasileira e, princi-palmente, pelos responsáveis pelo gerenciamento desses rumos.

Feitas essas três considerações (que podem não ser as únicas), passamos ao quadro nacional. Podem ser detectados de forma clara um mau-hu-mor crônico e uma intolerância da população e da imprensa talvez só vistos no período pré-golpe de 1964. Tudo isso alavancado também por questões que não aparecem de forma clara no debate po-lítico, mas que certamente estão entre os motiva-dores. Seriam eles:

- o desaparecimento iminente da mídia tra-dicional (jornais, tv’s, etc). Esse desaparecimento se dará de duas formas. A mais provável e rápida será pela substituição dessas mídias por tecno-logias alternativas (fato que já ocorre e terá seu processo acelerado). A segunda, pouco provável apenas por depender de articulações e base polí-tica confiável, é a renovação de concessões públi-cas de comunicação. Esses dois fatores associados têm potencial explosivo de deterioração real dos meios de divulgação do pensamento conservador.

- a possibilidade de continuação de um proje-to progressista até 2026, a partir do momento em que se vislumbra com altíssima chance de sucesso a candidatura do ex-presidente Lula nas próximas eleições presidenciais. Vinte e quatro anos fora do poder é tempo demasiadamente longo para pes-soas e grupos que possuam aspirações outras que não sejam aquelas que levem em conta os interes-ses sociais e da nação.

- A intolerância. A classe média. Essa classe média, que não foi tão beneficiada pelos anos de prosperidade, dá sinais de inconformismo com sua situação - que poderíamos chamar de estável se comparada com a ascensão econômica e social da classe menos favorecida - e principalmente, mostra sinais inequívocos de desinformação, alie-nação e inconsistência para fazer o debate político de alto nível. Basta ver pesquisa recente da Folha de São Paulo, na qual 39% da população não sabe quem assumiria em um possível episódio de im-peachment da Presidente da República, enquanto 63% não sabem o nome do vice-presidente.

A tudo isso se soma a incapacidade do go-verno em bancar mudanças sociais de grande porte. É fato que o país evoluiu enormemente se falarmos da chegada de cerca de 50 milhões

de pessoas ao mercado de consumo (habitação, universidades, emprego em alta, dentre outros), mas o divisor de águas da política que consolida-ria essa transformação não ocorreu, fazendo com que tudo que foi feito até agora não tenha con-sistência que permita a evolução do pensamento social coletivo. O governo errou e erra ao fazer concessões excessivas ao capital, em detrimento inclusive de sua própria militância. Errou e erra ao não implantar medidas estruturantes, tais como a reforma política e ao tratar os trabalhadores com a mesma mão de ferro que os governos anterio-res. Errou e erra ao conduzir a política econômi-ca (salvo breve interlúdio após a crise mundial de 2008) com medidas ortodoxas previstas no manu-al conservador. Essa postura não transforma e não alavanca o pensamento popular a patamares mais altos. Com isso, todas as conquistas das últimas décadas estão sob risco de esquecimento em fun-ção de uma situação pontual no presente.

Não deixa de ser preocupante também a pos-tura do governo atual em relação ao momento. A arrogância e prepotência localizadas levam a minimizar e dar pouca atenção a conquistas tra-balhistas, que começam a ser solapadas em mo-vimentos coordenados e consistentes. Os erros sistemáticos deixam estupefata a militância origi-nal, ao ponto de se ter um nível de aprovação do mandato da atual presidente inferior ao patamar histórico do partido que está no governo, que sempre girou em torno de 30%. Não dá – e não está funcionando como no passado recente - para “chamar a cavalaria” (movimentos sociais, sindi-catos e outros) sempre que algo sai errado, até porque ao longo dos últimos governos estes tam-bém não tiveram suas reivindicações históricas – e muito menos as de momento atendidas.

O envelhecimento dos quadros políticos é um fato, e o descaso com a renovação e com a for-mação política de novos quadros cobra seu preço. Assistimos atualmente à insistente defesa de po-líticos, e não de projeto político. Há algum equí-voco nisso. A defesa intransigente de um projeto político deve se sobrepor a argumentações pontu-almente defensivas.

(*) Raul Otávio da Silva Pereira é engenheiro eletricista, presidente do Senge-MG e Conselheiro Federal no Confea.

Page 3: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

3 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

ENERGIA

Energia elétrica no Brasil pode sofrer com restrição de reservatórios

A capacidade de estruturar, no Brasil, a oferta de energia elétrica para o futuro pode estar preju-dicada. Segundo o empresário e especialista em Sistemas Elétricos de Potência, Eduardo Chiarini, a energia de fonte hidráulica, que é responsável por cerca de 70% da geração de energia no Brasil, possui restrição do reservatório. Chiarini ministrou a palestra “In-trodução ao Mercado de Energia Elétrica” no Sindicato de Enge-nheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG), no dia 27 de março.

O doutor em Recursos Hídri-cos, Aloysio Portugal Maia Saliba, explica que o modelo de expansão

do setor elétrico foi apoiado nas chamadas usinas “a fio d’água.” “São usinas dotadas de reservató-rios considerados pequenos, que não possuem capacidade de man-ter as vazões necessárias para a geração durante as estiagens mais severas. Esse modelo aumentou a vulnerabilidade do nosso sistema, que passou a sofrer mais com as estiagens.”

Chiarini vê a necessidade de se construir usinas hidrelétrica com reservatórios plurianuais, ou seja, que consigam armazenar água para até três anos em época de escassez de chuva. “Se tives-se um reservatório nas cheias do Rio Madeira, ajudaria a regular”. Para o especialista em Sistemas Elétricos, o que impede a cons-trução das usinas deste tipo é o próprio meio ambiente. “A justi-ficativa é que as áreas de alaga-mento prejudicam sítios arqueo-lógicos, deslocam a população que já está há muitos anos no lo-cal e afastam a fauna de seu ha-bitat natural, que é próximo do rio, onde tem a vegetação mais abundante.”

Energias alternativasOutros fatores que podem

afetar a oferta de energia para

o futuro é a pouca disponibi-lidade de gás natural e de ou-tras energias alternativas no Brasil, segundo Eduardo Chia-rini. “O País não é um grande produtor de gás natural. Nós não possuímos carvão e outras energias alternativas, como a eólica e solar. Por mais que se tenha, a participação delas na matriz energética é sempre pe-quena.”

Chiarini aponta a construção de Usinas Nucleares como solu-ção para enfrentar a crise. Para ele, a energia nuclear contribui relativamente pouco na emis-são de gáses do efeito estufa quando comparado com outras térmicas convencionais, como carvão e gás natural, e é relati-vamente segura, se contar com projetos bem elaborados e bem executados.

Diretores do Senge estudam mercado de Energia Elétrica

Com o objetivo de aprofun-dar os conhecimentos no setor de energia elétrica, diretores e associados ao Senge- MG par-ticiparam do curso Introdução ao Mercado de Energia Elétrica, ministrado por Eduardo Chiari-ni, no dia 27 de março, na sede do Sindicato, em Belo Horizonte. Durante o curso foram discutidas as características, a estrutura e o modelo do mercado de energia elétrica no país, bem como as tendências e as regras de regula-mentação, entre outros assuntos.

O curso foi uma oportuni-dade de adquirir elementos dis-

cursivos enquanto engenheiro e sindicalista, na visão do diretor de Relações Intersindicais do Sen-ge- MG, Rubens Martins Moreira. “Será útil na atuação enquanto sindicalista nas negociações co-letivas e até para contribuir com críticas que a gente tem que fazer dentro da nossa atividade profis-sional.” Para o diretor secretário do Senge- MG, Anivaldo Matias de Sousa, ao conhecer melhor o mercado de energia, o engenhei-ro pode se inserir nele. “Ele pode se inserir como fornecedor de energia. É um mercado promis-sor”, comenta.

Petrobrás não enfrenta crise econômicaOs escândalos de corrupção e

lavagem de dinheiro envolvendo membros do Executivo e Legisla-tivo brasileiro, empreiteiras e fun-cionários da Petrobrás, deflagra-dos pela Operação Lava-Jato da Polícia Federal, representam uma mancha na história da empre-sa e do governo brasileiro. Isso não significa, no entanto, que a Petrobrás está passando por problemas financeiros ou que a empresa corre o risco de quebrar. “Os dados apontam que a Petro-brás está bem financeiramente. Ela tem em caixa, para o ano de 2015, R$20 bilhões e o valor de mercado da empresa, hoje, é de R$110 bilhões”, afirma Thiago Rodarte, economista e técnico da subseção do Departamento

Intersindical de Estatísticas e Es-tudos Socioeconômicos (Dieese) do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge--MG).

A queda no preço das ações da empresa e a diminuição dos investimentos se devem muito mais à queda do preço do pe-tróleo no mercado internacio-nal do que às investigações da Operação Lava-Jato, segundo Rodarte. “A Petrobrás já estava planejando diminuir os investi-mentos por conta da queda do preço do petróleo, que está sen-do causada pela grande oferta de combustíveis no mercado in-ternacional, provida pela Arábia Saudita. A Petrobrás tem planos de investimentos gigantescos,

mas ela está diminuindo seus investimentos agora porque não estão valendo a pena”, explica o técnico do Dieese.

Alardear que a Petrobrás está em crise, como vem sendo feito pela mídia brasileira, pode ser uma tentativa de justificar a privatização da empresa para o capital estrangeiro. “Os dados mostram que a Petrobrás está bem financeiramente. A crise que existe mesmo é política e ligada à corrupção. Insistir que a empresa está passando por dificuldades econômicas pode ser uma tenta-tiva de justificar a sua venda para o capital internacional, que tem grande interesse em colocar as mãos no pré-sal do Brasil”, ana-lisa Thiago Rodarte.

ImpactosA diminuição dos investi-

mentos da Petrobrás, no en-tanto, tem um impacto direto na economia brasileira. “Os investimentos que a Petrobrás faz estão na casa dos R$100 bilhões. Isso representa 10% de todos os investimentos fei-tos no Brasil. Então, a diminui-ção dos investimentos da em-presa com certeza tem impac-to negativo na economia do país como um todo”, afirma o técnico do Dieese. Segundo Thiago Rodarte, esta situação é cíclica e, com certeza a em-presa deve voltar a aumentar seus investimentos assim que as condições do mercado esti-verem mais favoráveis.

Eduardo Chiarini, especialista em Sistemas Elétricos de Potência

Page 4: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

4 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

A população brasileira voltou a tomar as ruas do país duran-te os meses de março e abril de 2015 em manifestações pró e contra o governo federal, eleito no final de 2014. Nos dias 13 e 15 de março e 12 de abril, os ci-dadãos foram às ruas manifestar sua insatisfação com o governo, com o sistema político brasilei-ro e com a corrupção. “Toda e qualquer manifestação é legíti-ma, pois pressiona os governos. E nessas manifestações criticar o governo faz parte, estar na rua faz parte. A grande questão é que, diferente de 2013 esse mo-vimentos conseguiram estar nas ruas em paz. Isso é um avanço importante”, considera Mal-co Braga Camargos, doutor em Ciências Políticas e professor da PUC Minas.

O advogado especialista em Direito Eleitoral e Lei Anticorrup-ção e professor de Direito Consti-tucional e de Direito Eleitoral da Milton Campos e da Newton Pai-va, Arthur Magno e Silva Guerra considera as manifestações le-gítimas e acredita que elas são importantes para a democracia. “Elas são extremamente legítimas na medida em que mostram que a gente tem liberdade de expres-são do pensamento e que essa liberdade é respeitada. Tempos atrás, na Ditadura, se saíssemos às ruas, as pessoas seriam açoda-das, seriam chicoteadas porque estavam indo contra uma ideia. Além disso, várias ideias aparece-ram ali. Alguns percebem como ponto negativo o fato de não ha-ver uma coordenação, de não ter uma ideia específica do por que as pessoas estão lutando. Mas, de maneira geral, as manifesta-ções refletem muito bem o que a gente esta buscando, que é o combate a corrupção”, acredita .

O presidente do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG), Raul Otávio da Silva Pereira, concorda com a validade das manifestações. “Eu entendo que as manifestações, quaisquer que sejam, com qual-quer viés ideológico, são legítimas e devem ser respeitadas por to-dos. Entretanto, eu acredito que as atuais manifestações carregam em si um pouco, talvez, de desco-

Milhares de pessoas foram às ruas nos últimos dois meses para manifestar sua insatisfação com a situação política e econômica do país. O cunho das manifestações pode ter sido distinto de acordo com o posicionamento político de seus participantes, mas uma coisa todos os movimentos ti-veram em comum: o apelo pela Reforma Política e pelo fim da corrupção. “Seja corrupção elei-toral, seja corrupção dos partidos políticos, seja a corrupção do sis-tema de saúde, seja a corrupção do sistema de acesso às universi-dades. As pessoas não aguentam mais essa ideia de corrupção exis-tindo de uma maneira camuflada e da impunidade”, afirma Arthur Magno e Silva Guerra, advogado especialista em Direito Eleitoral e Lei Anticorrupção.

Segundo Arthur, a presença das pessoas nas ruas mostrou a necessidade de mais do que uma Reforma Política. Os cida-

nhecimento da população a res-peito do cenário atual. Na minha avaliação o que nós temos é uma crise política que está acarretando algum tipo de distorção econômi-ca”, avalia Raul Otávio.

Cenário PolíticoO cenário atual é delicado e

existe uma insatisfação por par-te da população com relação ao destino político e econômico do país. Essa situação, segundo o doutor em Ciências Sociais, se consolidou como reflexo de uma eleição polarizada na qual, de-pois de muito tempo, o processo eleitoral contou com partidos e candidatos com bandeiras dis-tintas na campanha. “Porém, o vencedor, em vez de fortalecer as bandeiras que demarcaram as diferenças durante a campanha, flexibilizou sua ação de governo tentando trazer para si novos atores. Em cima desse movimen-to, a presidente Dilma perdeu o apoio daqueles que a apoiavam e fortaleceu os derrotados, com

o discurso de que eles estavam certos e que essas eram as polí-ticas econômicas que deveriam ter sido feitas. Então, a ação da presidente após vencer as elei-ções trouxe as dificuldades que ela esta enfrentando neste mo-mento”, afirma Malco Camargos.

O advogado Arthur Guerra, acredita que o cenário atual pede uma extrema reflexão e que re-flete a juventude da democracia brasileira. “A democracia no Bra-sil é recente, tem pouco menos de 30 anos, então ela está ama-durecendo. Assim, toda oposição amadurecida, e até as não ama-durecidas, desde que praticada através de ideias e não da vio-lência, é benéfica. Triste é aquele Estado que não tem oposição, porque aí as ideias diferentes não são respeitadas e a gente não vive em uma democracia”, diz.

Segundo Arthur, os embates entre um partido e outro partido são muito importantes para que as ideias cresçam. “As pessoas indo para as ruas, um partido in-

citando que as pessoas vão para as ruas e reclamem, isso provoca um movimento do governante. Nenhum governante gosta de ver o povo na rua, nenhum gover-nante gosta de ver o povo pro-testando, gosta que as pessoas fiquem nas suas casas acomoda-das. Mas, quando há um embate político ele é muito frutífero para o amadurecimento da democra-cia”, explica.

POLÍTICA

Manifestações são exercício de fortalecimento para a democracia

Reforma Política e fim da corrupção são reivindicações de todos

dãos querem uma reforma dos políticos. “A Reforma Política é o quê? Tecnicamente falando, são alterações no texto da Constitui-ção, do Código Eleitoral e da le-gislação eleitoral como um todo. Mas será que isso vai ser capaz de modificar tudo de ruim que a gente esta vendo acontecer? Será que o problema do Brasil, da cor-rupção da Petrobrás, da corrup-

ção do mensalão, será resolvido pela forma de escolha dos can-didatos ou de constituição dos partidos políticos? Não. O que a população quer é uma reforma dos políticos. Ou seja, ela quer que existam políticos com novos perfis, políticos que estejam mais próximos dessa população, que sejam pessoas de acesso mais fá-cil”, acredita.

Malco Camargos, doutor em Ciências Políticas e professor da PUC-MG

Page 5: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

5 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

Nos últimos meses, com a rea-lização das manifestações pelas ruas do Brasil e também com a discussão gerada nas redes so-ciais e na mídia, muito se tem falado sobre o impeachment da presidente Dilma. O advogado especialista em Direito Eleitoral e Lei Anticorrupção e professor de Direito Constitucional e de Direi-to Eleitoral da Faculdade Milton Campos e da Faculdade Newton Paiva, Arthur Magno e Silva Guer-ra, explica que essa possibilidade é remota, mas existe. “O impeach-ment na realidade é uma punição para os casos de cometimento dos crimes de responsabilidade, que são atentados do Presidente da República contra a Constitui-ção. O crime de responsabilidade, na verdade, é uma forma que o legislativo tem de tirar o chefe do executivo do poder”, explica.

De acordo com Arthur Guerra, o crime de responsabilidade não precisa ter provas como um cri-me comum precisa. “O crime de impeachment é julgado pelo voto dos parlamentares, que não pre-cisam fundamentar a sua decisão. Pela lei que regula o impeach-

O povo ir para as ruas ma-nifestar sua insatisfação com a política, a economia e o gover-no é um direito garantido pelo regime democrático que rege o Brasil atualmente. No entan-to, em meio a protestos pela Reforma Política, pelo fim da corrupção e até mesmo pelo impeachment da presidente da República, começaram a surgir movimentos pedindo a volta dos militares ao governo. “Esse tipo de manifestação é muito surpreendente e triste. É um resultado dos acordos feitos na transição da Ditadura para a democracia no qual, só agora, durante a Comissão da Verda-de, vários atos escabrosos co-metidos pelos militares foram revelados. E mesmo assim, o

acordo feito dá anistia ampla e irrestrita para os dois lados. Isso fez com que as pessoas que cometeram crimes em nome do estado não fossem punidas”, afirma Malco Braga Camargos, doutor em Ciências Políticas e professor da PUC Minas.

“Então, o Brasil tem essa peculiaridade, a nossa transi-ção protegeu os militares de julgamentos. Se eles fossem levados à cabo, os militares seriam condenados a anos e anos de prisão, uma vez que nós não temos a pena capital aqui no nosso país. Mas esses, certamente, seriam recolhidos por muito tempo nas celas no qual eles guardaram, torturam e mataram presos políticos

naquele momento. A impu-nidade em relação ao regime militar fez com que a imagem dos militares, perante uma parte considerável da socieda-de, não fosse conhecida e deu a eles uma imagem até, às ve-zes, de salvadores da pátria ou de bons moços que ajudaram a salvar o país do comunismo. Na prática, foi muito diferen-te disso”, completa o cientista político.

Oportunismo Arthur Magno e Silva Guer-

ra, advogado especialista em Direito Eleitoral e Lei Anticor-rupção, vê o surgimento destes movimentos como oportunis-mo. “Isso é puro oportunismo porque eu acho que as pessoas

estão indo para as ruas não para pedir isso, mesmo que estejam lá levantando bandei-ra pelo regime militar. Ou elas não sabem o que foi um regime ditatorial militar ou são ligadas, de alguma maneira, a esse regi-me militar ou aos antigos mili-tares, ou estão fazendo aquilo ali de baderna. Porque, por pior que a nossa democracia seja, já diria Winston Churchill, o pior regime político que nós temos é a democracia, depois de todos os outros”, destaca.

“Se a gente não conseguiu aperfeiçoar a nossa democracia ainda, não quer dizer que o re-trocesso a uma ditadura, sem liberdade, sem direitos, seria, absolutamente, a solução para o Brasil”, finaliza Arthur.

Pedidos de intervenção militardevem ser avaliados com cautela

POLÍTICA

Possibilidade de impeachmentde Dilma é remota, mas existe

ment, da década de 1950, um ci-dadão, ou seja, uma pessoa com título de eleitor faz uma petição e manda para a Câmara dos Depu-tados. Uma pessoa. Não é nada de 1% do eleitorado, 500 mil pessoas, nada disso. O presidente da Câmara, no dia que ele bem quiser e entender, assim como faz com projetos de lei, coloca em vo-tação. Se dois terços dos deputa-dos federais disserem que a Dilma merece ser processada, haverá o início de um processo. E depois esse processo é remetido para o Senado. No Senado acontece a mesma coisa”, esclarece.

“Se eles (parlamentares) cis-marem com a cara da presidente Dilma, ela pode sair do seu cargo. Desde que o processo seja levado dentro das formalidades exigidas na lei, só isso. Agora, a matéria, se ela cometeu crime ou não, se foi legal ou não, isso não é levado em con-sideração”, completa o advogado.

Collor“A questão do impeachment

da presidente Dilma não foi leva-da adiante por questões de alian-ças políticas, mas as coisas sem-

pre podem mudar”, afirma Arthur Guerra. “E assim foi com o Collor, que quando eleito teve uma gran-de aprovação popular, em 1989. De um ano para o outro, a sua aprovação popular caiu e as pes-soas foram para as ruas, pintaram a cara de preto por denuncias de corrupção. Se verdadeiras ou não, não interessa, isso daí é um julga-mento judicial. Mas o julgamento do impeachment é justamente saber qual é o grau de confian-ça que o presidente da república tem do seu legislativo”, explana.

Malco Braga Camargos, dou-tor em Ciências Políticas e profes-sor da PUC Minas, acredita que não há, no entanto, semelhanças entre o cenário enfrentado por Fernando Collor, em 1992, e o cenário atual em que a presiden-te Dilma está inserida. “A situa-ção econômica atual não é boa, mas ela é muito melhor do que os brasileiros viviam em 1992, com hiperinflação, com desva-lorização forte da moeda frente às moedas externas, com desem-prego em alta. Neste momento, nós só temos a ausência de cres-cimento e uma desvalorização

relativa frente ao dólar, que era esperada dada a sobrevaloriza-ção do Real ao longo dos anos. E, mais do que isso, no Collor nós tínhamos diversos elementos, di-versas declarações, diversas pro-vas de mal feitos cometidos por ele durante o mandato. E, neste momento, em 2015, não há ne-nhuma evidência de que Dilma tenha cometido qualquer coisa que justifique o impeachment”, afirma.

Arthur Guerra, advogado especialista em direito eleitoral e lei anticorrupção

Page 6: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

6 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

A aprovação do texto-base do Projeto de Lei (PL) 4.330/04, que regulamenta a atividade de ter-ceirização no país, em 8 de abril, na Câmara dos Deputados por 324 votos a 137, trouxe preo-cupação às entidades sindicais. O receio é que os trabalhadores sejam lesados com o PL e sofram com a perda de direitos e precari-zação do trabalho.

Pela atual redação, o projeto autoriza a terceirização em todos os âmbitos e segmentos econô-micos profissionais, atingindo quaisquer atividades ou funções. Segundo o advogado do Sindica-to de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG), Daniel Rangel, o Projeto de Lei descarta todos os limites à terceirização já enraizados no direito brasileiro, que a admite em quatro hipó-teses: contratação de trabalha-

dores por empresa de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.06.1974); contratação de ser-viços de vigilância (Lei n 7.102, de 20.06.1983); contratação de serviços de conservação e lim-peza (Súmula 331, do TST); e contratação de serviços especia-lizados ligados a atividades-meio do tomador, desde que inexista a personalidade e a subordinação direta (Súmula 331, do TST).

A diretriz traçada pelo Proje-to de Lei 4.330/04, permitindo a generalização da terceirização, provocará graves lesões de di-reitos sociais, trabalhistas e pre-videnciários no país, segundo Daniel Rangel. Para o advogado do Sindicato de Engenheiros, a aprovação do projeto pode ter como consequência uma mi-gração massiva de milhões de trabalhadores, hoje efetivos, em

Centrais Sindicais e movi-mentos sociais fizeram protes-tos em 18 estados contra o PL 4.330/04, na quarta-feira, 15 de abril. A esperança do presiden-te do Sindicato de Engenheiros, Raul Otávio da Silva Pereira, é que o Projeto de Lei não vingue, já que após ser votado na Câma-ra dos Deputados, ainda tem um trâmite a seguir. “Se por acaso isso vier a acontecer, o que a gente percebe claramente é um primeiro ataque na CLT, que re-gulamenta as relações de traba-lho há mais de 60 anos. Um ata-que frontal, uma precarização nas relações de trabalho e um enfraquecimento substancial no poder de barganha e reivindica-ção dos trabalhadores e também da redução da proteção estatal, no que diz respeito às conquis-tas trabalhistas obtidas nas úl-timas décadas, tais como previ-dência privada, aposentadoria, fundo de garantia, hora-extra e outras.”

Clóvis Nascimento, presi-dente da Fisenge é a favor da

PL 4.330

Projeto que regulamenta a terceirização é aprovado na Câmara

Entidades Sindicais se manifestamcontra projeto de terceirização

direção ao novo enquadramen-to, como terceirizados, o que implicará numa drástica redução de valores, direitos e garantias trabalhistas e sociais. “É notório, nos dias de hoje, que os direitos e garantias dos terceirizados são amplamente inferiores aos dos empregados efetivos, de forma que a terceirização generalizada resultará no drástico rebaixamen-to do valor social do trabalho, envolvendo milhões de pessoas.”

Para o Presidente da Federa-ção Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Clóvis Francisco Nascimento Filho, se o projeto for aprovado e sanciona-do pela Presidência da República, será um enorme retrocesso para a classe trabalhadora e para o conjunto da sociedade brasilei-ra. “Prevalecerá a lógica da pre-carização sem condições dignas

mobilização para que o projeto que amplia a terceirização para todas as áreas da empresa não seja aprovado e sancionado pela Presidência da República. “Tive-

mos uma vitória simbólica dos (as) trabalhadores (as) com a re-tirada das empresas públicas do texto do projeto, mas queremos mais. Queremos o arquivamento

de trabalho. Historicamente, lutamos pela agenda do traba-lho decente, pelo fortalecimento das carreiras públicas e contra as terceirizações. Esta prática é um instrumento para fraudar as re-lações trabalhistas e explorar os funcionários com baixos salários e retirada de direitos.”

definitivo do PL 4.330/04. Segui-remos em mobilização e comba-teremos todo e qualquer tipo de retrocesso nos direitos dos traba-lhadores e das trabalhadoras.”

Clóvis Nascimento,presidente da Fisenge

Sindicato de Engenheiros de Minas Gerais participou do ato contra o PL 4.330/04, realizado em 15/4, em Belo Horizonte

Page 7: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

7 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

PL 4.330

Terceirização precarizacondições de trabalho

A Lei da Terceirização permi-te que as empresas possam sub-contratar todos os seus serviços. Com isso, os trabalhadores po-dem perder direitos e benefícios, além terem uma jornada de tra-balho maior, receberem menos e estarem mais sujeitos a aciden-tes. Veja a seguir como o Projeto de Lei 4.330/04 pode prejudicar a classe trabalhadora.

Condições de TrabalhoAs condições de trabalho

para o setores terceirizados apresentam resultados piores se comparados aos setores tipica-mente contratantes. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeco-nômicos (Dieese), em 2013, nos setores contratantes a remune-ração média era de R$2.361,15, a jornada semanal de 40 horas, o tempo de emprego em torno de 5,8 anos e a taxa de rotati-vidade era de 33%. Nos seto-res tipicamente terceirizados, a remuneração média era de R$ 1.776,78 (menos 24,7% em re-lação aos setores contratantes), a jornada semanal era de 43 ho-ras, o tempo de emprego girava em torno de 2,7 anos (menos 53,5% em relação aos contra-

tantes) e a taxa de rotatividade era o dobro, ou seja, 64,4%.

AcidentesO número de acidentes e

mortes de trabalhadores é mui-to maior entre os terceirizados. De acordo com dados do Diee-se, em 2013, no setor elétri-co, dos 79 trabalhadores que morreram durante atividades no exercício de seus trabalhos, 61 eram terceirizados. No setor da construção, das 20 mortes

registradas em 2013 nas obras de acabamento, 18 foram de terceirizados. Nas obras de ter-raplanagem, das 19 mortes, 18 foram de terceirizados. No siste-ma Petrobrás, cerca de 84% dos mortos em serviço entre 1995 e 2013 eram subcontratados.

EsvaziamentoO PL 4.330/04 poderá pro-

vocar, também, o esvaziamen-to, via terceirização potencia-lizada, das grandes empresas brasileiras, que irão transferir seus antigos empregados para as pequenas e médias empre-sas, que serão as agentes do novo processo de terceirização generalizado.

A terceirização desenfrea-da esvazia, ainda, o conceito constitucional e legal de cate-goria, transformando a gran-de maioria de trabalhadores simplesmente em “prestadores de serviços” e não mais “enge-nheiros”, “médicos”, “comer-ciários”, etc.

QualidadeEsta é uma medida perver-

sa que atenta contra a digni-dade dos trabalhadores e das trabalhadoras e à qualidade da prestação de serviços. Com a ampliação da rotatividade dos postos de trabalho, a qualida-de dos serviços também é pre-judicada. Perde o trabalhador, perde a sociedade. Valorizar a classe trabalhadora brasilei-ra significa comprometimen-to com a construção de uma sociedade justa, igualitária e fraterna.

SMPO Salário Mínimo Profis-

sional (SMP) também pode ser prejudicado com a Lei da Terceirização, segundo o presi-dente da Fisenge, Clóvis Nas-cimento. “Com a aprovação do PL, será ainda mais conso-lidada a prática da ‘pejotiza-ção’, ou seja, a ampliação dos contratos via Pessoa Jurídica (PJ), em vez de CLT. A cobran-ça judicial pelo cumprimento do Salário Mínimo Profissional será dificultada na responsabi-lização da empresa na Justiça do Trabalho”, afirma.

Protestos pela extinção do PL 4.330/04 que regulamenta a terceirizaçãotomaram conta das ruas do Brasil, no dia 15 de abril

Page 8: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

8 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

Senge Jovem lança novapágina no Facebook

O Senge Jovem, grupo formado por es-tudantes de Engenharia de Minas Gerais com a ajuda do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG), para discutir as questões inerentes à profissão e a conjuntura política e sindical da atualidade, lançou, em 8 de abril, a sua nova fan page no Facebook (www.facebook.com/Senge-JovemMg). O lançamento marca o início das atividades do Senge Jovem em 2015. Desde o início do ano, o grupo está sendo reestruturado com o objetivo de ficar cada vez melhor e atender ao maior número de estudantes possível.

Segundo o diretor do Senge-MG res-ponsável pelo Senge Jovem, Alírio Mendes Junior, as mudanças foram feitas com o intuito de ampliar a abrangência do grupo dentro de Minas Gerais . “A ideia agora é trabalhar mais através das mídias sociais para tentar alcançar, de fato, os estudantes de todo o Estado. Queremos fortalecer a atuação do Senge Jovem e o engajamento dos estudantes de Engenharia nos assuntos ligados ao movimento sindical e ao cenário político e econômico do Brasil”, afirma.

Curta, compartilhe e faça parte do Sen-ge Jovem!

DESIGUALDADE DE GÊNERO

Engenheiras de Minas Gerais recebem até 30% menos que os engenheiros

As engenheiras que traba-lham em Minas Gerais chegam a receber salários 30% menores do que os salários dos engenheiros em alguns setores da Engenha-ria. Este é um dos resultados da pesquisa “Perfil da Mulher Minei-ra” realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Es-tudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa apresenta dados so-bre a presença da mulher enge-nheira no mercado de trabalho, sobre a formação acadêmica das profissionais, sobre a presença das mulheres nos espaços de po-der e, também, sobre a saúde e a violência contra as mulheres.

O número de mulheres ocu-pando cargos na Engenharia, no período de 2003 a 2013, aumen-tou em maior proporção do que o número de engenheiros. Em Belo Horizonte, o crescimento foi de 154,7%; já nos Vales do Jequiti-nhonha e do Mucuri, a variação foi 800% e 700%, respectivamen-te. No entanto, a pesquisa mos-tra que o número de mulheres na Engenharia pode ter aumentado, mas a remuneração das mesmas continua menor do que a remu-neração dos engenheiros. A única especialidade em que as enge-nheiras ganham salários maiores do que os engenheiros é a Enge-nharia de Agrimensura. Na Enge-

nharia Civil, por exemplo, as enge-nheiras recebem, em média, 8,5% a menos do que os engenheiros. Já na Engenharia Química, o salá-rio das engenheiras é, em média, 29% menor do que o salário dos engenheiros.

“Embora os dados quanto à participação no mercado sejam mais animadores, não se pode dizer o mesmo quando compa-ramos a remuneração. Em todas as especialidades a remuneração das engenheiras em 2003 era inferior a dos engenheiros, exce-to na engenharia da computa-ção. De modo geral, a pesquisa aponta que, em termos salariais, houve no período analisado um crescimento percentual maior

do salário das engenheiras em relação ao dos engenheiros. No entanto, este crescimento ainda não foi suficiente para promover a igualdade salarial que, segun-do dados, está em torno de 84 % em relação aos homens”, avalia a engenheira Anildes Lopes Evan-gelista, diretora do Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG) e coordena-dora do Coletivo de Mulheres da entidade.

Coletivo de Mulheres A pesquisa do Dieese foi apre-

sentada durante a primeira reu-nião do Coletivo de Mulheres do Sindicato de Engenheiros no Esta-do de Minas Gerais (Senge-MG) de

• O crescimento do nú-mero de postos de trabalho ocupados por engenheiras de 2003 a 2013 em BH foi de 154,7%;

• Esse crescimento chegou a 800% no Vale do Jequitinho-nha;

• Em 2013, somente na área da Engenharia de Agri-mensura as mulheres recebiam mais do que os homens;

• Em 2003, as engenheiras mineiras recebiam menos do que os engenheiros em 21 dos 25 setores analisados;

• Em 2013, houve piora e o número passou para 23 seto-res dos 25 analisados;

• No setor de Engenharia Química, o salário das enge-nheiras é 29% menor do que o salário dos engenheiros;

• Na Engenharia Civil, a diferença é de 8,5% a menos para as mulheres.

2015, realizada em 20 de março. Além da apresentação e estudo em cima da pesquisa, o Coletivo de Mulheres também definiu seu calendário de atuação para 2015.

O estudo sobre a Mulher Mi-neira pode ser encontrada na íntegra no link: http://goo.gl/Z4513r.

Coletivo de Mulheres do Senge-MG discutiupesquisa sobre o perfil da mulher mineira

Page 9: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

9 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Maioria dos reajustes obteve ganhos reais em 2014, segundo o Dieese

Das 716 unidades de negocia-ção da indústria, do comércio e dos serviços analisados em todo território nacional, em 2014, em torno de 92% apresentaram rea-juste com ganho real equivalente à média de 1,39%. O estudo foi elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Es-tudos Socioeconômicos (Dieese), por intermédio do Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-Dieese). Os dados anali-sados mostram, ainda, que em comparação com a variação do INPC-IBGE, 6% das unidades de negociação igualaram-se ao índi-ce inflacionário e 2% não alcan-çaram a recomposição salarial.

A média dos reajustes acima da inflação do ano passado teve um aumento, se comparado a 2013, quando o índice foi de 1,22%. No entanto, teve desem-penho abaixo dos observados em 2010 (1,66%) e 2012 (1,90%).

Reajustes variam de acordo com setor e região do país

O bom desempenho de 2014 já podia ser vislumbrado nos dados divulgados no Balanço dos Rea-justes Salariais do 1º semestre do mesmo ano. Porém, diferen-

te do observado em outros anos, a média de aumento real asse-gurado pelas negociações com data-base no segundo semestre foi menor do que a registrada

De acordo com os dados do Balanço das Negociações dos Reajustes Salariais de 2014, di-vulgados pelo Dieese, o comércio foi o setor com melhor desem-penho, pois 98,2% das unidades de negociação desse setor incor-poraram ganhos reais. No setor industrial, 90,9% dos reajustes foram acima da inflação e nos Serviços, 89,2%. Nos três seto-res, os reajustes concentraram-se nas faixas de até 2% de aumento real. Para Thiago Rodarte, os se-tores de comércio e serviços cres-ceram muito no Brasil porque a renda das pessoas cresceu. “Ti-

nos primeiros seis meses do ano. Foi verificada a média de 1,50% no primeiro semestre, e 1,16%, no segundo. Para o economista do Dieese, Thiago Rodarte, o re-sultado atípico foi causado pela desaceleração da economia. “Ainda tinha desemprego baixo, uma inflação não tão alta, mas a economia já estava diminuindo o ritmo ao longo do ano. Na me-dida em que 2014 foi passando, a economia foi desacelerando cada vez mais, principalmente no setor industrial.”

Embora o cenário fosse con-siderado desfavorável por mui-tos analistas para a negociação coletiva, na medida em que es-timularia o empresariado a ser mais resistente diante das de-mandas dos trabalhadores, o que se verificou foi que, apesar do prognóstico ruim, as nego-ciações tiveram alta no número de aumentos reais.

veram fatores como política de valorização do salário mínimo, os próprios ganhos reais e a di-minuição do desemprego. Tudo isso contribuiu para que as pes-soas tivessem mais renda e con-sumissem mais. Sendo assim, o comércio cresceu, o que facilitou que as empresas que estão no se-tor dessem reajuste e ganho real para os trabalhadores.”

Reajustes por regiões Em todas as regiões do territó-

rio nacional, observa-se a predo-minância de reajustes acima do INPC-IBGE. O maior percentual

(93,6%) é do Sul e os menores do Norte e Centro-Oeste (89,6% e 89,8%, respectivamente).

Reajustes portipo de negociaçãoAs negociações que abrangem

categorias profissionais, que são as Convenções Coletivas de Tra-balho, apresentam melhores re-sultados do que as que envolvem negociação direta com empresas, ou seja, os Acordos Coletivos de Trabalho. Segundo o balanço do Dieese, 94,2% das Convenções Coletivas obtiveram reajustes com índices que garantem ganhos

reais aos salários, enquanto o per-centual conseguido nos Acordos Coletivos foi de 75%.

Thiago Rodarte,economista do Dieese

Descontos especiais para os associados do Senge-MG

Page 10: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

10 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Veja aqui como estão as negociações com a sua empresa

Trabalhadores da BH Transaprovam pauta de reivindicaçõesOs engenheiros, arquitetos, jornalistas,

administradores e secretárias que trabalham na BHTRANS definiram a pauta de reivindi-cações em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada no dia 23 de abril, na Asso-ciação dos Empregados da BHTRANS(AEB). As categorias pedem aumento real pelo INPC do período de 1º de maio e aumento real de 3,5%, visando a compensação das perdas, valorização profissional e cresci-mento salarial.

Outra clausula é referente ao cumpri-mento do Salário Mínimo Profissional no salário base dos engenheiros, arquitetos e agrônomos, conforme a Lei 4.950-A/66 . Os engenheiros e arquitetos pedem, ainda, que a BHTRANS recolha as taxas da ART e RRT para os serviços de Engenharia e Arquitetu-ra desenvolvidos por profissionais habilita-dos junto aos respectivos Conselhos Profis-sionais, nos moldes dispostos na Lei 6.496, na Lei Federal 12.378 e na Resolução nº 24.

Decreto restringe direito à FériasPrêmio na Prefeitura de Contagem Em reunião com a comissão da Pre-

feitura de Contagem o Senge- MG tomou conhecimento, pela Comissão de Trabalha-dores, que o Decreto Nº 465/2015, que res-tringe os direitos dos servidores ao usufruir do benefício das férias-prêmio, foi aprovado e entrará em vigor dia 27 de março. O setor jurídico do Senge- MG apresentou parecer contrário ao decreto, que não tem força de Lei para alterar a Lei de férias- prêmio. Será agendada reunião com o Procurador Geral do Município de Contagem para que seja discutida a situação.

Pauta dos trabalhadoresda Copasa é definidaOs engenheiros que trabalham na Copa-

sa definiram a pauta de reivindicações em Assembleia realizada no dia 31 de março. Uma das cláusulas diz respeito à tabela salarial específica e piso salarial dentro do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), de forma a viabilizar o pagamento do piso salarial previsto na Lei 4.950A/66, no salá-rio base nível da carreira. Os engenheiros pedem também que a GDI incida sobre o salário base, considerando o Salário Míni-mo Profissional (SMP) dos engenheiros. Ou-tra reivindicação diz respeito ao adicional de insalubridade ou periculosidade, na qual os engenheiros pedem que a companhia se comprometa a regularizar o pagamento do adicional de insalubridade ou periculosida-de aos profissionais que exercem atividades desta natureza.

No dia 17 de abril foi realizada a primei-ra audiência de conciliação entre o Senge- MG e a Copasa em relação ao pagamento do SMP, na 22ª Vara do Trabalho, em Belo Horizonte. A Companhia não apresentou proposta. Uma nova audiência será realiza-da no dia 14 de agosto de 2015. Após 10 dias de sua realização, será proferida a sen-tença em 1ª Instância.

Servidores engenheirospedem garantia de piso salarialO Senge-MG foi demandado pelo DER,

Deop e Setop para que seja negociado a campanha salarial dos servidores enge-nheiros. Foram realizadas reuniões com os engenheiros destes órgãos e explicado o processo de negociação diferenciado para o regime estatutário. A maior reivindicação é garantir o recebimento do piso salarial.

Construções Civil ePesada aprovam ACTOs engenheiros da Construção Civil e

da Construção Pesada em Minas Gerais aprovaram, em assembleia realizada no dia 18 de março, as propostas do Sindus-con-MG e do Sicepot- MG. O Sinduscon-

-MG ofereceu reajuste salarial de 7% para os profissionais que recebem até R$7.000,00 e parcela fixa de R$490,00 para os salário maiores que R$7.000,00. Já o Sicepot-MG ofereceu reajuste de 6,34%, correspondente ao INPC, para to-das as faixas salariais do setor.

Senge-MG abre processode negociação na CSNDemandado pelos engenheiros, o Sen-

ge- MG está abrindo processo de nego-ciação do Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2016, junto a Companhia Siderúrgi-ca Nacional (CSN), tendo em vista as de-missões ocorridas no final de 2014 e iní-cio de 2015 e a insegurança de que novas dispensas ocorram. Além disso, o Sindicato de Engenheiros vai lutar para que as reivin-dicações da classe sejam atendidas. Entre elas está o cumprimento do Salário Mínimo Profissional e o recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para os projetos e desempenho de cargos e função. Outra reivindicação, é que sejam incorpora-das as conquistas adquiridas pelo Sindicato profissional majoritário, no que couber aos engenheiros.

Setorial discute reivindicações dosengenheiros e cobra ação da Cemig Os engenheiros e engenheiras que trabalham na Cemig e representantes do Senge- MG

se reuniram para discutir as reivindicações da categoria, na portaria da sede da empresa, em Belo Horizonte. Na ocasião, o presidente do Sindicato de Engenheiros, Raul Otávio da Silva Pereira, explicou que o Salário Mínimo Profissional (SMP) é um direito que já vinha sendo reconhecido pela Cemig nos últimos anos, através da assinatura de um Extra-Acordo. No entanto, o último Extra-Acordo venceu em 2014 e a gestão que estava saindo da Cemig não quis renová-lo. Para Raul Otávio, a questão do Salário Mínimo Profissional é fácil de ser resolvida e ele não vê o motivo pelo qual a Cemig está protelando em fazer seu pagamento.

Page 11: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

11 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015

REFORMA POLÍTICA

Projeto defende o fim do financiamento privado de campanhas

As particularidades do projeto de iniciativa popular da Coalizão pela Reforma Política Democráti-ca e Eleições Limpas (PL 3610/13) foram discutidas durante plenária realizada no dia 14 de abril, na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mi-nas Gerais (Crea-MG). O evento contou com palestra do promotor eleitoral de Minas Gerais e pro-fessor de Direito Eleitoral da PUC Minas, Edson de Resende Castro, que esclareceu os principais pon-tos do projeto. Cerca de 50 pes-soas participaram do evento.

De acordo com Castro, foram identificados dois problemas prin-cipais no processo eleitoral brasi-leiro: o financiamento privado de campanhas, que fomenta a cor-rupção eleitoral e administrativa, e a fórmula com que os candi-datos são eleitos no sistema pro-porcional. “O financiamento das campanhas por pessoas jurídicas, ou seja, empresas e empreiteiras, não pode continuar influenciando o processo eleitoral como aconte-ce hoje”, afirmou.

Assim, o projeto de iniciati-va popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas foi pensando para resolver essas questões. “A proposta do projeto

Senge participa de Semana deMobilização pela Reforma Política

visa proibir o financiamento de campanhas por pessoas jurídicas e estabelecer um limite que poderá ser doado pelas pessoas físicas”, explicou o advogado. “Assim, em tese, todos teriam condições de exercer influência no proces-so político de forma igualitária. Hoje, as empresas doam milhões para as campanhas e, com certe-za, depois vão cobrar dos eleitos a contrapartida”, disse Castro. De acordo com o advogado, hoje 90% dos recursos das campanhas são provenientes de empresas pri-vadas.

Edson explicou que o projeto defende, ainda, o financiamen-to público das campanhas. “Essa proposta não aumentaria os gas-tos públicos. O que aconteceria seria o seguinte: no ano das elei-ções, os governos ficariam proibi-dos de fazer propaganda institu-cional e a verba destinada a isso seria revertida para as campanhas eleitorais”, esclareceu. Segundo o advogado, em 2012 o governo federal gastou R$3,5 bilhões com propaganda institucional. “A pro-posta é que esta verba seja desti-nada aos partidos para as campa-nhas eleitorais”, salientou.

Para que todas as mudanças funcionem, no entanto, Edson

defendeu que seria necessária transparência total no processo eleitoral. “As contas dos partidos e candidatos deveriam ser abertas e estar disponíveis para a consulta de qualquer cidadão pela inter-net. Além disso, a justiça eleitoral também acompanharia todo o processo de perto para controlar o destino dos recursos e os gas-tos”, informou.

Dois turnosO projeto de iniciativa popu-

lar defende, também, a realiza-ção das eleições proporcionais em dois turnos. “Dessa forma, no primeiro turno os eleitores esco-lheriam os partidos e no segundo turno escolheriam os candida-tos que ocupariam as vagas que cada partido recebeu no primeiro turno”, explanou Edson. “O que acontece hoje é que na hora de escolher vereadores, deputados estaduais e deputados federais, os eleitores votam duas vezes, mas sem saber disso. Os primeiros dois números são o voto no partido e os demais números representam os candidatos. Assim, ao votar em um candidato determinado, o eleitor está escolhendo primeiro o seu partido. O número de votos no partido determina quantas ca-

deiras este partido vai poder ocu-par. Por isso, muitos candidatos, hoje, chegam ao poder sem gran-de votação porque foram levados a reboque por outros candidatos que receberam mais votos do que o necessário.”

De acordo com a proposta, no segundo turno os partidos elei-tos apresentariam suas listas de candidatos para que os eleitores escolhessem quais ocupariam as cadeiras conquistadas. “Essa lista seria feita através de votação em que todos os filiados do partido poderiam votar”, finalizou.

O Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge--MG) participou, entre os dias 20 e 29 de março, da Semana de Mo-bilização pela Reforma Política De-mocrática, realizada pela Coalizão Democrática pela Reforma Política. Durante este período, as entidades que fazem parte da Coalizão reali-zaram coleta de assinaturas em lo-cais públicos com o objetivo de dar força à tramitação do Projeto de Lei 6316/2013 de Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. Para que o projeto seja aprovado são ne-cessárias 1,5 milhão de assinaturas.

A Coalizão conta com o apoio de 95 entidades, dentre as quais a CNBB, a OAB, o MCCE, a Pla-taforma dos Movimentos Sociais

e o Senge-MG. A proposta, uma iniciativa dos movimentos sociais, vem sendo discutida desde 2004 e passou por inúmeros debates e por consulta pública até alcançar o estágio atual, em que são sugeri-das mudanças voltadas para uma nova forma de fazer e pensar a po-lítica no Brasil.

AssinaturaA coleta de assinaturas não

cessa com o fim da Semana de Mobilização pela Reforma Polí-tica Democrática. Para apoiar a proposta da Coalizão e formalizar a adesão à iniciativa por meio da assinatura na ficha, basta que o interessado tenha consigo o títu-lo de eleitor e baixe o formulário

através do site www.reformapoliti-cademocratica.org.br. Depois é só imprimir e enviar para o endereço:

SAS, Quadra 05, Lote 2, Bloco N, Edifício OAB, 1º andar- Brasília - DF. Cep: 70.070-913.

Edson Castro, advogado e professor de Direito Eleitoral da PUC Minas

Senge-MG faz coleta de assinaturas na Praça 7, em Belo Horizonte

Page 12: NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Cerca de 90% das campanhas de … · 2017-06-04 · Premiada vai sortear 5 Slide Pads ... Mateus Faria Leal • Diretor Administrativo: ... sistência que

12 SENGE INFORMA Nº 213 - 30/ABRIL/2015