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INÉSSCHRECK [email protected] A ocupação dos ossários nos cemi- térios do Prado do Repouso e Agra- monte, no Porto, aumentou 134%. 0 preço sobe de 14,96 euros anuais para 35 euros. 0 salto deve-se à aplicação de uma taxa para desin- centivar o uso daqueles espaços. A reclamação foi apresentada, ontem, por uma munícipe na reu- nião pública da Câmara do Porto. Maria Rosélia Ferreira da Silva não queria acreditar quando a in- formaram que, em 2010, passaria a pagar o dobro pela ocupação dos ossários. Ainda por cima tem dois, um no Prado do Repouso, outro em Agramonte, o que dupli- ca os custos. "Nunca houve um aumento destes", queixou-se. A tabela de taxas e licenças mu- nicipais foi aprovada pela Câmara e publicada em Diário da Repúbli- ca em Fevereiro de 2009. Álvaro Castello-Branco, vereador com o pelouro dos cemitérios, explicou que o aumento se deve, em parte, à aplicação de uma taxa para de- sincentivar o uso dos ossários mu- nicipais que se encontram lota- dos. "Temos mais de 500 pedidos em lista de espera, queremos que as pessoas recorram à cremação e libertem os ossários", afirmou. A aplicação da taxa de desin- centivo, segundo o autarca, está fundamentada num estudo eco- nómico-financeiro da Universi- dade do Porto para equilibrar a gestão dos cemitérios. De acordo com Álvaro Castello-Branco, esta taxa tem um peso de cerca de 10 euros no total de 35. Os restantes 25 euros são para cobrir os custos dos ossários e a manutenção. Na reunião, o vereador da CDU considerou que o aumento "exa- gerado" e apelou a que fosse feito de forma faseada. O PS defendeu que a solução passa pela criação de mais ossários. Álvaro Castello- Branco contrapôs, alegando que a solução de futuro é a cremação. Os preços das cremações tam- bém aumentaram, mas por razões diferentes. Até pouco tempo cre- mar um cadáver custava cerca de 30 euros porque a Autarquia que- ria incentivar a prática. No entan- to, o crematório do Prado do Re- pouso era o único na região Norte e "não dava resposta" a todos os pe- didos. "Houve necessidade de reti- rar os incentivos", explicou o verea- dor. Actualmente, uma cremação custa cerca de 100 euros. O proble- ma da resposta não se põe por- que entretanto abriram outros cre- matórios na Área Metropolitana, nomeadamente em Matosinhos. ¦ Números dos cemitérios ¦ Preços fixados Segundo a tabela de taxas e licenças municipais, a ocupação de um ossário custa 35 euros por ano, acrescido de 788 euros por cada ossada na mesma célula. As sepulturas vão de 45 a 103,88 euros e os jazigos podem chegar aos 170 euros. 16 mil ossários nos dois cemitérios municipais do Porto.No ano passado, realizaram-se no Prado do Repouso cerca de 1200 cremações.

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INÉSSCHRECK

[email protected]

A ocupação dos ossários nos cemi-térios do Prado do Repouso e Agra-monte, no Porto, aumentou 134%. 0preço sobe de 14,96 euros anuais

para 35 euros. 0 salto deve-se à

aplicação de uma taxa para desin-centivar o uso daqueles espaços.

A reclamação foi apresentada,ontem, por uma munícipe na reu-nião pública da Câmara do Porto.Maria Rosélia Ferreira da Silvanão queria acreditar quando a in-formaram que, em 2010, passariaa pagar o dobro pela ocupaçãodos ossários. Ainda por cima temdois, um no Prado do Repouso,outro em Agramonte, o que dupli-ca os custos. "Nunca houve umaumento destes", queixou-se.

A tabela de taxas e licenças mu-nicipais foi aprovada pela Câmara

e publicada em Diário da Repúbli-ca em Fevereiro de 2009. ÁlvaroCastello-Branco, vereador com o

pelouro dos cemitérios, explicouque o aumento se deve, em parte,à aplicação de uma taxa para de-sincentivar o uso dos ossários mu-nicipais que se encontram lota-dos. "Temos mais de 500 pedidos

em lista de espera, queremos queas pessoas recorram à cremaçãoe libertem os ossários", afirmou.

A aplicação da taxa de desin-centivo, segundo o autarca, estáfundamentada num estudo eco-nómico-financeiro da Universi-dade do Porto para equilibrar a

gestão dos cemitérios. De acordocom Álvaro Castello-Branco, estataxa tem um peso de cerca de 10

euros no total de 35. Os restantes25 euros são para cobrir os custosdos ossários e a manutenção.

Na reunião, o vereador da CDUconsiderou que o aumento "exa-

gerado" e apelou a que fosse feitode forma faseada. O PS defendeu

que a solução passa pela criaçãode mais ossários. Álvaro Castello-Branco contrapôs, alegando quea solução de futuro é a cremação.

Os preços das cremações tam-bém aumentaram, mas por razõesdiferentes. Até há pouco tempo cre-mar um cadáver custava cerca de30 euros porque a Autarquia que-ria incentivar a prática. No entan-to, o crematório do Prado do Re-pouso era o único na região Norte e"não dava resposta" a todos os pe-didos. "Houve necessidade de reti-

rar os incentivos", explicou o verea-dor. Actualmente, uma cremaçãocusta cerca de 100 euros. O proble-ma da resposta já não se põe por-que entretanto abriram outros cre-matórios na Área Metropolitana,nomeadamente em Matosinhos. ¦Númerosdos cemitérios

¦ Preços fixadosSegundo a tabela de taxas e

licenças municipais, a

ocupação de um ossário custa

35 euros por ano, acrescido de

788 euros por cada ossada na

mesma célula. As sepulturasvão de 45 a 103,88 euros e os

jazigos podem chegar aos 170

euros.

16mil ossáriosnos dois cemitérios municipaisdo Porto.No ano passado,realizaram-se no Prado do

Repouso cerca de 1200

cremações.

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Page 3: Índice multidocumento

Parques empresariais em expansãoA Parque - Invest, S.A. é uma empresa de-

tida pela AEP - Associação Empresarial de

Portugal que possui um portfólio único anível nacional no domínio da localização

empresarial e na gestão de parques empre-sariais, disponibilizando ainda serviços de

valor acrescentando aos seus clientes.

Rede da Parque-Invest chega aos

AçoresNo passado dia 7 de Agosto a Parque - In-vest participou na constituição da socie-

dade Vila Franca Parque - Sociedade de

Desenvolvimento e Gestão de Parques Em-

presariais, SA, com sede em Vila Franca do

Campo, Açores.A Vila Franca Parque, SAtem como objec-to a promoção e desenvolvimento urbanís-

tico e imobiliário de parques empresariais,a prestação de serviços de planeamento,

arquitectura, engenharia e gestão, bem

como prestação de outros serviços conexos

e necessários ao desenvolvimento da acti-

vidade empresarial.

Parque Empresarial de Lanheses re-cebe mais uma empresa inovadoraA empresa Ownersmark Polight, S.A.

fwww.polight.pt). optou ainda pelo Parque

Empresarial de Lanheses para a ocupaçãode um pavilhão industrial, com a área de

375 m2. Esta empresa, vencedora do pré-mio Bes Inovação 2008, dedica-se à pro-

dução de compósito e produtos finais combase em towpreg, tais como Postes para a

Iluminação pública, Média Tensão, Baixa

Tensão e Torres para Energia Eólica.

Este projecto inovador baseia-se na tecno-

logia towpreg, patenteada pelas Universi-dades do Minho, Porto e INEGI e cedida à

empresa Ownersmark SA - Polight.Por sua vez, começou a funcionar no Parque

Empresarial de Lanheses em Viana do Cas-

telo, o CAE - Centro de Apoio às Empresas

que é composto por um espaço social de

apoio às empresas e visitantes do Parque,outro com gabinetes modulares, dispondode áreas com 15 m 2e 22 m2;e ainda um

espaço destinado a acolher sessões de apre-sentação de empresas, produtos e serviços.A GestinViana, entidade responsável pela

gestão do Parque, disponibiliza nessa mes-

ma área um conjunto alargado de serviços,

desde secretariado até ao escritório virtual.

As principais vantagens para as empresas re-sidem numa melhor racionalização de custo

e acesso a serviços de valor acrescentado.

Notícias GestinLeiria

A Incubadora D.Dinis (IDD), que tem como

uma das suas associadas a GestinLeiria -

Parques Empresariais de Leiria, empresa

participada da Parque-Invest, foi inaugu-rada no passado dia 15 de Setembro.

A Incubadora D. Dinis (IDD) é uma enti-dade de direito privado sem fins lucrativos,constituída em Julho de 2004 por iniciativa

do Instituto Politécnico de Leiria, da As-

sociação Empresarial da Região de Leiria

(NERLEI) e da Câmara Municipal de Leiria,

com a colaboração do Instituto Pedro Nu-

nes, sendo que tem como objectivo principal

promover o empreendedorismo, a inovaçãoe as novas tecnologias e de contribuir para a

criação de novos projectos empresariais.Para a Presidente da Câmara Municipal de

Leiria, Isabel Damasceno, a incubadora de

empresas D. Dinis (www.incubadoraddi-

nis.pt), é o resultado de uma "parceria de

êxito" e uma resposta ao "espírito de criati-

vidade e iniciativa da região".

Parque-Invest com participação emvárias instituições ligadas ao ensinosuperiorA Parque - Invest possui um portfólio ino-vador de serviços, que lhe possibilita teruma intervenção qualificada junto dos em-

preendedores, colocando ao seu dispor um

conjunto diversificado de soluções que se

traduzem numa mais-valia para o exercício

da actividade empresarial, proporcionan-

do as melhores condições de instalação e

desenvolvimento dos negócios com projec-

tos de instalação "tailor made", desenha-

dos à medida das suas necessidades.

Em termos de intervenção, para além de

parques empresariais situados em Viana

do Castelo, Valença, Vila Franca do Cam-

po, Viseu, Paredes, Santo Tirso (não cons-

truído), Torres Vedras, Leiria, a Parque

- Invest participa em várias instituições li-

gadas ao sistema de ensino universitário e

de acolhimento e incubação de empresas.

O FeiraPark - Parque de Ciência e Tecno-

logia de Santa Maria da Feira, é um dos

mais recentes projectos da rede Parque In-

vest, sendo participada pela Câmara Muni-

cipal de Santa Maria da Feira e pela Portus

Park e cujo edifício-sede, um investimento

de cerca de 1,5 milhões de euros, deverá

está concluído até final do ano.

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FORMAÇÃO

BussinessSchooldo PortoensinanaVdA

A academia de formação daVieiradeAlmeida-VdAcade-

mia-lançou,emcolaboraçãocom a EGP - University ofPorto Business School, umprograma executivo de gestão

avançada para advogados. O

programa, que teve início na

passada semana, vai decorreraté 16 de Julho de 2010.

'Trata-se do primeiro cur-so com estas espeficidades,numa iniciativa que julgamosessencial à melhor prestaçãodo serviço aos clientes, e re-

presenta uma abordagem às

necessidades do mercado e aodesenvolvimento sustentadoda carreira profissional dos

colaboradores da VdA", avan-

çou fonte da sociedade lidera-da por João Vieira de Almei-da.

Elaborado pela EGP - Uni-versity of Porto Business

School, em colaboração comaVdAcademia, este programaé destinado à estrutura de li-

derança da VdAe encontra-se

distribuído por um conjuntode segmentos de competên-cias, considerados essenciais

a uma firma de advogados, re-feriu ainda a fonte já mencio-

nada. Enquadram-se nesteâmbito o planeamento estra-

tégico, a liderança, a gestão e

o desenvolvimento de negó-cio. O curso prolonga-se porum total de 85 horas.

Refira-se que a VdAcade-mia é uma estrutura de carac-terísticas únicas no panoramadas sociedades de advogados.Criada no início de 2009, pro-move o programa de forma-

ção profissional dos advoga-dos do escritório.

"Seguindo uma políticaprópria de alinhamento de

perfil de competências, a

VdAcademia é responsávelpela concepção e organizaçãoda formação dos colaborado-

res em competências técnicas

e comportamentais, a socie-dade tem realizado várias ac-

ções de formação nesses do-

mínios", evidenciou ajá refe-rida fonte da sociedade.

85Número de horas quedurará a acção de formaçãocom o apoio da Porto

Bussiness School.

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A nova experiência da Novartischama-se

Amplo, ergonómico e tecnológico. Pronto para a comunicação e a interdisciplinaridadeem tempo real. A farmacêutica Novartis apresentou o seu novo gadget no final de Agostoe chamou-lhe o Laboratório do Futuro. PorNicolau Ferreira, em Basileia

• Entre bancadas ajustáveis,lavatórios e um ecrã-computadorenorme controlado a milhares de

quilómetros, nos Estados Unidos,por outro cientista, Mark Fishmandiz que o modelo do laboratório

que está a apresentar é "um i-phonegigante". O presidente dos Institutosda Novartis para a InvestigaçãoBiomédica (INIB) falava enquantoum objecto tridimensional virtual de

um composto químico girava e eracontrolado por mãos que estavamdo lado de lá do oceano Atlântico,noutro laboratório da Novartis.A simulação de uma sessão de

perguntas e respostas entre osdois laboratórios sobre a moléculamostrou um dos objectivo do

"i-phone gigante": tornar a

capacidade de comunicaçãoimediata, global e fácil durante ainvestigação.

Desde o quadro branco que podeimprimir directamente a molécula

acabada de ser desenhada até aomaterial utilizado no dia-a-dia quepode surgir do tecto ou do chão,todo o design foi pensado paralibertar espaço, permitindo que o

diálogo surja. É esse o objectivo doLaboratório do Futuro que aposta na

integração, multidisciplinaridade e

comunicação instantânea.A ideia para o novo laboratório

surgiu em 2002, quando a Novartisfundou o INIB, em conjunto commais medidas para combater atendência negativa que toda aindústria está a sofrer, nas últimasdécadas, com uma escassez deideias para a produção de novosmedicamentos. A empresa, que em2008 fez 28,05 mil milhões de euros,espera mesmo que daqui a 50 anos oconceito se mantenha actual.

"O Laboratório do Futuro foi

pensado neste novo contexto, paraapoiar o aumento das comunicaçõese a colaboração na procura de novos

medicamentos", explicou por e-mailao P 2Marcus Dobler, responsávelpela concepção do modelo.

A apresentação do novo conceitofoi na sede da Novartis, em Basileia,na Suíça. O campus é um novo bairroda cidade que tem uma vibraçãofuturista. Está situado numa antigaregião fabril, no extremo da cidade

suíça, que já tinha fábricas daNovartis. A farmacêutica fechouo espaço ao resto da cidade - só

pode entrar quem trabalha lá - einiciou uma reconstrução do bairro,convidando vários arquitectos,como o canadiano Frank Gehry,para desenharem laboratórios,edifícios para escritórios ouconferências, alguns ainda a serconstruídos.

O campus agrega a contabilidade,as relações públicas e a investigaçãoda empresa. Os edifícios estãointervalados com jardins,restaurantes. Há uma política de

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espaço aberto para promover a

comunicação, o bem-estar e a saúde- existe um ginásio e é proibidofumar no exterior dos edifícios.

Michael Plúss, que está à frenteda empresa na Suíça, explicou queo diálogo espontâneo e fortuito é

valorizado e promovido em todo o

campus. O sénior da empresa falavadurante a sessão de abertura do

BioCamp - um worlcshop de três diassobre a indústria farmacêutica feito

para jovens a trabalhar no espaçoeuropeu com o ensino superior emciências, que decorreu na últimasemana de Agosto.

Um lego giganteUma das unidades modulares doLaboratório do Futuro é uma espéciede coluna central de onde saem trêscorredores de bancadas, cada umem direcção a um dos vértices deum triângulo equilátero imaginário.As bancadas são baixas, mas tantoas mesas como as cadeiras podemsubir ou descer adaptando-se às

necessidades ergonómicas decada um. O próprio laboratório

adapta-se à necessidade da

equipa e está preparado parareceber mais bancadas ououtras unidades de trabalho.É interactivo, podendoreorganizar-se o espaço,como se fosse uma espécie de

Lego gigante.Um dos problemas na

construção do novo laboratóriofoi integrar as necessidades

práticas da interdisciplinaridadenum só espaço. "Ter a químicae a biologia co-localizadas numambiente aberto e flexível é umdesafio, já que existem problemascom a localização do equipamento e

com as necessidades de ventilação",adiantou Marcus Dobler. "Tambémredesenhámos os sistemas dearmazenamento e fornecimentoda bancada do laboratório, assimcomo os sistemas de tecnologia de

informação que estão incorporadospara permitirem a colaboração."Todos os dados adquiridos porum investigador ficam guardadosnuma base de dados para poder seracedida por outros investigadores,

que podem mexer no trabalho

para fornecer ideias ou respondera dúvidas, como queria mostrar a

simulação das perguntas e respostassobre a molécula no ecrã.

Esta partilha representa umadas dúvidas principais de CláudiaMiranda. "Se as pessoas não

quiserem comunicar, simplesmentenão vão comunicar", avançou a

bioquímica de 21 anos, formada pelaFaculdade de Ciência e Tecnologiada Universidade Nova de Lisboa,e um dos três alunos portuguesesdo BioCamp. "Acho que há genteque quer guardar o que descobre,'isto é a minha descoberta, sou eu

que percebo disto, não quero quemais ninguém perceba'. Há pessoasque são assim, mas acredito que hámuito mais pessoas que pensampara o bem comum", disse ao P2.

As equipas multidisciplinaresforam, no entanto, algo que lhe

agradou. A Novartis reuniu opiniõesvindas de vários lados. Forambuscar grupos de adolescentes

para ver como é que reagiam e se

comportavam no laboratório. "Foi

importante para nós recebermosessa perspectiva", explicouDobler, que não revelou o custodo laboratório. "A geração maisnova vai inevitavelmente entrarno mundo profissional e tem umaperspectiva muito diferente do

que fazemos hoje." Ofeedbackfoi integrado com o de outros

especialistas e com as opiniõesde cientistas da Novartis que se

envolveram activamente no designdo laboratório.P 2• Quarta-feira 23 Setembro 2009 •

"É visível que menos e menos

pessoas vão para a ciência porquenão paga bem, não existem postosde emprego, as pessoas vão de

pós-doutoramentos para pós-doutoramentos num estilo devida cigano", explica ao P 2Jan de

Vries, que está à frente do Institutoda Novartis para a InvestigaçãoBiomédica em Basileia. O doutoradoem Imunologia e antigo investigadordiz que as farmacêuticas ainda

conseguem atrair os melhores

que trabalham em ciência, não só

devido à remuneração, mas pelaaposta em condições de trabalho,que proporcionam um ambientemultidisciplinar e multiculturalcom a melhor tecnologia. Neste

contexto, o Laboratório do Futuro édireccionado para pessoas jovens.

Como Daniel Guedelha, outro dosalunos portugueses do BioCamp,que ligava o portátil durante todasas palestras. "É tudo moderno",diz o jovem de 22 anos referindo-se ao Laboratório do Futuro."Tudo muito apelativo, o design émuito interessante. São módulos

adaptáveis e flexíveis, permitemconstruir diferentes espaços",explica ao P2. Mas mais importantepara Guedelha, que está a fazerum estágio de alguns meses naNovartis em Basileia, para terminarum mestrado no Instituto SuperiorTécnico, é a multidisciplinaridade."A interacção entre diferentesáreas, como química, biologia e

informática, acrescenta semprevalor e traz inovação. Quandocomunico com pessoas de diversas

formações surgem ideias novas eisso é o conceito deles."

Mas para Raul Saraiva, de 20 anos,a interdisciplinaridade talvez estejaextremada. "O facto de termos nomesmo laboratório apenas pessoasde outras especialidades e não

ninguém da nossa especialidadeé um pouco radical", explicao bioquímico da Faculdade deCiências da Universidade do Porto."É preciso termos um número de

pessoas que trabalhem na mesmaárea que nós para podermos trocarideias", explica, apostando que o

mais provável é encontrar-se ummeio termo.

A experiência ainda está a

começar. O primeiro Laboratório doFuturo vai abrir em Basileia daqui

a alguns meses. A empresa querdisseminar o conceito poroutros centros no mundo,mantendo uma abordagemevolutiva. "Talvez possaajudar a compará-lo comum sistema operacional de

computadores, que se vaitornando mais avançado ao

longo dos anos com novas

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versões, vamos melhorar e

rever o próximo, mantendo-o

sempre moderno e fresco", prevêMarcus Dobler.O P 2viajou a convite da Novartis

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O quarto poderno quarto do poder

MANUEL SERRÃOEMPRESÁRIO

Com

amigos destes... não preciso de inimi-gos. Deve ser o que está a pensar a Dra.Ferreira Leite, depois do episódio das pu-tativas escutas no Palácio de Belém que o

governo de Sócrates teria encomendado.Estamos perante um verdadeiro e gigantesco

tiro no pé de Cavaco, que acertou também de ri-cochete, mas em cheio, na campanha do PSD.

Depois de tudo fazer para encher o balão da as-fixia democrática, a cavalo no polémico afasta-mento de Manuela Moura Guedes, tudo o que aDra. Ferreira Leite não precisava , é que se viessea descobrir na recta final da campanha eleitoral,que afinal a estória das escutas não passou de uma"encomenda" de Belém ao jornal Público.

A Comunicação Social parece pouco satisfeitacom a sua condiçãode quarto poder e

nestas eleições re-solveu mesmo en-trar no quarto dopoder sem qualquerpudor.

Onde e quando sedeviam estar a dis-cutir projectos,ideias e pessoas para

TEMOS DE ESPERAR

pelo fim de mais um tabude Cavaco, que só querexplicar tudo depois de

domingo para não pertur-bar as eleições. Como se

não as tivesse já pertur-bado de uma formainequívoca e indelével.

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o governo do país, estão a correr rios de tinta so-bre uma jornalista que foi dispensada da apresen-tação de um programa e agora sobre dois jornalis-tas e um assessor do Presidente, que já pagou asfavas do seu bolso.

Em entrevista ao JN, Vasco Ribeiro, docente daFaculdade de Letras do Porto, que acaba de pu-blicar "Fontes Sofisticadas de Informação" (acoincidência é fabulosa) afirma que o jornalismopensa cada vez menos. Também estou convenci-do que é por causa disso que polémicas comoesta, que estalou esta semana, acontecem cadavez mais.

Para a comunidade informada, este episódio de

grande promiscuidade entre a Presidência e o jor-nal em causa fez pior a Cavaco do que o "buzinão"nos tempos de Ferreira do Amaral.

Independentemente do rombo provocado naestratégia da campanha de Ferreira Leite, fica mi-nada a confiança daqueles que julgavam estar em

Belém a reserva de estabilidade, seriedade e lisu-ra de procedimentos que podiam ter escapado aS. Bento. O mesmo para os que também pensa-vam que um eventual caos saído de umas eleiçõescom dispersão de votos e ausência de maioriasagradáveis (na expressão fixe de Mário Soares),poderia ser resolvido com recurso ao magistériode Cavaco Silva.

Para quem defendia que Cavaco Silva represen-tava uma espécie de reserva moral da Nação, so-bram agora muitas reservas.

Claro que ainda temos todos que esperar pelofim de mais um tabu de Cavaco, que só quer expli-car tudo o que aconteceu depois de domingo paranão perturbar as eleições. Como se não as tives-se já perturbado de uma forma inequívoca e in-delével.

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PRIMEIRO PLANO

Viagem a umuniverso paralelo

Um primeiro-ministro de um universo paralelodeu uma entrevista a um jornal. Lê-la é sair deste mundo

Paulo Tunhas

Domingo passado, bem cedi-

nho, tive acesso a um universo

paralelo. Lia jornais e bloques,e estava tudo bem. Enfim, pelomenos o costume. Um bocadi-nho surpreendido pela feroci-dade de algumas certezas, masnada de grave. Pela terceirachávena de café, no entanto,tudo mudou.

Era uma entrevista de umprimeiro-ministro, no "Diáriode Notícias". Um bravo pri-meiro-ministro que nunca nasua vida fez qualquer pressãosobre um só jornalista deste

planeta ou de outro. Nunca.Um primeiro-ministro quesempre buscou ter uma rela-

ção "distante" com a comuni-

cação social. (Ao contrário de

quem? De Cavaco Silva, adivi-

nhou.) O primeiro-ministroem questão prepara-se afinca-

damente para os debates polí-ticos. Não só porque odeiacomo ninguém o pecado da so-

berba, como igualmente, mes-mo principalmente, porque a

"comunicação social moder-na" (no tempo dos faraós eradiferente) não lhe concede adevida oportunidade para darconta ao país das suas obras,coisa que os debates finalmen-te lhe permitem fazer.

Fora das obras resta-lhe pou-co tempo para outras aten-

ções. Não faz ideia de quantaspessoas viram os debates em

que participou. Não perde umsó segundo do seu precioso

tempo a pensar em eventuaisdesventuras da oposição. Des-

conhece até o nome dos presi-dentes das maiores empresas.Não lê as entrevistas dos gran-des empresários. Só acreditana ciência, em particular a dos

"cientistas políticos", que ado-

ra. É mesmo, pela distracção,

quase uma espécie de Profes-

sor Tournesol. Só lhe falta an-dar de pêndulo na mão, apai-xonado pela radiestesia. Desde

que a oposição não lhe chame

"zuavo", está tudo bem. E de-

testa, com intenso desprezo,

aqueles que vêem "conspira-ções em todo o lado". (É verda-

de, juro.) Coerentemente, dei-

xa a "maledicência" aos

outros, aos especialistas da in-fâmia.

Ah, e é amicíssimo da cultu-ra! Só vê, de resto, a RTP 2,

porque não tem telenovelas

nem concursos. Porque o quelhe interessa é, no fundo, a es-

piritualidade. Não sendo cató-

lico, nem acreditando em mi-

lagres - era o que faltava, meuDeus! -, gosta da partilha da

espiritualidade. "Partilha", note-

-se, não o vão tomar por um

monge solitário perdido noárido deserto. Isso é que não.

Solidário, mas não solitário.Por pura coincidência, este

primeiro-ministro - este santo

e impoluto homem, esta fatalmaravilha da nossa idade -chama-se, a fazer fé no "Diáriode Notícias", exactamente co-

mo o deste nosso mundo, José

Sócrates. Sim, esse mesmo.Há, de facto, coisas extraordi-nárias.

Professor do Departamento de

Filosofia da Universidade do Porto

Escreve à quarta-feira

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No próximo domingo, 27, realizam-se as

eleições legislativas, nas quais, como é natu-

ral, está em «jogo» o fiituro próximo de

Portugal, sobretudo quando, como se sabe, acrise económica, de dimensão global, provocagrandes problemas, inquietações e interro-

gações. A semelhança do que fez em algunsanteriores actos eleitorais, o JL solicitou às

forças políticas com representação parlamen-tar que nos dissessem o que considerem ser as

suas propostas essenciais nas matérias de quepredominantemente nos ocupamos: Cultura,Educação e Língua Portuguesa (apesar damuita insistência, o Bloco de Esquerda, apesarde ter ficado de o fazer, até à hora do fechodeste edição não respondeu, o que lamenta-

mos). Igual pedido fizemos ainda aos partidos

que, neste acto, se apresentam pela primeiravez ao eleitorado: Movimento EsperançaPortugal, Movimento Mérito e Sociedade ePartido Trabalhista Português. Os títulos são

da responsabilidade da redacção

ConcluirobjectivosNo coração do Programa do PS está a defesa da língua por-tuguesa. Já tomámos medidas muito importantes, quer como lançamento do Plano Nacional de Leitura em todo o ensinobásico e secundário, quer com a refundação do Instituto Ca-mões. Mas as novas condições criadas pelo Acordo Ortográficodevem ser plenamente aproveitadas. E esse é um dos nossos

compromissos fundamentais para o próximo mandato. Paraisso propomos medidas como o reforço da acção do Minis-tério da Cultura na área do livro e da leitura e a qualificaçãoda rede de leitorados e dos centros culturais portugueses no

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estrangeiro, entre outras.Mas, não é apenas no que toca ao Ministério da Cultura que está

em causa a promoção da língua portuguesa. O compromissobásico do PS no que diz respeito à política cultural é o reforçodos meios financeiros ao dispor desta política.Igualmente decisiva é a extensão da escolaridade obrigatóriaaté ao final do ensino secundário. Sabemos que não bastaescrevê-lo numa lei: é preciso apoiar as famílias no esforçoadicional de garantir a prossecução dos estudos dos seus fi-lhos pelo menos até ao 12.° ano. A nossa resposta é, pois,a generalização da bolsa de estudos que triplica o valor doabono de família a todos os beneficiários dos dois primeirosescalões desse abono, não esquecendo outras formas de apoioque também contribuem para a criação de uma consciênciaambiental, como o passe escolar.A educação básica inclui o pré-escolar como uma etapa neces-sária à plena integração e sucesso nas aprendizagens de todasas nossas crianças. Com a conclusão do programa de reforço,nas Áreas Metropolitanas, lançado pelo Governo do PS, a rede

pública e social de jardins de infância passa a ter a capacidadede acolher todas as crianças. O nosso objectivo político para a

próxima legislatura é, portanto, garantir que pelo menos aos

cinco anos de idade todas as meninas e meninos frequentama educação pré-escolar.Adicionalmente, acompanharemos, em diálogo com as organi-zações sindicais, a aplicação do Estatuto da Carreira Docentee do Sistema de Avaliação de Desempenho, introduzindo os

aperfeiçoamentos que se revelarem necessários.No ensino superior continuaremos o processo de racionaliza-ção da rede de estabelecimentos e cursos e prosseguiremos o

reforço da acção social escolar, de modo a que cada vez maisjovens frequentem as universidades e os institutos politécnicos.Especial destaque merece a duplicação das bolsas ERASMUS,de seis para doze mil por ano, de modo a incentivar a mobilidadeinternacional dos estudantes.Finalmente, os instrumentos de poupança ao serviço da edu-cação, formação e desenvolvimento dos projectos dos jovensmerecem uma referência. A Conta Poupança-Futuro é uminstrumento útil para que a nova geração possa dispor de outras

condições para desenvolver os seus estudos e concretizar os

seus projectos profissionais e pessoais. Ao contrário de outrospartidos, que querem erradicar os incentivos fiscais à poupançae à educação, o PS quer desenvolvê-los, estimulando por aí a

poupança das famílias para o financiamento futuro da quali-ficação escolar dos seus filhos e a concretização de projectosde estudo, formação ou de vida dos nossos jovens.

Políticas culturaisintegradas

O Partido Social Democrata apresenta-se a eleições assumindoum conjunto de cinco grandes prioridades políticas, permitindoassim que os Portugueses façam uma escolha livre e esclarecidanum momento importante da nossa vida colectiva.A Educação é precisamente uma das áreas que elegemos como

prioritárias. Portugal tem um nível de investimento na

educação em linha com o dos países mais avançados da

União Europeia e, no entanto, mantém-se nos últimos

lugares quando se avaliam os resultados. Todos os es-

tudos e indicadores revelam a necessidade de orientaras políticas para uma maior qualidade do ensino.O nosso compromisso é fazer que o sistema educativo,onde incluímos o ensino superior, passe a dotar os

Portugueses das capacidades, dos conhecimentos e da

formação indispensáveis à sua vida futura. Propomoscinco vectores em torno dos quais a política de Educaçãode um Governo do PSD deve ser desenvolvida:

1) Política de educação determinada transversalmente

pelos valores do rigor, da exigência, da criatividade e

formação integral do ser humano e do respeito pelos

agentes do sistema educativo;2) Restabelecimento do prestígio dos professores, re-

forçando a sua autoridade e condições de trabalho, cen-trando a sua acção no trabalho pedagógico e aliviandoa sua carga burocrática;3) Reestruturação da administração educativa, com

reforço da função reguladora e avaliadora e de apoio às

escolas, alterando a lógica de comando e controlo parauma lógica de oferta de serviços às escolas;

4) Criação de condições para o efectivo cumprimento |da universalidade da educação pré-escolar para todas as S

crianças a partir do ano em que atinjam os cinco anos gde idade, e da escolaridade obrigatória das crianças e |jovens em idade escolar, isto é, entre os seis e os dezoito ganos de idade; S

5) Definição de critérios transparentes para o finan- ""

ciamento público do ensino superior, assente numabase plurianual e de contratualização de objectivos,bem como de igualdade de condições no acesso aos diferentesmecanismos de afectação de recursos.O compromisso do PSD para a Cultura, centra-se na adopçãode uma visão integrada e transversal das políticas culturais, de-

signadamente com a política educativa e a política económica,visando a formação completa do indivíduo e a definição e pro-moção de novas dinâmicas do turismo cultural. Incentivaremosa igualdade de oportunidades no acesso aos bens culturais, a

descentralização da oferta artística e intelectual e defenderemos

o património colectivo em todas as suas dimensões.A preservação, promoção e expansão internacional da línguaportuguesa serão adoptadas como vectores centrais da políticacultural externa do Estado português.

"

Defender a escolapública

Na educação, o PCP propõe o desenvolvimento de uma políticaeducativa que assuma a Educação como um valor estratégicofundamental para o desenvolvimento do País e para a de-fesa da identidade nacional, com prioridade para um efectivocombate ao abandono escolar, a promoção do sucesso escolare educativo, com o Estado a assumir, de forma inequívoca o

compromisso constitucional face ao paradigma de uma Escola

Pública, de qualidade, uma escola para todos.A gratuitidade de todo o ensino público como prioridade es-

tratégica, objectivo a atingir de forma progressiva, num prazo

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máximo de seis anos, com a distribuição gratuita dos manuaisescolares no ensino obrigatório, já no próximo ano lectivo; a

aprovação de uma nova lei de gestão democrática; o reforçoda autonomia das escolas públicas; a revogação do decreto queestabelece o processo de municipalização do ensino básico, são

entre outras propostas do PCP para o sector da educação.Num quadro de grande instabilidade nas escolas devido à

imposição de um Estatuto da Carreira Docente que desvalo-riza profissional e socialmente os professores, o PCP propõea revogação imediata do ECD e a implementação de um novomodelo de avaliação de desempenho, subordinado ao objectivocentral de garantir a qualidade da Escola Pública.No Ensino Superior, o PCP propõe, entre outras as seguintesmedidas: a saída do sistema português do processo de «Bo-lonha» e a sua reconfiguração autónoma, dentro do espaçointernacional; a revogação da actual Lei do financiamentoe a sua substituição por outra que consagre o investimentono desenvolvimento do país, com novas regras, mais justas,com o fim das propinas; a revogação do regime jurídico das

Instituições de Ensino Superior Público, que representou um

passo de gigante no sentido de desvincular as instituições de

Ensino Superior do sistema de Escola Pública.Para uma política cultural ao serviço da liberdade e do de-senvolvimento colectivo, o PCP considera que o princípio dofinanciamento público, questão decisiva para uma políticademocrática para a cultura deve no imediato levar a que o

orçamento da cultura represente 1% do OE e a igual valor doPIB no fim da legislatura.Constituem orientações dirigidas à democratização da culturacomo factor de emancipação, social e individual: o acesso ge-

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neralizado das populações à fruição dos bens e das actividadesculturais; o apoio das diversas estruturas do Poder Central e

do Poder Local ao desenvolvimento da criação, produção edifusão culturais, com a rejeição da sua subordinação a crité-rios mercantilistas e no respeito pela pluralidade das opçõesestéticas; a valorização da função social dos criadores e dostrabalhadores da área cultural e das suas estruturas e a melhoriaconstante da sua formação e condições de trabalho; a defesa, oestudo e a divulgação do património cultural nacional, regionale local, erudito e popular; intercâmbio com outros povos da

Europa e do mundo, a abertura aos grandes valores da culturada humanidade e a sua apropriação crítica e criadora, o combateà colonização cultural e a promoção internacional da culturae da língua portuguesas.A Língua Portuguesa é a sexta língua materna a nível mundiale a terceira língua europeia mais falada no mundo e são cercade 5 milhões os portugueses e luso-descendentes que vivemfora do País. Mas a acção primordial que o Estado deveria ternesta área está limitada pelo real desinvestimento ao longodos anos quanto ao ensino da Língua e Cultura Portuguesasno estrangeiro. É imperioso apostar no ensino da Línguae Cultura Portuguesas como uma opção estratégica - nãodevendo essa aposta ser encarada como uma despesa porqueé um investimento necessário no presente para o futuro de

Portugal - através de um Programa de promoção, expansãoe qualificação da Língua e Cultura Portuguesas que o PCPpropôs em 2005 e que o PS chumbou em 2007.

Preservar aherança

Uma sociedade empenhada na salvaguarda e promoção daCultura deverá sempre procurar a síntese entre herança e

evolução. A afirmação cultural de Portugal e da língua por-tuguesa no Mundo depende dessa articulação permanente ede uma definição sobre o papel do Estado. Sem essa definiçãoe estratégia, qualquer Orçamento do Estado corre o risco deser desperdiçado. Mas para tal, Portugal precisa de uma visão

estratégica em que o Estado se assuma como o garante da

preservação dessa herança; da transversalidade entre cultura

e outros sectores, como a Educação, a Economia, os

Negócios Estrangeiros ou o Turismo; da liberdadecriativa, da igualdade de oportunidades; da difusãoartística e da internacionalização da língua e da cultura

portuguesas. Defendemos programas específicos paracada área do património material. O Estado tem de dar

o exemplo ao não deixar degradar o seu património e

os monumentos nacionais. Temos de dar garantias de

dignidade da rede de museus públicos, estimulandoo mérito de cada instituição no funcionamento e umamaior autonomia na gestão. O CDS defende programasde salvaguarda, preservação e divulgação do patrimónioimaterial, assim como um programa específico paraa salvaguarda da língua portuguesa que passará peloacompanhamento adequado da introdução do acordo

ortográfico, incentivo ao aparecimento de novos talen-

tos, divulgação dos autores e da literatura portuguesano estrangeiro, com especial incidência nos países de

língua oficial portuguesa. E imprescindível voltar a di-namizar o quase extinto ensino da língua no estrangeiro,criando protocolos com universidades e institutos paraenvio de leitores. Para o CDS é premente completar umverdadeiro e completo Estatuto dos profissionais das

Artes e dos Espectáculos, que reconheça as especifici-dades laborais, de protecção social e fiscalidade destas

profissões. Temos de reformular a lei do mecenato (cujafunção actual é resolver problemas de financiamentodos organismos estatais, levando os grandes mecenasa substituírem-se ao financiamento do Estado). O CDSdará continuidade empenhada ao Plano Nacional deLeitura e ao alargamento da rede de bibliotecas. Apos-tamos na língua e na cultura portuguesas, através da

diplomacia, mas também através da diáspora e das

comunidades portuguesas. Damos prioridade estratégica aoBrasil e aos países lusófonos, em que a língua é uma mais-valiade afirmação e o sector do livro e do audiovisual podem ter um

papel determinante, fortalecendo a herança cultural comum.

Responsabilidadee participação

Parte do atraso a que a sociedade e a economia Portuguesaestão remetidas é responsabilidade do deficiente modelo deensino que vigora em Portugal.O funcionamento do sistema de ensino é o complemento in-dispensável ao papel da formação do indivíduo.

Melhorar a qualidade do ensinoMelhorar a qualidade do ensino garantindo a autonomia dasunidades de ensino, a avaliação permanente das mesmas, a

adequada formação dos professores e a utilização de métodosde ensino que promovam as competências, a autonomia e acriatividade.Educar para a autonomia e a participaçãoPotenciar e reconhecer o empenho e o talento dos indivíduos,e respeitar as diferenças na aprendizagem bem como fomentara aprendizagem cooperativa e a valorização do contributo decada um para o todo, de modo a criar cidadãos responsáveis,participativos, empreendedores e capazes.Investir no conhecimento integradoIncentivar a integração das escolas no meio (e vice-versa)abrindo-as à contribuição das estruturas culturais existentese aos restantes agentes sociais. Apoiar a investigação numa

lógica de desenvolvimento social integrado e sustentado e não

numa perspectiva teórica e académica abstracta.

Facilitar o acesso ao conhecimento e a partilhar do saberGarantir a eficácia dos meios de difusão de conhecimento eincentivar a criação de sistemas de partilha de saberes nomea-damente através do diálogo real na resolução de problemas co-muns, numa perspectiva de criação de inteligência colectiva.

Investir na sustentabilidade da culturaApostar no desenvolvimento cultural e integração da expe-

Page 17: Índice multidocumento

riência local na produção cultural e garantir oferta culturaldiversificada, contextualizada e articulada em redes, procu-rando facilitar o acesso à cultura.Valorizar a produção cultural e os seus agentes

Garantir o rigor na gestão cultural, a adequada formação dos diferentes agentes culturais ea valorização da cultura, do património nacional e da criação artística, enquanto factores deenriquecimento da experiência humana e da economia.

Respeito pela diversidadeA cultura resume a vida individual e colectiva de todos os seres humanos. A diversidade, quandoabsorvida pelos políticos, potência o desenvolvimento saudável e a realização das sociedades,nomeadamente ao nível tecnológico, da sociabilização entre indivíduos e do contributo que osmesmos podem dar à sua comunidade, garantindo os valores da cidadania.A consideração pelas diferentes culturas implica, desde logo, um espírito de abertura para a diver-sidade de concepções, inclusive das várias línguas, salvaguardando-se a identidade, promovendoa partilha entre povos, ao nível social, colectivo e cultural, assegurando a realização dos mesmoscom a dialéctica língua/cultura.A língua, a par com a matemática, constitui um dos principais factores determinantes na aquisi-ção do raciocínio lógico das crianças, desde tenra idade. Uma abertura cultural permite um fortediálogo intercultural e promove a transmissão saudável entre povos dos diversos modos de viver,assegurando uma melhor compreensão e tolerância das suas diferenças.

Page 18: Índice multidocumento

Investir na inovaçãoTrinta e cinco anos depois, criticar os governantes, cruzar os braços e ficar à espera são vestígios deuma sociedade que perdeu um «pai» autoritário e continua à procura do que fazer com a liberdade.

Portugal tem que saber «tirar partido» da democracia.O capital humano é o principal motor da riqueza e do desenvolvimento social. Valorizá-10, implicainvestir na educação e na cultura através de estratégias de longo prazo que concretizem objectivosprioritários para além das alternâncias de governo*. Ambas as áreas carecem de respostas ajus-tadas às transformações do tecido sociocultural do Portugal de hoje e ambas beneficiarão de umainterdependência estratégica.A educação é uma missão abrangente. Concretiza-se no que aprendemos na escola, mastambém no que nos ensinam a nossa rede familiar e social, os contextos de trabalho, e tantosoutros canais de informação que hoje temos ao nosso dispor. Por isso faz sentido criar umaAliança para uma escola melhor*, para que professores, alunos, pais e alargadamente toda acomunidade educativa, incluindo autarcas, empresas e rede social, possam desempenhar, deforma partilhada e de acordo com modelos ajustados à realidade local, a exigente tarefa deensinar e educar.A cultura não está nas obras de arte, nem nos livros, nem nas Bibliotecas, nos Museus ou nosTeatros. Está na sociedade que os vive com atenção e prazer todos os dias, transformando-seem diálogo permanente, crítico e criativo, com o mundo que tios rodeia. Por isso não bastacontinuar a investir nos mesmos artistas e nos mesmos equipamentos culturais. Há que darresposta às novas expressões culturais portuguesas* na sua pluralidade de linguagens e cul-turas, há que investir em projectos de mediação* que aproximem as pessoas dos desafios daprodução artística contemporânea, e há que apostar na negociação de afectos e projectos que a

língua proporciona, através de um Programa Estratégico de promoção da língua portuguesa*que reforce a matriz cosmopolita da nossa identidade.A sociedade reflecte a capacidade de afirmação das pessoas que a constituem. A sua evoluçãodepende, tal como para cada um de nós, de factores herdados como a riqueza, os recursosnaturais e bens culturais, mas só se supera e evolui através da dinâmica interna, alimentadapelo espírito crítico, pela capacidade de iniciativa e pela responsabilidade na construção doseu futuro.

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íi

io

Doença está a provocar a morte de dezenas de árvores

Empresas florestaisdenunciam pragano Pinhal de LeiriaNemátodo. Presidente da Associação Nacional deEmpresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente dizque doença alastrou. Ministério nega propagação

LUÍS MANETA

A praga do nemátodo da madeirado pinheiro (NMP) já chegou aohistórico Pinhal de Leiria, ondeestá a provocar a morte a dezenasde árvores, denuncia o presidenteda Associação Nacional de Em-

presas Florestais, Agrícolas e doAmbiente (ANEFA), Pedro SerraRamos. Uma situação que, refere o

responsável, "demonstra" que asmedidas tomadas pelo Ministérioda Agricultura para conter a pro-pagação da doença "não foram asmais adequadas".

"Há sinais claros de que muitasárvores estão a morrer no Pinhalde Leiria, afectadas pelo nemáto-do. Basta passar na região para se

ver que existem árvores mortasdos dois lados da estrada", diz o

presidente da ANEFA, alertando

que a doença "tende a alastrar-se

por todo o território nacional, colo-

cando em risco centenas de em-

presas e de trabalhadores".De acordo com Pedro Serra Ra-

mos, uma vez atingido o emblemá-tico Pinhal de Leiria - uma vastazona com cerca de 1 5 milhões deárvores espalhadas por 1 1 milhectares -, Portugal corre o riscode ver "destruído todo o legado emtermos de fileira de pinho" . No dis-trito de Leiria já havia sido detec-tada a presença do NMP na MataNacional de Valado de Frades (Na-zaré) e no Juncai (Porto de Mós).

Contactado pelo DN, o Ministé-rio da Agricultura garante que as

suspeitas da ANEFA não têm fun-damento. "No Pinhal de Leiria fo-ram feitas 141 amostras, nenhumadas quais com resultado positivo",

esclarece o gabinete de Jaime Sil-

va, recordando que no seguimen-

-141 análisesSegundo o Ministério, asamostras mostram que nãohá doença no Pinhal de Leiriato da detecção de novos focos denemátodo na região centro, em2008, "foi intensificada a prospec-ção em todo o território continen-tal", sem que tenham sido recolhi-das amostras positivas na MataNacional de Leiria.

Também o investigador da Uni-versidade de Évora Manuel Mota,

que há dez anos detectou a exis-tência da doença em Portugal, diznão ter informação da presença donemátodo em Leiria, embora con-sidere que se trata de uma zona

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onde existe "risco de contamina-ção" por se encontrar próxima deoutros locais já afectados, como o

perímetro florestal do Buçaco:"AMata Nacional de Leiria tem umvalor e um significado histórico deenormes dimensões, pelo que na-turalmente, para qualquer portu-guês, uma ameaça como a do NMPé altamente preocupante."

Salientado o esforço feito ao ní-vel da investigação e da fiscaliza-

ção, Manuel Mota diz que outropasso importante para combater a

doença é "terminar com o ambien-te crispado entre as associações e

o Estado, e todos compreendermosque somos poucos para minorareste grave problema". ¦Ataque rápido parapôr fim à doença

0 presidente da ANEFA dizser ne-

cessário um "ataque rápido" paraminimizaras consequências do ne-

mátodo no Pinhalde Leiria. Mas

tem poucas esperanças na respos-

ta do Ministérioda Agricultura. "Da

parte dos governantes assumiu-se

quetemosdeaprenderaconvi-ver com esta praga", diz Ped ro

Serra Ramos, revelando que nalgu-mas zonas do País existem árvores

marcadas que "deveriam ter sido

abatidas o ano passado e ainda não

o foram". A praga já chegou tam-bém à Mata Nacional do Buçaco.

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INOVAÇÃO

Investigadoresda UTAD datamárvores velhas

+ Investigadores da Universida-de de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro (UTAD), em Vila Real, desen-volveram um método, que classi-ficam como "único no mundo",para datar árvores até aos três milanos. A patente já foi registada emnome da UTAD e do empresárioAndré Soares dos Reis, do Grupo"Oliveiras Milenares".

José Lousada, coordenador doestudo e docente do departamen-to Florestal da UTAD, disse que a

investigação começou em 2007,depois de terem sido contactadospela empresa para desenvolveremum sistema de datação de árvoresantigas. O método habitual (con-tagem de anéis) em árvores jo-vens tem sido impraticável emexemplares muito antigos, pois oseu interior degrada-se.

Com o novo método, que não é

destrutivo da árvore, o cálculo é

feito através de um modelo mate-mático que relaciona a idade comuma característica dendrométri-ca do tronco, como seja o raio, diâ-metro ou perímetro do tronco. ¦

Page 22: Índice multidocumento

Método data árvores até 3 mil anos¦ Investigadores da Universidadede Trás -os -Montes e Alto Douro

(UTAD), em Vila Real, desenvolve-

ram um método, que classificam

como "único no Mundo", para da-tar árvores até aos três mil anos. A

patente deste novo método já foi

registada em nome da academiatransmontana e do empresárioAndré Soares dos Reis, proprietá-rio do Grupo Oliveiras Milenares.

José Lousada, coordenador doestudo e docente do departamentoFlorestal da UTAD, disse que a in- As oliveiras são as mais antigas

vestigação começou em 2007, de-

pois de ter sido contactado pela

empresa que comercializa árvores

Oliveiras Milenares com o objecti-vo de desenvolver um sistema de

datar árvores antigas.O cálculo é feito através de um

modelo matemático que relaciona

a idade com uma característicadendrométrica do tronco, como

seja o raio, diâmetro ou perímetrodo tronco. O investigador referiu

que as árvores portuguesas mais

antigas são as oliveiras. ¦

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INVESTIGAÇÃO

UTADdesenvolvemétodo únicoInvestigadores da Univer-sidade de Trás-os-Montes e

Alto Douro (UTAD) desen-

volveram um método, queclassificam como "único nomundo", para datar árvores

até aos três mil anos. José

Lousada, coordenador do es-

tudo, garante que a metodolo-

gia não provoca a destruiçãoda árvore, permite a utilizaçãoem árvores ocas, e não provo-ca lesões.

Page 24: Índice multidocumento

Braga

Terceira candidaturaà reitoria da UMAntónio Cunha, presidente da Es-cola de Engenharia da Universi-dade do Minho, apresentou on-tem a equipa que o acompanha, nacandidatura à reitoria. As eleiçõespara reitor da Universidade doMinho decorrem no próximo dia7, sendo este eleito pelo ConselhoGeral, para um mandato de qua-tro anos. Lembre-se que já foramadmitidas duas candidaturas: deAntónio Cunha e de Artur Águas,professor catedrático da UPorto.

Acompanham Cunha, comovice-reitores, Rui Vieira de Cas-tro, José Mendes, MargaridaProença e Graciete Dias e comopró-reitores, Vasco Teixeira, Fe-lisbela Lopes e Paula Martins.

Ontem, António Cunha defen-deu a "afirmação da UMinho, pelainvestigação, a qualidade dos pro-jectos de ensino e a interacçãocom a comunidade", como forma

de captar novos alunos e, dessaforma, abreviar a contenção fi-nanceira que vem condicionandoacção da universidade minhota.

Desde logo, Cunha preconizaum modelo para atrair alunos de

qualidade, para pós-graduações,funcionando aqui o elo de ligaçãoà comunidade, através da fixaçãode profissionais de qualidade.Mas o alvo são novos públicos,vistos como geradores de fontesde financiamento e, assim, inse-rem-se os cursos em horários pós-laborais e os estudantes seniores.

"A Academia acreditará que é

pela investigação e pela interac-ção com o exterior e pela qualida-de que a UMinho se irá impor",defende António Cunha, que querdescentralizar a gestão, transfe-rindo competências e responsa-bilidades para as diversas escolas.PEDRO VLA-CHÃ

Page 25: Índice multidocumento

Candidatoquer UM maisvirada paraa investigação

• O candidato a reitor da Univer-sidade do Minho, António Cunha,quer privilegiar a investigação co-mo forma de internacionalizar esteestabelecimento de ensino.

O actual presidente da Escola de

Engenharia entende que, dessa for-ma, será também possível atenuaros problemas de financiamento dainstituição, através de parcerias quepodem gerar retornos financeiros.

Caso seja eleito, António Cunhaserá acompanhado pelo vice-presi-dente do Conselho Académico, RuiVieira de Castro, e por José Mendes,ex-vice do reitor demissionário Gui-marães Rodrigues, apontados co-mo vice-reitores, cargo que deverãotambém ocupar as presidentes dasescolas de Economia e de Ciências,Margarida Proença e Graciete Dias,respectivamente.

A equipa da reitoria inclui ainda oex-director de curso de Engenhariade Materiais, Vasco Teixeira, a vice-

presidente do Instituto de Estudosda Criança, Paula Martins, bem co-mo a antiga directora de Comunica-ção Social Felisbela Lopes, indicados

para os cargos de pró-reitor.As eleições para a reitoria da Uni-

versidade do Minho estão marcadas

para 7 de Outubro. Artur Águas,vice-presidente do Instituto de Ci-ências Biomédicas Abel Salazar daUniversidade do Porto, é o outrocandidato. S.S.

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Menezes propõe-se ter 8 mil alunos do ensinosuperior a estudar na zona ribeirinha de GaiaAníbal Rodrigues

Instituto das Artes e da

Imagem sai do Porto para se

instalar num imóvel cedido

por 25 anos pela Câmarade Gaia e cuja reconversãodeverá estar pronta em Julho• O presidente da Câmara de Gaia,Luís Filipe Menezes, revelou ontemuma das suas ambições para a zonaribeirinha de Gaia. "Estamos a ne-gociar com instituições do ensinosuperior e queremos chegar a sete,oito mil alunos", afirmou o autarca,à margem da apresentação do inícioda construção das instalações parao Instituto das Artes e da Imagem.Esta escola funcionava no Porto eserá transferida para um imóvel naTravessa General Torres, em Gaia,que ultimamente servia como esta-cionamento da empresa municipalGaianima.

Menezes enalteceu que a presençade jovens na área ribeirinha resultana dinamização do comércio e da

habitação. Por outro lado, essa po-pulação frequenta a oferta culturalinstalada na zona e proporciona umaumento da massa crítica do conce-lho. Nas contas do autarca, com aGinasiano Escola de Dança, a Escola

Superior de Tecnologias da Saúde e,

de futuro, o Instituto das Artes e da

Imagem, Gaia atrai "cerca de quatromil pessoas", entre alunos e profes-sores. "E tudo faremos para trazerpara Gaia mais escolas", foi outra dascertezas deixadas pelo autarca.

Para a Câmara de Gaia, a margemesquerda do Douro deve concentrarcultura, juventude e lazer, como o

que se pode encontrar numa famosacapital europeia. "Um pouco à ima-gem de Paris, em que a 'rive gaúche'é dos jovens, universidades, artes e

cultura", descreveu Menezes.Já o director do Instituto das Artes e

da Imagem, José Magalhães, explicouque a escola que dirige é o único esta-

belecimento privado no país dedica-do ao ensino das artes especializadasno campo dos audiovisuais. No en-tanto, apesar de privado, o institutocelebrou um contrato de patrocíniocom o Ministério de Educação, peloque o ensino resulta gratuito para osalunos do 10.°, 11.° e 12.° anos.

José Magalhães manifestou a suasatisfação com o início das obras,uma vez que o instituto encontra-seactualmente no antigo Colégio Almei-da Garrett, cedido pela Universidadedo Porto. Instalações que classificoucomo "precárias". A construção doestabelecimento definitivo, em Gaia,está orçada em 770 mil euros - valorque será comparticipado em 70 porcento por fundos comunitários e os

restantes 30 por cento por fundospróprios do instituto. Já a infra-estru-tura onde vai surgir a nova escola foiavaliada em 226 mil euros e a Câmarade Gaia irá cedê-la por 25 anos. Prevê-se que as obras fiquem concluídas emJulho de 2010, a tempo do arranquedo novo ano lectivo.

Pontes precisam-seAutarca quer maisligações ao Porto

Para o presidente da CâmaraMunicipal de Gaia, Luís FilipeMenezes, a zona ribeirinhade Gaia forma com a áreacongénere do Porto "uma únicaunidade funcional". Nessesentido, o autarca voltou areclamar ontem a construçãode novas pontes entre as duascidades, tanto para utilizaçãopedonal como rodoviária.Um assunto que prometeretomar após o ciclo daspróximas eleições legislativas e

autárquicas. Luís Filipe Menezesconsidera que a Ponte D. Luís "é

desconfortável para os peões" e

que são necessárias alternativaspara o trânsito rodoviário,"nomeadamente citadino".

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VILA NOVA DE GAIA

Escola de artes visuaisvai para Centro Histórico* O Centro Histórico de Gaia vaiacolher mais uma escola que estásediado no porto e se dedica aoensino artístico. Ontem, na Tra-vessa de General Torres, num edi-fício onde funciona um parque deestacionamento municipal, foiapresentado o projecto para a s fu-turas instalações do Instituto deArtes e Imagens (IAI), que ocupa,actualmente, o antigo Colégio Al-meida Garrett, na Praça do Coro-nel Pacheco, no Porto.

"Sempre pensamos esta zonaribeira do Douro como um centrode cultura, de lazer e de juventu-de. Começamos por instalar equi-pamentos como o Cais de Gaia e,

agora chegou a vez das escolas.Primeiro foi a Ginasiano, dedança, em seguida a Escola Supe-rior de Tecnologia da Saúde doPorto", afirmou Luís Filipe Me-nezes, durante a cerimónia deapresentação do projecto.

O autarca destacou que já hácerca de 2500 alunos no CentroHistórico de Gaia. "No próximoano, com a entrada em funciona-mento do lAI, chegaremos aostrês mil jovens. Vamos agora ten-tar atrair mais estabelecimentosde Ensino Superior", sublinhou.

Luis Filipe Menezes conside-rou que "esta zona ribeirinha, jun-tamente com a do Porto, é uma só

unidade, que necessita de novaspontes para se tornar mais harmo-

niosa. Depois das eleições iremosdialogar com a Câmara do Porto",disse.

Escola terá 300 alunos

O lAI, que é o único estabeleci-mento privado no país de ensinoartístico especializado, com enfo-

que nas artes visuais e audiovi-suais, conta actualmente com cer-ca de 140 alunos, mas deverá atin-gir os 300 nas novas instalações.

"As obras de adaptação estãoorçadas em 774 mil euros, com-participadas a 70% por fundos do

Quadro de Referência Estratégi-

co Nacional. Esperamos que este-

jam concluídas em Julho do pró-ximo ano, por forma a que entremem funcionamento no ano lectivo2010/2011", afirmou José Ma-galhães, director da escola.

O lAI acolhe alunos do 10 â ao12 S ano e, apesar de se tratar deuma escola privada, não cobramensalidade. "Temos um contra-to com o Ministério da Educaçãoe os estudantes só pagam as acti-vidades", sublinhou, reis pinto

Instituto irá começar

a funcionar no próximo

ano lectivo e terá

cerca de 3oo alunos

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ENSINO SUPERIOR

Instituto das Artes e da Imagemmuda-se para GaiaAs novas instalações do Instituto das Artes e da Imagem, um estabeleci-

mento de ensino artístico especializado, vão nascer em Gaia, num espa-

ço cedido pela autarquia local, um investimento de cerca de um milhão

de euros. Luís Filipe Menezes, presidente da autarquia, esteve presentena cerimónia que marcou o início das obras das novas instalações do

Instituto das Artes e da Imagem, localizadas na zona ribeirinha de Gaia,onde até agora existia um parque de estacionamento.

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PORTO

Reforço do orçamentogarante arranquedas aulas na ESMAE

¦? O arranque do ano lectivo naEscola Superior de Música e Ar-tes do Espectáculo (ESMAE) fi-cou garantido, ontem, com um re-forço de verbas anunciado peloInstituto Politécnico do Porto(IPP), que também pediu um au-ditoria à gestão da escola.

"Uma vez que o regular funcio-namento lectivo da ESMAE nãofoi garantido pela direcção da es-cola, decidi reforçar o orçamentoda ESMAE", pode ler-se no comu-nicado enviado pelo presidentedo instituto, Vitor Correia Santos.

No mesmo documento é refe-rido que o "reforço foi consegui-do através de cortes de verbasdestinadas a equipamento e for-mação de docentes das sete esco-las do Politécnico do Porto".

A direcção da ESMAE infor-mou, que, com o reforço, anuncia-do anteontem à escola pelo IPP,"estão agora garantidas as condi-ções para se iniciar o ano lectivo,"mas salienta que o orçamentodeste ano corresponde a uma "di-minuição efectiva de 28%", em re-lação a 2008.

O IPP, por sua vez, refere que ofinanciamento para os estudantesda ESMAE é o previsto na lei (3,5vezes superior ao atribuído a umestudante de gestão), e que os re-forços destinados à ESMAE nes-te ano "totalizam já mais de um

milhão e meio de euros, represen-tando um acréscimo de 37% ao

orçamento inicial". Por este mo-tivo, o presidente do IPP solicitouao ministro da Ciência e EnsinoSuperior uma auditoria ao mode-lo de gestão da ESMAE, "que pos-sa, por acção ou omissão, ter con-duzido à situação de ruptura fi-nanceira". O presidente da ES-MAE, Francisco Beja, não se mos-trou preocupado. "As nossas con-tas são completamente transpa-rentes", afirmou, ontem, durante aconferência de Imprensa.

O início das aulas para os alu-nos do primeiro ano continua,contudo, incerto. Isto porque os

resultados dos concursos locaisde acesso ainda não foram homo-logados. "A única solução é o mi-nistro (Mariano Gago) dar umaautorização especial para aceitaras candidaturas sem os requisitosagora exigidos", salientou o presi-dente da escola. Fonte do IPP as-

segurou que essa autorização jáfoi pedida, verónica pereira

0 Instituto Politécnico

do Porto (IPP) solicitou

uma auditoria ao modelo

de gestão da escola

Apenas alunos do primeiro ano ainda não sabem quando poderão ter aulas

Page 30: Índice multidocumento

¦ O presidente do Instituto Poli-técnico do Porto, Vítor Santos,decidiu reforçar o orçamento da

Escola Superior de Música e Ar-tes do Espectáculo (ESMAE) e

pedir uma auditoria à gestão da

escola. "Uma vez que o regularfuncionamento lectivo da ES-MAE não foi garantido, decidi re -

forçar o orçamento, cobrindo os

sucessivos pedidos de financia-mento suplementar" O presi-dente do IPP solicitou ao ministrodo Ensino Superior a "execuçãode uma auditoria ao modelo de

gestão da ESMAE que possa, poracção ou omissão, ter conduzidoà situação de ruptura" ¦

Escolade Artes vaiser auditada

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Sindicatos unidos para alterar estatutosprofessores. 0 SindicatoNacional do Ensino Supe-rior (SNESup) e a Federa-ção Nacional de Professo-res (Fenprof) vão elaboraruma proposta conjuntapara alterar as regras detransição nos novos esta-

tutos da carreira docente.Os sindicatos defendem

que o regime de transiçãopara o novo modelo, pu-blicado este ano, tem vá-rias situações injustas.

As estruturas sindicaispretendem garantir "pari-

dade e semelhança de tra-tamento" com o universi-tário e que as medidas detransição respeitem a an-terior carreira e o "esforçofeito por todos os docen-tes equiparados do poli-técnico".

Carreira docenteOs actuais estatutos do ensi-

no universitário e politécni-co foram publicados em Diá-rio da República a 31/08.

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ENSINO SUPERIOR

Sindicatos unem-se para mudar carreirasdo professores no superiorO Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) e a Federação Nacionalde Professores (FENPROF) revelaram ontem a elaboração de uma

proposta conjunta destinada a alterar as regras de transição no âmbitodos novos estatutos das carreiras docentes. Os sindicatos defendem

que o regime de transição para o novo modelo, publicado este ano,

"apresenta um conjunto de situações de injustiça relativa,

que importa corrigir urgentemente".

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Carreira docente

Sindicatosqueremalterar regras¦¦¦ 0 Sindicato Nacionaldo Ensino Superior (SNE-Sup) e a Federação Nacio-nal de Professores (Fenprof )anunciaram a elaboração deuma proposta conjunta des-tinada a alterar as regras de

transição no âmbito dos no-vos estatutos das carreirasdocentes.

Os sindicatos defendemque o regime de transiçãopara o novo modelo, publi-cado este ano, "apresentaum conjunto de situaçõesde injustiça relativa queimporta corrigir urgente-mente", por forma a garan-tir "paridade e semelhan-

ça de tratamento" com ouniversitário e que as me-didas de transição respei-tem a anterior carreira e"esforço feito por todos osdocentes equiparados do

politécnico".

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Soares da Costa lança prémio "Talento"A Soares da Costa, no âmbito da sua linha es-

tratégica "Ambição Sustentável", lançou no Por-

to e em Lisboa um desafio às instituições de en-sino superior e politécnico. 0 "Prémio Talento

Soares da Costa 2009" terá como objectivo re-

forçar a aproximação do grupo Soares da Costa

ao meio académico promovendo a interacçãoentre alunos, colaboradores da Soares da Costa

e professores. Gestão e Organização, Sustentabi-lidade e Inovação em Processos e Materiais naÁrea da Construção são as áreas de estudo

definidas pela Soares da Costa para os temas aser estudados pelos participantes. Dentro dos

temas serão seleccionados os melhores estudos

e serão atribuídos seis prémios (dois em cada

uma das áreas referidas). 0 prémio para o

primeiro classificado de Licenciatura será a

atribuição de propina para a realização de

mestrado. 0 prémio para o primeiro classificado

Mestrado será a atribuição de estágio no GrupoSoares da Costa onde irá implementar o projec-to desenvolvido.

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BIOETICA

Unesco atribuiCátedra a Portugal

Vai ser instituída amanhã aCátedra Unesco de Bioéti-ca em Portugal, que será de-tida pelo investigador Wal-ter Osswald, um dos intro-dutores da Bioética no país.Do protocolo de colabora-ção de Portugal com aUnesco consta a coopera-ção com os países africanoslusófonos no sentido de os

ajudar a criar comissões debioética locais e implemen-tar os princípios da Decla-ração Universal de Bioéticae Direitos Humanos.