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NC? 1 1975 Março EDITORIAL Partilhar o pão . .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . . . . . . . . . . 3 A ECIR conversa com vocês .. . .. .. .. . .. .. .. 5 A comunhão do amor 8 ANO SANTO A pelo à Reconciliação . . . . . . 9 Quádrupla sagração em São Paulo . . . . . . . . . . li Aprenda a escrever na areia . . . . . . . . . . . . . . . 14 O papel do casal na sobrevivência da família . . 16 O encontro de Cristo no Evangelho . . . . . . . . . . . 18 Movimento de espiritualidade . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Monólogo à moda de Lucas .. . . . . .. . .. . .. . .. .. Notícias dos Setores . .. .. . .. . . .. .. . . .. .. . .. .. . 25 Sessão de Formação em Jundiaí . . . . . . . . . . . . . 20 Encontro de Responsáveis de Coordenação . . . . 31 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . 32 Calendário 1975

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NC? 1 1975 Março

EDITORIAL

Partilhar o pão . .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . . . . . . . . . . 3

A ECIR conversa com vocês .. . .. .. .. . .. .. .. 5

A comunhão do amor 8

ANO SANTO A pelo à Reconciliação . . . . . . 9

Quádrupla sagração em São Paulo . . . . . . . . . . li

Aprenda a escrever na areia . . . . . . . . . . . . . . . 14

O papel do casal na sobrevivência da família . . 16

O encontro de Cristo no Evangelho . . . . . . . . . . . 18

Movimento de espiritualidade . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Monólogo à moda de Lucas .. . . . . .. . .. . .. . .. .. ~3

Notícias dos Setores . .. .. . .. . . .. .. . . .. .. . .. .. . 25

Sessão de Formação em Jundiaí . . . . . . . . . . . . . 20

Encontro de Responsáveis de Coordenação . . . . 31

Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . 32

Calendário 1975

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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das

Equipes de Nossa Senhora no Brasil

04538 - Avenida Horácio Lafer, 384 - Te!. 210-1340

SAO PAULO, SP

- somente para distribuição interna -

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EDITORIAL

Neste ano de 1975, em que as Equipes de Nossa Senhora no Brasil completam vinte e cinco anos de atividades, achamos oportuno relembrar palavras do Pe. Caffarel, por ocasião da primeim visita que nos fez, em 1957. Na véspera de sua partida, no decor­rer da cerimônia litúrgica de encerramento dos tra­balhos, Pe. Caffarel acena para a missão que cabe ao Movimento como um todo, com palavras que con­servam toda a sua atualidade e vigoT. Refletem elas a confiança e as esperanças que depositava nas Equi­pes do Brasil que, naquela época, começavam a fir­mar os seus passos.

"Eu vos conclamo - disse o Pe. Caffarel - a empreender, a levar avante uma ação sistemática, organizada: fundar uma equipe em todos os pontos estratégicos do Brasil. Lançar sobre a vossa terra uma imensa rede, de que as equipes sejam os nós. Assim fazendo, o Movimento será capaz de contribuir para le­vantar o Brasil!

"Para isto, é preciso que cada equipe seja um viveiro de apóstolos, servidores de Cristo e da Igreja, humildes e perse­verantes.

"Perante o Senhor, em nome do Senhor, eu vos confio o trabalho a realizar. Eu não insistiria tanto em vos pedir para trabalhar em favor das Equipes, se não estivesse convencido que o melhor meio de atingir a massa é formar apóstolos. Por outro lado, tendo presente a terrível responsabilidade da Igreja que se debate com a faita de clero, é preciso que as Equipes tomem posição junto da Hierarquia. Sejam os membros das equipes os mais devotados, os melhores servidores da Hierarquia, como que um pequeno estado-maior, sempre humilde, sempre disposto a agir.

"Ora, para responder à dupla missão para a qual sois cha­mados - difusão das equipes, atividades a serviço da Hierar­quia - é preciso que o vosso Movimento seja forte. Forte e disciplinado. Que tenha a força, o vigor, a iniciativa dos homens de ação. Cada equipe deve ser forte. O Setor deve ser forte. (Naquela altura, toda a estrutura do Movimento se resumia no único Setor então constituído e que reunia uma quinzena de equipes).

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"Sois generosos. Sois devotados. Por isso mesmo sois so­licitados pela ação. Mas eu vos suplico: nunca deixeis de vos formar. Se a ação não vos permitir continuar a vossa formação, a ação vos perderá. :É preciso não sucumbir à tentação de vos dardes sem medida, até vos esvaziardes. Assim fazendo vós vos esgotareis, sem poder levar nenhuma mensagem.

"Só há apóstolos na medida em que há almas de oração, de estudo, de meditação. Somente assim estareis em condições de assumir amanhã as responsabilidades que vos forem confiadas".

Nesta altura, Pe. Caffarel se refere ao monumento às Ban­deiras, no Parque Ibirapuera, no qual admirou, particularmente, a idéia que o artista quis exprimir: a tensão de homens conju­gando o seu esforço, o seu trabalho, na consecução de um ideal, na realização de uma aventura que engrandeceu o Brasil. E acrescenta:

"Assim as Equipes do Brasil: esforço supremo para levar avante uma grande aventura. Esforço conjugado para conseguir a grande aventura de conquistar a glória de Deus.

"Mas . . . Não há fecundidade espiritual sem a cruz. É pre­ciso consentir em seguir a Cristo crucificado, pela mortificação perseverante.

"E no entanto, sêde alegres. O apóstolo triste ainda é uma presa do egoísmo. Sereis capazes de levar a cruz, se souberdes que o Cristo está convosco. Aliás, há uma história secreta das Equipes. :É a história dos sacrifícios, das mortificações, da cruz. Nos setores onde há progresso, há o devotamento, há o sangue das almas. É sempre verdade que o sangue dos mártires é se­menteira de cristãos. Por isso, quanto maior a responsabilidade, maior a mortificação. Quanto mais a árvore deve atingir al­tura, tanto mais profundas devem ser as suas raízes.

"Todo este esforço vós o podereis fazer, porque podereis viver o mistério da Igreja. O mistério que foi realizado pelo povo hebreu, convocado para preparar, durante séculos, a vinda de Cristo. Cristo chega e a sua voz é incisiva: "Vem e segue-me ... ". "Quem quer seguir-me, tome a sua cruz ... ". E a nova Ecclesia se forma. Desde então, este chamado se faz ouvir em todo o mundo e novas Ecclesias se fundam, com aqueles que ouvem a convocação de Cristo.

"Vossas pequenas Ecclesias que são as equipes devem pre­parar a Grande Ecclesia do último dia.

"A alegria, o amor reinante em vossas pequenas Ecclesias deve apenas ser a imagem da grande alegria, do universal amor que irradiará quando, na grande Assembléia do último dia, Deus se dará totalmente a nós.

"É isto o apostolado: preparar esta última convocação do último dia".

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A PALAVRA DO PAPA

PARTILHAR O PÃO

"Renovação" e "reconciliação" continuam a ser as palavras-­-chaves da celebração do Ano Santo e designam, a um tempo, os objetivos da mesma e as esperanças que Nós nela deposita­mos. Tais palavras, no entanto, não poderão ser traduzidas, na prática, sem que se opere em nós uma ruptura.

Eis-nos chegados ao tempo da Quaresma, que é o tempo por excelência da Renovação de nós mesmos em Cristo e da recon­ciliação com Deus e com os nossos irmãos, durante o qual nos associamos à morte e à ressurreição de Cristo, na medida em que se der uma ruptura com as situações de pecado, de injus­tiça e de egoísmo.

Seja-nos permitido, pois, insistir hoje numa ruptura em par­ticular, exigida pelo espírito da Quaresma: a ruptura com um apego demasiado aos nossos bens materiais, quer eles sejam abundantes, como no caso do rico Zaqueu, quer sejam escassos, como no caso da viúva louvada por Jesus. Na linguagem figu­rada do seu tempo, já São Basílio pregava àqueles que se en­contravam em abastança: "O pão que em vossa casa fica como sobra inútil é o pão daqueles que passam fome; a túnica que está dependurada no vosso guarda-roupa é a túnica daquele que está nu; os sapatos a mais que nas vossas habitações permane­cem inúteis são os daqueles que andam descalços; o dinheiro que vós conservais aferrolhado é o dinheiro do pobre: vós cometeis tantas injustiças quantas são as obras de beneficência que po­deríeis praticar".

Tais palavras dão-nos que pensar, num tempo em que ódios e conflitos são provocados pelas injustiças daqueles que açam­barcam em desfavor daqueles que nada têm; daqueles que pre­ferem cuidar do seu próprio dia de amanhã a cuidar do dia de hoje dos seus semelhantes; daqueles, enfim, que por igno­rância ou por egoísmo, recusam privar-se do supérfluo em favor dos que carecem do necessário (cf. Mater et Magistra).

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E nesta linha de pensamento, como poderíamos deixar de evocar a renovação e a reconciliação exigidas pela plenitude de nosso "único pão" eucarístico? Para comungar, todos juntos, no Corpo de Cristo, é preciso estar-se possuído da vontade sincera de que a ninguém falte o necessário, mesmo que isso haja de ser à custa de sacrifícios pessoais. De outro modo, nós faríamos uma afronta à Igreja, ao Corpo Místico, de que somos os mem-

ibros. Assim, São Pàulo, quando admoestava os Coríntios, pu­:nha-nos também a todos nós de sobreaviso contra o perigo de -.um comportamento deplorável neste aspecto.

Seria, pois, pecar contra esta unanimidade o recusar hoje -a milhões de irmãos nossos o que comportam as exigências de sua promoção humana. Neste tempo da Quaresma, cada vez mais, a Igreja e as suas instituições de caridade apelam para os cristãos para esta empresa imensa. Pregar o Ano Santo é pregar o desapego, ao mesmo tempo alegre e profundo, que nos pode restituir à verdade de nós mesmos e à verdade da família humana, tal como Deus a quis. E sucederá, então, que a pre­sente Quaresma já poderá ser portadora, aqui na vida presente, para além da garantia da recompensa celestial, daquele "cem­-por-um" prometido por Cristo àqueles que dão com o coração aberto.

Procurai todos, neste Nosso apelo, ouvir um duplo eco: o da voz do Senhor, que vos fala e vos exorta ; e aquele outro, sofri~o, çia humanidade que chora e vos suplica. Todos, abso­luta~ent~ todos, l?ispos,_ sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos adultos. e crianças - a título individual e em comunidade -somos . chamados a tomar parte no amor, nesta obra de frater­nidad~, p'orque i.sso é u~ mandamento do Senhor.

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A ECIR CONVERSA COM VOC!S

Caros amigos,

Pela primeira vez o Brasil participou de uma reumao da Conselho Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Fomos a Paris como casal representante do Movimento no Brasil e queremos relatar a vocês o que foi essa reunião.

O que é o Conselho Internacional das Equipes de Nossa Senhora? É um órgão consultivo, destinado a pensar e acon­selhar a Equipe Responsável Internacional sobre os grandes pro­blemas das ENS e sua inserção na Igreja e no Mundo. Essa reflexão ajudará a Equipe Responsável na sua tarefa de esta­belecer as grandes orientações do Movimento. O Conselho In­ternacional compõe-se de casais representantes dos países com maior número de equipes, não havendo número prefixado de representantes. O ideal seria uma representação mais ou menos proporcional ao número de equipes, mas o custo da viagem torna o ideal muito difícil para os países distantes. Atualmente o Con­selho Internacional tem 14 casais membros, sendo 7 franceses e um de cada um dos seguintes países: Bélgica, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha-Áustria, Estados Unidos e Brasil. Os mem­bros da Equipe Responsável Internacional fazem parte do Con­selho. Tivemos a presença, também, do Pe. Roger Tandonnet, Conselheiro Espiritual da Equipe Responsável Internacional, e do Côn. Jean Giblet, convidado.

O Conselho reune-se anualmente, por quatro dias, para dis­cutir temas previamente estudados. A reunião de 1974 foi rea­lizada de 1.0 a 4 de novembro em Bievres, perto de Versailles. Estiveram presentes todos os casais do Conselho, com exceção dos representantes da Itália e da Espanha, ausentes por força maior.

O temário, posteriormente reconhecido como um pouco ex­tenso, foi o seguinte: 1) As equipes de Nossa Senhora e a Igreja; 2) As etapas da vida do casal e da equipe; 3) As exi­gências do Evangelho no lar; 4) A responsabilidade do Movi­mento face à contestação dos valores tradicionais do casamento e da família. Cada tema foi preparado por um casal do Con­selho e um roteiro para reflexão foi remetido aos membros. O mesmo casal apresentou o tema na reunião e orientou a reflexão dos grupos de trabalho. A rotina do encontro foi dentro do esquema já nosso conhecido: apresentação do tema, reflexão no grupo de trabalho, apresentação das conclusões em plenário e "pinga-fogo".

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Em linhas gerais o enfoque dos temas foi o seguinte:

1. As ENS e a Igreja - Qual o campo e o nível das res­ponsabilidades que as ENS devem e podem assumir, como mo­vimento, ao nível da Igreja? - Qual o risco de se perder o "sentido de Igreja?" - O "apostolado silencioso das Equipes", válido e atuante, precisaria ser complementado pela presença de casais no trabalho apostólico de maior extensão, notadamente na pastoral familiar diocesana? - As ENS têm campos de apos­tolado evidentemente vocacionados: preparação do casamento, formação de jovens, trabalho junto aos casais, por exemplo. Pa­rece que o mundo de hoje pede mais. As pequenas comunida­des, as comunidades de base pedem a experiência das ENS.

2. As etapas da vida do casal e da equipe - Como o amor e a vida conjugal evoluem, passam por crises, vencem as crises para terem condições de amadurecimento e aprofundamento, as­sim o amor fraterno e a vida comunitária da equipe também. Trata-se de reconhecer essas "crises de crescimento" das equipes, descobrir como ajudá-las e levá-las a um aprofundamento e a uma maturidade da vivência de equipe. Este tema está ligado ao problema das "equipes antigas" (horrível nome, não?), atual­mente com um esquema em experiência na França, Bélgica, Es­panha, Portugal, Suíça e Ilhas Maurícias.

3. As exigências do Evangelho no lar - O assunto é vasto e um dos seus aspectos - a vivência da pobreza evangélica no lar - ocupou a atenção do Conselho.

4. A responsabilidade do Movimento face à contestação dos valores tradicionais do casamento e da família - Nesse tema é que as características da conjuntura nacional de cada país mais revelaram sua influência. Os franceses, preocupados com a vo­tação da lei do aborto. Os americanos, preocupados com o en­fraquecimento da família afluente. Os alemães e austríacos (o representante dos equipistas de língua alemã foi um casal vie­nense - gente boa, parecida com os cariocas ... ) , preocupados com o problema das famílias em área comunista - só na Che­coslováquia há alguma possibilidade para as ENS. Os nossos irmãos portugueses estão diante do impacto de mudanças sociais profundas, em parte esperadas, em parte temidas. Um ponto, entretanto, foi unanimemente reconhecido - o Movimento, como tal, não pode, nem deve tomar posição oficial em nenhum as­sunto, a não ser que tenha certeza ( ?) da unanimidade da opinião dos equipistas.

Tivemos, também, uma palestra de Louis d'Amonville, sobre as ENS, amanhã. O ponto de destaque foi a necessidade de se continuar o trabalho de renovação, de atualização do Movimento. Isso exige um enfoque especial da vida de equipe como vida de

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comunidade cristã e uma revtsao da pedagogia do Movimento, principalmente para as equipes novas. Por isso, está em estudos um novo esquema para um tema básico para as equipes novas, com duração de 16 reuniões. O assunto é "quente", mas vamos esperar pelo material.

Impressões pessoais. :É impossível, nestas poucas linhas, co­municar a vocês o mais importante da reunião do Conselho -o encontro entre irmãos. Poderíamos escrever sobre o alto nível dos participantes, sobre a abertura e a honestidade das opiniões, a discreção da presença da Equipe Responsável Internacional, so­bre as falhas da organização, sobre a necessidade de correspon­dência entre os casais conselheiros, etc, etc. Mas o grande foi a gente que estava lá, com seus problemas, com sua fé, com sua língua, com sua esperança, com seu amor ao Movimento, com suas exigências, com seu amor fraterno, com sua humildade, com sua alegria, com sua doação. Poderíamos falar horas sobre a música de Theresia, e também de sua profundidade, sobre a ale­gria de Loretta, a americana-fenômeno (11 filhos), sobre a expe­riência tranquila de Francis depois de 32 anos de equipe, sobre os fados de Valdemiro, sobre o apostolado de Claudette e Henri, sobre a misteriosa presença de Alguém, sobre um Espírito que andou solto por lá. E falaríamos sobre o milagre do "falar em línguas". Ludovic, como bom brasileiro, nascido na Hungria, fa­lava inglês e ouvia francês , ou vice-versa. De vez em quando perguntava - "Que lingua je suis speaking?" O fato é que o Espírito soprava e todo mundo se entendia. O problema é, na volta, entender o que se anotou. Ainda bem que os franceses prometeram um "compte-rendu". Como Ludovic estava muito envolvido no problema de entender (francês) e falar (inglês), Elza tomava notas. Revendo as notas para este artigo, encon­tramos várias peças antológicas. Por exemplo: "Formar os ca­sais em profundidade. A visão cristã do sacrto du marriage. Di­fuser n/ maneira de vivre au plan em que vivemos c/ prudên­cia". Vocês entenderam? Nós também não!

Finalmente, uma observação. Em contato com equipistas de outros países, gente de peso e valor, tivemos uma visão do Mo­vimento em outras terras. Pois bem, nós, brasileiros, estamos na linha de frente! Recuperamos o terceiro lugar em número de equipes. A qualidade de nossa gente, de nossos quadros e de nossos métodos é das melhores. Temos todas as condições para sermos ainda melhores. Temos todas as condições (riscos?) para dar com os burros n'água. Tudo depende de vocês, equipistas. Diríamos mais, tudo depende de vocês, jovens equipistas. O Mo­vimento e a Igreja confiam em vocês.

Com o amor esperançoso de Elza e Ludovic

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A COMUNHÃO DO AMOR

Uma vez por todas, fique atento a este princípio bravíssimo: Ama e faze o que quiseres! Se calares, cala por amor. Se fa­lares, fala por amor. Se poupares, poupa por amor. Esteja em teu coração a raiz do amor; dessa raiz só pode brotar coisa boa. . . Muitos se abstêm do vinho, por causa dos irmãos mais fracos e por causa da liberdade própria. Mas tudo deve ser feito conforme o amor: o modo de viver, a palavra, a atitude externa, os gestos. Dê cada um daquilo que tem. Um tem dinheiro: que alimente os pobres, vista os nus, construa igrejas e faça com o seu dinheiro todo o bem que puder. Outro possui o dom do con­selho: que seja um boa guia para o próximo, afugente com luz amena as sombras da dúvida. Outro, ainda, tem inteligência e erudição: que sirva de celeiro às iguarias do Senhor e ofereça boas refeições a seus semelhantes, fortaleça os crentes, recon­duza os errantes, vá em busca dos extraviados e faça tudo o que estiver em seu poder. Também os pobres podem prestar benefícios. Dificilmente se encontrará alguém que não possa prestar socorro a ninguém. O último, porém não o menor, vem nesta palavra do apóstolo: "Suportai o fardo um do outro, e as­sim cumprireis a lei de Cristo".

O amor dentro de nós não sofre solução de continuidade, ao passo que os deveres externos da caridade têm o seu tempo e sua oportunidade. Deve a caridade assemelhar-se ao fogo, apo­derando-se primeiro do que fica mais próximo, para depois es­tender-se ao mais distante. Teus irmãos te são mais próximos do que todos os amigos. Um desconhecido te é mais próximo do que teu inimigo. Dar com amor nunca quer dizer perder. Dar é lucro. Não se perde o que se dá, mas possui-se ainda mais intensamente. E assim, como não se pode dar amor quando não se tem, só se tem amor quando se dá. Cresce todas as vezes que se dá, e tanto mais amor se adquire quanto mais ho­mens se tornam felizes por ele. Assim é o amor: só ele conhece o segredo de enriquecer cada vez mais a si mesmo dando aos outros.

(Sermões de Santo Agostinho - 271, 47, 170)

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ANO SANTO

APELO À RECONCILIAÇÃO

Uma das melhores perspectivas para o bom êxi:o espiritual do Ano Santo nasce da simplicidade com que Paulo VI o anun­ciou: o caráter espiritual do Ano Santo foi anunciado não com tlma Encíclica densa de considerações teológicas, mas com um discurso familiar aos fiéis reunidos na Basílica Vaticana. Não há, neste gesto, nada que possa ser interpretado em sentido triun­falista ou como um convite a manifestações exteriores que não estejam estritamente ligadas aos fins propostos: "a renovação do homem e a sua reconciliação com Deus, que se realizam antes de tudo a nível de profundidade, no sacrário interior, onde a consciência é chamada a realizar a sua conversão, ou "metanóia", mediante a fé e a penitência, e a tender para a plenitude da caridade".

Estes temas, a renovação e a reconciliação, são de grande atualidade e particularmente adaptados aos jovens, que aspiram a uma mudança radical da vida e a que se estabeleçam novas relações de justiça, de paz, de fraternidade e de solidariedade entre os homens. Estão igualmente em harmonia com os obje­tivos e os programas fixados desde as origens históricas do Ano Santo e do Jubileu hebraico que o precedeu.

Se é verdade, sob o ponto de vista pedagógico, que ao apre­sentar o Ano Santo aos jovens - e não só aos jovens - é ne­cessário começar pelos aspectos mais importantes para a vida de hoje, nem por isso se deve renunciar a uma apresentação também histórica do Jubileu. A vida de fé não tem uma só dimensão: há um hoje, mas também um ontem, e um amanhã. O povo de Deus abrange também os irmãos de outros tempos que, supe­rando as próprias fraquezas, encontraram em Cristo a chave da própria existência e transmitiram à posteridade, com o teste­munho da sua vida, a sua mensagem de solidariedade e de amor autêntico. Essa mensagem vive também uma alegre antecipa-

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ção de amanhã, consciente de suas responsabilidades, com Cristo e em Cristo, em relação às gerações futuras.

Para se preparar para o Ano Santo, cada homem é convi­dado a chegar a uma decisão fundamental no que diz respeito à orientação a dar à própria existência: "Queremos fazer de Deus e de Cristo o centro que condiciona e harmoniza a nossa vida?. . . ou situar em nós mesmos, no nosso egoísmo absorvente e falaz, o eixo de cada um dos nossos movimentos? Queremos dilatar o amor solidário para com os nossos irmãos - os que estão perto e os que estão longe - ou limitar o círculo da nossa visão social ao âmbito do nosso interesse restrito, fechado num amargo egoísmo individual ou coletivo, e por consegüinte ar­mado de ódio e de luta, incapaz de amar verdadeiramente?"

Com a sua insistência sobre a renovação interior do homem como base para todas as renovações autênticas da sociedade, o Ano Santo representa um convite explícito a cada pessoa para reexaminar a própria ação, não só à luz do destino que a espera mas também no âmbito do mundo em que vive. Com a cha­mada à reconciliação, o Ano Santo oferece uma ocasião provi­dencial a todos os homens, sem exceção, para compreenderem qual é a verdadeira nascente da solidariedade humana. "É ne­cessário, escreve o Cardeal Marty, dar o primeiro lugar a Deus, conhecido por meio de Jesus Cristo ressuscitado; é necessário encontrarmo-nos, convertermo-nos, libertarmo-nos, para melhor servirmos o mundo. É necessário encontrar as nossas raízes".

A renovação e a reconciliação podem realizar-se de muitos modos, pequenos e grandes, em cada ambiente e em todas as condições. Trata-se de um trabalho em profundidade que pode envolver-nos a todos: organizações já existentes, círculos juve­nis, centros de estudo e pessoas de todas as idades e de todos os ambientes. Não existem distinções; o apelo é dirigido a todos: estudantes, operários, trabalhadores dos campos, profissionais, re­ligiosos, administradores públicos, magistrados, homens de go

7 verno; a todas as pessoas de boa vontade.

"Cada um de nós deve sentir-se chamado para elaborar sobre si mesmo, em si mesmo, a renovação religiosa, psicológica, moral, operativa, à qual o Ano Santo quer fazer chegar" (Paulo VI).

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G. P. Carrol-Abbing (do Osservatore Romano)

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QUÁDRUPLA SAGRAÇÃO EM SÃO PAULO

No dia 25 de janeiro, festa de São Paulo Apóstolo, foram sagrados os quatro novos bis­pos auxiliares do Cardeal Arns, D. Francisco Manoel Vieira, D. Joel Ivo Catapan, D. Mauro Morelli e D. Angélico Sândalo Bernardino.

Dos novos bispos, dois estão muito ligados às Equipes de N assa Senhora, por serem ou terem sido Conselheiros espi­rituais de equipe: D. Angélico e D. Joel.

Provincial da Congregação do Verbo Divino e Presidente da Congregação dos Religiosos D. Angélico S. Bernardino

do Brasil, Seção S. Paulo, o Pe. Joel fora nomeado Conselheiro de sua Ordem - motivo pelo qual, tendo que se mudar para Roma, deixara em 1973 a equipe n.o 4 de São Paulo, da qual era assistentes há 6 anos.

Conselheiro espiritual de equipe em Ribeirão Preto des­de a fundação do Movimento naquela Arquidiocese, o Côn. Angélico era também Conse­lheiro espiritual do Setor. As equipes que deixou "órfãs" são a 3, a 4 e a 7. Na sua qualida­de de responsável pela Pasto­ral Familiar, D. Angélico sem­pre lidou com movimentos de casais - tanto o MFC como

D. Joel Ivo Catapan as ENS. Muitos são os equi-pistas que o conhecem, pois

fez palestras em Encontros Nacionais de Responsáveis de Equipe, pregou a Sessão de Formação de 1968 em Valinhos e participou da Sessão de Itaici com o Côn. Caffarel em 1972.

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Como Secretário Executivo do Regional Sul I da CNBB, D. Mauro Morelli foi assessor da Comissão Regional do Ano da Fa­mília, quando teve oportunidade de travar conhecimento com as ENS através de Alda e Teófilo Ribeiro de Andrade, Casal Coor­denador daquela Comissão, e das respostas dos equipistas ao inquérito da CNBB.

O Côn . Angélico concelebrando ao lado do Côn. Ca.ffarel em Itaici

Quanto a D. Francisco Manoel Vieira, desde 1963 está ligado à família, principalmente ao MFC, do qual fundou 10 equipes na sua pr imeira paróquia; continuava assistente de duas na atual, apesar do seu pesado trabalho como Vigário Episcopal e Coorde­nador de Pastoral da Região Leste I. Foi através dos cursos de preparação ao casamento que Mons. Vieira conheceu as ENS.

Apesar de toda a solenidade de que se revestiu esta quádrupla sagração, com a presença de um número impressionante de bispos e sacerdotes, a cerimônia desenrolou-se com bastante simplici­dade, num clima de grande recolhimento, e, ao final , em nome dos quatro bispos, D. Angélico dirigiu-se aos presentes.

Iniciou com uma ação de graças: "Com a vida ajoelhada diante da Santíssima Trindade, este é o momento para amplo, terno e profundo agradecimento. Graças pelo dom da vida. Pela filiação divina que, no batismo, nos foi dada através da força do Sangue de J esus. Graças pelo Sacramento da Ordem que

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agora em plenitude recebemos. Graças por todos quantos, no decorrer de nossa vida, foram instrumentos nas mãos do Senhor para que tantas maravilhas fossem vida em nossa vida".

Disse a seguir que desejavam renovar a sua fé na Santíssima Trindade, na Igreja, "mãe e mestra", sua esperança "em Deus que está conosco, em todos os instantes e circunstâncias", espe­rança também "em nosso tempo, em nosso povo", o seu amor a todos, desde o Santo Padre e o Colégio universal dos Bispos até nós, "leigos dedicados que, no coração do mundo e em equipes de Igreja, vão construindo o reino do Senhor, feito de justiça,.. amor e paz".

Afirmou ainda, em nome dos quatro bispos, o "compromisso• inadiável de trabalharmos em favor de todos, mas especialmente: dos pobres, dos humilhados, dos injustiçados, dos últimos, dos­'ninguém'". Insistiu que dariam o melhor de si para que São Paulo fosse humanizada, tornando-se habitável para todos os seus filhos: "Com os olhos na Nova Cidade, que será no futuro edi­ficada por Deus e da qual João nos fala no Livro da Revelação, procuraremos, disse D. Angélico, dar nossa vida para que esta cidade de São P aulo, construída pela inteligência, pelo entusias­mo, suor e lágrimas dos homens, conheça as dimensões de um coração novo, repleto da sant:dade, do amor de nosso Deus e Senhor . .. Nossa vida está entregue para que, desta cidade de São Paulo, um dia se possa dizer: 'Agora a morada de Deus está com os homens. Deus vai morar com eles e eles serão o seu povo. O próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já passaram'. (Apoc. 21, 3-4) ".

Finalizou reafirmando: "Amamos a todos, ninguém deixan­do fora deste grande e fraternal abraço" e fazendo suas palavras: de Paulo VI nesse sentido.

Aos novos pastores, as orações dos equipistas por um fecundo. ministér:o apostólico.

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APRENDA A ESCREVER NA AREIA

Dois amigos, Mussa e Nagib, VIaJavam pelas longas estradas que recortam as tristes e sombrias montanhas da Pérsia. Eram nobres e ricos e faziam-se acompanhar de servos, ajudantes e caravaneiros.

Chegaram, certa manhã, às margens de um grande rio bar­rento e impetuoso. Ao saltar, porém, de uma pedra, Mussa foi infeliz e caiu no torvelinho espumejante das águas em revolta. Teria ali perecido, arrastado para o abismo, se não fosse N agib. Este,. sem a menor hesitação, atirou-se à correnteza e livrou da morte o seu companheiro de jornada. Que fez Mussa? Ordenou que o mais hábil de seus servos gravasse na face lisa de uma grande pedra, que ali se erguia, esta legenda admirável:

VIANDANTE! NESTE LUGAR, COM RISCO DE SUA PRó­PRIA VIDA, NAGIB SALVOU HEROICAMENTE SEU AMIGO MUSSA.

Feito isto, prosseguiram, com suas caravanas, pelos intérminos caminhos de Allah. Cinco meses depois, em viagem de regresso, encontraram-se os dois amigos naquele mesmo local perigoso e trágico.

E , como se sentissem fatigados, resolveram repousar à sombra acolhedora do lagedo que ostentava a honrosa inscrição.

Sentados, pois na areia clara, puseram-se a conversar.

Eis que, por motivo fútil, surge, de repente, grave desavença entre os dois companheiros.

Discordaram. Discutiram. Nagib, exaltado, num ímpeto de cóle­ra, esbofeteou, brutalmente, o amigo.

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Que fez Mussa? Que farias tu, em seu lugar? Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e, tomando tranquilo o seu bastão, escreveu na areia clara, ao pé do negro rochedo:

VIANDANTE! NESTE LUGAR, POR MOTIVO FúTIL, NAGIB INJURIOU GRAVEMENTE SEU AMIGO MUSSA.

Surpreendido com o estranho proceder, um dos ajudantes de Mussa observou, respeitoso:

- Senhor! Da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib, mandastes gravar, para sempre, na pedra, o feito heróico. E agora, que ele acaba de ofender-vos tão gravemente, vós vos limitais a escrever na areia incerta, o ato de covardia! A pri­meira legenda, ó xeque, ficará para sempre! Todos os que tran­sitarem por este sítio dela terão notícia. Esta outra, porém, ris­cada no tapete de areia, antes do cair da tarde, terá desaparecido como um traço de espuma entre as ondas buliçosas do mar.

Respondeu Mussa: A razão é simples. O benefício que re­cebi de N agib permanecerá para sempre em meu coração. Mas a injúria ... essa negra injúria ... escrevo-a na areia, como um voto, para que, se depressa daqui se apagar e desaparecer, mais depressa, ainda, desapareça e se apague de minha lembrança.

Eis a sublime verdade, meu amigo! Aprende a gravar, na pedra, os favores que receberes, os benefícios que te fizerem, as palavras de carinho, simpatia e estímulo que ouvires.

Aprende, porém, a escrever na areia as injúrias, as ingrati­dões, as perfídias e as ironias que te ferirem pela estrada agreste da vida.

Aprende a gravar assim na pedra; aprende a escrever assim na areia.

E serás feliz.

Malba Tahan

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O PAPEL DO CASAL NA SOBREVIVt=NCIA DA FAMILIA

Vocês sabem como eu que, para o filho , a vida de família não se limita em descobrir o adulto que existe em cada um de seus pais. Supondo que um jovem reconheça de boa vontade as qualidades de seu pai e de sua mãe e mesmo as admire, isto não basta. É o casal - queiram ou não - que conta em pri­meiro lugar.

Antes de tudo é graças à união de seus pais que o filho des­cobre tudo o que dois seres humanos podem se tornar um para o outro. Ele o descobre para sua alegria e, por vezes, quando aquela não existe, à sua custa.

Que espécie de casal são vocês?

No coração do lar há sempre a umao dos pais, o amor de um pelo outr o. Os ser es humanos não lhe dariam tanto valor se não estivessem convencidos de que o arnor é a vida. Através dos pais, o filho é chamado a aprender desde a primeira infância que vida é amor. Há nela uma dupla revelação que a humani­dade se transmite de geração em geração.

Esta a experiência e também a ambição de vocês. Certa­mente não é coisa de pouca monta atualmente viver como marido e mulher toda uma existência, ter filhos e educá-los, responder às interrogações do presente relativas à sexualidade, compreen­der a evolução das mentalidades. Tampouco é coisa simples construir bem ou mal um lar com a crise da habitação, os mean­dros do mundo do trabalho, a incerteza crescente do dia de amanhã. Tantos assuntos que exigiriam ser tratados mais lon­gamente.

Entretanto, conhecemos inúmeros lares que, a despeito de provações, vivem seu amor em toda a verdade - mais ainda, crescem na unidade. Todavia, temos consciência de como são desumanas as injustiças sociais que atingem tantas famílias im­pedindo-lhes uma existência normal.

A maior parte dos casamentos hoje no Ocidente se faz por amor. Não todos, sem dúvida, porque o mundo continua sempre mais complicado do que se diz. O que . é surpreendente e pre­judicial é que muitos casais não vão até o fim de seu amor. Eles se casaram porque se amavam. Teriam julgado odioso casamen­to sem amor. Mas, uma vez de posse da "terra prometida", pa-

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ram aí e se conduzem como se seu amor agora tivesse de dar seus frutos. Comportam-se como se seu casamento bastasse por si só para guardá-los no amor, quando ao contrário o amor é que guarda o casamento!

Por vezes um fracasso . ..

Para certos filhos, a união de seus pais é a história de um fracasso. Foram testemunhas diárias e impotentes deste fracasso. Assistiram a uma desarmonia, tão pesada por seus silêncios quanto por suas discussões, que ora os acabrunhava, ora os desesperava, ora os exasperava. A não ser que guardassem qualquer lem­brança do tempo em que eus pais estiveram unidos.

Eles, porém, cedo se separaram. A mãe, a quem habitual­mente são confiados, em vão se esforça por enfrentar a sua ma­nutenção e educação, muitas vezes com uma coragem admirável. Corre ela o risco de ver chegar a idade em que eles se espantarão em ser tudo para ela. Se, ao contrário, se viram inseridos numa nova célula familiar, sentirão, apesar de todos os cuidados de que possam ser cercados, que estão em face de outro casal e não o que lhes deu a vida.

Sempre um ultrapassar exigente . ..

A exigência que julgo dever lembrar-lhes é a da coragem e da esperança. Sem dúvida, há erros e fracassos, sobretudo há crises. Os conflitos surdos ou declarados, episódicos ou não, são por vezes conseqüências da fraqueza ou da falha humana e con­firmam a seu modo que se realiza uma transformação, uma re­novação dos pais.

É normal que esta transformação, se bem que corresponda à expectativa do amor, encontre resistências. Estas os ajudarão a

l progredir. ' Não se presta serviço aos casais dissimulando-lhes tais di-

la< ficuldades com a capa de alguma consideração idílica. Tomar consciência delas como fazendo parte da condição humana é a garantia única para ultrapassá-las dia após dia. Sei de casais antes em crise que souberam se conhecer melhor, lutar e vencer. Não a preço de um compromisso hipócrita, mas graças a um ultrapassar, a uma ascensão de vida.

A fidelidade não é resignação mas, ao contrário, vitória sobre a morte.

(De Carta Pastoral do Cardeal François Marty, Arcebispo de Paris, a propósito do Ano da Família)

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O ENCONTRO COM CRISTO NO EVANGELHO

"Se você se queixa do silêncio de Deus, é porque não presta atenção ao Evangelho" .

No Evangelho Deus " puxa" conversa com você. Respon­da-lhe. E só assim você poderá dialogar com Jesus Cristo vivo.

Você teria coragem de deixar a carta do seu noivo sem ler, jogada sobre a mesa? Por que deixa então o Evangelho sem abrir dentro da gaveta?

Hoje há para você no correio uma carta do Filho de Deus. Que lhe estará Cristo dizendo hoje para o resto do seu dia?

Se você frequentar regularmente o Evangelho, lentamente adquirirá os sentimentos, os pensamentos, os julgamentos e a mentalidade de Cristo.

Se você procurar artificialmente "aplicações" para o Evan­gelho em sua vida, estará inventando receitas humanas. Deixe o próprio Espírito Santo inspirar-lhe, no momento oportuno, o papel que Cristo deseja desempenhar por seu intermédio. Se ~ você for fiel e atento, ficará surpreso ao vêlo intervir freqüente-mente. ~ isso o Evangelho dentro da vida.

Aproximar-se do Evangelho é antes de tudo dispor-se a aco­lher uma ação de Deus em você, pois você não é cristão porque ama a Deus, mas, sim, porque crê que Deus ama você e você se deixa amar por Ele.

Corra ao Evangelho. Não falte ao Encontro com Deus.

Michel Quoist

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MOVIMENTO DE ESPIRITUALIDADE

Neste ano em que completa 25 anos o Movimento no Brasil, parece-nos oportuno publicar as reflexões apresentadas pelo Pe. Gonzalez Dorado, num curso de pilotagem realizado em Sevilha, sobre a verdadeira natureza das Equipes de Nossa Senhora.

Eis a primeira parte dessas reflexões.

Como sabem, atualmente a palavra "Espiritualidade" vem sendo desprestigiada em muitos ambientes. Pois com freqüência se lhe tem dado um conceito de alienação. Parece que dedicar-se ao espírito supõe um despreocupar-se dos problemas que existem neste mundo, um submergir-se exclusivamente num mundo mais ou menos de sacristia. Esta objeção à palavra Espiritualidade nós podemos encontrar não só em determinados movimentos lei­gos, como também nos sacerdotais, de tal forma que uma das acusações que sabemos serem feitas contra as E.N.S. é precisa­mente esta de ser um movimento de espiritualidade. Por isso creio ser oportuno explicar o que é espiritualidade e também o que supõe um movimento de espiritualidade e de que outros tipos de movimentos se diferencia. Espiritualidade, sem dúvida, vem da palavra ''espírito". Isso é claro. Mas quando se fala em termi­nologia cristã, "espírito" se refere diretamente e com letras maiúsculas ao Espírito Santo.

De tal maneira que se perguntarmos: como nasceu a Igreja? a resposta evidentemente será - pelo Espírito. Isto é o que significa o dia de Pentecostes: os apósto.los foram homens que escutaram a Jesus, mas naquela época não existia a Igreja Cristã. A Igreja Cristã se fundou no dia de Pentecostes, quando o Espírito

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Santo desceu sobre aquele grupo de homens reunidos com Maria, mãe de Jesus, e esta presença do Espírito os congregou definiti­vamente entre si e lhes deu a força missionária que deve ter a Igreja em todas as partes do mundo. Por isso teremos que dizer que o coração da Igreja, o centro de cada cristão, e de onde quer que se realize a Igreja, como por exemplo no matrimônio, o centro da unidade da Igreja, do cristianismo, do próprio matri­mônio é precisamente o Espírito . Assim nos encontramos com o próprio coração da Igreja. Ainda mais. Este Espírito que é a alma da Igreja, motor, força, princípio de unidade para toda a Igreja e para todo o cristianismo, como nos diz São Paulo na sua l.a Carta aos Coríntios, Cap. XII, dá a cada cTistão uma ma­nifestação sua, própria, e esta manifestação que existe em cada cristão é o que chamamos de carisma: a vocação de cada cristão, i.é, missão que cada cristão tem de realizar dentro do mundo.

Quer dizer que o Espírito está presente para cada um de nós no dia de nosso batismo, e nosso batismo nos faz templos do Espírito Santo. Uma vez que o Espírito Santo penetrou em nós, nos deu a cada um de nós uma virtude, uma força e uma missão característica dentro da Igreja e do mundo.

Eu fui chamado para o sacerdócio, vocês, para o matrimônio; este foi chamado para ensinar, aquele para construir; alguém fo?: chamado pam a política; outrem para a economia; um para uma vocação determinada, outro talvez para dar testemunho de uma enfermidade; porém, a cada um o Espírito Santo se manifes ta e graças ao fato de termos em nós o Esph·ito Santo podemos realizar uma missão dentro do mundo e ocupar um posto dentro da Igreja.

A partir disso, que é Espiritualidade? Espiritualidade não é mais que a fidelidade, durante a vida, ao movimento que o Espírito Santo imprime dentro da Igreja e dentro de cada um de nós. Isso é espiritualidade. Espiritualidade é fidelidade ao Espírito. Quando eu vivo conforme a palavra de Deus, quando vivo as exigências do Espírito Santo, quando vivo conforme as exigências da minha vocação, quando vivo as exigêncis de meu matrimônio ou quando vivo de acordo com as exigências de minha própria profissão, então estou vivendo em espiritualidade. Quan­do vivo a vida afastando-me das exigências de Deus, do plano de Deus, da voz de Deus, da palavra de Deus, então não vivo em espiritualidade.

Portanto, como vêem, a palavra Espiritualidade, de acordo com este ponto de vista, não significa alienação, não significa fuga. Dizer Espiritualidade é o mesmo que dizer compromisso

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com o Espírito Santo, compromisso com o meu batismo, com­promisso com a minha profissão, compromisso com a humanidade toda. Isto é Espiritualidade.

O homem que não vive comprometido, embora seja tido por muito espiritual, não é homem de espiritualidade. Por isso, às vezes surge essa confusão: encontram-se pessoas que juntam as mãos, que falam tão piedosamente, que falam com voz tão hu­milde, tão apagada, que não se metem nunca em nada, que não se preocupam nunca por nada e dizemos: "que pessoa tão espi­ritual!" Nada disso! Digam antes: que pessoa tão boba, tão sem iniciativa, tão inútil , o que vocês quiserem, mas não digam: "que pessoa tão espiritual", porque a espiritualidade de cada um é medida em proporção com a fidelidade ao Espírito e com os compromissos que se vão assumindo no decorrer da vida. Con­forme me vou comprometendo e vou sendo fiel a esses compro­missos se vai desenvolvendo a minha Espiritualidade. Mas se esses compromissos vão desaparecendo para mim e não vivo as exigências de minha vida em todas as dimensões, nessa mesma proporção vai em mim desaparecendo a Espiritualidade.

Que é então um movimento de Espiritualidade? Não é um movimento de Piedade, que se compromete a praticar determi­nados exercíctios piedosos, a rezar determinadas orações, nem um movimento de Apostolado, quando as pessoas se unem para um apostolado comum. É um movimento de EspirituaUdade. Em outras palaV?·as, que p1·etende um movimento de Espiritualidade? O que dissemos antes: que a pessoa seja fiel ao seu próprio carisma, à chamada de Deus, às exigências que tenha e que se vá comprometendo progressivamente através da vida.

Sem dúvida, um movimento de Espiritualidade não nega nem a Piedade nem o Apostolado. Mas, no que diz respeito à Piedade, tirando alguns elementos impostos pelo Movimento,cada um pro­curará entender o que Deus lhe pede. Deus a um pedirá mais, a outro menos. Por exemplo, a um lhe dirá: de ti, Eu quero a missa diária; a outro lhe dirá: de ti somente a missa dominical; a este dirá: de ti Eu quero que leias mais; a outro lhe dirá que deve ler menos. Mas não há uma norma geral além de um mínimo em que se deve manter a pessoa.

Com o apostolado se dá o mesmo. Não pretende unir todo3 em um único apostolado, mas ajudar seus seguidores em duas coisas: primeir·o - a que cada um em seu ambiente se sinta sem­pre apóstolo, apóstolo em sua profissão, em sua vida cívica, após­tolo no meio ambiente em que vive. E se um dos adeptos de um

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movimento de espiritualidade pensa que deve unir-se a um apos­tolado organizado, que se una à organização que lhe pareça con­veniente e oportuna. E isto é exatamente o que acontece com o Movimento das E.N.S. Que pretende o Movimento? Desenvolver uma espiritualidade matrimonial que em último termo engloba a totalidade da vida de um homem e de uma mulher; e a partir dessa espiritualidade manter-se na expectativa de descobrir a vontade de Deus, a palavra de Deus, as exigências de Deus pam definir qual deva ser sua vida de Piedade e sua vida de Apos­tolado.

Cada um depois se comprometerá onde quiser; mas não há uma campanha comum que nos levaria a dizer: "Agora, todos pretendemos isto". O que diz um movimento de espiritualidade é: pretendemos que você se encontre com Deus, e busque real­mente a posição e o lugar onde tem de realizar seu apostolado. Por isso, o movimento das E.N.S. tem a meu ver um valor im­portantíssimo: não tenta limitar a gente, mas desenvolver o po­tencial de cada um. E não existe nenhuma objeção a que uma pessoa pertença simultaneamente às E.N.S. e ao grupo de sua paróquia; ou à Ação Católica, ou a quaisquer outros movimentos. Cada um é livre. Não é porque pertence a um movimento que não pode pertencer a outro. Muito pelo contrário. Justamente por­que você pertence a este Movimento, vamos prepará-lo para que possa pertencer a outro; ou então mesmo que não pertença a nenhum movimento estamos preparando-o para que seja um após­tolo no lugar onde tem de realizar sua vocação. Isto, na realidade, vai depender de uma fé viva no Evangelho.

É que o cristianismo é fermento. O que pretendem as E.N.S. não é tanto crer na eficiência do que elas próprias realizam, mas respeitar todos aqueles que fazem ou realizam algo. E se alguém quer pertencer a outros movimentos, que pertença com toda a liberdade. O que cremos é que cada casal, cada homem e cada mulher tem que ser fermento, onde quer que se encontre; portanto, o apostolado não é das 3,00 às 5,00 ou das 7,00 às 8,00 hs. mas deve abranger a totalidade da vida. Dessa maneira, nós não chamamos as E.N.S. de movimento apostólico nem tampouco de movimento de piedade. Chamamos de Movimento de Espiritua­lidade. Este ponto devemos deixar bem claro. As E.N.S. são um movimento de Espiritualidade de homens, de mulheres, de casais que buscam sinceramente a vontade de Deus, para ir encontrando todos os compromissos que têm de assumir na vida e viver uma vida de plenitude evangélica mais unidos com a Igreja e mais unidos com o Mundo. Isto é o que pretende o Movimento.

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MONOLOGO A MODA DE LUCAS

"Subiram dois homens ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano.

O fariseu, de pé, orava no seu interior desta maneira:

"Meu Deus, eu te dou graças por não ser como os demais homens, ladrões, injustos, adúlteros, como este publicano; jejuo duas vezes por semana, entrego o dízimo de todas as minhas rendas". . . e ainda dou a minha contribuição mensal para as Equipes de Nossa Senhora - bem direitinho. . . Aliás, tenho aqui no bolso o meu "cartão" de membro das Equipes.

No momento não o encontro!

Deve estar misturado aos cartões de Congregado Mariano, de Membro do Apostolado da Oração, da Adoração Perpétua, de Cursilhista, de assinante da Ave-Maria, da Família Cristã, da Vozes, e até da Voz do Paraná ...

Sabeis, meu Deus, que tenho sido um ótimo equipista. O meu cartão de "controle" das obrigações está uma bele­

zinha: quase tudo SIM! Tenho dado bons exemplos aos meus companheiros de equipe.

Acho mesmo, meu Deus, que já nem preciso das Equipes, pois elas nada mais têm para me dar.

Que bom, meu Deus, que eu não seja como este publicano, que nem equipista é ...

Parece que já chegamos ao ponto sonhado pelo Cônego Caffarel! Já somos perfeitos dentro do Movimento! ...

Gostaria de armar uma tenda por aqui.

Está tudo tão calmo, tão tranqüilo, tão santo!

* * * "Quanto ao publicano, mantendo-se longe, nem sequer ousava

levantar os olhos para o céu, mas batia no peito e dizia:

- Meu Deus, tem piedade do pecador que sou." "Ensina-me a orar" (Lc. 11, 11), "Pois na minha fraqueza,

não sei pedir nem orar como convém" (Rom. 8, 26).

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"De boa vontade me vanglorio das minhas fraquezas; a fim de que habite em mim a virtude de Cristo" (2 Cor. 12, 9-10).

Há tanta coisa para ser feita!

Há tanta coisa para dar aos outros!

Há tanta coisa para receber!

Estou nas Equipes como voluntário. E o que se pede a um voluntário é o querer: um quere1· espontâneo, sem coação, de vontade própria.

"Mas querer o bem eu o acho em mim, mas não o meio de o fazer perfeitamente. Eu não faço o bem que quero mas faço o mal que não quero" (Rom. 6, 18).

"Um miserável, é o que eu sou!" (Rom. 7, 24).

E acabo esquecendo que sois Vós, Senhor, "quem, segundo o vosso beneplácito, realiza em nós o quer·e1· e o executar" (Fil. 2, 12-16).

Ajudai-me, Senhor, a ser bom equipista, bom cristão, vosso legítimo herdeiro. Ajudai-me, Senhor, a ver em cada irmão de equipe a vossa própria imagem. Ajudai-me, Senhor, a "fazer todas as coisas sem murmurações, nem discussões, para que possa brilhar como luzeiro do mundo".

"Senhor, que não se faça a minha mas a vossa vontade" (Lc. 23, 46).

* * * "Eu vos declaro que este desceu para casa justificado, ao

contrário do outro. Porque todo o que se exalta será humilhado c quem se humilha será exaltado" (Lc. 18-10-14).

"No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis.

Rogamo-nos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais. Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação.

A respeito da caridade fraterna, não temos necessidade de vos escrever, porquanto vós mesmos aprendestes de Deus a vos amar uns aos outros.

Mas ainda vos rogamos, irmãos, que vos aperfeiçoeis mais e mais" (I Tess. 4, 1-3; 39).

Nair e Amaury de Munhoz Rocha (Equipe nQ 2, Curitiba)

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NOTíCIAS DOS SETORES

SAO JOSÉ DOS CAMPOS - Dia de recolhimento

Reuniram-se os equipistas para assistirem a duas palestras proferidas por Maria Helena e Nicolau. Transcrevemos do Bo­letim: "As palestras de Maria Helena e Nicolau são sempre um alerta de como viver o cristianismo no estado de casados, mas são marcadas por estranha sutileza. Elas nos levam do riso franco às lágrimas de emoção, paulatinamente e sem choques, e são, em última análise, um precioso estímulo e um valioso exemplo de vida conjugal-cristã a ser seguido. Já conhecíamos Maria Helena e Nicolau do nosso primeiro ano de equipistas e sempre nos emocionamos com a sinceridade que caracteriza o casal. No seu modo pitoresco e brincalhão, Nicolau desce às pro­fundezas da espiritualidade conjugal, com uma habilidade tão grande que, quando nos damos conta, já estamos envolvidos por rigorosa chamada à responsabilidade de equipistas.

Após as duas palestras, reuniram-se grupos de trabalho for­mados por casais pertencentes a equipes diferentes, para respon­derem a duas perguntas: 'Com que espírito devemos ir a uma reunião de equipe?' e 'Como temos respondido aos apelos da Igreja?'. Em seguida, feito o relatório dos grupos de trabalho, Nicolau falou sobre a Reunião preparatória e seu aspecto indis­pensável, além de dar mais alguns preciosos conselhos aos equi­pistas empenhados em dar palestras nos Cursos de Preparação para o Casamento. A Santa Missa encerrou o encontro".

GUARATINGUETA - Compromisso

Em cerimônia de encerramento do ano, com Missa e con­fraternização, compromissou-se a Equipe 1 de Aparecida, e as equipes 1, 2, 3 e 5 de Guaratinguetá renovaram o seu compro­misso.

BAURU - Manhã de estudos e reuniões mistas

"Foi altamente proveitosa a manhã de estudos promovida pelo Setor. Isto porque o comparecimento foi excelente, prova inequívoca do interesse da maioria dos nossos casais por uma oportunidade como essa de maior enriquecimento espiritual, e, por outro lado, as palestras do Côn. Pedro Branco, de J aú, ver­sando sobre a família, foram repletas de conteúdo. Dentro desse tema, o culto e simpático sacerdote desenvolveu amplo enfoque da problemática da família no momento, problemática tão im-

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portante e tão complexa que com ela se preocupam autoridades, sociólogos e, como não poderia deixar de acontecer, movimentos como o nosso, visceralmente ligados no tempo e no espaço a tudo quanto diga respeito às mais sérias responsabilidades da família. Houve grupos de trabalho e plenário, tendo o encontro se encerrado com missa, na Capela do Colégio, organizada pela Equipe 2. Um almoço comunitário, no Recanto Na. Sra. de Fá­tima, encerrou alegremente a manhã de estudos, que merece ser repetida, face aos seus excelentes resultados".

(do Boletim)

O destaque da reunião de equipes mistas foi a colaboração dos equipistas Ministros Extraordinários da Eucaristia nas reu­niões em que os Assistentes espirituais não puderam compare­cer: prepararam-se para a explicação do texto de meditação e receberam as luzes do Espírito Santo, conduzindo-a maravilho­samente.

GUANABARA - Ano Santo

Dando prova de criatividade, os responsáveis da GB resolve­ram substituir o Dia de Estudos programado por três noites de preparação do Ano Santo, cuja r esponsabilidade ficou a cargo da Equipe 1.

PETRóPOLIS - Dia de recolhimento e Reuniões mistas

Dentro do tema geral "A mística vocacional", três palestras, versando sobre "Vocação humana, vocação cristã", "Alternativas na vocação cristã - vocação matrimonial" e "Vocação equipista", foram as proferidas por Frei Carlos, Conselheiro espiritual das equipes 1 e 13. Quanto à reunião de equipes mistas, que nossos companheiros da Região Guanabara chamam de "inter-equipes", visando acompanhar as reflexões desenvolvidas durante o Ano da Família, o tema foi "A família no mundo de hoje".

Trabalho em comum cria laços

Transcrevemos do Boletim: "Caso inédito no Movimento: projeto de fusão das equipes 17 e 29, que passariam a ser a 1729. Tudo começou em maio, quando as citadas trabalharam juntas como equipe de serviço que preparou o Dia de Estudos. De lá para cá foram três reuniões informais, com muita animação. Ê uma 'fusão' de brincadeira, mas que dá como resultado um cres­cimento mútuo. Vamos imitar?"

SAO PAULO, Setor B - Curso de Pilotagem

De João e Maria Célia, da equipe 33, recebemos a seguinte carta: "Não poderíamos deixar de contar-lhes a respeito do cur-

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so de pilotagem que acabamos de fazer. São tantas as graças recebidas nas Equipes que resolvemos retribuir todas essas dá­divas. Entregamo-nos à vontade de Deus, oferecendo-lhe a nossa boa vontade. E ao que Ele nos encaminhou, vejam vocês, foi exatamente ao curso de pilotagem. Mas como? pensamos nós: para ser sinceros, até temos uma certa dificuldade em nos ex­pressar e também somos um pouco tímidos. . . Sabemos porém que, muito antes de O escolhermos, Ele já nos havia escolhido, e isso nos ajudou a enfrentar todas as nossas dificuldades para levarmos avante a vontade de Deus.

Foram 10 aulas, onde 3 casais nos preparamos para a grande tarefa de formar e informar equipes novas. Essas aulas tão proveitosas vieram nos esclarecer sobre uma série de pontos um tanto obscuros para nós e nos deram uma nova visão do que é a vida de um equipista, a sua missão, as suas responsabilidades. Podemos dizer, sinceramente, que crescemos com o curso.

Sabemos que nossa responsabilidade é muito grande, que confiamos nEle, que tudo pode. Temos certeza de que um novo Pentecostes nos virá. O importante é que possamos ser instru­mentos dóceis nas mãos de Deus. E para isso contamos com as <Jrações de todos vocês, irmãos equipistas".

FLORIANóPOLIS - Flagelados de Tubarão

Recebemos do Setor de Florianópolis pedido de estender atra­vés da Carta Mensal agradecimentos a todos quantos colaboraram na campanha de assistência aos flagelados de Tubarão. Na im­possibilidade de publicar na íntegra a carta assinada pelo arce­bispo de Florianópolis, pelo diretor da Ação Social Arquidioce­sana e pelo representante do Lions Clube, reproduzimos o se­guinte trecho:

"Acontece, não raro, nestas emergências, que muitas famílias ou lugares, fortemente prejudicados, não entrem no rol dos con­templados por auxílios e outras providências. Nossa contribui­ção, modesta sem dúvida em confronto com as necessidades de tantos, deseja minorar o sofrimento dos que foram esquecidos, e quer significar um gesto concreto de fraternidade cristã numa hora em que uma boa palavra e a expressão de simpatia e soli­dariedade não conseguiriam, por si sós, confortar e reeguer os ânimos".

JUBILEU SACERDOTAL

No Rio, o Pe. Almeida e, em Petrópolis, Frei Hugo Baggio completaram 25 anos de sacerdócio. Parabéns aos dedicados Con­selheiros espirituais - e aos demais que também comemoraram seu jubileu sem que ficássemos sabendo.

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DEUS CHAMOU A SI

Luís Gonzaga Rios, casado com Antonieta, membro da equi­pe 1 de São José dos Campos e responsável do Setor de junho de 1969 a dezembro de 1971.

Tanto mais quanto a C.M. de dezembro nada pôde noticiar por estar no prelo, quiséramos agora falar um pouco desse cristão exemplar que Deus retirou do nosso convívio com apenas 45 anos para chamá-lo a gozar eternamente da Sua presença. No entan­to, o artigo prometido pelo Setor de São José ainda não ficou pronto ... Por ora, diremos apenas que "o Rios", como era cari­nhosamente chamado, faleceu no dia 4 de novembro, deixando 7 filhos menores. Vitimado pela mesma doença que atingiu Mareei Delpont, sabia que ia para o Pai e preparou-se com sere­nidade, constituindo-se num exemplo de fé para todos.

Antonieta e Rios foram pioneiros em instituir no Brasil a experiência das noites de oração em casa, e a Carta Mensal pu­blicou seu testemunho a respeito em março passado. Muitas eram as atividades apostólicas do Rios, que se dedicava sem me­dir esforços, acreditando, segundo dizia sempre, que "para aque­les que trabalham para Deus, basta a recompensa de tê-10 en­contrado".

NOVOS RESPONSAVEIS -Guanabara

A Região Guanabara foi desdobrada. Maria Lúcia e Plínio mudaram-se para Recife e os Casais Responsáveis pelas novas Regiões são:

Região Rio de JaneiTo : Betisa e João de Biase Região Centro-Leste: Maria Alice e Adelson Também mudaram os Responsáveis dos Setores A e B do

Rio. Tendo que se afastar por motivo de Saúde, Maria Teresa e Luís Sérgio foram substituídos por Maria de Lourdes e Eitel Roberto Poggi Nogueira de Sá. O Setor B, cujo Casal respon­sável "virou" Regional , foi entregue aos cuidados de Myrian e Thiago Ribas Filho.

Curitrba, Setor A

"Aposentando-se" Lourdes e Sílvio, estão agora à testa do Setor Zilda e Bleggi. A "velha guarda", incansável, continua a postos: parabéns e felicidades! (E obrigado pelos artigos -enviem sem pre!)

Caçapava

Adélia e Zito, responsáveis pela Coordenação desde o seu início, deixaram o cargo e foram substituídos por Zuzu e Clovis Dantas.

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EQUIPES NOVAS - ltajaí

Foram lançadas mais três equipes em Itajaí, elevando a 17 ·O número de equipes pertencentes ao Setor de Brusque. (São 10 em Brusque, 2 em Gabiruba, 1 em N avegantes e agora 4 em ltajaí. Quanto a Blumenau, já há tempos se emancipou, cons­ii tuindo sua própria Coordenação) .

Belém do Pará

Nasceu a n.0 2! Escreve-nos o Regional (Sul. .. ): "Confir­mando os prognósticos feitos quando da criação da 1.a equipe, de que 'o campo seria fértil', Plínio e Mônica, antes de deixarem Belém para retornar a Santa Catarina, instalaram a segunda equipe de Belém do Pará ... "

Ribeirão Preto

Foram lançadas mais duas equipes.

Catanduva

Nasceu a 1.a equipe, ligada ao Setor de Ribeirão Preto.

Limeira

Também a Coordenação de Limeira conta com mais duas equipes.

Guarujá

Comunica o Setor de Santos que foi formada a segunda equi­pe no Guaruj á.

Guaratinguetá

Em pilotagem as equipes 4 e 6.

RETIROS DA REGIÃO SAO PAULO-A

Março Abril Maio Junho Agosto Setembro Outubro Novembro

Todos no

De 21 a 23 De 25 a 27 De 22 a 24 De 22 a 24 De 22 a 24 De 19 a 21 De24a26 De 21 a 23

Instituto Paulo VI

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com criança! sem crianças com crianças sem crianças sem crianças com crianças sem cri~ças com crianças

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SESSAO DE FORMAÇAO EM JUNDIAf

Com a participação de 24 casais, oriundos da Guanabara, de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Casabranca, São Carlos, Jundiaí, Santos, Aparecida e Guará, realizou-se de 19 a 22 de setembro, em Jundiaí, mais uma Sessão de formação.

Se a Sessão foi boa ou não, produziu frutos ou não, só Deus sabe. Não existe nenhum computador capaz de medir o cres­cimento interior de uma pessoa, mesmo porque é diante da vida, no dia a dia, na tomada de posição de cada um, que os efeitos daqueles três dias far-se-ão sentir.

Os participantes da Sessão de Jundiaí

Nós, da equipe de serviço, que estivemos vivendo a Sessão desde que ela começou a ser preparada, que nos preocupamos com ela, que rezamos por ela, que a vivemos mais intensamente no seu tempo de duração, que participamos daquele convívio tão gostoso com os irmãos de tantos lugares, ao final, nosso primeiro pensamento talvez tenha sido - "Missão cumprida. Da Sessão, só nos restarão as saudades de todos". Grande engano! Quão presente ela está ainda em nossa vida! Quanta coisa a falar sobre ela! Quanto para refletir a nosso respeito à luz de tudo o que lá aconteceu!. Quanta coisa a transformar em nós mes­mos, em nossa vida!

Como foi bom para nós termos trabalhado nessa Sessão!

A equipe de serviço

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ENCONTRO DE RESPONSAVEIS DE COORDENAÇAO

Reuniram-se em Itaici, nos dias 12 e 13 de outubro, os Casais Responsáveis de Coordenação. Ausentes apenas os Casais Res­ponsáveis das Coordenações de Caçapava, Juiz de Fora e Bra­sília, ausência muito lamentada, principalmente dos dois últimos, dada a pouca oportunidade de contactos devida a distância. (Quan­to a Germana e Joaquim, ninguém pode culpá-los: já haviam vindo de Brasília da outra vez, quando o Encontro foi desmar­cado na última hora ... )

Lá estavam os responsáveis pelas Coordenações de Blume­nau, do interior do Paraná, de Niterói, de Araçatuba, Casa Bran­ca, Dracena, Garça, Guaratinguetá, Itapetininga, Jacareí, Limei­ra, Lins e Vinhedo. De algumas coordenações, vieram vários casais: Araçatuba: 2, Dracena: 4, Garça: 2 e Lins: 2. Presen­tes também os Freis Valentim Horn, de Dracena, e Roberto Nu­nes, de São Gonçalo, o Pe. Walter Carrijo, e os Casais Regio­nais do Paraná, da Guanabara e da Região São Paulo D. Da ECIR, 5 casais, o Pe. Aquino e Luís Fernando, filho de Dirce e Rubens, que tomou conta do "mercadinho" e prestou muitos ou­tros serviços.

Nas outras alas de Itaici, havia um grupo de jovens e um concorrido retiro organizado pelo Setor de Campinas. Tão boa é a disposição da casa que nenhum grupo perturbou o outro e, no refeitório, os jovens aderiram à benção das refeições, cantando com os equipistas.

Ludovic falou sobre o que é uma Coordenação, apresentando as duas fases da mesma com suas características. Houve 3 gru­pos de co-participação, coordenados pelos Regionais, e que se reuniram 2 vezes, uma em cada dia, sobre os temas: "Como é minha Coordenação?" e "O que fazer para adequar minha Coor­denação ao ideal proposto?". A participação foi muito boa, per­mitindo a colocação, com muita abertura, das dificuldades de cada um.

O clima foi de muita fraternidade, muita alegria e também muita receptividade e interesse. Muito bom também o clima de oração. Parece que todos aproveitaram do Encontro.

E. T. : "Puxando a sardinha para a nossa brasa", vamos contar que em Itaici os Responsáveis das Coordenações de Araçatuba e Limeira disseram que a Carta Mensal é esperada com muito interesse em suas cidades. Fica­mos muito contentes também com a noticia de que um Conselheiro espiritual, vigário de uma paróquia, aproveita freqüentemente o conteúdo da Carta para as suas prédicas dominicais.

Gratos pelo incentivo!

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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO - Ef. 4, 25-27, 29-31

Porisso, renunciai à mentira e falai a verdade no trato com o próximo, já que somos membros uns dos outros. Se sentirdes raiva, seja sem pecar: não se ponha o sol sobre a vossa ira, para não dardes oportunidade ao demônio. Nenhuma palavra má saia de vossa boca, mas só o que é capaz de edificar, quando for ne­cessário e de fazer bem a quem ouvir. Não contristeis o Espírito Santo de Deus, que vos assinalou com sua marca para o dia da redenção. Amargor, indignação, cólega, gritos, injúrias, e toda espécie de malícia sejam banidos dentre vós. Sede antes bon­dosos e misericordiosos uns para os outros, perdoando-vos mutua­mente, como Deus vos perdoou em Cristo.

ORAÇÃO LIT(JRGICA - Salmo 31 A

Feliz o homem cujos pecados foram perdoados, cujas culpas foram apagadas. Feliz ele é, Pois o Senhor deixou de considerar sua infidelidade, e ele mesmo acabou por reconhecer: "Eu pequei ... "

Enquanto eu abafava a voz da minha consciência, uma aflição me consumia por dentro, e me fazia gemer o dia inteiro. Tua mão, Senhor, pesava sobre mim, e eu me sentia sem ânimo nenhum, como nos dias de mormaço quente do verão.

Aí, não aguentei mais ocultar o meu pecado, e te revelei o mal que cometi. Então resolvi: "Vou reconhecer minha infidelidade diante do Senhor". E Tu me perdoaste!

Por isso, quem f_or seu amigo recorra ao Senhor no tempo da aflição. Mesmo que aconteça uma catástrofe, ele não será atingido.

P orque também para mim, Senhor, foste um abrigo seguro, e ainda hoje me preservas da angústia.

A alegria da tua salvação me envolve inteiramente.·

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CALENDARIO 1975

ENCONTRO NACIONAL DE CASAIS RESPONSAVEIS DE EQUIPE

Interior - 28 e 29 de Junho

Guanabara - 5 e 6 de Julho

Sul -- 26 e 27 de Julho

ENCONTRO DA ECIR COM OS RESPONSAVEIS REGIONAIS E RESPONSAVEIS DE SETOR

30-31 de Maio e 1_0 de Junho

ENCONTRO DA ECIR COM OS CASAIS RESPONSAVEIS DE COOitDENAÇÃO

27 e 28 de Setembro

SESSõES DE FORMAÇÃO

19 Grau -- Sul -- 19 a 21 de Abril

29 Grau

São Paulo -- 13 a 15 de Junho

Guanabara -- 5 a 7 de Setembro

Interior -- 14 a 16 de Novembro

São Paulo -- 27 a 29 de Março (Semana Santa)

São Paulo - 24 a 26 de Outubro

REUNióES DA ECIR COM OS RESPONSAVEIS REGIONAIS

5 de Abril

23 de Agosto

29 de Novembro

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EQUIPES NOTRE DAME

49 Rue de Ia Glaciére Paris XIII

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

04538 - Avenida Horáelo- Lafer, 384 - Te!. 210-1340

- São Paulo, SP -