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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    JUNIOR GIACOBBO

    ESTUDOS DE CASO COMPARATIVOS ENTRE

    NORMAS DE ILUMINAO:

    NBR 5413 e NBR ISO 8995-1

    Porto Alegre2014

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    JUNIOR GIACOBBO

    ESTUDOS DE CASO COMPARATIVOS ENTRENORMAS DE ILUMINAO:

    NBR 5413 E NBR ISO 8995-1

    Trabalho de Concluso do Curso de Graduao em

    Engenharia Eltrica apresentado na Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul.

    Orientador: Prof. Dr. Flvio Antnio Becon Lemos.

    Porto Alegre2014

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    AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais, por me proporcionarem todas as condies e todo o suporte

    para a concretizao desta to importante conquista.

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Flvio Antnio Becon Lemos, pelo

    acompanhamento e timo aconselhamento ao longo de todo o trabalho, alm de

    toda sua compreenso e conhecimento.

    minha namorada, que indispensvel minha vida e me d todo apoio e

    carinho necessrios.

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    RESUMO

    Este trabalho apresenta um estudo comparativo entre as normas de iluminao

    brasileiras: a NBR 5413, que foi revogada em abril de 2013 e a NBR ISO 8995-1,

    que passou a vigorar desde ento. Sero apresentados projetos para uma sala de

    aula, uma sala bancria e uma metalurgia para usinagem de peas para com

    clculos manuais e atravs do DIALUX para comparao. O nvel adequado de

    iluminao evita fadiga dos usurios e melhora o desempenho para realizao das

    tarefas. O planejamento adequado da iluminao interna alia economia e conforto.

    Apesar da importncia da iluminao de interiores, que nos afeta diretamente em

    locais de trabalho e lazer, a norma brasileira ficou mais de 20 anos sem atualizaesat ser substituda em 2013. A ISO 8995-1 segue padres internacionais de nveis

    de iluminao e aborda aspectos quantitativos e qualitativos da iluminao. O estudo

    tcnico mostrou que os custos envolvidos no projeto so semelhantes, o valor das

    luminrias com controle de ofuscamento levemente superior ao valor das

    luminrias comuns, entretanto, o valor exigido para iluminncia determinante para

    o custo total do projeto.

    Palavras-Chave: Iluminao; Norma NBR 5413, Norma ISO 8995-1.

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    ABSTRACT

    This paper presents a comparative study between Brazilian lighting standards: NBR

    5413, which was repealed in April 2013 and ISO 8995-1, which became effective

    since then. Designs for a classroom, a bank and a metallurgy was showed with

    manual calculations and through DIALUX for comparison. Appropriate level of

    lighting prevents fatigue and improves performance users to accomplish tasks.

    Proper planning of indoor lighting, combines economy and comfort. Despite the

    importance of indoor lighting that affects us directly at workplaces and leisure, the

    Brazilian standard was more than 20 years without updates until replaced in 2013.

    ISO 8995-1 follows international standards for lighting levels and addresses issues

    quantitative and qualitative lighting. The technical study showed that costs involved in

    the project are similar, the value of fixtures with glare control is slightly higher than

    the common lamps, however, the required value for illuminance is crucial to the

    overall project cost.

    Keywords: Illuminance, NBR 5413, ISO 8995-1.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1: Comparativo de eficincia entre diferentes tipos de lmpadas ..................................... 14

    Figura 2: Iluminncia .......................................................................................................................... 15Figura 3: Luminncia: Luz refletida visvel .................................................................................... 15

    Figura 4: Intensidade Luminosa ........................................................................................................ 16

    Figura 5: Luminria LAA 03-E e sua respectiva curva de iluminao ........................................... 16

    Figura 6: Temperatura de Cor ............................................................................................................ 17

    Figura 7: ndice de Reproduo da Cor ............................................................................................ 17

    Figura 8: Ofuscamento ....................................................................................................................... 18

    Figura 9: ngulo de corte ................................................................................................................... 19

    Figura 10: Zona crtica de radiao ................................................................................................... 22

    Figura 11: ngulo de Blindagem ....................................................................................................... 22

    Figura 12: rea de Tarefa e Entorno Imediato ................................................................................. 25

    Figura 13: Luminria LAN do fabricante Lumicenter para a escola .............................................. 35

    Figura 14: Distribuio das luminrias NBR 5413 ........................................................................ 38

    Figura 15: Clculo feito no DIALUXNBR 5413 .............................................................................. 38

    Figura 16: Luminria LAA-E da Lumicenter para a escola ............................................................. 39

    Figura 17: Distribuio das luminrias na sala de aula NBR ISO 8995-1 ................................... 41

    Figura 18: Clculo feito no DIALUX para a escola NBR ISO 8995-1 ........................................... 41

    Figura 19: Luminria LAN da Lumicenter ......................................................................................... 43Figura 20: Distribuio de luminrias para a sala bancria NBR 5413....................................... 45

    Figura 21: Clculo feito no DIALUX para a sala bancria NBR 5413 .......................................... 45

    Figura 22: Luminria LAA-E da Lumicenter ..................................................................................... 47

    Figura 23: Distribuio de luminrias para a sala bancria NBR ISO 8995-1 ............................ 48

    Figura 24: Clculo do DIALUX para o comrcio NBR ISO 8995-1 ............................................... 48

    Figura 25: Luminria LHB-S ............................................................................................................... 51

    Figura 26: Clculo do DIALUX para a indstria metalrgica NBR 5413 ..................................... 52

    Figura 27: Distribuio de luminrias para a indstria de metalurgia NBR 5413 ...................... 53

    Figura 28: Luminria LHB-S ............................................................................................................... 54

    Figura 29: Clculo do DIALUX para a indstria metalrgica NBR ISO 8995-1 ........................... 55

    Figura 30: Distribuio de luminrias para a indstria de metalurgia NBR ISO 8995-1 ........... 56

    Figura 31: Iluminncia em Pontos Distantes da rea de TrabalhoNBR ISO 8995-1 ................. 56

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Relao entre luminncia e ngulo de corte ................................................................... 19

    Tabela 2: Tabela nmero .................................................................................................................... 23Tabela 3: Quadro comparativo entre as Normas NBR 5413 e NBR ISO 8995-1 ............................ 31

    Tabela 4: Quantitativo de iluminncia para escolas NBR 5413 ................................................... 35

    Tabela 5: Fator de utilizao .............................................................................................................. 35

    Tabela 6: Fatores de Manuteno para Lmpada Fluorescente .................................................... 36

    Tabela 7: Fator de Manuteno fornecido pela ETAP para luminrias de LED ............................ 36

    Tabela 8: Valores calculados NBR 5413 ........................................................................................ 37

    Tabela 9: Quantitativo de iluminncia para escolas NBR ISO 8995-1 ........................................ 39

    Tabela 10: Fator de utilizao ............................................................................................................ 40

    Tabela 11: Valores calculados NBR ISO 8995-1 ............................................................................ 40

    Tabela 12: Anlise de custo para a escola ....................................................................................... 42

    Tabela 13: Quantitativo de iluminncia para bancos NBR 5413 ................................................. 44

    Tabela 14: Fator de utilizao ............................................................................................................ 44

    Tabela 15: Valores calculados NBR 5413 ...................................................................................... 46

    Tabela 16: Quantitativo de iluminncia para comrcio NBR ISO 8995-1 ................................... 46

    Tabela 17: Fator de utilizao ............................................................................................................ 47

    Tabela 18: Valores calculados para o comrcio NBR ISO 8995-1 ............................................... 49

    Tabela 19: Anlise de custo para o banco ........................................................................................ 50Tabela 20: Quantitativo de iluminncia para a indstria NBR 5413 ............................................ 51

    Tabela 21: Fator de utilizao ............................................................................................................ 51

    Tabela 22: Valores calculados para a indstria NBR 5413 .......................................................... 53

    Tabela 23: Quantitativo de iluminncia para a indstria - NBR ISO 8995-1 .................................. 54

    Tabela 24: Fator de utilizao ............................................................................................................ 55

    Tabela 25: Valores calculados para a indstria NBR ISO 8995-1 ................................................ 57

    Tabela 26: Anlise de custo para a indstria ................................................................................... 57

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABILUX: Associao Brasileira da Indstria de Iluminao

    ABNT: Associao Brasileira de normas Tcnicas

    ASBAI: Associao Brasileira de Arquitetos de Iluminao

    CEEE: Companhia Estadual de Energia Eltrica do RS

    CIE: Comisso Internacional de Eletrotcnica

    ETAP: Fabricante belga de luminrias de LED

    INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

    LED: Diodo Emissor de Luz

    PROCEL: Programa Nacional de conservao de Energia eltricaUDESC: Universidade do Estado de Santa Catarina

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................................... 10

    1.1. CONTEXTO ................................................................................................ 10

    1.2. MOTIVAO .............................................................................................. 10

    1.3. OBJETIVOS ................................................................................................ 12

    2 CONCEITOS E DEFINIES ........................................................................ 13

    2.1. CONCEITOS DE LUMINOTCNICA .......................................................... 13

    2.1.1. Luz .......................................................................................................... 13

    2.1.2. Cor .......................................................................................................... 13

    2.1.3. Fluxo Luminoso ..................................................................................... 13

    2.1.4. Eficincia Luminosa .............................................................................. 142.1.5. Iluminncia ou Iluminamento ............................................................... 14

    2.1.6. Luminncia ............................................................................................ 15

    2.1.7. Intensidade Luminosa ........................................................................... 16

    2.1.8. Temperatura da Cor .............................................................................. 16

    2.1.9. ndice de Reproduo de Cores (IRC) ................................................. 17

    2.1.10. Ofuscamento.......................................................................................... 18

    2.1.10.1. Proteo contra o Ofuscamento .......................................................... 19

    2.1.10.2. Ofuscamento Desconfortvel ............................................................... 20

    2.1.10.3. Ofuscamento Inabilitador ..................................................................... 20

    2.1.10.4. Reflexo Veladora e Ofuscamento Refletido ....................................... 20

    2.1.10.5. Controle do Ofuscamento .................................................................... 21

    2.1.10.6. Blindagem ............................................................................................ 22

    2.1.11. Direcionalidade ...................................................................................... 22

    2.1.11.1. Modelagem .......................................................................................... 22

    2.1.11.2. Iluminao Direcional de Tarefas Visuais ............................................ 232.1.12. Aspectos da Cor .................................................................................... 23

    2.1.13. Cintilao e Efeito Estroboscpico ..................................................... 24

    2.1.14. rea da Tarefa e Entorno Imediato ...................................................... 24

    2.1.15. Refletncia ............................................................................................. 26

    2.1.16. Contraste ................................................................................................ 26

    2.1.17. Uniformidade ......................................................................................... 26

    2.1.18. ndice do Local (k) ................................................................................. 26

    2.1.19. Coeficiente de utilizao () ................................................................. 27

    2.1.20. Fator de Depreciao ou Manuteno(D) ............................................ 27

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    3 A NORMATIZAO DA ILUMINAO DE INTERIORES NO BRASIL ....... 28

    3.1. HISTRICO ................................................................................................ 28

    3.2. FORMATO ATUAL ...................................................................................... 28

    3.3. COMPARATIVO ENTRE AS NORMAS NBR 5413 E NBR ISO 8995-1 ..... 293.3.1. Apresentao ......................................................................................... 29

    3.3.2. Anlise e Diferenas ............................................................................. 29

    4 ESTUDOS DE CASO ..................................................................................... 33

    4.1. AS DUAS NORMAS APLICADAS EM UMA ESCOLA ................................ 34

    4.1.1. NBR 5413 ................................................................................................ 34

    4.1.2. ISO 8995-1 .............................................................................................. 39

    4.1.3. Comparativo de Custos na Vida til da Operao ............................. 42

    4.2. AS DUAS NORMAS APLICADAS NO COMRCIO.................................... 43

    4.2.1. NBR 5413 ................................................................................................ 43

    4.2.2. ISO 8995-1 .............................................................................................. 46

    4.2.3. Comparativo de Custos na Vida til da Operao ............................. 49

    4.3. AS DUAS NORMAS APLICADAS NA INDSTRIA .................................... 50

    4.3.1. NBR 5413 ................................................................................................ 50

    4.3.2. ISO 8995-1 .............................................................................................. 53

    4.3.3. Comparativo de Custos na Vida til da Operao ............................. 575 CONCLUSES .............................................................................................. 59

    6 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 61

    REFERNCIAS.................................................................................................... 62

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    1 INTRODUO

    1.1. CONTEXTO

    De acordo com o Informe da Abilux (Associao Brasileira da Indstria de

    Iluminao) de 15 de janeiro de 2014 (ABILUX, Informe, Ano 04, n. 32) o setor de

    iluminao no Brasil fechou 2013 com um faturamento da ordem de R$ 4 bilhes,

    crescendo aproximadamente 4% em relao a 2012. A Abilux atribuiu o

    desempenho positivo oferta de produtos mais eficientes (fontes de luz e

    luminrias) e evoluo do mercado com a chegada de novas tecnologias.

    Os prximos anos so vistos pelos empresrios do setor de iluminao com ootimismo. A preocupao com a qualidade de iluminao crescente e algumas

    obras como Copa do Mundo e Olimpadas favorecem a indstria de iluminao.

    Existe ainda a expectativa do estabelecimento de uma Poltica Nacional para o setor

    de iluminao que apoie o desenvolvimento e a fabricao no territrio nacional de

    produtos com tecnologia LED (Light Emitting Diode, ou em portugus Diodo Emissor

    de Luz). Entretanto, cabe ressaltar que algumas empresas j iniciaram no Pas

    atividades que envolvem a fabricao de produtos com LED, mesmo sem contarcom o apoio de uma poltica nacional para este fim. Outra iniciativa o trabalho em

    conjunto de entidades afins na busca de melhorias para o desenvolvimento de

    projetos de produtos que se destaquem pela tecnologia e design com vistas ao

    incremento das exportaes do setor e a qualificao dos produtos por meio de

    regulamentaes do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e

    Tecnologia) e normas ABNT (Associao Brasileira de normas Tcnicas).

    Nesse amplo cenrio da luminotcnica, a iluminao de interiores ocupa

    papel de destaque, pois se preocupa em criar um ambiente seguro e confortvel

    para a viso, tal que as tarefas sejam executadas da maneira mais concisa e menos

    cansativa possvel.

    1.2. MOTIVAO

    At o incio do ano de 2013, as Normas Regulamentadoras NBR 5413 e NBR

    5382, eram responsveis pela instruo da iluminao de ambientes internos. Essas

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    normas, relativamente obsoletas, no sofriam modificaes h bastante tempo.

    Essa, desde 1985 e aquela, desde 1992.

    Em 21 de abril de 2013, passou a vigorar uma nova norma responsvel por

    especificar os requisitos de iluminao para locais de trabalho internos e os

    requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente,

    com conforto e segurana durante todo o perodo de trabalho, a ISO 8995-1.

    Segundo a ISO 8995-1 (2013), uma iluminao de qualidade propicia que as

    pessoas vejam o ambiente, movimentando-se de forma segura e desempenhando

    tarefas de forma mais rpida. ISO 8995-1 cita que se pode iluminar o ambiente de

    forma natural, artificial ou combinando ambas.

    Uma boa iluminao requer igual ateno para a quantidade e qualidade dailuminao. Embora seja necessria a proviso de uma iluminnciasuficiente em uma tarefa, em muitos exemplos a visibilidade depende damaneira na qual a luz fornecida, das caractersticas da cor da fonte de luze da superfcie em conjunto com o nvel de ofuscamento do sistema. NestaNorma foi levado em considerao no apenas a iluminncia, mas tambmo limite referente ao desconforto por ofuscamento e o ndice de reproduode cor mnimo da fonte para especificar os vrios locais de trabalho e tiposde tarefas. Os parmetros para criar as condies visuais confortveis estopropostos no corpo desta Norma. Os valores recomendados foramconsiderados a fim de representar um balano razovel, respeitando os

    requisitos de segurana, sade e um desempenho eficiente do trabalho. Osvalores podem ser atingidos com a utilizao de solues energeticamenteeficientes. (ISO 8995-1, 2013)

    Ainda segundo a Norma, existem os parmetros ergonmicos visuais: a

    capacidade de percepo do usurio e as caractersticas e atributos da atividade,

    que determinam a qualidade das habilidades visuais das pessoas que esto

    utilizando a iluminao. Esses parmetros determinam tambm a qualidade do nvel

    de desempenho das tarefas.

    Em alguns casos a otimizao destes fatores de influncia pode melhorar odesempenho sem ser necessrio aumentar os nveis de iluminncia. Porexemplo, pela melhora do contraste na tarefa, ampliando a visualizao deprpria tarefa atravs do uso de equipamentos de auxlio viso (culos) epela proviso de sistemas de iluminao especiais com capacidade de umailuminao local direcional. (ISO 8995-1, 2013)

    Nesse contexto, tendo em vista a importncia do tema e tambm a sua

    relao com a realidade atual, este trabalho usar a norma ABNT 5413, revogada

    em abril de 2013 e a norma ISO 8995-1, em vigor a partir de abril de 2013, para a

    realizao de projetos de uma Escola, uma Indstria metalrgica e uma sala de

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    atendimento bancrio. O trabalho far um comparativo ressaltando as principais

    diferenas entre as duas normas, inclusive com uma anlise de custos de

    implantao.

    1.3. OBJETIVOS

    De acordo com o exposto acima, os objetivos do trabalho esto estruturados

    da seguinte forma:

    a) Contextualizar o leitor a respeito das normas de luminotcnica, com uma

    breve descrio histrica;b) Definir os principais conceitos de luminotcnica, a fim de permitir um

    entendimento do trabalho e deixar a leitura autocontida;

    c) Comparar a norma ISO 8995-1/2013 com a NBR 5413/1992, explicitando as

    principais diferenas;

    d) Projetar, com o auxlio do DIALUX, a iluminao de acordo com as duas

    normas e usando lmpadas de LED, para ilustrar o trabalho e permitir as

    comparaes;e) Atuar como um instrumento de auxlio no entendimento da nova norma.

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    2 CONCEITOS E DEFINIES

    De acordo com Hlio Creder (2007, p. 160), para que possamos fazer os

    clculos luminotcnicos, devemos tomar conhecimento das grandezas fundamentais

    baseadas nas definies apresentadas pela ABNT. Sendo assim, os conceitos

    elencados abaixo daro auxlio para o entendimento dos elementos da

    luminotcnica.

    2.1. CONCEITOS DE LUMINOTCNICA

    2.1.1. Luz

    Segundo Creder (2007, p. 160), a Luz o espectro da energia radiante que

    um observador humano constata pela sensao visual, determinado pelo estmulo

    da retina ocular.

    A faixa das radiaes eletromagnticas capaz de ser percebida pelo olho

    humano se situa entre os comprimentos de onda de 3800 a 7600 angstrms1.

    2.1.2. Cor

    Consoante Creder (2007, p. 161), a cor da luz determinada pelo

    comprimento de onda, sendo a luz violeta a de menor comprimento de onda visvel

    do espectro, entre 3800 e 4500 , e a cor vermelha a de maior comprimento de

    onda visvel, entre 6400 e 7600 .

    2.1.3. Fluxo Luminoso

    Segundo o Manual da Osram (2000), o Fluxo Luminoso a radiao total da

    fonte luminosa entre os limites de comprimento de onda (380 e 780nm). O fluxo

    luminoso a quantidade de luz emitida por uma fonte na tenso nominal de

    funcionamento. Sua unidade o lmen (lm).

    1O Angstrm, cujo smbolo , o comprimento de onda unitrio e igual a dez milionsimos domilmetro

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    14

    2.1.4. Eficincia Luminosa

    O Manual da Osram (2000) ainda diz que as lmpadas se diferenciam entre si

    no s pela diferena de fluxo luminoso que elas irradiam, mas tambm pelas

    diferentes potncias que consomem. Para poder compar-las necessrio que se

    saiba quantos lumens so gerados por watt absorvido. Sua unidade o lmen/watt

    (lm/W). Na figura 1 se pode observar um comparativo entre vrios tipos de

    lmpadas:

    Figura 1: Comparativo de eficincia entre diferentes tipos de lmpadas

    Fonte: Carrion, Daniel Brum (2012, p. 09)

    2.1.5. Iluminncia ou Iluminamento

    A iluminncia a luz que uma lmpada irradia, relacionada superfcie sobre

    a qual ela incide. Indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobre uma

    superfcie situada a certa distncia desta fonte. Na prtica, a quantidade de luz

    dentro de um ambiente e pode ser medida com o auxlio de um luxmetro. Como o

    fluxo luminoso no distribudo uniformemente, a iluminncia no ser a mesma em

    todos os pontos da rea em questo. Considera-se por isso a iluminncia mdia

    (Em). A norma NBR 5413 estabelecia os valores mdios de iluminamento at 2013.

    A partir de abril de 2013 a ISO 8995-1 passou a estabelecer os valores mdios para

    cada ambiente.

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    15

    Figura 2: Iluminncia

    Fonte: Manual Luminotcnico da Osram

    2.1.6. Luminncia

    Est ligada ao brilho, a diferena entre zonas claras e escuras.

    Matematicamente, a razo da intensidade luminosa (dI) incidente num elemento

    de superfcie que contm o ponto dado, para a rea (dA) aparente vista pelo

    observador, quando esta rea tende a zero. expressa em cd/m (candela por

    metro quadrado).

    Figura 3: Luminncia: Luz refletida visvel

    Fonte: Manual de Luminotcnica da Osram

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    16

    2.1.7. Intensidade Luminosa

    o fluxo luminoso irradiado na direo de um determinado ponto. Essa

    direo representada por vetores, cujo comprimento indica a Intensidade

    Luminosa. expressa em candela (cd). As lmpadas comerciais exibem

    comumente, uma curva de distribuio luminosa. Essa curva a representao

    vetorial da intensidade luminosa em todos os ngulos em que ela direcionada num

    plano. obtida ligando-se as extremidades desses vetores, representada em

    coordenadas polares e nos diz se a luz concentrada, difusa, simtrica, etc.

    Figura 4: Intensidade Luminosa

    Fonte: Manual de Luminotcnica da Osram (p. 03)

    Figura 5: Luminria LAA 03-E e sua respectiva curva de iluminao

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    2.1.8. Temperatura da Cor

    a grandeza que expressa aparncia de cor da luz. Quanto mais alta a

    temperatura de cor, mais branca a cor da luz. Sua unidade o Kelvin (K). A luz

    quente a que tem aparncia amarelada e temperatura de cor baixa: 3.000K ou

    menos. A luz fria, ao contrrio, tem aparncia azul-violeta, com temperatura de cor

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    elevada: 6.000K ou mais. A luz branca natural aquela emitida pelo sol em cu

    aberto ao meio-dia, cuja temperatura de cor de 5.800K.

    Figura 6: Temperatura de Cor

    Fonte: Manual de Luminotcnica da Osram

    2.1.9. ndice de Reproduo de Cores (IRC)

    a medida de correspondncia entre a cor real de um objeto ou superfcie e

    sua aparncia diante de uma fonte de luz. A luz artificial, como regra, deve permitir

    ao olho humano perceber as cores corretamente, ou o mais prximo possvel da luz

    natural. Lmpadas com IRC de 100% apresentam as cores com total fidelidade e

    preciso. Quanto mais baixo o ndice, mais deficiente a reproduo de cores. Os

    ndices variam conforme a natureza da luz e so indicados de acordo com o uso de

    cada ambiente.

    Figura 7: ndice de Reproduo da Cor

    Fonte: Lumicenter, Informaes Tcnicas (p. 02)

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    2.1.10. Ofuscamento

    Segundo a Norma ABNT ISO 8995-1 (2013):

    Ofuscamento a sensao visual produzida por reas brilhantes dentro docampo de viso e pode ser experimentado tanto como um ofuscamentodesconfortvel quanto um ofuscamento inabilitador. O ofuscamento podetambm ser causado por reflexes em superfcies especulares e normalmente conhecido como reflexes veladoras ou ofuscamento refletido. importante limitar o ofuscamento para evitar erros, fadiga e acidentes. Oofuscamento inabilitador mais comum na iluminao exterior, mastambm pode ser experimentado em iluminao pontual ou fontes brilhantesintensas tais como uma janela em um espao relativamente poucoiluminado. (ABNT ISO 8995, 2013)

    Para a Norma, no interior de locais de trabalho o ofuscamento desconfortvel

    geralmente surge diretamente de luminrias brilhantes ou janelas. Se os limites

    referentes ao ofuscamento desconfortvel so atendidos, o ofuscamento inabilitador

    no geralmente um grande problema.

    Figura 8: Ofuscamento

    Fonte: Site do Laboratrio Nacional de Astrofsica

    importante observar que a norma NBR 5461, de 1991, tambm tratava de

    alguns conceitos de ofuscamento, porm, somente definia brevemente o

    ofuscamento e os tipos de ofuscamento. Pode-se perceber maior preocupao na

    ISO 8995-1 com o assunto, que alm de definir de uma maneira um pouco mais

    abrangente, tambm se preocupa em mostra como evitar os ofuscamentos em

    locais de trabalho. O ofuscamento pode ocorrer de duas diferentes maneiras:

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    a) Contraste: Quando a proporo entre as luminncias de objetos do campo

    visual maior do que 10:1;

    b) Saturao: A viso fica saturada quando existe luz em excesso, ocorrendo

    normalmente quando a luminncia mdia no campo de viso excede

    25000 cd/m (candelas por metro quadrado).

    2.1.10.1. Proteo contra o Ofuscamento

    Para a Norma ABNT ISO 8995-1 (2013), a principal causa do ofuscamento

    so as luminncias excessivas ou contrastes no campo de viso que podem

    prejudicar a visualizao de objetos. Para a Norma, convm que isto seja evitado,por exemplo, atravs da proteo contra viso direta das lmpadas ou por um

    escurecimento nas janelas por anteparos.

    Para lmpadas eltricas ou outras fontes naturais de luz o ngulo de corte,

    mnimo para proteo da visualizao direta da lmpada no pode ser menor do que

    os valores da tabela 1:

    Tabela 1: Relao entre luminncia e ngulo de corte

    Fonte: Norma ABNT ISO 8995-1 (2013)

    Segundo a NBR ISO 8995-1, ngulo de corte o ngulo medido a partir do

    plano horizontal, abaixo do qual a(s) lmpada(s) so protegidas da viso direta do

    observador pela luminria conforme a figura 9.

    Figura 9: ngulo de corte

    Fonte: UDESC (Iluminao de ambientes de trabalho)

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    2.1.10.2. Ofuscamento Desconfortvel

    aquele que normalmente surge de luminrias brilhantes ou janelas, vem de

    brilho excessivo entre superfcies adjacentes, perturbando a viso sem

    necessariamente prejudicar a distino de objetos.

    Conforme a ISO 8995-1 (2013), o valor referente ao ofuscamento

    desconfortvel de uma instalao de iluminao deve ser determinado pelo mtodo

    tabular do ndice de Ofuscamento Unificado da CIE (UGR2), baseado na equao:

    (1)

    Onde:

    Lb a luminncia de fundo (cd/m2),

    L a luminncia da parte luminosa de cada luminria na direo do olho do

    observador (cd/m2)

    o ngulo slido da parte luminosa de cada luminria junto ao olho do

    observador (esferorradiano)

    -p o ndice de posio Guth de cada luminria individualmente relacionado ao seudeslocamento a partir da linha de viso

    2.1.10.3. Ofuscamento Inabilitador

    aquele que impede o desenvolvimento da tarefa visual momentaneamente,

    ocorre quanto tem uma intensidade muito grande de luz, normalmente excede 25000

    cd/m

    2.1.10.4. Reflexo Veladora e Ofuscamento Refletido

    A ISO 8995-1 (2013) afirma que as reflexes especulares em uma tarefa

    visual, muitas vezes chamadas reflexo veladora ou ofuscamento refletido, podem

    alterar a visualizao da atividade e podem ser prejudiciais.

    2UGR (Unified Glare Rating), na sigla em Ingls

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    A reflexo veladora e o ofuscamento refletido podem ser evitados oureduzidos se tomadas as seguintes medidas: distribuio de luminrias elocais de trabalho (evitando colocar luminrias na zonaprejudicada);acabamento superficial (utilizar superfcies com materiaispouco reflexivos); luminncia das luminrias (limite);aumento da rea

    luminosa da luminria (ampliar a rea luminosa);teto e as superfcies daparede (clarear, evitar pontos brilhantes). (ABNT ISO 8995-1, 2013)

    2.1.10.5. Controle do Ofuscamento

    A ISO 8995-1 (2013, anexo C) preocupa-se com o controle do ofuscamento

    desconfortvel e sugere valores mximos e formas de controle.

    De acordo com a norma, os limites mximos definidos pelo mtodo UGR

    esto descritos abaixo:

    a) Desenho tcnico 16

    b) Leitura, escrita, salas de aula, computao, inspees 19

    c) Trabalho em indstria, exposies, recepo 22

    d) Trabalho bruto, escadas 25

    e) Corredores 28

    Na mesma linha de controle, existe a preocupao com o ofuscamento

    refletido, pois em uma estao de trabalho contendo monitores, a luz refletida na tela

    pode causar desconforto. A norma sugere ngulo mximo de posicionamento dos

    monitores e tambm ngulo mximo do plano de radiao, conforme texto abaixo:

    Os limites da luminncia so especificados para luminrias que podemrefletir ao longo da linha normal de viso de uma tela inclinada at 15.Como regra geral, 1 000 cd/m2 precisa ser observado para a tela de LCDpositiva e os monitores CRT com um bom acabamento anti-reflexivo ou anti-ofuscamento e 200 cd/m2 para tela de monitores CRT negativos tais comoaqueles utilizados para estaes de trabalho CAD. (ABNT ISO 8995-1,2013)

    Recomenda-se que as luminncias especificadas no sejam excedidas em

    ngulos de elevao 65 a partir de uma vertical descendente em qualquer plano de

    radiao.

    Na figura 10 mostra-se a Zona crtica de radiao (65) para luminncia de

    luminria que pode provocar brilho refletido em uma tela.

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    Figura 10: Zona crtica de radiao

    Fonte: Norma ABNT ISO 8995-1 (2013)

    2.1.10.6. Blindagem

    De acordo com a norma NBR ISO 8995-1, recomendado que as lmpadas

    sejam devidamente blindadas, pois o excesso de brilho no campo de viso pode

    causar ofuscamento. O ngulo de blindagem para as luminrias que so abertas por

    baixo ou so equipadas com um tampa clara, definido como o ngulo entre a

    horizontal e a linha da de viso abaixo da qual as partes luminosas da lmpada na

    luminria so visveis.

    Figura 11: ngulo de Blindagem

    Fonte: Norma ABNT ISO 8995-1 (2013)

    2.1.11. Direcionalidade

    De acordo com a norma NBR ISO 8995-1(2013), a direcionalidade usada

    para realar cores e texturas, sendo que a iluminao direcional pode aumentar a

    visibilidade. usada, por exemplo, em museus e exibies de arte.

    2.1.11.1. Modelagem

    Conforme a Norma ISO 8995-1:

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    A modelagem se refere ao equilbrio entre a luz difusa e direcional. Isto um critrio vlido da qualidade da iluminao em praticamente todos ostipos de ambientes internos. A aparncia geral de um ambiente interno realada quando sua estrutura, as pessoas e objetos inseridos nele soiluminados de tal forma que as texturas so reveladas de forma clara e

    agradvel. Isto ocorre quando a luz vem notadamente de uma direo; assombras formadas so essenciais para uma boa modelagem e soformadas sem confuso. (ABNT, ISO 8995-1, 2013)

    2.1.11.2. Iluminao Direcional de Tarefas Visuais

    Ainda segundo a ISO 8995-1 (2013), iluminao em uma direo especfica

    pode revelar os detalhes de uma tarefa visual, aumentando sua visibilidade e

    fazendo com que a tarefa seja realizada mais facilmente. particularmente

    importante para tarefas de texturizao finas e gravaes/entalhes.

    2.1.12. Aspectos da Cor

    Conforme a ISO 8995-1 (2013), as qualidades da cor de uma lmpada so

    caracterizadas por dois atributos: a aparncia de cor e a sua capacidade de

    reproduo de cor, que afeta a cor de objetos e pessoas iluminadas pela lmpada.

    Considerando esses dois atributos separadamente:

    a) Aparncia da cor que se refere cor aparente (cromaticidade da

    lmpada) da luz que ela emite e pode ser descrita pela sua temperatura de

    cor correlata.

    As lmpadas normalmente so divididas em trs grupos de acordo com suas

    temperaturas de cor correlata (Tcp).

    Tabela 2: Tabela nmero

    Fonte: Norma ABNT ISO 8995-1 (2013)

    A escolha da aparncia da cor depende de fatores psicolgicos, estticos e

    do que entendido como natural. Para a ISO 8995-1, a escolha depende da

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    iluminncia, cores da sala e mobilirio, clima e a aplicao. Em climas quentes

    normalmente preferencial a aparncia da cor de uma luz mais fria, e em climas

    frios preferencial a aparncia da cor de uma luz mais quente.

    b) Reproduo de cor - importante tanto para o desempenho visual quanto

    para a sensao de conforto e bem-estar que as cores sejam reproduzidas

    de forma correta e natural.

    As cores para segurana, de acordo com a ISO 3864, devem sempre ser

    reconhecveis e claramente discriminadas.

    Para fornecer uma indicao objetiva das propriedades de reproduo de corde uma fonte de luz foi introduzido o ndice geral de reproduo de cor Ra. O valor

    mximo de Ra 100. Este valor diminui com a reduo da qualidade de reproduo

    de cor.

    No se recomenda a utilizao de lmpadas com Ra inferior a 80 eminteriores onde as pessoas trabalham ou permanecem por longos perodos.Pode haver excees para a iluminao de montagem alta (high-bayiluminao utilizada em alturas de montagem superior a 6 m) e parailuminao externa. Mas mesmo nessas condies devem ser tomadas

    medidas adequadas para garantir que lmpadas com uma reproduo decor mais alta sejam utilizadas em locais de trabalho continuamenteocupados e tambm onde as cores para segurana tm que serreconhecidas. (ABNT, ISO 3864, 2013)

    2.1.13. Cintilao e Efeito Estroboscpico

    A cintilao causa distrao e pode provocar efeitos fisiolgicos como dores

    de cabea. Convm que o sistema de iluminao seja projetado para evitar a

    cintilao e os efeitos estroboscpicos. Os efeitos estroboscpicos podem levar a

    situaes de perigo pela mudana da percepo de movimento de rotao ou por

    mquinas alternativas (de movimento repetitivo).

    2.1.14. rea da Tarefa e Entorno Imediato

    rea da tarefa definida como a rea parcial no local de trabalho em que a

    tarefa visual realizada. O desempenho visual necessrio para a tarefa visual

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    determinado pelos respectivos elementos visuais (tamanho dos objetos, contraste de

    fundo, luminncia dos objetos e tempo de exposio) da atividade realizada.

    Para os locais onde o tamanho e/ou a localizao da rea da tarefa

    desconhecida, a rea onde o trabalho pode ocorrer considerada como a rea da

    tarefa.

    O entorno imediato definido como a rea ao redor da rea da tarefa dentro

    do campo de viso.

    Recomenda-se que esta imediao seja de pelo menos de 0,5 m de largura e

    pode ser considerada como uma faixa ao redor da rea da tarefa.

    Quando em um sistema de iluminao, a localizao precisa da tarefa visual

    no tiver condies de ser definida devido a localizao ser desconhecida ou aatividade realizada envolver um nmero de tarefas visuais diferentes,

    recomendado que as diversas reas de tarefa sejam combinadas para formar uma

    rea maior (referenciada a seguir como a rea de trabalho). Onde a localizao dos

    locais de trabalho for desconhecida, esta rea de trabalho pode tambm ser a sala

    inteira.

    Se a distribuio da iluminncia nestas reas maiores tem uma uniformidade

    de U1 >0,6, pode ser assumido que o U1 >0,7 necessrio sempre atendido nasreas de tarefa individuais (ver Figura 12).

    Figura 12: rea de Tarefa e Entorno Imediato

    Fonte: Norma ABNT ISO 8995-1 (2013)

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    2.1.15. Refletncia

    A refletncia definida como a relao entre o fluxo luminoso incidente e o

    refletido. Ela diretamente relacionada com a cor, pois quanto maior a refletncia,

    melhor ser a distribuio do fluxo e maior ser a iluminncia do recinto.

    A NBR ISSO 8995-1 sugere as seguintes faixas de refletncia teis para as

    principais superfcies internas:

    - teto: 0,6 - 0,9

    - paredes: 0,3 - 0,8

    - planos de trabalho: 0,2 - 0,6

    - piso: 0,1 - 0,5

    2.1.16. Contraste

    O contraste a diferena de brilho entre um objeto e seu entorno.

    A norma NBR ISO 899-1 observa que: Contrastes de luminncias muito altos

    causam fadiga visual devido contnua readaptao dos olhos. e contrastes de

    luminncia muito baixos resultam em um ambiente de trabalho sem estmulo etedioso.

    2.1.17. Uniformidade

    a relao entre o valor mnimo e o valor mdio de iluminncia em um

    ambiente. A ISO NBR 8995-1 recomenda que esse valor seja superior a 0,7 na rea

    de tarefa e superior a 0,5 no entorno imediato.

    2.1.18. ndice do Local (k)

    um ndice que depende das dimenses do ambiente projetado, quanto mais

    estreito e alto for um local, mais luz as paredes absorvem; quanto mais largo for o

    local, menos luz as paredes absorvem. Varia conforme o fabricante, mas uma

    relao entre comprimento largura e altura, nesse trabalho, ser considerado o

    ndice local (ou fator local) definido pela Philips como:

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    K =

    , onde: (2)

    2.1.19. Coeficiente de Utilizao ()

    Nem todo o fluxo emitido () atinge o plano de trabalho (), surge ento, um

    ndice que relaciona o fluxo emitido e o fluxo incidente nesse plano. O quociente

    entre o segundo e o primeiro chama-se coeficiente de utilizao:

    =

    (3)

    O coeficiente de utilizao depende do ndice de local (K), do coeficiente de

    reflexo de teto e paredes e do sistema de iluminao e luminrias utilizadas.

    Para determinar este valor, recorre-se tabela do Fator de Utilizao disponibilizada

    pelo fabricante ou usamos programas de clculo luminotcnico que determinam

    esse valor automaticamente.

    2.1.20. Fator de Depreciao ou Manuteno(D)

    Leva em conta o envelhecimento das lmpadas e das luminrias e a sujeira

    que se acumula dentro delas diminuindo os fluxos luminosos. Para evitar que em

    pouco tempo a iluminncia se torne demasiado baixa, deve-se sobredimensionar

    inicialmente o valor do fluxo a calcular, e levando em conta um fator corretivo que

    o fator de depreciao. A ISO 8995-1 considera o fator de manuteno como um

    mltiplo de fatores determinado a seguir:

    MF = FMFL x FSL x FML x FMSS, onde: FMFL considera a depreciao dofluxo luminoso da lmpada; FSL considera o efeito de falha porenvelhecimento da lmpada; FML considera os efeitos de reduo do fluxoluminoso devido ao acmulo de sujeira nas luminrias e FMSS considera areduo da refletncia devido deposio de sujeira nas superfcies dasala.Os valores dos fatores de manuteno individuais podem ser obtidosatravs dos fabricantes ou ser encontrados em curvas de valores mdiospadro em publicaes de iluminao como a CIE 97. (ABNT, ISO 8995-1,

    2013)

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    3 A NORMATIZAO DA ILUMINAO DE INTERIORES NO BRASIL

    3.1. HISTRICO

    A normatizao de interiores no Brasil, remonta ao ano de 1958, quando em

    01 de janeiro daquele ano a NBR 5413 teve sua publicao oficial para estabelecer

    os nveis de iluminamento recomendados, obtidos com iluminao artificial, para

    interiores. Desde ento, a norma foi atualizada algumas vezes: em 1969, 1982 e

    1992; a norma teve atualizaes que no trouxeram grandes novidades nem

    grandes diferenas. A ltima novidade, que passou a vigorar a partir de 2013, foi a

    publicao de uma nova norma que revogou as anteriores (NBR 5413 e NBR 5382).

    3.2. FORMATO ATUAL

    A nova norma, baseada em normas internacionais, comeou a tomar forma

    em 2009. Entre 2009 e 2013 foram realizadas 13 reunies com a participao de

    diversas instituies: ABILUX, CIE) Brasil (Comisso Internacional de Eletrotcnica),

    ASBAI (Associao Brasileira de Arquitetos de Iluminao), Eletrobrs, Procel(Programa Nacional de Conservao de Energia Eltrica), Inmetro, Fundacentro,

    universidades, arquitetos, lighting designers, fabricantes de equipamentos,

    laboratrios e concessionrias de energia eltrica. A NBR ISO 8995-1 foi publicada

    em 21/03/2013 com nova nomenclatura, pois se baseou na norma internacional ISO

    8995-1Lighting of indoor workplaces, elaborada em conjunto com a CIE (CIE S

    008/E) e consonante com a norma europia 12464-1- Lighting of workplaces.

    A nova norma aborda aspectos qualitativos e quantitativos da iluminao paraque as pessoas desempenhem suas tarefas visuais de maneira eficiente, com

    conforto e segurana. A nova norma tem uma preocupao com eficincia

    energtica, buscando utilizar tambm a luz natural quando possvel.

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    3.3. COMPARATIVO ENTRE AS NORMAS NBR 5413 E NBR ISO 8995-1

    3.3.1. Apresentao

    A nova norma trouxe uma srie de melhorias em relao anterior. Ela

    baseada em normas internacionais e possui muito mais itens do que anterior. Para

    se ter uma ideia, a NBR 5410 possui 13 pginas e a NBR ISO 8995-1, 46 pginas.

    3.3.2. Anlise e Diferenas

    A NBR ISO 8995-1 baseia-se na Norma Internacional ISO 8995-1 (Lighting ofindoor workplaces), elaborada em conjunto com a CIE (CIES 008/E) e encontra-se

    em consonncia com a norma europeia EN 12464-1 (Lighting of workplaces).

    Dentre as alteraes ocorridas aps a edio da nova norma, podemos

    verificar uma mudana significativa de nomenclatura. Antes a norma era

    exclusivamente brasileira e no possua referncia CIE. Agora, a norma segue a

    ISO e tornou-se norma internacional.

    Dentre as diferenas verificadas, pode-se citar que a NBR 5413 levava emconta a idade, a velocidade e preciso da tarefa e a refletncia de fundo para o

    projeto de iluminao, j a ISO 8995-1 excluiu a idade como varivel de projeto.

    Apesar de a capacidade visual ficar prejudicada com o passar dos anos, seria difcil

    planejar ambientes para uma faixa etria especfica. difcil imaginar, por exemplo,

    uma sala de aula ou uma indstria sendo ocupada por uma faixa etria especfica.

    A NBR ISSO 8995-1 criou um novo ambiente recomendado quando a idade

    pode ser um valor relevante, por exemplo, para salas de aula, a norma separou-asem diurnas e noturnas e tambm o ensino adulto do infantil. Apesar de no levar em

    conta a idade, a nova norma preocupa-se muito com os problemas gerados pelo

    ofuscamento, pois com uso cada vez mais frequentes de monitores de LED, o

    ofuscamento desconfortvel aparece com mais frequncia em ambientes de

    trabalho. As telas de monitores de LED so altamente reflexivas provocando

    ofuscamento desconfortvel

    Na norma antiga, os projetos levavam em conta apenas a iluminao em

    geral, a nova norma define o que tarefa e entorno imediato, diferenciando os nveis

    de iluminncia para essas reas.

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    importante separar a rea de tarefa do entorno pois essa separao pode

    gerar uma economia nos custos de instalao de projeto e de energia eltrica, uma

    vez que a uniformidade recomendada para entorno imediato inferior

    uniformidade recomendada para rea de trabalho. Esta recomenda uniformidade de

    0,7, aquela de 0,5. O conforto e a segurana esto presentes na nova norma. Em

    zonas de transio, por exemplo, corredores que ligam salas com iluminamento

    diferentes, a ISO 8995-1, determina que se tenha uma zona de transio para evitar

    mudanas bruscas de iluminao. Em locais onde existem cores para segurana,

    por exemplo, estacionamentos, postos de combustveis, tneis e fornos, a ISO 8995-

    1 exige que as cores sejam facilmente reconhecveis, independente do iluminamento

    exigido para a rea da tarefa Na norma nova tambm possvel verificar umapreocupao com a eficincia energtica, que leva em conta, por exemplo, a luz

    natural e especifica manutenes (depreciao de lmpadas, desgaste de

    luminrias e superfcies).

    Embora a manuteno seja uma evoluo importante na NBR ISO 8995-1,

    pois especifica um mtodo de clculo para o fator de manuteno considerando a

    depreciao do fluxo luminoso, o envelhecimento, a reduo do fluxo luminoso com

    o passar do tempo e a reduo da refletncia devido sujeira, ela no contemplauma tabela de fatores caractersticos para LED, contemplando apenas lmpadas

    fluorescentes, lmpadas fluorescentes compactas e lmpadas de vapor de sdio.

    Ao contrrio da norma atual, a NBR 5413 no abordava o ndice de

    reproduo da cor e a temperatura da cor, preocupava-se apenas com os nveis de

    iluminncia. Para algumas classes de tarefa, a NBR ISSO 8995-1 determina a

    temperatura da cor, por exemplo, para atividades de pintura e controle de qualidade,

    a temperatura da cor mnima exigida de 4000k. O ndice de reproduo da cortambm exigido, e quanto mais crtica for a atividade, maior o ndice de

    reproduo da cor exigido, para uma ideia inicial, o IRC exigido para uma sala

    cirrgica de no mnimo 90, enquanto o IRC exigido para tarefas industriais sem

    preciso de 60. Outra novidade importante a grade de clculo que define

    distncias entre pontos de iluminao. Nesse caso, uma sala pequena tem uma

    distncia menor entre os pontos de iluminao do que uma sala grande.

    Um quadro comparativo com as principais diferenas entre as normas est

    apresentado abaixo:

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    Tabela 3: Quadro comparativo entre as Normas NBR 5413 e NBR ISO 8995-1

    Fatores Norma NBR 5413 Norma NBR ISO 8995-1

    Idade A idade era um fator

    importante no projeto. Era

    apresentada uma grade

    dividida em trs grandes

    grupos de idade: inferior a

    40 anos, entre 40 e 55 anos

    e acima de 55 anos

    No contempla

    ndice de ofuscamento No contempla uma das grandes

    inovaes da nova norma.

    abordado o ofuscamento

    direto, o ofuscamento

    refletido e so indicados

    valores de referncia. A

    norma preocupa-se

    tambm com o controle de

    ofuscamento. So

    definidas salas-padro

    para controle de

    ofuscamento

    Refletncia Era dividida em trs grandes

    grupos: at 30%, de 30% a

    70% e acima de 70%

    Definiu faixas padro de

    refletncia para teto,

    paredes, pisos e planos de

    trabalho

    Dificuldade e Preciso

    da Tarefa

    Dividida em trs grandes

    grupos: Sem importncia,Importante e Crtica

    contemplada juntamente

    com o ofuscamento, ondice de reproduo da

    cor e a Iluminncia, com

    valores de referncia para

    as principais tarefas e

    ambientes

    ndice de Reproduo

    da Cor

    No contempla Sugere que o fabricante de

    cada lmpada fornea os

    valores

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    rea de Tarefa e

    Entorno imediato

    No contempla A rea de tarefa foi

    definida como a rea onde

    a tarefa executada e o

    entorno imediato comouma zona de 0,5 metros ao

    redor do plano da tarefa.

    Especifica valores que

    podem ser diferentes para

    rea e entorno

    Manuteno No contempla O anexo D trata da

    manuteno do sistema de

    iluminao. A norma

    explica o que dever ser

    considerado em uma

    manuteno, como

    depreciao de lmpadas,

    manuteno de luminrias

    e de superfcies da sala, e

    d exemplos de quais

    devem ser os fatores de

    manuteno em funo do

    tipo de ambiente e da

    periodicidade de limpeza

    Grade de Clculos No contempla O anexo B recomenda

    critrios para elaborao

    de projetos em softwares

    com as diferentes

    geometrias, recomenda

    espaamento entre

    lmpadas para diferentes

    tamanhos de salas

    Uniformidade No contempla Recomenda que seja

    superior a 0,7

    Temperatura da Cor No contempla Recomenda, em

    determinados ambientes,temperatura mnima da cor

    Fonte: Elaborada pelo autor

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    4 ESTUDOS DE CASO

    A adequao dos nveis de iluminncia parte fundamental de um bom

    projeto luminotcnico e o LED apresenta-se como uma tendncia interessante

    devido longa vida til e ao baixo consumo de energia, portanto, para os estudos de

    caso a seguir sero usadas lmpadas de LED do fabricante Lumicenter. O mtodo

    de clculo usado ser o mtodo dos lumens, com a adaptao para cada uma das

    normas.

    O mtodo consiste nos passos abaixo:

    1) Verificao do Iluminamento de acordo com a norma: Escolha, videtabela definida em norma, da quantidade de luz para o ambiente projetado;

    2) Escolha da lmpada e da luminria: Determinao do modelo e

    potncia da lmpada e do modelo da luminria;

    3) Clculo do fator local atravs da equao (2);

    4) Determinao do fator de utilizao: O coeficiente de utilizao

    depende do ndice de local (K), do coeficiente de reflexo de teto e paredes e do

    sistema de iluminao e luminrias utilizadas. Para determinar este valor, recorre-se

    tabela do Fator de Utilizao constante do folheto da luminria escolhida. Cruza-se

    o valor do ndice do local (K) com os coeficientes de reflexo do espao a ser

    iluminado;

    5) Determinao do fator de depreciao: Para evitar que em pouco

    tempo a iluminncia se torne demasiadamente baixa, deve-se sobredimensionar

    inicialmente o valor do fluxo a calcular, levando em conta um fator corretivo

    chamado fator de depreciao;

    6) Clculo do fluxo total. Depois de conhecidas todas as grandezas

    anteriores, podemos finalmente calcular o fluxo que deve ser instalado atravs da

    equao: =

    ,onde: (4)

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    7) Determinao do nmero de luminrias: Divide-se o fluxo total pelo

    fluxo individual fornecido pelo fabricante da lmpada;

    , (5)

    8) Distribuio das luminrias.

    4.1. AS DUAS NORMAS APLICADAS EM UMA ESCOLA

    As salas de aula objeto deste estudo possuem as seguintes dimenses: 12

    metros de comprimento, 8 metros de largura e 3 metros de altura (p direito). As

    paredes possuem refletncias de 80% no teto (cor clara), 50% nas paredes (corclaro-mdia) e 20% no cho (cor escura).

    4.1.1. NBR 5413

    Abaixo ser apresentado o projeto para uma sala de aula de uso noturno e

    adulto usando a NBR 5413 com iluminao com lmpadas de LED.

    O primeiro passo verificar na norma a quantidade de luxes especificada.Nesse ponto, surge a primeira dvida para um projetista que se baseia na norma

    NBR 5413, pois a norma especifica trs faixas de iluminncia para cada ambiente.

    Essas trs faixas, variam de acordo com: idade dos ocupantes, preciso da tarefa e

    refletncia de fundo. Isso acarreta em dificuldade para prever a faixa etria

    predominante de usurios do local, bem como o nvel das tarefas desempenhadas.

    Como exemplo, imagina-se uma sala de aula que usada para o ensino mdio e

    para uma aula de desenho tcnico para a terceira idade. fcil perceber que o tipo

    de tarefa mudaria drasticamente entre os usos, bem como a idade dos usurios.

    O item 5.3.13 da NBR 5413 fornece os trs valores iluminncia.

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    Tabela 4: Quantitativo de iluminncia para escolas NBR 5413

    Fonte: NBR 5413 (1992)

    Para o projeto, ser usada a luminria LAN, da Lumicenter. Essa uma

    luminria simples e, de acordo com descrio do fabricante, indicada para

    ambientes que no exigem controle de ofuscamento. A temperatura da cor dessa

    lmpada 4.000K

    Figura 13: Luminria LAN do fabricante Lumicenter para a escola

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    Essa luminria equipada com lmpada de LED de 58W e o ndice local

    calculado pela frmula (2): K = 2,105.

    J o fator de utilizao fornecido na tabela 5 do fabricante conforme abaixo:

    Tabela 5: Fator de utilizao

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

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    Chega-se ao fator de utilizao de 0,88.

    O fluxo total dado pela expresso (3).

    De acordo com Cotrim (2009, p. 442), os valores usuais para fatores de

    manuteno (so dados pela tabela 6:

    Tabela 6: Fatores de Manuteno para Lmpada Fluorescente

    Fonte: Cotrim (2009, p. 442)

    Os valores mostrados na tabela so para lmpadas fluorescentes. Ainda hoje,

    com o advento do uso de LEDS, muito projetistas utilizam essa tabela, pois a NBR

    ISO 8995-1 no contempla uma tabela padro para LED.

    No caso desse projeto, utilizarei uma tabela de referncia fornecida pela

    ETAP (tabela 7), fabricante europeia de luminrias de LED, pois a Lumicenter nofornece valores tpicos de fatores de manuteno para LED. oportuno lembrar que

    a OSRAM e a Philips tambm no fornecem esses valores.

    Tabela 7: Fator de Manuteno fornecido pela ETAP para luminrias de LED

    Fator de Manuteno

    Tipo de Luminria Aplicao 25.000h 50.000h 60.000h

    D1/D2/D3 Escritrio 79 69 64

    D42 Escritrio 88 86 86

    E10/E11/E12 Indstria 84 83 82

    E14 Indstria 78 72 66

    FLAIRE Escritrio 87 84 83

    R7 Escritrio 88 87 86

    R8 Escritrio 80 72 69

    U7 Escritrio 88 87 86

    UM2 Escritrio 84 80 78

    V2M11 Escritrio 88 87 86

    V2M17 Escritrio 83 77 74V2M1F/J Escritrio 83 78 76

    Fonte: Site da ETAP (Traduzida)

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    A luminria que mais se aproxima da luminria da Lumicenter a da linha U,

    com vida til de 50000h, portanto, de acordo com a tabela 7, . Encontram-se

    os valores para os trs nveis de iluminncia:

    =

    = 25.078 lumens

    =

    = 37.617 lumens

    =

    = 62.696 lumens

    A quantidade de luminrias necessrias, calculada pela equao (4), ser:

    A tabela 8 sintetiza os valores encontrados:

    Tabela 8: Valores calculados NBR 5413

    Escola E - Iluminncia(lux) 200 300 500

    k - Indice Local 2,10526 2,105263 2,105263Refletncia 531 531 531

    Coeficiente de utilizao() 0,88 0,88 0,88

    Fator de Depreciao(D) 0,87 0,87 0,87

    rea do recinto(S) 96 96 96

    Fluxo Luminoso em Lumens() 25078,4 37617,55 62695,92

    fluxo luminoso cada

    lampada(lumens) 3780 3780 3780

    nmero de lmpadas(n) 6,63449 9,951734 16,58622

    Distribuiao(lampadas/m) 0,06911 0,103664 0,172773

    Fonte: Elaborada pelo autor

    A distribuio das luminrias do caso mdio (E = 300 lux) dada pela figura

    14, extrada do DIALUX, que o principal software livre disponvel no mercado para

    projetos de iluminao:

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    Figura 14: Distribuio das luminrias NBR 5413

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Na figura 14, percebe-se que a quantidade de luminrias no projeto do

    DIALUX 12, isso acontece para manter a uniformidade da sala, uma vez que seria

    difcil alinhar 10 luminrias para fornecer a iluminncia mnima.

    A figura 15 mostra a tela de clculos do DIALUX:

    Figura 15: Clculo feito no DIALUXNBR 5413

    Fonte: Elaborada pelo autor no software DIALUX

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    4.1.2. ISO 8995-1

    Abaixo ser apresentado o projeto para uma sala de aula de uso noturno e

    adulto usando a NBR ISO 8995-1e iluminao com lmpadas de LED.

    Com a nova norma as mudanas no clculo aparecem de imediato. Ao

    verificar a quantidade de lux necessria para o projeto, percebe-se que a nova

    norma especifica somente um valor de iluminncia, agora acompanhado do

    ofuscamento e do ndice de reproduo da cor. A iluminncia recomendada 500

    lux, com UGR < 19 e IRC superior a 80, conforme recorte do item 28 da ISO 8995-1.

    Tabela 9: Quantitativo de iluminncia para escolas NBR ISO 8995-1

    Fonte: NBR ISO 8995-1 (2013)

    A indicao de iluminncia clara e objetiva, inclusive, dividindo em duas

    linhas diferentes a iluminncia para uma sala de aula de uso diurno e uma sala de

    aula de uso noturno.A escolha da luminria traz duas preocupaes: UGR 80.

    Nesse sentido, foi escolhida a luminria LAA, tambm da fabricante

    Lumicenter. A escolha foi proposital, pois as luminrias LAA so semelhantes s

    luminrias LAN utilizadas no projeto com a NBR 5413, porm com aletas de

    alumnio que garantem UGR

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    O ndice local o mesmo calculado no projeto da sala de aula com a NBR

    5413, pela equao (2), K = 2,105.

    O fator de utilizao fornecido na tabela 10 do fabricante:

    Tabela 10: Fator de utilizao

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    O fluxo total dado pela expresso (4) e de acordo com a tabela (7),

    .

    = 62.696 lumens

    A quantidade de luminrias necessrias ser, pela expresso (5),

    N = 19.

    A tabela 11 sintetiza os valores encontrados:

    Tabela 11: Valores calculados NBR ISO 8995-1

    Escola E - Iluminncia(lux) 500

    k - Indice Local 2,105263158

    Refletncia 531

    Coeficiente de utilizao() 0,88

    Fator de Depreciao(D) 0,87

    rea do recinto(S) 96

    Fluxo Luminoso em Lumens() 62695,92476

    fluxo luminoso cada

    lampada(lumens) 3400

    nmero de lmpadas(n) 18,43997787

    Distribuiao(lampadas/m) 0,192083103Fonte: Elaborada pelo autor

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    A distribuio das luminrias dada pela figura 17, extrada do DIALUX:

    Figura 17: Distribuio das luminrias na sala de aula NBR ISO 8995-1

    Fonte: Elaborada pelo autor

    A figura 18, extrada do DIALUX, confirma o clculo feito, chegando a 20

    luminrias. Essa pequena variao uma deciso esttica para um arranjo 4x5.

    Figura 18: Clculo feito no DIALUX para a escola NBR ISO 8995-1

    Fonte: Elaborada pelo autor no software DIALUX

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    Essa tela nos d uma informao relevante para a norma 8995-1: a

    uniformidade do projeto, que ficou em 0,62. Esse valor, segundo a norma, garante

    que a uniformidade na estao de trabalho seja superior a 0,7. (Vide item 2.1.14)

    4.1.3. Comparativo de Custos na Vida til da Operao

    Para anlise de custo ser considerada a vida til das lmpadas, que de

    50.000 horas. Tambm considerarei o projeto apresentado pelo DIALUX, que

    eventualmente pode ser um pouco diferente do calculado, por questes estticas e

    de alinhamento das luminrias. Basta pensar em como alinharamos 19 luminrias

    em uma sala quadrada. Num caso assim, para garantir uniformidade e melhorapresentao usa-se 20 luminrias. O uso dirio das lmpadas foi fixado em 6

    horas, dessa maneira, a tabela 12 apresenta os valores em reais correspondentes

    ao custo total (instalao + operao) durante a vida til total das lmpadas que de

    aproximadamente 23 anos. O valor do kWh o valor praticado pela CEEE em junho

    de 2014. Para o estudo comparativo, ser considerado o caso mdio de

    iluminamento da norma NBR 5413.

    Tabela 12: Anlise de custo para a escola

    Escola

    Valor com a NBR

    5413

    Valor com a ISO

    8995-1

    Descrio

    Lmpada + luminria + driver (em reais) 379,59 392,67

    Mo de obra instalao por ponto( em reais) 50,00 50,00

    Quantidade de pontos 12 20

    Valor Total de instalao (em reais) 5.155,08 8.853,40

    Uso anual em horas(considerando 6 horas dirias) 2190 2190

    Preo do kWh em reais 0,33 0,33

    Potncia de cada lmpada (W) 58 58

    Valor total da Energia Eltrica Anual (em reais) 503,00 838,33

    Valor da Limpeza Anual (em reais) 100,00 100,00

    Despesa Operacional Anual (em reais) 603,00 938,33

    Despesa ao longo da Vida til (em reais) 19.024,06 30.435,04

    Fonte: Elaborada pelo autor

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    Percebe-se que o valor de instalao com a nova norma cerca de 71%

    superior e o valor da energia consumida, cerca de 66% superior. Isso acontece,

    pois alm do preo das luminrias com controle de ofuscamento ser superior, o valor

    mdio de iluminncia exigido pela ISO 8995-1, quando comparado ao valor mdio

    da norma NBR 5413 superior. Essa exige 300 Lux e aquela exige 500 Lux.

    4.2. AS DUAS NORMAS APLICADAS NO COMRCIO

    Nesse caso, ser considerada uma sala de atendimento bancrio, o projeto

    muito semelhante ao projeto para uma sala de aula, uma vez que as atividades

    pouco diferem (uso para leitura e digitao). A sala de atendimento possui asseguintes medidas: 12m x 8m x 3m.

    O mtodo de clculo utilizado est descrito nas pginas 34 e 35 deste

    trabalho.

    4.2.1. NBR 5413

    Para o projeto, ser utilizada a luminria LAN, da fabricante Lumicenter. Essa uma luminria simples e, de acordo com descrio do fabricante, indicada para

    ambientes que no exigem controle de ofuscamento. A lmpada possui 58W e a

    temperatura da cor 4.000K.

    Figura 19: Luminria LAN da Lumicenter

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

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    Essa luminria equipada lmpada de LED de 58W.

    De acordo com a NBR 5413, o valor do iluminamento est descrito abaixo:

    Tabela 13: Quantitativo de iluminncia para bancos NBR 5413

    Fonte: NBR 5413 (1992)

    O ndice local calculado pela equao (2):K = 2,105

    O fator de utilizao fornecido em tabela do fabricante (tabela 14):

    Tabela 14: Fator de utilizao

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    Chega-se ao fator de utilizao de 0,88 atravs da tabela 7.

    A luminria que mais se aproxima da luminria da Lumicenter a da linha U,

    com vida til de 50000h, portanto, usarei . A expresso (4), permite calcular

    o fluxo.

    = 34.483 lumens

    = 57.471 lumens

    = 86.207 lumens

    A quantidade de luminrias necessrias, conforme equao (5), ser:

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    A distribuio das luminrias, para o caso mdio, dada pela figura 20,

    extrada do DIALUX:

    Figura 20: Distribuio de luminrias para a sala bancria NBR 5413

    Fonte: Elaborada pelo autor no software DIALUX

    Observa-se que a quantidade de lmpadas fornecida pelo DIALUX 18, um

    pouco superior ao quantitativo calculado, para uma melhor distribuio esttica.

    A figura 21 mostra os clculos realizados pelo DIALUX:

    Figura 21: Clculo feito no DIALUX para a sala bancria NBR 5413

    Fonte: Elaborada pelo autor

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    Os clculos realizados esto sintetizados na tabela 15:

    Tabela 15: Valores calculados NBR 5413

    Comrcio E - Iluminncia(lux) 300 500 750

    k - Indice Local 2,10526 2,105263 2,105263

    Refletncia 531 531 531

    Coeficiente de utilizao() 0,96 0,96 0,96

    Fator de Depreciao(D) 0,87 0,87 0,87

    rea do recinto(S) 96 96 96

    Fluxo Luminoso em Lumens() 34482,8 57471,26 86206,9

    fluxo luminoso cada lmpada(lumens) 3400 3400 3400

    nmero de lmpadas(n) 10,142 16,90331 25,35497Distribuiao(lampadas/m) 0,10565 0,176076 0,264114

    Fonte: Elaborada pelo autor

    4.2.2. ISO 8995-1

    Abaixo ser apresentado o projeto para a mesma sala bancria usando a

    nova norma

    Nesse caso, o quantitativo de iluminncia requerido pela ISO 8995-1 omesmo do requerido pela norma antiga, conforme podemos visualizar abaixo no

    recorte da norma.

    Tabela 16: Quantitativo de iluminncia para comrcio NBR ISO 8995-1

    Fonte: NBR ISO 8995-1 (2013)

    A escolha da luminria traz duas preocupaes: UGR 80.

    Nesse sentido, foi escolhida a luminria LAA, tambm da fabricante

    Lumicenter. A escolha foi proposital, pois as luminrias LAA so semelhantes s

    luminrias LAN utilizadas no projeto com a NBR 5413. A potncia da lmpada

    58W e a temperatura da cor, 4.000K.

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    Figura 22: Luminria LAA-E da Lumicenter

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    O ndice local o mesmo calculado no projeto da sala de aula com a NBR

    5413, e pela equao (2), : K = 2,105.

    O fator de utilizao fornecido em tabela do fabricante (tabela 17):

    Tabela 17: Fator de utilizao

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    O fluxo total dado pela expresso (4), e de acordo com a mesma tabela 7,

    da ETAP, .

    = 57.471 lumens

    A quantidade de luminrias necessrias ser, conforme equao (5):

    N = 17.A distribuio das luminrias dada pela figura 23, extrada do DIALUX:

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    Figura 23: Distribuio de luminrias para a sala bancria NBR ISO 8995-1

    Fonte: Elaborada pelo autor

    A figura 24 mostra os clculos realizados pelo DIALUX:

    Figura 24: Clculo do DIALUX para o comrcio NBR ISO 8995-1

    Fonte: Elaborada pelo autor

    A tabela 18 sintetiza os valores encontrados:

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    Tabela 18: Valores calculados para o comrcio NBR ISO 8995-1

    Comrcio Classe de Tarefa Visual

    E - Iluminncia(lux) 500

    k - Indice Local 2,105263158Refletncia 531

    Coeficiente de utilizao() 0,96

    Fator de Depreciao(D) 0,87

    rea do recinto(S) 96

    Fluxo Luminoso em Lumens() 57471,26437

    Fluxo luminoso cada lmpada(lumens) 3400

    Nmero de lmpadas(n) 16,90331305

    Distribuio (lmpadas/m) 0,176076178

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Percebe-se que no caso da sala bancria, o nmero de luminrias igual

    entre as normas, se considerarmos o caso mdio da NBR 5413, pois a iluminncia

    requerida a mesma.

    4.2.3. Comparativo de Custos na Vida til da Operao

    Para anlise de custo ser considerada a vida til das lmpadas, que de

    50.000 horas. Tambm considerarei o projeto apresentado pelo DIALUX, que

    eventualmente pode ser um pouco diferente do calculado por questes estticas de

    alinhamento das luminrias. Basta pensar em como alinharamos 19 luminrias em

    uma sala quadrada. Num caso assim, para garantir uniformidade e melhor

    apresentao usa-se 20 luminrias. O uso dirio das lmpadas foi fixado em 8

    horas, dessa maneira, a tabela 19 apresenta os valores em reais correspondentesao custo total (instalao + operao) durante a vida til total das lmpadas que de

    aproximadamente 23 anos. O valor do kWh o valor praticado pela CEEE em junho

    de 2014. Para a comparao de custos considerado o caso de iluminamento

    mdio da norma NBR 5413.

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    Tabela 19: Anlise de custo para o banco

    Banco

    Valor com a NBR

    5413

    Valor com a ISO

    8995-1Descrio

    Lmpada + luminria + driver em reais 379,59 392,67

    Mo de obra instalao por ponto em reais 50,00 50,00

    Quantidade de pontos 18 18

    Valor Total de instalao em reais 7.732,62 7.968,06

    Uso anual em horas(considerando 6 horas

    dirias) 2190 2190

    Preo do kWh em reais 0,39 0,39Potncia de cada lmpada (W) 58 58

    Valor total da Energia Eltrica Anual em

    reais 891,68 891,68

    Valor da Limpeza Anual em reais 100,00 100,00

    Despesa Operacional Anual em reais 991,68 991,68

    Despesa ao longo da Vida til em reais 30.541,27 30.776,71

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Para o caso do projeto de iluminao do banco, pode-se perceber que os

    valores foram muito prximos usando as duas normas, a nica diferena est no

    valor de instalao que possui preo um pouco mais elevado para as luminrias com

    controle de ofuscamento.

    4.3. AS DUAS NORMAS APLICADAS NA INDSTRIA

    A indstria considerada neste estudo de caso uma metalrgica com tarefas

    de usinagem. O ambiente possui25 metros de comprimento, 15 metros de largura e

    7 metros de altura (p direito).

    4.3.1. NBR 5413

    A NBR 5413 estabelece como nvel de iluminncia, o quantitativo abaixo:

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    Tabela 20: Quantitativo de iluminncia para a indstria NBR 5413

    Fonte: NBR 5413 (1992)

    A luminria usada para este projeto a LHB 01-S da Lumicenter mostrada

    abaixo com 160 watts e temperatura da cor de 5.300K.

    Figura 25: Luminria LHB-S

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    O ndice local , de acordo com equao (2), : K = 1,56.

    O fator de utilizao fornecido em tabela do fabricante (tabela 21):

    Tabela 21: Fator de utilizao

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

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    O fluxo total dado pela expresso (4).

    A luminria que mais se aproxima da luminria da Lumicenter a da linha E,

    com vida til de 50000h, portanto, conforme tabela (7), usarei .

    = 161.082 lumens

    = 268.471 lumens

    = 402.706 lumens

    A quantidade de luminrias necessrias ser, conforme equao (5)

    As figuras 26 e 27 mostram o projeto realizado com o DIALUX, que

    demonstram o iluminamento para o caso mdio (E = 500 lux) e o ambiente em trs

    dimenses.

    Figura 26: Clculo do DIALUX para a indstria metalrgica NBR 5413

    Fonte: Elaborada pelo autor

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    Figura 27: Distribuio de luminrias para a indstria de metalurgia NBR 5413

    .

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Percebe-se que a uniformidade nesse caso, ficou em 0.55, entretanto, a NBR

    5413 no tem a preocupao com a uniformidade.

    A tabela 22 sintetiza os valores encontrados:

    Tabela 22: Valores calculados para a indstriaNBR 5413Indstria E - Iluminncia(lux) 300 500 750

    k - Indice Local 1,5625 1,5625 1,5625

    Refletncia 531 531 531

    Coeficiente de utilizao() 0,97 0,97 0,97

    Fator de Depreciao(D) 0,72 0,72 0,72

    rea do recinto(S) 375 375 375

    Fluxo Luminoso em Lumens() 161082 268471 402706

    fluxo luminoso cada lmpada(lumens) 13600 13600 13600

    nmero de lmpadas(n) 11,844 19,74 29,611

    Distribuiao(lampadas/metro) 0,0316 0,0526 0,079

    Fonte: Elaborada pelo autor

    4.3.2. ISO 8995-1

    A nova norma estabelece os valores abaixo para iluminncia de uma indstria

    metalrgica na tarefa de usinagem:

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    Tabela 23: Quantitativo de iluminncia para a indstria - NBR ISO 8995-1

    Fonte: Norma NBR ISO 8995-1 (2013)

    Para uso industrial o mercado de LED ainda restrito, usarei, portanto, a

    mesma luminria usada no caso da NBR 5413, pois o fabricante garante IRC Maior

    do que 70 e UGR mximo de 22. importante perceber, que nesse caso, a nova

    norma baixou o valor da iluminncia em comparao com a iluminncia mdia da

    NBR 5413. O valor recomendado 300 lux.

    A luminria usada para este projeto a LHB 01-S da Lumicenter mostrada

    abaixo, com 160 watts e 5.300K de temperatura de cor.

    Figura 28: Luminria LHB-S

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    O ndice local, conforme equao (2) : K = 1,56.

    O fator de utilizao fornecido em tabela do fabricante (tabela 24):

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    Tabela 24: Fator de utilizao

    Fonte: Lumicenter (Catlogo)

    O fluxo total dado pela expresso (4) e de acordo com a tabela (7) da

    ETAP, .

    O fluxo total, conforme equao (4), :

    = 161.082 lumens

    A quantidade de luminrias necessrias ser, de acordo com equao (5),

    N = 12Na figura 29 mostrado o projeto do DIALUX que confirma os resultados

    obtidos algebricamente.

    Figura 29: Clculo do DIALUX para a indstria metalrgica NBR ISO 8995-1

    Fonte: Elaborada pelo autor

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    Figura 30: Distribuio de luminrias para a indstria de metalurgia NBR ISO 8995-1

    Fonte: Elaborada pelo autor

    No caso da indstria, percebe-se que a luminria LHB no satisfaz a condio

    de Uniformidade mnima de 0,6 para garantir uniformidade de 0,7 no ambiente de

    trabalho. Isso demonstra que o software DIALUX ainda no est adaptado para

    garantir a uniformidade no projeto. A condio de uniformidade no foi cumprida

    nem quando aumentei significativamente o nvel de iluminncia. Devido ao fato de

    que os pontos com iluminncia mdia abaixo do recomendado esto em pontosmuito prximos parede, ou seja, distantes da rea de trabalho, o projeto ser

    mantido. A figura 31 destaca esses pontos.

    Figura 31: Iluminncia em Pontos Distantes da rea de TrabalhoNBR ISO 8995-1

    Fonte: Elaborado pelo autor

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    A tabela 25 sintetiza os clculos realizados:

    Tabela 25: Valores calculados para a indstria NBR ISO 8995-1

    Indstria E - Iluminncia(lux) 300

    k - Indice Local 1,5625

    Refletncia 531

    Coeficiente de utilizao() 0,97

    Fator de Depreciao(D) 0,72

    rea do recinto(S) 375

    Fluxo Luminoso em Lumens() 161082,4742

    fluxo luminoso cada

    lmpada(lumens) 13600

    nmero de lmpadas(n) 11,84429958

    Distribuiao(lampadas/metro) 0,031584799

    Fonte: Elaborado pelo autor

    4.3.3. Comparativo de Custos na Vida til da Operao

    Para anlise de custo ser considerada a vida til das lmpadas, que de50.000 horas. Para essa indstria, ser considerada uma operao de 12 horas

    dirias com limpeza anual. A comparao de custos levar em conta o iluminamento

    mdio pela Norma NBR 5413.

    Tabela 26: Anlise de custo para a indstria

    Metalrgica

    Valor com a NBR

    5413

    Valor com a ISO

    8995-1

    DescrioLmpada + luminria + driver (em reais) 1.452,68 1.452,68

    Mo de obra instalao por ponto (em reais) 70,00 70,00

    Quantidade de pontos 20 12

    Valor Total de instalao em reais 30.453,60 18.272,16

    Uso anual em horas(considerando 12 horas

    dirias) 4380 4380

    Preo do kWh em reais 0,36 0,36

    Potncia de cada lmpada (W) 160 160Valor total da Energia Eltrica Anual (em reais) 5.045,76 3.027,46

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    Valor da Limpeza Anual (em reais) 100,00 100,00

    Despesa Operacional Anual (em reais) 5.145,76 3.127,46

    Despesa ao longo da Vida til (em reais) 148.806,08 90.203,65

    Fonte: Elaborada pelo autor

    No caso da indstria, percebe-se que o iluminamento baixou com a

    publicao da nova norma, se comparado com o caso mdio da NBR 5413.

    Anteriormente eram exigidos 500 lux e atualmente, 300 lux. Se considerarmos a vida

    til total da luminria, aproximadamente de 12 anos, os custos com a norma antiga

    seriam 65% superiores ao projeto com norma atual.

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    5 CONCLUSES

    A atualizao da norma de iluminao de interiores sofreu mudanas

    significativas com a publicao da ISO 8995-1. A norma regulamentou a qualidade

    da iluminao, exigindo mais testes por parte dos fabricantes.

    Do ponto de vista do projetista, as mudanas mais significativas (controle de

    ofuscamento e garantia do IRC) dependem do fabricante da lmpada. Percebeu-se

    que os fabricantes ainda no disponibilizam todas as informaes em seus

    catlogos comerciais. O fator de manuteno, por exemplo, no foi encontrado com

    os principais comerciantes de lmpadas do Brasil, nem mesmo com solicitaes

    formais.No trabalho, percebeu-se que apesar das grandes evolues que a ISO 8995-

    1 trouxe para o projeto da iluminao de interiores, ela no contempla tabela com

    fator de manuteno para luminrias a LED.

    Alm disso, a prpria iluminao industrial de LED ainda bastante

    deficiente, pois no se encontram no mercado luminrias que garantam altos ndices

    de reproduo da cor e baixos valores de ofuscamento.

    A anlise de custos de projetos com LEDS mostrou que no existe umacorrelao entre a edio da nova norma e o aumento de custos. Em alguns casos

    eles podem at diminuir, pois o nvel de iluminamento mdio exigido em alguns

    ambientes, como a indstria metalrgica, baixou.

    O projeto com LED possui custos de manuteno baixssimos, por conta da

    vida til longa. Para esse tipo de lmpada, a manuteno restringe-se limpeza.

    De maneira geral, a nova norma passou a considerar os valores mdios de

    iluminncia que constavam na NBR 5413 como o valor recomendado para o projeto.Dentre os casos analisados, a escola apresentou a maior alta de custos

    utilizando a nova norma. Isso aconteceu porque a ISO 8995-1 aumentou o valor da

    iluminncia recomendada em relao iluminncia mdia da NBR 5413. O valor

    desse aumento tambm explicado porque a norma NBR 5413 considerava a sala

    de aula sem distinguir uso diurno e noturno e a NBR ISO 8995-1 foi mais abrangente

    separando esses dois tipos de uso. A ISO 8995-1 tambm se preocupou em dividir

    as salas de ensino entre diversas atividades (desenho, turno de estudo, salas

    maternais, etc), especificando ndices de iluminncia para as diferentes tarefas.

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    A sala de atendimento bancrio praticamente no teve alterao de custos,

    pois o valor de iluminncia foi mantido. A nova norma sintetizou diversas atividades

    correlatas ao trabalho bancrio em um, nico item chamado leitura digitao e

    processamento de dados, ou seja, a norma preocupou-se em abranger atividades

    prximas atividade bancria nesse item.

    O projeto luminotcnico da indstria enfrenta o fornecimento escasso do

    mercado, pois ainda so restritas luminrias com maior potncia que satisfaam alto

    ndice de reproduo da cor e baixo valor de ofuscamento. Mas para o caso da

    indstria metalrgica, esses critrios no so rigorosos.

    A nova norma baixou o ndice de iluminamento, reduzindo consideravelmente

    os custos de um projeto que obedece a NBR ISO 8995-1. O ndice de iluminamentomdio da tarefa de usinagem era alto (500 lux) para um tipo de tarefa que no exige

    muito esforo visual, para uma ideia desse quantitativo, esse o valor de ilmunncia

    recomendado para uma sala de aula noturna, que envolve leitura e digitao. O

    custo de instalao com a NBR 5413 foi 66% maior e o custo total (operao +

    energia eltrica) ao longo da vida til foi 65% superior.

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    6 SUGESTES PARATRABALHOS FUTUROS

    1) Comparar os custos utilizando lmpadas fluorescentes, pois elas ainda

    so amplamente utilizadas no mercado e possuem investimento inicial

    mais baixo;

    2) Projetar um ambiente inteiro levando em conta rea de entorno imediato

    da tarefa;

    3) Usar fator de manuteno calculado;

    4) Projetar salas que exigem controle ainda mais rigoroso de ofuscamento

    com altos ndices de reproduo da cor, pois o mercado de lmpadas de

    LED ainda restrito para essas exigncias.5) Contemplar uma anlise de custos trazendo todos os custos para valor

    presente.

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    REFERNCIAS

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    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 5101Iluminncia de

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    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 5461 Terminologia.

    1991.ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR ISO 8995-1

    Iluminao de Ambientes de Trabalho. 2013

    CARRION, Daniel Brum. Estudo Luminotcnico usando o software DIALUX.

    Monografia de Concluso de Curso. UFSM, 2012

    CREDER, Hlio. Instalaes eltricas. 15. ed. [Rio de Janeiro] : LTC, c2007.

    COTRIM, Ademaro Alberto Machado Bittencourt. Instalaes eltricas. 5. ed. So

    Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.ETAP. The Maintenance Factor for LED Lighting. Disponvel em:

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    FERGTZ, Marcos. Iluminao de Ambientes de Trabalho NBR 8995-1/2013.

    Joinville: Udesc, 2014. Disponvel em: