nbr 12218 - projeto de rede de distribuicao de agua para abastecimento publico

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Copyright © 1990, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Telex: (021) 34333 ABNT - BR EndereçoTelegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 12218 JUL 1994 Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público 4 páginas Palavras-chave: Abastecimento de água. Rede de água Origem: Projeto 02:009.30-008/1993 CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil CE-02:009.30 - Comissão de Estudo de Sistema de Abastecimento de água NBR 12218 - Project of water distribution network for public supply Descriptors: Water supply. Water network Esta Norma substitui a NB 594/1977 Válida a partir de 29.08.1994 Procedimento 1 Objetivo Esta Norma fixa as condições exigíveis na elaboração de projeto de rede de distribuição de água para abastecimen- to público. 2 Documentos complementares Na aplicação desta Norma é necessário consultar: NBR 12211 - Estudos de concepção de sistemas pú- blicos de abastecimento de água - Procedimento NBR 12217 - Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público - Procedi- mento 3 Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.13. 3.1 Rede de distribuição Parte do sistema de abastecimento formada de tubula- ções e órgãos acessórios, destinada a colocar água potá- vel à disposição dos consumidores, de forma contínua, em quantidade e pressão recomendadas. 3.2 Setor de manobra Menor subdivisão da rede de distribuição, cujo abasteci- mento pode ser isolado, sem afetar o abastecimento do restante da rede. 3.3 Setor de medição Parte da rede de distribuição perfeitamente delimitada e isolável, com a finalidade de acompanhar a evolução do consumo e avaliar as perdas de água na rede. 3.4 Consumo Quantidade de água utilizada pelos consumidores numa unidade de tempo. 3.5 Vazão de distribuição Consumo acrescido das perdas que podem ocorrer na rede. 3.6 Categoria de consumidor Qualificação do consumidor, de acordo com o uso princi- pal que faz da água. 3.7 Área específica da rede de distribuição Área de característica própria de ocupação, concentra- ção demográfica e categoria de consumidor. 3.8 Vazão específica Vazão de uma área específica, expressa em vazão por uni- dade de área ou por unidade de comprimento de tubula- ção. 3.9 Condutos ou tubulações principais Tubulações da rede de distribuição, verificadas por cálcu- lo hidráulico, mediante concentração das vazões máxi- mas de dimensionamento em seus nós.

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  • Copyright 1990,ABNTAssociao Brasileirade Normas TcnicasPrinted in Brazil/Impresso no BrasilTodos os direitos reservados

    Sede:Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 - 28 andarCEP 20003-900 - Caixa Postal 1680Rio de Janeiro - RJTel.: PABX (021) 210 -3122Telex: (021) 34333 ABNT - BREndereo Telegrfico:NORMATCNICA

    ABNT-AssociaoBrasileira deNormas Tcnicas

    NBR 12218JUL 1994Projeto de rede de distribuio de guapara abastecimento pblico

    4 pginasPalavras-chave: Abastecimento de gua. Rede de gua

    Origem: Projeto 02:009.30-008/1993CB-02 - Comit Brasileiro de Construo CivilCE-02:009.30 - Comisso de Estudo de Sistema de Abastecimento de guaNBR 12218 - Project of water distribution network for public supplyDescriptors: Water supply. Water networkEsta Norma substitui a NB 594/1977Vlida a partir de 29.08.1994

    Procedimento

    1 ObjetivoEsta Norma fixa as condies exigveis na elaborao deprojeto de rede de distribuio de gua para abastecimen-to pblico.

    2 Documentos complementaresNa aplicao desta Norma necessrio consultar:

    NBR 12211 - Estudos de concepo de sistemas p-blicos de abastecimento de gua - Procedimento

    NBR 12217 - Projeto de reservatrio de distribuiode gua para abastecimento pblico - Procedi-mento

    3 DefiniesPara os efeitos desta Norma so adotadas as definiesde 3.1 a 3.13.

    3.1 Rede de distribuio

    Parte do sistema de abastecimento formada de tubula-es e rgos acessrios, destinada a colocar gua pot-vel disposio dos consumidores, de forma contnua,em quantidade e presso recomendadas.

    3.2 Setor de manobra

    Menor subdiviso da rede de distribuio, cujo abasteci-mento pode ser isolado, sem afetar o abastecimento dorestante da rede.

    3.3 Setor de medio

    Parte da rede de distribuio perfeitamente delimitada e

    isolvel, com a finalidade de acompanhar a evoluo doconsumo e avaliar as perdas de gua na rede.

    3.4 Consumo

    Quantidade de gua utilizada pelos consumidores numaunidade de tempo.

    3.5 Vazo de distribuio

    Consumo acrescido das perdas que podem ocorrer narede.

    3.6 Categoria de consumidor

    Qualificao do consumidor, de acordo com o uso princi-pal que faz da gua.

    3.7 rea especfica da rede de distribuio

    rea de caracterstica prpria de ocupao, concentra-o demogrfica e categoria de consumidor.

    3.8 Vazo especfica

    Vazo de uma rea especfica, expressa em vazo por uni-dade de rea ou por unidade de comprimento de tubula-o.

    3.9 Condutos ou tubulaes principais

    Tubulaes da rede de distribuio, verificadas por clcu-lo hidrulico, mediante concentrao das vazes mxi-mas de dimensionamento em seus ns.

  • 2 NBR 12218/1994

    3.10 Condutos ou tubulaes secundrias

    Demais tubulaes da rede de distribuio.

    3.11

    Presso esttica disponvel ou simplesmentepresso esttica

    Presso, referida ao nvel do eixo da via pblica, em deter-minado ponto da rede, sob condio de consumo nulo.

    3.12

    Presso dinmica disponvel ou simplesmentepresso dinmica

    Presso, referida ao nvel do eixo da via pblica, em de-terminado ponto da rede, sob condio de consumo nonulo.

    3.13 Zona de presso

    rea abrangida por uma subdiviso da rede, na qual aspresses esttica e dinmica obedecem a limites prefi-xados.

    4 Condies gerais

    4.1 Desenvolvimento do projeto

    4.1.1 Elementos necessrios

    So os seguintes:

    a) estudo de concepo do sistema de abasteci-mento, elaborado conforme a NBR 12211;

    b) definio das estapas de implantao;

    c) projetos de outras partes do sistema de abaste-cimento j elaborados, atendendo concepobsica a que se refere 4.1.1-a);

    d) levantamento planialtimtrico da rea do projetocom detalhes do arruamento, tipo de pavimento,obras especiais, interferncias e cadastro da redeexistente;

    e) plano de urbanizao e legislao relativa ao usoe ocupao do solo.

    4.1.2 Atividades necessrias

    So as seguintes:

    a) definio das etapas de execuo da rede e dascorrespondentes vazes de distribuio para di-mensionamento;

    b) delimitao do permetro da rea total a ser abas-tecida, dos contornos das reas de mesma densi-dade demogrfica e de mesma vazo especfica;

    c) delimitao das zonas de presso;

    d) fixao dos volumes dos reservatrios, conformeNBR 12217 e seus nveis operacionais;

    e) anlise das instalaes de distribuio existentes,objetivando seu aproveitamento;

    f) traado dos condutos principais e secundrios;

    g) dimensionamento dos condutos;

    h) projeto dos setores de medio da rede, a desen-volver conforme critrios do rgo responsvel pe-lo abastecimento de gua, na falta de norma espe-cfica;

    i) localizao e dimensionamento dos rgos eequipamentos acessrios da rede, com vistas aoplanejamento dos setores de manobra;

    j) elaborao dos seguintes documentos:

    - memorial descritivo e justificativo;

    - especificaes de servios, materiais e equipa-mentos;

    - listas de materiais e equipamentos;

    - oramento;

    - manual de operao, controle e manuteno.

    5 Condies especficas

    5.1 Permetro da rea abastecvel

    5.1.1 Devem ser definidos os contornos das diferentes

    reas especficas, considerando as seguintes ocupaesde solo: residencial, comercial, industrial e especial.

    5.1.2 A rea abastecvel deve conter as diferentes reas

    especficas do permetro urbano atual e de expanso, deacordo com a legislao de uso e ocupao do solo.

    5.1.3 Na falta de legislao de uso e ocupao do solo,

    devem ser consideradas como reas de expanso aque-las que apresentam possibilidade de desenvolvimentopromissor.

    5.2 Vazes especficas para dimensionamento

    5.2.1 Devem ser estabelecidas as vazes para dimensio-

    namento, para atender reas especficas.

    5.2.2 Devem ser consideradas as vazes para as reas de

    expanso.

    5.2.3 Devem ser identificados os consumidores singula-

    res e os respectivos consumos, mediante levantamentode campo ou outro procedimento devidamente justifi-cado.

    5.2.4 No devem ser previstas demandas especiais para

    combate a incndios em condies operacionais nor-mais da rede.

    5.2.5 Casos em que as demandas especiais para comba-

    te a incndios so consideradas no dimensionamento darede, em condies normais de operao, devem ser jus-tificados.

  • NBR 12218/1994 3

    5.3 Hidrantes

    5.3.1 Em comunidades com demanda total inferior a

    50 l/s, pode-se dispensar a instalao de hidrantes na re-de, devendo existir um ponto de tomada junto ao reserva-trio para alimentar carros-pipa para combate a incndio.

    5.3.2 Em comunidades com demanda total superior a

    50 l/s, devem-se definir pontos significativos para com-bate a incndio, mediante consulta ao corpo de bombei-ros, e localizar as reas de maior risco de incndio.

    5.3.3 Os hidrantes devem ser separados pela distncia

    mxima de 600 m, contada ao longo dos eixos das ruas.

    5.3.4 Os hidrantes devem ser de 10 l/s de capacidade nas

    reas residenciais e de menor risco de incndio, e de20 l/s de capacidade em reas comerciais, industriais,com edifcios pblicos e de uso pblico, e com edifcioscuja preservao de interesse da comunidade.

    5.3.5 Os hidrantes devem ser ligados tubulao da re-

    de de dimetro mnimo de 150 mm, podendo ser de colu-na ou subterrneo com orifcio de entrada de 100 mm, pa-ra as reas de maior risco, ou do tipo subterrneo comorifcio de entrada de 75 mm, para reas de menor risco.

    5.4 Zonas de presso

    5.4.1 A presso esttica mxima nas tubulaes distri-

    buidoras deve ser de 500 kPa, e a presso dinmica m-nima, de 100 kPa.

    5.4.1.1 Para atender aos limites de presso, a rede deve

    ser subdividida em zonas de presso.

    5.4.1.2 Os valores da presso esttica superiores mxi-

    ma e da presso dinmica inferiores mnima podem seraceitos, desde que justificados tcnica e economicamen-te.

    5.4.2 Trechos de condutos principais que no abaste-

    cem consumidores ou tubulaes secundrias no estosujeitos aos limites de presso estabelecidos em 5.4.1,mas devem ser verificados quanto estabilidade estrutu-ral e segurana sanitria.

    5.5 Rede existente

    5.5.1 O aproveitamento total ou parcial da rede existente

    deve ser estudado de acordo com NBR 12211.

    5.5.2 As partes aproveitveis da rede existente devem sa-

    tisfazer s condies desta Norma ou adaptar-se a ela,mediante alteraes ou complementaes.

    5.6 Traado dos condutos principais e secundrios

    5.6.1 Os condutos principais devem ser localizados em

    vias pblicas, formando, preferencialmente, circuitos fe-chados.

    5.6.2 Os condutos secundrios devem formar rede malha-

    da, podendo ou no ser interligados nos pontos de cruza-mento.

    5.6.3 Ao longo de condutos principais, com dimetro su-

    perior a 300 mm, devem ser previstos condutos secund-rios de distribuio.

    5.6.4 A rede deve ser dupla nos seguintes casos:

    a) em ruas principais de trfego intenso;

    b) quando estudo demonstrar que a rede dupla sejamais econmica.

    5.7 Dimensionamento dos condutos

    5.7.1 A velocidade mnima nas tubulaes deve ser de

    0,6 m/s, e a mxima, de 3,5 m/s; estes limites referem-ses demandas mximas dirias no incio e no final da eta-pa de execuo da rede.

    5.7.2 O dimetro mnimo dos condutos secundrios de

    50 mm.

    5.7.3 O clculo da perda de carga distribuda deve ser fei-

    to preferencialmente pela frmula universal, consideran-do, tambm, o efeito do envelhecimento do material dastubulaes da rede.

    5.7.4 O dimensionamento dos circuitos fechados, forma-

    dos de condutos principais, e a anlise do funcionamen-to global da rede devem ser realizados por mtodos declculo iterativos, que garantam resduos mximos de va-zo e de carga piezomtrica de 0,1 l/s e 0,5 kPa, res-pectivamente.

    5.7.5 O dimensionamento de trechos ramificados pode

    ser feito, admitida a distribuio uniforme do consumo aolongo do trecho, calculando a perda de carga com base navazo da extremidade de jusante somada metade davazo distribuda.

    5.7.6 O dimensionamento dos condutos principais, que

    formam circuitos fechados, pode ser feito supondo con-sumos localizados nos pontos nodais e em pontos singu-lares intermedirios.

    5.7.7 Os consumidores especiais ou singulares, conside-

    rados conforme definies da NBR 12211, devem tersuas vazes associadas a pontos nodais ou singularesintermedirios, em caso de a rede formar circuitos fecha-dos, ou a derivaes, em caso de rede ramificada.

    5.7.8 A rede deve ser calculada hidraulicamente para as

    vazes de dimensionamento, verificando-se os limites depresso fixados em 5.4.1.

    5.7.9 A rede tambm deve ser calculada hidraulicamen-

    te, verificando-se o atendimento s vazes nos hidrantes.

    5.7.9.1 Admite-se, nesta verificao hidrulica, que ape-

    nas um hidrante seja operado por vez.

    5.8 Setor de manobra

    5.8.1 A operao do setor de manobra deve garantir o

    abastecimento do restante da rede com as vazes pre-vistas e dentro dos limites de presso especificados em5.4.1.

  • 4 NBR 12218/1994

    5.8.2 O setor de manobra deve abranger uma rea que

    apresente uma ou mais das seguintes caractersticas:

    a) extenso de rede (m) .................. 7000 a 35000

    b) nmero de economias ................ 600 a 3000

    c) rea(m2) ....................................... 40000 a 200000

    5.8.3 O isolamento do setor de manobra deve ser feito pe-

    lo menor nmero de vlvulas.

    5.9 Setor de medio

    5.9.1 O setor de medio deve, preferencialmente, abran-

    ger consumidores da mesma categoria residencial, comer-cial ou industrial.

    5.9.2 No deve ser necessrio fechar mais de 20 vlvulas

    para isolar um setor de medio.

    5.9.3 A extenso mxima da rede abrangida pelo setor de

    medio de 25 km.

    5.9.4 A alimentao do setor de medio deve ser feita

    pelo menor nmero vivel de pontos.

    5.9.5 Os medidores de vazo de entrada dos setores de

    medio e os medidores de presso, nos pontos de con-trole da rede, podem ter previso de instalao perma-nente ou dispositivos para sua insero, quando da reali-zao de ensaios.

    5.10 rgos e equipamentos acessrios

    5.10.1 Em conduto secundrio, deve ser prevista vlvula

    de manobra junto ao ponto de ligao a conduto principal.

    5.10.2 Devem ser previstas vlvulas de descarga nos pon-

    tos baixos da rede.

    5.10.2.1 A vlvula de descarga deve ser disposta para

    esvaziar totalmente a tubulao e impedir a entrada degua.

    5.10.2.2 O dimetro mnimo da vlvula de descarga, em

    tubulao, com dimetro igual ou maior que 100 mm, de-ve ser de 100 mm, e, com dimetro inferior a 100 mm, de-ve ser de 50 mm.

    5.10.3 Nos pontos altos dos condutos principais, devem

    ser previstas ventosas, protegidas do contato com guade saturao do solo ou de inundao.

    5.10.4 A rede de distribuio pode ter booster instalado,

    no devendo, entretanto, ser permitido o consumo atra-vs de bomba com suco direta da rede.

    5.10.5 O projeto deve prever a manuteno de todos os

    rgos e equipamentos acessrios, sem remover ou da-nificar a tubulao.

    5.11 Disposies construtivas

    5.11.1 Devem ser apresentados detalhes da soluo ado-

    tada, caso existam obstculos que interfiram no assen-tamento da rede.

    5.11.2 O projeto da rede deve conter detalhes construti-

    vos das travessias.

    5.11.3 O projeto deve prever destino adequado s guas

    de descarga.

    5.11.4 Deve ser prevista proteo adequada da rede nos

    trechos que possam sofrer interferncias ou danos de-correntes da operao de outros sistemas de utilidadespblicas, tais como linhas de esgoto, guas pluviais, pe-trleo e derivados, e gua no potvel.

    5.11.5 Nos pontos de mudana de direo, de reduo de

    dimetro e de localizao de dispositivos para fecha-mento ou controle nos condutos principais de grande di-metro, devem ser previstas estruturas capazes de absor-ver os esforos resultantes da condio operacionalmais desfavorvel.

    5.12 Documentos

    5.12.1 Devem ser elaboradas especificaes e relaes

    dos servios, materiais e equipamentos, por etapa de exe-cuo da rede.

    5.12.2 Deve ser preparado oramento detalhado das

    obras, por etapa de execuo.

    5.12.3 Deve ser preparado o manual de operao, contro-

    le e manuteno, incluindo as condies de operao nor-mal e de emergncia, os procedimentos para isolamentodos setores de manobra, as operaes, medio, detecode vazamentos e controle de perdas nos setores de me-dio, os ensaios de estanqueidade, os procedimentosde desinfeco, de manuteno e de controle, e outrasinformaes importantes.

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