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NAZA CLEISS PEREIRA DO NASCIMENTO HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS EM MARITUBA: (1929 -1939) Belém-PA 2013

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NAZA CLEISS PEREIRA DO NASCIMENTO

HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS

EM MARITUBA:

(1929 -1939)

Este trabalho de conclusão de Curso foi

julgado adequado à obtenção do título de

Licenciatura Plena em História pela banca

examinadora da Faculdade Integrada

Ipiranga.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

__________________________________________________

___________________________________________________

Belém-PA

2013

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A Deus para honra e Glória do seu nome, A

minhas filhas Cleissielle e Cleissienne, ao meu

esposo Jose Maria, aos meus pais Francisco

Cabral e Osmarina Alves, e as minhas irmãs

Nalzeli, Nalzilene e Nalzelice que muito

contribuíram para a minha educação formal.

BELÉM

2013

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RESUMO

Este estudo tem por finalidade investigar e conhecer a História da Fundação da

Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba no período de 1929 a

1939 em face de carência de produções sobre o tema proposto, o que requer

investigações como meio de produzir e propagar o conhecimento; dando

visibilidade, através da constituição de uma narrativa sobre a História dessa

instituição religiosa com atuação no Município de Marituba, valorizando assim a

cultura religiosa em que as mesmas estão inseridas. Portanto para analisar a

História da Fundação da Assembleia de Deus em Marituba, aplicou-se a

utilização de estudos Bibliográficos, com inserção em documentos escritos e o

resgate dessa Historia através da oralidade, relacionando-os com as narrativas

obtidas através das entrevistas realizadas aos sujeitos sociais com faixa etária

entre 54 e 98 anos de idade. Portanto o desafio para novos historiadores é o

uso desse conhecimento, para um saber significativo da História da Fundação

da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, para apresenta-lo a

sociedade em geral, fazendo assim a relação entre história e memória. Os

resultados nos mostram que os capítulos que compõem essa obra poderão

oferecer subsídios que permitam aprimorar e potencializar um maior

conhecimento do passado, oferecendo a você um panorama significativo e

sólido a respeito da origem da Igreja Assembleia de Deus, em particular no

Município de Marituba.

PALAVRAS CHAVES: Memoria, História oral, Assembleia de Deus, Marituba.

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ABSTRACT

This study aims to investigate and know the history of the Established Church

Assembly of God in the city of Marituba in the period 1929-1939, since we

found no detailed records on a past importantly you need to be registered to

make known to future generations; giving visibility, voice and time, through the

creation of a narrative history of the Established Church Assembly of God in the

city of Marituba, thus enhancing the religious culture in which they are

embedded. Therefore to analyze the history of the Foundation of the Assembly

of God in Marituba, applied the methodology of studies Books about the origin

of the Assembly of God in Brazil that caused this expansion to various locations

and oral history of many authors, relating them with narratives obtained through

interviews conducted with social subjects aged between 54 and 98 years old.

So the challenge for new historians is the use of this knowledge to a knowledge

of the significant history of the Foundation of the Church Assembly of God in the

city of Marituba, presents it to society in general, thus making the relationship

between history and memory. The results show that the chapters of this work

may offer subsidies that enable us to improve and enhance a better

understanding of the past, giving you significant insight and solid about the

origin of the Assembly of God Church, particularly in the city of Marituba.

KEYWORDS: Memory, Oral History, Assembly of God, Marituba.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------08 - 09

1 O PERCURSO HISTÓRICO DO MOVIMENTO PENTENCOSTAL----------------------------------------------------------10-16

1.1 ORIGEM DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL---------16-22 2 CONTEXTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA --------------------------------------------------------------------------------------23-28

2.1 CONTEXTOS RELIGIOSOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA-------------------------------------------------------------------------------------28-31

3 MEMÓRIAS DA FUNDAÇÃO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS NO MUNICÍPIO DE MARITUBA----------------------------------33

3.1 ENTREVISTAS REALIZADAS COM OS MEMBROS DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS NO MUNICÍPIO DE MARITUBA-----------------------------------------------------------------------------------33 -41

3.2 ENTREVISTAS REALIZADAS COM MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA NO MUNICÍPIO DE MARITUBA------------------------41-45

3.3 ENTREVISTAS REALIZADAS COM AS PESSOAS QUE NÃO COMPÕEM AS IGREJAS CITADAS ANTERIORMENTE-------46-48

4 CONCUSÃO--------------------------------------------------------------49-50

5 REFERENCIAS TEÓRICOS------------------------------------------51-52

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INTRODUÇÃO

Conhecer a História da Fundação da Igreja Assembleia Deus no Município de

Marituba é um grande desafio que se propõe para essa investigação, pois se

trata de um tema que ainda requer pesquisas em face ao grande movimento

pentecostal no Brasil, país tradicionalmente católico desde as suas origens.

Desta forma buscamos respostas para as nossas inquietações tentando

compreender o processo de constituição Histórica dessa instituição religiosa.

Estabelecemos um recorte temporal entre os anos 1929 a 1939 em função da

origem da Assembleia de Deus no Município de Marituba no Estado do Pará ter

ocorrido nesse período. Em função da escassez de fontes que dê suporte

material para as investigações acadêmicas se justifica o interesse por resgatar

através da memória e da oralidade de alguns moradores do Município de

Marituba, fatos ocorrentes dentro do mesmo, como forma de garantir a esses

sujeitos o olhar sobre o nosso objeto de investigação, assim como suporte

teórico de autores do campo das humanidades.

Nesse sentido é necessário apresentarmos alguns dados Históricos do

período vivenciado pelo pentecostalismo, principalmente no período em que é

notória a influência desse movimento no Brasil através de outras igrejas, visto

que Paul Freston nos apresenta três ondas do movimento Pentecostal, sendo

que a primeira se deu com a igreja Assembleia de Deus, a segunda com a

Igreja Deus é Amor e a terceira com a igreja Universal do Reino de Deus, desta

maneira podemos perceber que o Pentecostalismo não é exclusivo da

Assembleia de Deus, pois se compreende fazer parte de vários fenômenos

religiosos.

Através dessa trajetória do Movimento Pentecostal, foi possível

compreendermos como constituir uma narrativa da História de Fundação da

Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba. Visto que a análise do

cotidiano resgata a História cultural da sociedade. Neste contexto podemos

compreender, a partir das pesquisas bibliográficas e das coletas de dados das

entrevistas, o quanto é importante valorizarmos a História Oral, como forma de

dar visibilidade, dar voz e vez aos entrevistados envolvidos no contexto,

valorizando as memórias dos idosos que serão essenciais para constituir uma

narrativa Histórica para o conhecimento das gerações futuras.

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Sendo assim esse trabalho foi realizado no campo de investigação

qualitativa, partindo das pesquisas bibliográficas que nos mostram a História do

pentecostalismo, que inclui a ação evangelística e através das coletas de

dados de entrevistas obtidas através dos relatos da memória dos indivíduos

entrevistados, pois as pesquisas bibliográficas juntamente com as coletas de

dados dos entrevistados serviram de base, para a construção da representação

da História da Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de

Marituba.

É importante compreendermos os diversos fatores que estão

inseridos na sociedade maritubense no período de 1929 a 1939, a fim de

promover as informações a partir da história oral, destacando a importância do

passado como objeto de análise mais eficaz para lidarmos com as mudanças

constantes e suas relações para a compreensão das diversas relações sociais

imbricadas entre passado, presente e futuro.

Para melhor apresentarmos o presente trabalho sua organização

está dividida em três capítulos. No primeiro, apresentamos a discussão teórica

circunscrita no campo da História e o percurso histórico do Movimento

Pentecostal e da Assembleia de Deus no Brasil e no Pará. No segundo capítulo

tratamos do contexto histórico e religioso do Município de Marituba e no

terceiro capítulo mostramos as narrativas a partir da memória de moradores do

município de Marituba sobre a fundação da Igreja Assembleia de Deus. Os

sujeitos que participaram desse estudo são adeptos da Igreja Católica, da

Assembleia de Deus e também outras pessoas que não participam de

nenhuma das denominações citadas, mas que fazem parte do contexto no

período analisado do referido Município. Avaliamos e analisamos os resultados

das fontes de pesquisas historiográficas juntamente com as coletas de dados

obtidos através das entrevistas. Desta forma podemos observar que não

devemos analisar o contexto religioso do Município de Marituba isoladamente,

uma vez que o universo cultural é amplo e estão inseridos na vida econômica,

política e social dessa sociedade.

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1- O PERCURSO HISTÓRICO DO MOVIMENTO PENTENCOSTAL

O objetivo deste capítulo é dar visibilidade ao percurso histórico do

pentecostalismo através do qual foi se construindo dentro de diversos

fenômenos religiosos a formação de igrejas, em diversas localidades entre elas

a Assembleia de Deus no Estado do Pará e sua propagação para o Brasil e

várias outras localidades do mundo. Desta maneira foi dada ênfase a grande

parte do processo de desenvolvimento do Movimento Pentecostal bem como à

relação que se estabeleceu entre outras igrejas envolvidas no contexto do

período proposto para essa investigação. O motivo central para esta

abordagem está no fato de que, o Movimento Pentecostal tomou grandes

dimensões que marcam profundamente a identidade e a vida de grande parte

do povo brasileiro.

Por essas e outras razões, é oportuno fazer-se uma nova reflexão

sobre o impacto que causa valorizar o passado para que se tenha

entendimento do presente sem deixar de perceber algumas possibilidades e

limitações dos contextos estudados.

A organização do capitulo ocorre inicialmente através da

apresentação de um panorama dos antecedentes históricos do

pentecostalismo e o processo de expansão do mesmo, onde relatamos

também uma breve síntese da História da Igreja Assembleia de Deus no Brasil.

Diante dessa sequência notamos que varias pessoas tem se disponibilizado a

estudar a História da igreja por várias lentes, seja pela teoria do campo

historiográfico ou da cultura de pessoas menos favorecidas dentro dos fatores

econômicos, o que conhecemos por classes populares.

A palavra Igreja é uma tradução da palavra grega EKKLESIA, que

não está relacionado a um lugar de adoração e sim a uma reunião de pessoas

mostrando desta maneira a organização de grupo de pessoas em determinado

local que praticam a mesma crença, conforme nos apresenta Wycliffe (2006).

É possível encontrarmos também o registro da palavra Igreja na

Bíblia Sagrada no Novo Testamento que diz: “Pois também eu te digo que tu és

Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não

prevalecerão contra ela”. (Matheus 16, 18).

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Agora, cabe aqui uma palavra de advertência. Quando nós

lançamos mão da ciência Humana, a História; para estudar o fenômeno da

religiosidade brasileira, nos deparamos sobre tudo com uma notável

observação, a de que o catolicismo iniciou a nossa religiosidade, nos

impossibilitando, portanto de fugir dos traços das origens da sociedade

brasileira onde o trabalho de padres começava a interferir na cultura dos povos

indígenas tanto na religião como na linguagem, vestuários entre muitos outros

aspectos, visto que o objetivo dos padres era direcionar os índios ao

catolicismo e isto fica claro.

Desta forma notamos que os indígenas o qual a História apresenta

como os primeiros habitantes do Continente Americano, mas especificamente

da região Amazônica, viviam diante de uma religião diferenciada do

catolicismo, onde os mesmos acreditavam na existência de vários deuses, que

costumavam caracterizá-los através de elementos da natureza. Quanto a

religião do povo indígena Tiese Junior afirma que:

A religião indígena é chamada de religião de encantamento, pois quando um membro da comunidade morre, transforma-se em um elemento da natureza – uma árvore, uma pedra, um rio, um pássaro ou uma planta. Um dos principais deuses é Tupã, o criador do mundo existe a adoração de pedras, arvores e animais. Os fenômenos da natureza são controlados pelo deus tupã. Trovões, ventanias, chuvas fortes, relâmpagos são sinais de que deus estava bravo, que algo errado foi feito. (JUNIOR, 2010, P. 26).

Vale a pena ressaltar que através dos relatos desses fatos Históricos

é notável que a religião indígena e os padres evangelizadores se defrontam

entre suas culturas visto que agora anunciavam aos indígenas a existência de

um único Deus a ser adorado e que os elementos da natureza haviam sidos

criados por Ele. E é esse novo ensinamento que a História caracteriza como

processo de catequização dos indígenas. Porém e necessário

compreendermos que a cultura de um povo vai muito além de suas

religiosidades, onde a tal cultura esta entrelaçada nos diversos aspectos de

uma sociedade. Quanto ao significado referente a cultura Pinsky nos diz que:

[...] Cultura não é apenas o conjunto de manifestações artísticas. Envolve as formas de organização do trabalho, da casa da família, do cotidiano das pessoas, dos ritos, das religiões, das festas etc. Assim, o estudo das identidades sociais, no âmbito das representações culturais, adquiri ignificado e importância para caracterização de grupos sociais e de povos. (PINSKY, 2008, P. 46).

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Sendo assim podemos conceber o resultado em que a sociedade

em geral implica no desenrolar de processos que vem ocorrendo através da

ação de instituições, resultantes de conceitos ou de ações individuais que

envolvem um embate entre as relações sociais no tempo.

Muito ouvimos falar ou lemos a respeito dos constantes processos

de modificações ocorridos nas igrejas onde um deles é o Movimento

Pentecostal, mas inicialmente é importante ressaltar que iremos identificar a

origem para esse Movimento Pentecostal, a partir de seu surgimento no

contexto dos Estados Unidos até a sua chegada ao Brasil. É possível

identificarmos que entre os dois contextos que utilizamos para caracterizar as

suas origens foi possível percebermos que Paul Freston apresenta a

ocorrência de controvérsia entre os historiadores pentecostais no que diz

respeito à data de origem do pentecostalismo em Los Angeles. Esse autor

afirma que:

[...] Alguns querem colocar seu início em 1900 ou 1901, enquanto outros dizem ter sido 1906, em Los Angeles. Tais debates são frequentemente intrapentecostais; penso, porém que faz mais sentido considerar 1906 como a origem do movimento internacional pentecostal. (FRESTON, 1996, P.3).

Podemos observar que apesar do autor considerar o ano de 1906,

como origem do Movimento Internacional Pentecostal, o mesmo entra em

controvérsia com relação ao que afirma acreditar a respeito da origem desse

movimento. Visto que em outro momento apresenta Charles Parham como um

Dirigente de uma escola bíblica, que em anos anteriores aos de 1906 já

enfatizava um movimento de santidade, onde se falava em algo á mais ocorrido

dentro desse movimento após a conversão, visto que esta nova experiência era

considerada a ter um nível superior de santidade, sendo então considerado

esse período como o início do Movimento Pentecostal, pois esse mesmo autor

em outro momento nos expõe que:

Entre 1900 e 1901 um dirigente de uma escola bíblica na cidade de Kansa no Sul dos Estados Unidos, chamado Charles Parham, juntamente com outras pessoas ligadas às chamadas igrejas ou movimentos “holiness”. De santidade falavam de uma segunda experiência [...]. Essa segunda experiência já era chamada por muitos de “Batismo no Espirito Santo” [...]. (FRESTON, 1996, p.3).

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Portanto mesmo diante da constatação de controvérsia de Freston,

com relação a origem do Movimento Pentecostal, para esse trabalho iremos

considerar que a origem do movimento pentecostal se caracteriza em um

processo que se desencadeou em momento anterior ao ano de 1906 na cidade

de Los Angeles.

Nesse contexto, a partir da organização de uma escola bíblica, onde

Charles Partham tinha dentre os seus novos alunos W. J. Seymouri, um negro,

filho de escravos, cego de um olho e que trabalhava como garçom, que

observava as aulas de Parham somente do lado externo pelo fato de ser negro

não lhe era permitido adentrar a escola. Todavia, entendeu que aquelas aulas

sinalizavam para a busca ao batismo com Espírito Santo, muito embora

Seymour ainda não estivesse sido batizado com base nesses princípios mas

sentia-se conduzido a dar ênfase a esse tema de Batismo em suas pregações.

Freston (1996).

[...] Como Partham era branco e racista, [...]. Dentro da sala só havia branco. Seymour, embora convencido da doutrina pentecostal, não havia ainda falado em línguas quando recebeu um convite de uma igreja em Los Angeles. Em uma igreja negra de santidade-holiness- pastoreada por uma mulher que convidava Seymour para trazer a mensagem pentecostal. (FRESTON, 1996, p.4).

Infelizmente a pratica de racismo naquele período era extremamente

abusiva, principalmente pela falta de punições diante de tais situações como a

registrada na citação acima em que Parham pratica contra Seymour, onde é

possível percebermos que se diferencia dos dias atuais em que o racismo é

condenado pela sociedade, inclusive prescrito como crime em nossa

legislação, pois existe a lei nº 7.716/891 de 05 de janeiro de 1989, alterada pela

lei 12.7352 de 30 de novembro de 2012 que tem como objetivo condenar

aqueles que venham agir com atitudes racistas contra qualquer pessoa.

Porém é possível percebermos que mesmo diante das práticas

racista de Partham as reuniões realizadas por Seymour continuaram, onde o

número de participantes crescia cada vez mais, chegou a crescer de tal

1Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor

2 Altera a lei 7.716/89 para tipificar condutas realizadas mediante uso de sistema eletrônico, digital ou

similares, que sejam praticadas contra sistemas informatizados e similares; e da outras providências

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maneira que passou a chamar a atenção da imprensa norte-americana que

enviou ate o local um repórter para fazer a cobertura dos acontecimentos ali

ocorridos. As reuniões tinham grande participação de negros e de mulheres,

que praticavam o fenômeno de falar em línguas visto que a ocorrência dessas

práticas nesses personagens caracterizava também as origens do

Pentecostalismo. Freston (1996).

Naquela igreja houve uma ruptura em consequência da mensagem que Seymour começava a pregar, e esse grupo teve que alugar um antigo armazém e transferir sua missão à qual deram o nome de Missão de Fé Apostólica. [...]. O principal jornal de Los Angeles mandou um repórter ao local e esse escreveu ridicularizando o fenômeno presenciado [...], o artigo funcionou como propaganda gratuita e logo em seguida houve o famoso Reavivamento da Azuza Street, a rua onde ficava aquela igrejinha. (FRETON, 1996, p.4-5).

È notório que a ação de falar em línguas, ou seja, o Batismo com o

Espirito Santo ocasionou o que conhecemos por movimento pentecostal, e que

esses feitos, eram realizados na Rua Azuza, lugar de onde vários missionários

iniciaram a expansão do Pentecostalismo para outros continentes.

Segundo Raiol (2011), diante do grande Movimento que ocorria ali

na Rua Azuza, varias pessoas se sentiam incentivadas a chegar àquele local,

visto que ali se tornará um centro irradiador do pentecoste para o mundo, onde

Vários pioneiros do avivamento mundial foram influenciados pelo derramar do

Espirito Santo em igrejas de Chicago. Entre eles Gunnar Vingren e Daniel

Berg.

Ainda conforme Raiol (2011) Daniel Berg era Sueco e viajou para os

Estados Unidos em 1902 com 18 anos de idade a procura de trabalho e

Gunnar Vingren estava em uma conferencia realizada pela primeira igreja

Batista Sueco em Chicago. Quando ambos se encontraram em 1909 após

serem batizados com Espirito Santo, a partir dai os jovens compartilharam a

chamada missionaria que tinham, muito embora não soubessem ainda o lugar

para onde iriam.

Vale apena salientarmos que ao relatarmos a origem do

Pentecostalismo em nossa pesquisa foi possível visualizamos através da obra

de Pinsky (2008) a necessidade que se deve ter de um compromisso com o

passado, onde não é viável que se estude o passado pelo passado sem

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valorizá-lo, mas considerá-lo como importante para a humanidade, tendo assim

grandes responsabilidades com os fatos Históricos apresentados sem inventá-

lo ou distorcê-lo. Para o autor,

[...] sem pensar no que a humanidade pode ser beneficiada com isso. Compromisso com o passado é pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos Histórico, não distorcer o acontecido como se esse fosse uma massa amorfa à disposição da fantasia de seu manipulador. Sem o respeito ao acontecido, a História vira ficção. Interpretar não pode ser confundido com inventar. E isso vale tanto para fato como para processos. (PINSKY, 2008, P.24).

Destacamos o contexto histórico do movimento pentecostal fazendo

um passeio historiográfico apresentando o processo do desenvolvimento desse

Movimento que se alastrou ao longo dos anos valorizando os acontecimentos

do passado como eixo importante para o objeto de pesquisa desse trabalho.

Ao fazermos essa trajetória compreendemos que para construir uma

representação Histórica do Movimento Pentecostal é necessária a valorização

do passado para que se possa fazer uma reflexão das relações entre passado,

presente e futuro que me dará a compreensão no desenvolvimento do

processo que ocasionou o aumento do movimento pentecostal conforme relata

Hobsbawm (1998).

O passado é, portanto, uma dimensão permanente da consciência humana, um componente inevitável das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana. O problema para os historiadores é analisar a natureza desse “sentido do passado” na sociedade e localizar suas mudanças e transformações. (HOBSBAWM, 1998, P.22).

Hobsbawm destaca a importância do passado entre objeto de

análise mais eficaz para lidarmos com as mudanças constantes. Desse modo

percebe-se a importância de valorizar o passado através da história.

Podemos compreender a partir das reflexões de Hobsbawm, que no

sentido mais amplo, todas as sociedades criam suas origens que depois

desencadeiam o ritmo de vida da população. Reafirmando ainda, a importância

do uso do passado narrado através da História como forma de dar visibilidade

aos fatos Históricos ocorridos em meio à sociedade.

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Ainda no contexto que se refere ao estudo sobre o passado lançamos

mão de duas observações de Bittencourt (2005.) que em sua primeira

observação destaca a História Local como uma indicação necessária para o

ensino, por possibilitar a compreensão do que esta em volta do aluno

facilitando a identificação do passado sempre presente nos vários locais de

sobrevivência e na sua segunda observação Bittencourt aponta outro fator

importante que é a História do cotidiano pelo fato de considerar que Historia

local esta atrelada a Historia do cotidiano devido pessoas comum serem

participantes de uma Historia que demonstra não ter importância alguma. A

atenção volta-se também para o fato de que a História local tem sido utilizada

por Historiadores de diferentes tipos que se dedicam a escrever Histórias locais

com objetivos diversos, onde geralmente criam memórias mais do que

Histórias nos apresentando assim a memória como um elemento importante

para a representação de uma História local, tanto para os Historiadores como

para o ensino.

Diante das observações de Bittencourt (2005.) foi possível

compreendermos a necessidade de valorizar a História Local e a História

cotidiana pelo motivo de utilizarem a memória como elemento contribuinte para

uma representação Histórica dando “voz” ao povo comum. Nesse sentido, tanto

a análise da História Local, quanto da História cotidiana e da memória, tornou-

se importante à minha pesquisa, por me dar possibilidades de realizar a

construção da narrativa Histórica primeiramente do movimento Pentecostal, por

me oferecer como base o conhecimento da origem desse movimento que veio

a se alastrar nas demais localidades, ajudando-me a chegar ao entendimento

para a almejada construção da narrativa Histórica de fundação da Igreja

Assembleia de Deus no Município de Marituba, no Estado do Pará - Brasil.

1.1 - ORIGENS DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

Para falarmos sobre a História da Igreja Assembleia de Deus no

Município de Marituba, foi necessário apresentarmos antes alguns relatos do

Movimento Pentecostal que com sua expansão ocasionou o surgimento de

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varias denominações, em diversas localidades entre elas a Assembleia de

Deus no Brasil. Desta maneira, estarão contidas ainda nesse primeiro capítulo

fontes bibliográficas que relatam a trajetória da Igreja Assembleia de Deus no

Brasil.

Conforme Oliveira (2000), O centro irradiador do avivamento

pentecostal, ocorreu em Los Angeles na Rua Azuza no Estado da Califórnia no

Estado Unidos, espalhando-se para outros Estados e nações, porém a cidade

de Chicago destaca-se na História dessa denominação religiosa, lugar onde

Vingren e Daniel Berg participavam de uma convenção de igrejas Batistas.

Dois jovens pastores batizados pelo Espírito Santo que se conheceram e

trocaram ideias sobre obras missionárias.

No Brasil o primeiro culto evangélico foi realizado no Rio de Janeiro

em 1557. Posteriormente estes cultos foram realizados nos Estados da Bahia e

no Recife. Esses cultos eram ministrados para determinados grupos de

pessoas. Conforme ressalta Oliveira (2000)

O primeiro culto evangélico celebrado no Brasil foi realizado no dia 10 de Março [...]. Foi dirigido pelo Pastor Pierre Richier, um do três primeiro Pastores a chegarem ao nosso continente, [...] Mais tarde em 1624, os crentes da frota Holandesa, [...], iniciaram os cultos. Depois, em 14- 2 -1630, teve inicio à uma série de cultos, [...]. Os primeiros cultos em caráter definitivo, no território Brasileiro, foram realizados pela igreja Anglicana do Rio de Janeiro, desde 1810, para os membros da colônia Britânica constituídas de Diplomatas, comerciantes e suas famílias. (OLIVEIRA, 2000, p.165).

Os cultos religiosos, ainda eram tímidos, considerando que

movimentos religiosos, como a Igreja Luterana, por exemplo, que iniciou suas

atividades no Brasil no ano de 1845, a partir desse ano outras igrejas foram

fundadas como a Igreja congregacional, a igreja Presbiteriana e a igreja

Batista. Os primeiros missionários Batistas chegaram ao Brasil em 1881, porém

somente em 1882 foi fundada a igreja Batista na cidade de Salvador, conforme

ressalta Oliveira (2000).

Com um culto realizado a 27 de junho de 1845 a Igreja Luterana dava início as suas atividades no Brasil. Em 19 de Agosto de 1855, em Petrópolis, o Sr. Robert Kalley, fundou a escola dominical, dando assim origem à igreja Congregacional. No dia 12 de Janeiro [...] chegaram ao Brasil os primeiros missionários batistas, William Bagby e o Zachary C. Taylor. No ano seguinte, isto é, a 15 de outubro de

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1882, fundaram eles a Igreja Batista em Salvador, na Bahia. [...]. (OLIVEIRA, 2000, P. 165).

O Movimento Pentecostal teve início no Brasil somente a partir da

primeira república, através do missionário Gunnar Vingren e Daniel Berg.

Conforme relata Germano (2010).

[...] A historiografia registra a presença de protestante no país. [...] Porém mesmo diante de tantas missões protestantes, [...] Só a partir do início da primeira república é que o movimento pentecostal chega ao Brasil por intermédio de dois missionários Suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg. (GERMANO, 2010, P.12-13).

Segundo Mello (2000) os missionários desconheciam a localidade

para onde foram enviados, e que por esse motivo houve necessidade de

buscarem informações através de recursos cartográficos para que

identificassem o local que lhes foi designado e neste caso particular, o local

indicado foi a cidade de Belém no Estado do Pará. Portanto, as origens da

Assembleia de Deus remontam à região amazônica com a chegada dos

missionários suecos, nesta cidade, visto que partiram em cinco de novembro

da cidade de Chicago, chegando finalmente, no dia 19 de novembro de 1910,

na cidade de Belém do Pará, conforme ressalta Mello (2010).

A Assembleia de Deus foi fundada no Brasil pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, ambos batistas,[...]. A aproximação entre os dois missionários aconteceu durante uma convenção de igrejas batistas reavivadas, em Chicago, ocasião em que sentiram o chamado para terras distantes. Unidos pelo ideal missionário, receberam uma mensagem profética enquanto oravam em companhia de um pentecostal sueco chamado Adolfo Uldin, para irem ao Pará. [...]. Uniram-se a uma igreja batista de origem sueca, onde, após haverem aprendido o português, passaram a pregar sobre o pentecostes. Urge mencionar que os missionários Berg e Vingren eram provenientes da Suécia em uma época que este país se encontrava estagnado e obrigava- se a exportar grande parte de sua população.(MELLO, 2010, P.4).

Portanto, a Fundação da Assembleia de Deus que ocorre em terras

brasileiras, está ligada ao Movimento Pentecostal que iniciou nos Estados

Unidos, pois os missionários Suecos deram continuidade à ação evangelística

no Brasil, iniciada na América do Norte. É notório que antes da Fundação da

Igreja Assembleia de Deus, os missionários faziam parte da igreja Batista e

somente após os conflitos entre as proposições doutrinarias da igreja Batista e

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os referidos missionários é que se efetivou a “Igreja Missão de Fé Apostólica”

que posteriormente passou a se chamar de Assembleia de Deus, Conforme

ressalta Conde (2005).

[...] Daniel Berg e Gunnar Vingren que sendo expulsos da Igreja Batista de Belém do Pará no ano de 1910 [...] fundaram a “Missão da Fé Apostólica” que viria a se chamar em 1914, de Igreja Evangélica Assembleia de Deus [...]. Depois de sua fundação a Assembleia de Deus teve um grande crescimento alcançando vários estados brasileiros [...]. Nas décadas seguintes já figurava entre as maiores igrejas pentecostais do mundo e conforme o Censo de 2000, no início do século XXI alcançou 8.418.154 adeptos de um total de 17.975.249 de evangélicos pentecostais, ou seja, 48.8% dos pentecostais,

segundo estes dados, eram assembleianos. [...]. (CONDE, 2005 p. 7-8).

De Chicago, partiram Gunnar Vingren e Daniel Berg para o Estado

do Pará que está localizado no Brasil, Pais da América do Sul. O ministério

desses dois missionários se estendeu para outras localidades nas terras

paraenses o que pode ser confirmado pela seguinte posição apresentado por

Raiol (2011) “Nesse tempo, receberam também a mensagem pentecostal no

Pará: Belém, Soure, Mosqueiro, Vigia, Quatipuru, Igarapé–Açu, Benevides, [...].

Peixe-Boi, Vila são Luiz, Bonito etc.”.

Desta maneira podemos perceber que esse movimento que iniciou

lá nos Estado Unidos em Los Angeles chegou até o Pará se expandido por

diversas localidades inclusive a cidade objeto dessa pesquisa que é no

Município de Marituba, que trataremos na sequencia deste trabalho. Tornando-

se também necessário ao centro de nossas reflexões as obras que tratam

sobre as narrativas Históricas que descrevem o processo de origem dessa

instituição no Brasil, possibilitando-nos dessa maneira a descrevermos

informações passadas que nos possibilitaram compreender a importância de

valorizar a origem de fundação da igreja Assembleia de Deus no Brasil,

servindo para aprofundar e compreender a sua expansão para as demais

localidades.

Para tentar compreendermos as mudanças de mentalidades quanto

aos conflitos doutrinários que ocorreram ocasionando o surgimento da igreja

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Assembleia de Deus foi necessário notar então, que ocorreu uma ruptura entre

grupos locais de religiosos, em que a vivencia religiosa tirou pessoas da rotina

e do anonimato, impulsionando a criação de outra doutrina em meio à

sociedade, determinando um ritmo de vida diferenciado daquele já existente.

Nesse sentido emerge a intenção de registrarmos os fatos históricos

para conjuntamente refletir o quanto a formação da igreja Assembleia de Deus

no Brasil implica em um campo social que se destaca a força de outros

processos religiosos em diversos lugares envolvendo agentes sociais.

Ao analisar as fontes bibliográficas obtivemos visibilidade do

processo de desenvolvimento da origem da Igreja Assembleia de Deus no

Brasil o que nos conduziu a pretensão de expressar dimensões e conflitos

vivenciados durante a formação da mesma. Diante dessas investigações

acreditamos propiciar um exercício de pesquisas a sociedade em geral,

possibilitando-nos o repensar através dos dados bibliográficos registrados para

que venhamos contribuir com novas fontes para futuras pesquisas e reflexões

ao processo da origem da Igreja Assembleia Deus no Brasil,

Portanto diante dessas análises, foi possível percebermos que

precisamos conhecer as bases de nossa cultura, a forma em que a sociedade

esta organizada, ou seja, interrogar a partir de questões que nos incomodam

no presente, para que se possamos ter entendimento do passado necessitando

desses conhecimentos sólidos do patrimônio cultural da humanidade, para

então estabelecer um compromisso entre passado e o presente. Segundo

afirma Pinsky (2008).

O Passado deve ser interrogado [...], (caso contrário, estuda-lo fica sem sentido). Portanto as aulas de História serão muito melhores se conseguirem estabelecer um duplo compromisso: com o passado e com o presente. (PINSKY, 2008, P.23).

Podemos concluir que a nossa reflexão em valorizar o passado nos

deu entendimento do presente nas igrejas e na sociedade em geral, bem como

compreensão das possibilidades e limitações desses contextos que completam

uma trajetória histórica. Diante da sequência de reflexões que realizamos foi

possível percebermos também que os Historiadores da igreja tem estudado a

História da igreja tanto através da teoria de vários autores como também pelo

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olhar da cultura de pessoas historicamente silenciadas pelo modelo de história

que elegeu os grandes nomes como representantes da história oficial.

Agora podemos oferecer aos nossos leitores através de anotações

diversas Histórias de homens como Gunnar Vingren e Daniel Berg, assim como

eles eram, descrevendo o cotidiano dos mesmos.

Segundo vingren (1973) seu nascimento foi em Ostra Huby,

Otergotland, Suécia em oito de agosto de 1879, o pai dele era jardineiro e por

serem crentes os seus pais, procuravam sempre ensinar-lhes os caminhos e

ensinamentos de Deus. Com onze anos de idade terminará o curso primário e

começou ajudar o eu pai no oficio de jardineiro ate aos dezenove anos. Aos

dezoito anos foi batizado nas águas em uma Igreja Batista em Wraka,

Smaland, Suécia no mês de março ou abril de 1897, tornando-se, porém neste

mesmo ano sucessor de seu pai no trabalho da escola dominical, desenvolveu

o trabalho da escola dominical até 1898.

Em setembro de 1904 viajou a Chicago para realizar um curso de

quatro anos no seminário teológico sueco batista, depois Gunnar Vingren foi

pastor da primeira igreja Batista em Menominee, Miichi a partir de junho de

1909 até fevereiro de 1910. Vingren diz ainda que foi batizado com Espirito

Santo em uma conferencia que estava sendo realizado na primeira Igreja

Batista Sueco em Chicago, e ao voltar para sua igreja passou a pregar sobre o

Batismo com Espirito Santo e isso fez com que a igreja se dividisse, pois ele

comenta que a metade creu no que ele estava falando, mas a outra metade

não creu, e os que não creram o obrigaram a deixar o pastorado, conduzindo-

se assim a outra Igreja Batista, localizada em South Bend, indiana onde todo

creram no Batismo com Espirito Santo, tornando assim essa igreja em uma

igreja Pentecostal.

A partir dai passaram a se reunir na casa de um irmão chamado

Adolfo Ulldin para realizarem orações, onde em um desses dias recebeu

através de uma revelação que ele deveria ir ao Pará e que o povo para quem

falaria de Jesus, era pessoas muito simples. Como não sabiam da existência

de algum lugar conhecido por Pará, foram até uma biblioteca para pesquisar se

existia algum lugar na terra com esse nome, descobrindo então que havia um

Estado com esse nome e que ele estava situado no norte do Brasil.

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Segundo Vingren (1973) Daniel Berg foi conhecido por ele em 1909

em Chicago, pois Berg trabalhava em uma quitanda em Chicago, e o Espirito

Santo falou para ele que viajasse a South Bend, Indiana, onde Vingren era o

pastor da igreja, para que juntos louvassem o nome de Deus. A partir daí eles

se conheceram e foram juntos em uma oração na casa de Ulldin, onde lá

compreenderam através de uma revelação que deveriam partir juntos para o

Pará, no dia cinco de Novembro de 1910, onde depois de quatorze dias de

viagem no navio Clement chegaram ao Pará, Brasil em dezenove de novembro

de 1910.

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2-CONTEXTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA

Agora, convidamos você a fazer um exercício imaginário de como

seria o Município de Marituba há aproximadamente oitenta e quatro anos atrás.

Visto que foi exatamente nesse período em que nos propusemos a investigar e

analisar a História de Fundação da Igreja Assembleia de Deus pertencente a

essa localidade. Diante desse sentido, faremos a única volta no tempo possível

até os dias de hoje, aquela que somente o trabalho dos Historiadores nos

permite.

Um dos principais desafios que enfrentamos no processo de

construção desse estudo foi o total desconhecimento da História do Município

de Marituba, muito em função da insuficiência de um acervo suficiente para o

desenvolvimento de nossas pesquisas, sendo assim se tornou necessário

realizarmos nossas analises baseadas apenas na obra de Granhen (2002).

Visto que é necessário compreender os aspectos que estão relacionados à

história do Município de Marituba para estabelecer analises aos aspectos mais

particulares relacionados com a igreja Assembleia de Deus.

O objetivo deste capítulo foi dar visibilidade ao contexto histórico do

Município de Marituba, através do qual se dará ênfase a grande parte do

processo de desenvolvimentos do Município no campo político, econômico

social e religioso bem como à relação que esses fatores estabeleceram com a

população.

Marituba é um Município da Região Metropolitana de Belém do Pará

que fica localizado entre Benevides e Ananindeua, na altura do quilometro 14

as margens da BR-316. O que pode ser confirmado Por Borges (2005)

[...]. Nasceu em 1994, depois de ter sido desmembrado de Benevides. É também um dos menores do estado com apenas 111,09 km², de área. Porém, possui a terceira mais elevada taxa de densidade demográfica do Pará. [...]. Em Marituba segundo o censo de 2000, vivem 75.448 pessoas. [...]. (BORGES, 2005, P. 87).

Conforme o ultimo censo realizado no Município de Marituba no ano

de 2010, apresentado pelo IBGE, nos mostra uma população de 108.246 hab.

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A História do Município de Marituba começou por volta de 1880, com

a habitação de algumas famílias. O vilarejo de Marituba recebeu tal nome por

existir, neste período, uma grande quantidade de árvores de Umari, onde o

fruto desta arvore, também era chamado de mari. Outra característica forte era

o costume que as pessoas tinham de acrescentar a terminação tuba a qualquer

palavra que designasse o nome de um lugar pequeno. A junção dos dois

termos, muito utilizados na época, deu nome ao vilarejo, atual município de

Marituba, conforme nos apresenta Granhen (2002).

[...] o local onde se encontra o centro de Marituba era habitado por apenas 5 (cinco) famílias, formando um vilarejo. Estas famílias viviam em função da agricultura. O nome que recebeu o vilarejo, Marituba, deve-se [...] as pessoas acrescentavam a terminação tuba a qualquer palavra que designasse o nome de um lugar pequeno. A letra „u‟, inicial do nome do fruto, foi suprimida e, por final, o vilarejo recebeu o nome de Marituba [...] (GRANHEM, 2002, p.15)

Hoje o Município de Marituba infelizmente já não conta mais com as

inúmeras árvores de Umari, visto que nos deparamos com a escassez não só

das árvores de Umari mais de tantas outras, e isso infelizmente ocasionou a

eliminação de vários rios existentes no Município, levando assim varias

pessoas a perder uma das poucas alternativas de lazer ocorrentes em

Marituba. Observe a seguir a representação da árvore de Umari, juntamente

com seu fruto e as características do vilarejo dentro do período analisado.

Fonte: Granhen (2002) Fonte: Granhen (2002)

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Granhen (2002) relata que as terras onde hoje se encontra o

Município de Marituba foram doadas pelo Império ao governador Augusto

Monte Negro, através da Lei nº 514 de outubro de 1848, sendo que o total de

da área compreendia seis léguas. Ainda de acordo com o autor, em novembro

de 1905 o governador Augusto Monte Negro decidiu construir na localidade de

Marituba as oficinas da Estrada de Ferro Belém-Bragança e que já no ano de

1906 essas obras foram concluídas, podendo assim neste mesmo ano dar

início a um núcleo de apoio para servir a Estrada de Ferro, onde a Rua

Fernando Guilhon serviu de assentamento de trilhos em que uma antiga caixa

d‟água localizada na rua em questão, onde os operários faziam o

abastecimento das grandes maquinas que iam e vinham de Belém para

Bragança.

Você já percebeu que falar dos contextos Históricos do Município de

Marituba é falar também de um processo de desenvolvimento político,

econômico, social e religioso. Onde a partir de agora iremos destacar os

aspectos econômicos através da forte presença dos operários na construção

da Estrada de ferro Belém-Bragança.

Durante muito tempo a vila de Marituba esteve atrelada

administrativamente aos municípios de Benevides e Ananindeua. Nesse ponto,

faz-se necessário uma importante explicação quanto ao processo de

desenvolvimento do Município de Marituba, antes e após a emancipação, visto

que a compreensão pelas questões inerentes ao referido município passa

necessariamente por uma analise de alguns aspectos econômicos, políticos e

sociais.

Segundo Granhen (2002) O Município de Marituba, viveu o seu auge

como vilarejo pela sua condição de espaço de moradia de operários,

denominada de vila operária, que trabalharam na construção da estrada de

Ferro Belém-Bragança, onde Inúmeros operários vieram na empreitada, pois

as noticias da construção da estrada de ferro Belém- Bragança chegavam

depressa as pessoas que buscavam o aumento de sua renda familiar, onde a

primeira etapa se dava em hospedar os operário, depois em criar meios de

oferecer recursos necessários a alimentação e ao trabalho que deveriam

desenvolver.

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Segundo Granhen (2002) ressalta que em 1907, deu-se a

construção da vila operária de Marituba, quando Dr.Swindeler, juntamente com

Senhor Palma Muniz e outros, viram-se obrigados a construir residências para

seus operários de manutenção que trabalhavam nas oficinas da Estrada de

Ferro de Belém Bragança. Mais de vinte casas foram construídas. Sendo que

uma das mais de 20 casas construídas foi destinada para escola primária, na

época, chamada de grupo escolar Padre Anchieta. A referida escola, que

funcionou onde hoje se encontra o supermercado D‟ Rodrigues, era chamado

de grupo escolar Padre Anchieta. Posteriormente sua localização foi

modificada e o nome da escola também sofreu alteração passou a ser

chamado de Padre Romeu Pires Borges localizando-se agora ao lado da igreja

do Menino Deus.

De acordo com Granhen (2002) Em 1908 o governador Augusto

Montenegro comunicava sua mensagem oficial relativa à inauguração da

estrada de ferro de Bragança. A construção da estrada de ferro Belém-

Bragança estava relacionada com a necessidade de se escoar produtos

agrícolas das colônias instaladas próximas à capital, com Apeú, Castanhal,

Inhangapi, Jambuaçú e localidades na zona Bragantina. Na época, as ferrovias

eram mais eficientes meio de transporte do País e o governo de Getúlio Vargas

apostava no desenvolvimento de nossas regiões através da ferrovia que,

segundo ele, era mais barata e de maior carregamento.

O Município de Marituba viveu o seu auge como vilarejo pela sua

condição de espaço de moradia de operários, denominada de vila operária, que

trabalharam na construção da estrada de ferro Belém-Bragança e hoje vive

como um dos municípios da região metropolitana de Belém. Nesse sentido, é

válido lembrar que durante esses períodos os moradores de Marituba

vivenciaram basicamente a sua rotina diária e acompanharam também a rotina

dos operários da construção da estrada de ferro Belém-Bragança.

Segundo Granhen (2002) Inúmeros operários vieram na empreitada,

pois as noticias da construção da estrada de ferro Belém- Bragança chegavam

depressa as pessoas que buscavam o aumento de sua renda familiar, onde a

primeira etapa e dava em hospedar os operário, depois em criar meios de

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oferecer recursos necessários a alimentação e ao trabalho que deveriam

desenvolver.

Um dos principais desafios que enfrentamos no processo de

construção desse estudo foi o total desconhecimento da História do Município

de Marituba, muito em função da insuficiência de um acervo suficiente para o

desenvolvimento de nossas pesquisas, visto que é necessário compreender os

aspectos que estão relacionados a história do Município de Marituba para

estabelecer analises aos aspectos mais particulares relacionados com a igreja

Assembleia de Deus.

Granhen (2002) relata também que o Município de Marituba Passou

quase cem anos como bairro de Santa Izabel depois Benevides e Ananindeua,

ocorrendo o primeiro movimento para a emancipação em 1983, formando-se

então a comissão de emancipação de Marituba (CEM), tendo como líder o ex-

funcionário da extinta Estrada de Ferro Belém-Bragança, Luiz Mesquita da

Costa. O segundo movimento pró-emancipação de Marituba ocorreu em 1989,

liderado por Nelson Rebelo fracassando mais uma vez, Porém em 1993 o

vereador de Benevides, Edimauro, deu origem ao terceiro movimento chamado

COPEM (Comissão pró- emancipação de Marituba), Lideradas por Fernando

Corrêa e Posteriormente por Eládio Soares, entre outros. Com o crescimento

do movimento houve a motivação da população maritubense levando às ruas

em 1994, 12.444 cidadãos, o correspondente a (57% dos eleitores) favoráveis

a emancipação do Município de Marituba, pois a maioria dos moradores estava

insatisfeita com a falta de transporte digno, empregos, escolas, saneamento e

assistência médica. Atualmente, Marituba vive como um dos Municípios da

região Metropolitana de Belém.

Finalmente Marituba em 1994 tornou-se Município quando se

emancipou dos Municípios de Ananindeua e Benevides, a população

maritubense foi às ruas e decidiu em plebiscito por sua emancipação, pois a

maioria dos moradores já questionava as propostas dos prefeitos e vereadores

que eram destinadas a Marituba, sempre em segundo plano, visto que a

prioridade estava basicamente voltada para Benevides e Ananindeua. Granhen

(2002).

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De acordo com Granhen (2002), chegaram a Marituba na década de

40 os hansenianos que ocuparam a área conhecida por Colônia de Marituba,

construindo-se pavilhões para abrigar os hansenianos, sendo providenciada

também a ele assistência médica, a partir da década de 80 iniciou em Marituba

o processo de ocupações desordenada, conhecida por invasões, surgindo

assim osq bairros como: Nova União, Novo Horizonte, ASPA, São Francisco,

Bairro Novo. Santa Lúcia, Almir Gabriel, São João, Pirelli, Pedreirinha, São

José, Parque das Palmeiras, Uri boca, Decouville entre outros.

Através das pesquisas de campo no Município de Marituba

detectamos que existem outros bairros além dos que mencionou Granhen

sendo eles: Beija-Flor, Mario Couto, Albatroz e Novo Horizonte II. Agora o

Município de Marituba conta também com prédios para a prefeitura, câmara

dos vereadores, Secretária de educação, Secretaria de saúde entre outras

secretarias e um prédio para a realização das atividades que são

desenvolvidas através de aulas semanais nos cursos de canto, contrabaixo,

violão, percussão, oratória, redação, desenho, sopros em geral, teatro etc.

Esses cursos são oferecidos no prédio que é conhecido na localidade por Casa

da Cultura e fazem parte da aprendizagem de alguns alunos que moram nos

bairros que foram mencionados, onde alguns desses estão ineridos na Igreja

Assembleia de Deus e se utilizam do aprendizado dos cursos de violão,

percussão, oratória, canto, contrabaixo e sopro em geral para desenvolverem

durante a realização das programações da igreja.

2.1 – CONTEXTOS RELIGIOSOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA

Ao analisarmos o contexto Histórico de Marituba, é importante tentar

percebê-lo nas suas relações com o aspecto sócio - culturais para

compreender as suas implicações com a sociedade Maritubense,

particularmente com a questão religiosa na qual está inserida a existência de

varias igrejas, onde percebemos que a igreja católica foi à pioneira em inserir

uma cultura religiosa nesta localidade, marca da sua própria trajetória histórica

no Brasil. Podemos observar através da leitura da obra de Granhen (2002), que

os operários e dirigentes da antiga vila de Marituba eram católicos, e por volta

de 1917, os diretores da Estrada de Ferro Belém-Bragança e Gerentes das

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oficinas da Estrada de ferro do Município de Marituba, adaptaram uma casa

para servir de capela, onde hoje se localiza a igreja matriz que foi inaugurada

oficialmente em 24 de dezembro de 1954.

Porém, no Município de Marituba, se registra a existência de outros

movimentos religiosos, onde um deles, objeto central para essa investigação, é

o surgimento da Assembleia de Deus nesse Município, que iniciou suas

atividades no dia 17 de maio de 1929 pelo Pastor Ursulino Costa, o que pode

ser confirmado em um documento da igreja, que consta o Estatuto da Igreja

Assembleia de Deus no Município de Marituba que diz:

Artigo I- A igreja Evangélica Assembleia de Deus em Marituba, com sua sede própria nesta cidade, a Rua Fernando Guilhom nº 5090, BR-316, foi fundada no dia 17 de maio de 1929 pelo Pastor Ursulino Costa e registrada em 1º de julho de 1970 pelo pastor Adalberto Galvão de Lima, tendo prazo indeterminado de existência.

Ao longo do tempo, a referida igreja foi dirigida por diversos

pastores, entre eles, Ursulino Costa, Adalberto Galvão de Lima, Arthur Nunes

Piedade, Jônatas Moraes Cavalcante e o Pastor Itamar Cursino do Nascimento

[...]. “O pastor Ursulino ficou à frente desta igreja até o ano de 1931, quando foi

substituído pelo Pastor Adalberto, que ficou até o ano de 1973”. (GRANHEN,

2002, pg71).

Analisaremos “o contexto religioso de Marituba” como forma de

compreender as transformações pela qual a sociedade Maritubense estava

passando no período de 1929 a 1939, levando em conta as mentalidades em

relação à fundação da Assembleia de Deus em Marituba diante do processo

econômico da época, visto que nesse período ocorria a construção da Estrada

de Ferro Belém- Bragança.

Em entrevista, o atual Pastor presidente Itamar Cursino do

Nascimento informou que o Pastor Ursulino Costa liderou essa igreja até 1931,

sendo substituído posteriormente pelo Pastor Adalberto Galvão de Lima, que

assumiu a liderança por 42 anos. Ele comentou também que a sua chegada à

Igreja Assembleia de Deus do Município de Marituba ocorreu em 1979, sendo

que a mesma era pequena e que somente alguns anos depois e que foi

ampliada, porém desde sua chegada iniciou um trabalho evangelístico na

localidade, onde muitas vezes essa árdua missão não lhe permitia horário para

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fazer as refeições ou dormir, pois era necessária a realização de visitas nas

casas dos moradores, convidando-os a participar das programações da igreja,

onde os mesmos aceitavam o convite e passavam a frequentar a igreja,

envolvendo-se também na obra evangelística, e dessa maneira a igreja foi se

desenvolvendo, sendo que hoje é composta por 42 novos templos que estão

distribuídos entre todos os bairros do Município.

Em visita a Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba no

dia dezoito de junho de 2013 foi possível observarmos a exposição de alguns

quadros que apresentam as fotografias dos pastores que lideraram a referida

igreja na seguinte ordem cronológica: Pastor Ursulino Costa (1929 a 1931),

Pastor Adalberto Galvão de Lima (1931 a 1973), Pastor Arthur Nunes Piedade

(1973 a 1975), Pastor Jônatas M. Cavalcante (1975 a 1979), Pastor Itamar

Cursino do Nascimento 1979 até os dias de hoje.

Sendo assim diante da delimitação que nos propusemos a

apresentar nesse trabalho, iremos destacar os pastores que se encontravam a

frente do trabalho da igreja entre 1929 a 1939, sendo eles os Pastores Ursulino

Costa e o Adalberto Galvão de Lima.

[...] O trabalho começou em uma casa, com poucos membros. O pastor fundador permaneceu à frente do trabalho até o ano de 1931. Poucos foram os pastores que permaneceram a frente de uma mesma igreja por um período tão longo como o pastor Adalberto Galvão de Lima que dirigiu por 42 anos o trabalho naquele campo. Nesse período, os campos de Benevides, americano, Benfica, Muriní, Maguari e entroncamento pertenciam a Marituba. Os obreiros eram poucos, mas o pastor saia em sua bicicleta para ganhar almas para cristo, trazendo grande êxito para a obra de Deus. (BORGES, 2005, P. 88).

Podemos observar através do relato do autor que a igreja

Assembleia de Deus em Marituba era o único polo que atendia aos fieis dos

campos de Benevides, Benfica, Maguari entre outros e apesar dos recursos

humanos serem escassos não impedia o crescimento da igreja. De acordo com

Borges (2005).

Porém a realidade do contexto religioso de Marituba não esta ligado

apenas às igrejas Católica e Assembleia de Deus, pois e possível percebermos

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que após a existência dessas igrejas começaram, então a surgir outras igrejas

no Município, sendo elas denominadas pelos seguintes nomes: Deus é amor,

quadrangular, Batista renovada, Adventista do sétimo dia entre outras. Dessa

forma podemos notar que o processo de formação das igrejas no Município de

Marituba vai muito mais além do que a igreja Católica e Assembleia de Deus.

Dessa forma podemos observar que no Município de Marituba foram originadas

através de missões de Padres e Pastores.

Podemos notar então, que a religião dividiu-se em grupos locais, em

que a vivencia religiosa tira o homem da rotina e do anonimato, impulsionando

a pessoa para o relacionamento em meio à sociedade, determinando um ritmo

de vida econômico e social. Os fatos que desencadearam outras igrejas,

provavelmente são muitos, mas aqui serão apontaremos os principais que

envolvem a História da Igreja Assembleia de Deus, por ser o alvo de nossa

pesquisa. Portanto em 1929 de acordo com o quadro exposto na igreja

Assembleia de Deus no Município de Marituba e com o relato de alguns

entrevistados deu-se origem na realização das programações da Igreja

Assembleia de Deus no Município de Marituba, pelo Pastor Ursulino Costa que

ficou a frente desse trabalho até 1931, onde em seguida o mesmo passou a ser

dirigido pelo Pastor Adalberto Galvão de Lima que exerceu suas funções de

1931 até 1975. Sendo assim vamos tentar descrever os passos percorridos por

essa igreja durante o período que estiveram à frente da igreja os pastores

Ursulino Costa e Adalberto Galvão.

Na realidade a igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba

surgiu e existe até os dias de hoje e é descrever sobre o início de sua origem

que nos interessa, (VINGREN p. 43-44) através de seus relatos nos mostra de

que maneira tudo começou conforme segue. “Assim o Senhor começou a

acender a suas luzes em diferentes lugares. E isto foi o princípio de todas as

grandes igrejas que hoje existem nestes lugares”„. É possível perceber que

Historicamente a Fundação da Assembleia de Deus no Município de Marituba

está ligada aos missionários Gunnar Viingren e Daniel Berg.

Nesse sentido é preciso ter cuidado com a construção da narrativa

Histórica de Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba,

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diante de algumas de nossas conclusões, sem perder de vista a importância

das questões levantadas pelos autores estudados e coleta de dados dos

entrevistados que muito nos auxiliarão na construção dessa narrativa Histórica,

pois apresentará vivencias religiosas que exemplificarão a experiência sagrada

dentro da percepção da sociedade maritubense, nos possibilitando a análises

de diferentes manifestações religiosas da localidade. Um pouco desse percurso

Histórico de Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba

é o que procuraremos resgatar a seguir.

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3- MEMÓRIAS DA FUNDAÇAO DA IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS EM

MARITUBA

A pesquisa Sobre a História da Fundação da Igreja Assembleia de

Deus no Município de Marituba, no período de 1929 a 1939 foi efetivada,

através de entrevistas orais, sendo entrevistadas dezoito pessoas do Município

em questão, das quais estão divididas da seguinte forma: dez membros da

Igreja Assembleia de Deus, cinco membros da igreja católica e três pessoas

que não fazem parte de nenhuma das religiões citadas, mas que moram no

Município. Logo, se faz necessário analisar as entrevistas, tendo como base o

ponto de vista dos entrevistados a partir da sua própria memória representando

o cotidiano dessa sociedade dentro dos diversos contextos que a engloba.

Portanto, suas memórias se interligam com situações vivenciadas por alguns

deles e outras que foram narradas por seus pais, avós, bisavós, enfim

antepassados em geral; pois os depoimentos declarados por meio da memória

e da oralidade dos entrevistados também contribuirão para a construção de

uma representação Histórica da fundação da Igreja Assembleia de Deus do

Município de Marituba.

3.1 ENTREVISTAS REALIZADAS COM MEMBROS DA IGREJA

ASSEMBLEIA DE DEUS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA

Conforme os relatos da senhora Maria Cavalcante de Oliveira,

nascida em 07/05/1922, os fiéis que iniciaram a igreja Assembleia de Deus no

Município de Marituba vieram de uma Comunidade chamada “Vinte” ii que fica

no Parque Verde, área localizada as Margens da Rodovia BR-316. Os mesmos

vinham para dirigir os cultos e passaram a se congregar em duas casas que

pertenciam aos senhores Alacid Rocha e Cláudio Barbosa essas casas

estavam localizadas do lado esquerdo da Rodovia BR 316. Segundo Dona

Maria quem trouxe o evangelho para Marituba foi O SR. João Nascimento e o

SR. Julião que eram somente membros da igreja, passando, porém depois de

alguns anos a condição de pastor. Conforme suas afirmações eles iam para

vários lugares dirigir os cultos e apresentou como exemplo os municípios de

Benfica e Murini, Em que realizavam as atividades da Escola Dominical sempre

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aos domingos pela manhã. Para Dona Maria eles tinham muita disposição para

realizar esses trabalhos, pois não havia meios de transportes como os

existentes nos dias de hoje, só existia a disposição dos moradores a linha de

trem e isso fazia com que os fiéis da igreja, por muitas vezes fossem de pés

até os municípios vizinhos, para a realização de suas programações, que

segundo ela tinham boa aceitação da sociedade local, pois não costumavam

criticar a igreja. A mesma lembra-se apenas de uma vez que jogaram pedra em

cima da igreja durante a realização de um culto.

Em entrevista realizada no dia, 09/12/2011. Com o senhor Pastor

Hélio Cruz nascido em 20/09/1948. Obtivemos o relato de que os fiéis que

iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vinham de uma

comunidade chamada Vinte que fica as margens da BR-316, o Pastor Hélio

comentou que algumas vezes jogavam pedras encima das casas durante a

realização dos cultos. Ele falou também que algumas vezes eles iam de pés e

outras utilizavam os trens como meio de transporte para se direcionarem aos

Municípios vizinhos como Ananindeua, Benfica, Murini, para a realização das

programações da igreja,

Cabe analisarmos a trajetória da igreja Assembleia de Deus no

Município de Marituba, considerando os relatos dos entrevistados que

apresentam o desenvolvimento das atividades evangelísticas do Município em

questão, assim como os pastores inseridos no andamento desse trabalho.

Diante dos relatos detectamos que algumas pessoas não concordavam com as

ações realizadas pela igreja e que por isso agiram com apedrejamentos aos

locais de realização dos cultos. È notável, porém que essa situação conflituosa

em que a igreja vivenciou diante de algumas pessoas são fatos apontados por

Vingren (1973) como perseguições que eram comuns nesse período. Quanto a

isso ele relata que:

Os inimigos da obra de Deus nos perseguiram muito durante esse tempo. Uma noite apedrejaram terrivelmente a casa onde estávamos reunidos [...]. Numa outra noite tinham preparado um plano para tirar a minha vida e queimar a casa. (VINGREN, 1973, P. 37).

Diante dessas dificuldades enfrentadas durante o desenvolvimento

das programações da igreja, observamos peculiaridades que nos possibilitaram

valorizar também a História cultural da sociedade maritubene, ou seja, a

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Historia das pessoas comuns, como parte também importante que nos

permitem ter acesso aos motivos das rejeições às programações da igreja, nos

deixando claro, porém que um dos motivos seria a existência de outras

denominações religiosas na localidade, em que esses sujeitos sociais

conviviam com os discursos cotidianos diferenciados dos que estavam sendo

apresentados pela Igreja Assembleia de Deus.

Para a senhora Maria Benedita Silva de Jesus, nascida em

18/04/1937 a Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba iniciou

através de fiéis que tinham amor em Deus, pessoas que obedeciam a seus

pais, professores e pastores. Alguns moravam em Marituba, mas havia aqueles

que vinham de outros lugares E a mesma informou que quem começou o

trabalho de fundação da Igreja citada acima foi o Pastor Itamar e que ele foi o

primeiro pastor a dirigir essa Igreja e que as atividades da mesma eram

realizadas com muita união, Paz e alegria, como é até os dias de hoje.

Em entrevista realizada com o senhor Pedro da Silva de Jesus

nascido em 23/08/1936 e que tem como profissão ser ajudante de maquinas,

percebeu-se, conforme seus relatos que os fiéis iniciaram a igreja Assembleia

de Deus em Marituba vieram de Belém e Bragança, ele acredita que o

responsável por iniciar a igreja nesse local foi o Pastor Itamar. Ele nos falou

que o trabalho da igreja é realizado através da pregação do evangelho e que a

igreja sofria com criticas de pessoas que não aceitavam a religião evangélica.

Em entrevista realizada no dia, 13/02/2013. Com a senhora Cleonice

Costa da Silva nascida em 09/10/1941. Obtivemos o relato de que os fiéis que

iniciaram a igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, Estado do

Pará vinham de uma localidade chamada Vinte que fica no parque verde

passando o circulo militar as margem da BR-316. Os mesmos vinham para

dirigir os cultos aqui na localidade de Marituba. Dona Cleonice falou que a

pessoa que trouxe o evangelho para o Município de Marituba foi o Pastor

Adalberto Galvão de Lima e que depois foi dado continuidade a esse trabalho

pelo Pastor Arthur Nunes Piedade e depois de alguns anos o trabalho se

estendeu para o Pastor Jonathan Moraes de Carvalho e os senhores Gerônimo

Rocha e Claudio Barbosa eram os Dirigentes na congregação, ela nos afirmou

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ainda que eles iam pra vários lugares dirigir culto, deu como exemplo o

municípios de Benfica e Murini, aonde às vezes iam de pé ou então utilizavam

o trem que passava na localidade, ela falou que onde hoje tem uma empresa

conhecida por EMATER, localizada as margens da Rodovia BR-316,

funcionava a oficina de trem onde os trabalhadores ficavam para trabalhar na

construção da Estrada de ferro, ela relatou ainda que existiam as estações

onde o trem parava sendo elas nos seguintes lugares: Marituba, Benevides e

Santa Isabel que era o final da Linha na época ela disse que eles faziam a

escola Dominical aos domingos de manha visitavam, oravam e cantavam, pois

os cultos sempre eram realizados na igreja, não havia cultos particulares e as

vigílias eram realizadas em sítios. Dona Cleonice relata que tinham muita

disposição para realizarem essas atividades da igreja, ela comenta ainda que

esses trabalhos eram bem aceito pela sociedade local, pois não costumavam

criticar a igreja.

Sendo assim, as entrevistas realizadas acima nos possibilitaram ter

acesso ao passado a partir da memória dos sujeitos sociais que conviveram ou

que ouviram através dos relatos de seus antepassados a respeito dos pastores

inseridos na trajetória da igreja no Município de Marituba, onde nos apontaram

algumas dificuldades vivenciadas pelos fiéis para a realização das atividades

da igreja nesse período, Diante disso Borges (2005) afirma que;

[...] O pastor fundador permaneceu à frente do trabalho até o ano de 1931. Poucos foram os pastores que permaneceram à frente de uma mesma igreja por um período tão longo como o pastor Adalberto Galvão de Lima que dirigiu por 42 anos o trabalho naquele campo. Nesse período, os campos de Benevides, americano, Benfica, Muriní, Maguari e entroncamento pertenciam a Marituba. Os obreiros eram poucos, mas o pastor saia em sua bicicleta para ganhar almas para cristo, trazendo grande êxito para a obra de Deus. (BORGES, 2005,

P. 88).

Conforme registrado por Borges as dificuldades enfrentadas para a

realização das atividades da igreja dentro das localidades citadas acima não

impossibilitou a igreja de obter crescimento. Porém cabe analisarmos também

a trajetória da igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba,

considerando os relatos dos entrevistados acima que apresentam outros

pastores inseridos no andamento desse trabalho dentre os quais foram citados

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por eles, Adalberto Galvão de Lima, Arthur Nunes Piedade, Jonathan Moraes

de Carvalho, Itamar Cursino do Nascimento.

Diante dos relatos dos entrevistados observamos também que

houve grandes dificuldades enfrentadas pelos fiéis nas suas locomoções a

outras localidades para desenvolverem as programações da igreja, visto que

contavam com poucas alternativas de transportes, e sabemos que nesse

período no Município de Marituba era disponibilizada a população somente o

trem como meio de transporte alternativo, certamente esse fato trazia

desconforto aos moradores, revelando-nos assim problemas de ordem

administrativa desde essa época, situações que provavelmente agravaram-se

ao longo dos anos, que certamente culminaram com a quebra de dependência

do Município de Marituba com os Municípios de Benevides e Ananindeua

através da emancipação. Logo, porém, os ventos dos novos tempos trariam

melhoria para Marituba.

Todavia no período de 1929 a 1939 em que o Município de Marituba

contou com as dificuldades de transportes, é notório que esse fato ocorrente

não invalidou ou impossibilitou o desenvolvimento das atividades da igreja, pois

os relatos nos mostram que em alguns momentos seguiam de pés, outros

seguiam de trem, e outros seguiam de bicicleta. Isso nos mostra a ideia de

sacrifícios, que porem consta através dos relatos que eram ações realizadas

com muitas satisfações, pois Marituba era o único polo que atendia aos fieis

dos campos de Benevides, Benfica, Maguari entre outros e que apesar dos

recursos humanos serem escassos não impedia o crescimento da igreja.

Diante dessa visão Thompson (2001) relata que:

O primeiro deles seria a ideia de sacrifício-principalmente para Deus - ou de um ato de graça do doador. Depois as dádivas são símbolos de prestígios, implicando a subordinação do receptor. Por fim o destinatário é inserido sob uma obrigação- e aqui o dom “serve como método de controle social”. (THOMPSON, 2001, P. 244)

O autor se utilizou da ideia de sacrifício para Deus ou de um ato de

graça para o doador. Sendo assim, esse estudo nos possibilita valorizar

novamente a História cultural das pessoas comuns, que nos permitem ter

acesso ao passado a partir da memória dos sujeitos sociais que conviveram

com os discursos cotidianos, nos mostrando também que existia muito

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entusiasmo e disposição entre as pessoas que faziam parte da igreja, pois os

mesmos relatam que as atividades eram realizadas muitas vezes nas casas

dos fieis onde se lembram de que os fiéis da igreja, cantavam, oravam ou

rezavam de acordo com a igreja que faziam parte. Quanto à importância da

memoria Le goff (2003) ressalta que:

A memória, na qual cresce a historia que por sua vez alimenta, procura salvar o passado para servir ao presente e ao futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para servidão dos homens (LE GOFF, 2003, P.471)

Nossas pesquisas nos revelaram a necessidade de valorizarmos a

memoria coletiva, visto que diante da ausência de acervos documentais o único

instrumento que se pode contar para resgatar o passado desejado diante das

diversas circunstancia é a memoria, onde a mesma se torna mais convincente

se apresentada de forma coletiva, pois no caso de nosso trabalho nos

utilizamos da memoria coletiva, sendo recebida por nós de forma oral, onde

será repassada a sociedade em geral de forma escrita, revelando, portanto a

narrativa Histórica de Fundação da Igreja Assembleia de Deus em Marituba.

Em entrevista realizada no dia, 13/02/2013. Com o senhor Ferruço

Costa Garcia nascido em 14/12/1941. Obtivemos os relatos de que os fiéis que

iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vinham de varias

localidades e que quando chegou aqui em Marituba a igreja já era dirigida pelo

Pastor Itamar, e que nunca tomou conhecimento de que antes dele houve

outros pastores. Ele no informou que ocorreu grande mudança de trinta anos

atrás pra hoje e que essas mudanças ocorreram também na igreja por que os

jovens de hoje estão com comportamentos diferentes, visto que estão muito

voltados para o modismo.

Em entrevista realizada no dia, 13/06/2012. Com a senhora Lindalva

dos Santos nascida em 12/02/1949, obtivemos o relato de que não conheceu

outros pastores que dirigisse a igreja antes do Pastor Itamar, pois desde que

chegou aqui a igreja já era dirigida por ele. Dona Lindalva falou que as

atividades da igreja sempre foram realizadas com muito entusiasmo, ela

comenta ainda que esses trabalhos eram bem aceito pela sociedade local, as

pessoas da comunidade não criticam a igreja, muito embora hoje ocorram

muitas diferenças na igreja com relação às vestimentas,

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Em outra entrevista realizada no dia, 13/02/2013, com a senhora

Maria Honorata de Souza Silva nascida em 30/06/1942. Obtivemos o relato de

que ao chegar ao Município de Marituba, a igreja já era coordenado pelo Pastor

Itamar a mesma não tomou conhecimento de que houve outros pastores antes

do Pastor Itamar ela comentou também que a realização da escola Dominical

sempre é aos domingos de manhã e que nessa atividade da Igreja eles oravam

cantavam e aprendiam sobre a Bíblia. Dona Honorata relata que eles tinham

muita disposição para realizarem essas atividades. Ela comentou ainda que as

atividades desenvolvidas pela Igreja eram aceitas pela sociedade local, visto

que os mesmos não costumavam criticar a Igreja. Dona Honorata comentou

também que observa a grande mudança nas vestimentas das pessoas que

compõem a igreja hoje, visto que muitos já não se trajam mais com a mesma

decência de alguns anos atrás.

Em entrevista realizada no dia, 31/12/2011 com a senhora Maria do

Socorro Pinheiro nascida em 28/12/1945 obtivemos o relato de que os fiéis que

iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vinham de uma localidade

chamada Vinte que fica as margens da BR-316. Ela afirmou que eles iam pra

vários lugares dirigir culto, deu como exemplo os municípios de Benfica e

Murini, eles faziam a escola Dominical aos domingos de manhã visitavam,

oravam e cantavam, Dona Maria relata que tinham muita disposição para

realizarem esses trabalhos, ela comenta ainda que esses trabalhos eram bem

aceito pela sociedade local, pois não costumavam criticar a igreja, a mesma

lembra-se apenas de uma vez que jogaram pedra em cima da igreja durante a

realização de um culto.

Em entrevista realizada Com a senhora Olinda Linhares nascida em

15/04/1932. Obtivemos os relatos de que os fiéis que iniciaram a igreja

Assembleia de Deus em Marituba vinham de uma localidade chamada Vinte

que fica as margens da rodovia BR-316. Dona Olinda falou que quem trouxe o

evangelho para Marituba foi o pastor Adalberto Galvão, ela afirmou que eles

iam pra vários lugares dirigir culto, deu como exemplo os municípios de Benfica

e Murini, eles faziam a escola Dominical aos domingos de manhã visitavam,

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oravam, cantavam. Dona Maria relata que tinham muita disposição para

realizarem esses trabalhos, ela comenta ainda que esses trabalhos eram bem

aceitos pela localidade, pois não costumavam criticar a igreja. Dona Olinda

lamentou as mudanças ocorridas hoje no meio da igreja tanto com relação a

disposição para realizarem as atividades da igreja, quanto a maneira que

alguns utilizam suas vestes.

A unanimidade na fala dos entrevistados com relação ao modismo

na igreja e diversas mudanças ocorridas em sua trajetória nos despertaram a

atenção e alguns questionamentos, por que os fiéis descrevem com tanta

precisão que há anos anteriores existia mais pudor diante das vestimentas dos

fiéis? E por que a igreja mudou quanto as suas praticas habituais? As

respostas vêm sobre nós a esclarecer que as mudanças quanto ao modismo

se expandira e as mudanças comportamentais também ocorreram ao longo da

Historia da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba diante disso

vem uma grande necessidade de orientação pela chamada “a nova história”

que trás consigo alguns questionamentos tipo o que se segue “Quanto ela é

nova”? È um modismo temporário ou uma tendência de longo prazo? Ela irá –

ou deverá – substituir a história tradicional, ou as rivais podem coexistir

pacificamente? Quanto a essa reflexão Peter Burke (1992) ressalta que:

O movimento da história vista-de-baixo também reflete uma nova determinação para considerar mais seriamente as opiniões das pessoas comuns sobre seu próprio passado [...]. O mesmo acontece com algumas formas de historia oral [...]. (PETER BURKE, 1992, P.16).

Todavia é notório a opinião dos entrevistados quanto diversas

mudanças na igreja, tanto com relação às vestimentas como com relação a

disposição diante dos trabalhos a serem desenvolvidos pela igreja, fato que

nos conduz a ter uma visão de que a igreja passou por um processo de

modificações ao longo dos anos dentre os quais alguns fiéis por muitas vezes

se sentem insatisfeitos, não aceitando assim atitudes novas que surgem.

Diante dessa análise questionamos aos entrevistados como eram realizados os

trabalhos da igreja com relação ao evangelismo? E como esta sendo realizado

esse trabalho nos dias de hoje? Os entrevistados informam que o evangelismo

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continua sendo realizado, porém não com a mesma constância e eficácia de

anos anteriores, Ai surge diante de nós outro questionamento será que as

mudanças ocorridas perante a igreja resultam a sociedade em geral alguns

desconfortos quanto aos aspectos econômicos, políticos e culturais? Quanto a

esses questionamentos Peter Burke (1992) afirma que:

O que essas abordagens tem em comum é sua preocupação com o mundo da experiência comum (Mais do que a sociedade por si só) como seu ponto de partida, juntamente com uma tentativa de encarar a vida cotidiana como problemática, no sentido de mostrar que o comportamento ou os valores, que são tacitamente aceitos em uma sociedade, são rejeitados como intrinsecamente absurdos em outra. (PETER BURKE, 1992, P.23).

Desta maneira nos compete apenas mostrar que comportamentos

e valores sofrem alterações em meio à sociedade que vivemos, onde todos

tendem a aceitar ou rejeitar de acordo com sua visão, tornando o ser humano

impossibilitado de moldar o meio que esta inserido na sua totalidade e as suas

próprias perspectivas, conduzindo-nos dessa maneira a aceitar as diferenças

existentes dentro de uma sociedade heterogênea. Talvez a heterogeneidade

no meio da igreja contribua para o conhecimento das necessidades a serem

trabalhadas diante das problemáticas da sociedade em geral, visto que o

evangelismo tende a resgatar pessoas com problemáticas em geral para serem

conduzidas a um novo proceder em meio à sociedade que esta inserida.

3.2 ENTREVISTAS REALIZADAS COM MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA

DO MUNICIPIO DE MARITUBA.

Em entrevista realizada no dia, 23/12/2011. Com a senhora Maria

Carlota Farias nascida em 10/11/1933. Obtivemos o relato de que os fiéis que

iniciaram a igreja católica no Município de Marituba vinham da Itália, pois eram

padres e freiras. Os mesmos vinham dirigir as novenas nas casas das pessoas

que pertenciam a Igreja Católica, ela informou ainda que eles realizavam as

novenas ou missas na casa de varias pessoas e aos domingos de manha

rezavam e cantavam, realizando assim as missas Dona Carlota relata que

tinham muita disposição para realizarem esses trabalhos. Dona Maria nos

afirma que o homem e que ditava as ordens e a mulher tinha que obedecer,

eles saiam pra trabalhar e as mulheres ficavam cuidando da casa e das

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crianças ela comentou também quanto ao sistema educacional em que aluno

tinha que respeitar o professor, tinha que ser o que o professor dizia, não era

como é hoje o aluno que fazer o quem bem entendi. Ela nos afirma também

que os estudantes eram muito inteligentes porque estudavam de verdade e

tinham muita educação e quanto às vestimentas todos independente de religião

tanto homem como mulher se vestiam com decência, pois ninguém andava

mostrando o corpo como nos dias atuais quanto às questões de alimentos

eram difícil para chegar a suas casas porque tudo ficava muito caro, mas assim

mesmo a sociedade sonhava com dias melhores, queria boa vida pra sua

família.

Em entrevista realizada no dia, 21/12/2011. Com a senhora

Osmarina Alves Pereira nascida em 22/03/1957. Obtivemos o relato de que

padres e freiras se colocaram a disposição da igreja católica para a realização

de novenas na casa das pessoas da tal denominação e aos domingos pela

manhã cantavam e rezavam realizando assim as missas. Dona Osmarina nos

afirmou que os homens não se envolviam muito atividades da igreja, somente

as mulheres tinham maior participação, pois os homens saiam em busca dos

mantimentos pra família e por isso não reservavam tempo para as atividades

da igreja, ela comentou também quanto ao sistema educacional em que os

alunos recebiam o ensino religioso católico dentro das escolas e ela acredita

que isso conduzia os alunos a respeitarem o professor, tinha que ser o que o

professor dizia, não era como é hoje o aluno que fazer o quem bem entendi,

ela nos afirma também que os estudantes eram muito inteligentes porque

estudavam de verdade porque eram ensinados e cobrados pela igreja. Dona

Osmarina relatou ainda quanto as vestimentas das pessoas em que todos

independente da religião e do sexo se vestiam com decência, pois ninguém

andava mostrando o corpo como no dias atuais.

Em entrevista realizada no dia, 31/12/2011. Com O senhor Gabriel

Gomes da Costa nascido em 30/06/1952. Obtivemos o relato de que os fiéis

que iniciaram a igreja vinham da Itália, pois eram padres e freiras. Os mesmos

vinham dirigir as novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja

Católica, ela informou ainda que eles realizavam as novenas ou missas na

casa de varias pessoas e aos domingos de manha rezavam e cantavam,

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realizando assim as missas. O Senhor Gabriel relata que os fiéis da igreja

tinham muita disposição para realizarem suas atividades, ele nos informou

também que os homem e que ditavam as ordens e as mulheres tinha que

obedecer, pois eles saiam pra trabalhar e as mulheres ficavam cuidando da

casa e das crianças e que por isso geralmente as mulheres tinham mais tempo

para se empenharem nas atividades da igreja, porém alguns homens também

se envolviam, muito embora fosse em menor quantidade que as mulheres ele

comentou também quanto ao sistema educacional em que aluno tinha que

respeitar o professor, tinha que ser, o que o professor dizia, não era como é

hoje em que o aluno que fazer o quem bem entendi, ele acredita que só

funcionava desta maneira porque os alunos recebiam dentro das escolas os

ensinamentos religiosos da igreja católica e que esses ensinamentos

conduziam os alunos a serem inteligentes. Já quanto as vestimentas, todos

independente de religião, tanto o homem quanto a mulher se vestiam com

decência, pois ninguém andava mostrando o corpo como atualmente.

Em entrevista realizada no dia, 05/01/2013. Com a senhora Maria

Benedita 10/03/1957, obtivemos os relatos de que os fiéis que iniciaram a

igreja eram italianos, pois eram padres e freiras. Os mesmos dirigiam as

novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, ela informou

ainda que eles realizavam as novenas ou missas na casa de varias pessoas e

aos domingos de manhã realizavam as missas Dona Maria relata ainda quanto

a disposição e o tempo que elas tinham para realizarem as atividades da igreja,

pois como os homens saiam pra trabalhar as mulheres ficavam cuidando da

casa e das crianças e que por isso tinham mais tempo para se envolverem nas

tarefas da igreja, do que os homens ela comentou também quanto ao sistema

educacional em que alunos respeitavam os professores, talvez pelo fato de

receberem ensinamentos religiosos da igreja católica dentro das escolas.

Porém quanto as vestimentas ele afirma que todos independente de religião

tanto homem como mulheres se vestiam com respeito, pois ninguém andava

quase despido como nos dias atuais com vestimentas que muitas vezes

impulsionam pessoas a agirem de forma violenta ao agredir sexualmente ao

próximo, pois infelizmente tem se perdido o pudor, o respeito e a valorização

pelo próprio corpo.

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Em entrevista realizada no dia, 31/12/2011. Com a senhora Maria

Alves da Costa nascida em 08/12/1953. Obtivemos o relato de que os fiéis que

iniciaram a igreja vinham da Itália, pois eram padres e freiras. Os mesmos

realizavam as novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja

Católica e em outros momentos em um barracão que ficava localizado na 4ª

Rua do Bairro Novo no Município de Marituba, onde atualmente se localiza a

creche Nossa Senhora da Paz, ela informou ainda que as mulheres eram

responsáveis para passar os ensinamentos da igreja católica aos filhos

conduzindo-os as missas aos domingos de manhã para rezar e cantar e

também aos locais que eram realizadas as novenas. Dona Maria nos relatou

também que os homens davam as ordens e as mulheres tinham que obedecer,

eles saiam pra trabalhar sempre bem cedo e as mulheres ficavam cuidando da

casa e das crianças, zelando pelo ensino nas escolas e pelo ensino religioso,

nesse caso da igreja católica, ela comentou também quanto ao sistema

educacional em que alunos tinham que respeitar os professores, e que isso era

mais fácil de acontecer porque recebiam ensinamentos religiosos do

catolicismo dentro das escolas. Já quanto às vestimentas disse que todo

independente de religião tanto homem como mulher se vestiam com decência,

pois ninguém andava mostrando o corpo como nos dias atuais, pois o que a

sociedade desejava mesmo eram dias melhores e boa vida pra suas famílias.

Através dos relatos dos membros da igreja católica, notamos que

houve unanimidade em afirmar que as pessoas responsáveis pelo

desenvolvimento das atividades da igreja, vinham da Itália, visto que

geralmente eram padres e freiras que realizavam as atividades nas casas de

moradores e também dentro das escolas. Isso nos conduziu ao entendimento

de que as realizações das atividades da igreja dentro dos lares e das escolas

certamente influenciava a sociedade local ao convívio de uma religiosidade

católica, que ao se deparar diante de novas teorias religiosas, agora voltadas

ao pentecostalismo, quem sabe poderá ocasionar desconforto, conduzindo-os

a reações diversas de rejeição ao desenvolvimento das atividades da igreja

Assembleia de Deus, diante de grande parte dos habitantes da localidade ou

caso contrário reforçava o ditado popular que diz “todas as religiões são boas”.

Sendo assim podemos considerar que a sociedade do Município de Marituba

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esta formada pela junção de uma religiosidade que se interliga com o

pentecostalismo. Quanto a essa reflexão Antoniazzi (1994) ressalta que:

Mas o pentecostalismo, por sua vez, é sociologicamente fruto de uma

conjuntura sociocultural que afeta toda sociedade brasileira e, nela, a

própria igreja católica. Sem entrar em maiores discussões e sutis

distinções, pode-se afirmar – em linhas gerais – que os mesmos

fatores sócios- culturais que favorecem a expansão do

pentecostalismo criam o terreno propicio ao crescimento da

“Renovação Carismática Católica”, a qual – apesar das diferenças

doutrinais ou teóricas – apresenta na prática fortes analogias com o

pentecostalismo de matriz protestante. (ANTONIAZZI, 1994, P. 18-19).

Desta maneira acreditamos que o movimento Pentecostal influenciou a igreja católica conduzindo-a a transformações dentro de seus conceitos tradicionais, de forma a valorizar pontos que outrora eram utilizados apenas pelas igrejas evangélicas como, por exemplo, a glossolalia, ou seja, o falar em línguas estranhas, no qual os carismáticos adotaram em suas doutrinas. Paul Frestom (1996) acredita que se a sociedade funcionasse corretamente não daria espaço para o surgimento de outras versões religiosas. Quanto às igrejas evangélicas o autor ressalta que:

A existência das igrejas evangélicas é, pois considerada fruto de uma patologia social, ou então, numa outra versão, uma patologia religiosa justifica-se então que, infelizmente, a igreja católica tem poucos padres, não consegue dar conta do recado, deixando, portanto, espaço para estas seitas que tiram proveito da situação. Como dizia o jornal o Estado de São Paulo: “o dia em que a igreja católica jogar fora a teologia de libertação, e voltar a pastorear o rebanho e tratar somente de coisas espirituais não haverá mais estas seitas no pedaço” (FRESTON, 1996, P. 13).

Certamente a igreja Católica no Município de Marituba sofreu uma ruptura em consequência das novas mensagens que começavam a ser anunciada através das igrejas evangélicas, ocasionado quem sabe a perda de alguns de seus fiéis, fatos que talvez tenham impulsionado a igreja católica a abandonar algumas práticas tradicionais e tomar para si nesse novo momento práticas que outrora eram utilizadas somente dentro do movimento pentecostal como, por exemplo, o de glossolalia, acreditando desta maneira conquistar fiéis e trazer de volta os que haviam se perdido. A verdade é que agora a igreja católica já não estava sendo a única a ensinar aos habitantes do Município de Marituba, seus conceitos religiosos, tinha agora que compartilhar o mesmo espaço com as igrejas evangélicas que traziam consigo conceitos religiosos que algumas vezes contradiziam com os do catolicismo. No entanto ate os dias de hoje o Município de Marituba dispõe tanto de igrejas católicas como de igrejas evangélicas, onde cada uma realiza suas atividades de acordo com o seu credo religioso conquistando membros para si, porém apesar das doutrinas religiosas existentes nesta localidade ainda há pessoas que não se decidiram por nenhuma das doutrinas apresentadas, e é o relato de algumas delas que iremos apresentar a seguir.

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3.3 ENTREVISTAS REALIZADAS COM PESSOAS QUE NÃO FAZEM PARTE DAS IGREJAS CITADAS ANTERIORMENTE.

Em entrevista realizada no dia, 11/12/2011. Com o senhor Francisco

Cabral Pereira nascido em 24/09/1953. Obtivemos o relato de que os fiéis que

iniciaram a igreja católica eram padres e freiras que tinham características de

Italianos que costumavam ficar no Município por vários anos fazendo visitas

nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, realizando as

novenas ou as missas aos domingos de manhã, onde costumavam cantar e

realizar suas rezas. Seu Francisco relatou ainda que mesmo não participando

das igrejas existentes no Município de Marituba, percebia que eles tinham

muita alegria para desenvolver suas atividades, tanto a missas, novenas como

os cultos. Seu Francisco destacou que durante a realização das atividades das

igrejas evangélicas deveria se utilizar menos som, deixando assim o

desenvolvimento somente para a apreciação dos que estivessem envolvidos

com a igreja, desta feita sugeriu que as igrejas evangélicas comparassem a

altura do som que utilizam com a altura do som que é utilizado pela igreja

católica. Já com relação às vestimentas nos relatou que as pessoas se

matinam sempre muito bem trajadas.

Entrevista realizada no dia, 11/12/2011. Com a senhora Lindomar

Ferreira de Souza nascida em 21/07/1944. Obtivemos o relato de que a igreja

católica do Município de Marituba, foi iniciada pelo padre Marcos que veio da

Itália e ficou na localidade para realizar as missas, ela informou ainda que ele

juntamente com os fiéis realizavam as novenas nas casas das pessoas, a

senhora Lindomar relata que mesmo não participando das igrejas existentes na

localidade, percebia que eles tinham muita disposição e união para realizarem

suas atividades, pois muitas vezes observava que os fiéis saiam para visitar os

moradores, ela nos relatou que os moradores recebiam também as visitas de

pessoas que traziam seus alimentos; geralmente utilizando os rios pois na

época não existiam pontes no Município de Marituba e por isso a maioria das

vezes recebiam seus alimentos através das embarcações que ali chegavam ou

através dos trens que era um outro meio de transporte utilizado na localidade,

que segundo ela tinha seus pontos de parada, sendo que a primeira parada,

ocorria na localidade conhecida por São Braz, depois seguia-se para a

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localidade do entroncamento, Ananindeua, Marituba, Benevides e Americano

todos situados dentro da área metropolitana de Belém que faz parte do Estado

do Pará. Dona Lindomar disse que seu pai como funcionário da estrada de

ferro Belém-Bragança, tinha o direito de receber 1K de carne que era entregue

a eles nas quintas-feiras e aos sábados. Outro fato ocorrente nesse período

segundo dona Lindomar é que a família só podia permanecer nas casas que

eram doadas aos funcionários da estrada de ferro, enquanto o funcionário

estivesse vivo e trabalhando, se por ventura o funcionário viesse a óbito

tornava-se necessário à retirada da família da casa que havia sido doada pelo

governo federal, e as famílias muitas vezes ao se deparar diante dessa

situação, buscavam auxilio nas igrejas existentes na localidade, que lhes

concediam a ajuda necessária porém mesmo admirando as atividades e as

atitudes que eram desenvolvidas pelas igrejas, nunca desejou participar de

nenhuma delas.

Em entrevista realizada no dia, 11/12/2011. Com o senhor Manoel

de Oliveira nascido em 14/09/1952. Obtivemos o relato de que os fiéis que

iniciaram a igreja eram padres que vinham da Itália. Os mesmos realizavam as

novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, ele se

lembra, que ocorriam também as missas principalmente aos domingos de

manhã rezavam e cantavam. Seu Manoel relata que mesmo não participando

das igrejas, percebia que eles tinham muita disposição para realizarem esses

trabalhos, tanto a missas, novenas ou cultos.

Podemos afirmar que apesar dos grandes esforços para a realização

das atividades das igrejas localizadas no Município de Marituba, existem

pessoas na localidade que não se envolveram com nenhuma das doutrinas que

lhes são apresentadas, nos conduzindo dessa maneira a análise de uma

diversificação de atitudes dos que fazem parte das igrejas, como dos que não

fazem parte das igrejas. E dentro dessa analise podemos encontrar uma

explicação na qual seria a de que as igrejas estão sempre diante de novos

desafios por se deparar diante de uma sociedade diferente, porem que precisa

receber a assistência básica que todo ser humano almeja, seja materialmente

ou espiritualmente, desta maneira concretiza-se através das igrejas existentes

no Município de Marituba o interesse de atender as necessidades básicas dos

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habitantes da localidade lhes oferecendo oque anseiam, dando-lhes porem o

direito de escolha.

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CONCLUSÃO

A construção da representação dos dez primeiros anos da Igreja

Assembleia de Deus no Município de Marituba nos levou a um grande desafio,

onde as fontes bibliográficas e as coletas de dados das entrevistas tornaram-se

necessários para o desenvolvimento desse trabalho, pois pelo motivo de nos

propormos a analisar o período de 1929 a 1939, tornou-se longínquo e por isso

apresentou-se algumas barreiras no meio do percurso, quanto aos dados

coletados dos entrevistados, devido a memoria de alguns, pois os mesmos

confessam esquecer alguns fatos, onde é possível perceber que o tempo

apaga da memoria algumas informações que provavelmente seriam de suma

importância para dar maior visibilidade a História de Fundação da Igreja

Assembleia de Deus no Município de Marituba.

O movimento pentecostal no Brasil e a essência de suas doutrinas

podem ser vistas como à liberdade de expressão espiritual mediante a

manifestação do Batismo com Espírito Santo que é uma de suas

características, contudo precisa ser revisto em busca de um equilíbrio

doutrinário cujo fiel da balança deve ser para a compreensão do

desenvolvimento do Pentecostalismo, através da contribuição é pela

preservação de seus princípios estratégicos em oferecer assistência aos

idosos, crianças, enfermos, pobres, negros, brancos, mulheres sem distinções

o que garante a sua identidade como religião. Dentro desta perspectiva,

possivelmente, possa-se aplicar aqui o conceito, que as diferenças

apresentadas entre as religiões são geradas por tensões inerentes ao processo

de Universalização das religiões, pois variam as estratégias sociais para

resolver o dilema: adaptação versus preservação de princípios.

Entende-se que é um conceito que nos permite justificar processos

de interação que não dependem nem da causalidade direta, nem da relação

"expressiva" entre forma e conteúdo (por exemplo, a forma religiosa como

"expressão" de um conteúdo político ou social). Mas que naturalmente, faz

parte da espiritualidade pura, que é favorecida ou desfavorecida por condições

históricas ou sociais. Neste sentido, uma análise em termos do

desenvolvimento da Igreja Assembleia de Deus no Brasil e em especial no

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Municipio de Marituba é perfeitamente compatível com o reconhecimento do

papel determinante das condições econômicas e sociais. A junção destes dois

pensamentos leva ao conceito dos “dois eixos”, onde há um fixo e outro móvel.

O fixo seria o eixo teológico, mais definido, mais claro e comum a todos

(mesmo na diversidade). O eixo móvel seria o que se aproximaria às

expressões culturais do povo, como por exemplo, já abordado no culto

pentecostal o fiel participa, canta as suas músicas é o conteúdo que é

mantido, possivelmente esse conteúdo é também o motivo da aceitação, e

quem sabe um dos fatores consequentes do desenvolvimento do

Pentecostalismo por parte de seus fundadores no Brasil. É digno salientar que

no caso dos membros da Assembleia de Deus, os indivíduos que chegavam

à cidade de Marituba, iram convidados a participar de uma comunidade

Pentecostal, onde muitas vezes também assumia os laços Pertencendo a esse

grupo.

Com o passar das décadas e o seu crescimento o Pentecostalismo

começou a se justificar como um movimento crescente no número de fiéis

dessas instituições. Um dos diferenciais entre a religião evangélica e a católica

a Igreja que fundada por dois suecos, no seu início não teve nenhum apoio

institucional e nem foi fruto de estratégias elaboradas, porém tornou-se

patrimônio do povo que a abraçou. Cabe à geração atual inclusive do Município

de Marituba que vive essa fé, entender o processo para que a mensagem

chegue de forma compreensiva às gerações futuras.

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