natuá: restaurante no parque da...

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Diretriz paisagística proposta inspirada no paisagista do Parque da Cidade: Burle Marx O PARTIDO A intervenção foi ao longo de todo processo pautada na permeabilidade visual (que resultou em uma arquitetura pavilhonar ) voltada principal- mente para a porção do lago na qual se encontra a ponte, na integração (ar- quitetura e natureza ) e na diagonal de ligação entre os dois acessos a ilha. O LUGAR Lúcio Costa previu em seu projeto para o Plano Piloto duas grandes áreas de lazer que até 1970 (15 anos após a inauguração da cidade) não haviam sido implantadas. Seriam dois espaços simétricos (ele compara a dois “pulmões”) dispostos ao longo do Eixo Monumental (Jardim Botânico ao norte e Jardim zoológico ao sul) Surge então na porção sul (área originalmente reservada ao Jardim Botânico) como uma resposta à de- manda crescente, uma solução frente à carência de espaços públicos destinados ao encontro, re- união, integração e divertimento de seus habitantes assim como visitantes, o Parque recreativo de Brasília. O Parque da Cidade, encontra-se implantado na Asa Sul no Plano Piloto, circundado ao norte pelo Eixo Monumental, a leste pelo Setor de Grandes Áreas Sul, ao sul pelo Cemitério Campo da Esperança e a oeste pelos Setores de Indústrias Gráficas e Sudoeste. Os aces - sos se dão pelo sudoeste, pelo eixo monumental e 901, 906 e 911 SUL. Dentre estes, apenas o último não foi previsto em projeto A escolha do sítio se deu em um momento de revalorização e reapropriação da cidade pelos seus usuários. Sendo o parque um elemento importante na paisagem e no cotidiano brasiliense. . O RESTAURANTE O Natuá foi concebido como um espaço para se explorar a gastro- nomia natural inspirando atitudes conscientes como: a diminuição do desperdício, o uso de alimentos naturais e regionais que dispen- dem menos gastos com transporte, a reciclagem (reutilização) de embalagens assim como a compostagem de resíduos orgânicos. O projeto preza pela inserção de um equipamento, no Parque Dona Sarah Kubitschek, conhecido como “Parque da cidade”, e visa pro- mover a apropriação do espaço de diferentes maneiras. Primeira- mente estimulando a qualidade de vida, pelo equilíbrio e uso ra- cional do tempo a sustentabilidade - econômica, ecológica e social - através de uma cultura gastronômica que se responsabilize pelos impactos pré e pós refeição, que se comprometa com a origem sus- tentável de seus insumos, assumindo assim fazer parte de um ciclo. Segundo Environmetal Performance Index 2012, pesquisa pro- duzida anualmente por cientistas das universidades de Yale e Co- lumbia, o país mais sustentável do mundo é a Suíça, onde se fala predominantemente alemão. O nome do restaurante é uma alusão “abrasileirada” à Suíça pois é como se lê natur, natureza em alemão. LEGISLAÇÃO CONSULTADA PPCUB (Plano de Preservação do conjunto urbanístico)/2012 Manual de implantação de restaurantes populares (MDS) RDC 216/2004 ANVISA RDC 271/2002 ANVISA ESTUDO DE FLUXO Roxo: área externa Vermelho: circulação de clientes Marrom: estoque previsto executado Traçado Regulador PEDESTRES VEÍCULOS ACESSOS ESTACIONAMENTOS PONTOS DE ÔNIBUS ZONA ESPORTIVA ZONA CULTURAL ZONA DO LAGO ZONA DA FEIRA ZONA ADMINISTRATIVA Perspectiva Foto do sítio Natuá: Restaurante no Parque da Cidade CONCEITOS A atual preocupação sobre os impactos humanos no meio ambiente tem se refletido na busca de meios alternativos e sustentáveis de se ali- mentar. Anteriormente com o desenvolvimento industrial, o maquinário trouxe a ilusão de que com o aumento da eficiência seria diminuído o tempo gasto com trabalhos e afazeres restando mais tempo para o lazer. Porém com o aumento da produtividade a qualidade de vida decaiu. Já na agricultura o impacto das revoluções industrial e tecnológica refletiu em um uso intensivo e excessivo de agrotóxicos e transgênicos (em busca do aumento da produtividade e do lucro por meio do combate a pragas e outros males). No entanto, na atualidade, parte da sociedade busca resga- tar a qualidade de vida por meio da alimentação e da valorização do tempo. O Slow Food ( em tradução literal “comida lenta”), é uma resposta ao tão conhecido fast-food (“comida rápida”, “alimentação ráp- ida”) comida geralmente não nutritiva que é consumida de forma rápida e sem apreciação de sabor – que influenciou na diluição das tradições culinárias, no desinteresse de saber a procedência e na desvalorização do sabor e do valor nutricional dos alimentos. Na atualidade o agronegócio industrial é outro fato que também tem impactado na variedade alimentar mundial. Com a padronização da alimentação alguns produtos têm entrado em extinção. Assim, as- sociada ao direito de apreciar uma boa comida, o SlowFood levanta a bandeira da defesa da biodiversidade. Levando em consideração o ex- posto, o restaurante terá como público alvo tanto o cliente que já in- seriu no seu cotidiano a busca de uma vida saudável e sustentável, como os clientes que têm curiosidade mas não têm conhecimento. Além de servir refeições, o espaço também oferecerá oficinas, pal- estras e eventos relacionados a educação ambiental e sustentabil- idade buscando aliar arquitetura, cultura, lazer e sustentabilidade. Uma vertente da busca por uma alimentação saudável é a pop- ularização de alimentos orgânicos, como parte de uma “onda” de preocupação em não prejudicar o meio ambiente e não afetar neg- ativamente as gerações futuras. Mas afinal o que é produção orgânica? Não é só a ausência do uso de agrotóxicos e transgênicos. É uma produção que: busca não prejudicar o meio ambiente, se sus- tentando sem destruir os recursos naturais e sem desgastar o solo, para que o mesmo continue fértil; valoriza a regionalidade; garante condições dignas de trabalho aos envolvidos. Ou seja: visa produzir alimentos de qualidade, sustentáveis socialmente e ecologicamente Em atendimento também aos preceitos do movimento Slow Food : bom, justo e limpo. Aluna: Isabela Ribeiro de Souza Tavares UnB / FAU / Trabalho Final de Graduação / 1.2014 / Orientadora: profa. Luciana Sabóia / Orientador de estruturas: prof. Jaime Almeida / Membros da Banca: prof. Bruno Capanema e profa. Maribel Aliaga / Colaboradores: Marlon Pedro - Ana Júlia Maluf - prof. Julio de Melo

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Page 1: Natuá: Restaurante no Parque da Cidadebdm.unb.br/bitstream/10483/8589/1/2014_IsabelaRibeirodeSouza... · bandeira da defesa da biodiversidade. Levando em consideração o ex- Levando

Diretriz paisagísticaproposta inspirada no paisagista do Parque da Cidade: Burle Marx

O PARTIDO

A intervenção foi ao longo de todo processo pautada na permeabilidade visual (que resultou em uma arquitetura pavilhonar ) voltada principal-mente para a porção do lago na qual se encontra a ponte, na integração (ar-quitetura e natureza ) e na diagonal de ligação entre os dois acessos a ilha.

O LUGAR

Lúcio Costa previu em seu projeto para o Plano Piloto duas grandes áreas de lazer que até 1970 (15 anos após a inauguração da cidade) não haviam sido implantadas. Seriam dois espaços simétricos (ele compara a dois “pulmões”) dispostos ao longo do Eixo Monumental (Jardim Botânico ao norte e Jardim zoológico ao sul)Surge então na porção sul (área originalmente reservada ao Jardim Botânico) como uma resposta à de-manda crescente, uma solução frente à carência de espaços públicos destinados ao encontro, re-união, integração e divertimento de seus habitantes assim como visitantes, o Parque recreativo de Brasília.

O Parque da Cidade, encontra-se implantado na Asa Sul no Plano Piloto, circundado ao norte pelo Eixo Monumental, a leste pelo Setor de Grandes Áreas Sul, ao sul pelo Cemitério Campo da Esperança e a oeste pelos Setores de Indústrias Gráficas e Sudoeste. Os aces-sos se dão pelo sudoeste, pelo eixo monumental e 901, 906 e 911 SUL. Dentre estes, apenas o último não foi previsto em projeto

A escolha do sítio se deu em um momento de revalorização e reapropriação da cidade pelos seus usuários. Sendo o parque um elemento importante na paisagem e no cotidiano brasiliense.

.

O RESTAURANTE

O Natuá foi concebido como um espaço para se explorar a gastro-nomia natural inspirando atitudes conscientes como: a diminuição do desperdício, o uso de alimentos naturais e regionais que dispen-dem menos gastos com transporte, a reciclagem (reutilização) de embalagens assim como a compostagem de resíduos orgânicos.

O projeto preza pela inserção de um equipamento, no Parque Dona Sarah Kubitschek, conhecido como “Parque da cidade”, e visa pro-mover a apropriação do espaço de diferentes maneiras. Primeira-mente estimulando a qualidade de vida, pelo equilíbrio e uso ra-cional do tempo a sustentabilidade - econômica, ecológica e social - através de uma cultura gastronômica que se responsabilize pelos impactos pré e pós refeição, que se comprometa com a origem sus-tentável de seus insumos, assumindo assim fazer parte de um ciclo.

Segundo Environmetal Performance Index 2012, pesquisa pro-duzida anualmente por cientistas das universidades de Yale e Co-lumbia, o país mais sustentável do mundo é a Suíça, onde se fala predominantemente alemão. O nome do restaurante é uma alusão “abrasileirada” à Suíça pois é como se lê natur, natureza em alemão.

LEGISLAÇÃO CONSULTADA

PPCUB (Plano de Preservação do conjunto urbanístico)/2012Manual de implantação de restaurantes populares (MDS)

RDC 216/2004 ANVISARDC 271/2002 ANVISA

ESTUDO DE FLUXO

Roxo: área externa Vermelho: circulação de clientesMarrom: estoque

previsto executadoTraçado Regulador

PEDESTRESVEÍCULOSACESSOSESTACIONAMENTOSPONTOS DE ÔNIBUS

ZONA ESPORTIVAZONA CULTURALZONA DO LAGOZONA DA FEIRAZONA ADMINISTRATIVA

Perspectiva Foto do sítio

Natuá: Restaurante no Parque da Cidade CONCEITOS

A atual preocupação sobre os impactos humanos no meio ambiente tem se refletido na busca de meios alternativos e sustentáveis de se ali-mentar. Anteriormente com o desenvolvimento industrial, o maquinário trouxe a ilusão de que com o aumento da eficiência seria diminuído o tempo gasto com trabalhos e afazeres restando mais tempo para o lazer. Porém com o aumento da produtividade a qualidade de vida decaiu. Já na agricultura o impacto das revoluções industrial e tecnológica refletiu em um uso intensivo e excessivo de agrotóxicos e transgênicos (em busca do aumento da produtividade e do lucro por meio do combate a pragas e outros males). No entanto, na atualidade, parte da sociedade busca resga-tar a qualidade de vida por meio da alimentação e da valorização do tempo.

O Slow Food ( em tradução literal “comida lenta”), é uma resposta ao tão conhecido fast-food (“comida rápida”, “alimentação ráp-ida”) comida geralmente não nutritiva que é consumida de forma rápida e sem apreciação de sabor – que influenciou na diluição das tradições culinárias, no desinteresse de saber a procedência e na desvalorização do sabor e do valor nutricional dos alimentos.

Na atualidade o agronegócio industrial é outro fato que também tem impactado na variedade alimentar mundial. Com a padronização da alimentação alguns produtos têm entrado em extinção. Assim, as-sociada ao direito de apreciar uma boa comida, o SlowFood levanta a bandeira da defesa da biodiversidade. Levando em consideração o ex-posto, o restaurante terá como público alvo tanto o cliente que já in-seriu no seu cotidiano a busca de uma vida saudável e sustentável, como os clientes que têm curiosidade mas não têm conhecimento. Além de servir refeições, o espaço também oferecerá oficinas, pal-estras e eventos relacionados a educação ambiental e sustentabil-idade buscando aliar arquitetura, cultura, lazer e sustentabilidade.

Uma vertente da busca por uma alimentação saudável é a pop-ularização de alimentos orgânicos, como parte de uma “onda” de preocupação em não prejudicar o meio ambiente e não afetar neg-ativamente as gerações futuras. Mas afinal o que é produçãoorgânica? Não é só a ausência do uso de agrotóxicos e transgênicos. É uma produção que: busca não prejudicar o meio ambiente, se sus-tentando sem destruir os recursos naturais e sem desgastar o solo, para que o mesmo continue fértil; valoriza a regionalidade; garante condições dignas de trabalho aos envolvidos. Ou seja: visa produzir alimentos de qualidade, sustentáveis socialmente e ecologicamente Em atendimento também aos preceitos do movimento Slow Food : bom, justo e limpo.

A l u n a : I s a b e l a R i b e i r o d e S o u z a T a v a r e sUnB / FAU / Trabalho Final de Graduação / 1.2014 / Orientadora: profa. Luciana Sabóia / Orientador de estruturas: prof. Jaime Almeida / Membros da Banca: prof. Bruno Capanema e profa. Maribel Aliaga / Colaboradores: Marlon Pedro - Ana Júlia Maluf - prof. Julio de Melo

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CORTE B

CORTE C

CORTE D

FACHADA SUL

FACHADA OESTE

Telhatermoacústica

policarbonatoalveolar

transparente

Forroem fibra

de dendêCalhaTubo de queda

de águas pluviaisBloco em

concreto ciclópicoEstrutura em BLC

(bambu laminado colado)

AMPL. 01 PR. 03

0

10

30

50

Deck em madeiraplástica

Estrutura em BLC(bambu laminado colado)

Telha termoacústica+ Forro em fibra de dendê

Estrutura em BLC(bambu laminado colado)

Telha termoacústica+ Forro em BLC

Calhade concretopré-moldado

Lanternim

Tubos deexaustão da coifa

Lanternim

Telhatermoacústica

LajeBubbleDeck®

- BD280Empena em

concreto ciclópico

Caixa D'água2000L

Empena emconcreto ciclópico

Telhatermoacústica

Tubo deexaustão da coifaLanternimClarabóia Clarabóia

LajeBubbleDeck®

- BD280Telha

termoacústica

Fibra de dendê

Caixa D'água2000L

Caixa D'água2000L

Telhatermoacústica

Estrutura em BLC(bambu laminado colado) Recepção Bar

policarbonatoalveolar

transparenteTelha termoacústica

+ Forro em BLCFibra de dendê

Calhade concretopré-moldado

Forroem fibra

de dendê

0

10

30

50

AMPL. 02 PR. 03

Estrutura metálica

Telha termoacústica

Duto metálico de quedapara águas pluviais

Calha metálicaViga de bordo em BLC

(Bambu laminado colado)

Guarnição superior em alumínio

Projeção cano em pvc embutidona estrutura de ligação entre

calha e duto de queda

Lâmpada fluorescente T5para iluminação indireta

Forro em trama de tala de dendêcom 10% de transparência visual

Trilho para painéis de correr

Guarnição inferior em alumínio

Bloco em concreto ciclópico

Ligação metálicaentre pilar e bloco

Pilar em BLC(Bambu laminado colado)

Piso em pedra portuguesa lixada

Tela em trama de tala de dendêcom 30% de transparência visual

Vidro laminado 10mm

L.

L.

Forro em BLC (Bambulaminado colado)

Viga em BLC (Bambulaminado colado)

Telha termoacústica

Calha de concretopré-moldado

Telha termoacústica

Laje em concretopara proteção

do lanternim i=5%

Veneziana de vidro

Calha metálica

Lanternim

Alvenaria

Laje BubbleDeck® - BD280

Vidro laminado 10mm

Passa-pratos

Bancadas em granito

Laje elevadade concreto

CORTE A

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Deck em madeiraplástica

Estrutura em BLC(bambu laminado colado)

Telha termoacústica+ Forro em fibra de dendê

Estrutura em BLC(bambu laminado colado)

Telha termoacústica+ Forro em BLC

Calhade concretopré-moldado

Lanternim

Tubos deexaustão da coifa

Lanternim

Telhatermoacústica

LajeBubbleDeck®

- BD280Empena em

concreto ciclópico

Caixa D'água2000L

Empena emconcreto ciclópico

Telhatermoacústica

Tubo deexaustão da coifaLanternimClarabóia Clarabóia

LajeBubbleDeck®

- BD280Telha

termoacústica

Fibra de dendê

Caixa D'água2000L

Caixa D'água2000L

Telhatermoacústica

Estrutura em BLC(bambu laminado colado) Recepção Bar

policarbonatoalveolar

transparenteTelha termoacústica

+ Forro em BLCFibra de dendê

Calhade concretopré-moldado

Forroem fibra

de dendê

0

10

30

50

AMPL. 02 PR. 03

Estrutura metálica

Telha termoacústica

Duto metálico de quedapara águas pluviais

Calha metálicaViga de bordo em BLC

(Bambu laminado colado)

Guarnição superior em alumínio

Projeção cano em pvc embutidona estrutura de ligação entre

calha e duto de queda

Lâmpada fluorescente T5para iluminação indireta

Forro em trama de tala de dendêcom 10% de transparência visual

Trilho para painéis de correr

Guarnição inferior em alumínio

Bloco em concreto ciclópico

Ligação metálicaentre pilar e bloco

Pilar em BLC(Bambu laminado colado)

Piso em pedra portuguesa lixada

Tela em trama de tala de dendêcom 30% de transparência visual

Vidro laminado 10mm

L.

L.

Forro em BLC (Bambulaminado colado)

Viga em BLC (Bambulaminado colado)

Telha termoacústica

Calha de concretopré-moldado

Telha termoacústica

Laje em concretopara proteção

do lanternim i=5%

Veneziana de vidro

Calha metálica

Lanternim

Alvenaria

Laje BubbleDeck® - BD280

Vidro laminado 10mm

Passa-pratos

Bancadas em granito

Laje elevadade concreto