narração

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NARRAÇÃO/NARRATIVA TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Práticas de linguagem: leitura e produção de textos. São Paulo: Scipione, 2001. VILAS BOAS, Sérgio. O estilo magazine: o texto em revista.São Paulo: Summus, 1996.

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Aula de Lab. II sobre narração e reportagem.

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Page 1: Narração

NARRAÇÃO/NARRATIVATERRA, Ernani; NICOLA, José de. Práticas de linguagem: leitura e produção de textos. São Paulo: Scipione, 2001.

VILAS BOAS, Sérgio. O estilo magazine: o texto em revista.São Paulo: Summus, 1996.

Page 2: Narração

• A narração é um relato centrado num fato ou acontecimento.

• Há personagem atuando e um narrador que relata a ação.

• É um tipo de texto marcado pela temporalidade.

• As ações direcionam-se para um conflito que requer uma solução, o que sugere que chegaremos a uma situação nova.

• A sucessão de acontecimentos leva a uma transformação, uma mudança.

Page 3: Narração

• Ou seja, o personagem vive um conflito e, após sua solução e decorrente mudança de sua situação, não é mais o mesmo.

• Nos relatos, como ocorre com os textos jornalísticos, temos a narratividade (o modo de ser da narração, porque se caracteriza pela temporalidade também) e não a narração, pois a última pertence ao campo da ficção. Esses textos não pertencem ao campo da ficção, não objetivam o envolvimento do leitor pela trama, pelo conflito.

Page 4: Narração

• Manchete: Alexandre é eleito presidente

• Situação A: Alexandre era candidato

• Sucessão de acontecimentos: a campanha, a votação, a contagem dos votos, a proclamação

• Situação B: Alexandre está eleito (com vantagem absurda de votos favoráveis)

Page 5: Narração

Elementos da narrativa

• A narrativa de ficção é um relato centrado num fato ou acontecimento. Há personagens atuando e um narradorque relata a ação. O tempo e o cenário ou ambiente são outros elementos importantes na estrutura da narração.

• O universo da ficção nos apresenta uma realidade que não é verdadeira, mas que é possível ser, e por isso aceita como real.

• Afrânio Coutinho aplica uma distinção entre a ficção e as outras formas de narrativa, em que a primeira não pretende fornecer um simples retrato da realidade, mas criar uma imagem, uma representação da realidade. Surge o olhar do artista.

Page 6: Narração

• Retrato da realidade devidamente produzido a partir de determinadas práticas, seguindo certos critérios (jornalísticos);

• Retrato interpretado da realidade, fruto de investigação minuciosa;

• Espaço da precisão e da prática jornalística intensiva;

• Repórter como caminho da virtualidade complexa;

Page 7: Narração

O narrador da NARRATIVA

• O texto narrativo possui um foco (olhar) // foco narrativo = ponto de vista através do qual se redige a reportagem;

• Narrador = quem reporta;

• Pode ser:

Page 8: Narração

• Em 1ª pessoa:

• Narrador-testemunha: personagem secundário da reportagem; apenas testemunha os fatos; possui ângulo de visão delimitado porque apenas utiliza as informações que colheu, não tem onisciência sobre os personagens;

Page 9: Narração

• Em 1ª pessoa:

• Narrador-protagonista: limita a percepção dos fatos porque emite-os através de sua experiência; participa ativamente das ações e as transcreve como protagonista; em longos depoimentos pode retratar os entrevistados a partir de sua percepção própria, a ponto de o texto parecer ter sido escrito por eles;

Page 10: Narração

• Em 3ª pessoa:

• Narrador-onisciente: conhece os acontecimentos e até os pensamentos dos demais envolvidos na reportagem; é o foco que mais aproxima a reportagem da narrativa literária;

• Pode ser “intruso” quando comenta a vida ou atitudes dos personagens (opina);

• Pode ser “neutro” quando não intervém nos acontecimentos e apenas busca situações reveladoras sobre os personagens, atento ao cenário da reportagem;

Page 11: Narração

• Em 3ª pessoa:

• Modo dramático:o narrador se limita a informar o que as personagens fazem ou falam (modo mais utilizado no jornalismo)

Page 12: Narração

Enredo

• Tecer, enredar, “entrelaçar os fios para fazer a rede”.

• O enredo (ou trama, ou intriga) é o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história.

Page 13: Narração

Os personagens

• O personagem bem construído representa uma individualidade, apresentando traços psicológicos próprios.

• Há aqueles que representam tipos humanos, identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social.

Page 14: Narração

O ambiente

• É o cenário por onde circulam personagens e onde se desenrola o enredo.

• Em alguns casos, a importância do ambiente é tão fundamental que ele se transforma em personagem, como o colégio interno, em O Ateneu, de Raul Pompéia; e o cortiço, da obra de mesmo nome, de Aluísio de Azevedo.

Page 15: Narração

O tempo

• O narrador pode narrar os fatos no tempo em que eles estão acontecendo;

• Pode narrar um fato concluído;

• Pode entremear presente e passado, utilizando a técnica de flash-back;

• PS: Há ainda o tempo psicológico, que reflete angústias e ansiedades de personagens e que não mantém nenhuma relação com o tempo propriamente dito, cuja passagem é alheia à nossa vontade. Falas como “Ah, o tempo não passa...” ou “Esse minuto está durando uma eternidade” refletem o tempo psicológico.

Page 16: Narração

Modalidades de expressão do tempo narrativo

• Tempo psicológico: representa estados internos, individuais, principalmente do narrador (quando é protagonista) ou de personagens (quando é onisciente);

• Tempo físico: representado pela natureza; caracteriza as condições reais do tempo no cenário (elementos de veracidade que localizam o leitor);

• Tempo cronológico: do calendário (eventos históricos, acontecimentos);

Page 17: Narração

Modalidades de expressão do tempo narrativo

• Tempo linguístico: o plano de tempo do texto não é necessariamente o momento em que foi escrito...

• Situa presente, passado e futuro na narrativa;

• Recurso usado para transportar o leitor ao passado ou ao futuro;

• Ex.: escrever hoje sobre o que aconteceu em 05/04/1911, situando a narrativa no plano de tempo do acontecimento (em 1911).

Page 18: Narração

Os tipos de discurso

• Quando o narrador transcreve literalmente a fala dos personagens, temos o discurso direto; quando vem a reproduzi-la com suas palavras, temos o discurso indireto.

• No discurso direto, a fala dos personagens é marcada por dois-pontos, travessão ou aspas. Geralmente vem acompanhada por um verbo de elocução (aquele que indica a fala do personagem, como: dizer, falar, responder, perguntar, indagar, retrucar, afirmar) seguido de dois-pontos.

Page 19: Narração

• Exemplo:

• Entramos na venda e pedimos ao português, seu dono, que vive há muitos anos atrás do balcão, a roubar no peso:

- Sirva-nos uma cerveja.

E o português explicou:

- Não, o nome do pretinho é Sebastião. Milagre é apelido.

Page 20: Narração

• No discurso indireto, também há verbo de elocução. Existem conectivos, mas não sinais de pontuação (dois-pontos, travessão, aspas).

• Exemplo:

• Entramos na venda e pedimos ao português, seu dono, que vive há muitos anos atrás do balcão, a roubar no peso, que nos servisse uma cerveja.

E o português explicou que não, que o nome do pretinho era Sebastião. Milagre era apelido.

PS: * o discurso direto aparece em primeira pessoa; o indireto, em terceira.

* o tempo verbal, no discurso indireto, será sempre passado em relação ao tempo verbal do discurso direto.

Page 21: Narração

• No discurso indireto livre, a fala do personagem não é marcada por verbo de elocução ou por sinais de pontuação (marcas do discurso direto), e também não apresenta o conectivo que introduz a oração subordinada (marca do discurso indireto).

• Ex:

• Achamos o nome engraçado. Qual o padrinho que pusera o nome de Milagre naquele afiliado? E o português explicou que não, que o nome do pretinho era Sebastião. Milagre era apelido.

• DD: Achamos o nome engraçado e perguntamos:

- Qual o padrinho que pôs o nome de Milagre naquele afilhado?

DI: Achamos o nome engraçado e perguntamos que padrinho pusera o nome de Milagre naquele afilhado.