narcotrÁfico sa (dope inc.)

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Page 1: NARCOTRÁFICO SA (DOPE INC.)
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NOTA DOS TRADUTORES Parte deste livro foi traduzido por C. J. A. Rosière e parte por tradutor que não tenho autorização para identificá-lo. Peço desculpas aos caros leitores pela falta de identificação de páginas no índice e pela quantidade enorme de erros gramaticais, de digitação, etc, não revisados por falta de tempo.

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Narcotráfico S.A.

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CONTEUDO DEDICATÓRIA PREFÁCIO: YURI ANDROPOV COLOCA A KGB SOVIÉTICA NOS NEGÓCIOS DO NARCOTRÁFICO INTRODUÇÃO: O TRÁFICO DE DROGAS HOJE

1- O LIVRO QUE ENRAIVECEU KISSINGER ATAQUE AO APARATO DE LAVAGEM DE DINHEIRO A ADL E KISSINGER REAGEM KISSINGER: AGENTE DA INFLUÊNCIA BRITÂNICA FORMADA A FORÇA-TAREFA “PEGUEM LAROUCHE” LAROUCHE CONTESTA A POLÍTICA PARA OS CONTRAS OS BARÕES DAS DROGAS NÃO PODEM SER PATRIOTAS LIGAÇÕES DA CASA BRANCA COM OS TERRORISTAS O DINHEIRO DAS DRODAS FINANCIA A ADL A NARCOTRÁFICO S. A. INSTALA GOVERNOS POR QUE UMA TERCEIRA EDIÇÃO? 2- NARCOTRÁFICO S.A. DOBRA A CADA CINCO ANOS COCAÍNA: INDÚSTRIA CRESCENTE MACONHA E HASHISHE ÓPIO E HEROÍNA CONSUMO PRENDAM OS BANQUEIROS DAS DROGAS 3- HOJE A MACONHA É A MAIOR PLANTAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS ONDE A MACONHA É A PRINCIPAL PRODUÇÃO LUCRATIVA FAZENDEIROS DESESPERADOS VOLTAM-SE PARA A MACONHA PARTE 1: NOSSOS INIMIGOS PROVARAM QUE ESTÁVAMOS CERTOS 1- POR QUE ESTE LIVRO SE TORNOU FAMOSO? “VISÃO APOCALÍTICA” OU REALIDADE DIÁRIA? A NARCOTRÁFICO S. A. RESPONDE ÀS ACUSAÇÕES OS LOBISTAS DAS DROGAS INVADEM OS PALÁCIOS DE JUSTIÇA MARVIN WARNER COMPRA UM PROCURADOR FEDERAL O CASO DO FIRST FIDELITY 2- ESTRUTURA DE COMANDO DA NARCOTRÁFICO S.A.

A REDE LONDRINA COMO A NARCOTRÁFICO S.A. COMPROU AS FINANÇAS AMERICANAS HONG KONG, OPPENHEIMER E BANCO AMBROSIANO: ONDE O CAPITAL ESPECULATIVO REINA KISSINGER E A NOVA DIRETORIA DA NARCOTRÁFICO S. A. PARTE 2: A PRIMEIRA GUERRA DO ÓPIO DA GRÃ-BRETANHA INTRODUÇÃO: ENFRAQUECENDO A VITALIDADE DE UMA NAÇÃO 1- A GUERRA DA COMPANHIA DAS ÍNDIAS ORIENTAIS CONTRA A CHINA OS CHINESES CAÍRAM NA ARMADILHA DIPLOMACIA BRITÂNICA DO ÓPIO CABEÇA DE PRAIA NOS ESTADOS UNIDOS A ENTRADA DA CHINA

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PROTEGENDO O MERCADO DE ÓPIO 2- A “NOBRE EXPERIÊNCIA” BRITÂNICA MONTANDO A INVASÃO DAS DROGAS A GUERRA DE NIXON CONTRA AS DROGAS PARTE 3: COMO FUNCIONA O IMPÉRIO DAS DROGAS INTRODUÇÃO: A BASE DESTA INVESTIGAÇÃO 1- OS BANCOS E O MAIOR NEGÓCIO DO MUNDO PARA ONDE VAI A HEROÍNA? ANÁLISE DE MERCADO QUAL É O TAMANHO DA INDÚSTRIA? PARA ONDE VAI O DINHEIRO? A COBERTURA OFFSHORE (PARAÍSOS FISCAIS) ESTRANGULAMENTO NO EXTREMO ORIENTE O CICLO DA LAVAGEM

2- COMO ESCONDER 200 BILHÕES DE DÓLARES O ESTRANHO CASO DA MIDWEST AIR (AEROLÍNEAS MIDWEST) O COVIL DOS BANQUEIROS COMO COMPUTADORES PODEM MENTIR DO CAMPO AO BANCO 3- DO ÓPIO AO DINHEIRO SUJO 4- COMO O COMÉRCIO DAS DROGAS É FINANCIADO O HSBC (HONG KONG AND SHANGAI BANKING CORPORATION- HONG SHANG) OS INTERMEDIARIOS CHINESES A CONEXÃO CHINESA COM O HSBC 5- AS OPERAÇÕES BRITÂNICAS SUJAS COM OURO E DIAMANTES COMO O OURO ILEGAL VIAJA UMA SUBESTIMAÇÃO UM GRANDE MERCADO DE OURO MERCADO NEGRO DE DIAMANTES 6- HONG KONG, CAPITAL DO FINANCIAMENTO DA HEROINA A MAIS ALTA TAXA DE LIQUIDEZ A MAIOR TAXA DE SUBORNO 1986: HONG KONG E O “LIVRE COMÉRCIO” 7- A CONEXÃO PEQUIM LIGAÇÕES ANTIGAS SÃO MAIS FORTES A ARMA DO ÓPIO DE PEQUIM DE HONG KONG A CONEXÃO CH’AO CHOU FORJANDO A LIGAÇÃO HONK KONG- PEQUIM 8- COMO O REAL INSTITUTO PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS (ROYAL INSTITUTE OF INTERNATIONAL AFFAIRS-RIIA) DIRIGE AS DROGAS E O DINHEIRO SUJO META: RECONSTRUIR O IMPÉRIO 1949: ACORDO PEQUIM-BRITÂNICOS JOGO DE PRESSÕES

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CRIAÇÃO DA CONEXÃO DAS DROGAS DE HONG KONG O SURGIMENTO DA “CARTA CHINESA” 9- CANADÁ: HONG KONG DA AMÉRICA DO NORTE TRÊS CASOS CRUCIAIS WALTER LOCKHART GORDON SEGURADORA EAGLE STAR A COMPANHIA DA BAÍA DE HUDSON DROGA ENTRA, DINHEIRO SUJO SAI O TRIÂNGULO PRATEADO DO CANADÁ A CONEXÃO CANADÁ-PEQUIM QUEM DIRIGE O CANADÁ 10- AS FAMÍLIAS POR TRÁS DO IMPÉRIO DAS DROGAS A RELIGIÃO DA FAMÍLIA O INÍCIO: OS CAVALEIROS DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM AS GUERRAS DO ÓPIO DA FAMÍLIA OS ADORADORES DO IMPÉRIO E O ÓPIO A ATUAL DINASTIA DO ÓPIO PARTE 4: ENTRADA DE MOSCOU 1- FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO E CRESCENTE DOURADO SUPERANDO O TRIÂNGULO O CASO DE SADEGH TABATABAI O PROJETO ALIYEV O CRESCENTE DOURADO PARTE 5: NARCOTRÁFICO S.A. : FMI RECOLONIZA IBERO-AMÉRICA INTRODUÇÃO: DROGA E DÍVIDA DESTRUINDO O OTIMISMO CULTURAL CRIMES CONTRA A HUMANIDADE 1- A CONEXÃO TRILATERAL 2- JAMAICA: FMI CRIA PERFEITA ECONOMIA DE LIVRE MERCADO

3- COLÔMBIA: PODE A NARCOTRÁFICO S. A. COMPRAR UM PAÍS? SE NÃO PUDER COMPRAR QUEIME 4- A CONEXÃO DO DINHEIRO 5- COMO AS FUNDAÇÕES CONTROLAM O TRÁFICO IBERO-AMERICANO 6- FAMÍLIA CISNEROS: OS BRONFMANS DA VENEZUELA A CONEXÃO CISNEROS O IMPÉRIO FAMILIAR OPERAÇÕES NA FLÓRIDA WFC (WORLD FINANCE CORPORATION) E A CONEXÃO CUBANA DROGAS E TERRORISMO TINOCO, SÓCIO DE CISNEROS POSFÁCIO: FAMÍLIA CISNEROS RESPONDE 7- VESCO E CASTRO

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PARTE 6: A MÁFIA NAZI-COMUNISTA 1- QUEM DIRIGE O NAZISMO INTERNACIONAL HOJE? DOS ARQUIVOS O CASO DE FRANÇOIS GENOUD 2- STIPAM, VERDADEIRA CONEXÃO BÚLGARA HISTÓRIA DO CASO HENRI ARSAN SURGE MEHMET ALI AGCA PETRÓLEO POR ARMAS TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PARRICÍDIO O CRESCENTE DOURADO 3- OS NARCO-TERRORISTAS 4- SENDERO LUMINOSO: ASSASSINOS INDÍGENAS

ANTROPOLOGIA E ALIANÇA NAZI-COMUNISTA CONEXÃO NARCO-FASCISTA 5- A VERDADEIRA HISTÓRIA DE HORROR DOS GNÓSTICOS A IGREJA GNÓSTICA UNIVERSAL CRISTÃ PARTE 7: CRIME ORGANIZADO INTRODUÇÃO: A INTERNACIONAL DO CRIME EXECUTIVA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS OS INTERMEDIÁRIOS 1- A GANGUE BRONFMAN O CRIME ORGANIZADO CHEGA A MAIORIDADE CONEXÃO ROTHSTEIN-HONG KONG LEGITIMAÇÃO ESTÃO ELES REALMENTE LIMPOS? 2- OS KENNEDYS: CRIME ORGANIZADO NO GOVERNO SUBIDA AO PODER POR QUE OS BRITÂNICOS ASSASSINARAM KENNEDY? DUPLA ENGANAÇÃO 3- ESCRITÓRIO BRITÂNICO INTERNACIONAL DE ASSASSINATOS: PERMINDEX LOUIS MORTIMER BLOOMFIELD CONSELHO DE DIRETORES DA PERMINDEX FINANCIANDO UM ASSASSINATO DR. TIBOR ROSENBAUM, BCI, E PERMINDEX CORONEL CLAY SHAW HISTÓRIA DE UM ASSASSINATO GARRISON FAZ UMA ACUSAÇÃO OS SOLIDARISTAS CONSELHO AMERICANO DAS IGREJAS CRISTÃS A CONEXÃO DA CORPORAÇÃO LIONEL O ENCOBRIMENTO 4- PERMINDEX REVELADA: RESORTS INTERNATIONAL-INTERTEL

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PERMINDEX MUDA PARA A RUA BAY (BAY STREET) 5- MAX FISHER: DISTRIBUIDOR E VAREJISTA SONNEBORN E O SINDICATO SAINDO DAS SOMBRAS UNITED BRANDS: UMA HISTÓRIA DE CRIMES A UNITED BRANDS DO GENOCÍDIO 6- A EMPRESA DA FAMÍLIA JACOBS: ESPORTES E CRIMES A INVESTIGAÇÃO DE STEIGER JACOBS E A COROA REAL TRABALHANDO PARA O HSBC JACOBS SE LIGA A INTERTEL PARTE 8: ORIGENS DA CONRACULTURA 1- A CONSPIRAÇÃO AQUARIANA O MODELO O SUPREMO SACERDÓCIO LSD: VISITA DOS DEUSES HUXLEY NO TRABALHO RAÍZES DO PESSOAL DAS FLORES (HIPPIES) O SOM DOS TAMBORES GUERRA DO VIETNÃ E ARMADILHA PACIFISTA IMAGENS MUTANTES A CONEXÃO LSD PARTE 9: LOBBY NAS DROGAS: CRIMINOSOS VEM A LUZ 1- INCENTIVADORES DAS DROGAS NO GOVERNO O CULTO DA MORTE POR DROGAS DOS KENNEDYS COMO NOVA YORK SE TORNOU FORTALEZA DA NARCOTRÁFICO S. A. A NORML DE KENNEDY O PREÇO

APÊNDICES

APÊNDICE A APÊNDICE B APÊNDICE C: ADL: EMPRESA DE RELAÇÕES PÚBLICAS DA NARCOTRÁFICO S.A. QUE É A ADL? ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E PESSOAL CHAVE OS AGENTES ATIVOS A ADL E O CRIME ORGANIZADO MALAS DE DINHEIRO NO STERLING NATIONAL O BARÃO DAS BEBIDAS A ADL E A UNIÃO SOVIÉTICA ESCRAVOS JUDEUS PARA ISRAEL ADL ESTAVA NA LISTA DE VIGILÂNCIA AMERICANA ADL E O PROJETO DEMOCRACIA A ADL E O TERRORISMO DOMÉSTICO PONDO ISCAS PARA OS PANTERAS NEGRAS FAZENDO O TRABALHO SUJO DO FBI MANIPULAÇÃO DE JURADOS A ADL E O TERRORISMO INTERNACIONAL O ENCOBRIMENTO DO ASSASSINATO DE OLOF PALME ADL SUBVERTE A JUSTIÇA: A OSI TRAVESSURAS DE ARTHUR RUDOLPH E KURT WALDHEIM

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PENETRAÇÃO DA ADL NA POLÍCIA ADL: ISRAEL E A CONSPIRAÇÃO DO MONTE DO TEMPLO ESPIONANDO PARA OS SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA ESTRANGEIROS POR TRÁS DO CASO DO ESPIÃO POLLARD ADL SUBVERTE O MOVIMENTO DOS FAZENDEIROS ADL ALVEJA MOVIMENTO PRÓ-VIDA E VATICANO PERSEGUINDO O PAPA ADL DEFENDE SATÃ O “FILHO DE SAM”E DENNIS KING

NOTAS

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AGRADECIMENTOS

Agradecimentos especiais aos seguintes indivíduos: Jeffrey Steinberg, Editor de Contra-inteligência de EIR (Executive Intelligence Review) Linda de Hoyos Robyn Quijano Marcia Merry Dennis Small Paul Goldstein Michael Minnicino Gretchen Small John Hoefle Kathy Wolfe Scott Thompson Joseph Brewda Roger Moore Michele Steinberg Karen Steinherz Carlos Wesley

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DEDICATÓRIA Dedicamos este livro ao nosso amigo Lara Bonilla, Ministro da Justiça colombiano e soldado abnegado na guerra contra as drogas, assassinado pelas mãos da máfia das drogas colombiana em 30 de abril de 1984, por ordem da diretoria da Narcotráfico S. A. Após agosto de 1983, quando se tornou Ministro, Lara começou a reunir as reservas morais de sua nação para desencadear uma ofensiva contra o comércio de narcóticos e contra os “cidadãos acima de qualquer suspeita”, os mercadores da morte que compram poder político com suas “respeitáveis” fortunas. Rodrigo Lara Bonilla ousou dizer “basta!” Em um ambiente no qual os czares da droga eram capazes de comprar pessoas e cargos políticos à vontade, no qual antigos presidentes e ganhadores de prêmio Nobel entoavam loas aos narcodólares e à legalização das drogas, Lara Bonilla prometeu: “Não vou parar minha guerra contra as drogas... há riscos que se deve correr na vida...” Desde a trágica morte de Lara Bonilla, infelizmente, a máfia das drogas deslanchou, e virtualmente ganhou, a guerra por poder político dentro da Colômbia. Incontáveis cidadãos colombianos tem sido mortos e violentados em tiroteios, explosões e outras ações terroristas, pelos gangsters das drogas, planejando trazer as autoridades civis à seus joelhos. Dúzias de líderes oficiais tem sido assassinados pela máfia das drogas, inclusive o antigo Procurador-Geral Carlos Mauro Hoyos e onze ministros da Suprema Corte da nação, os quais encontraram suas mortes durante a invasão, em 1985, do Ministério da Justiça da Colômbia pelos guerrilheiros do M-19. Talvez o mais corajoso tenha sido o candidato presidencial de 1989, Luis Carlos Galán, dedicando-se ele próprio a vencer a guerra contra os reis das drogas, antes de seu assassinato durante a campanha eleitoral. Rodrigo Lara Bonilla morreu em vão? Serão, as milhares de mortes de pessoas que lutam contra as drogas na Colômbia em vão? A resposta à esta questão será determinada em grande parte por você, leitor, e milhões de outros americanos, juntando-se a nós para esmagarmos os líderes da Narcotráfico S. A. – Os “cidadãos acima de qualquer suspeita”.

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PREFÁCIO: YURI ANDROPOV COLOCA A KGB SOVIÉTICA NOS

NEGÓCIOS DE NARCO-TERRORISMO. O tráfico internacional de drogas entrou para os livros de história com o surgimento dos místicos Sufi, os sírios Hashishins do sheik al-Jabal, (Syrian Hasshishins of shaykh al-Jabal – ordem secreta dos Assassinos), nos tempos da aliança entre a Ordem dos Assassinos e a Ordem dos Templários. Ela se espalhou através do litoral asiático com os árabes mercadores de escravos. Foi tirado destes pelos mercadores de escravos venezianos da Companhia do Levante (Levanty Company) (Levante: países do mediterrâneo oriental; nativos destes países ou desta região – N.T.). Quando a Companhia do Levante mudou-se para a Inglaterra e Países Baixos, assumiu o novo nome de “Companhia das Índias Orientais” da Inglaterra e dos Paises Baixos. Os diretores desta, patrões de Adam Smith, estabeleceram monopólio mundial do tráfico de ópio durante o século XVIII, passando então a Grã-Bretanha, a dirigir o tráfico internacional de ópio, até que, Yuri Andropov, da KGB soviética, entrasse para esse tráfico, iniciando então, no intervalo de 1967 – 1969 o narco-terrorismo internacional dos dias de hoje contra o ocidente. Desta forma, hoje, as principais famílias financistas da Nova Inglaterra e de Nova York, abriram caminho à transição do controle do tráfico internacional de drogas da Grã-Bretanha para a União Soviética. O Sindicato Perkins de Salem (Perkins Syndicate of Salem), Massachussets, era o parceiro americano do tráfico de drogas da Companhia das Índias Orientais Britânica durante o final do século XVIII e no século XIX: estabelecendo as fortunas dos traficantes de drogas as quais são o fundamento da riqueza do assim chamado “Establishment Liberal da Costa Leste (Eastern Liberal Establishment) (diga-se Wall Street – N.T.), o Conselho de Relações Exteriores ( Council of Foreing Relations) de Nova York, de hoje. Essencialmente, essas mesmas famílias do Reino Unido e dos Estados Unidos, exemplificadas pelo círculo de McGeorge Bundy, são os principais cúmplices da ditadura soviética, tanto em suas conexões com os bancos lavadores de dinheiro das drogas, quanto em seu esforço para que os Estados Unidos curvem-se às exigências estratégicas soviéticas atuais. Conseqüentemente, não é por acidente, que David Rockefeller, fundador da pró-soviética Comissão Trilateral, entrasse em parceria com o falecido traficante de drogas Meyer Lansky, para converter a Mary Carter Paint Company na confusa conexão Resorts Internacional e Intertel, ligadas à máfia. Tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos, as “famílias” que construíram suas fortunas baseadas no tráfico de ópio no século XIX, estão no centro de uma organização conhecida pelos Insiders (aqueles da elite que agem por dentro – N.T.) como o “Trust”, o canal principal da influência política da KGB soviética nos círculos políticos da Europa Ocidental e das Américas. Não é por acaso que o Procurador Federal de Boston Willian Weld, ligado aos interesses da White Weld, intercedesse para encobrir a organização de lavagem de dinheiro, criada pelo Chefe de Pessoal da Casa Branca (White House Chef of Staff) Donald T. Regan, pela Merrill Lynch, Crédit Suisse e White Weld, antes que Regan se tornsse Secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Não é por acaso, que Donald Regan se tornasse o principal aliado do Secretário de Estado George Shultz, e do camarada deste, Henry Kissinger, no suporte de operações estrategicamente decisivas para Moscou, e contrárias aos mais vitais interesses estratégicos dos Estados Unidos. A primeira edição de Narcotráfico S.A. apontou quatro dos principais aspectos do tráfico internacional de drogas: (1) A criação do moderno tráfico de drogas internacional do governo britânico. (2) Provas reunidas pelo antigo Escritório Federal de Narcóticos americano (U. S. Federal Burean of Narcotics- FBN) e a Agência Central de Inteligência (CIA – N.T.) sobre o Tráfico Internacional de Drogas. (3) O papel da operação especial, cognominada “MK-Ultra”, em expandir o maciço mercado de drogas dentro dos Estados Unidos. (4) O papel crucial das instituições financeiras “off-shore” (fora do continente – N.T.) da comunidade britânica, como o Hong Shang Bank (HSBC – Hong Kong And Shangai Banking Corporation – N.T.), na lavagem do que, no ano de 1978, representou uma receita anual de US$ 200 bilhões proveniente do tráfico de drogas. Esta nova edição (1992), trás um quadro atualizado, enfatizando o papel dominante da soviética KGB em tomar o tráfico dos britânicos, e em assegurar papel dominante no tráfico internacional de drogas e nas operações narco-terroristas do início dos anos 1970 e 1980. Os americanos, e outros, estão cada vez mais temerosos com o terrorismo internacional. Poucos, infelizmente, compreendem que o terrorismo está tão firmemente integrado ao o tráfico internacional de drogas, que não podem ser separados um do outro. Se destruirmos o tráfico de narcóticos, a base logística essencial do terrorismo será destruída.

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Contudo, destruir as plantações e derrubar os aviões com carregamento de drogas não é o bastante. A menos que as centenas de bilhões de dólares dos traficantes de drogas sejam confiscadas, e os banqueiros e financistas envolvidos sejam enviados à prisão, os Estados Unidos e a Europa Ocidental estarão desamparados contra terrorismo. Enquanto tais criadores do sistema de lavagem de dinheiro, como Donald T. Regan, tenham liberdade de exercer influência sobre as políticas de nosso próprio governo, e aliados à ele, não haverá “Guerra Contra as Drogas” séria, nem tão pouco qualquer ação séria contra o terrorismo internacional. As páginas seguintes lhes mostrarão os fatos. Lyndon H. LaRouche Jr. Leesburg, Virgínia 10 de abril de 1986

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INTRODUÇÃO O TRÁFICO DE DROGAS HOJE

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1 O livro que enraiveceu Henry Kissinger Há treze anos atrás, foi lançada a primeira edição de Narcotráfico S. A. . Autorizada pelo estadista americano anti-drogas Lyndon H. La Rouche Jr., foi o primeiro livro a revelar que o cartel de drogas ilegais tornara-se o maior negócio do mundo; o primeiro a apontar as causas da guerra que a “Narcotráfico S. A.” mantinha contra todas as nações do mundo; e o primeiro a revelar os nomes das figuras “intocáveis” que a protegiam , incluindo os monarcas europeus, os quais, a nossa mídia de Hollywood os vendia ao público como verdadeiros deuses. O livro, desde então foi traduzido para vários idiomas, e com várias edições, permanece único. Sua eficácia é atestada, acima de tudo, pelo fato de que chefões do braço americano do cartel de drogas - liderados por Henry A. Kissinger e a Liga Anti-Difamação de B’nai B’rith (Anti-Defamation League of B’nai B’rith ) –iniciaram há anos esforços para silenciar os autores, começando por La Rouche, o qual, foi levado direto para a prisão Federal no ano de 1988, por acusações forjadas de “conspiração”, e agora luta nos tribunais para derrubar esta justiça travestida. Lyndon La Rouche foi preso nos dias em que George Bush assumia a presidência dos Estados Unidos, em janeiro de 1989, e Bush o manteve preso, por razões que incluíam medo dele e de seus partidários, acerca da informação contida neste livro. O Secretário de Estado Henry A. Kissinger correu o risco de sofrer processo criminal federal como resultado de sua persistente interferência nas atribuições do departamento de Justiça dos Estados Unidos, no FBI, e na Casa Branca com vistas a atiçar a campanha do governo para silenciar La Rouche. A histeria do Lobby dos narcóticos contra a campanha de La Rouche para colocá-lo fora destes assuntos não foi restrita aos Estados Unidos. Na Venezuela, a edição de língua Espanhola, Narcotráfico S. A., tem sido censurada desde 1985, porque os banqueiros locais ligados a Kinssinger e a Rockefeller estão aterrorizados pelo fato de que leves referências, expostas na segunda edição, relativas as sujas empresas mantidas por eles, possam levar à exposição pública de crimes muito maiores. Recentemente, alguns dos agentes da Narcotráfico S. A., da Venezuela, foram publicamente ligados a duas grandes explosões terroristas (uma em Washington, D. C.) e pelo menos a uma apreensão de cocaína em Miami. Como resultado, grupos de parlamentares por toda a Ibero-América pedem publicamente o levantamento da censura deste livro. Foi em 1977 que Lyndon La Rouche compreendeu que os americanos precisam ser mobilizados contra a praga das drogas ilegais que se espalhava durante a administração Carter. A campanha juntou uma larga coalisão de cidadãos envolvidos, nos Estados Unidos e outros países. Na primavera de 1978, as informações da coalisão sobre os maiorais por trás do cartel dos narcóticos cresceram a ponto de LaRouche autorizar um grupo investigador do Partido Trabalhista americano a esboçar um amplo perfil do comércio internacional de drogas. LaRouche avisou que, a menos que os Estados Unidos participassem da guerra não declarada que a Narcotráfico S.A. movia contra si, a nação seria destruída em uma geração. Não poderia haver “segurança nacional” sem o compromisso de destruir a Narcotráfico S.A , argumentava ele. Ao invés disso, três sucessivas administrações estiveram em paz com o cartel das drogas e, como resultado, a América nada em drogas que viciam. E a economia americana se afoga em narcodólares. A administração Carter-Mondale (1977-1981) abraçou abertamente a agenda do lobby das drogas para a sua legalização. O assessor para narcóticos da Casa Branca, Dr. Peter Bourne, não somente apoiava a “descriminalização” da maconha, como proclamava desde 1978 que a cocaína não era narcótico. O Vice-presidente Walter Mondale devia muito de sua carreira política aos camaradas do crime organizado de Minnesota, de Meyer Lansky. O Partido Trabalhista americano, braço eleitoral nos anos 70 do movimento político de LaRouche, publicou a primeira edição de Narcotráfico S.A , e conduziu uma campanha nacional para derrotar o esforço da Casa Branca de Carter para legalizar a maconha estado por estado. Da campanha emergiu a Coalisão Nacional Anti-Drogas, que ajudou a moldar o clima político que levou à derrota do grupo Carter-Mondale nas eleições americanas de 1980. Nestas, LaRouche desafiou Carter para a indicação presidencial dentro do Partido Democrata, e começou a construir a ala do sistema americano anti-drogas do Partido. Tanto o presidente Ronald Reagan quanto o Vice-presidente George Bush, refletindo a rejeição popular às políticas permissivas sobre drogas de seus antecessores, usavam slogans anti-drogas. Mas enquanto seus lábios pronunciavam “guerra às drogas” e à ameaça do “narcoterroriso”, por trás dos bastidores, funcionários da Casa Branca e da CIA, como

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o assessor do Conselho de Segurança Nacional, Oliver North, espalhavam drogas para às escondidas financiarem suas missões secretas favoritas.

ATAQUE AO APARATO DE LAVAGEM DE DINHEIRO E ninguém na Casa Branca ou no Congresso ousou apontar a mensagem mais essencial do livro Narcotráfico S.A : Acabem com a lavagem do dinheiro das drogas, feita pelos grandes bancos anglo-americanos, e o cartel das drogas se sufocará em seus próprios lucros! Quando George Bush sucedeu Ronald Reagan na Presidência, tudo se tornou pior do que sob Jimmy Carter. Não somente Bush conservou o inimigo mais temido pelo cartel das drogas, Lyndon LaRouche, na prisão, mas, como dois novos capítulos da terceira edição detalharão, a Narcotráfico S.A se duplicava a cada cinco anos e a maconha substituira os alimentos como a colheita americana número um em rendimento. George Bush falava em acabar com o comércio das drogas, e secretamente entregava o governo da Colômbia ao cartel da cocaína e se juntava ao regime narcoterrorista do sírio Hafez al-Assad em um abraço obsceno. Na primeira edição de Narcotráfico S.A , Lyndon LaRouche também avisara que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial estavam autorizados a impor narco-economias a muitas nações em desenvolvimento, como parte de uma política consciente de genocídio em escala muito pior que a de Adolf Hitler. LaRouche identificou o FMI e o Banco Mundial como sinônomos de Narcotráfico S.A . Estas palavras foram confirmadas com o tempo.

A ADL E KISSINGER REAGEM Antes mesmo que as primeiras cópias da primeira edição de Narcotráfico S.A --- A GERRA DO ÓPIO BRITÂNICA CONTRA OS ESTADOS UNIDOS ---saísse das máquinas em dezembro de 1978, os líderes dos negócios dos narcóticos se ocupavam tentando parar LaRouche. A partir do verão de 1978, a Liga Anti-Difamação (ADL), conhecida pelos bem informados como o “Lobby Americano da Droga”, lançou uma campanha multililionária para rotular LaRouche e seus associados políticos como “anti-semitas” por ousarem expor o envolvimento de gangsters, como Meyer Lansky, e líderes do lobby sionista, como Edgard Bronfman e Max Fisher, com o negócio das drogas. O fato de que LaRouche também identificou os poderosos banqueiros da coroa britânica como sócios do comércio das drogas, junto com o sindicato judeu do crime, marcou-o como um dos mais perigosos homens vivos, aos olhos da Narcotráfico S.A. . O ataque “anti-semita” da ADL contra LaRouche era puro terrorismo da Grande Mentira, conforme a tradição do membro da propaganda nazista Joseph Goebbels. Qualquer um que se preocupasse em estudar o assunto sabia que a carreira política de LaRouche fora construída sobre suas descobertas em economia física, e que em 1978 ele já escrevera centenas de artigos e vários livros expondo as políticas econômicas de austeridade fascista por trás do holocausto nazista, que mataram milhões de judeus e outras vítimas. A difamação bizarra da ADL incitou os investigadores da EIR (Executive Intelligence Review) a estudarem a história da suposta organização dos “direitos civis judeus”. Surgiu assim a prova de um legado de setenta anos de intimidade da ADL com os gangsters judeus, de Meyer Lansky e seu pupilo Arnold Rothstein, patrocinador da “Nossa Gente”, às figuras mais contemporâneas da Narcotráfico S.A. como Max Fisher, Edgar Bronfman, Edmond Safra, Meshulan Riklis, e o próprio chefe nacional da ADL, Kenneth Bialkin, advogado de Robert Vesco da “conexão americana”do Cartel de Medellín. Também descobrimos que muito do apoio financeiro à ADL vinha das principais famílias do establishment anglo-americano, cujas fortunas começaram com os bancos e companhias comerciais britânicos, donos dos navios clippers transportadores de ópio da china no século passado. Devido à herança do crime organizado da ADL, também não foi surpresa que uma das primeiras e piores difamações a mando desta contra LaRouche fosse publicada na revista HIGH TIMES (Na Hora), o órgão não oficial do lobby das drogas. O artigo de Chip Barlet era intitulado “Guerra às Drogas : a estranha história de Lyndon LaRouche: o cérebro sinistro da Coalisão Nacional Anti-Drogas-eles querem tirar suas drodas!”. Até hoje, a ADL tem poder sobre a corrupção da política e do sistema judiciário americanos, comprada e paga com os lucros do comércio internacional de drogas. Lyndon LaRouche foi levado à prisão por uma orquestração do dinheiro das drogas, apoiada por funcionários governamentais e agências privadas por ordem da Narcotráfico S.A. . No verão de 1982, a ADL foi apoiada em seus esforços no grupo “Peguem LaRouche” por Henry A. Kissinger, antigo Secretário de Estado e aquinhoado com o prêmio de “Homem do Ano da ADL”. Kissinger lançou a vendeta para conseguir do governo federal que acabasse com o movimento de LaRouche.

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O caso do seguidor de LaRouche, Lewis Du Pont Smith, ilustra o desespero dos esforços de Kissinger e da Força Tarefa “Peguem LaRouche” para suspender a organização, pelo movimento de LaRouche, de uma guerra nacional às drogas. Herdeiro da fortuna da família industrial du Pont, Smith contribuiu com 212.000 dólares para aquele movimento em 1985, a maior parte para a publicação da segunda edição deste livro. Em alguns meses, os pais de Smith- aconselhados por ninguém menos que Kissinger- conseguiram um julgamento no condado Chester, na Corte de Apelações da Pensilvânia, tirando seu filho do controle de sua herança, e suspendendo seus direitos humanos básicos- como o de assinar contratos e se casar, sob a acusação de que Smith era “mentalmente incompetente”. Smith é o primeiro caso na história americana em que um indivíduo foi declarado incompetente pelo tribunal com base em sua filiação política.

KISSINGER: AGENTE DA INFLUÊNCIA BRITÂNICA Embora Kissinger seja historicamente íntimo aliado das mais fanáticas facções em Israel e no establishment sionista dos Estados Unidos, sua aliança primeira, em toda a sua carreira política, tem sido com a coroa britânica e seus tentáculos financeiros e de inteligência. Em 10 de maio de 1982, discursando em uma celebração no Real Instituto para Assuntos Internacionais ( Royal Institute of International Affairs-RIIA), na Chatham House de Londres, Kissinger gabou-se de que, em sua carreira nas administrações Nixon e Ford, ele tinha sido mais íntimo do Ministro do Exterior britânico do que de seus colegas americanos, e que tinha recebido todas as suas principais linhas políticas de Londres. Kissinger fundou a “firma de consultoria” internacional Kissinger Assossiates em sociedade com o britânico Lord Peter Carrington, logo após aquele discurso na Chathan House. Esta é sucessora da antiga Companhia Britânica das Índias Ocidentais, e serve como think-thank (ninho de idéias-N.E.) e braço de inteligência estrangeira da coroa britânica. As raízes da Chathan House estão fincadas na política da guerra do ópio britânica do século XIX. Kissinger não é estranho ao mundo do tráfico internacional de drogas. A edição de 1978 de Narcotráfico S.A. publicou que Kissinger teve um papel principal ao encobrir o envolvimento da República Popular da China no comércio de Heroína do Triângulo Dourado do sudeste asiático, no começo dos anos 70, quando ele voava entre Washington e Pequin armando a política de “carta chinesa”. Dezenas de milhares de veteranos americanos, que se viciaram em drogas no sudeste asiático durante a guerra do Vietnã, devem encarar Kissinger como ao menos parcialmente responsável por seu vício. Mais tarde, durante os anos 80, pela Kissinger Assossiates, Henry Kissinger tornou-se sócio comercial de alguns dos mesmos senhores chineses do ópio a quem protegera das sanções americanas por mais de uma década. Kissinger enfureceu-se quando LaRouche e seus associados espalharam largamente o texto oficial de seu discurso na Chathan House para documentar que Kissinger é um leal servidor da coroa britânica. Ele opôs-se a LaRouche na política da administração Reagan. Em 1982, uma grande batalha explodiu dentro da administração a respeito da emergente crise da dívida ibero-americana, da qual LaRouche estivera avisando os altos funcionários da Casa Branca por meses. A confrontação evoluiu entre LaRouche e Kissinger sobre se Washington negociaria uma solução eqüitativa da crise da dívida, em bases governamentais, ou se apoiariam as políticas do FMI visando maior pilhagem dos vizinhos do nosso hemisfério. Um conjunto de cartas pessoais de Kissinger ao então diretor do FBI, William Webster, durante o verão e o outono de 1982, documenta o papel de Kissinger.

FORMADA A FORÇA-TAREFA “PEGUEM LAROUCHE”

Em 19 de agosto de 1982, Henry Kissinger escreveu a então infame carta “Prezado Bill”a Webster, exigindo ação contra o movimento de LaRouche: “Porque estas pessoas se tornaram crescentemente detestáveis, tomei a liberdade de pedir a meu advogado, Bill Rogers, para procurar você e pedir seu conselho, especialmente com respeito à segurança. Foi bom ver você no Bosque (Boemian Grove-Bosque Boêmio, onde convidados masculinos se vestiam de mulher e ali brincavam ruidosamente N.E.) ... calorosas saudações”. Os esforços pessoais de Kissinger, ajudado pela chamada Divisão de Direitos Civis da ADL, foram aumentados em janeiro de 1983, a pedido de Kissinger, pela intervenção de vários membros da chefia do Conselho de Inteligência Estrangeira (PFIAB) do Presidente Ronald Reagan, conduzidos por Edward Bennett Williams, David Abshire e Leo Cherne. Estas exigiram que o FBI iniciasse uma investigação internacional sobre Lyndon LaRouche, clamando que a publicação por LaRouche da afirmação de Kissinger da venda dos Estados Unidos aos interesses britânicos, soviéticos e da Narcotráfico S.A. era de certa forma “subversiva”. Os documentos governamentais catalogam o papel dos camaradas de Kissinger no PFIAB. Um memorando de Webster a seu principal representante Oliver Revell, datado de 12 de janeiro de 1983, dizia em parte: Na reunião do PFIAB hoje, (nome censurado) levantou a questão das atividades do Partido Trabalhista americano e de Lyndon laRouche. Notou

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que ele e uma quantidade de outros americanos de vida pública tinham sido sujeitos a repetidos embaraços por LaRouche, e imaginava se o FBI tinha base para investigar estas atividades SOB CONTROLE OU DE OUTRA FORMA. Um grupo de membros presentes, incluindo Edward Bennett Williams, levantou a questão das fontes para estas atividades do Partido Trabalhista americano. Em vistas das grandes quantias obviamente gastas no mundo, levantou-se a questão se o Partido Trabalhista americano poderia estar recebendo fundos de agências de inteligência hostis (grifado).” O pedido do PFIAB levou, no começo de 1983, à abertura de uma investigação formal do FBI sobre Lyndon LaRouche e seus associados. Aquele pedido forneceu a cobertura legal para uma ofensiva total a fim de tirar LaRouche e seus associados de circulação e leva-los à prisão. O “controle” sob o qual a campanha inconstitucional “Peguem LaRouche” foi conduzida estava contido em um documento da Casa Branca pouco conhecido, a ordem executiva 12333, assinada pelo Presidente Reagan em dezembro de 1981. Esta dava ao FBI e às agências de inteligência americanas um amplo mandato para espionar e conduzir ações secretas contra cidadãos americanos julgados opositores da administração em vigor. A mesma ordem também permitia às agências usarem cidadãos particulares como seus agentes ao realizarem as ações. Aqui, a ADL tornou-se componente integral da Força-Tarefa governamental “Peguem LaRouche”. A ADL e Kissinger encontraram seus mais dispostos colaboradores, dentro da administração Reagan-Bush, entre os fantasmas e os funcionários da Casa Branca envolvidos no ilegal e secreto programa Irã-Contras. Mais uma vez, as pegadas da Narcotráfico S.A. estavam em toda parte.

LAROUCHE CONTESTA A POLÍTICA PARA OS CONTRAS

Nos primeiros anos da administração Reagan, LaRouche colaborara com vários altos funcionários ao desenvolvimento da Iniciativa de Defesa Estratégica (“Guerra nas Estrelas”) e outras políticas de segurança nacional. Durante o período 1982-83, LaRouche e seus colegas tinham sido sem alarde contactados e chamados a também cooperarem com os esforços da administração para apoiar a gerrilha dos contras que lutava para derrubar o regime sandinista na Nicarágua. LaRouche avisou a administração Reagan que os contras eram um grupo inteiramente nas mãos das organizações internacionais de tráfico de drogas e armas, e que todo o programa anti-sandinista---e os esforços anti-drogas da administração Reagan, amplamente alardeados, com ele--- estava fadado ao desastre se a administração continuasse com seu programa de apoio aos Contras. Como plano alternativo de ação, LaRouche propunha que a administração focalizasse seus esforços na América Central em uma guerra total às drogas que exporia, entre outras coisas, o envolvimento soviético, cubano e sandinista nesse comércio. Por esta época, sob pressão de Wall Street e do lobby sionista, Henry Kissinger tinha sido nomeado chefe da comissão “Fita Azul” da administração Reagan para a política da América Central. Um ex-empregado da ADL, Carl Ghershman, foi nomeado chefe da Doações Nacionais para a Democracia (NED), uma agência de recolhimento de fundos para operações secretas, sediada na Agência de Informação Americana do Departamento de Estado, que estava no centro do apoio secreto aos Contras. Para Kissinger e a NED, dirigida pela ADL, negociar com traficantes de cocaína não era problema. Mas a exposição pública, por LaRouche, da colocação dos principais traficantes de drogas na folha de pagamentos do governo era problema. Um memorando de maio de 1986, do agente Richard Secord, do programa Irã-Contras da Casa Branca, ao membro do Conselho de Segurança Nacional Oliver North confirma que o sistema de apoio aos Contras--- que o Senador David Boren (democrata de Oklahoma) apelidou de “governo secreto paralelo”--- estava coletando informação contra LaRouche. Na primavera de 1986, em seguida as dramáticas vitórias eleitorais, nas primárias do Partido Democrata em Illinois, de dois candidatos laruchistas a Vice-governador e Secretário de Estado, as forças “Peguem LaRouche” dentro do governo ganharam velocidade, especialmente dentro do profundamente corrompido Departamento de Justiça e do FBI. Dois dos mais zelosos ativistas no Departamento de Justiça eram William Weld e Arnold Burns. Weld era o Procurador Federal em Boston, e deu o golpe pioneiro contra LaRouche. Tornou-se chefe da Divisão Criminal do Departamento de Justiça em setembro de 1986, o número dois na hierarquia. Agora Governador de Massachussets, Weld é o rebento de uma família proeminente de sangue azul que fez sua fortuna no comércio de ópio da China. Arnold Burns, representante do Procurador Geral, era diretor do Banco Sterling National da ADL, um grupo fundado pelos camaradas da máfia de Meyer Lansky, e implicado nos negócios de dinheiro quente nos Estados Unidos, Itália e Israel. O próprio Burns quase fora acusado em um esquema de lavagem de dinheiro conduzido pelo serviço secreto israelense, o Mossad. Mais tarde se saberia que os sócios de Burns no esquema eram parte da gangue de espionagem israelense-soviética de Jonathan Jay Pollard.

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Em outubro de 1986, um exército de mais de 400 policiais federais e estaduais, acompanhados por helicópteros, aviões e um caminhão blindado de transporte de tropas, invadiu os escritórios de várias publicações associadas a LaRouche em Leesburg, na Virgínia. Esta foi a maior ação paramilitar doméstica feita pelo governo federal desde os distúrbios estudantis e urbanos de fins dos anos 60 e começo dos 70. O propósito era simplesmente executar dois mandatos de busca e fazer quatro prisões de pessoas sem ficha criminal! Nos anos seguintes, LaRouche e dúzias de associados foram presos e julgados. Uma acusação a LaRouche e uma dúzia de co-réus em uma corte federal de Boston terminou em um “julgamento incorreto” em 4 de maio de 1988. O júri de Boston ouviu 92 dias de depoimentos de testemunhas governamentais. O réu nunca pode apresentar sua versão. Entretanto, os jurados, de acordo com notícias da imprensa, estavam com tanta raiva do comportamento do governo que, ao se reunirem após dissolvido o júri pelo juiz, votaram que LaRouche e os outros eram “não culpados” em todas as 125 acusações. Um jurado disse ao Boston Herald, em 5 de maio de 1988, que ele e seus colegas estavam convencidos que o governo havia cometido crimes contra LaRouche. Este, disse a imprensa que lhe haviam negado o veredito de inocente. Seis meses mais tarde, o Departamento de Justiça novamente acusou LaRouche em uma corte federal distrital de Alexandria, em Virginia, com acusações quase idênticas. O juiz e o júri foram manipulados. O primeiro jurado, o funcionário do Departamento de Agricultura chamado Buster Horton, tinha sido membro de uma força-tarefa governamental secreta que incluía Oliver North. O juiz, Albert V. Bryan Jr. , tinha sido sócio comercial do comerciante secreto de armas Sam Cummings. Neste julgamento federal e nos estaduais subseqüentes em Virginia, altos empregados da ADL trabalharam como membros de fato do grupo governamental de acusação. Em um incidente significativo, a ADL foi apanhada tentando subornar um juiz da Commonwealth da Virginia com promessa de um posto na suprema corte estadual, em recompensa pela condenação dos réus e LaRouche. Em 27 de janeiro de 1989, alguns dias após George Bush tomar posse como Presidente, LaRouche teve negada sua apelação pendente por fiança e foi jogado em uma prisão federal, com seis colegas. LaRouche foi sentenciado a 15 anos de prisão--- sentença perpétua para um homem já com 60 e tantos anos. Bush pôs sua aprovação à prisão ao recusar liberar milhares de páginas de provas de inocência sob controle da Casa Branca. De todos os seus adversários políticos e críticos, Lyndon LaRouche era aquele a quem George Bush desesperadamente queria fora do caminho. Mas a prisão de LaRouche e alguns de seus colegas mais próximos não era suficiente para satisfazer a Narcotráfico S.A.. Duas das publicações ligadas a LaRouche, New Solidarity (Nova Solidariedade), um jornal quinzenal com mais de 100.000 assinantes, e Fusion (Fusão), uma revista de ciência com mais de 114.000 assinantes, foram invadidas pelo governo em 21 de abril de 1987 e fechadas, em uma ação que côrtes federais depois declararam ter sido ilegal. Martin V. B. Bostetter, juiz federal de falências, escreveu em sua decisão de 25 de outubro de 1989, sustentada em apelação, que a ação governamental tinha sido de “má-fé” e que o governo tinha cometido uma “fraude à côrte”.

OS BARÕES DAS DROGAS NÃO PODEM SER PATRIOTAS

Quando Lyndon LaRouche primeiro avisou altos funcionários da admnistração Reagan sobre as ligações dos Contras nicaragüenses com o cartel das drogas, não era ainda publicamente sabido que o governo americano vendia drogas aos seus jovens cidadãos americanos para financiar a guerra secreta daqueles Contras (mesmo que à época alguns bem intencionados funcionários governamentais pensassem que eles verdadeiramente combatessem as drogas). Dias após a invasão em Leesburg, os primeiros detalhes do escândalo Irã-Contras apareceram, em seguida à queda de um avião americano de abastecimento em território nicaragüense e a prisão de Eugene Hasenfus, membro da tripulação. Nos meses seguintes, mais e mais peças da corrupção secreta do governo apareceram. O caso do Tenente-Coronel Oliver North é bom exemplo desta corrupção, especialmente porque a mídia se empenhou muito em construir a imagem do super-espião da Marinha e da Casa Branca como modelo de patriota americano. Provas tornadas públicas nas audiências sobre Irã-Contras no Congresso, por casos nas cortes federal e estaduais e acusações penais internacionais, revelam que Oliver North estava no meio de uma enorme operação internacional de tráfico de armas por drogas, dirigida de seu escritório do Conselho de Segurança Nacional no antigo edifício de escritórios ao lado da Casa Branca. O Coronel North era o principal funcionário do programa de suprimento aos Contras. Mas era o Vice-presidente George Bush, antigo diretor da CIA, que estava formalmente encarregado de todo o programa de ações secretas para a América Central, na administração Reagan. Pela Direção da Diretiva de Segurança Nacional 3 (NSDD 3) assinada por Ronald Reagan em maio de 1982, Bush foi colocado dirigindo dois comitês secretos pouco conhecidos da Casa Branca: o Grupo de Situações Especiais (SSG) e o Grupo de Pré-Planejamento de Crises (CPPG). Oliver North era o secretário deste e dirigia o show fantasma da América Central--- sob George Bush.

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A agenda pessoal de North, que catalogava a maioria de suas reuniões, telefonemas e observações nos dias da Casa Branca, provam que ele bem sabia que os Contras estavam sendo fortemente financiados pelos traficantes de cocaína baseados em Miami. Por exemplo, a anotação à mão de 26 de março de 1985 na agenda de North diz; “Rafael Quintero--- agente de Secord deve estar no litoral quando chegarem--- como ligação w/APLICANO...Quintero...”Vários dias depois, em 3 de abril, uma nota subseqüente diz: “0600--- RAFAEL QUINTERO--- (preso)---conhecido traficante de narcóticos--- Enrique Camarena...” Este foi o agente da Administração Policial contra Drogas (DEA) em Guadalajara, no México, seqüestrado e torturado até a morte em fevereiro de 1985. Em 1990, Juan Ramón Matta Ballesteros, um hondurenho que ajudou a estabelecer rotas de cocaína pelo México, foi condenado com vários outros homens na corte federal de Los Angeles por conspiração para seqüestrar e matar Camarena. Ao tempo desse caso, Matta Ballesteros era o proprietário de uma empresa de aviação charter hondurenha, SETCO Air, que recebeu mais de meio milhão de dólares do Departamento de Estado americano para levar “ajuda humanitária” aos Contras do programa de Oliver North na Casa Branca. Outros fundos, tirados diretamente das contas secretas de North-Secord na Suíça, foram também passados a SETCO Air. Pior ainda, de acordo com um relatório publicado no Washington Post em 5 de julho de 1990, um rancho perto de Veracruz, no México, de propriedade de Rafael Caro Quintero, o mentor da tortura e morte de Camarena e cabeça da máfia mexicana das drogas, era usado pela CIA para treinar as guerrilhas centro-americanas, como ainda outro aspecto de North na Casa Branca. De acordo com o informante da DEA, Laurence Victor Harrison, a CIA usava a Diretoria de Segurança Federal mexicana (DFS) como cobertura no caso de surgirem questões quanto a quem dirigia o treinamento. Representantes da DFS, que estavam à frente do campo de treino, estavam na verdade agindo em conluio com os grandes senhores das drogas para assegurar o fluxo de narcóticos pelo México para os Estados Unidos. Outra anotação na agenda de North em 9 de agosto de 1985, remove qualquer dúvida quanto a Oliver North saber tudo da conexão Contras-cocaína: “O DC-6 hondurenho usado para saídas de Nova Orleans provavelmente é usado para entrada de drogas nos Estados Unidos”. O avião hondurenho em questão era o de Matta Ballesteros. North e companhia estavam bem a par da conexão da cocaína a mais tempo, de acordo com outros relatórios governamentais. Em 26 de setembro de 1984, o Departamento de Polícia de Miami forneceu ao agente especial do FBI, George Kiszynski, um relatório de investigação, identificando uma rede de traficantes de cocaína de Miami que estava carreando dinheiro para os cofres dos Contras. Dias após esta entrega, de acordo com depoimento no Congresso, fora ele passado para Oliver Revell, personagem importante na força-tarefa “Peguem LaRouche” e ligação North-FBI para o programa da América Central da Casa Branca. Esse documento dizia em termos claros; “Frank Castro é um associado íntimo de um indivíduo chamado Francisco Chanes...Este é um traficante de narcóticos...Chanes dá apoio financeiro a grupos anti-castristas e às guerrilhas dos contras nicaragüenses; o dinheiro vem das transações com narcóticos...Frank Castro contatou Mr. Coutin para dar à Legião Cubana apoio financeiro para lutar contra o governo marxista-sandinista da Nicarágua...e apoio financeiro vem das drogas.”

LIGAÇÕES DA CASA BRANCA COM OS TERRORISTAS

O conluio de North com os traficantes de drogas não se limitava à América Central. Na primavera de 1986, de acordo com a investigação do Congresso sobre o caso Irã-Contras, North, o então Conselheiro de Segurança Nacional, Robert McFarlane e outros funcionários da administração abriram um chamado “segundo canal” para negociar secretamente a troca de armas por reféns com os terroristas, baseados no Líbano, que tinham reféns americanos. Este “segundo canal” era um sírio chamado Mansur al-Kassar, um contrabandista internacional de heroína, hashishe e cocaína muito conhecido, também implicado em uma série de ataques terroristas e seqüestros no Oriente Médio, inclusive a infame invasão do navio Achille Lauro, no qual o americano Leon Klinghoffer foi morto. Al-Kassar forneceu armas à Frente de Libertação da Palestina (FLP), grupo responsável pelo ataque do Achille Lauro, e durante anos dirigiu uma gangue mercenária de seqüestros no Líbano com Abul Abbas, chefe da FLP. Al-Kassar também vendeu armas soviéticas ao grupo Setembro Negro de Abu Nidal e ao comando geral de Ahmed Jibril da Frente Popular para Libertação da Palestina apoiada pela Síria. Al-Kassr era o sócio no mercado negro do Vice-presidente da Síria, Rifaat al-Assad, irmão do Presidente Hafez al-Assad. Em 1986, autoridades espanholas obtiveram fotos do encontro de al-Kassar e Rifaat al-Assad em Marbella com o chefe do cartel de Medellín Pablo Escobar Gaviria. O objetivo do encontro era estabelecer operações para expandir o tráfico de cocaína para a Europa continental. Al-Kassar durante este período foi identificado nos arquivos da CIA como agente da KGB soviética e importante contrabandista de armas soviéticas para o Ocidente. Nada disto dissuadiu North e companhia de trazer al-Kassar para a “empresa” na Casa Branca. Ele nunca conseguiu libertar qualquer refém, mas conseguiu tornar-se um dos fornecedores de armas soviéticas para os Contras. Em 1986, só

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uma transação carreou 1,5 milhão de dólares em pagamento para al-Kassar da conta de North-Secord no banco suíço Lake Resources. Em troca desses favores, as atividades terroristas e com drogas de al-Kassar receberam proteção do Conselho de Segurança Nacional, que continuou até muito tempo após o escândalo Irã-Contras haver explodido nas mãos de North, Secord, do diretor da CIA William Casey e outros. De acordo com um relatório, as estreitas ligações de al-Kassar com a Casa Branca podem ter levado à morte 270 pessoas. Em 21 de dezembro de 1988, semanas antes da posse de George Bush como Presidente, uma bomba explodiu e derrubou o vôo 103 da PANAM em Lockerbie, na Escócia, quando 259 passageiros e tripulantes do avião, e 11 pessoas em terra, morreram. Ainda não se sabe exatamente como a bomba foi colocada a bordo do avião. A história completa pode nunca vir à tona. Advogados e investigadores da empresa, tanto quanto o Deputado James Traficant (democrata de Ohio), já sugeriram que Mansur al-Kassar pode estar envolvido. Aparentemente, contrabandistas de heroína empregados no aeroporto internacional de Frankfurt, na Alemanha, colocaram a bomba no vôo 103, e os homens de al-Kassar foram protegidos pelo pessoal da CIA em Frankfurt como parte do acordo de libertação de reféns e outros aspectos da nova “aproximação sírio-americana”. De acordo com o colunista Jack Anderson, em abril de 1989, o Presidente Bush conferenciou com a Primeira-ministra Margaret Thatcher, e os dois ordenaram que as inteligências britânica e americana escondessem o alegado envolvimento de al-Kassar na explosão de Lockerbie. Se as acusações de Anderson forem verdadeiras, o massacre de Lockerbie foi completamente encoberto, como foi o papel da Síria no florescente e multibilionário comércio de heroína e hashishe no Oriente Médio. Uma razão para o encobrimento foi que o uso das redes de contrabando de drogas do Oriente Médio era braço geral do despistamento da era Irã-Contras da época Reagn-Bush, como foi o uso de pilotos do cartel de cocaína colombiano e lavadores de dinheiro para suprir os Contras. De fato, as conexões das drogas colombiana e do Oriente Médio tem um denominador comum repetido: um componente israelense muito importante. No próprio mês, abril de 1989, em que o Presidente Bush e a Primeira-ministra Thatcher estavam aparentemente ordenando o encobrimento da explosão do vôo 103 da PANAM, um relatório da DEA e da Alfândega foi censurado, pois dizia que o banco Republic National de Nova York (Republic National Bank of New York) estava servindo como local de lavagem de dinheiro para as organizações de tráfico de narcóticos ibero-americanas e do Oriente Médio. Esse banco é de Edmond Safra, proeminente banqueiro judeu de descendência libanesa, cujas operações bancárias mundiais se estendem de Allepo, na Síria, ao Rio de Janeiro, no Brasil, e Manhattan. De acordo com um memorando de 13 páginas, escrito por agentes da DEA em Berna, na Suíça, e datado de 3 de janeiro de 1989, Safra e o banco Republic National estavam implicados em uma rede de lavagem de dinheiro das drogas baseada na Suíça e dirigida pela Shakarchi Trading Company, de Zurich. Os investigadores americanos ligaram Shakarchi a uma gangue de contrabando de heroína que gozava da proteção da polícia secreta búlgara e da estatal de exportação-importação Globus (anteriormente chamada Kintex). Um relatório anterior da DEA implicara o diretor da Kintex na tentativa de assassinato do Papa João Paulo II por Mehmet Ali Agca em maio de 1981. Kintex foi identificada como o centro da “conexão búlgara” da rede internacional de contrabando de drogas.Forneceremos visão desta gangue de drogas soviética-búlgara em um capítulo seguinte. Por agora, é suficiente anotar que: A Shakarchi Trading Company de Zurich, na Suíça, opera com uma casa de câmbio e é usada por algumas das maiores organizações mundiais de tráfico de drogas para lavar os lucros destas suas atividades...Ela mantém contas no banco Republic National de Nova York, que apareceu em várias investigações anteriores de lavagem de dinheiro...Enquanto vivia, Mahmoud Shakarchi manteve estreita relação com Edmond Safra e as instituições bancárias nas quais Safra tinha interesses, inclusive o banco Republic National. Desde a morte de Mahmoud, Mohammed Shakarchi, negociando pela empresa , manteve o relacionamento com o banco Republic National.

O DINHEIRO DAS DROGAS FINANCIA A ADL

Os investigadores da DEA e da Alfândega, seguindo o fluxo dos lucros da heroína do Líbano pela Turquia e Bulgária até a firma Shakarchi em Zurich, acharam milhões de dólares depositados na conta número 606347712, na principal filial de Nova York do banco Republic National. Enquanto isto, agentes da DEA na Colômbia e na costa ocidental americana estouraram o maior esquema de lavagem de dinheiro da cocaína do cartel de Medellín já descoberto como parte da Operação Gorro Polar da DEA. Conhecida como “La Mina (A Mina)”, o circuito de lavagem de dinheiro envolvia uma lista de bancos na Colômbia e Uruguai e uma companhia atacadista de jóias em Los Angeles chamada Ropex. Milhões de dólares em depósitos da Ropex foram identificados pelo grupo do Gorro Polar na conta número 606347712 do banco Republic National--- a mesma conta da Shakarchi Trading Company!

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Sem surpresa, em 1989, enquanto a história Shakarchi-Safra ganhava as manchetes na Europa e nos Estados Unidos, o banqueiro Safra fazia uma doação de aparentemente 1 milhão de dólares como sua caridade favorita--- para a Liga Anti-Difamação (ADL)! As ligações do banqueiro Safra com a lavagem de dinheiro da Narcotráfico S.A. recuam ao menos até os meados dos anos 70, quando o banco Republic National levou o negociante de carros argentino David Graiver para dentro dos santuários de Wall Street. Graiver comprou o American Bank and Trust em 1975 e, em menos de um ano, pilhou o banco de Nova York em aproximadamente 40 milhões de dólares. Graiver convenientemente “morreu” em desastre de avião no México, justamente quando os fiscais bancários descobriram que o banco estava vazio, durante uma auditoria. Houve tal ceticismo a respeito do desaparecimento que durante anos os procuradores estaduais de Nova York continuaram a listar Graiver como réu no caso de fraude do banco. Naturalmente, Graiver era um simples “laranja” de uma rede de lavagem de dinheiro do Mossad na Suíça, chamada Centrade Group, do qual uma das principais figuras, Tibor Rosenbaum, é retratada em profundidade neste livro. O essencial é que, nos últimos 20 anos, um grande e crescente componente da Narcotráfico S.A. tem sido a ligação do gangster Meyer Lansky com o Mossad israelense. Se houvesse qualquer dúvida sobre o papel principal exercido por esses elementos nebulosos dentro do serviço de inteligência israelense, em sociedade com britânicos e americanos no bazar mundial de drogas por armas, ela seria desfeita pela chuva de balas em um canto desolado da Colômbia, em 15 de dezembro de 1989. Nesta data, unidades do Exército colombiano invadiram o conjunto do capo do cartel de Medellín José Gonzalo Rodrígues Gacha, perto da cidade de Pacho. Em um tiroteio no esconderijo-bunker de Gacha, este e vários guarda-costas foram mortos. Em 24 e 28 de janeiro, em invasões em dois outros ranchos de Gacha, o Exército apoderou-se de enorme estoque de armas--- a maioria fabricada em Israel. O rifle Galil usado para assassinar o candidato presidencial colombiano Luis Carlos Galán em agosto de 1989 era parte do carregamento. A descoberta dos esconderijos de armas israelenses impeliu o governo colombiano a fazer uma interpelação formal a Tel Aviv: A quem aquelas armas em particular foram vendidas? A resposta veio do Ministro da Defesa israelense: as armas haviam sido vendidas ao governo da pequenina ilha-nação caribenha de Antigua, em um negócio bancado por um israelense chamado Maurice Sarfati. De acordo com a versão original israelense, Sarfati, morador de Antigua, havia supostamente bancado o negócio para o “Conselheiro de Segurança Nacional” antiguano--- um posto não existente. Muitos meses e histórias secretas mais tarde, ao menos uma aparência de verdade surgiu. A inteligência israelense--- através de uma lista de companhias “laranjas”--- estivera fornecendo armas e treinamento terrorista aos esquadrões da morte do cartel de Medellín em colaboração com mercenários britânicos. E o programa inteiro tinha sido dirigido por altos funcionários da Casa Branca de Reagan-Bush e administrado pela CIA e pelo Projeto Democracia. De fato, os fundos para a compra das armas achadas na fazenda de Gacha tinham sido fornecidos pelo Departamento de Estado americano através de um programa dirigido pessoalmente pelo Secretário assistente de Estado Elliott Abrams, que alegou culpa em 7 de outubro no julgamento dos crimes Irã-Contras. As armas foram ostensivamente compradas para armar um fictício “governo panamenho no exílio”, nominalmente chefiado pelo antigo Presidente panamenho Eric Delvalle. Este programa, parte do esforço anti-Noriega de Reagan-Bush, também envolvia membros muito poderosos do Partido Republicano, incluindo John Zagame e Richard Bond. Zagame, antigo assessor do Senador Alfonse D’Amato (republicano de Nova York), montou firma de consultoria e alugou-se como conselheiro do grupo Delvalle por 15.000 dólares mensais. Os fundos vinham das mesmas contas que compraram as Uzi, os Galil e outras armas israelenses descobertas nos ranchos de Gacha. Zagame, na última vez em que foi visto, dirigia uma firma de relações públicas chamada Pan Americana, com um só grande cliente, Oliver North. Ao mesmo tempo em que Zagame participava do programa anti-Noriega, os mesmos fundos também iam para outra firma de “consultoria” , Bond Donatelli, que partilhava escritórios com Zagame em Alexandria, Virginia. Richard Bond foi representante do chefe de pessoal do Vice-presidente Bush e antigo representante do presidente do Comitê Nacional Republicano (RNC). Em 1991, foi convidado a se tornar presidente do mesmo por George Bush, mas recusou o convite. Frank Donatelli foi certa vez assessor político da Casa Branca de Reagan. Entre as baixas causadas pelo casamento do cartel da cocaína com a CIA e o serviço de inteligência israelense estavam milhares de inocentes colombianos vítimas dos atiradores e das bombas do cartel. Em uma semana particularmente sangrenta de junho de 1990, de acordo com relatórios do governo colombiano, mais de 640 pessoas tiveram morte violenta, a vasta maioria às mãos do cartel. Em um avião que explodiu em novembro de 1989, fato ligado aos terroristas do cartel treinados pelos israelenses, 117 pessoas morreram. Como já relatamos, uma das armas fornecidas pelos mercadores da morte israelenses foi usada em agosto de 1989 para assassinar o candidato presidencial favorito da

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Colômbia, Luis Carlos Galán. Se houvesse sobrevivido ao atentado a tiros contra si na campanha eleitoral, Galán certamente seria eleito Presidente da Colômbia, e estava comprometido com uma política anti-drogas dramaticamente em contraste com a capitulação total que ocorreu como resultado de sua morte. O treinador dos esquadrões da morte de Gacha era um coronel da reserva do Exército israelense chamado Yair Klein. Sua companhia, Ponta-de-Lança Ltda. (Hod Hahanit em hebreu), abriu filiais na Colômbia no final dos anos 80. Além dos israelenses, em operação paralela, um grupo de mercenários britânicos também treinou os esquadrões do cartel, e até participou de operações paramilitares no interior da Colômbia. Entre eles estavam David Tomkins e Peter McAleese, um veterano do Exército rodesiano. A maioria deles era de antigos oficiais dos Serviços Aéreos Especiais (SAS). O envolvimento da inteligência britânica, da CIA e do Mossad nos negócios colombianos foi posteriormente confirmado quando Louis Blom-Cooper e Geoffrey Robertson, ambos empregados da Anistia Internacional, que recebe fundos da inteligência britânica, foram usados para encobrir o patrocínio oficial dos governos americano, britânico e israelense à operação Klein e para colocar a culpa somente nos funcionários da pequena ilha de Antigua, uma colônia da coroa britânica. Logo após a escola de assassinos do cartel de Medellín começar a funcionar, Klein foi levado para um programa delicado e secreto que estava sendo montado pela administração Reagan-Bush, a conspiração para derrubar o General Manuel Antonio Noriega do Panamá. Em 1988, Klein foi trazido a Miami para uma série de reuniões secretas com o Coronel Eduardo Herrera, antigo embaixador panamenho em Israel. Herrera foi tirado da embaixada em Tel Aviv após o General Noriega descobrir que ele trabalhava para o Mossad e a CIA. Então foi transferido para os Estados Unidos por Elliott Abrams e colocado formalmente na lista de pagamentos da CIA. O Coronel Klein foi designado para trabalhar com Herrera em um plano para criar uma força panamenha de Contras que poderia ser patrocinada pelos Estados Unidos para derrubar o General panamenho, que se tornara um espinho na carne de George Bush. Como representante deste projeto secreto, Klein visitou Antigua no começo de 1989, para solicitar permissão das autoridades locais para estabelecer uma academia de treinamento de “guardas de segurança VIP”. Sarfati--- há muito um agente do Mossad, que comprara uma fazenda de melões em Antigua com fundos governamentais americanos arranjados por Bruce Rapaport, um suíço-israelense do esquema Irã-Contras e que era parceiro de Golf do falecido William Casey--- fez os contatos locais. De acordo com o Coronel Clyde Walker, à época chefe da minúscula força de defesa nacional de Antigua, após haver-se encontrado com o Coronel Klein e Sarfati em janeiro de 1989, dirigiu ele perguntas formais aos funcionários da CIA a cargo do leste caribenho. Em uma declaração juramentada, Walker declarou: “Preparei um relatório de inteligência sobre o Coronel Klein e todos os outros nomes nos panfletos da Ponta-de-Lança Ltda. ... e dei o relatório ao agente da CIA americana Robert Hogan em seu quarto de hotel do Club St. James, e pedi dele investigação da firma, do Coronel e de seus treinadores.Também discuti sobre a firma e o Coronel com o chefe da CIA para o leste caribenho Sr. George Kenning, na embaixada em Barbados, em meu escritório e também na sala VIP do aeroporto Grantley-Adams.” Alguns meses depois, diz Walker em seu depoimento, o chefe da CIA para o leste caribenho George Kenning “me disse que a Ponta-de-Lança parecia estar OK.” Não obstante a luz verde da CIA, os governantes de então em Antigua decidiram, em março de 1989, não aprovar o pedido de Klein para a escola de treino. Neste momento, uma carga de armas israelenses atravessava o Atlântico a bordo do navio de bandeira dinamarquesa Else TH. Em 24 de abril de 1989, as armas foram transferidas no porto de Antigua para um navio panamenho, Sea Point, e enviadas para Gacha na Colômbia. O dinheiro para pagar o carregamento de armas de 1989 veio de uma conta administrada pelo Departamento de Estado americano, sob controle do Secretário Assistente para Assuntos Internacionais Elliott Abrams. O recibo para assegurar que centenas de armas deixassem Israel a tempo viera por uma filial em Miami do banco israelense Hapoalim.

A NARCOTRÁFIO S.A. INSTALA GOVERNOS

Se ainda há qualquer dúvida de que o armamento dos esquadrões da morte do cartel de Medellín era parte do mesmo programa que incluía a invasão, em 20 de setembro de 1989, do Panamá e derrubada do General Noriega, considere o seguinte: Após a fumaça clarear no Panamá--- milhares de cadáveres e bilhões de dólares em propriedades bombardeadas--- a administração Bush conseguiu instalar na presidência panamenha um advogado local, Guillermo “Gordo” Endara. Uma pesquisa nos registros policiais mostra que este e vários de seus sócios advogados eram os proprietários do navio Sea Point em abril de 1989, quando o navio levou as armas israelenses para Gacha! Eles ainda possuíam o navio em fins de 1989 quando este foi parado no litoral do México e apreendido por levar uma carga maciça de cocaína. Mais ainda, mais de metade da tripulação presa pelas autoridades mexicanas estava também a bordo quando

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a entrega das armas fora feita ao cartel de Medellín. De volta à terra seca na cidade do Panamá, Endara era co-proprietário, com Gacha, do Banco Interoceânico, lavador de dinheiro das drogas. Quando explodiu a conexão Mossad-Medellín no começo de 1990, o governo israelense lutou para negar que Klein estivesse em “missão oficial” quando treinou e armou os narcoterroristas. Infelizmente para a credibilidade de sua história, Klein não só estava ligado a Sarfati em suas aventuras caribenhas mas, em Miami, a Ponta-de-Lança Ltda. de Klein fora administrada por dois agentes muito importantes de Israel, o General Pinchas Sachar e Pesach Bem-Or. Ambos estavam oficialmente designados representantes da indústria estatal militar israelense, e era a conta de Sachar no Banco Hapoalim que recebera os fundos de Elliott Abrams para comprar as armas enviadas à Colômbia. Pesach Bem-Or fora designado anteriormente, na administração Carter, como o principal mercador de armas do Mossad na cidade da Guatemala, importante centro para o posterior suprimento dos Contras. De acordo com relatórios de testemunhas visuais, o Assessor de Segurança Nacional de Carter, Zbigniew Brzezinski, calmamente informou a junta guatemalteca em 1978---após Carter suspender toda ajuda militar americana ao país por supostas violações de direitos humanos---que Bem-Or forneceria todas as armas e o necessário treinamento militar com as bênçãos secretas de Washington. Bem-Or fez isto---com superfaturamento de 600%. Uma década mais tarde, Bem-Or ainda negocia com a Guatemala--- dos escritórios que partilha em Miami com o General Sachar e o Coronel Klein.

POR QUE UMA TERCEIRA EDIÇÃO ?

Desde que a segunda edição de Narcotráfico S.A. foi publicada por EIR em 1986, o cartel internacional de narcóticos continuou firmemente a ganhar terreno, especialmente dentro dos Estados Unidos. Por causa disto, o mais forte combatente anti-drogas da nação, Lyndon LaRouche, foi levado à prisão e o povo americano deixou isto acontecer. Ë uma falha moral. Mas, voltando ao assunto, os editores de EIR decidiram que a véspera das eleições presidenciais de 1992 era um momento apropriado para lançar a terceira edição de Narcotráfico S.A.. Os acontecimentos da época davam uma oportunidade histórica única de derrotar o cartel das drogas, uma chance que não podíamos ignorar. A fraude da “recuperação econômica” de Reagan-Bush está sendo exposta ao mundo inteiro--- especialmente dentro dos Estados Unidos, onde o controle da Narcotráfico S.A. sobre as mais poderosas instituições financeiras levou os Estados Unidos a uma segunda Grande Depressão. Estas instituições falidas estão agora maduras para serem substituídas por novas, livres da corrupção da Narcotráfico S.A.. Além disso, as revoluções pacíficas no leste da Europa e na antiga União Soviética demonstram que não é mais automático que “cidadãos acima de qualquer suspeita” possam livremente agir fora da lei. As imagens de Ceausescu na Romênia ou Honecker na antiga Alemanha Oriental sendo executados ou julgados por traição podem ser claro aviso, àqueles que ainda se agarram ao poder, de que seu tempo de lugar ao sol está chegando ao fim. Em 1985, poderosas famílias puderam suprimir de circulação Narcotráfico S.A.---o clã Cisneros da Venezuela ordenou a censura da edição em língua espanhola na Venezuela. Hoje entretanto dúzias de parlamentares da Venezuela, Peru, República Dominicana e outra nações latino-americanas pedem publicamente que a censura seja levantada. Velhos associados do grupo Cisneros e do Presidente Carlos Andrés Pérez estão sendo acusados em audiências congressuais de terrorismo, tráfico de drogas e negócios com o mercado negro de armas. Estes desenvolvimentos viraram a política venezuelana de cabeça para baixo. A falência do poder da Narcotráfico S.A., evidenciada por estes acontecimentos externos, pode também ocorrer nos Estados Unidos. Este livro é uma munição para lutar, e ganhar, a guerra contra a Narcotráfico S.A.. Nesta terceira edição, reproduzimos quase todos os capítulos publicados na edição espanhola de 1985 e na inglesa de 1986 (segunda). Parte deste material vem da histórica primeira edição de Narcotráfico S.A. , com o subtítulo “Guerra Britânica do Ópio Contra os Estados Unidos”, que vendeu quase imediatamente 50 mil cópias quando foi publicado em 1978. Em detalhes, partes do texto contém dados ultrapassados, especialmente nas seções discutindo o tamanho do comércio global de drogas e as maiores áreas de produção e consumo. Não obstante, a metodologia de nosso trabalho original---que identifica as instituições e os indivíduos que dirigem a Narcotráfico S.A. , traçando o fluxo dos lucros das drogas pelo sistema bancário internacional--- permanece válido hoje. E continua verdade que, quando este volume foi primeiramente publicado há treze anos, uma guerra competente às drogas deveria ter começado contra as instituições bancárias e banqueiros que “lavam” os lucros mal ganhos da Narcotráfico S.A.. Para esta terceira edição acrescentamos, com a nova introdução, um capítulo detalhando as taxas fenomenais de crescimento da Narcotráfico S.A. , que dobram de tamanho a cada cinco anos, e um capítulo documentando o

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surgimento da maconha como colheita mais lucrativa da América. Finalmente, atualizamos o apêndice C, sobre a Liga Anti-Difamação de B’Nai B’rith (ADL) e juntamos um novo apêndice sobre o papel da República Popular da China no tráfico global de drogas.

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2 NARCOTRÁFICO S. A. DOBRA A CADA

5 ANOS Em fevereiro de 1991, a Casa Branca de Bush publicou seu terceiro relatório anual “Estratégia Nacional de Controle de Drogas”. O documento é um compêndio de estatísticas adulteradas e conclusões não comprovadas. Na entrevistta coletiva em que o relatório foi apresentado, o Presidente Bush, acompanhado pelo Procurador Geral Richard Thornburgh e o recém designado czar das drogas Bob Martinez, declarou que os Estados Unidos haviam ganho uma vitória quase total na guerra às drogas. Foi um dos casos mais vergonhosos de fraude governamental registrados. Até na capa, o relatório admitia que não havia estatísticas disponíveis sobre o volume total de drogas ilegais circulando nas ruas dos Estados Unidos, ou a quantidade de maconha produzida domesticammente e distribuída. A afirmação Presidencial de que as admissões por overdoses nas emergências hospitalares estavam caindo é exemplo clássico de duplo sentido. As estatísticas caíram porque as emergências, atingidas por cortes orçamentários, simplesmente pararam de compilar dados à Rede de Aviso de Abuso de Drogas (DAWN), o órgão federal responsável pela organização destas estatísticas. A entrevista à imprensa de Bush-Thornburgh-Martinez foi, sob qualquer aspecto, pura hipocrisia. Martinez era antigo Governador da Flórida, o ponto favorito de entrada de cocaína nos Estados Unidos para os contrabandistas do cartel colombiano de Medellín. O Procurador Geral Thornburgh, estava naquele mesmo momento envolvido em um grande escândalo de uso generalizado de cocaína por vários de seus mais antigos e confiáveis assessores. Henry Barr, o contato do Procurador Geral com todos os Procuradores Federais a cargo de importantes acusações por narcóticos, logo seria indiciado e condenado por uso de cocaína e perjúrio. Richard Guida, que servira como assessor de Thornburgh quando o Procurador Geral era Governador da Pensilvânia, foi indiciado por tráfico de cocaína pelo mesmo Grande Júri federal que indiciou Barr. Guida confesou-se culpado para evitar acusação e condenação a 100 anos por tráfico. As testemunhas na Pensilvânia apontaram o próprio filho do Procurador Geral como a personagem principal na gangue “yuppie” de cocaína operando dentro e fora do Palácio do Governo Estadual da Pensilvânia. Dois meses depois desse espetáculo lamentável, a DEA (Drug Enforcement Agency-Agência de Esforço Contra Drogas) publicou um relatório de circulação limitada, negada ao público em geral. O relatório avisava que os Estados Unidos estavam sendo inundados com heroína barata e de grande pureza, vinda do Triângulo Dourado no sudeste asiático. Mesmo no relatório, atento à política da “carta chinesa” da Casa Branca e do Departamento de Estado, foi vastamente subestimado o papel do regime de Pequim na produção daquela droga. A administração Bush não podia explicar sua Grande Mentira sobre a “vitória” na guerra às drogas, alegando que a documentação adequada não pudera ser obtida. Justamente três meses antes que a “Estratégia Nacional de Controle das Drogas” fosse apresentada ao público, a revista EIR publicou uma análise detalhada da epidemia das drogas. Conclusão da EIR: Narcotráfico S. A. estavva dobrando a cada 5 anos! Os detalhes eram chocantes. Ao contrário da propaganda em causa própria da administração Bush, o consumo de drogas destruidoras da mente, como maconha e cocaína, Não está declinando nos Estados Unidos, Não está contido, sua taxa de crescimento NEM MESMO ESTÁ DECRESCENDO. Está subindo a jato. Há atualmente cerca de 70 milhões de americanos que consomem drogas- quase 1/3 da população total. Mais ainda, o cartel único, integrado e multinacional que conduz o comércio, e que é chamado propriamente de “Narcotráfico S.A.”, está agora atarefado em expandir vastamente seus mercadoos na Europa e no Japão o que, se não for impedido, fará às suas juventudes, suas cidades e suas economias, o que já foi feito a nós na América. Na segunda edição deste livro em 1986, os pesquisadores da EIR concluíram que o comércio de drogas nos Estados Unidos aumenta no mínimo 250 bilhões de dólares anualmente, e que, se suas outras atividades e aspectos da “economia negra” (como armas ilegais e o comércio de ouro) fossem levados em conta, a soma total seria 500 bilhões de dólares anuais. Pode-se agora demonstrar que estes algarismos eram baixos demais. Em 1986, somente o tráfico mundial de drogas estava perto de 400 bilhões. Em 1989, o último ano em que os algarismos estão disponíveis, aquele total pulara para 558 bilhões. Isto é muito mais que o consumo anual do mundo em petróleo. É mais de 50% maior que o PNB (Produto Nacional Bruto-N.T) do Brasil, a maior nação da Ibero-América, e a oitava maior economia do mundo capitalista. É cerca de metade do PNB da Alemanha, a mais forte economia de Europa ocidental (figura 1).

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Estes são cálculos conservadores, baseados principalmente em estatísticas oficiais de produção da DEA, assumindo-se que 10% da quantidade produzida é perdida para a polícia e por desperdício. Se formos também considerar outras áreas da chamada “economia negra” – armas ilegais, ouro e transações relacionadas ao tráfico de drogas- é possível que o total chegue a 1 trilhão de dólares em 1989. Tudo isto é um câncer, uma doença que está destruindo as economias produtivas dos setores avançado e de desenvolvimento do mundo. O comércio de drogas está crescendo exponencialmente nos últimos 10-15 anos. O Quadro 1, baseado em estimativas de produção, mostra que os lucros anuais da Narcotráfico S. A. vindos da venda de drogas nas ruas cresceu de 175 bilhões em 1977, para cerca de 400 bilhões em 1987 e 558 bilhões de dólares em 1989.Está subindo a uma percentagem de cerca de 18% anuais nos últimos anos-mais rapidamente que qualquer economia produtiva na face da Terra. NESTA VELOCIDADE, O TAMANHO DA NARCOTRÁFICO S. A. DOBRA A CADA 5 ANOS!!! Seus principais componentes são a cocaína (da qual a Ibero-América é o único produtor mundial), maconha e hashishe (dos quais a Ibero-América e os Estados Unidos são os maiores produtores), ópio e heroína (dos quais as maiores quantidades sem dúvida são produzidas no sudeste e sudoeste asiáticos), e outras drogas químicas sintéticas como as anfetaminas, LSD, etc. Veremos cada um desses componentes mais detalhadamente a seguir, mas agora note que a Ibero-América produz cerca de 55% do valor total das drogas no mundo-quando era de 43% há doze anos. Isto não justifica que as nações Ibero-Americanas recebam este dinheiro das drogas. Bem ao contrário: Os maiores bancos internacionais que financiam este comércio recebem, lavam e usam o dinheiro para sustentar seu sistema financeiro internacional falido. A figura 2 mostra que, nos últimos doze anos, o lucro total acumulado que os bancos receberam, somente da Ibero-América, do comércio de drogas é quase de 2 trilhões de dólares. Isto torna pequena até a gigantesca dívida externa ibero-americana de 430 trilhões de dólares. Em face disto, a chamada “Guerra às Drogas” da administração Bush é uma piada cruel. Seu propósito oficial é, quando muito, reduzir o comércio de drogas em 50% em um período de dez anos. Na prática, significa que Washington está escolhendo qual máfia das drogas sobreviverá e florescerá, e qual será riscada do mapa-enquanto isso,confessando que a melhor solução seria legalizar o comércio por inteiro. Do começo ao fim, os controladores financeiros da Narcotráfico S.A estão protegidos de qualquer acusação. É necessário um tipo muito diferente de guerra às drogas.

COCAÍNA: INDÚSTRIA CRESCENTE Onde as drogas ilegais são produzidas e processadas no mundo? Quais são as rotas de distribuição? Começemos com a cocaina. Como já foi mencionado, a cocaina é a única droga quase totalmente produzida na Ibero-América, como vemos na figura 3. As folhas de coca crescem aqui e os laboratórios de processamento, que produzem a pasta básica e a refinam, se localizam aqui. Em 1989, o continentte como um todo produziu 703 toneladas de hidroclorido de cocaína, medidas em termos de produção potencial máxima (se todas as folhas de coca colhidas fossem refinadas em cocaína). Esta é a unidade internacional para se medir a cocaina. Como mostra o mapa, em 1989 o Peru assumira a parte do leão na produção de coca (373t), seguido pela Bolívia e Colômbia. Entretanto, o grosso do refino da pasta de coca em cocaína pura ocorre na Colômbia, seguida pela Bolívia e Peru, que refinam somente uma pequena porção de sua pasta básica. Portanto, os algarismos não devem ser mal compreendidos, dando-se um papel menor à Colômbia no comércio de cocaína. Eles simplesmente indicam que a produção local de folhas de coca é menor que no Peru e Bolívia. Um insumo crítico para a transformação das folhas de coca em cocaína são certos produtos químicos como éter e acetona. Embora sejam legais, com uso industrial válido, são obtidos ilegalmente, pelos traficantes de drogas, em grandes quantidades principalmente nos Estados Unidos, Europa ocidental e também no Brasil. A figura 4 mostra o crescimento chocante do volume de produção de cocaína na Ibero-América. Aumentou quase seis vezes na década de 1977 a 1987 (de 90 para 513t), e cresceu outros 37% desde então, até o total em 1989 de 703t. O total estimado para 1990 são abaladorras 876t. Estes aumentos se devem à maior quantidade de hectares cultivados e à maior produtividade dos que já estão em uso. Vemos na figura 5 o que isto significa em taxas médias de crescimento anual. Nos cinco anos de 1982-87, a produção de cocaína cresceu em média 15% ao ano. Em 1988-89, 16 e 18% respectivamente. E para 1990, tudo indica que a produção de cocaína puulará outros 25%.

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Estes dificilmente são sinais de uma guerra vitoriosa às drogas. Historicamente, a maior parte da cocaína ibero-americana tem sido enviada aos Estados Unidos desde os laboratórios da Colômbia, e desde o triângulo trinacional na selva onde Peru, Brasil e Colômbia se encontram. Até há poucos anos atrás, a rota principal era para a área de Miami, por ar e por mar. Mas o aumento da fiscalização e interdição ao longo da rota forçaram a máfia a desenvolver uma segunda rota pela América Central e México, antes de entrar pelo ocidente dos Estados Unidos. A cocaína para o mercado europeu é enviada diretamente da Colômbia, tanto pelo Brasil quanto pela Argentina. O Brasil, segundo se diz, está se tornando um importante centro de refino também, e produziu 144t de cocaína no ano passado (1991), de acordo com um relatório. A Espanha é o principal porto de entrada e área logística de apoio para a coca destinada a toda Europa, pela óbvia razão dos laços comerciais, lingüísticos e mafiosos historicamente fortes entre a Espanha e a Ibero-América. Os investigadores anti-drogas relatam que a Nigéria tornou-se recentemente um ponto importante de passagem na rota européia. O que reserva o futuro para o mercado de coca? Olhe a figura 6, que mostra como o mercado americano de cocaína foi criado. O leitor pode ver que o preço médio de venda da tonelada de cocaina foi de 640 milhões de dólares em 1977, caindo dramaticamente para 182 milhões em 1987, uma década mais tarde. Em outras palavras, o preço de 1977 era mais de três vezes superior ao de 1987. Como resultado desta DECISÃO DELIBERADA DE MARKETING pela Narcotráfico S.A., a quantidade de coca vendida aos jovens americanos aumentou quase seis vezes no mesmo período! Este corte nos preços é forma típica pela qual qualquer cartel cria e se apodera de um mercado (dumping). Assim, a cocaína transformou-se de uma droga cara para a classe média superior em 1977, em uma dose barata de morte, especialmente na forma de crack, para um mercado de milhões de trabalhadores e jovens pobres nos anos 80. Naturalmente, o lucro total da cocaína para a Narcotráfiico S. A. também aumentou substancialmente neste processo. Mas o quadro é ainda pior. Como o mercado americano começa a alcançar níveis de “saturação”, já que uma geração inteira foi destruída pela epidemia, a Narcotráfico S. A. volta sua atenção para o que espera sejam os mercados do futuro: Europa e Japão. A figura 7 mostra o preço da cocaína e os seus níveis de quantidade para a Europa nos últimos cinco anos, uma réplica precisa da tragédia que varreu os Estados Unidos. Em 1987, o preço no varejo da cocaína na Europa era 510 milhões de dólares a tonelada, mais ou menos o que fora nos Estados Unidos entre 1979-80. Nos últimos dois anos, baixou para 262 milhões a tonelada, metade do que era em 1987. O que levou uma década para se conseguir nos Estados Unidos, está sendo executado na Europa, pela máfia das drogas em 1/3 deste tempo. As conseqüências são idênticas. O consumo europeu de cocaína está subindo como foguete, como se pode ver no gráfico. Se compararmos as figuras 6 e 7, a semelhança do processo é surpreendente-somente que está ocorrendo muito mais rapidamente na Europa. A figura 8 compara as taxas de declínio do preço e as taxas de aumento de quantidade, nos Estados Unidos e na Europa nos anos indicados. Note que, quando nos referimos a Europa, até 1989 pensamos na Europa ocidental. Mas agora, com as revoluções pacíficas que varreram a Europa oriental, e especialmente com a unificação da Alemanha, há uma nova situação. Justamente quando esta nova Europa é a maior esperança da humanidade para o desenvolvimento econômico em potencial, também ela é encarada pela Narcotráfico S. A. como o novo e maior mercado potencial para as drogas. E as máfias tradicionais da Europa participam deste projeto. O Japão é também um alvo potencial da máfia das drogas, embora até agora os traficantes tenham sido incapazes de negociar com o esquema tradicional de crime organizado do país (Yakuza-N. Ed.).

MACONHA E HASHISHE

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O quadro não melhora quando nos voltamos para a maconha. Como a figura 9 mostra, a Ibero-América é não somente o único produtor-mas o maior. México e Colômbiia são os maiores produtores, mas a Jamaica também é importante, e o Brasil, segundo se diz, começou a cultivar grande, mas não especificada quantidade. Os algarismos mexicanos empregados neste estudo são particularmente altos, refletindo tanto as descobertas do Comitê do Congresso americano quanto uma nova metodologia do governo dos Estados Unidos para calcular a produção baseado na deteção por satélite das áreas de cultivvo. A parte do leão da produção da maconha ibero-americana é exportada para os Estados Unidos, mas uma percentagem rapidamente crescente deste mercado é agora suprida pela maconha cultivada no próprio país. De fato, fontes da DEA indicam que a produção americana de maconha triplicou de 5 mil para 15 mil toneladas nos últimos três anos. O sudeste asiático é o terceiro produtor mas é muito menor em tamanho e parece suprir principalmente o mercado asiático. O total de produção mundial de maconha cresceu cerca de 13% anualmente de 1987 a 1989. As proporções relativas da produção mundial de maconha podem ser vistas na figura 10 para 1987 a 89. Deve-se notar o crescimento da parte dos Estados Unidos, ao ponto de ser agora mais de 25% do total. Note-se também as áreas do mundo onde o hashishe é produzido- um derivado da mesma planta Cannabis Sativa que produz a maconha. A maior parte da produção de hashishe ocorre no Afeganistão, Paquistão e Líbano (especialmente no vale do Bekaa sírio). Repare o leitor nas rotas de distribuição da maconha e do hashishe. Devido ao fato da maconha ser mais incorpada que a caoaina e ter menor valor em dólares por tonelada, a maioria das áreas de produção supre os consumidores próximos. Assim, a maior parte da produção ibero-americana é enviada aos Estados Unidos, com somente uma pequena parte indo para a Europa. O hashishe para a Europa é fornecido pelos produtores do Oriente Médio e sudoeste asiático, como Afeganistão, Paquistão e Líbano, usando-se a Turquia e a Bulgária como pontos de passagem. A maconha do sudeste asiático é principalmente consumida na região.

ÓPIO E HEROÍNA O ópio é uma droga que pode ser consumida tanto diretamente, ao ser fumada, quanto pode ser refinada em heroína, que é geralmente injetada nas veias do viciado. A maior parte do ópio mundial cresce em duas áreas da Ásia: a primeira se espalhando da China para o sudoeste pelo Afeganistão, Paquistão, Irã e Líbano, e a segunda da China para as nações do sudeste asiático, Birmânia, Tailândia e Laos --- o infame “Triângulo Dourado” (figura 11). Embora as estatísticas da DEA mostrem a Birmânia produzindo a parte do leão, é fato que a maior parte é produzida na China comunista, ou em áreas da Birmânia e Laos sob controle dos chineses comunistas. O outro produtor mundial significativo de heroína é o México, com a Guatemala começando a se tornar importante. Podemos ver no Quadro 2 que a quantidade de ópio cultivada no México em 1989 (85t) é uma pequena fração da produção mundial de quase 5.000 toneladas. A maior parte (mais de 3.000 toneladas ou 60% do total) vem da nação chamada “Birmânia” – isto é, China. Mas a produção mexicana é atualmente de maior significado do que a tonelagem indica, porque 100% dela é convertida em heroína e assim seu valor nas ruas foram colossais 18,7 bilhões de dólares em 1989. As melhores estimativas são as de que somente 10% do ópio asiático é convertido em heroína para exportação para o ocidente, e os restantes 90% são consumidos na área, tanto na forma de ópio quanto na de uma heroína “marrom” de baixa qualidade, cujo preço no varejo é somente uma fração da heroína ocidental. Assim, em 1989 o México foi responsável por 17% do valor total no mundo da produção de ópio e heroína, o sudoeste asiático foi de 32% e o sudeste asiático 51%. Se considerarmos somente a heroína, algumas fontes relatam que 3/4 de toda a heroína de alta qualidade consumida no ocidente vem de áreas controladas pelos chineses comunistas, fato deliberadamente encoberto pelo governo americano desde o começo dos anos 70, quando Henry Kissinger insistiu neste disfarce como parte de sua famosa “diplomacia secreta” com aquele país. O outro fato chocante visto neste quadro é o pulo gigantesco na produção de ópio de 1988 a 89, principalmente como resultado de uma colheita extra na “ Birmânia”. É também digno de nota que a produção mexicana de ópio subiu de 55 para 85t naquele ano- subida maior que 50% em um ano.

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Embora a maior parte do ópio seja consumido na área de produção, com a heroína refinada sucede exatamente o oposto, por ter um preço unitário extremamente alto e ser mais facilmente transportada. Assim, os Estados Unidos recebem alguma heroína do México e da Guatemala, mas a maior parte é asiática ou do Oriente Médio, e transportada para as costas ocidental e oriental dos Estados Unidos. A rota do sudeste asiático, ou o Triângulo Dourado da heroína é especialmente interessante. A colônia da coroa britânica, Hong Kong, é o maior entreposto, e a heroína chega lá pelas rotas terrrestres da China comunista e também pela Tailândia e Malásia- uma perfeita simbiose entre os comunistas chineses e seus sócios oligarcas ocidentais. Como o hashishe, a heroína do sudoeste asiático é enviada à Europa e aos Estados Unidos pelo Irã, Turquia e Bulgária.

CONSUMO

Quase não há estatísticas confiáveis quanto ao número de usuários de drogas no mundo ou quanto à quantidade que consomem. Na melhor hipótese, a evidência é fragmentária. As agências governamentais americanas tentaram apresentar uma aparência de estatísticas de consumo por um sistema conhecido como DAWN (Rede de Aviso de Abuso de Drogas), que usa os casos REGISTRADOS de hospitalização por abuso de diferentes espécies de drogas. Mas esta medição é notoriamente incorreta, pois (1) lida somente com o consumo que requer hospitalização, e (2) depende dos casos serem registrados. Fontes bem informadas da DEA confidenciaram à (revista) EIR que a última estatística da DAWN era particularmente imprecisa: a queda nos algarismos reflete mais que nada o declínio no ORÇAMENTO da DAWN, e portanto de sua habilidade para detectar mesmo uma fração do consumo. Os mesmos erros metodológicos e totais declinantes contaminam a recente avaliação do consumo , muito elogiada, que propositalmente mostra uma queda no consumo americano de certas drogas. Os Estados Unidos inquestionavelmente tem a maior população viciada, com cerca de 70 milhões de americanos que usaram drogas em certa época de suas vidas. Muitos, se não a maior parte, são agora viciados. A Europa é outro enorme mercado para todos os tipos de drogas, com um número desconhecido de consumidores. A Ibero-América costumava estar relativamente livre do uso indiscriminado de drogas, e muitos políticos se convenceram de que seus países poderiam continuar produzindo drogas sem se preocuparem com o problema do consumo. Não mais. Nos últimos cinco anos, período das medidas mais fortes de austeridade já impostas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o consumo de drogas subiu como foguete por toda a Ibero-América ---- das cultivadas em cada área. Assim, o Brasil relata um pulo sério na produção doméstica de maconha --- e consumo. Fontes peruanas dizem que há agora uso indiscriminado da pasta básica de cocaína, em feitio de cigarros. “Bazuko”, outra forma de cocaína semi-refinada, é endêmica na Colômbia, etc., etc. Talvez menos conhecidos sejam os algarismos chocantes da Ásia. Publicações governamentais americanas admitem que há cinco milhões de viciados em ópio na Índia, e dois milhões de viciados em heroína no Irã, 1,2 milhões no Paquistão e 1 milhão de usuários de ópio no Egito. Não há algarismos disponíveis para a China, mas pesquisadores acreditam que o ópio e a heroína tem uso extremamente disseminado, talvez alcançando dezenas de milhões.

PRENDAM OS BANQUEIROS DAS DROGAS Hoje, o tráfico internacional de drogas acumulou tal poder, riqueza e força militar que quase pode constituir um governo em si, mais forte e melhor suprido que os governos legítimos de muitas nações. Entretanto, com todo o seu poder, a única arma mais efetiva no arsenal dos traficantes de drogas é a GRANDE MENTIRA de que é grande e poderoso demais para ser parado. Ele pode ser derrotado. Todos os instrumentos miilitares podem ser uusados na guerra às drogas. Os meios e métodos de guerra devem ser aplicados em todos os sentidos. Os traficantes, e especialmente os banqueiros das drogas, devem ser tratados como traidores em tempo de guerra. Os consumidores e os advogados da legislação das drogas são culpados de dar ajuda e conforto ao inimigo em tempo de guerra, e devem ser acusados de tais crimes. O flanco vulnerável da Narcotráfico S. A. é a rrede internacional de bancos e outras instituições financeiras que “lavam” os 558 bilhões de dólares anuais em lucros brutos do cartel. Este é o problema logístico mais sério encarado pelo tráfico de drogas, onde é mais vulnerável. A ação dos governos contra os banqueiros das drogas pode fechar rapidamente a Narcotráfico S. A. Comecemos pelo começo. Um vendedor cobra pela cocaína nas ruas dos Estados Unidos, a dinheiro, 100 dólares a grama. Daí ele paga seu fornecedor, que pode suprir uma rede de 100 ou mais vendedores. Este fornecedor pode acumular dezenas ou centenas de milhares de dólares por semana, a maior parte em notas de 20, 50, e 100 dólares. Mas

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ele não pode simplesmente ir a um banco e depositá-los. Pela lei americana, os bancos devem relatar todos os depósitos a dinheiro de 10 mil dólares ou mais. Os traficantes voltaram-se então para os negócios com grande volume de dinheiro --- como hotéis, cassinos, restaurantes e estádios esportivos --- para lavar seu dinheiro. Desde que os bancos não tenham que rrelatar depósitos feitos por esses negócios, os lucros das drogas são simplesmente misturados com fluxos de caixa legais. O dinheiro vivo também é freqüentemente transportado para fora dos Estados Unidos. Muitas vezes, os aviões que voam com cocaína para lá (Estados Unidos), voam de volta ccarregados com notas de 20, 50 e 100 dólares. Estas então podem ser ou depositadas diretamente em centros bancários dos paraísos fiscais --- onde não se fazem perguntas --- ou em longínquas filiais dos bancos dos países produtores de drogas. Estes fundos são então transferidos por cabo, para contas secretas nos paraísos fiscais, onde não há supervisão governamental. Somente uma pequena porção (no máximo 10%) dos lucros das drogas permanece nos países produtores --- e virtualmente em nada beneficiam as economias produtivas dessas nações. É simplesmente mentira dizer que o tráfico de drogas é uma “melhoria” para a Ibero-América. Embora não haja dados precisos disponíveis, um importante procurador anti-drogas da Suíça, Paollo Bernascohi, disse ao jornal italiano LA STAMPA em janeiro de 1990 que os principais centros lavadores de dinheiro incluem os Estados Unidos (Miami e Wall Street), Canadá, Grã-Bretanha e naturalmente a Suíça. Hoje, muitos governos ibero-americanos, incluindo Venezuela e México, estão correndo para mudar sua legislação bancária para que possam tomar posse de um pouco deste “dinheiro quente”. Tolamente vêem isto como forma de ajudar a pagar suas dívidas externas e resolver suas crises financeiras. O sistema financeiro mundial está agora tão viciado com o dinheiro das drogas, como um farrapo humano com a heroína. Sem o fluxo regular deste dinheiro, o sistema sofrerá um colapso. Conforme o ECONOMIST londrino escreveu orgulhosamente em junho de 1989: “É óbvio... que os comerciantes de drogas usam os bancos...O negócio... tornou-se parte do sistema financeiro...Se você tiver moral ou ética, não estará nesse negócio”. As finanças americanas estão tão dominadas pela lavagem de dinheiro que os funcionários do Tesouro não podem localizar 80% de todas as notas de dólar impressas por este. A cocaína tem um papel tão predominante no sistema financeiro americano que a maioria significativa de todas as notas de 20 dólarres mostram traços físicos de poeira de cocaína! Mas nenhum governo jamais tocou o SISTEMA que permite que isto ocorra. Quando muito, poucas contas aqui e ali foram confiscadas. Até hoje, a lavagem de dinheiro nem é crime em 8 das 15 nações industrializadas. Nos Estados Unidos, centro do problema, a ação governamental é uma piada: nenhuma administração JAMAIS foi acusada ou processada por atividade de lavagem de dinheiro. Os bancos não somente tiram vantagem dos lucros do tráfico de drogas; eles PROMOVEM seu “direito” de usá-los. Como um banqueiro disse, em uma discussão em “off” em Londres em 1986: a droga “é a maior fonte de novos negócios financeiros no mundo de hoje... Sei de bancos que literalmente matarão para ter parte no negócio”. O banqueiro trabalhava para uma das maiores corretoras de Wall Street, a Merrill Lynch. O chefão desta por doze anos foi Donald Regan, que serviu como Secretário do Tesouro e chefe de pessoal da Casa Branca por sete anos na Presidência de Reagan. Os banqueiros também patrocinam a campanha para legalizar as drogas. “A cocaina é claramente o mais lucrativo artigo de comércio no mundo”, escreveu o ECONOMIST em agosto de 1989. “Vastos lucros livres de impostos se acumulam nas mãos dos traficantes”. Chegou a hora de legalizar o comércio de drogas, argumenta o jornal. Ao invés de processar os banqueiros das drogas, processa-se qualquer um que tenha atuado contra o comércio de drogas, como Lyndon LaRouche, o economista americano que autorizou este livro Narcotráfico S. A., que primeiro expôs como os banqueiros viabilizam o comércio de drogas. Em 1986, no Panamá, o General Manoel Noriega fechou o banco First Interamericas após se provar que o banco era propriedade do cartel de Cáli. Em dezembro de 1989, as forças de ocupação americanas invadiram o Panamá, com base na mentira de que o próprio Noriega era um traficante de drogas --- e colocaram quatro membros da diretoria daquele mesmo banco no poder --- como Presidente, Procurador Geral, Presidente da Suprema Corte e Ministro do Tesouro. Resultado: o comércio de drogas no Panamá CRESCEU desde a derrubada de Noriega.

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A “Guerra às Drogas” da administração Bush, batizada erroneamente, é a maior parte do problema, não a solução. Além de fechar os olhos à lavagem dos bilhões em lucros das drogas, a estratégia oficial de Bush é reduzi-las em 50% na próxima década. Na prática, isto significa trabalhar com um grupo de traficantes para controlar ou eliminar o outro. Especificamente, uma aliança de trabalho foi feita entre o governo americano, e o cartel de Cáli, contra o de Medellín de Pablo Escobar e José Gonzalo Rodríguez Gacha. O resultado foi que, como agora se admite nos órgãos do establishment liberal, como o WASHINGTON POST, que o cartel de Cáli tornou-se dominante entre os diferentes grupos colombianos...tudo com aprovação americana por trás das cortinas. Não é surpreendente, quando se sabe que um dos lobistas oficiais de Washington do cartel de Cáli é Michael Abbell, um funcionário do Departamento de Justiça americano por dezessete anos, onde chegou ao alto posto de diretor do Escritórioo de Negócios Internacionais do Departamento. Abbell foi citado, no WASHINGTON POST em 1990, falando do cartel de Cáli: “O pessoal em Cálli tem-se oposto inflexivelmente a qualquuer violência...Minha impressão é que podemos trabalhar com eles”. Os traficantes de drogas também sabem onde buscar influência em Washington. O advogado colombiano Joaquín Vallejo Arbeláez, que publicamente representou os “extraditáveis” do cartel de Medellíin em numerosas ocasiões, disse à imprensa que o cartel da cocaína alugava lobistas em Washington: “Até o nome de Kissinger foi mencionado. Eles sabem o preço de Kissinger. Entretanto, eles dizem que estão prontos a pagar, com o objetivo de convencer o governo americano da conveniência...” de se fazer negócio. Mas o papel de Washington é ainda pior. A administração Bush está promovendo ativamente a destruição de uma das poucas instituições ibero-americanas capazes de parar a Narcotráfico S. A. : os militares. Bush forçou nas nações ibero-americanas operações paramilitares com tropas americanas que violam a soberania daquelas, e ajudam a desmantelar as legítimas Forças Armadas daqueles países--- tudo usando a desculpa hipócrita da “luta às drogas”. A invasão do Panamá foi caso clássico de tal operação, o que constitui um perigoso precedente para o hemisfério inteiro. O propósito de tais ações militares americanas, tanto correntes como planejadas, pode ser visto na figura 12. Para destruir verdadeiramente a Narcotráfico S. A. e eliminar o problema das drogas, não se trata de escolher o que parar primeiro, o consumo ou a produção. O inimigo deve ser atacado simultaneamente em todas as frentes --- acima de tudo na frente financeira. A lavagem de dinheiro deve ser atacada com especial vigor, desde que é a jugular da Narcotráfico S. A.--- e na guerra deve-se buscar sempre a jugular inimiga. Para fazer tudo isto, são necessárias alianças entre os governos, tanto das nações consumidoras quanto produtoras, que desejam fazer a guerra, mas com respeito total à soberania nacional. Cada governo deve ser responsável por conduzir a guerra dentro do seu próprio território. As medidas específicas podem ser resumidas nos seguintes seis pontos: (1) PARAR A LAVAGEM DE DINHEIRO • Transparência bancária. • Confisco dos bens dos traficantes de drogas. • Prisão dos banqueiros das drogas.

(2) PARAR A PRODUÇÂO DAS DROGAS • Detecção por satélite de todas as áreas de produção e processamento. • Invasão militar por ar e terra das plantações e laboratórios. • Bombardeio de todos os aeroportos clandestinos. • Confisco de todos os carregamentos ilegais de produtos químicos usados para se processar drogas.

(3) PARAR A DISTRIBUIÇÃO DAS DROGAS • Detecção de carregamentos por AWACS e outras tecnologias de radar. • Uso de raios X e tecnologia de ressonância nuclear magnética para detectar todos os carregamentos.

(4) PARAR O CONSUMO DAS DROGAS • Parar a campanha de legalização das drogas. • Endurecer as penas para todos os traficantes e negociantes.

(5) PARAR PORNOGRAFIA E SATANISMO • Torná-los ilegais e prender todos os violadores

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• Promover a cultura clássica para a juventude. (6) DESENVOLVER O TERCEIRO MUNDO • Grandes projetos para desenvolver a infra-estrutura, indústria e agricultura. • Pleno emprego produtivo. • Substituição por plantações com alta tecnologia.

Este estudo apareceu primeiro na revista EIR, vol. 17, no. 43, 9/11/90.

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3 HOJE A MACONHA É A MAIOR

PLANTAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS Em 1988, um casal de fazendeiros de Montana, Dick e Judith Kurth, de Fort Benton, foram presos e sentenciados por passarem da criação de gado para a plantação de maconha. A revista PEOPLE, as redes de TV e toda a grande mídia publicaram o incidente, em parte para promover o ponto de vista de que fazendeiros decentes em toda parte estavam se voltando para o cultivo da maconha e estavam sendo erradamente punidos. Em 1985, os Kurths tinham um débitoo de 1,2 milhões de dólares com o Banco Norwest, e este cortou seu crédito. Incapaz de trabalhar seu outrora próspero rancho de gado, eles começaram a cultivar maconha em estufas provisórias em suas construções na fazenda, tentativa desesperada de salvá-la. No decorrer dos anos 80, o cultivo da maconha nos Estados Unidos tornou-se gigantesco, e continua a aumentar. Por exemplo, em 1987, o valor total bruto da colheita foi estimado em 43,7 bilhões de dólares. Dois anos mais tarde, em 1989, havia subido para 50,1 bilhões. Em parte, isto reflete os crescentes preços nas ruas, particularmente quando a errradicação periodicamente acaba com quantidades significativas do cultivo em certas regiões. Porém, mais de 3/4 no aumento no preço é devido ao aumento da PRODUÇÃO FÍSICA de maconha. A tendência é clara quanto ao crescente cultivo doméstico da droga, mesmo que México e outros países também continuem a aumentar sua produção. Em termos de percentagem estimada da produção anual no mundo, a parte dos Estados Unidos em 1989 constitui cerca de 27% do total. O problema da droga na América não é mais somente de consumo --- importação de maconha, cocaína e heroína do exterior. Agora temos uma enorme PRODUÇÃO doméstica da droga, catastrófica, em nossas mãos. Usamos os dados de 1987 em nossos cálculos porque, objetivando reunir uma base sólida e completa de dados, tanto para a agricultura quanto para valores estimados da maconha, este foi o melhor ano. As estatísticas agrícolas usadas neste capítulo vêem do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura americano, “Resumo Financeiro Estatal 1987”. As estatísticas de produção de maconha por estados vêem de uma matéria paga de 17 de junho de 1988, publicada pela Organização Nacional para Reforma das Leis sobre Maconha (NORML), e foram checadas em termos agregados com as estatísticas oficiais do governo americano, publicadas pelo Comitê Nacional de Inteligência sobre Consumidores de Narcóticos (NNICC --- um comitê interdepartamental que inclui a DEA, CIA, FBI, o Departamento de Estado e outras agências federais), dados fornecidos pelos comitês do Congresso americano, e estatísticas internacionais fornecidas por várias nações produtoras. As estatísticas da NORML são substancialmente mais altas (3 a 4 vezes) do que as fornecidas pela maioria das agências governamentais americanas (NNICC em especial). Ambas partem dos dados oficiais da DEA para toneladas de maconha erradicadas. A NNICC estima o total da colheita baseada em sua presunção quanto à percentagem dela que acreditam ter sido erradicada. Assim, em 1987 assumem que a DEA erradicou quase 2/3 de toda a produção de maconha; em 1989, mais modestamente, calculam que somente a metade foi erradicada. A estimativa da NORML --- baseada em análise orçamentária por estado, relatórios locais, etc. --- é que, de meados para o final dos anos 80, somente 16% do cultivo foi erradicado, e baseiam suas estimativas globais nisto. Quem está certo? A NNICC notoriamente subestima a maioria das estatísticas de produção de drogas, por combinação de razões políticas e metodológicas. Tomemos o caso da produção de coca no Peru. Em 1988, EIR usou estatísticas oficiais peruanas para estimar que o total da produção de coca em 1987, naquele país, fora de cerca de 300t (capacidade máxima do hidroclorido de cocaína) --- 50% maior que a estimatva do NNICC para aquele ano. Mas em 1989, o relatório anual do NNICC subseqüentemente revisou suas próprias estimativas anteriores para cima, tornando seus algarismos de 1989 coerentes com os da EIR --- e de fato admitindo que EIR estivera sempre certa. Os algarismos do NNICC para a produção de maconha mexicana são também reveladores. Seu relatório de 1989, apresenta 1987- 4.200t ; 1988-4.710t ;1989-42.283t. O pulo gigantesco e fora de proporção para 1989, admite o NNICC, não se deve a nova produção mas ao fato de que seus números anteriores eram muito baixos. Ou, como disseram: “Este aumento é resultado de metodologias melhoradas de estimativas e uma revisão das áreas de cultivo que não foram incluídas em anos anteriores”.

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Em 1986, o Comitê Especial do Congresso para Abuso e Controle de Narcóticos publicou dados sobre importação de maconha americana (30.000t) que eram duas a três vezes maiores que os do NNICC. Estes dados do Congresso são muito mais próximos das estimativas da NORML, do que os do NNICC. Assim, é seguro afirmar-se que o NNICC subestima substancialmente a produção de maconha nos Estados Unidos. Mas os números da NORML são mais acurados? É ponto de vista da EIR, após cuidadoso exame dos dados que, embora a NORML queira puxar a brasa para sua sardinha (querem impressionar o público com o tamanho da produção doméstica de maconha, a fim de promover sua legalização), suas estatísticas globais refletem melhor a realidade do que qualquer outra série de dados publicada (não podemos ainda agora criticar seus dados por estados). Para verificar mais tarde a exatidão dos algarismos da NORML, EIR independentemente estimou a produção de maconha não americana, no hemisfério ocidental, em aproximadamente 115 bilhões de dólares em 1987. (2) Se os dados da NORML são exatos, então a produção americana de 33 bilhões naquele ano constituiria cerca de 22% do valor da produção total do hemisfério ocidental. A maior parte da maconha deste hemisfério (80-90%) é consumida nos Estados Unidos, assim, a poporção aplicável à produção hemisférica se mantém a mesma para o consumo americano do que vem dos diversos fornecedores hemisféricos. Quer dizer, é seguro afirmar, baseado nas estatísticas acima, que os Estados Unidos produzem cerca de 22% da maconha consumida internamente. Compare isto com as estimativas próprias da DEA sobre o consumo americano. Elas relatam que cerca de 25% da maconha consumida nos Estados Unidos é produzida domesticamente. Isto está no mesmo nível da percentagem que resulta do uso dos algarismos da NORML em combinação com os cálculos da EIR --- de fato, é surpreendentemente próximo, dada a óbvia dificuldade de se calcular exatamente o tamanho e valor do que é ainda uma produção ilegal. Os níveis tem piorado nos anos intermediários, pois a produção de maconha tem crescido cerca de 20% ao ano. Enquanto isto, os níveis de produção de alimentos e fibras estão deprimidos, relativamente à necessidade e produtiviidade potencial. De fato, 1987 marcou o primeiro ano na história recente em que , por um ou dois meses, os Estados Unidos foram importadores líquidos de alimentos. A Figura 1 mostra que a colheita de maconha em 1987 (33.095 milhões de dólares) foi quase equivalente às receitas do maior produto agrícola (gado e bezerros) naquele ano (33.829 milhões de dólares), e foi maior que QUALQUER OUTRO produto agrícola, e maior que várias colheitas de grãos combinadas. Os valores relativos são mostrados quanto a cinco dos produtos agrícolas principais no diagrama em barras, e outros vinte produtos são mostrados para comparação no Quadro 1. É de se salientar que, em 1987, o valor da colheita de maconha excedeu o de soja e milho combinados (18.372 milhões de dólares) --- as duas plantações que os Estados Unidos lideram no mundo. Mesmo adicionando o valor do trigo (4.869 milhões) e da forragem (2.233 milhões), o total de 25.474 milhões de dólares nem chega perto da maconha. Você está errado se espera ver “ondulantes campos de maconha” em Iowa, entretanto. Estes algarismos NÃO refletem alguma atribuída “mudança natural de preferência” entre os fazendeiros, da produção de alimento para a produção de narcótico. A colheita de maconha americana reflete uma série de decisões políticas deliberadas, por uma rede de influência nos mega-bancos, no Departamento de Justiça, no Departamento de Agricultura, no FMI e agências relacionadas, para criar as condições pelas quais a culturra das drogas é encorajada nos Estados Unidos. Durante os anos de 70 e 80, os bancos jogaram as taxas de juros internacionais na estratosfera, e então forçaram as nações do terceiro mundo a adotar políticas de austeridade. Isto profeticamente destruiu os setores produtivos de suas economias, a ponto de os banquueiros lhes dizer que deviam produzir qualquer coisa --- inclusive drogas, onde fossem lucrativas --- a fim de gerar dinheiro vivo para cobrir suas dívidas com os bancos. O crescimento espetacular do cultivo da maconha nos Estados Unidos nos anos 80 é o resultado. As mesmas taxas usurárias de juros, que destruíram o terceiro mundo, também tornaram quase impossível à agricultura sobreviver nos Estados Unidos. As falências no setor subiram como foguete, e os fazendeiros são aconselhados a cultivar maconha ou perder suas fazendas. Enquanto a administração Bush promover as políticas econômicas do mercado livre liberal em casa e no exterior, o comércio de drogas florescerá --- em casa e no exterior --- e a chamada Guerra às Drogas de Washington continuará a ser uma piada cruel. A condenação dos fazendeiros de Montana é um exemplo. Está registrado publicamente que Dick e Judith Kurth foram aconselhados pelo gerente do Banco Norwest local, Floyd DeRusha, a que teriam chance de evitar a falência se

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produzissem maconha. O casal, experiente em agronomia, produziu colheitas de maconha por anos sucessivos, pagaram suas dívidas e tinham dinheiro de sobra. De acordo com a mídia, DeRusha estava somente “brincando” quando em 1985 respondeu assim ao pedido angustiado dos Kurth por ajuda para continuarem com o rancho: “Bem, além de cultivar maconha, não sei o que podem fazer. Por que não tentam?” O presidente do Banco Norwest, Frank Shaw, negou que isto fosse um incitamento ao cultivo de droga, mas o banco aceitou alegremente o dinheiro dos Kurths para pagar o empréstimo, embora qualquer banco oficial passasse a imaginar de onde vinha o dinheiro, pois os Kurths estavam insolventes. Dick Kurth mais tarde depôs que informara ao Banco Norwest como estava conseguindo dinheiro, e que os gerentes do banco até o ajudaram a fazer os depósitos de grandes quantias, de tal forma a evitar as regras federais que investigam somas suspeitas de dinheiro. De acordo com o comportamento do banco, dinheiro é dinheiro. Por toda a nação, esta política de “remoção de uma etapa” prevalece entre os bancos e outras agências ligadas à recepção ou lavagem de dinheiro de drogas. Os grandes bancos, apanhados violando as leis federais de relatórios, e recebendo grande quantidade de dinheiro --- tais como o Banco de Boston e o SeaFirst em Seattle --- receberam somente multas simbólicas. Nenhumm acompanhamento das redes de dinheiro das drogas foi feito pelo Departamento de Justiça. Nas áreas produtoras de maconha, da mesma forma, há enormes fluxos não contabilizados de dinheiro vivo, e no entanto há visivelmente poucas buscas, acusações e condenações. Que se deve concluir do tamanho da economia doméstica de maconha? Os partidários desta, como a NORML, concluem que a produção de maconha é tão grande e lucrativa que reflete apoio público, incluindo o dos fazendeiros, e portanto deve ser legalizada. A maior parte da grande mídia também promove este ponto de vista. Mas a inspeção minuciosa dos modelos de cultivo não indicam apoio público geral ou envolvimento de fazendeiros. No relatório que segue, apresentamos um estudo sistemático, assistido por computador, da extensão e geografia do cultivo de maconha nos Estados Unidos. O estudo mostra que há áreas demarcadas de cultivo, que qualquer programa planejado de erradicação poderia desarticular ---se existisse vontade política. As duas zonas que repondem por 42% da produção de maconha americana, em 1987, estão concentradas nos estados do Pacífico (Califórnia, Oregon, Washington e Havaí), e nos condados isolados e empobrecidos dos Ozarks e Apalaches, na região dos cinco estados do centro leste dos Estados Unidos (Arkansas, Missouri, Tennessee, norte da Geórgia, Kentucky e também o sudoeste da vizinha Virgínia) (Figura 2). Os outros 58% espalham-se pela nação, mas somente nas áreas mais isoladas. Os dados mostram que não houve mudança total para a maconha por parrte dos fazendeiros tradicionais nos grandes estados agrícolas. Ao invés disso, o cultivo da maconha é feito em áreas remotas empobrecidas pelo fechamento de minas locais de carvão e de outras indústrias, e pela queda no preço dos produtos agrícolas. Junte-se a isto o fazendeiro típico da contra-cultura da “Mãe-Terra”, estabelecido especialmente na costa ocidental, mas localizado por todo o país, como produto da “Nova Era”. Se nos anos 80 tivesse havido genuíno crescimento econômico, ao invés da “Reaganomia” seguida pelo liberalismo de Bush do livre mercado igualmente desastroso, então o setor agrícola americano estaria florescendo, e a maconha não se teria tornado o novo símbolo da “agricultura alternativa”.

ONDE A MACONHA É A PRINCIPAL PRODUÇÃO LUCRATIVA Os anos 80 viram um aumento mortal na produção de maconha nos Estados Unidos. As estimativas dos 45 estados onde há estatísticas disponíveis mostram que ela é agora cultivada em quantidades significativas por toda a parte. Os diagramas de quatro barras (Figura 3) mostram a extensão do problema, e listam os 45 estados pelo valor da colheita de maconha como percentagem do valor total da produção local de todos os produtos agrícolas e do gado. A Figura 3A mostra que a produção de maconha é 655% maior que a produção agrícola combinada no Alaska, 335% na Virgínia ocidental, 237% no Havaí e 236% em Nova Hampshire. A Figura 3B lista dez estados onde a maconha é 50 a 99% do valor da colheita agrícola, do Oregon e Massachussetts (90% ou mais), até 55% no caso do Maine. A Figura 3C mostra 18 estados onde a maconha lista de 49% a 20%. E finalmente, os 13 estados onde o valor da colheita da maconha está abaixo de 20% dos outros produtos agrícolas, estão na Figura 3D. O Quadro é completo, listando todos os estados em ordem alfabética, e dando o valor em dólar da produção da maconha, o valor e nome do principal produto agrícola daquele estado, e o tamanho da cultura da maconha expresso como percentagem do principal produto agrícola legal. Por exemplo, em Vermont, o valor da maconha colhida (370 milhões de dólares) é 118% do valor do principal produto estadual --- laticínios (314 milhões).

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A Figura 6 dá outra visão comparativa da expansão do cultivo da maconha, mostrando que em 37 estados o valor de colheita de maconha cultivada excede o do grão principal (isto é, excluindo os produtos agrícolas que não sejam grãos, como gado e laticínios) cultivado naquele estado. Mas este mapa também indica um importante modelo contrário. No cinturão do milho do Meio Oeste, a maconha não sobrepuja o valor do milho e soja nas colheitas. E não sobrepuja o algodão no Texas ou a laranja na Flórida --- ao menos não ainda. Um exame mais profundo dos dados estaduais mostra claramente que os estados fazendeiros principais não são os principais estados produtores de maconha --- nem em percentagem nem em termos absolutos. A única exceção é a Califórnia, especial em muitos aspectos. Esta tem a maior população da nação, e uma economia maior que a de muitas nações. Tem uma agricultura rica e variada, com locais isolados e favoráveis ao cultivo da maconha. Também tem Hollywood, uma história de contra-cultura pró-drogas e casos de experiências com alucinógenos fornecidos clandestinamente às massas. O mapa da Figura 4 mostra os 37 estados nos quais a maconha agora é a principal produção lucrativa. O mapa da Figura 5 mostra a localização dos dez maiores estados fazendeiros do país, e os dez maiores estados da maconha. Somente a Califórnia aparece em ambos. Os dez principais estados fazendeiros forneceram 52% do total de produtos agrícolas e gado comercializados em 1987. Os dez principais estados produtores de maconha forneceram 42% da colheita total produzida nos Estados Unidos em 1987. Está claro que os dois centros de produção de maconha são (1) os estados do Pacífico, Havaí, Califórnia, Oregon e Washington, e (2) os estados do centro leste: Arkansas, Missouri, Tennessee, Kentucky, Geórgia e Carolina do Norte. Os condados limítrofes, no sudoeste da Virgínia, e outras partes remotas nos estados vizinhos, como a Virgínia ocidental, podem ser incluídos. Os estados do Pacífico ficaram famosos, em meados dos anos 80, pelo que se chamou o “Triângulo de Esmeralda” no norte da Califórnia. Entretanto, nos últimos três anos, redes de vendedores de drogas expandiram vastamente o número de áreas de cultivo por toda a enorme região, com sementes de alta qualidade, equipamento especializado, e outros insumos. O clima do Havaí pode fornecer três colheitas anuais. Lugares no sul da Califórnia e Arizona desenvolveram estufas subterrâneas, com luzes para crescimento, e plantação em água. O cultivo da maconha nos estados do leste está espalhado por áreas remotas dos Ozarks e dos Apalaches. Tanto a crise agrícola dos anos 80 quanto o fechamento das minas de carvão deixaram milhares (de trabalhadores) sem meio de sustento e nenhuma esperança. Neste círculo de probeza, os residentes locais, os empresários tolos e os aventureiros políticos criaram “zonas de maconha”. Na atmosfera de depressão econômica, certa quantidade de policiais estaduais, xerifes, delegados e juízes corruptos, não estão preparados para desalojar as redes de drogas. Estes são freqüentemente os “yo boys” que acham o máximo ter uma arma, algum dinheiro e olhar para o outro lado. O oficial de polícia ou cidadão que tenta agir neste ambiente são alvo de embaraços ou mesmo a morte. Extensas áreas nos parques nacionais estão plantadas com maconha, tanto por causa do isolamento quanto porque o plantador espera assim evitar o confisco de propriedade pessoal em caso de ser descoberto. Os 661 mil acres da Floresta Nacional Daniel Boone em Kentucky tem grandes áreas de maconha plantada em lugares isolados, atrás de campos de milho ou nos caminhoos dos milharais. No Havaí, na Grande Ilha, os plantadores de maconha se aproveitam de vastas áreas de terra subdesenvolvida. Até as descobertas ocasionais fornecem suficiente informação para mostrar as características sociais e geográficas do cultivo de maconha: CONDADO CLAY, KENTUCKY: 40% dos 24.100 cidadãos do condado cultivavam maconha em 1989, de acordo com autoridades locais. O condado tinha 25% (de trabalhadores) desempregados, comparados com a taxa oficial nacional de 6%; metade da população vivia do Seguroo Social, ou pagamentos por invalidez ou desemprego; havia 50% de evasão escolar, comparada com 25% nacionais. Esta área fora anteriormente uma região produtora de carvão, mas na minas foram fechadas. Há um ano, o condado era o maior produtor de maconha no Kentucky, que por sua vez era o terceiro maior produtor da nação. SUDOESTE DA VIRGÍNIA: a mesma situação prevalece nesta região de 15 condados, onde a mineração de carvão está morrendo, e não há mais nada crescendo nesta área montanhosa. No último verão, uma batida policial destruiu 10.753 plantas, com valor estimado em 10,7 milhões de dólares. Dois novos modelos aparecem nos estados do Pacífico:

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HAVAÍ: na última década, este estado foi o primeiro ou segundo maior produtor de maconha da nação. Canteiros de maconha grandes como 1/4 de acre pontilham as florestas estaduais. Alguns plantadores escondem suas plantações nos canaviais. Quando se fez no ano passado um esforço de erradicação por seis meses, chamado Operação Varredura, estimou-se que 800.000 plantas foram destruídas. Isto representa cerca de 80% das plantas cultivadas fora de casa, e mostra a extensão das plantações, cujo valor, relatórios da batida, na mídia, estimaram em 8 bilhões de dólares. CALIFÓRNIA: alguns plantadores do Triânguulo de Esmeralda californiano mudaram-se para o sul para evitar embaraços com as autoridades policiais. Investiram em produção subterrânea de maconha com alta tecnologia. A DEA invadiu 130 fazendas destas em 1989, e mais de 260 em 1990.As palntações mais avançadas destinam-se a produzir quatro colheitas anuais. Uma “fazenda” invadida no último outono, no deserto perto de Lancaster, custou cerca de 1 milhão de dólares para ser construída, e tinha potencial para cultivar 8.500 plantas quatro vezes por ano, com lucro anual de 75 milhões. Tanto as invasões como as estatísticas mostram que o fazendeiro médio NÃO vê a maconha como uma alternativa, a despeito do encorajamento que a “recuperação” econômica de Reagan-Bush fornece. O mapa na Figura 5 mostra que os estados do cinturão graneleiro NÃO são do modelo dos 37 outros, onde o valor de colheita da maconha excede o valor da produção graneleira principal do estado (excluindo laticínios ou gado). Os estados do cinturão graneleiro produzem relativamente pouca maconha --- se centenas de milhões de dólares anuais podem ser consideradas “pouco”. Eles só parecem melhor em comparação com a costa oeste e o “cinturão de maconha” dos Apalaches. Tipicamente, vários lotes de tipos selvagens de maconha são cultivados no cinturão graneleiro, e poucas estufas de alta tecnologia são usadas. Em nenhum dos dez principais estados fazendeiros o valor da maconha ultrapassa o da produção agrícola principal, como o Quadro 2 mostra. Entretanto, na Califórnia e na Flórida, o valor de colheita de maconha excede o valor da produção das estufas e viveiros --- o segundo produto em cada estado. O valor de colheita da maconha excede o do terceiro produto em quatro estados: Califórnia (gado), Texas (trigo), Kansas (sorgo) e Flórida (tomates)

FAZENDEIROS DESESPERADOS VOLTAM-SE PARA A MACONHA Em dezembro passado (1991), o CHICAGO TRIBUNE publicou o artigo “Cânhamo valorizado como cultura lucrativa é efeito secundário da maconha legalizada”, que cantava as virtudes da maconha para fazer papel, remédio e outros objetos, dizendo que os fazendeiros poderiam ter altos lucros ao cultivar cânhamo, de acordo com a Iniciativa para a Maconha em Illinois (IMI). “Esta é definitivamente uma cultura lucrativa. Pode significar bilhões de dólares para os fazendeiros americanos... Já é o principal produto lucrativo ilegal da nação”, dizia Mike Rosing, da IMI. Tais argumentos se dirigem, não aos fazendeiros, mas para amansar a população não-fazendeira, para (conduzi-la) mais droga e degradação. Nenhuma família fazendeira tradicional e independente, em sua “mente sã ”, é tão tola de pensar ser sábio basear a política agrícola nacional, e as decisões individuais sobre o que cultivar, nas drogas. Entretanto, a política agrícola americana nos últimos 25 anos foi um desatre. E milhões de americanos --- incluindo os fazendeiros --- estão “fora de si ” em tolerá-la. Se isto continuar, logo não terão mais chance senão cultivar maconha ---ou passar fome. Na “recuperação Reagan-Bush” da década de 80, a crise atingiu o cinturão fazendeiro americano. Estima-se que 400.000 fazendeiros faliram ou foram forçados a desistir, vendendo ou abandonando seus trabalhos. Por ordem do cartel dos alimentos, cujos executivos dirigem os programas do Departamento de Agricultura americano (USDA), o governo americano seguiu uma política radical de mercado livre, na lei agrícola qüinqüenal de 1985 e nas negociações do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). Um estudo governamental prediz que se a proposta americana ou uma lei agrícola doméstica equivalente fosse aplicada no GATT, mais 500.000 fazendeiros desapareceriam em 1992. O maciço empobrecimento das famílias fazendeiras americanas nos anos 80 foi alcançado por uma combinação de altas taxas de juros, fechamento de fontes de financiamento, desvalorização de bens agrícolas, altos custos dos insumos e baixos preços dos produtos. Isto é um paralelo exato do empobrecimento das nações do terceiro mundo. Em 1981, a agricultura americana tinha um valor total de bens de 1 trilhão de dólares, que caiu parra 760 bilhões em 1990 --- queda de 24%. Naquela década, as agências de empréstimos desvalorizaram os bens dos fazendeiros nos empréstimos, e pediram mais altas taxas de juros nas dívidas. Após Paul Volcker tornar-se chefe da Reserva Federal em 1979, sua política de alta das taxas fez com que alguns empréstimos agrícolas excedessem 20% nas taxas de juros.

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Durante algum tempo, no princípio dos anos 80, os fazendeiros lutaram para empenhar tudo que possuíam, e afundaram em dívidas. Pedidos encheram a Administração dos Lares Fazendeiros (FmHA), a última fonte de empréstimos para estes. Em meados dos anos 80, o débito total agrícola alcançava mais de 215 bilhões de dólarres, em mãos de três grandes grupos: a FmHA, os bancos comerciais e a Associação de Crédito à Produção (PCA), entidade privada com apoio governamental limitado. Então o machado caiu. A administração Reagan-Bush ordenou que as empresas dificultassem os empréstimos. Em 1990, o débito agrícola total da nação diminuira para menos de 190 bilhões, por um processo de fechamento de centenas de milhares de fazendas, e “espremendo-se” outros fazendeiros até a alma. O Departamento de Agricultura (USDA) forçou milhares de seus devedores da FmHA a falência forçada. Centenas de pequenos bancos agrícolas locais foram junto. Esta situação prevalece até hoje. As comunidades agrícolas tornarram-se cidades fantasmas. E com os baixos preços dos produtos agrícolas, os fazendeiros ainda são incapazes de pagar o serviço da dívida e se capitalizarem. Os preços de todos os produtos agrícolas nos Estados Unidos e no exterior, são artificialmente abaixados pelas companhias do cartel de alimentos --- Cargill, ADM/Toepfer, Louis Dreyfus, Continental, Bunge, André/Garnac, e algumas outras --- cuja política é liquidar a família fazendeira independente. A maioria dos preços agrícolas são menos da metade da paridade (preço justo cobrindo custos de produção, e retorno de investimento suficiente para garantir a capitalização necessária para produção contínua de alimentos). O Departamento de Agricultura (USDA) publicou relatório em 1987 dizendo que a paridade era um conceito fora de moda. A crise é exemplificada pela situação atual do trigo, o sustento da vida. A Figura 6 mostra que os preços do trigo caíram nos últimos oito meses. O preço médio hoje é 2,38 dólares o bushel, menos do que há vinte anos, e METADE do custo mínimo de produção. Contrariamente a qualquer propaganda que você possa ouvir, isto não representa um excesso de trigo no mercado, nem qualquer supressão de preços de acordo com alguma mítica lei da oferta e da procura. Ao invés disso, representa sistemático pagamento a menos aos fazendeiros pelas companhias do cartel graneleiro, que monopolizam o comércio mundial de grrãos e sua distribuição doméstica. É política de Londres e Washington, apoiar este pagamento a menos dos fazendeiros pela sua produção de alimentoos, em nome da competição do “livre mercado”. O trigo é, na realidade, produzido a menos do que sua necessidade exige. Em bases mundiais, menoos grãos de todos os tipos foram colhidos, de 1987 a 1989, do que consumidos. Enquanto mais de 2 bilhões de toneladas de grãos de todos os tipos são necessários ao consumo, somente 1,6 a 1,75 bilhões de toneladas foram produzidas. Destas, a produção de trigo atingiu cerca de 420 milhões de toneladas. Para um mínimo de dietas decentes, mais de 3 bilhões de toneladas seriam necessárias para o consumo direto como cereais, e consumo indireto como produto para o gado. Os estoques de reserva de grãos de todos os tipos diminuíram de 1986 até hoje. Portanto, a primeira colheita decente no período, 1990, não anula esta queda, nem o fato de que milhões foram despojados da nutrição adequada. Durante os anos 80, a produção alimentar per capta declinou na Ibero-América. Na África, declinou tão drasticamente nos últimos vinte anos que a fome ocorre em escala de genocídio. O gráfico mostra que a “taxa de uso dos estoques” do trigo é baixa. Isto ilustra que os preços para os fazendeiros deveriam ser muito maiores. Com mudanças pequenas, o quadro do trigo e dos grãos permanece verdadeiro para outros itens da dieta --- óleo, açúcares, carnes, laticínios, frutos e vegetais. Os preços caíram para os fazendeiros enquanto deficiências estão forçando milhões a passar fome. Neste ambiente deprimido, a “indústria da maconha” fincou pé.

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PARTE 1 NOSSOS INIMIGOS PROVARAM QUE

ESTÁVAMOS CERTOS

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1 POR QUE ESTE LIVRO SE TORNOU

FAMOSO ? Quando a primeira edição de Narcotráfico S. A. foi publicada em dezembro de 1978, provocou duas ondas de choques nas capitais internacionais do crime organizado ---de Londres a Moscou, de Genebra a Boston e ao baixo Manhattan, de Tel Aviv a Milão, Sofia e Montreal. Mais de sete anos depois, o cartel multinacional dos narcóticos ainda luta desesperadamente para encobrir a verdade que nosso livro expôs. Mas felizmente, enquanto várias agências governamentais confirmavam a realidade de nossas acusações por si mesmas, a resposta furiosa do inimigo aos 100.000 exemplares da primeira edição produziram novas provas, implicando um conjunto maior de poderosas figuras internacionais. Na primaverra de 1978, Lyndon LaRouche autorizara a investigação original que levou à publicação de Narcotráfico S. A. com base na convicção de que, a menos que o governo e o povo americanos não se movessem rapidamente para esmagar a máfia internacional das drogas, os Estados Unidos em uma geração, desapareceriam como nação e, com seu colapso, a civilização ocidental cairia em uma nova Idade das Trevas. O livro foi concebido como um relatório de inteligência militar, um primeiro passo para o lançamento de uma guerra total às drogas , empregando todos os recursos militares, tecnológicos e morais que as nações aliadas usaram na Segunda Guerra Mundial para derrotar o nazismo. Este foi nosso objetivo. Em meados dos anos 80, embora a administração Reagan adotasse o dístico “Guerra às Drogas” como um bordão de propaganda, as maiores batalhas na guerra que LaRouche propusera foram realizadas na Ibero-América, por nações como o Peru, do Presidente Alan Garcia e Colômbia do Presidente Belisario Betancur --- com ajuda restrita dos Estados Unidos. Em 9 de março de 1985, LaRouche apresentou, em uma conferência na cidade do México, um plano de batalha para a guerra às drogas no hemisfério, que traria as forças armadas americanas para a luta. O plano LaRouche é publicado no Apêndice A deste livro. Em 3 de março de 1986, a Comissão Presidencial para o Crime Organizado recomendou a Ronald Reagan: “Os Chefes Conjuntos devem ser instruídos pelos mais altos níveis de governo... que ação hostil ou destrutiva dentro ou fora --- às claras ou secreta --- incluirá --- a invasão deste país pelos contrabandistas de drogas”. A esta conclusão se opuseram ferozmente o FBI e o corrupto Departamento de Justiça americano, presidido pelo Procurador Geral Edwin Meese, e a permissão para a participação militar americana na guerra às drogas não foi dada. O local de batalha da guerra às drogas mudou significativamente nos anos intermediários, desde a primeira publicação de Narcotráfico S. A.. Em 1978, a administração Carter apoiava a descriminalização e legalização da maconha e da cocaina. O abuso “recreativo” das drogas era tratado como “crime sem vítima”. Hoje, com cada grupo populacional vitimado pelo tráfico de drogas --- congressistas, estudantes de ginásio, trabalhadores industriais, donas de casa, atletas profissionais, homens de negócios de Wall Street --- tais alegações de “crime sem vítima” soam crescentemente vazias. Quando da primeira publicação de Narcotráfico S.A., a “fonte de riqueza da cocaína” latino-americana, que abriria um novo e feio capítulo nos anais do crime organizado, e dispararia os lucros anuais da Narcotráfico S. A. até meio trilhão de dólares, ainda estava um ou dois anos no futuro. Na verdade, em 1978, Carlos Lehder Rivas, o chefe da rebelião narcoterrorista colombiana de então, e declarado colaborador do exército terrorista assassino M-19, acabava de sair da prisão em Miami por roubo de carro e condenações por maconha, e estabelecia os primeiros contatos com o financista Robert Vesco da Narcotráfico S. A.. O conceito de narcoterrorismo --- primeiro elaborado na edição inicial deste livro --- foi ridicularizado nos círculos policiais e de Inteligência, onde imagens de “Pedros bigodudos” da máfia siciliana e Robin Hoods esquerdistas ainda impediam os policiais discernirem que uma única economia subterrânea mundial servia ao tráfico de drogas e de armas ilegais. Revelações que surgiram da tentativa de assassinato do Papa João Paulo II, em maio de 1981, começaram a abrir os olhos de alguns, especialmente a respeito do papel ativo da KGB soviética. Com a invasão soviética do Afeganistão em 1979, o tráfico internacional de heroína, centralizado no Triângulo Dourado do sudeste asiático, onde agira com tanto sucesso durante a guerra do Vietnã, começou a se diversificar e se expandir rapidamente no Afeganistão ocupado e no vizinho Paquistão. A chegada ao poder do “fundamentalismo islâmico” no Irã do aiatolá Khomeini, sob os auspícios do especialista soviético G. A. Aliyev, junto com o fomento soviético-britânico das inssurreições separatistas como o “Kalistão” sikh, transformaram o sudoeste asiático em um “Crescente Dourado” para o cartel das drogas, rivalizando com o Extremo Oriente.

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Nesta nova edição de Narcotráfico S. A., atualizamos o ambiente, adicionando novas seções sobre a estrutura de comando do cartel das drogas, o tráfico destas na Ibero-América e no sudoeste asático, e o papel principal do Império Soviético no mundo. Em um aspecto, entretanto, a história da Narcotráfico S. A. é a mesma hoje do que foi há sete anos --- a corrupção sem paralelo de tantas instituições financeiras “respeitáveis” mundo afora. Desde sua publicação original, esta principal acusação levantada por Narcotráfico S. A. tem sido maciçamente redocumentada por fontes oficiais --- e pelos próprios banqueiros das drogas da Narcotráfico S. A., cujos ataques descontrolados e selvagens a nós, demonstraram repetidamente que vêem nossos esforços como a mais séria ameaça à sua contínua existência.

VISÃO APOCALÍTICA OU REALIDADE DIÁRIA? A idéia de que algumas das principais instituições financeiras privadas do mundo estivessem implicadas internacionalmente na lavagem de centenas de bilhõees de dólares anuais em dinheiro ilegal das drogas, foi encarada como o fato mais chocante revelado por Narcotráfico S. A.. Demonstramos que a droga era o segundo mais lucrativo produto do comércio internacional, logo após o petróleo, e que os lucros anuais do tráfico de narcóticos excedia o PNB (Produto Nacional Bruto) da maioria das nações do mundo, e os lucros das maiores multinacionais. A revista semanal americana SATURDAY REVIEW descreveu nosso ponto de vista como “uma verdadeira visão apocalítica”. Os anos intermediários e a initerrupta fieira de revelações mostraram que o apocalipse está aqui. Após a publicação, em novembro de 1984, do relatório da Comissão Presidencial sobre o Crime Organizado sobre lavagem de dinheiro, do relatório de março de 1983 do Sub-comitê Permanente de Investigações do Senado americano, e de incontáveis audiências do Congresso a respeito dos bancos e da lavagem de dinheiro, o conteúdo principal de Narcotráfico S. A., em sua primeira edição, foi reafirmado por fontes oficiais. Entre as primeiras confirmações, veio a da Superintendência dos Bancos Estaduais de Nova York: com base nas provas apresentadas pelos autores, este órgão regulador recusou permitirr que a corporação bancária Hong Kong and Shangai (Hong Kong and Shangai Banking Corporation, o HSBC), comprasse o controle do banco de Nova York, Marine Midland, em 1979, atrasando o que até então era o maior plano de absorção por estrangeiros, na história bancária americana. A superintendente, Muriel Siebert, requereu contabilidade detalhada dos lucros escondidos do HSBC, dos subsídios e outros subterfúgios da lavagem de dinheiro, e recusou a pretensão quando a instituição de Hong Kong obviamente recusou. O HSBC foi compelido a usar um subterfúgio --- enfim sancionado pela diretoria da Reserva Federal de Paul Volcker --- a fim de consumar a absorção: arranjou para que o banco Marine Midland, um dos maiores da América, mudasse sua categoria de estadual para nacional, para evitar o poder regulador do estado de Nova York. A Reserva Federal desobedeceu às regras e aceitou a absorção do Marine Midland no começo de 1980, preferindo ignorar a lei e a regulação bancária do centro financeiro da América, o estado de Nova York, do que atrapalhar os planos da Narcotráfico S. A.. Em 1978 escrevemos: “Como é possível que 200 bilhões de dólares ou mais em dinheiro sujo, atravessando fronteiras internacionais, possam permanecer fora do controle da Lei? De novo, só uma resposta é possível ser admitida: um gigantesco bloco de operações bancárias internacionais, e outras financeiras relacionadas, foram criadas somente para administrar o dinheiro sujo. Mais, este bloco de bancos internacionais goza da proteção soberana de mais do que alguns governos”. Meia década depois, a acusação parece fantástica para alguns. Deve ser comparada com as conclusões do estudo intitulado “Crime e Segredo: o uso de bancos e companhias estrangeiras”, publicado pelo Sub-comitê Permanente de Investigações do Senado americano em março de 1983, após dois anos de investigações. Este estimou a economia ilegal dos Estados Unidos em 10% do PNB, ou mais de 300 bilhões de dólares. O estudo relatava que Londres era o principal centro no mundo para esconderijo de fundos, acusação primeiro feita em Narcotráfico S. A.; que 2/5 de todas as atividades bancárias estrangeiras fora da Suíça eram relizadas por outros centros no exterior, permanecendo esta, para a prática de “abertura” de contas financeiras secretas, para tornar impossível determinar o proprietário beneficiado. Colocamos como sub-título, no trabalho de 1978, “A Guerra do Ópio da Grã-Bretanha Contra os Estados Unidos”. Os investigadores do Senado foram a Londres pedir a colaboração britânica no desmantelamento das atividades criminosas dos centros do exterior, e reclamaram que os funcionários britânicos rejeitaram a proposta de imediato, afirmando que o crime organizado era um problema interno americano e não de Londres.Os britânicos disseram aos investigadores do Senado:

• “Conforme Londres o vê, o problema do crime em sua maior parte pertence aos Estados Unidos pois, se é dinheiro de drogas ou de outra fraude, deriva primeiramente de fontes americanas, isto é, transações criminosas nos Estados Unidos e processada no exterior em favor de cidadãos e companhias americanas. Londres

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argumenta que o controle terá somente custos e nenhum benefício. Nestas condições, qualquer que seja a política americana, é melhor que o Reino Unido não se envolva, colaborando.”

O estudo do Senado resume as acusações dos procuradores americanos contra bancos suíços, britânicos e canadenses nos anos anteriores, com múltiplas menções aos três maiores bancos suíços, ao maior banco comercial britânico, o Barclays, ao banco da Novaa Escócia do Canadá, tanto quanto as filiais no exterior de bancos americanos. Com referência ao banco da Nova Escócia, situado nos lugares mais escondidos do establishment britânico, o relatório reclama: “Por exemplo, no Caribe, um grande banco internacional canadense tem sólida reputação de encorajar dinheiro sujo...Altos empregados do banco descrevem exemplos de haverem as sedes dos bancos removido gerentes competentes no exterior por causa de fracassos...em otimizar lucros por relações corruptas.” Não meramente no específico, mas também nas conclusões, o relatório do Senado corrobora os julgamentos mais controvertidos que afirmamos em 1978. Argumentávamos que uma grande parte da estrutura bancária mundial começara a existir a fim de manejar os fluxos de dinheiro sujo. O relatório do Senado concluiu que as operações financeiras ilegais estão agora tão intimamente relacionadas com o sistema bancário no exterior em geral, que o movimento dos fundos ilegais pode constituir uma ameaça à segurança do sistema bancário mundial como um todo. Citando o caso da falência em 1972 do Banco Ambrosiano, veículo infeliz de Roberto Calvi para as operações financeiras e políticas sujas, o relatório diz:

• Em 1982, o Banco Ambrosiano de Milão, Itália, faliu, enfraquecido por um compromisso com empréstimos, de 1,4 bilhões de dóllares, a várias misteriosas companhias “laranjas” panamenhas... O Euromarket é um aspecto criticamente importante... do comércio internacional. Mas, nos paraísos fiscais onde o dinheiro é lavado, não há regulamentação. Assim, as mesmas condições que facilitam o comércio internacional, também criam oportunidades criminosas. O uso criminoso de facilidades no exterior causa problemas à estabilidade dos sistemas bancários nacionais por inteiro. A condição frágil do sistema bancário mundial hoje é resultado em parte de empréstimos questionáveis, controles fracos e o risco do próprio país, quando tantas nações não podem pagar os juros ou o principal de suas dívidas. Não é inconcebível que possa ser uma perda criminosamente derivada, e não a falta de pagamento de um empréstimoo por uma nação soberana, o que pudesse ser uma falha que quebrasse o sistema bancário.”

Como relataremos adiante, a preocupação específica do comitê do Senado, no caso do Banco Ambrosiano de Calvi, não era meramente conjectural. Quando o financiamento do sistema bancário americano deriva do capital especulativo internacional, não é exagero afirmar que os caprichos do submundo financeiro possam determinar o destino de todo o sistema bancário mundial. Em outubro de 1984, o papel dos mais prestigiados bancos comerciais e corretoras, em Boston e Nova York, ao lavar o dinheiro das drogas tornara-se um escândalo tão público que a administração Reagan redigiu um modelo de legislação permitindo a condenação criminal de executivos de bancos. E a Comissão Presidencial sobre o Crime Organizado, um painel “fita azul” estabelecido por Ronald Reagan pela Ordem Executiva 12435, de 23 de julho de 1983, devotou todo o seu primeiro relatório público à “Conexão do dinheiro vivo, crime organizado, instituições financeiras e lavagem de dinheiro”. Entre as grandes casas financeiras ali citadas por lavarem dinheiro estavam o Chemical Bank, a Merrill Lynch, o Chase Manhattan Bank e a Deak-Perrera. Quando a Comissão publicou seu relatório, a coleção de truques do tráfico de drogas, ao menos os mais conhecidos, foram expostos: o uso de cassinos para lavar o dinheiro das drogas, a corrupção e virtual absorção de bancos, a participação de firmas importantes, como a E. F. Hutton --- que enviou guardas de segurança ao Hotel Waldorf-Astoria para ajudar um cliente colombiano a trazer malas cheias de dinheiro vivo aos seus escritóorios, e depois livrou-se dele quando informada de que ele estava sob investigação como lavador de dinheiro para os traficantes colombianos de cocaína. Esta confirmação de nossas conclusões originais poderia ser um consolo maior se não fosse pela expansão contínua e maciça do tráfico de narcóticos e das redes de dinheiro sujo. Com o consumo de 75 bilhões de dólares anuais em cocaína só nos Estados Unidos, e o rápido crescimento do vício da heroína na Europa ocidental, nossa estimativa original de 100 bilhões anuais em vendas de narcóticos, nos Estados Unidos, e 200 bilhões no mundo, foi sobrepujada pela realidade. O tráfico de narcóticos aumenta no mínimo em 200 bilhões de dólares anuais nos Estados Unidos, e 500 bilhões no mundo, e a associação com o tráfico ilegal de armas, contrabando, etc., cresceu na mesma proporção. Pela primeira vez, as nações da Ibero-América estão lutando abertamente, em seus parlamentos nacionais e em seus encontros internacionais, por sua soberania, contra os aliados confessados das máfias de narcóticos, que ousam desafiar abertamente o poder dos governos legalmente constituídos. Na Colômbia, onde o antigo Presidente Alfonso López Michelsen jactou-se de haver se reunido com a máfia dos narcóticos, e avisou o governo para aceitar os termos desta, o M-19 narcoterrorista realizou um ataque armado ao Ministério da Justiça, tomando como reféns e assassinando 11 ministros da Suprema Corte. No Peru, o Presidente Alan Garcia conduziu uma guerra total aos traficantes de drogas,

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mas as gerrilhas terrroristas do Sendero Luminoso têm repetidamente cortado o fornecimento de eletricidade às grandes cidades, assassinando policiais e queimado casas no campo. Os países do Pacto Andino estão mergulhados no mesmo tipo de guerra sem fim, que assolou o sudeste asiático --- a região do ópio chamada “Triângulo Dourado” --- desde meados dos anos 60, onde bandos paramilitares bem armados e bem organizados controlam o território onde a papoula é plantada. A despeito da promessa do Presidente Reagan de uma guerra às drogas, a despeito dos esforços heróicos da polícia italiana contra a máfia siciliana, a despeito da destruição da gangue de Calvi na maçonaria italiana (P2 --- Propaganda 2---N.T.), a despeito da batida nas operações de lavagem de dinheiro nos bancos da Flórida --- a despeito de tudo isto, a rede internacional que chamamos de Narcotráfico S. A. não somente floresceu, como chegou às posições de comando na economia mundial. O FMI (Fundo Monetário Internacional) desavergonhadamente obedece às suas ordens, quanto às nações devedoras do setor em desenvolvimento. Em junho de 1983, o FMI fez seu primeiro comentário público sobre o assunto, em um apêndice escondido em seu relatório “Panorama da Economia Mundial”. Em seu estilo ameno e malevolente, o FMI notou que cerca de 200 bilhões de dólares anuais desapareciam das contas dos governos nacionais, que relatavam seus dados do balanço de pagamentos à organização financeira internacional. A isto se referem, nas comparações de contas governamentais, como “discrepância estatística no balanço de pagamentos de conta corrente global”. Esta representa a diferença entre os superávits de todos os países e os déficits, uma vez tudo totalizado. Em teoria, o déficit de um país deve ser o superávit de outro. Em 1982, entretanto, o excesso total dos déficits sobre os superávits subira para 89 bilhões. Se todas as discrepâncias entre os pagamentos e as receitas em conta corrente dos países fossem totalizados individualmente, mais do que agregados em uma base global, o total para 1982 chegaria a 200 bilhões de dólares --- representando quase 1/5 do comércio mundial. Em outras palavras, o déficit líquido relatado por todos os países é 89 bilhões; os fundos não contabilizados por todos os países é quase de 200 bilhões de dólares. Desde 1973, aditou o FMI, o volume total de tal discrepância acumulou a fantástica soma de 800 bilhões de dólares. Isto não surpreende as nações Ibero-Americanas, assoladas pela fuga de capitais em 1982 e 1983. Os números brutos mostram que o movimento do capital internacional está inteiramente fora das mãos dos governos; que estes nem mais podem identificar 200 bilhões de dólares anuais em fluxos de capitais, muito menos tentar influenciá-los! O relatório do FMI deixa pouco à imaginação: a origem da “discrepância estatística” é o capital especulativo internacional e os fluxos relacionados de dinheiro ilegal. O documento de 1983 afirma:

• “O principal fator determinante do crescimento da assimetria nos pagamentos em conta corrente no mundo tem sido o crescimento bem rápido no balanço negativo dos invisíveis. Após estarem aproximadamente balanceados em 1973, os pagamentos e as receitas de serviços e transferências privadas estimadas divergiram progressivamente cada vez mais nos anos seguintes, e o excesso dos pagamentos registrados sobre as receitas naquelas contas alcançou 800 bilhões de dólares em 1982”.

O FMI relata diretamente que os “invisíveis” que formam a “discrepância estatística”, isto é, “transporte”, “ganhos reinvestidos” e “outras rendas recebidas” se reduzem ao capital especulativo:

• “A parte mais prontamente identificável deste enorme excesso dos débitos sobre os créditos encontra-se nos serviços fornecidos pelos navios com bandeira de conveniência. Os pagamentos dos serviços desses navios são, em sua maior parte, registrados nas estatísticas do balanço de pagamentos dos países que usam esses serviços. Os créditos correspondentes, por sua vez, são tipicamente não registrados no balanço de pagamentos de qualquer país”, isto é, entram no sistema bancário ilegalmente.

O FMI, suposto regulador das finanças internacionais, explica que as finanças internacionais estão agora sem lei. As consequências dessa confissão são excitantes. Após arruinar as economias e enfraquecer a estabilidade política da maior parte da Ibero-América, tanto quanto da Nigéria, das Filipinas e numerosas outras nações do setor em desnvolvvimento, o FMI admite que a provocação dessas ações --- o êxodo em massa do capital e aumento conseqüente da dívida externa dos países viitimados --- está fora do controle dos ditos países. Na verdade, de acordo com o FMI, está fora do controle de qualquer governo nacional.

A NARCOTRÁFICO S. A. RESPONDE ÀS ACUSAÇÕES Muito antes que os policiais e os serviços de Inteligência das nações ocidentais respondessem ao desafio colocado pela publicação de Narcotráfico S.A., o próprio cartel das drogas deu sua resposta. Lyndon LaRouche e seus associados mais próximos tornaram-se alvos imediatos de uma campanha brutal de calúnias, tentativas de assassinato, seqüestros e eventualmente um ataque por elementos do Departamento de Justiça americano, das côrtes federais e do FBI, que estavam eles mesmos dominados pela máfia internacional das drogas.

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A primeira resposta da Narcotráfico S. A. veio na forma de ataques simultâneos publicados pela Liga Anti-Difamação de B`nai B`rith (ADL) e a Fundação Heritage, de modelo britânico, esta um loby nominalmente “conservador” que está em verdade continuando as políticas da Companhia das Índias Orientais e do apologista do comércio de ópio Adam Smith. Conquanto a edição original de Narcotráfico S. A. houvesse colocado os patrocinadores da ADL, Edgar Bronfman e Max Fisher, entre os principais “cidadãos acima de qualquer suspeita” americanos e canadenses com profundas ligações com o tráfico internacional de drogas, foi somente como resultado da campanha caluniosa da ADL que a extensão total do papel desta, como relações públicas dos interesses da droga, veio à superfície. O atual presidente nacional da ADL, Kenneth Bialkin, do escritório de advocacia Willkie, Farr & Gallagher, de acordo com os registros da Corte Federal americana do distrito sul de Nova York, era a eminência parda por trás do traficante de drogas Robert Vesco, e sua pilhagem do Investors Overseas Service (IOS) em centenas de milhões de dólares, dinheiro que usou para construir seu império caribenho de dinheiro sujo. Agora baseado em Havana, Vesco, herdeiro aparente do “bruxo das finanças” original do sindicato do crime organizado, Meyer Lansky, recentemente realizou o sonho deste, de transformar a Cuba de Castro na capital do contrabando hemisférico de armas por drogas e dinheiro sujo. E, ao fazer isto, o mais notório cliente do presidente da ADL, Bialkin, tornou-se um comissário honorário no exército dos negociantes de narcóticos da KGB de Yuri Andropov. Um antigo presidente da ADL, o presidente do banco Sterling National, Theodore Silbert, foi processado pelo governo italiano na Corte Distrital de Nova York, em 1983, por suposta conspiração criminosa com o financista da máfia Michele Sindona. As peças legais do governo italiano alegavam que Silbert intencionalmente ajudava Sindona a pilhar o Banca Privata e outras companhias que Sindona controlava, antes de suas falências. O banco Sterling National, que supostamente lavara os fundos pilhados de Sindona, admministra as contas correntes e de investimentos da ADL. Em fevereiro de 1985, quando Dope, Inc. (Narcotráfico S. A.) foi publicado em espanhol como Narcotráfico S. A. e distribuído nos países latino-americanos, os mais íntimos aliados financeiros dos Rockefellers na Venezuela, a família Cisneros, deram em público um acesso de raiva. Puxando os fios, o clã Cisneros usou agentes da polícia política venezuelana, o DISIP, para realizar uma invasão, às duas da madrugada, no escritório da EIR em Caracas, prender seus correspondentes em suas casas, submetê-los a mais de 48 horas de prisão ilegal, interrogatório, ameaças e abuso físico e, finalmente expulsá-los do país. Sua ofensa foi simplesmente serem funcionários da EIR, autora de Narcotráfico S. A.. A família Cisneros, anunciou um agente do DISIP à EIR, “...não permitirá que uma única cópia do livro circule.” Logo após, graças a um juiz complacente , Narcotráfico S. A. tornou-se o primeiro livro a ser censurado na Venezuela, desde o fim da ditadura militar de 1958. Voce pode ler o que temos a dizer sobre a família Cisneros, palavra por palavra, mais adiante neste livro ---incluindo a conexão da família com a Cuba de Castro, que tanto os embaraçou. Em agosto de 1985, outro aliado de Rockefeller, o antigo Primeiro-ministro do Peru, Manuel Ulloa, ajuizou uma ação por calúnia contra a Coalizão Anti-Drogas Peruana e seu chefe Luis Vásquez Medina, por repetirem as acusações contra Ulloa feitas em Narcotráfico S. A.. Com o governo de Garcia investigando os interesses financeiros e políticos da administração anterior que havia protegido o comércio de drogas, Ulloa esperava silenciar os que o acusavam, por suas políticas terem pavimentado o caminho para a tomada da economia peruana pela Narcotráfico S. A.. Mas em 17 de outubro de 1985, a corte rejeitou a ação de Ulloa e absolveu a CAD (Coalizão Anti-Drogas Peruana) e Vásquez totalmente. Em 22 de março de 1986, um painel de três juízes da Corte Superior peruana confirmou unanimemente a sentença da Côrte inferior. Acordou que as publicações da Coalizão Anti-Drogas, inclusive Narcotráfico S. A. tinham o “objetivo de crítica à política econômica que o apelante executara...que é descrita como ´super-liberal`... (e) cuja política permitira a proliferação não somente do comércio de drogas mas também do bingo, das companhias financeiras e da especulação imobiliária, que estão interconectadas e que formam as ´economias ilícitas`” .

OS LOBISTAS DAS DROGAS INVADEM OS PALÁCIOS DE JUSTIÇA Em 22 de outubro de 1984, os escritórios em Boston do Procurador Federal William Weld iniciaram uma falsa investigação criminal do comitê de campanha do candidato presidencial democrata independente Lyndon LaRouche, com a desculpa de verificar vários pretensos casos de irregularidades com cartões de crédito do escritório local do comitê. A “sindicância” de Boston forneceu o pretexto, dez dias depois, para o banco First Fidelity(First Fidelity Bank) de Newark, Nova Jersey, apoderar-se de 200 mil dólares depositados nas duas contas de campanha de LaRouche, destarte impossibilitando programa de TV em primeira edição nacional marcado para a véspera da eleição. O First Fidelity foi a

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principal instituição responsável por trazer a Narcotráfico S. A. para Atlantic City, sob a cobertura do jogo legalizado em cassino. O presidente do banco, Robert Ferguson, financiou a construção do primeiro cassino à beira mar com um empréstimo de 11 milhões de dólares da Resorts International, notória “laranja” do antigo sindicato de Meyer Lansky. O advogado de Ferguson em Newark, Albert Besser, fora advogado de Robert Vesco na série de processos do IOS, os quais apresentaram Kenneth Bialkin da ADL como um virtual cúmplice não indiciado. Quase dezoito meses depois, e gastos centenas de milhares de dólares em dinheiro dos contribuintes, a campanha de Weld “Peguem LaRouche” continua em escala muito maior. O objetivo? Falir e preparar para potencial assassinato o principal americano combatente das drogas --- antes que as eleições para o Congresso em meados de 1986 colocassem LaRouuche, já declarado e registrado candidato à escolha presidencial de 1988 do Partido Democrata, na ribalta política com acesso à propaganda televisiva nacional. As dezesseis meias horas em cadeia nacional dos programas de TV, em primeira edição, durante a corrida presidencial de 1984, induziram a Narcotráfico S. A. a declarar, em alto e bom som, “Nunca mais”. Ao tempo em que o leitor acabar de ler este livro, as razões para a declaração de guerra do sindicato estarão bem claras. A designação de William Weld como o Grande Inquisidor foi uma “decisão de família” da elite da Narcotráfico S. A. , que dirige a Nova Inglaterra desde os dias dos navios Clipper que carregavam ópio e escravvos, e da traidora Convenção de Hartford. O avô de Weld foi o fundador da antiga corretora White, Weld e Companhia (White, Weld and Company), do baixo Manhattan e da velha Boston. Seu pai, David Weld, foi o chefão da empresa durante longo período, no qual esta se ligou à elite das instituições suíças de lavagem de dinheiro, o Crédit Suisse. Sob a presidência de Donald Regan, a gigante de Wall Street, Merrill Lynch, comprou a White, Weld em 1978, deixando que os sócios desta, que permaneceram com a Merrill, tomassem a empresa maior; o principal administrador da Merrill, e seguinte na linha da presidência, é agora o antigo conselheiro legal da White, Weld, Stephen Hammerman. Mas o Crédit Suisse, que comprara o controle de 31% da White, Weld de David Weld e seus sócios, passou a controlar totalmente as filiais desta em Genebra e Londres. Estas operações forneceram lucros estimados em 2/3 da White, Weld. O Crédit Suisse então voltou e comprou 38% do antigo banco de investimento de Rockefeller-Mellon, a Corporação First Boston (First Boston Corporation), colocando as operações externas da White, Weld sob nova denominação, o First Boston-Crédit Suisse. A mesma antiga rede da White, Weld agora domina os 150 bilhões de dólares anuais do mercado de “Eurobonds”, o maior paraíso para o dinheiro sujo no mundo, e agora a mais importante fonte de fundos para as corporações americanas. O Crédit Suisse-First Boston é o criador do mercado dominante para “Eurobonds”, forma de título internacional anônimo favorecido para os criminosos de toda parte. O banqueiro suíço Robert Genillard, o homem que estabeleceu a antiga ligação de David Weld com o Crédit Suisse nos anos 60, ainda é presidente da antiga White, Weld em Genebra, agora denominada Banco Clariden, que pertence 100% ao Crédit Suisse. Genillard ainda é amigo e sócio comercial do antigo sócio da White, Weld, George S. Moore, um do grupo que vendeu a White, Weld a Donald Regan; Moore é o conselheiro oficial dos interesses escusos dos Cisneros venezuelanos. De fato, em 7 de fevereiro de 1985, o Crédit Suisse foi apanhado com a mão na massa em um esquema multibilionário de lavagem de dinheiro, dirigido pelos sossegados escritórios do Banco First National de Boston (First National Bank of Boston), a instituição capitânea dos brâmanes bostonianos da Corporação Boston (Boston Corporation). Felizmente para os banqueiros das drogas, o caso foi entregue a William Weld, que juntou 1.163 casos de crimes graves documentados separadamente, envolvendo 1.218.682.281 (1 bilhão 218 milhões 682 mil e 281 dólares) de dólares em dinheiro lavado em nove bancos estrangeiros, em um só indiciamento --- pelo qual o Banco de Boston foi multado simbolicamente em 500.000 dólares em um acordo na contestação! A penalidade imposta ao banco chegou a absurdos 0,05% da quantia lavada somente nesses casos documentados. O presidente, e chefão do Banco de Boston, William Brown, foi forçado a admitir em depoimento perante um comitê do Congresso no começo de 1985, que o banco teve enormes lucros advindos da lavagem de dinheiro sujo ---mesmo após o pagamento da multa. A limpeza do Banco de Boston não foi seguida por nenhuma ação contra os nove bancos estrangeiros, liderados pelo próprio Crédit Suisse de Weld, e pelo Banco de Zurich (Bank of Zurich) e incluindo a Corporação Banco Suíço da Basiléia (Swiss Bank Corp of Basel), Banco União da Suíça em Zurich (Union Bank of Switzerland in Zurich), Banco Barclays Internacional de Nova York (Barclays Bank International of New York), Banco de Boston S. A. de Luxemburgo (Bank of Boston S. A. of Luxembourg), Banco Leu de Zurich (Bank Leu of Zurich), Die Freie Osterreichische of Vienna, Banco de Comércio Imperial Canadense de Otawa (Canadian Imperial Bank of Commerce of Ottawa), e Standard Chartered Bank Ltd. of New York. Enquanto isto, uma enxurrada de outros casos revelara o papel mais fundamental do Banco de Boston na conspiração narcoterrorista internacional. Em 28 de fevereiro de 1985, semanas após o caso do Banco de Boston ter sido varrido para baixo do tapete pelo Procurador americano Weld, o diário venezuelano EL MUNDO , publicou uma investigação do jornalista José Cupertino Flores, revelando que, entre outubro de 1983 e fevereiro de 1984, mais de 12 bilhões de dólares saíram de Caracas, Valencia, Barquisimeto e San Cristóbal, na Venezuela --- todos lugares favoritos de lavagem de dinheiro para os traficantes latino-americanos de cocaína e maconha --- para os cofres do Banco de Boston. Flores sugeriu que um

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estudo das “listas de passageiros dos vôos entre Nova York e Miami e o aeroporto de Boston conteriam nomes e sobrenomes famosos”, embora “outros viessem por jatos particulares... Após a intervenção no ano passado no Continental Illinois, os fundos de inúmeras personalidades de nosso país foram transferidos rapidamente para as profundezas da instituição bostoniana”. Em 20 de fevereiro de 1985, a Alta Corte Irlandesa em Dublin anunciou haver-se apoderado de 1,64 milhão de dólares em dinheiro vivo que pertencia a um fundo secreto do Exército Republicano Irlandês (IRA) lavados em bancos suíços por Londres e pelo Banco de Boston antes de chegarem à conta secreta do IRA no Banco da Irlanda. O dinheiro lavado, de acordo com o Ministro da Justiça irlandês Michael Noonan, representava os lucros de sequestros, extorsões com ameaças de morte e roubo. Uma investigação anterior do Sub-comitê Permanente de Investigações do Senado descobrira outro canal de dinheiro ilegal, passando do Banco Nacional do Panamá pelo Banco da Reserva Federal de Boston (Fedederal Reserve Bank of Boston) (O FED --- Federal Reserve é composto por 12 distritos com um Federal Reserve Bank em cada um deles --- N.T.) para a divisão internacional do Banco de Boston durante 1982-83. Mais uma vez, o dinheiro sujo terminava em contas numeradas nos escritórios em Zurich do Crédit Suisse, ligado à família Weld. De acordo com o já citado relatório da Comissão Presidencial sobre o Crime Organizado, “o fluxo de caixa do Panamá para os Estados Unidos é o registro mais significativo do que pode ser dinheiro de drogas”. Se a publicação de fluxos de caixa por computador ou E-mail entre a elite da comunidade financeira internacional era um negócio primitivo demais para justificar a atenção do Procurador Weld, este tinha poucos motivos para bloquear a prova da ligação do Banco de Boston com a família Angiulo, do crime organizado, uma investigação sobre a qual Weld tinha aparentemente jurisdição desde 1983. Usando uma falha de isenção nos códigos federais, que ordenam que os bancos relatem todas as transações em dinheiro vivo com 10.000 dólares ou mais, empregados do Banco de Boston movimentavam dezenas de milhões de dólares das contas da família Angiulo, dentro de malas e sacolas cheias de notas de dez, vinte e cinqüenta dólares, emitindo cheques. Funcionários do Tesouro americano, incluindo o recém afastado Secretário assistente para execuções John Walker, afirmaram em fóruns públicos sua crença de que o dinheiro lavado pelo Banco de Boston, em favor da família Angiulo e outros clientes fantasmas, era dinheiro das drogas. Testemuunhando perante o Sub-comitê do Congresso sobre instituições financeiras em 5 de março de 1985, Walker afirmou, “Tudo indica que os 600 milhões de dólares em notas pequenas que o banco recebeu era lavagem de dinheiro das drogas. Senão, por que o dinheiro era em notas de vinte?” Em uma afirmação anterior, publicada pelo BOSTON GLOBE em 8 de fevereiro de 1985, Walker declarara, “O que vimos, notas pequenas vindo da Suíça, e notas grandes indo para a Suíça, é compatível com lavagem de dinheiro em curso. Havia definitivamente lavagem de dinheiro no ar”. Tão confiantes estavam os executivos do Banco de Boston na lealdade de Weld para com a Narcotráfico S. A. que, após o alvoroço inicial da atividade do Congresso e do Departamento do Tesouro contra as aventuras dos bancos lavando dinheiro, os empregados do banco “descobriram” outros 73 milhões de dólares em fundos ilegalmente lavados. Os executivos pediram desculpas pelo erro “honesto” e Weld não tomou as medidas legais cabíveis. Se ainda houvesse qualquer dúvida de que Weld atuava como defensor e advogado dos interesses do Banco de Boston e dos brâmanes da Narcotráfico S. A. , o Procurador americano, que assumiuu o posto federal somente após ser derrotado em eleição estadual para a Commonwealth da Procuradoria Geral de Massachussetts, recebeu contribuições de campanha de pelo menos dois executivos atuais do Banco de Boston, o honorável diretor William C. Mercer e Peter M. Whitman --- além do magnata canadense da Narcotráfico S. A. , Edgar Bronfman. A cumplicidade do Procurador Weld no encobrimento do papel dos grandes bancos bostonianos --- inclusive bancos associados aos próprios negócios da família --- na lavagem de bilhões de dólares em lucros das drogas é sobrepujada talvez somente pelo criminoso zelo com que ele tem alvejado os inimigos da Narcotráfico S. A. com acusações falsas. Além do já citado caso de Lyndon LaRouche, Weld conduziu um assalto brutal de cinco anos contra a organização política, no Partido Democrata, do prefeito de Boston Kevin White, campanha que o forçou a se retirar do posto quando o mandato expirou em 1981, sem concorrer a um quinto mandato, no clima dominado pela inquisição de Weld. Thomas Anzalone, o principal tesoureiro de White e seu coordenador de campanha, foi indiciado pelo escritório de Weld e condenado pelo juiz distrital federal A. David Mazzone, o mesmo que presidiu o processo de LaRouche. A equipe Weld-Mazzone cometeu tal conjunto de atos beirando a criminalidade, que um painel de três juizes, na Primeira Corte Distrital de Apelações em 1º. de julho de 1985, anulou a condenação de Anzalone, caracterizando os métodos de Weld como afins ao princípio legal soviético de “culpa por analogia”. A decisão apelada concluía: “Não podemos aceitar uma interpretação não codificada da lei, a menos que fomentemos a ilegalidade ao invés da condescendência”.

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Mesmo durnta a operação “Peguem White”, o NATIONAL LAW JOURNAL publicou um artigo, em 13 de junho de 1983, descrevendo a ação de Weld como um “exemplo textual de um Procurador usando mal seus poderes para perturbar as testemunhas e manipular politicamente o processo”. Weld foi citado por usar táticas de pressão impróprias, alegações infundadas, vazamentos à imprensa e embaraço de testemunhas, incluindo invasões durante a madrugada com dúzias de agentes do FBI sob investigação. Estes mesmos métodos estão sendo repetidos no caso LaRouche hoje. No entanto, no começo de abril de 1986, de acordo com notícias citando o Procurador Geral Edwin Meese, Weld estava prestes a ser promovido a Washington --- para dirigir a Divisão Criminal do Departamento de Justiça americano! O papel, em tudo isso, do chefe de pessoal da Casa Branca Donald Regan, anteriormente presidente da Merrill Lynch, certamente merece investigação mais profunda. De acordo com provas fornecidas pelo relatório de outubro de 1984 da Comissão Presidencial sobre Crime Organizado, intitulado “A conexão do dinheiro vivo: crime organizado, instituições financeiras e lavagem de dinheiro”, as regras comerciais na Merrill Lynch de Donald Regan, foram tudo menos conservadoras. O relatório afirma:

• “Em 1980... foram vistos couriers (correios) transferindo enormes quantidades de dinheiro vivo de corretoras e bancos em Nova York para a Itália e Suíça. Dezenas de milhões de dólares em vendas de heroína neste país foram transferidos para o exterior desta forma...Um dos couriers desta operação era Franco Della Torre, um residente suíço. Em março de 1982, Della Torre depositou pouco mais de 1 milhão de dólares em notas de cinco, dez e vinte na conta da ´Traex` no escritório de Manhattan da corretora Merrill Lynch Pierce Fenner & Smith. Depois disto, Della Torre fez quatro depósitos adicionais em dinheiro vivo totalizando 3,9 milhões de dólares na conta da ´Traex` ...”

A Merrill Lynch até mesmo ajudou a organizar serviço de segurança, de acordo com o relatório: “Ao fazer grandes depósitos em dinheiro vivo na Merrill Lynch, a prática de Della Torre era pedir seguranças, para acompanhá-lo do hotel aos escritórios da mesma. Após vários depósitos,... fizeram-se arranjos para escoltar o dinheiro do hotel de Della Torre diretamente para o Bankers Trust, onde a Merrill Lynch mantinha contas”. De acordo com os indiciamentos federais de Della Torre e outros na quadrilha de heroína, a Merrill Lynch transferia os fundos diretamente para a Suíça, onde um dos maiores depositários era o Crédit Suisse. Uma prova direta da atitude de Donald Regan para com o tráfico de narcóticos surgiu em março de 1984, quando foi questionado pelo Congresso sobre por que, como Secretário do Tesouro, desmantelara um programa de interdição aérea anti-drogas, e a resposta foi que transferira 18 milhões de dólares em fundos do programa para um fundo administrativo para remodelar seu gabinete.

MARVIN WARNER COMPRA UM PROCURADOR FEDERAL Em 15 de abril de 1985, quase seis meses decorridos na perseguição de Weld contra LaRouche, um sócio deste escreveu três vezes ao Procurador Geral Edwin Meese III, exigindo um inquérito oficial do Departamento de Justiça sobre o conflito de interesses de Weld, no encobrimento dos esquemas multibilionários de lavagem de dinheiro do Banco de Boston. Logo após o Escritório de Responsabilidades Públicas daquele Departamento abrir um inquérito sobre o conflito de interesses Weld-Crédit Suisse, um Grande Júri Federal paralelo foi subtamente aberto sobre a campanha de LaRouche em Cincinnati, Ohio, onde a campanha nem mesmo mantinha um escritório. Que fio ligava as jurisdições de Boston e Cincinnati? Enquanto o Procurador Weld tinha relações amigáveis com a elite dos banqueiros de drogas dos clubes forrados de madeira na Praça Harvard, o escritório do Procurador Federal em Cincinnati era virtualmente feudo privado de Marvin Warner, embaixador de Jimmy Carter na Suíça. Os negócios sujos de Warner com alguns dos maiores contrabandistas de cocaína latino-americanos alcançaram as manchetes de todo o país entre 1980 e a primavera de 1985, quando o império banqueiro de Warner em Ohio afundou, detonando um quase colapso de todo o sisttema de poupança americano. O que o conchavo Weld-Warner provou, acima de tudo, foi a existência de um poderoso submundo mafioso das drogas puxando os fios dentro do Departamento de Justiça. Quando a pressão aumentou, a Narcotráfico S. A ocupou a cadeira do Procurador Geral. Ao tempo em que o escritório em Cincinnati da Procuradoria Federal amavelmente abriu um segundo Grande Júri contra Lyndon LaRouche, o Procurador era Christopher Barnes que, com 32 anos, era talvez o mais jovem Procurador Federal nos Estados Unidos. Seu pai, Earl Barnes, antigo presidente do Partido Republicano em Ohio, escolheu seu filho para o trabalho, em grande parte para proteger seu “padrinho” financeiro, Marvin Warner, de acusação federal por uma série de atos de pilhagem de dinheiro, em geral ligados ao comércio de drogas ibero-americano.

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De acordo com depoimentos feitos perante um comitê legislativo estadual de Ohio, provando o papel de Warner no colapso de seu banco Home State Savings (poupança imobiliária), Earl Barnes foi o beneficiário de um empréstimo sem garantia de 1 milhão de dólarres, do qual não devolveu um só centavo. Enquanto as “contribuições” de Warner ao GOP de Barnes --- e seu igualmente generoso tratamento da máquina estadual do Partido Democrata do Governador Richard Celeste (Warner é muito conhecido pela fraude eleitoral multimilionária, que roubou o colégio eleitoral de Ohio para Jimmy Carter em 1976) --- asseguravam que tanto o Partido Democrata quanto os procuradores federais designados pelo GOP olhariam para o outro lado quando Warner pusesse suas mãos sujas nos bolsos dos contribuintes de Ohio, em 13 de dezembro de 1985 um Grande Júri estadual no condado de Hamilton, Ohio, listou cinqüenta acusações contra Warner por malversação intencional de fundos, furto de valores e furto por fraude. Tais acusações foram reunidas sem a mínima cooperação do escritório do Procurador Federal, do Departamento de Justiça em Washington e do FBI. Se os federais não tivessem encoberto Warner, uma das operações mais protegidas e hermeticamente secretas de lavagem de dinheiro de drogas jamais vista nos Estados Unidos poderia ter sido esmagada. Não é coincidência que o esquema de lavagem de dinheiro de Warner pode ser traçado diretamente até os brâmanes de Boston e à White, Weld. Em 1976, o gênio em valores da White, Weld, Allen Nowick, foi para Fort Lauderdale, Flórida, para montar a ESM Government Securities (títulos governamentais). Os três sócios “laranjas” de Nowick na firma eram Ronnie R. Ewton, Robert Seneca e George Mead. Quase da mesma forma pela qual White, Weld tomara o controle da Merrill Lynch, muito maior, e do esquema de lavagem de Eurobonds do First Boston, foi o execuutivo especial da White, Weld, Nowick, que transformou o grupo ESM-Marvin Warner em um vasto complexo de lavagem de dinheiro no período de 1976 a 1981, por uma série de compras e absorções forçadas de bancos e outras instituições de empréstimos, que se estendiam da Flórida a Nova Jersey e a Ohio. O carrossel começou em 1977, quando o banco Home State Savings de Warner, uma instituição de poupança e empréstimo (Savings & Loans---N.Ed.) de Cincinnati, emprestou 17 milhões de dólares a Ewton e Seneca, permitindo a eles absorver o grupo do Banco Great American da Flórida (Great American Bank). O genro de Warner, Steven Arky, advogado na Flórida, apresentara Warner a Ewton, um amigo íntimo de Arky na Guarda Nacional. Warner ignorou o fato de que Ewton já estava sob investigação pela SEC (a CVM americana-N.Ed.) por comerciar títulos não licenciados pela ESM. A atitude cavalheiresca de Warner para com suas ligações íntimas com o suspeito Ewton surgiu de dois fatores. Primeiro, em 1978, o Home State de Warner já sofrera uma condenação federal por fraude em seu próprio currículo --- por realizar empréstimo standby comercial falso (mais uma comissão lucrativa) consignada a 47 contratantes e fomentadores em 11 estados. Foram condenados a 800.000 dólares em devoluções e a uma desprezível multa de 11 mil dólares. Nenhum empregado do banco foi indiciado nominalmente. Um espinhoso inquérito por fraude pessoal de impostos por Warner pelo IRS foi abruptamente terminado por um acordo em apelação em setembro de 1980, arranjado pelo advogado de Warner, Edward Bennett Williiams, proeminente membro do Partido Democrata, e os funcionários do Deparrtamento de Justiça John Keeny, chefe da Divisão Criminal sob Carter, e James Cissell, Procurador Distrital para o distrito sul de Ohio. Segundo, Warner foi ricamente recompensado por se prestar a roubar as eleições presidenciais de 1976 para Jimmy Carter. No começo de 1977, foi nomeado embaixador na Suíça, posição que nunca atrapalhou suas contínuas atividades de lavagem de dinheiro. Não porque Warner meramente gozasse de proteção política e imunidade diplomática na administração Carter. Warner provou ser a peça central da máquina de lavagem de dinheiro na Flórida implicada no caso Billygate, e no império das drogas do fugitivo financista Robert Vesco da Narcotráfico S. A. Em 1978, Warner comprou de volta a Corporação do Banco Great American (Great American Bank Corporation) de Ewton e fundiu-o com o ComBank, outro grupo bancário da Flórida que comprara antes, em sociedade com Hugh Culverhouse Pai. Neste meio tempo, Warner enviou ordens definitivas a todos os seus empregados para conduzirem suas compras de títulos governamentais exclusivamente pela ESM. Investigações posteriores por órgãos reguladores federais e estaduais, no rastro do colapso da ESM em 300 milhões de dólares em 4 de março de 1985, revelaram que Warner e Arky eram os titulares exclusivos das contas pessoais de investimento na ESM. Com efeito, a ESM era o pequeno fondo(feudo) privado de Warner. Um resumo das notícias jornalísticas e dos registros dos tribunais federais sugerem que Warner usou as facilidades de seu nascente império banqueiro, na Flórida, para recolher os lucroos de traficantes de drogas ibero-americanos e lavar os fundos pela ESM, e outros caminhos, até as contas numeradas na Suíça, Panamá e outros paraísos fiscais.

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Além de seu próprio posto como embaixador na Suíça (e amante da secretária pessoal de Jimmy Carter na Casa Branca, Susan Clough), Warner gozava de proteção do controlador estadual da Flórida, Gerald E. Lewis --- seu primo em segundo grau --- e seu velho amigo e sócio Hugh Culverhouse Pai, cujo filho, Hugh Júnior, até 1982, dirigia a divisão do escritório do Procurador Federal, na Flórida, responsável pela investigação de casos de lavagem de dinheiro. Foi precisamente este grupo de “anjos da guarda” que cerrou fileiras para proteger Warner, quando agentes da IRS, da DEA e da Alfândega entraram no Banco Great American no condado de Dade (Miami) em 27 de fevereiro de 1981, como parte da operação Greenback, um esforço do começo da administração Reagan para acabar com alguns dos exemplos mais escandalosos de lavagem de dinheiro de drogas por bandos americanos. Com efeito, o controlador Lewis da Flórida, que agentes federais descreviam como notoriamente fraco com os lavadores, reclamou amargamente que a DEA não o avisara com antecedência da invasão iminente. Em 10 de dezembro de 1982, um Grande Júri federal em Miami indiciou o Banco Great American e três empregados de nível médio --- o vice-presidente Lionel Paytuvi, o contador chefe Carlos Nunez e a contadora Elaine Kemp --- em acusações de que , no período de 14 meses, até a invvasão de fevereiro de 1981, mais de 94 milhões de dólares haviam sido ilegalmente lavados pelo banco, em benefício de três organizações latino-americanas de traficantes de drogas. De longe, a mais notória destas gangues era a de Isaac Kattan-Kasin, um judeu sírio dos contrabandistas de Alepo que, após passar o começo dos anos 60 vivendo em Nova Jersey como empregado de Robert Vesco, tornou-se cidadão colombiano e dirigiu a maior organização contrabandista latino-americana de cocaína dos anos 70. Kattan lavou mais ou menos 350 milhões de dólares anuais no sul da Flórida, de acordo com veteranos da Operação Greenback. Estes fundos foram então transferidos para numerosas contas na corporação do Swiss Bank em Zurich, no Banco de Ibero-America no Panamá, e nos Banco Internacional, Banco Del Crédito e Banco de Tókio, todos em Lima, Peru. Embora Warner gritasse que era somente uma vítima, e conseguisse evitar indiciamento no caso Kattan, os agentes da Operação Greenback disseram em particular que estavam convencidos que Warner era o cérebro do esquema de lavagem. De fato, de acordo com uma fonte policial federal, dias após a prisão de Kattan, Hugh Culverhouse Júnior saiu do escritório do Procurador Federal em Miami e fez uma visita pessoal à sede do Departamento de Justiça, fazendo lobby para q ue a Seção de Casos Internacionais liberasse os fundos em oito contas bancárias suíças mantidas por Kattan. Logo que a fumaça sumiu no escândalo do Banco Great American, Warner vendeu sem alarde suas ações majoritárias no banco para o Barnett da Flórida --- com um belo lucro de 325%. Simultaneamente a este escândalo, outras das instituições capitâneas de Warner, o ComBank, surgiu no meio de outra investigação da DEA, denominada Operação às Cegas. Em 13 de abril de 1982, Robert Govern, empresário do Parque de Inverno da Flórida, e outros 12 foram indiciados por contrabandearem mais de 1.814,4 t de maconha da Colômbia para os Estados Unidos, de 1975 a 1981. Govern lavou os lucros da droga pelo ComBank e por uma série de corporações “laranjas” nas Grandes Caimãs e nas Antilhas Holandesas. De acordo com uma investigação publicada no CLEVELAND PLAIN DEALER em 18 de junho de 1985, um dos grandes investidores nas empresas de Warner era o grupo Cisneros da Venezuela, que é assunto de outro capítulo. Basta dizer aqui que um secretário da família Cisneros, Vicente Pérez Sandoval, era cliente de Steven Arky, que tentou sem sucesso absorver a asociação de poupança e empréstimo Freedom de Tampa, logo após Warner, acionista do banco, manobrar a mesma para comprar o ComBank a um preço estimado em mais do dobro do seu valor contábil. Outro banco da Flórida, o Metropolitan de Tampa, esteve sob intensa investigação federal por suspeita de lavar lucros das drogas para a Corporação World Finance (World Finance Corporation), uma firma de Coral Gables ligada a Meyer Lansky e Robert Vesco, e também aos interesses dos Cisneros venezuelanos pelo cliente de Arky, Pérez Sandoval. Warner tentou, pelo Banco Great American, comprar o banco de Tampa. Anteriormente a esta absorção “amigável”, não investigada pelo controlador estadual da Flórida Gerald Lewis, primo de Warner, o Metropolitan havia pertencido a Edward J. DeBartolo, um multimilionário de Youngstown, Ohio, cujo nome freqüentemente é ligado ao crime organizado. De fato, a associação de Warner com os mesmos círculos criminosos de Ohio provocaram especulação de que a transferência de título era uma troca cosmética, destinada a limpar os livros do Metropolitan de uma inexplicável “perda” de 51 milhões de dólares, detectada por um desconto na Reserva Federal. Em junho de 1985, um juiz do condado de Hamilton aprovou uma absorção “lateral” quase idêntiica, da própria Poupança Home State de Warner pela associação de Poupança Hunter, uma S&L (Save & Loan --- poupança e empréstimo) de Cincinnati pertencente a Carl Lindner. Subsidiária da Corporação American Financial (American Financial Corporation) de Lindner, Hunter é uma das quarenta corporações --- incluindo as notórias United Brands e a

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estrada de ferro Pen Central --- sob controle de uma holding que inclui o sócio Hugh Culverhouse Pai do ComBank de Warner, como um dos três únicos diretores fora da família de Lindner. Os contribuintes de Ohio pagaram a absorção da Home State pela Hunter com uma doação estatal de 100 milhões de dólares. Esta corrente de eventos começou em 4 de março de 1985, quando a SEC (Securities Exchange Commission, a CVM --- Comissão de Valores Mobiliários --- americana-N.Ed.) obteve um mandado federal para fechar a ESM, sob a alegação de que a lavanderia de dinheiro de Fort Lauderdale estava com 300 milhões de dólares a menos em suas obrigações correntes. Em 48 horas, depositantes em pânico acorreram durante três dias à Home State, que admitia ter 570 milhões de dólares presos na ESM. Quando o presidente da Home State, David J. Schiebel, anunciou em 8 de março que a firma de Cincinnati etava fechando as portas, 154 milhões de dólares já haviam sido retirados. No começo de abril, uma corretora de títulos governamentais de Nova Jersey, Bevill, Bresler e Schulman, repetiu a explosão da ESM. Uma corrida ainda maior aos bancos foi feita. Dois dos antigos corretores da firma, Ronnie Ewton e George Mead, haviam deixado a mesma em 1975 para se ligarem a Nowick, da White, Weld, e fundar a ESM. Em troca, esta mais tarde cedeu um de seus corretores chefes, Andrew Ledbetter, para a Bevill, Bresler e Schulman.

O CASO DO FIRST FIDELITY Em 1º. de novembro de 1984, imediatamente após o Procurador Federal William Weld anunciar a investigação da campanha de LaRouche na TV NBC, o agente especial do FBI em Boston, Richard Egan, contactou o banco First Fidelity de Newark, Nova Jersey, então com depósitos de dois comitês da campanha de LaRouche. Horas após a chamada, o First Fidelity havia se apoderado ilegalmente de 200.000 dólares das duas contas, desta forma impedindo o programa nacional de meia hora de LaRouche na CBS-TV, planejado para a véspera da eleição. À época do furto, os porta-vozes da campanha de LaRouche acusaram os altos funcionários do First Fidelity, inclusive o presidente do banco Robert Ferguson, de estarem implicados em uma rede de crime oorganizado, envolvendo o antigo sindicato de Meyer Lansky e membros importantes corruptos do Partido Democrata. Os porta-vozes documentaram que as ligações do banco com o crime organizado se situavam na invasão de Atlantic City pela máfia de Lansky, através da legalização do jogo em cassino, um projeto no qual Ferguson tivera papel importante. Que este e o First Fidelity tivessem o mesmo advogado, o do financista das drogas Robert Vesco, era só outra peça num já rico mosaico de provas. Os comitês de campanha de LaRouche processaram o banco pelo bloqueio do dinheiro, e o banco processou-os por calúnia. Quinze meses e milhares de páginas de registros de tribunal, depoimentos, testemunhos juramentados e moções após a rapina pelo banco, das contribuições da campanha de LaRouche, o WALL STREET JOURNAL publicou um par de histórias na página da frente, colocando o First Fidelity no meio de negócios de agiotagem, tráfico de drogas em grande escala, pelo menos dois assassinatos e extorsões em negócios legítimos e não tão legítimos. Os banqueiros do First Fidelity haviam sistematicamente passado 22 milhões de dólares em dinheiro vivo para a máfia, e conseguido até então permanacer impunes. Em 14 e 15 de janeiro de 1986, as reportagens do WALL STREET JOURNAL, do repórter Jonathan Kwitny, expuseram o relacionamento do First Fidelity com Richard Mamarella, uma pessoa de confiança profissional que aparentemente fora selecionado, pela família Gambino do crime organizado, e designado para administrar as operações de agiotagem e financiamento de drogas em Nova Jersey, que usavam os cassinos de Atlantic City --- e a complacência de uma agência do First Fidelity ao sul de Jersey. Do começo de 1982 e setembro de 1983, quando foi condenado por fraude e extorsão e sentenciado a 7 anos de prisão federal, Mamarella recebeu um total de 22 milhões em empréstimos daquela agência: um total de 139 empréstimos, todos pessoalmente aprovados pelo presidente, John Petrycki, foram concedidos a Mamarella como acessórios de seguros não existentes e fraudulentos, feitos pelas seguradoras fantasmas do próprio Mamarella, em nome de clientes da corporação não existentes. De acordo com documentos da corte e com o próprio depoimento de Mamarella, no julgamento no verão de 1985, de dois de seus “sócios comerciais”, a maior parte dos 22 milhões de dólares passou às mãos do crime organizado para financiar a agiotagem de Atlantic City a Chinatown, e para comprar heroína do Triângulo Dourado nas refinarias mafiosas em Palermo, Florença e Milão, em nome da “Conexão Pizza” do sul de Jersey. Era o First Fidelity vítima ou cérebro da fraude criminosa dos 22 milhões de dólares? De acordo com o repórter Kwitny do WALL STREET JOURNAL, no transcorrer do furto e da fraude, a principal empresa fantasma de Mamarella, a incorporação IFA (IFA Inc.), era legalmente representada por Nathaniel Yohalem, da importante firma de Newark, Nova Jersey, Greebaum, Greenbaum, Rowe & Smith --- que representara a corporação banqueira First Fidelity nos últimos vinte anos. Foi Yohalem que suubmetera as cartas originais ao First Fidelity assegurando que Mamarella e a IFA mereciam milhões de dólares em crédito --- sem perguntas.

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A fraude de Mamarella e suas ligações com o crime organizado vieram a público em seguida à sua prisão em Chinatown, em 29 de abril de 1983, por extorsão. Mamarella e quatro sócios foram agarrados pelo FBI, enquanto batiam em um cliente recalcitrante, que atrasara seus pagamentos ao financista das drogas de Chinatown e agiota Louis Chung. O First Fidelity respondeu às “notícias” de que passara 22 milhões de dólares aos valentões da máfia --- por alugar Mamarella e seus “durões” mafiosos para apanharem o dinheiro de volta: À época em que Mamarella estavva sob indiciamento federal por extorsão, ele e sua gangue foram colocados na lista de pagamento como “consultores” para ajudarem no recebimento de mais ou menos 14,5 milhões de dólares em empréstimos pendentes do banco a Mamarella. Este “arranjo especial” foi sancionado por ninguém menos que o presidente do First Fidelity, Robert Ferguson, de acordo com um exemplar de 19 de julho de 1983 do American Banker. Em um comunicado aos acinistas do banco, Ferguson afirmou:

• “Em fevereiro de 1982, um de nossos bancos começou a comprar um título de uma corporação licenciada pelo Departamento de Bancos do estado de Nova Jersey, envolvida no negócio de financiamento de prêmios de seguros... No começo de junho deste ano (mais de um mês após a prisão de Mamarella por extorsão em Chinatown-N.Ed.), começamos a questionar e investigar a autenticidade do título... Agora, as obrigações a receber totalizam aproximadamente 15,5 milhões de dólares... Continuamos a receber pagamentos e, na opinião de nosso conselho, balanços não pagos, se houver, após a consolidação, serão cobertos por nossos bônus...”

E quais eram os procedimentos dessa consolidação, a que se refere Ferguson? De acordo com Kwitny e outras fontes, desde o início do negócio, Mamarella regularmente possibilitava seu patrocinador mafioso Joseph Paterno --- um chefão do sindicato de Nova Jersey que fugira para Fort Lauderdale, Flórida, para evitar indiciamento em corte estadual --- e a outros criminosos a ajudarem na “consolidação” de fundos do First Fidelity. Para Mario Stacchini, dono de restaurante em Nova Jersey, e Anthony Turano, um fabricante de sapatos de Nova York que usava seu negócio como ponto de distribuição de heroína refinada na Sicília, estas “consolidações” custaram suas vidas. Tanto Stacchini quanto Turano foram forçados pelos mafiosos de Mamarella a fazerem seguros de vida como “adicionais” a seus empréstimos no First Fidelity, uma vez que atrasaram seus pagamentos. Antthony Turano foi preso por agentes da DEA no fim de 1982 na cidade de Nova York, quando ia se apossar de 15 quilos de heroína do Triângulo Dourado, comprados com 290.000 dólares fornecidos por Mamarella. Claramente, Turano não estava em posição de continuar seus pagamentos. Entretanto, quando seu corpo crivado de balas foi achado amarrado em local deserto de Queens, Nova York, a máfia, Mamarella e o First Fidelity já haviam recebido seu milhão de dólares em seguro de vida. Tais são os métodos característicos da Narcotráfico S. A.. Em nosso próximo capítulo, subimos mais um degrau, dos banqueiros de cassino e mafiosos para o seu comando supremo, onde a atmosfera moral é ainda pior.

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2 ESTRUTURA DE COMANDO DA

NARCOTRÁFICO S. A. O tráfico internacional de drogas funciona como uma única multinacional, não muito diferente dos cartéis farmacêuticos baseados na Suíça --- controlando a produção, o fornecimento a distribuição, a estocagem e o financiamento por uma única e integrada administração. Seu objetivo, ao menos nos mais altos níveis da estrutura de comando, não é o lucro. Aquilo que chamamos Narcotráfico Sociedade Anônima constitui uma rede estratégica a serviço de um acordo entre a oligarquia financeira da europa ocidental e os senhores do novo Império Russo conhecido como URSS. O acordo é o mesmo concluído entre Bertrand Russel e os representantes da União Soviética após as discussões para abertuura de outros canais, iniciadas pelas Conferências Pugwash de fins dos anos 50. O mundo será assim redividido, conforme este acordo que o falecido presidente soviético Yuri Andropov caracterizou como “Nova Ialta” no começo de 1983: as nações da Europa ocidental se tornariam uma satrapia do Império Soviético, e os Estados Unidos seriam reduzidos a 25% de sua antiga área de influência pós-Segunda Guerra Mundial, e relegados ao Hemisfério Ocidental, como brutal cobrador das dívidas ibero-americanas para com os bancos anglo-americanos e suíços. Através do controle global dos meios de troca de dinheiro sujo por limpo, pelo controle do fornecimento de narcóticos, pela posição dominante nos mercados internacionais de metais preciosos e gemas, e acima de tudo por sua habilidade em coletar um fluxo de caixa anual de muitas centenas de bilhões de dólares para comprar a corrupção dos órgãos legais dos estados nacionais soberanos ---a Narcotráfico S. A. exerce uma espécie de controle político. O que a Inteligência americana nos anos 20 chamou de “sinarquia internacional Nazista-Comunista” trabalha com os ramos italiano, judeu, chinês e outros do crime organizado nos Estados Unidos, com a facção criminosa da maçonaria italiana, com os narco-terroristas ibero-americanos, com os Sikhs separatistas do sudoeste asiático e os movimentos separatistas de toda a Europa e dos países em desenvolvimento. Além da singularidade deste negócio ou aranjo político, é uma espécie de visão do mundo que circula ao menos desde os dias do império caldeu-babilônico. É uma visão oligárquica que vê o homem essencialmente como uma “besta falante”, uma criaturra com apetites a serem governados por uma elite manipulante cujo instrumento é aplicar prazer ou dor para alcançar os fins desejados. Os narcóticos sempre desenpenharam papel central como instrumento dos oligarcas. Portanto, não surpreende que a mesma oligarquia, que controla os elementos mais sujos do submundo financeiro atual, domine e force para os mesmos propósitos as principais instituições das finanças internacionais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco de Compensações Internacionais (BIS) sediado na Basiléia. As mesmas figuras políticas internacionais que, ao consederem supremacia mundial aos oligarcas do novo Império Soviético, põem em ação as políticas da “Nova Ialta” --- genocíidio, destruição da soberania nacional, cobrança de débito, anulação da aliança ocidental --- estão envolvidas, em seus negócios privados, com os elementos mais sujos do submundo financeiro. Henry Kissinger, junto com sua sociedade política internacional conhecida como Kissinger Associados, é quem está na encruzilhada de cada uma dessas redes: o canal extra-oficial com a União Soviética, as redes de droga e terror da Itália à Ibero-América e os mais altos níveis das finanças --- inclusive sua diretoria no American Express, entidade na qual estabeleceu a maior parte da estrutura de comando da Narcotráfiico S. A. Esta contém os seguintes grupos principais:

• A associação britânica que controla o sistema bancário no exterior e o comércio de metais preciosos, isto é, o banco HSBC (Hong Kong and Shangai Banking Corporation), o controle do ouro pelos Oppenheimer, as principais financeiras britânicas como a seguradora Eagle Star e o Banco Barclay`s, e suas cópias canadenses como o Banco de Montreal e o Banco de Nova Escócia;

• Os maiores bancos suíços; • A continuidade da manipulação financeira veneziana-genovesa, encarnada pelo falecido Roberto Calvi do Banco

Ambrosiano, e o nebuloso Edmund Safra, do American Express; • A associação dos banqueiros suíços e dos antigos fondi (fundações familiares) europeus, os cartéis

internacionais graneleiros Cargill, Continental (família Fribourg), Bunge e Louis Dreyfus; • As famílias brâmanes de Boston e suas grandes instituições financeiras associadas a Henry Kissinger, inclusive

o Citibank, o Chase Manhattan e o American Express.

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Esta hidra devorou as finanças norte-americanas. Os Estados Unidos agora dependem financeiramente de fluxos de capital que excedem 120 bilhões de dólares anuais (conforme o terceiro quadrimestre de 1984). É reconhecido oficialmente pelo FMI que a maior fonte de tais fluxos de capital é o chamado “capital especulativo”, isto é, fundos movimentados acima das fronteiras, a despeito de impostos ou leis cambiais dos governos nacionais.

A REDE LONDRINA Nos capítulos seguintes, da edição de 1978, identificamos uma rede financeira firmemente estabelecida, cuja origem remonta às Companhias Britânica e Holandesa das Índias Orientais e a origem moderna do tráfico de narcóticos nas Guerras britânicas do ópio na década de 1840. O modelo para esta rede é o Comitê Londrino, ou diretores baseados em Londres, do banco HSBC, banco central da Narcotráfico S. A., e que se liga direta e imediatamente às cinco grandes câmaras de compensação londrinas, os cinco dealers “minas de ouro” londrinos, e aos grandes bancos internacionais canadenses. Demonstramos que esta rede fornece os meios necessários na banca do exterior, em metais preciosos e outros meios, para fazer desaparecer várias centenas de bilhões de dólares anualmente das ruas de Nova York, Amsterdã, Frankfurt e Hong Kong, e reaparecerem como bens aparentemente legítimos onde for convenientte. Mostramos além disso, que a colaboração anglo-chinesa no tráfico asiático de opiáceos era matéria de política oficial da República Popular da China, e “acordos comerciais” da elite britânica desde a primeira corrupção da burocracia imperial chinesa pela Companhia britânica das Índias Orientais. Como se notou, o núcleo desta evidência foi confirmado inúmeras vezes pelos relatórios oficiais americanos acima citados, entre outros. Seis anos de trabalho adicional pelas centenas de pesquisadores e correspondentes da EIR reconstruíram o caráter tridimensional da Narcotráfico S. A., cuja fachada mais óbvia e aparente é britânica. Suas outras dimensões, igualmente integradas na estrutura única de comando mundial estão na Europa continental, centralizada na Suíça, e no Império Soviético. O banco HSBC, como já se viu, controla agora o 12º. maior banco americano, e seus colaboradores próximos entre os bancos de compensação britânicos, entraram maciçamente na banca americana, pela absorção do banco Crocker National da Califórnia pelo banco Midland, pela absorção do BanCal-TriState da Califórnia pelos Rothschild e outras absorções similares. O grupo minerador Oppenheimer, herdeiro do império de Cecil Rhodes, é o que domina --- em colaboração com o HongShang (HSBC) e suas agências no Oriente Médio --- o tráfico ilegal de ouro e diamantes, através do qual muito dinheiro sujo é transformado em bens portáteis de origem desconhecida. Pelo seu monopólio dos diamantes através da Dee Beers, suas corporações de mineração Anglo-American e Consolidated Gold Fields da África do Sul, por sua organização de comércio de commodities Phibro, o grupo Oppenheimer estendeu seus tentáculos pelo mundo e, acima de tudo, aos Estados Unidos. A seguradora Eagle Star, ligação entre a oligarquia britânica e os bancos canadenses, se estendeu para as seguradoras continentais, e criou profundas raízes nos Estados Unidos ao mesmo tempo. Nos capítulos da edição de 1978, o leitor saberá que a Eagle Star controla a fundação familiar dos mafiosos da Lei Seca há pouco reabilitados, a família Bronfman. Esta, por sua vez, controla uma variedade de espécies mais baixas de vida criminosa no Canadá e nos Estados Unidos. As firmas imobiliárias canadenses que operam sob o controle da Eagle Star dominam os maiores mercados urbanos imobiliários dos Estados Unidos, de Nova York ao Texas. Mas, ainda mais importante é o papel que a Eagle Star assumiu em novembro de 1983, ao se tornar a ligação aberta entre o alto comando britânico do tráfico de narcóticos e os interesses financeiros suíço-alemães, à volta das grandes fortunas familiares do sul da Alemanha. Allianz Versicheerung, de Munique, a maior seguradora da Europa continental, comprou 30% da Eagle Star em uma absorção muito alardeada, para disfarçar a cooperação subliminar e identidade de interesses entre os lados britânico e alemão. Estreitas relações financeiras haviam existido por algum tempo entre o HSBC do Extremo Oriente e os piores elementos das finanças alemães. A Allianz representa uma coalizão dos mais antigos e piores fondi (feudos) familiares alemães, inclusive o da velha dinastia Wittelsbach da Baviera e o da mais demoníaca família da Europa de língua alemã, a Thurn und Táxis. Esta e seus parentes por afinidade, a defunta família real portuguuesa dos Bragança, que fundaram a organização terrorista Tradição, Família e Propriedade, estão implicadas nos planos para assassinar o Papa João Paulo II. O ramo da TFP na Venezuela foi banido pelo governo. A velha companhia United Fruit, renomeada United Brands nos anos 60, é o centro do crime organizado americano desde a virada deste século, como mostramos em 1978, por uma fusão da máfia siciliana de Nova Orleães com os interesses marítimos dos brâmanes de Boston; desde o começo do tráfico ibero-americano de narcóticos, os barcos de bananas da United Fruit, entrando no porto de Baltimore, têm sido os veículos mais livres para a passagem física de

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contrabando para os Estados Unidos. Por suas sucessivas reorganizações corporativas, a United Brands caiu nas mãos do financista de seguros de Cincinnati, Ohio, Carl Lindner, o principal sócio comercial, nas últimas três décadas, do herdeiro do crime organizado de Michigan, Max Fisher. Por uma ligação de interesses financeiros que poderia ter sido inventada por um pomposo, mas sem imaginação, novelista de mistérios, o destino da United Brands foi ligado ao do American Express, o mais eficiente transportador de dinheiro sujo no mundo, e o príncipe da lavagem de dinheiro no Levante, o financista sírio-suíço Edmund Safra. O American Express, o monstro que devorou metade das grandes casas de Wall Street, une a competência para o crime ao contrabando da United Brands, às redes financeiras que criaram e financiaram os Montoneros argentinos e outras organizações terroristas, tanto quanto aos interesses suíços que atuam há uma geração como correios particulares da União Soviética nos mercados internacionais de ouro. Mais agourento do que o espetacular aumento das maculadas financeiras do ocidente é o papel da União Soviética, assunto de capítulo expressamente excrito para esta edição. Havia um padrão nas falências das empresas financeiras relacionadas com narcóticos de 1973 a 1975, quando um grande abalo ocorreu. Ao mesmo tempo que Watergate acabava com a administração de Richard Nixon, e os serviços americanos de Inteligência eram abandonados às garras do Comitê Church do Senado americano, uma grande reorganização foi feita nos negócios do submundo financeiro. O gordo Bernie Cornfeld foi expulso sem cerimônia da organização de lavvagem de dinheiro por excelência dos anos 60, a Investors Overseas Serviçes (IOS), com a conivência do Barão Edmond de Rothschild e das autoridades suíças, para ser substituído pela “descoberta” dos Rothschild, Robert Vesco. Fugitivo da justiça, este é agora hóspede da Cuba de Fidel Castro, vigorosa e pessoalmente defendido pelo mesmo, e provadamente aliado chave dos esforços cubanos para explorar o tráfico de narcóticos, a fim de se conseguir fundos para as sujas operações políticas no Caribe, como mostraremos em capítulo posterior. O banqueiro romeno Tibor Rosenbaum, sabidamente alto funcionário do Mossad israelense e principal camarada do antigo Ministro israelense das Finanças Pinhas Sapir, morreu em desgraça após a falência do seu BCI, na Suíça. Seu papel no tráfico secreto de armas israelenses passou para Ariel Sharon e seu desagradável mensageiro Meshulam Riklis, da Corporação Rapid-American (Rapid-American Corporation). Não é à toa que Riklis e sua companhia têm sido alvo de alta prioridade para os investigadores de narcóticos da Alfândega americana desde meados dos anos 70; seu patrono na política israelense, o sanguinário Ariel Sharon, pertence a uma facção que crê que Israel, para se manter, deve negociar com a União Soviética a traição aos Estados Unidos. A queda de Michele Sindona em 1974 não foi uma perda para a humanidade. Mas o homem que tomou seu lugar, como banqueiro particular do Vaticano, foi o duplamente infeliz Roberto Calvi do Banco Ambrosiano, e seus aliados na maçonaria italiana, Licio Gelli e Umberto Ortolani. Provaremos em capítulos posteriores que Gelli, o antigo carrasco fascista, foi a parte italiana da agora infame “conexão búlgara”, a rede de heroína por armas descoberta pela polícia italiana em 1982, e a fonte de proteção para o suposto assassino do Papa João Paulo II. O grande abalo de meados dos anos 70 deu-se quando a União Soviética abriu caminho a cotoveladas para a crítica posição de sócia do submundo das finanças mundiais. Pela expansão de seu próprio sistema bancário imperial, com emprego de elementos do crime organizado sob influência soviética e, acima de tudo, através de negócios com interesses ocidentais como os do grupo Oppenheimer, a União Soviética entrou para as redes de dinheiro sujo. Tudo isto a serviço de seu objetivo estratégico global: a imposição da hegemonia soviética sobre toda a Eurásia, relegando os Estados Unidos para um poder hemisférico, presidindo o colapso social de toda a Ibero-América.

COMO A NARCOTRÁFICO S. A. COMPROU AS FINANÇAS AMERICANAS Paralelamente ao abalo no submmundo financeiro em meados dos anos 70, houve outro muito mais alardeado --- a eliminação das grandes corretorras de Wall Street, processo que continua até hoje e não é menos importante para a transformação do sistema financeiro mundial em instrumento das oligarquias aliadas européia e soviética. Não é mais possível dizer a parte dos lucros que são de fato americanos; só se pode afirmar, para registro público, que os bancos de investimento nos Estados Unidos estão agora quase totalmente controlados pelos antigos fondi europeus, isto é, fundações familiares cuja linhagem remonta ao financiamento das Cruzadas por Gênova e Veneza. De 1971 a 1981, na década após o então Sub-secretário do Tesouro Paul Volcker anular sua paridade com o ouro, o dólar americano caiu para meros 60% de seu nível anterior a desvalorização, enquanto o efeito combinado da inflação com os baixos preços das ações desvalorizou os títulos americanos para 30% de seu nível de 1971, em comparação com o ouro. Do ponto de vista dos antigos fondi oligárquicos, segurados em ouro, os títulos americanos poderiam ser comprados por 1/5 do seu preço anterior a 1971, no final dos anos 70. Este foi o período do grande refluxo de capital para os Estados Unidos, denominado pelo FMI como “discrepância estatística no balanço em conta corrente mundial”. Um colapso similar nos valores do dólar e dos bens ocorreu durante os anos de 1929 a 1933. Com os preços das ações em uma fração de seus valores anteriores, e a economia em ruínas, o Presidente Franklin Roosevelt foi persuadido pelos amigos americanos de John Maynard Keynes a forçar a desvalorização do dólar em 1932, dando aos antigos fondi ---

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particularmente as fortunas do “bloco do ouro” franco-suíço-italiano --- a chance de comprar bens americanos a preços miseráveis, em comparação àqueles disponíveis no final dos anos 70. Entre as modernas instituições financeiras, a Assicurazioni Generali de Veneza (Assicurrazioni Generali of Venice), herdeira das antigas fortunas venezianas, fornece a maioria das pistas quanto ao funcionamento dos fondi. A seguradora Generali, é uma câmara de compensação das operações de numerosos fondi, cada um representado por seu “testa de ferro”, um dos principais bancos de investimentos europeus. Seu conselho de diretores engloba as principais fortunas bancárias da Europa ocidental, cada uma das quais será analisada nos capítulos seguintes, tirados da edição de 1978 da Narcotráfico S. A. • Barão Augusto Von Finck, reconhecidamente o homem mais rico da Alemanha até sua morte recente (com a

possível exceção de Johannes Von Thurn und Taxis), dono do banco de investimentos Merck und Finck. Embora a fortuna pessoal de Finck seja enorme, a importância do banco se deve ao fondo da antiga família real Wittelsbach, da Baviera;

• Elie de Rothschild, da fammília francesa Rothschild; • Barão Pierre Lambert, o primo belga da família Rothschild e proprietário do banco Bruxelles-Lambert (uma força

em Wall Street, através da Drexel, Burnham, Lambert); • Jocelyn Hambro do banco Hambros, que possui 1/4 da Banca Privata de Michele Sindona quando este faliu em

1974; • Pierpaolo Luzzatto Fequiz, da antiga família veneziana Luzzatto, a quem encontraremos mais tarde neste capítulo

em companhia do notório Banco Ambrosiano; • Franco Orsini Bonacossi, da antiga família Orsini, cujas origens incluem membros do antigo Senado romano.

Os dois mais poderosos bancos de investimentos europeus, Lazard Frères (da milenar família David-Weill) e o Banco Paribas (fundado plelos judeus venezianos que comerciavam com o Império Otomano) são os maiores acionistas da Generali por meios variados. A seguradora veneziana irmã dessa, a Riunione Adriatica di Sicurtà, inclui entre seus diretorees membros da família Giustiniani de Gênova e Veneza, descendentes do vil imperador romano Justiniano; a família Doria, os principais financistas genoveses dos Habsburgos espanhóis; e o atual Duque de Alba, descendente do brutal guerreiro espanhol que os banqueiros genoveses enviaram aos Países Baixos, há quatro séculos, para esmagar sua independência. A Generali e o BIS (Bank for International Settlements) de Basiléia (o “banco central dos bancos centrais”), são as únicas instituições financeiras mundiais que, contabilizam seus livros no antigo franco suíço em ouro, anterior à guerra, a “moeda forte” que os fondi usaram para comprar os bens americanos a um centavo de dólar durante os primeiros e atrapalhados anos da administração Roosevelt. Eles esperaram bastante para se vingarem dos Estados Unidos. Sua oportunidade veio com a queda do dólar frente ao ouro, em 1971. Dado o colapso dos preços das ações de Wall Street durante a longa agonia do dólar, entre o colapso em 1967 da librra esterlina e as conseqüências do desastre de 1971, não surpreende que cada grande corretora tivesse transtornos até meados dos anos 70. A Lehman Brothers, por certo tempo, a mais poderosa em Wall Street, foi a primeira a levantar a bandeira branca. Possuía, nos escritórios de George Ball, 7% de investimentos da Banca de la Svizzera Italiana, um banco suíço que funcionava como virtual agência suíça do Banca Commerciale d`Itália, o banco em cuja sede a infame loja Propaganda-2 da maçonaria italiana fora fundada anos atrás. O Banca de la Svizzera Italiana (BSI), baseado em Lugano, Suíça, especializara-se em movimentar secretamente capital especulativo italiano para os Eestados Unidos. Uma a uma, as maiores casas de Wall Street caíram sob o controle dos antigos fondi europeus. A operadora de fusões e aquisições dominante em Wall Street, a Lazard Frères, nunca fora uma firma americana, sob qualquer ângulo, fora sempre dominada pela família judia francesa David-Weill, e só gerenciada por seu presidente André Meyer, se ninguém da família estivesse disponível. A Drexel, Burnham, Lambert, a sexta maior casa, vendeu seu capital inteiro para a família Lambert de Bruxelas, primos belgas da família Rothschild. A A. G. Becker, uma antiga corretora de Chicago, fundiu-se em ménage-à-trois com o S. G. Warburg, supostamente independente ramo da família banqueira Warburg, e a antiga firma franco-otomana Banque de Paris et des Pays-Bas (Banco Paribas), para criar a Warburg-Becker-Paribas (em seguida fundida com a Merrill Lynch em 1984).

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Virtualmente sem exceção, as maiores casas de Wall Street foram vendidas aos fondis. Finalmente em 1981, o mais poderoso banco de investimentos de Wall Street, (com a possível exceção do patrão de Henry Kissinger, o Goldman Sachs), o Salomon Brothers fundiu-se com a Phibro, o ramo comercial dos Oppenheimer. Como veremos adiante, esta absorçãso do Salomon Brothers, banqueiros de investimentos para o Citibank de Nova York, teve os resultados mais devastadores entre todos. Em um estudo de julho de 1981, a EIR aplicou os resultados de uma avaliação engenhosa de investimento estrangeiro desenvolvida pela Securities Industry Association (Associação da Indústria de Títulos), sobre os dados disponíveis do controle estrangeiro dos bens americanos. Esta mostrou o absurdo dos dados do Tesouro: pela lei, as corretoras deviam relatar a nacionalidade das transações com valores de origem estrangeira. O resultado desta análise provou ser esclarecedor; os dados do Tesouro mostravam que os investidores estrangeiros trocavam as carteiras de ações várias vezes, tanto quanto os investidores americanos. Isto era impossível, argumentava a Associação; era mais possível que o Tesouro houvesse calculado muito mal o total de investimentos estrangeiros. Se os investidores estrangeiros se comportassem como os americanos, então o total de investimentos daqueles em bens e ações americanos, em 1980, fora 225 bilhões de dólares, três vezes a estimativa (75 bilhões) do Tesouro! Esta quantia representava mais ou menos 20% do valor de todas as ações americanas. Entretanto, 20% do total parecia representar uma concentração muito maior do que o controle efetivo. Sabemos que os fondi europeus e seus bancos de investimentos “laranjas” lavam fundos de países deficitários e os transformam em investimentos anônimos em países superavitários, criando a suposta “discrepância estatística”. Uma vez que se conheça a natureza da fraude, a discrepância se explica. Armados com uma estimativa aproximada da extensão da infiltração da Narcotráfico S. A. no sistema financeiro americano, e seu controle dos bens corporativos americanos, podemos completar a sórdida história das estreitas relações dos traficantes de drogas com as mais prestigiosas intituições financeiras americanas. HONG KONG, OPPENHEIMER E BANCO AMBROSIANO: ONDE O CAPITAL ESPECULATIVO REINA

A Salomon Brothers foi a última das grandes firmas de Wall Street, e a mais importante, a acabar, fundindo-se em 1981 com o braço comercial do império Oppenheimer, a Phibro. Por este processo, os Oppenheimer adquiriram o controle efetivo do maior banco comercial americano, o Citibank. Um mês após esta fusão, o representante da Costanzo, George Vojta, foi sem alarde para a Phibro, para cimentar um relacionamento transatlântico entre o maior banco americano e o maior império de matérias primas anglo-sul africano. Harry Oppenheimer afirmara anteriormente naquele ano “Pretendemos expandir-nos na América do Norte”, e começou a criar um instrumento de 3 bilhões de dólares com que fazê-lo: a firma de investimentos Minorco, nas Bermudas, que Oppenheimer criou no mesmo ano. Tanto o presidente do Citibank, Walter Wriston, quanto o principal advogado do Citibank e sócio gerente da Shearman and Sterling, Robert Clare, entraram para a diretoria da Minorco. Um ano antes, Oppenheimer passara a controlar 28% da única firma de ouro sul africana que rivalizava com a Anglo-American, a Consolidated Gold Fields, a segunda maior produtora de ouro do país. Também com 28% do controle da Engelhard Minerals, a maior refinadora americana de metais preciosos e organização de origem da Phibro, Oppenheimer domina os metais preciosos do mundo e seus mercados de uma forma que o fundador da Anglo-American no século XIX, Cecil Rhodes, nem sonhava. Ainda mais obscuro que as operações ultra secretas da Phibro, é o papel da Anglo-American no paraíso fiscal caribenho, a principal passagem para o capital especulador internacional rumo a lugar mais permanente. Cerca de 100 bilhões de dólares em ativos bancários somente nas Bahamas, tanto quanto operações substanciais nas ilhas Virgens britânicas, Antilhas Holandesas, ilhas Caimã e outros centros bancários caribenhos, movimentam o dinheiro que desaparece dos balanços mundiais sob a forma dos 200 bilhões de dólares de “discrepância estatística”, descrita anteriormente. O principal banco de investimento da região é o International Trust Corporation (ITCO), criado pelo consórcio da Anglo-American com o Banco Barclays do Reino Unido (Barclays Bank of United Kingdom), o Royal Bank do Canadá (Royal Bank of Canadá) e o N. M. Rothschild londrino --- o qual encontraremos aqui e ali nas páginas que se seguem. O ITCO cria bancos, companhias de investimentos, corretoras de comodities, fuga de impostos, fundos, seguradoras e resseguradoras por todo o Caribe, facilitando contatos com reguladores bancários locais e apoiando a legalidade dos operadores de paraísos fiscais com que lida. Com efeito a ITCO é a agência da Phibro irmã dos bancos locais. O Citibank, sócio direto de Oppenheimer no negócio de lavagem de dinheiro no Caribe, e sócio indireto na sociedade Phibro-Salomon, não é recém chegado no jogo do capital especulativo. No começo dos anos 60, Robert Meyjes do First National City Bank, sugeriu ao presidente Walter Wriston que o banco estabelecesse uma divisão de “banco privado internacional”, para conduzir fundos de indivíduos ricos do exterior para os mercados de investimentos americanos. Wriston apoiou o plano. Quando esta nova divisão abriu, tinha seis empregados e administrava 250 milhões de dólares. Doze anos depois, a divisão de “banco privado” do renomeado Citibank era responsável por investimentos de 12,5 bilhões de dólares, e contribuía com 10% para os lucros anuais do banco.

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O indivíduo que primeiro propusera o novo departamento era um holandês chamado Robert Christopher Portomas Meyjes. Em dez anos, Meyjes treinou 600 bancários em sua divisão. Hoje, seus protegidos administram as divisões de banco privado da maioria dos grandes bancos americanos de Boston a São Francisco. Meyjes está agora no escritório do Citibank em Paris. Os antigos bancários a quem Meyjes treinou durante os anos 60, mantém uma ativa rede de “velhos amigos’, de acordo com os participantes. Muitos saíram para seus próprios negócios, administrando investimentos privados de clientes apresentados por sócios de grandes bancos comerciais. Cada “banqueiro privado internacional” tem um livro negro de antigos colegas que agora operam por si como “assessores de investimentos”. Quando um cliente no exterior requer serviços que são sensíveis demais para o banco manejar --- por exemplo, a criação de agências “laranjas” ou o aluguel de avião inexistente --- o banqueiro mandará o cliente para um dos “conselheiros”. Este realizará a fraude requerida, e os fundos retirados pelo cliente, de seu negócio ou sua carteira de investimentos no país sede, são então investidos pela “divisão de banco privado” do banco comercial que fez o encaminhamento. O banco Chase Manhattan de David Rockefeller não demorou a imitar o imaginativo programa do Citibank para obter novos depósitos. Em 1966, circulou um memorando na divisão internacional do Chase, afirmando explicitamente que o banco procuraria fundos internacionais ilícitos, como novas fontes de depósitos. No departamento internacional do Chase, isto se tornou conhecido como “ procurando o dinheiro da máfia”. O Chase logo entendeu que isto era mais facilmente proposto que realizado. Havia eleito o mercado asiático como prioritário, mas viu que Hong Kong, o mercado central asiático, era um clube fechado demais para permitir fácil acesso a um banco americano. Até que colocasse o bilionário armador Y. K. Pao em seu conselho de diretores, estabelecendo uma ligação com o banco HSBC, do qual o armador era vice-presidente, o Chase não pode começar sua expansão posterior no mercado de Hong Kong. O Bank of América, olhando para o ocidente desde sua sede em São Francisco, também escolhera Hong Kong como sua prioridade máxima. Rudolph Peterson, seu antigo chefe internacional, uma vez disse a um repórter, “O HSBC é a instituição dominante lá, mas achamos um meio de trabalhar com eles de forma a que não nos vissem como ameaça”. Quando o agora infame Banco Ambrosiano desapareceu no escândalo financeiro dos anos 80, os presidentes dos maiores bancos comerciais americanos não poderiam ter ficado mais embaraçados do que se precisassem confessar às esposas, que haviam contraído uma doença social. O Ambrosiano era um bordel financeiro; em si, não seria de nenhum interesse além do policial, se não fosse pelo fato de que suas propriedades e clientela incluíssem a elite financeira da Europa e dos Estados Unidos. Não somente os maiores bancos italianos, inclusive o Banca Commerciale Italiana, e a filial suíça do Banca della Svizzera Italiana, mas o Bank of América e o Chase estavam até as orelhas no escândalo. Sendo o mais importante financista do Partido Socialista Italiano, e tesoureiro da loja Propaganda 2 da maçonaria italiana, Calvi separou os 6 bilhões de dólares do Banco Ambrosiano do coração dos 20 bilhões do império internacional de companhias fundidas e associadas. Mas o Ambrosiano em si fazia parte de uma série maior de peças do quebra cabeças que era um sindicato internacional poderoso, mas secreto, chamado “Inter-Alpha”, quer dizer, “entre os primeiros”. Este foi fundado como a ponte entre a lavagem de dinheiro no Levante, por Roberto Calvi, e as operações no Extremo Oriente dos financistas das drogas de Hong Kong: seus membros britânicos são o Royal Bank da Escócia (RBS-Royal Bank of Scottland) e seu sócio inglês, o banco de compensação Williams and Glyns. Ao tempo da falência do Ambrosiano em 1982, o Royal Bank da Escócia estava negociando uma fusão com ninguém menos que o HSBC. Notáveis eram as ligações íntimas entre Calvi e os maiores bancos americanos. O grupo Inter-Alpha capitalizava uma pequena corretora de valores em Nova York chamada “Ultrafin”, deixando a administração para Roberto Calvi e seu amigo íntimo, o falecido fundador do Clube de Roma, Aurélio Peccei, o antogo chefe da FIAT na Argentina. Por sugestão de Peccei, Calvi trouxe o economista chefe da Comissão Trilateral de David Rockefeller, professor Richard Gardner, para atuar como chefe de Inteligência para a Inter-Alpha em Nova York. Gardner tornou-se membro do conselho da Ultrafin em Nova York com esta aribuição especial. Richard Gardner, pessoalmente ligado a Rockefeller, dono do Chase, escreveu todos os principais documentos financeiros da Comissão Trilateral, inclusive o plano de 1976 para substituir o controle da economia política dos governos nacionais, por um banco central verdadeiramente global. Sua esposa Daniele Luzzatto é filha de Bruno Luzzatto, o aristocrata veneziano que controlou o escritório parisiense do Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial. Enquanto isto, o Bank of América juntou-se ao Banca Nazionale della Agricoltura no Banca d`América e d`Itália, que capitalizou uma associação conjunta com o Banco Ambrosiano com os 3 bilhões de dólares em ativos do Interbanca Spa. Quase até o fim, o Bank of América defendeu sua conexão com Calvi. Como foi relatado na EIR em 7 de julho de 1981, o chefe do departamento internacional do banco em São Francisco, Rudolph Peterson, disse “O Banco Ambrosiano é

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um ótimo e honesto banco de boa reputação”. Peterson, cujos laços fortes com a Itália mereceram-lhe a Grande Ordem do Mérito deste país, acrescentou “Estou certo que este escândalo com eles será esclarecido. Mesmo quando há caos à sua volta, os banqueiros, e especialmente os do banco central, sabem como atravessá-lo. Os bancos e o banco central continuarão com direção firme e o escândalo se resolverá”.

KISSINGER E A NOVA DIRETORIA DA NARCOTRÁFICO S. A. Peterson, do Bank of América, estava errado. Calvi terminou enforcado sob a ponte Backfriars em Londres, e a Narcotráfico S. A. foi de novo reorganizada --- desta vez de cima abaixo. Essas habilidades, como as relatamos há seis anos, eram impressionantes em sua época. Mas não são mais necessárias. A grande transferência dos fondi oligárquicos para dentro dos Estados Unidos tornou-as supérfluas. Quando Henry Kissinger foi eleito para o conselho de diretoria do American Express em março de 1984, fechou-se um círculo que começara com a onda de absorções estrangeiras de corretoras americanas, durante os anos 60 e 70. A antiga corretora de George Ball, a Lehman Brothers, há muito fora absorvida por sua grande rival, entre as antigas casas de judeus alemães de Wall Street, a Kuhn Loeb, para formar a Lehman Brothers-Kuhn Loeb. A Shearson Hayden Stone, a segunda corretora de varejo após a Merrill Lynch, repetira a mudança desta para banco de investimento, ao absorver a terceira das antigas corretoras de judeus alemães, a Loeb Rhoades. A American Express, por sua vez, engoliu a Shearson-Loeb Rhoades e Lehman-Kuhn Loeb, juntando em um só bloco uma grande parte do que indentificáramos em 1978 como os supostamente respeitáveis interesses por trás do crime organizado e do tráfico de drogas. O membro do conselho da American Express, e principal advogado responsável pelo manejo da série de fusões, foi Kenneth Bialkin, o atual presidente da Liga Anti-Difamação de B`nai B`rith (ADL); seu antecessor, Theodore Silbert, da família Recanati do Sterling National Bank, atualmente é réu de ação civil iniciada pelo governo italiano, sob alegação de que ajudara Michele Sindona a lavar dinheiro para o falido Banca Privata. A Shearson Lehman Ammerican Express, como a última em Wall Street se chama, é a fênix que renasceu das cinzas dos mercados de dinheiro no exterior. A nova entidade é controlada efetivamente, por sua vez, por dois dos mais sombrios financistas do mundo, Edmund Safra e Carl Lindner, cada um dos quais possui cerca de 4% das ações. Lindner, como já se disse antes, é proprietário do antigo sistema de contrabando de drogas da United Fruit. O caso de Safra é mais interessante. A sua parte controladora no American Express deriva da fusão, em janeiro de 1983, de seu Trade Development Bank de Genebra (Trade Development Bank of Geneva) com o American Express International Bank, onde Safra serviu brevemente como presidente. O AMEX tomou o controle da instituição suíça e sua rede global, em troca de 4% de suas ações controladoras. Safra é figura de proa conhecida das famílias banqueiras sírio-judias que serviram aos fondi venezianos e genoveses desde Aleppo, através da longa história das finanças levantinas. O Republic National Bank de Nova York, de Safra, na pessoa de seu presidente Theodore Kheel, fez as apresentações que permitiram ao suspeito banqueiro argentino David Graiver comprar o American Bank and Trust. Graiver depois pilhou 45 milhões de dólares deste, junto com John Samuels, um “laranja” de Nova York dos patrocinadores originais de Safra, a família Recanati do Israel Discount Bank. O estelionatário argentino logo depois desapareceu, quando seu avião caiu no México. Graiver fora o principal financista dos terroristas argentinos Montoneros, e funcionara como a conexão argentina para a antiga lavagem de dinheiro de Tibor Rosenbaum-Meyer Lansky, antes de sua curta fuga para Nova York. Estes são os atuais patrões de Henry Kissinger, que também serve como vice-presidente do conselho internacional de assessoria do Chase (foi presidente até que David Rockefeller aposentou-se do banco, e passou para este conselho), conselheiro do Goldman Sachs e consultor de dúzias de importantes corporações e instituições financeiras, pela Kissinger Aassociados (Kissinger Associates). Os membros desta representam um conselho de fato de diretores para a entidade que chamamos Narcotráfico S. A.. Exatamente como Kissinger é representado no conselho do American Express, este é representado na Kissinger Associados por Mario d`Urso. Este veio para a Shearson Lehman American Express da antiga Kuhn Loeb, cujo departamento internacional dirigia antes que se fundisse com a Lehman. É também o chefe em Nova York da Seguradora Jefferson (Jefferson Insurance Company), o braço conjunto das seguradoras gigantes venezianas Assicurazioni Generali e Riunione Adriatica di Sicurtà; como vimos antes, são elas as câmaras de compensação centrais dos antigos fondi venezianos. O presidente em Nova York da Seguradora Jefferson é um velho camarada de Kissinger no Departamento de Estado, Nathaniel Samuels, também da antiga corretora Kuhn Loeb; também é o presidente em Nova York do Banque Louis–Dreyfus Holding Company nos Estados Unidos e diretor do Banque Louis-Dreyfus de Paris, o qual dirige a companhia graneleira de mesmo nome, um dos cartéis de alimentos que fazem parte das seguradoras venezianas. Outro membro do conselho da Seguradora Jefferson, por muitos anos, foi o antigo chefe da

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Inteligência britânica em Nova York, o financista Arthur Ross, íntimo do falecido presidente da Lazard Frères, André Meyer. O britânico Lord Carrington, co-fundador da Kissinger Associados, até mudar-se para o quartel general da OTAN em Bruxelas, é um antigo diretor tanto do Hambro`s Bank (um dos fondi que constituem a Assicurazioni Generali) ao tempo em que o mesmo comprou 25% do Banca Privata de Michele Sindona, quanto do Barclays Bank, o principal financiador e sócio na fraude caribenha dos Oppenheimer. Lord Carrington foi substituído no conselho da Kissinger Associados, em meados de 1984, pelo presidente do banco mercantil londrino S. G. Warburg, Lord Eric Roll of Ipsden, que justamente completara a reorganização das companhias dos Warburg em Londres sob a holding Mercury Securities. A representação londrina da família Oppenheimer (que reencontraremos adiante ao examinarmos as finanças externas da União Soviética), a Charter Consolidated, comprou 9% do novo consórcio Warburg que tem propriedade conjunta com o Banque de Paris e des Pays Bas (Banco de Paris e dos Países Baixos-Paribas) de Paris, o acionista controlador da Assicurazioni Generali de Veneza. Na Ásia, a Kissinger Associados é representada por Sir Y. K. Kan, de Hong Kong, que também representa as quatro famílias chinesas do exterior que controlam o Bank of Eeast Asia, de Hong Kong. O pessoal da Kissinger Associados é chefiado por Lawrence Eagleburger, membro antigo do mais alto nível da diplomacia americana, e protegido de Kissinger desde os dias de Nixon. Em uma série de 1984, sobre a economia da maconha na Jamaica, o NEW YORK TIMMES ridicularizou as explicações de Eagleburger de que, ao apoiar o regime de Edward Seaga na Jamaica, não tinha idéia de que Seaga internacionalmente tornara a maconha a principal colheita lucrativa do país. Seaga anunciara sua intenção no WASHINGTON POST e no programa de televisão americano “Face the Nation”. A rede de interesses representados na Kissinger Associados não é nova. Ao contrário, eles representam os antigos fondi que colaboram entre si há séculos. O que é novo e de mau agouro é que os homens que fazem o serviço sujo para os fondi saíram das sombras dos paraísos fiscais caribenhos, e do contrabando de Hong Kong, para os conselhos das mais poderosas instituições financeiras americanas, e estão bem próximos dos conselhos do próprio governo americano. É ainda pior o fato de que o canal principal de influência política do império soviético, na política americana, tornou-se agora rede dos elementos constituintes da Narcotráfico S. A., duplamente assim no contexto da manobra soviética no submundo financeiro, o qual documentaremos em capítulo posterior. Conforme o FMI tenta destruir um a um os amigos dos Estados Unidos no mundo em desenvolvvimento, criando condições sob as quais a influência soviética possa estender-se às nações inerentemente hostis aos objetivos desta, assim as políticas incentivadoras do FMI financiam as operações secretas do império soviético. O monstro que identificamos em 1978 mudou, largando as máscaras do Banco Ambrosiano e da IOS, somente para crescer em extensão e influência. Seis anos atrás, o tráfico de narcóticos ameaçava todas as futuras gerações de jovens. Agora é o centro da mais grave ameaça à civilização ocidental desde o século 14. Vagarosamente, com atraso, os governos do ocidente admitiram a extensão do problema e, à sua moda preguiçosa, aceitaram parte da análise que oferecemos há sei anos atrás. Mas ação efetiva e implacável deve ainda ser tomada, contra os cidadãos e as instituições que trouxeram a ralé do submundo financeiro para o ápice do poder na vida política.

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PARTE 2 A PRIMEIRA GUERRA DO ÓPIO DA

GRÃ-BRETANHA

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INTRODUÇÃO ENFRAQUECENDO A VITALIDADE DE

UMA NAÇÃO Este é o cenário do que se segue: os narcóticos estão vindo do exterior por um grupo eficiente e bem organizado de contrabandistas. Um quinto da população abusa das drogas, uma epidemia que sobrepuja qualquer outra conhecida desde as Grandes Pragas. Não somente os pobres, mas os ricos e os filhos dos ricos sucumbiram. Dentro da nação, o crime organizado distribui descaradamente seus lucros das drogas, dirigindo os governos municipais e ameaçando a integridade até do governo nacional. Nenhum de seus oponentes está a salvo dos assassinos, nem mesmo o chefe de estado. A polícia está no matadouro. A fibra moral da nação se deteriorou além do ponto perigoso. Um dos principais traficantes de drogas escreve aos superiores no exterior que, enquanto o uso das drogas continuar a dominar a nação, “não há a menor razão para temer que ela se torne um poder militar de qualquer importância, pois o hábito enfraquece as energias e a vitalidade da nação”. A descrição familiar não é a da América em 1986, mas da China em 1838, às vésperas da primeira guerra do ópio, quando a Grã-Bretanha enviou tropas para compelir a China a tomar o veneno distribuído pelos mercadores britânicos. Durante o século passado, as finanças britânicas, protegidas pelas armas britânicas, controlou o tráfico mundial de narcóticos. Os nomes das famílias e instituições são conhecidos dos estudantes de história: Matheson, Keswick, Swire, Dent, Baring e Rothschild; Jardine Matheson, o HSBC, o Chartered Bank, a Companhia de Navegação a Vapor Peninsular e Oriental (Peninsular and Orient Steam Navigation Company). A inteligência britânica conduzia um escritório mundial de assassinatos, operando através das sociedades secretas: a Ordem de são João de Jerusalém, seu braço sionista centrado na Fundação Jerusalém, a máfia de Mazzini, os Tríades, ou Sociedades do Céu na China. Verificando os registros do tráfico de narcóticos e sua esteira de corrupção e mortes, o aspecto mais sinistro da Pax Britânica baseada no ópio é a maneira pela qual desavergonhadamente os comerciantes de drogas operam e se apresentam. O comércio do ópio para os britânicos não era um negócio sórdido feito nos becos, mas um instrumento honrado de política estatal, o suporte do Tesouro, o objeto de elogios dos principais apóstolos britânicos do “livre mercado” --- Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus, James Mill e John Stuart Mill. O envenenamento da China, e mais tarde dos Estados Unidos pós Guerra Civil, não leva à prisão, mas à nobreza. Grandes espaços do Extremo Oriente se devotaram à cultura da papoula do ópio, com exclusão de culturas para alimentação, até que milhões de pessoas dependessem totalmente da cultura, distribuição e consumo de drogas. Os Keswicks, os Dents, os Swires e os Barings ainda controlam o fluxo mundial de opiáceos, de sua fortaleza na colônia da corôa britânica de Hong Kong. A Jardine Matheson, o HSBC e a Companhia de Navegação a Vapor Peninsular e Oriental ainda controlam os canais de produção e distribuição das drogas desde o Extremo Oriente, através do domínio britânico do Canadá, até os Estados Unidos. Por uma cadeia initerrupta de sucessores, os descendentes das Tríades, da máfia e dos Hofjuden da Câmara Britânica de Representantes Judaicos (British Chamber of Jewish Deputies) ainda promovem o tráfico de drogas, as transferências de dinheiro sujo, a corrupção política e um escritório de assassinatos que tirou a vida de um Presidente americano. Atualmente, os lucros das drogas desta máquina não mais são registrados nas contas públicas do Tesouro Britânico. Mas as instalações principais do tráfico de drogas não mais se escondem como faziam há cem anos. Da colônia da corôa de Hong Kong, o HSBC faz o que os Keswicks mandam fazer: fornecem possibilidades centralizadas de redesconto para o financiamento do comércio das drogas. Os sobrenomes da alta administração ainda são os mesmos. Até hoje, os grandes e antigos nomes das bebidas e comércio de drogas da Lei Seca despertam a atenção dos americanos: Bronfman, Kennedy, Lansky. Estão os alienígenas do comércio de ópio da Índia, da máfia da Lei Seca, aprisionados nos livros de história e nas telas de cinema? Freqüentemente, o observador sente um momentâneo lapso no tempo e vê, não um livro de história, mas o jornal da manhã, não o filme noturno, mas o noticiário da televisão. A história que iremos contar aconteceu duas vezes. Ocorreu primeiro na China e agora acontece nos Estados Unidos. Enfatizando que nem os nomes, nem os pontos de reunião dos criminosos mudaram, começamos a contar como aconteceu da primeira vez.

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1 A GUERRA DA COMPANHIA DAS

ÍNDIAS ORIENTAIS CONTRA A CHINA Em 1715, a Companhia Britânica das Índias Orientais abriu seu primeiro escritório no Extremo Oriente, no porto chinês de Cantão, e começou a comerciar ópio. Entre este tempo e a primeira guerra do ópio contra a China em 1840, a Grã-Bretanha não assumiu a direção do comércio de drogas, mas este apossou-se dela. O meio foi o quase golpe de estado em 1783 por Lord Shelburne (o Primeiro-ministro britânico que concluiu as negociações de paz com as colônias americanas após Yorktown), que levou ao poder em Londres a facção financeira e política que conduzia o comércio do ópio asiático. Shelburne dirigia um grupo centralizado na Companhia das Índias Orientais, um outro de mercadores escoceses e uma aliança no continente com a ordem de cavalaria dos Cavaleiros de São João de Jerusalém (Ordem de Malta---N.Ed.) e a Companhia de Jesus (Jesuitas --- N.Ed.). Impossibilitado de chefiar em seu próprio nome --- era conhecido como o “jesuíta da praça Berkeley” --- Shelburne manobrou para conservar William Pitt, o Jovem, como Primeiro-ministro por vinte anos. A Companhia das Índias Orientais começara a negociar narcóticos em 1715, mas não foram os primeiros. Desde que a missão jesuita original se estabelecera em Pequim em 1601, a Companhia de Jesus guardava a chave do comércio com o Extremo Oriente, inclusive das drogas. O primeiro registro do cultivo em grande escala de ópio vem da Índia, então sob o império Mogul no fim do século XVI, quando os jesuitas ---seguindo a trilha dos primeiros comerciantes portugueses --- alcançaram posições de inquestionável autoridade na corte Mogul. Com os jesuitas como seus contatos entre os dirigentes Manchu da China e o império Mogul, os portugueses, e mais tarde os holandeses, apossaram-se das centenárias rotas de comércio de drogas, abertas por comerciantes árabes e indianos, inclusive o comércio de ópio entre Cantão e Macau, controlado pelos portugueses. Os holandeses mais tarde negociaram o monopólio de ópio para todo o norte do sub-continente indiano, o que incluía Bengala, Bihar, Orissa e Benares. Os comerciantes holandeses receberam permissão para forçar os camponeses indianos a produzirem ópio em troca de impostos pagos à corte Mogul. Em 1659, o comércio de ópio estava atrás somente do comércio com especiarias, para o qual o ópio era um meio de troca. Por 1750, os holandeses transportavam mais de cem toneladas de ópio anuais para a Indonésia. O ópio foi sempre um produto extraordinariamente lucrativo, mas os holandeses não deixaram de notar seus benefícios colaterais. De acordo com um historiador, os holandeses considerarram o ópio um meio útil de quebrar a resistência moral dos indonésios que se opunham à introdução deste sistema de plantação semi-servil, mas crescentemente lucrativo. Eles deliberadamente espalharam o hábito da droga nos portos, onde os comerciantes árabes usavam o ópio para levá-lo ao interior. A Companhia das Índias Orientais permaneceu secundária neste comércio até as vitórias militares de 1757, que tornaram Bengala uma colônia da corôa. Mas os beneficiários da nova mudança no comércio de ópio não foi a Grã-Bretanha, nem mesmo a própria companhia. Esta pagou os custos das expedições militares de 1757, mas não viu nenhum lucro, pois as rendas do comércio de ópio encheram os bolsos dos funcionários da companhia na Índia. Repetidamente, a Companhia das Índias Orientais solicitou uma investigação do Parlamento, até que Shelburne tomou a frente, reorganizou a companhia e tornou-a o instrumento central de pilhagem para a manutenção do império britânico. Shelburne tomou duas entidades falidas, a Compnhia das Índias Orientais e o Império Britânico, e combinou-as para fazê-las funcionar. Pelo fim da guerra de independência das colônias americanas, o débito nacional britânico subira para a quantia então estupenda de 240 milhões de dólares. Como os atuais países sub-desenvolvidos, o serviço anual da dívida britânica consumia mais de metade de todos os impostos governamentais. O que era mais sério, através da Liga da Neutralidade Armada, a aliança européia que se havia formado contra a Inglaterra durante a guerra, a Inglaterra tinha perdido para a França a maioria do mercado europeu de produtos tais como linho, têxteis e ferragens. Para aliviar a crise, Shelburne propôs uma dupla estratégia: expandir o tráfiico de ópio e subverter os Estados Unidos --- ambos sob a bandeira do “livre mercado”. A primeira alcançou total sucesso com a guerra do ópio contra a China; a segunda não, até o século XX. Primeiro, Shelburne firmou uma aliança com a facção da Companhia das Índias Orientais de Laurence Sullivan, cujo filho foi sub-contratado para o monopólio privado do ópio em Bengala, e Francis Baring, o banqueiro anglo-holandês

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importante no comércio atlântico. Com o dinheiro do comércio do ópio e o patrocínio da máquina da monarquia, Shelburne comprou o Parlamento inteiro em 1783, e consolidou o poder financeiro que deixou longe o das famílias latifundiárias da revolução gloriosa de 1688, e que haviam posto a perder a política britânica com as colônias americanas. O principal propagandista de Shelburne foi Adam Smith, o empregado da Companhia das Índias Orientais cujo livro de 1776, “A Riqueza das Nações”, deu partida à política britânica de manter as colônias americanas atrasadas como produtoras de matérias primas, e o mandato para expandir o comércio de ópio. Smith destruiu a prática da Companhia das Índias Orientais de “ordenar aos camponeses que arasse um rico campo de papoulas e o semeasse com arroz ou outro grão qualquer”, a fim de manter o alto preço do ópio nos restritos mercados existentes. O ópio deveria ser transformado, de fonte de fortunas para alguns poucos oficiais da Companhia das Índias Orientais, em sangue do império. Smith escreveu na “Riqueza das Nações”: • “Os servos da companhia tentaram em diversas ocasiões estabelecer em seu favor o monopólio de alguns dos

mais importantes produtos, não somente estrangeiros, mas do comércio interno do país... No curso de um século ou dois, a política da companhia inglesa se tornaria desta forma tão destrutiva quanto a dos holandeses... Nada entretanto pode ser mais diretamente contrário ao interesse real dessas companhias, consideradas como soberanas dos países que conquistaram.... É do interesse (do soberano) entretanto aumentar tanto quanto possível a produção anual. Mas se isto é do interesse de cada soberano, é igualmente daquele cuja renda, como a do soberano de Bengala, vem principalmente do arrendamento da terra. Este arrendamento deve necessariamg54ente ser em proporção à quantidade e valor da produção, e ambos devem depender da extensão do mercado”.

O “produto” era o ópio. Em 1787, o Secretário de Estado britânico Dundas propusera que a Grã-Bretanha pressionasse a China para que criasse o mercado do ópio. A Companhia das Índias Orientais, enquanto isto, estabeleceu um grupo de testas de ferro ou intermediários para conduzirem as exportações de ópio da Índia para a China, com aprovação secreta da Companhia. Entre os primeiros estava Jardine Matheson, que mantém participação ativa no tráfico de heroína do Extremo Oriente até hoje. Agora sob o patrocínio direto da corôa, Jardine Matheson e outros fomentaram uma epidemia de tráfico de ópio na China. Pelo ano 1830, o número de caixas de ópio trazidas para a China aumentou quatro vezes, para 18.956 caixas. Em 1836, a quantidade ultrapassou 30.000 caixas. Em termos financeiros, as quantias disponibilizadas, tanto pelo governo britânico quanto pelo chinês, mostram que entre 1829 e 1840, um total de 7 milhões de dólares de prata entraram na China, enquanto 56 milhões foram sugados pela rápida subida no comércio de ópio. De fato, por volta de 1830, o ópio era o principal produto do comércio mundial.

OS CHINESES CAÍRAM NA ARMADILHA Em 1840, o imperador chinês, confrontado com uma epidemia de vício que estava destruindo a classe mandarim e a nação, tentou restringir as companhias comerciais britânicas. A resposta britânica foi a guerra. No ano anterior, o imperador designara Lin Tse-hsu comissário em Cantão, para liderar uma guerra ao ópio. Lin lançou um sério golpe contra as gangues Tríades, patrocinadas pelas companhias comerciais britânicas para contrabandear drogas desde a área da “fábrica” para as comunidades. A Sociedade Tríade, também conhecida como “Sociedade do Céu e da Terra”, era um culto religioso feudal centenário, suprimido pela dinastia manchu por sua freqüente oposição violenta aos programas de reformas do governo. O grupo Tríade em Cantão foi moldado e cultivado pelos jesuítas e os missionários da Igreja Anglicana, e recrutado no comércio de ópio da Companhia das Índias Orientais desde o começo do século XIX. Quando Lin tentou prender um britânico empregado nas casas comerciais de ópio, o comissário da coroa Charles Elliot interveio para proteger o contrabandista de drogas com a bandeira de Sua Majestade. E quando Lin respondeu, sitiando os armazéns com cargas de chá prontas para velejarem para a Grã-Bretanha, até que os mercadores entregassem seus estoques de ópio, Elliot assegurou aos contrabandistas de drogas britânicos que a coroa se reponsabilizaria integralmente por suas perdas. A coroa britânica tinha seu casus belli. Matheson, da casa de ópio Jardine 9Matheson, alegremente escreveu ao sócio Jardine, então em Londres conferenciando com o Primeiro-ministro Palmerston, sobre como conduzir a iminente guerra contra a China: “Os chineses caíram na armadilha de se renderem diretamente e dependerem da coroa. Para um observador atento, parece que toda a carrreira de Elliot foi expressamente destinada a fazer os chineses se comprometerem, e produzir uma coalisão”.

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E Matheson concluía a correspondência: “Suponho que a guerra com a China será o próximo passo”. Na verdade, em 12 de outubro de 1839, Palmerston enviou um despacho secreto a Elliot em Cantão, informando-o que uma força expedicionária procedente da Índia poderia ser esperada para março de 1840. Em um despacho secreto seguinte, datado de 23 de novembro, Palmerston forneceu instruções detalhadas sobre como Elliot procederia nas negociações com os chineses, uma vez estes derrotados pela armada britânica. Este segundo despacho fora calcado em um memorando de Jardine datado de 26 de outubro de 1839, no qual o comerciante de ópio pedia: 1- total legalização do comércio de ópio na China; 2- compensação pelos estoques de ópio, confiscados por Lin, até 2 milhões de libras; 3- soberania territorial para a coroa britânica sobre várias ilhas do litoral. Em um memorando simultâneo, ao Primeiro-ministro, Jardine colocou toda a frota de ópio da J & M à disposição da coroa para a guerra contra a China. As forças chinesas, dizimadas por dez anos de vício desmedido de ópio dentro do exército imperial, provaram não serem adversárias para os britânicos. A armada britânica chegou e começou o sítio em junho de 1840. Enquanto encontrava dificuldade em Cantão, sua ameaça às cidades do norte, especialmente Nanking, forçou o imperador a negociar. Dolorosamente consciente de que qualquer conflito prolongado meramente fortaleceria a posição de barganha dos britânicos, ele pediu um tratado para acabar a guerra. Quando Elliot enviou a Palmerston em 1841, um rascunho do Tratado de Chuenpi, o Primeiro-ministro rejeitou-o de saída, replicando “Depois de tudo, nossa força naval é tão poderosa que podemos dizer ao imperador o que nós queremos ter, e não ele dizer o que cederá”. Palmerston ordenou a Elliot que pedisse “entrada do ópio na China como artigo de comércio legal, crescente pagamento indenizatório e acesso dos britânicos a vários portos chineses”. O Tratado de Nanking, assinado em 1842, trouxe à coroa britânica a inacreditável soma de 21 milhões de dólares em prata e o controle extra-territorial do “porto livre” de Hong Kong, até hoje a capital do comércio global britânico de drogas. A primeira guerra do ópio definiu a proliferação e a exploração das drogas destruidoras da mente como alicerce da política imperial britânica. Os que duvidam devem considerar esta afirmação política feita por Lord Palmerston, em um comunicado de janeiro de 1841 a Lord Auckland, então governador geral da Índia: “A rivalidade das manufaturas européias está rapidamente excluindo nossos produtos dos mercados europeus, e devemos incessantemente nos esforçar para achar, em outras partes do mundo, novos mercados para nossa indústria (do ópio)... Se tivermos sucesso em nossa expedição à China, a Abissínia, a Arábia, os países do Indo e os novos mercados da China nos darão uma extensão muito importante ao âmbito de nosso comércio exterior...” É apropriado concluir este perfil resumido da primeira guerra britânica do ópio, citando a 15ª. edição da enciclopédia britânica, publicada em 1977. Esta pequena biografia de Lin-Tse-hsu --- o líder da luta do imperador chinês para derrotar os britânicos que viciavam os chineses --- esclarece ao leitor inteligente que a política britânica até hoje não mudou nada: • “Ele (Lin) não compreendeu o significado das exigências britânicas de livre mercado e igualdade internacional,

que se baseavam em seu conceito de império comercial. Este era um desafio radical à ordem chinesa do mundo, que só conhecia um império e povos sujeitados... Em famosa carta à rainha Vitória, escrita quando ele chegou a Cantão, Lin perguntava se ela permitiria a importação de tal substância venenosa para seu próprio país, e pedia a ela que proibisse seus súditos de trazê-la para os dele. Lin apoiava-se em um tom moral agressivo, enquanto procedia sem descanso contra os mercadores britânicos, de forma que somente insultaria o governo deles”.

DIPLOMACIA BRITÂNICA DO ÓPIO

Nem uma dezena de anos se passaria da assinatura do Tratado de Nanking antes que a coroa britânica precipitasse sua segunda guerra do ópio contra a China, com conseqüências desastrosas similares para os chineses, e com lucros monumentais similares para os comerciantes de drogas de Londres. A partir desta segunda guerra (1858-1860), os bancos comerciais e companhias mercantis britânicas estabeleceram a Corporação Hong Kong e Shangai (Hong Kong and Shangai Banking Corporation --- HSBC), que até hoje serve como câmara de compensação central para todas as transações financeiras do Extremo Oriente, relacionadas com o mercado negro do ópio e de seu derivado, a heroína. Além disso, com o sítio conjunto britânico-francês de Pequin em outubro de 1860, os britânicos completaram o processo de abertura total da China. Lord Palmerston, o alto sacerdote dos ritos escoceses da maçonaria, voltara a ser Primeiro-ministro em junho de 1859, para conduzir a segunda guerra e completar a política de “China aberta”, que delineara vinte anos antes.

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Como a invasão de Cantão em 1840, a segunda guerra do ópio foi um ato de agressão imperial britânica, lançada com base no primeiro pretexto fútil que apareceu. Pouco antes de ordenar uma campanha ao norte contra Pequin (que permitiu aos britânicos manter tráfico initerrupto de ópio mesmo durante o estado de guerra), Lord Palmerston escreveu a seu colaborador, o Secretário do Exterior Lord John Russell (avõ e guardião do satânico Lord Bertrand Russell) “Devemos de alguma forma fazer os chineses se arrependerem do ultraje”, referindo-se à derrota sofrida por uma força expedicionária conjunta britânico-francesa, nos fortes Taku, em junho de 1859. Esta, agindo com ordens de tomarem os fortes, desembarcou em um porto cheio de lama, e várias centenas de marinheiros, ao tentarem chegar à terra pela lama, haviam sido mortos ou capturados. “Devemos enviar uma força militar naval para atacar e ocupar Pequin”, continuou Palmerston. Pegando a senha, THE TIMES de Londres lanlou uma campanha sanguinária de propaganda: “A Inglaterra com a França, ou a Inglaterra sem a França, se necessário... dará uma lição aquelas hordas pérfidas, a de que a Europa será daqui por diante um passaporte do medo, se não pode ser de amor, por toda a terra delas”. Em outubro de 1860, a força expedicionária britânico-francesa sitiou Pequin. A cidade caiu em um dia, com quase nenhuma resistência. A despeito dos protestos franceses, o comandante britânico Lord Elgin ordenou que os templos e outros lugares sagrados da cidade fossem saqueados e queimados até o chão, como demonstração de desprezo britânico pelos chineses. Após quatro anos da assinatura do Tratado de Tientsin (25 de outubro de 1860), a Grã-Bretanha controlava 7/8 do comércio de ópio na China, que se expandia enormemente. Este subiu a mais de 20 milhões de libras somente em 1864. Nos vinte anos seguintes, a exportação total de ópio da Índia, cuja esmagadora maioria era encaminhada para a China, subiu como foguete, de 58.681 caixas em 1860 para 105.508 caixas em 1880. Com sua guerra contra a China, a Grã-Bretangha estabeleceu seu método de controle do comércio internacional do ópio:

1- patrocínio do vício maciço nas populações coloniais e neo-coloniais visadas, como meio “de enfraquecer a vitalidade da nação”;

2- boa vontade do governo de Sua Majestade em usar as forças militares nacionais para proteger o comércio de

ópio; e,

3- uso dos lucros comerciais para financiar a infra-estrutura terrorista e criminosa, organizada dentro da nação visada, para viabilizar o comércio e atuar como quinta coluna dos interesses britânicos.

CABEÇA DE PRAIA NOS ESTADOS UNIDOS

A plantação de algodão nos estados sulistas dos Estados Unidos não foi meramente uma faceta da mesma operação comercial que produziu o comércio de drogas; para todos os fins, era o comércio de drogas. O ópio era o estágio final no ciclo de demanda do algodão, financiado pelos britânicos e produzido pelos escravos. As firmas britânicas traziam o algodão para Liverpool, que era fiado e tecido nos moinhos do norte da Inglaterra, empregando trabalho feminino e infantil não habilitado e com salários extremamente baixos. O produto final era em seguida exportado para a Índia, em um processo que destruiu a indústria têxtil ali existente, causando privações generalizadas. A Índia pagava pelos tecidos importados (e trens para transportá-los, e a outros produtos britânicos) com os lucros das exportações de ópio bengalês para a China. Sem a “demanda final” das vendas de ópio aos chineses, a estrutura mundial inteira do comércio britânico teria sofrido colapso. Por causa da produção escravista e transporte do algodão, foi que a Grã-Bretanha ganhou aliados nos Estados Unidos, quanto ao ciclo de comércio de ópio da Companhia das Índias Orientais. O algodão sulista e o comércio de escravos foram dirigidos, em grau significativo, pelas mesmas famílias de origem escocesa que também dirigiam o comércio de ópio no Oriente. A família Sutherland, uma das maiores comerciantes de algodão e ópio no sul, era prima em primeiro grau da família Matheson. Os Baring, que fundaram a Companhia de Navegação a Vapor Peninsular e Oriental (Peninsular and Orient Steam Navigation Company) que transportava a droga, haviam sido os maiores investidores no transporte marítimo por clipper, ao tempo da Revolução Americana. A família Rothschild, tanto quanto seus futuros primos banqueiros da “Nossa Gente” (our crowd) de Nova York, os Lehman da Lehman Brothers, entraram primeiro nos Estados Unidos através do comércio com algodão e escravos pré-guerra civil. Ao norte, John Jacob Astor tornou-se o primeiro “americano” a fazer fortuna nas vendas de ópio aos chineses. “Vemos que mercúrio e chumbo de Gibraltar e ópio de Smirna, tanto quanto ferro e aço do norte da Europa, começaram em 1816 a ter lugar importante na lista de exportações de Astor para a China” escreveu um dos biógrafos de Astor. “De

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acordo com o Dr. Kenneth Latourette, mercúrio e ópio só se tornaram artigos regulares de exportação para a China pelos americanos em 1816, e Astor deve ter sido um dos pioneiros em sua introdução”. Astor despejou seus lucros do ópio no mercado imobiliário de Manhatttan, arranjo entre os dois negócios que permanace intacto. A participação no comércio de ópio para a China, um monopólio de fato da Companhia das Índias Orientais ao tempo em que Astor entrou no tráfico, era um privilégio estendido somente a americanos que a Companhia julgava merecedores. Outras firmas americanas ativas no comércio de Cantão não tocavam no ópio. Possivelmente, os privilégios comerciais de Astor foram uma recompensa pecuniária dos britânicos pelos serviços dele como agente da Inteligência britânica nos Estados Unidos. Astor financiou a fuga de seu advogado Aaron Burr após este assassinar Alexander Hamilton (em um duelo em 1804 --- N.Ed.); à época, Burr era um agente da Inteligência britçânica. Seu controlador, para junto de quem fugiu após o assassinato de Hamilton, era o empregado da Companhia das Índias Orientais, Jeremy Bentham. Além do grupo de Astor em Nova York, a Companhia desenvolveu redes similares na Filadélfia e em Boston, entrre outras cidades americanas. O principal banco comercial britânico Baring Brothers, organizou um grupo de sócios comerciais (e cunhados) na Filadélfia dos quakers. A família com qual os Baring se casaram foi a de William Bingham, sabidamente a mais rica dos Estados Unidos no começo do século XIX. Um historiador descreveu como o grupo Bingham macaqueava completamente a oligarquia britânica: “Bingham era o admirador mais entusiasta do sistema financeiro britânico, que desejava copiar na América...Sua imensa riqueza permitia aos Bingham importar modas, e copiar a residência do Duque de Manchester em Filadélfia... deram o primeiro baile de máscaras da cidade, encorajando o que logo se tornou mania entre os americanos ricos, a paixão por se trajarem como aristocratas. Os Binghams finalmente alcançaram suas ambições, ao unirem duas filhas com aristocratas estrangeiros : uma com o Conde de Tilly, e a outra com um membro da casa bancária londrina dos Baring, que mais tarde tornou-se Lord Ashburton”. Outra família da Filadélfia que se uniu aos irmãos Baring foi a do milionário Stephen Girard, cujos negócios sobreviveram sob o nome da família no Girard Bank and Trust multibilionário da Filadélfia. Várias das antigas famílias “brâmanes de Boston”, entretanto, juntaram-se à onda do tráfico de ópio do século XIX, aos bem lembrados nomes britânicos de Jardine, Matheson, Sassoon, Japhet e Dent. As famílias Perkins e Forbes alcançaram notoriedade no tráfico após o monopólio da Companhia das Índias Orientais expirar em 1832, e após os Astor deixarem de ser importantes. William Hathaway Forbes tornou-se um sócio tão importante das companhias comerciais britânicas, que entrou para o conselho de diretores do HSBC em 1866, dois anos após sua fundação. Hathaway, Perkins e Forbes, agiam através de uma empresa conjunta, a Russell e Companhia (Russell and Company), formada com o império marítimo da família Perkins, um “negócio abrangendo do Rio a Cantão”. As fortunas dessas famílias, como as do grupo da Filadélfia, começaram com o tráfico de escravos --- passado a eles quando os britânicos o largaram, por dar prejuízo, em 1833. Os navios clippers da Russell e Companhia para a China fizeram não somente a fortuna dos Perkins mas a da maior parte de Boston. Um biógrafo relata: “Pela fusão e criação da Russell e Companhia, ele tornou-se responsável em grande parte pelo estabelecimento de todas as famílias comerciantes de Boston --- Cabot, Lodge, Forbes, Cunningham, Appleton, Bacon, Russell, Coolidge, Parkman, Shaw, Codman, Boylston e Runnewell”. O Baring Brothers, o primeiro banco comercial do ópio, traficou de 1783 até hoje (faliu), também mantendo negócios com as famílias bostonianas. John Murray Forbes (1813-1898) foi agente americano para os Baring, posto ocupado anteriormente por Stephen Girard, da Filadélfia, que foi pai do primeiro americano no conselho do HSBC. O banqueiro principal do grupo tornou-se, no fim do século XIX, a casa Morgan ---que também teve sua parte no tráfico de ópio oriental. Thomas Nelson Perkins, descendente do maganata dos navios de ópio e escravos que fundou a Russell e Companhia, tornou-se o principal agente em Boston do Banco Morgan, pelo seu First National Bank. Morgan e Perkins, entre outras coisas, forneceram a maior doação para a Universidade de Harvard. As operações de Morgan no Extremo Oriente foram oficialmente conduzidas pelo tráfico de ópio britânico. Exemplar é o caso do sócio de Morgan, Willard Straight, que passou os anos de 1901 a 1912 na China, como assistente do notório Sir Robert Hart, chefe do Serviço Imperial Alfandegário chinês, e por isto o principal oficial britânico a cargo da condução do tráfico de ópio. Mais tarde, aquele tornou-se chefe das operações do Banco Morgan no Extremo Oriente. O caso do Morgan merece exame especial da administração americana e suas agências reguladoras, pela íntima relação do Morgan Guaranty Trust com a liderança dos bancos britânicos de drogas (veja Parte 3, seção 8 --- como o RIIA administra drogas e dinheiro sujo). O presidente atual da Jardine Matheson, David Newbigging, o mais poderoso homem atualmente em Hong Kong, é membro do conselho internacional de assessores do Morgan. O presidente do Morgan et Compangnie, a divisão internacional do banco, pertence ao conselho do Real Instituto de Assuntos Internacionais (Royal Institute of International Affairs --- RIIA). O presidente do Morgam Grenfell, do qual o Morgan Guaranty Trust tem 40%, Lord Catto of Cairncatto, pertence ao “Comitê Londrino” do HSBC.

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Mas talvez o exemplo mais devastador de continuidade entre as famílias americanas corruptas, envolve os descendentes do velho John Jacob Astor. O cidadão americano Waldorf Astor, seu descendente direto, foi presidente do conselho do RIIA durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto os cidadãos americanos de sua agência , Instituto para Relações no Pacífico (Institute for Pacific Relations --- IPR), treinados em Harvard, aplainavam a transição da produção de ópio para a República Popular da China.

A ENTRADA DA CHINA As primeiras cargas de ópio para o consumo dos Estados Unidos não foram trazidas nos navios clippers de Astor, mas pelo “comércio de coolies”, citado pelos seus patrocinadores britânicos, em Hong Kong e Shangai, como o “comércio dos porcos”. Antes mesmo da Guerra de Secessão, as mesmas companhias comerciais britânicas, por trás do comércio de escravos no sul, dirigiam o fantástico mercado de servos chineses contratados na costa oeste. Só em 1846, 117.000 coolies foram trazidos, movimentando o comércio de ópio estimado em quase 230.000t de goma de ópio e mais de 53.000t de ópio preparado (para fumar). Embora Lincoln banisse o comércio dos coolies em 1862, o mercado negro de chineses (o termo “shangaiado” referia-se ao rapto, por companhia comercial e através da Sociedade Tríade, de chineses pobres e freqüentemente viciados para serem “mulas” ou “aviões”) continuou em ascendência até o fim do século. Muitas vezes esses “contratados” chineses usavam todo o seu salário para trazer suas famílias para os Estados Unidos. O tráfico pelos imigrantes chineses representou um dos primeiros condutos de ópio para o país, e fundou posteriormente o comércio de drogas nos bairros Chinatown estabelecidos em São Francisco, Vancouver e outras cidades da costa oeste, durante este período. A quantidade de ópio que entrou nos Estados Unidos no último quarto do século XIX pode ser medido pelo fato de que em 1875, as estatísticas oficiais estimavam que 120.000 americanos, muito mais do que a população imigrante chinesa, estavam viciados em ópio! Além desse vício, as empresas farmacêuticas britânicas haviam iniciado a produção comercial de morfina nos anos anteriores à Guerra de Secessão e puseram grandes quantidades à disposição de ambos os exércitos. Essas empresas apresentavam falsamente a forfina como um sedativo “não viciante” e tinham até a audácia de apresentá-la como cura para o vício do ópio.

PROTEGENDO O MERCADO DE ÓPIO Em 1911, realizou-se uma conferência internacional sobre narcóticos em Haia. Os participantes concordaram em regular seu comércio, com o objetivo de eventual supressão completa. A conferência foi um grande passo à frente; nos primeiros tempos do comércio de drogas, nem o ópio, nem a forfina eram considerados drogas ilegais, e a heroína só seria banida como remédio receitado em 1924. Mas a conferência e os esforços posteriores para estancar a praga do ópio colidiram com a aberta postura diplomática britânica em vista de sua exploração irrestrita de um produto sabidamente destruidor de seus consumidores. O sucesso da convenção de Haia, como se chamou, dependia da estrita execução do anterior acordo anglo-chinês de 1905, pelo qual os chineses reduziriam a produção doméstica do ópio, enquanto os britânicos reduziriam suas exportações para a China, vindas da Índia britânica. Os chineses, que assinarram entusiasmados ambos os protocolos de 1905 e 1911, logo descobriram que os britânicos estavam se evadindo totalmente de ambos, ao enviarem seu ópio para suas bases extraterritoriais, Hong Kong e Shangai. As caixas de ópio na Shangai International Settlement (SIS) pularam de 87 em 1911, à época da convenção de Haia, para 663 em 1914! Além do tráfico interno por Shangai, o grupo Tríade e as redes de crime organizado, patrocinadas pelos britânicos dentro da China, redobraram o contrabando, convenientemente baseadas nos armazéns de Shangai. Em ainda outro ato de desprezo pela convenção de Haia, a Grã-Bretanha concedeu um grande e novo empréstimo à Pérsia em 1911, sendo a garantia do mesmo os lucros do ópio dessa. Mesmo com a criação da Liga das Nações após Versalhes, a Grã-Bretanha ostentava seu tráfico de drogas perante o mundo. Durante este período, o comércio de ópio de Sua Majestade era tão largamente conhecido que até mesmo o semanário americano anglófilo THE NATION publicou uma série de documentários altamente críticos ao papel dos britânicos. Na Quinta Sessão do Comitê do Ópio da Liga das Nações, um delegado pediu que o governo britânico prestasse contas do fato de que havia vasta discrepância entre os números oficiais de cargas de ópio apresentados pelos governo japonês e britânico. Os britânicos alegaram somente cargas negligenciadas, todas marcadas para uso médico, durantte o período de 1916 a 1920; enquanto os números japoneses mostravam um próspero tráfico britânico. Quando confrontados com a

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discrepância, como prova à primeira vista de mercado negro e contrabando de ópio britânico para o Japão, o delegado britânico argumentou que tal mercado negro somente provava a necessidade de se criar um monopólio estatal do ópio. Em 1927, as estatísticas oficiais britânicas mostraram que os lucros governamentais do ópio --- excluindo os números muito maiores do mercado negro --- contabilizavam percentagens significativas de renda total em todas as maiores colônias da coroa no Extremo Oriente: Borneo do norte Britânico 23% Estados federados malaios 14% Sarawak 28% Estabelecimentos do Estreito 37% Malaia Confederada 28% Também na Índia, a política oficial da coroa centralizava-se na proteção ao mercado do ópio.De acordo com uma tabela recentemente publicada, quando Gandhi começou as agitações contra o ópio em 1921, “... seus seguidores eram presos sob acusação de ´corroerem as rendas`. Tão pouco preocupados estavam os britânicos com as recomendações da Liga das Nações que, após uma comissão sob Lord Inchcape investigar as finanças indianas em 1923, seu relatório, enquanto reconhecia que poderia ser necessário reduzir a produção do ópio de novo se os preços caíssem, prosseguia advertindo contra a diminuição da área cultivada, por causa da necessidade de se salvaguardar ´esta fonte de renda muito importante`...” Enquanto o governo britânico professava estar tomando medidas para reduzir o consumo de ópio e de cânhamo, seus agentes na Índia estavam de fato incrementando as vendas, a fim de aumentar as rendas da colônia. Lord Inchcape --- que dirigiu a Comissão da Índia, a qual endossou a produção contínua de ópio na Índia britânica --- era descendente direto do Lord Inchcape que no século passado fundara a Companhia de Navegação a Vapor Peninsular e Oriental (P &O), e posteriormente ajudou a estabelecer o HSBC como câmara de compensação do comércio de ópio. Até hoje, um Lord Inchcape participa dos conselhos da P & O e do HSBC. Em 1923, o mercado negro do ópio dirigido pelos britânicos foi encarado como um problema internacional tão sério que o congressista Stephen Porter, presidente do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes americana, apresentou e aprovou uma lei no Congresso pedindo a fixação de quotas de produção por país e de importação do ópio para reduzir o consumo a aproximadamente 10% do nível de então. Esta percentagem representava o nível geralmente aceito de consumo médico. A proposta de Porter foi levada ao Comitê do Ópio da Liga das Nações --- onde foi publicamente combatida pelo representante britânico. Este apresentou uma emenda, que estabelecia quotas crescentes para contabilizar o “consumo legítimo de ópio”, além do uso médico. Isto se referia à enorme população viciada nas colônias britânicas e em suas esferas de influência (predominantemente na Ásia), onde nenhuma regulamentação restringia o uso do ópio. As delegações americana e chinesa, enraivecidas, saíram da sessão plenipotenciária; os britânicos endossaram a criação de um Conselho Central de Narcóticos com autoridade para recolher informação e nada mais; e os jornalistas baseados em Genebra, daí em diante referiam-se ao que restou do comitê como a “comissão dos contrabandistas”. Nada foi conseguido; os governos americano e chinês estavam sem forças perante o fato de que o acordo entre o crime organizado dos Estados Unidos e os operadores do HSBC, para um narcoduto para a costa leste dos Estados Unidos, já funcionava.

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2 A “NOBRE EXPERIÊNCIA”

BRITÂNICA Nos anos de 1919 e 1920, ocorreram dois eventos estratégicos críticos para a guerra do ópio britânica contra os Estados Unidos. Primeiro, o Real Instituto de Assuntos Internacionais (RIIA) foi fundado. O objetivo desta instituição fora demonstrado, nos quarenta anos anteriores, no testamento do construtor de impérios Cecil Rhodes. Este apontara a necessidade de formação de uma “sociedade secreta” que supervisionasse o reestabelecimento do Império Britânico, o qual incorporaria a maior parte do mundo em desenvolvimento e recapturaria os Estados Unidos. Para isto, o círculo de Rhodes, que incluía Rudyard Kipling, Lord Milner e um grupo de diplomados do Colégio Oxford, conhecido como o “ jardim de infância de Milner”, constituiu uma Távola Redonda na virada do século XX. Em 1919, o mesmo grupo fundou o Real Instituto de Asssuntos Internacionais (RIIA) como agência central de planejamento e recrutamento para o “império mundial” britânico. O segundo acontecimento ocorreu em 6 de janeiro do ano seguinte, enquanto a Grã-Bretanha declarou sua guerra do ópio contra os Estados Unidos, que os americanos conhecem como a Proibição (Lei Seca --- N. Ed.). Esta trouxe o tráfico de narcóticos, os traficantes e o crime organizado em grande escala para os Estados Unidos. A bebida ilegal e os narcóticos ilegais foram dois diferentes produtos da mesma multinacional. As redes da “Companhia” britânica, por suas destilarias na Escócia e no Canadá, e os britânicos, das suas refinarias de ópio em Shangai e Hong Kong, foram os fornecedores. Os britânicos, por seus bancos no Canadá e no Caribe, foram os financiadores. Através de seus canais políticos nos Estados Unidos, os britânicos criaram o conjunto de condições políticas sob as quais os Estados Unidos podiam finalmente ser vencidos. Duas vias espalharam a epidemmia das drogas nos Estados Unidos, uma no Extremo Oriente e a outra nos Estados Unidos e Canadá. Contra o protesto da Liga das Nações e de quase todo o mundo civilizado, os britânicos teimosamente lutaram para manter a produção do ópio no Extremo Oriente, expandindo o fornecimento ilegal de heroína, justamente quando a droga saía de circulação legal na América em 1924. Ao norte, o Canadá, que tivvera seu próprio período de Lei Seca, anulou-a um mês antes que os Estados Unidos a impusessem. Em entrevistas com os autores, funcionários da DEA enfatizaram a similaridade do modus operandi do álcool e dos narcóticos. Quando os agentes de Arnold Rothstein e Meyer Lansky fizeram as primeiras viagens para o Extremo Oriente nos anos 20, compravam heroína dos britânicos com plena legalidade. O que os gangsters americanos faziam com a droga era negócio deles: os comerciantes de ópio britânicos estavam meramente exercendo sua “livre iniciativa”. Quando as principais destilarias britânicas venderam gigantescas quantidades de bebida a Arnold Rothstein e Joseph Kennedy --- para entrega ou nas Bahamas ou no limite de três milhas do mar territorial dos Estados Unidos --- não tinham nenhuma responsabilidade pelo que aconteceria à bebida, uma vez que alcançasse o litoral americano. Idêntica explanação foi dada por um empregado do Bank of the Middle East britânico,que agora serve ao tráfico de drogas do Extremo Oriente, através de um mercado de contrabando de ouro maciço em Dubai, no Golfo Pérsico. “Nós só vendemos o ouro, meu velho”, disse o banqueiro. “O que esses camaradas fazem após o receberem é assunto deles”. Qual dos sindicatos americanos obteve a franquia mensal para a distribuição de droga ou bebida, não importa para os traficantes britânicos. Quanto maior a extensão das lutas sangrentas entre as gangues, menos óbvio seria o papel desses. De fato, os destiladores britânicos podiam provocar tais eventos à vontade, ao segurar os estoques existentes de bebida clandestina. A “nobre experiência” destinava-se a degradar o povo americano pela popular “violação da lei” e associação com o sindicato do crime, controlado pelos bancos da “Nossa Gente (our crowd)” de Wall Street. Esta “Nossa Gente” novaiorquina é uma extensão da rede bancária londrina Rothschild e da Inteligência secreta britânica nos Estados Unidos. Por exemplo, Sir Wiliam Wiseman foi o chefe oficial desta Inteligência nos Estados Unidos por toda a Primeira Guerra Mundial. Tornou-se sócio sênior da casa de investimentos Kuhn Loeb imediatamente após a desmobilização. Wiseman foi protegido pelo fundador da Távola Redonda canadense, Lord Beaverbrook, uma das mais importantes figuras públicas do movimento sionista. Com este grupo, centralizado no baixo Manhattan e no Canadá, agindo como controle político, o projeto da Lei Seca foi lançado no começo dos anos 10, à sombra da entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial.

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É mentira do mais alto nível (dizer) que a Lei Seca representou um protesto social de massas contra os “malefícios” do álcool. A União das Mulheres Cristãs pela Temperança (Women`s Christian Temperance Union --- WCTU) e suas sócias da Liga Anti-Bares apreciaram o patrocínio financeiro dos Astor, dos Vanderbilt, dos Warburg e dos Rockefeller. Naquela época e como agora, as fontes de financiamento eram principalmente as fundações isentas de impostos, especialmente a Fundação Russell Sage e a Fundação Rockefeller. John D. Rockefeller I foi enganado pelo colega de Lord Beaverbrook, e antigo Primeiro-ministro canadense Mackenzie King, e não somente financiou a WCTU como forneceu a esta os serviços de todos os investigadores privados da Fundação. Uma agência do Movimento Temperança foi dirigido por Jane Addams, que estudou na Sociedade Fabiana londrina, na sua sede Toynbee Hall, e veio para os Estados Unidos lançar um projeto paralelo, que mais tarde produziu a Universidade de Chicago. Estes três movimentos criados pelos britânicos, fizeram agitações por todo o país em favor da Lei Seca. Enquanto a WCTU e a Liga Anti-Bares montavam invasões bem alardeadas contra os bares, os empregados do estabelecimento Fabiano de Jane Addams, mais sofisticados, usavam a conjuntura única da recente aprovação da 17ª. Emenda, que permitia o voto das mulheres em eleições nacionais, e a concentração da maior parte da população adulta masculina no esforço de guerra para votar a 18ª. Emenda tornando lei a Proibição. A Emenda foi plenamente ratificada em 1917; entretanto, o Ato Volstead definia que os procedimentos policiais federais não seriam ativados antes de 6 de janeiro de 1920. No Canadá, o breve período de Lei Seca (1915-1919) foi estabelecido por ordem do Conselho Privado de Sua Majestade (Privy Council), principalmente para criar as reservas financeiras e o circuito clandestino para a Lei Seca americana. Neste período, a família canadense Bronfman estabeleceu contatos com a máfia local nos Estados Unidos e consolidou acordos com a Real Comissão de Bebidas em Londres. Em Nova York, especialmente no Brooklin, grupos de agentes de campo da Fundação Russell Sage conduziram uma reorganização e recrutamento das gangues locais, já frouxamente organizados pela máquina do Partido Democrata do Tammany Hall da cidade de Nova York. Empresas “legítimas” “laranjas” foram estabelecidas, substituindo a vizinhança de cortiços, e especialmente selecionando indivíduos --- a maior parte advindos da máfia de Mazzini, transplantados para os Estados Unidos, nas imigrações italianas de fins do século XIX --- e levados do Brooklin para as grandes cidades do meio-oeste como Chicago, Detroit e St. Louis, nos doze meses antes do policiamento previsto pelo Ato Volstead. Um dos recrutas do Brooklin foi Al Capone. A oligarquia britânica fez mais do que suprir os ratos de esgoto do sindicato do crime com seus estoques. Até em âmbito surpreendente, a porção anglófila da casta superior da América entrou na brincadeira. O caso de Joseph Kennedy, que devia seus contratos para bebidas por atacado com os britânicos ao Duque de Devonshire, e mais tarde casou sua filha nesta família, é notório. Em alguns aspectos, mais revelador ainda é o estranho caso de Robert Maynard Hutchins, presidente da Universidade de Chicago de 1929 a 1950. Tinha ele cidadania americana, mas era tão íntimo da aristocracia britânica que se tornou Cavaleiro Comandante da Venerável Ordem de São João de Jerusalém, de Sua Majestade, e fazendo um juramento de lealdade cavaleiresca ao chefe da ordem, o monarca britânico. Sob o disfarce de “pesquisas sociais”, vários diplomados famosos da Universidade de Chicago fizeram seu aprendizado a serviço da gangue de Capone. Em 1930, o diplomado da Universidade de Chicago, Saul Alinsky, padrinho da “Nova Esquerda”, entrou na máfia de Capone em Chicago. Por vários anos, Alinsky foi contador da gangue --- no ápice dos lucros da Lei Seca. Alinsky tornou-se um dos mais importantes engenheiros sociais britânicos do modelo Fabiano nos Estados Unidos nos trinta anos seguintes, especializando-se na criação de cultos dionisíacos para a juventude e os habitantes de guetos. De fato, Alinsky criou o modelo da máfia de Capone para organizar a infra-estrutura criminosa de gangues de jovens em Chicago no começo dos anos 60, que controlaram as ruas para o tráfico de drogas, e para outros crimes perpetrados trinta anos antes pela gangue de Capone. Quando os patrocinadores da “Nossa Gente”, e do desenvolvimento inicial de Capone em Chicago, determinaram ao final da Lei Seca que uma tendência mais “civilizada” era desejável, Alinsky foi quem trouxe Frank Nitti para a máfia. No final dos anos 60, o próprio presidente aposentado da Universidade de Chicago, Hutchins, estava sob investigação por seu envolvimento com o tráfico de drogas e outros negócios do mercado negro. Nesta época, seu Centro para Estudo de Instituições Democráticas era financiado principalmente pela Investments Overseas Service (IOS) de Bernie Cornfeld --- fraude internacional e centro de lavagem de dinheiro das drogas. Mais tarde, Hutchins foi simultaneamente presidente de uma pouco conhecida fundação em Nevada, chamada Albert Parvin, que vários comitês do Congresso investigando o crime organizado citaram como “laranja” para os lucros do jogo de Las Vegas.

MONTANDO A INVASÃO DAS DROGAS

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A experiêncoa de quatorze anos dos Estados Unidos com a Proibição (Lei Seca) realizou exatamente o que seus idealizadores britânicos haviam planejado. Ralph Salerno, autoridade e historiador do crime organizado internacionalmente reconhecido, consultor da polícia e antigo membro da Divisão de Inteligência do Departamento de Polícia de Nova York, resumiu sucintamente o efeito do jogo britânico da Proibição em seu livvro “A Confederação do Crime”:

“O evento mais importante na história da confederação do ´crime organizado` foi uma ajuda legal chamada Proibição... Esta ajudou a fomentar o crime organizado de várias maneiras. Foi a primeira fonte de dinheiro em grande escala. Até aquela época, a prostituição, o jogo, a extorsão e outras atividades não haviam gerado muito capital, mesmmo em seu máximo. Porém a bebida ilegal foi uma indústria multibilionária. Forneceu o dinheiro que a organização mais tarde usaria para expandir outras atividades ilegais e penetrar nos negócios legítimos. A Proibição também abriu caminho à corrupção de políticos e policiais, em grande escala. Começou a conexão do sindicato com a política e desmoralizou alguns grupos policiais a ponto de nunca mais disso se recuperarem... A fabricação e distribuição de bebida ilegal aqui, e a importação de bebida estrangeira, deu aos homens que organizavam o crime experiência na administração e controle de negócios mundiais multibilionários, com milhares de empregados e extensas listas de pagamento. Homens, que antes nunca administraram nada maior que uma fazenda familiar ou a gangue local, tiveram o treinamento que os transformou em líderes com qualidades executivas desenvolvidas. A evasão em massa ao Ato Volstead também pôs o cidadão médio em contato com os criminosos, resultando na tolerância e eventualmente até aprovação romântica destes últimos. Isto enfraqueceu permanentemente o respeito à lei e às pessoas que a cumpriam. Desde a Proibição, o homem comum aceitou a idéia de que os policiais podem ser comprados”.

Os lucros combinados da bebida ilícita e do tráfico de drogas, durante a Proibição, constituíram um mercado negro multibilionário. Enquanto famílias como os Kennedy e os Bronfman “viviam como bandidos”, na transição do começo dos anos 30 para o comércio “legítimo” de bebida, a estrutura financeira global --- para manter a infra-estrutura de crime organizado --- pedia diversificação em outras áreas do mercado negro só marginalmente desenvolvidas até então. O mercado para as drogas ilícitas nos Estados Unidos --- embora significativamente expandido como resultado da experiência da Proibição --- não se tornaria a base do tráfico multibilionário ainda por várias décadas. Nesse ínterim, o sindicato do crime da “Nossa Gente” dos britânicos voltou-se para o jogo em cassino, e empresas associadas, como área para expansão imediata. O sindicato de Lansky agarrou a oportunidade da regulamentação específica legalizando os cassinos em Nevada em 1933, para transformar aquela terra-de-ninguuém em um parque de diversões que abriga todas as operações criminosas da costa oeste, que antes eram realizadas em barcos a doze milhas da costa de Hollywood. Lansky também se mudou para o Caribe, preparando o caminho para o complexo britânico de bancos não regulamentados. Através dos lucros fenomenais derivados da Proibição investidos em cassinos, estádios esportivos e pistas de corridas, o crime organizado estabeleceu, nas décadas de 30 e 40, a estrutura de apoio para o tráfico de drogas que começaria em meados dos anos 50 --- uma vez criado o clima cultural que fomentou o vício das drogas.

A GUERRA DE NIXON CONTRA AS DROGAS É pouco sabido que o Presidente Nixon foi uma perda na guerra contra a invasão britânica das drogas nos Estados Unidos. Se Nixon não tivesse apoiado os interesses mais básicos da nação, ao começar um esforço total para acabar com o tráfico de drogas de cima a baixo, provavelmente ele não teria sido tão descortesmente forçado a sair, por Henry Kissinger, Edward Kennedy e seus patrões britânicos. Há documentos públicos disponíveis na DEA e em outras agências policiais mostrando que a “Guerra às Drogas” por Nixon foi dirigida aos maiorais --- às intituições bancárias, às redes transportadoras, e só então aos canais de distribuição de drogas nas ruas do país. Ao mesmo tempo que Nixon compreendeu genericamente a estrutura vertical do problema, ele e seus assessores pouco perceberam que, atacando a infra-estrutura das drogas, eles faziam o mesmo à oligarquia britânica e ao suporte inteiro do mercado do Eurodólar, à KGB soviética, recentemente reorganizada por Yuri Andropov, e à República Popular da China. Tivesse Nixon compreendido o problema das drogas como um problema de Londres-Moscou-Pequin, ele estaria talvez melhor preparado para lidar com o ataque “interno-externo” à sua administração. Traçar esta conexão é o primeiro passo na luta contra a guerra do ópio dos britânicos contra os Estados Unidos, e é nossa próxima tarefa.

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PARTE 3 COMO FUNCIONA O IMPÉRIO DAS

DROGAS

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INTRODUÇÃO A BASE DESTA INVESTIGAÇÃO

Nas páginas seguintes, levaremos o leitor das montanhas de cultivo do ópio, no Triângulo Dourado do Extremo Oriente, aos escritórios de atacadistas de ópio nos bairros chineses de Bangkok, Rangoon e Singapura; nós o levaremmos aos armazéns, às companhias de navegação e de carga aérea das antigas companhias comerciais britânicas que controlam aqueles atacadistas chineses; nós o guiaremos pelo labirinto de canais que financiam o comércio de ópio do Extremo Oriente, aos augustos portais do HSBC (Hong Kong and Shangai Banking Corporation) e outros bancos britânicos importantes que controlam o financiamento de cima abaixo; nós o levaremos pelo Pacífico às portas de entrada da heroína nos Estados Unidos, aos escritórios em arranha-céus dos bancos e corporações canadenses que financiam, transportam e protegem a heroína em viagem para os Estados Unidos; e finalmente mostraremos ao leitor a linhagem dos financistas canadenses, seus contatos no crime organizado e na distribuição de heroína. Quando isto tudo acabar, teremos reconstruído a maior parte do relatório anual da Narcotráfico S. A.. Na conclusão, o leitor saberá e commpreenderá mais sobre o pessoal e as operações das drogas ilegais ---o segundo maior negócio do mundo --- do que as autoridades policiais dos Estados Unidos e outros países sabiam até recentemente. Nos arquivos dessas agências, nas mentes de investigadores solitários e, até em uma extensão surpreendente, nos próprios registros públicos, as peças do quebra-cabeças existem há anos. Arrumá-las em um único retrato é o objetivo desta investigação. Mas o quebra-cabeças não é do tipo no qual o resultado é alcançado colocando-se as peças lado a lado. Ao primeiro contato, seria melhor para o leitor imaginar um conjunto de transparências, cada uma das quais contém parte do resultado; colocando-se uma sobre a outra, completaremos o conjunto. As diferentes partes do quebra-cabeças são:

1. O registro detalhado feito por americanos e outros investigadores da mecânica do comércio de ópio, desde o Triângulo Dourado até os portos de partida da droga para o resto do mundo;

2. A milimétrica identificação dos atacadistas de ópio, a maior parte pertencente à comunidade chinesa do exterior, inclusive os nomes dos principais banqueiros;

3. Um amplo perfil das finanças britânicas no Extremo Oriente, à volta do centro financeiro de Hong Kong e seu braço principal, o HSBC, incluindo a rede de ligações britânicas com a comunidade banqueira chinesa do exterior por toda a área;

4. Uma visão exaustiva do controle britânico sobre os meios de lavar dinheiro sujo em centenas de bilhões de dólares, incluindo paraísos fiscais, ouro e diamantes;

5. Uma visão da gigantesca quantidade de registros públicos mostrando a integração do Extremo Oriente britânico, e as operações financeiras mundiais de lavagem de dinheiro, com o nível mais alto da política exterior britânica, centralizada no Royal Institute of International Affairs (Instituto Real de Assuntos Internacionais --- RIIA).

6. Os registros públicos similares de provas do acordo estratégico entre a Grã-Bretanha e a República Popularda China, desde as negociações entre os comerciantes de ópio britânico e Mao Tsé-Tung, sob os auspícios do RIIA..

7. Vinte anos de documentação oficial --- de fontes americanas, japonesas, taiwanesas e européias --- de que a República Popular da China cultiva e exporta ópio não só para receber divisas estrangeiras, mas para financiar operações secretas de Inteligência;

8. Uma visão ampla dos laços íntimos entre todos esses elementos --- antigos comerciantes britânicos de ópio, operações britânicas de lavagem de dinheiro, operações dos chineses do exterior, acordo político britânico-chinês --- com a conexão “canadense” e com o crime organizado americano;

9. A rede internacional do “lobby sionista” centralizado nos britânicos, e sua função especial nas operações, ligando ouro e diamantes a dinheiro sujo, lavagem deste, financiamento do terrorismo internacional e controle financeiro dos canais das drogas no Canadá e Estados Unidos.

O quadro resultante é amplo: a massa inteira de prova detalhada e documentada se encaixa em um só quadro, que recua até as origens britânicas do comércio de ópio ao tempo de Adam Smith. O HSBC e suas subsidiárias financiam o comércio de ópio. Nisto, atuam como agentes nomeados da monarquia britânica por agências como o RIIA. Não somente eles controlam os chineses do comércio de ópio, mas o fazem como parte de um acordo negociado entre Mao Tse-tung e o RIIA, através dos principais representantes do HSBC! O uso do ouro e diamantes nas operações de lavagem de dinheiro sujo, sob imediato controle da facção britânica dos sionistas, é parte da mesma máquina. Pelos mais altos círculos da política britânica, todos os principais ramos da

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máquina das drogas --- a conexão chinesa, os antigos comerciantes britânicos de ópio, a banca suja dos paraísos fiscais e os hofjuden anglo-sionistas --- dirigem o Canadá desde cima. Daí, a trilha conduz diretamente ao sindicato do crime americano, pela família Bronfman. O tráfico mundial de drogas ilegais não é somente a maior fraude mundial e uma agência subversiva: é controlado por um grupo de homens satânicos cujos nomes e associações são publicadas adiante, e que conservam antigos e íntimos laços de propriedade, família e colaboração política. Nós sabemos seus nomes e endereços, e como lutar contra eles.

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1 OS BANCOS E O MAIOR NEGÓCIO DO

MUNDO

Vistas em conjunto, as sólidas provas disponibilizadas pela DEA e outras agências policiais levam a única conclusão possível: a “indústria” da droga é dirigida como uma só empresa integrada mundialmente, desde a papoula do ópio ao pacotinho de heroína vendido em uma esquina de cidade americana. O preço do ópio no Triângulo Dourado permanaceu essencialmente estável, em aproximadamente 40 dólares/kg, desde o final dos anos 60, indicando o controle central deste produto básico. Não somente o tráfico de drogas ilegais está sob o controle de uma só empresa mundial transnacional, mas o tráfico de opiáceos em particular é sem dúvida o sistema de produção e distribuição melhor controlado entre os produtos do comércio internacional, legal ou não. Os 85% do comércio atacadista mundial de diamantes controlados pela Organização Central de Vendas (Central Selling Organization) da De Beers --- um exemplo importante para o comércio de drogas --- empalidece, em comparação com o marketing organizado da heroína, demonstrado pelos sólidos dados disponíveis. Os investigadores ficam intimidados pelo fato de que a solução do problema é tão óbvia. Imagine a “carta roubada” do conto de Edgar Allan Poe, aumentada para 2,44m por 8,53m e usada como papel de parede, e imagine a polícia francesa tentando encontrá-la com lentes de aumento. Quando falamos da economia ilegal relacionada com as drogas --- pois estas são o eixo do qual a maioria das outras atividades ilegais depende --- falamos de um negócio de 500 bilhões de dólarres anuais. Isto é o líquido, não o bruto, das vendas anuais de drogas, mais os pagamentos ilícitos relacionados. Como pode tal atividade evitar chamar a atenção, especialmente em áreas concentradas como o Extremo Oriente? Porque a monarquia britânica organizou a maior parte deste, para se conformar ao tráfico de drogas! Como podem 500 bilhões de dólares em pagamentos ilegais passarem pela banca internacional, sob os olhos das autoridades policiais? A resposta é: a banca britânica “offshore”. Este, e o comércio derivado de metais preciosos e gemas, foram projetados em função do dinheiro ilegal, em primeiro lugar! A mera consideração do óbvio --- ou o que depressa se tornará óbvio, quando as provvas dos registros públicos forem mostradas a seguir --- mostra ao especialista financeiro o equivalente a uma desordem de labirintite. O mundo financeiro, lembremos, é aquele no qual o mercado de ações dará pulos, pela mera diferença de poucas centenas de milhões de dólares entre estoques semanais de dinheiro americano. Embora a maior parte das provas há muito esteja disponível, tanto os investigadores quanto o público preferem ver o tráfico mundial de drogas, e as atividades ilegais relacionadas, como um filme com vilões de cinema: senhores da guerra do Extremo Oriente, contrabandistas solitários, gordos gangsters e políticos corruptos. Tais indivíduos fazem parte do tráfico mundial de drogas, mas como braços e pernas dirigidos pela monarquia britânica e seus aliados. O único fato mais notável para esta conclusão é que os preços da heroína, no varejo das grandes cidades americanas, mostra virtualmente total uniformidade. Os registros policiais mostram que, no nível aceitável de pureza de 3 a 6%, o preço da heroína se tem mantido constante entre pontos de distribuição completamente separados, durante os últimos dez anos. Prisões de gangues locais de distribuição, guerras mortais entre os traficantes de drogas, interdição de rotas de contrabando, quase total eliminação do estoque turco de ópio após 1972, perseguição às rotas de trânsito asiáticas e européias e mudanças locais na política e nas condições de cultura no Triângulo Dourrado, tudo falhou em afetar o preço único da heroína mundial!

PARA ONDE VAI A HEROÍNA Intimamente relacionada, à notável uniformidade dos preços da heroína no varejo dos Estados Unidos está a gigantesca discrepância entre os níveis conhecidos de produção legal de ópio e seu consumo pelos viciados do mundo. Dados estatísticos razoavelmente confiáveis estão dosponíveis para ambos. Entre as largas margens de flutuação temporal, captura e outras condições, a oferta disponível excede a demanda quase de dez a um. A mesma taxa é verdadeira para a fonte de cocaína do período pós-1975.

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Aproximadamente 470t anuais são produzidas e exportadas da maior área de cultivo de ópio no mundo, o Triângulo Dourado. 700t de ópio bruto, em forma de bolas de goma, são equivalentes a cerca de 70t de heroína refinada. Na prática, menos da metade desta quantidade é refinada; o resto é vendido em forma de ópio ou de morfina básica, principalmente para fumar e especialmente para os viciados do próprio oriente. Entretanto, conforme todas as estimativas dos viciados americanos, aproximadamente 3t anuais de heroína refinada são mais que suficientes para cobrir as “necessidades” de consumo. Mais ou menos a mesma quantidade é necessária para satisfazer os viciados dos países avançados não-comunistas. A DEA e outras fontes oficiais, confirmam os dados citados por monitoramento direto de cargas de ópio, e outros métodos sofisticados de Inteligência. O consumo e as vendas são obviamente limitados pelo tamanho e recursos financeiros dos viciasdos dos países avançados. Usemos um exemplo tosco: se todas as 30t de produção anual de heroína do Triângulo Dourado obtivessem seu preço total na rua, o valor total do varejo seria mais ou menos 150 bilhões de dólares. Mas a maioria das estimativas das compras anuais ilegais de heroína a varejo estão abaixo de 15 bilhões de dólares. Em resumo, a maior parte nunca é vendida, porque a capacidade de produção é enorme, relativamente à capacidade de absorção do mercado. Que acontece ao resto da heroína? Só uma pequena parte do total cai em mãos dos policiais, cuja apreensão de uns poucos quilos de heroína é celebrado. Nós devemos ainda contabilizar dezenas de toneladas. Os registros policiais indicam que a droga é armazenada em gigantescos estoques contra contingências, e para prevenir super-oferta no mercado. Por exemplo, durante o máximo da queda no tráfico de heroína no dudeste asiático em 1972, uma única refinarria invadida pela polícia tailandesa tinha um estoque de 3t, mais ou menos 1/10 da produção do sudeste asiático. À época, sabia-se que 21 refinarias estavam em operação na área.

ANÁLISE DE MERCADO Os registros policiais mostram que a Narcotráfico S. A. faz o melhor para evitar desastres, através de pesquisa cuidadosa --- feitas nas ruas das cidades americanas --- que é retransmitida de volta aos campos de papoulas. Os cultivadores destes, nas montanhas e planícies birmanesas ou na província chinesa de Yunnan, não plantam o que querem, mas o que recebem ordem de plantar. Esta faceta do ciclo de produção é bem conhecida dos investigadores policiais. Se por qualquer razão a pesquisa de mercado parar, o caos se seguirá, como aconteceu em 1972, quando o Triângulo Dourado obteve uma colheita recorde, após os atacadistas mandarem os camponeses aumentarem sua área plantada de 50 a 100%. Aqueles contavam com a contínua expansão exponencial do consumo de heroína entre os soldados americanos no Vietnã. Nixon puxou o tapete sob seus pés ao tirar as tropas, deixando o mercado mundial de heroína com uma super-oferta sem precedentes. Baixas temerárias no preço, e competição por pontos de vendas neste caso, poderiam ter provocado sérias conseqüências para a Narcotráfico S. A., se não fosse a “intervenção reguladora governamental”. O governo tailandês adiantou-se e vendeu 22t de ópio aos Estados Unidos. Este foi queimado em cerimônia pública assistida por risonhos oficiais tailandeses, assim restaurando o “equilíbrio” do mercado. (De qualquer modo, os tailandeses estavam somente repetindo a ação dos chineses imperiais em 1839, que compraram e queimaram mais de 3.000t de ópio, para grande alívio dos comerciantes britânicos super-estocados, os quais enviaram frotas especiais à Índia para trazer ópio adicional e aproveitar o preço convidativo do governo imperial). Uma vez que o tráfico ilegal de opiáceos no mundo sofra escrutínio como um “monopólio” centralizado e integrado, a discrepância entre a enorme super-oferta e a demanda relativamente restrita não apresenta dificuldades. Estamos olhando uma “indústria” baseada nos mesmos princípios do cartel mundial de diamantes controlado pela De Beers, ou o chamado clube das principais indústrias farmacêuticas. A capacidade de produção de diamantes é tão grande relativamente à de absorção do mercado mundial, que a Organização Central de Vendas (Central Sellig Organization), da De Beers, que regula 85% do atacado mundial de diamantes, limita a disponibilidade a fim de obter essencialmente o preço que quer. Os produtos farmacêuticos são, ironicamente, ainda melhor exemplo. Desde que o conhecimento para industrializar as drogas comumente prescritas está largamente espalhado entre as companhias farmacêuticas, e desde que os custos de produção são insignificantes, comparados ao preço no varejo da maioria das drogas, são necessários acordos legais elaborados para prevenir colapso no preço. Notoriamente, os lucros da indústria farmacêutica se devem, não aos químicos, mas aos advogados de patentes.

QUAL É O TAMANHO DA INDÚSTRIA? O comércio de heroína é o cartel ideal: seu preço é mais seguramente controlado que o do petróleo, seu volume mundial de vendas é substancialmente maior que o da maioria dos produtos que a Conferência sobre Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas está atualmente estudando para cartelização. Somente nos Estados Unidos, o comércio ilícito de drogas, descontando as de laboratório como os alucinógenos, é ao menos de 233 bilhões de dólares.

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De acordo com o Comitê Seleto sobre Abuso e Controle de Narcóticos da Câmara de Representantes (House Select Committee on Narcotics Abuse and Control), as seguintes quantidades de drogas ilícitas entrarão nos Estados Unidos em 1986: Heroína 12t Cocaína 150t Maconha 30.000t Virtualmente, nem heroína nem cocaína são produzidas nos Estados Unidos, mas uma parte substancial de maconha é. Uma estimativa conservadora afirma que a produção doméstica aumentaria a estimativa do Comitê em 1/3, chegando ao total de 40.000t. O valor nas ruas dessas drogas, usando modelos de estimativas, pode ser calculado como segue: DROGA VOLUME PREÇOS NA RUA VALOR TOTAL (toneladas) (em US$) (em bilhões de US$) Maconha 40.000 100/oz (onça=31,1g) 128 Heroína 12 5 milhões/kg* 60 Cocaína 150 240/g* 45 SUBTOTAL --------- -------- 233 PCP não disp. -------- não disp. Estimulantes não disp. -------- não disp. Calmantes não disp. -------- não disp. Alucinógenos não disp. -------- não disp. *diluída à pureza de 4% **diluída à pureza de 20% A heroína, a maconha e a cocaína respondem por vendas potenciais de 233 bilhões de dólares. Não há dados confiáveis disponíveis para as outras drogas, que podem ser produzidas a baixo custo em laboratórios domésticos, ou filtradas da corrente de drogas disponíveis por prescrição médica. Uma tosca estimativa do valor nas ruas de todos os narcóticos disponíveis alcançaria 300 bilhões de dólares. Levando em conta o que os contadores chamam de “diminuição de inventário”, que reduz o total das vendas em nível considerável, podemos estimarr que o total das vendas de narcóticos nos Estados Unidos estão entre 200 a 250 bilhões de dólares. Juntando a esta quantia o comércio internacional de drogas, e também incluindo os meios de trocas por drogas (ouro, diamantes, armas, etc.) a estimativa de 500 bilhões de dólares parece conservadora. Este total para o comércio internacional de narcóticos hoje está em segundo lugar somente quanto ao comércio de petróleo, cujo volume mundial é de 1,7 trilhões de dólares.

PARA ONDE VAI O DINHEIRO A pergunta que agora surge é: “Como é possível que 500 bilhões de dólares ou mais, em dinheiro sujo, atravessando fronteiras internacionais, possam permanecer fora do controle da lei?” De novo, só uma resposta pode ser admitida: uma gigantesca parte das operações bancárias e financeiras internacionais foi criada somente para manejar dinheiro sujo.

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Isto é óbvio. Se os recursos totais do maior banco privado do mundo, 120 bilhões de dólares, financiassem somente o tráfico mundial de drogas, e as atividades ilegais relacionadas, tais recursos seriam grosseiramente insuficientes. Nas seções a seguir, as operações bancárias britânicas que controlam as drogas ilegais e seu comércio derivado são documentadas em detalhe. Demonstraremos por vários meios de provas que esta é a única rede bancária que poderia manobrar o volume necessário de dinheiro sujo. As operações bancárias da oligarquia britânica, inclusive o establishment bancário “tory” de Boston e Nova York nos Estados Unidos tem as seguintes qualificações:

1. Dirigem o comércio de drogas há um século e meio; 2. Dominan os centros bancários fechados às agências policiais; 3. Quase todos estes centros bancários offshore não regulados estão sob controle político direto

da monarquia britânica e de seus aliados; 4. Dominam todas as atividades bancárias no coração do tráfico de narcóticos; o HSBC, criado em 1864 para

financiar o comércio de drogas, é exemplar; 5. Controlam o comércio mundial de ouro e diamantes, um aspecto necessário à troca de drogas por “produtos

sólidos”; 6. Agrupam, como se documenta a seguir, todas as conexões com o crime organizado, com o lobby legislativo

pró-drogas nos Estados Unidos, e todos os outros elementos necessários para a distribuição, proteção e apoio legal.

A COBERTURA OFFSHORE (PARAÍSOS FISCAIS)

Os especialistas financeiros que respiraram demais o odor dos rincões atrasados das Índias Ocidentais para se importarem, ficarão chocados com as afirmações acima. O leitor médio, ao contrário, só necessita conhecer poucos fatos para compreender que algo está errado. Todas as operações bancárias internacionais offshore, inclusive o dinheiro limpo, formam tal redemoinho especulativo que, virtualmente, toda a base de depósitos muda de mãos a cada semana. Centenas de bilhões de dólares nos centros offshore, e outras centenas de bilhões por aí, circulam o mundo por transferências bancárias por cabo (agora por computador --- N. Ed.) Nenhuma reserva bancária é feita, como por exemplo seguro contra retiradas súbitas; nos Estados Unidos, ao contrário, os bancos comerciais devem reservar 15% de seus balanços em conta corrente, e 4% de seus balanços de poupança. Os bancos offshore assumem que, se eles estiverem sem dinheiro vivo, podem tomar emprestado o que necessitarem no enorme mercado “interbancário”. Este procedimento financeiro faz os bancos emprestarem fundos entre si de forma a obterem vantagens fracionárias em taxas de juros. Talvez 40% do mercado total é dinheiro interbancário. Os vencimentos dos depósitos são tão curtos, e as transferências de dinheiro tão rápidas, que 50 bilhões de dólares mudam de mãos em cada dia útil, somente através do sistema de compensações dos bancos de Nova York. Nos mercados estrangeiros, 150 bilhões de dólares trocam de mãos diariamente. Os mercados bancários offshore são precisamente o que o nome diz: ou velhas colônias britânicas em ilhas, polidas novamente para a banca internacional, ou relíquias feudais terrestres como Andorra e Liechtenstein. Os encarregados da regulamentação bancária federal ficarão silenciosos quando inquiridos sobre o que acontece nesses lugares. Nas ilhas Caimãs, um dos maiores desses centros, o único governo é a oficial “Comissão de Paraíso Fiscal”. Os policiais absolutamente não têm meios de consultarem os registros bancários, em tais lugares. Repetidamente, eles identificam os centros offshore como o local onde procurar o dinheiro sujo, mas não têm permissão de investigar, porque quase todos os centros estão sob proteção política britânica. Os bancos americanos têm um escritório de negócios nos centros offshore, precisamente porque nenhuma reserva é necessária, e cada dólar de depósito pode ser emprestado a juros. Até mesmo as operações bancárias limpas são movimentadas offshore porque as atuais regulações bancárias federais virtualmente o forçam. A grande mudança para os paraísos fiscais começou ao tempo da administração Kennedy, quando os funcionários anglófilos do Tesouro, C. Douglas Dillon e Robert V. Roosa, forçaram a que o Congresso taxasse os empréstimos de bancos americanos a estrangeiros. O imposto não se aplicava a empréstimos feitos offshore; e para lá os bancos foram. À época em que a legislação Dillon-Roosa foi revogada em 1974, os bancos estavam “fisgados” pela diferença na necessidade de reservas. Em uma entrevista em 1978 à revista EUROMONEY, o presidente do Citibank, Walter Wriston, denunciou que os impostos Dillon-Roosa foram um “puro presente a Londres”. De acordo com esttimativas do Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements --- BIS), os ativos totais do chamado Grupo dos Dez centros bancários offshore (ilhas não reguladas e enclaves onde “inspetor bancário” é nome feio), chegavam perto dos 300 bilhões de dólares, em 1984. As quantias são:

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DEPÓSITOS DO GRUPO DOS DEZ ATIVOS TOTAIS BANCOS EM CENTROS OFFSHORE (em milhões de dólares) Andorra 3 Liechtenstein 466 Bahamas 87.639 Barbados 723 Bermuda 2.970 Caimãs 62.368 Hong Kong 41.068 Panamá 25.609 Singapura 10.000 Líbano 1.426 Libéria 6.584 Vanuato 103 Índias Ocidentais UK 4.725 TOTAL 283.789.349 Fonte: Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements --- BIS) As quantias acima não mostram o verdadeiro tamanho desses centros, porque incluem somente os ativos dos bancos domiciliados nos dez maiores países industriais. Não incluem entidades tais como os três grandes bancos na capital da Tailândia, Bangkok, que são importantes no financiamento da produção do ópio do Triângulo Dourado. Nem incluem elas as milhares de pequenas empresas financeiras offshore, baseadas nos próprios centros offshore. Os bancos dos chineses do exterior no Extremo Oriente, que há muito são conhecidos como chaves no tráfico ilegal de drogas e outros contrabandos no Extremo Oriente, também não aparecem na tabela acima, não havendo dados disponíveis dessas instituições. Além disso, a tabela acima não inclui a grande quantidade de negócios bancários legítimos, que os americanos e outros bancos de países industriais trazem ao mercado offshore por razões de impostos e outras. Entretanto, a quantia redonda de 300 bilhões de dólares é um ponto útil de partida. Outro conjunto de quantias é fornecido pelo relatório quadrimestral do Bbanco da Inglaterra, embora contenha as mesmas indesejáveis adições e subtrações; ele mostra o grande volume de intercâmbio entre Londres, que em muitos aspectos funciona como o maior centro offshore do mundo, com os postos já mencionados de dinheiro ilegal. Infelizmente, as quantias disponíveis misturam as transações dos bancos britânicos com a dos americanos e outros bancos que têm escritórios em Londres. Mais importante do que esses números --- que dão escassa compreensão do volume de negócios nos paraísos fiscais --- é o controle político dos centros bancários não regulados. Com poucas exceções, os bancos offshore funcionam sob o punho de ferro da oligarquia britânica. A proeminência britânica torna o retrato mundial da banca offshore e do dinheiro sujo mais compreensível. Se a banca mundial offshore parece funcionar como um só sistema sob controle da monarquia britânica, isto se deve a que o mesmo grupo de pessoas que o dirige também dirige o tráfico do ópio, cujas regras, tal banca foi criada para manejar. Londres e Suíça não são normalmente considerados centros bancários offshore, mas na prática funcionam dessa forma. Embora a Suíça tenha assinado um tratado com os Estados Unidos permitindo que os policiais investiguem e requisitem os fundos do tráfico ilegal de narcóticos, os bancos Suíços são notórios depósitos de dinheiro sujo. Entretanto, o lado suíço da operação, tipificado pelo Banco Lombard Odier (Lombard Odier Bank) e o Banco Privado (Banque Privee) de Edmond de Rothschild em Genebra, e o Banco Handel da Basiléia (Baseler Handelsbank), é mais especializado. Sua atividade mais importante é carrear fundos para o terrorismo internacional. As autoridades européias, por exemplo, descobriram o financiamento do assassinato em 1978 de Aldo Moro, por canais suíços, até Israel. Londres é a maior banca de Eurodólar sob encorajamento do Banco da Inglaterra (Bank of England), o que permite que as agências estrangeiras de bancos americanos, e outros, mantenham contas externas em Londres sem as necessárias reservas, e com inspeção mínima. Em 1978, os bancos internacionais tinham 90 bilhões de dólares depositados em Londres. O Banco da Inglaterra pode fazer muito ou pouco, conforme queira, como regulamentação, sob a lei britânica. Por razões evidentes, mesmo as instituições melhor protegidas da oligarquia britânica preferem lavar seu dinheiro sujo no Caribe, Hong Kong e lugares assemelhados, do que em Londres. Porque os fornecedores britânicos de narcóticos têm controle férreo sobre a banca offshore, os comerciantes de narcóticos do crime organizado americano fazem a festa nas ilhas Caimãs e nas Bahamas. As autoridades policiais americanas sabem que a maior parte do dinheiro sujo, levantado pelo comércio de drogas e atividades ilegais

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relacionadas aos Estados Unidos acaba nas Bahamas. Infelizmente tem havido pouca indignação popular contra os funcionários britânicos que controlam as operações. O nível de controle é flagrante. Por exemplo, o chefe de toda a regulação bancária e licenciamento nas ilhas Caimãs, em terceiro lugar atrás de Hong Kong e Macau na grande conexão do dinheiro sujo, é um Sr. Benbow. Ele é um funcionário aposentado do Banco Nacional de Westminster (National Westminster Bank) britânico, que partilha dois diretores, J. A. F. Binny e R. J. Dent, com o HSBC. Benbow recebeu seu atual emprego por recomendação do FMI (Fundo Monetário Internacional), sob influência britânica, de acordo com fonte da Divisão de Câmbio (Exchange and Stabilization Division) do Fundo. A administração direta britânica dos bancos offshore caribenhos recua aos anos 40, quando a empresa E. D. Sassoon,Ltd. of Hong Kong, que fizera fortuna no comércio de ópio no século passado, juntou tudo, mudou-se e se tornou E. D. Sassoon,Ltd. of Bahamas. Virtualmente, o único paraíso fiscal fora do controle oficial britânico é o Panamá; não por coincidência, ele é o único onde os bancos americanos ultrapassam em muito os bancos britânicos. Isto não quer dizer que o Panamá esteja limpo; ao contrário, os fundos derivados do comércio de maconha e cocaína são lavados no Panamá, inclusive pelos três grandes bancos colombianos ali residentes. Entretanto, os bancos americanos têm meios de manobras que não têm nas ilhas Caimãs ou nas Bahamas, sob os olhos curiosos das autoridades britânicas. Fontes bancárias da Alemanha ocidental acreditam que os bancos britânicos, por trás da Narcotráfico S. A. , querem se mudar para o Panamá e fechar a brecha. As fontes identificam um traço especial do HSBC das drogas, que absorveu a parte controladora do Banco Marine Midland (Marine Midland Bank) de Nova York, de 20 bilhões de dólares; este banco é a câmara de compensação para o banco central panamenho. Todas as contas nacionais se compensam pelo Marine Midland, assim o HSBC pode exercer controle decisivo sobre o mercado offshore do Panamá, e fechar o controle britânico sobre tais centros. Antigas ligações entre o Marine Midland e o Panamá se refletem no fato de que um antigo membro do conselho do Marine, o advogado da Fundos Coudert Brothers, Sol Linowitz, negociou o tratado de 1978 da administração Carter em relação ao canal do Panamá.

ESTRANGULAMENTO NO EXTREMO ORIENTE As próximas seções se concentrarão na conexão bancária offshore do Extremo Oriente com o tráfico de drogas, como modelo de ação mundial. É o Extremo Oriente que atua como ponto de estrangulamento do dinheiro sujo, em tal volume que sufoca a atividade econômica legítima na região e em Hong Kong em particular. Londres seduziu e empurrou os bancos americanos para o Caribe em tal extensão que há uma vasta quantidade de dinheiro legítimo misturados com os lucros do tráfico de drogas, e muitos que fizeram suas fortunas originais com drogas, agora se voltaram exclusivamente para negócios legítimos. Entretanto, Hong Kong foi erigida pelos britânicos literalmente na rocha nua, como centro para comércio de drogas, e continua até junho de 1977 puramente britânica, e puramente centro de comércio de drogas.

O CICLO DA LAVAGEM A DEA e outras organizações policiais sabem como o ciclo de dinheiro sujo funciona nos Estados Unidos. Os 200 bilhões de dólares de lucros no varejo do tráfico total de drogas no país são parcialmente reciclados no movimento de drogas nos próprios Esrados Unidos, com grandes “retiradas” em cada nível da máquina do crime. Os lucros líquidos, em dinheiro vivo, são lavados em hotéis, restaurantes, cassinos, e esportes --- o “perfil” corporativo da família Max Jacobs e outros agentes da máquina das drogas. Após o dinheiro vivo ser lavado por estes canais nominalmente legítimos, é transferido para as operações bancárias offshore ou seus equivalentes. Então, de acordo com funcionários da DEA, os fundos fazem diversas viagens à volta do mundo pelos computadores dos bancos offshore, passando pelo menos por meia dúzia de diferentes contas bancárias e empresas “laranjas”, das Caimãs e Liechtenstein, daí as Bahamas, daí a uma “empresa não residente” no Canadá, daí ao Panamá, etc.. Em vários pontos do processo, os fundos comprarão diamantes, ouro, pinturas ou bens portáteis similares. Mais adiante, os bens voltarão a ser dinheiro vivo, eliminando qualquer traço de transferência bancária. Por esta razão, o uso de cobertura, até mesmo nos mais altos níveis dos ramos conhecidos do tráfico de narcóticos, dá pouca chance de se saber a fonte ou destino último de fundos relativos a narcóticos. Uma vez lavados, os luucros do tráfico de drogas e atividades ilegais relacionadas se dividem em três caminhos. Primeiro, de 10 a 20% do total é reciclado para os atacadistas de ópio no Extremo Oriente, e para os atacadistas de maconha e cocaína no Caribe e América Latina, constituindo os lucros líquidos desses comerciantes. Uma segunda

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parte é investida na expansão das operações offshore, particularmente cassinos, hotéis e outrras operações lucrativas que também são úteis para posterior lavagem de dinheiro sujo. O restante é reinvestido nos Estados Unidos em “legítimos” jogos, corridas, hotéis, restaurantes, e outros negócios apropriados para lavagem e expansão do tráfico doméstico de drogas. Como se notou, Hong Kong e as operações do Extremo Oriente são o ponto de estrangulamento do tráfico inteiro. Focalizaremos o Extremo Oriente como ponto de origem do tráfico mundial de heroína, e recuaremos pelo labirinto da Narcotráfico S. A., “laranjas” e subsidiárias, para chegar aos sindicatos americanos controlados pelos britânicos.

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2 COMO ESCONDER 200 BILHÕES DE

DÓLARES Em 1975, a polícia novaiorquina prendeu os administradores de uma pequena agência do Banco Chemical (Chemical Bank) no subúrbio do Bronx, que estivera aceitando o fluxo de caixa da máfia da heroína de Paul Lucas. Este era um pequeno operador que recebia fornecimentos limitados de veteranos do Vietnã, percebendo no varejo uns poucos milhões de dólares anuais em heroína muito misturada, e lavando o dinheiro sujo pela agência corrupta. Quando a polícia entrou nela, achou o cofre inteiro do banco, do chão ao teto, cheio de notas de pequeno valor. A agência estava no limite de sua capacidade física de lidar com dinheiro vivo. O que torna este fato tão extraordinário é que os três milhões de dólares anuais que passavam por esta única agência, entupindo seu cofre, representavam somente 0,20% do fluxo anual de dinheiro de drogas de Nova York, 15 bilhões de dólares (a quantia é uma estimativa dos funcionários da DEA para 1977, a qual subiu como foguete em anos recentes). Se todo o tráfico de drogas da cidade utilizasse canais similares, seriam necessárias 500 agências bancárias para manejar o volume de dinheiro! De novo durante 1980, investigadores do Tesouro anunciaram uma “quebra” de um grupo de pequenos bancos de Miami que, disseram eles, aceitava no caixa grande volume de fundos dos traficantes de narcóticos. Dezoito bancos foram nomeados em audiência perante o Comitê Bancário do Senado (Senate Banking Committee) em 6 de junho de 1980, enquanto os funcionários do Tesouro jactavam-se do sucesso de suas operações policiais. Os bancos envolvidos haviam supostamente aceito somas de 1 a 2 milhões de dólares cada. Comparada com o tamanho do tráfico de drogas da Flórida, estimado pelo Sub-comitê Permanente de Investigações do Senado (Senate Permanent Investigations Subcommittee) como excedendo 13 bilhões de dólares, a escala das operações que o Tesouro dizia que descobriu é extremamente modesta. De novo, se assumirmos que este é o modus operandi do comércio de drogas, somos forçados a imaginar que milhares de bancos estão envolvidos neste tráfico. Anteriormente às audiências do Senado, a mídia se encheu de histórias sobre lavagem de dinheiro das drogas na Flórida, citando fontes do Tesouro. Os artigos falavam de adolescentes em jeans e camisetas, entrando tranquilamente nos bancos com malas cheias de dinheiro para depósito, e até telefonando antes, a pedido do banco, para se certificarem de que haveria caixas suficientes para contá-lo. Embora seja sombria, tal informação, sob exame mais detalhado, falha em nos esclarecer sobre o modo pelo qual 200 bilhões de dólares podem ser escondidos dos olhos das autoridades tributárias e da DEA. Ao contrário, se fosse assim tão simples, o comércio de drogas ficaria extremamente visível. Pela legislação federal, cada banco deve preencher um relatório para o Serviço de Rendas Internas (Internal Revenue Service --- IRS) sobre qualquer depósito em dinheiro vivo excedendo 10.000 dólares. Mesmo que os comerciantes de drogas depositassem quantias menores em suas contas correntes, o súbito crescimento de dinheiro vivo em uma conta bancária imediatamente levantaria suspeita aos inspetores, de acordo com o investigador Robert Potter, diretor-assistente para investigação criminal do IRS. Os grande bancos comerciais, com operações internas computadorizadas, empregam métodos super-sofisticados para fiscalizar o que acontece ao seu fluxo de caixa interno, principalmente para prevenir desfalque. Qualquer transferência de dinheiro vivo para fora do banco, e especialmente para fora do país, seria apontada e auditada pelos computadores do banco, programados para apontar qualquer distúrbio incomum no padrão normal de operação do banco. Usando uma técnica matemática avançada, chamada “análise do espectro”, esses programas são altamente eficientes contra fraudadores, a menos que estes estejam equipados com seu próprio programa de computador para enganar os computadores do banco, etc.. Nos bons velhos tempos do comércio de drogas, o sindicato de Meyer Lansky era capaz de trransferir gigantescas quantidades de dinheiro vivo em malas por aviões, para paraísos fiscais seguros. Havia um grupo de entidades corruptas, incluindo a IOS (Investors Overseas Services) de Bernie Cornfeld, e o Banco de Crédito Internacional (Banque du Crédit International --- BCI) de Tibor Rosenbaum em Genebra, que lidavam com gigantescas quantias de dinheiro sujo. Encontraremos esses cavalheiros em capítulos posteriores. Entretanto, deve-se notar que sabemos isto tão detalhadamente porque os bancos foram fechados em 1974 e auditados tardiamente com um pente fino. Rosenbaum está supostamente na prisão em Tel Aviv; Cornfeld, após pouco tempo numa prisão suíça, está recolhido em Los Angeles; e seu sucessor na IOS, Robert Vesco, está fugindo da justiça nas Bahamas, Costa Rica e, mais recentemente, em Cuba. Mas o comércio de drogas continua.

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A pirataria aérea, ironicamente, afundou o primeiro método de lavagem de dinheiro da Narcotráfico S. A.. Inspeção minuciosa de toda a bagagemm torna impossível transferir dinheiro físico para o exterior em quantias suficientes para fazer desaparecer os 200 a 500 bilhões de dólares que o tráfico de drogas deve esconder. Superficialmente, o labirinto de inspeções e controles armados contra meros fugitivos de impostos, não somente os traficantes de narcóticos, parece insuperável. Mas esses controles têm uma falha. Estão destinados a apontar o anormal, a transferência incomum de fundos, o grande depósito em dinheiro vivo, a mala cheia de notas de valores pequenos. Se o leitor começa a suspeitar que milhares de banqueiros e funcionários do IRS estão no jogo, enfatizamos que tal coisa não acontece, nem poderia acontecer. A Narcotráfico S. A. é uma rede pequena dirigida com mão firme. O que a torna eficiente é que não há nada “anormal” nela, pois foi construída dentro da estrutura de negócios dos Estados Unidos e de outros países. O mistério pode ser ainda mais impenetrável, mas na verdade estamos no ponto de partida de sua solução. Olhamos para esta parte do ciclo dos narcóticos de cima: os varejistas de drogas recolhem bem mais de 200 bilhões de dólares anuais das ruas e corredores de escolas americanas. A maior parte deste dinheiro, embora não toda, flui em uma ou outra direção de volta aos atacadistas, que precisam “lavá-lo”. Começam com 200 bilhões de dólares em dinheiro vivo, e terminam com contas correntes em paraísos fiscais, protegidos pelos britânicos no Caribe ou na Ásia. Eis aqui o que um alto funcionário da DEA tinha a dizer sobre o processo de lavagem, em uma entrevista com os autores: Pergunta: Quanto, em lucros de drogas, sai anualmente de Nova York? Resposta: 10, 12, 15 bilhões de dólares, talvez. É 1 bilhão em heroíina e quem sabe quanto de tudo o mais. P: Como pode tanto dinheiro ser escondido das vistas do público e do Serviço de Rendas Internas (IRS)? R: A maior parte é lavada (transformada em contas correntes bancárias legítimas) em Miami. P: Como chega lá --- em malas? R: Que malas? Chega lá pelas transferências bancárias normais P: Como entra em Nova York, em primeiro lugar? R: Por negócios legítimos, é a melhor cobertura possível. P: Não foi a maior operação de lavagem de dinheiro já estourada em Nova York o caso da máfia de Lucas no Bronx, em que ele usava uma agência do Banco Chemical para lavar notas de 5 e 10 dólares vindas das ruas? Estavam lavando um cofre inteiro de dinheiro das drogas. R: Correto. P: Mas a capacidade total dessa operação, que usava uma agência inteira de um banco comercial, não era mais que 3 a 4 milhões de dólares anuais. R: É o que me lembro. P: Em outra palavras, ela manejava menos de 0,5% dos lucros das drogas vindos de Nova York? R: Parece estar correto. P: Então, de que espécies de negócios legítimos estamos falando? R: Negócios legítimos muito grandes. É tudo o que posso dizer. É um bom começo. Quem tem fluxo de caixa para recolher notas de pequeno valor nas ruas em grande quantidade, camufladas em volumes ainda maiores de dinheiro vivo? Cassinos, estádios esportivos, lojas de departamentos, etc. Mais tarde, traçaremos a história da Resorts Internacionais (Resorts International), a maior operação de jogo na América, na estrutura de comando da Narcotráfico S. A. Quando os cassinos vão aos bancos ao fim do dia, depositam dinheiro vivo em vários sacos de lona gigantescos, levados em carrinhos de mão que parecem imensos cabideiros. Um milhão ou dois extras diariamente começam a se juntar ao dinheiro grande. Mas não são somente os cassinos, que estão

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sob intensa supervisão, mas um conjunto de outros negócios “legítimos”. Encontramos o czar dos shopping-centers, Max Fisher, os concessionários de estádios, irmãos Jacobs, e outras pessoas mais adiante. Mesmo que um grande negócio “legítimo” consiga colocar seu dinheiro ilegal em uma conta bancária, ele percorre o labirinto de controle descrito anteriormente. Como fugir deles? “O que qualquer companhia mais teme é que se torne inadvertidamente um canal para qualquer espécie de operação criminosa”, disse aos autores um alto funcionário de uma das maiores financeiras de Nova York. “Mas pode ser muito difícil descobri-lo, por causa da pressão bara baratear os custos operacionais. Você não pode conferir cada transação”. Que espécie de negócio financeiro é usado tipicamente para manejar grandes quantidades de dinheiro ilícito sem ser descoberto? “Há certas espécies de contas”, disse o executivo, “que são virtualmente à prova de discuidos para se movimentar fundos ilícitos. A mais confiá el é aquela mantida por alguém que lida com o mercado financeiro, comprando e vendendo grandes quantidades de títulos diariamente. Você estará pagando em dinheiro vivo ações, bônus, comodities, mercados a futuro, e usando lucros para comprar novos títulos, quase a cada minuto. Dezenas de milhões de dólares podem passar pela conta a cada dia, mesmo que o balanço ao fim do dia seja de poucos milhares de dólares. Ninguém notaria uns poucos milhões de dólares extras em trânsito”. Como podem os bancos parar isto? “Você não pode fazer muito, após permitir que abrissem uma conta”, concluiu o financista. Alguém no banco deve saber, usualmente o empregado que faz a compensação, em primeiro lugar. O resto da administração do banco pode não saber nada a respeito. Um empregado da Narcotráfico S. A., bem colocado em uma alta posição, pode saber o suficiente.

O ESTRANHO CASO DA MIDWEST AIR (AEROLÍNEAS MIDWEST) Ao seguir a trilha das cargas de narcóticos para os Estados Unidos, um investigador quase tropeçou nos segredos da lavagem de dinheiro da Narcotráfico S. A. Havia uma pequena companhia de táxi aéreo e de cargas baseada em Elyria, Ohio, perto de Cleveland, chamada Midwest Air Charter, Inc. Dela, 20% pertencia à Fretes Airborne (Airborne Freight), de Seattle. Esta era controlada pelo Banco de Investimento Allen and Co. de Nova York. De acordo com o NEW YORK TIMES, Allen foi o banqueiro de investimentos de Meyer Lansky. O número 2 de Charles Allen, o presidente da Allen e Companhia (Allen and Co.), F. William Harder, pertencia ao conselho da Airborne Freight. Max Fisher, de Detroit, o sócio comercial mais próximo de Allen, também controlava um grande bloco de ações da Airborne Duas coisas são interessantes a respeito da Fretes Airborne. Primeira, de acordo com policiais do Meio-Oeste, ela manejava um grande volume de drogas vindas do Extremo Oriente, e usava a Midwest Air Charter para distribuição pelos Estados Unidos. Segunda, sua história nos leva ao escritório executivo do banco Chase Manhattan em Nova York, e ao próprio Sistema da Reserva Federal (Federal Reserve System --- FED). A grande rede no Pacífico da Airborne tornava-a quase à prova de inspeção, de acordo com funcionários da Alfândega americana. Cargas em containers entravam por Seattle, e não eram minuciosamente inspecionadas pela Alfândega do aeroporto, que não tinha 1/10 do pessoal necessário para esta espécie de trabalho. Os containers eram levados diretamente dos aviões da Airborne para caminhões, e desapareciam. Alternativamente, cargas de drogas podiam ser trazidas para os Estados Unidos da província noroeste do Canadá, cruzando a fronteira do Alaska e então por navio livre da Alfândega, para o porto de Seattle. Uma subsidiária do HSBC, a Transportadora Canadense do Pacífico (Canadian Pacific Transport), trazia o frete por pontos remotos da fronteira do Alaska, de acordo com fontes policiais. Mas a subsidiária da Airborne, a Midwest Air, ainda é mais interessante. Seu maior cliente era o Sistema da Reserva Federal (Federal Reserve System --- FED). Os vôos comuns da empresa eram, por sua própria estimativa, 40% reservados ao FED. O FED troca gigantescas quantidades de cheques cancelados diariamente, entre os seus doze bancos regionais, no processo de coletar pagamentos entre localidades diferentes. Grandes bancos comerciais empregam frotas de aviões particulares para levar seus próprios cheques, e o FED fornece serviço para os bancos menores, ou para quantidades de menor prioridade dos grandes bancos. Os malotes de cheques eram transportados pela Midwest Air por um contrato que começou em 1973.

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O serviço dessa, não fora bom. De acordo com o funcionário do Banco da Reserva Federal em Cleveland, Norman Hagen, que administrava parte do sistema de compensação, “quando a Midwest fez lance para renovação, em julho de 1978, eles baixaram o preço incrivelmente, em quase 2 milhões de dólares. Naturalmente receberam o novo contrato. Mas desde então o serviço deles para o FED entrou em colapso. Eles simplesmente pararam de transportar nossos cheques, que se acumularam nos aeroportos. Pareciam mais interessados em transportar as cargas crescentes de seu outro freguês, a Fretes Airborne. Reclamavam que transportavam ao menos 40% de carga do FED e 60% da Airborne em seus vôos comuns. Não creio nisto. Penso que a Airborne, que gostaria de possuir 100% da Midwest, está abaixando sua carga em nossos vôos”. Hagan continuou, “No começo de 1979, o serviço falho estava causando enorme problema ao ´fluxo` bancário, quer dizer, o balanço de cheques não compensados no sistema FED. Tudo que a Midwest tem a fazer é atrazar as cargas de 4 a 5 horas por dia, e então 14 bilhões de dólares em cheques não compensados por dia estavam inchando o fornecimento de dinheiro. A Midwest então insistiu que nós pagássemos mais --- naturalmente eles haviam feito o lance baixo original porque a Airborne estava subsidiando seus vôos --- para que pudessem comprar mais aviões. Mas o problema continua.” O serviço da Midwest ao FED tornou-se tão ruim, que colocou a contabilidade do fornecimento de dinheiro em más condições, e ocasionou uma investigação por um descontente painel do Comitê Bancário da Câmara de Representantes (House Banking Committee panel). Ninguém mostrou a porta da rua à companhia, entretanto, e esta continuou a transportar os cheques cancelados do FED. A Midwest não lucrava com o negócio do FED, nem tinha muito interesse em cumprir com suas obrigações. Mas tinha uma enorme vantagem em manter o contrato. A carga prioritária do FED nunca era inspecionada pelos policiais, nem atrasada pelos inspetores nos aeroportos. É imune as inspeções normais. Se os aviões da Midwest também transportavam narcóticos, este era um aspecto extremamente útil aos seus negócios. Compreende-se que Max Fisher e Charles Allen dirigissem empresas como Fretes Airborne e Midwest Air. Não se compreende que o Federal Reserve tolerasse serviço mal feito --- ou se compreende? Após exame, a Midwest pareceu ter alguns amigos poderosos no setor bancário. “Nós levantamos a Midwest Air”, jactou-se o vice-presidente sênior do Banco Nacional da Cidade de Cleveland (Cleveland National City Bank), Fred Hogg. “Joseph Garrigy, fundador e agora presidente da Midwest, veio a mim no começo dos anos 60 sem dinheiro, sem clientes e só com um avião. Dei-lhe o negócio de transporte de nossos cheques pelo estado, e chamei cada banco de Cleveland e dei-lhe suas encomendas. Então apresentei-o ao FED”. Hogg apresentou Garrigy a seu amigo Clifford G. Miller, então vice-presidente sênior do Cleveland Federal Reserve. Em 1967, Miller, cujo homem número 2 encarregado do transporte desse calhou de ser o genro de Hogg, Norman Hagen, conseguira para a Midwest o contrato de transporte de todos os cheques e outros documentos financeiros “urgentes” para todo o distrito do Cleveland FED. No final de 1972, Hogg e Miller arranjaram com Harry Schultze, vice-presidente do Chicago FED, a montagem de um sistema de transporte interdistrital (Interdistrict Transport System --- ITS) unificado nacionalmente e sediado em Chicago, para transportar todas as “urgências”. Avisaram Schultze para dar à Midwest o contrato nacional. “Eles fizeram o lance mais baixo de todos”, disse Schultze, e além disto, “receberam passagem livre do quartel-general nacional do Comando de Transporte Militar da Força Aérea (Air Force Military Airlift Command). Não nos preocupamos em fiscalizá-los mais”. É provável que isto tivesse sido arranjado pelo membro do conselho do Banco Nacional da Cidade de Cleveland, Claude Maclary Blair, que fora Major-general no Corpo de Sinaleiros da Intteligência da Força Aérea (Air Force Signal Corps Intelligence). Também no conselho do patrocinador da Midwest, o Banco Nacional da Cidade de Cleveland, estava Carl S. Ablon. Este, era presidente da Corporação Ogden (Ogden Corporation) de Nova York, que por sua vez era a metalúrgica financiada particularmente pela Charles Allen and Co., cujos diretores incluiam não só o próprio Allen, mas também F. William Harder, da Airborne. Também no conselho do banco estava James C. Donnell II, presidente da Companhia de Petróleo Marathon (Marathon Oil Company), da qual Max Fisher fora fundador e co-proprietário. Que precisamente sabiam, esses cavalheiros de alto nível, das operações ilegais da Fretes Airborne? Seu relacionamento comercial com Max Fisher e os irmãos Allen começou com a Midwest Air, e prosseguiu até o conselho de diretores do Banco Nacional da Cidade de Cleveland. Ou eram estúpidos ou criminosos.

O COVIL DOS BANQUEIROS

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Um aspecto do conselho de diretores da Fretes Airborne tem ainda mais interesse do que os amigos da companhia no Banco Nacional da Cidade de Cleveland: certo James H. Carey, então vice-presidente executivo do Chase Manhattan em Nova York. Era este o principal funcionário no departamento que determinava quais companhias podiam abrir contas no Chase. Tinha outra distinção: Carey era um Cavaleiro de São João de Jerusalém, a ordem de cavalaria da elite britânica que a rainha Elizabeth preside. Era o único funcionário do Chase a ter o título. Nossos investigadores começaram a pesquisar a história de Carey. No começo dos anos 60, era ele um executivo junior sem expressão, no departamento de empréstimos do Chase. Então, em 1969, Carey deixou o banco pela agência local do Hambro`s, o principal banco comercial britânico. Rapidamente tornou-se o chefão do Banco First Empire (First Empire Bank), uma associação entre o Hambro`s e R. H. Macy`s em Búfalo, Nova York. O First Empire gabava-se de ter dois diretores da loja de departamentos Macy`s. Também relizava as operações bancárias da Emprise, a firma fantasma dos irmãos Jacobs, e da maioria dos armarinhos de Búfalo. O Chase Manhattan raramente promove empregados que deixam o banco no meio da carreira e depois voltam. Carey foi a única exceção entre os vice-presidentes executivos, sendo os outros empregados de carreira. Suas ligações são incomuns. “Nós o conhecemos pelas ligações familiares na Universidade Brown (Brown University)”, disse o banqueiro britânico Richard Hambro, que agora dirige o lado americano da família. “Então o enviamos de volta ao Chase. Com a sua graduação pela Universidade e sua família, ele era justamente a espécie de pessoa que impressionaria (o presidente do Chase) Rockefeller e (o presidente do Chase Willard C.) Butcher”. Entre seus colegas, Carey era conhecido como um empregado sorridente sem talento bancário especial. Seus patrocinadores no Hambro`s estavam entre aqueles melhor relacionados da elite britânica: o tio de Richarrd Hambro, o falecido Sir Charles Hambro, foi chefe da SOE (Special Operations Executive) britânica durante a Segunda Guerra Mundial, o superior de Sir William Stephenson, o “Intrépido”. Que eles houvessem levado seu protegido americano James Carey, para a Ordem de São João de Jerusalém, é uma indicação de que Carey prestou mais que serviços secundários a seus amigos britânicos, para merecer a mais alta honraria simbólica que a casa real britânica pode conferir a um americano. A história da Fretes Airborne assim nos levou a um pequeno círculo fechado de banqueiros anglófilos, às vezes na administração superior, mas freqüentemente em posições secundárias. As alegações, concernentes ao papel da Airborne na distribuição de narcóticos, são de menor interesse que a visão que proporcionam, do modo pelo qual tipos como Max Fisher e Charles Allen podem estabelecer relações com grandes instituições bancárias, como o Banco Nacional da Cidade de Cleveland e o Chase Manhattan. O mesmo conjunto de personagens continua se encontrando aqui e ali. Por exemplo, Allen and Co. financiou as primeiras compras imobiliárias nas Bahamas, para construir o cassino de Meyer Lansky na ilha Hogg que, por uma esperta troca, se tornou o cassino na ilha Paraíso (Paradise Island) da Resorts Internacionais (Resorts International). Esta criou uma nova corretora de valores, a INTERTEL, para assegurar que as coisas corressem nos trilhos. De alguma forma o vice-presidente da Macy`s, e um alto funcionário da seguradora Prudential Life, terminaram sentando-se no conselho de diretores da INTERTEL. A Prudential possuía 15% do Hambro`s, sócio comercial da Macy`s na carreira de James Carey. A propósito, “a Macy`s é uma companhia estranha” disse um de seus gerentes. “Estritamente falando, Macy´s não é uma loja de varejo. Não faz dinheiro vendendo bens. Usa as vendas a varejo como desculpa para empréstimos a curto prazo, no overnight, ou empréstimos semanais, ou para jogar nos mercados a dinheiro. Uma grande parte desses empréstimos a curto prazo financia o negócio de pornografia em Nova York”. A Macy`s tem seu próprio banco, o R. H. Macy, para manejar todas as suas operações nos mercados a dinheiro. Falando hipoteticamente, Macy`s é uma entidade ideal pela qual se pode realmente conduzir gigantescas transferências de dinheiro sujo. No varejo, suas lojas recebem enormes quantias em dinheiro vivo, suficientes para mascarar um fluxo bem substancial de fundos de fontes ilegais. Nas altas finanças, a Macy`s realiza suficiente movimento de valorees para passar bilhões de dólares, diariamente, por suas inumeráveis contas bancárias.

COMO COMPUTADORES PODEM MENTIR Quando entrarmos no grande mundo novo das transferências computadorizadas de fundos, pelas quais quantias de bilhões de dólares mudam de mãos diariamente, com a mudança de sinais de computador, as possibilidades para lavagem de dinheiro sujo são ainda maiores. De acordo com Robert Morris, cientista de computação nos Laboratórios Bell da American Telephone and Telegraph (AT & T), aqui está como isto se faz:

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Certo possuidor de fundos ilegais quer depositá-los em uma conta bancária a fim de, por exemplo, transferi-los para o exterior. Ele estabelece uma empresa fantasma e abre uma conta no banco. Mas se ele abrir uma conta com enormes depósitos em dinheiro vivo, o banco normalmente relatará ao IRS que a empresa tem tido um fluxo de fundos incomum. Então, como os fundos ilegais são transferidos? Se o traficante de drogas tem um colaborador dentro do banco, que ttrabalha na divisão de transferência de dinheiro por computador, e sabe o sistema do banco quanto às senhas, é fácil. O traficante faz uma transferência de 10.000 dólares de sua conta no, digamos, Chase Manhattan para sua conta em um banco offshore à prova do IRS, talvez na agência do Banco Standard Chartered (Standard Chartered Bank) nas ilhas Caimãs. Seu contato no computador adiciona uma outra mensagem, transferindo 1 milhão de dólares no fluxo regular de transferências do Chase para o Standard nas Bahamas. Simultaneamente, o traficante deposita 1 milhão de dólares de dinheiro ilegal “lavado” em sua conta “legítima” no Chase; 1 milhão entrou, e 1 milhão ---- mais os 10 mil de transferência secreta --- saiu. Os computadores do banco não detetam nenhum movimento incomum de fundos, especialmente se na conta, grandes somas de dinheiro entram e saem diariamente. Em 1979, um programador de computador no Banco Security Pacific (Security Pacific Bank) de Seattle foi preso pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) fazendo exatamente isto. Ele simplesmente fez o computador do banco creditar em sua conta em Zurich (Suíça), onze milhões de dólares inexistentes. O problema foi que ele não deixou o país suficientemente rápido, e foi descoberto quando o banco suíço tentou receber onze milhões da matriz do Security Pacific. O sistema é traiçoeiro para estelionatários, que querem “criar” transferências monetárias do nada. Mas é quase à prova de erro para esconder grandes quantias de dinheiro. Uma vez transferido, o dinheiro ilegal desaparece nos paraísos fiscais, onde ninguém do IRS entra. Resumamos o que é necessário para se lavar 200 bilhões de dólarees em dinheiro sujo:

1. Os traficantes de drogas devem controlar um grande negócio legítimo, com movimento de caixa de dezenas de bilhões de dólares diariamente, acima de tudo;

2. Os traficantes devem ter um mecanismo sofisticado no mercado monetário, que lide com um volume de valores muito maior do que a quantia a ser lavada;

3. Os traficantes devem ter contatos bem colocados dentro dos próprios bancos comerciais, contatos nos bancos internacionais, contas em paraísos fiscais offshore, etc.

DO CAMPO AO BANCO

Quando lemos nos jornais sobre uma invasão do Tesouro em um pequeno grupo de bancos da Flórida, que supostamente “lavam” poucos milhões em dinheiro de drogas, devemos considerar tanto o que isto nos diz, quanto o que não nos diz. Quem, por exemplo, são os adolescentes que levam malas com notas de pequeno valor para os caixas? Em sua maior parte, são a arraia miúda do comércio de drogas, os contrabandistas que trazem os bens físicos. São regiamente pagos, são altamente descartáveis e freqüentemente gananciosos o suficiente para serem incautos. Eles não têm a infra-estrurura para lavar seus pagamentos pelos canais descritos sem alarde. Dos 13 bilhões de dólares do comércio de drogas da Flórida, se a quantia do Comitê do Senado em 1980 está exata, provavelmente menos de 300 milhões, ou 30% da parte dos atacadistas, cabe aos próprios contrabandistas. Daquilo que o Tesouro supõe, talvez menos que isto tenha sido depositado pelos traficantes nos 18 bancos citados no painel de 6 de junho de 1980. Os contrabandistas são pagos pelos plantadores na América Latina, no caso do tráfico de cocaína e maconha da Flórida. Estes são quase inteiramente de antigas famílias latifundiárias, que também cultivam açúcar, que pede o mesmo terreno que a maconha, e café, cujas condições de cultivo são idênticas as da coca. Eles são forças poderosas em nações como a Colômbia, Bolívia ou Peru. A velha oligarquia latifundiária tem canais diretos com os mercados bancários de Nova York, Londres e do Caribe, e contas nas maiores Bolsas de comodities mundiais. Tomemos o exemplo da firma italiana Mocca Café, controlada por uma das mais velhas famílias oligárquicas italianas, a do Conde Barnabo. Este ganhou fama internacional quando as autoridades italianas o prenderam em 1979 por ajudar a armar a fuga, de uma prisão costariquenha, de dois terroristas italianos de alto nível, Fredda e Ventura. Estes haviam fugido da Itália após colocarem uma bomba em uma praça pública, que matou dúzias de pedestres. A Mocca Café negocia com a oligarquia latifundiária das Américas Central e do Sul. Também usa suas enormes cargas de café para os Estados Unidos para transportar certo volume de cocaína, de acordo com fontes do mercado de comodities. A Mocca era paga pelas drogas em Nova York em dinheiro vivo, que nunca deixava os Estados Unidos. A Mocca contratou um britânico que controla a divisão do mercado de café em uma das maiores corretoras de comodities de Nova York. Pagou em dinheiro vivo por um contrato a futuro apostando tanto a favor quanto contra em

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contrato no futuro de café naquele mês, ou no seguuinte. O britânico que recebeu a ordem escreveu duas boletas, uma na qual o valor subiria, outra na qual cairia, quando o mercado flutuasse. Quando a Mocca quis receber, o corretor de comodity corrupto rasgou a boleta perdedora. A perda foi coberta como depósito original em dinheiro vivo da Mocca --- e os corretores de comodity não têm que relatar dinheiro vivo, ao contrário dos bancos comerciais. O registro da transação, entretanto, desapareceu da conta da Mocca na corretora. A Mocca apresentou a boleta vencedora, e saiu com o que parecia ser lucro legítimo no mercado de comodity. Não é exatamente simples, mas é altamente eficiente. Os plantadores atuais de droga usam uma miríade de meios para lavar ao seus fundos. É um mundo inteiramente diferente daquele do contrabandista formiguinha, com poucas centenas de milhares de dólares quueimando em seu bolso. Relembrando a Proibição (Lei Seca), o velho Sam Bronfman tinha o mesmo problema com os pequenos extorsionários que dirigiam os caminhões pela fronteira. Eram gananciosos e numerosos. A Assassinatos S. A de Meyer Lansky fazia o serviço essencial de podar os excessos. Parece que hoje o mesmo serviço é feito, para o tráfico de drogas, pelo Tesouro dos Estados Unidos. Enquanto este fiscaliza pequenos bancos da Flórida, vários bancos encontrados freqüentemente neste livro mudaram-se para lá a partir de 1978, o Standard Chartered, o Leumi, o Hapoalim, entre outros. De acordo com a Comissão Bancária Estadual da Flórida (Florida State Banking Commission), em uma entrevista em junho de 1980, “Ninguém nem olha para os bancos internacionais”. Por que deveriam? O Standard Chartered Bank não é tão tolo de aceitar malas cheias de notas no caixa. Simplesmente estão seguindo sua clientela, inclusive alguns grandes plantadores latino-americanos de cocaína, para Miami, bancando seus fundos e ajudando-os a investir em imóveis ou diamantes.

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3 DO ÓPIO AO DINHEIRO SUJO

O ponto de partida para o fluxo de caixa das drogas é a quantidade de dinheiro vivo existente no tráfico de ópio e heroína no Extremo Oriente, antes que as drogas obtenham os preços estupendos que têm nos mercados ocidentais. A pirâmide de preço, como os editores a viram em 1978, é assim:

1. O ópio bruto, a goma xaroposa extraída das papoulas, é produzido no Triângulo Dourado, a conjunção da

fronteira sul da República Popular da China (província de Yunnan) e as fronteiras norte da Tailândia, da Birmânia e do Laos. O terreno montanhoso, muitas vezes acima de 1.219 metros de altura, fornece condições ideais de cultivo. Os montanheses, mais do que os chineses étnicos (inclusive os da província de Yunnan), cultivam o ópio e recolhem a goma. O comerciante que compra a goma paga cerca de 100 dólares por 453,6g, nos postos coletores como Lashio ou Mãe Sai, na Birmânia;

2. Quando o comerciante, tipicamente um yunnanês, trouxer a goma em caravanas de mulas para a área das 3

fronteiras, por exemplo, para Tachilek ou Chiengmai na Tailândia, o preço dobrou para 200 dólares pela mesma quantidade. Neste ponto, o ópio é, ou refinado em herooína nas refinarias localizadas na própria área das 3 fronteiras, ou separado para o grande mercado do Extremo Oriente, para ser fumado e para ser refinado em outros derivados.

Dados existentes permitem estimar que a divisão de uma colheita média de 700t em 300t para refinação em heroína, e 400t para ópio a ser fumado no Extremo Oriente, é o costume;

3. O preço de 200 dólares por 453,6g na área das 3 fronteiras é aquele pago ao agente local, pelo atacadista baseado em Bangkok, Rangoon ou Hong Kong. Qualquer distinção entre estas cidades é sem sentido. A estrutura de negócios da área está sob controle de dois grupos principais que dirigem o Extremo Oriente. O primeiro é o dos antigos bancos e companhias comerciais britânicos, inclusive o HSBC, Jardine Matheson, Charterhouse Japhet, Swire`s e a Navegação Peninsular e Oriental (P & O). O segundo, seus satélites, são as redes chinesas do exteriorr, sob controle conjunto de Londres e Pequim.

O preço no atacado das 700t anuais de ópio produzido no Triângulo Dourado, pagas adiantadamente na área das 3 fronteiras, é mais ou menos 280 milhões de dólares. Mas esta quantia é somente uma pequena porção do fluxo de caixa do tráfico de drogas do Extremo Oriente. O atacadista seguinte, o comerciante de Bangkok que compra do primeiro, paga cerca de 1 bilhão de dólarees pelo equivalente a 700t de ópio, em forma ou de ópio bruto ou de heroína refinada. Isto é cerca de quatro vezes mais o que o ópio valia na primeira venda no atacado. A maior parte da produção é vendida a varejo localmente com grande aumento de preço (embora muito menor do que o da heroína vendida a varejo nos países ocidentais).

Embora não sejam possíveis estimativas sólidas, o fluxo de caixa no Extremo Oriente, desta primeira fase da produção do ópio, por si não foi menor que 1 bilhão de dólares em 1978. Isto equivale a 15% dos ativos dos bancos estrangeiros em Hong Kong em 1978, ou 10% dos ativos bancários estimados dos bancos estrangeiros em Singapura, ou precisamente o déficit da balança comercial tailandesa em 1977!

Comparada com o tamanho da atividade econômica na região, não há meio possível de colocar esses números na coluna de “Erros e Omições”. O dinheiro vivo deve percorrer os canais nominalmente legítimos em tal volume que estes ---HSBC ---, possivelmente não possa desconhecer sua origem.

Mesmo esses núumeros não refletem suficientemente a escala do fluxo de caixa derivado somente das vendas de ópio cru. Deve ser acrescentado que a maior parte do fluxo de caixa é sazonal; quase toda a venda por atacado deve estar completada durante os dois meses que se seguem à colheita da papoula em março. Da mesma forma, o fluxo visível de fundos das drogas é várias vezes maior durante esses dois meses;

4. Finalmente, as quantias, das vendas no atacado e no varejo local, do fluxo de dinheiro vivo em 1978

apresentadas acima, excluem o que é possivelmente, o maior componente do dinheiro dos narcóticos do Extremo Oriente: o refluxo de fundos voltando das vendas feitas no ocidente. O atacadista de narcóticos em Bangkok, Rangoon ou Hong Kong, com seus contatos diretos com os plantadores e controle das refinarias, pagou cerca de 2 mil dólares por 453,6g de heroína refinada. Entre ele e a venda na esquina, a mesma quantidade de heroína sofrerá três aumentos de preço de 1000%. Seu último valor no varejo (para a heroína pura) estará próximo de 5 milhões de dólares por quilo, de acordo com quantias oficiais da DEA, ou 2,27 milhões de dólares por 453,6g, com um total de 25 bilhões de dólarees pelas vendas no ocidente.

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Que parte deste aumento de preço, e em qual quantidade, cabe ao atacadista do Extremo Oriente? Não há meio possível de estimá-los. De acordo com os registros de descobertas de contrabandos de heroína, uma parte substanciial destes é conduzida diretamente pelos canais de chineses do exterior, como a rota Hong Kong-Vancouver, e as atividades notórias da União de Marinheiros de Hong Kong. Entretantoo, é este aumento de preço que paga os custos do adiantamento do atacadista, inclusive a compra original dos montanheses, a refinação, a enorme quantidade (talvez 300t) de anidrido acético (éter) usado na refinação da heroína, a segurança, os subornos, o transporte, a armazenagem, etc.. Se os lucros anuais dos operadores do Triângulo Dourado estiverem em 5 bilhões de dólares, ou apenas 1/5 das vendas anuais no varejo da heroína no ocidente, então o fluxo total de dinheiro vivo no Extremo Oriente relacionado com as drogas não é 1, mas 6 bilhões de dólares. O refluxo verdadeiro provavelmente é várias vezes esta soma. Uma parte dos 5 bilhões de dólares pode ser bancada em lugar diferente do Extremo Oriente. A comparação com o tamanho da atividade econômica regional torna-se simplesmente grotesca: as exportações totais em 1976 da Tailândia foram de somente 2 bilhões de dólares. Mesmo a quantia de 6 bilhões não inclui o enorme mercado do Extremo Oriente para consumo de ópio e heroína. Juntando tudo, o volume no varejo eleva o total para perto de 10 bilhões de dólares, duas vezes o suprimento de dinheiro de Hong Kong em 1978. Há outra forma de se chegar aos mesmos 10 bilhões: a estimativa oficial dos subornos pagos anualmente à polícia de Hong Kong em 1978 foi de, espantosamente, 1 bilhão de dólares, mais que o orçamento anual da polícia. Do ponto de vista de negócio sólido, este bilhão em subornos é a maior parte do custo adicional, tanto das operações no atacado, quanto no varejo das drogas em Hong Kong, a capital das drogas na área. Desde que se avalie a margem de lucro no comércio das drogas como de 500 a 1000%, é justo afirmar que a quantia de 1 bilhão não é mais que 19% dos lucros locais das drogas. Se 1 bilhão é 10% do total, o total é de 10 bilhões de dólares.

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4 COMO O COMÉRCIO DAS DROGAS É

FINANCIADO A cadeia de controle financeiro do tráfico mundial de drogas começa em Hong Kong, com bilhões de dólares em empréstimos em dólar de Hong Kong para chineses do exteriorr nas regiões de cultivo de droga. Hong Kong também fornece o apoio logístico essencial, inclusive:

1. Barras de ouro em tamanho de contrabando, obtidas nas agências do HSBC; 2. Diamantes, conseguidos através do monopólio de diamantes controlado pelos anglo-israelenses em Hong

Kong; e 3. Facilidades de armazenamento, dominadas por uma subsidiária do HSBC.

O HSBC (HONG KONG AND SHANGAI BANKING CORPORATION-HONG SHANG)

O Hong Kong and Shangai Banking Corporation (Hong Shang), HSBC, é o banco central semi-oficial da antiga colônia da coroa, regulando as condições gerais do mercado, manejando o excesso de depósitos da miríade de bancos menores, fornecendo facilidades de redesconto, etc. É também a hidra financeira unificando a produção, transporte e distribuição do ópio asiático. Não somente domina ele a atividade financeira em Hong Kong, com 50% do total de negócios bancários na ilha, mas “o banco e o governo muitas vezes trabalham intimamente unidos”, comentou o FINANCIAL TIMES londrino. O governo de Hong Kong virtualmente não faz estatísticas da atividade bancária. Comentando a quantia de 8,3 bilhões de dólares das operações do Grupo dos Dez em Hong Kong à época, o FINANCIAL TIMES notou que “os dados oficiais são só a ponta de um volume quase certamente maior de negócios, conduzidos por bancos internacionais com subsidiárias financeiras em Hong Kong, ou daí organizadas e encaminhadas por contas offshore em lugares como Vila (ilhas Novas Hébridas)”. Para sermos precisos, há 213 financeiras recebedoras de depósitos na antiga colônia, 34 bancos locais e 104 escritórios de representação de bancos. Sobre tudo situa-se o HSBC e continua a funcionar assim até hoje.

OS INTERMEDIÁRIOS CHINESES A essência do controle das drogas pelo banco é seu estreito relacionamento com grupos de famílias banqueiras chinesas do exterior, espalhadas por todo o Extremo Oriente. As conexões britânica e holandesa com essas famílias recuam a chegada da Companhia das Índias Orientais à região. O papel de banco central do HSBC, expressa um acordo que brotou de um século de comércio oficial de ópio, e que continua até hoje. Primeiro, consideremos as necessidades financeiras e logísticas do comércio. O planejamento para a colheita de ópio em março, começa em setembro. O atacadista das drogas em Bangkok ou Hong Kong deve extimar o tamanho do mercado durante o próximo verão e, após a pesquisa de mercado estar completada, informar seus agentes na área das 3 fronteiras (essa pesquisa de mercado deve vir dos Estados Unidos e de outros varejistas). Eles, por sua vez, devem comunicar aos Yunnaneses e outros comerciantes, que operam nas terras altas de cultura da papoula ao norte, o que o mercadoo suportará para a próxima colheita. Os comerciantes então informam aos camponeses Meo, que extensão devem plantar. O atacadista deve considerar o seguinte: primeiro, os meios físicos de pagamento que devem ser obtidos, incluindo armas americanas ou soviéticas, ouro em pequenas barras ou em joalheria, ou o que seja, e isto no total de 140 milhões de dólares. Os camponeses do Triângulo Dourado não podem usar dólares americanos. Milhares de mulas e arrieiros devem se preparar para percorrer as trilhas nas terras altas. Subornos devem ser pagos, rotas fiscalizadas, condições nas fronteiras observadas, rotas de contrabando mapeadas, contatos feitos no ocidente, e outros fios solttos apertados. Estima-se a quantia necessária para as sementes, em 2.000 dólares por 453,6g para a heroína refinada. Que parte do investimento é feito por “recursos internos” dos atacadistas de drogas, e que parte é emprestada, é matéria de adivinhação. Sabemos que uma grande quantia é emprestada sazonalmente para financiar o atacado das drogas, especialmente pelas redes bancárias Ch`ao Chou dos chineses do exterior. Já que esta categoria (Ch`ao Chou) inclui os mais prestigiados banqueiros tailandeses, recursos financeiros muito consideráveis estão à disposição do tráfico. É matéria para 200% anuais de taxa de juros --- aceita sem perguntas.

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Os “anjos” conhecidos do financiamento de narcóticos incluem Chen Pi Chen, apelidado Chin Sophonpanich, presidente do conselho do Banco de Bangkok, e Udhane Tejapaibul, antigo presidente do conselho do Banco Bangkook Metropolitam (Bangkok Metropolitan Bank). Este, cujo banco maneja a maior parte das importações de produtos químicos para a Tailândia, desenvolveu a maior fonte de anidrido acético (éter) do Triângulo Dourado, produto necessário para refinar ópio em heroína, por uma agência em Hong Kong do seu banco. É bem sabido em Bangkok que Udhane também dirigia os bares de ópio da cidade, antes que fossem fechados. Tais relações escandalosas não são muito surpreendentes na região.À época do golpe de 1973 na Tailândia, o filho do Premier e chefe do escritório de narcóticos, Narong Kittikachorn, foi apontado como investidor importante no atacado das drogas, como parte de uma operação que envolvia também americanos que lucraram durante a guerra do Vietnã. A linha de crédito que deve ser aberta anualmente aos atacadistas de drogas, assumindo as quantias acima, e que eles financiam metade das operações pelo crédito, provavelmente chega perto de 150 milhões de dólares. Por pura sorte, este foi o crescimento médio anual dos “Empréstimos e Adiantamentos” do Banco Bangkok de 1968 a 1978. Onde quer que a comunidade banqueira Ch´ao Chou do exterior permaneça na liderança, Pequin, os britânicos e as conexões do comércio de ópio são evidentes. Em 1958, as autoridades tailandesas emitiram um mandado por fraude contra Sophonpanich do Banco de Bangkok. Ele fugiu para Hong Kong e lá permanaceu até 1965, quando retornou. De acordo com fontes da área, Sophonpanich ainda mantém contato com o regime de Pequuin. Como um, entre vários banqueiros de Bangkok que financiam os atacadistas de drogas no volume de 100 a 200 milhões de dólares anuais, os contatos de Sophonpanich incluem vários nomes que freqüentemente aparecem na “Lista de Espera do Ópio” das agências policiais americanas: Ying Tsu-li, General Lo e os irmãos Hutien-Hsiang e Hutien-Fa, refinadores importantes de heroína da área das 3 fronteiras. Além disto, fontes da área relatam que Sophonpanich tem ligações diretas com o grupo Tríade, sociedade secreta chinesa do exterior que fazem a maior parte do serviço sujo no tráfico de ópio. Entretanto, Sophonpanich é na verdade nada mais que um sub-contratador do HSBC.

A CONEXÃO CHINESA COM O HSBC

O Bangkok Metropoliitan Bank ilustra o modelo pelo qual a cadeia de financiamentos leva de volta ao HSBC. Em 1978, seu volume de créditos era de 5 bilhões de dólares, muito mais do que a capacidade de poupança da área justificaria. Fontes bancárias relataram que a maior parte de sua capacidade de geração de crédito vinha do redesconto de papéis comerciais dos mercados financeiros de Singapura e Hong Kong, e a maioria do próprio HSBC. Este controla 50% dos depósitos de Hong Kong e atua como a agência final de redesconto para a antiga colônia inteira e a maior parte do sudeste asiático. A maior parte dos empréstimos do Banco Bangkok Metropolitan era negócio sub-contratado e controlado pelo HSBC. Este relacionamento se atenuou após 1978, quando o Banco Bangkok Metrpolitan se tornou um banco com plenos poderes. A ligação dos britânicos com os chineses do exterior recua ao tempo em que chegaram ao Extremo Oriente. Os britânicos organizaram a sistemática colonização por toda a área, com dezenas de milhares de chineses, e os colocaram nos níveis inferiores do negócio, de outra forma conduzido pelas Companhias das Índias Orientais e seus sucessores. Mesmo quando a Grã-Bretanha desalojou os anteriores interesses financeiros chineses de posições que tinham no período pré-colonial, os britânicos conservaram os chineses no controle local ou em nível inferior em áreas como o comércio de ópio, e muitas vezes virtualmente os restringiram a tais áreas. Como como W. J. Cator anotou em seu livro “A Posição Econômica dos Chineses nas Índias Holandesas” e Purcell o fez em “Os Chineses na Malaia”, os monopólios chineses do ópio local e da distribuição de álcool continuaram em muitas colônias do sudeste asiático, sob a égide das autoridades coloniais, até as primeiras décadas do século XX. Os poderes coloniais privaram os comerciantes chineses do controle de muitos monopólios comerciais, concedidos pelas autoridades locais pré-coloniais, mas lhes deixaram o controle do jogo e da distribuição local de drogas e álcool, porque as sociedades secretas chinesas estavam equipadas de forma única a dirigi-los. Tais sociedades secretas, filiais daquelas operando no sul da China, teoricamente tinham como objetivo de sua fundação a derrubada da dinastia manchu Ch`ing em Pequim. Mas, à medida que o tempo passava e o regime permanecia no poder, as sociedades do exterior tornavam-se menos interessadas na política de sua terra natal, e mais nos instrumentos de interesses econômicos do exterior. Como o antropólogo William Skinner anota em seu livro “A Sociedade Chinesa na Tailândia, Uma História Analítica”, as sociedades de imigrantes eram comumente chefiadas pelos influentes donos de monopólios, comerciantes de ópio, gerentes de cassinos e bordéis, que usavam as sociedades para promover os interesses de seus monopólios.

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Em outros setores econômicos além do ópio, é de conhecimento geral que os interesses comerciais dos chineses do exterior eram freqüentemente usados como compradores, intermediários a serviço de operações bancárias e comerciais coloniais, indispensáveis devido ao seu conhecimento do mercado local e suas habilidades lingüísticas. O relacionamento econômico estreito que certas partes da comunidade chinesa de negócios gozava com os interesses bancários britânicos particulares datam dessa experiência. Em cada ponto da história política do pós-guerra da região, os financistas chineses do exterior atuaram como aliados firmes dos britânicos e holandeses. De acordo com estimativas, os financistas chineses do exterior geralmente controlam de 60 a 80% das economias da Indonésia, Tailândia e Malásia. O tamanho da dependência do mercado de Hong Kong com os chineses do exterior só pode ser adivinhado. Entretanto, os dados existentes mostram que o mercado financeiro ali, é na maior parte orientado para empréstimos estrangeiros, mais ou menos na mesma proporção do sistema bancário americano. Um terço de todos os empréstimos em dólares em Hong Kong --- excluindo o chamado mercado do dólar asiático --- são para tomadores estrangeiros. O empréstimo para estrangeiros ficou em 18,47 bilhões de dólares de Hong Kong em março de 1978, contra 39 bilhões em empréstimos locais. Desde que o mercado de dólares de Hong Kong, mais do que americanos, para os tomadores é limitado às áreas do Extremo Oriente ainda sob influência financeira britânica, a quantia acima, de 18,47 bilhões de empréstmos a estrangeiros reflete a imensa dependência financeira da Birmânia, Tailândia e Malásia para com Hong Kong. O negócio é grandemente conduzido pelas ligações das famílias chinesas do exterior. De fato, a maioria das 250 companhias financeiras registradas em Hong Kong são de propriedade de chineses do exterior. A escala das operações destes, centralizada em Hong Kong e dependente do HSBC, é gigantesca. Em 1978, a comunidade chinesa do exterior controlava 42% do comércio exterior dos países do sudeste asiático, comparados com 32% pelos negociantes ocidentais, 18% por firmas locais não chinesas e somente 8% por estatais. Pelas mais recentes quantias disponíveis, os investimentos dos chineses do exteriorr na área, totaliza pouco menos que os investimentos americanos, europeus ocidentais e japoneses combinados, embora a recente expansão japonesa na área possa haver mudado um pouco a proporção. As atividades da parte corrupta da comunidade chinesa do exterior no sudeste asiático tem provocado uma longa série de lutas com as autoridades nacionais, que geralmente não têm tido sucesso em limitar o tráfico ilegal. A única esceção é a antiga possessão britânica de Hong Kong, centro das operações ilegais na ´´área, onde os contrabandistas são membros da alta sociedade local, como no caso do chefão do jogo em Macau, Stanley Ho, que fez carreira contrabandeando material estratégico de Hong Kong para a China via Macau, durante a guerra da Coréia.

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5 AS OPERAÇÕES BRITÂNICAS SUJAS

COM OURO E DIAMANTES Um aspecto da corrente financeira do tráfico de drogas no Extremo Oriente, o mercado asático do ouro, é uma pista do controle britânico, e especialmmente do HSBC sobre o processo inteiro. Pode parecer estranho ao leitor comum, mas a conexão do ouro foi uma de um punhado de indícios críticos, que levou os investigadores pela cadeia de provas que eventualmente poderia colocar a administração do HSBC, e de algumas outra instituições há muito estabelecidas, atrás das grades. Vastas quantidades de ouro são absorvidas pelo comércio asiático de drogas, uma inestimável percentagem de 400 a 600 toneladas do metal passam pelo oriente em um ano, principalmente por Hong Kong e pelas agências do HSBC. O comércio de drogas não pode funcionar sem ele, e sem outros objetos preciosos, portáteis e que não deixam rastros, como diamantes. Primeiro, os camponeses dos campos de papoula do Triângulo Dourado não apreciam contas secretas nas Bahamas. Além disso, desde o fim da guerra do Vietnã, e o fim do vasto contrabando de armas e dólares americanos, esta moeda na forma de uso corrente não é mais um meio aceitável de troca. Eles devem ser pagos em comida, que não produzem por si mesmos, mercadorias, ouro ou o equivalente. Segundo, e mais importante, o ouro não pode ser detetado, embora qualquer transferência bancária possa, no fim de tudo. Uma barra de ouro parece com qualquer outra; trocar um balanço bancário por ouro ou diamantes, e depois trocar tudo de volta ao balanço bancário é como cruzar o rio para evitar os cachorros farejadores. O ouro é tão importante para o negócio inteiro que o preço do metal é vinculado ao preço do ópio bruto, nas montanhas do Triângulo Dourado. A queda do dólar frente ao preço do ouro, de 35 dólares por onça (28,35g) antes de 1971 para 225 dólares em 1978, e 350 dólares em janeiro de 1986, também fez subir dramaticamente o preço do ópio no atacado. A subida do preço do ouro, nos últimos anos, tem sido tão firme que todos os números, quanto ao tamanho do comércio de ópio, tendem a ser subestimados. Uma indicação do relacionamento estreito ópio-ouro é a conhecida história dos agentes da CIA no norte do Laos, carregando tanto ouro como ópio, para usá-los como meio de pagamento à população Meo local, se necessário.

COMO O OURO ILEGAL VIAJA

O público americano ficará chocado ao saber como o HSBC usa abertamente seu monopólio do comércio de ouro, no Extremo Oriente, para alimentar operações de contrabando. Antes da abertura oficial do mercado de ouro de Hong Kong em 1974, o HSBC financiava abertamente o mercado de ouro de Macau, a ilha flagrantemente dirigida ao crime, e que é offshore às próprias operações offshore de Hong Kong. Hoje, o mercado de Hong Kong é dirigido de cima abaixo por Sharps Pixley Ward, uma subsidiária da qual o HSBC possui 51%. O volume de comércio diário atual do mercado de Hong Kong está em centenas de milhões de dólares, a par com Londres e Zurich. Além de Hong Kong, a outra rota para o ouro contrabandeado para o Extremo Oriente é pelo reino de Dubai, no Golfo Pérsico. A força comercial ali, e no mercado de ouro, é o Banco do Oriente Médio (Bank of the Middle East) britânico, subsidiária com 100% de sua propriedade pertencendo ao HSBC. Uma descrição datada de 1972 por um dos peritos britânicos mais conhecidos, Timothy Green, da Consolidated Gold Fiels, Ltd. É instrutiva:

“pode na verdade parecer romântico, mas é fato que, tanto em 1970 como 1971, ao menos 500 toneladas de ouro --- quer dizer, metade de toda a produção da África do Sul, ou 400% da produção total de ouro do mundo não comunista --- passou por canais não oficiais a caminho de seu destino último”.

Canais “não oficiais”, como o autor deixa claro, significa canais ilegais. A maior parte do ouro existente no mundo está nos bancos centrais; antes de 1971, o ouro era a base das suas reservas. Negócios com ouro entre bancos, usos industriais como a joalheria, etc., também são canais “oficiais”. A despeito disto, a julgar pela atividade do mercado de Hong Kong, a proporção do ouro que passa pelos canais ilegais tem, no mínimo, aumentado, e a proporção do ouro ilegal relacionado com drogas também. Green continua:

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“Estes canais não oficiais, usualmente começam em mercados de ouro como Beirute (que desapareceu), Dubai, Vientiane, Hong Kong e Singapura, os quais discuto aqui. Seu papel principal, sua razão de existência, é a de centros de distribuição para o contrabando; são entrepostos convenientes para as nações que, por várias razões, proíbem a importação oficial de ouro para usos econômico e comercial... Dubai tornou-se o maior mercado de ouro do mundo, excetuando Londres e Zurich --- um grande feito para um reino com população de cerca de 60.000 pessoas. Em 1970 e 1971, Dubai tinha mais de 200 toneladas de ouro --- na verdade, em 1970. o equivalente a 1/4 de toda a produção da África do Sul passou pelo ´ouroduto` para a Índia e o Paquistão (e para o Extremo Oriente; desde o começo das vendas oficiais de ouro pelo governo indiano em 1977, e a reaberura do mercado de ouro de Hong Kong, a importância de Dubai se atenuou um pouco)... Contrastando com Dubai, um mercado de ouro que se desenvolveu rapidamente, para preencher uma necessidade a curto prazo, foi Vientiane, no Laos. Este cresceu com a escalada da guerra no Vietnã. E cresceu porque era a fonte mais próxima e mais barata de ouro... Este, que era comprado como garantia contra as constantes desvalorizações da moeda vietnamita, e para esconder os lucros do vasto mercado negro de armas e equipamentos americanos furtados, era pago quase inteiramente em dinheiro vivo (Durante os anos 60 e 70, armas e equipamentos americanos furtados formaram a maior parte das mercadorias de troca por ópio, nas montanhas do Triângulo Dourado). O curto sucesso de Vientiane teve algum impacto no mais antigo mercado de ouro do Extremo Oriente --- Hong Kong, ou mais corretamente Hong Kon-Macau, pois os dois estão ligados por uma cadeia de ouro. Hong Kong, como antiga colônia da coroa britânica, proíbe a posse particular de barras de ouro; só o ouro comercial de menos de 945g de pureza pode ser comerciado. Para evitar esta regulação, há mais de 25 anos as barras de ouro fazem uma curiosa viagem lateral de Hong Kong a Macau e de volta. A barra de ouro --- com 995g de pureza --- que vem para Hong Kong por avião da Europa e Austrália... é transferida para Macau, onde é derretida em barras chinesas de 1,5 e 10 tael. Volta então, secretamente, para Hong Kong. Este tráfico tem sido dirigido há muitos anos pela Companhia Wong Hong Hon, que negocia uma série de contratos de dois anos com as autoridades portuguesas em Macau, pelos direitos exclusivvos do tráfico de ouro. ESTE É FINANCIADO PELO HSBC ---grifo nosso --- N.Ed.)”.

Quer dizer, pelo testemunho de um importante perito britânico em ouro, o HSBC financiou o comércio de ouro ilegal em Hong Kong, mesmo antes da reabertura do seu mercado de ouro, após o que a subsidiária Sharps Pixley Ward do HSBC passou a dirigí-lo.

UMA SUBESTIMAÇÃO

Pesquisando nos arquivos mortos, torna-se claro que os 40% da Consolidated Gold Fields, para o ouro contrabandeado em 1972, representa quando muito uma moderação de tendências passadas. Os números anteriores são muito maiores. Por exemplo, Paul Ferris em “A City”, afirma que em 1951, somente 17% de toda a produção mundial de ouro passava pelos canais oficiais; o relatório de Ferris baseava-se em entrevistas com o pessoal do ouro em Londres. “O que acontece ao ouro quando desaparece no sub-mundo econômico do Oriente não é assunto dos dealers de barras de Londres”, afirma Ferris, mas, como demonstraremos, esses dealers de ouro de Londres sabem precisamente o que acontece ao ouro no Extremo Oriente. Esse mercado de barrras em Londres é meramente uma subsidiária da Narcotráfico S. A. No exemplar de 22 de julho de 1952 de THE REPORTER, um artigo de autoria de H. R. Reinhart, então correspondente no Extremo Oriente do NEUE ZÜRCHER ZEITUNG, estimou o contrabando asiático de ouro em 150 milhões de dólares naquele ano. Ao preço atual, a quantia estaria acima de 1 bilhão de dólares pela mesma quantidade de ouro.. A quantia, possui credenciais impressionantes, pois o editor do THE REPORTER à época era Harlan Cleveland, agora funcionário do Instituto Hubert Humphrey, após passagem pelo principal ninho de idéias (“think-tank”) oligárquico, o Instituto Aspen; e segundo o NEUE ZÜRCHER ZEITUNG, principal jornal diário suíço, liga-se diretamente, pela aristocracia européia, à monarquia britânica. Reinhart identificou uma “Curva Dourada, o caminho circular que vai do norte da África à costa da China vermelha e de volta até a Índia”. O centro do contrabando de ouro era a ilha de Macau, controlada pelos portugueses, onde contrabando de ouro é legal, e “quem ousar chamar um contrabandista de contrabandista é processado por calúnia”. Daí, o ouro é contrabandeado para Hong Kong e para o resto da Ásia. Meros 3% do ouro contrabandeado cai nas mãos das autoridades de Hong Kong, notou Reinhart, mesmo que os funcionários da alfândega recebam uma comissão de 20% em todas as apreensões; presumivelmente, os subornos são mais substanciais.

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Fontes ocidentais e soviéticas estimam a comissão do contrabandista de 30 a 50% em tais transações. O economista soviético M. A. Andreyev relatou: “De acordo com um empresário chinês em Singapura, o contrabando dá um lucro de 100% ao capital investido, que é várias vezes maior que aquele recebido nos itens básicos da economia da ilha. Em Hong Kong, a comissão paga aos contrabandistas chega a 30-50%”. O ponto é que o comércio de ouro em si não seria lucrativo a menos que fosse uma transação ponte para uma operação muito mais lucrativa, por exemplo, tráfico de narcóticos! Este é o caso. Mas como Reinhart afirmou “A justiça britânica, como é feita pelos magistrados em Hong Kong, estende o benefício da dúvida até mesmo a um contrabandista suspeito, apanhado com as mercadorias”. Isto não deve ser surpreendente, agora; como se notou, é assunto de conhecimento público há 25 anos, que o próprio HSBC britânico financia o contrabando de ouro! Um ponto crucial posterior, cuja importância completa somente emergirá nos capítulos seguintes, é o de que a República Popular da China está no mercado de ouro ilegal desde a vitória maoísta de 1949. O ouro levado para Macau, como se falou antes, era (antes que Hong Kong abrisse seu mercado de ouro em 1974) derretido em barras de menos de 95% de pureza, cuja comercialização as autoridades de Hong Kong hipocritamente endossavam. O segundo derretimento, afirmou Reinhart, era função da Companhia Kan Kuan Tsing em Macau. “No câmbio de Hong Kong”, juntou o jornalista suíço, “o comprador parece ser da República Popular da China”. Desde que esta quer metal de pureza de reserva monetária, acima de 95%, o comprador leva o ouro de volta à Companhia Kan Kuan Tsing e derrete o ouro pela terceira vez, para um nível de maior pureza. Reinhart identificou a firma Pao San & Co. como veículo regular das compras de ouro para Pequim durante o começo dos anos 50. De acordo com Reinhart, a República Popular da China entrou no mercado de ouro de Hong Kong em 1950. O anúncio de julho de 1978, de que treze bancos de propriedade comunista, em Hong Kong, receberiam permissão para negociar diretamente nesse mercado de ouro, assim só atualiza um acordo que vigorava desde a fundação daquela República.

UM GRANDE MERCADO DE OURO

Aparte um fluxo relativamente insignificante de ouro para Hong Kong, das minas da Austrália e Filipinas, insignificante comparado com as 300 toneladas de ouro, comerciadas em Hong Kong durante 1977, e as 600 toneladas em 1978 --- Hong Kong depende inteiramente do mercado de ouro londrino para seu suprimento. Este opera da mesma forma que o HSBC, controlado pelas mesmas famílias londrinas cujas atividades com drogas já existem há 150 anos. Há dois grandes produtores de ouro na África do Sul, a Anglo-American e a Consolidated Gold Fields (cujo especialista em ouro foi citado acima); há um grande produtor de diamantes na África do Sul, a De Beers, pertencente em sua maior parte à Anglo-American; e cinco grandes firmas de ouro no mercado londrino, que se reúnem diariamente na sala de trading de N. M. Rothschild em New Court, na Rua St. Swithin, Londres, para fixar a “cotação” mundial do ouro. Examinando essas firmas individualmente, descobriremos conexões que tornam sem sentido falar em mercados de ouro londrino e de Hong Kong senão como filiais na mesma operação. A empresa de comércio com ouro de propriedade do HSBC é Sharps Pixley Ward, da qual o banco possui 51%. Uma das cinco do mercado de ouro londrino, a Sharps Pixley, possui os outros 49%. Mas esta é uma subsidiária 100% pertencente ao banco comercial londrino Kleinwort Benson, cujo presidente representante é Sir Mark Turner, presidente da Rio Tinto Zinc (RTZ). George Young, do Kleinwort Benson, era o número 2 na Inteligência britânica nos anos 60. A própria RTZ foi fundada há um século com os lucros do comércio de ópio da Jardine Matheson, por um membro da família Matheson, que ainda é grande acionista do HSBC. Os herdeiros da família Matheson, a família Keswick, ainda tem seu tradicional assento no conselho do HSBC. Sir Mark Turner passou a Segunda Guerra Mundial no Ministério da Economia de Guerra britânico, que também empregou Sir John Henry Keswick, e outro membro do conselho do HSBC, John Kidston Swire. O segundo maior banco de Hong Kong, o Standard and Chartered, é o acionista majoritário de outro membro do mercado londrino de ouro, a Mocatta Metals. O antecessor daquele, o banco Standard, foi fundado um século atrás pelo “imperialista da raça” britânica Cecil Rhodes. O Standard and Chartered não é somente um estreito colaborador do HSBC na sua transferência do dinheiro do ópio dos chineses comunistas, estando ambos profundamente ligados desde os dias do comércio oficial de ópio britânico. Um dos diretores do Standard and Chartered é o atual Lord Inchcape, da Companhia Inchcape (Inchcape & Co.) e da Companhia de Navegação a Vapor Peninsular e Oriental (P & O), esta última a maior transportadora oceânica no Extremo Oriente. Ambas são fortemente representadas no conselho de diretores do HSBC. O pai de Inchcape escreveu

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o Relatório Inchcape de 1923, notório por recomendar a continuação do patrocínio britânico ao tráfico de ópio, a despeito do ultraje à Liga das Nações, a fim de “proteger os lucros” das então colônias no Extremo Oriente. Este exemplo também indica porque as operações com dinheiro sujo do mercado londrino de ouro são um problema mundial, não só do Extremo Oriente. A Mocatta Metals, uma subsidiária da Mocatta & Goldsmid do Standard and Chartered, é um dos maiores agentes na lavagem de dinheiro sujo de Nova York. O atual presidente da Mocatta Metals, Dr. Henry Jarecki, está sob investigação há anos por atividades ilegais, embora nenhuma acusção ainda tenha sido feita. De acordo com fontes européias de Inteligência, as operações de Jarecki com dinheiro sujo, ajudam a financiar as atividades do Mossad, o serviço secreto de Inteligência Estrangeira de Irsrael, em um de seus locais mais importantes, Nova York. Jarecki não é a arraia miúda: freqüentemente escreve uma coluna sobre ouro para publicações financeiras britânicas, como EUROMONEY, e mereceu um longo perfil no exemmplar de setembro de 1978 da revista FORTUNE. Não obstante, é eminentemente adequado ao papel de financista da Inteligência israelense. Além dos relatórios de fontes policiais sobre esta personagem nebulosa, incluindo envolvimento com drogas --- de acordo com informações publicadas, aproximadamente metade do pessoal de Jarecki nos 28 traders de ouro começaram no mesmo Departamento de Psicologia de Harvard que formmou os propagandistas do LSD, Dr. Timothy Leary e “Baba Ram Dass”, Richard Alpert, no começo dos anos 60. O Banco Midland vem logo após o Standard and Chartered do qual possui 20% e a Mocatta & Goldsmid. Também possui a totalidade de outro banco do mercado londrino de ouro, o Samuel Montagu Bank. Sir Mark Turner é diretor do Midland e do Samuel Montagu Bank. A família Montagu é firmemente intercasada com os Rothschild, os Montefiore e os Samuel. Um dos protegidos da família é o membro do conselho do HSBC Philip de Zulueta. N. M. Rothschild e filhos (N. M. and Sons), que começou a operar em Hong Kong em 1975 para aproveitar as recém liberalizadas leis de comércio de ouro, e Johnson Matthey, os últimos membros do mercado londrino de ouro, são também inter-relacionados várias vezes tanto com o HSBC quanto com as principais minarações de ouro da África do Sul, Consolidated Gold Fields e Anglo-American, que controlam 90% da produção de ouro local.

MERCADO NEGRO DE DIAMANTES

Segundo em importância no processo de lavagem de dinheiro é o mercado mundial de diamantes, cujo único diretor presidente é Sir Harry Oppenheimer, da Corporação De Beers. Este é também presidente da maior produtora de ouro sul-africana, a Anglo-American. O complexo desta com a De Beers dirige Hong Kong na lavagem de dinheiro com diamantes em dois níveis, atacado e varejo. A De Beers dirige 85% do mercado atacadista de diamantes; por suas conexões estreitas com os israelenses, Oppenheimer também dirige o mercado de diamantes de Hong Kong. Há dois pontos de especial importância quanto aos diamantes no tráfico internacional de heroína. O primeiro é o de que, em valor relativo ao tamanho e peso, os diamantes são a melhor aproximação possível da heroína como bem de valor para uso furtivo. Segundo, o cartel internacional de diamantes controlado pela De Beers opera em estrutura vertical idêntica a do comércio mundial de heroína. O uso de redes étnicas no exterior para o lado sujo das operações também é análogo, exceto que, no caso dos diamantes, redes majoritariamente judias substituem as chinesas Ch`ao Chou. Não é coincidência que haja pouca informação disponível publicamente sobre o comércio internacional de diamantes, como também sobre o tráfico de heroína. O maior produtor sul-africano, De Beers, foi criado em 1888 por Cecil Rhodes; em 1929, a conpanhia foi reorganizada por Sir Ernest Oppenheimer, da família da Anglo-American.. A De Beers controla a Organização Central de Vendas (Centrral Selling Organization --- CSO), que manobra 85% do comércio internacional de diamantes Com dez “visitas” por ano, 300 clientes compram as pedras da CSO. A lista destes é secreta. Após esta compra, os diamantes são enviados aos centros de lapidação para a preparação seguinte. Os dois centros principais são Antuérpia (Holanda) e Ascalon (Israel). O centro de lapidação e comércio de Antuérpia é financiado pelo Banco Bruxelles-Lambert (Bruxelles-Lambert Bank), controlado pela família Lambert, primos belgas dos Rothschild. O negócio de diamantes de Israel (e também de Nova York) é financiado pelo Banco Leumi. Neste contexto, também é interessante notar que, de acordo com várias fontes bem informadas, os bancos belgas se tornarram importantes nas finanças do Extremo Oriente. Nos centros individuais, os dealers negociam entre si em Bolsas como o Clube dos Dealers de Diamantes de Nova York, o Ramat Gan em Tel Aviv, e a Bolsa de Diamantes de Antuérpia. Nenhum registro escrito de qualquer transação é guardado; os acordos são selados com um aperto de mãos. Nenhum aspecto deste comércio está disponível para exame das agências policiais, mesmo sob a lei americana, antes que os diamantes cheguem ao nível de joalheria.

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Como os investigadores da EIR descobriram em 1978, o atacadista de diamantes em Hong Kong é monopólio virtual do Banco Unido de Israel; este é 100% de propriedade da maior corretora de Israel, o Banco Leumi. Este, por sua vez, está sob controle do Banco Barclays, em cujo conselho está Harry Oppenheimer e a própria família Oppenheimer. O presidente do Banco Leumi é Ernst Israel Japhet, da Charterhouse Japhet, família cuja fortuna deriva do comércio oficial britânico de ópio do século XIX. Dez vezes por ano, representantes do Ramat Gan, a Bolsa de Diamantes de Tel Aviv, vão com financiamento do Banco Unido de Israel à CSO (Central Selling Organization) da De Beers, nas “visitas” em Londres e compram 1/3 da produção mundial de diamantes. Da mesma forma que as redes Ch`ao Chou do Extremo Oriente, controladas por Pequim e pelos britânicos, os financistas britânicos anglo-sionistas são um grupo fechado, com suas próprias redes familiares, rituais e linguagem. O mercado de diamanttes de Nova York consiste, em seu nível inferior, principalmente de membros das seitas Hasidic residentes na área. Este aspecto exótico do tráfico de diamantes recebeu notoriedade pública, após vários furtos e assassinatos inexplicados que ocorreram no comércio de diamantes em 1977. De novo aqui as várias firmas envolvidas estão tão intimamente ligadas por casamentos, parentescos e propriedades com os maiores bancos lavadores de dinheiro, que o funcionamento do sistema de dinheiro sujo é totalmente integrado. Vejamos também o Canadá, a base de todos os negócios da Narcotráfico S. A. que entram nos Estados Unidos. O Banco da Nova Escócia (Bank of Nova Escotia), por exemplo, tanto é o maior dealer de ouro (e banqueiro do segundo maior dealer, a Noranda Mines), quanto é o maior lavador de dinheiro sujo no Caribe. Este banco tornou-se notório por subornar sua entrada de novos escritórios no Caribe, violando as leis locais da moeda, manobrando o capital especulativo contra as restrições monetárias, “investindo” em negócios locais sabidamente testas-de-ferro da Inteligência, etc. A rede do Nova Escócia no Caribe é maior que a de qualquer banco no mundo, exceto Barclays, que tem linhagem similar. O ouro é um meio útil para o caso especial do Caribe, onde as restrições oficiais dificultam transferências bancárias. Convenientemente, o Nova Escócia lidera o mercado de ouro de Toronto. O outro principal operador neste mercado, ao tempo da investigação da EIR, era a Noranda Mines (Minerações Noranda), cujo vice-presidente, E. Kendall Cork, era membro do conselho de diretores do Banco de Nova Escócia.

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6 HONG KONG, CAPITAL DO

FINANCIAMENTO DA HEROÍNA Em 27 de agosto de 1985, o Banco Crocker National de São Francisco (Crocker National Bank of San Francisco), foi multado pelo Departamento do Tesouro americano em 2,25 milhões de dólares, a maior multa até então imposta a um banco pelo governo federal. O crime: o Crocker não relatara transações em dinheiro vivo totalizando quase 4 bilhões de dólares em um período de quatro anos, violando o Ato de Segredo Bancário (Bank Secret Act) de 1980, que prescreve que um relatório deve ser preenchido sobre cada transação em moeda acima de dez mil dólares. Entre 1980 e outubro de 1984, falhara ao não relatar 7.877 transações separadas, totalizando 3,98 bilhões, sendo 3,88 bilhões envolvendo transferências de moeda americana de bancos no exterior. O conselheiro geral do Crocker, Harold P. Reichwald, explicou as violações como um “erro honesto”. Mas funcionários do Tesouro pensavam diferentemente. De fato, acreditavam que as transações do Crocker estavam ligadas ao comércio de heroína em Hong Kong. Das 7.877 transações não relatadas, um total de 3,43 bilhões envolvia 6 bancos de Hong Kong. Esses enviaram grandes quantidades de dinheiro vivo em notas de pouco valor para o cofre central do Crocker em São Francisco. Essas transações “pareciam evidenciar lavagem de dinheiro em grande escala pelos trraficantes internacionais de heroína”, disseram os funcionários do Tesouro. Como Art Siddon, do Tesouro colocou, “Hong Kong é um grande centro bancário e também conhecido como grande centro de dinheiro das drogas. Admitimos que parte daquele dinheiro é lavagem disso”. O HSBC era um dos bancos que enviaram os depósitos em dinheiro em notas de pequeno valor para o Crocker. Na verdade, o HSBC é a empresa-mãe do banco Crocker. Desde maio, o Crocker era uma subsidiária de propriedade total do banco londrino Midland, que anteriormente possuía 57% do HSBC. Em sua entrevista à imprensa anunciando a multa, John M. Walker Jr., secretário-assistente do Tesouro para fiscalização e operações, notou que grandes volumes de heroína do sudeste asiático que entravam nos Estados Unidos eram “financiados em Hong Kong”. Em depoimento perante o Comitê Seleto sobre Abuso de Narcóticos e Controle da Câmara em 1984, o Secretário-assistente de Estado Dominick Di Carlo apontou Hong Kong como “ o maior centro financeiro para o tráfico de drogas no sudeste asiático. As organizações de tráfico ali baseadas operam por todo o mundo... Grande número de operadores de tráfico de heroína pelo mundo todo são financiadas e controladas de Hong Kong. Há evidências de que grupos ali baseados contrabandeiam heroína para a Europa e a América do Norte”. Hong Komg, e seu primeiro banco, o HSBC, se assentam no topo da produção e tráfico de drogas do Triângulo Dourado. Em 1979 e 1980, o comércio quebrou, perdendo sua parte no mercado de heroína americano. Em 1981, veio a reação --- 10% em 1981, 14% em 1982 e 19% em 1983. Neste ano, a heroína do sudeste asiático cobriu 41% da droga encontrada no oeste dos Estados Unidos. Como seria normal, aumentos na moeda americana repatriada de Hong Kong para os Estados Unidos, de 1982 à primeira metade de 1984, foram paralelos ao constante crescimento da heroína do sudeste asiático comercializada nos Estados Unidos de 1981 a 1983, de acordo com uma investigação conduzida pela Comissão Presidencial sobre Crime Organizado, liberada em outubro de 1984: “Uma instituição financeira americana em Hong Kong manejou aproximadamente 700 milhões em moeda americana em 1982, mais de 1 bilhão em 1983 e mais de 600 milhões na primeira metade de 1984. Enquanto metade desta moeda é enviada aos Estados Unidos, o resto, em notas de 100 dólares, é enviada para outros países, principalmente Suíça (onde os bancos são tão secretos como os de Hong Kong --- N.Ed.). Aproximadamente 65% da moeda enviada para este país é em notas de 100 dólares. O resto é em notas de pequeno valor (como aquelas que o Crocker recebera), um sinal claro de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. “Este grande volume de notas de pequeno valor excede o volume total das transações em moeda com qualquer país europeu”, inclusive Alemanha Ocidental e a França, nota o relatório, encarando com desconfiança as explicações dadas para o repatriamento que não fosse de dinheiro de drogas. Evidentemente, o Crocker não é o único banco americano envolvido neste negócio! A antiga colônia de Hong Kong, com a Corporação Bancária Hong Kong and Shangai no topo, é considerada o centro número um de lavagem de dinheiro do comércio de heroína. Isto era verdade quando o livro foi publicado pela primeira vez em 1978, e continua verdadeiro hoje. Eis o que dissemos sobre este extraordinário lugar, em 1978:

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As drogas ilegais são o maior negócio do Extremo Oriente, e próximo de ser o maior do mundo, mas em Hong Kong as drogas não dominam meramente a economia, elas são a economia. Uma olhada à antiga colônia britânica nos dá um microcosmo das drogas e da economia do dinheiro sujo por todo o mundo.

Primeiro, comecemos com o fato de que Hong Kong é o lugar mais dirigido pelas drogas no mundo, per capita. A polícia britânica oficial, estima que 10% da população local, ou 500.000 pessoas, são viciados empedernidos. Estimativas não oficiais elevam a percentagem para 50%. Uma estimativa conservadora e segura, estima em 20% ou um milhão de pessoas --- mais que os viciados de Nova York. Assumindo que o custo diário do vício do ópio ou morfina em Hong Kong vá a cerca de 10 dólares americanos, o fluxo anual de caixa das vendas a varejo na porta de serviço do HSBC vai a cerca de 3,7 bilhões de dólares. Como banco central da região, o HSBC fornece dinheiro em notas a seus clientes, entre outros serviços. Qualquer estimativa razoável das operações com dinheiro sujo em Hong Kong inclui o comércio de drogas a varejo, tanto quanto o notório suborno dos policiais, o atacado internacional de drogas baseado na ilha, o jogo ilegal e outras formas de transações ilícitas, o que deve produzir uma quantia chocantemente alta. Com um segmento viciado deste tamanho, a vida da população de Hong Kong deve estar organizada à volta da atividade ilegal. Mudando o foco para Nova York por um momento, indicamos a magnitude da economia ilegal do mundo centrada nas drogas. A maioria das estimativas calcula os viciados em 500.000 na cidade (e outros 250.000 em todo o país). Assumindo que a despesa diária de 50 dólares é a média, o que as estimativas federais aparentemente fazem, este segmento viciado recebe 9 bilhões de dólares anuais da economia vacilante de Nova York para suprir suas necessidades. De onde vem o dinheiro? Das atividades do crime organizado: extorsão, jogo, proteção, furto de carros, roubo de peças desses, prostituição, pornografia, incêndios criminosos e ocupações similares. O vício das drogas não poderia existir sem o crime organizado para prover os meios de seu financiamento. As autoridades policiais estimam que 80% de todos os crimes em Nova York se relacionam com as drogas. A série de 1978 da TV Educativa Nacional sobre tráfico de narcóticos demonstrou monstruosa ousadia, ao citar repetidamente o ponto de vista da (bem paga) Polícia Real de Hong Kong, de que o tráfico de narcóticos existirá enquanto houver mercado. O mercado da pior forma de miséria humana, não somente é o mais centralizado do mundo, mas possivelmente não existiria de outra forma. Se a demanda provoca a oferta, podemos perguntar por que os atacadistas de narcóticos produzem quase dez vezes mais que o consumo anual? Hong Kong é a capital da economia ilegal das drogas no mundo. Isto explica algumas de suas mais notáveis características: é o maior mercado ilegal de dinheiro sujo, drogas e ouro; tem a maior taxa de liquidez mundial; e tem a maior taxa de suborno do mundo. As exportações legais anuais da antiga colônia este ano (1978) não serão maiores que 8 bilhões de dólares; porém como vimos, receberá mais de 10 bilhões em drogas e suas atividades financeiras relacionadas. Aparte o varejo e atacado das drogas, enormes setores da economia insular são indiretamente dependentes do tráfico de drogas. Exemplar é a explosão do mercado de ouro, cujo movimento dobrou de 305t em 1976 a 600t (valendo 43,6 bilhões de dólares) em 1977. Várias centenas de milhões de dólares em ouro vão diretamente para o Triângulo Dourado; outras centenas de milhões absorvem e escondem os lucros dos traficantes de drogas pelo Extremo Oriente.

A MAIS ALTA TAXA DE LIQUIDEZ O tráfico de drogas em Hong Kong, e os negócios ilegais na região circundante, pesam indubitavelmente no crônico excesso de liquidez da colônia (ver “International Currency Review, v.10, no.4, para uma análise descritiva). O crescimento anual na oferta de dinheiro, até abril de 1978 foi de 25%; entretanto, um pouco disto é atribuível a fluxos de moeda estrangeira relacionados com a abertura de um mercado de bônus offshore em Hong Kong. Nos últimos 15 anos, o enorme volume de emprésimos externos tendeu a suprimir a enorme oferta de dinheiro, de outra forma necessária, para financiar vários bilhões em atividade ilegal, em uma ilha cuja oferta registrada de dinheiro é agora de 4,5 bilhões de dólares. De acordo com um artigo no FINANCIAL TIMES londrino de 4 de julho de 1977, os negócios offshore feitos por Hong Kong eram antigamente tão grandes que a taxa de liquidez dos bancos (levando em conta dinheiro vivo e letras de câmbio em redesconto offshore) estava em extraordinários 50%. A maior parte da oferta local de dinheiro era em forma de dinheiro vivo. Com efeito, o tráfico local de drogas, baseado em dinheiro de Hong Kong, criou uma reserva para empréstimos offshore que financiaram o tráfico no resto da Ásia! Desde 1975, entretanto, o desenvolvimento do mercado de bônus offshore e o fluxo de capital estrangeiro levou à redução da taxa de liquidez para ainda extraordinários 43%.

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Compreensivelmente, mesmo a prática pública de negócios em Hong Kong é politicamente corrupta. O papel inteiramente à vista do HSBC no contrabando de ouro entre Hong Kong e Macau já foi visto acima. O artigo do FINANCIAL TIMES, relatou um escândalo daquele ano no qual a Wheelock Marden, uma companhia comercial registrada na Bbolsa de Valores de Hong Kong, provocou uma investigação pela Comissão de Valores após uma “afirmação moderadamente otimista” seguida de uma “revelação de enorme queda nos lucros, corte de dividendos, cancelamentos e problemas de liquidez”. O FINAANCIAL TIMES escreveu, “A espionagem é desmedida... Essas agitações podem ser atribuidas a falhas de caixas, secretárias e tradutores, mais do que a informação privilegiada na chefia. Mas quem pode culpar esses níveis inferiorres quando o Sr. John Marden é ainda presidente da Wheelock Marden, está no conselho do HSBC e ainda é um pilar da ´respeitável` sociedade colonial?”

A MAIOR TAXA DE SUBORNO Fontes policiais relatam que os “níveis inferiores” são geralmente resolvidos pelo sistema de suborno mais eficiente do mundo. Ao menos 1 bilhão de dólares é passado à oficialidade de Hong Kong. De acordo ainda com o artigo do FINANCIAL TIMES:

“Talvez um bilhão de dólares anuais fluem para os sindicatos, admite Jack Cater, chefe em Hong Kong da Comissão Independente contra a corrupção (ICAC), iniciada em fevereiro. A soma dá pistas do tamanho do problema que esta deve resolver. Outra, aponta o Sr. Cater, é a extensão da corrupção oficial e particular da polícia na Colônia. Com um pessoal variando de dez a 300, há ao menos 28 sindicatos de funcionários identificados, e 25 deles estão na Real Força Policial de Hong Kong... O ICAC considerou cerca de 9.500 relatórios sobre corrupção, 85% deles envolvendo o serviço de Sua Majestade. Relatórios de crimes policiais (4.000) contabilizam regularmente mais da metade como crimes governamentais... O Sr. Cater falhou em não trazer de volta os muitos policiais não comissionados ricos e a maioria deles chinesa que deixaram Hong Kong antes que a ICAC estendesse sua rede.”

A maior concentração deles é em Vancouver (Canadá), onde estão ainda ativos no tráfico de narcóticos, de acordo com especialistas policiais. A quantia de 1 bilhão acima citada pode ser vista como referência no tráfico de narcóticos e crimes relacionados. Antes, o tráfico em Hong Kong era estimado em cerca de 4 bilhões de dólares, e o atacado de drogas na área em 3 ou mais milhões. Assumindo que o suborno de policiais e outros oficiais --- que representam a maior parte do bilhão acima citado --- chega a 10 ou 15% do volume do tráfico de drogas, varejo e atacado em conjunto, então a estimativa para o tamanho do tráfico de drogas já feito é inquestionavelmente suubestimado. O bilhão de dólares em corrupção em Hong Kong, estimado anualmente pelas autoridades, indica que o tráfico de drogas em e através de Hong Kong se aproxima de 10 bilhões de dólares. Essa quantia, naturalmente, não inclui suborno a funcionários das alfândegas de Bangkok, Rangoon, Singapura e outros lugares, nem aos oficiais dos exércitos da Tailândia e Birmânia. Quando esforços limitados de se dar aparência de honestidade foram feitos em Hong Kong, tanto a polícia quanto a comunidade chinesa no exterior ergueram-se em revolta. Em 1977, a polícia fez greve incontrolávvel contra os chamados esforços anti-corrupção. O FINANCIAL TIMES de 4 de julho de 1977 notou que a cruzada “enraiveceu os negociantes chineses em partcular... Em raro espetáculo, a Associação de Indústrias Chinesas (pró-Pequim) e a Câmara de Comércio Kowloon fizeram um protesto maciço contra a ´interferência em antigos costumes chineses`” . Tais costumes antigos indicam a natureza de Hong Kong e da banca. De acordo com o costume, não se pede suborno, nenhum é oferecido. Ao invés disso, couriers fazem a ronda pela Real Polícia de Hong Kong e outros edifícios oficiais, bem cedo cada manhã de segunda-feira, deixando um envelope contendo notas de 100 a 500 dólares em cima de cada escrivaninha. Qualquer policial que recusar a apanhar o envelope, provavelmente morrerá em 48 horas, de acordo com os policiais.

1986: HONG KONG E O “LIVRE COMÉRCIO” É surpreendente que Hong Kong, a capital da heroína do mundo totalmente desregulamentado, a principal façanha da Companhia das Índias Orientais, seja modelo para os ideólogos do “livre comércio” que infestam Washington? Vejamos o testemunho de um desses ideólogos, Milton Friedman, que declarou em seu livro de 1980 “Livre Para Escolher”:

“No mundo de hoje, o grande Estado parece universal. Podemos perguntar se existe exemplo contemporâneo de sociedade que se baseie primariamente em trocas voluntárias no mercado para organizar sua atividade econômica e na qual o governo é limitado...Talvez o melhor exemplo seja Hong Kong, uma nesga de terra próxima à China continental, com menos de 1.036 km2 e uma população de mais ou menos 4,5 milhões de pessoas. Hong Kong não tem tarifas ou qualquer restrição ao comércio

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internacional... Não tem regras governamentais na atividade econômica, nenhuma lei de salário mínimo, nenhuma fixação de preços... É pouco irônico que Hong Kong, uma colônia da coroa da Grã-Bretanha, deva ser o exemplo moderno de mercado livre e governo limitado”.

Friedman não desconhece, naturalmente, que o produto principal da economia de Hong Kong é o comércio de drogas. Entretanto, isto não o preocupa, não mais do que preocupou ao Banco Crocker National que os 3,48 bilhões de dólares, em notas de pequeno valor que estavam recebendo, houvessem destruído uma geração da juventude americana. Fiel a seus valores, Friedman advoga a legalização da maconha e da heroína. Em entrevista no show de Phil Donahue em 16 de abril de 1980, Friedman anunciou sua marca registrada libertária de imoralidade. Argüindo primeiro, que o suicídio é um direito humano básico, Friedman então continuou:

“Mesmo que por princípio ético voce acredite ser direito impedir alguém de fumar maconha, por conveniência, é um erro terrível... Quer dizer, é um errro terrível para a sociedade considerar a heroína ilegal, porque isto aumenta o mal que a heroína faz. Por que temos tantos crimes nas cidades? Mais de 50% é atribuído a crime para se adquirir dinheiro para comprar heroína”.

A defesa de Friedman do comércio de drogas provém, não somente de suas credenciais, mas também por ser relações públicas da Narcotráfico S. A. Agora mesmo pode-se demonstrar que a droga é a única coisa que conserva flutuando a economia americana --- após o colapso que a economia produtiva sofreu, por causa das teorias de livre mercado de Friedman! Em 1986, o volume de câmbio global estava em 150 bilhões diários! Entretanto, com tanta especulação há, por definição, tanto perdedores quanto vencedores; nem todos podem ganhar a vida no jogo de dados. O que suustém o mercado do Eurodólar é a marca registrada de Friedman, o livre comércio --- quer dizer, a economia subterrânea. Esta inclui os 500 bilhões anuais do tráfico global de narcóticos, os 100 bilhões anuais em tráfico ilegal de armas, e várias outras centenas de bilhões em capital especulativo, evasão de impostos e outras espécies de “livre mercado”. Os céticos devem recorrer às tabelas do balanço de pagamentos americano. Durante a primeira metade de 1985, de acordo com números oficiais do governo, quase metade dos 120 bilhões de dólares anuais de déficit no balanço de pagamentos americano foi financiado por desconhecidos, que tomaram precauções para assegurar seus investimentos secretos nos Estados Unidos. Analistas do Conselho da Reserva Federal, do Departamento do Comércio e do FMI acreditam que a maior fonte das rendas desconhecidas é o tráfico de narcóticos, e que a segunda maior é o capital especulativo de países em desenvolvimento. Quer dizer, em números sólidos: os Estados Unidos importavam 124 bilhões de dólares anuais a mais do que esportavam, como na primeira metade de 1985. Destes, 50 bilhões financiando o déficit da balança comercial são relatados nos dados oficiais como “erros e omissões líquidos”. Em outras palavras, os Estados Unidos não podiam contabilizar 50 bilhões de dólares anuais em dinheiro que entrava no país, possibilitando ao país pagar seu déficit comercial. Isto ainda não é o fim. As companhias e várias agências governamentais americanas estão tomando emprestados 35 bilhões anuais da entidade offshore chamada “mercado de Eurobônus”, fundada em primeiro lugar para possibilitar que desconhecidos comprem valores rentáveis sem serem identificados. Este mercado costumava ser relativamente pequeno e sujo, nas finanças mundiais; agora “se arrasta” atrás do mercado da dívida governamental americana, o maior mercado de valores do mundo, de acordo com o Crédit Suisse-First Boston, a companhia londrina que domina o mercado. Cinqüenta bilhões de dólares anuais de “erros e omissões”, mais 35 bilhões anuais de Eurobônus somam 85 bilhões, ou mais de 2/3 das necessidades anuais de financiamento externo dos Estados Unidos, de fontes que o governo americano não pode identificar. A economia e o sistema bancários americanos estão portanto sendo sustentados pelo comércio internacional de drogas, que ao mesmo tempo atua como um câncer da economia produtiva. Não é, como Milton Friedman argumenta, que a tolerância ao comércio de drogas seja uma conseqüência filosófica natural do compromisso com o livre comércio. O contrário é que é o caso. Desde Adam Smith, da Companhia das Índias Orientais, até seus descendentes Milton Friedman e o antigo Secretário do Tesouro Donald Regan, a idéia de economias totalmente desregulamentadas, que o paraíso do livre comércio de Hong Kong representa, é uma necessidade prática para o comércio internacional de narcóticos. No fim das contas, em Hong Kong, o Banco Crocker National jamais seria apanhado.

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7 A CONEXÃO PEQUIM

“Alguns deles (soldados americanos no Vietnã) estão experimentando ópio. E nós os ajudamos... Lembram quando o Ocidente impôs o ópio a nós? Eles lutaram conosco pelo ópio. E vamos lutar contra eles com suas próprias armas... O efeito que esta desmoralização terá sobre os Estados Unidos será bem maior do que imaginamos”. (Primmeiro-ministro chinês Chou En-Lai, conversando com o Presidente egípcio Nasser em junho de 1955)

A conexão Hong Kong-China-britânicos, que controla o comércio de drogas no Extremo Oriente, se personifica na figura de Sir Y. K. Pao, o cavaleiro britânico que senta no conselho do HSBC, no conselho do Chase, dirige a maior frota de navios mercantes pelo seu Grupo Marítimo Mundial (Worldwide Shipping Group) e tem acesso igual a rainha da Inglaterra e aos mais poderosos líderes chineses. Foi nomeado cavaleiro do Império Britânico em 1979, por “empolgante subida ao pináculo do comércio mundial”, e foi o primeiro chinês do exterior a ser oficialmente recebido em Pequim, em 1980. Em 1982 os acontecimentos, resultantes da visita à China da Primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, deram uma amostra do estreito relacionamento que existe entre os empresários britânicos e chineses de Hong Kong e do continente. Como a Reuters relatou em 25 de setembro de 1982, na história vinda de Shangai:

“A Primeira-ministra britânica Margaret Thatcher batizou um navio para um milionário de Hong Kong em um cais chinês hoje e descreveu o mesmo como símbolo do estreito relacinamento entre China, Inglaterra e Hong Kong. A Sra. Thatcher antes voara de Pequim para Shangai, após conversar com líderes chineses sobre o futuro de Hong Kong... Em comunicado conjunto após sua última reunião com o velho estadista Deng Xiao-ping, os dois lados concordaram em abrir negociações por canais diplomáticos sobre a questão. A Inglaterra e a China têm o objetivo comum de manter a prosperidade e estabilidade de Hong Kong, diz o comunicado. Ao chegar a Shangai, maior cidade da China, a Sra. Thatcher almoçou com Sir Y. K. Pao, chefe da Worldwide Shipping de Hong Kong. Foi então ao cais de Jiangnan e batizou seu cargueiro de 27.000 toneladas World Goodwill (boa vontade mundial). Disse ela ao prefeito de Shangai, Wang Daohan: ´O navio é o símbolo do estreito relacionamento entre China, Inglaterra e Hong Kong”.

É por este trio que a República Popular da China colhe sua parte dos lucros no comércio internacional de drogas, conservando a estratégia de Chou En-lai, cujos protegidos estão no poder hoje em Pequim. Desde a viagem de Henry Kissinger em 1972 à China, o papel dos chineses no comércio mundial de drogas saiu das manchetes. As autoridades americanas, européias e japonesas há muito insistiam que Pequim era um grande produtor primário e exportador de ópio e seus derivados, e os britânicos, sob extrema pressão externa, tiveram que concordar.As etapas do registro público disto estão abaixo. Entretanto, mesmo a mais constrangedora documentação do papel de Pequim na produção de ópio não toca no principal. As rendas da China vermelha, com exportações de ópio, como demonstraremos, são meros 800 milhões de dólares anuais. Pequim recebe seus lucrros reais no atacado, no varejo e no financiamento principalmente por Hong Kong, onde se fazem altas finanças. A República Popular da China toma parte ativa no contrabando de ouro para o financiamento de drogas no Oriente desde 1950. Mas desde o final dos anos 50, Pequim tem deliberadamente integrado seus negócios externos financeiros com as principais companhias britânicas de comércio com drogas em Hong Kong e Macau, e com as redes offshore chinesas atacadistas de drogas e de dinheiro sujo por todo o Oriente. Y. K. Pao, membro da família banqueira que fugiu de Shangai em 1949, está no pináculo do relacionamento entre os chineses do exterior e o governo do continente, relacionamento que a política chinesa de Portas Abertas da era Deng tornou ainde mais fácil. A dependência financeira de Pequim de Hong Kong é matéria pública. Em 2 de outubro de 1978, o folheto MERCADOS ORRIENTAIS-OCIDENTAIS (EAST-WEST MARKETS) do Chase estimou que o fluxo financeiro da China continental em 1978 (excluindo as exportações) por Hong Kong totalizaria 2,5 bilhões de dólares, mais que o 1,3 bilhão em 1977. Aquela quantia inclui a renda dos investimentos estrangeiros de Pequim em Hong Kong e em outros centros do sudeste asiático, mais remessas para patentes no continente por chineses do exterior. Este fluxo para a China não decresceu, e sim aumentou, já que a “Política de Portas Abertas” do líder chinês Deng Xiao-ping, foi extremamente bem sucedida em atrair dinheiro de chineses do exterior para o continente.

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Aparte o aspecto puramente financeiro, a maior parte das exportações da China comunista passa por Hong Kong. Em 1976, Pequim recebeu 2,4 bilhões de dólares pelas exportações para a colônia britânica, o suficiente para cobrir 40% das necessidades totais de importação naquele ano. Pequim faz todas as suas operações bancárias por Hong Kong, a maior parte pelo HSBC, e secundariamente pelo Banco Standard and Chartered. Os estonteantes 2,5 bilhões de dólares de fluxo financeiro de volta para a China comunista representa os frutos do programa de 20 anos de Pequim para entrar nos altos escalões de tráfico de drogas, por acordo com os britânicos. Combinando fontes americanaas e soviéticas, demonstraremos que esta estimativa dos lucros estrangeiros das drogas por Hong Kong é uma boa aproximação do lucro de Pequim vindo do atacado, do varejo e do financiamento das drogas, tanto quanto do jogo, dos imóveis e outras associações sombrias com os britânicos e os financistas chineses do exterior, intimamente relacionados com o comércio de drogas. Mesmo a quantia de 2,5 bilhões de dólares não inclui os 800 milhões que Pequim ganhou como produtor primário de ópio. Para estimar as rendas brutas de Pequim pelo tráfico de drogas, uma soma adicional de várias centenas de milhões de dólares deve ser juntada: e o custo para se manter um dos maiores e mais bem financiados sistemas de Inteligência e sabotagem do mundo, o Serviço de Inteligência Comunista Chinês (CCIS).

LIGAÇÕES ANTIGAS SÃO MAIS FORTES A política atual de Pequim representa uma linha direta de continuidade entre o regime em vigor, e os colaboradores corruptos da Grã-Bretanha no século XIX na China. Da mesma forma, as fortunas dos comunistas de Pequim se ligam ao comércio de ópio e à oligarquia britânica. Eles basearam a economia chinesa em --- sua capacidade de importar bens estrangeiros urgentemente necessários --- no comércio do ópio. Entre os primeiros grandes acordos creditícios estrangeiros que o governo de Pequim aceitou, no verão de 1978, estava o depósito de 200 milhões de dólares no Banco da China por um consórcio de banos liderado pelo Standard and Chartered. Então, em ortubro de 1978, os veneráveis comerciantes de ópio Jardine Matheson concluíram um acordo de 300 milhões de dólares com firmas chinesas comunistas em Hong Kong, para levantar um complexo imobiliário vizinho a uma estação do novo sistema de transporte de massas de Hong Kong. Aparentemente, o investimento conjunto veio como parte de um pacote que incluía outro de exportação para a China, o maior de todos os tempos, também anunciado no começo de outubro por Jardine Matheson, que administrou as negociações em nome de um consórcio de companhias britânicas. Este complexo, nos Novos Territórios de Hong Kong, incluía 80% por parte de duas firmas da China comunista em Hong Kong, as companhias Sun e Kui Kwing, 15% da Hong Kong Land Company,Ltd., chefiada pelo ex-presidente H. N. L. Keswick da Jardine Matheson, e 5% da própria Jardine Matheson. As reservas de cerca de 3 bilhões de dólares em divisas estrangeiras da China são bancadas pelo HSBC, pelo Standard and Chartered e outros bancos britânicos de Hong Kong. Em 1978, Pequim começou a fazer grandes compras de ouro no mercado de Hong Kong, de acordo com o Relatório Financeiro do ECONOMIST londrino. A INTERNATIONAL CURRENCY REVIEW relatou em setembro de 1978: “As crescentes políticas econômicas abertas da China possivelmente terão impacto posterior no balanço de pagamentos de Hong Kong... o anúncio do Banco da China, no começo de julho, de que 13 bancos comunistas em Hong Kong estariam capacitados a comprar barras, debêntures e possivelmente títulos, deverão gerar posterior renda em moeda sólida para a comunidade financeira de Hong Kong, e possivelmente também encorajarão grande quantidade de negócios adicionais... A iniciativa do governo chinês neste sentido representa uma das várias medidas financeiras liberalizantes recentemente implementadas por Pequim. Em Junho, por exemplo, o Banco da China, e o Vanying lançaram títulos para um projeto imobiliário em Tsuen Warn, localizado nos Novos Territórios. “A visão atual de Londres sobre o relacionamento de Hong Kong com o continente é rósea”, escreveu o FINANCIAL TIMES londrino. “Por sua aceitação do status quo, a China mostra que está feliz em continuar o relacionamento com Hong Kong”. “A existência dos bancos comunistas (em Hong Kong) é uma indicação de compromisso contínuo, como é o estabelecimento de uma fábrica de máquinas na ilha Tsing Yi, que tem como um dos seus objetivos, modificar a maquinaria do continente, que não está à altura das necessidades dos compradores potenciais da região. “Esta espécie de compromisso é compreendida até mesmo pelo mais ansioso empresário, e ajuda a remover a nuvem de incerteza que de outra forma começaria a se formar... Pode ser a ironia final do paradoxo de Hong Kong que, para assegurar seu bem estar, Pequim tenha que aumentar seus próprios investimento e participação na (então --- N.Ed.) colônia”. O mesmo relatório do FINANCIAL TIMES especifica então o que quer dizer por crescente participação de Pequim na colônia, citando o caso exemplar de um importante empresário de Hong Kong e Macau, Stanley Ho:

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“É alegação largamente aceita que Ho e seu sócio, Henry Fok, começaram suas fortunas ao tempo da Guerra da Coréia, levando materiais estratégicos para a China. Certamente, ambos se tornaram proeminentes durante aquela era de contrabando. Na verdade, Ho parece haver passado pelas arruaças de 1967 (seguintes à Revolução Cultural) sem tomar partido, e até conseguiu se envaidecer de sua amizade com as autoridades de Pequim.O relacionamento e a riqueza de Ho, podem ser traçados até a concessão do monopólio de areia de Hong Kong para a China à sua sociedade com Fok. Mais tarde, em 1962, Ho recebeu a franquia do jogo em Macau por 25 anos, onde ele trabalhara para uma companhia japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. É justo dizer que esta franquia foi um presente de Pequim”.

O FINANCIAL TIMES poderia ter citado outros casos, como o dos irmãos Shaw (nome chinês anglicizado), os primeiros produtores de filmes Kung Fu em Hong Kong para distribuição mundial. Aparte sua cadeia de teatros em comunidades chinesas pelo mundo, os irmãos Shaw controlam a maior parte da prostituição em Hong Kong. Os empresários de Pequim e os banqueiros britânicos freqüentam o Jóquey Clube de Hong Kong, e outros paraísos da elite local. Em qualquer outro local do mundo, exceto Hong Kong, o relacionamento de Pequim com a elite britânica seria fonte de ultraje internacional. Pequim controla a Câmara Chinesa Geral de Comércio na antiga colônia, a mesma organização que produziu distúrbios, em 1977, para protestar contra a Comissão Independente contra a Corrupção, e sua “interferência em antiga prática chinesa” de subornar policiais. Seu presidente, Sr. Wang Kwan-cheng, é visitante freqüente do continente, e é identificado nos relatórios de Inteligência, como agente chinês de Inteligência política. A posição de Wang é desrita como “a mais prestigiada na colônia, junto com a do Governador-geral britânico”. Entre outras coisas, Wang está entre os homens mais ricos de Hong Kong, com interesses no comércio de varejo, restaurantes, imóveis e transportes. De acordo com seu verbete no WHO`S WHO IN HONG KONG, Wang é “presidente do conselho de diretores da Companhia de Desenvolvimento Magna (Magna Development Company), da Artesanato Chinês (Hong Kong)”, e membro do Jóquey Clube de Hong Kong. O vice-presidente da Câmara é C. H. Kao que, como o czar do jogo de Macau Stanley Ho, juntou grande riqueza comerciando materiais estratégicos para a China, durante a Guerra da Coréia. Outros agentes conhecidos de Pequim incluem Ho Yin, presidente da Câmara de Comércio de Macau e representante da cidade no Congresso do Povo da China (organização que centraliza as atividades políticas dos chineses do exterior por Pequim). Outro é K. C. Jay (ou Choi), anteriormente do Banco da China em Pequim, e atualmente agente de Inteligência financeira e especialista monetário do Banco da China em Hong Kong. Como diz Richard Deacon, autor britânico de “O Serviço Secreto Chinês”:

“O que está abundantemente claro é que Pequim tem um grande reservatório de força e talento entre seus adeptos em Hong Kong. Suas atividades de serviço secreto ali são abafadas, como em muitos outros centros, e se evitam entreveros com as autoridades. Na verdade, os únicos escâdalos de espionagem que ocorreram na colônia em muitos anos são atribuídos a outros poderes, alguns ao menos fabricados pelos chineses para embaraçar outra nação.Talvez o mais sutil desses ocorreu em 1973, quando um agente da Inteligência chinesa denunciou aos britânicos dois agentes da KGB, que haviam aprendido chinês na Universidade de Vladivostok, e que chegavam a Hong Kong. Com eles se acharam documentos contendo valiosa informação acerca da rede de espionagem soviética no Extremo Oriente... Pode ter havido até mesmo alguns contatos não oficiais em nível de Inteligência entre os serviços secretos britânico e chinês...”.

Deacon também relata que, quando o contrabando de narcóticos pela China estava em seu apogeu, era controlado pelo Departamento Central de Ligação Externa e pelo Ministério de Investigação. De acordo com Deacon, os agentes secretos importantes eram empregados pela União de Marinheiros de Hong Kong pró-Pequim. Esta foi responsável por um grande carregamento de heroína descoberto pela polícia novaiorquina em janeiro de 1973. “As operações da Frente Unida Internacional, controlada pelo Departamento de Ligação, incluía o comércio de drogas, com propósito de criar ruptura e desmoralização em áreas cuidadosamente selecionadas para alvos pelo Departammento de Ligação”. Acrescenta: “De fontes italianas, diplomáticas ou não, vem a confirmação de que o tráfico de heroína entre Hong Kong e a Europa é dirigido por agentes secretos chineses. Suspeita-se até que pode ter havido entendimento, entre os chineses e a máfia, para distribuição da droga”. Deacon identifica Keng Biao como chefe do citado Departamento Central de Ligação Externa. Se Keng, de fato, coordena o comércio chinês de drogas, tal não pode ser corroborado independentemente da época. Desde a publicação em 1974 do relato de Deacon, entretanto, Keng foi elevado ao Politburo, o maior órgão político da China, em agosto de 1977. Em agosto de 1978, viajou pelas principais regiões produtoras de maconha do Caribe, inclusive a Jamaica. Keng

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também parou na ilha de Malta, a antiga base da Ordem maltesa de comércio de drogas, por razões inexplicadas, em sua viagem de volta. O renomado Stanley Ho que, como controlador do jogo em Macau, e proprietário do que as agências policiais consideram a operação financeira mais suja do mundo, é membro de boa fé da elite social de Hong Kong. O relacionamento de Macau com Pequim tornou-se escândalo público em 1974, quando o governo revolucionário português ofereceu ceder a colônia à República Popularda China. O governo de Pequim recusou, porque Macau é muito mais útil como fonte de lucros em divisas estrangeiras ilícitas, pelo ópio e outras formas de contrabando, do quue como comunidade popular. Só raramente tem vindo a público as ligações entre as companhias de ópio de Hong Kong, a Inteligência britânica e o serviço chinês de Inteligência comunista. Onde isto aconteceu, os resultados envergonham os melhores novelistas. Um exemplo é a história da azarada família Rennie, comerciantes escoceses que venderam seu negócio à Jardine Matheson em 1975. Os Rennie estão, tanto em aventuras comerciais na África e na Ásia, quanto no serviço colonial britânico, tendo suas principais operações na África do Sul pela Rennies Consolidated Holdings,Ltd. Um familiar Sir John Rennie, aposentou-se como chefe da organização britânica de Inteligência secreta estrangeira D16. Normalmente, a identidade do chefe do D16 (“M”, nos filmes de James Bond) é um dos segredos britânicos mais bem guardados. Mas a identidade de Rennie veio à luz quando seu filho, Charles Tathan Ogilvy Rennie, foi preso por tráfico de heroína em Londres, em 15 de janeiro de 1973. A Censura oficial da mídia britânica, o infame “D-notícias”, enviado às editorias de jornais, impediu a cobertura da imprensa do escândalo de drogas sangue azul até 7 de fevereiro de 1973, quando o EVENING STANDARD londrino relatou que “o anteriormente filho sem nome do chefe do D16, que sofre acusações por drogas em Londres, é Charles Tathan Ogilvy Rennie”. Significativamente, no mesmo dia, a revista STERN (ESTRELA) da Alemanha ocidental, revelou o segredo de Sir John Rennie, em um despacho de Hong Kong, base dos sócios comerciais da família Rennie, Jardine Matheson. A informação da revista só poderia vir da família Rennie, por Jardine Matheson, ou pelo serviço secreto chinês, ou de ambos. De acordo com uma fonte de Inteligência comunista chinesa, citada por um autor britânico :

“No caso de Sir John Rennie, acredito que os chineses foram tão cautelosos que recusaram aceitar sua própria suspeita (de que Rennie era o chefe do D16) por longo tempo. A confirmação finalmente veio quando o filho de Sir John foi preso. Eles não precisaram procurar muito, pois a esposa do filho ia à Rua Gerrard (Gerrard Street), quase um quarteirão 100% chinês em Londres, obter a heroína chinesa”.

O autor britânico Richard Deacon comentou, “Suspeito que o vazamento à imprensa dessa informação veio dos chineses, que têm grande consideração pelo serviço secreto britânico”. Naturalmente nada está provado; Deacon guarda sua versão da história, com uma descrição elaborada do significativo método do serviço comunista de Inteligência chinês, de descobrir os chefes da Inteligência britânica por uma leitura cuidadosa do “Quem é Quem (Who`s Who)”. Não obstante, temos o fato de que o chefe do D16 era membro de família com íntimos laços comerciais com o coração do tráfico de drogas de Hong Kong; que seu filho lidava com narcóticos com agentes da Inteligência de Pequim em Londres; e que o último anúncio público da prisão de seu filho veio de fontes de Hong Kong, ou britânicas ou chinesas. Em 2 de setembro de 1978, o ECONOMIST londrino relatou:

“Um após outro, importantes empresários sul-africanos estão sendo condenados pelas estritas leis locais sobre divisas estrangeiras. O réu desta semana foi Charles Fiddian Green, principal executivo do maior conglomerado de transportes do país, Rennies... Foi condenado por acusações financeiras em 29 de agosto e multado em 10.000 rands. Semana passada, Gordon Rennie (parente de Sir John e presidente da Rennies Consolidated) cortou a garganta e os pulsos após a polícia vir procurá-lo. Foi para o hospital acusado por crimes financeiros. Quatro outros executivos da Rennies foram inquiridos pela polícia; outro já fora acusado de contrabando de divisas; e dois, incluindo Laurence Parry, foram demitidos após aparentemente deixarem o país”.

Também significativa é a implicação de Laurence Parry no recente escândalo Rennies; foi ele chefe da franquia da Rennies Holiday Inn na Suazilândia e no Lesotho, onde ricos sul-africanos passam fins de semana jogando e vendo shows de strip-tease, proibidos na puritana África do Sul. Rennies, uma subsidiária (53%) da Jardine Matheson desde 1975, tem um perfil quase clássico de dinheiro sujo, aparte jogatina e strip-tease. A subsidiária de Rennies no ramo de valores, Fidelity Guards, é a líder da África do Sul em serviços de carro forte e pagamentos, e tem suas próprias instalações computadorizadas, sob medida para o contrabando de divisas de que Rennies foi acusada. Além disso, esta tem suas próprias instalações de carga aérea e marítima, o que a torna o principal grupo de transportes na África do Sul.

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Ao tempo da fusão da Rennies com Jardine Matheson, a revista sul-africana MANAGEMENT escreveu, “Para ambas, é uma junção de pessoas iguais, estilos iguais e filosofias de administração extraordinariamente similares. A boa e sólida tradição escocesa sobra em ambos os grupos”. Aparte sua afinidade com a dinastia principal de Hong Kong, Rennies tem ligação com o grupo de mineração sul-africano. Dois de seus conselheiros, Charles Fiddian Green (preso) e Fred G. Wolmarans, eram anteriormente altos empregados da Consolidated Gold Fields da África do Sul. Esta, como foi extensamente descrito acima, escreveu o livro sobre contrabando de divisas, literalmente.

A ARMA DO ÓPIO DE PEQUIM Comércio de ouro, bancos, propriedades, jogo, e cerca da metade do comércio exterior, esta é a linha básica dos investimentos de Pequim em Hong Kong. Desde o começo dos anos 50, era ponto de vista oficial das agências policiais americanas que Hong Kong era o pricipal mercado para a heroína da China vermelha. Em 1961, antes que a administração Kennedy o demitisse, o chefe do Escritório de Narcóticos americano, Harry Anslinger afirmouu, “Um mercado primário para o tráfico dos chineses comunistas tem sido Hong Kong”. O registro policial do tráfico de ópio dos comunistas chineses por Hong Kong é amplo. Mesmo os britânicos e a polícia local foram forçados, em algumas ocasiões, a admiti-lo. A Scotland Yard descobriu uma grande quantidade de heroína, apreendida em 1969 no West End londrino, em carregamentos chineses de Hong Kong. Em 15 de outubro de 1970, o chefe do notoriamente corrupto Escritório de Narcóticos de Hong Kong, Shih Tieh-pi, disse em entrevista coletiva que sua força confiscara 47.628kg de ópio bruto, 14.5152kg de heroína e 108,4kg de morfina, tudo de origem chinesa comunista, em 1969. As quantidades citadas superam dramaticamente a maior apreensão de heroína já feita nos Estados Unidos, a chamada Conexão Francesa, que envolvia meros 100kg. Sem saber a qualidade da heroína apreendida, ou a veracidade do que o Sr. Shih Tieh-pi disse, as comparações são difíceis. Mas se os 14.5152kg de heroína apreendidos, tão perto da fonte original eram quase puros, o que é provável --- e a regra básica, de que cerca de 1/10 dos narcóticos ilegais embarcados são apanhados pela polícia, se aplica --- então, 145.152kg de heroína passaram por Hong Kong em 1969. Isto é mais ou menos o que os viciados americanos consumiram nesse ano. A conexão Pequim não é matéria de conveniência, mas expressão de um acordo político de 25 anos entre o governo local e os mais altos níveis da oligarquia britânica. A fonte mais conhecida das posições não expurgadas da elite chinesa é o antigo editor do AL AHRAM, Mohammed Heikal. Este relatou a seguinte conversação entre Nasser e o Primeiro-ministro chinês Chou En-lai, em visita de 1965:

“Uma das afirmações mais notáveis que Chou En-lai fez naquela noite (23 de junho de 1965), durante nossa discussão sobre a desmoralização dos soldados americanos foi esta: ´Alguns deles estão experimentando ópio e nós os ajudamos. Plantamos as melhores espécies de papoulas especialmente para os soldados americanos no Vietnã`. Nasser pareceu um pouco perturbado, mas Chou continuou: ´Queremos que eles mantenham um grande exército no Vietnã, que nos servirá de refém, e queremos desmoralizar as tropas. O efeito desta desmoralização nos Estados Unidos será muito maior do que se possa imaginar`. Nasser pensou que Chou poderia estar exagerando, mas a afirmmação de Chou era clara. Não deixou dúvida de que este era seu curso de ação”.

Por qualquer que seja a razão, a Inteligência americana ignorou os relatórios de campo durante os anos 60, que indicavam um gigantesco aumento do tráfico de narcóticos. Uma das histórias mais extraordinárias, que se perdeu na burocracia da Inteligência, envolvia um aeroporto do Laos, a 75 milhas ao sul da fronteira chinesa, construído pelas tropas chinesas comunistas durante o verão de 1964 (junho-setembro). De acordo com fontes da Inteligência americana, o aeroporto apareceu na província de Phong Sally, entre Luang Prabang, capital religiosa da Tailândia, e a fronteira da província de Yunnan, na China vermelha. As guerrilhas Meo que operavam na área, sob direção americana, descobriram os chineses construindo a pista entrando no território laosiano, e comunicaram o fato em junho de 1964. Entretanto, o comando da Inteligência mostrou pouco interesse pelos relatórios. Um piloto mercenário empreendedor, voando em um T-28, obteve fotos de reconhecimento do aeroporto claras como o dia, incluindo instantâneos de soldados chineses empurrando carrinhos de mão. As fotos foram enviadas pelos canais competentes, e desapareceram. Os oficiais americanos, entretanto, acreditaram que o aeroporto se destinava a fazer ligação com uma estrada asfaltada que os chineses estavam construindo há algum tempo, da província de Yunnan para o nordeste do Laos. Inicialmente, o pensamento dos oficiais de Inteligência americanos se centralizaram na possibilidade de que o aeroporto destinava-se a ser uma base avançada para o envolvimento de Pequim no conflito indochinês. Só mais tarde, quando nenhum soldado chinês apareceu, a verdade emergiu: a estrada e o aeroporto conectado pelos chineses haviam sido contruidos para levar ópio para fora da província de Yunnan. Hoje, o controle chinês da produção de ópio do Triângulo Dourado é limitado. Na Birmânia, o Partido Comunista Birmanês Bandeira Branca (controlado pelos chineses) agora dirige a maior parte senão toda a produção de ópio do

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distrito de Kokang. Khun Sa, apelido de Chiang Chi-Fu, controla o Exército Unido dos Estados Shan, localizado perto de Lashio. Embora agora se saiba que Khun Sa recebeu armas dos soviéticos, provavelmente via Indochina, a verdadeira administração comercial deste notório estabelecimento está nas mãos de She Pa Lang, apelido de São Fa Lan, cujo nome chinês é Chang Chu-Chun.

DE HONG KONG

Até que a política estratégica da “Carta da China” caísse nas boas graças de Washington sob Kissinger, o ponto de vista oficial americano, entre outros, era o de que os comunistas chineses cultivavam e exportavam grandes quantidades de ópio. Harry Anslinger, primeiro chefe do Escritório Federal Americano de Narcóticos, disse em 1961: “Heroína de papoulas cultivadas na China e refinada em fábricas chinesas é contrabandeada para Hong Kong e levada por cargueiros e aviões, para a Malásia, Macau, Filipinas, ilhas Havaí e os Estados Unidos ou, para a outra direção, Índia, Egito, África e Europa. O primeiro “alvo” nos Estados Unidos era a Califórnia. Só a área de Los Angeles provavelmente recebia 40% da heroína e morfina contrabandeadas da China. O pessoal do sindicato não tinha objeções a negociar com os vermelhos, desde que os lucros fossem grandes em dólares”. Os investigadores americanos tiveram sucesso somente em enfurecer as autoridades de Hong Kong, provocando apreensões simbólicas de operações locais com drogas. O último grande escândalo levantado pelas autoridades americanas, imediatamente antes que a “abertura para Pequim” impedisse qualquer ação posterior, ocorreu em 1973, quando o congressista Lester Wolff visitou Hong Kong em nome do Comitê Seleto sobre Abuso de Narcóticos da Câmara. Citando a apreensão efetiva, na administração Nixon, da heroína vinda da Turquia para a costa leste americana, pela chamada Conexão Francesa em Marselha, Wolff atacou, “Todos os narcóticos que entram nos Estados Unidos devem vir de outro lugar, e o centro é Hong Kong”. Por que não se agiu contra Hong Kong, quando as provas são tão conhecidas? Há duas razões. Primeiro, nenhuma polícia ou agência de Inteligência americana algum dia teve acesso a Hong Kong que, por ser então território britânico, estava estritamente fora dos limites dos investigadores americanos. Que seja de nosso conhecimento direto, nunca a Inteligência americana tentou flanquear a “amizade especial” entre a Inglaterra e os Estados Unidos. A razão mais importante é que, em sua maior parte, o refino da heroína, que se mudou de mala e cuia de Shangai para Hong Kong, quando da vitória comunista em 1949, não é mais feito em Hong Kong. Melhor, a importância deste lugar está esmagadoramente no nível das operações com dinheiro sujo, e secundariamente na exportação da heroína. A grande mudança no ciclo de produção e refino de Shangai para Hong Kong, na rota do Triângulo Dourado, inclusive partes substanciais da província chinesa de Yunnan, ocorreu durante a Guerra do Vietnã. Esta proporcionou um gigantesco mercado cativo de fácil acesso às áreas de cultivo birmanesa-tailandesa-laosiana, algumas das quais haviam fornecido suubstanciais quantidades de ópio durante o período colonial brittânico.

A CONEXÃO CH`AO CHOU A chavve para o tráfico de drogas do Extremo Oriente, a ligação que forma o quadro completo da operação, é a conexão dos chineses do exterior. Os investigadores policiais sabem que há anos, o que as redes chinesas ch`ao chou fazem, mas as agências policiais nunca conseguiram seguir o labirinto de conexões financeiras; se o fizessem, estariam violando acordos vigentes entre a Inteligência americana e a britânica. Conforme a revista QUARTERLY da DEA, no inverno de 1984 (janeiro-março), descreveu as operações com dinheiro sujo em Hong Kong: “Responsáveis pela movimentação da maior parte do dinheiro da heroína no sudeste asiático, elas são feitas pelas empresas que lidam com ouro, e as cambistas comerciais, muitas das quais são operadas em vários países pelos membros da mesma família chinesa. Registros suscetíveis a auditoria raramente existem neste sistema bancário subterrâneo, e mensagens cifradas, senhas e simples telefonemas são usados para se transferir dinheiro, entre países. Não obstante, o sistema tem a habilidade de o fazer em questão de horas, fornecendo completo anonimato e total segurança para o cliente, converter ouro ou outros itens em moeda, e converter moedas para a escolhida por ele. Pistas cruciais para a operação interna do tráfico de drogas --- operações conjuntas do Serviço de Inteligência da China Comunista (CCIS), inteligência britânica e finanças chinesas e britânicas --- estão se empoeirando nos arquivos policiais há anos. Uma delas foi a prisão de um funcionário do Partido Comunista Chinês em Djacarta, Indonésia, em 1972. As autoridades locais prenderam um chinês Ch`ao Chou, com cartão do Partido e outras provas documentais, levando 30kg de heroína valendo de 60 a 150 milhões de dólares nas ruas, dependendo da qualidade. A investigação, empregando os esforços conjuntos dos policiais indonésios e americanos, mostrou que o objetivo da importação de heroína era o financiamento do Partido Communista Indonésio (PKI), pela criação da máfia das drogas em Djacarta.

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Um punhado de incidentes similares estão registrados. Ao mesmo tempo, a polícia americana apanhou um diplomata filipino carregando 3,175kg de pura heroína branca no.4, em sua mala diplomática. Ele fora seguido das Filipinas ao seu quarto de hotel em Nova York. Seu contato, também preso, era um chinês Ch`ao Chou. Uma entrevista de novembro de 1978 com uma fonte da Inteligência da Malásia merece ser colocada aqui in totum, pela visão que dá deste tipo particular de operação:

“FONTE: É fato definitivo que a China distribui narcóticos aos partidos comunistas, filiados no sudeste asiático, como meio de levantar fundos para suas atividades. O caso mais recente é o da Coréia do Norte. Seus diplomatas foram expulsos de vários países europeus por contrabandear e distribuir heroína. O ópio não cresce na Coréia do Norte. Obviamente ele é dado pelos chineses. Em Singapuura, agentes comunistas foram apanhados vendendo narcóticos a estudantes americanos na escola americana pelo dinheiro do lanche. Imaginem, estavam vendendo pacotinhos por 20-30 centavos, só para viciarem as crianças, ao voltarem estas para os Estados Unidos. Pergunta: Você pode provar isto? F: É assunto público em Singapura. Há mais informação no Clube Kiwanis. Têm um arquivo sobre narcóticos. Também havia um relatório da DEA sobre como o Partido Comunista Chinês distribui narcóticos por funcionários seus na região. O relatório nunca foi publicado, mas existem cópias. P: Há uma quantidade de provas acumuladas de que o HSBC está no centro de todo o comércio de narcóticos do Extremo Oriente. F: O HSBC é o maior banco da região, e especialmente em Singapura. O maior agente da China é Pang Hock-lin. Ele é o instrumento para o tráfico de ópio chinês para a Índia, Tailândia, Singapura e Malásia. P: Ele foi preso? F: Naturalmente. Foi preso muitas vezes, mas cada vez é fixada uma fiança e ele é libertado. P: Quem estabelece a fiança? F: Diretamente o HSBC. Isto é fato”.

Os norte-coreanos aqui mencionados podem perfeitamente ter recebido a heroína dos soviéticos ou dos chineses. As operações soviéticas com drogas na Ásia aumentaram especialmente com sua maior presença no sudeste asiático. De acordo com fontes policiais da região, os soviéticos estão apoiando totalmente uma política estatal do Laos, para cultivar ópio com objetivo de exportação. Os laços estreitos da população chinesa do exterior com o regime de Pequim estão bem documentados. De acordo com um autor britânico que escreveu em 1965, 2/3 desses chineses no sudeste asiático apoiavam o regime de Pequim, e somente 1/3 Taiwan Autores americanos como A. Doak Barnett chegaram à mesma conclusão. Essas quantidades impressionantes são resultado do cultivo assíduo de tais laços por parte do governo de Pequim. A insistência de Pequim na continuidade dos laços entre os 12 milhões de chineses que residem no exterior e na Grande Han pátria-mãe, adquiriu notoriedade através de incidentes como as recentes disputas fronteiriças com o Vietnã. O sistema de repatriamento (de dinheiro) de chineses residentes no exterior para as famílias no continente, e o sistema mais recente de investimentos conjuntos entre o regime de Pequim e esses chineses, não são somente uma grande fonte de câmbio para a China, são a infra-estrutura financeira do Serviço Secreto Chinês. A rede de ligações financeiras entre Pequim e os chineses do exterior se sobrepõe às redes que controlam o comércio de drogas por atacado no Triângulo Dourado.

FORJANDO A LIGAÇÃO HONG KONG-PEQUIM

Até a ruptura sino-soviética, a ligação entre os chineses do exterior e o continente era a mais forte de todas: a família. Tal ligação foi expressa pela efetivação em larga escala do repatriamento (de dinheiro) para as famílias no continente. De acordo com os limitados dados disponíveis, o maior volume desses repatriamentos, para o que as agências especiais de transferências foram criadas, foi para a pequena cidade de Swatow, na costa norte da China: Swatow é a cidade natal dos chineses Ch`ao Chou. Estes, um grupo de navegantes e comerciantes com dialeto especial, evidentemente

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mantiveram os laços familiares mais estreitos com o continente. Este foi o pano de fundo para o recrutamento por atacado de chineses Ch`ao Chou do exterior para o serviço secreto chinês, no pós-guerra. No final de década de 50, o volume de repatriamentos registrados caiu bruscamente. Ao invés de pagar os repatriamentos diretamente aos parentes, os chineses do exterior investiram pesadamente em empreendimentos conjuntos, tanto no continente como no estrangeiro, com o governo de Pequim. O fluxo de repatriamentos foi capitalizado nesses empreendimentos, e os parentes no continente recebiam os dividendos. O declínio nos repatriamentos coincidiu pois com a orientação de Pequim para investimentos conjuntos com os chineses do exterior. Tal política recua a 1951, quando a Companhia de Empreendimentos do Sul da China (South China Enterprise Company), precursora da atual Corporação de Investimentos Estrangeiros Chineses (Overseas Chinese Investment Corporation --- OCIC), vendeu 100.0000 ações a empresários chineses em Hong Kong e Macau. Entretanto, até 1957, as atrações de tais investimentos eram limitadas, só existindo oportunidades na agricultura, o setor menos lucrativo da economia. Mas naquele ano, novas regulamentações foram baixadas, garantindo um dividendo de 12% em investimentos, contra os 8% normais em companhias comuns mistas. O governo de Pequim também fez provisões para repatriamento de parte dos lucros do investidor chinês do exterior. Em meados da década de 50, este capital se concentrou na Companhia Chinesa Estrangeira de Construção Industrial (Overseeas Chinese Industrial Construction Company) e outras subsidiárias, que se fundiram na OCIC em 1955, com capital inicial de 50 milhões de dólares. O conselho de diretores da OCIC incluía empresários chineses importantes residentes no sudeste asiático. Em 1966, havia 140 empresários sob a égide da OCIC operando na China. Em meados da década de 60, a política de usar a moeda forte dos chineses do exterior para investir na China abriu caminho para uma forma muito mais efciente de levantar divisas estrangeiras vitalmente necessárias. Pequim entrou na expansão acelerada das operações com drogas e dinheiro sujo da comunidade chinesa do exterior, centralizadas em Hong Kong. Em 1980, por exemplo, Y. K. Pao viajou para Pequim, onde teve 5 dias de reuniões que resultaram na associação inicial da Companhia Internacional Marítima e de Investimento (International Shipping and Investment Company). Acredita-se ter sido esta a primeira vez que Pequim investia seu dinheiro diretamente em um projeto fora de suas fronteiras. Presidente: Y. K. Pao. Mas, o que era muito mais interessante, a idéia nascera de uma discussão entre Pao e o então Primeiro-ministro chinês Hua Kuofeng. O local: um jantar particular na Rua Downing no. 10, com a Primeira-ministra britânica Margart Thatcher. Ou tomemos o caso da China Everbright Holdings,Ltd., cujo presidente é Wang Guangying, o Primeiro-ministro “capitalista vermelho” de Hong Kong. Cunhado do falecido Liu Chaoqi, chefe de estado chinês nos anos 60 e um dos antigos “viajantes capitalistas”, Wang foi despachado com capital para Hong Kong, a mostrar que quase 30 anos de comunismo não haviam embotado a esperteza comercial chinesa. Desde então, Wang amealhou milhões, principalmente em negócios imobiliários na cidade, e em associações com chineses do exterior. O sucesso da Everbright entretanto, não se baseia todo nas empresas. Cliente da Kissinger Associados, em cujo conselho esteve Lord Peter Carrington até que tomasse posse em seu posto como Secretário Geral da OTAN, a Everbright recebe informações de alto nível e tem ligações pela associação pessoal com Kissinger. Entre os outros clientes de Kissinger, estão alguns dos principais nomes da Narcotráfico S.A., incluindo American Express, Chase Manhattan e o banco Midland britânico, supervisor do HSBC. “Por que as companhias procuram a Kissinger Associados, ao invés de um banco de investimento?” perguntava um artigo na BUSINESS WEEK de 2 de dezembro de 1985. A resposta de Kissinger, repetida no artigo foi “Porque elas sabem que ela conserva a boca fechada. Cada contrato que a firma assina com uma empresa cliente contém uma cláusula garantindo mútuo segredo. Nenhuma parte nem mesmo reconhece ter qualquer ligação com a outra”.

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8 COMO O REAL INSTITUTO PARA

ASSUNTOS INTERNACIONAIS (ROYAL INSTITUTE OF

INTERNATIONAL AFFAIRS-RIIA) DIRIGE AS DROGAS E O DINHEIRO

SUJO Agora levaremos o leitor, subindo a cadeia de comando mundial das drogas e do dinheiro sujo, até o topo do controle político: a casa Chathan (Chatan House), na Praça St. James (St. James Square), Londres, o quartel-general do Real Instituto de Assuntos Internacionais (Royal Institute of International Affairs --- RIIA). Já inspecionamos os livros da Narcotráfico S. A., encontramos os agentes, visitamos as subsidiárias em Hong Kong, Bangkok e Pequim, tanto quanto suas fazendas e fábricas no Triângulo Dourado, na fronteira comum Birmânia-Laos-Tailândia-República Popular da China. O tráfico de drogas do Extremo Oriente surge como um único negócio em operação, uma associação britânico-chinesa, na qual a Grã-Bretanha é o sócio principal. É óbvio, já agora, que uma operação dessa envergadura não pode existir sem a aprovação política do governo britânico, ou sem o apoio gigantesco dos mercados de crédito offshore pelo mundo, sem o comércio mundial de ouro e diamantes, sem a administração compartilhada na distribuição varejista, ou sem o crime organizado. O HSBC não é um malfeitor independente, mas uma operação especial dos principais bancos da oligarquia britânica, especializados no tráfico de drogas do Extremo Oriente. A administração do HSBC, o Comitê londrino, é o grupo de delegados da oligarquia britânica designados para o tráfico de drogas do Extremo Oriente. Mais especificamente, é uma economia de guuerra. Dois de seus diretores, J. H. Keswick, da família que fundou Jardine Matheson em 1828 para comerciar ópio, e J. K. Swire, da família Swire de comerciantes heredittários de ópio, foram altos funcionários do Ministtério de Economia de Guerra britânico durante a Segunda Guerra Mundial. Outro alto funcionário deste ministério foi Sir Mark Turner, o presidente da Rio Tinto Zinc (RTZ), sócia do HSBC em numerosos negócios, inclusive ouro. Turner é agora figura chave no RIIA (Royal Institute of International Affairs), fundado por Lord Alfred Milner, um antigo presidente da RTZ. O RIIA e seus dirigentes principais controlam não somente o tráfico de drogas do Extremo Oriente, mas qualquer operação importante com dinheiro sujo no mundo. A próxima seção documentará o controle da monarquia britânica sobre os bancos e corporações canadenses, as mesmas instalações responsáveis por canalizar drogas para dentro, e fundos ilegais para fora, dos Estados Unidos. Isto demonstra que a agência de controle direto sobre o enorme aparato de guerra financeira do Canadá é o Instituto Canadense de Assuntos Internacionais (Canadian Institute of International Affairs --- CIIA), imitação do RIIA. Incluída na operação canadense está a dominação do mercado de ouro canadense pelo Banco de Nova Escócia (Bank of Nova Escótia), o enorme papel dos bancos canadenses nas operações de lavagem de dinheiro do Triângulo Prateado caribenho e, o mais importante, as ligações diretas entre os atacadistas de droga do Extremo Oriente e as instituições canadenses que participam do tráfico de drogas por atacado no continente norte-americano, desde o final da Lei Seca. Através do posto avançado canadense da monarquia britânica, os comerciantes de drogas fecham o círculo desde a família Keswick de Hong Kong, fundadores da Jardine Matheson em 1828, atá a família Bronfman, patrocinadores imediatos do chamado crime organizado nos Estados Unidos. Baseadas na lavagem de dinheiro sujo, as instituições reunidas nos principais comitês do RIIA dominam: • Todos os principais bancos comerciais britânicos; • Ambas as companhias petrolíferas britânicas, a British Petroleum (BP) e a Royal Dutch Shell (Shell); • Todos os principais bancos mercantis britânicos;

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• O comércio mundial de ouro e diamantes; • Cada antiga firma comercial de ópio, inclusive a Companhia Marítima Peninsulr e Oriental, a Jardine Matheson, a

John Swire and Sons e a Charterhouse Japhet.

META: RECONSTRUIR O IMPÉRIO Examinaremos o conteúdo das atividades subversivas do RIIA, seguindo as carreiras de alguns de seus principais participantes, inclusive Sir John Henry Keswick, membro da família que controla o HSBC e da antiga firma Jardine Matheson, de comércio de ópio, e o atual presidente do conselho do RIIA, Lord Humphrey Trevelyan, membro do conselho de diretores da subsidiária do HSBC que contrabandeia ouro, o Banco do Oriente Médio (Bank of the Middle East) britânico.São eles os homens que criaram a moderna Conexão Pequim. De acordo com a ata de fundação do RIIA, publicada em 1920, este é “um órgão não oficial e não político”, cujo objetivo é “desenvolver as ciências da política internacional, economia e jurisprudência,... para promover e manter meios de informação sobre questões internacionais... e promover o estudo e investigação de tais questões”. Poucas vezes na históriaa da palavra escrita tantas mentiras ficaram em tão poucas linhas. Entretanto, um resumo conciso dos objetivos do RIIA aparece no seu documento de fundação de fato, o testamento de 1877 de Cecil Rhodes. Este --- que fundouu ambos os impérios de mineração de ouro e diamantes que ainda dominam os mercados mundiais sob a égide da Anglo-American e da De Beers, e também fundou o Banco Standard (Standard Bank) do comércio de drogas (sócio africano do asiático Banco Chartered --- Chartered Bank --- desde a fusão) --- é o ponto de partida da atual forma da doença. Rhodes deixou sua fortuna para a Fundação Rhodes, administrada por Lord Milner. Seu grupo de estagiários de Oxford, chamado “Jardim de Infância de Milner”, compuseram a maior parte do governo de Lloyd George em 1916, e formaram o RIIA em uma reunião em Versalhes em 30 de maio de 1919. O testamento de 1877 de Rhodes dizia:

“Estabelecer uma Fundação, para a organização, promoção e desenvolvimento de uma sociedade secreta, cujo verdadeiro fim e objeto será a extensão do governo britânico pelo mundo,o aperfeiçoamento de um sistema de emigração do Reino Unido e a colonização por súditos britânicos de todas as ilhas em que os meios de vida sejam obtidos por energia, trabalho e empreendimento, e especialmente a ocupação por colonos britânicos do continente inteiro da África, da Terra Santa, do vale do Eufrates, das ilhas de Chipre e Creta, de toda a América do Sul, das ilhas do Pacífico não de posse da Grã-Bretanha, de todo o arquipélago malaio, do litoral da China e Japão, da recuperação fundamental dos Estados Unidos como parte integrante do Império Britânico, e consolidação do Império inteiro, a inauguração de um sistema de representação colonial no Parlamento Imperial que tendam a unir os membros desarticulados do Império e, finalmente, a organização de um poder tão grande que daqui por diante torne as guerras impossíveis e promova os melhores interesses da humanidade”. O conceito de sociedade secreta foi passado adiante por Milner, sucessor de Rhodes como Alto Comissário na África do Sul, pelos estagiários de Milner Lionel Curtis (do grupo da Távola Redonda) e Lord Robert Cecil, cuja família surge ao tempo do golpe genovês-holandês contra o humanismo elizabetano em 1601. Curtis e Cecil participaram da reunião de maio de 1919 em Versalhes, que fundou o RIIA, a sociedade secreta.

1949: ACORDO PEQUIM-BRITÂNICOS

Recuaremos por um mommento, à origem da aventura conjunta de Londres e Pequim com drogas no Extremo Oriente, o pacto de guerra entre o RIIA e Chou En-lai. Registros detalhados dos anos importantes tornaram-se agora disponíveis. Em agosto de 1978, o Departamento de Estado americano liberou ao público 1.300 páginas de documentos sobre a diplomacia americana na China ao tempo da vitória maoísta. Do lado britânico, o RIIA em 1977 liberou seus próprios registros de seu grupo de operações na guerra, e seu período posterior, o Comitê do Extremo Oriente, o verdadeiro Ministério do Exterior britânico. Ambos os conjuntos de documentos tem a mesma interpretação: a criação da República Popular da China inclui uma aliança entre os comerciantes de drogas britânicos e chineses. Foi negociada, pelo lado britânico, por Sir John Henry Keswick e, do lado chinês, por Chou En-lai. O grupo chinês incluía principalmente figuras importantes no comércio de ópio, tais como Chi Ch`ao-ting, do Banco da China, K. P. Chen do Banco Comercial de Shangai (Shangai Commercial Bank) (que também chefiava o lado chinês do Instituto para Relações no Pacífico --- IPR), e elementos das chamadas gangues Verdes, que podem ser chamados de máfa chinesa, que dirigem o comércio de ópio não somente no Extremo Oriente mas através da comunidade chinesa do exterior.

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Mão Tse-tung, de fato, devia muito à suas ligações com o comércio do ópio, e uma das principais envolve um dos enigmas de sua subida ao poder dentro do Partido Comunista Chinês (Chinese Communist Party --- CCP). O círculo social dos “intermediários” comuns, como J. K. Fairbanks, Edgar Snow e Anna Louise Strong, ignorava propositalmente ou não os laços críticos entre Mao e os dois líderes militares que foram essenciais à sua ascenção à liderança do CCP. Esses líderes foram Chu Teh e Ho Long, que dirigiram as únicas forças militares coesas dentro do movimento comunista na última metade dos anos 20. Esses dois, e seus soldados, eram membros do Ko Lao Hui, a “Sociedade dos Irmãos Maiores”, sociedade secreta que existia desde o século XVII. Como prova de quão pouco o governo americano sabia desses assuntos, o Serviço de Informação Estrangeira pelo Rádio, publicado pelo Departamento de Estado, traduziu mal o termo repetidamente durante sua cobertura do julgamento da “Gangue dos 4”, referido-se a essa bem conhecida sociedade secreta como a “Associação dos Veteranos Old Tié”. Foi através de tais sociedades, que eram essencialmente máfias, com laços com o CCP, que a República Popular continuou seu comércio de drogas. De ambos os lados, britânico e chinês, a aliança foi explicitamente contra os Estados Unidos. Os chineses sabiam e diziam isto, os britânicos sabiam e diziam isto, e os diplomatas americanos telegrafaram que os Estados Unidos haviam sido enganados. Quando os principais representantes do RIIA começarama sondar a fortaleza comunista chinesa de Yenan e a legação de Chou En-lai em Chungking, durante a Segunda Guerra Mundial, tinham eles um século de motivos para esperar bons resultados. Mas o crédito para a recriação da aliança entre a Inglaterra e o equivalente moderno das gangues Tríades, deve ir para Sir John Henry Keswick, o representante do RIIA na embaixada britânica em Chungking, durante a Segunda Guerra Mundial. É sabido que Keswick estava em contato regular com Chou En-lai como empresário proeminente e através de suas ligações com a embaixada. Chou esteve em Chungking de 1937 até os anos 40. Keswick, descendente da fammília comerciante de drogas que fundou e ainda controla Jardine Matheson, também representa o RIIA e sua subsidiária, o Instituto para Relações no Pacífico (IPR) nos Estados Unidos. Sir John Henry foi o britânico número um para a política com a China, presidente da Associação da China britânica, vice-presidente do Conselho de Comércio Sino-Britânico e membro do Comitê Grã-Bretanha-China (seu predecessor na Associação, de 1951 a 1955, foi John Kidston Swire, da família comerciante de ópio que ainda está no Commitê londrino do HSBC). Dois testemunhos do esconderijo de Mao Tse-tung, durante a guerra, na província norte do Yenan merecem atenção. O primeiro é o relatório de Peter Vladimirov, conexão soviética com o quartel-general de Mao em Yenan de 1941 a 1945. De acordo com os “Diários de Vladimirov” publicados na URSS, o Partido Comunista Chinês (CCP) em Yenan cultivava ópio para lucro, não somente para uso medicinal. O ópio já era uma colheita lucrativa importante antes da chegada de Mao a Yenan; Vladimirov alega que Mao continuou a prática. O representante soviético também suspeitou dos contatos estreitos do presidente chinês com os visitantes americanos ligados ao IPR. Um segundo relatório apareceu na publicação de NEGÒCIOS INTERNACIONAIS (INTERNATIONAL AFFAIRS) em janeiro de 1978, jornal do RIIA:

“Victor Farmer, que foi diretor das Imperiais Indústrias Químicas (China) e que em 1944 voltara recentemente de uma visita ao Extremo Oriente (disse): ´Eu me reuni com alguns comunistas chineses e suas idéias são bem abertas. Se nós pudéssemos nos livrar deste impasse ultra-nacionalista no poder agora em Chungking, e muitos funcionários governamentais são extremamente abertos, penso que o caminho estaria aberto para um compromisso com os comunistas, efetivamente`” .

O ponto de vista que Farmer exprimiu em nome do Comitê do Extremo Oriente do RIIA já surgira nos Estados Unidos através da subsidiária americana do Comitê, o Instituto para Relações no Pacífico (IPR), organização que produziu o grupo pró-maoista no Departamento de Estado, centralizado em John S. Service e John Carter Vincent. Embora o IPR inclua cidadãos americanos e tenha sido estabelecido através das Fundações Rockefeller e Carnegie, age como subsidiária do RIIA e da política britânica. Chamado agora de Instituto Asiático de Pesquisas (Asiatic Research Institute --- ARI), os dois mais importantes Secretários-gerais, Edward Carter e William Holland, têm extensas linhagens britânicas. Carter, cuja época como chefe do IPR durou até 1946, foi líder da Associação de Jovens Cristãos internacional, enquanto seu sucessor Holland, foi cidadão neo-zelandês até 1943 e membro do RIIA em Londres. A revelação mortal do caráter britânico do IPR, desencadeou a mudança da organização para o Canadá, em seguida à investigação do Comitê McCarran em 1950, que interpretou mal a traição pró-britânica como traição pró-comunista. Com calorosas aclamações britânicas, o IPR em desgraça mudou-se para o Canadá. O apoio britânico ao IPR foi mais tarde expresso pelo presidente do ramo do Extremo Oriente do RIIA, Sir Andrew McFadyean, que em 1947 se tornou presidente do S. G. Warburg, banco mercantil. Em uma carta de 1952, escreveu ele:

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“O fato de que eu critiquei certas atividades e certos funcionários do IPR me intitula a dizer, com maior ênfase, primeiro que ele seria um órgão inútil se não representasse uma ampla variedade de tendências políticas, e segundo que, durante toda a minha permanência no Instituto, sua administração, enquanto respeitando o direito à livre expressão, nunca encorajou ou apoiou pontos de vista subversivos”. Uma vez no Canadá, o IPR ficou sob o patrocínio oficial do Instituto Canadense de Assuntos Internacionais (Canadian Institute of International Affairs --- CIIA), sua subsidiária local, e seu presidente, agora “Honorável Presidente Perpétuo”, Walter Lockart Gordon. Nos últimos 30 anos, foi ele o mais fiel apologista norte-americano da China maoísta. Atualmente, tem laços pessoais diretos com as “antigas ligações chinesas” do Canadá, incluindo Dr. Paul Lin, Chester Ronning e James Endicott. Todos estes serviram como conselheiros do Primeiro-ministro chinês Chou En-lai; os deveres oficiais de Paul Lin como acessor de Chou terminaram somente em 1965. Em troca, é uma força na comunidade chinesa de Vancouver, Colúmbia Britânica, uma das mais importantes baldeações para o ópio que entra nos Estados Unidos. As ligações percorrem o caminho de voltta à China pelo Pacífico. Gordon apoiou a fundação do Instituto Popular Chinês de Assuntos Estrangeiros da China, organização oficial comunista que atualmente mantém ligações com o CIIA. Gordon também arranjou fundos para a Escola Norman Bethune da Universidade York em Toronto, Canadá, a instituição mais abertamente pró-maoista no continente norte-americano. Esta é a linhagem do IPR criado, defendido e ainda dirigido pelos britânicos.

JOGO DE PRESSÕES De acordo com o relatório oficial do RIIA acima citado, a função deste e do IPR, ao fim da Segunda Guerra Mundial, era propor a política de John Service e John Keswick de fomento do maoismo como “alternativa” à insistência histérica britânica aos seus diretores coloniais na área. O Primeiro-ministro Winston Churchill ainda se opunha às disposições sobre determinação própria da Carta do Atlântico, a saber, que a Inglaterra desistisse das colônias do sudeste asiático. O sentimento anti-britânico aumentou tanto nos Estados Unidos, aponta o estudo da ASSUNTOS INTERNACIONAIS, que a revista LIFE de Henry Luce pressionava o povo inglês “a parar de lutar pelo Império Britânico e lutasse pela vitória...se (o povo) se agarrasse ao Império às expensas da vitória dos Aliados, perderão a guerra porque nos perderão”. Uma pesquisa feita em 1942, revelou que 56% dos americanos concordavam que os britânicos podiam ser descritos como “opressores... por causa da injusta vantagem... que recebem de suas possessões coloniais”. A postura “alternativa” do RIIA e do IPR foi um recuo tático de uma posição imperial no Extremo Oriente para uma aliança com os chauvinistas Grande Han do Partido Comunista da China. Qualquer sugestão de que havia uma verdadeira diferença de políticas, entre o “mesquinho reacionário” Winston Churchill e Victor Farmer, abertamente pró-maoista do grupo do Extremo Oriente do RIIA, é colocada de lado pelo papel de John Henry Keswick, da Jardine Matheson. Keswick era figura proeminente dos Acordos Internacionais de Shangai, dos quais seu irmão, Sir William Johnston Keswick, foi presidente durante a década de 30 até 1949. A Inglaterra era proprietária de parte da cidade de Shangai pelo tratado que encerrou a segunda guerra do ópio. O status dos Acordos foi motivo dos maiores conflitos políticos entre Roosevelt e Churchill, pois representava uma intrusão colonial estrangeira em uma nação aliada. A preocupação britânica por Shangai pode também ter sido motivada pelo fato de que era o centro mundial do refino de ópio para heroína. Tanto Keswick quanto as refinarias mudaram-se para Hong Kong em 1949. Em janeiro de 1945, o pró-maoista Victor Farmer e John Henry Keswick, com Andrew McFadyean, conduziram a delegação britânica à mais importante conferência do IPR em Hot Springs, Virginia Ocidental. Dez funcionários britânicos se alinharam com o pessoal do RIIA. A delegação apresentou mais concordância com os americanos do que o governo de Churchill queria então conceder. Os documentos do RIIA mostram como a curiosa combinação do aplogista do Partido Comunista Chinês Victor Farmer com o comerciante de ópio John Keswick conseguiram apaziguar os americanos. “A atmosfera geral aqui (em Hot Springs) está muito melhor do que (na última conferência do IPR) em Mont Tremblant... Há muito menos disposição de torcer o rabo britânico só para ver como o animal reage”, escreveu McFadyean ao RIIA com alívio. Os delegados americanos incluiam o funcionário do Tesouro Harry Dexter White, responsável por vender aos Estados Unidos a aprovação britânica de John Maynard Keynes para o FMI. Só quando o exército de Mao entrou em Shangai em 1949 os norte-americanos compreenderam o que eles planejavam. O novo prefeito de Shangai, Chen Yi, chamou John Keswick para conversas secretas, revelam documentos do Departamento de Estado, virtualmente assim que chegou à cidade. Após prolongadas discussões, Keswick partiu, e chamou o cônsul americano. O espantado diplomata, mais tarde telegrafou a Washington que Keswick “afirmara que não esperava que os americanos passassem bem sob o regime comunista, mas não indicou se essa opinião era resultado da conversa com o prefeito”. Keswick estava ou ameaçando os Estados Unidos, ou relatando o que os chineses lhe

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disseram, escreveu o cônsul-geral. “Dificilmente ele teria inventado este blefe para afugentar os competidores americanos”, concluiu otimisticamente o americano. O quanto era ingênua esta avaliação, logo se tornou claro dias depois. Pelas costas dos americanos, os britânicos negociaram para conservar Hong Kong sob controle londrino, e abriram linhas confidenciais de comunicação entre o continente e Hong Kong. Em telegramas para Washington, os diplomatas americanos acusaram os britânicos de rasgar o acordo vigente anglo-americano de que todas as decisões a respeito do governo comunista seriam tomadas após consultas conjuntas. “Os comunistas estão obviamente tentando jogar os britânicos contra nós e parecem ter sido bem sucedidos”, escreveu um funcionário americano. Os britânicos juntaram insulto à injúria, ao manter uma campanha de propaganda oficial pró-maoista, que começou muito antes que os comunistas chegassem ao poder. Os funcionários britânicos davam recompensas a membros importantes do CCP, mesmo enquanto mantinham relações diplomáticas “oficiais” com Ching Kai-shek, e deram recepções públicas pródigas a elementos dissidentes do Kuomintang, tais como a viúva de Sun Yat-sem, o líder nacionalista chinês que morreu em 1925 (ela é atualmente funcionária do governo de Pequim). Pouco antes da vitória comunista, escreveu um jornalista: “Os britânicos têm reputação de diplomacia muito esperta na Ásia. Parte disto vem de sua habilidade para detetar grupos principais e ficar no lado certo. Observadores acreditam geralmente que os britânicos agora enxergam a esquerda intelectual como um dos grupos que ganharão, mais do que perderão, poder nas mudanças políticas dos próximos anos, e se preparam para essa eventualidade”. Despachos da Inteligência americana de 1947, reimpressos na publicação do Departamento de Estado dizem: “É significativo notar que logo após a tomada comunista da cidade chave de Shangai, os maoístas suspenderam toda propaganda anti-britânica”.

CRIAÇÃO DA CONEXÃO DAS DROGAS DE HONG KONG Sob a cobertura pública da mútua sedução anglo-chinesa, e perante os olhos horrorizados dos observadores americanos, os britânicos e maoístas criaram a infra-estrutura financeira que mais tarde sustentaria o tráfico de narcóticos do Extremo Oriente. A abertura, por Keswick, de canais entre Pequim e Hog Kong, permitiram a divisão das famíllias banqueiras de Shangai entre a China continental e Hong Kong; em 1947, esta divisão fundamentaria a conexão de chineses do exterior com Pequim e Londres. Aparentemente, outras redes de expatriados como os banqueiros tailandeses, que datam dos anos 30, se consolidaram da mesma forma, embora a documentação do período ainda não esteja disponível. A investigação do IPR pelo Senado revelou indiretamente o papel do RIIA na criação das redes financiadoras de drogas. O Comitê McCarran tornou pública correspondência do Secretário-geral do IPR, William Holland. Este, antes de sua ascenção à chefia em 1946, comandou as representações na China do Escritório Americano de Informações de Guerra, organização estreitamente ligada ao predecessor da CIA ao tempo de guerra, o Escritório de Serviços Estratégicos (OSS). Holland estava em contato freqüente com o chefe do RIIA em Londres que, como já se disse antes, criara o IPR em primeiro lugar. Em uma das cartas disponíveis no inquérito McCarran de 1950-51, Holland informava ao RIIA que um alto funcionário de banco comunista chinês “poderá vir a ser um dos nossos melhores amigos”. O funcionário Chi Ch`ao-ting era de alto nível no Banco Nacionalista da China até a vitória maoísta, ocasião em que transferiu sua fidelidade para o Banco Maoísta da China. A defecção de Chi foi precedida pela de uma parte inteira do Banco Nacionalista, que escolheu “negociar” com os comunistas a fugir de Taiwan. Este grupo, de acordo com papéis do Departamento de Estado de 1949, fez acordo para se comunicar com o líder do IPR chinês, e banqueiro de Shangai, K. P. Chen, que deixara esta cidade por Hong Kong, ainda antes da chegada dos comunistas. A defecção de Chi para o Banco Maoísta da China começou com uma ilustre carreira, durante a qual ele se elevou a uma alta posição, e participou de conferências internacionais para a República Popular da China. Como já se disse, as conexões financeiras do Banco da China com o ocidente são via Hong Kong; suas reservas ainda estão com o HSBC e o Standard and Chartered, suas remessas são feitas por eles, etc. A mudança de Chi, sob o olhar aprovador de Holland, só exemplificou o que ocorria na comunidade banqueira de Shangai. No mesmo despacho do RIIA acima citado, Holland relatava seus contatos com importantes banqueiros de Shangai, citando o caso de K. P. Chen, chefe do Banco Comercial Chinês de Shangai. Este fugiu para Hong Kong pouco antes da vitória comunista, relatou Holland, acrescentando --- “Embora pareça impossível agora, acho que Chen irá mais tarde a Shangai”. Um dos sócios de Holland durante o período, foi o representante canadense em Chungking, Chester Ronning, ainda importante na conexão canadense com o aparato das drogas Londres-Pequim. Totalmente fascinado pelos maoístas, Ronning encontrava-se quase semanalmente com o principal representante de Chou En-lai, Wang Ping-nan,durante o período 1945-47.

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Este relacionamento tem especial importância, que indicaremos a seu tempo. Ronning continuou a atuar como parteira do renascimento do IPR no Canadá em 1950, após o escândalo. No início da guerra da Coréia, a amizade pública entre a Grã-Bretanha e a China foi reduzida --- para propósito de consumo público. Entretanto, os principais indivíduos que criaram a conexão Pequim continuaram a segurar todos os fios importantes, e a manter a continuidade plena do tráfico de narcóticos. A despeito de hostilidades públicas, Pequim operava livremente no mercado ilícito de ouro de Hong Kong, e luminares atuais como Stanley Ho fizeram fortuna contrabandeando bens estratégicos para a China desde Hong Kong.

O SURGIMENTO DA “CARTA CHINESA” Em 1951, Lord Humphrey Trevelyan foi designado embaixador britânico na China, o mesmo homem que hoje está no conselho do Banco do Oriente Médio. Os contatos públicos entre Lord Trevelyan e o regime de Pequim eram necessariamente em voz baixa, pelos ditames do que mesmo os britânicos e os chineses consideram decência pública. Para baralhar as pistas, os britânicos alegam que Trevelyan não se encontrou com o Primeiro-ministro Chou En-lai durante os primeiros 2 anos de sua estada em Pequim, embora admitam que o colega de Trevelyan, John Henry Keswick, tivera acesso regular a Chou durante o começo da década de 1940 em Chungking. Entretanto, a estada de Trevelyan em Pequim não foi sem importância. Ele colocou os fundamentos da chamada abertura americana para a China, as bases da “carta chinesa”. Seu sócio na manobra foi o antigo contato maoísta de Chester Ronning, Wang Ping-nan. Por esta época, o antigo representante de Chou En-lai nos dias de Chungking era embaixador de Pequim na Polônia. Trevelyan fez os primeiros contatos diplomáticos americanos com a República Popular da China pela embaixada chinesa na Polônia, em meados da década de 50. O contato da América com o governo de Pequim era pois o embaixador Wang Ping-nan. A carreira posterior de Trevelyan é notável. Após breve estada na Alemanha ocidental, tornou-se embaixador britânico no Egito durante a crise de Suez --- a invasão britânica-francesa-israelense do Egito, que acabou com o plano de desenvvolvimento mundial do Presidente Eisenhower, o Programa Átomos para a Paz. Após estada no Ministério do Exterior britânico, foi embaixador na União Soviética de 1962 a 1965, durante a crise dos mísseis cubanos. Atualmente, está no conselho de diretores da British Petroleum (BP), junto com o irmão de John Keswick, Sir William Johnston Keswick, e vários outros membros dos conselhos do HSBC e do RIIA. Lord Trevelyan completou o círculo sendo presidente do conselho do RIIA, enquanto mantinha voz ativa no negócio do ópio através do Banco Britânico do Oriente Médio. Experiência direta no comércio de drogas aparentemente é qualificação comum aos presidentes do conselho do RIIA. Quando Trevelyan, Keswick, Holland e Ronning eram jovens armando a Conexão Pequim durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente do conselho do RIIA foi Waldorf Astor. O bisavô deste, John Jacob Astor, foi agente-de-influência britânico nos primeiros anos da república americana; conforme seu biógrafo, J. J. Astor foi o primeiro americano a entrar no comércio das drogas lado a lado com a Companhia britânica das Índias Orientais, a partir de 1816.

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9 CANADÁ: HONG KONG DA AMÉRICA

DO NORTE A maior parte da heroína que entra na América do Norte chega pelo Canadá. Isto é estimativa de fontes policiais autorizadas. Virtualmente, tudo que o leitor agora sabe sobre a antiga colônia da coroa britânica de Hong Kong se aplica ao domínio britânico ao norte da fronteira americana. A idéia de que o Canadá é uma nação, no sentido pelo qual os americanos compreendem o termo, é produto de esforços de relações públicas de baixa qualidade, porém persistentes. Política e financeiramente, o Canadá é dirigido desde cima pela monarquia britânica, a começar pelo Governador-geral indicado pela Rainha, o Conselho Privadp (Prive Council), e inclui o grupo principal dos Cavaleiros de São João de Jerusalém que controla a maior parte dos negócios canadenses. O papel do Canadá no fluxo de drogas para os Estados Unidos não é muito diferente do que foi durante a Lei Seca. O Canadá é ponto de passagem da maior parte da heroína que entra no mercado americano, porque foi criado e mantido como domínio britânico no flanco norte dos Estados Unidos para exercer precisamente tais operações. A despeito de mão de ferro da monarquia britânica sobre os mais altos níveis da vida pública canadense, há uns poucos indivíduos bem colocados, inclusive em seus serviços policiais, que vêem a América, mais que a Inglaterra, como modelo para o futuro canadense. Com grande risco pessoal, já lutam há muito na retaguarda contra as atividades criminosas que gozam da sanção quase oficial. O público americano ouviu pouco a seu respeito, por causa do Ato de Segredos Oficiais do Canadá (Canadá`s Official Secrets Act), moldado no de 1911 da Grã-Bretanha. Tal lei impede qualquer publicação ou discussão pública daquilo que o governo, isto é, o Governador-geral designado pela Rainha, escolhe como segredo de estado. Dada a organização do país, comércio de drogas, lavagem de dinheiro sujo e atividades de crime organizado, inclusive o terrorismmo político, estão nesta categoria. Quem quer que escreva sobre isto no Canadá irá para a prisão imediatamente, e poderá por lei ser executado. Mas sem a ajuda de cidadãos canadenses com acesso a fontes oficiais, e corajosos para correr os riscos, este relatório não poderia ter sido escrito.

TRÊS CASOS CRUCIAIS Antes de examinar a estrutura das operações canadenses com drogas e dinheiro sujo, alguns exemplos importantes serão suficientes para indicar a natureza do problema. Um é Walter Lockhart Gordon, presidente honorário perpétuo do CIIA (Canadá Institute of International Affairs --- Instituto de Relações Exteriores do Canadá), o braço canadense do RIIA britânico. O CIIA recebe a maior parte de seus fundos diretamente do escritório do Governador-geral. Cada secretário de estado canadense para assuntos estrangeiros, desde a fundação do CIIA, foi membro do mesmo. O Instituto canadense também é o patrocinador oficial do IPR (Institute of Pacific Relations --- Instituto de Relações do Pacífico), ligado à conexão britânica com Pequim, cujo escândalo público o forçou a deixar os Estados Unidos após 1947.

WALTER LOCKHART GORDON Suas digitais aparecem por toda esta seção. Além de seu posto perpétuo no topo do CIIA, ele é antigo presidente do Conselho Privado, o grupo de operações seletas do Governador-geral para direção da política canadense (1967-68); foi Ministro das Finanças de 1963 a 65; e diretor de algumas das operações corporativas mais sujas no Canadá. Seu pai fundou Clarkson & Gordon, a firma de contabilidade que auditou 3 dos 5 bancos oficiais canadenses: Banco da Nova Escócia (Bank of Nova Escotia), Banco do Domínio de Toronto (Toronto Dominion Bank) e Banco Imperial Canadense (Canadian Imperial Bank). Steven Clarkson, da mesma, é membro importante do CIIA tanto quanto patrocinador importante do IPR. Através de uma rede de contadores dispersados por esses bancos, Clarkson & Gordon funciona como centro de comando da mais extensa operação de lavagem de dinheiro sujo do mundo, desde os pontos de recebimento de heroína, no noroeste do Pacífico, às operações de bancos canadenses no Triângulo Prateado canadense. Gordon, como detalharemos adiante, também foi o principal contato canadense para a Conexão Pequim.

SEGURADORA EAGLE STAR

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Um segundo exemplo é o grupo de entidades britânicas que dirigem a Seguradora Eagle Star, uma das maiores financeiras britânicas, e que operam em conjunto com suas principais assemelhadas, inclusive Banco Barclays, Lloyds, Hill Samuel e N. M. Rothschild & Sons A Eagle Star dirige a organização da família Bronfman desde cima, através de seu controle da English Properties, e pelo controle por esta da Trizec Corporation. Os Bronfmans são o que, no jargão da Inteligência, se chama de “ligações” ou testas-de-ferro controlados. O que é significativo aqui são as qualificações especiais da Eagle Star para controlar o grupo Bronfman que, por sua vez, tem sido a sede das operações canadenses com bebidas, comércio de drogas, dinheiro sujo e terrorismo desde a Lei Seca. A administração da Eagle Star é da Inteligência britânica, por um acordo que data da Segunda Guerra Mundial. Os diretores da mesma, Sir Kenneth Strong e Sir Kenneth Keith, eram o número 1 e o número 2 respectivamente na Inteligência britânica imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, quando a família Bronfman criou a Trizec “legítima” com a fundação da Eagle Star. Ambos os diretores conservam seus laços estreitos com o serviço de Inteligência estrangeira britânico, o MI 6 (cujo chefe é o encoberto Mister “M” representado pelo chefe de James Bond nos filmes de 007 ---N.T.). Conforme modelo familiar, Sir Kenneth Keith movia-se pelo mundo secreto da Inteligência britânica e a política do ópio do Extremo Oriente. Keith também era membro importante do CIIA. Entre outras posições corporativas importantes, inclusive uma diretoria no Banco da Nova Escócia, ele era presidente do grupo Hill Samuel, um dos principais bancos comerciais britânicos, e encarnação dos interesses da antiga família banqueira Samuel. Participando com Sir Kenneth Keith no conselho de diretores da Hill Samuel, está Sir Philip de Zulueta do HSBC, e membro do Comitê londrino controlador deste. Zulueta foi secretário parlamentar particular para uma fieira de primeiros-ministros conservadores britânicos enquanto Sir Kenneth Strong completava sua carreira na Inteligência britânica. A Eagle Star é genuíno exemplo do papel do Canadá quanto às drogas, por conter cada elemento da máquina: a família Bronfman, que tem ligações com o dinheiro sujo e o terrorismo, os níveis superiores da Inteligência britânica e o coração do comércio do ópio, o próprio HSBC.

A COMPANHIA DA BAÍA DE HUDSON A Companhia da baía de Hudson (Hudson Bay Company) é o ponto de partida adequado a uma olhada nas operações da máquina das drogas no Canadá. Durante a Lei Seca, era a sócia da Seagram`s dos Bronfman na “Companhia da Pura Droga (Pure Drug Company), das bebidas ilegais durante o período de Lei Seca no Canadá. A Companhia também é fachada para as antigas e grandes famílias do comércio de ópio, os Inchcapes e os Keswick, proprietários respectivammente da Companhia de Navegação Peninsular e do Oriente (P & O), a maior do mundo, e Jardine Matheson, a principal companhia comercial de Hong Kong. O segundo Conde de Inchcape, cujo filho ainda dirige a P & O, escreveu o notório relatório Inchcape de 1923, que advogava a continuação da produção de ópio no Extremo Oriente para manter os lucros britânicos. O número dois atual da P & O, o vice-presidente do conselho Eric Drake, pertence ao conselho da Baía de Hudson. Sir William Johnston Keswick, da Jardine Matheson, presidente da Assentamentos Municipais de Shangai (Shanghai Municipal Settlements) durante o pico do tráfico de heroína na cidade, nos anos30, foi diretor da Baía de Hudson. William Johnston Keswick e Sir Eric Drake também estão juntos no conselho da Petróleo Britânico (British Petroleun --- BP), junto com Lord Humphrey Trevelyan, presidente do conselho do RIIA e encarregado de negócios britânicos em Pequim durante os críticos anos de 1951-53. Drake foi também diretor do principal banco mercantil britânico Kleinwort Benson. Sua 100% subsidiária Sharps Pixley Ward, dirige o mercado de ouro de Hong Kong em conjunto com o HSBC, apoio crucial do tráfico de drogas no Extremo Oriente. Um colega diretor de Drake, o presidente representante do Kleinwort Benson, foi Sir Mark Turner, da RTZ. Esta, por sua vez, foi fundada com dinheiro da família Matheson na década de 1840, que a dirigiu até a virada do século. Para completar o círculo, William Johnston Keswick está no conselho da Jardine Matheson, com diversos diretores da P & O de Sir Eric Drake. Em resumo, a Companhia da Baía de Hudson, a mais “canadense” das conpanhias, é dirigida desde cima por um grupo dos antigos traficantes de drogas do Extremo Oriente, e seus contatos londrinos mais próximos.

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A conexão do ópio de Hong Kong vai ainda mais longe. O filho de Sir William Keswick, Henry Neville Lindley Keswick, membro do conselho do HSBC, é também diretor da Macmillan Bloedel, uma das maiores empresas de celulose do Canadá, intimamente ligada aos interesses da editora Macmillan. Esta família surgiu como canadense quando Harold Macmillan, Primeiro-ministro britânico ao tempo da administração Kennedy, casou com a filha do Governador-geral do Canadá, representante pessoal da Rainha. Este era o nono Duque de Devonshire, Victor C. W. Cavendish, que pestou serviços de 1916 a 1920, no princípio da Lei Seca; seu genro Harold Macmillan tornou-se seu assistente-chefe no Canadá em 1919, mesmo ano em que Arnold Rothstein estabeleceu seus contatos na Inglaterra para entrega de bebidas. William, o filho do Governador-geral, intermediou os contatos de Joe Kennedy com as grandes destilarias inglesas. Os interesses dos Macmillan começaram com a Lei Seca. Hoje, pela associação com William Johnston Keswick, que dirigiu pessoalmente o tráfico de heroína em Shangai durante a década de 1930, tem lugar na Narcotráfico S. A. A Canadian Pacific Ltd., a maior empresa do Canadá, tem parte no controle da Macmillan Bloedel.

DROGA ENTRA, DINHEIRO SUJO SAI De acordo com fontes da Inteligência canadense de alto nível, grandes quantidades de heroína que chegam à América do Norte, chegam de avião pela Canadian Pacific Air (Companhia de Aviação Canadian Pacific). Não há prova insofismável para consubstanciar isto, mas um julgamento de novembro de 1978 em Vancouver provou que ela estava envolvida no contrabando de 9,98kg de cocaína de Hong Kong. As drogas vem pela Canadian Pacific e são conduzidas a pontos ao sul da fronteira. Profundamente inter-relacionada com a conexão do Canadá ocidental está o grupo Bronfman, cuja holding (controladora ou matriz geral --- N.T.) é a Seagram`s, e cujo centro financeiro é o grupo Trizec. Desde a Lei Seca, a Seagram`s dirige o fluxo de contrabando para os Estados Unidos. Tanto a Seagram`s quanto sua antiga sócia da Lei Seca, a Companhia da Baía de Hudson, são inter-relacionadas, por um labirinto de contatos, com os cinco grandes bancos canadenses: Banco de Montreal (Bank of Montreal), Banco Real do Canadá (Royal Bank of Canadá), Banco de Nova Escócia (Bank of Nova Escotia), Banco do Domínio de Toronto (Toronto Dominion Bank) e Banco Imperial Canadense do Comércio (Canadian Imperial Bank of Commerce). Assim, o dinheiro sujo bruto do comércio de drogas é enviado mais para o sul, aos centros offshore no Caribe, e daí para seu redemoinho de lavagem à volta do mundo. Os Cinco Grandes do Canadá dominam toda a banca canadense tão ferozmente quanto os Quatro Grandes britânicos, Barclays, National Westminster, Lloyds e Midlands, na Inglaterra. Diferentemente dos Estados Unidos, que tem uma relativa base extensa de bancos regionais, as bancas canadense e britânica são dirigidas desde cima pelas instituições mencionadas. Os canadenses são muito pouco distinguíveis, em suas práticas correntes, dos piratas britânicos que navegavam pelo Caribbe no século XVII. Junto com os bancos britânicos, que tem numerosas associações com os canadenses --- por exemplo, o Royal Bank opera nas Bahamas sob o disfarce de “RoyWest” em associação com o National Westminster --- são o coração das operações offshore com dinheiro sujo nos Estados Unidos. Em 1978, o Banco Real do Canadá (Royal Bank of Canadá) tinha 21 agências offshore, mais do que qualquer banco no mundo, exceto o Barclays. Sua conexão “RoyWest” já citada, liga-o intimamente com o próprio HSBC, que tem dois diretores no National Westminster, J. A. F. Binny e R. D. Dent. Este, descende da antiga família britânica de comércio com ópio que fundou Lancelot Dent à mesma época em que surgiu Jardine Matheson. Entre outra ligações, o Royal Bank of Canadá está conectado aos Bronfman por Neil Phillips, filho de Lazarus Phillips, advogado daqueles e assessor de grande confiança, desde a Lei Seca até a década de 50.

O TRIÂNGULO PRATEADO DO CANADÁ O Royal Bank tem a mais suja reputação da banca no Caribe. De acordo com autorizadas fontes diplomáticas, esse banco ordenou diretamente ao governo guianense que plantasse maconha, a fim de conseguir divisas estrangeiras: Em 1976, quando a Guiana quebrou e foi ao FMI para empréstimo de emergência, os funcionários do Royal Bank reuniram-se com altos funcionários do governo guianense. Insistiram em que o país mudasse sua economia para a produção de “colheita rendosa” antes que eles, ou qualquer outro grande banco, consedesse empréstimos. Os guianeses estavam desesperados e o fizeram. O noroeste do país, em conseqüência, tornou-se um grande produtor de maconha para o mercado norte-americano. Segundo nos centros offshore caribenhos, está o Banco de Nova Escócia. O assessor principal de Bronfman, e figurante das organizações sionistas canadenses R. D. Wolfe, pertence aos conselhos da Seagram`s e do banco. Este tem 13 agências offshore, tanto quanto inumeráveis associações e “fachadas” similares.

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Fontes diplomáticas e bancárias concordam em que o Banco de Nova Escócia é o número um em manejo de capital volátil para fora do Caribe, especialmente de países em complicações com a Jamaica. Aparte os fundos que evitam complicações políticas, a maior parte, se não todo, do dinheiro ilegal se transfere para fora do Caribe. No final da década de 70, uma grande parte dos fundos ilegais jamaicanos foi levado por um jamaicano empregado de alto nível da grande corretora novaiorquina Drexel Burnham Lambert. O comércio jamaicano do Scotiabank é um negócio particularmente imundo, pois envolve manobrar fundos, ganhos na Jamaica por criminosos locais, para paraísos fiscais. O lado monetário das operações jamaicanas, de acordo com fontes policiais, é feito mais com armas que com drogas. Aviões aterrisam na Jamaica com cargas de pequenas armas e partem com maconha. O varejo na Jamaica é a venda de armas. Os lucros finais da cadeia de vendas são lavados pelo Scotiabank. O papel deste no mercado canadense de ouro é feito por suas próprias operações comerciais e sua ligação com o presidente do segundo maior comerciante canadense de ouro, a Mineração Noranda (Noranda Mines). De acordo com fontes bem informadas do mercado novaiorquino de ouro, uma proporção substancial do capital volátil do Nova Escócia é movimentado por compras ilegais de ouro por jamaicanos e outros cidadãos. As mesmas fontes acrescentam que a Mocatta Metals do Dr. Henry Jarecki, em Nova York, tem parte substancial do tráfico de dinheiro sujo caribenho.

A CONEXÃO CANADÁ-PEQUIM O ponto de partida para qualquer pesquisa sobre o tráfico de drogas canadense é o estreito relacionamento de Walter Lockhart Gordon com a Canadian Pacific. Gordon foi o grande antigo honorável e perpétuo presidente canadense do CIIA, líder principal do Partido Liberal dirigente, Ministro das Finanças após 1963 e principal organizador da política exterior do Canadá nos últimos 30 anos. Pertence também ao conselhop de diretores da Canadian Corporate Management Corporation, uma holding inter-relacionada com a Companhia da Baía de Hudson. Fontes autorizadas da Inteligência canadense identificaram mais tarde Gordon como controlador dos 3 principais especialistas canadenses em China, Paul Lin, James Edincott e Chester Ronning. A associação com estes dois últimos datava do fim da Segunda Guerra Mundial, quando esses retornaram de estreita colaboração com Chou En-lai para se tornarem o coração do transplantado IPR no Canadá. Baseado em Montreal, Paul Lin era o intermediário de Gordon para o atacado e o transbordo de drogas em Vancouver (Colúmbia Britânica). O mais importante contato de Lin era o antigo presidente da transportadora de droga Canadian Pacific, John G. Gilmer, um Cavaleiro de São João de Jerusalém. Paul Lin era advogado da mesma Canadian Pacific. Além disso, havia nas representações abertas pela República Popular da China em Vancouver, B. C. (Colúmbia Britânica), a Corporação Comercial Chinesa (Chinese Commercial Corporation) e o Centro Cultural Chinês (Chinese Cultural Center). Este recebia fundos de outro Cavaleiro, John Robert Nicholson, íntimo associado de Gilmer. Todos esses homens trabalhavam juntos desde que o IPR serviu como cabeça-de-praia do RIIA nos Estados Unidos, e Chester Ronning se encontrava semanalmente com Wang Ping-nan, e ocasionalmente com Chou En-lai, em Chungking. Edincott, agora idoso, criou o principal centro norte-americano de maoismo explícito, o Instituto Norman Bethune na Universidade de York. Gordon foi reitor desta por muitos anos e arranjou pessoalmente os fundos para o Instituto, que recebeu o nome de um doutor canadense que serviu nos exércitos de Mao. A firma de contabilidade de Gordon, Clarkson & Gordon, tentou se resguardar de envolvimento aberto com o comércio de drogas. Mas uma de suas escorregadas causou escândalo público no Canadá, há alguns anos. A Clarkson & Gordon, recolheu fundos para o Colégio Rochdale em Toronto, uma universidade experimental que rapidamente se tornou o campus mais varrido pelas drogas do Canadá. No começo da década de 70, esse Colégio se tornou não somente o centro principal de consumo ilegal de drogas, mas também o ponto varejista de maconha e alucinógenos para quase todo o leste do Canadá. Quando a história inevitavelmente se tronou mancchete, a polícia canadense foi compelida a fechá-lo, por decência pública. A Clarkson & Gordon, que criara o Colégio Rochdale, tristemente recebeu as sobras das drogas, atuando como depositária e liquidante.

QUEM DIRIGE O CANADÁ Mas a empresa à qual Gordon mais se liga é a Canadian Pacific, que controla a maior parte do transporte aéreo, marítimo e terrestre do domínio. Está interligada de 3 formas com a Seagram`s Ltd., holding do grupo Bronfman. Nada menos que 14 diretores da Canadian Pacific estão nos conselhos dos 5 maiores bancos.

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Mais adiante ainda, a Canadian Pacific tem nada menos que 4 membros da Mui Venerável Ordem dos Cavaleiros de São João de Jerusalém em seu conselho, que incluem o já mencionado J. C. Gilmer de Vancouver, W. E. McLaughlin, presidente do conselho do Royal Bank of Canadá, e J. P. W. Ostiguy. Somente uma outra corporação no mundo, o Banco Barclays, contém mais membros da maior Ordem da elite da monarquia britânica entre seus diretores. Já por si este fato, estabelece a vassalagem da Canadian Pacific perante os direitos feudais da monarquia britânica. Em termos da verdadeira cadeia de comando no Canadá, é uma honra para Charles R. Bronfman pertencer ao conselho da Canadian Pacific. A concentração de Cavaleiros de Malta (outro nome da Ordem --- N. Ed.) nesse conselho também esclarece, do ponto de vista profissional da Inteligência, porque a companhia tem acesso especial ao tráfico de narcóticos do Extremo Oriente. O presidente do conselho do HSBC, de 1962 a 1979, foi Sir Michael Turner. Quando o atual presidente, M. G. Sandberg, o substituiu, Turner permanaceu no Comitê londrino do HSBC (tanto quanto no conselho de diretorees do National Westminster, com dois de seus colegas diretores do HSBC). Sandberg foi feito Comandante de São João, uma posição de alto nível na Ordem, em 1960. É também o presidente do Conselho de São João, a organização dos Cavaleiros, em Hong Kong. A companhia na maior parte dirigida pelos Cavaleiros de Malta no Canadá lida diretamente com o chefe da Ordem em Hong Kong. Na outra ponta do ciclo canadense das drogas, cada um dos 5 bancos que lidam com o dinheiro sujo tinha, em 1978, ao menos um Cavaleiro de Malta em seu conselho. O Canadian Imperial e o Banco de Nova Escócia eram dirigidos por 3 Cavaleiros, cada um. O CIIA, ao qual pertence cada ministro do exterior canadense neste século, não é uma instituição canadense, mas o representante local da Ordem de Cavalaria da elite da monarquia britânica. O antigo Governador-geral do Canadá e presidente do CIIA, Roland Michener, foi também Cavaleiro de São João. Um membro do conselho do ramo italiano, da Ordem de São Lázaro, Henry R. Jackman, foi do conselho do CIIA. J. J. Jodrey, outro membro do conselho, foi também Cavaleiro de São João. A Ordem de São João respeita a mesma cadeia de comando do Governador-geral do Canadá e do Conselho Privado: a Rainha da Inglaterra, que é a titular da Ordem, e o primo da Rainha, o Duque de Gloucester, Grão-Prior da Ordem. Esses homens controlam as finanças e logística da economia canadense. Por uma série de “laranjas”, como a família Bronfman, também controlam muito do comércio das drogas, do crime organizado e do terrorismo político dirigido contra os Estados Unidos.

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9 CANADÁ: HONG KONG DA AMÉRICA

DO NORTE A maior parte da heroína que entra na América do Norte chega pelo Canadá. Isto é estimativa de fontes policiais autorizadas. Virtualmente, tudo que o leitor agora sabe sobre a antiga colônia da coroa britânica de Hong Kong se aplica ao domínio britânico ao norte da fronteira americana. A idéia de que o Canadá é uma nação, no sentido pelo qual os americanos compreendem o termo, é produto de esforços de relações públicas de baixa qualidade, porém persistentes. Política e financeiramente, o Canadá é dirigido desde cima pela monarquia britânica, a começar pelo Governador-geral indicado pela Rainha, o Conselho Privadp (Prive Council), e inclui o grupo principal dos Cavaleiros de São João de Jerusalém que controla a maior parte dos negócios canadenses. O papel do Canadá no fluxo de drogas para os Estados Unidos não é muito diferente do que foi durante a Lei Seca. O Canadá é ponto de passagem da maior parte da heroína que entra no mercado americano, porque foi criado e mantido como domínio britânico no flanco norte dos Estados Unidos para exercer precisamente tais operações. A despeito de mão de ferro da monarquia britânica sobre os mais altos níveis da vida pública canadense, há uns poucos indivíduos bem colocados, inclusive em seus serviços policiais, que vêem a América, mais que a Inglaterra, como modelo para o futuro canadense. Com grande risco pessoal, já lutam há muito na retaguarda contra as atividades criminosas que gozam da sanção quase oficial. O público americano ouviu pouco a seu respeito, por causa do Ato de Segredos Oficiais do Canadá (Canadá`s Official Secrets Act), moldado no de 1911 da Grã-Bretanha. Tal lei impede qualquer publicação ou discussão pública daquilo que o governo, isto é, o Governador-geral designado pela Rainha, escolhe como segredo de estado. Dada a organização do país, comércio de drogas, lavagem de dinheiro sujo e atividades de crime organizado, inclusive o terrorismmo político, estão nesta categoria. Quem quer que escreva sobre isto no Canadá irá para a prisão imediatamente, e poderá por lei ser executado. Mas sem a ajuda de cidadãos canadenses com acesso a fontes oficiais, e corajosos para correr os riscos, este relatório não poderia ter sido escrito.

TRÊS CASOS CRUCIAIS Antes de examinar a estrutura das operações canadenses com drogas e dinheiro sujo, alguns exemplos importantes serão suficientes para indicar a natureza do problema. Um é Walter Lockhart Gordon, presidente honorário perpétuo do CIIA (Canadá Institute of International Affairs --- Instituto de Relações Exteriores do Canadá), o braço canadense do RIIA britânico. O CIIA recebe a maior parte de seus fundos diretamente do escritório do Governador-geral. Cada secretário de estado canadense para assuntos estrangeiros, desde a fundação do CIIA, foi membro do mesmo. O Instituto canadense também é o patrocinador oficial do IPR (Institute of Pacific Relations --- Instituto de Relações do Pacífico), ligado à conexão britânica com Pequim, cujo escândalo público o forçou a deixar os Estados Unidos após 1947.

WALTER LOCKHART GORDON Suas digitais aparecem por toda esta seção. Além de seu posto perpétuo no topo do CIIA, ele é antigo presidente do Conselho Privado, o grupo de operações seletas do Governador-geral para direção da política canadense (1967-68); foi Ministro das Finanças de 1963 a 65; e diretor de algumas das operações corporativas mais sujas no Canadá. Seu pai fundou Clarkson & Gordon, a firma de contabilidade que auditou 3 dos 5 bancos oficiais canadenses: Banco da Nova Escócia (Bank of Nova Escotia), Banco do Domínio de Toronto (Toronto Dominion Bank) e Banco Imperial Canadense (Canadian Imperial Bank). Steven Clarkson, da mesma, é membro importante do CIIA tanto quanto patrocinador importante do IPR. Através de uma rede de contadores dispersados por esses bancos, Clarkson & Gordon funciona como centro de comando da mais extensa operação de lavagem de dinheiro sujo do mundo, desde os pontos de recebimento de heroína, no noroeste do Pacífico, às operações de bancos canadenses no Triângulo Prateado canadense. Gordon, como detalharemos adiante, também foi o principal contato canadense para a Conexão Pequim.

SEGURADORA EAGLE STAR

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Um segundo exemplo é o grupo de entidades britânicas que dirigem a Seguradora Eagle Star, uma das maiores financeiras britânicas, e que operam em conjunto com suas principais assemelhadas, inclusive Banco Barclays, Lloyds, Hill Samuel e N. M. Rothschild & Sons A Eagle Star dirige a organização da família Bronfman desde cima, através de seu controle da English Properties, e pelo controle por esta da Trizec Corporation. Os Bronfmans são o que, no jargão da Inteligência, se chama de “ligações” ou testas-de-ferro controlados. O que é significativo aqui são as qualificações especiais da Eagle Star para controlar o grupo Bronfman que, por sua vez, tem sido a sede das operações canadenses com bebidas, comércio de drogas, dinheiro sujo e terrorismo desde a Lei Seca. A administração da Eagle Star é da Inteligência britânica, por um acordo que data da Segunda Guerra Mundial. Os diretores da mesma, Sir Kenneth Strong e Sir Kenneth Keith, eram o número 1 e o número 2 respectivamente na Inteligência britânica imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, quando a família Bronfman criou a Trizec “legítima” com a fundação da Eagle Star. (1) Ambos os diretores conservam seus laços estreitos com o serviço de Inteligência estrangeira britânico, o MI 6 (cujo chefe é o encoberto Mister “M” representado pelo chefe de James Bond nos filmes de 007 ---N.T.). Conforme modelo familiar, Sir Kenneth Keith movia-se pelo mundo secreto da Inteligência britânica e a política do ópio do Extremo Oriente. Keith também era membro importante do CIIA. Entre outras posições corporativas importantes, inclusive uma diretoria no Banco da Nova Escócia, ele era presidente do grupo Hill Samuel, um dos principais bancos comerciais britânicos, e encarnação dos interesses da antiga família banqueira Samuel. Participando com Sir Kenneth Keith no conselho de diretores da Hill Samuel, está Sir Philip de Zulueta do HSBC, e membro do Comitê londrino controlador deste. Zulueta foi secretário parlamentar particular para uma fieira de primeiros-ministros conservadores britânicos enquanto Sir Kenneth Strong completava sua carreira na Inteligência britânica. A Eagle Star é genuíno exemplo do papel do Canadá quanto às drogas, por conter cada elemento da máquina: a família Bronfman, que tem ligações com o dinheiro sujo e o terrorismo, os níveis superiores da Inteligência britânica e o coração do comércio do ópio, o próprio HSBC.

A COMPANHIA DA BAÍA DE HUDSON A Companhia da baía de Hudson (Hudson Bay Company) é o ponto de partida adequado a uma olhada nas operações da máquina das drogas no Canadá. Durante a Lei Seca, era a sócia da Seagram`s dos Bronfman na “Companhia da Pura Droga (Pure Drug Company), das bebidas ilegais durante o período de Lei Seca no Canadá. A Companhia também é fachada para as antigas e grandes famílias do comércio de ópio, os Inchcapes e os Keswick, proprietários respectivammente da Companhia de Navegação Peninsular e do Oriente (P & O), a maior do mundo, e Jardine Matheson, a principal companhia comercial de Hong Kong. O segundo Conde de Inchcape, cujo filho ainda dirige a P & O, escreveu o notório relatório Inchcape de 1923, que advogava a continuação da produção de ópio no Extremo Oriente para manter os lucros britânicos. O número dois atual da P & O, o vice-presidente do conselho Eric Drake, pertence ao conselho da Baía de Hudson. Sir William Johnston Keswick, da Jardine Matheson, presidente da Assentamentos Municipais de Shangai (Shanghai Municipal Settlements) durante o pico do tráfico de heroína na cidade, nos anos30, foi diretor da Baía de Hudson. William Johnston Keswick e Sir Eric Drake também estão juntos no conselho da Petróleo Britânico (British Petroleun --- BP), junto com Lord Humphrey Trevelyan, presidente do conselho do RIIA e encarregado de negócios britânicos em Pequim durante os críticos anos de 1951-53. Drake foi também diretor do principal banco mercantil britânico Kleinwort Benson. Sua 100% subsidiária Sharps Pixley Ward, dirige o mercado de ouro de Hong Kong em conjunto com o HSBC, apoio crucial do tráfico de drogas no Extremo Oriente. Um colega diretor de Drake, o presidente representante do Kleinwort Benson, foi Sir Mark Turner, da RTZ. Esta, por sua vez, foi fundada com dinheiro da família Matheson na década de 1840, que a dirigiu até a virada do século. Para completar o círculo, William Johnston Keswick está no conselho da Jardine Matheson, com diversos diretores da P & O de Sir Eric Drake. Em resumo, a Companhia da Baía de Hudson, a mais “canadense” das conpanhias, é dirigida desde cima por um grupo dos antigos traficantes de drogas do Extremo Oriente, e seus contatos londrinos mais próximos.

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A conexão do ópio de Hong Kong vai ainda mais longe. O filho de Sir William Keswick, Henry Neville Lindley Keswick, membro do conselho do HSBC, é também diretor da Macmillan Bloedel, uma das maiores empresas de celulose do Canadá, intimamente ligada aos interesses da editora Macmillan. Esta família surgiu como canadense quando Harold Macmillan, Primeiro-ministro britânico ao tempo da administração Kennedy, casou com a filha do Governador-geral do Canadá, representante pessoal da Rainha. Este era o nono Duque de Devonshire, Victor C. W. Cavendish, que pestou serviços de 1916 a 1920, no princípio da Lei Seca; seu genro Harold Macmillan tornou-se seu assistente-chefe no Canadá em 1919, mesmo ano em que Arnold Rothstein estabeleceu seus contatos na Inglaterra para entrega de bebidas. William, o filho do Governador-geral, intermediou os contatos de Joe Kennedy com as grandes destilarias inglesas. Os interesses dos Macmillan começaram com a Lei Seca. Hoje, pela associação com William Johnston Keswick, que dirigiu pessoalmente o tráfico de heroína em Shangai durante a década de 1930, tem lugar na Narcotráfico S. A. A Canadian Pacific Ltd., a maior empresa do Canadá, tem parte no controle da Macmillan Bloedel.

DROGA ENTRA, DINHEIRO SUJO SAI De acordo com fontes da Inteligência canadense de alto nível, grandes quantidades de heroína que chegam à América do Norte, chegam de avião pela Canadian Pacific Air (Companhia de Aviação Canadian Pacific). Não há prova insofismável para consubstanciar isto, mas um julgamento de novembro de 1978 em Vancouver provou que ela estava envolvida no contrabando de 9,98kg de cocaína de Hong Kong. As drogas vem pela Canadian Pacific e são conduzidas a pontos ao sul da fronteira. Profundamente inter-relacionada com a conexão do Canadá ocidental está o grupo Bronfman, cuja holding (controladora ou matriz geral --- N.T.) é a Seagram`s, e cujo centro financeiro é o grupo Trizec. Desde a Lei Seca, a Seagram`s dirige o fluxo de contrabando para os Estados Unidos. Tanto a Seagram`s quanto sua antiga sócia da Lei Seca, a Companhia da Baía de Hudson, são inter-relacionadas, por um labirinto de contatos, com os cinco grandes bancos canadenses: Banco de Montreal (Bank of Montreal), Banco Real do Canadá (Royal Bank of Canadá), Banco de Nova Escócia (Bank of Nova Escotia), Banco do Domínio de Toronto (Toronto Dominion Bank) e Banco Imperial Canadense do Comércio (Canadian Imperial Bank of Commerce). Assim, o dinheiro sujo bruto do comércio de drogas é enviado mais para o sul, aos centros offshore no Caribe, e daí para seu redemoinho de lavagem à volta do mundo. Os Cinco Grandes do Canadá dominam toda a banca canadense tão ferozmente quanto os Quatro Grandes britânicos, Barclays, National Westminster, Lloyds e Midlands, na Inglaterra. Diferentemente dos Estados Unidos, que tem uma relativa base extensa de bancos regionais, as bancas canadense e britânica são dirigidas desde cima pelas instituições mencionadas. Os canadenses são muito pouco distinguíveis, em suas práticas correntes, dos piratas britânicos que navegavam pelo Caribbe no século XVII. Junto com os bancos britânicos, que tem numerosas associações com os canadenses --- por exemplo, o Royal Bank opera nas Bahamas sob o disfarce de “RoyWest” em associação com o National Westminster --- são o coração das operações offshore com dinheiro sujo nos Estados Unidos. Em 1978, o Banco Real do Canadá (Royal Bank of Canadá) tinha 21 agências offshore, mais do que qualquer banco no mundo, exceto o Barclays. Sua conexão “RoyWest” já citada, liga-o intimamente com o próprio HSBC, que tem dois diretores no National Westminster, J. A. F. Binny e R. D. Dent. Este, descende da antiga família britânica de comércio com ópio que fundou Lancelot Dent à mesma época em que surgiu Jardine Matheson. Entre outra ligações, o Royal Bank of Canadá está conectado aos Bronfman por Neil Phillips, filho de Lazarus Phillips, advogado daqueles e assessor de grande confiança, desde a Lei Seca até a década de 50.

O TRIÂNGULO PRATEADO DO CANADÁ O Royal Bank tem a mais suja reputação da banca no Caribe. De acordo com autorizadas fontes diplomáticas, esse banco ordenou diretamente ao governo guianense que plantasse maconha, a fim de conseguir divisas estrangeiras: Em 1976, quando a Guiana quebrou e foi ao FMI para empréstimo de emergência, os funcionários do Royal Bank reuniram-se com altos funcionários do governo guianense. Insistiram em que o país mudasse sua economia para a produção de “colheita rendosa” antes que eles, ou qualquer outro grande banco, consedesse empréstimos. Os guianeses estavam desesperados e o fizeram. O noroeste do país, em conseqüência, tornou-se um grande produtor de maconha para o mercado norte-americano. Segundo nos centros offshore caribenhos, está o Banco de Nova Escócia. O assessor principal de Bronfman, e figurante das organizações sionistas canadenses R. D. Wolfe, pertence aos conselhos da Seagram`s e do banco. Este tem 13 agências offshore, tanto quanto inumeráveis associações e “fachadas” similares.

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Fontes diplomáticas e bancárias concordam em que o Banco de Nova Escócia é o número um em manejo de capital volátil para fora do Caribe, especialmente de países em complicações com a Jamaica. Aparte os fundos que evitam complicações políticas, a maior parte, se não todo, do dinheiro ilegal se transfere para fora do Caribe. No final da década de 70, uma grande parte dos fundos ilegais jamaicanos foi levado por um jamaicano empregado de alto nível da grande corretora novaiorquina Drexel Burnham Lambert. (2) O comércio jamaicano do Scotiabank é um negócio particularmente imundo, pois envolve manobrar fundos, ganhos na Jamaica por criminosos locais, para paraísos fiscais. O lado monetário das operações jamaicanas, de acordo com fontes policiais, é feito mais com armas que com drogas. Aviões aterrisam na Jamaica com cargas de pequenas armas e partem com maconha. O varejo na Jamaica é a venda de armas. Os lucros finais da cadeia de vendas são lavados pelo Scotiabank. O papel deste no mercado canadense de ouro é feito por suas próprias operações comerciais e sua ligação com o presidente do segundo maior comerciante canadense de ouro, a Mineração Noranda (Noranda Mines). De acordo com fontes bem informadas do mercado novaiorquino de ouro, uma proporção substancial do capital volátil do Nova Escócia é movimentado por compras ilegais de ouro por jamaicanos e outros cidadãos. As mesmas fontes acrescentam que a Mocatta Metals do Dr. Henry Jarecki, em Nova York, tem parte substancial do tráfico de dinheiro sujo caribenho.

A CONEXÃO CANADÁ-PEQUIM O ponto de partida para qualquer pesquisa sobre o tráfico de drogas canadense é o estreito relacionamento de Walter Lockhart Gordon com a Canadian Pacific. Gordon foi o grande antigo honorável e perpétuo presidente canadense do CIIA, líder principal do Partido Liberal dirigente, Ministro das Finanças após 1963 e principal organizador da política exterior do Canadá nos últimos 30 anos. Pertence também ao conselhop de diretores da Canadian Corporate Management Corporation, uma holding inter-relacionada com a Companhia da Baía de Hudson. Fontes autorizadas da Inteligência canadense identificaram mais tarde Gordon como controlador dos 3 principais especialistas canadenses em China, Paul Lin, James Edincott e Chester Ronning. A associação com estes dois últimos datava do fim da Segunda Guerra Mundial, quando esses retornaram de estreita colaboração com Chou En-lai para se tornarem o coração do transplantado IPR no Canadá. Baseado em Montreal, Paul Lin era o intermediário de Gordon para o atacado e o transbordo de drogas em Vancouver (Colúmbia Britânica). O mais importante contato de Lin era o antigo presidente da transportadora de droga Canadian Pacific, John G. Gilmer, um Cavaleiro de São João de Jerusalém. Paul Lin era advogado da mesma Canadian Pacific. Além disso, havia nas representações abertas pela República Popular da China em Vancouver, B. C. (Colúmbia Britânica), a Corporação Comercial Chinesa (Chinese Commercial Corporation) e o Centro Cultural Chinês (Chinese Cultural Center). Este recebia fundos de outro Cavaleiro, John Robert Nicholson, íntimo associado de Gilmer. Todos esses homens trabalhavam juntos desde que o IPR serviu como cabeça-de-praia do RIIA nos Estados Unidos, e Chester Ronning se encontrava semanalmente com Wang Ping-nan, e ocasionalmente com Chou En-lai, em Chungking. Edincott, agora idoso, criou o principal centro norte-americano de maoismo explícito, o Instituto Norman Bethune na Universidade de York. Gordon foi reitor desta por muitos anos e arranjou pessoalmente os fundos para o Instituto, que recebeu o nome de um doutor canadense que serviu nos exércitos de Mao. A firma de contabilidade de Gordon, Clarkson & Gordon, tentou se resguardar de envolvimento aberto com o comércio de drogas. Mas uma de suas escorregadas causou escândalo público no Canadá, há alguns anos. A Clarkson & Gordon, recolheu fundos para o Colégio Rochdale em Toronto, uma universidade experimental que rapidamente se tornou o campus mais varrido pelas drogas do Canadá. No começo da década de 70, esse Colégio se tornou não somente o centro principal de consumo ilegal de drogas, mas também o ponto varejista de maconha e alucinógenos para quase todo o leste do Canadá. Quando a história inevitavelmente se tronou mancchete, a polícia canadense foi compelida a fechá-lo, por decência pública. A Clarkson & Gordon, que criara o Colégio Rochdale, tristemente recebeu as sobras das drogas, atuando como depositária e liquidante.

QUEM DIRIGE O CANADÁ Mas a empresa à qual Gordon mais se liga é a Canadian Pacific, que controla a maior parte do transporte aéreo, marítimo e terrestre do domínio. Está interligada de 3 formas com a Seagram`s Ltd., holding do grupo Bronfman. Nada menos que 14 diretores da Canadian Pacific estão nos conselhos dos 5 maiores bancos.

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Mais adiante ainda, a Canadian Pacific tem nada menos que 4 membros da Mui Venerável Ordem dos Cavaleiros de São João de Jerusalém em seu conselho, que incluem o já mencionado J. C. Gilmer de Vancouver, W. E. McLaughlin, presidente do conselho do Royal Bank of Canadá, e J. P. W. Ostiguy. Somente uma outra corporação no mundo, o Banco Barclays, contém mais membros da maior Ordem da elite da monarquia britânica entre seus diretores. Já por si este fato, estabelece a vassalagem da Canadian Pacific perante os direitos feudais da monarquia britânica. Em termos da verdadeira cadeia de comando no Canadá, é uma honra para Charles R. Bronfman pertencer ao conselho da Canadian Pacific. A concentração de Cavaleiros de Malta (outro nome da Ordem --- N. Ed.) nesse conselho também esclarece, do ponto de vista profissional da Inteligência, porque a companhia tem acesso especial ao tráfico de narcóticos do Extremo Oriente. O presidente do conselho do HSBC, de 1962 a 1979, foi Sir Michael Turner. Quando o atual presidente, M. G. Sandberg, o substituiu, Turner permanaceu no Comitê londrino do HSBC (tanto quanto no conselho de diretorees do National Westminster, com dois de seus colegas diretores do HSBC). Sandberg foi feito Comandante de São João, uma posição de alto nível na Ordem, em 1960. É também o presidente do Conselho de São João, a organização dos Cavaleiros, em Hong Kong. A companhia na maior parte dirigida pelos Cavaleiros de Malta no Canadá lida diretamente com o chefe da Ordem em Hong Kong. Na outra ponta do ciclo canadense das drogas, cada um dos 5 bancos que lidam com o dinheiro sujo tinha, em 1978, ao menos um Cavaleiro de Malta em seu conselho. O Canadian Imperial e o Banco de Nova Escócia eram dirigidos por 3 Cavaleiros, cada um. O CIIA, ao qual pertence cada ministro do exterior canadense neste século, não é uma instituição canadense, mas o representante local da Ordem de Cavalaria da elite da monarquia britânica. O antigo Governador-geral do Canadá e presidente do CIIA, Roland Michener, foi também Cavaleiro de São João. Um membro do conselho do ramo italiano, da Ordem de São Lázaro, Henry R. Jackman, foi do conselho do CIIA. J. J. Jodrey, outro membro do conselho, foi também Cavaleiro de São João. A Ordem de São João respeita a mesma cadeia de comando do Governador-geral do Canadá e do Conselho Privado: a Rainha da Inglaterra, que é a titular da Ordem, e o primo da Rainha, o Duque de Gloucester, Grão-Prior da Ordem. Esses homens controlam as finanças e logística da economia canadense. Por uma série de “laranjas”, como a família Bronfman, também controlam muito do comércio das drogas, do crime organizado e do terrorismo político dirigido contra os Estados Unidos.

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10 AS FAMÍLIAS POR TRÁS DO IMPÉRIO

DAS DROGAS Por que, já que tanta prova detalhada do tráfico mundial de narcóticos existe em registros públicos ou em arquivos policiais, permaneceu tudo escondido por tanto tempo? Uma das respostas é que o HSBC e outros traficantes principais, que se combinam livremente no mundo dos negócios, foram destinados especificamente a esconder o comércio de drogas atrás da fachada de finanças legítimas. A resposta mais importante é mais profunda. Esta leva o leitor para trás dos conselhos, oh, tão respeitáveis! Das corporações e corretoras de metais preciosos, à oligarrquia internacional, em particular, a britânica. O que agora apresentamos é a verdadeira operação familiar responsável pelo financiamento e direcionamento do comércio de ópio, inclusive cada conexão crucial no desenvolvimento da Narcotráfico S. A., da expansão da produção de ópio na Índia, pelas Guerras do Ópio contra a China, até a Guerra do Ópio contra os Estados Unidos. A opinião pública sobre famílias do crime organizado dá ao leitor um ponto de partida de como ver a oligarquia da Grã-Bretanha, mas a dinastia britânica é muito mais sinistra.

A RELIGIÃO DA FAMÍLIA Este elemento sinistro que coloca a oligarquia britânica aparte da imagem popular da família mafiosa é a sua inabalável crença de que só ela é capaz de dirigir o mundo --- ponto de vista refletido no testamento de 1877 de Cecil Rhodes. Sua religião não é o cristianismo anglicano que professam, mas uma mixórdia de paganismo, incluindo cultos satânicos como a Teosofia e o Rosacrucianismo. A ideologia central e sincrética da vida interior religiosa da oligarquia é o culto egípcio das drogas revivvido, o mito de Ísis e Osíris, o mesmo culto anti-cristão que permeava o império romano. Da mesma forma que as antigas dinastias egípcias adoradoras de Ísis, as ligações da família dirigente britânica mantêm o poder há séculos, guardando os segredos de suas intrigas dentro da família. O culto de Ísis, revestido de uma roupagem moderna, foi a ideologia oficial dos principais políticos, financistas e literatos britânicos durante o século passado. Esse culto também forma o núcleo do Rito Escocês da Maçonaria de Lord Palmerston. Seu grande expoente público foi o secretário colonial durante a segunda guerra do ópio, Edward Bulwer-Lytton, autor de “Os Últimos Dias de Pompéia”, que primeiro popularizou o culto de Ísis, e que foi (Lytton) o mentor de toda a geração Cecil Rhodes de imperialistas britânicos. (1) O RIIA foi a “sociedade secreta” visualizada no testamento de Rhodes, e é o órgão que fornece a estrutura de comando do comércio de drogas. Mas ele próprio, o RIIA, foi fundado por um grupo ainda mais secreto: o “Círculo de Iniciados... devotado ao engrandecimento do Império Britânico”, na descrição de um de seus historiadores. (2) O Círculo incluía Lord Milner, Cecil Rhodes, fundador do império de mineiração da África britânica, o futuro Primeiro-ministro Arthur Balfour, Albert Grey e Lord Rothschild. Todos eles celebravam formas do culto a Ísis. Sua visão do mundo foi na maior parte estabbelecida por Bulwer-Lytton e seu protegido John Ruskin. O sumo sacerdote britânico de Ísis, Lytton, foi também o chefe dos comerciantes de drogas do governo britânico. As palavras do Pai Fundador americano Thomas Paine, para caracterizar o Rei britânico Jorge III, contra quem os Estados Unidos fizeram a Guerra da Independência, são completamente apropriadas: “Rejeito o endurecido e mal-humorado Faraó da Inglaterra para sempre... e desdenho o canalha”. (3)

O INÍCIO: OS CAVALEIROS DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM A elite da elite na vida dinástica secreta britânica é a Mui Venerável Ordem de São João de Jerusalém --- os “cristãos que não são realmente cristãos”. (4) Já realçamos a proeminência dos Cavaleiros nos centros do tráfico mundial de drogas: do HSBC à Canadian Pacific em Vancouver e ao Banco Barclays em Londres. Embora a Rainha Vitória reconstituísse a Mui Venerável Ordem, na década de 1880, como o ramo protestante britânico dos Cavaleiros de Malta, nossa história começa propriamente muito antes, com a Ordem original dos Cavaleiros de São João, fundada em Jerusalém em 1070. Herdou ela o que os autores britânicos maliciosamente chamam “a sabedoria do oriente” das seitas heréticas coptas, gnósticas e maniquéias do Leste do Mediterrâneo. A Ordem assim manteve continuidade direta com o antigo culto de Ísis.

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Conquanto distante da área familiar ao leitor americano, aquela em que vamos entrar deve ser encarada conforme as próprias famílias a vêem. A maldade meditada nos romances de Walter Scott ou Robert Louis Stevenson, ou suas imitações baratas de novelas góticas, dão ao leitor base para a visão interior da história dessas famílias, e a necessidade de se começar pela história coberta de teias de aranha para irmos ao fundo da Narcotráfico S. A. Começando do começo: no século XIV, o surgimento da Ordem de São João na Inglaterra foi parte de um projeto para aniquilar sua oposição humanista, os Cavaleiros Templários. A guerra total começara no continente. Os oligarcas da França e Itália, Felipe o Belo e o Papa Clemente V, trucidaram centenas de Templários, e queimaram o corajoso Grão Mestre, Jacques de Molay, na fogueira em 1314. Um grupo renegado de Templários, sob o comando de um aventureiro assassino, o Rei Robert Bruce, se apossou da Escócia, o posto menos civilizado da Europa, como uma fortaleza offshore, uma forma de seguro contra os destinos incertos no continente europeu. Esse Rei, Robert Bruce, é o fundador espiritual do Rito Escocês da Maçonaria.

“Após a morte de Jacques de Molay, alguns Templários Escoceses... instigados por Robert Bruce, se agruparam sob os estandartes de uma Nova Ordem (A Real Ordem da Escócia), instituída por seu príncipe...É aqui que devemos buscar a origem da maçonaria escocesa”. (5)

Esta afirmação de um importante historiador do movimento maçônico é modelo de interpretação da origem do Rito Escocês.

AS GUERRAS DO ÓPIO DA FAMÍLIA Há de fato uma ligação direta do Rei Robert Bruce com os funcionários britânicos que fizeram a primeira guerra do ópio contra a China. James Bruce, o oitavo Conde de Elgin, após supervisionar o comércio escravagista caribenho, como Governador-geral da Jamaica, de 1842 a 1846, foi designado embaixador e ministro plenipotenciário na China, de 1857 a 1861, o período da segunda guerra do ópio contra a China. Seu irmão Frederick Bruce fora secretário colonial em Hong Kong durante as ações escarnecedoras seguintes à primeira guerra do ópio, e voltou à China em 1857 para ajudar o irmão a apresentar o ultimato do governo britânico ao imperador chinês. (6) O Dicionário de Biografia Nacional britânico resume a carreira chinesa do Bruce mais velho sucintamente:

“Em 1857, Elgin foi enviado à China. Ao chegar a Singapura, encontrou cartas de Lord Cunning informando-o do motim na Índia, e urgindo-o a enviar tropas a Calcutá da força que o acompanharia à China. Imediatamente concordou com a requisição, enviando de fato toda a força, mas ele continuou para Hong Kong, na expectativa de que as tropas o seguiriam rapidamente... Ele dirigiu-se a Calcutá... Mais tarde neste ano voltou à China, tropas novas haviam sido enviadas (para repor as enviadas à Índia)... Cantão foi rapidamente tomada e meses mais tarde um tratado foi feito em Tientsin, resolvendo, entre outros assuntos, pela designação de um ministro britânico, por facilidades adicionais para o comércio britânico (ópio)... e por uma indenização de guerra”.

Elgin voltou à Inglaterra em 1859.

“No ano seguinte, ele foi enviado de novo à China, (pois) o Imperador falhara em ratificar o tratado de Tientsin e cometera outros atos hostis... A oposição militar (à política de vício em massa de Elgin) não foi efetiva, mas os chineses recorreram à traição (forças chinesas mataram alguns soldados britânicos que policiavam a distribuição de ópio). Em consequência disto, o palácio de verão, residência favorita do Imperador em Pequim, foi destruído. Poucos dias depois, o tratado de Tientsin foi formalmente ratificado”. (7)

O relato conclui que “as cartas de Elgin mostram que era homem de profundas afeições, eminentemente doméstico, e convicções muito fortes em religião...” Quem dirigia a Inglaterra à época? O Primeiro-ministro era o mesmo Lord Palmerston que tornara o Rito escocês o principal produto de exportação rentável da Inglaterra. O Ministro do Exterior era Lord John Russell, filho do sexto Duque de Bedford, e avô do agente da Inteligência britânica mais perigoso neste século, Bertrand Russell. Palmerston e Russell eram parentes afins dos irmãos Bruce, por casamento com a linhagem Elgin, em linha direta com o controle da Ordem de São João sobre a Inglaterra. O ramo que inclui os dois principais ministros do gabinete britânico durante a segunda guerra do ópio era a linha Villiers. Esta começara com George Villiers, que ajudara Robert Cecil e Edward Bruce a se apossarem do trono inglês para outro descendente de Robert Bruce, James I da Escócia em 1603. (8)

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A filha de Lord Russell, Victoria, casou na família Villiers. O neto de Russell, Bertrand, entre suas outras operações secretas, manteve ligações com Chou En-lai durante o pós-guerra, em favor da Inteligência britânica. (9) Ainda mais significativo é o terceiro membro do grupo londrino durante as guerras do ópio, o secretário colonial Edward Bulwer-Lytton, parente afim do Duque de Wellington. O filho daquele casara com Edith Villiers, do mesmo ramo da importante dinastia da Ordem de São João.

OS ADORADORES DO IMPÉRIO E O ÓPIO Bulwer-Lytton é mais conhecido pelos americanos através de sua novela de 1838 “Os Últimos Dias de Pompéia”, mas também é o pai espiritual das sociedades secretas de Cecil Rhodes, Lord Milner e do nazi-fascismo. Dirigiu os rosacruzes ingleses, um ramo dos Maçons de Rito Escocês, chefiados pelo Primeiro-ministro Palmerston. À diferença dos membros da elite britânica comparativamente de boca fechada, Bulwer-Lytton era um boquirroto expoente do culto de Ísis, assunto de sua famosa novela. Esse mito popularizado foi inspiração de um conjunto inteiro de imitações pervertidas. Entre elas estava o livro de Helena Blavatsky, “Ísis Revelada”, e seu culto teosófico. Esse era a bíblia satânica das sociedades secretas místicas, inclusive o grupo “Tule” alemão, que produziu a maior parte das SS de Hitler. (10) Outro protegido de Bulwer-Lytton foi o satânico Aleister Crowley, do equivalente do grupo “Tule” na Inglaterra, a “Hermética Ordem Ísis-Urânia da Alvorada Dourada (Golden Down --- N.T.)”. Ambos os grupos traçavam sua linhagem até os Maçons do Rito Escocês de Palmerston, através de Bulwer-Lytton. (11) Aleister Crowley foi tutor de Aldous Huxley, o profeta do controle da mente, que mais tarde introduziu o culto ao LSD (ácido lisérgico --- N. Ed.) nos Estados Unidos durante os anos 50 (12) (ligado ao projeto MK-Ultra --- N. T.). A ligação imperial britânica com o nazi-fascismo foi ainda mais direta no caso de outro trabalho publicado de Bulwer-Lytton. Sua novela, Rienzi, sobre os Cavaleiros de São João, forneceu o texto da primeira ópera de Richard Wagner. Sua novela de 1871, “Vril, O Poder da Raça Vindoura”, continha virtualmente tudo que Houston Stewart Chamberlain mais tarde repetiu em sua teoria racial; o professor Karl Haushofer, que foi o escritor verdadeiro (ghost-writer --- escritor fantasma , no sentido de verdadeiro) de “Minha Luta (Mein Kampf)” na cela de Hitler (prisão de Landsberg após o falho putch da cervejaria Burguerbraukeller --- N. T.) na prisão 50 anos depois, chamou sua primeira organização secreta de “Sociedade Vrill”. (13) As sociedades secretas nazistas alemães e britânicas se reuniram oficialmente pela última vez quando o Ministro Nazista Rudolf Hess tentou fazer contato em 1941, voando para a Inglaterra. Bulwer-Lytton influenciou diretamente John Ruskin na Universidade de Oxford e estabeleceu a linhagem que conduz, por nomes como Milner e Rhodes, ao atual RIIA. Os alunos de Ruskin incluíam Milner, Rhodes, Albert Grey e o futuro diretor de pesquisas do RIIA, Arnold Toynbee. A aula inaugural de Ruskin em Oxford em 1870, inspirada por Bulwer-Lytton, deixou tal impressão em Cecil Rhodes que ele carregou uma versão manuscrita da mesma até a morte. O discurso, que moldou o caráter do testamento de 1877 de Rhodes, afirmava em parte:

“Agora há um destino possível para nós, o mais alto já colocado perante uma nação, a ser aceito ou recusado. Ainda somos uma raça pura, uma raça mesclada com o melhor do sangue nórdico... Somos ricos em uma herança de honra, que deve ser nossa meta diária aumentar com avareza esplêndida... (A Inglaterra) deve encontrar colônias tão rápido e tão longe quanto possa... apossando-se de cada pedaço de solo fértil em que possa pisar, e ensinando aos colonizados que seu...primeiro objetivo é aumentar o poder da Inglaterra na terra e no mar...” (14)

O filho de Bulwer-Lytton, Edward Lytton, foi Vice-rei e Governador-geral da Índia de 1876 a 1880. Dois aspectos da administração do jovem Lytton na Índia são importantes para este relatório. Primeiro, Lytton supervisionou o único período de grande expansão na história da produção de ópio na Índia britânica. (15) Palmerston estabelecera esta meta como compensação pelo declínio industrial britânico frente aos Estados Unidos. Segundo, o governo de Edward Lytton na Índia forneceu um lar para os mais importantes loucos sectários inspirados por seu pai. O próprio Lytton era o maior amigo dos pais de Rudyard Kipling, membros do círculo à volta do jornal de Allahabad THE PIONEER (16), de A. P. Sinnett. A seguidora do velho Bulwer-Lytton, Madame Blavatsky do culto teosófico, apareceu na índia em 1879, e recrutou Sinnett para sua crença. (17) Tanto Kipling quanto Blavatsky usaram a suástica como seu símbolo pessoal místico. Através de Kipling, Blavatsky, Haushofer e outros, a suástica encontrou seu caminho para os cultos alemães que formaram o núcleo do posterior nazismo.

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O último grande posto oficial de Kipling foi sob o czar da imprensa Lord Beaverbrook, no Ministério da Propaganda durante a guerra; trabalhando a seu lado estava um parente afim dos Lytton, Sir Charles Hambro. Este prosseguiu dirigindo as sujas operações britânicas durante a Segunda Guerra Mundial, como chefe da Executiva de Operações Especiais (Special Executive Operations ---SOE), de 1942 em diante. Kipling também serviu como curador da Fundação Rhodes de 1917 a 1925. O primo de Kipling, Stanley Baldwin, foi Primeiro-ministro de 1923 a 1929 e de 1935 a 1937; neste segundo período, o governo Baldwin enfeitou Hitler como um “senhor da fronteira” contra a União Soviética, montando o palco para Munique em 1938. (18) Outro conhecido literato britânico, tambbém com tendência mística, merece ser mencionado neste contexto, Alfred, Lord Tennyson. Este se casou com a sobrinha do oitavo Lord Elgin (James Bruce), e continuou amigo íntimo do comandante-em-chefe da segunda guerra do ópio. Tennyson foi membro fundador da Sociedade Metafísica, com o protegido de Bulwer-Lytton, John Ruskin, com Lord Arthur Russell, tio de Lord John Russell, com o futuro Primeiro-ministro Arthur Balfour e Thomas Huxley. (19) Em 1880, a Sociedade Metafísica foi reorganizada, e se tornou a Sociedade Aristotélica. O neto de Lord John Russell, Bertrand Russell, foi presidente dessa sociedade, e um de seus sucessores foi Sir Karl Popper. O apoio nada ambíguo de Tennyson ao abuso de ópio foi expresso em seu conhecido poema, “Os Comedores de Lótus”:

“Juremos, e guardemos o juramento. Na profunda terra do Lótus vivemos, e nos reclinamos Nas colinas como Deuses, da Humanidade descuidamos”. (20)

A ATUAL DINASTIA DO ÓPIO

Os dias finais do governo Baldwin, e os primeiros da Segunda Guerra Mundial, são o lugar apropriado para retornar a trilha contemporânea das principais famílias do ópio, os Inchcapes e os Keswick. Em 1939, a criação do Ministério da Economia de Guerra britânico proporcionou um lugar de encontro para as velhas famílias: Sir John Henry Keswick, mais tarde arquiteto da Conexão Pequim, Sir Mark Turner, atual presidente da antiga firma Matheson-Keswick RTZ, Gerald Hyde Villiers, um rebento importante da antiga e malévola família e John Kidston Swire, da família Swire comerciante de drogas. Começando com o papel da família Matheson na primeira guerra do ópio, e continuando pelo período da Segunda Guerra Mundial até o presente, as fortunas da dinastia Matheson e Keswick permeiam todos os desenvolvimentos políticos que cercam o comércio de drogas. A Companhia Rio Tinto Zinc (RTZ) foi fundada em 1873 pelo sobrinho de James Sutherland Matheson, Hugh Matheson, recuando pela linhagem da firma até os dias de Jorge III e da Revolução Americana, através do então Primeiro-ministro Spencer Perceval. O jovem Matheson fundou a firma com os lucros de ópio de seu tio, e com ajuda da família banqueira Schroeder, que em 1931 financiou a cria ideológica de Bulwer-Lytton, Adolf Hitler. Os Lytton e os Matheson são parentes afins, através das famílias Villiers e Sutherland. O sucessor de Hugh Matheson na RTZ em 1898 foi J. J. Keswick, sócio na firma de comércio de ópio Jardine Matheson, e parente afim dos Matheson através da família Fraser. Aparte seu papel principal na Jardine Matheson, a família de J. J. Keswick teve papel principal no comércio oficial britânico de ópio. Seu primo, William P. Keswick,foi cônsul-geral britânico em Hong Kong durante os mesmos anos em que Edward Lytton, Governador-geral da Índia, estava expandindo a produção de ópio, de acordo com o programa de Palmerston. O filho de William P. Keswick, Henry Keswick, ex-presidente do HSBC no auge de sua glória no comércio de drogas, teve 3 filhos: David, John H. e William J. . David Keswick ainda é o maior acionista e sócio do banco comercial londrino Samuel Montagu. No conselho desse está também Sir Mark Turner, da RTZ. Este, como se notou, também trabalhou com o irmão Sir John Henry Keswick no Ministério da Economia de Guerra. Mais tarde, John Henry foi para a embaixada britânica em Chungking, retomando a trilha do ópio onde a Segunda Guerra Mundial a interrompera. O terceiro irmão, Sir William Johnston Keswick, é figura proeminente na conexão canadense da Narcotráfico S. A. Dirigiu a Shanghai Municipal Settlements no auge do tráfico de heroína de Shangai, e estabeleceu a primeira grande conexão de heroína, com o intermediário Jacob “Yasha” Katzenberg.

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A história familiar dos Keswick se entrelaça com a história dos Russells, Villiers e Bruce através de seus maiores superiores políticos, especialmente Lord Milner. Este, protegido de Cecil Rhodes, preencheu o intervalo entre o estabelecimento da Fundação Rhodes e a criação do RIIA em 1920. Milner se tornou diretor da RTZ em 1921 e serviu como presidente de 1922 até sua morte em 1925. Durante a Primeira Guerra Mundial, Milner trabalhou em estreita ligação com o então comissário britânico em São Petesburgo, Frederick Lindley, e William Boyce Thompson para dar a partida a geopolítica mais vantajosa para a liberdade britânica no comércio de drogas. (21) Frederick Lindley foi avô de Henry Neville Lindley Keswick, que atualmente ocupa os lugares tradicionais da família à frente dos diretores da Jardine Matheson e no conselho do HSBC. O terceiro membro do grupo Milner, William Boyce Thompson, foi chefe da representação da Cruz Vermelha na Rússia, que é oficialmente o “caritativo” da Ordem de São João de Jerusalém. (22) Após a guerra, Thompson, com fundos do Banco Morgan, estabaleceu a mineiradora Anglo-American na África do Sul, que agora controla 60% da produção de ouro fora da União Soviética e, através de sua parte controladora na De Beers, (controla) virtualmente toda a produção de diamantes. Daí se originou o controle londrino dos metais preciosos e gemas para lavagem de dinheiro sujo. Para juntar-se todas essas pistas na descrição principal do tráfico de narcóticos: o sucessor de Milner na RTZ, escolhido a dedo, e cujas minas originais estão na Espanha, foi Sir Auckland Geddes, que a dirigiu até 1952 e foi um patrocinador do golpe fascista de Francisco Franco na Espanha. (23) Seu sobrinho, Ford Irvine Geddes, foi diretor e presidente, em 1971 e 1972, do gigantesco complexo marítimo da família Inchcape, a Companhia de Navegação Peninsular e Oriental (P & O), que já transportou mais ópio do que qualquer outra instituição no mundo. Um dos funcionários da P & O, o presidente representante Sir Erick Drake, é um íntimo associado de Sir William Johnston Keswick, da antiga família da RTZ. Drake e W. J. Keswick controlam a Companhia da Baía de Hudson canadense, a qual estabeleceu as rotas de transporte de bebida do Canadá para os Estados Unidos durante a Lei Seca, junto com os Bronfman. A velha família Inchcape, cujo atual rebento, o terceiro Conde de Inchcape, ainda é presidente da P & O, é intimamente relacionada com a família Matheson da Jardine Matheson. O fundador da mesma, James Sutherland Matheson, era filho de Katherine Mackay e Donald Matheson; Mackay é o nome de família dos Condes de Inchcape. O terceiro Conde, J. W. Mackay, é filho do segundo, que escreveu o relatório Inchcape de 1923, instituindo que o comércio de ópio deveria ser mantido para “proteger as rendas” do Império Britânico, a despeito do protesto da Liga das Nações. Através do atual Lord Inchcape, a antiga dinastia do ópio casou nos mais altos níveis da banca britânica. O já mencionado J. W. Mackay da P & O, casou-se com Aline Pease; seu cunhado, Richard T. Pease, é o vice-presidente do Banco Barclays desde 1970. Este banco, como se notou, é o controlador de todas as operações financeiras israelenses, através de seu controle da atual família banqueira Japhet, da Charterhouse Japhet. O atual patriarca, Ernst Israel Japhet, é agora presidente do maior banco comercial israelense, o Leumi. O Banco Barclays controla completamente o segundo maior banco comercial israelense, o Israel Discount. Tomados em conjunto, o controle dos Inchcape, Keswick, Pease e outras famílias relacionadas sobre a banca londrina, torna-se uma rede de casamentos entre si, a ponto de os principais bancos londrinos e os rebentos do comércio de drogas parecerem uma só instituição familiar, mais do que entidades em competição ou mesmo paralelas. Por exemplo, o atual presidente representante da Inchcape e Cia., holding familiar que possui a maioria das ações na P & O, é Sir Hugh Mackay Tallack, que é também o presidente representante do Banco Standard and Chartered, segundo maior no Extremo Oriente, logo após o HSBC. O próprio Lord Inchcape, J. W. Mackay, é também diretor do Standard and Chartered, junto com o primo Sir Hugh. O ramo Pease da família, também é intimamente relacionado com: • O Banco Schroeder, cujo presidente, o décimo Conde de Airlie, é cunhado de A. D. F. Lloyd, do banco de mesmo

nome; • Kuhn Loeb, cujo sócio principal é Otto Kahn; sua neta é casada com o décimo Conde de Airlie, o presidente do

Banco Schroeder; • A família de Winston Churchill, cuja sogra era uma Airlie; • O grupo Lazard, parentes afins dos Churchill; controla o FINANCIAL TIMES londrino, o ECONOMIST, a

editora Penguin e um dos principais bancos comerciais britânicos. Deve-se lembrar que as famílias Lytton e Keswick casaram com a família Fraser, cujo membro principal atualmente é o presidente representante do Lazard.

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NOTAS: PARTE 3 CAPÍTULO 1: OS BANCOS E O MAIOR NEGÓCIO DO MUNDO 1. Baseado em entrevistas com fontes da DEA, o desvio típico na tendência dos preços resultou da importação de

vários quilos da heroína de alta pureza, no. 4 (85-95%) do Vietnã por soldados que retornavam, e que tentariam começar sua própria cadeia de distribuição. Tais incidentes revelaram-se porque os novatos tendiam a diluir muito pouco a heroína, freqüentemente com 30% ou mais de pureza, não a diluição normal a 5%. Os comerciantes indesejados portanto, causaram um número extraordinariamente grande de overdoses, possibilitando às autoridades encontrá-los rapidamente.

2. A quantidade de 740 toneladas veio da DEA americana. Aproximadamente a mesma quantidade também é usada pelas fontes mais citadas.

3. THE NEW YORK TIMES, 20 de janeiro de 1971, pg. 1. 4. EUROMONEY (Londres), abril de 1978. CAPÍTULO 2: COMO ESCONDER 200 BILHÕES DE DÓLARES 1. A transferência eletrônica de fundos refere-se à introdução de transferências inter-bancárias computadorizadas,

dentro do sistema da Câmara de Compensação novaiorquina, dos 12 maiores bancos dessa cidade. O Sistema Internacional de Pagamentos por Câmarra de Compensação (CHIPS) é feita por um enorme computador Burroughs (UNISYS) no escritório da Câmara novaiorquina no baixo Manhattan, e procura, através da Reserva Federal, estender-se à banca nacional inteira, em associação com “zonas bancárias livres” não reguladas.

CAPÍTULO 3: DO ÓPIO AO DINHEIRO SUJO 1. Calculado com base nas tabelas de preços relatadas por fontes policiais em entrevistas com os autores. 2. A estimativa deriva-se dos seguintes cálculos: no pico da produção de heroína do Triângulo Dourado em 1971-72, a

maior parte da qual se destinava aos soldados americanos no Vietnã, 21 refinarias estavam operando; desde então, o total declinou. Assumindo que 10 ainda operem, e que a produção anual de cada uma é equivalente a 3 toneladas de heroína descobertas em uma grande operação, então elas produzem mais ou menos 30 toneladas anuais de heroína, refinadas de 300 toneladas de ópio bruto.

3. Deacon, Richard-The Chinese Secret Service, Nova York, Ballantine, 1976, pg. 447 CAPÍTULO 4: COMO O COMÉRCIO DAS DROGAS É FINANCIADO 1. FINANCIAL TIMES de Londres, 24 de abril de 1978. 2. Ibid. 3. Um exame detalhado da estrutura da tabela de preço dos primeiros atacadistas do Triângulo Dourado demonstra que

o aumento de preços em vários níveis é mera conseqüência de substanciais despesas adicionais, inclusive o sustento de um total inestimável de policiais e funcionários alfandegários tailandeses e birmaneses. A lucratividade real, os enormes lucros associados ao tráfico, depende do processo de separação da heroína pura em “pacotinhos com pureza para venda nas ruas do ocidente. Os lucros dos sindicatos de Hong Kong que vendem heroína no atacado e no varejo não são cobertos pela diferença entre preços no atacado primário ou secundário, mas por uma percentagem dos lucros obtidos pela distribuição das drogas no ocidente. Em outras palavras, as redes de Hong Kong são diretamente representadas no segmento do “crime organizado” ocidental da Narcotráfico S. A., e tiram sua parte do retorno dos lucros no varejo. Provas espalhadas --- a principal é a atividade da comunidade chinesa emigrada em Vancouver --- indicam que é assim que esses sindicatos operam de fato.

4. Certos aspectos da atividade dos emigrados chineses antecedem os britânicos. A predominância de compradores chineses na região, entretanto data da virada deste século. Os soviéticos também tem papel na comunidade emigrada chinesa.

5. Cator, W. J.-A Posição Econômica Chinesa nas Índias Holandesas, pgs. 97-98. 6. Purcell, Victor-Os Chineses na Malaia, pg. 189. 7. Skinner, William-Sociedade Chinesa na Tailândia, História Analítica, pg. 140. CAPÍTULO 5: AS OPERAÇÕES BRITÂNICAS SUJAS COM OURO E DIAMANTES 1. Green, Timothy-Outros Mercados Mundiais, discurso na Conferência do Ouro do FINANCIAL TIMES londrino e

INVESTORS CHRONICLE, London Hilton, 24 de outubro de 1972. 2. Ferris, Paul-A City, Londres, 1951. 3. Reinhart, H. R.-O Repórter, 22 de julho de 1952. 4. Ibid.

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5. A informação é de 1978 e, embora alguns dos nomes possam ter mudado, o retrato do incesto financeiro que surge é verdadeiro agora como era antes.

6. A informação é resultado da investigação da EIR sobre as operações da agência de Inteligência israelense Mossad, da qual Jarecki parece ter sido um “contato”. Os detalhes foram conferidos com policiais.

7. De acordo com entrevista com importantes comerciantes de diamantes em Nova York. CAPÍTULO 7: A CONEXÃO PEQUIM

O atual “livro de referência” do tráfico no Extremo Oriente é “A Política da Heroína no Sudeste Asiático”, de Alfred W. McCoy, com Cathleen B. Read e Leonard P. Adams III, Nova York, Harper and Row, 1972. Rejeitando as reclamações do antigo chefe do Escritório de Narcóticos e Drogas Perigosas, Harry Anslinger, McCoy cita um agente sem nome do Escritório, que rejeita as acusações de Anslinger contra Pequim, dizendo que a República Popular da China não tem qualquer papel no comércio de ópio, e que as acusações de Anslinger são baseadas em propaganda de Taiwan. McCoy não cita nenhuma outra prova e meramente afasta o assunto.

De fato McCoy, e seus co-autores vão tão longe que até mesmo peritos adeptos são forçados a corrigi-los. Em uma revisão publicada no Boletim de Intelectuais Asiáticos Participantes, em setembro de 1973, Peter Dale Scott escreveu:

“McCoy cita atuais funcionários americanos anti-narcóticos para ridicularizar as reclamações da década de 50 do Comissário americano Anslinger (e seu govverno), sobre o ´plano de 20 anos da China Comunista para financiar atividades políticas e espalhar o vício` nos Estados Unidos. Mas McCoy apóia a igualmente dúbia ´hipótese turca` que substituiu a de Anslinger na década de 60, isto é, que toda a praga de heroína nos Estados Unidos, produzida nos laboratórios de Marselha, poderia ser atribuída ao ópio cultivado no Oriente Médio. McCoy até proclama que:

´Por toda a década de 60...O Escritório americano de narcóticos quase não deu atenção à Ásia, houve poucas descobertas de heroína asiática e pouca atenção ao crescente papel da colônia no tráfico internacional. Foi somente quando os soldados americanos no Vietnã começaramm a usar...a heroína refinada no Triângulo Dourado que essa região recebeu atenção a respeito do comércio de heroína asiática`. (pg. 223-224)

“Esta é uma importante reclamação (continuou o revisor Scott) mas é totalmente falsa. Em 1960, como ele sabe, os Estados Unidos listaram oficialmente Hong Kong como a primeira das ´fontes principais` da diacetilmorfina (heroína) descoberta nos Estados Unidos; e o Escritório federal de narcóticos mostrou sua preocupação ao abrir um escritório subsidiário em Hong Kong em 1963. O próprio Anslinger, enquanto transmitia propaganda do KMT (do Kuomintang ou de Taiwan) sobre uma conspiração comunista chinesa do ópio, provava estar bem informado sobre a significação mundial do tráfico no norte da Tailândia, até detalhes como o papel do sindicato financista de Macau e um funcionário em Bangkok do Banco Soong de Cantão”.

As referências de Peter Dale Scott são ao artigo de Harry J. Anslinger “O Ópio do Governo Popular”, em “Guerrra Total Soviética”, 85º. Congresso, Documento da Casa no. 227, pg. 759-761. A exatidão ou não das informações de Harry Anslinger não está em questão no momento. Esta situa-se no simples fato de que McCoy e seus co-autores não tem quaisquer fatos indicando que a República Popular da China não está envolvida no tráfico de drogas; e mais ainda, que o tratamento dela às autoridades americanas, que representavam fatos inplicando a República, é altamente inexato. Como a revisão de Scott demonstrou, isto está em registros públicos. Peritos em Sudeste Asiático ao tempo em que McCoy escreveu, simplesmente duvidam da integridade do autor. McCoy tinha disponibilidade de acesso a prova documental maciça, mostrando que quase metade da área de cultivo do Triângulo Dourado estava dentro das fronteiras da província de Yunnan, da China Comunista. Também tinha acesso a porção substancial de fatos corroborando aquele relatório. McCoy simplesmente escolheu ignorar a evidência ou, mais exatamente, tentou refutá-la com afirmações não comprovadas. De acordo com pessoas que conheciam McCoy desde que era participante do movimento contra a guerra do Vietnã, estava ele em contato estreito e amigável com as legações norte-vietnamitas na Europa ocidental, ao tempo em que escrevia seu livro, e se esforçava para arruinar o esforço de guerra americano. Nesse contexto, ele deliberadamente cortou as referências ao tráfico de ópio pela República Popular da China. Desde que esta e o Vietnã começaram a brigar sobre o status dos emigrados chineses compradores no Vietnã, pode ser que o julgamento político de McCoy, mais que pontos de vista vietnamitas, estivessem com lacunas neste assunto. O LIVRO DE McCOY NÃO PODE SER TOMADO A SÉRIO QUANTO AO ENVOLVIMENTO DA CHINA COMUNISTA.

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1. Heikal, Mohammed Hassanein-Os Documentos do Cairo, Garden City, Nova York, Doubleday, 1973, pgs. 306-7. 2. As quantias deste capítulo baseiam-se em dados de 1978. 3. O significado do investimento, que ocasionou comentários gerais na imprensa ocidental, não é tanto a novidade do

formato em associação, mas a sobrevivência de antigas relações comerciais entre Jardine Matheson e a República Popular da China.

4. A influência de Pequim no mercado internacional de ouro tem sido assunto de comentários consideráveis na imprensa financeira; durante 1977, o Banco da China subtamente vendeu cerca de 80 toneladas de ouro nos mercados internacionais, o que os comentaristas acreditam que fez cair o preço do ouro. O que não sabiam explicar foi como a República, que tem crônico déficit na balança comercial, foi capaz de obter o ouro antes de vendê-lo. O papel de Pequim no financiamento de ópio com ouro necessita explicação.

5. REVISTTA MONETÁRIA INTERNACIONAL, v. 10, no. 4, pg. 146. 6. FINANCIAL TIMES londrino, 4 de julho de 1977, pg. 20. 7. Entrevistas com policiais. As autoridades da lei suspeitaram, embora nunca provassem, que a rede internacional de

distribuição de filmes dos irmãos Shaw também conduzisse narcóticos. 8. Deacon, O Serviço Secreto Chinês, pgs. 437-8. 9. Em 1949, de acordo com comunicados diplomáticos americanos recentemente liberados, a recém formada República

Popular da China estava feliz ao permitir aos britânicos reter o controle sobre Hong Kong pela mesma razão. 10. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO (África do Sul), dezembro de 1975. As relações das famílias Rennie e Matheson

antecedem muito a recente fusão das operações comerciais. Eles casaram-se entre si pela família Ogilvie, a qual casou-se com a atual família real britânica.

11. ECONOMIST, 2 de setembro de 1978. 12. Os autores benefriciaram-se de uma carta não publicada, “O Polvo da Jardine na África do Sul, as Holdings

Consolidadas dos Rennie”, por David Cherry, da equipe africana de EIR. 13. Anslinger, Harry J.-Os Assassinos, Nova York, Farrar, Straus and Cudahy, 1961. 14. “O tráfico mundial de drogas e seu impacto na segurança americana”, audiências do Sub-comitê de Investigação da

Administração, Ato de Segurança Interna e Outras Leis do Comitê do Judiciário do Senado americano, 92º. Congresso, 2ª. Sessão, parte 3, Conexão Internacional, 13-15 de setembro de 1972, pg. 101.

15. Haikal-Documentos do Cairo. 16. Anslinger-Os Assassinos. 17. Chang, Harold-“A Ameaça de Sanção Americana ao Reino Unido Sobre Drogas”, SOUTH CHINA MORNING

POST, 18 de agosto de 1977. 18. Relato do jornal indonésio BUANA MINGGU, 12 de dezembro de 1972. 19. Virtualmente a única fonte publicada, indicando a operação Ch`ao Chou, é o “Honorável Aluno” de John Le Carré,

Nova York, Alfred A. Knopf, 1977. Sua principal personagem é Drake Ko, supostamente um rei do tráfico de narcóticos em Hong Kong, condecorado com a Ordem do Império Britânico (KBE --- N. T.) e um irmão no Politburo chinês. “Eles vieram de Swatow, os dois (diz uma personagem sobre Ko e seu irmão), são marinheiros, Chiu Chou”. A novela de Le Carré, de acordo com bem informadas fontes, é um romance tirado diretamente dos arquivos britânicos; a maioria das personagens são mal disfarçadas figuras reais do tráfico de drogas do Extremo Oriente e dos mercenários. O objetivo aparente do livro, retratar ficcionalmente a substituição da Inteligência britânica no Extremo Oriente pela CIA, é um disparate completo. A questão interessante é como Le Carré tornou-se tão bem informado; seus agradecimentos são para a Inteligência britânica e para fontes policiais.

20. Insor, Daniel-Tailândia, Análise Política, Social e Econômica, Londres, 1965, pg. 135. 21. Barnett, A. Doak-China Comunista e Ásia, Nova York, 1960, pg. 186. 22. Na aparência, a relativamente pequena cidade de Swatow era o centro de uma extraordinária rede pré-revolucionária

de ligações financeiras continentais com emigrados, e foi mantida intacta após o estabelecimento da República Popular da China. As agências de remessas, baseadas em Swatow, Amoy e Cantão, tinham mil subsidiárias pelo sudeste asiático em 1950. Após a revolução, o governo comunista transformou-as em uma rede de Inteligência, empregando os agentes das companhias no exterior, para coleta de informações. Uma vez que as operações financeiras externas dos bancos estatais de Pequim se firmaram, entretanto, as agências de remessas foram fundidas na nova organização.

CAPÍTULO 8: COMO O REAL INSTITUTO PARA ASSUNTOS INTERNACIONAIS (ROYAL INSTITUTE OF INTERNATIONAL AFFAIRS – RIIA) DIRIGE AS DROGAS E O DINHEIRO SUJO 1. Todos os nomes de membros dos conselhos aqui mencionados são de 1978, mas internacionalmente o das diretorias

permanece.Todos os algarismos neste capítulo também são de 1978. 2. Flint, John-Cecil Rhodes, Boston, Little Brown e Cia., 1974. 3. Departamento de Estado americano, RELAÇÕES EXTERIORES DOS ESTADOS UNIDOS, 1949, v. VII, “O

Extremo Oriente, China”. 4. Ibid., pg. 1289-92. 5. Chou En-lai representou o Partido Comunista Chinês em sua “Frente Unida” em Chungking com o Kuomintang

durante esses anos.

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6. Thorne, Christopher-“Chathan House”, Whitehall e Assuntos do Extremo Oriente, 1941-45”, ASSUNTOS INTERNACIONAIS, janeiro de 1978, pg. 20. Os autores foram obrigados a se basear nesse sumário mais do que nos documentos originais do próprio RIIA. Entretanto, o artigo é de um membro do RIIA e publicado no próprio jornal da organização, e pode ser considerado uma representação autorizada dos pontos de vista do RIIA quanto a sua própria história.

7. Vladimirov, Peter-Os Diários de Vladimirov, Nova York, Doubleday, 1976. 8. Ibid. 9. As ligações de Ronning e Endicott com a China são bem antigas e tem servido de contato crucial entre a política

britânica e a República Popular da China. Endicott nasceu de pais missionários na China em 1899, e lá trabalhou como ministro metodista por muitos anos. À época do massacre de comunistas em Shanghai em 1927 pelo Kuomintang, Endicott admitiu, em uma discussão, que já trabalhava como conselheiro de Chiang Kai-shek. No começo da década de 40, Endicott passou por uma “conversão na estrada de Damasco” para o marxismo e tornou-se adepto do Partido Comunista Chinês. Aproximou-se de Chou En-lai neste tempo. Em seguida à sua volta ao Canadá, Endicott editou um folheto que falava da República Popular da China, e foi membro fundador do Colégio Norman Bethune na Universidade York, trabalhando em contato estreito com Chester Ronning.

Este também nascido na China de pais missionários, esteve na Inteligência da Força Aérea Canadense durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim da guerra, Ronning tornou-se funcionário canadense na China, em cujo período desenvolveu estreitas relações com líderes do Partido Comunista Chinês, especialmente Chou En-lai, e o atual Primeiro-ministro Huang Hua. Ronning batalhou fortemente pelo reconhecimento ocidental da República após 1949, como fizeram os líderes do grupo do Extremo Oriente do RIIA, e foi reconhecido como amigo pelos líderes da República. Ronning serviu como tradutor para Huang Hua, o qual era porta-voz oficial do país após a vitória comunista. Quando a China começou sua abertura diplomática para o ocidente, no começo da década de 70, o Canadá foi um dos primeiros países escolhidos para tal. O amigo de Ronning, Huang Hua, foi o primeiro embaixador chinês no Canadá.

Investigações provaram que tanto Paul Lin quanto Endicott mantém estreitos laços com organizações maoístas canadenses e, por elas, com organizações internacionais terroristas. Ronning é conhecido por funcionários da Inteligência por fazer “coordenação” a nível de governo com essas organizações terroristas. Endicott e Lin dirigiam o “trabalho de campo” com os maoístas. (Essa informação deriva-se de entrevistas com o próprio Endicott e associados de Paul Lin).

10. Thorne-“Chathan House”, ASSUNTOS INTERNACIONAIS, pg. 27. 11. Departamento de Estado, RELAÇÕES EXTERIORES, pg. 1289-92. 12. Ibid. 13. Wren, Chistopher-NEW YORK HERALD TRIBUNE, 16 de janeiro de 1948. 14. Departamento de Estado, RELAÇÕES EXTERIORES, pg. 1289-92. 15. Senado americano, Comitê do Judiciário, 82º. Congresso, 1ª. Sessão, Sub-comitê de Segurança Interna, audiências

sobre o IPR, parte I. 16. Departamento de Estado, RELAÇÕES EXTERIORES, pg. 311-2. 17. Senado americano, audiências sobre o IPR, parte I. 18. Ibid. CAPÍTULO 9: CANADÁ: HONG KONG DA AMÉRICA DO NORTE

Este capítulo baseia-se na edição de Narcotráfico S. A. de 1978. A maior parte do material veio da análise à época, de relatórios anuais de bancos e corporações e verbetes do “Quem é Quem” (Who`s Who); o simples cruzamento de tal informação produziu uma trilha contínua de drogas e dinheiro sujo do Extremo Oriente, pelo Canadá, aos Estados Unidos. As relações comerciais, legais e contábeis aqui relacionadas são todas matéria de registro público. Além disso, os autores entrevvistaram vários policiais aposentados e da ativa canadenses e americanos, que vigiaram por anos Walter Lockhart Gordon e seu “lobby chinês” canadense.

1. Um exemplo de atividade da Inteligência britânica no Canadá é a formação da Corporação Britânica da Terra Nova

(BRINCO), no começo da dpécada de 50. O projeto foi feito por Winston Churchill, os Rothschild e o Primeiro-miniistro da Terra Nova Joseph “Joey” Smallwood, um mestre maçom escocês. De acordo com o livro de Virginia Cowles sobre os Rothschild, de 1973:

“Em 1951, logo após Winston Churchill tornar-se Priimeiro-mministro pela segunda vez, ele recebeu Smallwood, Primeiro-ministro da Terra Nova.Esse apresentou planos para um esquema de vastto desenvolvimento do Labrador e da Terra Nova. Para viabilizá-lo, capital britânico erra necessário em escala verdadeiramente gigantesca...Quando o consórcio de firmas foi feito (Churchill) ficou satisfeito que N. M. Rothschild & Filhos estivessem à testa”.

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A participação na fundação da BRINCO inclui as seguintes importantes firmas envolvidas na Narcotráfico S. A.: Morgan Grenfell, Kleinworth & Filhos, RTZ (Rio Tinto Zinc), Anglo-American Corporation e Prudential. Cowles acrescentou,

“As refer~encias da BRINCO eram de tirar o fôlego: direito explorratório de 60.000 milhas (mais ou menos 156.000 km2) na Terra Nova e Labrador, uma área maior que a Inglaterrra e Gales...”

Na autobiografia de Smalllwood (New American Library, 1973), ele identificou-se: “Em 1967, (eu) gostei imensamente da distinção de ser nomeado (como Mestre Maçom) pelo Grão-Mestre Maçom (da Constituição Escocesa) Lord Bruce, que veio da Escócia especialmente para o evento. Assim, encontrei o descendente direto do Rei Robert Bruce. Orgulhoso? Oh, sim”.

2. Esta informação foi produto incidental de operação de contra-espionagem contra um grupo associado à alta administração da Drexel, Burnham, Lambert.

CAPÍTULO 10: AS FAMÍLIAS POR TRÁS DO IMPÉRIO DAS DROGAS 1. O culto de Ísis foi desenvolvido no antigo Egito desde a Terceira Dinastia do Velho Reino, aproximadamente 2.780

AC, e representa uma das primeiras articulações formais de ideologia entrópica e retrógrada de adoração da Mãe. Conhecida dos sacerdotes do Templo de Ísis, eles mesmos verdadeiros sectários, o culto de Ísis formaliza os elementos para o controle social, exploração e destruição da livre vontade criativa na população súdita. Os elementos incluem:

• Uso de várias drogas indutoras de esquizofrenia; • Uso de sons repetitivos e heterogênios em “música” para suplementar os efeitos das drogas

psicotrópicas, e criar uma estética social que endosse e encoraje o uso de drogas; • Criação de cultos sincréticos baseados no mito original e reacionário de Ísis, mas específicos para o

perfil psicológico da população que os sacerdotes escolheram subverter; • Imposição de um modelo político-econômico em antagonismo ao progresso humano em geral, sobre

populações escaladas para projetos não criativos e de trabalho manual escravo, como construção de pirâmides.

A combinação de uma entidade ao culto faraônico foi tomada como modelo para posterior refinamento neste século pelo Instituto Tavistock londrino, do Serviço Secreto de Inteliigência britânico, uma instituição que lançou a “contra-cultura” nos Estados Unidos e na Europa, baseada nas mesmas drogas (mescalina e hashishe) que o antigo sacerdócio empregara.

2. Quigley , Carrol-Tragédia e Esperança, New York, Macmillan, 1974, pg. 131. A formação do “Círculo de Iniciados” foi explicitamente modelada sobre o antigo sacerdócio de Ísis.

3. Clymer, R. S.-O Livro dos Rosacruzes, 1947, v. II, pg. 106. 4. Ver Lyndon LaRouche Jr., “Jimmy Carter é Verdadeiramente Cristão?”, SOLIDARIEDADE NOVA, 13 de outubro

de 1978. 5. Citado em Nesta H. Webster, Sociedades Secretas e Movimentos Subversivos, Londres, Boswell Printing and

Publishing Co., 1924, pg. 115. 6. Seu pai, o sétimo Conde de Elgin, foi famoso por seu furto dos “Mármores de Elgin” da Grécia, contrabandeados

para o Museu Britânico. 7. DICIONÁRIO DE BIOGRAFIAS NACIONAIS, Londres, Oxford University Press, 1968, v. III, pg. 104ss. 8. Jean de Villiershad foi o Mestre dos Cavvaleiros de São João de Jerusalém de 1285-93, quando se iniciou a

preparação da carnificina dos Cavaleiros Templários. Philippe Villliers de l`Isle Adam foi o Grão Mestre dos Cavaleiros de São João na França em 1521-22, e foi o primeiro Grão Mestre em Malta em 1530-34. Hoje, Sir Charles Villiers, que foi diretor administrativo da J. Henry Schroeder Wagg em 1960-68, é o presidente da Corporação Siderúrgica British Steel (British Steel Corporation). Sir John Michael Villiers, Cavaleiro de São João, foi Real Mestre do Porto de Malta em 1952-54, e Tenente-Governador de Jersey, centro bancário offshore, em 1964-69.

9. Por seu próprio testemunho em vários escritos, Lord Russell esteve em contato periódico com o regime chinês e o Primeiro-ministro Chou, em particular, após 1949.

10. Por exemplo, Rudolf Hess e o Professor General Karl Haushofer, verdadeiro escritor (ghost-writer) de Minha Luta (Mein Kampf); Alfred Rrosenberg, Ministro Nazista de Seviços Exteriores; Max Amann, editor-chefe das publicações nazistas; Hans Frank, Governador-Geral nazista da Polônia ocupada na Segunda Guerra Mundial; e vários membros da família Wittelsbach (família real da Baviera), que patrocinaram muito da carreira de Adolf Hitler. O próprio Hitler foi associado, conhecido como “Irmão Visitador”.

11. A conexão é visível na fundação, em 1866, da “Sociedade Maçônica Rosacruz”, cujos líderes Mathers, Wescott e Woodman também fundaram o Templo Ísis-Urânia dos Estudantes Herméticos do Alvorecer Dourado (Golden Down --- N. T.), em 1886. Esse grupo, em 1890, incluía o poeta místico William Butler Yeats, antigo secretário da Sociedade Teosófica. Aleister Crowley foi o historiador da ordem durante o período da associação de Yeats.

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12. O culto ao LSD foi criação do RIIA e seu ramo de guerra psicológica, o Instituto Tavistock. No final da década de 60, no auge da “contra-cultura” e do “movimento hippie” nos Estados Unidos, o diretor do RIIA, Andrew Schonfield, foi membro do Conselho de Governo do Instituto Tavistock. Em 1967, durante seu mandato, o principal psicólogo do Tavistock, R. D. Laing, publicou seu livro, “A Política da Experiência”, que advogava a esquizofrenia (“loucura é a única sanidade”) e o uso de drogas. Laing escreveu:

“Quero que você prove e cheire, queira apalpar, tê-la entranhada, ser uma sarna em seu cérebro e sua pança, que você não possa tirá-la e não possa acalmá-la,que corromperá e destruirá você e lhe enlouquecerá”.

Durante a década de 60, o Instituto Tavistock recebeu grandes doações da Fundação Ford, do Centro Britânico para Estudos Ambientais, do Ministério da Defesa Britânico, da Universidade de Harvard e ao menos 22.797 libras do Conselho de Pesquisa Científica Social, do qual Schonfield foi presidente à época.

13. Ver Robert Cohen e L. Wolfe, “Karl Haushofer e Minha Luta”, NOVA SOLIDARIEDADE, 7 de agosto de 1978. 14. Citado em John Flint, Cecil Rhodes, pg. 27. 15. Fido, Martin-Rudyard Kipling, New York, Viking Press, 1974. 16. Ibid. , pg. 35 17. Ver Harbans Rai Bachchan, W. S. Yeats e o Ocultismo, Delhi, Motilal Banarsidass, 1965. 18. Ver Lyndon H. LaRouche Jr.,“Hitler, Agente Britânico Extraviado”,NOVA SOLIDARIEDADE, 10 de janeiro de

1978. 19. Tessyson fora, em 1820, membro dos “Apóstolos de Cambridge”, que iniciaram a Sociedade Metafísica em 1868-69.

Outros membros da mesma foram H. Q. Auckland, o Duque de Argyle, Alexander Campbell Fraser, William Gladstone, Shadworth Hodgson e Walter Bagehot. Este grupo incluía membros proeminentes da Sociedade para Pesquisa Psíquica, a revista MENTE e a revista SOCIEDADE FABIANA.

20. Verso 8 da Canção do Coro do poema “Os Comedores de Lótus”. 21. História dos Tempos, v. IV, 1912-1920, New York, Macmillan, 1952, pg. 244.

A seção relevante diz:

“Em 19 de janeiro de 1917, Milner deixou Londres à testa de uma Missão Aliada que, durante 3 semanas, em Petrogrado, apresentou um esquema adequado para suprir as forças russas com munição ocidental... Acreditava-se bastante à época, que a Revolução de Fevereiro (que instalou Kerensky) fora traçada na embaixada britânica”.

22. Após a destruição dos Cavaleiros Templários no século XIV, os Cavaleiros de São João apropriaram-se do símbolo da Cruz Vermelha daqueles para sua própria iconografia. De acordo com Ferdinand Lundberg, “As 60 Famílias da América”, New York, Vanguarrd Press, 1937, pg. 146ss:

“A missão russa da Cruz Vermelha foi chefiada pelo Coronel William Boyce Thompson e pelo Coronel Raymond Robbins (que) usou a Cruz Vermelha para prolongar os objetivos de guerra de wall Street de uma forma insuspeitada pelos americanos. A função puramente política da Cruz Vermelha não é geralmente conhecida até mesmo hoje... Thompson e Robbins, de acordo com suas próprias declarações, funcionaram na Rússia como ramo político do Departamento de Guerra. Sua conquista mais importante foi a compra de delegados suficientes para o Congresso Democrático de Todas as Rússias (para apoiar Kerensky). O custo de seduzir este congresso foi 1 milhão de dólares”.

A esposa de Winston Churchill, Clementine, Comandante da Ordem de São João, serviu como presidente da Ajuda da Cruz Vermelha para o Fundo russo em 1939-46. O mesmo uso da “Cruz Vermelha” como cobertura para operações de Inteligência está implícita no fato de que um descendente direto do Rei Robert Bruce da Escócia, David Bruce, foi o principal representante da Cruz Vermelha Americana na Inglaterra em 1940, e um ano depois, em 1941, tornou-se chefe do Escritório de Serviços Estratégicos (OSS) no teatro de guerra europeu; o mesmo David Bruce, durante a administração Nixon, foi selecionado pelo Secretário de Estado Henry Kissinger para chefe da missão americana para a República Popular da China de 1973 a 1974, e então tornou-se embaixador americano na OTAN, de 1974 a 1976.

23. Por exemplo, em seu Relatório Anual de abril de 1938 aos acionistas da RTZ, o presidente Gueddes notou que:

“Nossa companhia recebeu recentemente muita atenção da imprensa em muitos países. Propagandistas de viva imaginação, mas desprovidos de respeito pela acuidade, contaram ao mundo nossos feitos. Em conseqüência, muita tolice foi publicada, evidentemente tentando sugerir que nosso conselho é composto de violentos fascistas participando ativamente ao lado do General Franco. Li outro dia um artigo no qual afirmava-se como fato que enviáramos em um ano 300.000 toneladas de cobre para a Alemanha e 65.000 toneladas para a Itália, em pagamento de suprimentos desses países ao General Franco... Isto é besteira... Vi afirmado pela imprensa que nós... nosso conselho... ´demos`... ajuda à causa do general Franco. Depende do significado do verbo ´dar`”.

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Significativamente, no Relatório Anual de 1923, era afirmado pelo então presidente Lord Alfred Milner, “A carga de impostos constantemente em aumento, em especial na Espanha, onde o governo (republicano) está evidentemente convencido de que nunca poderá matar a galinha dos ovos de ouro...” (Ver David Avery, “Não no Aniversário da Rainha, História das Minas da Rio Tinto, Londres, 1973, pg. 371ss.

O avô de Auckland Geddes fora agente oficial da Companhia da Baía de Hudson na Escócia. Seu segundo sobrinho, Anthony, foi membro do Conselho Governante do RIIA em 1949, junto com Sir Mark Turner, atual presidente da RTZ. O mesmo Anthony é diretor do Banco Midlands.

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PARTE 4 ENTRADA DE MOSCOU

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1 FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO E

CRESCENTE DOURADO Em 1979, a administração Carter, em colaboração com a Inteligência britânica e com a aprovação entusiasta da KGB soviética, derrubou o Shá do Irã e instalou no poder o regime fundamentalista islâmico do aiatolá Khomeini. No mesmo ano, Carter demonstrou sua total paralisia quando terroristas islâmicos ligados à KGB fizeram 50 reféns na embaixada americana em Teerã, e o Exército Vermelho soviético instalou um regime fantoche no Afeganistão, reforçado pela presença ativa de forças militares soviéticas. A maior parte do sudoeste asiático caiu sob o domínio sangrento do fundamentalismo islâmico e da ocupação soviética. Foi prontamento denominado “Arco da Crise” pelo chefe do Conselho de Segurança Nacional, Zbigniew Brzezinski, que argumentou insanamente que hordas islâmicas “anti-marxistas” eventualmente iriam assolar a fronteira sul da União Soviética e ajudariam a derrubar o governo russo. Para os funcionários policiais e de narcóticos, em ambos os lados do Oceano Atlântico, a mesma área --- Irã, Afeganistão e a Província da Fronteira Noroeste do Paquistão (NWPF) --- veio a ser conhecida, com horror crescente, como o Crescente Dourado. Este surgiu, nos meses imediatamente seguintes ao golpe de Khomeini, como a zona de produção, processamento e transporte de ópio com mais rápido crescimento no mundo. Com a ocupação e guerra contínua entre o Exército russo e os rebeldes afegãos apoiados pelo ocidente, e a eclosão em 1981 de uma guerra “moedora de carne” entre o Irã e o Iraque, as estatísticas da produção de ópio no Crescente Dourado se elevaram. É impossível justificar essa mina de ouro da Narco S.A sem a cumplicidade em mais alto grau dos governos da região do Crescente Dourado, e o apoio dos imperialistas russos de Moscou. A colheita de 1978-79 nessa região produziu mais que 1.600 toneladas métricas de ópio, ou 160 toneladas métricas de heroína pura. Em março de 1980, em resposta ao pânico criado quando a colheita foi despejada nos mercados da Europa ocidental e dos Estados Unidos, a DEA americana escreveu um relatório confidencial intitulado “Operação Cérbero (Cerberus Operation)”, que vazou parte para o público, avisando que os Estados Unidos estavam prestes a ser inumdados por heroína, ultrapassando até mesmo a crise de 1969-70, quando os Estados Unidos tinham 700.000 viciados. Já então, autoridades policiais haviam soado o alarme. As cidades como Nova York esperimentavam um chocante aumento em overdoses de heroína, causadas pela inundação de droga do Crescente Dourado, de baixo custo e alta qualidade. Até o Procurador do distrito de Manhattan, Robert Morgenthau, reagindo ao relatório da DEA, afirmou publicamente que a epidemmia antecipada de heroína já havia chegado, citando estatísticas que mostravam que a quantidade de heroína disponível em Nova York era 10 vezes aquela do auge da fartura de 1970. Morgenthau, o aliado ao NEW YORK TIMES pró-legalização das drogas, foi além, ao criticar aparentemente a administração Carter por sua falta de fundos para os esforços policiais anti-narcóticos. Altos funcionários de narcóticos porém, rejeitaram os apelos à ação, afirmando que não tinham poderes para lidar com a epidemia de heroína do Crescente Dourado. Disse o chefe da DEA, Peter Bensinger, na primavera (março-junho) de 1980: “Francamente, não estamos em posição forte bastante como desejaríamos, por causa da tremenda instabilidade nas regiões de cultivo. Fomos afastados do tipo de esforços policiais cooperativos que tínhamos”. Bensiger não mencionou que, sob Carter, a maioria dos funcionários internacionais da DEA, inclusive os responsáveis pelo súbito florescimento do Crescente Dourado, havia sido afastada ou colocada em postos sem poder. Dado o ávido apoio de Carter à legalização das drogas, não é desarrazoado acusar seu establishment de segurança nacional de haver dado sua silenciosa bênção à mina de ouro de ópio que se seguiu à revolução de Khomeini. As rotas do mercado negro que inundaram o Golfo Pérsico e o sudoeste asiático com bilhões de dólares em armas sofisticadas, que armavam os rebeldes afegãos, os separatistas Sikhs, os separatistas Tamil e uma sopa de letrinhas de grupos terroristas apoiados pelos Estados Unidos, Rússia e Repúublica Popular da China tornaram-se inseparáveis do contrabando subterrâneo de drogas, na esteira daquela revolução, patrocinada pelos Estados Unidos.

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A conexão entre o tráfico ilegal de armas e o aumento dramático na produção de ópio e outras drogas, em áreas devastadas por guerras regionais, é um dos pontos mais fundamentais que o leitor deve compreender sobre a atual Narco S.A. Em nenhum outro lugar, isto foi mais transparente do que no Crescente Dourado. Quando se chega aos lucros fabulosos do comércio de drogas por armas, todas as distinções entre Leste e Oeste desaparecem. Um só exemplo basta. Em 6 de junho de 1985, 5 Sikhs foram presos em Qeens, Nova York, com mais de 40 milhões de dólares em drogas. Isto se seguiu à prisão no dia anterior, pela DEA e Alfândega, de Branjandan Singh, quando esperava no Aeroporto Internacional de Newark para receber uma carga de “especiarias” de Bombaim, Índia. Entre “estas”, os agentes federais encontraram 4,536t de hashishe e 9,98kg de heroína. Justamente uma semana antes, Ludovicus Vastenavondt, terceiro secretário da embaixada belga em Nova Delhi, foi preso em Qeens, ao entrregar outros 9,98kg de heroína pura a agentes federais americanos trabalhando disfarçados. Investigações que se seguiram mostraram que o sócio belga na quadrilha das drogas era búlgaro de nascimento. O bando tambémm contava com um ativista Sikh baseado em Montreal, Canadá, Mehta Singh Gulati, e um indiano morador de Garden City, Long Island, Rajan Patiwana. O diário belga LE SOIR, em janeiro de 1985, já espusera a conexão belgo-búlgara-Sikh de heroína e hashishe, trabalhando com um falsário belga chamado Antoine Michel. Parece que Michel contrabandeava dólares americanos falsos para a Índia para comprar heroína, que depois eram contrabandeados para os Estados Unidos e trocados por verdadeiros. Este dinheiro fora separado para a compra de armas belgas para os separatistas Khalistanis da Índia.

SUPERANDO O TRIÂNGULO De acordo com um relatório público de 1984 da DEA, em 1981 o Irã surgiu como o maior produtor de ópio do mundo, fornecendo de 400 a 600t métricas de ópio anuais. Em 1981, o Afeganistão já produzia 225t métricas de ópio. Em 2 anos, o total pulara para 400-575t métricas. Do Irã fundamentalista ao Afeganistão ocupado, mais da metade do fornecimento mundial de heroína era ali refinada, de acordo com os números da DEA. E na Província da Fronteira Noroeste do Paquistão, as tribos Pushtun, envolvidas na produção e processamento laboratorial do ópio, são parte do projeto separatista soviético de Geidar Aliyev. Os Pushtuns fizeram agitações durante anos para um Pushtunistão separado, com pleno apoio de Moscou. Quando o governo paquistanês de Zia ul-Haq, tentou no começo de 1986 ganhar apoio parlamentar, para uma ofensiva militar na região produtora de ópio e dominada pelos separatistas, uma gritaria política começou e efetivamente sabotou a campanha. Quando as unidades militares paquistanesas tentaram entrar nas plantações de papoula, os separatistas pushtuns colocaram centenas de crianças à frente dos caminhões militares, bloqueando seu acesso.

O CASO DE SADEGH TABATABAI Em 8 de janeiro de 1983, Sadegh Tabatabai, genro do aiatolá Khomeini e antigo Primeiro-ministro representante do Irã, foi preso no aeroporto de Düsseldorf (Alemanha ocidental) pela posse de 1,499kg de ópio bruto. Na investigação e encobrimento final que se seguiram, Tabatabai surgiu como chefe do esforço de Khomeini pela compra ilegal de armas, no qual aquele estava mergulhado até o pescoço nos mercados negros búlgaro e israelense de armas e tráfico de drogas. Nos primeiros esforços para encobrir a conexão de heroína de Tabatabai, o Ministro do Exterior iraniano enviou uma carta a funcionários da Alemanha ocidental, em 31 de janeiro de 1983, reclamando que o status de Tabatabai como “emissário especial de comércio” constituia imunidade diplomática. O Ministro do Exterior Hans Dietrich Genscher, do Partido Democrata Livre Alemão Ocidental, imediatamente interveio em favor do pedido iraniano, providenciando peritos do ministério para testemunharem em apoio da reclamação de status diplomático para Tabatabai. Quando um tribunal em Düsseldorf ignorou a intervenção de Genscher e condenou Tabatabai por tráfico de drogas em 9 de março, de novo Genscher interveio poucas horas após a condenação, expulsando Tabatabai da Repúbblica Federal, antes que fosse posto na prisão. Este não foi seu primeiro encontro com as autoridades policiais da Alemanha ocidental, nem foi a primeira intercessão do Ministro do Exterior Genscher em seu favor. Já anteriormente em junho de 1981, Genscher impedira a prisão de Tabatabai. Neste caso, este e vários cúmplices formaram quuadrilha para violar as leis da Alemanha ocidental contra a exportação de armas para zonas de guerra. Tabatabai recebeu imunidade diplomáttica. Este caso envolvera a tentativa de aquisição, por 50 milhões de dólares, de 50 tanques M-48 americanos pelo Irã. Os cúmplices de Tabatabai no negócio foram dois suíços, Walter Gnaedinger e Roland Huber. A companhia usada no negócio foi a Botco Ltd. de Londres. Ao menos parte do pagamento foi depositado no Banco Global de Düsseldorf (Düsseldorf Global Bank).

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A quase prisão com acusação, de 1981 não deteve Tabatabai em seu comércio de armas ilegais. Ele mantinha várias conexões internacionais para obter armas sofisticadas para o Irã, mesmo à época em que os partidários de Khomeini retinham reféns americanos. A maior conexão para esses armamentos era Israel. De acordo com a revista Argentina de notícias SIETE DÍAS, o governo iraniano era capaz de comprar motores para tanques Escorpião através de uma companhia francesa chamada Sati, já em 1980. Por um funcionário da embaixada israelense em Paris, peças para 250 jatos F-4 Fantasma foram obtidas e transportadas de Tel Aviv para Nimes no sul da França, e enviadas para Teerã. De acordo com documentos mostrados na TV da Alemanha ocidental, durante o julgamento de Tabatabai em 1983, o contato iraniano da Sati era Sadegh Tabatabai. A SIETE DÍAS também relatou que, por Ian Smalley, negociante de armas de Kent, Inglaterra, os iranianos contataram diretamente os israelenses, que concordaram em providenciar equipamento militar em condições de transporte por duas companhias israelenses: Mivtza B. M., baseada em Yavne, e Soltam B. M., parte do poderoso monopólio industrial Koor de Israel. De acordo com investigação conduzida pelo magistrado italiano Carlo Palermo, um dos maiores negócios em armas para o Irã foi concluído em agosto de 1982, envolvendo 500 tanques T-72 soviéticos, capturados pelos israelenses da Organização para Libertação da Palestina (OLP) e das forças sírias no Líbano. Esses tanques foram fornecidos ao Irã, em troca de petróleo iraniano barato, levado a Israel pela British Petroleum (BP) e Royal Dutch Shell. Para cobrir esta transação, foi usada uma firma suíça, Draycott Trading and Finance Ltd., de Friburgo. A primeira reunião para organizar o negócio ocorreu em abril de 1981, quando o presidente da Draycott, Lovatt MacDonald, reuniu-se no Hotel Presidente (Genebra) com Sadegh Tabatabai, Hans Albert Kunz e Stefano Delle Chiaie. Foi esta reunião que colocou Tabatabai no centro do comércio ilegal de armas e drogas da Propaganda-2 (P-2), loja maçônica secreta chefiada por Licio Gelli, e sua conexão búlgara com a KGB soviética. Quem eram os 2 homens com MacDonald e Tabatabai na reunião de Genebra? Hans Albert Kunz foi o representante pessoal do banqueiro italiano associado da P-2 Roberto Calvi, chefe do Banco Ambrosiano. De acordo com as investigações do magistrado Carlo Palermo, Kunz foi a última pessoa a ver Calvi vivo antes da partida deste para Londres, onde foi encontrado enforcado sob a Ponte Blackfriars (dos Frades Negros). Stefano Della Chiaie é um dos principais terroristas neo-nazistas controlados pela P-2.. Em 1969, Delle Chiaie foi condenado pela explosão da bomba terrorista na Piazza Fontana, parte da tentativa de golpe de estado organizado pela P-2. Em seguida à explosão da bomba na estação de trens de Bolonha em 1980, na qual mais de 80 pessoas morreram, Delle Chiaie fugiu para a Bolívia, onde achou abrigo no regime dos coronéis da cocaína. Lá, agiu como parte de uma célula de terroristas neo-nazistas subordinada ao ministério do interior de Arce Gómez. Seu superior imediato foi Klaus Barbie, o criminoso de guerra nazista extraditado para a França em fevereiro de 1983, para ser julgado por assassinato em massa em Lyon. A gangue de contrabando Tabatabai-Draycott foi identificada, pelo magistrado italiano Palermo, como componente de um império búlgaro de drogas por armas envolvendo a Stipam Transportes Internacionais, discutida mais adiante neste livro.

O PROJETO ALIYEV Se o iraniano Sadegh Tabatabai era modelo dos altos funcionários governamentais responsáveis por dirigir o comércio multibilionário de armas por drogas que alimentou as guerras do Golfo, a chave do cultivo e contrabando de substâncias ilícitas no Crescente Dourado foram as tribos que povoam a região. De acordo com as informações obtidas pela DEA sobre as conseqüências da inundação de heropína do Crescente Dourado, o contrabando entre os países da região era conduzido pelas tribos nômades Baluchi. O próprio cultivo da papoula e o refino clandestino de opiáceos estavam sendo feitos pelas tribos Pathan da Província da Fronteira Noroeste do Paquistão, e no oeste do Irã pelos curdos e azerbaijanos, estes contrabandeando opiáceos entre o Irã e a Turquia também. Desde 1979, os fazendeiros da região indiana do Punjab, sob domínio dos Sikhs separatistas, começaram também o cultivo ilícito. Virtualmente, todos os casos de grupos “separatistas” envolvidos em atividades narco-terroristas internacionais, foram descobertos pelos serviços de Inteligência de estarem sob forte influência ou controle direto soviético. O chefe da “Carta Islâmica” soviética, e outras operações “separatistas”, desde o começo foi Geidar Ali-Reza ogly Aliyev, oficial

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de carreira da KGB de origem muçulmana xiita que, em 1982, foi promovido a primeiro representante do Primeiro-ministro da União Soviética e membro do Politburo. Antes de sua transferência para Moscou, Aliyev operara por 15 anos no Azerbaijão soviético, baseado em Baku, primeiro como seu chefe da KGB e depois como primeiro secretário do Partido Comunista local. A proposta do partido, mais tarde aperfeiçoada por Aliyev, era explorar as estruturras das crenças indígenas para pacificar os elementos étnico-tribais dos seus excessos separatistas e ajustá-los como meio de expansão de influência externa. O Azerbaijão forneceu organizadores e administradores para o soviete central da Ásia, tornando Baku o ponto de onde a influência soviética se irradiou para o mundo islâmico. Os partidos comunistas turco, iraniano e iraquiano foram organizados desde Baku; o indiano, desde Tashkent. Os anos gastos na construção da infra-estrutura soviético-islâmica frutificaram de numerosas formas, não sendo a menor, a dos gigantescos lucros conseguidos pelo comércio ilícito de drogas. Com aprovação soviética, Geidar Aliyev fora designado para desenvolver a “estratégia islâmica” russa quase imediatamente em seguida à chegada de Yuri Andropov à Praça Dzherzhinsky, como diretor da KGB em 1967. Isto coincidiu com suas ordens, aos chefes de segurança de todos os países do Pacto de Varsóvia, para começarem a fomentar ativamente o vício de drogas nas nações ocidentais. Esse projeto ordenado por Andropov representou o renascimento da estratégia soviética para o Golfo Pérsico, formulada primeiro na conferência bolchevista em Baku em 1921, na qual os soviéticos saudaram os “povos revolucionários do Leste” e enfatizaram que a chave para a Ásia era o encorajamento do fundamentalismo islâmico e dos movimentos separatistas regionais, como barragem à incursão dos valores industriais e culturais do ocidente.

O CRESCENTE DOURADO Relatórios da Província da Fronteira Noroeste do Paquistão, e de incursões no Afeganistão então ocupado pelos soviéticos, estabelecem que o cultivo do ópio estava sob controle das forças militares soviéticas. Houve muitos relatórios da sistemática destruição soviética de vilas e colheitas --- exceto de campos de papoulas. Na mais recente Estimativa de Inteligência de Narcóticos (1984), o NNICC (U S National Narcotics Intelligence Consumers Committee --- Comitê Nacional de Inteligência sobre Consumidores de Narcóticos) relatou que sua estimativa da produção do Crescente Dourado fora menor em 1984, “devido à viabilidade de melhores dados sobre o Afeganistão”. A queda na produção deste país foi devida, não só à mudança na compilação de dados, mas também à seca que castigou o Afeganistão e Paquistão. A seca é, até hoje, a única grande força destrutiva que afeta as colheitas de ópio no Crescente Dourado, e no Triângulo Dourado do sudeste asiático. Houve também relatórios não confirmados de “cultivo significativo” no Líbano, surgido nesta época. Traficantes curdos e armênios supostamente permanecem ativos na Síria, dirigindo um punhado de refinarias de heroína. Tendem a se concentrar em Aleppo e Latakia. Dentro do próprio Líbano, sabe-se que Baalbek é área de cultivo e refino de drogas, e que laboratórios clandestinos existem em Beirute e Trípoli, (Líbia). O papel de Baalbek como centro do cultivo e processamento de hashishe e de outras drogas dá outra dimensão a presença soviética na Narcotráfico S. A. Desde a eclosão da guerra civil libanesa, no final dos anos 70, a área de Baalbek tem estado sob controle total da Inteligência Síria e do Hezbollah (Partido de Deus), controlado por Khomeini e sob Fadlallah. Testemunhos de vista de jornalistas ocidentais confirmam que os armazéns abrigando enorme quantidade do fornecimento mundial de hashishe são vigiados pelo Exército sírio. Nos primeiros tempos do surgimento do Crescente Dourado, grupos tradicionais do crime organizado tomaram a dianteira no refino e tráfico. A Conexão Francesa foi atribuída a esta mudança no cultivo do ópio em 1978-79. A polícia européia, particularmente na França e Itália, encontraram químicos dos dias da Conexão Francesa refinando ópio do Crescente Dourado em laboratórios sofisticados em Milão e na Sicília. Fontes da Inteligência ocidental, corroboradas pelas agências de narcóticos americanas, também notaram o emprego de químicos franceses e italianos na Província da Fronteira Noroeste, fator que coincidiu com o surgimento de laboratórios clandestinos na área. Foi a Conexão Franco-Siciliana que dominou a distribuição, ao organizar um aparato criminal nas nações ocidentais. De acordo com sumários de Inteligência internacional da DEA, o centro da Conexão Francesa no Crescente Dourado estava em Sófia, Bulgária, sob controle da KGB. A notória Conexão Pizza, que contribuiu com milhões de dólares para inundar de heroína de alta qualidade os mercados da costa leste dos Estados Unidos, no começo dos anos 80, foi só um caso famoso no qual a conexão búlgara foi apanhada traficando ópio iraniano, afegão e paquistanês do Crescente Dourado. Em 1984, a Estimativa de Inteligência de Narcóticos relatava: “havia inúmeros laboratórios de heroína em atividade no leste do Afeganistão. A maior parte da produção era exportada para, ou através do Paquistão. Os laboratórios no sudoeste do Afeganistão podem ter sido as fontes de parte da heroína contrabandeada para o Irã. A atividade dos

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laboratórios neste país estava concentrada dentro ou próxima das cidades de Tabriz, Teerã e Zahedã, tanto quanto ao longo da fronteira Irã-Turquia”. Além disto, a Província da Fronteira Noroeste continua sendo a maior região de refino, tráfico e depósito de drogas e armas. De acordo com a Estimativa de Inteligência de Narcóticos: “A despeito da queda na colheita regional de ópio em 1984, não houve indícios de escassez, como resultado. Os estoques na Província da Fronteira Noroeste do Paquistão podem ter impedido grande aumento no preço. Entretanto, o preço do ópio de cultivo mais que dobrou, em comparação a 1983. Enquanto então um fazendeiro recebia de 30 a 35 dólares por quilo, em 1984 recebia ao menos 70 dólares pela mesma quantidade”. Os países do Crescente Dourado pagaram um pesado tributo humano quanto ao vício doméstico. A despeito das ameaças dos aiatolás e enforcamentos públicos, a população iraniana viciada em ópio permanece em cerca de 1 milhão, e o número de viciados em heroína aumentou em 100.000, concentrados predominantemente nos centros urbanos. No Afeganistão, há uma estimativa de 100 a 125.000 viciados em ópio, mas a heroína fumada está aumentando. No final de 1984, o Paquistão tinha uma estimativa de 200 a 300.000 viciados em heroína, e outros 300.000 usuários de ópio. A Rússia soviética, por causa de sua crença de ser a Terceira Roma de um Império Eurasiático, tomou emprestado uma dica dos Arquivos Britânicos e começou no Oriente Médio e no sudeste asiático o que será conhecido pelas futuras gerações como a Terceira Guerra do Ópio.

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PARTE 5 NARCOTRÁFICO S. A.: FMI

RECOLONIZA IBERO-AMÉRICA

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INTRODUÇÃO DROGA E DÍVIDA

A Ibero-américa está em guerra. As baixas são aos milhões. Alguns caem vítimas do Sendero Luminoso, a guerrilha narco-terrorista do altiplano peruano. Outros sofrem danos cerebrais pelo basuco, a droga barata das populações escravas que, mata mais certamente que os produtos mais sofisticados que circulam nas ruas de Nova York. As vítimas são as crianças famintas no nordeste do Brasil, em Chiapas (México) e nas favelas de cada capital de cada nação da Ibero-américa. Nos últimos dez anos, a produção de alimentos no local sofreu um colapso. Ao mesmo tempo, as máfias das drogas apossaram-se de terras férteis e escravizaram camponeses para cultivar coca, papoula e maconha. A Bolívia produz 200.000 toneladas métricas de coca anuais. Isto dá 2 bilhões de dólares líquidos, muito mais que seu PNB (Produto Nacional Bruto --- N. T.) Virtualmente, todas as 61 toneladas métricas de cocaína consumidas nos Estados Unidos em 1983, vieram da Ibero-américa. Quase 300.000 toneladas métricas de maconha foram exportadas para os Estados Unidos dos países ao sul do Rio Grande, que também fornecem 33% da heroína consumida nesse país. Os fornecedores criaram mercados internos. O consumo interno de drogas na Ibero-américa aumentou radicalmente nos últimos 6 anos, e a ruína humana causada pelo vício agora rivaliza em tamanho com as percentagens de vício nos povos das nações do “setor desenvolvido”. A única diferença entre a nova guerra do ópio contra a Ibero-américa, e as antigas do século XIX, é a de que outras nações estão simultaneamente partilhando o destino da China, nação então consumidora, e de seu então fornecedor, a Índia. O nome próprio do que acontece hoje na Ibero-américa é “recolonização”. Os herdeiros da antiga Companhia britânica das Índias Orientais, a mesma monarquia britânica e alguns dos seus bancos, iniciaram a nova Guerra do Ópio da mesma forma anterior --- pilhando nações, destruindo as mesmas e exaltando o poder do Império. Hoje, o FMI tomou o lugar da Companhia britânica das Índias Orientais, enquanto o Império Soviético, herdando o objetivvo da antiga oligarquia russa de se tornar a “Terceira e Última Roma”, negociou sociedade na Narcotráfico S. A. O ano de 1978 foi o divisor para a operação de tornar a Ibero-américa uma vasta colônia produtora de drogas. Naquele ano, a Comissão Trilateral do Presidente Jimmy Carter colocara os termos para a banca americana emular os maiores bancos mundiais das drogas, ou ser devorada por eles. Em outubro de 1979, Paul Adolph Volcker, chefe da Reserva Federal nomeado por Carter e íntimo de David Rockefeller da Comissão Trilateral, legalizou a uzura ao subir as taxas de juros para 20%. A Ibero-américa e todo setor em desenvolvimento tornaram-se reféns dos banqueiros das drogas. Enquanto as dívidas nacionais rapidamente dobravam e triplicavam, o FMI acelerou o processo de recolonização. As nações, que esperavam entrar no século XXI como países desenvolvidos, foram forçados a cancelar seu futuro. Os grandes projetos industriais que eram a esperança dos anos 70 --- energia nuclear, manejo de água, portos e outros projetos básicos de infra-estrutura para construção de economias sadias --- foram desmantelados por ordem do FMI. Os grandes campeões do “mercado livre”, os seguidores de Friedrich Von Hayek e Milton Friedman, que argumentavam o genocídio, como o Pároco Malthus escreveu a apologética das barbaridades perpetradas pela Companhia britânica das Índias Orientais, todos louvaram a ditadura não-tão-livre do FMI sobre o hemisfério ocidental inteiro. Este mesmo ditador do “mercado livre”, o FMI, acelerou sua campanha para legalizar a economia de mercado negro, para “libertar” os narco-dólares para se infiltrarem nas bancas nacionais e para promover o cultivo de “colheitas lucrativas”, cannabis sativa, coca e papoula.

DESTRUINDO O OTIMISMO CULTURAL O otimismo cultural que acompanhou o sucesso parcial do desenvolvimento dos anos 70 na Ibero-américa foi produto de uma herança religiosa e cultural que refletia uma profunda crença no progresso. As aspirações continentais foram expressas em profundidade pelo Papa Paulo VI em sua encíclica de 1967 Populorum Progressio (Do Progresso dos Povos), quando disse: “Desenvolvimento é o novo nome da Paz”.

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A verdade dessas palavras nunca foi tão aparente quanto hoje, quando a falta de desenvolvimento, reforçada pelo atual colapso econômico, produziu um estado de guerra não declarada no continente. Com a crise da dívida nos anos 80, veio a desesperança do desemprego em massa, a desnutrição crônica e a marginalisação econômica de partes crescentes da população ibero-americana. Isto impôs um cilma de pessimismo cultural apropriado a inundação do vício das drogas, terrorismo e caos social. Embora os sociólogos e antropólogos chamem o terrorismo e a falta de moral atuais de “fenômeno sociológico”, eles são resultado direto de ações das famílias oligarcas internacionais, tanto premeditadas quanto previsíveis. Vejam por exemplo o “Projeto dos anos 80”, série de análises políticas feitas pelo Conselho de Relações Exteriores de Nova York (Council of Foreign Relations --- CFR), no qual este, orgulhosamente, declara que “a desintegração controlada da economia mundial é um objetivo legítimo para os anos 80”. Para os oligarcas, as nações tornaram-se descartáveis. As pilhagens dos anos 80 foram tão devastadoras quanto os métodos coloniais britânicos do século XVIII. O capital especulativo, o colapso provocado nos preços das comodities do Terceiro Mundo e as desvalorizações brutais forçaram nação após nação a desistir de projetos de desenvolvimento e se submeterem à recolonização. Enquanto os Estados Unidos, sob influência de Kissinger, tem freqüentemente fornecido a força política por trás das imposições de Paul Volcker e do FMI, ninguém se beneficiou mais delas do que o Império Soviético. Moscou, cujo objetivo declarado é o esmagamento da civilização ocidental, tem não só “interesse comercial” no contrabando de armas por drogas na Ibero-américa, mas está aliado à oligarquia ocidental racista em sua pressa de ver a população do hemisfério sul varrida por guerras, pestes e inanição. O genocídio que os soviéticos estão perpetrando contra os afegãos, e o aumento maciço na produção de drogas no Afeganistão e no Crescente Dourado desde 1980, é somente parte da história.

CRIMES CONTRA A HUMANIDADE

A Ibero-américa tomou importantes ações em 1984 e 1985 contra a Narcotráfico S. A.. Os maiores ataques às drogas na história ocorreram na Ibero-américa naqueles anos, desde o desmantelamento em março de 1984 do vasto complexo colombiano de “cidades da cocaína” escondidos nas selvas de Caquetá, até as invasões espetaculares aos gigantescos laboratórios de processamento de maconha ao norte de Chihuahua em novembro de 1984, aos ataques da Operação Condor contra as plantações, executados no Peru em agosto e setembro de 1985, a partir de um ataque conjunto pelo Peru e Colômbia ao gigantesco narco-complexo de Callaru. Os reides (ataques relâmpago) iniciais na Colômbia espalharam quase 10 toneladas de pó refinado de cocaína no rio Yari e começaram a dissolver o estrangulamento da Colômbia pela máfia das drogas, que já durava 10 anos. No México, os militares queimaram centenas de toneladas de maconha e, junto, o dinheiro sujo que interesses poderosos estavam esperando para comprar as eleições de 1985. Os ataques relâmpago às plantações de drogas iniciados pelo Presidente Garcia do Peru, logo nos dois primeiros meses após a posse, sozinhos diminuíram em 5,6 bilhões de dólares o consumo anual de cocaína nos Estados Unidos. No fim, foram destruídas drogas que gerariam dezenas de bilhões de dólares se vendidas nos Estados Unidos. Mas isto não era suficiente, e as nações da Ibero-américa o sabiam. Pediam repetidamente ação conjunta na guerra às drogas: • Em Quito, no Equador, os Presidentes ibero-americanos de sete nações líderes encontraram-se em 11 de agosto de

1984 para pedir a criação de uma “guerra multinacional às drogas”, e para declarar o tráfico de drogas “crime contra a humanidade com todas as conseqüências jurídicas cabíveis”;

• A força-terefa especial da OAS em Narcóticos realizou convenção em 20 de agosto de 1984, para pedir uma conferência inter-americana para levar adiante as resoluções de Quito;

• Durante a semana de 24 de setembro de 1984, a Assembléia Geral das Nações Unidas ouviu o Presidente venezuelano Jaime Lusinchi, o Ministro do Exterior colombiano Augusto Ramírez Ocampo e outros proeminentes ibero-americanos pedirem atenção global à “praga universal” do comércio de drogas.

Em 6 de novembro de 1984, os ministros da justiça de toda a Ibero-américa reuniram-se em Bogotá para formular um código legal uniforme contra o tráfico de drogas, e para estabelecer uma troca de informações continental para ajudar a perseguição e captura de criminosos das drogas. Enquanto isto, as nações ibero-americanas reclamaram ajuda dos Estados Unidos --- não migalhas, mas um compromisso sério e total para erradicar a praga das drogas. Em 12 de julho de 1984, o Presidente colonbiano Belisario Betancur chamou a atenção para o fato de que os países adiantados

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“... nos pedem esforços colossais, algumas vezes ultrapassando nossas possibilidades humanas e financeiras, e não obstante tem havido, em certas sociedades que se tornaram mercados naturais para drogas e que fomentam sua produção, não mais que esforços policiais secundários, e até uma indisfarçável preguiça política em erradicar o mal. Até pior: quando os nossos países, fazendo enormes sacrifícios, se voltam para onde supostamente haveria colaboração, equipamento para reforçar a perseguição a esses criminosos, etc., recebemos condições miseráveis de comércio e até mesmo tentam impor a nós inaceitáveis condições financeiras... Na Colômbia, a despeito de tais obstáculos, continuaremos a guerra sem trégua, não somente em defesa de nossa própria dignidade e de nosso próprio povo, de nossa juventude, mas por toda a humanidade, porque encaramos uma ameaça mundial”.

Mais de um ano depois, em 23 de setembro de 1985, o Presidente Alan Garcia do Peru discursou na Assembléia Geral das Nações Unidas, e taxou o tráfico de drogas de “uma atividade que corrompe as instituições e degrada o homem” e notou que, em anos recentes na Ibero-américa

“A única matéria prima que aumentou de valor foi a cocaína. A única trans-nacional de sucesso originada em nossos países é o tráfico de drogas. Os esforços mais avançados de integração andina foram atingidos pelos traficantes de drogas. A quem atribuímos isto? De acordo com a economia liberal, a produção é regulada pela procura e, em termos de drogas, o principal mercado consumidor é os Estados Unidos. No Peru, o consumo de drogas não é um problema nacional, mas posso dizer que, nos primeiros 50 dias de minha administração, aplicamos os mais bem sucedidos golpes contra o vício internacional. Vinte e dois aeroportos, 3 pistas de helicópteros, 5 pistas para aviões pequenos de longo alcance, centenas de quilos de drogas e 8 grandes laboratórios foram descobertos e tomados --- o que significa que o consumo de drogas nos Estados Unidos sofrerão uma redução anual de aproximadamente 80 toneladas, avaliadas em 5,6 bilhões de dólares. Portanto podemos perguntar à administração americana, se fizemos isto em 50 dias, que está fazendo ela pelos direitos humanos dos indivíduos espalhados pela Estação Grand Central e em tantos outros lugares, e quando ela legal e cristãmente lutará para erradicar o consumo? Um economista liberal recomendaria que ficássemos fora deste assunto arriscado, mas acreditamos que a democracia também deve ter uma dimensão ética, na qual o Estado não pode olhar com indiferença para a corrupção e o vício. É por isto que estamos em luta contra o tráfico de drogas. Porque é um crime contra a humanidade. Não estamos fazendo isto por obra e graça de um empréstimo de alguns milhões de dólares que nos é ofertado, e que no futuro não aceitaremos, porque nossa própria consciência é tudo o que precisamos parra defender os jovens, se peruanos, americanos ou de qualquer outra parte do mundo. Mas digo desta tribuna que outro crime contra a humanidade é aumentar as taxas de juros, reduzir preços de matérias primas, gastar recursos econômicos em tecnologias da morte, enquanto centenas de milhões de seres humanos estão vivendo na miséria e são encorajados à violência”.

Quando os Estados Unidos e outras nações encararão o desafio colocado por Betancur e Carcía? A cada minuto de demora, mais vítimas caem em cada país do hemisfério.

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1 A CONEXÃO TRILATERAL

O apelo de David Rockefeller, chefe do banco Chase Manhattan, pelo “dinheiro da máfia” começou em meados dos anos 60, ao mesmo tempo que o Citibank acionou seu grupo de “banking pessoal internacional (personal banking)” para administrar movimentos ilegais de capital, e o Banco da América (Bank of America) financiava o Banco Ambrosiano na Itália. Só quando David Rockefeller comprou para si a administração americana em 1976, e quando os antigos fondi (fundações familiares) europeus se instalaram em Wall Street, foi que o tráfico de narcóticos começou a se tornar um negócio sério para os grandes bancos mundiais. Imediatamente após Jimmy Carter tomar posse, o tráfico de drogas ibero-americano explodiu nas altas finanças, e resultou no caos da distribuição de dinheiro pelo Sistema da Reserva Federal no fim de 1978. Após somente dois anos de Carter na Casa Branca, 3,3 bilhões de dólares extras anuais em dinheiro frio se empilhavam nos escritórios da Reserva Federal na Flórida, os 13 bilhões de dólares do tráfico de drogas se tornaram a maior indústria local, e o consumo de narcóticos pelos americanos pulara para 100 bilhões anuais na estimativa da EIR, talvez o triplo do começo dos anos 70. As conseqüências estratégicas foram devastadoras. Enquanto Billy, irmão do Presidente Carter, recebia subornos do governo líbio pela intermediação da Companhia Petrolífera Charter de Armand Hammer, Fidel Castro achou uma fonte de renda para financiar o terrorismo por toda a Ibero-américa, por cortesia da Casa Branca de Carter. Nem este se contentava em sentar e deixar os traficantes de drogas trabalharem. Através do Escritório de Abuso de Drogas da Casa Branca, do Dr. Peter Bourne, a administração Carter se aliou com os proponentes oficiais da “desciminalização das drogas” na HIGH TIMES, jornal do comércio americano de narcóticos, para fazer propaganda em nome da indústria das drogas por todo o Caribe e pelos países andinos. Pelo Tesouro de G. William Miller, e pela Reserva Federal de Paul Volcker, os Estados Unidos apoiaram a campanha do FMI para forçar a Ibero-américa a produzir drogas para pagar sua dívida, e com redobrada energia após o aumento no preço do petróleo de 1979, que jogou os devedores do Terceiro Mundo na penúria. Volcker fora o vice-presidente de Rockefeller para planejamento estratégico, ao tempo do memorando do “dinheiro da máfia” que circulou em 1966, e o Chase começou a esmolar com Y. K. Pao e o HSBC permissão para entrar no mercado de dinheoro sujo de Hong Kong. A Comissão Trilateral, organização “laranja” de Rockefeller que apresentara seu mascote Jimmy Carter para a Presidência, atacou a Ibero-américa por todos os lados. O presidente do conselho consultivo internacional do Chase, Henry Kissinger, também presidente da Comissão Trilaterral, movimentou a política caribenha de forma a culminar no golpe da maconha de 1980 na Jamaica, com o apoio de Cyrus Vance, do Departamento de Estado e membro da Comissão Trilateral. O Dr. Peter Bourne, antes de ser demitido por fornecer “drogas recreativas” a seu pessoal, como açúcar, juntou-se ao grupo de Ernesto Samper Pizano na Colômbia, para tornar os narcóticos uma indústria crescente. A rede particular de sócios comerciais de Rockefeller, como o grupo Gran Colombiano em Bogotá, os sócios de Manuel Ulloa no Peru e a Organização Diego Cisneros em Caracas, criaram canais pelos quais somas espetaculares de dinheiro sujo podiam entrar e sair de diferentes capitais do hemisfério ocidental, em nome do “mercado livre” e da “economia de mercado aberto”. Acima de tudo, o FMI apertou os parafusos financeiros dos devedores ibero-americanos, com ênfase especial na Jamaica, Colômbia, Bolívia e Peru, maiores fornecedores de maconha e cocaina para o mercado americano. O FMI é o instrumento que impediu os Estados Unidos de continuar com o objetivo de Franklin Roosevelt de desenvolvimento industrial global, em seguida à Segunda Guerra Mundial. Lord Keynes o concebeu como expansão do BIS (Bank of International Settlements --- Banco de Compensações Internacinais), fundado em 1931 pelos mesmos representantes dos fondi cujos descendentes agora estão nos conselhos da Assicurazioni Generali e da Riunione Adriatica di Sicurtà. E o BIS foi concebido em 1922 em Gênova, no Palácio San Giorgio (São Jorge), a antiga sede das operações bancárias dos Doria e dos Giustiniani (descendentes do imperador romano Justiniano), a Casa São Jorge. Os sócios genovezes e venezianos, inseguros militarmente ao norte da Itália no final do século XVIII, criaram a moderna Suíça como um banco com um exército adjunto, um arranjo ratificado pelo maligno Ministro do Exterior russo Capo d`Istria, um nobre veneziano, no Congresso de Viena (1815). A Suíça continua a ser o cofre dos fondi. Ali, o BIS está baseado desde sua fundação em 1930. Os grandes fondi familiares que estão por trás do BIS supervisionam o tráfico de narcóticos em seu nível inferior. Os instrumentos para isto são as enormes redes de dinheiro sujo dos próprios fondi, os governos de Cuba, Nicarágua, Bulgária e a União Soviética, e as redes da Teologia da Libertação dentro da Companhia de Jesus (jesuítas), que controlam consideráveis ativos financeiros especialmente na Ibero-américa (através de seu Banco Sudameris --- N. Ed.)

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Todas as convulsões militares, financeiras e sociais que arruinaram a Ibero-américa, desde a Guerra das Malvinas de Lord Carrington em 1982, tem como modelo a volta às condições genocidas dos séculos XVI e XVII, e como seu objetivo uma nova divisão do mundo. Mas esta agora não dividirá território entre os impérios da Espanha e de Portuugal, mas entre o Império Soviético do Leste, presumido herdeiro de todo o território da Eurásia, e a oligarquia ocidental servida por Carrington e seu sócio Henry Kissinger, livres para pilharem a Ibero-américa à vontade. Cincidentemente, todos os sujeitos sinistros da Ibero-américa que obedecem a Moscou diretamente ou através de Havana, juntaram-se ao exército de irregulares que serve à “economia paralela” do FMI. Em 1978, a economia das drogas era a política oficial do FMI. John Holdson, alto funcionário do Departamento de Comércio Internacional para a América Latina e fluxos monetários do Banco Mundial, disse à EIR: “Sei que a indústria de coca ali é altamente vantajosa para os produtores. De fato, do ponto de vista deles, simplesmente não podem achar um produto melhor. Suas vantagens são que não necessita tecnologia elaborada, nem sementes híbridas e o clima e a terra são perfeitos”. Um especialista colombiano do FMI colocou desta forma: “Do ponto de vista econômico, a maconha é somente uma plantação como outra qualquer. Traz divisas estrangeiras e provê renda para os camponeses. A legalidade é um conceito relativo. Em poucos anos, a maconha se tornará legal, de qualquer forma”. Um banqueiro internacional em Nova York explicou, em 1978: “Os preços do café são simplesmente instáveis demais, sempre flutuando no mercado mundial. As drogas, por outro lado, fornecem fonte de renda estável a qualquer tempo. Com os preços do café como estão, a Colômbia nunca se desenvolverá, não pode planejar, como podem os produtores de petróleo. Acontece que sei que o Banco Mundial está pressionando alguns países latino-americanos para encontrarem alguma forma de contabilizar estatisticamente seus fluxos de contrabando”. Entrevistado pela EIR, o antigo Ministro do Exterior da Guiana, Frederick Wills, explicou:

“Os países esperam que, ao ter o selo de aprovação do FMI, terão aberto as portas do crédito de outros países e dos bancos privados. Mas o selo requer aceitação bem sucedida do programa do FMI. E desde que você fracasse, o fluxo de fundos dos mercados financeiros e dos bancos seca. Isto significa que, os ministros governamentais começaram a pensar, ´Que exportação poderíamos ter, que fornecesse fluxo de caixa para cobrir o vácuo do balanço de pagamentos?` Há só uma comodity que satisfaz o requerido: droga, heroína, maconha. Em diversos países, funcionários do FMI e do sistema de Bretton Woods vem e dizem ´seu futuro está na agricultura`. Mas na agricultura temos o problema da alta tecnologia ser cara, o que aumenta as importações. Assim, temos que usar a ´tecnologia apropriada` para prduzir os bens que satisfaçam o mercado local e tenham peso na exportação. Não podemos competir com os grandes países agrícolas como Argentina, Canadá, Estados Unidos, Austrália. Portanto, a espécie de plantação que temos que produzir para exportação tem que ser aquela em que temos vantagem e eles não, e é a droga”

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2 JAMAICA: FMI CRIA PERFEITA

ECONOMIA DE LIVRE MERCADO Após 4 anos de controle pelo FMI, a renda da maconha jamaicana é conservadoramente estimada em 3,5 bilhões de dólares anuais, mais que o PNB do país em 1980, quando o FMI empossou Edward Seaga no poder. Esta soma é só pouco inferior aos 5 bilhões de dólares de “produção potencial” publicado em 1979 pela NORMl e pelos mercenários do conselheiro para drogas da Casa Branca, Peter Bourne, em sua campanha para criar a economia das drogas caribenha. Ao contrário da Colômbia e do Peru, onde em graus diferentes forças nacionalistas ofereceram resistência aos planos dos banqueiros para torná-los plantações de maconha e coca, a Jamaica é o sucesso do FMI sem oponentes. Edward Seaga era somente uma promessa na Comissão Trilateral quando Sol Linowitz, negociador de Carter no Canal do Panamá, organizou uma pequena e secreta reunião da Casa Branca no Caribe em 1979. Linowitz, a quem encontraremos mais tarde em sua função de empregado da Companhia United Fruit, e intermediário na mudança do HSBC para os Estados Unidos, formou um grupo de “Ação Caribenha/América Central” dentro da administração Reagan, semente do que mais tarde se tornou a Iniciativa da Bacia Caribenha de David Rockefeller, muito falada, e da Comissão Guerrilheirra Nacional da América Central de Henry Kissinger. Como participante do grupo de Linowitz, o protegido de David Rockefeller na Venezuela, Gustavo Cisneros, presidiu o Comitê de Empresários Venezuelanos e Jamaicanos que apoiou Seaga em 1981. Oficialmente, a desculpa do Departamento de Estado americano para a campanha para empossar Seaga eram os laços de amizade entre o antigo Primeiro-ministro jamaicano Michael Manley com Fidel Castro. O antigo Sub-secretário de Estado Lawrence Eagleburger, agora membro sênior da Kissinger Associados, foi inquirido pelo NEW YORK TIMES, em 10 de setembro de 1984, sobre por que o Departamento de Estado não pressionara Seaga para reduzir o tráfico de drogas. Sua resposta foi: “Nossa ênfase é, ´Pode a Jamaica se tornar economicamente viável de forma a que não tenhamos o problema Manley na próxima eleição?` Para ser honesto, não sabia que a Jamaica era tão grande produtora de maconha. Segundo meu conhecimento, não haverá problema.”. Eagleburger pode escolher: é ou criminosamente incompetente ou mentiu completamente. Seaga anunciara sua política pró-drogas a milhões de americanos na TV nacional. No programa da CBS “Face the nation”, de 23 de novembro de 1980, Seaga afirmou que a maconha “é quase o salva-vidas econômico que fornece dólares e divisas estrangeiras” à Jamaica. Logo depois, Seaga afirmou ao Washington Post:

“Sem ligar para se o queremos ou não, a indústria está aqui para ficar. Não é possível acabar com ela e, se está aqui para ficar, devemos buscar como melhor lidar com ela... (resolver) a questão de sua legalização, para trazer o fluxo de várias centenas de milhões de dólares do mercado paralelo para os canais oficiais”.

O grupo de Kissinger no Departamento de Estado e no FMI não instalou Seaga no poder meramente para o propósito explícito de maximizar as rendas das drogas na Jamaica. O resultado do plano de Kissinger para os países caribenhos e andinos foi dar a Fidel Castro uma sociedade no contrabando de drogas, estimado por algumas fontes em 20 bilhões de dólares anuais, como é documentado adiante. Com isto, Kissinger, Linowitz e Rockefeller arranjaram financiamento pródigo para cada movimento terrotista na Ibero-américa. Dois anos após os preços do petróleo quadruplicarem em 1974, o governo de Manley aceitou as condições do FMI para um empréstimo, inclusive a desvalorização em 30% da moeda jamaicana em abril de 1977. O caos que se seguiu deu ao lobby das drogas sua chance: uma comissão parlamentar jamaicana foi estabelecida para estudar a descriminalização da maconha, e o diretor do NORML Keith Stroup reuniu-se com o membro da comissão, Percival Broderick para montar um plano modelo de descriminalização. Este anunciou: “Devemos compreender que a ganja (maconha) é o produto principal de exportação da Jamaica, possivelmente com mais potencial de exportação que a bauxita”. As exportações ilegais de ganja eram meros 50 milhões de dólares naquele ano; dobrariam em cada um dos anos seguintes até 3,5 bilhões de dólares registrados em 1983. Em março de 1978, o FMI declarou que a Jamaica violara seus acordos de austeridade. O país tinha um déficit de caixa mensal de 34 milhões de dólares, as importações de alimentos básicos estavam a perigo e o FMI exigia uma desvalorização adicional de 10% somente como condição de reabrir as conversações. O principal jornal, DAILY GLEANER, escreveu em 21 de março: “A salvação deste país está na ganja... Devemos parar de produzir tanta cana e produzir mais ganja... Podemos trazer turistas e seus dólares... Os grupos de turistas podem passear por toda a ilha fumando a droga e, por se sentirem bem, sorriem para você e gastam o dinheiro...”

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Isto era precisamente o que o FMI pensava, escreveu o OBSERVER londrino poucos meses após. Disse o jornal, propriedade do sócio de Kissinger, Robert O. Anderson: “No complicado e mutante mundo das finanças internacionais, o FMI agora efetivamente ajuda aqueles que querem legalizar drogas”. Em maio de 1978, Kingston aceitou desvalorização de 50%, em um programa que oficialmente propunha reduzir o consumo doméstico em 10% no ano seguinte. A base inteira da economia mudou para a droga. O ECONOMIST londrino relatou em 21 de junho de 1984: “A ganja é cultivada principalmente pelos pequenos fazendeiros, que não querem ser pagos em dólares americanos, assim os traficantes vendem seus dólares aos industriais em troca de moeda local... e então pagam aos fazendeiros em dólares jamaicanos”. O banco de Nova Escócia canadense, mais tarde citado pela Comissão Presidencial do Crime Organizado como um grande lavador de dinheiro sujo, dirigia a transferência do dinheiro da maconha, e a Mocatta Metals de Nova York fornecia o precioso metal para lavagem do dinheiro. O Primeiro-ministro Manley ainda hesitava sobre a principal demanda dos banqueiros, um programa de choque para produção de maconha. Disse ele a HIGH TIMES em 1980: “A questão da maconha nos expõe a grande tentação. Como se sabe, a Jamaica está em crise no balanço de pagamentos, e nunca conseguimos que os lucros da maconha passassem pelo banco central”. Edward Seaga, seu sucessor em 1981, criou eleitorado para si entre os pequenos fazendeiros dependentes de renda da ganja, e com o ramo local da oligarquia financeira britânica. Como homem de negócios, Seaga tinha uma gravadora que promovia a música “reggae”, o som dos rastafarianos fumadores de maconha; como político nas favelas de Kingston e Ministro da Cultura e Bem Estar no começo dos anos 60, Seaga promovera os rastafarianos e representantes do sincretismo cultural jamaicano. Agora Primeiro-ministro, chegou ele aos Estados Unidos como a Grande Esperança Branca da Comissão Trilateral, o homem que iniciaria a era do livre mercado no Caribe. Para a imprensa e televisão americanas, Seaga exaltou as virtudes da maconha na “canalização vital” dos dólares das drogas. Conforme a extensão pela qual Kissinger se infiltrou na administração Reagan, pelo Departamento de Estado e outros canais, o contínuo “sucesso” da experiência jamaicana escarnece da promessa Presidencial de guerra às drogas. O relatório da Comissão Guerrilheira Nacional de Kissinger na América Central, publicado em 21 de janeiro de 1984, é uma indisfarçada fórmula para diplomacia de canhoneiras em nome da Narcotráfico S. A.; o relatório começa com aviso aos governos centro-americanos:

“Em sua maior parte, a política americana para a América Central, no começo deste século, se focalizou primeiramente na promoção da estabilidade e solvência de governos locais, para conservar outras nações à distâsncia. Isto se refletiu no corolário de Theodore Roosevelt à Doutrina Monroe, que diz que os Estados Unidos devem agir para prevenir situações que possam levar a intervenção por poderes fora do hemisfério”.

Especificamente, Roosevelt usou os fuzileiros americanos como agência de coleta de débitos das financeiras européias, de forma a que essas não tivessem que se preocupar em enviar suas próprias forças. Hoje, de acordo com o relatório de Kissinger, a força americana reforçará o modelo de Hong Kong imposto ao Caribe. A economia da região será “reestruturada” para o modelo de lavanderias de dinheiro sujo, como “Hong Kong, Singapura e outros”. A “iniciativa” do setor privado substituirá o governo “como motor do crescimento”. A United Brands, cujos navios carregaram uma porção substancial de cocaína para os Estados Unidos durante os anos 70, de acordo com fontes policiais americanas, é citada como um “empregador modelo e cidadão (sic --- N. Ed.) modelo. O modelo jamaicano pode ser reforçado por um “grupo multinacional incluindo eminentes centros americanos” que “podem mais efetivamente --- e menos ofensivamente --- avaliar o progresso, os objetivos programáticos e medir as necessidades de fontes externas. Mais ainda, o grupo multilateral exerceria certo controle sobre os fundos para desenvolvimento para dar às suas imposições peso adicional, mesmo que doadores retenham poder de veto”. O Peru, outra vítima inicial do FMI, enquanto isto perdeu 70% de sua economia nacional para a chamada subterrânea, desde que aceitou as condições do FMI em 1976. O General Francisco Moralez Bermúdez, cujo golpe contra o Presidente Velasco começou a descida do Peru para o submundo financeiro, aceitou as exigências do FMI em 1979, para abrir o interior do Peru ao “investimento estrangeiro”, como meio de atrair capital para o falido país; o resultado foi que o tráfico internacional de narcóticos ganhou acesso a gigantescas porções de terra para a produção da folha de coca. O PNB do Peru é de somente 20 bilhões de dólarres; 6 bilhões de lucros dos narcóticos (pequenina parte da cocaína peruana vendida ao exterior) torna esta, a indústria dominante na economia nacional. Em 1980, os maiores bancos internacionais de drogas se haviam mudado para a capital do Peru. Com a ajuda do antigo Primeiro-ministro Manuel Ulloa, o antigo representante da Oppenheimer, Álvaro Meneses, chefe do estatal Banco de la Nacion, no fim dos anos 70 abriu caminho para o banco Ambrosiano se mudar para Lima. Esta agência objetivara servir

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como o banco central dos narcóticos da região andina, com a participação oficial dos bancos centrais dos países produtores de drogas. Manuel Ulloa, duas vezes Primeiro-ministro, Ministro das Finanças e sócio de longa data do império Rockefeller na Ibero-américa, teve papel central na criação de condições sob as quais a narco-economia peruana floresceu. Ele foi grandemente responsável pela imposição das condições do FMI ao Peru, e advogado verbal do “livre comércio” ao estilo Mont-Pelerin, e foi até mesmo ao ponto de sugerir que a legalização do comércio da cocaína poderia ser vantajosa. Em uma entrevista em dezembro de 1983 à revista DEBATE 24 de Lima, Ulloa disse:

“Desde a época de Unanue, o desenvolvimento do potencial médico e de saúde desta planta única (coca) foi proposto, sugerindo desde então a possibilidade de sua substituição, ou ao menos tendo importância similar, por uma bebida, chá ou café... As implicações econômicas são variadas e significativas. Começa com a vivência dos camponeses e termina, embora indiretamente, refletida em nosso balanço de pagamentos. Sua importância pode chegar ao equivalente mínimo de 3 ou mesmo 5% do PNB... Sem dúvida, esta perspectiva abriria horizontes insuspeitados e possibilitaria o direcionamento da maior parte da produção ilegal de coca para o mercado legal”.

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3 COLÔMBIA: PODE A NARCOTRÁFICO

COMPRAR UM PAÍS? Na Colômbia, os traficantes de drogas propuseram abertamente se apossar das finanças do país. Em julho de 1984, os chefões da máfia colombiana fizeram circular uma oferta “boa demais para ser recusada” --- propunham repatriar 3 bilhões de dólares em narco-dólares, em troca de anistia total e aceitação na comunidade política e empresarial colombiana. Não contavam porém com o Presidente Belisario Betancur, cuja administração em 1982 começou revertendo 8 anos de capitulação ou aberta colaboração com a máfia das drogas. Naturalmente, os comerciantes de narcóticos não fariam oferta tão ultrajante sem o apoio da comunidade financeira internacional. O que torna tal apoio ainda mais ultrajante, é que foi inteiramente público e aberto. Em 3 de novembro de 1983, o jornal dos banqueiros suíços NEUE ZÜRCHER ZEITUNG respondeu ao Presidente colombiano Betancur e sua guerra agrressiva às drogas, na qual o Ministro da Justiça Lara Bonilla cairia vítima das balas de um assassino poucos meses depois, com o seguinte elogio ultrajante:

“Os produtos colombianos são de limitado interesse para os países industriais. Em 1983, espera-se uma baixa total nas exportações. Comparando o lucro das exportações com seu débito externo de aproximadamente 9,6 bilhões de dólares, a situação da moeda e o baixo nível das reservas no banco central já se reflete nas taxas de câmbio do mercado paralelo (negro). Na década passada, a Colômbia dependia anualmente de 2 a 3 bilhões de dólarres (de receita --- N. Ed.) que, com as exportações não controladas (i. é, o tráfico de drogas) estavam disponíveis ao país. Se a campanha moralizadora do governo reduzir esta fonte de recursos, a Colômbia não mais estará em posição de receber as divisas estrangeiras necessárias à economia”.

O antecessor de Betancur e seu principal antagonista foi Alfonso López Michelsen. Este, Presidente de 1974 a 78, virtualmente organizou a expansão do tráfico de drogas desde cima. Sua ação mais ultrajante foi direcionar seu ministro das finanças, Rodrigo Botero Montoya, a criar a Janela Esquerda, uma saída de mercado negro no banco central, possibilitando aos comerciantes de drogas trazerem dólares para a economia legal sem perguntas. Belisario Betancur fechou-o na semana da posse. O primmo de López, Jaime Michelsen Uribe, chefe do maior conglomerado financeiro do país, o Grupo Grancolombiano, que criou por uma fusão em 1972, rapidamente chegou ao posto de chefe mafioso da Colômbia. Os ativos do grupo se expandiram com os influxos de dinheiro lavado do comércio de drogas em expansão, triplicando somente nos primeiros 6 meses de 1976, quando as vendas aumentaram e os fluxos de dinheiro sujo para a Flórida explodiram. A despeito de receber fundos significativos de traficantes conhecidos e condenados, como Carlos Lehder, a quem mais tarde encontraremos como sócio comercial de Robert Vesco e Fidel Castro, a tentativa de López de um retorno político em 1982 falhou. O Presidente eleito Betancur prontamente reabriu as investigações sobrre fraude em ações e outras chicanas financeiras do Grupo Grancolombiano, que administrações anteriores haviam parado. Em um confronto pessoal dramático, com Michelsen em 31 de dezembro de 1983, Betancur confrontou o primo do antigo Presidente com as provas contra ele e exigiu sua renúncia à diretoria do Banco de Colômbia, capitânea do Grupo Grancolombiano. Michelsen prontamente fugiu do país com a família e sócios mais próximos. Em uma semana, 11 funcionários do Banco de Colômbia estavam presos. A revelação mais sensacional de todas, entretanto, veio na edição de 29 de julho de 1984 do diário de Bogotá EL TIEMPO, da boca do próprio ex-Presidente López Michelsen. Em uma entrevista, revelou ele que no fim de semana de 6 de maio, uma semana após os traficantes de narcóticos haverem assassinado o corajoso Ministro da Justiça Lara Bonilla, López fora ao Panamá reunir-se secretamente com os mandantes da morte de Lara. Presentes estavam os czares colombianos do submundo das drogas, como Pablo Escobar e Jorge Ochoa. Todos discutiram em que termos poderiam com certeza tirar o país do controle do Presidente Betancur, que no elogio fúnebre a seu ministro da justiça abatido, prometera continuar a guerra desse às drogas. Uma segunda reunião foi programada no Panamá para aquele mesmo mês entre o Procurador-geral colombiano General Carlos Jiménes Gómez e os chefões. O procurador, mais tarde admitiu que agira por sua própria vontade, ao se reunir com os fugitivos mais procurados em seu país.

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Quando a oferta da máfia se tornou pública, o Presidente Betancur respondeu que “o governo fora explícito em que sob nenhuma circunstância haveria sequer diálogo concernente a situações claramente definidas em lei. Em conseqüência, não houve, nem haverá negociações nem qualquer forma de entendimento entre o governo e os autores da proposta”. Então, em 29 de julho, López Michelsen veio a público defender os traficantes de drogas, nas páginas de EL TIEMPO, afirmando:

“É verdade, a entrevista se deu poucos dias após o assassinato do Dr. Lara Bonilla. E por isso pessoas de má vontade perguntam por que, enquanto o cadáver ainda estava quente, poderia eu conversar com pessoas que podiam ser seus assassinos? Obviamente, eles me procuraram porque estavam envolvidos na situação. Estavam com medo de serem acusados... Começaram afirmando que a organização que representavam era tão importante e do mesmo tamanho da Federação Nacional de Plantadores de Café. Disseram que representavam 100 pessoas líderes da organização da cocaína, que disseram haver levado 10 anos a se formar, e que trabalhava em coordenação com pessoas do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, e com cúmplices nos Estados Unidos... Alguns disseram que uma das pessoas que representavam tivera lucros de 90 milhões de dólares no último quarto”. (De que? --- N. Ed.)

López concluiu pressionando o governo a aceitar a oferta da máfia:

“Se esses cavalheiros quiserem se desfazer de seus laboratórios, pistas de pouso, plantações e venderem seus aviões, penso que o caminho de reduzir o tráfico de narcóticos é provavelmente mais fácil por alguma forma de acordo, do que pelo caminho mais difícil de alcançar tal objetivo”.

Quão desavergonhado o pessoal de López Michelsen foi, pôde ser visto no notório caso de 1983 de Félix Salcedo e Jairo Slebi, dois congressistas colombianos da ala de López do Partido Liberal, que foram apanhados traficando coca na vizinha Venezuela. De acordo com as notícias e os registros policiais da época, os dois congressistas foram presos com 2kg de cocaína em um shoping-center de Caracas. Estavam negociando com um conhecido venezuelano chamado Albert Abello, também preso, que deu a polícia uma história completamente inacreditável:

“Eu estava tomando café no Hotel Caracas Hilton com o cidadão Félix Salcedo, e discutindo negócios em dólares e bolívares. Em certo ponto, ele me pediu que lhe emprestasse minha valise na qual ele supostamente colocara uma quantidade de dólares, que devíamos trocar por bolívares no transcorrer do dia... E enquanto ele cuidava de alguns negócios, eu fui encontrar-me com a pessoa que me daria os bolívares, junto ao Hotel Tamanaco. Esta me pediu que fosse com ela ao Unicentro El Marqués e, quando chegamos à loja de bebidas, a polícia chegou e se apossou da cocaína, que pertencia ao cidadão Félix Salcedo”.

Perguntado sobre há quanto tempo ele conhecia o congressista traficante de drogas, Abello desavergonhadamente respondeu: “Cerca de 20 anos”.

Abello era o secretário particular de um conhecido Senador do Partido Copei venezuelano, Valmore Acevedo, e supostamente era um enviado especial do Ministro das Finanças e do secretário do Presidente, Gonzalo García Bustillos.

Em 72 horas após sua prisão, um novo juiz foi designado para o caso, de acordo com algumas notícias, pela intervenção de García Bustillos. Este juiz soltou Abello e a investigação sobre os dois congressistas colombianos foi abandonada.

SE NÃO PUDER COMPRAR QUEIME Em 6 de novembro de 1985, 40 comandos do grupo terrorista M-19 invadiram o Ministério da Justiça colombiano em Bogotá, fortemente armados. O M-19 são narco-terroristas internacionais e colaboradores públicos do rei da cocaína colombiano Carlos Lehder. Tem o hábito de fazer ações militares assassinas contra os que decidiram atacar o comércio de drogas, como o Presidente Betancur. Por exemplo, em março de 1984, o M-19 “ocupou” a capital provincial de Florência, em retaliação a um grande ataque governamental a laboratórios de cocaína na província de Caquetá. Equipamento e literatura do M-19 foram capturados em ataques similares no Peru. Quando o M-19 invadiu o Ministério da Justiça em Bogotá, fizeram centenas de reféns, inclusive a maioria dos juízes da Suprema Corte do país. Exigiram que o Presidente Betancur fosse ao Ministério para ser julgado por um “tribunal do povo”. Betancur recusou barganhar com os terroristas. Assim, o M-19 transformou o centro de Bogotá em zona de guerra, sustentando um tiroteio de 28 horas com as tropas colombianas, no qual quase 100 pessoas morreram. A maioria dos juízes reféns foram executados pelos terroristas, e 80% do Ministério foi destruído.

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O Presidente Betancur afirmou na TV nacional que a máfia internacional de narcóticos estava por trás do ataque. O Ministro da Justiça Enrique Parejo González disse à imprensa internacional a mesma coisa, 3 vezes em 3 dias. A máfia das drogas, relatou, ameaçara 6 semanas antes, assassinar os juízes da Suprema Corte e suas famílias, a menos que revissem suas decisões anteriores, mantendo um tratado de extradição entre os Estados Unidos e a Colômbia, pelo qual muitos chefes de drogas haviam sido enviados aos Estados Unidos. Ao entrar no edifício, os narco-terroristas foram imediatamente apoderar-se dos 4 juízes que apoiavam as regras de extradição. Os comandos do M-19 destruiram os processos, e exigiram a revogação do tratado de extradição, em um “comunicado à imprensa” publicado após a batalha. Mas o M-19 admitiu somente ser “amigo” dos traficantes de drogas. A imprensa liberal dos Estados Unidos --- conduzida pelo NEW YORK TIIMES e pelo WASHINGTON POST, que haviam persistentemente feito manchetes em nome da discriminalização das drogas --- relatou o evento como se o M-19 fosse um bando de adolescentes baderneiros de farra, e o governo colombiano um pai tirânico. “Muitos colombianos ficaram assombrados com a rejeição do Presidente Belisario Betancur às repetidas ofertas de negociação com os rebeldes, fumegou o NEW YORK TIMES em 10 de novembro. Uma entrevista com o Ministro da Justiça Parejo no mesmo dia continha a frase: “O NEW YORK TIMES insiste, por que o Presidente não atende o telefone?” para abrir negociações com os terroristas falando com os reféns. Em outro ponto, quando Parejo falou da queima dos arquivos como um dos objetivos dos traficantes, o repórter do TIMES chamou Parejo de mentiroso: “O NEW YORK TIMES, por seu correspondente, sabe que sua afirmação não é verdadeira...” Eventualmente, um repórter zombou: “O governo diz que o assalto foi realizado para defender as instituições e a democracia colombianas. Permitir a morte de mais de 50 pessoas inocentes é democracia?” Neste ponto, o Ministro da Justiça Parejo perdeu a paciência:

“Por favor, não vamos distorcer os fatos, não vamos distorcer a verdade. Se alguém invade seu lar para roubar e matar você, e um vizinho, ao tentar defender você, causasse a morte de algum de seus parentes, mas em boa fé, com o intento de defender sua vida, você vai esquecer os criminosos que entraram para lhe matar, e culpar somente aqueles que buscaram defender e proteger você? Por Deus, não vamos distorcer a verdade... Não pensemos que o assalto criminoso que houve aqui foi do governo, que foi este que invadiu o Ministério da Justiça, que foi esse que entrou atirando, que foi o governo que assassinou os juízes da corte... O que deve preocupar vocês é que um bando de criminosos lá entrou para matar. Isto é o que vocês devem guardar”.

Intrepidamente, no dia seguinte, o NEW YORK TIMES comentou: “Muitos analistas políticos colombianos e diplomatas estrangeiros disseram estar céticos sobre as teorias do ministro, em parte porque há numerosas cópias dos registros destruídos”.

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4 A CONEXÃO DO DINHEIRO

Em um relatório de novembro de 1984, intitulado “A Conexão do Dinheiro: Crime Organizado, Instituições Financeiras e Lavagem de Dinheiro”, a Comissão Presidencial sobre o Crime Organizado buscou quantificar as implicações financeiras do tráfico americano de narcóticos como segue:

“De 5 a 15 bilhões, dos 50 a 75 bilhões de dólares do dinheiro das drogas ilegais, ganhos nos Estados Unidos, provavelmente é movimentado nos canais financeiros internacionais por ano. Mais de 2/3 desses 5-15 bilhões é movimentado em nome dos traficantes estrangeiros que trazem drogas para os Estados Unidos, tanto quanto colombianos e mexicanos envolvidos na distribuição de cacaina e heroína aqui. O resto vem de fundos pertencentes aos comerciantes e distribuidores das drogas. Mais de 2/3 daqueles bilhões provavelmente passam pela Colômbia, ou pelos centros bancários offshore caribenhos, principalmente Panamá, Bahamas e as ilhas Caimã. Desde 1980, o governo acumula informação que aponta o Panamá como um centro banqueiro para o comércio de cacaina, e Hong Kong para o de heroína. Enquanto a lista de paraísos fiscais offshore é enorme, o Panamá e Hong Kong merecem atenção especial porque, além de serem centros banqueiros para o comércio de narcóticos, também são notórios centros de transbordo e pontos de encontro para os traficantes. Além disso, eles ilustram bem os aspectos internacionais do problema da lavagem de dinheiro.”

As estimativas governamentais são enganadoramente baixas, como logo indicaremos, mas a identificação de Hong Kong e do Panamá foram corretas. Sobre isto, o relatório da Comissão diria o seguinte:

“Em 1982, o Departamento do Tesouro examinou, na Reserrva Federal, os relatórios do Banco Nacional de Panamá estatal, em um esforço para quantificar o total de dinheiro da cocaína acumulado naquele país. O exame revelou que a quantidade de dólares americanos que a Reserva Federal recebia do Banco Nacional de Panamá aumentara substancialmente nos anos recentes. Isto indicava que a quantidade de dinheiro recebido pelo banco, de outros bancos ou pessoas também aumentara. O Banco Nacional de Panamá atua mais ou menos como a Reserva Federal, como uma câmara de compensação para dinheiro. Recebe e desembolsa dólares americanos para vários bancos panamenhos, da mesma forma que a Reserva Federal para os americanos. A revisão dos relatórios da Reserva Federal sobre o Panamá mostra um aumento de 4 vezes no fluxo de caixa de 1980 a 1983. A análise de 1984, pelas agências policiais federais e pela comunidade de Inteligência... concluiu que o fluxo de caixa do Panamá para os Estados Unidos é o mais significativo em parecer dinheiro de drogas. Em comparação, alguns analistas do Tesouro estimaram que mais de 2,2 bilhões do dinheiro relatado foi transportado para o Panamá, de 1980 a 1983. Enquanto este dinheiro é movimentado por uma grande variedade de métodos, pilotos, simples e freqüentemente, voam com o dinheiro não relatado dos Estados Unidos em aviões particulares”.

Antes de prosseguir considerando as implicações desses números, relembremos o relatório de 1978 de fontes banqueiras de Frankfurt, a respeito da intenção do HSBC de se apossar do Marine Midland, buscando sua função específica de câmara de compensação do banco central do Panamá. Quanto ao fato de que os bancos americanos, conforme relatamos, buscaram fluxos de dinheiro sujo como fonte principal de depósitos, o HSBC mostrou notável presciência em sua escolha do Marine Midland. A banca offshore do Panamá foi naturalmente organizada por Nicolás Ardito Barletta, antigo diretor do Banco Mundial e Presidente panamenho até renunciar em setembro de 1985.

Os dados disponíveis no Tesouro e na Reserva Federal, embora fragmentados e ultrapassados, indicam que as receitas anuais de narcóticos ibero-americanos vendidos nos Estados Unidos estão em 100 a 150 bilhões de dólarees, duas vezes a etimativa acima. A falha no cálculo governamental está na infundada presunção de que todos os cálculos do Tesouro (aceitos pelas outras agências como a palavra autorizada do governo na matéria) se baseiam em que o objetivo dos traficantes de drogas é estofar seus colchões com grandes pilhas de notas de dólar. De fato, o dinheiro que circula entre os traficantes representa meramente o balanço de transações (contas correntes) deles. Da mesma forma que um balanço médio de 10.000 dólares na conta de um varejista refletirá um movimento anual de muitas vezes esta quantia, pois sofre saques e depósitos, um determinado volume de dinheiro usado por uma gangue de narcóticos refletirá um movimento muito maior.

Isto se evidencia por um estudo feito pelo Sistema da Reserva Federal sobre pagamentos em dinheiro vivo feitos por seus escritórios no período 1970-78. O estudo mostra um excesso gigantesco de 9,2 bilhões de dólares, em notas de 100, pelo Banco da Reserva Federal em Nova York, e admite que isto se relaciona com a “economia subterrânea”. Compare isto com os dados oficiais sobre o tráfico de narcóticos, publicados pelo NNICC em 1978, também fonte para estimativas da Comissão Presidencial já citada:

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VENDAS NOS ESTADOS UNIDOS (MAIORES ESTIMATIVAS) DROGA VENDAS EM DINHEIRO (US$ bilhões) Heroína mexicana 3,66 Cocaína 16,25 Maconha mexicana 4,18 Maconha colombiana 16,88 Maconha jamaicana 0,86 TOTAL 40,98 Esta estimativa de 1978 é cerca de metade de nossos cálculos para o mesmo ano, baseados em investigações do Congresso (que avaliou somente o volume do tráfico da Flórida, esmagadoramente vindo da Ibero-américa, em 13 bilhões), tanto quanto por entrevistas com policiais e funcionários da Inteligência americana. A cocaína e a maconha, em nossas estimativas, arrecadaram 80 bilhões de dólares nas ruas dos Estados Unidos. Naturalmente, as vendas nas ruas representam um múltiplo muito maior do preço original no atacado. No caso da heroína, a elevação é de 500 vezes. Para sermos extremamente conservadores, estimaremos 25 vezes para a cocaína e 10 vezes para a maconha. Os números governamentais acima citados implicam um movimento atacadista de meros 650 milhões para a cocaína e 2,2 bilhões para a maconha. Contra isto, temos estimativa de 9,2 bilhões adicionais circulando em notas de 100 dólares, cujo volume cresce várias vezes ao ano, em forma de balanço de transações. Por exemplo, o total de 3,3 bilhões de dinheiro em excesso relatado na Flórida durante 1978 supostamente reflete uns 13 bilhões em tráfico nesse estado, o que quer dizer que o dinheiro dos traficantes aumenta 4 vezes por ano (i. é, que 3,3 bilhões em transações correntes podem aumentar 4 vezes nas vendas anuais). Nesta base, poderíamos dizer que os 9,2 bilhões em notas extras de 100 dólares em circulação poderiam se transformar em 40 bilhões nas transações no atacado. Conservadoramente, podemos estimar que o volume corrente de vendas de narcóticos nos Estados Unidios, vindos da Ibero-américa, está em 150 bilhões anuais, incluindo quase 100 bilhões da cocaína. Talvez outros 50 bilhões sejam vendidos na Europa e em outras partes do mundo industrializado. Talvez 1/10 dessa quantia seja repatriada para a Ibero-américa (se o quiserem) pelos fondi; isto é equivalente ao serviço anual da dívida conjunta do México, Colômbia e Venezuela (Ver Narcotráfico S. A dobra a cada cinco anos, para estimativas atualizadas do comércio de drogas). Se isto parece exagerado, considere o seguinte: em 9 de novembro de 1984, mil soldados mexicanos, 30 helicópteros armados, 6 aviões e 60 veículos invadiram uma faixa de 100.000ha nos estados nortistas de Chihuahua e Sonora. Os soldados destruíram 10.000 toneladas de maconha, com um valor estimado nas ruas de 10 bilhões de dólares; isto representa o equivalente a duas “trouxinhas” de maconha para cada habitante da Terra. 14.000 camponeses mexicanos estavam cultivando a droga; seus empregadores tinham a capacidade logística de transportar cerca de 20 toneladas diariamente. Isto foi um reide, em um dia. Se o volume de dinheiro envolvido parece inadministrável, considere o relatório seguinte, feito pelo estudo da Comissão Presidencial citado acima:

“Durante os 4 anos que terminaram em novembro de 1982, Eduardo Orozco e alguns sócios depositaram aproximadamente 151 milhões de dólares em dinheiro em 18 bancos e contas de câmbio, e os transferiram para outras contas nos Estados Unidos, Panamá, Bahamas e ilhas Caimã. Enquanto muito dinheiro vinha de comerciantes colombianos de drogas, os fregueses da lavanderia de Orozco também incluíam traficantes sicilianos de heroína da Cosa Nostra... Ele usou vários métodos para esconder as fontes e as quantias em suas operações: • Notas de pouco valor eram convertidas em outras de maior valor; • Quantias logo abaixo de 10.000 dólares eram depositadas, muitas vezes por couriers, para evitar os

relatórios de CTRs (Cash Transfer Reports)para a Reserva Federal; • Empresas fantasmas eram organizadas e depósitos em suas contas eram feitos por transferências

inter-bancárias, acrescentando outro nível de encobrimento; • Falsas “licenças” foram usadas para lavar depósitos e transferências de fundos entre companhias de

importação-exportação; • Mais de 2/3 do dinheiro movimentado por Orozco, aproximadamente 97 milhões, passou por suas

contas a mando da Deak-Perrera, uma firma cambista de Nova York (Deak-Perrera foi forçada à falência por esta revelação --- N. Ed.);

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• 4 dos bancos de Nova York usados por Orozco (foram) Chase Manhattan, Marine Midland (absorvido pelo HSBC), Irving Trust e Crédit Suisse... Entrevistando banqueiros bem informados, a Comissão descobriu que, com exceção do Marine Midland, nenhum dos bancos notificou as agências policiais das transações suspeitas de Orozco;

• este abriu uma conta para a agência de Viagens Calypso no Chase com um depósito de 60.000 dólares em dinheiro...;

• O Crédit Suisse permitiu a um enviado de Orozco, Alvarez Segura, fazer um depósito de 57.795 dólares em dinheiro, e no dia imediato outro de 249.000 dólares em dinheiro vivo...;

• A agência do marine Midland em Queens (Jamaica) aceitou um depósito de 830.000 dólares em dinheiro vivo, que os couriers de Orozco haviam trazido em uma bolsa... No dia seguinte, o advogado de Orozco de novo pediu que o banco aceitasse um depósito de 1 milhão. O gerente foi então instruído por seus superiores a fechar a conta. A despeito de um pedido do FBI para que o banco conservasse a conta aberta e aceitasse os depósitos do advogado de Orozco, a conta foi fechada”.

A história de Orozco tem interesse especial por outra razão: o lavador de dinheiro sujo condenado foi benfeitor e primeiro patrão de Alberto Duque, o mago da banca colombiana, cujo pai foi o tesoureiro da mal sucedida campanha Presidencial de López Michelsen em 1982. Em 19 de maio de 1982, Duque, o principal financista da comunidade colombiana em Miami, e acionista majoritário do Banco City Nationall, pediu falência pessoal e comercial. Seu pequeno império, que incluía empresas como a Café Geral (General Coffee), Sucos Allsun (Allsun Juices), Corporação Jets (Jets Corporate), Investimentos Dominó Ltda. (Domino Investments Ltd.), tanto quanto o City National, estava sendo processado por 20 bancos por uma dívida consolidada de 135 milhões de dólares. Durante os processos, foi revelado que Duque falsificara licenças de carregamentos de café da Colômbia. O método da fraude não é surpreendente; como se notou acima, era uma especialidade do homem que treinou Duque, Eduardo Orozco. Duque chegara aos Estados Unidos 10 anos antes, com dinheiro e cartas de apresentação de seu pai, amigo de Orozco. Este o levou para os escritórios em Wall Street da Café Colombiano (Colombian Coffee), a empresa que Orozco usava para lavar dinheiro das drogas, e em 6 meses tornou o jovem Albert, vice-presidente da mesma e o encaminhou para as altas finanças.

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5 COMO AS FUNDAÇÕES CONTROLAM

O TRÁFICO IBERO-AMERICANO Levaremos o leitor “do céu, pela terra, ao inferno”, como disse o poeta, começando com as famílias olímpicas dos antigos fondi (fundações familiares) europeus, descendo pelos recém chegados, como a família Cisneros da Venezuela, aos assassinos descartáveis que aceitam caixas de papelão cheias de dinheiro nos bancos da Flórida. Estes últimos recebem considerável atenção das agências policiais americanas; seus patrões não. Demonstraremos como os substitutos da União Soviética na Ibero-américa estão integrados no tráfico de narcóticos em cada nível, desde as seguradoras venezianas que apresentamos anteriormente até os serviços de segurança de Cuba. Desde que a Rebelião dos Sipaios em 1858 deu má fama à Companhia britânica das Índias Orientais, os patrocinadores desta preferiram entregar o lado sujo de suas operações, a entidades separadas, que podem ser descartadas quando necessário. Para a Ásia, a nova encarnação da “John Company” tornou-se o HSBC, ainda o banco central para o tráfico mundial de ópio. Para a Ibero-américa, foi a Companhia United Fruit, baseada em Nova Orleans e Boston. Esta, depois chamada United Brands, é vista pelos funcionários da Inteligência americana como o principal mecanismo pelo qual a cocaína foi transportada para os Estados Unidos durante os anos 70. Às vezes, as desconcertantes mudanças de fases da United Fruit --- desde a antiga e estranha aliança dos gangsters de Nova Orleans com os brâmanes de Boston, descrita na seção histórica deste livro, à combinação Max Fisher-Carl Lindner, agora no comando --- não disfarçam realmente uma continuidade a longo prazo nas operações. Ela representa uma ponte entre as finanças aparentemente respeitáveis e a rasteira habilidade de perpetrar golpes de estado, aranjar assassinatos políticos, cultivar e comerciar grandes quantidades de narcóticos e lavar o fluxo de caixa resultante nos aparentemente respeitáveis bancos. A forma corporativa da United Fruit é uma “caixa preta”, pela qual as necessidades complexas de suas atividades podem ser conciliadas. Esta corporação “guarda-chuva”, abriga virtualmente cada corporação de má fama que esteve nas manchetes nos últimos 10 anos. A Corporação Reliance, de Saul Steinberg, sócio comercial do londrino Jacob de Rothschild, pertence 40% a Lindner. A Corporação Rapid-American, de Meshulam-Riklis, o número 1 na lista de observação da Alfândega americana, por contrabando de drogas pela fronteira com o Canadá, e herdeiro do antigo império de bebidas de Louie Rosenfeld, pertence 40% a Lindner. A Corporação pirata de Victor Posner, reconhecidamentte um sócio investidor do falecido “feiticeiro financista” do crime organizado Meyer Lansky, pertence 10% a Lindner. A Gulf and Western, o conglomerado de Charles Bludhorn, o homem que arranjou a tomada do banco Franklin National por Michele Sindona, pertence 8% a Lindner. E assim prossegue a lista. Lindner tomou posse da United Brands em fevereiro de 1975, quando seu presidente Eli Black, jogou-se pela janela de seu escritório no 44º. andar de um edifício em Nova York por razões não explicadas. Em 2 meses, o antigo mafioso de Detroit, Max Fisher, era o novo presidente em exercício da companhia; Lindner, Fisher e seus sócios imediatos haviam comprado 48% das ações da United Brands. A indicação de Fisher foi patrocinada por dois homens: Sol Linowitz e Donald R. Gant, sócio da Goldman Sachs e de Henry Kissinger. Linowitz, que mais tarde tornou-se o enviado especial de Carter às negociações do tratado do Canal do Panamá, tanto quanto o principal promotor da economia das drogas no Caribe, era também diretor do Marine Midland, e incentivador da fusão deste com o HSBC. É difícil manchar ainda mais a reputação da United Brands na Ibero-américa. Seu papel no golpe de Castillo Armas em 1954 na Guatemala, no qual a United Brands financiou uma força expedicionária para derrubar o governo Arbenz quando ele tentou expropriar as terras da companhia, é bem documentado. Menos conhecido é o papel da United Brands em patrocinar os movimentos terroristas aliados a Cuba na América Central, inclusive o atual governo da Nicarágua. Seu sócio na aventura? As redes da Teologia da Liberrtação dentro da Companhia de Jesus (jesuítas --- N. Ed.). Durante as décadas de 60 e 70, o principal centro de treinamento dos jesuítas na América Centrral era o Centro Interamericano do Instituto de Relações Humanas da Universidade Loyola de Nova Orleans. O Centro semeou “teólogos da libertação” nos movimentos guerrilheiros da área; o Vaticano interveio com atraso no escândalo, em 1984. De acordo com o padre Janer, SJ., diretor –assistente do Instituto, a United Brands era a principal fonte de estudantes para aquele, trazendo jovens brilhantes de El Salvador, Nicarágua, Guatemala e outros países para Nova Orleans, para treinamento. No Instituto, os alunos eram submetidos a conferências de propaganda, “treino de sensibilidade” e outras formas de atividade que sugerem intensa manipulação psicológica. Após isto, eram enviados de volta para liderar

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insurreições. “Não ficaria surpreso se alguns deles estiverem lutando lá agora”, disse o padre Janer em uma entrevista publicada pela EIR em 8 de dezembro de 1981. A doação de fundos e colaboração básica da United Fruit com o instituto jesuíta de Nova Orleans não é o primeiro exemplo de apoio a supostos “esquerdistas”. Ela deu fundos ao membro da Internacional Socialista José Figueres que fez um putsch em 1947 na Costa Rica, com a mediação de Ernando Castro Cervantes, empresário costariquenho. Figueres prestou à Companhia dois importantes favores em seu segundo período. Primeiro, arranjou que o governo comprasse terras da Companhia com lucros para si e para a Companhia, supostamente tornando seu genro, Danilo Jiménes Nevia um grande acionista da Companhia. Segundo, concedeu asilo a Robert Vesco, agora chefe do comércio de drogas de Fidel Castro, agora em fuga após o colapso da IOS (Investors Overseas Service). Vesco aplicou fundos substanciais no rancho de Figueres, “La Lucha (A luta)”. Figueres, ao mesmo tempo, permitiu a instalação de uma enorme e bem movimentada embaixada soviética em San José. Esses jesuítas da Teologia da Libertação não trabalham de graça. Sua presença financeira na Ibero-américa é maciça: seus latifúndios e outros bens foram variadamente estimados em mais de 50 bilhões de dólares. Todas as finanças dos jesuítas na Ibero-américa são conduzidas pelo banco Sudameris de Paris ou, dando seu nome todo, Banque Française et Italienne pour l`Amerique du Sud. O Paribas, extensão do antigo comércio otomano graneleiro da família Comondo, tem 12% dele; A Seguradora Generali (Assicurazioni Generali) de Trieste possui uma parte menor, o que é uma redundância, pois o Paribas é o maior acionista da Generali. A outra principal parte italiana é do Banco Comercial Italiano (Banca Commerciale Italiana), dono do Banco da Suíça Italiana (Banca della Svizzera Italiana) de George Ball, que encontramos antes. Algumas fontes banqueiras da Europa continental argumentam, hiperbolicamente, que o Sudameris “tem a Argentina”, no mesmo sentido que o colaborador em Montevidéu de Roberto Calvi e Licio Gelli, Umberto Ortolani, “tem o Uruguai”. O Sudameris tem 24 agências na Argentina, mas sua presença em outros lugares é marcante. No começo deste livro, vimos o caso de Álvaro Meneses, do Phibro, e seu papel na tomada do Banco Andino pelo sujo Banco Ambrosiano. Ao mesmo tempo, o banco Sudameris também comprou uma parte do Banco Andino. O caso do esporádico conselheiro financeiro dos jesuítas, Dr. Franz Pick, de Nova York, ilustra a extensão em que essas redes dos jesuítas mantém estreito relacionamento com o fluxo de dinheiro de narcóticos. “Sou amigo do Papa Negro”, disse o Dr. Pick do antigo Geral dos Jesuítas (Jesuit General) padre Pedro Arrupe, em uma entrevista com EIR em 21 de julho de 1981. Ele foi apresentado a Arrupe por uma das baixas nos escândalos de Sindona e Ambrosiano, o estelionatário condenado Luigi Menini. Antes de sua sentença, Menini era sócio íntimo de Michele Sindona, e gozava da proteção do controvertido Bispo Paul C. Marcinkus. A transação financeira mais célebre de Menini foi a venda de imóveis na Imobiliária Roma, através do Instituto per le Opere Religiose, o banco do Vaticano, à antiga família real italiana, os Sabóias. O Dr. Pick era antigo consultor da Seguradora Generali, do Banco Louis-Dreyfus e do Banco Comercial Italiano. No começo dos anos 30, era também assessor e visita freqüente do infame Juan March, a figura mais suja das finanças espanholas, e modelo da personagem “Pastorzinho” no bestseller de Robert Ludlum “The Matarese Circle (O Círculo Matarese)”. Desta forma, Pick foi colega do Coronel Louis Mortimer Bloofield, protagonistta do capítulo daquele livro concernente ao Escritório Internacional de Assassinatos conhecido como Permindex. Ainda ativo publicando o Anuário Corrente de Pick, o conselheiro dos jesuítas de 85 anos descreve-se como perito em “economia subterrânea”. Pick disse a EIR:

“As transferências de lucros das vendas de narcóticos e de outras coisas para fora dos Estados Unidos e de volta para cá requerem uma técnica e conhecimento especiais e, se possível, conexões no governo e na alfândega. Do suprimento de dinheiro hoje existente, 1/3 pertence à economia subterrânea”.

Pick tem tal conhecimento; o Banco Comercial Italiano o chamou para aconselhá-los em operrações na subsidiária das Bahamas, o banco BCI Overseas. “Metade das valises nos aviões que entram e saem das Bahamas estão cheias de dinheiro”, disse ele. A subsidiária do Banco Ambrosiano, já fechada, era uma do punhado de bancos estrangeiros com licença local necessária para realizar transações em dinheiro nas Bahamas, junto com as subsidiárias locais do Banco da América e do Citibank, como relatado anteriormente. Um diretor do banco BCI Overseas era primo de Pick, Felice Pick, e secretário particular por longo tempo do antigo chefe do banco central italiano Guido Carli que, por sua vez, passou 20 anos no conselho de diretores do Banco Sudameris.

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6 FAMÍLIA CISNEROS: OS BRONFMAN

DA VENEZUELA Até recentemente, a Venezuela mantinha um relacionamento “privilegiado” com o tráfico de drogas sul-americano. Conservada fora da produção e processamento de narcóticos até 1983, servia como ponto de transbordo e “banco”. Foi dinheiro de drogas venezuelano, por exemplo, que abriu caminho para a lavagem de lucros nos imóveis da Flórida, mesmo antes que a máfia colombiana tivesse tal idéia. A lavagem da Venezuela nos Estados Unidos pela Flórida se tornou tão extensa que circulava uma piada, dizendo que a Flórida se separara da União e se juntara à Venezuela como um novo estado. Em 1980, as estimativas públicas avaliavam os bens imóveis venezuelanos na Flórida acima de 1,1 bilhão de dólares. Um total de mais ou menos 5 bilhões foi “lavado” pela Venezuela em 1983, de acordo com estimativas públicas do começo de 1984 da polícia venezuelana. Há muito acabou o “privilegiado” relacionamento da Venezuela: laboratórios de processamento e produção de cocaína e uma estimativa de meio milhão de viciados (entrte eles, muitos filhos dos narco-traficantes) agora acompanham os lucros bancários do comércio. Mas descobrir a máquina de dinheiro e seus controladores continua a ser o instrumento mais eficiente para identificar a máfia venezuelana das drogas como um todo.

A CONEXÃO CISNEROS Em 20 de julho de 1984, a revista venezuelana RESUMEN publicou uma reportagem alegando que um membro da família venezuelana Cisneros, uma das mais ricas e poderosas do país, estava metido até o pescoço em lavagem de dinheiro das drogas na Flórida. De acordo com a história, tirada por inteiro do livro da jornalista esquerdista Penny Lernoux “In Bank We Trust (Em Bancos Acreditamos)”, Oswaldo Cisneros Fajardo estivera associado com a Corporação World Finance (World Finance Corporation), uma lavanderia internacional de dinheiro. Apanhada em uma patifaria, esta eventualmente faliu, e seu presidente cubano-americano Guillermo Hernández Cartaya foi preso sob acusações mais brandas de evasão fiscal. Detalhes do lado pior da operação da WFC --- troca de armas por drogas no Caribe, disponibilidades financeiras para o governo castrista de Cuba --- estavam na história. O interesse se acentuou com o fato de que um jornal, o DIARIO DE CARACAS, acabara de publicar foto do Presidente venezuelano Lusinchi, lendo o livro de Lernoux com dois assessores: a legenda asseverava que os leitores se concentravam nos laços dos Cisneros com o mundo das drogas. Isto provocou tanto escândalo, como se a NEWSWEEK houvesse acusado David Rockefeller de lavar dinheiro sujo. A Organização Diego Cisneros, a holding familiar, publicou matéria paga de página inteira na imprensa de Caracas negando qualquer conexão com a WFC, com a Credival ou com o Sr. Hernández Cartaya. Oswaldo Cisneros, em entrrevista à revista RESUMEN contando “seu lado” da história, admitiu que empregara Hernández Cartaya em 1975 para reorganizar a companhia de investimentos Inversiones Fênix, mais tarde renomeada Credival, e que os dois haviam juntos incorporado uma subsidiária da WFC em Caracas. Mas insistia em que isto fora o fim de sua sociedade comercial e que não tinha conhecimento de que Hernández Cartaya estava envolvido com drogas e lavagem de dinheiro das mesmas. Outros defenderam o bom nome dos Cisneros atacando a credibilidade de Lernoux, alvo bem fácil, dado que sua carreira “jornalística” fora patrocinada pela KGB e por agentes da Inteligência britânica nos Estados Unidos e na Ibero-américa. No entanto, a maior parte das provas apresentadas por Lernoux sobre a WFC vieram dos registros das longas investigações sobre a WFC e Hernández Cartaya por numerosas agências americanas, inclusive o Congresso, a DEA, a Alfândega e um Grande Júri Federal. A verdadeira história da família Cisneros vai muito além do sujo negócio da WFC. O erro do observador está em olhar para baixo, da posição de poder da família, mais do que olhar através, e para cima. Que diria o leitor, se nós o imformássemos da existência de uma proeminente família ibero-americana que: • teve seu ponto de partida sendo patrocinada por um dos principais bancos canadenses da Narco S. A., o Royal

Bank; • tem uma antiqüíssima associação com a família Rockefeller, que favoreceu os Cisneros vendendo-lhes migalhas

do império Rockefeller na Ibero-américa, colocando membros da família nos conselhos de diretores de várias holdings internacionais dos Rockefeller, e permitindo a consolidação desses laços através de casamento com a família Phelps, ligada aos Rockefeller;

• tem um forte relacionamento com os círculos banqueiros da Flórida, no coração dos escândalos das drogas da administração Carter;

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• era sócia de uma corporação financeira da Flórida com ligações documentadas com terroristas e comerciantes de drogas, e que recebia milhões de dólares do banco Narodny de Moscou;

• tem há décadas promovido as teorias econômicas libertárias da Sociedade Mont Pelerin de Friedrich Von Hayek, que advoga a legalização do comércio de drogas; e

• apoiou as campanhas de David Rockefeller para promover a Jamaica produtora de drogas como “modelo” para toda a bacia caribenha.

Agora, o leitor pensa da forma correta para compreender a história real dos Cisneros, o fato de que lidamos com o equivalente venezuelano dos Bronfman, e o envolvimento do primo Oswaldo com o sujo Hernández Cartaya deixa de ser uma surpresa.

O IMPÉRIO FAMILIAR

A fortuna da família Cisneros se centraliza hoje na Organização Diego Cisneros (ODC), a holding que vale cerca de 3 bilhões de dólares. Foi descrita recentemmente, por um banqueiro de Nova York íntimo do grupo, como uma companhia “tipo Gulf and Western”, unindo 50 empresas que produezem tudo, de discos, equipamento esportivo, computadores e cosméticos a alimentos beneficiados, e possuem imóveis, agricultura, comunicações e finanças. “O grupo Cisneros, que sempre teve uma orientação internacional para seus investimentos, passou por uma febre de aquisições nos últimos 2-3 anos”, comentou o banqueiro informalmente, estimando que agora colocou ao menos 1 bilhão de dólares fora da Venezuela. Como a Gulf and Western, que possui a Paramount Pictures, a ODC tem sua companhia de entretenimento, a Venevisión”, comprada em 1961 quando a televisão estava começando na Venezuela. A família usa a Venevisión para promover a espécie de cultura Playboy de rock e pornografia necessária à criação do movimento “sinta-se bem” hedonista das drogas em qualquer país. A explosão de vendas de discos de rock e outros da gravadora da ODC, a Sonoroven, é negócio lucrativo resultado da propaganda que a Venevisión fornece à ODC. Foi o Royal Bank do Canadá que deu ao patriarca Diego Cisneros sua base em Caracas, quando emigrou de Cuba em 1929. A associação com o banco canadense das drogas continua até hoje; o vice presidente executivo da ODC, e presidente da Venevisión, José Rafael Revenga, representa os interesses da família no conselho de diretores. Em 1939, Diego ficou “independente” e abriu a primeira franquia de engarrafamento da Pepsi-Cola na Venezuela com seu irmão, Antonio. Pepsi e Cisneros eram sinônimos na Venezuela (até pouco, quando se passou para a Coca-Cola). O filho de Antonio, Oswaldo, é o atual presidente da companhia. Foi Diego Cisneros, entretanto, que fez da ODC um império comercial e financeiro. Na Venezuela, a inevitável associação com o nome Cisneros é “Rockefeller”. Junto com outras famílias ricas, os Cisneros ficaram com muitas das operações originalmente a cargo dos Rockefeller. Estas incluem os estabelecimentos locais da Sears Roebuck no varejo, a National Cash Register, e o projeto favorito de Nelson Rockefeller, os supermercados CADA. Recebido ao longo do caminho como “assessor internacional” da ODC estava, George S. Moore, antigo presidente do Citibank e diretor emérito da W. R. Grace. O filho Gustavo também recebeu uma esposa com bons contatos no império Rockefeller, Patrícia Phelps, do establishment americano da costa leste. Diego Cisneros estava também orgulhoso de pertencer à elitista Sociedade de Mont Pelerin, principais ideólogos internacionais da “legalização da economia ilegal”. Diego Cisneros freqüentemente patrocinou visitas de propagandistas libertários da Mont Pelerin para conferências com empresários venezuelanos, e seu dístico de vida, de acordo com testemunho do próprio filho Gustavo, era pura ideologia Mont Pelerin: “Dê-me o homem certo e eu farei o acordo”. Com a morte do pai em 1980, os filhos Gustavo e Ricardo Cisneros Rendiles herdaram o negócio familiar como presidente e vice, respectivamente, da ODC. Gustavo continuou o trabalho do pai como principal promotor do modelo de “livre mercado” na bacia caribenha. Quando David Rockefeller criou o Comitê Americano de Empresários Jamaicanos (U S Jamaican Businessmen`s Committee) em 1981, para promover o “modelo jamaicano” de drogas e livre mercado, Gustavo Cisneros anunciou a fundação de uma “Associação Venezuelana-Jamaicana de Empresários” paralela, com ele como co-presidente. A carreira de Gustavo como empresário internacional está em ascenção.É vice presidente do Capítulo Venezuelano dos Cavaleiros da Soberana Ordem de Malta. Em 1981, foi colocado no Conselho Consultivo Internacional do Chase Manhattan, juntando-se a Henry Kissinger e seu sócio comercial Per Gyllenhammer da Volvo sueca (Swedish Volvo), e “Joe” Martinez de Hoz da Argentina, Y. K. Pao da Corporação Worldwide Shipping (Worldwide Shipping Corporation) de Hong Kong, Ian D. Sinclair, presidente da Canadian Pacific Enterprises Ltd., o presidente da Royal Dutch Petroleum Company, G. A. Wagner --- todos liderados, naturalmente, por David Rockefeller. Em novembro de 1983, Gustavo entrou para o Conselho Consultivo Internacional da Aerolíneas Pan American (Pan American World Airways --- PANAM), juntando-se a Sol Linowitz da United Brands, ao advogado Cyrus Vance da Gulf and Western, a Theodore Hesburgh, presidente da Universidade Notre Dame (Notre Dame University), e a Yet-keung Kan, chefe do Banco do Leste da Ásia (Bank of Esat Ásia) de Hong Kong, entre outros.

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Rrecentemente, um assento no Conselho Consultivo Internacional da Alimentos Beatrice (Beatrice Foods) foi adicionado a suas “credenciais”. As ligações de Cisneros ao grupo Vance-Carter não são novas. Na administração Carter, fontes de Washington relatam que o então Secretário de Estado Cyrus Vance freqüentemente usava Cisneros como seu interlocutor com outros políticos da região.

OPERAÇÕES NA FLÓRIDA De Caracas, Cisneros e o banqueiro venezuelano antigo aliado Pedro Tinoco juntos fizeram sua parte, patrocinando a invasão de dinheiro venezuelano na Flórida. Quando o governador desta, Robert Grahan, ávido proponente do esquema “offshore” para o estado, visitou Caracas em outubro de 1980 em busca do aumento de investimentos venezuelanos na Flórida, foram Gustavo Cisneros e Pedro Tinoco Jr. que deram grande recepção ao governador e empresários. As ligações se estendem, naturalmente, ao mundo dos negócios também. Em 1978, os Cisneros compraram uma parte minoritária do Banco Nacional da Florida (Florida National Bank) de Jacksonville, o maior membro de uma holding chamada Bancos Nacionais Flórida da Flórida (Florida National Banks of Florida), espalhada por todo o estado. Eles colocaram Tinoco, a quem logo conheceremos melhor, no conselho do banco para representar os interesses da família. O Florida National surgiu como um dos três bancos estaduais que lideraram a batalha para forçar a desregulamentação da banca no fim dos anos 70, mudanças legislativas necessárias para tonar a Flórida um virtual paraíso banqueiro internacional “offshore” para o dinheiro das drogas. O mesmo banco tinha outro traço interessante: era o principal banco para a Companhia Charter Oil (Charter Oil Co.), representada por dois diretores no conselho do banco, Edward Ball e o presidente da empresa Raymond Mason. A Charter, que faliu em 1984, ficou notória quando foi noticiado que intermediava as vendas de petróleo líbio promovidas pelo irmão Billy do Presidente Carter --- escândalo conhecido como “Billygate”. Gustavo Cisneros, entretanto, não foi tocado pelo escândalo. Supostamente ele vendeu suas ações em 1981, com lucros multimilionários.

WFC (WORLD FINANCE CORPORATION) E A CONEXÃO CUBANA Parece que Oswaldo Cisneros, primo de Gustavo, dirige mais que a PEPSI na Venezuela. De acordo com uma reportagem do DIARIO DE CARACAS em 1º. de julho de 1984, Oswaldo é o centro do esquema para reestabelecer relações comerciais e diplomáticas entre Venezuela e Cuba, esperando legitimar seu atual papel de intermediário no comércio Estados Unidos-Cuba, em violação do embargo americano. O DIARIO publicou que Cisneros visitou Cuba em um aviaão da PEPSI em 7 de junho de 1984, e encontrou-se pessoalmente com Fidel Castro. Em uma entrevista a RESUMEN, em 12 de agosto de 1984, Cisneros não negou a viagem, mas insistiu que fora por razões familiares e pessoais, e que o encontro com Castro ocorrera por “puro acaso”, e que somente “uma série de generalidades” foram discutidas. Oswaldo acrescentou que estavam presentes vários outros membros do conselho da PEPSI que haviam participado da invasão da Baía dos Porcos, e que toda a história era uma tentativa de desacreditar suas bem cultivadas credenciais anticastristas. Mas Oswaldo Cisneros tinha outras explicações a dar. Sua esposa é Ella Fontanals de Cisneros, cubana cujo irmão José Fontanals Pérez atualmente está no Conselho de diretores do Banco Nacional de Cuba em Havana, e serve como conselheiro econômico de Fidel Castro. As ligações de Ella com o irmão não são coisa do passado; seu marido Oswaldo admitiu na entrevista a RESUMEN que facilitara ao menos uma visita secreta a Caracas de José Fontanals, para assistir ao funeral da mãe deste. Ella supostmente divide seu tempo entre Caracas e Nova York, e fontes próximas à DEA relatam ser ela parte de um círculo social pequeno novaiorquino que reúne antigos e atuais diplomatas cubanos e comerciantes colombianos de drogas, inclusive Jemel Nassel de Lehder, antiga esposa do rei da máfia colombiana Carlos Lehder. Como pode o clã Cisneros anticastrista confraternizar com atuais diplomatas fidelistas, pergunta o leitor? Como vários comitês do Congresso americano sabem, pela história da World Finance Corporation (WFC), a confraternização entre redes anticastristas e pró-castristas no submundo das drogas não é tão “impossível” como Oswaldo Cisneros quer que os investigadores acreditem. Um banqueiro cubano exilado, chamado Hernández Cartaya, fundou a WFC em 1971 em Coral Gables, Flórida. Cartaya tinha há muito tempo uma espécie de conexão de Inteligência; ele lutou na invasão da Baía dos Porcos, foi capturado, libertado e foi trabalhar para o banco Citizens and Southern de Atlanta (Citizens and Southern Bank of Atlanta), até que abriu seu próprio negócio. O advogado da WFC, cuja assinatura aparece nos papéis de incorporação da mesma, é um antigo agente da OSS bem relacionado, Walter Sterling Surrey, que ficou na WFC até 1976. Surrey

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também foi advogado de Ronald Stark --- um terrorista agora preso na Itália por ligações com as Brigadas Vermelhas narco-terroristas. Stark, antes dessas suas atividades, fora membro da Irmandade do Amor Eterno (Brotherhood of Eternal Love), uma organização envolvida na produção de parte substancial das drogas alucinógenas espalhadas nos Estados Unidos durante os anos 70. A Irmandade foi um dos primeiros canais de distribuição de drogas e lavagem de dinheiro vindos do Caribe e América Central para os Estados Unidos. Desde o começo, de acordo com vários relatórios, a WFC era uma lavanderia de dinheiro. Em 1977, possuía 9 companhias mais um banco em Miami, tanto quanto subsidiárias em 8 países ibero-americanos. Uma subsidiária panamenha, Unibank, controla estabelecimentos nas Antilhas Holandesas, ilhas Caimã, Londres, Emirados Árabes e Texas. O balanço da WFC, em seus 7 anos de existência, ficou acima de 500 milhões de dólares. Um mau investimento (e alegadamente ilegal) nos Emirados Árabes fez o grupo cair em 1977, o que custou aos investidores 55 milhões de dólares. Hernández Cartaya fugiu do país usando um passaporte colombiano falso. O colapso da WFC revelou na investigação que uma subsidiária, de quem possuía 98%, o Banco Nacional do Sul da Flórida (National Bank of South Florida), estava envolvida na lavagem de dinheiro, chamada de empréstimos internos, e vários outros abusos. Mas antes que tudo isto acontecesse, a WFC obteve um empréstimo de 2 milhões de dólares do Banco Narodny de Moscou (Moscow Narodny Bank) em 1975. Pela evidência disponível, Hernández Cartaya fez mais que o suficiente para ganhá-lo. A rede da WFC incluía a nata do submundo financeiro continental. O representante colombiano na holding panamenha da WFC, Unibank, era Jaime Mosquera, banqueiro colombiano preso por fraude em 1982. Mosquera era contato de Cartaya desde que ambos trabalharam para o Citizens and Soutthern, Mosquera como representante deste em Bogotá. Uma das primeiras ações da WFC fora comprar um pequeno banco colombiano, o Banco do Estado (Banco Del Estado), e instalar Mosquera como presidente. Em 1975, a Unibank negociou uma parte principal em um empréstimo de 100 milhões de dólares no instituto estatal colombiano de agricultura, Idema, com apoio interno do irmão de Mosquera, Christian, então comissário banqueiro. Conforme depoimentos perante o Comitê do Congresso americano que investigou a patifaria da WFC, Cartaya também atuava como representante secreto do governo cubano, e procurou usar o empréstimo como incentivo para o governo de López Michelsen cooperar com Cuba nas rotas “nortistas” de drogas.

DROGAS E TERRORISMO A Unibank no Panamá intermediou compras de armas para os sandinistas, antes que este grupo rebelde patrocinado por Cuba derrubasse Anastácio Somoza em 1978. Relatórios não confirmados também dizem que a Unibank mediava trocas de armas por drogas, tanto na Venezuela quanto na Colômbia. Hernández Cartaya era um indivíduo versátil. Foi também acusado de financiar as atividades terroristas do notório grupo anticastrista de Orlando Bosch. Um empregado da WFC, Duney Pérez Alamo, era membro do grupo e íntimo de Gaspar Jiménez, agente do grupo preso no México em 1976, quando tentou seqüestrar o cônsul geral cubano na cidade do México. Fontes governamentais mexicanas, citadas por Lernoux, dizem que o governo tinha provas de que a WFC usara 50.000 dólares para tirar Jiménez da prisão, sob condição de que este fechasse a boca sobre a WFC. As ligações desta com os grandes traficantes de narcóticos são extensas. Os arquivos da DEA dizem que um dos sócios mais próximos de Hernández Cartaya era um atacadista de drogas trabalhando com a máfia de Santos Trafficante. De qualquer forma, uma financeira ligada a este, a Corporação Apotecária Domínio (Dominion Mortage Corporation), anunciava seus escritórios no mesmo endereço da WFC. A DEA também relatava que um empregado da WFC, chamado Enrique “Kaki” Argomaniz, era suspeito de ser distribuidor de drogas e armas, e irmão do conhecido atacadista de drogas Alberto Argomaniz. Oswaldo Cisneros confirmou à revista RESUMEN, em 12 de agosto de 1984, que trabalhara com Cartaya, mas insistiu “Nunca soube, nem posso afirmar que Hernández Cartaya está ligado” ao tráfico de drogas. De acordo com seu relato, Hernández Cartaya e Cisneros em verdade fundaram juntos uma subsidiária da WFC em 1975-76 e após um ano, terminaram as relações de Cartaya com a Investimentos Fênix (Inversiones Fênix), e nada mais alegadamente se ouviu deles.

TINOCO, SÓCIO DE CISNEROS Sócio de Gustavo Cisneros em uma grande série de empresas é Pedro Tinoco Junior, advogado e representante venezuelano do Banco Sudameris, o banco dos interesses financeiros jesuítas e das seguradoras venezianas. Informalmente, Tinoco é chamado de “homem do Chase Manhattan” em Caracas, tanto quanto contato principal da família Rothschild. Como chefão do banco latino venezuelano, é figura principal no informal “Grupo Ocidente”, a força dominante nos negócios da fronteira venezuelana-colombiana, um dos sítios mais concentradores de cultivo de drogas no mundo.

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Os banqueiros de Caracas descrevem Tinoco como o “banqueiro mais esperto da cidade --- jovem, inteligente e progressista”. Pode também ser um dos mais sujos. Suas ligações com a família Cisneros Rendiles são tais que é tido como pertencente ao grupo. Em 1981, por exemplo, Gustavo Cisneros colocou-o como presidente do conselho de diretores da cadeia CADA de supermercados da família. Quando o Banco Latino decidiu abrir uma nova sede em Caracas em 1980, Tinoco tomou fundos do Banco Sudameris (Banque Sudameris), do Banco da Suíça Italiana (Banca Della Svizzera Italiana), da corporação banqueira American Express Internacional (American Express International Banking Corporation) e da Avarem Finance Ltd. --- sociedade conjunta da Kwait International Investment Company, Morgan Grenfell, Banco Consolidado Venezuelano e Banco Latino de Tinoco. Como se relatou neste livro, é este o grupo que administra gigantescas quantidades de dinheiro ilegal. Os escritórios do Sudameris, da American Express e das mais veneráveis seguradoras venezianas, são onipresentes na Ibero-américa. Eles também dominam o negócio de seguros e resseguros. A Ibero-américa perdeu mais de 100 bilhões de dólares em “capital especulativo”, a maior parte ilegal, de 1981 a 1983, e continua a perdê-los para o sistema bancário “offshore”. Faturas falsas, apólices de seguro falsas, subsidiárias “laranjas” empregando consultores “laranjas” e alugando navios e aviões falsos, vão para os bancos “offshore” e daí para condomínios em Miami ou outro lugar. Há uma economia subterrânea cujo propósito é extrair fundos da Ibero-américa, e que é mantida por companhias com bilhões de dólares como a Seguradora Generali. Como já se viu, o próprio grupo Cisneros tem 1 bilhão de dólares fora da Venezuela. Gustavo Cuisneros Rendiles, Oswaldo Cisneros Fajardo, Pedro Tinoco e seus amigos tem um pé plantado nesta economia subterrânea. Operam em um nível bem acima daquele dos meros políticos do país, a quem podem agraciar ocasionalmente com apoio financeiro para obter um favor aqui e ali. Eles se encontram continuamente --- talvez com um pequeno tremor --- com seus iguais, de Hernández Cartaya e da WFC. Como se viu antes, o HSBC não guarda malas de heroína em seus cofres, nem habitualmente empresta aos mercadores que fazem a colheita do ópio; ele fornece uma função de banco central e cambista para as centenas de bancos no estrangeiro que o fazem. O Citibank, internacionalmente, não administra capital especulativo ilegal, diretamente; seus escritórios de “private banking international (banco pessoal internacional)” mantém uma pequena lista de antigos colegas que fazem isto para ele, para que o Citi seja o recebedor final daqueles depósitos. O HSBC descreve isto como “livre mercado”, e ideólogos da Sociedade Mont Pelerin oferecem justificações filosóficas. O essencial é que, não que Oswaldo Cisneros tenha sido apanhado com a mão na massa, o que já seria engraçado, mas que a ODC, o grupo Latino e o resto de sua laia colaboram com os banqueiros dos jesuítas e as câmaras de compensação dos antigos fondi (fundações familiares), a fim de que os negócios da nação e seus financistas, tais como Hernández Cartaya, estejam disponíveis sempre que estalarem os dedos. No esgoto do submundo financeiro, malandros e trapaceiros como Cartaya competem pelas boas graças dos olímpicos, que apanham seus serviçais dentre os sobreviventes.

POSFÁCIO: FAMÍLIA CISNEROS RESPONDE Em 4 de fevereiro de 1985, pouco mais de uma semana após a publicação deste capítulo sobre a família Cisneros em Narcotráfico S. A., edição em espanhol deste livro, 4 correspondentes da EIR foram ilegalmente detidos pela polícia política venezuelana, a DISIP. O agente a cargo da ação era Leovigildo Briceno, apelidado “Comissário Amílcar”, com mandado expedido pela juíza Ana Luisa Gandica. Os correspondentes foram presos por 3 dias e depois expulsos do país. Os agentes do DISIP varejaram o apartamento em Caracas dos cidadãos mexicanos Carlos e Lucia Méndez, às 2 da madrugada de 4 de fevereiro, e às 10 horas da mesma manhã varejaram e esvaziaram o escritório local da EIR. O jornal EL MUNDO relatou, em 6 de fevereiro --- “Os 4 jornalistas foram conservados incomunicáveis pelo DISIP em seguida a uma reclamação da família Cisneros”. A juíza Ana Luisa Gandica também servira como conselheira legal à PEPSI da Venezuela, dos Cisneros. Em sua pressa de satisfazer os desejos do clã Cisneros, os agentes da DISIP flagrantemente violaram acordos internacionais quanto ao tratamento de estrangeiros. Os correspondentes foram despidos e revistados pela polícia. Por 36 horas, foi negado seu direito, internacionalmente reconhecido, a contatar suas embaixadas. Foram submetidos a intensos interrogatórios, sempre sobre o livro, e especialmente sobre a origem e autoria do capítulo sobre os Cisneros que de acordo com um agente da DISIP, “não permitiriam que uma só cópia do livro circulasse”. O correspondente Carlos Méndez, que estava oficialmente registrado no Ministério do Interior como jornalista estrangeiro, sofreu abusos físicos de um agente da DISIP. A Méndez foi apresentado o que um agente da DISIP disse ser um saco de meio quilo de cocaína, e foi dito que fora “achado” em seu apartamento. Os agentes tiraram várias fotos dele segurando o saco e ameaçaram publicar as fotos no jornal 2001 (associado aos interesses dos Cisneros) com a acusação de que a publicação de Narcotráfico S. A. era cobertura de atividades com drogas.

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Simultaneamente, a Venevisión e outros órgãos da mídia controlada pelo clã Cisneros inrromperam em uma inxurrada de calúnias e mentiras contra a EIR e seu editor contribuinte Lyndon LaRouche, centralizada no tema de que Narcotráfico S. A. tencionava enfraquecer o governo venezuelano, ao atacar “respeitáveis” figuras públicas, de acordo com os objetivos do “expansionismo soviético-cubano” --- uma acusação extraordinária, considerando o relacionamento pessoal da família Cisneros com o banqueiro de Fidel Castro. Enquanto isto, LaRouche reafirmava “meu apoio ao bom trabalho do governo da Venezuela sob o Presidente Lusinchi” na luta contra as drogas. De acordo com uma reportagem no DIARIO DE CARACAS em 14 de fevereiro, 10 dias após o reide no escritório da EIR em Caracas, os funcionários da Alfândega americana se apoderaram de um Lear Jet venezuelano em Hollywood (Flórida) e após a busca no aparelho, identificado como YV-12-CP, descobriram uma quantidade não revelada de cocaína em um salva-vidas. A dona do Jet era uma companhia “laranja” da PEPSI-COLA da Venezuela --- e o avião era freqüentemente usado pelo presidente da PEPSI, Oswaldo Cisneros! Um mês após o reide nos escritórios da EIR, em 5 de março de 1985, Narcotráfico S. A. foi oficialmente banido da Venezuela --- primeira vez que um livro foi censurado desde que o regime militar de Pérez Jiménez terminou em 1958. A reclamação que resultou no banimento do livro foi feita pelo advogado Augusto Matheus Pinto, em nome do amigo de David Rockefeller, Gustavo Cisneros, e José Rafael Revenga, do aparato dos Cisneros na mídia, Venevisión. Em sua argumentação, que virou a realidade de cabeça para baixo, o juiz presidente Alirio Abreu Burelli sentenciou que o livro “poderia levar à crença equivocada de que o tráfico de drogas é um negócio possível e altamente lucrativo, que deve ser feito sob cobertura de atvidades legais e feito com impunidade e dirigido por pessoas ou instituições que a sociedade tem como honoráveis. Assim interpretado, o texto poderia constituir um estímulo, uma mensagem subliminar” --- para a promoção do tráfico de drogas! Mas este não foi o fim da história. Em abril de 1986, o agente da DISIP que dirigiu o reide nos escritórios da EIR, Leovigildo Briceno, apelidado “Comissário Amílcar”, foi suspenso da polícia e preso, após ser apanhado apropriando-se de 15kg de cocaína e uma fortuna em jóias custodiadas pela polícia durante reides nos quais participara. O Deputado venezuelano Carlos Tablante acusou o advogado de “Amílcar”, Gabriel Enrique Soto Pacheco, de ser sócio de Pablo Escobar, o chefão do tráfico colombiano de drogas procurado pelo assassinato, em 30 de abril de 1984, do Ministro da Justiça colombiano Rodrigo Lara Bonilla. Os 15kg de cocaína, acusou Tablante, eram para pagar os honorários de Soto. “Amílcar” trabalhava em conjunto com a juíza Ana Luisa Gandica, da PEPSI-COLA dos Cisneros, que expedira o mandato judicial contra a EIR. Ela também ordenou os reides nas joalherias nas quais jóias valendo 3 milhões de bolívares desapareceram. Embora “Amílcar” fosse acusado do furto, seu advogado afirmou que a juíza Gandica ficara com as jóias. Em março de 1986, foi decretado que a juíza Gandica renunciasse ao juizado, porque nunca tivera qualificação acadêmica para ser juíza, mas ela continuou a trabalhar, não obstante. Seu irmão, Luis Gregório Gandica, que servira como advogado público no caso da EIR, foi demitido em dezembro de 1985, após furtar os autos de uma investigação em andamento. A censura a Narcotráfico S. A. está em apelação na Suprema Corte da Venezuela.

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7 VESCO E CASTRO

Entre os malandros que, por um tempo, obtiveram os favores dos Deuses do Olimpo, está um colombiano, chamado Carlos Enrique Lehder Rivas, agora fugitivo da justiça de seu país. Lehder arrecadou substanciais quantias de dinheiro na campaha Presidencial de 1982 do antigo Presidente Alfonso López Michelsen, pelos bons ofícios de Ernesto Samper Pizano, o coordenador dessa campanha. Em 1978, com financiamento de Lehder e seus amigos traficantes, Samper lançou uma campanha internacional pela legalização da maconha e cocaína. O grupo Grancolombiano, de Jaime Michelsen Uribe, e sua organização “laranja”, a Associação Nacional de Instituições Financeiras, forneceu a Samper os meios necessários para a propaganda pela legalização. A campanha começou no fórum de 15 de março de 1979 em Bogotá, intitulado “Maconha, Mito e Realidade”, com a participação da revista HIGH TIMES e seu lobby, a NORML americana, tanto quanto Lee Dogoloff, conselheiro para drogas na Casa Branca de Carter. A revista, em seu relato do encontro, citou Samper ameaçando que, se falhasse a legalização da maconha, haveria um golpe militar e um estado policial controlado pela máfia dos narcóticos, isto é, por homens como Lehder. Lehder e Samper receberam a simpatia de Peter Bourne, conselheiro para drogas da Casa Branca, mais tarde demitido, por assinar falsas receitas para membros do pessoal que queriam usar “drogas recreativas”. Bourne mais tarde ressurgiu como contato americano do regime fantoche cubano em Granada, onde seu pai, Geoffrey Bourne, tinha uma escola de medicina “offshore”. Lehder também trabalhou para os cubanos, pela intermediação de Robert Vesco, que já encontramos em seu papel de “laranja” de uma tentativa soviética de posse do Intrabank, da “Conexão Francesa” no Líbano. De acordo com um relato de Ernest Volkman na FAMILY WEEKLY de 25 de abril de 1984:

“Castro e Vesco estão no centro de uma gigantesca operação de contrabando de drogas responsável por uma porção significativa dos narcóticos ilegais que entram nos Estados Unidos... De acordo com estimativas imprecisas, tidas como conservadoras, a operação gerou quase 20 bilhões de dólsres em lucros somente nos últimos 4 anos, e acredita-se que Castro fez 50 milhões até agora, por seu lado”.

Castro, de acordo com o artigo de Volkman, queria formar um segundo serviço cubano ultra-secreto de Inteligência, aparte do DCI e conduzido pela KGB. Se o truque da história é verdadeiro ou não é irrelevante. De qualquer forma,

“...as conexões com distribuidores de drogas forneceram uma fonte de renda secreta, e então Vesco propôs outro esquema lucrativo. Cuba era o alvo de embargo comercial americano, o que significava que Castro não tem a alta tecnologia que precisa para modernizar a economia cubana, especialmente a indústria açucareira, a viga mestra do país. Vesco propôs um plano pelo qual ele contrabandearia para Cuba a tecnologia americana avançada, que os soviéticos não podiam fornecer --- em troca do que, Castro protegeria os traficantes de drogas. Como prêmio extra, os cubanos receberiam uma parte do tráfico de cocaína e maconha que iria para os Estados Unidos”.

A conexão mais importante para os cubanos era o mesmo Carlos Lehder, que estivera na operação de legalização com Peter Bourne em 1979, continua o relato. Em 1982, os cubanos fecharam acordo com Lehder.

“Os cubanos precisavam de Lehder, pois tentavam mandar armas para as guerrilhas esquerdistas na selva colombiana. Lehder, com sua extensa rede de contrabando, era perfeito para o mister, e o negócio foi feito: Lehder ajudaria o contrabando de armas cubanas para a Colômbia, enquanto os cubanos forneceriam proteção, portos e ajuda para seu contrabando de drogas para os Estados Unidos”.

O acordo de Vesco com Lehder envolvia o lado financeiro da operação:

“... Vesco abriu uma série de pequenos bancos no Caribe, onde as leis de sigilo bancário protegem a identidade dos depositantes. Trabalhando junto com advogados e contadores corruptos no sudeste dos Estados Unidos, ele armou um esquema complexo para lavar todo o dinheiro das drogas por uma série de transações bancárias, que convertiam o dinheiro em holdings de corporações offshore, a maior parte baseads no Caribe”.

Em 1981, asseverou Volkman, Vesco e Lehder “eram os mais importantes fornecedores de cocaína” aos Estados Unidos. Desde que o aliado da United Fruit, “Pepe” Figueras deu asilo a Vesco na Costa Rica em 1972, o estelionatário fugitivo tem tido uma existência instável; foi expulso da Costa Rica por outro governo em 1978, e teve recusada a volta em 1982. De acordo com numerosas notícias da mídia, finalmente assentou-se em Havana naquele ano; de Acordo com

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o NEW YORK TIMES de 7 de maio de 1984, Vesco gastava 50.000 dólares, diariamente em Havana, fornecendo aos cubanos divisas estrangeiras extremamente necessárias. A revista FORBES escreveu em 4 de setembro de 1984:

“Autoridades federais estão certas que Vesco é o cérebro por trás do que parece ser um enorme comércio ilícito de duas vias entre Cuba e América do Norte. Registros de julgamentos federais sobre narcóticos na Flórida, e um caso de Ato de Comércio com o inimigo no Texas, parecem apoiar isto. Até agora, enquanto as coincidências se acumulam, ao menos 4 pessoas ligadas a Vesco estão mortas. Esta não é uma gangue comum. As operações de Vesco são supostamente dirigidas com a completa cooperação de Castro e do Serviço de Inteligência cubano.Vesco arranja carregamentos de heroína, cocaína e maconha da América do Sul para Cuba, tranfere-os para barcos menores e aviões e os encaminha para os Estados Unidos e o Canadá. O dinheiro é lavado nos bancos offshore e diz-se que o governo castrista recebe pagammentos de meio milhão de dólares ou mais, por barco grande de drogas. Vesco também ajuda Castro a receber bens americanos, cuja venda é proibida pelos Estados Unidos para Cuba. Em troca, o estelionatário fugitivo recebe porto seguro no paraíso dos trabalhadores, morando em um iate clube e em uma casa de praia perto de Havana, e seus lucros”.

Em 4 de agosto de 1985 --- após a presença de Vesco em Cuba ser publicada em Narcotráfico S. A. --- o próprio Fidel Castro admitiu a residência de Robert Vesco em Havana, e fez uma apaixonada defesa do barão das drogas como um apáttrida incompreendido.

“É justo caçar um homem que não tem mais lugar para se esconder, como se fosse um animal? É justo que o país onde o povo fala tanto dos direitos humanos e, se dá abrigo a todos os traficantes de drogas, todos os ladrões, todos os terroristas, persiga alguém de que se diz que não pagou impostos? Não conheço este cavalheiro, nem sei o que fez. Mas sei que está aqui, que recebeu tratamento médico e que pode voltar para cá. E disse a ele que se quiser morar aqui, pode morar”.

Vesco deu a volta completa, desde a “Conexão Búlgara” do Levante, do Intrabank Narodny de Moscou, e Edmund Safra, à “Conexão Francesa” de Marselha, pela lavanderia de dinheiro caribenha da Resorts International e a Anglo-American de Oppenheimer, às redes banqueiras partilhadas pelo Banco Ambrosiano e a Inteligência soviética, e finalmente à brilhante idéia de Fidel Castro de que ele poderia receber mais dinheiro comerciando outras coisas além do açúcar. Lixo humano como Vesco, Carlos Lehder, Hernández Cartaya, Eduardo Orozco, Alberto Duque e Jaime Michelsen Uribe, não tem interesse em si. Sua profissão é fazer o trabalho sujo e no fim serem apanhados. Mas quando jogamos a luz no lixo humano, os fios das marionetes tornam-se visíveis, e quando os seguimos para cima encontramos de novo o conselho de diretores da Narcotráfico S.A.

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PARTE 6 A MÁFIA NAZI-COMUNISTA

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1 QUEM DIRIGE O NAZISMO

INTERNACIONAL HOJE? Após levar os leitores às salas dos conselhos dos bancos internacionais e sociedades secretas, que dirigem o cartel internacional das drogas em ambos os lados da Cortina de Ferrro, é apropriado agora descer ao esgoto do mercado negro pelo qual o veneno passa. Aqui descobriremos o segredo mais bem guardado por trás do império de 500 bilhões de dólares da Narcotráfico S. A.: o tráfico de drogas, o contrabando de armas e o terrorismo internacionais são centralizados nas redes que controlam o Nazismo Internacional aquartelado em Lausanne, Suíça. Não é surpresa para o leitor, que compreendeu totalmente a influência assassina do cartel de drogas multibilionário, que as mesmas famílias oligarcas, do Leste e do Oeste, que patrocinaram a chegada de Hitler ao poder, e que nunca foram levadas ao Tribunal de Nuremberg, hajam lançado a Guerra do Ópio pós-guerra contra os Estados Unidos, para continuarem com as mesmas políticas genocidas, embora com nomes diferentes. Ao se desemaranhar a história ainda não contada de que o “crime organizado” é politicamente organizado, o leitor descobrirá: • O nazista suíço François Genoud, sob o guarda-chuva protetor de Allen Dulles e Sir William Stephenson, da SOE

(Special Office Executive --- Executiva de Operações Especiais) britânica, transferiu os fundos de Hitler e Goebbels para os bancos suíços sob uma “paz secreta” que começou 2 anos antes do fim da Segunda Guerra Mundial, e que foi básico para o ressurgimento quase instantâneo do Nazismo Internacional (Malmoë) no pós-guerra;

• Este --- com o Instituto Tashkent, da Divisão Islâmica da KGB, e o Escritório Árabe Britânico --- patrocinam e controlam a rede fundamentalista islâmica, dirigindo um grande setor internacional de assassinatos, tanto quanto a multibilionária rota de heroína e hashishe, do oeste asiático pelo “Crescente Dourado” e pelo Golfo Pérsico para a Europa ocideental;

• A mesma conexão nazi-comunista dirige um exército internacional de contrabandistas e assassinos, organizados em células integristas e separatistas, reunidas pela Sociedade dos Povos em Perigo (Endangered Peoples Society). Essas células estão hoje fazendo uma guerra secreta contra qualquer nação soberana do ocidente, todas elas financiadas pelas rendas da Narcotráfico S. A. De fato, esses grupos integristas, seguindo o modelo do “Triângulo Dourado”, preferem as redes internacionais de contrabando para transportarem todas as formas de drogas;

• Esta conexão nazi-comunista forma o coração do Escritório Internacional de Assassinatos que veremos em detalhe em capítulo posterior. Entre suas vítimas estão: o Presidente John F. Kennedy, a Primeira-ministra Indira Gandhi e o Presidente Anwar Sadat; o Presidente Charrles de Gaulle, o Presidente Ronald Reagan e o Papa João Paulo II quase o foram também.

A chave para compreender o papel central do Nazismo Internacional hoje é o conceito de “redes derivadas”. O Serviço Secreto britânico, os banqueiros suíços da Narcotráfico S. A., a elite dirigente da União Soviética, a facção da “Companhia britânica das Índias Ocidentais (British East India Company)” dentro dos Estados Unidos, e até uma parte da Inteligência israelense, todos mantém em vigor um acordo para fomentar, proteger e obter conjuntamente os benefícios do “negócio sujo” conduzido pelo Nazismo Internacional. Em virtude do acordo, nenhum dos sócios controladores pôs suas mãos diretamente em alguns dos piores crimes do pós-guerra, ordenados pela “aliança hobbesiana” anglo-suíça-soviética, mas efetuados, a uma distância respeitável, pelas redes derivadas do Nazismo Internacional.

DOS ARQUIVOS Para o leitor mediano, e mesmo para muitos profissionais de Inteligência atuais, o termo “nazi-comunista” parece uma estranha contradição. Mas, desde a década de 20 até o fim da Segunda Guerra Mundial, a Inteligência militar americana mantinha em aberto um arquivo de alta prioridade --- “Sinarquia Internacional, Nazismo/Comunismo”. Uma década antes da breve aliança pública chamada Pacto Hitler-Stalin (Pacto Molotov-Ribentrop --- N.T.), documentos do G-2 (códigos com o número 2 referem-se a Inteligência, por exemplo G-2, A-2,etc ---N.T.) americano, agora disponíveis nos Arquivos Nacionais em Washington DC, mostram que, em cada canto afastado do globo, agentes do Comintern (Internacional Comunista) anglo-soviético estavam colaborando com figuras importantes do Partido Nazista (NSDAP --- N.T.) e, mais tarde, com a Gestapo.

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O caso do Dr. Herman Erben é exemplar. Nascido na Áustria na virada do século, filiou-se ao Partido Nazista da Áustria em 1926, pouco antes de mudar-se para os Estados Unidos, onde renovou sua filiação. Como espião de Hitler nos Estados Unidos, México e Extremo Oriente, Erben financiava suas atividades contrabandeando morfina e outras drogas, usando seu disfarce como médico de navio, para facilitar o comércio. Em 1930, estava em cada lista de vigilância do Escritório Federal de Narcóticos (Federal Bureau of Narcotics --- FBN) da América Latina e do Pacífico. Durante os anos 30, Erben viajou com seu amigo de toda a vida, o ator Errol Flynn, para a Espanha, onde serviram com os republicanos na Guerra Civil Espanhola. Enquanto as “mudanças de lado” de Erben tenham sido consideradas por alguns autores como outra missão da espionagem nazista, no mais tardar em meados dos anos 30 Erben trabalhava em favor do nazismo e dos interesses soviéticos. De acordo com relatórios da Inteligência Naval americana, feitos na cidade do México durante o período do Pacto Hitler-Stalin (1939-1941), Erben estava no centro de uma conspiração Gestapo-Comintern para desestabilizar os estados da fronteira sul dos Estados Unidos, por atos de sabotagem e uma incursão militar de potencial limitado. Forçado a fugir da América do Norte, Erben reapareceu em Shanghai, onde passou a guerra trabalhando para a Gestapo e para o super espião soviético Richard Sorge. Preso pela contra-inteligência do Exército (Counter Intelligence Corps --- CIC) americano no fim da guerra, Erben foi recambiado para Bremerhaven, Alemanha ocidental, para ser julgado por crimes de guerra. À sua chegada, porém, ele foi misteriosamente libertado e colocado em confinamento médico na Áustria. Evidência circunstancial aponta para o grupo de Allen Dulles na Inteligência anglo-americana, que havia em 1943 iniciado uma “paz separada” com uma facção dos nazistas, antecipando o recrutamento de nazistas para o esforço anglo-americano no pós-guerra, inclusive um projeto de “fascismo universal”. Em 1950, achamos Erben vivendo e trabalhando no Irã, provavelmente sob o patrocínio do antigo Ministro da Economia nazista e camarada de Dulles, Hjalmar Schacht. Durante este período, Erben converteu-se do judaísmo (nascera em uma família judia austríaca que incluía uma prima que foi a primeira esposa do “triplo” agente anglo-soviético H. Kin Philby) para o Islã. Curiosamente, no mesmo período, Erben tentou recuperar sua cidadania americana, que fora anulada pelo Procurador Geral americano no começo dos anos 30, por causa de sua espionagem para os nazistas. O pedido foi rejeitado --- com base em que Erben era um conhecido espião siviético! O mais próximo que Erben chegou dos Estados Unidos foi a ilha caribenha de Barbados, onde passou a maior parte dos anos 70 trabalhando para a Corporação de Pesquisa Espacial da família Bronfman, uma organização de fachada da Narcotráfico S. A., envolvida no contrabando de armas sofisticadas para a África do Sul, América Latina e o bloco oriental. A corporação foi fechada no final dos anos 70, como resultado de uma investigação conjunta criminal dos Estados Unidos e do governo canadense. O leitor protestará --- “O caso do Dr. Erben é uma exceção, um acaso. Certamente o Nazismo Internacional, se na verdade existe hoje, não pode se ligar a Moscou e Londres”. Tenha paciência, respondemos. Siga as rotas das drogas, dos campos de ópio dos países fundamentalistas islâmicos no Irã, Afeganistão, Paquistão, para as refinarias na Turquia. Siga as rotas de tráfico das drogas, desimpedidas, pela Cortina de Ferro para a Bulgária e Iugoslávia, antes que as drogas passem para o ocidente pelo norte da Itália, para a Baviera, Sicília e Córsega, para seu destino último nas ruas das cidades da América do Norte. Trace as rotas das armas pelo mesmo caminho da Europa ocidental e oriental de volta aos países terroristas do Oriente Médio. Então, trace a trilha do assassino Mehmet Ali Agca, ida e volta pela mesma trilha leste-oeste. Drogas ilegais, armas ilegais, assassinos profissionais e terroristas de qualquerr inclinação política, todos usando a mesma estrada subterrânea da Narcotráfico S. A. Agora volte aos arquivos. Estude as rotas de contrabando que existiam durante os Impérios bizantino, otomano e britânico, e seus domínios indisputados na Ásia Menor. As trilhas do mercado negro permanecem imutáveis através dos séculos. Finalmente, pergunte a si mesmo: Poderia tal comércio florescer hoje a ponto de ser o maior negócio do mundo, sem que poderosos interesses no leste e no oeste estivessem totalmente acumpliciados?

O CASO DE FRANÇOIS GENOUD Em 1978-79, os autores e pesquisadores de Narcotráfico S. A. foram os primeiros a expor publicamente as estreitas ligações entre o terrorismo e as maiores redes de transporte de drogas e de armas. Com grande ajuda dos arquivos das agências policiais americanas, nós as seguimos à volta do mundo, e as traçamos historicamente, desde o tráfico de ópio da Companhia britânica das Índias Orientais até as elaboradas operações financeiras “offshore”, controladoras do tráfico

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de drogs atual. Onde estaria o centro deste tráfico internacional, que excede 200 bilhões de dólares anuais em todo o mundo --- distinto do tráfico varejista e atacadista dentro das nações como os Estados Unidos? Gradualmente, o laborioso processo de triangulação focalizou nossa atenção na Suíça, e mais extensamente na sede da atual organização do Nazismo Internacional do banqueiro François Genoud, em Lausanne, Suíça. Genoud é um nazista empedernido. Foi um proeminente oficial nazista na Suíça durante o governo de Adolf Hitler na Alemanha, e surgiu como uma espécie de secretário geral para o reconstituído Nazismo Internacional (Malmoë), quando foi reorganizado como entidade pública em Roma, Itália, no final dos anos 40. Ao mesmo tempo, o Dr. Armin Mohler, antigo voluntário suíço nas Waffen SS de Hitler, lançou seu livro “A Revolução Conservadora na Alemanha --- 1918-1933”, como dissertação de doutorado sobre o filósofo suíço pró-nazista Dr. Karl Barth. De acordo com os aquivos europeus, François Genoud filiou-se ao Partido Nazista Suíço, a Frente Nacional para a Suíça (National Front for Switzerland --- NFS), aos 21 anos. Financiada pela família Oltramaire do Banco Lombard-Odier de Genebra (Lombard-Odier Bank of Geneva), a NFS serviria como canal de contato entre Allen Dulles e seus “antigos” clientes nazistas. Em 1930, Genoud abriu um clube noturno em Lausanne, chamado Oásis, como fachada para a Abwehr alemã. Como resultado das prévias viagens ao Oriente Médio, na qual cultivou laços pessoais com o Grande Mufti de Jerusalém, fanaticamente pró-nazista e anti-semita, o “Oásis” de Genoud tornou-se um centro de espionagem e contrabando de drogas para o Oriente Médio. Em 1942, as atividades de Genoud em Lausanne haviam se expandido para os bancos. Ele facilitou a transferência de milhões de marcos da Alemanha para os bancos suíços. Esses fundos mais tarde financiariam a organização ODESSA, que deu fuga a incontáveis altos oficiais nazistas da Alemanha para a Espanha, África do Norte, América do Sul e Oriente Médio. Essas redes até hoje são o centro da organização internacional de tráfico de drogas. Para este projeto de transferências bancárias e contrabando seguro, uma companhia de fachada foi fundada em Lausanne, a Irmãos Diethelm Importação e Exportação (Diethelm Brothers Import-Export), sob a direção pessoal do secretário particular de Hitler, Martin Bormann. Este, enquanto servia lealmente Hitler, foi quase certamente também um agente soviético, lutando até 1943 pelo ressurgimento do Pacto Hitler-Stalin. A importância disso aparecerá conforme o caso Genoud desenrolar-se. Em 1943, Genoud tinha contato regular com o General das SS Karl Wolff e com o chefe da agência da OSS em berna, Allen Dulles. Antigo advogado dos interesses nazistas, inclusive I. G. Farben e o Banco Schroeders (Schroeders Bank), Dulles usou Genoud para mediar a passagem segura no pós-guerra de milhares de nazistas importantes. Vários relatórios não confirmados colocam Genoud em contato com Klaus Barbie, chefe da Gestapo em Lyons (França), durante as negociações da “paz em separado” durante a guerra. Após uma aparentemente breve detenção legal por suas atividades nazistas durante a guerra, Genoud revigorou suas ligações com os árabes no começo dos anos 50, viajando pelo Marrocos, Egito e Argélia com nazistas notáveis como o General Wolff, Hjalmar Schacht, Dr. Hans Reichenberg e Otto Skorzeny. Foi também neste período, que Genoud facilitou o fluxo de milhões de dólares para ex-nazistas escondidos na América do Sul, e lançou a primeira tentativa de reviver o Nazismo Internacional sob a forma da revista de Buenos Aires (DER WEG). Em 1960, Genoud criara um grupo de companhias de fachada e frentes políticas, inclusive a Sociedade Interlogin S. A. (Société Interlogin S. A.), companhia de exportação-importação de Freibourg, e a Associação Internacional dos Amigos dos Árabes (International Association of the Friends of the Arab World), aquartelada em Lausanne. Esta última foi co-fundada por um agente constituinte da Inteligência britânica com laços profundos com a Irmandade Muçulmana, Benoist-Mechin (Benoist-Mechin Muslim Brotherhood). Sob a direção de St. John Philby, importante arabista britânico e pai de Kim Philby, Benoist-Mechin exaustivamente retratou a dinastia saudita. Com esta rede, Genoud tornou-se um traficante de armas para a Polisario (União Nacional de Forças Populares do Marrocos --- National Union of Popular Forces of Morocco) e a argelina FLN. Em 1960, usando fundos ainda existentes das Fundações Hitler e Goebbels (Hitler and Goebbels Trust), e os mais recentes lucros provenientes das armas, Genoud abriu o Banco Comercial Árabe (Banque Commerciale Árabe) em Lausanne. Um dos bancos associados a esse no Líbano, o Intrabank, está profundamente implicado no contrabando de armas e drogas. Genoud, em conjunto com Otto Skorzeny, estava profundamente envolvido em vendas de armas para a Organização do Exército Secreto Francês (French Secret Army Organization --- OAS) de Jacques Soustelle. Ao mesmo tempo, Genoud e Skorzeny forneciam armas à FLN de Ahmed Ben Bella. Um dos estabelecimentos de Genoud neste comércio era o Cassino do Líbano (Casino de Liban), em Beirute, de proprieade do Intrabank e notório como centro do tráfico de hashishe do Oriente Médio.

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A ligação bancária de Genoud com a OAS levanta uma questão importante quanto à sua ligação com o antropologista francês e líder da OAS Soustelle. De acordo com documentação exaustiva nos arquivos do G-2 do Exército americano e no escritório de Inteligência Naval, Soustelle era um importante agente do Comintern no México e na América do Sul durante os anos 40, estando seu nome em listas de conhecidos membros da rede de espiões da Orquestra Vermelha (Red Orchestra) soviética. O nome de Soustelle aparece ligado também ao assassinato em 1940 de Leon Trotsky na cidade do México. Em 1941 entretanto, Soustelle, seu mentor no Comintern, Paul Rivet, e Jean de Menil, aparecem em importantes posições na rede França Livre (Free French) de De Gaulle em Caracas, Rio de Janeiro, cidade do México e Honduras, só para facilitar mais tarde a chegada de levas de nazistas e vichyitas à América do Sul, ao fim da guerra. Seria a partir deste bando latino-americano de ex-nazistas, vichyitas e agentes do Comintern que a OAS recrutaria, e ao mesmo tempo organizaria, a espinha dorsal da infame rede de heroína Conexão Francesa. Ao nazista Genoud e seu banco não faltavam ligações diretas próprias com a Inteligência e as finanças soviéticas. Por seu lado, Moscou não perdera nenhuma oportunidade, ao fim da guerra, de recrutar importantes agentes nazistas para as fileiras militares e de Inteligência soviéticas e da Europa oriental. Unidades inteiras das SS foram integradas por certo período na rede de polícia secreta do Exército da Alemanha Oriental. Um colaborador por longo tempo de Genoud, o Tenente-general Otto-Ernst Remer, surgiu como importante advogado neo-nazista da reunificação da Alemanha sob hegemonia soviética. Mas o primeiro canal conhecido de Genoud com os soviéticos se desenvolveu pelos terroristas árabes. Começando no início dos anos 70, Genoud expandiu seu negócio de armas e drogas no Oriente Médio, em sociedade com o Intrabank. Durante este tempo, em parte para acobertar seu tráfico de armas para grupos terroristas e separatistas, Genoud entrou para a União Árabe de Advogados (Arab Union of Lawyers). Em abril de 1969, em uma reunião em Barcelona, da Nova Ordem Européia neo-nazista (neo-Nazi New Europian Order), fundada pelo agente de Genoud, Gaston Guy Amaudruz, o banqueiro de Lausanne patrocinou uma delegação da Al-Fatah e da Frente Popular de Libertação da Palestina (PFLP). No encontro, Genoud arranjou para os palestinos receberem treinamento de vários qualificados ex-nazistas, inclusive Karl Van De Put e Johann N. Schüller. Em setembro de 1969, Genoud foi recebido como conselheiro especial do grupo de advogados que defendia 3 terroristas da PFLP, que haviam atacado um avião israelense da El Al em Zurich. O principal advogado que defendia os terroristas era Jacques Verges, também chamado Jacques Mansur. Já em 1944, Verges era um agente soviético. Nesta época, ele chefiava a filial parisiense do Comitê de Ligação dos Estudantes Anti-Colonialistas (Liaison Committee of Anti-Colonialist Students). Um ano depois, Verges estava em Praga como diretor da União Internacional de Estudantes (International Students Union). Seu patrão imediato era Alexander Shelepin, mais tarde chefe da KGB. Em 1957, de volta a Paris, Verges era parte da KGB subterrânea, então chefiada pelo comunista egípcio Henri Curiel, primo de George Blake, que logo deixaria a Inteligência britânica pela KGB, como parte da rede de Kim Philby. Patrocinada primeiro pelo Comintern, e mais tarde pelo Secretariado Internacional do Partido Comunista da União Soviética, o grupo Solidariedade de Curiel era a base de recrutamento e logística para ações terroristas soviéticas por toda a Europa, África do Norte, Oriente Médio e até a América Latina. Curiel recebeu crédito por haver recrutado a rede terrorista de”Carlos”, a Organização de Luta Armada e Ação Direta (Organization of Armed Struggle and Action Directe). Fontes européias confirmaram que já em 1958, Curiel e Genoud estavam em colaboração ativa, em conjunto com Ahmed Ben Bella e a FLN. Lembremos que durante o mesmo período, Genoud estava armando a OAS. Com a fundação do Banco Comercial Árabe de Genoud, Curiel financiou a FLN com dinheiro da KGB através deste banco. Através de Curiel, em 1962 Verges foi nomeado conselheiro do governo de Ben Bella na Argélia, quando se converteu ao Islã e tomou o nome de Jacques Mansur. Nos 15 anos seguintes, Verges --- Jacques Mansur --- passou pela China maoísta (Mao patrocinou uma publicação de Verges, “Revolution [Revolução]”, com escritórios em Pequim, Lausanne, Nova York e Havana), pelo Cambodja de Pol Pot (ambos foram estudantes comunistas na Sorbone nos anos 40, e mantiveram amizade), pelo Setembro Negro, pelos campos de treinamento da PFLP no Oriente Médio, e por Paris. Em 1977, Verges --- Jacques Mansur --- e Genoud pressionaram o governo israelense para soltar Bruno Breguet, terrorista suíço ligado a “Carlos” e preso por participação no ataque terrorista contra o jato da El Al. Em 1982, Breguet voltou à prisão em Paris por ações terroristas do Ação Direta e pela posse de explosivos checos sofisticados. Verges --- Jacques Mansur --- também serviu como advogado do nazista Klaus Barbie, julgado em Lyons por crimes de guerra, inclusive o assassinato em 1941 de Jean Moulin, chefe da resistência gaulista. A apresentação de Verges --- Jacques Mansour --- a Barbie foi feita por Genoud em 6 de fevereiro de 1983, um dia após a extradição de Barbie para a França, onde era funcionário do Ministério do Interior e profundamente envolvido no tráfico de cocaína.

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Barbie era só um nazista narco-terrorista, cuja carreira no pós-guerra fora patrocinada por Genoud. A rede deste inclui grupos de terroristas ainda em atividade e traficantes de narcóticos na América do Sul, Europa e Oriente Médio. Quando se trata do maior negócio do mundo --- Narcotráfico S. A. --- terroristas vermelhos, terroristas negros, polícia secreta do leste e mafiosos profissionais estão todos juntos.

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2 STIPAN, VERDADEIRA CONEXÃO

BÚLGARA Na terça-feira, 23 de novembro de 1982, um grupo policial internacional sob a direção do juiz italiano Carlo Palermo, de Trento, realizou uma série de prisões de dirigentes da filial milanesa da “maior rede mundial de negócios com armas”. De acordo com o juiz e outros magistrados de Trento, na entrevista coletiva no dia seguinte, as 8 prisões marcaram o climax dramático de uma investigação de 3 anos, durante a qual se descobriu que pela companhia milanesa Stipam Transportes Internacionais (Stipam International Transports), gigantescas quantidades de armas eram passadas a bandos de terroristas e integristas por todo o Oriente Médio. Qual era o pagamento de “intercâmbio” pelas armas? Hashishe, heroína e outras drogas, produzidass principalmente na região do “Crescente Dourado” no Irã, Paquistão e Afeganistão. Quando a poeira acentou no caso, muito mais do que uma rede multibilionária de armas por drogas fora descoberto. No centro da Stipam estava o acordo entre canais governamentais e “familiares” no oriente e ocidente, de partilha dos lucros e poder político da Narcotráfico S. A. Em conseqüência direta, a Conexão Búlgara para o assassinato do Papa João Paulo II foi demonstrada. Em resultado das revelações, o “casamento” entre as famílias dirigentes do leste --- como a dinastia Zhikov da Bulgária --- e os fondi (fundações familiares) oligárquicos da Europa Central e Grã-Bretanha --- como os clãs Bragança e do Duque de Kent --- foi odiosamente ostentado nos bazares do mercado negro de Varna, Istambul, Sofia, Palermo, Trieste e Londres. Entrando e saindo deste mosaico de armas, narcóticos e assassínios políticos, encontramos a onipresente sombra do Nazi-Comunismo Internacional.

HISTÓRIA DO CASO Um relatório sem data e publicado no outono de 1984, pelo chefe da Seção de Inteligência Estratégica da DEA, fornece a história da Stipam Transportes Internacionais, e da conspiração para assassinar o Papa João Paulo II. De acordo com o documento, “Envolvimento da República Popular da Bulgária no Tráfico Internacional de Narcóticos”, um desertor de alto nível do Serviço de Segurança Estatal Búlgaro (KDS), codinome Sverdlev, contara à Inteligência americana um encontro em 1967 em Moscou dos chefes do Serviço de Segurança do Pacto de Varsóvia (Warsaw Pact Security Service), para desenvolverem planos visando “explorar e apressar a corrupção inerente da sociedade ocidental”. Um encontro subseqüente dos funcionários da KDS em Sofia, Bulgária, estabeleceu um plano de ação de 3 anos para concretizar a “exploração”. De acordo com Sverdley, uma ordem da KDS foi publicada em junho de 1970, afirmando a importância do plano do bloco oriental para “desestabilizar a sociedade ocidental através... do comércio de narcóticos”. Como poderia esta Guerra do Ópio, ordenada por Moscou, ser realizada? De acordo com o mesmo documento da DEA, em 1968, pela Kintex, fundada pelo governo búlgaro como sua agência oficial de importação-exportação:

“Kintex está estruturada como organização coordenadora do tráfico e contrabando pela Bulgária. Foi identificada como a principal agência de transporte de narcóticos por armas. Outras agências governamentais operam em conjunto com a Kintex primeiramente, como estabelecimentos de distribuição. Cada uma dessas agências supostamente é chefiada por funcionários da Segurança Estatal Búlgara”.

Entre os “estabelecimentos de distribuição” identificados por autoridades americanas, turcas e italianas, estavam Interkommers, Dap-Ek e Balkan Tours. Esta, agência oficial búlgara de viagens, ganhou notoriedade instantânea em 25 de novembro de 1982, dois dias após as prisões na Stipam, quando Serge Ivanov Antonov, oficial das Aerolíneas Búlgaras (Bulgarian Airlines), colocado como diretor representante do escritório da Balkan Tours em Roma, foi preso pelo juiz italiano Mario Martella, e acusado de conspiração para assassinar o Papa. Desde sua instalação, a Kintex buscou concretizar seu mandato criminal com um grau de eficácia e falta de escrúpulos que marcou os serviços secretos do bloco oriental. Listas de “clientes aprovados” do ocidnte --- redes de contrabando de armas, organizações de tráfico de narcóticos e células terroristas, da direita neo-nazista à esquerda anarquista --- foram acumuladas e protegidas. Locações seguras preferidas, usualmente hotéis comuns e bares em Sofia, foram estabelecidas como paraísos para as transações do mercado negro. A evidência sugere que os negócios mundiais de drogas por armas da Kintex eram dirigidos de alto a baixo por uma cadeia de comando que se estendia até o quartel-general da KGB soviética, na Praça Dzherzhinsky de Moscou.

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A Kintex supostamente estava sob a jurisdição da Primeira Diretoria da KDS, chefiada pelo Coronel-general Grigor Shopov. Esta era responsável por todas as atividades de Inteligência local e estrangeira, inclusive terrorismo. Um membro do comitê central do Partido Comunista Búlgaro, Radoslav Todorov, foi designado diretor geral da Kintex. De acordo com relatos de um contrabandista de drogas que trabalhava para a Kintex, o chefe das atividades de contrabando era um oficial de alto nível da KDS, chamado Terziev, cujo representante, “Coronel Ivã”, era responsável por todas as compras e vendas de heroína e morfina. Provas circunstanciais sugerem que esse nebuloso “Coronel Ivã” possa ser Ivã Slavkov, genro do Primeiro-ministro búlgaro Todor Zhikov, e viúvo de Lyudmila Zhikova, ela própria antigo membro do comitê central do Partido Comunista Búlgaro, e propagandista internacional de cultos, descrita por um observador como segunda Madame Blavatsky, a russa fundadora do movimento ocultista Amanhecer Dourado (Golden Down --- N.T.) Antigo diretor da televisão búlgara, e chefe do Comitê Nacional Olímpico Búlgaro, Slavkov é muito conhecido como ligação entre a Kintex e as máfias das drogas da América Latina e do Caribe. Em outubro de 1979, Slavkov e Lyudmila hospedaram o então Presidente colombiano Alfonso López Michelsen, o “padrinho” político do comércio colombiano de cocaína, em visita de estado a Sofia. As atividades da Kintex na Colômbia se expandiram dramaticamente. Pela “abertura” colombiana, Slavkov estabeleceu “boas relações” com governos no Caribe e na América do Sul, permitindo à Kintex tornar-se o maior fornecedor de equipamento militar pesado, inclusive tanques T-54 para o ditador chileno Pinochet e a junta sandinista da Nicarágua. Esta não foi a primeira nem a última vez que a Kintex facilitou vendas maciças a “inimigos ideológicos” do estado comunista. Em 1975, às vésperas do começo da guerra civil libanesa, o Partido Comunista local publicou um forte protesto contra o Partido búlgaro, quando a Kintex forneceu toneladas de armas pesadas às milícias cristãs libanesas, usadas para matar membros do Partido Comunista e facções aliadas palestinas e muçulmanas xiitas. Enquanto o relatório da DEA sugere que o fluxo de armas da Kintex para a Falange foi cortado imediatamente após o protesto, ainda em 1983 o banco búlgaro Litex (Litex Bank), braço financeiro da empresa, ainda possuía 40% de um banco de Beirute também de propriedade do clã Chamoun, do antigo Presidente libanês Camille Chamoun, e sabidamente canal para contrabandear dinheiro. Foi a agência de Caracas do Banco Litex de Chamoun, o Banco Caribe, que financiou a conferência do Livro Verde do ditador líbio Kadafi na Vvenezuela em 1982. Os Chamoun, Pinochet e Kadafi, todos agentes do Nazi-Comunismo Internacional, fizeram seus negócios de armas por drogas pela Kintex. Em 27 de abril de 1984, o EVENING NEWS da CBS, e a televisão dinamarquesa, “explodiram” a conexão Slavkov com o bazar Kintex de drogas por armas. Slavkov foi identificado como mediador entre o oficial da Kintex, Dinef, e o negociante de armas alemão ocidental da Flórida, Peter Mulack, em negócios de armas com outro “inimigo ideológico” de Sofia e Moscou, a República da África do Sul. A transação exposta envolvia mais de 100.000 armas, inclusive lançadores de foguetes, rifles, granadas e minas, todos fabricados na União Soviética. Em carta datada de 26 de abril de 1979, de Mulack a Dinef, o contrabandista de Miami afirmava: “Posso entregar o material eletrônico requisitado. Entretanto, como o material sofre embargo, levará ao menos 3 meses para ser entregue. O pagamento pela consignação pode ser feito parte em heroína ou morfina”. O programa de TV creditava Slavkov pela entrega de 6.000 toneladas de armamento russo para a África do Sul.

HENRI ARSAN Quando as autoridades italianas varejaram os escritórios da Stipam Internacional na Via Olfredi 2, Milão, e prenderam o presidentte da empresa, o sírio Henri Arsan, um dos principais “canais de retaguarda” entre a diretoria britânica da Narcotráfico S. A. e a conexão búlgara Kintex foi explodido. O quartel-general da Stipam ocupava boa parte de um edifício de propriedede do Banco Ambrosiano. A agência 18 deste ocupava o andar térreo, e no andar abaixo da Stipam estava a residência de Roberto Rosone, presidente representante do banco até sua demissão vários meses antes do reide em Milão, e dias após o presidente do banco Roberto Calvi ser achado morto, enforcado sob a Ponte Blackfriars (dos Frades Negros) em Londres. A conexão Stipam-Ambrosiano abriu uma caixa de Pandora, levando à loja maçônica secreta Propaganda-2, fundada pelo ex-espião italiano da Gestapo Licio Gelli, e de volta a Londres, onde o Duque de Kent presidia a Grande Loja-Mãe da Maçonaria do Rito Escocês, a mesma que dirigiu por 2 séculos as políticas britânicas das guerras do ópio, e que estabeleceu a loja predecessora da P-2, a Propaganda-1 de Mazzini. Quando o grupo do juiz Palermo completou sua busca, encheram 3 malas com documentos. Estes consistiam em sua maior parte de transações por telex dos 16 anos de atividades da Stipam, mensagens enviadas por Arsan para/de Milão, Nova York, Istambul, Beirute, Damasco e Saigon. Por elas, laços estreitos entre a Stipan e o Ambrosiano foram supostamente reconstituídos.

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Logo voltaremos à Propaganda-2 e ao Ambrosiano, e às conexões em Londres de Henri Arsan. É necessário antes puxar o fio búlgaro para podermos desenrolar a fundação da Kintex em 1968. De acordo com o citado documento da DEA, já em 1971, Henri Arsan recebera grátis uma vila em Sofia, cortesia da Kintex. Conhecido e respeitado traficante de morfina, Arsan fora um dos principais fornecedores de drogas à notória Conexão Francesa. Em meados dos anos 70, entretanto, esta não mais existia. Muitos de seus principais participantes, antigos vichyitas (participantes do governo de Vichy, da França, durante a Segunda Guerra Mundial --- N.T.) integrados no Nazismo Internacional pós-guerra de François Genoud, através da União Corsa e da OAS, estavam ou mortos ou atrás das grades. Christian David, por exemplo, o número 2 na gangue de heroína do Triângulo Dourado, baseado em Montevidéu, estava na prisão de Leavenworth, Kansas. Fora identificado como o organizador do assassinato, nos anos 60, do líder oposicionista marroquino Ben Barka, ação executada pelo Nazismo Internacional de Genoud. Em 1975, Arsan estava em meio a um reagrupamento da conexão de heroína na companhia de outro sírio de Milão, Sallah Aldin Wakkas. Este era o representante ali da máfia turca, trabalhando junto com um antigo sócio de Arsan na Conexão Francesa, o sindicalista Gerlando Alberti. De acordo com o juiz Palermo, a gangue Alberti-Wakkas distribuía as drogas vindas da Turquia para a Itália, usando dinheiro vindo freqüentemente de seqüestros e outras atividades criminosas, e depositando fundos nas contas de bancos em Nova York, Zurich, Frankfurt e Londres. Alberti recebia as drogas no triângulo Trento-Bolzano-Verona, de onde eram transportadas para Palermo (Sicília), para refino e transbordo. A Stipam estava então a cargo da procura e transporte de armas, requeridas como pagamento pelas drogas, para grupos terroristas na Turquia, Líbano e outros lugares. Ironicamente, entre os movimentos guerrilheiros que recebiam armas da Stipam estavam os grupos rebeldes afegãos que lutavam contra as tropas soviéticas. De acordo com a DEA, os transportes de armas de 1975 a 1982 foram feitos sob a proteção da Segurança Estatal Búlgara. Pelo serviço, a Stipam depositou dezenas de milhões de dólares em lucros dos narcóticos para a Kintex. A identificação da Stipam e Arsan como o nó deste tráfico de drogas por armas foi possível, de acordo com os magistrados italianos, graças em parte à cooperação das autoridades turcas. As prisões de 23 de novembro de 1984 na Itália foram precedidas pela prisão na Turquia de 3 indivíduos supostamente dirigentes do lado turco do fluxo de drogas. “Nem uma grama” de heroína saia da Turquia que não estivesse sob controle desta máfia específica, disse o juiz Palermo na entrevista coletiva de 24 de novembro. Os indivíduos presos eram Kisakis Mustafá, Hehir Hasan e Cil Huseyn, que haviam despachado Sallah Aldin Wakkas para Milão. Os negócios de armas por drogas de Arsan-Wakkas foram fechados em hotéis de segunda classe perto da estação ferroviária central de Milão, e em cafés, bares e hotéis de Sofia (Bulgária). O Café Berlim, o Hotel Japão e o Hotel Vitosha foram apontados pelo juiz Palermo como lugares seguros em Sofia. O próprio Palermo viajara pessoalmente a Sofia em várias ocasiões para observar as transações de drogas por armas no Café Berlim.

SURGE MEHMET ALI AGCA Se uma dessas viagens secretas a Sofia ocorresse no verão de 1980, o juiz Palermo poderia ter tropeçado em um assassino neo-nazista e “mula” das drogas para a máfia turca, que se encontrava discretamente no Hotel Vitosha. O turco, membro do grupo paramilitar extremista de direita Lobos Cinzentos, do Coronel Alparslan Turkes, escapara em novembro de 1979 da prisão militar de Kartal-Maltepe, na Turquia, onde esperava execução pelo assassinato de Abdi Ipekci, editor do jornal turco esquerdista MILLIYET. Um dia após a fuga, arranjada por Oral Celik, o assassino dos Lobos Cinzentos, Mehmet Ali Agca enviou uma carta ao MILLIYET ameaçando que, se a visita a Istambul do Papa João Paulo II não fosse cancelada, “Eu definitivamente matarei o Comandante-Papa”. Como os acontecimentos comprovaram depois, a chegada de Agca no verão de 1980 a Sofia assinalou a conspiração do assassinato que culminou em 13 de maio de 1981, com um tiro quase fatal de Agca no Papa na Praça de São Pedro. Duas coisas sobressaem nos encontros de Agca no Hotel Vitosha, durante o verão de 1980. Primeiro, Agca entrou na Bulgária, de acordo com a DEA, com um passaporte indiano falso, com o nome de Sikh de Yoginder Singh. O fato de que Agca estava viajando como Sikh levanta perguntas perplexas: Haveria também uma “Conexão Búlgara” com o mais recente assassinato brutal da Primeira-ministra Indira Gandhi, por membros Sikhs de sua própria segurança? Evidência circunstancial aponta uma pista tênue, um fio que nos leva de volta à aliança anglo-soviética da Narcotráfico S. A., e ao Nazismo Internacional. De acordo com reportagens publicadas na mídia indiana, ao tempo do sítio do Exército indiano ao Templo Dourado, santuário Sikh que fora tomado por fanáticos fundamentalistas Sikhs, era crença comum que alguns terroristas Sikhs haviam fugido da cidade de Amritsar em aviões da Aerolíneas Búlgaras. A região do Punjab, que os Sikhs fanáticos querem tornar estado do “Kalistão”, separado, independente e quase religioso, fora um centro de produção de ópio na

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Índia. Isto coloca os separatistas Sikhs nas rotas de ópio do Crescente Dourado, que se sabem fazer parte da Conexão Búlgara. Ainda mais pertinente, Jagjit Singh Chauhan, chefe do movimento separatista Kalistão e autor confesso do assassinato da Sra Gandhi, é um agente comum “derivado” dos serviços de Inteligência soviéticos, britânico e do Nazismo Internacional suíço. Até o fim de 1968, ano em que a Kintex fora formada, Chauhan fora Ministro da Finanças da província do Punjab. À época, em seguida a uma série de peregrinações ao Tashkent na União Soviética, centro da “Divisão Islâmica” da KGB, Chauhan renunciara a seu posto no governo indiano e começara a agitação por um Kalistão independente. Desde essa época, Chauhan, que mudara o centro do movimento kalistão para Londres, também se tornara agente do britânico Richard Hauser. Este australiano fora recrutado pelo SOE (Executiva de Operações Especiais) durante a Segunda Guerra Mundial, servindo como parte do mesmo grupo em Milão (Itália), imediatamente após a libertação da cidade pelas forças aliadas. Como parte do grupo milanês, Hauser estava na base do que mais tarde emergiu como a conexão da P-2 em Londres. Hoje, é executivo da Sociedade dos Povos em Perigo (Society of Endangered Peoples), ligada a Genoud, principal organização de apoio logístico e de recrutamento para mais de 200 movimentos separatistas e integristas de todo o mundo. Como veremos, essa sociedade constitui a espinha dorsal do submundo da heroína do “Crescente Dourado”. Haveria uma “Conexão Búlgara” no assassinato da Sra. Gandhi, o que sugeriria uma ligação com o atentado de Agca contra a vida do Papa? Talvez. A “Conexão Americana” de Jagjit Singh Chauhan se faz através de uma personagem dúbia chamada Jon Speller, nominalmente agente dos serviços de Inteligência americanos. “Anglófilo” e “russófilo” confesso, produto da segunda geração dos círculos financeiros de Jacob Riis do baixo Manhattan, Speller se gaba de suas ligações muito estreitas com o bloco oriental, principalmente pela abertura da espionagem da Igreja Ortodoxa Russa no ocidente, os mosteiros gregos do Monte Atos (Grécia). De acordo com relatórios de testemunhas de vista, os contatos de Speller nesses mosteiros o colocam em associação estreita com a Igreja Ortodoxa Búlgara e com os círculos à volta de Lyudmila Zhikova. De acordo com a DEA, em uma confissão às autoridades italianas no fim de 1982, Agca afirmou que no verão de 1980 recebera oferta de Bekir Celenk, de 3 milhões de marcos alemães para matar o Papa. A arma para o assassinato fora fornecida por Oral Celik, o terrorista dos Lobos Cinzentos que arranjaram a fuga de Agca da prisão. Em 25 de novembro de 1982, o magistrado italiano Martella indiciou tanto Celenk quanto Celik pela formação de quadrilha para o assassinato --- junto com Antonov, empregado da agência de viagens Balkan Tours. De acordo com os registros do governo turco, Celenk era um “chefe mafioso” da máfia turca, procurado por policiais turcos desde 1977 por fraude fiscal e capital especulativo ilegal. Celenk possuía uma esquadra de navios, registrados no Panamá, e uma cadeia de hotéis suspeitos de serem esconderijos dos traficantes de drogas por armas. Em março de 1981, um dos principais contrabandistas de Celenk, Abuzer Ugurlu, entregou-se às autoridades turcas. Por sua própria confissão, era ele um empregado da Kintex que servia de ligação entre a máfia turca da “conexão de heroína” e a Stipam Internacional de Milão e o sindicalista Gerlando Alberti. Entre suas tarefas estava a entrega de suborno ao antigo Ministro da Alfândega turca, a fim de assegurar a designação de funcionários corruptos para postos de alfândega ao longo da fronteira búlgaro-turca, para passagem segura de armas e narcóticos. Usando brechas na convenção européia de caminhoneiros da TIR e a cumplicidade de funcionários de alfândega na fronteira turco-búlgara, manejavam trânsito seguro de contrabando para seus destinos finais na Europa ocidental. O patrão de Ugurlu, Celenk, que hospedou Agca em Sofia durante o verão de 1980, foi apontado pelo juiz Martella como a ligação direta entre Agca e os autores da conspiração para assassinar o Papa. De acordo com o já citado documento da DEA, Celenk dirigia-se diretamente a um oficial da KDS, chamado Marienov. O perfil da máfia drogas por armas, o braço assassino da Narcotráfico S. A., não está completo até que conheçamos no ocidente alguns dos principais sócios da Conexão Búlgara. Para nossos propósitos, dois outros eventos iluminarão suficientemente o assunto.

PETRÓLEO POR ARMAS Uma das mais reveladoras transações de drogas por armas feitas pela Stipam completa o círculo e nos traz de volta aos senhores de Henri Arsan na Via Olfredi 2, o Banco Ambrosiano e seu presidente Roberto Calvi. Até o momento de sua morte ritualística maçônica sob a Ponte Blackfriars (dos Frades Negros) em Londres, Calvi fora um dos principais financistas da Loja P-2. Enquanto o pessoal da Loja abarca algumas redes bem complexas e contraditórias, o papel de Calvi, Licio Gelli e um punhado de outros atores principais é relativamente claro. Os arquivos policiais italianos haviam colocado Calvi e o Ambrosiano como o canal de financiamento da gangue das Brigadas Vermelhas, que assassinou uma

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lista de policiais e magistrados importantes na área de Milão, quando estes começaram a descobrir evidências ligando a Loja P-2 ao comércio de drogas e a vários golpes neo-fascistas abortados, inclusive a tentativa de golpe de Borghese em 1969, e a conspiração “Rosa dos Ventos” de meados dos anos 70, e que também envolviam uma explosão maciça de terrorismo “cego” neo-fscista e anarquista, conhecida como a “política de tensão”. Ao tempo do sítio aos reféns da embaixada americana em Teerã, a Stipam Internacional facilitou um grande negócio de armas por petróleo, entre o governo israelense e o regime de Khomeini. Em troca das armas israelenses desesperadamente desejadas para prosseguir sua guerra contra o Iraque, Khomeini forneceu petróleo iraniano a Israel a taxas muito baixas. O petróleo foi entrregue a Israel com a cooperação total da British Petroleun (BP) e da Royal Dutch Shell, em verdade a divisão para o Oriente Médio da velha Companhia britânica das Índias Orientais. O intermediário deste negócio secreto foi o Banco Ambrosiano. De acordo com a revista MIDDLE EAST (ORIENTE MÉDIO) e o diário italiano LA REPUBBLICA (A REPÚBLICA), o contato específico do Ambrosiano era uma firma suíça, Dreikot Driving and Financial Company, de propriedade dos irmãos Hans com Albert Kunz, agente comercial suíço de Roberto Calvi. Mas que fizeram Kunz, os irmãos Hans, a British Petroleun (BP) et alii (e outros --- N. Ed.) a fim de assegurar as entregas? De acordo com várias fontes européias, procuraram Stefano Delle Chiaie. Executivo interno da Assassinatos S. A. da Nazismo Internacional para a Europa e América Latina, Delle Chiaie fugiu de sua nativa Itália em 1969, após ser condenado pelo massacre da Praça da Fonte (Piazza Fontana) em Milão, que matou dezenas de pessoas. O atentado a bomba, que detonou a tentativa abortada de golpe de Borghese, foi feito pela Ordem Negra (Ordine Nero), o braço terrorista italiano do renascido nazismmo (Malmoë) Internacional. Nomeado membro secreto da Loja Alpina da Suíça, suposta “elite interna” controladora por trás da P-2, Delle Chiaie foi à reunião desta, em algum lugar do Uruguai no começo de 1980, no qual lhe ordenaram que executasse um ataque a bomba contra a estaçõa ferroviária de Bolonha, que matou mais de 80 pessoas e fez mais de 200 feridos. Publicações suíças apontaram o fundador da P-2, Licio Gelli, o fundador do Clube de Roma, Aurélio Peccei, e o antigo Secretário de Estado americano Henry Kissinger como membros principais da Loja Alpina. Gelli era supostamente a pessoa que ordenou a Delle Chiaie que levasse a cabo o ataque de Bolonha. Ao tempo desse massacre em 1980, Delle Chiaie estava na Bolívia, gozando da proteção e patrocínio dos coronéis da cocaína e de um grupo de ex-nazistas, inclusive Klaus Barbie. Quando os coronéis caíram em outubro de 1982, Delle Chiaie por pouco não foi capturado e extradittado para a Itália. Seus amigos fugitivos Klaus Barbie e Píer Luigi Pagliai, da Nazismo Internacional, foram apanhados pelas novas autoridades bolivianas, apoiadas por policiais anti-drogas americanos e italianos, e extraditados para Paris e Roma. Pelo último relatório, Delle Chiaie ainda está se escondendo na América do Sul. Em 1983, passou tempo no Peru treinando o Caminho Luminoso (Sendero Luminoso), gangue terrorista maoísta, e supostamente servindo como ponte entre os terroristas e o sindicato internacional da droga. Foi Delle Chiaie que foi apontado por policiais italianos e peruanos como o cérebro das campanhas de sabotagem e terror do Sendero Luminoso contra a capital Lima. Delle Chiaie, junto com seus comparsas do Sendero, agora proclama-se um devoto adorador tanto de Adolf Hitler como de Mao Tse-tung.

TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PARRICÍDIO Em 13 de maio de 1982, exatamente um ano após a tentativa de assassinato do Papa João Paulo II por Mehmet Ali Agca na Praça São Pedro, um padre espanhol, ligado a um movimento fanático direitista dentro da Igreja Católica, tentou esfaquear o Papa quando este celebrava uma Missa no santuário da Virgem de Fátima em Portugal. Juan Fernández Krohn, seguidor do fundamentalista Arcebispo Lefebvre e agente do gupo quase-terrorista Tradição, Família e Propriedade (TFP), fora “cultivado” por quase um ano, como Agca, para assassinar o Pontífice em uma ocasião muito simbólica, a celebração da 3ª. Visão de Fátima, que proclama a recristianização da Rússia e o coroamento de Moscou como a 3ª. Roma, sede de um império mundial. Esta visão, que os crentes russos acreditam significar a dominação russa mundial, fora dramaticamente posta perante a igreja ocidental como um sinal do fim do comunismo na Rússia. O fato de que em 1981 e 1982 fanáticos assassinos tentaram matar João Paulo II, no mesmo dia, pode lançar alguma luz no intercâmbio entre as redes cultistas do leste e do ocidente, a quem vimos funcionando como arquitetas da Narcotráfico S. A. Traçamos a pista do assassino Mehmet Ali Agca pelo interior do movimento turco neo-nazista a serviço de agentes da polícia secreta búlgara e do sindicato de heroína. No caso do padre Krohn, a trilha nos leva de volta a território familiar, a família real portuguesa dos Bragança. Após treinar no mosteiro lefebrista em Reegensburg (Alemanha), Krohn foi recebido na TFP. Viajando pela Espanha, Portugal e Brasil, Krohn recebeu treinamento terrorista, armas e apoio logístico da TFP.

O CRESCENTE DOURADO

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Em 1978, quando a primeira edição de Narcotráfico S. A. estava sendo preparada, o aiatolá Khomeini ainda vivia no exílio em Paris. A União Soviética não tentara ainda absorver o Afeganistão em seus domínios territoriais. O subcontinente indiano ainda não fora sacudido por insurgências separatistas. O centro da produção mundial de ópio ainda era a região do Triângulo Dourado no sudeste asiático. Em 2 anos, mudanças dramáticas ocorrem. De acordo com as estatísticas mais confiáveis, enquanto as insurgências integristas varriam a Ásia ocidental, uma novva zona produtora de ópio, englobando as regiões montanhosas do Irã de Khomeini, o Afeganistão ocupado pela Rússia e um Paquistão freqüentemente fragmentado, havia tomado uma gigantesca porção do mercado mundial. De acordo com estimativas de DEA, geradas por um programa especial de investigação, o Projeto Cérbero, a produção de ópio no “Crescente Dourado” em 1980 alcançara nível de 500 toneladas anuais, quase 3 vezes a produção do sudeste asiático. Ao invés da velha Canadian Pacific e das rotas de Jardine Matheson do Triângulo Dourado, uma nova trilha de heroína estava sendo subitamente aberta pelo Irã, Afeganistão e Paquistão para a Turquia, pela Cortina de Ferro para a Bulgária, Iugoslávia e a Europa ocidental, pelo corredor Bolzano-Veneza do norte da Itália. E em cada posto ao longo do caminho, os “novos senhores” da Sociedade dos Povos em Perigo, do nazista François Genoud, e a conexão búlgara dirigiam o show desde baixo. Assim, quando autoridades italianas varejaram a fortaleza em Verona das Brigadas Vermelhas, onde os terrroristas seqüestraram o general da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte ou NATO --- North American Treat Organization) James Dozier, em 28 de janeiro de 1982, foi com base em reides nas refinarias de heroína das cidades vizinhas que a localização dos sequestradores foi determinada. Parece que os capturados eram parte da “Conexão de Heroína” dirigindo um grupo de laboratórios à sombra das instalações da OTAN (NATO) na Itália, em sociedade com os terroristas da Ordem Nova (Ordine Nuovo) “Negra Internacional” e os mafiosos da Camorra.

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3 OS NARCO-TERRORISTAS

O “narco-terrorismo” dominou as manchetes da mídia ibero-americana em 1984. No Peru, o grupo terrorista Caminho Luminoso (Sendero Luminoso), ao atacar simultaneamente as várias centrais elétricas que fornecem energia à capital Lima, mostrou que possuía capacidade bem além do potencial de um movimento indígena que pretende ser. Não é por acidente que a área sujeita aos mais bárbaros massacres do Sendero também é a maior zona produtora de droga do mundo. Na Colômbia, o reide do governo em março de 1984 na Tranquilandia, até então a maior refinaria de cocaína já descoberta no mundo, detonou a “resposta” sangrenta do M-19 terrorista em Florencia, Caquetá, logo depois. Em 15 de novembro de 1984, agentes federais apoiados por tropas do Exército mexicano varejaram um vasto centro de produção e processamento de maconha no estado nortista de Chihuahua. Mais tarde, queimaram a maconha apanhada, avaliada em 10 bilhões de dólares. Houve rumores à época de que uma grande parte dos lucros desta enorme operação era destinada aos candidatos pró-drogas. O investigador, que seguir a trilha deixada pela Narcotráfico S. A. em suas idas e vindas na Ibero-américa, descobre o tráfico de armas por drogas essencial aos assaltos terroristas financiados pela máfia, e contra as nações da região. A trilha do comércio de drogas na Ibero-américa conduz necessariamente às gigantescas operações de contrabando de armas das antigas redes nazistas, partilhadas com seus cúmplices soviéticos. Onde há produção de droga, deve haver guerra. Nas regiões das drogas, as máfias só estão seguras se dirigirem o país, como ocorreu no período dos “coronéis da cocaína” na Bolívia, ou se provocarem movimento de guerrilha ou violência de massas suficiente para desviar qualquer interferência em suas operações. Este capítulo nos introduz em um estudo da criação e desenvolvimento dos chamados movimentos de “libertação” dos traficantes de drogas, tanto quanto ao crescente número de bem financiadas seitas pseudo-religiosas que criam um clima de degeneração moral propício à vitória das máfias das drogas. Em breve olhada na carreira do czar colombiano das drogas Carlos Lehder Rivas, dará ao leitor idéia clara do que é definido como Sinarquia e Nazismo-Comunismo Internacional, na introdução desta seção. Carlos Lehder é um dos novos gangsters ricos que fizeram fortuna no comércio de drogas. Junto com Pablo Escobar Gaviria e os clãs Ochoa e Rodríguez, planejou e financiou o assassinato do Minidstro da Justiça colombiano Rodrigo Lara Bonilla. Ele e seus cúmplices também financiaram casas para os pobres, estádios esportivos, zoológicos públicos e particulares, e campanhas eleitorais municipais e nacionais. Lehder estava prestes a se apresentar candidato ao Senado quando Lara Bonilla foi nomeado Ministro, e deslanchou atrevida campanha para impedir a máfia de tomar o poder na Colômbia. Lehder não é somente parte do esquema Vesco, dirigido de Cuba, mas da Armênia, sua terra natal, dirige seu próprio “Movimento Cívico Latino Nacional”. Seu jornal, QUÍNDIO LIBRE, publicou uma eulogia a Adolf Hitler em junho de 1983, na mesma edição em que comparou seu Movimento Latino ao Partido Verde da Alemanha Ocidental. Lehder considerava Hitler um de seus heróis. Em entrevista a EL ESPACIO de Bogotá, em 13 de julho de 1983, à pergunta “Você admira Hitler?”, respondeu “Lógico. Adolf foi um dos maiores homens de nossa história. Um homem que foi deformado pelos judeus e pelos imperialistas”. Em outra entrevistta, Lehder mergulhou ainda mais no anti-semitismo e fantasias raciais:

“Adolf eliminou 21 milhões de comunistas e 6 milhões de inimigos aliados. É o maior guerreiro que a humanidade já teve. O que acontece é que os judeus contam a história do jeito que querem que o mundo veja, mas perguntem aos alemães o que realmente aconteceu. Eu, por exemplo, metade de meu sangue é alemão, e é como se um brasileiro fosse requisitado a falar sobre a Colômmbia. Não poderia fazê-lo. Ele deveria ser um colombiano para falar sobre a Colômbia. Os judeus nunca deveriam ter vindo para a Alemanha, deveriam ter permanecido em sua terra”.

O mesmo Lehder que publicamente endossou a criação do MAS (Morte Aos Seqüestradores), esquadrão assassino, agora apresenta-se como “a verdadeira oposição à farsa obsoleta da oligarquia monárquica” e um seguidor do jesuíta esquerdista Camilo Torres, inspirrador da guerrilha ELN:

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“Quando eu era criança, eles executaram o Padre Camilo, porque ele ousou denunciar os traidores. Seu espírito hoje ilumina o caminho das bravas massas populares... Somos 28.000 irmãos, os únicos herdeiros da raça de Bolívar, dos milhares de índios de nossa terrra, e do nosso destino”.

Esta declaração poderia ter sido feita por Abimael Guzmán, um dos fundadores do Sendero Luminoso gerrilheiro no Peru. O elogio de Lehder aos ambientalistas do Partido Verde tem a mesma motivação e origem na hostilidade do Sendero Luminoso ao progresso e à civilização ocidental. Com suas exortações de “aprender com o irmão Hitler”, os líderes do Partido Verde Rainer Langhans e Rudolf Bahro, na conferência dos vesdes em novembro de 1984 em Hamburgo, expressaram a ideologia nazista-comunista de forma similar. Se pesquisarmos a corrente culturral e intelectual chamada “indigenismo”, promoção racista de uma específica ´identidade indígena` do sangue, exaltação da magia negra, da medicina popular e do ´realismo mágico`, acharemos seus sacerdotes não nas selvas do Peru, mas entre os antropólogos da Sorbone em Paris. E descobriremos as origens da doutrina fascista do sangue e da terra partilhada pelos antropólogos nazistas e comunistas dos anos 20, afinidade ideológica que precedeu o pacto Hitler-Stalin. Veremos que há muito mais que só um casamento de conveniência entre as antigas redes nazistas e aquelas búlgaro-soviéticas e cubanas, que fornecem armas e infra-estrutura aos narco-terroristas.

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4 SENDERO LUMINOSO: ASSASSINOS

INDÍGENAS A organização terrorista peruana Sendero Luminoso, credita sua existência a José Carlos Mariátegui, fundador do Partido Comunista Peruano. Era ele um ideólogo clássico nazista-comunista, que apoiou o socialismo soreliano, e desenvolvido, como disse, de acordo com “os desejos de Friedrich Nietzsche”, o predecessor intelectual do fascismo hitlerista. Mariátegui concentrou-se nos “povos primitivos” e colaborou com alguns dos principais antropólogos de seu tempo. O Sendero caracteriza-se por ser um grupo maoísta radical, seguidor dos ensinamentos da Revolução Cultural de Mao Tse-tung e da Gangue dos 4. A ideologia do Sendero é o culto à Mãe-Terra, baseado na alegada superioridade das culturas “indígenas”, baseadas na natureza e naturalmente “comunistas”. A celebração do culto mágico da morte da cultura Wari, que precedeu a civilização Inca no Peru, é parte da estrutura da crença do Sendero. O calendário lunar Wari, e a estação de cultivo da coca, são usados pelo grupo terrorista para planejar suas ações guerrilheiras. Enquanto as ações do Sendero espalharam-se rapidamente até incluir a maior parte do Peru, sua base de operações permanece no terreno desolado, difícil e geograficamente isolado das terras altas andinas, no Departamento (Estado --- N. T.) de Ayacucho. O grupo demonstra habilidade em mover-se rápida e clandestinamente no terreno montanhoso, inclusive nas áreas sabidamente sob controle dos traficantes de drogas. O Sendero segue uma estratégia de sitiar as cidades peruanas, a fim de ocasionar “o colapso do estado burguês”. Os terroristas do Sendero tentaram cortar o fluxo de alimentos para as cidades, às vezes arrasando fazendas e matando o gado, atacando centrais elétricas e suas linhas, e explodindo pontes. O grupo escolhe para ataque e assassinato as autoridades locais que representam o “estado burguês”; prefeitos, policiais, professores.

ANTROPOLOGIA E ALIANÇA NAZI-COMUNISTA Os terroristas do Sendero estão longe de ser os defensores dos “indígenas” de língua quechua das montanhas do sul que seus partidários internacionais apregoam. Seus líderes são os graduados de língua francesa da Sorbone, a mesma instituição que produziu o Presidente açougueiro do Camboja de Pol Pot, Khieu Samphan. O Sendero foi criado deliberadamente, em um projeto que durou uma década, por antrpólogos, sociólogos e antigos missionários. Um deles, o proclamado pai da “etnologia” peruana, o cultista teósofo Luis E. Valcárcel, escreveu um artigo em 1960 intitulado, “Peru, Paraíso do Antropólogo”. O fundador da EIR, Lyndon LaRouche, apontou o ponto de vista necessário à investigação do Sendero em um memorando de pesquisa, em fevereiro de 1984, “A Influência dos Cultos Gnósticos, Sufitas e ´Nativistas` no Recrutamento e Controle das Insurgências Terroristas”, onde escreveu:

“Para combater os males das insurgências terroristas e separatistas contrra a civilização atual, é indispensável que compreendamos melhor o inimigo e seus métodos... É necessário mapear as redes de antropólogos, missionários e outros que operam tais redes sufitas entre as variedades “pré-colombianas” designadas de cultos de “sangue e terra” na América Latina toda, para sermos capazes de visar contra-operações e contramedidas de guerra cultural apropriadas a todas essas operações culturais, não meramente o Sendero”.

Mas a força do Sendero não provém somente dos “antropólogos da ação” dementes. Estes são os controladores intelectuais: mas o comércio drogas e armas do Nazismo Internacional fornece a logística e a proteção; o FMI e seus aliados financeiros criam as condições de miséria e desespero sobre as quais o terrorismo e as suas inssurreições separatistas florescem; e a União Soviética encoraja as guerrilhas afim de apressar o desaparecimento dos estados nacionais do mundo ocidental. Analisando a estrutura das crenças dos cultos, LaRouche escreveu no memorando citado, como se pode discernir a extensão total desse patrocínio exterior:

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“É necessário fazer isto para descobrir onde cortar o tecido com poucos cortes bem selecionados, para fazer a rede maior se desenrolar. Uma vez o mapa aberto, a conexão nazista-soviética com essas insurreições ´nativistas` está mais precisamente definida”.

Nos anos 70, enquanto a estrutura subterrânea do Sendero estava sendo construída, o “novo indigenismo” dos antropólogos se movimentou para a fase ativista da luta de “libertação”. Reunindo-se na cidade do México em 1974, a Sociedade dos Americanistas lançou o grito de batalha:

“Nós, antropólogos... reunidos na cidade do México por ocasião do 41º. Congresso Internacional de Americanistas, consideramos o momento oportuno para esclarecer um problema de definição teórica que implica um conceito político para as lutas de libertação dos povos indígenas, como parte dos projetos de libertação dos povos americanos. Na ocasião, reafirmamos a necessidade dos especialistas nas ciências sociais se comprometerem a apoiar, ao nível de prática eficiente, as lutas de libertação das minorias oprimidas (grifo nosso).

Em 1980, mesmo ano em que o Sendero surgiu como movimento terrorista, uma organização de cobertura para a “libertação indígena” continental, o Conselho Indigenista da América do Sul (CISA) foi fundada. Representantes dos grupos indígenas e ativistas de todo o continente reuniram-se para planejar a estratégia parra a “tomada do poder”. Na 2ª. Conferência dos Povos Indígenas da América do Sul, em março de 1983, perto de La Paz (Bolívia), organização patrocinada pelo CISA, representantes desse relataram o término bem sucedido das fases iniciais da organização. Ações expansionistas pelo continente, recrutamento de jovens e treinamento de movimentos para “libertação” urbana e rural foram anunciados como a nova fase das operações “indígenas”. A Conferência constou de uma diatribe após outra, atacando o estado nacional, denunciando o “desenvolvimento incontrolável da tecnologia destrutiva e anti-humana”, e glorificando os aspectos mais brutais de “indigenismo” (mascação da folha de coca) como “um dos valores culturais mais básicos nas cerimônias e rituais andinos”. Era uma expressão pura da ideologia “indigenista” esposada pela gangue fanática do Sendero. O grito de batalha da Conferência foi: “Vamos nos organizar e preparar física e ecologicamente para que, ao instalarmnos nossa gente no poder, mudemos totalmente o sistema jurídico-governamental: no poder, mudaremos o sistema e o pensamento ocidentais”. O apoio soviético ao CISA, e ao movimento separatista indígena por toda a América Latina, foi restaurado como política muito recentemente por Anatolii Shulgovskii, diretor da Divisão de Problemmas Políticos e Sociais do Instituto Latino-Americano da Academia de Ciências da URSS. Na edição de dezembro de 1982 da revista do Instituto América Latina, Shulgovskii escreveu que “o aspecto característico da América Latina hoje é a grande incorporação das massas indígenas ao movimento de libertação”.

CONEXÃO NARCO-FASCISTA As investigações da polícia peruana determinaram que o terrorista fascista italiano Stefano Delle Chiaie, procurado pela explosão em 1980 na estação ferroviária de Bolonha, que matou mais de 80 pessoas, é um dos controladores do Sendero, de acordo com uma exposição publicada no seminário italiano PANORAMA. Esta pista altamente significativa estabelece sem sombra de dúvida a ligação entre os comerciantes de drogas do Nazismo Internacional e o Sendero. Diz PANORAMA:

“De acordo com relatório da polícia peruana, Delle Chiaie organizou uma das mais espetaculares ações do Sendero, o assalto contra Lima em 28 de maio de 1983. A nordeste de Lima, o governo tenta convencer os camponeses a deixar o cultivo da droga, enquanto a conselho de Delle Chiaie, os narco-traficantes fundiram suas forças com as do Sendero. De acordo com a polícia boliviana, a última ação de Delle Chiaie foi a tentativa de golpe em La Paz, quando o Presidente Siles (Zuazo) foi seqüestrado”.

A revista refere-se ao programa conjunto americano-peruano de erradicação na região de Tingo Maria, a nordeste de Lima, que foi cancelado em agosto, em seguida aos ataques do Sendero, pois a região é a segunda frente do Sendero. O programa conjunto envolvia a erradicação de 4.000a de cultivo de coca, e ajuda para encorajar cultivos alternativos. O Sendero montou uma grande operação contrária, recrutando cerca de 2.000 pessoas no vale para apoiar o “direito” deles de cultivar coca. Em 4 de julho de 1983, um grande grupo de guerrilheiros atacou o conjunto da AID americana. Cinco americanos e várias dúzias de trabalhadores peruanos foram retirados e o projeto cancelado, porque a força policial de 224 homens treinada pelos Estados Unidos foi incapaz de fornecer proteção. Delle Chiaie é alto funcionário do Nazismo Internacional, e entrou na Universidade de Roma nos anos 60, onde fundou um grupo chamado “nazista-maoista”. Serviu como “tenente” ajudante ao nazista Klaus Barbie (o “açougueiro de Lyon” da Gestapo, julgado na França por seus crimes na Segunda Guerra Mundial) na direção do comércio de cocaina na Bolívia, onde os “coronéis da cocaína” apoderaram-se do governo mais de uma vez.

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Fontes bolivianas avisaram EIR em 1983 que as máfias da cocaína na região andina tinham feito planos para organizar um movimento de “direitos humanos indígenas” por toda a região, para facilitar suas ações narco-traficantes. Não há dúvida de que o Sendero fez acordo com os traficantes peruanos: apoio logístico, dinheiro e armas em troca de “proteção” contra a guerra governamental às drogas. O Ministro do Interiorr, Luis Percóvich, afirmou em 4 de junho de 1983, que as agências de inteligência tinham provas dessa cooperação, citando como exemplo o ataque do Sendero em 1983 à prisão de Ayacucho, no qual os terroristas cuidaram de libertar primeiro os traficantes. Peritos de Inteligência descreveram assim a conexão da droga do Sendero: • Os mapas das bases do Sendero encaixam-se precisamente na grande área de produção de coca no Peru, nas terras

altas do centro-sul, à volta de Ayacucho; • Os investigadores foram incapazes de localizar qualquer rota externa de suprimentos de armas, fundos e outra

logística dos terroristas; • A capacidade do Sendero de juntar cerca de 2.000 terroristas de todos os cantos de um país no qual o transporte

permanece crítico, o que indica capacidade logística profunda e sofisticada, que somente os narco-traficantes possuem, isto é, aviões.

O Peru tem sido, com a Colômbia e a Bolívia, um dos 3 grandes produtores de cocaína na América Latina. A renda líquida da produção é estimada em 6 bilhões anuais. Com um PNB total de 20 bilhões, a cocaína se torna o negócio mais lucrativo do país. A área do Serndero de seu mais forte controle, sua base de operações, é precisamente a primeira região de cultivo de coca no Peru, o Departamento de Ayacucho, nas terras altas do centro-sul, e o Vale do alto Huallaga, com trechos dos Departamentos de Huanuco e San Martín. De fato, as áreas fortes do Sendero registraram uma queda abrupta na produção, enquanto outras mantém seus tradicionais níveis de produção. Um exemplo é alto Huallaga, que emergiu como um produtor de coca em rápida ascenção em meados dos anos 70, e que em 1983 era a região produtora número 1. A “zona liberada” do Sendero nos Andes, o terreno desolado e quase intransitável que separa a região urbana costeira do corredor de droga na selva a leste, fornece uma forte linha de defesa contra ações policiais aos traficantes. O intercâmbio do Sendero com os narco-trraficantes provavelmente regride ao começo das atividades cultuais terroristas conduzidas desde a Universidade de Huamanga. Em 1964, a plantação de coca em Ayacucho do Senador Parodi foi supostamente usada como base para treino de sobrevivência na selva para professores e estudantes daquela Universidade, e pertencentes ao culto do Sendero. A primeira ação sangrenta desse em 1979 foi o assassinato do policial baseado na estrada de acesso a Parodi. Também relatou-se que o grupo de Guzman coletava taxas sobre o comércio de drogas através de sua zona de controle fora de Ayacucho em 1971.

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5 A VERDADEIRA HISTÓRIA DE

HORROR DOS GNÓSTICOS Em 26 de julho de 1984, Patrícia Paredes de Londoño, líder da Coalisão Colombiana Nacional Anti-Drogas, foi seqüestrada na rua em Bogotá por agentes da máfia das drogas. Ela desapareceu após sofrer embaraços e intimidação, inclusive ameaças de morte, grampeamento de telefone, roubos e drogas, em todo o ano anterior. As ameaças e ações sujas tencionavam intimidar Maxmiliano Londoño, marido da vítima e vice presidente da Coalisão, e Fausto Charris, presidente, e se destinavam a paralizar as atividades investigativas, organizacionais e culturais do grupo. Graças a uma intensa campanha internacional de informação, Patrícia foi libertada após 7 dias de aprisionamento, nos quais foi drogada e submetida a lavagem cerebral estilo Patty Hearst, de conformidade com os métodos gnósticos de lavagem cerebral detalhados no livvro do guru gnóstico Samael Aun Weor, “Chave para a Dinâmica Mental (Keys to Mental Dynamics)”. (1) Mas muito antes dela se recuperar de sua dolorosa experiência, e ser capaz de deixar a enfermaria psiquiátrica do Hospital Departamental da Universidade do Vale, a Coalisão e os investigadores da EIR já eram capazes de montar um retrato detalhado das ligações entre os gnósticos, a máfia colombiana, a conexão búlgara de narco-terrorismo, o contrabando de armas e os “cidadãos acima de qualquer suspeita”, tais como o antigo Presidente colombiano Alfonso López Michelsen, que deu status legal à Igreja Gnóstica Universal Cristã da Colômbia em 1974, mesmo ano em que a mina das drogas colombiana começou a funcionar. Ao realizarem o seqüestro, os padrinhos da máfia colombiana expuseram a estrutura por trás da conspiração narco-terrorista internacional. No 5º. dia de cativeiro de Patrícia, EIR já pusera nas mãos de indivíduos influentes à volta do mundo um dossiê sobre a conexão entre os búlgaros, os gnósticos e López Michelsen. (2) EIR descobriu, além disso, que as sujas operações búlgaras não somente tencionavam “destruir o ocidente”, mas tinham o propósito específico de impor os ideais anti-cristãos da seita pagã gnóstica, que até hoje é a religião atual do estado da Bulgária. (3) O paradigma cultural conhecido como gnosticismo recua nos séculos. Apareceu na antiga Roma, reapareceu como a ideologia de Adolf Hitler (4) e atualmente dissemina-se pelo mundo nos círculos oligárquicos internacionais, os quais buscam tomar o lugar da tradição judaico-cristã ocidental, com os cultos satânicos assassinos que adoram a “Grande Mãe” Desde os dias de Santo Agostinho (354 - 430 na África do Norrte), a oligarquia fundamenta-se na estrutura da crença gnóstica, com sua profunda hostilidade aos valores morais ocidentais do progresso tecnológico e valor sagrado do indivíduo, para guerrear a fé cristã, que ensina que o homem pode partilhar da divindade de Deus ao continuar seu trabalho criativo, o que é maldição para a oligarquia. Exatamente como Santo Agostinho lutou contra a degeneração moral personificada nessas seitas irracionais, assim aqueles que lutam contra o comércio internacional de drogas atual devem reconhecer, na proliferação dessas seitas novamente polidas, a correia de transmissão da corrupção moral tão indispensável à cultura das drogas.

A IGREJA GNÓSTICA UNIVERSAL CRISTÃ Aqueles que seqüestraram, drogaram e tentaram fazer lavagem cerebral em Patrícia Londoño são membros da Igreja Gnóstica Universal Cristã da Colômbia. Arturo Cortés Cadena, que apresentou-se como “advogado” de Patrícia enquanto esta ainda estava cativva, e protegeu os seqüestradores de captura pela polícia, é membro ativo da Igrreja, de acordo com sua própria confissão. Cortés Cadena implicou um José Vicente Márquez, bispo daquela Igreja, no seqüestro, quando afirmou que Márquez “me tirará daqui” caso a polícia o prendesse enquanto Patrícia ainda estava seqüestrada. O infame manual gnóstico de lavagem cerebral, “Chaves para a Dinâmica Mental”, do mestre Samael Aun Weor (Victor Manuel Gómez), que detalha passo a passo o processo de “aniquilar o ego”, é dedicado entre outros a Márquez.

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Este mais tarde ficaria famoso como “o mais inteligente e mais influente” sócio de Julio Medina Vizcaíno, líder da Igreja Gnóstica desmascarado na edição de 9 de outubro de 1984 da revista colombiana de grande circulação CROMOS, sob a manchete “Um estuprador, falsário...” A trilha dos gnósticos leva a personalidades como o falecido chefe do movimento terrorista M-19, Jaime Bateman, e a notória terrorista “La Chiqui”, que teve papel escandaloso na ocupação da embaixada dominicana em Bogotá pelo M-19. Ambos eram “crentes”, fortemente doutrinados pela Igreja Gnóstica. Mais importante ainda, do que a evidência trazida à luz por essa investigação de indivíduos importantes na conspiração narco-terrorista, é que uma terrível arma de guerra cultural fora descoberta. Crença na natureza essencialmente bestial do homem, na astrologia e magia negra, consumo de alucinógenos e ódio à capacidade criativa do homem definem o mundo da cultura das drogas partilhada pelas vítimas e novos recrutas do novo paganismo, tanto quanto pelos indivíduos “respeitáveis” que usam a Igreja como centro de desenvolvimento narco-terrorista. Tais crenças são a arma secreta da oligarquia há séculos. É por esta razão que encontramos tais coincidências estranhas e repugnantes nos pontos de vista do Sendero, do líder terrorista do M-19 Jaime Bateman, do traficante Carlos Lehder e Adolf Hitler e dos antropólogos e banqueiros que os controlam. A seita gnóstica, que proclama ter mais de 20.000 fiéis somente na Colômbia, está comprometida com a “revolução mundial”. Através de ritos sexuais perversos e aniquilação da personalidade individual, povos sofrem lavagem cerebral para aceitar e participar na desintegração de suas próprias sociedades. Investigação preliminar mostrou que onde quer que a seita gnóstica ganhe terreno, também lá acharemos terreno fértil para produção e tráfico de drogas. Jaime Bateman, o falecido chefe do M-19, descreveu o apoio gnóstico à sua gangue de terroristas em uma entrevista publicada em 28 de novembro de 1983 na revista peruana CARETAS:

“Vejam, creio basicamente em minha mãe... Minha mãe é gnóstica. Minha mãe foi responsável pela organização da gnose em Santa Marta, e cada sábado fazem uma corrente para nos proteger, a organização... O comitê executivo, ou como o chamarem, nos envia regularmente congratulações”.

Em outra entrevista publicada após sua morte, no livro ESCUTE IRMÃO, Bateman expõe a base “idealista” para sua aliança com a máfia:

“Os que produzem coca não são oligarcas; são os setores populares. Assim, se houver repressão ao comércio, esses serão diretamente afetados, nunca se enriquecerão. Eles a produzem como a qualquer outro produto, porque há mais lucro em semesr coca do que yuca”.

Em dezembro de 1984, o líder do M-19 Iván Marino Ospina repetiu as idéias de seu falecido comandante. Endossando a ameaça dos chefes mafiosos como Carlos Lehder, de “matar 5 norte-americanos para cada colombiano extraditado”, Ospina continuou “O comércio de drogas adquiriu características especiais em meu país, porque muitos colombianos vivem e se beneficiam dessa atividade”. Jaime Michelsen Uribe, fundador do consórcio financeiro Grancolombiano e primo em 1º. Grau do antigo Presidente Alfonso López Michelsen, não poderia falar melhor. De todos os colombianos, Michelsen Uribe foi o que mais se beneficiou dessas atividades, pois apoiou a campanha de legalização da maconha de Ernesto Samper Pizano, amigo dos gnósticos e tesoureiro da campanha Presidencial de 1982 de López Michelsen. Samper admitiu ter aceito 20 milhões de pesos colombianos para a campanha de Carlos Lehder e seus amigos, contribuição que, de acordo com a máfia, constituiu primeiro pagamento para legalização das drogas e dinheiro sujo. Michelsen Uribe disse ao EL TEMPO, em maio de 1981, que as propostas de Samper Pizano eram “eminentemente respeitáveis... talvez solução para o problema”. O dinheiro quente acumulado pelo comércio ilegal de drogas” foi útil ao país, canalizado para pólos de desenvolvimento... e ofereceu soluções a povos que de outra forma não teriam nenhuma”. (5) O escritor Gabriel García Márquez, ganhador do Prêmio Nobel, ideólogo do movimento pessimista na Colômbia, um gnóstico por estrutura de crença, e íntimo tanto do M-19 quanto de Fidel Castro, também partilha desse ponto de vista, pois trabalhou ativamente para López Michelsen em sua campanha Presidencial de 1982. Em entrevista à VILLAGE VOICE, publicada em agosto de 1984, García Márquez chamou o comércio de drogas “parte da auto defesa dos colombianos... Alguns escrevem, alguns fazem filmes, alguns são Presidentes da República, mas ninguém morre de fome... Quem sabe onde estaria nosso país sem as drogas? Quem sabe que níveis de crimes comuns teríamos se não fosse pelo espaço vital fornecido pelo comércio de drogas?”

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O FMI não teria dito melhor. O modelo jamaicano, no qual os lucros da “ganja” (maconha) são aplicados no pagamento da dívida, é o modelo de “livre empresa” do FMI para o mundo. Em 1976, de acordo com fontes diplomáticas bem informadas, o FMI e seu afiliado, o Royal Bank do Canadá, ordenaram diretamente ao governo da Guiana que plantasse maconha a fim de receber divisas estrangeiras. Em um ano, a Guiana tornara-se fornecedora de maconha para os Estados Unidos, e estava pagando sua dívida ao FMI. Uma das condições “discretas” que o FMI impôs a Guiana foi que o governo hospedasse o Templo do Povo do “reverendo” Jim Jones, o gnóstico fanático que se matou com centenas de seguidores usando ácido cianídrico. Jones foi apresentado como amigo da família do Presidente Jimmy Carter. Milton Friedman, o economista monetarista que determinou o modelo econômico atual do Chile, também concorda. Todas as drogas, diz ele, inclusive a heroína, deveriam ser legalizadas em nome da “livre empresa”. A Igreja da Unificação do reverendo Sun Myung Moon, seita direitista que baseia-se em seitas gnósticas, também favorece a legalização da heroína. Onde esquerda e direita se encontram, onde os comunistas e os fanáticos da “livre empresa” se juntam, lá encontraremos a trilha do narco-terrorismo. Exatamente como o Movimento Cívico Nacional de Carlos Lehder --- que se chama anti-imperialista, não-alinhado, líder do povo, indigenista, pró-Partido Verde e admirador fanático de Adolf Kitler --- a coerência de todos esses epítetos pode ser encontrada nas doutrinas da Igreja Gnóstica.

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NOTAS: PARTE 6 CAPÍTULO 5: A VERDADEIRA HISTÓRIA DE HORROR DOS GNÓSTICOS 1. A seguir estão extratos do livro “Chaves Para a Dinâmica Mental”, uma revisão das técnicas de lavagem cerebral,

escrito na terceira pessoa como ditado pelo “Mestre Samuel Aun Weor”: “Daremos a você a chave para destruir rapidamente o ego usando a força maravilhosa da energia sexual. Diz o Mestrre: Muitos casais gnósticos atuam assim --- quando estão no momento de sua máxima união na prática do Grande Arcano, o homem está aniquilando um erro; ele pensa na aniquilação do defeito da inveja (por exemplo). Enquanto isso, sua esposa, sua sacerdotisa, trabalha com o defeito da raiva (por exemplo)... A força positiva trabalha só, a força ou pólo negativo trabalha só, e a terceira força também age independentemente. Ele, que deseja a libertação final, deve alcançar a destruição do ego ou agregados psíquicos de existências passadas, porque de outrra forma não obterá o triunfo total... No caminho para a gnose, o homem se feminiza, adquire a força feminina; e a mulher se masculiniza. Grandes homens são postos perante mulheres de temperamento forte, e o homem que quiser triunfar deve submeter seu orgulho. Se todos os homens, que querem se realizar ao longo do caminho que mostrei, submeterem seu ego e seu orgulho e não se rebelarem contra suas mulheres, logicamente alcançarão ´cristificação`. Como homem, este deve se prostar perante a mulher”.

2. Na tarde de 21 de agosto de 1984, a mídia colombiana foi inundada com as queixas de Alfonso López Michelsen, quase um mês após apresentar ao povo a proposta de “anistia”, exigida pelos traficantes colombianos. O texto do protesto de Lópex é o seguinte:

“No Panamá, Nova Yorque, Copenhagen e presumivelmente por todo o mundo, uma história da Revista Executiva de Inteligência (sic) está circulando, de acordo com a qual estou a serviço da máfia das drogas, ameaçando Sua Excelência, e patrocinando o chamado seqüestro da Sra. Paredes de Londoño, que está supostamente casada com o presidente do Partido Andino e da Coalizão Anti-Drogas, e que apareceu para explicar sua ausência como uma briga com seu marido. Fornecem informação de que, sendo primo de Jaime Michelsen, patrocinei legislação favorecendo o mesmo durante meu governo. Penso que eu --- como antigo Presidente da Colômbia e amigo de Sua Excelência, a quem informei de cada passo relacionado com o encontro no Panamá e, de acordo com o livro de Hernán Echeverría, procedi rigorosamente dentro da lei no caso Grancolombiano --- tendo o direito de que minha honra não seja tão atingida universalmenete e em jornais como o ABC de Madri, em face da indiferença ou silêncio dos agentes do governo colombiano, qualquer que seja sua filiação política”.

3. Que o gnosticismo floresce hoje na Bulgária demonstra-se pela carreira de Lyudmila Zhivkova (1942-1981), filha de Todor Zhivkov, atual Presidente da Bulgária e Primeiro secretário do Partido Comunista Búlgaro. Zhivkov, membro do Politburo desde 1979, presidiu a transformação da política oficial cultural sob a direção do gnosticismo. Como diretora do Comitê Governamental para Arte e Cultura nos anos 70, ela glorificava os cultos pré-cristãos da morte na Trácia (onde hoje está a Bulgária), reviveu a medicina folclórica das ervas búlgaras, construiu monumemtos a figuras históricas da Igreja Ortodoxa Búlgara, formada sob o modelo gnóstico, e pregou a doutrina clássica gnóstica do “caminho para a luz e a verdade”.

O discurso que pronunciou perante um grupo de crianças em Sofia é um dos vôos mais insanos da retórica gnóstica:

“Vestida com o fogo indestrutível... Possa a consciência abraçar a infinidade do Cosmos. Brilhará a vibração dos elétrons enchendo a vasta expansão das esferas iridescentes com sua harmonia e ritmo... Possa a felicidade de ser eternamente novo como a criação existir... a vestimenta mais magnífica brilhando sobre voces na vibração da sétima harmonia da eternidade!”

Após sua morte em 1981, a Fundação Internacional Lyudmila Zhivkova (Lyudmila Zhivkova International Foundation --- LZIF) foi estabelecida para continuar seu trabalho.

4. O Partido Nazista de Adolf Hitler é o exemplo máximo, no ocidente, de um movimento gnóstico que chegou ao

poder. A concepção mundial de Hitler era especificamente gnóstica. Em criança, Hitler freqüentou a Escola da Abadia Lambach em Lambach-no-Tran, na Áustria superior, que já há vinte anos era um centro de prática gnóstica. Seu abade, Padre Theodore Hagen, era adepto da astrologia e dos fundamentos da heresia gnóstica, com particular afinidade com o catarismo e o sufismo islâmico de século XIII. Este monge beneditino fez gravar a suástica sobre a entrada da escola da abadia.

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Quando Hitler foi para lá em 1899, encontrou um jovem monge cisterciense, Adolf Joseph Lanz, que mais tarde o levaria para os grupos cultistas raciais de Viena. Em 1900, Lanz renunciou ao hábito, foi para Viena e fundou a Ordem do Novo Templo, inspirado nos Cavaleiros Templários. Em 1905, usando o nome de Georg Lanz Von Liebenfelds, começou a publicar o jornal cultista racial OSTARA, dedicado à propaganda em favor de uma guerra entre os “Filhos da Luz” e os “Filhos das Trevas”, isto é, guerra entre louros arianos de olhos azuis e os escuros e intrigantes judeus (respectivamente).

Em Munique, Hitler foi levado para os círculos gnósticos à volta da Sociedade Thule, nomeada segundo a mítica “Última Thule” dos arianos do norte, e formada por oligarcas alemães do sul, suíços e britânicos, dedicados a criar um partido de massa para doutrinar a Alemanha derrotada com as idéias gnósticas. Hitler tornou-se seu porta-voz.

Sua missão era destruir o cristianismo e o juadísmo em favor da antiga religião pagã. Quando a guerra estava perdida, a Alemanha sendo invadida por todos os lados, a catástrofe chegando, os sequazes de Hitler juntaram-se à sua volta para saber o que faria. Ele lhes disse que, qualquer que fosse o resultado daquela guerra, a guerra maior fora ganha. Cem anos após sua morte, predisse, o cristianismo não mais existiria como força significativa no mundo. Esta era a vitória, disse ele. Para destruir o cristianismo, raciocinou Hitler, deve-se primeiro destruir seu “agente”, o “bacilo judeu”, a “nação de sacerdotes”, como Nietzsche raivosamente os chamara. O Holocausto foi planejado para isto.

5. Jaime Michelsen Uribe é atualmente um fugitivo da justiça colombiana, e esconde-se com sua família e

colaboradores íntimos em Miami (Flórida). Fugiu da Colômbia na véspera do Ano Novo de 1984, em seguida a uma “discussão” com o Presidente Betancur, na qual lhe apresentaram provas de suas maciças fraudes financeiras. Foi pedido ao banqueiro que renunciasse a seu posto como presidente do banco capitânea do Grancolombiano, o Banco da Colômbia, a fim de evitar processo. Michelsen, ao invés disso, escolheu o “exílio de luxo” em Miami, mas corre risco de ser extradittado para a Colômbia a fim de responder por seus crimes multibilionários.

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PARTE 7 CRIME ORGANIZADO

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INTRODUÇÃO A INTERNACIONAL

DO CRIME Os poderes e objetivos dos principais distribuidores da Narcotráfico S.A. sempre foram explicitamente políticos. Eles investem na distribuição da contra-cultura anti-industrial das drogas, na fraude ambientalista, em pornografia, jogo, especulação e todas as armadilhas da dolce vita da “sociedade do lazer” e da diversão, tão cara a nobreza européia titulada, e crescentemente absorvida por americanos comuns. Eles investem os lucros do comércio de narcóticos na destruição da cultura e moralidade do progresso, sobre o qual repousam os governos das nações industriais. Sodoma e Gomorra apoiadas pelo poder financeiro internacional e pelos truques políticos sujos, esta é de fato a única definição precisa de crime organizado. Este é o objetivo para o qual é “organizado”. Gangues centradas em famílias locais existem naturalmente, as quais fazem alianças mutáveis e temporárias, tentam espalhar lama nas cidades, etc. Mas não há nada, nesta espécie de atividade criminosa, que mereça o termo “organizado”. Nem consumia ele qualquer fração mensurável da renda nacional americana--- não até começar o processo de sindicalização, dirigido pelos britânicos através da família canadense Bronfman, desde os anos 20. O objetivo e método da sindicalização, como veremos, era a efetiva tomada do governo americano, a começar por suas forças policiais e de inteligência. Vamos raspar a camada de cal, de menos de 20 anos, que cobre o império empresarial e financeiro dos Bronfmans. Em baixo descobriremos as subsidiárias da Narcotráfico S.A. que controlam o submundo criminoso da América do Norte. Veremos bem de perto Meyer Lansky e outras figuras da “máfia” e descobriremos que, como as gangues verdes da China, ela é um exército secreto, uma quinta coluna controlada pelos oligarcas britânicos contra os Estados Unidos. Seguiremos a trilha do dinheiro das drogas até os cassinos e outras empresas “legítimas”, que são a indispensável fachada do sindicato para o comércio das drogas. Dessas empresas respeitáveis, seguiremos o dinheiro das drogas até os gabinetes das assembléias estaduais, conselhos de cidades, escritórios do Congresso e até os bolsos dos atuais Benedict Arnolds e Aaron Burrs da América. Faremos então uma grande volta pelos centros bancários offshore anglo-holandeses, vendo o dinheiro sendo lavado em Basiléia, Liechtenstein, Tel Aviv e Bahamas, seguindo sua trilha cuidadosamente enquanto financia o terrorismo internacional e o escritório mundial particular de assassinatos. Ao terminarmos, o leitor terá uma visão do crime organizado que rasga em pedaços os contos de fadas das novelas baratas e filmes classe B. O “padrinho” local mais retratado, cuja família resiste ao comércio de drogas ou se opõe ao uso de assassinatos políticos, não é parte do sindicato, nem poderá jamais prevalecer sobre sua política. Ele nem mesmo compreende seu objetivo básico, a completa legalização internacional do crime, pela dissolução da polícia e do governo nacional. Da mesma forma, o cidadão que enxerga o crime organizado em termos da máquina política de sua cidade, é feito de bobo. Esta máquina política é dirigida por uma “sala de guerra” nacional com conexões e objetivos internacionais. Alguns dos funcionários locais podem ter sido atraídos por agentes do comando nacional do crime organizado--- que agora envia agentes de nível ainda mais superior, “acima de suspeita”, para processar esses funcionários locais! As alianças verdadeiramente típicas, que desvendaremos, não são aquelas constantemente trombeteadas para o público pela mídia dirigida pela própria Narcotráfico S.A.. São aquelas aparentemente estranhas e reincidentes, tipificadas pelo financiamento de Robert Hutchins por Bernie Cornfeld: o auxiliar da IOS de Robert Vesco e o presidente da Universidade de Chicago, fundador do Centro para Estudos das Instituições Democráticas; o estelionatário internacional condenado e o intelectual liberal cidadão- do-mundo. O que os reúne? A contracultura das drogas, e o governo unimundista.

EXECUTIVA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS Desde os anos 20, os gangsters britânicos da Narcotráfico S.A. manobraram, desde sua base no Canadá, para se apoderarem do governo efetivo em todas as ilhas caribenhas, nos países da América Central e em certos balneários do México. Os hotéis-cassino pipocaram, a nobreza titulada estabeleceu residência, as agências bancárias proliferaram. Enquanto a mídia americana instigava os americanos a gastarem cada vez mais dinheiro no “lazer” nesses

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estabelecimentos offshore do sindicato de Meyer Lansky, a Narcotráfico S.A. atacava diretamente a economia do pós-guerra americana, e o poder executivo dos Estados Unidos. A virada na guerra britânica do ópio foram os cinco anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. A base principal implantada pela Narcotráfico S.A. nos Estados Unidos, nesta ocasião, foi a Executiva de Operações Especiais (SOE) da inteligência secreta britânica. Os policiais se confrontam hoje com dois grandes obstáculos, ao perseguir o comércio de narcóticos. O primeiro é o extraordinário grau de proteção “interna” à Narcotráfico S.A., dentro do establishment nacional de inteligência e segurança. A história da SOE do Coronel William Stephenson é essencial a esta proteção. O Coronel Sir William “Íntrépido” Stephenson, que verdadeiramente desenvolveu o sindicato de Meyer Lansky, e patrocinou a reabilitação pós-guerra de Lucky Luciano; o Coronel Louis Mortimer Bloomfield, advogado e controlador da fortuna Bronfman de bebidas e drogas; o General Julius Klein, patrono do presidente da United Brands, Max Fisher--- esta é a estrutura de comando operacional da Narcotráfico S.A., todos oficiais britânicos e canadenses, tomaram o controle da área mais sensível da inteligência americana, durante e após a Segunda Guerra Mundial. David Sarnoff, cujo conglomerado de comunicações RCA era o cerne da Agência de Segurança Nacional (National Security Agency-NSA); o chefe da contra-inteligência dessa, Walter Sheridan, que mais tarde coordenou a proteção política e os serviços de inteligência para a Resorts International, império de cassinos de Lansky; o Coronel Clay Shaw, oficial da NSA processado pelo Procurador Distrital de Nova Orleans, Jim Garrison, pelo assassinato de JFK--- essas eram as pessoas para ações especiais que a SOE usou para perseguir seu objetivo último; a liberdade completa de operação da Narcotráfico S.A. por toda a América do Norte. Stephenson trabalhou com as redes canadenses do célebre agente triplo britânico Harold “Kim” Philby, que comandou o treinamento dos agentes do mais alto nível para a OSS (Office os Special Services, precursor da CIA durante a Segunda Guerra Mundial-N.T.) e a nova CIA, e depois “fugiu” para a União Soviética, sendo agora General da KGB. Stephenson e Philby juntos usaram suas redes para começar a transformar as forças de segurança e inteligência americanas no caos em que estão hoje. Partindo de J. Edgar Hoover e seu FBI pronto para tudo, Stephenson se apoderou do Departamento de Justiça e de elementos da CIA. Eles tornaram o aparato inteiro uma gigantesca peneira, arrombando a inteligência militar americana, e transformaram tudo em uma agência de proteção de gangsters e terroristas, que engana e processa americanos honestos. Olhemos a Divisão 5 do FBI, a divisão de contra-inteligência do mesmo. Esta foi criada de alto a baixo pelo Coronel Stephenson, Walter Sheridan, Coronel Bloomfield e o General Julius Klein, usando os métodos britânicos de “alvejar” inimigos políticos, aparatos de comunicações da NSA-RCA, e pessoal composto pelos favoritos de J. Edgar Hoover e os fascistas emigrados da Europa do leste. Chefiada pessoalmente pelo canadense Louis Mortimer Bloomfield, a Divisão 5 do FBI foi o ponto de partida do comando de Stephenson. Veremos o recrutamento para o escritório de assassinatos de Narcotráfico S.A., a Permindex, desde os agentes da Divisão 5 financiados pelos Bronfmans. Aprenderemos como a Permindex obteve a capacidade de, em 1963, assassinar um presidente americano, comandar o encobrimento e esmagar o Procurador Distrital de Noava Orleans que mais tarde tentou desvendar aquele crime.

OS INTERMEDIÁRIOS

O segundo problema do investigador policial surge por causa de seu hábito de trabalhar para cima, desde o fato na rua até os fornecedores atacadistas e daí para o verdadeiro poder financeiro e político do cartel internacional dos narcóticos. Ele esbarra no que a inteligência chama “intermediários”--- camadas de agentes que são camuflagem política de seus chefes--- em escala que se torna mais densa e complexa à medida que ele sobe. Só o Procurador Distrital Garrison, novato na trilha de um assassinato presidencial, foi longe o bastante nas camadas de “intermediários” para chegar ao topo. Seus esforços foram recompensados por trazer ao escrutínio público as camadas do controle direto da inteligência americana pelos britânicos. Se o policial, entretanto, com ajuda deste livro, começar por cima, então o quadro se torna bem simples. Os financistas britânicos da Narcotráfico S.A. empregam 3 grandes camadas de camuflagem política para dirigir o comércio de drogas na América do Norte.

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A primeira é uma frente de criminosos com sobrenome judeu. Esta camada começa em cima com um grupo coeso de “Hofjuden” (judeus das cortes) que serviram por gerações aos monarcas britânicos e aos doges venezianos. Essas famílias tem há séculos uma tradição contínua de se agregarem às casas nobres predominantes da Europa, venezianos, genoveses, a nobreza de Amsterdam e, quando a nobreza holandesa se fundiu com a britânica na chamada Revolução Gloriosa de 1688, os Hofjudem se aglomeraram à volta dos britânicos e os servem até hoje. Os Hofjuden tem menos que nada a ver com o povo judeu, seu bem-estar e aspirações para si e sua posteridade. A única relação daquelas famílias com os judeus tem sido a de periodicamente atrair perseguição a esses, e então se escusarem de seu papel nela por seus sobrenomes. Não se pode condenar o povo judeu pelos séculos de crime cometidos pelos Hofjuden, cuja vítima primária é o seu próprio povo. Entre essas famílias importantes estão os Montefiores, servos da nobreza genoveza desde o século XIII, na Itália e Espanha; os Goldsmiths e Mocattas, importantes mercadores para a família real britânica desde a Restauração dos Stuarts no século XVII; os Oppenheimers, controladores de uma grande parte das minas de diamante e ouro da África do Sul; os Sassons, os primeiros Hofjuden a se estabelecerem na Índia e devotarem seus recursos primariamente à produção de ópio, agora também jet set caribenho; a família canadense de Hirsch, financiadores da emigração judia da Europa do Leste para o Canadá; os Rothschilds, com um secular interesse especial em subverter a república americana; e a outras famílias banqueiras de Warburg, Schiff, Meyer, Loeb, Schroeder,etc. Imediatamente abaixo da elite Hofjuden, estão as famílias “iniciadas”, que aqueles selecionam e patrocinam para dirigir o submundo criminoso, e suas fachadas “legítimas” na América do Norte. São essas famílias que vemos no microscópio nesta seção. Suas ações criminosas são bem recentes, mas com mão pesada e chantagem, camufladas da investigação policial sob a etiqueta de “atividades em nome de Israel”, chamando os agentes que os perseguem de “anti-semitas”. A segunda maior camada de intermediários, que encontramos em nosso relatório da PERMINDEX, tem uma camuflagem religiosa aparentemente diferente. São eles a nobreza emigrada e a pseudo-nobreza da Europa do Leste e do Mediterrâneo --- os ortodoxos jesuítas/russos e a nobreza “solidarista”. Esta camada de famílias, e seus aderentes imperiais, agem sob a camuflagem protetora das cruzadas das “nações cativas” anti-comunistas, e de pseudo-igrejas reacionárias de matiz ortodoxo oriental, especialmente no Conselho Americano de Igrejas Cristãs. Quase todas essas famílias colaboraram diretamente com o fascismo da Europa Central, e dirigiram os governos fantoches de Hitler e Mussolini na Europa oriental e nos Bálcãs. Após a Segunda Guerra Mundial, foram trabalhar para a inteligência soviética e/ou anglo-americana. Algumas, como os Sassons, exemplificam a contra-cultura do jet set, que é a jóia da coroa das ações da Narcotráfico S. A. com drogas, pornografia e cassinos. Todas elas, da mais chic a mais paranóica por títulos de duques da Europa Oriental, tem papel ativo hoje nas operações com drogas, truques políticos sujos, desestabilização e assassinatos da Narcotráfico S. A.. Típicas são os Radziwills, líderes dos solidaristas poloneses; Ferenc Nagy, fascista não reconstruído da PERMINDEX; os de Menils, que envolveram membros talvez insuspeitos das fortunas texanas à PERMINDEX, por casamento; os di Spadaforas, representantes da casa real italiana dos Sabóias no escritório de assassinatos da PERMINDEX; e naturalmente as famílias de menor nobreza, como um bem conhecido Brzezinski. A família política de William F. Buckley Jr. E James Buckley é permanente adepto dos círculos jesuítas emigrados, e promotora da descriminalização das drogas. O terceiro e mais ativo “intermediário” que o investigador encontra são as frentes socialistas internacionais na América do Norte. Essas operam sob a camuflagem de coalisões e campanhas “anti-fascistas” dirigidas contra forças policiais e políticas, que querem limpar das drogas e do terrorismo as cidades americanas e recomeçar o crescimento industrial. Algumas das organizações socialistas internacionais, como os Democratas Sociais dos Estados Unidos e a Liga para a Democracia Industrial, agem há anos sob disfarce pretensamente “conservador”. Raramente conduzem ações públicas em seu próprio nome, a fim de penetrar nas organizações trabalhistas conservadoras e políticas. Mas essas frentes pseudo-conservadoras são fontes de recursos para as organizações pró-drogas e pró-terroristas: o Instituto de Estudos Políticos (Institute for Policy Studies), o Partido Comunista dos Trabalhadores (Communist Workers Party), Yuppies e as redes podres da União Americana de Liberdades Civis (American Civil Liberties Union) , resumidas por William Kunstler. A primeira conexão para essas frentes “direitistas” e “esquerdistas” pró-drogas da Internacional Socialista (Socialist International) é a fachada de truques sujos conhecida como a Liga Anti-Difamação de B’nai B’rith (ADL), criação conjunta das redes socialistas e Stephenson-FBI. A ADL é também a conexão das “liberdades civis” com as publicações do comércio de drogas e pornografia, PLAYBOY, HUSTLER, HIGH TIMES, etc. , e os grupos pró-drogas e pró-terrorismo que as publicam e financiam.

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Desde a primeira edição deste livro em 1978, todo o lobby de drogas e pornografia da Internacional Socialista se reagrupou sob um slogan curioso criado pela ADL. Este é epíteto de que a guerra nacional às drogas, à qual os cidadãos americanos estão sendo chamados, e representa uma ressurreição fascista da Ku Klux Klan!

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1 A GANGUE BRONFMAN

A família Bronfman é conhecida pelos americanos por serem donos da Seagram’s, a maior empresa de bebidas da América do Norte. Os interesses da família vão do uísque aos bancos, das minas aos bens imóveis e, embora um pouco menos publicamente, aos narcóticos. Hoje são vistos como respeitáveis e importantes “filantropos”, cujo nome se liga a tudo que é importante no Canadá e Israel, seja governo, negócio ou assunto cultural. Este não foi sempre o perfil dos Bronfmans. Há menos de 50 anos, eram conhecidos como os maiores fabricantes de bebidas da América do Norte, e eram chamados pelo título menos prestigioso de a “gangue dos Bronfmans”. Foram sempre devedores à elite Hofjuden. O primeiro membro da família a vir para a América do Norte foi Yechiel Bronfman, dono de um moinho de trigo na Bessabária (Romênia), que mais tarde anglicizou seu nome para Ekiel. Emigrou para o Canadá em 1889, sob o patrocínio do Comitê de Colonização Judia Moses Montefiore. (1) Este fora planejado em uma reunião de 1872 entre o Barão Maurice de Hirsch, o Barão Alfred de Rothschild e outros sionistas, os quais estabeleceram uma Associação de Colonização Judia, para trazer judeus russos e da Europa do Leste, selecionados para estabelecimentos agrícolas (kibbutzim) nas províncias canadenses de Manitoba e Saskatchewan. (2) Este mesmo período marcou a transferência dos Warburgs, Kuhns, Loebs e a migração da “Nossa Gente” da Alemanha e Grã-Bretanha para o baixo Manhattan. Em 1912, William Sebag Montefiore chegou a Montreal onde viveu até morrer em 1950. Lord Harold Sebag Montefiore, atual chefe da Fundação Jerusalém, ramo sionista da Mui Venerável Ordem Hospitaleira de São João de Jerusalém, foi mandado para o Canadá para sua educação elementar. Na mesma época, o Barão de Hisch estabeleceu a Fundação de Hisch no Canadá, como disfarce para todas as atividades “filantrópicas” dos judeus canadenses, e os Montefiores criaram um clube com seu nome para servir às elites residentes. Os Rothschilds também plantaram um ramo de sua família em solo canadense. Enquanto isto, em Saskatchewan, a família Bronfman tinha pouco interesse em tirar seu sustento das planícies do meio oeste canadense. Primeiro tentaram vender madeira, depois comerciar cavalos e então, com mais sucesso, tentaram a hotelaria (e a prostituição). (3) Em iídiche, Bronfman significa “o homem da bebida”, e a hotelaria colocou os Bronfmans em boa posição para tirar vantagem do advento em 1915 da Proibição (Lei Seca) canadense. Os hotéis Bronfman viraram “bares”. A Proibição, feita por ordem do Conselho Privado como prelúdio à de 1920 nos Estados Unidos, e ao nascimento do crime organizado, impulsionou os Bronfmans para se tornarem multimilionários, e para o status de intocáveis reis do crime na América do Norte. Durante os 4 anos secos canadenses, de 1915 a 1919, os Bronfmans fizeram contato com as figuras criminosas americanas a fim de importar bebida ilegalmente para o Canadá. Em 1916, os Bronfmans estabeleceram sua primeira ligação com o próprio comércio de ópio. Samuel e Abe Bronfman, dois dos quatro filhos de Ekiel, colaboraram com a Companhia da Baía de Hudson, da qual a família Keswick, da Jardine Matheson, era controladora, para comprar a Companhia Canadense de Pura Droga (Canadian Pure Drug Company), aproveitando a falha no Ato das Medidas de Guerra, que permitia a distribuição por farmacêuticos de álcool para propósitos “medicinais”. Quando a Proibição terminou em 1919 no Canadá, e começou nos Estados Unidos, os Bronfmans simplesmente mudaram de importadores para exportadores de uísque. Quando tudo acabou em maio de 1936, os Bronfmans concordaram em pagar 1,5 milhão de dólares para zerar sua dívida com o Tesouro americano, admitindo que metade da bebida que entrou nos Estados Unidos durante a lei Seca viera dos “homens da bebida”. (4) A “receita Seagram’s” que a família derramou através da fronteira era uma mistura de álcool puro, ácido sulfúrico, caramelo, água e uísque de centeio velho. De 1920 a 1930, 34.000 americanos morreram de envenenamento alcoólico. O controle do fluxo de bebida durante a Lei Seca americana deu aos Bronfmans poder de vida ou morte sobre o crime americano. Recusa de colaborar com a gangue Bronfman geralmente significava morte, e chefes independentes de outras gangues freqüentemente eram executados por seus capangas, por ordem dos Bronfmans. Um dos compradores mais prezados pela gangue era o barão da cerveja de Nova York Arthur Elegenheimer, apelidado Dutch Schultz, que teve sucesso em acabar com a competição, inclusive a do notório assassino Legs Diamond. O próprio Schultz mais tarde foi morto quando teimou em querer matar o Procurador Distrital de Nova York Thomas Dewey, um lutador, embora haja alguma dúvida sobre para que Dewey lutava, como veremos na história da Companhia de Pintura Mary Carter (Mary Carter Paint Company). (5)

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Nos primeiros anos da Lei Seca, os quatro filhos de Ekiel Bronfman fabricavam bebida nos estados das pradarias canadenses para grandes sítios de distribuição ao sul, como Chicago. Para assegurar as linhas de transporte, Harry fundou uma empresa fantasma, a Companhia de Transporte Transcanada (Transcanada Transport Company). Esta era uma cobertura protetora para a Ferrovia Canadian Pacific, cujo dono era respeitável cavalheiro de Londres, e que levava o uísque através da fronteira. (6) Os Bronfmans também compraram faixas de terra improdutiva ao longo da fronteira, e até construíram um duto subterrâneo para levar sua “receita” para os Estados Unidos. Em 1992, o cunhado dos Bronfman, Paul Mattof, foi executado ao estilo gangster pela máfia de Chicago, em uma disputa pela distribuição de lucros. Um escândalo se seguiu, audiências públicas foram realizadas, e os crimes dos Bronfmans vieram a luz. Estes receberam uma suave reprimenda do governo canadense e mudaram suas operações para Montreal. Neste ano também os Bronfmans compraram sua própria destilaria, à vista e com os trabalhadores incluídos, de Kentucky para Montreal. Desde 1920, os Bronfmans estavam importando uísque britânico da Companhia Destiladora de Londres (Distillery Company of London---DCL), que controlava mais da metade do mercado mundial do uísque escocês. A DCL era de propriedade dos mais altos escalões da nobreza britânica, inclusive o Marechal de Campo Haig, Lord Dewar, Lord Worlavington, e outros. A dispensa dos direitos de distribuição era uma decisão de Sua Majestade, o Rei. Em 1926, a pedido de Samuel Bronfman, a DCL concordou em ficar com metade da destilaria dos Bronfmans, e a Distillery Corporation Limited foi formada, como holding das destilarias dos Bronfmans e da Seagram’s. A sede foi estabelecida no castelo da empresa dos Bronfmans em Montreal, mas foi William Rossa da DCL que foi feito presidente, com Sam Bronfman como vice. A elite britânica dera luz verde aos Bronfmans. A despeito da grande injeção de capital, e a recém adquirida legitimidade que a conexão com a DCL lhes deu, o cheiro do contrabando e suborno dos Bronfmans ainda era forte demais. Em 1928, a Real Comissão de Alfândega (Royal Commission of Customs) recomendou o processo imediato de Harry Bronfman, por acusação de tentativa de suborno. Logo após, os Bronfmans criaram a Companhia Marítima Atlas, e mudaram suas ações de contrabando para as ilhas francesas de St. Pierre e Miquelon, a 28 km da Terra Nova. Com licença em Bermuda, Saint John, New Brunswick, Belize e Honduras Britânica, a companhia foi uma das primeiras conexões no submundo do dinheiro sujo das drogas, entre o Canadá e o Caribe. (7) Uns versinhos populares da época indicam o divertimento com o qual os britânicos viam toda a operação: Vinte e quatro ianques Todos muito sedentos Passaram a fronteira Para tomar um uísque Aberto um barril Os ianques cantaram: “Deus abençoe a América, Deus salve nosso Rei”.

O CRIME ORGANIZADO CHEGA A MAIORIDADE

Com a Lei Seca, o crime tornou-se um alto negócio. Não mais era baseado na prostituição em pequena escala, agiotagem ou pobres esquemas de proteção. Agora se centralizava à volta do marketing de uma comodity preciosa e ilegal, cujo suprimento era controlado de Londres e da colônia britânica do Canadá. O crime foi reorganizado de alto a baixo, em uma cadeia integrada de distribuição atacadista e varejista, com distritos de comercialização bem definidos, cotas e preços uniformes. O crime se sindicalizou. Centenas de filmes feitos por Hollywood sobre os “frenéticos anos 20” glamorizaram a verdade: com a Lei Seca, a Grã-bretanha, por sua gangue dos Bronfmans, criou um câncer, sindicalizando nacionalmente o crime. Durante os anos 20, o sindicato dos Bronfmans manipulou heroína, cocaína e qualquer outra droga venenosa disponível, através do mesmo sistema de venda, transporte e armazenagem que comercializava a bebida. A contrapartida dos Bronfmans nos Estados Unidos foi Arnold Rothstein. Exatamente quando aqueles aumentaram seu negócio sob os auspícios da elite Hofjuden, também Arnie Rothstein foi patrocinado pelos banqueiros de investimento da “Nossa Gente” sionista, que chegaram a Nova York quando os Montefiores se estabeleciam no Canadá. Arnold Rothstein, padrinho do crime organizado era filho de um rico comerciante da “Nossa Gente”. Na virada do século, a Fundação Russel Sage publicara um estudo de campo famoso sobre a agiotagem em Nova York. (8) A grande publicidade do relatório resultou em falência, prisão ou esmagamento dos pequenos gangsters por Rothstein, que surgiu como uma poderosa figura da Tammany Hall, com uma fabulosa agiotagem estimada em vários milhões de dólares.

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Grupos regionais se formaram por toda a costa leste para viabilizar a distribuição. O sindicato Reinfeld, assim nomeado por causa do fabricante de bebida e assassino acusado Joseph Reinfeld de Newark ( Nova Jersey), funcionou como intermediário entre as destilarias britânicas de bebidas e os “fabricantes de rum” de Boston e Nova York. Seus acionistas controladores eram os quatro irmãos Bronfmans, Allan, Sam, Abe e Harry. O ramo americano era dirigido por Reinfeld e Abner “Longie” Zwillman, mais tarde o chefão de Atlantic City, e as gangues de Rothstein em Nova York. (9) Em 1927, o grupo dos 7 grandes consolidara o sistema de distribuição por toda a costa leste. Seu organizador era John Torrio, um asseado cavalheiro baixinho que, sem o benefício de família, trama ou ajuda, ganhara notoriedade por eliminar todo chefão criminoso que ficava no caminho da sindicalização nacional. Torrio era um capanga dos Bronfmans que matara seu próprio tio para provar lealdade. Trazido para Chigago em 1910 pelo tio, o extorsionário “Grande Jim” Colsimo, Torrio sentiu a direção do vento às vésperas da Lei Seca, e pediu ao tio que começasse a fazer contato para entrar no lucrativo negócio da bebida ilegal. Quando “Grande Jim” recusou, Torrio o matou e estabeleceu a máfia de Chicago como o ponto de distribuição da bebida dos Bronfman. (10) Em 1925, Torrio subtamente saiu de Chicago para Havana, e dali para a Itália. Voltando para os Estados Unidos em 1927 após milagrosamente escapar das limpezas de Mussolini na máfia, tinha como objetivo estabelecer nacionalmente o sindicato do crime organizado. Enquanto os assassinos insanos e vagabundos como Dutch Schultz, Legs Diamond e Al Capone forneciam manchetes todo dia e bom material para filmes de gangsters, John Torrio silenciosamente continuava o trabalho que Arnold Rothstein (assassinado em 1928) começara, agora com a ajuda dos sucessores Meyer Lansky e Lucky Luciano. Torrio podia fazer o que Lansky e os Bronfmans estavam proibidos de fazer por razões de etnia: disciplinar os grupos de chefões das famílias criminosas locais e os “Pedros bigodudos” em um negócio centralizado que poderia penetrar cada setor da economia. Conhecido como o “assassino que jamais levava uma arma” , Torrio se apresentava como o estadista mais velho do crime organizado e exigia respeito das máfias locais. “A cooperação é boa para os negócios”, era sua frase. Os 7 Grandes foram o primeiro passo de Torrio. A cooperativa dos fabricantes de bebidas da costa leste controlava de cima para baixo, em nível local, todos os preços, capangas, distribuição centralizada, corrupção e proteção. Em 1928, Torrio foi capaz de convocar uma reunião em Cleveland para estabelecer o sindicato nacional do crime. (11) A reunião foi única ao ter sucesso em juntar em uma só sala todos os chefões do crime de cada grande cidade. Havia 3 itens na agenda. Primeiro, como usar os gigantescos lucros da Lei Seca, e investi-los em negócios legítimos que permitiriam um crescimento firme e contínuo para o sindicato. Segundo, como lidar com a questão italiana. Os assassinatos rituais da vendeta das famílias mafiosas eram bons para os jornais, disse Torrio, mas ruins para os negócios. Imediatamente após a reunião, as guerras da gangue Castellammarese explodiram em Nova York, como teste para o sindicato de Torrio. Sob os auspícios de Lansky e Torrio, Lucky Luciano conseguiu acabar com todos os padrinhos recalcitrantes. Na última noite da guerra, a infame “Noite das Vésperas Sicilianas”, mais de 40 pessoas foram metralhadas. (12) Com a cartelização, surgiu a necessidade de regulamentação mais duradoura, ao estilo das gangues. No começo dos anos 30, formou-se a ASSASSINATOS S.A. como comissão reguladora para entregar à polícia qualquer “livre empresa” zelosa demais que tentasse resistir ao sindicato. Um escritório especial de assassinatos foi montado por Meyer Lansky e Benjamin “Bugs” Siegel. A “gangue de Bugs e Meyer” se distinguira pelo fato de que não jurara obediência a ninguém, exceto talvez Arnold Rothstein, e fora originalmente usada para proteger os carregamentos de bebidas dos Bronfmans através da fronteira contra ladrões de contrabando “independentes”. (13) Em 1932, Torrio estava forte o suficiente para realizar outra reunião do sindicato, desta vez em Atlantic City, onde uma Comissão Nacional, o conselho de diretores do crime organizado, foi oficialmente formada. Além dos principais mafiosos italianos que sobreviveram à transição, estava Meyer Lansky, agora visto como o bruxo financista e homem forte do sindicato, e enquanto Zwillman de Atlantic City assistia como convidado especial. Para os britânicos, a Lei Seca fora um sucesso retumbante. O que começara como um contrato de 3 partes entre a Grã-Bretanha (fornecedora), os Bronfmans (intermediários), e Rothstein (distribuidor), se tornara em uma década um sindicato nacional do crime organizado, um exército particular e secreto sob controle bancário e político britânico.

CONEXÃO ROTHSTEIN -HONG KONG Para entrarmos na história da moderna Narcotráfico S.A., retornaremos a Cleveland, e a primeira reunião em 1928 do sindicato com John Torrio. O terceiro item da agenda era o que fazer após a Lei Seca. Torrio propôs que a commodity que tomaria o lugar da bebida como mais lucrativa para o mercado negro fossem os narcóticos.

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Quando a Lei Seca começara em 1920, Arnold Rothstein fora pessoalmente à Grã-Bretanha para estabelecer o contrabando das bebidas com as destilarias locais. Ao mesmo tempo, despachara seu subordinao Jacob “Yasha” Katzenberg para Shangai, para começar negociações para o contrabando de drogas do Extremo Oriente para a costa leste dos Estados Unidos. (14) A costa oeste fora abastecida desde o século XIX com o contrabando de Shangai direto para as comunidades de coolies chineses do Pacífico. Foi acordado que as mesmas redes estabelecidas para contrabandear bebida poderiam também facilmente contrabandear e vender narcótico. Em 1926, o agente local americano para os narcóticos do Extremo Oriente, Ralph Oyler, escreveu a seu patrão Levi Nutt, chefe da Divisão de Narcóticos americana, que o mercado de ópio se expandira tanto que, para atender a demanda, a Grã-Bretanha estava “levando cargas de ópio cru do Oriente Próximo para juntar a seu gigantesco fornecimento de ópio asiático”. As famílias tradicionais do ópio, Keswick, Sassoon e Inchcape, se preparavam para o futuro. (15) Vamos agora recuar e rever, à luz dessa história, as peças do quebra-cabeças que se arrumam com a viagem de Yasha Katzenberg a Shangai, e ao estabelecimento de um pacto do ópio. Primeiro, Arnold Rothstein, patrão de Yasha, era produto do império Rothschild, que incluía as famílias Seligman, Wanamaker e Gimbel. Durante a Lei Seca, de acordo com o próprio testemunho dos Bronfmans, Rothstein, Meyer Lansky e Lucky Luciano eram seus principais distribuidores. Quando a Lei Seca acabou, esses associados viajaram para Shangai e Hong Kong para canalizar e expandir o comércio de drogas nos Estados Unidos, negociando com os principais comerciantes chineses, que não só eram encorajados mas pressionados pela comunidade britânica de negócios a se reunirem em um cartel. O homem que ditava a política do ópio para a China neste período era Sir William Johnston Keswick, da Jardine Matheson e do HSBC. Desde o massacre de Shangai em 1942, período em que foi internado pelos japoneses, Keswick dirigiu a Compensações Internacionais de Shangai (International Settlements of Shangai) quando houve grande expansão da heroína de Shangai para os Estados Unidos. O mesmo Sir William Keswick era até recentemente diretor da Companhia da Baía de Hudson do Canadá, a mesma que colaborou com Sam e Abe Bronfman em 1916 para fundar sua compnhia de droga Droga Pura (Pure Drug Company) , para distribuição ilegal de bebida no Canadá. Trabalhando para a Baía de Hudson com Keswick, está Sir Eric Drake, que não só está no conselho de vários bancos e conpanhias dos Bronfmans mas é também empregado da família Inchcape, e atualmente presidente e representante da Companhia de Navegação Peninsular e do Oriente (P&O), da família. O atual presidente do conselho é filho de Lord Inchcape que em 1923 pediu a expansão da “mais valiosa fonte de lucro” dos britânicos, o comércio de ópio. Sir Eric Drake é também membro do conselho da Canadian Pacific, que tem um papel vital no transporte das drogas pelo Canadá para os Estados Unidos, exatamente como fazia com o álcool durante a Lei Seca. Junto com Lord Trevelyan, que chefia a troca ouro-por-drogas no HSBC, da sua posição no Banco Brtitânico do Oriente Médio, e Lord Inchcape, Sir Eric Drake está no conselho da Petróleo Britânico (Britsh Petroleum-BP), como também Sir William J. Keswick e Lord Inchcape. Participando do conselho do Banco de Montreal junto com Charles Bronfman e dois diretores da Seagram’s, estão J. Bartlett Morgan, William Arbuckle e F. S. Burbridge, que por sua vez estão nos conselhos da Companhia da Baía de Hudson, da Canadian Pacific e de um grupo de outros bancos e corporações nas quais as famílias das drogas da rede do HSBC (Hong Kong and Shangai Banking Corporation) tem papel político. Não estamos culpando ninguem por tais associações, mas anotando o fato de que a série de negócios legítimos nos quais os Bronfmans entraram ao fim da Lei Seca são indistinguíveis e entremeados com companhias controladas pelos Keswicks, Inchcape e outros importantes comerciantes de ópio. Durante o mesmo período, esses cavalheiros abertamente supervisionavam o comércio de drogas para os Estados Unidos. A associação não somente continua até hoje mas permanece como a base do império Bronfman.

LEGITIMAÇÃO

Com a revogação da Lei Seca, os Bronfmans, como tantos de seus sócios além fronteira, “legitimaram-se”. O crime organizado empregou seus milhões em negócios legítimos que serviam como disfarce das atividades e estabeleciam as redes de lavagem de dinheiro sujo. A nova fase de respeitabilidade mostrou que os mais bem sucedidos fabricantes de uísque estavam passando para os narcóticos , em grande escala. Nos primeiros tempos, os Bronfmans tinham que correr todos os riscos da profissão de contrabandistas. Tinham que evitar a lei, ficar um passo à frente dos marginais do outro lado da fronteira, e, quando as coisas desandavam, encarar a humilhação pública e o escândalo. Em resultado, a família adquiriu uma reputação considerável. Observando atentamente o rápido crescimento do comércio de drogas na América, os britânicos não podiam deixar seus principais intermediários em posição tão exposta e precária. Nem podiam eles simplesmente dispor dos Bronfmans após a Lei Seca. A família se tornara insubstituível, devido a seu controle profundo do sindicato. Entretanto, os Bronfmans se tornariam um perigo, se continuassem a trabalhar tão abertamente com sua distribuição de narcóticos como haviam feito durante a Lei Seca.

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O problema foi resolvido trazendo-se os Bronfmans para os degraus inferiores da escala Hofjuden. Quase da noite para o dia, os Rothschilds, os Montefiores, os de Hirsches e congêneres tornaram Sam, czar do crime da América do Norte, e o transformaram em uma estrela em ascensão no movimento sionista canadense:

• Em 1914, Sam recebeu seu primeiro posto respeitável, como presidente do Comitê Nacional de Assistência ao Povo Judeu (National Jewish People’s Relief Committee) do Canadá;

• Em 1939, foi designado chefe da Associação de Colonização Judia (Jewish Colonization Association ) do Barão de Hirsch, a mesma que trouxera Yechiel para o Canadá;

• No mesmo ano, a Corporação Canadian Pacific convidou Sam para estabelecer uma nova organização de refugiados para os judeus da Europa Oriental;

• Em 5 anos, o príncipe do crime foi transformado, pelas boas graças dos oligarcas de Sua Majestade, em um filantropo sionista. Um posto se seguia a outro. Tornou-se chefe do Comitê Judeu Canadense (Canadian Jewish Committee) , no lugar de Lyon Cohen, filho de Lazarus Cohen, fundador da Associação de Colonização Judia e agente oficial da família de Hirsch.

Após a Segunda Guerra Mundial, o Sr. Sam estabeleceu a Conferência Nacional de Reabilitação Israelita e Judia (National Conference of Israeli and Jewsh Rehabilitation), usando suas consideráveis habilidades em contrabando para levar armas para a Haganah. Postos similares foram concedidos aos outros Bronfmans. Allan foi nomeado presidente da Organização Sionista do Canadá (Zionist Organization of Canadá), membro do conselho de curadores da Federação de Filantropos Judeus (Federation of Jewish Philanthropists) e do conselho nacional do Congresso Judeu Canadense (Canadian Jewish Congress). Abe foi colocado no Comitê Conjunto de Distribuição (Joint Distribution Committee) e também no conselho nacional do Congresso Judeu Canadense. Finalmente, em 1969, os Bronfmans receberam a mais alta recompensa ofertada por Sua Majestade. Sam foi feito Cavaleiro da Graça da Mui Venerável Ordem de São João de Jerusalém. Seu irmão Allan e seu filho Charles foram nomeados para o mais alto nível, Cavaleiros da Justiça da Ordem. Essas honrarias eram enfaticamente não cerimoniosas, mas só conferidas àqueles que haviam relizado as mais perigosas e frutíferas missões para a coroa britânica. O tempo dos Bronfmans realmente chegara. Os filhos de Sam foram recebidos na elite Hojuden pelo casamento. Minda casou com o Barão Alain de Gunzberg, ele mesmo extensão da família Rothschild. De Gunsberg está no conselho da Seagram’s , é diretor gerente do Banco Louis Dreyfus e controla a corretora de investimentos Seligman-Louis Hirsch, estreitamente ligada aos Rothschilds. O primeiro casamento de Edgar, com Ann Loeb, levou-o instantaneamente à posição de comando da corretora Loeb,Rhoades & Co de Wall Street. Enquanto estabelecia a principal filial da Seagram’s em Nova York, esse casamento reforçou a ligação com a “Nossa Gente”, que começara durante a Lei Seca. Seu segundo casamento, com Lady Caroline Townshend, foi um fracasso. Phyllis casou com Jean Lambert, da família banqueira e mineira belga. Entretanto, a despeito de sua montanha de riquezas, a despeito de sua difícil entrada no reino dos bem-nascidos, seria um erro pensar que os Bronfmans eram uma força por direito próprio. Quando se trata de controle, eles são tratados como se o dinheiro não fosse deles. Tomemos por exemplo o caso de TRIZEC, a holding pela qual os irmãos Bronfmans ostensivamente dirigem suas várias corporações, inclusive a Seagram’s. Desde sua formação em 1960, os Bronfmans nunca tiveram posição de maioria na TRIZEC! Esta é dirigida pela Eagle Star Ltd , holding cujos diretores foram descritos por um autor como “os mais notáveis dos aristocratas britânicos”. (16) Evelyn de Rothschild, os condes e duques que controlam o Lloyds de Londres e outros bancos e seguradoras, e luminares importantes da inteligência britânica como Sir Kenneth Strong e Sir Kenneth Keith, todos convergem para o conselho da Eagle Star. Esta extraordinária companhia possui a corporação English Property Ltd.--- cujo acionista individual principal, Laurie Marsh, é notório na Grã-Bretanha como o Príncipe da Pornografia, por ser proprietário da maioria dos teatros pornográficos, casas de massagem e imóveis no bairro das luzes vermelhas em Londres. (17) A English Property é acionista majoritária da TRIZEC. Nem o cérebro por trás do império Bronfman se situa entre as orelhas dos membros da família. Está em outro lugar, no escritório de advocacia da família, a Phillips, Bloomfield, Vineberg e Goodman, agora chamada Phillips e Vineberg. O árbitro da família e advogado Lazarus Phillips, em especial, era mágoa constante para Sam. Nascido na casta superior da elite sionista, Lazarus Phillips foi bem sucedido em ganhar todo o reconhecimento e respeito que Sam nunca poderia obter. Phillips tinha uma comenda da Ordem do Império Britânico, era Senador no Parlamento

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Canadense, membro do conselho de diretores do Banco Real do Canadá (Royal Bank of Scothland---RBS), convidado do exclusivo Clube Monte Real e um esteio do Partido Liberal. Se não fosse por Phillips, o império familiar Bronfman não subsistiria. Dele os Bronfmans receberam o dinheiro que lhes permitiu prosseguir firmemente na fabricação de bebidas para um “legítimo império empresarial”. Certamente foi Phillips que desbloqueou fundos suficientes, sob controle de exportação, do Banco do Canadá para financiar a Expansão da Seagram’s durante a guerra, nos Estados Unidos. Como juiz final em todos os assuntos familiares, legais ou não, Phillips sentara no conselho da Seagram’s desde 1940, e em todas as outras companhias e fachadas filantrópicas nominalmente dirigidas por Sam. Ainda é o co-diretor da TRIZEC e da outra holding EDPER (assim chamada por Edgar e Peter Bronfman). É também o perito que conseguiu tirar os Bronfmans de todas as confusões legais nas quais foram apanhados. (18) Phillip F. Vineberg é parte da família Vineberg de Abraham Moses Vineberg, presidente da corretora de investimentos Moses Vineberg e do Instituto de Hirsch. Co-presidente de todas as holdings dos Bronfmans, Vineberg dirige a Aplicações em Bônus Canadenses e Israelitas (Canadian Israeli Bond Drives) , e o Conselho Canadense de Cristãos e Judeus (Canadian Council of Christians and Jews). É também membro do Clube Montefiore, da elite Hofjuden. O Major Louis Mortimer Bloomfield, também da firma Phillips,Vineberg e Bloomfield, é o mais excêntrico dos cérebros por trás das cortinas, e isto explica por que seu nome não entrou no livro de 1978 de Peter Newman “A Dinastia Bronfman” (diz-se que encomendado pelos próprios Bronfmans). Além de sua posição como advogado da família Bronfman até o final dos anos 60, Bloomfield continuou sócio banqueiro até sua morte em meados dos anos 80. O Major estava envolvido em uma rede de corporações, inclusive a Companhia Israelense Continental (Israeli Continental Company), era presidente da Campanha Histadrut Canadense (Canadian Histadrut Campaign), e presidente da Liga Marítima Israelita (Israeli Maritime League), tinha o posto de cônsul-geral na Libéria, sob cuja bandeira vastas quantidades de ópio e narcóticos são transportadas. Era membro de alto nível da Mui Venerável Ordem de São João de Jerusalém, dirigia sua subsidiária Corporação de Ambulâncias da Cruz Vermelha Canadense (Canadian Red Cross Ambulance Corporation), e o Escritório Britânico de Assassinatos Internacionais (Britain’s International Assassination Bureau), entidades que logo examinaremos detalhadamente.

ESTÃO ELES REALMENTE LIMPOS?

Naturalmente a resposta é não. Desde os dias em que contrabandearam sua receita através da fronteira como propaganda por fabricarem os mais finos uísques do mundo, as ligações dos Bronfmans com o sindicato do crime da América do Norte nunca foram interrompidas, mas sofreram mera reorganização empresarial. Mais tarde, analisaremos suas atividades criminosas mais exaustivamente. Agora, poucos exemplos bastarão. Tomemos o caso de Murray Koffler, íntimo da família. Líder da Fundação Jerusalém (Jerusalem Foudation) no Canadá, foi ele objeto de um grande escândalo em 1976, quando seus sócios, as lojas Starkman, foram invadidas pela polícia após seus farmacêuticos serem apanhados fabricando anfetaminas ilegais, e passando-as para o mercado negro. (19) A irmã de Charles, Phyllis Lambert, foi objeto de escândalo simultâneo, por seu envolvimento na Herança do Canadá (Heritage Canada), um programa governamental social, que foi apanhado como canal de drogas para os campus dos colégios canadenses. (20) Em 1975, os Bronfmans de novo estiveram nas manchetes quando o filho mais velho de Edgar, Samuel II, foi seqüestrado. O caso revelou que o chefe dos seqüestradores era o amante homosexual do seqüestrado. Quando a polícia os achou, os seqüestradores argumentaram que o jovem Bronfman os chantageara, como forma de estorquir dinheiro do pai. O júri aceitou, e os dois acusados foram declarados inocentes do seqüestro, mas culpados da acusação mais leve de extorsão. A imprensa também revelou as queixas dos seqüestradores de que suas vidas agora estavam em perigo, por haverem contado tudo sobre Sam II. Desde que tomou as rédeas da filial novaiorquina da Seagram’s, nos anos 50, Edgar tornou as destilarias um império multinacional global. Os Bronfmans, por exemplo, começaram uma sociedade muito lucrativa com a família de run cubano Bacardi. Após Fidel Castro tomar a ilha em 1959, os Bacardis mudaram sua base de operações para Porto Rico e Miami, levando com eles um pequeno exército de exilados cubanos anti-castristas. Os Bacardis, chefiados por Manuel Cutilla Bacardi, são acusados pelas agências policiais de serem financiadores e controladores políticos de todas as redes de exilados cubanos, inclusive os terroristas. Os comerciantes de drogas, José Medardo Alvero-Cruz e Antonio Cruz Vásquez foram presos em 1978 por tráfico de drogas no Caribe e México. (21)

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A Seagram’s também ergueu um império conglomerado no México. O contato de Bronfman foi o antigo Presidente mexicano Miguel Alemán, que exigiu a reabertura dos cassinos que possuía e operava em Acapulco, até sua morte em meados dos anos 80. Nos anos 30, o Presidente nacionalista Lázaro Cárdenas fechara os cassinos e expulsara Meyer Lansky do país. Em resumo, onde quer que as filiais da Seagram’s apareçam, estão mancomunadas com distribuidores de narcóticos, jogo e crime. As conexões dos Bronfmans com tais atividades sujas são muito visíveis no caso de Mitchell Bronfman. Filho do Cavaleiro da Justiça Allan Bronfman, Mitchell supostamente nunca está sem sua automática afivelada ao ombro, e com seu punhal afivelado à sua perna esquerda. Está registrado na polícia de Montreal, no Ministério da Justiça da Província de Quebec e na Real Polícia Montada Canadense, como chefão do crime organizado em Montreal. (22) Um relatório de 1972 da Comissão do Crime de Montreal nomeia Willie Obront como chefe do sindicato local, e descreve o relacinamento entre este e Mitchell Bronfman como “quase um relacionamento de irmãos”. (23)

“Este relacionamento se estende às atividades ilegais nas quais mútua ou conjuntamente intervem...os favores especiais que fizeram um ao outro, e as vantagens resultantes na agiotagem, jogo, apostas ilegais, títulos, evasão fiscal e corrupção”. (24)

“Tudo é em base estritamente amigável”, diz Mitchell. Obront chamou a atenção das autoridades após dois de seus cabarés em Quebec, usados como esconderijos do submundo de Montreal , serem invadidos. Revelou-se que o amigo de Mitchell era um dos principais lavadores de dinheiro sujo das drogas, prostituição e agiotagem. Junto com Obront, Mitchell Bronfman é sócio minoritário no Pagode do Norte, um restaurante de Miami que foi identificado pelas agências policiais americanas e canadenses como quartel –general de um sindicato de apostas ilegais, por todo o continente, dirigido por Vito Genovese. Willie Obront foi condenado em 1976 por evasão fiscal, e preso. Mitchell Bronfman escapou por pouco do mesmo destino. Outro sócio comercial de Mitchell Bronfman é Sidney Rosen, também preso e condenado em 1975 por rapinar 35 companhias canadenses e americanas em 7 milhões de dólares, através de uma administradora de bens chamada Value Trend Holding Co. . Esta, por sua vez, lavou os bens roubados, junto com os lucros sujos do jogo ilegal, extorsão e drogas, pelo banco Corporate e pela Companhia Confiança de Freeport (Grande Bahamas) e Flendon Ltd. , no mesmo endereço. Ambas as companhias pertenciam a Rosen e Mitchell Bronfman, por intermédio de uma outra holding chamada Grupo Milton. Quando Rosen foi preso, de novo deixando Mitchell Bronfman livre, os 7 milhões passaram para as contas offshore do banco Barclays em Freeport. (25) Mas as duas maiores corporações com que Mitchell trabalha são as misteriosas SECUREX e a Aviação Execaire (Execaire Aviation). A SECUREX foi desmantelada em 1977 pelo Ministro da Justiça Bedard, da Província de Quebec. Embora o Ato dos Segredos Oficiais tenha escondido as razões, pode-se afirmar com razoável certeza que Mitchell Bronfman e a companhia foram descobertos totalmente envolvidos com a terrorista FLQ (Frente para Libertação de Quebec), que flagelou a província desde 1970, para não mencionar o comércio de drogas. Os dois diretores da SECUREX, à época de seu fechamento, eram Donald McCleary e Gilles Brunet, antes sargentos da Real Polícia Montada Canadense a cargo do G-4 (Divisão de Serviço Secreto). Ambos foram demitidos do Serviço em 1972, quando se descobriu que eram estreitamente associados a Mitchell Bronfman. (26) Estavam eles a cargo dos esforços contra-terroristas em 1970, quando a FLQ seqüestrou um funcionário provincial e um burocrata britânico, o que levou a decretação de estado de emergência, pretexto usado para se desmantelar as redes franco-canadenses organizadas por Charles de Gaulle, em conjunto com o Vaticano, para libertar Quebec do status colonial britânico. Em verdade, a própria FLQ foi fundada pela família Bronfman em conseqüência dos esforços anteriores para assassinar de Gaulle. A opção da FLQ dos Bronfman foi pela versão norte-americana do controle do Serviço Aéreo Especial britânico, tanto sobre o braço provincial do IRA quanto sobre os esforços contra-terroristas do Exército britânico. A SECUREX se apresentava como firma de consultoria especializada em “anti-terrorismo”, anti-sequestros e treinamento para guerra de guerrilhas”. (27) Considerando-se tudo, deveria ser vista como disfarce semi-oficial da inteligência britânica no Canadá e como ponte para o submundo criminal.

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Sua afiliada Aviação Execaire surge como outra fachada pouco disfarçada para o crime. Era o maior serviço aéreo charter particular no Canadá, especializada em transporte a jato para executivos... e drogas. É Mitchell Bronfman a única ovelha negra da família Bronfman? Ë pouco provável. A CEMP, a fundação familiar dos Bronfman, assinou garantia por parte da linha de crédito da Execaire no Banco de Montreal. A publicidade que os Bronfman receberam nestes anos, por negócios como os de Mitchell, impediram a família de receber o grau de respeitabilidade que sempre procuraram. Nos anos 50, Sam apreciou por sobre a cerca, o status de seu amigo, o então Senador americano Jacob Javits, e decidiu que compraria o último título que faltava para conferir respeitabilidade a seu nome: procurou se tornar um senador no Parlamento Canadense. Gastou 1,2 milhões em subornos, que os Liberais receberam, mas não lhe deram a cadeira. O nome Bronfman ainda é sujo demais para ser permitido nas fileiras da política canadense. Neste aspecto, a família Kennedy deu-se melhor.

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2 OS KENNEDYS:

CRIME ORGANIZADO NO GOVERNO

Há alguns fatos conhecidos publicamente que mostram a relidade por trás da “magia Kennedy”: o desatre de Ted em Chappaquiddick, a revelação de Judith Campbell Exner de que o mafioso de Chicago Sam Giancana a dera a Jack, e as histórias dos dias de Papai Joe como fabricante de bebidas. As suspeitas existem, mas os americanos não estão seguros do que os Kennedys são; afinal, se são sujos, por que parecem tão limpos? A Narcotráfico S.A. fornece a resposta. Os Kennedys parecem limpos porque, a começar pelo Papai Joe, foram catados, escovados, e polidos pelos britânicos para serem a fachada respeitável do crime organizado. Se um Kennedy se opõe ou não à coroa britânica em termos políticos, como Jack (JFK) fez em 1963, isto não altera o conteúdo fundamental da máquina política que dá à dinastia dos Kennedys seu poder. A máquina Kennedy é o crime organizado no governo. Se Ted Kennedy se elegesse Presidente em 1980 ou 1984, a quem pagaria as dívidas? Às mesmas pessoas que pagam sua conta. No topo da lista de contribuintes para a campanha senatorial de Ted em 1976, publicada pela Comissão Federal de Eleições, está Joseph Linsey. (1) Fabricante de bebidas de Massachusets, que mantinha ligações com Meyer Lansky desde os anos 30, Linsey está no conselho da Sistemas de Hotéis em Aeroportos Internacionais S.A. (International Airport Hotel Systemms) , empresa de Miami cujo conselho também inclui Lansky. A empresa também se liga a Resorts International, da qual logo ouviremos falar. (2) Entre as empresas comerciais de Joseph Linsey, estão duas distribuidoras de bebidas, Crown e Whitehall, e uma pista de corrida de cães em Tauton, Massachussets. O principal “vendedor” da Whitehall, Mike Rocco, foi descrito nas audiências do Comitê McClellan sobre crime organizado, do qual John e Robert Kennedy participavam, como um “cobrador da máfia”. (3) O principal lobbista político de Linsey, Hirsch Freed, é sócio principal no escritório de advocacia Brown, Rudnick, Freed & Gesmar, onde todos eles são doadores generosos para o fundo da campanha Kennedy. (4) É o caráter dos amigos de Kennedy, mais que seu baixo nível pessoal de moralidade, que explica porque, como líder e antigo presidente do poderoso Comitê Judiciário do Senado, ele surgiu como o principal patrocinador da legalização federal da maconha, e porque deu sua aprovação à descriminalização da heroína “para propósitos experimentais”: o objetivo da dinastia Kennedy é introduzir a droga britânica, e os criminosos que a distribuem, pela porta da frente.

SUBIDA AO PODER

O Papai Joe Kennedy não teve que lutar, como os Bronfman, para fazer nome e fortuna no mundo do crime pois nasceu nele. Seu pai, P. J. Kennedy, era um dos mafiosos rústicos da Boston do fim do século XIX. Ele começou sua fortuna como dono de bar, comprando sua entrada na máquina corrupta do Partido Democrata, máquina esta que, como o sistema de poder de Jacob Astor-Aaron Burr em Nova York, tinha suas raízes no tráfico de ópio. Uma vez obtida sua cadeira no Comitê Democrático do bairro, aos 26 anos, P. J. deixou o bar e começou negócio mais lucrativo, bebidas por atacado. Dois anos depois, em 1886, começou o primeiro de seus cinco períodos consecutivos na Legislatura Estadual de Massachussets. Em 1896, fazia parte do triunvirato Kennedy-Donovan -Corbett conhecido como Conselho de Estratégia, que controlava a organização dos democratas em Boston. Mas todos sabiam que o segredo do sucesso político de P. J. Kennedy era seu controle da gangue criminosa local, a “gangue McGuire”. (5) A mãe de Joe Kennedy tristemente reconheceu que, por causa da notoriedade de seu marido, suas pretensões sociais nunca se realizariam. A imagem pública de Kennedy era tão imunda que ele nem pôde se qualificar para entrar nos círculos sociais dos “Grandes Irlandeses” de Boston, quanto mais na “elite” brâmane à volta da família contrabandista Perkins. Ela então pôs suas esperanças em seus filhos. Foi o casamento de Joe com a família Fitzgerald (sob protestos veementes de seu sogro, o prefeito “Honey Fitz” dos “Grandes Irlandeses” de Boston) que lançou a família Kennedy na alta sociedade.

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Não obstante, quando Joe Kennedy entrou para Harvard, foi desprezado e ridicularizado pelos colegas brâmanes, que não perdiam chance de lembrar a história da família maltrapilha. Joseph amargamente se referiu repetidas vezes à sua rejeição pelos “clubes” exclusivos, símbolo de status mais desejado de Harvard. (6) Após a Primeira Guerra Mundial, Kennedy foi empregado por Galen Stone, sócio da prestigiosa Hayden, Stone & Cia., corretora de investimentos da rua Hat de Boston, com ligações com os Rothschilds. Enquanto esteve ali, fez seus primeiros contatos com a aristocracia britânica. Kennedy soube que um dos clientes da firma, a companhia britânica Robertson-Cole Filmes, estava com aperto no crédito. O ambicioso irlandês foi a Londres tentar comprar a distribuidora americana da firma, a Film Booking Company. Foi rejeitado de saída. Em um mês entretanto, Lord Inverforth chegou a Boston para aceitar a oferta de Kennedy. Por uma subseqüente fusão com a Filmes Ideal Ltda., Kennedy fundou o que foi descrito à época como a “primeira troca de facilidades para produção e distribuição genuinamente recíproca entre companhias britânicas e americanas”. (7) A associação de Kennedy com os britânicos logo produziu os estúdios RKO. Lord Inverforth mais tarde surge durante a Segunda Guerra Mundial trabalhando estreitamente com o chefe do Serviço de Inteligência Secreta britânica, William “Intrépido” Stephenson. (8) O negócio Robertson-Cole foi o primeiro contato de Kennedy com o alto comando aristocrático britânico. Em 1929, Kennedy juntou-se a Blair & Cia., firma dirigida por Elisha Walker, mais tarde de Kuhn, Loeb e Jean Monnet, para fazer um lance para controlar a A. P. Gianini Transamérica Cia., controladora do Banco da América. A tentativa falhou, mas Kennedy ganhou outro contato valioso. Jean Monnet viera para a América do Norte para representar o negócio de bebida de sua família, Monnet & Cia., nos negócios com a Companhia da Baía de Hudson. No período em que Kennedy trabalhou com Blair & Cia., Monnet estava viajando para Shangai em missão financeira para a Liga das Nações. Dadas as reais ligações com a Baía de Hudson, é provável que houvesse mais na agenda do que o financiamento das ferrovias chinesas. Papai Joe também tinha ligações com o pior lado do mercado de distribuição ilegal. Durante seus próprios dias de fabricante de bebida na Lei Seca, Kennedy se ligou ao sindicato Renfield de Newark, 50% de propriedade da gangue dos Bronfmans. Joe conservou suas ligações comerciais com os criminosos do sindicato até 1946. Nesta época, em preparação para o lançamento das carreiras políticas de seus filhos, Joe vendeu sua companhia de bebidas, Importadores Sumerset Ltda., por 8 milhões de dólares para os “Importadores Renfield”, versão revista do sindicato. (9) Conforme o fim da Lei Seca se aproximava, Kennedy de novo se virou para Londres, onde Winston Churchill pessoalmente aprovou sua concessão de franquia das destilarias britânicas para o mercado americano. Pela Importadores Somerset Ltda. e Importadores Renfield, Kennedy comercializava o uísque Dewar, o gin Gordon, o rum Ron Rico e Haig & Haig. (10) Mas Papai Joe logo tornou claro, no começo do negócio, que não visava dinheiro. Seu objetivo era construir uma dinastia política, e sua esposa gerou 9 crianças sucessivamente para garanti-la. A aprovação de Churchill e o fluxo de dinheiro que se seguiu assinalou que os britânicos estavam prontos a tirar vantagem das ambições políticas de Joe Kennedy. Este cumpriu sua parte, colocando sua fortuna acumulada nas mãos do círculo interno das finanças londrinas: Irmãos Lazard Ltda., de propriedade do Visconde Cowdray (Weetman John Churchill Pearson), primo de Winston Churchill. André Meyer, chefe da filial da casa em Nova York, tornou-se gerente dos fundos Kennedy. Em 1933, Kennedy foi nomeado pelo Presidente Franklin Roosevelt para chefiar a nova Comissão de Títulos e Câmbio (Securities and Exchange Commission-SEC). A anterior associação de Kennedy com os círculos banqueiros londrinos o haviam colocado por dentro da enxurrada de especulação com ações às vésperas do crack da Bolsa em 1929, do qual saíra com o bolso cheio de dinheiro. Quando a SEC foi criada para regular o mercado, Roosevelt pagou a ele o favor de ter colocado a máquina democrata de Boston apoiando a candidatura de FDR na convenção de 1932. Em 1936, Roosevelt nomeou Kennedy embaixador americano na Grã-Bretanha, um posto que Kennedy desejava mais que a própria vida. Como o biógrafo oficial de Joe explicou ---“A velha aristocracia americana, com suas inclinações anglófilas, os aristocratas que rejeitaram Kennedy em Harvard, viam o posto como o mais alto da nação”. (11) Kennedy por fim conseguira dar um chute no trazeiro dos brâmanes de Boston. Uma vez em Londres, a família real mais tarde agradou o engraçado irlandês ao posar com toda a família deste para os jornais. Kennedy rapidamente se juntou aos aristocratas britânicos mais pró-nazistas, à volta do grupo de Cleveden de Lady Astor, onde figuras da Távola Redonda, como Lord Robert Brand dos Irmãos Lazard, a Marquesa de Lothian, o Fabiano George Bernard Shaw e a família Sasson comerciante de ópio, se congregavam para ditar a política conciliatótria do Ministério do Exterior britânico.

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As excentricidades de Kennedy na Grã-Bretanha logo chegaram ao Presidente Roosevelt. A notoriedade daquele como conciliador nazista, como a antiga carreira subterrânea de seu pai, não podia ser explicada nem mesmo pelo mais simpático biógrafo. David E. Koskoff, em sua autorizada biografia de Joe Kennedy relatou: “Kennedy se tornara intensamente anglófilo--- ‘Na verdade, há sinais infelizes de que Kennedy está seguindo o caminho de Page. Relatam que é dos mais ferrenhos partidários de Cliveden... que é adepto da Inglaterra e deve ser observado cuidadosamente... Do começo ao fim da carreira do embaixador, o espectro de Walter Hines Page assombrou Joseph Kennedy. De sua posição como embaixador na Inglaterra, o anglófilo Page conspirara com os britânicos para levar a América à Primeira Guerra Mundial... Kennedy ressentiu-se do fato de que seu nome sempre estivesse ligado ao de Page... Mesmo Roosevelt disse antes do começo da guerra --- Ele é mais britânico que Walter Hines Page’”. (12) A inabalável lealdade de Kennedy à monarquia britânica foi recompensada: sua filha Kathleen, irmã de John, Robert e Edward, casou com William Cavendish, Marquês de Hartington. Este era filho e herdeiro do décimo Duque de Devonshire e sua esposa Lady Mary Alice Cecil (filha do quarto Marquês de Salisbury), a Duquesa de Devonshire. Na hierarquia da nobreza britânica, os duques são o mais alto nível na realeza, estando em segundo lugar somente por causa da própria monarquia. O Duque de Devonshire está no centro das famílias interligadas dos Cecils, Salisburys e McMillans, que dirigem a política britânica desde Elizabeth I (1558-1603). Joseph Kennedy repetiu muitas vezes --- “Se Kathleen e o marido estivessem vivos, eu seria o pai da Duquesa de Devonshire ( primeira dama de companhia da rainha) e o sogro do chefe de todos os maçons do mundo”. (13) Mais tarde, seu filho John casou com Jaqueline Bouvier, cuja irmã Lee casara com o príncipe Stanilaus Radziwill, membro da nobreza polonesa cujo título tem 500 anos. A família Radziwill, que reside na Inglaterra, estabeleceu a Ordem de São João de Jerusalém na Polônia em 1610, e foi instrumento do transplante da Ordem para os Estados Unidos no começo do século XX. Enquanto servia como embaixador na Grã-Bretanha, Joseph Kennedy foi iniciado na Mui Venerável Ordem de São João de Jerusalém de Sua Majestade. A despeito de sua eventual chamada sem cerimônia de volta da corte de St. James, no começo da Segunda Guerra Mundial, o velho Kennedy tivera sucesso brilhantemente em restaurar sua reputação manchada. Durante sua estada na Grã-Bretanha, ele entregara os filhos à Távola Redonda (Round Table) britânica para uma educação “apropriada”. Joseph Jr. e John foram treinados na Escola Londrina de Economia, instituição fundada pela Sociedade Fabiana e dedicada ao treino e recrutamento de agentes estrangeiros como futuros agentes britânicos nos governos, negócios, mídia e postos educacionais em seus próprios países. Os irmãos Kennedy foram treinados pelo executivo Harold Laski, da Sociedade Fabiana. Em Harvard, após o retorno da família aos Estados Unidos, a posterior tutela de John foi assegurada por Sir John Wheeler-Bennet, fundador e chefe da Divisão de Pesquisa do RIIA (Royal Institute of International Affairs). Este nega que tenha sido o autor da tese de mestrado em Harvard de Kennedy, mais tarde publicada no livro “Porque a Inglaterra Dormiu”. (14) Há poucas dúvidas de que Wheeler-Bennet não soubesse que fora encarregado do treinamento dos futuros representantes políticos da Grã-Bretanha nos Estados Unidos, como relembra: “Fui convidado uma noite, informalmente, para a embaixada americana. Era uma pequena reunião, não mais de dez, como lembro, e os três filhos mais velhos dos Kennedys estavam em fila no lado mais distante de mim à mesa... ‘Vou falar a voce sobre estes meninos’, disse-me o embaixador em sua voz rascante e anasalada, como se eles ali não estivessem. ‘Eis o jovem Joe, será Presidente dos Estados Unidos. E lá está Jack, que será presidente de universidade; e eis Boby (tocando seu nariz em gesto de esperteza), que será o advogado’”. (15)

PORQUE OS BRITÂNICOS ASSASSINARAM KENNEDY? Quando John F. Kennedy se tornou Presidente dos Estados Unidos em 1960, foi relatado que André Meyer, da Irmãos Lazard Ltd. , percorreu a Europa se apresentando como o “verdadeiro Presidente”. Se a história era verdadeira ou não, é o caso de que a corte de St. James tinha ao menos temporariamente se apoderado do salão oval. Também o tinha o crime organizado. A máquina dos Kennedys se mudou para o Departamento de Juatiça, especificamente a Força-Tarefa do Crime Organizado, de Robert Kennedy. A Seção do Crime Organizado, como era chamada, era uma unidade altamente irregular, mesmo de acordo com seu chefe nominal, Ed Silberling. A seção era de fato dirigida por Walter Sheridan, que não era advogado e sim antigo agente do FBI, que trabalhara como chefe da Seção de Contra-inteligência, da Divisão de Operações Especiais, do Escritório de Segurança e da Agência de Segurança Nacional (NSA). Era Sheridan que falava com Robert Kennedy, três vezes por dia. (16)

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De acordo com a “Justiça de Kennedy”, de Victor Navaski, a equipe de Sheridan “tinha livre acesso ao Comitê McClellan. Estava ligada aos grandes júris por todo o país. Havia um certo ar secreto de mistério nela. Sua maneira de agir era com capa e espada... Suas relações com o FBI eram altamente irregulares, pois recebia pouca ou nenhuma cooperação dos chefes, mas Sheridan, ex-agente do FBI, tinha certo grau de cooperação nas operações que eram em alguns aspectos, sem paralelo. Na verdade, coordenava agentes do FBI como seus próprios homens, dizia onde ir e quando e, à diferença de cada unidade do Departamento de Justiça, que se organiza em áreas de responsabilidade, a existência da unidade de Sheridan parecia não visar um assunto, mas um alvo, “Jimmy Hoffa”. (17) Se o próprio Kennedy estava obcecado em apanhar Hoffa, a máquina por trás dele encarou a campanha como um ardil conveniente por três razões. Primeira, atingiria bastante os caminhoneiros, o maior e mais forte sindicato do país, que consistentemente usara seu poder para pressionar pelo crescimento industrial. Segundo, a publicidade resultante seria uma grande diversão. E terceiro, era um bom disfarce para perseguir mafiosos locais, que poderiam objetar a um forte sindicato das drogas, e ao fortalecimento da nova máfia negra nas cidades. O escândalo com as revelações Valachi serviram ao mesmo propósito. Uma apreciação das carreiras seguintes dos combatentes Kennedys do crime sublinha o assunto:

• Henry Peterson, da Divisão de Extorção e Crime Organizado, entrou na Corporação Emprise de Max Jacobs, de lavagem de dinheiro;

• Seus chefes William Hundley, e Robert Pelequin, da Divisão Criminal, deixaram o Departamento, formaram seu próprio escritório de advocacia e agora estão no conselho da Intertel (Inteligência Internacional), câmara de compensação do crime de Meyer Lansky;

• Stanley Mills, chefe da Divisão Kennedy Anti-truste, tornou-se conselheiro do Sistema de Esportes de Max Jacobs;

• William O. Bittman, procurador do Departamento de Justiça contra Hoffa, entrou para o conselho do Sistema de Esportes;

• David Holloman e Thomas Kennedy, da Divisão do Crime Organizado, tambem; • Horace Webb, da Divisão de Serviços Públicos Informativos, é o relações públicas do Sistema de Esportes; • Thomas J. McKeen, membro da Força-Tarefa do Crime Organizado em Detroit, é conselheiro geral assistente e

vice-presidente da Intertel. Enquanto os “20 Terríveis” de Sheridan acabavam com a raia miúda, Meyer Lansky e Max Jacobs ficaram impunes. O biógrafo de Lansky, Hank Messick, até relatou que “...Lansky podia deplorar a perda de Newport e Hot Springs, mas o ataque à Cosa Nostra não o fazia perder o sono. Ao invés disso, de 1960 a 1965, teve sucesso em conservar seu nome completamente fora dos jornais. Este período de 5 anos foi o mais ativo e lucrativo que Lansky já conhecera”. (18)

DUPLA ENGANAÇÃO Enquanto isto, na Casa Branca, John Kennedy estava sendo aconselhado pelos mais altos escalões da mesma rede que invadira o Departamento de Justiça. Quase simultaneamente à sua posse, Harold MacMillan mudou-se para a rua Downing no. 10. Este era membro da extensa família Devonshire com a qual a irmã de Kennedy, Kathleen, casara. Sua companhia canadense de celulose e papel, MacMillan Bloedel, como já foi dito, é componente do aparato contrabandista de drogas da Colúmbia Britânica. (19) O recém-designado embaixador de MacMillan nos Estados Unidos, David Ormsby-Gere (mais tarde Lord Harlech), era também um parente afim distante do Presidente, pela família Cecil. Ormsby-Gere era amigo íntimo de JFK desde os dias da Escola Londrina de Economia. O embaixador britânico tinha acesso diário ao Presidente. Era o 4o. membro do grupo político íntimo de Kennedy, “ExComm”, junto com Robert Kennedy e o anglófilo Assessor de Segurança Nacional McGeorge Bundy (também protegido em Harvard por William Yandel Elliott, da Távola Redonda).Durante a crise dos mísseis de Cuba, documentos mostram que Ormsby-Gere e MacMillan participaram das decisões quase de minuto a minuto, a ponto dos Estados Unidos chegarem à beira da guerra nuclear. As melhores análises dizem que, durante o inverno de 1962-63 (dezembro-março), as diretrizes britânicas à Casa Branca, transmitidas por Ormsby-Gere, foram seguidas com diferenças menores. Esse relacinamento especial começou a mostrar sinais de deterioração no começo de 1963. As diferenças políticas entre os governos Kennedy e MacMillan começaram a aparecer quando o Presidente americano tomou uma série de iniciativas para deslanchar a NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), e a resistir à política militarista Bertrand-Russel-McGeorge Bundy da Destruição Mútua Assegurada (MAD--- Mutual Assured Destruction-N.T.). (20) Os diários de MacMillan testemunham que Kennedy tivera que ser intensamente pressionado na famosa cúpula da Nassau, na primavera de 1963, (março-junho) antes que concordasse em entregar o programa dos mísseis Polaris aos britânicos. (21) Isto precipitou a veemente denúncia, pelo Presidente francês Charles de Gaulle, da violação anglo-

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americana da Carta do Atlântico, seguida pela saída da França do Comando Militar da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Durante a primavera e o verão de 1963 (março-setembro), JFK começou a rever as políticas anteriores. Foram feitos planos para retirada da presença americana no sudeste asiático; as discuções da détente foram iniciadas, com a União Soviética; mas semanas anteriores ao seu assassinato, Kennedy até enviou um emissário secreto a Havana, para iniciar conversações com Fidel Castro. Os Kennedys mostravam sinais de resistência à máquina que os pusera no poder. Os britânicos o mataram. Usando a linguagem dos filmes classe B, “Kennedy tentou enganar o sindicato e foi queimado”. Foi dito pelo biógrafo de Kennedy, Koskoff, que, na morte de JFK, Lord Beaverbrook (a quem tornaremos a encontrar em relação ao Escritório Internacional de Assassinatos) enviou um aviso pouco disfarçado a Joe Kennedy:

“Talvez ele (Joe Kennedy) seja um pouco confortado pela nota amigável que seu querido amigo Lord Beaverbrook enviou a Rose: ‘Que Joe se console... na certeza de que Bobby (Robert) repetirá a carreira de Jack’”. (22)

Quando Robert Kennedy recusou deixar a pista dos assassinos do seu irmão e começou a preparar sua própria campanha à Presidência, também foi assassinado por ordens britânicas. Jogar conforme as regras do jogo foi a política segura de Ted (Edward) Kennedy. Isto é o que o torna o maior campeão da descriminalização da droga; isto é o que o torna o atual ponta-de-lança do crime organizado; isto é o que o faz colaborar com os assassinos de seus irmãos.

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3 ESCRITÓRIO BRITÂNICO

INTERNACIONAL DE ASSASSINATOS: (PERMINDEX)

De acordo com um manuscrito não publicado sobre o assassinato de John F. Kennedy, de autoria de “William Torbit” (aparente pseudônimo), durante a primavera, verão e outono de 1963 (março-novembro) uma série de reuniões conspiratórias altamente secretas foram feitas atrás das portas fechadas e bem guardadas de um exclusivo local de veraneio na baía de Montego (Montego Bay), na ilha caribenha da Jamaica. O local das reuniões era o Condomínio Tryall, construído no final da Segunda Guerra Mundial pelo agente britânico, do mais alto nível da espionagem secreta, Sir William Stephenson. Supostamente presentes em várias ocasiões das seções de planejamento estiveram: Major Louis Mortimer Bloomfield, ainda em 1963 alto oficial da SOE de Sir William Stephenson; Ferenc Nagy, ministro do gabinete de guerra no governo húngaro pró-Hitler de Horthy, e mais tarde primeiro-ministro; Georgio Mantello, judeu romeno que servira como ministro do comércio de Mussolini; Coronel Clay Shaw, antigo oficial no OSS (Office of Strategic Services--- antecessor da CIA-N.T.) americano que, em 1963, era diretor da Mart Comércio Internacional de Nova Orleães (New Orlens International Trade Mart); Jean de Menil, emigrado russo branco que era então presidente da Companhia Schlumberger de Houston, indústria de equipamento pesado frrequentemente usada como esconderijo secreto de armas; Paul Raigorodsky, outro ativista russo branco no movimento direitista Solidarista. O propósito das reuniões, alegava o manuscrito, era planejar o assassinato do Presidente John F. Kennedy. Se as reuniões se fizeram como descritas no manuscrito ou não, os autores de Narcotráfico S.A. foram incapazes de confirmar. Mas, por entrevistas nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, por revisões das evidências apresentadas perante a Comissão Warren, e perante as audiências do Grande Júri de julgamento de Clay Shaw em New Orleans, os autores estabeleceram ligações entre os indivíduos acima citados e a companhia comercial PERMINDEX, no centro da conspiração para assassinar Kennedy. PERMINDEX era uma obscura companhia internacional de exposições comerciais, incorporada na Suíça e sediada em Montreal; seu nome era uma abreviatura de “Exposições Industriais Permanentes (Permanents Industrials Exposisions)”. Seu presidente e chefe do conselho desde a instalação em 1958 era o Major Louis Mortimer Bloomfield. As pessoas acima nomeadas conspirando no Condomínio Tryall eram, à época, membros do conselho, oficiais e investidores da PERMINDEX. Cada um deles era também um agente de confiança há longo tempo, da SOE britânica. Diferentemente de qualquer outra companhia de exposições comerciais do mundo, os empregados e investidores da PERMINDEX haviam sido todos selecionados por suas específicas capacidades operacionais, as quais seriam indispensáveis na condução de assassinatos políticos de alto nível. Conforme penetrarmos no Escritório Britânico Internacional de Assassinatos PERMINDEX e descobrirmos os fatos suprimidos por trás do assassinato do Presidente John F. Kennedy, encontraremos 3 capacidades especiais já familiares a nós da Narcotráfico S. A.. Primeiro, encontraremos a rede internacional de estabelecimentos de dinheiro sujo, responsável por desviar milhões de dólares em lucros do mercado negro para as mãos de matadores profissionais, usados em nome da PERMINDEX e sua controladora SOE (Special Office Executive). Não será surpresa se descobrirmos que esses canais de dinheiro sujo estão conectados ao HSBC (Hong Kong and Shangai Banking Corporation), que lava 400 bilhões de dólares anuais em lucros ilegais das vendas de drogas (dados de 1991-N.Ed.). Segundo, descobriremos um bando internacional de matadores protegidos, retirados das fileiras das gestapos nazista e fascista da Segunda Guerra Mundial--- muitos mundo afora à serviço da KGB soviética, do sindicato do crime responsável pela distribuição urbana varejista de narcóticos, e de uma organização secreta estabelecida por Stephenson, ao final da Segunda Guerra Mundial, operando sob disfarce de atividade missionária na América Latina e no bloco Oriental. Sua missão? Assassinatos políticos usando rifles de alta potência à distância de 914,40 m. Terceiro, encontraremos uma quinta coluna da SOE britânica colocada profundamente na comunidade oficial de Inteligência americana. Esta quinta coluna, ligada diretamente à PERMINDEX e a seu presidente Major Bloomfield, representa talvez o componente mais crucial do Escritório Britânico Internacional de Assassinatos: sua capacidade de

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encobrimento. Dezessete anos após o assassinato de JFK, a PERMINDEX continua a ser um dos segredos mais bem guardados do mundo, a despeito de ter sido exposta em mais de uma ocasião como a agência por trás de extermínios políticos de alto nível, visando altos funcionários políticos de não menos 3 nações soberanas.

LOUIS MORTIMER BLOOMFIELD À época do assassinato de Kennedy, o Major Louis Mortimer Bloomfield atuava em nome de seus superiores na SOE britânica, inclusive no do chefe “aposentado” Sir William “Intrépido” Stephenson, então morador permanente do Condomínio Tryall em Montego Bay, na Jamaica. Como presidente e chefe do conselho da PERMINDEX, Bloomfield fora designado chefe de operações. Quem é Louis Mortimer Bloomfield, e o que o fez se tornar, em 1963, sucessor não oficial de Stephenson como principal agente secreto de Sua Majestade na América do Norte, o homem encarregado da execução de JFK, Presidente americano que ousara violar o “relacionamento especial” com a coroa britânica? Louis Mortimer Bloomfield foi recrutado para a SOE em 1938,(1) ano em que Stephenson, agindo como emissário pessoal de Winston Churchill, negociou um acordo com o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt, permitindo à Inteligência britânica estabelecer-se nos Estados Unidos , e efetivamente fundir suas operações com as do FBI e as da Inteligência Militar. (2) Por ordem da SOE, Bloomfield recebeu posto de oficial no Exército americano e designado para o recém criado Escritório de Serviços Estratégicos (OSS), o antecessor da CIA durante a guerra. Como Major na OSS, Bloomfield foi enviado ao FBI como agente de recrutamento para sua Divisão 5, de contra-espionagem. (3) Bloomfield, descrito por numerosos autores e sócios como homosexual praticante, desenvolveu amizade pessoal profunda com o diretor do FBI, J. Edgar Hoover. Por mais esta, Bloomfield foi capaz de continuar em sua poderosa posição na Divisão 5 por muito tempo após o fim da guerra. Em 1963, quando Bloomfield organizava a conspiração do assassinato de JFK, ainda era alto funcionário da Divisão 5. Quando a SOE “formalmente” dissolveu sua base americana ao fim da Segunda Guerra Mundial, Bloomfield voltou a Montreal (Canadá), para reassumir sua carreira de proeminente advogado. Fora sócio fundador do prestigioso escritório de advocacia Phillips, Vineberg, Bloomfield & Goodman, que representava e controlava a holding da família Bronfman. O nome de Bloomfield só foi removido da porta do escritório em 1968, após o Presidente francês Charles de Gaulle expor publicamente o papel da companhia PERMINDEX, de Bloomfield, como canal de fundos para a OAS (Organização do Exército Secreto), financiando a tentativa de assassinato em 1962 contra de Gaulle. (4) Desde o início, a SOE britânica operava com fachadas comerciais. Por exemplo, Stephenson colocara o centro de comando da SOE, nos Estados Unidos, no edifício novaiorquino da Rádio Corporação da América (RCA), o Rockefeller Center, por trás do nome de uma empresa de importação e exportação. (5) O advogado de Montreal e agente da SOE Bloomfield criou uma rede de entidades em seguida à sua volta do Canadá, todas servindo como fachadas das atividades da SOE. Entre as holdings de Bloomfield estavam a Corporação Continental Israelita (Israeli Continental Corporation), a filial canadense da cervejaria holandesa Heineken , e o Crédito Suíço do Canadá (Crédit Suisse of Canadá), banco correspondente ao homônimo de Genebra (Crédit Suisse of Geneva), que estava entre as holdings expostas pelo SDECE, serviço de Inteligência do Presidente de Gaulle, como lavadora de dinheiro para a OAS. (6) Como o caso do Bank Boston acobertado pelo Procurador Federal William Weld demonstra, hoje o Crédito Suíço (Crédit Suisse) está no centro da lavagem do dinheiro das drogas. Todas essas companhias mais tarde seriam documentadas como investidoras da PERMINDEX. Como seu sócio advogado Lazarus Phillips e seus antigos “clientes” Bronfmans, Bloomfield também chegou ao topo do movimento sionista canadense. Entre suas numerosas posições honorárias, Bloomfield foi presidente anual da Campanha Histadrut do Canadá (Histadrut Campaign of Canadá): não sendo entidade ativa comum, a Histadrut possui mais de 1/3 do PNB (Produto Nacional Bruto) de Israel, controla o segundo maior banco israelense, o Hapoalim, e foi apanhada, em mais de uma ocasião, lavando dinheiro em operações externas do serviço secreto israelense, o Mossad. Alguns desses fundos, passados diretamente à PERMINDEX do Major Bloomfield, foram também usados para bancar atentados mal sucedidos contra de Gaulle. Entre outras “caridades” de Bloomfield, estava sua presidência do Serviço de Ambulâncias da Cruz Vermelha canadense, posição tradicional de um cavaleiro de alto nível da Ordem cavaleira oficial da rainha, a Mui Venerável Ordem Militar e Hospitalaria de São João de Jerusalém. Como agente desta, o Serviço de Ambulâncias da Cruz Vermelha é braço oficial de Inteligência da monarquia britânica, freqüentemente chamada para atividades de espionagem e terrorismo. (7)

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Além de suas atividades corporativas e “caritativas” em seu nativo Canadá, e em seu duradouro posto na Divisão 5 do FBI de Hoover, o Major Bloomfield recebeu responsabilidade especial, em seguida à guerra, para desenvolver a rede internacional de rotas marítimas clandestinas essenciais ao gigantesco aumento planejado para o tráfico de narcóticos, dinheiro sujo e mercado negro relacionado com eles. Primeiro, Bloomfield assumiu a diretoria da Liga Marítima Israelense-Canadense (Israeli-Canadian Maritime League), associação comercial cuja significação logo se esclarecerá. Simultaneamente, tornou-se o cônsul geral do hemisfério ocidental do estado africano da Libéria. A Libéria é notoriamente país para evasão fiscal e porto de contrabando. Sem regulamentos marítimos, a Libéria, durante o consulado de Bloomfield, se tornou bandeira de conveniência sob a qual, estava registrada uma razoável esquadra transportando gigantescas cargas de narcóticos do Extremo Oriente. É também um dos centros bancários offshore (paraísos fiscais) secundários, empregados pela diretoria da Narcotráfico S.A.. Os “bancos” locais não regulamentados movimentam 7 bilhões de dólares em média em transferências diárias (1991-N.Ed.), a maior parte relacinada com transferências do mercado negro. O outro cônsul geral estrangeiro da Libéria, até 1978, foi o sócio da PERMINDEX de Bloomfield e antigo funcionário do Mossad israelense, Dr. Tibor Rosenbaum. Um desdobramento final, no imediato pós-guerra, da SOE do major Bloomfield armaria o palco para o surgimento futuro do Escritório de Assassinatos Permindex. Em 1952, Bloomfield tornou-se alto funcionário da ONU, como um de seus principais conselheiros em direito internacional. Bloomfield antes fora representante no exterior do Conselho Executivo Internacional da Associação de Direito Internacional (International Law Association –ILA). Estabelecida em 1873, esta foi desde o começo braço do grupo da Távola Redonda de Lord Milner, responsável por desenvolver um código de leis compatível com os desígnios unimundistas das principais famílias oligarcas britânicas. Após a Segunda Guerra Mundial, a ILA se tornou uma ONG oficialmente reconhecida pela ONU, e seu principal grupo conselheiro em direito internacional. A área especial de perícia do Major Bloomfield, em nome da ONU foi terrorismo internacional, pirataria e aviação civil. Até hoje, a Comissão Internacional de Aviação Civil da ONU está sediada em Montreal, sob um dos colaboradores mais chegados do Major Bloomfield, Gerald Fitzgerald. Este, a conselho de Bloomfield, redigiu cada convenção da ONU sobre roubo, contrabando, pirataria e terrorismo. Em 1962, ano anterior ao assassinato de Kennedy, Fitzgerald e o Major Bloomfield escreveram em conjunto uma história dos assassinatos políticos no século XX, focalizando especialmente as atividades do exército clandestino sionista, o Irgun, e suas conspirações para assassinar, nos anos 40, o sueco Conde Bernadote e o britânico Lord Moyne. (8) 1958: Mais de dez anos se haviam passado desde a aposentadoria “oficial” do Major Bloomfield da SOE-OSS, e sua volta ao Canadá natal. Distância suficiente fora criada, desde suas passadas atividades como grande espião no exército secreto de Sua Majestade, para garantir ao Major um lugar na lista dos “cidadãos acima de qualquer suspeita”. E assim, em 1958, por ordens de superiores de Montego Bay, Bloomfield criou a PERMINDEX e suas subsidiárias internacionais Centro Mundial (Centro Mondiale) e a Corporação Hotel Ítalo-Americano (Ítalo-American Hotel Corporation), para sediar um Escritório Internacional de Assassinatos (International Assassination Bureau).

CONSELHO DE DIRETORES DA PERMINDEX No começo deste capítulo, olhamos atrás das portas fechadas das reuniões da Tryall, nas quais o assassinato de Kennedy foi planejado. Fomos então apresentados a vários membros do conselho da PERMINDEX. Vale à pena voltar brevemente à lista dos diretores, para termos uma visão mais próxima da espécie de indivíduos recrutados pelo chefe de operações Major Bloomfield, para levar a efeito os mais horrendos crimes do século. De acordo com os registros da corporação arquivados em Berna (Suíça), as seguintes pessoas estavam oficialmente listadas como oficiais e membros do conselho da PERMINDEX, à época de sua incorporação pelo Major:

• Louis Mortimer Bloomfield, presidente do conselho da PERMINDEX; • Ferenc Nagy; • Georgio Mantello; • Roy Marcus Cohn, advogado novaiorquino, antigo conselheiro geral do Senador Joseph McCarthy

(Macartismo dos anos 50-N.Ed.), presidente da Liga Judia Americana Contra o Comunismo (American Jewish League Against Comunism) e da Corporação Lionel (Lionel Corporation);

• Joseph Bonanno, chefão do sindicato de Montreal e Phoenix; presidente do conselho da Corporação Lionel (Lionel Corporation);

• Jean de Menil, milionário dono da companhia Schlumberger de Houston (Schlumberger Company of Houston); casado com uma das mais antigas famílias banqueiras européias, comprometida em reverter a Revolução Americana;

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• Paul Raigorodsky; • Conde Guitierez di Spadafora, antigo Sub-secretário de Agricultura de Mussolini; patrocinador do Movimento

Separatista Siciliano; • Hans Seligman, banqueiro de Basiléia, Suíça; • Carlo D’Amelio, advogado romano, representando as holdings financeiras da Casa de Savóia e da Casa de

Pallavicini; advogado do “círculo Rex”; conselheiro geral do Centro Mundial Comercial (Centro Mondiale Comerciale);

• Max Hageman, editor do National Zeitung de Munique; • Munir Chourbagi, tio do rei Farouk do Egito; • Giuseppe Zigiotti, chefe do partido político italiano Associação Nacional Fascista das Milícias Armadas; • Ferenc H. Simonfay, antigo colaboracionista nazista da Hungria; líder do movimento Solidarista; • Coronel Clay Shaw. Vários desses indivíduos representavam o pessoal da SOE britânica, chamado ao serviço ativo para um papel muito específico em uma série muito específica de operações.

FINANCIANDO UM ASSASSINATO Em 1967, o Escritório Francês de Inteligência SDECE publicou os resultados de uma investigação de cinco anos sobre a tentativa abortada de assassinato, em 1962, contra o General de Gaulle, levada a efeito pela OAS, furiosamente direitista. Embora o relatório traçasse as origens da conspiração até o quartel-general da OTAN em Bruxelas, a um grupo específico de generais franceses e britânicos descontentes, e aos restos do antigo aparato de Inteligência nazista, também salientou a PERMINDEX do Major Bloomfield como agência responsável por financiar 200 mil dólares para a OAS organizar o atentado. A fonte dos recursos foi a Divisão 5 do FBI, ramo secreto de contra-espionagem da agência de Hoover, dirigido desde os escritórios de advocacia em Montreal do Major Bloomfield. Como resultado da exposição de de Gaulle do papel da PERMINDEX no atentado da OAS, a PERMINDEX foi forçada a acabar com suas operações públicas na Europa ocidental e mudar seu quartel-general para Johannesburgo , na África do Sul. Em conseqüência do fracasso com de Gaulle, a Inteligência de Israel no exterior, o Mossad, foi temporariamente expulso da França. Já notamos que o Major se estabeleceu como um dos principais sionistas no Canadá, e que estendeu sua atividade “caritativa” a um próspero relacionamento comercial extensivo a transportes marítimos e à banca. Agora veremos que os esforços de Bloomfield “em nome de Israel” representaram uma extensão da entrada e controle, pela SOE britânica, de seções de estabelecimentos importantes, que foram consolidados com a criação em 1958 da PERMINDEX. Enquanto desenrolávamos parte dessa teia, encontramos os agentes do Escritório Internacional de Assassinatos responsáveis pela lavagem de milhões de dólares que financiariam a violência política. Comecemos com o banqueiro da Basiléia Hans Seligman. De acordo com um manuscrito suprimido da cabala de assassinatos da PERMINDEX, o banco Seligman de Basiléia (Suíça) era a subsidiária da PERMINDEX responsável pela lavagem de fundos das várias operações do Major, uma da dúzia de subsidiárias da companhia de exposições comerciais de Montreal. Hans Seligman é o último remanescente da família européia Seligman, que fez sua vasta fortuna nos Estados Unidos durante o século XIX, primeiro em alimentos e depois em bancos. A família fazia parte do grupo “Nossa Gente”, que transformou sua experiência no varejo de alimentos em um lucrativo mercado negro de bebidas, em seguida à aprovação da 18a. Emenda (Lei Seca). Como a família de Hirsch, os Seligman se originavam da Baviera, como cortesãos à volta das cortes dos Wittelsbach e Habsburgs. Foram os esforços conjuntos das famílias de Hirsch e Seligman que levaram ao estabelecimento da Fundação de Hirsch e da Associação de Colonização Judia, agências responsáveis pelo transplante de Yechiel Bronfman para o Canadá, como um empregado contratado. Ao tempo da migração dele, a Fundação era dirigida de Nova York por Jesse Seligman. Por volta de 1890, os interesses dos Seligman, de Hirschs e Gunzbergs se mesclaram aos da família Louis Dreyfus. Hoje, as quatro famílias dividem o controle do banco Louis Dreyfus. Como vimos nos capítulos anteriores, este banco mantém o controle financeiro da holding da família Bronfman, uma das fachadas importantes para a canalização dos lucros da Narcotráfico S.A.. A colocação de Hans Seligman no conselho da PERMINDEX, chefiado pelo “antigo” advogado da família e conselheiro financeiro Bloomfield, fechou o círculo pelo qual aqueles lucros podiam financiar as atividades da PERMINDEX.

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Além do banco Seligman de Basiléia, o manuscrito não publicado da PERMINDEX lista um grupo de entidades bancárias de propriedade total da PERMINDEX. Incluem: Astaldo Vaduz de Miami, De Famaco Vaduz de Liechtenstein e o De Famaco Astaldo Vaduz de Genebra. Essas entidades parecem ser não mais que caixas postais para depósito de dinheiro, em lugares onde leis bancárias virtualmente não existentes facilitam tais atos sem fiscalização. Bloomfield dirigia a subsidiária canadense do Crédito Suíço (Crédit Suisse), instituição bancária muito maior, com ligações profundas com o circuito financeiro por trás da Narcotráfico S.A... (9) Mas o banco mais formidável no grupo PERMINDEX foi o Banco de Crédito Internacional (BCI) de Basiléia (Suíça), que permaneceu aberto até 1974.

DR. TIBOR ROSENBAUM, BCI, E PERMINDEX O BCI foi criação do Dr. Tibor Rosenbaun, judeu húngaro que emigrou para a Palestina sob o patrocínio da Agência Judia. De volta à Hungria, Rosenbaun se associou com o Dr. Rudolph Kastner, cujas atividades como colaborador pessoal de Adolf Eichmann, ao enviar cerca de 800 mil judeus da Europa oriental para as câmaras de gás de Auschwitz, criaram grande escândalo em Israel no começo dos anos 50, e serviram de base ao famoso livro censurado de Bem Hecht, “Perfídia”. Em seguida à fundação do Estado de Israel, Tibor Rosenbaun foi designado o Primeiro- ministro de suprimento e finanças para o serviço de Inteligência, o Mossad. Em 1951, Rosenbaun foi enviado a Genebra, ostensivamente como diretor da migração israelense, com papéis diplomáticos. Como não havia migração da Suíça para Israel neste período, a especulação de que Rosenbaun já estivesse envolvido na organização da lavagem de fundos em nome do Mossad é fundada. De acordo com uma recente exposição pelo jornalista do L’EXPRESS Jacques Derogy, publicada em livro da máfia israelense, (10) Rosenbaun negociou seus papéis diplomáticos israelenses por documentos liberianos, em meados dos anos 50, às vésperas de abrir o Banco de Crédito Internacional (BCI). Rosenbaun o incorporou em 1958, mesmo ano em que seu colega “diplomata liberiano” Major Louis Mortimer Bloomfield estabeleceu a PERMINDEX. De acordo com Derogy, Rosenbaun foi designado como a “conexão suíça” em um aparato internacional de lavagem de dinheiro, criado para facilitar o comércio de diamantes por drogas, que iria tomar uma parte crescente do comércio exterior de Israel. A despeito da cobertura cosmética fornecida às operações de Rosenbaun pelos papéis liberianos, o BCI estava tão profundamente enredado com a alta finança e política israelenses que, quando o escândalo da lavagem de dinheiro de Rosenbaun estorou em Israel no começo dos anos 70, o ministro das finanças israelense Pinchas Sapir imediatamente renunciou, abrindo uma crise governamental. Que se pode dizer das operações suíças de Rosenbaun de lavagem de dinheiro, e como seu BCI se cruza com a PERMINDEX do Major Bloomfield? De acordo com uma exposição de 1967 na revista LIFE, o BCI de Rosenbaun recebera 10 milhões de dólares em fundos ilegais, lavados pelo Banco de Comércio Mundial de Nassau (World Commerce Bank of Nassau), Grande Bahamas. Este pertencia ao chefão do sindicato norte-americano Meyer Lansky e vários de seus sócios mais próximos no jogo, contrabando, extorsão e lavagem de dinheiro. Era dirigido pelo contador de Lansky, Alvin Malnick. Outro empregado era o famoso suíço correio de Lansky, Sylvain Ferdmann. De acordo com os investigadores da LIFE, este foi simultaneamente listado como chefe das operações do BCI de Rosenbaun. (11) O retrato do BCI, entretanto, permanece incompleto sem a inclusão de outro membro do conselho, Ernst Israel Japhet. Sua presença no conselho de diretores do BCI nos trás de volta aos conselhos londrinos dos 5 grandes bancos comerciais que comandam o cartel internacional de narcóticos de cima para baixo. Quem é Ernst Israel Japhet, além de ser do conselho do BCI, entidade que servia às necessidades do Mossad de dinheiro do mercado negro, a máfia israelense e o “mago”do sindicato financeiro norte-americano Meyer Lansky? Japhet era, à época, presidente do conselho do Banco Leumi, o maior banco de Israel, já por nós identificado como componente crítico do tráfico de diamantes por drogas em Hong Kong. Herdeiro atual de uma secular família alemã, Japhet vendeu a companhia comercial da família para o banco Quaker Barclay de Londres, que por sua vez o colocou no conselho de diretores de sua recém criada subsidiária Charterhouse-Japhet. Esta, como a anterior companhia Japhet, lida exclusivamente com o comércio de diamantes entre Israel e Hong Kong negociando essas pedras preciosas pelo mesmo óipo do Triângulo Dourado que começou a carreira da família Japhet nas finanças internacionais, há 150 anos. Ao lado de Japhet como curador do Banco Leumi está o Barão Stormont Bancroft, membro da família Samuel, antigo camareiro da rainha da Inglaterra e presidente representante da Cunard Lines, conpanhia marítima

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fortemente suspeita de transportar grandes volumes da heroína do Extremo Oriente em suas rotas asiáticas e mediterrâneas. (12) O Banco Leumi permanace no comércio de drogas através de uma subsidiária, da qual possui 100%, o Banco União (Union Bank). Japhet é o seu presidente, e maneja mais de 1/3 das finanças mundiais em diamantes. O Banco Leumi não foi o único banco israelense a manter suas ligações com o estabelecimento genebrino de lavagem de dinheiro do Dr. Rosenbaun. Ainda mais envolvido com o BCI estava o Banco Hapoalim. (13) Segundo maior em Israel, este fora fundado como prolongamento da Agência Judia pelo atual diretor do conselho, Visconde Erwin Herbert Samuel, alto comissário britânico, pertencente a mesma família Samuel por trás do Banco Leumi e da Cunard Lines. O Visconde Samuel é o chefe da Cruz Vermelha Israelense, ramo oficial da Mui Venerável Ordem Militar e Hospitalaria de São João de Jerusalém, a mesma à qual pertence o Major Bloomfield da PERMINDEX. (14) De acordo com a já citada exposição de Derogy sobre a máfia israelense, o Banco Hapoalim figurava proeminentemente no aparato de diamantes por drogas. Lucros ilegais desta troca, circulando entre Israel e os bancos do Triângulo Dourado na Tailândia, seriam inicialmente depositados em uma conta temporária londrina, para transferência para contas protegidas em Johannesburgo, África do Sul, de onde seriam lavados pelo Banco Hapoalim no BCI de Rosenbaun. A “conexão sul-africana” da operação diamantes por drogas, de acordo com Derogy, era Zwy Peer, diretor israelense da Serviços para Investidores no Exterior (Investors Overseas Service-IOS). Esta, até seu desaparecimento em 1975, era indistinguível do BCI. Aparentemente um fundo mútuo internacional estabelecido por Bernie Cornfeld, e eventualmente tomado por Robert Vesco, a IOS era, em verdade, um serviço de lavagem de dinheiro empregando um exército de “vendedores” por todo o mundo, freqüentemente carregando fenomenais volumes de dinheiro, que os diretores da IOS explicavam ser fundos de milhares de pequenos investidores. Estes, em sua maior parte, permaneciam anônimos. De acordo com Hank Messick, um significativo número dos chamados pequenos investidores eram agentes locais do aparato mafioso Meyer Lansky-Israel. (15) A convergência dos serviços do sindicato das drogas e da Inteligência britânica e israelense na pessoa do Dr. Tibor Rosenbaun é mais ampliada pela breve visão de outra grande holding financeira suíço-israelense, o Banco de Comércio Suíça-Israel de Genebra (The Swiss-Israel Trade Bank of Geneva). Entre suas principais holdings, esse possui 1/3 dos interesses no conglomerado Paz. De propriedade da família Rothschild até princípios dos anos 50, o grupo Paz de corporações mantém virtual monopólio do petróleo e da indústria petroquímica israelense, inclusive suas vitais rotas marítimas de transporte de petróleo e petroquímicos de / para o Oriente Médio. Em 1978, autoridades policiais de Nova York se apoderaram de um navio da Paz que tentava entrar no porto com o porão cheio de hashishe líquido. Partilhando a propriedade da Paz com a entidade suíço-israelense de Rosenbaun está Max Fisher, um “empresário filantropo” de Detroit (Michigan), de quem aprenderemos muito mais em capítulo posterior; e Sir Isaac Wolfson, um magnata londrino de lojas de departamentos, cuja família recua até o século XIII. Foi esta família que deu prestígio ao grupo Paz, em seguida à sua venda pelos Rothschilds. Sir Isaac era o presidente do Conselho Britânico de Representantes Judeus (British Board of Jewish Deputies), a organização sionista mais prestigiada e poderosa do império britânico. Mais recentemente, seu filho tem sido um importante conselheiro político da Primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. O Banco do Comércio Suíça-Israel, terceiro proprietário da Paz, é um guia do aparato combinado britânico-israelense no Mossad, a começar com Tibor Rosenbaun. O gerente do banco, até sua recente aposentadoria, era o General Julius Klein. Nós o encontraremos em várias ocasiões, conforme desenrolarmos a complexa teia de companhias de fachada, bancos offshore e serviços oficiais, que englobam o Escritório Internacional de Assassinatos PERMINDEX. Já em 1922, após seu serviço como oficial de contra-inteligência no Exército americano durante a Primeira Guerra Mundial, Klein foi selecionado por Sir William Wiseman, então chefe de toda a Inteligência britânica nos Estados Unidos, e mais tarde vizinho de Sir William Stephenson no Condomínio Tryall de Montego Bay, Jamaica. Por instruções de Wiseman, Klein foi colocado na equipe do Coronel House (Edward Mandel House-N.T), conselheiro especial do Presidente Woodrow Wilson, que chefiou o grupo americano nas negociações do Tratado de Versalhes. O conselheiro presidencial era vizinho do funcionário britânico, e raramente tomava uma decisão política séria sem primeiro consultar Wiseman. Em 1932, o jovem Klein já estava dentro da Inteligência anglo-americana. Naquele ano, foi designado diretor da primeira seção anti-subversiva estabelecida no Departamento de Justiça americano. A designação colocou-o em

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estreito relacionamento com o diretor do FBI, J. Edgar Hoover, e especialmente com a Divisão 5. Em 1938, as operações de Klein, para todos os efeitos, se tornaram subordinadas à SOE britânica. Em adição ao seu papel anti-subversivo no Departamento de Justiça, Klein naquele ano fundou uma unidade de truques sujos com veteranos judeus de guerra, a primeira de várias organizações particulares que criaria como fachadas de recrutamento e de Inteligência para a SOE de Stephenson. O acesso deste às organizações de Inteligência do movimento sionista nos Estados Unidos e Canadá foi grandemente facilitado pelo fato de que, desde 1922, empregara Chaim Wiseman como principal conselheiro em atividades científicas e técnicas de espionagem. O fato de que o próprio mentor de Stephenson, Sir William Wiseman, era uma figura importante no movimento anglo-sionista, também forneceu ao futuro chefe da SOE uma visão interna dos recursos e talentos das redes sionistas. De acordo com Richard Deacon, historiador semi-oficial das Inteligências britânicas e israelenses, Stephenson foi a figura singular mais importante no estabelecimento da Inteligência israelense, em seguida à independência. (16) Como já vimos no caso do chefe da PERMINDEX, Major Bloomfield, muitas das empresas comerciais com as quais a SOE operava eram associações com o Mossad. No esforço de criar um aparato israelense de Inteligência vinculado à SOE britânica, Julius Klein teria um grande papel em nome de Sir William Stephenson. De sua posição como chefe da Contra-inteligência do Exército (Counter Intelligency Corps-CIC-N.T.) americano responsável pela Europa oriental, ao fim da Segunda Guerra Mundial, Klein em sua própria confissão, ilegalmente desviou cargas marítimas inteiras de suprimentos médicos, caminhões, equipamento de construção, etc, dos seus destinos, na Alemanha e Áustria, para o Haganah, na Palestina. No começo dos anos 50, Klein fez viagens freqüentes a Israel para ajudar no treinamento e estruturação do Mossad. Voltaremos outra vez ao General Klein posteriormente em nosso inquérito, quando ele surgirá como a principal figura no recrutamento do conselho de diretores para a PERMINDEX. Outro sócio de Rosenbaun na operação suíço-israelense foi Shaul Eisenberg, o principal traficante de armas e espião científico para a Inteligência israelense, durante os anos 50 e 60. De acordo com o WASHINGTON POST, Eisenberg foi oficialmente chefe do Moassad em Viena, durante a maior parte desse período. Nascido em Shangai, Eisenberg era o representante comercial extra-oficial dos israelenses no Extremo Oriente. Estatísticas oficiais mostram que 90% do comércio israelense na região era de venda de diamentes. Shaul Eisenberg também dirigia um grupo de firmas de consultoria científica em Nova York, as quais mantinham contratos com as grandes firmas canadenses de exportação de tecnologia nuclear. Estas foram publicamente identificadas como parte da rede de firmas de alta tecnologia criada pela SOE de Stephenson, em seguida à guerra. Completando o conselho de diretores do Banco de Comércio Suíça-Israel de Tibor Rosenbaun estão: • Abe Feiberg, chefe da Americanos para o Haganah (Americans for Haganah), uma fachada pouco escondida

para as operações de espionagem e lavagem da SOE sionista, durante o período pré-independência; • Phillip Klutznick, auto-descrito protegido de Julius Klein, e Secretário de Comércio na administração Carter; • David Graiver, enigmático banqueiro argentino, indiciado no começo dos anos 70 em Nova York por suborno

e extorsão, e que em seguida desapareceu em misterioso acidente de avião no México, que fez oficiais de cortes federais e investigadores debaterem durante anos se ele estava vivo ou não. (17) Acusações foram feitas contra Graiver, após surgir evidência considerável que ele servia como “consultor financeiro” para um grupo de organizações terroristas latino-americanas, que seqüestravam executivos americanos e funcionários governamentais em troca de resgates fantásticos.

Como essa enorme rede internacional de manobras bancárias de mercado negro serviam às operações da “companhia comercial” do Major Bloomfield? De acordo com descobertas da SDECE (Inteligência francesa), 200 mil dólares em rendas do mercado negro foram canalizados para as contas mantidas pela PERMINDEX no BCI. Entre as fontes desses fundos estava o banco Hapoalim, instituição banqueira israelense de propriedade da Histadrut, para a qual o Major Bloomfield era o principal arrecadador canadense de fundos. Estes eram passados para Guy Bannister (veja filme JFK-N.T.), chefe em Nova Orleães da Divisão 5 do FBI. Dali, Bannister despachava um de seus agentes, Jerry Brooks Gatlin, diretamente para Paris com uma mala cheia de dinheiro, para entrega em mãos dos generais da OAS. (18) Em 1966, exatamente no começo da investigação por Garrison (veja filme JFK-N.T.) do assassinato do Presidente Kennedy, Gatlin, que geria uma empresa fachada da PERMINDEX-Divisão 5, chamada Liga Anti-comunista do Caribe, morreu ao ser atirado do 6o. andar de um hotel de San Juan (Porto Rico). Nesta época, o agente da Divisão 5 do FBI, Bannister, já morrera em circunstâncias igualmente misteriosas. (19) Fontes de Nova Orleães relataram, à época da morte dele, que poucas horas após esta ocorrer, agentes da Divisão 5 invadiram seu escritório e sua casa e levaram todos os seus arquivos, cujos documentos não mais se materializaram.

CORONEL CLAY SHAW

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Não é coincidência o fato de que o financiamento da PERMINDEX, para a tentativa fracassada de assassinar Charles de Gaulle em 1962, foi lavado por um agente da Divisão 5 em Nova Orleães. Nesse ano, a cidade já assumira seu papel de centro de operações de campo para a cabala de assassinatos, aquartelada no retiro offshore da Tryall. A razão pela qual Nova Orleães assumiu papel especial foi porque ali estava a grande subsidiária americana da PERMINDEX, a Mart Comércio Internacional (International Trade Mart), dirigida pelo Coronel Clay Shaw. No organograma geral da PERMINDEX, este mantinha duas funções principais. Pela Mart, conservava uma via secundária para lavar grandes volumes de dinheiro em escala internacional. Mas, mais que tudo, Shaw era responsável por “manobrar” o grupo de agentes enviados às várias fachadas da PERMINDEX para levar a cabo o assassinato de JFK. À época em que a conspiração contra Kennedy estava em pleno andamento, na primavera de 1963 (março-junho), o Coronel Shaw já estivera mais de 20 anos sob a direção de Stephenson, na SOE. A fim de situar o papel especial do Coronel de Nova Orleães, e da Mart Comércio Internacional que presidia, na cabala de assassinatos da PERMINDEX, é necessário primeiro voltar brevemente à base, em Montego Bay, do chefe da SOE Sir William Stephenson, e refazer o processo pelo qual a SOE desviou sua capacidade, na quinta coluna pós-guerra, para destruir e capturar a república americana. Como já vimos, tanto durante quanto após a Segunda Guerra Mundial, era “modus operandi” da SOE agir principalmente por empresas comerciais de fachada. Em 1945, imediatamente em seguida ao encerramento “oficial” das operações da SOE no território dos Estados Unidos, Sir William Stephenson fundou a Corporação de Desenvolvimento da Terra Nova, em sociedade com o principal funcionário colonial local, Jerry Smallwood, pois só em 1948 foi essa admitida como província do Canadá. No ano seguinte, Stephenson fundou a BRINCO, companhia de exploração energética também localizada na Terra Nova, com financiamento da RTZ (Rio Tinto Zinc) , componente já familiar do aparato da Narcotráfico S. A. britânica, e pessoal composto por figuras importantes da Inteligência britânica da guerra. Esses estabelecimentos da Terra Nova foram protótipos da vasta rede de outros offshore que Stephenson criaria nas próximas décadas. Em 1949, mesmo ano em que a BRINCO foi fundada, Stephenson mudou-se para a Jamaica, onde fundou a “colônia de aposentados” em Montego Bay. Ao mesmo tempo, seu grupo criou a Corporação Britânica-Americana-Canadense. De acordo com David Ogilvy, outro executivo da SOE que escreveu a ata de fundação da corporação, a BAC seria uma “lucrativa companhia de aventureiros comerciantes”. O próprio Ogilvy tornou-se vice-presidente, com John Pepper, chefe de escritório de Stephenson em Washington durante a guerra, como presidente. Posteriormente, Ogilvy fundou a agência “fita azul” de publicidade novaiorquina Ogilvy & Mather, aproveitando sua experiência de propaganda negra da guerra, tanto quanto suas tarefas na anterior Organização Gallup. A BAC era financiada pelo grupo Hambro de Londres. Logo a BAC foi renomeada Corporação de Comércio Mundial (World Commerce Corporation –WCC). No final dos anos 40, tinha ela uma parte tão grande do comércio americano e britânico na América Latina, que uma fonte contemporânea comentou que, se houvesse “várias WCC, não haveria necessidade do Plano Marshall”. Stephenson e conpanhia estavam silenciosa e sistematicamente construindo a infra-estrutura de tradings (comércio), bancos, linhas marítimas, etc, com os quais conduziria sua guerra do ópio multibilionária contra os Estados Unidos. Em 1946, o Coronel Clay Shaw já era parte dessa estrutura de comando. A associação de Shaw com o círculo de Stephenson recua ao menos até o começo da Segunda Guerra Mundial, quando Shaw servia como funcionário da OSS em Londres. De acordo com a própria confissão de Shaw, publicada em “A Conspiração Kennedy” por Paris Flammonde, investigador do Procurador Distrital de Nova Orleães Garrison, ele serviu como ligação da OSS com o quartel-general do Primeiro- ministro britânico Winston Churchill. Com esta experiência, Shaw desenvolveu tal sentimento de ligação com o império britânico a ponto de considerar seriamente emigrar para a Inglaterra, ao fim da guerra. Não é difícil imaginar o notável anglófilo Shaw ( outro homosexual praticante, ao molde de seu superior na PERMINDEX, Major Bloomfield) escolhendo, ao invés disso, assumir o papel de agente do governo de Sua Majestade “por trás das linhas dos Estados Unidos”. Shaw voltou para sua terra natal Nova Orleães, para assumir a diretoria em 1945 da Casa Internacional / Centro de Comércio Mundial (International House / World Trade Center), uma “associação não lucrativa de fomento ao desenvolvimento do comércio internacional, turismo e intercâmbio cultural”. Quase imediatamente, deixou o Centro para fundar a Mart Comércio Internacional, também em Nova Orleães. Muito mais lucrativa, a Mart patrocinou exposições permanentes industriais, especialmente no Caribe, então “colonizado”pela WCC de Stephenson. Era a Mart Comércio Internacional fachada para as atividades da SOE, desde seu começo em 1946? É fato que em 1958, logo que o Major Bloomfield estabeleceu sua firma de “exposições industriais permanentes”, Clay Shaw se

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tornou membro do conselho, e a mart uma subsidiária do braço internacional da PERMINDEX, e Centro Mundial Comercial. Que espécie de objetivo oculto Shaw e Stephenson partilhavam em 1946, quando lançaram sua associação internacional de comércio? Hoje, há “mais de 50 Mart Comércio Internacional” localizadas em 30 países por todo o mundo, cada uma composta por mais de mil subscritores. Desde 1968, todas foram ligadas por um maciço banco de dados computadorizados. Este funciona agora através de um sistema de transmissão por satélite de Inteligência, um dos maiores sistemas particulares existentes. O controle é mantido pela Associação de Centros Comerciais Mundiais (World Trade Center Association), herdeira do mesmo centro de Nova Orleães do qual Clay Shaw assumiu a diretoria, ao fim da Segunda Guerra Mundial, em nome do aparato da SOE de Stephenson. O sistema computador-satélite mantém um mapa de todas as rotas comerciais internacionais, transportes e escalas; um inventário virtual e mapeado de cada meio de transporte aéreo-terrestre-marítimo para cargas médias e grandes no mundo. Entre as mais de 50 Marts ligadas ao complexo WTCA (World Trade Center Association) está o Centro de Comércio Mundial de Hong Kong, uma associação do HSBC com a Jardine Matheson. O HKWTC (Hong Kong World Trade Center) é o maior e mais caro estabelecimento imobiliário em Hong Kong. A Narcotráfico S. A. , por seu centro em Hong Kong, mantém assim um sistema de monitoramento transnacional mais sofisticado e tecologicamente mais avançado que os instrumentos à disposição de qualquer governo que tente combater seu tráfico mortal.

HISTÓRIA DE UM ASSASSINATO Em 1958, entretanto, a PERMINDEX ainda não surgira como um polvo internacional de fachadas comerciais ligadas por computadores e satélites, possuindo a matéria prima para a lavagem global de dinheiro pelo toque de um dedo. Porém, como registros de tribunais em Nova Orleães, Montreal e Paris documentam, milhões de dólares em “dinheiro quente” passaram pela organização da PERMINDEX para financiar as conspirações mais mortais de assassinatos do século. Já encontramos os banqueiros de mercado negro, muitos deles ligados ao estabelecimento financeiro, político e de Inteligência do Estado de Israel, cujo papel especial na cabala da PERMINDEX envolvia a lavagem do “dinheiro quente” para as mãos dos correios da Divisão 5 do FBI, para entrega aos assassinos designados. Agora investigaremos o segundo maior componente do Escritório de Assassinatos PERMINDEX, a rede de matadores protegidos, cujas ações modelaram irreversivelmente o curso da história nas últimas duas décadas.

GARRISON FAZ UMA ACUSAÇÃO Em fevereiro de 1969, começaram os trabalhos da corte Parish de Nova Orleães no caso ESTADO DE LUISIANIA CONTRA CLAY M. SHAW. Jim Garrison, o Procurador Distrital de Nova Orleães, desconsiderando as conclusões da Comissão Warren, abrira um Grande Júri e peticionara com sucesso uma acusação de conspiração para assassinato contra Clay Shaw, membro do conselho da PERMINDEX. Seria necessário misteriosas mortes de 17 testemunhas chave, e lançamento de uma caça às bruxas pela mídia nacional contra o Procurador, para derrotar o esforço de Garrison em ir até o fundo do assassinato do Presidente John F. Kennedy, em Dallas em 22 de novembro de 1963. Que provas juntara Garrison contra o Coronel de Nova Orleães, e seus cúmplices no conselho de diretores da PERMINDEX? No mínimo, ele revelara a conspiração para assassinar Kennedy em seu nível operacional, dirigido pelo oficial Shaw de Nova Orleães. Em 14 de março de 1967, Garrison levou Perry Raymond Russo, vendedor de seguros de Baton Rouge (Luisiania), a um painel de 3 juízes na corte criminal distrital. Russo depôs que, em meados de setembro de 1963, testemunhara uma conversa entre Clay Shaw, David Ferrie e um indivíduo que identificou como “Leon Oswald”. O assunto da conversa fora o assassinato do Presidente Kennedy. Na conversa, Ferrie, agente da Divisão 5 de quem ouviremos falar mais adiante, enfatizou a importância de usar ao menos 3 atiradores, a fim de criar um “triângulo de fogo”. Ele acrescentou, de acordo com a testemunha Russo, que um bode expiatório era necessário para assegurar a fuga dos verdadeiros assassinos. De acordo com a investigação de Garrison, o indivíduo, apresentado a Russo como “Leon Oswald” na reunião de setembro de 1963, com toda a probabilidade não foi o Lee Harvey Oswald acusado, pela Comissão Warren, de haver conduzido o “assassinato solitário” do Presidente Kennedy. De acordo com o manuscrito não publicado de “William

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Torbit”, o indivíduo (que tinha marcante parecença com o verdadeiro Lee Harvey Oswald) era William Seymour, de uma agência particular de detetives de Miami chamada Double-Check. Esta, de acordo com “Torbit”, era uma subsidiária americana do Centro Mundial Comercial de Roma, e era freqüentemente usada como fachada da Divisão 5 e das atividades da CIA. A agência foi objeto de suspeita de ter sido o canal da CIA que forneceu as armas para a força invasora da Baía dos Porcos. Estas foram fornecidas pela Companhia Schlumberger de Houston (Texas), cujo presidente Jean de Menil foi apontado por “Torbit” como presente no condomínio Tryall de Montego Bay às reuniões nas quais o “caso” Kennedy foi planejado. Seymour, de acordo com o manuscrito de “Torbit”, foi um dos vários indivíduos que personificaram Lee Harvey Oswald nos vários meses antes de 22 de novembro de 1963. Seymour viajou pelo Texas para o México com o nome de “Lee Oswald”. Deixou uma trilha de testemunhas que deporiam que haviam falado com “Oswald”, que “Oswald” declarara ser simpatizante da Cuba comunista, e que “Oswald” fizera afirmações que, em retrospecto, apontavam fortemente para sua intensão de matar o Presidente dos Estados Unidos. Seymour e os outros “Lee Oswalds” foram manejados por Guy Bannister, chefe sulista da Divisão 5 do FBI, o mesmo que supervisionou a lavagem de 200.000 dólares, do dinheiro da PERMINDEX, para as mãos dos generais da OAS na França. De acordo com provas apresentadas durante a investigação de Garrison, Clay Shaw, Georgio Mantello e Ferenc Nagy, todos do conselho de diretores da PERMINDEX e de sua subsidiária Centro Mundial Comercial, estavam nos locais em Nova Orleães, Dallas e Los Angeles em 22 de novembro de 1963, manobrando partes do assassinato e seu encobrimento. O plano fora traçado pelo Major Bloomfield vários meses antes. As provas reunidas durante o Grande Júri de Garrison, e publicadas pelo investigador deste, Paris Flammonde, estabeleceram que vários membros da cabala da PERMINDEX estiveram presentes no restaurante do aeroporto de Winnipeg semanas antes do assassinato em Dallas, para rever os detalhes finais do plano. Testemunhas identificaram um dos indivíduos do aeroporto de Winnipeg como o Major Bloomfield. Quem eram os assassinos encarregados de executar o “triângulo de fogo” contra o Presidente Kennedy em Dallas em 22 de novembro? De acordo com os papéis de “Torbit”, os assassinos--- 7 peritos atiradores com rifle, ao todo--- eram parte de um grupo especial dos mais peritos matadores do mundo, reunidos em 1943 por iniciativa combinada do diretor do FBI J. Edgar Hoover e o comandante da SOE Sir William “Intrépido” Stephenson. Membros do grupo seriam também implicados nos assassinatos do reverendo Martin Luther King Jr. e do Senador Robert F. Kennedy. Já identificamos um grupo de indivíduos específicos implicados na execução física de John Kennedy. Traçamos a cadeia pessoal de comando na Divisão 5 do FBI e no conselho de diretores da PERMINDEX. Para completar o quadro, entretanto, é necessário mergulhar mais ainda nas capacidades operacionais particulares que esses indivíduos representavam. Conforme examinarmos esses assassinos protegidos, voltaremos sempre e sempre ao fato inevitável de que foi a Narcotráfico S. A. que matou Kennedy.

OS SOLIDARISTAS

Três dos principais participantes do assassinato de John F. Kennedy pela PERMINDEX foram emigrados da Europa oriental e russos brancos. Cada um, Jean de Menil, Ferenc Nagy e Paul Raigorodsky, era figura importante no movimento fascista Solidarista. Como já dissemos, Ferenc Nagy foi ministro do governo Horthy, que dirigiu a Hungria durante a guerra, em nome de Adolf Hitler. Após esta, Nagy mesmo foi Primeiro-ministro em 1946-47. Nagy renunciou com um telefonema dado da entrada de um banco suíço onde acabara de abrir uma conta secreta com os fundos governamentais que pilhara em sua fuga da Hungria. Desde sua partida, Nagy imediatamente se envolveu no movimento Solidarista. Quem são os Solidaristas? Eram eles feudalistas e fascistas europeus orientais e russos brancos, predominantemente ex-oficiais dos governos “Quisling” da guerra da Europa oriental, e veteranos do aparato nazista da Inteligência oriental. Já em 1943, como parte do acordo de Ialta aceita por Roosevelt, ambos os serviços de Inteligência soviético e anglo-americano começaram a recrutar membros das fileiras dos mais fanáticos nazistas, para a Inteligência do pós-guerra. A cooperação anglo-soviética em tais projetos na verdade refletia um antigo acordo feito entre Churchill e membros da Cheka soviética de Felix Dzherzhinsky, ainda durante a vida de Lênin. Entre os recrutados estavam os Solidaristas da Europa oriental que se tornaram agentes para qualquer coisa, nas redes britânica e soviética, no pós-guerra. Entre os serviços prestados por esses nazistas orientais estava a penetração nos círculos direitistas do ocidente. Tal infiltração se baseava na antiga operação Confiança Bolchevista, e foi facilitada pela severa falha das agências americanas de Inteligência em particular, em compreender a Igreja Ortodoxa Russa. Esta é parte integrante do aparelho estatal soviético, integrada nas operações externas da KGB. Muitos exilados russos e europeus orientais, apanghados

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pela Inteligência britânica “por empréstimo”, funcionaram como agentes duplos de Moscou e Londres. Seria por eles que Moscou também aprovaria a conspiração para assassinar Kennedy. Agências como a PERMINDEX funcionnavam como derivadas, integrando objetivos partilhados por múltiplos estados--- com um deles, no caso a Grã-Bretanha, dirigindo as operações e a cobertura. Se uma operação como o plano JFK fosse levado a efeito na Europa oriental ou na União Soviética, seria a KGB, mais que a SOE, a dirigir a agência derivada. Entre os principais componentes do movimento Solidarista estava uma rede altamente profissional de espionagem, sabotagem e assassinatos chamada Narodnyi Trudovoy Soyuz (“Aliança Nacional de Solidaristas”): Fundada no fim dos anos 20 pelos antigos círculos menchevistas da Rússia, a NTS funcionou como uma das primeiras gangues de espiões da Inteligência secreta britânica na União Soviética. Foi financiada pelo presidente da Royal Dutch Shell, Sir Henry Deterding, e pelo presidente da Armas Vickers, Sir Basil Zaharoff. No fim da Segunda Guerra Mundial, a NTS estabeleceu escritórios em Munique e Nova York. Desde 1939, o seu principal financiamento ocidental, e de todos os outros grupos “solidaristas”, foi providenciado pela Fundação Tolstoy, um fundo auto-descrito como de assistência a refugiados e cultural. O atual escritório da Fundação Tolstoy em Nova York está em um edifício da rua 57 oeste, propriedade da SOE britânica desde o meio da Segunda Guerra Mundial, quando abrigou os escritórios de uma dúzia de companhias de fachada, todas envolvidas no contrabando de armas e outros equipamentos militares para a Haganah, na Palestina. Em 1978, um dos vizinhos da Fundação naquele edifício era Julius Klein Associados, empresa de relações públicas de propriedade do mesmo General Julius Klein, que já encontramos em nossa investigação da lavagem de dinheiro da PERMINDEX. Entre os membros do conselho da Fundacão oficialmente listados, desde o começo dos anos 60, máximo da atividade da PERMINDEX, estavam Paul Raigorodsky e Jean de Menil. O primeiro era o proprietário da Claiborne Petróleo de Baton Rouge (Claiborne Oil Company of Baton Rouge---Luisiania). Mais tarde, tornou-se oficial de ligação do governo americano na OTAN. O segundo, milionário proprietário da Companhia Schlumberger de Houston, era um dos principais “anjos” financistas por trás da atividade cultural da Fundação Tolstoy, e seu movimento aliado Solidarista. Logo em seguida à Revolução Russa, a família de Menil fugiu de seu país natal, fixando-se na França. Lá, Jean casou-se com a poderosa família Schlumberger, do império banqueiro de Neuflize, Schlumberger, Mallet. Como Anton Chaitkin documentou em “Traição na América”, esta rede financeira suíça está no centro das operações satânicas contra as instituições republicanas dos Estados Unidos, desde o tempo da Revolução Francesa. Em novembro de 1981, Mme. Dominique Schlumberger, esposa de Jean de Menil, organizou o encontro da fanática Irmandade Muçulmana em Houston (Texas), para celebrar o assassinato por esta do Presidente egípcio Anwar Sadat. Não é exagero dizer que os Schlumbergers estão envolvidos em cada assassinato de significado político nos últimos 200 anos. Nos anos 50, a Schlumberger se diversificou para indústria de equipamentos de pesquisa de petróleo. Para isto, a companhia criada é agora a maior do mundo, responsabilizando-se pela produção e venda de 50% de todo o equipamento existente. Em 1958, o genro Jean de Menil se tornou presidente da companhia, aquartelada em Houston. Esta, como já citamos, serviu como conduto de armas para a CIA e a Divisão 5 do FBI. Tais operações de contrabando foram conduzidas em conjunto com a companhia Duble-Check de Miami (Flórida). (20) Em meados dos anos 60, os serviços de Inteligência de de Gaulle descobriram que o banco de Neuflize, Schlumberger, Mallet estava encaminhando fundos para Jacques Soustelle financiando o terorismo da OAS.

CONSELHO AMERICANO DAS IGEJAS CRISTÃS Uma das principais agências pelas quais o movimento Solidarista mantém contato com seus agentes pelo mundo era a Antiga Igreja Católica Ortodoxa da América do Norte (Old Orthodox Catholic Church of North América), e seu filiado Sínodo de Bispos da Igreja Ortodoxa Russa (Synod of Bishops of the Russian Orthodox Church) fora da Rússia. Esta igreja saída da Ortodoxa Russa foi estabelecida originalmente como fachada para as atividades de espionagem da Inteligência britânica dentro da Rússia, em seguida à Revolução Bolchevista, e continuou nessa função na América do Norte, após muitos de seus agentes serem relocados no ocidente, em seguida à Segunda Guerra Mundial. Por todo este período, uma seção da Inteligência soviética igual manteve controle da rede. A parte anglo-soviética veio a ser conhecida como a Fundação. A antiga Igreja Católica Ortodoxa da América do Norte era uma igreja afiliada ao Conselho Americano das Igrejas Cristãs (American Council of Christian Churches---ACCC), organização de cobertura aparentemente representante das igrejas tradicionalistas de todas as denominações, e que se opunham a tendência ultra-liberal do Conselho Mundial de Igrejas (World Council of Churches), e sua subsidiária americana Conselho Nacional de Igrejas (Nacional Council of Churches).

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Muitas igrejas “conservadoras”, são até hoje afiliadas ao ACCC precisamente por esta razão. Entretanto, há o outro lado do ACCC, que levou o Procurador Distrital Jim Garrison a identifica-lo como uma das agências profundamente envolvidas na conspiração para assassinar Kennedy e a fazer indiciar seu diretor na costa oeste, E. E. Bradley, acusando-o de ter ajudado o Coronel Clay Shaw no assassinato. Em 1941, J. Edgar Hoover, consultando o chefe da SOE britânica, Sir William Stephenson, e o recruta da Divisão 5 Bloomfield, arranjou para que seu amigo íntimo, o reverendo Carl McIntyre, fundasse o Conselho Americano das Igrejas Cristãs ( American Council of Chistian Churches-ACCC). McIntyre já era um agente contratado da Divisão 5 do FBI de Hoover. O ACCC iria esconder uma unidade extensa de espionagem e Inteligência, a ser instalada por todos os Estados Unidos, Canadá, México e América Latina. Espiões e sabotadores operariam sob o disfarce de missionários cristãos. Como parte dessa rede de espionagem, Hoover, Stephenson e Bloomfield criaram uma unidade secreta de assassinatos em 1943, sob a direção do ministro Albert Osborne. Não está claro se McIntyre alguma vez soube desse aspecto sinistro do ACCC, por seu “amigo” Hoover. A unidade consistia de 25 a 30 dos atiradores com rifle mais peritos do mundo. Estava sediada em uma escola missionária para órfãos em Puebla (México). Pelo menos até 1969, a “unidade matadora” especial continuou intacta e sob a supervisão pessoal de J. Edgar Hoover, agindo por seu agente de confiança há 30 anos, Albert Osborne. De acordo com o autor “Torbit”, foi Osborne e um grupo de 7 peritos atiradores da “unidade matadora” de Puebla que realizaram o assassinato de John F. Kennedy, em Dallas em 22 de novembro de 1963. Os registros da Comissão Warren estabeleceram que Albert Osborn fora um membro privilegiado do ACCC. Em 1942, enquanto trabalhava para a Divisão 5 de Hoover-Bloomfield, Osborne dirigiu um grupo nazista de camisas negras chamado Conselho de Campo, na zona rural de Knoxville (Tennessee). À época, ele quase foi preso em seguida a um incidente no qual ele queimou uma bandeira americana, em protesto contra a entrada dos Estadoos Unidos na guerra contra a Alemanha nazista. Logo depois, deixou o Tennessee e se mudou para Puebla (México). Garrison documentou que em 10 de outubro de 1963, Osborne visitara Nova Orleães, parando em tres lugares da cidade. Primeiro, visitou os escritórios de Clay Shaw no edifício da Mart Comércio Internacional. Mais tarde, no mesmo dia, foi aos escritórios do correio Jerry Brooks Gatlin da Divisão 5 do FBI, a quem encontramos antes ao investigar a tentativa de assassinato em 1962 do Presidente francês Charles de Gaulle. A parada final de Osborne em Nova Orleães foi no escritório do chefe sulista da Divisão 5 do FBI, Guy Bannister, na rua Camp 544. De Nova Orleães, Osborne viajou direto para a cidade do México onde, de acordo com os registros da investigação Garisson e da Comissão Warren, foi visto repetidamente na companhia do “Leon Oswald” que encontramos antes em Nova Orleães, com Clay Shaw e David Ferrie. O círculo de assassinos se fecha um pouco mais ao voltarmos ao caso de outro agente da Divisão 5, que tinha um disfarce como padre a serviço do Conselho Americano das Igrejas Cristãs, David Ferrie. Em 1946, Ferrie saiu de um seminário católico romano em Ohio e entrou para a Frente de Libertação da Bielorússia, simultaneamente sendo ordenado pároco na Antiga Igreja Católica Ortodoxa da América do Norte, agência que já identificamos como fachada do movimento Solidarista, da KGB e da Divisão 5 do FBI. Ferrie foi subseqüentemente realocado na regional sul do FBI, onde operou o recrutamento para a Divisão 5, o que o colocava sob a jurisdição direta do Major Bloomfield. De acordo com depoimento perante a Comissão Warren e o Grande Júri de Garrison, dado pelo agente do FBI Jack Martin, Lee Harvey Oswald foi recrutado para a Divisão 5 do FBI em 1956 por ninguém menos que David Ferrie. Enquanto aparentemente pertencesse ao Corpo de Fuzileiros, Oswald recebeu treinamento especial em atividades de encobrimento de espionagem na Escola de Inteligência Naval, na base naval de Menphis. Um aspecto do treino incluía instrução especial na língua russa, dada por um agente do movimento Solidarista em São Francisco, sob disfarce da Federação das Organizações Caritativas Russas (Federation of Russian Charitable Organizations), ramo na costa ocidental da Fundação Tolstoy. De 1956 até sua morte no porão do quartel-general da Polícia de Dallas, em novembro de 1963, Lee Harvey Oswald esteve na lista de pagamento secreto da Divisão 5, mantida por uma conta secreta escondida no orçamento do Serviço de Imigração e Naturalização, unidade do Departamento de Justiça. Nos seis meses anteriores à sua morte em Dallas, o verdadeiro Lee Harvey Oswald agira fora de Nova Orleães e Dallas, sob a supervisão imediata do diretor regional da Divisão 5, Guy Bannister. De fato, a sede em Nova Orleães do Comitê do Jogo Limpo com Cuba pró-castrista, grupo do qual Oswald participou ativamente durante 1963, estava localizado no mesmo edifício comercial da rua Camp que abrigava Bannister. Sem Oswald saber, sua “infiltração” no grupo pró-castrista em nome da Divisão 5 tinha propósito diferente do que ele imaginava, objetivo que se tornaria claro somente quando ele assumiu o papel de “bode expiatório” que David Ferrie discutira com Clay Shaw e William Seymour. (21)

A CONEXÃO DA CORPORAÇÃO LIONEL

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Já vimos até agora duas componentes da rede de matadores protegidos que levaram a cabo o assassinato de John F. Kennedy, em nome da PERMINDEX. Nos casos dos Solidaristas e do Conselho Americano de Igrejas Cristãs, vimos o fruto da penetração de Sir William Stephenson, durante a guerra, no aparato de segurança nacional dos Estados Unidos. Uma outra nota deve ser feita aqui, concernente a atividades que surgiriam mais tarde naquela conspiração. Stephenson supervisionou o recrutamento das figuras do crime organizado americano para a SOE-OSS, durante a Segunda Guerra Mundial. O caso mais conhecido foi a “reabilitação” do traficante condenado, cafetão e suspeito de assassinato Charles “Lucky” Luciano. Luciano foi despachado para a Sicília por ordem da direção da SOE-OSS, para reconstituir as antigas redes que haviam sido dispersadas ou deportadas durante o período de Mussolini. (22) Neste esforço, Luciano colaboraria ativamente com o Conde Gutierrez di Spadafora, membro do conselho da PERMINDEX. Luciano foi largamente identificado como o agente local na Sicília para o assassinato em 1962 do ministro do petróleo italiano, e íntimo colaborador de de Gaulle, Enrico Mattei. (23) Este morreu quando seu avião caiu no Mediterrâneo após ter sido sabotado durante breve e não planejada parada em um obscuro aeroporto na Sicília. (24) De acordo com fontes, a decisão de continuar com o plano de sabotagem foi tomada por Luciano somente após as opções de alugar um esquadrão da morte da OAS ou um “esquerdista” americano, controlado por uma companhia petrolífera texana, terem sido rejeitadas como politicamente explosivas. A companhia texana em questão era investidora da firma do Major Bloomfield. Luciano não foi a única figura do sindicato cooptada para o serviço da PERMINDEX. De acordo com os papéis oficiais de incorporação arquivados em Nova York e em Berna (Suíça), o advogado da máfia Roy Marcus Cohn, e o chefão do crime de Montreal Joseph Bonano, eram acionistas pessoais da PERMINDEX, através de sua propriedade da Corporação Lionel de Hillside (Lionel Corporation of Hillside), de Nova Jersey. Ao tempo dessa incorporação, 50% das ações da corporação foi comprado pelo Major Bloomfield. Uma posição minoritária significativa foi comprada pela Corporação Lionel. Vários anos antes do investimento na PERMINDEX, a Lionel fora comprada por Cohn e Bonano. Fontes indicam que a compra da PERMINDEX pela Lionel foi financiada por um “empréstimo” de 600.000 dólares que Cohn arranjou, por contatos com Hong Kong. Os registros da corporação em Nova York mostram que, desde 1958, Joseph Bonano foi presidente do conselho da Lionel e o advogado Roy Cohn o presidente da corporação. A Lionel estava principalmente envolvida em contratos de defesa. Ao mesmo tempo, o grupo de fachadas corporativas foi usado para fazer outros “negócios” em nome da companhia do Major Bloomfield, da qual como notamos, a Lionel era entusiástica investidora. No fim de 1963, Cohn e outros venderam a Lionel e todas as suas subsidiárias. Uma das peças mais lucrativas do “império” Lionel, a Corporação Intercontinental de Garland (Intercontinental Corporation of Garland), do Texas, foi vendida a Robert Vesco, e se tornou um dos primeiros empreendimentos financeiros deste. Essa era a mesma que “Torbit” identificou como fachada de um grupo de exilados cubanos, veteranos do sindicato de jogo e narcóticos caribenho e da operação paramilitar da Baía dos Porcos, e que foi transferida para o membro do conselho da PERMINDEX, Ferenc Nagy, para que tivesse papéis de apoio no assassinato de John F. Kennedy. Já vimos como Sir William Stephenson e um grupo de agentes da SOE se mudaram para Montego Bay justamente ao fim da Segunda Guerra Mundial, e construíram aquele local destinado a ser encruzilhada entre o paraíso e o Fort Knox. No caso de Acapulco, o mentor, por trás de sua emergência no pós-guerra como balneário para super-ricos e super-secretos, foi o antigo Presidente mexicano Miguel Alemán, ele mesmo figura central do cartel internacional de narcóticos e assassinatos. Foi durante o tempo de Alemán, como Ministro do Interior (1940-46) e Presidente do México (1946-52), que a Divisão 5 de J. Edgar Hoover recebeu carta branca para se fixar naquele país. Operações combinadas SOE-Divisão 5 foram organizadas por todo o México, e muito poucas foram fechadas ao fim da guerra. A escola de meninos do reverendo Osborne já foi identificada como um dos casos em que uma “licença de 100 anos” foi assinada entre Alemán e a SOE-Divisão 5. Quando o Presidente Alemán se retirou formalmente da política, nos anos 50, construiu um vasto império imobiliário no México, que hoje inclui um grupo de Resorts e Hotéis, entre eles os maiores de Acapulco. Não por coincidência, todas as aquisições de hotéis por Alemán foram geridas pela Corporação Canadian Pacific--- a maior importadora (disfarçada) de narcóticos do Triângulo Dourado para a América do Norte, e grande investidora nas ilhas caribenhas que abrigam algumas das mais importantes financeiras do mercado negro na carteira internacional da Narcotráfico S. A.. Entre as outras grandes holdings de Alemán estão a parte do leão das ações da quinta maior companhia do México, Tavos de Aço do México (Tavos de Acero de México-TAMSA). Seu diretor, Bruno Pagliai, é primo da princesa Beatriz de Savóia, ela mesma residente no México e convidada freqüente das festas do jet set na Acapulco de Alemán.

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Foi através de dois confidentes de Alemán que a ponta mexicana da Narcotráfico S. A. surgiu mais claramente. O banqueiro pessoal de Alemán e um de seus mais íntimos amigos, é Max Schein, presidente do Banco Mercantil do México. Este é correspondente ao Banco Leumi, o gigante israelense que já encontramos como grande lavador dos lucros do tráfico internacional de drogas. Schein é o presidente da Sociedade Technión do México (Sociedad Technión de México), ramo daquela de mesmo nome de Israel, fachada da espionagem científica offshore do Mossad. Entre os membros do conselho da Technión Internacional (Technión International) está o Major Bloomfield, da PERMINDEX. O outro flanco de Alemán na Narcotráfico S.A., muito mais exposto, é Gonzalo N. Santos, antigo ajudante e muito conhecido amigo pessoal do ex-Presidente. Santos foi sócio comercial de um exilado cubano de Guadalajara chamado Alberto Sicília Falcón. Este, agente do aparato da Divisão 5 em Miami, e mais tarde na cidade do México ( e também se acredita que estivesse na lista de pagamento da Inteligência cubana, DGI), foi preso em 1975 como chefe de uma grande quadrilha de importação de heroína, que se espalhava da Tailândia à Turquia e Marselha. A quadrilha Falcón tinha uma esquadrilha inteira de aviõees particulares, que percorriam as rotas de drogas da América Latina para os Estados Unidos. A quadrilha também dirigia vários laboratórios de heroína. Enquanto o sócio de Falcón, e agente de Alemán, Santos, sobreviveu ileso ao episódio de 1975, Falcón foi objeto de um inquérito em 1977 do Senado mexicano sobre o tráfico de armas por drogas pela fronteira mexicano-americana. Santos foi chamado de maior contrabandista de armas ilegais adquiridas nos Estados Unidos e trazidas para as mãos de algumas das principais famílias oligarcas do México. Muitas dessas armas se acredita que tenham sido subseqüentemente passadas às mãos da Liga 23 de Setembro, o equivalente mexicano das Brigadas Vermelhas terroristas, da Itália.

O ENCOBRIMENTO À medida que desenrolamos a teia de agências governamentais, mídia e grupos mercenários particulares que foram liberados imediatamente após o assassinato de Kennedy, e mais uma vez quando o Procurador de Nova Orleães, Garrison, começou seu inquérito independente sobre a cabala de Clay Shaw, descobriremos que o encobrimento da conspiração contra Kennedy talvez seja a peça mais condenatória de evidência apontando para tal conspiração, de alto nível, por trás da morte do Presidente. Mais uma vez, descobriremos que o mentor por trás da operação foi a Narcotráfico S. A.. Imediatamente após o assassinato, houve esforços ativos de despistamento, por mais de 6 meses, contra a investigação, por um agente secreto muito especial do establishment nacional de segurança. Era ele Walter Sheridan, que o Procurador Geral Robert F. Kennedy havia designado anteriormente para chefiar a unidade “Peguem Hoffa”, altamente irregular, do Departamento de Justiça. A despeito da ligação aparente com a máquina familiar dos Kennedys, provas fortes sugerem que Water Sheridan era há muito tempo agente da SOE britânica dentro do serviço de Inteligência americano, ao tempo de seu “recrutamento” para os Kennedys em fins dos anos 50. Sheridan, após graduar-se na Universidade Fordham dos jesuítas, e freqüentar brevemente a Escola de Direito Albany, foi recrutado para o FBI, onde trabalhou por 4 anos. Dali, foi para a recém estabelecida Agência de Segurança Nacional (National Security Agency-NSA), instalada no começo dos anos 50 como a agência de espionagem mais secreta e de alta tecnologia no governo americano. Até hoje, por exemplo, a NSA é a única que opera sob cobertura total de um Ato de Segredos Oficiais; nem o Congresso nem qualquer outra agência federal tem vista ou mesmo acesso a informação concernente à NSA. Sheridan já tinha evidentemente costas bem quentes. Foi designado chefe de Seção de Contra-inteligência, Divisão de Operações Especiais, Escritório de Segurança da NSA. Subseqüentemente foi designado chefe assistente da Divisão de Compensação da NSA. Esta era um rebento das operações sofisticadas de telecomunicações e códigos desenvolvidas pelos aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Neste ponto, os Estados Unidos haviam sido minuciosamente treinados pela SOE britânica. No começo da guerra, Sir William Stephenson estabelecera uma unidade especial de “decodificação” em Parque Blechley, Inglaterra, que serviu como centro de treinamento e unidade de codificação empregando um grupo seleto de americanos e ingleses. Entre esses americanos estavam Robert Sarnoff e William Bundy. Sarnoff era filho do General David Sarnoff, fundador e presidente da Corporação Rádio da América (Radio Corporation of América-RCA)--- ao qual substituiria como presidente por aposentadoria deste, no começo dos anos 50--- e membro, durante a guerra, da elite da SOE nos Estados Unidos. Bundy mais tarde se tornaria editor de ASSUNTOS ESTRANGEIROS (Foreign Affairs), jornal trimestral do Conselho de Relações Exteriores (Council of Foreign Relations-CFR), enquanto seu irmão assumia a diretoria de Segurança Nacional sob John F. Kennedy. Após a guerra, a RCA de Sarnoff se tornou o coração tecnológico do aparato que mais tarde ficou sob controle governamental de segredo máximo, como a NSA. Neste sentido, esta é talvez o ramo do establishment de Inteligência americana mais diretamente ligado às ordens do aparato da SOE de Stephenson.

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A colocação de Sheridan em alto nível na Divisão de Contra-inteligência da NSA, unidade mais estreitamente ligada com a Divisão 5 do FBI, desmente a idéia popular de que Sheridan era antes de tudo um servidor leal da família Kennedy. Em 1958, um “amigo da igreja” apresentou Sheridan a Robert Kennedy, que imediatamente utilizou o veterano da NSA como investigador especial para o Comitê Senatorial sobre Extorsão, o “Comitê McClellan” onde Robert F. Kennedy então servia como conselheiro geral. Quando John foi eleito Presidente, Sheridan foi designado “assistente confidencial” do Procurador Geral Robert Kennedy, posição que o colocou nos círculos interiores do Departamento de Justiça e da Casa Branca, onde mantinha um escritório secreto vizinho do Salão Oval. Como “assistente confidencial” de Robert Kennedy, Sheridan criou a unidade “Peguem Hoffa”, do Departamento de Justiça: De acordo com fontes que serviram junto a Robert F. Kennedy, a unidade rapidamente se tornou um feudo privado de Sheridan, na qual mesmo o Procurador Geral não podia penetrar. O historiador do Departamento de Justiça de Kennedy, Victor Navasky, descreveu assim a unidade de Sheridan:

“Seu modus operandi era puramente capa e espada...As relações de Sheridan com o FBI eram altamente irregulares, pois ele recebia pouca ou nenhuma cooperação dos superiores, mas, como ex-FBI, tinha um grau de cooperação dos agentes que era, em alguns aspectos, sem paralelo. Na verdade, ele coordenava os agentes do FBI como seus próprios homens, dizendo aonde ir e quando, e eles iam”. (25)

Sheridan tinha acesso similar aos recursos do IRS (Imposto de Renda) do Serviço Secreto, dos Delegados dos Estados Unidos e da Divisão do Tesouro para Álcool, Tabaco e Armas. Com efeito, Sheridan atualizou a capacidade operacional e os métodos de intimidação do SOE da guerra. Seu exército particular atualizou os métodos da SOE em outra área significativa. Em adição aos canais “oficiais”, onde Sheridan podia navegar em cada agência federal mesmo remotamente envolvida com Inteligência e polícia, ele aparentemente criou um ninho de agências clandestinas, sob cobertura corporativa, estabelecidas para levar a efeito as operações especiais tão flagrantemente ilegais que não poderiam, mesmo remotamente, ser associadas ao governo. De acordo com o autor Jim Hougan, Sheridan criou uma agência investigadora particular, conhecida como “5 Is (Five Eyes)”: Investigadores Internacionais Incorporados de Indianápolis, Indiana (International Investigators Incorporated of Indianápolis, Indiana). Embora a firma tivesse sido oficialmente incorporada em 3 de outubro de 1966 (2 anos após Sheridan deixar o Departamento de Justiça), mantinha escritórios em Indianápolis, Chicago, Detroit, Louisville, Nashville, Menphis e Minneapolis já no outono de 1961 (setembro-dezembro). Nos primeiros 5 anos de existência, nenhum registro comercial existia em qualquer lugar dos Estados Unidos sugerindo sua existência. (26) A empresa “5 Is” de Sheridan (também freqüentemente citada como “3 Is”, para Investigadores Internacionais, Inc.) fechou no fim dos anos 60, ao mesmo tempo em que outra “3 Is” estava sendo fundada por alguns dos melhores agentes de Sheridan na unidade “Peguem Hoffa”. Esta ¨3 Is”, Inteligência Internacional Incorporada, é comumente conhecida como INTERTEL, braço particular de segurança do jogo caribenho, centro de drogas e conhecida como Resorts Internacional (Resorts International). Voltaremos a este paraíso offshore no próximo capítulo. Em fevereiro de 1967, Walter Sheridan foi empregado pela NBC (National Broadcasting Company) como “jornalista investigativo” ligado a série documentária de TV Papel Branco (White Paper) da NBC. Sua tarefa? Fazer uma reportagem especial de TV sobre a investigação do assassinato do Presidente JFK, que acabara de ser aberta pelo Procurador Distrital de Nova Orleães, Jim Garrison. Em julho daquele ano, Sheridan seria acusado por Garrison em 4 acusações separadas de suborno público, todas envolvendo os esforços em afundar a investigação. De acordo com a evidência submetida por Garrison, Sheridan se envolveu em flagrante ameaça a testemunhas, visando desacreditar publicamente Garrison e impedir que testemunhas chave aparecessem perante o Grande Júri de Nova Orleães. Uma das testemunhas era o vendedor de seguros de Baton Rouge Perry Raymond Russo, a quem encontramos antes como o “quarto homem” na sessão de planejamento do assassinato realizada por Clay Shaw. Em 19 de junho de 1967, o Procurador Distrital Assistente de Nova Orleães, Andrew J. Sciambra, entregou um memorando a Garrison provando que Sheridan usara seu grupo da NBC para ameaçar Russo; fôra aos patrões de Russo na Seguradora Equitable Life a fim de pressiona-los a transferir Russo para fora da jurisdição de Garrison em Louisiana, e conseguira leva-lo para fora do estado para um “passeio”na Califórnia. Longe das mãos de Garrison, Russo apareceu em rede nacional de TV para denunciar Garrison por have-lo “manobrado” para criar um falso caso de conspiração contra Clay Shaw.

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O memorando também relatava que o grupo Papel Branco da NBC trabalhava em conjunto com pesquisadores do SATURDAY EVENING POST na operação “Peguem Garrison”. O jornal acabara de ser comprado por Bert SerVaas, de Indianápolis. O nome de SerVaas aparecera em outubro de 1966, nos papéis da “3 Is”como seu presidente. Uma segunda bomba explodiu durante a ação de Sheridan, em 19 de agosto de 1967, em um tribunal de Chicago. Lá, um empregado da Irmandade Internacional de Caminhoneiros (International Brotherhood of Teamsters), Zachary Strate, testemunhou que recebera uma oferta de Sheridan: Em troca de se juntar a ele na guerra de propaganda contra Garrison, Strate receberia documentos oficiais secretos provando que sua condenação por extorsão no caso envolvendo o presidente dos caminhoneiros, e alvo de Sheridan, Jimmy Hoffa, fora obtida por uso de grampo ilegal. Extorsão, chantagem, seqüestro, suborno--- não eram as únicas armas usadas na guerra contra Garrison. Ao tempo do inquérito deste em 1967, mais de uma dúzia de testemunhas principais haviam morrido em circunstâncias misteriosas. Guy Bannister, o chefe da Divisão 5 do FBI em Nova Orleães, estava morto. Lee Harvey Oswald morrera, com tiro à queima roupa perante rede nacional de TV na garagem da chefatura de polícia de Dallas. Seu assassino, Jack Ruby, longe de ser o “perturbado bom samaritano”, fora sócio comercial de Guy Bannister e David Ferrie numa série de cassinos cubanos antes da queda de Batista; e se envolvera nas aventuras de tráfico de armas por Schlumberger-Double-Check, primeiro nas forças de Fidel Castro, e mais tarde no exército anti-castrista reunido pela CIA após a visita do Presidente cubano à União Soviética. David Ferrie também estava morto, vítima de uma overdose “suicida”, exatamente na véspera de sua aparição perante o Procurador Distrital Garrison. De acordo com Jules Rocco Kimble, testemunha de Garrison, ele e Jack Helms entraram no apartamento de Ferrie horas antes que o antigo empregado contratado da Divisão 5 morresse, e removeram um arquivo cheio de documentos. Kimble e Helms, considerados membros da KKK (Ku-Klux Klan), fugiram para o Canadá. A fuga, suas futuras moradias e segurança, haviam sido garantidas por Walter Sheridan da NBC. Kimble “coincidentemente” apareceu nos arquivos do Comitê Seleto da Câmara sobre Assassinatos como vizinho de James Earl Ray, quando este assassino de Martin Luther King se mudou de Nova Orleães para Montreal, após fugir da prisão. O golpe de Sheridan em Garrison eventualmente foi divulgado a todo o país pela NBC, e serviu como mecanismo detonador de uma barragem de ataques ao Procurador pela mídia nacional. A NBC era desde a fundação uma subsidiária de propriedade total da Corporação Radio da América (Radio Corporation of América-RCA). À época da apresentação da Papel Branco da NBC sobre Garrison, o presidente desta era Robert Sarnoff, veterano de guerra da SOE de Sir William Stephenson. Retrospectivamente, os esforços do Presidente Dwight Eisenhower para quebrar o monopólio da RCA estão entre os mais claros, importantes e despercebidos legados de seu governo. Que aparato governamental estava por trás de Walter Sheridan e sua operação “Peguem Garrison”? Já identificamos a NSA e a Divisão 5 do FBI à sombra desse agente treinado pelos jesuítas. Outras provas existem de que outra agência de polícia secreta, que já encontramos no capítulo da PERMINDEX, foi usada no esforço para encobrir a cabala por trás do assassinato de Kennedy. De acordo com “Torbitt”, um empregado em Nova Orleães da agência Double-Check, chamado Gordon Novel, se infiltrara no pessoal de Garrison na primavera de 1967, e descobrira que a Double-Check e a Divisai 5 do FBI estavam sendo investigadas por sua participação no assassinato. Novel contatou Sheridan. Quando Garrison descobriu este espião duplo, intimou o antigo “investigador de pessoal” a comparecer perante seu Grande Júri. Novel deixou a Louisiana sob a proteção de Sheridan, e foi levado a Virgínia, onde o resultado de um teste manipulado no detetor de mentiras foi apresentado à imprensa por Sheridan, clamando que Novel fornecera prova conclusiva de que o inquérito de Garrison era um golpe publicitário sem provas substantivas. Mais de duas décadas se passaram desde o assassinato de JFK em Dallas; até este momento, a PERMINDEX e o comando britânico que ordenaram o assassinato permanece um dos mais bem guardados segredos do mundo.

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4 PERMINDEX REVELADA: RESORTS

INTERNATIONAL - INTERTEL Em setembro de 1974, menos de 4 semanas após o Presidente Richard Nixon haver renunciado, Evelyn de Rothschild, Walter Hesselbach e um punhado de outras pessoas conspiraram para derrubar o Banco de Crédito Internacional ( Banque du Crédit Internationale-BCI). (1) Seu colapso causou um pânico momentâneo nos mercados financeiros internacionais, e problemas financeiros mais a longo prazo para pessoas como Nixon e Michele Sindona, banqueiro italiano cujo pouco juízo o levara a colocar seu dinheiro nas mãos da IOS Esta catástrofe financeira marcou o fim da PERMINDEX ? Depois de tudo, o BCI fora uma das peças principais na lavagem de dinheiro do escritório de assassinatos do Major Bloomfield. Não somente o escritório sobreviveu aos acontecimentos de setembro de 1974, e à anterior mudança da PERMINDEX para a África do Sul, como o desligamento do BCI parece ter sido um disfarce para obscurecer o fato de que, silenciosa e sistematicamente, por anos, a OPERACIONALIDADE da PERMINDEX fora desenvolvida, expandida e deslocada para um lugar a poucas milhas da costa dos Estados Unidos, a ilha Paradise, na Grande Bahama. Aqui está a sede corporativa da Resorts Internacional e sua divisão de segurança (100% de sua propriedade), a Inteligência Internacional (INTERTEL). Esqueça os retratos da Resorts Internacional nas gordas brochuras de viagem, ou os anúncios na seção de viagens do NEW YORK TIMES domingueiro. Pouco escondida entre as palmeiras, piscinas, cassinos 24 horas e cabarés, está a Real Comissão de Altos Executores do Major Bloomfield, e bilhões de dólares em drogas. Pouco escondida por trás do anúncio luminoso da Resorts Internacional está a eminência parda do crime organizado, Meyer Lansky. Já desde 1960, Lansky concebera um grande plano para criar uma “ Hong Kong ocidental” (2) no Caribe: um centro offshore que reuniria jogo, narcóticos, dinheiro sujo e a Assassinatos S. A. sob um único teto desregulamentado e altamente respeitável. Primeiro, Lansky escolheu a ilha Grande Bahama como o sítio de um cassino-resort pioneiro. Agindo através de um “laranja” canadense, seu sócio de longa data Louis Chesler, Lansky negociou a compra de um grande pedaço de terra na ilha, e supervisionou a construção de um grande hotel, o Balneário Lucayan, completado e inaugurado antes do fim de 1963. (3) Ao tempo em que o empreendimento começou, o jogo era ilegal nas grandes Bahamas, exceto para os hotéis que recebessem um Certificado de Exceção do governo local. A figura política mais poderosa da ilha, chefe dos chamados “Meninos da Rua Bay”, era Sir Stafford Sands. Várias reuniões entre Sands e Chesler, e 1.800.000 dólares em suborno mais tarde, Lansky recebeu seu Certificado em 27 de março de 1963. Em 22 de janeiro de 1964, o cassino na Praia Lucayan foi aberto em circunstâncias festivas que Hank Messick descreve assim:

“O jet set internacional compareceu para dar ao evento alguma classe, mas os veteranos de Meyer Lansky controlavam tudo. Red Ritter era o gerente geral; Max Courtney era o gerente de crédito; Charley Brudner era o assistente; Dino Cellini era o supervisor, etc. A propósito, Dino abrira uma escola em Londres para treinar os caixas e crupiês originários da Sicília e que passaram pelo cassino do sindicato na ilha de Man no Canal da Irlanda”. (4)

Completada a fase um da “Operação Respeitável” de Lansky, o velho feiticeiro continuou. Primeiro, limpou o caminho para um consórcio de investidores “legítimos”, chefiados pela Companhia de Tintas Mary Carter de Miami, para comprarem a ilha do Porco (renomeada ilha do Paraíso por seu dono Huntington Hartford, magnata milionário da Companhia de Chá Great Atlantic and Pacific) e receberem o Certficado de Exceção para a construção de um hotel-cassino. Sir Stafford Sands, agora no bolso de Lansky, enxergou através das manobras e simultaneamente anunciou que o governo local construiria uma ponte ligando a Grande Bahama à ilha do Porco, completada em 31 de dezembro de 1967. (5) Que espécime estranho era a Companhia de Pintura Mary Carter, e por que Meyer Lansky se preocupara em abrir todas as portas da Rua Bay para ela? Começando com o óbvio, a Companhia estava envolvida em mais do que pintura de paredes. Em 1958, fora efetivamente fundida com a Companhia Crosby-Miller da Flórida, pouco conhecida exceto porque Thomas Dewey, antigo governador de Nova York e duas vezes candidato republicano à Presidência , era um de seus maiores investidores. (6) A reputação de Dewey como “Senhor Limpo”, inimigo do

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crime, datando de seus dias como promotor em Nova York durante os anos 30, era um perfeito disfarce para Lansky na ilha Paraíso (Paradise Island). Pela fusão, o presidente da Companhia de Pintura Mary Carter era James M. Crosby. Seu irmão Peter Crosby era estelionatário condenado e sócio comercial de Dino Cellini. Este era primeiro acessor de Meyer Lansky e conhecido como “conexão” da Flórida com o traficante canadense de heroína, Giuseppi Cotroni. Embora alinhado com o perfil anglófico do governador Thomas Dewey no rótulo da cada lata de tinta Mary Carter, o produto estava severamente manchado pelo crime de alto nível. A tomada de Cuba em 1959 por Fidel Castro fora uma pílula amarga para o sindicato de Lansky engolir; entretanto, ensinou ao velho feiticeiro uma valiosa lição: Não confie na política. Antes de enfiar dezenas de milhões de dólares no seu sonho nas Grandes Bahamas, Lansky procuraria ter absoluta certeza de estar pisando sólido terreno político. Assim, em 1964, Lansky arranjou um pequeno escândalo na súbita “revelação” de que o promoter Lou Chesler da Praia Lucayan tinha conexões com o chefão do crime organizado Meyer Lansky! Chesler deixou a ilha, sem dúvida, gargalhando até chegar ao banco, e Lansky se fez invisível. Depois, manobrou para derrubar os profundamente entrincheirados e corruptos Rapazes da Rua Bay ( os “Batistas das Bahamas”) e impôs um novo governo, comprometido com o bem estar público da população da Bahamas--- enquanto tal bem estar resultasse dos lucros do jogo. Às escondidas, os agentes políticos de Lansky---frequentemente homens como “Big Mike” McLaney, que fora correio de Lansky nos pagamentos ao ditador cubano Batista--- começaram a bancar pesadamente o Partido Liberal Progressista, representante da maioria negra das ilhas. (7) Ao mesmo tempo, Lansky começou a soltar dossiês de chantagem sobre os Rapazes. Primeiro, James Crosby foi ao Departamento de Justiça, para se reunir com Robert Peloquin da Força tarefa do Crime Organizado e fecharam um acordo, com Peloquin representando o “grupo secreto” de Robert Kennedy. Logo depois, Peloquin abriu uma investigação total sobre “corrupção nas Grandes Bahamas”, usando as provas fornecidas por Lansky. Outro agente deste,Tex McCrary, começou a vazar matéria para a mídia, que possibilitaram ao WALL STREET JOURNAL ganhar o prêmio PULITZER de 1966 por uma longa série de reportagens expondo a conexão entre o crime organizado e a elite política dirigente da ilha, os Rapazes da Rua Bay. (8) Em seguida à reunião Crosby-Pelequin, em 1965 o Serviço de Rendas Internas (Internal Revenue Service -IRS), em conexão com a Seção de Crime Organizado do Departamento de Justiça, embarcou na “Operação Ventos Alíseos”, ostensivamente investigando operações com “dinheiro quente” nas Bahamas. Chefiando este lado estava William Koler, e dirigindo a ação do Departamento de Justiça estava Robert Peloquin, em estreito contato com o chefe da Seção de Crime Organizado e Extorsão Henry Peterson, e o chefe da Divisão Criminal William Hundley. No Natal de 1966, escândalos crescentes fizeram os Rapazes da Rua Bay encararem um fato consumado. Convocaram eleições e, a 10 de janeiro de 1967, foram derrotados pelo Partido Liberal Progressista. Seu Presidente, Lynden O. Pindling, se tornou Primeiro-ministro, que pediu uma Real Comissão de Inquérito para investigar a penetração e controle do crime organizado na Rua Bay. A Comissão se reuniu em fevereiro, sob a presidência de Sir Ranulph Bacon, antigo chefe da Scotland Yard . A investigação se baseou quase exclusivamente nos dossiês de Lansky, passados a Sir Ranulph pelo pessoal da Operação Ventos Alíseos. (9) Em março, todos os competidores da Companhia de Pintura Mary Carter se retiraram do caso da ilha do Porco, com medo de que fossem expostas suas ligações corruptas com a Rua Bay. Antes do fim do mês, Sir Stafford Sands arrumou as malas e foi para um castelo na Espanha. Lansky, agente comercial da Narcotráfico S. A. , completara um silencioso golpe de estado. Em rápida sucessão, todos os ratos surgiram para reclamar suas justas recompensas. Peloquin e Hundley “se aposentaram” do Departamento de Justiça, abriram um escritório de advocacia, e em um mês foram contratados para cuidarem dos negócios legais da “Resorts Internacional”, novo nome adotado pela Mary Carter em 1966, quando fez a oferta pela ilha do Porco. Ambos se tornaram vice-presidentes da Incorporação Paradise Enterprise (Paradise Enterprise, Inc.), a subsidiária da Resorts Internacional proprietária da ilha. Em 1970, a Resorts criou um exército privado de segurança, como subsidiária e de sua total propriedade, a INTERTEL. Seus fundadores (que o iniciaram com um financiamento de 2 milhões de dólares da Resorts) foram Peloquin, que se tornou presidente, e Hundley, que se tornou secretário e conselheiro geral. Seus primeiros recrutas vieram principalmente da Força Tarefa Operação Ventos Alíseos, a começar pelo antigo chefe da Inteligência do IRS, Koler. O que a PERMINDEX fizera antes secretamente e com múltiplos níveis de disfarce, a INTERTEL organizou em grande escala, perante a opinião pública e sob o disfarce de controle do crime!

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Antes de olharmos mais de perto a INTERTEL e seu pessoal, é importante estabelecer algumas noções sobre o investimento que construiu a Resorts Internacional. Esta foi financiada principalmente com transferencias de fundos do BCI, de Tibor Rosenbaum e do Major Bloomfield, e do IOS, de Bernie Cornfield e da família Rothschild. Cerca de 14 milhões de dólares, transferidos do Banco de Comércio Mundial de Meyer Lansky e da Companhia Fiduciary Trust de Nassau, subsidiária de propriedade total do IOS, acharam caminho para a Resorts, durante seus 6 anos de formação. (10)

Além disso, pelo acordo que abriu caminho para a obtenção do título de propriedade, direitos de construção e o vital Certificado de Exceção, 44 centavos de dólar do lucro havido no cassino da ilha Paraíso vai para a Corporação Hotel e Cassino Praia Lucayan (Lucayan Beach Hotel and Casino Corporation), ainda em grande parte de Meyer Lansky e dos herdeiros do seu império do crime, pelo seu sócio comercial canadense Lou Chesler. Do lado dos investidores, a Resorts Internacional é indistinguível da PERMINDEX-BCI-IOS previamente sediada em Genebra e Basiléia, nexo que mostramos estar contido nos lucros da Narcotráfico S. A.. A Resorts se iguala ao tráfico de drogas dos bons tempos: cocaína e maconha do Caribe e América do Sul, LSD e hashishe produzido nas fábricas das Bahamas, Costa Rica, etc., com capital fornecido pela IOS. A sede da Resorts na ilha Paraíso (Paradise Island) criou o “Triângulo Prateado”, rota de drogas pelo Caribe, que a DEA (Drug Enforcement Agency) estima ser a fonte de mais de 7 bilhões de dólares, só em um ano, em narcóticos que passaram pelo sul da Flórida.

PERMINDEX MUDA PARA A RUA BAY Como os ratos do BCI se mudaram para a ilha Paraíso, também a gangue da PERMINDEX se mudou para a INTERTEL. Não mais iria a SOE esconder seu grupo secreto de assassinos em companhias comerciais, escolas missionárias e serviços executivos aéreos comerciais. Assassinatos S. A. , se tornaria parte do “establishment liberal” kennediano respeitável, jactando-se de seu exército particular de Inteligência por aluguel. Naturalmente, às vezes os velhos métodos de disfarce eram necessários quando repórteres investigativos, grandes júris ou comitês congressuais ameaçavam chegar um pouco perto demais da verdade. Assim, quando a INTERTEL foi trazida perante o Comitê Senatorial de Watergate para possível investigação, foi oficialmente descrita como “firma comercial que se especializou na identificação de máquinas de escrever”. (11) Que é a Inteligência Internacional? Uma lista de QUEM Ë QUEM de seu pessoal dirigente e sênior parece uma lista da Inteligência britânica, Máfia e Mossad. O presidente da INTERTEL, Robert Peloquin, era um “faz-tudo” do “time secreto” do Departamento de Justiça de Kennedy, sob Walter Sheridan. Oficial da Inteligência Naval durante a Segunda Guerra Mundial e designado para o escritório respectivo, Peloquin foi transferido para a Agência de Segurança Nacional, onde permaneceu até se mudar para a Divisão Criminal do Departamento de Justiça. Em 1966, foi para Búfalo chefiar a primeira força tarefa do crime organizado do país. O encobrimento total por ele feito do sindicato da família Jacobs foi tão bem recebido que seu patrão, Henry Peterson, foi em recompensa empregado como conselheiro geral da corporação esportista dos Jacobs, Sistemas Esportivos (Sportsystems Corporation), onde maneja um orçamento anual de 1 milhão de dólares. Hundley e Peloquin dirigem a INTERTEL; Peterson dirige a Sistemas Esportivos; os três são sócios do mesmo escritório de advocacia desde 1976. Hundley, secretário e conselheiro geral da INTERTEL, passou os anos de 1951 a 1957 na seção de segurança interna do Departamento de Justiça. No posto, Hundley estava em ligação com a Divisão 5 do FBI, chefiada pelo Major Bloomfield da PERMINDEX. Dali, Hundley foi para o “time secreto” da Justiça de Kennedy, e participou da acusação do presidente dos caminhoneiros de James Hoffa. Sir Ranulph Bacon, antigo chefe da Scotland Yard que conduziu a real Comissão que investigou e acabou com os Rapazes da Rua Bay para Lansky, recebeu sua parte ao ir para o conselho da INTERTEL. John D. O’Connell é o vice-presidente executivo, a cargo das operações novaiorquinas. Veterano de 24 anos de FBI, O’Connell era supervisor de todas as atividades de Inteligência deste, relacionadas com o crime organizado. Thomas J. McKeon , vice-presidente e conselheiro geral assistente, era supervisor da Divisão 5 do FBI do Major Bloomfield, antes de ir para Detroit chefiar a Força Tarefa do Crime Organizado. David Belisle, membro do conselho, era Diretor Representante para Segurança no Departamento de Estado, e subseqüentemente chefe da seção de segurança da Agência de Segurança Nacional (NSA), ao tempo em que Sheridan ali estava.

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Edward M. Mullin, atualmente diretor das operações de Inteligência da INTERTEL, esteve na Divisão 5 do FBI e mais tarde na CIA, como diretor representante assistente a cargo de serviços clandestinos.A fachada de segurança privada de Mullin em Washington era tão infame como a base de operações de E. Howard Hunt ao tempo da invasão de Watergate. Mullin também está ligado diretamente ao aparato Double-Check em Miami, implicado em vários assassinatos da PERMINDEX, inclusive o de JFK. Entre os outros membros do conselho e pessoal da INTERTEL estão: um diretor aposentado da Real Polícia Montada do Canadá; um presidente da Companhia Fundação Real Banco do Canadá (Royal Bank of Canadá Trust Company), da família Bronfman; um presidente da Corporação Dreyfus, fundos de investimentos da família Gunzberg, com quem os Bronfmans se casaram. Que temos aqui? Primeiro, temos a Resorts Internacional, financiada pelos lucros varejistas da Narcotráfico S. A. por Genebra e Basiléia. O gerente da ilha Paraíso, nos seus primeiros 5 anos de operação (1968-1973), foi Eddie Cellini, irmão de Dino Cellini, e outro bem conhecido tenente de Meyer Lansky. Quando a ficha criminal de Cellini se tornou uma complicação potencial para a Resorts, foi discretamente enviado a Miami, onde agora dirige vôos charter entre a Flórida e a ilha Paraíso---vôos que podem transportar mais que passageiros. Em 1972, Robert Vesco esteve a um passo de comprar o controle majoritário da Resorts Internacional por 60 milhões de dólares, transação que foi calorosamente endossada pelos “super-farejadores” da INTERTEL. (12) Vesco saiu da IOS para se tornar o chefão financeiro da cocaína latino-americana pós 1979. Não é exagero afirmar que, com a morte de Meyer Lansky, Vesco surgiu como herdeiro do império financeiro caribenho de drogas do velho feiticeiro. Vesco completou o “sonho” de Lansky em 1982 quando, ao se fechar o círculo da DEA sobre seu refúgio seguro na Costa Rica, ele se mudou para Havana, como convidado pessoal e conselheiro financeiro de Fidel Castro, que há muito colocara os recursos do DGI à disposição da Narcotráfico S. A.. Se a Resorts Internacional é uma fachada lustrosa para o varejo de Meyer Lansky no maior negócio do mundo, então que dizer da INTERTEL, de sua inteira propriedade? É concebível que seu grupo de altos funcionários, dos mais prestigiosos e sofisticados serviços de Inteligência dos Estados Unidos, Canadá e Grã-Bretanha, possam esquecer que estão “dirigindo” um dos maiores canais de narcóticos e dinheiro quente do hemisfério ocidental? A INTERTEL aparece como sucessora da PERMINDEX do Major Bloomfield, com o mesmo pessoal da mesma Divisão 5, da SOE, a mesma “conexão direta”com os serviços oficiais de Inteligência de meio mundo, a mesma aliança da oligarquia britânica por trás dos 200 bilhões de dólares anuais da Narcotráfico S. A.. Conquanto os motivos variem de caso a caso, é suficiente dizer que, qualquer um de dentro da INTERTEL que tente sair de seu serviço e “chutar o balde”, terá a mesma chance de sobrevivência que o oficial da Real Polícia de Hong Kong que decida recusar seu envelope de suborno semanal. Com a consolidação da Resorts Internacional, outra vez fechamos o círculo. Do sindicato do crime organizado da era da Lei Seca nos Estados Unidos, fomentado pelas mesmas famílias britânicas que ordenaram o massacre de Shangai para resguardar a força da Narcotráfico na China, nós nos achamos agora, 50 anos depois, defrontando uma infra-estrutura criminosa fazendo lobby pela própria DESCRIMINALIZACÃO DO CRIME. Os rapazes do Departamento de Justiça de Kennedy, da Scotland Yar e da Real Polícia Montada do Canadá na INTERTEL vendem seus serviços como “peritos em limpar elementos criminosos indesejáveis de empresas”. (13) Atrás desta fachada, tomaram a fortuna de Howard Hughes, e agora estão oferecendo “serviços de segurança” aos grandes cassinos de Las Vegas. (14) Mudaram-se para Nova Jersey e impuseram jogo, corrida de cavalos e loterias como as três “indústrias em crescimento”; agora apresentam Nova Jersey como modelo a ser seguido na Flórida, Arizona, Rhode Island, Massachussetts e Nova York. Após a Segunda Guerra Mundial, um dos especialistas em economia de guerra na SOE de Sir William Stephenson, chamado Ian Fleming, escreveu uma série de novelas codificadas (a série 007, por exemplo-N.Ed.), descrevendo os esforços de conquista do mundo por uma “terceira força”, um sindicato do crime internacional ultra-moderno, sediado nas ilhas caribenhas. As armas da conquista da “terceira força” eram drogas, assassinatos políticos, chantagem em grande escala e guerra econômica contra as nações do mundo. Com a Resorts Internacional-INTERTEL, a “terceira força” de Fleming, a Narcotráfico S. A. da oligarquia britânica, se colocou à venda nas bolsas de valores mundiais.

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5 MAX FISHER: DISTRIBUIDOR E

VAREJISTA “Max imediatamente se tornou meu protegido”, disse Julius Klein, a respeito do republicano e filantropo de Detroit Max Fisher. “Desde aquele tempo, eu sempre conservei Max bem informado em todos os assuntos de Inteligência”. O tempo é 1936, ano que marca a promoção de Fisher, de “homem da mala” da gangue púrpura de Morris Dalitz para o interior da seção britânica de Inteligência de Julius Klein. Daí em diante, Fisher foi treinado para ser um franqueado varejista da Narcotráfico S. A.. A história de Fisher nos levará a duas empresas: uma bem conhecida é a United Brands, que fornece a maior parte das bananas que alimentam os Estados Unidos, e transportou cerca de 20% da cocaína e maconha dos anos 70, de acordo com fontes policiais americanas; outra é a Fretes Airborne (Airborrne Freight), que transporta dinheiro sujo e drogas pelo país. Em Detroit, o Edifício Fisher (Fisher Building) é propriedade da família Bronfman. A conexão era de se esperar. O que os Bronfmans são para o Canadá e a Costa Leste, Max Fisher é para o Meio Oeste e a Costa Oeste, e sua história começa da mesma forma. Max Fisher nasceu em Pittsburg em 1908, filho de judeus russos emigrados para os Estados Unidos 2 anos antes. Em 1930, imediatamente depois de sua colação de grau na Universidade Estadual de Ohio, Fisher entrou no negócio de petróleo. Tornou-se um sócio Junior na Companhia Petrolífera Aurora (Aurora Oil Company), de Michigan, fundada um ano antes por um misterioso Henry A. Wenger, que se descrevia como um “banqueiro internacional”, mas foi forçado a fugir para o Canadá durante os anos 20, quando acusações de fraude em ações foram feitas contra ele. Em 1920, após uma parada em Oklahoma, Wenger começara a extração de petróleo em Michigan. (1) Colocando de lado o estranho Wenger, o petróleo do Meio Oeste foi um dos primeiros negócios legítimos a serem tomados pelo crime organizado, na reorganização feita por Johnny Torrio em 1928. No Meio Oeste, isto significava controle pela gangue púrpura, o ramo em Detroit e Cleveland da máfia que dirigia a fabricação de uísque durante os anos 20 e, mais tarde, os narcóticos. (2) De acordo com várias fontes, Max Fisher era “correio” da gangue púrpura no começo dos anos 30. Seu trabalho era levar dinheiro através da fronteira canadense para a gangue dos Bronfmans, em adiantamento pelo próximo carregamento de bebidas e drogas para os distribuidores de Detroit, Cleveland e Buffalo. Neste período, as atividades de Fisher o puseram em contato com o sindicato Assassinos S. A. (Murder, Inc.), chefiado por Meyer Lansky. Enquanto isto, na Costa Leste, Julius Klein, como subalterno de William Wiseman, o chefe oficial da Inteligência britânica nos Estados Unidos, foi enviado a organizar uma “unidade de truques sujos” que ficaria pronta para entrar em ação em nome dos interesses britânicos no oriente Médio, como parte do “Grande Jogo”. Klein recrutou a unidade nas fileiras dos veteranos de guerra judeus. (3) A operação Palestina da Inteligência britânica data oficialmente da Declaração Balfour de 1917, afirmação da oligarquia britânica de sua determinação de estabelecer um “lar judeu”, que serviria como ponta de lança dos interesses britânicos no Oriente Médio, especialmente contra a França. O projeto foi levado a efeito pelo Serviço Secreto britânico de Inteligência, com as famílias Hofjuden londrinas, especialmente os Rothschild, e bancos de investimento da “Nossa Gente” do baixo Manhattan como patrocinadores imediatos, representando as sumidades da nobreza negra à volta dos britânicos, e que já encontramos. A partir dos escritórios em Manhattan de Kuhn, Loeb, os “bombeiros” de Wiseman continuaram o trabalho que começara com a fundação da Comissão Econômica Palestina, pelo Barão Edmond de Rothschild, nos anos 20. Esta organizou uma intrincada rede de células de contrabando de armas, canais de lavagem de dinheiro e transporte marítimo de contrabando, usando empresas criminosas e negócios respeitáveis indiscriminadamente. Julius Klein supervisionou as redes de contrabando estaduais. (4) Neste empreendimento, teve o apoio de pelo menos uma agência governamental americana. Em 1932, Klein foi designado diretor da primeira seção anti-subversão do Departamento de Justiça americano, que o colocou em contato estreito com J. Edgar Hoover, que por si mesmo estava em conexão estreita com o sócio de Lansky, Lewis Rosentiel, das bebidas Schenley. (5) O disfarce dos veteranos de guerra judeus de Klein como “bombeiros” era o anti-nazismo.

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Esta unidade operava essencialmente como subsidiária da SOE britânica de William Stephenson, que se estabeleceu nos Estados Unidos em preparação para a entrada americana na Segunda Guerra Mundial. Fisher foi trazido para Nova York em 1936, por ocasião da convenção dos veteranos de guerra para uma “coalisão anti-nazista”. Nesta, Fisher se tornou o principal recruta de Klein. Daí, até meados dos anos 40, as linhas nebulosas da vida de Fisher se perdem, quando submergiu nas operações de Inteligência que Klein dirigia.

SONNEBORN E O SINDICATO No final dos anos 40 e começo dos 50, sabe-se que Klein designou Fisher para uma série de missões em Israel, onde Klein supervisionou a organização e treinamento do Exército israelense e os serviços de Inteligência. Após a guerra, como chefe dos Corpos de Contra-inteligência do Exército (CIC) americano na Europa ocidental, os mesmos que produziram Sir Henry Kissinger, Klein ilegalmente desviou navios cheios de suprimento médico, caminhões, equipamento de construção, etc., destinados à Alemanha e Áustria, para as organizações terroristas subterrâneas sionistas na Palestina. (6) A luta pela dominação após a guerra colocara o projeto Palestina no topo da lista de prioridades britânicas. A prévia alocação de fundos e homens para o projeto foi tolhida pelos Rothschilds e a SOE, nas operações pós-1945. Grande parte do trabalho foi dirigido dos Estados Unidos pela pouco conhecida organização chamada Instituto Sonneborn (Sonneborn Institute). Em 1945, Orde Wingate, o oficial da SOE designado para a Palestina, para treinar a Haganah expandida, enviou o futuro Primeiro-ministro israelense David Bem-Gurion aos Estados Unidos para encontrar Julius Klein. Este, imediatamente, o encaminhou a Rudolph Sonneborn, o magnata químico de Baltimore, cuja esposa Dorothy Schiff era membro do clã londrino dos Warburgs. (7) Em julho de 1945, Sonneborn e Henry Montor, presidente da Apelação Judia Unida (United Jewish Appeal), tiveram um encontro secreto estratégico em Nova York, dos 16 principais sionistas do país com Bem-Gurion. Do encontro, surgiu o Instituto Sonneborn, com o objetivo de fornecer equipamento militar contrabandeado, assassinos treinados, espiões, peritos demolidores e segredos militares e científicos para a Haganah de Orde Wingate. (8) Para dar uma idéia do tamanho do projeto, a despesa anual média, tudo violando a lei americana, passou dos mais de 10 milhões de dólares iniciais para 100 milhões, ao final dos anos 40. Em 1947, Sonneborn podia relatar ao conselho executivo, em um dos encontros semanais secretos, que o grupo inicial de 16 pessoas, de julho de 45, crescera para outro continental e subterrâneo, com uma executiva de 70 pessoas e mais de 10.000 “soldados” recrutados em cada comunidade judia dos Estados Unidos, Canadá e México, uma esquadrilha clandestina de aviões militares de comboio, uma rede de escolas de assassinos, e um avião de transporte reserva americano. (9) Através de Sonneborn, linhas de contato diário foram estabelecidas entre os sindicatos de drogas, advogados selecionados, banqueiros, empresários, líderes dos trabalhadores, agentes temporários da Haganah, como Yehuda Arazi (de quem falaremos adiante), e certos escritórios no Departamento de Justiça e no FBI. Por iniciativa de Klein, J. Edgar Hoover reuniu-se com a executiva de Sonneborn e concordou em dar seu apoio extra-oficial. (10) Em cada nível, naturalmente, a rede Sonneborn era controlada de cima pela SOE de Stephenson. Yehuda Arazi era o contrabandista avulso de armas da Haganah, enviado a dirigir a “compra de armas” para Sonneborn. Originalmente treinado pela Polícia britânica local na Palestina (era um comissário de polícia), Arazi passara os anos 30 fechando negócios de armas com governos nazistas por toda a Europa oriental. Em 1939, foi designado embaixador do governo nicaragüense do ditador Anastacio Somoza; responsabilidade: compra de armas. A maioria das armas “nicaragüenses” de Arazi foram compradas ou na Europa Oriental ou na América Central, e enviadas para o terrorismo subterrâneo na Palestina. Arazi foi o contato de Sonneborn com a máfia de Lansky. Como relata o historiador oficial do projeto Sonneborn, Leonard Slater: “Certa manhã, Al Robison (Sionista de Nova Jersey, que era o número 2 e o homem da mala no Instituto) chegou ao apartamento de Arazi e o encontrou conversando com dois indivíduos de aparência sinistra. Recorda Robison: ‘Quando entrei, ele disse Vejo você amanhã Al’. Compreendi que conversava com alguém que ele não queria que eu encontrasse, daí peguei a deixa e saí. No dia seguinte, ele se desculpou,“em meu negócio, Al, não podemos ser muito curiosos sobre as pessoas com quem negociamos. Às vezes, não são boas pessoas. Você é um bom americano, com boa reputação na comunidade. Não quero que encontre com algumas pessoas com quem lido. É uma organização que vem do Brooklyn. Penso que se chama Assassinatos Limitada’”. Como Slater comentou: “Arazi, orientado pelos britânicos, cometera um erro compreensível no título de Assassinatos S. A.”. (11)

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Max Fisher, protegido de Julius Klein, era a conexão do Sonneborn, para contrabando de armas e petróleo. De acordo com a recruta de Sonneborn em Detroit, Sally Field, Fisher levava fundos de Meyer Lansky para o orçamento de guerra da Haganah, e também serviu como mediador de distribuidores de sobras de armas, comprando tanques, sistemas de armas, aviões de guerra e outros equipamentos transportados ilegalmente para a Palestina. O principal negociante de tais sobras no Meio Oeste, a época, era Morris Dalitz, da gangue púrpura. Fisher também foi importante para o Sonneborn como homem chave em Detroit, a capital da indústria de guerra americana, e área petrolífera. Pelas conexões mafiosas, a Companhia Petrolífera Aurora (Aurora Oil Company) de Fisher, manteve sua capacidade total de gazolina estocadas por toda a guerra, a despeito do racionamento federal. Partes desse estoque tomaram o caminho, em navios petroleiros, da Palestina. (12)

SAINDO DAS SOMBRAS No começo dos anos 50, Max Fisher foi recompensado por seu trabalho, com uma nova e “legítima¨ identidade. Em 1952, foi nomeado presidente em Michigan da Apelação Judia Unida, a sucessora do Instituto Sonneborn, maior organização sionista arrecadadora de fundos. No final dos anos 50, Fisher era o seu diretor nacional. A entrada de Fisher em grande estilo nas culminâncias financeiras respeitáveis veio entretanto em 1957, por iniciativa pessoal de Edmond de Rothschild. Max Fisher recebeu permissão para comprar 1/3 da Petróleo Paz Ltda. (Paz Oil Ltd.) e da Química Paz Ltda. (Paz Chemical Ltd.) de Israel. Já conhecemos os homens com quem Fisher se juntou no conselho do conglomerado Paz: são as principais figuras da rede PERMINDEX. Mas para Fisher, sua entrada no Paz marcou o começo de sua carreira no contrabando de drogas. Não é especulação que a Corporação Paz esteja diretamente envolvida no transporte de narcóticos. Em 1978, o NEW YORK TIMES relatou uma série de incidentes de navios petroleiros transportando petróleo da Paz para as estatais israelenses, sendo apanhados no porto novaiorquino cheios não de óleo, mas de hashishe líquido. A parte de Fisher no Paz era só base para outras holdings vantajosas: a presidência da United Brands (antes United Fruit Company), a presidência da Companhia Transportadora Fruehauf (Fruehauf Trucking Company) e a propriedade da corporação de fretes aéreos Airborne (Airborne Freight Corporation), todas 3 implicadas no tráfico de drogas. A partir de 1975, policiais do Meio Oeste começaram a apontar Fisher como “chefão” por trás do comércio de droga na área, e citaram sua relação com a transportadora Fruehauf como componente da máquina das drogas. Fruehauf é um dos maiores distribuidores de tratores e trailers do país. Certos shoping-centers no bairro de Southfield, de Detroit, foram identificados como pontos de transbordo de narcóticos entregues por caminhões Fruehauf. Um dos sócios mais próximos de Fisher, Charles Taubman, ele mesmo co-proprietário da United Brands, também possui convenientemente alguns shoping-centers na cidade. A Fretes Airborne é um empreendimento conjunto de Max Fisher e os irmãos Jacobs, de Búffalo, há muito seus colegas de crimes desde os dias da gangue púrpura em 1920. A Airborne partilha suas linhas exclusivamente com a Reserva Federal, como os 2 únicos clientes da Aerolíneas Meio –Oeste (Midwest Airlines). A vantagem é que o contrato da Reserva Federal livra os aviões da Midwest de fiscalização. A Fretes Airborne usa os aviões cargueiros da Midwest “com passagem livre” para transporte de narcóticos em grande escala, a começar por locais como Seattle, porto 100% de containers e imediatamente vizinho à Colúmbia Britânica, ponto de entrada de drogas de Hong Kong. Não é nem um pouco surpreendente que fontes da Midwest também relatem que os pilotos designados para essas entregas “muito valiosas” sejam predominantemente antigos mercenários sul-africanos, alguns supostamente associados com a PERMINDEX. Há informações de que antigos pilotos da Midwest foram forçados a uma aposentadoria precoce, e pagos lucrativamente com títulos da Resorts Internacional (Resorts International). A proximidade do Canadá à Detroit de Fisher foi identificada, por agentes policiais e da Inteligência em ambos os lados da fronteira, como outro componente chave da conexão do crime de Fisher. Windsor (em Ontário), do outro lado do rio, em frente à Detroit, é outra parada no caminho subterrâneo da PERMINDEX, escondendo traficantes de drogas e bandidos de todos os cantos do globo. Um agente da quadrilha Fisher-Bronfman em Windsor, “Hank” Jacobsen, foi implicado recentemente em Juárez (México), em um aparato de cocaína e assassinos de aluguel que lembra a operação da PERMINDEX de Bloomfield. Como este, Jacobsen goza da proteção de altos níveis do FBI e da Real Polícia Montada do Canadá, em grande parte graças aos bons ofícios de Fisher e Bronfman.

UNITED BRANDS: UMA HISTÓRIA DE CRIMES Na primavera de 1975 (março-junho), Max Fisher foi eleito presidente do conselho da United Brands. Isto o colocou ao leme de uma corporação cuja história revela o próprio começo do crime organizado nos Estados Unidos.

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Esta começa antes da Guerra de Secessão (Guerra Civil), quando Nova Orleães, sede da United Brands, se tornou o ponto de chegada do que então se chamava a “Máfia de Mazzini”. Na Itália, Giuseppe Mazzini, líder do Rito Escocês local, comandou o movimento “Jovem Itália”, patrocinado pelo Primeiro-ministro britânico Benjamin Disraeli, e fundado pelos Rothschilds. Em Nova Orleães, os protegidos de Mazzini, Joseph Macheca e Charles Matrenga se tornaram os “padrinhos” da cidade, se apoderando do porto em nome da Máfia de Palermo, que se reportava diretamente a Mazzini, e portanto a Disraeli. A cadeia de comando era tão conhecida que corria uma piada de que a palavra “máfia” era na verdade um acronístico de “Mazzini autorizza furti, incendi e avvelenamenti” (Mazzini autoriza furto, incêndio criminoso e seqüestro). (13) A primeira das redes de Mazzini se organizou antes e durante a Guerra Civil. Escreveu um grande historiador do período: “As máfias de Nova Orleães, Nova York e Palermo eram sociedades separadas, mas cooperavam estreitamente. Um membro adequadamente patrocinado podia ser transferido de uma cidade para outra, de uma família para outra”. (14) Ao fim daquela guerra, a máfia de Disraeli em Nova Orleães estava nas mãos de Joseph Macheca. Nos relatos contemporâneos, as atividades da gangue Macheca eram indistinguíveis das da Ku Klux Klan (KKK). Em 1868, Macheca organizou em Nova Orleães a campanha do candidato democrata Seymour, contra Ulisses S. Grant. O financiamento e a direção política de Seymour vieram de August Belmont, o agente comercial oficial dos Rothschilds nos Estados Unidos. A campanha foi assim descrita pelo NEW ORLEANS PICAYUNE:

“Este cavalheiro popular e de modos agradáveis (Macheca) organizou e comandou um grupo de sicilianos, fortes, uns 150, chamados de Inocentes. Seu uniforme era uma capa branca com uma Cruz de Malta (insígnia da Ordem de São João de Jerusalém, da Família Real Britânica) no ombro esquerdo. Usavam baionetas e, ao marcharem nas ruas, atiravam em qualquer negro que vissem. Deixam uma trilha de uma dúzia de cadáveres atrás deles. O General James E. Steademan, coordenador da campanha, (de Seymour), proibiu-os de fazer outras paradas, e debandaram. (15)

Um historiador da máfia anotou: ¨Este relato verdadeiro é a primeira reportagem de uma organização formal siciliana em Nova Orleães, e é provável que, das fileiras desses Inocentes armados, viesse o núcleo da máfia de Macheca.¨ (16) O candidato presidencial de Belmont apresentou um programa organizado nos bancos associados a Seligman em Nova York, repelindo a Proclamação de Emancipação (libertação dos escravos-ed.) de Lincoln. As mesmas redes controlavam o General Albert Pike e seus valentões encapuzados da KKK, a quem os gangsters de Macheca se esforçaram por imitar, junto com a idéia da Cruz de Malta. Pike, Macheca e seus irregulares paramilitares desencadearam uma onda de violência pelo Sul, que enterrou a política de reconstrução de Lincoln, poucos anos após o assassinato do próprio Presidente. O registro histórico mostra que o grupo de Macheca em Nova Orleães, que começara atirando em negros para os bancos forrados de cobre de Nova York, provara seu valor no começo da década de 1870, e se tornou modelo de organização da máfia por todos os Estados Unidos. Macheca forneceu uma base para Giuseppe Esposito, organizador do sindicato de Mazzini nos primeiros anos da máfia. Sócio de Mazzini, Esposito fugiu da Sicília no começo de 1870, chegando em Nova Orleães para contatar Macheca. Viajou pelos Estados Unidos, fortalecendo as sociedades secretas italianas, e estabelecendo comunicações entre as cidades onde antes não havia nada. Dessa viagem em diante, as sociedades secretas sicilianas se tornaram sindicatos do crime. O representante local de Mazzini tinha absoluta autoridade sobre os “padrinhos” locais, até mesmo sobre o líder da organização central de Nova Orleães. De acordo com um historiador: “A liderança mafiosa de Macheca foi brevemente eclipsada de 1879 a 1881, quando temporariamente se submeteu a Giuseppe Esposito”. (17) Macheca morreu nas mãos da gangue de Nova Orleães, que o tirou da prisão e o linchou, após ser preso por matar um policial. (18) Seu antigo ajudante Mantrega segurou as rédeas. A morte de Macheca impressionou profundamente os sindicatos, possivelmente a ponto de decidirem “se legitimar”, desde então estrategicamente. O instrumento para a conversão da máfia de Nova Orleães aos “negócios legítimos”, em 1900, foi um imigrante da Bessabária (província da Romênia), de onde Yechiel Bronfman imigrara para o Canadá 10 anos antes. Este novo imigrante, Samuel Zemurray, obteve financiamento de um grupo de bancos da “Nossa Gente” de Boston e Nova York, e comprou uma parte da transportadora marítima da gangue de Macheca. Um historiador comenta: “A frota marítima de Joe Macheca se fundiu com outras 4 para formar a grande companhia United Fruit, que continua uma das maiores firmas americanas”. (19) Esta, recentemente renomeada United Brands, tradicionalmente dependia dos banqueiros da “Nossa Gente” para sua administração superior. Não obstante, a máfia siciliana era lembrada com nostalgia. Quando Charles Mantrega morreu em 1943, todo o conselho da United Fruit compareceu ao funeral. (20) Max Fisher demorou 30 anos para tomar o bastão da gigantesca corporação. Seu predecessor, Eli Black, que sucedera Zemurray, morreu em fevereiro de 1975, quando pulou da janela de seu escritório no 44o. andar do edifício da PANAM

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em Nova York. A causa oficial da morte foi suicídio; entretanto, ainda existe especulação muito espalhada de que Black foi removido para dar lugar a uma figura muito mais cruel. (21) Sob a direção de Max Fisher, o tráfico de drogas da United Brands parece haver florescido. De acordo com estimativas da DEA em 1978, mais de 20% da cocaína e maconha contrabandeadas para os Estados Unidos vem nos navios e aviões da United Brands. A mão de Fisher nesta rota das drogas (um oficial da DEA relata que mais de 7 bilhões de dólares anuais em heroína, cocaína e maconha são contrabandeados só para as ilhas da Flórida, por esta via do “Tiângulo Pratedo”) também é sugerida por relatórios de várias fontes do meio Oeste, de que seu principal “contato” no Caribe é Robert Vesco. A companhia particular de Fisher, a Petroleira Marathon (Marathon Oil Company), que traz óleo cru dos portos da América do Sul para o meio Oeste, também é suspeita de ajudar a United Brands no tráfico de drogas do “Triângulo Prateado”.

A UNITED BRANDS DO GENOCÍDIO É de conhecimento público nos Estados Unidos, e por todo o mundo, que a força dirigente das “repúblicas de bananas” da América Central é e tem sido a companhia United Fruit- United Brands. Não é exagero dizer que cada golpe havido na região foi apoiado pela companhia, que dirige as nações da América Central sem misericórdia, como plantações escravagistas. Em 1932, um golpe em El Salvador, com patrocínio da United Fruit, exterminou 300.000 camponeses, revoltados contra as condições em que eram forçados a viver. (22) Por 40 anos, a companhia esteve por trás do regime de Anastácio Somoza na Nicarágua. Foi pelos escritórios da companhia que Yehuda Arazi, armeiro da Haganah, foi nomeado embaixador da Nicarágua. Uma vez estabelecido o Estado de Israel, o fluxo de armas da Nicarágua para a Palestina foi revertido. Parte apreciável da indústria armamentista israelense (cerca de 60%) foi enviada para as “ditaduras de bananas” da América Central. Equipamento militar e armas israelenses sustentaram o regime de Somoza quando foi atacado, e lhe permitiram continuar sua política de terra arrazada contra seu próprio povo. (23) Quando o regime de Somoza finalmente caiu, foi um antigo empregado da United Brands, Francisco Urcuyo, que ficou brevemente na Presidência. Armas israelenses para Somoza foram enviadas sob disfarce da companhia marítima Israeli Fruit (Israeli Maritime Fruit Company),pelos serviços de sócios de Max Fisher, inclusive aquele da Paz, Shaul Eisenberg. E quando a máfia da United Brands determinou o abandono dos ditadores tradicionais do meio século anterior, o mesmo fluxo de armas israelenses e do bloco oriental passou a ir para os sandinistas e grupos narco-terroristas, apoiados por Moscou, na Guatemala e El Salvador. Tudo isto se deu simultaneamente com a ida do sucessor de Lansky, Vesco, para a órbita soviético-cubana. A cocaína e maconha consumidas nos Estados Unidos são produto do sangue de centenas de milhares de centro-americanos, que vivem sob o domínio da United Brands. Ainda hoje, o presidente desta, Max Fisher, é reconhecidamente “grande eleitor” do partido republicano de Michigan, e serviu como presidente da Apelação Judia Unida, como presidente do Fundo Judeu de Assistência, como presidente honorário do Comitê Judeu Americano, e até 1978, foi presidente nacional da arrecadação de fundos para o Partido Republicano. Em 1979, o JERUSALEM POST o chamou “Judeu do Ano”.

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6 A EMPRESA DA FAMÍLIA JACOBS:

ESPORTES E CRIMES Em 2 de junho de 1976, momentos após uma bomba explodir seu carro e lhe infligir ferimentos mortais, o repórter investigativo de Arizona, Don Bolles, agonizando murmurou três palavras aos salvadores que o retiravam das ferragens: “Máfia...Emprise...Adamson”. Bolles estava a pique de completar uma investigação de 7 anos sobre lavagem de dinheiro de tráfico de drogas no Arizona, inclusive a tomada, pelo crime organizado, das corridas de cachorros e cavalos--- áreas nas quais a família Jacobs , de Búffalo, começara a entrar em 1959. Um residente de Phoenix, John Adamson, alegou culpa pelo assassinato em janeiro de 1977, apontando um empresário imobiliário local, Max Dunlop, como o homem que o pagara para matar Bolles. Misteriosamente, nenhuma investigação foi feita sobre a Emprise, o carro chefe da família Jacobs desde 1916, que fora o primeiro alvo da investigação de Bolles, e objeto de suas últimas palavras. A Emprise foi uma das maiores corporações particulares e familiares do mundo, um conglomerado controlador total ou parcial de mais de 450 companhias separadas. Seus lucros anuais publicados, no final dos anos 70, eram de 350 milhões de dólares, de holdings de complexos esportivos na América do Norte e Grã-Bretanha, a pistas de corridas e consórcios de alimentos. É provavelmente o maior disfarce quase legítimo para a lavagem de dinheiro do crime organizado nos Estados Unidos. A única concessão da família Jacobs às numerosas tentativas de agências policiais para fecha-la foi a mudança do nome de Emprise para Sportsystems em 1972. A vasta extensão do atual império Jacobs é especificamente a das holdings declaradas da Sportsystems em 1977. O esquema que surge preenche os requisitos de um plano internacional de lavagem de dinheiro de narcóticos, prostituição e jogo. A corporação Sportsystems mantém:

• interesses majoritários ou minoritários significativos em mais de 20 pistas de corrida de cavalo nos Estados Unidos e Canadá;

• concessões para alimentos em mais de 40 pistas de corrida de cavalo nos Estados Unidos e Canadá, mais outras 15 na Grã-Bretanha, estas mantidas no nome da subsidiária (100% de propriedade) Letheby e Christopher Ltd., dirigida por um coronel do Exército britânico aposentado, Livingstone Learmouth;

• mais de 10 pistas de corrida de cães nos Estados Unidos e Canadá, inclusive a maioria das holdings em quase todas as pistas no estado do Arizona, inundado pelo tráfico de drogas.

• 24 contratos de concessão com os grandes times da Liga de Baseball nos Estados Unidos, inclusive o Parque Comiskey de Chicago (Chicago’s Comiskey Park) e o Stadium dos Tigres de Detroit (Detroit’s Tiger Stadium);

• propriedade do complexo esportivo profissional interior do Boston Garden, e o time profissional de hockey dos Boston Bruins;

• propriedade das Publicações de Esportes Profissionais S. A. (Professional Sports Publications, Inc.),a maior editora americana de programas de eventos esportivos;

• 161 concessões de teatro e pistas de boliche nos Estados Unidos; • 15 concessões de aeroportos, inclusive concessões aéreas e terrestres nos aeroportos de Washington D.C., e

Palm Springs (Flórida); • 2 estádios de jai alai (jogo legal) na Flórida; • fornecimento de alimentação industrial em locais como plataformas petrolíferas do Golfo do México; e • esquadra de 6 navios cargueiros Alaska-Seattle; esta rota é curiosamente paralela ao primeiro ponto de entrada

da heroína chinesa nos Estados Unidos. Dentro deste labirinto de operações, cada uma caracterizada por um enorme volume de dinheiro em trânsito, os 350 milhões de dólares são uma fraude, publicada para objetivos fiscais. Fontes policiais estimam o fluxo mensal de dinheiro sujo ao nível de vários bilhões de dólares. Isto não é conjectura. A Emprise-Sportsystems percorreu uma larga trilha de investigações, acusações e condenações, principalmente nos anos da Guerra às Drogas de Nixon--- trilha que resultou na morte de Bolles. Em 1972, a empresa foi acusada de conspiração para se apossar de um cassino em Lãs Vegas por meios ilegais. O indiciamento, entre outras

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coisas, provocou a mudança de nome da Emprise. Indiciados com os irmãos Jacobs, estavam algumas das faces mais conhecidas da esforçada Força Tarefa do Crime Organizado do Departamento de justiça. Entre os conspiradores estavam grandes extorsionários, traficantes de drogas e toda a liderança da máfia de Detroit, inclusive:

• Anthony Zerilli, filho de Joseph Zerilli, chefão da máfia de Detroit, e funcionários da subsidiária da Emprise, a Associação do Parque de Corridas Hazel (Hazel Park Raicing Association).

• Michael B. Polizzi, de Grosse Point (Michigan), dono da Associação do Valley Die cast, identificado pela polícia como agente da máfia de Detroit.

• Anthony Giordano, da Companhia Distribuidora de Bananas St. Louis (St. Louis Banana Distribuiting Company), chefão do tráfico de drogas de St. Louis (Missouri);

• Peter J. Belanca, também diretor da Hazel. • Jacob Shapiro, mafioso de Detroit-Miami, com interesses no cassino Silver Slipper de Lãs Vegas.

Compartilhar o mesmo banco de réus com conhecidos mafiosos não intimida a família Jacobs. Desde 1972, atuam como transportadores de dinheiro e homens da mala para uma lista de figuras do crime organizado. Vários grandes empréstimos aos sindicatos do crime estão registrados, inclusive um de 2 milhões de dólares em 1972 ao Expôs de Montreal, de propriedade de seus antigos patrocinadores, e sócios além da fronteira canadense, os Bronfmans de Montreal. Na lista dos beneficiados por “empréstimos” de Jacobs, estão vários sócios do financista do sindicato Meyer Lansky, inclusive Morris Dalitz, de acordo com depoimento no ARQUIVO DO CONGRESSO. (1) Em 1978, um grande júri de Michigan ouviu um testemunho implicando a Sportsystems dos Jacobs, e estes mesmos pessoalmente, em uma tentativa de manobra dos registros criminais do estado de Michigan, envolvendo membros da máfia Zerilli e o criminoso Morris Shenker, de St. Louis. A despeito de uma lista de atividades criminosas que recua até a Primeira Guerra Mundial, e nunca interrompida, a família Jacobs continua a ser uma das fachadas abertas e “legítimas” da Narcotráfico S. A.. Não somente está a família protegida, mas conserva um grupo de veteranos da Força Tarefa do Crime Organizado, da administração Kennedy, como seu departamento legal. A Emprise surgiu em 1916, ano em que os Bronfmans e a Companhia da Baía de Hudson começaram a fabricar bebida pela “Companhia de Distribuição de Bebida Pura”, usando os 3 irmãos Jacobs como contatos além fronteira, em Búffalo. Louis, Marvin e Charles usaram o antigo disfarce dos contrabandistas de “concessões de alimentos” para uma cadeia de teatros de vaudeville na fronteira canadense, Búffalo e Cleveland. (2) O modus operandis é bem parecido com o que Mitchell Bronfman usou durante o começo dos anos 70 para contrabandear heroína para os Estados Unidos. Uma vez estabelecidos, a máquina dos Jacobs se tornou distribuidora importante para a bebida dos Bronfmans, ao começar a Lei Seca nos Estados Unidos. Funcionalmente, a Emprise representou a “válvula” pela qual os carregamentos de bebida podiam ou não ser encaminhados à máfia americana. A família Jacobs, embora recebendo uma meia dúzia de indiciamentos criminais durante os anos 20, controlou o fornecimento e financiamento de bebida ilegal para a maior parte do crime organizado americano. Seus dependentes incluíam a gangue púrpura de Detroit, condenados com os irmãos Jacobs no incidente de 1972 em Lãs Vegas; o sindicato do crime de Morris Dalitz em Cleveland e Las Vegas; e a máfia de Crown- Lundheimer em Chicago, controladores do pitoresco “gangster” Al Capone. (3) Estas conexões não estão somente em vigor; cada pessoa que tentou fazer algo a respeito, está ou morto, como o repórter Don Bolles, ou quebrado, como o antigo congressista do Arizona, Sam Steiger.

A INVESTIGAÇÃO DE STEIGER Desde 1970, o congressista conservador do Arizona, 5 vezes eleito, Sam Steiger, começou a investigar as atividades da Emprise em seu estado. Trabalhando junto com Bolles, Steiger preparou uma série de reportagens para o Comitê Seleto da Câmara sobre Crime, do qual era membro. Steiger colocou duas reportagens-bomba sobre a Emprise no ARQUIVO DO CONGRESSO em 1970 e 1972. (4) Também deu larga publicidade ao achado de um relatório do Auditor Geral do estado do Arizona, acusando a Emprise de falsificar números para receber isenção de impostos pela legislatura estadual. Em 1972, em conjunto com o Departamento de Justiça de Nixon, teve sucesso em conseguir acusações por grande júri e condenações em corte federal contra a Emprise e 6 mafiosos de Detroit já citados. Em 24 de maio de 1972, a pressão sobre a Emprise atingira tal clamor público que até a ESPORTES ILUSTRADOS (SPORTS ILLUSTRADED) publicou uma longa exposição intitulada “Jacobs--- padrinhos dos esportes”; a revista foi prontamente processada em 20 milhões de dólares e fez acordo na corte. Neste ponto, políticos democratas e outras figuras proeminentes começaram a agir a favor da Emprise. Não coincidentemente, as mesmas forças que saíram em defesa da Emprise estavam também preparando o escândalo Watergate, para derrubar o Presidente Richard Nixon. (5)

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Membros democratas do Painel Seleto da Câmara sobre Crime denunciaram o relatório da maioria, preparado por Steiger, expondo as ligações da Emprise com o crime organizado. Como admitiram Max e Jeremy Jacobs em depoimento perante o Congresso, a Emprise alugou o relações públicas novaiorquino Hal Antin para derrotar Steiger em sua campanha pela reeleição em 1976. Uma personagem do submundo de Phoenix, George H. Johnson, foi pago para grampear e espionar Steiger e fabricar escândalos contra ele. Arnold Weiss, advogado de Búffalo na folha de pagamentos da Emprise, foi enviado para encontrar Steiger e entregar uma série de ultimatos. Weiss supostamente ameaçou arruinar Steiger, plantando rumores de que seu casamento fracassara porque a esposa o apanhara em ralações ilícitas com sua filha de 3 anos. Tais rumores de fato apareceram na mídia do Arizona. Em 1972, o Senador Robert Dole (Republicano de Arkansas), então líder da maioria no Senado, em público protestou contra a decisão do Painel de encerrar as audiências sobre a Emprise. Dole revelou que a decisão se seguira a uma reunião secreta entre Jeremy Jacobs e o presidente do Comitê Nacional Democrata Larry O’Brien. Este, depois deixou o posto e assumiu o emprego lucrativo de presidente da Associação Nacional de Basketball, organização com grande participação da família Jacobs. Conforme a campanha de Watergate crescia, o ataque contra a Emprise diminuia. Em junho de 1976, Don Bolles foi morto. Em 3 de novembro, em eleições fortemente suspeitas de fraude nacional, o Deputado Steiger perdeu seu 6o. período no Congresso. Já então um homem quebrado e temendo por sua vida, Steiger encontrou Jeremy Jacobs para “se desculpar” por suas acusações contra a Emprise. Esta já tinha 3 processos civis tramitando contra Steiger. Como último ato de humilhação, Steiger escreveu ao Procurador Geral, Edward Levi, COMO PORTA VOZ PARA EMPRISE, requerendo perdão presidencial pela acusação federal de extorsão de 1972. O recém nomeado Procurador Geral, Griffin Bell, recusou o pedido como “não merecedor”.

JACOBS E A COROA REAL A segunda geração dos irmãos Jacobs, Max, Jeremy e Lawrence, sofreram a mesma “lavagem” para entrar na sociedade respeitável, como seus antigos sócios comerciais da Lei Seca, os Bronfmans. Ironicamente, os irmãos Jacobs usaram esta longa associação para lhes dar um ar de respeitabilidade um pouco acima dos bandidos com quem ainda faziam muitos negócios. Por exemplo, um Jacobs da terceira geração, Jeremy, recebeu sua “educação universitária” não no lugar próprio, mas no Jóquei Clube de Toronto, após sua graduação em 1960 na escola secundária. O Jóquei de Toronto, dos Bronfmans, como o de Hong Kong, não somente é um dos estabelecimentos mais protegidos para reunião dos lavadores de dinheiro, mas lugar onde gangsters e “pessoas respeitáveis” podem se encontrar agradavelmente em segurança. Os freqüentadores regulares do Clube de Toronto incluem o Viscondeb Hardinge e Murray Koffler, do crime organizado canadense. O papel deste como varejista para as drogas dos Bronfmans veio a público em 1976, quando uma cadeia de varejistas associados seus foi indiciada por manter uma fábrica de anfetaminas e um exército nacional de vendedores de pílulas. Esta distinção não impediu Koffler de comparecer ao casamento da princesa Anne da Grã-Bretanha, ou de manter sua amizade com o marido desta, o Capitão Mark Phillips. Os Jacobs foram premiados com um lugar respeitável no séqüito da monarquia britânica, por seus serviços. A “jóia da coroa” das operações dos Jacobs é a firma britânica Letheby e Christopher Ltd. (L & C)--- fornecedores, por licença de Sua Majestade, de alimentos para “todos os eventos com a presença real”. Por esta companhia, suas concessões incluem a galeria Tate, as corridas em Ascot e outros lugares de reunião da Família Real e da aristocracia britânica. L & C, como é conhecida afetuosamente na Grã-Bretanha, foi recompensada com a administração de Ascot pelo Banco de Norfolk, cujos curadores incluem o Marquês de Abergavemy e Lord Tyron, guardadores da bolsa particular da rainha, 3o. na lista aristocrática, em seguida ao guardador do cavalo da rainha e ao guardador do quarto da rainha. Aparte essas honras reais, a subsidiária dos Jacobs administra 12 outras pistas de corrida na Grã-Bretanha, inclusive a pista nacional em Liverpool, lugar do Grand National, e o estádio Wembley, equivalente britânico do Madison Square Garden.

TRABALHANDO PARA O HSBC Pelas provas disponíveis, a oligarquia britânica considera o grupo Jacobs politicamente útil como intermediário para controlar o crime organizado, e importante o suficiente para merecer grandes esforços na reconstrução de sua imagem manchada. O prêmio que motiva os britânicos a este respeito é o banco Marine Midland, sediado em Búffalo, que o HSBC tenta comprar. Do lado americano, os “agentes internos” mais importantes forçando a compra pelo HSBC eram Leonard Rochwarger e Paul Schoelkopf, desde 1973 os sócios comerciais mais próximos de Max e Jeremy Jacobs. O primeiro é presidente da corporação Firstmark (Firstmark Corporation), companhia de leasing de equipamento pesado e lado americano de um conglomerado internacional controlado pelos Rothschilds e Sabag-Montefiores. Rochwarger foi colocado no negócio em um encontro em Paris em 1971 com Edmond de Rothschild e Robin Sebag-Montefiore, que representavam respectivamente a Isrop S. A. de Luxemburgo (Isrop S. A. of Luxembourg) e a corporação Gilsyd de Liechtenstein

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(Gilsyd Corporation of Liechtenstein). Após uma fusão intrincada, ele emergiu do encontro como presidente de uma nova subsidiária internacional da companhia Rothschild e Montefiore, a Leasing Israelense-Americana de Tel Aviv (Israel-Amerian Leasing of Tel Aviv), agora a maior de seu ramo em Israel. Rochwarger é antigo sócio de Max Jacobs, pertencendo ambos ao conselho do Comitê Conjunto de Distribuição, centro de financiamento das organizações sionistas americanas. Além disso, é diretor dos Centros Nacionais Judeus e Programas da Juventude, nos Estados Unidos e Canadá, membro do conselho regional da ADL e presidente tesoureiro da Apelação Judia Unida. Paul Schoelkopf, de Búffalo, dirigiu a campanha local em apoio da oferta do HSBC pelo Marine Midland. Foi presidente da Corporação Niagara Share (Niagara Share Corporation) de Búffalo, companhia de grandes investimentos que aplica os recursos dos ricos investidores locais. Entre os bens da Niagara estão 246.000 ações do HSBC. Os outros incluem investimentos da Corporação Pacific A (Pacific A Corporation) da família Swire, e 400.000 ações de duas holdings de Hong Kong, Cheung Kong Ltd. e a Trading Hutchinson Whampoa, também ligada ao HSBC. Outro canal de investimentos de Schoelkopf é o grupo atacadista-varejista de alimentos Serviços da Fronteira Niagara (Niagara Frontier Services), com 450 milhões de dólares anuais, cujo presidente é Armand Castellani, membro do conselho de diretores do Marine Midland. Em 1978, estava em andamento uma fusão entre a Serviços de Fronteira Niagara e a Sportsystems, para dobrar os lucros “legítimos” publicáveis, base do império familiar Jacobs.

JACOBS SE LIGA A INTERTEL Em conseqüência da investigação do congressista Steiger, a Sportsystems sofreu uma reorganização no pessoal. Foi estabelecido um intercâmbio com o centro dos sindicatos do crime e o Escritório de Assassinatos Resorts International reencarnado e sua subsidiária, INTERTEL. Todo o time de executivos e corpo legal trazido para a Sportsystems, em 1975, era formado exclusivamente por veteranos do Departamento de Justiça kennediano, o mesmo que enviou o homem que é agora presidente da INTERTEL, Robert Peloquin a Búffalo para “investigar” o sindicato do crime da Emprise! No começo de 1975, Donald Carmichael, democrata kennediano que servira como delegado nas convenções de 1964 e 1968, tanto quanto no painel presidencial Guerra à Pobreza, se tornou presidente da Sportsystems. Ele colocou lá uma dúzia dos antigos funcionários do Departamento de Justiça kennediano, nos 2 anos seguintes. Em 1976, o amigo íntimo e “sócio comercial” de Max e Jeremy Jacobs, Max Fisher, saiu do conselho geral de sua própria corporação, United Brands (antiga United Fruit), para que pudesse aceitar a oferta dos Jacobs de ser conselheiro geral da Sportsystems. Antes de seu emprego na United Brands, Stanley Mills fora assessor do Departamento de Justiça para o Procurador Geral Robert Kennedy. Em 1977, quando o assassinato de Bolles ameaçou temporariamente colocar a Emprise-Sportsystems sob investigação criminal, Horace S. Webb entrou para a firma como diretor de relações públicas. Webb, que participara da investigação de Watergate em nome da máquina kennediana, fora anteriormente diretor de informações públicas representante do Departamento de Justiça, e mais tarde secretário de imprensa do Procurador Geral Elliot Richardson, um brâmane bostoniano ligado ao Bank of Boston. Quando terminou a cirurgia plástica da Sportsystems, 4 outros funcionários da administração Kennedy e membros do “time secreto” de Robert entraram para a divisão legal da firma. Metade dos “camaradas” de Kennedy haviam entrado para Resosrts International e INTERTEL; a outra metade foi para o grupo Jacobs, para o mesmo tipo de ligação. Chefiando o “time INTERTEL” na Sportsystems está Henry Peterson, antigo chefe da Divisão de Extorsão e Crime Organizado do Departamento de Justiça de Kennedy. Em Camelot, Peterson era o superior de Robert Peloquin, agora presidente da INTERTEL. Todo o pessoal de Peterson, dos dias de Robert Kennedy, veio com ele. Na Sportsystems, seus principais ajudantes eram William Bittman, Daniel Hollman e Thomas Kennedy, este último da Divisão do Crime Organizado. Sua grande tacada, nos velhos tempos, veio quando Peterson os enviou para o estado de Nova York, para investigar as conexões mafiosas da Emprise!

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NOTAS: PARTE 7 CAPÍTULO 1: A GANGUE BRONFMAN 1. Relatório do Congresso Judeu Canadense, 1967-68, em comemoração de Samuel Bronfman. 2. Ibid. 3. Newman, Peter C.-Dinastia Bronfman-Rothschild do Novo Mundo, Toronto, McClellland e Stewart Ltd. 1978, pp.

66-73. 4. Idem, pg. 64 5. Messick, Hank-Lansky, New York, Berkley Medallion Books, 1971, pp. 230s. 6. Gray, James H-Booze, Toronto, Macmillan Co. do Canadá, Alger Press, 1972. 7. Newman, Peter C.-Dinastia Bronfman-Rothschild do Novo Mundo, Toronto, MacClelland e Stewart Ltd, 1978, pg.

127. 8. Fundação Russell Sage, 1870-1946, New York, Russell Sage Foundation, 1947, v.1 Investigações de agiotagem

também eram feitas em Illinois e Kentucky. 9. Messick, Hank-Arquivo Secreto, New York, G. P. Putnan e Filhos, 1969, pp. 177s. 10. A subida de Torrio ao poder foi historiada em centenas de livros e reportagens versando sobre a história do crime

organizado e com a organização de “Capone” em particular. Ver Don Maclean, História Fotográfica da Máfia (Nova Yorque, Pyramid Books, 1974); Ralph Salerno e John S. Tompkins, Confederação do Crime (Nova Yorque, Doubleday & Company Inc., 1969); Martin A. Gosch e Richard Hammer, O Último Testamento de Lucky Luciano (Nova York, Dell Publishing Co. Inc., 1974). Informação adicional foi fornecida por numerosas entrevistas com policiais da Alfândega e da DEA.

11. Maclean, Don-História Fotográfica da Máfia (Nova York, Pyramid Books, 1974) p. 150; ver também Cressey Ronald R., Furto da Nação-Estrutura e Operações do Crime Organizado na América (Nova Yorque, Harper and Row, 1969), pp. 29-53.

12. Maclean, Don-História Fotográfica da Máfia (Nova York, Pyramid Books, 1974), p. 461. Os números variam para a lista de mortos durante o período da guerra; entretanto, na noite em que o mafioso novaiorquino Salvatore Maranzano foi assassinado, 11 de setembro de 1931, e durante as 48 horas seguintes, cerca de 40 chefes de gangues foram mortos na operração limpesa. Ver também Cressey, Donald R.-Furto da Nação-Estrutura e Operações do Crime Organizado na América (Nova Yorque, Harper and How, 1969), pgs. 29-53. e Mass, Peter-Os Papéis Valachi (Nova Yorque, Bantan Books, 1968).

13. Messick, Hank-Arquivo Secreto, New York G. P. Putnan e Filhos, 1969, pgs 96s. A análise apresentada foi corroborada por numerosas e exaustivas entrevistas com policiais da DEA e da Alfândega.

14. Messick, Hank-Lansky, New York, Berkley Medallion Books, 1971, pgs. 90, 97s. Corroboração foi dada por oficiais da DEA em entrevistas em dezembro de 1977.

15. Relatório do agente da Divisão de Narcóticos Ralph Oyler ao chefe Levinutt, 30 de março de 1926 (Livraria da DEA, Washington, DC)

16. Aubin, Henry-Quem Possui Montreal 17. Ibid. 18. Newman, Peter C.-Dinastia Bronfman-Rothschild do Novo Mundo, Toronto, McClelland e Stewart Ltd., 1978, pgs

55-61. 19. As conexões das lojas Starkman com Koffler foram largamente publicadas à época no Globo e Correio (Globe and

Mail) de Toronto. 20. Ver tamém Newman, Peter C.-Dinastia Bronfman-Rothschild do Novo Mundo, Toronto, McClelland e Stewart

Ltd., 1978, pgs. 167-169. 21. WASHINGTON POST, 6 de novembro de 1978, fls. 2. 22. Newman, Peter C.-Dinastia Bronfman-Rothschild do Novo Mundo, Toronto, McClelland e Stewart Ltd., 1978, pg.

233. 23. Ibid. pg. 231. 24. Ibid., pg. 225. 25. Ibid., pg. 232. 26. Ibid., pg. 227. 27. Ibid., pg. 227.

CAPÍTULO 2: OS KENNEDY: CRIME ORGANIZADO NO GOVERNO

1. Relatório Financeiro da Campanha Kennedy para o Comitê de Re-eleição, 1976, com a secretaria do Senado. 2. Maclean, Don-História Fotográfica da Máfia (Nova Yorque Pyramid Books, 1974); ver também Mollenhoff Clark

R., Força-Tarefa, Crime Organizado e Governo (Englewod Cliffs, N. J., Prentice Hall Inc., 1972) 3. Audiências do Comitê do Senado sobre crime organizado e narcóticos, 1963. 4. Relatório Financeiro.

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5. Koskoff, David E.-Joseph P. Kennedy, Vida e Época (Englewood Cliffs, N. J. , Prentice Hall Inc., 1974), pg. 9. Visão e informação adicionais sobre Kennedy foram fornecidas por entrevistas com policiais.

6. Ibid., pg. 19 7. Ibid., pgs. 28, 30. 8. Ibid., pg. 28; ver também Stephenson William, Um Homem Chamado Intrépido (Nova Yorque, Ballantine Books,

1976), pg. 325 9. Entrevistas com oficiais da DEA, dezembro de 1977; ver também Messick, Hank-Arquivo Secreto, New York, G.

P. Putnan e Filhos, 1969, pg. 197; e Koskoff, David E.-Joseph P. Kennedy, Vida e Época (Englewood Cliffs, N. J., Prentice Hall Inc., 1974), pg. 53.

10. Koskoff, David E.-Joseph P. Kennedy, Vida e Época (Englewood Cliffs, N. J., Prentice Hall Inc., 1974), pg. 53. 11. Ibid., pg. 115. 12. Ibid., pgs. 16, 394s. 13. Ibid., pg. 378. 14. Bennett, Sir John Wheeler-Amizades Especiais-América na Paz e na Guerra (Nova Yorque, St. Martin, 1976), pgs.

34s; ver também Koskoff, David E.-Joseph P. Kennedy, Vida e Época (Englewood Cliffs, N. J., Prentice Hall Inc., 1974), pgs. 403s.

15. Bennett, Sir John Wheeler-Amizades Especiais-América na Paz e na Guerra (Nova Yorque, St. Martin, 1976) pgs. 34s.

16. Navask, Victor-Justiça de Kennedy (Nova Yorque, Atheneum, 1970) pgs. 404. 17. Ibid. 18. Messick, Hank-Lansky, New York, Berkley Medallion Books, 1971, pgs. 241s. Este ponto de vista foi partilhado

por numerosos policiais entrevistados durante a pesquisa da história do crime organizado. 19. Quem É Quem no Canadá. 20. Macmillan, Harold-No Fim Do Dia, 1961-63 (Londres, Macmillan Ltd., 1973) 6, 359-60. De acordo com

Macmillan:”O Presidente não queria nos dar os Polaris por motivos políticos, com medo de sobressaltar todas as nações européias... O acordo final foi de que receberíamos os mísseis Polaris...Nossa frota nuclear seria ´vinculada` à OTAN, exceto nos casos em que o governo de Sua Majestade decidisse que os superiores interesses nacionais estivessem em foco... Após três dias de duras negociações, quase quatro na verdade. Os americanos nos forçaram muito...as discussões foram adiadas e ferozmente contestadas...”

21. Ibid. 22. Koskoff, David E.-Joseph P. Kennedy, Vida e Época (Englewood Cliffs, N. J., Prentice Hall Inc., 1974), pg. 439. CAPÍTULO 3: ESCRITÓRIO BRITÂNICO INTERNACIONAL DE ASSASSINATOS: PERMINDEX

1. “Nomenclatura de uma Cabala de Assassinatos”, manuscrito não publicado de William Torbitt, 1970, pg. 21. 2. Esta cabeça de praia da Inteligência britânica controlando por dentro a americana, anterior à guerra, foi arranjada

pelos serviços especiais de John McCloy, do lado americano. Este, então sócio do escritório de advocacia Cravath, Swaine e Moore de Nova York, tornou-se alto comissário americano na Alemanha do pós-guerra. Este acordo quase imediatamentte colocou no controle da Inteligência americana da guerra o notório “agente triplo” britânico Kim Philby, agora General da KGB em Moscou.

3. Torbitt, op. Cit., pgs. 231s. 4. Série de artigos publicados no PAESE SERA de 4, 12, 14 de março de 1967; ver também OS ECOS (LES ECHOS)

da primavera de 1962, para numerosas notícias e referências editoriais ao papel da PERMINDEX nas tentativas de assassinato do Presidente De Gaulle.

5. Virtualmente, todo o material (quase um livro) sobre Sir William Stephenson e a Coordenação de Segurança Britânica --- SOE ---- é “história oficial de disfarce fornecida pela mesma, para dar esposição limitada de aspectos de suas operações, enquanto encobria as atividades mais ilegais e anti-americanas. Dois livros que se encaixam nesta descrição de “história oficial de disfarce”, mas que fornecem numerosas referências aos métodos de operação de Stephenson, inclusive sua penetração em todos os níveis do comando militar americano com seus agentes da SOE, são: H. Montgomery Hyde, Sala 3603 (Nova York, Ballantine Books, 1962), e William Stephenson, Um Homem Chamado Intrépido (Nova York, Ballantine Books, 1976).

6. Wiznitzer, Louis-“Inquérito de Garrison sobre Assassinato de Kennedy Chegará a Montreal?” , LE DEVOIR, 16 de março de 1967, Montreal; também DIMENSÃO CANADENSE, setembro-outubro de 1967 (reimpressão).

7. Ibid. 8. Bloomfield, Louis Mortimer e Fitzgerald, Gerald-Crimes Contra Pessoass Protegidas, Prevenção e Punição (Nova

York, Praeger, 1975). 9. QUEM É QUEM Canadense (Toronto, Transcanada Press), vv. 7-10; e Toronto, QUEM É QUEM (Canadá

Publishers), vv. 11-13. 10. Derogy, Jacques-Conexão Israelense, Máfia em Israel (Paris, Librarie Plon, 1980). 11. Torbitt, William-“Nomenclatura de Uma Cabala de Assassinatos”, pg. 105; Messick, Hank-Lansky, New York,

Berkley Medallion Books, 1971, pg. 248; LIFE, 8 de outubro de 1967. 12. QUEM É QUEM NA GRÃ-BRETANHA; ver também Relatório anual de 1977 do Banco Leumi.

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13. Ver também citação do índice do NEW YORK TIMES sobre “Banque de Crédit Internacionale” e “Tibor Rosenbaum”, especialmente cobrindo o período de exposição do Banco Hapoalim e instituições relacionadas, envolvidos na lavagem de dinheiro; ver também Burdman, Katherine-“Financiamento Secreto da Coroa Britânica, Banca Israelense”, EIR 44 (1978).

14. Coleção Sir Edwin King e Sir Harry Luke, Cavaleiros de São João no Reino Britânico, História Oficial da Mui Venerável Ordem Hospitalaria de São João de Jerusalém (Londres, Hills e Lacy, 1924)

15. Messick, Hank-Lansky, New York, Berkley Medallion Books, 1971, pg. 248 16. Deacon, Richard-História do Serviço Secreto Britânico (Nova York, Taplinger Publishing Company, 1979). 17. O governo americano mais tarde registrou crer que David Graiver ainda está vivo. Este ganhou notoriedade quando

seu American Bank and Trust Company novaiorquino faliu em 1976, durante acusações de que Graiver o desfalcara em 50 milhões de dólares e desaparecera. Indiciamento federal foi feito e as acusações arquivadas. Em junho de 1978, o Procurador Federal para o distrito sul de Nova York peticionou que as acusações fossem reabertas. A petição foi recebida no mesmo mês. Ver THE NEW YORK TIMES e WALL STREET JOURNAL de 3-30 de junho de 1978.

18. Torbitt, op. cit., pg. 73 19. Ibid., pg 161. 20. Ibid., pg. 213. 21. Ferrie foi achado assassinado dias após ter sido intimado a testemunhar perante o Grande Júri de Garrison sobre o

assassinato de Kennedy. Ver Torbitt, op. cit., pg. 164. 22. Campbell, Rodney-O Projeto Luciano (The Luciano Project) (Nova York, McGraw-Hill Book Company, 1977),

ver também Semyonov Julian-“Capricho Siciliano” (Ogonyok, Moscou, outubro-novembro de 1978. 23. Semyonov , op. cit., reimpressão da tradução inglesa de Ogonyok em EIR, 43 (1978), pg. 38. 24. Pantaleone, Giuseppe-“Entrevista”, Panorama, abril de 1970. 25. Navasky, Victor-Justiça de Kennedy (Nova York, Atheneum, 1970). 26. Hougan, Jim-Fantasmas (Nova York, Bantan Books, 1978). CAPÍTULO 4: PERMINDEX REVELADA: RESORTS INTERNATIONAL- INTERTEL 1. Hutchinson, Vesco. 2. Messick, Hank-Lansky, New York, Berkley Medallion Books, 1971, pgs. 221-251. Lansky estava de olho nas

Bahamas desde os anos 40, mas então fixava-se nos cassinos cubanos e em Las Vegas. A recusa de Castro em aceitar o jogo supostamente inspirou Lansky “avaliar” a vida de Castro em 1 milhão de dólares. Com a queda do governo Batista em 1959, a opção Bahamas tornou-se imperativa. Assim, não foi por acidente que os britânicos concordaram com o jogo legalizado não somente por suas holdings caribenhas, mas também na Grã-Bretanha. Messick relata (pg. 228): “Tudo que necessitava-se em 1960 era achar uma fachada semi-respeitável com a qual ele (Lansky) pudesse operar”.

3. Ibid., pg. 228. 4. Ibid., pg. 229. 5. Ibid. pgs. 230-232; ver também Hougan, James-“Fartura de Espiões”, Harpers, dezembro de 1974, pg. 58; Prial,

Frank J.-“Preocupação Combate Crime nos Negócios”, NEW YORK TIMES, 26 de julho de 1979, Seção Negócios, fls. 1, 11.

6. Messick, Hank-Lansky, New York, Berkley Medallion Books, 1971, pgs. 230s, 235. 7. Ibid., pgs. 232s. 8. Ibid., pg. 232; ver também Hougan, James, op. cit., pgs. 58,63. 9. Hougan, James, op. cit., pgs. 58, 63. 10. Hutchinson, Vesco; ver também Hougan, James,-“Fantasmas-Assombrando a América-Uso Particular de Agentes

Secretos” (Nova York, William Morrow e Company, 1978), pgs. 390-92. 11. Hougan, James-“Fartura de Espiões”, Harpers, pg. 54. 12. Ibid., pgs. 66s; ver também Hutchinson, Vesco. 13. Hougan, James-“Fartura de Espiões”, Harpers, pgs. 46, 54; ver também Prial, Frank J.-“Preocupação Combate

Crime nos Negócios”, pg. 11. 14. Hougan, James-“Fartura de Espiões”, Harpers, pg. 66; a informação de Hougan é corroborada por entrevistas dos

autores com policiais. CAPÍTULO 5: MAX FISHER: DISTRIBUIDOR E VAREJISTA 1. Cheyfitz, Kirk-“O Corretor do Poder”, revista MONTHLY DETROIT, julho de 1980. 2. Entrevista com Sally Fields, 5 de junho de 1979. 3. Entrevista com Julius Klein, 4 de junho de 1979. 4. Ibid. 5. Messick, Hank-John Edgar Hoover (Nova York, David McKay Inc., 1972) 6. Entrevista com Julius Klein. 7. Slater, Leonard-A Garantia (Nova York, Simon and Schuster, 1970).

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8. Ibid. 9. Ibid. 10. Ibid. 11. Ibid., pg. 132. 12. Entrevista com Sally Fields. 13. Heckethorn, Charles William-Sociedades Secretas de Todos os Tempos e Países, vv. I e II, 1875 (Nova York,

University Books Inc., 1965) 14. Handler, David Leon-Irmãos de Sangue (Nova York, E. P. Dutton Co. Inc., 1975). 15. Ibid. 16. Ibid. 17. Ibid. 18. Ibid. 19. Ibid. 20. Ibid. 21. Informação passada voluntária e anonimamente por pessoas conhecedoras da situação da United Fruit em 1975. 22. McCann, Thomas e Scamme, Henry-Companhia Americana: Tragédia da United Fruit (Nova York, Crown

Publishers, 1976). 23. “Brzezinski força soberania limitada na crise nicaraguense”, EIR 3-9, outubro de 1978, pgs. 53-56. CAPÍTULO 6: A EMPRESA DA FAMÍLIA JACOBS: ESPORTES E CRIMES

1. Depoimento do extorsionário trabalhista James Plumeri (Jimmy Doyle) perante o Sub-comitê McCllellan sobre

Leis e Procedimentos Criminais; ver também inserção do congressista Sam Steiger no ARQUIVO CONGRESSUAL do 91º. Congresso, “Emprise: Lição de Calúnia Corporativa”.

2. Depoimento de Plumeri. 3. De suas posições em Cleveland e Buffalo, a família Jacobs era conexão dos Bronfmans nos Estados Unidos,

aliados ao sindicato Reinfeld e a combinação dos 7 Grandes. 4. “Emprise: Lição de Calúnia Corporativa”, pg. 5.888; “Emprise: Iceberg um pouco mais exposto”, idem, pg. 6.830. 5. Muitos dos funcionários do departamento de Justiça de Robert Kennedy na campanha “Peguem Hoffa” ressurgiram

apoiando os esforços para a renúncia de Nixon, especialmente quando este demonstrou vontade de perseguir o crime organizado. Isto inclui especialmente Horace S. Webb.

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PARTE 8 ORIGENS DA CONTRA-CULTURA

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1 A CONSPIRAÇÃO AQUARIANA

Na primavera de 1980 (março-junho), surgiu o livro “A Conspiração Aquariana”, que apresentava-se como manifesto da contra-cultura. Definindo esta como a aceitação consciente da irracionalidade --- do rock e drogas à alimentação natural, meditação, “aumento da consciência”, ioga, escalação de montanhas, terapia de grupo e psicodrama --- declarava que já era tempo dos 15 milhões de americanos envolvidos na contra-cultura se unirem para fazer uma “mudança radical nos Estados Unidos”. Escreve a autora Marilyn Ferguson:

“Enquanto delineava um livro sem título sobre as alternativas sociais emergentes, pensei de novo sobre a forma peculiar desse movimento: sua liderança atípica, a intensidade paciente de seus partidários, seus sucessos improváveis. Subitamente, compreendi que, em sua partilha de estratégias, suas ligações, e seu reconhecimento um do outro por sinais sutis, os participantes não estavam em mera cooperração mútua. Estavam conspirando. Era --- este movimento --- uma conspiração! (1)

Ferguson usou uma meia verdade para dizer uma mentira. A contra-cultura é uma conspiração, mas não na forma meio consciente que Ferguson proclama, como ela bem sabe. Ela escreveu seu manifesto sob a direção de Willis Harman, diretor de política social do Instituto de Pesquisa Stanford, como vesão popular de um estudo político de maio de 1974 sobre como transformar os Estados Unidos no Bravo Novo Mundo, de Aldous Huxley. A contra-cultura é uma conspiração no cume, criada como método de controle social, usada para desligar os Estados Unidos de seu compromisso com o progresso científico e tecnológico.

Essa conspiração recua até os anos 30, quando os britânicos enviaram Aldous Huxley aos Estados Unidos como encarregado de uma operação de preparar o país para a disseminação maciça de drogas. Estudaremos a conspiração separadamente, passo a passo, desde seu pequeno começo com Huxley na Califórnia, até a vitimização de 15 milhões de americanos hoje. Com “A Conspiração Aquariana”, a Guerra do Ópio britânica contra os Estados Unidos veio à luz.

O MODELO Os britânicos tinham um precedente para a contra-cultura que impuseram aos Estados Unidos: as cerimônias pagãs de culto dos decadentes Impérios Egípcio e Romano. A descrição seguinte, de cerimônias cultistas do sacerdócio egípcio de Isis no 3º. milênio A C poderia ser uma reportagem jornalística de um “encontro hippie” em 1969 DC:

“Os atos ou gestos que acompanham as encantações constituem o rito (de Isis). Nessas danças, a batida dos tambores, o ritimo da música e os movimentos repetidos eram auxiliados por substâncias alucinógenas como hashishe ou mescalina; elas eram consumidas como auxiliares para criar o transe, e as alucinações tomadas como visita da deusa. As drogas eram sagradas, e seu conhecimento limitado aos iniciados... Possivelmente por terem a ilusão de desejos satisfeitos, e permitissem que os sentimentos mais íntmos escapassem, esses ritos adquiriam, durante a execução, um caráter frenético manifestado em certas palavras mágicas: Recuem! Rá está perfurando sua cabeça, esmagando-a nas mãos dele, seus ossos estão quebrados, seus membros cortados em pedaços!” (2)

A contra-cultura impingida aos adolescentes americanos dos anos 60 não é mera analogia do antigo culto de Isis. É ressurreição literal do culto ---até a popularização da cruz de Isis como o símbolo mais freqüentemente usado pela contra-cultura.

O SUPREMO SACERDÓCIO O sumo sacerdote da Guerra do Ópio britânica era Aldous Huxley, neto de Thomas H. Huxley, fundador da Távola Redonda de Rhodes e colaborador, por toda a vida, de Arnold Toynbee. Este participou do conselho do RIIA (Royal Institute of International Affairs --- Instituto Real de Assuntos Exteriores) por quase 50 anos, chefiou a Divisão de Pesquuisa da Inteligência britânica por toda a Segunda Guerra Mundial, na qual serviu como oficial de informação para o Primeiro-ministro Churchill.

A “teoria” de Toynbee para a história, exposta em sua História da Civilização Ocidental em 21 volumes, era que seu traço determinante fora sempre a ascenção e queda de grandes dinastias imperiais. No exato ponto em que essas dinastias --- o “Reich de mil anos” dos faraós egípcios, o Império Romano e o Império Britânico --- tinham sucesso em

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impor seu domínio sobre toda a face da terra, tendiam a declinar. Toynbee argumentava que esta queda poderia ser minorada se a oligarquia dirigente (como a da Távola Redonda britânica) se devotasse ao recrutamento e treino de um sacerdócio em expansão e dedicado aos princípios do domínio imperial. (3) Treinado na Oxford de Toynbee, Aldous Huxley foi um dos iniciados das “Crianças do Sol”, culto dionisíaco composto pelos filhos da elite da Távola Redonda britânica. (4) Entre os outros iniciados estavam T. S. Eliot, W. H. Auden, Sir Oswald Mosley e D. H. Lawrwnce, amante homosexual de Huxley. Foi este, além disso, que abriria a batalha legal, nos anos 50, para que a novela pornográfica de Lawrence, “O Amante de Lady Chatterley”, fosse permitida nos Estados Unidos, com o argumento de que era uma “obra de arte” incompreendida. (5) Aldous Huxley, junto com seu irmão Julian, foi doutrinado em Oxford por H. G. Wells, chefe da Inteligência estrangeira britânica na Segunda Guerra Mundial, e avô espiritual da Conspiração Aquariana. Ferguson vê acuradamente a contra-cultura como a realização do que Wells chamou A Conspiração Aberta --- Plano para uma Revolução Mundial. Escreveu ele:

“A Conspiração Aberta aparecerá primeiro, creio, como organização consciente de homens inteligentes e muito possivelmente, em certos casos, ricos, como movimento com objetivos sociais e políticos distintos, confessadamente ignorando a maior parte do aparato existente de controle político, ou usando-o como ferramenta incidental nas etapas, um mero movimento de um grupo de pessoas em certa direção, que logo descobrirão com surpresa o objetivo comum para o qual se movem... De todas as formas eles estarão influenciando e controlando o aparato do governo ostensivo”. (6)

O que Ferguson não disse foi que Wells chamava sua conspiração “o cérebro mundial” que funcionaria como “polícia da mente”. Livros tais como “A Conspiração Aberta” eram somente para o sacerdócio. Mas os escritos populares de Wells (“A Máquina do Tempo”, “A Ilha do Dr. Moreau”, etc.) e os de seus protegidos Aldous Huxley (“Bravo Novo Mundo”) e George Orwell (“1984” e “Fazenda dos Animais”), foram escritos como documentos organizadores do “apelo às massas”, em nome da ordem unimundista. Só nos Estados Unidos são esses “clássicos da ficção científica” ensinados na escola secundária como ataques ao fascismo. Sob a tutela de Wells, Huxley foi apresentado a Aleister (Alexander --- N. T.) Crowley, produto do círculo cultista que se desenvolveu na Grã-Bretanha desde 1860 sob a influência líder de Edward Bulwer-Lytton que, recordem, era o ministro colonial sob Lord Palmerston durante a segunda guerra do ópio. Em 1886, Crowley, William Butler Yeats e vários outros protegidos de Bulwer-Lytton formaram o Templo Isis-Urânia de Estudos Herméticos da Aurora Dourada (Golden Down --- N. T.) Este culto a Isis foi organizado à volta do manuscrito de 1877 “Isis Revelada”, de Madame Helena Blavatsky, no qual a ocultista russa chamava a aristocracia britânica a se organizar em um sacerdócio a Isis. (7) Em 1937, Huxley foi enviado aos Estados Unidos, onde permaneceu por toda a Segunda Guerra Mundial. Por um contato em Los Angeles, Jacob Zeitlin, Huxley e o pederasta Christopher Isherwood foram empregados como roteiristas da MGM (Metro Goldwin Meyer), da Warner Brothers e dos Estúdios Walt Disney. Hollywood já estava dominada por elementos do crime organizado financiados e controlados por Londres. Joseph Kennedy era “laranja” de um consórcio britânico que criou os Estúdios RKO, e Benjamin “Bugsy” Siegel, chefão do sindicato de Lansky na costa oeste, estava profundamente envolvido com a Warner e a MGM. Huxley fundou um grupo de cultos de Isis no sul da Califórnia e em São Francisco, formados exclusivamente por várias centenas de enlouquecidos adoradores de Isis e outros deuses. Isherwood, neste período da Califórnia, traduziu e publicou vários antigos documentos zen budistas, inspirando cultos zen místicos. (8) Com efeito, Huxley e Isherwood, logo depois ajudados por Thomas Mann e sua filha Elisabeth Borghese, fundaram nos anos 30 e 40 a cultura posterior do LSD, recrutando um núcleo de “iniciados” nos cultos de Isis conforme os mentores de Huxley, Bulwer-Lytton, Blavatsky e Crowley, constituíram enquanto estiveram na Índia.

LSD: VISITA DOS DEUSES Ironicamente, a introdução de psicodélicos mais pesados como o LSD, nos anos 60, foi largamente atribuída a investigação da CIA de substâncias para possível uso militar. Experiências em mais de 80 campus de colégios, sob vários nomes em código da CIA, popularizaram o LSD não intencionalmente. Milhares de estudantes serviram de cobaias. Logo estariam sintetizando seu próprio “ácido”, escreveu Ferguson. (9) A operação da CIA cujo código era MK-Ultra, e cujo resultado não foi intencional, começou em 1952, ano em que Aldous Huxley voltou aos Estados Unidos. O ácido lisérgico dietilamida, o LSD, foi desenvolvido em 1943 por Albert Hoffman, químico da Sandoz A. B. --- laboratório farmacêutico suíço de propriedade de S. G. Warburg. Enquanto a

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documentação precisa não está disponível sob os auspícios do patrocinador da pesquisa do LSD, pode ser seguramente assumido que a Inteligência britânica, e sua subsidiária, o americano Escritório de Serviços Estratégicos (Office of Strategic Services --- OSS --- precursor da CIA --- N. T.) estavam diretamente envolvidos. Allen Dulles, diretor da CIA quando começou o MK-Ultra, era o chefe do escritório do OSS em Berna (Suíça), no começo da pesquisa da Sandoz. Um dos assistentes no OSS era James Warburg, da família instrumento da fundação em 1963, do Instituto de Estudos Políticos (IPS) e que trabalhou com Huxley e Robert Hutchins. (10) Aldous Huxley voltou da Grã-Bretanha para os Estados Unidos, acompanhado pelo Dr. Humphrey Osmond, seu médico particular. Este participara de um grupo de discussão que Huxley organizara no Hospital Nacional na Praça das Rainhas, Londres. Junto com outro participante, J. R. Smythies, Osmond escreveu “Esquizofrenia --- Nova Visão”, na qual assegurava que a mescalina, extraída do cacto mescal usado nos antigos ritos pagãos egípcios e indianos, produzia um estado psicótico idêntico, em todos os aspectos clínicos, à esquizofrenia. Com isto, Osmond e Smythies advogavam experiências com drogas alucinógenas como meio de desenvolver uma “cura” para desordens mentais. Osmond foi trazido por Allen Dulles para ter papel importante no MK-Ultra. Ao mesmo temp, Osmond, Huxley e Robert Hutchins da Universidade de Chicago, fizeram uma série de sessões secretas de planejamento em 1952 e 1953 para um segundo projeto particular sobre LSD e mescalina, com financiamento da Fundação Ford. (11) Hutchins, lembremos, era diretor de programas dessa Fundação nesse período. Sua proposta sobre o LSD provocou tal fúria em Henry Ford II que Hutchins foi despedido da Fundação no ano seguinte. Também em 1953, Osmond deu a Huxley um suprimento de mescalina para seu consumo pessoal. No ano seguinte, Huxley escreveu “As Portas da Percepção”, primeiro manifesto do culto às drogas psicodélicas, que proclamava que as drogas alucinogênicas “expandiam a consciência”. Embora a Fundação Ford houvesse rejeitado a proposta Hutchins-Huxley de patrocínio particular do LSD, o projeto não foi rejeitado. Começando em 1962, a Corporação Rand de Santa Mônica, Califórnia, começou uma experiência de 4 anos com LSD, peyote e maconha. A corporação foi estabelecida simultaneamente com a reorganização da Fundação Ford em 1949. A Rand foi um rebento da Supervisão de Bombardeio Estratégico (Strategic Bombing Survey) da guerra, um estudo de “análise de custos” dos efeitos psicológicos dos bombardeios nas cidades alemães. De acordo com o Rand Abstract de 1962, W. H. McGlothlin conduziu um estudo preparatório sobre “Os Demorados Efeitos do LSD em Certas Atitudes em Normais --- Proposta Experimental”. No ano seguintte, McGlothlin conduziu uma experiência de um ano com 30 cobaias humanas, chamada “Efeitos a Curto Prazo do LSD em Ansiedade, Atitudes e Comportamento”. O estudo concluiu que o LSD aumentava as atitudes emocionais e resolvia os problemas de ansiedade. (12)

HUXLEY NO TRABALHO Huxley expandiu seu próprio projeto LSD-mescalina na Califórnia, recrutando vários indivíduos que haviam sido inicialmente recebidos nos círculos cultistas, que estabelecera durante sua estada anterior. As duas pessoas mais importantes foram Alan Watts e o falecido Dr. Gregory Bateson (antigo marido de Margaret Mead) Watts tornou-se um “guru”, com estilo próprio, de um culto nacional zen-budista, à volta de seus famosos livros. Bateson, antropologista no OSS, tornou-se diretor de uma clínica experimental de drogas alucinógenas no Hospital para Veteranos de Palo Alto. Sob seus auspícios, a “estrutura” inicial do culto do LSD, os hippies, foi programada. (13) Ao mesmo tempo, Watts estabeleceu a Fundação Pacífica, que patrocinou duas estações de rádio, WKBW em São Francisco, e WBAI-FM em Nova York. As estações da Pacífica estavam entre as primeiras a impulsionar o “Som de Liverpool”, as guitarras de rock pesado dos Rolling Stones, Beatles e Animals, importados da Grã-Bretanha. Mais tarde, seriam os pioneiros do “rock ácido” e eventualmente os auto-nomeados “rock punk” psicótico. No outono de 1960, Huxley foi nomeado professor visitante no MIT (Massachusetts Institute of Technology --- Instituto de Tecnologia de Massachusetts) de Boston. Enquanto lá esteve, Huxley criou um círculo em Harvard paralelo ao seu grupo de LSD da costa oeste. O grupo de Harvard incluía Huxley, Osmond e Watts, este trazido da Califórnia, Timothy Leary e Richard Alpert. O tópico ostensivo do seminário de Harvard foi “Religião e sua Significação na Idade Moderna”. Na verdade, foi uma sessão de planejamento da contra-cultura do “rock-ácido”. Huxley estabeleceu contato, durante seu período em Harvarrd, com o presidente da Sandoz, que à época trabalhava em um contrato com a CIA para produzir grandes quantidades de LSD e psilocibin (outra droga alucinógena sintética) para o MK-Ultra, a experiência oficial da CIA em gerra química. De acordo com documentos da CIA, recentemente desbloqueados, Allen Dulles comprou mais de 100 milhões de doses de LSD, e quase tudo inundou as ruas dos Estados Unidos no final dos anos 60. No mesmo período, Leary começou particularmente a comprar grandes quantidades de LSD também da Sandoz. (14)

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Das discussões do seminário em Harvard, Leary publicou o livro “A Experiência Psicodélica”, baseado no antigo cultista “Livro Tibetano dos Mortos”. Foi este livro que popularizou o termo previamente fabricado por Osmond, “mente em expansão psicodélica”.

RAÍZES DO PESSOAL DAS FLORES (HIPPIES) De volta à Califórnia, Gregory Bateson continuou o trabalho de Huxley no Hospital dos Veteranos de Palo Alto. Pelas experiências com LSD em pacientes já hospitalizados por problemas psicológicos, Bateson estabeleceu um grupo de “iniciados” em Culto “psicodélico” a Isis. À frente dos recursos de Palo Alto estava Ken Kesey. Em 1959, Bateson administrara a primeira dose de LSD a esse. Em 1962, Kesey completou sua novela “One Flew Over the Cuckoo`s Nest (filme “Um Estranho no Ninho”) que popularizou a noção de que a sociedade é uma prisão e que as únicas pessoas realmente “livres” eram os insanos. (15) Subseqüentemente, Kesey organizou um círculo de iniciados em LSD, chamado “Os Alegres Traquinas”. Eles viajaram pelo país disseminando o LSD (freqüentemente sem avisar antes os que o tomavam), organizando redes locais de distribuição e estabelecendo pretextos para um grande volume de publicidade em nome da ainda minúscula “contra-cultura”. Em 1967, o culto de Kesey já distribuía tais quantidades de LSD que surgira uma apreciável população viciada, centralizada no bairro Haight-Ashbury de São Francisco. Aqui, o colaborador de Huxley, Bateson, abriu uma “clínica livre”, tendo como pessoal: • Dr. David Smith --- mais tarde “assessor médico’ da NORML (National Organization for the Reform of

Marijuana Laws --- Organização Nacional para Reforma das Leis de Maconha); • Dr. Ernest Dernberg --- oficial militar da ativa, provavelmente de acordo com o MK-Ultra; • Roger Smith --- um organizador de gangues de rua, treinado por Saul Alinsky. Em seu período na Clínica Livre,

foi o encarregado da condicional do assassino múltiplo cultista Charles Mason; • Dr. Peter Bourne --- assistente especial de Carter para abuso de drogas. Bourne fez sua residência médica na

clínica. Anteriormente, dirigira um estudo de perfil dos veteranos viciados em heroína no Vietnã. A Clínica Livre assemelhava-se a um projeto do Instituto Tavistock, a agência de guerra psicológica do Serviço Britânico de Inteligência Secreta. O Tavistock, fundado como clínica londrina nos anos 20, tornara-se a Divisão Psiquiátrica do Exército Britânico durante a Segunda Guerra Mundial, sob o diretor Dr. John Rawlings Rees. (16) Durante os anos 60, a Clínica Tavistock fomentou a noção de que não existia nenhum critério de sanidade, e que a “expansão da mente” por drogas psicodélicas eram valiosos instrumentos de psicanálise. Em 1967, o Tavistock patrocinou uma conferência sobre a “Dialética da Libertação”, presidida pelo psicanalista da Tavistock, Dr. R. D. Laing, ele mesmo autor popular e partidário do uso de drogas. A conferência reuniu um grupo de pessoas que logo teriam papel importante no fomento do terrorismo; Angela Davis e Stokely Carmichael foram dois importantes delegados americanos. Assim, em 1963, Huxley recrutara seu núcleo de “iniciados”. Todos eles, Leary, Osmond, Watts, Kesey e Alpert tornaram-se famosos promotores da iniciante contra-cultura do LSD. Em 1967, com o culto do “Pessoal das Flores” em Haight-Ashbury e o surgimento do movimento pacifista, os Estados Unidos estavam maduros para a inundação do LSD, hashishe e maconha que atingiu os campus dos colégios americanos no final dos nos 60.

O SOM DOS TAMBORES Em 1963, os Beatles chegaram aos Estados Unidos e, com sua decisiva aparição no show de Ed Sullivan, o “som britânico” decolou nos Estados Unidos. Por sua façanha, os 4 roqueiros foram condecorados com a Ordem do Império Britânico (Knights of British Empire --- KBE --- N. T.) de Sua Majestade, a Rainha. Os beatles e os Animals, os Rolling Stones e os maníacos do rock punk homicida que se seguiu não eram, naturalmente, mais manifestação espontânea da juventude alienada do que a cultura do ácido que acompanhava. A teoria social do rock foi elaborada pelo musicólogo Theodor Adorno, que chegou aos Estados Unidos em 1939 para chefiar o projeto de pesquisa em rádio da Universidade Princeton. (17) Escreveu Adorno:

“Em um domínio imaginário mas psicologicamente conduzido pelas emoções, o ouvinte que lembra uma canção famosa tornar-se-á o sujeito ideal da canção, a pessoa para quem a canção fala idealmente. Ao mesmo tempo, como um dos muitos que se identifica com o sujeito fictício, o eu musical, ele sentirá seu isolamento diminuir à medida que se integrar na comunidade dos “fãs”. Ao assobiar a canção, participa de

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um ritual de socialização, embora, além desta emoção inarticulada subjetiva do momento, seu isolamento continue intocado... A comparação com o vício é inescapável. O comportamento viciado geralmente tem um componente social: é uma reação possível à atomização que, como notaram os sociólogos, é paralela à pressão do tecido social. O vício da música por parte de um grupo de ouvintes que se divertem seria um fenômeno similar”. (18)

A parada de sucessos é organizada precisamente sobre os mesmos princípios usados pelo sacerdócio egípcio de Isis, e para o mesmo propósito: o recrutamento da juventude para a contra-cultura dionisíaca. Em um relatório preparado para o Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan, Paul Hirsch descreveu o produto do Projeto de Pesquisa em Rádio de Adorno. (19) De acordo com Hirsch, o estabelecimento da Parada de Sucessos no rádio do pós-guerra “transformou os meios de comunicação de massa em uma agência de programação sub-cultural”. As redes de rádios foram convertidas em máquinas de reciclagem 24 horas, que repetiam os 40 maiores “sucessos”. Hirsch documenta como toda a cultura popular --- filmes, música, livros, moda --- é agora conduzida sobre a mesma base de pré-seleção. A cultura de massa atual opera como o comércio de ópio: a oferta determina a procura.

GUERRA DO VIETNÃ E ARMADILHA PACIFISTA Se não fosse pela Guerra do Vietnã e pelo movimento “pacifista”, o culto de Isis seria um fenômeno marginal --- não maior do que o culto beatnik dos anos 50, rebento do começo da aventura de Huxley na Califórnia. A Guerra do Vietnã criou o clima de desespero moral que abriu a juventude americana às drogas. Sob Kennedy, o envolvimento militar americano no Vietnã, vetado por Eisenhower, foi iniciado em escala limitada. Sob Lyndon Johson, a presença militar americana no Vietnã subiu maciçamente, ao mesmo tempo que os esforços americanos restringiam-se à “moldura da guerra limitada”. Jogando conforme o desejo do Presidente, o establishment anglófilo do leste, tipificado pelo principal assessor de segurança nacional da Casa Branca McGeorge Bundy, e o Secretário de Defesa Robert McNamara, convenceram o Presidente Johnson que, sob o “equilíbrio do terror” nuclear, ou o regime de Distruição Mútua e Assegurada (Mutual Assured Destruction --- MAD --- N. T.), os Estados Unidos não poderiam dar uma solução política ao conflito nem se comprometerem com a vitória militar. O resultado da debacle foi uma grande retirada estratégica da Ásia pelos Estados Unidos, detalhada na “doutrina de Guam” de Henry Kissinger, adoção do fracasso espetacular da “Carta Chinesa” para contenção da influência soviética, e desmoralização dos americanos na guerra, a ponto do orgulho e confiança nacionais no futuro progresso da república ser severamente diminuído. Exatamente quando Aldous Huxley começou sua subversão dos Estados Unidos, pela contra-cultura, 30 anos antes que suas conseqüências se tornassem públicas, Lord Bertrand Russell começou a fundar o movimento pacifista dos anos 60, antes que os anos 30 acabassem. O “pacifismo” de Russell foi sempre relativo --- somente meio para seu objetivo mais precioso, o governo unimundista de modelo imperial, que refrearia o estado nacional e sua persistente tendência para o republicanismo e o progresso tecnológico. Lord Russell e Aldous Huxley fundaram juntos a União do Pleito pela Paz (Peace Pledge Union) em 1937 --- fazendo campanha pela paz com Hitler --- exatamente antes que ambos fossem para os Estados Unidos durante toda a Segunda Guerra Mundial. (20) Neste período, Lord Russell se opôs ao esforço de guerra britânico e americano contra os nazistas. Em 1947, quando os Estados Unidos tinham a bomba atômica e a Rússia não, Russell publicamente advogou que os Estados Unidos ordenassem aos soviéticos que se rendessemm a um governo unimundista, que teria monopólio restritivo das armas nucleares, sob a ameaça de uma Terceira Guerra Mundial preventiva contra a União Soviética. Seu movimento dos anos 50, “Banir a Bomba”, dirigia-se ao mesmo objetivo, funcionava como movimento anti-tecnológico contra o potencial de desenvolvimento paz-através da-economia, representado pela iniciativa “Átomos para a Paz” (Atoms for Peace) do Presidente Eisenhower. De meados dos anos 50 em diante, o principal compromisso de Russell foi construir um movimento internacional pacifista e anti-americano. Coincidindo com a escalada do envolvimento americano no Vietnã sob manipulação britânica, Russell atualizou a antiga União do Pleito pela Paz --- que fora usada na Alemanha ocidental, durante o pós-guerra, para promover uma “Nova Esquerda” anti-capitalista no Partido Social Democrata recrutando, no processo, vários futuros membros da gangue terrorista Baader-Meinhoff --- para a Fundação Bertrand Russell para a Paz. Nos Estados Unidos, os bancos novaiorquinos forneceram várias centenas de milhares de dólares para estabelecer o Instituto de Estudos Políticos (IPS), na verdade ramo americano daquela Fundação. Entre os fundadores estava James Warburg, representando diretamente os interesses da família. O IPS recrutou seus agentes mais ativos de uma variedade de instituições dominadas pelos britânicos. O diretor fundador Marcus Raskin era membro do Conselho de Segurança Nacional (National Security Cuncil --- NSC --- N.T.)

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de Kennedy, e também membro do Laboratórios de Treinamento Nacional (National Traning Labs), subsidiária americana do Instituto Tavistock, fundado pelo Dr. Kurt Lewin. Após sua criação pela Liga pela Democracia Industrial (League for Industrial Democracy), a Estudantes para a Sociedade Democrática (Students for Democratic Society --- SDS), disfarce do movimento pacifista dos estudantes, foi por sua vez financiada e dirigida pelo IPS, até depois de sua implosão em uma quantidade de gangues terroristas e maoístas no fim dos anos 60. (21) Mais abrangentemente, as instituições e perspectiva do movimento pacifista americano foram dominados pelos descendentes políticos diretos do “movimento socialista” dos Estados Unidos, dominado pelos britânicos e fomentado pela Casa Morgan já antes da Primeira Guerra Mundial. Isto não quer dizer que a maioria dos contestadores pacifistas fossem agentes britânicos pagos e certificados. Ao contrário, a maioria esmagadora dos contestadores pacifistas entrou na SDS por causa da escalada da guerra no Vietnã. Mas, uma vez apanhados no ambiente definido pelos peritos em guerra psicológica de Russell e do Instituto Tavistock, e inundados com a mensagem de que a busca de prazer hedonista era alternativa legítima à “guerra imoral”, seu senso de valores e seu potencial criativo desapareceram em uma nuvem de fumaça de hashishe.

IMAGENS MUTANTES Agora, 25 anos depois, em que quase uma geração inteira da juventude americana submergiu nas drogas que inundaram os campus da nação, Marilyn Ferguson da Conspiração Aquariana pode escrever: “Há legiões de conspiradores (aquarianos). Estão nas corporações, universidades, hospitais, faculdades e escolas públicas, fábricas e consultórios médicos, agências estaduais e federais, conselhos municipais, no pessoal da casa Branca, legislaturas estaduais, organizações voluntárias, em virtualmente todas as arenas políticas da nação”. (22) Como a inundação britânica da China com drogas no século XIX, a contra-cultura britânica teve sucesso em subverter o tecido da nação, até os mais altos níveis do governo. Em 1962, Huxley ajudou a fundar o Instituto Esalen em Bug Sur, Califórnia, que tornou-se a Meca de centenas de americanos engajados em fins de semana em grupos T e de treinamento, modelados na terapia de comportamento grupal para meditação zen transcendental indú e budista, e experiências “para fora do corpo” por drogas alucinógenas verdadeiras e simuladas. (23) Como a NEWSLEETTER do Instituto Esalen descreveu:

“Esalen começou, no outono (setembro-dezembro) de 1962, como fórum de concentração de grande variedade de pontos de vista para melhoramento do potencial humano... inclusive sessões experimentais envolvendo grupos de encontro, libertação sensorial, treino da consciência comportamental e disciplinas relacionadas. Nosso último passo é entrar nas comunidades, desenvolvendo programas em cooperação com muitas diferentes instituições, igrejas, escolas, hospitais e governo”. (24)

Os fundadores aparentes do Esalen foram dois estudantes de meditação transcendental, Michael Murphy e Richard Price, ambos diplomados pela Universidade Stanford. Price também participou das experiências com pacientes no Hospital dos Veteranos de Palo Alto, de Bateson. Hoje, o catálogo de Esalen oferece: T-grupos; maratona psicodrama; treino de luta para amantes e casais; cultos religiosos; esperiências com LSD e as grandes religiões do mundo; Você é são? --- oficina de fim de semana com Allan Watts; criando novas formas de adoração; psicose alucinogênica; e introdução às experiências psicodélicas sem drogas”. Várias dezenas de milhares de americanos passaram por Esalen; milhões freqüentaram os programas que espalhou-se país afora. O salto seguinte na Conspiração Aquariana da Grã-Bretanha contra os Estados Unidos foi o relatório de maio de 1974, que forneceu a base do trabalho de Ferguson. Este intitulava-se “Mudando as Imagens do Homem”, contrato no. UHR (489)-2150, Relatório de Pesquisa Política no. 4/4.74, preparado pelo Centro de Pesquisas do Instituto Stanford (Stanford Research Institute Center --- SRI) para Estudo de Política Social, diretor Willis Harman. Mimeografado em 319 páginas, foi preparado por um grupo de 14 pesquisadores e supervisionado por um painel de 23 controladores, incluindo a antropóloga Margaret Mead, o psicólogo B. F. Skinner, Ervin Lazlo da ONU (Organização das Nações Unidas), e Sir Geoffrey Vickers, da Inteligência britânica. O objetivo do estudo, afirmaram os autores, é a mudança da imagem da humanidade, do progresso industrial para o “espiritualismo”. Afirma que, em nossa atual sociedade, a “imagem do homem industrial e tecnológico” é obsoleta e deve ser “descartada”:

“Muitas de nossas atuais imagens parecem ter se tornado perigosamente obsoletas, ... A ciência, a tecnologia e a economia tornaram possíveis passos realmente significativos, para alcançar objetivos

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humanos básicos como segurança e sanidade física, conforto material e saúde melhor. Mas muitos desses sucessos truxeram consigo problemas de serem bem sucedidos demais --- problemas que por si parecem insolúveis, dentro do conjunto de promessas sociais que levam à sua emergência... Nosso sistema de tecnologia altamente desenvolvida conduz a maior vulnerabilidade e fracassos. Na verdade, o nível e o impacto inter-relacionado dos problemas sociais que agora surgem provocam uma séria ameaça a nossa civilização... Se nossas projeções futuristas se provarem corretas, podemos esperar que os problemas de associação da tendência tornem-se mais sérios e universais, e que ocorram mais rapidamente”.

Portanto, conclui o SRI, devemos mudar a imagem industrial-tecnológica do homem rapidamente: “A análise da natureza dos problemas sociais contemporâneos leva à conclusão de que... as imagens do homem que dominaram os últimos dois séculos serão inadequadas à era pós-industrial”. Desde a elaboração deste relatório Harman, um Presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, supostamente viu OVNIS; seu Assessor de Segurança Nacional, Zbigniew Brzezinski, discursou proclamando o advento da Nova Era; os chefes do Estado Maior Conjunto toda manhã lêem os chamados relatórios de Inteligência sobre bioritmos e horóscopos de membros do Politburo soviético; e a Câmara dos Representantes (Deputados) estabeleceu um novo comitê congressual, chamado Câmara de Compensação Congressual do Futuro, onde Ferguson e seus iguais podem vir fazer conferências para uma centena de congressistas. (25) O que começou como a criação britânica da contra-culturra, para abrir mercado para suas drogas, percorreu um longo caminho.

A CONEXÃO LSD Quem forneceu as drogas que inundaram o movimento pacifista e os campus dos colégios dos Estados Unidos, no final dos anos 60? A infra-estrutura do crime organizado --- que erigira a Conexão Pequim para o comércio de ópio em 1928 --- prestou os mesmos serviços, nos anos 60 e 70, que forneceu durante a Lei Seca. Era a mesma rede com a qual Huxley estabelecera contato em Hollywood, durante os anos 30. A conexão LSD começa com William “Billy” Mellon Hitchcock, que se diplomara na Universidade de Viena e era rebento da família banqueira milionária Mellon, de Pittsburgh. Andrew Mellon, da mesma família, fora Secretário do Tesouro americano durante a Lei Seca. Em 1963, quando Timothy Leary foi expulso de Harvard, Hitchcock alugou uma mansão de 55 quartos em Millbrook, Nova York, onde todo o círculo Leary-Huxley de iniciados se abrigou, até sua última mudança de volta à Califórnia. (26) Hitchcock era também corretor do sindicato Lansky e da companhia Fiduciary Trust (Fiduciary Trust Co.) de Nassau (Grande Bahamas) --- uma subsidiária pertencente 100% ao IOS (Investors Overseas Services). Foi formalmente empregado pela Investimentos Delafield & Delafield (Delafield & Delafield Investments), onde negociou vastas quantidades de ações da Companhia de Pintura Mary Carter, que logo se tornaria Resorts International. Em 1967, o Dr. Richard Alpert pôs Hitchcock em contato com Augustus Owsley Stanley III. Como seu agente, Hitchcock levou o escritório de advocacia Rabinowitz, Boudin e Standard (27) a conduzir um estudo das possibilidades dos vários países caribenhos, para determinar a melhor localização para produção e distribuição de LSD e hashishe. Durante este período, Hitchcock entrou para o círculo de Leary na Califórnia, que estabelecera um culto ao LSD chamado Irmandade do Amor Eterno (Brotherhood of Eternal Love), e várias companhias de fachada, inclusive a incorporação Mundo das Artes Místicas (Mystics Art World, Inc.) de Laguna Beach (Califórnia). Estas entidades californianas faziam um lucrativo tráfico de maconha mexicana e LSD trazido da Suíça e Grã-Bretanha. A conexão britânica fora estabelecida diretamente por Hitchcock, que contratou a firma química Charles Bruce para importar grandes quantidades dos componentes químicos do LSD. Com financiamento tanto de Hitchcock quanto de George Grant Hoag, herdeiro da fortuna de J. C. Penney, a Irmandade do Amor Eterno estabeleceu operações de produção e comercialização de LSD e hashishe na Costa Rica em 1968. (28) Pelo fim deste ano, Hitchcock expandiu a produção de LSD e hashishe pelo Caribe, com fundos da Companhia Fiduciary Trust (IOS). Em conjunto com J. Vontobel e Companhia (J. Vontobel and Co.) de Zurich, Hitchcock fundou uma corporação chamada 4-Star Anstalt, em Liechtenstein. Esta, empregando “fundos de investimento” (quer dizer, rendas das drogas) da Fiduciary Trust, comprou grandes extensões de terra na Grande Bahama, e grandes quantidades de tartarato de ergotamina, o produto químico base para produção do LSD. (29) O toque pessoal de Hitchcock na conexão LSD terminou abruptamente vários anos depois. Estivera ele trabalhando em contato estreito com Johann F. Parravacini, do Banco Parravacini Ltd (Parravacini Bank Ltd.) de Berna (Suíça). Desde 1968, ambos haviam expandido os estabelecimentos de LSD e hashishe caribenhos-californianos. No começo dos anos 70, em resultado da investigação da SEC (Securities and Exchange Commission --- Comissão de Títulos e Câmbio),

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ambos foram indiciados e condenados por uma fraude com ações de 40 milhões de dólares: Parravacini registrara tal venda para Hitchcock, mas este não pagara nem um centavo ou dera títulos em pagamento. Este foi um dos raros exemplos nos quais os investigadores federais tiveram sucesso em entrar no movimento de 200 bilhões de dólares das drogas, enquanto este girava pela banca “offshore”. Outro canal de lavagem de dinheiro sujo das drogas --- ainda a ser investigado pelas agências federais --- é importante de se anotar aqui. É o uso de fundos isentos de impostos para financiar terrorismo e ambientalismo. Um caso relevante imediato pode ser citado: Em 1957, Robert M. Hutchins, da Universidade de Chicago, estabeleceu o Centro para Estudo das Instituições Democráticas (CSDI) em Santa Bárbara, Califórnia. Ali, o Cavaleiro Comandante Hutchins recebeu Aldous Huxley, Elisabeth Mann Borghese e alguns sábios de Rhodes, originalmente trazidos para a Universidade de Chicago nos anos 30 e 40. O CSDI foi originalmente financiado, de 1957 a 1961, por um fundo de vários milhões de dólares que Hutchins conseguira estabelecer antes de sua demissão intempestiva da Fundação Ford. De 1961 em diante, o Centro foi financiado principalmente pelo crime organizado. Os 2 canais principais foram o Fundo dos Fundos, fachada isenta de impostos do IOS de Bernie Cornfeld, e a Fundação Parvin, fachada paralela para a companhia Parvin-Dohrman, de Nevada. O IOS e a Parvin-Dohrman tinham interresses controladores no Desert Inn, no Aladdin e no Dunes, todos cassinos de Las Vegas associados ao sindicato de Lansky. O IOS, como já se disse, distribuiu LSD, hashishe e maconha durante os anos 60. (30) Somente em 1967, o IOS arrecadou de 3 a 4 milhões de dólares para o Centro. Onde há drogas, há Narcotráfico S. A.

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NOTAS: PARTE 8 CAPÍTULO 1: A CONSPIRAÇÃO AQUARIANA

1. Ferguson, Marilyn-A Conspiração Aquariana, Los Angeles, J. P. Tarcher, 1980, pg.19. 2. Ghalioungui, Paul-A Casa da Vida, Mágica e Ciência Médica no Antigo Egito, Nova York, Schran

Enterprises, 1974. 3. Toynbee, Arnold-Estudo da História, Nova York, Oxford University Press, 1935. 4. Green, Martin-Filhos do Sol, Narativa da Decadência na Inglaterra Após 1918, Nova York, Basic Books, 1976. 5. Ver Clark, Ronald William-Os Huxley, Nova York, McGraw-Hill, 1968. 6. Wells, H. G.-Antecipações da Reação do Progresso Mecânico e Científico na Vida Humana e no Pensamento,

Nova York, Harper and Row, 1902. 7. Blavatsky, Helena P.-Ísis Revelada, Chave Mestra dos Mistérios da Ciência Antiga e Moderna e da Teologia,

Los Angeles, Teosophy Co., 1931. 8. King, Francis-Sexualidade, Mágica e Perversão, Nova York, Citadel, 1974, pg. 118. 9. Ferguson, Marilyn-A Conspiração Aquariana, Los Angeles, J. P. Tarcher, 1980, pgs. 126s. 10. Instituto de Estudos Políticos, “Os Primeiros 10 Anos, 1963-1973”, Washington ,DC, 1974. 11. Osmond, Humphrey-Compreendendo a Compreensão, Nova York, Harper and Row, 1974. 12. Catálogo de documentos da Corporação Rand. 13. Bateson, Gregory-Passos para a Ecologia da Mente, Nova York, Chandler, 1972. 14. Metzner, Ralph-A Aventura Estática, Nova York, Macmillan, 1968. 15. Clark, Ronald William-Os Huxley, Nova York, McGraw-Hill, 1968. 16. Minnicino, Michael-“Operações de Baixa Intensidade, a Teoria Reesiana da Guerra”, The Campaigner, abril

de 1974. 17. Theodor Adorno era um professor importante na Escola de Frankfurt de Pesquisa Social na Aalemanha,

fundada pela Sociedade Fabiana britânica. Colaborador do formalista e agente da Inteligência britânica Arnold Schoenberg, Adorno foi trazido aos Estados Unidos em 1939, para dirigir o Projeto de Pesquisa em Rádio de Princeton. O objetivo do projeto, como dito na INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DA MÙSICA de Adorno, era programar uma cultura “musical” das massas que degradasse firmemente seus consumidores. O rock punk é, em sentido direto, o resultado último do trabalho de Adorno.

18. Adorno, Theodor-Introdução, Nova York, Seabury Press, 1976. 19. Hirsch, Paul-“Estrutura da Indústria de Música Popular; processo de filtragem pelo qual gravações são pré-

selecionadas para consumo público”, monografia do Centro de Pesquisas e Supervisão do Instituto de Pesquisa Social, 1969.

20. Clark, Ronald William-Vida de Bertrand Russell, Nova York, Alfred A. Knopf, 1976, pg. 457. 21. Relatório da Comissão do Crime em Illinois, 1969. O Instituto de Estudos Políticos (IPS) foi estabelecido em

1963, por Marcus Raskin, antigo Assessor de Segurança Nacional sob o diretor do NSC (National Security Council --- Conselho de Segurança Nacional) McGeorge Bundy, e por Richard Barnet, antigo conselheiro do Departamento de Estado para controle de armas e desarmamento. Do consellho de curadores do IPS participavam Thurmond Arnold, James Warburg, Philip Sten e Hans Morgenthau, com dinheiro da Fundação Ford (mais tarde dirigida por McGeorge Bundy). O IPS funcionou como a fábrica de idéias (Think-tank) da “Nova Esquerda” e centro de controle de comunidades locais, centros de saúde comunitários e organizações diretamente terroristas. Em seu relatório “Os Primeiros 10 anos”, o Instituto lista, entre seus conferencistas e agregados, membros do grupo Weathermen e conhecidos associados do Exército Vermelho Japonês, das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN) terroristas de Porto Rico e do Exército de Libertação Negra. Ver também CARTER E O PARTIDO DO TERRORISMO INTERNACIONAL, relatório especial do Partido Trabalhistta americano, agosto de 1976.

22. Ferguson, Marilyn-A Conspiração Aquariana, Los Angeles, J. P. Tarcher, 1980, pg. 24. 23. Zoakos, Criton e outros-Acabem com a Conspiração Aquariana, Cidadãos para a monografia de LaRouche,

Nova York, 1980, pgs. 60-63. 24. Ibid. 25. Ibid., pgs. 10-12. 26. Warth, Mary Jo-“História dos que lucraram com o ácido”, VOZ DO VILLAGE, 22 de agosto de 1974. 27. Ibid. 28. Ibid. 29. Ibid. 30. Hutchinson, VESCO.

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PARTE 9 LOBBY NAS DROGAS: CRIMINOSOS

VÊM À LUZ

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1 INCENTIVADORES DAS DROGAS NO

GOVERNO Em 1978, na Califórnia, um projeto de lei foi apresentado à Câmara Estadual descriminalizando todo uso de drogas, afirmando que isto liberaria as agências policiais e judiciais para lidarem com “crimes mais sérios”. O autor do projeto era o Deputado Estadual Willie Brown, lobista pago pela Resorts International. Eis uma pista da verdadeira natureza do lobby da Narcotráfico S. A. O que diz ela, ao estado da Califórnia, sobre o maior lobby das drogas nos Estados Unidos, durante a Presidência de James Earl Carter, ser o Poder Executivo americano? Já em 15 de março de 1977, o NEW YORK TIMES relatara o fato de que “a administração Carter pediu hoje ao Congresso para descriminalizar a posse de maconha, e disse que estava ´re-examinando cuidadosamente` sua posição quanto às penalidades por posse de cocaína”. Em 2 de agosto seguinte, Jimmy Carter afirmou, em sua Mensagem ao Congresso, “Apoiei mudança nas leis para acabar com as penalidades ciminais federais pela posse de até uma onça (31,1g) de maconha, deixando os estados livres para adotarem as leis que quiserem, concernentes à maconha. Descriminalização não é legalização”. A administração Carter compreendia 4 membros do conselho consultivo da NORML, o lobby oficial das drogas no país. E o próprio Carter não tivera escrúpulos em receber dinheiro das drogas para financiar suas aspirações políticas. Sua campanha Presidencial de 1976 recebeu 1 milhão de dólares em doações por vendas de discos e bilhetes de Phil Walton, chefe da Gravadora Capricórnio (Capricorn Records), subsidiária da Warner Comunicações (Warner Communications). O meio promocional de Walton foi a banda de rock Irmãos Allman (Allman Brothers), presa em 1976 e condenada por contrabando de cocaína. Não obstante, a banda foi convidada a tocar nos eventos da campanha de Carter, e com a família Carter em várias ocasiões, não muito após a condenação. (1) O problema, entretanto, não acabou com Jimmy Carter. O lobby das drogas entrou para o Executivo com a criação dos chamados painéis de aconselhamento presidencial sobre abuso de drogas. O primeiro foi o Conselho sobre Abuso de Drogas (Drug Abuse Council --- DAC), fundado em 1972 pelo então diretor da Fundação Ford, McGeorge Bundy, com 1 milhão de dólares. Durante a primeira metade dos anos 70, o DAC focalizou a promoção da metadona como o primeiro meio de lidar com o vício da heroína. Uma vez aceita em certos círculos a idéia da metadona, o DAC pediu um “sistema legal de distribuição” de heroína “para competir com o ilegal”. O DAC era partidário entusiasta da “descriminalização” da maconha. (2) Em seguida à publicação de seu primeiro relatório em apoio ao sistema britânico de distribuição de heroína, o DAC recebeu fundos extras da Fundação Kaiser e do Fundo Commonwealth, que mais do que dobraram seus lucros anuais. Este último Fundo é assim nomeado pela Commonwealth britânica, e é formalmente chefiado pela rainha Elizabeth II da Inglaterra. O relatório final do DAC, antes de ser dissolvido em abril de 1980, ultrajou funcionários anti-drogas e policiais. Intitulado “Estudo sobre Abuso de Drogas”, o relatório pedia a legalização da maconha e diminuição das penalidades por posse de cocaína, hashishe e metadona. (3) O fundador oficial do DAC, Dr. Andrew Weil, veio para o Conselho saindo da faculdade da Universidade de Harvard. Serviu no conselho consultivo da NORML e como editor contribuinte da revista do lobby das drogas, a pornográfica HIGH TIMES. Embora o DAC tivesse sido dissolvido, ainda é correto falar do Conselho no presente; muitos de seu pessoal foram absorvidos pela administração Carter, e daí em diante tornaram-se propagandistas “respeitáveis” do lobby internacional das drogas. O Dr. Norman Zinberg é exemplo. Co-autor do “Estudo” do Conselho, Zinberg foi presidente do Painel Tarefa de Ligação da Comissão Presidencial de Saúde Mental (Liaison Task Panel of the President`s Commission on Mental Health) e conselheiro do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (National Institute on Drug Abuse). Também é co-fundador do NORML e membro atual do conselho assessor da organização. Professor de psiquiatria na Univesidade Harvard, Zinberg foi enviado pelo Pentágono ao Vietnã em 1971, para estudar os efeitos do vício de heroína nos

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soldados americanos. Logo após retornar, ele co-fundou a NORML e escreveu: “Drogas devem ser legalizadas... Há falta de conhecimento sobre como usar as drogas, mas se educarmos a população, o mau uso terminará... Por fim, as drogas são parte da vida social”. O presidente do DAC, Dr. Thomas Bryant, tornou-se presidente da Comissão Presidencial de Saúde Mental (President`s Commission on Mental Health), de Rosalyn Carter. Bryant também é membro do conselho assessor da NORML. Antes da Comissão ser dissolvida em 1978, publicou um relatório final, também de autoria de Zinberg, repetindo que o problema com as drogas psicoativas é que os americanos não são educados no uso das drogas alteradoras da mente, daí o “mau uso”. A Comissão estava diretamente ligada ao Instituto Nacional de Saúde Mental (National Institute of Mental Health), fundado pelo Dr. Nathan Kline. Perito em vudu haitiano, Kline recomendou que o vudu fosse importado para os Estados Unidos como “instrumento terapêutico” em conjunto com as drogas. Em 1955, Kline depôs perante o Congresso sobre a necessidade de financiamento federal para pesquisa com drogas psicotrópicas, financiamento que acabou no MK-Ultra. Kline e seus colegas não tem vergonha de revelar o propósito real por trás do lobby das drogas: o controle social. Afirma ele: “Agora pode ser que possamos tornar as drogas, que servem para algum objetivo útil, atrativas o suficiente para se tornarem viciantes. Talvez possamos introduzir nas drogas apropriadas algum fator viciante para que se possa induzir ao seu uso, e não a se evitá-las”. (4) Outra agência pró-droga que habitou a Casa Branca de Carter foi o Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Estabelecido no começo dos anos 70, o Instituto é uma câmara de compensação de financiamentos de programas de tratamento de drogas, e pesquisa dos efeitos médicos e sociais das mesmas. Também recomendou a descriminalização da maconha. Até 1979, o diretor do Instituto foi Dr. Robert DuPont, diplomado pela Universidade Emory de Atlanta. DuPont é conhecido por haver proposto à ONU a descriminalização internacional da maconha, afirmando que uma vez isto feito, o cultivo doméstico deveria ser encorajado. Foi demitido do Instituto quando acusado de malversação de fundos. Mas o lobby das drogas realmente tomou conta do governo quando o conselheiro pessoal de Jimmy Carter, e seu conterrâneo da Geórgia, Peter Bourne, mudou-se para o Escritório de Políticas sobre Abuso de Drogas (Office of Drug Abuse Policy). Chamado então Ramo Político das Drogas (Drug Policy Branch) da Política Doméstica de Pessoal da Casa Branca (White House Domestic Policy Staff) sob Stuart Eizenstat, o Escritório era canal direto, para o Salão Oval, de qualquer estudo, proposta e cenário feito pelo DAC, pelo Instituto Nacional e pela NORML Bourne chegou às primeiras páginas da mídia nacional em 1979, quando foi forçado a renunciar, após a descoberta de que estava preenchendo receitas ilegais de Quaaludes para o pessoal de seu escritório. Entretanto, continuou confidente íntimo de Jimmy Carter. Por admissão do próprio Presidente, foi Bourne que supervisionou a transição de Carter para um fundamentalismo “renasido”. Produto da Universidade Emory, onde o seu pai dirige o centro de psicologia comportamental (Behavioral Psychology Center), Bourne fez sua residência psiquiátrica na Clínica Médica Livre Haight-Ashbury, em São Francisco Antes de sua residência com o MK-Ultra na Califórnia, Bourne foi psiquiatra militar no Vietnã, onde dirigiu “testes de stress” nos Boinas Verdes, e estudou os soldados viciados em heroína. Nos anos 70, Bourne voltou à Geórgia, onde tornou-se conselheiro especial em assuntos de saúde, e tinha a única licença de aplicação de metadona no estado, sob o Governador Jimmy Carter. Logo após vir para Washington com este, Bourne ajudou a fundar a NORML sendo desde então, membro do conselho assessor do lobby. Há outro membro da NORML no Executivo, Mathea Falco. Este membro do conselho assessor da NORML foi Secretário-assistente de Estado para o controle de narcóticos. Durante a administração Carter, duas leis vieram ao Congresso pedindo a legalização nacional da maconha: a lei Javits-Koch e a lei Senatorial 1722 para rever o código criminal americano, patrocinada pelo Senador Edward Kennedy.

O CULTO DA MORTE POR DROGAS DOS KENNEDY Nos Estados Unidos, o Senador Edward Kennedy e o Instituto Joseph e Rose Kennedy para Estudo da Reprodução Humana e Bioética (Joseph and Rose Kennedy Institute for the Study of Human Reproduction and Bioethics) da Universidade de Georgetown, da família, são os porta-vozes para uma das mais satânicas operações já dirigidas pela

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Mui Venerável Ordem Militarr de São João de Jerusalém, o chamado movimento dos hospícios. Nos Estados Unidos, tem a rubrica “Direito de Morrer”. Os Cavaleiros começaram seu movimento no século XI, quando Cavaleiros Hospitalários organizaram hospícios como um “culto à morte”, onde os doentes recebiam drogas alucinogênicas ao invés de tratamento médico. Os hospícios tornaram-se conhecidos como pontos de disseminação de drogas e venenos mortais, freqüentemente dirigidos aos adversários dos Cavaleiros. Em 1967, a Ordem ressuscitou seu movimento dos hospícios do século XI no Hospício São Cristóvão em Londres, onde aos “pacientes” era administrado um “sedativo” chamado Mistura Brompton, de heroína, cocaína, álcool, tranqüilizantes e clorofórmio, cada 3 horas, até a morte. (5) Em 1977, a Ordem lançou o movimemto dos hospícios nos Estados Unidos. Advoga a descriminalização da heroína e cocaína, com a desculpa “humanitária” de que todos tem direito humano a morrer conforme acharem melhor. Para propagarr o movimento, a Ordem fundou o Comitê Nacional para Tratamento da Dor Intratável (National Committee on the Treatment of Intractable Pain --- NCTIP). Seu presidente honorário é Lady Mary Ward, especialista britânica no movimento, que fundou a Incorporação Hospício (Hospício, Inc.) em Connecticut, como a primeira “clínica da morte” em funcionamento nos Estados Unidos. O diretor do NCTIP é outro britânico, Arthur Trebach. Professor do Centro para Administração da Justiça (Center for the Administration of Justice) na Universidade Americana em Washington DC, Trebach é também diretor do Instituto sobre Drogas, Crime e Justiça (Institute on Drugs, Crime and Justice) na Grã-Bretanha. Nos últimos 5 anos, Trebach patrocinou centenas de estudantes americanos de medicina e outros profissionais, para sessões especiais de doutrinação no Colégio Imperial de Ciência e Tecnologia da Universidade de Londres (Imperial College of Science and Technology, University of London). O tema é o “sucesso” da política britânica de legalizar heroína para refrear o problema da droga ilegal. (6) Nos Estados Unidos, a Incorporação Hospício é financiada pela Fundação Kaiser, que inclui em seu conselho Kingman Brewster, embaixador de Carter na Corte de St. James (Grã-Bretanha). A participação dessa fundação na guerra do ópio britânica data de 1958, quando o Dr. Timothy Leary conduziu suas primeiras experiências com LSD no Hospital Experimental da Fundação Kaiser (Foundation`s Kaiser Experimental Hospital) em São Francisco. A outrra instituição atualmente envolvida no financiamento do projeto hospício é o Instituto Kennedy para Bioética (Kennedy Institute for Bioethics). Em outubro de 1978, o 1º. Encontro da Organização Nacional dos Hospícios (National Hospice Organizing Meeting) foi realizada em Washington DC; os dois principais conferencistas foram o Secretário de Saúde, Educação e Bem Estar (Secretary of Health, Education and Welfare) de Carter, Joseph Califano, e o Senador Edward Kennedy, antigo presidente do Comitê Judicial do Senado (Senate Judiciary Committee) e membro importante do Comitê de Saúde Pública (Senate Health Public Commmittee) do mesmo.

COMO NOVA YORK SE TORNOU FORTALEZA DA NARCOTRÁFICO S. A. Espantosas provas das relações entre o falecido Senador Jacob Javits e a gangue dos Bronfman surgiram em 1977, quando uma lei de descriminalização da maconha foi aprovada no estado de Nova York. Subseqüentemente, um comitê de investigação mostrou um salto de 300% no abuso adolescente de maconha no estado. Patrocinador desde 1968 de leis para descriminalisar a maconha nacionalmente, Javits e o congressista Edward Koch, antigo prefeito de Nova York, foram os patrocinadores mais francos da lei estadual de legalização da maconha. Durante a legislatura de 1977, a lei foi derrotada. Um movimento sem precedentes, incentivado pessoalmente pelo antigo Senador e Governador Hugh Carey, conduziu uma campanha de pressão em nome de uma versão reintroduzida da mesma lei, que passou por um voto em junho de 1977. Este voto decisivo foi dado por um membro gravemente doente e hospitalizado, que foi transportado de helicóptero de sua cama pela polícia estadual por ordem pessoal do governador. Essas medidas extraordinárias foram talvez esclarecidas várias semanas mais tarde, quando Edgar Bronfman fez um “empréstimo” pessoal a Carey de 350.000 dólares, para pagar as dívidas de campanha do governador em 1974. O empréstimo violava as leis financeiras de campanhas estaduais e federais.

A NORML DE KENNEDY Como presidente do Comitê Judiciário do Senado, Kennedy necessariamente se afasta de uma postura abertamente lobista das drogas, a fim de manter um mínimo de credibilidade perante o poderoso lobby policial. Entretanto, a família Kennedy está diretamente representada no conselho assessor da NORML pelo seu ex-cunhado Peter Lawford.

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Kennedy também está até o pescoço nas atividadees criminosas offshore de Lansky-Vesco. No topo da lista de contribuintes da campanha de Kennedy de 1976 está Joseph Linsey, importante “filantrôpo”, também conhecido como chefão do crime organizado da Nova Inglaterra (Região nordeste dos Estados Unidos, como Massachusetts, New Hamesphire, etc. --- N. T.). Linsey foi sócio comercial de Meyer Lansky na Incorporação Distribuidora Hotel Aeroporto Internacional (International Airport Hotel Distributing, Inc.). A fortuna dos Kennedy está mais diretamente vinculada a Lansky através da conexão já documentada, Resorts International-Intertel. Em nenhum lugar tal conexão é mais evidente que em Nova Jersey, onde uma combinação de “especialistas em watergate” do Departamento de Justiça agrupam-se com partidários pagos para legalizar o jogo de cassino por um lobby de 1 milhão de dólares da Resorts International. O antigo Governador de Nova Jersey, Brendan Byrne, recrutado do escritório do Procurador do condado de Essex pelo Departamento de Justiça de Kennedy, e instalado na mansão do governador, é um porta-voz nacional para descriminalização das drogas. Como presidente da Administração Assistente Policial (Law Enforcement Assistance Administration --- LEAA) do Comitê Assessor Nacional sobre Padrões e Objetivos de Justiça Criminal (National Advisory Committee on Criminal Justice Standards and Goal), Byrne organizou uma série de estudos apoiando a descriminalização da maconha e do jogo de cassino. A NORML, organização de compensação para vários cultos dionisíacos locais e legisladores “liberais”, é em si um disfarce pouco velado, pelo qual a influência venenosa do crime organizado estende-se para os colégios e comunidades do país. A NORML é virtualmente indistinguível da revista pornográfica cultista de drogas HIGH TIMES, que gaba-se de ter circulação de centenas de milhares de exemplares predominantemente entre usuários de drogas nos colégios. A revista apresenta dúzias de páginas de anúncios de parafernália para drogas, instruções de produção e uso de drogas legais e ilícitas, fotos pornográficas e entrevistas com vários “altos sacerdotes” do culto rock-drogas. A NORML é financiada pelos lucros da HIGH TIMES, por uma média de 100.000 dólares anuais de doações de impostos da Fundação Playboy e por “contribuições anônimas freqüentes de comerciantes de drogas”. O Conselho Assessor da NORML inclui Max Palevsky, presidente do conselho da Corporação Xerox; Hugh Hefner, proprietário das Empresas Playboy; William F. Buckley Jr.; Burton Joseph, diretor da Fundação Playboy; cônego Walter D. Dennis da Catedral de São João Divino de Nova York, “templo e quartel-general” da Ordem de São João de Jerusalém nos Estados Unidos; e Stewart Mott, herdeiro da fortuna da General Motors. Os conselheiros gerais da NORML, Michael Kennedy e Gerald Lefcourt, também serviram como conselheiros para a FALN (Forças Armadas de Libertação Nacional), terroristas de Porto Rico e Mark Rudd, líder da Weather-underground.

O PREÇO Qual foi o preço cobrado dos Estados Unidos, enquanto a Narcotráfico S. A. estende suas operações para cada área do governo, inclusive a Presidência? Em depoimento perante o Sub-comitê de Justiça Criminal no Comitê Judiciário do Senado em novembro de 1979, Robert DuPont, então chefe do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, relatou que o “aumento no uso de maconha entre os jovens está literalmente fora dos gráficos nos Estados Unidos. Os dados mais recentes mostram que 1 em cada 9 colegiais fuma maconha todo dia do ano escolar”. Em novembro de 1978, o Serviço de Abuso de Substâncias do estado de Nova York mostrou que o uso de maconha em escolas públicas nos graus 7 a 12 aumentou em 300% desde a descriminalização da maconha 18 meses antes. O relatório também mostra uma taxa de experimentação de 10% da cocaína pelo mesmo grupo etário. Um estudo da Universidade de Michigan publicado em janeiro de 1980 mostrou que o uso de cocaína pelos colegiais subira para 12%, o dobro de 1975. Em 1978, pesquisas estaduais no Maine e Maryland mostraram que 1 de cada 6 colegiais usava maconha diariamente, e que uma percentagem crescente de crianças abaixo de 12 anos fumam maconha. Um relatório do Departamento de Saúde e Serviços Humanos de Carter, publicado em junho de 1980, relatou que a proporção de pessoas de 18 a 24 anos que usaram maconha alguma vez na vida, pulara de 4% em 1962 para 60% em 1977, e 68% em 1979. Entre os jovens entrevistados, quase a metade que usara maconha disse que o fizera ao menos 100 vezes. No mesmo grupo etário, de acordo com o relatório, 19% provara cocaína ao menos uma vez em 1977. Em 1979, a percentagem pulara para 28%, um aumento de quase 50%.

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Estima-se que cada ano, de meio a um milhão de adolescentes tornam-se usuários de maconha e outras drogas perigosas. A guerra do ópio britânica contra os Estados Unidos apodera-se de uma geração de americanos e reclamará toda a nação, se não for parada agora.

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NOTAS: PARTE 9 CAPÍTULO 1: INCENTIVADORES DAS DROGAS NO GOVERNO

1. EXPLODE A DROGA NA CASA BRANCA, monografia, Nova York, Campaigner Publications, 1977. 2. “Quem está incentivando drogas na América?”, GUERRA ÀS DROGAS, agosto de 1980, 1: 14-27.

3. Ibid., op. cit., pg. 20.

4. “História por trás das drogas alucinógenas”, GUERRRA ÀS DROGAS, outubro de 1980.

5. “MOVIMENTO DOS HOSPÍCIOS --- TIRANDO A DOR DO GENOCÍDIO”, NOVA SOLIDARIEDADE, v.

IX, no. 62, 6 de outubro de 1978. Ver também Stoddard, Sandol, MOVIMENTO DOS HOSPÍCIOS, Briarcliff Manor, Nova York, Stein e Day, 1978.

6. Lista de seminários para o 5º. Instituto sobre Drogas, Crime e Justiça na Grã-Bretanha, realizado em Londres

em julho de 1978. O Instituto organizou 7 conferências anuais no Colégio Imperial da Universidade Londres, trazendo universitários e funcionários de saúde pública americanos para estudar o abuso de drogas na Grã-Bretanha e o “modelo britânico” de tratamento.

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APÊNDICE C ADL - EMPRESA DE RELAÇÕES

PÚBLICAS DA NARCOTRÁFICO S. A.

1. QUE É A ADL ? A Liga Anti-Difamação (ADL) de B`nai B`rith proclama-se uma corporação sem fins lucrativos, “destinada a eliminar a difamação aos judeus e a outros grupos religiosos e étnicos; a fomentar a verdadeira compreensão entre todos os povos; e a preservar e dar maior efeito aos princípios da liberdade, igualdade e democracia” (dos Estatutos da ADL de B`nai B`rith, conforme aprovados pela Comissão Nacional de junho de 1982). Nada mais afastado da realidade. Em violação flagrante e repetida da Seção 501 (c) 3 dos códigos do Serviço de Rendas Internas (Internal Revenue Service --- IRS), a ADL opera como organização de interesse público isenta de impostos, enquanto na realidade se engaja em uma grande variedade de atividades inerentemente criminosas por sua natureza, inclusive interferência no processo policial e judicial, apoio a organizações terroristas domésticas e internacionais, instigação de “crimes de ódio”, espionagem, apoio a traficantes de narcóticos internacionais suspeitos, atividades políticas não registradas, e atividades secretas em nome de governos estrangeiros hostis e agências governamentais americanas geralmente ligadas à social-democracia internacional. É histórico que antes, durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, a ADL funcionou como braço de “ação secreta” da Executiva britânica de Operações Especiais (SOE), sob seu chefe Sir William “Intrépido” Stephenson nos Estados Unidos, em conexão estreita com a Divisão 5 do FBI. Através de sua Comissão Nacional, com 151 membros, e seus empregados nos escritórios regionais em 31 cidades nos Estados Unidos, e um grupo de lugares na Europa, no Oriente Médio, na Ibero-américa e na União Soviética (um escritório em Moscouu está em processo de abertura, a convite do Presidente Mikhail Gorbachov), a ADL opera como força-tarefa secreta, cuja influência corruptora estende-se pela comunidade financeira, pelo establishment legal, pela mídia e pelo governo americano a nível federal, estadual e local. Acima de tudo, a ADL é fachada de relações públicas para aquele ramo do crime organizado americano, fundado por Meyer Lansky nas primeiras décadas deste século, sob patrocínio e financiamento de interesses financeiros anglo-americanos importantes. Os empregados da ADL ficaram assim supostamente muito assombrados quando Lyndon LaRouche apelidou a ADL de Lobby Americano das Drogas (American Drug Lobby)”. Mais recentemente, a ADL aprofundou seus laços com o serviço estrangeiro de Inteligência soviética em operação no ocidente, e nas recém libertadas nações da Europa Centrral. 2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E PESSOAL CHAVE A ADL, de acordo com seus estatutos, é dirigida por uma Comissão Nacional (NC), que atualmente tem 151 membros. É presidida por um presidente nacional, hoje Burton Levinson, advogado de Beverly Hills (Califórnia). A Comissão Nacional reúne-se estatutariamente uma vez por ano. De acordo com o Artigo VII dos estatutos, no intervalo entre as assembléias anuais da NC, o Comitê Nacional Executivo da ADL (National Executive Committee --- NEC) atua por ela. Este é composto de um presidente (agora Ronald B. Sobel, rabbi sênior do Templo Emanu-El da cidade de Nova York) e um vice presidente; os participantes eleitos da NC, presidente, vice presidente executivo e presidentes honorários (antigos) da B`nai B`rith, junto com seus correspondentes da B`nai B`rith Mulheres (B`nai B`rith Women); os presidentes designados de todos os comitês da ADL em atividade; e o presidente da Fundação ADL, junto com 15 membros adicionais eleitos pela NC. A ADL é formalmente afiliada à B`nai B`rith. Entretanto, a conexão é mantida principalmente pela representação da B`nai B`rith na Comissão Nacional da ADL. Diferenrtemente de sua organização base B`nai B`rith, a ADL não é uma organização aberta. Não se pode entrar para a ADL; ser membro, só por apresentação ou convite. Neste sentido, a ADL tem maior parecença com as lojas secretas da Maçonaria do que com sua organização base, concebida originalmente em meados do século XIX como ramo judeu da Maçonaria Britânica. O atual presidente da B`nai B`rith é Seymour D. Reich, ativista há muito tempo e empregado da ADL antes de sua eleição para aquele posto. Dos atuais 151 membros ativos da Comissão Nacional, um grupo central menor dirige

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todas as atividades do pessoal da ADL pela participação nos comitês atuais da NC. Estes são organizados em paralelo preciso com o pessoal das divisões e departamentos da ADL, assim permitindo ao máximo, o fluxo de ordens e informações da NC para as atividades diárias dos empregados da Liga. Neste sentido, Edgar Bronfman e outros Comissários Nacionais importantes dirigem a ADL. Os presidentes dos comitês em atividade da ADL que, junto com os membros dos comittês, são designados pelo presidente nacional, incluem: Howard P. Berkowitz, Planejamento; Donald R. Mintz, Direitos Civis; Michael Nachman, Serviço Comunitário; Sherwin Newar, Orçamento; Melvin I. Salberg, Comunicações; Michael E. Schultz, Administração; Joel Sprayregen e Lucille Kantor, Assuntos internacionais; David H. Strassler, Relações Inter-grupais; Robert G. Sugarman, Liderança; e William Veprin, Desenvolvimento. Esses comitês correspondem às divisões do pessoal da ADL em tempo integral. As divisões incluem: • Administração: Ligada aos assuntos internos da ADL, é dirigida por Philip Shamis, anteriormente

controlador do Comitê Judeu Americano (American Jewish Committee). • Direitos Civis: Esta divisão trabalha por departamentos como Pesquisa de Fatos (chefiado por Irwin Suall),

Pesquisa e Avaliação (Alan M. Schwartz), Assuntos Legais (Steven M. Freeman), escritório em Washington DC (Jess Hordes), onde uma Força-Tarefa sobre Criminosos Nazistas de Guerra (Elliot Welles) está baseada, e 4 coordenadores regionais de área. Seu diretor é Jeffrey P. Sinensky, que foi diretor associado da divisão.

• Serviço Comunitário: Esta dirige os 31 escritórios regionais por todos os Estados Unidos, cujos diretores trabalham estreitamente (ligados) a conselhos regionais designados pela NC. Seu diretor é Charney V. Bromberg, que foi diretor representante do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Judeu Americano.

• Comunicações: Lida com relações públicas e produção de material. Até janeiro de 1990, seu diretor era Lynne Ianniello.

• Desenvolvimento: Supervisiona a arrecadação de fundos da Apelação ADL (ADL Appeal) --- isto é, o vice presidente honorário Edgar Bronfman também é chefe da Grande Apelação de Nova York (Greater New York Appeal).

• Relações Inter-grupais: É composta de departamentos sobre Educação (Frances M. Sonnenschein); Educação Superior/Assuntos de Campus (Jeffrey A. Ross); Assuntos Inter-religiosos (Rabbi Leon Klenicki, também conexão com o Vaticano); TV, Rádio e Filme; Publicações (Howard J. Langer); e um Centro Internacional para Estudos do Holocausto (Dennis B. Klein). Seu diretor é Alan Bayer, antes diretor executivo da Federação Judia de San Antonio (Texas) (Jewish Federation of San Antonio).

• Assuntos Internacionais: Compreende departamentos nos Estados Unidos ligados a assuntos europeus, latino-americanos e do Oriente Médio, e está a cargo das operações além-mar da ADL, inclusive escritórios em Paris (Robert Goldman), Roma ((Lisa Palmieri-Billig) e Jerusalém (Harry Wall). Seu diretor é o Diretor Nacional da ADL Abraham Foxman, que emprega o diretor de divisão associado Kenneth Jacobson para operações rotineiras.

• Liderança: Recruta fururos líderes em potencial, e coordena a Conferência Nacional de Liderança (National Leadership Conference) da ADL. Seu diretor é Marvin S. Rappaport. A Conferência recentemente reuniu 250 membros da ADL de todos os Estados Unidos em Washington DC por 3 dias, para reuniões com funcionários da administração Bush, com o Congresso e com a embaixada israelense.

A ADL tem mais de 300 pessoas com liderança ou em posições honorárias de liderança. Na lista está um grupo de vice presidentes honorários estreitamente ligados à ADL, mas que por várias razões, inclusive serviço governamental, não podem servir como empregados ativos. Este grupo inclui os Senadores Rudy Boschwitz (republicano Minnesota) e Howard Metzenbaum (democrata Ohio), o antigo Secretário de Comércio de Carter, Phillip Klutznick, o antigo negociador do controle de armas de Reagan, Max Kampelman, e o antigo Senador Abraham Ribicoff (democrata Connecticut) e o Deputado Sidney Yates (democrata Illinois). O presidente do Congresso Mundial Judeu (World Jewish Congress), Edgar Bronfman também é vice presidente honorário, junto com duas grandes figuras do crime do antigo grupo de Meyer Lansky, os banqueiros Leonard Abess e Theodore Silbert. Com exceção dos congressistas, todos foram ao menos uma vez membros ativos da NC.

OS AGENTES ATIVOS Entre os agentes em atividade da ADL estão: • Burton S. Levinson, presidente nacional da ADL desde 1987. Seu trabalho ali vem desde 1950 quando, estudante

no Colégio da Cidade de Los Angeles (Los Angeles City College), infiltro-se em um grupo afiliado a Gerald L. K. Smith. Agora, é sócio sênior no escritório de advocacia de Beverly Hills de Levinson & Lieberman.

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• Abraham H. Foxman, diretor nacional da ADL desde 1987. Pertence ao seu pessoal desde 1965. Nascido em Baronowicze (Polônia) em 1940, Foxman é uma das mais misteriosas figuras na liderança da ADL. Fontes da Inteligência americana, e até alguns membros do topo da ADL, supostamente suspeitam que Foxman possa ser um “ilegal” soviético --- agente de penetração há muito tempo operando sem qualquer vínculo com o corpo diplomátiico oficial soviético.

• Arnold Forster foi diretor associado da ADL sob Ben Epstein desde 1946, e é agora membro da NC e do conselho geral da ADL. Foi “conselheiro” do escritório de advocacia novaiorquino de Shea & Gould, intimemente ligado ao falecido advogado mafioso Roy Cohn.

• Kenneth J. Bialkin, antigo presidente nacional da ADL de 1982 a 1986, hoje é presidente honorário e membro da NC, e presidente da Fundação ADL.

• Theodore H. Silbert, vice presidente honorário, trabalha com Edgar Bronfman na lucrativa Grande Apelação de Nova York para a ADL. É presidente do Sterling National Bank (ver adiante).

• Burton M. Joseph, presidente nacional da ADL de 1976 a 1978, é hoje presidente honorário. Sua família dirige a empresa de produtos agrícolas de Minnesota, I. S. Joseph. Após a Segunda Guerra Mundial, Joseph ligou-se politicamente ao democrata liberal Hubert H. Humphrey, por quem fez amizade com Max M. Kampelman (agora vice presidente honorário da ADL) e com o fundador principal da ADL, Dwayne Andreas. Juntos formam a “mafia da ADL em Minneapolis”.

• Edgar Bronfman, presidente nacional honorário da ADL e chefe de sua Grande Apelação de Nova York (ver adiante).

• Irwin Suall, chefia desde 1966 o Departamento de Pesquisas de Fatos da Divisão de Direitos Civis da ADL. • Meyer Eisenberg, vice presidente da ADL e antigo chefe do Comitê de Direitos Civis da NC, que supervisiona os

Departamentos de Pesquisa de Fatos e Legal. Serviu, de 1959 a 1970 como advogado para a SEC (Securities and Exchange Commission --- o equivalente a CVM --- Comissão de Valores Mobiliários --- no Brasil) americana, onde chegou a posição de conselheiro geral representante, antes de se aposentar do governo. Trabalhando particularmente para um grupo de escritórios legais de Washington DC, Eisenberg continua a ser um dos peritos nacionais em mercado de títulos.

3. A ADL E O CRIME ORGANIZADO Não foi uma gafe de relações públicas quando, em 1985, a ADL deu seu prêmio Tocha da Liberdade ao gangster Morris Dalitz, fundador da notória Gangue Púrpura, e sócio no crime por longo tempo do falecido mafioso Meyer Lansky. A liderança atual da ADL é dominada por figuras com conexões antigas com o crime organizado, especialmente com o aparato internacional de lavagem de dinheiro das drogas. Importante entre esses empregados da ADL contaminados, é Kenneth Bialkin, antigo presidente nacional, e que ainda é presidente nacional honorário e diretor da Fundação ADL. Enquanto estava no escritório de advocacia novaiorquino de Willkie Farr e Gallagher durante a década de 1970, Bialkin dirigiu a pilhagem de Robert Vesco no IOS (Investors Overseas Service), de mais de 60 milhões de dólares. Vesco, financista fugitivo agora vivendo em Havana (Cuba), foi antigo sócio do contrabandista de drogas do cartel de Medellín, Carlos Lehder Rivas, e o ajudou a estabelecer suas redes de contrabando de maconha e cocaína pelas Bahamas. Em 17 de abril de 1989, Robert Vesco foi de novo indiciado por um grande júri federal em Jacksonville (Flórida), com acusações de envolvimento em uma conspiração de contrabando de cocaína do cartel de Medellín, de 1974 a 1989. Em janeiro de 1980, um júri do distrito sul de Nova York sentenciou que Willkie Farrr e Gallagher pagassem 35 milhões de dólares às vítimas da pilhagem do IOS, e descobriram que Bialkin fora importante na estruturação do esquema de lavagem de dinheiro e furto, em cada nível. Policiais acreditam que o IOS era um dos vários condutos de passagem para bilhões de dólares de lucros das drogas, e era um repositório de dinheiro de Meyer Lansky. Recentemente, Bialkin deixou Willkie Farr para entrar para o maior escritório de advocacia do país, Skadden Arps. Da mesma forma que Willkie Farr foi pioneiro na elaborração de esquemas offshore de lavagem de dinheiro, que hoje constituem a corrente sanguínea do comércio internacional das drogas, a Skadden Arps foi pioneira nos esquemas de bônus sucata (junk bonds) e alavancagem de compras, pelos quais bilhões de dólares em dúbio dinheiro offshore foram repatriados por fusões corporativas hostis e desmanche de bens do setor industrial americano. Dois dos mais notórios clientes da Skadden Arps são Michael Milken, da Drexel Burnham, e Ivan Boesky, ambos não coincidentemente contribuintes da ADL. Outro presidente nacional da ADL, Burton Joseph, exerceu um papel primordial na fusão e pilhagem do IOS por Robert Vesco, ao coloca-lo em contato com seu protegido, o financista Meshulam Riklis, da Corporação Rapid American (Rapid American Corporation). Riklis, de acordo com registros dos tribunais, comprou um bloco controlador de ações do IOS, como substituto de Vesco. Riklis foi mais tarde ligado a Bialkin, Edgar Bronfman, Sir Henry Kissinger e outras figuras da ADL em um escândalo imibiliário envolvendo a compra ilegal de grandes terrenos nos Territórios Ocupados Israelenses e nos bairros cristãos e muçulmanos de Jerusalém.

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Durante o período de Bialkin na Willkie Farr, o escritório também fez trabalho legal pro bono e representou o maior contribuinte da ADL e figura criminal suspeita, Edmond Safra. Bialkin representou o banqueiro sírio na fusão do American Expresss, transação que terminou anos depois em um fiasco, com empregados da empresa acusando Safra de lavagem de dinheiro. Em 3 de janeiro de 1989, funcionários da Alfândega americana e da DEA em Berna (Suíça), identificaram Edmond Safra como uma figura importante em um esquema internacional de lavagem de dinheiro de drogas, envolvendo a Companhia Trading Shakarchi (Shakarchi Trading Corporation). Registros governamentais identificam Safra como amigo de toda a vida e sócio comercial de Mohammed Shakarchi, e identificaram contas numeradas no banco Republic National (Republic National Bank) novairquino de Safra, como contas de passagem de lucros das drogas de organizações traficantes síria, libanesa, búlgara e colombiana. De acordo com assessores de Safra, ele arranjou que a ADL recebesse 1 milhão de dólares do dinheiro que ganhou em uma ação de 1989.

MALAS DE DINHEIRO NO STERLING NATIONAL BANK Há uma instituição financeira mais estreitamente ligada a ADL que qualquer outra: o Banco Sterling National de Nova York (Sterling National Bank of New York). Em 29 de janeiro de 1982, autoridades itlianas ajuizaram ação civil contra o mesmo, e outras instituições financeiras americanas, em nome de depositantes do Banco Privata Italiana (Banca Privata Italiana), acusando que 27 milhões de dólares haviam sido dali pilhados. O presidente do Sterling, tanto ao tempo do alegado furto quanto hoje, é Theodore H. Silbert, outro vice presidente honorário da ADL e antigo chefe da Apelação da ADL, sua maior arrecadadora. Fontes policiais identificaram o Sterling National como fachada mafiosa desde sua fundação, em 1929, pelo sócio de Meyer Lansky, Frank Erickson. O banco foi também implicado em esquema de evasão de impostos no começo dos anos 80, por outro diretor do banco ligado à ADL, Arnold Burns, Procurador Geral representante de Reagan. Seu escritório de advocacia, Burns e Summit, aparentemente montou um grupo de esconderijos caribenhos contra impostos e que protegeu milhões de dólares em lucros taxáveis por “investimentos R & D” não existentes em Israel. O antigo funcionário de Reagan, o embaixador na Itália, Maxwell Raab, é outro diretor do banco há muito tempo. Raab foi certa vez sócio comercial de Meyer Lansky na Corporação Hotel Aeroporto Internacional (International Airport Hotel Corporation). Ainda outro banqueiro ligado à máfia, que está no NC da ADL, e é listado no mais recente “Propósito e Programa” da Liga como vice presidente honorário, é Leonard Abess, do banco City National de Miami (City National Bank of Miami)(Flórida). Em 1981, Abess trouxe o lavador de dinheiro do cartel colombiano Alberto Duque para o conselho do banco, onde permaneceu até ser preso por acusações de lavagem de dinheiro em 1986. No ano seguinte, Donald Beasley foi nomeado presidente do City National. Foi ele antigo diretor do Banco Nugan Hand (Nugan Hand Bank), que acredita-se fosse um grande canal de lavagem para os lucros da heroína do sudeste asiático, e para os fundos “negros” derivados do tráfico de armas ilícitas de Theodore G. Shackley, e outros antigos funcionários principais da CIA depois implicados no escândalo Irã-Contras. Uma listagem dos contribuintes financeiros da ADL, e ganhadores de prêmios nas décadas recentes, parece um “Quem é Quem” do sindicato internacional do crime de Meyer Lansky. Camaradas dele há muito tempo, e Morris Dalitz, aparecem como patronos da ADL. O mesmo modelo é seguido nos níveis regionais da ADL: por exemplo, Phil Baskin, advogado de Pittsburgh e filiado ao Partido Democrático, sabidamente o principal agente da ADL na Pensilvânia ocidental, foi forçado a renunciar como sócio sênior em seu escritório de advocacia, após ser implicado no esforço para entregar um grande contrato de construção de aeroporto a “Nicky” Sands, figura importante na família novaiorquina Gambino. Mais ao sul, Paul Lipkin, presidente do Conselho Regional da Virgínia da ADL, foi durante décadas o advogado pessoal de Arthur “Bootsy” Goldstein, o maior distribuidor de pornografia em Norfolk. Goldstein foi preso 85 vezes e cumpriu 3 sentenças por crimes, inclusive venda de cola a menores e de parafernália de sexo.

O BARÃO DAS BEBIDAS Nenhuma discussão das ligações da ADL com o crime organizado, e o aparato das drogas, seria completa sem referência a Edgar Bronfman, vice presidente honorário da ADL e chefe de sua Apelação de Nova York. Tratado hoje como importante empresário internacional, filantropo e presidente do prestigioso Congresso Mundial Judaico, Bronfman foi incapaz de apagar a mancha de toda a fortuna da família --- a Corporação Seagram`s, sua parte majoritária na E. I. DuPont da Corporação Nemours (E. I. duPont de Nemours Company), etc. --- haver derivado da fabricação de bebidas por seu pai durante a Lei Seca. Conhecidos então como a “Gangue Bronfman”, esses canadenses foram os principais fornecedores ilegais do sindicato do crime americano conhecido como Assassinatos S. A. (Murder, Inc). Já em 1920, quando o pai de Edgar, Sam Bronfman e Jacob Katzenberg, agente de Arnold Rothstein, foram

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despachados para Hong Kong para arranjar fornecimento de ópio, as rotas de contrabando de bebidas foram também utilizadas para o contrabando e distribuição varejista de drogas ilegais. Até hoje, elementos da família Bronfman continuam ligados ao esgoto do crime organizado, enquanto Edgar e seus irmãos e primos conseguiram revestir-se de um manto esfarrapado de respeitabilidade. O sobrinho de Edgar, Mitchell Bronfman foi citado, em um relatório de 1972 da Comissão do Crime de Montreal (Montreal Crime Commission), como íntimo do chefão local do crime Willy Obront: “Seu relacionamento se estende às atividades ilegais das quais mutua ou conjuntamente participam...favores especiais que faziam um ao outro e as vantagens resultantes para cada um em agiotagem, jogo, apostas ilegais, títulos, evasão de impostos e corrupção” (da “Dinastia Bronfman” de Peter C. Newman). Obront e outro sócio de Mitchell no crime, Sidney Rosen, foram ambos presos em meados dos anos 70 por lavagem de dinheiro de drogas e crimes relacionados. Quando em 1978 as conexões da família Bronfman com o crime organizado foram publicadas em um estudo-livro sobre o comércio internacional ilegal de drogas, Narcotráfico S. A. (Dope, Inc), publicado por Lyndon LaRouche, Bronfman, de acordo com fontes policiais de Quebec, ordenou a seus advogados que preparassem uma ação multimilionária por calúnia contra o mesmo. Mas, após cuidadosa deliberação, os advogados argumentaram fortemente contra tal ação. Ao invés disso, Bronfman supostamente doou enormes quantias à ADL e esta quase imediatamente, começou uma barulhenta campanha publicitária de truques sujos, difamando LaRouche como “anti-semita” e pedindo sua eliminação. 4. A ADL E A UNIÃO SOVIÉTICA Em sua edição de março-abril de 1990, a revista alemã ocidental SEMIT, auto descrita “revista judia independente”, publicou uma rude exposição dos negócios do vice presidente honorário da ADL, Edgar Bronfman, com o derrubado regime do ditador comunista da Alemanha oriental, Erich Honecker. O artigo, de Jacob Dachauer, intitulado “Uísque em troca do Holocausto”, documenta como Bronfmam usou seu posto de presidente no Congresso Mundial Judaico para negociar com o regime de Honecker em favor de seu império de bebida Seagram`s, ilustrado com foto do mesmo recebendo a mais alta condecoração do Estado, a “Amizade do Povo em Ouro (Peoples Friendship in Gold)”, em outubro de 1988. A essência da exposição da SEMIT é que Bronfman usou suas credenciais como chefe do antes respeitado Congresso Mundial Judaico para absolver a República Democrática Alemã (German Democratic Republic --- GDR) de qualquer responsabilidade no Holocausto, em troca de uma série de lucrativas concessõoes para negociar seu uísque no paraíso comunista alemão. Como EIR relatou, a cortesia de Bronfman ao regime de Honecker começou em 1986, quando um associado seu viajou a Berlim oriental para enontrar-se com Klaus Gysi, Secretário de Estado do regime comunista para assuntos religiosos. O filho desse é Gregor Gysi, sucessor “reformador” de Honecker como chefe do partido comunista SED, agora chamado PDS. Em viajens subseqüentes, Bronfman encontrou-se com Honecker e com o membro do Comitê Central do SED Hermann Axen. Durante uma visita em 1988, Bronfman afirmou que arranjaria pessoalmente uma visita oficial de Honecker a Washington DC em 1990, no máximo. Os eventos subseqüentes, naturalmente, tornaram isto impossível. O irmão de Edgar e sócio comercial Charles Bronfman, de Montreal, tornou-se figura proeminente nos grupos de amizade Canadense-Alemã Oriental, e tinha poder de veto sobre todos os passaportes da GDR, fornecidos a canadenses, até o colapso do regime comunista, em novembro de 1989. Estas extensas conexões com a GDR levaram alguns analistas de Inteligência a concluir que Edgar e Charles Bronfman tem laços bem estreitos com o General Markis Wolf, chefe do serviço de Inteligência da Alemanha Oriental, Staatsskicherheitsdienst (Stasi), principal protegido do falecido chefe da KGB e do Partido Comunista Soviético , Yuri Andropov. Edgar Bronfman goza igualmente de ligações estreitas com o regime de Moscou, e estas se fortaleceram com a subida ao poder de Mikhail Gorbachov, em 1985. De acordo com fonte familiar com as ligações russas de Bronfman, o barão canadense do uísque é sócio há longo tempo de Alexander Yakovlev, antigo embaixador soviético em Ottawa (Canadá), agora um dos assessores mais próximos de Gorbachov. Yakovlev pertence tanto ao Politburo quanto ao recém formado Conselho Presidencial. Em discursos e comentários escritos desde a subida de Gorbachov ao poder, Bronfaman pediu à ONU o status de Nação Mais Favorecida para a União Soviética, a entrada no GATT e acesso às mais avançadas tecnologias ocidentais. Em matéria paga por seu escritório em 22 de março de 1989, por exemplo, Bronfman elogiou Gorbachov por derrubar o “socialismo em um país”, declarando que “É do interesse dos Estados Unidos impedir até uma reviravolta parcial da Perestroika”. Bronfman é membro do Conselho de Cooperação Econômica e Comercial EUA-União Soviética (US-Soviet Trade and Economic Cooperation Council --- USTEC), grupo de 500 executivos das fortunas americanas e funcionários comerciais soviéticos que incentiva a expansão comercial entre as duas super-potências. De acordo com documento do Departamento de Estado americano, a delegação soviética ao USTEC, como a CIA sabe, é dominada por agentes da KGB e da GRU (Inteligência militar soviética). Até recentemente, o co-presidente soviético do grupo era o General da

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KGB Yevgeni Petrovich Pitrovanov, aliado por longo tempo de Stalin, que sobreviveu às mudanças após a morte dele e tornou-se chefe da Câmara de Comércio Soviética (Soviet Chamber of Commerce).

ESCRAVOS JUDEUS PARA ISRAEL Em 23 de janeiro de 1989, os colunistas Evans e Novak relataram um encontro secreto no apartamento novaiorquino de Edgar Bronfman, que envolveu os participantes do USTEC, Dwayne Andreas e James Giffen, junto com Morris Abrams e Simcha Dinitz. O grupo supostamente armou planos para mobilizar o lobby sionista em apoio a derrubada da Emenda Jackson-Vanik, em troca de imigração sem limites de judeus soviéticos para Israel. A gênese do plano recua a janeiro de 1985, quando Edgar Bronfman, no conselho regulador do encontro do Congresso Mundial Judaico em Viena, propôs que a organização se opusesse à Iniciativa de Defesa Estratégica (“Guerra nas Estrelas”) de Reagan, “em bases judias”. Quando Bronfman também anunciou, em abril seguinte, que lideraria o Congresso no esforço de impedir a visita de Reagan a um cemitério alemão em Bitburg, durante sua visita oficial à República Federal, Moscou em troca o convidou para uma visita em seu cargo oficial de presidente do Congresso Mundial Judaico. Feito pelo Ministro da Justiça da Federação Russa Alexander Sukharev, o convite propunha especificamente discutir a emigração judia soviética. Após gestos similares de apoio por Gorbachov, Bronfman forçou a renúncia do chefe do parlamento alemão ocidental, Phillip Jenninger, por um discurso de novembro de 1988 pelo 50º. Aniversário da “Noite dos Cristais” nazista em pogrom anti-judaico. Além disso, em uma entrevista à imprensa largamente propagandeada em Budapeste (Hungria) em 4 de março de 1987, Bronfman estigmatizou o presidente da Áustria, Kurt Waldheim, como “componente essencial da máquina nazista de matar”. As acusações contra Waldheim baseavam-se largamente em documentos forjados pelos soviéticos e testemunhos com perjúrio, e eram parte de uma grande desestabilização da Áustria e do Vaticano. Não admira que Bronfman se tornasse um freqüente intermediário entre Nova York e Moscou. Semanas após a sessão secreta de planejamento em Nova York, em 11 de fevereiro de 1989, Edgar Bronfman conduziu a maior delegação de líderres judeus que já visitou Moscou. Em 13 de dezembro seguinte, Bronfman voltou a Moscou, desta vez chefiando uma delegação de 100 líderes judeus ocidentais para assistir à inauguração de um Centro Cultural Judeu. Uma semana depois, Kenneth Jacobson, diretor de assuntos internacionais da ADL, anunciou que uma delegação da ADL também visitaria Moscou no começo de 1990 para viabilizar a oferta do Presidente Gorbachov em abrir um escritório na capital soviética. Em seguida a Edgar Bronfmann, o chefe do cartel graneleiro de Minneapolis Dwayne Andreas, que participou da reunião no apartamento de Bronfman na qual o plano “judeus por grãos” foi ativado, é o patrono da ADL mais responsável pelos profundos laços entre a Liga e o regime de Gorbachov. Embora Andreas não seja judeu, é um dos mais generosos contribuintes da ADL. Na crise do final dos anos 70 em que a ADL estava falida, Andreas, a pedido do presidente nacional da mesma, Burton Joseph, da firma de equipamentos agrícolas de Minneapolis I. E. Joseph, emprestou o capital fundador para estabelecer a Fundação ADL. As relações de Andreas com a ADL recuam até seu treino político pelo presidente nacional da ADL Ben Epstein, relação que Andreas descreveu assim, durante testemunho congressual em 1987: “Ben Epstein, que descanse em paz, e que foi meu amigo por 20 anos, para seu eterno crédito, foi meu mentor e guia em assuntos diplomáticos. Trabalhei com ele durante semanas neste programa de como expandir o comércio com a URSS”. Em 26 de setembro de 1986, o WALL STREET JOURNAL, em artigo de 1ª. página intitulado “Camarada de Gorbachov: Dwayne Andreas Ganha Posição como Favorito Aparente do Kremlin”, identificando Andreas como sucessor do presidente da Petróleo Ocidental (Ocidental Petroleum), Arman Hammer (falecido), como o “capitalista” favorito do regime soviético. Aparentemente foi Andreas quem teve mais audiências particulares com Gorbachov do que qualquer outro ocidental, e que arranjou o convite para a ADL abrir um escritório em Moscou, ostensivamente para ajudar a combater o anti-semitismo na Rússia. Um antigo funcionário de Inteligência do Departamento de Estado disse a EIR que o propósito real de estabelecer tal escritório era aumentar a coordenação da ADL com a KGB e dirigir a propaganda pró-Gorbachov dentro dos Estados Unidos. Outro traço da atual política “para o leste” da ADL é o esforço de Bronfman e outros para entrar nos “lucrativos novos mercados” das nações liberadas da Europa Central, em favor do crime organizado. Por exemplo, os bilionários canadenses em imóveis, os irmãos Reichmann, representados pelo escritório de advocacia Shea Gold, e a investidora Bear Stearns, ambos ligados à ADL, são parte de um novo consórcio investidor, que buscando estabelecer um grande centro financeiro em Budapeste, com as bênçãos do regime de Gorbachov e do Departamento de Estado americano.

ADL ESTAVA NA LISTA DE VIGILÂNCIA AMERICANA As conexões da ADL com o regime bolchevista e seus serviços de Inteligência já existem há décadas. Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética e os Estados Unidos eram aliados contra os nazistas, certos

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empregados da ADL constavam da lista de vigilância da Inteligência militar americana, como agentes soviéticos suspeitos. De acordo com testemunha visual, Sanford Griffith, que chefiava o equivalente à Divisão de Pesquisa de Fatos durante e imediatamente após aquela guerra, estava na lista. O exemplar de 5 de abril de 1955, de MANCHETES E O QUE ESTTÁ POR TRÁS DELAS cataloga um exemplo controvertido, no qual a ADL forneceu disfarce para um conhecido agente soviético. Este, Vladimir Stepankowsky, fora deportado da França e Suíça em meados dos anos 30, após ser identificado como chefe do Escritório de Informações Bolchevistas (Bolshevik Information Bureau), só para emigrar para os Estados Unidos e imediatamente começar a trabalhar para Mitchell Solomon, da ADL. Pelas ligações deste com o Tenente-coronel do Exército americano Eugene Prince, oficial de Inteligência que conferia as informações na imigração, Stepankowsky pôde entrar nas operações de Inteligência de guerra americnas. Em 1954, foi identificado por Elizabeth Bentley, como membro de uma quadrilha de espiões soviéticos, salvando-se entretanto da acusação, pela intervenção de Mitchell Solomon. Neste ponto, a ADL encaminhou-o ao Partido de Renascimento Nacional (National Renaissance Party --- NRP) de Robert Madole, uma contra-gangue neo-nazista composta principalmente por infiltrados da ADL, a fim de criar o espectro de uma nova “ameaça fascista” dentro dos Estados Unidos. De acordo com o relatório de MANCHETES, o grupo Madole atraiu um pequeno grupo, principalmente com base no foornecimento pela ADL a Madole de um grupo de prostitutas da quadrilha de Mickey Jelke. Os empregados da ADL, Ben Epstein e Arnold Forster, supostamente usaram a informação de Stepankowsky para inundar a Comissão Velde, Comitê de Atividades Anti-americanas da Câmara (House Un-American Activities Committee), com histórias de que o NRP aumentara de 200 para 700 membros, só em Nova York. 5. ADL E O PROJETO DEMOCRACIA A própria ADL como organização, e seus empregados, são culpados dos mesmos crimes pelos quais Carl “Spitz” Channel e Richard Miller foram indiciados, durante o inquérito Irã-Contras em 1987: uso ilegal de organizações privadas e isentas de impostos para conduzir operações secretas. Entretanto, à diferença deles, que estavam em nível baixo no plano do “governo secreto paralelo” total, a ADL estava profundamente envolvida em cada faceta do escândalo Irã-Contras, e do Projeto Democracia, nos seus mais altos níveis, tanto no governo quanto no setor privado. O papel central da ADL no Projetoo Democracia de Reagan-Bush era conseqüência da duradoura posição da ADL como grande agência no interior do ramo da Internacional Socialista, que sempre foi dominada por membros da antiga “Oposição Direitista”, de Bukharin e Stalin. Esta ligação se fazia pelo chefe da Divisão de Pesquisa de Fatos Irwin Suall, treinado pelo Sindicato Internacional de Trabalhadores em Roupas de Senhoras (International Ladies Garment Workers Union), do antigo presidente do Partido Comunista Americano (US Comunist Party) Jay Lovestone. Suall mais tarde participou da primeira escola trabalhista Fabiana, o Colégio Ruskin da Universidade Britânica de Oxford (Ruskin College at Britain`s Oxford University), e daí passou para o Partido Socialista e para o Comitê Trabalhista Judaico (Jewish Labor Committee), antes de se diplomar para o posto na ADL em 1967. Hoje, Suall está no conselho da Liga para Democracia Industrial (League for Industrial Democracy) e no do Social Democrtatas dos Estados Unidos (Social Democrats USA). As ligações diretas entre a ADL e o fiasco do aparato Irã-Contras teve os seguintes participantes oficiais: • Carl Gershman, antigo empregado da Divisão de Pesquisa de Fatos da ADL (1966-1972), foi diretor da Doações

Nacionais para Democracia (National Endowment for Democracy --- NED) durante o fiasco Irã-Contras. De acordo com Jerome Bakst, seu supervisor à época, ele usou sua extensa experiência como ativista da Nova Esquerda da Universidade Yale para fornecer à ADL dossiês detalhados sobre os Estudantes para uma Sociedade Democrática (Students for a Democratic Society), o Partido dos Panteras Negras (Black Panther Party) e o Comitê Estudantil de Coordenação para Não-Violência (Student Non-Violent Coordinating Committee). De acordo com documentos liberados pelo Ato de Liberdade de Informação, e pelo caudaloso relatório recentemente publicado dos esforços do Cointelpro (operações de contra-espionagem --- N.T.) do FBI contra o movimento dos estudantes negros nos anos 60, os dossiês da ADL, aparentemente incluindo o trabalho de Gershman, foram regularmente passados para a Divisão 5 do FBI. No começo deste ano (1991), Gershman empregou o diretor substituto da Divisão de Pesquisa de Fatos da ADL, David Lowe, como seu assistente executivo na Agência de Informação do Departamento de Estado. A NED era um grande duto de fundos governamentais para o Tenente-coronel Oliver North, e para o representante da Casa Branca Walter Raymond e seu projeto “Democracia Pública”, esforço de propaganda “negra” e de “medidas ativas”, deslanchado para manobrar a cobertura pela mídia do regime sandinista na Nicarágua.

• O diretor da Divisão de Assuntos Latino-americanos da ADL, Rabbi Morton M. Rosenthal, foi diretamente

financiado pela NED em 1985, para conduzir uma viagem de “pesquisa de fatos” eleitorais pela América Central. Entre os acordos de Rosenthal para a NED estava o movimento das eleições presidenciais em El Salvador. Em 23 de maio de 1983, Rosenthal publicou um relatório acusando o regime sandinista da Nicarágua de anti-semitismo. O ataque era parte de um esforço para acionar o apoio judeu aos Contras da administração Reagan. Naquele mês, Rosenthal discursou em um encontro a portas fechadas na Casa Branca, patrocinado por Faith Whittelsey, e no

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qual aspéctos do programa secreto de apoio aos Contras foram aparentemente discutidos. Em um memorando ao Comitê de Assuntos Latino-americanos da ADL, datado de 9 de junho de 1983, Rosenthal descreve o papel direto desta na ofensiva de propaganda anti-sandinista:

O anti-semitismo sandinista da ADL, “história com cobertura incomumente grande, internacional e doméstica, pela mídia impressa e eletrônica, estimulou a inundação da embaixada da Nicarágua e seus consulados com telefonemas e cartas, e também provocou contundentes comentários de membros do Congresso. Poucos dias após a história aparecer, a embaixada nicaragüense contatou-nos por intermediários e inquiriu se nós queríamos nos reunir e discutir o assunto. A embaixada então telefonou oficialmente para convidar representantes da ADL para encontrar o embaixador nicaragüense, Antonio Jarquim. O encontro se deu na embaixada nicaragüense em Washington, em 6 de junho, uma segunda-feira”.

• Kenneth Bialkin, então presidente nacional da ADL, foi advogado do bilionário saudita Adnan Khashoggi em

1984-85 quando este financiou inicialmente o governo iraniano na compra de armas da “Empresa” de North-Secord-Hakin. Ao mesmo tempo, Bialkin foi membro de uma comissão administrativa de revisão dos códigos federais americanos. Outro membro da comissão foi C. Boyden Gray, conselheiro geral do vice presidente Sir George Bush, que dirigia formalmente o Grupo de Situações Especiais/Grupo de Pré-Planejamentode Crises, as unidades inter-agências da Casa Branca estabelecidas pela NSDD 3 para supervisionar a política governamental Reagan-Bush para a América Central.

• A companhia de fachada Lake Resources de Genebra (Suíça), pela qual o General Richard Secord e Albert Hakim lavaram os lucros iranianos para os Contras, foi controlada de fora pelo advogado Willard Zucker. Antigo sócio de Bialkin na Willkie Farr, Zucker foi instalado, pelo presidente nacional da ADL em 1972, como chefe do Departamento Legal do IOS, tornando-o um participante chave na pilhagem do mesmo por Vesco.

• Edmond Safra, um dos grandes “anjos” financistas da ADL, foi co-proprietário, com Willard Zucker, da esquadrilha de jatos usados para levar o então Assessor de Segurança Nacional Robert McFarlane e o Tenente-coronel Oliver North para encontros secretos em Teerã.

A própria ADL estava diretamente envolvida no departamento de “medidas ativas” da “Empresa”, pelo patrocínio de uma série de propagandas atacando como anti-semitas os grupos esquerdistas que se opunham à política administrativa para a América Central. Um estudo encomendado pela ADL em 1983, resultou em um livro do escritor Harvey Klehr atacando o grupo chamado Clérigos e Leigos Engajados (Clergy and Laity Concerned). Outro estudo, do funcionário da ADL, Rael Jean Isaac, fez ataques similares contra o Instituto de Estudos Políticos (Institute for Polyce Studies --- IPS). Em 1984, escritórios da ADL de todo o país patrocinaram uma viagem de conferências de Isaac. Ele e Klehr foram financiados durante o mesmo período pela Fundação Smith Richardson (Smith Richardson Foudation), da Carolina do Norte, isenta de impostos e com ligações muito fortes com o ramo social democrata da comunidade de Inteligência americana. O Assessor de Segurança Nacional de Reagan, Richard Allen, e a embaixadora americana Jane Kirkpatrick atualmente estão no conselho da Smith Richardson. 6. A ADL E O TERRORISMO DOMÉSTICO Hoje, mais do que nunca, a ADL como organização representa um grande fator de provocação dentro dos Estados Unidos, fomentando tensões raciais e étnicas, enquanto clama ser grande defensora dos direitos civis. Os arquivos do Ato de Liberdade de Informação mostram que a ADL teve grande papel nas operações “Assuntos Raciais” e “Grupos de Ódio Branco” da Cointelpro (operações de contra-espionagem --- N. T.), visando o movimento dos direitos civis e seus oponentes. Entre os informantes pagos e usados pela ADL, durante as lutas pelos direitos civis dos anos 60, estavam membros da KKK (Ku Klux Klan ) implicados no assassinato dos 3 ativistas de diereitos civis no Mississippi. Um artigo de 13 de fevereiro de 1970, no LOS ANGELES TIMES, do repórter investigativo Jack Nelson, foi o primeiro a revelar o patrocínio comum do FBI e da ADL aos irmãos Roberts no assassinato, em 30 de junho de 1968, da participante da KKK Cathy Ainsworth. À época do tiroteio contra a casa do empregado da ADL Meyer Davidson em Meridian (Mississippi), que resultou na morte de Ainsworth e na tentativa de assassinar seu sócio Thomas A. Tarrants III (que sobreviveu a 70 tiros de revólver, rifle e pistola), Alton Wayne Roberts e 6 outros membros da KKK já haviam sido condenados por violações de direitos civis federais, em conexão com o infame assassinato dos ativistas de direitos civis Channey, Goodman e Schwerner em Filadélfia (Miississippi) em 1964. O caso de Roberts estava em apelação quando, de acordo com várias reportagens e relatórios da polícia local, os irmãos receberam de Adolph “Sam” Botnick, ainda diretor regional da ADL em Nova Orleães, a proposta de receberem 69.000 dólares como agentes provocadores, e montar um atentado a bomba da KKK contra o empregado da ADL Meyer Davidson. Botnick fora sócio íntimo do chefe da Divisão 5 do FBI em Nova Orleães (contra-inteligência), o falecido Guy Bannister, que estabelecerra o grupo esquerdista “Jogo Limpo com Cuba” que foi parte do grupo do suposto

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assassino do Presidente JFK, Lee Harvey Oswald. Bannister fora também controlador de uma rede de provocadores Minutemen que, de acordo com fonte bem informada da Inteligência americana, ajudou a tirar James Earl Ray da prisão, para que pudesse ser usado como bode expiatório similar no assassinato, em 4 de abril de 1968, do Dr. Martin Luther King em Menphis (Tennesseee), só poucas semanas antes do tiroteio em Meridian (Mississippi), montado pelos irmãos Roberts a pedido da ADL e do FBI. Um relatório policial, datado de 10 de junho de 1968, do detetive Luke Scarborough, confirma a reportagem do LOS ANGELES TIMES sobre a armação contra Ainsworth, afirmando que houvera um negócio trilateral entre a ADL, o FBI e a polícia local no assunto, que a ADL financiara. Como resultado aparente de tal cooperação, o governo federal “suavizou” a punição de Alton Wayne Roberts por sua parte no assassinato dos ativistas quando, em 17 de março de 1970, foi ele sentenciado só a 10 anos, e saiu em condicional após 3 anos. Os irmãos Roberts supostamente mais tarde receberam status de “Testemunhas Federais Protegidas” e permanecem na lista de informantes do FBI e da ADL até hoje. Quanto aos empregados da ADL, Sam Botnick ainda dirige o escritório regional de Nova Orleães da ADL, e seu então assistente Richard Lobenthal dirige operações da ADL em Detroit. Este mais tarde foi apanhado financiando membros locais do Partido Trabalhista Comunista (Comunist Labor Party), grupo violentamente maoísta infiltrado nas fábricas automobilísticas locais. Justin F. Finger, que dirigiu o departamento legal sulista da ADL em Atlanta, no auge dos confrontos por direitos civis e assassinatos pela KKK, é agora diretor nacional associado da ADL.

PONDO ISCAS PARA OS PANTERAS NEGRAS Os truques sujos da ADL em conjunto com o FBI foram mais tarde dirigidos contra segmentos do movimento pacifista, no final dos anos 60 e início dos 70. Documentos da FOIA, liberados pelo FBI (cf. 100-530-X do agente especial a cargo de Los Angeles para o diretor do FBI Hoover sobre “Partido dos Panteras Negras”/ “Assunto racial”) apontam para a coalisão ADL-FBI contra esse partido. O documento em questão é um relatório da ADL de 22 de outubro de 1968, por Carl Gershman e Jerome Baskst, que conclui: “Agora ao menos, encontros cada vez mais freqüentes e violentos podem ser esperados entre os Panteras e a polícia”. A descoberta desse relatório bomba nos arquivos do FBI corrobora passagem do livro recente “Assuntos Raciais” de Kenneth O`Reilly, no capítulo intitulado “O Único Pantera Bom”, que diz:

“A Divisão 5 tentou implodir os Panteras, ao manipular o Rabbi Meyer Kahane e a vigilante Liga de Defesa Judia (Jewish Defense League --- JDL), vasando informação para administradores de colégios, fontes na ADL e colunistas de jornais. O FBI comparou a ideologia dos Panteras ao ´tradicional anti-semitismo de organizações como o partido nazista americano` e o ainda mais tradicional anti-semitismo do falecido Adolf Hitler. No caso do JDL, o FBI não se limitou a fornecer a informação factual porque o grupo de Kahane não podia ´ser motivado a agir` a menos que ´a informação... concernente ao anti-semitismo e outros assuntos fosse fornecida...(com) alguma maquiagem`” .

FAZENDO O TRABALHO SUJO DO FBI A ADL continua seu envolvimento nessas operações da Cointelpro (operações de contra-espionagem --- N. T.) até hoje. De fato, fontes bem informadas da Inteligência americana acusam que, após a criminalidade do FBI na Cointelpro ter sido exposta e condenada no Congresso americano, o FBI temporariamente “passou” todas essas operações para a ADL. Dois casos ilustrativos: • James R. Rosenberg (codinomes Jimmy Mitchell, Jimmy Anderson) é agente em tempo integral pago da Divisão

de Pesquisa de Fatos da ADL. Relatórios policiais corroboram afirmações da EIR de que ele era o agente da ADL infiltrado na seção da KKK em Trenton (Nova Jersey), que tentou provocar o grupo para fazer atentado a bomba contra a NAACP (National Association for the Advancement of Colored People --- Associação Nacional para Melhoria das Pessoas de Cor) local . Canhotos de cheques de pagamento da ADL a Rosenberg à época foram recuperados.

Como muitos provocadores, empregados pela ADL e pela Liga de Defesa Judaica (JDL) mais abertamente violenta, Rosenberg recebeu treino militar em Israel, como soldado das Forças de Defesa Israelenses, “emprestado” pela Guarda Nacional americana.

Em 1981, uma mulher da JDL, usando o codinome “Ricky”, disse a EIR:

“Encontrei Jimmy em Israel em 1978, quando eu estava no Kfar Saba Kibbutz, próximo à margem ocidental... Ele estava sempre jactando-se de ter trabalhado para a ADL, ao se infiltrar na KKK... Jimmy tomava Valium. Até teve que se tratar por drogas, e isto o perturbou, porque ficou impotente por 6 meses...

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Jimmy realmente queria estar no Exército israelense, e o conseguiu --- me enviou um retrato... Mas é um ´jobnik`, soldado de papel; não o colocarão em combate”.

Rosenberg voltou de Israel em 1979, para continuar seu trabalho com Irwin Suall, que aparentemente usou o novo treino muilitar de Jimmy para o infiltrar na Direita paramilitar, que tornara-se um alvo principal da ADL. Em 7 de dezembro de 1981, Rosenberg apareceu em seu disfarce em um documentário da TV WCCO em Minneapolis, intitulado “Exércitos da Direita”, quando fez os mais violentos e anti-semíticos ataques da Liga de Defesa dos Patriotas Cristãos (Christian Patriots Defense League). Por descuido ou intencionalmente, os produtores nunca identificaram Rosenberg como provocador da ADL; simplesmente identificaram-no como “Jimmy Anderson”, empregado da Seção da Liga em Qeens (Nova York). Rosenberg e outro infiltrado provocador da ADL no grupo, foram mais tarde presos no telhado de uma casa de Manhattan brandindo armas automáticas.

• Mordechai Levy (codinome James Gutman, James Frank, Mark Levine, Mark Levy, Morty, etc.). Em 10 de agosto de 1989, foi preso pela polícia novaiorquina após subir no telhado do edifício da Rua Bleecker no. 6 em Greenwich Village, e ferir um inocente pedestre em tiroteio a esmo. Isto ocorreu após o líder da JDL, Irv Rubin, tentar entregar uma intimação por calúnia a Levy, que agora chefia a rival Organização de Defesa Judia (Jewish Defense Organization --- JDO).

A prisão do terrorista de 30 anos por acusações de tentativas de assassinato, assalto em 1º. grau e exposição a perigo, trouxe à luz um novo capítulo na conexão FBI-ADL no terrorismo doméstico, reminiscente da Cointelpro. Em depoimento judicial de 18 de julho de 1984, Irwin Suall da ADL admitiu que se encontrava e telefonava para Levy “de vez em quando e por um longo tempo”. A confição de Suall subestima drasticamente o duradouro papel de Levy como um dos provocadores da ADL. Mas entrevistado pelo repórter Robert Friedman da VOZ DO VILLLAGE, outro empregado da Divisão de Pesquisa de Fato da ADL, Gail Gans, confirmou o status de Levy como agente da ADL. De fato, Levy era agente da ADL, do FBI e de outras agências policiais. Dois dos controladores de Levy no FBI eram os agentes especiais Valiquette e Paul Locke, ambos do Escritório de Campo de Nova York. Documentos do Ato de Liberdade de Informação mostram que esse escritório tinha ligação oficial com a sede nacional da ADL desde os anos 60, ao menos. Em fevereiro de 1979, Levy foi apanhado tentando provocar uma grande greve em Filadélfia. Usando o pseudônimo James Gutman, Levy obteve uma licença para passeata neo-nazista, na qual planejava levar faixas dizendo: “Hitler estava certo --- Matem com gás os judeus comunistas”. Trabalhando nos escritórios de Filadélfia da JDL, Levy , em seu disfarce de falso “neo-nazista”, estava contatando todos os grupos locais da KKK e nazistas, para levá-los ao evento. Simultaneamente, trabalhava com grupos locais esquerdistas, judeus e igrejas negras para organizar uma passeata contrária. Quando alguns repórteres locais souberam do esquema de Levy e informaram o Serviço de Parques Nacionais, a licença foi cancelada. Manchetes locais expuseram o plano, como o JOURNAL “Judeu Pediu Licença para Passeata Nazista”, e no PHILADELPHIA BULLETIN “Organizador Nazista é Realmente Judeu?” Ao mesmo tempo, a ADL ordenou a Levy que montasse uma campanha de ameaças contra associados de Lyndon LaRouche, que envolveu ameaças de morte por telefone para os escritórios da Publicações Campaigner em Nova York. Na confissão de Levy, o esforço culminou em uma tentativa de assalto armado da JDL contra o apartamento de Lyndon LaRouche em Riverdale (Nova York), e uma demonstração ameaçadora da JDL e Yippies (Partido Jovem Internacional) frente àqueles escritórios.

MANEJO DE JURADOS

O uso direto de Levy pela ADL em atividades criminosas veio à luz em um testemunho feito em outubro de 1984, durante o processo por calúnia da NBC e da ADL contra LaRouche na corte distrital de Alexandria (Virgínia). Levy admitiu para um associado californiano de LaRouche que recebera ordens da ADL para lançar uma campanha de ameaças telefônicas contra os jurados de Alexandria, que seriam acusados de seguidores de LaRouche. A ADL, de acordo com o depoimento, forneceu a Levy nomes e endereços dos jurados. O agente especial do FBI Richard Wade, do escritório local de Alexandria, recebeuu ordens do juiz federal James Cacheris para investigar a evidência de manipulação dos jurados por Levy, mas a investigação foi anulada. Em 20 de novembro de 1984, Levy atirou com uma 45 contra a casa em Los Angeles de um associado de LaRouche que investigava o incidente. Em 1985, Levy também surgiu como suspeito de cumplicidade em vários dos mais significativos atos recentes de terrorismo doméstico: em 15 de agosto de 1985, Tscherin Soobzokov, líder da comunidade muçulmana circassiana (Circassian Muslim community) em Paterson (Nova Jersey) foi alvo de uma bomba em sua casa, e morreu em 7 de setembro; dias antes da explosão, Mordechai Levy estivera em Paterson, publicamente atacando Soobzokov em sinagoga local, com as mesmas acusações pelas quais o Escritório de Investigações Especiais do Departamento de Justiça havia sem sucesso tentado provar ser Soobzokov um “criminoso de guerra nazista”. Poucos dias após a bomba,

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Levy deu uma entrevista à imprensa em Paterson aplaudindo o ataque, mas negando responsabilidade nele. Uma semana antes da bomba, Levy por telefone ameaçara de morte o advogado de Soobzokov no caso OSI (Office of Special Investigations --- Escritório de Investigações Especiais), Michael Dennis, Esq., e também ameaçou matar Soobzokov. Em 11 de outubro de 1985, Alex Odeh, chefe do Comitê Anti-Discriminação Árabe-Americana Arab-American Anti-Dicrimination Committee) de Santa Ana (Califórnia), morreu às 11,21 horas após uma bomba ligada à porta de seu escritório explodir quando Odeh chegava para trabalhar. Na noite anterior, Odeh fora entrevistado em dois shows de TV nacionais sobre o seqüestro do Achille Lauro, que Odeh dissera ser trabalho de um grupo terrorista anti-Arafat, da OLP. Fontes altamente respeitáveis relatam que Odeh recebera múltiplas ameaças de Mordechai Levy, da JDL e da JDO. Embora o diretor do FBI William Webster, um “amigo” há longo tempo da ADL, fosse obrigado a identificar publicamente o “subterrâneo judeu” como a organização terrorista mais ativa nos Estados Unidos durante 1985, nenhuma prisão foi feita nos casos Soobzokov e Odeh. Fontes próximas ao falecido Odeh foram simplesmente notificadas pelo FBI de que não haveria prisões, por causa das ligações dos assassinos com a Inteligência israelense. As fontes também ouviram que Levy não seria processado, a despeito de sua evidente cumplicidade antes do fato, porque seria usado pelo governo como testemunha nos futuros julgamentos federais contra Lyndon LaRouche. 7. A ADL E O TERRORISMO INTERNACIONAL Empregados importantes da ADL são suspeitos de participarem de uma lista de assassinatos políticos internacionais, inclusive o do Primmeiro-ministro sueco Olof Palme e da Primeira-ministra indiana Indira Gandhi. Embora não se saiba de nenhuma prova existente ligando a ADL às execuções em si, provas muito fortes existem em todos os 3 casos implicando empregados importantes da ADL na preparação ou cobertura daqueles crimes. No caso de assassinato de Indira Gandhi em 31 de outubro de 1984, relatórios de testemunhas de um encontro dos empregados da ADL Irwin Suall e Bárbara Wall, em uma sala de tribunal horas após Gandhi ser morta por um fanático Sikh membro de sua própria guarda pessoal, relatam que os dois estavam visivelmente conversando sobre aquele assassinato. A ligação chave entre a ADL e os extremistas Sikh que mataram a Primeira-ministra Gandhi passa pelo Rabbi Rosenthal, empregado sênior da ADL e chefe da Divisão de Assuntos Latino-americanos da Liga, que está diretamente ligado ao homem que ordenou o assassinato, o Dr. Jagjit Singh Chauhan. Também passa por Jon Speller, íntimo colaborador político por longo tempo de Rosenthal, e às vezes sócio comercial. Acredita-se que Speller seja um agente de alto nível da Inteligência britânica e das redes maçônicas associadas a Lord Nicholas Bethel e Julian Amery, embora ele também tenha ligações provadas com os serviços de Inteligência israelense, soviética e americana. Um ano antes do assassinato de Gandhi, Speller patrocinou uma visita aos Estados Unidos de Jagjit Singh Chauhan, que incluiu encontros com membros conservadores do Senado americano. Foi parcialmente com base nesta visita que as agências noticiosas soviéticas acusaram a administração Reagan pelo assassinato --- pois o então Secretário de Defesa Caspar Weinberger buscara aprofundar a cooperação militar americano-indiana, o que ameaçava a influência soviética no sub-continente. Após a morte de Gandhi, o Rabbi Rosenthal e Speller, operando por uma companhia de fachada que haviam estabelecido conjuntamente, chamada Transglobal Resources (Recursos Transglobais), arranjaram uma série de encontros secretos em Washington, Londres e Quito (Equador), que resultaram na oferta do governo equatoriano de uma grande faixa de terra a Chauhan para estabelecer um refúgio Kalistão. Como diretor em tempo integral da ADL para Assuntos Latino-americanos, Rosenthal usou os canais da agência no Equador para estabelecer um refúgio seguro para extremistas Sikhs, alguns dos quais haviam recentemente explodido um avião da Air Canadá e haviam tramado o assassinato do filho e sucessor de Gandhi, Rajiv Gandhi, durante visita oficial a Washington em dezembro de 1984. Os extremistas Sikhs nunca tentaram esconder sua intenção de eliminar a Primeira-ministra. Chauhan, o “Presidente exilado” de um inexistente estado separattista Kalistão, publicou largamente seu pedido de assassinato em 9 de junho de 1984 --- 3 dias após as tropas do Exército indiano invadiremm o Templo Dourado em Amritsar, e o liberarem das mãos dos radicais Sikhs armados e ligados a Chauhan. Menos de uma semana antes do assassinato, este dissera em uma visita a seu quartel-generral em Reading (Inglaterra) --- “Alguns homens surgirão e cortarão a cabeça da senhora Gandhi”. O pedido de Chauhan levou imediatamente à formação da Organização Mundo Sikh (World Sikh Organization) terrorista. Representantes da mesma, logo reuniram-se com empregados do Departamento de Assuntos Inter-religiosos da ADL, de acordo com o Rabbi Leon Klenicki, diretor do mesmo. A reunião fora convocada a pedido de Landrum Bolling, presidente da Doações Eli Lilly (Eli Lilly Endowment), que financiava fortemente a unidade.

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Surjit Singh, empregado principal da WSO e intimamente ligado a Chauhan desde 1947, é também amigo pessoal do presidente nacional honorário da ADL, Kenneth Bialkin.

O ENCOBRIMENTO DO ASSASSINATO DE PALME Se o assassinato de Indira Gandhi foi feito visando piorar as relações americano-indianas e beneficiar os patrocinadores londrinos, soviéticos e israelenses da ADL, o assssinato em 28 de fevereiro de 1986 do Primeiro-ministro sueco Olof Palme parece haver sido motivado, da mesma forma, por um objetivo comum a certos círculos em Moscou, Londres e Washington: encobrir o maior escândalo de tráfico internacional de armas e drogas da história, que surgiu com as revelações do Irã-Contras nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, e o mais recente “Stasigate” na Alemanha oriental. Quando o Primeiro-ministro Olof Palme ordenou à polícia sueca que varejasse os escritórios de Karl Erik Schmits, proeminente negociante internacional de armas, somente meses antes de seu assassinato, evidência significativa começou a surgir envolvendo tráfico de armas americanas, britânicas, israelenses e soviéticas para o Irã, Iraque e os Contras da Nicarágua, todos em aparente conexão. Palme supostamente preocupou-se muito quando a extensão total do envolvimento da social democracia sueca no tráfico de armas e seus lucros foi documentada em relatórios apanhados no reide, e começou a intervir no fluxo de armas da Suécia para o Golfo Pérsico. Ali então o Primeiro-ministro tornou-se um adversário descartável dos próprios serviços de Inteligência para os quais trabalhara durante sua carreira política. Embora a identidade do assassino possa nunca ser conhecida, um perfil das agências responsáveis emerge do maciço encobrimento que começou horas depois do assassinato de Palme, com as primeiras pistas na mídia de que o Partido Trabalhista Europeu (European Labor Party --- ELP), que estava associado com as idéias e políticas de Lyndon LaRouche, estava sob investigação policial. A trilha falsa de acusações ligando Lyndon LaRouche ao assassinato desviou os investigadores das pistas legítimas nos primeiros dois meses de investigação, portanto acabando com qualquer perspectiva de solucionar o crime. Foi a ADL, com a KGB, que exerceu papel principal nesta fase crítica. Desde 1982, a ADL envolveu-se com alguns dos mais notórios agentes da KGB na Suécia visando difamar o ELP. O empregado da ADL Irwin Suall, membro ativo da Internacional Socialista, é amigo de Pierre Schori, social democrata sueco, e Klauss-Henning Rosen, social democrata alemão ocidental, principal assessor do antigo Chanceler Willy Brandt. Schori foi citado pelo espião norueguês confesso da KGB, Arne Treholt, como “principal agente de influência” da KGB nos círculos social democratas escandinavos. Em 1982, Suall assessorou o produtor da TV sueca Goran Rosenberg no preparo de uma série de difamações classificando o ELP como “neo-nazista”. Dois anos depois, o diário SVENSKA DAGBLADET publicou uma difamação similar por Willy Silberman, baseada em “pesquisa” do jornalista Hans Lindquist, protegido de Joachim Israel. Investigações da época revelaram que Lindquist fora dirigido pelo diretor europeu da ADL em Paris, Shimon Stanley Samuels. Este, por sua vez, coordenara a campanha anti-LaRouche com Gerry Gable, o editor em Londres da revista SEARCHLIGHT, e membro do Partido Comunista da Grã-Bretanha. Acredita-se que aquela revista seja uma das principais publicações de fachada da KGB na Europa ocidental. Assim, ao menos dois anos antes do assassinato de Palme e do encobrimento, a ADL já estava envolvida com as redes de Inteligência soviéticas para difamar LaRouche na Europa. Nas 72 horas após o assassinato, agências de notícias dinamarquesas, alemães ocidentais e soviéticas indicavam o ELP como primeiro suspeito para a polícia sueca. Isto armou o palco para a detenção, 9 dias depois, de Victor Gunnarsson, um estranho morador de Estocolmo, que uma vez assinara uma petição endossando o status de partido do ELP, possivelmente em vista das redes policiais socialistas que o usaram por anos, como informante, em grupos opostos ao Partido Trabalhista Socialista ( Socialist Labor Party --- SAP) de Palme. Confirmado está que Jonas Hafstrom, primeiro secretário da embaixada sueca em Washington, foi posto em contato com o diretor de Assuntos Internacionais da ADL, Abe Foxman, pelo chefe de missão substituto da embaixada israelense Elyahim Rubenstein-Migdal. Foxman forneceu os “arquivos” da ADL sobre LaRouche para o chefe de polícia Hans Holmér, em Estocolmo, principal investigador do assassinato, através de um funcionário do Ministério do Exterior sueco chamado Nils Rosenberg. Os arquivos tornaram-se parte integrante do disfarce da força-tarefa de Palme. Ao mesmo tempo, o funcionário sueco do Departamento de Estado americano Richard Christensen levou repórteres americanos ao agente da ADL Goran Rosenberg, produtor da difamação pela TV em 1982, que estava então em Washington DC. Relatórios não confirmados sugerem que a ADL despachou um grupo de agentes para Estocolmo no começo de março de 1986 para alimentar as acusações contra os associados de LaRouche, mas foi chamado de volta aos Estados Unidos quando dois associados dele ganharam as eleições primárias democratas de Illinois, para vice governador e secretário de estado em 18 de março de 1986.

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Nesse mesmo dia, Irwin Suall apareceu no programa Notícias Noturnas da NBC, entrevistado por Brian Ross, no qual disse que os associados de LaRouche eram suuspeitos de haver assassinado Palme. No dia seguinte, a polícia sueca libertou Gunnarsson por falta de provas, embora a pista “Gunnarsson-ELP” fosse seguida por muitos meses. A ofensiva de propaganda Suall-ADL cruzou com campanha idêntica de altos funcionários soviéticos para culpar LaRouche e o ELP pelo assassinato de Palme. O esforço de desinformação soviética foi dirigido por Sergei Losev, diretor geral da agência noticiosa oficial soviética TASS, e foi coordenada em Estocolmo pelo embaixador soviético Boris Pankin. Este, antigo diretor geral do VAAP (Escritório de Direitos Autorais Soviético), foi identificado como Tenente-general da KGB e antigo diretor do Serviço A da KGB (unidade de desinformação), antes de ser embaixador em Estocolmo em 1982. Em 24 de agosto de 1989, o diário sueco EXPRESSEN revelou que oficiais da polícia nacional sueca (unidade de contra-espionagem)(SAPO) haviam grampeado o telefone de um funcionário da embaixada soviética e suspeito de pertencer à KGB, e haviam gravado prova de que o Kremlin sabia do assassinato de Palme com antecedência. Assim, a ADL não foi somente cúmplice de um grande esquema internacional de encobrimento de assassinato; ao menos em parte o plano escondia cumplicidade soviética anterior ao assassinato de um chefe de estado ocidental. 8. ADL SUBVERTE JUSTIÇA: A OSI Um dos mais significativos focos de penetração das Inteligências soviética e israelense no governo americano é o Escritório de Investigações Especiais (Office of Special Investigations --- OSI) do Departamento de Justiça, unidade criada por ação do Congresso em 1978 para caçar ostensivamente criminosos nazistas e os deportar dos Estados Unidos para serem julgados por seus crimes em casa. De fato, o OSI sempre funcionou como canal de evidência soviética forjada e outras contaminações do Sistema Judiciário americano, e para propaganda soviética e israelense contrra círculos de emigrados europeus orientais dentro dos Estados Unidos. A ADL mantém um oficial de ligação em tempo integral com o OSI em Washington, e outro trabalha para autoridades israelenses em Tel Aviv. Onde documentos falsos não foram suficientes para atingir os alvos do OSI, meios mais violentos foram usados freqüentemente. O já citado caso de Tscherin Soobzokov é exemplar. Os acontecimentos mais recentes em Israel envolvendo John Demjanjuk, um metalúrgico de indústria de automóveis aposentado de Cleveland, falsamente acusado de ser o guarda de Treblinka “Ivan, o Terrível”, são casos ainda mais claros da conexão ADL-KGB. Em 29 de novembro de 1988, Dov Eytan, respeitado advogado e membro do establishment israelense, jogou-se para a morte do 15º. andar do edifício de seu escritório em Tel Aviv. À época de sua morte, Eytan, antigo juiz, preparava a apelação de Demjanjuk perante o tribunal israelense que exporia a responsabilidade da KGB soviética nos documentos falsos, na coação de testemunhas e na supressão de provas exculpatórias pelo OSI do Departamento de Justiça americano, tudo isto levando o tribunal a sentenciar Demjanjuk à morte como “Ivan, o Terrível”. Em 1º. de dezembro, no funeral de Dov Eytan, após um rápido comunicado do governo israelense de que ele cometera suicídio, jogaram ácido no rosto de Yoram Sheftel, o outro advogado de Demjanjuk, que argumentara vigorosammente que este era vítima de falsa identidade montada pelo OSI e a KGB soviética. De fato, virtualmente todas as testemunhas contra Demjanjuk haviam antes testemunhado contraditoriamente, ou se havia provado que mentiram no julgamento. A peça principal de “evidência” contra Demjanjuk, um cartão ID (identificação) de campo de concentração, fora levado de avião a Israel desde Moscou pelo agente soviético Armand Hammer, em seu jato particular da Petróleo Ocidental (Ocidental Petroleum). Os advogados de Demjanjuk apresentaram prova conclusiva de que o cartão era uma falsificação da KGB. Mais recentemente, nos Estados Unidos, a ADL lançou um ataque contra o Deputado James Traficant (democrata Ohio), porque em 2 de agosto de 1989 ele acusara o OSI de que poderia ter deliberadamente escondido informação mostrando que uma testemunha chave contra Demjanjuk, Otto Horn, cometera perjúrio quando identificara “Ivã”, em 1981, nos procedimentos de desnaturalização. A prova do perjúrio foi descoberta em dois relatórios internos do OSI, achados em lixeira do escritório, e que foram passados ao genro de Demjanjuk. O Deputado, que pediu ao Procurador Geral Richard Thornburgh que autorizasse uma “revisão objetiva” do trabalho do OSI no caso, disse que ninguém “realmente sabia” se Demjanjuk era Ivã, e acrescentou: “Colocamos em perigo os direitos de todos os americanos se permitirmos que John Demjanjuk seja enforcado sob tais circunstâncias incomuns”. Não somente o OSI suprimira evidência do perjúrio de Otto Horn, mas há razão para acreditar-se que todo o caso fora fabricado pelo OSI. O vice presidente honorário da ADL, Edgar Bronfman, também mobilizara o Congresso Mundial Judaico, do qual é presidente e principal contribuinte, em conjunto com o OSI em numerosos outros casos. A lista original de 200 suspeitos de serem criminosos nazistas de guerrra vivendo nos Estados Unidos, que constitui a maioria dos casos provados pelo OSI, foi preparada por Charles Allen, pesquisador por certo tempo para o WJC (World Jewish

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Congress) e chefe de um grupo de amizade americana-alemã oriental sabidamente fachada do Partido Comunista Americano. Dois anos após a fundação do OSI, seus funcionários Allan Ryan e Neal Sher, armados com a “lista” de Charles Allen, viajaram a Moscou, onde reuniram-se com o General soviético Rudenko, para rever arqivos russos de guerra sobre os nazistas acusados. O General Roman Rudenko era bem conhecido por seu uso da política genocida moscovita contra os ucranianos nos anos 30, quano 8 a 10 milhões deles morreram de inanição --- performance que lhe rendeu promoção como um dos perseguidores favoritos de Stalin para os expurgos. Quando Sher e Ryan encontraram-se com ele em 1981, negociaram a introdução da prova fabricada pela KGB e pela qual o OSI tornaria-se notório. Conforme o Teitel da ADL descreve: “A cooperação EUA-Israel neste caso [Demjanjuk] era só a ponta do iceberg. Sem cooperação similar entre os Estados Unidos e a União Soviética, John Demjanjuk poderia nunca ter sido achado”. E a edição do Boletim da ADL de setembro de 1984 trazia um artigo de duas páginas de Neal Sher, que sucedera Ryan como diretor do OSI, defendendo o escritório contra acusações de europeus orientais de que este acordo com os soviéticos introduzira “documentos falsos” da KGB e depoimentos de “testemunhas intimidadas” nos tribunais americanos.

TRAVESSURAS DE ARTHUR RUDOLPH E KURT WALDHEIM Edgar Bronfman foi um cúmplice de boa vontade na trama do OSI contra o cientista de foguetes Dr. Arthur Rudolph, que foi ilegalmente forçado a se exilar dos Estados Unidos na primavera de 1984 (março-junho), após ter sido apontado como “criminoso nazista de guerra” em publicações soviéticas. A verdadeira razão pela qual soviéticos e Bronfman acusaram o célebre desenhista dos foguetes Pershing I e Saturno foi a de que este era parte do projeto da Iniciativa de Defesa Estratégica (Strategic Defense Initiative --- SDI --- “guerra nas estrelas”), que era então a prioridade no.1 da Inteligência soviética na espionagem. Incapaz, por falta de fundos e idade avançada, de pagar boa defesa, contra as acusações sem fundamento, e temeroso de que esposa e filhos fossem jogados na pobreza se a pensão do governo americano fosse revogada, Rudolph fez acordo com o OSI de que ele retornaria voluntariamente à sua nativa Alemanha. Investigação subseqüente de tribunais alemães ocidentais o consideraram inocente de qualquer envolvimento nos crimes pelos quais o OSI o acusava. O caso seguinte de colaboração de Bronfman com o OSI foi sua campanha contra o antigo Secretário Geral da ONU, e então Presidente austríaco, Kurt Waldheim, cujo maior crime parece ter sido, de acordo com os Acordos de Helsinki, o de haver concedido aos judeus soviéticos que passavam pela Áustria direito de se estabelecerem onde quisesssem --- não só em Israel, como implicitamente exigiam Bronfman e a ADL. Os defensores de Waldheim acusam o WJC (Congresso Mundial Judaico) de Bronfman de distorcerem os fatos e até solicitarem testemunho mentiroso contra o líder austríaco. O notável investigador de crimes de guerra Simon Wiesenthal tem sido um crítico ácido do WJC, e defende Waldheim. Não obstante, a evidência de Bronfman levou Neal Sher do OSI a colocar Waldheim em uma lista de vigilância daqueles proibidos de entrar nos Estados Unidos. 9. PENETRAÇÃO DA ADL NA POLÍTICA A despeito da ADL ter sido repetidamente vinculada ao crime organizado, às agências de espionagem estrangeiras, e a grupos terroristas domésticos e internacioonais, a Liga tem conduzido campanha altamente bem sucedida de insinuação nos trabalhos rotineiros de virtualmente cada grande departamento de polícia e de xerife nos Estados Unidos. Ao fazê-lo, depende bastante de sua antiga “relação especial” com o FBI --- que floresceu sob os recentes diretores William Webster e William Sessions --- e de seu profundo envolvimento com o OSI no Departamento de Justiça. Na primavera de 1989 (março-junho), Justin Finger, diretor nacional associado da ADL, levou uma delegação de policiais americanos a Israel em viagem com tudo pago, incluindo reuniões com a polícia nacional israelense, o Shin Beth, o Mossad e unidades especiais anti-terror. Entre os executivos policiais que viajaram estavam: Charles Barry, Secretário de Segurança Pública de Massachusetts; Cornelius Behan, chefe de polícia de Baltimore; Lester Forst, comissário de segurança pública de Connecticut; Michael Hennessey, xerife do condado de São Francisco; Robert Hightower, chefe de polícia do condado Cobb (Geórgia); Leroy Martin, superintendente do departamento de polícia de Chicago; Charles Plummer, xerife do condado Alameda (Califórnia); Peter Ronstadt, chefe de polícia de Tucson (Arizona); Jerry Williams, chefe de polícia de Aurora (Colorado); e Aristides Zavaras, chefe de polícia de Denver (Colorado). A viagem foi a terceira de uma série de visitas, patrocinadas pela ADL a Israel, por policiais desde 1987, e parte da penetração escalonada da Liga na polícia e no Judiciário americanos. Desde 1988, a ADL publica o Boletim Policial (Law Enforcement Bulletin), distribuindo gratuitamente aos departamentos de polícia, às empresas de segurança e às agências federais.

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O Boletim fornece um insano conjunto de informações acuradas mas severamente distorcidas, visando principalmente o movimento palestino, elementos pró-Palestina esquerdistas, todas as variedades de grupos direitistas, e Lyndon LaRouche. Em 1986, EIR soube, por policiais de Atlanta (Geórgia), que Charles Wittenstein, diretor regional da ADL, contatara policiais locais com uma oferta de financiamento e gerência de todo o seu programa de informações. Tentativas similares aparentemente foram feitas por todo o país. Uma revisão dos assuntos da publicação mensal da ADL na década passada revela que, nos 31 escritórios regionais dos Estados Unidos, diretores de pessoal devotam a maior parte de seu tempo a contatar polícia e promotoria, freqüentemente fornecendo informação gerada pelos próprios agentes provocadores da ADL dentro da esquerda e direita radicais. Por exemplo: • Em fevereiro de 1984, Stan Anderson, diretor regional da ADL em St. Louis, e Michael Lieberman, diretor

regional da ADL no Meio Oeste, fizeram uma conferênccia com a polícia do Missouri no Lago Ozark. Outros conferrencistas incluíam Jim Winter, diretor do programa contra-terrorista do FBI; Jim Elder, chefe da representação em St. Louis do Escritório de Álcool, Tabaco e Armas (Bureau of Alcohol, Tobacco and Firearms --- BATF); Tom Kelly, chefe do escritório de investigações no Kansas; Howard Hoffman, chefe da polícia rodoviária do Missouri; e Mark Middleman, antigo Procurador Geral Assistente do Missouri, empregado como consultor de pessoal da ADL.

• Em 13 de fevereiro de 1986, dois empregados da ADL, Michael Kosin e o diretor regional no Meio Oeste Michael Lieberman, discursaram na conferência em Chicago sobre Resposta Policial ao Extremismo (Law Enforcement`s Response to Extremism) no cinturão agrícola. Entre os outros participantes estavam Rhona Stewart, diretor da Comissão Americana sobre Direitos Civis (US Commission on Civil Rights); Joseph Lewis, chefe do escritório do FBI em Chicago; James Seaves, chefe do BATF em Chicago; James Zagel, diretor da polícia estadual de Illinois; e James Reidy, Procurador Federal em Chicago.

• Em fevereiro de 1987, a ADL patrocinou uma conferência de um dia sobre terrorismo na sede do FBI em Indianápolis, assistida por 140 policiais. Foi ela ostensivamente preparada para os Jogos Pan-americanos, e o principal conferencista foi Robert Kupperman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais da Universidade de Georgetown (Center for Strategic and International Studies at Georgetown University) em Washington, que participa freqüentemente dos eventos sob terrorismo, patrocinados pela ADL.

• Em outras conferências similares com polícias locais, a ADL insere “peritos” com ligações duradouras com o Mossad. Entre eles: o professor Uri Ra`anan, recrutador do espião condenado Jonathan Jay Pollard, e o professor Yonah Alexander.

10. ADL, ISRAEL E A CONSPIRAÇÃO DO MONTE DO TEMPLO Desde a fundação do Estado de Israel, a ADL conserva seu “relacionamento especial” com o serviço de Inteligência Mossad, especialmente com círculos corruptos de Inteligência ligados com o que o autor Jacques Derogy apelidou de “máfia israelense”. Meshulam Riklis, protegido do presidente nacional da ADL Burton Joseph, que foi implicado na rapinagem do IOS por Bialkin e Vesco, foi o “anjo” financista do antigo Ministro da Defesa israelense Ariel Sharon, há anos. Riklis comprou um grande rancho no deserto do Negev e o deu a Sharon, líder do ramo militante extremista do Likud, como presente. Foi neste rancho que uma série de reuniões secretas teve lugar em maio e novembro de 1982, para montar um ambicioso plano imobiliário, visando consolidar o controle israelense permanente sobre os Territórios Ocupados da margem ocidental, a Faixa de Gaza, e Jerusalém Leste, e montando a base do fluxo de imigrantes judeus russos em anos recentes. De acordo com relatórios de testemuhas visuais, os encontros no rancho de Sharon reuniram representantes dos Bronfman, os britânicos Lord Harlech e Lord Carrington, Sir Henry Kissinger e Kenneth Bialkin, da ADL. Agindo por uma extensa rede de grupos fundamentalistas cristãos baseados nos Estados Unidos, o grupo ADL-Sharon arranjou a compra ilegal de dúzias de edifícios e pedaços de terra nos territórios contestados, e planejou assentar ali ativistas militantes judeus. Uma rede de fundamentalistas judeus fanáticos, baseados em uma série de Yeshivas (escolas paroquiais judias) em Jerusalém, inclusive Ateret Cohanim, começou escavações ilegais nos sítios sagrados islâmicos na Cidade Velha, proclamando que iriam construir o Terceiro Templo em seu lugar original --- mesmo que isto significasse explodir a Mesquita da Pedra, no Monte do Templo, o segundo lugar mais sagrado do Islã. Esses judeus fanáticos, muito ligados a Meir Kahane da Liga de Defesa Judia (JDL), e ao Movimento Kach, fortemente financiado pela JDL e ADL nos Estados Unidos, fizeram ataques com metralhadoras e granadas à Mesquita da Pedra em dúzias de ocasiões nos anos recentes. Em quase todas as vezes, Ariel Sharon defendeu as ações, e até mesmo liderou passeatas de protesto quando a polícia israelense removeu os militantes à força.

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O confronto mais dramático ocorreu durante a celebração da Páscoa este ano (1991), quando um grupo de 150 fanáticos da Ateret Cohanim obteve ilegalmente um arrendamento do Hospício São João na parte cristã da Vellha Jerusalém, e tentara ocupar o edifício. Quando o patriarca grego ortodoxo local liderou um protesto pacífico contra eles, a polícia israelense jogou gás lacrimogêneo nos manifestantes. Em 17 de abril, o governo do Likud de Yitzhak Shamir fez um pronunciamento, admitindo que o Ministério da Habitação, chefiado por Morton Rosenthal e David Levy, colaborador de Jon Speller, haviam financiado secretamente a tomada do Hospício. Os incidentes levaram o Papa João Paulo II a dizer aos peregrinos da Páscoa, em Roma, que “os graves incidentes em Jerusalém são causa também a mim, de sofrimento e profunda preocupação” (Ver adiante “Perseguindo o Papa”).

ESPIONANDO PARA OS SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA ESTRANGEIROS O envolvimento da ADL nos subterrâneos sujos da política israelense não começou com a conspiração de Sharon. De acordo com registros de tribunais e outras fontes, a ADL é usada há décadas como disfarce conveniente para operações do Mossad israelense dentro dos Estados Unidos. Freqüentemente, essas estão em conflito direto com os interesses da segurança nacional americana. Em 1967, o antigo funcionário da B`nai B`rith, Saul I. Joftas, ajuizou ação por difamação contra esta, alegando que fora despedido por recusar-se a cooperar com operações secretas de espionagem israelense levadas a cabo pela B`nai B`rith e pela ADL. Depoimentos tomados mostram que em 1960 o vice presidente honorário da ADL, Phillip Klutznick, então presidente da B`nai B`rith, estabeleceu um disfarce desta uma para operação de Inteligência israelense em Nova York, que buscava penetrar na Inteligência americana manejando pedaços de informação sobre a URSS. O encarregado do Mossad nesta operação foi Uri Ra`anan, então diretor do departamento de informações do consulado israelense em Nova York, que mais tarde ajudou a recrutar o agente israelense “bandeira falsa” Jonathan Pollard. Outro membro desta célula foi o conselheiro geral da ADL, Arnold Forster, então diretor nacional associado da ADL. Outra operação feita por este grupo foi descoberta durante o trabalho do tribunal, em uma carta a Joftas de 7 de julho de 1961 do então diretor nacional da ADL, Benjamin Epstein. A carta dizia, em parte: “Como você sabe, a ADL há muitos anos mantém importante e confidencial cobertura investigativa das atividades e propaganda árabes... Mantemos uma operação de colheita de informações desde 1948, relacionadas com atividades dos Escritórios Consulares Árabes (Arab Consular Offices), Delegações Árabes na ONU (Arab United Nations Delegation), Centro de Informação Árabe (Arab Information Center), Escritório de Refugiados Árabes (Arab Refugee Office) e a Organização dos Estudantes Árabes (Organization of Arab Students)”. O resto da carta tecia considerações sobre esta atividade de espionagem, e pedia fundos adicionais.

POR TRÁS DO CASO DO ESPIÃO POLLARD Aparentemente esta coligação dos anos 60 entre a ADL e o Mossad, nas operações de espionagem dentro dos Estados Unidos, continuaram sem diminuição até a prisão, em novembro de 1985, de Jonathan Jay Pollard. Analista de contra-terrorismo no Serviço de Investigações Navais (Naval Investigative Service --- NIS), Pollard era parte de uma rede de espionagem do “Rafi Sujo” Eytan, oficial do Mossad e íntimo de Ariel Sharon, e que certa vez chefiou um esquadrão de assassinos de elite subordinado ao Primeiro-ministro. Pollard foi inicialmente apresentado ao recrutamento do Mossad pelo Dr. Uri Ra`anan. Antigo funcionário consular israelense e há muito colaborador da ADL, que tinha um posto especial de treinamento no Centro para Estudos de Segurança Internacional (Center for International Security Stydies) na Escola Fletcher de Diplomacia na Universidade Tufts, em Boston. Uma vez recrutado, Pollard foi “manejado” pelo Coronel Aviem Sella, oficial da Força Aérea Israelense disfarçado em aluno da escola de graduação da Universidade Nova York. Sua esposa Ruth estava, todo o tempo da operação Pollard-Sella no departamento legal da ADL em Nova York. Em protesto contra a sentença de Pollard a prisão perpétua por sua espionagem, o governo israelense promoveu Sella a General. Em resposta, uma delegação da ADL correu a Israel para impedir um rompimento de relações diplomáticas, que poderia ocasionar uma investigação ainda mais profunda na rede de Pollard e conduzir por fim à ADL. O Secretário de Defesa Caspar Weinberger pediu ao tribunal a imposição de pena máxima a Pollard, porque o “controle de danos” da Inteligência americana revelara que a maior parte da informação altamente secreta, roubada por Pollard, fora para a KGB e a GRU. Weinberger supostamente concluiu que toda a rede Eytan trabalhara para o Mossad e para os russos. Weinberger ordenou investigação mais extensa para determinar a identidade do “Comitê X” que acreditava-se estivera trabalhando com Pollard. Alguns especialistas da Inteligência americana acreditam que um inquérito total sobre o “Comitê X” revelaria uma ligação significativa com a Commissão Nacional da ADL. Enquanto Weinberger pressionava o caso Pollard, um escândalo separado emergiu envolvendo outro alto assocciado da ADL, o Procurador Geral Assistente Arnold Burns, diretor do banco Sterling National da ADL. Seu escritório de advocacia Burns & Summit foi apanhado dirigindo um grupo de falsos paraísos offshore que pedia grandes isenções

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fiscais por investimentos inexistentes em firmas israelenses de pesquisa e desenvolvimento. Um dos advogados ligados ao golpe era Howard Katz, pagador da rede de Pollard. Outra ligação ainda ativa da ADL com o grupo de Pollard refere-se a Mira Lansky Boland, chefe da Divisão de Pesquisa de Fatos em Washington. Boland fora colega de turma de Pollard na Escola Fletcher, e parte do mesmo grupo de estudantes muito unido ao professor Ra`anan. Aproximadamente ao mesmo tempo em que Ra`anan ajudava a colocar Pollard em sensível posição no NIS, também aparentemente ajudou a colocar Boland em seu emprego na ADL. Boland teve papel central na força-tarefa federal “Peguem LaRouche”, servindo como duto principal de informações entre as diversas agências, solicitando difamações pela mídia e até produzindo “testemunhas” para os casos governamentais. 11. ADL SUBVERTE O MOVIMENTO DOS FAZENDEIROS Com o enorme aporte de dinheiro do comerciante de grãos de Minneápolis Dwayne Andreas, presidente da Incorporação Archer Daniels Midland (Archer Daniels Midland, Inc.), a partir de 1978, os escritórios da ADL em Minneápolis, Chicago, St Louis, Atlanta e Omaha começaram a funcionar como filiais dos grandes cartéis graneleiros do Meio Oeste, que estavam então expandindoo seu recrutamento de Inteligência e truques sujos, contra a ameaça crescente dos protestos de fazendeiros em face da execução de hipotecas e dos custos operacionais impossíveis. As conexões da ADL com os comerciantes de grãos floresceram antes, especialmente sob a presidência de Burton Joseph (1976-78). Ele mesmo estava no negócio de produtos agrícolas, dirigindo uma empresa de Minneápolis chamada I. S. Joseph. Ele e um dos vice presidentes da ADL, Max Kampelman, eram conhecidos como a “máfia de Minneápolis” nos círculos internos da ADL, por causa de suas íntimas ligações com o Partido Trabalhista Fazendeiro de Minnesota (Minnesota Farm Labor Party) e a máquina política de Hubert Humphrey-Walter Mondale. A ADL também se beneficiou durante anos, das doações financeiras da família Moore, da Corporação Nabisco (Nabisco Corporation), outro gigante da indústria graneleira (agora pertencente à Phillip Morris, de cigarros). Melhor do que usar a força física para romper o emergente movimento populista fazendeiro, a ADL voltou-se para sua costumeira cartola de truques: proclamando o movimento uma estufa de militância anti-semita e direitista, a ADL agitou a propaganda, espalhou “Inteligência” altamente distorcida para agências policiais, e trabalhou com uma rede de radicais esquerdistas para organizar “contra-gangues” de protesto fazendeiro, e espalhar o fermento em bases populistas e impotentes. Em 10 de janeiro de 1986, o diretor regional da ADL em Minneápolis, Morton Wrywick, foi o conferencista principal na fundação do Comitê de Organização de Recursos da Família Fazendeira (Family Farm Resource Organizing Committee --- FFROC), coalisão de grupos de fazendeiros esquerdistas, inclusive o Partido dos Trabalhadores Socialistas (Socialist Workers Party), o Grundswell, o Fogo na Pradaria (Prairie Fire), o Centro de Assuntos Rurais (Center for Rural Affairs), o Vida Rural Católica (Catholical Rural Life) e o Centro da Renovação Democrática (Center for Democratic Renewal --- CDR). Joe Krastil era o chefe aparente do grupo, que disseminou um relatório da ADL recém publicado, intitulado “O Fazendeiro e o Extremista” como parte de seu “serviço de aconselhamento” a fazendeiros recém falidos. De acordo com entrevistas da época, Krastil fora treinado por Ken Lawrence, ativista esquerdista de Mississippi ligado ao grupo londrino SEARCHLIGHT, uma conhecida organização de fachada da KGB. Lawrence é também colaborador regular do jornal do desertor da CIA, Philip Agee, o Boletim de Informação de Ação Secreta (Covert Action Information Bullletin) e do Observador Público (The Public Eye), do Sindicato Nacional dos Advogados (National Lawyers Guild`s), editado por John Foster “Chip” Berlet, um dos mais importantes difamadores de Lyndon LaRouche. Outro fundador do grupo FFROC, Lenny Zeskind, dirige o Centro de Renovação Democrática, antigamente Comitê Anti-Klan, com Lynn Wells, antigo líder juvenil do partido comunista que mais tarde ajudou a fundar a Liga Maoísta de Outubro (Maoist October League). Dan Levitas, fundador do Fogo na Pradaria, outro grupo de insurgência esquerdista dos fazendeiros e patrocinado pela ADL, recentemente mudado para Atlanta para juntar-se a Zeskind e Wells na CDR. Pelos empregados da ADL Morton Wrywick (Minneapolis), Michael Lieberman (Chicago), Stan Anderman (St. Louis), Justin Finger e Yitzak Santus (Omaha), Marvin Stern (Seattle), Sol Rosenthal (Denver), Mark Briskman (Dallas) e Charles Wittenstein (Atlanta), a coleção de fazendeiros esquerdistas foi apresentada como “informantes” legítimos das forças-tarefas regionais legais, erguidas a pedido da ADL para lidar com a ameaça do “extremismo” no Meio Oeste. Por entrevistas feitas no começo de 1986, Donald Burger, chefe do escritório regional do Serviço de Relações Comunitárias do Departamento de Justiça americano (US Justice Department`s Community Relations Service) em Kansas City, Missouri, e David Tell, chefe da Divisão de Programa e Política da Comissão de Direitos Civis americana (Program and Policy Division of the US Commission on Civil Rights) em Washington DC, confirmaram que os esforços do governo federal no cinturão fazendeiro foram completamente integrados com a ADL e agentes ligados a

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esta, como Levitas e Zeskind. Igualmente, Mark Tirchie no escritório do Governador de Minnesota Rudy Perpich, e Ann Kesten no escritório do Procurador Geral de Minnesota “Skip” Humphrey, confirmaram sua dependência da ADL para fornecer informação e direção aos esforços de “combater o extremismo” no movimento fazendeiro. 12. ADL ALVEJA MOVIMENTO PRÓ-VIDA E VATICANO Em anos recentes, a ADL teve papel principal, por trás das cortinas, na oposição ao Movimento Pró-Vida, tanto pela juntada de uma série de memoriais Amicus Curiae jurídicos a todos os grandes casos de aborto perante a Suprema Corte Americana, e pelo uso de suas redes de espiões e agentes provocadores para vilipendiar o Movimento Direito à Vida (Right to Life Movement) como sendo um santuário de neo-nazistas, anti-semitas e terroristas de direita. Em 1º. de maio de 1991, membros da Divisão de Direitos Civis da ADL confirmaram em entrevistas a EIR que a ADL intensificara sua campanha para destruir o Movimento Pró-Vida. Um time de advogados e analistas dela (ADL) estava revendo vídeos e coberturas pela mídia da grande marcha pró-vida feita em Washington DC no dia anterior, a fim de identificar “extremistas” e “anti-semitas”. Outra fonte da ADL revelou que esta compilara dossiês de atividades anti-aborto, com particular atenção ao monitoramento de membros da Operação Salvamento (Operation Rescue), e que supostamente estavam disponíveis para as autoridades policiais que tentavam aplicar fraudulentamente o chamado RICO, estatutos anti-extorsão à acusação da Operação Salvamento (Operation Rescue). A ADL fez uma série de memoriais Amicus Curiae jurídicos tomando uma posição radicalmente pró-aborto. O presidente honorário da ADL, Kenneth Bialkin, redigiu memorial para a Suprema Corte nos casos no. 88-790, 88-805, 88-1125 e 88-1309. Bialkin o apresentou pelo Conselho de Registros da ADL (Council of Record for the Anti-Defamation League), pelas Mulheres da B B (B`nai B`rith Women), pelos Católicos para uma Escolha Livre (Catholics for a Free Choice) e pela ORT da Mulheres Americanas (Women`s American ORT). Listados como “pertencentes ao Conselho” estavam figurões da ADL, como o vice presidente honorário Meyer Eisenberg, o diretor nacional associado Justin J. Finger e o diretor da Divisão de Direitos Civis Jeffrey P. Sinensky. O memorial jurídico da ADL argumenta que os estatutos anti-aborto de “Illinois, Minnesota e Ohio...violam a cláusula do establishment ao endossar uma teoria religiosa sobre quando a vida começa” e que impõem “uma carga proibitiva sobre o livre exercício feminino da religião, ao restringir seu interesse religioso fundamental em decidir se quer continuar uma gravidez”. A argumentação concorda com as dúzias de memoriais jurídicos para remover a oração da escola, na qual advoga escola e sociedade “livres de valores”, nas quais princípios morais cientificamente fundamentados não tem força. Ainda mais incisivamente, Laura Kam-Issacharoff, membro do escritório israelense da ADL, escreveu um artigo para o JERUSALEM POST em 6 de março de 1990, intitulado “Anti-Semitismo no Movimento Anti-Aborto”. Seu parágrafo inicial diz: “Crescentes manifestações anti-semíticas no volátil debate sobre aborto pertubam líderes judeus nos Estados Unidos. Em vários estados, o FBI começou a investigar o nascente correio do ódio, dirigido a líderes e doutores políticos judeus pró-aborto”. O resto do artigo contém um clamor exagerado após outro de que de certa forma, ativistas pró-vida crêem que doutores judeus estão matando bebês cristãos em vingança pelo Holocausto.

PERSEGUINDO O PAPA Um dia após o Papa João Paulo II expressar “preocupação” com os incidentes no Hospício São João em Jerusalém (ver acima), o diretor nacional da ADL Abraham Foxman afirmou, como dito na Semana Judia de Washington (Washington Jewish Week) de 3 de maio: “Estou preocupado e perturbado pela forma como a comunidade cristã atua, ao transformar isto em uma confrontação religiosa internacional...Ouvir esta orgia de críticas (isto é, do Papa), com sentido sinistro, pode até mesmo conter elementos das Cruzadas”. As observações de Foxman são as últimas de uma série de confrontos dramáticos entre a ADL e o Vaticano. A última, no outono de 1989 (setembro-dezembro), seguiu-se a uma provocação de amigos do terrorista Mordechai Levy, controlado pela ADL, na Coalizão da Preocupação (Coalition of Concern), que tentou fechar um convento carmelita vizinho ao antigo campo de concentração Auschwitz, na Polônia. Glenn Richter, amigo de Levy, publicou matéria paga após acompanhar o Rabbi Avraham Weiss, também amigo de Levy, no que se tornou uma confrontação com trabalhadores do convento, descrevendo como seu grupo o cercou, exigindo que fosse removido, e reclamando “de uma cruz que ultrajava a memória dos mártires judeus de Auschwitz”. O Rabbi publicou outra matéria paga dizendo que o Cardeal Franciszek Macharski, de Cracóvia (Polônia), era “repugnante” por acusar a Coalisão de “falta de respeito às freiras e à dignidade humana e cristã das mesmas” e por falta de respeito “aos símbolos de fé e piedade” por “tentativas de invasão (do convento)”. O Rabbi pediu “aos líderes judeus que cancelassem o diálogo com o Vaticano” até a remoção do convento. Em artigo no NEW YORRK POST, clamava que o Papa João Paulo II e o Vaticano não haviam feito nada para proteger os judeus dos nazistas (à época,o Papa era Pio XII --- N.Ed.). Em 15 de agosto de 1989, Elan Steinberg, assessor de Edgar Bronfman, denunciou o Papa

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por anti-semitismo, por causa das tentativas deste de “desjudaizar o Holocausto”. Steinberg disse ser “obsceno” que o Papa se reunira com o Presidente austríaco Kurt Waldheim. Steinberg disse a um jornalista que o principal problema teológico era a “visão triunfalista” do Papa, que disse ser um passo atrás no “progresso do Vaticano II (Encíclica --- N. T.)”. Steinberg avisou que o Papa montava uma “internacional conservadora” que regredia em assuntos como aborto, sexualidade, diálogo inter-religioso entre católicos e judeus, oposição à Teologia da Libertação na América Central, e levava o sindicato Solidariedade na Polônia para um curso perigoso, que poderia enfraquecer o amigo de Edgar Bronfman, o Presidente soviético Mikhail Gorbachov. 13. ADL DEFENDE SATÃ Ano passado quando um grupo de legisladores estaduais do Texas apresentaram projeto de lei criminalizando certas práticas rituais satânicas, o escritório em Dallas da ADL gritou “anti-semitismo”! e tentou mobilizar a comunidade judia para impedir sua aprovação. Os esforços da ADL caíram em ouvidos moucos, porque a maioria dos rabbis e outros líderes comunitários judeus tinha ficado devidamente horrorizado com as recentes descobertas, em Matamoros (México), de um enorme cemitério ritual em um rancho usado por notória gangue de traficantes de drogas. O Governador William Clements pediu sessão especial conjunta das assembléias estaduais para aprovar unanimimente a lei, a primeira de várias leis estaduais anti-satanismo pelo país. As artimanhas de “liberdade religiosa” da ADL no Texas refletem uma antiga cumplicidade da mesma na disseminação do satanismo e da contra-cultura dorgas-sexo-rock. O primeiro exemplo documentado de envolvimento da ADL data do começo dos anos 60, quando o Rabbi Maurice Davis, do condado Westchester (Nova York), participou do Projeto Mk-Ultra, incursão da CIA no uso do LSD-25 e outras drogas psicodélicas no controle da mente e manipulação social maciça. Davis era capelão no Centro de Pesquisa de Vício (Addiction Research Center) em Lexington (Kentucky), estufa do teste secreto com LSD da CIA. De acordo com colegas de Davis da época, o rabbi ajudou a seguir algumas das cobaias humanas do LSD, quando foram liberadas para tratamento externo. A extensão total do envolvimento de Davis no projeto da CIA pode nunca ser conhecido porque o principal químico da CIA, Dr. Sidney Gottlieb, destruiu milhões de páginas dos registros do MK-Ultra em 1972, por ordem do diretor demissionário da CIA, Richard Helms. Entretanto, pode-se presumir que os serviços de Davis foram apreciados, porque, em seguida a sua transferência para Indianápolis nos meados dos anos 60, ele se tornou um dos primeiros patrocinadores do reverendo Jim Jones e seu Templo do Povo, que vários autores descreveram como outro “projeto” do Escritório Oculto Anglo-Americano (Anglo-American Ocult Bureau project). Davis foi ajudado pelo pastor episcopal, e mais tarde Bispo, Paul Moore, rebento da mesma família patrícia Moore que financiou grandemente a ADL nas últimas décadas. Este mais tarde foi para Nova York, onde preside a Catedral de São João Divino, notório centro da Nova Era e do culto total ao satanismo, tanto quanto o terrorismo. Durante anos, a Unidade de Incêndio e Explosivos (Arson and Explosives Unit) da polícia novaiorquina identificou a catedral como refúgio das FALN, grupo terroristta portoriquenho que lançou dúzias de ataques a bomba na área metropolitana durante os anos 70. Em 1978, conforme a ADL lançou sua campanha da Grande Mentira contra Lyndon LaRouche como “anti-semita”, o Cônego West, principal assessor do Bispo Moore na Arquidiocese Episcopal, confidenciou a um visitante que eles haviam “levado os judeus” a lidarem com Lyndon LaRouche, indicação de relacionamento entre a ADL e o establishment branco e de sangue azul WASP (White,Anglo-Saxon,Protestant) muito mais profundo do que a ligação Moore-Davis. Em Indianápolis, Davis e Moore patrocinaram Jim Jones dentro de um grupo de conselhos comunitários. Davis pessoalmente arranjou a venda de sua própria sinagoga para Jones, e arranjou a hipoteca para o que seria o primeiro Templo do Povo. Quando Davis mudou-se para Nova York logo após Jones levar seus seguidores para São Francisco, o rabbi, agora figura ativa nos círculos da ADL, tornou-se uma das primeiras figuras religiosas a falar da perigosa proliferação de cultos coercitivos. Mas, longe de ser uma conversão na Estrada de Damasco (refere-se ao romano perseguidor de Cristo, Paulo de Tarso que converteu-se em cristão às portas de Damasco), o novo perfil de Davis como cruzado anti-cultos representava mera continuação de seu envolvimento nos esforços do Escritório Oculto. Junto com outros veteranos do MK-Ultra, como o Dr. Louis Jolyon West e Robert J. Lifton, Davis lançou o movimento “desprogramador” no começo dos anos 70, como “solução” para o problema explosivo dos cultos coercitivos, que o próprio Davis ajudara a fomentar. Nas décadas seguintes, centenas de membros de cultos pseudo-religiosos e de terapia, como a Igreja da Unificação (Unification International Church ---UIC), Igreja da Cientologia (Scientology Church), Caminho Internacional (The Way International), EST e Hare Krishnas (EST and the Hare Krishnas) foram seqüestrados e submetidos a castigantes despojamentos do ego, abusos físicos e outras formas de modificação do comportamento, durante horas seguidas sem interrupção (24 horas seguidas --- round-the-clock) --- com freqüência iguais ao tratamento que receberam quando pertencentes aos cultos. Em quase todos os casos, os pais das pessoas davam tudo que tinham aos serviços seqüestradores fornecidos por Davis e seus colaboradores.

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Em 1974, Davis fundou a Cidadãos Engajados na Reunião de Famílias (Citizens Engaged in Reuniting Families --- CERF), fachada de desprogramação que mais tarde fundiu-se com as duas maiores agências anti-cultistas, a Fundação da Família Americana (American Family Foundation --- AFF) e a Rede da Consciência Cultista (Cult Awareness Network --- CAN). Capitalizando a reação pós-Jonestown, a ADL estabeleceu um centro anti-cultista em tempo integral, na sede em Washington da BB (B`nai B`rith) e dirigido por Esther Dietz e Asya Komm. Este centro mantinha escritórios conjuntos com a CAN. Desta forma, a ADL estabeleceu ligações formais e contínuas com AFF e CAN.

O “FILHO DE SAM” E DENNIS KING Entre os empregados de Davis na CERF estavam Dennis King e Kalev Pehme, que mais tarde tiveram papéis proeminentes na força “Peguem LaRouche” pós-1978, e trabalharam para um semanário mafioso no lado oeste de Manhattan, Nossa Cidade (Our Town). Em 1978, Pehme escreveu para ele um artigo entusiasmado sobre a Fundação Fé do Milênio (Foundation Faith of the Millennium), antigamente Igreja Processo do Julgamento Final (Process Church of the Final Judgement). Esta instituição totalmente satânica, estivera tão intimamente ligada aos assassinatos da família Mason, da costa ocidental em 1969, que foram forçados a mudar suas operações de volta ao leste e até seu nome. De acordo com o O ÚLTIMO MAL (THE ULTIMATE EVIL) de Maury Terry, que é um relatório dos assassinatos do “Filho de Sam” em Nova York em 1976-77, a Igreja do Processo, agora sediada no condado Westchester, era suspeita de ligação com esses assassinatos rituais também. Outra pessoa que surgiu com os desordeiros da Nossa Cidade, controlados pelo mafioso Ed Kayatt, foi Dennis King, protegido de Maurice Davis e autor da literatura de ódio contra Lyndon LaRouche. King publicou uma das mais sujas difamações contra LaRouche nas páginas da revista HIGH TIMES, a voz do lobby da legalização das drogas e da indústria da parafernália de drogas. O colaborador mais íntimo de King no esforço anti-larouchista, que cresceu para uma força-tarefa governamental, foi John Foster “Chip” Berlet, durante anos chefe do escritório de Washington da HIGH TIMES e ativista da NORML, o lobby oficial da legalização das drogas. Em 1979, King era empregado em tempo integral da Divisão de Pesquisa de Fatos da ADL, e informante anti-larouchista para uma variedade de agências federais, estaduais e procuradores. Por todo este período, King foi membro da Sociedade Humanista de Nova York (Humanist Society of New York --- HSNY), clube humanista secular ligado à Sociedade de Pesquisa Psíquica (Society for Psychical Research --- SIECUS), movimento radical de educação sexual, e outras instituições enganosas da Nova Era. As ligações da ADL com círculos esplicitamente pró-satanismo não era esforço de baixo nível. Edgar Bronfman estivera associado a este projeto desde 17 de abril de 1989 ao menos, quando ele e o Príncipe Philip lançaram a Fundação de Literatura Sacra (Sacred Literature Trust --- SLT), esforço visando fazer propaganda das fundações religiosas de ecologia e ambientalismo --- isto é, revivescência da Terra Mãe e outras formas de paganismo. Em entrevista a imprensa na ONU naquela data, o assessor de Bronfman, Rabbi Arthur Hertzberg, e o porta-voz do Príncipe, Martin Palmer, anunciaram o projeto. Os numerosos escritos de Palmer sobre vários aspectos da teologia pagã e gnóstica foram publicados pela Fundação Lucis (Lucis Trust) --- antiga Fundação Lúcifer (Lúcifer Trrust) --- grupo de elite que surgiu do movimento teosófico do século XIX. Quanto ao Rabbi Hertzberg, ele primeiro chamou a atenção em uma conferência em Assis (Itália), em 1986, quando advogou o renascimento da Cabala Judia (Jewish Cabala) gnóstica. A proposta para a Fundação da Literatura Sacra foi primeiro aventada nesta conferência em Assis.