“não importa a idade” - na.org · a adicção não tem idade; nem a recuperação,...

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“Não importa a idade...” 1 Cartas dos leitores… 2 NA é a nossa casa… em qualquer idade! 3 Vejam só! 6 Crescendo em NA 7 Fui obrigada a freqüentar reuniões de NA 8 Mas eu só tenho 15 anos… 9 Idade da razão 10 NA: Uma solução antiga 11 Conheça os pais 12 Foi realizada, no Canadá, a primeira Oficina Mundial! 12 Fui coordenador de literatura na adolescência 13 Nunca se é jovem demais para o serviço 14 Não me sinto jovem por dentro 15 Por que tanta atenção? 16 H&I Esperto 17 Os Serviços Mundiais de NA ainda procuram… 17 Calendário 18 Novos produtos do WSO 20 Grupo de Escolha 20 NESTA EDIÇÃO OUTUBRO DE 2001 VOLUME DEZOITO NÚMERO QUATRO “Comparado a algumas pessoas, fiz muitas coisas quando estava na ativa; comparan- do-me a outras, parece que não fiz quase nada. Porém, não são nossas histórias que fazem de nós adictos. Não importa onde, quando, ou com quem você usava drogas — a única coisa que importa é que você quer parar… A adicção não tem idade; nem a recuperação, tampouco.” Joshua S, Califórnia/EUA (Para Notícias e Visões, o boletim da Área Santa Clarita) “Não importa a idade...” A face atemporal da adicção e da recuperação “Qualquer pessoa pode se juntar a nós, independentemente da idade, raça, identidade sexual, credo, religião ou falta de religião.” Ouvimos este texto, repetidamente, na maioria das reuniões que freqüentamos. Na verdade, pro- vavelmente nós o estamos escutando desde que tropeçamos pela primeira vez para dentro de uma sala de Narcóticos Anônimos. Porém, por mais que tentemos, ainda é difícil, para muitos de nós, ter mente aberta e boa vontade. O fato de ficarmos limpos e de vivermos o programa não nos exime das imperfeições da nossa humanidade. Procuramos focalizar as semelhanças e nos identificar com os sentimentos que estão sendo partilhados nas nossas reuniões, mas, invariavelmente, iremos nos desviar, e começar a buscar dife- renças. Ultimamente, parece que aumentou a quantidade de gente que entra em recuperação mais jovem. Entretanto, o que é que isso significa, de verdade? A idade é simplesmente um número. Podemos ser “jovens” em qualquer idade, certo? Mas o que isso tem a ver com a doença da adicção, e nossa recupera- ção em NA? Nosso desejo de parar de usar é tudo o que basta para nos tornar- mos um membro de NA, e não existem diretrizes conclusivas quanto a quem está apto a tomar esta decisão. A decisão de parar de usar e encontrar uma melhor maneira de viver pode ser tomada em qualquer idade. Será que o aumento de jovens adictos que chegam a NA poderia ser decorrente, não apenas da maturidade da Irmanda- de de NA, mas também do amadurecimento dos membros dessa comunida- de? Os mais jovens estarão sendo motivados a procurarem NA, por questões diferentes das que conduzem os da faixa dos 30 à recuperação? Apresentamos estes questionamentos e outros, juntamente com o tema desta edição, e recebemos alguns retornos interessantes de uma quantidade de companheiros. Esperamos que você goste de ler as experiências e hones- tidade dessas partilhas. As histórias aqui destacadas ilustram, consecutiva- mente, que a adicção não discrimina ou ataca um segmento da sociedade, em vez de outro. Apesar de não termos escolhido sofrer da doença da adicção, podemos escolher a recuperação, e ficar limpos só por hoje — não importan- do a nossa idade.

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“Não importa a idade...” 1

Cartas dos leitores… 2

NA é a nossa casa…em qualquer idade! 3

Vejam só! 6

Crescendo em NA 7

Fui obrigadaa freqüentar reuniões de NA 8

Mas eu só tenho 15 anos… 9

Idade da razão 10

NA: Uma solução antiga 11

Conheça os pais 12

Foi realizada, no Canadá,a primeira Oficina Mundial! 12

Fui coordenador de literaturana adolescência 13

Nunca se é jovem demaispara o serviço 14

Não me sinto jovem por dentro 15

Por que tanta atenção? 16

H&I Esperto 17

Os Serviços Mundiais de NAainda procuram… 17

Calendário 18

Novos produtos do WSO 20

Grupo de Escolha 20

NESTA ED

IÇÃO

OUTUBRO DE 2001VOLUME DEZOITONÚMERO QUATRO

“Comparado a algumas pessoas, fiz muitas coisas quando estava na ativa; comparan-do-me a outras, parece que não fiz quase nada. Porém, não são nossas histórias que fazemde nós adictos. Não importa onde, quando, ou com quem você usava drogas — a única coisaque importa é que você quer parar… A adicção não tem idade; nem a recuperação, tampouco.”

Joshua S, Califórnia/EUA(Para Notícias e Visões, o boletim da Área Santa Clarita)

“Não importaa idade...”

A face atemporal da adicção e da recuperação“Qualquer pessoa pode se juntar a nós, independentemente da idade, raça,

identidade sexual, credo, religião ou falta de religião.” Ouvimos este texto,repetidamente, na maioria das reuniões que freqüentamos. Na verdade, pro-vavelmente nós o estamos escutando desde que tropeçamos pela primeiravez para dentro de uma sala de Narcóticos Anônimos. Porém, por mais quetentemos, ainda é difícil, para muitos de nós, ter mente aberta e boa vontade.

O fato de ficarmos limpos e de vivermos o programa não nos exime dasimperfeições da nossa humanidade. Procuramos focalizar as semelhanças enos identificar com os sentimentos que estão sendo partilhados nas nossasreuniões, mas, invariavelmente, iremos nos desviar, e começar a buscar dife-renças.

Ultimamente, parece que aumentou a quantidade de gente que entra emrecuperação mais jovem. Entretanto, o que é que isso significa, de verdade? Aidade é simplesmente um número. Podemos ser “jovens” em qualquer idade,certo? Mas o que isso tem a ver com a doença da adicção, e nossa recupera-ção em NA? Nosso desejo de parar de usar é tudo o que basta para nos tornar-mos um membro de NA, e não existem diretrizes conclusivas quanto a quemestá apto a tomar esta decisão.

A decisão de parar de usar e encontrar uma melhor maneira de viver podeser tomada em qualquer idade. Será que o aumento de jovens adictos quechegam a NA poderia ser decorrente, não apenas da maturidade da Irmanda-de de NA, mas também do amadurecimento dos membros dessa comunida-de? Os mais jovens estarão sendo motivados a procurarem NA, por questõesdiferentes das que conduzem os da faixa dos 30 à recuperação?

Apresentamos estes questionamentos e outros, juntamente com o temadesta edição, e recebemos alguns retornos interessantes de uma quantidadede companheiros. Esperamos que você goste de ler as experiências e hones-tidade dessas partilhas. As histórias aqui destacadas ilustram, consecutiva-mente, que a adicção não discrimina ou ataca um segmento da sociedade, emvez de outro. Apesar de não termos escolhido sofrer da doença da adicção,podemos escolher a recuperação, e ficar limpos só por hoje — não importan-do a nossa idade. �

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A

REVISTA INTERNACIONAL

DE

NARCÓTICOS ANÔNIMOS

EDITORA

Nancy Schenck

REVISÃO E REDAÇÃO FINAL

David FulkLee Manchester

TIPOGRAFIA E PROCRAMAÇÃO VISUAL

David Mizrahi

COORDENADORA DE PRODUÇÃO

Fatia Birault

CONSELHO EDITORIAL

Susan C, Daniel S, Larry R

World Service OfficePO Box 9999

Van Nuys, CA 91409 USATelefone: (818) 773-9999

Fax: (818) 700-0700Website: www.na.org

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Cartas dos leitores…Bolos de aniversário e autonomia de grupo

Um alô para todas as minhas irmãs e irmãos desta maravilhosa Irmandade deNarcóticos Anônimos! Estou limpo há muitos anos, e serei sempre grato a NA peloprivilégio da recuperação. Gostaria de partilhar meu ponto de vista a respeito doartigo sobre bolos de aniversário, na revista de janeiro de 2001. (Leia-se “Controvér-sias de aniversário ficam com a maior fatia do bolo”, Volume Dezoito, Número Um,página 13.)

Quando li aquela opinião, atravessou a minha mente uma sucessão de pensa-mentos sobre algumas das tradições que permitem aos grupos funcionar de formaautônoma. A Segunda Tradição trata da consciência do grupo e da orientação espi-ritual que se busca, para tomar as decisões corretas.

A Quarta Tradição fala da autonomia, e de se assegurar que as decisões dos gru-pos não afetem aos demais, ou a NA como um todo.

A Sétima Tradição aponta para que nós, enquanto grupo, sejamos responsáveispor custear nosso próprio caminho.

Tenho que respeitar as decisões dos grupos, independentemente das minhasopiniões. Acredito que eles devam ser responsáveis e que, se tiverem dificuldadepara pagar o aluguel, comprar literatura ou ajudar o CSA, então repensem a formacomo estão gastando o dinheiro arrecadado nas reuniões. Deverão consultar a cons-ciência coletiva espiritual, e permitir que seu Deus os guie de forma amorosa e cuida-dosa.

Os bolos de aniversário são uma expressão da autonomia do grupo. Poderíamosdiscutir, longamente, o quanto eles afetam outros grupos, NA como um todo e odinheiro arrecadado na sacola. Aprendi a me render ao coletivo, e trabalhar pelobem-estar comum do meu grupo de escolha. Espero que possamos todos crescerjuntos, e assegurar que a recuperação esteja ao alcance de todos que a buscarem.

Com respeito e amor,Autor anônimo

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NA é a nossa casa…em qualquer idade!

Afinal, o que significa ser “jovem” em NA? Isto faz realmente diferença? A recupe-ração não é uma questão de criar uma atmosfera de identificação, em vez de separa-ção?

Quase todo adicto que chega a NA tende a procurar pelas diferenças. Nossa do-ença busca por elas, torna-as reais e, às vezes, permite que orientem nossa decisãoquanto a ficar, ou não, em NA.

Nós três escrevemos este artigo para celebrar as diferenças entre pessoas jovens.Jamais pretendemos esgotar os exemplos e experiências, ou que este artigo fale portodos os jovens. Queríamos apenas partilhar com honestidade o nosso processo,nossa diferença de escolhas, e o que fizemos para ficar limpos e fazer de NarcóticosAnônimos a nossa casa.

Chegando a uma sala…Carrie: Lembro-me da minha primeira reunião, como se fosse on-

tem. Depois de passar três dias dormindo direto, o centro de trata-mento permitiu que eu fosse a uma reunião de NA. Esgotada,desgastada e entorpecida, não imaginava o que iria encontrar. Aúnica coisa que eu sabia era que estava em desespero. Buscava algodesesperadamente – alívio ou paz, ou apenas fazer parte deste uni-verso, do qual estava isolada há tanto tempo.

Tony: Nunca quis ser “um jovem” em NA. Quando cheguei em NarcóticosAnônimos, só havia um cara mais novo do que eu. Ele era completamentediferente de mim – ouvíamos músicas diferentes, usávamos roupas diferen-tes, ele gostava de meninas e eu, de garotos, e nossas famílias eram diferen-tes. Basicamente, éramos totalmente diversos – por fora. Porém, isso não meimportava, uma vez que não pretendia passar mesmo muito tempo por aqui.Só queria ficar melhor e retornar para todos aqueles meus “amigos”.

Kim: Já havia companheiros mais novos, quando cheguei a NA. Iam a festasde NA juntos, dormiam juntos e jogavam pôquer até às 4 horas da manhã.

Gosto de acordar cedo. Além disso, estava tão machucada quando cheguei aNA, que a atividade social era traumática para mim, principalmente em gruposgrandes e com pessoas do sexo oposto. Era difícil ser eu mesma. O mais curiosoé que, apesar de existirem outros companheiros mais jovens quando fiquei lim-pa, mesmo assim eu encontrava uma forma de me sentir diferente.

Tive de ser paciente e encontrar pessoas que compartilhavam dos meus inte-resses. Tive de descobrir o que gostava de fazer. E precisei dizer para mim mes-ma que havia lugar para mim em Narcóticos Anônimos.

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Chegando em casa…Como fiquei limpa com 21

anos de idade, tive medo que mevissem como sendo “jovem de-mais” para ser uma adicta — ehouve alguns companheiros queme encaravam exatamente des-sa forma! Não me conheciam, ouà minha história.

Somente porque sou jovem emidade, isso não significa que nãotenha passado pela vida, e vivi-do tanto quanto qualquer adul-to. Aquelas pessoas desconheci-am que eu vira minha mãe so-frer de câncer por três anos emorrer, quando eu tinha apenas

onze anos. Não sabiam que euhavia sido traída por membrosda família, e obrigada a crescerpor mim mesma.

Deixei tanta destruição paratrás, na minha adicção, comoqualquer outra pessoa desta ir-mandade. Digamos que, quan-do cheguei a NA, estava falidaespiritualmente. Sem auto-res-peito, dignidade ou expressão —tinha me perdido por completo.

Ouvi pessoas partilharem so-bre espetar agulhas na veia du-rante 30 anos, e de ficarem nametadona por mais dez anosdepois disso. Como eu nuncahavia usado heroína, comecei ame afastar de muitos adictos.

Ouvi pessoas dizerem: “Tomeimais drogas do que você jamaisconseguiria”. Pensei que talvezeu devesse ir embora, e retornarpara NA quando estivesse mo-rando na rua, vendendo meucorpo, e perdido tudo – vinteanos depois.

Bem, graças a Deus eu nãoentrei nessa! Apesar das minhassupostas diferenças, eu fiquei. Eouvi uma coisa muito importan-te: a mensagem de recupera-ção.

Comecei a me relacionar comoutros adictos jovens em recupe-ração, e também com os compa-nheiros mais velhos, que haviamchegado novos, e permanecido.Ia a festas, saía para tomar cafée para comer fora constante-mente – fazia qualquer coisa quemantivesse a minha mente dis-traída do meu estilo de vida ha-bitual. Com o tempo, comecei ame sentir integrada.

Fiz o que sugeria o programa –fui a 90 reuniões em 90 dias, arran-jei um padrinho e iniciei o trabalhodos passos.

Fiquei por aqui — o cara maisnovo, também. Prestamos serviçojuntos. Saíamos para tomar café comaquelas pessoas “mais velhas”, e fa-zíamos o melhor que podíamos. Fi-cava difícil quando não podíamossair com todo mundo após a reunião.Mas, de uma forma geral, os com-panheiros da nossa área nos reco-nheciam e recebiam muito bem –não como jovens, mas como adictosem busca de recuperação.

Foi apenas quando eu já estavaem recuperação há alguns anos queas pessoas começaram a me identi-ficar como “jovem” em recuperação,em grande parte, porque muitoscompanheiros jovens começaram adeixar as ruas e aparecer nas reuni-ões. Seguindo o mesmo caminhoque eu, ficava um pouco mais fácilpara eles chegar e encontrar identi-ficação – havia outras pessoas queeram como eles.

Apesar de ser tão fácil, para mim,focalizar as diferenças, aprendi, como tempo, a enfocar as semelhanças.Hoje, mais adiantado na minha re-cuperação, sei o que significa encon-trar identificação através da diversi-dade.

Acabei conhecendo duas garotas naminha área, e passamos a ir juntas atodas as reuniões. Uma tinha 13, aoutra, 15 anos, e eu estava com 20.Como tinha carro, eu as apanhava emcasa todas as noites. Talvez fosse onosso gosto comum por música punk,ou nossa inadequação, ou o fato dequerermos realmente criar um víncu-lo de recuperação.

Dizem que, aqueles que recordamo quanto era difícil e degradante usar,são os que irão permanecer limpos.Éramos todas muito novas, mas aadicção ativa havia deixado uma mar-ca profunda em cada uma. Tínhamosmedo de recair, de fazer as mesmascoisas que fizéramos quando usáva-mos, por isso, ficamos juntas.

Saíamos para jantar depois das reu-niões e comíamos torta, viajávamosaté reuniões em outras áreas, e vivía-mos à base de comida Tailandesa. Vi-ajamos na minha caminhonete VW atéWashington para ouvir a partilha daminha madrinha em uma convenção.Fomos em quatro até a convençãomundial, na minha caminhonete, dor-mindo alternadamente na traseira,porque havia espaço para apenas duasde cada vez. Falávamos a verdade umaà outra, partilhamos nossas feridas maisprofundas, e permanecemos limpas,juntas, nos primeiros anos.

A descoberta da nossamensagem…

Quando escutava as leiturasno início de todas as reuniões,confirmava que havia lugaraqui para mim. A literatura deNA diz que pertencemos à irman-dade “independentemente daidade, raça [ou] identidade se-xual”, e que “não importa o quan-to você usou ou quais foram osseus contatos”, o que significaque não importa o quão horren-

“Quando cheguei a NA, minha idade

era o que menos me preocupava.”Kim Y

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da seja a sua história, ou quantasdécadas você passou usando!Significa que, se você usou dro-gas e deseja parar, então sejabem-vindo!

Dizem nas reuniões que, um dia,você poderá levar a mensagem auma pessoa, que só a conseguiráouvir de você. Eu era por demaisegocêntrico para fazer disso umarazão para ficar, quando era nova-to. Foi apenas quando comecei a tra-balhar os passos e obter resultadosque passei a querer manter algumacoisa que havia construído. E, peloque vocês diziam, a única forma deconsegui-lo seria doando.

Penso que a diversidade é a nos-sa força. Não acredito que possamosnos passar por um grupo de pesso-as sem nome e sem rosto, porquenão somos. Somos como um muralmaior do que a soma de suas par-tes. Somos uma pintura sobre ummuro horrível, chamado doença daadicção. A pintura é luminosa e bela,mas às vezes também é sombria eassustadora. Esse quadro chama-sevida, tal como ela se apresenta. Po-rém, cada pedaço, cada adicto,acrescenta-lhe uma cor diferente,uma forma distinta, um novo peda-ço, cujo traço comum é que, juntos,formamos o mural chamado Narcó-ticos Anônimos.

Tenho a satisfação de hoje parti-cipar deste quadro – eu sou hoje o“jovem” em recuperação. Sou o adic-to que ficou limpo aos 17 anos, eque hoje tem seis anos limpo. Sou oadicto gay, o adicto branco, aqueleque é viciado em serviço, o traba-lhador especializado, aquele que“apadrinha todos os caras jovens”,o adicto que é filho de adictos, e quetem o seu próprio Poder Superior —que não se baseia em dogmas.

Sou o adicto que encontrou seu“território”. Esse território é aquelacoisa que só eu poderia dizer a ou-tra pessoa (ou escrever), que irá es-cutar ou ler pela primeira vez, e quefinalmente captará a mensagem derecuperação. Fico feliz por ter encon-trado isso, que alguém poderá ouvir

apenas de mim. Hoje, isso me dá umpropósito e motivo para continuar acrescer.

A minha diversidade é mais doque apenas minha força — é a dá-diva do Poder Superior para mim.Minha dádiva são os afilhados queentraram na minha vida porqueachavam que não conseguiam seidentificar com outra pessoa. Minhadádiva é o privilégio de continuarcontribuindo para esta revista — sejaqual for o motivo!

Uma das maiores questões para osadictos jovens que chegam a NA é ten-tar se recuperar, vivendo no velho e,muitas vezes, abusivo ambiente fami-liar no qual crescemos.

Não podia continuar a viver com ospais que preferiam me ver drogada,que não me respeitavam, nem sabi-am como me ajudar. Felizmente, a leinão me impediu de deixá-los. Pudetrabalhar e, legalmente, tomar minhaspróprias decisões.

Minhas duas amigas, no entanto,encontravam-se em situação diferen-te. Tinham de lidar com reuniões depais e professores na escola, erammandadas para psiquiatras, e obriga-

das a viver junto com as pessoas queabusavam delas. Infelizmente, apenasuma delas está limpa hoje.

Eu não me sinto em condições deespecular por quê uma delas ficou e aoutra, não. Só sei que a que ficou emNA vive hoje em seu próprio aparta-mento, sustenta-se totalmente, e estávivendo seus sonhos. Hoje, ela tem 20anos, e já está limpa há quase cinco.Fala dois idiomas, morou na CostaRica, e é uma pessoa diferente daque-la menina ferida que um dia chegou auma sala.

Quando encontrei NA, sentia-meusada e maltratada. Estava endureci-da, assustada e com raiva. Porém,quanto maior o tempo que fui passan-do em recuperação, mais jovem eu fuime sentindo! Não sei bem o que fa-zer com os comentários do tipo: “oh,mas você é tão novinha”. Considero-os depreciativos e condescendentes.Encaro as mulheres mais velhas emrecuperação com admiração e respei-to. Quero aprender com sua honesti-dade, auto-respeito e coragem.

Conheci a companheira que viria aser minha madrinha na minha terceirareunião de NA, e fugi do seu jeito deresmungar palavrões. Apesar de estar

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NOSSA CASA, EM QUALQUER IDADE

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em busca de alguém que me disses-se a verdade – aliás, estava louca paraque me dissessem a verdade – não mesenti muito à vontade quando a ouvi.Minha madrinha jamais permitiu queeu me desviasse dos princípios desteprograma, sob pretexto de inocência,falsa ingenuidade ou juventude. Fezcom que me sujeitasse às mesmasrendições difíceis que todos precisa-mos fazer para nos recuperarmos emNarcóticos Anônimos.

Qualquer pessoa pode abraçar osprincípios da recuperação em NA,principalmente aqueles de nós quesão jovens. Possuímos a energia ne-cessária, e temos toda a vida pela fren-te, para viver nossa recuperação.

Carrie B, Tony G, Kim Y, Califórnia/EUA

Vejam só!Convidamos as comunidades de NA a nos enviarem fotografias de seus

locais de reunião. Principalmente, fotos onde apareça o formato da reu-nião, a literatura de recuperação, posters, copinhos de café sujos, etc —qualquer detalhe que torne o local “habitado”. Desculpe, mas não pode-mos publicar fotos em que apareçam membros de NA. Fale do seu grupo,nome, localização e cidade, há quanto tempo ele funciona, e qual é o seuformato de reunião (de partilhas, participação, etc).

No momento, nosso grupo conduz as reuniões com muita tranqüilidade. Temosdiversos tipos, como as de participação, discussão de tópicos, para recém-chegados,abertas, perguntas-e-respostas e, obviamente, reuniões administrativas.

A freqüência aproximada é de 13 a 15 companheiros. Reunimo-nos três vezes porsemana – aos domingos, quartas e sextas-feiras, das 15 às 16:00 h no inverno, e das16 às 17:00 h no verão.

Recentemente, fotografamos nosso local de reuniões. O grupo decidiu enviar-lhesesta foto, que gostaríamos muito de ver publicada na próxima NA Way Magazine, se forpossível. Esperamos que vocês encarem NA como um conjunto – juntos, nós nosrecuperamos; separados, nós recaímos! Obrigado!

Grupo Viva e AmeKakching Bazar, Manipur, Índia

Grupo Viva e Ame

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Crescendo em NAMeu nome é Josh, sou um adicto, grato por estar limpo há 13 anos. Tenho 28 anos

de idade, o que significa que cheguei a NA com 15. Houve um grupo de gente damesma faixa etária que começou junto comigo, porém, infelizmente, poucos ficaram.Um dos que permaneceram limpos é meu padrinho. Ele era o partilhador da segundareunião de NA que assisti, e pedi-lhe que me apadrinhasse. Também tinha 15 anos,mas já estava limpo há dez meses! Seu padrinho (um antigo guru!) incentivou bastan-te a nossa relação de apadrinhamento; contudo, os companheiros “mais velhos” danossa área, que estavam na faixa de vinte a trinta anos, não apoiaram. Acho que nãocompreendiam por que não ficávamos quietos na reunião – mesmo depois de já apre-sentarmos algum tempo limpo. Também não nos levavam a sério. Mais de uma pes-soa me disse que eu precisava arranjar um padrinho “definitivo”. Respondi que jáhavia encontrado. Um companheiro chegou até mesmo a dizer: “Bem, então eu vouser o seu padrinho, a partir de agora!” Este tipo de comentário fazia com que nossentíssemos desrespeitados.

Sentia, ainda, muito ressentimento quando comentavam a “sorte” que eu tinha deencontrar NA tão cedo: “Se eu tivesse ficado limpo com a sua idade, não precisariapassar por tudo aquilo”. Acreditem, este foi o tema de muitas sessões de queixa nasoficinas de convenções sobre “Juventude e Recuperação”! Porém, em algum momen-to percebi que eles tinham a sua razão – eu dispunha de toda a vida pela frente.

Nesse ínterim, estivemos ocupados trabalhando os passos, aprendendo a viver ecrescendo juntos.

Não sentia dificuldade em me identificar com adictos mais velhos quando parti-lhavam comigo sua experiência, força e esperança. Parecia que as pessoas se identi-ficavam comigo também. Afinal, eu usava com pessoas da idade deles. Com relutân-cia, partilhei sobre assuntos ligados à minha idade e condição de vida, como porexemplo, problemas escolares, questões com meus pais, etc, e os companheiros mederam em troca apenas amor e apoio. Ensinaram-me que, quando sinto muita dor,não importa qual a mão que está estendida para mim – preciso me agarrar no quepuder, e também oferecer a minha a outra pessoa, quando for necessário.

Minha jornada de recuperação/espiritual me deu o poder de seguir meu coração,que me trouxe a uma profissão em que ajudo as pessoas diariamente. Para tanto,precisei conseguir meu GED (teste de Desenvolvimento Educacional Geral, do ensinosecundário norte-americano), ir para a faculdade e concluir um curso superior. Muitoassustador! Estava limpo há três anos e meio na época, acabara de me mudar parauma cidade onde não conhecia ninguém, a seis horas de distância do meu grupo deescolha. Fiz o que todos vocês me sugeriram: fui às reuniões, encontrei um novogrupo de apoio, e permaneci em contato com o meu padrinho pelo telefone. Fuimuito bem nos estudos, formei-me com louvor e retornei para casa na maturidadedos meus 21 anos.

Hoje em dia, quando vejo pessoas novas chegando a uma sala, coloco muita espe-rança nelas. Às vezes parece que olham para mim e vêem um daqueles “caras maisvelhos”; porém, conto a eles de onde eu vim, e digo-lhes que a idade não é o queimporta – o principal é salvarmos nossas vidas. Apesar de normalmente não ficarmais acordado até as 3:00 h da manhã tomando café com o pessoal mais jovem, seio quanto é importante mantê-los voltando, para que o próximo jovem que chegarnão se sinta deslocado.

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Os novos em recuperação necessitamficar bastante ocupados – eu precisava,principalmente quando confundia osdias com as noites. Em uma cidade pe-quena nem sempre há muitas atividadescondizentes com a condição de joveme limpo. Portanto, o melhor que eu fizfoi ficar junto com as pessoas da minhaidade, e que já tinham algum tempo derecuperação. Esta é outra razão por queprecisamos fazer com que todos os re-cém-chegados se sintam o mais bem-vindos possível.

Há um ano, meu amigo e eu inicia-mos um grupo chamado “O Grupo MaisTerrível de NA”. Talvez seja pelo nome,ou pela nossa idade e a dos outros jo-vens membros, mas o fato é que o gru-po tem atraído uma massa de gentenova. Temos um formato de discussãoaberta e, ao que parece, os jovens aca-baram atraindo alguns companheirosmais velhos de espírito jovem. É muitolegal! Temos reuniões ótimas.

É bacana ver um companheiro anti-go pedir a um mais novo para partilharna comemoração do seu aniversário derecuperação. Também é muito legal vera garotada envolvida com o serviço, as-sim como eu, quando fiquei limpo. Oserviço me ensinou muito a respeito deresponsabilidade, na idade em que eutanto precisava.

Vivendo a minha vida de acordo comos princípios espirituais e aplicando ospassos, com o tempo, venho recuperan-do meu relacionamento com a minhafamília e montando um alicerce saudá-vel sobre o qual construo novas rela-ções. Estou envolvido com a minha mu-lher há onze anos, desde que tinha doisanos de recuperação. Este ano nasceu onosso primeiro bebê. Foi a experiênciamais assombrosa da minha vida! Posso serum pai presente para a minha filha, comomeu pai não pôde ser para mim.

Ficar limpo facilitou o milagre da mi-nha vida. Ninguém acionou uma varinhade condão sobre mim, ou coisa pareci-da. Simplesmente, através do apoio deDeus e de NA, e com o pequeno esforçoque empreendo, qualquer coisa é pos-sível, e todos os meus sonhos vêm-serealizando.

Vi meu padrinho constituir uma famí-lia, e me tornei parte dela também. To-dos os meus modelos de conduta, des-

de os 15 anos de idade, foram pessoasem recuperação. Esta irmandade ofere-ce um grupo de pessoas surpreenden-tes, com as quais podemos aprender.Continuamos crescendo juntos, e NA éum lugar impressionante!

Josh C, Carolina do Sul/EUA

Fui obrigada afreqüentar

reuniões de NAEm fevereiro de 1991, estava nova-

mente chegando a um fundo-de-poço.Não usava tanto como antes, mas esta-va física, emocional e espiritualmentefalida. Não acreditava que sobreviveriaa outro dia e, todas as manhãs, acorda-va desejando que o dia acabasse logo.

Devido à insanidade da minha doen-ça naquela época, fui presa por vendere usar drogas. Soube que iria passar osdez anos seguintes na cadeia. Lembro-me de sentir alívio com a idéia. Pensei:“Finalmente, não vou mais precisar usar.As drogas serão retiradas da minha vida,e meu uso cessará”.

Bem, caí na realidade após ser soltapara aguardar julgamento em liberdade.Percebi que precisava encontrar umasaída para aquela situação – pessoascomo eu não iam presas! Comecei aatuar todas as manipulações para con-seguir o que queria. Contratei um advo-gado, que me aconselhou a freqüentarreuniões. Disse-me para conseguir assi-naturas e apresentá-las no tribunal, paraque o juiz se mostrasse mais favorávelao meu caso.

Fui à minha primeira reunião de Nar-cóticos Anônimos no dia 11 de feverei-ro de 1991. O líder perguntou se alguémestava no grupo pela primeira vez, e eulevantei o braço. Fiquei horrorizada eenvergonhada de ficar de pé diante detodos, de ser abraçada e receber umaficha branca. Não queria que ninguém metocasse. Minha pele parecia crispar-se.

Enquanto freqüentava reuniões paraangariar minhas assinaturas, tentavamanipular os secretários para assinarema ficha judicial no início da reunião. Davaa desculpa de que precisava ir para casa

mais cedo, para ficar com meu marido efilho. Eu era solteira e não tinha filhosna época! O secretário sorria para mime, gentilmente, informava que só pode-ria assinar o cartão ao final das reuni-ões. Continuei voltando por seis meses,enquanto o meu processo se arrastava,colhendo mais assinaturas e ouvindo oque os outros adictos partilhavam.

Em julho de 1991, estava sofrendotanto em ir às reuniões e continuar usan-do, que percebi que, ou eu iria parar deusar completamente, ou cancelar minhaida às reuniões. Admirava a forma comoas pessoas lidavam com seus problemascotidianos, os quais, normalmente, meoprimiam. Todas as semanas as pesso-as se aproximavam de mim após a reu-nião, e perguntavam como eu estavaindo. Finalmente tomei a decisão: pareide usar.

Enquanto o processo corria, deixei deapanhar as assinaturas e, por fim, aca-bei perdendo o cartão. As assinaturasnão alteraram o meu processo. Fizeram,porém, uma profunda diferença para queeu ficasse limpa e encontrasse a recu-peração em NA.

Karen D, Califórnia/EUA

“Algumas das meninas queamadrinhei estavam em

busca de uma figura maternapara ajudar a orientá-las.

Partilhei tanto a minha expe-riência como as minhasopiniões. Aprendi, pelo

caminho mais difícil, que émelhor, simplesmente, parti-

lhar minhas experiências!Desta forma, permitimos

que o adicto aceite a res-ponsabilidade pessoal pelas

suas escolhas, e cresçaatravés das conseqüências

das suas decisões.”Anônima

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Mas eu sótenho 15

anos…Oi, meu nome é Jason, e sou um adic-

to. Assisti à minha primeira reunião deNarcóticos Anônimos quando tinha 15anos. Na época, não achei que fossepara mim, mas lembro-me de ter pensa-do que, se alguém tivesse um problemacomo o daqueles caras, era bom ter umlugar desses para ir. Fui parar naquelareunião porque o meu irmão estava fi-cando limpo, e quis que eu fosse lá.Apareci, apenas para que ele largasse domeu pé.

Seis ou oito meses depois, estavachegando ao fundo do poço - usandosem vontade, e sozinho, porque nãoqueria dividir e não confiava nos meusamigos. Nesse período, pensava que nãopoderia continuar daquela forma. Esta-va desesperado e solitário. Percebi quenão usava socialmente, já há muito tem-po. Precisava fazer alguma coisa, masnão sabia o quê.

Foi então que me lembrei da reuniãoque havia assistido, e senti uma peque-na esperança pela primeira vez. Lembrei-me de toda aquela gente comemoran-do dias e meses limpos, e do seu sorri-so. Fui à reunião seguinte.

Na minha cidade, havia duas reuni-ões, ambas durante a semana. Os finaisde semana eu continuava passando comos meus amigos antigos, e me tornei um“recaído” crônico. Passava quinze diaslimpo e recaía, depois mais uma sema-na, outros 30 dias, e, logo, parecia nãoter mais esperança de novo.

Lutava com a idéia de que era jovemdemais para ser um adicto. Não haviachegado ao mesmo estágio que os ou-tros. Eu era o mais novo da reunião, comtrês anos de diferença para o seguinte,e nós tínhamos um grupo relativamentejovem. Não me interessava ir à casa deoutro adicto em recuperação para as-sistir a filmes, ou o que quer que fizes-sem no fim de semana; assim, estavacondenado ao tédio em recuperação, oua recair, sempre que passasse um tem-po com meus velhos amigos.

Passei a me empenhar um pouco maisna recuperação. Arranjei um padrinho ecomecei a trabalhar os passos. Ele meenvolveu nas reuniões de serviço donosso grupo de escolha. Planejamosuma festa para um evento da área, e as-sim comecei a me divertir.

Lembro-me de temer ir até a casa domeu padrinho para partilhar um passo.Não só me desagradava a idéia de o carasaber as coisas que eu iria partilhar,como me afligia a certeza de que ele iriarir de mim.

Nunca fui preso ou obrigado a fazertratamento, ou coisas do tipo, e sabiaque meu padrinho era um adicto de ver-dade. Ele era um exemplar na multidão,a definição perfeita que eu tinha emmente para a palavra “adicto”. Usou 20anos a mais do que eu, e tinha passadopor todas as cadeias e centros de trata-mento conhecidos. Por isso, eu o escolhi!

No entanto, ele não riu. Partilhou umpouco da sua história comigo, e nós nosidentificamos. Não importava que elefosse 20 anos mais velho, porque tínha-mos em comum a insegurança, a sensa-ção de sermos diferentes, desesperan-ça e a doença da adicção. Éramos iguais.Depois de trabalharmos o passo, nós nosabraçamos e tocamos violão por um tem-po, falamos de música e saímos para to-mar café. Comecei a entender que pode-ria ter prazer em estar em recuperação.

Quando chegou o momento da fes-ta, eu estava totalmente envolvido noseu planejamento e organização. Reali-zamos uma reunião de partilha maravi-lhosa, e depois uma contagem regressi-va. Ganhei a camiseta, porque apresen-tava o menor tempo limpo e, depois dis-so, resolvi levar a recuperação a sério.Estava organizando a festa há dois me-ses, e estava limpo há apenas 16 dias.Isto aconteceu no dia 16 de outubro de1988, quando eu tinha 16 anos.

Lutei muito no início, porque nãopodia abandonar meus “colegas, locaise hábitos de ativa”, a menos que dei-xasse a escola. Todos os dias, na saídado colégio, ia direto para casa e me en-contrava com adictos em recuperação,com quem passava também os finais desemana. Meus amigos da ativa começa-ram a acreditar que eu estava levando asério não usar, e deixaram de aparecer ede me ligar.

Com alguns deles, que eram bem in-transigentes, precisei fazer alguns acor-dos do tipo: poderíamos ficar juntos naescola mas, se começassem a falar defestas ou drogas, eu começaria a lhescontar das reuniões e da recuperação.Descobri que eles não queriam saber derecuperação, tanto quanto eu não de-sejava ouvir falar em drogas. Aos pou-cos, as coisas foram ficando mais levespara mim no colégio.

Cresci no programa, em diversos sen-tidos. Acontecem muitas coisas, estan-do limpo, que fazem parte do meu cres-cimento. Aprendi a lidar com a formatu-ra, a fazer 18 anos, depois 21, fazer 25,faculdade, namoro, casamento, ter fi-lhos, tudo com o apoio de inúmerosadictos em recuperação.

Aprendi que me qualificava para arecuperação. Não precisei experimentarcertas drogas, ir preso ou para um cen-tro de tratamento, ou perder casas ecarros e famílias para a minha adicção.Estas manifestações são efeitoscolaterais da adicção. Encontrei a recu-peração cedo o suficiente para evitarperder essas coisas. Mesmo assim, souum adicto que, se não continuar em re-cuperação, experimentará essas perdas.Aprendi com as pessoas que foram maisfundo do que eu que tudo isso é evitá-vel, e essa certeza abastece a minha re-cuperação continuamente.

Hoje tenho 29 anos de idade, dozeanos em recuperação, e sou um adictomuito grato. Digo aos jovens que apare-cem no meu grupo de escolha que épossível ficar limpo, independentemen-te da idade.

Jason S, Arkansas/EUA

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Idade da razãoEm 1981, entrei em NA com 21 anos

de idade, no leste da Pensilvânia. Erauma das pessoas mais novas de lá. Osoutros tinham apenas dez anos a mais,porém, de alguma forma, aqueles dezanos pareciam fazer alguma diferençana época. Hoje, aos 40, não parece queestou tão longe assim dos 50!

Como recém-chegada, suscitei con-trovérsia entre um pequeno grupo que,carinhosamente, apelidei de “bondeatrasado”. Eu os chamava assim, por-que haviam passado muito tempo usan-do, antes de descobrir o que eram. Foiuma defesa da minha parte, que possibi-litou ao meu ego bizarro e despedaçadoguardar o seu lugar dentro de uma sala.

Todos trazem algo para o grupo, queos torna diferentes ou exclusivos – al-guns utilizam esse detalhe para ficar;outros, como pretexto para ir embora.Aquela minoria me gerava raiva e hosti-lidade, porque era óbvio que eu nãopodia ter continuado por muito maistempo. Com os anos, porém, aquelaspessoas acabaram indo embora. Eles seforam, e eu fiquei.

Minha doença, ou talvez minha faltade experiência de vida, levou-me a acre-ditar que eu precisaria experimentar omesmo que os companheiros “mais ve-lhos”, para me qualificar como membrode NA. Seguindo por esse caminho, che-guei à conclusão de que, às vezes, émelhor não passar por alguns tipos deexperiências.

Acabei indo prestar serviço em H&I,fato que considerei uma ironia, poisnunca havia sido presa, e fora hospita-lizada apenas uma vez, em toda minhavida. Sou uma das pessoas mais con-servadoras em termos de valores e éti-ca. Entretanto, quando comecei a pres-tar serviço em H&I, havia poucas mu-lheres envolvidas, e a maioria dos ho-mens parecia ter saído do livro O Ho-mem Ilustrado1 ! Através desse serviço,aprendi a me identificar com a doençada adicção, e não com a ficha policial,o tipo de droga ou qualquer outra ca-racterística do uso.

Acredito que, quando não preserva-mos com vigilância a nossa Terceira Tra-dição, todos nós perdemos – indepen-dentemente das nossas intenções. Re-parei que os companheiros que tentambarrar a entrada dos outros em NA, nor-malmente, são aqueles que precisamdepois encontrar o caminho de volta auma sala. Estou consciente das marcasque carrego e, por isso, procuro não co-locar obstáculo a qualquer pessoa quedeseje ingressar na irmandade.

Tudo o que sempre desejei – enquan-to jovem ou mais velha – foi ser tratadacom respeito. E, à medida que o tempofoi passando, pude retribuir o respeitoque recebi.

Para mim, ser “jovem” é um conceitorelativo. Quando eu tinha seis anos, to-dos eram “velhos”! Aos 40, minha per-cepção de “idoso” mudou bastante.

Tenho um filho que chegou a esteprograma com onze anos de idade. Viseu desejo de se tornar ativo em NA serdestruído pelo preconceito de outrocompanheiro. Tentou ser RSG, e foi re-movido do posto. O membro que tra-balhou tanto para conduzir a consciên-cia coletiva a destituí-lo já não compa-rece mais às reuniões.

Meu filho é aplicado em suafreqüência de grupo. Hoje tem 18 anos,e continua limpo. Nunca se preocupoucom as diferenças de idade, a não serpelos companheiros que se lembram deele ter sido criado dentro das reuniõesde Narcóticos Anônimos. Foi o segun-do bebê de NA a nascer em Pittsburgh,o segundo menino.

Conversando com ele, perguntei-lhecomo chegou à irmandade tão depres-sa, e se eu havia contribuído positiva-mente com algo, na condição de mãesolteira esforçada. Ele concordou queconhecia as salas, porém, mesmo tendocrescido em contato com os passos e tra-dições de NA, e conhecendo a estruturade serviço aos três anos de idade melhordo que muitos membros, a coisa foi to-talmente diferente quando precisouinternalizar esses conceitos todos.

Os companheiros me perguntam seeu não fico feliz por meu filho ter che-gado tão novo a NA. Preciso confessarque fico dividida. Satisfeita porque, semeu filho precisava sofrer desta doen-ça, que pelo menos a sua recuperação

tenha começado tão cedo. Mas não fi-quei feliz pelo menino ser portador damesma doença que eu. Não me agradouo fundo-de-poço emocional que teve depassar para chegar à irmandade e ficar,ou a profunda dor espiritual que preci-sou sentir antes de encontrar seu cami-nho. E, definitivamente, não gostei nadade ver companheiros que recebi em re-cuperação tentarem barrar a entrada domeu filho em uma sala, por causa do pre-conceito.

Nas fantasias românticas que aindaalimento a respeito das reuniões de Nar-cóticos Anônimos, penso sempre quevamos abraçar as pessoas que não es-tão em dia com sua higiene pessoal, damesma forma e com a mesma intensida-de que abraçamos as pessoas bonitas.Espero de nós uma acolhida a todos,com o mesmo nível de emoção, apesardas experiências negativas ou marcasque possuam. Sei que não é totalmentepossível ou realista, mas será semprepossível estarmos conscientes e comessa intenção.

“Independentemente da idade” dorecém-chegado, tenho a responsabilida-de de proporcionar a ele uma atmosferade serviço, e de amor pelos meus com-panheiros. Isto é, sem importar o fato deserem jovens, idosos, homens, mulheres,atraentes, comuns, calados, falantes,limpos, mal-cheirosos, ativos, deficien-tes, de terem filhos, não terem filhos,serem inteligentes, menos brilhantes, eassim por diante.

Mary H, Pensilvânia/EUA

1 N do T – Livro de Ray Bradbury, contendo dezoitocontos de ficção científica, a partir das coloridastatuagens do corpo de um “homem ilustrado”.

“Nenhum adicto é jovemdemais, ou velho demais,para ficar e permanecerlimpo. Tivemos todos a

sorte de encontrar a dádivaque Narcóticos Anônimos

representa, e esta novamaneira de viver.”

Portia M, Califórnia/EUA

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NA: Umasolução antiga

Agradeço à minha madrinha, a Deus,ao meu marido, aos companheiros deNA e às muitas pessoas que nos ajuda-ram a chegar onde estamos hoje. Meusagradecimentos seguem esta ordem,porque, na maioria dos dias deste pro-cesso, a minha madrinha foi a única pes-soa que eu não encarava como inimiga.Ainda sou uma adicta em recuperação,assim como um dos meus filhos, pelagraça de Deus.

Minha filha nasceu de dois adictos,em uma longa linhagem de adicção. Per-deu seu pai para a doença, quando ti-nha seis meses de idade. Nos dois lon-gos anos que se seguiram, ela viveu comoutras pessoas, familiares e estranhos –quem eu conseguisse para cuidar dela,durante o tempo que ficasse fora demim. Testemunhou festas das quais so-mente um adicto participaria.

Fiquei limpa quando ela estava comdois anos, mas os meus defeitos decaráter permaneceram por muito tem-po depois. A criança assistiu às reuni-ões de NA comigo, até completar dezanos. Esteve sempre cercada do amordesta irmandade. Em algum lugar domeu subconsciente, alimentava a idéiade que a menina estaria a salvo dos hor-rores da adicção ativa.

Com o passar dos anos, nossa vidamudou. Casei-me novamente, tive ou-tro filho e me mudei para outro lugar dopaís. Nossa vida mudou e houve confli-tos, dos quais a criança participou.

Estava se tornando tão raivosa e res-sentida que, quando fez quatorze anos,tomou a decisão de usar. Queria seguirseu próprio caminho. Infelizmente, omundo não era tão gentil nem fácil comoela imaginara. E a adicção se instalourapidamente.

O fantasma do passado da minhaadicção retornou (como em uma histó-ria de Charles Dickens). Tornei-me ob-cecada pelo medo e a culpa. Sentia re-morsos pela minha conduta passada, epercebi que nem sempre havia tomadoas melhores decisões. Era insuportávela dor e confusão de ver minha adicçãosendo detida, enquanto observava adela progredir.

Estava diante de mim o dilema: dei-xar minha filha encontrar a recuperaçãopelos seus próprios meios, ou buscarajuda para ela. Qual a melhor coisa afazer? Deixaria a negação, culpa e raivatomarem a decisão por mim? Estaria euem condições de lutar essa batalha?

Decidi enfrentar o monstro horrívelda adicção. Como todos os pais, nãoqueria que minha filha passasse por todaaquela insanidade diária.

Foi então que a realidade colidiu co-migo: não posso fazer com que estapessoa queira recuperar-se. Ninguémmais pode dizer se alguém é um adicto,a não ser o próprio.

Que agonia! Só o que podia fazer eramantê-la em segurança, e rezar para queela, durante o processo, escolhesse anossa maneira de viver.

Iniciamos uma jornada de três anospor centros de tratamento, sessões deaconselhamento, reuniões de NA e gru-pos de familiares. Religiosamente, par-ticipávamos das reuniões de familiarese sessões de aconselhamento.Agüentamos o processo com amor ehonestidade.

Posso dizer, com convicção, que foiuma das situações mais difíceis da mi-nha vida. Deparei-me com inúmerasquestões do meu próprio programa, docasamento e da maternidade. Estavacomprometida com o processo, apesarde todo o trabalho e desafios, e nãoqueria saber de desculpas.

Minha esperança era que minha me-nina se recuperasse através do amor esuporte, não importando o quanto issocustasse. Mantinha-me firme, mesmoquando estava insana, magoada e can-sada. Ela foi expulsa de dois centros detratamento, mas nós continuamos aluta. Meus amigos de NA, principalmen-te a minha madrinha, foram fundamen-tais para levar à minha filha a ajuda deque precisava.

No intervalo entre um centro de re-cuperação e outro, ela assistia às reuni-ões de NA e tentava encontrar colegase consolidar-se como membro. Lenta-mente, estava se formando um grupo degente jovem. Muitos chegaram devido àintervenção dos pais ou professores.Esses companheiros ainda estavam naescola e, a maioria, nem carteira de mo-torista tinha. Ela se esforçava para en-

contrar companheiros da mesma faixaetária, e para descobrir as atividades queuma pessoa jovem poderia fazer.

Eu própria tinha meusquestionamentos, do tipo: Será que euqueria mesmo que a minha filhafreqüentasse esse lugar? Ia às reuniõeshá mais de 15 anos, e conhecera pesso-as que não eram dignas da minha confi-ança. Será que eu queria que a meninaconhecesse aquelas pessoas? Ela esta-ria segura, seria respeitada e cuidada?Conseguiria identificar-se com todos?Receberia a mensagem de recuperaçãoneste lugar? Será que NA ofereceria àminha adolescente de 15 anos o mes-mo que proporcionava aos companhei-ros de 20, 30 e 40? Só me restava teresperança.

Para mim, os princípios espirituais doprograma sempre foram mais altos egrandiosos do que qualquer outra coisaque acontecia nas reuniões. Por isso,rezava, ajudei a localizar grupos de NAfreqüentados por gente jovem, levava-ae apanhava-a nas reuniões. Agi comomãe, não como companheira. Respeita-va o seu anonimato o máximo possível.Ela conseguiu encontrar diversas pesso-as da sua idade, e formar uma turma deapoio.

Por fim, a responsabilidade pessoalcomeçou a pegá-la – estava indo regu-larmente às reuniões, assistindo às au-las na escola, fazendo seus deveres decasa, voltando para casa à noite, convi-vendo com a família e convidando seusamigos para ir à nossa casa. A vida reto-mou seu curso. A estrada seria diferen-te, a partir de agora: ela estava diferen-te, e tinha força, apoio e boa-vontadepara tentar.

Hoje, essa menina nos agradece portermos acreditado, e desejado para elauma nova maneira de viver. Nós rimosdos acontecimentos passados, e con-versamos sobre as pessoas que não en-contramos mais.

Meus agradecimentos especiais àminha madrinha – mas, acima de tudo,somos gratos a Deus.

Mary Ellen P, Califórnia/EUA

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Conheça ospais

Olá, meu nome é Rick, e sou um adic-to. Estou escrevendo a respeito do tema“Independente da Idade – Juventude eRecuperação”, especialmente no que dizrespeito ao apadrinhamento.

Apadrinho oito rapazes, sete delescom menos de 21 anos. Em primeiro lu-gar, quero dizer que admiro todas as pes-soas em recuperação, mas principal-mente os jovens. Levei 18 anos paraencontrar Narcóticos Anônimos. Apesarde saber que os jovens não são diferen-tes de nenhum outro adicto, o fato dechegarem a NA, ficarem e permaneceremlimpos sempre me entusiasma. Não im-porta a idade, sexo, etc, somos todos adic-tos que enfrentam os mesmos medos.

Todos os pais a quem fui apresenta-do sempre foram bastante receptivosquanto às necessidades dos garotoscom relação às sugestões do programade NA, tais como permitir que os apa-nhasse para levá-los a uma reunião, fa-zer o trabalho dos passos, ou participarde um evento de NA. Os pais costumamficar muito gratos por terem alguém quese disponha a ajudar seus filhos.

Meu padrinho tem menos idade doque eu. Para mim, não importa a sua ida-de – importa-me o quanto consigo meidentificar com ele. (A resposta é sim,muito!)

Sou agraciado por ter tantos jovensde NA na minha vida. Ajudam-me tantoquanto eu os ajudo, se não mais. Osmeus afilhados me ajudam a não levar avida tão a sério, e a ter a capacidade derir de mim mesmo. Às vezes é muitodoloroso vê-los cometer os mesmos er-ros de quando eu tinha a idade deles,mas a beleza de tudo isso é que os co-metem limpos, vivendo um dia de cadavez.

Rick G, Califórnia/EUA

Foi realizada, no Canadá,a primeira Oficina Mundial!

Os membros de todo o oeste da América do Norte reuniram-se em Vancouver,Canadá, de 29 de junho a 1º de julho, para a primeira Oficina Mundial da história deNA. Este evento correspondeu à expectativa de ser algo novo e diferente. Teve aparticipação de mais de 400 companheiros. Recebemos os seguintes comentários deDave W, de San Diego:

Gostaria apenas de agradecer mais uma vez ao Quadro Mundial (e ao WSO) pelarealização da primeira Oficina Mundial de NA. Tive a oportunidade de representar aRegião do Município de San Diego-Imperial, e preciso dizer que, sem sombra de dúvi-da, foi o evento de NA mais importante do qual participei.

Para quem estiver pensando em ir às próximas oficinas no Brasil, Reino Unido,Nova Zelândia e Centro-Oeste dos EUA, sugiro que não deixem de ir, se puderem. Osmembros dos serviços mundiais presentes demonstraram, realmente, o quanto se im-portam com a irmandade, e ajudam os companheiros, enquanto indivíduos. As ofici-nas, em si, cobriram uma variedade de temas: estrutura de serviço de NA; uso demedicação em recuperação; projeto de literatura sobre apadrinhamento; história deNA; conduta no serviço e como membro; temas de relações públicas (H&I, IP e LongoAlcance); e muitos outros, que não conseguirei lembrar de cor.

As sessões de perguntas e respostas foram extraordinárias, com a circulação de inúmerasinformações. A irmandade norte-americana esteve bem representada, através de compa-nheiros de todo o Canadá e Estados Unidos. O evento já terminou desde domingo, e eucontinuo processando as informações e sentimentos. Agradeço muito a vocês.

Quando esta edição da revista for publicada, já terá sido realizada a segunda ofici-na mundial em Londres, Inglaterra, de 14 a 16 de setembro. A da Nova Zelândia tam-bém está prestes a acontecer, na Victoria University of Wellington, de 2 a 4 de novem-bro. As datas das oficinas de São Paulo, Brasil e de Chicago, EUA ainda estão para serconfirmadas e publicadas. Se você possui acesso à internet, poderá encontrar osprospectos e fazer a sua inscrição on-line, na página www.na.org/event-reg.htm.

Segue o histórico do Projeto de Oficinas Mundiais. A proposta de criação experi-mental do sistema de oficinas, para melhorar a comunicação na irmandade, foipublicada no Relatório da Agenda da Conferência (2000). Os delegados regionais aprova-ram o projeto na reunião de abril de 2000 da Conferência Mundial de Serviço. O temadas oficinas é: “Estabelecendo a Conexão entre os Membros de NA e os ServiçosMundiais”. O propósito é aperfeiçoar a comunicação ao vivo entre os serviços mundi-ais e a irmandade. Nossa visão é que este evento ajudará os serviços mundiais aserem mais sensíveis às necessidades da irmandade à qual prestam serviço. Deseja-mos criar uma oportunidade de diálogo, treinamento e intercâmbio de experiência,força e esperança, e que as oficinas sejam o alicerce para uma maior eficiência dosserviços. A meta é auxiliar os delegados, membros do Quadro Mundial e funcionáriosdo WSO a se tornarem mais capacitados a desempenharem seus papéis nos serviçosmundiais.

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Fui coordenador deliteratura naadolescência

Nos sete anos em que estou limpo, percebi que as pessoas que prestam serviço aNarcóticos Anônimos, geralmente, mantêm-se limpas.

Lembro-me de quando o meu padrinho me falou de uma nova reunião que estavacomeçando na minha área. Ele me disse para chegar cedo e que, quando a reuniãoterminasse, eu deveria manifestar o desejo de oferecer ajuda.

As orientações do meu padrinho não pararam por aí. Disse conhecer o coordena-dor de literatura da nossa área, e que eles precisavam de ajuda. Comecei a apareceruma vez por mês, para ajudar nos pedidos de literatura do nosso comitê de serviçode área. Antes que pudesse perceber, estava sendo indicado (com a orientação domeu padrinho) para coordenador de literatura da área. A única diferença que sentiaem relação às centenas de adictos que haviam preenchido esse encargo na irmanda-de era o fato de estar com apenas 15 anos de idade, e há cerca de 18 meses limpo.

Pode não parecer muito difícil para algumas pessoas – isto é, se não levarem emconsideração que eu era responsável por apanhar a literatura no escritório regional,que ficava a 45 minutos da minha casa. Com o apoio de adictos da irmandade e,obviamente, dos meus pais, fazia aquela viagem todos os meses. Nem sempre erafácil encontrar alguém com disponibilidade para passar algumas horas de seu sábado

dirigindo, para que um garoto “pegasse uns materiais de NA”. Maseu me empenhei ao máximo, e fiz o melhor possível, mesmo quandoisso significava encher o Fusquinha 1966 do meu melhor amigocom Textos Básicos e folhetos!

Sou grato a todos os comitês de serviço nos quais trabalhei e,principalmente, àquele punhado de companheiros que deram umaoportunidade a este adicto que queria apenas ajudar – indepen-dentemente da minha condição de vida.

Meu serviço não parou por aí. Continuo trabalhando para NA, oque não quer dizer que assuma apenas compromissos no grupo,área, região ou serviços mundiais. Significa que, como membro deNarcóticos Anônimos e pessoa produtiva da sociedade, esforço-me para me comportar adequadamente em público – seja jogan-do o lixo fora no meu grupo de escolha, ou dirigindo como um serminimamente civilizado quando estou com um adesivo da NA najanela traseira da minha caminhonete.

Servir a NA é muito mais do que aparecer no meu grupo todosos domingos à noite para arrumar as cadeiras: é uma maneira deviver. É um conjunto de princípios e diretrizes que norteiam minhavida e minhas atividades. Quando me sinto desequilibrado e nãoconsigo identificar o problema, sei que, se chegar cedo à reuniãoe sair um pouco de mim mesmo, ajudando a arrumar a sala e fican-do até mais tarde para limpá-la, milagrosamente, eu me sinto umpouco melhor do que quando cheguei.

Brian D, Califórnia/EUA

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Nunca se éjovem demaispara o serviço

Cheguei a Narcóticos Anônimos noverão de 1993; era um rapazdesesperançoso, impotente e desespera-do. A adicção estava embotando meuspensamentos. Não me lembro muito bemda minha primeira reunião, apenas quealguém atravessou a sala e veio me abra-çar. Disseram-me, com muita suavidade eamor, algo que ficou ecoando em meupensamento, e que me fez retornar para asegunda reunião. Pediram que continuas-se voltando, e afirmaram que eu me sen-tiria melhor. Não era bem-vindo a lugaralgum, já há muito tempo; e aquelaincipiente sensação de que pertenciaàquele espaço me fez desejar retornar paraconhecer melhor a tal história de NA!

Já praticava a desonestidade mesmoantes de começar a usar. Fui criado emuma comunidade hippie do Oregon e,por isso, minha família estava constan-temente se mudando.

Todas as vezes que nos mudávamos,sentia-me tão inadequado como pes-soa, que elaborava histórias rebuscadaspara que os outros me achassem umcara legal. Inventava uma personalida-de totalmente nova para mim a qualquerlugar aonde fosse; portanto, quandocheguei até NA eu fiquei confuso semsaber quem realmente era.

Ainda novo, comecei a me tornar umpouco mais honesto, porém, algumashistórias ainda trazia comigo. Eram asminhas reservas, pedaços de mim quenão conseguia expor à luz da recupera-ção. Temia não ser mais bem-vindo aNA, caso as pessoas descobrissemquem eu era de verdade.

Uma noite eu me vi chorando nochão da casa de um amigo. Sentia-meprofundamente só, como se ninguémme conhecesse ou compreendesse deverdade. Tentei levar a vida comdesonestidade, e praticar um programaseletivo, e não havia funcionado. Deci-di então me render ao programa, traba-lhar os Doze Passos, e comprometer-mecom o princípio da honestidade. Foi aíque começou a minha recuperação.

Praticando os Doze Passos, comeceia despertar o meu espírito. Estava reali-zando o trabalho interno da recupera-ção, e passei a experimentar uma liber-tação da minha adicção e dos meus pró-prios padrões de pensamento.

Envolvi-me com o aprendizado dastradições e assumi uma função no ser-viço. Comecei a compreender que nãoimportava tanto o serviço que eu esti-vesse prestando, mas sim o fato de es-tar doando o que tão gratuitamente ha-via recebido. O mais importante foiaprender que o serviço eficaz é inspira-do pela alegria da recuperação pessoal.

Tornando-me disponível para o servi-ço, acabei indo parar na mesa do comitêde serviço regional. Nas primeiras reuni-ões do CSR, fiquei bastante assustado eintimidado. Sentia-me despreparado. Es-tava com 19 anos, representando a mi-nha área, e sentindo-me inadequado. Maisuma vez, a minha adicção estava traba-lhando para me segregar. Jamais esquece-rei o momento em que uma companheiraperguntou como eu estava, e lhe respon-di que tinha vontade de fugir, pois não mesentia parte daquilo.

Senti um enorme amor e apoio daparte dela, quando partilhou comigo asua experiência. Contou-me que haviase sentido da mesma forma, na sua pri-meira vez. Por fora, não se parecia nadacomigo. Era mulher, lésbica, avó e esta-va na faixa dos 60 anos, porém, fez comque me sentisse completamente à von-tade, e me assegurou de que me encon-trava no lugar certo.

Agora quero falar neste artigo de umassunto muito importante para mim: oanonimato, e como ele se aplica a umacontecimento muito comum nas reuni-

ões da minha área e, certamente, de ou-tras também. Refiro-me ao foco nas mi-norias da reunião – qualquer uma delas.

Vou citar um exemplo. Quantas vezesvocê já ouviu algo assim: “Quero dar asboas-vindas a todos os jovens hoje aquipresentes. Vocês têm sorte de não pre-cisarem passar por tudo o que eu pas-sei”. Este tipo de comentário deixava-me louco quando era novo. Não me fa-zia sentir bem recebido; fazia com queme sentisse diferente.

Posso garantir que não me achei umsortudo quando cheguei. Mal estava vivoe tinha impulsos suicidas, depois dedestruir todo e qualquer relacionamen-to e oportunidade que já tivera na vida.

Acredito que todos os adictos de NAmereçam chance igual de encontraremuma nova vontade de viver. Precisamosrefletir a respeito das coisas que dize-mos, mesmo que bem-intencionadas,para avaliar se estão atraindo outrosmembros ou repelindo-os.

Cheguei quebrado a NA, incapaz delevar a vida por muito mais tempo e,através dos Doze Passos, recebi umavida digna de ser vivida. Depois de ficarlimpo, retornei para a escola e me for-mei.

Sonhava com uma carreira criativa, ehoje trabalho no ramo.

Outro sonho realizado foi ser um re-curso para a irmandade, e representarminha região na Conferência Mundial deServiço. Hoje em dia, já estive em duasWSCs como delegado regional.

Sonhei ser um pai e parceiro amoro-so. Tenho uma mulher que amo e umamenina de um ano de idade. Tem sido omaior trabalho que já tive em toda aminha vida, mas vale a pena!

Estou com 23 anos e, neste momen-to, estou a poucos dias de completaroito anos de recuperação. A recupera-ção é um processo, e hoje eu agradeçopor saber que não sou um produto aca-bado, que sigo crescendo e mudando.Estou aguardando as outras mudançasque vêm por aí.

Dylan J, Colúmbia Britânica/Canadá

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Não me sinto jovempor dentro

Meu nome é Raquel, e sou uma adicta. Fiquei limpa aos 18 anos de idade. O pri-meiro grupo de NA que freqüentei foi uma reunião de jovens, porque queria encontrarpessoas iguais a mim. Para vocês verem, eu já presumi, mesmo antes de pôr os pés nairmandade, que as pessoas de NA eram “velhas”, tomando café e fumando seus cigar-ros, dizendo-me que usar drogas era errado! Hoje sei que aquela percepção inicialsobre Narcóticos Anônimos estava errada.

Comecei a freqüentar as reuniões de jovens para identificar-me com as semelhan-ças e sentir que fazia parte de alguma coisa. Precisava entender que nem todas aspessoas da minha idade se divertiam usando drogas. Quando, finalmente, me consi-derei membro de Narcóticos Anônimos e me senti participante, foi que comecei afreqüentar outros tipos de reuniões. Fui a grupos de recém-chegados, de veteranos,reuniões cheias, pequenas, convenções, grupos de outras áreas e eventos de NA.Comecei a retribuir às pessoas à minha volta. Não importava a minha idade. Eu eraum membro de NA.

Percebi que, quando era a oradora da reunião, não precisava partilhar meu drogálogo– porque não importa o quê ou quanto eu usei, quais eram meus contatos, o que fizno passado, o quanto eu tenha ou deixe de ter, mas apenas o que pretendo fazer arespeito do meu problema e como vocês podem me ajudar. (Parece-lhes familiar?!) Adoença da adicção não se importa com a cor da nossa pele, com o dinheiro queganhamos, as drogas que usamos, ou com a nossa idade. É apenas a doença daadicção, que tem mais a ver com a nossa cabeça do que com as aparências.

Aprendi com algumas experiências dolorosas em recuperação – pelas quais nuncahavia passado quando estava na ativa. Vou às reuniões e falo a respeito, para nãoprecisar usar, motivada pelos meus sentimentos. Quando começo a partilhar meucrescimento e me sentir conectada a este programa, é que ouço coisas deste tipo:“Fico feliz de você ter chegado aqui tão nova, e sem ter passado por todas as coisasque eu passei”, ou “Pena que não fui esperto como você, e não cheguei aqui com asua idade”.

O pior que já ouvi foi: “Já derramei muito mais drogas do que você usou na suavida!”

Minha idade não significa que não tenha chegado ao fundo do poço, nem quemeus sentimentos na adicção ativa tenham sido diferentes dos de ninguém. Não ficome ligando no fato de ser nova e, honestamente, nunca me lembro desse detalhe atéque alguém me aponte. Não me sinto jovem por dentro. As experiências que passeilimpa não permitem que me sinta jovem – sinto-me, simplesmente, humana.

Uma amiga contou-me uma história que, até hoje, me deixa horrorizada. Tinha umamigo que queria ficar limpo, então ela o levou a umas reuniões. O recém-chegadoestava com 19 anos, mas não parecia ter mais de 12 ou 13. O partilhador resolveudestacá-lo do grupo, apontou para ele e disse: “Vejam só este menino. Felizmente,você nunca teve de espetar uma agulha no seu braço ou passar pelo inferno queconheci antes de chegar aqui”. Na hora das partilhas, o recém-chegado contou suaexperiência. Apresentou-se como adicto e disse: “Nasci com o vírus HIV, minha mãeera prostituta e eu me injeto drogas desde os 13 anos de idade. Estou com 19. Esta éa minha segunda reunião de NA, e eu nunca mais vou voltar aqui!”

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Minha amiga me contou que o recém-chegado, conforme prometeu, ainda nãoassistiu a outra reunião.

Acredito que, destacando aquela pes-soa, o orador “quebrou” algumas das tra-dições de NA. A Primeira Tradição diz:“Nosso bem-estar comum deve vir emprimeiro lugar; a recuperação individualdepende da unidade de NA”. Ninguém,em Narcóticos Anônimos, é melhor doque qualquer pessoa. Devemos tratar atodos com o mesmo respeito que dese-jamos ser tratados. Não deve haver ne-nhum pedestal para ninguém em NA.

Somos humanos, e viemos todos dadoença da adicção, de uma forma ou deoutra. Você não tem que conquistar umlugar em NA – ele é seu, se você quiser.Não devemos ficar discriminando uns aosoutros, dizendo que uma pessoa perten-ce à irmandade, e que a outra, não.

Por que a idade precisa ser um fatordeterminante para se avaliar quem deveestar aqui e quem não deve? É muito tris-te que algumas pessoas pensem assim.

De acordo com a tradição, se não hou-ver unidade na sua vida, então será difícilou até mesmo impossível crescer em re-cuperação. A unidade nesta irmandadecomeça em cada indivíduo. Creio que ade Narcóticos Anônimos como um tododerive da recuperação de cada membro.

A Quinta Tradição diz: “Cada grupo temapenas um único propósito primordial –levar a mensagem ao adicto que aindasofre”. A tradição fala apenas em “adic-to”. Não se refere a adictos de 19, 60 ou85 anos de idade, negros ou brancos ouroxos ou verdes – apenas “adictos”.

A adicção não discrimina as caracte-rísticas das pessoas. Não vê riqueza oupobreza – ela é cega para estes detalhes,e está lá fora para pegar qualquer um.

Nosso propósito é levar a mensagemao adicto que ainda sofre – qualquer um.

Partilhei esta história com outroscompanheiros em recuperação e, algu-mas vezes, fui confrontada por membrosque não gostaram da minha observaçãoporque, ao que parece, sentiam-se cul-pados por discriminar os mais jovens.Disseram-me os motivos pelos quais dis-cordavam de mim.

Não estou aqui para modificar nin-guém. Falo neste assunto porque é algoem que acredito de coração, e desejoque os membros de NA saibam como

me sinto. Magoa-me ver que as pessoaspodem ser julgadoras, e como certoscompanheiros possuem um senso tãopequeno de unidade. Só estou tentan-do transmitir que, como membro deNarcóticos Anônimos que ficou limpo naadolescência, sou afetada pela discrimi-nação. Isso dói.

Estou tentando passar a mensagemde que você deve ter cuidado com ascoisas que diz, não apenas para os com-panheiros jovens, mas para os recém-chegados em geral.

Bem sei que o que falamos não vaifazer com que alguém use drogas. Aspessoas se drogam porque querem –porque tomaram uma decisão conscien-te de fazê-lo. Porém, o que dizemospode magoar os sentimentos de alguém.

Precisamos lembrar que usávamosdrogas para não precisar entrar emcontato com nossos sentimentos. Parao recém-chegado, um comentário insen-sível poderia servir de desculpa parausar, para não ter que sentir.

A longo prazo, se não assumirmosresponsabilidade pelo que dizemos, osadictos poderão decidir correr para a suaadicção e, possivelmente, morrer. E eunão quero que digam que as minhaspalavras foram o motivo da morte de umcompanheiro.

Raquel C, Califórnia/EUA

Por que tantaatenção?

Não importa a idade! Estou cansadode ouvir “oh, que legal que vocês, jo-vens...”, e o pessoal mais novo tambémnão gosta disso! “Qualquer pessoa podese juntar a nós, independentemente daidade, raça, identidade sexual, crença,religião ou falta de religião.”

Para que sermos paternalistas? Poracaso temos folhetos para negros emrecuperação, ou mórmons em recupe-ração, ou homossexuais em recupera-ção? Claro que não, porque a adicçãonão discrimina, e nenhum segmento dairmandade requer atenção especial. Osprincípios deste programa de recupera-ção funcionam para todos os que te-nham boa-vontade.

Sou membro de NA há 17 anos, e amaioria dos jovens da minha área (ÁreaEverett, Região Washington/NorthIdaho) gosta quando os trato de igualpara igual.

Mark R, Washington/EUA

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H&I EspertoPara aqueles que ainda não tiveram

o prazer, H&I Esperto é o tipo de carade H&I incrível. Está nos hospitais ecadeias do mundo todo. Pode-se dizerque está sempre por dentro, em todosos lugares. Perguntas sobre H&I? Preci-sa de ajuda? Escreva para o H&I Esper-to (H&I Slim, aos cuidados do WSO).

Prezado H&I Esperto,Estou envolvido no serviço de H&I da minha área. Na semana passada, levei um

orador até a prisão onde realizamos reuniões de NA. Costumamos fazer uma declara-ção de esclarecimento, e ele sugeriu que H&I não deveria usá-la naquele formato dereunião.

Gostaria de saber se é adequado realizar um esclarecimento em uma reunião/apre-sentação de H&I.

DW, Nova Iorque/EUA

Prezado DW,Muitos grupos de NA usam textos de “esclarecimentos” ou “informativos” como

parte de seu formato de reunião. Antes que seu comitê de H&I decida utilizar essetipo de declaração em suas reuniões na prisão, deixe-me informá-lo sobre o históricodesses textos.

Os textos de “esclarecimentos” ou “informativos” lidos por muitos grupos contêm,na realidade, trechos e parágrafos de um boletim intitulado Alguns Pensamentos sobre aNossa Relação com Alcoólicos Anônimos, redigido pelo antigo Quadro de Custódios dosServiços Mundiais. Apesar de esses esclarecimentos não serem literatura aprovadaem conferência, têm peso porque foram escritos pelo extinto Quadro de Custódiosmundial. Uma declaração informativa do gênero também vem sendo usada em diver-sas convenções de Narcóticos Anônimos.

Os formatos de reunião nas instituições de curto prazo são relativamente breves e,provavelmente, não requerem textos de “esclarecimentos”. Na verdade, no Manual deHospitais e Instituições é observado diversas vezes que todos os líderes de painel e/oucoordenadores são responsáveis por assegurar que seja transmitida uma mensagemclara de recuperação de NA, por parte de todos os seus membros. Isto, por si só, jápode ser considerado um “esclarecimento”. Grande parte das reuniões, em algumasinstituições de longo prazo, utilizam-se de formatos semelhantes aos das outras (exter-nas). Muitas vezes, é lido algum texto de esclarecimento como parte do formato de reu-nião. Essa leitura visa informar aos recém-chegados que, apesar de semelhantes, cadairmandade tem a sua própria filosofia e possui seu propósito, distinto das demais.

Se decidirem ler uma “declaração de esclarecimento”, é uma boa idéia explicar porque ela está sendo recitada. Deverá ser evitada qualquer linguagem ofensiva ou po-tencialmente antagônica dentro da instituição. Precisamos estar sempre conscientesdas condições e circunstâncias ao nosso redor, quando estamos em contato com osinternos de um local de H&I. Temos de nos precaver, para não ficarmos alheios aosadictos aos quais estamos tentando levar a mensagem. Para sermos bem-sucedidosem nossos esforços, precisamos buscar e encontrar soluções positivas, informandoaos adictos o que é a mensagem de Narcóticos Anônimos, e por que ela é única.

Por fim, após levar estes pontos em consideração, a consciência do seu comitêdeverá decidir se é adequado, ou não, usar uma leitura de esclarecimento nas reuni-ões de H&I da sua área ou região.

Obrigado por tudo o que vocês estão fazendo pelo serviço de H&I.Em serviço amoroso,

H&I Esperto

Os Serviços Mundiaisde NA aindaprocuram…

No dia 8 de agosto de2001, ainda se encontravaem aberto o cargo de Coor-denador de Projetos/Es-critor/Editor. Eis algumasdas qualificações desejadas:experiência no ramo editori-al; capacidade de redação erevisão de texto; gerencia-mento de projetos; amplodomínio de informática, pro-cessamento de texto e publi-cações; trabalho anteriorjunto a comitês voluntáriosde NA, ou experiência diretacomo servidor de confiançaregional ou mundial; e habi-lidade para trabalhar sobpressão e realizar, com eficá-cia, múltiplas tarefas simul-taneamente.

A divisão de Serviços daIrmandade tem uma vaga emaberto para Assistente deEquipe do departamento deTraduções. Função bilíngüe.É pré-requisito ter experiên-cia em trabalho geral de es-critório e administrativo. Ocandidato qualificado deve-rá apresentar também fortesconhecimentos deinformática, em processa-mento de texto.

Existem outras oportunida-des de emprego disponíveis.Estamos recebendo currículosno momento. Portanto, envie-nos o seu, caso tenha interes-se em tornar-se um trabalha-dor especializado.

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Sugerimos que divulguem seus eventos, colocando-os no ar no nosso “website” e publicando-os na revista The NA Way Magazine. Vocêspodem enviar ao WSO informações a respeito, através do fax, telefone, correio comum ou por intermédio da nossa página na Internet. Se utilizaresta última, você mesmo poderá verificar se já não temos listado o seu evento e, caso necessário, digitar as informações a respeito da suaprópria convenção. Elas serão então revisadas, formatadas e acrescentadas, em cerca de quatro dias, ao calendário “online” de convençõescontido no nosso “website”. Basta entrar em www.na.org, clicar em “NA Events” e seguir as instruções.

Os anúncios de convenções recebidos pela Internet ou por outros meios são encaminhados também à The NA Way. A revista é publicadaquatro vezes por ano: em janeiro, abril, julho e outubro. Como cada edição entra em produção muito antes de ser publicada, para assegurar queseu evento saia na revista, precisamos ser avisados com uma antecedência mínima de três meses da data de cada publicação. Por exemplo, sevocê desejar que o seu evento conste na edição de outubro, precisará nos informar até o dia 1 de julho.

AustráliaQueensland: 9-11 de novembro de 2001; Convenção Anual da ÁreaQueensland; Greenmount Beach Resort, Gold Coast; reserva de hotel:+61.7.55361222; informações sobre o evento: +04.0.2667120,+61.7.55611251; prazo para envio de fitas dos oradores: 25 de outubro de2001; endereço para correspondência: Gold Coast Area Australia, 32 AliciaSt, Southport, Queensland, Austrália 4215; [email protected] (apenas e-mail)

BahamasNassau: 1-4 de novembro de 2001; XIV Comemoração da Área Nassau;Nassau Marriott Resort Crystal Palace, Nassau; reserva de hotel:+1.242.327.6200; informações sobre o evento: +1.242.326.0224,+1.242.327.5601

CanadáAlberta: 5-7 de outubro de 2001; Convenção Regional de Alberta-Saskatchewan; Edmonton; informações sobre o evento: +1.780.424.1839;endereço para correspondência: Alberta-Saskatchewan Region, 9348 CameronAve, Edmonton, AB T5H 3R6 CanadáQuebec: 5-7 de outubro de 2001; XIV Convenção Regional de Quebec;Emotion Douce/Sweet Emotion; Auberge des Seigneurs, St. Hyacinthe; in-formações sobre o evento: +1.450.774.1408, +1.517.323.3877,+1.450.429.4220; endereço para correspondência: CRQNA XIV, ComptoirPostal Robert, St Leonard, Quebec City, Quebec H1R 3X2 Canadá

Estados UnidosAlabama: 9-11 de novembro de 2001; VIII Convenção da Área GreaterBirmingham; Abrindo Caminho para o Milagre; Sheraton Hotel, Birmingham;reserva de hotel: +1.205.324.5000; endereço para correspondência: GreaterBirmingham Area, Box 321324, Birmingham, AL 35212, EUAAlasca: 12-14 de outubro de 2001; 17a Convenção Regional do Alasca;Fairbanks Princess Hotel, Fairbanks; reserva de hotel: 800.426.0500; infor-mações sobre o evento: +1.907.457.5150; endereço para correspondência:Alaska Region, Box 102924, Anchorage, AK 99510-2924, EUA; www.akna.org/arcna.htmArizona: 14 de outubro de 2001; Área East Valley; Sétimo Festival Anual deBlues; Kiwanis Park, Tempe; informações sobre o evento: +1.480.844.3668,+1.480.964.3440, +1.480.786.6228; endereço para correspondência: EastValley Area, Blues Fest Sub-Committee, 330 S Beck Ave #118, Tempe, AZ85281, EUA; www.arizona-na.orgCalifórnia: 19-21 de outubro de 2001; VI Convenção Arco-Íris da Área SanFrancisco; Sinal de Esperança; Ramada Plaza Hotel International, San Fran-cisco; reserva de hotel: 800.227.4747; inscrições: +1.415.826.1006; infor-mações sobre fitas de oradores: +1.415.586.8837; informações sobre o even-to: +1.415.701.8882; endereço para correspondência San Francisco Area,78 Gough St, San Francisco, CA 94102, EUA; www.sfna.org/rainbow/2) 9-11 de novembro; Região California Midstate; XV Dias de Aprendizadodo Oeste; Fresno Plaza Hotel, Fresno; reservas de hotel: 800.649.4955; in-formações sobre o evento: +1.559.651.8090, +1.559.251.6061; endereçopara correspondência: California Midstate Region, Western Service LearningDays XV, Box 26915, Fresno, CA 93729-6915, EUA3) 23-25 de novembro de 2001; Região Southern California; No Final da Es-trada; Sheraton Suites, Pomona; reserva de hotel: +1.909.622.5042; ende-reço para correspondência: Southern California Region, Box 15956, NorthHollywood, CA 91615-5956, EUA

4) 3-6 de julho de 2003; WCNA-30; 50º Aniversário de NA; San DiegoConvention Center, San Diego; endereço para correspondência: NA WorldServices, 19737 Nordhoff Pl, Chatsworth, CA 91311, EUA; www.na.orgCarolina do Norte: 4-6 de janeiro de 2002; Área Western North Carolina;Espiritualidade no Céu; Ramada Plaza Hotel, Asheville; reserva de hotel:800.678.2161; informações sobre o evento: +1.828.298.5733,+1.828.258.9697, +1.828.777.7887; endereço para correspondência:WNCANACC, Box 16238, Asheville, NC 28816, EUACarolina do Sul: 12-14 de outubro de 2001; IV É Assim Que Nós Fazemos;Caminho da Recuperação; Quality Hotel & Conference Center, Spartanburg;reserva de hotel: +1.864.503.0780; inscrições: +1.864.433.1861,+1.864.473.1795; informações sobre o evento: +1.864.591.1060; endereçopara correspondência: This Is How We Do It Group, HOW Convention, Box8068, Spartanburg, SC 29305, EUA2) 15-18 de novembro de 2001; XIX Festival da Serenidade; Myrtle BeachConvention Center, Myrtle Beach; reserva de hotel: 800.732.6478; informa-ções sobre o evento: +1.843.381.9030; inscrições: +1.910.323.0030; ende-reço para correspondência: Carolina Region, Box 1198, Myrtle Beach, SC29578-1198, EUAColorado: 19-21 de outubro de 2001; XV Convenção Regional de Colorado;Wyndham Hotel, Colorado Springs; reserva de hotel: +1.719.260.1800; en-dereço para correspondência: Colorado Region of NA, Box 1437, Denver, CO80203, EUA; http://www.nacolorado.org/CRCNA/Connecticut: 4-6 de janeiro de 2002; 17a Convenção Regional de Connecticut;Jornada Espiritual; Westin Hotel, Stamford; reserva de hotel: 800.937.8461;informações sobre o evento: +1.860.267.8698, +1.860.346.3197; endereçopara correspondência: CRCNA, Box 1817, Meriden, CT 06450, EUA;www.ctna.org/Distrito de Columbia: 29 de dezembro de 2001-1 de janeiro de 2002; Áreaa Leste do Rio; Entusiasmo com a Recuperação; Doubletree Hotel CrystalCity; reserva de hotel: 800.222.TREE; inscrições: +1.202.234.7049; informa-ções sobre fitas de oradores: +1.202.396.1786; informações sobre o evento:+1.301.894.8825; www.nalinks.org/cprna/rsc/events.htmFlórida: 12-14 de outubro de 2001; Convenção Mid-Coast 2001; Uma Visãode Esperança; Boca Raton Marriott, Boca Raton; reservas de hotel:+1.888.888.3780; inscrições: +1.561.686.4572; informações sobre o even-to: +1.561.686.4572; informações sobre fitas de oradores: +1.561.686.4572;endereço para correspondência: Mid-Coast Area, Box 1791, Delray Beach, FL33447-1791, EUA; www.midcoastarea.org/mccna.htm2) 26-28 de outubro de 2001; Convenção da Área Uncoast; VII A Vida é Boa;Daytona Beach; prazo para envio de fitas de oradores: 30 de agosto de 2001;endereço para correspondência: Uncoast Area, Uncoast NA, Box 12151,Gainesville, FL 32604, EUA; www.gnv.fdt.net/~ncoastna/3) 2-4 de novembro de 2001; Grupo Novo Caminho , Eu Estou OK Você EstáOK, Grupo Arco-Íris; V Fim-de-Semana Arco-Íris; Embassy Suites of BocaRaton, Boca Raton; reservas de hotel: 800.EMBASSY; informações sobre oevento: +1.954.961.2876, +1.954.938.8478, +1.954.927.5837; prazo paraenvio de fitas de oradores: 1 de agosto de 2001; endereço para correspon-dência: Rainbow Weekend, Box 2152, Ft. Lauderdale, FL 33303, EUA;www.rainbowweekend.org4) 22-25 de novembro de 2001; Convenção da Área Palm Coast; XX Sereni-dade ao Sol; Crowne Plaza Hotel, West Palm Beach; reservas de hotel:800.227.6963; +1.561.689.6400; informações sobre o evento:+1.561.848.8262; prazo para envio de fitas de oradores: 1 de setembro de2001; endereço para correspondência: Palm Coast Area, Recovery Weekend,Palm Coast ASC, Box 20984, West Palm Beach, FL 33416, EUA;www.palmcoastna.com

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Geórgia: 18-20 de janeiro de 2002; IV A Espiritualidade é a Chave; Vivendoum Sonho; Holiday Inn, Athens; reserva de hotel: 800.HOLIDAY2) 4-7 de julho de 2002; WCNA-29; Georgia World Congress Center, Atlanta;informações sobre o evento: +1.818.773.9999 ramal 200; endereço paracorrespondência: NA World Services, 19737 Nordhoff Place, Chatsworth, CA91311, EUA; www.na.orgHavaí: 25-28 de outubro de 2001; 10a Convenção Anual da Região Hawaii;Crescimento Espiritual; King Kamehameha Kona Beach Hotel, Kailua-Kona;reserva de hotel: +1.808.329.2911; informações sobre o evento:+1.808.325.1453, +1.808.334.9738; endereço para correspondência: HawaiiRegion, Box 391146, Keauhou, HI 96739, EUAIllinois: 16-18 de novembro de 2001; V Convenção da Região Greater Illinois;Colheita na Abundância da Recuperação; Holiday Inn Select, Decatur; reser-vas de hotel: 800.465.4329; informações sobre o evento: +1.217.428.3588Kentucky: 31 de dezembro de 2001-1 de janeiro de 2002; Celebrando aVida, Liberdade de Escolha; Denton Shelter, Atkinson Park, Henderson; pra-zo para envio de fitas dos oradores: 26 de novembro de 2001; endereço paracorrespondência: It Works, Box 873, Henderson, KY 42420, EUAMichigan: 12-14 de outubro de 2001; Porta Aberta para a Recuperação; VanDyke Park Suite Hotel, Warren; reservas de hotel: +1.810.939.2860; informa-ções sobre o evento: +1.248.334.9957, +1.248.332.8381, +1.248.322.8730;endereço para correspondência: Movin’ On Up; Box 85, Bloomfield Hills, MI48302, EUA2) 19-21 de outubro de 2001; II Convenção da Área Western Wayne County;Doubletree Hotel at Metro Airport, Romulus; reservas de hotel: 800.222.8733;coordenador(a) da convenção: +1.734.422.8944Mississipi: 12-14 de outubro de 2001; Convenção Regional do Mississipi;Celebrando a Liberdade de Viver; Days Inn Motel, McComb; reserva de hotel:800.329.7666; informações sobre o evento: +1.601.661.7646,+1.601.977.8442, +1.601.684.1217; endereço para correspondência:Mississippi Region, Box 7085, McComb, MS 39648, EUA; http://www.mrscna.comNebraska: 5-7 de outubro de 2001; 18ª Convenção da Região Nebraska;Interstate Holiday Inn, Grand Island; informações sobre o evento:+1.308.381.8265; endereço para correspondência: NRCNA 18, Box 2191,Hastings, NE 68901, EUA 1Nevada: 5-7 de outubro de 2001; VIII Convenção da Região Sierra Sage; RenoSparks Convention Center, Reno; reservas de hotel: 800.797.7366; inscrições:+1.775.348.6523; informações sobre o evento: +1.775.323.0223; informa-ções sobre fitas de oradores: +1.775.771.8084; endereço para correspon-dência: Sierra Sage RSC, Box 11913, Reno, NV Reno, NV 89510, EUA;www.sierrasagena.orgNova Jérsei: 12-14 de outubro de 2001; Convenção da Área Capital; VI Es-trada para Recuperação; Ao Final da Estrada, Escolhemos Viver; Ramada Inn,East Brunswick; reservas de hotel: +1.609.448.7000; prazo para envio defitas de oradores: 31 de agosto de 2001; endereço para correspondência:Capital Area, Box 2464, Trenton, NJ 08607, EUA2) 2-4 de novembro de 2001; Área Northeast of New Jersey; No Espírito daUnidade – Comunicação, Participação, Compromisso & Prática; SheratonHotel Newark Airport, Newark; reservas de hotel: 800.325.3535; informaçõessobre o evento: +1.908.245.1567; inscrições: +1.908.352.7320; informaçõessobre fitas de oradores: +1.908.241.8560; endereço para correspondência:NENJAC, Box 409, Roselle, NJ, EUA3) 30 de dezembro de 2001-1 de janeiro de 2002; Convenção da Área Bergen;VIII Ano Novo, Vida Nova; East Brunswick Hilton, East Brunswick; reserva dehotel: 800.HILTONS; informações sobre o evento: +1.973.427.3616,+1.201.244.9787; endereço para correspondência: BASCNA, Box 293,Hawthorne, NJ, EUANova Iorque: 19-21 de outubro de 2001; 1ª Convenção Regional ABCD; En-quanto O Caminho Continua, Mais Será Revelado; Ramada Inn ConventionCenter, Schenectady; reservas de hotel: +1.518.370.7151; fax do hotel:+1.518.372.3000; inscrições: +1.518.435.2491, +1.518.370.2640; endere-ço para correspondência: ABCDRCNA, Box 66059, Albany, NY 12206, EUAOhio: 4-6 de janeiro de 2002; XIII Convenção da Área Central Ohio; ColumbusMarriott North Hotel, Columbus; reserva de hotel: 800.228.3429; inscrições:+1.614.478.9193; informações sobre fitas de oradores: +1.614.235.3127;informações sobre o evento: +1.614.235.5926Oklahoma: 18-20 de janeiro de 2002; 12a Convenção Anual de Inverno deNorman; Mire as Estrelas...Viva o Programa; Super 8 Motel, Norman; reservade hotel: 800.800.8000; informações sobre o evento: +1.405.329.6862,+1.405.447.7814; prazo para envio de fitas dos oradores: 21 de outubro de2001; endereço para correspondência: Norman and OKC Metro Groups,Norman Winter Foundation, Box 1455, Norman, OK 73070-1455, EUAOregon: 5-7 de outubro de 2001; 24ª Convenção Pacific North West; A Liber-tação Começa Aqui; DoubleTree Hotel, Portland; reservas de hotel:800.222.TREE; inscrições: +1.503.284.5714; endereço para correspondên-

cia: Pacific North West, Box 3036, Wilsonville, OR 97070-3036, EUAPensilvânia: 1-3 de novembro de 2001; 2ª Convenção da Área Inner City;Philadelphia; informações sobre o evento: +1.215.225.3884,+1.215.232.4062; endereço para correspondência: Inner City Area, Box 50374,Philadelphia, PA 19132, EUA2) 16-18 de novembro de 2001; Convenção Regional Tri-State; XIX Comece aViver; Seven Springs Mountain Resort, Champion; reservas de hotel:800.452.2223; informações sobre o evento: +1.412.231.1650; informaçõessobre fitas de oradores: +1.412.884.4182; inscrições: +1.412.363.4407; en-dereço para correspondência: TriState Region, Box 337, Homestead, PA 15120,EUATennessee: 21-25 de novembro de 2001; XIX Convenção da Região Volunteer;Visão de Esperança; Adam’s Mark Hotel, Memphis; reservas de hotel:800.444.ADAM; informações sobre o evento: +1.901.761.0049,+1.870.702.6480, +1.901.458.2456; endereço para correspondência:Volunteer Region, Box 11126, Memphis, TN 38111, EUA; www.geocities.com/VRCXIXTexas: 9-11 de novembro de 2001; XIV Convenção Regional de Best LittleRegion; Usando o Recurso Ilimitado; Holiday Inn Civic Center, Lubbock; re-servas de hotel: 800.465.4329; informações sobre o evento: +1.806.792.2690,+1.806.785.4861, +1.806.745.1790; endereço para correspondência: BestLittle Region, 4002 Ave A, Lubbock, TX 79404, EUA2) 16-18 de novembro de 2001; 73ª Convenção da Unidade do Texas; RedwoodLodge, Whitney Lake; reservas de hotel: +1.877.694.3422; informações so-bre o evento: +1.972.254.4115, +1.915.388.2389, +1.512.657.5357Vermont: 9-11 de novembro de 2001; XII Convenção da Área ChamplainValley; Liberdade Hoje, Esperança para Amanhã; Radisson Hotel, Burlington;reservas de hotel: 800.333.3333; informações sobre o evento:+1.518.594.7268; coordenador(a) da convenção: +1.802.660.3609; endere-ço para correspondência: Champlain Valley Area, Box 64714, Burlington, VT05406, EUA; www/together.net/~cvana/cvana.htmVirgínia: 9-11 de novembro de 2001; II Convenção da Área Tidewater; Nos-sa Diversidade Ainda Nos Eleva; Ramada Plaza Resort, Virginia Beach; reser-vas de hotel: 800.685.5150; inscrições: +1.757.484.9542; informações sobreo evento: +1.757.484.3575; informações sobre fitas de oradores:+1.757.523.6612; prazo para envio de fitas de oradores: 1 de agosto de 2001;endereço para correspondência: Tidewater Area, Box 5151, Portsmouth, VA23703-5151, EUA2) 29 de dezembro de 2001-1 de janeiro de 2002; IV Convenção da Área aLeste do Rio; Entusiasmo com a Recuperação!; Doubletree Hotel Crystal City,Arlington; informações sobre o evento: +1.301.894.8825; inscrições:+1.202.234.7049; informações sobre fitas de oradores: +1.202.396.1786Wisconsin: 26-28 de outubro; XVIII Convenção do Estado de Wisconsin; FourPoints Sheridan Hotel, Milwaukee; reservas de hotel: 800.325.3535; informa-ções sobre o evento: +1.262.268.2027; inscrições: +1.414.481.4245;www.wsnac.org

FrançaParis: 5-7 de outubro de 2001; V Convenção Regional Bilingüe da França;Sérénité/Serenity; l’Asiem, Paris; informações sobre o evento:+06.14.34.07.37; informações em inglês: +06.70.06.63.42, +01.45.44.64.78;endereço para correspondência: France Region; 1 bis, rue Gutenberg, 93100Montreuil, França

GréciaChalkidiki: 5-7 de outubro de 2001; 5a Convenção-Conferência Pan-helênicade NA; Pallini/Athos Palace Hotel, Thessaloniki; informações sobre o evento:+30.945.337.525

GuatemalaCidade da Guatemala: 19-21 de outubro de 2001; 1a Convenção Regionalda Guatemala; Somos o Milagre; Hotel Ritz, Guatemala City; reserva de ho-tel: 502.714.0041; fax 502.339.4339

IrlandaKilkenny: 12-14 de outubro de 2001; 17a Convenção Regional da Irlanda;New Park Hotel, Kilkenny; reserva de hotel: +353.56.22122; informações so-bre o evento: +001.905.507.0101; endereço para correspondência: IRSCNA,Box 1368, Cardiff Ln, Dublin 2, Irlanda

MéxicoBaja California: 19-21 de outubro de 2001; IX Convenção de Baja California;Algo Más Sera Revelado, More Will Be Revealed; Grand Hotel, Tijuana; reser-va de hotel: +1.866.472.6385; informações sobre o evento: +1.858.277.6438,+1.626.331.2027, +1.526.680.0986; endereço para correspondência: CBCNA,PMB-80, Box 439056, San Diego, CA 92143-9056, EUA

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Às vezes é tão difícil me sentir aceito - nunca injetei drogas.

Sei como é, eu também sinto o mesmo. Só que passei a vida toda me espetando.

Nunca fui preso; não cheguei a cometer grandes crimes.

Estava sempre atrás das grades; fazia tudo para usar drogas.

Meus pais sempre me ajudaram, mesmo quando eu estava trabalhando.

Morei na rua… nunca tive um emprego. Ninguém me ajudava.