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II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades
Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013
NÃO É DO BRINCA, É DO VERA! UM ESTUDO DE CASO SOBRE UMA UNIDADE SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO FEMININA.
SIMONE MESTRE
Acadêmica de Ciências Sociais - Universidade Federal de Rondônia Rua da Amizade, Vila Candelária, Bairro Triangulo, n.º05. Porto Velho – RO, CEP: 78900-000
RESUMO
―Não é do brinca, é do vera!‖ é uma expressão regional e popular em Rondônia, muito disseminada em Porto Velho, onde os indivíduos a utilizam para enfatizar a seriedade dos fatos, acontecimentos ou ações Tal expressão foi eleita título deste estudo de caso que foi desenvolvido através de uma pesquisa em grupo de sociologia criminal em uma Unidade Socioeducativa de Internação Feminina de Porto Velho. Uma vez, que a realidade da unidade, os motivos e circunstâncias dos atos infracionais, dos quais as adolescentes são protagonistas, jamais foi ou será um brincadeira. A verdade é que todos esses processos sociais que envolvem essas meninas que estão em regime de privação de liberdade, se tratam de uma triste realidade, enredada de preconceitos, estigmas e violências.. No percurso metodológico, podemos ressaltar que da escolha ao desenvolvimento da pesquisa, priorizamos a observação sistemática, onde a fracionamos em três etapas: o embasamento teórico, levantamento de dados na unidade e sistematização dos mesmos, que resultaram em dados quantitativos e qualitativos que evidenciam a negligência do Estado e a dominação masculina, violência simbólica diante das questões de gênero presente antes e durante e depois da aplicação da medida socioeducativa.
Palavras-chave: Gênero, unidade e medidas socioeducativas.
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NÃO É DO BRINCA, É DO VERA! Um estudo de caso sobre uma
unidade socioeducativa de internação feminina.
Considerações em torno do título: por que não é do brinca e do vera?
Na realização da pesquisa de campo, durante uma entrevista com uma
servidora da unidade, ela utilizou a expressão ―não é do brinca, e do vera‖, para retratar a
realidade das adolescentes privadas de liberdade, onde ela continuou explicando, “isso, aqui
não é socioeducar, isso aqui é cadeia, quais as chances dessas meninas? elas sabem que
isso não é brincadeira‖.
A expressão ―Não é do brinca, é do vera‖ é uma expressão local, muito
disseminada em Porto Velho, principalmente nos bairros mais periféricos, e significa o
equivalente a ― isso não é uma brincadeira, e de verdade‖, onde os indivíduos a utilizam
para enfatizar a seriedade dos fatos, acontecimentos ou ações, essa expressão foi eleita
título deste estudo de caso por que traduz de forma simples e direta realidade das medidas
socioeducativa de privação de liberdade para adolescentes do sexo feminino.
INTRODUÇÃO
O presente artigo é um fruto do desafio de realizar uma pesquisa de campo
em grupo sobre criminalidade, violência ou justiça lançado durante a realização do tópico
especial1 de Sociologia Criminal, ministrado pela professora Patrícia Vasconcelos no
primeiro semestre de 2011 no Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de
Rondônia – UNIR.
Nosso grupo foi composto por cinco integrantes, todos discentes do curso
estudantes de Ciências Sociais – UNIR, sendo eles: Elisângela Ferreira, Inaê Level, Joyce
Fadoul, Marcelo Batista e Simone Mestre, e decidimos pela realização da pesquisa de
campo em uma unidade socioeducativa feminina, como possibilidade de fazer uma
interface entre as teorias mais familiarizadas, teorias estudadas na disciplina com foco nas
temáticas de criminalidade, gênero ou juventude.
1 Tópico especial de Sociologia Criminal, com duração de 60 horas teóricas e 20 práticas. Tópicos especiais são
disciplinas eletivas que são propostas semestralmente pelo colegiado de curso Ciências Sociais/UNIR, que poderá manter ou renovar no ementário de optativas, conforme a disponibilidade do Departamento, o perfil desejado de formação e a demanda dos discentes.
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Para a realização da pesquisa, o grupo elegeu uma abordagem qualitativa,
através da metodologia de estudo de caso, priorizamos a observação participante, diário de
campo e coleta de dados em seu percurso metodológica. E fracionamos a pesquisa em três
etapas: o embasamento teórico, coletas de dados e informações e produção final dos
artigos.
Estruturado à luz das bases teóricas que constam nas referencia
bibliográficas deste artigo, apresentamos as seguir a trajetória metodologia e desafios das
pesquisa; contextualização histórica das medidas Socioeducativa no Brasil e em Rondônia;
um olhar sobre o abismo entre o estabelecido por lei e a realidade da Unidade
Socioeducativa; A interface entre gênero, vulnerabilidade e estigma e diante da privação de
liberdade e considerações finais.
Trajetória Metodológica e desafios da pesquisa.
A pesquisa cientifica na área das ciências sociais busca evidenciar um
problema social, através da produção do conhecimento em uma determinada área,
buscando traçar um retrato social sobre uma determinada realidade, apresentando-se na
maioria das vezes, segundo Raul Rojas ―comprometida com os grupos sociais mais
necessitados de mudanças estruturais no sistema econômico‖ (2004, p.14).
Na realização de uma pesquisa social a definição da pergunta problema,
constituir-se um elemento fundamental, Desse modo, guiamos essa pesquisa sobre
seguinte pergunta: ―O estado de Rondônia cumprir seu papel institucional frente ao
atendimento socioeducativo oferecidos as adolescentes privadas de liberdade,
considerando a especificidades de gênero durante a execução do atendimento
socioeducativo em Porto Velho?‖.
O desafio de fornecer respostas para questões levantadas a partir da nossa
pergunta de pesquisa e sabendo da existência de uma Unidade Socioeducativa de
Internação, exclusiva para meninas autores de ato infracional, análogo a crime ou
contraversão penal.
Decidimos realizar uma pesquisa, através de um abordagem qualitativa,
usando a metodologia de estudo de caso, considerando a abundância de materiais
empíricos que ampliam os olhares sobre o objeto estudado fornecido por essa metodologia,
como afirma Chizzotti ―O estudo de caso não significa uma leitura única da realidade, supõe
que pode haver diversidade de percepções‖. (2006, p. 141).
A pesquisa foi realizada na Unidade Socioeducativa Feminina de Internação e
Provisória – ―Casa da Adolescente‖ localizada na cidade de Porto Velho, Estado de
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Rondônia, entre os meses de março a junho de 2011. Foram realizadas cinco visitas na
Unidade, com cerca de seis horas de duração para cada visita.
Para as coletas de dados, utilizamos os registros do diário de bordo da
observação participante, consultas ao livro de registro e fichas individuais das adolescentes
que foram disponibilizadas pela Unidade e entrevistas estruturadas com o corpo técnico; e
por fim, a sistematização das coletas de dados, bem como a analise das entrevistas e a
confrontação entre a teoria e a realidade.
Entrevistamos cinco servidoras da Unidade, e utilizamos um roteiro
estruturado não identificado, direcionando para equipe técnica (socioeducadoras, diretora,
professoras etc.) composto por dez perguntas, sendo cinco perguntas abertas e cinco
fechadas, sobre sua função na unidade, a execução do trabalho, a relação com as
adolescentes e suas impressões pessoais.
Em nosso planejamento foi previsto a realização de entrevistas com as
adolescentes, inclusive o grupo preparou um roteiro específico para as adolescentes,
contendo vinte perguntas sobre sua trajetória de vida, relações sociais, aflições,
relacionamento com a equipe da unidade e conhecimento de seus direitos.
Porém as entrevistas com as adolescentes não foram permitidas pela direção
da unidade, que nos informou que o Núcleo Psicossocial da Coordenadoria de Atendimento
ao Adolescente em Conflito com a Lei – CAA (órgão governamental responsável pela
administração do sistema socioeducativo do Estado de Rondônia e subordinado a
Secretaria Estadual de Justiça – SEJUS) não autorizou as entrevistas das adolescentes.
A não autorização das entrevistas com as adolescentes foi justificada pela
Chefa do Núcleo Psicossocial, que considerada a entrevista um procedimento
―constrangedor‖ para as adolescentes, e disse tratar-se de uma ―ilegalidade‖, uma vez que
as adolescentes estavam sobre a tutelar do estado, que deveria zelar pelo seu bem estar
pessoal.
A proibição de entrevistar as adolescentes representa um dos nossos
principais desafios durante o percurso da pesquisa, junto com os fatores de: a ausência nos
registro encontrados na unidade de dados específicos das adolescentes, como dados
étnicos, escolar, familiares, conjugais entre outros. Além da percebemos por parte das
servidoras da Unidade certa apreensão em participar da pesquisa, tanto que a cada a quatro
convites, feitos para as servidoras para participarem da pesquisa, somente um era aceito.
No entanto, em uma avaliação do grupo no encerramento das atividades de
campo, consideramos que diante dos desafios, o número de dados coletados foi satisfatório
e suficiente para auxiliarem no processo de construção e abordagem do estudo de caso.
A experiência de campo agregou à nossa trajetória como futuros
pesquisadores das ciências sociais valores inestimáveis, onde aprendemos como indica
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Raul ―que a melhor maneira de aprender a pesquisa é precisamente fazendo pesquisa,
enfrentando os problemas teóricos, metodológicos e técnicos que se apresentam no
trabalho cientifico‖. (2004, p. 32- 33).
Uma breve contextualização histórica das medidas Socioeducativa
em Rondônia e no Brasil.
Os comportamentos ditos como desviantes, sempre foram motivo de
preocupação, por parte de toda a sociedade, assim como também se apresentam como alvo
de estudos e analise das ciências humanas, Richard Miskolci (2005) afirma que ―a
sociologia sempre buscou compreender os comportamentos socialmente ―desviantes‖‖.
Durkheim, assim considera o crime um fato social normal, sendo que ele afetava a todos os
individuos, além de ser produto da própria sociedade. ―o crimé é normal porque seria
inteiramente impossível uma sociedade que se mostrasse isenta dele‖. (1990, p. 58).
O histórico do atendimento Socioeducativo no Brasil é bem recente, sendo
que seu levantamento inicia-se a partir do século XX onde até meados de 1850 as crianças
e adolescentes eram colocadas no mesmo patamar de tratamento e obrigações que os
adultos.
Nesse tempo, havia o entendimento que as crianças e adolescente pobres
eram criminosos, onde cabia ao Estado sua tutela, uma vez, que nessa época habitava no
senso comum que os mais pobres tivesse certa inclinação natural a desordem e
criminalidade, como contesta e pontuação Misse em seu artigo ―Cinco Teses Equivocadas
sobre a Criminalidade Urbana no Brasil‖ onde explica:
1) se a pobreza causasse o crime, a maioria dos pobres seria criminosa e
não é 2) a esmagador maioria de presos é de porres, pretos e desocupados
porque a policia segue um roteiro típico que associa de ate mão a pobreza
coma criminalidade; 3) os próprios pobres declaram nas pesquisas que não
se identificam com qualquer carreira criminal‖ (1995, p.04).
O ano de 1988 aconteceu uma reviravolta na maneira da socioedade
enxergar o publico infato-juvenil do País, com a aprovação do Estatuto da Criança e
Adolescente-ECA, e iniciada a era dos direitos para menos de dezzoito anos, tornando o
ECA uma das legislaçães de proteção e garantias de direitos da criança e adolescente mais
avançadas do mundo.
ECA prever mecanismo de responsabilização de jovens por suas condutas
que cometes atos infrancionais, analogados crime ou contraversão penal, em seu capitulo II
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que dispoem sobre medidas socioeducativas, sendo elas divididas em cinco modalidades de
atendimento: PLA – Programa de Liberdade Assistida, PSC – Programa de Prestação a
Comunidade, semi liberdade, internação provisória e internação.
Com a promulgação do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, Estado
de Rondônia assim como os demais estados, tiveram que adapta-se a nova legislação. O
governo do estado instituiu através do Decreto n. 5548 à Fundação de Amparo ao Carente
e Ação Social de Rondônia, sendo uma de suas atribuições à responsabilidade pelo
atendimento Socioeducativo no estado.
Em 1994, as medidas Socioeducativa passam a serem executadas pela
Secretaria de Justiça e Cidadania – SEJUCI através do Decreto n. 6400. No ano de 2000,
reconhece o entendimento das medidas Socioeducativa como uma política de atendimento
social, passando à responsabilidade de execução dessas medidas para a atribuição
institucional da Fundação de Assistência Social – FASER.
Recentemente a referida fundação foi extinta do quadro estrutural do governo
do estado, é a função de executar as medida socioeducativas ficaram a cargo da a
Coordenadoria de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei, órgão subordinado a
Secretaria Estadual de Justiça que por sua vez, tem como dever administrar o sistema
penitenciário e Socioeducativa, conforme Lei Completa N. 412 de 28 de dezembro de 2007.
Recentemente foi publicado o 4º Relatório Nacional sobre os Direitos
Humanos no Brasil, realizado pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São
Paulo (NEV-USP).O relatório aponta um crescimento, entre 2004 e 2006, no número de
adolescentes (entre 12 e 17 anos) cumprindo medida de internação, a região Norte teve a
maior alta de jovens infratores internados (70%). Rondônia aparecer com crescimento de
750% de adolescentes em conflito com a lei, com um número absoluto de crescimento de 30
para 233 jovens.
Os gestores das medidas socioeducativas devem seguir as regras
estabelecidas através do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE2 e
das Regras Mínimas Das Nações Unidas Para a Administração Da Justiça , da Infância e da
Juventude, Conhecidas como Regras de Beijing.
Descortinando o abismo entre o estabelecido por lei e a realidade da Unidade
Socioeducativa
2 Na época que a pesquisa foi realizada o SINASE ainda era um projeto de lei, no dia 18 de Janeiro de 2012 a
Presidenta da Republica Dilma Rousseff, sancionou a lei Nº.12.594 que institui o Sistema Nacional de Execução das Medidas socioeducativas;
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Unidade de Internação Feminina de Porto Velho foi Inaugurada em 31 de
agosto de 1999, de responsabilidade do Governo do Estado de Rondônia, conta com trinta e
cinco (35) de servidoras em seu quadro de funcionários, atende as adolescentes que estão
em internação provisória ou cumprido medida socioeducativa de internação.
A unidade de Internação Feminina de Porto Velho é única do estado de
Rondônia que atende exclusivamente adolescentes do sexo feminino, nos demais
municípios, adolescentes de ambos os sexos ficam internados na mesma unidade
socioeducativa, como é caso de Vilhena, Cacoal e Jaru.
Funcionando em uma casa alugada, a unidade e composta de nove cômodos,
que são divididos da seguinte maneira: dois são alojamentos com banheiro, um quarto de
triagem, uma sala para equipe psicossocial e direção, uma sala de aula, uma enfermaria,
recepção e duas áreas externas.
Na parte de dentro da Unidade era notório o grau elevado insalubridade do
ambiente, praticamente em quase todas as paredes tinha mofos, os moveis estavam em
péssimas condições, situação que precária o trabalho das servidoras e o atendimento
oferecido as adolescentes, prejudicando a execução do trabalho socioeducativo.
O quadro técnico da unidade é composto por trinta e cinco (35) servidoras,
distribuídas em: vinte duas (22) socioeducadoras divididas em cinco plantões, uma
motorista, uma diretora administrativa, uma diretora geral, uma auxiliar administrativa, duas
técnicas de enfermagem, uma enfermeira, uma psicóloga, uma coordenadora pedagógica e
quatro professoras.
A partir dessas e de outras observações, o grupo buscou aproximar a
realidade com a legislação de garantia dos direitos dos adolescentes privados de liberdade,
tendo como referência os parâmetros pedagógicos e arquitetônicos estabelecidos pelo
SINASE, que em linhas gerais, são:
Parâmetros norteadores da ação e gestão pedagógicas (...) que devem propiciar ao adolescente o acesso a direitos e às oportunidades de superação de sua situação de exclusão, de ressignificação de valores, bem como o acesso à formação de valores para a participação na vida social. (BRASIL, 2006, p. 51). Parâmetros arquitetônicos e o detalhamento das normas e definições técnicas são referências determinantes a serem adotadas na elaboração e execução de projetos de construção, de reforma ou de ampliação de Unidades de atendimento de internação provisória, de semiliberdade e de internação. (BRASIL, 2006, p. 97).
Selecionamos catorze (14) parâmetros estabelecidos pelo SINASE,
considerando sua obrigatoriedade e sua importância, para verificar se eles eram
executados e respeitados pela unidade estudada.
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Dos catorze(14) parâmetros apenas dois(2) são cumpridos, sendo eles:
espaços adequados para a realização de refeições e área para atendimento de saúde.
Três(13) são oferecidos de forma improvisada, que são: 1) condições adequadas de
higiene, limpeza, circulação iluminação e segurança, 2) espaço para atendimento técnico
individual e em grupo e 3) salão para atividades coletiva/ou espaço para o grupo.
E nove (9) não são cumpridos, ou seja, mais da metade desses catorze
parâmetros não são garantidos e praticados dentro da Unidade, entre eles: 1) condições
adequadas de repouso das adolescente, 2) Espaço e condições adequadas para visita
intima ) Espaço com sala de aulas apropriadas contando com sala de professores e local
para funcionamento da secretaria e direção escola; 4) espaço para a pratica de esporte e
atividades de lazer e cultura; 5) espaço para a profissionalização; 6) Consolidar
mensalmente os dados referentes a entradas e saídas dos adolescentes, perfil do
adolescente (idade, gênero, raça/etnia, procedência, situação com o sistema de justiça,
tipificação de ato infracional, renda familiar e etc; 7) regimento interno, o guia do
adolescente e o manual do socioeducador de modo que esses documentos sejam partes do
conjunto institucional e guardem, entre si, relações de coerência e complementaridade; 8)
Adolescente distribuídos nos alojamentos, conforme idade, ato infracional e faixa etária e 9)
Acesso aos meios de comunicação social.
Diante dessas informações, percebemos o quanto a unidade de internação
feminina, encontra-se em termos pedagógicos e arquitetônicos, distante de promover de fato
uma ação socioeducativa conforme estabelecida pelo SINASE, que:
Exercer influência sobre a vida do adolescente, contribuindo para a construção de sua identidade, de modo a favorecer a elaboração de um projeto de vida, o seu pertencimento social e o respeito às diversidades possibilitando que assuma um papel inclusivo na dinâmica social e comunitária (SINASE, 2006, p. 70).
Revelando o abismo que existente entre o estabelecido por lei e a realidade
da Unidade Socioeducativa, que mostra a ausência de investimentos e de políticas públicas
do governo estadual, que não cumprir com seu papel institucional de promover um
atendimento a adolescente privada de liberdade em condições dignas e humanizadas.
A unidade socioeducativa como uma versão “teen3” do Presidio
As disparidades entre o legalmente instituído pela legislação de garantia de
direitos da criança e do adolescente não foi a única revelação da pesquisa de campo,
3 : Teen em inglês que significa adolescente, muito utilizada no Brasil, para referir-se a pessoas jovens.
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também podemos constatar o quanto o tratamento socioeducativo oferecido a essas
adolescentes, e semelhante ao tratamento penitenciário, apresentando o sistema
socioeducativo como uma versão ―teen‖ do sistema carcerário.
Durante o campo, privilegiamos observação de algumas normas e
procedimentos, tidos como de segundo plano, embutidos na dinâmica da unidade, e
geralmente considerados como de praxe, para chegamos na uma compreensão do que
Goffaman intitula como ―vida intima da instituição‖, que consiste em consideramos:
Uma organização formal como um estabelecimento social, a mudança correspondente seria do ajustamento secundário do indivíduo para o conjunto total de tais ajustamentos que todos os participantes da organização mantêm coletivamente. Tais práticas, em conjunto, abrangem o que pode ser denominado a vida íntima da instituição. (GOFFAMAN, 1974, p.167)
Observando a vida intima da instituição da unidade estudada, podemos
identificar o discurso centralizado na disciplina, legitimando um conjunto de procedimentos
tais como revistas, escoltas, controle de horários e objetos, que Foucault explica: ―esses
métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a
sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o
que podemos chamar as ‗disciplinas‘‖. (2009, p. 133).
As adolescentes, por exemplo, são encaminhadas para medida
socioeducativa pelo Juizado da Infância e Juventude e Juventude ou via Delegacia Especial
de Atendimento a o Adolescente Infrator – DEAAI, e cabe à unidade acolher e abrigar essa
adolescente, o que geralmente é feito pela equipe de socioeducadoras através do
procedimento de recepção.
Esse procedimento de recepção consiste em adolescente passar por revista
das roupas, dos cabelos, de objetos pessoais, retirada de piercings, alargadores e brincos,
revista íntima, onde ela deve retirar diante de duas socioeducadoras toda a sua roupa, sem
execução de nenhuma peça.
Em seguida, adolescente é levada para a triagem (quarto escuro, sem
banheiro), onde ela permanecerá por três dias até ser encaminhada para o alojamento para
juntar-se as demais adolescentes. Esses alojamentos trata-se de pequenos cúbicos,
escuros, insalubre, abafados e com pouca ventilação, onde as janelas e portas foram
substituídas por grande iguais as usadas nas celas do presidio.
As únicas coisas podem ficar dentro do alojamento são colchões de
espessura fina, colocados sobre o chão para as adolescentes dormirem e sacolas plásticas
que elas amaradas nas grades da janela para guardarem suas roupas. Todo esse conjunto
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de ações é utilizado para manter a organização da unidade, dando contornos ao que
Foucault classifica como disciplinas.
As disciplinas, organizando as ―celas‖, os ―lugares‖ e as ―fileiras‖ criam espaços complexos: ao mesmo tempo arquiteturais, funcionais e hierárquicos. São espaços que realizam a fixação e permitem a circulação; recortam segmentos individuais e estabelecem ligações operatórias; marcam lugares e indicam valores; garantem a obediência dos indivíduos, mas também uma melhor economia do tempo e dos gestos. (Foucault, 2009, p. 174).
O alojamento é conhecido e chamado pelas próprias adolescentes internas
de cela4, e a permanência dentro dele delineia mais um aspecto disciplinador e totalizador
da unidade, uma vez, que o alojamento deveria ser um local exclusivamente reservado para
descanso, conforme os preceitos do SINASE.
Dentro da unidade ele é destinado para reclusão das internas, onde elas
passam maior parte do tempo, principalmente nos finais de semana, onde são confinadas
em tempo integral, evidenciando a tendência de ―fechamento‖ presentes nas instituições
totais:
Quando resenhamos as diferentes instituições de nossa sociedade ocidental, verificamos que algumas são muito mais "fechadas" do que outras, Seu "fechamento" ou seu caráter total é simbolizado pela barreira a relação social com o mundo externo e por proibições a saída que muitas vezes estão incluídas no esquema físico (...) A tais estabelecimentos dou o nome de instituições totais. (Goffaman. 1974, p. 11).
Esse aspecto ―fechado‖ da unidade e os controles de disciplina dão contornos
ao que Bourdieu nomeou de sistema simbólico, que doutrinam e legitimam a dominação, por
meio da violência simbólica, onde os sujeitos são induzidos a se submeterem ao um
conjunto de critérios e normas imposta através do poder simbólicos.
sistemas simbólicos‖ cumprem a sua função política de instrumentos de imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para assegurar a dominação de uma classe sobre a outra (violência simbólica) dando o reforço da sua própria força que as fundamentam e contribuindo assim, segundo a expressão do Weber, para ―domesticação dos dominados‖. (Bourdieu, 1989, pág. 11).
Desse modo, as adolescentes internas passam por um processo de
ressignificação de valores e do que é importante diante da limitação da liberdade,
atribuindo as suas preferencias e prioridades, os momentos como: visitas de familiares, o
lanche, as atividades fora do alojamento, atendimento psicossocial, autorização para utilizar
maquiagem e produtos de beleza.
4 conforme informado durante as entrevistas com o corpo técnico.
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Essas preferências e prioridades às vezes, acabam motivando as disputas
entre elas, as grades das portas do alojamento é um exemplo disso, uma vez que essas
representam para elas o acesso a entrada e saída de objetos de higiene pessoal, água para
ingerir, lanches, outros objetivos, principalmente à televisão .
No tocante a atuação das socioeducadoras, podemos perceber que essas
priorizam os elementos de segurança ao invés dos elementos de socialização ou educação,
cujos os nomes estão embutidos na nomenclatura do seu cargo, não havendo interação
entre socioeducadora e adolescentes.
Utilizando assessórios militares como coturnos e cartucheiras e mesmo
uniforme preto dos agentes penitenciários, as socioeducadoras falam restritamente o
necessário com as adolescentes, e só ficam próximas das adolescentes quando fazem
escolta, termo utilizado para indicar que estão acompanhando as adolescentes em alguma
atividade.
Esse comportamento das socioeducadoras é de certa forma é incentivado
pelo estado, que não promover cursos e capacitações continuadas, e segundo relato de
uma socioeducadora entrevistada a única formação que receberam foi um curso de
formação previsto no concurso que elas realizaram juntos com agentes penitenciários,
ministrado pelos mesmos professores.
Neste cenário, onde a estrutura física, as regras e as formas de organização
da unidade, inclusive a formação oferecida aos servidores que atuam neste é moldada em
torno do modelo penitenciário, percebe-se que a função na prática da unidade
socioeducativa é similar a função da prisão, que consiste na:
privação pura e simples da liberdade — nunca funcionaram sem certos complementos punitivos referentes ao corpo: redução alimentar, privação sexual, (...)Na realidade, a prisão, nos seus dispositivos mais explícitos, sempre aplicou certas medidas de sofrimento físico. (Foucault, 2009, p. 133).
Seria possível retirar essas adolescentes da situação de vulnerabilidade
social na qual se encontram? Quando apresentamos essa questão na entrevista com a
socioeducadora, ela respondeu automaticamente ―a interna de hoje é a detenta de amanhã,
preciso falar mais alguma coisa?‖, tal afirmação reflete o quanto estamos longe da
efetivação de politicas publicas que visam retirar essas adolescentes das margens sociais
de exclusão, da criminalidade e da violência.
Uma interface entre gênero, vulnerabilidade e estigma e diante da privação de
liberdade.
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Diante da presença predominante das mulheres na unidade socioeducativa,
tanto das adolescentes como das servidoras, onde não há a presença de homem no quadro
de servidores da unidade, essa pesquisa, assim como o estudo de caso seriam
incompletos, sem um olhar para categoria de gênero.
―A categoria gênero torna mais nítida a compreensão das formas e dos conteúdos que vem tomando as relações entre as gerações, de como vêm ocorrendo às mudanças e as permanências dos ―papéis sexuais‖ na socialização de crianças e adolescentes e, o mais importante, apontando mecanismo de ruptura ou de revisão das hierarquias de gênero‖. (MADEIRA, 1997, p.9).
Considerando que o conceito de gênero se situa na esfera social, diferente do
conceito de sexo, privilegiando os aspectos sociais, essa noção permite refletir sobre a
forma como são socialmente construídos os papéis do homem e da mulher (SAFFIOTI,
1992, p.183), e como questões de gênero, vulnerabilidade e estigma são entrelaçados nas
trajetórias sociais dessas adolescentes.
As trajetórias sociais são processos de desestruturação como de estruturação de referências e Patrimônios, pela articulação ou desarticulação de relações sociais num tempo e num espaço determinados onde se produzem mudanças nas formas de reprodução como de identificação social. Esta perda ou aquisição de patrimônios está vinculada tanto a processos contextuais como as biovias (termo que proponho para designar os caminhos da vida) da família, de redes de pertencimento, de vizinhanças (FALEIROS, 1999, p. 75).
Nas entrevistas com as servidoras, elas mencionaram que a maioria das
adolescentes que estão e passaram na unidade, assim como suas famílias são marcadas
por situações de exclusão social, onde os genitores (pai ou mãe) passam por situações de
desemprego, dependência química, violência domestica, doenças crônicas ou em
cumprimento de pena no sistema prisional.
Essas informações revelam o quanto essas adolescentes estão expostas ao
um grau elevado de vulnerabilidade social, que é compreendida como o ―Resultado
negativo acesso à estrutura de oportunidades sociais, econômicas, culturais que provêm do
Estado, do mercado e da sociedade. Traduzindo assim as debilidades ou desvantagens
para o desempenho e mobilidades sociais dos atores (ABRAMOVAY et al., 2002, p. 13).
A vulnerabilidade social dessas adolescentes potencializam as chances
delas serem submetidos a violência, pois o público composto por adolescente são as
maiores vitimas da violência urbana. (ZALUAR, 2003). Neste sentido o ato infracional é um
reflexo da ausência de polícias publicas essenciais:
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A maioria dessas meninas, entram na unidade, sem sabe ler, escrever, falando gírias, Aqui elas, elas tem aula, tiram os documentos pessoais, vão a psicóloga, são vacinadas, vão ao médico, fazem os exames direitinho, algumas chegam a fazer até tratamento odontológico completo, coisa difícil de conseguir no SUS. (entrevista servidora da unidade).
Ou seja, o depoimento da servidora revela que antes de entrarem na unidade
socioeducativa, uma série de políticas assistenciais, ou falharam, ou não foram executadas
ou nem seque são ofertadas a essas adolescentes, contribuindo na condução dessas jovens
para as medidas socioeducativas.
Do cometimento do ato infracional ao cumprimento da medida socioeducativa
de internação, essa adolescente é estigmatizada socialmente, sendo atribuído a elas,
termos e rótulos como: menor, delinquente, marginal e nóiada5. Esses termos atribuem às
adolescentes, o comportamento desviante, onde são:
Engajadas numa espécie de negação coletiva da ordem social. Elas são percebidas como incapazes de usar as oportunidades disponíveis para o progresso nos vários caminhos aprovados pela sociedade; mostram um desrespeito evidente por seus superiores; falta-lhes moralidade; elas representam defeitos nos esquemas motivacionais da sociedade. ( Goffman, 2004, p. 121)
Mesmo diante da imensa diferença estatísticas de gêneros na participação
do ato infracional, que mostra que dos 16.868 adolescentes cumprindo medida
socioeducativa de privação de liberdade no Brasil, 95% são adolescentes do sexo
masculino , enquanto as adolescentes do sexo feminino representam a 5%, segundo
Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo realizado em 2006 e 2008 pela
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Republica.
O referido levantamento Nacional aponta que Rondônia, dos 252 casos de
adolescentes privados de liberdade, apenas sete são sexo feminino, no entanto, em
consulta ao registro da unidade de Internação feminina, identificamos que 2010 foram
internadas 53 adolescentes, revelando que a taxa de adolescentes internas em Rondônia
cresceu sete vezes comparado com 2008.
Os dados quantitativos, coletados pelo nosso grupo na Unidade,
entre o ano de 2010 e 2011(até maio), observamos que a adolescente raramente
ultrapassam o tempo de ano de internação, sendo que o tempo médio de permanência
dessas adolescentes na unidade não é de aproximadamente 45 dias.
5 Termo pejorativo, utilizado na cidade de Porto Velho, para indicar indivíduos que cometem pequenos furtos
para financiar seu consumo de drogas.
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Se o tempo de permanência dessas meninas na unidade, não são motivos de
preocupação, existe a necessidade de atenção às taxas de reincidências, Em 2010, 19%
das internas eram reincidentes e em 2011 (até maio) essa taxa já tinha chegado à 15%.
As adolescentes internas na unidade feminina possuem entre 15 a 17 anos,
sendo o ato infracional de tráfico de drogas o mais praticado por elas, representando 26%
dos atos infracionais em 2010 e 15% em 2011. A taxa de homicídio é relativamente baixa
representando 4% em 2010, mas em 2011 ela dobra chegando 8% até maio.
A participação relativamente baixa de adolescentes envolvidas no ato
infracional assim como de mulheres adultas no mundo do crime, são justificadas pela
hipótese que ―enquanto os meninos assumem geralmente um papel de protagonista e
expõem-se mais à categorização de autoria direta, as meninas tendem a participar mais na
―retaguarda‖.‖ (BRASIL, 2006, p, 02).
Essa hipótese corresponde aos papeis sociais, onde é atribuído ao
adolescente o papel de líder e a adolescente o papel de auxiliar, típicas das sociedades
machistas e patriarcais, onde a ―dominação masculina‖ é resultante da violência simbólica,
definida por Bourdieu como uma:
―violência suave, insensível, invisível a suas próprias vítimas, que se exerce
essencialmente pelas vias puramente simbólicas da comunicação e do
conhecimento, ou, mais precisamente, do desconhecimento, do
reconhecimento ou, em última instância, do sentimento‖ (2005, p. 07-08)
Considerações finais
Considerando a legislação de defesa da criança e do adolescente, em
especial os parâmetros definidos pelos SINASE, em especialmente em sua decima
Diretriz pedagógica do atendimento que trata da Diversidade étnico-racial, de gênero
e de orientação sexual norteadora da prática pedagógica.
Diante da realizada da Unidade Socioeducativa da unidade
pesquisada, que se tratar de uma casa adaptada tanta em sua estrutura, como na
dinâmica e em sua rotina, nos moldes do sistema penitenciário, que por sua vez, e
destinado inclusivamente para o confinamento.
Constatamos que o governo do estado de Rondônia não cumprir seu
papel institucional frente ao atendimento socioeducativo oferecidos as adolescentes
privadas de liberdade frente aos parâmetros do SINASE, ao respeito aos direitos
humanos e as especificidades de gênero.
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E mesmo tendo uma unidade destinada unicamente para a internação
de meninas com um quadro de funcionárias exclusivamente composto por mulheres,
o que é não deixa de ser considerado um avanço, especificidades de gênero durante
a execução do atendimento socioeducativo na unidade ainda é deficiente.
Uma vez, que assuntos como diversidade racial, desigualdades sociais,
relacionamento amoroso, identidade sexual, sexualidade, empoderamento social e a
historia de vida das próprias adolescentes não são trabalhadas durante a
realização do atendimento e nem oferecidos as adolescentes.
Evidenciando o descompasso da Unidade em desenvolve sua função
socioeducativa que é exercer ―uma influência sobre a vida do adolescente,
contribuindo para a construção de sua identidade, de modo a favorecer a elaboração
de um projeto de vida, o seu pertencimento social e o respeito às diversidades
culturais, étnicas, de gênero e sexuais‖ (SINASE, 2006).
Esse descompasso é financiado pela negligência do Estado, que de
tão evidente, ultrapassa os limites da obviedade. Que mantem o sistema
socioeducativo sucateado em todos os aspectos, afetando as adolescentes, as
servidores da unidade, as famílias e a sociedade.
Nesse sentindo a medida socioeducativa deixa de ter caráter
educativo, como proposto pelo ECA e pelo SINASE, e é executada de forma
punitiva, reforçando o a ideia de que ―Não se pune, portanto para apagar um crime,
mas para transformar um culpado‖. (FOUCAULT, 2009, p.112), contribuindo na
difusão e no reforço do estigma de ―menor, delinquente ou marginal‖ para os
adolescentes que cumprem medida socioeducativa.
E no contexto atual, onde vários setores da sociedade defendem
fervorosamente a redução da maioridade penal, sobe os pilares da falsa ilusão de
impunidade dos adolescentes infratores no Brasil, e necessário que as pesquisas
sociais e humanas, sobre medidas socioeducativas busquem mostra a realidade
dessas unidades de internação.
Tendo como entendimento da pesquisa como a ―a discrições das
mazelas de vidas ignoradas ou exploradas constituíam candentes de condições
vividas e preconizavam urgentes ações saneadoras das adversidades reveladas‖.
(CHIZZOTTI, 2006 p. 49), e que possam contribuir para implantação, fiscalização e
formulação de políticas públicas, como ferramentas efetivas de transformação social.
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