não cumprir normas técnicas é crime

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    N - 1676-7845 A

    NO

    XX

    I R$ 19,00 N

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  • CAPA

    26 www.banasqualidade.com.br Novembro 2011

    No cumprir as normas tcnicas crime

    A norma um importante elemento para elaborao de um sistema de gesto

    da qualidade que facilita o trabalho, introduz a ordem e torna as atividades mais claras, garante a salvaguarda dos

    direitos fundamentais constitucionais das pessoas, gera produtividade e aumenta

    a competitividade, cada vez mais acirrada. Na verdade, a observncia das normas

    tcnicas brasileiras obrigatria e j existe jurisprudncia dos tribunais nacionais dizendo que h implicaes criminais

    pela sua no observncia

    Quando se descumpre uma norma, assume-se, de imediato, um risco. Isso significa dizer

    que o risco foi assumido, ou seja, significa que se est consciente do resultado lesivo.

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    [Hayrton Rodrigues do Prado Filho]

    O avano tecnolgico est impondo algumas regras para a produo industrial e para a prestao de servios que visam, principalmente, garantir um padro mnimo de segurana e qualidade para esses

    produtos e servios. Isso pode ser atendido quando so elaboradas as normas tcnicas que estabelecem a adequao de materiais e componentes utilizados, as medidas e os padres corretos, bem como as informaes bsicas para o consumidor do produto ou servio. As normas tcnicas so prescries cientficas e consen-suais com uma funo orientadora e purificadora do mercado. Originam-se da necessidade de o homem registrar o seu apren-dizado, de modo a poder repetir e reproduzir as suas aes, sem repetir erros j conhecidos, conseguindo os mesmos resultados, sempre visando a segurana das pessoas, a preservao do meio ambiente e a economia e otimizao de produtos e processos. Podem ser tambm conceituadas como os registros de um con-centrado de conhecimentos, colocado disposio da sociedade e sem o qual no se pode controlar a qualidade nem certificar o produto ou servio.

    As normas tcnicas no so apenas vetores da qualidade de instituies privadas. Essa interpretao equivocada por parte de algumas pessoas deve levar a alguns questionamentos sobre qual o fundamento e a finalidade da atividade de normalizao no Brasil; qual a natureza jurdica da atividade de normalizao no Brasil; qual a legalidade da normalizao tcnica; qual a posio institucional da ABNT; qual a funo de normalizao no quadro institucional brasileiro? Na verdade, a observncia das normas tcnicas brasileiras obrigatria e j existe jurisprudncia dos tribunais nacionais dizendo que h implicaes criminais pela sua no observncia.

    A sua utilizao traz inmeros benefcios: elimina a variedade desnecessria, reduz os custos operacionais, favorece a segurana, protege a sade e o meio ambiente, permite a intercambialidade e incrementa a produtividade, mantendo adequada a qualidade. So de propriedade comum e so regras criadas pela sociedade tcnica, chanceladas por rgo vinculado ou autorizado pelo governo, que expressam um fator de conhecimento em benefcio de toda a sociedade. So instrumento de desenvolvimento, de qualidade e no podem ser privativas. Sobretudo em uma sociedade industrial, em que a produo feita em massa, sem conhecimento dos con-sumidores, cuja segurana e confiana provm minimamente do cumprimento de regras estabelecidas pela sociedade tcnica.

    No mundo globalizado, o cumprimento das normas tcnicas obrigatrio, sob pena de inviabilizar a exportao de produtos ou servios, que no seriam adquiridos se os compradores imaginas-sem que os produtores no seguem as normas, pois constituem requisitos bsicos de qualidade. Segundo o Instituto Tecnolgico de Estudos para a Normalizao e Avaliao de Conformidade (Itenac), embora no sejam leis, as normas tcnicas tm fora obrigatria, sendo importante distinguir o carter voluntrio, que existe na iniciativa e no processo de elaborao das normas tc-

    nicas, da obrigatoriedade do seu cumprimento, quando em vigor. A iniciativa da elaborao pode ser voluntria, porque depende de as empresas ou entidades se organizarem para propor a sua elaborao, mas o cumprimento das normas, depois de aprovadas, tem carter obrigatrio.

    O promotor de Justia do Tribunal do Jri de So Paulo, Roberto Tardelli, assegurou que as implicaes criminais da no observncia das normas tcnicas podem implicar em homic-dios, leso corporal, exposio de perigo, etc., alm de crimes de perigo comum, como incndio, exploso, inundao, desa-bamento, etc. Na verdade para se determinar as implicaes criminais, precisamos saber o que significam as normas tcnicas exatamente? Por que a norma deve ser obedecida? Qual (is) a(s) consequncia(s) do no cumprimento? Normas existem na sociedade moderna, marcada pela impessoalidade, para garantir segurana, qualidade e alcance da finalidade de cada coisa. No h sentido jurdico em norma sem poder de coero. Norma tem a ver com civilidade e progresso; tratamento igualitrio. Garantir significa prevenir; significa preservar. O descumpri-mento da norma implica em: sano; punio; perda; e gravame. As consequncias do descumprimento vo desde indenizao, no cdigo civil, at processo por homicdio culposo ou doloso. Quando se descumpre uma norma, assume-se, de imediato, um risco. Isso significa dizer que o risco foi assumido, ou seja, significa que se est consciente do resultado lesivo. A consci-ncia do resultado lesivo implica em uma conduta criminosa, passvel de punio pelo cdigo penal.

    Roberto TardelliPromotor de Justia do

    Tribunal do Jri de So Paulo

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    O promotor diz que ficou surpreso quando foi convidado para discutir se uma norma deveria ser cumprida ou no. Isso para mim parece ser extico, pois algum que acredita que pode descumprir uma norma est com srios problemas. Se uma casa pegou fogo e as pessoas dentro dela morreram. Sabe o que quer dizer isso: homicdio doloso. Pena de 12 a 30 anos de recluso, um crime hediondo, suscetvel de ficar sem liberdade provisria. Se as pessoas acreditarem que elas podem optar ou no a cumprir uma norma tcnica, isso poder significar que a sociedade vai viver numa selva mercadolgica, ningum mais vai cumprir nada. Quem estiver dizendo que uma norma tcnica no precisa ser cumprida, ou seja, que ela voluntria, est dizendo uma sandice, uma estupidez. uma afirmao inconsequente, leviana e muito perigosa. Fujam de quem afirma esta bobagem.

    Para o promotor, a norma de observncia obrigatria, pois isso se encaixa muito bem no ordenamento jurdico brasileiro. Ou seja, o cumprimento das normas constitucional, no depende de concordncia do Inmetro, dos Ipems e da ABNT. O sistema jurdico brasileiro tem uma hierarquia lgica: a constituio, as leis federais, as leis estaduais, regulamentos, portarias e outros documentos. A norma se encaixa nisso. Para garantir os direitos bsicos dos cidados, o Estado cria esse sistema jurdico. Se hoje o Brasil possui mais ou menos 500 regulamentos tcnicos, isso no abrange todos os produtos e servios. E os vasos sanitrios possuem regulamentos tcni-co? No possuem. Se houver uma quebra, quem garante que esse produto foi fabricado cor-retamente. Somente as normas tcnicas. O Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC), lei de carter geral e nacional, editado com fundamento no artigo 5, inciso XXXII, da Constituio brasileira, aprovado pela Lei n 8.078, de 11-9-1990, ao disciplinar as veda-es aos fornecedores de produtos ou servios com o intuito de coibir prticas abusivas estabelece em seu artigo 39, VIII: vedado ao fornecedor de produtos ou servios: colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou servio em desacordo com as normas expedidas pelos rgos oficiais competentes ou, se normas especficas no existirem, pela ABNT ou entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Conmetro). Assim, quando no existir regulamentao tcnica especfica de um assunto, qualquer produto ou servio tem que seguir a norma.

    Dessa forma, os empresrios que no seguem as normas esto passveis de sano penal, como fechamento de seu estabeleci-mento, multa, recolhimento de produtos, etc. A obrigatoriedade

    de cumprimento das normas tcnicas decorre de vrios fatores e princpios, previstos implcita ou expressamente em diversos dispositivos legais e aplicveis s relaes de um modo geral, quer se tratem de relao de consumo, quer no. So obrigaes que se enquadram no plano geral de responsabilidades, cujo descum-primento, a exemplo das leis, traz consequncias para o seu autor, provando que as normas tcnicas tm eficcia. Alm dos fatores de natureza jurdica, de se destacar que h fatores de ordem co-mercial que impem a obrigatoriedade de atendimento s normas tcnicas, pois no mundo globalizado em que se vive seria invivel a exportao de produtos se os pases compradores imaginassem que os produtos importados no possuem os requisitos bsicos de qualidade, ou seja, no seguem as normas tcnicas.

    No mercado brasileiro, o que existe uma grande confu-so entre certificao compulsria e cumprimento de normas tcnicas, j que os produtos com certificao compulsria ou

    com regulamentao tcnica so obrigados a provar, antes de entrar no mercado, que seguem determinadas normas com ensaios de laboratrio e levam um selo de certificao. Isso no quer dizer que quando no tem esse tipo de certificao, um produto ou servio no precisa seguir normas. Necessita observar as normas, so-mente no precisa ensaiar os seus produtos ou servios. Para vender uma lmpada que no precisa de selo de conformidade, o fabricante precisa seguir as normas. Ele no precisa mostrar isso antes para algum, como terceira parte, mas obrigado a seguir a norma. Como se pode viver em uma sociedade

    com apenas mais ou menos 300 produtos certificados? E o resto? E os copos plsticos descartveis, e o aditivo para o radiador do carro, e as cadeiras altas infantis para alimentao, etc.? Atualmen-te, existem mais de 10.000 normas tcnicas e mais ou menos 500 regulamentos tcnicos. Quer dizer que s devem ser cumpridos os 500 regulamentos? E as outras 9.500 normas? So para serem cumpridas.

    Nas relaes de consumo, alm de serem aplicveis os disposi-tivos legais, o CDC estabelece expressamente, nos artigos 18 e 20, a responsabilidade dos fornecedores de produtos ou servios de qualidade (e a falta de atendimento s normas tcnicas gera, em princpio, um vcio de qualidade), tanto pelos vcios que os tornem imprprios ou inadequados ao consumo, como por aqueles que diminuam o seu valor. O 6. do art. 18 do CDC considera, inclu-sive, imprprios para o consumo os produtos em desacordo com as normas regulamentares de fabricao, ou seja, em desacordo com as normas tcnicas de fabricao, se houver.

    Um exemplo prtico que ocorre no Brasil. O caso das escadas

    Quem estiver dizendo que uma norma tcnica no

    precisa ser cumprida, ou seja, que ela voluntria,

    est dizendo uma sandice, uma estupidez. uma

    afirmao inconsequente, leviana e muito perigosa.

    Fujam de quem afirma esta bobagem.

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    metlicas domsticas, aquelas que so usadas para trocar lmpadas ou limpar lugares altos. De acordo com o Itenac, a norma exige que esses equipamentos necessitem ser fabricados com materiais e dimenses para evitar que uma pessoa de 90 kg, por exemplo, possa utiliz-las sem riscos de quebra de degrau, tombamento lateral ou escorregamento, etc. No existe regulamento para isso, s norma tcnica brasileira. Uma empresa produz uma escada com material inadequado (mais barato) e com dimenses redu-zidas (menos matria prima) e sem antiderrapante nos degraus. Se acontecer uma tragdia, de quem a culpa? Da pessoa que comprou a escada mais barata ou da empresa que fabricou? Se a norma no for obrigatria, vai ser s um acidente. No, a norma obrigatria e a culpa da empresa que no cumpriu a norma para segurana e sade da sociedade. Por isso, vem aumentando as decises jurdicas baseadas em normas. H um tempo, eram 20 decises, Depois, isso aumentou para 54, e hoje j so mais de 300 sentenas baseadas em normas. Uma delas foi sobre um acidente com um caminho de gado. A companhia de seguros alegou que no iria pagar o prmio, pois foi um erro do condutor. A empresa proprietria alegou que a curva da pista levou ao acidente e acionou a concessio-nria da estrada. Foi provado por um estudo de engenharia que a pista estava de acordo com as normas brasileiras. E a justia deu razo a ela. Ento, fica pro-vado que as normas devem ser obrigatrias

    Outro exemplo, a anlise da norma NBR 15662 - Sistemas de preveno e proteo contra exploso - Gerenciamento de riscos de exploses que pode ser aplicada no caso da exploso do restaurante Fil Carioca, no Rio de Janeiro, em que foi levantado um alerta para os riscos da armazenagem e manuseio do GLP em casas e estabelecimentos comerciais. Embora os casos de exploses sejam em pequeno n-mero no pas, o Corpo de Bombeiros atende, diariamente, muitas solicitaes relativas a vazamentos de gs e a grande maioria resolvida com orientaes por telefone. Porm, a simples instalao de um botijo de gs em casa ou em outros locais necessita de cuidados, j que o descuido pode causar acidentes graves.

    O GLP, em seu estado natural inodoro, mas um cheiro ca-racterstico adicionado a ele para que um eventual vazamento possa ser identificado mais facilmente. Importante saber que todo combustvel inflamvel e, portanto, potencialmente perigoso. Assim como a gasolina, o lcool ou o querosene, o GLP tambm pega fogo com facilidade ao entrar em contato com chamas,

    brasas ou fascas.No Brasil, fornecido pelas companhias em botijes e cilindros

    transportveis ou estacionrios. Para ser seguro, um botijo de gs precisa ser fabricado de acordo com as normas tcnicas, devendo passar por controle de qualidade cada vez que voltar s bases de engarrafamento e ser manuseado corretamente. Os recipientes tambm deve ser fabricados com chapas de ao, conforme normas tcnicas de segurana da ABNT sendo capazes de suportar altas presses. pode vir acondicionado em diferentes tipos de recipientes padronizados e que variam conforme a utilizao e as necessidades dos consumidores. O botijo de 13 kg (P13) o mais utilizado no pas, principalmente em foges residenciais para cozinhar alimentos. O cilindro de 45 Kg (P45) usado em larga escala, em diferentes situaes, tais como estabelecimentos comerciais, bares, restaurantes, lavanderias, indstrias, hospitais, escolas, etc.

    Nas residncias, os botijes P13 devem, se possvel, ser colo-cados do lado de fora e os P45 devem ser colocados em abrigos, construdos em alvenaria, com cobertura de laje, fechado na frente por um porto com tela, com dois, quatro ou seis botijes. O abrigo deve estar localizado no exterior da edificao, em local ventilado, prximo de um acesso, preferencialmente onde no haja trnsito de alunos. O abrigo tambm no deve estar perto de locais onde existam fontes de calor. Os acessos ao abrigo devem estar sempre desimpedidos, com os equipamentos de proteo contra incndio (hidrantes/extintores) em funcionamento e com facilidade de acesso e operao. Caso o estabelecimento no tenha rede de hidrantes, o abrigo deve possuir, em suas proximidades, dois extintores de p qumico de 4 kg cada um. Outra coisa que os botijes e os dispositivos internos do abrigo no devem ficar em contato com a terra nem em locais onde haja acmulo de

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    gua de qualquer origem. Junto do abrigo devem existir placas de sinalizao com os dizeres: PERIGO, INFLAMVEL, PROIBIDO FUMAR. Em hiptese alguma pode haver dentro do abrigo ma-teriais combustveis. O espao tambm no pode ser usado para guardar qualquer outro tipo de produto.

    J a rede interna do abrigo o conjunto de tubos e vlvulas de esfera que interligam os botijes dentro do abrigo. Normalmente, vai estar submetida a uma presso muito alta, de 7 kg/cm, que a mesma presso interna dos botijes. Uma vlvula de esfera deve ser colocada e a indicada a especfica para gs e serve para fechamento do fluxo entre o botijo e o restante da rede, sendo utilizada para substi-tuio dos botijes ou para inverso do ramal de forneci-mento. O regulador de presso de primeiro estgio tem a funo de reduzir a presso dos botijes de 7 kg/cm para a presso de 150 kPa, que a presso de trfego do GLP, em estado gasoso, na tubulao da rede primria.

    O regulador deve ser con-feccionado em ao conforme a norma NBR 13932, junto dele deve estar acoplada a vlvula de bloqueio automtico por sobrepresso, que um equi-pamento de segurana que interrompe o fluxo de gs sem-pre que a sua presso exceda o valor da presso da rede primria. Ele o incio da rede primria, onde a presso muito alta e incompatvel com os aparelhos de queima. A rede primria (150 kPa alta presso) o conjunto de tubos, conexes e equipamentos compreendidos entre o regula-dor de primeiro estgio (inclusive o regulador) e o regulador de segundo estgio (exclusive). A presso existente nesta rede no compatvel com nenhum equipamento de consumo, portanto nada deve ser ligado diretamente a ela. A rede secundria de 2,8 kPa ou de baixa presso a rede compreendida entre o regulador de segundo estgio (inclusive) e o ponto de consumo (fogo).

    Toda tubulao da rede deve ser preferencialmente aparente para facilitar a deteco de vazamentos e da diminuir as chances do GLP se propagar no interior de uma estrutura (alvenaria, sub-solo, dutos ou redes de guas pluviais). Toda a tubulao aparente dever ser pintada de amarelo, conforme padro 5Y8/12 do sistema Munsell, para identificar que o tubo conduz GLP.

    Em locais onde possam ocorrer choques ou esforos mecni-cos, as tubulaes aparentes devem estar protegidas contra danos fsicos para evitar que ocorram acidentes e, sempre que possvel, devem estar localizadas fora do alcance das pessoas. As tubulaes

    aparentes da rede devem ter: afastamento mnimo de 0,30 m de condutores de eletricidade se forem protegidos por condute e 0,50 m nos outros casos; afastamento mnimo de 2 m de para raios e seus respectivos pontos de aterramento. No devem passar no interior de: dutos de lixo, ar condicionado e gua pluviais; reser-vatrios de gua; poos de elevadores; compartimentos de equi-pamentos eltricos; qualquer tipo de forro falso ou compartimento no ventilado, exceto quando da utilizao de tubos luva; locais de captao de ar para sistemas de ventilao; todo e qualquer

    local que propicie o acmulo de gs vazado; compartimen-tos destinados a dormitrios; poos de ventilao capazes de confinar gs; e qualquer vazio ou parede contgua a qualquer vo formado pela estrutura ou alvenaria ou por estas e o solo, sem a devida ventilao.

    Assim, o cumprimento das normas tcnicas estabe-lece uma presuno de con-formidade, de qualidade, de atendimento aos requisitos tcnicos. A falta de atendimen-to s normas tcnicas impe ao fabricante ou prestador de servio o nus de provar que o produto ou servio atende aos requisitos mnimos de segu-rana e qualidade exigidos pela sociedade tcnica e o mercado de consumo, ainda que no es-tejam normalizados. Presuno

    a concluso que se extrai de fato conhecido, para provar- se a existncia de outro desconhecido.

    No direito moderno, as presunes classificam-se em legais (juris) e comuns (hominis). As presunes legais dividem-se em presunes juris et de jure (absolutas) e as presunes juris tantum (relativas). As presunes juris et de jure (absolutas) no admitem prova em contrrio; a prpria lei as considera como verdades absolutas. A lei presume o fato, sem admitir que se prove o contrrio. o que ocorre com o conhecimento da lei, por exemplo. A lei presume que todas as pessoas conheam a lei, e no admite prova em contrrio. Trata-se de presuno absoluta, ou juris et de jure.

    J a presuno juris tantum, ou relativa, admite a prova em contrrio. Essa presuno legal tem a finalidade de eliminar a dificuldade no julgamento de uma questo, mas, se essa prova possvel, cai por terra a presuno. o que ocorre em casos de pagamento de cotas peridicas, por exemplo, em que a quitao da ltima estabelece, at prova em contrrio, a presuno de estarem solvidas as anteriores (CC, art. 322); da mesma forma, a entrega do ttulo ao devedor presume o pagamento (CC, art. 324), mas essa

    Atualmente, a competio internacional criou a necessidade do uso

    da normalizao pelas empresas, de forma a

    representar, efetivamente, um instrumento de

    administrao e de gerncia da produo nos processos

    industriais. Ao nvel internacional, o

    uso das normas apresenta uma vantagem decisiva.

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    presuno admite prova em contrrio.Atualmente, a competio internacional criou a necessidade

    do uso da normalizao pelas empresas, de forma a representar, efetivamente, um instrumento de administrao e de gerncia da produo nos processos industriais. Ao nvel internacional, o uso das normas apresenta uma vantagem decisiva. Se um pas exporta seus produtos em conformidade com normas aprovadas interna-cionalmente, possui um excelente argumento para vendas, que a comparao com produtos oriundos de pases concorrentes. Caso contrrio, este processo torna-se muito difcil, se as normas do pas comprador diferirem daquelas do pas fornecedor. Outro ponto substancial a questo das barreiras alfandegrias, especialmente devido s restries legais impostas importao de mercado-rias, que no estejam em conformidade com as leis e normas do pas ou bloco de pases importadores.

    Ao nvel nacional, constata-se que nas em-presas so feitos esforos permanentes para reduzir custos, enquanto se pro-cura manter ou melhorar a qualidade para obter um projeto e uma produo mais econmicos. Nesse sentido a normalizao utilizada cada vez mais como um meio para se alcanar a reduo de custos da produo e do produto final. Sua utilizao apresenta inmeros benefcios, desde a concepo de novos produtos at os servios de manuten-o aps a comercializao. Os benefcios da normalizao podem ser qualitativos e quantitativos.

    Quanto propriedade intelectual das normas e o escopo da sua proteo autoral, os limites da propriedade do contedo cientfico ou tcnico no se tornam apropriveis pelo instituto do direito autoral. No caso do contedo tcnico, poder ser aproprivel somente no campo das patentes. As normas tcnicas no podem ser protegidas como propriedade intelectual devido a carncia de originalidade e criatividade. As NBRs possuem caractersticas funcionais, ou seja, so elaboradas para que determinado produto/servio atendam a certas especificaes tcnicas. Assim, no apre-sentam as caractersticas exigidas pela legislao autoral e proprie-dade industrial que so modeladas para incentivar e no coibir o desenvolvimento criativo e tecnolgico de uma nao. Enfim, a legislao brasileira de direitos autorais no restringe sociedade a utilizao das NBRs, sendo lcito reproduzir o contedo delas.

    O direito autoral tutela as obras literrias e artsticas, excludas as que constituem forma necessria a expresso do contedo tcnico ou cientfico. Procedimentos normativos destinados obteno de um resultado no constituem obras literrias ou artsticas (LDA/98: art. 8, inc. I). A simples seleo, reunio e organizao despidas de criatividade e originalidade de tecnologias obtidas em uma determinada rea por um processo cientfico exauriente no considerada elemento caracterizador de uma obra intelectual. A norma tcnica no possui o carter criativo que a legitima a ser

    considerada obra literria ou artstica. O autor de obra literria ou artstica trabalha com a sua imaginao, no limitada pela funcionali-dade.

    Atualmente, as normas, alm dos produtos em si, abrangem um universo bem maior de temas. Esses te-mas, chamados de tericos, tratam de questes relativas a terminologias, gloss-rios de termos tcnicos, smbolos, regulamentos de segurana, metrologia, en-tre outros. O aparecimento de normas especficas para temas dessa natureza que caracterizou a segunda fase da normalizao. Tanto no campo industrial quanto na relao entre fabricantes e consumidores, a normaliza-o passou a cumprir alguns

    objetivos relacionados simplificao; comunicao; economia global; segurana, sade e proteo da vida; e proteo do con-sumidor e dos interesses da sociedade.

    O trabalho de normalizao necessrio e importante para garantir que qualquer pessoa envolvida dentro do processo, em qualquer das etapas, consiga obter o mesmo resultado de outra pessoa dentro do mesmo processo. Na prtica, a normalizao uma forma de reduzir o desvio padro dos processos, aumen-tando tambm a eficincia da capacidade produtiva. No se pode parar com este imenso e contnuo processo de melhoria, que traz cada vez produtos seguros, melhores e de baixo custo para a populao.

    A Revoluo Industrial, no sculo XVIII, tambm teve seu papel relevante, pois marcou o declnio do trabalho artesanal e o aumento da especializao e da padronizao, de modo a favo-recer a produo seriada em massa. Assim, a partir do momento em que o homem entra na era industrial e inicia a produo em massa, surge uma grande variedade de formas e tamanhos desse produto e de seus componentes e a necessidade de se garantir ao

    Ao nvel nacional, constata-se que nas empresas so

    feitos esforos permanentes para reduzir custos,

    enquanto se procura manter ou melhorar a qualidade

    para obter um projeto e uma produo mais

    econmicos. Nesse sentido a normalizao utilizada

    cada vez mais como um meio para se alcanar a reduo de custos da

    produo e do produto final.

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    consumidor que os produtos derivados dessa produo em massa no iro trazer prejuzos de qualquer natureza. Devido ao grande nmero de variveis para o setor produtivo controlar, os custos dos produtos geralmente eram elevados.

    Por volta de 1839, o ingls Joseph Whitworth realizou um importante estudo, com o propsito de padronizar os perfis das roscas de fixao. Com a introduo da padronizao, todos os elementos que compem uma rosca: o passo, os raios, a altura e os ngulos do filete passaram a seguir os padres estabele-cidos por Whitworth. Alm de reduzir a variedade de passos e ngulos e facilitar os processos de fabricao e controle, a padronizao das roscas criou uma linguagem comum entre fabricantes e consumidores. Essa padronizao logo se tornou conhecida na Inglaterra, sendo adotada, tambm, por indstrias de outros pases.

    E como so elaborados os documentos normativos? Antes disso, preciso que seja definida pela sociedade a necessidade de existncia da norma e que problemas podero ser evitados com essa norma? Depois, definir os principais pontos para a sua elaborao, isto , levantar a prtica atual; fazer fluxograma do pro-cesso; e descrever quem usa, quem faz, o que usa, o que faz, para quem faz e como faz as atividades do pro-cesso. Alguns pontos im-portantes na elaborao de um documento normativo: apresentar uma linguagem simples e objetiva, e ser elaborada de forma participativa atravs do consenso entre representantes dos consumidores, fabricantes e instituies neutras que se interessam sobre o assunto da Normas, alm, claro, da responsabilidade.

    Na formatao se define o padro visual e sua estrutu-rao de apresentao na empresa, atravs de uma norma bsica para elaborao e formatao Norma das Normas, que pode ser ou no nos padres da Diretiva 2 de 2011, es-tabelecida pela ABNT. Nessa norma das normas devem ser estabelecidas as regras de numerao, aprovao, reviso e distribuio. Deve-se verificar se a norma proposta no fere algum dispositivo j existente em vigor na estrutura vigente, se est de acordo com a poltica global da empresa e se no cria conflito de autoridade. Esta verificao limita-se analise dos aspectos formais, no entrando no mrito do contedo da atividade que est sendo normalizada.

    A sua formatao deve constar de: Identificao; Sumrio; Texto dividido em sees; e Informaes complementares. A identifica-o pode ser de cabealho e rodap. A identificao de cabealho consta de: logotipo da Empresa; ttulo da norma; numerao de ordem; nmero da verso/reviso; e cancelamento. A identificao de rodap consta de: elaborado por; aprovado por; data de vigncia; e nmero da pgina.

    O Sumrio o resumo de todos os itens constantes da norma. No Texto deve constar: objetivo; campo de aplicao; referncias normativas; definies; diretrizes; procedimentos; e anexos. O objetivo, campo de aplicao e as diretrizes so obri-gatrios sempre numa norma. O objetivo descreve a finalidade bsica da norma. Geralmente comea com verbo no infinitivo. O campo de aplicao, refere-se a abrangncia do assunto normalizado. Pode-se ter uma ou mais reas da organizao, de acordo com a abordagem sobre o tema normalizado. As referncias normativas so leituras complementares de docu-mentos que aprofundam os conhecimentos sobre o assunto tratado. As definies so explicaes complementares que auxiliam no entendimento de palavras ou expresses utilizadas no texto da norma.

    As siglas e abreviaturas so utilizadas para definir siglas ou abreviaturas escritas ao longo do texto da norma, sem que haja necessidade de repetir o extenso da sigla aps sua identificao. As diretrizes so orientaes necessrias para o pleno entendi-

    mento e operacionalizao do assunto normalizado. Os pro-cedimentos descrevem passo a passo cada uma das etapas referentes a operacionalizao do assunto normalizado. Para descrio de procedimentos, utiliza-se normalmente, o verbo no tempo presente e na terceira pessoa do singular. Os anexos so documentos, formulrios, instrues de

    preenchimento, mapas, desenhos, plantas, que auxiliam no en-tendimento do assunto.

    Na verdade, um sistema normativo pode ser definido como um dos pilares de um sistema de gesto, contudo antes ele estava diri-gido para fixar a tecnologia e evoluiu permitindo tambm garantir a qualidade dos produtos e servios por meio de um programa de gesto. O programa de gesto depende fundamentalmente das atividades de normalizao, pois um dos instrumentos de sustentao para a sua implantao e seu desenvolvimento. As normas so os documentos que contm o domnio tecnolgico, servindo de orientao para as atividades de rotina e base para a definio das atividades de melhoria.

    Qualquer sistema de gesto requer uma padronizao das operaes de fabricao e controle, e isto s possvel, atravs de um sistema normativo. A norma ISO 9001 diz que todos os elementos, requisitos e dispositivos adotados por uma empresa para o seu Sistema da Qualidade devem ser documentados, de maneira sistemtica e ordenada, sob a forma de polticas e procedimentos escritos. O processo de normalizao , portan-to, o primeiro passo para se atingir alguma qualidade e por meio dele que se mantm a evoluo da empresa. Isso deve ser aprimorado de maneira a atender s novas necessidades tcnicas e mercadolgicas.

    Qualquer sistema de gesto requer uma padronizao

    das operaes de fabricao e controle, e

    isto s possvel, atravs de um sistema normativo.

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    Em consequncia, a normalizao precisa estar estruturada de maneira a dar suporte qualidade em nveis de produto e processo. Sendo a normalizao o ponto onde se fixa o perfil da qualidade, as normas constituem a refe-rncia do nvel de qualidade desejado e a certificao da conformidade do produto com as normas que sua fabricao est sob contnuo controle do fabricante, atendendo s condies estabelecidas atra-vs de um sistema de gesto implantado.

    A metodologia empre-gada no sistema normativo define-se em um constante processo evolutivo e partici-pativo, envolvido no assunto. Ele deve tornar o processo estvel, previsvel, cumprindo todas as suas etapas, conforme o planejado; documentar todos os passos da rotina, de forma que qualquer funcionrio possa

    execut-lo; uniformizar o entendimento a respeito de formulrios, smbolos, fluxos e outros elementos da documentao; atender a uma necessidade real; registrar uma soluo aceitvel; e gerar benefcios para a empresa.

    A normalizao no deve gerar um sistema de documentao intil, j que ele deve se constituir na do-cumentao dos processos formado pelo conjunto de normas e procedi-mentos. Todas as atividades devem estar documentadas de acordo com padres predefinidos; sendo que essa documentao retratar os pro-cedimentos necessrios execuo e avaliao das tarefas, devendo ser redigidas com a estrita participao daqueles que sero seus usurios. Essa participao essencial para a gerao de boas normas e procedi-mentos que certamente sero efeti-vamente cumpridas, pois refletiro a

    prtica existente e tero a co participao do operador.A normalizao, em conjunto com a gerncia de processo, a

    Dessa forma, para uma organizao se manter

    competitiva, deve usar as normas tcnicas como

    uma fonte de tecnologia, manuteno de qualidade e otimizao de processos

    que asseguram que a produo esteja

    competitiva e adequada aos padres nacionais

    e internacionais.

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    anlise de problemas, anlise de processo e o sistema de garantia da qualidade, vai gerar a administrao das rotinas, onde todas as atividades sero permanentemente monitoradas para atingir seu nvel timo dentro das normas e procedimentos. A obedincia s normas e procedimentos elimina variaes na qualidade que possam ocorrer com a mudana de operadores nos turnos de trabalho ou substituio de mo de obra.

    Os documentos normativos conferem confiabilidade aos proces-sos e garantem adequao, ao longo do tempo, do produto ou servio junto aos clientes. Portanto, verificar se as normas e procedimentos esto sendo seguidos fundamental para a garantia da qualidade e sua permanente evoluo. J a satisfao do cliente demanda do conhecimento, em primeiro lugar, das normas que ele exige para o produto ou servio oferecido, como, por exemplo, as normas de gerenciamento do produto e a norma tcnica. Por sua vez, a organi-zao, ao adquirir seus insumos, matrias primas e equipamen-tos, deve exigir o cumprimento de normas adequadas s suas necessidades.

    Importante observar que, para cada item do processo re-gistrado na norma de gerencia-mento do produto, ser gerada uma norma de gerenciamento de processo, que ir descrever aquele processo especfico. Para cada norma de gerenciamento de processo ser somada uma norma operacional, que orien-tar o operador a executar as suas tarefas. Em paralelo, a atividade da normalizao caracteriza um processo din-mico que envolve a participao das partes interessadas e daquelas por ela afetada (consumidores, produtores, fornecedores, institutos de pesquisa, universidades, governo, dentre outros atores), organi-zando as atividades pela criao e utilizao de regras ou normas, visando contribuir para o desenvolvimento econmico e social. O regulamento um documento que contm regras de carter obrigatrio e que adotado por uma autoridade (ABNT ISO/IEC Guia 2:2006) e Regulamento Tcnico (RT) estabelece requisitos tcnicos, seja diretamente, seja pela referncia ou incorporao do contedo de uma norma, de uma especificao tcnica ou de um cdigo de prtica. Um RT pode ser complementado por diretrizes tcnicas, estabelecendo alguns meios para obteno da conformidade com os requisitos do regulamento, isto , alguma prescrio julgada satisfatria para obter conformidade (ABNT ISO/IEC Guia 2: 2006). J o Regulamento Tcnico Metrolgico (RTM) um conjunto de prescries tcnicas e / ou metrolgicas, de carter compulsrio, baixado por Portaria do Inmetro e relati-vo aos instrumentos de medio, sistemas de medio, medidas materializadas e produtos prmedidos, utilizados no mbito da

    metrologia legal (NIE-Dimel-002, 2008). Eles tratam dos aspectos relativos aos instrumentos de medio regulamentados.

    Assim, todo o trabalho de normalizao deve ser feito com a participao efetiva do pessoal que executa o processo que est sendo normalizado. Este um ponto fundamental para a execuo de uma atividade com qualidade. A documentao preparada precisa estar de acordo com o padro normativo da empresa, quanto: a forma, classificao, identificao (numerao), regras de elaborao, nveis de aprovao e rotinas de reviso e distribuio. Dessa forma, para uma organizao se manter competitiva, deve usar as normas tcnicas como uma fonte de tecnologia, manuteno de qualidade e otimiza-o de processos que asseguram que a produo esteja competitiva e adequada aos padres nacionais e internacionais. A tecnologia de uma empresa d apoio tecnolgico s normas de gerenciamento de processos e produtos que, por sua vez, garantem a qualidade per-

    manente do produto ou servio, tambm d apoio tecnolgico s normas de operao dirigidas ao operador que executa as atividades repetitivas. So a base tecnolgica para elaborao do produto com as caractersticas de qualidade exigidas pelo cliente.

    Enfim, as normas tcnicas so um processo de simplifica-o, pois reduzem a crescente variedade de procedimentos e produtos. Assim, elas eliminam o desperdcio, o retrabalho e facilitam a troca de informaes entre fornecedor e consumidor ou entre clientes internos. Outra finalidade importante de uma norma tcnica a proteo ao

    consumidor, especificando critrios e requisitos que aferem o de-sempenho do produto/servio, protegendo assim tambm a vida e a sade. Contribuem para a qualidade: fixando padres que levam em conta as necessidades e desejos dos usurios, produtividade: padronizando produtos, processos e procedimentos; tecnologia consolidando, difundindo e estabelecendo parmetros consensu-ais entre produtores, consumidores e especialistas, colocando os resultados disposio da sociedade; e marketing: regulando de forma equilibrada as relaes de compra e venda.

    Como o resultado de um processo de consenso estabelecido por um organismo reconhecido onde todas as partes interessadas podem participar e contribuir, as normas se baseiam em estudos consolidados da cincia, tecnologia e experincia acumulada, visando a benefcios para a comunidade. Proporcionam maior facilidade e segurana nas trocas de informaes entre o fornecedor e o consumidor, eliminando rudos na comunicao.

    Alm disso, criam padres de qualidade, em respeito ao seu consumidor, aos novos mercados que pretende alcanar e, ainda, imagem de sua empresa e setor industrial. Promovem a difuso

    Muitas vezes o cliente, alm de pretender que

    o produto siga uma determinada norma,

    tambm deseja que a conformidade a essa

    norma seja demonstrada, mediante procedimentos

    de avaliao da conformidade.

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    tecnolgica, consolidando e estabelecendo parmetros consensuais entre todas as partes envolvidas. As comisses de estudos a ela rela-cionadas renem agentes especializados nas mais diferentes matrias, que interagem continuamente na troca do conhecimento. Um de seus grandes mritos exatamente a atualizao tecnolgica, para a busca de melhoria do produto e dos processos, alm da melhor adequao da mo de obra e dos centros e institutos de pesquisa.

    Muitas vezes o cliente, alm de pretender que o produto siga uma determinada norma, tambm deseja que a conformidade a essa norma seja demonstrada, mediante procedimentos de ava-liao da conformidade. Por vezes os procedimentos de avaliao da conformidade, em particular a certificao, so obrigatrios legalmente para determinados mercados (certificao compulsria estabelecida pelo governo para comercializao de produtos e servios); outras vezes, embora no haja a obrigatoriedade legal, as prticas correntes nesse mercado tornam indispensvel utili-zar determinados procedimentos de avaliao da conformidade, tipicamente a certificao.

    O ordenamento jurdico da maioria dos mercados normalmente considera que as normas em vigor nesse mercado devam ser segui-das, a menos que o cliente explicitamente estabelea outra norma, a qual, no poder prescrever diretrizes que no atendam as diretrizes das normas oficiais em vigor. Assim, quando uma empresa pretende introduzir os seus produtos (ou servios) num determinado merca-do, deve procurar conhecer as normas que l se aplicam e adequar

    o produto a elas. As normas tcnicas so uma fonte de tecnologia, manuteno de qualidade e otimizao de processos que assegu-ram que a produo de sua empresa esteja competitiva e adequada aos padres nacionais e internacionais. Ela d apoio tecnolgico s normas de gerenciamento de processos e produtos que por sua vez, garantem a qualidade, permanente do produto ou servio, tambm d apoio tecnolgico s normas de operao dirigidas ao operador que executa as atividades repetitivas.

    O descumprimento da norma implica em sano, punio, perda e gravame. As consequncias do descumprimento vo desde indenizao, no cdigo civil, at processo por homicdio culposo ou doloso. Quando se descumpre uma norma, assume-se, de imediato, um risco. Isso significa dizer que o risco foi assumido, ou seja, significa que se est consciente do resultado lesivo. A conscincia do resultado lesivo implica em uma conduta crimi-nosa, passvel de punio pelo cdigo penal. O descumprimento das NBRs legitimadas no ordenamento jurdico brasileiro em leis gerais (Lei 5.966/73, 993399 e em atos regulamentares transcritos) e em legislao especial (Cdigo de Defesa do Consumidor Lei 7078/1990 - e respectivo regulamentar Decreto 2.181/97), alm de outras como a Lei 8.666/93 (Lei das Licitaes), Leis Ambientais, (Leis de sade pblica e atos regulamentares), sujeita o infrator s penalidades administrativas impostas em leis e regulamentos, sem prejuzo de sanes de natureza civil e criminal tambm previstas em leis, conclui Roberto Tardelli.