na reserva ecolÓgica do ibge, df - agência embrapa de ... de galeriaid... · fitossociologia e...
TRANSCRIPT
Fitossociologia e estrutura diamétrica na mata... 147
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
FITOSSOCIOLOGIA E ESTRUTURA DIAMÉTRICA NA MATA DE GALERIA DO PITOCO,NA RESERVA ECOLÓGICA DO IBGE, DF
Manoel Cláudio da Silva Júnior 1
(recebido: 22 de julho de 2003; aceito: 10 de maio de 2005)
RESUMO : As matas de galeria na região do cerrado tem papel fundamental na manutenção do equilíbrio ambiental e social. Apesarde legalmente protegidas vêm sendo sistematicamente substituídas pela agricultura e pelo uso de madeiras e outros produtos regionais.Mil árvores (DAP 5 cm) foram inventariadas pelo método de quadrantes, em linhas de pontos de amostragem, alocadas desde asmargens do córrego até a borda com o cerrado, na mata de galeria do Pitoco, que pertence à Reserva Ecológica do IBGE-DF. No totalforam amostradas 99 espécies de 46 famílias. O índice de diversidade de Shannon & Wiener foi estimado em 3,86 nats.ind-1. As famíliasmais importantes foram: Leguminosae, Vochysiaceae, Rubiaceae, Anacardiaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Burseraceae, Moraceae,Annonaceae e Symplocaceae. Enquanto que as espécies mais importantes foram: Callisthene major, Tapirira guianensis, Protiumalmecega, Copaifera langsdorffii, Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum, Pseudolmedia guaranítica, Faramea cyanea, Emmotumnitens, Lamanonia ternata e Maprounea guianensis, excluindo-se o grupo das mortas que ocuparam a quinta posição em importância.As estimativas da densidade e da área basal total foram de 1971 árvores.ha-1, e 38,2 m².ha-1 respectivamente. A distribuição diamétricamostrou a curva tendendo para o J invertido, indicando os baixos níveis de distúrbios ocorridos na mata. A comparação florísticaconduzida entre 21 matas de galeria no Distrito Federal mostrou a mata do Pitoco com 99 (26,2%) das 378 espécies listadas esimilaridade de Sørensen variando entre 0,29 e 0,80 com as matas incluídas.
Palavras-chave: Cerrado, árvores, hotspot da biodiversidade, conservação.
PHYTOSSOCIOLOGY AND DIAMETRIC ESTRUCTURE IN THE GALLERY FOREST OFPITOCO, IN THE ECOLOGICAL RESERVE OF IBGE, DF
ABSTRACT: The gallery forest, in the cerrado region, has a very important function on the environmental and social equilibrium.Despite been protected by law, gallery forests have been systematically replaced by agriculture and other regional uses. One thousandtrees (DAP 5cm) were sampled using point centered-quarter (PCQ) method. Sampling lines were established, from the head to themouth of the stream and from the stream margins to the forest-cerrado border, of the Pitoco gallery forest, in the IBGE EcologicalReserve, in Federal District, Brazil. Results showed 99 species of 46 families in the area. The most important families were:Leguminosae, Vochysiaceae, Rubiaceae, Anacardiaceae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Burseraceae, Moraceae, Annonaceae eSymplocaceae, while the most important species were: Callisthene major, Tapirira guianensis, Protium almecega, Copaifera langsdorffii,Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum, Pseudolmedia guaranítica, Faramea cyanea, Emmotum nitens, Lamanonia ternata,Maprounea guianensis, excluding the group of dead trees which was ranked in the 5th position. Density and basal area were estimatedas 1971 trees.ha-1 and 38,8 m².ha-1 ,respectively. Diameter distribution showed a tendency to an inverted J curve revealing low levelsof disturbance in this gallery forest. A floristic comparison carried out with 21 gallery forests in the Federal District indicated Pitocogallery forest as a rich site including 99 (26,2%) of the total of 378 species recorded, a Shannon & Weaver diversity index estimatedas 3,86 nats.ind-1 and Sørensen similarities ranging from 0,29 to 0,80 with DF gallery forests.
Key words: Cerrado, trees, biodiversity hotspot, conservation.
1 Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília Caixa Postal 04357 Brasília, DF 70919-970 [email protected]
1 INTRODUÇÃO
O estado atual da conservação da natureza nomundo é alarmante. Com a justificativa do aumentoda produção de alimentos ou do pagamento dasdívidas externas, os países do mundo tropicalsubstituem impiedosamente seu territórios florestados.A vegetação brasileira é ainda pouco conhecida emparte devido a extensão territorial do País. Estudosflorísticos e da estrutura da vegetação são básicos
para o conhecimento das floras regionais e nacional,seus potenciais diversos, bem como para o estudo dasrelações entre comunidades de plantas e fatoresambientais ao longo das variações da latitude, longitude,altitude, classes de solos, gradientes de fertilidade e deumidade dos solos. Esses conhecimentos são básicospara programas de recuperação de áreas degradadas,cada vez mais urgentes para as formações vegetaisbrasileiras (FELFILI et al., 2001a, b; SILVA JÚNIORet al., 2001).
SILVA JÚNIOR, M. C. da et al.148
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
Estimativas efetuadas em 1998 indicam aperda de cerca de 60% da cobertura vegetal original(1953) ocupada por matas de galeria no DistritoFederal (DF) (UNESCO, 2000). Atualmente restamalguns testemunhos de situações menos degradadas,alguns destes, incluídos em unidades de conservação,que se tornaram ilhas de vegetação limitadas em seufluxo gênico e sujeitas aos efeitos de borda: comoplantas invasoras, aumento da freqüência de incêndios,dentre tantos outros (FELFILI, 2000; KELLMANet al., 1998; OLIVEIRA-FILHO et al., 1997). Naatualidade, as unidades de conservação são as áreasmais freqüentemente estudadas e, geram oconhecimento usado para a elaboração de estratégiaspara o seu manejo adequado. Trata-se aqui doexercício da legalidade, tal qual consta na Lei 7.511de 07/07/1986 (SILVA JÚNIOR, 2001), que inclui afunção das matas de galeria na efetiva proteção dosmananciais hídricos, dos solos, da flora e da faunaassociada.
A ocorrência das matas de galeria estáconfinada aos fundos dos vales que definem seuslimites, os quais ocorrem geralmente com o campolimpo e, menos freqüentemente, com outrascomunidades na região (FELFILI et al., 1994). Ascomunidades florestais respondem a gradientesambientais e se constituem assim laboratórios naturaisonde, as relações vegetação-ambiente podem seravaliadas (SILVA JÚNIOR, 1995, 1998, 2001).Segundo Felfili et al. (2001a), as matas de galeriacontribuem com 33% da riqueza fanerogâmica noBrasil Central, apesar de ocuparem área de cerca deapenas 5% do território.
No Distrito Federal estão incluídos tributáriosde três grandes bacias hidrográficas no Brasil, a baciados rios Araguaia-Tocantins, do rio São Francisco edo rio Paraná. Oliveira-Filho & Ratter (1995, 2000)concluíram que a florística das matas de galeria noDF se assemelha àquela das florestas da bacia do rioParaná. Recentemente, a comparação de 21levantamentos florísticos realizados em matas degalerias no DF mostrou que independentemente dagrande bacia hidrográfica a que pertençam, os níveisde fertilidade e umidade dos solos, regem os gruposem níveis de maior similaridade nessas matas. Dentrode sub-grupos, inundáveis ou não, a proximidadegeográfica foi fator importante para a similaridadeentre matas (SILVA JÚNIOR et al., 2001).
O presente estudo foi conduzido na mata doPitoco que pertence à Reserva Ecológica do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (RECOR) e tevepor objetivo os estudos florísticos, fitossociológicos eestrutural das matas de galeria no Brasil Central. Osresultados são importantes para comparaçõesflorísticas e estruturais, e para a elaboração de planosde recuperação e manejo desses ambientescomplexos.
2 MATERIAL E MÉTODOS
A Reserva Ecológica do IBGE (RECOR) (15°56' S e 47° 56' W) ocupa 1300 ha em altitudesvariáveis entre 1048 e 1160 m. A área esteveprotegida do fogo e outros grandes distúrbios porcerca de 20 anos (PEREIRA et al., 1989, 1993). ARECOR, em conjunto com o Jardim Botânico deBrasília (JBB) e a Fazenda Água Limpa (FAL-UnB),somam cerca de 10.000 ha da área core depreservação da APA dos ribeirões do Gama eCabeça-de-Veado e da Reserva da Biosfera doCerrado (UNESCO, 2000).
Segundo a classificação de Köppen, o climaé do tipo Aw. Os dados da estação meteorológicana RECOR no período de 1979 a 1985, indicamprecipitação média anual de 1436 mm,temperaturas máximas e mínimas de 26,3°C e15,8°C, respectivamente, e temperatura média de20,8°C (PEREIRA et al., 1989, 1993). Segundoos mesmos autores, nesse mesmo período, aumidade do ar no período das chuvas variou entre72 e 83% e na seca entre 58 e 67%, e a médiaanual foi de 73%. A evapotranspiração médiaanual foi de 1771 mm, o que invariavelmentecausa déficit hídrico.
Os Latossolos Vermelho e Vermelho-amarelocobrem cerca de 70% da superfície plana. Associadoscom as áreas dissecadas encontram-se Cambissolos,Gleissolos e Plintossolos (EMBRAPA, 1999).
Muitas das fisionomias típicas do Cerrado estãorepresentadas na RECOR. A vegetação associadaao interflúvio, cerrado sentido restrito, cerradão ecampos, soma 83,7% da reserva e a vegetaçãoassociada às áreas dissecadas com o campo limpoúmido e as matas de galeria cobrem a árearemanescente ou 16,3% do total (PEREIRA et al.,1989, 1993).
Fitossociologia e estrutura diamétrica na mata... 149
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
O córrego do Pitoco nasce na RECOR econtribui para a micro-bacia dos córregos do Gamaque por sua vez deságua no Lago Paranoá, compondoa bacia do rio São Bartolomeu, integrante da baciado rio Paraná.
O estudo da comparação dos solos nas matasde galeria do Monjolo, Pitoco e Taquara, todas naRECOR (SILVA JÚNIOR, 1995), indicou que, emmédia, as 58 amostras do solo superficial (0-20 cm)amostradas na mata do Pitoco, mostraram os níveismais altos de Al, H + Al, K, Fe e silte, níveisintermediários de pH, Mg, Cu, CTC, saturação deAl, argila e areia fina; e os níveis mais baixos níveisde MO, Ca, P, Zn, Mn, V e areia grossa. Dentre astrês matas a do Pitoco foi considerada a mais secacom base na avaliação da inclinação do terreno local.O pH variou entre 4,3 e 5,7, com media de 4,8, emque a maioria das amostras (67,2%) foramclassificadas como muito ácidas (pH<5,0). Os altosníveis de matéria orgânica variaram entre 5,79 a23,41% (
= 11,23). O valor médio de Al foi 2,43cmol/kg e apenas 3,4% das amostras apresentaram
baixos níveis de alumínio trocável. A saturação deAl foi elevada para 98,3% das amostras entre asquais 96,5% delas foram classificadas como álicas.A acidez total foi alta para todas as amostras.Dentre estas, 89,6% apresentaram níveis muitobaixos de Ca+Mg (<3,0 cmol/kg) com a média de1,2 cmol/kg. O Ca representou, em geral, 43% dototal de Ca+Mg medido. Para o K, a variação foide 0,11 a 0,61 cmol/kg para os solo do Pitoco. Osníveis de P foram muito maiores que os valoresmédios anotados para os solos do cerrado, variandoentre 1,3 a 7,8 ( =3,25), conforme tabela que sesegue.
Árvores com DAP 5 cm foram amostradascom a aplicação de 250 pontos de amostragem pelométodo de quadrantes (COTTAM & CURTIS,1956), dispostos em linhas de amostragem alocadasem ambas as margens, ao longo de toda a extensãoda mata, desde as margens do córrego até a bordacom a vegetação do cerrado. A distância entre ospontos e as linhas de amostragem foi mantida em10 m.
Tabela 1
Médias para os parâmetros dos solos das matas de galeria do Pitoco (P), Monjolo (M) e Taquara (T) naReserva Ecológica do IBGE (RECOR), Distrito Federal.
Table 1
Average soil properties for the Pitoco (P), Monjolo (M) and Taquara (T) gallery forests in the IBGEEcological Reserve (RECOR), Distrito Federal, Brazil.
Matas de
pH OM Al H+Al Ca Mg Ca+mg K P Fé
Galeria (H2O)
(%) cmol/kg
cmol/kg
cmol/kg
cmol/kg cmol/kg cmol/kg ppm ppm
P 4,8 11,23
2,44 19,66 0,52 0,69 1,21 0,27 3,25 112,43
M 4,5 12,75
2,27 19,38 0,77 0,63 1,51 0,19 4,89 86,74
T 5,3 13,35
1,15 15,67 4,19 1,73 5,92 0,27 4,04 49,52
Matas de
Cu Zn Mn CTC TEB Al sat Clay Silt CS FS
Galeria ppm ppm ppm cmol/Kg
cmol/Kg % % % % %
P 0,86 2,79 21,33 21,14 5,37 320,71 54,69 19,29 7,74 18,28
M 0,87 2,98 23,01 20,98 1,60 336,11 59,31 16,15 8,31 16,24
T 0,74 5,58 47,99 24,27 107,50 154,54 50,76 16,81 14,31 19,00
SILVA JÚNIOR, M. C. da et al.150
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
Na coleta de dados foram anotados os DAPs eas distâncias dos indivíduos, incluindo-se o raio dotronco (ASHBY, 1972), até os pontos de amostragem.Todos os pontos de amostragem e árvores amostradasforam identificados com placas numeradas. Ascoleções do material botânico foram depositadas nosherbários da Universidade de Brasília (UB), do IBGE(IBGE) e do Royal Botanic Garden em Edinburgo (E).
A curva do número de espécies em relação aonúmero de pontos de amostragem foi construída combase em Mueller-Dombois & Ellenberg (1974) paraavaliar se o tamanho da amostra foi suficiente paraavaliar a composição florística. O tamanho mínimoda amostra está relacionado com a heterogeneidadeda vegetação em cada localidade, e em teoria, acurva que representa uma amostra adequada formaum platô com o aumento do número de pontos deamostragem (KERSHAW, 1975).
Os índices de Shannon & Wienner (H ) e dePielou (eqüabilidade) (J ) estimaram a diversidade,de acordo com Pielou (1975). A distribuição do númerode indivíduos em classes de diâmetro foi utilizada paraavaliar o balanço atual entre mortalidade erecrutamento (LIOCOURT, 1898, citado porFELFILI, 1997; MEYER, 1952; MEYER et al., 1961).A avaliação dos parâmetros fitossociológicos foi feitade acordo com Mueller-Dombois & Ellenberg (1974):
- Densidade absoluta (n/ha) = número deindivíduos de uma espécie por hectare.
- Densidade relativa (%) = número deindivíduos de uma espécies (ni)/número total deindivíduos de todas as espécies (N)) x 100.
- Densidade total por hectare (DTA) = oquadrado da distância média (m2)/10,000 m2.
- Densidade por hectare (DA) = densidaderelativa (ni / N) x DTA.
- Dominância absoluta (área basal - cm2/ha) =área basal de uma espécie por hectare.
- Dominância relativa (%) = área basal totalde uma espécie (AB
i)/área basal de todas as espécies
(ABT) x 100. - Área basal total por hectare = dominância
relativa (ABi / ABT) x Densidade por hectare (DA) - Freqüência absoluta (FA) = porcentagem dos
pontos de amostragem em que uma espécie foi amostrada. - Freqüência relativa (%) = freqüência
absoluta de uma espécie/soma das freqüênciasabsolutas de todas as espécies x 100.
- Índice do Valor de Importância (IVI) =Densidade relativa + Dominância relativa +Freqüência relativa.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 A amostragem
A metade do número de pontos aplicados (125)foi suficiente para amostrar 84% das 99 espéciesencontradas (Figura 1). A inclusão de outros 125pontos, ou 500 indivíduos adicionais, resultou naadição de 16 (16%) espécies.
Para as matas de galeria, em geral, espera-sea estabilização tardia da curva devido a grandeheterogeneidade florística, em conseqüência dosgradientes ambientais impostos principalmente pelainclinação do terreno e suas conseqüências naumidade e fertilidade dos solos e também porquedurante o processo sucessional a riqueza em espéciespode aumentar e diminuir simultaneamente em partesdistintas e também (FELFILI, 1993, 1998; FELFILIet al., 1998; HARIDASAN et al., 1997; LEPS &STURSA, 1989; NÓBREGA, 1999; OLIVEIRA-FILHO et al., 1994; REZENDE et al., 1997; SILVAJÚNIOR, 1995, 1997, 1998; SILVA JÚNIOR et al.,1996, 1998; WALTER & RIBEIRO, 1997).
Conforme salientado por Leps & Stursa (1989)as comunidades em fases inicias de sucessão, compouca diferenciação de nichos, apresentam curvascom aumento contínuo do número de espécies.Entretanto, comunidades em fases tardias desucessão, com grande diferenciação de nichos,apresentariam curvas formando platôs. Este é o casoda comunidade de árvores amostrada na mata doPitoco, que vem sendo monitorada desde 1988, eapresenta baixos níveis de distúrbio e pequenasmudanças florísticas e estruturais neste período, oque sugere fase tardia no processo de sucessão.
3.2 A diversidade florística
Os 1.000 indivíduos amostrados foramdistribuídos em 99 espécies. O índice de eqüabilidadede Pielou foi de 84% e o índice de diversidade deShannon & Weiner foi de 3,86 nats. ind-1, valor esteintermediário dentre aqueles anotados para matas degaleria no Brasil Central que variam entre 2,51 a 4,25nats. ind-1 (SILVA JÚNIOR et al., 1998).
Fitossociologia e estrutura diamétrica na mata... 151
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
Figura 1 Curva do número de pontos de amostragem (250) versus o número de espécies amostradas (99) para amata de galeria do Pitoco na Reserva Ecológica do IBGE, Brasília, DF.
Figure 1
Species (99) versus number of points (250) curve for Pitoco gallery forest in the IBGE EcologicalReserve, Brasília, Federal District, Brazil.
3.3 As famílias
No total foram amostradas 46 famílias, entreas quais se destacam as dez mais ricas em espécies(R), com as maiores densidades por hectare (D), comas maiores áreas basais por hectare (AB), com osmais altos valores de importância (IVI) e consideradascomuns a abundantes por ocorrerem em 18 a 21 matasde galeria comparadas no DF (DF): Leguminosae(R, D, AB, IVI, DF), Vochysiaceae (R, D, AB, IVI),Rubiaceae (R, D, IVI, DF), Anacardiaceae (D, AB,IVI, DF), Euphorbiaceae (R, D, AB, IVI, DF),Lauraceae (R, D, AB, IVI, DF), Burseraceae (D,IVI), Moraceae (R, D, IVI, DF), Annonaceae (R, D,IVI, DF), Symplocaceae (AB, IVI), Cunnoniaceae(AB) e Icacinaceae (AB).
No contexto da comparação entre 21 matasde galeria no DF (SILVA JÚNIOR et al., 2001) outrasfamílias consideradas comuns ou abundantes porterem ocorrido em 18 das 21 localidades foram:Apocynaceae, Combretaceae, Dichapetalaceae,Hippocrateaceae, Icacinaceae, Melastomataceae,Myristicaceae, Myrsinaceae, Myrtaceae,Sapindaceae e Sapotaceae.
Leguminosae atingiu a mais alta importânciana área, principalmente por incluir 11 espéciesalgumas delas alcançando as primeiras posições em
importância como Copaifera langsdorffii (4a).eSclerolobium paniculatum var. rubiginosum (6a).Esses resultados corroboram as observações deHeinsdijk (1965) e Richards (1996) que encontraramLeguminosae como família dominante em diferentestipos de florestas na América do Sul. Goodland (1979)também indicou Leguminosae como uma das maisimportantes famílias do estrato arbóreo na vegetaçãodo cerrado. Tem sido sugerido que a capacidade dealgumas de suas espécies em fixar nitrogênio deveser muito importante para o sucesso na colonizaçãode áreas com solos pobres como é o caso daquelesno Brasil Central (LOPES, 1980). Estes resultadosconcordam com aqueles de muitos autores, emdiversas localidades no mundo, que indicam queespécies com habilidade em fixar nitrogênioestabelecem populações com alta densidade emhabitats pobres em nitrogênio como expressão de suacapacidade de competição (TILMAN, 1986).
Outras famílias que se destacaram com ummaior número de espécies foram Rubiaceae eLauraceae com seis espécies cada, Moraceae (5), eAnnonaceae, Euphorbiaceae e Vochysiaceae comquatro espécies cada.
Anacardiaceae, entretanto, alcança grandeimportância nessas comunidade principalmente devidoa contribuição de uma única espécies Tapirira
Núm
ero
de e
spéc
ies
Número de pontos de amostragem
SILVA JÚNIOR, M. C. da et al.152
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
guianensis, a única também a ser amostrada nas 21matas de galeria no DF. Oliveira-Filho & Ratter (1995,2000) indicaram esta espécie como uma das maiscomumente encontradas nas matas de galeria noBrasil Central.
Outras famílias que se destacaram com ummenor número de espécies foram Burseraceae,Cunnoniaceae, Icacinaceae com uma espécie cadae Symplocaceae com duas espécies, embora comamplo predomínio de Symplocos mosenii (12a) sobreS. nitens (48a).
3.4 As espécies
Foram amostradas 99 espécies pertencentesa 88 gêneros (Tabela 2). A distância média entreárvores foi de 2,28 m que resultou na densidade totalde 1971 árvores.ha-1 e na área basal total de 38,8m².ha-1. As dez espécies mais importantes, excluindo-se o grupo das mortas que ocupou a 5ª posição, foram:Callisthene major, Tapirira guianensis, Protiumalmecega, Copaifera langsdorffii, Sclerolobiumpaniculatum var. rubiginosum, Pseudolmedialaevigta, Faramea cyanea, Emmotum nitens,Lamanonia ternata e Maprounea guianensis(Tabela 1).
Silva Júnior et al. (2001) listaram 378 espéciesarbóreas encontradas nas 21 matas de galeria noDF. As 99 espécies na mata do Pitoco contribuemcom 26,2% desse total o que evidencia suaimportância no contexto florístico das matas degaleria no DF. A similaridade florística de Sørensen,entre a mata do Pitoco e as outras 20 matas no DFvariou de 0,29 em relação a mata Cemave noParque Nacional de Brasília a 0,80 com a mata doTaquara, também na RECOR. Sete das 20comparações resultaram em índices menores que50%.
Estes resultados salientam a importânciaestratégica da proteção da mata do Pitoco na RECORuma vez que esta área contém mais de 25% dasespécies de matas de galeria encontradas no DF esua composição florística difere em mais de 50%daquela de outras sete matas no DF.
3.5 A distribuição dos diâmetros
Foram estimados 1971 ind.ha-1, distribuídos emdezesseis classes de diâmetro (Figura 2). Na primeiraclasse de DAP (5-9,9 cm) ocorreram 50,6% dasárvores amostradas e 92% apresentaram DAP menorque 30 cm. A maior árvore registrada foi um indivíduomorto, seguido por Copaifera langsdorffii, com 68,4cm de DAP. Somente três espécies: Copaiferalangsdorffii, Lamanonia ternata e Richeriaobovata, foram amostradas com diâmetros maioresque 50 cm. As árvores amostradas em matas degaleria no Brasil Central raramente excedem os 100cm de diâmetro (FELFILI, 1997; SILVA JÚNIOR,1995). Nas matas do Monjolo e Taquara, também naRECOR, as maiores árvores vivas encontradas foramindivíduos de Lamanonia ternata e Copaiferalangsdorffii, respectivamente com DAPs de 88,9 e84,3 cm (SILVA JÚNIOR, 1995, 1999).
O níveis baixos de recrutamento entre classesforam apontados pelo quociente de Liocourt médio,calculado em 0,55. O recrutamento nas menoresclasses foi abaixo da média calculada (Figura 2)indicando alta mortalidade natural.
A estrutura diamétrica revelou que acomunidade arbórea é composta principalmente porárvores pequenas. Felfili (1997) encontrou na Matado Gama (FAL-UnB), vizinha à RECOR, 90% dasárvores com DAPs menores de 45 cm e o diâmetromáximo foi de cerca de 100 cm.
O padrão da curva em J invertido, com 52,1%das árvores na primeira classe de diâmetro (5-9,9cm) indica o balanço positivo entre recrutamento emortalidade e caracteriza a mata como auto-regenerante. As variações no quociente q (Figura2) indicam taxas de recrutamento e mortalidadevariáveis e a tendência para a distribuição balanceada,conforme sugerido por Harper (1990) e Meyer et al.(1961), para florestas naturais. A avaliação atualpossibilita comparações com os dados de remediçõesfuturas, para a melhor compreensão do equilíbriodinâmico na mata do Pitoco e sua relação com fatoresambientais.
Fitossociologia e estrutura diamétrica na mata... 153
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
Tabe
la 2
– P
arâm
etro
s fito
ssoc
ioló
gico
s par
a as á
rvor
es am
ostra
das n
a mat
a de g
aler
ia d
o Pi
toco
na R
eser
va E
coló
gica
do
IBG
E, B
rasíl
ia, D
F. (o
nde:
N=n
úmer
o de
árvo
res,
DA
=den
sidad
e abs
olut
a, D
R=d
ensid
ade r
elat
iva,
AB
A=á
rea b
asal
abso
luta
, AB
R=á
rea b
asal
rela
tiva,
FR
=fre
qüên
cia r
elat
iva,
IVI=
indi
ce d
o va
lor d
e im
portâ
ncia
).
Tabl
e 2
– Tr
ees
phyt
osoc
iolo
gica
l par
amet
ers
reco
rded
at P
itoco
gal
lery
fore
st in
the
Rese
rva
Ecol
ógic
a do
IBG
E, B
rasí
lia, D
istr
ito F
eder
al,
Braz
il. (w
here
: N=
num
ber o
f tre
es, D
A=ab
solu
te d
ensi
ty, D
R=re
lativ
e den
sity
, ABA
=ab
solu
te b
asal
áre
a, A
BR=
rela
tive b
asal
are
a, F
R=re
lativ
efre
quen
cy, I
VI=
impo
rtan
ce v
alue
inde
x).
Con
tinua
...To
be
cont
inue
d...
Esp
écie
sFa
míli
asN
DA
DR
AB
AA
BR
FRIV
In/
ha%
cm2 /h
a%
%1
Cal
listh
ene
maj
or M
art.
Voc
hysi
acea
e62
122,
26,
2035
458
9,13
5,25
20,5
82
Tapi
rira
gui
anen
sis
Aub
let
Ana
card
iace
ae64
126,
16,
4021
417
5,52
5,59
17,5
03
Prot
ium
alm
eceg
a M
arch
and
Bur
sera
ceae
5410
6,4
5,40
1924
64,
965,
1415
,50
4C
opai
fera
lang
sdor
ffii
Des
f.Le
g.-C
aesa
lpin
ioid
eae
2855
,22,
8037
125
9,56
2,79
15,1
65
Mor
tas
*42
82,8
4,20
2552
16,
574,
3615
,13
6Sc
lero
lobi
um p
anic
ulat
um v
ar. r
ubig
inos
um (M
art.
ex T
ul.)
Ben
th.
Leg.
-Cae
salp
inio
idea
e36
71,0
3,60
2528
46,
513,
6913
,80
7Ps
eudo
lmed
ia g
uara
nitic
aM
orac
eae
5110
0,5
5,10
1005
82,
594,
6912
,38
8Fa
ram
ea c
yane
a M
uell.
Arg
.R
ubia
ceae
4690
,74,
6065
011,
674,
9211
,19
9Em
mot
um n
itens
Mie
rsIc
acin
acea
e23
45,3
2,30
1870
74,
822,
359,
4710
Lam
anon
ia te
rnat
a V
ell.
Cun
onia
ceae
1631
,51,
6021
466
5,53
1,68
8,81
11M
apro
unea
gui
anen
sis
Aub
let
Euph
orbi
acea
e24
47,3
2,40
1315
63,
392,
468,
2512
Sym
ploc
os m
osen
ii B
rand
Sym
ploc
acea
e20
39,4
2,00
1560
34,
021,
907,
9213
Jaca
rand
a pu
beru
la C
ham
.B
igno
niac
eae
2447
,32,
4077
612,
002,
236,
6314
Tapu
ra a
maz
onic
a Po
epp.
& E
ndl.
Dic
hape
tala
ceae
2549
,32,
5042
761,
102,
576,
1715
Byrs
onim
a la
xiflo
ra G
riseb
.M
alpi
ghia
ceae
2039
,42,
0045
811,
181,
905,
0816
Lica
nia
apet
ala
(E.M
ey.)F
ritsc
hC
hrys
obal
anac
eae
1427
,61,
4079
762,
051,
344,
8017
Oco
tea
acip
hylla
Mez
Laur
acea
e16
31,5
1,60
4508
1,16
1,79
4,55
18Xy
lopi
a em
argi
nata
Mar
t.A
nnon
acea
e17
33,5
1,70
4355
1,12
1,68
4,50
19Vi
rola
sebi
fera
Aub
let
Myr
istic
acea
e18
35,5
1,80
3026
0,78
1,79
4,37
20Sc
heffl
era
mor
otot
oni
(Aub
let)
D. F
rodi
nA
ralia
ceae
1631
,51,
6041
401,
071,
684,
3421
Oco
tea
spix
iana
Mez
La
urac
eae
1223
,71,
2060
431,
561,
344,
1022
Pera
gla
brat
a P
oepp
. ex
Bai
ll.Eu
phor
biac
eae
1631
,51,
6031
860,
821,
343,
7623
Myr
cia
rost
rata
DC
.M
yrta
ceae
1529
,61,
5021
810,
561,
563,
6324
Rich
eria
obo
vata
Pax
& K
. Hof
fm.
Euph
orbi
acea
e6
11,8
0,60
8644
2,23
0,67
3,50
25M
atay
ba g
uian
ensi
s A
uble
tSa
pind
acea
e14
27,6
1,40
2233
0,58
1,34
3,32
26C
rypt
ocar
ya a
sche
rson
iana
Mez
Laur
acea
e13
25,6
1,30
1756
0,45
1,34
3,09
27Xy
lopi
a se
rice
a A
. St
. Hil.
Ann
onac
eae
1223
,71,
2025
740,
661,
233,
0928
Plat
ypod
ium
ele
gans
Vog
.Le
g.-C
aesa
lpin
ioid
eae
1223
,71,
2028
300,
731,
123,
0529
E. p
ubes
cens
Sch
ott.
& E
ndl.
Bom
baca
ceae
1121
,71,
1030
950,
801,
123,
0130
Gue
ttard
a vi
burn
ioid
es C
ham
. & S
chle
cht.
Rub
iace
ae12
23,7
1,20
1887
0,49
1,23
2,92
31Ba
uhin
ia ru
fa S
teud
.Le
g.-C
aesa
lpin
ioid
eae
1121
,71,
1021
000,
541,
232,
8732
Inga
alb
a W
illd.
Leg.
-Mim
osoi
deae
1121
,71,
1019
430,
501,
232,
8333
Che
ilocl
iniu
m c
ogna
tum
(Mie
rs) A
. C. S
mith
H
ippo
crat
eace
ae11
21,7
1,10
2285
0,59
1,12
2,81
SILVA JÚNIOR, M. C. da et al.154
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
Tabela 2 – Continuação...
Table 2 – Continued...
Continua...
To be continued...
EspéciesFam
íliasN
DA
DR
ABA
ABR
FRIV
In/ha
%cm
2/ha%
%34
Siphoneugena densiflora BergM
yrtaceae10
19,71,00
20260,52
1,122,64
35M
ollinedia oligantha Perkins.M
onimiaceae
917,7
0,903005
0,770,89
2,5736
Cupania vernalis Camb.
Sapindaceae10
19,71,00
14940,38
1,122,50
37O
cotea corymbosa
Mez
Lauraceae9
17,70,90
26470,68
0,892,48
38G
uatteria sellowiana Schlecht.A
nnonaceae9
17,70,90
19670,51
1,012,41
39Pouteria ram
iflora Radlk.Sapotaceae
713,8
0,703322
0,860,78
2,3440
Gom
idesia lindeniana O. Berg.
Myrtaceae
917,7
0,901130
0,290,89
2,0841
Diospyros hispida A
. DC.
Ebenaceae9
17,70,90
13960,36
0,782,04
42Term
inalia glabrescens Mart.
Combretaceae
713,8
0,702523
0,650,67
2,0243
Sacoglottis guianensis Benth.H
umiriaceae
611,8
0,603097
0,800,56
1,9644
Micropholis rigida Pierre
Sapotaceae6
11,80,60
25960,67
0,671,94
45Alibertia m
acrophylla Schum.
Rubiaceae8
15,80,80
8260,21
0,891,91
46H
irtella glandulosa Spreng.Chrysobalanaceae
59,9
0,503212
0,830,56
1,8947
Vochysia tucanorum M
art.V
ochysiaceae7
13,80,70
10910,28
0,781,76
48Sym
plocos nitens (Pohl) Benth.Sym
plocaceae3
5,90,30
37950,98
0,341,61
49Lacistem
a hasslerianum Chod.
Lacistemataceae
611,8
0,60656
0,170,56
1,3350
Piptocarpha macropoda Baker.
Compositae
59,9
0,50821
0,210,56
1,2751
Cecropia lyratiloba Miq.
Moraceae
59,9
0,50542
0,140,56
1,2052
Guapira graciliflora (M
art. ex Schmidt) Lundell
Nyctaginaceae
59,9
0,50503
0,130,56
1,1953
Siparuna guianensis Aublet
Monim
iaceae5
9,90,50
2990,08
0,561,14
54Am
aioua guianensis Aublet
Rubiaceae4
7,90,40
11080,29
0,451,13
55Virola urbaniana
Warb.
Myristicaceae
12,0
0,103434
0,880,11
1,1056
Qualea dichotom
a (M
art.) Warm
.V
ochysiaceae3
5,90,30
17810,46
0,341,09
57Cordia sellowiana Cham
.Boraginaceae
47,9
0,40702
0,180,45
1,0358
Ouratea castaneaefolia Engler
Ochnaceae
47,9
0,40482
0,120,45
0,9759
Ocotea pom
aderroides (Meissner) M
ezLauraceae
35,9
0,301275
0,330,34
0,9660
Hieronym
a ferruginea Tul.Euphorbiaceae
47,9
0,40813
0,210,34
0,9461
Cybianthus gardnerii (A. D
C.) Agostini
Myrsinaceae
47,9
0,40279
0,070,45
0,9262
Qualea m
ultiflora Mart.
Vochysiaceae
23,9
0,201655
0,430,22
0,8563
Hym
enaea courbaril var. stilbocarpa (H
ayne) Y.T. Lee &
Langenh.Leg.-Caesalpinioideae
35,9
0,30825
0,210,34
0,8564
Aniba heringerii Vattim
oLauraceae
23,9
0,201458
0,380,22
0,8065
Styrax guianensis A.D
C.Styracaceae
35,9
0,30329
0,080,34
0,7266
Salacia elliptica G. D
on.H
ippocrateaceae3
5,90,30
2860,07
0,340,71
67M
iconia sellowiana Naud
Melastom
ataceae3
5,90,30
1700,04
0,340,68
68Kielm
eyera coriacea M
art.G
uttiferae3
5,90,30
3470,09
0,220,61
69D
albergia foliolosa Benth.Leg.-Faboideae
23,9
0,20394
0,100,22
0,5270
Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski
Theaceae2
3,90,20
2390,06
0,220,49
71M
yrsine umbellata
Mart.
Myrsinaceae
23,9
0,20229
0,060,22
0,48
Fitossociologia e estrutura diamétrica na mata... 155
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
Tabe
la 2
– C
ontin
uaçã
o...
Tabl
e 2
– C
ontin
ued.
..E
spéc
ies
Fam
ílias
ND
AD
RA
BA
AB
RFR
IVI
n/ha
%cm
2 /ha
%%
72C
asea
ria
sylv
estr
is S
w.
Flac
ourti
acea
e2
3,9
0,20
197
0,05
0,22
0,47
73Eu
plas
sa in
aequ
alis
(Poh
l) En
gler
Prot
eace
ae2
3,9
0,20
155
0,04
0,22
0,46
74Fe
rdin
andu
sa sp
ecio
sa P
ohl
Rub
iace
ae2
3,9
0,20
154
0,04
0,22
0,46
75C
ardi
opet
alum
cal
ophy
llum
Sch
lech
t.A
nnon
acea
e2
3,9
0,20
123
0,03
0,22
0,46
76M
icon
ia p
eper
icar
pa D
C.
Mel
asto
mat
acea
e2
3,9
0,20
112
0,03
0,22
0,45
77M
yrsi
ne c
oria
cea
R. B
r.M
yrsi
nace
ae2
3,9
0,20
940,
020,
220,
4578
Aspi
dosp
erm
a sp
ruce
anum
Ben
th. e
x M
uell.
Arg
.A
pocy
nace
ae2
3,9
0,20
790,
020,
220,
4479
Vite
x po
lyga
ma
Cha
m.
Ver
bena
ceae
12,
00,
1053
50,
140,
110,
3580
Lafo
ensi
a pa
cari
St.
Hil.
Lyth
race
ae1
2,0
0,10
513
0,13
0,11
0,34
81Si
mar
ouba
am
ara
Aub
l.Si
mar
ouba
ceae
12,
00,
1047
40,
120,
110,
3382
Eryt
hrox
ylum
sp.
Eryt
hrox
ylac
eae
12,
00,
1034
80,
090,
110,
3083
Psid
ium
long
ipet
iola
tum
Leg
rand
Myr
tace
ae1
2,0
0,10
299
0,08
0,11
0,29
84Ti
bouc
hina
can
dolle
ana
(DC
.) C
ogn.
Mel
asto
mat
acea
e1
2,0
0,10
250
0,06
0,11
0,28
85Eu
geni
a ur
ugua
iens
is C
amb.
Myr
tace
ae1
2,0
0,10
181
0,05
0,11
0,26
86M
icon
ia c
uspi
data
Nau
din
Mel
asto
mat
acea
e1
2,0
0,10
125
0,03
0,11
0,24
87So
roce
a gu
illem
inia
na G
aud.
Mor
acea
e1
2,0
0,10
120
0,03
0,11
0,24
88M
ouri
ri g
lazi
ovia
na C
ogn.
Mel
asto
mat
acea
e1
2,0
0,10
112
0,03
0,11
0,24
89M
acha
eriu
m a
cule
atum
Rad
diLe
g.-F
aboi
deae
12,
00,
1094
0,02
0,11
0,24
90M
icon
ia c
hart
acea
Tria
naM
elas
tom
atac
eae
12,
00,
1087
0,02
0,11
0,23
91Fi
cus c
itrifo
lia P
. Mill
er
Mor
acea
e1
2,0
0,10
690,
020,
110,
2392
Cal
ophy
llum
bra
silie
nse
Cam
bess
.G
uttif
erae
12,
00,
1059
0,02
0,11
0,23
93M
. tom
ento
sa (A
uble
t) D
C.
Myr
tace
ae1
2,0
0,10
580,
010,
110,
2394
Ilex
inte
grifo
lia M
art.
Aqu
ifolia
ceae
12,
00,
1056
0,01
0,11
0,23
95C
ouss
area
hyd
rang
eifo
lia B
enth
. & H
ook.
Rub
iace
ae1
2,0
0,10
490,
010,
110,
2296
Gua
rea
guid
onia
(L.)
Sleu
mer
Mel
iace
ae1
2,0
0,10
490,
010,
110,
2297
Cec
ropi
a pa
chys
tach
ya T
réc.
Mor
acea
e1
2,0
0,10
420,
010,
110,
2298
Andi
ra v
erm
ifuga
Mar
t. ex
Ben
th.
Leg.
-Fab
oide
ae1
2,0
0,10
400,
010,
110,
2299
Dim
orph
andr
a m
ollis
Ben
th.
Leg.
-Mim
osoi
deae
12,
00,
1040
0,01
0,11
0,22
100
Orm
osia
stip
ular
is D
ucke
Leg.
-Fab
oide
ae1
2,0
0,10
390,
010,
110,
22T
otai
s99
esp
écie
s46
fam
ílias
1000
1970
,710
0%38
8 22
710
0%10
0%30
0%
SILVA JÚNIOR, M. C. da et al.156
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
Figura 2
Distribuição dos diâmetros e quocientes q de Liocourt para 1000 árvores amostradas na mata de galeria doPitoco na Reserva Ecológica do IBGE, Brasília, DF.
Figure 2
Diameter distribution and Liocourt s q quotient for 1000 trees sampled at Pitoco gallery forest, in theIBGE Ecological Reserve, Brasília, Federal District, Brazil.
4 CONCLUSÕES
Este trabalho destaca a Mata de galeria doPitoco como possuidora de uma expressiva riquezaflorística, 99 espécies arbóreas (DAP=5 cm),pertencentes a 46 famílias. Ressalta também suaelevada diversidade florística, com o índice deShannon & Weiner anotado em 3,86 nats. ind-1 e oíndice de eqüabilidade de Pielou de 84%.
A distribuição dos 1971 ind.ha-1 em dezesseisclasses de diâmetros revelou uma mata compostaprincipalmente por árvores pequenas, 92% delasapresentaram DAP menor que 30 cm, com umbalanço positivo entre recrutamento e mortalidade oque a caracteriza como auto-regenerante.
Estes resultados evidenciam a sua relevânciano cenário da conservação dessas comunidades noBrasil Central.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHBY, W. C. Distance measurements in vegetation study.Ecology, Durham, v. 53, p. 980-981, 1972.
COTTAM, G.; CURTIS, J. T. The use of distancemeasurements in phytosociological sampling. Ecology,Durham, v. 37, p. 451-460, 1956.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAAGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação desolos. Brasília; Rio de Janeiro, 1999. 412 p.
FELFILI, J. M. Structure and dynamics of a gallery forestin Central Brazil. Oxford: University of Oxford, 1993.
FELFILI, J. M. Diameter and height distributions of a galleryforest community and some of its main species in centralBrazil over a six-year period (1985-1991). Revista Brasileirade Botânica, São Paulo, v. 20, p. 155-162, 1997.
FELFILI, J. M. Determinação de padrões de distribuição deespécies em uma mata de galeria no Brasil Central com autilização de técnica de análise multivariada. Boletim do HerbárioEzechias Paulo Heringer, São Paulo, v. 2, p. 35-48, 1998.
FELFILI, J. M. Crescimento, recrutamento e mortalidadenas matas de galeria no Planalto Central. In: CAVALCANTI,T. B.; WALTER, B. M. T. Tópicos atuais em botânica.Brasília: EMBRAPA, 2000. p. 152-158.
FELFILI, J. M.; FILGUEIRAS, T. S.; HARIDASAN, M.;SILVA JÚNIOR, M. C.; MENDONÇA, R.; REZENDE, A.V. Projeto biogeografia do bioma cerrado: vegetação esolos. Cadernos de Geociências do IBGE, Rio de Janeiro,v. 12, p. 75-166, 1994.
Núm
ber d
e in
diví
duos
/ha
Centro das classes de diâmetro (cm)
q1=0,38q2=0,57q3=0,58q4=0,70q5=0,52q6=0,44q7=0,72q8=0,87q9=0,42q10=0,33média=0,55
Fitossociologia e estrutura diamétrica na mata... 157
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
FELFILI, J. M.; MENDONÇA, R.; WALTER, B. M. T.; SILVAJÚNIOR, M. C.; NÓBREGA, M. G. G.; FAGG, C. W.;SEVILHA, A. C.; SILVA, M. A. Flora fanerogâmica das matasde galeria e ciliares do Brasil Central. In: RIBEIRO, J. F.;FONSECA, C. E. L.; SOUZA-SILVA, J. C. Cerrado:caracterização e recuperação de matas de galeria. Planaltina,DF: [s.n.], 2001a. v. 1, p. 195-209.
FELFILI, J. M.; SILVA JÚNIOR, M. C.; FILGUEIRAS, T. S.;NOGUEIRA, P. E. Comparison of cerrado (sensu stricto)vegetation in central Brazil. Ciência e Cultura, Viçosa, v.50, n. 4, p. 237-243, 1998.
FELFILI, J. M.; SILVA JÚNIOR, M. C.; RESENDE, A. V.;HARIDASAN, M.; FILGUEIRAS, T. S.; MENDONÇA, R.;WALTER, B. M. T.; NOGUEIRA, P. E. O projeto biogeografiado bioma cerrado: hipóteses e padronização dametodologia. In: GARAY, I.; DIAS, B. Conservação dabiodiversidade em ecossistemas tropicais. Petrópolis: [s.n.],2001b. p. 157-173.
GOODLAND, R. J. Análise ecológica da vegetação docerrado. In: FERRI, M. G. (Ed.).
Ecologia do cerrado. Belo Horizonte: Itatiaia, 1979. p. 61-160.
HARIDASAN, M.; SILVA JÚNIOR, M. C.; FELFILI, J. M.;REZENDE, A. V.; SILVA, P. E. N. Gradient analysis of soilproperties and phytosociological parameters of somegallery forests of the Chapada dos Veadeiros . In:ENCINAS, J. I.; KLEINN, C. Proceedings of theinternational symposium on assessment and monitoringof forests in tropical dry regions with special referenceto gallery forests. Brasília: EDUNB, 1997. p. 259-276.
HARPER, J. L. Population biology of plants. London:Academic, 1990. 892 p.
HEINSDIJK, D. A. Distribuição dos diâmetros nas florestasbrasileiras. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1965.(Boletim 11, Setor de inventários florestais).
KELLMAN, M.; TACKABERRY, R.; RIGG, L. Structure andfunction in two tropical gallery forest communities:implications for forest conservation in fragmented systems.Journal Applied Ecology, Oxford, v. 35, p. 195-206, 1998.
KERSHAW, K. A. Quantitative and dynamic plant ecology.London: Edward Arnold, 1975.183 p.
LEPS, J.; STURSA, J. Species-area curve, life historystrategies, and succession: a field test of relationships.Vegetatio, [S.l.], v. 83, p. 249-257, 1989.
LOPES, A. S. Solos sob o cerrado: característicaspropriedades e manejo. Piracicaba: Instituto da Potassa eFosfato, 1980. 162 p.
MEYER, H. A. Structure, growth and drain in balanceduneven-aged forest. Journal of Forestry, [S.l.], v. 50, p. 85-92, 1952.
MEYER, H. A.; RECKNAGEL, A. B.; STEVENSON, D. D.;BARTTO, R. A. Forest management. 2. ed. New York:Ronald, 1961.282 p.
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims andmethods of vegetation ecology. New York: J. Willey & Sons,1974.
NÓBREGA, M. G. G. Fitossociologia e comunidades na matade galeria Cabeça-de-Veado, no Jardim Botânico deBrasília, Brasília, DF. 1999. 67 f. Dissertação (Mestradoem Ciências Florestais) - Universidade de Brasília, Brasília,DF, 1999.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; RATTER, J. A. A study of theorigin of Central Brazilian forests by the analysis of plantspecies distribution patterns. Edinburgh Journal of Botany,Edinburgh, v. 52, p. 141-194, 1995.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; RATTER, J. A. Padrões florísticosdas matas ciliares da região dos cerrados e a evolução daspaisagens do Brasil Central durante o quaternário tardio.In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO, H. de F. (Orgs.).Matas ciliares: bases multidisciplinares para estudo,conservação e restauração. São Paulo: [s.n.], 2000. p. 73-89.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; VILELA, E. A.; GAVILANES, M.L.; CARVALHO, D. A. Effect of flooding regime andunderstorey bamboos in the physiognomy and tree speciescomposition of a tropical semideciduous forest inSoutheastern Brazil. Vegetatio, [S.l.], v. 113, p. 99-124, 1994.
SILVA JÚNIOR, M. C. da et al.158
Cerne, Lavras, v. 11, n. 2, p. 147-158, abr./jun. 2005
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; VILELA, E. A.; GAVILANES, M.L.; CARVALHO, D. A. Effects of past disturbance andedges on tree community structure and dynamic within afragment of tropical semideciduous forest in south-easternBrazil over a five-year period (1987-1992). Plant Ecology,[S.l.], v. 131, p. 45-66, 1997.
PEREIRA, B. A. S.; FURTADO, P. P.; MENDONÇA, R. C.;ROCHA, G. I. Reserva ecológica do IBGE (Brasília, DF):aspectos históricos e fisiográficos. Boletim da FBCN, Riode Janeiro, v. 24, p. 30-43, 1989.
PEREIRA, B. A. S.; SILVA, M. A.; MENDONÇA, R. C.Reserva ecológica do IBGE (Brasília, DF): lista das plantasvasculares. Brasília: IBGE, 1993.
PIELOU, E. C. Ecological diversity. New York: J. Wiley &Sons, 1975.
REZENDE, A. V.; FELFILI, J. M.; SILVA, P. E. N.; SILVAJÚNIOR, M. C.; SILVA, M. A. Comparison of galleryforests on well-drained soils in Veadeiros Plateaux,Goiás, Brazil. In: ENCINAS, J. I.; KLEINN, C.Proceedings of the international symposium onassessment and monitoring of forests in tropical dryregions with special reference to gallery forests.Brasília: EDUNB, 1997. p. 365-378.
RICHARDS, P. W. The tropical rain forest. Cambridge:Cambridge University, 1996.
SILVA JÚNIOR, M. C. Tree communities of the galleryforest of the IBGE Ecological Reserve, Federal District,Brazil. 1995. 257 f. Thesis (Doctor in Ecology Forestry) -University of Edinburgh, Edinburgh, 1995.
SILVA JÚNIOR, M. C. Relationships between the treecommunities of the Pitoco, Monjolo and Taquara galleryforests and environmental factors. In: ENCINAS, J. I.;KLEINN, C. Proceedings of the international symposiumon assessment and monitoring of forests in tropical dryregions with special reference to gallery forests. Brasília:EDUNB, 1997. p. 287-298.
SILVA JÚNIOR, M. C. Comunidades de árvores e sua relaçãocom os solos na Mata do Pitoco, Reserva Ecológica do IBGE,Brasília-DF. Revista Árvore, Viçosa, v. 22, p. 29-40, 1998.
SILVA JÚNIOR, M. C. Composição florística,fitossociologia e estrutura diamétrica na mata de galeriado Monjolo, Reserva Ecológica do IBGE, DF. Boletim doHerbário Ezechias Paulo Heringer, Brasília, DF, v. 4, p.30-45, 1999.
SILVA JÚNIOR, M. C. Comparação entre matas de galeriano Distrito Federal e a efetividade do código florestal naproteção de sua diversidade arbórea. Acta BotânicaBrasílica, Brasília, v. 15, n. 1, p. 111-118, 2001.
SILVA JÚNIOR, M. C.; FELFILI, J. M.; SILVA, P. E.N.; REZENDE, A. V. Análise florística de matas degaleria no Distrito Federal. In: RIBEIRO, J. F. Cerrado:matas de galeria. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998.p. 52-84.
SILVA JÚNIOR, M. C.; FELFILI, J. M.; WALTER, B. M.T.; NOGUEIRA, P. E.; RESENDE, A. V.; MORAES, R.O.; NÓBREGA, M. G. G. Análise da flora arbórea deMatas de Galeria no Distrito Federal: 21 levantamentos.In: RIBEIRO, J. F.; FONSECA, C. E. L.; SOUSA-SILVA,J. C. Cerrado: caracterização e recuperação de Matasde Galeria. Planaltina: EMBRAPA Cerrados, 2001. p.142-191.
SILVA JÚNIOR, M. C.; FURLEY, P. A.; RATTER, J. A.Variations in tree communities and soils with slope in GalleryForest, Federal District, Brazil. In: ANDERSON, M. G.;BROOKS, S. M. Advances in hill slope processes. Bristol:J. Wiley & Sons, 1996. p. 451-469.
TILMAN, D. Resources, competition and dynamic of plantcommunities. In: CRAWLEY, M. J. (Ed.). Plant ecology.Oxford: Blackwell. 1986. p. 51-76.
UNESCO. Vegetação no Distrito Federal: tempo e espaço.Brasília, 2000. 74 p.
WALTER, B. M. T.; RIBEIRO, J. F. Spatial floristicpattern in gallery forest in the cerrado region, Brazil.In: ENCINA, J. I.; KLEINN, C. Proceedings of theinternational symposium on assessment andmonitoring of forests in tropical dry regions withspecial reference to gallery forests. Brasília: EDUNB,1997. p. 339-349.