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ISSN 0100-1485 ENTREVISTA Zehbour Panossian, Diretora de Inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT ENTREVISTA Ano 11 Nº 50 Jan/Fev 2014 Zehbour Panossian, Diretora de Inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT NA LINHA DE FRENTE CONTRA A CORROSÃO RESINAS SINTÉTICAS RESINAS SINTÉTICAS NA LINHA DE FRENTE CONTRA A CORROSÃO

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ISSN 0100-1485

ENTREVISTA

ZehbourPanossian,Diretora deInovação doInstituto dePesquisasTecnológicas doEstado de SãoPaulo – IPT

ENTREVISTA

Ano 11Nº 50Jan/Fev 2014

ZehbourPanossian,Diretora deInovação doInstituto dePesquisasTecnológicas doEstado de SãoPaulo – IPT

NA LINHA DE FRENTECONTRA A CORROSÃO

RESINAS SINTÉTICASRESINAS SINTÉTICAS

NA LINHA DE FRENTECONTRA A CORROSÃO

Capa50:Capa35 2/13/14 9:25 AM Page 1

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Sumário

4Editorial

O desafio das próximas 50 edições

6Entrevista

Uma vida dedicada à corrosão no IPT

8ABRACO Informa

I Seminário Brasileiro de Pintura Anticorrosiva

12Resinas Sintéticas

Na linha de frente contra a corrosão

19Notícias do Mercado

34Opinião

Mudança cultural para um novo BrasilJuan Quirós

C & P • Janeiro/Fevereiro • 2014 3

A revista Corrosão & Proteção é uma pu bli cação oficial daABRACO – Asso ciação Bra sil eira de Corrosão, fundada em17 de outu bro de 1968. ISSN 0100-1485

Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2013/2014PresidenteEng. Rosileia Mantovani – Jotun Brasil

Vice-presidenteDra. Denise Souza de Freitas – INT

DiretoresAécio Castelo Branco Teixeira – química uniãoEng. Aldo Cordeiro DutraCesar Carlos de Souza – WEG TINTASM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – CENPESIsidoro Barbiero – SMARTCOATEng. Pedro Paulo Barbosa LeiteDra. Simone Louise Delarue Cezar Brasil

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECEng. João Hipolito de Lima Oliver –PETROBRÁS/TRANSPETRODr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPTDra. Olga Baptista Ferraz – INTDr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRODra. Célia A. L. dos Santos – IPTDra. Denise Souza de Freitas – INTDr. Ladimir José de Carvalho – UFRJEng. Laerce de Paula Nunes – IECDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQSimone Maciel – ABRACODra. Zehbour Panossian – IPT

Revisão TécnicaDra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPTDra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira – IPTM.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo – SP – 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

DiretoresJoão Conte – Denise B. Ribeiro Conte

EditorAlberto Sarmento Paz – Vogal Comunicaçõ[email protected]

RepórterCarlos Sbarai

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design – [email protected]

GráficaAr Fernandez

Esta edição será distribuída em fevereiro de 2014.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ouparcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto -ri zação da editora responsável.

Artigos Técnicos

20Estudo da corrosão em frestas de ligas

de alta resistência à corrosão pormeio de ensaios eletroquímicos

Por Cristiane Vargas Pecequilo, ZehbourPanossian, Renata Angelon Brunelli e

Neusvaldo Lira de Almeida

28Discussão sobre falhas em

revestimentos ricos em zincoPor Sidney O. Pagotto Jr. e Neusvaldo

Lira de Almeida

Sumário50:Sumário/Expedient36 2/13/14 2:08 PM Page 1

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sta edição comemorativa da Revista Corrosão & Proteção, que completa 50 edições, nos levaa uma reflexão sobre o papel de um veículo de comunicação voltado ao compartilhamento do co -nhe cimento tecnológico. Como ferramenta de comunicação da Associação Brasileira de Corrosão

(ABRACO), a revista tem o compromisso de incorporar em sua linha editorial os valores e a filosofia detrabalho da entidade que é a de congregar toda a comunidade técnico-empresarial do setor.

Como difundir o estudo da corrosão e os seus métodos de prevenção e de controle sem contar com umeficiente instrumento de comunicação? Os profissionais da área necessitam atualização constante e conteú-do profundo, filtrado e avaliado por um corpo de colaboradores da mais alta competência e prestígio pelarelevância profissional conquistada ao longo de suas atividades profissionais.

Para tanto, pesquisadores, mestres, doutores, professores formam o Conselho Editorial da Revista, alémde entidades de pesquisa e profissionais de renome do setor que se dedicam de forma competente e abne-gada a levar aos leitores os principais avanços tecnológicos no combate à corrosão.

O tema é desafiador e os números também. Há estudos confiáveis da World Corrosion Organization,EUA, estimando que os custos com a prevenção e o combate à cor-rosão correspondem a 2,8 % do Produto In ter no Bruto (PIB) mun -dial, considerando-se apenas os custos diretos, algo em torno de 1,96trilhão de dólares americanos, montante que justifica todo o empe -nho para minimizar custos tão elevados, su pe riores ao PIB de 176países de uma lista de 184 nações, tendo como base o ranking doFundo Monetário Internacional (FMI).

Podemos imaginar o quanto é desafiador o compromisso de todosnós: 1,96 trilhão de dólares são corroídos todos os anos, recurso capaz

de contribuir de forma significativa para suprir, por exemplo, a falta de escolas, alimentos, remédios, mora-dias e hospitais.

Estamos engajados para dar continuidade a ações cada vez mais efetivas que aprimorem o principalveículo de comunicação do setor de prevenção e combate à corrosão: a Revista Corrosão & Proteção.Alguém poderá questionar se os veículos online e as redes sociais não cumprem de forma mais eficiente essepapel de comunicação. Precisamos entender que recorremos aos sites de pesquisa somente quando estamosdeterminados a obter o conhecimento e/ou a adquirir um produto ou serviço. Por sua vez, a revista impres-sa ainda nos parece mais eficaz, pois induz o leitor ao interesse e ainda conta com o aval do refinamento doconteúdo, uma vez que toda informação é filtrada e validada. Então, mãos à obra, pois 50 novas ediçõesaguardam o nosso empenho.

Destaques – Nesta edição, trazemos uma entrevista especial com a Doutora Zehbour Panossian, doIPT, contando um pouco de sua trajetória profissional na área de pesquisa e desenvolvimento. O tema“resinas” é apresentado a partir de apuração realizada com os fabricantes de resinas e também com osaplicadores, permitindo traçar um panorama bastante atual deste tema. Também o Seminário dePintura, organizado pela ABRACO, merece destaque especial pela importância que o tema tem na áreade proteção anticorrosiva.

Finalmente, vale lembrar que entre 19 e 23 de maio, a cidade de Fortaleza sediará o maior evento sobrecorrosão que se realiza no Brasil, o INTERCORR 2014 – 34º Congresso Brasileiro de Corrosão e o 2nd

Inter national Corrosion Meeting. O evento será palco para a apresentação de conferências, mesas-redondase trabalhos inéditos, reunindo a expertise mais representativa do setor. Participe e acompanhe a coberturacompleta do evento nas próximas edições.

Boa leitura!

Os editores

O desafio das próximas 50 edições

Carta ao leitor

Estamos engajados para dar continuidade a ações

cada vez mais efetivas que aprimorem o principal

veículo de comunicação do setor de prevenção e

combate à corrosão: a Revista Corrosão & Proteção

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Editorial50:Editorial36 2/11/14 5:39 PM Page 1

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Eventos envolvidos• 34º Congresso Brasileiro de Corrosão• 5th International Corrosion Meeting• X Congreso Iberoamericano de Corrosión y Protección• 19º Concurso de Fotografia de Corrosão e Degradação

de Materiais• 34ª Exposição de Tecnologias para Prevenção e

Controle da Corrosão

O maior evento internacional decorrosão realizado no Brasil

19 a 23 de maio de 2014Fortaleza – CE

www.abraco.org.br/intercorr2014

Inscriçõesaté 1/3/2014 terão20 %de desconto

Anuncio Intercorr 2014:Anuncio Intercorr 11/29/13 3:46 PM Page 1

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Uma vida dedicada à corrosão no IPT

Zehbour Panossian, quando criança, tinha o sonho de ser médica para salvar vidas, mas teve que

abandoná-lo para trabalhar ao lado da família e, depois de vencer muitos desafios, tornou-se

diretora de Inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, o IPT

Entrevista

pesquisadora Zehbour Pa -nos sian possui bacharela-do em Física (1975), li -

cen ciatura em Física (1977) edou torado em Físico-química(1981), todos pela Universidadede São Paulo (USP). É pesqui sa -dora do Laboratório de Corrosãoe Pro teção (LCP) desde 1976 eDiretora de Inovação, a partir de2012, no Instituto de PesquisasTecnológi cas do Estado de SãoPaulo, o IPT. É professora convi-dada da Universidade de SãoPaulo, atu an do no Departamen -to de Me talurgia e de Materiaisda Escola Politécnica desde 1985.Também é vice-chairman do Co -mitê STG 35 – NACE e re -presentante do Brasil no Inter -national Corrosion Council. Inte -gra o Conselho De liberativo daABNT e é consultora ad hoc doCNPq, FINEP, FAPESP eCYTED. Tem experi ência naárea de química, com ênfase emeletroquímica, atuando princi-palmente em corrosão e proteçãocontra corrosão, eletro deposiçãoe tratamento de superfície. Co -ordena projetos de pesquisa edesenvolvimento tecnológico, dáassessoria em corrosão e proteção,especialmente na otimização deprocessos produtivos na área detratamento de superfície, e prestaserviços tecnológicos para o setorprodutivo. Tem forte atuação emnormalização na ABNT – CB 43

Química da USP, mas só poderiaingressar no curso se conseguissepas sar no exame de ingresso. Pas -sados seis meses, fui fazer o examee com minha experiência educa-cional mais a profissional conseguipassar em primeiro lugar. Entãoiniciei meu mestrado junto com otrabalho no IPT e, depois de doisanos, meu orientador disse queminha tese estava ficando muitoboa e sugeriu que fizesse o doutora-do direto e antes de completar 30anos de idade já tinha meu diplo-ma de doutora. Naquela época,era muito raro ser doutor com essaidade. Tive um casal de filhos quemudou minha vida, pois eles setornaram a razão do meu viver.Logo depois assumi a chefia doLaboratório de Corrosão do IPT.

Quais foram os desafios dessanova fase dentro do IPT?Zehbour – Acredito que o grandedesafio era transformar aquele pe -queno laboratório no que ele é ho -je, com quase 40 profissionais emais de 4.000 metros quadradosde área construída. Não foi nadafácil chegar até aqui. Tivemosmui tos altos e baixos nesse tempotodo, mas atualmente somos co -nhe cidos internacionalmente e re -cebemos pedidos de trabalhos deoutros países. Estamos elaborandopropostas de trabalho para atenderduas empresas de óleo e gás da Eu -ropa, já fizemos outros trabalhos

Comitê Brasileiro de Corrosão,tendo tra balhado na elaboraçãodo projeto de norma “Termino -logia em Corrosão”.

Como surgiu o interesse pelacorrosão?Zehbour Panossian – Quandocheguei ao Brasil, ainda pequena,vinda do Líbano por vontade demeu pai, sonhava em ser médica etrabalhar para as pessoas carentes,mas tive que deixar o sonho delado para ajudar minha família e,aos 14 anos, já dava aulas parti -culares. Além disso, também aju-dava meu pai na loja que ele tinhano bairro do Brás. Depois dessafase, ao completar 18 anos inicieiminha carreira na indústria, naárea de tratamento de superfície.Depois de me formar no curso téc-nico em química, cursei física naUSP e quando conclui o curso játinha seis anos de experiência pro -fissional como técnica química.Foi quando apareceu uma oportu-nidade no IPT para trabalhar emeletrodeposição no Laboratório deCorrosão e Proteção.

Quais as dificuldades encon-tradas no começo da carreira?Zehbour – Eu me recordo que aoche gar na Metalurgia da Poli, embusca do mestrado, fui surpreendi-da ao ouvir que “Mulher e Físicaaqui não entra”, mas mesmo assimnão desisti. Fui até o Instituto de

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Entrevista50:Entrevista36 2/11/14 5:47 PM Page 1

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no exterior. Fazemos ensaios e aná -lises, análise de falhas por corrosão,serviços tecnológicos para melhorarlinhas de produção de revestimen-tos metálicos, de tintas, de sistemasde proteção catódica. Nossos esfor -ços atualmente estão voltados pararevestimentos ecologicamente cor-retos, incluindo a substituição docianeto. Já fizemos um banho eco-logicamente correto para o cobre evamos fazer para o latão.

Existe algum projeto novo quemereça algum destaque?Zehbour – Estamos atuando forte-mente na corrosão de armadurasna construção civil, voltadas paraconstruções com vida útil superiora 100 anos ou que usam materialcimentício de qualidade inferior.Trabalhamos com barras de açogal vanizado e barras de aço inoxi -dável. Iniciamos um projeto fi -nanciado pelo próprio IPT queob jetiva o estudo de aços inoxi -dáveis, tanto os tradicionais comoo lean duplex. Não faz muito tem -po recebemos investimentos de cer -ca de 17 milhões de reais da Petro -bras para modernização do Labo -ratório. Com esse aporte, fizemosme lhorias na infraestrutura e ad -quirimos uma série de equipa -men tos dedicados não só ao setorde óleo e gás, mas também a outrasáreas. Por conta disto, temos atua-do fortemente neste setor e somentepara ele desenvolvemos mais de 50projetos, a maioria voltada para aintegridade de dutos e equipamen-tos. Também é importante desta -car o grande volume de publicaçõestécnicas que produzimos. Desde ainauguração, em 1963, o pessoaldo Laboratório já publicou maisde 400 artigos, a grande maioriano País e sempre objetivando di -vul gar o nosso trabalho para o se -tor produtivo nacional. Participa -mos regularmente de congressos,in clusive dos internacionais, paratornar marcante a presença doIPT. Nossa participação faz crescer

o interesse das empresas estrangeirasque estão nos procurando para arealização de diversos trabalhos.Isso é motivo de muito orgulho pa -ra nós e mostra que estamos nocaminho certo.

O que mudou no IPT?Zehbour – Em 2014, o IPT vaicompletar 115 anos de existênciae o La boratório, 51. O La bora tó -rio de Corrosão e Proteção foifun dado pelo professor Dr. Ste -phan Wolynec, a quem consideroum grande vi sionário. O professorfoi uma refe rência profissional pa -ra mim e tu do o que aprendi foicom ele. Wo lynec me confiou adisciplina de “Me ca nis mos de ele -trodeposição de me tais” do cursodo pós-graduação do De par ta -mento de Metalurgia e Ma teriaisda Escola Politécnica da USP,onde ministro esta disciplina há24 anos como professora-convida-da. Ele teve a percepção da im -portância do estudo da corrosãono Brasil. Hoje, o grupo que atuano La boratório colhe os frutos dase mente que ele plantou. Sou aatual diretora de Inovação do Ins -tituto e sigo a filosofia do profes-sor Wolynec, que sempre associouciência à tecnologia.

Quais as novidades para esteano no IPT? Zehbour – Vamos receber em fe ve -reiro a primeira turma de alu nosdo programa Novos Talentos do Ins -tituto. O objetivo do programa éapoiar as atividades de pesquisa edesenvolvimento de estudantes demestrado e doutorado, inclusivepar ticipantes do pós-doutorado.Além dos alunos do curso de mes -trado tecnológico do próprio IPT, oprograma foi aberto para can-didatos das demais institui ções deensino e pesquisa. Há di versas for-mas de apoio previstas pelo progra-ma Novos Talentos. Nosso objetivo éproporcionar os recursos e os meiospara que os alu nos desenvolvam

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seus traba lhos na nossa instituição.O requisito é que os projetos dosalunos tenham sinergia com asáreas de atuação do IPT. O objeti-vo maior do programa é estreitar asrelações do Instituto com a Acade -mia. Também vamos lançar as re -gras oficiais para os profissionais doIPT que queiram fazer mestradoou doutorado. Vamos dar continui -dade ao Programa de Estímu lo àInovação e à Produtividade Tecno -ló gica que tem por objetivo premi-ar o profissional que tiver o maiornúmero de artigos publicados, paraquem desenvolveu pa ten tes e paragrupos com maior faturamento emP&D, entre outros. Temos ainda osprojetos de capacitação dos profis-sionais do IPT fi nanciados peloGoverno do Estado de São Paulo, oprograma de estágio no exteriorcom o prazo máximo de oito meses,sempre lembrando que todos ostemas devem estar relacionados comas áreas de atuação do Instituto.Vale destacar ain da que tambémrecebemos pes quisa dores estrangei -ros. Em 2013, só no LCP foramrecebidos um da França, dois daAlemanha e três de Portugal. Paraesse ano, temos programado o inter-câmbio com mais um da Ale ma -nha e três de Portu gal. Isso nosmostra que para os la boratórios queatuam em normali zação, partici-pam de congressos, têm forte intera -ção com a indústria e um cunhoacadêmico, o sucesso é garantido.Voltando ao IPT, no ano passadobatemos recorde de fa tu ramento,depositamos 11 paten tes e publi-camos cerca de 230 artigos. Meumaior desejo é continuar traba -lhando para o crescimento do IPT,tornando-o uma instituição reco -nhe cida mundialmente. Quero veros universitários que estiverem seformando tendo o sonho de traba -lhar no IPT. Deixo registrada a fe -licidade que tenho pelo meu casalde filhos e o orgulho de ser casadacom um grande pesquisador doIPT, Neusvaldo Lira de Almeida.

Entrevista50:Entrevista36 2/11/14 5:47 PM Page 2

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ABRACO Informa

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A Associação Brasileira de Corrosão – ABRACO realizou no dia 5 de dezembro de 2013, no hotelGolden Tulip Regente, em Copacabana, no Rio de Janeiro, o “I Seminário Brasileiro de PinturaAnticorrosiva”. A cerimônia de abertura e de encerramento do evento foi realizada pelo engenheiroAldo C. Dutra, um dos pilares mais importante na vida da ABRACO.

“A ideia do Seminário foi discutir os avanços tecnológicos de grande relevância técnica neste setor,com a participação de profissionais de várias empresas, fabricantes de tintas, institutos de pesquisa, uni-versidades, aplicadores de tintas, entre outros especialistas”, explicou o mediador do evento Fernandode Loureiro Fragata.

Para Fragata esse seminário foi a materialização de uma ideia que já tinha sido concebida. “O resul-tado foi um sucesso em função não apenas por conta dos trabalhos publicados, mas principalmente porcausa da quantidade de pessoas que participaram do seminário. Inclusive o auditório estava com suacapacidade esgotada. Vale ressaltar que muitos queriam participar e não puderam devido a falta devagas. Isso mostra a grandiosidade técnica do evento”.

Marcelo Rufo, da Air Products, abriu o ciclo de palestras com um trabalho no qual abordou o temaExsudação Amínica em Tintas Epóxis. Dentro de sua palestra falou sobre a importância de se conheceresse fenômeno, como evitá-lo, as consequências e o efeito nefasto que o mesmo acarreta aos revesti-mentos por pintura. Rufo também apresentou os mecanismos para evitar que essa falha ocorra na pin-tura e sobre as novas tecnologias que estão sendo implantadas para evitar que esse problema ocorra.

Logo depois foi a vez de Osmar Dresdi, da Replan/Petrobras analisar os benefícios e as dificuldadesna preparação de superfícies metálicas de tanques de armazenamento. Ainda sobre a experiência daPetrobras na utilização de tintas intumescentes em plataformas, Gilberto Laudares Silva e Álvaro Terra,trocaram informações com o público presente. O tema seguinte foi sobre equipamento de jato abrasi-vo portátil para preparação de superfícies nos serviços de manutenção, apresentado por RicardoLorizzola, da RC Tintas.

O encerramento da primeira parte do evento ocorreu com uma das palestrantes mais esperadas dodia, com o engenheiro Joaquim Pereira Quintela, da Petrobras/Cenpes, sobre o passado, o presente e ofuturo das tintas anticorrosivas e as novas tecnologias para o setor de pintura anticorrosiva. Ao final desua participação, Quintela recebeu uma grande homenagem da empresa Sponge-Jet pela sua luta ao

I Seminário Brasileiro de Pintura Anticorrosiva

Mesa-redonda, da esquerda para a direita: Fernando de Loureiro Fragata, Celso Gnecco, JoaquimQuintela, Roberto Mariano, Segehal Matsumoto, Adauto Riva e Fábio Krankel

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longo dos anos no segmento de tintas anticorrosivas, de pintura anticorrosiva e de combate à corrosão.“Eu achei uma homenagem mais do que justa para um pesquisador que já escreveu seu nome nahistória da pintura anticorrosiva, nos cenários nacional e internacional”, comentou Fernando Fragata,seu grande amigo há mais de 30 anos.

Na sequencia dos trabalhos, foi a vez de Fábio Paranhos, da Mac Seal, falar sobre a segunda partedo tema “Equipamentos de Jato Abrasivo Portáteis” para preparação de superfícies nos serviços demanutenção. Em seguida, coube a Roberto Mariano, da Akzo Nobel, a apresentação da palestra sobrea especificação de esquemas de pintura com base em normas internacionais.

Um dos pontos altos do seminário ocorreu durante a mesa redonda, que serviu para discutir temasimportantes da pintura anticorrosiva no Brasil ereuniu grandes nomes como Celso Gneco, daSher win-Williams; Joaquim Quintela, da Petro -bras/Cenpes; Fernando Fragata, do Cepel;Roberto Mariano, da Akzo Nobel; Segehal Mat -sumoto, consultor; Adauto Riva, da Renner Herr -mann; e Fábio Krankel, da Weg Tintas.

“O tema principal da mesa redonda foi o graude limpeza SP11 na norma SSPC. Um dos pontosamplamente debatido foi se no Brasil deveria seraceito ou não a utilização de pistola de agulhacomo ferramenta principal para obtenção doreferido grau de limpeza. Além disso, represen-tantes da Petrobras informaram que a intenção daempresa é abolir os graus de limpeza St2 e St3, fatoesse bastante discutido no Seminário. Como resul-tado, surgiram várias ideias a serem trabalhadaspara futura implantação, sendo que uma delas é aelaboração de uma norma brasileira para contem-plar o grau de limpeza SP11, porém fazendo-se as

Quintela recebe uma homenagem da empresa Sponge-Jet

Simone Maciel, coordenadora do evento, dirigiu ostrabalhos de apresentação da cerimônia

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alterações necessárias para que a mesma alcance o objetivo desejado no Brasil”, comentou o mediadorFernando Fragata.

A palestra de encerramento foi apresentada de forma conjunta por Celso Gnecco e FernandoFragata. Essa palestra teve como objetivo mostrar para a comunidade técnico-científica as propriedadesdas tintas de acabamento poliaspárticas de forma comparativa com as tintas tradicionais à base de poli-uretano alifático. Segundo os palestrantes, trata-se de uma tecnologia muito importante uma vez quetais tintas possuem alto teor de sódio, baixa viscosidade e permite a obtenção de altas espessuras pordemão, o que pode tornar o sistema de proteção anticorrosiva mais econômico e eficiente e ser execu-tado de forma mais rápida.

No encerramento do evento, Fernando Fragata destacou que os objetivos foram plenamentealcançados. O alto nível das palestras e a intensa discussão dos temas apresentados foram os pontosfortes do seminário.

Celso Gnecco destacou a iniciativa de Fer -nan do Fragata ao valorizar os Inspetores de Pin -tura níveis 1 e 2 que a ABRACO vem formandoao longo dos anos. Estes profissionais merecemres peito pelos bons serviços prestados ao país.Ainda sobre o Seminário, Celso sugere que ospróximos sejam semestrais, pois os temas a seremdebatidos são muitos, a evolução das tintas, dastécnicas de preparo de superfície e dos equipa-mentos de pintura é muito rápida e não dá paraesperar um ano para realizar o próximo evento.Em sua opinião, os próximos Seminários deveri-am ter a duração de dois dias.

Segundo Simone Maciel, Coordenadora deEventos da ABRACO, o sucesso do Seminário sedeu devido a escolha correta das palestras apresen-tadas, a qualidade e o alto nível técnico dos pa les -trantes, o apoio dos patrocinadores, a participaçãodos presentes na discussão dos trabalhos e por fima metodologia utilizada na organização.

Confraternização entre dois ícones da Abraco,Fernando de L. Fragata e Aldo C. Dutra

A plateia acompanhou com muito interesse o programa do seminário

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO

MISSÃODifundir e desenvolver o conhecimento da corrosão e da proteção anticorrosiva, congregando empresas, entidadese especialistas e contribuindo para que a sociedade possa garantir a integridade de ativos, proteger as pessoas e o meioambiente dos efeitos da corrosão.

ATIVIDADESCursosMinistra cursos em sua própria sede, que conta com modernas instalações. Também são realizados cursos em parceriacom importantes instituições nacionais de áreas afins e cursos in company, sempre com instrutores altamente qualificados.

EventosOrganiza periodicamente diversos eventos como: congressos, seminários, palestras, workshops e fóruns, com o objetivo depromover o intercâmbio de conhecimento e informação, além de compartilhar os principais avanços tecnológicos do setor.

Qualificação e CertificaçãoMantém um programa de qualificação e certificação de profissionais da área de corrosão e técnicas anticorrosivas, por meiodo seu Conselho de Certificação e do Bureau de Certificação.

BibliotecaPossui uma Biblioteca especializada nos temas corrosão, proteção anticorrosiva e assuntos correlatos. O acervo é compostopor livros, periódicos, normas técnicas, trabalhos técnicos, anais de eventos e fotografias da ação corrosiva.

CB-43Coordena o CB-43 – Comitê Brasileiro de Corrosão, que abrange a corrosão de metais e suas ligas no que concerne àterminologia, requisitos, avaliação, classificação, métodos de ensaio e generalidade. O trabalho é desenvolvido desde 2000,após aprovação da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ComunicaçãoUtiliza canais de comunicação para informar ao mercado e à comunidade técnico-empresarial todas as novidades da área,conquistas da Associação, dos filiados e de parceiros, por meio de boletins eletrônicos, site, redes sociais e revista.

Associe-se à ABRACO e aproveite seus benefícios:√ Descontos em cursos e eventos técnicos;√ Descontos significativos nas aquisições de publicações na área de corrosão e proteção anticorrosiva;√ Descontos em anúncios na Revista Corrosão & Proteção;√ Recebimento de exemplares da Revista Corrosão & Proteção;√ Pesquisas bibliográficas gratuitas na Biblioteca da ABRACO;√ Inserção do perfil da empresa no site institucional da ABRACO.E muito mais!

Participe do desenvolvimento da área!

Mais informações:[email protected]

Sede Rio de JaneiroTel: (21) 2516-1962

Filial São PauloTel: (11) 3719-5726Fax: (11) 3767-4036

InstitucionalABRACO49:AnuncioABRACO 11/29/13 12:16 PM Page 1

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MateriaCapa50:MateriaCapa37 2/13/14 1:07 PM Page 1

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Resinas Sintéticas

resina sempre esteve presente na história da humanidade. Até naBíblia, podemos verificar a alta estima que gozavam resinas ve -getais como o incenso e a mirra. Sem falar do âmbar, resina de

árvore fossilizada mais conhecida, talvez, por ter se tornado uma ver-dadeira cápsula do tempo ao “capturar” e preservar desde folhas atépequenos animais em seu interior (veja a figura da abertura da matéria).

Hoje, as resinas continuam a fazer parte de nosso dia a dia. A ciên-cia conseguiu produzi-las artificialmente, tornando-as quase oni pre -

sentes em nossa vida. Assim, podemos encontrá-las em todosos objetos plásticos e até onde menos esperamos como,

por exemplo, nas cordas de instrumentos musi-cais, como o violino, melhorando a fricção

da corda com o arco. Mas, o que traz otema para a Revista Corrosão &

Proteção é sua atuação como ele-mento chave para a prote ção an -ti corrosiva. As resinas sin téticassão polímeros ampla men teusa dos, na for ma de so lu çõesou dispersões, na pro dução detintas e adesivos, sen do o prin-

cipal constituinte de uma tintapor ser a responsá vel pela forma -

ção da película protetora.Portanto, a maioria das propri e -

da des físico-químicas de uma tinta de -pende basicamente do tipo de resina em -

pregado em sua produção. Também é impor-tante citar que, dos componentes básicos de uma

tinta (resina, solvente, pigmento e aditivos), é a resinaque propiciou nos últimos anos a grande evolução ocorri-

da no desenvolvimento técnico das tintas, principalmente paratorná-las de baixo impacto ambiental.

Para traçar um panorama sobre o setor, foram consultados espe-cialistas que foram divididos em duas categorias: os fabricantes deresinas e os aplicadores de revestimento de alto desempenho. Porterem, em boa parte da etapa produtiva, situações operacionais, dedesenvolvimento, de inovação, entre outros pontos, bastante distintos,optou-se por essa separação objetivando uma abordagem mais precisae interessante para os leitores.

Fabricantes de resinasForam consultados nesta seção o gerente da unidade de negócios

CAS (Tintas, Adesivos e Especialidades) para a América Latina daBayer MaterialScience, Alberto Hassessian; a especialista técnica donegócio epóxi da Dow na América Latina, Juliana Serafim; e o gerente

Aplicáveis em diversas áreas, as resinas sintéticas são a “alma” de uma tinta

e têm importância vital quando o assunto é proteção anticorrosiva

Na linha de frente contra a corrosão

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de vendas e marketing da Hunts -man, Ronny Konrad.

Eles abordaram como as re -sinas atuam para a proteção con-tra a corrosão, a preocupação detornar as linhas de produçãomais limpas, a posição do merca-do brasileiro em relação aos ou -tros países e inovações no setor.

“Os polímeros são a ‘alma’ deuma tinta. São eles que determi-nam o processo de secagem, aforma de aplicação, a camada e amaior parte das características fi -nais do revestimento aplicado.Hoje em dia, existem várias tec-nologias que atuam como basepara os revestimentos anticorro-sivos, tais como poliuretano eepó xi, ambos com funções nasetapas de pintura”, sentencia Al -berto Hassessian.

Ele explica que, inicialmente,os polímeros devem ter excelenteaderência no substrato, prote -gen do-o das ações das intem-péries e de todos os elementosque possam iniciar um processooxidativo.

“As resinas são fornecidas àsindústrias de tintas e vernizes queproduzem os revestimentos pormeio de fórmulas desenvolvidasem seus próprios laboratórios,adicionando pigmentos, cargas,aditivos e solventes para posteri-ormente entregar a tinta a seraplicada nas indústrias produto -ras de equipamentos e estruturasmetálicas”, diz Hassessian.

Juliana Serafim comenta ain -da que as resinas epóxis podemser utilizadas em diversos tiposde formulação de tintas anticor-rosivas. “Podem ser produzidastintas líquidas de manutenção e

Por Alberto Paz

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um novo polímero, que é termofixo. Esse polímero formado apresen-ta grande interação com o substrato resultando em excelente aderên-cia sobre o metal a ser protegido, além de excelente propriedade debarreira e resistência química derivada da composição do filmepolimérico e também das ligações cruzadas (crosslinking) obtidas apósa reação química entre resina epóxi e agente de cura. Essas caracterís-ticas – aderência, composição e barreira – fazem da tinta epóxi aplica-da e curada uma excelente barreira contra agentes externos (umidade,maresia, produtos químicos) retardando a ação deles sobre o metal e,assim, protegendo-o contra a corrosão”, explica Juliana.

Ronny Konrad amplia a abordagem e comenta que os sistemasepóxi, ou seja, a combinação de uma resina epóxi e um agente de cura,são comumente utilizados como veículos/ligantes na formulação derevestimentos na proteção contra a corrosão. “As resinas epóxi são pro-duzidas através da reação dos componentes bisfenol A ou F e a epi-cloridrina e variando seu peso molecular com maior adição de bisfenolA ou F podemos produzir diversos tipos de resina epóxi que possuempropriedades distintas, por exemplo: resina epóxi do bisfenol A commenor peso molecular é utilizada na formulação de revestimentoslíquidos, se aumentarmos o peso molecular desta mesma resina comadição de bisfenol A em sua estrutura, alteramos suas propriedades ese apresenta como uma resina sólida em seu estado físico, utilizada nafabricação de FBE (fusion boding epoxy) aplicada como revestimentocontra a corrosão em gasodutos”, diz Ronny.

O especialista ainda comenta que o maior desafio para os sistemasepóxi é a degradação do filme causada pelos raios ultravioleta (UV).“Um sistema epóxi que combina todas as suas excelentes propriedadesde ade são, resistência química, térmica e mecânica e com resistência aosraios UV seria um produto imbatível na proteção contra a corrosão”.

proteção industrial, para ambi-entes de diferentes níveis de agres-sividade e corrosividade; tam bémtintas em pó para uso em linhabranca e outras aplica ções maiscríticas como pintura com epóxitermo-fundido (fusion bondedepoxy) de tubulações en ter radasou submersas. Outras apli caçõesincluem as in dústrias de embala-gens metálicas e também auto-motiva original (OEM)”.

Ela argumenta também sobrea ação dos agentes de cura. Elespodem ser de diferentes tipos,co mo poliamidoaminas, aminasalifáticas e cicloalifáticas, contri -buem de maneira importante nodesempenho da tinta anticorrosi-va, complementando as propri -edades de aderência, velocidadede secagem e cura e resistênciaquímica necessárias a esse tipo detinta, por exemplo.

“A resina epóxi e o agente decura de uma formulação conven-cional de tinta anticorrosivareagem entre si quimicamente demaneira irreversível formando

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está no mesmo nível dos paísesmais industriali zados”.

Exclusivamente em termos dequalidade e desempenho das re -sinas, segundo Juliana Serafim, oBrasil se encontra em posição si -milar aos países mais industria -lizados, como Estados Unidos eEuropa, oferecendo produtos dealtíssima qualidade para os fabri-cantes de tintas. “Em alguns seg-mentos de mercado, como tintasanticorrosivas para petróleo &gás, o Brasil encontra-se bastanteavançado comparado a outrospaí ses, com tintas de alto teor desólidos e até sem solventes, for-muladas com resinas e agentes decura de baixa viscosidade. Po rém,na maioria dos segmentos, as tin-tas sem solvente e principalmenteas de tecnologia base água estãoem fase de amplo de senvol vi men -to e implementação, en quan to naEuropa, por exemplo, as tintas àbase de água já são largamenteutilizadas”, avalia Juliana.

Ainda sobre a posição do Bra -sil em relação aos países maisindustrializados, Alberto Hasses -sian comenta que, ao longo dosúltimos anos, falou-se cada vezmais de produtos com alto teorde sólidos ou mesmo isentos desolventes, que apresentam baixodano ao meio ambiente. “No en -tanto, ainda há muito que avan -çar neste campo. É necessário es -tabelecer uma verdadeira forçatarefa, incluindo os fabricantesde tintas, fornecedores de maté -rias primas e de equipamentos de

A respeito da confecção de produtos que tenham menor im pac -to ambiental, as resinas apresentaram algumas inovações nos últi-mos anos tanto em sua aplicação quanto em seu próprio processode produção.

Segundo Hassessian, da Bayer e formado em química industrial eengenharia química, há duas vertentes para revestimentos ambiental-mente compatíveis: sistemas base água e sistemas de elevado teor desólidos, que são caracterizados por baixo VOC (componentes orgâni-cos voláteis). “A Bayer possui essas duas tecnologias, mas em geral,quando se busca uma alta produtividade devido ao processo desecagem rápida e de alta camada, os poliuretanos e os poliaspárticosatendem aos requisitos de produtos ecologicamente corretos. Ogrande desafio está na conscientização de que o custo de um revesti-mento não está ligado somente ao preço do litro da tinta, mas simquanto ao custo do metro quadrado aplicado, que pode ser reduzidocom a tecnologia poliuretânica e poliaspártica”, comenta Hassessian,lembrando que a Bayer, como a inventora da tecnologia de poli ure -tano, é especializada neste segmento também com a tecnologia depoliaspárticos e, em sua grande parte, como acabamento, devido à suaalta resistência aos raios UV.

Juliana explica, em linhas gerais, as principais preocupações naprodução de resinas epóxi em relação ao meio ambiente. “Seguindo atendência mundial de busca por produtos de menor impacto ambi-ental, muitos formuladores e também usuários finais da cadeia de tin-tas têm se preocupado em reduzir em suas tintas a quantidade de sol-ventes considerados ambientalmente agressivos, partindo para formu-lações com níveis mais altos de sólidos. Outra opção que vem sendodesenvolvida pelo mercado são as tintas epóxi base água, que apresen-tam desempenho semelhante às tintas base solvente em algumas apli-cações, porém com impacto menor na saúde e no meio ambiente”, diza especialista da Dow, que é mestre em engenharia química.

Hoje e amanhãOs especialistas também comentaram como está o Brasil neste mer-

cado, tanto quanto à produção ambientalmente mais correta quanto àqualidade e desempenho das resinas, em relação aos países mais indus-trializados. Segundo Ronny Konrad, “atualmente não utilizamos ma -térias primas renováveis na fabricação de resinas epóxi e um dos princi-pais fatores que não coloca o Brasil como um forte produtor de resinaepóxi é a dependência da importação de sua matéria prima, por exem-plo, não existe no Brasil e na América do Sul nenhum produtor de epi-cloridrina. Referente à qualidade e ao desempenho das resinas, o Brasil

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Elastômero Securit 2®

Tecnologia pioneira e líder. Agregando valor

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pintura, usuário-final, aplicado -res, especificadores e outros, paraque se estabeleçam critérios quevisem atender às necessidades deproteção do substrato e do meioambiente”, argumenta.

Finalmente, sobre a possibili-dade de inovações no segmento,Ronny Konrad comenta que ossistemas epóxi estão sempre emevolução para atender as deman-das dos usuários, principalmenteno que se refere aos agentes decura do sistema epóxi. “Os sis-temas epóxi hoje oferecem maiortempo de aplicação com menortempo de cura, maior aderênciaem substratos úmidos, maior re -sistência química e térmica. Po -rém, as exigências nas aplicaçõessão inúmeras e nos proporcionaum excelente campo de pesquisapara inovação de nossos produ-tos, como sistemas com versatili-dade combinando alta resistênciaquímica, térmica, alta velocidadede cura e aderência em substratosúmidos, sistemas epóxi com resis -tência a degrada ção causada pelosraios UV, entre outras questões”.

Já Hassessian acredita que as inovações devam acontecer a partir dapropagação e especificação de sistemas de baixo VOC e de alta cama-da. “Somente então poderemos verificar o aumento de sistemas de no -vas tecnologias”.

Aplicadores de revestimentos de alto desempenhoA Revista Corrosão & Proteção consultou quatro empresas que

desenvolvem e fabricam revestimentos anticorrosivos. A Polinova,em presa nacional localizada no Rio de Janeiro, por exemplo, anun-cia a oferta de cerca de 60 produtos para a proteção e manutençãode equipamentos industriais, como tanques de armazenamento depetróleo ou de produtos químicos e máquinas de processamento deminérios.

Segundo Fábio Barcia, sócio-fundador e diretor técnico da empre-sa, a resina epóxi é um dos polímeros mais versáteis, pois possibilitamdesenvolver produtos com diferentes características físicas – viscosi-dade e dureza. “Na composição de revestimentos, a resina epóxi atuacomo barreira física entre o substrato metálico e o agente corrosivo”,comenta. Para ampliar a proteção, Barcia informa que são incorpora-dos aos produtos formulações de pigmentos anticorrosivos. “Tambémincorporamos cargas cerâmicas, metálicas e minerais a fim de desen-volver produtos para recuperação de equipamentos desgastados e dan-ificados pela ação do tempo de uso”.

Empenhada em ampliar o portfólio de soluções em sistema epóxi,a Polinova possui projeto em parceria com a Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ), financiado pela FINEP, para desenvolver umanova família de revestimentos e massas epóxi contendo nanotubos decarbono e resinas nanomodificadas, e os primeiros resultados mostra -ram um desempenho entre 20 % e 30 % superior aos produtos dis -poníveis no mercado nacional.

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ras, en tre outros. “Os ma teriaisusa dos são fabricados pela alemãMultime tall, e são po lí me ros me -tálicos e cerâmicos bi com po nen -tes com base epoxí dica pa ra a con -servação de metais e ligas em plan -tas, es tru turas e com po nentes”.

Segundo Emerson, os produ-tos podem ser aplicados em fra -tura, em condições críticas dedes gaste, corrosão, cavitação,com exi gências térmicas e quími-cas, podendo os componentesmetálicos serem tratados de for -ma preventiva e corretiva. “Sãoprodutos inovadores, desenvolvi-dos na Ale manha com tecnolo-gia avan ça da. São altamenteresisten tes qui mi camente mes -mo em al tas temperaturas comfoco em ade rência ex trema e atu -ando co mo barreira de prote -ção”, argumenta.

É a aderência que Emersoncita como grande diferencial.“Os polímeros metálicos podemaderir diretamente em superfí-cies contaminadas com hidro car -bo netos, petróleo bruto e to dosseus derivados, mesmo com va -

Além de inovar em produtividade, a empresa também está de olhona produção limpa. “Dos 60 produtos disponíveis somente dois con-tém solventes”, comenta Barcia, formado em Química e mestre edoutor em Ciência e Tecnologia de Polímeros.

A Tapmatic do Brasil, fabricante dos produtos Quimatic, umaempresa 100 % nacional ligada às congêneres dos Estados Unidos e daSuíça para o desenvolvimento de novos produtos para atender o mer-cado de especialidades químicas, para manutenção e produção indus-trial, tem uma linha específica de revestimento epóxi. São, no total, 11produtos para atender as diferentes demandas do usuário final.

Localizada em Barueri, a região da Grande São Paulo, a empresainforma que seus revestimentos de alto desempenho, fabricados à basede resina epóxi polimerizada com agentes de cura, são voltados para arecuperação e proteção por barreira para superfícies metálicas e deconcreto contra a corrosão por agentes químicos agressivos e corrosãopor solicitações mecânicas (cavitação, erosão e abrasão). Assim, pro-tegem bombas, tanques, silos, válvulas, tubulações, estruturas metáli-cas, entre outros equipamentos.

Segundo a empresa, todos os produtos da linha de revestimentosepóxi têm certificados de desempenho emitidos por laboratórios inde-pendentes, e salienta a importância do laboratório próprio para atuarconstantemente na evolução e aprimoramento dos produtos, além debuscar soluções pontuais para o mercado brasileiro.

A TecnoFink, localizada em Belo Horizonte (MG), é uma empresaespecializada em manutenção industrial, oferecendo soluções e produ-tos para diversas situações, dentre elas para proteção contra a corrosão,manutenção e limpeza industrial. Quanto às aplicações dos produtos àbase de resina, Emerson Paula, gerente comercial da empresa, explicaque as aplicações são para au mentar a vida útil dos equipamentos, assimcomo repa ros e re vestimentos em tanques, tubulações, bombas, estrutu -

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zamentos ativos. Temos tambémno portfólio, produtos com -patíveis que aderem em su per -fícies úmidas e até submersas deágua”, exemplifica.

Outro ponto importante,se gundo o gerente comercial daem presa, é a produção lim pa.“Atu almente a preocupaçãoam biental é condição merca do -ló gica de sobrevivência em pre -sarial e, dessa forma, estamossempre ali nhados para atuaraten dendo essa demanda”.

Com sede no Rio de Janei -ro, a Tinôco Anticorrosão atua,des de 1961, no desenvolvimen-to de tecnologias que visam re -duzir o custo de manutenção.“Pa ra proteção anticorrosiva decondi ções especiais e equipa-mentos considerados crí ticosde senvolvemos um inova dorrevestimento elastomérico, àbase de água, monocomponen -

te, de fácil aplicação e elevado desempenhado em am bi entes corro-sivos, como atmosferas marinhas e poluídas”, diz Marce lo Ti nôco,sócio-gerente da empresa.

O revestimento atua na proteção anticorrosiva de equipamentoscríticos, tais como flanges, válvulas, frestas, parafusos, porcas, cantosvivos, grampos e junções de materiais dissimilares. Tinôco pontua quea solução já foi testada em operações muito críticas como nas platafor-mas de produção offshore da Petrobras (UO-BC e UO-Rio), plantaspetroquímicas da Braskem, na Siderúrgica Arce lor Mittal, em termi-nais da Transpetro e Petrobras Gás & Energia, e em minas de potássio(Sergipe) e de fosfato (Peru) da Vale. “Temos resultados de sete anosde bom desempenho, sem corrosão, conforme evidenciado nas pla -taformas UO-BC”, reforça Tinôco.

A empresa informa que os resultados positivos fizeram algunsclientes optarem, em 2013, pelo uso do seu revestimento elasto méricona fase de construção e montagem de novas plantas industriais, nãomais apenas na fase de manutenção. Esses sãos os casos da Vale Peru,Basf e MPX/Eneva.

O desafio atual a que se propôs a empresa é garantir dez anos semcorrosão nos flanges e válvulas das novas plataformas e navios daPetrobras. “O objetivo é atingir a garantia contratual de dez anos semcorrosão, o que resultará em uma relevante redução de custos commanutenção e pintura para a Petrobras”, conclui Tinôco.

Os editores agradecem a colaboração do engenheiro químico e con-sultor Fernando de Loureiro Fragata na elaboração desta matéria.

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Notícias do Mercado

Ex-presidente da ABRACO lança livro

O engenheiro Laerce de Paula Nunes, especiali zado em cor-rosão e deterioração de materiais e ex-presidente da ABRACO,lançou o livro O Brasil e a visão de futuro: a miopia de umanação, pela Editora Interciência. Esta é a primeira incursão deLaerce de Paula em livros não técnicos. Anterior mente, já haviapublicado cinco livros técnicos: Pro teção Catódica, Pintura In -dus trial na Proteção Anticorrosiva, Fundamentos de Resistência àCorrosão, Introdução à Metalurgia e aos Materiais Metálicos,Materiais – Aplicações de Engenharia – Seleção – Integridade.

Gigante em praticamente todos os aspectos que se queira ana -lisar, o que motiva a existência de tanta pobreza no país? É a par-tir desse questionamento que Laerce de Paula desenvolveu suasideias, fazendo uma análise sobre a gestão do Brasil.

Para mais informações, acesse www.editorainterciencia.com.brou telefone (21) 2581-9378.

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Como pintar sem remover a ferrugem

O processo de preparação de grandes superfícies metálicas enferru-jadas para pintura é uma das etapas mais importantes do processo depintura e, ao mesmo tempo, uma etapa muito trabalhosa, consideran-do o alto custo e tempo investido para garantir a total remoção de fer-rugem por processos mecânicos.

Segundo a Quimatic Tapmatic, o processo funciona, em linhasgerais, da seguinte forma: com uma escova de aço é realizada uma levelimpeza para remoção da ferrugem solta; para remover essa ferrugemutiliza-se um pincel ou rolo para aplicar duas demãos de PCF, con-siderando um intervalo de cinco horas entre as demãos. Após 12 horasda última demão de PCF, a superfície está pronta para receber tinta deacabamento do tipo esmalte sintético ou à base de resina epóxi ou abase de PU.

Para mais informações, acesse www.quimatic.com.br.

Recuperação de solventes: uma decisão sustentável

Questão presente na rotina de empresas de diferentes portes, odestino dos solventes após o uso é um assunto pertinente. Além daameaça que representa ao meio ambiente, o resíduo desse materialfrequentemente ocupa espaço significativo no pátio das empresas e éum gerador de altos custos de armazenagem e descarte.

Consciente dessa situação vivida por muitos de seus clientes, aWS Equipamentos decidiu comercializar no mercado brasileiro umasolução da SET (Sistema Europeu de Tecnologia) para reciclagem desolventes oriundos dos processos de limpeza de equipamentos depintura. O equipamento conhecido como Recuperador de Solventesproporciona, por meio do processo de destilação do químico, a se -paração entre solvente líquido e resíduos sólidos.

Para mais informações, acesse www.wsequipamentos.com.br.

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Artigo Técnico

Estudo da corrosão em frestasde ligas de alta resistência

à corrosão por meio deensaios eletroquímicos

aço inoxidável superdúplex SAF2507 com a solução sugerida naASTM G 61, porém com acaba-mento superficial do eletrodo detrabalho diferente daquele indi -ca do pela norma, objetivandove rificar se tais ensaios teriam acapacidade de refletir os resulta-dos obtidos em campo.

AbstractThe use of high corrosion resist-

ance alloys, such as duplex stainlesssteels, has grown due to more ag -gressive conditions of new oil andgas fields, such as the pre-salt. Thus,evaluation of properties of thesematerials related to localized corro-sion became a factor of utmostimportance. Studies showed thatthere is no agreement between theresults obtained in long term fieldtests with those obtained in electro-chemical tests based on ASTM G61 for high corrosion resistance al -loys with regard to the type of sur-face finishing. An alloy of this typeshowed no susceptibility to pittingand crevice corrosion in electro -chem ical tests, which was observedafter field tests, for a given surfacefinishing (blasted). An alloy of thistype showed no susceptibility to pit-ting and crevice corrosion in elec-trochemical tests, which was ob -served after field tests, for a givensurface finishing (blasted). One pos -sible explanation for this is that inthe long duration field tests, be sidesthe influence of the material sur-face finishing, the time is long e -nough for the electrolyte inside thecrevices suffer a modification andassume a pH value low enough to

break the passive layer inside thecrevice, exposing the alloy to a moreaggressive electrolyte. This hypothe-sis suggests that the test according toASTM G 61 is not suitable for as -sessing susceptibility to crevice corro-sion of the most corrosion-resistantalloys. This paper discusses the re -sults obtained through cyclic po ten -tiodynamic polarization measure-ments for a super duplex stainlesssteel (SAF 2507) carried out ac -cording to ASTM G 61, but witha different surface finishing fromthat indicated by the standard. Theaim of this change is verify if suchtests have the ability to reflect theresults obtained in the field.

IntroduçãoA corrosão em frestas consiste

em uma das formas de ataquemais frequente e menos reconhe -cida, sendo um problema queem geral envolve os metais pas-siváveis e, portanto, materiaisrelativamente resis ten tes à cor-rosão, como, por exemplo, açosinoxidáveis, titâ nio e alumínio.Por esta razão, a corrosão emfrestas é frequentemente negli-genciada, levando a falhas pre-maturas de estruturas e equipa-mentos, algumas vezes com con-sequências catastróficas. A ocor-rência deste problema limita-se afrestas muito estreitas que sãoformadas quando são utilizadasgaxetas, parafusos e arruelas, es -tando pre sente também em jun-tas so brepostas e depósitos de su -perfície (deposição de areia, pro-dutos de corrosão permeá veis,incrustações marinhas e outros

Por Cristiane

Vargas Pecequilo

ResumoO uso de ligas de alta resis -

tência à corrosão vem crescendodecorrente das condições maisagressivas dos novos campos depetróleo e gás. Assim, a avaliaçãoda resistência destes materiais àcorrosão localizada passa a ser deextrema importância. Estudosmostraram que há divergênciasentre os resultados obtidos emensaios de campo de longa du -ração e ensaios eletroquímicosba seados na ASTM G 61 paraligas de alta resistência à cor-rosão, no que se refere ao tipo deacabamento superficial. Uma li -ga deste tipo não mostrou sus-ceptibilidade à corrosão por pitee em frestas no ensaio eletro-químico, o que foi observadoapós ensaios em campo, para de -terminado acabamento superfi-cial (jateado). Uma possível ex -plicação para este fato é que, noensaio de campo de longa du -ração, além da influência da con -dição da superfície do material, otempo seja suficiente para que oeletrólito dentro das frestas semodifique e assuma valores depH suficientemente baixos paraquebrar a camada passiva dentroda fresta, expondo a liga a umele trólito mais agressivo, suge rin -do que o ensaio segundo aASTM G 61 não é adequadopara avaliar a susceptibilidade àcorrosão em frestas das ligas maisresistentes à corrosão. Este tra-balho discute resultados de en -sai os conduzidos por meio do le -vantamento de curvas de polari -zação potenciodinâmicas, para o

Crevice corrosion of high corrosion resistance alloy through electrochemical tests

Co-autores:ZehbourPanossian,Renata AngelonBrunelli eNeusvaldo Lirade Almeida

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a. Células oclusas (occluded cells) são aquelas em que o anodo e o catodo de um proces-so de corrosão encontram-se fisicamente separados, de modo que o eletrólito junto aoanodo, denominado anólito, tem dificuldade de misturar-se com o eletrólito junto aocatodo, denominado católito. Por esta razão, mesmo que no início do processo corro-sivo, ambos os eletrólitos tenham as mesmas características, devido à formação dosprodutos das reações anódica e catódica, estas vão sofrendo alterações e, com isto, apósalgum tempo, o anólito pode ser completamente diferente do católito em termos depH, natureza e concentração de constituintes presentes nas soluções 2.

sólidos), além de outras hetero-geneidades superficiais, comotrincas, borrifos de solda e outrosdefeitos metalúrgicos 1-2. Paraque ocorra a corrosão, a fres tadeve ser grande o suficiente parapermitir o acesso do meio corro-sivo e su fi ci en temente pe que napara preve nir o transporte dematé ria entre o anólito e o ca -tólito, funcionando como célulaoclu saa. Segundo Shreir 3, asaber turas típicas de frestas são daordem de 0,025 mm a 0,1 mm.

São muitos os fatores queexer cem influência na resistênciaà corrosão em frestas dos me taise ligas passiváveis. Em re laçãoaos meios, são fatores in fluen -ciadores a temperatura, a veloci-dade relativa metal/meio, a pre-sença de cloro, de ozônio, deíons cloreto, de gás sulfídrico(H2S), como também, a origemdo meio, por exemplo, no casoda água do mar, se é natural ousintética.

Outros fatores a se rem con-siderados são a composição daliga (níquel, cromo, molib-dênio, nitrogênio etc.), a mi -cro estrutura (inclusões, se gun -das fases, heterogeneidades naestrutura etc.), a geometria dasfrestas, a formação de paresgalvânicos, a relação de área ca -to do/anodo e os tratamentos desuperfície.

Com relação aos tratamen-tos de superfície, Oldfield 4 es -tudando o mecanismo de cor-rosão em frestas em aços inoxi -dáveis em água do mar verifi-cou a grande influência da ru -gosidade superficial e do pré-tratamento (mecâ ni co ou ele -troquímico) na re sistência à ini-

ciação da corrosão em frestas.Oldfield observou que uma su -perfície decapada em ácido émais resistente do que superfí-cies lixadas 4. Em peças cu ja as -pereza de suas superfícies pro-move o contato entre as mes-mas, há um amplo espectro de“aberturas” de frestas e o mode-lamento matemático desen-volvido por Watson e Postleth -waite 5 mos trou que as frestasmais es treitas (ou microfrestas)podem iniciar a corrosão. Comisto, considerando superfíciesprepa radas por meio de lixa -men to mecânico, pode-se pro -var que, independentemente dagrana da lixa utilizada, semprehaverá uma quantidade sufi-ciente de microfrestas; portan-to, a corro são em frestas nãotende a variar muito com a gra -na da lixa utilizada no aca ba -mento superficial das peças.Co mo exemplo, pode-se citar oestudo realiza do por Kain 6, noqual ensaios de corrosão emfrestas realizados com aço ino -xi dável AISI 316 em água domar natu ral mostraram um ní -vel comparável de ataque paraas superfícies preparadas pormeio de lixamento com lixa degrana 60 e de grana 600.

Como o mecanismo de cor-rosão em frestas é muito seme -lhan te ao da corrosão por pite, osensaios eletroquímicos de avali-ação da susceptibilidade de ummaterial à corrosão em frestaspodem, em princípio, serem osmesmos da corrosão por pite,desde que se tenha algum tipo dedispositivo em contato com aamostra formando uma fresta 7-8.Vale destacar que, de acordo

com Betts e Boulton 1, diversasdificuldades têm sido enfrenta -das para transpor os resultadosobtidos em laboratório para situ-ações reais de utilização. O pro -blema mais comum decorre dasrestrições geométricas: a variaçãoda abertura/profundidade dafresta pode fornecer, para meiossimilares, resultados bem dife -rentes para as mesmas ligas 1.

Muitos trabalhos têm sidopublicados 7-12 objetivando aavaliação da resistência à cor-rosão localizada (pite e em fres -tas) de aços inoxidáveis pormeio de técnicas eletroquími-cas, especialmente curvas depolarização anódicas potencio -dinâmicas. In clusive já existemmetodologias normalizadas pa -ra esta finalidade, citando-se anorma ASTM G 61 13 que tratada susceptibilidade à corrosãolocalizada (por pite e em fres -tas) de ligas de fer ro, níquel ecobalto, por meio de curvas depolarização anódicas potencio -dinâmicas cíclicas, nor ma estamuito utilizada para a ava lia çãodos aços inoxidáveis aus te ní -ticos, como o AISI 304 e oAISI 316, visto que já se temacumulado dados sobre o de -sempenho em campo destesma teriais por longos tempos.No entanto, um estudo desen-volvido pelos autores 14-17 mos -trou que, para aços de alta resis -tência, como os aços inoxidá -veis dúplex e superdúplex, osresultados ob tidos pelos ensaioseletroquímicos ainda merecemser tratados com mais cuidado.Neste estudo, o superdúplexSAF 2507, quando submetidoao ensaio eletroquímico segun-do a norma ASTM G 61 13,com acabamento superficial li -xa do indicado pela mesma, nãomostrou susceptibilidade à cor-rosão por pite e em frestas. Noentanto, este mesmo aço apre-sentou corrosão em frestas emensaios de imersão de corrosãoem frestas realizados em campo

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eletrodos foram preparados deduas maneiras diferentes, ouseja, lixados a seco e tambémjateados (o jateamento foi feitoapós o lixamento dos corpos deprova). Antes de cada ensaio, oscorpos de prova lixados ou ja -teados foram submetidos à la -vagem com água e detergente,desengraxe com acetona e se -cagem. Antes da polarização, oseletrodos de trabalho foramexpostos por 24 h a uma at -mosfera controlada (23 °C± 2 °C e 60 % de umidade re -lativa) com o objetivo de se ob -ter um grau similar de passiva -ção das superfícies de todos oseletrodos de trabalho ensaiados;

• eletrodo de referência: calome-lano saturado (ECS);

• capilar de Luggin: foi utilizadaa mesma solução dos ensaios,ou seja, NaCl a 3,56 % no capi-lar, de acordo com o indicadona norma ASTM G 61 13;

ensaio similar à célula eletroquí -mica de Tait, conforme mos tra aFigura 1, com área exposta apro -ximada de 12,56 cm2, na qual aformação da fresta pro posital foiconseguida por meio de um anelde vedação (de Vi ton®) colocadoentre o cilindro de vidro da célu-la e os eletrodos de trabalho daliga SAF 2507 (indicado pela setavermelha na Figura 1b).

Para a realização dos ensaioseletroquímicos, foram estabeleci-das as seguintes condições:• eletrólito: solução de NaCl a

3,56 %, pH inicial igual a 7,55,como indicado na normaASTM G 61 13;

• eletrodos de trabalho: foramutilizados corpos de prova daliga SAF 2507 de dimensões:100 mm x 70 mm x 4 mm. Tais

no Flutuante Isabel b. Corposde prova desta liga, com acaba-mento superficial jateado e lixa-do até grana 600, com disposi-tivos formadores de fresta (con-feccionados com base na nor maASTM G 78 18), foram expostosnas águas rasas do canal da ci -dade de São Sebastião, lito ral deSão Paulo. Após 150 dias de ex -posição, foi verificada corrosãonas frestas dos corpos de provacom acabamento jateado.

Portanto, comparando os re -sultados dos ensaios eletroquími-cos realizados com o aço inoxi -dável superdúplex SAF 2507com os resultados obtidos nosensaios de imersão em campo,ambos realizados para o acaba-mento superficial lixado, verifi-ca-se concordância entre as téc-nicas. No entanto, para o acaba-mento superficial jateado, estematerial se mostrou susceptível àcorrosão em frestas nos ensaiosem campo. Assim, para verificarse os ensaios eletroquímicos têma capacidade de refletir os resul-tados dos ensaios em campo, sefaz necessária a condução deensaios com superfícies jateadas.

Para isto, curvas de polariza-ção do aço SAF 2507 em meiocloretado foram levantadas tantopara o acabamento superficial li -xado como para o jateado, com omonitoramento do pH junto àinterface liga/eletrólito durante olevantamento das curvas. Os en -saios foram conduzidos tendo co -mo base a norma ASTM G 61 13.

Materiais e Métodos

Ensaios eletroquímicosOs ensaios eletroquímicos

realizados basearam-se na normaASTM G 61 13, mas com modi-ficação, ou seja, a introdução deuma fresta proposital. Para isto,foi desenvolvida uma célula de

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b. O Flutuante Isabel é uma estação de corrosão instalada no canal da cidade de SãoSebastião, SP. Foi construído com recursos da FINEP e da Petrobras, com o objeti-vo de ensaiar materiais metálicos expostos a ambiente offshore.

Figura 1 – Célula de ensaio utilizada, similar à célula eletroquímica deTait. (a) Célula montada com a solução de ensaio NaCl a 3,56 %,mostrando o posicionamento do contraeletrodo de platina e do capilar deLuggin com o eletrodo de referência de calomelano saturado e desaeraçãoda solução por meio do borbulhamento de gás nitrogênio.(b) Representação esquemática da célula desenvolvida, com a seta emvermelho indicando a fresta circunferencial formada, por meio dautilização do anel de Viton®

a b

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balho utilizados (área ensaiadaigual a 12,56 cm2), a correntede inversão foi igual a 62,8 mA.

Todos os ensaios foram feitosem duplicata.

O potenciostato marca PAR,modelo 273 A foi utilizado parao levantamento das curvas depolarização potenciodinâmicas,enquanto o monitoramento dopH nas vizinhanças da interfaceliga/eletrólito durante o levanta-mento destas curvas foi realizadopor meio do pHmetro marcaMetrohm, modelo 780.

Após cada ensaio, as superfí-cies dos eletrodos de trabalho fo -ram examinadas utilizando ummicroscópio eletrônico de var -redura (MEV) do tipo FEG –Field Emission Gun, marca FEI,modelo Quanta 400.

Resultados e DiscussãoAs curvas de polarização cí -

clicas obtidas para o aço super -dúplex SAF 2507 com correntede reversão igual a 62,8 mA(5 mA/cm2), juntamente com osvalores de pH medidos a diferen -tes potenciais, estão apresentadasnas Figuras 2 (a) e 3 (a) para cadaacabamento superficial (lixado ejateado, respectivamente), na so -lução 3,56 % NaCl com pH ini-cial igual a 7,55. Os aspectosvisuais das frestas formadas noseletrodos de trabalho são apre-sentados nas Figuras 2 (b) e 3 (b),acabamentos lixado e jateado,respectivamente, após o levanta-mento das curvas de polarização.Nestas figuras também são apre-sentadas imagens detalhadas, ob -ti das por MEV/FEG, da su per -fície de tais eletrodos de trabalho.

Observando as Figuras 2 (b)e 3 (b), tanto para o acabamentolixado como para o jateado, po -de-se verificar o manchamentoda região circunferencial na fres-ta proposital formada sob o anelde Viton®, região esta que ficoubem demarcada. O eletrodojateado apresentou perda de bri -lho (indicando o ataque da li ga)

• velocidade de varredura:0,167 mV/s, de acordo com oindicado na ASTM G 61 13;

• corrente de inversão:5 mA/cm2, de acordo com oindicado na ASTM G 61 13.Assim, para os eletrodos de tra-

• eletrodo auxiliar: platina, noformato de um cesto cilíndricocom área aproximada de54 cm2;

• desaeração do eletrólito: obtidapor meio do borbulhamento deN2 na solução por 60 min;

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a

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e f g

Figura 2 – SAF 2507 – Acabamento Lixado – (a) curva depolarização potenciodinâmica cíclica para o acabamento superficiallixado do aço inoxidável superdúplex SAF 2507 em solução de NaCl a3,5 % desaerada, com pH inicial igual a 7,55 e monitoramento de pH;(b) aspecto visual da fresta formada no eletrodo de trabalho lixado,decorrente da utilização do anel de vedação de borracha na célula deensaio; (c) região não ensaiada (aumento 1000x); (d) região ensaiada –centro (aumento: 1000 x); (e) interface região não ensaiada / regiãoensaiada (aumento: 100 x); (f ) dentro da fresta circunferencial –aumento: 1000 x; (g) dentro da fresta circunferencial - aumento: 5000x. Imagens obtidas no MEV/FEG

12

3

Região não ensaida(1)

1000 x

Região não ensaida(2)

1000 x

Região não ensaida(1)

100 x

Fresta circunferencial(3)

1000 x

Fresta circunferencial(3)

5000 x

Fresta circunferencial(3)

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(2H2O → O2 + 4H+ + 4e-), ouseja, ocorre a decomposição daágua com formação de gás oxi -gênio. Obviamente, logo que seatinge este potencial, a veloci-dade desta reação é muito baixa eaumenta com o aumento da po -

cial de equilíbrio do oxigênio éme nor ainda. Isto indica que,quan do a curva de polarizaçãoatin ge um valor de potencial pou -co menor do que 0,541 V (ECS),tem início a ocorrência da reação(1) no sentido da oxidação

em toda a região ensaiada, en -quanto o eletrodo lixado apre-sentou somente um mancha -men to da região central, com aperda de brilho da superfície li xa -da partindo da região circunfe -ren cial em direção ao centro, mastal ataque não se deu por com-pleto. As imagens detalha das daregião circunferencial, Figuras 2 e3, mostraram que houve ataqueao metal, sendo este ataque maispronunciado para o acabamentojateado, principalmente na regiãocentral. A intensidade de ataquepode ser melhor percebida quan-do se compara a imagem da re -gião ensaiada com a região nãoensai ada.

A análise das curvas de polari -zação cíclicas deste aço em am bosos acabamentos superficiais (Fi -gu ras 2 (a) e 3 (a)), mostra queocor reu um aumento brusco dacorrente quando o potencial atin -giu valores muito positivos, a sa -ber: 1,00 V (ECS) (maior valorob tido) para o acabamento su per -ficial lixado e de 1,05 V (ECS)(maior valor obtido) para o aca -bamento jateado. Estes potenciaissão superiores ao potencial deequi líbrio da reação de reduçãodo oxigênio:

O2 + 4H+ + 4e-↔ 2H2O (1)

Para uma solução natural-mente aerada (pressão parcial deoxigênio igual a 0,2 atm) depH = 7,55, o potencial de equi-líbrio da reação (1) é de0,54 V (ECS), a saber:

EO2/H2O = 1,228 – 0,0591pH (2)

EO2/H2O == 1,228 – 0,0591 x 7,55 (3)

EO2/H2O = 1,228 – 0,446 (4)

EO2/H2O == 0,78 V(H) = 0,54 V(ECS) (5)

Para a condição desaerada,empregada no estudo, o poten-

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a

b c d

e f g

Figura 3 – SAF 2507 – Acabamento Jateado – (a) curva depolarização potenciodinâmica cíclica para o acabamento superficialjateado do aço inoxidável superdúplex SAF 2507 em solução de NaCl a3,5 % desaerada, com pH inicial igual a 7,55 e monitoramento de pH;(b) aspecto visual da fresta formada no eletrodo de trabalhojateado, decorrente da utilização do anel de vedação de borracha nacélula de ensaio; (c) região não ensaiada (aumento 1000x); (d) regiãoensaiada – centro (aumento: 1000 x); (e) interface região não ensaiada/ região ensaiada (aumento: 100 x); (f ) dentro da frestacircunferencial – aumento: 1000 x; (g) dentro da frestacircunferencial – aumento: 5000 x. Imagens obtidas no MEV/FEG

12

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Região não ensaiada(1)

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Região não ensaiada(2)

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Região não ensaiada(1)

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Fresta circunferencial(3)

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Fresta circunferencial(3)

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Fresta circunferencial(3)

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ria menor no caso do eletrodo detrabalho jateado, já que a cama-da passiva é menos efetiva.

Finalmente, vale discutir aadequação da norma ASTM G61 13 para verificação da suscep-tibilidade à corrosão em frestasdo aço estudado. Segun do estanorma, a liga estudada não seriasusceptível à corrosão localizada(pite e frestas) devido ao aumen-to brusco da corrente ter ocorri-do a potenciais maio res do que ada reação (1). De fato, nos meiosnaturais, valores de potenciaistão altos não po dem ser alcança-dos, visto que a reação de maiorpotencial de equilíbrio é a daoxidação da água. Isto indicariaque este material não é susceptí -vel à corrosão em frestas nos mei -os naturais, o que inclusive é ci -ta do na norma ASTM G 61 13.

No entanto, conforme jámen cionado, os ensaios de cam -po mostraram a ocorrência decorrosão em frestas do aço estu-dado com acabamento jatea do.Muito provavelmente, os ensaiosde campo, sendo mais agressivosdevido ao maior tempo de du ra -ção e à presença de cracas e ou -tros animais marinhos aderidos àsuperfície dos corpos de prova esobre os dispositivos formadoresde frestas, permitiram o estabe -lecimento de modificações doeletrólito (diminuição significati-va do valor do pH) dentro dafresta a níveis capazes de quebrara camada passiva num potencialabaixo do potencial de equilíbrioda reação (1), fenômeno este fa -cilitado pelo acabamento jateadoque apresentou uma camadapassiva com características me -nos protetoras. De fato, nas cur-vas de polarização da Figura 4,pode se verificar que, a camadapassiva formada sobre a superfí-cie jateada é menos efetiva, jáque sua corrente de passivação écerca de dez vezes maior do quea corrente de passivação da su -perfície lixada. Sabe-se que su -perfícies rugosas são mais suscep-

ocorre devido à reação de de -composição da água que se dáatravés da camada de óxidos quecontinua protegendo a liga.Nestas condições, o pH junto aoeletrólito não sofre acidificaçãoacentuada. Este mesmo estudomostrou que o ataque do eletro-do de trabalho (observado nasFiguras 2 (b) e 3 (b)) só ocorrequando a manuten ção do poten-cial a valores suficientemente aci -ma do potencial de quebra deter-mina a diminui ção do pH. Estaconclusão é corroborada pelaFigura 4. Nesta figura, o poten-cial no qual ocorreu o aumentobrusco da corrente para o eletro-do jate ado foi praticamente igual(até ligeiramente maior acom-panhando a curva da reação deoxidação da água) ao do eletrodolixado, ambos superiores ao po -tencial de equilíbrio da reação(1). Porém a corrente passivaçãoda superfície jateada foi cerca dedez vezes maior do que a superfí-cie lixada. Se tives se ocorrido aquebra da camada passiva, certa-mente o potencial de quebra se -

la rização anódica.No presente estudo, a cor-

rente continua baixa por cerca de500 mV acima do potencial deequilíbrio do oxigênio (Figuras 2(a) e 3 (a)) decorrente da altaresistência à corrosão do açosuperdúplex: provavelmente acamada passiva formada sobre aliga em estudo polariza a reaçãoda decomposição da água. Aocor rência da reação de oxidaçãoda água pode ser percebida peladiminuição gradativa do pH doeletrólito medido nas proximi-dades do eletrodo de trabalho(Figuras 2 (a) e 3 (a)).

O aumento brusco da cor-rente observado nas Figuras 2 (a)e 3 (a) poderia ser associado,além da reação de oxidação daágua, à quebra da camada passi-va. Em um estudo anterior con-duzido pelos autores 17, foimostrado que não há sinais deataque da superfície do eletrodotrabalho quando este é mantidopor 30 minutos a potenciaispou co acima do potencial dequebra, indicando que a quebra

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Figura 4 – Comparação das curvas de polarização potenciodinâmicacíclicas do aço inoxidável SAF 2507 para os acabamentos superficiaislixado e jateado, em solução de NaCl, com pH inicial igual a 7,55

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8. SRIDHAR, N.; DUNN, D. S.;BROSSIA, C. S.; CRAGNOLINO,G. A.; KEARNS, J. R. CreviceCorrosion. In: Corrosion Tests andStandards Manual. Philadelphia:ASTM, 2005. p. 221-232.

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10. PEREIRA, E. GOMES, J.A.C.P.Influência do gás carbônico naresistência à corrosão por pites de açosinoxidáveis austeníticos e austeno-fer-ríticos em água do mar sintética comelevada concentração de íons cloreto.In: In: 11ª CONFERÊNCIASOBRE TECNOLOGIA DEEQUIPAMENTOS, 11, 2011,Porto de Galinhas. Anais… Porto deGalinhas: Associação Brasileira deEnsaios Não Destrutivos e Inspeção,2011. 1 CD 11a Coteq.

tíveis à corrosão em frestas, devi-do à grande influência da rugosi-dade superficial e do pré-trata-mento na resistência à iniciaçãodeste tipo de corrosão, comocitado na literatura e exposto naintrodução do presente trabalho.Muito provavelmente, nos ensai -os de campo com corpos de pro -va com superfície lixada, a cor-rosão em fresta se manifestarianum período maior de ensaio.

Face ao exposto, acredita-seque o ensaio da norma ASTM G61 13 não é adequado para classi-ficar a susceptibilidade à cor-rosão em frestas das ligas maisresistentes à corrosão como o dopresente estudo (aço inoxidávelsuperdúplex), devendo este en -saio ser substituído por outro emque se considere a acidificaçãodo meio. Os autores estão con-duzindo ensaios com levanta-mento de curvas de polarizaçãocom a mesma solução sugeridapela ASTM G 61 13, porém comvalores de pH mais baixos e jáverificaram que quando se abaixao pH da solução de cloreto desódio 3,56 %, o aumento bruscode corrente ocorre em potenciaisabaixo do potencial da oxirre-dução de oxigênio (reação (1)).Espera-se que estes ensaios per-mitam o estabelecimento deuma metodologia mais segurapa ra avaliar a susceptibilidade decorrosão em frestas dos aços dotipo estudado neste trabalho.

ConclusãoO ensaio normalizado

ASTM G 61 13 para verificaçãoda susceptibilidade à corrosãoem frestas por meio de técnicaseletroquímicas, não é adequadopara prever, de maneira geral, asusceptibilidade à corrosão emfrestas das ligas mais resistentes àcorrosão, como é o caso da ligaSAF 2507.

Referências Bibliográficas1. BETTS, A. J.; BOULTON, L. H.

Crevice corrosion: review of mecha-

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Neusvaldo Lira de AlmeidaMestre em Engenharia, Chefe doLaboratório de Corrosão e Proteção doInstituto de Pesquisas Tecnológicas doEstado de São Paulo S.A. – IPT

Contato com a autora:[email protected]

Cristiane Vargas PecequiloMestre em Engenharia, PesquisadoraAssistente do Laboratório de Corrosão eProteção do Instituto de PesquisasTecnológicas do Estado de São Paulo S.A.– IPT

Zehbour PanossianDoutora em Ciências, Professora convida-da da Escola Politécnica da Universidadede São Paulo e Diretora de Inovação doInstituto de Pesquisas Tecnológicas doEstado de São Paulo S.A. – IPT

Renata Angelon BrunelliTécnica química do Laboratório deCorrosão e Proteção do Instituto dePesquisas Tecnológicas do Estado de SãoPaulo S.A. – IPT

Corrosion Congress, 2011, Perth.18th International CorrosionCongress, 2011

17. PANOSSIAN, Z.; PECEQUILO,C. V.; BRUNELLI, R. A.; PIMEN-TA, G. S. Avaliação da susceptibili-dade à corrosão em frestas de ligas dealta resistência à corrosão por meio deensaios eletroquímicos. In: INTER-CORR 2012, 2012, Salvador.Anais… Salvador: AssociaçãoBrasileira de Corrosão, 2012. 1 CDINTERCORR 2012.

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Artigo Técnico

Discussão sobre falhas emrevestimentos ricos em zinco

PVC/CPVC adequada, a geo -metria dos pigmentos tambémpo de resultar em baixa re sis tên -cia mecânica. Neste traba lho,serão discutidos os fatores prin -cipais que poderão acarretar fa -lhas neste tipo de revestimento.

AbstractZinc-rich paints are widely

used in many applications,main ly in marine and industrialenvironments, for corrosion pro-tection of carbon steel due to itscathodic protection properties.However, these paints are proneto some types of failures basicallyrelated to composition and appli-cation process. Among the factorsaffecting the behavior of thesepaints, the size and the distribu-tion of pigments in the paint, aswell as the PVC/CPVC ratio areparticularly important. The lowPVC/CPVC ratio makes the coat -ing more flexible and more adher-ent to the substrate, but too badcathodic protection. The highPVC/CPVC ratio promotes agood cathodic protection, but verybad mechanics properties such asadhesion and cohesion of the coat-ing. Thus, to ensure good adhesionto the substrate, a good cohesion ofthe layer and a suitable cathodicprotection, there must be a verywell established PVC/CPVCratio. Even if there will be anappropriate PVC/ CPVC ratio,the geometry of the pigments canalso result in low mechanicalstrength. This paper discusses themain factors that could cause fail-ures in this type of coating.

IntroduçãoNas décadas de 60 e 70 do

século passado, as tintas ricas emzinco, tanto as orgânicas e inor -gâ nicas, foram amplamente uti-lizadas na indústria naval e emaplicação offshore. Mais tarde,tintas de fundo (primers) de zin -co etil silicato foram mais uti-lizadas, mas atualmente parecehaver um “retorno” das tintas defundo epóxi rico zinco. O epóxirico em zinco apresenta algumasvantagens, quando comparadocom os silicatos de zinco: as con -dições de cura são menos exi-gentes (epóxis curam mais rapi-damente e não dependem deumidade elevada no processo decura), aplicações de camadassub sequentes são mais fáceis,pois apresentam menor proba-bilidade de formação de poros(WEINELL, 2007). Sabe-se quea porosidade nos revestimentos àbase de silicatos é muito maior eisto pode causar retenção de sol-vente e resultar na formação debolhas por exemplo. São menosexigentes no que se refere à pre -paração de superfície. Tudo issofaz com que as tintas de fundoepóxi rico em zinco sejam maisatraentes tanto nos trabalhos demanutenção, como também emaplicações onde requisitos depre paração de superfície não po -dem ser satisfeitos.

Utilizadas com sucesso nasmais diversas aplicações da áreaindustrial e marinha, as tintas defundo ricas em zinco são ade-quadas para aplicação em estru-turas metálicas expostas a ambi-

Por Sidney O.

Pagotto Jr.

ResumoAmplamente utilizadas nas

mais diversas aplicações da áreaindustrial, tintas de fundo ricasem zinco são adequadas paraapli cação em estruturas metáli-cas expostas a ambientes agres-sivos. No entanto, estas tintassão mais propensas a certos ti -pos de falha e, dentre os fatoresque afetam o desempenho des -tas tintas, pode-se citar o tama -nho e a distri bui ção dos pig-mentos de zinco na tin ta, assimcomo a relação PVC/CPVC(Pigment Volume tric Concentra -tion/Cri ti cal Pig ment VolumetricConcentration). A diminuiçãodo PVC torna o revestimentomais flexível e com maior ade -rên cia ao substrato, en quantoque o aumento favorece a for-mação de poros no filme, e, porconseguinte a absorção de arnos interstícios dos pigmentos,prejudicando as propriedadesde adesão/coesão do revesti -men to. Para proteger catodica-mente o substrato, é necessárioque haja continuidade elétricaentre os pig mentos de zinco eentre estes e o substrato. Porou tro lado, para garantir umaboa aderência ao substrato euma boa coesão da camada, de -ve haver uma quantidade míni-ma de resina que en volva ospig mentos. Para garantir umbom desempenho de resis tên ciaà corrosão e boas propri e dadesmecânicas, a tinta deve ser for-mulada com uma relação PVC/CPVC muito bem estabe lecidae, mesmo com uma rela ção

Discussion of failures in Zn-rich coatings

Neusvaldo L.de Almeida

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entes agressivos. No entanto, es -tas tintas são mais propensas acer tos tipos de falha. Entre os fa -tores que afetam o desempenhodes tas tintas, pode-se citar o ta -manho e a distribuição dos pig -mentos de zinco na tinta, as simcomo a relação PVC/CPVC(Pigment Volume tric Concentra -tion/Critical Pig ment VolumetricConcentration). A diminuição doPVC torna o revestimento maisflexível e com maior aderência aosubstrato; en quanto que o au -men to favorece a formação deporos no filme e, consequente-mente, a absorção de ar nos in -terstícios dos pigmentos ocupan-do o espaço das resinas, prejudi-cando as propriedades de adesãoe coesão do revestimento. Paraque uma tinta rica em zinco pro-teja catodicamente o substrato, énecessário que haja continuidadeelétrica entre os pigmentos dezinco e entre estes e o substrato.Por outro lado, para garantiruma boa aderência ao substrato euma boa coesão da camada, devehaver uma quantidade mínimade resina que envolva os pigmen-tos, tipicamente uma camadamo nomolecular recobrindo cadapigmento. Para que estes revesti-mentos possam garantir bom de -sempenho de resistência à cor-

rosão e boas propriedades me -cânicas, a tinta deve ser formula-da com uma relação PVC/CPVC muito bem estabelecida.Se o PVC << CPVC, o revesti-mento apresentará boas carac-terísticas de adesão/coesão e bai -xa capacidade de proteção cató -di ca; se o PVC >> CPVC, o re -ves timento promoverá excelenteproteção catódica, mas terá fracaadesão/coesão. Além disso, mes -mo com uma relação PVC/CPVC adequada, a geometriados pigmentos também poderesultar em baixa resistência me -cânica. Dimensões variadas depig mentos fazem com que os es -paços intersticiais que deveriamser ocupados pela resina se jamocupados pelos pigmentos deme nores dimensões, resultandoem deficiência do constituinteligante.

O objetivo deste trabalho édiscutir alguns aspectos que pos-sam comprometer o desempe -nho de sistemas de revestimentosbaseados em tintas de fundoepó xi rico em zinco. As crescen -tes exigências para o desempe -nho de tintas de fundo ricos emzinco, além de fatores não rela-cionados com questões técnicas,sugerem novos desenvolvimen-tos nesta área, como por exem -

plo, se é possível conseguir osmes mos requisitos de proteçãocatódica com um teor mais baixode pó de zinco.

Proteção catódica galvânicacom zinco

O zinco é usado com sucessopara proteção contra a corrosãodo aço-carbono por possuir umaexcelente resistência à corrosãointrínseca nos mais variados mei -os de exposição e em especial naatmosfera. Além dessa caracterís-tica, o zinco é anódico em rela -ção ao ferro o que lhe confere acapacidade de proteger o açotam bém catodicamente, comoilus tra a Figura 1. Por esta razão,o zinco é o metal mais utilizadocomo revestimento para prote -ção contra a corrosão.

Os mecanismos envolvidosna proteção catódica pelos reves-timentos ricos em zinco sãoidênticos àqueles envolvidos nosrevestimentos de zinco por imer-são a quente, aspersão térmicaetc. Assim, os revestimentos ricosem zinco, pelo menos inicial-mente, também são capazes deproteger catodicamente o açodes de que o aço e o zinco estejamexpostos simultaneamente nomesmo eletrólito. Na ausênciade eletrólito, não há nenhumapro teção catódica e nestas con -dições, a proteção contra a cor-rosão do aço é apenas por efeitobarreira.

Teores adequados de pig-mentos e concentrações adequa -das de resina são fundamentaispara que o revestimento tenhaboas propriedades mecânicas ese ja capaz de proteger catodica-mente o substrato. Em tintascom pigmentos esféricos de zin -co, a condução elétrica só po deocorrer através do contato tan-gencial entre os pigmentos. Es tecontato tangencial deve ocor rerentre os pigmentos e en tre ospigmentos e a interface pigmen-to/substrato, como mos tra aFigura 2.

Figura 1 – Representação esquemática do comportamento dorevestimento de zinco

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lamento destes e impede a con -tinuidade elétrica entre si e en treestes e o substrato. Por ou tro la -do, o aumento da quantidade depigmentos (aumento do PVC)favorece a formação de poros nofilme da tinta, propiciando assima absorção de ar nos interstíciosdos pigmentos, ocupando o es -paço das resinas e prejudicando,desta forma, as propriedades deadesão e coesão do revestimento.

Pelo exposto, para promoverproteção catódica ao substrato, énecessário que haja continuidadeelétrica entre os pigmentos dezinco e entre estes e o substrato.Mas, para garantir uma boa ade -rência ao substrato e uma boacoesão da camada, deve haveruma quantidade mínima de resi -na que envolva os pigmentos, ti -pi camente uma camada mono -mo lecular. Teoricamente, pig-mentos esféricos de zinco dedimensões uniformes são dispos-tos em uma matriz romboédrica.Assim, do ponto de vista geomé -tri co, a disposição destes pig -men tos resultaria em um PVCde 74 %. Na prática, tem sidoobtido um PVC da ordem de64 %. No entanto, como é co -mum uma variação nas di men -sões dos pigmentos, os de me no -res dimensões ocupam os espa -ços resultantes da disposição dasesferas maiores e elevam o valordo PVC (HARE, 1998).

Os revestimentos ricos emzinco, apesar das excelentes pro-priedades de resistência à cor-rosão, possuem vários problemasseja de formulação, seja de apli-cação ou mesmo após a apli-cação. Independente da origemdo problema, as consequênciassão quase sempre as mesmas:bai xa resistência ao cisalhamentoque resulta em falha coesiva dacamada. Para que estes revesti-mentos possam garantir bomdesempenho de resistência à cor-rosão e boas propriedades mecâ -nicas, a tinta deve ser formuladacom uma relação PVC/CPVC

mas, a saber: são de utilizaçãomais complexa, necessitam deuma formulação mais precisa esão mais propensas a alguns tiposde falha do que outros revesti-mentos (HARE, 1998).

Dentre os fatores que afetamo desempenho das tintas de fun -do ricas em zinco, destacam-se otamanho e a distribuição dos pig -mentos de zinco na tinta de fun -do, assim como a relação PVC/CPVC. O PVC de uma tinta po -de ser descrito como a con cen -tração de pigmento em vo lumena película seca, e é dado pelaexpressão:

PVC = {Vp/( Vp + Vr)} x 100,

onde:• PVC = concentração de pig men -

tos em volume, dado em %;• Vp= volume do pigmento, em %;• Vr= volume da resina, em cm3.

O PVC crítico ou CPVC é amaior quantidade de pigmentoque o veículo pode agregar, semhaver descontinuidade do filme.Do ponto de vista das proprie -dades mecânicas, o aumento daquantidade de resina (diminui -ção do PVC) torna o revestimen-to mais flexível e com maior ade -rência ao substrato e maior coe -são; mas também, um teor altode ligante entre pigmentos adja-centes de zinco resulta em iso -

Tintas ricas em zincoApesar de amplamente uti-

lizadas em pinturas industriais,as tintas de fundo ricas em zincoexigem cuidados quanto à suaformulação, preparo e aplicação.A utilização de esquemas de pin-tura é uma conhecida e eficientemaneira de proteger estruturasmetálicas contra a corrosão. Emgeral, os esquemas de pinturatradicionais são compostos poruma tinta de fundo, uma tintaintermediária e uma tinta de aca -bamento, tendo a tinta de fundoa função primária de garantiruma boa aderência ao substrato.Esquemas de pintura mais mo -der nos incorporam também pig-mentos anticorrosivos, capazesde proteger o substrato, seja porproteção anódica, ou por pro-teção catódica. Dentre as tintasde fundo mais utilizadas, desta-cam-se as tintas ricas em zinco,pois teores adequados de zincoconferem às tintas deste tipo ca -rac terísticas de proteção catódicaquando aplicada sobre substratosferrosos, tais como aço-carbonoe ferro fundido.

O uso de tintas de fundo ri -cas em zinco é adequado paraaplicação em estruturas metálicasexpostas a ambientes agressivos,onde é preciso utilizar esquemasde pintura com maior resistênciaà corrosão. No entanto, estas tin-tas apresentam alguns proble-

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Figura 2 – Representação da condução elétrica entre os pigmentos e entreos pigmentos e o susbstrato

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Agitação da tinta antes daaplicação

Uma agitação deficiente po -de determinar falta de homo-geneização da mistura, principal-mente se a tinta estiver armaze -nada há algum tempo. Neste ca -so, uma quantidade muito maiorde pigmentos será aspergida naestrutura potencializando a pro -ba bilidade de ocorrência de falhacoesiva. Por isto, a constante ho -mogeneização da tinta é umaboa medida que deve ser adotadapara minimizar este problema.

Over sprayEste defeito ocorre quando

as partículas da tinta atingem asu perfície do substrato quasese cas, devido à evaporação mui -to rápida do solvente e é maiscomum em tintas de secagemrápida. Den tre as causas maisco muns, destacam-se a distân-cia muito grande entre a pistolae a superfície, pressão de armui to elevada, aplicação commui to vento, temperatura am -biente muito elevada, entre ou -tras. Nestas condi ções, as partí -cu las atingem a superfície semmolhamento suficiente para

mentos fazem com que os espa -ços intersticiais que deveriam serocupados pela resi na sejam ocu-pados pelos pigmentos de me -nores dimensões, resultando emfalta do constituinte ligante.

É sabido que as tintas ricasem zinco possuem baixa coesãoe que qualquer esquema de pin-tura deve suportar, sem apre-sentar defeitos, as deformaçõesa que o substrato for submetidocomo tração e cisalhamento porexemplo. Quando as estruturasmetá licas ficam sujeitas a varia -ções im portantes de temperatu-ra e umi dade, a tinta interme -diária e o acabamento acom-panham a movimentação da es -trutura, pois em geral não temproblemas coe sivos. No entan-to, a tinta de fun do rica emzinco pode não acom panhar es -tes movimentos oscila tó rios,resultando em rom pi men to dacamada e gerando grandes bo -lhas secas. Problemas desta na -tu reza ainda podem ocorrer,mes mo que a tinta esteja ade-quadamente formulada; isto é,com uma relação PVC/ CPVCadequada e sem problemas desedimentação.

muito bem estabelecida. Se oPVC << CPVC, o revestimentoapresentará boas característicasde adesão/coesão e baixa pro-teção catódica; por outro lado, seo PVC >> CPVC, o revestimen-to promoverá excelente proteçãocatódica, mas terá fraca ade são/coesão. A Figura 3 ilustra, esque-maticamente, os efeitos do PVCem uma tinta rica em zinco.

Entretanto, mesmo com umarelação PVC/CPVC adequada(da ordem de 1), problemas co -mo sedimentação e geometriados pigmentos também podemresultar em baixa resistência me -cânica.

No primeiro caso, por que seocorrer uma sedimenta ção mui -to rápida dos pigmentos, pratica-mente não há espaço nem temposuficiente para encapsulamentodestes pigmentos pela re sina,uma vez que há uma grande di -ferença de densidade específicaentre esta e os pig mentos.

Além disso, a homogeneiza-ção torna-se extremamente difí-cil, especialmente quan do as tin-tas estão armaze na das há algumtempo. No segundo caso, por -que dimensões variadas de pig-

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Figura 3 – Propriedades mecânicas e proteção catódica de tintas ricas em zinco em função da relação PVC /CPVC (HARE, 1998)

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com solvente. A espectroscopiano infravermelho se ba seia nofato de que as moléculas estãoem um estado constante de vi -bração. Assim, é razoável pensaruma molécula como um conjun-to de esferas (átomos) ligadas pormeio de molas (liga ções quími-cas que prende a mo lécula aoconjunto). Depen dendo do tipode átomos e o tipo de liga çõesquímicas, par tes das mo léculasirão vibrar com frequências dife -rentes. A frequência de vibraçãoé muito dependente da estruturada mo lécula. Isto significa que,quando a luz infravermelha é fei -ta incidir sobre ou através deuma amostra e se a frequência daluz infravermelha corresponder auma das vibra ções nas mo léculasque consti tu em a amostra, aamostra irá ab sorver uma partedessa luz particular. A Figura 4mostra um sistema de revesti-mento com tinta de fundo ricaem zinco que apresetou falha porcura deficiente.

CorrosãoA resistência à corrosão ofe -

recida pelos revestimentos dezin co ao aço-carbono é alta -men te dependente da capacida -de de transferência de cor ren tegalvânica pela tinta de fun do ri -ca em zinco; enquanto a con -du tividade do sistema es tiverpre servada e existir zinco sufi-ciente para atuar como ano do oaço estará protegido. Para se be -neficiar desta pro priedade, noen tanto, deve-se considerar vá -rios aspectos relacionados coma formulação da tinta e tam bémcom o processo de apli cação.Uma relação balan cea da dePVC/CPVC é capaz de garantiruma excelente resis tência mecâ -ni ca do revestimento e tambémuma excelente pro te ção catódi-ca. Se esta relação for muitome nor que 1, o revestimentote rá boas propriedades me câ ni -cas e nenhuma proteção catódi-ca; por outro lado, se a re lação

pro veniente da tin ta de fundo.Outras áreas podem apresentarcorrosão do substrato, mas no -tadamente de baixa in ten sidade.

Um dos métodos mais co -muns e menos dispendiosos deinvestigar problemas relaciona-dos à cura é realizar o teste deresistência ao solvente. Comoes ses revestimentos curam porrea ção química, a resistênciaaos solventes do revestimentoau men ta com a cura. A normaASTM D5402 recomenda umensaio com gaze embebida commetil-etil-cetona (MEK) ou ou -tro solvente especificado. A áreade teste é então avaliada quantoa alterações na aparência, du -reza, ou espessura, e o tecidopode ser avaliado quanto a al -terações de cor compatíveiscom a do revestimento. Alter -na ti vamente, pode ser usadotambém cotonetes em substi-tução à gaze (ASTM D4752).

Embora este teste seja rápidoe avalie com uma boa aproxi-mação o grau de cura de tintas,ele não é apropriado para detec-tar por exemplo pequenas dife -ren ças de cura. Além disto, de ve-se considerar que nem to dos osrevestimentos curados ade qua - damente têm a mesma re sistênciaao solvente.

Dependendo do caso, é maisrecomendável, lançar mão deaná lises em laboratório co mo aes pectroscopia na região do in -fravermelho para a investigaçãode grau de cura. Estas são muitomais sensíveis do que um teste

garantir uma boa aderência en -tre a tinta e o substrato e entreos próprios pigmentos. É im -por tante manter a distânciacor reta entre a pistola e a super-fície a ser revestida. Uti lizar odiluente adequado e res peitar adiluição máxima reco mendadapelo fabricante da tinta.

Aplicação da tintaintermediária sem respeitaro intervalo entre demãos

A aplicação de tintas inter-mediárias, sem que a tinta defun do esteja completamentecu ra da, pode determinar a res -so lubilização parcial da tinta defundo, reduzindo o teor de re -sina entre os pigmentos e con-sequentemente a coesão. Se -gun do Hare (1998), a presençade uma quantidade substancialde zinco na superfície inferiorde uma tinta de acabamento de -laminada é indicativa de uma fa -lha coesiva causada por uma curadeficiente da tinta de fun do.

Quando isto acontece, háruptura do revestimento, e par -te do revestimento fica aderidaao substrato e a parte rompidafica aderida à tinta interme -diária. Nestes casos, não há cor-rosão do substrato e este apre-senta coloração acinzentada, ti -picamente de zinco; pois partedo revestimento ficou ali aderi-da. De pen dendo das condiçõesde agressividade da atmosferalocal, mui tas regiões apresen-tam produtos de corrosão bran-cos característicos de zinco,

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Figura 4 – Falha de sistema composto de tinta rica em zinco, por curadeficiente da tinta de fundo

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Pesquisador do Laboratório de Corrosão eProteção do Instituto de PesquisasTecnológicas – IPT.

Neusvaldo Lira de AlmeidaMestre em Metalurgia e Materiais pelaEscola Politécnica da USP. Chefe doLaboratório de Corrosão e Proteção – IPT.

Contato com o autor: [email protected]

Primers for Corrosion Protection.CORROSION 2007, March 11 -15, 2007, Nashville, Tennessee.

HARE, C. H.: Zinc-Rich Primers I:Design Principles. Journal ofProtective Coatings & Linings, July1998, p. 17-37.

HARE, C. H.: Trouble with Zinc-RichPrimers, Part I: Non-TopcoatedSystems. Journal of ProtectiveCoatings & Linings, Aug. 1998, p.29-46.

HARE, C. H.; Trouble with Zinc-RichPrimers, Part II: Multi-Coat PaintSystems. Journal of ProtectiveCoatings & Linings, Sept. 1998, p.34-48.

WELDON, D. G.: Failure Analysis andDegree of Cure. Journal of ProtectiveCoatings & Linings, July 2005.

Sidney Oswaldo Pagotto JúniorMestre em Engenharia Mecânica pelaUniversidade Estadual de Campinas.

PVC/CPVC for maior que 1,ter-se-á excelente prote ção ca tó -dica e baixa resistência mecâ nica.

No que se refere ao processode aplicação, uma homoge nei -za ção frequente e um aten di -mento rigoroso ao intervalo deaplica ção entre demãos especifi-cado po dem evitar problemasrelacio nados com falha coesivades tes re vestimentos. Estudoses tão sen do conduzidos comob jetivo de reduzir o conteúdode zinco neste tipo de revesti-mentos mantendo-se as carac-terísticas de proteção catódica.O sucesso deste desenvolvi -men to contribuirá so bremanei -ra para minimizar perdas rela-cionadas com problemas de for-mulação e/ou de aplicação.

Referências bibliográficasWEINELL, C. E.; RASMUSSEN, S.

N.; Advancement in Zinc Rich Epoxy

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Opinião

ala-se muito na imprensae nos círculos empresari-ais, com justificadas ra -

zões, sobre a necessidade de serea li zarem as chamadas reformasestruturais, principalmente a po -lítica, a previdenciária, a tributá -ria e a trabalhista, sempre poster-gadas pelo Congresso Nacional eo Governo Federal. Sem dúvida,elas são mesmo necessárias paraadequar o arcabouço legal brasi -leiro às realidades mais contem-porâneas dos cenários mundiais.No entanto, mesmo que efetiva -das, terão efeito limitado comofator de estímulo e crescimentoeco nômico se o Brasil não em -pre ender uma ampla transforma -ção cultural, focada de modo fir -me no desenvolvimento.

Esse processo, no qual já esta-mos atrasados a esta altura dasegunda década do Século XXI,assenta-se sobre três vertentes es -senciais: a postura da classe po -lítica; a atitude dos empresários;e, atrelado a ambas, um consis-tente choque de produtividade.É premente refletir sobre isso epartir para a ação. Não há maistempo a perder!

No primeiro caso, é precisoque os ocupantes de cargos ele-tivos no Poder Executivo e noLegislativo coloquem cada vezmais os interesses do Brasil acimadas questões partidárias e políti-cas. O debate nos anos eleitorais,como este 2014, os embates pro-gramáticos e filosóficos, a perma-nente vigilância das oposições e aretórica são enriquecedores para ademocracia. Permitem a troca de

Juan Quirós

Mudança cultural para um novo BrasilO debate nos anos eleitorais, como este 2014, os embates programáticos e filosóficos,

a permanente vigilância das oposições e a retórica são enriquecedores para a democracia

Juan QuirósPresidente do Grupo Advento e do LIDE Campinas e vice-presidente da FIESPCon ta to: [email protected]

ideias, a participação da sociedade nas discussões dos grandes temas na -cionais e possibilitam que a opinião pública posicione-se.

No entanto, governantes e parlamentares não podem nortear suagestão e seu trabalho tendo como parâmetro essencial as próximaseleições, como se o cotidiano nacional fosse uma novela voltada a con-quistar pontos de audiência, conforme as emoções, o humor e as pre -ferências do público. A prioridade é a solução dos problemas, a expan-são do PIB, a qualidade do ensino e da saúde, os investimentos públi-cos e a gestão eficaz. Quanto à oposição, não deve ficar torcendo pelocaos para ter mais argumentos de crítica contra a situação e tentarvencê-la nas urnas. Encerrada cada eleição, a classe política deve tra-balhar em favor e não contra o País. É assim que ocorre na maioria dasnações que conquistaram o desenvolvimento.

Quanto aos empresários, a mudança cultural que deles se esperatranscende à sua já decisiva e importante missão de empreender, inves -tir, criar empregos, gerar riquezas e pagar impostos. É necessário que seengajem de modo mais efetivo na política, na mobilização cidadã dasociedade, no debate dos grandes temas e na proposição de mudançaspositivas. Sua experiência, capacidade de gestão e olhar pragmático domundo são elementos essenciais para o aperfeiçoamento do setorpúblico e o avanço do Brasil.

A terceira grande mudança cultural diz respeito ao choque de pro-dutividade, de modo a se atender às exigências e expectativas dosgrandes investidores: recursos humanos qualificados e eficientes; logís-tica eficaz; e inovação. O nosso fantástico mercado de 200 milhões dehabitantes não é mais suficiente para atrair investimentos produtivos,que miram nossos consumidores, mas podem conquistá-los, nestemundo globalizado, com produtos fabricados em qualquer lugar doPlaneta. O capital para ampliar e erguer novas fábricas e empresas daárea de serviços somente ficará e virá para o Brasil se tivermos alta pro-dutividade em todo o sistema econômico.

Sem essas três mudanças culturais, continuaremos por muitotem po a ser uma economia de renda média e dificilmente alcan -çaremos os padrões das nações desenvolvidas. Seguiremos com bai -xo crescimento do PIB, discutindo medidas pontuais para a cor-reção de rumos e priorizando as urgências, em detrimento dasestratégias. Enquanto isso, assistimos a numerosas outras nações,com potencial muito menor do que o nosso, decolarem para umfu turo de prosperidade!

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Opinião50:Opinião40 2/11/14 5:21 PM Page 1

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