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NA DINÂMICA DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 14 Licenciaturas 14 Mestrados 2 Doutoramentos 6 Unidades de Investigação 17 CTeSP 8 Licenciaturas 1 Mestrado 1 Núcleo de Investigação CAMPUS ACADÉMICO DA MAIÊUTICA Junho Edição nº25 Distribuição a Nível Nacional com o Jornal Público. Encarte da responsabilidade de Página Exclusiva, Lda. Não pode ser vendido separadamente.

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NA DINÂMICA DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

14 Licenciaturas14 Mestrados 2 Doutoramentos 6 Unidades de Investigação

17 CTeSP 8 Licenciaturas 1 Mestrado 1 Núcleo de Investigação

CAMPUS ACADÉMICO DA MAIÊUTICA

Junho Edição nº25 Distribuição a Nível Nacional com o Jornal Público. Encarte da responsabilidade de Página Exclusiva, Lda. Não pode ser vendido separadamente.

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Editorial2

Jun2018

Confrontados com uma sociedade que bebe infor-mação de várias fontes, muitas delas não fidedignas, de pertinente importância é a comunicação emitida por entidades oficiais ou profissionais credenciados. A associação da mensagem a um rosto/marca trans-mite ao leitor confiança e cria uma corrente de práti-cas que vão ao encontro do pretendido. Por exem-plo, sabendo nós que, não raras vezes, seja por pu-dor, falta de oportunidade, ou inexistência de uma relação de confiança entre profissional de saúde e utente, muitas questões não são levantadas, são mui-tas as dúvidas que ficam por esclarecer. Podem ser pormenores ao olhar do leigo, mas fazem toda a di-ferença na forma como o paciente ou o cuidador li-dam com a doença.

Comunicar corretamente, nos meios adequados pela força de uma linguagem clara, promove uma cadeia que contribui de forma afirmativa para a me-lhoria dos cuidados de saúde. Falamos, por exemplo, na promoção da saúde por via das boas práticas e da prevenção, conselhos para a manutenção de um es-tilo de vida saudável, importância dos rastreios, cau-sas e sinais a considerar face a determinadas patolo-gias, abordagem às diferentes especialidades médi-cas e seus campos de intervenção, etc.

A comunicação em saúde tem a capacidade de alterar consciências e promover mudanças positi-vas que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das populações.

Ao longo de 25 edições, o Perspetivas distin-gue-se pela preciosa cooperação com portugueses que desempenham as suas funções com relevância a nível nacional e internacional. Com a missão de servir de ponte entre o emissor e o recetor, sob re-visão científica, informamos com exatidão. Para isso, visitámos serviços de saúde públicos e priva-dos e dialogámos com especialistas que traba-lham, diariamente, para melhor servir o utente, elevando assim a prática médica em Portugal.

Também na Educação, queremos conhecer as metodologias e as práticas educativas – desde o ensino secundário até ao universitário. Neste últi-mo, entrámos nas instituições com o sentido de mostrar o que de bom se faz nestes centros de co-nhecimento e a forma como se transfere o saber gerado para o mercado. Quando tanto se fala da necessidade de as Universidades abrirem as suas portas e aprofundarem sinergias com as empre-sas, apresentámos casos de enorme valor de um setor que por si só é capaz de captar/gerar inves-timento, contornando a conjuntura de financia-mento das instituições.

Ser um veículo de comunicação das áreas da saúde e da educação é o nosso compromisso. O objetivo passa por informar o nosso leitor sobre questões que dizem respeito a todos.

Elsa Santos

A comunicação é uma ferramenta imprescindível para o bom funcionamento das instituições, quer no diálogo com as suas estruturas internas, como na relação com o exterior. Chegar ao público alvo através de um discurso direto, claro e assertivo é uma mais-valia, principalmente quando falamos de áreas como a saúde e o ensino.

Comunicação, veículo de aproximação das instituições à sociedade

Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda • Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 • Fax: 22 502 39 08 • Site: www.perspetivas.pt • Email: [email protected] • Gestores de Processos Jornalísticos: José Ferreira e Nuno Sintrão • Periodicidade: Mensal • Distribui-ção: Gratuita com o Jornal “Público” • Depósito Legal: 408479/16 • Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ (11 números)

Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos do suplemento e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes.

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na dinâmica da quarta revolução industrial

MAIÊUTICACampus Académico

Ano Letivo 2018/19 ABERTAS CANDIDATURAS: até 11 de julho 20% de desconto

INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DA MAIA - ISMAI INSTITUTO POLITÉCNICO DA MAIA - IPMAIA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO

1.º CICLO - LICENCIATURAS

› Contabilidade (2)

› Gestão da Manutenção e Segurança Industrial

› Negócios e Comércio Internacional

› Desenvolvimento de Jogos Digitais › Tecnologias de Informação, Web e Multimédia

CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS - CTeSP

› Contabilidade e Gestão › Condução de Obra e Reabilitação › Design e Inovação Industrial (1)

› Gestão Administrativa de Recursos Humanos

› Gestão Comercial e Vendas › Gestão Industrial (1)

› Manutenção Industrial (1)

› Marketing Digital › Produção Multimédia e Jogos Digitais › Redes e Sistemas Informáticos › Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação

ESCOLA SUPERIOR DECIÊNCIAS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E DESPORTO

1.º CICLO - LICENCIATURAS

› Desporto, Condição Física e Bem-Estar

› Solicitadoria (2)

› Treino Desportivo(Confere Grau II de Treinador de Futebol e de outras Modalidades*)

* Consultar modalidades no site em www.ipmaia.pt

2.º CICLO - MESTRADO

› Solicitadoria (1)

Ramos: Solicitadoria Empresarial; Solicitadoria de Execução.

CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS - CTeSP

› Acompanhamento de Crianças e Jovens

› Desporto e Turismo de Natureza › Lazer Desportivo › Serviço Familiar e Comunitário › Serviços Jurídicos › Treino Desportivo de Jovens(Confere Grau I de Treinador *)* Consultar modalidades no site em www.ipmaia.pt

fb.com/ipmaia.pt [email protected] 203 710 www.ipmaia.pt

INFORMAÇÕES

fb.com/ismai.pt [email protected] 202 214 www.ismai.pt

INFORMAÇÕES * Consultar detalhes em: http://www.ismai.pt/pt/unidades-de-apoio/gabinetes/gaft

(1) Pós-laboral. (3) Acreditado por 6 anos.(2) Diurno e Pós-laboral. (4) Curso submetido a acreditação prévia à A3ES . (1) Pós-laboral. (2) Diurno e Pós-laboral.

Departamento de Ciências da Educação Física e Desporto

LICENCIATURAS (1.º CICLO) › Educação Física e Desporto

Opções: Ensino da Educação Física; Treino Desportivo; Exercício Físico e Saúde; Atividade Física Adaptada. (Confere grau I de treinador de futebol entre outras modalidades*)

› Gestão do DesportoMESTRADOS (2.º CICLO)

› Ciências da Educação Física e Desporto - Especialização em Exercício Físico e Saúde

› Ciências da Educação Física e Desporto - Especialização em Treino Desportivo (Confere Grau II/III de treinador de futebol entre outras modalidades *)

› Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

› Gestão do Desporto (1)

DOUTORAMENTO (3.º CICLO) › Ciências do Desporto (3)

Especialidades: Exercício e Saúde; Rendimento Desportivo.

Departamento de Ciências Empresariais

LICENCIATURAS (1.º CICLO) › Energias Renováveis › Gestão de Empresas (2)

Opções: Marketing; Finanças; Contabilidade; Gestão Industrial.

› Gestão de Marketing › Gestão de Recursos Humanos › Turismo

MESTRADOS (2.º CICLO) › Gestão de Empresas (1)

› Gestão Estratégica de Recursos Humanos (1)

› Marketing (1)Ramos: On Corporation; On Consumer.

› Turismo, Património e Desenvolvimento(1)

Departamento de Ciências Sociais e do Comportamento

LICENCIATURAS (1.º CICLO) › Criminologia › Psicologia (2)

MESTRADOS (2.º CICLO) › Criminologia (1)

Ramos: Justiça Penal; Polícia, Prevenção e Segurança.

› Psicologia Clínica Forense (3) - Intervenção com Agressores e Vítimas

› Psicologia Clínica e da Saúde (2)

› Psicologia Escolar e da Educação(2)

DOUTORAMENTOS (3.º CICLO) › Criminologia (4)

› Psicologia - Especialidade de Psicologia Clínica

Departamento de Ciências da Comunicação e Tecnologias da Informação

LICENCIATURAS (1.º CICLO) › Arte Multimédia › Ciências da Comunicação

Ramos: Comunicação Organizacional; Jornalismo; Marketing e Publicidade.

› InformáticaRamos: Computação Móvel; Geoinformática; Gestão; Redes de Nova Geração; Sistemas de Informação Empresariais; Sistemas de Informação e Software.

› Relações Públicas › Tecnologias de Comunicação MultimédiaVariantes: Audiovisual; Computação Gráfica.

MESTRADOS (2.º CICLO) › Jornalismo em Ambientes Multiplataforma (3)

› Tecnologias da Informação, Comunicação e Multimédia (1)

Áreas de especialização: Produção Multimédia; Informática; Segurança e Privacidade; Telecomunicações.

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Ensino Instituto Universitário da Maia4

Jun2018

ISMAI adequado à velocidade da mudançaO Instituto Universitário da Maia – ISMAI, desde o seu início, nos anos noventa, seguiu uma estratégia alinhada com a “terceira revolução industrial”, fortemente marcada por uma vaga de inovações tecnológicas, transversais e profundas.

Face à nova dinâmica, a oferta educativa teve que adaptar-se aos desafios conectados com a produção científica, transformada e direcionada para a sociedade real.Estar atento a esta (r)evolução, implica que para novas atividades/empregos se renovem e criem novos cursos e sejam recrutados docentes com formação adequada, sem descurar o cumprimento dos requisitos legais que emanam de diferentes contextos, originando sucessivas dificuldades e respostas assertivas.

Os responsáveis pelo ISMAI colocam-se na linha dos otimistas, acreditando que o «turning point» que estamos a viver, evolui no caminho de mais crescimento, mais emprego, mais justiça social, em conformidade com valores morais, éticos e sociais e para prossecução de uma maior coesão societária, e não de uma sociedade distópica que muitos pessimistas preveem que surja.

No fortalecimento da nossa crença, está o aumento da procura de estudantes nacionais e internacionais, incidindo, quer nos cursos tradicionais, quer nos cursos que mais se identificam com a “quarta revolução industrial”, sofisticada e integradora, repercutindo-se cada vez mais na melhoria contínua da qualidade de vida dos cidadãos, com incidência no binómio preço/valor do produto.

A geração Y, também chamada geração da internet ou Millennials, vai tomando consciência de que, no futuro, o sucesso pessoal, familiar e social, passa pela qualificação académica. «Já não chega só uma Licenciatura» (capa da revista “Sábado”, de 30 de maio). A conquista do futuro poderá ser menos dificultada com a obtenção do grau de Mestre e, ainda mais, com o Grau de Doutor, como apontam as estatísticas.

empreendedorismo, da sustentabilida-de e do desenvolvimento regional. Es-tes domínios, de uma forma alargada, nas suas vertentes económica, social, ecológi-ca e psicológica, contribuindo para a cria-ção de valor que acrescente maior riqueza e bem-estar à região e ao país, preservan-do o meio ambiente e forjando projetos de vida sustentáveis na comunidade edu-cativa e na sociedade em geral.

Assim, o Departamento apresenta as Licenciaturas em: Gestão de Empresas; Gestão de Marketing; Gestão de Re-cursos Humanos; Turismo; e Energias Renováveis; assim como os Mestrados em: Gestão de Empresas; Marketing; Gestão Estratégica de Recursos Hu-manos; Turismo, Património e Desen-volvimento. Estes cursos de 1º e 2º ciclos estão desenhados para a criação de mo-delos de negócio, com fins lucrativos ou sociais, que valorizem a inovação, o em-preendedorismo, a sustentabilidade socie-tal e o desenvolvimento regional. No ano de 2018/2019, a oferta educativa inclui-rá duas pós-graduações: “Energias Re-nováveis” e “Eficiência Energética”.

Investigadores da UNICES: Alberto Pinto; Célio Sousa; Marta Mota; Sandra Marnoto; João Carvalho (Diretor); Ricardo Costa; Paula Moutinho; Carla O. Silva e Carvalho Vieira

António Cuco (Sharish Gin); Abel Pinho da Costa (Soc. Com. C. Santos); Carla O. Silva (Direto-ra do Departamento de Ciências Empresariais); José Guedes (Energest) e Fernando Dias Ferreira (Manuel Serra S.A.), no 2.º MAIA BUSINESS NETWORKING, em 29 de maio de 2018

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS

O ISMAI tem procurado implementar, ao longo dos anos, uma oferta educati-va, baseada em investigação científica

fundamental e aplicada, em projetos in-ternacionais de desenvolvimento regio-nal e nacional, e numa interação estrei-ta com o Estado, outras instituições de ensino superior, o tecido empre-

sarial e as organizações da sociedade civil.

O Departamento de Ciências Empresa-riais tem, na sua matriz atual, um enfoque privilegiado nas áreas da inovação, do

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E DO COMPORTAMENTO

O Departamento de Ciências Sociais e do Comportamento (DCSC) congrega a oferta educativa do ISMAI nas áreas cien-tíficas da Psicologia e Criminologia. Com um corpo docente altamente qualificado, na sua maioria integrado em centros de I&D de referência nacional, classificados pela Fundação para a Ciência e a Tecno-logia (FCT) com “Excellent” e “Very Good“, a qualidade da formação profis-sional e científica dos estudantes é alicer-çada em duas grandes fontes de sustenta-bilidade: no elevado investimento na in-vestigação, reforçado pela articulação com uma rede vasta de centros de I&D, universidades e investigadores estrangei-

As áreas da investigação dividem-se por duas unidades: o Centro de Estudos de Desenvolvimento Turístico/ Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CEDTUR/CETRAD/ISMAI); e a Unidade de Investigação em Ciências Empresariais e Sustentabilida-de (UNICES), com o apoio de duas uni-dades funcionais para atividades especí-ficas: o Laboratório de Inovação e Solu-ções Turísticas (INOVTUR) e o Centro de Apoio Técnico à Segurança no Tra-balho (CATST).

O CEDTUR apresenta investigação relevante sobre os fenómenos relacio-nados com o turismo em geral, as dinâ-micas territoriais, particularmente no vale do Douro, o património e a heran-ça histórico-cultural e a governança dos empreendimentos turísticos, numa pers-petiva holística e interdisciplinar, permi-tindo a análise das relações dialéticas entre estes fenómenos e os processos de ordem biofísica e socioeconómica, tanto à escala local como global. Salien-te-se que este Centro está na base de uma revista científica internacional – Pasos – coeditada pelo ISMAI/CEDTUR e a Universidade de La Laguna, a qual está indexada na Web of Science (Siste-ma ISI).

A UNICES desenvolve investigação fundamental e aplicada nas áreas da Ges-tão Estratégica, Recursos Humanos, Fi-nanceira, Marketing, Inovação, Conheci-mento, Capital Intelectual, Comporta-mento Organizacional, Economia, Quali-dade das Cidades, Políticas Sociais, Energias Renováveis e Sustentabilidade, procurando analisar as novas abordagens e modelos de negócio, assim como pro-cessos de intervenção social, que contri-buam para a solução de problemas orga-nizacionais, de gestão de recursos, de de-senvolvimento regional e local e de sus-tentabilidade societal (económica, social, ecológica e psicológica).

Neste âmbito, o ISMAI tem colabora-do em diversos projetos internacionais, focando, precisamente, os objetivos de inovação, empreendedorismo, sustenta-bilidade e desenvolvimento regional. Exemplos disso são: Entrance – En-gaged Research Connecting Commu-nity with Higher Education; BaZe – Living Lab: Net Zero Carbon City; De-veloping Skills for Future Jobs; Summer Academy on Virtual Entre-preneurship; Premio – Promotion of

ros, e numa rede alargada de cooperação interinstitucional e prestação de serviços à comunidade. Exemplo disso são os proje-tos I&D em curso, de impacto social e po-lítico elevado, dos quais se destaca o “iCare4Depression - Eu Trato da De-pressão”, combinando psicoterapia face a face com soluções digitais móveis e de internet, financiado pela FCT e coordena-do pelo Doutor João Salgado; o “Lights, Camera and Action against Dating Violence (Lights4violence)”, financiado pela Comissão Europeia e coordenado pela Doutora Ana Sofia Neves; e o “E--Gender, Formação para a Igualdade de Género”, financiado pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e coordenado pela Doutora Marisalva Fáve-ro. Salienta-se ainda, a rede alargada de protocolos interinstitucionais no âmbito dos estágios curriculares dos mestrados em Psicologia e do apoio à lecionação dos cursos em Criminologia.

A forte articulação entre a investigação, a prestação de serviços à comunidade e a natureza dos cursos são elementos dife-renciadores da oferta formativa do DCSC, que encontram respaldos no Doutora-mento em Psicologia Clínica. Baseado no modelo do “scientist-practitioner”, este é o único doutoramento em Portugal que, para além de qualificar especialistas na área, através do desenvolvimento de conhecimentos e competências de inves-tigação, promove o treino de competên-cias avançadas em psicoterapia. Para o efeito, por cada edição, são disponibilizadas aos doutorandos quatro vagas para a realização do Ano Júnior de acesso à Ordem dos Psicólogos Portugue-

Entrepreneurship and Innovation; En-ter – Entrepreneurship Enhancement and Reinforcement; IMISTE – Inter-national Master in Sports Tourism En-gineering; Intellectual Property Law in E-environment Industrial Property, Copyright and Related Rights; etc.

Num mundo em que as empresas com maior sucesso são essencialmente vir-tuais (Amazon, Apple, Uber, Airbnb, Facebook, Google, etc.), e em que o de-senvolvimento da robótica e da inteli-gência artificial irão permitir avanços significativos no modo como iremos produzir, distribuir e consumir bens e serviços, o ISMAI está a seguir esses de-senvolvimentos, incorporando-os nos conteúdos e modo de ensinar agora e no futuro.

A ligação do Departamento às em-presas é cada vez mais intensa e a in-teração com a Comunidade Académi-ca multiplica as suas iniciativas. Nesse sentido, em 30 e 31 do próximo mês de outubro, o Departamento realizará o “1.º Congresso Internacional de Ciências Empresariais”, estando já confirmados prestigiados especialis-tas, centrando as comunicações em: “competências académicas e expec-tativas do mercado de trabalho”; “comportamento organizacional”; “transferência de conhecimento e proteção da propriedade intelec-tual”; “negócios emergentes”; “ino-vação”; “empreendedorismo e sus-tentabilidade”.

Sergio Salvator (Univ. de Salento, Itália); Jesús Garcia Martinez (Univ. de Sevilla, Espanha); João Salgado (ISMAI); Jaan Valsiner (Univ de Aalborg, Dinamarca);William B. Stiles (Miami Univ, EUA) na Conferência Internacional sobre Psicoterapia realizada no âmbito do Doutoramento em Psico-logia Clínica

Marisalva Fávero (Coord. do Projeto E.Gender); Liliana Meira (Diretora do Departamento) e João Salgado (Diretor da UNIDEP, Coordenador do Doutoramento e do Projeto “iCare4Depres-sion”)

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ses. Na sua 4ª edição, o Doutoramento em Psicologia Clínica organizou este ano a 1ª Conferência Internacional de In-vestigação em Psicoterapia, sob o tema “Time and the change of the self: Psychotherapy as a developmental science” que decorreu no dia 12 de ju-nho, no ISMAI.

Em conexão, encontra-se o Laborató-rio de Ciências Forenses e Criminolo-gia que articula a promoção prática com a oferta de perícias forenses e a área da Criminologia, através dos protocolos com a Procuradoria-Geral da República, o Centro de Estudos Judiciários e diver-sas outras instituições, além de participar na análise das decisões sobre a aplicação das penas e a promoção da sua coerência na formação de magistrados.

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

O Doutoramento em Ciências do Des-porto – acreditado pela A3ES em julho de 2017, com a primeira edição iniciada em março de 2018, corporiza a missão do Departamento de Ciências da Educa-ção Física e Desporto na afirmação do maior desígnio institucional – a Universi-dade, e consubstancia a estratégia de va-lorização do conhecimento e da inovação

preconizada pelo Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano, do Instituto Universitário da Maia (CIDESD-ISMAI).

A estratégia de gestão científica do CI-DESD-ISMAI operacionaliza-se em 4 áreas nucleares de intervenção: i) exercí-cio e saúde, ii) rendimento/treino despor-tivo, iii) ensino da educação física, e iv)

gestão do desporto, numa perspetiva transversal aos diferentes níveis de forma-ção (1º ao 3º ciclo de estudos), harmoni-zando a integração da inovação científica na formação profissional de nível avança-do com uma forte interação com a comu-nidade/sociedade.

Nesta estratégia está um corpo do-cente altamente qualificado e reconheci-do, determinado em consolidar a identi-dade do ISMAI na área das Ciências do Desporto a nível nacional e internacio-nal, e participando ativamente no de-senvolvimento de projetos e parcerias estratégicas de investigação e inovação. Destacam-se os projetos financiados por entidades externas (i) NanoSTI-MA: Macro-to-Nano Human Sens-ing: Towards Integrated Multimod-al Health Monitoring and Analytics (Norte 2020), (ii) EnRich - The Role of Exercise Training in the Treat-ment of Resistant Hypertension (FCT/Compete 2020), (iii) HOLDAGE – The Hypotensive Effects of Home-Based Isometric Handgrip Training in Older Adults with Pre-Hyperten-sion and Hypertension  (FCT/Compete 2020), e (iv) The relation-ship between skeletal muscle char-acteristics and mineral bone disor-der in dialysis patients following exposure to an intradialytic exer-

cise program (Sociedade Portuguesa de Nefrologia).

Acresce o forte investimento institucio-nal na criação do Centro de Otimização do Rendimento Desportivo e da Saúde (CORDS), com laboratórios e equipamen-tos criteriosamente projetados, que asse-gura o desenvolvimento das atividades de investigação do CIDESD-ISMAI, bem co-mo ambientes de aprendizagem para os diferentes ciclos de estudos, permitindo ainda, a prestação de serviços técnicos/especializados a atletas de alta competi-ção e à população em geral.

É neste ecossistema formativo de excelência que, continuadamente, se constroem novas oportunidades para os futuros profissionais da área das Ciências do Desporto.

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO

Os Municípios portugueses, começam cada vez em maior número, a adotar po-líticas de dados abertos, disponibilizando online em formato editável informação que, até recentemente, ou não estava acessível ou não podia ser facilmente pro-cessada.

Em paralelo, o aparecimento, por todo o lado, de espaços de Co-Working, Fab Labs, Repair Cafés, Living Labs, Hac-katons, e suas variantes (por exemplo Hack a City), levam a que pouco a pou-co, se desenvolvam comunidades que têm potencial para autonomamente consegui-rem combinar informação disponibilizada por sensores, incluindo smartphones, com informação de base, e a seguir cru-zar e interpretar dados de modo a detetar padrões e, nalguns casos, criar novas apps e serviços. Muitas destas experiên-cias são feitas no âmbito de ações de co-criação, envolvendo empreendedorismo e startups, num ambiente de responsabili-dade cívica e de preocupações com a sus-tentabilidade.

Ao nível do hardware, o Arduino, o Raspberry Pi e suas variantes democrati-zaram o acesso aos microcontroladores e microcomputadores, podendo estes, de-pois ser combinados com sensores e atua-dores de baixo custo, e estes sistemas se-rem ligados diretamente à internet, con-tribuindo para a internet das coisas, sem

Centro de Otimização do Rendimento Desportivo e da Saúde sempre ativo

João Viana (Diretor do CIDESD/ISMAI), Elisa Marques e Alberto Alves (Líderes do Projeto HOL-DAGE)

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avaliado com Excelente e o CIAC, avalia-do com Bom. Neste último caso – o CI-TEI/ISMAI – comparece como instituição participante, promovendo as atividades do grupo “Narrativas Digitais e Estudos Intermédia”.

Da sinergia estabelecida, no âmbito do Departamento, entre investigadores do domínio tecnológico com investigadores da área das artes e humanidades, têm resultado projetos que, se espera, tenham impacto na promoção das humanidades digitais. Ao mesmo tempo, o estudo do modo como os sistemas de informação e comunicação podem contribuir para me-lhorar a qualidade de vida das popula-ções, em domínios como: as tecnolo-gias, as ferramentas de gestão inteli-gente e a virtualização de infraestrutu-ras das cidades inteligentes; o processamento de open data; a segu-rança e privacidade. Há docentes inte-grados em atividades de I&D desenvolvi-das por equipas supranacionais, com um papel de relevo na coordenação de/ou participação em Projetos Europeus/Inter-nacionais. A atividade dos investigadores integra diversos itens fundamentais para o prestígio científico da Instituição, com o especial destaque para a publicação dos resultados da sua atividade em revistas científicas indexadas. Esse reconhecimen-to decorre ainda da organização de en-contros científicos internacionais, da par-ticipação em júris de provas de doutora-mento, da integração na equipa de revi-

esquecer as capacidades multimédia dos telemóveis, que podem funcionar como um mini estúdio de produção audiovisual.

É, igualmente, de realçar a iniciativa da UE que originou o FIWARE (www.fiware.org), uma plataforma europeia aberta com interfaces standardizados que pode fornecer muitos dos componentes a par-tir dos quais se podem criar plataformas urbanas para as smart cities. Se bem que em Portugal o FIWARE ainda não esteja muito divulgado, já o mesmo não aconte-ce, por exemplo, em Espanha onde já di-versas cidades fazem uma utilização signi-ficativa do FIWARE. O mesmo acontece no Brasil. A criação recente da fundação FIWARE vem dar ainda mais ímpeto e coerência a esta iniciativa. Um sinal do in-teresse crescente de Portugal pelo FIWA-RE foi o FIWARE Summit 2018 ter sido realizado este ano, em maio, no Porto, com a presença de diversas startups e al-gumas multinacionais, sob o olhar atento do ISMAI.

Dependendo dos interesses e valências dos estudantes que pretendem ingressar no ensino superior, estes podem encon-trar no Departamento de Ciências da Co-municação e Tecnologias da Informação do ISMAI, cursos que abarcam e traba-lham alguns destes temas, nomeadamen-te, ao nível da licenciatura: Arte Multimé-dia, Tecnologias de Comunicação Multi-média, Informática, Relações Públicas, e Ciências da Comunicação. No mesmo âmbito, e ao nível do mestrado, Tecnolo-gias da Informação, Comunicação e Mul-

são editorial de revistas internacionais, da participação em sociedades científicas, do convite para integrarem júris de Prémios Internacionais, da realização de iniciativas de divulgação da cultura científica junto da comunidade e da integração em redes de networking.

ISMAI LEGENDSPROFESSORES E ALUNOS DO

ISMAI E DO IPMAIA ENVOLVEM-SE NA ORGANIZAÇÃO DO FESTIVAL QUE VOLTA A MOBILIZAR MILHA-RES DE PARTICIPANTES NA EDI-ÇÃO V

Nos dias 6, 7 e 8 de julho, acolher-se--ão milhares de jovens estudantes para a quinta edição do ISMAI LEGENDS.

Uma vez mais, o foco do evento centra--se na Divulgação da Transformação Digital, no Entretenimento Tecnológi-co, em Torneios de Videojogos, Work-shops e Masterclasses, presença de Di-gital Influencers e a promessa de uma experiência única, proporcionada a todos os participantes, maioritariamente alunos do ensino profissional, secundário, poli-técnico e universitário, já fieis a este Fes-tival, organizado exclusivamente por pro-fessores e alunos do ISMAI e IPMAIA.

Torneios de eSports e Encontro da Comunidade

A organização dos Maiores Torneios In-terescolares de League of Legends e

timédia (ramo Telecomunicações, ramo Segurança e Privacidade, ramo Informáti-ca, ou ramo Produção Multimédia), além do curso de mestrado recentemente acre-ditado, “Jornalismo em Ambientes Multi-plataforma”, ambos abertos aos interes-sados.

As atividades de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico, do De-partamento de Ciências da Comunicação e Tecnologias de Informação, são geridas pelo CITEI – Centro de Investigação em Tecnologias e Estudos Intermédia, cujos investigadores se encontram integrados em Unidades de Investigação acreditadas pela FCT, de que se destacam o CECS,

ISMAI LEGENDS em julho de 2017

Célia Vieira e Ana Carvalho, investigadoras do CITEI, nos Encontros Expressões com Som e Imagem, realizados anualmente no ISMAI

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CS:GO em Portugal teve já início em março, com Qualificadores On-Line dis-putados por mais de 700 alunos de Esco-las Secundárias e Profissionais. Em julho, o ISMAI recebe as 16 Escolas Finalistas, possibilitanto a jovens com 16/18 anos a participação numa competição com pro-dução profissional e live stream, próxi-ma dos eventos de gaming disputados pelos seus ídolos.

Luís Seco, coordenador do ISMAI LE-GENDS, refere que “um dos objetivos do Festival é: a interação direta destes jovens com as pessoas que admiram, sejam youtubers, streamers, cospla-yers, ou outros entretainers digitais”.

As dinâmicas competitivas não se res-tringem a Torneios Interescolares, aco-lhem ainda equipas profissionais da Mas-ter Cup de CS:GO, os Campeonatos Na-cionais de Desportos Electrónicos de Overwatch e Hearthstone, Torneios de Dragon Ball: Fighterz, o clássico Warcraft 3, entre outras opções na edição mais eclética de videojogos.

2ª edição Techbox – Science, Technology and Society

Integrada na Techbox e reflexo do seu ADN inclusivo, o ISMAI dará palco à Por-tuguese Women in Tech (portuguesewo-menintech.com), uma plataforma de mu-lheres portuguesas que lideram projetos tecnológicos, maioritariamente em star-tups, mas também multinacionais. Serão elas as responsáveis por um conjunto de workshops e masterclasses para diferen-tes públicos e áreas de interesse, com um apelo constante ao empreendedorismo de índole tecnológica.

A criação e desenvolvimento de video-jogos e plataformas de entretenimento digital estão asseguradas no evento, atra-vés da Game-a-Thon, um desafio de 48 horas de programação non-stop, acom-panhada por mentores e empresários desta indústria.

Entretenimento e Muita Diver-são

No fim de semana do evento, o Cam-pus da Maiêutica será invadido por deze-nas de cosplayers e entusiastas de anime e pop culture. A Cosplay University, um clássico do ISMAI LEGENDS, é dinamizada por Sara “Ymna” Raquel, vencedora do concurso individual do Ibe-

ranime 2018, que promete workshops de maquilhagem, de costura, de cross play, de props e armaduras com cospla-yers reconhecidos.

A animação está ainda garantida com a performance da Champions Tour – Hip Hop International Portugal, contando com crews já qualificadas para o World Hip Hop Dance Championship 2018, que decorre nos Estados Unidos.

Informações e Inscrição A entrada no ISMAI LEGENDS é to-

talmente gratuita, mas obrigatória nas plataformas do evento. Com o bilhete ad-quirido online, os participantes habilitam--se a prémios e giveaways durante o evento. A diversão está garantida, seja pelas atividades já referidas, como outras que entusiasmam os participantes destes eventos: desportos outdoor, micro dro-ne championship, competições de ro-bótica e surpresas da organização e mar-cas patrocinadoras. legends.ismai.pt | facebook.com/ismai-legends

IPMAIA NA VANGUARDA DA INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO

O Instituto Politécnico da Maia – IP-MAIA, é uma jovem instituição priva-da de ensino superior politécnico, constituída por duas Escolas Superio-res: a Escola Superior de Tecnologia e Gestão, e a Escola Superior de Ciên-cias Sociais, Educação e Desporto. Com apenas 3 anos de existência, ra-pidamente se afirmou com um propó-sito diferenciador: servir as necessida-des de empregadores, famílias e alu-nos na qualificação superior de natu-reza profissionalizante.

A ligação do corpo docente altamente especializado e academicamente qualifi-cado ao mundo empresarial, industrial, desportivo e associativo do norte do país, prepara e motiva os alunos para compreender os desafios e as soluções que as organizações em constante mu-tação necessitam.

Os eventos, os estágios, as aulas aber-tas, os seminários, ou as feiras formati-

vas que promove, constituem janelas de oportunidades por onde passam fluxos de ideias, desafios, práticas e oportuni-dades, sejam no domínio organizacio-nal, tecnológico ou comercial. Só assim é possível transmitir aos jovens estudan-tes que o que de admirável tem este Mundo Novo é precisamente a transdis-ciplinaridade, a complexidade, a veloci-dade, e a inconstância.

A oferta formativa do IPMAIA cobre um vasto espectro de necessidades de uma sociedade aberta, que, para ser sustentável, convoca diferentes sabe-res e atitudes, no interface das tecno-logias emergentes, soluções inteligen-tes e comportamentos de cidadania ativa.

O envolvimento de docentes e estu-dantes em atividades de investigação aplicada é um eixo prioritário da atua-ção do IPMAIA, concretizado através do seu Núcleo de Investigação “N2i”, uma unidade orgânica de investigação com caráter permanente, interescolas e in-terdisciplinar.

Espaços diversificados para atividades desportivas

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EnsinoInstituto Universitário da Maia 9

Jun2018

bilitados a exercer uma profissão credenciada, disponham de uma vi-são abrangente da realidade das empresas, permitindo-lhes uma par-ticipação ativa e qualificada no seu quotidiano.

Nesta Escola encontram-se ainda em funcionamento 11 Cursos Técnicos Su-periores Profissionais (CTeSP), distribuí-dos por três grandes áreas: Tecnolo-gias de Informação e Comunicação; Gestão e Administração; e Indústrias e Tecnologias.

A ESCOLA SUPERIOR DE CIÊN-CIAS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E DES-PORTO dispõe atualmente de três Li-cenciaturas e um Mestrado, cursos de pendor fortemente profissionalizante e com elevada procura.

• Licenciatura em Treino Desporti-vo, visa formar treinadores aptos a orientar os praticantes e/ou as equi-pas na sua atividade desportiva. Dis-pondo de um conjunto de docentes altamente referenciados nas suas modalidades, e de infraestruturas

A ESCOLA SUPERIOR DE TEC-NOLOGIA E GESTÃO oferece cinco li-cenciaturas diferenciadoras, algumas delas com caráter pioneiro e inovador em Portugal:

• Licenciatura em Negócios e Co-mércio Internacional, orientada para formar profissionais aptos a apoiar as organizações na gestão dos desafios colocados pela globali-zação, cada vez mais complexos e com maior risco, procurando pro-mover também o interesse pela ino-vação e desenvolvimento de novas ideias e negócios, em particular os direcionados para os mercados ex-ternos.

• Licenciatura em Desenvolvimento de Jogos Digitais, que forma pro-fissionais especializados na progra-mação e na produção de elementos artísticos para jogos digitais. Alian-do conhecimentos sólidos de tecno-logias emergentes a conhecimentos e técnicas de design, estes profissio-nais serão capazes de apresentar

desportivas de eleição, esta forma-ção faculta o acesso ao Título Pro-fissional de Treinador de Desporto, até Grau II, concedido pelo IPDJ e respetivas federações desportivas, para modalidades tão diversas como Futebol, Futsal, Andebol, Voleibol, Atletismo ou Natação.

• Licenciatura em Solicitadoria, que permite aos alunos o acesso ao es-tágio na ‘Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução’, apresenta um plano de estudos baseado no exercício da Solicitadoria e áreas afins, associando a aquisição de co-nhecimentos às diferentes ativida-des práticas, como o domínio de tecnologias de informação, e o de-senvolvimento de competências em áreas processuais e pró jurídicas ou preventivas.

• Licenciatura em Desporto, Condi-ção Física e Bem-Estar. Este curso, único a norte do país, visa capacitar profissionais especializados que pos-sam atuar num setor em expansão e com necessidades prementes de re-cursos humanos qualificados (Giná-sios, Clubes e Academias), em ativida-des físicas nas áreas do Fitness; no treino personalizado (PT); na avalia-ção física e prescrição do exercício; na direção técnica de ginásios, e na atividade física de recreação e lazer. Esta formação permite aos diploma-dos o acesso ao Título Profissional de Técnico de Exercício Físico e de Diretor Técnico, permitindo-lhes tra-balhar em contextos desportivos exi-gentes.

• Mestrado em Solicitadoria, ramos “Solicitadoria Empresarial” e “Soli-citadoria de Execução”, visa contri-buir para aprofundar a formação de base de licenciados em Solicitadoria, Direito ou áreas afins, em novas áreas em desenvolvimento e de aplicação prática, como por exemplo, a Pro-priedade Horizontal, Propriedade In-telectual na Sociedade de Informa-ção, Procedimento de Contratação Pública, ou Arbitragem e Mediação.

Esta Escola tem também em funciona-mento 6 CTeSP distribuídos por duas grandes áreas disciplinares: Desporto e Atividade Física, e Ciências Sociais e Humanas.

respostas criativas e potenciadoras de inovação em diferentes setores de atividade.

• Licenciatura em Gestão da Manu-tenção e Segurança Industrial, que oferece uma formação qualifi-cante em duas áreas complementa-res, visando preparar profissionais capazes de dar resposta às efetivas necessidades de um universo indus-trial mais inovador, digitalizado, ro-botizado e sensorizado, com pro-cessos de desenvolvimento e de me-lhoria contínua mais estruturados.

• Licenciatura em Tecnologias de Informação, Web e Multimédia, que procura formar técnicos supe-riores com competências sólidas pa-ra a conceção, desenvolvimento e implementação de sistemas infor-máticos, com ênfase nos compo-nentes multimédia para internet e dispositivos móveis.

• Licenciatura em Contabilidade, que visa a preparação de quadros que, para além de tecnicamente ha-

Laboratório de Comunicação (Labcom)

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Ensino Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior10

Jun2018

Recentemente eleita presidente da Fa-culdade de Ciências Sociais e Humanas, a Profª. Doutora Helena Alves definiu co-mo áreas prioritárias do seu plano estra-tégico a internacionalização, a investiga-ção, o ensino, a comunidade e a gestão.

Com perto de dois mil estudantes, esta é a maior Faculdade no seio da UBI. A aposta na internacionalização e no esta-belecimentos de novas parcerias está a ser reforçada com a criação de novas fer-ramentas, como um dossier de interna-cionalização, que enfatiza as mais valias que a UBI e a região Centro têm para oferecer face a outras instituições. Já no próximo ano letivo, a FCSH vai iniciar um leque de 15 disciplinas lecionadas em inglês, a frequentar tanto por alunos por-tugueses como estrangeiros. Em conso-nância com o caminho estabelecido pela UBI, a FCSH procura cativar estudantes internacionais de pontos e universidades muito específicos, como a Índia. “Temos que aproveitar as particularidades do inte-rior e procurar alvos distintos de universi-dades como o Porto ou Lisboa”, comenta a Profª. Doutora Helena Alves.

Esta aposta – numa relação com a in-vestigação e em parceria com os diretores das unidades de investigação e dos pro-gramas doutorais – passa igualmente pe-

manas: “Sendo uma universidade jovem e de reduzida dimensão, acreditamos que podemos ser bons através da dife-renciação, auxiliando as empresas e as organizações na resolução dos seus pro-blemas”. Para isso, está em vista a orga-nização, em novembro deste ano, de um evento que contará com a presença de representantes de empresas locais e nacionais. Pretende-se que daí saia um conselho consultivo que anualmente re-porte à instituição a sua visão sobre os cursos e o caminho a seguir.

Entendendo que a instituição não deve cingir-se ao orçamento atribuído pela reito-ria, a Profª. Doutora Helena Alves procura gerar novos fundos através de iniciativas co-mo a summer schools. A primeira, agenda-da para a última semana de agosto, vai de-bruçar-se sobre o tema “Intervenção Psico-traumática em Situações de Crise”; a se-gunda a decorrer na primeira semana de setembro tem que ver com “Gestão de Ris-co em Ações Humanitárias”. Ambas as ações decorrerão em parceria com a Facul-dade de Ciências da Saúde da UBI.

la organização de conferências com figu-ras “de reconhecido mérito internacio-nal”, que possam auxiliar os corpos inter-nos no incremento da atividade e dos processos de investigação de âmbito in-ternacional.

A relação com o mercado e a socieda-de é uma área que a FCSH tem vindo a cimentar com a realização de projetos, maioritariamente de âmbito regional. “Tentamos focar-nos nos problemas da região”, afirma, falando especificamen-te do projeto ARTISAN - AspiRing en-TrepreneurIaI families to perpetuate cultural buSiness Across geNerations, que tem como objetivo “contribuir para o desenvolvimento do espírito empreen-dedor e oferecer competências em-preendedoras aos elementos juniores e seniores das empresas familiares dos se-tores do artesanato e do agroturismo”. Trabalhando com as empresas da re-gião, o grupo procurou perceber as ne-cessidades e dificuldades de cada caso, ajudando-os a ultrapassar essas barrei-ras. Atualmente, a FCSH está, junta-mente com o Turismo do Centro, a tra-balhar na promoção dos produtos endó-genos da região, assim como, nas áreas da Psicologia e da Sociologia, em proje-tos sobre prevenção da radicalização em prisões, envelhecimento ativo ou igualdade de gênero. Também no De-partamento de Ciências do Desporto se tem trabalhado com a comunidade em projetos como, por exemplo, o Progra-ma MAMA_MOVE relacionado com o exercício em mulheres que passaram por situações de cancro de Mama ou o Centro de Energia Viva de Montanha.

Falamos de projetos que permitem a transferência de conhecimento nas áreas ligadas às Ciências Sociais e Hu-

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade da Beira Interior (UBI) é composta por quatro departamentos – Gestão e Economia, Psicologia e Educação, Sociologia e Ciências do Desporto – que se tem evidenciado pela oferta de formações diferenciadas e de forte interesse regional e nacional.

Ensino que se desenvolve em parceria com a sociedade

1.º Ciclos/Licenciaturas • Ciência Política e Relações Internacionais• Ciências do Desporto• Economia• Gestão• Marketing• Psicologia• Sociologia

2.º Ciclos/Mestrados • Ciências do Desporto• Economia• Empreendedorismo e Criação de Empresas• Empreendedorismo e Inovação Social• Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário• Gestão• Gestão de Unidades de Saúde• Marketing• Psicologia Clínica e da Saúde• Relações Internacionais• Sociologia: Exclusões e Políticas Sociais

3.º Ciclos/Doutoramentos • Ciências do Desporto• Economia (associação UÉ-UBI)• Educação• Gestão• Marketing e Estratégia (associação UM-UA-UBI)• Sociologia

Universidade da Beira Interior | Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Estrada do Sineiro, s/n • 6200-209 Covilhã

http://www.ubi.pt/entidade/Ciencias_Sociais_e_Humanas

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EnsinoFaculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior 11

Jun2018

A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior tem quatro cursos em áreas major que se desenvolvem nos vários níveis de ensino — Optometria - Ciências da Visão; Medicina; Ciências Bio-médicas; Ciências Farmacêuticas. Todas as formações são relativamente recentes (à ex-ceção de Optometria - Ciências da Visão, que tem um largo historial na oferta forma-tiva da UBI) e respondem a modernas nor-mas pedagógicas, em constante atualiza-ção, “dentro daqueles que são os novos co-nhecimentos e saberes”. Todos os cursos foram recentemente aprovados pela Agên-cia de Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Fator diferenciador destas forma-ções é exatamente a metodologia pedagó-gica, que nos cursos de Medicina e Ciências Farmacêuticas são próprias, e “foram de-senvolvidas segundo os conhecimentos mais contemporâneos, sob o ponto de vis-ta da capacidade de os adultos aprende-rem” e, a partir daí, desenvolverem o seu conhecimento, preparando-se, simultanea-mente, para o processo de aprendizagem ao longo da vida, nunca descurando aspe-tos como o profissionalismo, “o ser profis-sional” e a relação humana com o paciente.

Todo o modelo pedagógico ministrado está, intrinsecamente, apoiado no ensino com recurso a simulação como metodolo-gia pedagógica. Estas práticas decorrem no Laboratório de Competências (LaC), um

lação (ventilação não invasiva, a título de exemplo).

Inserida na região Centro, muitas vezes desprovida de grandes meios de apoio e su-porte à saúde, realce-se a importância da FCS no apoio ao desenvolvimento de áreas como a Telessaúde. Ainda no passado dia 4 de junho foi reforçada essa intenção, atra-vés da assinatura de um acordo de coopera-ção entre a UBI, a SITT - Sociedade Ibérica de Telemedicina e Telessaúde, a Universida-de Aberta e a empresa Linde, que incide na formação em Telessaúde, não só para ati-vos em Portugal, mas também no estran-geiro.

Estudar na CovilhãQuestionado sobre as mais valias que a

FCS da UBI e a Covilhã têm para oferecer aos potenciais estudantes das áreas da saú-de, o Prof. Doutor Miguel Castelo-Branco fala da garantia de um ensino de excelência que permite ao aluno “aprender e ter exce-lentes oportunidades sob o ponto de vista de carreira futura”. Simultaneamente, real-ça o ambiente académico que se vive na re-gião, “muito propício ao estudo com tran-quilidade, assim como ao acesso a uma ci-dade repleta de aspetos históricos, culturais e desportivos”.

espaço pensado e desenvolvido em torno da utilização da simulação em contexto de aprendizagem — “o LaC privilegia a simu-lação, nos seus diferentes níveis, como me-todologia de ensino e aprendizagem que cria a ponte entre o ensino pré-clínico e a prática profissional”. 

Relação com o meioA interação com a sociedade e com o

meio promovida pela FCS desenvolve-se sob o ponto de vista científico, através do CICS-UBI - Centro de Investigação em Ciências da Saúde e, desde 2017, no Cen-tro Académico Clínico das Beiras, consór-cio que integra instituições de saúde e de formação dos distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu.

O Prof. Doutor Miguel Castelo-Branco dá-nos conta de várias linhas de investiga-ção que, aproveitando temáticas de interes-se público como a alimentação, em parce-ria com o setor agrícola da região, visam de-senvolver conhecimento científico na utili-zação e valorização de produtos naturais endógenos como a cereja e as plantas aro-máticas “que têm sido estudadas sob o pon-to de vista dos efeitos benéficos para a saú-de”. Esta investigação insere-se no plano de ação do CICS-UBI que, de uma forma mais abrangente, visa contribuir positivamente para a sociedade na identificação de ferra-mentas úteis para a prevenção, diagnóstico e terapêutica de diversas doenças não co-municáveis de elevada prevalência, como o cancro, as doenças endócrinas e metabóli-cas e as neurológicas e neurovasculares.

Não esquecendo a relação com os seus pares, nomeadamente com os profissionais e as instituições de saúde da região, a FCS tem dinamizado a sua ação na oferta de for-mações long life learning, assim como na aprendizagem de técnicas por via da simu-

Em ano de comemoração do seu 20º aniversário, a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior (UBI) demonstra um grande dinamismo, em consonância com as melhores práticas pedagógicas, clínicas e científicas aplicadas a nível internacional.

A formação em saúde numa relação crucial com o meio

Licenciaturas • Ciências Biomédicas• Optometria e Ciências da Visão

Mestrados Integrados • Ciências Farmacêuticas • Medicina

Mestrados • Ciências Biomédicas • Optometria e Ciências da Visão

Doutoramentos • Biomedicina • Ciências Farmacêuticas • Medicina

Pós graduações e cursos de curta duração não conferentes de grau (lista não exaustiva)

• Hidrologia e Climatologia • Tele-saúde • Ventilação Não Invasiva

Recursos • Centro de Investigação em Ciencias da Saúde• Biobanco• CCECV Centro Clínico e Experimental de

Ciências de Visão• Unidade Farmacovigilância• Museu Memórias da Saúde

Universidade da Beira Interior | Faculdade de Ciências da Saúde

Av. Infante D. Henrique

6200-506 Covilha

Tel: 275 329 002/3

www.fcsaude.ubi.pt • www.ubi.pt

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Ensino Faculdade de Ciências da Universidade da Beira Interior12

Jun2018

A FC assenta a sua missão em três pi-lares principais de funcionamento – En-sino, Investigação e Cooperação com a Sociedade – visando a “qualificação de alto nível, a produção, transmissão, crí-tica e difusão de saber, cultura, ciência e tecnologia, através do estudo, da do-cência e da investigação”. Para a pros-secução com êxito desta missão, conta com um corpo docente altamente quali-ficado constituído por 99 professores, todos doutorados, instalações de ensino e investigação excelentes, onde os estu-dantes podem desenvolver as suas ativi-dades de aprendizagem e investigação.

A sua localização privilegiada, dentro da UBI e dentro da Cidade Universitária da Covilhã, faz com que a escolha por um dos cursos na área da Física, Mate-mática ou Química seja, provavelmente, a melhor escolha que um estudante na-cional ou internacional pode fazer para iniciar a sua experiência universitária. Para esta boa experiência será determi-nante o estatuto da UBI como uma das melhores instituições de Ensino Supe-rior do mundo, fundadas há menos de 50 anos, pelo Ranking 2018 do Times Higher Education, e uma cidade com elevada qualidade de vida e custos mui-to acessíveis, numa zona de montanha, em plena Serra da Estrela, de uma enor-

Unidade de Investigação em Materiais Fibrosos e Tecnologias Ambientais (Fi-bEnTech).

A FC tem assumido desde sempre a sua ligação à sociedade, em particular aos seus agentes sociais culturais e eco-nómicos, centrando-se nas vertentes principais de interação com as escolas do Ensino Secundário, Polos Tecnológi-cos da região e a indústria, e ainda pres-tação de serviços à comunidade, espe-

cialmente nas áreas do ambiente e da saúde, e ainda consultadoria técnica.

Em suma, a FC convida tanto estudan-tes nacionais como internacionais a esco-lherem um dos seus cursos nas áreas da Física, Química ou Matemática, para emergirem e viverem de uma forma ple-na, fascinante e independente, uma expe-riência Universitária que marcará para sempre as vossas vidas: “Uma vez Ubia-no, para sempre Ubiano”.

me beleza paisagística, considerada uma das cidades mais seguras a nível mundial, possante, cheia de vida, com muitos jovens, com muita animação e vida noturna.

De realçar ainda, os dois núcleos de estudantes ligados aos cursos da FC que proporcionam a todos os estudantes uma vida académica ainda mais produti-va e estimulante, oferecendo todo um conjunto de experiências e oportunida-des, incluindo os de natureza solidária.

A oferta formativa da FC, resultante da capacidade científica e pedagógica dos seus docentes e das necessidades emergentes do mercado, compreende quatro licenciaturas, sete mestrados e ainda quatros doutoramentos, todos acreditados pelo período máximo pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (ver caixa com oferta formativa). Não obstante a oferta dos 1º ciclos atualmente ser apenas nas áreas da Química, Bioquímica e Biotecnolo-gia, fruto de um conjunto de constrangi-mentos, espera-se que esta seja alarga-da para as outras áreas nucleares das Ciências Exatas, concretamente com um 1º ciclo em Matemática e Aplica-ções já para o ano letivo de 2019-2020, e um 1º ciclo na área da Física para o ano letivo seguinte.

A investigação da FC onde os estu-dantes ainda nas suas licenciaturas se iniciam, mas principalmente durante o seu mestrado e doutoramento, decorre sobre a orientação direta e em estreita ligação, quase familiar, dos docentes e investigadores, não apenas na Unidade de Investigação CMA, sediada nesta Fa-culdade, mas ainda no Centro de Inves-tigação em Ciências da Saúde (CICS) e

A Faculdade de Ciências (FC), criada em 2008 pelos atuais Estatutos da UBI, teve a sua origem em 1989, ainda como Unidade Científico Pedagógica das Ciências Exatas, e agrega os Departamentos de Física, Matemática e Química e a Unidade de Investigação e Desenvolvimento Centro de Matemáticas e Aplicações (CMA). O presidente, Prof. Doutor Paulo Almeida, faz-nos o retrato desta Escola.

Aliança entre a capacidade científica e pedagógica no ensino das Ciências

1º Ciclo/Licenciaturas • Bioquímica • Química Industrial • Biotecnologia • Química Medicinal *

*Não consta da oferta formativa para o ano letivo 2018/2019

2º Ciclo/Mestrados • Química Industrial • Bioquímica • Biotecnologia • Química Medicinal • Ensino de Física e Química no 3º Ciclo do Ensino

Básico e no Ensino Secundário • Ensino de Matemática no 3º Ciclo do Ensino

Básico e no Secundário • Matemática para Professores

3º Ciclo/Doutoramentos • Bioquímica • Química • Física • Matemática e Aplicações

Universidade da Beira Interior | Faculdade de Ciências

Rua Marquês D’Ávila e Bolama

6200-001 Covilhã | PORTUGAL

Tel.: +351 275 329 132 | E-mail: [email protected]

www.ubi.pt/Entidade/Ciencia

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EnsinoFaculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior 13

Jun2018

A Faculdade de Engenharia da Univer-sidade da Beira Interior beneficia de um corpo docente jovem, dinâmico e espe-cializado que ministra um ensino de cariz muito laboratorial e prático. Situada nas instalações da antiga Empresa Transfor-madora de Lãs, cerca de 70% do espaço da Escola serve os laboratórios de apoio que, com equipamentos modernos, refor-çam a excelência e a diferenciação no en-sino das engenharias. Numa Universida-de com um numerus clausus reduzido “os estudantes beneficiam de um acesso mais facilitado aos laboratórios e têm também um maior contacto com os docentes na resolução de problemas e na discussão de temáticas”, comenta o Presidente, o Prof. Doutor Sílvio Mariano. Esta proximidade favorece desde logo a interação (funda-mental) no decurso dos projetos de inves-tigação implementados no âmbito dos mestrados e dos programas doutorais.

Associada a esta característica da Facul-dade de Engenharia, o ambiente que se respira na Covilhã beneficia das mais-va-lias adjacentes a uma cidade do interior – uma localidade pequena, com um custo

Nestas unidades, a partir do 2º Ciclo de estudos, os estudantes e investigado-res partilham espaços numa clara tenta-tiva de imbuir os alunos num ambiente de produção científica. Esta estratégia “propicia a troca de ideias e uma maior capacidade de ajuste à investigação dos estudantes que alimentem o gosto por enveredar por esta carreira”. O Prof. Doutor Sílvio Mariano realça que, pelo facto de grande parte dos cursos do de-partamentos revelarem taxas de empre-gabilidade acima dos 95%, a maioria

dos estudantes é aliciada pelo mercado de trabalho que facilmente absorve esta mão de obra qualificada.

A Faculdade de Engenharia tem vindo a revelar um crescimento no número de alunos nacionais e internacionais (cerca de 1700 alunos). O aumento do núme-ro de vagas para as instituições de ensi-no superior sediadas no Interior, coloca no horizonte da Faculdade a abertura de novos cursos que pretendem dar res-posta às novas necessidades do merca-do.

de vida mais acessível, quando compara-do com cidades como Lisboa e Porto – que dispõe de estruturas habitacionais e de lazer, com proximidade à única estân-cia de desportos de inverno do país e ao Parque Natural da Serra da Estrela, que cativam tanto o estudante nacional como o internacional. “Numa cidade muito aca-démica, a vivência social revela-se muito interessante entre estudantes oriundos de diferentes pontos do país e do mundo”, assinala o presidente.

InvestigaçãoNeste espaço a investigação assume

um caráter de relevante importância que acompanha a estratégia da reitoria da UBI, a qual pretende distinguir-se co-mo uma “universidade de investigação”.

A Faculdade de Engenharia acolhe quatro unidades de investigação finan-ciadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), C-MADE – Centre of Materials and Building Technologies, C--MAST  –  Center for Mechanical and Aerospace Science and Technologies, FibEnTech  –  Fiber Materials and Envi-ronmental Technologies, CISE  –  Elec-tromechatronic Systems Research, e participa em dois laboratórios associa-dos, IT – Instituto de Telecomunicações (delegação da Covilhã) e LAETA – La-boratório Associado de Energia, Trans-portes e Aeronáutica (AEROG/UBI). Nessas unidades são desenvolvidos pro-jetos de investigação – mais fundamen-tal, em forte cooperação com a indús-tria nacional ou de nível europeu – que beneficiados pela atribuição de bolsas de financiamento alavancam os progra-mas doutorais em curso na instituição.

Ministrando um ensino diferenciador que beneficia das sinergias criadas com as restantes Faculdades da Universidade da Beira Interior (UBI), a Faculdade de Engenharia tem vindo a crescer quer no número de alunos, quer na investigação que produz. Em conversa com o presidente da instituição, o Prof. Doutor Sílvio Mariano, obtivemos o retrato atual do estudo das engenharias na UBI.

Ensino laboratorial e prático revela elevadas taxas de empregabilidade

1º Ciclo/Mestrado Integrado

• Arquitetura• Bioengenharia• Design de Moda• Engenharia Aeronáutica• Engenharia Civil• Engenharia

Eletromecânica• Engenharia

Eletrotécnica e de Computadores

• Engenharia Informática• Informática Web

2º Ciclo• Bioengenharia• Branding e Design de

Moda (associação UBI/IADE-UE)

• Design de Moda• Design Industrial• Engenharia e Gestão

Industrial• Engenharia

Eletromecânica• Engenharia

Eletrotécnica e de Computadores

• Engenharia Informática• Engenharia Têxtil• Sistemas de Informação

Geográfica

3º Ciclo• Design de Moda (em

associação UBI/UM)• Ciência e Engenharia

dos Materiais Fibrosos• Engenharia Aeronáutica• Engenharia Civil• Engenharia e Gestão

Industrial• Engenharia

Eletrotécnica e de Computadores

• Engenharia Informática• Engenharia Mecânica• Materiais e

Processamento Avançados (Programa Doutoral FCT -Associação UNL/UC/UL/UM/UP/UA/UBI)

Universidade da Beira Interior | Faculdade de EngenhariaRua Marquês D’Ávila e Bolama6200-001 Covilhã | PORTUGALTel.: +351 275 329 132 | E-mail: [email protected]/Cursos

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Ensino Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior14

Jun2018

O Prof. Doutor José Maria Silva Rosa, que preside aos destinos da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior, adjetiva-a como uma «Escola Vi-va e Criativa».

«Viva», porque se alimenta, cresce e multiplica por força do dinamismo de um «corpo docente jovem, dinâmico, motiva-do e altamente qualificado» – desde as áreas tradicionais das Letras, como sejam as Línguas, Literaturas, Culturas, a Histó-ria, a Filosofia, passando por áreas trans-versais como as Ciências da Comunica-ção/Linguagens, com as vertentes de Jornalismo, Publicidade e Relações Públi-cas, pela Ciência Política, até à Cultura e Artes contemporâneas, como o Cinema e os Designs e, já no horizonte, as Práti-cas Artísticas.

«Criativa», pois o ensino e a investiga-ção procuram cross-fertilization entre aqueles saberes clássicos fundamentais referidos antes – blue-sky research –, com áreas mais experimentais, projetuais e performativas ligadas ao Cinema, aos Designs, aos Jogos Digitais, às interme-dialidades e performances artísticas, as-sim como às digital humanities no âmbi-to das múltiplas expressões da Comunica-ção. Aqui cultivamos o espanto, o inespe-rado, a curiosidade, a transgressão criadora – a qual, amiúde, tem merecido prémios aos alunos da FAL, em concur-sos internacionais.

Revelamos, assim, uma Escola que en-trelaça a tradição e a inovação, ou seja,

tende que para cumprir a sua função pe-rante os contribuintes que a pagam, uma Universidade tem que devolver à Socieda-de o que recebe, mas ao mesmo tempo ser dela instância crítica e criativa. «Tem que passar por aqui algo de sonho re-lativamente à sociedade que queremos construir. Aqui gera-se pensamento críti-co, cidadania, liberdade, liderança e capa-cidade de intervenção», reforça.

Estas aspirações concretizam-se, por exemplo, na recente Área da Cultura (Li-cenciatura e Mestrado) através de mais de uma dezena de parcerias com autarquias e instituições culturais da região e fora de-la, no âmbito dos estudos de cultura – «Não ficamos dentro de portas; estamos numa região que vai do Tejo ao Douro.

Estes rios, porém, não são limites, mas vias. Sobre eles lançamos todas as pontes.» A FAL assume assim, nas pala-vras do seu presidente, o empenho no fo-mento e criação «de um estado de cons-ciência de pertença regional», quer por via dos serviços diretos que presta à co-munidade, designadamente através do Centro de Recursos de Ensino de Audio-visual, quer pelas «parcerias, o estudo, o ensino, a investigação e transferência de conhecimento». Mas consigo leva tam-bém um intento cosmopolita. Porque se a FAL é uma Faculdade que se afirma como agente ativo na renovação e repovoa-mento da Terra que a acolhe, pelo conhe-cimento que cria e dissemina, está inteira-mente aberta ao Mundo e para o Mundo.

os saberes do cânone tradicional das Uni-versidades com nichos fundamentais liga-dos às Artes, que se encontram, atual-mente, em franca expansão, convergin-do, a título de feliz exemplo, no novo pro-grama doutoral da FAL em Media Artes.

A par da excelência do corpo docente e discente, e da completa e «contemporâ-nea» oferta formativa, o Professor José Rosa destaca a «Atitude e a garra» como sendo características intrínsecas dos pro-fessores e alunos, maioritariamente deslo-cados: «Este ritmo pendular cria constran-gimentos, mas é também um grande de-safio e comporta alguns estímulos, pois significa que bebemos de muitas fontes e respiramos muitos ‘ares’.» A criação de condições para os acolher, numa cidade que revela inapreciáveis mais-valias a quem nela vive, estuda, trabalha, ou sim-plesmente a visita (baixo custo de vida, se-gurança, imersão total em ambiente de estudo, a Serra da Estrela, …), arreiga também num forte sentimento de perten-ça – «somos Ubianos!» – e reforça a ca-pacidade de «fazer mais com menos».

Localizada no espaço que viu nascer a UBI, nas antigas instalações da Real Fá-brica dos Panos, fundada pelo Marquês de Pombal, em 1764, «a FAL é construí-da de “pedras de granito” e de “pedras vi-vas”. Isto é, de passado, presente e fu-turo», comenta o Professor José Rosa. Uma Faculdade acolhedora, onde docen-tes e discentes vivem num ambiente de franca comunicação e proximidade. «Es-tar na Universidade e numa Faculdade co-mo a FAL, significa perfilhar uma atitude construtiva e interrogativa, cultivar um olhar crítico perante a realidade e o co-nhecimento, sempre com propósito cria-tivo e transformador. A Universidade não pode limitar-se a ser uma correia de trans-missão de conhecimentos», considera o nosso interlocutor. Naturalmente atento às questões relacionadas com a formação de excelência e a empregabilidade dos seus estudantes, o Presidente da FAL en-

Na Covilhã vive-se um salutar ambiente universitário. Ali, o estudo das Artes e das Letras prolifera numa terra ávida de Cultura e fértil em criatividade. É neste universo que a Faculdade de Artes e Letras da UBI tem desempenhado um meritório papel, reconhecido dentro e fora de portas.

Uma Escola Viva e Criativa

1º Ciclo/Licenciaturas• Ciências da Comunicação• Ciências da Cultura• Cinema• Design Multimédia• Estudos Portugueses e Espanhóis

2º Ciclo/Mestrados• Ciência Política• Cinema• Comunicação Estratégica: Publicidade e

Relações Públicas • Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais• Design Multimédia• Ensino de Filosofia no Ensino Secundário• Ensino de Português e de Espanhol• Estudos de Cultura • Estudos Lusófonos• Jornalismo

3º Ciclo/Doutoramentos• Ciência Política• Ciências da Comunicação• Estudos de Comunicação: Tecnologia,

Cultura e Sociedade • Filosofia• Media Artes

Universidade da Beira Interior | Faculdade de Artes e Letras

Rua Marquês D’Ávila e Bolama

6200-001 Covilhã | PORTUGAL

Tel.: +351 275 242 023 | E-mail: [email protected]

www.ubi.pt/Entidade/Artes_e_Letras

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LICENCIATURAS

FACULDADE DE MOTRICIDADE HUMANA

CONSTRÓI O TEU FUTURO.

MESTRADOS

PÓS-GRADUAÇÕES

DOUTORAMENTOS

CIÊNCIAS DO DESPORTO - EXERCÍCIO E SAÚDE

CIÊNCIAS DO DESPORTO - TREINO DESCPORTIVO

DANÇA

ERGONOMIA

GESTÃO DO DESPORTO em parceria com o ISEG

REABILITAÇÃO PSICOMOTORA

CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO*ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIOERGONOMIA*ERGONOMIA REGIME INTENSIVO*EXERCÍCIO E SAÚDEGESTÃO DO DESPORTO*REABILITAÇÃO PSICOMOTORA*TREINO DE ALTO RENDIMENTO*TREINO DESPORTIVO*SEXTA E SÁBADO OU PÓS LABORAL

DANÇA NA COMUNIDADEDESPORTO ADAPTADODIVERSIDADE E DESENVOLVIMENTOEDUCAÇÃO ESPECIAL - DOMÍNIO COGNITIVO E MOTOREDUCAÇÃO SEXUALGOLFEHIGH PERFORMANCE FOOTBALL COACHINGMOBILITY AND ACTIVE AGINGOUTDOOR SPORT & SEAPERFORMANCE ANALYSIS IN SPORTSAÚDE MENTALSTRENGTH & CONDITIONINGSURF COACHINGFORMAÇÃO ESPECIALIZADA

MOTRICIDADE HUMANA

CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDEBIOMECÂNICA

COMPORTAMENTO MOTORDANÇA

ERGONOMIAFISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

PSICOLOGIA DO EXERCÍCIO E DO DESPORTOREABILITAÇÃO

SOCIOLOGIA E GESTÃO DO DESPORTOTREINO DESPORTIVO

DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOEDUCAÇÃO ESPECIAL

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

Saiba mais em: www.facebook.com/fmotricidadehumana / www.fmh.ulisboa.pt

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Ensino Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa16

Jun2018

Longe de se fechar sobre si, esta instituição de ensino superior tem realizado atividades de cooperação que, paralelamente à partilha de saberes e experiências, contribuem para o cimentar de uma valiosa ligação com outros países de língua portuguesa.

Cooperação com a Lusofonia: Desígnio Nacional e ex-libris da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Dário Moura VicenteProfessor Catedrático da Faculdade de Direi-to da Universidade de Lisboa e Presidente do Instituto de Cooperação Jurídica

A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) leva a cabo, há quase trinta anos, um vasto le-

que de atividades de cooperação com instituições univer-sitárias de outros países e territórios de língua e cultura portuguesa: Angola, Bra-sil, Cabo Verde, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique e Timor-Leste.

Iniciadas nos anos 90 com a lecionação por docentes da FDUL de disciplinas dos cursos de licenciatura em Faculdades de Direito destes países, essas atividades estenderam-se entretanto à organização conjunta de cursos de pós-graduação, de mestrado e, mais recentemente, de doutoramento; e são complementadas pelo apoio dado às bibliotecas jurídicas das referidas instituições e pela publicação de obras científicas sobre o Direito dos países de língua portuguesa, entre as quais se destacam as incluídas na Coleção de Estudos de Direito Africano e na biblioteca online Ius Commune.

Para o efeito, a FDUL celebrou já mais de trinta protocolos com instituições de ensino superior estrangeiras. Nas três últimas décadas, vários milhares de estudan-tes beneficiaram, no estrangeiro e em Portugal, ao abrigo desses protocolos, da lecionação por docentes da FDUL, ou por docentes por estes coordenados, no âmbito da Cooperação Jurídica, em cursos criados e apoiados por esta Faculdade.

O número médio de alunos é de aproximadamente mil por ano, repartidos pe-los três ciclos de estudo e outros cursos e iniciativas. O número de docentes que todos os anos participam nas atividades de Cooperação Jurídica desenvolvidas pe-la FDUL supera os cinquenta, representando todas as áreas científicas do Direito, neles se incluindo não apenas docentes que realizam missões de curta duração pa-ra a lecionação de cursos pós-graduados, mas também outros, deslocados em re-gime de permanência nos referidos países.

Esta atividade de cooperação tem contribuído para a manutenção e o aprofun-damento das relações de Portugal com os países envolvidos e, em particular, as suas escolas de Direito, com reflexos sensíveis na produção científica, nas soluções legislativas e na interpretação e aplicação do Direito levadas a cabo pelos tribunais e pela administração pública.

A todas estas iniciativas subjaz um forte sentido de solidariedade daqueles que nelas intervêm. Visa-se através delas, antes de mais, a consolidação científica e pe-dagógica das instituições dos países de língua portuguesa com que a FDUL coo-pera; mas, mais do que isso, a criação de uma comunhão de saberes entre os ju-ristas desses países. Em suma: a formação e consolidação de uma Comunidade Jurídica de Língua Portuguesa, capaz não só de preservar e aprofundar os laços culturais que historicamente ligam os povos desses países, mas também de confe-rir à Lusofonia a projeção que merece no plano internacional.

João Espírito SantoProfessor Auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e Assessor Científico da Faculdade de Direito de Bissau

Exerço atualmente as funções de coordenador cientí-fico da Faculdade de Direito de Bissau (FDB). A FDB é

a mais relevante instituição de ensino superior da Guiné--Bissau, constituindo um centro de criação, transmissão e difusão de cultura e de ciência. A FDB é uma instituição de Direito Público Bissau-Guineense, criada em novembro de 1990. A criação da FDB foi condição essencial para que, ainda em 1990, se firmasse entre Portugal e a Guiné-Bissau um acordo de cooperação que permitiu a criação da licenciatura em Direito, em condições paralelas às então ofe-recidas pelas universidades portuguesas. A execução do Protocolo de Cooperação foi confiada, no que se refere a Portugal, à FDUL, sendo esta apoiada, no plano financeiro, pelos serviços públicos portugueses de cooperação.

A FDB goza, atualmente, de um corpo de lecionação que, entre os nacionais Bissau-Guineenses, compreende 5 docentes com o grau de Doutor e cerca de 35 docentes com o grau de Mestre. A relevância sociocultural da FDB é mensurável: o número de licenciados e o seu atual corpo docente nacional são as medidas do seu sucesso, sendo que, até ao presente, a Faculdade conferiu cerca de 500 licen-ciaturas. Anualmente, dão entrada na Faculdade cerca de 35 novos alunos. Os pri-meiros licenciados da FDB, de 1995 em diante, vieram a compor um relevante corpo técnico-político de que a Guiné-Bissau muito necessitava, por um lado, pa-ra a implementação de uma estrutura estadual de rule of law e adaptada às espe-cificidades locais, e, por outro lado, de afirmação do Estado no plano internacio-nal, em particular da participação em organizações multiestaduais de âmbito re-gional e global.

Exerci funções docentes na Faculdade de Direito de Bissau entre 1995 e 1997, na qualidade de docente colocado pela FDUL; nunca me desliguei do país depois disso. Sempre recebi dos guineenses – um povo muito afável – o tratamento de quem acolhe um estrangeiro mostrando-lhe que essa condição só releva para o bem… não me sinto, portanto, estrangeiro em Bissau.

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EnsinoFaculdade de Direito da Universidade de Lisboa 17

Jun2018

Marcelo Rebelo de SousaProfessor Catedrático da Faculdade de Direi-to da Universidade de Lisboa, Antigo Presi-dente do Instituto de Cooperação Jurídica

«Desde 1976-77 assumiu a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa como incumbência essencial a

cooperação com os países africanos de língua portugue-sa, com Macau e ainda com Timor-Leste. As três décadas de cooperação jurídica acabadas de evocar são indissociáveis do trabalho precursor de José de Oliveira Ascensão, José Manuel Sérvulo Correia e António Marques dos Santos, do estí-mulo de sucessivos Presidentes dos Conselhos Diretivo e Científico, com relevo para Isabel de Magalhães Collaço, António Sousa Franco, Jorge Miranda e Miguel Teixeira de Sousa, da capacidade de conceção e execução de sucessivos Presiden-tes do Instituto de Cooperação (bem representados por Dário Moura Vicente), e de dezenas de Professores, Assistentes e Assistentes-Estagiários que dedicaram e dedicam anos das suas vidas a este verdadeiro serviço nacional e lusófono. Porque de serviço nacional se trata – ao projetar a nossa cultura jurídica e ao enriquecê-la com o contributo específico dos nossos irmãos na língua e em tantos outros tra-ços comuns. No fundo, a cimentar a Lusofonia.» (Lisboa, 2008)

Geraldo de AlmeidaAdvogado e Docente do Instituto de Ciências Jurídicas e Sociais de Cabo Verde

«A mais importante experiência de formação na mi-nha vida pessoal e profissional foi a minha passagem

pela Faculdade de Direito de Lisboa, primeiro como aluno e, posteriormente, como docente. Posso afirmar, sem vaidade, que hoje sou um professor estimado pelos meus alunos e um jurista respeitado pelos meus concidadãos graças ao lastro científico e metodológico que recebi da Fa-culdade de Direito da Universidade de Lisboa. Se o conhecimento liberta, pos-so afirmar sem pejo nem pudor que a FDL abriu-me as portas da liberdade.» (Praia, 2018)

Emílio Kafft KostaDoutor em Direito; Professor das Faculda-des de Direito de Bissau e da Universidade de Lisboa

«Presto o merecido tributo à Cooperação (entre o Estado português e os lusófonos, assim como, na Fa-

culdade de Direito da Universidade de Lisboa, ao Insti-tuto de Cooperação Jurídica) pelo muito que tem feito em prol da edificação de uma autêntica comunidade jurídica lusófona. No que a mim diz respeito, o tributo é também pela mão que, em momentos cruciais da minha vida acadé-mica, me deu. Como estudante de licenciatura, como mestrando, doutorando – no 1.º lustro do século em curso -, enquanto investigador e, de há 7 anos a esta parte, como professor na FDUL, essas instituições têm respondido sem-pre afirmativamente às minhas vicissitudes, a despeito da minha autoconten-ção, oferecendo o amparo cerceado algures. Um grande bem-haja!» (Lisboa, 2018)

Teodoro WatyDoutor em Direito pela FDUL; Professor da Faculdade de Direito da Universidade Eduar-do Mondlane (Moçambique)

«Pertenço ao grupo dos primeiros cinco mestres formados em Moçambique com o diploma da Uni-

versidade de Lisboa e fui o pioneiro moçambicano a doutorar-se em Direito naquela Universidade. As duas Faculdades de Direi-to cooperam com outras Universidades moçambicanas na ministração de graus de Mestre e de Doutor em Direito. É um perfeito exemplo de coope-ração Sul-Norte num investimento reprodutivo – o conhecimento. Os frutos da ação da FDUL estão presentes na Política, nos três pilares da Adminis-tração da Justiça, no Parlamento, no Governo, na Cultura, na Defesa e no crescimento económico de Moçambique. A Universidade de Lisboa e a sua Faculdade de Direito são o mais eficaz consulado de Portugal, em Moçam-bique.» (Maputo, 2018)

António CostaAntigo Docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

«Enquanto jurista, licenciado pela Faculdade de Direi-to da Universidade de Lisboa (FDUL), apraz-me aqui sa-lientar a atividade de cooperação que tem sido levada a

cabo, ao longo dos últimos dez anos, em Goa, pela mi-nha Faculdade, designadamente o intercâmbio da FDUL com o Salgaocar Colle-ge of Law. Este tipo de cooperação jurídica deve ser mantida e aprofundada, no quadro mais vasto das relações entre Portugal e a Índia. É importante que um nú-mero crescente de estudantes de Direito e juristas goeses possam conhecer Portu-gal e frequentar as suas Universidades mas que também, reciprocamente, mais es-tudantes e juristas portugueses possam interessar-se pela cultura jurídica goesa e aprender com ela. O Governo está certo de que o diálogo entre universitários, proporcionado pelas atividades de cooperação acima referidas, é um elemento fa-cilitador das relações entre Portugal e a Índia, pelo conhecimento e pela com-preensão recíprocas que possibilita. Da intensificação dessas relações resultarão inequivocamente benefícios nos planos cultural, económico e político para ambos os países. A cooperação jurídica entre instituições de ensino deve, por isso, ser prosseguida, intensificar-se e alargar-se a outras instituições.» (Goa, 2017)

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Ensino Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa18

Jun2018

Maria Ângela CarrascalãoDocente da Universidade Nacional de Timor Loros’ae, Ministra da Justiça do VII Governo

«A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, in-cluída na Fundação das Universidades Portuguesas, tem apoiado a Faculdade de Direito da Universidade Nacio-nal Timor Lorosa´e desde a sua criação em 2005 nos Cursos de Licenciatura e Mestrado. A excelência da qua-

lidade de ensino foi decisiva para a credibilidade do Curso de Direito da UNTL e contribuiu para a formação de recursos humanos em língua portuguesa essencial para a consolidação da identidade timorense.» (Díli, 2018)

Ranjana FerrãoProfessora do Salgaocar College of Law (Pan-gim, Goa)

«O Diploma em Direito Civil é um programa de cinco se-manas, levado a cabo em associação entre a Faculdade de Direito de Lisboa e o V.M. Salgaocar College of Law, de Goa. Consiste numa introdução intensiva aos sistemas de

Civil Law que visa preparar os estudantes para iniciarem a sua prática profissional nesta área. Todas as semanas, um professor de Direito vem de Lisboa para Goa a fim de lecionar aulas sobre o Direito contemporâneo. Os conteú-dos lecionados dão particular atenção, entre outros temas, ao Código Civil português, ao Direito Comparado dos Contratos, ao Direito da União Europeia, aos direitos das crianças e ao Direito das Sucessões. O programa promove a partilha conhecimentos, a compreensão recíproca e uma perspetiva crítica da Civil Law. Todos os anos, cerca de 60 estudantes de Direito se inscrevem nele. O curso oferece uma oportunidade úni-ca de aprendizagem com académicos influentes e bem conhecidos de Portugal. O pro-grama estimula ainda o networking e faculta bolsas de estudos a professores goeses a fim de visitarem Lisboa e trocarem conhecimentos e ideias.» (Goa, 2018)

Elgar NoronhaAdvogado e Docente do Salgaocar College of Law (Pangim, Goa)

«Considerando que um Código Civil está a ser preparado na Índia e o estado de Goa é o único que tem tido um Código, as atividades de intercâmbio des-de 2008 entre a FDUL e o V.M. Salgaocar College of Law em Goa são o único e indispensável elo que nos liga ao rico património civilista português.» (Goa, 2018)

Carmo d’SouzaProfessor do Salgaocar College of Law (Pan-gim, Goa)

«Recordo com carinho a associação de Goa à Universida-de de Lisboa. Esta aventura tinha a paixão da história, as di-ficuldades dos primeiros exploradores, a nostalgia de diver-sos advogados e juízes que haviam construído sonhos de car-reiras, subitamente interrompidos pelo curso dos eventos e

por aqueles que decidiram sepultar o passado no reino do es-quecimento. Entre os grandes esforços no sentido de cimentar essa relação contam-se as bases lançadas pelo Doutor Dario Moura Vicente, com consistência e determinação e vencendo múltiplas dificuldades, no sentido de constituir uma equipa para lecionar em Goa e de definir um percurso que pudesse captar as joias intelectuais indianas de Goa.» (Goa, 2018).

Gilberto CorreiaAdvogado e antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique

«Terminei o Mestrado e estou, provavelmente, a menos de um ano de terminar o Doutoramento. Asseguro que as minhas expectativas neste domínio foram ultrapassadas. Prestígio, inovação e excelência são marcos indeléveis dos

cursos de pós-graduação promovidos ou participados pela FDUL. Conferem valor acrescentado ao Estudante que os frequenta, ao mesmo tem-po que habilitam-no para uma intervenção diferenciada no mercado.» (Beira, 2018)

Lino DiamvutuMestre em Direito e Doutorando da FDUL; Docente da Faculdade de Direito da Universi-dade Agostinho Neto (Angola)

«O ensino da ciência do direito na FDUL é de grande qualidade, devido à excelência do seu quadro docente. As pós-graduações realizadas nas Universidades em Angola, sob a coordenação científica do Instituto de Cooperação

Jurídica da Faculdade de Direito de Lisboa, revelam-se de grande utilidade, quer para os profissionais, quer para os académicos. Quanto ao dou-toramento, o seu nível de exigência e de rigor científico asseveram a realização de obras de referência internacional.» (Luanda, 2018)

Otavio Luiz Rodrigues Jr.Professor Associado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo; Coordenador da Área de Direito da CAPES

«Minha experiência na Faculdade de Direito da Universi-dade de Lisboa deu-se nos anos de 2010 e 2011, quando cursei meu estágio pós-doutoral sob a  supervisão do cate-

drático Jorge Miranda. Foi um período extremamente im-portante para minhas investigações, que se orientavam à elaboração de minha tese de livre-docência (grau acadêmico brasileiro equivalente à Habilitation na Alemanha), que defendi posteriormente na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, da qual sou docente.  Nesse período de estágio pós-doutoral, frequentei diariamente a Biblio-teca da Faculdade, tendo acesso a periódicos portugueses e estrangeiros, além de um amplo acervo bibliográfico. A literatura jurídica mais atualizada, as revistas em versão eletrônica e as condições físicas auxiliaram-me sobremaneira nas investigações. Além disso, ao acompanhar o catedrático Jorge Miranda em suas atividades docentes, apro-ximei-me e conheci a realidade do ensino jurídico na Universidade de Lisboa. A acolhi-da e a atenção dos professores foi outra nota marcante dessa passagem por Lisboa, o que exterioriza mais um diferencial dessa centenária instituição de ensino. O contato com pessoas oriundas de diversos espaços da lusofonia é outra lembrança muito posi-tiva desses meses de investigações na Universidade de Lisboa.» (São Paulo, 2018)

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MESTRADO EM DIREITO E PRÁTICA JURÍDICA

13 especialidades

Ciências Jurídico-Forenses / Direito da Empresa / Direito Penal / Direito Civil / Direito dos Transportes / Direito Comercial Internacional

Direitos Fundamentais/ Direito Administrativo e Administração Pública / Direito do Ambiente, dos Recursos Naturais e da Energia

Direito Internacional e Relações Internacionais / Economia e Políticas Públicas / Direito Financeiro e Fiscal / Direito da Concorrência e da Regulação

MESTRADO EM DIREITO E CIÊNCIA JURÍDICA

21 especialidades

Ciências Jurídicas: Direito Civil / Direito Penal e Ciências Criminais / Direito Laboral / Direito Comercial / Direito Bancário e dos Seguros

Direito Intelectual / Direito Marítimo e Direito do Mar / Direito Comercial Internacional / Ciências Jurídico-Filosóficas

Ciências Jurídico-Políticas: Direito da União Europeia / Ciências Jurídico-Políticas / Ciências Jurídico-Ambientais

Ciências Jurídico-Internacionais / Direitos Fundamentais / Direito Administrativo / Direito Constitucional

Ciências Jurídico-Económicas: Direito e Economia / Direito Fiscal / Direito Financeiro e Económico Global

Ciências Histórico-Jurídicas: História do Direito / Teoria do Direito

DOUTORAMENTO EM DIREITO

11 especialidades

Ciências Jurídicas: Ciências Jurídico-Civis / Ciências Jurídico-Empresariais / Ciências Jurídico-Criminais

Ciências Jurídico-Políticas: Ciências Jurídico-Políticas / Ciências Jurídico-Internacionais e Europeias

Ciências Jurídico-Económicas: Direito e Economia / Direito Fiscal / Direito Financeiro e Económico Global

Ciências Histórico-Jurídicas: História do Direito / Teoria do Direito / Direito Romano

Para mais informações: [email protected]

CANDIDATURAS*

1ª FASE: 6 de abril até 15 de junho de 2018

2ª FASE: 25 de julho até 17 de agosto de 2018

* Para mais informações: www.fd.ulisboa.pt

OFERTA FORMATIVA

Mestrados e DoutoramentosAno letivo 2018/2019

Cidade Universitária, Alameda da Universidade, 1649-014 Lisboa – PortugalTel. + (351) 217 984 600 – Fax. + (351) 217 984 603 – www.fd.ulisboa.pt

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Ensino Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa20

Jun2018

O DQB tem como missão promover o conhecimento em Química e Bioquímica, proporcionando uma oferta formativa in-terdisciplinar, que engloba 1º e 2º ciclos de Química, Química Tecnológica e Bio-química, assim como 3º ciclo de ensino superior, que se tem vindo a demarcar pe-la inovação e excelência.

Oferecendo aos seus estudantes unida-des curriculares e metodologias de ensino que os estimulam “a estudar, a investigar e a incentivar a sua criatividade”, comen-ta a Presidente do Departamento, Amélia Pilar Rauter, o DQB orienta os seus alu-nos dirigindo-os para “o mercado de tra-balho que os vai absorver”, dando tam-bém grande ênfase à investigação. A for-mação conferida tem elevado caráter ex-perimental, “pois queremos alunos com capacidade para resolver problemas, uma orientação muito apreciada quer na aca-demia quer nas empresas”.

Os nossos alunos são apreciados por outras universidades nacionais e estran-geiras pela facilidade com que se adap-tam a equipas de investigação e obtêm doutoramentos altamente qualificados. A sua empregabilidade  tem também benefi-ciado desta formação que lhes dá compe-tências para responder a um vasto leque

uma formação  “feita por pessoas e para as pessoas”.

Numa alusão às múltiplas valências que caracterizam a atividade universitá-ria, “é nos centros de investigação cien-tífica que    criamos novos conhecimen-tos, para responder ao lema da Faculda-de de Ciências da Universidade de Lis-boa – «O que hoje não sabemos, amanhã saberemos...» –, visando a inovação e o desenvolvimento da sociedade em que vivemos”, elucida Amélia Pilar Rau-ter.    Não deverá, portanto, constituir surpresa que entre os diversos agentes do tecido empresarial que celebraram protocolos ou solicitam serviços ao DQB se incluam, a título exemplificati-vo, empresas químicas e farmacêuticas de projeção mundial.

Centro de Química e Bioquímica Coordenado por Amélia Pilar Rauter, o

CQB é uma unidade de investigação cuja missão assenta em três pilares: responder

aos desafios societais pela contribuição da Química e da Bioquímica, oferecer for-mação avançada e criar valorização so-cial, cultural e económica do conhecimen-to científico. A investigação do CQB está organizada em duas linhas temáticas, uma dedicada à Saúde - Intervenções Mo-leculares e Mecanismos de Regulação, e outra à Química e Bioquímica para um Ambiente Limpo, que refletem as suas va-lências em síntese (orgânica, inorgânica, organometálica), aplicação de técnicas computacionais, desenvolvimento de me-todologias analíticas e de novos materiais, as quais são complementadas com o co-nhecimento em glicoquímica, biologia molecular e celular e investigação bioquí-mica.

A divulgação das invenções à comuni-dade científica e ao público em geral faz parte integrante da estratégia do CQB. No 29º Simpósio da International Car-bohydrate Organisation (ICS 2018), or-ganizado pelo CQB em Julho de 2018, vão ser apresentadas as descobertas mais

de oportunidades, quer no âmbito Indus-trial em diversas áreas, nomeadamente nas indústrias química, alimentar, farma-cêutica e cosmética, nas componentes de desenvolvimento científico e/ou tecnoló-gico, quer no seio da Academia e Institu-tos do Estado, tanto no panorama nacio-nal como internacional.

A qualidade da docência e a interdisci-plinaridade vivida no DQB, um Departa-mento alinhado com os seus Centros de Investigação, traduzem-se numa forma-ção avançada em programas  de Mestra-do e de Doutoramento que tem conduzi-do a uma investigação de excelência e a resultados inovadores.

No acompanhamento da sua formação académica, os estudantes do DQB con-tam com um corpo docente rico em saber e bastante heterogéneo, unido pela con-vicção de que cada aluno é dono de um potencial que importa despertar e desen-volver. Nesse sentido, “estamos apaixo-nados pelo nosso trabalho e a nossa fun-ção é a de dar condições aos alunos para que dêem asas à sua criatividade, sejam organizados, estudiosos e responsáveis, consigam alcançar os seus objetivos e se-rem inovadores”, complementa a nossa interlocutora, realçando a importância de

O Departamento de Química e Bioquímica (DQB) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa aposta numa formação diferenciada, que encontra eco na multidisciplinaridade e excelência dos centros de investigação a ele associados.

Aposta no saber multidisciplinar, fundamental e aplicado

CQE https://ciencias.ulisboa.pt/pt/cqe-ciências-centro-de-química-estrutural

Fundado em 1975, o CQE procura assegurar que a Quími-ca possa contribuir cada vez mais para o bem-estar e pro-gressão das sociedades, seja através do desenvolvimento de Investigação, seja por intermédio da Inovação, da Transfe-

rência de Conhecimentos, da Formação Avançada ou do Ensino. Não deverá, como tal, constituir surpresa que esta corresponda a uma unidade vocacionada não apenas para o desenvolvimento de investigação fundamental, como também de conheci-mento aplicado às necessidades de pessoas, empresas e outros laboratórios.

Reunindo a dedicação de cerca de 180 investigadores doutorados e mais de 390 colaboradores, o CQE respira uma interdisciplinaridade que o faz aproximar-se de domínios tão amplos como, por exemplo, as Ciências Materiais, a Biologia ou a Me-dicina. Afigura-se, posto isto, como uma unidade pioneira e de referência em Portu-gal – não apenas por ter sido um dos primeiros centros de investigação desenvolvi-dos no país, mas também pela saudável filosofia com que ousou aliar diferentes ra-mos do saber, em torno de objetivos comuns.

No seu cerne, operam 11 grupos de investigação, que orientam a sua atividade em torno de quatro grandes linhas temáticas: 1) Síntese, Catálise e Reatividade; 2) Ma-teriais, Matéria Mole e Nanoquímica; 3) Química Sustentável para o Ambiente, Ener-gia e Indústria; 4) Química Médica e Biológica para a Saúde.

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EnsinoDepartamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 21

Jun2018

projeção internacional. “Há 25 anos que estudamos os mecanismos básicos da FQ, doença genética grave que se manifesta sobretudo a nível respiratório em quem herda dois genes mutados (um do Pai e um da Mãe)”, contextualiza a coordena-dora do BioISI, Margarida Amaral, lem-brando que “a nossa investigação vai des-de a compreensão dos mecanismos mole-culares e celulares até à sua translação pa-ra a clínica, seja para melhor diagnóstico e prognóstico da FQ, seja para o seu tra-tamento personalizado”.

São múltiplos os projetos internacionais em que o BioISI já participou, encontrando--se atualmente a colaborar no projeto Euro-peu HIT-CF (www.hitcf.org), “que tem co-mo principal objetivo o desenvolvimento de ‘tratamentos personalizados’ para pacien-tes com FQ e mutações raras”, prossegue a investigadora, antes de esclarecer que, “de-vido à raridade das suas mutações, estes pa-cientes não têm acesso aos novos tratamen-tos (ou ensaios clínicos) de grande impacto na esperança de vida”. O HIT-CF usa técni-cas inovadoras para avaliar em células dos

recentes em glicociências, enquanto os “Festivais de Ciência” e o website nutria-geing.fc.ul.pt são exemplos de produtos bem sucedidos nos quas ciências químicas e bioquímicas são apresentadas como fundamentais para o bem-estar da socie-dade.

Centro de Química EstruturalOutro centro de investigação presente

no DQB é o Centro de Química Estrutural – Ciências (CQE), bastante focado em “promover a ligação do conhecimento químico, processos e tecnologia de pro-duto”, refere Amélia Pilar Rauter, antes de salientar uma segunda finalidade: “o uso das ciências moleculares para aumen-tar a qualidade dos produtos, o cresci-mento económico e o bem-estar”. Nesse sentido, o coordenador da unidade, Car-los Nieto de Castro, enfatiza o comple-mento entre a aplicabilidade da investiga-ção aqui desenvolvida e a constante pro-cura de saber com caráter fundamental. “Se não compreendermos o que são as moléculas e as suas interações, nunca po-deremos projetar um equipamento ou ajudar a projetar um reator químico de uma unidade industrial que seja eficiente”, exemplifica o porta-voz.

Por outro lado, e salientando a trans-versalidade do corpo científico que opera no CQE, é ao abrigo de quatro grandes li-nhas temáticas que a investigação é aqui desenvolvida, mediante a contribuição de elementos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e do Instituto Su-perior Técnico. Poderemos, a título eluci-

dativo, enfatizar o estudo em torno da Nanoquímica, da Química Sustentável, da Tecnologia de novos Fluidos ou da Quími-ca Medicinal e Biológica.

Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas

Finalmente, ainda associado ao DQB está o Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), que abrange no total membros de quatro Departamentos da FCUL e que se distingue pela sua aborda-gem integrativa à complexidade dos siste-mas biológicos, combinando metodolo-gias de alto rendimento e ferramentas computacionais para descrever e prever comportamentos dinâmicos. Assim, o BioISI “define os sistemas biológicos co-mo a sua prioridade”, muito embora a sua complexidade pressuponha a integração de investigadores de múltiplas áreas que, para além da Bioquímica, englobam o universo da Física, da Química ou das Ciências da Computação, suportando as tais “abordagens integrativas” e interdisci-plinares. Posto isto, o objetivo deste insti-tuto de investigação é tirar partido do co-nhecimento gerado “para resolver desa-fios societais importantes e produzir no-vas aplicações úteis à sociedade”, refere Margarida Gama-Carvalho.

Das cinco linhas de investigação do BioISI salientam-se duas grandes áreas de aplicação. A primeira – Biomedicina – es-tá relacionada com a Saúde Humana. Aqui destacam-se os estudos focados em doenças genéticas raras como, por exem-plo, a Fibrose Quística (FQ), com elevada

BioISI http://bioisi.pt/A visão do BioISI, um novo instituto criado em 2015

(www.bioisi.pt) pela fusão de 3 centros de investigação, é explorar a investigação de ponta em biossistemas e ciên-cias integrativas e tornar-se o centro líder nesta área nacio-nal e internacionalmente.

O BioISI – que congrega 130 cientistas doutorados e 70 estudantes de Doutoramento dos universos da Bioquímica, da Física, da Química e das Ciências da Computação – procura compreender uma miríade de questões bio-lógicas através de abordagens integrativas e interdisciplinares, capazes de potenciar a criatividade no desenvolvimento de novas soluções para os complexos problemas atualmente levantados pelos domínios da Biologia e da Biomedicina.

O BioISI tem 5 principais missões: 1) investigação em biossistemas e ciências inte-grativas; 2) desenvolvimento de tecnologia e instrumentação; 3) manter e proporcio-nar plataformas tecnológicas (infraestruturas) e serviços; 4) formação avançada; 5) transferência de conhecimento, inovação e tecnologia para a sociedade.

Fazendo uso de uma assinalável interdisciplinaridade, a unidade organiza-se em oi-to grupos de investigação e oferece um programa Doutoral (BioSys) de sucesso. De-senvolve a sua investigação em cinco linhas temáticas: 1) Biomedicina; 2) Biotecno-logia; 3) Biofísica; 4) (Bioinformática); 5) Química Biológica. O BioISI tem desenvol-vido projetos-bandeira com elevado reconhecimento internacional: seja na Biomedi-cina (ex., doenças raras) seja na Bioeconomia (ex., melhoramento da produção agrícola no setor da vinha) ou no desenvolvimento de tecnologias de suporte (ex., em microscopia AFM).

Como exemplo de sucesso do investimento que o BioISI tem materializado em tor-no destas abordagens, destaca-se a Fibrose Quística – patologia em que o BioISI as-sume um papel pioneiro a nível mundial. Consciente dos benefícios que o seu conhe-cimento proporciona à comunidade, são amplas as atividades de disseminação dina-mizadas pelo centro de investigação ao grande público.

Oferta FormativaLicenciatura• Bioquímica• Química• Química Tecnológica

Mestrado• Bioquímica• Bioquímica Médica• Ciências do Mar• Química• Química Tecnológica

Doutoramento• Bioquímica• Ciências do Mar• Química

Minor• Minor em Química

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Ensino Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa22

CQB http://cqb.fc.ul.pt/Criado em 2001, o CQB promove a inter-

ligação dos universos da Química e da Bioquí-mica, e conta com 60 membros integrados e mais de uma centena de colaboradores distri-

buidos por 12 grupos de investigação. Cobrindo a química exploratória com uma finalida-de aplicada, parte da investigação desenvolvida tem em vista a concepção de novos suple-mentos alimentares, através do estudo de plantas medicinais e outros recursos naturais e do isolamento e caraterização dos seus princípios ativos, em colaboração com especialis-tas de nutrição e agentes empresariais. O CQB tem-se distinguido também pelas suas descobertas no âmbito do combate à tuberculose e ao antrax, com novos antibióticos que atuam com novos mecanismos de ação e inviabilizam a resistência bacteriana. A preven-ção e o tratamento de diabetes, cancro e doenças neurodegenerativas são também inves-tigados, estando em curso um projeto europeu (https://cordis.europa.eu/project/rcn/192290_en.html) para a formação avançada de jovens investigadores nas empresas envolvidas e a investigação do tratamento da doença de Alzheimer, atualmente incurável.

No âmbito da linha temática dedicada a problemáticas do ambiente, investigam-se “no-vas tendências em catálise homogénea e heterogénea, novos metodos de amostragem para análise química, processos inovadores para o sequestro de CO2 e para a degrada-ção de poluentes, este último tema financiado por um projeto europeu (http://life-impe-tus.eu/) dedicado ao controlo de produtos farmacêuticos em esgotos “, salienta a coorde-nadora. A dinâmica da investigação no âmbito da Química Computacional é também no-tória, cobrindo áreas da Química à Bioquímica e Materiais, e actividades desde o desen-volvimento de metodologias e o estudo de problemas relevantes até ao apoio a grupos experimentais, usando métodos quânticos, mecânica e dinâmica molecular.

A investigação de excelência em áreas emergentes conduziu a prémios internacionais atribuídos aos seus investigadores, a um centro de excelência europeu integrado na rede europeia Euroglycoforum, a parcerias em ações COST e em projetos europeus. A pre-sença ativa e influente do CQB em redes internacionais como a European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing (EIP-AHA) tem permitido a sua interação com académicos, empresários e decisores políticos, dando uma maior visibilidade e conscien-cialização em torno do desenvolvimento da sua investigação aplicada aos grandes proble-mas societais.

O Laboratório de FT-ICR e Espectrometria de Massa Estrutural http://ft-icr.rd.ciencias.ulisboa.pt/

Coordenado por Carlos Cordeiro, este laboratório é uma unidade de investigação com actividade no domínio das ciências biológicas, ciências da saúde e química. Este laborató-rio integra o Consórcio Europeu de Centros de Espectrometria de Massa de Ressonância Ciclotrónica de Ião com Transformada de Fourier financiado em 5 milhões de euros no âmbito de um projecto Europeu Horizonte 2020 (https://cordis.europa.eu/project/rcn/212587_en.html). Esta unidade de investigação explora a resolução e exactidão de massa extremas em espectrometria de massa, albergando um espectrómetro de massa único no país (FT-ICR-MS) existindo no mundo apenas mais 35 com especificações com-paráveis. A capacidade de caracterizar e identificar inequivocamente moléculas em amos-tras de grande complexidade e em larga escala permite uma abordagem revolucionária no domínio da fenómica que corresponde à resposta fenotípica de organismos e sistemas a alterações genéticas ou ambientais. O laboratório colabora com hospitais públicos, no-meadamente o Hospital de Curry Cabral (paramiloidose ou doença dos pézinhos) e Hos-pital de Dona Estefânia, e agências de segurança nacional (ASAE e o Laboratório de Po-lícia Científica – Polícia Judiciária). A unidade colabora ainda com empresas de biotecno-logia e vitivinícolas. Membros da unidade coordenam a Rede Nacional de Espectrometria de Massa (RNEM) infraestrutura integrada no Roteiro Nacional de Infraestruturas de Inte-resse Estratégico (RNIE – FCT) financiada em 3 milhões de euros e representam Portugal no domínio da Espectrometria de Massa no INSTRUCT-ERIC (Infraestrutura Europeia de Biologia Estrutural).

próprios pacientes a sua resposta a fárma-cos em desenvolvimento ou já aprovados para outras variantes de FQ. Esta corres-ponde a uma metodologia que “poderá estender-se a mais pacientes com FQ e

Posto isto, e tal como resume Margari-da Gama-Carvalho, “podemos com-preender a complexidade do nosso orga-nismo para encontrar soluções ao nível do diagnóstico ou prognóstico e também novas abordagens terapêuticas”. Ainda assim, e paralelamente ao domínio da Biomedicina, outra grande área de inte-

também de outras doenças raras, prevendo--se a médio prazo um grande impacto do HIT-CF em muitas doenças ditas órfãs, pelo seu baixo interesse económico”, con-clui.

resse do BioISI corresponde à Bio-econo-mia. “Diz-se que a Economia do século XXI será baseada em sistemas biológicos e em torno da ideia de que podemos usu-fruir das suas propriedades, por forma a conseguir que produzam diretamente compostos e produtos que nos interes-sam”, finaliza a nossa interlocutora.

14–19 Julho 2018

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Interpretar e intervir numa Terra em Mudança

Licenciaturas

Mestrados

Mestrado Integrado

https://ciencias.ulisboa.pt/pt

Engenharia Geoespacial

O Futuro é feito de uma realidade digital e virtual onde os conceitos e modelos de smart cities, smart grids e a internet das coisas será muito baseado na Informação Geoespacial, em Modelos 3D das cidades

Saídas ProfissionaisEmpresas na área das Tecnologias de Informação | Empresas de Arquitetura, Construção e Urbanismo | Empresas do Setor de Serviços, de Telecomunicações, Distribuição, Transporte e Logística | Empresas no sector do Ambiente, Energia e Recursos Naturais Empresas no setor do Espaço

Ciências Geofísicas

Formação de profissionais nas áreas de Meteorologia, Oceanografia e Geofísica, com capacidade de intervenção nos sistema de monitorização da Terra, na modelação do Clima, do Oceano e de processos geológicos, na avaliação de riscos naturais e fenómenos geofísicos extremos, e na quantificação dos recursos energéticos renováveis, hídricos e hidrocarbonetos.

Saídas ProfissionaisEmpresas, laboratórios e instituições públicas no sector da exploração de recursos naturais | Empresas de prospeção geofísica ou de consultoria em riscos naturais, impacto ambiental e gestão territorial.

Engenharia Geoespacial

Formação de quadros aptos a desempenhar tarefas relacionadas com a aquisição, análise e gestão de informação geoespacial, em particular ao nível das técnicas de referenciação espacial, de visualização, de partilha e disponibilização, e de representação cartográfica

Saídas ProfissionaisEmpresas na área das Tecnologias de Informação | Empresas de Arquitetura, Construção e Urbanismo | Empresas de Telecomunicações, Distribuição e Logística | Empresas nos sectores do Ambiente, Energia e Recursos Naturais | Empresas do sector do Espaço

Ciências do Mar

O ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em Ciências do Mar, fornece uma perspetiva integrada e transversal da área das Ciências do Mar nas suas diferentes vertentes essenciais - Biologia, Física, Geologia e Química

Saídas ProfissionaisEmpresas e instituições públicas de prestação de serviços e de consultoria nos domínios de análise de impacto ambiental, energias renováveis, aquacultura e pescas.

Sistemas de Informação Geográfica – Tecnologias e Aplicações

Sistemas de Informação Geográfica - Tecnologias e Aplicações (SIG - T&A) confere aos alunos competências específicas para liderarem e orientarem a conceção e o desenvolvimento de projetos de SIG, com vista ao suporte na tomada de decisões relacionadas com a gestão de informação geográfica

Saídas ProfissionaisEmpresas de gestão, consultoria e projeto cuja base de informação é de natureza geográfica (por exemplo: empresas do setor da energia, transportes, florestas, distribuição e logística de serviços e produtos, telecomunicações, vendas, ambiente, saúde ambiental, desenvolvimento e comercialização de software, GIS web development, entre outros)

CONCORRE

Meteorologia, Oceanografia e Geofísica

Formação superior nas áreas das Ciências da Terra, da Atmosfera e dos Oceanos, visando uma abordagem científica nas áreas específicas da Meteorologia, Oceanografia e Geofísica Interna

Saídas ProfissionaisEmpresas de prospeção geofísica, de previsão do tempo e estado do mar e aproveitamento de recursos naturais | Empresas de consultoria em ciências do ambiente e impacto ambiental | Instituições de ensino superior e de investigação.

Engenharia da Energia e do Ambiente

Formação de profissionais de engenharia de conceção com capacidade de intervenção nas áreas das energias renováveis e eficiência energética mas sempre com sensibilidade para os impactos ambientais associados às tecnologias energéticas

Saídas ProfissionaisEmpresas de produção, instalação e de serviços na área das energias renováveis e consultoria em eficiência energética | Agências e organizações internacionais | Instituições de ensino superior e de investigação | Instituições públicas.

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Ensino Departamento de Estatística e Investigação Operacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa24

Jun2018

É no seio da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que encontramos o Departamento de Estatística e Investi-gação Operacional (DEIO), um organis-mo pioneiro que corresponde a uma refe-rência em torno de dois ramos do saber há muito autónomos do domínio da Ma-temática. Mais concretamente, falamos de duas áreas que, embora diferenciadas, nutrem uma relação complementar entre si, que se materializa numa interessante aplicabilidade que, não raras vezes, colide com os preconceitos subjacentes ao que se costuma apelidar de “ciências exatas”.

Importa, como tal, contextualizar que a Estatística corresponde ao ramo científico que se dedica ao tratamento dos dados, permitindo que essa informação possa ser devidamente convertida em conheci-mento. No entanto, e fazendo alusão a

presarial, como sejam a gestão de produ-ção, de pessoal ou de horários, bem co-mo a otimização de recursos ou, ainda, o reforço de sistemas de apoio à decisão, tendo em vista melhorias nos resultados, as quais se poderão proporcionar, entre muitas outras, sob a forma “do melhor lu-cro, o menor custo ou o prazo mais cur-to”.

Um saber que gera oportunidades

Proporcionando uma oferta formativa de 1º, 2º e 3º ciclo de ensino superior em torno destes dois universos científicos, o DEIO engloba na sua matriz identitária o esforço e prestígio de uma equipa docen-te composta por 31 elementos doutora-dos, caracterizada pela ampla experiência

e reconhecido trabalho científico, em Por-tugal e além-fronteiras. Mais, todavia, do que dotar a comunidade discente de um mero corpo de conhecimentos, tem sido ambição do Departamento assegurar que também valores como o sentido crítico, a autonomia ou a flexibilidade possam ser devidamente incutidos, garantindo que os formandos “consigam pegar naquilo que aprenderam e produzir valor”, nomeada-mente num mercado de trabalho especial-mente competitivo.

Por outro lado, e atendendo ao facto de esta corresponder a uma conjuntura marca-da pela circulação diária de uma enorme quantidade de informação, afigura-se natu-ral que a Estatística e a Investigação Opera-cional se apresentem enquanto caminhos profissionais com elevados índices de em-pregabilidade e atratividade para um leque

um universo “que pode ser definido de muitas formas”, Isabel Fraga Alves ofere-ce uma outra possibilidade, descrevendo este ramo como “a ciência que domestica a incerteza” que, por sua vez, “está pre-sente em todo o lado” – seja nos demais domínios científicos, seja nos mais indis-pensáveis elementos do dia-a-dia, da ad-ministração de uma empresa à gestão do próprio Estado.

Concomitantemente, pela Investigação Operacional compreende-se um domínio afeto à Matemática Aplicada que, de acordo com Maria Eugénia Captivo, “cos-tumamos definir como o mecanismo para tentarmos obter o melhor resultado possí-vel face às restrições existentes”. Significa isto que interessará a tal área científica compreender e aprimorar aspetos essen-ciais a qualquer agente do universo em-

Maria Eugénia Captivo (presidente), Isabel Fraga Alves e Marília Antunes (vice-presidentes) apresentam o único Departamento de Estatística e Investigação Operacional em Portugal, enfatizando a aplicabilidade de duas áreas cada vez mais valorizadas pelo tecido empresarial e pelas instituições de saúde.

Analisar os dados do presente para otimizar os resultados do futuro

“Existe a ideia de que não é suposto a Matemática ser algo aplicado, mas essa não é a nossa visão. Quer a Estatística, quer a Investigação Operacional são Matemática Aplicada.”

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EnsinoDepartamento de Estatística e Investigação Operacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 25

Jun2018

cada vez mais vasto de agentes económi-cos. De facto, do setor farmacêutico à ban-ca, sem esquecer a consultoria, a gestão, o ramo dos seguros ou a investigação em saú-de, “os nossos alunos têm a capacidade de trabalhar em áreas bastante diversificadas”, assegura Maria Eugénia Captivo.

Nesse sentido, os resultados obtidos por muitos dos ex-estudantes do DEIO são bem visíveis. “Tenho notado que alguns já ocu-pam posições de decisão e têm sido extre-mamente relevantes para a mudança de mentalidades dentro das empresas”, exem-plifica Marília Antunes. Efetivamente, “este tecido começa a reconhecer a necessidade de ter, nos seus quadros, especialistas nas áreas da Investigação Operacional e da Es-tatística”, prossegue a vice-presidente do DEIO, reconhecendo que “estamos a bene-ficiar de um despertar que houve nestes úl-timos anos, porque já todos ficaram con-vencidos de que a sociedade não vai regres-sar à fase em que não havia informação”. Acrescentemos, a tamanho panorama, o facto de que “a competitividade entre em-presas é cada vez maior”, pelo que “quem mais sabe e sabe primeiro fica em vanta-gem”.

A aplicabilidade de duas “ciências exatas”

A facilidade com que os antigos discen-tes do DEIO conseguem comprovar a mais-valia da sua formação no panorama empresarial português e internacional permite às porta-vozes do Departamento sublinhar um aspeto ainda injustamente associado à Estatística e à Investigação Operacional, nomeadamente em contex-to de candidatura a financiamento para investigações científicas. “Ainda existe a ideia de que não é suposto a Matemática ser algo que tenha de ser aplicado”, la-menta Maria Eugénia Captivo, “mas essa não é a nossa visão, pois achamos que quer a Estatística, quer a Investigação Operacional são Matemática Aplicada”. Esta mesma ideia é reforçada por Isabel Fraga Alves, através de uma frase sucinta, mas determinante: “tudo na nossa área é aplicado diretamente num problema que existe ou é, pelo menos, aplicável” numa futura situação.

Não deverá, por isso, constituir surpresa que muitos estudantes a frequentar os cur-sos do DEIO acabem por desenvolver está-gios, bem como dissertações de mestrado

ou doutoramento em torno de “necessida-des e problemas concretos”, que digam res-peito ao dia-a-dia das empresas ou institui-ções. A título exemplificativo, as nossas in-terlocutoras enumeram o caso de firmas de-dicadas a setores tão vastos quanto a produção de papel, a distribuição de com-bustíveis ou o transporte de passageiros. Na resposta a cada uma destas situações, os formandos recorrem às ferramentas da Es-tatística e da Investigação Operacional, con-tribuindo para um eficiente planeamento de produção, otimizando processos ou rentabi-lizando os recursos humanos e materiais existentes, à medida que se reduzem custos e riscos de desperdício.

Mas entre os mais valiosos contributos que ambas as ciências proporcionam à sociedade, incluem-se as intervenções no âmbito da saúde. “Existem ex-alunos que estudaram as melhores formas para fazer o planeamento de cirurgias em hospitais, com o objetivo de escolher os doentes que se encontram em lista de espera, de acordo com os critérios de prioridade e antiguidade, garantindo que não se este-jam a planear mais pacientes do que aqueles que cabem no tempo disponível no bloco operatório”, elucida Maria Eugé-nia Captivo. Neste contexto, “a Estatísti-ca é importante na definição do grau de prioridade, pois avalia uma série de con-dições que permitem compreender qual o risco de um doente com determinadas ca-racterísticas entrar em falência se não for atempadamente tratado”, complementa Marília Antunes.

Mas o potencial de que ambas as disci-plinas se revestem na sociedade é mais amplo, bastando recordar que o recente mapa de risco que assinala os concelhos portugueses com maior probabilidade de sofrer incêndios nesta época de verão contou – paralelamente a organismos co-mo o Instituto Superior de Agronomia – com o contributo de investigadores asso-ciados ao DEIO. Já um âmbito científico como a Análise de Valores Extremos “é a pedra de toque para definir todo o risco associado a diversas áreas, seja na parte da Geofísica ou na Sismologia, seja na Pluviosidade e noutras áreas como a Lon-gevidade Humana”, recorda Isabel Fraga Alves, sublinhando – uma vez mais – a amplitude de respostas que a Estatística e a Investigação Operacional conseguem proporcionar a uma miríade cada vez maior de contextos.

OFERTA FORMATIVA1º ciclo

• Estatística Aplicada(opção de Minor noutra Área Científica)

• Matemática Aplicada*(opção de Minor noutra Área Científica)• Ramo de Aplicações Fundamentais• Ramo de Estatística e Investigação Operacional

2º ciclo• Bioestatística• Ciência de Dados**• Estatística e Investigação Operacional

• Ramo de Estatística• Ramo de Investigação Operacional• Ramo de Estatística e Investigação Operacional

• Matemática Aplicada à Economia e Gestão*

Pós-graduações• Data Science**• Estatística Aplicada à Biologia e Ciências da Saúde

*em colaboração com o Departamento de Matemática**em colaboração com o Departamento de Informática

Candidaturas 2º ciclo e Pós-graduações 2018/19:1ª fase: 6/6 a 11/7 – 2ª fase: 16/8 a 31/8

3º ciclo• Estatística e Investigação Operacional

Candidaturas 3º ciclo 2018/19:1ª fase: 2/7 a 14/8 – 2ª fase: 3/12/2018 a 16/01/2019

mais informações em https://ciencias.ulisboa.ptContactos:Departamento: [email protected] 1º ciclo: [email protected] Estudos pós-graduados: [email protected]

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Ensino Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa26

Jun2018

O cumprimento da missão acima descrita assenta em três eixos de intervenção princi-pais, nos quais o DEM/IST apresenta uma longa experiência: o ensino, a investigação e desenvolvimento e a ligação à sociedade, com o objetivo de formar profissionais alta-mente qualificados nas áreas de engenharia mecânica, aeroespacial, naval e afins, de criar conhecimento por intermédio de ativi-dades de investigação e desenvolvimento realizadas ao nível dos mais elevados pa-drões internacionais e de disseminar a apli-cação de conhecimento pelos diferentes se-tores públicos e privados da sociedade.

O corpo docente do DEM tem cerca de 100 professores, a maioria dos quais com mais de 20 anos de carreira, todos doutora-dos e cerca de 30% com o título de agrega-do, abrangendo um amplo espectro de áreas científicas – desde 2014, o Departa-mento contratou 14 novos docentes o que demonstra a vitalidade e a atenção presta-das ao rejuvenescimento do seu corpo do-cente, que é a garantia da transferência de

em Engenharia e Gestão da Energia, para além de um amplo leque de programas dou-torais e Diplomas de Formação Avançada.

Os requisitos de acesso para as licenciatu-ras e mestrados integrados são as disciplinas

de Matemática A e de Física e Química na Prova de Ingresso no Ensino Superior. A nota mínima em cada disciplina é de 100/200, e a nota mínima de acesso é 120/200. Contudo, face à elevada procura, a nota do último colocado tem sido sistema-ticamente muito superior à referida nota mí-nima. A título de exemplo, em 2017, a no-ta do último colocado na 1ª fase do Concur-so Nacional de Acesso ao Ensino Superior foi de 173.5 em Engenharia Mecânica e 188.0 em Engenharia Aeroespacial (valor mais elevado em todos os cursos do país).

Os formandos dos cursos principais asse-gurados pelo DEM (Engenharia Mecânica, Aeroespacial e Naval) têm elevada taxa de empregabilidade, tendo capacidade para trabalhar em várias áreas da engenharia, no-meadamente: indústria automóvel (projeto, motores, eletrónica, sensores), aeroespacial (projeto, sistemas de controlo, materiais, es-paço), conversores de energia (turbinas, pai-néis solares, células de combustível), am-biente (climatização, ar condicionado, refri-geração, compressores), automação (robôs, aquisição de dados, imagem, controlo), pro-cessos de fabrico (conceção, projeto e ges-tão), etc. Refira-se que estes estudantes são reconhecidos pelo seu dinamismo ao longo

conhecimento entre gerações e da sua sus-tentabilidade futura. Falamos de um dos maiores e mais prestigiados departamentos do IST. Em 2017, a Engenharia Mecânica foi classificada no 15º lugar a nível Europeu e no 53º lugar a nível mundial no ranking de Taiwan, enquanto no ranking de Shangai está no escalão 100-150 a nível mundial. Neste último ranking, e no mesmo ano, a Engenharia Naval, também integrada no DEM, surge no 2º lugar a nível europeu e 3º lugar mundial.

FormaçõesA oferta formativa ministrada no DEM é

vasta, abrangendo a licenciatura em Enge-nharia Naval e Oceânica e os Mestrados In-tegrados em Engenharia Mecânica, Enge-nharia Aeroespacial, Engenharia do Am-biente e Engenharia de Materiais , sendo es-tes três últimos partilhados com outros departamentos do IST. Inclui ainda os Mes-trados em Engenharia Naval e Oceânica e

O Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) do Instituto Superior Técnico (IST) tem como missão assegurar a inovação e o progresso da sociedade do conhecimento, da cultura, da ciência e da tecnologia, num quadro de valores humanistas e de respeito pelos valores de liberdade académica e de independência.

A formar ativos para a Indústria do futuro

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EnsinoDepartamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa 27

Jun2018

Para além da investigação fundamental, hoje as instituições de ensino superior são importantes motores de desenvolvimento da inovação que ocorre nas empresas. Neste âmbito, o DEM tem desenvolvido junto da indústria projetos de prestação de serviços: reconstituição de acidentes, se-gurança rodoviária, consultoria, pareceres técnicos; mas também projetos de investi-gação em colaboração com a indústria: mobilidade sustentável (veículos movidos a energia elétrica, hidrogénio, pilhas de combustível; monitorização de emissões de poluentes); tecnologias ferroviárias; se-gurança passiva dos passageiros; aprovei-tamento da biomassa florestal; tecnologias de energia convencional e renovável; ges-tão da energia; produção sustentável de elevado desempenho; processos de defor-mação plástica no domínio da cunhagem da moeda; desenvolvimento de novos pro-dutos, processos, tecnologias e serviços para a indústria; soluções para a Indústria do futuro; otimização e controlo de pro-cessos industriais; desenvolvimento de próteses ósseas; fabrico de suportes para regeneração de tecidos ósseos por im-pressão 3D, e cirurgia robótica.

Segundo a visão do Prof. Doutor Pedro Coelho, presidente do DEM, é hoje “ine-

do ciclo formativo, estando um número sig-nificativo envolvido em várias atividades de carácter científico e tecnológico, tais como os projetos “Formula Student”,    “TL Mo-toStudent”, “PSEM”, “Aircargo Challenge” e “Solar Boat”, bem como no Forum Mecâ-nica.

Parceria com o mercadoA ligação do Departamento de Engenha-

ria Mecânica com o tecido empresarial con-substancia-se de vários modos, desde logo, pela integração de várias personalidades do tecido industrial nacional no Conselho Con-sultivo do DEM. Por outro lado, têm sido de-senvolvidos centenas de projetos de investi-gação com empresas nacionais, ao longo dos anos, e estão em curso várias dezenas de projetos de investigação. Por seu turno, todos os anos, em várias unidades curricula-res dos cursos sob responsabilidade do DEM, são realizados trabalhos em empresas da região, muitas das são convidadas aquan-do da realização de seminários ou eventos organizados por alunos com o patrocínio do DEM (ex: MecanIST, Projeto Formula Stu-dent, etc.). Face ao forte caráter prático e la-boratorial das suas formações, várias deze-nas de teses de mestrado são anualmente le-vadas a cabo em ambiente industrial ou em colaboração com a indústria (42 teses em 2016/2017). Por fim, destacamos as deze-nas de contratos anuais diretos de prestação de serviços a empresas, o que demonstra a clara abertura do DEM à transferência de conhecimento para a comunidade.

gável o reconhecimento internacional de Portugal no domínio da investigação cien-tífica, que pode ser aferido com as métri-cas existentes de publicações científicas nas várias áreas do conhecimento do uni-verso de Engenharia Mecânica. A título de exemplo, entre 2013 e 2016 os docentes do DEM publicaram mais de 2000 artigos em revistas internacionais. Em 2017, a reconhecida base de dados SCOPUS re-gista 243 artigos do IDMEC e 98 do CEN-TEC, os dois centros de investigação asso-ciados ao DEM com maior número de pu-blicações. O número de Congressos e Conferências internacionais organizadas por docentes do DEM é significativo (61 no quadriénio 2013-2016), bem como a integração crescente destes docentes em corpos editoriais de revistas científicas de referência no universo da Engenharia Me-cânica (18 como editores e 37 como edi-tores associados no referido quadriénio). Nesse mesmo quadriénio, professores do DEM receberam 15 prémios internacio-nais e no passado mês de abril, o Profes-sor Paulo Martins recebeu o título de dou-tor honoris causa pela Universidade Técni-ca da Dinamarca, considerada uma das melhores universidades europeias no do-mínio da Engenharia Mecânica”.

Vetor I&DOs docentes que compõem o DEM de-

senvolvem trabalhos de investigação inte-grados em cinco unidades de investiga-ção, maioritariamente no IDMEC – Insti-tute of Mechanical Engineering, mas também no IN+ - Center for Innovation, Technology and Policy Research, no MARETEC – Marine, Environment & Technology Center, no CENTEC – Cen-tre for Marine Technology and Ocean Engineering, e no CeFEMA – Center of Physics and Engineering of Advanced Materials. Esta variedade é demonstrati-va do contributo que a formação em En-genharia Mecânica no IST oferece a um largo espectro de áreas de conhecimen-to com relevância para a sociedade. Re-firam-se projetos de grande impacto tec-nológico em áreas emergentes onde participam atualmente docentes do DEM, tais como, por exemplo: sustenta-bilidade energética de sistemas urbanos, energias renováveis marinhas, dinâmica de sistemas mecânicos, novos processos de fabrico, prototipagem rápida, mate-riais compósitos e piezoelétricos, nano-materiais, automação inteligente, cirur-gia robótica, biomecânica, etc. Saliente--se a participação de investigadores/professores do DEM em inúmeros proje-tos de investigação internacionais, que promovem a mobilidade e o intercâmbio científico, bem como a filiação em socie-dades científicas internacionais de renome e a participação em painéis de avaliação de projetos internacionais.

Eventos a decorrer em breve:Prémio Melhor Aluno do Mestrado In-

tegrado em Engenharia Mecânica – pré-mio que será atribuído pela primeira vez aos alunos que concluírem o curso em 2017/18 com o patrocínio da APE-TRO – Associação Portuguesa de Em-presas Petrolíferas.

MecanIST 2019 - O MecanIST é um evento promovido anualmente pelo Fó-rum Mecânica, funcionando como Jor-nadas da Engenharia Mecânica. Tem como objetivo aproximar os alunos das empresas para os auxiliar na escolha do seu futuro profissional.

Dia do DEM – iniciativa inédita que irá juntar todos os docentes do DEM, e que vai decorrer em Janeiro de 2019.

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Ensino Departamento Engenharia e Gestão do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa28

Jun2018

O DEG tem como missão desenvolver atividades de ensino e investigação que pro-movam a criação de conhecimento e disse-minação no IST e a nível internacional. O DEG tem tido um papel ativo em inúmeras atividades institucionais, uma vez que alia conhecimentos de Engenharia e Gestão realçando-se a sua participação no desen-volvimento do método de avaliação dos do-centes do IST.

A atividade desenvolvida pelo DEG inse-re-se em duas áreas científico-disciplinares:

abordagens quantitativas e qualitativas, que promovem a melhoria da tomada de deci-são nas organizações. A EGO tem como objetivo desenvolver investigação aplicada em domínios que envolvem o impacto da tecnologia nas organizações, empreende-dorismo, desenvolvimento económico, e distribuição de rendimentos.

FormaçãoA oferta formativa do DEG inclui cinco

formações base de oferta formativa: a Li-cenciatura e o Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial (LEGI e MEGI), o Progra-ma Doutoral em Engenharia e Gestão, o Programa Doutoral em Mudança Tecnoló-gica e Empreendedorismo e o Programa Doutoral em Engenharia e Politicas Públi-cas. A LEGI surgiu com o objetivo de for-mar engenheiros que tenham uma visão in-terdisciplinar dos problemas empresariais, com formação sólida em Ciências Básicas de Engenharia e também de Economia e Gestão.

A forte componente interdisciplinar per-mite aos licenciados desenvolverem compe-tências para resolução de problemas e evi-denciar uma abordagem profissional inte-grando conhecimentos científicos, tecnoló-

gicos e de gestão. No MEGI a formação incide em conteúdos programáticos que permitem resolver questões complexas, de-senvolver soluções no âmbito da gestão de sistemas produtivos (produtos e serviços), sujeitos a condicionalismos tecnológicos, económicos, sociais e ambientais. A procu-ra destas duas formações no IST é muito elevada, sendo que 50% dos alunos entram na LEGI como a sua primeira opção, com 90% de taxa de retenção ao fim do primei-ro ano.

O Programa Doutoral em Engenharia e Gestão oferece uma educação superior avançada, permitindo dominar uma varie-dade de conhecimentos sobre  Métodos Científicos em Gestão (Management Science), envolvendo um conjunto alarga-do de abordagens aplicáveis a problemas de decisão e análise ao nível da gestão empresarial, políticas públicas e interação entre tecnologia, economia e sociedade. No âmbito das colaborações internacio-nais com a Universidade Carnegie Mellon (EUA), o Programa Doutoral em Mudan-ça Tecnológica e Empreendedorismo e o Programa Doutoral em Engenharia e Po-liticas Públicas consolidam o posiciona-mento do DEG como fator potenciador da influência das engenharias nos domí-nios políticos e empresariais, integrando a engenharia, ciência, e tecnologia com conhecimentos especializados em política e gestão de inovação e tecnologia, estra-tégia e empreendedorismo, e metodolo-gias de avaliação de políticas públicas.

Para além das ofertas formativas base, o departamento tem desenvolvido e integra-do iniciativas que demonstram o seu carac-ter transversal ao papel social do IST, como por exemplo: o ensino transversal de Ges-tão e lecionação do Curso de Especializa-ção em Engenharia e Gestão em colabora-ção com a Ordem dos Engenheiros.

Engenharia e Gestão de Sistemas (EGS) e Engenharia e Gestão de Organizações (EGO). A EGS tem como foco o ensino e a investigação nas fronteiras das Ciências da Gestão com a Engenharia, envolvendo in-vestigação teórica e aplicada no projeto, de-senvolvimento, melhoria, operação, avalia-ção e inovação de sistemas industriais e de serviços. Os dois grupos da área de EGS – Operações e Logística, e Métodos de Apoio à Decisão – desenvolvem e ensinam méto-dos, técnicas e instrumentos, com base em

O Departamento de Engenharia e Gestão (DEG) do Instituto Superior Técnico (IST) foi fundado em 2001 como resultado do crescimento da Secção Autónoma em Engenharia e Gestão (fundada em 1986), tendo como objetivo criar e fortalecer a Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial (criada em 1990).

Engenharia e Gestão, com inovação e multidisciplinaridade

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Ensino 29

EmpregabilidadeAs formações apresentadas pelo DEG

dotam os seus Engenheiros de conheci-mentos e capacidades de vanguarda, crian-do uma taxa de empregabilidade dos re-cém-formados superior a 95%. Os recém--formados em Engenharia e Gestão do Téc-nico desempenham cargos em empresas industriais ou de serviços, seja a nível estra-tégico ou operacional. As suas funções en-volvem os mais variados setores, incluin-do consultoria, logística, banca e setor fi-nanceiro, seguradoras, retalho, manufa-tura, saúde, telecomunicações, energia, e administração pública, bem como desen-volvimento de carreiras académicas. Há ainda vários engenheiros que enveredam pelo empreendedorismo, gerindo as suas próprias startups.

Considerando a formação a nível do dou-toramento, a formação avançada adquirida permite aos doutorados em EG desempe-nhar um papel cada vez mais importante no desenvolvimento organizacional ao nível da indústria e serviços na sociedade. Permite--se a construção de uma carreira marcada por desafios constantes com base numa formação que reúne o melhor de dois mun-dos, qualificando os futuros profissionais a serem um ativo valioso para qualquer em-presa em que estejam inseridos.

MobilidadeO DEG considera que a mobilidade aca-

démica é de extrema importância, tendo apostado em colaborações nacionais e in-ternacionais. A mobilidade permite aos es-tudantes viver experiências enriquecedoras e desenvolver projetos únicos a nível inter-nacional. Neste momento existem acordos internacionais de mobilidade com diversas universidades localizadas na Europa, Améri-ca do Sul, Ásia e Canadá. A procura pela realização de programas de intercâmbio tem aumentado, não só por parte dos nos-sos estudantes, mas também pelos estudan-tes internacionais que escolhem a nossas formações no IST. A nível do mestrado, existe um protocolo de colaboração com a Université Catholique de Louvain, que con-fere um duplo grau entre estas duas institui-ções aos alunos envolvidos no protocolo.

Investigação Os docentes do DEG estão envolvidos

em inúmeros projetos científicos, com li-

gação a instituições universitárias interna-cionais e com empresas nacionais e inter-nacionais. A área de EGS apresenta pro-jetos de investigação que cobrem áreas di-versas, tais como Saúde, Industria 4.0, Cadeias de Abastecimento Sustentáveis, Gestão de Resíduos, entre outras. A área de EGO tem desenvolvido vários projetos de investigação, em domínios como, por exemplo, o Empreendedorismo, Cresci-mento Económico, Desenvolvimento In-dustrial, Inovação e Mudança Tecnológi-ca.

Na área de EGS foram desenvolvidas vá-rias ferramentas de apoio à decisão, entre as quais se destaca o MACBETH. Esta fer-ramenta baseia-se na metodologia multicri-tério, sendo vastamente aplicada a nível nacional e internacional em diversos seto-res. Na área da saúde, o EURO-HEALTHY H2020 Project é um exemplo da interna-cionalização do DEG nesta área. O IAMAT (Advanced Materials for the Mobility Indus-tries) é um projeto financiado pelo MIT-Por-tugal estando o DEG envolvido na gestão da cadeia de abastecimento sustentável da Embraer. Na área da indústria 4.0 o DM-4Manufacturing (Aligning Manufacturing Decision Making with Advanced Technolo-gies) apresenta-se como um projeto pionei-ro a nível internacional. O MOBFOOD (Mobilization in Agro-Food) envolve um consórcio de mais de 20 empresas nacio-nais e destina-se à gestão de cadeias de abastecimento.

Relativamente à área de EGO desta-cam-se os seguintes projetos: “Innovation dynamics in aeronautics and Embraer in Portugal”, em colaboração com Carne-gie-Mellon University. É também relevan-te a participação no projeto “Financial and Institutional Reforms for Entrepre-neurial Society (FIRES)”, que envolve um consórcio com 8 parceiros europeus. É de realçar ainda o Projeto Empreendedo-rismo e Desigualdade de Rendimentos em colaboração com equipas de investigação Suecas e Holandesas. Por fim, o projeto Capital Humano Empreendedor e a Cri-se, financiado por fundos Europeus e de-senvolvido em conjunto com o Centre for European Economic Research (ZEW) Mannheim (Alemanha). O DEG criou ain-da dois laboratórios que permitem a inter-ligação entre a componente educacional e científica, sendo eles o Laboratório de Operações e Logística e o Laboratório de Inovação Social.

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Ensino Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico de Coimbra30

Jun2018

Atento às novas variantes do mercado, o ISEC pretende ser um parceiro ativo das empresas, disponibilizando ofertas formativas a si direcionadas, assim como apostando em cursos remodelados que formem profissionais capazes de respon-der aos atuais desafios da indústria. Antó-nio Mário Velindro entende que, num sis-tema ideal, as Escolas deveriam andar à frente dos processos de inovação, algo que em Portugal se revela pouco provável dado que as instituições, principalmente as que vivem de fundos públicos, “se-guem a uma velocidade diferente do teci-do empresarial”. Pese embora esta reali-dade, o presidente afirma que o ISEC “tem que ser uma instituição perfeita-mente integrada nas necessidades do mercado”. Como é que isso se faz? Ques-tionámos. O presidente da instituição en-tende que o caminho deve ser feito no

ce nas grandes instituições, mais moderni-zadas” – ou a gravação de conteúdos teóri-cos. Falamos de mudanças que se preten-dem ver implementadas já no ano letivo 2019/20, numa experiência piloto que en-globe algumas unidades curriculares. “Os jovens de hoje não estão formatados para estarem sentados na sala de aula a absorver o que vem escrito nos livros, porque muita dessa informação está disponível no forma-to digital e de forma mais atraente”, relata o nosso entrevistado, numa atitude que tenta alertar os professores para a necessidade de acompanharem este ritmo e não se limita-rem a ensinamentos, muitas vezes, desatua-lizados. “Modificar a disposição das mesas e cadeiras e, num open space, fazer da sala de aula um local de reflexão, de debate de ideias, fornecendo a informação adequada aos alunos com recurso a mecanismos co-mo a realidade virtual e aumentada”, é um

dos objetivos que António Mário Velindro prevê colocar em prática.

Num mundo em que a internet reúne uma imensidão de conteúdos acessíveis a todos, segundo esta visão, totalmente fra-turante com o sistema vigente, entende--se que, no novo paradigma de educação, o professor deve assumir-se como o men-tor, o catalogador da informação de cada aluno. O professor deve estar próximo do aluno, deve perceber as suas dificuldades. Deve ser a referência, o exemplo.

Se na formação teórica do estudante é fundamental o acompanhamento atualizado do professor, no que à práti-ca diz respeito o presidente entende que as instituições devem procurar parcei-ros que permitam aos alunos realizar vi-sitas a unidades fabris, estágios curricu-lares ou formações em contexto real de trabalho.

sentido da aproximação à indústria, “tra-zendo-os a nossa casa”. Nesse sentido, efetivando as suas ideias, foi criada a Coimbra Engineering Academy, um pro-jeto que em poucas semanas de existên-cia tem revelado um sucesso tremendo e a avidez da indústria por este género de ações. (ver caixa) “Só dialogando com as empresas conseguimos estar informados e até flexibilizar a nossa oferta formativa”, reforça.

A visão do ensino e da forma como se transmite o conhecimento tem, no enten-der do nosso entrevistado, que ser revista, “porque os jovens estudantes de hoje, não são os mesmos de há 30 anos”. A evolução da sociedade, a introdução da tecnologia no quotidiano dos cidadãos deve influenciar o modo como se ensina no tempo atual. Por exemplo, através da disponibilização de parte das aulas na Internet – “como aconte-

O Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico de Coimbra assume uma nova postura e visão sob a presidência de António Mário Velindro.

Ensino que responde aos novos desafios da sociedade

“Num mundo em que a internet reúne uma imensidão de conteúdos acessíveis a todos, segundo esta visão, totalmente fraturante com o sistema vigente, entende-se que, no novo paradigma de educação, o professor deve assumir-se como o mentor, o catalogador, da informação de cada aluno.”

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EnsinoInstituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico de Coimbra 31

Jun2018

Antigo estudante do ISEC, António Má-rio Velindro pretende recuperar o espírito e algumas das práticas que elevaram esta ins-tituição a um nível “de excelência”, que be-neficiava da ligação efetiva ao mercado. As visitas de estudo às unidades fabris é uma das atividades que o diretor pretende reati-var, dado que permitem aos estudantes apreender in loco a dinâmica e a realidade diária das empresas. Assim, sabem porque estão a estudar certos conteúdos, percebem cedo o que os aguarda.

Esta componente prática apesar de ain-da fazer parte do ADN da instituição, “tem-se esbatido” ao longo dos anos face às alterações curriculares e devido ao fac-to de a grande maioria dos docentes não possuir uma experiência profissional efe-tiva. Algo que, na opinião do nosso inter-locutor, culmina na teorização do ensino e no afastamento à realidade empresarial.

Centro de Investigação e Desenvolvimento Regional

Os constrangimentos impostos ao fi-nanciamento das instituições de ensino superior conduz o ISEC à procura de ou-tras alternativas, nomeadamente com o apoio da indústria, para a melhoria dos seus laboratórios. Nesse sentido, breve-mente, a instituição irá beneficiar da dis-ponibilização de duas máquinas CNC for-necidas por uma empresa multinacional e que, no ISEC, vão permitir aos estudantes aprimorarem a sua prática.

Face a estas dificuldades, e entendendo que, dada a velocidade a que evolui a tec-nologia é necessário fazer um esforço enorme para manter os mais de 50 labo-

ratórios presentes no ISEC devidamente apetrechados com os equipamentos mais inovadores, o presidente defende a cria-ção de Centros de Investigação e Desen-volvimento regionais, dedicados a cada área de formação, onde “seriam sócios empresas, instituições de ensino superior, núcleos empresariais” que, em conjunto, manteriam o Centro atualizado, parti-lhando ferramentas, rentabilizando recur-sos e gerando sinergias do interesse glo-bal.

No campo da internacionalização o ISEC integra o consórcio do Programa Erasmus +, sendo objetivo da atual dire-ção triplicar o fluxo de estudantes em regime de outgoing. Com a nomeação de um responsável pelas Relações Inter-nacionais a instituição quer ainda ver re-forçada a ligação com os países lusófo-nos.

Através da Academia de Engenharia de Coimbra (AEC) serão criados mecanismos de ligação entre o ISEC e as organizações e instituições públicas e privadas. Esta ligação se-rá consolidada através de workshops, conferências e de ações de formação no modelo de cursos de curta duração, cursos de pós-graduação, MBA’s e cursos de verão, num cla-ro esforço de produção de receitas próprias. Todos os cursos terão um caráter prático e serão ministrados no ISEC ou, caso se justifique, nas instalações das empresas.

A atividade formativa desenvolvida pela AEC responderá às necessidades do mercado de trabalho nos modelos de formação transversal e de formação à medida das necessidades con-cretas de determinado setor ou empresa, sendo lecionada por professores e profissionais es-pecializados nas áreas em questão, com uma verdadeira experiência prática.

O foco da AEC centra-se deste modo na concessão de competências, possibilitan-do uma rápida e adequada integração dos alunos no mercado de trabalho. Um exem-plo bastante esclarecedor da mais-valia deste projeto e a sua importância para a re-integração no mercado de quadros qualificados é o curso de Programação em C pa-ra Sistemas Embebidos. Esta formação promove a requalificação profissional de pes-soas com forte apetência para as áreas das CTEM, “dado que está concebido para que um licenciado em História, por exemplo, consiga integrar-se na temática, com a vantagem de que todos os alunos têm estágio garantido nas empresas, com probabi-lidade quase plena de lá ficarem”.

Destaque-se também a abertura, já em outubro, do curso de Introdução à Metodologia BIM (Building Information Modelling) que aplica a Indústria 4.0 à construção, através do projeto dos edifícios em 3D. Esta tecnologia permite prever incompatibilidades na fase de projeto, retificar processos, etc. e apenas com a aprovação do gestor do BIM a equi-pa avança para a construção. O diretor salienta o pioneirismo desta oferta formativa no ensino público, destacando que em novembro deste ano vai decorrer no ISEC o BIMCen-tro 2018, um seminário que pretende consolidar a importância da Metodologia BIM co-mo estratégia para o desenvolvimento e inovação do setor da construção.

A par deste evento, o ISEC tem já planeadas uma série de ações, assentes nas po-tencialidades da sinergia com a indústria. Nesse âmbito vai integrar uma conferência que aborda a temática das Smart Cities e, em setembro, vai organizar um Fórum so-bre Inovação e Desenvolvimento Industrial e receberá a colaboração XENON, num número previsto de 70 pessoas com a presença de alguns dos mais destacados cien-tistas a nível mundial na área, para a sua reunião de trabalho semestral. A reunião que terá lugar no ISEC ganhou a licitação, tendo como adversárias as propostas de Paris, Turim e Estocolmo, trazendo desta forma, e pela primeira vez, este evento a uma instituição do ensino superior português.“A atividade formativa

desenvolvida pela AEC responderá às necessidades do mercado de trabalho nos modelos de formação transversal e de formação à medida das necessidades concretas de determinado setor ou empresa, sendo lecionada por professores e profissionais especializados nas áreas em questão.”

Evento “A visão das engenheiras no mundo da Engenharia”, contou com a presença da Secre-

tária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

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Ensino Escola Superior de Enfermagem de Coimbra32

Jun2018

Dia 18 de julho começa a corrida de muitos estudantes a um lugar no ensino superior e, com ela, também a procura dos cursos de Enfermagem.

Na cidade de Coimbra, no centro do país, encontra-se aquela que é tão só a maior e mais antiga escola de Enferma-gem em Portugal, fundada em 1881, mas também uma das mais promissoras, que oferece experiências únicas de aprendiza-gem, proporcionadas pelo corpo docente mais qualificado, com o apoio de moder-nos equipamentos, laboratórios e recur-sos tecnológicos e de simulação de alta-fi-delidade.

Alguns dos recentes galardões que a Es-cola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) mereceu, como a medalha de Serviços Distintos, grau ouro, do Ministério da Saúde português, ou o prémio de Boas Práticas Erasmus + (que veio reconhecer a qualidade imprimida na execução de proje-tos de mobilidade), atestam o espírito e as dinâmicas de trabalho que por lá se vivem.

Três polos, uma unidade de investigação que é a única em Enfermagem a ser acredi-tada pela Fundação para a Ciência e a Tec-nologia, duas bibliotecas, um Centro de Si-mulação de Práticas Clínicas e vários outros laboratórios, uma residência de estudantes, um Centro de Estudo e Promoção do Bem--Estar (para prática do exercício físico), uma Unidade Diferenciada de Ação Social, Saú-de Escolar e Saúde no Trabalho e, no final, um atento Serviço de Apoio aos Novos Graduados, acolhem os mais de 2000 alu-nos da ESEnfC.

Na ESEnfC, docentes e não docentes tra-balham, diariamente, para acompanhar os estudantes em percursos de formação que lhes garantam aprendizagens assentes em qualidade técnica e científica, simultanea-mente orientadas para a responsabilidade social e para a globalização.

A participação dos estudantes em proje-tos de extensão e de voluntariado virados para a comunidade, que a ESEnfC dinami-za, ou a realização, por mais de 25% dos di-

plomados da Escola, de períodos de estudos no estrangeiro são disso testemunho.

Atualmente, instituições de saúde do Rei-no Unido recrutam muitos profissionais for-mados na ESEnfC, preferindo-os. A forma-ção da ESEnfC é, também, reconhecida em muitos países do continente americano.

A ESEnfC é uma escola empreendedora, com estudantes premiados por terem de-senvolvido ideias de negócio e projetos cria-tivos que primam pela inovação.

A ESEnfC é, de facto, a Escola com maior capacidade de atração de estudantes para a realização de estudos de Enferma-gem em Portugal.

Mestrados e especializaçõesAtenta não só às necessidades dos estu-

dantes pré-graduados, mas também dos profissionais no exercício, a ESEnfC sabe que a resposta a situações complexas de saúde e a permanente evolução do conhe-cimento em Enfermagem exigem a forma-ção contínua.

Neste momento, e até ao dia 13 de julho, decorre a 1ª fase de candidaturas aos cur-sos de mestrado e de pós-licenciatura de es-pecialização ministrados na ESEnfC.

Os cursos, com início entre outubro deste ano e março de 2019, são nas áreas de “Enfermagem - Gestão de Unidades de Cui-dados”, “Enfermagem - Supervisão Clíni-ca”, “Enfermagem de Reabilitação”, “En-fermagem de Saúde Infantil e Pediatria”, “Enfermagem de Saúde Materna e Obste-trícia”, “Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria” e “Enfermagem Médico-Cirúr-gica”.

Para mais informações e eventuais escla-recimentos, podem os interessados aceder ao sítio da ESEnfC na Internet, em www.esenfc.pt (menu “Estudar”), assim como contactar a Área Académica da ESEnfC (números de telefone 239 487 257 e 239 802 850, ou e-mail [email protected]).

A ESEnfC, que também é um Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde para a Prática e Investigação em Enfermagem, ESPERA POR TI!

ESEnfC: uma emocionante formação em Enfermagem

orientada para a responsabilidade social e para a globalização

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www.uc.pt/fctuc/dec/ensino//////[email protected]/////239/797/100///124/A/informação/aqui/disponibilizada/não/dispensa/a/consulta/do/website/do/DEC|FCTUC/e/da/informação/oficial/dos/

cursos./Em/cada/ano/letivo/são/definidas/as/edições/que/vão/funcionar/nesse/ano.

CANDIDATURAS: 01/Junho a 13/Julho 24/Agosto a 5/Setembro

▶ MESTRADOS (Cursos 2º Ciclo) Duração (Semestres)

CONSTRUÇÃO METÁLICA E MISTA 4 EFICIÊNCIA ACÚSTICA E ENERGÉTICA P/ UMA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 3 GESTÃO DA MOBILIDADE URBANA 3 GESTÃO SUSTENTÁVEL DO CICLO URBANO DA ÁGUA 3 MECÂNICA DOS SOLOS E ENGENHARIA GEOTÉCNICA 3 REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS 3 SEGURANÇA AOS INCÊNDIOS URBANOS 4

OFERTA FORMATIVA Cursos acreditados pela A3ES - Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior

▶ MESTRADOS INTEGRADOS (Cursos 1º + 2º Ciclo) Duração (Anos)

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL Marca de Qualidade Europeia EUR-ACE 5 MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA DO AMBIENTE 5

▶ DOUTORAMENTOS (Cursos 3º Ciclo) Duração (Semestres)

ENGENHARIA CIVIL 6 ENGENHARIA DO AMBIENTE 6 CONSTRUÇÃO METÁLICA E MISTA 6 ENGENHARIA DE SEGURANÇA AO INCÊNDIO 6 PLANEAMENTO DO TERRITÓRIO 6 SISTEMAS DE TRANSPORTES 6

DEC | FCTUC DEPARTAMENTODE ENGENHARIA CIVIL FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

Ordem dos Engenheiros, desempenham funções de alto nível em todo o mundo: conceção e projeto de soluções de engenharia economicamente viáveis, seguras e sustentáveis; construção, manutenção e gestão de infraestruturas, etc.

DEC | FCTUC ▶︎ Mais de 40 anos de investigação e ensino técnico rigoroso a criar engenheiros competentes e a contribuir para a sua formação avançada ao longo da vida. ▶︎ Reconhecidos pela

UNIVERSIDADE DE COIMBRA DESDE 1290… A ÚNICA UNIVERSIDADE NO UNIVERSO PORTUGUÊS ATÉ 1911 PATRIMÓNIO MUNDIAL UNESCO desde 2013 25.000 ALUNOS | 3000 PROFESSORES E OUTROS FUNCIONÁRIOS

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Ensino Departamento de Química da Universidade de Aveiro34

Jun2018

Ensino e formação de qualidade

O Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro (UA) é, pelas suas características, no entender do seu diretor, o Prof. Doutor Tito Trindade, “sui generis a nível nacional e até euro-peu”.

Falamos de uma unidade orgânica da UA que muito cresceu, criando novas

cursos associados, em todos os ciclos de ensino, tornando este Departamento, genuinamente, interdisciplinar.

Esta interdisciplinaridade é altamente beneficiada pela organização matricial da Universidade de Aveiro e pela dispo-sição do seu campus, onde os diferentes departamentos, dada a proximidade, convivem numa dinâmica que facilita a colaboração, o contacto e o diálogo. Es-te fator tão distintivo manifesta-se no DQ, por exemplo, na colaboração ao nível não só da investigação, mas tam-bém da formação, nomeadamente, nas áreas das Nanotecnologias, Ciências do Mar e Ciência dos Materiais.

Se esta interdisciplinaridade se reve-la vantajosa ao longo da formação dos alunos, também o é para o emprega-dor que encontra nesta Escola jovens que, para além de conhecimento es-pecializado na sua área de formação, têm também uma visão abrangente dos desafios colocados atualmente. Uma visão criada em contexto univer-sitário, com profissionais de outras áreas de saber, e pela colaboração com empresas. Esta característica é reforçada por uma relação de grande proximidade entre professores e alu-nos, e por mecanismos criados pela UA, como os programas de tutoria, que os auxiliam sempre que se verifi-que necessário. “Queremos que os nossos diplomados sejam reconheci-dos pelas entidades empregadoras, que alcancem o maior sucesso possí-vel, algo que entendemos só ser possí-vel se houver uma cultura de exigência e rigor, criando as condições para que as pessoas que aqui trabalham corres-pondam às exigentes e diversas solici-tações da sua missão profissional”, sublinha o diretor. Em sintonia com o mercado, o DQ tem procurado ajustar a sua oferta formativa com vista a uma convergência entre a formação e as reais necessidades dos empregadores. O Prof. Doutor Tito Trindade adianta:

“Estamos atentos à empregabilidade e necessidades do mercado de trabalho. A título de exemplo, posso referir que a Licenciatura em Química vai ser re-lançada já no concurso de acesso ao ensino superior de 2018-2019. Após um período de suspensão, este foi aproveitado para auscultarmos a opi-nião de potenciais empregadores, vi-sando ajustamentos no plano curricu-lar que vão ao encontro das expetati-vas de candidatos e empregadores, tendo sido igualmente confirmada a opinião muito positiva sobre os nos-sos diplomados”.

Ainda no campo das relações inter-pessoais, o diretor não deixa de apontar a importância da Associação de Estu-dantes da Universidade de Aveiro e dos seus diferentes Núcleos, particularmen-te aqueles que têm sede no DQ — Nú-cleo de Estudantes de Química e Núcleo de Estudantes de Engenharia Química — e com os quais a direção “tem man-tido um diálogo muito interessante, não apenas no âmbito de iniciativas de cariz sócio-académico, mas também do inte-resse da própria afirmação do DQ nas suas diferentes especialidades”. Preten-de-se aprofundar esta relação nas ver-tentes da internacionalização, da mobi-lidade e da integração de novos estu-dantes.

Mobilidade e internacionalização

“Internacionalização e multiculturali-dade” são, no entender do Prof. Doutor Tito Trindade, grandes desafios futuros do DQ. Sabendo que os alunos que in-gressam no Departamento para investir na sua formação são, maioritariamente, oriundos da região centro-norte do país, o diretor aponta como objetivo alargar este raio de captação de estudantes a uma maior escala, incluindo de base in-ternacional.

competências tanto ao nível da forma-ção como da investigação, tendo, atual-mente, como uma das suas principais marcas distintivas — “para além da qua-lidade da oferta formativa, do corpo do-cente e dos investigadores que aqui tra-balham” — a convergência de várias es-pecialidades: a Química, a Bioquímica, a Biotecnologia e a Engenharia Quími-ca. Todas estas áreas científicas têm

A Universidade de Aveiro reconhecida pelo ambiente ímpar do seu campus, encontra aí ferramentas e oportunidades para o incremento da comunicação, da troca de experiências e de uma cultura interdisciplinar que se efetiva na relação gerada entre todas as suas unidades orgânicas.

Interdisciplinaridade e multiculturalidade caracterizam o Departamento de Química em Aveiro

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EnsinoDepartamento de Química da Universidade de Aveiro 35

Jun2018

Nesse campo, entende como funda-mental o reforço na aposta em pro-gramas de mobilidade Erasmus: “Gos-taríamos que um número crescente de alunos entendesse a passagem por uma instituição estrangeira como uma mais valia”, explana, não deixando de reforçar a igual importância de captar estudantes estrangeiros, numa forte dinâmica de cooperação entre institui-ções internacionais e empresas.

Fator importante no alcance deste ob-jetivo é a participação da UA no Con-

sórcio Europeu de Universidades Inova-doras (ECIU) que “poderá possibilitar novas modalidades de ensino, o lança-mento de novos projetos educativos, onde o DQ tem que marcar presença, dando o seu contributo e beneficiando desse intercâmbio — sob o ponto de vista científico, pedagógico e cultural”. Internamente o DQ tem criado meca-nismos facilitadores da internacionaliza-ção, tendo já cursos lecionados em in-glês, assim como um Gabinete de Inter-nacionalização e Promoção ao Ensino

(GIPE) que torna exequível a atividade docente em novas modalidades: o ensi-no à distância e o ensino tutorial de pro-ximidade e multiculturalidade.

O diretor alerta para o facto de que, falando nós de áreas como a Química, a Bioquímica, a Biotecnologia e a Enge-nharia Química, não nos podemos es-quecer do ensino laboratorial, uma ca-racterística transversal a todos os cur-sos: “Posso dizer que se há aspeto posi-tivo que os nossos alunos mais têm destacado, é o facto de nunca termos abdicado do ensino experimental”. Esta característica revela-se um desafio, quando falamos de novas formas de en-sinar, por exemplo no ensino à distân-cia, que deve ser conjugado com o ensi-no laboratorial do qual o DQ “nunca ab-dicou e não vai abdicar”.

Investigação e inovaçãoA articulação entre a direção do DQ e as

direções das unidades de investigação que lhe estão associadas (CICECO; CESAM; QOPNA; IBIMED) tem possibilitado que es-te se destaque “por uma elevada produção científica por investigador em Portugal”. Es-tes investigadores, nomeadamente jovens inseridos em programas de doutoramento e projetos de pós-doutoramento, produzem conhecimento científico com forte impacto internacional e com potencial para transfe-rência tecnológica. Mais uma vez a interdis-ciplinaridade consubstancia-se neste campo por via da investigação nas diferentes áreas, gerada numa cultura de rigor e exigência — características inerentes à investigação cien-tífica de qualidade — que, naturalmente, se reflete e respira também ao nível do ensino no Departamento de Química.

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Ensino Instituto Superior de Administração e Gestão38

Jun2018

Com a constante preocupação de res-ponder às necessidades do mercado em-presarial nacional e internacional, o ISAG--EBS foi pioneiro no desenvolvimento de oferta formativa de nível superior. Atual-mente, ministra quatro licenciaturas (Ges-tão de Empresas, Gestão Hoteleira, Rela-ções Empresariais, Turismo), dois mestra-dos (Direção Comercial e Marketing e Ges-tão de Empresas) e cinco Cursos Técnicos Superiores Profissionais (Contabilidade e Fiscalidade, Desenvolvimento de Produtos Turísticos, Gestão e Comércio Internacio-nal, Restauração e Bebidas, Gestão de Re-des Sociais). Atua ainda na área da forma-ção executiva, desenvolvendo programas de MBA, Pós-Graduação, Cursos de Espe-cialização e Formação In-Company desti-nados a empresários, quadros superiores e diversos responsáveis das empresas e ou-tras organizações.

O ISAG-EBS dispõe de planos de estu-do atualizados nas suas licenciaturas e mestrados, capazes de responderem de forma especializada às necessidades do mercado de trabalho, contribuindo desta

quecer a vertente lúdica e de mobilidade internacional.

InternacionalizaçãoA internacionalização é um dos objeti-

vos prioritários para o ISAG-EBS preco-nizado no seu plano estratégico. Nos últi-mos anos, o ISAG-EBS tem perseguido este objetivo através de várias ações que impulsionaram o aumento de mobilidades incoming e outgoing de estudantes, de docentes e de colaboradores. Neste mo-mento, ao nível dos vários programas (Erasmus +, Fullbright, acordos bilaterais, entre outros), “contamos com mais de 200 parcerias com universidades em di-versos países tais como, Alemanha, Áus-tria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Eslová-quia, Eslovénia, Espanha, Grécia, Finlân-dia, França, Irlanda, Itália, Letónia, Lituâ-nia, Malta, Noruega, Polónia, República Checa, Roménia, Turquia, Brasil, Koso-vo, Jordânia, Moldávia, Sérvia, Montene-gro, Egipto, China, Tunisia, Tailândia, Dubai, entre outros”.

Young Business TalentsA parceria entre a Young Business Ta-

lent e o ISAG fundamenta-se na partilha de um conjunto de valores nucleares, focados no desenvolvimento, nos jovens estudantes, de competências que os em-pregadores valorizam e que contribuem para o sucesso profissional num contex-to internacional competitivo: trabalho em equipa, capacidades analíticas e téc-nicas, comunicação, relações interpes-soais, liderança e atitude positiva. “En-volvemos constantemente os alunos do ISAG-EBS em atividades e práticas de ambiente empresarial através de um si-mulador que permite praticar gestão to-mando todas as decisões dentro de uma empresa. Agora, estamos a desafiar, os alunos do Ensino Secundário a utilizar este simulador que permite familiarizar--se com a tomada de decisão empresa-

rial e a desenvolverem um espírito em-preendedor, além de incentivar a parti-cipação em provas regionais, nacionais e internacionais.

A parceria com o YBT é a prova de que investimos e motivamos os futuros alunos universitários e profissionais a serem empreendedores, com um espíri-to competitivo e orientados para o su-cesso”.

InvestigaçãoO papel da investigação como eixo

estratégico do ISAG-EBS, traduz-se no-meadamente no Núcleo de Investigação do ISAG-EBS (NIDISAG) que desenvol-ve projetos de investigação aplicada, com vista à aquisição de novos conheci-mentos, em estreita colaboração com o tecido económico e em parceria com outras entidades vocacionadas para a investigação devidamente acreditadas e avaliadas nas respetivas áreas de inter-venção do ISAG-EBS. Em 2015, visan-do a disseminação do conhecimento, foi criado o European Journal of Applied Business and Management (EJABM), revista académica centrada nas áreas da estratégia de negócios, marketing, turis-mo, gestão hoteleira, empreendedoris-mo e inovação, gestão de recursos hu-manos, comportamento organizacional e negócios internacionais. Dos projetos realizados pelo NIDISAG distinguem-se ainda os estudos de públicos, de com-portamento do consumidor, de avalia-ção de impacto económico e de noto-riedade da marca aplicados nos diversos eventos como a Essência do Vinho, Ser-ralves em Festa, Festa de Outono de Serralves, NOS Primavera Sound, Meo Marés Vivas, Red Bull Air Race, Porto Street Stage, entre outros. Importa ain-da destacar a realização de eventos científicos promovidos pelos docentes do ISAG e/ou investigadores do NIDI-SAG com elevada participação de toda a comunidade académica.

forma para a consolidação de uma taxa de empregabilidade de 95%.

Não obstante a necessária orientação pa-ra a fundamentação teórica das diferentes áreas científicas ministradas no ISAG-EBS, é preocupação desta instituição a forte aposta no saber fazer. Nesse sentido é dis-ponibilizada aos alunos a possibilidade de realização de estágios curriculares e extra-curriculares e outras formações em contex-to de trabalho no seio de algumas das mais prestigiadas empresas e outras organiza-ções nacionais e internacionais, dispondo para tal de mais de 500 protocolos estabe-lecidos. Para além da experiência e networ-king, são inúmeros os alunos que passam a integrar definitivamente as empresas.

O ensino no ISAG-EBS assenta numa política de proximidade entre o corpo do-cente e discente, que não é possível em instituições de ensino superior massifica-das. Para além do mentoring ou das tuto-rias, os alunos dispõem de acompanha-mento totalmente personalizado, seja em termos académicos, seja no que concerne à integração na vida profissional, sem es-

O ISAG - Instituto Superior de Administração e Gestão, também denominado de ISAG-European Business School (ISAG-EBS), é uma instituição de ensino superior politécnico particular criada em 1979 e localizada no Porto.

Entre na Onda do ISAG! Aposte num ensino de proximidade e no saber fazer

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EnsinoInstituto Superior de Administração e Gestão 39

Jun2018

tituição de ensino superior do Porto com alojamento no próprio campus. A Escola--Hotel tem um objetivo duplo: por um lado possibilitar aulas laboratoriais e, por outro, proporcionar alojamento aos alunos nacio-nais e internacionais, assim como de pro-fessores e oradores convidados. É compos-to por 20 quartos duplos (com capacidade para 40 pessoas) e uma Suite Master, que resulta de um apartamento composto por um quarto, sala, cozinha, WC e terraço. Quanto às aulas laboratoriais que são reali-zadas na Escola-Hotel e no restaurante, es-tas integram os planos de estudos das licen-ciaturas em Gestão Hoteleira e Turismo, do Curso Técnico Superior Professional de Restauração e Bebidas e da Pós-Graduação em Hotel Management, nomeadamente Gestão de Alojamentos, Gestão de equipa-mentos hoteleiros, Housekeeping, Gestão da produção e operações hoteleiras, Eno-gastronomia, Gestão e Controlo de

Programas ExecutivosEm sintonia com os conceitos de aprendi-

zagem ao longo da vida e de especialização, os programas executivos do ISAG-EBS têm registado um grande crescimento e recetivi-dade. O facto de os programas executivos terem como coordenadores de curso e do-centes, especialistas nas áreas de interven-ção, com experiências profissionais nacio-nais e internacionais, confere um elevado grau de praticidade e atualidade a estas for-mações. Adicionalmente, a notoriedade

Food&Beverage, Revenue Management, Kitchen Management, entre outras.

“Se a estas novidades juntarmos o nos-so modelo de ensino (In School Business), que alia a formação académica à compe-tência empresarial do corpo docente; mais a disponibilização de uma rede de networking conducente a experiências fa-cilitadoras da inserção profissional; e ain-da a colocação de todos os alunos a esta-giar em empresas prestigiadas e reconhe-cidas, a opção pelo ISAG-EBS assume-se como uma escolha estratégica. Afinal, o sucesso da nossa instituição é, antes de tudo, o sucesso dos nossos alunos”, acres-centa a Diretora Geral a Professora Dou-tora Elvira Vieira.

Responsabilidade Social

O ISAG-EBS tem em curso várias ações de responsabilidade social no-meadamente a recolha de alimentos, vestuário, livros e brinquedos para diversas instituições de solidariedade social, plantação de árvores e práti-ca de exercício físico que envolve to-dos os atuais e antigos alunos, os co-laboradores, os familiares e os sta-keholders.

dos oradores convidados para realizar work-shops e seminários e as visitas técnicas efe-tuadas pelos alunos a diversas organizações permitem estabelecer uma forte ligação ao mundo empresarial, estimulando-se o estu-do de caso, o brainstorming, ações de men-toring e o experiential learning.

Escola-HotelO ISAG-EBS inaugurou em setembro de

2017 a sua Escola-Hotel, sendo a única ins-

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Ensino Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto40

Jun2018

Fruto das contingências e mutações do mercado de trabalho, o Prof. Dou-tor João Tavares, diretor do Departa-mento de Matemática (DM), revela os esforços desenvolvidos no sentido de moldar a oferta formativa às atuais ne-cessidades do mercado, oferecendo formações direcionadas para a Mate-mática Fundamental e Aplicada, atra-vés de uma licenciatura e de um leque de mestrados: o Mestrado de Matemá-tica, de caráter mais científico, o Mes-trado em Engenharia Matemática, de caráter mais tecnológico, e o Mestra-do em Matemática para Professores. No âmbito deste último, direcionado a professores que já estão na carreira,

tarefas ligadas à Modelação Matemáti-ca, Otimização de Processos, Análise Estatística e Tratamento de Dados, en-tre outras. A área da Saúde absorve também um número significativo de matemáticos, integrados em projetos que decorrem em colaboração com o Centro Hospitalar de São João, no Porto, e outros centros hospitalares do país, no tratamento de dados de Eletrocardiografia, processamento e reconhecimento de imagem médica, modelação matemática de processos imunológicos e epidemiológicos, entre outros projetos.

É também extremamente relevante o facto de o DM assumir, em exclusivi-dade, toda a formação básica em Ma-temática e Estatística de todas as li-cenciaturas da FCUP e ainda uma in-tervenção significativa no ensino da Estatística no ICBAS (Instituto Abel Salazar) e FFUP (Faculdade de Farmá-cia da UP). São ainda de destacar as parcerias do DM com outros departa-mentos da FCUP, no âmbito dos mes-trados em Bioinformática e Biologia Computacional e de Ciência de Da-dos.

No que aos programas doutorais diz respeito, o Departamento de Matemá-tica da FCUP é um dos promotores de dois importantes programas de douto-ramento em Portugal: o Programa In-teruniversitário de Doutoramento em Matemática, em colaboração com a Universidade de Coimbra, e o Progra-ma de Doutoramento em Matemática Aplicada, que decorre da colaboração

entre a Universidade de Aveiro, Uni-versidade do Minho e Universidade do Porto (UP).

Ciência sem fronteirasA Matemática é uma ciência exata

por definição, mas está presente em to-das as áreas científicas e tecnológicas. “Não há dúvida de que hoje há um reco-nhecimento unânime da comunidade científica, e das entidades empregado-ras, de que a Matemática é transversal a todas as ciências, quer naturais, quer sociais. A Matemática é imprescindível ao desenvolvimento, cada vez mais exi-gente, da Engenharia, Física, Biologia, Economia, Medicina, Ecologia, Sociolo-gia, etc.”, reforça o diretor.

Com o intuito de divulgar a abran-gência da Matemática e das suas vá-rias aplicações no mercado de traba-lho, o DM tem desenvolvido uma série de iniciativas direcionadas essencial-mente para as escolas de ensino bási-co e secundário. Neste âmbito, inte-grado no projeto Universidade Júnior, o Departamento organiza anualmente uma Escola de Verão que tem conquis-tado relevante sucesso. Aí, uma vez mais, dissemina-se, junto dos mais jo-vens, “a ideia de que os estudantes de Matemática aprendem uma ciência transversal a todas as outras e que, neste momento, tem uma aplicabilida-de quase imediata em vários campos da indústria e dos serviços”.

CMUPO Centro de Matemática da Univer-

sidade do Porto (CMUP), transversal a todo o universo da UP, é um dos maio-res centros do país detendo a classifi-cação de excelente em todas as avalia-ções levadas a cabo pela Fundação pa-ra a Ciência e Tecnologia desde 2000.

O CMUP desenvolve investigação em quatro áreas – Álgebra, Análise,

foi recentemente celebrado um convé-nio com a Universidade de Timor Les-te, no sentido de ser replicado o plano de formação nesse país, já a partir de janeiro de 2019.

Porém, é através do Mestrado em Engenharia Matemática que o diretor assume uma maior ligação às empre-sas, uma relação alimentada por am-bas as partes, que culmina na “empre-gabilidade quase direta dos seus estu-dantes” em algumas das maiores em-presas nacionais ligadas a setores como a Indústria, Banca, Seguros e Serviços. Falamos de profissionais que integram empresas como a SONAE ou a EDP, por exemplo, onde assumem

O Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) tem um longo historial no ensino e na investigação desta ciência em Portugal. A formação inicial de professores foi uma das suas grandes missões, a par da formação genérica em Matemática. Com o crescente reconhecimento por parte dos empregadores da mais valia que a formação em Matemática constitui, o paradigma da empregabilidade dos matemáticos que forma tem vindo a mudar alargando o seu âmbito.

Matemática, uma ciência transversal com empregabilidade garantida

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EnsinoDepartamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto 41

Jun2018

Geometria e Probabilidade e Estatísti-ca – através de quatro linhas de inves-tigação – Matemática Computacional, Modelos Matemáticos e Aplicações, Semigrupos, Autómatos e Linguagens e Sistemas Dinâmicos.

Esta unidade de investigação reúne a maioria dos matemáticos da UP, as-sim como alguns membros oriundos de outras universidades e Institutos Politécnicos nacionais.

Neste espaço, cerca de 70% da inves-tigação é fundamental – sobretudo nas áreas de Sistemas Dinâmicos, Álgebra e Geometria. No que concerne à investi-gação em áreas de Matemática Aplicada – Estatística e Processamento de Dados, Otimização e Modelação Matemática – esta acontece, não raras vezes, por estí-mulo de problemas levantados pela pró-pria indústria, no âmbito da prestação de serviços prestada pelo GEMAC.

GEMACO Gabinete de Estatística, Modela-

ção e Aplicações Computacionais (GEMAC) é um gabinete de prestação de serviços, da FCUP, criado pelo CMUP e DM, que tem contratos fir-mados com diversas instituições e em-presas do PSI 20, como a SONAE e a EDP, entre outras.

São várias as empresas que procu-ram o GEMAC e colocam problemas ao nível da otimização de processos, criação de modelos e implementação computacional (em colaboração com as ciências dos computadores), “numa repartição de saberes e multidiscipli-naridade que é muito benéfica para o sucesso que esses projetos têm tido”.

No âmbito destes contratos têm sido oferecidas bolsas de investigação para licenciados e mestres que lhes têm permitido um contacto efetivo com empresas e uma intervenção concreta na resolução dos vários problemas que são colocados.

O Prof. Doutor João Tavares asse-vera que “os matemáticos trazem uma visão abrangente e uma capacidade de ver um problema sobre várias facetas, destacando os aspetos essenciais dos secundários”, capacidades que inte-ressam à indústria, e não raras vezes culminam na imediata contratação dos estudantes em processo de estágio.

iNIGMAO diretor do DM não deixa de valori-

zar o trabalho realizado pelo  iNIG-MA, um grupo de estudantes de Mate-mática “muito dedicados” que tem por objetivo a divulgação da Matemática e o apoio a esta disciplina, através de várias iniciativas. O iNIGMA dinamiza a Ofici-na Matemática onde, semanalmente, se esclarecem dúvidas e se discutem pro-blemas e enigmas matemáticos. Tam-bém é responsável pela organização de palestras onde convidados matemáticos seniores falam sobre diversas temáticas: “Numa das últimas iniciativas convida-ram um Professor especializado em Fi-losofia da Matemática, e promoveram um ciclo muito interessante de palestras onde se pensou a Matemática ao nível filosófico”, recorda.

É com assumido orgulho que o dire-tor revela que, já no próximo ano, es-te grupo vai organizar no DM o En-contro Nacional de Estudantes de Ma-temática (ENEM), “dias onde se pro-move e estimula a investigação Matemática, assim como as aplicações da Matemática”.

O futuroO DM continuará a intensificar os

seus esforços para a criação de ofertas formativas atualizadas, inovadoras e atraentes para um mercado de traba-lho cada vez mais exigente. Continua-rá a afirmar-se como um dos princi-pais departamentos de Matemática do país, pela qualidade científica do en-sino que ministra, pela excelência da investigação que promove, em per-manente cooperação com várias uni-dades de investigação internacio-nais, pelas iniciativas de caráter cul-tural que estimula, e, por último, pela qualidade dos serviços de consultoria que presta.

OFERTA FORMATIVA

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA A Licenciatura em Matemática fornece ao estudante uma sólida formação base em Matemática e permite simultaneamente a escolha entre várias formações complementares. Esta licenciatura prepara o futuro licenciado para prosseguir com sucesso diferentes percursos, nomeadamente:

> entrar imediatamente no mercado de trabalho em diversos setores da Indústria e Serviços, tais como banca, seguros, telecomunicações e transportes, exercendo funções, entre outras, em modelação matemática, análise de dados, desenvolvimento de algoritmos e de software informático;

> frequentar um segundo ciclo em Formação de Professores de Matemática para o 3º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário;

> frequentar um segundo ciclo e eventualmente um terceiro ciclo em Matemática ou em áreas afins, como Ciências, Engenharia, Economia, Gestão e Informática.

MESTRADOS São três os cursos de segundo ciclo organizados pelo Departamento: o Mestrado em Matemática, de caráter mais científico, o Mestrado em Engenharia Matemática, de caráter mais tecnológico e o Mestrado em Matemática no 3º Ciclo do Ensino Básico e Secundário (da responsabilidade da Unidade de Ensino das Ciências), destinado a formar professores de Matemática. Com exceção do mestrado de formação de professores, a cada curso de mestrado corresponde um curso de pós-graduação.

DOUTORAMENTOS O Departamento de Matemática é também um dos promotores de dois dos programas de doutoramento de maior sucesso em Portugal:

> O Programa Interuniversitário de Doutoramento em Matemática (em colaboração com a Universidade de Coimbra)

> O Programa de Doutoramento em Matemática Aplicada (em colaboração com a FEP, FEUP e ICBAS),

A FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) tem concedido um conjunto de bolsas que são diretamente administradas por cada um dos programas, o que muito tem contribuído para a grande diversidade cultural do Departamento de Matemática, onde coexistem atualmente mais de uma dúzia de nacionalidades.

Departamento Matemática

Departamento de MatemáticaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Rua do Campo Alegre, 687 · 4169-007 Porto · PortugalTel.: +351 220 402 131

www.fc.up.pt/dmat

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Ensino Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto42

Jun2018

Departamento. A própria interação dos docentes com estas áreas acompanhou o sentido de crescimento, conduzindo a um reforço do “investimento da institui-ção na consolidação da formação na área de Bioquímica”.

Reforce-se que este curso beneficia da ação conjunta do DQB e do ICBAS, duas instituições que de forma organiza-da assumem a coordenação das suas áreas de conhecimento dentro do es-quema formativo da licenciatura.

Com o crescente impacto da Bioquí-mica na dinâmica do então Departa-mento de Química, em 2007, assume a designação de Departamento de Quími-ca e Bioquímica. Esta denominação re-vela a real abrangência deste centro de conhecimento.

Considerando ser possível chegar mais longe na interrelação com as vá-rias áreas ligadas à Bioquímica e Biolo-gia, recentemente, o DQB criou, dentro da FCUP, um mestrado em parceria com o Departamento de Biologia numa iniciativa formativa diferenciadora que agrega os conhecimentos presentes nos dois departamentos – mestrado em Bio-tecnologia e Biologia Sintética.

Focado nas necessidades do mercado, o DQB criou recentemente o mestrado em Métodos Avançados e Acreditação em Análise Química, uma formação mais profissionalizante que surge como resposta a uma necessidade manifesta-da pelas empresas em contratar profis-sionais especializados e com conheci-mentos práticos no manuseamento de equipamentos detentores de tecnologia extremamente sofisticada. Pese embora o mestrado possa ser frequentado em horário regular de tempo de aulas, dado ter-se identificado que essas áreas tam-bém importam aos profissionais que, já no mercado de trabalho, necessitam de atualizar os seus conhecimentos, foi criado um curso de especialização nessa área, com duração de um ano. Esta for-mação divide-se por módulos, podendo

A diretora do Departamento de Quí-mica e Bioquímica (DQB), a Prof.ª Dou-tora Ana Cristina Freire, fala-nos de uma ciência que – acompanhando a tendência nacional e internacional – es-teve, tradicionalmente, muito centrada em si, mas que, paulatinamente, foi re-conhecendo a importância da interface com outras áreas, com destaque para a Bioquímica.

o formando frequentar apenas as com-ponentes do seu interesse, ou a totalida-de do curso, num prazo máximo de três anos, obtendo assim um diploma.

Segundo o sub-diretor, Prof. Doutor Nuno Mateus, “as novas propostas na oferta formativa vão ao encontro das necessidades do mercado atual, em áreas que estão em pleno desenvolvi-mento, aumentando com isso as hipóte-ses de empregabilidade dos estudan-tes”.

Esta vontade de inovar e entrar em contacto com outras ciências funda-mentais saiu muito beneficiada com a transferência de todos os departamen-tos da FCUP para o Polo 3 da Universi-dade do Porto, situado no Campo Ale-gre, facilitando o diálogo e a deslocação de estudantes e professores, como sa-lienta a Prof.ª Doutora Ana Cristina Freire: “É bom podermos partilhar es-truturas físicas, assim como todo o co-nhecimento acumulado”.

Uma das principais características da oferta formativa do DQB assenta na exigência e na forte vertente laborato-rial ministrada nos 1º e 2º Ciclos. A es-tes jovens são incutidas, desde o primei-ro ano de curso, todas as regras e pro-cedimentos de segurança para que pos-sam trabalhar em ambiente laboratorial. Uma mais-valia confirmada pelo feed-back das empresas que se mostram mui-to satisfeitas “pelo à vontade, assim co-mo pelo rigor que os estudantes de-monstram ter em ambiente laborato-rial”. Este é um aspeto que a direção

Esta ligação propiciou-se por força da parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) – à época instituições próximas que parti-lhavam conhecimentos e espaços labo-ratoriais – e conduziu à criação da licen-ciatura em Bioquímica.

O curso obteve desde logo grande re-cetividade, conquistando um lugar de destaque entre a oferta formativa do

A Química é uma das ciências fundamentais que integram a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), através do Departamento de Química e Bioquímica (DQB). Mais que um espaço de ensino superior, ali a investigação e a transferência de conhecimento efetivam-se, diariamente, com o trabalho de discentes, docentes e investigadores.

A investigação fundamental é crucial para criar tecnologia e inovação em Química

“Uma das principais características da oferta formativa do DQB assenta na exigência e na forte vertente laboratorial ministrada nos 1º e 2º Ciclos.”

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EnsinoDepartamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto 43

Jun2018

“não nos esgotamos aí”. “Não há apli-cação, tecnologia e inovação, sem in-vestigação fundamental bem feita e con-solidada”, reforça. Assim, toda a inves-tigação – fundamental e aplicada – é sustentada por projetos que são finan-ciados por concursos nacionais e inter-nacionais, sendo que muitos destes são feitos em co-promoção com empresas de inúmeros setores como a cortiça, o vinho, a energia, o setor têxtil, a biotec-nologia, o setor alimentar, entre outros.

Embora, historicamente, o DQB te-nha estado mais focado na investigação em “química de solução”, ao longo dos anos foi desenvolvendo investigação na área de novos (nano)materiais e nano-tecnologia, em colaboração com vários centros tecnológicos como o Centro

assume não querer abdicar “apesar das fortes restrições financeiras impostas nos últimos anos e a não contratação de docentes, que obriga a um grande esfor-ço dos recursos humanos”.

Se no passado a FCUP, onde se in-tegra o DQB, esteve focada na forma-ção de cientistas e professores, com a reestruturação imposta pelo Processo de Bolonha – momento em que foi possível aos estudantes realizar disser-tações de mestrado e de licenciatura em contexto empresarial – essa reali-dade alterou-se. “As empresas desco-nheciam a diferença entre um profis-sional formado em Química de outro formado em Engenharia Química”, afirma a diretora. Realidade que hoje se revela diferente, “principalmente quando falamos de empresas atualiza-das e inovadoras”.

Esta abertura da Faculdade incremen-tou um movimento de alteração da mentalidade e formação do setor em-presarial, “muito impulsionada pelo au-mento do número de quadros, entrada de pessoas oriundas de diferentes sítios, com pensamentos distintos”, que con-tribuíram para que, na atualidade, a FCUP tenha uma visão diferente da que tinha no passado. “Sendo uma escola de várias ciências, não nos esgotamos aí e estamos ao mesmo nível de competiti-vidade de qualquer outra Faculdade de Ciências, no confronto com as necessi-dades do exterior”, reforça.

Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), o Centro Tecnológico  das In-dústrias Têxtil e do Vestuário de Portu-gal (CITEVE), o Centro de Nanotecno-logia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI), entre outros.

Estamos a falar de investigação avança-da na qual, desde o 1º Ciclo, os estudan-tes podem ser integrados, candidatando--se a estágios extracurriculares nos proje-tos de investigação em curso nas diferen-tes áreas – Química Alimentar; Química Analítica e Ambiental; Química Biológica e Medicinal; Química Física; Química Teórica e Computacional; Síntese Quími-ca, Materiais e Nanoquímica.

Naturalmente, aproveitando todo o conhecimento acumulado e ferramentas presentes na instituição, o DQB desen-volve um importante trabalho de consul-toria técnica e de análise para várias empresas em áreas muito abrangentes – quer de forma direta, como por via de projetos de co-promoção, ou ainda com o estabelecimento de protocolos de es-tágio para estudantes.

EmpreendedorismoA FCUP é uma das unidades orgâni-

cas da Universidade do Porto (UP) que contribui para a valorização económica do conhecimento fundamental aí gera-do, através do incentivo à criação de spin-offs e de projetos de startups. Um volume que se equipara hoje ao desen-

InvestigaçãoA investigação é um dos vetores cru-

ciais para a exposição das instituições de ensino superior junto do mercado e das suas congéneres. Neste campo, os docentes/investigadores que integram o DQB estão distribuídos por três centros de investigação: o CIQUP - Centro de Investigação em Química da Universida-de do Porto, o REQUIMTE - Laborató-rio Associado para a Química Verde e o CIIMAR - Centro Interdisciplinar de In-vestigação Marinha e Ambiental. Todos os investigadores do DQB presentes nestas três unidades desenvolvem o seu trabalho de investigação no Departa-mento. Saliente-se que entre docentes e investigadores doutorados são mais de uma centena os elementos que inte-gram a investigação do DQB.

Abordando esta temática, a Prof.ª Doutora Ana Cristina Freire indica que o foco principal deste trabalho passa pelo desenvolvimento de investigação fundamental, porém, como assevera,

“As novas propostas na oferta formativa vão ao encontro das necessidades do mercado atual, em áreas que estão em pleno desenvolvimento, aumentando com isso as hipóteses de empregabilidade dos estudantes.”

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Ensino Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto44

Jun2018

volvido por instituições com maior tra-dição nessa matéria. A colaboração en-tre jovens estudantes e investigadores tem permitido, nos últimos cinco anos, a criação de um número considerável de projetos em colaboração com a U.Porto Inovação.

Uma outra vertente de formação fo-cada no empreendedorismo e na inter-nacionalização passa pela participação do DQB no mestrado internacional de vinho e turismo – Wintour – que envol-ve a FCUP, a Universidade Rovira i Vir-gili  (Espanha) e a Universidade de Bor-déus (França). Falamos de um mestrado que acolhe 20 estudantes com diferen-tes formações base, que decorre nos três países, potenciando a criação de novas ideias de negócio na área do vi-nho.

Visitados por vários estudantes por via, por exemplo, de programas de es-tudo como o Erasmus ou o Erasmus Mundus, o DQB tem-se adaptado a essa avalanche de estudantes internacionais que beneficiam de aulas lecionadas em inglês, apoio extra aula, assim como de suporte bibliográfico em inglês. O pro-tocolo recentemente criado entre a Uni-versidade do Porto e a the Peoples Friendship University of Russia em Mos-

covo, vai permitir a dois estudantes do mestrado em Química do DQB frequen-tar uma Summer School na Rússia.

Em final de conversa, a diretora enal-tece o facto de a direção da FCUP apos-tar na melhoria das infraestruturas de cada departamento, tendo recentemen-te aprovado e financiado um projeto de grande envergadura no DQB. Este in-vestimento permitiu a aquisição de equi-pamentos instrumentais que conferem ao DQB excelentes condições para res-ponder à prestação de serviços ao exte-rior, melhorando, significativamente, as aulas de 1º e 2º Ciclos e formação avan-çada no 3º Ciclos, assim como o traba-lho dos investigadores.

“Sendo uma escola de várias ciências, não nos esgotamos aí e estamos ao mesmo nível de competitividade de qualquer outra Faculdade de Ciências, no confronto com as necessidades do exterior”

“Segundo o novo pensamento europeu os empregos têm na sua base o co-nhecimento. Lentamente, com o desenvolvimento dos centros de investigação, das faculdades, e de uma nova forma de pensar que, entretanto, foi sendo gera-da, as pessoas perceberam que participar num curso universitário é uma mais-va-lia para poderem aspirar a um emprego competitivo”, avança a Prof.ª Doutora Ana Cristina Freire.

OFERTA FORMATIVA

1º ciclo – LICENCIATURAS • Química • Bioquímica: co-responsabilidade com o ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar

2º ciclo – MESTRADOS • Química;• Métodos Avançados e Acreditação em Análise Química; a iniciar no ano letivo de 2018-19• Bioquímica: co-responsabilidade com o ICBAS;• Tecnologia e Ciência Alimentar: co-responsabilidade com o Departamento de Engenharia

Biológica da Universidade do Minho (DEBUM);• Ensino da Física e da Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e Secundário: co-responsabilidade

com o Departamento de Física e Astronomia (DFA) da FCUP;• Física e Química em Contexto Escolar: co-responsabilidade com o DFA da FCUP;

Colaborações com outros 1º e 2º ciclos de estudo na FCUP • Licenciatura em Ciências e Tecnologia do Ambiente: colaboração com o Departamento de

Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território (DGAOT);• Mestrado em Ciências e Tecnologia do Ambiente: colaboração com o DGAOT;• Mestrado em Bioinformática e Biologia Computacional: colaboração com os Departamentos

da FCUP – Biologia, Ciência dos Computadores e Matemática; a iniciar no ano letivo de 2018-19;

3º ciclo – PROGRAMAS DOUTORAIS • Química: com a colaboração do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de

Engenharia da Universidade do Porto;• Química Sustentável: co-responsabilidade com as Universidade Nova de Lisboa e Universidade

de Aveiro;

COLABORAÇÕES INTERNACIONAIS O Departamento de Química e Bioquímica integra programas internacionais ao nível do 2º e 3º ciclos:• Mestrado: SERP+ -Surface, Electro, Radiation, Photo-chemistry & Entrepreneurship - UP, Paris

Sud (França); Génova (Itália); Adam Mickiewicz (Poznan, Polónia) - especialização associada ao Mestrado em Química;

• Mestrado: Wintour -Wine Tourism Innovation – UP, Universitat Rovira i Virgili (Espanha) e Université de Bordeaux (França);

• Mestrado: TCCM| Theoretical Chemistry and Computational Modelling – associado ao Mestrado em Química (25 Instituições de 8 Países Europeus);

• Doutoramento: TCCM| Theoretical Chemistry and Computational Modelling – associado ao Doutoramento em Química (25 Instituições de 8 Países Europeus);

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO • Métodos Avançados e Acreditação em Análise Química;• Bioinformática e Biologia Computacional: colaboração com os Departamentos da FCUP –

Biologia, Ciência dos Computadores e Matemática;

CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES• Contextos Laboratoriais de Química no Ensino Secundário: Um olhar sobres as metas curriculares; • A Química no dia-a-dia: experiências e demonstrações;• Catálise e Catalisadores: um trajeto verde rumo a um desenvolvimento sustentável;• Estrutura molecular e ligação química usando software gratuito de visualizações;• Nanomateriais num mundo de Inovação: produção, caracterização e aplicações tecnológicas;• Polímeros e metais no organismo humano;

CURSOS DE FORMAÇÃO À MEDIDA• Iniciação às Técnicas de Escrita Científica

UNIDADES DE FORMAÇÃO CONTÍNUA• Métodos de Escrita e Interpretação de Textos Científicos e Técnicos (MEITEC)

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INVESTIGAÇÃO

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Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de LisboaEnsino/Investigação

O Departamento de Engenharia In-formática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (FCT NOVA), fundado em 1975, é uma instituição pioneira e de referên-cia no ensino superior e na investigação científica em Informática em Portugal. Efetivamente, muitos dos nossos docen-tes estiveram associados ao desenvolvi-mento da Informática no país, como, por exemplo, na primeira ligação nacio-nal à Internet, na formação dos primei-ros doutorados na área e na afirmação de Portugal na investigação científica e na inovação tecnológica em Informáti-ca.

Nesse sentido, foi criada em 1975 a Licenciatura em Engenharia Informáti-ca – a primeira formação deste género em Portugal. Já o primeiro Mestrado em Engenharia Informática da FCT

senvolvendo atividades de formação avançada, investigação científica e liga-ção à sociedade em áreas centrais da Engenharia Informática. Estamos inseri-dos em redes internacionais de forma-ção avançada e investigação, partici-pando em vários programas de mestra-do e doutoramento em parceria com universidades de referência na Europa e EUA. Já formámos milhares de enge-nheiros informáticos (licenciados e mes-tres) e mais de uma centena de doutora-dos, que desenvolvem atividades profis-sionais em todo o mundo.

Oferta formativaAo longo de mais de 40 anos de ex-

periência, temos apostado fortemente na inovação pedagógica e científica dos nossos cursos que, complementada com

a opinião de consultores externos aca-démicos e empresariais, consubstan-ciam uma visão atualizada sobre a for-mação do Engenheiro Informático de conceção, preparado para enfrentar de-safios de realização e inovação.

O Mestrado Integrado em Engenharia Informática (MIEI) é uma componente central da nossa oferta educativa ao ní-vel de 1º e 2º ciclos, que recebeu em 2017 a certificação de qualidade EUR--ACE®, atribuída pela ENAEE (Euro-pean Network for Accreditation of Engi-neering Education). Mais concretamen-te, o MIEI é um ciclo de estudos integra-do (3 anos + 2 anos), orientado para a formação de Engenheiros de conceção habilitados a intervir nas áreas de Infor-mática e Tecnologias da Informação. O 1º ciclo (3 anos) concede o grau de Li-cenciatura em Ciência e Engenharia In-

NOVA foi lançado em 1991, sendo se-guido, em 1997, pelo Mestrado em In-teligência Artificial. O Departamento de Informática foi, ainda, fundador do Mestrado Internacional em Lógica Computacional em parceria com a Uni-versidade Técnica de Dresden, a Univer-sidade Livre de Bolzano, a Universidade Politécnica de Madrid e a Universidade Técnica de Viena. Entretanto, em 2008 teve início o Programa de Doutoramen-to em Informática, em articulação com vários programas de Doutoramento in-ternacionais. Posteriormente, foi lança-do em 2011 o Mestrado Integrado em Engenharia Informática de acordo com o modelo de Bolonha e, em 2017, foi criado o Mestrado em Análise e Enge-nharia de Big Data.

O Departamento integra atualmente mais de 40 professores doutorados, de-

O presidente do Departamento de Informática da FCT NOVA e diretor do NOVA LINCS, Luís Caires, apresenta a oferta formativa e alguns dos principais projetos de investigação associados àquela que corresponde, ainda hoje, a uma unidade pioneira e inovadora em torno desta área científica.

Na vanguarda da Informática nacional e além-fronteiras

Já formámos milhares de engenheiros informáticos (licenciados e mestres) e mais de uma centena de doutorados, que desenvolvem atividades profissionais em todo o mundo.

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Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa Ensino/Investigação

Investigação científica

O NOVA Laboratory for Computer Science and Informatics (NOVA LINCS) é uma unidade de investigação líder na área da Ciência e Engenharia Informática, as-sociada ao Departamento de Informática da FCT NOVA, contando também com investigadores da Universidade de Évora, da Universidade da Beira Interior e da Universidade da Madeira.

A missão deste organismo é desenvol-ver investigação científica de excelência em áreas-chave da Informática, contri-buir para programas de educação avan-çada e partilhar conhecimento, resulta-dos e inovação produzidos com os utili-zadores e comunidades dentro da socie-dade. Os investigadores do NOVA LINCS são reconhecidos internacional-mente pelas suas contribuições científi-cas e soluções tecnológicas de elevado

formática, o qual permite uma primeira certificação e mobilidade. O 2º ciclo (2 anos) completa a formação a nível de engenharia de conceção, certificada com o grau de Mestrado em Engenharia Informática e com acesso à acreditação de nível E2 pela Ordem dos Engenhei-ros.

A inserção dos formandos no merca-do de trabalho é facilitada através de unidades curriculares específicas, que promovem o envolvimento de alunos em atividades em empresas ou institui-ções parceiras, e do perfil curricular FCT, que promove a aquisição de com-petências complementares. Exemplo disso é a Atividade Prática de Desenvol-vimento Curricular (APDC), uma unida-de curricular inovadora e única a nível nacional no contexto dos cursos supe-riores de Engenharia Informática, ape-nas oferecida pelo Mestrado Integrado em Engenharia Informática da NOVA. Esta unidade curricular é oferecida na transição entre o 1º ciclo (três primeiros anos) e o 2º ciclo do curso, permitindo aos estudantes escolher desenvolver uma atividade, ao longo de 20 semanas, num de três contextos diferentes: pro-jeto de engenharia e inovação, projeto de investigação ou estágio em empresa. Esta experiência integrada de atividades práticas é considerada uma mais-valia diferenciadora no currículo dos nossos estudantes.

Os nossos formandos do Mestrado In-tegrado em Engenharia Informática saem da FCT NOVA enquanto Enge-nheiros Informáticos de conceção habi-litados a desenvolver atividades de pro-

impacto, apresentando os seus resulta-dos nas conferências e revistas de refe-rência nas diferentes áreas. O NOVA LINCS albergou a primeira European Research Council Starting Grant em In-formática em Portugal.

A investigação realizada no NOVA LINCS desenrola-se no contexto de inú-meros projetos e colaborações nacionais e internacionais, envolvendo a participa-ção regular de estudantes de mestrado e doutoramento. O nosso programa de in-vestigação é guiado pelo tema geral “Prin-cípios e Engenharia para os Ecossistemas de Software Global” e é construído com base no nosso sólido portefólio de contri-buições científicas, na capacidade de combinar a investigação fundamental em princípios e metodologias com a investi-gação em aplicações e inovação, assim como em diversas interações com utiliza-dores da tecnologia e conhecimento.

jeto, liderança e inovação, muitas vezes em contexto de investigação, e com ba-ses para seguir o nosso Programa de Doutoramento em Informática. Este, por sua vez, oferece aos alunos uma formação avançada orientada para a inovação em Informática, Ciência e En-genharia, integrada com as atividades do nosso laboratório de Investigação, concedendo o grau de Doutor em Infor-mática (PhD).

Recentemente, alargámos a nossa oferta formativa criando o Mestrado em Análise e Engenharia de Big Data, que tem como objetivo formar especialistas, a nível de um 2º ciclo de estudos, no do-mínio emergente de Ciência de Dados e Engenharia de Dados. O curso desen-volve competências relativamente ao processamento e análise de grandes vo-lumes de dados por métodos computa-cionais e matemáticos avançados, e me-todologias para procurar e encontrar respostas necessárias aos processos de gestão, monitorização e otimização, ou extrair conhecimento, tendências, cor-relações ou previsões, em particular através de aprendizagem automática.

Ao nível do 3º ciclo de estudos o De-partamento de Informática oferece tam-bém programas de Doutoramento e Mestrado no contexto de parcerias com universidades de referência a nível inter-nacional, nomeadamente:

• Dual PhD in Computer Science (Carnegie Mellon University)

• Doutoramento em Media Digitais (UT Austin)

A inserção dos formandos no mercado de trabalho é facilitada através de unidades curriculares específicas que promovem o envolvimento de alunos em empresas ou instituições parceiras

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Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de LisboaEnsino/Investigação

Os ecossistemas de software emer-gente e as suas tecnologias de suporte estão a mudar radicalmente as ativida-des humanas em todas as áreas (e.g., negócios, indústria, cultura, média, in-clusão, educação, governo, entreteni-mento, artes), contribuindo para o cres-cimento económico, a criação de em-pregos de elevado valor e a melhoria da qualidade de vida. Para avançar a fron-teira do conhecimento e promover ino-vação de elevado valor acrescentado em Informática, é necessário combinar a investigação fundamental de ponta com investigação aplicada, uma ampla co-bertura da Informática e outros domí-nios, e uma forte ligação com equipas de investigação – nacionais e interna-cionais – e com os utilizadores de co-nhecimento na sociedade.

Como tal, o NOVA LINCS investiga novos princípios e engenharia para o desenho, construção e suporte de siste-mas informáticos nas infraestruturas computacionais emergentes, para além de desenvolver soluções inovadoras pa-ra potenciar as atividades de utilizado-res e comunidades em domínios técni-cos, incluindo interdisciplinares e da so-ciedade em geral.

A investigação no NOVA LINCS de-senvolve-se na colaboração estreita en-tre os seus quatro grupos de investiga-ção, Sistemas Computacionais (Compu-ter Systems), Sistemas Inteligentes (Knowledge-Based Systems), Sistemas Multimodais (Multimodal Systems) e Sis-temas de Software (Software Systems), que cobrem temas-chave do programa de investigação do laboratório. Da in-

ção as expectativas do utilizador – são cada vez mais importantes para os siste-mas informáticos. Por exemplo, o pro-jeto H2020 COGNITUS (com a BBC) combina várias das nossas contribui-ções, incluindo componentes para ví-deos submetidos por utilizadores co-muns e análise do seu conteúdo, bem como o aprimoramento e sumarização de enredos de eventos reais, misturando conteúdo de utilizadores de redes so-ciais com conteúdos profissionais. Al-guns desses métodos (por exemplo, análise de imagens 3D e interação ba-seada em sons) foram usados para de-senvolver aplicações de software para a saúde e educação, em particular ferra-mentas e jogos educativos para a tera-pia da fala, em colaboração com a Es-cola Superior de Saúde do Alcoitão e Hospital D. Estefânia.

Programação centrada em dados na Web

A construção ágil e robusta de aplica-ções para a Web com garantias de se-gurança e proteção de dados gera mui-tos desafios, para os quais temos contri-buído com novas técnicas de verificação e ferramentas de desenvolvimento. Vá-rios destes resultados de investigação surgiram no contexto de uma colabora-ção financiada com a OutSystems S.A., empresa nacional líder em ferramentas de desenvolvimento de aplicativos, en-volvendo alunos e professores. Em 2013, fomos co-autores de uma paten-te nos EUA sobre segurança de dados e inventámos novos algoritmos de análise de código que permitem impor políticas de segurança dependentes dos dados, que está disponível na plataforma Mi-crosoft Research Rise4Fun.

vestigação produzida no NOVA LINCS podemos destacar algumas contribui-ções científicas e soluções tecnológicas com impacto reconhecido a nível inter-nacional.

Gestão de dados na nuvem

Os serviços de Internet à escala global baseados na nuvem, como os providen-ciados por grandes operadores como a Google e o Facebook, exigem uma alta disponibilidade e baixa latência, de for-ma resistente a falhas e partições de re-de. A geo-replicação é uma técnica fun-damental para alcançar essas garantias, com um trade-off conhecido entre con-sistência e disponibilidade. O NOVA LINCS produziu recentemente várias contribuições nesta área, desenvolvidas em colaboração com o INESC-ID, IN-RIA, Microsoft, IMDEA Software e TU Kaiserlautern, no âmbito do projeto eu-ropeu SyncFree (FP7) e do projeto LightKone (H2020) ainda em curso. As soluções criadas pelos nossos investiga-dores são citadas em muitas patentes e foram integradas em sistemas em nu-vem que atendem a milhões de utiliza-dores em todo o mundo, em sistemas como o Redis, Akka e Riak, Cassandra e Mesosfera.

Interação MultimodalOs requisitos de processamento de

dados em ambientes dinâmicos e com múltiplas modalidades de interação (tex-to, imagem, som) – tendo em considera-

Os ecossistemas de software emergente e as suas tecnologias de suporte estão a mudar radicalmente as atividades humanas em todas as áreas, contribuindo para o crescimento económico, a criação de empregos de elevado valor e a melhoria da qualidade de vida.

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Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa Ensino/Investigação

Significa isto que o conhecimento e resultados produzidos no NOVA LINCS estão a ser utilizados pela so-ciedade, através de múltiplas colabo-rações com empresas e instituições públicas, permitindo a validação dos resultados científicos, a identificação

Inteligência Artificial na Web e nas redes sociais

A sofisticação atualmente esperada da Inteligência Artificial exige que esta seja capaz de explorar, de maneira au-tónoma, dados e conhecimento dis-poníveis na Web sobre qualquer tipo de tema de modo eficaz e rastreável. Um desafio chave nesta área é como combinar fontes de conhecimento com origens muito diferentes – por exemplo: ontologias, conjuntos de regras, bases de dados relacionais, entre outras – que podem mudar ao longo do tempo e ser inconsistentes quando agregadas. Neste contexto, desenvolvemos ainda recentemente uma plataforma baseada no nosso modelo de Argumentação Social Abstrata para ajudar a estruturar e avaliar debates em redes sociais, agora alavancada numa colaboração interdisciplinar com o Instituto de Fi-

de novos desafios de inovação e cria-ção de valor. Neste contexto, realiza-mos um intenso trabalho de sensibili-zação junto da sociedade e dos jovens estudantes para a importância das competências digitais, promovendo e liderando diversas iniciativas como, por exemplo, a principal atividade do Movimento Código Portugal, ou a promoção da igualdade de género nas áreas profissionais ligadas às TIC e In-formática.

losofia da NOVA e o Instituto Portu-guês de Relações Internacionais para estudar estratégias utilizadas pelos decisores políticos e sua discussão em debates nas redes sociais, galar-doada com o Prémio de Investigação Colaborativa Santander Totta 2017.

Ligação à sociedadeAo sermos competitivos e reconheci-

dos na comunidade de investigação a ní-vel internacional, contribuímos também para o desenvolvimento local e nacio-nal, através de diversas colaborações com empresas e entidades públicas. Es-tas colaborações incluem atividades nas áreas de gestão de dados na web, análi-se de conteúdo, criação artística, patri-mónio cultural, análise de dados, gestão de emergências, deteção de pragas agrí-colas, suporte de decisão clínica e ou-tros aplicativos na área da saúde.

Para avançar a fronteira do conhecimento e promover inovação de elevado valor acrescentado em Informática é necessário combinar a investigação fundamental de ponta com investigação aplicada.

NOVA LINCS (UID/CEC/04516/2013) é financiado por fundos nacionais da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

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Centro Interuniversitário de História das Ciências e da TecnologiaEnsino/Investigação

Dado que alguns membros do atual CIUHCT já colaboravam em projetos de in-vestigação, o processo de fusão foi natural, ainda que nem sempre fácil. As mais-valias da fusão são evidentes: (i) o CIUHCT foi, na última avaliação oficial (2014), um dos onze centros nacionais a obter a classificação de “Excecional”; (ii) as grandes instituições eu-ropeias na área da História da Ciência, Tec-nologia e Medicina reconhecem-no como referência incontornável; (iii) atrai jovens in-vestigadores de vários países e grande diver-sidade de formações, possibilitando uma prática real de interdisciplinaridade; (iv) assu-miu um papel líder no panorama nacional, coordenando um conjunto de instrumentos de trabalho estrutural para a sobrevivência e vitalidade da comunidade.

sado e a sua relevância na contemporanei-dade.

Através da investigação histórica enqua-drada numa perspetiva internacional, o CIUHCT afirma a importância da Ciência, da Tecnologia e da Medicina na construção da cidadania e identidade europeias, focan-do-se nas contribuições dos cientistas, médi-cos e engenheiros portugueses através do enfoque na sua participação em redes inter-nacionais de construção e circulação do co-nhecimento. Não se trata de pensar o pro-blema de forma nacionalista, mas de colocar a questão no quadro de uma matriz comple-xa de construção da Europa, em que dife-rentes protagonismos contribuem para as colaborações e as tensões que a definem na sua relação com o mundo.

Neste sentido, foi possível reencontrar de forma sistemática a contribuição portu-guesa para além do século XVI, incorpo-rando novas narrativas como as dimen-sões colonial e urbana. Usando uma gre-lha interdisciplinar inovadora baseada na trilogia circulação, apropriação e inova-ção, foi possível reformular alguns concei-tos-chave da área, nomeadamente os de centro(s) e periferia(s) e ciência ibérica e reavaliar a relevância dos saberes e práti-cas de ciência, tecnologia e medicina na construção do mundo moderno e contem-porâneo.

Salvaguardando a liberdade de investiga-ção que é a sua marca identitária, o CIUHCT organiza-se em duas grandes linhas:

• Instrumentos e Práticas, Culturas Vi-suais e Materiais: a partir do estudo dos instrumentos, coleções, artefactos e espa-ços da cultura material da ciência, tecnolo-gia e medicina, aborda as práticas que lhes subjazem e os modos como foram molda-das, tendo em conta a dimensão geográfi-ca e os efeitos da contingência geopolíti-ca.

• Peritos, Instituições e Globalização: aborda o papel dos peritos e das instituições no mundo contemporâneo, através de uma narrativa histórica que se foca na coprodu-ção de conhecimento técnico-científico, na circulação e apropriação e na interação com as agendas políticas.

O CIUHCT está a desenvolver quatro projetos-bandeira, que articulam o futuro da História da Ciência, da Tecnologia e da Me-dicina em Portugal numa perspetiva de coe-são, inclusão e colaboração com todos os membros da comunidade nacional da área, e que estarão concluídos em 2020: (i) Biblio-grafia de História da Ciência, Tecnologia e Medicina sobre Portugal (2005-2015); (ii) Dicionário biográfico de cientistas, enge-nheiros e médicos portugueses ou traba-

Neste momento, o CIUHCT tem cerca de 60 investigadores, doutorados e doutoran-dos. Uma parte significativa dos doutorados é também docente, alguns universitários. Em termos de género, é bastante equilibra-do e, no plano etário, a política ativa de re-novação geracional levou à integração de muitos investigadores juniores, nacionais e estrangeiros. Os investigadores têm interes-ses, estratégias de afirmação científica e for-mações académicas muito diferentes, sendo esta uma das grandes mais-valias do centro. De facto, o CIUHCT é a única unidade de investigação portuguesa que reúne história e filosofia da ciência, tecnologia e medicina, cultura material e sociologia da inovação, fa-cilitando o diálogo entre os estudos do pas-

O Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), criado em 2007, resultou da fusão de duas unidades de investigação — uma da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e outra na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa.

Divulgar a História da Ciência, da Tecnologia e da Medicina em Portugal

Maria Paula Diogo e Ana Simões são, respectivamente, coordenadora e co-coordenadora do CIUHCT

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Jun2018

Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia Ensino/Investigação

vros, artigos, catálogos de exposições or-ganizadas pelo CIUHCT e inventários de património científico, material e bibliográ-fico, várias publicadas em editoras ou re-vistas internacionais de referência e várias premiadas.

Destaca-se o empenho do CIUHCT na HoST, a única revista online open ac-cess publicada em Portugal na área, e as coleções em que tem ou teve ação deter-minante: a coleção CIUHCT, em cola-boração com a Editora Colibri, e as cole-ções Ciência e Iluminismo e História e Filosofia da Ciência, em parceria com a Porto Editora, já extintas. Igualmente re-levante é a prática de exposições, mui-tas vezes em colaboração com institui-ções como a Fundação Calouste Gul-benkian ou o Museu de História Natural e da Ciência, onde decorre, em perma-nência, uma exposição sobre a história dos jogos matemáticos e, finalmente, as biografias dirigidas a um público infanto--juvenil sobre Pedro Nunes e Garcia de Orta.

Encarar o futuroA História da Ciência, Tecnologia e

Medicina é uma área ainda jovem em Portugal. Os seus primeiros historiado-res profissionais fizeram doutoramento em meados da década de 1990. Houve interesse antes, num nível amador — no sentido nobre da palavra —, mas a prá-tica sedimentada é recente e para a afir-mação de uma nova disciplina, 25 anos é muito pouco. Após um período em que a novidade da área gerou interesse por parte de grupos diferenciados, a co-munidade de investigadores de História da Ciência, Tecnologia e Medicina em Portugal organizou-se num ecossistema de equilíbrio, denotando crescimento moderado, mas sustentável.

A contribuição multifacetada do CIUHCT para esta situação foi central. Desde logo porque a primeira geração de doutorados na área — todos membros do CIUHCT — considerou seu dever apostar na construção de uma comunidade. Fê-lo através de uma estratégia consciente de participação nos grandes debates interna-cionais, assente na qualidade da investiga-

lhando em Portugal; (iii) Quatro volumes so-bre História da Ciência, Tecnologia e Medi-cina em Portugal; (iv) Publicação da revista online HoST numa base regular e sua inde-xação. Com estes projetos-bandeira, o CIUHCT oferece um conjunto de instru-mentos incontornáveis à comunidade nacio-nal e internacional.

Posicionamento internacionalA afirmação internacional do CIUHCT

decorre do seu amplo leque de publicações em fóruns de qualidade e participação em projetos, de que se destacam a ERC Medea Chart, ganha por um dos seus membros, e a participação em cinco projetos H2020.

Os pilares fundamentais desta afirmação são a participação em redes de investigação, a colaboração formal com instituições con-géneres e o trabalho em sociedades científi-cas.

No primeiro caso, destacam-se três redes incontornáveis: (i) a Science and Technology in the European Periphery, dedicada à ques-tão da agência das chamadas periferias na estruturação da ciência e tecnologia euro-peias; (ii) a Tensions of Europe, sobre as di-nâmicas de colaboração e de confronto no espaço europeu e o papel da ciência e tec-nologia na construção identitária da Europa; (iii) a ligação brasileira, com o Museu de As-tronomia e Ciências Afins, centrada na área da cultura material e património, e a Casa de Oswaldo Cruz-Fiocruz, na medicina tro-pical.

No segundo caso, destacam-se duas insti-tuições estruturantes: o Max Planck Institute for the History of Technology, recentemen-te em parceria com a Haus der Kulturen der Welt, ambos em Berlim, cobrindo diversos temas da história da ciência e da tecnologia e, recentemente, liderando o debate inter-nacional em torno do conceito de antropo-cénico do ponto de vista das ciências sociais

ção sobre o caso português integrado no contexto europeu. Depois, porque apos-tou no envolvimento dos mais jovens nos grandes projetos nacionais e internacio-nais, mobilizando todos os recursos finan-ceiros e de networking necessários. Final-mente, porque tem tido um papel funda-mental nos debates conceptuais e meto-dológicos na área, participando em redes e projetos internacionais relevantes, pro-movendo a interdisciplinaridade.

Os objetivos para o futuro são de conti-nuidade face aos projetos em curso, for-mulados para os anos 2015-20. Resultan-tes de uma reflexão profunda sobre a mis-são a assumir por um centro de investiga-ção na área da História da Ciência, Tecnologia e Medicina em Portugal, a al-teração deste calendário, agora redefinido em termos do quinquénio 2018-22, não poderia conduzir à modificação das pro-postas iniciais. Propõe-se um aggiorna-mento da agenda anterior, reforçando-a com novas propostas, de que se destaca o reforço de plataformas online para debate e disponibilização de bases de dados, um conjunto de programas televisivos e um volume assente nos quatro volumes coor-denados pelo CIUHCT, estes dois últimos em inglês.

O objetivo destes novos outputs é du-plo. Por um lado, consolidam a presença do CIUHCT na comunidade internacio-nal, usando uma diversidade de media. Por outro lado, reforça a dimensão de ou-treach, de divulgação ao grande público.

O futuro do CIUHCT depende de duas ordens de questões fundamentais, científi-cas e humanas. Por um lado, tem de con-tinuar a afirmar uma forte dimensão cien-tífica internacional e abrir-se a novos pro-blemas, interesses, formas de interpreta-ção e fontes; por outro, tem de continuar a motivar jovens investigadores e a apoiá--los na exigência de estabilidade de em-prego. Para o fazer, são necessárias medi-das estruturantes que ofereçam aos mais jovens, num quadro de concursos compe-titivos, lugares de carreira onde prossigam investigação de excelência. Nisso, o CIUHCT encontra-se refém das medidas da tutela. Espera-se que tudo seja feito pa-ra a sólida afirmação do panorama cientí-fico em Portugal.

e humanidades; a Sorbonne, em Paris, na área da tecnologia e inovação e, recente-mente, no tema de ponta da ciência, tecno-logia e diplomacia.

Finalmente, no que respeita às sociedades científicas, o CIUHCT envolveu-se profun-damente, servindo nos corpos diretivos e or-ganizando congressos anuais, com o So-ciety for the History of Technology, o Inter-national Committee for the History of Tech-nology, o International Commission on the History of Geological Sciences e a Euro-pean Society for the History of Science. Neste último caso, a próxima presidente é membro do CIUHCT.

Alguns outputs de relevoA lista de publicações do CIUHCT é de-

masiado rica para se singularizar qualquer obra. Inclui edições anotadas de obras completas, autoria ou coordenação de li-

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Centro de Investigação em Qualidade de Vida – Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de SantarémEnsino/Investigação

Criado a partir de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Santarém e o Instituto Politécnico de Leiria, o Centro de Investigação em Qualidade de Vida (CIEQV) corresponde a um organismo de cariz pioneiro a nível nacional, com-prometido com a produção de conheci-mento multidisciplinar, tendo em vista o desenvolvimento da qualidade de vida – bem como dos hábitos a ela subjacentes – junto da sociedade portuguesa. Apos-tada, desde a primeira hora, na impor-tância do estabelecimento de parcerias e relações de complementaridade entre diversos agentes do saber, a unidade científica congrega o contributo da Es-cola Superior Agrária de Santarém, da Escola Superior de Desporto de Rio

desafios e a oportunidade de os Institu-tos Politécnicos começarem a desenvol-ver investigação per se, a maior parte optou, à partida, por aliar-se a Universi-dades para facilitar o seu financiamento e reconhecimento”, contextualiza o coordenador do organismo, Pedro Se-queira, antes de acrescentar que outras entidades “tentaram fazer o seu cami-nho sozinhas”, numa referência às Es-colas de Ensino Superior que compõem o IPSantarém.

Investigação multidisciplinar

Claro está que, em consonância com a heterogeneidade de um corpo de in-vestigadores oriundo de diferentes uni-versos académicos, também a produção de conhecimento se caracteriza, a bor-do do CIEQV, pelas mais-valias de uma filosofia multidisciplinar. Como tal, a unidade divide o seu contexto de inter-venção em cinco grandes áreas: o Com-portamento Motor (e as características a ele subjacente em diversas faixas etá-rias), as Dinâmicas Organizacionais (no âmbito das quais se abordam temas re-lacionados com a qualidade de vida no trabalho), a Produção Alimentar e o Comportamento Alimentar (um campo no seio do qual se estudam não apenas as especificidades dos bens alimentares, como também os hábitos alimentares das populações), a Atividade Física e Es-tilos de Vida Saudáveis (estudando, no-meadamente, de que modo a primeira influi nos segundos) e Educação e For-mação (onde se analisam os modelos de formação e o modo como estes podem ser aperfeiçoados).

Comum a todos estes domínios é a te-mática da Qualidade de Vida, muito em-

bora esta nunca seja analisada pelo CIE-QV sob “o ponto de vista clínico” ou mediante aquilo que o senso-comum descreve como “a ausência de doen-ças”. Bem pelo contrário, tem sido mis-são do organismo coordenado por Pe-dro Sequeira estudar e aplicar conheci-mentos, visando a melhoria das condi-ções de vida de toda a população por intermédio “do ponto de vista educacio-nal e da formação, da nutrição e da prá-tica do exercício físico”. De resto, e em consonância com a transversalidade de universos do saber que, embora não di-retamente relacionados com a Saúde, permitem contribuir para uma mais pro-funda análise e melhoria do nosso bem--estar, é no domínio das Ciências So-ciais e Humanas que a FCT reconhece o trabalho que o Centro de Investigação tem desenvolvido até ao momento.

“O que temos constatado é que esta corresponde a uma área que tem sido in-vestigada em diversos locais, mas não em corpo”, elucida o nosso interlocutor, re-cordando que antes da criação do CIEQV “tínhamos, de facto, alguns colegas dis-persos a trabalhá-la sem ligações entre si, mas sentimos que isso seria interessante”. Foi, por outras palavras, a vontade de unir esforços científicos em torno de um domínio “transversal” que esteve na gé-nese de uma unidade que começou por contar com o contributo de “32 investiga-dores a tempo integral, com os respetivos colaboradores, mestrandos e doutoran-dos”. Não constituirá surpresa, nesse sen-tido, que existam “colegas nossos que co-laboram com outros Centros de Investiga-ção e que vão lá obter conhecimento”, permitindo que o oposto também suceda, naquilo que é descrito como algo “positi-vo para a investigação portuguesa”.

Maior e da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém (todas elas in-seridas no IPS), às quais se veio acres-centar o interesse da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria.

Formalizado oficialmente em 21 de maio de 2014, o CIEQV conseguiu as-segurar o acesso a um ciclo de financia-mento (até 2022) por parte da Funda-ção para a Ciência e a Tecnologia (FCT), constituindo o primeiro e único exemplo (até ao momento) de um Cen-tro de Investigação de natureza total-mente politécnica com acesso a fundos proporcionados por aquela entidade go-vernamental. Nesse contexto, e “a par-tir do momento em que surgiram novos

Englobando elementos dos Institutos Politécnicos de Santarém e de Leiria, o CIEQV é um centro de investigação financiado pela FCT que procura desenvolver e aplicar conhecimento nas áreas afetas à qualidade de vida, com o objetivo último de melhorar o dia-a-dia da população portuguesa – não apenas em casa, mas também no trabalho.

Estudar, aplicar e potenciar a qualidade de vida

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Centro de Investigação em Qualidade de Vida – Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém Ensino/Investigação

encontram muito frágeis e não só do ponto de vista da investigação, mas sim do próprio dia-a-dia, porque Por-tugal continua a estar nos últimos lu-gares, do ponto de vista da atividade física e dos estilos de vida saudáveis.

Os números, esses, falam por si: “quando nos referimos aos países nórdi-cos ou localizados no centro da Europa, poderemos dizer que mais de 70% das suas populações fazem atividade física regular”, ao passo que em Portugal “os números estarão perto dos 30% e é ne-cessário compreender as razões”, argu-menta o porta-voz do CIEQV, numa alu-são a fatores que vão desde os hábitos alimentares enraizados ao modo como “os próprios educadores, professores e treinadores podem não estar a passar, da forma mais correta, a mensagem” em torno – por exemplo – da importân-cia de uma disciplina curricular como a Educação Física, cuja finalidade se pren-de com “a criação de hábitos de vida saudáveis”.

Ainda assim, e sem nunca desvalori-zar um conjunto de tendências cuja necessidade de contrariar se revela

Investigar e aplicar

Paralelamente a esta abertura de espí-rito, o CIEQV não esquece as suas raí-zes politécnicas. Efetivamente, “as li-cenciaturas do IPS contam com uma componente prática e uma aplicação muito grande, não sendo por acaso que a taxa de empregabilidade é muito for-te”, enfatiza Pedro Sequeira, recordan-do que “também nós temos a preocupa-ção de sair do laboratório e fazer inves-tigação que possa ser aplicada, seja dentro da instituição (nos modelos de ensino), seja no exterior (como, por exemplo, em federações ou escolas)”. Assim sendo – e quer os estudos cientí-ficos incidam sobre doentes com diabe-tes mellitus, portadores de Alzheimer, atletas de alta competição, crianças e jovens em idade escolar ou os colabora-dores de uma empresa – há o compro-misso de assegurar que o conhecimento obtido seja aplicado na melhoria da vida prática ou das condições físicas da po-pulação abrangida.

Por conseguinte, e não obstante a amplitude europeia em torno de algu-mas das principais ações e projetos pro-tagonizados pelo CIEQV, o coordena-dor do organismo faz questão de recor-dar o especial empenho com que as Es-colas de Ensino Superior afetas ao IPS

por demais evidente, é com otimismo que Pedro Sequeira antecipa os avan-çados futuros. “Há a tendência de di-zer-se que Portugal está cada vez pior, mas não é verdade”, dado que “a ex-periência e o conhecimento que tenho diz-me que evoluímos muito e, há dez ou vinte anos, o panorama era muito pior”, realça o nosso interlocutor. É, por isso, sua convicção de que nos en-contramos “numa escala evolutiva” já atravessada por outros territórios eu-ropeus, com vantagens mais do que reconhecidas. “Os países que são mais evoluídos do ponto de vista da alimen-tação, da educação, da atividade física e das condições de trabalho são os que menos dinheiro despendem na saú-de”, conclui.

Da sua parte, o CIEQV promete conti-nuar a apostar na criação, divulgação e aplicação prática do conhecimento que permitirá uma gradual mas definitiva alte-ração dos estilos de vida, jamais se coibin-do de celebrar laços de parceria com to-das as entidades ou agentes que se identi-fiquem com a urgente luta de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da nossa população. “Já tivemos contactos de ou-tros Institutos Politécnicos que desejam fazer parte do consórcio do CIEQV por-que compreenderam que poderiam re-plicar, noutras regiões, o que estamos a fazer em Santarém e Leiria”, revela o responsável, que se afirma convicto de que “a partir de 2022 aumentaremos a nossa abrangência”, bem como o “corpo de conhecimento” através da integração de novos investigadores naquilo que nun-ca cessará de ser “uma rede” apostada em compreender e difundir a qualidade de vida.

“desenvolvem muita da sua investigação junto da população local”. A fundamen-tação para tal reside na importância de “não perdermos a nossa noção regio-nal, porque se nos preocupamos ape-nas com a nacionalização e internacio-nalização dos Centros de Investigação, a população local acabará por pergun-tar-se qual a vantagem de existir uma instituição de Ensino Superior que não se preocupa com ela”.

Qualidade de vida em Portugal

Questionado não apenas sobre o es-tado da investigação científica em Por-tugal no que ao bem-estar e à qualida-de de vida diz respeito, mas também sobre o balanço do trabalho que o CIEQV tem desenvolvido até ao mo-mento, Pedro Sequeira acredita que, a julgar pelo resultado das avaliações bi-bliométricas, “estamos no bom cami-nho”, na medida em que “temos sido muito bem aceites em diversas revis-tas, nomeadamente com o Fator de Impacto e os índices mais importantes que há no mundo”. Já a pertinência de se estudarem e consolidarem per-ceções sobre um domínio como este no nosso país não poderia ser maior. “Sentimos que algumas áreas ainda se

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