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Falou & disse Editorial Na caneta da Cida Governadora informa, segunda-feira, se irá desapropriar a área do aeroporto regional alqueires indenizados pela “mamãe” Cida, a produtividade em sua fazenda fica entre 170 e 180 sacas de soja por alqueire. A média nacional está entre 130 e 140 sacas. “Dá até dó de colocar um aeroporto ali”, diz Andreazza. Ele só acredita vendo. “Participei de umas dez reu- niões com o pessoal do Lerner, 20 anos atrás, e nada”. Há outros cinco ou seis proprietários para indenizar. A maior área é do ex-deputado toledano, Sabino Campos. “Inicialmente o Sabino era con- tra a desapropriação, mas depois mudou de ideia”, relata o deputado José Carlos Schiavinatto, uma das lideranças a frente do processo de convencimento de Dona Cida. Novo formato - Schiavinatto conta que o projeto original acaba de ser redimensionado. A área indenizável caiu de 165 alqueires lernistas para 65 agora. Cida será orientada a mandar 3 mil sacas por alqueire. “Vale mais”, rebate Andreazza. “Vale pelo menos 3,5 mil sacas”, afirma. O projeto original previa uma base aérea da Aeronáutica e um terminal de cargas com pista de 4 mil metros de extensão. Os itens foram removidos. Em 1 de abril (!) do ano passado os prefei- tos da “tríplice fronteira” assinaram docu- mentos que protegem o sitio aeroportuário. Ninguém pode edificar nada no entorno sem antes obter autorização das prefeituras. A medida, em um projeto para 2030, e que vem enrolado desde de 2008, é mais que necessária. Por muito pouco a Eletrosul não fez passar as torres de um linhão ali. Alertada a tempo, alterou o itinerário ao custo de mais de R$ 1 milhão. Na caneta de dona Cida, está a possibili- dade de transformar as produtivas espigas do Espigão Azul em espigados voos planeta afora, riscando definitivamente Cascavel e Toledo do buraco negro do transporte aéreo nacional. Um dia depois de uma data ma- ternal, 14 de maio, segunda-feira, a governadora Cida Borghetti dirá se será a mãe generosa do Oeste ou repetirá Jaime Lerner, o padrasto malvado dos anos 90, que “engabe- lou” nossas lideranças. Será a data que ela vai anunciar (ou não) a destinação de R$ 20 milhões para desapropriar uma área de 65 al- queires no Espigão Azul, na “tríplice fronteira” entre Cascavel, Toledo e Tupãssi. A reportagem do Pitoco esteve, ontem, na bela área que irá sediar o aeroporto regional na hipótese “mãe generosa”. Basta seguir pouco mais de 20 quilômetros após o DER em direção a Tupãssi e olhar para a esquerda. Trata-se de uma bela área no alto, de onde é possível vislumbrar a olho nu os últimos andares dos prédios localizados no espigão de Cascavel. O milharal castigado pela estiagem, dá empoeirados tons verdes para a área. As terras do Espigão Azul são lendárias A etapa mais difícil do Aeroporto Regional foi vencida. As principais lideranças do Oeste venceram a vi- são ultrapassada que põe fronteiras no lugar de divisas entre Cascavel e Toledo. Vencidas as forças do atra- so, era preciso avançar devagar e sempre, que em algum momento a bola viria para a marca do pênalti. E o momento é agora. Garantir a área é um pequeno passo para o Pa- lácio Iguaçu, mas um grande salto para a região Oeste. pela sua produtividade. “O solo basáltico daquela região a coloca entre as mais produtivas do Brasil”, diz o empresário Átila Saraiva de Rezende, estudioso do assunto. Segundo o agropecuarista José Fer- nando Andreazza, que terá cerca de 10 “O único amigo não invesƟgado do Temer é o capeta” (Humorista José Simão, citando o site Marcha da História) Cascavel, sexta-feira, 11 de maio de 2018 - Ano XXII - Nº 2146 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo No ícone verde está a área do Aeroporto Regional, entre Cascavel, Toledo e Tupassi: agora vai?

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Page 1: Na caneta da Cidapitoco.com.br/arquivos/edicoes/20180511_114807_67.pdf · custo de mais de R$ 1 milhão. Na caneta de dona Cida, está a possibili-dade de transformar as produtivas

Falou & disse

Editorial

Na caneta da CidaGovernadora informa, segunda-feira, se irá desapropriar a área do aeroporto regional

alqueires indenizados pela “mamãe” Cida, a produtividade em sua fazenda fi ca entre 170 e 180 sacas de soja por alqueire. A média nacional está entre 130 e 140 sacas.

“Dá até dó de colocar um aeroporto ali”, diz Andreazza. Ele só acredita vendo. “Participei de umas dez reu-niões com o pessoal do Lerner, 20 anos atrás, e nada”. Há outros cinco ou seis proprietários para indenizar. A maior área é do ex-deputado toledano, Sabino Campos.

“Inicialmente o Sabino era con-tra a desapropriação, mas depois mudou de ideia”, relata o deputado José Carlos Schiavinatto, uma das lideranças a frente do processo de convencimento de Dona Cida.

Novo formato - Schiavinatto conta que o projeto original acaba de ser redimensionado. A área indenizável caiu de 165 alqueires lernistas para 65 agora. Cida será orientada a mandar 3 mil sacas por alqueire. “Vale mais”, rebate Andreazza. “Vale pelo menos 3,5 mil sacas”, afi rma.

O projeto original previa uma base aérea da Aeronáutica e um terminal de cargas com pista de 4 mil metros de extensão. Os itens foram removidos.

Em 1 de abril (!) do ano passado os prefei-tos da “tríplice fronteira” assinaram docu-mentos que protegem o sitio aeroportuário. Ninguém pode edifi car nada no entorno sem antes obter autorização das prefeituras.

A medida, em um projeto para 2030, e que vem enrolado desde de 2008, é mais que necessária. Por muito pouco a Eletrosul não fez passar as torres de um linhão ali. Alertada a tempo, alterou o itinerário ao custo de mais de R$ 1 milhão.

Na caneta de dona Cida, está a possibili-dade de transformar as produtivas espigas do Espigão Azul em espigados voos planeta afora, riscando defi nitivamente Cascavel e Toledo do buraco negro do transporte aéreo nacional.

Um dia depois de uma data ma-ternal, 14 de maio, segunda-feira, a governadora Cida Borghetti dirá se será a mãe generosa do Oeste ou repetirá Jaime Lerner, o padrasto malvado dos anos 90, que “engabe-lou” nossas lideranças.

Será a data que ela vai anunciar (ou não) a destinação de R$ 20 milhões para desapropriar uma área de 65 al-queires no Espigão Azul, na “tríplice fronteira” entre Cascavel, Toledo e Tupãssi.

A reportagem do Pitoco esteve, ontem, na bela área que irá sediar o aeroporto regional na hipótese “mãe generosa”. Basta seguir pouco mais de 20 quilômetros após o DER em direção a Tupãssi e olhar para a esquerda.

Trata-se de uma bela área no alto, de onde é possível vislumbrar a olho nu os últimos andares dos prédios localizados no espigão de Cascavel. O milharal castigado pela estiagem, dá empoeirados tons verdes para a área.

As terras do Espigão Azul são lendárias

A etapa mais difícil do Aeroporto Regional foi vencida. As principais lideranças do Oeste venceram a vi-são ultrapassada que põe fronteiras no lugar de divisas entre Cascavel e Toledo. Vencidas as forças do atra-so, era preciso avançar devagar e sempre, que em algum momento a bola viria para a marca do pênalti. E o momento é agora. Garantir a

área é um pequeno passo para o Pa-lácio Iguaçu, mas um grande salto

para a região Oeste.

pela sua produtividade. “O solo basáltico daquela região a coloca entre as mais produtivas do Brasil”, diz o empresário Átila Saraiva de Rezende, estudioso do assunto.

Segundo o agropecuarista José Fer-nando Andreazza, que terá cerca de 10

“O único amigo não inves gado do Temer é o capeta”

(Humorista José Simão, citando o site Marcha da História)

Cascavel, sexta-feira, 11 de maio de 2018 - Ano XXII - Nº 2146 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo

No ícone verde está a área do Aeroporto Regional, entre Cascavel, Toledo e Tupassi: agora vai?

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Do lado de fora, no pátio do Detran, há motos e carros empilhados. Eles serão pren-sados e vendidos como sucata. Aquela massa disforme volta para a condição de matéria prima e depois vira carro no-vamente. A isso se dá o nome de reciclagem.

A poucos metros da “pilha”, estão outros pilhados: Os in-fratores que tiveram a CNH suspensa. Eles também estão sendo reciclados. O curso que os reabilita para dirigir tem, inclusive, esta nomenclatura: reciclagem.

As responsáveis pela recicla-gem de gente são os palestran-tes mais requisitados de Cas-cavel, Mari Besing, Susana Webber e Ademir França. Para eles nunca faltam cliente. As salas estão sempre cheias, praticamente todos os dias. Em Cascavel, são 300 infra-tores reciclados por mês. No Paraná o Detran recicla 85,5 mil por ano. É uma multidão.

Quem são essas pessoas, o que fi zeram para comparecer

CADÊ MINHA CNH?Gaiteiro faceiro

Como não adianta espernear e nem culpar o guardinha escondi-do atrás do poste, o clima que aca-ba preponderando é o do “aceita que dói menos”. Então os recicla-dos começam a longa jornada de 30 horas. Perguntado sobre por que anda meio sumido, um de-les saiu com essa: “estou fazendo uma pós-graduação no Detran”.

Esse é o clima. “Já que estamos aqui, neste belo domingão de sol, vamos aproveitar para fazer no-vos amigos, conhecer outras pes-soas e suas histórias”, costuma dizer a prôfe Susana, que já reci-clou milhares.

Foi após um curso ministrado por Susana, que uma das tur-mas de 2014 decidiu redigir uma paródia da música “Querência Amada”, de Oswaldir e Carlos Magrão. Um dos reciclados era o então vereador Claudio Gaitei-ro. Ele abriu a sanfona e cantou na “formatura” informal.

“No trânsito não vou mais fa-zer bobagem/ prá não perder a carteira/ vou seguir a legisla-ção/ não quero mais voltar aqui, para minha bunda achatar”, dizia a canção que obteve escas-sas 67 visualizações no Youtube. (Para assistir, digite “reciclagem Cascavel” no portal de vídeo).

Professoras do Detran são as palestrantes mais concorridas de Cascavel

Recicladoras de gente

45 3038-2255nutricard.com.brO seu cartão de benefícios. OOOOO seu cartão de benefíífí icios

a palestra? O curso de recicla-gem é bastante democrático. Não seleciona por condição fi -nanceira, cor da pele ou cargo.

Prefeitos no exercício do mandato de maior autoridade do município não estão livres da reciclagem. Edgar Bueno foi reciclado. E ele não se per-mitiu abalar. Nos intervalos do curso, pedalava a bike de outro companheiro de infor-túnio no pátio do Detran.

Leonaldo Paranhos tam-

bém fez o curso, no ano pas-sado, já na condição de prefei-to da maior cidade do Oeste. Grandes empresários, gente muita rica, gente muito pobre, todos passam na máquina de reciclagem do Detran.

Em tempo: a legislação está mais rigorosa. Quem atingia os 20 pontos na CNH era punido com 30 dias sem carteira e precisava fazer o curso. Agora são seis meses de CNH apreendida.

Mari Besing é uma das professoras do curso de reciclagem: psicologia apurada e tato para enfrentar o “muro das lamentações”

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Duro de reciclar IIEm um primeiro olhar, nota-se

que a maioria dos reciclandos são homens jovens. Alguns de municípios vizinhos de Cascavel. Na minoria feminina, há gente pagando pelo erro de terceiros (maridos, fi lhos, etc...).

Elas foram indicadas como condutoras, mesmo que não tenha participado da infração. Susana Webber lembra um caso dramático. Por duas vezes, a mãe “assumiu a bronca” do fi lho mo-tociclista, e fez a reciclagem por ele.

Na terceira vez que ela apa-receu no Detran, foi para lasti-mar: “eu deveria ter colocado ele para fazer o curso. Talvez a reciclagem teria mudado o com-portamento e evitado o acidente em que ele perdeu a vida”, disse a mulher, aos prantos.

Duro de reciclar INão é tarefa fácil reciclar o

infrator. Alguns deles, mesmo com a carteira confi scada, con-tinuam dirigindo. E mais que isso: se deslocam de casa até o curso de reciclagem ao volante. Não é incomum esconder o ve-ículo nas imediações.

Em julho de 2014, uma ope-ração conjunta da PM e Cet-trans, na rua em frente ao De-tran, fl agrou cinco condutores que estavam em processo de reciclagem, portanto, com a CNH suspensa.

Eles foram multados em R$ 957 e tiveram a carteira cas-sada por dois anos. A prática ainda não foi eliminada. Dia desses, um reciclando abor-dou a professora e na cara dura perguntou: “posso estacionar aqui dentro do pátio?”.

Ela falou“Apenas 10% das pessoas que

vão para o curso de reciclagem do Detran assumem a culpa por estarem ali. 90% colocam a culpa em alguém ou alguma coisa: radar, prefeitura, pres-sa, asfalto, policial que estava fi scalizando, caminhoneiro que passa o dia na estrada, muitas outras desculpas”.

(Fabiana Curi, professora do curso de reciclagem)

#APAIXONADOS por sua

Dia das mãesTire a mamãe da cozinha e

da louça neste domingo. Le-ve-a almoçar fora. Uma boa dica, se a opção for a comida árabe, é o restaurante Monte Líbano.

AgendaNeste sábado tem feijoada no

restaurante do Clube Comercial, ambiente administrado com simpatia pelo Pedrinho e seu fi lho André Luiz.

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04 de maio de 2018 | 05

BBB palacianoUm painel com quatro telas de TV

em frente a mesa que o prefeito de Cascavel despacha, traz imagens de dezenas de pontos da cidade. E que imagens! Diz a lenda que o prefei-to viu, do gabinete, um botão fora da casinha na camisa da primeira--dama em raro passeio dela no Cal-çadão.

Deve ser lenda. Porém, a qualida-de de imagem é para tanto. Aquele totem instalado em frente à Cate-dral é mesmo bisbilhoteiro. O zoom da câmera é invasivo, capaz de re-velar pés-de-galinha das balzaquia-nas bem camufl ados por espessas camadas de maquiagem, ou “massa corrida”, como se diz no popular.

Por ali, o prefeito vê também as crianças na escola do Interlagos, o tiozinho esperando atendimento na UPA – inclusive com legenda in-formando o queixume do paciente (dor de barriga, por exemplo).

A tela de 102 polegadas mostra eu, ou você, descartando a emba-lagem do picolé fora da lixeira. É o Big Brother palaciano. Se há câ-meras também dentro do gabinete? Acreditamos que não. A experiên-cia anterior neste sentido não foi muito bem sucedida.

O prefeito está vendo você descartar o papel do picolé no calçadão

MídiaA RCC, Rede Cantini de Comunicação, acaba de obter mais

uma afi liada. É a tradicional rádio União, de Céu Azul, diri-gida há décadas pelo decano da imprensa regional, Walter Zimmermann. A emissora se soma agora a pujante rede do comunicador Valdomiro Cantini, em vastos territórios do Oeste e Sudoeste do Paraná.

Paranhos, de seu gabinete,

dá zoom no Calçadão:

“os botões da blusa, que você

usava...”

A jornalista Valéria Bellafronte acaba de assumir a direção comercial da Rádio T.

The end“A simplicidade é a coisa mais sofi sti-

cada do mundo” (Paulo Coelho)