myleus tech news - n°1 - jan/fev 2016

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ANO 1 - N° 1 - JAN/FEV 2016 retrospecva listeria food safety em p&d eventos Relembre acontecimentos importantes de 2015, eventos promovidos e novas ferramentas no mercado Veja como a organização do fluxo da cadeia é importante para a prevenção da Listeria na indústria láctea Como a food safety deve ser incorporada no desenvolvimento de novos produtos Confira os eventos promovidos pela Myleus em 2015, reunindo os maiores especialistas da indústria e pesquisa O ANO DA QUALIDADE A análise do último ano torna claro: o controle de qualidade e a segurança alimentar estão cada vez mais no topo das prioridades da indústria de alimentos - e dos órgãos de fiscalização também

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Leia na íntegra a edição do Myleus Tech News.

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ANO 1 - N° 1 - JAN/FEV 2016

retrospectiva

listeria

food safety em p&d

eventos

Relembre acontecimentos importantes de 2015, eventos promovidos e novas ferramentas nomercado

Veja como a organização do fluxo da cadeia é importante para a prevenção da Listeria na indústria láctea

Como a food safety deve ser incorporada nodesenvolvimento de novos produtos

Confira os eventos promovidos pela Myleusem 2015, reunindo os maiores especialistasda indústria e pesquisa

O ANO DA QUALIDADE

A análise do último ano torna claro: o controle de qualidade e a segurança alimentar estão cada vez mais no topo das prioridades da indústria

de alimentos - e dos órgãos de fiscalização também

As tecnologias oferecidas pela Myleus podem ser utilizadas para prover a certificação da espécie de origem e a pureza de produtos que já foram processados/descaracterizados. Essas tecnologias podem ser aplicadas ao longo de toda a cadeia produtiva de produtos de origem animal e vegetal. Desta maneira, elas alcançam diversos players da cadeia, tais como: produtores, processadores, distribuidores, varejo, agências reguladoras e consumidores.

A Myleus oferece serviços baseados em metodologias de análise de DNA para auxiliar pesquisadores em seus expe-rimentos de rotina. A empresa possui uma equipe técnica altamanete qualificada, capaz de utilizar tecnologias de biologia molecular como sequenciamento de DNA e PCR em Tempo Real. Os serviços são oferecidos tanto como parte de uma consultoria ou como análises de amostras únicas.

IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES SUPORTE À PESQUISA

Saiba mais sobre nossos serviços myleus.com | (31) 3234-1842

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ÍNDICEEDITORIAL

2015 foi um ano importante para o setor de pes-quisa e qualidade, principalmente na área de ali-mentos.

Foram inaugurados espaços de P&D, novas ferra-mentas e novas tecnologias foram desenvolvidas, normas foram atualizadas e ações de fiscalização foram realizadas.

À medida em que os padrões de qualidade se tor-nam cada vez mais rigorosos, o desenvolvimento da área se expande, gerando valorização do setor, o que incentiva o fomento da ciência, tanto na ini-ciativa pública quanto na privada.

A Myleus irá trazer, a cada bimestre, uma nova edição do Myleus Tech News. Nosso objetivo é reunir as principais informações do setor, junta-mente a artigos enriquecedores e, assim, abrir um canal de informação e comunicação entre os profissionais e interessados da área.

Um 2016 muito produtivo a todos! Publicação bimestral da divisão de Comunicação e Market-ing da Myleus Biotecnologia. Essa é uma publicação virtual e não deve ser vendida. As imagens pertencem ao banco de imagens da Myleus, exceto quando creditadas a terceiros. Contato: (31) 3234-1842 - [email protected]

Retrospectiva 2015

Organização do fluxo da cadeia de produção na prevenção da Listeria

O papel da Segurança Alimentar no desenvolvi-mento de produtos

4 pontos importantes na hora de testar produtos alimentícios

Fraude em pescado ameaça a economia, a natureza e a saúdehumana

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Gabriela Machado Coordenadora editorial e Analista de Comunicação na Myleus Biotecnologia

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2016 chegou com promessas de muitas mudanças no cenário da indústria de alimentos e na área de pesquisa.

O ano que se passou trouxe algumas notícias importantes. Vamos relembrar algumas delas.

CCT rejeita projeto que desobriga indicação de transgênicos

O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 34/2015, que retira a obrigação de estampar o símbolo indicando a presença de ingrediente transgênico nos rótulos de produtos ali-mentares, foi rejeitado pela Comissão de Ciência, Tecno-logia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) no dia 13 de Outubro.

O projeto ainda precisa ser analisado pelas Comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e está atual-mente em tramitação no Senado Federal. •

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Califórnia aprova lei que proíbeantibióticos em gado

Operação de Segurança Alimentar apreende 10 toneladas de carne clandestina

Projeto foi sancionado no início de Outubro e entra em vigência em 2018 O governador do estado estadunidense da Califórnia, Jerry Brown, aprovou um projeto de lei que proíbe a apli-cação de antibióticos em gado bovino. A utilização dos medicamentos será permitida apenas sob a indicação de um veterinário licenciado ou de uma diretriz veterinária, mas estará completamente proibida para objetivos de ganho de peso do animal.

A lei, que entra em vigor em 1 de Janeiro de 2018, re-quer que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e a Associação de Medicina veterinária elaborem guias de uso e práticas para o uso apropriado de drogas antibióticas. •

Foi realizada no final de Outubro a quinta fase da operação “Goiás Contra a Carne Clandestina”, no mu-nicípio de Padre Bernardo. A operação fiscalizou 44 estabelecimentos e quatro propriedades rurais, nos quais 31 estabelecimentos foram autuados e multa-dos. Somadas, as multas somaram mais de R$79 mil. Cerca de 10 toneladas de carne foram apreendi-das.

De acordo com informa-ções da Agrodefesa, órgão responsável pela ação em parceria com o Ministério Público Estadual e entida-

des parceiras a situação dos alimentos fiscalizados assustaram pelo alto risco de contaminação apresen-tado. “Além dos alimentos estarem totalmente fora dos padrões higiênico-sa-nitários exigidos, encon-tramos também carnes em estado de putrefação, com presença de larvas de insetos”, descreve o fiscal

da Agrodefesa que coorde-nou a operação, Fernando Borges.

Ele afirma que as ope-rações já resultaram na apreensão de cerca de 30 toneladas de produtos e R$ 280 mil em multas em todos os 11 municípios fiscalizados até agora pela Agrodefesa. •

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O Lanagro/MG, a Myleus Biotecnologia e a Biopremier promoveram, no último 10 de dezembro, o evento O problema da fraude por substituição de espécie em alimentos. O evento foi realizado na sede do Laboratório Nacional Agropecuário de Minas Gerais (Lanagro/MAPA), em Pedro Leopoldo. A ideia era promover um encontro técnico com especialistas para o combate à fraude por substituição de espécies em alimentos. Estiveram pre-sentes representantes da iniciativa privada, da academia e de órgãos de fiscalização e inspeção de todo o país.

O evento contou com a palestra de Mário Gadanho, Diretor da Biopremier, empresa portuguesa especializa-da em análises moleculares. Ele comentou o amadure-cimento do mercado europeu após a crise da carne de cavalo, que atingiu diversos países da Europa em 2013, trouxe prejuízos multimilionários para a indústria e o varejo e conscientizou o continente de maneira perma-nente. Baseada em Lisboa, a Biopremier se tornou re-ferência para o teste de DNA em alimentos, não apenas pelo evento do escândalo, mas também pelas tecnolo-gias desenvolvidas e utilizadas em seu laboratório. Ga-danho detalhou como utiliza o Sequenciamento de Nova Geração (NGS) para detectar em um só teste, de forma altamente precisa e sensível, a presença de misturas de espécies em produtos de origem animal e vegetal.

Tecnologias para a detecção da fraude por troca de es-pécies foram também o foco da apresentação da Ther-mo Fisher Scientific. Raphael Fonseca, sales specialist, apresentou as principais tecnologias e equipamentos disponibilizados pela Thermo Fisher para a área de bio-tecnologia, como a PCR em Tempo Real, a PCR Digital, o Sequenciamento Capilar e o Sequenciamento de Nova Geração (NGS). Foram apresentadas as peculiaridades e aplicações, vantagens e desvantagens de cada tecno-

Evento no Lanagro/MG reúne especialistas em combate à fraude por substituição de espécies

Mario Gadanho, diretor da Biopremier

Raphael Fonseca apresentou as novas tecnologias da Thermo Fisher Scientific

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logia, que são cada vez mais rápidas e precisas, o que dá aos laboratórios, seja para a pesquisa, prestação de serviços ou fiscalização, ferramentas cada vez mais pode-rosas no combate à fraude por substituição de espécie.

As ações fiscais endereçadas à indústria de pescado para o controle oficial do MAPA foram o tema da palestra de Paulo Humberto de Lima Araújo, Fiscal Federal Agrope-cuário da DIPES/DIPOA/MAPA. Paulo Humberto citou os três principais tipos de fraude em pescado encontrados no mercado, nomeadamente o glaciamento não com-pensado, a adição de tripolifosfato e a substituição de es-pécies. Foram apresentados, ainda, os números prelimi-nares das ações de reinspeção realizadas em 2015 para o combate à fraude por substituição de espécies, que tiveram como ponto de partida a Operação Poseidon, realizada em 2014 em uma parceria entre a Polícia Fede-ral e o MAPA. Após a internalização do teste de DNA pelo MAPA - no Lanagro/GO - apenas em 2015, 170 amostras de pescado de cinco estados brasileiros já foram analisa-das pelo Ministério, tendo sido encontrada a fraude por troca de espécies em 21% das amostras. Segundo Paulo Humberto, a fraude pode lesar não apenas o consumidor e a indústria idônea, mas também pode trazer danos à fauna, como nos casos onde a fraude que visa acobertar a pesca ilegal de espécies em extinção.

Paulo Humberto citou também a importância da publi-cação de instruções normativas e normas internas do Ministério ao longo de 2015, como a Instrução Norma-tiva 29 - que normatiza as condições de denominação de espécies para rotulagem - e a Norma Interna n°2 do DIPOA - que estabelece os procedimentos de fiscalização a serem adotados por estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF). Ambas as publicações dão subsídios importantes para a fiscalização. Foram

Paulo Humberto de Lima Araújo, Fiscal Federal Agropecuário do DIPES/DIPOA/MAPA

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citadas, ainda, as perspectivas para ações futuras do MAPA, que envolvem a atualização das normas, a inten-sificação das operações de reinspeção no mercado com expansão para outros estados e o fortalecimento do tra-balho conjunto com os Lanagros e o Ministério Público.

Marcando o início das apresentações da tarde, Marcela Drummond, Diretora-Presidente da Myleus Biotecnolo-gia, contou sobre a história da empresa, que surgiu em 2010 como uma spin-off da Universidade Federal de Mi-nas Gerais (UFMG) e sobre as tecnologias desenvolvidas em co-titularidade com a Universidade para a detecção de fraudes por troca de espécies. Entre os testes já dis-poníveis como serviço para indústrias, varejo e órgãos de inspeção e fiscalização, a empresa realiza a identificação de espécies em pescado, em produtos de origem vege-tal, quantificação da presença de material bovino em produtos lácteos de búfala e detecção de espécies em produtos cárneos. Marcela apresentou também como funcionam as tecnologias e detalhou as metodologias utilizadas para cada tipo de teste. Após destacar alguns números de fraude encontrados em estudos conjuntos com instituições de pesquisa, como no caso do estudo que identificou troca de espécies em 100% de fitoterápi-cos declarados como Ginko biloba, a Diretora da Myleus apresentou o inovador Selo Está no DNA, lançado em 2015 pela Myleus e pela certificadora Instituto Totum. Com laboratório em processo de acreditação na norma ISO 17025, o laboratório pretende fazer parte da rede credenciada do MAPA até o final do ano de 2016.

A segunda palestra da tarde contou com a Fiscal Fede-ral Agropecuária Regina Sartori, do Lanagro de Goiás, que apresentou a rede de laboratórios do MAPA e suas

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Marcela Drummond, Diretora-Presidente da Myleus

Regina Sartori, Fiscal Federal Agropecuária doLanagro de Goiás

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Nilson César, Fiscal Agropecuário e Chefe da Divisão Técnica Laboratorial

do Lanagro de Minas Gerais

unidades em seis estados do país. Foram apresentadas as análises e os métodos aplicados no Lanagro/GO, com destaque para a identificação de espécie em pescado, in-ternalizada em função das fraudes e substituições detec-tadas em diversos países do mundo, bem como no Brasil. Regina ressaltou a necessidade de inclusão de espécies brasileiras que ainda não constam no banco de dados do Bold System (banco de dados mundial de referência), projeto que o Lanagro/GO está desenvolvendo em par-ceria com o Prof. Daniel do Laboratório de Genética da Conservação da PUC Minas.

Regina enfatizou as etapas do processo de internalização da metodologia do DNA Barcodingno laboratório, como a validação interna do método e a validação interlabora-torial. Entre as mais de 30 espécies de peixes analisadas, a Fiscal apresentou alguns exemplos de fraudes encon-tradas, como, por exemplo, o filé de linguado que foi trocado por alabote dente-curvo, caracterizando fraude. Regina encerrou sua participação comentando sobre o desafio da análise de produtos superprocessados.

No encerramento do evento, o Fiscal Federal Agropecu-ário Nilson César, Chefe da Divisão Técnica Laboratorial do Lanagro de Minas Gerais, apresentou a estrutura do Lanagro/MG e destacou a criação de um grupo interno para discussão e internalização de métodos para detec-ção de fraudes em produtos de origem animal, coorde-nado por sua colega Aline Gozzi. Nilson mencionou a importância das instituições e dos servidores públicos trabalharem sempre em prol da sociedade. •

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“É o reconhecimento de que os produtos que saem daqui fazem bem à saúde, são produzidos de forma sustentável e representam a importância da tradição indígena para a cultura brasileira”. É dessa forma que Reinaldo Mendes, da Associação Comunitária Indígena Kiriri, do municí-pio de Banzaê (BA), traduz o sentimento de satisfação de sua comunidade. Em dezembro, produtores in-dígenas das etnias Kiriri e Kaingang foram os primei-ros a receber a permissão de uso do Selo Indígenas do Brasil.

De acordo com o coorde-nador-geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais (CGPCT/MDA), Edmilton Cerqueira, o selo promove a identificação étnica e territorial de pro-dutos indígenas e atende a uma demanda histórica desses povos. “O selo está inserido num conjunto de ações e programas que visam ampliar o processo de inclusão produtiva das

Comunidades recebem primeiros selos Indígenas do Brasil

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comunidades indígenas, com destaque para a sobe-rania alimentar e nutricio-nal, melhoria da qualidade de vida e geração de ren-da dessas comunidades”, explica.

A marca virá nas embala-gens dos biscoitos aman-teigados, sequilhos, casadi-nhos e polvilho, produtos derivados da mandioca que é cultivada na aldeia dos Kiriri. Para Reinaldo, além de valorizar a produção in-dígena, a marca evidencia a importância da organiza-ção coletiva. “Sempre pro-duzimos, mas só em 2009 formalizamos a associação. E o objetivo era justamen-te esse, ter mais acesso às políticas do governo que são voltadas para os povos indígenas, como o selo”, destaca.

Outro empreendimento autorizado a estampar o selo nas embalagens e rótulos de seus produtos é a Cooperativa dos Agricul-tores Familiares de Tenente Portela (CooperFamiliar), do Rio Grande do Sul, formada por agricultores familiares e indígenas da comunidade Kaingang. Para Zico Kaingang, engenheiro agrônomo e profissional

extensionista da comunidade, a ex-pectativa é que o selo proporcione mais competitivi-dade para os pro-dutos cultivados pela cooperativa.

“É um diferencial, seja quando o produto vai para as gôndolas do mercado, seja quando a coopera-tiva vai participar de um programa de compras públicas, como o PAA”. A cooperativa produz horti-granjeiros, frutas e outros itens, como feijão e fari-nha.

O coordenador-geral de Etnodesenvolvimento da Fundação Nacional do índio (Funai), Juan Felipe Negret, acredita que o selo será uma ferramenta importante para estimu-lar a comercialização de alimentos, artesanatos e produtos extrativistas. “Estamos muito contentes que em menos de um ano conseguimos implementar e conceder autorização de uso do selo para duas comunidades. Isso mostra como a ação é pertinente e foi bem recebida pelo seu público beneficiário”.

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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou no dia 26 uma nota em re-lação ao relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que afirma que o consumo de carne vermelha e embutidos aumenta o risco de câncer.

Leia a nota na íntegra: Com relação às informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com referências a produtos cárneos processados, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa as agroindústrias da avicultura e da suinocultura do Brasil, destaca que os produtos cárneos processados feitos no país são seguros e se-guem as mais rígidas normas internacionais de segurança alimentar.

A ABPA destaca, ainda, que o próprio coordenador do estudo, Kurt Straif, explicita que o risco de desenvolver câncer frente à ingestão de cárneos processados é pequeno, ocorrendo apenas diante de um consumo descontrolado, em desequilíbrio com uma dieta saudável. O consumo excessivo de quaisquer nutrientes poderá ser nocivo à saú-de.

Sobre isto, a ABPA lembra, ainda, que diversos fatores influenciam a ocorrência da doença em questão, como genética, hábitos alimentares, tipos de dieta e outros. Neste sentido, não é possível apontar um único elemento como causador do problema.

Por fim, a ABPA destaca que os produtos da suinocultura e da avicultura do Brasil são seguros e compatíveis com uma dieta saudável e equilibrada. •

ABPA divulga nota em resposta a relatório da OMS

Selo Indígenas do Brasil

O Selo Indígenas do Brasil é uma iniciativa do MDA, em parceria com o Ministério da Justiça e a Funai. Para utilizar a marca, os interessados devem encaminhar a solicitação ao MDA, acompanhada dos formulários e declara-ções exigidos pela Portaria MDA n.º 7/2012, juntamente com a declaração de produtor indígena emitida pela Funai. A solicitação é gratuita. •

Fonte: Ascom/MDA

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No dia 10 de novembro, a Myleus Biotecnologia e o Instituto To-tum reuniram no Cubo Networking, em São Paulo, representan-tes do varejo e da indústria de alimentos para apresentar o Selo Está no DNA. O selo, inovador no mercado nacional, tem a pro-posta de ser uma ferramenta para o combate à fraude por troca de espécies e aliada de todos os players da cadeia de alimentos. Para isso, o método empregado é a tecnologia de testes de DNA.

O debate de lançamento do selo, cujo tema era “Geração de valor em produtos alimentícios: como atender às exigências do novo consumidor”, foi mediado pela diretora de novos negócios da Myleus, Mariana Bertelli. Cada painel contou com a participação de representantes de grandes marcas do varejo e da indústria.

O primeiro painel contou com Meg Felippe, gerente de marcas exclusivas do Grupo Pão de Açúcar e membro do Compesca e Roberto Veiga, diretor da Damm. Meg falou sobre o desafio de ter um consumidor educado a respeito da fraude, e como pode ser delicada a abertura desse tema junto ao consumidor para o próprio varejo. Segundo ela, o varejo tem o objetivo de entregar um produto de qualidade para o consumidor, e para isso a certi-ficação é uma ferramenta aliada, uma vez que a responsabilidade de procedência do produto - embora seja compartilhada entre varejo e o fornecedor - recaia mais sobre o varejo.

Veiga ressaltou o teste de DNA como uma ferramenta adequada, que pode “trazer a luz ao problema”, uma vez que é objetiva e precisa na análise, podendo ser decisiva na hora da escolha de um fornecedor. Segundo ele, um selo pode auxiliar a indústria no sentido de fazer o consumidor compreender melhor os proces-sos de produção e a diferenciação do preço final do produto, de

Lançado em São Paulo, selo ESTÁ NO DNA reuniu especialistas para discutir a fraude por troca de espécies

no setor alimentício

O evento foi no CUBO Networking, em São Paulo.

Os Diretores da Myleus Rafael Melo Palhares (Dire-tor Científico) e Mariana Bertelli (Diretora de Novos

Negócios).

Marcela Drummond, Diretora Presidente da Myleus; Fernando Lopes, Diretor do Instituto Totum,

e Roberto Veiga, Diretor da Damm.

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Para saber mais sobre o selo ESTÁ NO DNA, acesse: estanodna.com

Os paineis contaram com espaço para interação. Mariana Bertelli foi mediadora dos paineis.

Mariana Almeida Prado (ABCB) e Carlos Crepaldi (St. Marché, Eataly e Empório Santa Maria).

A Revista Seafood Brasil esteve presente como parceira de mídia para o evento. Na foto, Tiago Bueno, gerente de

contas.

Marcela Drummond, presidente da Myleus, apresenta o Selo ESTÁ NO DNA.

forma a sair da lógica “precinho, preção” e valorizar a qualidade.

O segundo painel contou com Mariana Almeida Prado, da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalo (ABCB) e Carlos Crepaldi, gerente de qualidade e responsável técnico do St. Marché, Eataly e Empório Santa Maria. Mariana contou sobre o processo que levou à criação do Selo “100% Búfalo”, da ABCB, e explicou, que, por ser um produto sazonal e de origem escassa no Brasil devido ao clima, o leite de búfala é um produto muito fraudado. Assim, ela enxerga o selo como uma oportunidade de conscientizar o consumidor e ter um produto diferenciado no mercado. Carlos falou sobre o desafio de gerenciar marcas de alto padrão de qualidade e sobre como selos de qualidade e certificações já são comuns em outros países, podendo ser de grande valor no Brasil também.

No último painel, Marcela Drummond, presidente da Myleus, e Fernando Lopes, diretor do Instituto Totum, apresentaram o Selo Está no DNA, que foi lançado no evento. Marcela apresentou alguns dados recentes de pesquisas realizadas pela Myleus que mais uma vez demonstram a ocorrência de fraudes em pescados, mussarela de búfala, drogas vegetais e condimentos. Lopes detalhou a apli-cação do selo, uma ferramenta de garantia da procedência de produtos alimentícios de origem ve-getal e animal, emitido após auditoria e testes de DNA. Além de garantir a qualidade dos produtos, ajudar na qualificação de fornecedores e combater a concorrência desleal, o selo tem a proposta de agregar mais valor às marcas, pois funciona como uma garantia de qualidade para o consumidor. •

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Nova UnidadeIndustrial de Milho inaugurada no Paraná

Foi inaugurada em Andirá (PR), no dia 28 de outubro, uma das mais modernas plantas industriais do país para processamento de milho. A Unidade Industrial de Milho (UIM) conta com tecnologias e equipamentos de ponta para a produção de derivados de milho. A construção contou com investimentos de R$ 100 milhões.

A cerimônia de abertura teve participação do governa-dor Beto Richa, que afirmou que o governo estadual apoia as cooperativas e agroindústrias, que agregam valor à economia paranaense.

A UIM foi construída em uma área de 340 mil metros quadrados, e conta com cinco silos de concreto e três prédios, nos quais irão funcionar os setores de moagem de milho, produção de amido, armazenamento e expe-dição. Os produtos da UIM atuam em diversos setores da indústria alimentícia e de bebidas, como cervejas, cereais, panificação, biscoitos, rações, massas, gorduras vegetais, mineração e produção de papel.

A cooperativa foca também a política de rastreabilidade da produção, que é uma tendência cada vez mais forte na indústria de alimentos. A UIM terá conhecimento de todo o processo produtivo, desde acompanhamentos técnicos na lavoura do produtor até a indústria que pro-duz o alimento final. •

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Inaugurado complexo de laboratórios para o estudo da cana-de-açúcar

Foi inaugurado, em 14 de Outubro, um complexo de laboratórios de biotecno-logia no Centro de Tecno-logia Canavieira (CTC) em Piracicaba, São Paulo. O complexo tem como ob-jetivo desenvolver e apro-fundar pesquisas de cunho biotecnológico e genético para o melhoramento da cana-de-açúcar. O Brasil será o pioneiro mundial dessa nova tecnologia, que pode elevar o mercado sucroenergético ao mesmo patamar que estão a soja, o milho e o algodão geneti-camente modificados.

A presidente Dilma Rous-seff participou do evento de inauguração dos labo-

ratórios, que receberam um investimento de R$ 40 milhões, com participa-ção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

“Eu tenho certeza que vamos fazer essa travessia para um novo ciclo de cres-cimento mais sustentável em busca da estabilidade econômica, do controle da inflação, mas também da formação de um grande mercado interno através da inclusão social”, destacou a presidente.

O presidente do CTC, Luís Roberto Pogetti, descre-veu a criação do comple-xo como a transição do “mundo antigo para o mundo moderno do desen-volvimento”. Ele ressaltou também a importância de um produto 100% brasilei-ro ser alvo da atenção de tantas multinacionais, o

que faz urgir a necessida-de de pesquisas na área e desenvolvimento de novas tecnologias.

O complexo conta com 450 profissionais, 60% dos quais são pesquisadores. 20 destes são do exterior, na busca pelo intercâmbio de informações e tecno-logias internacionais do setor.

Entre as inovações busca-das nos laboratórios, estão o melhoramento genético da cana desenvolvimento de sementes artificiais (a cana atualmente é plan-tada através de mudas) e marcadores moleculares. Os principais intuitos co-sistem em otimizar a pro-dução por hectare, reduzir perdas e proporcionar melhoramento genético. •

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SEGURANÇA ALIMENTAR

Organização do fluxo da cadeia de produção na prevenção da ListeriaA importância da separação de funcionários e equipamentos de produtos de leite cru X pasteurizado

Surtos de contaminação por Listeria são passíveis de acontecer em alimentos de base laticínica. A Listeria é uma bactéria gram-po-sitiva, anaeróbica facul-tativa, psicotrópica (pode se multiplicar até mesmo sob refrigeração, embora mais lentamente), pode ser encontrada em vacas saudáveis e sobrevive à maior parte dos processos de amadurecimento de queijo.

Embora a listeriose, infec-ção causada pela Listeria, seja uma infecção rara, a taxa de mortalidade é alta.

Alguns dos fatores que contribuem para surtos de listeriose são:

• Processo inadequado de pasteurização • Contaminação cruzada • Temperatura de refri-geração demasiado alta • Fluxo de produção ina-dequada durante o proces-samento do produto

• Higiene pessoal inade-quada • Vida de prateleira de produto mal calculada (de-masiado longa) • Mau monitoramento e controle de ambiente • Teste de qualidade do produto final ineficiente

O fluxo de produção deve, portanto, ter o cuidado de segregar os produtos pas-teurizados dos produtos crus, assim como os fun-cionários, equipamentos e superfícies de trabalho. Realize um mapeamen-to do fluxo de produtos, funcionários e equipamen-tos e busque identificar as áreas onde a contaminação cruzada poderia ocorrer, para que se possa evitá-la.

Deve-se também estabe-lecer regras meticulosas de higiene pessoal de funcionários, incluindo a utilização de aventais, lu-vas, botas, toucas e outros acessórios, assim como a disponibilização de recur-

sos para que o processo seja adequado.

É importante estabelecer hot spots, áreas de maior sensibilidade que estejam mais susceptíveis à conta-minação, para que a aten-ção seja redobrada nestes pontos. Alguns pontos podem ser secundários na atenção e passar desaper-cebidos por uma avaliação, permitindo o desenvolvi-mento do patógeno.

Mapeie sua estrutura de produção e lembre-se de avaliar áreas como peças dos equipamentos, drenos e ralos, paredes e tetos, canos, locais onde ocorre condensação, controles e botões de equipamentos, etc.

Monitore sua produção pe-riodicamente e tenha aten-ção a todos estes cuidados. Evita-se, assim, danos à saúde do consumidor e à saúde empresarial do seu produto. •

Selo de garantia que comprova acomposição da matéria prima utilizada em produtos para o consumo humano e animal

estanodna.com

Contaminação por Listeria causa mortes nos Estados Unidos e está entre os principais surtos de 2015

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) divulgou uma lista com os piores surtos de infecção causados por alimentos em 2015. Os dois casos mais graves foram causados por Listeria.

Sorvetes contaminados da marca Blue Bell Ice Cream causaram infecções em 4 estados, causando 10 hospitalizações e 3 mortes. Queijos contaminados da marca Karoun Dairies atin-giram 10 estados, causan-do 28 hospitalizações e 3 mortes.

As outras contaminações mais sérias foram causadas por E.Coli O26 (nos res-taurantes Chipotle) e por Salmonella (em pepinos e carne suína), que causaram mais de 200 hospitaliza-ções.

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Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é um ponto de partida essencial no caminho de criação ou modificação de novos e inovadores produtos, processos e embalagens de alimentos. Para se assegurar de que um produto é seguro para consumo, a food sa-fety (segurança dos alimentos) deve ser considerada durante os estágios iniciais do ciclo de vida de um produto. Incorporar a food safety nos processos de P&D pode ser complicado, uma vez que considerações de segurança podem alterar a ideia e o con-

Analisando o papel da Segurança Alimentar no estágio de Desenvolvimento de produtos

SEGURANÇA ALIMENTAR

ceito inicial de um produto. Por exemplo, a ideia de suco de laranja fresco e natural em toda prateleira é atraente; porém, sem pasteurização, este suco não será seguro para consumo, tampouco terá a vida de prateleira desejável. Adicionar alho fresco picadinho a um produto de hummus pode fazer o sabor ficar incrível, mas seria seguro para o consumo após um mês de prateleira?

Para compreender melhor como a segurança em novos produtos pode ser assegurada do conceito ao lançamento, conversamos com duas cientistas de P&D sobre considerações de food safety durante o desenvolvimento de novos produtos. As entrevista-das, Maria e Laura, ambas trabalham para o mesmo grande varejista, que atua na área de petiscos para lanches e cereais de café da manhã. Ambas confir-maram que a equipe de P&D segue um procedimen-to específico durante a fase de criação de um produ-to – um conceito que prioriza a segurança alimentar.

A equipe dá início ao trabalho determinando como o novo produto se encaixa em normas de segurança alimentar já estabelecidas para outros produtos que a empresa já fabrica. Se o produto se encaixa com poucas alterações em alguma fórmula já existente, as preocupações com a food safety provavelmente serão poucas, e o programa de segurança alimen-tar já estabelecido é adaptado para atender às de-

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mandas do novo produto. Entretanto, se o produto sendo desenvolvido é altamente diferenciado de outros produtos fabricados pela empresa, é atribuído um papel mais importante ao desenvolvimento do programa de food safety. De acordo com Maria e Laura, a formulação e a disponibilidade de ingredientes dire-cionam a food safety de um novo produto, com processos de fabricação e formulação sendo geralmente os principais fatores. “Contudo, em casos como a escassez de ovos causada pela crise da gripe aviária, o estabelecimento de ingredientes substitutos in-fluencia muito no programa de food safety”, diz Maria. Laura declara que há vezes em que as fórmulas do produto podem ser alteradas devido à integridade do ingrediente ou sua fonte. Em tais casos, um ingrediente similar de uma fonte confiável é escolhi-do e a segurança do produto é reavaliada. Existem elementos críticos de qualidade e segurança alimentar que devem ser considerados na fase de desenvolvimento de um produto para evitar problemas no futuro. Quando profissionais de P&D priorizam estes elementos na hora de desenvolver as fórmulas e os ingredientes base, todos se benefi-ciam – desde a empresa até os consumidores.

Embora a confiança do consumidor na incolumidade dos suprimentos alimentícios esteja abalada (11% dos consumidores americanos dizem que tem “muita confiança” na inústria alimentícia, 50% se disseram ter “alguma confiança”), a entrevista com Maria e Laura mostra que os fabricantes estão se esforçando consideravelmente para desenvolver produtos seguros. É igualmente importante para fornecedores e varejistas possuir programas de segurança robustos, que possam construir relações de confian-ça com os fabricantes. A indústria alimentícia tem muito a perder se o produto que desenvolvem é (ou se torna) inseguro para consumo. Não apenas o custo de um re-call pode chegar a 10 milhões de dólares em custos brutos, mas também a queda em vendas e no valor de mercado da empresa, má reputação e danos à imagem podem ser ainda mais crueis. Algumas empresas nunca se recuperam do baque. Por meio de meticulosas auditorias de fornecedores, análise de ingredientes e protótipos robustos, indústrias alimentícias podem se tornar mais confiantes na segurança do desenvolvi-mento de seus novos e inovadores produtos. •

(Artigo traduzido do Food Safety Tech.)

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Os sistemas de segurança alimentar estão constantemente passando por processos de modernização com o lançamento de novas tecnologias e criação de novos produtos. Isso afeta os protocolos de controles e análises de riscos, criando novos requerimentos que indústrias alimentícias devem seguir, o que pode vir a incluir testes em laboratórios.

Então, o que as indústrias de alimentos devem saber sobre testes em laboratórios no contexto de testes preventivos de segurança alimentar? A primeira responsabilidade é a de encontrar e escolher laboratórios capazes de emitir resultados confiáveis e meticu-losos. Aqui estão cinco pontos que as indústrias devem levar em consideração na hora de realizar seus testes.

1. Qual a diferença entre patógenos e microorganismos?

Um patógeno é tido como um microorganismo que possui relevância no contexto da saúde pública. Um microorga-nismo é definido como “leveduras, bolores, bactérias, ví-rus, protozoários e parasitas microscópicos, e inclui todas as espécies que são patógenos”. Microorganismos que são assunto de saúde pública e relacionados à decomposição de alimentos ou indicam que o alimento é adulterado ou contaminado são considerados “indesejáveis”.

Quatro pontos importantes na hora de testar produtos alimentícios

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2. Como as indústrias de alimentos devem prestar con-tas sobre patógenos?

As indústrias de alimentos devem preparar e implementar um plano escrito de segurança alimentar. Um dos compo-nentes do plano de segurança alimentar deve incluir uma análise de riscos. Essa análise deve listar riscos já identi-ficados ou razoavelmente previsíveis. Esses riscos podem ser biológicos, o que inclui parasitas, patógenos ambien-tais ou outros patógenos.

3. Existem procedimentos específicos no papel para tes-tes de produtos?

Sim. Os procedimentos para teste de produto devem ser cientificamente validados e devem identificar os microor-ganismos do teste. Os procedimentos para identificação de amostras, incluindo a relação delas para com lotes es-pecíficos de produtos, devem ser escritos e implementa-dos. Os procedimentos para coleta de amostras, incluindo o número de amostras e a frequencia de coleta, deve ser pré-determinado.

4. Quais são os procedimentos para monitoramento am-biental?

Similar a teste de produtos, esses procedimentos devem ser validados cientificamente, identificar os microorga-nismos testados, e ser colocados no papel. Para monito-ramento ambiental de rotina, o local de onde as amos-tras são coletadas e o número de locais testados deve ser declarado. Os locais e o número de amostras coletadas devem ser adequados para determinar se os controles preventivos são eficazes. Os relatórios também devem identificar a frequencia de coleta e teste de amostras. O laboratório escolhido e as ações corretivas também de-vem ser inclusos. •

(Artigo traduzido do Food Safety Tech.)

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Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a média de consumo de peixe por habitante no Brasil alcançou 14,5 Kg/ano em 2013. Os benefícios de comer frutos do mar pelo menos duas vezes por semana são di-vulgados de forma a encorajar a população de consumir mais pescado, e o consumo global continua crescendo.

Entretanto, as informações disponíveis nos rótulos e em-balagens de frutos do mar são frequentemente poucas ou nulas quando se trata da origem do produto. Além disso, a informação disponível nas embalagens é amiúde ilusória ou fraudulenta. Estudos mostram que, nos Esta-dos Unidos, as informações da embalagem são fraudu-lentas de 25% a 70% das vezes quando se trata de produ-tos como salmão, cioba e bacalhau, que vem disfarçadas quando na verdade se trata de espécies de menor valor gastronômico, econômico ou natural. O índice médio de adulteração é de 33%. A análise de DNA em pescado é uma ferramenta útil para detectar e quantificar essas fraudes.

Considerando a massiva quantidade de peixes disponí-veis no mercado – só nos Estados Unidos são mais de 1700 espécies diferentes (FDA, 2009) -, não é razoável esperar que o comprador saiba identificar e determinar com precisão se está recebendo o produto exato pelo qual está pagando.

De todo o peixe importado, uma porcentagem muito baixa é inspecionada (GAO 2009). Além de incentivar e

Fraude em pescado ameaça a economia, a natureza e a saúde humana

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cobrar melhor utilização dos mecanismos de rastreabilidade, é necessário aumentar a frequência e abranger o escopo das inspeções para verificar a qualidade e origem do pescado. Para prevenir a fraude, é necessário permitir que os consumidores saibam de onde vem o produto e possuir ferramentas para rastrear suas origens até a parte do oceano de onde vem.

Testes de DNA em pescado vêm confirmando o quão comum é a fraude. Uma pesqui-sa recente encontrou rótulos com informações falsas em mais de um terço dos peixes (Jaquet and Pauly 2008), e outra pesquisa verificou que mais de um quarto dos peixes testados nos Estados Unidos e no Canadá não eram o que a embalagem declarava (Wong and Hanner 2008).

A fraude é mais comum em algumas espécies

Algumas espécies de peixes e outros frutos do mar costumam sofrer fraude com maior frequência. Alguns fatores que influenciam a fraude são:

• Preço do quilo • Facilidade de acesso ou transporte • Taxas de importação • Pesca ilegal • Sazonalidade

Alguns dos peixes que são mais fraudados são:

SalmãoPode ser substituído por truta salmonada. Pode também ser fraudado quando é decla-rado salmão selvagem, quando na verdade é criado em cativeiro.

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BacalhauPode ser substituído por polaca do Alasca, abrótea ou outras espécies de menor valor. Uma vez filetados e salgados, a fraude é difícil de ser detectada e provada a olho nu.

PargoEssa espécie de carne muito saborosa vem do Golfo do México, mas é frequentemente subs-tituída por outras espécies similares de outras localidades.

AtumExistem várias espécies de atum. Nem sempre o tipo filetado é embalado e declarado correta-mente.

LulaAneis de lula são vendidos já processados. Algumas espécies são mais caras do que ou-tras, e a fraude pode ocorrer quando a espécie declarada é substituída por outra de menor valor sem que isso seja declarado no rótulo ou descontado no preço.

A OCEANA lançou recentemente um mapa que mostra os resultados de pesquisas que mensu-raram a porcentagem de fraude em pescados ao redor do mundo. No Brasil, os resultados indicam que em algumas regiões 75% a 100% dos produtos testados são fraudados. A fraude em pescados burla os esforços e leis

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que combatem a pesca excessiva e a captura de espécies em risco de extinção. Com a rotulagem errônea e subs-tituição de espécies, negócios legítimos são economica-mente prejudicados e consumidores são impedidos de fazer escolhas ecologicamente corretas. FRAUDE EM PESCADOS E PESCA ILEGAL

Escondendo produtos ilegais através de transferências de mercadorias, documentação falsificada e relatórios incompletos dificultam o gerenciamento e fiscalização governamental.

Assim, a fraude em pescados cria um mercado para a pesca ilegal. Estima-se que um quinto de produtos de pesca sejam provenientes de pesca ilegal. Animais cuja pesca é proibida, como algumas espécies de golfinhos e tartarugas, são frequentemente muti-lados e mortos por redes e linhas espalhadas ilegalmente pelo oceano.

COMO COMBATER A FRAUDE EM PESCADO

• Rastreamento A informação de peixes e frutos do mar deve ser rastreável em todos os estágios do processamento, do mar ao prato.

• Prevenção de rotulagem errônea e disponibilidade de informação ao consumidor Rotulagem errônea contribui com ações fraudulentas, aumenta os riscos para a saúde, causa impacto ambiental e burla ações de preservação e contribui com a pesca ilegal. Os consumidores devem ser assegurados de que o peixe que estão comprando é seguro, legal e corretamente rotulado.

• Impedir a entrada de pesca ilegal no mercado Pesca ilegal prejudica não só os pescadores e as indústrias que estão dentro da lei, como também aumenta o risco para o consumidor final. Se um barco de pesca não está dentro das leis da pesca, é possível que esteja violando outros requerimntos, incluindo regulamentos de saúde e segurança alimentar.

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• Imprelementação de leis Existem leis que oferecem as ferramentas necessárias para a fiscalização, mas elas devem ser melhor implementadas e executadas a longo prazo.

• Fiscalização Existem órgãos de fiscalização e administração de produção e importação de pesca-dos. Através de ferramentas como rastreabilidade e testes de DNA, é possível que a fiscalização seja mais rígida, prevenindo assim casos de fraude.

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FRAUDE EM PESCADO E O RISCO PARA A SAÚDE HUMANA

Em alguns casos, frutos do mar podem ser um fator de risco para a saúde humana. Por serem geralmente muito sensíveis e exigir manuseio e refrigeração apropriadas e muito específicas, podem causar doenças severas em caso de mau manuseio. Trocar uma espécie de peixe por outra que pode estar infestada de contaminantes, toxinas ou alergênicos pode deixar as pessoas doentes (GAO 2009).

Em surtos de contaminação por ovos ou outros produtos não marítimos, pode ocor-rer o recolhimento preventivo de lotes de mercadorias. Como frutos do mar frequen-temente não trazem informação de origem, esse recolhimento preventivo pode ser impossível, permitindo que a contaminação se alastre. •

Este gráfico, informações e parte deste texto foram traduzidos e adaptados do relatório Bait and Switch da OCEANA.

Publicação bimestral da divisão de Comunicação e Marketingda Myleus Biotecnologia.

Essa é uma publicação virtual e não deve ser vendida.

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