museu aberto - esculturas do parque da luz

47
Museu aberto Fotografias e textos Leonardo Burgos e Marina Almeida Capa_Museu_Aberto.indd 1 12/4/07 1:26:29 AM

Upload: marina-almeida

Post on 14-Mar-2016

240 views

Category:

Documents


14 download

DESCRIPTION

Livro reportagem fotográfico. Fotos e informações sobre as esculturas públicas presentes no Parque da Luz - SP.

TRANSCRIPT

Mus

eu a

bert

o

Fotogra�as e textosLeonardo Burgos e Marina Almeida

Capa_Museu_Aberto.indd 1 12/4/07 1:26:29 AM

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 1 12/4/07 1:03:20 AM

Sao Paulo / BrasilAcervo da Pinacoteca do Estado

M U S E U A B E R T O

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 2-3 12/4/07 1:03:25 AM

rte para todos. Essa é a idéia que orientou a instalação de esculturas no Parque da Luz, na cidade de São Paulo. E se esse é o �o condutor desta obra, que registra depoimentos de visitantes do parque sobre as esculturas ali expostas, a fotogra�a é o que conecta sujeito e objeto.

As pessoas que passeiam pelo parque e admiram as esculturas são de todas as origens e estratos sociais. Para ter acesso à arte, basta andar pelo parque e olhar a sua volta. As esculturas se misturam à paisagem, transformando-se em parte do cotidiano, tornando-se familiares aos olhos curiosos de quem desfruta da tranqüilidade do parque.

Neste livro, a fotogra�a reúne as obras de arte a seus admiradores, trazendo, por meio de depoimentos, impressões, lembranças, conceitos e sensações. Cada observador interpreta a obra de uma maneira. Assim, uma escultura pode ser um dente, um banco, as tetas de uma vaca, en�m: tudo vai depender da memória ativada pela imagem.

O importante, aqui, é o registro de um encontro muito especial: o da obra de arte com seu público, apresentado pela fotogra�a. Prazer em conhecer!

A n a L u i z a C o u t o , E d i t o r a

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 4-5 12/4/07 1:03:26 AM

“As obras de arquiteturadevem levar em conta

os valores humanos e nãoapenas os estéticos.”

Ricardo Legorreta, arquiteto mexicano

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 6-7 12/4/07 1:03:27 AM

01. Bosque Encantado , de Nobuo Mitsunashi ............................................................ 12

02. À procura da Luz , de Maria Martins ....................................................................... 15

03 / 04 – Ottoni Zorlini (não contém neste livro por terem sido retiradas para manutenção)

05. Três jovens , de Lasar Segall .................................................................................... 17

06. Luiza , de Sônia Ebling ............................................................................................ 18

07. Carregadora de perfume , de Victor Brecheret ...................................................... 20

08. Sem título , de José Bento ..................................................................................... 23

09. Sem título , de Elisa Bracher ................................................................................... 23

10. Sem título , de Macaparama ................................................................................... 24

11. Sem título , de Marcelo Silveira .............................................................................. 27

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 8-9 12/4/07 1:03:30 AM

12. Sem título , de Caíto ............................................................................................... 28

13. OC , de Caciporé Torres ......................................................................................... 31

14. Passado Presente.Pietá , de Nair Kremer .............................................................. 33

15. Sem título , de Arthur Lescher ................................................................................. 35

16. Sem título , de Ivens Machado. .............................................................................. 36

17. Sem título , de Angelo Venosa ............................................................................... 39

18. Colar , de Lygia Reinach ......................................................................................... 40

19. Sem título , de Amilcar de Castro ........................................................................... 42

20. Sem título , de Carlito Carvalhosa .......................................................................... 45

21. Sem título , de Amilcar de Castro ........................................................................... 46

22. Sem título , de José Resende ................................................................................. 49

23. Piramidal 34 , de Ascânio MMM ............................................................................. 50

24. Oração , de Karoly Pichler ...................................................................................... 53

25. Espaço-vibração (Homenagem a Bardi) , de Yutaka Toyota ................................... 54

26. Homem Pássaro , de Nicolas Vlavianos .................................................................. 57

27. Craca , de Nuno Ramos .......................................................................................... 58

28. Sem título , de Sérvulo Esmeraldo .......................................................................... 60

29. Encontro e desencontro , de Arcangelo Ianelli ...................................................... 61

30. Fita , de Franz Weissmann ...................................................................................... 62

31. Vôo de pássaro , de Liuba Wolf .............................................................................. 65

32. Figura heráldica , de Liuba Wolf ............................................................................. 66

33. Pincelada tridimensional , de Marcelo Nitsche ....................................................... 69

34. Fóssil , de Sonia Von Brusky ................................................................................... 70

35. Botão de rosa, �or redonda, papoula, tulipa, carneiro, cisne e pássaro imaginário II , de Odette Eid ....................................................... 73

Parque Luz .............................................................................................................. 75

Biogra�as ................................................................................................................ 79

Créditos e agradecimentos .................................................................................... 88

Autores .................................................................................................................... 89

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 10-11 12/4/07 1:03:30 AM

12 13

Lembra uma pirâmide, a gente olha assim e acha importante. Dá a impressão que teria dado muito trabalho para fazer. Isso para mim é uma arte, olhando a três pirâmides, mas deve ter uma mensagem maior.

Marcelo Teles, 35Técnico de laboratório, São Paulo

Bosque Encantado (1991), de Nobuo Mitsunashi

Cerâmica, �bra de vidro, madeira e chumbo

Acervo da Pinacoteca do Estado

Doação do artista

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 12-13 12/4/07 1:03:32 AM

15

Á Procura da Luz (1940), de Maria Martins BronzeAcervo da Pinacoteca do Estado

Doação da Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 1998

Eu gostei muito, achei bonita e bem feita, parece realmente que ela está esperando uma luz, uma força maior que vem do alto.

Regina Perez, 37Economista, São Paulo

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 14-15 12/4/07 1:03:44 AM

16 17

Às vezes as pessoas não dão valor às obras, gostei muito daquele conjunto ao lado do café, todas de bronze, pela pouca condição que a maioria tem, em um lugar público, eu acho ótimo. A obra passa a ter um valor reconhecido em um lugar acessível.

Márcio Lélis, 43Servidor público, São Paulo

Três Jovens (1939 - fundição em 2000), de Lasar Segall

BronzeAcervo da Pinacoteca do Estado

Doação de Maurício Segall e Oscar Klabin Segall em 2001

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 16-17 12/4/07 1:03:47 AM

18

Luiza (2000), de Sônia Ebling

BronzeAcervo da Pinacoteca do Estado

Aquisição do governo do Estado de São Paulo em 2000

Uma vez estava aqui a estátua de Garibaldi, tem outros monumentos. Isso é uma arte, é raro. Uma coisa é uma arte de uma pessoa muito talentosa para construir uma coisa dessa aqui.

Carlos de Paula, 92Auditor, São Paulo

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 18-19 12/4/07 1:03:50 AM

20 21

É a Carregadora de per -fume , mas parece que está carregando um pião, aquelas bolas de baseball , não parece que é um perfume. Chama minha atenção porque está pelada, o tamanho está des-proporcional, parece uma es-cul tura de Tarsila do Amaral: ela faz assim uma cabecinha e um corpão.

Carregadora de Perfume (1923/1924 - fundição 1998), de Victor Brecheret BronzeProtocolo de intenções entre Pinacoteca do Estado, Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, Banco Safra e Sandra Brecheret Pellegrini em 1998

Thais Calo, 19Estudante, São Paulo

22 23

Uma árvore cortada, uma rolha, o poder pelo menor. Um pedaço de madeira um em cima do outro, nada de mais. Não tem complexidade como essa outra. Aquela ali a madeira é trabalhada, encaixada, organizada especialmente, agrupada e �xada. É bonito de se ver.

Alberto Phonet, 27Estudante de Artes Plásticas, São Paulo

Sem título (1999), de Elisa Bracher MadeiraAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2003

Sem título (sem data), de José BentoMadeiraAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2002

MUSEU_ABERTO_MIOLO_01_23.indd 22-23 12/4/07 1:03:56 AM

24

Eu vejo uma quadra de futebol, as cores combinam muito. A arte é muito pouco divulgada, é mais divulgada nos grandes centros. Mas as pequenas cidades também fazem parte da cultura.

Carlos Ronaldo da Silva, 35Pintor, São Paulo

”Sem título (2001), de Macaparama

Aço carbono pintado

Acervo da Pinacoteca do Estado

Doação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2003

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 24-25 12/4/07 1:13:08 AM

27

Ela parece uma cabeça da cobra, aliás, duas cobras, com a cabecinha assim para cima a ponto de atacar. Pensando na degradação, a madeira com o tempo vai se desgastar e o alumínio vai prevalecer.

Renata Burgos, 28Auxiliar de cobrança, São Paulo

”Sem título (1999), de Marcelo Silveira Madeira e alumínio fundidoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2002

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 26-27 12/4/07 1:13:10 AM

28 29

Ela me passa uma coisa boa, traz paz interior. Fico imaginando essa escultura numa praia, ela teria mais interação, e teria que ser única na praia para chamar mais atenção.

Célia Monteiro, 42Empregada doméstica, São Paulo

”Sem título (1998), de CaítoAço inoxidávelAcervo da Pinacoteca do EstadoAquisição do Governo do Estado de São Paulo em 2000

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 28-29 12/4/07 1:13:17 AM

31

Gosto de olhar e ver tudo diferente, eu �co olhando, admirando, a primeira imagem que me vem assim é um desenho de uma ferradura. Acho importante essa obra estar no Parque, porque desperta curiosidade, eu enxerguei isso, outra pessoa pode enxergar outra coisa.

Mariza Gonçalves, 38Atleta, São Paulo

”OC (1998), de Caciporé TorresAçoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2003

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 30-31 12/4/07 1:13:20 AM

32 33

É um índio caçando, traz uma sensação de dor, já dá pra entender melhor.”

Durval Jiandoti, 65Zelador/aposentado, São Paulo

”Passado Presente. Pietá (1984), de Nair KremerAço carbono e néonAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2002

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 32-33 12/4/07 1:13:24 AM

35

Visitei vários parques do mundo e achei este um dos mais bonitos dessa região. Tive di�culdade em entender as obras, por não ter informações em inglês. Andei por todo o parque, gostei da di versidade e integração entre o espaço. Uma área verde muito bonita junto com as esculturas espalhadas pelo parque.

Manav Kumar, 42Empresário, Nova Delhi, Índia

”Sem título (2000), de Arthur LescherAçoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 34-35 12/4/07 1:13:28 AM

36 37

Para mim parece uma vaca que dá leite, eu me lembro do sítio, há muito tempo atrás, traz uma lembrança boa, mas faltam alguns detalhes, né?, mas tudo é arte.

Durval Jiandoti, 65Zelador/aposentado, São Paulo

Sem título (2000), de Ivens Machado Concreto armadoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2000

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 36-37 12/4/07 1:13:30 AM

38 39

Pra mim é um esqueleto de dinossauro e quem entende de arte é quem faz, quem olha imagina outra coisa.

”Marli Luz, 57Aposentada, São Paulo

Sem título (2000), de Angelo VenosaAço corténAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2003

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 38-39 12/4/07 1:13:33 AM

40 41

Em um lugar fechado elas não teriam o mesmo contexto, parece que ela está interagindo, está ligando todo esse ecossistema. Dá a impressão de que é uma coisa só, interdependente, interage com o meio ambiente, como uma união.

Anair Floriano Vasconcelos, 21Estudante de Engenharia Ambiental, São Paulo

Colar (2000), de Lygia Reinach

CerâmicaAcervo da Pinacoteca do Estado

Aquisição do Governo do Estado de São

Paulo em 2000

MUSEU_ABERTO_MIOLO_24-41.indd 40-41 12/4/07 1:13:40 AM

42 43

Essa obra me chamou atenção, ela tem algo assim, ela parece ser tão simples, mas ao mesmo tempo ela tem luz própria, você se sente iluminado, ela passa uma energia para você.

Sueli Batista Campos, 45Dona de casa, São Paulo

”Sem título (2000), de Amilcar de CastroAço corténAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2002

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 42-43 12/4/07 1:15:06 AM

45

Ela tem uma importância muito grande mesmo sem saber exatamente quem é o autor. Poderia não sentir falta dela aqui se nunca tivesse visto, mas como estou vendo ela aqui se eu passar outra vez e não ver ela eu vou sentir falta.

”Luiz Gregório da Silva, 56Mecânico, São Paulo

Sem título (2000), de Carlito CarvalhosaConcreto brancoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2003

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 44-45 12/4/07 1:15:10 AM

46 47

A obra me lembra alguma coisa assim medieval, aqueles castelos com as torres. A cor, a disposição, os dois retângulos do lado, e parecem bem colocadas as estacas. Essa imagem me despertou curiosidade... Quem foi o artista que fez? Quem elaborou? E o que ele quer dizer com esta obra? A arte deveria ter mais divulgação nos meios de comunicação, como na TV e no rádio.

Paulo César Bueno, 43Bancário, São Paulo

”Sem título (2001), de Amilcar de Castro

Aço cortén

Coleção Particular em comodato com a Pinacoteca do

Estado desde 2001

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 46-47 12/4/07 1:15:16 AM

49

Não conheço muito bem este tipo de arte, mas eu vejo uma escultura antiga, representa um obstáculo, o material tem uma capa de ferro parece um portão.

João Barbosa da Silva, 33Eletricista, São Paulo

”Sem título (2000), de José ResendeAço e granitoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2002

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 48-49 12/4/07 1:15:20 AM

50 51

Vejo o verde. Um ‘V’ ali chamando muita atenção como preservação. Acho importante observar a obra de arte. É uma forma de liberdade e de expressão do artista em relação ao ambiente que ele vive. Não importa o elemento que ele utiliza para mostrar sua arte, mas é uma forma de expressão. Representar o mundo de uma forma mais abstrata. As obras são importantes não só em parques, mas em todos os lugares, para que sejam acessíveis ao público, desde que haja manutenção e preservação.

Alberto Dantas, 43Engenheiro, São Paulo

”Piramidal 34 (1999), de Ascânio MMM

Alumínio anodizado com parafusos de aço inoxidável

Acervo da Pinacoteca do Estado

Aquisição do Governo do Estado de São Paulo em 2000

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 50-51 12/4/07 1:15:24 AM

52 53

Os materiais utilizados para a produção desta obra de arte, para mim, são ferramentas industriais em que se tem uma utilidade comum. Vira arte colocada, cortada ou moldada de uma forma diferente. Quando vi esta obra, percebi que o artista deu uma outra conotação artística pra aquele mesmo material que poderia ser utilizado em uma construção civil.

Cristiano Alves dos Santos, 43Engenheiro mecânico, São Paulo

”Oração (1970), de Karoly Pichler

FerroAcervo da Pinacoteca do EstadoAquisição do Governo do Estado de São Paulo em 1971

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 52-53 12/4/07 1:15:27 AM

54 55

Vejo como futurista. O espaço muda o todo. O povo brasileiro não tem condição de pagar para ver arte, deveriam existir mais lugares como esse parque.

Levi de Carvalho Freitas, 48Bancário, Santana do Parnaíba

Espaço-Vibração (Homenagem a Bardi) (2000), de Yutaka Toyota

Aço inoxidável e concretoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2001

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 54-55 12/4/07 1:15:31 AM

57

Com as obras aqui no parque as pessoas que não têm condições �nanceiras de ver arte em uma exposição ou em uma galeria, a melhor coisa a se fazer é escultura ao ar livre, ao passar e ver livremente, pode começar a gostar também.

Mauro José de Carvalho, 62Aposentado, São Paulo

Homem Pássaro (1985), de Nicolas VlavianosAço inoxidável escovadoAcervo da Pinacoteca do EstadoAquisição do governo do Estado de São Paulo em 2000

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 56-57 12/4/07 1:15:33 AM

58

Me sinto o lixo do mundo, o aço amassado representa a minha vida, algo retorcido. É como se a arte fosse para os menos favorecidos, até quem não tem estudo, como eu, olha e sabe que é uma obra de arte.

Ellen dos Anjos, 27Pro�ssional do sexo, Mogi das Cruzes

Craca (1995), de Nuno Ramos

Alumínio fundido e fósseis animais

Acervo da Pinacoteca do Estado

Doação de Pedro Tassinari Filho em 2000

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 58-59 12/4/07 1:15:34 AM

60 61

Acho que não combinam essas esculturas tão modernas num parque mais com coisas tão antigas; o contraste eu acho que não é tão legal, deveria ter obras mais antigas ou dar um jeito das obras mais modernas estarem mais próximas e criar um recanto moderno no meio do clássico para fazer a mistura, fazer uma integração melhor, porque eu acho que assim elas �cam meio perdidas.

”Maria da Conceição, 46Psicóloga, São Paulo

Sem título (sem data), de Sérvulo EsmeraldoAçoAcervo da Pinacoteca do EstadoAquisição do Governo do Estado de São Paulo em 2000

MUSEU_ABERTO_MIOLO_42-61.indd 60-61 12/4/07 1:15:38 AM

60 61

A gente pensa na estrutura, na cidade, no estado, uma parte a mais, tudo centralizado. Eu não tenho conhecimento sobre arte, mas percebo uma estrutura de união.

Andréa Brasil, 27Estudante, São Paulo

”Encontro e Desencontro (2002), de Arcangelo IanelliMármoreAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação do artista em 2002

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 60-61 12/4/07 1:11:39 AM

62 63

Gostei das esculturas para o contexto do parque junto com a área verde. Representa uma complexidade, algo a ser desvendado, algo misterioso para se analisar. Bati o olho e isso que me chamou a atenção: a cor vermelha. No primeiro impacto ela choca, quando se olha não se percebe o que é.

”Fernando Tomaz Espósito, 28Estudante de Design, São Paulo

Fita (1985), de Franz WeissmannAço pintadoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2003

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 62-63 12/4/07 1:11:51 AM

65

É interessante, as linhas, o encontro das linhas, o espaço no meio, a forma que foi feito.

“”Analice Vila Nova, 21

Estudante de Design, São Paulo

Vôo de Pássaro (1971), de Liuba WolfBonzeAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2005

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 64-65 12/4/07 1:11:54 AM

66

Tudo que surge é um objeto, mas ele pode ser alterado a partir do momento que é colocado em um outro local, passa a ter um sentido incomum.

”Carolina Lopes, 29Artista plástica, São Paulo

Figura Heráldica (1976), de Liuba WolfBronzeAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da artista em 2005

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 66-67 12/4/07 1:11:55 AM

69

Para mim ela é agradável e moderna, transmite a idéia de calor, vida e movimento, além de ser bonita.

Wilson Alfredo Attuy Jr., 38Comerciante, São Paulo

“”

Pincelada Tridimensional (2000), de Marcelo NitscheFerro pintadoAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado em 2003

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 68-69 12/4/07 1:11:57 AM

70 71

Passa a importância de tudo que foi feito e preservado. Se não fosse exposto, a juventude não conheceria. Representa a destruição. Parece que ela começou a ser restaurada, mas não terminou, não foi conservada, está sem forma, quebrada.

Ana Ita, 31Operadora de caixa, São Paulo

”Fóssil (2000), de Sonia Von Brusky

Granito e escapamento de automóvel

Acervo da Pinacoteca do Estado

Aquisição do Governo do Estado de São Paulo em 2001

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 70-71 12/4/07 1:12:00 AM

73

Me passa uma paz, não sei se e por causa da cor, eu visualizo �ores, bichos. Se ela fosse viva com certeza estaria na natureza, talvez no zoológico, não sei, se estivesse em outro lugar não teria o mesmo contexto.

Débora Crespo, 24Recepcionista, São Paulo

”Botão de rosa, �or redonda, papoula, tulipa, carneiro, cisne e pássaro imaginário II (sem data), de Odette EidAlumínioAcervo da Pinacoteca do EstadoDoação da artista em 2002

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 72-73 12/4/07 1:12:03 AM

75

O Jardim da Luz foi inaugurado em 1789 e entregue à população somente em 1825. Criado inicialmente para ser o Jardim Botânico da cidade, transformou-se em passeio público em 1870, com a chegada da ferrovia. Com a inauguração da Estação da Luz, o jardim passou a ser o local das festas e eventos musicais da cidade. No �nal do século XIX ganhou novos equipamentos e melhoramentos. A população paulistana passou, então, a freqüentá-lo regularmente, entre as árvores centenárias, lagos e animais diversos, como preguiças, zebras, jaburus, garças, pavões, girafas, tamanduás, onças e peixes.

Dentre esses equipamentos destaca-se o conjunto histórico formado pelo Ponto Chic e os dois coretos, todos pro jetados por Maximilian Emílio Hehl. Eram o ponto de encontro da elite da sociedade. O Ponto Chic abrigava uma elegante casa de chá, sob controle da Companhia Bavária. Nos coretos aconteciam eventos musicais. No maior havia, originalmente, um sino, que anunciava o horário de fechamento do jardim.

O Ponto do Bonde está localizado em frente ao coreto maior, sob a copa de uma grande �gueira de Bengala. Foi construído ©

Gui

lher

me

Gae

nsly

/ Vi

sta

da E

staç

ão d

a Lu

z em

191

0.

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 74-75 12/4/07 1:12:06 AM

76 77

no ano de 1872, ao ser inaugurada a 1ª linha de bonde a tração animal, percorrendo o trajeto que ligava a Sé até a Estação da Luz.

O grupo escultórico do lago Cruz de Malta foi sendo formado durante diferentes épocas. A escultura de Adone já fazia par com a Venere , próximo ao lago, por volta de 1830 e 1840. As Quatro estações foram instaladas durante a reforma do jardim, na administração de João Theodoro Xavier (1872 – 1875). Atualmente, integram o conjunto as esculturas do lago: Outono, Primavera, Inverno, Vênus, Adone, Seres, Semeadora e Baco .

Entre os equipamentos instalados no �nal do século XIX estão mesas, bancos, pontes, guarda-corpos e gruta de autoria do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, trazido ao país por D. Pedro II.

As ruínas são o que sobrou da Torre do Observatório Meteorológico e Mirante, que foi o primeiro arranha-céu de São Paulo, com 20 metros e cinco andares, desmanchado em 1900 por “atrapalhar a visão do relógio da Estação da Luz”.

Faz parte ainda, do conjunto, a Casa da Administração, cujo edifício continua hoje sendo usado como escritório administrativo do Jardim da Luz, o Aquário, o Chafariz dos Del�ns e a Gruta Arti�cial. Em 1972, o jardim recebeu a denominação “Parque da Luz”.

Área O parque tem totais 81.758 m 2, entre os quais 48.376 m 2 de vegetação

implantada, 29.422 m 2 de caminhos, 3.068 m 2 de lagos e 892 m 2 de edi�cações.

Flora

Extremamente diversi�cada, a vegetação do parque é composta, em sua maioria, por espécies exóticas e algumas nativas. São árvores que chamam a atenção por seu porte e exuberância, proporcionando um espetáculo interessante aos que contemplam suas alamedas. Destacam-se principalmente o chichá, a nolina e o pau-ferro, localizados próximo à administração e ao coreto; as �gueiras, próximas à lateral da Pinacotec a, Parque Infantil e Ponto Chic; as palmeiras reais, espalhadas pelo parque; o alecrim de campinas, na alameda principal da entrada; e a rara Brownea ou sol-da-Bolívia e o eucalipto vermelho, perto do playground .

FaunaForam catalogadas mais de 40 espécies de aves, entre elas sabiá-laranjeira,

sanhaço, chupim, bem-te-vi, periquito verde e rolinha-caldo-de-feijão, além de algumas aves aquáticas, como socó-dorminhoco e biguá, e ornamentais, como marreco-mallard e galinha-d’angola. Foram detectados ainda alguns peixes (carpas e tilápias) nos espelhos d’água e dois exemplares de sagui-de-tufo-branco, que são originários do nordeste brasileiro. O destaque, porém, é para

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 76-77 12/4/07 1:12:12 AM

78 79

as seis preguiças que vivem na chamada Alameda de Figueiras, espécie que provavelmente habita o parque desde a época em que era “Jardim Botânico”.

Infra-estruturaÁrea para apresentações na praça do Ponto Chic; coreto; bicicletário

para 10 vagas; dois comedouros para pássaros; 21 bebedouros; sanitário; 19 lixeiras; 3 mesas; 166 bancos.

Lazer 2 playgrounds ; tanque de areia.

Paisagem 2 espelhos d´água, dois lagos.

Freqüência de usuários Terça a sexta-feira: 1.000

Sábados: 3.000 Domingos e feriados: 3.600 LocalizaçãoAv. Tiradentes, s/n, Luz

Horário: de terça a domingo, das 7 às 18h Entrada franca

Amilcar de Castro

Paraisópolis, MG, 1920 − Belo Horizonte, MG, 2002Estudou desenho livre e pintura com Guignard e escultura com Franz Weissmann, na Escola de Arquitetura e Belas-Artes de Belo Horizonte. Sua primeira escultura concretista é de 1953. Assinou o Manifesto Neoconcreto de 1959. Foi diagramador de periódicos cariocas e mineiros na década de 50. Destaca-se por suas esculturas, nas quais emprega chapas de ferro dobradas.

Angelo Venosa

São Paulo, SP, 1954Escultor. Formou, com Daniel Senise, João Magalhães e Luiz Pizarro, o Ateliê da Lapa, um dos vários grupos que

iriam marcar a atividade plástica da chamada “Geração 80”. Inicialmente pintor, desde 1986 vem se dedicando exclusivamente à escultura. Participou das bienais de São Paulo e Veneza e da mostra Modernidade – Arte Brasileira do século XX, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris .

Arcangelo Ianelli

São Paulo, SP, 1922Autodidata, estudou desenho antes dos 18 anos de idade. Dedicou-se a estudos ligados a pintura, mural, afresco e perspectiva na Associação Paulista de Belas-Artes, em 1940. Inicialmente figurativo, voltou-se à abstração a partir de 1960 e atuou ainda como ilustrador de livros e curador de exposições nacionais e internacionais e fez parte de conselhos de arte de

mu seus e da Comissão Nacional de Artes Plásticas. Em 1974, pas -sou a trabalhar também com o tridimensional. Recentemente, suas obras foram expostas no Centro Cultural Banco do Brasil e na Pinacoteca do Estado, em São Paulo. O artista chegou ao Construtivismo por força de sua própria pintura. Em sua obra, a emoção soma-se à razão, expressando precisão e co -lorido envolvente.

Arthur Lescher

São Paulo, SP, 1962Seu interesse pelas artes visuais co meçou pela fotografia, na idade entre 15 e 19 anos. Dos 20 aos 25 anos, fez vários cursos livres de desenho, pintura e gravura, com Carlos Alberto Fajardo e Flávia Ribeiro, entre outros. Em 1983 e

© G

oogl

e Ea

rth

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 78-79 12/4/07 1:12:13 AM

80 81

1987, estudou Filosofia, curso que não chegou a concluir. Em 1991, passou a lecionar escultura na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, retomando uma atividade iniciada cinco anos antes em seu ateliê.

Ascânio MMM

Fão (Portugal), 1941Escultor. Em 1959, fixou residência no Rio de Janeiro. Entre 1963 e 1964, freqüentou a Escola Nacional de Belas-Artes e, a seguir, a Fa -culdade de Arquitetura da UFRJ, diplomando-se em 1969. Criou e dirigiu as galerias de arte do Instituto de Arquitetos do Brasil/RJ e do Centro Empresarial Rio. Em 1978, recebeu o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Artes Plásticas. Participou de bienais da Bahia, São Paulo e Antuérpia.

Caciporé Torres

Araçatuba, SP, 1932Estudou História da Arte na Sorbonne, em Paris, onde, durante quatro anos, teve um ateliê. Concentrou-se no aprimoramento de seu trabalho, o que o levou definitivamente ao Abs -tracionismo. Atualmente, atua como professor e escultor. Suas obras en -contram-se nos principais museus e logradouros públicos: Palácio das Convenções do Anhembi, Palácio dos Bandeirantes, Estação de Metrô Santa Cecília, Fundação Armando Álvares Penteado e Praça da Sé, em São Paulo.

Caíto

São Paulo, SP, 1952Batizado Luiz Carlos Martins da Silva, graduou-se pela Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo Brás Cubas e iniciou seu trabalho na década de 1970, com desenhos que já visavam ao tridimensional e projetos de esculturas. Depois disso, remeteu à figuração de exóticas escovas, edifícios miniaturizados e esculturas em pastilhas de cerâmica vitrificada. Utilizou também frutas de plástico, cortando-as e reinventando ana -tomias híbridas de vegetal e ani -mal; trabalhando com cor, utiliza es tam pas impressas em latas de óleo, criando padrões visuais de in -tenso cromatismo. Atualmente, é es cultor, desenhista e arquiteto em São Paulo.

Carlito Carvalhosa

São Paulo, SP, 1961Pintor e escultor, estudou gravura em metal com Sérgio Fingermann

entre 1980 e 1982. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela USP em 1984. Em suas obras recentes, peças em gesso e vidro, o artista reúne, de forma desencontrada e tensa, características de um mesmo material, tomando como ponto de partida o jogo dos opostos: dentro/fora, leve/pesado. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo

Elisa Bracher

São Paulo, SP, 1965Iniciou seu trabalho em gravura em metal e xilogravura em grandes dimensões e freqüentou o curso de gravação em metal com Evandro Carlos Jardim. Esculturas feitas para tocar, com seus desenhos geo métricos irregulares, tentam seguir a tradição do Construtivismo sem frieza. Atualmente, é escultora,

gravadora e desenhista, vive e tra -balha em São Paulo.

Franz Weissmann

Knittelfeld (Áustria), 1914 − Rio de Janeiro, RJ, 2005Chegou ao Brasil em 1924 e estudou na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro entre 1939 e 1941. Foi aluno de desenho e de escultura de August Zamoyski entre 1942 e 1944. Fundou, com Guignard, a primeira escola de arte moderna de Belo Horizonte, onde morava desde 1944. Premiado com viagem ao exterior no Salão de Arte Moderna, em 1958, residiu cinco anos na Espanha e na França. Participou de bienais de São Paulo (melhor escultor brasileiro em 1957), Veneza e Antuérpia. Neoconcretista, usava

em seus relevos zinco e alumínio rasgados para obter efeitos de luz.

Ivens Machado

Florianópolis, SC, 1942Radicado no Rio de Janeiro, es -tudou gravura na Escolinha de Arte do Brasil e, mais tarde, recebeu orientação de Anna Bella Geiger. Em 1973, o artista multimídia e pintor conduziu seu fazer estético pela contramão de técnicas, materiais e processos tradicionais, deixando gradativamente de lado o espaço bidimensional do desenho e da pintura pela tridimensionalidade. Materiais nobres da arte foram substituídos por materiais de cons -trução. Atualmente, fica entre o tra balho, no Rio de Janeiro e São Paulo, e a família, em Florianópolis.

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 80-81 12/4/07 1:12:13 AM

82 83

José Bento

Salvador, BA, 1962 Expondo desde 1988, participou de inúmeros eventos individuais e coletivos. Integrou os projetos Chão Parede, em 1997, e Um Século de História das Artes Plásticas, ambos em Belo Horizonte, onde atual -mente o artista mantém seu ateliê.

José Resende

São Paulo, SP, 1945Arquiteto formado pela Univer -sidade Mackenzie, em São Paulo, estudou desenho com Wesley Duke Lee. Integrou o Grupo Rex (1964), que deu origem à Escola Brasil (1970-74). Com uma linguagem con temporânea, o escultor utiliza materiais anônimos e industriais e busca, para suas peças, uma escala compatível com grandes centros

urbanos. Entre suas obras públicas constam esculturas na Praça da Sé, na Pontifícia Universidade (PUC), em São Paulo, no Rio de Janeiro e fora do Brasil, no Parque Olímpico de Seul, na Coréia do Sul, e em Hakone, no Japão. Abstracionista ligado ao Pós-Minimalismo e à Arte Pobre, trabalha volumes e linhas em suas esculturas que, feitas para o ar livre, integram-se ao ambiente.

Karoly Pichler

Budapeste (Hungria), 1906 − Áustria, 1982Escultor, ceramista e muralista.

Lasar Segall

Vilna (Lituânia), 1891 − São Paulo, SP, 1957Cursou, aos 15 anos, a Academia de

Belas-Artes de Berlim, Alemanha. Em 1910, transferiu-se para Dresden, onde freqüentou a Academia de Belas-Artes. Datam dessa época suas primeiras gravuras. Em 1913, expôs em São Paulo e Campinas. Fez sua segunda viagem ao Brasil em 1923, tendo se fixado em São Paulo. Seus trabalhos dessa época retratam o povo brasileiro e sua terra.

Liuba Wolf

Sofia (Bulgária), 1923 − São Paulo, SP, 2005Escultora, freqüentou a Escola de Belas-Artes de Genebra e estudou, em Paris, com Germaine Richier. Depois, mudou-se para o Brasil, fixando-se em São Paulo. Participou de bienais em São Paulo e em Carrara, na Itália. Um de seus temas recorrentes são os pássaros, que

ela simplifica até quase a abstração, privilegiando os valores formais da escultura, como o espaço.

Lygia Reinach

Dois Córregos, SP, 1933.Socióloga, deixou de lado sua profissão para se dedicar à cerâmica. Entre 1980 e 1983, teve como mestre o escultor Megumi Yasa. No início da década de 1990, seu trabalho esteve mais ligado às memórias ancestrais do inconsciente coletivo. Procurou, cada vez mais, a clareza das linhas e formas, afastando-se das texturas. Em 1998, criou a instalação Grafismo, com fontes de água encenadas em platô revestido de terra, e participou da Bienal do Barro no Memorial da América Latina. Atualmente, vive e trabalha em São Paulo.

Macaparama

Macaparama, PE, 1952.José de Oliveira, escultor, artista autodidata, residiu no Rio de Janeiro entre 1972 e 1973; depois, se mudou para São Paulo. Entre as mostras de que participou, destacam-se: IV Bienal Ibero-Americana de Arte, na Cidade do México, 1984 (Ar -tista Convidado); Salão de Arte Contemporânea, São Paulo, 1986. Além disso, em 1996 participou de exposições individuais em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Marcelo Nitsche

São Paulo, SP, 1942Gravador, pintor e escultor, come -çou a expor seus trabalhos em 1965. Dois anos depois, participou da exposição Nova Objetividade

Brasileira, no Rio de Janeiro. Em 1968, concluiu o curso de Formação de Professores da FAAP, em São Paulo. Foi fundador e orientador do Movimento do Desenho Infantil em Praças Públicas, na década de 1960. Atualmente, vive em São Paulo. É artista multimídia, desenhista, professor e cineasta. Utiliza ma -teriais mais modernos, como o PVC, e define essa fase como escultura gestual, quase solta no ar. Sua especialidade é criar obras em espaços urbanos, que não se enquadram no espaço restrito dos museus e galerias.

Marcelo Silveira

Gravatá, PE, 1962Graduou-se em Educação Artística pela Universidade Federal de Per nambuco em 1990. Seu inte -

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 82-83 12/4/07 1:12:13 AM

84 85

resse pelo mundo das artes já evidenciava-se em sua participação em Festivais de Inverno promovi- dos pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1985, 1987, 1988 e 1989. Também freqüentou, em regime de matrícula especial, a Escola Massana de Artes em Barcelona, na Espanha, onde completou sua formação artís tica. Atualmente, trabalha em Pernam -buco.

Maria Martins

Campanha, MG, 1900 – Rio de Janeiro, RJ, 1973Escritora e estudante de filosofia, dedicou-se à música e a pintura na década de 1940. Escultora auto -didata, aperfeiçoou seus estudos de escultura com Oscar Jesper, em Bruxelas, tendo desen volvido a maior parte de sua carreira no exterior. Foi

Nobuo Mitsunashi

Tóquio, Japão, 1960Em 1988, aos 28 anos, o artista concluiu sua pós-graduação em arte cerâmica pela Mushasino Art University de Tóquio. Na XXI Bienal Internacional de São Paulo, expôs pirâmides medindo 3,60 m, feitas com pedacinhos de cerâmica de barro cozido, nas cores natural, cobre e cinza. Atualmente, desenvolve fieldwork , instalações ao ar livre feitas com materiais orgânicos como flores, rochas e terra, sempre de pequenas dimensões.

Nuno Ramos

São Paulo, SP, 1960Batizado Nuno Álvares Pessoa de Almeida Ramos, autodidata, pintor e escultor, formou-se em Filosofia,

amiga de Duchamp e Mondrian. Participou destacadamente de várias expo sições internacionais do Sur realismo. Em 1926, no Equador, começou a esculpir em madeira; no Japão, conheceu outras técnicas e materiais. Em 1939, completou seus estudos de escultura na Bélgica. Em suas obras, explorava plasticamente temas e mitos amazônicos. Na III Bienal de São Paulo, em 1955, recebeu o prêmio de melhor escultor brasileiro.

Nair Kremer

São Paulo, 1938Educadora, professora de história da arte, orientadora de jovens artistas, arte-terapeuta e artista plástica re -conhecida internacionalmente, ex -pôs trabalhos em museus de vários países, destacando-se, no Brasil, as exposições no Masp e na Pinacoteca,

em São Paulo, e no MAM, no Rio de Janeiro.

Nicolas Vlavianos

Atenas (Grécia), 1929Após abandonar o curso de Direito na Grécia, estudou escultura, aos 27 anos, no ateliê Zadkine e na Academie du Feu, em Paris. Tra ba-lhou em um ateliê coletivo. Atuou como professor de expressão tri -dimensional na Fundação Armando Álvares Penteado e suas obras ocupam espaços urbanos e co le-ções particulares.Vlavianos usa aço inoxidável e baseia-se em desenhos que ori -gi nam uma ou mais esculturas ou uma nova série de desenhos. Os temas têm raízes figurativas, que, mais tarde, se tornam simples referência. Atualmente, vive e tra -balha em São Paulo.

pela USP, em 1982. Pesquisou so -bre a composição de meteoros e entrevistando cegos e criou Mácula, na tentativa de unir a cegueira e o fenômeno cósmico. Algumas de suas esculturas abrigam vidros so prados com vaselina líquida. Atual mente, mora em São Paulo é também desenhista, cenógrafo, en -s aísta e videomaker .

Odette Eid

Zahle (Líbano), 1922Octogenária, a escultora libanesa radicada na cidade iniciou-se tarde no ofício. Só aos 60 anos assinou sua primeira peça. Sua exposição individual, com 22 bronzes, peças em pano e desenhos realizados no computador, traduz seu interesse por lendas, mitologia, balé e e s-portes, entre outros temas.

Ottone Zorlini

Treviso (Itália), 1981 – São Paulo, SP, 1967Aos 13 anos, começou a trabalhar em uma fábrica de cerâmicas em sua cidade natal. Em 1905, ingressou na Academia de Belas-Artes de Veneza e, em 1910, retomou a atividade de ceramista sob orientação de Cacclapuoti, enquanto estudava escultura com Umberto Feltrin. Veio ao Brasil após a Primeira Guerra Mundial e integrou o Grupo Santa Helena. A partir de 1964, dedicou-se principalmente à pintura.

Sérvulo Esmeraldo

Crato, CE, 1929

Gravador e escultor, autodidata, aos 18 anos freqüentou a Associação

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 84-85 12/4/07 1:12:14 AM

86 87

Cearense de Artes Plásticas e se mudou para São Paulo para estudar arquitetura no Museu de Arte Moderna. Aos poucos, foi simplificando suas composições por meio da geometrização dos elementos, destacando o bidi -mensional, e depois trabalhou com aço, alumínio e madeira laqueada. Na década de 1980, em Fortaleza, partiu para as esculturas de grandes dimensões, destinadas aos espaços públicos. Atualmente, também é pintor e ilustrador.

Sonia Ebling

Taquara, RS, 1926Pintora e escultora, estudou no Instituto de Belas-Artes de Porto Alegre e na Escola Nacional de Belas-Artes no Rio de Janeiro. Em 1951, estudou gravura no MASP.

Em 1970, passou a dar uma certa visibilidade geométrica a sua obra. No decorrer da década de 1990, com o intuito de integrar criador, obra e espectador, realizou uma série de interferências em cartazes e anúncios em estações de metrô e em outros espaços públicos de grandes cidades, como Londres, Paris e Nova York. Em 1998, foi escolhida para a realização da maior obra de arte pública em pintura realizada até então: pintar uma das laterais do elevado Costa e Silva − o Minhocão, em São Paulo, com uma extensão de 3 km.

Victor Brecheret

Farnese di Castro (Itália), 1894 – São Paulo, SP, 1955Estudou no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, em 1912; entre 1913 e 1916, esteve em Roma, onde foi

Criou uma série abstrata de relevos em cimento e fez trabalhos no Palácio dos Arcos. Entre 1979 e 1983, seu trabalho dividiu-se entre pedra, mármore e argila, entrando, desde então, em uma fase figurativa. Além de exposições internacionais, tem participado de várias Bienais e individuais no Brasil. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Sonia V. Brusky

Niterói, RJ, 1945Em 1968, aderiu às novas ten dên-cias de retorno à figuração, por inter médio de objetos tridi men sio-nais; em 1969, destacou-se como pioneira em soft sculpture no país, ao utilizar uma grande folha de espuma de borracha, cuja forma se modificava conforme a intenção ou manipulação do espectador.

aluno de Arturo Dazzi. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922. Foi sócio fundador da So -ciedade Pró-Arte Moderna. O es -tilo despojado de suas esculturas aproxima-se do Abstracionismo. Na última fase, desenvolveu temas de inspiração indígena.

Yutaka Toyota

Yamagata (Japão), 1931Naturalizado brasileiro, viveu no Brasil entre 1958 e 1965, fixando-se depois em Milão, na Itália. Seu trabalho, não figurativista desde o início, associa pintura, escultura e desenho em metal, tematizando objetos abstratos e de reflexos dinâmicos.

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 86-87 12/4/07 1:12:15 AM

Direção e ediçãoLeonardo Burgos e Marina Almeida

Diagramação e projeto gráficoFabiane de Oliveira Carvalho

Edição de imagensWalmir Santos

RevisãoAna Luiza Couto

DEZ/ 2007

Alice Siqueira, Ana Luiza Couto, André e Antônio (Administração do parque), Carlos Dalkmin, Carolina Milanez, Caroline (monitora da Pinacoteca do Estado de São Paulo), Cristiane Marques, Fabiane de Oliveira Carvalho, Flavio e Fabiane (Luz Plaza Hotel), Lucila e André (Biblioteca DOPS), Luiz Fernando Vitral (professor), Marcelo Almeida, Marcelo Ferraz, Maria Aparecida de Lima, Pedro Vaz (professor orientador), Renata Burgos, Rosa André, Vanessa Manna, Walmir Santos, William dos Santos Joaquim e William Paraíso.

Aos entrevistados, pela paciência e colaboração para a realização deste projeto. Sem esse apoio, não teríamos construido tão linda obra.

Universidade São Marcos – dezembro 2007Miolo impresso em p apel couché fosco 90 grscapa papel cartão 230 grsImpresso na Alphagraphics

L e o n a r d o B u r g o s

M a r i n a A l m e i d a

MUSEU_ABERTO_MIOLO_62-89.indd 88-89 12/4/07 1:12:19 AM