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Murilo Mende Jorge de Lima

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Murilo Mendes. Jorge de Lima. Murilo Mendes. Biografia. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Murilo Mendes

Murilo Mendes

Jorge de Lima

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Murilo Mendes

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Biografia• Murilo Monteiro Mendes (Juiz de Fora MG 1901 - Lisboa, Portugal 1975). Poeta,

prosador e crítico de artes plásticas. Filho do funcionário público Onofre Mendes e da dona-de-casa Elisa Valentina Monteiro de Barros Mendes. Aos 16 anos foge do colégio para assistir, no Rio de Janeiro, à apresentação do bailarino e coreógrafo russo Vaslav Nijinski (1890 - 1950). Nessa mesma época, recusa-se a continuar os estudos. Entre 1924 e 1929, escreve para as primeiras publicações modernistas, como a Revista de Antropofagia, de São Paulo, e a Verde, de Cataguases, Minas Gerais. Com apoio financeiro do pai, edita, em 1930, o primeiro livro, Poemas, pelo qual recebe o Prêmio Graça Aranha. Após a morte do amigo pintor, filósofo e poeta Ismael Nery, em 1934, converte-se ao catolicismo. Ao fim de sua estada na Europa, entre 1952 e 1956, cumprindo missão cultural, fixa-se na Itália e leciona cultura brasileira na Universidade de Roma. Seu apartamento no centro da capital italiana, torna-se ponto de referência para escritores e artistas plásticos europeus, que o ajudam a formar um importante acervo de arte contemporânea, hoje pertencente ao Museu Murilo Mendes, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1972, recebe o prêmio internacional de poesia Etna-Taormina, na Itália.

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Obra

• A primeira poesia de Murilo Mendes revela sua dívida com os principais temas e procedimentos típicos do modernismo brasileiro dos anos 1920: o nacionalismo, o folclore, o coloquialismo, o humor, o poema-piada e a paródia. Fica, assim, evidente o diálogo com a poesia de Mário de Andrade e a de Oswald de Andrade nos três primeiros livros: Poemas, Bumba-Meu-Poeta e História do Brasil, este renegado e não incluído pelo poeta mineiro na edição de 1959, que reúne toda sua poesia publicada até então.

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Obra• A partir de O Visionário, evidencia-se outra influência na poesia de

Murilo Mendes: a do surrealismo. Desse movimento de vanguarda, o poeta incorpora sobretudo a técnica da montagem ou, como ele mesmo diz, da "acoplagem de elementos díspares". A liberdade com que ele funde, por meio dessa técnica, o imaginário e o cotidiano, o onírico e o intramundano, assim como o eterno e o contingente, leva Manuel bandeira a saudá-lo como o grande conciliador de contrários. O choque resultante da livre aproximação de elementos tão díspares da realidade e da imaginação responde pela impressão de fragmentação e estilhaçamento do verso, deliberadamente desarmônico e não-melódico. O anarcoerotismo dessa poesia pode também ser tomado como herança surrealista, como se vê na cosmologia representada pela figura hiperbólica de sua musa sensual: o mundo começava nos seios de Jandira.

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Obra

• A plasticidade e o predomínio da imagem sobre a mensagem são traços marcantes da poesia de Murilo Mendes.

• A influência das ideias do pintor e poeta Ismael Nery responde por outra faceta da poesia de Murilo Mendes, a essencialista, relacionada à busca de verdades transcendentes, metafísicas, que definem a natureza dos seres e das coisas independente do tempo e do lugar.

• Um dos aspectos de sua obra é a linguagem fragmentada.

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Obra

• Além da influência intelectual, a morte prematura de Nery leva Murilo a uma grave crise, responsável por sua conversão ao catolicismo. Publica, assim, Tempo e Eternidade, livro escrito em parceria com Jorge de Lima sob o lema: “Restauremos a poesia em Cristo”. A poesia católica de Murilo Mendes, intimamente ligada à essencialista, é o contraponto universalista à preocupação com as particularidades nacionais de sua primeira poesia, modernista.

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Obra

• A conversão católica do poeta mineiro é característica dos anos 1930, que assiste, no Brasil, a uma renovação da literatura cristã.

• Para essa renovação, seguem de perto o exemplo de pensadores, poetas e escritores católicos franceses, que aliam a ortodoxia católica a formas modernas de pensamento e militância, levando, em alguns casos, à adoção de uma postura católica de esquerda.

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Obra

• Na lírica muriliana do pós-guerra até fins dos anos 1950, percebe-se a mesma tendência neoclássica que marca a poesia de outros grandes líricos modernos, como Carlos Drummond de Andrade e Jorge de Lima. É o caso de Sonetos Brancos, em que retoma a forma fixa, clássica por excelência, mas com a liberdade métrica e rítmica e a ousadia de imagens tipicamente modernas. Dentro do mesmo espírito do período, inscreve-se a austeridade da poesia meditativa, resultante da contemplação da arquitetura e da paisagem tanto mineira, em Contemplação de Ouro Preto, quanto europeia, em Siciliana e Tempo Espanhol. Não se pode esquecer que esses livros, assim como as obras seguintes, são produzidos pelo poeta já vivendo na Europa, sob impacto dos países que visita e em que vive.

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Obra

• Na produção literária de Murilo Mendes dos anos 1960 e 1970, é possível reconhecer outras facetas de sua extensa obra. O traço mais significativo da produção desse período é o abandono da poesia em favor da prosa, que mescla formas literárias distintas, como o diário, o retrato, o livro de viagens e as memórias. A face experimental desse período leva também à heterogeneidade de registros, que funde recordações pessoais, citações de obras, perfis de artistas, flagrantes de países e cidades

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Obra

• Por último, vale mencionar a tendência memorialística da obra de Murilo Mendes, representada por A Idade do Serrote. Trata-se de uma: autobiografia insólita, em que, segundo Antonio Candido, o dado comum é visto como extraordinário; o extraordinário é visto como se fosse comum. A Idade do Serrote ocupa um lugar de destaque na literatura memorialística e autobiográfica brasileira, ao lado das obras no gênero, em prosa e verso, de outros de seus contemporâneos mineiros: Drummond e Pedro Nava.

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Jorge de Lima

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Biografia• Jorge Mateus de Lima (União dos Palmares AL 1893 - Rio de Janeiro RJ 1953).

Poeta, romancista, artista plástico, ensaísta, médico e político. É filho de um rico comerciante e senhor de engenho de antiga linhagem local. Em 1915, volta para Maceió, onde passa a clinicar, atendendo em consultório próprio, ao mesmo tempo que se dedica à literatura. Envolve-se, também, com a política local, exercendo o cargo de deputado estadual entre 1919 e 1922. Com a Revolução de 1930, abandona temporariamente a carreira política e resolve radicar-se de vez no Rio de Janeiro. Monta consultório médico, na Cinelândia, centro da cidade, que funciona também como ateliê de pintura, além de se tornar um famoso ponto de encontro de intelectuais como Murilo Mendes, Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Converte-se ao catolicismo em 1935. Em 1939 passa a se dedicar também às artes plásticas, participando de algumas exposições. Publica seu livro mais importante, Invenção de Orfeu, em 1952. Meses antes de morrer, em 1953, grava poemas para o Arquivo da Palavra Falada da Biblioteca do Congresso Americano em Washington D.C., Estados Unidos.

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Obra

• A vasta obra de Jorge de Lima se caracteriza pela grande variedade de gêneros, temas, formas e estilo, o que justifica a divisão de sua poesia em fases: a parnasiana, a regional ou afro-nordestina (negra); a católica; e a órfica ou hermética (épica). Por trás dessa diversidade, porém, é possível reconhecer certa coerência na trajetória do poeta, que descreve um movimento de "interiorização progressiva" segundo o crítico Waltensir Dutra e de "descida às fontes da memória e do inconsciente", na opinião de Alfredo Bosi.

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Obra

• Seu livro de estreia é XIV Alexandrinos, de 1914, marcado pela influência do parnasianismo, sobretudo pelo emprego do soneto de 12 sílabas, característico dessa escola literária. O Acendedor de Lampiões é o poema mais popular do livro, que confere fama a Jorge de Lima e o título de "príncipe dos poetas de Alagoas". A adesão ao modernismo ocorre entre 1925 e 1927. Os temas e a visão de mundo são resultado da influência decisiva do pensamento do sociólogo Gilberto Freyre. Ao aderir às propostas modernistas, o autor começou a cultivar temas relacionados à paisagem nordestina.

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Obra• Em Poemas, 1927 e Novos Poemas, 1929, inicia-se a tematização

da infância e do passado familiar, recorrente nas demais fases. O memorialismo desse período ajuda a conter o risco do exotismo na apresentação da cultura e do folclore regionais, já que são representados a partir de uma perspectiva vivencial e afetiva. Os recursos formais e estilísticos mais marcantes nessa fase são o verso livre, a linguagem prosaica e afro-regional e o processo de composição baseado na enumeração de nomes de seres, lugares, objetos, costumes, comidas etc., de modo a sugerir o ritmo da evocação. O painel da vida nordestina que Jorge de Lima compõe a partir desse processo faz de sua obra o correspondente, na poesia, da prosa de ficção de José Lins do Rego.

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Obra

• A fase da poesia religiosa propriamente dita tem como marco a conversão de Jorge de Lima ao catolicismo em 1935, com a publicação de Tempo e Eternidade, em parceria com Murilo Mendes. O livro reconhece na religião a solução para o materialismo excessivo e a injustiça social da realidade contemporânea. O ex-regionalista passa a escrever, como ele mesmo diz, com "fome do universal", convencido de que "o mais alto plano poético" exige "grandes temas". A opção temática anunciada por esse livro recorre ao simbolismo das Escrituras (em particular os Salmos e O Cântico dos Cânticos) e ao material litúrgico. Em termos formais, o verso livre se torna eloquente e se aproxima do tom do versículo bíblico. O princípio de construção dos poemas desloca-se do regionalismo para a montagem surreal.

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Obra

• A lírica final de Jorge de Lima marca o retorno às formas clássicas, como o soneto, a épica, a sextilha, a oitava, a terça-rima, o verso metrificado e a rima. Esse retorno pode se dar pelo emprego de uma só forma no Livro de Sonetos, 1949, ou de formas variadas em Invenção de Orfeu, 1952. O Livro de Sonetos, por exemplo, não representa um retorno puro e simples à forma tradicional empregada em XIV Alexandrinos. Nele, a forma aparentemente convencional coexiste com o hermetismo das imagens e temas inspirados pelas vanguardas, como o surrealismo que norteia sua poesia desde a fase anterior.

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Obra

• O mesmo se pode dizer das formas heterogêneas de Invenção de Orfeu. Nesse conjunto de poemas, de mais de nove mil versos, distribuídos em dez cantos, a tensão já está presente na concentração da lírica em contraste com o desdobramento narrativo da épica. O livro é definido pelo poeta como uma "biografia épica", "biografia total" ou "biografia com sondagens". É uma espécie de épica camoniana subjetivada, de epopeia interior ou, como diz o crítico português João Gaspar Simões, "o primeiro poema da brasilidade interior".

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Obra• Como ficcionista, Jorge de Lima é autor de cinco obras que não

obedecem nem à divisão, nem à cronologia das fases de sua poesia, embora apresentem alguns pontos em comum com elas. Assim, o romance Calunga, 1935, pode ser visto como uma espécie de expressão em prosa à margem da fase regionalista, enquanto Guerra Dentro do Beco, 1950, se aproxima mais da fase iniciada por Tempo e Eternidade, 1935. Assim também a novela O Anjo, 1934, com sua tendência à evasão da realidade para o mundo vertiginoso dos sonhos, traz características de diversas vanguardas literárias, em particular o surrealismo, que permite aproximá-lo dessa fase católica. O diálogo com o surrealismo marca ainda a produção de Jorge de Lima no terreno das artes plásticas.

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• http://www.jornaldepoesia.jor.br/mu.html• http://www.jornaldepoesia.jor.br/jorge.html