município de manaus

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO SUSTENTÁVEL PDITS MANAUS Abril/2011

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Page 1: município de Manaus

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO TURISMO SUSTE NTÁVEL

PDITS MANAUS

Abril/2011

Page 2: município de Manaus

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EQUIPE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS

PREFEITO MUNICIPAL DE MANAUS

Amazonino Armando Mendes

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE OBRAS

Américo Gorayeb Junior

SUBSECRETÁRIO DE OBRAS PÚBLICAS

Oswaldo Said Junior

SUBSECRETÁRIO DE SERVIÇOS BÁSICOS

Sérvio Túlio Xerez de Mattos

SUPERINTENDENTE

Luis Augusto da Veiga Soares

SUPERINTENDENTE

Eraldo Bandeira Machado

DIRETOR DO DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

Marcelo Alessandro Conceição Fonseca

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SERVIÇOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Diogenes Frazão Rodrigues Neto

DIRETOR DO DEPARTAMENTO TÉCNICO OPERACIONAL

Renato Teixeira de Moraes Mota

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE MANUTENÇÃO DE INFRAESTRUTURA URBANA

Orlando Bento da Silva Filho

Page 3: município de Manaus

3

EQUIPE MINISTÉRIO DO TURISMO

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Presidenta: Dilma Vana Rousseff

Vice-Presidente: Michel Miguel Elias Temer Lulia

MINISTÉRIO DO TURISMO

Ministro: Pedro Novais Lima

SECRETARIA NACIONAL DE PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO

Secretário: Colbert Martins da Silva Filho

DEPARTAMENTO DE PROGRAMAS REGIONAIS DE DESENVOLVIME NTO DO TURISMO

Diretor: Edimar Gomes da Silva

COORDENAÇÃO GERAL DE PROGRAMAS REGIONAIS I

Claudio Corrêa Vasques - Coordenador

Ana Carla Fernandes Moura - Técnica Nível Superior

Marina Neiva Dias – Técnica Nível Superior

Mário Rudá Pontes de Andrade – Técnico em Turismo

Miranice Lima Santos – Técnica Nível Superior

Ricardo de Sousa Mendes – Engenheiro

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EQUIPE DA ALTRAN TCBR

DIRETOR

Euler Sampaio

COORDENADOR TÉCNICO

Joaquim Soutinho

ASSISTENTE DE PROGRAMAÇÃO E MONITORAMENTO

Márcio Tagliari

ESPECIALISTAS EM PLANEJAMENTO TURÍSTICO

Euler Costa Sampaio

Ivy Tissiane Góis

ESPECIALISTA EM PATRIMÔNIO

Adriana Papaleo

ESPECIALISTA EM FORTALECIMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL

Renato Ely Grillo

ESPECIALISTAS EM INFRASTRUTURA

Antônio César Prado

Elthon Tomé Gomes

ESPECIALISTA EM URBANISMO

Ricardo Bitencourt

ESPECIALISTA EM MEIO AMBIENTE

Wilson Simões

ESPECIALISTA EM ANÁLISE DE VIABILIDADE

Ademilton Pereira Lima

EQUIPE TÉCNICA COMPLEMENTAR

Cecília Martins – Arquiteta e Urbanista

Daisy Cadaval – Especialista em Fortalecimento Institucional

José Airton Mendonça – Economista

Juliana Oliveira – Arquiteta e Urbanista

Nanci Andrade – Turismóloga

Marcela Martin – Arquiteta e Urbanista

Taís Furtado – Arquiteta e Urbanista

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SUMÁRIO

SIGLAS ........................................... .......................................................................... 11 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 16 1 OBJETIVOS DO PDITS MANAUS ......................... ..................................................... 20 2 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DE MANAUS E DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS ... 22

2.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL DE MANAUS ............................ 22 2.2 MERCADO TURÍSTICO ....................................................................................... 25

2.2.1 Análise da Demanda Turística Atual ............................................................. 26 2.2.2 Análise da Demanda Turística Potencial ....................................................... 42 2.2.3 Comportamento do valor agregado do turismo na área turística – Incremento

esperado da receita do turismo, renda derivada, impostos e empregos gerados ......................................................................................................... 59

2.2.4 Análise da Oferta Turística ............................................................................ 72 2.3 INFRAESTRUTURA BÁSICA E SERVIÇOS GERAIS ........................................ 112

2.3.1 Infraestrutura de acesso ............................................................................. 113 2.3.2 Sistema de abastecimento de água ............................................................ 119 2.3.3 Sistema de esgotamento sanitário .............................................................. 119 2.3.4 Sistema de limpeza urbana ......................................................................... 120 2.3.5 Rede de drenagem pluvial .......................................................................... 121 2.3.6 Sistema de transporte urbano ..................................................................... 122 2.3.7 Sistemas de comunicação .......................................................................... 125 2.3.8 Iluminação pública e energia ....................................................................... 125 2.3.9 Serviços de saúde....................................................................................... 126 2.3.10 Segurança Pública ...................................................................................... 128 2.3.11 Projetos previstos – Infraestrutura e serviços básicos ................................. 131

2.4 QUADRO INSTITUCIONAL ................................................................................ 133 2.4.1 Gestão do Turismo...................................................................................... 134 2.4.2 Gestão Ambiental ....................................................................................... 150

2.5 ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS ...................................................................... 159 2.5.1 Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais Causados pela Atividade

Turística ...................................................................................................... 159 2.5.2 Gestão ambiental pública ............................................................................ 164 2.5.3 Gestão ambiental nas empresas privadas .................................................. 167 2.5.4 Instrumentos de planejamento e controle territorial ..................................... 167 2.5.5 Participação e inclusão dos diferentes grupos de interesse no

desenvolvimento turístico ............................................................................ 168 2.6 CONSOLIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO .................................... 169

2.6.1 Segmentos de Turismo Atuais e Potenciais ................................................ 169 2.6.2 Identificação de áreas críticas de intervenção ............................................. 172 2.6.3 Posição atual da Área no mercado turístico X posicionamento potencial .... 176 2.6.4 Matriz SWOT .............................................................................................. 177

3 VALIDAÇÃO DA SELEÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA ............ ..................................... 180 3.1 IMPORTÂNCIA DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS .............................................. 180

3.1.1 Metodologia para Hierarquização dos Atrativos de Manaus ........................ 180 3.1.2 Resultados da Hierarquização .................................................................... 182

3.2 ACESSIBILIDADE E CONECTIVIDADE ............................................................. 188 3.3 NÍVEL DE USO ATUAL OU POTENCIAL ........................................................... 204 3.4 CONDIÇÕES FÍSICAS E SERVIÇOS BÁSICOS ................................................ 205 3.5 QUADRO INSTITUCIONAL ................................................................................ 208

Page 6: município de Manaus

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3.6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES – VALIDAÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA DE MANAUS ........................................................................................................... 210

4 ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO PARA MANAU S ................ 214 4.1 ESTRATÉGIA GERAL E ESTRATÉGIAS SETORIAIS ....................................... 214 4.2 VALORIZAÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS PRINCIPAIS

.......................................................................................................................... 215 4.3 PORTFÓLIO E DEMANDA-META ...................................................................... 216 4.4 POSICIONAMENTO TURÍSTICO DESEJÁVEL ................................................. 217 4.5 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS REQUERIDOS ........................... 218 4.6 QUADRO INSTITUCIONAL ................................................................................ 219 4.7 GERAÇÃO DE MECANISMOS DE APOIO ........................................................ 220 4.8 DIRETRIZES SOCIOAMBIENTAIS .................................................................... 221

5 PLANO DE AÇÃO: SELEÇÃO DE PROCEDIMENTOS, AÇÕES E PR OJETOS ...... 223 5.1 VISÃO GERAL E AÇÕES PREVISTAS .............................................................. 223 5.2 DETALHAMENTO DO PLANO DE AÇÃO .......................................................... 225 5.3 DIMENSIONAMENTO DO INVESTIMENTO TOTAL .......................................... 244 5.4 SELEÇÃO E PRIORIZAÇÃO DAS AÇÕES ........................................................ 246

5.4.1 Metodologia para Priorização das Ações .................................................... 246 5.4.2 Matriz de Investimento do PRODETUR Nacional Manaus .......................... 248

5.5 DESCRIÇÃO DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS DO PRODETUR NACIONAL MANAUS ........................................................................................................... 249

5.6 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS ......................................... 255 5.6.1 Avaliação preliminar dos impactos socioambientais .................................... 255 5.6.2 Avaliação dos impactos socioambientais cumulativos do conjunto de

atividades e projetos a serem desenvolvidos .............................................. 258 5.6.3 Avaliação dos efeitos da implementação do plano sobre a qualidade de vida e

as características culturais da população de Manaus ................................. 258 5.6.4 Identificação de outros impactos estratégicos da implementação do Plano 259 5.6.5 Parâmetros a serem usados como indicadores dos impactos e efeitos

avaliados ..................................................................................................... 260 5.7 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL PARA O PLANO DE AÇÃO DO PDITS

MANAUS ........................................................................................................... 262 5.7.1 Estrutura Organizacional ............................................................................. 262 5.7.2 Acompanhamento, Avaliação e Melhoria .................................................... 263

6 MECANISMOS DE FEEDBACK: ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PRODETUR NACIONAL MANAUS .......................... ........................................................ 264

6.1.1 Objetivos ..................................................................................................... 264 6.1.2 Produtos Esperados .................................................................................... 265 6.1.3 Responsabilidades ...................................................................................... 274

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 275

Page 7: município de Manaus

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Chegadas de turistas pelo Amazonas, segundo os vinte principais países de residência permanente - 2001-2008 – Em % ....................................................................... 29 Tabela 2 – Estado do Amazonas - Fluxo Turístico Estrangeiro ........................................... 29 Tabela 3 – Estado do Amazonas - Fluxo Turístico Nacional ............................................... 30 Tabela 4 – Permanência Média Observada (dias) do Fluxo Turístico Total ........................ 31 Tabela 5 – Permanência Média Observada (dias) .............................................................. 31 Tabela 6 – Estado do Amazonas - Fluxo Turístico: 2003-2009 ............................................ 32 Tabela 7 – Estado do Amazonas - Crescimento do Fluxo Turístico - 2003/09 ..................... 33 Tabela 8 – Manaus: Unidades Habitacionais em Hotéis Urbanos e de Selva no Período 2003-08 ............................................................................................................................... 34 Tabela 9 – Resultados da Análise de Regressão de Desembarques de Passageiros nos Aeroportos Brasileiros em Função do PIB per Capita .......................................................... 49 Tabela 10 – Crescimento Econômico Mundial e Brasileiro – 2003/09 (em % ao ano) .......... 50 Tabela 11 – Projeção do Crescimento Econômico Mundial e do Brasil 2009/2020 .............. 50 Tabela 12 – Unidades Habitacionais do Estado do Amazonas e Capital, Ano 2009 ............ 51 Tabela 13 – Manaus - Projeção do Fluxo Turístico Nacional e Estrangeiro, em milhares .... 51 Tabela 14 – Região Norte e Brasil: Gasto Médio Individual ao Dia e Permanência Média ... 59 Tabela 15 – Manaus - Fluxo Turístico Estrangeiro – Gasto Médio Individual Dia, GMID, e Permanência Média Dia, PMD ............................................................................................. 60 Tabela 16 – Projeção do Gasto médio diário e taxa de permanência média – Turista Nacional............................................................................................................................... 61 Tabela 17 – Manaus: Receita PM e GMID do Fluxo Estrangeiro, 2009/20 ........................... 61 Tabela 18 – Manaus: Receita Turística Direta do Fluxo Nacional, 2090/20 ......................... 62 Tabela 19 – Manaus: Receita Turística Direta do Fluxo Estrangeiro, 2009/20 ..................... 63 Tabela 20 – Manaus – Projeção da Receita Turística 2009-2010 ........................................ 63 Tabela 21 – Manaus: Projeção da Renda Derivada da Receita Turística 2009-2020 ........... 65 Tabela 22– Manaus, Estado do Amazonas e Brasil – PIB, Em R$ bilhões (preços de 2009) ............................................................................................................................................ 66 Tabela 23 – Manaus e Brasil - Projeção do PIB, Em R$ Bilhões - Preços de 2009 .............. 66 Tabela 24 – Manaus: Projeção do Impacto da Renda do Turismo no PIB da Cidade .......... 67 Tabela 25 – Brasil - Distribuição do Gasto Turistas, Em 2002 ............................................ 68 Tabela 26 – Brasil - Distribuição do Gasto dos Turistas de Pacotes, em 2007 e 2009 ......... 68 Tabela 27 – Manaus - Renda Turística - Em R$ Milhões 2009-20 ....................................... 68 Tabela 28 – Brasil –Carga Tributária por Entidade Federativo, 2007-09 .............................. 69 Tabela 29 – Manaus - Renda Turística e Arrecadação Tributária Total, Em R$ Milhões 2009-20 ........................................................................................................................................ 69 Tabela 30 – Manaus -Arrecadação Fiscal Turística Municipal Total e por Atividades em R$ Milhões e Impacto Fiscal ..................................................................................................... 70 Tabela 31 – Manaus – Impacto Fiscal do Turismo na Arrecadação Municipal - Em 2009 .... 71 Tabela 32 – Projeção de UHs e Empregos Incrementais no Período 2009 a 2010 - Manaus ............................................................................................................................................ 71 Tabela 33 – Brasil - Principais Tipos de Hospedagem Utilizados na Principal Viagem Doméstica, em 2001 e 2005 ................................................................................................ 96 Tabela 34 – Manaus – Projeção de Unidades Habitacionais 2009-2020 ............................. 97 Tabela 35 – Matriz de Hierarquização dos Atrativos de Manaus ........................................ 182

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1– Entradas de Turistas Estrangeiros 2000-2001 .................................................... 28 Gráfico 2 – Dez Maiores Países Emissores de Fluxo Turístico Estrangeiro - Em 2008 ........ 30 Gráfico 3 – Dez Maiores Estados Emissores de Fluxo Turístico Nacional – Em 2008 ........ 31 Gráfico 4 – Estado do Amazonas – Fluxo Turístico: 2003-08 ............................................... 32 Gráfico 5– Manaus - Projeção do Crescimento do Fluxo Turístico 2009-2020 .................... 52 Gráfico 6 – Manaus: Projeção da Receita Turística 2009-2020, em R$ ............................... 64 Gráfico 7 – Manaus: Projeção da Renda Derivada da Receita Turística 2009-2020, Em R$ Milhões ................................................................................................................................ 65 Gráfico 8 – Brasil - Principais Tipos de Hospedagem Utilizados na Principal Viagem Doméstica, em 2001 e 2005 ................................................................................................ 96 Gráfico 9 – Número de Ocorrências Policiais por Zona Urbana ......................................... 128

LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Chegadas de turistas pelo Amazonas, segundo continentes de residência permanente - 2001-2008 (números absolutos) .................................................................... 27 Quadro 2 – Chegadas de turistas pelo Amazonas, segundo continentes de residência permanente – 2000-2008- Em % ......................................................................................... 27 Quadro 3 – Estado do Amazonas - Taxa Real de Crescimento do PIB dos Principais Mercados Emissores - Em %, .............................................................................................. 28 Quadro 4 – Perfil da Demanda Atual ................................................................................... 37 Quadro 5 – Segmentos Turísticos Atuais ............................................................................. 41 Quadro 6 – Produtos de Maior Comercialização em Manaus X Segmentos atendidos ........ 42 Quadro 7 – Perfil desejado do Turista de Manaus ............................................................... 48 Quadro 8 – Preços de pacotes Ecoturísticos nacionais ....................................................... 52 Quadro 9 – Preços de pacotes turísticos internacionais ....................................................... 53 Quadro 10 – Elementos Identificados no Estudo do Mercado .............................................. 55 Quadro 11 – Relação entre o Clima e as Atividades Turísticas ............................................ 73 Quadro 12 –Atrativos Turísticos de Manaus ........................................................................ 74 Quadro 13 – Indicadores dos Equipamentos de Hospedagem Urbanos do Amazonas e de Manaus ................................................................................................................................ 91 Quadro 14 – Indicadores dos Equipamentos de Hospedagem de Selva do Amazonas e de Manaus ................................................................................................................................ 91 Quadro 15 – Novos Empreendimentos Hoteleiros Urbanos - Manaus ................................. 92 Quadro 16 – Tipologias Hoteleiras que Devem Ser Incentivadas para Manaus ................... 95 Quadro 17 – Centro de Atendimento ao Turista ................................................................. 110 Quadro 18 – Metas de atendimento de rede de abastecimento de água para Manaus ...... 119 Quadro 19 – Macroprogramas e Programas Afetos ao Ministério do Turismo ................... 138 Quadro 20 – Programas e Projetos Relativos à AMAZONASTUR ..................................... 145 Quadro 21 – Composição do SISNAMA ............................................................................ 151 Quadro 22 – Unidades de Conservação Municipais - Manaus ........................................... 161 Quadro 23 – Unidades de Conservação Federais e Estaduais - Manaus .......................... 162 Quadro 24 – Alguns impactos ocasionados pela atividade turística no meio ambiente ...... 172 Quadro 25 – Análise SWOT ............................................................................................... 179 Quadro 26 – Aspectos da Hierarquização dos Atrativos de Manaus .................................. 180 Quadro 27 – Atratividade Comprometida ........................................................................... 184 Quadro 28 – Atratividade Mantida...................................................................................... 184 Quadro 29 – Atratividade Alta ............................................................................................ 186 Quadro 30 – Atrativos Turísticos localizados no Rio Negro – Manaus/AM ......................... 200 Quadro 31 – Relação entre a Situação Ideal, Pontos Fracos e Estratégias ....................... 214 Quadro 32 – Matriz de alinhamento estratégico do PDITS Manaus ................................... 223

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Quadro 33 – Custo por ação do componente Produto Turístico ......................................... 232 Quadro 34 – Custo por ação de comercialização ............................................................... 235 Quadro 35 – Custo por ação de Fortalecimento Institucional ............................................. 237 Quadro 36 – Custo por ação de Infraestrutura e Serviços Básicos .................................... 241 Quadro 37 – Custo por ação de Gestão Socioambiental ................................................... 243 Quadro 38 – Dimensionamento dos investimentos totais ................................................... 244 Quadro 39 – Critérios para Hierarquização das Ações ...................................................... 246 Quadro 40 – Impactos Potenciais das Ações do PDITS Manaus ....................................... 255 Quadro 41 – Linha de Base do Marco Lógico do Plano de Acompanhamento e Avaliação 267 Quadro 42 – Estrutura do Marco Lógico de Plano de Acompanhamento e Avaliação ........ 270

LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Complexo Stúdio 5 ............................................................................................ 106 Figura 2 – Fachada do Centro de Convenções do Amazonas ........................................... 107 Figura 3 – Municípios do Amazonas e Manaus – Acessos ................................................ 117 Figura 4 – Localização do Aeroporto, Terminal Rodoviário e Principais Portos.................. 118 Figura 5 – Área atendida por saneamento - Manaus, 2008................................................ 120 Figura 6 – mapa com localização de Terminais de Transporte Coletivo............................. 123 Figura 7– Em vermelho - localização das unidades de saúde em Manaus ........................ 126 Figura 8 – Complexo Vieiralves, Djalma Batista, João Valério e Rua Pará. ....................... 132 Figura 9 – Projeto para Nova Ponta Negra ........................................................................ 133 Figura 10 – Polos de Ecoturismo da Amazônia Legal ........................................................ 141 Figura 11 – Unidades de Conservação Municipais ............................................................ 162 Figura 12 – Imagem aérea das interseções - Avenidas Djalma Batista e Constantino Nery/

Ruas João Valério, Pará e Artur Bernardes ..................................................... 194 Figura 13 – Imagem aérea da interseção - Avenidas Djalma Batista e Constantino Nery/ 195 Figura 14 – Localização do terreno onde está prevista a construção do aquário ............... 228 Figura 15 – Estrutura Organizacional da GAI do PDITS .................................................... 262 Figura 16 – Sistema de Acompanhamento e Avaliação do PRODETUR Nacional Manaus 265

LISTA DE MAPAS Mapa 1 – Localização de Manaus........................................................................................ 23 Mapa 2 – Atrativos Turísticos Culturais de Manaus ............................................................. 77 Mapa 3 – Atrativos Turísticos Naturais e Técnico-Científicos de Manaus ............................ 85 Mapa 4 – Oferta de Serviços e Equipamentos de Hospedagem em Manaus ....................... 94 Mapa 5 – Oferta de Serviços e Equipamentos de Gastronomia em Manaus ..................... 100 Mapa 6 – Oferta de Serviços e Equipamentos de Agenciamento ...................................... 103 Mapa 7 – Oferta de Serviços e Equipamentos para Eventos em Manaus .......................... 108 Mapa 8 – Hierarquização dos Atrativos.............................................................................. 187 Mapa 9 – Corredores Urbanos de Manaus ....................................................................... 190 Mapa 10 – Principais vias de acesso aos atrativos turísticos de Manaus........................... 191 Mapa 11 – Pontos críticos de tráfego – Manaus ................................................................ 192 Mapa 12 – Atrativos Turísticos e Serviços e Equipamentos de Hospedagem, Gastronomia e Eventos de Manaus ........................................................................................................... 213

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LISTA DE FOTOS Foto 1 – Ponte sobre o Rio Negro...................................................................................... 114 Foto 2 – Ponto de Coleta Voluntária de material reciclável – Dom Pedro, Manaus ............ 121 Foto 3 – Pessoal da Semulsp recolhe o lixo reciclável ....................................................... 121 Foto 4 – Deficiência na drenagem urbana - chuva no centro de Manaus ........................... 122 Foto 5 – Enxurrada de lixo nos igarapés de Manaus ......................................................... 122 Foto 6 – Reservatório do Mocó .......................................................................................... 184 Foto 7 – Igreja Pobre Diabo ............................................................................................... 184 Foto 8 – Encontro das Águas ............................................................................................. 185 Foto 9 – Prédio da Alfândega ............................................................................................ 185 Foto 10 – Palacete Provincial ............................................................................................ 186 Foto 11 – Palácio Rio Negro .............................................................................................. 186 Foto 12 – Ponta Negra ....................................................................................................... 186 Foto 13 – Condição do Pavimento na Av. Constantino Nery – Principal Eixo de Ligação ao Centro da Cidade ............................................................................................................... 194 Foto 14 – Djalma Batista .................................................................................................... 194 Foto 15 – Centro da Cidade - Conflito entre fluxos de veículos e pedestres ...................... 196 Foto 16 – Reforma do Mercado Adolpho Lisboa - Pedestres trafegando na rua ................ 196 Foto 17 – Largo São Sebastião - Pedestres podem transitar com segurança .................... 196 Foto 18 – Largo São Sebastião - Sinalização para travessia de pedestres com segurança .......................................................................................................................................... 196 Foto 19 – Condição Precária da Sarjeta da Rua Tapajós ao Lado da Igreja São Sebastião .......................................................................................................................................... 197 Foto 20 – Acúmulo de Lixo na Calha Externa da Alfândega .............................................. 197 Foto 21 – Bola do Coroado ................................................................................................ 198 Foto 22 – Estrada da Ponta Negra..................................................................................... 199 Foto 23 – Píer de Recepção do Eco Park .......................................................................... 200 Foto 24 – Museu do Seringal ............................................................................................. 201 Foto 25 – Praia da Lua na época de cheia ......................................................................... 201 Foto 26 – Embarcações da Marina Davi ............................................................................ 202 Foto 27 – Novo Terminal de São Raimundo ...................................................................... 203 Foto 28 – Ceasa - Novas instalações para comércio ......................................................... 203 Foto 29 – Praia da Ponta Negra na cheia de 2009 ............................................................ 206 Foto 30 – Rua do Mercado Municipal - Cheia 2009 ........................................................... 207

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SIGLAS

ABAV – Associação Brasileira de Agências de Viagem

ABETA – Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura

ABIH – Associação Brasileira de Indústria de Hotéis

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

ADS – Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas

AMAZONASTUR - Empresa Estadual de Turismo do Estado do Amazonas

APA – Área de Proteção Ambiental

APEX Brasil – Agência de Promoção de Exportações do Brasil

APL – Arranjo Produtivo Local

APP – Área de Proteção Permanente

ARSAM – Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas

BASA – Banco da Amazônia

BB – Banco do Brasil

BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento

BIT – Box de Informação Turística

BNB – Banco do Nordeste

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BOH – Boletim de Ocupação Hoteleira

BRT – Bus Rapid Transit (Trânsito de Ônibus Rápido)

C&VB – Convention & Visitors Bureau

CAF – Corporação Andina de Fomento

CAIC – Centro de Atenção Integral à Criança

CAMI – Centro de Atenção ao Idoso

CAT – Centro de Atendimento ao Turista

CBTS – Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável

CEF – Caixa Econômica Federal

CEFAP – Centro de Formação de Policiamento de Praças

CEMAAM – Conselho Estadual de Meio Ambiente

CERH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos

CIGÁS – Companhia de Gás do Amazonas

CIGS – Centro de Instrução de Guerra

CITELUZ – Serviços de Iluminação Urbana

CMN – Conselho Monetário Nacional

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CODEFAT – Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador

COMCITEC – Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia

COMDEMA – Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente de Manaus –

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

CONSEG – Conselho Comunitário de Segurança

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

DECCT – Delegacia Especializada em Crimes contra o Turista

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral

ECO 92 – Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo

ETA – Estação de Tratamento de Água

FAMETRO – Faculdade Metropolitana de Manaus

FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador

FCO – Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste

FERA – Força Especial de Resgate e Assalto

FGV – Fundação Getúlio Vargas

FICFIDC – Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios

FIDC – Fundos de Investimento em Direitos Creditórios

FIFA – Federação Internacional de Futebol Associado

FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas

FMDMA – Fundo Municipal para o Desenvolvimento e Meio Ambiente

FMI – Fundo Monetário Internacional

FNE – Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste

FNO – Fundo Constitucional de Financiamento do Norte

FNRH – Ficha Nacional de Registro de Hóspede

FONATUR – Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo

FOH – Fórum de Operadores Hoteleiro

FUMCITEC – Fundo Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia

FUNGETUR – Fundo Geral de Turismo

GAI – Gestão Ambiental Integrada

G7 – Grupo de países dos sete mais industrializados e desenvolvidos economicamente do mundo, a saber: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá

GPS – Global Positioning System

IATA – International Air Transport Association – Associação Internacional de Transporte Aéreo

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IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICAM – Instituto da Criança

ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IGP-M – Índice Geral de Preços-Mercados

IH – Instituto de Hospitalidade

INPA – Instituto de Pesquisas do Amazonas

IPAAM – Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas

LGT – Lei Geral do Turismo

MANAUSCULT – Fundação Municipal de Cultura e Turismo

MANAUSTUR – Fundação Municipal de Eventos e Turismo

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

MH – Meios de Hospedagem

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MTUR – Ministério do Turismo

NEAPL – Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais

NGP – Núcleos de Gerência do Programa

NGP – Núcleos de Gerenciamento do Programa

NUDEC – Núcleo de Defesa Civil

OMT – Organização Mundial do Turismo

ONU – Organização das Nações Unidas

PAA – Programa de Aquisição de Alimentos

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

PAS – Plano Amazônia Sustentável

PCTS – Programa de Certificação do Turismo Sustentável

PDITS – Plano de Desenvolvimento Integrado de Turismo Sustentável

PDITS – Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável

PGAA/AM – Projeto de Gestão Ambiental Integrada

PGAM – Programa de Fortalecimento Institucional da Gestão Ambiental e Territorial do Estado do Amazonas

PIB – Produto Interno Bruto

PIM – Polo Industrial de Manaus

PIPT – Programa de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica

PM – Polícia Militar

PNAP – Plano Nacional de Áreas Protegidas

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PNDA – Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente

PNMT – Programa Nacional de Municipalização do Turismo

PNT – Plano Nacional do Turismo

PNTRAF – Programa Nacional de Turismo Rural na Agricultura Familiar

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPA – Plano Plurianual

PPG7 – Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais

PPOPE – Programa de Apoio à Pesquisa em Políticas Públicas

PREME – Programa de Regionalização da Merenda Escolar

PRÓ-ÁGUAS – Programa de Tratamento e Uso Racional das Águas nas Edificações

PRODETUR – Programa de Desenvolvimento do Turismo

PROECOTUR – Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal

PROGER – Programa de Geração de Emprego e Renda

PROMOVE – Programa de Regionalização de Móveis Escolares

PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PROSAMIM – Programa Social e Ambiental dos Igarapés da Cidade

PRT – Programa de Regionalização do Turismo

PS – Pronto-socorro

Rede TRAF – Rede de Turismo Rural na Agricultura Familiar

RMM – Região metropolitana de Manaus

ROCAM – Ronda Ostensiva Candido Mariano

SCA – Secretaria de Coordenação da Amazônia

SDS – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEINF – Secretaria de Estado de Infraestrutura

SEMAD – Secretaria Municipal de Administração

SEMDEC – Secretaria Municipal de Defesa Civil

SEMINF – Secretaria Municipal de Infraestrutura

SEMMAS – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SEMULSP – Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos

SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SEPLAN – Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral

SIMMA – Sistema Municipal de Meio Ambiente

SISCON – Sistema de Controle de Ocorrências

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SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SMAP – Sistema Municipal de Áreas Protegidas

SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

SNT – Sistema Nacional de Turismo

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SPA – Serviços de Pronto Atendimento

SPRN – Subprograma de Política de Recursos Naturais

TECBAN – Tecnologia Bancária S.A.

TELEMAR – Empresa Brasileira de Telecomunicações

TFTs – Terminais Fluviais Turísticos

UC – Unidade de Conservação

UEA – Universidade do Estado do Amazonas

UEE – Unidades Executoras Estaduais

UGP – Unidade de Gerenciamento do Programa

UHs – Unidades Habitacionais

WTTC – World Travel & Tourism Council – Conselho Mundial de Viagens e Turismo

ZEE/AM – Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Amazonas

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INTRODUÇÃO

O turismo é uma atividade em crescimento ao longo das últimas décadas e apresenta perspectivas promissoras para os próximos anos. Segundo a Organização Mundial de Turismo - OMT, algumas tendências devem nortear o desenvolvimento do turismo:

■ Destinos turísticos serão ecologicamente corretos e planejados;

■ Viagens anuais serão mais numerosas e terão curta distância e fortalecerão o turismo regional;

■ Viagens não terão apenas uma motivação. A conjunção de atrativos diferenciados num destino determinará sua demanda;

■ A viagem passará de mero deslocamento para uma experiência que proporcione, além do descanso, enriquecimento cultural.

Nota-se também que o turista tem se tornado cada vez mais informado e consciente. Importa-se não só com a qualidade do produto adquirido, mas também com o reflexo positivo que sua visita terá na comunidade visitada. Em linha com tais tendências, a OMT aponta segmentos promissores para o turismo em âmbito mundial: ECOTURISMO, TURISMO DE AVENTURA, TURISMO CULTURAL e TURISMO DE EVENTOS.

Apesar das boas expectativas, houve problemas que impactaram negativamente na atividade. Segundo levantamentos realizados pela OMT e pela World Travel & Tourism Council – WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), a crise econômica de 2008 teve grandes impactos negativos sobre o turismo internacional no mundo até o final do primeiro semestre de 2009. Outro fator que influenciou negativamente o fluxo turístico foi a epidemia do vírus Influenza A. É estimado pela OMT que a receita do turismo no mundo tenha reduzido 6% em 2009. Devido à crise econômica, o Produto Interno Bruto – PIB mundial caiu 2,1%. Os países desenvolvidos, que são os principais emissores de turistas, foram os mais afetados por ela. Consequentemente, o PIB mundial do turismo foi reduzido e cerca de 5 milhões de pessoas perderam o emprego na área.

Durante a crise, os consumidores tenderam a fazer viagens mais próximas da cidade de residência e, em vários lugares, o turismo doméstico sobreviveu à crise ou até mesmo cresceu. Dentre esses países, estão China, Brasil e Espanha, que, em geral, têm uma parcela significativa da demanda turística preenchida pelo turismo doméstico.

O Brasil tem se apresentado como destino líder na América do Sul, uma das regiões que, após a recente crise da economia mundial, apresentou menor índice de queda do crescimento do turismo, 1% contra uma média de 5% nos números globais.

Segundo estimativas da WTTC, o Brasil deverá ter a décima maior indústria de turismo e viagens do mundo em 2010. Em termos absolutos, o país deve gerar mais de 5 milhões de empregos e aparecerá em sétimo lugar no ranking mundial, e subirá para a quinta posição em 2020, com quase 8 milhões de empregos, direta ou indiretamente, relacionados ao setor do turismo. O país também figura no ranking dos dez que mais possuem empregos diretos na área: 5º lugar em 2010 (2,2 milhões de pessoas) e projeção de 2,9 milhões de pessoas em 2009 (4º lugar). Apesar de possuir uma quantidade grande de pessoas empregadas na

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área, o Brasil não aparece no ranking em termos relativos (percentual da população do país com emprego direto ou indireto no turismo).

No Brasil, a realização de dois grandes eventos esportivos, a Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Verão em 2016, consolidará a posição do país como destino líder dentro do mercado turístico da América do Sul, uma vez que cooperam para o desenvolvimento e crescimento do país. São vários exemplos de países que impulsionaram suas economias, transformaram suas cidades, melhoraram suas imagens como destinos turísticos a partir de sua longa exposição, em função de serem sedes de tais mega eventos.

A WTTC prevê que o Brasil ganhe maior destaque em relação aos emissores de turistas internacionais até 2020, com 9,6% de crescimento ao ano. Com base no que é feito com as políticas de turismo no país, estima-se que o Brasil seja o 9º colocado com relação aos investimentos realizados no setor entre 2010 e 2020, em termos absolutos. Tal situação faz com que o país ocupe a 5ª posição no ranking relativo ao aumento do capital investido em turismo e viagens em 2010 (6,1%). Para o período de 2010 a 2020, a projeção é de 9,8% ao ano (4º lugar no ranking).

No que tange aos aspectos normativos, o Setor Turístico no Brasil é regido pela lei n° 11.771/08, de setembro de 2008. Intitulada como Lei Geral do Turismo, dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, assim como define atribuições do Governo Federal em planejamento, desenvolvimento e estímulo do setor turístico. Além disso, esta lei disciplina a prestação de serviços turísticos, cadastro, classificação e fiscalização dos prestadores de serviços turísticos.

Segundo a mesma lei, a Política Nacional do Turismo é regida por um conjunto de leis e normas, voltadas ao planejamento e ordenamento do setor, e por diretrizes, metas e programas definidos no Plano Nacional do Turismo – PNT, estabelecido pelo Governo Federal.

A partir da criação do Ministério do Turismo – MTur no Brasil e do lançamento do PNT, uma nova política para o setor teve início. Adotou-se um modelo de gestão e estruturação da oferta descentralizada e participativa, em que produtos turísticos segmentados são priorizados. Estes têm por base pesquisas realizadas junto aos mercados nacionais e internacionais identificados como estratégicos.

O Programa de Desenvolvimento do Turismo - PRODETUR Nacional é um dos mais importantes programas em andamento na esfera federal. Surgiu a partir do interesse de diversos estados brasileiros em obter financiamento para o desenvolvimento turístico, a fim de alcançar as metas do Plano Nacional de Turismo.

O objetivo geral do PRODETUR Nacional é proporcionar o alcance das metas do PNT. O intuito é ampliar o papel desempenhado pelo setor no processo de desenvolvimento do país e reduzir a desigualdade de renda da população.

A partir dessa linha de financiamento, oriunda do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e da Corporação Andina de Fomento – CAF, os investimentos serão direcionados aos componentes elegíveis.

Para se dar início às ações do PRODETUR Nacional, estados e municípios que aprovaram suas cartas-consulta devem elaborar o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PDTIS.

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Nesse contexto, para obtenção de financiamento do PRODETUR Nacional, o município de Manaus apresenta o PDTIS para a área turística do município de Manaus.

O PDITS Manaus está dividido em três volumes:

■ Volume I – é o PDITS Manaus em si, composto também por anexos;

■ Volume II – diz respeito ao Resumo Executivo do PDITS Manaus; e

■ Volume III – apresenta o Relatório do Processo de Participação Pública e Validação do PDITS Manaus.

O Volume I, correspondente ao presente documento, é composto pelos seguintes capítulos:

Objetivos do PDITS Manaus – enumera objetivos gerais e específicos para o PDITS Manaus;

Diagnóstico Estratégico de Manaus – apresenta análise do mercado turístico, da infraestrutura básica e dos serviços gerais de Manaus, do quadro institucional e dos aspectos socioambientais da Cidade;

Validação da Seleção da Área Turística – constituída pela análise da importância dos atrativos turísticos, da acessibilidade e conectividade, do nível de uso atual e potencial, das condições físicas e serviços básicos e do quadro institucional e aspectos legais da Área Turística;

Estratégias de Desenvolvimento Turístico para Manau s – engloba a definição das estratégias de turismo para Manaus. Leva-se em consideração: valorização e exploração dos principais atrativos; posição de Manaus quanto ao desenvolvimento turístico e sua relação com as ações a serem propostas; posicionamento turístico desejável e estratégias de comercialização; geração de mecanismos de apoio; infraestruturas e serviços básicos requeridos; quadro institucional e diretrizes socioambientais;

Plano de Ação – apresenta a visão geral do conjunto de ações e projetos de investimento a serem realizados para o alcance dos objetivos do PDITS Manaus; um quadro onde são indicados os investimentos totais a serem realizados no Município; a metodologia utilizada para priorização das ações e a Matriz de Investimento; quadros descritivos das ações elegíveis para realização durante os dezoito primeiros meses de financiamento pelo PRODETUR Nacional; identifica os impactos ambientais positivos e negativos que poderão surgir a partir da implementação das ações propostas; e apresenta o programa de gestão ambiental para o Plano;

Mecanismos de Feedback: Acompanhamento e Avaliação do PDITS – indica os atores e os mecanismos necessários para promover o monitoramento da evolução da situação do turismo em Manaus, a avaliação dos resultados, bem como da revisão do Plano.

A metodologia adotada para a elaboração deste documento segue a estrutura e conteúdo constantes nos Termos de Referência para sua consecução e se baseia em pesquisas primárias e secundárias de natureza quantitativa e qualitativa. Entre as pesquisas secundárias utilizadas, ressaltam-se:

■ AMAZONASTUR – Síntese dos Indicadores do Turismo no Amazonas 2003-2008;

■ Ministério do Turismo – Estudo da Demanda Turística Internacional 2004-2008;

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■ Ministério do Turismo – Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil 2003-2007 – dados referentes à Região Norte;

■ PROECOTUR – Estudo de Mercado, 2009;

■ Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR/ Fundação Getúlio Vargas - FGV -Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais no Brasil, 2010.

A utilização de tais pesquisas possibilita grande vantagem ao componente analítico que permeia o trabalho, em função da possibilidade da caracterização de tendências, uma vez que foram aplicadas em, pelo menos, um espaço temporal de quatro anos subsequentes. Ademais, são recentes e sua utilização possibilita o nivelamento com outros estudos de natureza governamental e privada.

As pesquisas primárias realizadas foram direcionadas aos serviços e equipamentos turísticos, bem como aos atrativos e à infraestrutura de apoio ao turismo.

Ao longo do documento, foram utilizados os conceitos constantes nos Manuais de Segmentação do MTur1, a saber:

ECOTURISMO é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua cons ervação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

TURISMO CULTURAL compreende as atividades turística s relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materia is e imateriais da cultura.

TURISMO DE PESCA compreende as atividades turística s decorrentes da prática da pesca amadora.

TURISMO NÁUTICO caracteriza-se pela utilização de e mbarcações náuticas como finalidade da movimentação turística.

TURISMO DE AVENTURA compreende os movimentos turíst icos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recrea tivo e não competitivo.

TURISMO DE SOL E PRAIA constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, ao entretenimento ou ao descanso em prai as, em função da presença conjunta de água, sol e calor.

TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS compreende o conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional , associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social.

Permeando as segmentações consideradas estão as atividades de Lazer e Entretenimento que envolvem as atividades realizadas em empreendimentos diversionais, tais como parques urbanos, parques de diversões, centros culturais, shoppings centers, casas de shows e que se relacionam de forma positiva com todos os segmentos, promovendo o aumento do gasto médio diário e aumento de permanência do turista no destino. Estes possuem complementaridade e sinergia com segmentações importantes para Manaus, destacando-se o Ecoturismo e o Turismo de Negócios e Eventos.

1 http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/14manuais.html

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1 OBJETIVOS DO PDITS MANAUS

Selecionou-se como horizonte de curto prazo o período de 2010 a 2012, que antecede ao período de realização da Copa do Mundo FIFA 2014. Como médio prazo, foi considerado o período de 2012 a 2014 e, como longo prazo, 2014 a 2020. As previsões do presente trabalho estão alinhadas às estatísticas procedentes dos principais organismos internacionais a exemplo da WTCC e OMT.

Assim, têm-se como Objetivos Gerais:

■ Consolidar Manaus como destino ecoturístico de âmbi to internacional;

■ Fortalecer o destino para a prática do Ecoturismo e para o turismo de Negócios e Eventos e aproveitar as oportunidades propiciadas pela Copa 2014;

■ Melhorar a qualidade de vida da população residente ;

■ Aumentar as receitas provenientes da atividade turí stica;

■ Capacitar o Município para a Gestão do Turismo.

Como objetivos específicos , têm-se:

CURTO PRAZO ( 2010-2012):

■ Fortalecer o Ecoturismo;

■ Consolidar a imagem de Manaus como Portal de Entrada para a Amazônia Brasileira;

■ Promover o usufruto turístico do Rio Negro;

■ Fortalecer a Gestão do Turismo Municipal;

■ Aperfeiçoar e expandir os serviços de atendimento ao turista;

■ Capacitar os agentes que atuam na prestação dos serviços turísticos;

■ Integrar a área urbana de Manaus aos hotéis de selva.

MÉDIO PRAZO (2012-2014)

■ Consolidar o segmento Cultural;

■ Ampliar as condições de acessibilidade a Manaus e melhorar as condições de mobilidade urbana;

■ Melhorar a infraestrutura de apoio ao turismo;

■ Promover a sustentabilidade ambiental das áreas naturais de atração turística.

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NO LONGO PRAZO (2014-2020)

■ Promover a Gestão da Qualidade para o Turismo.

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2 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DE MANAUS E DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS

2.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL DE MANAUS

Manaus, capital do estado do Amazonas, ocupa uma área de 11.401km², equivalente a 0,73% do Estado. É a maior Cidade da região Norte do Brasil.

LOCALIZA -SE À MARGEM ESQUERDA DO RIO NEGRO, ENTRE 2°57’ E 3°10’ DE LATITUDE S E 59°53’ E 60°07’ DE LONGITUDE W. LIMITA-SE AO NORTE COM O MUNICÍPIO DE PRESIDENTE FIGUEIREDO; AO SUL , COM OS MUNICÍPIOS DO CAREIRO E IRANDUBA ; A LESTE, COM O MUNICÍPIO DE RIO PRETO DA EVA E AMATARI ; E A

OESTE, COM O MUNICÍPIO DE NOVO AIRÃO, CONFORME O

Mapa 1.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE (2009), Manaus possui população de 1.738.641 habitantes, a 8ª cidade mais populosa do Brasil e cresce cerca de 10% a mais em relação a outras capitais brasileiras. A Região Metropolitana de Manaus, conta com 2.006.870 habitantes espalhados por oito municípios do estado do Amazonas, porém, sem conurbação.

O relevo de Manaus é caracterizado por planícies, baixos planaltos e terras firmes, com uma altitude média inferior a 100 metros. A cidade está situada no centro da Planície Amazônica, à margem esquerda do Rio Negro, distante 18 km de sua confluência com o Rio Solimões e a 2.000 km do Oceano atlântico.

O solo predominante na região é o Latossolo Amarelo, que devido às características físicas é apto à exploração racional, desde que sejam melhoradas suas condições de fertilidade e corrigida sua elevada acidez. Há presença de solos Hidromórficos Gleyzados nos trechos próximos aos canais dos rios.

A região é fortemente influenciada pela pronunciada sazonalidade das precipitações. O regime pluviométrico é base para o conceito popular de estações do ano: a estação chuvosa, de dezembro a maio, mais longa é o inverno. A seca, que dura, em geral, de junho a novembro, é o verão. A bacia Amazônica apresenta chuvas que começam entre novembro e dezembro, na região ao sul do Equador e, meses mais tarde, ao norte do Equador, e estende-se por quatro a cinco meses. Algumas ilhas, praias e partes da floresta ficam submersas durante a época de chuvas intensas.

A Bacia Hidrográfica Amazônica é a maior do mundo, com uma drenagem de 5,8 milhões de km², com 3,9 milhões no Brasil, em que se concentram dez dos 20 maiores rios do Planeta. A parte brasileira da bacia equivale à área de 15 países da Europa. Possui cerca de 25.000 km navegáveis e pode atingir a Bacia Platina, a Bacia do São Francisco, a Bacia do Orenoco, na Venezuela, e o Rio Madalena, na Colômbia.

A importância dos rios amazônicos para a humanidade pode ser percebida numericamente, uma vez que 20% da água doce produzida no mundo provêm dessa Região. Estes rios, no plano local, constituem as principais artérias de comunicação regional.

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MAPA 1 – LOCALIZAÇÃO DE MANAUS

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Apesar da aparente homogeneidade, os rios amazônicos diferem quanto à qualidade de suas águas e sua geomorfologia. Os principais que passam pela capital do Amazonas são: Rio Negro, Rio Solimões e Rio Amazonas.

RIO NEGRO – Possui águas muito escuras devido à decomposição da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pelas inundações. Quando o Solimões encontra o Rio Negro, passa a chamar-se Amazonas. Com mais de 1.750 km de extensão, o Rio Negro corta a floresta amazônica desde suas nascentes, na Colômbia, até o encontro com o Rio Solimões, junto à cidade de Manaus. Nesse ponto, as águas escuras do primeiro juntam-se às águas barrentas do segundo para formar o Rio Amazonas. A vazão média anual de quase 29 mil m³ por segundo permite calcular que o volume de água que passa pela foz do Rio Negro, por dia, é cerca de oito vezes maior que toda a água consumida no Brasil, no mesmo período, o que inclui atividades agrícolas (irrigação) e industriais. Na região de floresta tropical úmida, com alto índice de chuvas, predominam as chamadas águas negras, ricas em carbono orgânico dissolvido e ácido.

RIO SOLIMÕES – Apresenta grande fertilidade, que pode ser explicada por sua formação geológica. Possui sua cabeceira situada nos Andes, montanhas formadas no período terciário e compostas de sedimentos marinhos. Em consequência, a água deste rio é rica em cátions como cálcio, potássio, sódio, magnésio e outros. Esta riqueza permite grande produção primária por meio da síntese de matéria orgânica, a partir do gás carbônico, sais minerais e energia solar. Devido à passagem deste rio e de seus afluentes pelos Andes e por regiões desmatadas, o Solimões apresenta grande carga de sedimentos argilosos em suspensão. Portanto, suas águas apresentam a coloração "café com leite", e são conhecidas como águas brancas.

RIO AMAZONAS – Nasce no norte da cordilheira dos Andes peruana, numa altitude de 5,3 mil metros. É alimentado por cerca de 1.100 afluentes. Percorre parte do território brasileiro como rio Solimões. Só passa a ser denominado rio Amazonas após a junção de suas águas com as do rio Negro, no município de Manaus.

O Encontro das Águas caracteriza-se pela diferença de coloração das águas do rio Negro e do Solimões, que percorrem vários quilômetros antes de se misturarem. Este é um importante atrativo turístico natural de Manaus.

O volume de água do Rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O Oceano Atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova, quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m de altura, avançando rio adentro, e tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio. Este fenômeno é denominado “Pororoca” e ocorre nos estuários rasos dos rios que desembocam no golfo amazônico e no Rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá.

Dentre os muitos afluentes do Rio Amazonas, alguns merecem destaque, como os rios Madeira (com extensão de 3.200km), Xingu e Tapajós, na margem direita, e Negro, Trombetas e Jari, na margem esquerda, que exercem grande influência nas respectivas regiões.

A Amazônia brasileira abriga uma das maiores biodiversidades do mundo e uma grande quantidade de espécies endêmicas, que representam um banco genético de grande potencial para pesquisa e exploração econômica. Compreende, ainda, cerca de 40% dos remanescentes de floresta tropical do Planeta. Tem uma importante função na manutenção

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de processos ecológicos globais, em particular, no ciclo biogeoquímico do carbono e na regulação do clima. A região apresenta uma grande variedade de paisagens, influenciadas por fatores edafoclimáticos, como diferenças no relevo, composição da água dos rios e variações microclimáticas locais. A diversidade de ambientes inclui desde densas matas de terra firme e inundadas até regiões de cerrado, campinas e campos abertos e, por conseguinte, fauna e flora com características diferenciadas em cada local.

Manaus é o Portal de Entrada para a maior floresta tropical úmida do mundo: a floresta Amazônica, portanto, possui boa parte dos espécimes ali presentes. Abriga vários tipos de plantas e de espécies com folhas permanentes, encarregadas de deixar a floresta com um verde intenso o ano inteiro. Além disso, há inúmeras espécies de pássaros, anfíbios e insetos, encontrados principalmente na área rural.

A economia de Manaus baseia-se, em especial, nas atividades industriais e no comércio. A cidade possui o aeroporto mais movimentado da Região Norte e o terceiro do Brasil em movimentação de cargas, chamado Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.

Manaus possui posição privilegiada, tanto geográfica quanto economicamente. Sua participação no Produto Interno Bruto – PIB da Região Norte é de 25,7% e no PIB brasileiro é de 1,3%, de acordo com o IBGE (2007). A cidade é um dos maiores centros industriais do Brasil. Atua na área de eletrônicos e é destaque na indústria da construção. Outras indústrias na cidade são as de tecidos, produtos químicos e produtos alimentícios.

Apesar de a indústria ser de grande importância para a Manaus, outras áreas econômicas têm se destacado no contexto da cidade, como construção civil, turismo, desporto e serviços.

A cidade também foi escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo FIFA 2014 e, para receber o evento, serão implementadas ações com valor total de R$ 2.468.700 bilhões.

No que diz respeito ao turismo, Manaus possui grande potencialidade, devido às características geográficas e econômicas. Mas todo este potencial é ainda pouco explorado. Assunto este a ser tratado no decorrer do documento.

2.2 MERCADO TURÍSTICO

O Planejamento desenvolvido no âmbito do PRODETUR Nacional, enquanto programa de desenvolvimento do turismo, está balizado em estudos de demanda real e potencial, além de contextualizar a competitividade dos produtos de cada área turística no cenário regional, nacional e internacional. Tais estudos compõem o rol de informações para efetivação de propostas que contemplam fatores e variáveis possíveis e necessários para embasar as análises e proposições que integram o escopo do PDITS e estão desenvolvidos neste capítulo.

Conforme recomendação do MTur, a análise do mercado turístico de Manaus foi realizada em função de suas vocações principais, traduzida nos tipos de turismo e linhas de produto com maior perspectiva e inserção mercadológica.

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2.2.1 Análise da Demanda Turística Atual

Para a realização dos estudos de demanda, optou-se pela adoção de pesquisas primárias de natureza qualitativa realizadas em agências e operadoras turísticas. O intuito é aprofundar o conhecimento do comportamento da demanda por meio da complementação de um conjunto de pesquisas pré-existentes, utilizadas como base de dados principal.

A metodologia adotada parte do princípio de que existem informações de natureza quantitativa e qualitativa valiosas, advindas de pesquisas primárias e recentemente empreendidas pelo MTur e pela Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR.

A utilização de tais pesquisas possibilita grande vantagem ao componente analítico que permeia o trabalho desenvolvido em função da possibilidade da caracterização de tendências, uma vez que foram aplicadas em, pelo menos, um espaço temporal de quatro anos subsequentes. Ademais, elas são recentes e sua utilização possibilita o nivelamento com outros estudos de natureza governamental e privada.

A) TENDÊNCIAS NO PERFIL QUANTITATIVO DOS VISITANTES ATUAIS

Procedência do Fluxo Turístico Estrangeiro

O volume de turistas estrangeiros em Manaus será analisado com base nos dados já citados e nos dados de fluxo turístico de hotelaria, coletados pelo órgão oficial de turismo do Estado, a AMAZONASTUR, por meio da Ficha Nacional de Registro de Hóspede - FNRH e do Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH. Embora representem apenas uma parcela do fluxo total de estrangeiros na Capital, tais fontes aportam informações importantes para efeito de análise atual e tendencial do turismo em Manaus.

Estão resumidas e apresentadas nos quadros e gráficos seguintes estatísticas sobre a entrada de turistas estrangeiros no Brasil pelo estado do Amazonas, provenientes dos 21 principais países emissores e respectivos continentes de residência permanente, no período de 2001 a 2008. Conforme pode ser observado nos quadros, América do Norte, América do Sul e Europa são os três mercados geográficos emissores mais importantes de fluxo turístico no Estado. Respondem, na ordem, por 43,2%, 36% e 11,1% do total de 34.574 que entraram no Estado no ano de 2008. Embora estas participações não tenham se alterado significativamente em relação ao ano de 2000, de 40,4%, 38,5% e 12,2%, no período, observam-se grandes oscilações. O pico na América do Norte foi alcançado em 2006, quando respondeu por 59,6% do fluxo de entradas, já América do Sul e Europa tiveram seu pico em 2002, com 51,2% e 35,0%, respectivamente.

Ainda, em termos de mercados emissores continentais, vale destacar o crescimento da América Central e Caribe que, no período, teve sua participação aumentada de 0,7% para 2,8% e alcançou 8,2% em 2007. Costa Rica e Panamá são os principais países emissores deste mercado. Também cresceu significativamente no período a participação da Ásia, que passou de 3,9% para 5,7%, com alcance de 9,4% em 2006. Japão, Coréia do Sul e China são os principais países emissores do continente asiático.

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QUADRO 1– CHEGADAS DE TURISTAS PELO AMAZONAS , SEGUNDO CONTINENTES DE RESIDÊNCIA PERMANENTE - 2001-2008 (NÚMEROS ABSOLUTOS )

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total no Amazonas 28.015 19.949 17.212 20.478 23.427 32.744 30.584 34.574

África 19 59 53 53 60 80 73 83 América Central e Caribe 181 150 258 361 387 268 2.508 963

América do Norte 10.269 1.752 5.710 7.804 8.675 19.519 13.394 14.944

América do Sul 10.817 10.215 6.280 7.748 8.950 6.674 8.279 12.442 Ásia 1.080 449 584 662 718 3.076 1.579 1.972 Europa 4.485 6.990 4.008 3.511 4.278 2.880 4.382 3.854 Oceania 319 157 316 334 332 217 369 316 Não especificados 803 135 1 1 3 - - -

Fonte: Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo.

QUADRO 2– CHEGADAS DE TURISTAS PELO AMAZONAS , SEGUNDO CONTINENTES DE RESIDÊNCIA PERMANENTE - 2000-2008- EM %

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 África 0,1 0,1 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 América Central e Caribe 0,7 0,6 0,8 1,5 1,8 1,7 0,8 8,2

América do Norte 40,4 36,7 8,8 33,2 38,1 37,0 59,6 43,8

América do Sul 38,5 38,6 51,2 36,5 37,8 38,2 20,4 27,1 Ásia 3,9 3,9 2,3 3,4 3,2 3,1 9,4 5,2 Europa 12,2 16,0 35,0 23,3 17,1 18,3 8,8 14,3 Oceania 1,1 1,1 0,8 1,8 1,6 1,4 0,7 1,2 Oriente Médio 0,2 0,1 0,2 0,0 0,0 0,1 0,1 Não especificados 3,0 2,9 0,7 0,0 0,0 0,0 - -

Total no Amazonas 100,0 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo.

Page 28: município de Manaus

28

GRÁFICO 1– ENTRADAS DE TURISTAS ESTRANGEIROS 2000-2001

-

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

África América Central e Caribe América do Norte

América do Sul Ásia Europa

Oceania Oriente Médio

Fonte: Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo.

Cabe registrar que não se verifica qualquer correlação entre emissão de fluxo turístico desses mercados para o estado do Amazonas e respectivas taxas de crescimento econômico, apresentadas no Quadro 3.

QUADRO 3 – ESTADO DO AMAZONAS - TAXA REAL DE CRESCIMENTO DO PIB DOS PRINCIPAIS MERCADOS EMISSORES - EM %,

MERCADO GEOGRÁFICO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

América do Norte 5,3 1,4 2,4 2,0 3,6 3,1 3,5 2,7 1,5 -3,9 Américas * 4,2 0,7 0,5 2,2 6,0 4,7 5,6 5,8 4,3 -1,8 União Européia 4,0 2,1 1,4 1,5 2,7 2,2 3,4 3,1 0,9 -4,1 Fonte: FMI (2010) - (*) Exceto EUA e Canadá.

Em termos de países de residência permanente, os Estados Unidos mantêm-se isoladamente na dianteira, e responde com uma participação média de 1/3 do fluxo de entrada de turistas estrangeiros no Estado, com taxa mínima de 5,9% em 2002, e máxima de 56,9% em 2006.

Por serem países fronteiriços com o Estado do Amazonas, Colômbia, Peru e Venezuela vêm em seguida, respondendo com 11,5%, 7,8% e 5,7%, respectivamente, pela chegada de turistas no Estado. Na Europa, são alemães e ingleses que mais entram no Brasil, em que Manaus é Portal de Entrada. No entanto, chama a atenção o declínio da participação alemã no período, que caiu de 9,6%, em 2001, para 1,3%, em 2008, conforme tabela a seguir.

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TABELA 1 - CHEGADAS DE TURISTAS PELO AMAZONAS , SEGUNDO OS VINTE PRINCIPAIS PAÍSES DE RESIDÊNCIA PERMANENTE - 2001-2008 – EM %

ANO 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 MÉDIA 2001-2008

EUA 32,9 5,9 29,3 34,3 33,1 56,9 38,5 39,0 33,7

Colômbia 1,9 3,1 18,2 17,0 17,5 11,2 12,5 10,3 11,5

Peru 3,0 4,1 8,7 10,7 10,1 7,0 7,2 11,3 7,8

Venezuela 10,9 6,6 4,6 5,0 5,4 0,3 3,9 9,0 5,7

Alemanha 9,6 5,8 4,1 3,8 3,8 1,8 1,9 1,3 4,0

Inglaterra 0,9 1,0 10,3 4,7 5,7 1,4 1,7 2,4 3,5

Argentina 3,8 10,0 0,7 1,3 1,1 0,5 0,7 1,3 2,4

Equador 3,6 4,2 2,1 1,3 1,7 0,2 1,1 3,2 2,2

Japão 1,2 0,7 0,5 1,0 0,9 8,1 1,8 1,9 2,0

Canadá 2,5 1,8 0,8 1,5 1,3 2,0 3,3 2,6 2,0

México 1,2 1,0 3,0 2,3 2,6 0,7 2,1 1,6 1,8

França 1,6 3,3 1,2 2,3 2,2 0,9 1,2 1,4 1,8

Espanha 0,4 4,7 0,6 0,9 0,9 0,3 2,0 1,0 1,4

Itália 0,7 5,5 0,6 0,8 0,8 0,4 0,6 0,9 1,3

Austrália 0,9 0,6 1,7 1,4 1,2 0,6 1,1 0,8 1,0

Israel 0,2 0,1 1,4 1,1 1,0 0,7 0,7 0,9 0,8 República da Coréia

1,2 0,5 0,4 0,3 0,3 0,3 1,3 1,4 0,7

Holanda 0,4 0,2 0,6 1,0 0,9 0,4 1,1 0,9 0,7

Panamá 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 1,9 0,6 0,5

Costa Rica 0,0 - 0,1 0,2 0,2 0,1 1,7 0,5 0,4 Fonte: Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo.

O total de turistas estrangeiros que visitou o estado do Amazonas no período de 2003 a 2008, segmentado por hotéis urbanos e de selva, está apresentado na Tabela 2. Foram 138.280 turistas em 2008, contra 49.935, em 2003, o que representa um crescimento exponencial da ordem de 23,1% ao ano.

TABELA 2 - ESTADO DO AMAZONAS - FLUXO TURÍSTICO ESTRANGEIRO

TIPO DE HOSPEDAGEM 2003 2004 2005 2006 2007 2008 RELAÇÃO

2008/03 CRESC. ANUAL

Urbano 40.973 43.533 67.990 91.769 109.191 121.071 2,95 24,2%

Selva 7.962 8.069 12.369 17.405 15.276 17.210 2,16 16,7%

Total 48.935 51.602 80.359 109.174 124.467 138.281 2,83 23,1% Fonte: Fonte: AMAZONASTUR (2009).

Do total de turistas estrangeiros que se hospedaram em hotelaria urbana e de selva em 2008, 24,5% foram procedentes dos Estados Unidos, seguidos pelos da Alemanha, França e China, com participações de 8,9%, 7,9% e 7,8%, respectivamente, conforme Gráfico a seguir. Ressalta-se a alta participação dos dez principais países emissores, de 77%, em

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30

relação ao total de turistas estrangeiros, representados pelo grupo dos sete países mais ricos, dito G72, mais China, Espanha e Portugal.

GRÁFICO 2 – DEZ MAIORES PAÍSES EMISSORES DE FLUXO TURÍSTICO ESTRANGEIRO - EM 2008

24%

9%

8%

8%6%

5%

5%

3%

3%

23% Estados Unidos

Alemanha

França

China

Japão

Itália

Espanha

Inglaterra

Canadá

Fonte: Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo.

Procedência do Fluxo Turístico Nacional

O total de turistas nacionais que visitou o estado do Amazonas, no período 2003 a 2008, hospedados em hotéis urbanos e de selva, está apresentado na Tabela 3. Foram 202.602 turistas em 2008, contra 91.275 em 2003, o que representa um crescimento exponencial da ordem de 17,3% ao ano. Diferentemente do que foi observado com o fluxo estrangeiro, o fluxo turístico nacional cresceu mais rapidamente no segmento da hotelaria de selva que no de hotelaria urbana, de 30,4% contra 16,8% ao ano. Para o fluxo estrangeiro, o crescimento foi, respectivamente, de 24,2% contra 16,7%. Mas, em ambos os casos, observa-se um crescimento espetacular da demanda turística pelos dois segmentos mais importantes da capital amazonense, o turismo de natureza e o de negócios e eventos.

TABELA 3 - ESTADO DO AMAZONAS - FLUXO TURÍSTICO NACIONAL

TIPO DE HOSPEDAGEM 2003 2004 2005 2006 2007 2008 RELAÇÃO

2008/03 CRESC. ANUAL

Urbano 88.733 94.985 104.426 140.929 173.735 193.004 2,18 16,8%

Selva 2.542 2.989 3.942 6.563 7.632 9.598 3,78 30,4%

Total 91.275 97.974 108.368 147.492 181.367 202.602 2,22 17,3% Fonte: AMAZONASTUR (2009).

Em conformidade com o Gráfico 3, do total de turistas brasileiros que se hospedaram em hotelaria urbana e de selva em 2008, mais de 1/3 foram procedentes do estado de São Paulo, seguidos pelo Rio de Janeiro, com 10%, o Distrito Federal, com 7%, e o Pará, com 6%. Também cabe realçar a alta participação dos dez principais estados emissores, de 78%, em relação ao total de turistas nacionais, representados pelas maiores economias do país e dos estados vizinhos ao Amazonas.

2 Denominação dada aos países mais industrializados do mundo: Grã-Bretanha, Japão, Alemanha, França, Itália, Canadá e Estados Unidos da América. A Rússia às vezes é incluída no grupo em notícias de jornais

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31

GRÁFICO 3 - DEZ MAIORES ESTADOS EMISSORES DE FLUXO TURÍSTICO NACIONAL – EM 2008

34%

10%

7%6%5%

4%

3%

3%

3%

3%

22% São Paulo

Rio de Janeiro

Distrito Federal

Pará

Roraima

Minas Gerais

Ceará

Paraná

Rondônia

Fonte: AMAZONASTUR (2009).

Permanência Média do Fluxo Turístico Estrangeiro e Nacional

A Tabela 4 aponta dados referentes à permanência do turista para qualquer que seja o meio de hospedagem. A permanência média do fluxo estrangeiro é 12 dias, com mínima de 8,2 e máxima de 15 dias, os dados são da pesquisa “Perfil da Demanda Turística Internacional” (MTUR, 2009) e se referem à capital Manaus, para o período 2004 a 2008. Para o fluxo nacional, tem-se uma média de 15 dias, obtida da pesquisa “Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil” (MTUR/FIPE, 2002 e 2006), referente aos anos 2001 e 2005.

TABELA 4 - PERMANÊNCIA MÉDIA OBSERVADA (DIAS) DO FLUXO TURÍSTICO TOTAL

ORIGEM 2001 2004 2005 2006 2007 2008 2009 MÉDIA 2001/09

Estrangeiro nd 9,90 15,00 14,00 12,97 8,20 nd 12,0

Nacional 15,5 nd 14,7 nd nd nd nd 15,1 Fontes: MTUR (2003, 2005, 2007 e 2009).

Para o fluxo de hotelaria, os dados estão desagregados para hospedarias urbanas e de selva, em que a primeira apresenta uma média de 4,3 dias, a segunda, de 2,7 dias. O resultado é uma média de 3,5 dias, de acordo com a Tabela 5.

TABELA 5 - PERMANÊNCIA MÉDIA OBSERVADA (DIAS)

TIPO DE HOSPEDAGEM 2003 2004 2005 2006 2007 2008 MÉDIA

Urbano 4,0 5,1 5,2 4,2 3,7 3,6 4,3

Selva 2,5 3,4 3,1 2,4 2,7 2,3 2,7

Média 3,2 4,3 4,1 3,3 3,2 3,0 3,5 Fonte: AMAZONASTUR 2009.

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32

Crescimento do turismo em Manaus

O turismo no Estado do Amazonas cresceu significativamente nos últimos seis anos. Em 2009, o fluxo de turistas total no Estado alcançou a cifra de 561.751, contra 283.018 em 2003, o que representou para o período um salto de 98,5%, equivalentemente a uma taxa de crescimento exponencial de 12,1% ao ano, conforme é observado na Tabela 6 e no Gráfico 4.

TABELA 6 – ESTADO DO AMAZONAS - FLUXO TURÍSTICO: 2003-2009

ANO FLUXO TOTAL

FLUXO EM HOTELARIA URBANA E DE SELVA

NACIONAL ESTRANGEIRO TOTAL

FLUXO %

FLUXO TOTAL

FLUXO %

FLUXO TOTAL

FLUXO %

FLUXO TOTAL

2003 283.018 91.275 32,3% 48.935 17,3% 140.210 49,5% 2004 307.996 97.974 31,8% 51.602 16,8% 149.576 48,6% 2005 349.719 108.368 31,0% 80.359 23,0% 188.727 54,0% 2006 377.202 147.492 39,1% 109.174 28,9% 256.666 68,0% 2007 432.877 181.367 41,9% 124.467 28,8% 305.834 70,7% 2008 495.084 202.602 40,9% 138.281 27,9% 340.883 68,9% 2009 561.751 264.711 47,1% 196.262 34,9% 460.973 82,1% Taxa de Crescimento 12,1% 19,4% 6,5% 26,0% 12,4% 21,9% 8,8%

Crescimento no período 98,5% 190,0% 46,1% 301,1% 102,1% 228,8% 65,6%

Fonte: AMAZONASTUR – 2003/2008. (*) Inclui os fluxos de hóspedes da hotelaria urbana, de selva, de cruzeiros marítimos e de temporadas de pesca esportiva.

GRÁFICO 4 – ESTADO DO AMAZONAS – FLUXO TURÍSTICO: 2003-08

Fonte: AMAZONASTUR -2003/2008.

Este crescimento deve-se, segundo a agência oficial de turismo do Estado, a AMAZONASTUR, à política arrojada de divulgação do Estado tanto dentro quanto fora do país. De certo, além dos gastos setoriais em marketing realizados pelo governo, certos fatores foram determinantes para o bom desempenho do turismo no Estado:

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33

■ Intensificação do crescimento econômico mundial a partir 2003: entre 1995 e 2002. O crescimento mundial médio foi de 2,94% a.a. A partir de 2003 e até 2008 esta taxa alcançou 3,21% a.a;

■ Estabilidade de preços e aumento do poder aquisitivo das classes sociais de renda no país. Estudo recente da Fundação Getúlio Vargas estimou que desde 2003 a renda per capita no país teve um aumento médio de 5,3% ao ano, enquanto a proporção de brasileiros que vivem abaixo da linha da miséria caiu 43%;

■ Capacidade empresarial do setor privado em responder ao crescimento da demanda com a estruturação e ampliação da oferta de equipamentos turísticos: o fluxo turístico total hospedado em hotelaria urbana evoluiu 228,8% entre 2003-08, com uma de ocupação hoteleira de 55,7%, em 2008 (AMAZONASTUR, 2003-08);

■ Crescente importância da floresta amazônica na agenda mundial do meio ambiente que, por sua vez, influenciou mais ainda a crescente tendência.

Em vista do fluxo turístico hospedado em hotelaria urbana e de selva que, em 2009, representava 82,1% do fluxo total3, observa-se que a participação do turista estrangeiro evoluiu mais rapidamente do que a do nacional, ou seja, passou de 17,3%, em 2003, para 34,9%, em 2009. Neste mesmo período, a participação do fluxo doméstico passou de 32,3% para 47,1%.

A evolução do fluxo estrangeiro deveu-se, conforme ilustra a Tabela 7, ao aumento na taxa de crescimento anual do ingresso de turista estrangeiro no período, da ordem de 23,1%, contra 17,3% do fluxo turístico nacional.

TABELA 7 – ESTADO DO AMAZONAS - CRESCIMENTO DO FLUXO TURÍSTICO - 2003/09

ANO FLUXO TOTAL*

PARTICIPAÇÃO DO FLUXO EM HOTELARIA URBANA E DE SELVA EM RELAÇÃO AO FLUXO

TOTAL

NACIONAL ESTRANGEIRO TOTAL

2003 100,00% 32,25% 17,29% 49,54% 2004 100,00% 31,81% 16,75% 48,56% 2005 100,00% 30,99% 22,98% 53,97% 2006 100,00% 39,10% 28,94% 68,04% 2007 100,00% 41,90% 28,75% 70,65% 2008 100,00% 40,92% 27,93% 68,85% 2009 100,00% 47,12% 34,94% 82,06%

Fonte: Calculado pela Altran TCBR. Fonte primária: AMAZONASTUR.

Outra consequência importante do crescimento elevado do fluxo turístico estrangeiro no Amazonas foi o expressivo aumento da participação do Estado no segmento turismo receptivo do país. Em 2003, Manaus era o 11º Portal de Entrada de turistas e respondia por apenas 0,42% do total de entradas estrangeiros do país. Em 2008, esta fatia se elevou para 0,68%, um crescimento de 64,4%, resultado do aumento de fluxo turístico que passou de 17.212 para 34.574, conforme ilustrado na Tabela a seguir. O desempenho desses indicadores foi o segundo melhor dentre as Unidades da Federação do país, com a Bahia em primeiro lugar e o Rio de Janeiro em último, como o estado que mais perdeu market

3 Em 2009, o fluxo estrangeiro hospedado em hotelaria urbana e selva representou 85,5% do fluxo total estrangeiro no Estado, de 229.619 turistas, segundo dados da AMAZONASTUR.

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share no período entre os portões relacionados pelo Instituto Brasileiro de Turismo EMBRATUR.

A despeito da tímida participação no fluxo turístico nacional global, Manaus tem apresentado taxas crescentes nos últimos cinco anos. Complementarmente, a participação do turista estrangeiro tem evoluído mais rapidamente do que a do nacional. Como já foi ressaltado no item relativo à segmentação e ao perfil esperado do turista, mais do que um crescimento exacerbado, pretende-se uma substituição gradual do perfil de turista. Busca-se um turismo mais seletivo em termos de fluxos globais, embora com gastos médios diários superiores e permanência média conservadora, que promova mais viagens, com duração próxima das médias internacionais. Assim, o futuro esperado é de um crescimento conservador dos fluxos totais até a consecução dos investimentos prioritários, o que inclui o plano de marketing. No longo prazo, o crescimento exponencial seria mais arrojado baseado, também, na superexposição que o destino Manaus terá na Copa do Mundo.

Ao lado do crescimento do fluxo turístico no Estado, a oferta de UHs ao final do período já era 2,19 vezes maior, resultado de uma taxa de acumulação anual de 17% a.a. Observa-se na tabela abaixo que o segmento de hotéis urbanos apresenta uma permanência média expressivamente maior do que a verificada nos hotéis de selva, 4,3 dias contra 2,4 dias, respectivamente, embora em ambos os segmentos se verifique um encolhimento no período.

TABELA 8 – MANAUS : UNIDADES HABITACIONAIS EM HOTÉIS URBANOS E DE SELVA NO PERÍODO 2003-08

ANO URBANO SELVA UNID.HABITACIONAIS , UH TOTAL

PERNOITES PM* PERNOITES PM URBANO SELVA TOTAL PM TX. OCUPAÇÃO

2003 523.555 4,04 25.738 2,45 1.209 197 1.406 3,92 48,9% 2004 708.412 5,11 37.820 3,42 1.460 280 1.740 4,99 54,7% 2005 890.120 5,16 49.902 3,06 1.947 403 2.350 4,98 51,0% 2006 980.852 4,22 57.791 2,41 2.225 533 2.758 4,05 48,8% 2007 1.052.087 3,72 62.242 2,72 2.387 558 2.945 3,64 49,6% 2008 1.143.288 3,64 62.957 2,35 2.546 531 3.077 3,54 50,4%

Média 883.052 4,3 49.408 2,7 1.962 417 2.379 4,19 50,6% Relação

2008/2009 2,18 0,90 2,45 0,96 2,11 2,69 2,19 0,90 1,03

Tx.Cresc. 16,9% -2,0% 19,6% -0,8% 16,1% 21,9% 17,0% -2,0% 0,6% Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados da AMAZONASTUR (2003-08). *PM – Permanência Média em dias.

A Tabela 8 reproduz as estatísticas de pernoites e de taxa de ocupação, fornecidas pela Síntese da AMAZONASTUR, referentes a hotéis urbanos e de selva no Estado do Amazonas. A partir dessas estatísticas e com a devida ponderação pela participação do fluxo turístico de cada segmento de hotel, foram calculados o número provável de UHs na capital e a permanência média (em dias – PM), sendo esta obtida pela simples divisão do número de pernoites pelo fluxo turístico, enquanto o número de UHs é resultante da divisão entre os produtos [fluxo turístico x PM] e [taxa de ocupação x 365 dias x 2,3 leitos por UH]. Assim, foi calculado que, em 2008, a oferta de UHs na capital era 3.077 unidades, valor que corresponde a 82% da oferta estadual de UHs estimada pelo Plano Estadual de Turismo naquele ano para um cenário moderado. Esta porcentagem se aproxima da participação de UHs de Manaus no Estado, de 84,3%, verificada em 2009, a partir dos dados demonstrados no Item Previsões do comportamento futuro da demanda.

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B) CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL QUALITATIVO DOS SEGMENTOS ATUAIS

Antes de iniciar a análise dos segmentos atuais, observa-se a necessidade de ressaltar duas questões prévias de grande relevância para as análises subsequentes:

■ Manaus, assim como a Amazônia, apresenta duas estações extremamente marcadas em seus aspectos físico-ambientais: seca e período das cheias. Nestas duas estações, os atrativos mudam sua forma e características, o que proporciona oportunidades de usufruto diferentes e também atrai perfis distintos de turistas. Há uma clara preferência, tanto por parte dos turistas nacionais quanto estrangeiros, pelo período da seca.

■ Existe uma repartição nítida na demanda turística atual no que concerne à motivação de viagem que se espelha na oferta turística. Esta diferenciação é tão clara que as pesquisas empreendidas pela AMAZONASTUR são divididas para hotéis urbanos e hotéis de selva. Assim, o turista nacional tem um maior peso na utilização dos hotéis urbanos e o estrangeiro é predominante nos hotéis de selva.

A AMAZONASTUR disponibiliza pesquisas atualizadas sobre o perfil do turista estrangeiro no estado do Amazonas (2003-2008), separadas nos itens “Hotéis Urbanos” e “Hotéis de Selva”, conforme já ressaltado.

A composição do fluxo turístico Amazonense em hotéis urbanos é de 59,43% de brasileiros e 40,57% de estrangeiros, um fator positivo em comparação à composição do fluxo total nacional, cuja predominância é de turistas brasileiros.

Entre os turistas nacionais, destacam-se como maiores emissores São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Minas Gerais, em ordem decrescente. A Região com maior representatividade no fluxo de turistas residentes no Brasil é a Região Sudeste, a segunda, a própria Região Norte.

No que tange ao turista estrangeiro hospedado em hotéis de selva, 44% é proveniente da Europa, 32% da América do Norte, 11% da Ásia e 8% da América do Sul. Neste aspecto, deve ser sublinhada a crescente participação do mercado asiático na composição do turismo internacional do Amazonas, apontando uma tendência de mercado coadunada com o cenário econômico mundial. Não obstante, convém relatar que, de acordo com as pesquisas MTUR/EMBRATUR no que tange ao turismo internacional, o fluxo turístico que utiliza o Portal de Entrada Manaus é predominante de norte-americanos.

De acordo com a Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais no Brasil (EMBRATUR/FGV, 2010), dos turistas estrangeiros participantes, de pelo menos 22 países, a maioria está entre 35 e 54 anos de idade, 96,83% têm mestrado, doutorado ou especialização e possuem faixa mensal de renda acima de US$ 6 mil (29,12%).

As pesquisas demonstram que nos hotéis de selva há uma forte predominância de turistas internacionais frente aos nacionais. Tal fato demonstra que este equipamento está direcionado ao público estrangeiro em função de suas características específicas (localização, arquitetura e preços praticados, entre outros).

No entanto, em Oficina realizada para o PDITS Manaus, o grupo de trabalho levantou hipóteses de que, hoje em dia, metade dos consumidores dos hotéis de selva são

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brasileiros. Esses hotéis, inclusive, passaram por uma readequação infraestrutural devido ao aumento da demanda.

O visitante estrangeiro tem como motivação principal o Ecoturismo, principal segmento da região turística em estudo. A maior parte dos visitantes utiliza meios de hospedagem integrantes da oferta turística, viaja sozinho, pouco utiliza as agências no planejamento de sua viagem, é do sexo masculino, tem nível superior e está na faixa entre 32 e 50 anos de idade. Com relação ao turista internacional, pode-se inferir, a partir dos principais emissores, que o meio de transporte mais usual é o avião, já que as enormes distâncias e a precariedade das rodovias constituem impeditivo para o transporte rodoviário ser utilizado de forma maciça.

Nos hotéis urbanos, encontra-se a fatia mais expressiva da demanda nacional que utiliza meios de hospedagem. Salienta-se que a maior parte dos visitantes brasileiros fica em casas de amigos e parentes. Em sua maioria, são do sexo masculino, com média de idade de 40 anos, com predominância de engenheiros, tendo o turismo de negócios como principal motivação para viajar ao Amazonas. Entretanto, à maioria dos turistas brasileiros que visita Manaus pode ser atribuída a motivação “visita a amigos/parentes”, bem como o lazer decorrente deste tipo de viagem. O modal predominante para o turista brasileiro é o ônibus, o que, em função da parca ligação rodoviária existente entre Manaus e o restante do país, demonstra que ele tem perfil regional, mormente intrarregional e se refere àqueles que não utilizam hotéis em sua estadia. A sua permanência é superior a do turista internacional (15,1 dias contra 12,0 dias) e seu gasto médio diário é baixo para os padrões nacionais. Dos visitantes brasileiros que ficam em hotéis urbanos, 73% é do sexo masculino, com predominância de casados e que viajam desacompanhados, perfil característico do turista de negócios.

A alta temporada para o Amazonas ocorre em julho aos brasileiros, durante o período da seca, em agosto, para o total da demanda. A alta temporada nacional reflete não apenas as férias de meio de ano, mas também a época em que o Turismo e a utilização das praias fluviais estão em alta em função da estação da seca.

São Paulo é o estado que mais emite hóspedes brasileiros para os hotéis de selva e abrange quase 50% dos hóspedes brasileiros destes estabelecimentos. Rio de Janeiro é o segundo grande estado emissor, cerca de 15%. São Paulo e Rio de Janeiro são também os grandes emissores de turistas para hotéis urbanos. Juntos ocupam por volta de 50% da hospedagem urbana de Manaus. Assim, são considerados estados primordiais para investimentos em promoção e marketing do turismo manauara.

Uma análise intra-Amazônia Legal observa que aproximadamente 11% dos hóspedes da hotelaria urbana de Manaus são provenientes dos estados do Pará e de Roraima.

O quadro a seguir sistematiza as características da demanda atual.

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QUADRO 4 – PERFIL DA DEMANDA ATUAL TURISTA INTERNACIONAL * TURISTA DOMÉSTICO

CARACTERÍSTICA DA VIAGEM

PROCEDÊNCIA Estados Unidos 26% Venezuela 7% França 5,7%

São Paulo 33%** Rio de Janeiro 9,8%** Distrito Federal 7,4%**

MOTIVO DA VIAGEM Lazer 44% Negócios, eventos e convenções 32%

Visita a parentes/amigos Negócios

MOTIVO DA VIAGEM A LAZER

Ecoturismo/Aventura 67,6% Sol e Praia 11,1% Cultura 10,5%

Sol e Praia

TIPO DE ALOJAMENTO

Hotel/flat/Pousada 58,1% Casa de amigos/parentes 18,4%

***Casa de amigos/parentes 71% Hotel/Pousada/Resort 20,4%

MEIO DE TRANSPORTE Avião

***Ônibus de linha 37,6% Avião 27,1%

COMPOSIÇÃO DO GRUPO

Sozinho 36% Casal sem filhos 18,6 Amigos 18,2%

***Sozinho 38% ***Família 20,8%

GASTO MÉDIO DIÁRIO PER CAPITA US$64,89 ***R$28,54

PERMANÊNCIA MÉDIA (DIAS) 12,0 ***15,1

ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM FONTE DE INFORMAÇÃO

Internet 29,7% Amigos/Parentes 24%

** Amigos/Parentes 47,7% **Internet 30,9%

UTILIZAÇÃO DE AGÊNCIA

Não utilizou 51% Serviços avulsos 31,9% Pacote 17,1%

***Não utilizou 72% ***Pacote 12,1%

PERFIL SOCIOECONÔMICO

GÊNERO Masculino 70% Feminino 30%

***Feminino 56,1% Masculino 46,9%

GRUPO DE IDADE 32 a 50 anos 47,2% 25 a 31 anos 16,6% **Faixa dos 40 anos

GRAU DE INSTRUÇÃO

Superior 44% Pós graduação 33,1%

*** Superior ou mais 51,3%

RENDA MÉDIA MENSAL FAMILIAR US$6.351,62 ***Mais de 10 SM 38,9%

Fonte: *Ministério do Turismo. Estudo da Demanda Turística Internacional 2004-2008. ** AMAZONASTUR. Síntese dos Indicadores do Turismo no Amazonas 2003-2009. *** Ministério do Turismo. Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil 2002-2006

– dados referentes à Região Norte.

C) TENDÊNCIAS DO COMPORTAMENTO E HÁBITOS DE COMPRA DA VIAGEM

Observa-se no quadro acima que o turista internacional que vai a Manaus tem a Internet como principal fonte de informação, além de consultarem amigos e parentes. De acordo com as operadoras pesquisadas e com o Estudo de Mercado do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal - PROECOTUR (2009), para o planejamento de sua viagem, tal turista costuma comparar Manaus com outros destinos ecoturísticos internacionais, em especial com a Amazônia Peruana, maior concorrente da região em estudo, e, no âmbito nacional, com o Pantanal Matogrossense, Fernando de Noronha e Cataratas do Iguaçu.

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Já o turista nacional que integra a demanda atual tem como fonte de informação principal os amigos e parentes. Não obstante, a tendência observada no que tange à fonte de informação para a viagem em ambas as procedências – nacional e internacional – é de um crescimento constante da web como fonte de informação, tendência esta que deve ser acentuada em virtude da importância cada vez maior do webmarketing e do e-commerce no âmbito do turismo. Para a visitação de Manaus, que possui sua imagem extremamente associada à Amazônia Brasileira, o turista nacional compara o destino com Bonito (MS), Fernando de Noronha (PE) e Parque do Pantanal (MT). Dos turistas nacionais, a maior parte (68%) planeja sua viagem com antecedência de 16 a 30 dias e a adquire também no mesmo período, realiza uma média de mais de duas viagens por ano e viaja menos do que gostaria.

A Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais no Brasil (EMBRATUR/FGV, 2010) aponta que, da demanda internacional para eventos, 33,71% tiveram a internet como fonte de informação e 30,62% buscaram o organizador do evento no Brasil para obtenção de informações sobre o evento e o destino a ser visitado.

De acordo com dados do estudo da FIPE/EMBRATUR/MTUR (2003), Manaus destaca–se por apresentar uma das maiores proporções de gasto total das viagens de visitação aos parques e atrativos nacionais, além de ser um dos pacotes mais caros dentre os pesquisados, tendo como comparação: Parque Nacional do Itatiaia – RJ; Parque Nacional dos Aparados da Serra – RS; Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha – PE; Parque Nacional de Caparaó – MG/ES; Parque Nacional de Foz do Iguaçu – PR; Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros – GO; Parque Nacional do Pantanal mato-grossense – MT e Parque Estadual do Jalapão – TO.

Convém salientar que o preço é um item prioritário para mais de 20% da demanda turística nacional, de acordo com a pesquisa FIPE/EMBRATUR/MTUR (2008) sobre os hábitos de consumo do Turista Brasileiro.

D) TENDÊNCIA DA ESTRUTURA DO GASTO TURÍSTICO

De acordo com a Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais no Brasil (EMBRATUR/FGV, 2010), hospedagem, compras, alimentos, cultura e transporte são os principais responsáveis pelo gasto individual médio diário do turista estrangeiro de eventos no Brasil, que foi de US$ 285,10. O número é bem superior à média de gastos de turistas que vêm ao país a negócios (US$ 112,90) e a lazer (US$ 73,40), segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE/USP, encomendado pela EMBRATUR, realizado em 2007.

E) TENDÊNCIAS DA VALORIZAÇÃO DA QUALIDADE DA OFERTA ATUAL E DETERMINAÇÃO DA IMAGEM PERCEBIDA DE MANAUS

Segundo Kotler (2006), a imagem de um local pode ser definida como a soma das crenças, das idéias e impressões que as pessoas têm de uma localidade. As imagens apresentam-se como simplificação de várias associações e informações ligadas ao local. Elas são produto de uma mente que tenta processar e “tirar a essência” de uma série de dados sobre um local.

Neste sentido, a avaliação dos operadores entrevistados no Estudo de Mercado do Ministério do Meio Ambiente – MMA /Mur (PROECOTUR-IPK, 2006) é que a Amazônia Brasileira ainda possui uma imagem turística difusa e pouco trabalhada. Há necessidade de

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uma imagem própria e clara, especificamente trabalhada para um ícone turístico de renome internacional.

O citado estudo demonstra uma imagem positiva no que tange ao valor e à exuberância da paisagem. Por outro lado, existe uma imagem negativa expressa de forma unânime quanto à baixa qualidade dos serviços e da infraestrutura da Amazônia. Ainda assim, o grau de interesse dos operadores na Amazônia é alto.

O estudo de mercado do PROECOTUR detecta que a maioria dos países emissores considera a natureza amazônica como de qualidade excelente, como pode ser observado nas expressões “pulmão do mundo”, “mito da floresta” e o sentido de “volta à natureza”, citados por Japão, Inglaterra e Itália. A qualidade da natureza está associada à riqueza cultural e histórica, sendo que a maioria demonstra interesse pela cultura indígena e comunidades locais. De forma complementar, ressalta-se a opinião da demanda internacional sobre a hospitalidade amazônica, considerada excelente ou muito boa pela maioria dos países. A culinária surge como destaque positivo na opinião dos entrevistados.

De acordo com o estudo FIPE/EMBRATUR/MTUR (2004-2008), 70% do fluxo turístico nacional é intrarregional. Salienta-se que Manaus não comparece como um dos destinos mais visitados. Em contraposição, situa-se como um dos destinos mais desejados para viagens no país, o que demonstra a existência de uma demanda reprimida a ser explorada. De acordo com o estudo em pauta, a infraestrutura de apoio ao turismo foi posicionada pelos visitantes atuais na faixa “ruim a muito ruim”, sendo as piores colocações: segurança, limpeza, sinalização, informações turísticas e infraestrutura urbana. Os preços também não obtiveram boa colocação, enquanto, de forma diferente, a infraestrutura turística foi pontuada de forma bastante positiva, com destaque para as agências de viagens, hospedagem e gastronomia.

No que tange aos fluxos internacionais, a avaliação de Manaus é positiva para a infraestrutura de apoio ao turismo, com exceção: limpeza, segurança e sinalização turística. A infraestrutura turística é considerada muito boa; os itens pesquisados estão com avaliações acima de 80%. Com uma avaliação negativa, temos o sistema de transportes turísticos, rodovias e aeroportos, sendo este último o que teve avaliação mais baixa. Quanto aos serviços turísticos, quase todos tiveram avaliação acima de 85%, com exceção dos preços, que foram avaliados como regulares (67,4%). Vale ressaltar que o item que mede o nível de satisfação com a viagem teve avaliação decrescente no período considerado (2004-2008), o que demonstra que não tem havido uma melhoria na imagem geral de Manaus, percebida pela demanda estrangeira. Não obstante, deve ser salientado que, mesmo insatisfeito com um conjunto de itens, o turista internacional tanto recomendaria o destino Manaus como voltaria se houvesse oportunidade.

F) BALANÇO DAS CAMPANHAS DE PROMOÇÃO

Nos últimos três anos, a AMAZONASTUR tem planejado e efetivado campanhas de promoção nacional e internacional, embora circunscrita apenas à participação em eventos, em sua maioria, de caráter oficial. Não há promoção efetiva direcionada aos mercados emissores atuais ou potenciais, uma vez que ela é realizada de forma difusa em eventos, comumente feiras.

Cabe salientar, no entanto, a efetividade do sítio da AMAZONASTUR, que possui informações completas, design atrativo e é de fácil navegação, o que propicia excelente

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nível de informação. A busca de informações turísticas na Internet é um fenômeno em ascendência internacional.

A área turística em estudo possui folheteria impressa de qualidade e inclui folders, banners, guias (Amazonas e Parintins) e mapas turísticos do Amazonas e Manaus.

A AMAZONASTUR tem realizado também pesquisas em eventos locais de grande fluxo turístico, como: Parintins (Boi), Maués (Festa do Guaraná), Manacapuru (Ciranda), Presidente Figueiredo (Festa do Cupuaçu) e Manaus (Boi Manaus).

Cabe ressaltar que, de acordo com o Estudo de Mercado do PROECOTUR (2006), os países emissores de turistas para a Amazônia manifestaram a necessidade de maior divulgação do seu produto turístico, para que as oportunidades na região sejam melhor aproveitadas. Isso denota que existem falhas no seu processo de marketing, o que inclui Manaus, detentor dos produtos turísticos mais procurados pela demanda estrangeira. Esta carência estaria expressa na ausência de famtours4 especializados, encontros e workshops específicos para divulgação do produto em nível internacional.

G) IDENTIFICAÇÃO DO PORTFÓLIO ESTRATÉGICO DE PRODUTOS TURÍSTICOS/SEGMENTOS ATUAIS DE DEMANDA

A partir das informações destacadas quanto ao perfil da demanda e da oferta, é possível elencar os principais segmentos turísticos de Manaus que estão alinhados com a oferta existente e possuem maior inserção mercadológica, quais sejam:

■ Ecoturismo;

■ Turismo de Negócios e Eventos.

O Ecoturismo assume um papel de destaque, é um segmento do turismo amplo e em crescimento no mundo. Uma das principais vantagens do Ecoturismo é a de proporcionar um impulso que favorece tanto a expansão da conservação dos recursos naturais quanto o desenvolvimento sustentado do turismo. Complementarmente, o ecoturista tem perfil diferenciado em termos de renda e gastos médios.

O Turismo de Negócios e Eventos, com ênfase no turismo de negócios, tem como principal característica a permanência em Manaus para a realização de reuniões de trabalho e atividades de negócios diversos. O maior indutor deste tipo de turismo é o Polo Industrial Manaus - PIM, responsável pela cadeia produtiva da indústria de manufatura, que faz produtos com alta tecnologia.

Importante ressaltar que os turistas que se dirigem a Manaus pela motivação “Negócios” são público, potencial para o turismo de “Eventos”. Atualmente, eventos que ocorrem em Manaus não têm alcance nacional, e sim local e regional. A cidade possui restrita oferta de espaços para eventos, em sua maioria, são arenas e estádios que abrigam shows e eventos de grande porte, mas são poucas as estruturas para realização de convenções e feiras de exposições mais especializadas. Em geral, hotéis oferecem este tipo de espaço. O Turismo de Eventos, assim como o Ecoturismo, caracteriza-se por viajante de maior poder aquisitivo e altos gastos médios diários.

4 O Programa “Famtour” (Familiarization tours) consiste no convite de viagens a profissionais da indústria, para que conheçam os destinos, a fim de promovê-los.

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Outros segmentos turísticos complementares também são efetivos em Manaus e podem ser trabalhados a fim de potencializar seus benefícios e o crescimento da atividade turística na cidade, são eles: Turismo de Pesca, Turismo Náutico, Turismo de Avent ura, Turismo Cultural e o Turismo de Sol e Praia.

QUADRO 5 – SEGMENTOS TURÍSTICOS ATUAIS SEGMENTOS CARACTERÍSTICAS

TURISMO DE PESCA É comercializado como produto que está formatado para públicos mais exigentes. Sua comercialização é feita por operadoras especializadas na região e possui forte motivação na demanda nacional.

TURISMO NÁUTICO Manaus, durante o ano, recebe grandes quantidades de navios de cruzeiro, pois há acesso para transatlânticos por meio do rio Amazonas. Seu potencial turístico, porém, ainda pode ser melhor explorado.

TURISMO DE AVENTURA

Embora atividades de aventura estejam, via de regra, associadas à comercialização do Ecoturismo, o Turismo de Aventura, como segmento exclusivo, possui público mais amplo no mercado nacional. É um segmento em ascensão no mercado e de grande potencial de desenvolvimento em Manaus.

TURISMO CULTURAL

Integra a maioria dos produtos comercializados em Manaus, mas também pode ser comercializado com produto único. Pode ser realizado durante o ano e é representado pelo turismo étnico – povos indígenas e comunidades ribeirinhas – e pelo patrimônio construído, que contribui fortemente para a sua atratividade.

TURISMO DE SOL E PRAIA

Está baseado na demanda regional. No período da seca, extensas praias, algumas de natureza exótica e grande apelo paisagístico, são formadas ao longo dos rios, o que propicia espaços naturais à prática do lazer. Tais áreas caracterizam-se pelo turismo de massa e movimentam a economia regional nos finais de semana, feriados e períodos de férias. Além das praias, a Orla de Ponta Negra constitui um elemento importante a este segmento turístico.

De forma resumida, portanto, apontam-se os principais segmentos turísticos manauaras em ordem de importância:

PORTFÓLIO PRINCIPAL

1. ECOTURISMO

2. TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS

SEGMENTOS COMPLEMENTARES

3. TURISMO CULTURAL

4. TURISMO DE SOL E PRAIA

5. TURISMO DE PESCA

6. TURISMO DE AVENTURA

7. TURISMO NÁUTICO

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H) ROTEIROS E PRODUTOS DE MAIOR COMERCIALIZAÇÃO

Em Manaus, existe uma oferta turística diferencial boa em quantidade e qualidade. O aspecto quantitativo se faz importante, pois possibilita mensurar a existência de atrativos relevantes. Quanto à utilização turística desses atrativos, observa-se que ainda se encontram explorados em pequena escala, mesmo elementos que correspondem ao artesanato, às festividades e aos sítios históricos.

A seguir, apresenta-se o Quadro 6, que integra os produtos já oferecidos atualmente pelas principais agências e operadoras nacionais e, por fim, a indicação dos segmentos considerados na sua composição.

QUADRO 6 - PRODUTOS DE MAIOR COMERCIALIZAÇÃO EM MANAUS X SEGMENTOS ATENDIDOS PRODUTOS COMERCIALIZADOS SEGMENTOS ATENDIDOS

Manaus – City Tour (Porto, Palácio Rio Negro, Museu do índio, Palácio da Justiça, Teatro Amazonas)

Turismo Cultural

Manaus e entorno – Hotéis de Selva

Ecoturismo Sobrevivência na Selva (caminhada, plantas medicinais e animais, visita a tribo indígena) Observação de Aves em Manaus e entorno Anavilhanas Cruzeiros nos Rios Amazonas e Rio Negro Ecoturismo Pescaria de Piranhas e Focagem de Jacarés Turismo de Pesca Operação de Eventos em Manaus Turismo de Negócios e Eventos Fonte: ALTRAN TCBR, com base nas Estratégias de Ecoturismo do PROECOTUR e sites www.cambio.com.br/tur_agencias.htm (acesso em 2010) e www.amazônia.org.br (acesso em 2010).

Além desses produtos, comentou-se em Oficina de trabalho do PDITS que, atualmente, há um novo tipo de produto turístico ofertado em Manaus, a fim de tornar menos elitizado o uso do hotel de selva, o “full day plus” ou “day use”, que permite ao visitante usufruir de instalações e serviços do equipamento por um dia, sem pernoite. Isto torna o hotel de selva mais barato e mais acessível, além de permitir maior sustentabilidade econômica ao equipamento.

Observa-se que existe uma concentração de produtos para o segmento Ecoturismo, mas a região não traduz seu potencial turístico em uma oferta equilibrada de produtos. Salienta-se que a interpretação do potencial turístico dessas áreas necessita considerar a segmentação da demanda turística atual e potencial, compatibilizar o nicho de mercado pretendido ao desenho do produto turístico desejado (duração, logística e etc.) e contemplar, inclusive, a questão de prioridades (produtos viáveis economicamente a curto/médio/longo prazos).

2.2.2 Análise da Demanda Turística Potencial

A) ESTIMATIVA QUANTITATIVA E CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL QUALITATIVO DOS SEGMENTOS POTENCIAIS

Conforme já apresentado, em Manaus, foram identificados vários segmentos que possuem mercado passível de ampliação mediante ações de estruturação do produto e de marketing. Dentre esses, ressaltam-se como produtos principais ou produtos-estrela, de acordo com o volume de comercializações existentes e o potencial verificado para o município:

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■ O Ecoturismo;

■ O Turismo de Negócios e Eventos, com ênfase no turismo de eventos.

Como segmento prioritário futuro, aponta-se pela manutenção do foco no Ecoturismo. O Turismo de Negócios e Eventos permanece em escala de importância elevada, não apenas por ser o sustentáculo da maior parte da oferta, mas em função das características econômicas de Manaus. Deverá ser conferida, entretanto, uma ênfase nos eventos de negócios. O Ecoturismo, além de constituir uma tendência mercadológica, constitui o foco do turismo Amazonense reconhecido nacional e internacionalmente. O perfil do turista potencial foi construído com base principal em tal segmento.

Perfil do Turista Potencial

Antes de se definir o perfil do turista esperado para Manaus, a partir da implantação das ações preconizadas pelo PRODETUR Nacional, é necessário salientar que, para se atingir o padrão de qualidade desejado, necessita-se do estabelecimento de um processo de planejamento integrado e permanente que inclui um marketing eficiente. Considerando-se, porém, que os turistas possuem diferentes necessidades, rendas, restrições orçamentárias e interesses.

Para selecionar o tipo de turista desejado para Manaus, considerou-se um extrato das tendências mercadológicas para o futuro do turismo, conforme a OMT (2002, 2007), e que estão apresentadas a seguir:

■ Os destinos turísticos serão ecologicamente corretos e planejados;

■ As viagens anuais serão mais numerosas, terão curta distância, com fortalecimento do turismo regional;

■ As férias serão flexíveis, com duração mais curta e em diferentes épocas do ano;

■ As viagens não terão apenas uma motivação: as conjunções de atrativos diferenciados num destino determinarão sua demanda;

■ A viagem passará de mero deslocamento para uma experiência que proporcione, além do descanso, enriquecimento cultural;

■ O turista tem se tornado cada vez mais informado e consciente. Dá atenção à qualidade do produto adquirido, bem como se importa com o reflexo positivo que sua visita terá na comunidade visitada;

■ Clientes com acesso a maiores informações criam uma atitude seletiva e exigente;

■ Observa-se uma divisão cada vez maior da oferta turística entre operadores globais, de massa e operadores de nichos de mercado;

■ Polarização das preferências dos turistas no conforto básico e na aventura orientada;

■ Crescimento vertiginoso dos turistas asiáticos, em especial chineses;

■ As férias são consumidas por turistas que são viajantes mais experientes, educados, independentes e flexíveis.

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Do cruzamento das segmentações que serão oferecidas ao mercado com o extrato das tendências acima, depreendem-se as seguintes premissas adotadas:

■ O turismo em Manaus deve adotar uma postura seletiva voltado a um nicho mercadológico de alta renda capaz de dar suporte a um produto diferenciado que por suas características endêmicas, possui custos elevados;

■ As operadoras às quais os produtos manauaras devem ser direcionados são aquelas que operam nichos de mercado especializados, com vistas a comercializações mais efetivas;

■ Manaus deve conferir atenção especial à demanda turística internacional. Porém, não deve se descuidar da fatia nacional de alta renda e de interesses diversificados que tem no Ecoturismo, um de seus principais motivadores;

■ O turista ideal deve, além de ter interesses diversificados, viajar acompanhado de família ou grupos e estar em faixa de idade superior a 30 anos;

■ O turista carreado a Manaus deve ser o “turista do futuro”, ou seja, que tenha consciência ambiental e interesse no turismo de natureza e possua interesses variados, tais como a cultura e o lazer, com um espectro mais ampliado na utilização da oferta disponível;

■ Manaus deve concentrar esforços na atração dos segmentos nacionais das cidades de maior renda per capita, nos mercados internacionais tradicionais (com ênfase no mercado europeu e América do Norte), bem como nos mercados emergentes (Ásia e países Árabes, a exemplo de Qatar e Emirados Árabes), com respeito à factibilidade em termos de deslocamentos. Segundo a OMT, Tourism 2020 Vision Americas, mais de 70% dos países da America Latina esperam que o crescimento do turismo receptivo venha de mercados emergentes e não de mercados tradicionais; e 57% deles antecipam que novos segmentos de mercados se desenvolverão e contribuirão para este crescimento;

■ A demanda por Turismo de Negócios e Eventos deve ser mantida em virtude da especificidade da oferta atual (a maioria dos equipamentos de hospedagem, por exemplo, é de hotéis executivos), mas sem concentrar nesse público esforços de marketing prioritários, com exceção do nicho referente ao turismo de eventos. Aponta-se a possibilidade de se fomentar eventos de caráter científico e eventos ligados às comunidades tradicionais e indígenas, como forma de atenuar os efeitos da sazonalidade para a região amazônica. Assim, é possível também promover um uso mais intenso dos equipamentos já instalados, bem como atrair um nicho de demanda com alto poder de gasto e com possibilidade de usufruir de outros segmentos turísticos em sua viagem, compatível com o perfil de turismo esperado para a região;

■ Devem ser concentrados esforços em turistas que planejam suas viagens, compram pacotes de agências e ficam hospedados em equipamentos hoteleiros, com intuito de promover maior utilização da cadeia produtiva local;

■ O turista que costuma ir a Manaus, portanto, é mais exigente e experiente, tem um comportamento de consumo que induz a cadeia de valor do turismo à customização, com a cuidadosa elaboração de experiências orientadas para o indivíduo, e não mais

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para o produto, com prioridade a um melhor padrão de qualidade e maior atenção às necessidades dos consumidores.

Para que estas premissas sejam factíveis, deve-se ter como foco:

■ Perspectivas do mercado turístico e estratégias para incrementar as possibilidades existentes;

■ Conveniências ao consumidor, que gere confiança e credibilidade por meio de uma imagem diferencial;

■ Estratégias de comunicação e vendas para privilegiar incentivos aos consumidores;

■ Sistemas de informação turística eficientes.

O perfil desejado de turista pressupõe que ele tenha um gasto global de viagem mais abrangente por meio da real utilização da cadeia produtiva do turismo, expressa desde a compra da viagem até sua completa realização. É importante lembrar que o uso dos equipamentos hoteleiros nos hotéis de selva é, atualmente, muito baixo, embora haja em hotéis urbanos uma taxa de ocupação em torno de 50%.

A característica do público ecoturista envolve a consideração de dois grupos potenciais: ecoturistas nacionais e estrangeiros. Em Manaus, para este segmento, o público estrangeiro é o principal. No entanto, devem ser observados dois fatores importantes:

■ A demanda interna, formada pelos turistas domésticos, é muito grande e não suficientemente atendida;

■ O mercado internacional – Europa e EUA, principalmente – está acostumado à oferta de produtos ecoturísticos de qualidade. O turista estrangeiro exige bons serviços, segurança, comodidade e planejamento.

Com relação ao Turismo de Negócios e Eventos a demanda dominante deverá ser nacional, mas com possibilidade de atração de fluxos internacionais, caso se leve para Manaus eventos de maior porte e expressivos com base na experiência que será gerada pela Copa 2014.

De acordo com o Estudo da Demanda Turística Internacional, MTUR (2004/2008), a procura pelo Ecoturismo ou Turismo de Aventura no Brasil passou de 12,8% para 19,3% em 2006, mantendo-se crescente até atingir o percentual de 22,2% em 2008, o que demonstra uma perspectiva positiva deste segmento em nosso país. A Região Norte era em 2008 o destino de 3% dos brasileiros que viajavam, sendo que 1,8% provêm da demanda intrarregional.

Segundo a Pesquisa do Turismo Doméstico (FIPE/EMBRATUR/MTUR, 2007), o perfil médio do brasileiro que integra a demanda potencial para viagens domésticas, viaja em período de férias e possui as praias brasileiras como destinos preferidos. Estes correspondem a 38,3% da demanda potencial nacional. A duração de sua viagem seria de até uma semana e apenas 1% da demanda teria como interesse a observação da fauna e da flora. 2,7% teria como interesse, na próxima viagem, viajar a região Norte e 1,3% para o Amazonas. Grande parte destes possíveis viajantes é intrarregional e os turistas potenciais com maior interesse em observação de fauna e flora são oriundos de Brasília e Goiânia. Por outro lado, reconhece-se que o Ecoturismo é um segmento característico de rendas altas, assim, espera-se que os turistas potenciais para Manaus venham dos estados brasileiros com

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maior renda per capita, quais sejam: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal. São Paulo e Rio são os principais emissores nacionais para Manaus, no entanto, deve ser conferida atenção especial ao Distrito Federal, uma vez que reúne não apenas a motivação requerida, mas também condições em termos de renda esperada.

Entre os maiores emissores para o Brasil, destacam-se Alemanha, Suíça, Espanha e Holanda (respectivamente, 36%, 32,5%, 32,2,% e 31,4%) como as maiores motivações para o Turismo de Natureza, Ecoturismo ou Turismo de Aventura. Itália, França, Estados Unidos, México e Portugal integram o bloco em que este interesse se situa na casa dos 20%.

A pesquisa do potencial de viagens internacionais realizada pelo MMA/MTUR (PROECOTUR-IPK, 2009) apresentou significativa demanda por viagens para a Amazônia. Indagados acerca da possibilidade de ir para a Amazônia quando em viagem pela América do Sul, 52% dos turistas europeus, 41% dos americanos e 43% dos asiáticos responderam afirmativamente. Adicionalmente, 36% dos turistas europeus, 37% dos americanos e 47% dos asiáticos considerariam tal possibilidade. O Estudo de mercado do PROECOTUR comprova, portanto, que a demanda - meta para Manaus - é eminentemente européia e norte-americana, e aponta um mercado potencial emergente nos fluxos oriundos da Ásia, cuja tendência de crescimento já é delineada nas pesquisas do turismo internacional brasileiras para o Portal de Entrada Manaus. Como mercados-alvo prioritários para o turismo amazônico, portanto, foram identificados pelo estudo do PROECOTUR EUA, Inglaterra e Alemanha como de “altíssima” prioridade para os investimentos em promoção da região amazônica no exterior, seguidos por França, Itália, Espanha e Portugal como mercados de “alta” prioridade. Argentina, Canadá e Japão foram considerados como de “média” prioridade e China, como um mercado “emergente” para o turismo internacional para a Amazônia Legal.

De acordo com o Estudo de Mercado PROECOTUR (2009), a importância relativa da motivação negócios na região amazônica encontra-se acima da média nacional, que representa 20,6% do seu fluxo, contra 11,3% do fluxo nacional. Este potencial deve ser mais bem aproveitado.

O mercado turístico – formado por cerca de 42,8 milhões de pessoas que consomem viagens domésticas – segundo a Pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil, 2006, tem uma projeção de 138.706 viagens/ano, das quais 6.595 seriam para a Amazônia. Deste total, 8,7% corresponde ao market-share para o nicho negócio/eventos, equivalente a 1.360 viagens/ano.

O Turismo de Negócios e Eventos está alicerçado em oportunidades oferecidas pelo setor privado em virtude da economia da localidade turística receptora e, assim, é menos influenciado pelas ações públicas de incentivo ao desenvolvimento do turismo em geral (PROECOTUR, 2009).

Os eventos profissionais também se destacam no grupo de motivações das viagens de negócios. Tais eventos têm sido alvo frequente de ações públicas de desenvolvimento do turismo, incentivando sua realização nas destinações trabalhadas. Contudo, a atração Ed tais eventos apóia-se em dois aspectos principais: negócios e lazer. Vale salientar que Manaus ainda não consolidou produtos específicos para esta demanda (negócios/eventos) em especial, busca uma motivação para se viajar acompanhado, aumentar seu gasto médio diário e promover um uso dos equipamentos mais intensivo. O Estudo de Mercado Nacional do PROECOTUR evidencia que o turista de negócio e o de lazer podem ter seu comportamento de consumo influenciado, de alguma forma, por ofertas de produtos de

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lazer. Ressalta-se que o impacto desses públicos pode ter melhor aproveitamento pelas destinações, a partir de incentivos à oferta de passeios, atrações e outros elementos característicos das atividades de Lazer e Entretenimento.

Conforme ressaltado anteriormente, de pelo menos 22 países, a maioria dos turistas estrangeiros participantes está na faixa de 35 e 54 anos de idade, 96,83% têm mestrado, doutorado ou especialização, outros possuem faixa mensal de renda acima de US$ 6 mil (29,12%). Grande parte reside nos EUA (10,84%) e na Argentina (8,12%). Em visita pela primeira vez, 66,1% vieram ao Brasil, enquanto 81,93% visitaram a cidade-sede do evento. O táxi foi o principal meio de transporte utilizado do aeroporto até o meio de hospedagem (47,66%). Já o meio de hospedagem mais usado foi o hotel (96,31%). Sua permanência média foi de sete noites no país.

Hospedagem, compras, alimentos, cultura e transporte são os principais responsáveis pelo gasto individual médio diário do turista estrangeiro de eventos no Brasil, que foi de US$ 285,10. O número é bem superior à média de gastos de turistas que vêm ao país a negócios (US$ 112,90) e a lazer (US$ 73,40), segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP), encomendado pela EMBRATUR, realizado em 2007.

Observa-se, portanto, que o turista de eventos é um mercado-meta a ser buscado por Manaus, em virtude de suas características específicas em termos de hábitos de viagem (utilização de hotéis) e gasto médio alto, comparativamente com os outros segmentos.

O perfil do turista potencial pressupõe que ele tenha como principal motivação o Ecoturismo, seguido pelo Turismo de Eventos e Negócios com práticas das atividades de Lazer e Entretenimento, um gasto global de viagem abrangente por meio da real utilização da cadeia produtiva do turismo, expressa desde a compra da viagem até sua realização. Espera-se que ele tenha viagens mais curtas e mais frequentes, de acordo com as tendências internacionais pesquisadas, e gastos médios diários mais expressivos. Esse turista viajaria mais acompanhado, utilizaria o avião como principal meio de transporte por ser proveniente de emissores nacionais e internacionais mais longínquos e estaria incluído em uma faixa de idade superior a 40 anos, o que é compatível com a renda diferenciada esperada.

A seguir, apresenta-se o Quadro 7 com o perfil do turista desejado que deve ser alcançado entre médio e longo prazo por meio das ações ensejadas pelo PDITS. Observa-se, entretanto, que a determinação deste perfil é importante não apenas para a formatação de produtos aos nichos desejados, também serve para o direcionamento das ações de marketing.

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QUADRO 7 – PERFIL DESEJADO DO TURISTA DE MANAUS TURISTA INTERNACIONAL TURISTA NACIONAL

CARACTERÍSTICA DA VIAGEM

PROCEDÊNCIA

DEMANDA ATUAL: Principais Emissores Tradicionais de maior renda (EUA, Alemanha, Suíça, Espanha e Holanda) DEMANDA POTENCIAL: países emergentes com interesse em ecoturismo (China, Japão e Argentina)

DEMANDA ATUAL: Principais Emissores tradicionais de maior renda (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal) DEMANDA POTENCIAL: Maiores rendas per capita nacionais com interesse em ecoturismo (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal)

PERMANÊNCIA MÉDIA (DIAS) 12,01 10,5 dias

GASTO MÉDIO DIÁRIO PER CAPITA R$ 250,35 R$ 89,9

MOTIVO DA VIAGEM Ecoturismo 70% Negócios, eventos e convenções 20% Outras motivações: 10%

Ecoturismo 50% Negócios, eventos e convenções 30% Outras motivações: 20%

MOTIVO DA VIAGEM A LAZER

Ecoturismo/Aventura 80% Cultura 20%

Ecoturismo/Aventura 80% Cultura 20%

TIPO DE ALOJAMENTO

Hotel/Pousada/Resort 70% Casa de amigos/parentes 20%

Hotel/Pousada/Flat/Resort 50% Casa de amigos/parentes 50%

MEIO DE TRANSPORTE

Avião 80% Navio 20%

Ônibus de linha 30% Avião 50% Navio 20%

COMPOSIÇÃO DO GRUPO

Preferencialmente grupo de amigos ou famílias

Preferencialmente, grupo de amigos ou famílias

ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM FONTE DE INFORMAÇÃO Principal: Ações de MKT do destino Principal: Ações de MKT do destino

UTILIZAÇÃO DE AGÊNCIA Pelo menos por 50% da demanda Pelo menos por 30% da demanda

PERFIL SOCIOECONÔMICO GÊNERO Indiferente Indiferente GRUPO DE IDADE PRIORITÁRIO Superior a 30 anos Superior a 30 anos

GRAU DE INSTRUÇÃO Superior e Pós-graduação Superior e Pós-graduação

RENDA MÉDIA MENSAL FAMILIAR Acima de US$ 10.000,00 Acima de 15 salários mínimos

Fonte: ALTRAN TCBR.

Previsões do comportamento futuro da demanda

Como a estabilidade de preços já é uma conquista definitiva da sociedade brasileira, o crescimento econômico passa a ser variável predominante na determinação do fluxo turístico interno do país. Além do mais, considerando-se que mais de 2/3 da demanda turística do Estado do Amazonas é de procedência doméstica, este estudo estimou a elasticidade-renda da demanda turística no país, a fim de calcular o impacto do incremento da renda futura na projeção do fluxo turístico do Estado, em que a base é a estrapolação das taxas de crescimento turístico verificadas no período estudado.

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Para o cálculo da elasticidade-renda da demanda turística, foram empregados dados de cross section para as 27 unidades da federação, em que, por meio da técnica de análise de regressão, buscou-se estimar uma função entre número de desembarques de passageiros (nacionais e estrangeiros) e PIB per capita dos estados, referente ao ano 2007. Os resultados da regressão estão ilustrados na Tabela 9.

TABELA 9 – RESULTADOS DA ANÁLISE DE REGRESSÃO DE DESEMBARQUES DE PASSAGEIROS NOS AEROPORTOS BRASILEIROS EM FUNÇÃO DO PIB PER CAPITA

Coefficients

MODEL UNSTANDARDIZED COEFFICIENTS

STANDARDIZED COEFFICIENTS T SIG.

B STD. ERROR BETA

(Constant) 11,198 0,793 14,124 0,000 LNPPC 1,351 0,422 0,540 3,205 0,004

A Dependent Variable: LNFT Model Summary

MODEL R R SQUARE ADJUSTED R SQUARE

STD. ERROR OF THE ESTIMATE

1 0,540(a) 0,291 0,263 1,08638 Descriptive Statistics

N MINIMUM MAXIMUM MEAN STD. DEVIATION FT 27 101327,00 13780904 1851943,3 2874750,33298 PPC 27 2,67 23,29 7,0057 4,25037 Valid N (listwise) 27 Fonte: Calculado pela Altran TCBR.

Como teoricamente esperado, o poder de explicação, determinado pelo coeficiente de determinação, R² ajustado, para dados em painéis usualmente, é baixo. É indicado avaliar a robustez do modelo pelo sinal esperado dos parâmetros estimados e pelo teste “t”de Student. Para a estimação do modelo, os dados foram transformados em logaritmos (LNPPC, logaritmo natural do PIB per capita, e logaritmo natural do Desembarques, LNFT), assim, o coeficiente B, no valor de 1,351, corresponde à estimativa da elasticidade-renda de demanda turística. Vale destacar que, dados os baixos valores da significância (sig 0,000 para a constante e 0,004 para o coeficiente angular B), a hipótese nula (H0: B1=0) para ambos parâmetros deve ser rejeitada.

Com os desembarques em uma variável próxima da demanda turística, que no caso do estado do Amazonas tal proximidade é quase perfeita – uma vez que o transporte aéreo é a principal via de acesso do turista (73,4% para o fluxo estrangeiro, segundo dados da Embratur, 2009), então, a estimativa da elasticidade-renda da demanda indica que um crescimento de 10% no PIB per capita conduz uma elevação de 13,5% no fluxo turístico demandado.

Foi visto que entre 2003 e 2008 o fluxo turístico no estado de Amazonas cresceu a uma taxa geométrica de 12,1% a.a., associados a esse desempenho estavam as taxas de crescimento econômico mundial e do país, de 3,2% a.a. e de 4% a.a, respectivamente, conforme ilustra a Tabela 10.

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TABELA 10 – CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL E BRASILEIRO – 2003/09 (EM % AO ANO)

DISCRIMINAÇÃO CRESC. MÉDIO

1995/2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

CRESC. MÉDIO

2003/2008 Mundo 2,94 2,62 3,90 3,38 4,04 3,78 1,84 -1,40 3,21

Brasil 2,32 1,15 5,72 2,94 3,69 5,41 5,10 -0,20 4,00 Fonte: Até 2008: USDA’s International Macroeconomic Data Set, Disponível em: http://www.ers.usda.gov/Data/Macroeconomics/. Para 2009: Banco Mundial-FMI e IBGE.

Observa-se um consenso de que tanto a economia mundial como a brasileira lograrão um desempenho ainda superior ao verificado nos últimos anos, o que será impulsionado pelo crescimento das economias emergentes como a China e a Índia e pelas monções favoráveis de investimentos no Brasil, a exemplo dos adventos da Copa 2014 e das Olimpíadas Rio-2016. Torna-se evidente que a demanda turística no país, em especial nos principais destinos turísticos, crescerá a um ritmo pelo menos igual ao verificado nos últimos seis anos.

Para calcular o impacto do crescimento econômico futuro na demanda turística, foram construídos três cenários econômicos. Os dois primeiros, denominados conservador e moderado, seguiram uma trajetória de crescimento decrescente no tempo (do tipo y=xb, com o expoente b<1 e domínio de x>16) em observância ao princípio básico de exaustão das economias de escalas. De posse dessa trajetória, foi definido como cenário conservador o equivalente a 70% da taxa obtida no cenário moderado. Para o cenário otimista, foram adotadas as projeções do PIB do Governo brasileiro (Ministério da Fazenda e Pesquisa Focus do Banco Central) de 5,2% a.a. no biênio 2010-2011 e de 5,5%a.a para os anos seguintes, e a expectativa de crescimento do PIB mundial do corrente ano, de 4,2% a.a. Os resultados projetados de crescimento do PIB do país e do mundo, de acordo com os cenários imaginados, estão apresentados na Tabela 11.

TABELA 11 – PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL E DO BRASIL 2009/2020

ANO PIB BRASILEIRO PIB MUNDIAL

CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA 2009* -0,002% -0,002% -0,002% -1,4% -1,4% -1,4% 2010 4,0% 5,7% 5,2% 2,9% 4,2% 4,2% 2011 3,7% 5,3% 5,2% 2,8% 4,0% 4,2% 2012 3,5% 5,0% 5,5% 2,7% 3,8% 4,2% 2013 3,3% 4,7% 5,5% 2,5% 3,6% 4,2% 2014 3,1% 4,4% 5,5% 2,4% 3,5% 4,2% 2015 2,9% 4,2% 5,5% 2,3% 3,3% 4,2% 2016 2,8% 4,0% 5,5% 2,2% 3,2% 4,2% 2017 2,7% 3,8% 5,5% 2,1% 3,1% 4,2% 2018 2,5% 3,6% 5,5% 2,1% 3,0% 4,2% 2019 2,4% 3,5% 5,5% 2,0% 2,8% 4,2% 2020 2,3% 3,3% 5,5% 1,9% 2,7% 4,2%

Fontes: (*) Observado: IBGE e AMAZONASTUR. Projeção: calculado pela Altran TCBR.

De posse da projeção do PIB, foi estimada a demanda turística para cada um dos três cenários. Levou-se em consideração a elasticidade-renda da demanda, de 1,35, a ser aplicada sobre o crescimento incremental do PIB, em relação à média dos anos 2003-2009, e a taxa de crescimento do fluxo turístico no Estado, de 12,1%, a ser aplicado aos fluxos turísticos estrangeiro e doméstico de 2009, ponderada pela proporção desses fluxos no total

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de turistas, de cerca de 0,4 e 0,6, respectivamente, e pela velocidade de crescimento do fluxo estrangeiro em relação ao do fluxo nacional, de 1,341 vez, verificada entre 2003 e 2009, a partir das estatísticas da AMAZONASTUR, 2008.

Finalmente, cabe esclarecer que, uma vez que não se obtiveram dados exclusivos de fluxo turístico para a cidade de Manaus, a projeção desse fluxo para a capital foi baseada na relação entre o número de unidades habitacionais da cidade e o total do estado. A Tabela 12 aporta às estatísticas utilizadas na dedução dessa relação.

TABELA 12 – UNIDADES HABITACIONAIS DO ESTADO DO AMAZONAS E CAPITAL , ANO 2009 AMAZONAS , AM MANAUS , MAO RELAÇÃO MAO/AM

Número de Unidades Habitacionais 3.907 3.077 84,3% Fontes: Governo do Amazonas. Plano Estadual de Turismo, 2008-2011 - Cenário moderado. Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Estudo publicado no jornal "Valor Econômico, B4 23-

03-2010, e Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, ABIH.

Os resultados projetados de crescimento da demanda turística, total e por origem, para cada um dos cenários construídos, estão apresentados na tabela e no gráfico que seguem. Em referência ao cenário moderado, observa-se que o fluxo de 473,6 mil turistas, registrados em 2009, alcançará a cifra de 802,3 mil em 2014 e 1.395,9 mil em 2020, o que resultará num fluxo de 2,9 vezes o valor inicial. É importante ressaltar que, no período 2003-08, esta relação foi de 1,98.

TABELA 13– MANAUS - PROJEÇÃO DO FLUXO TURÍSTICO NACIONAL E ESTRANGEIRO, EM MILHARES

ANO NACIONAL ESTRANGEIRO TOTAL

CONSERV. MODERADO OTIMISTA CONSERV. MODERADO OTIMISTA CONSERV. MODERADO OTIMISTA

2009* 280,0 280,0 280,0 193,6 193,6 193,6 473,6 473,6 473,6

2010 309,1 315,5 313,7 210,9 214,2 214,2 520,0 529,7 527,9

2011 340,0 353,9 351,4 229,4 236,5 237,1 569,4 590,3 588,5

2012 373,0 395,3 395,1 249,2 260,4 262,3 622,1 655,7 657,5

2013 408,2 440,1 444,2 270,2 286,2 290,3 678,3 726,3 734,6

2014 445,7 488,4 499,5 292,5 313,9 321,3 738,2 802,3 820,7

2015 485,6 540,4 561,6 316,3 343,7 355,5 802,0 884,1 917,1

2016 528,2 596,6 631,4 341,7 375,7 393,4 869,9 972,2 1.024,8

2017 573,6 657,0 709,9 368,7 410,0 435,4 942,3 1.067,0 1.145,3

2018 621,9 722,0 798,1 397,5 446,9 481,8 1.019,4 1.168,9 1.279,9

2019 673,4 791,9 897,4 428,1 486,5 533,2 1.101,5 1.278,3 1.430,6

2020 728,3 867,0 1.008,9 460,6 528,9 590,0 1.188,9 1.395,9 1.599,0

Relação 2020/09 2,6 3,1 3,6 2,4 2,7 3,0 2,5 2,9 3,4

Tx.Cresc a.a 9,1% 10,8% 12,4% 8,2% 9,6% 10,7% 8,7% 10,3% 11,7%

Fontes: (*) Observado: IBGE e AMAZONASTUR. Projeção: calculada pela Altran TCBR.

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GRÁFICO 5– MANAUS - PROJEÇÃO DO CRESCIMENTO DO FLUXO TURÍSTICO 2009-2020

Fontes: (*) Observado: IBGE e AMAZONASTUR; Projeção: calculada pela Altran TCBR

Identificação dos Elementos Críticos que Influem no Processo de Tomada de Decisões de Compra por Segmento Potencial

Lage e Milone (2000) afirmam que alguns fatores na análise da demanda turística são relevantes e exercem influência no consumo de um produto turístico e, assim, a demanda não se apresenta de uma única forma, existe uma variação correspondente ao que é ofertado e à oferta turística (elasticidade, sensibilidade e sazonalidade).

Com base nesta acepção e partindo do princípio de que Manaus possui uma rica oferta natural e cultural, inúmeras hipóteses podem explicar o porquê do baixo quantitativo de demanda atual, entre as quais se destacam:

■ Produtos turísticos da região não correspondem às expectativas dos turistas dos principais polos emissivos de turismo nacionais e internacionais;

■ Estratégias de marketing adotadas não são efetivas.

A oferta turística depende de uma série de fatores: preço do produto turístico; preços dos fatores de produção; tecnologia e qualidade dos serviços ofertados. No tocante aos preços dos bens e serviços turísticos em Manaus, observa-se que, conforme já ressaltado, este é um item com pontuação baixa para o destino, ou seja, tanto a demanda nacional quanto a estrangeira consideram os produtos turísticos manauaras caros. No Quadro 8, apresentado a seguir, observa-se que o produto Manaus é o mais caro diante de outras opções ecoturísticas nacionais.

QUADRO 8 – PREÇOS DE PACOTES ECOTURÍSTICOS NACIONAIS PRODUTO Nº DE DIAS PREÇO (R$) MEIO DE HOSPEDAGEM

PANTANAL NORTE (MT) 4 dias 1.783,00 Pousada Rio Mutum PANTANAL SUL (MS) 4 dias 1.815,00 Refúgio Ecológico Caiman CHAPADA DOS VEADEIROS (GO) 5 dias 1.428,00 Pousada Jardim do Éden

ITACARÉ (BA) 5 dias 1.770,00 Villa de Ocaporan – suíte AMAZÔNIA (AM) 4 dias 2.055,00 Ariaú Amazon Tower

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PRODUTO Nº DE DIAS PREÇO (R$) MEIO DE HOSPEDAGEM

ALTER DO CHÃO (PA) 5 dias 2.494,00 Pousada Mingote - Mínino 2 ou 3 pessoas

AMAZÔNIA – EXPEDIÇÃO FLUVIAL – ARQUIPÉLAGO DE ANAVILHAMAS

5 dias 3.130,00 Katerre Açu / Acampamento / Bela Vista

Fonte: www.ciaecoturismo.com.br.

Para explicar melhor os elementos que influem na tomada de decisão do cliente, foram utilizados os conceitos de elasticidade e sensibilidade.

A elasticidade é uma medida da resposta de compradores ou de vendedores a mudanças nas condições do mercado. A elasticidade-preço da demanda, por sua vez, mensura a sensibilidade da quantidade demandada de um bem a variações em seu preço. Quanto à elasticidade-preço de demanda, verifica-se que a demanda nacional potencial para Manaus é elástica, ou seja, tem variações negativas em função do aumento de preços.

A demanda estrangeira, por sua vez, comporta-se de maneira diferente de acordo com sua procedência. A demanda asiática (especialmente os japoneses) é pouco sensível ao preço e está disposta a pagar para usufruir do produto ”Amazônia” e, assim, uma variação nos preços provoca uma variação menos que proporcional na quantidade demandada do produto turístico, o que a caracteriza como pouco elástica. Já a demanda européia e norte-americana são mais elásticas no que se refere ao preço.

A sensibilidade mede o nível de aceitabilidade da demanda com relação aos itens que compõem a experiência de viagem. Conforme já verificado, existe uma alta sensibilidade negativa da demanda atual e potencial, nacional e estrangeira, com relação à infraestrutura de apoio ao turismo, em que os transportes são o principal item negativo.

Assim, verifica-se que o difícil acesso a maior parte dos atrativos (menor tempo de permanência no atrativo, maior tempo de deslocamento) e a existência de doenças tropicais também são desvantagens competitivas do destino Manaus.

Ao comparar os preços de pacotes oferecidos por uma mesma operadora de Ecoturismo internacional para os mais diversos países citados, pode-se constatar que, para o turista estrangeiro, os preços do produto Amazônia brasileira são competitivos, perdem apenas para a Venezuela. Salienta-se, entretanto, que os pacotes apresentados não incluem a parte aérea. Esta, quando acrescentada, elimina as vantagens competitivas do produto Amazônia, o que o torna um dos mais caros no mercado e evidencia o peso dos transportes no produto. O Quadro 9 apresenta preços de pacotes ecoturísticos internacionais.

QUADRO 9 - PREÇOS DE PACOTES TURÍSTICOS INTERNACIONAIS

PRODUTO Nº DE DIAS

PREÇO USS$ (EM DÓLAR) MEIO DE HOSPEDAGEM

BELIZE E TIKAL (AMÉRICA CENTRAL) 9 dias 2.899 Chaa Creek Cottage Blancaneaux Turtle In Mata Chica

ÁFRICA DO SUL (ÁFRICA) 9 dias 3.899 Le Vendome Hotel Batavia Boutique Hotel Lion Sands Ivory Lodge

QUÊNIA (ÁFRICA) 9 dias 2.999 - CRUZEIRO MARÍTIMO – AMAZÔNIA SAÍDAS DE IQUITOS E DE MANAUS 10 dias 2.540 (cabine

mais barata) Barco

VENEZUELA - PACOTE PRATA 8 dias 1.999 Hotel Gran Meliá PERU – PACOTE OURO 9 dias 3.599 - AMAZÔNIA PERUANA E TRILHA INCA – PACOTE PRATA 11 dias 2.599 Melia Hotel

Sandoval Lake Lodge

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PRODUTO Nº DE DIAS

PREÇO USS$ (EM DÓLAR) MEIO DE HOSPEDAGEM

Novotel Qente Camp Llulluchapampa Camp Phuyupatamarca Camp Machu Picchu Pueblo Hotel

BOLÍVIA – PACOTE OURO 10 dias 2.599 -

COSTA RICA RAINFOREST – PACOTE PRATA 11 dias 2.599

Grano de Oro Hotel Pacuare Lodge Si Como No Hotel Aguila de Osa Inn

EQUADOR – PACOTE GOLD 8 dias 3.099 - GALÁPAGOS – PACOTE OURO - CRUZEIRO 11 dias 3.899 Navio

AUSTRÁLIA – PACOTE PRATA 9 dias 2.599 Hotel Sofitel Sebel Reef House Sydney Harbour Marriott

NOVA ZELÂNDIA – PACOTE PRATA 8 dias 2.199 Novotel Gardens Chateau in the Park

Fonte: www.adventure.iexplore.com.

Não obstante, as políticas de preços da destinação amazônica não são efetivas para assegurar um aumento de demanda turística. Por si só, isso se deve tanto ao custo relativo ao produto turístico como às estratégias inadequadas de preço, ao longo dos períodos de alta e de baixa estação. A alta estação é julho para brasileiros e agosto para a demanda total.

Um dos componentes que mais pesa no custo dos produtos da região é o transporte, conforme já mencionado. Ressalta-se a necessidade de os empreendedores do turismo na região trabalharem com uma visão mercadológica mais ampla, que integre conceitos de produtividade e competitividade com relação a outras destinações. Tal preocupação tornaria Manaus mais competitiva no mercado turístico internacional e aumentaria a demanda por seus produtos.

De acordo com as pesquisas efetuadas com os operadores, os principais problemas do destino, em ordem de importância, são: dificuldades de acesso, distância e acessibilidade, receptivo na Amazônia, baixa capacitação, segmentação mal explorada, comunicação equivocada e banalização do Ecoturismo.

Quanto à distribuição dos produtos turísticos amazônicos, pode-se inferir que os atuais canais utilizados pela região de interesse para tal fim não têm sido efetivos, em virtude da baixa demanda observada. Isso pode ocorrer por dois fatores:

■ Baixo interesse do setor tradicional de varejo, as agências de viagens, devido às características do produto - baixa confiabilidade e preços elevados - que o tornam de difícil comercialização; e

■ Distribuição equivocada do produto em centros emissores que não possuam concentração do público-alvo da região.

Na visão dos operadores turísticos entrevistados, a Amazônia Legal deverá criar uma imagem própria e diferenciada e promover seus produtos específicos.

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É importante salientar que, se desejar realmente atingir o seleto grupo de ecoturistas europeus e asiáticos (bem mais especializados que os norte-americanos), Manaus deverá imprimir uma grande melhoria qualitativa a seus produtos atuais e futuros. Segundo os operadores desta região, observa-se uma carência de informações da Amazônia que alerte o turista sobre a melhor época para visitá-la, o vestuário adequado, expectativas com relação à viagem, características e horários dos passeios e das excursões, tipos de alojamentos e equipamentos de alimentação, tarifário e detalhamento de preços dos componentes do produto.

Por outro lado, observa-se o grande potencial mercadológico do produto turístico de Manaus. Com o objetivo de obter um alinhamento entre as expectativas da demanda e da oferta existente, foram identificados nos Estudos de Mercado do PROECOTUR (2009), os elementos turísticos que, segundo a visão dos operadores, devem ser o foco na Amazônia e, portanto, se aplicam a Manaus. Foram definidos treze elementos de maior atratividade para os viajantes, e, posteriormente, cruzados à oferta de cada destino (Quadro 10).

QUADRO 10 - ELEMENTOS IDENTIFICADOS NO ESTUDO DO MERCADO ELEMENTOS IDENTIFICADOS NO ESTUDO DO MERCADO

A - Experiências com a Comunidade H - Unidades de Conservação

B - Experiências com a Natureza I - Gastronomia

C - Hotéis de Selva J - Patrimônio Histórico e Cultural

D - Barco-hotel L - Festas e Eventos

E - Pesca M – Cidades

F - Observação de Aves O - Sol e Praia, Fluvial e Marítimo

G - Cruzeiros Fonte: FGV, 2009.

Em relação à diversidade de oferta, observa-se que Manaus, com dez elementos, é o destino que melhor responde aos aspectos de interes se da demanda, seguido por Belém e Santarém, no Pará, com nove elementos cada.

B) NÍVEL DE EXPECTATIVAS DOS DIFERENTES SEGMENTOS POTENCIAIS

O turista potencial do Ecoturismo apresenta características diferenciadas. Sabe-se, por exemplo, que o ecoturista se preocupa com o meio ambiente, busca experiências únicas que mantenham os recursos ambientais e sócio-culturais, procura integração com a comunidade e tem expectativa de que a atividade realizada venha contribuir para o Lazer e Entretenimento e melhoria de qualidade de vida das comunidades anfitriãs. Os ecoturistas, além de buscarem por áreas preservadas e de alto valor ecológico e cultural, também procuram – em especial os estrangeiros – por roteiros com infraestrutura básica e turística adequada; equipamentos necessários para oferecer um mínimo de segurança, saúde e conforto aos visitantes; além da disponibilidade de mão de obra qualificada, com guias capacitados e bem treinados.

De acordo com os operadores pesquisados, a Amazônia é um ícone mundial forte, mas não traduz essa colocação em procura turística. O turista que procura este produto, por sua vez, deseja serviços sob medida e especializados. O mercado da região é eminentemente internacional e direcionado a uma demanda estratificada em função do alto custo. Esse turista estrangeiro potencial para Manaus busca a singularidade, a experiência única, e uma parcela está disposta a procurar o destino, apesar da infraestrutura precária.

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Quanto ao meio de transporte, o turista que compra um pacote com vôo charter para “sun and sea” não é turista para Amazônia, talvez, apenas uma pequena parcela. Os turistas para a Amazônia vêm em voos individuais que têm como portão de entrada São Paulo ou Rio de Janeiro. A faixa etária está acima de 40 anos e seu perfil é de um turista com hábito de viagens (América do Norte, África) que exige qualidade de atendimento em todos os aspectos do produto e já pesquisa com antecedência o que irá ver. Quanto ao preço, ele está disposto a pagar caro, mas exige horários e logística bem implantados.

Em termos de tipologias de produtos, esse turista busca a experiência de selva, mas há uma oferta restrita neste segmento.

Os operadores japoneses entrevistados nas pesquisas do PROECOTUR (2009) enfatizaram a necessidade de se criar novos produtos turísticos “não convencionais”, que estejam integrados por uma ampla variedade de experiências e de atividades – porém, não muito intensas (Ecoturismo soft). Desejam produtos com estruturas personalizadas, o chamado Taylor Maid, e infraestrutura adequada.

Na opinião de operadores internacionais, as operações de Ecoturismo brasileiras não atendem aos mais exigentes em termos de padrões de qualidade.

O turista de negócios, por sua vez, é um turista também mais seletivo, com gastos médios diários superiores à demanda média nacional e pode ter um peso considerável no uso não apenas de equipamentos de hospedagem e alimentação, mas, inclusive, nos setores de lazer e compras a depender do que seja ofertado em sua estadia.

É importante salientar que, de acordo com a Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais no Brasil, 39,71% dos entrevistados permaneceram na cidade-sede antes ou após o evento, ao passo que 29,55% também ficaram em outras cidades brasileiras. Destes turistas, 92,57% declararam ter intenção de voltar ao Brasil, enquanto 76,37% disseram querer retornar à cidade-sede do evento e 47,13% afirmaram querer regressar em até dois anos. Em resposta de múltipla escolha, os participantes dos eventos disseram que o principal motivo do retorno seria lazer (72,62%), seguido por negócios (28,97%). A imagem da cidade-sede do evento permaneceu positiva ou melhorou após a viagem para 79,14% dos entrevistados.

C) HÁBITOS DE INFORMAÇÃO DE COMPRA DOS SEGMENTOS POTENCIAIS

O ecoturista interessa-se pelo destino que pretende visitar e pesquisa sobre ele. Não só com relação aos pacotes turísticos existentes (guias, transporte, hospedagem, alimentação, etc.), mas sobre outros aspectos ligados ao meio ambiente como geografia, clima, ciclos da chuva, população. Busca suas informações comumente na internet e por meio de amigos/parentes. Ao chegar a seu destino, o ecoturista confere as informações obtidas. Faz parte do desafio da viagem. Naturalmente, as informações obtidas previamente são complementadas com a vivência in loco.

De acordo com a Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais no Brasil (EMBRATUR/FGV, 2010), 33,71% turistas de eventos tiveram a internet como fonte de informação e 30,62% buscaram o organizador do evento no Brasil.

D) CONHECIMENTO E INTERESSE DA DEMANDA POTENCIAL

De acordo com as pesquisas de Mercado do PROECOTUR (2009), existe o conhecimento do destino Amazônia – ao qual Manaus está diretamente atrelado – como também o

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interesse em visitá-lo nos países Europeus citados como prioritários no perfil do turista potencial e nos EUA, seja em visitas compartilhadas ou exclusivas para o destino, o que demonstra sua força mercadológica. De forma complementar, observa-se conhecimento e interesse medianos por parte do Canadá e Argentina e um baixo conhecimento do país e do Amazonas por parte da demanda asiática.

A demanda internacional tem a imagem da Amazônia associada à experiência da selva e suas complementaridades, tais como comunidades tradicionais e indígenas, flora e fauna.

Por parte da demanda nacional também já foi demonstrado que existe interesse que cresce com a renda na prática do Ecoturismo. Este interesse está em seu nível mais alto (5,2%) na parcela da população brasileira que possui acima de 15 salários mínimos de renda familiar. Cabe salientar que este percentual ainda é muito baixo e que é necessário um maior esforço de marketing para se criar a conscientização e o desejo da viagem para o Ecoturismo na demanda nacional.

De acordo com as pesquisas realizadas pelo PROECOTUR (2009), para o mercado nacional a Amazônia apresenta fatores importantes que devem ser focados, quais sejam:

■ Distância dos maiores emissores nacionais;

■ Custo total da viagem frente a outras destinações nacionais.

Complementarmente, os estudos do PROECOTUR indicaram que o produto turístico oferecido pela Amazônia não atende às motivações de viagens mais comuns dos turistas nacionais, pois o turista não associa a Amazônia com descanso, intera ção social e familiar, conforto, diversidade de atividades e ser viços e alcance de status . Esta visão preconcebida e, por vezes, distorcida faz com que muitos turistas se surpreendam ao visitar a região.

A imagem percebida pelos operadores e turistas internacionais com relação à infraestrutura de apoio ao turismo também é negativa em diversos pontos, conforme já citado em itens anteriores. Os atributos básicos desejados pela demanda potencial para Manaus, em virtude de sua especialização e exigências, estão ligadas à qualidade do produto turístico e confiabilidade de seus elos integrantes. Complementarmente, é interessante observar que o ecoturista valoriza bastante a experiência de selva e a associa ao destino.

O Estudo de Demanda Nacional do PROECOTUR (2009) mostra que a Amazônia Legal tem sua imagem fortemente atrelada à Floresta Amazônica. A região desperta apelo nacionalista na população brasileira e constitui um símbolo nacional sem, no entanto, ter sua imagem atrelada ao turismo. Percebe-se, assim, que o produto turístico amazônico é pouco conhecido pelo mercado consumidor brasileiro.

De acordo com as pesquisas qualitativas do PROECOTUR (2009), os principais aspectos de interesse turístico que fazem parte da imagem que se tem da Amazônia são: flora, fauna e índios.

Um fato peculiar advindo do estudo supracitado é a percepção de que o indivíduo comum brasileiro “tem receio de visitar a Amazônia, pois teme que sua presença cause transtornos a um bioma frágil, que já sofre pressões indevidas”. Para o brasileiro, de uma forma geral, a ausência de promoção e de informações efetivas seria indicativo de que ela não deve ser visitada. Um dos motivos para isso, apontado pelos estudos e expresso pelos participantes

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dos focus groups do PROECOTUR de forma errônea, é que a Amazônia seria “um destino turístico para estrangeiros, não para brasileiros”.

E) IDENTIFICAÇÃO DOS DESTINOS COMPETIDORES

Do ponto de vista mercadológico, o Ecoturismo é um segmento que tem obtido um crescimento considerável, ao longo dos últimos anos. Para os empresários do segmento, a estimativa é de que o crescimento do Ecoturismo se situe em 20% ao ano. Nesta tendência, existem muitos destinos ecoturísticos já consagrados mundialmente, tornando a indústria altamente competitiva.

No mercado nacional, o principal destino competidor à Amazônia é o Pantanal mato-grossense. Podem ser citados também Fernando de Noronha e Cataratas do Iguaçu, conforme Pesquisa da Demanda Nacional (PROECOTUR, 2009).

Quanto ao mercado internacional, Manaus tem como principais concorrentes outros países sul-americanos que também comercializam o ecossistema Amazônico, como Peru, Bolívia, Venezuela e Equador. Uma das vantagens da Amazônia Brasileira em comparação a esses países é a grande diversidade de ecossistema. Além disso, questões políticas colaboram para que o Brasil mantenha uma imagem pacífica, sem conflitos armados, considerados aspectos positivos e de grande influência quando da decisão de o turista estrangeiro viajar. Em contraposição, a Venezuela, por exemplo, possui produtos turísticos mais consolidados e uma melhor organização da atividade em geral.

Os principais países da América Central que fazem concorrência no âmbito internacional são a Costa Rica, bastante conhecida pelo desenvolvimento do Ecoturismo, e Belize. Outros locais de grande concorrência são alguns países do continente africano como África do Sul e Quênia. Comparativamente com o continente africano, a Região Amazônica fica em desvantagem se o interesse do turista for a observação de fauna de grande porte. Outros locais de grande interesse para o Ecoturismo e o Turismo de Aventura, respectivamente, são a Austrália e a Nova Zelândia.

As mais expressivas ofertas de Ecoturismo, portanto, estão distribuídas principalmente em países das Américas e da África. Os países e os destinos mais famosos são (por ordem alfabética):

■ Austrália – somente a Barreira dos Grandes Corais gera US$ 600 milhões/ano;

■ Belize – turismo geral representa 25% do PIB nacional. Dentre os 250.000 turistas estrangeiros (número equivalente à população do país), metade visita os parques arqueológicos maias e 87% visitam barreiras de corais;

■ Costa Rica – um dos países líderes no desenvolvimento de práticas do setor. O Ecoturismo representa cerca de 60% do turismo no país, atraindo 600.000 ecoturistas estrangeiros e faturando cerca de US$ 600 milhões/ano, valores expressivos para uma população local de 4,2 milhões de pessoas;

■ Equador – 60.000 visitantes/ano, receitas de US$100 milhões/ano;

■ EUA – os parques nacionais dos EUA recebem em média 270 milhões de visitantes/ano, em sua maioria proveniente da localidade, dada uma população de 290 milhões de pessoas;

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■ Nepal – 51.000 ecoturistas/ano, especialmente para atividades de trekking com receitas de US$ 100 milhões/ano;

■ Peru – importante mercado na atividade de observação de pássaros e sítios arqueológicos (incas). Concorre diretamente com o Brasil e possui melhor infraestrutura, confortáveis hotéis de selva, informação organizada com bom nível de guias, além de ingressos e tarifas aéreas reduzidos;

■ Quênia – recebe 900.000 turistas estrangeiros, a maioria considerada como ecoturistas. O Ecoturismo gera US$ 400 milhões/ano;

■ Ruanda – o Parque Nacional dos Volcans (cuja grande atração são os gorilas) gera US$ 1 milhão em ingressos, além de US$ 3 milhões em outros gastos ecoturísticos;

■ Outros países – Canadá (parques nacionais), México, Venezuela, Egito (Red Sea Coast), Indonésia, Tanzânia, África do Sul e Zimbábue.

No que tange ao turismo de eventos e negócios, o maior expoente nacional e, portanto, o maior competidor com relação a Manaus, é o estado de São Paulo, seguido por Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte. Este é um mercado bastante competitivo e de difícil inserção. No entanto, Manaus pode se diferenciar por oferecer um “destino verde” com opções de Ecoturismo e lazer de alta qualidade agregadas aos eventos, além de espaços diferenciados para eventos e lazer, e tem como referências a cultura local e os ícones da floresta amazônica.

2.2.3 Comportamento do valor agregado do turismo na área turística – Incremento esperado da receita do turismo, renda de rivada, impostos e empregos gerados

A) COMPORTAMENTO FUTURO DO TURISTA QUANTO AO GASTO E ESTADIA M ÉDIA

O objetivo aqui é apresentar o volume dos gastos e o tempo de permanência média dos turistas que visitam a cidade de Manaus com vistas à determinação da receita turística e dos impactos macroeconômicos, em médio e longo prazo. Será analisado primeiro o turismo doméstico e, em seguida, o fluxo internacional.

As estatísticas de turismo receptivo doméstico mais recentes de gasto médio individual diário – GMID e permanência média diária – PMD, mais adequadas à cidade de Manaus, são para a região Norte, levantadas em estudo do MTur (2006), referentes aos anos de 2001 e 2005. Na Tabela 14, foram reproduzidas as estatísticas referentes à região e ao país como um todo.

Para o cálculo da receita turística do fluxo doméstico para os anos de 2009 e seguintes, os GMID de 2001 e de 2005 foram atualizados pelo Índice Geral de Preços-Mercados - IGP-M, da FGV, para valores de 2009 e, em seguida, tomou-se o valor médio de ambos, resultando num GMID de R$ 56,02 para a região Norte e de R$ 45,88 para o Brasil.

TABELA 14 – REGIÃO NORTE E BRASIL : GASTO MÉDIO INDIVIDUAL AO DIA E PERMANÊNCIA MÉDIA

DISCRIMINAÇÃO REGIÃO NORTE BRASIL

2001 2005 MÉDIA 2001 2005 MÉDIA Gasto Médio Total (R$) 1.262,07 971,25 1.116,66 902,55 855,64 879,10 Gasto Médio Individual (R$) 643,92 419,12 531,52 292,09 328,04 310,07

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DISCRIMINAÇÃO REGIÃO NORTE BRASIL

2001 2005 MÉDIA 2001 2005 MÉDIA GMID 41,46 28,54 35,00 25,47 36,52 31,00 IGP-M, Ano-base 2009* 53,44 82,82 68,13 53,44 82,82 68,13 GMDI a preços 2009 (R$) 77,58 34,46 56,02 47,66 44,10 45,88 PM (dias) 15,50 14,70 15,10 11,50 9,00 10,25 Fontes: Ministério do Turismo: Caracterização e dimensionamento do turismo doméstico no Brasil 2002 e 2005, FIPE, (*) IPEA-Data, disponível em http://www.ipeadata.gov.br, acessado em 25/04/2010.

Para o fluxo turístico estrangeiro, as estatísticas são mais recentes e detalhadas, com dados para os principais portões de entrada internacionais do país. Na Tabela 15, foram postados os dados de GMID e de PMD, com exclusividade para a cidade de Manaus, obtidos do “Estudo de Demanda Turística Internacional”, MTur (2009), referentes aos anos de 2004 a 2008.

O mesmo procedimento de atualização monetária foi aplicado ao GMID do turista estrangeiro, depois de sua conversão ao real. Para o período 2004-2008, obteve-se, então, um GMID de R$ 173,72 e uma PMD de 12,01 dias, dados empregados no cálculo da receita turística de 2009 e nas suas projeções para os anos seguintes.

TABELA 15 – MANAUS - FLUXO TURÍSTICO ESTRANGEIRO – GASTO MÉDIO INDIVIDUAL DIA, GMID, E PERMANÊNCIA MÉDIA DIA, PMD

DISCRIMINAÇÃO 2004 2005 2006 2007 2008 MÉDIA 2004-08

GMID (US$) 72,07 69,41 60,45 67,31 64,89 66,83 Taxa de Câmbio* 2,92 2,41 2,17 1,93 1,83 2,25 GMID a preços correntes (R$)

210,24 167,45 131,05 129,91 118,98 151,52

IGP-M, Ano-base 2009* 81,83 82,82 85,99 92,66 101,75 89,01 GMID a preços 2009 (R$) 256,92 202,19 152,40 140,20 116,93 173,72 PMD 9,90 15,00 14,00 12,97 8,20 12,01 Fonte: Ministério do Turismo: Estudo da demanda turística internacional 2004-2008. MTur (2010) (**) IPEA-Data, disponível em http://www.ipeadata.gov.br, acessado em 25/04/2010

Em consonância com o que já foi explicitado como estratégia adotada para o crescimento do fluxo turístico de Manaus, a previsão das taxas de permanência média e gasto médio diário está ancorada no pressuposto de que é possível uma maior qualificação da demanda e um alinhamento às tendências internacionais verificadas quanto ao comportamento de viagem.

Assim, o fluxo turístico nacional passaria por uma requalificação, mudando seu perfil atual, que tem como característica uma taxa de permanência longa com baixo impacto na utilização da cadeia produtiva do turismo, evidenciada desde a compra da viagem (ausência de planejamento e sem agência) até a seleção do meio de hospedagem (casa de amigos ou parentes). Isso não se aplica ao turista de negócios, embora seja possível aumentar seu gasto médio diário por meio da prática de atividades complementares (lazer e ecoturismo). Esclarecido este ponto, aplicou-se um redutor, como já ressaltado, nos 15,1 dias de PM inicial observada na região Norte para o fluxo nacional, de modo a levá-la ao final do horizonte de planejamento, 2020, para o mesmo nível observado no período 2001-2005 para o país, de 10,25 dias. O gasto médio diário, de acordo com as premissas de planejamento adotadas, teria um crescimento paulatino e passaria dos atuais R$56,02 para R$89,9 em 2020, como pode ser observado na Tabela 16:

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TABELA 16 – PROJEÇÃO DO GASTO MÉDIO DIÁRIO E TAXA DE PERMANÊNCIA MÉDIA – TURISTA NACIONAL ANO GMID (R$) PM (DIAS) 2010 56,02 15,10 2013 68,50 13,12 2014 71,52 12,66 2020 89,09 10,25

Fonte: ALTRAN TCBR

Quanto à taxa de crescimento projetado para o gasto médio diário, desenha-se como cenário uma mudança na tendência que, hoje, está instalada. É interessante observar que houve uma perda gradual de receita quanto ao GMID do turista internacional no período de 2004 a 2007, que decaiu de R$ 256,52 para R$116,93 em 2008, com uma média de R$173,72 no período, que pode ser atribuída à crise internacional, entre outros fatores exógenos, mas que também tem referência nas poucas opções de gasto do turista na capital Amazonense. Em uma análise prospectiva, espera-se por uma recuperação gradual durante o período 2010/2020 com uma meta absolutamente factível em 2020 em função do histórico já apresentado. Assim, com o cenário moderado utilizado como referência, tem-se, a partir de 2010, um GMID de R$ 173,72, que evolui em 2014, ano da Copa, para R$ 209,42, chegando, em 2020, a R$ 250,35. Por outro lado, mantém-se a permanência média em 12,1 dias, observada no período de 2004 a 2008, durante o período futuro.

TABELA 17 – MANAUS : RECEITA PM E GMID DO FLUXO ESTRANGEIRO, 2009/20

ANO GMID/MODERADO, R$ PMD

2010 181,00 12,01 2011 188,21 12,01 2012 195,34 12,01 2013 202,41 12,01 2014 209,42 12,01 2015 216,38 12,01 2016 223,27 12,01 2017 230,12 12,01 2018 236,91 12,01 2019 243,66 12,01 2020 250,35 12,01

Relação 2020/09 1,44 1,00 Tx.Cresc. 3,38% 0,00%

Fonte: ALTRAN TCBR

B) RECEITA TURÍSTICA DIRETA

A receita turística direta é simplesmente calculada com a multiplicação do fluxo turístico, obtido anteriormente, pelo gasto médio individual e pela permanência média diários. Como foram desenhados três cenários distintos de projeção de fluxo para o período 2010-20, a receita turística também será estimada para cada um desses cenários.

Em relação à projeção da receita turística doméstica, cabe fazer duas observações. Em primeiro lugar, ressalta-se que o valor inicial do GMID, de R$ 56,02, foi atualizado pela mesma taxa de crescimento do PIB do país, deduzida na seção relativa às previsões do comportamento futuro da demanda. Leva-se em consideração, de um lado, a expectativa de

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crescimento econômico mais acentuado do país e, de outro, uma provável subestimação do GMID, pois sua determinação, a partir da média dos valores levantados em 2001 e 2005, ocorreu, coincidentemente, em dois anos de queda expressiva na taxa de crescimento da economia brasileira, quando comparada ao ano antecedente. Em 2001, o PIB do país cresceu apenas 1,31%, contra 4,31% em 2000 (IPEA, disponível em www.ipeadata.gov.br), já em 2005 esta taxa foi de 3,16%, contra 5,71% no ano anterior.

Em segundo lugar, considera-se uma das tendências mundiais de comportamento de viagens com a motivação “Lazer” o encurtamento da permanência média, em função do aumento da preferência do gozo de férias em dois períodos, permitido na legislação trabalhista brasileira. Para tanto, foi aplicada uma taxa de decaimento aos 15,1 dias de PM inicial, observada na região Norte, de modo a levá-la ao final do planejamento, 2020, para o mesmo nível observado no período 2001-2005 para o país, de 10,25 dias. Lembra-se que tal tendência favorece mais ainda o turismo porque, de um lado, diminui a permanência média em alguns dias, do outro, duplica a frequência de viagens a lazer do turista, conforme já ressaltado.

TABELA 18 – MANAUS : RECEITA TURÍSTICA DIRETA DO FLUXO NACIONAL , 2090/20

ANO GMID/MODERADO, R$ PMD

RECEITA TURÍSTICA DIRETA, R$ 1.000,00

CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA

2009 56,02 15,10 236.870 236.870 236.870 2010 59,20 14,58 266.708 272.262 270.713 2011 62,34 14,07 298.274 310.424 308.292 2012 65,44 13,59 331.592 351.431 351.255 2013 68,50 13,12 366.691 395.359 399.096 2014 71,52 12,66 403.600 442.289 452.334 2015 74,52 12,22 442.352 492.303 511.537 2016 77,49 11,80 482.980 545.485 577.331 2017 80,42 11,39 525.520 601.924 650.406 2018 83,34 11,00 570.009 661.709 731.518 2019 86,22 10,62 616.486 724.934 821.502 2020 89,09 10,25 664.991 791.693 921.273

Relação 2020/09

1,59 0,68 2,81 3,34 3,89

Tx. Cresc. 4,31% -3,46% 9,84% 11,59% 13,14%

Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados do MTur (2006).

Lembrando que, para o primeiro ano da série, a receita de R$236,9 milhões é igual para os três cenários, em função de se referir ao fluxo observado de turistas de 2009. Em termos de crescimento no período, a relação entre 2020 e 2009 resultante é de 3,34 vezes e a taxa de crescimento exponencial no período, de 11,59%, considerando-se o cenário moderado.

O cálculo da receita turística decorrente do fluxo estrangeiro está reproduzido na Tabela 19 para os três cenários, obtidos dos produtos entre fluxo, GMID e PMD. Dada a maior taxa de crescimento do fluxo turístico internacional em relação ao fluxo nacional, a receita turística internacional também crescerá mais do que a nacional, observada na Tabela 18 anterior. Com referência ao cenário moderado, ter-se-á em 2014, ano da Copa, uma receita turística advinda do fluxo receptivo internacional em Manaus da ordem de R$ 789,7 milhões, equivalente a US$ 451,3 milhões na cotação atual de R$/US$ 1,75; receita esta que

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alcançará R$ 1.591 milhões em 2020, equivalente a 3,94 vezes a observada em 2009, decorrente de uma taxa de acumulação de 13,3% a.a.

TABELA 19 – MANAUS : RECEITA TURÍSTICA DIRETA DO FLUXO ESTRANGEIRO, 2009/20

ANO GMID/MODERADO, R$ PM, DIAS RECEITA TURÍSTICA DIRETA, R$ 1.000,00

CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA

2009 173,72 12,01 404.018 404.018 404.018 2010 181,00 12,01 458.683 465.824 465.824 2011 188,21 12,01 518.764 534.648 536.011 2012 195,34 12,01 584.690 611.115 615.655 2013 202,41 12,01 656.922 695.895 705.963 2014 209,42 12,01 735.954 789.716 808.294 2015 216,38 12,01 822.317 893.357 924.173 2016 223,27 12,01 916.577 1.007.660 1.055.311 2017 230,12 12,01 1.019.342 1.133.531 1.203.631 2018 236,91 12,01 1.131.263 1.271.943 1.371.291 2019 243,66 12,01 1.253.037 1.423.943 1.560.710 2020 250,35 12,01 1.385.408 1.590.659 1.774.603

Relação 2020/09

1,44 1,00 3,43 3,94 4,39

Tx.Cresc. 3,38% 0,00% 11,85% 13,27% 14,40%

Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados do MTUR (2010).

Por fim, aporta-se na Tabela 20 a soma das receitas doméstica e internacional. Em conjunto e em consideração ao cenário moderado, espera-se que a receita turística direta na capital amazonense cresça a uma taxa de 12,7% a.a, fazendo com que, entre 2009 e 2020, a receita seja multiplicada por 3,72 vezes. A evolução de tal receita e das outras duas associadas aos cenários conservador e otimista estão postadas no Gráfico 6.

TABELA 20 – MANAUS – PROJEÇÃO DA RECEITA TURÍSTICA 2009-2010

ANO RECEITA TURÍSTICA TOTAL , R$ 1.000,00

CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA

2009 640.887 640.887 640.887 2010 725.391 738.086 736.538 2011 817.037 845.072 844.303 2012 916.282 962.545 966.910 2013 1.023.613 1.091.255 1.105.060 2014 1.139.554 1.232.005 1.260.628 2015 1.264.669 1.385.660 1.435.710 2016 1.399.557 1.553.146 1.632.642 2017 1.544.862 1.735.455 1.854.037 2018 1.701.273 1.933.652 2.102.809 2019 1.869.523 2.148.877 2.382.211 2020 2.050.399 2.382.353 2.695.876

Relação 2020/09 3,20 3,72 4,21

Tx.Cresc. 11,15% 12,68% 13,95% Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados do MTur (2010).

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GRÁFICO 6 – MANAUS : PROJEÇÃO DA RECEITA TURÍSTICA 2009-2020, EM R$

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Conservador Moderado Otimista

Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados do MTur (2010).

C) RENDA DERIVADA

A estimativa da renda derivada da receita turística e dos investimentos foi calculada por meio da multiplicação entre a receita turística direta, e o multiplicador de gastos turísticos, calculado no estudo de Ferreira e Aércio (In Ferreira, Assuério e Oliveira, Aércio. Estruturação da Matriz de Insumo – Produto do turismo do Ceará, Fortaleza, março de 1996). Em referência a 1996 como ano-base, os autores do estudo estimaram que, para cada R$1,00 de receita direta gerada pela atividade turística no Estado, resultava numa receita indireta R$0,34, ou seja, num multiplicador de gastos de 1,34 para 1996. Para os anos seguintes, 1997 a 2000, os multiplicadores calculados no respectivo estudo foram: 1997=1,43; 1998=1,53; 1999=1,64; 2000=1,75 e 2001=1,75.

Embora a estrutura econômica do estado do Ceará seja bastante diferenciada da do Amazonas, espera-se que, do ponto de vista turístico, não haja diferenciais significativos no espraiamento dos impactos turísticos na estrutura intersetorial da economia.

Ressalta-se que, como os multiplicadores estimados por aquele estudo tiveram um alcance de apenas cinco anos, foi aplicado ao valor do multiplicador inicial, de 1,34, um fator de acumulação que, ao final do planejamento deste estudo, será igualado ao seu limite superior, de 1,75. Os novos valores desses multiplicadores, denominados “efeito renda”, conjuntamente com os resultados da renda derivada da receita turística domestica e estrangeira, estão ilustrados na Tabela 21.

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TABELA 21 – MANAUS : PROJEÇÃO DA RENDA DERIVADA DA RECEITA TURÍSTICA 2009-2020

ANO EFEITO RENDA

RENDA TURÍSTICA NACIONAL RENDA TURÍSTICA ESTRANGEIRA CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA

2009 1,34 317.406 317.406 317.406 541.383 541.383 541.383 2010 1,37 366.168 373.793 371.667 629.733 639.538 639.538 2011 1,41 419.564 436.655 433.657 729.715 752.059 753.976 2012 1,44 477.889 506.481 506.227 842.652 880.736 887.279 2013 1,48 541.455 583.787 589.305 970.009 1.027.558 1.042.424 2014 1,51 610.595 669.126 684.323 1.113.403 1.194.738 1.222.844 2015 1,55 685.661 763.086 792.899 1.274.618 1.384.734 1.432.499 2016 1,59 767.026 866.290 916.865 1.455.624 1.600.275 1.675.950 2017 1,63 855.085 979.403 1.058.289 1.658.593 1.844.392 1.958.454 2018 1,67 950.257 1.103.130 1.219.507 1.885.919 2.120.444 2.286.066 2019 1,71 1.052.985 1.238.218 1.403.160 2.140.240 2.432.156 2.665.758 2020 1,75 1.163.735 1.385.463 1.612.227 2.424.463 2.783.654 3.105.556

Relação 2020/09

1,31 3,67 4,36 5,08 4,48 5,14 5,74

Tx.Cresc. 2,46% 12,54% 14,34% 15,92% 14,60% 16,05% 17,21%

Fonte: ALTRAN TCBR

O Gráfico 7Gráfico 7 ilustra o comportamento da renda turística ao longo do período planejado para os dois segmentos de turismo, tendo em vista apenas o cenário moderado.

GRÁFICO 7 – MANAUS : PROJEÇÃO DA RENDA DERIVADA DA RECEITA TURÍSTICA 2009-2020, EM R$ MILHÕES

Fonte: ALTRAN TCBR

D) O IMPACTO ECONÔMICO DO TURISMO NO PIB

Denomina-se renda turística a soma da receita turística direta com a receita indireta, obtida a partir do multiplicador de renda – que variou de 1,34 a 1,74 entre o início e fim do período – aplicado sobre a receita direta. Assim, a relação entre renda turística e PIB representará o impacto da atividade turística no PIB de Manaus. Na sequência, é apresentado o PIB do

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período 2003 a 2009 e, em seguida, sua projeção para o horizonte 2010-2020, para efeito do cálculo do impacto.

A tabela a seguir retrata, nas primeiras três colunas, o PIB de Manaus, bem como o do Amazonas e o do Brasil. Nas duas colunas seguintes, é postada a participação do PIB de Manaus em relação ao estado e ao país, enquanto a última mostra a do estado em relação ao Brasil. No período, observa-se certa constância da participação do PIB da capital em relação ao estado, que variou entre 81,2%, em 2006, e 84%, em 2004. Em relação ao país, essa participação evoluiu de 1,7% para 2,3%, entre 2003 e 2006, mantendo-se estável.

TABELA 22– MANAUS , ESTADO DO AMAZONAS E BRASIL – PIB, EM R$ BILHÕES (PREÇOS DE 2009)

ANO MANAUS , MAO

AMAZONAS , AM BRASIL , BR MAO/AM MAO/BR AM/BR

2003 41.337 50.127 2.490.186 82,5% 1,7% 2,0% 2004 51.110 60.837 2.632.433 84,0% 1,9% 2,3% 2005 55.226 66.935 2.715.609 82,5% 2,0% 2,5% 2006 63.824 78.585 2.823.067 81,2% 2,3% 2,8% 2007 69.045 84.337 2.995.032 81,9% 2,3% 2,8% 2008* 72.592 88.669 3.148.858 81,9% 2,3% 2,8% 2009* 72.457 88.504 3.143.015 81,9% 2,3% 2,8% Média 60.799 73.999 2.849.743 82,3% 2,1% 2,6%

Rel 2009/03

1,75 1,77 1,26 0,99 1,39 1,40

Tx Cresc. 9,8% 9,9% 4,0% -0,1% 5,6% 5,8%

Fontes: Calculados a partir de estatísticas do IBGE e IPEA-Data. (*) O PIB de Manaus e o do Estado, para 2008 e 2009 foram estimados a partir da participação no PIB do país no ano de 2007.

A Tabela 23 apresenta o PIB de Manaus para o horizonte de planejamento, estimado a partir da projeção do PIB do país. Além do crescimento econômico esperado para o país, foi incorporada à projeção do PIB de Manaus uma taxa de crescimento da participação do PIB da cidade de modo a passar de 2,3%, observada em 2009, para 3,5%, em 2020. Isso significa que, considerando-se o cenário moderado, o PIB da capital amazonense crescerá, entre 2009 e 2020, à taxa de 9,21% a.a., contra 9,9% a.a verificada no período 2003-09.

TABELA 23 – MANAUS E BRASIL - PROJEÇÃO DO PIB, EM R$ BILHÕES - PREÇOS DE 2009

ANO MANAUS , MAO BRASIL , BR MAO/BR,

MODERADO CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA

2009* 72,5 72,5 72,5 3.143,0 3.143,0 3.143 2,31% 2010 78,2 79,5 79,2 3.267,9 3.321,4 3.306,5 2,39% 2011 84,3 87,0 86,5 3.389,1 3.497,4 3.478,4 2,49% 2012 90,6 94,8 94,8 3.507,0 3.671,2 3.669,7 2,58% 2013 97,2 103,1 103,9 3.621,8 3.842,9 3.871,5 2,68% 2014 104,1 111,8 113,8 3.733,9 4.012,8 4.084,5 2,79% 2015 111,3 121,0 124,7 3.843,4 4.180,9 4.309,1 2,89% 2016 118,8 130,7 136,7 3.950,5 4.347,3 4.546,1 3,01% 2017 126,7 140,9 149,8 4.055,3 4.512,1 4.796,1 3,12%

2018 134,9 151,7 164,2 4.158,1 4.675,5 5.059,9 3,24% 2019 143,5 163,0 179,9 4.258,9 4.837,4 5.338,2 3,37%

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ANO MANAUS , MAO BRASIL , BR MAO/BR,

MODERADO CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA

2020 152,5 174,9 197,1 4.357,9 4.998,0 5.631,8 3,50%

Relação 2020/09

2,11 2,41 2,72 1,39 1,59 1,79 1,52

Tx.Cresc. 7,73% 9,21% 10,53% 3,32% 4,75% 6,01% 4,26% Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados do IPEA-Data/IBGE.

Finalmente, a Tabela 24 reproduz o impacto da renda turística sobre o PIB de Manaus para o período de planejamento. Novamente, tomando-se o cenário moderado, espera-se que, nesse período, a participação da renda turística seja multiplicada por 2,01 vezes, passando de 1,19%, em 2009, para 2,38%, em 2020. Cabe ressaltar que tal participação está aquém de outros destinos nacionais, devido à Zona Franca de Manaus, que faz do PIB de Manaus o sexto maior entre as cidades brasileiras (IPEA-Data-IBGE). Para o país, o estudo Economia do Turismo (IBGE, 2006) estimou que, em 2006, as atividades características do turismo respondiam por 3,6% da economia brasileira.

TABELA 24 – MANAUS : PROJEÇÃO DO IMPACTO DA RENDA DO TURISMO NO PIB DA CIDADE ANO CONSERVADOR MODERADO OTIMISTA

2009(*) 1,19% 1,19% 1,19% 2010 1,27% 1,27% 1,28% 2011 1,36% 1,37% 1,37% 2012 1,46% 1,46% 1,47% 2013 1,56% 1,56% 1,57% 2014 1,66% 1,67% 1,68% 2015 1,76% 1,77% 1,78% 2016 1,87% 1,89% 1,90% 2017 1,98% 2,00% 2,01% 2018 2,10% 2,13% 2,14% 2019 2,23% 2,25% 2,26% 2020 2,35% 2,38% 2,39%

Relação 2020/09 1,98 2,01 2,02

Tx.Cresc. 7,10% 7,24% 7,28% Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir dos dados disponíveis em tabelas anteriores.

E) IMPACTO FISCAL DOS IMPOSTOS GERADOS

O cálculo do impacto fiscal dos impostos gerados pelas atividades turísticas no PIB da cidade de Manaus foi realizado a partir dos passos descritos a seguir.

O primeiro consistiu na desagregação da renda turística entre as principais atividades características do turismo, a partir das estatísticas de distribuição dos gastos turísticos entre elas.

No segundo, foi calculada a arrecadação de impostos sobre as atividades turísticas, tendo-se como referência a estimativa do percentual da carga tributária sobre o PIB do país.

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No terceiro, foi calculado o volume de impostos municipais a partir da estimativa da participação do Município na carga tributária do país. Dividindo-se o volume de arrecadação municipal pelo PIB municipal, obtém-se o impacto fiscal do turismo na economia local.

Por último, foi apresentada a arrecadação total de Manaus referente ao ano de 2009, a fim de se deduzir o impacto da receita tributária do turismo na arrecadação fiscal do Município naquele ano. A distribuição dos gastos turísticos está ilustrada na Tabela 25, obtida do estudo da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica - FIPE, referente ao ano 2002. Em função da defasagem temporal desses dados, foi verificado, a partir da pesquisa Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro (MTur, 2007 e 2009), se aquela distribuição ainda se mantinha válida. Considerando-se que transportes, alimentação e hospedagem são as três atividades econômicas mais relacionadas ao turismo, observa-se pela pesquisa da FIPE que tais atividades absorveram 71,2% dos gastos turísticos médios, contra 66,4% verificados no estudo do MTur. Na tabela abaixo, uma diferença relativamente pequena, que permite empregar os dados da FIPE em razão de sua maior desagregação e do seu emprego corrente em estudos semelhantes a este.

TABELA 25 – BRASIL - DISTRIBUIÇÃO DO GASTO TURISTAS, EM 2002 DISTRIBUIÇÃO DO GASTO SEM PACOTE COM PACOTE TOTAL

Transporte 43,9% 1,7% 35,6% Alimentação 28,9% 11,6% 25,5% Hospedagem 12,4% 1,0% 10,1%

Pacotes 0,0% 71,1% 14,3% Compras 8,2% 9,2% 8,1% Outros 6,6% 5,4% 6,4%

Fonte: FIPE/USP, 2002.

TABELA 26 – BRASIL - DISTRIBUIÇÃO DO GASTO DOS TURISTAS DE PACOTES, EM 2007 E 2009

DISTRIBUIÇÃO DO GASTO 2007 2009 VAR. 2009/07

Gasto Total 100,0% 100,0% 0,0% Hospedagem/transporte 48,0% 49,0% 2,0% Alimentação 17,4% 17,4% 0,1% Passeios turísticos 11,8% 11,8% -0,1% Presentes 13,1% 11,2% -14,4% Deslocamentos Locais 9,7% 10,6% 9,4% Fonte. Calculado pela Altran TCBR a partir de dados da Pesquisa de Hábitos 2007-09 do MTur.

De posse dos percentuais de distribuição de gastos turísticos por atividades, calculou-se o quanto cada atividade absorve do total da renda turística, conforme ilustrado na Tabela 27.

TABELA 27 – MANAUS - RENDA TURÍSTICA - EM R$ MILHÕES 2009-20

ANO RENDA

TURÍSTICA

DISTRIBUIÇÃO DOS GASTOS E DA RENDA POR ATIVIDADES DO TURISMO

TRANSPORTE ALIMENTAÇÃO HOSPEDAGEM PACOTES COMPRAS OUTROS

35,6% 25,5% 10,1% 14,3% 8,1% 6,4%

2009 858,8 305,7 219,0 86,7 122,8 69,6 55,0

2010 1.013,3 360,7 258,4 102,3 144,9 82,1 64,9

2011 1.188,7 423,2 303,1 120,1 170,0 96,3 76,1

2012 1.387,2 493,8 353,7 140,1 198,4 112,4 88,8

2013 1.611,3 573,6 410,9 162,7 230,4 130,5 103,1

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ANO RENDA TURÍSTICA

DISTRIBUIÇÃO DOS GASTOS E DA RENDA POR ATIVIDADES DO TURISMO

TRANSPORTE ALIMENTAÇÃO HOSPEDAGEM PACOTES COMPRAS OUTROS

35,6% 25,5% 10,1% 14,3% 8,1% 6,4%

2014 1.863,9 663,5 475,3 188,3 266,5 151,0 119,3

2015 2.147,8 764,6 547,7 216,9 307,1 174,0 137,5

2016 2.466,6 878,1 629,0 249,1 352,7 199,8 157,9

2017 2.823,8 1.005,3 720,1 285,2 403,8 228,7 180,7

2018 3.223,6 1.147,6 822,0 325,6 461,0 261,1 206,3

2019 3.670,4 1.306,7 935,9 370,7 524,9 297,3 234,9

2020 4.169,1 1.484,2 1.063,1 421,1 596,2 337,7 266,8 Relação 2020/09 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85

Tx.Cresc 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45%

Fonte: Calculado pelo autor a partir de dados da AMAZONASTUR (2003-08), MTur (2007-09) e FIPE (2002).

A distribuição da renda apresentada na tabela acima está medida com base nos preços de mercados – também dito a preços finais – uma vez que foi deduzida a partir dos gastos diretos dos turistas, os quais incluem impostos indiretos. Então, para determiná-la a custo de fatores, ou seja, sem a incidência da carga tributária, basta dividi-la a preços finais pelo fator de 1,35, que representa a alíquota média da carga tributária sobre o PIB do país de 35%, verificada entre 2007 e 2008, conforme ilustrado na Tabela 285.

TABELA 28 – BRASIL –CARGA TRIBUTÁRIA POR ENTIDADE FEDERATIVO, 2007-09

ESFERA PARTICIPAÇÃO NO PIB PARTICIPAÇÃO NA CARGA

2007 2008 MÉDIA 2007 2008 MÉDIA União 24,4% 24,3% 24,4% 70,0% 69,2% 69,6%

Estados 8,9% 9,3% 9,1% 25,6% 26,4% 26,0% Municípios 1,5% 1,6% 1,6% 4,4% 4,5% 4,5%

Total 34,8% 35,2% 35,0% 100,0% 100,1% 100,1% Fonte: RFB e CEF para a União e Cotepe p/Estados e Estimativa para Municípios. (*) Estimativa preliminares do Ministério da Fazenda

A Tabela 29 ilustra o resultado do procedimento anteriormente mencionado, a fim de determinar o valor da arrecadação tributária (federal, estadual e municipal) no Município e por atividade, a partir da simples diferença entre renda a preços finais e a preços de fatores. Essa diferença está mostrada na última coluna desta tabela.

TABELA 29 – MANAUS - RENDA TURÍSTICA E ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA TOTAL , EM R$ MILHÕES 2009-20

ANO

RENDA A PREÇOS FINAIS

TRANSPOR ALIMENTAÇÃO HOSPEDAGEM PACOTES COMPRAS OUTROS

RENDA A CUSTO

DE FATORES

ARRECAD. TOTAL

A 35,6% 25,5% 10,1% 14,3% 8,1% 6,4% B C=A-B

2009 858,8 226,5 162,2 64,3 91,0 51,5 40,7 636,1 222,6

2010 1.013,3 267,2 191,4 75,8 107,3 60,8 48,0 750,6 262,7

2011 1.188,7 313,5 224,5 88,9 125,9 71,3 56,4 880,5 308,2

5 Não se empregou a alíquota estimada em 2009 em função das desonerações fiscais concedidas pelo Governo Federal nesse ano, para minimiza a crise financeira internacional no País.

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ANO

RENDA A PREÇOS FINAIS

TRANSPOR ALIMENTAÇÃO HOSPEDAGEM PACOTES COMPRAS OUTROS

RENDA A CUSTO

DE FATORES

ARRECAD. TOTAL

A 35,6% 25,5% 10,1% 14,3% 8,1% 6,4% B C=A-B

2012 1.387,2 365,8 262,0 103,8 146,9 83,2 65,8 1.027,6 359,6

2013 1.611,3 424,9 304,4 120,6 170,7 96,7 76,4 1.193,6 417,8

2014 1.863,9 491,5 352,1 139,4 197,4 111,8 88,4 1.380,6 483,2

2015 2.147,8 566,4 405,7 160,7 227,5 128,9 101,8 1.591,0 556,8

2016 2.466,6 650,4 465,9 184,5 261,3 148,0 116,9 1.827,1 639,5

2017 2.823,8 744,6 533,4 211,3 299,1 169,4 133,9 2.091,7 732,1

2018 3.223,6 850,1 608,9 241,2 341,5 193,4 152,8 2.387,8 835,7

2019 3.670,4 967,9 693,3 274,6 388,8 220,2 174,0 2.718,8 951,6

2020 4.169,1 1.099,4 787,5 311,9 441,6 250,1 197,6 3.088,2 1.080,9

Relação 2020/09

4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85

Tx.Cresc 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45%

Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados citados nos quadros anteriores.

Para determinar o quanto dessa receita tributária fica com o Município, basta aplicar sobre a mesma a participação média da carga tributária municipal, de 4,5%, apresentada na última coluna da Tabela 28. Este procedimento resultou nos dados postados na tabela seguinte. A primeira coluna dessa tabela mostra a soma das arrecadações tributárias que vão para o município e que são oriundas das atividades características do turismo. Finalmente, obtém-se o impacto dos tributos na economia municipal pela simples razão entre a arrecadação municipal advinda do turismo e o PIB local, verificado na última coluna da referida tabela. O crescimento acelerado das atividades turísticas, anteriormente admitido, explicam o motivo da duplicação do impacto do turismo no período de planejamento, de 0,08% em 2009 para 0,16% em 2020.

TABELA 30 – MANAUS -ARRECADAÇÃO FISCAL TURÍSTICA MUNICIPAL TOTAL E POR ATIVIDADES EM R$ MILHÕES E IMPACTO FISCAL

ANO ARRECADTURISMO TRANSPO ALIMENTAÇÃO HOSPEDAG PACOTES COMPR OUTROS PIB

MUN. IMPACTFISCAL

A 35,6% 25,5% 10,1% 14,3% 8,1% 6,4% B C=A/B

2009 59,4 9,9 9,9 9,9 9,9 9,9 9,9 72.457 0,08%

2010 70,1 11,7 11,7 11,7 11,7 11,7 11,7 79.531 0,09%

2011 82,3 13,7 13,7 13,7 13,7 13,7 13,7 86.985 0,09%

2012 96,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 94.840 0,10%

2013 111,5 18,6 18,6 18,6 18,6 18,6 18,6 103.118 0,11%

2014 129,0 21,5 21,5 21,5 21,5 21,5 21,5 111.842 0,12%

2015 148,7 24,8 24,8 24,8 24,8 24,8 24,8 121.035 0,12%

2016 170,7 28,5 28,5 28,5 28,5 28,5 28,5 130.722 0,13%

2017 195,5 32,6 32,6 32,6 32,6 32,6 32,6 140.927 0,14%

2018 223,1 37,2 37,2 37,2 37,2 37,2 37,2 151.679 0,15%

2019 254,1 42,3 42,3 42,3 42,3 42,3 42,3 163.003 0,16%

2020 288,6 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 174.930 0,16% Rel.

2020/ 09

4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 4,85 2,41 2,01

Tx.Cre 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 15,45% 8,34% 6,56%

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ANO ARRECAD

TURISMO TRANSPO ALIMENTAÇÃO HOSPEDAG PACOTES COMPR OUTROS PIB

MUN. IMPACT

FISCAL

A 35,6% 25,5% 10,1% 14,3% 8,1% 6,4% B C=A/B sc

Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados citados nas tabelas anteriores.

Enfim, tem-se na Tabela 31 a demonstração do impacto da receita tributária do turismo na arrecadação fiscal do Município, referente ao ano de 2009. Ou seja, no referido ano, a arrecadação municipal com as atividades turísticas correspondeu a 3,1% da arrecadação municipal e a 10,4% da receita própria, o que mostra a importância do turismo na economia da capital amazonense, em que pese a importância da Zona Franca.

TABELA 31 – MANAUS – IMPACTO FISCAL DO TURISMO NA ARRECADAÇÃO MUNICIPAL - EM 2009

RECEITA TOTAL

ARRECADADA

RECEITA PRÓPRIA

TRANSFERÊNCIAS OPERA-ÇÕES DE

CRÉDITO DO ESTADO

DA UNIÃO OUTRAS

Receita, R$ Milhões 1.905,41 573,30 769,30 311,21 182,80 68,80

Participação da Arrec. Turística

3,1% 10,4% 7,7% 19,1% 32,5% 86,4%

Fonte: Receita: Prefeitura de Manaus - Sec. Municipal de Finanças e Controle Interno, disponível em http://www.manaus.am.gov.br/transparencia/previsao-x-rrecadacao-municipal. Participação: Calculada pela Altran TCBR, a partir dos dados da tabela anterior.

F) INCREMENTO DOS EMPREGOS GERADOS PELO PDITS

Para calcular o incremento de empregos no período considerado, serão utilizados como referência os parâmetros estimados pela FIPE, segundo os quais cada unidade habitacional gera 1,5 empregos diretos e 5,5 empregos indiretos. Parâmetros esses que têm sido consensualmente empregados em estudos de planejamento turístico no país. Por conta disso, esta seção tomou como base os dados trabalhados no item “Incremento das Unidades Habitacionais e dos Investimentos Derivados”, que trata da dedução da quantidade de unidades habitacionais da capital amazonense referente ao período 2003-2008, e da projeção até 2020, a partir das estatísticas de pernoites e de taxa de ocupação constantes na Síntese dos Indicadores Turística, da AMAZONASTUR (2010), para o Estado, uma vez que, exceto para o ano 2009, não se obteve esta estatística para a capital.

Como já mencionado, de posse da projeção de UHs, a geração de empregos diretos resulta da simples multiplicação do fator 1,5 pelo número de UHs, enquanto o total de empregos advém da aplicação do fator 1,5 sobre o número de empregos diretos. Para o horizonte total, espera-se que sejam gerados 33.710 novos postos de trabalhos, com quase 2/3 sendo criados nos anos 2014 e 2016, conforme se deduz a partir da última coluna da Tabela 32.

TABELA 32 – PROJEÇÃO DE UHS E EMPREGOS INCREMENTAIS NO PERÍODO 2009 A 2010 - MANAUS

ANO FLUXO TURÍSTICO

PM, DIAS

TX. OCUPAÇÃO

UNID. HABITACIONAIS

EMPREGOS

DIRETOS TOTAIS INCREMENTAIS

2009 310.874 4,19 52,1% 3.907 5.860 32.231 - 2010 347.707 4,21 53,8% 4.263 6.395 35.173 2.942 2011 387.489 4,24 55,4% 4.636 6.953 38.243 3.070 2012 430.421 4,26 57,2% 5.024 7.536 41.447 3.204 2013 476.719 4,29 59,0% 5.429 8.143 44.788 3.341

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ANO FLUXO TURÍSTICO

PM, DIAS

TX. OCUPAÇÃO

UNID. HABITACIONAIS

EMPREGOS

DIRETOS TOTAIS INCREMENTAIS

2014 526.612 7,00 82,0% 7.038 10.557 58.063 13.275 2015 580.345 4,31 52,1% 7.038 10.557 58.063 - 2016 638.177 6,00 75,0% 7.993 11.989 65.941 7.878 2017 700.383 4,34 52,1% 7.993 11.989 65.941 - 2018 767.257 4,37 52,1% 7.993 11.989 65.941 - 2019 839.112 4,39 52,1% 7.993 11.989 65.941 - 2020 916.278 4,42 52,1% 7.993 11.989 65.941 -

Total de empregos gerados 33.710 Fonte: Calculado pelo autor a partir de dados da AMAZONASTUR, FIPE e MTUR.

2.2.4 Análise da Oferta Turística

A oferta turística é composta por um conjunto de atrativos turísticos e serviços e equipamentos de alojamento, de alimentação, de recreação e lazer, de caráter artístico e cultural, social e de outros tipos, capaz de atrair e manter numa determinada região e por um período determinado de tempo, um público visitante.

Sendo assim, é possível entender os atrativos turísticos como o conjunto dos recursos naturais e culturais que, em sua essência, constituem a matéria prima da atividade turística, pois são esses que provocam o deslocamento de turistas até o destino. A esse conjunto são empregados serviços e equipamentos que são produzidos para dar consistência ao seu consumo, os quais compõem os elementos que integram a oferta no seu sentido amplo, numa estrutura de mercado. (Beni, 1997)

O produto turístico é o resultado da junção dos elementos da oferta, ou seja, o conjunto de bens e serviços, agregados aos atrativos, que estão unidos por uma relação de interação e interdependência. A característica mais marcante deste tipo de produto é o fato dele ser imaterial (intangível), pois o que resta após o seu uso é apenas a experiência vivenciada.

A fim de diagnosticar a situação atual da oferta turística de Manaus, são analisados em seguida os elementos que compõem esta oferta de acordo com a terminologia utilizada pelo Ministério do Turismo, no projeto Inventário da Oferta Turística6.

A) ATRATIVOS TURÍSTICOS

Para caracterização dos atrativos turísticos de Manaus, foram realizados levantamentos em fontes secundárias com o propósito de definir uma listagem preliminar dos atrativos constantes na cidade. Após este levantamento preliminar, foi realizada uma pesquisa in loco, que teve como principal objetivo a avaliação dos principais atrativos listados de acordo com o formulário de pesquisa do Inventário da Oferta Turística, conforme já ressaltado.

Antes de apresentar e caracterizar os atrativos turísticos, faz-se necessário entender algumas características peculiares presentes em Manaus, como parte integrante da Amazônia Brasileira, e que possuem alta interface com o turismo:

6 Metodologia apresentada em Inventário da Oferta Turística, Instrumento de pesquisa, publicado pelo Ministério do Turismo, em 2006.

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■ Bacia Hidrográfica – a bacia hidrográfica amazônica é a maior do mundo. Este patrimônio se traduz em rica potencialidade para o turismo e possibilita o desenvolvimento de importantes segmentos, tais como a pesca esportiva e de atividades, como cruzeiros em transatlânticos e passeios fluviais, entre outras;

■ Regime de Chuvas – possui grande influência no modo de vida amazônico, uma vez que está fortemente associado a questões como acessibilidade fluvial, pesca e atividades de lazer e turismo. A relação entre clima e atividades turísticas é apresentada no Quadro 11;

■ Biodiversidade – A Amazônia abriga um terço das Florestas Tropicais Úmidas do Planeta, que concentram 50% da diversidade biológica mundial. Este patrimônio biológico da região apresenta grande potencial turístico, ecológico e econômico. Esse potencial se expressa na prática de atividades turísticas, tais como a observação da avifauna, com grande potencial de desenvolvimento, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos na região.

QUADRO 11 – RELAÇÃO ENTRE O CLIMA E AS ATIVIDADES TURÍSTICAS CLIMA/VARIAÇÃO DO PULSO

DAS ÁGUAS ÉPOCA DO ANO USO TURÍSTICO

Enchente: fase mais duradoura Dezembro a abril • Passeios de barco

• Pesca esportiva • Observação da fauna e flora • Visitas a comunidades ribeirinhas • Cruzeiros fluviais • Rafting

Cheia: fase de duração curta Maio e junho

Vazante: fase intermediária de duração média Julho a setembro

• Utilização das praias fluviais para o lazer • Observação da fauna e flora em terra

firme • Acampamentos • Caminhadas na floresta tropical • Visitas a comunidades em terra firme • Esportes radicais

Seca: fase de duração curta Outubro e novembro

Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Diagnóstico da Oferta Turística Atual e Potencial da Amazônia Legal, 2005 (Modificada por Altran TCBR).

Diante do exposto, observa-se que Manaus, como portal de entrada para a Amazônia brasileira, sendo assim, detentora de características físico-ambientais singulares, possui uma riqueza ambiental inestimável, o que constitui um diferencial turístico e também lhe confere originalidade e amplas possibilidades distintas entre si, a depender da época do ano e do local em que se desenvolvem. Esta constitui, se bem capitalizada, uma grande vantagem competitiva que possibilita a minimização dos efeitos da sazonalidade na região.

Além disso, Manaus também possui grande valor histórico e cultural, pois protagonizou o ciclo da borracha, uma parte importante da história econômica e social do Brasil; possui inúmeras edificações em estilos arquitetônicos diferenciados e apresenta diversas manifestações da tradição amazônica, muito influenciada pelos povos indígenas.

Outro grande diferencial existente em Manaus são os Hotéis de Selva, que atraem uma parte considerável do fluxo internacional, cerca de 22% do fluxo total, de acordo com a Síntese dos Indicadores do Turismo do Amazonas 2003-2008.

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Hotel de Selva ou Eco hotel, como é chamado por Beni (1998), é definido como um “estabelecimento comercial de hospedagem situado em florestas tropicais ou em áreas naturais protegidas, com arquitetura e estrutura construtiva adaptadas às condições do meio ambiente, no sentido de preservar a integridade da paisagem e integrar o hóspede no primitivismo do entorno original”.

Assim, os hotéis de selva também podem ser considerados atrativos turísticos de grande relevância e, em Manaus, os mesmos podem ser considerados fortes produtos turísticos, pois permeiam os links necessários a um produto turístico – hospedagem, alimentação, transporte, comercialização.

No Quadro 12, apresenta-se a listagem dos atrativos turísticos de Manaus, separados por tipos e subtipos.

Os atrativos escritos em verde foram os visitados e avaliados de acordo com a metodologia do Ministério do Turismo. Os demais atrativos físicos não foram visitados, pois estavam fechados para visitação por motivo de reforma ou motivo desconhecido.

QUADRO 12 – ATRATIVOS TURÍSTICOS DE MANAUS TIPOS SUBTIPOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DE MANAUS

ATRATIVOS NATURAIS

Costas ou Litoral

- Praia de Ponta Negra - Praia do Tupé (RDS do Tupé) - Praia Dourada - Praia da Lua

Hidrografia - Encontro das Águas

Unidades de Conservação

- Estação Ecológica de Anavilhanas - Parque do Mindu - Parque Ponte dos Bilhares

ATRATIVOS CULTURAIS

Edificações

- Monumento à Abertura dos Portos - Teatro Amazonas - Prédio da Alfândega - Porto flutuante de Manaus - Mercado Municipal Adolfo Lisboa - Palácio da Justiça - Palácio Rio Negro - Palácio Provincial - Palácio Rio Branco - Igreja do Pobre Diabo - Igreja de São Sebastião - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - Reservatório do Mocó - Paço Municipal

Instituições Culturais

- Museu do Homem do Norte - Museu de Ciências Naturais da Amazônia - Museu do Índio - Instituto Histórico e Geográfico do Estado do Amazonas - Centro Cultural Povos da Amazônia - Centro Cultural Palácio Rio Negro - Centro Cultural Palácio da Justiça - Centro Cultural Palacete Provincial – Museu da Numismática e Museu de Arqueologia - Centro de Artes Usina Chaminé - Centro Cultural do Largo de São Sebastião

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TIPOS SUBTIPOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DE MANAUS Festas e Celebrações

- Carnaboi - Boi Manaus - Festival Folclórico do Amazonas

Gastronomia Típica

- Principais espécies de pescado consumidas na culinária regional: tucunaré, tambaqui, jaraqui, pacu, matrinchã e pirarucu. Principais frutas regionais, consumidas in natura ou em forma de sucos, doces, geléias e sorvetes: cupuaçu, graviola, pitomba, tucumã, taperebá, pupunha, araçá-boi, biriba, abio, buriti, açaí, patuá e o conhecido guaraná da Amazônia.

- Presenças de restaurantes regionais e cafés-regionais.

Artesanatos - Central de Artesanato Branco e Silva - Centro Waimiri-Atroari

Feiras e Mercados

- Mercado Municipal Adolpho Lisboa

ATIVIDADES ECONÔMICAS

Indústrias - Distrito Industrial de Manaus

ATRAÇÕES TÉCNICAS, CIENTÍFICAS OU ARTÍSTICAS

Centro de Pesquisa

- Bosque da Ciência do INPA

Zoológico - Zoológico do Centro de In strução de Guerra na Selva - CIGS

Jardim Botânico - Jardim Botânico Adolpho Ducke (Reserva Florestal) EVENTOS PERMANENTES

Realizações Diversas

- Festival Film Festival - Festival de Ópera

Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Diagnóstico da Oferta Turística Atual e Potencial da Amazônia Legal, 2005 http://www.visitamazonas.am.gov.br.

Importante destacar que boa parte dos atrativos turísticos de Manaus não está incluída nos principais roteiros turísticos comercializados. Caracteriza-se, assim, a baixa utilização de tais recursos para fins turísticos, visto que um número considerável de turistas que chega a Manaus segue direto para hotéis de selva da região e não aproveita o riquíssimo acervo cultural e técnico-científico existente na Cidade.

Por outro lado, foi levantado em Oficina do PDITS pelo grupo de trabalho que, hoje em dia, o turista de negócios utiliza os hotéis de selva e aquele que vai com a motivação de hospedar-se em hotéis de selva (ecoturista ou lazer) já se utiliza dos serviços e equipamentos e atrativos existentes em área urbana. Essa prática deve ser ainda mais motivada.

Observa-se, também, que são poucos os atrativos que cobram a entrada do visitante. A maioria é mantida pelo poder público. Tal fato contribui para a baixa conservação de alguns ícones do patrimônio manauara e diminui sua importância.

A cobrança de entrada em atrativos culturais poderia ser revertida para manutenção e investimentos nos próprios atrativos. Ainda, é uma forma de reter o dinheiro que o turista gasta no Município e revertê-lo em benefícios à população local, por meio da conservação de seu patrimônio histórico.

A maior dificuldade encontrada para acessar os atrativos é o deslocamento dentro da cidade, já que o trânsito é, na maioria das vezes, intenso e provoca o desperdício de tempo. Além disso, são poucos os atrativos sinalizados nas vias de Manaus. Os problemas

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referentes ao trânsito serão tratados no Capítulo 3, referente à infraestrutura e aos serviços básicos.

Há de se promover ações que contribuam para a comercialização desses atrativos em conjunto com os produtos já comercializados, a fim de aproveitar o potencial turístico existente em Manaus e maximizar os benefícios que a atividade turística pode gerar na cidade.

Além dos atrativos listados no quadro, também foi visitado e avaliado o hotel de selva Eco Park/Amazonas Camp, que não se insere nas classificações do Ministério do Turismo, mas que será tratado como serviço e equipamento de hospedagem em item específico.

Com o objetivo de direcionar e concentrar os investimentos do PDITS Manaus de acordo com as segmentações turísticas que se pretende trabalhar, foram selecionados os atrativos turísticos de maior relevância para análise, sendo que alguns deles poderão ser tratados em conjunto. Ressalta-se que nem todos os atrativos listados anteriormente serão analisados com profundidade.

Sendo assim, a seguir, apresentam-se os mapas 2 e 3 dos atrativos turísticos mais relevantes, por subtipo, com a localização de cada um deles. São mostradas também as fichas de atrativos turísticos onde estão sistematizadas as informações coletadas em campo e onde consta a numeração de identificação de cada atrativo nos mapas.

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MAPA 2 – ATRATIVOS TURÍSTICOS CULTURAIS DE MANAUS

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MAPA 3 – ATRATIVOS TURÍSTICOS NATURAIS E TÉCNICO-CIENTÍFICOS DE MANAUS

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B) AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS EXISTENTES

Em conjunto com os atrativos turísticos, foi também realizada a avaliação dos equipamentos e serviços turísticos existentes, com o propósito de determinar se a oferta concorrente é capaz de satisfazer à demanda atual e potencial, tanto em termos quantitativos como qualitativos.

Esta análise foi realizada referindo-se às diversas segmentações turísticas atuais e potenciais trabalhadas em Manaus, onde foram considerados os seguintes subsetores:

■ Hospedagem;

■ Alimentação;

■ Agenciamento;

■ Transporte;

■ Eventos;

■ Entretenimento e lazer;

■ Outros serviços e equipamentos turísticos.

Para a avaliação dos serviços e equipamentos turísticos de Manaus, foram procedidos levantamentos secundários na internet e em órgãos municipais e estaduais. Além disso, foram aplicadas pesquisas junto a esses empreendimentos com o objetivo de caracterizá-los e avaliá-los quantitativa e qualitativamente. Metodologia, formulários e resultados completos da pesquisa encontram-se no ANEXO I deste documento.

A seguir, apresentam-se as análises realizadas quanto aos serviços e equipamentos turísticos de Manaus. Ao final de cada análise, são apresentados mapas ilustrativos de cada um dos tipos de serviços e equipamentos turísticos.

Serviços e equipamentos de hospedagem

De acordo com dados de janeiro de 2010, disponibilizados pela Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR, Manaus possui 257 meios de hospedagem em área urbana, sendo que, deles, apenas 79 têm condições de atender o turista com qualidade, já que os outros 178 são considerados hotéis de alta rotatividade. Para tanto, as análises que seguem consideraram apenas o universo de meios de hospedagem urbanos considerados capazes de atender à demanda turística.

Ainda, segundo informações da AMAZONASTUR, Manaus possui 16,5% da oferta de meios de hospedagem do estado do Amazonas, mais de 40% da oferta de Unidades Habitacionais (UH) e 36,4% da oferta de leitos em meios de hospedagem urbanos, conforme Quadro 13.

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QUADRO 13 – INDICADORES DOS EQUIPAMENTOS DE HOSPEDAGEM URBANOS DO AMAZONAS E DE MANAUS INDICADOR AMAZONAS MANAUS

Quantidade de meios de hospedagem 478 79

Quantidade d e UH 12.821 5.205 Quantidade de leitos 29.780 10.306 Fonte: AMAZONASTUR, janeiro de 2010.

Com relação à hotelaria de selva, Manaus possui em seu perímetro municipal cerca de 10% dos equipamentos existentes no Amazonas, 9,3% da quantidade total de UH e 7% do total de leitos, segundo dados da AMAZONASTUR, 2010.

QUADRO 14 – INDICADORES DOS EQUIPAMENTOS DE HOSPEDAGEM DE SELVA DO AMAZONAS E DE MANAUS INDICADOR AMAZONAS MANAUS

Quantidade de meios de hospedagem 57 6 Quantidade de UH 2.434 228

Quantidade de leitos 6.251 439

Fonte: AMAZONASTUR, janeiro de 2010.

Ressalta-se que, mesmo possuindo poucos equipamentos hoteleiros de selva, Manaus é Portal de Entrada para os demais equipamentos espalhados pelo estado. Portanto, obrigatoriamente, boa parte dos turistas que chega ao Amazonas com o objetivo de hospedar-se em hotéis de selva passa por Manaus.

Dos 85 equipamentos de hospedagem existentes em Manaus, 44,7% deles possuem cadastro na Associação Brasileira da Indústria Hoteleira – ABIH, e são classificados da seguinte forma: 39% na categoria turística; 19,3% hotéis de selva ou flutuante; 19,3% de categoria superior; 6,4% categoria econômica; 6,4% luxo; 3,2% na categoria super luxo; 3,2% hotel de lazer e 3,2% de pousada.

Com relação à caracterização dos meios de hospedagem e de acordo com os resultados da pesquisa realizada, 95% dos estabelecimentos hoteleiros que responderam são cadastrados no órgão oficial de turismo. Cerca de 70% oferecem diária com café da manhã, e a maioria oferece Internet (90%), central telefônica (80%), sala de TV (67,5%), lavanderia (62,5%) e restaurante (60%). No que diz respeito à adoção de medidas sustentáveis, 32% responderam não possuir qualquer forma. Dos que possuem alguma medida, 95% adotam duas ou mais, sendo que as mais citadas foram sistema de controle de luz, energia solar e reaproveitamento de água. Quanto a adaptações e facilidades para Portadores de Necessidades Especiais – PNE, 43%, não possui, e dos que responderam possuir, 42% citaram rampas e elevadores como principais equipamentos; 15% não responderam. Quanto a Unidades Habitacionais – UH adaptadas, 35% respondeu possuir ao menos uma UH adaptada a PNE, 45% não possuem e 20% não responderam.

Em perfil da empresa, 85% responderam ocupar imóvel próprio e 70% deles funciona há mais de 6 anos.

Quanto ao perfil do empresário, 85% são do sexo masculino, 48% possuem mais de 50 anos e 45% têm até o ensino médio completo.

O valor médio das diárias praticado em Manaus é de R$153,00. Os valores variam de R$40,00 a R$926,00 a diária em um meio de hospedagem. A permanência média do turista é de 2,4 dias. O faturamento médio mensal dos empreendimentos de hospedagem é de mais de R$115.000,00.

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Os meses de maior movimento são julho e junho – mês de férias escolares; e os meses de menor movimento são dezembro, janeiro e fevereiro.

Quanto aos investimentos realizados nos estabelecimentos nos últimos cinco anos, foram citadas, principalmente, reformas gerais e ampliações. E, quanto à previsão de investimentos, reformas e ampliações, também tiveram grande número de citações, além de capacitação de mão de obra.

No que diz respeito à mão de obra, a permanência média do empregado no estabelecimento de 1 a 3 anos. Quanto ao treinamento da mão de obra, 45% não proporcionam e 50% acha que este tipo de ação não é necessária para o turismo. Dos que proporcionam (37%) e que acham a capacitação necessária (27%), os tipos de treinamento mais citados foram em idiomas e atendimento ao público.

O perfil dos meios de hospedagem urbanos de Manaus está voltado especialmente para o Turismo de Negócios e Eventos . Tal afirmativa pode ser confirmada quando se observam os tipos de serviços prestados e as facilidades e equipamentos oferecidos aos hóspedes e pela relação entre número de UH e o número de leitos – 2 leitos por UH. Verifica-se, também, a existência de vários hotéis de cadeias internacionais formatados para este tipo de público.

De um modo geral, pode-se afirmar que os preços praticados para hospedagem são elevados e não estão compatíveis com a qualidade dos serviços existentes. Destaca-se, no entanto, os hotéis de negócios de rede, que são empreendimentos que apresentam preços altos, mas oferecem serviço diferenciado, estruturas qualificadas e boa conservação.

Novos empreendimentos voltados para o Turismo de Negócios e Eventos têm sido implantados em Manaus.

De acordo com informações da AMAZONASTUR, tais investimentos significam um incremento de 9% no número de meios de hospedagem, de 39% na oferta de UH e de leitos em Manaus, conforme Quadro 15.

QUADRO 15 – NOVOS EMPREENDIMENTOS HOTELEIROS URBANOS - MANAUS EMPREENDIMENTOS EM FASE DE FINALIZAÇÃO /PRÉ-INAUGURAÇÃO 3 Quantidade de UH 537 Quantidade de Leitos 1.074 EMPREENDIMENTOS EM FASE DE PLANEJAMENTO /CONSTRUÇÃO 6 Quantidade de UH 1.496 Quantidade de Leitos 2.992 Fonte: AMAZONASTUR, janeiro de 2010.

Já os hotéis de selva, um dos principais motivadores do turismo internacional para o Amazonas, estão formatados para o Ecoturismo , o carro-chefe do turismo na Amazônia. Estes empreendimentos localizam-se no entorno da capital, próximos às áreas naturais protegidas e procuram utilizar arquitetura e materiais que os integrem ao meio ambiente local, além de elementos da cultura local e mão de obra regional para o desenvolvimento de suas atividades.

Os hotéis de selva contribuem de forma decisiva para a atratividade da Amazônia Legal, comumente funcionando como o próprio atrativo na comercialização do produto turístico. Talvez, por falta de uma comercialização adequada das agências e operadoras na região, os hotéis transformaram-se em comerciantes e promotores de seus próprios produtos

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turísticos. Não proporcionam apenas serviço de hospedagem, mas suas instalações propiciam contato direto com a floresta amazônica, o que torna a estada ainda mais interessante, pois o turista tem a oportunidade de vivenciar a natureza em um local bem estruturado e confortável. São empreendimentos que praticam altos preços, mas com alto grau de diferenciação e prestação de serviços de alta qualidade, apesar do ambiente rústico que integra a imagem e o conceito de ambiente da natureza, em que se encaixam.

Os pacotes nos hotéis de selva incluem: transporte (Manaus-Lodge-Manaus), alimentação (exceto bebidas), excursões, e guias; variam de local, características de hospedagem método de trabalho em cada Lodge. Alguns hotéis são planejados dentro dos conceitos mais modernos de turismo, usam tecnologias de tratamento de água, com uso responsável de energia e materiais, recolhimento de lixo e uma forma de trabalho que respeita a natureza e integra a sociedade que se encontra perto do resort.

Ressalta-se que é de grande importância o incentivo à integração desses equipamentos – hotéis de selva – com os atrativos existentes na área urbana de Manaus. Deve-se trabalhar o hotel de selva como um integrante do produto turístico de Manaus, e não separadamente como é trabalhado hoje.

Existem poucos equipamentos hoteleiros que ofereçam atividades de lazer e entretenimento na área urbana, com exceção do Tropical Manaus. Esta deficiência dificulta a operação do turismo em Manaus. Outro ponto abordado se refere ao serviço de hotelaria em Manaus.

De acordo com operadores de turismo, os investimentos em Manaus estão voltados somente para o mercado empresarial, deixando de lado o de lazer. “A área de lazer não está sendo bem visionada pelos empresários do ramo de hotelaria, por exemplo. Quem vai a Manaus e procura apartamento duplo só encontra em uma rede hoteleira. Se for uma família de cinco pessoas, eles não encontram nenhum apartamento triplo, então é preciso ter investimentos também no mercado de lazer”, disse Socorro Melo, da empresa Turística Ambiental.7

O Mapa 4 aponta a localização dos serviços e equipamentos de hospedagem ofertados em Manaus.

7 Matéria: Operadores nacionais - Diagnóstico revela o turismo em Manaus. Disponibilizado pela Assessoria de Comunicação da Manaustur em 08/06/2010.

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MAPA 4 – OFERTA DE SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS DE HOSPEDAGEM EM MANAUS

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Partindo-se do princípio de que os segmentos-alvo prioritários para o futuro estão inseridos nas modalidades Ecoturismo e Turismo de Negócios e Eventos e que será incentivada a venda de viagens a famílias ou grupos de pessoas prioritariamente, a oferta hoteleira deverá se adequar aos segmentos-alvo, passando a ser implantada com maior amplitude de atividades de lazer e equipamentos voltados ao entretenimento como forma de atração do perfil desejado. Deve também ser estimulada implantação de hotéis em áreas turísticas em detrimento das características locacionais atuais, eminentemente em áreas de negócios (setor industrial) ou próximas ao centro principal.

Nesse sentido, seria interessante, além do incentivo à implantação de resorts urbanos, buscar a implantação de pousadas de charme e hotéis em edificações históricas inseridas no centro histórico - CH a exemplo do que ocorre internacionalmente tal como o Hotel Atlantic Palace no CH de Florença, Itália, e Hotel Villa Carmo no CH de Salvador, Brasil. É possível inclusive se criar um conjunto de incentivos de natureza fiscal para imóveis do centro histórico que sejam transformados em hotéis e pousadas para os grandes eventos que a Cidade vai sediar e, posteriormente, para o novo perfil de demanda pretendida para o destino Manaus.

O Quadro 16 demonstra as tipologias hoteleiras mais indicadas para Manaus:

QUADRO 16 – TIPOLOGIAS HOTELEIRAS QUE DEVEM SER INCENTIVADAS PARA MANAUS MEIO DE HOSPEDAGEM DESCRIÇÃO

Hotel de Lazer (Resort)

Estabelecimento de hospedagem enquadrado na categoria hotel, que, de acordo com a legislação, possua os serviços e os equipamentos de lazer e de repouso em localização geográfica com destacados méritos cênico-paisagísticos. Suas características mais fiéis são as arquiteturas horizontais, com amplos espaços aquáticos, áreas de recreação, health clubs e spas. Nos serviços, uma estrutura completa, alguns com sistema de all inclusive, outros com sistema de meia pensão. Seguem algumas de suas principais características: - Locais exóticos e desconhecidos; - Locais com grande apelo ecológico; - Agregação da cultura; - Decoração temática ou ao estilo da região; - Apelo ao esporte e para a recreação.

Hotel Histórico* Mesma definição de hotel convencional, acrescentando-se o fato do imóvel ser um prédio histórico.

Parador

Estabelecimento comercial de hospedagem, com características semelhantes às da pousada, diferenciando-se desta por situar-se apenas em locais ou em edificações de estrito valor histórico-arquitetônico como castelos, mansões, antigas estalagens e fortalezas, estradas reais e outros. O termo parador muda conforme países e culturas. Na França, por exemplo, é conhecido como hotel château.

Fonte: BENI (1998, p. 300-303). * MTur (2006, p. 16-17).

Quanto aos investimentos derivados, muito mais do que o aumento em termos quantitativos, deseja-se uma melhoria em termos de qualidade, competitividade e atendimento ao cliente.

O objetivo precípuo é buscar uma oferta de serviços diferenciados capazes de atrair, fidelizar e manter uma demanda de perfil diferenciado e que, em virtude de suas características intrínsecas, possui um alto grau de exigência.

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Já, para efeito de projeção das UHs, além do desempenho observado entre 2008-2009, foram consideradas algumas tendências turísticas e os impactos dos eventos Copa 2014 e Olimpíadas Rio-2016 no comportamento turístico da capital amazonense. Uma dessas tendências consiste no aumento do segmento hotel, pousadas e resorts entre os diversos tipos de hospedagem utilizados pelo fluxo turístico doméstico constatado na pesquisa do MTur (2006).

As participações, entre 2001 e 2005, dos diversos meios de hospedagem estão reproduzidas na Tabela 33 e no Gráfico 8, onde se observa um “Crescimento do turismo interno ou externo” de 3,1% do segmento hotel, pousada e resorts, o que leva a crer que a permanência média poderá responder positivamente ao aumento da demanda, bem como aos objetivos de diversificar e consolidar os atrativos turísticos da capital com os investimentos planejados. Por conta disso, é aplicado aos 4,19 dias de permanência em meios de hospedagem o fator de 0,6% a.a. na projeção 2010-2020, sendo que, para os anos 2014 e 2016, alonga-se para 7 e 6 dias, respectivamente.

TABELA 33 – BRASIL - PRINCIPAIS TIPOS DE HOSPEDAGEM UTILIZADOS NA PRINCIPAL VIAGEM DOMÉSTICA, EM 2001 E 2005

2001 2005 RELAÇÃO 2005/01 TAXA DE CRESC.

Casa de Amigos e Parentes 62,2% 60,2% 96,8% -0,8% Hotel, Pousada e Resorts 22,2% 25,1% 113,1% 3,1% Imóvel Alugado 5,7% 6,4% 112,3% 2,9% Imóvel Próprio 4,7% 4,3% 91,5% -2,2% Outros 5,3% 4,0% 75,5% -6,8% Fonte: MTUR: Caracterização e dimensionamento do Turístico Doméstico no Brasil 2002-06- FIPE.

GRÁFICO 8 – BRASIL - PRINCIPAIS TIPOS DE HOSPEDAGEM UTILIZADOS NA PRINCIPAL VIAGEM DOMÉSTICA, EM 2001 E 2005

Fonte: MTUR: Caracterização e dimensionamento do Turístico Doméstico no Brasil 2002-06- FIPE.

Foram aumentadas as taxas de ocupação hoteleira, de uma média 52,1%, verificada em 2009, para 82% e 75%, respectivamente para aqueles dois. A partir desta simulação e do

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fluxo turístico anteriormente projetado, obteve-se, então, a demanda de UHs para o período planejado, ilustrada na próxima Tabela.

TABELA 34 – MANAUS – PROJEÇÃO DE UNIDADES HABITACIONAIS 2009-2020

ANO FLUXO TURÍSTICO PMD EM MH TX. OCUPAÇÃO UNID. HABITACIONAIS

2009 310.874 4,19 52,1% 3.907 2010 347.707 4,21 53,8% 4.263 2011 387.489 4,24 55,4% 4.636 2012 430.421 4,26 57,2% 5.024 2013 476.719 4,29 59,0% 5.429 2014 526.612 7,00 82,0% 7.038 2015 580.345 4,31 52,1% 7.038 2016 638.177 6,00 75,0% 7.993 2017 700.383 4,34 52,1% 7.993 2018 767.257 4,37 52,1% 7.993 2019 839.112 4,39 52,1% 7.993 2020 916.278 4,42 52,1% 7.993

Fonte: Calculado pela Altran TCBR a partir de dados da AMAZONASTUR, FIPE e MTUR.

Segundo um estudo recentemente realizado pelo Fórum de Operadores Hoteleiro – FOH, publicado no jornal Valor Econômico, de 23/03/2010, estima-se que, em 2014, Manaus terá uma oferta de apenas 8.133 leitos (cerca de 3.490 UHs, se aplicada a relação 2,3 leitos por UH). Isso resultaria num déficit de 3.773 leitos, se considerada a necessidade recomendada pelos organizadores da Copa, de 13.800 leitos (no caso, 6.800 UHs), que é um valor muito próximo ao estimado neste estudo para o ano da Copa, de 7.038 UHs, sendo considerado o desempenho recente da atividade turística no estado e na capital, bem como o impulso dos investimentos previstos com a realização dos eventos de 2014 e 2016.

A propósito, aumentando mais ainda as projeções deste estudo, o Ministério do Turismo, disponibilizou em seu portal informes de que o valor das intervenções em Manaus com o advento da Copa 2014 alcançará a cifra de R$ 5,4 bilhões, sendo que a construção do novo estádio deverá absorver R$ 580 milhões. Enquanto o número de quartos de hotéis desejado é de 8.307 unidades, que supera a projeção realizada neste estudo.

Serviços e equipamentos de Gastronomia

Segundo a classificação oficial adotada pelo Ministério do Turismo, os serviços e equipamentos de gastronomia são os serviços remunerados, prestados por estabelecimentos que oferecem ao turista, refeições, lanches ou bebidas e demais serviços complementares.

Existem em Manaus, atualmente, 143 equipamentos de gastronomia cadastrados na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – ABRASEL.

O serviço de alimentação em Manaus é bastante diversificado. Vai desde estabelecimentos sofisticados com padrão internacional (japoneses, árabes, italianas, chinesas, portuguesas) ao nacional com comidas regionais a caseira. Em geral, um só estabelecimento oferece mais de duas categorias de cozinha, sendo que as mais comuns são cozinha nacional, churrascaria, cozinha regional e pizzaria.

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Como destaque original, Manaus oferece estabelecimentos que servem “café regional” com várias especialidades da culinária amazonense, bastante frequentados nos finais de semana e feriados.

Cabe salientar que existem diversos equipamentos de alimentação inseridos em equipamentos hoteleiros, em especial nos hotéis de selva, que se caracterizam por apresentar serviços e padrões diferenciados na região.

Com relação à caracterização dos serviços e aos equipamentos de gastronomia, e de acordo com os resultados da pesquisa realizada, a maioria trabalha com serviço a la carte (36%) e/ou por quilo (35%). Observa-se que 27% oferecem mais de um serviço.

Cerca de 50% não possui adaptações ou facilidades para PNE. Dos que afirmaram ter algum tipo de adaptação ou facilidade, os mais citados foram rampas de acesso e adaptação dos banheiros para cadeirantes.

Boa parte dos estabelecimentos tem estacionamento próprio para carro (58%), mas poucos possuem estacionamento para ônibus (26%).

Quanto à adoção de medidas sustentáveis, 32% responderam possuir sistema de controle de luz, 17% fazem reaproveitamento de água, e 15% possuem energia solar.

No que diz respeito à empresa em si, boa parte ocupa imóvel próprio (51%) ou alugado (43%) e 67% funcionam há mais de 10 anos. Mais de 35% não possuem cadastro no órgão oficial de turismo e 46% não possui qualquer sistema de certificação. Dos que disseram ter sistema de certificação, o único citado foi Programa Alimento Seguro – PAS, Mérito Empresarial Manaus e ISSO 9000.

O perfil do empresariado do ramo é de 68% do sexo masculino, 65% possuem mais de 41 anos, 44% possuem ensino médio completo e 40%, ensino superior completo.

Cerca de 60% afirmaram não ter qualquer parceria junto ao trade turístico de Manaus.

A média de preços praticados está entre R$21,00 e R$50,00 por pessoa. Os meses de maior procura por estabelecimentos de gastronomia estão entre outubro e dezembro, e os meses de menor procura, entre janeiro e março.

No que diz respeito aos investimentos realizados nos últimos cinco anos, os mais citados foram: reformas em geral, treinamento, troca de equipamentos e aumento no quadro de funcionários; e dos investimentos previstos os mais citados foram: renovação e aquisição de equipamentos, cursos de qualificação para funcionários, adquirir prédio próprio e ampliação do estabelecimento. O faturamento médio mensal dos equipamentos de gastronomia é de cerca de R$83.000,00.

No que diz respeito à mão de obra, os empregados têm permanência no emprego de um a três anos (67%). A grande maioria não oferece treinamento aos seus funcionários (60%), e 51% acham que não é necessário o treinamento da mão de obra para o turismo.

Apesar de boa parte dos empresários terem respondido não ser necessária a capacitação dos funcionários, uma necessidade primordial ao turismo internacional, também aplicável aos demais equipamentos e serviços turísticos da região, é a comunicação com os clientes em seu idioma e/ou em idiomas compreendidos pela maioria dos turistas que frequentam os restaurantes. De fato, como nos demais setores da atividade turística na região, a mão de

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obra dos equipamentos e serviços de alimentação possui baixa qualificação para o atendimento ao visitante, em especial aos turistas de padrão internacional.

O setor de alimentos e bebidas da Região Amazônica também carece de regulamentação e fiscalização pelos órgãos oficiais de turismo. Constatam-se diversos entraves, tais como: padrão de qualidade indefinido, controle sanitário insatisfatório, ilegalidade na origem dos insumos (por exemplo, utilização de caça), inexistência de normas para implantação de novos empreendimentos, entre outros.

Paralelamente, o cadastramento incipiente dos equipamentos impede o conhecimento do universo existente, assim como dificulta os processos de fiscalização e controle necessários.

Como maiores dificuldades operacionais, além do comentado despreparo da mão de obra, observam-se o desconhecimento e a dificuldade de acesso dos empresários desse ramo às linhas de financiamento para implementação e/ou modernização dos seus equipamentos. Ressalta-se, também, a baixa profissionalização dos empreendedores locais para o turismo, o que dificulta a formatação de seus equipamentos para este fim.

A maioria dos serviços e equipamentos de gastronomia de Manaus é de propriedade familiar e está voltada ao atendimento da demanda local, com serviços simples e alimentação baseada na culinária regional. Corroborando com esse perfil, os serviços e equipamentos de alimentação oferecem custos acessíveis. A proposta é interessante à atividade turística, não apenas pelo contato com a população local, mas pelo acesso aos saberes e fazeres próprios da região amazônica.

A grande variedade e exclusividade de insumos da Região Amazônica proporcionam uma culinária rica que constitui a base para a oferta de serviços de alimentação extremamente atrativos à atividade turística. A diversidade, a singularidade e o exotismo da gastronomia da região, frequentemente de influência indígena, podem ser apreciados em diversos restaurantes típicos existentes e frequentados pelos turistas. Atesta-se, assim, o reconhecimento da riqueza da culinária como produto turístico, embora se registre um baixo aproveitamento da culinária regional no marketing turístico.

O Mapa 5 demonstra a distribuição dos serviços e equipamentos de gastronomia no território de Manaus.

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MAPA 5 – OFERTA DE SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS DE GASTRONOMIA EM MANAUS

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Serviços e equipamentos de Agenciamento

Serviços e equipamentos de agenciamento são serviços remunerados prestados por estabelecimentos comerciais, organizados com o objetivo de desenvolver, com exclusividade, as atividades de produzir, vender ou intermediar a venda e a reserva de transporte, hospedagem, alimentação e eventos para fins considerados turísticos.

As agências de viagem atuam basicamente em três áreas: assessoramento (informa, assessora e orienta o cliente, levando em consideração o destino, duração, época de viagem, meios de transporte e hospedagem); organização de viagens (individual ou em grupo); e promoção (promoção das localidades e demais insumos que compõem o pacote turístico, com objetivo de satisfazer o cliente na busca de lazer) (Beni, 1998).

Dados da Associação Brasileira de Agências de Viagem – ABAV indicam o cadastramento de 74 agências de viagem em Manaus. Não estão disponíveis informações de quantas operadoras e agências de receptivo estão cadastradas.

De acordo com os resultados da pesquisa realizada, em geral, as agências de viagem de Manaus atuam no turismo emissivo e receptivo, sendo que o percentual de vendas entre os dois é bem equilibrado.

Os principais serviços oferecidos são emissão de passagens aéreas nacionais e internacionais, reserva de hotéis, locação de veículos, excursões fluviais, city tour em Manaus, guias bilíngues, pescaria e visita a comunidades indígenas. Porém, em muitos casos, tais atividades são também comercializadas diretamente pelos hotéis, conforme já ressaltado, que possuem estruturas similares a agências de viagens em suas dependências e promovem e comercializam diretamente seus serviços de hospedagem, alimentação e traslado.

A maioria possui registro no órgão oficial de turismo (68%) e funciona há mais de 10 anos (42%).

Quando ao perfil do empresariado, boa parte é do sexo masculino (76%), possui mais entre 41 e 50 anos (48%) e grau de instrução superior completo (58%).

A procura por agências em Manaus é bem equilibrada durante o ano, com pico de maior procura em novembro e menor procura em abril e março.

Com relação aos investimentos realizados nas agências nos últimos cinco anos, os mais citados: compra de equipamentos, treinamento, aquisição de veículos, marketing e ampliação do estabelecimento. Quanto a previsões de investimentos, os mais destacados foram: reforma e ampliação do estabelecimento, aquisição de novos equipamentos, benefícios para funcionários e divulgação.

O tempo médio de permanência dos empregados nos estabelecimentos é de um a três anos. E, quanto ao treinamento da mão de obra, 72% não proporcionam e apenas 10% acham que esse tipo de ação é necessária para o turismo.

Segundo as agências, a permanência média dos turistas em Manaus é de seis dias e o nível de satisfação com a viagem é médio; e o principal aspecto motivador dos que procuram seus serviços são negócios/eventos (35%), Ecoturismo (27%) e lazer (27%).

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Quanto à opinião das agências no que diz respeito aos serviços e equipamentos de Manaus, todos os itens tiveram bom no aspecto avaliativo.

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MAPA 6 – OFERTA DE SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS DE AGENCIAMENTO

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Serviços e equipamentos para Transporte

De acordo com a AMAZONASTUR, existem no estado do Amazonas 36 transportadoras turísticas, entre transportadoras terrestres e fluviais, sendo que apenas 17 possuem cadastro regularizado.

No que diz respeito às transportadoras fluviais, observa-se a situação das marinas de embarque e desembarque de passageiros que se encontram em estado de conservação precário ou pouco equipados. Outra questão refere-se à precariedade de algumas embarcações que, além de trabalharem com superlotação, não possuem equipamentos de segurança em número e qualidade exigidos para a prática do turismo.

Além das transportadoras, existem em Manaus seis locadoras de carros e diversos serviços de táxi. No aeroporto, operam quatro empresas do tipo mais seis empresas de locação de automóveis além de seis empresas de turismo.

Manaus possui ainda o Amazon Bus, veículo oferecido aos turistas que visitam a cidade, aos moldes de veículos turísticos que já operam em cerca de setenta cidades turísticas do exterior. O Amazon Bus percorre 40 pontos turísticos manauenses. Dentre os incluídos no roteiro, estão Teatro Amazonas e Praia da Ponta Negra. O passeio é oferecido diariamente (segunda a sábado), com partidas do Tropical Hotel às 10h30 e às 15h30. Aos domingos, o horário é único, às 9h.

No primeiro pavimento, estão dispostas 16 cadeiras e um espaço dedicado para cadeirantes (que têm acesso ao interior do veículo por meio de um sistema de suspensão a ar). Além disso, este pavimento possui ar condicionado e sistema de áudio e vídeo, com imagens projetadas em três monitores de LCD. São oferecidas legendas em português, inglês, espanhol, japonês e mandarim. Para o conforto e segurança dos passageiros, o Amazon Bus também está equipado com frigobar e três câmeras de vídeo. No piso superior, há 55 cadeiras e teto conversível.

O valor do passeio para o hóspede do Tropical Hotel Manaus é de R$ 35 por pessoa. A utilização do Amazon Bus como alternativa de passeio pela cidade de Manaus é uma iniciativa do Governo do Estado, através da AMAZONASTUR (Empresa Estadual de Turismo do Amazonas).

Observa-se que, em termos de logística, os produtos turísticos de Manaus são deficientes, por serem dependentes de serviços e equipamentos em sua maioria de má qualidade e de altíssimo custo. No setor de serviços e equipamentos de transportes, o transporte fluvial é essencial para a prática da atividade turística na região. O que torna complexa e deficiente a formatação de produtos de qualidade. Os serviços turísticos são considerados de pouca confiabilidade, fragilizando a sua comercialização.

Mais uma vez pode-se perceber o motivo dos hotéis de selva oferecerem serviços próprios, tanto de agenciamento como de transporte, em detrimento dos serviços oferecidos pelos próprios equipamentos de transporte de Manaus

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Serviços e equipamentos para Eventos

Segundo o Inventário da Oferta Turística do MTUR, os serviços para organização de eventos dizem respeito à infraestrutura e serviços específicos para a realização de congressos, convenções, exposições, feiras, shows e outros.

Segundo a AMAZONASTUR, a cidade possui 44 organizadores de eventos, sendo que 31 estão com o cadastro regularizado. Manaus conta também com 14 espaços para eventos cadastrados no Convention & Visitors Bureau – C&VB do Amazonas

Manaus atrai, por ano, em torno de cem mil pessoas para a realização de eventos dos mais diferentes interesses. Esse número equivale a 22,2% do universo de turistas que passam pelo estado, o que denota sua importância para o turismo local (ManausTur, 2004).

Esse grande fluxo do turismo de eventos está relacionado à influência de instituições de pesquisa, como o Instituto de Pesquisas do Amazonas -INPA, e à importância do Distrito Industrial de Manaus.

Para a captação de eventos, deve-se contar com uma boa infraestrutura de serviços e equipamentos, em especial os relacionados aos espaços físicos para a sua realização.

Boa parte dos espaços existentes localiza-se em hotéis da cidade, mas que só podem receber eventos de pequeno e médio portes.

Além de eventos profissionais, destacam-se acontecimentos culturais. Os mais expressivos são o Festival de Cinema, o Festival de Ópera, o Carnaboi, Boi de Manaus e o Festival Folclórico do Amazonas.

Quanto aos serviços e equipamentos para eventos pesquisados 57% são espaços para eventos, 35,7% são organizadores/promotores de eventos e 7,3% não responderam a esta pergunta. Dos que responderam oferecer espaço para eventos, um corresponde a um Centro de Convenções e os demais correspondem a auditórios ou salas para convenções, em geral, localizadas em hotéis da cidade.

No que diz respeito às facilidades oferecidas ao cliente, os espaços para eventos dispõem de equipamentos diversos de som, imagem (91%), dispõem de estacionamento próprio para carros (75%), pontos de táxi (58%), restaurante ou lanchonete (58%), estacionamento para ônibus (50%), parceria com prestadores de serviços diversos (41%) e serviço de Buffet (8%).

Quanto à adaptação e facilidades disponíveis para Portadores de Necessidades Especiais – PNEs, 69% responderam possuir, sendo que os mais citados foram: rampas de acesso, elevadores e adaptações nos banheiros

Em adoção de medidas sustentáveis, 58% responderam possuir energia solar, 58%, sistema de controle de luz, 58%, reaproveitamento de água e as demais, em menor escala. Observa-se que 66% dos estabelecimentos adotam duas ou mais medidas.

Dos pesquisados, 83% responderam estar registrados no órgão oficial de turismo do estado, AMAZONASTUR. E, quanto ao tempo de funcionamento do estabelecimento, 91% existem há mais de 10 anos.

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No que diz respeito ao perfil do empresariado dos serviços e equipamentos de gastronomia, 83% são do sexo masculino, 75% possuem mais de 50 anos e 58% possuem nível superior completo.

Observa-se que os meses de maior procura por serviços e equipamentos para eventos estão entre outubro a dezembro e o mês de maio, e os meses de menor procura, entre janeiro e abril.

Quanto aos investimentos realizados nos últimos cinco anos, os mais citados foram: climatização dos ambientes, aquisição de mobiliário e reformas em geral; e dos investimentos previstos os mais citados foram: aquisição de equipamentos de segurança e tecnologia de informações e ampliação do estabelecimento. O faturamento médio mensal dos equipamentos de gastronomia é de cerca de R$97.500,00.

O tempo médio de permanência dos empregados nos estabelecimentos é de quatro a seis anos. E, quanto ao treinamento da mão de obra, 75% não proporcionam e 83% acham que esse tipo de ação não é necessária para o turismo.

Manaus não possui espaços especializados para eventos de grande porte.

O único Centro de Convenções disponível é o Stúdio 5, que está localizado no Distrito Industrial de Manaus. O Complexo Studio 5 é composto pelo Centro de Convenções, pelo Festival Mall, um shopping de lazer e compras com praça de alimentação e 8 salas de cinema (Cinemark), além de um Parque de Diversões Studio Play e McDonald´s Drive thru.

O Centro de Convenções do Stúdio 5 possui 14.000m² (plenária, pavilhão, salas para eventos e centro de gastronomia), e o período de maior procura pelo equipamento é entre fevereiro e maio.

FIGURA 1 – COMPLEXO STÚDIO 5

Fonte:http://portalamazonia.globo.com/studio5/

Além do Stúdio 5, outro espaço existente em Manaus para recepção de eventos é o Sambódromo, com capacidade para 43 mil pessoas, destinado à realização de shows, convenções e eventos esportivos e culturais. No local, acontece, anualmente, o desfile das escolas de samba, o que justifica a sua denominação. Para a realização de eventos desportivos, a cidade conta com a Vila Olímpica e o Estádio Vivaldo Lima, com capacidade

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para 45 mil pessoas. Ressalta-se que estes espaços passam por uma reformulação para receber a Copa FIFA de 2014.

A atividade turística em Manaus será extremamente impactada com este evento por meio dos diversos investimentos previstos, com o aumento da demanda para Manaus e pela divulgação que já começou a ser feita das cidades-sedes da Copa.

Está prevista a reconstrução do Estádio Vivaldão. O projeto prevê a construção de cobertura fixa para as arquibancadas, restaurante, estacionamento subterrâneo para carros e ônibus e acessos planos para portadores de necessidades especiais. O estádio também terá sistema de reaproveitamento de água da chuva e ventilação natural para redução do consumo energético. Conforme o Governo do Estado do Amazonas, a capacidade do estádio será de aproximadamente 48 mil pessoas. O investimento total estimado é de R$ 515 milhões com término previsto para dezembro de 2012.

Além destas intervenções, está prevista a implantação de um Centro de Convenções que funcionará como uma recepção vip aos convidados da Federação Internacional de Futebol - FIFA. Já foram disponibilizados pelo Ministério do Turismo pouco mais de R$ 30 milhões para esta ação que deverá ser implementada em três etapas.

FIGURA 2 – FACHADA DO CENTRO DE CONVENÇÕES DO AMAZONAS

Fonte: AMAZONASTUR.

Além da carência de espaços especializados para a realização de eventos de grande porte, de uma forma geral, predomina uma baixa profissionalização na captação e realização de eventos, seja pela insuficiência de equipamentos adequados ou por incipiente preparo de mão de obra especializada.

Não obstante, salienta-se o potencial existente para a realização de eventos técnicos científicos, principalmente ligados a temas de caráter ambiental (meio ambiente natural) e sócio-cultural (população tradicionais e indígenas).

O Mapa 7 apresenta a localização dos serviços e equipamentos para eventos em Manaus.

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MAPA 7 – OFERTA DE SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS PARA EVENTOS EM MANAUS

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Serviços e equipamentos para Entretenimento e Lazer

Manaus possui boa oferta de entretenimento e lazer, em geral, utilizados pela população local e muito pouco pelos turistas.

A cidade conta com inúmeros parques urbanos bem estruturados e com ambiente agradável com variados serviços e equipamentos de alimentação e equipamentos para esportes, lazer e contemplação de fauna e flora.

Os principais parques urbanos são:

■ Parque do Mindú;

■ Parque dos Bilhares;

■ Parque Tarumã/Cachoeira Alta;

■ Parque Ponta Negra;

■ Parque Municipal Sumaúma;

■ Parque do Encontro das Águas;

■ Parque Ponte da Bolívia;

■ Parque Mundo Novo.

Manaus também conta com praias fluviais que são muito utilizadas na época da vazante e de seca dos rios. São elas:

■ Praia de Ponta Negra;

■ Praia da Lua;

■ Praia do Tupé;

■ Praia Dourada.

Ressalta-se a importância do Parque Ponta Negra, a mais importante área de entretenimento e lazer de Manaus que se localiza à beira do rio Negro e possui a maior praia fluvial de Manaus, na época da seca do rio. Ao longo da orla, há restaurantes, bares e sorveterias e também um anfiteatro onde são realizados shows e eventos culturais. Nos fins de semana, há uma feirinha de artesanato. Há que se atentar, no entanto, para a precariedade deste equipamento e para a segurança no local que possui altos índices de violência e prostituição.

Além disso, a cidade conta com inúmeros shoppings, museus, bibliotecas, praças, cinemas, casas de shows, entre outros.

Também existem nos estados da Amazônia Legal equipamentos de lazer e entretenimento, como museus, bibliotecas, praças, cinemas e teatros.

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Outros Serviços e Equipamentos Turísticos

Este item engloba os serviços e equipamentos utilizados pelo visitante, como informações, associações de prestadores de serviços turísticos, guias turísticos, condutores de visitantes que sejam utilizados para fins turísticos.

Manaus, segundo a AMAZONASTUR, possui quatro Centros de Atendimento ao Turista – CAT e um Box de Informação Turística – BIT em funcionamento. Estes equipamentos são administrados pela AMAZONASTUR ou pela MANAUSCULT, individualmente ou em conjunto, sendo que dois dos CAT e o BIT funcionam no centro da Cidade, um no Aeroporto de Manaus e um em um shopping, conforme Quadro 17.

QUADRO 17 - CENTRO DE ATENDIMENTO AO TURISTA

LOCALIZAÇÃO ADMINISTRAÇÃO Centro de Atendimento ao Turista - CAT

Aeroporto Internacional Eduardo Gomes

Secretaria Municipal de Cultura – ManausCult (em transição para a Manaustur) e Empresa Amazonense de Turismo - AMAZONASTUR

Box de Informação Turística - BIT

Praça Tenreiro Aranha, Centro Secretaria Municipal de Cultura – ManausCult (em transição para a Manaustur)

Centro de Atendimento ao Turista - CAT

Amazonas Shopping Center Empresa Estadual de Turismo - AMAZONASTUR

Centro de Atendimento ao Turista - CAT

Porto de Manaus Empresa Estadual de Turismo - AMAZONASTUR

Centro de Atendimento ao Turista- CAT

Av. Eduardo Ribeiro, nº 666 - Centro

Empresa Estadual de Turismo - AMAZONASTUR

Fonte: Prefeitura Municipal de Manaus, 2010.

No entanto, ressalta-se que, mesmo com a existência destes equipamentos, existem poucas informações em materiais, tais como mapas turísticos e publicações especializadas em Manaus, a maioria trata do Estado como um todo.

Complementarmente, observa-se a quase inexistência de sinalização turística e a disponibilização de informações em poucos locais, atuando de forma negativa sobre a motivação dos turistas.

Com relação aos guias de turismo, dados da AMAZONASTUR afirmam que o Estado possui 178 profissionais deste ramo, sendo que 137 possuem o cadastro regularizado.

Considerações Finais Quanto aos Serviços e Equipame ntos Turísticos

Alguns fatores de suma importância foram diagnosticados quanto aos serviços e equipamento turísticos em Manaus e são destacados em seguida.

A baixa oferta de infraestrutura e equipamentos nos meios de hospedagem voltados para o lazer e entretenimento.

O perfil dos serviços e equipamentos de hospedagem da área urbana de Manaus está eminentemente voltado para o Turismo de Negócios e Eventos. Isto pode ser percebido pela infraestrutura oferecida nos meios de hospedagem e pela relação entre o número de leitos e UHs que é baixo, uma média de dois leitos/UH, o que praticamente inviabiliza a estada de grupos familiares.

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São poucos os equipamentos que oferecem infraestrutura para o lazer, a não ser os hotéis de selva, localizados em área rural, que possuem uma estrutura completamente diferenciada e tem como foco o Ecoturismo.

Segundo operadores de turismo, os investimentos em Manaus estão voltados somente para o mercado empresarial, deixando de lado o de lazer. “A área de lazer não está sendo bem visionada pelos empresários do ramo de hotelaria, por exemplo. Quem vai a Manaus e procura apartamento duplo só encontra em uma rede hoteleira. Se for uma família de cinco pessoas, eles não encontram nenhum apartamento triplo, então é preciso ter investimentos também no mercado de lazer”, disse Socorro Melo, da empresa Turística Ambiental.8

É importante a adequação dos serviços e equipamentos de hospedagem e da oferta turística geral de Manaus, a fim de suprir a demanda turística para o segmento de Lazer e Entretenimento, e, principalmente, a demanda que chegará a Cidade devido aos jogos da Copa 2014.

A baixa adoção de adaptação e facilidades a portado res de necessidades especiais – PNEs.

Percebeu-se nas pesquisas que a adoção de adaptação e facilidades a PNEs está presente em menos de 50% dos serviços e equipamentos turísticos pesquisados. Ainda assim, nos que existem, os equipamentos resumem-se a rampas de acesso, elevadores e a muito poucos banheiros adaptados.

São poucos os meios de hospedagem que oferecem UHs adaptadas também.

A acessibilidade e inclusão social de PNEs é uma realidade que deve ser tratada como de extrema importância, principalmente em equipamentos turísticos, como meios de hospedagem, restaurantes e equipamentos para eventos, que são destinados ao uso coletivo.

No Brasil, existem leis e normas que regulamentam e definem critérios para priorizar a inserção de PNE em locais públicos e privados como as leis de nº 10.048 e Nº 10.098, e a NBR 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Necessidade de priorização na adoção de medidas sus tentáveis.

São poucos os estabelecimentos que adotam medidas sustentáveis em Manaus.

Manaus é considerada o Portal de Entrada para a Amazônia Legal e tem sua imagem muito ligada ao verde e a sustentabilidade. Portanto, a adequação e até a certificação dos serviços e equipamentos turísticos levando em conta esta questão podem funcionar como um meio de promoção do destino.

O Instituto de Hospitalidade criou o Programa de Certificação em Turismo Sustentável – PCTS, que teve a sua primeira fase desenvolvida e implementada pelo IH, de 2002 a 2006. De abrangência nacional, visou aprimorar a qualidade e a competitividade das micro e pequenas empresas de turismo — responsáveis por mais de 90% dos empreendimentos do setor. Por meio de oficinas, visitas e assistência técnica, o PCTS apoiou os empreendedores 8 Matéria: Operadores nacionais - Diagnóstico revela o turismo em Manaus. Disponibilizado pela Assessoria de Comunicação da Manaustur em 08/06/2010.

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no sentido de melhorar o desempenho de suas organizações nas dimensões econômica, ambiental e sociocultural, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país e à melhoria da imagem do Brasil no exterior. Este programa contribuiu para a criação da NBR 15401 – Meios de Hospedagem – Sistema de Gestão – Requisitos para a Sustentabilidade, publicada pela ABNT.

Mão de obra com baixa capacitação.

As análises das pesquisas demonstraram a alta rotatividade de funcionários que trabalham nos serviços e equipamentos turísticos. O tempo médio de permanência dos empregados nos estabelecimentos é de um a três anos para equipamentos de hospedagem, agenciamento e gastronomia, e de quatro a seis anos para serviços e equipamentos para eventos.

Observou-se, também, a baixa capacitação desta mão de obra e a visão deturpada do empresariado quanto a esta questão. A grande maioria não proporciona treinamento para seus funcionários e acha que este tipo de ação não é necessária para o turismo.

No entanto, de acordo com as pesquisas efetuadas com os operadores, a baixa capacitação da mão de obra local é um dos principais problemas existentes em Manaus.

Poucas parcerias entre o trade turístico.

As pesquisas demonstraram também a baixa articulação entre o empresariado do setor quando o assunto são parcerias. São poucos os empreendimentos que possuem parcerias dentro do trade turístico de Manaus.

Sendo assim, o relacionamento entre o empresariado local deve ser consolidado e as parcerias devem ser realizadas e fortalecidas a fim de gerar benefícios para o setor turístico de Manaus e aos turistas que utilizam esses serviços.

Baixa oferta de equipamentos para eventos.

Manaus não possui espaços especializados para eventos de grande porte como parques ou pavilhões de exposições ou um centro de convenções moderno e equipado.

Boa parte dos espaços existentes localiza-se em hotéis da cidade, mas que só podem receber eventos de pequeno e médio portes.

No entanto, a cidade está em fase de adequação para a recepção da Copa de 2014 e investimentos no setor já estão previstos.

2.3 INFRAESTRUTURA BÁSICA E SERVIÇOS GERAIS

O presente item tem como objetivo fundamental realizar uma análise da infraestrutura básica e dos serviços gerais encontrados na área turística de Manaus. A fim de comparar a capacidade atual do conjunto de redes e sistemas de abastecimento com as necessidades futuras de Manaus, em face dos incrementos da visitação turística, consideram-se: a rede viária de acesso, os sistemas de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, limpeza urbana, rede de drenagem pluvial, sistemas de transporte urbano, iluminação pública, serviços de saúde e segurança.

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Como se sabe, Manaus foi eleita para sediar jogos da Copa do Mundo FIFA 2014. Como pré-requisito à investidura, a cidade se propôs a realizar obras de melhoria da infraestrutura existente. Assim, pode-se considerar que, além de incrementar a visitação turística, a Copa do Mundo FIFA 2014 trará uma série de benefícios, os quais podem ser considerados como legado para o futuro.

Para a realização da análise, foi realizada uma coleta de dados secundários por meio de informações fornecidas pelos órgãos e empresas reguladoras dos serviços em questão. Em seguida, foram levantados dados primários em campo por meio de rigorosa visita, na qual foram realizados registros fotográficos e documentadas as observações por meio de textos e planilhas.

2.3.1 Infraestrutura de acesso

Este item explora os aspectos da macroacessibilidade, ou seja, das principais ligações e conexões de Manaus com outras cidades, estados e países.

Para a análise dos principais acessos regionais, foram consideradas a rede viária de acesso, a infraestrutura do transporte aéreo e o transporte fluvial, uma vez que estão diretamente relacionados com o turismo em Manaus.

Manaus oferece diversas possibilidades de acesso, sendo que os principais são via aérea e fluvial. A maioria das cidades do interior do estado tem acesso à capital por via fluvial, terrestre ou aérea. As demais localidades do Brasil podem acessar Manaus por via aérea ou fluvial.

Os acessos por rodovias são poucos e precários, sendo as principais rodovias federais a BR-174 e a BR-319 e estaduais: AM-010 e AM-070.

A rodovia BR-174 é um importante eixo para o turismo, uma vez que liga os municípios do Polo de Ecoturismo do Amazonas, onde Manaus está inserida, e liga Manaus ao estado de Roraima, passando pela capital Boa Vista, chegando à Venezuela. De Manaus até a fronteira são 970 km, sendo que 225 km estão no Amazonas e 715 km em Roraima.

A condição de tráfego na BR-174 pode ser considerada boa, no entanto, a sinalização em muitos trechos é insuficiente ou encontra-se em mau estado de conservação. O trecho da reserva Wamiri-Atroari se encontra em péssimo estado de conservação, com pavimentação danificada e ausência de sinalização. Este trecho também possui uma peculiaridade, o trânsito de veículos particulares só é permitido no período diurno, entre 6:00 e 18:00 horas, sendo esta uma exigência dos representantes da reserva indígena ali localizada.

Outro importante acesso terrestre, que está em vias de ser recuperado, é a BR-319 que liga Manaus a Porto Velho, em Rondônia, e à Região Sul do país. A BR-319, inaugurada em 1975, encontra-se intransitável. A rodovia tem extensão de 870 km, sendo 853 km no Estado do Amazonas e 17 km no Estado de Rondônia. O trecho Manaus – Careiro, com 101 km de extensão, é transitável, assim como o trecho Humaitá – Porto Velho, 198 km de extensão. No trecho Careiro – Humaitá, não há condições de trafegabilidade. A restauração da BR-319 é cercada de muita polêmica, e o andamento das obras depende de licenciamento ambiental, que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, deve sair ainda em 2010, viabilizando que a obra termine no final de 2012.

Como esta é a única rodovia que possibilita a ligação de Manaus com o sul do país, hoje, o acesso a Manaus a partir dessas áreas só é possível por via aérea ou fluvial.

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A rodovia AM-070 conecta Manaus à cidade de Manacapuru, passando por Iranduba. No entanto, para acessar a rodovia a partir de Manaus, é necessário atravessar o Rio Negro. Hoje, a travessia é realizada por meio de balsas gratuitas. O embarque em Manaus acontece no Porto de São Raimundo e o desembarque no Careiro da Várzea.

Encontra-se em andamento a obra de construção da ponte que ligará Manaus à Iranduba. Com a conclusão da obra, ilustrada na Foto 1, não será mais necessária a travessia por balsas.

FOTO 1 - PONTE SOBRE O RIO NEGRO

A rodovia AM-010 é outro acesso terrestre e liga Manaus à cidade de Itacoatiara, cidade às margens do Rio Madeira, passando por Rio Preto da Eva, município mais próximo da capital por via terrestre.

Existe um Terminal Rodoviário em Manaus que está localizado a 7 km do centro da cidade. Empresas de ônibus fazem rotas de Manaus para cidades do interior, bem como para as capitais Boa Vista e Porto Velho. O edifício abriga a administração do terminal, lanchonete, posto do Juizado de Menores, correios, bilheterias, telefones públicos, guarda-volumes, banheiros, bancas de jornal e ponto de taxi.

Para a maioria dos turistas, o principal acesso para Manaus é por meio de transporte aéreo.

O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes está localizado a 17 km do centro da cidade e é classificado como sendo de primeira categoria. O aeroporto possui dois terminais de passageiros. Um para atender aeronaves de maior porte, que operam voos domésticos e internacionais, e outro para receber aviões de menor porte, utilizados em voos regionais. Além de tal estrutura, o complexo aeroportuário dispõe de três terminais de carga: o Terminal I, inaugurado em 1976; o Terminal II, em 1980; e o Terminal de Cargas III, em 2004.

A estrutura interna do Terminal I oferece serviços de restaurante, “free shop”, bancas de revista, agências de turismo, agências bancárias, locadoras de veículos, balcão para informações turísticas, telefones públicos, venda de passagens para táxis especiais, câmbio, alfândega, serviços de emergência médica, sistema informativo de voo e sala para clientes “vips”. O Terminal de Passageiros I tem seis pontes de embarque/desembarques, sendo cinco fixas e uma móvel, três salas de desembarque doméstico e uma sala de desembarque internacional, quatro salas de pré-embarque doméstico e uma sala de pré-embarque

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internacional, por volta de 36 balcões de check-in, estacionamento para cerca de 700 veículos e guaritas de segurança espalhadas em todo complexo aeroportuário.

O terminal especial para vôos regionais, o Terminal II, é chamado de “Eduardinho” e também dispõe de um saguão amplo, serviços de táxi e lanchonetes.

O aeroporto recebe cerca de 1,4 milhão de passageiros anualmente, é o maior e mais movimentado aeroporto da região Norte do Brasil, além de ser o terceiro no Brasil em movimentação de cargas segundo dados oficiais da Infraero para o ano de 2009.

Apesar disso, o equipamento é muito antigo e obsoleto e não condiz com a posição de Portal de Entrada da Região Norte, ocupada por Manaus na atualidade.

Existe ainda o aeroporto de Ponta Pelada, localizado no bairro do Educandos que se destina apenas aos voos militares.

Manaus oferece diversas possibilidades de acesso via fluvial. Por se localizar no coração da Floresta Amazônica e só possuir um acesso efetivo via terrestre (BR-174), a cidade tem o acesso hidroviário como um dos mais importantes, principalmente para pessoas que vêm de cidades da região ou que viajam a turismo em cruzeiros.

O único porto que possui estrutura para receber turistas na cidade é o Porto de Manaus, que mede cerca de 300 metros de comprimento por 20 de largura.

No Porto de Manaus, são realizadas viagens regionais, internacionais, tanto de pessoas quanto de cargas. Além disso, o Porto recebe embarcações internacionais e transatlânticos.

O conjunto do Porto de Manaus compreende: um cais de alvenaria, um cais sobre bóias de ferro cilíndricas flutuantes, chamado de Road-Way, o antigo prédio do tesouro público, o Prédio da Alfândega e da Guardamoria, o Escritório Central, Setor administrativo, antiga Casa de Tração Elétrica e Armazéns n° 3, 4, 5, 10, 15, 18 e 2º e a Bomba de Incêndio. Todo o conjunto do Porto foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, Processo n° 1192-T-86, livro de Belas Artes Inscri ção: 100, em 14-10-1987, como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

No cais acostável, o porto possui ainda: cais Fixo – Paredão com 359,00 metros, uma Plataforma de 296,30 metros, um Cais Flutuante (Road-Way) de 253 metros de comprimento e 24 metros de largura, e o Flutuante das Torres de 363,69 metros de comprimento e 19,2 metros de largura e apoio para atracação com cinco bóias e dois rebocadores (COSTA, 2006). O Flutuante das Torres apresenta passeios laterais para uso de pedestres e uma pista central para veículos e pode operar com quatro navios simultaneamente em qualquer período do ano e mais três navios na época da cheia do Rio Negro nos berços fixos no Paredão e TC (Plataforma Malcher).

O Porto permite atracar embarcações de grande porte. No mesmo porto, atracam embarcações regionais que ligam a capital aos municípios do interior e de estados vizinhos. Como não há infraestrutura especial para atender barcos regionais e navios de cruzeiro, a operação de embarque e desembarque com ônibus de turismo se torna difícil, uma vez que o espaço disponível é compartilhado com o movimento intenso de passageiros locais.

O Porto de Manaus também não possui nenhuma estrutura apropriada para atendimento do turista. Existem no local apenas bares e lanchonetes e as condições de higiene são

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precárias. Mesmo diante desse quadro, o Porto continua a receber dezenas de navios de cruzeiros anualmente, sendo a maioria de grande porte (mais de 1.000 passageiros).

Ao lado do Porto de Manaus, operam na informalidade, diversos trapiches. Localmente, a área é denominada de Manaus Moderna.

A Avenida Manaus Moderna foi construída para realizar a ligação leste-oeste como uma marginal do Rio Negro, permitindo que as mercadorias que chegavam ao porto pudessem ser levadas diretamente ao Distrito Industrial sem passar pelo centro da Cidade. No entanto, a Avenida alterou seu entorno imediato, uma vez que para sua construção foi executado um aterro de grandes dimensões.

Hoje, o porto da Manaus Moderna, como é chamado, recebe diariamente um grande volume de pessoas e mercadorias nos barcos de recreio. Os destinos mais comuns são polos regionais como Tabatinga, Tefé, Santarém, Belém, entre outras. As tarifas variam conforme a distância e a mercadoria que se quer embarcar, não sendo fácil decifrar a lógica dos valores cobrados.

Ao contrário do Porto de Manaus, a Manaus Moderna recebe barcos e passageiros do circuito popular, que pagam menos para atracar ali.

Em Manaus Moderna, os procedimentos de embarque são improvisados, os guichês são guarda-sóis e o anúncio de partida é no grito.

A Figura 3 localiza a cidade de Manaus e ilustra os principais acessos rodoviários. A Figura 4 ilustra a localização do Aeroporto, Terminal Rodoviário e dos principais Portos.

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FIGURA 3 - MUNICÍPIOS DO AMAZONAS E MANAUS – ACESSOS

FONTE: PROECOTUR, 2001

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FIGURA 4 - LOCALIZAÇÃO DO AEROPORTO, TERMINAL RODOVIÁRIO E PRINCIPAIS PORTOS

FONTE: PROECOTUR, 2001

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2.3.2 Sistema de abastecimento de água

Os mananciais que abastecem Manaus são o Rio Negro e Alter do Chão (manancial subterrâneo). Por dia, são captados 536 milhões de litros de água. A companhia responsável pela captação e distribuição de água é a Águas do Amazonas. Hoje, encontram-se em operação as Estações de Tratamento de Águas - ETA do Mauazinho e da Ponta do Ismael.

O consumo anual de água em Manaus é de 5.488,10m³ e 15 milhões de litros por dia. O consumo médio é de 93 litros/habitante/dia. (Dados série histórica SNIS 2004)

A quantidade de água que é perdida diariamente, segundo dados disponíveis no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, refere-se ao volume de água produzido (medido na saída das Estações de Tratamento) e ao volume de água consumido (volume micro medido por hidrômetros, volume estimado para ligações desprovidas de aparelho de medição e volume de água exportada). A diferença entre o volume de água produzido e o consumido resulta nos volumes de água perdido pelos sistemas de distribuição de água. O Quadro 18 apresenta as metas de atendimento de rede de abastecimento de água para Manaus, segundo contrato da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas - ARSAM.

QUADRO 18 - METAS DE ATENDIMENTO DE REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGU A PARA MANAUS INDICADORES DEZEMBRO DE 2008

Economias residenciais atendidas pela disponibilidade de rede de água

344.722 unidades

Índice de ocupação domiciliar 3,97% População urbana de Manaus 1.694.918 de habitantes Meta exigida no contrato de concessão 95% Meta segundo ARSAM 80,74% - Meta não atingida Fonte: ARSAM, 2008.

Em dezembro de 2008, 344.722 economias residenciais eram atendidas pela disponibilidade de rede de água.

Segundo relatório da ARSAM (2008), 56.000 famílias não estão cobertas pelo sistema de abastecimento de água. O cálculo da ARSAM não considera o número de economias residenciais de água referentes ao cadastro comercial da concessionária, mas sim a extensão efetiva da rede de água (média da extensão da rede por ligação dos anos de 2002 a 2006)x1.2.

2.3.3 Sistema de esgotamento sanitário

Segundo informações da série histórica do SNIS, com o ano de referência de 2004, em Manaus, apenas 11,6% dos habitantes eram atendidos em coleta de esgoto (Figura 5).

De acordo com a mesma fonte, Manaus apresenta um dos piores índices quanto à população atendida por tratamento de esgoto, apenas 2,9 % da população do município tem seu esgoto tratado.

Em 2006, a concessionária Águas do Amazonas apresentou o Relatório de Avaliação elaborado pela empresa Delloit Tohmatsu Consultores Ltda., que validava a cobertura de

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esgoto em 11,13%, que diverge, entretanto, do percentual calculado pela ARSAM, de 7,18%.

Tais percentuais divergem devido à inclusão, para base de cálculo, por parte da concessionária, das economias cadastradas e não faturadas, como citado na cobertura de água, no qual a concessionária utilizou o critério da disponibilidade do serviço, para quem usa água de poços particulares e outras soluções, com e sem redes.

FIGURA 5 - ÁREA ATENDIDA POR SANEAMENTO - MANAUS , 2008. Fonte: Plano Diretor Urbano e Ambiental do Município de Manaus.

2.3.4 Sistema de limpeza urbana

Manaus possui em seu histórico a marca de ter sido a primeira cidade no Brasil, ainda em 1896, a construir um incinerador de lixo. Os ingleses construíram a estrutura que tinha capacidade de processar 60 t/dia de lixo doméstico. Em 1958, foi desativado por não atender mais as necessidades locais e por problemas de manutenção (Caixeta, 2005). Hoje, não há incinerador algum em Manaus. A disposição final de resíduos vai para o Aterro Sanitário Controlado de Manaus.

Em Manaus, a coleta de lixo domiciliar e a limpeza de vias locais e públicas é executada todos os dias da semana – exceto aos domingos - em dois turnos de trabalho - diurno e noturno. Nas regiões centrais da cidade, em função do alto volume de tráfego, a coleta é realizada no período noturno.

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O sistema de limpeza urbana de Manaus, segundo informações da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos - SEMULSP (2010), atende cerca de 1,7 milhão de habitantes e cobre toda a área urbana.

Manaus produz cerca de 17,5 mil toneladas de lixo por semana, sendo que, deste montante apenas 0,08%, ou melhor, aproximadamente 15 toneladas seguem para reciclagem por meio dos caminhões de Coleta Seletiva e pelos Pontos de Coleta Voluntária. Assim, boa parte do lixo reciclável ainda vai para o aterro controlado de Manaus. A coleta de lixo reciclável pela SEMULSP atende apenas 52% da população de Manaus. As Zonas Norte e Leste de Manaus, as duas mais populosas, não são atendidas pela coleta seletiva. Assim, por exemplo, no atrativo turístico do Jardim Botânico Adolpho Ducke, o lixo é separado, “mas na hora da coleta, é misturado pelo caminhão de lixo”, afirmou o funcionário responsável.

Então, grande parte do lixo é coletada pela própria SEMULSP e entregue aos catadores para que seja realizada a devida separação. O que não é de interesse para a reciclagem é removido para o aterro controlado. Apesar de não existir coleta de material reciclável em todas as zonas da cidade, existem cerca de 140 Pontos de Entrega Voluntária de materiais recicláveis distribuídos pela cidade, segundo pesquisa realizada por Mafra (2006) – ver fotos abaixo.

FOTO 2 - PONTO DE COLETA VOLUNTÁRIA DE

MATERIAL RECICLÁVEL – DOM PEDRO, MANAUS Fonte: A Crítica, 2009

FOTO 3- PESSOAL DA SEMULSP RECOLHE O LIXO

RECICLÁVEL Fonte: A Crítica, 2009

2.3.5 Rede de drenagem pluvial

Em Manaus, existe uma carência quanto à infraestrutura de drenagem pluvial. Diversos são os pontos da cidade onde ocorrem alagamentos em dias de chuva, inclusive nas principais avenidas, como a Djalma Batista.

A precariedade do sistema de drenagem pluvial de Manaus se manifesta nas épocas de chuva, quando alagamentos e inundações provocam tumultos na Cidade. Além disso, perdas econômicas e proliferação de doenças são comuns, principalmente nas áreas de ocupação de baixa renda. Outro agravante para o mau escoamento das águas pluviais é o excesso de áreas impermeabilizadas na cidade e o acúmulo de lixo nas ruas.

As águas coletadas pela rede de drenagem de águas pluviais em Manaus são direcionadas para os igarapés e rios da cidade. As águas pluviais levam consigo o lixo disposto indevidamente nas ruas o que ocasiona sérios problemas de alagamentos, conforme figuras abaixo.

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FOTO 4- DEFICIÊNCIA NA DRENAGEM URBANA - CHUVA NO

CENTRO DE MANAUS Fonte: O Globo, 2009

FOTO 5 – ENXURRADA DE LIXO NOS IGARAPÉS DE MANAUS Fonte: A Crítica, 2009

O Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus - PROSAMIM, que tem como objetivo recuperar os igarapés da cidade, tem sido fundamental para melhoria das condições de drenagem da água pluvial urbana e também tem melhorado as condições de segurança às famílias de baixa renda que habitavam as margens dos Igarapés em construções improvisadas. O programa de recuperação dos igarapés de Manaus tem sido implementado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura – SEINF, e começou pelas bacias de Educandos e do São Raimundo. Numa primeira fase, são beneficiados moradores dos igarapés do Franco, Mindú, Franceses, Mestre Chico, Quarenta, Bittencourt, Manaus, entre outros. São realizadas obras de dragagem e desassoreamento dos igarapés com a retirada de lixo do leito e limpeza das margens. Na primeira etapa, foram executadas obras de drenagem pluvial, que compreendem micro e macro drenagem, serviços de revestimento de calhas, recuperação de margens, implantação de redes tubulares, sarjetas, bocas de lobo e meio-fio.

2.3.6 Sistema de transporte urbano

A oferta de transporte público coletivo no município de Manaus é caracterizada pela existência de modos distintos, em competição direta pela captação dos usuários, sem esquema de priorização para os serviços de transporte coletivo por ônibus.

Desde fevereiro de 2007, está em operação o sistema integrado por meio da bilhetagem eletrônica. Manaus possui ainda cinco grandes terminais expressos nos quais ocorre integração física, conforme é possível observar na Figura 6.

■ T1 - Terminal de Integração da Constatino Nery;

■ T2 - Terminal de Integração da Cachoeirinha;

■ T3 - Terminal de Integração da Cidade Nova;

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■ T4 - Terminal de Integração do Jorge Teixeira;

■ T5 - Terminal de Integração do São José Operário.

Os terminais T-1 – Constantino Nery e T-2 – Cachoerinha estão localizados na área central da cidade, enquanto os terminais T-3 – Cidade Nova, T-4 – Jorge Teixeira e T-5 São José, ficam no subúrbio.

Os terminais T-3, T-4 e T-5 contam com projeto arquitetônico padrão, específico para a finalidade, possuem cobertura com estrutura espacial e edificados em terrenos fora do sistema viário.

Os terminais T-1 e T2 foram objeto de adaptações no sistema viário existente para acomodar a necessidade operacional na estrutura de integração do sistema, porém, inadequados sob a ótica do conceito de terminal de passageiros.

O processo de operação mostra não ter nenhum tipo de organização, já que entre outros problemas, não há controle das filas, não há zelo na condução dos veículos, o que pode colocar a vida dos usuários em risco, e, ao mesmo tempo, os pedestres transitam de forma perigosa, andam pela pista dos ônibus, atravessam fora da faixa de pedestres e, na hora da chegada dos ônibus, há conflitos entre os usuários pelo ingresso nos veículos.

A tecnologia se resume a um circuito fechado de TV com câmeras instaladas apenas junto aos acessos dos terminais. Não existem sistemas de comunicação visual ou sonora destinados à informação dinâmica dos usuários. As plataformas não contam com nenhum equipamento de monitoramento do sistema.

FIGURA 6 - LOCALIZAÇÃO DE TERMINAIS DE TRANSPORTE COLETIVO

Segundo o Regulamento publicado no Decreto Nº. 8.287, de 10 de fevereiro de 2006, esses serviços são definidos conforme segue:

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■ Convencional: serviço básico e principal do sistema com o objetivo de atender de forma ampla as demandas normais de deslocamento da população;

■ Alternativo: serviço complementar ao Convencional, prestado nas modalidades Integrado e Lotação, com frota limitada a 20% (vinte por cento) da contemplada para o tipo Convencional em operação;

■ Especial: serviço seletivo, que se distingue do Convencional e do Alternativo pela utilização de veículos diferenciados, que se presta ao atendimento das necessidades específicas da população, com preço compatível com seus objetivos, e prestado nas modalidades Executivo, com frota limitada em 10% (dez por cento) da contemplada para o tipo convencional em operação, Feira e Rural.

Além dos serviços acima citados, na cidade, também são oferecidos os serviços de Fretamento e de Moto-táxi. O serviço de fretamento opera, atualmente, com uma frota aproximada de 2.380 veículos, os quais têm como destino o Distrito Industrial de Manaus, já o serviço de Moto-táxi não está regulamentado, e opera principalmente nas zonas Leste e Norte com aproximadamente 5.000 motos.

Os táxis de Manaus são padronizados na cor branca. O órgão fiscalizador ainda é a prefeitura, sendo a Gerência de Táxi e transporte comercial o responsável pela operacionalidade do sistema.

Atualmente, o serviço convencional de transporte coletivo na cidade de Manaus está constituído por uma frota de 1.484 veículos (1.275 operacionais e 209 reservas) distribuídos em 230 linhas que transportam cerca de 23,3 milhões de passageiros por mês. Este serviço é realizado desde janeiro de 2008 (licitação foi realizada em outubro de 2007) pelo Consórcio Transmanaus (empresa de Sociedade de Propósito Específico, composta por sete Filiais, sendo estas, Transamazônia, Vitória Régia/São José, Via Verde, Ponta Negra, viação Açaí, Regional e Líder, cuja concessão é de dez anos, com possibilidade de prorrogação por igual período), que utiliza, em sua maioria, ônibus do tipo convencional, mas opera também com ônibus articulados, bi-articulados e microônibus.9

O valor da tarifa vigente no mês de maio de 2010 é de R$2,10 (dois reais), sendo esta única para todo o serviço convencional.

O Sistema do Serviço de Transporte Alternativo é composto por 40 linhas e é operado por cinco cooperativas que utilizam 186 microônibus, com validadores eletrônicos que aceitam o sistema de bilhetagem.

Em 2009, a idade média da frota da cidade de Manaus era de 6,5 anos, sendo que 30% dos veículos estão em operação a dez ou mais anos. Contudo, 43% da frota tinham no máximo 5 anos de uso.

Um dos principais problemas observados é o elevado tempo de viagem realizado na hora de pico pelo serviço de transporte convencional. É grande a insatisfação em relação aos congestionamentos e à demora das viagens.

A prefeitura pretende implementar o sistema Bus Rapid Transit - BRT, com investimentos iniciais de R$ 230 milhões. O projeto do BRT prevê um viário que interligará nas zonas Norte, Leste e Sul e parte da Centro-Oeste de Manaus por meio de corredores exclusivos 9 Dados fornecidos pelo IMTT – Instituto Municipal de Transporte e Trânsito.

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nos principais eixos de cada zona. O projeto prevê a pavimentação de vias, criação de novas pistas, viadutos, passagens de nível e desnível, além de rotas alternativas para desafogar o trânsito da capital. Ademais, todos os coletivos serão monitorados por meio de internet wi-fi.

2.3.7 Sistemas de comunicação

Manaus recebe sinais de televisão aberta de várias emissoras brasileiras, além de ser sede da Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo. Foi fundada em 30 de setembro de 1968, sendo a mais antiga emissora afiliada da Região Norte do Brasil.

A cidade também possui a Rede Calderaro de Comunicação, que veicula a TV A Crítica, afiliada da Rede Record; a TV Bandeirantes Manaus - antiga TV Rio Negro - emissora da própria Rede Bandeirantes; a TV Em Tempo, afiliada do SBT; TV Cultura do Amazonas, afiliada à TV Brasil; e TV Boas Novas Manaus, afiliada à Rede Boas Novas.

O serviço de telefonia fixa Manaus é fornecido pelas empresas concessionárias: Telemar Norte Leste S.A. e Empresa Brasileira de Telecomunicações - Embratel e fornece cobertura em toda a área urbana.

A telefonia móvel é operada pelas empresas, Vivo, Tim Celular S.A., Oi e Claro.

2.3.8 Iluminação pública e energia

Manaus possui mais de 100 000 pontos luminosos. A Serviços de Iluminação Urbana -Citeluz é a concessionária responsável pela instalação e manutenção de iluminação pública em Manaus e a Secretaria Municipal de Administração - SEMAD é o órgão que gerencia os serviços de iluminação pública. A capital do Amazonas contratou a Citeluz em 2004 para implantar um sistema de gestão sustentável da sua iluminação e o Plano Diretor de Iluminação Urbana de Manaus para nortear as intervenções na iluminação da cidade.

Com vistas a agilizar a prestação do serviço de iluminação pública de Manaus, a Prefeitura Municipal e a Citeluz implantaram o Disk Iluminação 0800-280-8080. Por meio deste canal, a população pode fazer reclamações, solicitações e denúncias acerca do serviço, que, por força contratual, estipula o prazo de 24 a 48h para solucionar os problemas reclamados.

A cidade de Manaus possui redes elétricas suficientes para o atendimento adequado de 99,97% da população da cidade. A matriz energética é predominantemente térmica, com 75% da produção e 25% são de fonte hídrica. O gerenciamento da distribuição da energia é realizado pela empresa Manaus Energia S.A. A potência nominal instalada da matriz energética de Manaus é de 1.559,10 MW.

Segundo estima a Manaus Energia S.A., o consumo na região cresce uma média de 10% ao ano. Assim, até 2014, a demanda será de cerca de 1.350MW. Já, neste mesmo ano, a cidade fará parte do Sistema Nacional Integrado, por meio da interligação Tucuruí-Macapá-Manaus, com dois circuitos de 500kV, com capacidade total de 1.600MW. A geração de energia para o mesmo ano será de 1.340 MW, o que totaliza 2.940 MW.

Há previsão de que até 2014 a matriz energética de Manaus conte com o fornecimento de gás natural por meio do gasoduto Coari-Manaus. Com essa mudança na matriz energética, o parque termelétrico substituirá o uso de combustível líquido pelo gás natural, proporcionará benefícios ambientais e aumentará a segurança no abastecimento de energia, uma vez que as usinas desse parque são bicombustíveis. O uso do gás natural na

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geração de energia elétrica em Manaus permite evitar a emissão de cerca de 1,2 milhão de toneladas de CO2 por ano.

O fornecimento de energia em Manaus é raramente interrompido.

2.3.9 Serviços de saúde

Para garantir a prestação de serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde da população, Manaus conta com 9.299 servidores e ainda com uma rede composta por diversos equipamentos que prestam serviços a saúde da população.

A Figura 7 ilustra em vermelho a localização das Unidades de saúde na cidade.

FIGURA 7 - EM VERMELHO - LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE EM MANAUS

Fonte: Mapa Cadastral de Manaus - IMPLURB

Manaus dispõe de 4.206 leitos em hospitais públicos distribuídos da seguinte forma:

■ Leitos cirúrgicos: 1.212;

■ Leitos clínicos: 1.183;

■ Leitos complementares: 1.811;

■ Veículos de emergência médica;

■ Seis ambulâncias U.T.I.;

■ U.T.I. Móveis, localizadas na Central de Remoção;

■ 1 U.T.I. Móvel, localizada no Check-Up;

■ U.T.I. Móvel, localizadas na UNIMED.

Em Manaus, também existem empresas que terceirizam o serviço de ambulância.

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Na cidade, estão disponíveis nove SPAs, unidades que prestam primeiros socorros e atendimentos de urgência à comunidade. Funcionam 24 horas e não fazem atendimento ambulatorial (consultas). As especialidades oferecidas nos SPAs são: Clínica Geral; Pediatria; Ortopedia; Cirurgia; Odontologia.

Os Centros Especializados oferecem atendimento para público e fins específicos.

Os Centros de Atenção Integral à Criança - CAIC são unidades que fazem atendimento pediátrico, odontológico e psicológico no sistema ambulatorial. Oferecem serviços para crianças e adolescentes de 0 a 13 anos com atendimento ambulatorial, consultas e serviços que visam o tratamento e a prevenção de doenças, e o acompanhamento do desenvolvimento infantil. O atendimento é feito por ordem de chegada e não atende emergências.

Os Centros de Atenção ao Idoso - CAIMI são unidades que garantem o atendimento ambulatorial do idoso, com ênfase no manuseio das doenças prevalentes da terceira idade e nas ações preventivas relativas às Políticas de Saúde desenvolvidas na área de abrangência do CAIMI, agindo com uma equipe multidisciplinar capacitada, que objetiva maior resolutividade possível. Realiza consulta agendada.

O CAPS é a unidade de saúde que presta atendimento na área de Terapia Ocupacional, Psquiatria e Psicologia, por meio de consultas agendadas com encaminhamento médico. É um serviço de saúde aberto e comunitário do SUS. Ele é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem de transtornos mentais. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos e funciona segundo a lógica do território. Há em Manaus um único CAPS, o Silvério Tundis.

Manaus possui um hospital de referência para atendimento psiquiátrico de urgência e atendimento ambulatorial o Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro

As Maternidades são unidades que realizam partos normais, cirúrgicos e curetagens. Realizam também atendimento às gestantes de alto risco.

As Policlínicas atendem diversas especialidades de saúde. O atendimento é feito por meio de consultas agendadas, onde o paciente pode agendar mediante encaminhamento médico.

Os hospitais são unidades de referência em atendimento adulto e pediátrico com atendimento ambulatorial e hospitalar. Dos seis hospitais da Rede Estadual de Saúde, dois são destinados ao atendimento à criança: Instituto da Criança do Amazonas - ICAM, na Rua Codajás (bairro Cachoeirinha) e Hospital Infantil Dr. Fajardo (Centro).

Algumas fundações exercem um papel primordial no atendimento e pesquisa médica em Manaus. Cabe destacar o papel da Fundação de Medicina Tropical, considerada referência mundial na pesquisa e diagnóstico de doenças tropicais.

Os Pronto-Socorros - PS são unidades que prestam atendimentos de urgência10 e emergência11 à comunidade, funcionam 24 horas. Não fazem atendimento ambulatorial 10 URGÊNCIA – Situação em que há necessidade de atendimento imediato, porém, sem risco de perder a vida ou de sequelas (ferimento com necessidade de sutura, fraturas só com necessidade de redução e imobilização, crises de asma). 10 EMERGÊNCIA - Situação em que haja risco de perder a vida ou de lesões irreparáveis (hemorragias, ataque cardíaco).

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(consultas). As especialidades oferecidas nos PS’s são: Clinica Geral; Pediatria; Ortopedia; Cirurgia; Odontologia; Nefrologia; Cardiologia; Neurologia.

2.3.10 Segurança Pública

Manaus ocupa a 2ª posição na lista das cidades mais violentas do Norte do Brasil. Entre as capitais, é a 8ª menos violenta. Registrou, em 2006, índices de homicídios superiores apenas aos de Boa Vista, Palmas, Natal, São Paulo, Goiânia, Rio Branco e São Luís. A taxa de homicídios na capital amazonense também é substancialmente menor do que a de outras metrópoles como Recife, Curitiba e Belo Horizonte, e inferior à do Rio de Janeiro.

GRÁFICO 9 – NÚMERO DE OCORRÊNCIAS POLICIAIS POR ZONA URBANA

Fonte: Polícia Militar do Amazonas

Como pode ser observado no Gráfico acima, o maior número de ocorrências é do tipo furto e roubo. A maior incidência de crimes desse tipo acontecem na Zona Norte, seguida pela Zona Sul. No nível desagregado dos bairros, o Centro da cidade lidera o número de ocorrências do tipo furto, seguido pela Cidade Nova I e São José Operário. Ocorrências de roubo também foram registradas em maior número no Centro da cidade. A maior parte dos homicídios ocorreu nos bairros Jorge Teixeira e Cidade Nova I.

Com o objetivo de melhorar os níveis de segurança da população na cidade, Manaus conta com Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Vigilância Sanitária, Guarda Municipal, Polícia Civil, Defesa Civil e Exército Brasileiro.

A) CORPO DE BOMBEIROS

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amazonas possui o papel de executar atividades de Defesa Civil, fazer serviços de prevenção e combate aos incêndios, participar da guarda ambiental, promover resgates de busca e salvamento, auxiliar em socorros de urgência e no atendimento de emergência pré-hospitalar; entre outras. O Corpo de Bombeiros do Amazonas conta com um efetivo de 597 pessoas.

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B) POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS - PMAM

A Policia Militar do Amazonas - PMAM conta com 7.500 policiais militares em Manaus. A PMAM disponibilizou mais de 232 “olhos eletrônicos” que vigiam a cidade 24 horas por dia. Existe a meta de que mais 400 câmeras sejam instaladas. A base de operações fica instalada no Centro Integrado de Operações de Segurança - CIOPS, onde 90 operadores se revezam em turnos de 6 horas. Eles são, em sua maioria, policiais PMs da reserva e agentes comunitários de segurança. Cada operador fica responsável por 10 câmeras. O local onde elas foram instaladas foi baseado em estudo estatístico da criminalidade, sendo o Centro da Cidade o primeiro beneficiado.

A Ronda Ostensiva Cândido Mariano - ROCAM tem o papel mais efetivo de combate ao crime e à violência e atende a ocorrências de todos os níveis de risco. Na ROCAM, estão lotados 240 PMs. O Centro de Formação de Policiamento de Praças - CEFAP vai formar 100 novos sargentos, 100 cabos e mais 13 oficiais cadetes. Outros 80 oficiais estão em fase de treinamento.

O Policiamento de 1ª Malha é realizado pelas Unidades Operacionais, por meio de guarnições em viaturas de 04 e 02 rodas, que executam o policiamento ostensivo que cumpre roteiros e permanência em Postos Bases (PB) previstos em documentos denominados CARTÕES- PROGRAMA.

As guarnições, sob controle do CIOPS, atendem as ocorrências de rotina.

O Policiamento de 2ª Malha é realizado pelas Unidades do CPE por meio das guarnições ROCAM (Rondas Ostensivas Cândido Mariano) do 2º BPChq. Também se encarrega do apoio ao Policiamento 1ª Malha e atendimento de ocorrências especiais.

C) CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA

Os Conselhos Comunitários de Segurança - CONSEG são grupos de pessoas de uma mesma comunidade que se reúnem para discutir, analisar, planejar e acompanhar a solução de seus problemas de Segurança, assim como estreitar laços de entendimento e cooperação entre as várias lideranças locais.

A implementação dos Conselhos Comunitários de Segurança tem demonstrado que a atuação Policial nos processos de proteção de segurança do cidadão depende da integração e participação social, confirmando preceito Constitucional de que "a Segurança Pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos". (CF art, 144).

Fazem parte do Conselho: organizações de polícia que atuam no local; o cidadão comum que resida, estude ou trabalhe na comunidade; autoridades públicas dos diversos órgãos e esferas de governo; a comunidade de negócios; organizações não governamentais que atuam na comunidade e a mídia.

D) COMPANHIAS INTERATIVAS COMUNITÁRIAS - CICOM

A Polícia Militar do Amazonas possui 06 (seis) Companhias Interativas de Policiamento Comunitário.

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E) GUARDA MUNICIPAL

A Guarda Municipal de Manaus, segundo a Constituição Federal do Brasil, possui a função de proteger os bens, serviços e instalações públicas. Ainda, atendendo o interesse público e no exercício do seu poder de polícia, atua na prevenção e repressão de alguns crimes, especialmente contra bens e serviços públicos, podendo inclusive prender em flagrante delito os infratores e conduzi-los até a presença de um delegado de polícia, de acordo com o disposto na lei processual penal. A Guarda Municipal de Manaus conta com:

■ 261 policiais;

■ 10 viaturas;

■ 10 motocicletas.

F) EXÉRCITO BRASILEIRO

O Exército Brasileiro, desde 1949, conta com aproximadamente 1.000 homens no então Comando de Elementos de Fronteira. Dispõe, hoje, no atual Comando Militar da Amazônia, criado em 1969 e, desde então, sediado em Manaus, de um efetivo aproximado de 22 mil homens que têm como missão principal guarnecer o arco amazônico de fronteiras, com 11.248 quilômetros, acrescidos de 1.670 quilômetros de litoral.

G) DEFESA CIVIL

Manaus possui uma Secretaria Municipal de Defesa Civil - SEMDEC enquanto órgão responsável pela promoção da segurança global da população por meio de ações preventivas, de socorro, assistenciais, reabilitadoras e reconstrutivas com intuito de reestabelecer a normalidade social em circunstâncias de desastres no âmbito social.

O trabalho da SEMDEC se divide em dois momentos: Prevenção e Resposta aos Desastres. Atualmente A SEMDEC está dividida em dois prédios, mas a meta é implantar em cada Zona Geográfica de Manaus um Núcleo de Defesa Civil – NUDEC, estruturado com equipamentos, equipe de plantão e pelo menos uma viatura.

A SEMDEC possui 118 funcionários e 51 estagiários, além de 200 voluntários treinados segundo a filosofia da Defesa Civil. Desses, 87 funcionários e 20 estagiários trabalham na área operacional.

A SEMDEC possui nove viaturas equipadas com giroflex, sirene e alto-falante. A meta é que em 2014 a SEMDEC conte com 20 viaturas equipadas.

As ocorrências para atendimento emergencial são registradas pela Defesa Civil por um Programa próprio chamado Sistema de Controle de Ocorrências - SISCON pela Central de Emergência por meio do telefone 199. A central possui seis funcionários auxiliados por três estagiários que trabalham distribuídos em três turnos (manhã, tarde e noite), todos os dias da semana, inclusive domingos e feriados.

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H) POLÍCIA CIVIL

A Polícia Civil do Estado do Amazonas, dirigida pelo Delegado Geral da Polícia Civil, desenvolve os serviços públicos da sua competência, basicamente, por meio dos Distritos Policiais. Os distritos distribuídos pelo território estadual, são, nas suas circunscrições, o centro das investigações e dos demais atos de polícia judiciária e pontos de atendimento e proteção à população.

Manaus possui 16 Distritos Integrados de Polícia; 17 delegacias Especializadas, incluso a Delegacia Especializada de Crime Contra o Turista (DECCT), com sede no aeroporto Eduardo Gomes; 01 Centro de Atendimento ao Turista, situado na Av. Eduardo Ribeiro, nas proximidades do Teatro Amazonas e 04 Delegacias Seccionais (Zonas: Norte, Sul, Leste e Oeste).

A Polícia Civil de Manaus possui 89 Delegados, 111 Escrivãos de polícia, 551 Investigadores de Polícia em seu efetivo. Além disso, possui 231 Viaturas e 31 Motocicletas.

Existe uma unidade especializada de apoio operacional para pronto emprego nas situações em que as demais unidades policiais necessitem de reforços durante diligências ou prisões de marginais, principalmente, em áreas de criminalidade violenta. Essa unidade de operações especiais é denominada Força Especial de Resgate e Assalto - FERA, e possui profissionais preparados para as situações de risco e presença permanente na linha de frente dos confrontos com a criminalidade.

As perícias criminalística e médico-legal integram as atividades da polícia judiciária por força do perfeito entrosamento que deve haver entre o investigador policial e o perito para a elucidação dos crimes. Na polícia do Amazonas, as atividades técnico-científicas são exercidas pelo Instituto de Identificação Anderson Conceição de Melo, pelo Instituto Médico-Legal Dr. Antonio Hosannah da Silva Filho e pelo Instituto de Criminalística.

2.3.11 Projetos previstos – Infraestrutura e serviç os básicos

Para os próximos anos, estão previstos alguns projetos e obras de melhoria da infraestrutura em Manaus. Algumas das intervenções consideradas importantes para sanar problemas levantados anteriormente são:

Revitalização do Centro de Manaus - A iniciativa prevê a solução dos problemas urbanísticos, ambientais e sociais do Centro Histórico da Cidade de Manaus. Dentre as intervenções do PROMANAUS a serem realizadas, estão a readequação dos camelôs com a construção de três Centros Populares de Compra (CPC) nas proximidades do Porto de Manaus e do Mercado Municipal Adolpho Lisboa; a implantação de estacionamentos rotativos nas principais ruas e avenidas do Centro; edificações de prédios; readequação das feiras Manaus Moderna e da Banana que contará com praça de alimentação, estacionamento para 750 vagas e área para carga e descarga; revitalização das praças a exemplo do que já ocorre com a Praça da Saudade, da Matriz e Paço Muncipal; reordenamento das calçadas entre outras ações. O planejamento está sob a responsabilidade do Instituto de Planejamento Urbano – IMPLURB.

Projeto Binário – o projeto prevê a transformação das Avenidas Constatntino Nery e Djalma Batista em um Binário, assim a Avenida Constaino Nery terá o sentido de tráfego apenas no sentido bairro-centro e a Avenida Djalma Batista o sentido centro-bairro. O

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projeto prevê intervenções em vias transversais com a construção de passagens de nível nas interseções da Avenida Djalema Batista com as Rua Pará e João Valério, conforme Figura 8.

FIGURA 8 - COMPLEXO VIEIRALVES , DJALMA BATISTA, JOÃO VALÉRIO E

RUA PARÁ. Fonte: Infográficos: PMM

Bus Transit Rapid (BRT) - o atual sistema de transporte urbano de Manaus será modificado com a obra BRT Eixo Leste-Centro de 77,3 km de extensão que será integrado ao projeto Monotrilho Norte-Centro. Terminais de integração e estações de monotrilho serão implantados em pontos estratégicos para dinamizar o uso de transporte coletivo na cidade.

O BRT (Bus Rapid Transit), ou TRO (Trânsito Rápido de Ônibus), é um transporte coletivo sobre pneus integrado a uma rede de corredores e linhas, com estações fechadas niveladas ao piso do ônibus que objetivam a redução dos tempos de embarque e desembarque de passageiros. Os recursos serão da ordem de R$ 230 milhões e o prazo para término das obras é março de 2014.

Monotrilho de Manaus – O Governo de Estado do Amazonas está com a licitação aberta para a construção de um monotrilho para a cidade de Manaus que interligará a Zona Leste ao Centro, passando pelo Centro histórico e Porto de Manaus. Espera-se que até 18 de julho de 2010 seja anunciada a empresa vencedora. O investimento previsto para a obra é de R$ 1,3 bilhão. O projeto audacioso de transporte público encontra-se cercado por controvérsias jurídicas entre o Ministério Público (federal e estadual) e o Governo do Amazonas.

Nova Ponta Negra – como estratégia de consolidação e valorização do atrativo turístico em questão, está prevista a reforma e ampliação de sua infraestrutura. O trabalho está dividido em duas etapas. Na primeira, serão prioridades a Reforma e Ampliação parcial do Balneário e a Rede de Esgotos/ETE. Na segunda etapa das obras, serão executadas Intervenções Viárias, Complementação da Ampliação do Balneário, Reforma e Ampliação do Calçadão, Rede de Drenagem/Água, Conclusão da Rede de Esgoto/ETE, Rede de Energia/Telefonia e Internet, Tratamento Paisagístico, Reforma e Ampliação do Estacionamento. A Figura 9 apresenta proposta de intervenção.

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FIGURA 9 - PROJETO PARA NOVA PONTA NEGRA

Fonte: Prefeitura Municipal de Manaus

Aeroporto Internacional Eduardo Gomes – O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes de Manaus-AM passará por reformas para atender à Copa de 2014. O projeto tem como objeto a reforma e ampliação do terminal de passageiros (1ª Fase). Este projeto foi adicionado via Termo Aditivo à Matriz de Responsabilidades em 19 de julho de 2010, celebrado entre o Ministério do Esporte, o Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus. A ação está orçada em R$ 327.400 milhões e o prazo previsto para a conclusão é dezembro de 2013.

Construção do Terminal Marítimo de Manaus – O projeto prevê a adequação do Porto à recepção da Copa FIFA 2014 e engloba a adaptação dos Armazéns 3 e 4 para o terminal marítimo de passageiros, adaptação do Armazém 0 para bagagens, aumento de cais e defesas, urbanização de pátio para estacionamento e passarela coberta para pedestres. Além da construção do terminal marítimo de passageiros. Este projeto foi adicionado via Termo Aditivo à Matriz de Responsabilidades em 19 de julho de 2010, celebrado entre o Ministério do Esporte, o Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus. O valor total é de R$ 89.400 milhões com prazo para conclusão da obra em dezembro de 2013.

2.4 QUADRO INSTITUCIONAL

Este item diz respeito ao contexto institucional relacionado à gestão do turismo no Município de Manaus. Dada a natureza intersetorial das políticas públicas relacionadas ao setor de turismo, considera-se que a análise desse quadro institucional deve, necessariamente, além das questões específicas do setor, abranger, no mínimo, outra vertente das políticas públicas, qual seja, a gestão do meio ambiente.

Assim, no que diz respeito às questões de natureza institucional, o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS – para o Município de Manaus, esses dois segmentos serão considerados, tanto no Diagnóstico quanto na definição de Estratégias de Desenvolvimento Institucional e na formulação do Plano de Ação respectivo.

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2.4.1 Gestão do Turismo

Como base para a análise do quadro institucional do turismo relativo ao município de Manaus/AM, estão caracterizados e representados a seguir os organismos envolvidos, as políticas, planos e programas e a legislação setorial, considerando os níveis federal, estadual e municipal de governo.

A) ORGANISMO ESTADUAL DE GESTÃO DO TURISMO

No Estado do Amazonas, o órgão oficial para a gestão do turismo é a Empresa Estadual de Turismo do Estado do Amazonas – AMAZONASTUR. Instituída pela Lei n.º 2.790, de 09 de Maio de 2003, a AMAZONASTUR é uma empresa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado, com autonomia administrativa, técnica, patrimonial e financeira e jurisdição em todo o Estado do Amazonas.

No que diz respeito aos mecanismos institucionalizados de participação e controle social na gestão estadual do turismo, o estado do Amazonas conta com um Fórum Estadual de Turismo, instituído em 2004, que é constituído por 89 entes e organismos do setor.

Coordenado pela AMAZONASTUR, o Fórum tem as seguintes finalidades:

■ Acompanhar e avaliar o desenvolvimento das ações de turismo do Estado;

■ Participar da promoção e divulgação do Amazonas em nível nacional e internacional;

■ Acelerar a expansão e melhoria da infraestrutura turística, buscando parcerias para investimentos na região;

■ Incentivar o intercambio com entidades nacionais e internacionais, a fim de promover a captação e a geração de eventos para os municípios, com o objetivo de minimizar o efeito da sazonalidade;

■ Contribuir para a formação e capacitação dos profissionais que prestam serviços para o turismo, visando qualidade e produtividade;

■ Participar da elaboração e do constante aprimoramento do Plano Estadual do Turismo.

B) ORGANISMO MUNICIPAL DE GESTÃO DO TURISMO

No município de Manaus, o órgão gestor do turismo é a Fundação Municipal de Eventos e Turismo – MANAUSTUR. Criada pela Lei nº 1.435, de 26 de março de 2010, a MANAUSTUR tem por competências:

■ Promoção, coordenação, planejamento, desenvolvimento e execução das políticas públicas voltadas a projetos e programas relacionados à valorização e ao fomento do turismo em Manaus;

■ Acompanhamento das atividades relacionadas aos eventos promovidos pelo Município de Manaus;

■ Gerenciamento dos fundos especiais destinados ao turismo;

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■ Apoio técnico e administrativo aos organismos do setor público ou privado que atuem na formulação, orientação, coordenação e execução de políticas relacionadas ao turismo e aos eventos;

■ Realização de estudos e pesquisas e desenvolvimento de programas, projetos e atividades, em intercâmbio com órgãos e entidades afins;

■ Articulação com organismos municipais, nacionais e internacionais, públicos e privados, objetivando a captação de recursos;

■ Promoção do aperfeiçoamento, capacitação e treinamento relacionados às atividades-fim da Fundação.

A MANAUSTUR conta atualmente com uma equipe composta por 40 profissionais. Há previsão da realização de concurso público para contratação de funcionários para compor a Fundação, bem como de novas instalações. Entretanto, iniciativas nesse sentido não chegaram a termo.

A MANAUSTUR, recentemente criada e desvinculada da Fundação Municipal de Cultura e Turismo – MANAUSCULT, encontra-se em fase de transição. A equipe realiza suas atividades parte na sede, e outra, na Secretaria Municipal de Administração – SEMAD. A nova sede está em fase de projeto.

C) MECANISMOS DE GESTÃO INTEGRADA E PARTICIPATIVA

Inexiste, atualmente, no município de Manaus, um Conselho Municipal de Turismo instituído. Estão em curso providências da administração pública municipal de Manaus, em entendimentos com representantes da sociedade local, para a sua criação.

Ainda que em situação de transição e adaptação a sua nova estrutura, a MANAUSTUR mantém um movimento de diálogo e de parceria com instituições de ensino superior em Turismo, bem como com operadores de viagem do eixo Rio de Janeiro – São Paulo, com a Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo - ABBTUR, com o Grupo Gestor GG65 e com trade turístico de Manaus, no sentido de estabelecer ações compartilhadas na gestão do turismo.

O Grupo Gestor dos 65 destinos indutores do turismo, conhecido como GG 65 Manaus12 tem os seguintes representantes legais:

■ ABAV – Associação Brasileira de Agências de Viagens;

12 Manaus está contemplada como um dos 65 Destinos Indutores e tem a preferência do Ministério do Turismo e dos demais Ministérios da União para receber recursos federais que serão investidos no município, preparando-o para ser comercializado no Brasil e, principalmente, no exterior, por meio da EMBRATUR, captando turistas estrangeiros. O levantamento encomendando pelo Ministério do Turismo à Fundação Getúlio Vargas – FGV, intitulado Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Des envolvimento Turístico Regiões é um estudo que fornece informações para definição de políticas, racionalização na aplicação de recursos e implantação de ações efetivas para o desenvolvimento da atividade, por meio de parcerias com lideranças políticas, empresariais e institucionais. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), autora do trabalho, levou em conta diversos indicadores para analisar o potencial competitivo: sustentabilidade, políticas públicas, economia, infraestrutura, equipamentos turísticos e capacidade empresarial. A proposta é fazer com que os destinos, escolhidos por serem capazes de induzir o desenvolvimento regional, ganhem padrão de qualidade internacional e se tornem referência no país.

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■ ABETA - Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura;

■ ABIH - Associação Brasileira de Indústria de Hotéis;

■ ABRASEL - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes;

■ AMAZONAS CONVENTION BUREAU.

■ AMAZONASTUR - Empresa Estadual de Turismo do Estado do Amazonas;

■ FAMETRO - Faculdade Metropolitana de Manaus;

■ MANAUSCULT – Fundação Municipal de Cultura;

■ MANAUSTUR - Fundação Municipal de Eventos e Turismo;

■ SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas;

■ SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial;

■ UEA – Universidade do Estado do Amazonas;

O município conta com quatro instituições de ensino superior em Turismo, a saber:

■ Centro Universitário Nilton Lins;

■ Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO;

■ Centro Universitário do Norte – UNINORTE;

■ Universidade do Estado do Amazonas – UEA.

D) A GESTÃO ARTICULADA DO TURISMO - GOVERNO FEDERAL , GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS E GOVERNO DO MUNICÍPIO DE MANAUS

Ao organizar os poderes do Estado brasileiro, a Constituição Federal de 1988 instituiu uma nova forma de repartição de competência entre União, estados e municípios. Nesse novo modelo federativo, o cidadão recebe influências de três esferas de atuação governamental: uma local, uma regional e outra federal.

Este é o principal enfoque da federação, que pressupõe a descentralização política e a sinergia entre os entes federativos, que se transformam em entidades autônomas, com suas competências delimitadas pela Constituição Federal e pela legislação complementar.

Estado e município, na condição de entes federativos, têm, segundo a Constituição, a responsabilidade de ordenar o seu desenvolvimento social e garantir o bem-estar de seus habitantes, formulando e executando políticas públicas.

Diante desses preceitos institucionais, cabe analisar o ambiente institucional do turismo sob a perspectiva de um sistema articulado, que envolve as instâncias federal, estadual e municipal, ainda que se tenha como foco a instância de gestão municipal.

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Cabe aos estados a responsabilidade pela articulação e coordenação dos investimentos federais e pelo desenvolvimento de programas e projetos próprios de turismo em seus municípios. E, tendo em vista a restrita capacidade de gestão de grande parte dos municípios turísticos, também coube aos Estados a execução das ações inerentes ao PRODETUR em seu território.

Ainda que seja bem mais amplo o papel das Secretarias Estaduais de Turismo na definição das ações e projetos setoriais nos Estados, é preciso reconhecer que a estruturação do Sistema Nacional de Turismo, a implantação do processo de planejamento e a regionalização do turismo – por meio da criação dos polos e dos PDITS – fortaleceram o setor na estrutura estadual de governo. Esse processo estimulou os governos a reestruturar ou criar secretarias setoriais e a institucionalizar na estrutura de governo instâncias de participação, por meio da criação dos Conselhos Estaduais de Turismo.

O fortalecimento dessas estruturas de gestão nos Estados tem sido um passo importante no processo de consolidação do SNT.

Na visão sistêmica de gestão do turismo no país, os municípios representam a linha de frente, onde as atividades turísticas efetivamente acontecem e as políticas e os investimentos se materializam. As ações estratégicas definidas pela Lei Geral do Turismo são dirigidas a todos os órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Turismo, observadas as respectivas áreas de competência. Dentre elas, as citadas a seguir são próprias à instância municipal de governo:

■ Promover os levantamentos necessários ao inventário da oferta turística e ao estudo de demanda turística no município, com vistas a estabelecer parâmetros que orientem a elaboração e execução da política nacional do turismo;

■ Realizar estudos e diligências voltados à quantificação, caracterização e regulamentação das ocupações e atividades, no âmbito gerencial e operacional, do setor turístico e à demanda e oferta de pessoal qualificado para o turismo no município;

■ Articular, perante os órgãos competentes, a promoção, o planejamento e a execução de obras de infraestrutura no município, tendo em vista seu aproveitamento para finalidades turísticas;

■ Promover o intercâmbio com entidades regionais, nacionais e internacionais vinculadas direta ou indiretamente ao turismo;

■ Propor o tombamento e a desapropriação por interesse social de bens móveis e imóveis, monumentos naturais, sítios ou paisagens cuja conservação seja de interesse público, dado seu valor cultural e de potencial turístico;

■ Propor aos órgãos ambientais competentes a criação de unidades de conservação, considerando áreas de grande beleza cênica e interesse turístico; e município e, quando necessário, restritivo, utilizando linguagem visual padronizada nacionalmente, observados os indicadores de sinalização turística utilizados pela organização mundial de turismo.

Além dessas competências registradas em Lei, somam-se ainda outras que dizem respeito à ação municipal de incentivo e articulação, em parceria com os agentes não

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governamentais, tais como a promoção da capacitação de recursos humanos para atendimento ao mercado e da educação comunitária voltada para o turismo.

E) ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DO TURISMO – PLANOS E PROGRAMAS DE ÂMBITO FEDERAL

Plano Nacional de Turismo

Em 2003, foi lançado pelo Ministério do Turismo o Plano Nacional de Turismo baseado nos pressupostos de: (i) parceria e gestão descentralizada; (ii) distribuição de renda por meio da regionalização, interiorização e segmentação da atividade turística; (iii) diversificação dos mercados, produtos e destinos turísticos; (iv) inovação dos arranjos produtivos; (v) visão estratégica por meio de planejamento integrado; (vi) incremento do turismo interno; e (vii) desenvolvimento do turismo sustentável.

As ações que integram o Plano Nacional do Turismo são importante instrumento indutor do desenvolvimento e da inclusão social. Foram fixadas para o quadriênio 2007-2010 as seguintes metas: criar 1,7 milhões de novos empregos e ocupações; gerar U$ 7,7 bilhões em divisas; promover a realização de 217 milhões de viagens no mercado interno; estruturar sessenta e cinco destinos turísticos com padrão de qualidade internacional, dentre os quais inclui-se o município de Manaus.

O Quadro 19 apresenta o resumo dos Macroprogramas e dos Programas que expressam as linhas de atuação do Ministério do Turismo.

QUADRO 19 - MACROPROGRAMAS E PROGRAMAS AFETOS AO MINISTÉRIO DO TURISMO MACROPROGRAMAS PROGRAMAS

1. Planejamento e Gestão

Programa de Implementação e Descentralização da Política Nacional de Turismo Programa de Avaliação e Monitoramento do Plano Nacional de Turismo Programa de Relações Internacionais

2. Informação e Estudos Turísticos Programa Sistema de Informações do Turismo Projeto Inventário da Oferta Turística Programa de Competitividade do Turismo Brasileiro

3. Logística de Transportes Programa de Ampliação da Malha Aérea Internacional Programa de Integração da América do Sul Programa de Integração Modal nas Regiões Turísticas

4. Regionalização do Turismo

Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil Programa de Planejamento e Gestão da Regionalização Programa de Estruturação dos Segmentos Turísticos

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Regional do Turismo

5. Fomento à Iniciativa Privada Programa de Atração de Investimentos Programa de Financiamento para o Turismo

6. Infraestrutura Pública Programa de Articulação Interministerial para Infraestrutura de Apoio ao Turismo Programa de Apoio à Infraestrutura Turística

7. Qualificação dos Equipamentos e Serviços Turísticos

Programa de Normatização do Turismo Programa de Certificação do Turismo Programa de Qualificação Profissional

8. Promoção e Apoio à Comercialização

Programa de Promoção Nacional do Turismo Brasileiro Programa de Apoio à Comercialização Nacional

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MACROPROGRAMAS PROGRAMAS Programa de Promoção Internacional do Turismo Brasileiro Programa de Apoio à Comercialização Internacional

Programa Turismo Sustentável & Infância Fonte: Ministério do Turismo – 2008

Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil

O Programa é guiado pelas orientações contidas no Plano Nacional do Turismo e visa promover o planejamento integrado e participativo do desenvolvimento turístico regional. As diretrizes do Programa incorporam o conceito de Arranjo Produtivo Local (APL), referindo-se à promoção e ao apoio à comercialização, ao desenvolvimento das relações de mercado e à interação entre os atores da cadeia produtiva do turismo.

Nacionalmente, o Programa é coordenado pelo Ministério do Turismo, com o apoio do Conselho Nacional de Turismo/Câmara Temática de Regionalização. Canais de interlocução são estabelecidos com as unidades federadas, por meio dos órgãos estaduais de turismo, apoiados pelos Fóruns Estaduais de Turismo/Câmaras Temáticas de Regionalização Estaduais. Os órgãos governamentais de turismo estaduais, por sua vez, relacionam-se com as regiões turísticas por meio das Instâncias de Governança Regionais, instaladas ou em instalação, e com os municípios, mediante os órgãos e dos conselhos municipais de turismo. Os conselhos municipais são os mecanismos locais para a concretização de canais de participação social e de representação dos interesses comunitários.

A implementação do Programa orienta-se pela cooperação e parceria de agentes públicos e privados, nos âmbitos federal, estadual e municipal, com o intuito de promover a diversificação da oferta turística, a estruturação dos destinos turísticos, a qualificação profissional e a maximização da competitividade do produto turístico no mercado internacional, com foco na sustentabilidade, no que diz respeito à preservação e conservação dos recursos naturais e histórico-culturais, à inclusão social e à revitalização das tradições e dos costumes de cada localidade.

Os Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo são programas que visam à estruturação da atividade turística de forma sustentável em áreas prioritárias selecionadas pelos estados. O modelo de financiamento das ações dos Programas conta com três fontes distintas de recursos:

■ Financiamento internacional, obtido junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID;

■ Recursos de contrapartida federal, Ministério do Turismo;

■ Contrapartida estadual.

Programa para o Desenvolvimento do Ecoturismo na Am azônia Legal - PROECOTUR

Trata-se de programa voltado para o planejamento estratégico e para investimentos, com vistas ao desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Brasileira. O Programa é co-financiado pelo Governo Brasileiro e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, e executado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com os nove estados da Amazônia Legal.

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O objetivo maior do PROECOTUR é promover o desenvolvimento sustentável do Ecoturismo na Amazônia Legal.

Seus objetivos específicos são:

■ Proteger e desenvolver os atrativos turísticos da região, por meio de medidas como a criação de parques e reservas com manejo específico em Ecoturismo;

■ Criar um ambiente de estabilidade para investimento em empreendimentos de Ecoturismo, mediante definição de políticas, normas e do fortalecimento dos órgãos de gestão ambiental e desenvolvimento turístico estaduais, regionais e nacionais;

■ Viabilizar operacionalmente empreendimentos de Ecoturismo por meio da realização de estudos de mercado, da identificação, desenvolvimento e adaptação à região de tecnologias para geração de energia, tratamento de efluentes, e da sua disponibilização dos recursos para investidores privados;

■ Viabilizar financeiramente empreendimentos de Ecoturismo mediante a ampliação de linhas de crédito específicas para o segmento;

■ Melhorar/implantar ou ampliar a infraestrutura básica necessária para viabilizar o aumento do fluxo turístico para a Amazônia Legal.

Como principais metas do Programa, podem ser citadas:

■ Implantar polos de Ecoturismo na Amazônia;

■ Criar cerca de 30 mil empregos diretos e 100 mil indiretos;

■ Implantar cerca de 10.000 novas unidades habitacionais – hotéis/pousadas e alojamentos na selva;

■ Desenvolver as atividades institucional e ambientalmente;

■ Promover a cooperação junto às organizações privadas;

■ Promover a mudança dos índices de desempenho e melhoria dos padrões de profissionalismo e qualidade dos produtos ecoturísticos existentes e a serem operados;

■ Conduzir ações de fortalecimento institucional dos órgãos de meio ambiente local;

■ Identificar, gerar e disponibilizar tecnologias identificadas;

■ Priorizar financiamentos do Banco da Amazônia – BASA/FND (Turismo Verde);

■ Estimular a criação da Agência de Promoção de Investimentos.

Para atingir seus objetivos, o PROECOTUR previu duas fases distintas:

■ 1ª Fase/Pré-Investimentos - estudos e regulamentação;

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■ 2ª Fase/Investimentos – implementação das ações definidas na fase de pré-investimentos.

A primeira Fase do Programa está estruturada nos componentes, Planejamento do Ecoturismo na Amazônia Legal, Gerenciamento do Ecoturismo nas Áreas Selecionadas e Fortalecimento do Segmento Ecoturístico, onde foram identificados 15 polos de Ecoturismo na Amazônia, abrangendo 152 municípios dos nove estados da Amazônia Legal.

Com a finalidade de coordenar e executar as ações do PROECOTUR, foi instituída uma Unidade de Gerenciamento do Programa – UGP, no âmbito da Secretaria de Coordenação da Amazônia – SCA do Ministério do Meio Ambiente – MMA. No âmbito dos Governos dos Estados que constituem a Amazônia Legal (AC, AM, AP, MA, MT, PA, RO, RR e TO), os trabalhos são conduzidos pelos Núcleos de Gerência do Programa – NGPs dos estados, com estreita integração e colaboração junto a UGP, no sentido de serem obtidos melhores resultados com a implantação do Programa.

Para cada estado componente da Amazônia Legal, foram indicados Polos de Ecoturismo, conforme Figura 10.

FIGURA 10 - POLOS DE ECOTURISMO DA AMAZÔNIA LEGAL

Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Diagnóstico da Oferta Turística Atual e Potencial da Amazônia Legal, 2005

De acordo com o MMA, os principais ganhos obtidos com a implementação da Fase I do PROECOTUR podem ser sintetizados da seguinte forma:

■ Mobilização dos Atores Locais;

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■ Indução à Institucionalização do Turismo;

■ Planejamento Turístico Local e Regional;

■ Planejamento Turístico em Unidades de Conservação;

■ Implantação de Infraestrutura de Apoio à Atividade Turística;

■ Treinamento e Capacitação dos atores locais.

PRODETUR Nacional - Programa de Desenvolvimento do Turismo

Um dos mais importantes programas também na esfera federal, o PRODETUR Nacional surgiu a partir do interesse de diversos estados brasileiros não inclusos no PRODETUR/NE (programa que beneficiou apenas polos de desenvolvimento turístico dos estados nordestinos) em obter o financiamento para o desenvolvimento turístico a fim de alcançar as metas do Plano Nacional de Turismo.

O Programa constitui uma linha de ação estratégica da Política Nacional do Turismo. Por meio do PRODETUR, são realizados investimentos relativos ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Regional do Turismo, que integra o Macroprograma de Regionalização do Turismo . O PRODETUR visa:

■ Dar qualidade ao produto turístico;

■ Diversificar a oferta turística;

■ Estruturar os destinos turísticos;

■ Ampliar e qualificar o mercado de trabalho;

■ Aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado internacional;

■ Ampliar o consumo do produto turístico no mercado nacional.

O Programa tem abrangência nacional, sendo que os estados e municípios, com mais de um milhão de habitantes, poderão solicitar recursos de acordo com suas capacidades de endividamento e critérios estabelecidos.

O objetivo geral do PRODETUR Nacional é proporcionar o alcance das metas do PNT, de forma a ampliar o papel desempenhado pelo setor no processo de desenvolvimento do país e reduzir a desigualdade de renda da população.

Os objetivos específicos são:

■ Estruturar os destinos e dar qualidade ao produto turístico brasileiro;

■ Aumentar a competitividade do produto turístico nacional;

■ Melhorar a qualidade de vida da população residente nos destinos turísticos;

■ Promover o desenvolvimento econômico e social local de forma sustentável;

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■ Apoiar a recuperação e adequar a infraestrutura dos equipamentos nos destinos turísticos.

A partir dessa linha de financiamento, oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e, também, da Corporação Andina de Fomento – CAF, os investimentos serão direcionados aos componentes elegíveis, quais sejam:

■ Estratégia de produto turístico;

■ Estratégia de comercialização (informação, distribuição e promoção);

■ Fortalecimento institucional;

■ Infraestrutura e serviços básicos;

■ Gestão ambiental.

O PRODETUR Nacional está estruturado de forma a dinamizar o acesso às linhas de crédito e aos recursos financeiros, sem o comprometimento prévio de recursos e nem a necessidade de um agente financeiro. Os estados e municípios podem se comprometer com mais de um financiamento junto à linha de crédito, além de contarem com o apoio técnico do Ministério do Turismo na elaboração das propostas e com o apoio financeiro na alocação de contrapartida federal ao programa.

As ações a serem desenvolvidas são selecionadas a partir do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PDITS – elaborado de forma participativa junto ao trade turístico e à comunidade. O PDITS é, assim, um instrumento de planejamento e gestão do desenvolvimento do turismo em sua área de abrangência, de maneira integrada entre as diversas instituições envolvidas com o turismo, tendo em vista a exploração racional dos recursos turísticos, com respeito ao meio ambiente natural e construído e a identidade cultural das populações residentes no local em que o turismo acontece.

F) ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DO TURISMO – PLANOS E PROGRAMAS DE ÂMBITO ESTADUAL

Plano de Turismo do Estado do Amazonas

Este plano, conhecido também como Plano Victoria Regia, é um instrumento do processo de planejamento e de gestão do desenvolvimento sustentável da atividade turística no estado do Amazonas, elaborado para aplicação no período de 2008 a 2011.

O objetivo maior do plano é a promoção dos princípios das políticas públicas de turismo alinhados aos objetivos gerais do Plano Nacional de Turismo, com vistas à regionalização turística e à valorização da diversidade que caracteriza os atrativos turísticos das regiões do Estado do Amazonas.

No plano de ação relativo ao Victoria Regia, no que tange ao fortalecimento institucional, no Macroprograma Gestão, destacam-se os seguintes programas e ações:

Programa de atração de investimentos - maximizar benefícios sociais e econômicos do turismo:

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Ação: Propiciar a criação de políticas públicas e instrumentos de incentivo econômico que facilitem o investimento em turismo no estado do Amazonas;

Programa de interação entre os atores do turismo - aumentar a interação entre setores público, privado e terceiro setor para atingir a sustentabilidade do turismo:

Ações: (I) Delinear política pública para incentivar a formação de associações e entidades representativas relacionadas ao turismo no Estado; (II) institucionalizar uma rede intersetorial para gestão do turismo, a partir da identificação de atores e da criação de mecanismos para possibilitar a participação dos diversos setores na gestão do turismo estadual; (III) firmar parcerias estratégicas com entidades setoriais e instituições relacionadas ao turismo no Amazonas e nos estados vizinhos; (IV) discutir publicamente questões relativas aos diversos setores relacionados ao turismo no Amazonas; (V) estudar modelos de gestão compartilhada que incorporem a participação do setor privado e do terceiro setor na gestão do turismo estadual; identificar projetos e instituições que atuam no turismo e em setores correlatos no Amazonas e, num segundo momento, nos demais estados da Amazônia Legal;

Programa de gestão estratégica do turismo - gerir estrategicamente o turismo no Amazonas:

Ações:

■ Assegurar o constante alinhamento entre as estratégias traçadas para o turismo do Amazonas e as estratégias globais traçadas pelo governo estadual e federal, incidentes direta ou indiretamente sobre a atividade;

■ Aprimorar os atuais indicadores do turismo na região de modo que propiciem medida acurada do fluxo e perfil de visitantes do estado ao longo do ano;

■ Constituir marco normativo para nortear o turismo local com respaldo legislativo;

■ Estruturar um banco de dados que inclua projetos e casos de sucesso desenvolvidos sobre o turismo no Amazonas e difundi-lo por meio da elaboração de um website específico para tal;

■ Estabelecer programa de capacitação da gestão municipal para o turismo, tendo em vista as estratégias para o turismo no estado e aquelas provenientes de projetos federais, especialmente o PROECOTUR;

■ Estabelecer sistema de monitoramento em base digital que possibilite o acompanhamento periódico dos indicadores do turismo, impactos econômicos e sociais da atividade no estado e alcance de metas estratégicas programadas;

■ Criar mecanismos para o fortalecimento da gestão municipal do turismo na região;

■ Implantar programa de monitoramento de metas de gestão e indicadores, o “Painel de Controle de Gestão Pública”, construído por meio do uso da metodologia Balanced Score Card.

Programa de capacitação de mão de obra - Capacitar mão de obra para o setor de turismo:

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Ações:

■ Definir ações para capacitar funcionários de setores diversos que têm contato com o turista (aeroportos, portos, rodoviárias) a tratar com o mesmo. Em suma, promover cursos básicos de tratamento do cliente para este público-alvo;

■ Elaborar programa de “Certificação de recursos humanos”, para estabelecer parâmetro à qualificação de mão de obra e gestores do setor;

■ Desenvolver programa de capacitação para a gestão ambiental que seja destinado ao empresariado e mão de obra do turismo no estado;

■ Desenhar “Programa de capacitação de recursos humanos” permanente, a fim de qualificar mão de obra e empresariado do turismo por meio de ferramentas inovadoras e com base nas necessidades identificadas pelo público-alvo do programa;

■ Estabelecer parcerias com entidades-chave para aprimorar e facilitar a implantação do “Programa de capacitação de recursos humanos”;

■ Promover ativamente cursos e treinamentos desenhados para suprir as necessidades do empresariado turístico;

Programa de sensibilização para o turismo - Sensibilizar a população amazonense para o turismo:

Ações:

■ Definir “Programa de sensibilização e conscientização para o turismo” a ser aplicado junto à população amazonense. Devem ser premissas do programa a verificação de metodologias bem-sucedidas com este fim e a identificação de parceiros-chave para sua implementação;

■ Elaborar plano de ação específico do “Programa de sensibilização”, destinado a transmitir para a população amazonense a importância das culturas tradicionais – ribeirinhas e indígenas – para a história do Estado e para o turismo;

■ Elaborar plano de ação específico do “Programa de sensibilização”, que problematize o turismo e seus impactos positivos e negativos junto a comunidades tradicionais – ribeirinhas e indígenas – do Amazonas.

■ Programar e estruturar calendário de apresentações educativas em escolas de ensino fundamental e médio do estado para iniciar sensibilização com o turismo.

O estado do Amazonas, por meio da AMAZONASTUR, está vinculado a programas e projetos referentes ao turismo, em âmbito federal e estadual, conforme Quadro 20.

QUADRO 20 - PROGRAMAS E PROJETOS RELATIVOS À AMAZONASTUR PROGRAMAS / PROJETOS SITUAÇÃO VINCULAÇÃO

Programa de Interiorização Programado Federal

Programa dos Clubes da Melhor Idade Implantado Federal

PROECOTUR Implantado Federal

PNDPA – Programa Nacional de Implantado Federal

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PROGRAMAS / PROJETOS SITUAÇÃO VINCULAÇÃO Desenvolvimento da Pesca Amadora

Apoio aos Municípios e à Iniciativa Privada para Formação e Capacitação de Mão de obra

Programado Estadual/Federal

Estudos e Pesquisas Estatísticas Implantado Federal

Captação de Investimentos Implantado Federal

Promoção e Divulgação do Turismo Implantado Estadual/Federal/Outros

Participação em Eventos Implantado Estadual/Federal/Outros

Documentação e Informação Turística Implantado/Programado Estadual

Cadastro, Classificação, Controle de Qualidade e Fiscalização dos Prestadores de Serviços Turísticos

Implantado/Programado Estadual

Capacitação de Mão de obra Programado Estadual/Federal

Projeto de Capacitação dos Municípios Programado Federal

Desenvolvimento e Formatação de Novos Produtos Turísticos

Programada Estadual

Implantação do Selo de Qualidade para o Artesanato

Programado Estadual

Microcrédito para o Turismo Programado Estadual/Federal/Outros

Marca Amazonas Programado Estadual/Federal/Outros

Sinalização Turística Implantado/Programado Estadual

Rotas Turísticas Programado Estadual

Inventário da Oferta Turística Programado Federal Fonte: AMAZONASTUR, 2010.

G) ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DO TURISMO – PLANOS E PROGRAMAS DE ÂMBITO MUNICIPAL

O município de Manaus não conta com um instrumento de planejamento norteador de ações relativas à operacionalização para o desenvolvimento do turismo local, tampouco tem planos de marketing ou de promoção turística, ou ainda, mecanismos próprios instituídos, tais como uma política ou plano municipal de turismo. Isso demonstra certa dependência das ações de outras instâncias governamentais para a operacionalização da atividade turística.

No que diz respeito a um sistema de informação para gestão do turismo, o município não tem a prática de realização de pesquisas em sua gestão e faz uso dos indicadores de turismo da AMAZONASTUR como base para fixação de diretrizes para o desenvolvimento turístico municipal. Encontra-se em processo de elaboração um projeto de pesquisa intitulada Manaus-Destino & Produto – Pesquisa sobre Manaus como destino turístico – diagnóstico e potenciais, por meio da MANAUSTUR, que será apresentado em seminário a ser realizado em setembro/2010, por ocasião do Dia Mundial do Turismo13 no município.

Manaus possui um inventário turístico que se encontra em fase de revisão crítica.

No que tange às informações para o turista, o órgão oficial de turismo municipal ainda não possui uma página específica na web, que está em fase de desenvolvimento. O município conta com Centros de Atendimento ao Turista e Box de Informação Turística.

13 O Dia Mundial do Turismo é comemorado em 27 de setembro, desde 1980.

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Não existem programas e projetos de educação para o atendimento do turista, pesquisas de satisfação do turista ou projetos de sensibilização da população quanto às questões referentes ao desenvolvimento do turismo ou de preservação do patrimônio natural e cultural municipal. Entretanto, evidenciam-se iniciativas por parte da MANAUSTUR de planejamento de uma campanha para educação para o turista, que se desdobram na elaboração de um guia para o cidadão.

LEGISLAÇÃO TURÍSTICA

A seguir, encontram-se os principais instrumentos legais de âmbito federal, estadual e municipal, nos quais está embasada a Gestão do Turismo nessas instâncias:

Federal:

■ Lei n.º 11.771, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do governo federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, institui o Sistema Nacional de Turismo – SNT;

■ Lei 6.505/77 – Regulamentação do Turismo;

■ Lei 8.623/93 – Regulamentação da Profissão de Guia de Turismo;

■ Deliberação Normativa 416/00 – EMBRATUR – Cadastro das empresas turísticas;

■ Deliberação Normativa 161/85 – EMBRATUR – Contratos com Agências de Turismo;

■ Deliberação Normativa 246/88 – Registro e classificação de empresas de transporte turístico;

■ Decreto 84.934 – Agências de Turismo;

■ Decreto 84.910/80 – Regulamentação dos Meios de Hospedagem;

■ Decreto 87.348/82 – Regulamentação do Transporte Turístico;

■ Decreto 136/84 – Serviços de Agências de Turismo;

■ Decreto 89.707/84 – Organização de congressos, convenções, seminários ou eventos congêneres;

■ Decreto 5.406/05 – Regulamentação do cadastro obrigatório para fins de fiscalização das sociedades empresariais, das sociedades simples e dos empresários individuais que prestam serviços turísticos remunerados;

Estadual:

■ Lei N.º 2.790, de 09 de Maio, dispõe que institui a Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR;

■ Decreto de 12 de março de 2004, que institui o Fórum Estadual de Turismo;

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Municipal

■ Decreto N.° 0518, de 22 de abril de 2010 que aprova o Regimento Interno da Fundação Municipal de Eventos e Turismo – MANAUSTUR e dá outras providências.

H) INCENTIVOS PARA O INVESTIMENTO PRIVADO TURÍSTICO

Linhas de financiamento e fomento para o Turismo na Amazônia Legal

As linhas de financiamento e fomento para o turismo na Amazônia Legal estão relacionadas às carteiras de crédito de bancos de desenvolvimento, tais como Banco da Amazônia (BASA), Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal. Esses créditos são disponibilizados por meio de programas, discriminados a seguir:

■ Proger Urbano-Turismo: recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para empreendimentos da cadeia produtiva do turismo;

■ Proger-Turismo Sustentável: igualmente para ampliação, modernização e implantação de empreendimentos turísticos no Brasil com recursos do FAT;

■ FNO-Turismo Sustentável – Fundo Constitucional de Financiamento do Norte: financiamentos para modernização, ampliação e implantação de empreendimentos turísticos na Região Norte;

■ Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) Turismo Rural: financiamento de projetos turísticos em propriedade familiares.

A linha de financiamento executada pelo Ministério do Meio Ambiente está vinculada ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, por meio do PROECOTUR.

Linhas de crédito para o turismo

As linhas de crédito para o turismo estabelecidas por meio de parceria entre o Ministério do Trabalho e Emprego, Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, Banco do Brasil e Ministério do Turismo, são as listadas a seguir:

Microcrédito - empreendedor popular

Recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, que objetivam sua integração ao setor produtivo formal da economia.

Beneficiários: disponível às pessoas físicas atuantes, exclusivamente, no setor informal.

BNDES – Programa de Turismo

O programa de Turismo é uma parceria entre o BNDES e o Ministério do Turismo e tem por objetivo apoiar empreendimentos do setor do Turismo nas localidades que apresentem potencial para esta atividade, contribuindo para o desenvolvimento e competitividade do setor no país.

Beneficiários: empresas de qualquer porte, nacionais ou estrangeiras.

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Parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Minist ério do Turismo - Programa CAIXA TURISMO - Capital de Giro

Empréstimo destinado a antecipar o fluxo de caixa da empresa, mediante o desconto de títulos para sua emissão, ou cheques pré-datados de terceiros, entregues para cobrança na CAIXA, ou cheques eletrônicos pré-datados provenientes de convênio com a TECBAN – Tecnologia Bancária SA e creditados na CAIXA.

Beneficiários: empresas com faturamento anual ilimitado, porém, com foco de atuação para empresas com faturamento anual de até R$ 5 milhões.

Giro-CAIXA Instantâneo para o Turismo

Crédito rotativo com Limites Flutuantes, em uma mesma conta-corrente, para antecipação dos recebíveis (cheques pré-datados, cheques eletrônicos pré-datados, duplicatas de venda mercantil, duplicatas de prestação de serviços e aplicações financeiras), cuja prioridade de utilização será da menor para a maior taxa de juros dentre as modalidades que contiverem estoque de recebíveis.

Beneficiários: empresas com faturamento anual de até R$ 35 milhões.

Parceria entre o Ministério da Integração Nacional e o Ministério do Turismo

Fundos Constitucionais de Financiamento

O Governo Federal criou em 1989 os Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro Oeste (FCO), do Nordeste (FNE) e do Norte (FNO), com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento econômico e social dessas Regiões.

O Banco da Amazônia é a instituição financeira responsável pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO): Região Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Beneficiários: Microempresa Empresa de pequeno, médio e grande porte.

Parceria entre o Ministério do Trabalho e Emprego, CODEFAT, Banco do Brasil e o Ministério do Turismo

PROGER- Turismo – Investimento

Financiamento de projetos de investimento e capital de giro associado, voltado para implantação, ampliação e modernização de empreendimentos no setor turístico brasileiro.

Beneficiários: empresas da cadeia produtiva do setor de Turismo com faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões e cadastradas no MTur.

PROGER- Turismo – Capital de Giro

Antecipação de créditos de vendas realizadas com cartão de crédito ou desconto de cheques pré-datados.

Beneficiários: empresas da cadeia produtiva do setor de Turismo, e cadastradas no MTur.

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Parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrá rio, Banco do Brasil e o Ministério do Turismo.

PRONAF – Turismo Rural

O Programa tem por objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos turísticos em propriedades familiares, tais como pousadas, restaurantes, locais de “pesque e pague” e cafés coloniais.

Beneficiários: produtores rurais enquadrados no PRONAF Grupos “C” e “D” (*), que possuam renda bruta anual acima de R$ 2 mil e até R$ 40 mil, sendo, no mínimo, 80% proveniente da atividade agropecuária e não agropecuária, assim considerados os serviços e atividades relacionados ao turismo rural, produção artesanal, agronegócio familiar e com a prestação de serviços no meio rural; possua ou explore área de terra até 6 módulos fiscais, quando a atividade preponderante for a bovinocultura ou a ovinocaprinocultura; tenham o trabalho familiar como predominante.

PRONAF Agregar

O programa visa apoiar projetos de investimento que contribuam para a agregação de renda à propriedade rural familiar, tais como a exploração do turismo rural, o desenvolvimento de produtos artesanais, bem como o beneficiamento, o processamento e a comercialização da produção agropecuária.

Beneficiários: produtores rurais enquadrados no PRONAF Grupos “B”, “C” e “D” (*), que possuam renda bruta anual de até R$ 40 mil, sendo, no mínimo, 80% provenientes da atividade agropecuária e não agropecuária, assim considerados os serviços e atividades relacionados ao turismo rural, produção artesanal, agronegócio familiar e com a prestação de serviços no meio rural; possuam ou explorem área de terra até 6 módulos fiscais, quando a atividade preponderante for a bovinocultura ou a ovinocaprinocultura; tenham o trabalho familiar como predominante.

Incentivos estaduais

Fundo da Micro e Pequena Empresa

Com base legal no artigo 151 da Constituição estadual, artigo 23 da Lei n°1939/89 e novas disposições da lei n° 2390/96, foi estabelecida linha de crédito para micro e pequenas empresas, microprodutor rural e cooperativa de produção.

Observação: Encontra-se em fase de elaboração Lei Estadual de incentivos fiscais, que inclui empreendimentos turísticos. Os estudos pertinentes encontram-se avançados e atualmente em análise na Secretaria de Estado de Fazenda.

Incentivos municipais

Não existem mecanismos de incentivo para investimentos turísticos privados no município.

2.4.2 Gestão Ambiental

A gestão ambiental no Brasil é regida por um conjunto de leis que derivam da Lei n.°6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente , seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Esta lei cria o SISNAMA – Sistema Nacional

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do Meio Ambiente , composto pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como as fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.

A atuação do SISNAMA se dá mediante articulação coordenada dos órgãos e entidades que o constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA.

Cabe aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios a regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares. O quadro a seguir mostra a correspondência existente nas três esferas governamentais entre os órgãos gestores/executores e os órgãos de controle social na composição do SISNAMA.

QUADRO 21 - COMPOSIÇÃO DO SISNAMA

GOVERNO FEDERAL GOVERNO ESTADUAL GOVERNO MUNICIPAL

ÓRGÃOS GESTORES / EXECUTORES

MMA/IBAMA/ICMBIO Órgãos Estaduais de Meio Ambiente

Órgãos Municipais de Meio Ambiente

ÓRGÃOS DE CONTROLE SOCIAL

CONAMA Conselhos Estaduais

Conselhos Municipais

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

A) ÓRGÃOS FEDERAIS DO SISNAMA

Ministério do Meio Ambiente

É o órgão central do SISNAMA, cabe-lhe a função de formular, planejar, coordenar, supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes governamentais para o meio ambiente.

Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA. O conselho tem a finalidade de assessorar, estudar e propor diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. Reúne diferentes setores da sociedade e tem o caráter normativo dos instrumentos da política ambiental.

O CONAMA engloba representantes dos setores do governo federal, dos governos estaduais, municipais e da sociedade, incluindo setor produtivo, empresarial, de trabalhadores e organizações não governamentais.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recurso s Naturais Renováveis - IBAMA

O IBAMA é um dos órgãos executores do SISNAMA e tem como finalidade executar e fazer executar as políticas e diretrizes governamentais federais definidas para o meio ambiente.

Corresponde a uma autarquia federal de regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criada pela Lei n° 7.735, de 22 de feverei ro de 1989, e tem como principais atribuições exercer o poder de polícia ambiental; executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à

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fiscalização, monitoramento e controle ambiental; e executar as ações supletivas de competência da União.

O IBAMA tem autonomia administrativa e financeira e tem jurisdição no território nacional. Para o desempenho de suas funções, o IBAMA atua em articulação com os órgãos e entidades da administração pública federal, direta e indireta, dos estados e dos municípios integrantes do SISNAMA e com a sociedade civil organizada, para a consecução de seus objetivos, em consonância com as diretrizes da política nacional de meio ambiente.

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversi dade - ICMBIO

O Instituto Chico Mendes é outro órgão executor do SISNAMA, criado pela lei 11.516, de 28 de agosto de 2007, como uma autarquia federal também vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e tem como principais competências: apresentar e editar normas e padrões de gestão de unidades de conservação federais; propor a criação, regularização fundiária e gestão das UC; apoiar a implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Dessa forma, sua principal missão institucional é administrar as Unidades de Conservação (UC) federais. Cabe ao Instituto Chico Mendes monitorar o uso público e a exploração econômica dos recursos naturais nas unidades de conservação onde isso for permitido, obedecidas às exigências legais e de sustentabilidade do meio ambiente, além de elaborar o Relatório de Gestão das Unidades de Conservação.

Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC

O SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais.

IBAMA, ICMBIO e órgãos estaduais e municipais têm a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação.

B) ÓRGÃOS ESTADUAIS DO SISNAMA

Órgãos ou entidades ambientais estaduais são responsáveis pela execução de programas e projetos e de controle e fiscalização das atividades suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição. Os Estados elaboram normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os estabelecidos pela instância federal.

No Estado do Amazonas, o órgão oficial para a gestão ambiental é a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas – SDS.

A SDS atua em articulação com as autarquias vinculadas - Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - IPAAM, Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas - ADS, Companhia de Gás do Amazonas - CIGÁS - e com os conselhos - Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEMAAM, Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH e Conselho Estadual de Geodiversidade do Amazonas. No âmbito do sistema, foi criada a Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanças Climáticas e do Centro Unidades de Conservação.

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O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAA M é a entidade vinculada à SDS responsável pela execução da Política de Controle Ambiental do Amazonas, visando o desenvolvimento sustentável.

As atividades fim do IPAAM englobam o controle ambiental por meio do licenciamento, da fiscalização e do monitoramento ambiental. As de controle ambiental no Estado do Amazonas iniciaram em 1978 na Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral – SEPLAN. Atualmente, o IPAAM é o órgão responsável por coordenar e executar a Política de Controle Ambiental do Estado do Amazonas.

A Agência de Desenvolvimento Sustentável – ADS , também vinculada à SDS, foi criada pela Lei nº 118 de 18 de maio de 2007 que alterou a denominação e os objetivos da Agência de Agronegócios do Estado do Amazonas – AGROAMAZON. É responsável pelo desenvolvimento econômico do Amazonas, com base nos recursos florestais, agropecuários, minerais e pesqueiros, promovendo a geração de renda local e a conservação ambiental.

Vinculado à agência, encontra-se instalado, dentre outras unidades, um Conselho Fiscal e três Diretorias – de Negócios Florestais, de Negócios Agropecuários e Pesqueiros e de Administração e Finanças

Outra autarquia, também vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, é a Companhia de Gás do Amazonas – CIGÁS, criada pela lei 2.325 de 8 de maio de 1995, concessionária pública responsável pela distribuição do gás natural no Estado do Amazonas.

O Conselho Estadual de Meio Ambiente do Amazonas- CEM AAM , vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, é o órgão que elabora, aprova e fiscaliza a implementação da Política Estadual de Meio Ambiente no Amazonas. Instituído pela lei Nº 2.985, de 18 de outubro de 2005, passou a vigorar com a publicação do decreto Nº 26.050, de 7 de julho de 2006, que nomeia seus membros.

A função do CEMAAM é propor diretrizes que facilitem o desenvolvimento de planos, programas, projetos e atividades da área do meio ambiente, visando à conservação e à preservação dos recursos e ecossistemas naturais do Estado.

O Fundo Estadual do Meio Ambiente - FEMA , vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, é administrado por uma junta de administração, destina-se a carrear recursos para a proteção e a conservação do meio ambiente. Os recursos do FEMA destinam-se aos órgãos estaduais executivos incumbidos da realização das atividades de conservação, recuperação, proteção, melhoria, pesquisa, controle e fiscalização ambiental, inclusive da articulação intersetorial. O FEMA tem como função prover recursos para equipar os órgãos supramencionados para que possam executar satisfatoriamente suas atribuições no meio ambiente.

Em maio de 2010, o CEMAAM publicou o Edital FEMA 001/2010 que diz respeito à criação do Programa de Apoio ao Fortalecimento das Secretarias Municipais de Meio Ambiente no Estado do Amazonas.

Em 2007, a Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas aprovou o Projeto de Lei nº 93/2007, que cria a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e Conservação Ambiental, e o Projeto de Lei Complementar nº 04/07, instituindo o Sistema Estadual de Unidades de Conservação - SEUC.

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C) ÓRGÃOS MUNICIPAIS DO SISNAMA

No âmbito do SISNAMA, os órgãos ou entidades municipais são responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades consideradas de impacto sobre o meio ambiente, nas suas respectivas áreas de jurisdição. Os municípios, observadas as regras e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar normas locais.

O órgão reponsável pela gestão ambiental em Manaus é a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMMAS . Criada pela Lei nº 8868 de 22 de fevereiro de 2007, a SEMMAS tem a atribuição de formular e executar a política municipal de desenvolvimento e meio ambiente de Manaus em consonância com as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Meio Ambiente.

A Política Municipal de Meio Ambiente é o principal instrumento legal do setor, pois tem como objetivo definir procedimentos normas e instrumentos para regular as ações do poder público, das empresas, indivíduos e de todo e qualquer agente nas suas interações com os recursos naturais.

O Sistema Municipal de Meio Ambiente – SIMMA é constituído pelos órgãos e entidades públicas e privadas incumbidos direta ou indiretamente do planejamento, implementação, controle e fiscalização de políticas públicas, serviços ou obras que afetam o meio ambiente, bem como da preservação, conservação, defesa, melhoria, recuperação, controle do meio ambiente e administração dos recursos ambientais do município, consoante o disposto neste código.

Integram o Sistema Municipal de Meio Ambiente:

■ Conselho Municipal de Administração Superior;

■ Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente – COMDEMA;

■ Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMMAS;

■ Secretarias Municipais e organismos da administração municipal direta e indireta.

O Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambi ente de Manaus – COMDEMA é um órgão colegiado autônomo de caráter consultivo/deliberativo do Sistema Municipal de Meio Ambiente – SIMMA, criado pela Lei n. 219, de 11 de novembro de 1993 e posteriormente abrangido pelo Código Ambiental do Município de Manaus, Lei n.605, de 24 de julho de 2001. Tem a finalidade de contribuir com a formulação da política ambiental e de desenvolvimento científico e tecnológico do Município, por meio de diretrizes, recomendações e proposituras de planos, programas e projetos:

■ O COMDEMA é presidido pela SEMMAS e composto por 28 Conselheiros Titulares e 28 Conselheiros Suplentes que representam os principais segmentos interessados na temática ambiental: governo federal, governo estadual, governo municipal, setor empresarial, sociedade civil (organizações não-governamentais, comunidade técnico-científica e associações comunitárias) além do Ministério Público Estadual;

■ Manaus conta com um Código Ambiental do Município de Manaus, criado pela lei n.º 605, de 24 de julho de 2001, onde estão dispostas a política ambiental e a criação do

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Sistema Municipal de Meio Ambiente – SIMMA e do Fundo Municipal para o Desenvolvimento e Meio Ambiente – FMDMA.

O Fundo Municipal para o Desenvolvimento e Meio Ambie nte – FMDMA , vinculado à SEMMAS, é constituído por receitas originadas principalmente de dotações orçamentárias, arrecadação de multas e de repasses da União e do Governo do Estado do Amazonas. É de natureza contábil e tem por finalidade criar condições financeiras e de gerência dos recursos destinados ao desenvolvimento das ações e serviços relativos ao meio ambiente, com vistas à melhoria da qualidade de vida da população do Município de Manaus. A administração do FMDMA compete ao Secretário da SEMMAS, auxiliado por um Coordenador, sob a fiscalização do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente COMDEMA.

D) EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A educação ambiental, instrumento da Política Municipal de Meio Ambiente de Manaus, conta com a Comissão Intersetorial de Educação Ambiental da Pre feitura de Manaus – CIEA Manaus , implantada como resultado do I Fórum de Educação Ambiental da Prefeitura de Manaus em 2007.

Instituída pelo Decreto n.º 9287, de 28 de setembro de 2007, tem por objetivo integrar as ações de educação ambiental desenvolvidas pelas Secretarias e demais órgãos da administração municipal.

A comissão é presidida pela Secretaria Municipal de Governo - SEMGOV, conta com uma vice-presidência bianual entre as Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Educação. As atividades executadas pela comissão dizem respeito à reuniões, visitas técnicas e eventos integrados destinados a promoção da Educação Ambiental no Município de Manaus.

A SEMMAS adota como política ambiental interna os critérios da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P . A A3P é um programa do Ministério do Meio Ambiente - MMA que visa inserir a variável ambiental nas atividades administrativas e operacionais da Administração Pública por meio do combate ao desperdício, gestão ambiental dos resíduos, a licitação sustentável e a sensibilização dos servidores quanto aos impactos ao meio ambiente decorrentes de suas atividades.

As ações para redução dos impactos ambientais em ambiente interno incluem:

■ Instalação de Estação de Tratamento de Efluentes na sede da Secretaria e no parque do Mindu;

■ Controle de consumo de energia;

■ Controle no consumo de materiais de expediente e escritório: reutilização do papel frente e verso; adoção do “copo próprio”, abolindo o uso de copo descartável, comunicação interna via email;

■ Realização de palestras e roteiros ambientais com o objetivo de sensibilizar os servidores sobre as questões ambientais.

Os programas, projetos e ações da SEMMAS relativos à redução dos impactos ambientais em ambiente externo contemplam:

■ Projeto Escola Itinerante de Meio Ambiente – roteiros educativos;

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■ Projeto Nosso Espaço Verde – atividades de educação ambiental nas Unidades de Conservação e Parques Urbanos Municipais;

■ Projeto Coletivos Educadores – formação de educadores ambientais em Manaus, com capacitação de lideranças comunitárias, professores, agentes de saúde, movimentos sociais e outros com o intuito de promover parcerias com a SEMMAS em suas áreas de atuação;

■ Projeto Palco Verde – sensibilização ambiental por meio das artes cênicas;

■ Projeto SEMMAS nas comunidades – fomenta ações de educação ambiental juntos às comunidades para orientar e envolver a população na proteção ambiental de sua comunidade;

■ Projeto Eco bolsa, eu uso – substituição das sacolas plásticas pelas retornáveis;

■ Programa Unidade – disseminação do conhecimento ambiental por meio da promoção de palestras e oficinas com o apoio de instituições parceiras;

■ Campanha Combate ao Caramujo Africano – inserir a comunidade como parceira no controle da praga;

■ Campanha de Combate às Queimadas Urbanas – prevenção de ações de queima de lixo doméstico e restos de vegetação;

■ Campanha de Combate à Poluição Sonora – sensibilizar a população.

E) FISCALIZAÇÃO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento e a fiscalização ambiental são instrumentos da Política Municipal de Meio Ambiente de Manaus. A SEMMAS possui unidade específica em sua estrutura administrativa para tais atividades, a Gerência de Licenciamento e Monitoramento. Não conta com procedimentos manualizados para o licenciamento, tampouco para a fiscalização ambiental.

F) PLANOS E PROGRAMAS RELATIVOS AO MEIO AMBIENTE

Âmbito Federal

Plano Nacional de Áreas Protegidas (PNAP)

O PNAP do Ministério do Meio Ambiente é o instrumento norteador de planejamento e gestão, dinâmico e flexível, que define princípios, diretrizes, objetivos e estratégias para o estabelecimento, até 2015, de um sistema abrangente de áreas protegidas, ecologicamente representativas e efetivamente manejadas, bem como para promoção de acesso e repartição justa e equitativa dos custos e benefícios advindos da conservação da natureza.

O PNAP parte do reconhecimento da necessidade de se estabelecer uma política intersetorial para as áreas protegidas que, numa abordagem ecossistêmica, possa contribuir para implementação de ações que assegurem a conservação e o uso da biodiversidade nas unidades do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), nas Terras Indígenas e Quilombolas e nos demais espaços especialmente protegidos, como as Áreas de Preservação Permanente (APP) e as reservas legais. São consideradas pelo

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PNAP as áreas brasileiras com reconhecimento internacional, que, devido a suas características naturais, recebem títulos ou selos de reconhecimento atribuídos por secretariados ou comissões de assessoria aos tratados intergovernamentais.

Âmbito Estadual

Programa de Fortalecimento Institucional da Gestão Ambiental e Territorial do Estado do Amazonas – PGAM

Programa coordenado pela da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS e pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IPAAM e criado para atender às demandas relativas ao controle, fiscalização e monitoramento dos impactos ambientais, e, ao fortalecimento do ordenamento territorial. O Sistema de Gestão Ambiental e Territorial Integrado do Estado do Amazonas, por meio da implementação deste Programa, preconiza o fortalecimento do Sistema Estadual e dos Sistemas Municipais de Meio Ambiente, desenvolvidos a partir da interação sinérgica entre os diferentes municípios. E preconiza o desenvolvimento de instrumentos de gestão ambiental de forma pactuada e compartilhada entre as esferas estadual e municipal.

Programa Zona Franca Verde

Implantado em 2003, é um programa de desenvolvimento sustentável com a intenção de geração de emprego e renda, aliado à conservação da natureza. Objetiva a melhoria da qualidade de vida da população do interior do Estado com a proteção ao patrimônio natural do Amazonas. Visa ainda promover o desenvolvimento sustentável do Estado a partir de sistemas de produção florestal, pesqueira e agropecuária ecologicamente saudáveis, socialmente justos e economicamente viáveis.

Trata-se de um programa intersecretarial e transversal de desenvolvimento sustentável, que envolve as Secretarias de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural; de Terras e Habitação; de Educação e Qualidade de Ensino; de Saúde; de Planejamento e Desenvolvimento Econômico; de Infraestrutura; de Segurança Pública; de Trabalho e Cidadania; de Justiça e Direitos Humanos; de Ciência e Tecnologia e Fazenda.

Programas vinculados à Agência de Desenvolvimento Sustentável – ADS:

■ Programa de Regionalização da Merenda Escolar - PREME;

■ Programa de Aquisição de Alimentos - PAA;

■ Programa de Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Borracha;

■ Programa de Regionalização de Móveis Escolares - PROMOVE;

■ Programa de Boas Práticas de Manejo de Castanha;

■ Óleos Vegetais - BIOCOSMETICOS;

■ Incentivo à Produção de Fibras de Juta e Malva;

■ Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura;

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■ Programa de Abastecimento do Exército Brasileiro com Gêneros Alimentícios Regionais.

G) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental no Brasil é regida por um conjunto de leis que derivam da Lei n.°6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Esta lei cria o SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente, composto pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como as fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.

A legislação brasileira em geral é considerada como atual, completa e de qualidade, demandando a sua aplicação para atingir a eficácia desejada. Em sua maioria, as leis, decretos e instrumentos normativos pertinentes à gestão ambiental têm origem no âmbito federal e estadual de governo, ainda que constituam também instrumentos regulatórios do meio ambiente no âmbito municipal e busquem fortalecer a gestão ambiental local.

A seguir, são citados os principais instrumentos legais de âmbito estadual e municipal nos quais está embasada a Gestão do Meio Ambiente em tais instâncias:

Legislação Estadual

■ Lei 1.532, da Política Ambiental do Estado;

■ 1989 – criado o Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IMA/AM, tendo na execução da política ambiental uma das suas finalidades, quando inicia um processo de controle ambiental mais sistemático;

■ 14.12.95, criação do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM.

Legislação Municipal

■ Lei n. 219, de 11 de novembro de 1993, cria o Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente;

■ Lei n.º 605, de 24 de julho de 2001, institui o Código Ambiental do Município de Manaus;

■ Resolução 090/06 – Estabelece os critérios para corte e poda no Município;

■ Resolução n. 100/06 – Dispõe sobre as áreas verdes no Município;

■ Resolução n.131/06 – Dispõe sobre a implantação de Sistema de Tratamento de Efluentes.

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2.5 ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS

O município de Manaus apresenta uma grande diversidade de atrativos naturais e culturais os quais, em grande parte, estão localizadas em áreas de proteção ambiental. Tais elementos naturais e culturais manauaras integram atrativos importantes, que motivam o deslocamento de turistas em sua busca pelo conhecimento e interação com novos costumes produzidos pelos habitantes locais.

A procura do homem contemporâneo pelo contato com a natureza está expressa na fuga das pressões urbanas em direção a ambientes naturais para vivenciar uma nova realidade e em um ritmo diferenciado, propiciando um encontro consigo mesmo e com a natureza da qual faz parte. Ao mesmo tempo, tais intervenções na natureza causam tensões e conflitos inerentes ao próprio uso do espaço e dos recursos disponíveis.

Com base nessa acepção, observa-se o significativo crescimento do segmento de turismo na natureza em Manaus, em que a conservação ambiental é foco de atenção e centro de interesse por parte de governos, instituições não-governamentais e da sociedade como um todo. Essa compreensão nos leva à reflexão sobre a importância de resguardar o meio ambiente, compatibilizando-o com a atividade turística no Município, de acordo com os preceitos que regem o desenvolvimento sustentável, a fim de promover a manutenção dos atrativos existentes para as gerações futuras

Entretanto, é importante ressaltar que a degradação ambiental é produto da forma como o turismo é realizado, e não da atividade turística em si. Assim, é essencial um planejamento adequado e o enfoque na gestão e educação ambiental, social e cultural ao turismo nas localidades receptoras, para que se possa orientar a atividade a um desenvolvimento equilibrado, gerando impactos positivos.

2.5.1 Identificação e Avaliação dos Impactos Ambien tais Causados pela Atividade Turística

A) PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS QUE IMPACTAM NO TURISMO

Manaus, tal como a maioria das capitais brasileiras, apresenta um conjunto de impactos advindos de seu desenvolvimento e gestão urbana, que interagem diretamente com a atividade turística. Um exemplo é o acúmulo de resíduos sólidos sem destinação adequada em sua orla, apesar do esforço por parte do poder público Municipal e Estadual.

Cabe salientar, também, que o Município, assim como tantos outros da Região Norte brasileira, não possui sistema de tratamento de esgotos, o que resulta, via de regra, em contaminação de seus corpos hídricos. Os próprios barcos regionais contribuem para com a questão dos resíduos sólidos lançados nos cursos d’água.

Os impactos ambientais provenientes de ocupações desordenadas estão evidenciados em Manaus nos igarapés poluídos e contaminados por resíduos sólidos e efluentes químicos e destruição da cobertura vegetal.

O problema ambiental agrava-se durante os meses de maior precipitação, com fortes pancadas de chuvas atingindo a população que reside em áreas inapropriadas como os vales e igarapés, que são inundados; e as encostas, que nesse período, tornam-se mais vulneráveis aos deslizamentos.

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Outro problema presente na cidade de Manaus, comum às demais capitais brasileiras, é a diferenciação de temperatura entre o centro e a periferia urbana apesar da mesma intensidade de radiação solar. O centro da cidade apresenta temperatura mais elevada que a periferia, pelo fato da sua artificialidade com a presença intensa de prédios, calçadas e asfaltos.

A arborização insuficiente, somada à impermeabilização do solo urbano contribuem, consideravelmente, para o aumento da temperatura na cidade de Manaus e refletem diretamente, de forma negativa, não só na qualidade de vida da população como na imagem apreendida pelo turista.

A limpeza pública e dos resíduos municipais aparecem como um dos principais desafios da gestão dos problemas urbanos no mundo. Em Manaus, este problema está atrelado ao crescimento econômico da cidade, ao movimento migratório e ao crescimento desordenado de bairros populares e sem infraestrutura, que comprometem o meio ambiente urbano.

Segundo dados de 2005, diariamente, 2.079, 58 toneladas de lixo entram no aterro controlado de Manaus. Do total de 58.740 toneladas coletadas (distribuídas entre podas, hospitalar, domiciliar, etc.) por empresas concessionárias, apenas 0,04% delas são seletivamente coletadas. O custo mensal da administração dos resíduos em Manaus é de mais de 2,5 milhões de reais.

Dessa forma, é perceptível a necessidade de tratamento, ordenamento, gestão e educação ambiental nas principais áreas turísticas de Manaus, haja vista que a Cidade receberá um fluxo considerável de turistas nacionais e internacionais no período da Copa FIFA 2014. Entre as áreas que necessitam de ordenamento e ações de saneamento ambiental, está o Parque da Ponta Negra, importante área de turismo e lazer da cidade.

Não obstante, cabe salientar que o Município encontra-se dotado de instrumentos essenciais para o planejamento e gestão tais como o seu Plano Diretor Urbano, Lei Orgânica, Código de Posturas e Código Ambiental Municipal. No Plano Diretor Municipal, constam importantes diretrizes e intervenções que objetivam seu ordenamento urbano, turístico e ambiental.

Paralelamente, importantes ações estão previstas ou em curso como é o caso do Programa de Recuperação dos Igarapés de Manaus - PROSAMIM, implementado pelo Governo do Estado, por meio da SEINF, conforme já ressaltado no item que trata da Análise da Infraestrutura e dos Serviços Básicos.

A Administração Municipal de Manaus também tem enviado esforços para dirimir a situação-problema no que tange ao saneamento básico. A lei n° 1 .192, de 31 de dezembro de 2007 criou, no município de Manaus, o Programa de Tratamento e Uso Racional das Águas nas edificações – PRO-ÁGUAS, que tem como objetivo instituir medidas que induzam à preservação, tratamento e uso racional dos recursos hídricos nas edificações, inclusive, com a utilização de fontes alternativas para captação de águas. De acordo com a citada lei, nos empreendimentos potencialmente poluidores, privados ou públicos, cujo número de usuários seja superior a 40 (quarenta) pessoas/ dia, desprovida de sistema público de esgoto, é obrigatória a instalação de um sistema de tratamento de esgoto de característica doméstica, composto de pré-tratamento, tratamento primário, secundário e desinfecção. Os empreendimentos já instalados também deverão adequar-se à lei no prazo de um ano.

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B) IMPACTOS ADVINDOS DA ATIVIDADE TURÍSTICA

A atividade turística, assim como a maioria das atividades humanas, se relaciona com o ambiente em que se insere.

No caso específico de Manaus, tal assunto se reveste de especial atenção, tendo em vista que o produto-estrela do município, o Ecoturismo, pressupõe, por si só, a relação direta com o meio ambiente natural do destino.

Primeiramente, deve-se destacar que, embora haja uma crescente conscientização dos empresários do turismo acerca do valor atribuído pelo seu cliente ao respeito pelo meio ambiente, não existem regras claras e tampouco planos de manejo desenvolvidos para grande parte das áreas protegidas, o que gera dúvidas que levam a usos indevidos, desmatamentos e manejo inadequado de importantes recursos naturais locais. Concorre para isso, a grande extensão do município, bem como a baixa disponibilidade de recursos humanos para a sua efetiva fiscalização.

No quadro a seguir, são apresentadas as Unidades de Conservação – UCs municipais, ressaltando-se que apenas três (03) possuem planos de manejo, o que ratifica a afirmação anteriormente colocada.

QUADRO 22 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS - MANAUS NOME DA UC EXISTÊNCIA DE PLANO DE MANEJO

REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE SAUIM/CASTANHEIRA Não possui RPPN HONDA Plano de Manejo RPPN BURITIS Não possui RPPN MYAMOTHO NORITACH Em elaboração RPPN SOKA GAKAI Não possui APP MINDÚ Não possui PARQUE NASCENTE DO MINDÚ Não possui PARQUE MUNICIPAL DO MINDÚ Plano de Manejo JARDIM BOTÂNICO ADOLPHO DUCKE Não possui APA TARUMÃ PONTA NEGRA Não possui RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO TUPÉ Plano de Manejo Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambeinte – SEMMAS

Além do Parque do Mindú, outras duas unidades de conservação são importantes para a atividade turística em Manaus: a APA Tarumã Ponta Negra, que é de extrema importância a elaboração do Plano de Manejo; e a RDS do Tupé, que necessita da elaboração de um Plano de Uso.

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FIGURA 11 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMAS

Além das UCs municipais, Manaus abriga UCs estaduais e federais, conforme Quadro 23.

QUADRO 23 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS E ESTADUAIS - MANAUS

NOME DA UC FEDERAL /ESTADUAL EXISTÊNCIA DE PLANO DE

MANEJO ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ANAVILHANAS Federal Plano de Manejo/2002 PARQUE ESTADUAL DO RIO NEGRO– SETOR SUL Estadual Plano de Manejo ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL TARUMÃ AÇU- TARUMÃMIRIM

Estadual Não possui

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ATURIÁ-APUAUZINHO Estadual Não possui ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA MARGEM

ESQUERDA DO RIO NEGRO Estadual Não possui

PARQUE ESTADUAL SUMAÚMA Estadual Não possui Fonte, PROECOTUR, 2005, atualizado pela TCBR, 2010.

Cabe ao poder público, em parceria com o setor privado e a sociedade, fazer do Ecoturismo uma ferramenta para despertar a responsabilidade ambiental de cada um, a fim de aflorar a preocupação com a sustentabilidade, com a educação ambiental e com a inclusão social. É necessário, assim, desenvolver regras claras para a conduta dos atores envolvidos, empresários, turistas e comunidades receptoras e assegurar que o cumprimento de tais códigos seja monitorado adequadamente.

Medidas simples, como a realização das incursões fotográficas apenas dentro de trilhas, possibilitando a renovação da flora, a proibição da colheita de plantas nativas pelos visitantes, a indicação das áreas que podem receber empreendimentos e o estabelecimento

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de horário padrão para as visitas às áreas de conservação para não ocasionar o estresse nos animais, auxiliam sobremaneira no respeito à integridade ambiental das áreas protegidas.

A prática do turismo, para estar realmente baseada na sustentabilidade, deve ser integrada a outros setores econômicos capazes de se beneficiar da atividade turística, bem como de assegurar fontes de renda locais. O turismo, assim, não se caracteriza como uma atividade independente e, portanto, dinamiza um conjunto de atividades sociais e econômicas da região beneficiada. No que tange a tais questões, alguns problemas podem ser verificados em diversas regiões brasileiras, assim como em Manaus:

■ Existência de empreendimentos privados com lacunas na definição de critérios ambientais e sociais;

■ Baixa certificação socioambiental dos empreendimentos;

■ Áreas protegidas ameaçadas por pressão de visitação associada à carência de recursos humanos, técnicos e financeiros para se garantir o lazer, a segurança do visitante e a integridade das UCs;

■ Baixa capacidade técnica e financeira de pequenas e médias empresas de turismo e de comunidades nos destinos;

■ Ausência de diretrizes, códigos de ética e conduta no meio empresarial e profissional.

Cabe salientar que já existem iniciativas brasileiras que colaboram com esse controle, como a criação do Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável - CBTS, destinado a promover o turismo sustentável por meio da certificação independente. A certificação é uma iniciativa que tem assegurado a melhoria dos serviços e equipamentos turísticos, em especial aqueles ligados aos meios de hospedagem. O Instituto de Hospitalidade - IH, em parceria com o CBTS, apoiado do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e pela Agência de Promoção de Exportações do Brasil - APEX/Brasil, é responsável pelo Programa de Certificação do Turismo Sustentável - PCTS, que teve início no ano de 2002.

O programa já possui uma norma específica para os meios de hospedagem lançada em 2004: “NIH-54: 2004 - Meios de hospedagem - requisitos para a sustentabilidade”. Em 2006, o PCTS lançou a série “Gestão do Turismo Sustentável – Meios de Hospedagem”.

Observa-se também, a necessidade de treinamento e educação permanente dos atores envolvidos na atividade turística, que inclui empresários, autoridades, trabalhadores e consumidores. Agências de viagem, operadores, acompanhantes e guias de turismo ficam na ponta, em contato direto com a população local e os turistas, e têm, assim, grande poder de influência sobre comportamentos e sustentabilidade da atividade turística.

Salienta-se, portanto, a importância de utilizar meios para o envolvimento desses atores nos processos de transformação promovidos pelos planejadores e gestores do turismo. Um exemplo efetivo desse processo é a implantação do Programa Roteiros do Brasil, do Ministério do Turismo, no qual se realiza um trabalho de sensibilização, em que se entende a mesma como uma forma de propiciar meios e procedimentos para que cada pessoa possa decidir e enfrentar as mudanças e as transformações necessárias para adoção de uma nova postura. Tais iniciativas devem ser replicadas na instância estadual e municipal, bem como no setor privado por meio de parcerias, salutares aos entes envolvidos.

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2.5.2 Gestão ambiental pública

A gestão ambiental pública tem como pressuposto básico a existência de instrumentos que subsidiem a sua aplicabilidade e um arcabouço institucional que propiciem um adequado planejamento e gestão.

Em nível estadual, o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IPAAM é o órgão executor das Políticas Estaduais de Meio Ambiente no estado do Amazonas, com objetivo de atender a sociedade em geral nas questões ambientais. É vinculada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, responde pela Secretaria Executiva do Fundo Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – FUMCITEC, e integra o Conselho Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – COMCITEC.

A Lei Orgânica do município de Manaus integra, em nível Municipal, o Sistema Nacional de Meio Ambiente. Delega a fiscalização e o controle sobre o meio ambiente na esfera privada ou pública.

No que compete à Lei Orgânica, está previsto no artigo 296 que o município pode ou não criar reservas ecológicas ou áreas de relevante interesse ecológico.

A Lei nº. 605 de 24 de julho de 2001 instituiu o Código Ambiental do Município de Manaus e trata da avaliação de impactos ambientais.

Em 2001, foi dado importante passo no aperfeiçoamento dos instrumentos estaduais de defesa do meio ambiente, com a promulgação da Lei nº 2.712, que disciplinou a Política Estadual de Recursos Hídricos e instituiu o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Criou ainda o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos e estabeleceu as regras para implantação dos Comitês de Bacias Hidrográficas.

A Política Estadual de Recursos Hídricos tem como órgão executor o IPAAM.

Ressalta-se também a existência do Zoneamento Econômico Ecológico do Estado do Amazonas – ZEE/AM, elaborado sob a coordenação geral do IPAAM, com o apoio da agência de cooperação técnica alemã GTZ. É uma das atividades do Projeto de Gestão Ambiental Integrada – PGAI/AM, no âmbito do Subprograma de Política de Recursos Naturais – SPRN, que integra o Programa-piloto para a Proteção das Florestas Tropicais (PPG-7).

O PGAI/AM pretende alcançar três resultados: a elaboração do Zoneamento Econômico Ecológico do Estado; o controle e o monitoramento das áreas abrangidas pelo ZEE; a execução de ações de descentralização e a implantação de um Sistema de Informações Ambientais.

A Agenda Positiva do Amazonas, formulada a partir de consultas realizadas junto a representantes dos Poderes federal e local, da sociedade civil e do setor produtivo, no ano de 2000, também constitui importante documento que aponta alternativas e caminhos para promover o desenvolvimento sustentável do Estado.

O principal instrumento legal afeto à gestão dos recursos florestais no estado do Amazonas é a Lei nº 2.416/96, que dispõe sobre as exigências relativas à concessão de licença para exploração, beneficiamento e industrialização de produtos e subprodutos florestais com fins

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madeireiros. O órgão responsável pela aplicação desse instrumento é o IPAAM que também detém a responsabilidade pela gestão dos recursos hídricos do Estado, conforme prevê o Decreto Estadual 17.033/96.

Quanto à gestão de resíduos sólidos em Manaus, a responsabilidade está a cargo da Prefeitura Municipal, que mantém o único aterro sanitário controlado ora existente no estado.

Segundo o Código Ambiental de Manaus, aprovado pela Lei nº 605, de 24 de julho de 2001, o Planejamento Ambiental é o principal instrumento da Política Ambiental Municipal, devendo fixar as diretrizes de ação com o objetivo básico de garantir o desenvolvimento sustentável do Município.

A Lei nº 605/01 detalha os objetivos específicos do Planejamento Ambiental, que visam produzir subsídios para a implementação de ações e permanente revisão da Política Municipal do Meio Ambiente, através de um Plano de Ação Ambiental Integrado, para execução a cada quatro anos.

O Código Ambiental criou pelo Artigo 6º, o Sistema Municipal de Meio Ambiente – SIMMA, organizado por órgãos e entidades públicas e privadas com a competência de planejar, implementar, controlar e fiscalizar as políticas públicas, e obras que afetem o meio ambiente bem como a preservação, conservação, defesa, recuperação, melhoria e controle incumbido de administrar de forma direta ou indireta.

São partes integrantes do SIMMA, de acordo com o Artigo 7º, o Conselho Municipal de Administração Superior, instituído pelo Artigo 102 da Lei Orgânica do Município de Manaus, como órgão máximo da política ambiental. O SIMMA é presidido pelo Prefeito Municipal com objetivo de assessorar nas formulações das políticas ambientais do município. O COMDEMA é o órgão deliberativo, consultivo e normativo e está composto, entre outros, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade - SEMMAS, o IPAAM, o IBAMA e o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM.

O Conselho Municipal de Meio Ambiente é atuante e promove reuniões regulares.

A SEMMAS, em sua atribuição de formular e executar a política municipal de desenvolvimento e meio ambiente da cidade de Manaus, tem promovido diversas ações de planejamento e gestão. Como uma das ações mais importantes, destaca-se a criação do Corredor Ecológico Urbano do Igarapé Cachoeiras do Tarumã, com decreto e memorial descritivo completos, publicado no Diário Oficial do Município do dia 4 de fevereiro de 2009.

As atividades desta secretaria possuem componentes de Educação Ambiental. As ações nessa área são desenvolvidas por meio de projetos, atividades e treinamentos voltados para a educação ambiental junto a escolas e comunidades do município, em parceria com diversas secretarias do Estado e do Município, além de empresas do setor privado. Diversas ações já foram propostas por esta instituição visando o planejamento e a gestão ambiental do município ressaltando-se:

Na área de controle ambiental:

■ Reforço das condições estruturais de pessoal, infraestrutura e capacitação técnica, que possibilitem ao município atender as demandas de licenciamento e fiscalização ambiental de Manaus;

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■ Capacitação dos técnicos da fiscalização e do licenciamento da SEMMA para participar da gestão ambiental urbana;

■ Criação da Câmara de Compensação Ambiental;

■ Criação dos parques do Horto Municipal, do Banco Florestal de Manaus e da Fundação Parques e Jardins;

■ Proposta de criação do Plano Diretor de Arborização e Paisagismo com o intuito de compor o cenário de paisagismo do município;

■ Reativação da Central de Produção de Mudas na AM-010 para atender a todas as demandas de distribuição e plantio de árvores em Manaus;

■ Criação do Sistema Municipal de Parques, Praças e Jardins e do Sistema Municipal de Espaços Livres, além da implementação do Sistema Municipal de Áreas Protegidas – SMAP;

■ Incentivo à elaboração de planos de manejo para as unidades de conservação municipais.

Na área de gestão territorial e ambiental:

■ Elaboração e publicação de atlas ambiental com mapas elaborados por meio de informações georreferenciadas das áreas verdes, corredores ecológicos, área de preservação permanente, unidades de conservação, invasões, bacias hidrográficas, balneabilidade, voçorocas, fragmentos florestais e delimitação dos perímetros urbano e rural;

■ Definição de zonas para a criação de novos corredores ecológicos;

■ Análise de áreas verdes para a realização de projetos ambientais.

Na área de políticas públicas:

■ Fomento do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Comdema), a fim de ampliar a sua atuação junto à sociedade;

■ Aprimoramento das discussões de políticas voltadas ao desenvolvimento socioambiental do município com a criação do Plano Diretor de Arborização e Paisagismo, Áreas Protegidas, Sistema Municipal de Praças, Parques e Jardins, Plano Diretor de Resíduos Sólidos.

Finalmente, na área de educação ambiental:

■ Articulação de convênios e outros ajustes com instituições de educação e pesquisas;

■ Ampliação das ações de educação ambiental na rede municipal de ensino e junto à sociedade em geral.

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2.5.3 Gestão ambiental nas empresas privadas

Apesar de esforços das empresas turísticas do município de Manaus, não existe um destaque pertinente à certificação de qualidade dos serviços prestados e ou produtos apresentados ao mercado. Não obstante, relata-se a existência de produtos turísticos de qualidade, ainda que não certificados, como é o caso de diversos produtos dos segmentos de Ecoturismo, Turismo Cultural, Turismo de Aventura e Pesca Esportiva, entre outros.

Quanto aos empreendimentos turísticos, notadamente os empreendimentos hoteleiros, seus processos de implantação e gestão nem sempre são sustentáveis. Destacam-se os seguintes pontos negativos que são observados de maneira recorrente:

■ Utilização indevida e sem monitoramento de recursos naturais e culturais;

■ Ausência de metodologias adequadas para utilização e gestão desses recursos;

■ Forma de gestão não sustentável das atividades fins e meio;

■ Ausência de gestão dos resíduos gerados bem como de tecnologias limpas para o consumo de água e de energia.

Ressalta-se, entretanto, que existem empresas com atuação de destaque nas questões ambientais e que atuam no município, tais como a Petrobrás, Fillipes, Honda, entre outras, que possuem programas de educação ambiental de referência nacional.

2.5.4 Instrumentos de planejamento e controle terri torial

Conforme já salientado, o município de Manaus está dotado dos instrumentos necessários ao planejamento e gestão territorial urbana, mas precisa, ainda, colocar em prática as ações preconizadas nestes instrumentos. Assim, o Plano Diretor de Manaus aponta estratégias no sentido de equacionar os problemas ambientais decorrentes das diferentes atividades econômicas no território, em consonância com o Plano de desenvolvimento do Ecoturismo da Amazônia Legal, e Zoneamento Econômico-Ecológico do Estado do Amazonas.

O Plano Diretor Urbano e Ambiental de Manaus possui ainda propostas básicas para o processo de planejamento e gestão do território municipal, além de tratamento especial atribuído às questões ambientais.

O documento-base do Plano Diretor Urbano e Ambiental de Manaus enunciou, além dos princípios orientadores do desenvolvimento urbano e ambiental, um conjunto de proposições que abrangem:

■ As Estratégias de Desenvolvimento;

■ A Macroestruturação do Município;

■ A Estruturação do Espaço Urbano;

■ O Sistema Municipal de Planejamento Urbano.

Apresentam-se a seguir, de forma resumida, as estratégias constantes no Plano Diretor:

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Fonte: Plano Diretor de Manaus, 2002.

Para viabilização de cada estratégia, foi sugerida a execução de um ou mais Programas de Ação, com diretrizes e metas específicas, além de recomendações para a articulação interinstitucional destinadas à sua viabilização.

Fundamentadas sobre essas estratégias, foram definidas as propostas específicas de planejamento e gestão do território e detalhados os instrumentos do Plano Diretor.

Ainda com relação aos instrumentos de controle territorial, como já foi explicitado, é necessário que sejam postas efetivamente em prática as proposições que integram o Plano Diretor de Manaus. Devem ser também desenvolvidos e devidamente aplicados os planos de manejo das unidades de conservação, sem os quais não é possível haver regras claras para nortear o a correta prática do turismo.

2.5.5 Participação e inclusão dos diferentes grupos de interesse no desenvolvimento turístico

O desenvolvimento do turismo no Município de Manaus pressupõe participação e ampla inclusão dos atores locais dos grupos, tanto públicos quanto privados. A baixa participação, principalmente de grupos mais sujeitos aos impactos do turismo, em seu planejamento e gestão, compromete o correto equacionamento das questões envolvidas.

No que tange à questão ambiental, o projeto de Gestão Ambiental Comunitária do Governo Municipal visa à descentralização da gestão ambiental com a participação efetiva da comunidade de cada bairro na busca de práticas e soluções para as questões ambientais

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locais. O projeto elabora um cadastro de Voluntários de Meio Ambiente, constituído por moradores e instituições que se oferecem para apoiar atividades na área ambiental.

No que tange ao turismo, o município de Manaus encontra-se desprovido, no momento, de um fórum específico para a participação comunitária, posto que o Conselho Municipal de Turismo é reorganizado a partir da criação da MANAUSTUR, que foi desvinculada da pasta de cultura com a extinção da Fundação Municipal de Cultura e Turismo – MANAUSCULT. Não obstante, este fórum deve estar em plena atuação muito em breve, restabelecendo a salutar participação dos principais atores envolvidos na atividade turística.

2.6 CONSOLIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

2.6.1 Segmentos de Turismo Atuais e Potenciais

Manaus é uma cidade com vocação para o turismo. Reconhecida em nível nacional e internacional como o Portal de Entrada da Amazônia Brasileira, possui sua imagem fortemente atrelada aos recursos naturais.

Complementarmente, o advento do Polo Industrial de Manaus - PIM propiciou uma intensa movimentação de visitantes motivados pela realização de negócios. Para este público específico está formatada grande parte da oferta hoteleira manauara.

A análise da situação atual e potencial da oferta e da demanda do destino Manaus, possibilita a indicação dos segmentos turísticos prioritários que mais se coadunam ao perfil dos atrativos existentes e têm potencial mercadológico.

Conforme já apresentado, em Manaus, foram identificados vários segmentos que já possuem mercado passível de ampliação mediante ações de estruturação do produto e de marketing. Dentre esses, ressaltam-se como produtos principais, de acordo com o volume de comercializações atualmente existentes e o potencial verificado no estudo de demanda para o Município:

■ O Ecoturismo , que constitui a principal motivação do turista nacional e internacional que se hospeda em hotéis de selva em Manaus e municípios vizinhos, além de ser carro-chefe na comercialização do turismo da região amazônica;

■ O Turismo de Negócios e Eventos que possui como principal âncora o Distrito Industrial de Manaus, cujo carro-chefe é o PIM, além dos eventos que ocorrem durante todo o ano.

O Ecoturismo encontra sua principal fatia de público atual e potencial na demanda internacional e, de acordo com as tendências de mercado pesquisadas em nível internacional, constitui um segmento em ascensão. Europa, EUA e Canadá constituem a demanda principal para este produto.

O turista nacional, por outro lado, com destaque para a demanda proveniente do sudeste e centro-oeste com maior poder de gasto e perfil diferenciado, necessita de um esforço de marketing específico e direcionado ao segmento ecoturístico relacionado á experiência de selva. Verifica-se que existe uma baixa associação entre Manaus e o lazer próprio às férias. Há ainda certa resistência à visitação da Amazônia em virtude de uma imagem distorcida do destino.

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Observa-se em Manaus a existência de comercializações complementares relevantes, tais como:

■ O Turismo de Pesca , que possui forte motivação na demanda nacional e está presente em grande parte das comercializações das operadoras especializadas na região;

■ O Turismo Náutico , que cresce gradualmente e possui excelentes perspectivas;

■ O Turismo de Aventura , que conta com público mais amplo no mercado nacional e é considerado um segmento alternativo, e, no caso de Manaus, está bem ligado ao ecoturismo;

■ O Turismo Cultural , representado pelo turismo étnico e pelo patrimônio construído, que contribui fortemente para sua atratividade e tem grande potencial para desenvolvimento;

■ O Turismo de Sol e Praia , no período da seca, praias são formadas ao longo dos rios, propiciando espaços naturais à prática do lazer. Além disso, existem muitos parques urbanos bem equipados.

As comercializações complementares devem ser incentivadas e a elas direcionados esforços para a formatação de produtos e marketing, muito embora os esforços principais devam estar concentrados nos segmentos prioritários detectados.

Como segmento principal futuro, advoga-se pela manutenção do foco no Ecoturismo. O Turismo de Negócios e Eventos também permanece em escala de importância alta, não apenas por ser o sustentáculo da maior parte da oferta, mas também em função das características econômicas de Manaus. Deverá ser conferida, entretanto, uma ênfase maior nos eventos.

O Ecoturismo, além de constituir uma tendência mercadológica, constitui a mais forte ancoragem do turismo Amazonense. Este segmento permite a compatibilização do crescimento econômico com a manutenção de áreas naturais, além de constituir uma atividade essencialmente descentralizada, que gera benefícios diretos a diversos setores. A OMT reconhece o Ecoturismo como a tipologia que melhor compreende em si os princípios da sustentabilidade, considerando seus impactos econômicos, socioculturais e ambientais. É definido pelo governo brasileiro como “um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista pela interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas”.

De acordo com o Estudo da Demanda Turística Internacional, MTUR (2004/2008), a procura pelo turismo de natureza, Ecoturismo ou Turismo de Aventura no Brasil, passou de 12,8% para 19,3% em 2006, mantendo-se crescente até atingir o percentual de 22,2% em 2008, o que demonstra uma perspectiva positiva deste segmento no país.

Cabe salientar, entretanto, que o mercado ecoturístico internacional é muito bem dotado de opções de produtos bem formatados e com alta competitividade. Neste sentido, é necessário conferir aos produtos atuais qualidade e preços internacionais, bem como criar novos produtos turísticos alinhados às expectativas dos turistas potenciais e também competitivos. No mercado nacional, Manaus compete com estrelas turísticas, tais como o

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Pantanal, Fernando de Noronha e Cataratas do Iguaçu, tendo igualmente que buscar seu espaço mercadológico através da diferenciação e competitividade.

Com o princípio de que os segmentos-alvo prioritários para o futuro estão inseridos nas modalidades Ecoturismo e Turismo de Negócios e Eventos, que será incentivada a venda de viagens a famílias ou grupos de pessoas prioritariamente, a oferta hoteleira deverá se adequar aos segmentos-alvo, passando a ser implantada com maior amplitude de atividades de lazer e equipamentos voltados ao entretenimento como forma de atração do perfil desejado. Deve também ser estimulada implantação de hotéis em áreas turísticas em detrimento das características locacionais atuais, eminentemente em áreas de negócios (setor industrial) ou próximas ao centro principal. É possível, inclusive, criar-se um conjunto de incentivos de natureza fiscal para imóveis do centro histórico que sejam transformados em hotéis e pousadas para grandes eventos que a cidade sedie e, posteriormente, para o novo perfil de demanda pretendida para o destino Manaus.

Quanto aos investimentos derivados, muito mais que o aumento em termos quantitativos, é pretendida a melhoria em termos de qualidade, competitividade e atendimento ao cliente.

O objetivo precípuo é buscar uma oferta de serviços diferenciados capazes de atrair, fidelizar e manter uma demanda de perfil diferenciado, que, em virtude de suas características intrínsecas, possui um alto grau de exigência.

Não obstante, cumpre relatar que existe notória deficiência no que tange a diversos serviços que exercem importante papel como elos da cadeia produtiva do turismo em Manaus, como no restante na Amazônia, fragilizando os produtos existentes em termos de confiabilidade. Entre eles, é possível ressaltar os serviços de transportes turísticos. Ressalta-se, também, a utilização nesses equipamentos de recursos humanos pouco qualificados para exercerem suas atividades.

Além disso, registra-se uma baixa preocupação com a confiabilidade dos produtos comercializados, por falta de compromisso com o cliente. O resultado é visto, muitas vezes, na venda de produtos que não correspondem à realidade. A frustração dos consumidores que compram esses produtos reflete-se em marketing negativo para as destinações.

De acordo com pesquisas realizadas no âmbito do Diagnóstico da Oferta Turística Atual e Potencial da Amazônia Legal – PROECOTUR, 2006, os produtos turísticos da região amazônica são caros, o que dificulta uma maior inserção da região no mercado. Há outro problema: as operadoras, em geral, estão localizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro e dependem dos serviços das agências receptivas que, além de existirem em número reduzido, não prestam serviços confiáveis, na maioria das vezes. O citado estudo conclui que existe potencial para o desenvolvimento dos serviços de agenciamento na Região Amazônica. Mas há, segundo o estudo da oferta, uma clara necessidade de apoio e incentivo por parte dos órgãos competentes, para a sensibilização destes profissionais, maior profissionalização e consequente melhoria dos serviços prestados.

De forma complementar, deve ser destacado que, se o destino Manaus realmente deseja ser uma referência como destino de Turismo de Negócios e Eventos, no que concerne à realização de eventos, necessita construir uma oferta específica voltada a tal segmento, com especial destaque para um Centro de Convenções de categoria internacional.

A análise da demanda turística realizada ao longo deste trabalho revelou a existência da urgente necessidade de adoção de um marketing competente e que a Amazônia, logo,

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Manaus, necessita associar sua imagem de forte apelo ao turismo. Para tanto, há necessidade de um trabalho de marketing que vá desde a concretização de uma imagem própria de forte inserção nos nichos pretendidos até um sistema de promoção e comercialização mais eficaz e direcionado aos mercados-meta.

2.6.2 Identificação de áreas críticas de intervençã o

O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento temporário de indivíduos ou grupo de pessoas de seu lugar de residência habitual, por motivos de lazer, recreação, saúde, negócios, entre outros. Não é exercida nenhuma atividade remunerada, com geração de múltiplas relações sociais, econômicas e culturais.

A atividade turística e o meio ambiente possuem uma relação intrínseca, uma vez que este último constitui o produto do turismo. Uma das questões relevantes para o estudo do turismo diz respeito aos impactos que a atividade ocasiona em um determinado destino turístico. Como qualquer outra atividade, o turismo gera impactos positivos e negativos que afetam, de forma direta ou indiretamente, os seres humanos, principalmente, a população local.

Os impactos do turismo são consequências da complexa interação entre os turistas, as comunidades e os meios receptores. As variáveis que ocasionam os impactos têm origem, intensidade e direções variadas de acordo com as características próprias dos locais receptores. Porém, quando tais impactos ocorrem em ambiente natural, os resultados são, em geral, irreversíveis, deixando-o sem atratividade para futuras visitações.

QUADRO 24 - ALGUNS IMPACTOS OCASIONADOS PELA ATIVIDADE TURÍSTICA NO MEIO AMBIENTE IMPACTOS POSITIVOS IMPACTOS NEGATIVOS

Gera renda e emprego Desemprego em baixa temporada Contribui para a educação Gera antipatia pelo excesso de visitantes Estimula o entendimento e a paz Descaracterização da cultura local Promove a educação ambiental Poluição do ar, água, solo, sonora e visual

Viabiliza tecnologias ambientalmente sustentáveis Abertura de estradas, trilhas e atalhos inadequados

Fonte: Adaptado de Ministério do Meio Ambiente (2002, p.22).

A fim de dirimir tais impactos, faz-se necessário um planejamento turístico que tenha como objetivo o desenvolvimento dos aspectos físico, econômico, social, cultural, técnico e ambiental, para a satisfação dos turistas, empresários e das comunidades envolvidas, e deve estar inserido em uma política empreendida pelo Governo.

O desenvolvimento de uma atividade turística sem um planejamento adequado gera degradação no ambiente e implica em vários outros impactos que inibem a atividade. Na relação turismo e ambiente, quando bem conduzida, os impactos positivos são superiores aos negativos e contribuem para seu desenvolvimento e para a conservação do sistema da vida. O grande desafio é encontrar o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento do turismo e a sociobiodiversidade.

Uma análise do potencial ambiental e turístico de Manaus e entorno possibilitou identificar algumas deficiências que, se não forem contornadas, depreciam o desenvolvimento da atividade turística, a saber:

■ Ausência de regras claras para a condução do turismo sustentável;

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■ A ausência de infraestrutura básica e turística em alguns atrativos turísticos apresenta uma ameaça na sustentabilidade dos mesmos;

■ Carência na capacitação profissional na área turística;

■ Ausência de programas mais efetivos para funcionários dos estabelecimentos turísticos;

■ Necessidade de investimentos no saneamento ambiental;

■ Com base na análise do potencial turístico do município de Manaus, identificou-se a necessidade de implementação de ações, estratégias e diretrizes para o desenvolvimento do turismo sustentável no município. Dentre as questões de relevante interesse, destacam-se:

o Incentivar a organização e o fortalecimento das associações comunitárias, através de cursos de sensibilização ambiental e turística e de planejamento participativo;

o Definir, junto às comunidades, uma política e um plano de turismo sustentável do Município;

o Aplicar o Plano Diretor do Município, com estabelecimento de normas de uso e ocupação do solo, bem como um programa de desenvolvimento sustentável integrado com legislação específica para o uso de espaços destinados ao turismo e ao uso dos recursos naturais;

o Criar um programa de gerenciamento de resíduos sólidos e coleta seletiva, e estabelecer parcerias com empresas de reciclagem de Manaus.

Um dos principais problemas verificados atualmente é a baixa retenção do turista internacional na grande Manaus e a ausência de atividades para mantê-los, assim como aos turistas de eventos/Negócios, o que denota a necessidade de serem criados produtos e opções na grande Manaus. Percebe-se, também, como prioritária a consolidação dos produtos atuais e a expansão da oferta de outros ligados à experiência da selva, aumentando a oferta de seu principal nicho de atratividade.

Importante destacar que boa parte dos atrativos turísticos de Manaus não está incluída nos principais roteiros turísticos comercializados. Caracteriza-se, assim, a baixa utilização de tais recursos para fins turísticos, visto que um número considerável de turistas que chega ao local segue direto para hotéis de selva da região e não aproveita o riquíssimo acervo cultural e técnico científico existente na Cidade.

Observa-se, também, que são poucos os atrativos que cobram a entrada do visitante, portanto, os atrativos não geram alto custo em si. Talvez, a maior dificuldade seja o deslocamento dentro da cidade, já que o trânsito é, na maioria das vezes, intenso e pode provocar o desperdício de tempo. Além disso, são poucos os atrativos sinalizados nas vias de Manaus.

Há de se promover ações que contribuam para a comercialização desses atrativos em conjunto com os produtos já comercializados, a fim de aproveitar o potencial turístico existente em Manaus e maximizar os benefícios que a atividade turística pode gerar na cidade.

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De um modo geral, pode-se afirmar que os preços atualmente praticados para os serviços e equipamentos turísticos são elevados e não estão compatíveis com a qualidade dos serviços existentes. Destaca-se, no entanto, com relação aos serviços e equipamentos turísticos, os hotéis de selva, que trabalham com alto preço, mas oferecem serviço diferenciado e estruturas qualificadas.

Os hotéis de selva contribuem de forma decisiva para a atratividade da Amazônia Legal, comumente funcionando como o próprio atrativo na comercialização do produto turístico. Talvez, por falta de uma comercialização adequada das agências e operadoras na região, os hotéis transformaram-se em comerciantes e promotores de seus próprios produtos turísticos. Não proporcionam apenas serviço de hospedagem, mas suas instalações propiciam contato direto com a floresta amazônica, o que torna a estada ainda mais interessante, pois o turista tem a oportunidade de vivenciar a natureza em um local bem estruturado e confortável. São empreendimentos que praticam altos preços, mas com alto grau de diferenciação e prestação de serviços de alta qualidade, apesar do ambiente rústico que integra a imagem e o conceito de ambiente da natureza em que se encaixam.

De acordo com operadores de turismo, os investimentos em Manaus estão voltados somente para o mercado empresarial deixando de lado o de lazer. “A área de lazer não está sendo bem visionada pelos empresários do ramo de hotelaria, por exemplo. Quem vai a Manaus e procura apartamento duplo só encontra em uma rede hoteleira. Se for uma família de cinco pessoas, eles não encontram nenhum apartamento triplo, então é preciso ter investimentos também no mercado de lazer”, disse Socorro Melo, da empresa Turística Ambiental.14

Ressalta-se, também, a baixa profissionalização dos empreendedores locais para o turismo, o que dificulta a formatação de seus equipamentos para este fim.

Quanto aos serviços e equipamentos para eventos, predomina a baixa profissionalização na captação e realização de eventos, seja pela insuficiência de equipamentos adequados ou por incipiente preparo de mão de obra especializada.

Com relação a equipamentos de entretenimento e lazer, revela-se a importância do Parque Ponta Negra, uma importante área para este fim em Manaus. Atenta-se, no entanto, para a precariedade deste equipamento e para a segurança no local que possui altos índices de violência e prostituição.

Verifica-se, também, na região, a escassez de mão de obra especializada, em especial voltada à demanda internacional. O resultado é um atendimento precário ao turista e baixa qualidade dos serviços prestados.

Quanto à implantação/gestão ambiental, a situação predominante na Amazônia Legal é de serviços e equipamentos turísticos, com incipiente observação dos critérios de sustentabilidade em sua implementação e em sua gestão. Alguns desses empreendimentos são inadequados ao clima local em termos de conforto ambiental e materiais utilizados.

14 Matéria: Operadores nacionais - Diagnóstico revela o turismo em Manaus. Disponibilizado pela Assessoria de Comunicação da Manaustur em 08/06/2010.

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Finalmente, observa-se a necessidade de controle e fiscalização por parte das entidades que promovem e fomentam o turismo no país e na região, a fim de alcançar a adequação da oferta de equipamentos e serviços às exigências do mercado e às necessidades do próprio ambiente natural da Amazônia.

Em relação à infraestrutura básica e aos serviços gerais, constata-se que os meios de acesso mais utilizados, por questão de disponibilidade, são o modo aéreo e fluvial. Nesse sentido, investimentos têm sido destinados à melhoria do Porto de Manaus e do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, que se encontra obsoleto e não condiz com um equipamento de um importante Portal de Entrada, como é o caso de Manaus.

O transporte fluvial merece especial atenção, uma vez que é por meio dele que se pode acessar os pontos turísticos da Orla do Rio Negro e de seus afluentes. A falta de opção em transporte fluvial a preços acessíveis faz com que os turistas sejam reféns das empresas de turismo, o que reduz as possibilidades de locomoção via fluvial. Até o deslocamento dentro da cidade, por exemplo, do centro histórico até a Ponta Negra, poderia ser realizado por meio de transporte hidroviário. Esta possibilidade pouparia o turista do caótico trânsito da cidade.

O deslocamento a pé no centro histórico deve ser incentivado por meio da valorização do pedestre e do ciclista. A redução do tráfego de veículos motorizados no centro também é uma medida desejável, a exemplo de cidades históricas, em especial as europeias. Valorizam-se, assim, as pessoas e os atrativos turísticos do centro de Manaus. Nesse sentido, algumas medidas têm sido tomadas pelo poder público para requalificação do centro histórico, como assinalado no capítulo sobre a infraestrutura.

Como é sabido, a grande incidência pluviométrica na cidade prejudica a qualidade geral dos pavimentos e satura a capacidade da rede de drenagem urbana. Deste modo, especial atenção deve ser dispensada à manutenção constante e investimentos em prevenção desse tipo de problema. Quanto à drenagem das águas pluviais, outro agravante é o excesso de lixo nas ruas da cidade, o que, ao que tudo indica, não é causado por falhas no serviço de coleta, mas pela falta de conscientização da população em geral. O problema do lixo foi identificado também em pontos turísticos na Orla da Ponta Negra. Assim, a conscientização ambiental deve ser trabalhada com a população de maneira constante.

A rede de esgoto de Manaus também deixa muito a desejar. A rede de coleta atende a pouco mais que 11% da população, um dado alarmante para uma cidade de grande porte. O tratamento do esgoto é outro problema a ser sanado, uma vez que atende apenas a 2,9% da população. O resultado são igarapés com forte odor de esgoto pela cidade visto o excesso de esgoto que é lançado diretamente nos cursos de água.

O sistema de limpeza urbana é eficiente, no entanto, necessita-se de trabalho de conscientização da população quanto à disposição de lixo nas ruas. Outro ponto a ser observado quanto ao lixo é a necessidade de aumentar o volume de material reciclado, estendendo-se a coleta seletiva a todos os bairros da cidade e instalando-se mais Pontos de Coleta Voluntaria.

Com a chegada da Copa do Mundo FIFA 2014, a tendência de investimento em infraestrutura tende a aumentar e muitos problemas a ela relacionados tendem a ser sanados. Deve-se, assim, também buscar traduzir em políticas públicas claras e direcionadas o lugar prioritário conferido ao turismo, influindo, inclusive, na política de

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preços adotada para a Região, a fim de novos produtos turísticos surgirem de forma mais acessível e qualificada.

2.6.3 Posição atual da Área no mercado turístico X posicionamento potencial

O turismo, devidamente planejado e monitorado, constitui uma atividade econômica promissora, cuja ascensão mudou o panorama econômico de diversos países, tais como México, França e Itália.

No Brasil, as expectativas têm sido extremamente positivas depois da crise que alterou negativamente o fluxo e interferiu em sua evolução no período 2000 a 2005. Hoje, o cenário nacional descortina um potencial de crescimento constante e promissor que tem como base um planejamento governamental articulado entre os diversos níveis, propiciando uma nova organização para o setor em uma perspectiva de crescimento extremamente positiva.

Concorre para isso a estabilidade econômica aliada a acontecimentos estratégicos tais como a Copa do Mundo e as Olimpíadas que serão realizadas no país. Neste contexto, Manaus comparece como destino emergente que tem apresentado taxas de crescimento, no fluxo turístico, superiores às brasileiras. Não obstante, sua participação atual no panorama nacional ainda é tímida, apontando para um enorme potencial a ser desenvolvido.

Manaus constitui o Portal de Entrada para a Amazônia Brasileira, sendo assim, é detentora de características físico-ambientais singulares, possui uma riqueza ambiental inestimável, o que constitui um diferencial turístico e também lhe confere originalidade e amplas possibilidades distintas entre si, a depender da época do ano e do local em que se desenvolvem. Esta constitui, se bem capitalizada, uma grande vantagem competitiva que possibilita a minimização dos efeitos da sazonalidade na região.

Além disso, Manaus também possui grande valor histórico e cultural, pois protagonizou o ciclo da borracha, uma parte importante da história econômica e social do Brasil; possui inúmeras edificações em estilos arquitetônicos diferenciados e apresenta diversas manifestações da tradição amazônica, muito influenciada pelos povos indígenas.

Outro grande diferencial existente em Manaus são os Hotéis de Selva que por si só atraem uma parte considerável do fluxo internacional, cerca de 22% do fluxo total.

Com o seu potencial turístico calcado em uma oferta diferenciada pontuada por atrativos naturais singulares e reconhecidos internacionalmente, Manaus ainda não consegue traduzir esta riqueza em desenvolvimento turístico e atração de demanda. Entre os fatores que contribuem para esta situação, pode-se citar:

■ Baixa oferta de produtos turísticos trabalhados e comercializados capazes de promover maiores gastos médios diários na área urbana;

■ Grande distância dos maiores emissores nacionais e internacionais, tornando a comercialização turística complexa;

■ Promoção e marketing insuficientes para uma atração estratégica e eficiente;

■ Baixa competitividade diante de destinos competidores.

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Algumas questões relevantes são também salientadas por Mário Beni em seu livro “Globalização do Turismo: Megatendências do setor e a realidade brasileira.” (2003) e se aplicam perfeitamente a Manaus, tais como:

■ Potencial não é realidade – por mais vantajoso que ele possa parecer;

■ Vender produtos ditos únicos, baseados exclusivamente no seu aspecto físico é um equívoco;

■ Prometer mais do que se pode oferecer é danoso para o produto turístico;

■ O turista estrangeiro não deve ser valorizado em excesso em detrimento do turista doméstico, na verdade, ambos são importantes e o melhor caminho é a diversificação.

Hoje, Manaus busca estar inserida nas tendências do turismo moderno por meio de um conjunto de intervenções que visam à preparação do destino para atuar competentemente na atração de fluxos majoritários com sustentabilidade, com o objetivo de se firmar de forma efetiva no mercado turístico.

Neste sentido, é preciso um alinhamento às expectativas do mercado que apontam a tendência de turistas cada vez mais exigentes em termos de padrão de qualidade dos serviços turísticos. Além disso, é necessário focar seu mercado de acordo com os nichos mais apropriados à região, com um trabalho de marketing voltado aos segmentos-meta registrados nas pesquisas nacionais e internacionais recentes, citadas ao longo deste capítulo, quais sejam: mercado europeu, norte-americano e asiático.

Manaus é notabilizada no cenário nacional por possuir em sua repartição de demanda percentagem considerável de turistas estrangeiros comparativamente com o restante do país, cujo interesse maior é a prática do Ecoturismo. No que se refere à demanda nacional, esta é muito tímida, se estratificada em termos inter-regionais. A demanda nacional Manauara ainda é eminentemente intrarregional com traços negativos para a atividade turística, tais como a hospedagem em casa de amigos e parentes e baixo gasto médio diário. Por outro lado, e de acordo com a “Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil – MTUR/2007, Manaus povoa o imaginário da demanda brasileira em termos de desejo de viagem. Percebe-se, portanto, uma demanda reprimida de turistas nacionais para Manaus.

2.6.4 Matriz SWOT

O modelo SWOT é também conhecido como o modelo de Harvard. SWOT constitui a junção das iniciais (em inglês) dos quatro elementos-chave desta análise estratégica, a saber:

■ STRENGHTS - pontos fortes: vantagens internas de Manaus em relação aos destinos concorrentes;

■ WEAKNESSES - pontos fracos: desvantagens internas de Manaus em relação aos destinos concorrentes;

■ OPPORTUNITIES - oportunidades: aspectos positivos com o potencial de fazer crescer a vantagem competitiva de Manaus;

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178

■ THREATS - ameaças: aspectos negativos com o potencial de comprometer a vantagem competitiva de Manaus.

A ideia é a de avaliar, por meio de uma reflexão aprofundada, quais são estes elementos-chave, tendo em vista que previamente, foram consideradas informações internas (para os pontos fortes e fracos) e externas (para as oportunidades e ameaças).

A matriz SWOT constitui uma importante ferramenta para a montagem das estratégias e planos de ação. Ela apresenta uma avaliação das oportunidades e ameaças cruzadas com os pontos fortes e fracos dos aspectos/ temas relevantes para o turismo na região. Isto permitirá incorporar a análise dos potenciais impactos e definir estratégias de desenvolvimento do turismo com base sustentável.

Estão incluídos na matriz SWOT os aspectos levantados e analisados nos capítulos anteriores, o que permite incorporar a análise do potencial de Manaus como destino atual e futuro.

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QUADRO 25 – ANÁLISE SWOT PONTOS FORTES PONTOS FRACOS OPORTUNIDADES AMEAÇAS

• Destino exótico e diferenciado (biodiversidade, diversidade cultural, culinária e etnias indígenas);

• Destino que melhor responde aos aspectos de interesse da demanda internacional para a Amazônia;

• Hotéis de Selva; • Reconhecimento internacional

(pulmão do mundo); • Presença do PIM; • Existência de transportes fluviais

tradicionais e capilaridade fluvial; • Capacidade (profundidade e ligação

oceânica) para receber navios transatlânticos;

• Existência de hospitais especializados em doenças tropicais;

• Existência de UCs e outras áreas protegidas;

• Projetos de educação ambiental promovidos pelo município;

• Adoção pela SEMMAS de política ambiental interna com os critérios da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P;

• Revisão recente e regulamentação do Plano Diretor de Manaus.

• Deficiência de Promoção e Marketing (imagem turística, informações turísticas disponíveis e materiais promocionais);

• Produtos turísticos pouco consolidados na área urbana; • Baixa oferta de equipamentos que ofertam atividades de

Lazer e Entretenimento e ausência de local qualificado para usufruto do Rio Negro pelo turista;

• Degradação do Parque Ponta Negra; • Baixa qualificação da mão de obra para o turismo; • Infraestrutura aeroportuária deficiente; • Grande distância dos principais centros emissores; • Baixa competitividade frente a outros destinos nacionais

(alto custo), ressaltando-se os transportes; • Baixa adoção de medidas sustentáveis e de adaptação a

PNE nos empreendimentos e atrativos turísticos; • Situação precária das marinas privadas e baixa

fiscalização no transporte fluvial; • Baixa oferta de serviços e equipamentos para eventos de

grande porte; • Área central invadida pelo comércio informal; • Sinalização geral e turística incipientes; • Poucas UC’s com planos de manejo e/ou de uso público; • Fragilidade dos mecanismos de participação da

sociedade local na gestão do turismo; • Base legal essencial para a gestão municipal ao turismo

incompleta ou desatualizada e desarticulada intersetorialmente;

• Dificuldade de acesso a linhas de financiamento para empreendimentos turísticos;

• Produto turístico atual não atende às exigências de qualidade do mercado internacional.

• Copa FIFA 2014; • Reconhecimento nacional e

internacional da Amazônia; • Momento Brasil e oportunidades de

divulgação do destino Manaus; • Fortalecimento das políticas de

marketing internacional (EMBRATUR);

• Incremento do Turismo Náutico em nível mundial;

• Prática crescente de turismo em praias fluviais;

• Manaus é o 10º destino mais desejado no Brasil (pesquisa MTUR/2007);

• Parcerias Público/Privadas; • Investimentos do Governo Federal

(PAC, PRODETUR); • Recursos para modernização do

Aeroporto e Porto propiciados pelo Governo Federal;

• Políticas ambientais diferenciadas para suporte de atividades econômicas de base sustentável e fins conservacionistas;

• Influência da Internet, abrindo oportunidades de oferta turística;

• Regulamentação e efetivação da Lei Geral do Turismo.

• Turismo sexual no Parque Ponta Negra;

• Alto desempenho de destinos nacionais e internacionais competidores;

• O Brasil não associa Manaus ao descanso e ao lazer e tem receio de sua visita causar impactos;

• Forte concorrência com o principal produto turístico brasileiro já estabelecido – Sol e Mar;

• Acidentes com embarcações; • Alto índice pluviométrico; • Possibilidades de endemias; • Aumento de desmatamento, e

impactos devido ao descontrole das atividades econômicas (incluindo o turismo).

Fonte: ALTRAN TCBR

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180

3 VALIDAÇÃO DA SELEÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA

3.1 IMPORTÂNCIA DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS

Os atrativos turísticos são o conjunto dos recursos naturais e culturais que, em sua essência, constituem a matéria prima da atividade turística, pois são eles que provocam o deslocamento de turistas até o destino.

No entanto, a potencialidade turística de um destino não deve ser avaliada apenas pela quantidade de atrativos existentes, mas pelo valor qualitativo que os mesmo representam. Sendo assim, para contribuir com a identificação das áreas prioritárias para a recepção de investimentos em Manaus, foi realizada uma hierarquização que permite a classificação de cada atrativo relevante, de acordo com uma escala pré-estabelecida. Assim, são fornecidos subsídios para a diferenciação objetiva de suas características e do grau de importância entre eles.

Os atrativos hierarquizados estão listados no Quadro 12, no item referente à análise da oferta turística de Manaus.

A metodologia para hierarquização dos atrativos é apresentada a seguir.

3.1.1 Metodologia para Hierarquização dos Atrativos de Manaus

Especificamente para caracterização e hierarquização dos atrativos turísticos de Manaus, foi realizada pesquisa de campo. Sendo assim, foram visitados os principais atrativos turísticos de Manaus, listados no item 2.1.3, referente à análise da oferta turística. Cada atrativo foi fotografado e teve sua localização marcada por Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System – GPS).

Foram avaliados os seguintes aspectos e considerada uma escala de 1 a 4 para julgamento dos parâmetros definidos:

QUADRO 26 – ASPECTOS DA HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS DE MANAUS ASPECTOS AVALIADOS DESCRIÇÃO ESCALA (PARÂMETROS)

Acessibilidade Situa o atrativo com relação à facilidade de acesso

1 – Acessibilidade difícil 2 – Acessibilidade mediana 3 – Boa acessibilidade 4 – Excelente acessibilidade

Singularidade

Situa a força do atrativo através de suas qualidades estéticas e o qualifica em relação ao potencial turístico, comparado aos demais atrativos da área de estudo.

1 – Vulgar 2 – Comum 3 – Atraente 4 – Singular

Estado de Conservação Situa as condições do ambiente original no qual se encontra o atrativo.

1 – Degradado 2 – Pouco conservado 3 – Conservado 4 – Preservado

Infraestrutura

Situa as condições de infraestrutura turística que atende ao atrativo (agências de receptivo, hospedagem, alimentação).

1 – Insuficiente 2 – Mediana 3 – Satisfatório 4 – Boa

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181

ASPECTOS AVALIADOS DESCRIÇÃO ESCALA (PARÂMETROS)

Período Favorável para Uso

Situa a disponibilidade do atrativo em tempo, determinada, pelo grau de tempo favorável para o seu uso

1 – Sem uso 2 – Disponível entre 1 e 3 meses no ano 3 – Disponível entre 3 e 7 meses no ano 4 – Disponível entre 7 e 12 meses no ano

Grau de Interesse da Demanda Local

Situa o atrativo com relação à preferência da demanda local

1 – Nenhum 2 – Baixo 3 – Médio 4 – Alto

Grau de Interesse da Demanda Nacional

Situa o atrativo com relação à preferência da demanda nacional

1 – Nenhum 2 – Baixo 3 – Médio 4 – Alto

Grau de Interesse da Demanda Internacional

Situa o atrativo com relação à preferência da demanda internacional

1 – Nenhum 2 – Baixo 3 – Médio 4 – Alto

Fonte: ALTRAN TCBR

A classificação indica o grau de interesse de cada atrativo, atribuindo um valor quantitativo às suas características, baseado na intensidade da sua atratividade, em que é estabelecida uma ordem quantitativa para priorizar seu desenvolvimento para o turismo. Sendo assim, o somatório das notas atribuídas aos parâmetros define a situação atual de cada atrativo.

Para tanto, tem-se:

� Atratividade comprometida: notas entre 8 e 18 (amarelo);

� Atratividade mantida: notas entre 19 e 26 (verde);

� Atratividade alta: notas entre 27 e 32 (laranja).

A análise destes aspectos foi consolidada em uma matriz de avaliação que permitiu uma visão integrada do macro potencial turístico de cada atrativo, como se apresenta no item a seguir.

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3.1.2 Resultados da Hierarquização

TABELA 35 – MATRIZ DE HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS DE MANAUS

ATRATIVO PONTUAÇÃO

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Praia de Ponta Negra 3 3 2 3 4 4 4 4 27 Áreas de Selva 2 4 3 3 4 4 4 4 28 Praia do Tupé 2 4 3 2 2 4 4 4 25 Praia Dourada 3 2 2 2 2 4 2 2 19 Praia da Lua 2 3 3 2 2 4 3 3 22 Encontro das Águas 3 4 3 2 4 2 4 4 26 Parque do Mindu 3 3 3 3 4 4 2 2 24 Monumento à Abertura dos Portos 3 3 3 4 4 1 2 2 22 Teatro Amazonas 3 4 3 4 4 4 4 4 30 Prédio da Alfândega 3 3 3 4 0 1 3 3 20

Porto flutuante de Manaus 3 2 2 4 4 1 2 2 20

Palácio Rio Branco 3 3 3 3 4 2 2 2 22 Igreja do Pobre Diabo 2 3 2 2 0 2 1 1 13

Igreja de São Sebastião 3 2 2 4 4 3 2 2 22

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição 3 4 3 4 4 4 3 3 28

Reservatório do Mocó 2 4 4 4 0 1 1 1 17

Museu de Ciências Naturais da Amazônia 1 3 3 1 4 3 3 3 21

Museu do Índio 2 2 3 2 4 2 2 2 19 C.C. Palácio Rio Negro 3 4 4 3 4 4 4 4 30

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ATRATIVO PONTUAÇÃO

Ace

ssib

ilida

de

Sin

gula

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e

Est

ado

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Con

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TO

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C. C.Palácio da Justiça 3 4 3 4 4 3 3 3 27

C. C. Palacete Provincial – Museu da Numismática e de Arqueologia 3 4 4 4 4 4 3 3 29

Centro de Artes Usina Chaminé 3 4 3 2 4 3 2 2 23

Centro Cultural do Largo de São Sebastião 3 4 3 4 4 4 4 4 30

Central de Artesanato Branco e Silva 2 1 2 2 4 3 2 3 19

Centro de Artesanato Waimiri-Atroari 2 1 2 2 4 1 1 2 15

Bosque da Ciência do Instituto de Pesquisa da Amazônia – INPA 2 3 3 1 4 4 3 4 24

Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva - CIGS 2 2 2 2 4 4 3 3 22

Jardim Botânico Adolpho Ducke 1 4 4 1 4 4 4 4 26

Fonte: ALTRAN TCBR

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184

O que caracteriza o comprometimento da atratividade de tal grupo de atrativos são, basicamente, a acessibilidade deficiente e o baixo interesse, tanto da demanda local quanto da nacional e internacional.

QUADRO 27 – ATRATIVIDADE COMPROMETIDA ATRATIVO PONTUAÇÃO

Igreja do Pobre Diabo 13

Centro de Artesanato Waimiri-Atroari 15 Reservatório do Mocó 17 Fonte: ALTRAN TCBR

A Igreja do Pobre Diabo e o Reservatório do Mocó, apesar de terem ficado com pontuação alta no que se refere à singularidade, devido a sua arquitetura diferenciada, ficaram sem pontuação quanto ao uso, já que a Igreja raramente abre e o Reservatório ainda funciona como caixa d’água para abastecimento da cidade e, portanto, apenas suas fachadas podem ser contempladas.

FOTO 6 – RESERVATÓRIO DO MOCÓ

FOTO 7 – IGREJA POBRE DIABO

Boa parte dos atrativos hierarquizados encontra-se na categoria de atratividade mantida.

QUADRO 28 – ATRATIVIDADE MANTIDA ATRATIVO PONTUAÇÃO

Praia Dourada 19

Central de Artesanato Branco e Silva 19

Museu do Índio 19 Prédio da Alfândega 20 Porto flutuante de Manaus 20 Museu de Ciências Naturais da Amazônia 21 Palácio Rio Branco 22 Igreja de São Sebastião 22 Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva - CIGS 22 Monumento à Abertura dos Portos 22 Praia da Lua 22 Centro de Artes Usina Chaminé 23 Bosque da Ciência do Instituto de Pesquisa da Amazônia – INPA 24 Parque do Mindu 24

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ATRATIVO PONTUAÇÃO Praia do Tupé 25 Encontro das Águas 26 Jardim Botânico Adolpho Ducke 26 Fonte: ALTRAN TCBR

Atrativos como o Encontro das Águas e as Praias, apesar da alta singularidade e do alto interesse, principalmente das demandas nacionais e internacionais, perderam pontuação no que se refere à acessibilidade e infraestrutura. No caso das praias, chama-se a atenção para a restrição de uso, durante apenas quatro meses no ano, na vazante e seca do rio, ou seja, entre julho e novembro.

No caso desses atrativos, a acessibilidade e a infraestrutura estão bem ligadas, já que o turista depende do transporte fluvial existente, e, conforme muito bem explorado no diagnóstico, as marinas são bastante deficitárias e os valores dos passeios bem elevados. O turista que, por acaso, não utilize agências de viagem terá grandes dificuldades de acesso a esses atrativos.

Os atrativos do referido grupo estão ligados ao Turismo Cultural e ao Ecoturismo.

Quanto aos atrativos técnico-científicos – INPA, Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGS e Jardim Botânico Adolpho Ducke – o Museu de Ciências Naturais e a Central de Artesanato, todos possuem dificuldades de acesso, principalmente por falta de sinalização adequada e infraestrutura deficiente, devido à localização distante de áreas com equipamentos e serviços de alimentação, de hospedagem.

O Prédio da Alfândega, apesar da arquitetura singular, não é aberto à visitação.

Os demais atrativos perderam pontuação nos quesitos grau de interesse da demanda nacional e internacional, já que são utilizados, basicamente, pela população local.

FOTO 8 – ENCONTRO DAS ÁGUAS

FOTO 9 – PRÉDIO DA ALFÂNDEGA

A maioria dos atrativos deste grupo corresponde ao grupo de atrativos culturais da cidade de Manaus e são caracterizados pela presença de infraestrutura satisfatória ou boa. Além disso, são qualificados com relação ao estado de conservação, à infraestrutura, à singularidade e estão acessíveis para uso durante todo o ano. O grau de interesse das demandas locais, nacionais e internacionais também foi considerado entre médio e alto.

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QUADRO 29– ATRATIVIDADE ALTA ATRATIVO PONTUAÇÃO

Praia de Ponta Negra (Parque Ponta Negra) 27 Centro Cultural Palácio da Justiça 27 Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição 28 Centro Cultural Palacete Provincial – Museu da Numismática e Museu de Arqueologia 29 Áreas de Selva Amazônica 28 Teatro Amazonas 30 Centro Cultural Palácio Rio Negro 30 Centro Cultural do Largo de São Sebastião 30 Fonte: ALTRAN TCBR

Destaca-se, no entanto, a Praia de Ponta Negra ou Parque Ponta Negra, um atrativo que pode ser caracterizado como natural, devido à presença da praia fluvial, e também pode ser considerado um importante equipamento de entretenimento e lazer. A menor pontuação deste atrativo foi com relação ao seu estado de conservação que se encontra precário.

Observa-se que tal atrativo é de grande relevância para o Município, já que é o único local público e estruturado que se tem condições de ter o primeiro contato com o rio, um importante ícone de Manaus.

A experiência de selva ocorre durante a ida aos hotéis de selva e visitação de seu entorno. O hotel de selva apresenta uma caracterização sui generis, pois atua como produto turístico, tendo a selva como atrativo.

FOTO 10 – PALACETE PROVINCIAL

FOTO 11 – PALÁCIO RIO NEGRO

FOTO 12 – PONTA NEGRA

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MAPA 8 – HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS

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Conforme o Mapa 8 apresentado, percebe-se que a concentração dos atrativos mais relevantes encontra-se em Ponta Negra, no Centro Histórico e nas Áreas de Praias e do Encontro das Águas, sendo assim, serão as áreas prioritárias para investimento do PRODETUR Nacional Manaus.

Outras áreas de grande interesse são as que abrigam os hotéis de selva e a área onde se encontra o Polo Industrial de Manaus – PIM. Estes são os principais indutores do turismo para a Manaus, no entanto, as áreas de hotéis de selva ficam impossibilitadas de receber investimento por serem áreas particulares e a área do PIM já está bem estruturada do ponto de vista turístico, necessita apenas da implantação de sinalização turística, assim como as demais áreas da cidade.

3.2 ACESSIBILIDADE E CONECTIVIDADE

Neste item, são analisados os principais acessos aos atrativos turísticos de Manaus. Primeiramente, será apresentada a situação atual das principais vias da cidade, em seguida, as condições do transporte hidroviário, considerando o acesso dos turistas aos atrativos.

A área urbana de Manaus está estruturada em grandes eixos viários que permitem conexões importantes dentro dela. Há, atualmente, dez corredores urbanos, apresentados no Mapa 9 a seguir. Abaixo, segue uma descrição das vias que compõem esses corredores e as interfaces com os principais atrativos turísticos da cidade:

■ Corredor Sul/Norte – abrange as faixas lindeiras aos principais eixos Sul/Norte (Avenidas Djalma Batista, Constantino Nery e Torquato Tapajós), caracteriza-se como vetor de expansão da área central da cidade, concentrando atividades de comércio, serviços e equipamentos de grande porte. Este corredor é o principal acesso radial ao centro da cidade, ou seja, é possível acessar por ele os atrativos turísticos localizados no Centro Histórico. No local, estão localizados diversos shoppings e equipamentos que oferecem serviços gastronômicos e de hotelaria. Por esse corredor podem ser acessadas as rodovias BR-174 e AM 010, que ligam Manaus à Venezuela/Roraima e à Itacoatiara, respectivamente;

■ Corredor da Avenida do Turismo – abrange as faixas lindeiras à Avenida do Turismo, com presença de equipamentos de grande porte e com estímulo à implantação de atividades de comércio e de serviços. Neste corredor, concentram-se restaurantes, bares e casas noturnas que dinamizam a área, principalmente à noite. Ele conecta o Aeroporto à Orla da Ponta Negra, atrativo turístico importante para a cidade;

■ Corredor Avenida Brasil/ Ponta Negra – abrange as faixas lindeiras às Avenidas Brasil e Coronel Teixeira e à Estrada Ponta Negra. Apresenta centros significativos de comércio e serviços e equipamentos de grande porte, bem como grandes áreas institucionais. No corredor, é estimulada a implantação de atividades comerciais e de serviços e equipamentos. A Avenida Brasil é uma opção de conexão do Centro Histórico de Manaus à Orla Ponta Negra, sendo, por isso, muito importante para o turismo local;

■ Corredor Boulevard Amazonas – abrange as faixas lindeiras às Avenidas Álvaro Maia, Ruas Belém, Castelo Branco e Carvalho Leal. Apresenta centros significativos de comércio e serviços. Pode-se acessar o Distrito Industrial de Manaus por este corredor, onde há grande concentração de hotéis;

■ Corredor Darcy Vargas – abrange as faixas lindeiras às Avenidas Jacira Reis, Darcy Vargas e Efigênio Sales e apresenta centros significativos de comércio e serviços

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com equipamentos de grande porte. Algumas das vias deste corredor são rotas alternativas para o acesso à Orla da Ponta Negra;

■ Corredor Rodrigo Otávio – abrange as faixas lindeiras às Avenidas General Rodrigo Otávio, do Contorno, Presidente Kennedy e Leopoldo Peres. Apresenta centros significativos de comércio e serviços e equipamentos de grande porte. Por meio da Avenida Rodrigo Otávio é possível acessar a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Distrito Industrial;

■ Corredor Aleixo – abrange as faixas lindeiras às avenidas Paraíba, André Araújo e Cosme Ferreira, com presença significativa de atividades produtivas e equipamentos de médio e grande porte. É possível acessar a área próxima ao INPA e ao Museu de Ciências Naturais por ele;

■ Corredor Autaz Mirim – abrange as faixas lindeiras à Avenida Autaz Mirim, com potencial para concentração de atividades de comércio e serviços. É possível acessar o Jardim Botânico Adolpho Ducke por este eixo;

■ Corredor Leste/Oeste – abrange as faixas lindeiras às Avenidas Grande Circular, Noel Nutels e Max Teixeira e Avenida projetado ao sul do Aeroporto Internacional Brigadeiro Eduardo Gomes, com potencial para concentração de atividades de comércio e de serviços. Por este corredor também é possível acessar o Jardim Botânico da Reserva Aldolpho Ducke;

■ Corredor Norte – abrange as faixas lindeiras à via projetada ao norte da Área Urbana.

Como é possível observar, Corredores Norte/Sul, Avenida do Turismo, Avenida Brasil/Ponta Negra, Boulevard Amazonas e Leste/Oeste são os que possuem maior interface com os atrativos turísticos da cidade. Deste modo, devem proporcionar fluidez do tráfego, tendo em vista o incremento do potencial turístico.

Para melhor avaliar as condições dos acessos aos atrativos turísticos, foram selecionadas no Mapa 10 as áreas de concentração de atrativos, alguns pontuais e as principais vias que permitem o acesso a essas áreas.

O Mapa 11 apresenta os pontos críticos de trafego em Manaus.

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MAPA 9 – CORREDORES URBANOS DE MANAUS

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MAPA 10 – PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO AOS ATRATIVOS TURÍSTICOS D E MANAUS

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MAPA 11 – PONTOS CRÍTICOS DE TRÁFEGO – MANAUS

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Centro Histórico e Parque dos Bilhares - A maioria dos atrativos culturais se encontra no centro histórico da cidade, o qual se localiza na Zona Sul às Margens do Rio Negro. O acesso ao centro, para quem chega ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em geral, acontece por meio das principais vias radiais: Avenida Constantino Nery, Avenida Djalma Batista ou antiga Rua Recife, hoje denominada Avenida Mário Ypiranga Monteiro. O centro histórico também pode ser acessado diretamente pelo Porto de Manaus.

O eixo denominado de Norte/Sul é o principal acesso ao centro histórico para quem vem do aeroporto e da Zona Norte da cidade. Esta é também uma importante rota utilizada pelo transporte público coletivo.

O Parque dos Bilhares está localizado na Avenida Constantino Nery e pode ser acessado por meio de transporte público coletivo ou automóvel. No Parque existe estacionamento privativo e segurança da guarda municipal.

Do aeroporto até a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição são 14 km, passando pela Avenida Santos Dumont, Estrada Torquato Tapajós e Avenida Constantino Nery. A condição de trafegabilidade nestas vias é boa, com exceção dos horários de pico, quando o volume de tráfego atinge níveis de serviços elevados, prejudicando a fluidez do trânsito.

As avenidas Djalma Batista e Constantino Nery recebem uma grande convergência de outros importantes corredores viários no sentido centro, em consequencia, foi aumentado o volume de veículos ao longo destas vias. Além disso, a área de abrangência destas vias tem uma importância estratégica para a cidade, por ser uma região de grande concentração de polos geradores de tráfego, tais como: empreendimentos comerciais, instituições de ensino, órgãos públicos e hospitais.

A pavimentação da Avenida Constantino Nery apresenta muitas irregularidades e há diversos pontos de conflito. Na Av. Djalma Batista, o pavimento encontra-se em melhores condições, no entanto, existem pontos de congestionamento em função da presença de grandes agências bancárias, escolas, shoppings e conflito com pontos de travessia de pedestres. Além disso, as vias passam por bairros de alta densidade e verticalização como o Vieiralves e Nossa Senhora das Graças.

Em ambas as vias, a drenagem das águas pluviais não suporta as altas vazões nos dias de chuva intensa, ocasionando transtornos para pedestres e veículos.

A sinalização geral nestas vias é boa, no entanto, a sinalização para travessia de pedestres nem sempre é respeitada pelos motoristas. Pode-se dizer que todo o eixo representa risco de acidentes para os pedestres. Existem algumas passarelas para pedestres em desnível, localizadas em pontos estratégicos do eixo, mas que não atendem à demanda.

Há, em ambas as vias, sinalização turística indicando o Centro Histórico e a Ponta Negra. Não há indicação/sinalização para os demais atrativos.

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FOTO 13 – CONDIÇÃO DO PAVIMENTO NA AV. CONSTANTINO NERY – PRINCIPAL EIXO DE LIGAÇÃO

AO CENTRO DA CIDADE

FOTO 14 – DJALMA BATISTA Fonte: Victor Azevedo, 2008.

O eixo apresenta alguns pontos críticos com conflitos de tráfego, em especial nas áreas onde as Avenidas passam pelos bairros de São Geraldo e Nossa Senhora das Graças. Nas interseções com o binário formado pelas Ruas João Valério e Artur Bernardes, continuando pela Rua Pará, ocorrem os pontos mais críticos. A figura abaixo ilustra, por meio de fotografia aérea, as interseções: Avenidas Djalma Batista e Constantino Nery/ Ruas João Valério, Pará e Artur Bernardes

FIGURA 12 – IMAGEM AÉREA DAS INTERSEÇÕES - AVENIDAS DJALMA BATISTA E CONSTANTINO NERY/ RUAS

JOÃO VALÉRIO , PARÁ E ARTUR BERNARDES Fonte: Google Earth – abr/2009,

No corredor da Avenida Djalma Batista, o ponto crítico existente ocorre na interseção com Avenida João Valério. Apesar de não existirem dados do volume de tráfego e nem dados sobre os acidentes ocorridos neste local, foi observado que existe um volume considerável de veículos nesta interseção.

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No corredor da Avenida Constantino Nery, os pontos críticos existentes ocorrem nas interseções com o binário das Ruas João Valério e Artur Bernardes, continuando pela Rua Pará.

Outro ponto crítico no eixo acontece na área que cruza a Zona Centro Sul nos bairros da Chapada e Parque 10 de Novembro e Flores, onde ocorre a interseção com semáforo junto à Avenida Pedro Teixeira, ao lado do estádio Vivaldo Lima. A Figura 13 apresenta a interseção: Avenidas Djalma Batista e Constantino Nery / Pedro Teixeira.

FIGURA 13 – IMAGEM AÉREA DA INTERSEÇÃO - AVENIDAS DJALMA BATISTA E CONSTANTINO NERY/

PEDRO TEIXEIRA Fonte: Google Earth – abr/2009.

O giro a esquerda na interseção semaforizada da Avenida Djalma Batista para entrar na Avenida Pedro Teixeira gera um ponto de conflito e utiliza uma faixa do sentido Sul / Norte como estocagem. Apesar de não existirem dados atuais do volume de tráfego e nem dados sobre os acidentes ocorridos neste local, foi observado que existe um volume considerável de veículos nesta interseção.

Para quem chega pelo Porto de Manaus, o acesso aos atrativos turísticos localizados no centro da cidade pode ser realizado a pé. A rede viária pedonal apresenta muitos problemas, como: falta de continuidade e pavimentação defeituosa, falta de calçadas adaptadas para pessoas portadoras de deficiência física e a sinalização dos atrativos é, em sua maioria, voltada para as vias de trânsito de veículos.

Em muitos pontos do centro da cidade, há conflito do fluxo de pedestre com o de veículos e com o comércio informal de ambulantes, conforme fotos abaixo.

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FOTO 15 - CENTRO DA CIDADE - CONFLITO ENTRE FLUXOS DE VEÍCULOS E PEDESTRES

FOTO 16 - REFORMA DO MERCADO ADOLPHO LISBOA - PEDESTRES TRAFEGANDO NA RUA

Nas proximidades do Largo São Sebastião, onde se localiza o Teatro Amazonas, as condições de tráfego de pedestre são boas. Há sinalização adequada, faixa de travessia de pedestres e calçadas adaptadas para Pessoas Portadoras de Deficiência Física (ver fotos abaixo). No entanto, ainda não existe o piso tátil, conforme estabelece a Norma Brasileira (ABNT 9050), e o transporte público, incluindo pontos de parada e veículos, não permite a circulação autônoma de pessoas com necessidades especiais.

As condições de drenagem nas vias são ruins e há muitos locais onde se acumula lixo e sujeira, como pode ser observado nas fotos abaixo.

FOTO 17 - LARGO SÃO SEBASTIÃO – PEDESTRES PODEM TRANSITAR COM SEGURANÇA

FOTO 18 - LARGO SÃO SEBASTIÃO - SINALIZAÇÃO PARA TRAVESSIA DE PEDESTRES COM SEGURANÇA

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FOTO 19 – CONDIÇÃO PRECÁRIA DA SARJETA DA RUA

TAPAJÓS AO LADO DA IGREJA SÃO SEBASTIÃO

FOTO 20 – ACÚMULO DE LIXO NA CALHA EXTERNA

DA ALFÂNDEGA

Jardim Botânico Adolpho Ducke, Museu de Ciências Na turais da Amazônia e Bosque da Ciência (INPA) - O Jardim Botânico Adolpho Ducke é o atrativo turístico que possui localização mais distante do Centro Histórico e, assim como o Museu de Ciências Naturais, não possui sinalização turística alguma. Para chegar ao Jardim Botânico, tem-se a opção de utilizar a Max Teixeira e Avenida Autaz Mirim/Grande Circular. Ambas as vias apresentam pontos críticos quanto ao tráfego.

Todas essas vias atravessam as Zonas Norte e Leste, que são as mais populosas de Manaus, além disso, são vias com alta concentração de comércio, serviços e equipamentos públicos. As vias apresentam pavimento em bom estado e alguns pontos com problemas de drenagem em dias de chuva muito intensa. A sinalização geral é satisfatória, no entanto, não possui sinalização turística. Há conflitos de pedestres nos trechos onde a ocupação lindeira é de comercio e serviços.

O acesso para o Museu de Ciências Naturais exige a travessia pela Bola do Coroado (Foto 21). Para acessar esta interseção, existem alternativas pelas vias: Avenida Efigênio Sales e Avenida André Araújo, sendo que ambas apresentam pista dupla com duas faixas por sentido e canteiro central. Também, nas duas vias, o canteiro central é estreito, não permitindo que as conversões sejam efetuadas com facilidade, o que ocasiona congestionamento nas vias. Hoje, a interseção da Bola do Coroado tem um viaduto, que melhorou a fluidez do trânsito no local. A partir da Bola do Coroado segue-se pela Avenida Cosme Ferreira, realizando a conversão à esquerda no Conjunto Petros em direção à Colônia Japonesa. Não existe sinalização alguma para o museu e, em suas proximidades, a iluminação e a pavimentação são deficientes. Segundo os moradores da Colônia Japonesa, existe um sério problema de segurança no local, principalmente no período noturno.

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FOTO 21 – BOLA DO COROADO

O Acesso ao Bosque da Ciência se dá por meio da Avenida André Araújo, que, como dito anteriormente, apresenta problema quanto à fluidez do tráfego.

Nenhum dos locais aqui considerados pode ser facilmente acessado por pessoas com necessidades especiais, uma vez que não existem calçadas regulares, sinalização e nem mesmo pontos de parada de transporte público adaptados para tal.

Parque do Mindu - O Parque do Mindu localiza-se no Bairro Parque Dez de Novembro. O principal acesso ao parque é pela via Perimetral I. Esta via concentra atividades comerciais e atravessa um bairro de ocupação residencial de média densidade. Há conflito de tráfego de veículos em alguns trechos da via. A condição do pavimento é regular, apresentando problemas de drenagem e má sinalização.

PIM – Parque Industrial de Manaus - O Distrito Industrial concentra atividades hoteleiras e serviços de gastronomia, lazer entre outros. As principais vias de acesso ao Distrito industrial são as Avenidas Tefé, Rodrigo Otávio e Avenida Presidente Costa e Silva. Ambas passam por áreas com ocupação densa de uso misto com residências, comércio e equipamentos públicos. A Avenida Rodrigo Otávio possui características diversas ao longo de seu trajeto, ela possibilita o acesso também à Universidade Federal do Amazonas. A Avenida apresenta pavimento e sinalização em bom estado, no entanto, apresenta vários pontos críticos de tráfego. A Avenida Tefé apresenta pavimento em más condições, com buracos e falta de sinalização. A drenagem ao longo da avenida é deficiente e há diversos pontos de conflito de tráfego. A Avenida Presidente Costa e Silva apresenta o pavimento em estado razoável de conservação e problemas de drenagem. Ela apresenta também conflitos de tráfego e concentra muitos equipamentos públicos.

Ponta Negra - A Ponta Negra se localiza na Zona Oeste da Cidade e pode ser acessada pelo corredor Avenida Brasil/Ponta Negra, no sentido Centro-Ponta Negra, ou pela Avenida do Turismo, no sentido Aeroporto-Ponta Negra (Foto 22).

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FOTO 22 – ESTRADA DA PONTA NEGRA

Fonte: Daniela Artur.

O primeiro eixo atravessa os bairros da Compensa (baixa renda) e Ponta Negra (alta renda) e, por isso, possui ocupação lindeira residencial de alta e média densidade, além de ocupação comercial consolidada e importantes equipamentos públicos. O eixo passou por diversas obras de requalificação, uma vez que seu trajeto acontece ao longo do igarapé, o qual antigamente era ocupado por palafitas. A pavimentação encontra-se em bom estado e a sinalização no trecho é satisfatória.

O segundo eixo apresenta ótima condição de tráfego, uma vez que sua ocupação lindeira é composta por equipamentos de lazer, casas noturnas, restaurantes e condomínios residenciais de baixa densidade e alta renda. A pavimentação encontra-se em bom estado e sinalização satisfatória.

Pode-se acessar a Ponta Negra a partir das Avenidas Constantino Nery e Djalma Batista pelas vias: Estrada Pedro Teixeira, Darcy Vargas/Jacira Reis ou ainda pela Estrada São Jorge. Tais vias apresentam alto volume de tráfego e poucas faixas de rolamento por sentido, que ocasionam retenções na via. A ocupação lindeira de ambas é predominantemente residencial de alta e média densidade. Além da ocupação residencial, também se encontram distribuídos por essas vias equipamentos públicos, de esporte e lazer, educação, hospitais e comércio consolidado.

Constata-se que, na Ponta Negra, as condições de acessibilidade para pessoas com deficiência atendem parcialmente a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT quanto à adaptação do mobiliário urbano, acessos e sinalização. Existem rampas de acesso para cadeirantes, no entanto, não há sinalização e piso tátil direcional. O mobiliário urbano não é adaptado conforme estabelece a ABNT e os equipamentos públicos não obedecem aos padrões antropométricos. Existem vagas reservadas para deficientes físicos e idosos, mas as paradas de ônibus e os próprios veículos não atendem ao desenho universal, por isso, não permitem o deslocamento com segurança e autonomia de pessoas portadora de deficiência física.

Praias Rio Negro/Tarumã - Para acessar os atrativos que se localizam às margens do Rio Negro, existem duas possibilidades, uma é utilizar o transporte hidroviário oferecido nas Marinas e Portos locais, a outra é fretar uma embarcação simples, cujo custo é elevado. Quem procura empresas de turismo pode optar por fechar o pacote que inclui o trajeto de barco e alimentação.

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O Quadro 30 apresenta os principais atrativos turísticos pertencentes ao município de Manaus e que estão localizados às margens do Rio Negro.

QUADRO 30 - ATRATIVOS TURÍSTICOS LOCALIZADOS NO RIO NEGRO – MANAUS /AM ATRATIVO TURÍSTICO ACESSO

Ponta Negra Acesso terrestre Av. Ponta Negra Praia Dourada Acesso terrestre e pelo Rio Negro Ecomuseu do Seringal Rio Negro/Tarumã – ideal saída da Marina Davi Ecopark Rio Negro/Tarumã – ideal saída da Marina Davi

Encontro das Águas Rio Negro/Solimões – ideal saída CEASA/Distrito Industrial

Praia da Lua Rio Negro – ideal saída Marina Davi Praia do Tupé Rio Negro – ideal saída Marina Davi Arquipélago de Anavilhanas Rio Negro – ideal saída Marina Davi ou Porto de Manaus

Praia Dourada – a praia possui acesso via terrestre, mas pode também ser acessada pelo Rio Tarumã. O acesso por terra se dá por meio da Avenida do Turismo e via local. A Avenida do Turismo apresenta pavimento em bom estado com pista dupla com duas faixas por sentido separadas por canteiro central, no entanto, não apresenta sinalização adequada para a Praia Dourada. A via local é parcialmente pavimentada e tem sinalização precária em placas de madeira. Não há nenhum tipo de dispositivo que permita a melhoria das condições de acessibilidade de pessoas com necessidades especiais.

Ecopark, Ecomuseu do Seringal, Praia da Lua e Praia do Tupé – tais atrativos estão localizados ao longo das margens do Rio Negro, Rio Tarumã e Tarumã Mirim, na direção noroeste de Manaus, ou seja, têm ligação mais direta com a localidade da Ponta Negra. O acesso a eles se dá por meio fluvial, que pode ser realizado por transporte fretado ou por barcos de linha que partem da Marina Davi em direção às comunidades ribeirinhas.

O Ecopark, um dos hotéis de selva de Manaus, está localizado no rio Tarumã e possui guarita de entrada, onde os visitantes devem se identificar, há também um barco próprio que faz o translado do Ecopark até a marina Tauá (marina particular localizada às margens do Rio Negro). No Ecopark (Foto 23), os visitantes não têm acesso livre, devem agendar previamente as visitas para grupos com mais de seis pessoas e não há barco de linha que pare no local. A seguir, ainda neste capítulo, será descrita a condição de funcionamento das marinas utilizadas para acessar os atrativos do Rio Negro/Tarumã.

FOTO 23 – PÍER DE RECEPÇÃO DO ECO PARK

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O Museu do Seringal é aberto ao público e possui píer para as embarcações. Sua localização no rio Tarumã Mirim não permite o acesso de grandes embarcações e, no período de seca, até as pequenas embarcações podem ter dificuldade em chegar ao local.

FOTO 24 – MUSEU DO SERINGAL

As praias da Lua e do Tupé são abertas à visitação. Ambas são protegidas e fiscalizadas por órgãos ambientais, no entanto, em dias de muito movimento, é visível e alarmante a presença de lixo e urubus na área.

Os barcos das cooperativas que operam no trajeto entre a cidade de Manaus e as praias não são adaptados para receber pessoas com necessidades especiais, o que inviabiliza a circulação autônoma das mesmas. Nas praias, não existe nenhum tipo de dispositivo de desenho universal.

FOTO 25 – PRAIA DA LUA NA ÉPOCA DE CHEIA

Arquipélago de Anavilhanas – O acesso ao arquipélago pode ser realizado via fluvial ou aérea, ambos fretados. Para melhor visualização do conjunto formado por 400 ilhas, o ideal é um sobrevoo no local. Em Manaus, diversas empresas de táxi aéreo fretam aeronaves e helicópteros para este fim.

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Encontro das Águas – O Encontro das Águas é o local onde os rios Negro e Solimões se juntam para formar o Rio Amazonas. Para acessar o local, o ideal é que se parta direto do Porto da CEASA ou do Porto de Manaus. O acesso ao atrativo só pode se realizar por meio fluvial, com uso de barcos fretados ou de cooperativas, que partem da CEASA em direção ao Careiro da Várzea. Nenhum dos barcos disponibilizados pela cooperativa é adaptado para pessoas com necessidades especiais.

Marina Davi – Localizada no bairro da Ponta Negra, é um local movimentado de embarcações, onde existem duas cooperativas que atendem ao transporte diário de passageiros com destino a comunidades ribeirinhas e turismos na orla do Rio Negro. A partir da Marina Davi, é possível acessar, por meio de barcos das cooperativas, atrativos turísticos localizados ao longo do alto Rio Negro, como a praia da Lua, praia do Tupé, o Ecomuseu do Seringal, entre outros.

As cooperativas trabalham por demanda, sem horário fixo para partidas das embarcações. O trajeto não é rígido, podendo ocorrer desembarques em diversos pontos no caminho. Assim, quem mais utiliza a Marina Davi são os próprios moradores de comunidades ribeirinhas do Alto Rio Negro e os moradores de Manaus, que utilizam a Marina nos fins de semana para acessar as praias citadas anteriormente.

A Marina não possui infraestrutura adequada para a acessibilidade de pessoas com dificuldade de locomoção e com deficiência. Os bilhetes são comprados diretamente nas embarcações. As embarcações são equipadas com coletes salva-vidas, extintor de incêndio e bancos com encosto e cobertura.

FOTO 26 - EMBARCAÇÕES DA MARINA DAVI

São Raimundo - O porto de São Raimundo movimenta diariamente muitos passageiros com destino a Cacau Pireira e Iranduba. Atua no local a Associação de Portos e Encostas, realizando de seis a dez viagens por dia em embarcações com capacidade aproximada de 16 passageiros. As balsas saem com frequência, transportam veículos pesados e passageiros com destino à margem direita do Rio Negro. O que determina o intervalo entre balsas é a lotação de sua capacidade. O porto não possui infraestrutura para turistas, no entanto, tem uma estrutura nova para embarque e desembarque que pode ser explorada para fins turísticos.

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FOTO 27 - NOVO TERMINAL DE SÃO RAIMUNDO

CEASA – O porto da Ceasa localiza-se ao sul da cidade de Manaus, próximo ao encontro das águas (Rio Negro e Solimões). Este porto é a principal saída para Porto Velho e Cuiabá. É também o principal ponto de saída pra quem visita o encontro das águas.

Automóveis e caminhões que desejam continuar na BR 319, do outro lado do rio, devem fazer a travessia em balsas que vão desembarcar no Careiro da Várzea (Gutierrez).

O porto da CEASA é muito procurado por passageiros para efetuar a travessia dos rios Negro e Solimões com destino a Careiro Castanho, São lázaro e Vila do Careiro da Várzea.

Atuam no porto da CEASA uma Associação e uma Cooperativa que organizam as viagens diárias. A cooperativa conta com 13 lanchas de passageiros com capacidade que varia entre 12 e 30 passageiros. As lanchas são equipadas com salva-vidas, extintor de incêndio, bancos e cobertura. A tarifa vai de R$ 5,00 a R$ 6,00. São realizadas por dia, aproximadamente, 50 viagens. A Associação possui 25 lanchas com capacidade entre 14 e 87 passageiros, as tarifas estão entre R$ 4,00 e R$ 5,00.

Existe no local uma estrutura nova que abriga o comércio, com boxes para os peixeiros e cobertura para os passageiros.

FOTO 28 - CEASA - NOVAS INSTALAÇÕES PARA COMÉRCIO

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3.3 NÍVEL DE USO ATUAL OU POTENCIAL

Devido ao seu potencial de crescimento e por ser produto que somente pode ser consumido in loco, o turismo tem importante e estratégico papel no desenvolvimento local. De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2004), o turismo é uma atividade que favorece o desenvolvimento local; gera emprego, aumenta a renda dos trabalhadores, proporciona investimentos de capital em novas oportunidades de negócio, cria novas organizações, incluindo pequenas e médias empresas, além de outras vantagens. O desenvolvimento do turismo pode trazer também muitos impactos negativos na sustentabilidade econômica, social e ambiental da comunidade, tais como a poluição sonora, da água e visual, invasão de áreas protegidas, especulação imobiliária, crescimento da violência, perda da identidade e cultura local, alterações de padrão de consumo, entre outros, caso a atividade não seja planejada e controlada.

A atividade turística em Manaus concentra-se, basicamente, no Centro, bairros circunvizinhos, no bairro da Ponta Negra e no Distrito Industrial de Manaus, onde se localiza a maioria dos hotéis de rede. É nestes bairros que está boa parte dos serviços e equipamentos turísticos e dos atrativos turísticos do município, atrativos que, em sua maioria, são de caráter cultural. Os atrativos naturais estão, em sua maioria, ligados aos hotéis de selva que ficam distantes da área urbana da cidade e dependem do uso de transporte fluvial para seu acesso.

Conforme explicitado no diagnóstico, a demanda turística de Manaus está voltada ao Ecoturismo e ao Turismo de Negócios e Eventos, e os atrativos ofertados na área urbana pouco são explorados na formação de produtos turísticos comercializados.

O ecoturista, em sua maioria de origem estrangeira, assim que chega a Manaus, desloca-se imediatamente para os hotéis de selva, e, portanto, pouco se utiliza dos atrativos ou serviços e equipamentos turísticos dispostos na área urbana da cidade. Estes, inclusive, costumam utilizar os serviços oferecidos pelo próprio hotel de selva – transporte, alimentação.

No caso do turista coorporativo, este vai a Manaus, em geral, com a agenda comprometida e acaba não desfrutando das opções existentes na cidade por conta do tempo reduzido da viagem.

Sendo assim, pode-se afirmar que, apesar da atratividade existente, os atrativos turísticos da área urbana de Manaus possuem uma situação de uso incipiente, porém, com crescimento potencial, devido o fluxo turístico já existente para a capital.

A infraestrutura turística existente e a própria estrutura corporativa podem motivar o turismo de eventos, que contribuiria para o aumento no fluxo de turistas com maior tempo disponível para aproveitar a oferta de atrativos existentes na cidade. Então, faz-se necessário fortalecer o caráter comercial do turismo, consolidar a atividade e diminuir a sazonalidade da utilização dos serviços.

Outra forma de motivar a utilização dos demais atrativos e de outros serviços e equipamentos é por meio da incorporação destes itens aos produtos comercializados, principalmente ao produto hotéis de selva. Devem ser promovidas ações que contribuam para a comercialização desses atrativos em conjunto com os produtos já comercializados, a fim de ser aproveitado o potencial turístico existente em Manaus e maximizar os benefícios que a atividade turística pode gerar na Cidade.

Também é necessária uma mudança no perfil dos meios de hospedagem urbanos que estão formatados, em sua maioria, para o Turismo de Negócios e Eventos e não comportam o

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turista que viaja com a motivação “lazer”. Este tipo de turista costuma utilizar melhor serviços e equipamentos de lazer/entretenimento e costuma interessar-se por atrativos do caráter dos existentes em Manaus.

A Copa FIFA de 2014 também contribuirá para a maior utilização destas áreas que concentram equipamentos e serviços turísticos.

No caso de Manaus, apesar de não haver pressão devido à atividade turística, podem ser observados diversos problemas de caráter urbano, mas que têm impacto direto no turismo.

Tais problemas são encontrados em toda a cidade, mas, nas áreas eminentemente turísticas – como o Centro e Ponta Negra – nota-se a deficiência na limpeza urbana, poluição sonora e visual evidentes, o grande fluxo de veículos que causam a poluição ambiental e grandes congestionamentos e a falta de saneamento básico. Altos índices de violência e de prostituição também podem ser citados. Além disso, no centro, é preocupante a situação dos ambulantes espalhados pelas calçadas do bairro.

Sendo assim, é perceptível a necessidade de tratamento, ordenamento, gestão, educação ambiental e melhoria da segurança nas principais áreas turísticas de Manaus, haja vista que a cidade é o principal portal de entrada para a Amazônia brasileira e, além disso, receberá um fluxo considerável de turistas nacionais e internacionais no período da Copa FIFA 2014.

Com este evento, inclusive, a tendência de investimento em infraestrutura é aumentar e muitos problemas a ela relacionados tendem a ser sanados. No entanto, a própria população deve ser conscientizada da importância de se causar uma boa impressão no visitante e, assim, maximizar os benefícios da atividade turística em Manaus.

3.4 CONDIÇÕES FÍSICAS E SERVIÇOS BÁSICOS

O presente item tem o objetivo de identificar possíveis condicionantes físicos/ambientais dos principais atrativos turísticos de Manaus. Para isso, foi utilizada como base a hierarquia de atrativos do Capítulo anterior para identificar os locais que merecem maior atenção.

Segundo a hierarquização dos atrativos turísticos, merecem atenção especial a Praia da Ponta Negra (Parque Ponta Negra) e os atrativos do Centro Histórico. Em seguida, os atrativos naturais como a Praia do Tupé, Encontro das Águas e Praia da Lua.

A) PRAIA DA PONTA NEGRA (PARQUE PONTA NEGRA)

Na Praia da Ponta Negra, não existem condicionantes físicos de caráter natural que impossibilitem sua utilização. O fenômeno de cheia e vazante que atinge o Rio Negro no período entre janeiro e agosto encobre a faixa de areia da praia, no entanto, o fato não inviabiliza a utilização do atrativo.

Em 2009, o Rio Negro atingiu sua marca histórica e seu nível chegou a 29,77 metros. A cheia foi superior à de 1953 que registrou o nível de 29,69 metros. A água invadiu calçadas na Ponta Negra, como ilustrado na figura abaixo, no entanto, reforçando, o fenômeno que acorreu nos anos de 2009 e 1953 é esporádico e não representa risco aos turistas que visitam o atrativo.

A Praia da Ponta Negra possui infraestrutura e serviços básicos para atender a uma demanda turística nacional e internacional. No bairro da Ponta Negra, na Estrada do

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Turismo estão localizados restaurantes e casas noturnas que oferecem grande variedade de atividades de entretenimento. Além disso, o bairro possui rede de drenagem urbana, iluminação pública, banheiros, hotel, entre outros.

Sua localização é próxima ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e ainda permite o acesso via fluvial.

No bairro da Ponta Negra, existem dois pontos de transporte hidroviário. No píer do Tropical Hotel, é possível atracar barcos de pequeno e médio portes. A Marina Davi permite a utilização de barcos de cooperativas que possuem embarcações com saídas diárias para o Rio Negro.

FOTO 29 - PRAIA DA PONTA NEGRA NA CHEIA DE 2009

Fonte: O Segundo Registro, 2009.

B) CENTRO HISTÓRICO

Na área do Centro Histórico de Manaus, existem poucos condicionantes físico/ambientais. Mas, no ano de 2009, no período da cheia do Rio Negro, a água atingiu a Avenida Manaus Moderna e alguns atrativos, como o Mercado Adolpho Lisboa (atualmente em reforma) e seu entorno.

Os principais atrativos do centro histórico, considerados pela hierarquização, não são atingidos pela cheia e nem possuem qualquer outro aspecto do meio físico que possa ser considerado condicionante para sua utilização.

O centro histórico possui infraestrutura urbana adequada para receber o turismo nacional e internacional, além disso, possui diversos restaurantes, hotéis e opções de entretenimento.

A drenagem urbana se mostra problemática na área central e o acúmulo de lixo nas ruas torna-se um agravante desse quadro. Em alguns pontos do centro, a água servida é lançada diretamente na sarjeta, o que resulta em mau cheiro e degrada o aspecto visual da área.

O centro é abastecido por rede de água e possui coleta de esgoto. Igarapés que antes poderiam ser considerados condicionantes ambientais na área central, hoje, foram transformados em parques lineares. O atrativo Palácio Rio Negro, localizado na Avenida Sete de Setembro, teve o igarapé que passa aos fundos totalmente revitalizado.

Em muitos pontos do centro da cidade, há conflito do fluxo de pedestre com o de veículos e com o comércio informal de ambulantes. Existe no centro um exército de comerciantes informais, principalmente no entorno da Praça da Matriz. Tal aglomeração satura o ambiente de circulação e interfere nas condições de acessibilidade local, uma vez que constituem obstáculos físicos ao deslocamento de pessoas portadoras de deficiência física.

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O trânsito no centro também é saturado por veículos e ônibus. Existe sobreposição de linhas de ônibus, o que contribui para o agravamento desse quadro. Ruas estreitas, que não são adaptadas para o excesso de veículos, sofrem com a falta de espaço para o pedestre.

O acúmulo de lixo nas ruas e a poluição visual de propagandas do comércio local interferem negativamente no aspecto visual do conjunto do centro histórico.

Existem muitos pontos de ônibus distribuídos pelas principais vias do centro, assim como pontos de táxis.

O Porto de Manaus permite atracar embarcações de grande porte. No mesmo porto, atracam embarcações regionais que ligam a capital aos municípios do interior e de estados vizinhos. Ao lado do Porto de Manaus, operam diversos trapiches na informalidade. Localmente, a área é denominada de Manaus Moderna.

FOTO 30 - RUA DO MERCADO MUNICIPAL - CHEIA 2009

Fonte: O Segundo Registro, 2009.

C) PRAIAS DO RIO NEGRO E ENCONTRO DAS ÁGUAS

Os atrativos naturais localizados no Rio Negro só permitem o acesso via fluvial. O que condiciona as possibilidades de acesso às áreas, uma vez que, em Manaus, não existem estruturas de terminais hidroviários voltados ao atendimento de turistas. Desse modo, os usuários do segmento acabam reféns de empresas de turismo, que oferecem o passeio fluvial com destinos predefinidos.

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Diante do grande potencial turístico desses atrativos, faz-se necessário investimento nas estruturas de transporte hidroviário na região, a fim de garantir melhores serviços a preços acessíveis. A orla fluvial de Manaus oferece grande potencial para explorar o modo de transporte fluvial, podendo mesmo servir para o transporte urbano interno a cidade.

As praias em si não oferecem infraestrutura e serviços apropriados para o atendimento do turista. Nos passeios fechados de empresas de turismo, são oferecidas refeições nas próprias embarcações ou são utilizados restaurantes flutuantes no Rio Negro. Nas praias, não existem estruturas adequadas de sanitários ou postos de saúde para atendimento emergencial.

As praias sofrem, também, com o fenômeno da cheia anual do Rio Negro, o qual encobre a faixa de areia das praias reduzindo o espaço seco onde se localizam as barracas. Anualmente, são necessários esforços extras dos proprietários das barracas para recuperação de danos causados pela água à estrutura física das barracas.

A questão dos resíduos sólidos é um problema nas praias. Quando o volume de visitantes aumenta nos fins de semana, aumenta, também, o volume de lixo produzido, o que atrai urubus e causa poluição visual. Esforços devem ser empreendidos no sentido de conscientizar os usuários e moradores locais para a coleta seletiva do lixo.

3.5 QUADRO INSTITUCIONAL

A análise do quadro institucional atual do setor de turismo no município de Manaus aponta para um movimento de recuperação gradativa das condições de gestão, com a criação recente do órgão gestor de turismo, que se destaca do âmbito da gestão da cultura (Manauscult), com a criação da Manaustur.

O município ainda tem muito a conquistar neste sentido: as articulações em curso para criação do Conselho Municipal de Turismo constituem reação positiva para consolidar o turismo como opção viável de desenvolvimento econômico e como vocação local inequívoca, ainda que alguns segmentos, na própria Administração Pública, relutem em aceitar esta evidência. Dentre as forças propulsoras do desenvolvimento do turismo, destaca-se o GG 65 Destinos Turísticos / Manaus, como mecanismo ativo de participação e de articulação do trade e de outros atores sociais locais.

Como resultante, constata-se a mobilização crescente da comunidade manauara em direção do turismo, em especial, do Ecoturismo, tendo como aliados os movimentos nacionais e internacionais promotores do Ecoturismo na Amazônia. O desenvolvimento urbano e a instalação de adequada infraestrutura (sistema viário, equipamentos urbanos, transportes, saneamento ambiental, dentre outros), orientados por um Plano Diretor recentemente revisto e em fase de regulamentação, tem colocado Manaus em condições de competir como destino turístico de destaque.

Por outro lado, uma série de desafios se apresenta para dirimir ou minimizar entraves à adequada gestão do turismo, a começar pela incipiência do planejamento estratégico setorial, pela fragilidade da articulação das ações municipais com os planos e projetos de incremento ao turismo regional e dos mecanismos de participação da sociedade local na gestão do turismo (assim como de outros setores da administração municipal). Outros pontos de melhoria referem-se às condições instaladas para a gestão compartilhada do turismo, envolvendo a administração pública e os segmentos privados e centram-se: (I) em sistemas de informação para planejamento do turismo e para atendimento ao turista; (II) na

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articulação da gestão do turismo com a gestão ambiental; (III) na continuidade e na sustentabilidade das ações municipais de desenvolvimento do turismo; (IV) na incipiência dos mecanismos e instrumentos de incentivo e fomento para investimento no setor.

Especificamente quanto à organização da administração pública em função da gestão do turismo, por meio da MANAUSTUR, destacam-se como pontos vulneráveis: (I) a fragilidade da estrutura organizacional e da distribuição de competências, evidenciadas pela defasagem entre estrutura formal e de fato, pela existência de vazios e superposições organizacionais e pela falta de articulação intersetorial; (II) a defasagem dos quadros em quantidade e qualidade e ausência de uma política adequada de administração de pessoal.

Todos esses pontos de vulnerabilidade levam à necessidade de esforços e investimentos significativos para o fortalecimento e melhoria da gestão do turismo municipal em Manaus, em articulação e parceria com as instâncias federais e estaduais de governo.

Partindo da análise dos aspectos institucionais da gestão do turismo no município de Manaus e considerando a ação integrada e sistêmica da instância municipal com as instâncias estadual e federal de governo, com base na Lei Geral do Turismo, com a premissa de que o município representa o ambiente no qual as atividades turísticas efetivamente acontecem, pode-se conceber um conjunto de estratégias de fortalecimento da gestão municipal voltada para o setor. Tais estratégias constituem o caminho a seguir, neste componente, como investimento inerente ao PDITS/Manaus.

Ao ser considerado o papel atribuído aos municípios quanto à gestão do meio ambiente e diante das competências exercidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Manaus, pode-se constatar que o município conta hoje com as condições legais e estruturais necessárias para a sua atuação eficaz. Neste sentido, ressalta-se a existência e a atualização do Código Ambiental do Município de Manaus, da Política Municipal de Meio Ambiente, do Sistema Municipal de Meio Ambiente – SIMMA, do Fundo Municipal para o Desenvolvimento e Meio Ambiente – FMDMA e do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente, estabelecidos por Leis Municipais relativamente recentes.

Da mesma forma, a estrutura da SEMMAS e a formação de suas equipes estão, em geral, adequadas às necessidades. Em particular, as funções relativas à educação ambiental são exercidas sob a coordenação de uma unidade específica da SEMMAS, que desenvolve ações educativas continuadas, ainda que conte com recursos materiais e de infraestrutura relativamente simples e limitados. A existência da Comissão Intersetorial de Educação Ambiental da Prefeitura de Manaus – CIEA Manaus – significa diferencial importante, na medida em que envolve e responsabiliza os órgãos setoriais no esforço educativo.

Por outro lado, constata-se que as funções de monitoramento, licenciamento e fiscalização ambiental encontram-se centralizadas sob a responsabilidade do órgão estadual de meio ambiente ou da instância federal, no que lhe compete. A SEMMAS não assume ainda as competências, neste campo, facultadas pela legislação brasileira. Neste sentido, torna-se necessário que a secretaria esteja munida das condições exigidas para a expansão e o enriquecimento de suas competências finais, principalmente no que se refere à adequação de suas equipes e na elaboração dos procedimentos normativos específicos para tanto.

Dada a fragilidade das condições institucionais de gestão municipal do meio ambiente há pouco vigentes, e por ingerência de outros fatores, nota-se que a atuação integrada entre a SEMMAS e a MANAUSTUR ainda é incipiente. Resta empreender esforços conjuntos para a gestão integrada dos dois setores, principalmente no que se refere às interferências das

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atividades turísticas no meio ambiente e às intervenções voltadas para educação ambiental, à educação comunitária para o turismo e à educação visando diretamente o turista.

A disponibilidade de informações gerenciais ordenadas em sistema de informação geográficas para a gestão do meio ambiente municipal constitui ponto vulnerável da administração municipal. Isso exige com prioridade a construção e a implantação de um sistema que atenda as exigências atuais e a realização de estudos, levantamentos e pesquisas buscando gerar ou consolidar de fontes complementares dados e informações que o alimentem.

3.6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES – VALIDAÇÃO DA ÁREA TURÍSTICA DE MANAUS

A oferta de atrativos e de serviços e equipamentos turísticos existentes na área urbana de Manaus concentram-se basicamente, em dez bairros da Cidade, conforme apresentado no mapa a seguir. Os piers de onde saem embarcações para os demais atrativos e serviços e equipamentos turísticos, como os hotéis de selva, que dependem de transporte fluvial e se localizam em área rural ou no próprio rio, também se concentram nesta área, principalmente em Ponta Negra. Os investimentos do PRODETUR Nacional deverão ser dirigidos para esta área específica.

Manaus é uma cidade com vocação para o turismo. Reconhecida em nível nacional e internacional como o portal de entrada da Amazônia brasileira, possui sua imagem fortemente atrelada aos recursos naturais, além de ser detentora de grande diversidade cultural.

Os segmentos turísticos de maior destaque em Manaus são o Ecoturismo e o turismo de negócios, com ênfase no turismo de negócios, atualmente.

O Ecoturismo é um segmento muito forte e marcado principalmente pela presença da floresta e do rio e pela existência de hotéis de selva no Município. Já o turismo de negócios tem como principal indutor o Polo Industrial de Manaus – PIM, responsável pela cadeia produtiva da indústria de manufatura, produzindo produtos com alta tecnologia.

Além desses dois segmentos principais, outros segmentos turísticos complementares também são efetivos em Manaus e podem ser trabalhados, a fim de potencializar seus benefícios e o crescimento da atividade turística na cidade conforme já ressaltado ao logo desse documento, são eles: Turismo de Pesca, Turismo Náutico, Turismo Cultural e o Turismo de Sol e Praia. Importante ressaltar, também, que os turistas que se dirigem a Manaus pela motivação negócios são público potencial para o Turismo de Eventos .

As comercializações complementares devem ser incentivadas e a elas direcionados esforços em direção à formatação de produtos e marketing, muito embora os esforços principais devam estar concentrados nos segmentos prioritários detectados.

Com relação aos atrativos turísticos, em Manaus, existe uma oferta turística diferencial numericamente boa e de qualidade. O aspecto quantitativo se faz importante, pois possibilita mensurar a existência de atrativos relevantes. Quanto à utilização turística desses atrativos, observa-se que ainda se encontram explorados em pequena escala, mesmo elementos que correspondem ao artesanato, às festividades e aos sítios históricos. Destaca-se a importância da inclusão destes atrativos nos produtos já existentes.

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Salienta-se também que a interpretação do potencial turístico dessas áreas necessita considerar a segmentação da demanda turística atual e potencial, compatibilizando o nicho de mercado pretendido ao desenho do produto turístico desejado (duração, logística), contemplando inclusive a questão de prioridades (produtos viáveis economicamente em curto/médio/longo prazos).

Observa-se nos produtos existentes, uma concentração no segmento de Ecoturismo, traduzidos, principalmente, pelos hotéis de selva, localizados, muitas vezes, distantes da área urbana da cidade.

Os hotéis de selva contribuem de forma decisiva para a atratividade de Manaus, comumente funcionando como o próprio atrativo e na comercialização e promoção de seus próprios produtos turísticos. Não proporcionam apenas serviço de hospedagem, mas suas instalações propiciam contato direto com a floresta amazônica, o que torna a estada ainda mais interessante, pois o turista tem a oportunidade de vivenciar a natureza em um local bem estruturado e confortável. São empreendimentos que praticam altos preços, mas com alto grau de diferenciação e prestação de serviços de alta qualidade, apesar do ambiente rústico que integra a imagem e o conceito de ambiente da natureza, em que se encaixam.

Apesar de ser um produto de extrema qualidade e de alto custo, observa-se que o tipo de operação realizada pelos hotéis de selva não é positiva para a cadeia produtiva do turismo, já que o próprio empreendimento faz o papel dos demais serviços e equipamentos que compõem esta cadeia. Assim, as divisas geradas pela atividade turística ficam concentradas, restringindo os benefícios que o turismo pode proporcionar para o destino. Deve-se, portanto, proporcionar a integração do produto “hotéis de selva” com a área urbana de Manaus de forma a promover não apenas uma associação benéfica para a cadeia produtiva do setor, também intensificar o uso turístico de núcleo urbano de Manaus, promovendo a consolidação de um produto turístico mais forte desde a chegada do turista até o usufruto das áreas de selva.

O desenvolvimento do turismo no município de Manaus pressupõe a participação e ampla inclusão dos atores locais dos grupos, tanto públicos quanto privados. A baixa participação, principalmente de grupos mais sujeitos aos impactos do turismo, em seu planejamento e gestão, compromete o correto equacionamento das questões envolvidas.

No que tange ao turismo, o município de Manaus encontra-se desprovido, no momento, de um fórum específico para a participação comunitária, posto que o Conselho Municipal de Turismo tem sido reorganizado a partir da criação da MANAUSTUR, que foi desvinculada da pasta de cultura com a extinção da Fundação Municipal de Cultura e Turismo - MANAUSCULT. Não obstante, este fórum deve estar em plena atuação muito em breve, restabelecendo a salutar participação dos principais atores envolvidos na atividade turística.

As áreas selecionadas como prioritárias para o Destino Turístico Manaus são a área central, incluindo o centro histórico e a área a orla da Ponta Negra. Os rios também constituem atrativos importantes, notadamente no ponto denominado de Encontro das Águas, unindo os rios Negro e Solimões.

A área do Distrito Industrial também possui diversos equipamentos hoteleiros, com sua atratividade diretamente ligada à realização de negócios. Ressalta-se, ainda, a importância das áreas de selva visitadas, bem como a necessidade de mecanismos a sua proteção, que são, em sua maioria, áreas privadas. Estas localidades são de difícil espacialização por estarem dispersas em diversas áreas diferentes no entorno do núcleo urbano de Manaus.

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Tais áreas consistem nas que hoje integram a maior parte da oferta, tanto no que tange aos equipamentos turísticos quanto aos atrativos turísticos de maior relevância. Portanto, estão alinhadas com a comercialização turística atual e potencial.

Do ponto de vista do visitante, as referidas áreas congregam os atrativos mais visitados e de maior potencial para visitação e demonstram também a gama variada de atrativos ofertados (naturais, culturais e de lazer), tendo como pano de fundo o Ecoturismo. Além de incluir os principais atrativos, elas geram vínculos entre elementos e iniciativas turísticas existentes previamente dispersas e não relacionados entre si, bem como permitem a cooperação dos diferentes agentes públicos e privados presentes para a realização de circuitos turísticos, passeios.

O Mapa 12, apresentado a seguir, espacializa os principais atrativos e as áreas de concentração de serviços e equipamentos turísticos, destacando as áreas de concentração hoteleira para uma melhor visualização. Neste mapa, é possível visualizar as áreas de maior interesse para investimento em Manaus.

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MAPA 12 – ATRATIVOS TURÍSTICOS E SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS DE HOSPEDAGEM, GASTRONOMIA E EVENTOS DE MANAUS

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4 ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO

4.1 ESTRATÉGIA GERAL E ESTRATÉGIAS

Com base no diagnóstico realizado e no potencial mercadológico relativo ao destino Manaus, foi elaborada a estratégia geral para o seu desenvolvimento turístico.

Como Estratégia Geral, Manaus deverá buscar a sua consolidação internacional como Portal de Entrada da Amazônia Brasileira e expoente noNegócios e Eventos , aproveitando as oportunidades geradas pela COPA 2 014.

O diferencial do destino Manaus deverá ser a qualidade do conjunto dos produtos oferecidos, o que pressupõe um amplo trabalho de planejamento e gestão com foco no Produto Turístico e seus necessários desdobramentos.

Para o desenvolvimento das estratégias setoriais realizou-se o estudo dos principais fatores situação ideal e à estratégia para cada componente do PRODETUR:

O quadro abaixo apresenta as estratégias por cada componente do programa, em consonância com a Estratégia Geral, agrupandorelacionando-as aos principais problemas detectados.com base na visão sistematizada das chaves para o êxito do destino Manaus quevez, baseia-se no diagnóstico e nas contribuições geradas pela

QUADRO 31 – RELAÇÃO ENTRE A SITUAÇÃO

SITUAÇÃO IDEAL PONTOS FRACOS

COMPONENTE 1

O esforço (econômico e físico) realizado com o deslocamento do turista deve ser compensado com atrativos naturais, culturais, de entretenimento (parques, esportes, jogos, aventura) e comerciais (lojas, lojas de departamentos, marcas).

• Produtos turísticos pouco consolidados

• Baixa oferta de equipamentos que oferecem Lazer e Entretenimentoausência de local qualificado para usufruto do Rio Negro pelo turista;

• Degradação do Parque Ponta Negra;

• Baixa oferta de serviços e equipamentos para eventos de grande porte

COMPONENTE 2A imagem e as características que definem o destino devem ser claras para os turistas. A estratégia de comunicação e comercialização deve ser elaborada com base nas demandas-meta selecionadas.

• Deficiência de PMarketing informações turísticas disponíveis promocionais)

• Produto turístico atual não atende às exigências de qualidade do mercado internacional

COMPONENTE 3 - COMPONENTE

Existência de estrutura de • Fragilidade dos mecanismos de

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215

SITUAÇÃO IDEAL PONTOS FRACOS /MANAUS ESTRATÉGIA gestão, marco legal e legislação de incentivos condizentes com a atividade turística.

participação da sociedade local na gestão do turismo;

• Base legal essencial para a gestão municipal ao turismo incompleta ou desatualizada e desarticulada intersetorialmente;

• Dificuldade de acesso a linhas de financiamento para empreendimentos turísticos.

ESTRUTURA ADMINISTRATIVA MUNICIPAL DE GESTÃO DO TURISMO.

COMPONENTE 4 - INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS

Existência de boa rede de equipamentos e serviços para mobilidade, acessibilidade e usufruto da destinação pelo turista.

• Infraestrutura aeroportuária deficiente;

• Baixa adoção de medidas sustentáveis e de adaptação a PNE nos empreendimentos e atrativos turísticos;

• Área central invadida pelo comércio informal;

• Sinalização geral e turística incipientes.

• MELHORIA DA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA E DOS SERVIÇOS BÁSICOS DO MUNICÍPIO DE MANAUS .

COMPONENTE 4 GESTÃO AMBIENTAL O mercado turístico exige ambientes conservados para turistas, cada vez mais conscientes da importância do respeito ao meio ambiente.

• Poucas UC’s com planos de manejo e/ou de uso público.

• MELHORIA DA QUALIDADE AMBIENTAL DA ÁREA TURÍSTICA DE MANAUS .

4.2 VALORIZAÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS PRINCIPAIS

A hierarquização de atrativos elaborada permite apontar as áreas de maior concentração de atrativos relevantes e, portanto, as áreas prioritárias para intervenção no Município de Manaus.

Assim sendo, percebe-se que o Centro Histórico reúne um conjunto de atrativos de primeira grandeza (alta) em conjunto com a Praia de Ponta negra, no Parque da Ponta Negra, que vem a ser o primeiro contato do visitante com o Rio Negro e a diversidade amazônica.

Com atratividade relevante e conjugando áreas de grande interesse temos o Encontro das Águas e as Praias .

A visitação do encontro das águas depende do transporte fluvial existente (privado), com baixa qualidade e alto custo. As praias baseiam sua atratividade nas demandas regionais e possuem restrição de uso, uma vez que só existem durante apenas quatro meses no ano. Exceção é feita à Praia Dourada, que já tem visitação nacional e internacional.

As áreas de selva visitadas e compreendidas no entorno dos Hotéis de Selva, constituem locais a serem tratados sob o ponto de vista ambiental para que seja mantida sua atratividade, no entanto, estão inseridas em áreas privadas. Todavia, sabe-se da necessidade de integração dos hotéis de selva com a área urbana de Manaus, sendo assim, devem ser propostas a implantação de equipamentos que possam motivar essa integração na região. Logo, o turista que chegar a Manaus com o propósito de ir a hotéis de selva

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216

poderá usufruir o que encontrará na floresta, na cidade, de forma a ter uma prévia do que poderá encontrar na selva. Do mesmo modo, aqueles turistas que não têm a possibilidade de hospedar-se em hotéis de selva poderão ter um contato com a biodiversidade amazônica na área urbana de Manaus.

Quanto aos atrativos técnico-científicos inseridos na área central de Manaus e no seu Centro Histórico, é relevante o conjunto existente.

Destaca-se, como já ressaltado, o Parque Ponta Negra, atrativo que pode ser caracterizado como natural devido à presença da praia fluvial, mas também pode ser considerado um importante equipamento de entretenimento e lazer.

Deve ser observada também a alta atratividade do PIM – Polo Industrial de Manaus, antiga Zona Franca que constitui área de focal interesse da demanda de Turismo de Negócios e Eventos.

4.3 PORTFÓLIO E DEMANDA-META

A estratégia de posicionamento para um destino turístico deve identificar, atrair e manter clientes rentáveis. Ou seja, deve ser buscada a manutenção do foco nos clientes passíveis de gerar um fluxo de receita que excede o total de custos para se identificar, atrair, vender e servi-los, tendo sempre em foco a concorrência, a participação dos produtos/serviços no mercado e o crescimento deste mercado.

O perfil do turista potencial para o destino Manaus parte da premissa de que a maior parcela de visitantes terá como principal motivação o Ecoturismo, seguido por uma parte do fluxo que busca o Turismo de Eventos e Negócios e outra parte menor que terá motivações no portfólio complementar. Esta importância poderá não estar expressa em termos quantitativos no início, mas, gradativamente, o Ecoturismo deve assumir sua posição de carro-chefe do turismo em Manaus. Ambos os grupos devem ser incentivados para prática de atividades de lazer/entretenimento e cultural, visando um gasto global de viagem ampliado por meio da utilização mais expressiva da cadeia produtiva do turismo, desde a compra da viagem até a sua finalização.

De acordo com as tendências internacionais, o visitante para Manaus fará viagens mais curtas e mais frequentes, e gastos médios diários mais expressivos. Esse turista será motivado a viajar acompanhado, utilizará o avião como principal meio de transporte, por ser proveniente de emissores nacionais e internacionais mais longínquos, e estará incluído em uma faixa de idade superior a 40 anos, o que é compatível com a renda superior esperada.

O principal nicho mercadológico potencial para Manaus, no caso do segmento ecoturístico, está no mercado externo, notadamente nos países que são os principais emissores potenciais, segundo pesquisa do PROECOTUR: além de EUA, Inglaterra e Alemanha – com “altíssima” prioridade; França, Itália, Espanha e Portugal – com “alta” prioridade; Argentina, Canadá e Japão – com “média” prioridade e China, como um mercado “emergente” para o turismo internacional para a Amazônia Legal. Alcançar tais mercados altamente qualificados e competir com as demais destinações que oferecem produtos de qualidade implica em uma reestruturação do destino Manaus. No caso da demanda nacional para o segmento ecoturístico, os emissores tradicionais de maior renda per capita e interesse em Ecoturismo a serem buscados para Manaus são: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

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217

O Turismo de Negócios e Eventos terá ancoragem principal no mercado nacional, mas poderá ter parte da demanda substituída gradativamente por turistas estrangeiros, desde que Manaus seja trabalhado em termos de infraestrutura e marketing para se tornar um importante destino de eventos. No mercado nacional, os emissores mais qualificados para esse segmento, em ordem decrescente, são: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal.

4.4 POSICIONAMENTO TURÍSTICO DESEJÁVEL

Ressalta-se aqui o posicionamento competitivo do destino considera seus objetivos mercadológicos e as vantagens diferenciais que pretende apresentar diante da concorrência.

Manaus necessita buscar uma nova estruturação enquanto destino turístico para alçar o posicionamento mercadológico requerido e, para tanto, deve desenvolver vantagens competitivas que levem o destino a um novo patamar de atratividade.

No âmbito do marketing turístico, vantagem competitiva constitui uma posição originada de características próprias e exclusivas de um destino frente a seus concorrentes no mercado, fundamentada a partir de uma competência única e de difícil imitação no negócio em que participa.

Para ser realmente efetiva, a vantagem competitiva precisa ser sustentável e aplicável a múltiplas situações, de modo que o destino turístico detentor dessa vantagem realmente se posicione de forma diferenciada no mercado.

Definidos os conceitos e premissas básicas, o novo posicionamento para o destino Manaus deverá estar pautado no oferecimento ao mercado de um destino ecoturístico de qualidade, compatível com os mercados emissores que se deseja atingir. Assim, deve-se requalificar o destino (infraestrutura básica e turística), estruturar os atrativos, ampliar e redirecionar seus esforços mercadológicos e buscar um crescimento quantitativo e qualitativo da demanda para seu principal produto turístico: o Ecoturismo. Para tanto, é necessário disponibilizar produtos diferenciados desde a chegada do turista até sua partida, tendo como marca de imagem a experiência da selva e todo o imaginário a ela relacionado.

Com o referido pressuposto, percebe-se a necessidade de que sejam implantadas melhorias no destino, incluindo itens como infraestrutura, gestão, fomento, marketing e capacitação. O centro urbano principal, locus receptor e emissor de turistas para o estado deve ser preparado para esta nova realidade, bem como os links que levam o visitante à experiência na selva (transportes, compras, lazer, alimentação).

Quanto ao valor a ser agregado aos produtos turísticos, tanto no que tange ao Ecoturismo quanto ao Turismo de Negócio e Eventos, ressalta-se a associação da visita ao “maior pulmão do mundo” e a maior biodiversidade do planeta bem como à qualidade dos produtos. O preço não deve ser um fator decisivo, embora possa ser buscada uma maior competitividade com relação aos produtos concorrentes.

Para ser efetivo, o posicionamento deve ser planejado de acordo com o ambiente de mercado em que se atua, tendo em vista que o cliente costuma optar entre diferentes ofertas de valor, e escolherá sempre a que lhe oferecer a melhor relação custo/benefício.

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218

A estratégia de posicionamento de um destino turístico, para sobressair e fidelizar clientes no mercado pode estar baseada nos seguintes instrumentos:

■ Liderança com base em custos : consiste em situar-se à frente de um setor de mercado, oferecendo como vantagem competitiva o preço mais baixo.

■ Diferenciação : o destino concentra seus esforços na consecução de um elemento altamente avaliado pelos clientes, apoiando sua estratégia neste elemento.

■ Enfoque : a empresa se dirige a um segmento de mercado muito concreto e dentro dele se adota uma estratégia de liderança em custos ou de diferenciação.

Com base na metodologia apresentada, objetiva-se aumentar o valor da oferta de Manaus através do aumento de benefícios . Não se buscará liderança com base em custos, mas na diferenciação e enfoque , privilegiando o Ecoturismo e associando os atrativos ímpares e singulares relacionados à selva em uma qualidade superior ao produto. Esta decisão está diretamente associada ao mercado-meta pretendido (ecoturista), que possui baixa elasticidade-renda e poder de compra, além de ser esclarecido e exigente.

A competitividade buscada para o destino Manaus deverá estar profundamente relacionada à qualidade, uma vez que o produto turístico estará cada vez mais voltado a atender às expectativas da demanda, e a qualidade aliada ao apelo de seus recursos naturais é o diferencial que possibilitará que se destaque no mercado.

4.5 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS REQUERIDOS

Diante da avaliação da infraestrutura e dos serviços de atendimento aos polos turísticos de Manaus é proposto um conjunto de diretrizes de investimento para a melhoria das condições de suporte à atividade turística.

O diagnóstico da infraestrutura e a hierarquização dos atrativos apontam como áreas prioritárias para investimentos o centro histórico de Manaus, o Parque da Ponta Negra. No entanto, constata-se que estão previstos investimentos para a melhoria da infraestrutura do centro histórico.

Assim, entende-se que a melhoria da infraestrutura e dos serviços do Parque da Ponta Negra deva ser priorizada para a destinação de recursos, por meio da efetivação das seguintes diretrizes estratégicas:

■ Intervir na rede viária de acesso ao atrativo;

■ Reformar e ampliar o balneário, o calçadão e o estacionamento;

■ Reestruturar o Anfiteatro: palco, camarotes, camarins e depósitos;

■ Implantar Centro de Atendimento ao Turista (CAT);

■ Reestruturar os bares da orla inferior;

■ Melhorar as instalações físicas do centro administrativo;

■ Reformar bares e banheiros;

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219

■ Reestruturar a feira de artesanato existente;

■ Complementar o balneário, segundo projeto para a Nova Ponta Negra, com a implementação de obras de:

� Rede de drenagem de águas pluviais;

� Rede de esgoto e estação de tratamento de esgoto (ETE);

� Rede de energia;

� Rede de telefonia e Internet;

� Paisagismo;

■ Implantar Terminal intermodal de passageiros (transporte terrestre e fluvial) e portos de apoio ao turista;

■ Construir porto ou píer de uso turístico para acesso às praias do Rio Negro/Tarumã.

■ Adequar a infraestrutura existe e construir as novas infraestruturas urbanas atendendo aos princípios do desenho universal, tendo como referência as normas técnicas de acessibilidade da ABNT, o Plano Diretor Urbano e Ambiental de Manaus, a Lei Orgânica de Manaus e as regras do Decreto n° 5. 296 de dezembro de 2004.

As ações que surgirem como desdobramentos das diretrizes estratégicas propostas acima devem considerar a necessidade de controle dos impactos negativos que podem ser causados ao meio ambiente e na sociedade. A Implantação do projeto de urbanização deve prever o licenciamento prévio e acompanhamento das implicações ambientais, com antecipação de danos e propostas de ações mitigadoras, que sigam o modelo do “Manual de Gestão Socioambiental” do PRODETUR Nacional.

4.6 QUADRO INSTITUCIONAL

Partindo da análise dos aspectos institucionais da gestão do turismo no município de Manaus e considerando a ação integrada e sistêmica da instância municipal com as instâncias estadual e federal de governo, com base na Lei Geral do Turismo, com a premissa de que o município representa o ambiente no qual as atividades turísticas efetivamente acontecem, pode-se conceber um conjunto de estratégias de fortalecimento da gestão municipal voltada para o setor. Tais diretrizes constituem o caminho a seguir, neste componente, como investimento inerente ao PDITS/Manaus.

As diretrizes estratégias de desenvolvimento institucional, nesse sentido, priorizam neste campo sete estratégias, que se desdobrarão em ações, quais sejam:

■ Instituir e consolidar a política municipal de desenvolvimento do turismo e adotar o planejamento do turismo de base sustentável, em consonância com a política e a gestão municipal do meio ambiente;

■ Promover a concepção e estimular a adoção de um modelo de gestão do turismo de base participativa, no qual a Administração Municipal e a cadeia produtiva do turismo assumam efetivamente as suas funções e papéis em direção ao turismo sustentável;

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220

■ Promover as condições organizacionais necessárias à administração pública municipal - estrutura, equipes, tecnologia da informação, instrumentos legais, dentre outras - para gerenciamento das políticas públicas de turismo do município de Manaus;

■ Conceber um modelo de gestão compartilhada entre a administração pública e a iniciativa privada e organizações não governamentais para os Centros de Atendimento ao Turista – CAT do município e dotá-los das condições necessárias para o seu adequado funcionamento;

■ Gerar e desenvolver estudos e levantamentos que sirvam de base para projetos e planos setoriais para o desenvolvimento do turismo sustentável e para a formação de imagem-identidade do destino turístico Manaus;

■ Desenvolver e implantar sistema de informação para o planejamento e gestão do turismo, integrando a administração municipal, o trade turístico e outras organizações de ensino e pesquisa e as demais instâncias de governo;

■ Desenvolver e implantar sistema de informação e mecanismos e instrumentos promocionais para o marketing do turismo municipal e para atendimento ao turista no município de Manaus.

Diante da análise do ambiente institucional relativo à gestão do meio ambiente no município de Manaus, depreende-se um conjunto de estratégias para o fortalecimento institucional do setor que irão gerar ações prioritárias para investimento no âmbito do PDITS / Manaus. Dentre as diretrizes estratégicas, indicam-se as seguintes:

■ Adequar a estrutura organizacional, das equipes e dos recursos de informação, bem como a elaboração e a revisão de processos, procedimentos e instrumentos de trabalho tendo em vista o enriquecimento das competências da SMMAS quanto ao exercício do monitoramento, licenciamento e fiscalização ambiental, conforme lhe facultam os instrumentos legais pertinentes e em entendimentos com o órgão estadual de gestão ambiental;

■ Prover condições técnicas e metodológicas, de equipamentos e de recursos materiais para elaboração, implantação e monitoramento de resultados de um programa continuado e inovador de educação ambiental, que considere e integre esforços com a educação comunitária para o turismo e para o turista;

■ Desenvolver e implantar sistema de informação municipal para o planejamento e gestão do meio ambiente, integrado com os organismos estaduais afetos ao setor e de acesso aberto aos agentes sociais locais;

■ Promover levantamentos, pesquisas e estudos, bem como consolidar, de outras fontes, dados e informações para alimentar o Sistema Municipal de Informações para a Gestão Ambiental.

4.7 GERAÇÃO DE MECANISMOS DE APOIO

As linhas de financiamento e fomento para Manaus estão relacionadas às carteiras de crédito de bancos de desenvolvimento, tais como: Banco da Amazônia (BASA), Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa

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221

Econômica Federal. Foi apontado na análise SWOT que os instrumentos e dispositivos públicos para o acesso às linhas de financiamento para o turismo são complexos, pouco conhecidos e dificultam o acesso aos investidores.

Neste sentido, aponta-se que deve haver uma maior divulgação, esclarecimento e consultoria técnica com visão empreendedora para os empresários do turismo sobre estas fontes de financiamento e suas características, visto que o seu conhecimento e acesso hoje são deficientes.

Outro fator importante é a criação de uma política de incentivo e fomento diferenciada para Manaus. É necessário que haja uma percepção do setor público para desenvolver incentivos fiscais ou criar um fundo de turismo voltado a investidores, principalmente aqueles que se dedicam ao turismo de cunho ambientalmente correto, como parte da estratégia de consolidação do turismo no Município.

Finalmente, ressalta-se que, para alcançar um alinhamento com a estratégia de qualidade prevista para o Turismo, é necessária a adoção também de Programas de Certificação e Qualidade buscando a excelência em serviços e a implantação de infraestrutura turística ambientalmente correta.

4.8 DIRETRIZES SOCIOAMBIENTAIS

É necessário enfatizar que o incremento do turismo pode estar à frente de atividades predatórias, causadoras de impactos ambientais e sociais, acarretando prejuízos, principalmente à comunidade residente nas proximidades dos atrativos.

Os aspectos ambientais da área urbana de Manaus estiveram, por muito tempo, relegados o segundo plano. No centro da cidade, área de alta atratividade turística, a falta de cobertura vegetal acarreta o que se denomina “ilha de calor”, que interfere negativamente no microclima local, causando sensação de desconforto térmico. A falta de áreas permeáveis associadas ao excesso de superfícies refletivas (fachadas dos edifícios, por exemplo) contribui para o agravamento do quadro. Além da temperatura, a qualidade do ar é ruim em função do alto número de veículos em circulação emitindo, não só gases poluentes como CO, Co2, mas material particulado. Outro fator preocupante do ponto de vista ambiental é o excesso de resíduos sólidos pelas vias públicas. Parte desse lixo depositado inadequadamente segue diretamente para os cursos d’água pela rede de drenagem pluvial urbana, ocasionando alagamentos e poluição visual, do solo e das águas. Assim, as condições ambientais do centro da cidade impactam negativamente na atividade turística e devem ser mitigadas por meio de medidas integradas, ou seja, que considerem os componentes físicos, bióticos, econômicos, sociais e culturais dos sistemas ambientais.

No Parque da Ponta Negra, considerado local estratégico para intervenções com a construção e recuperação da infraestrutura urbana, e nas praias fluviais devem ser considerados os impactos que podem advir de obras urbanísticas e da posterior utilização do atrativo pelo público. Assim, são consideradas diretrizes estratégicas do componente ambiental:

■ Propor ações mitigadoras para os impactos ambientais e sociais ocasionados pelas obras urbanísticas da Ponta Negra, buscando planejar a ampliação da capacidade do atrativo com base em princípios de desenvolvimento sustentável.

■ Compatibilizar o desenvolvimento com a preservação e equilíbrio do meio ambiente;

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222

■ Estabelecer medidas de controle das ações prioritárias com indicadores de monitoração ambiental e social, seguindo padrões de qualidade referentes ao manejo dos recursos;

■ Fomentar a formação de uma consciência social voltada para a necessidade de preservação ambiental;

■ Prever a realização de Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) dos programas de intervenção no Parque da Ponta Negra, com forma de prever os possíveis impactos e incorporar valores ambientais ao procedimento de tomada de decisão.

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223

5 PLANO DE AÇÃO: SELEÇÃO DE PROCEDIMENTOS, AÇÕES E PR OJETOS

5.1 VISÃO GERAL E AÇÕES PREVISTAS

O quadro a seguir apresenta a matriz-resumo de alinhamento estratégico para o PDITS Manaus.

QUADRO 32 – MATRIZ DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DO PDITS MANAUS

ESTRATÉGIA GERAL: BUSCAR A SUA CONSOLIDAÇÃO INTERNACIONAL COMO PORTAL DE ENTRADA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA E EXPOENTE NO SEGMENTOS DE ECOTURISMO E NEGÓCIOS E EVENTOS, APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES GERADAS PELA COPA 2014.

COMPONENTE SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA ESTRATÉGIAS OBJETIVOS GERAIS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS

1. P

RO

DU

TO

TU

RÍS

TIC

O

■ Produtos turísticos pouco consolidados na área urbana;

■ Baixa oferta de equipamentos que possuem atividades de Lazer e Entretenimento e ausência de local qualificado para usufruto do Rio Negro pelo turista;

■ Degradação do Parque Ponta Negra;

■ Baixa oferta de serviços e equipamentos para eventos;

■ Produto turístico atual não atende às exigências de qualidade do mercado internacional.

� Diversificação da oferta de produtos e serviços turísticos do Núcleo Turístico Principal (área urbana) do município, a partir do potencial do segmento Ecoturismo;

� Fortalecimento do segmento do turismo de negócios e eventos.

■ Fortalecer o Ecoturismo; ■ Consolidar a imagem de Manaus como

portal de entrada para a Amazônia brasileira;

■ Promover o usufruto turístico do Rio Negro;

■ Aperfeiçoar e expandir os serviços de atendimento ao turista;

■ Capacitar os agentes que atuam na prestação dos serviços turísticos;

■ Integrar a área urbana de Manaus aos hotéis de selva;

■ Consolidar o segmento Cultural; ■ Melhorar a infraestrutura de apoio ao

turismo; ■ Promover a sustentabilidade ambiental

das áreas naturais de atração turística. ■ Promover a Gestão da Qualidade para o

Turismo

■ Elaboração do Projeto Executivo para implantação do Aquário Municipal;

■ Implantação do Aquário Municipal Urbanização e revitalização do Parque Ponta Negra;

■ Elaboração de Plano da Qualidade para o Turismo;

■ Elaboração de modelo de gestão compartilhada dos serviços de atendimento ao turista;

■ Elaboração de Plano de Fortalecimento da base empresarial do transporte fluvial;

■ Construção do Centro de Convenções; ■ Elaboração de Projeto Executivo para

adequação dos atrativos turísticos ao acesso de portadores de necessidades especiais (Centro Histórico e Parque Ponta Negra);

■ Implantação das ações de adequação dos atrativos turísticos ao acesso de portadores de necessidades especiais (Centro Histórico e Parque Ponta Negra);

■ Requalificação e infraestrutura para o Centro Histórico de Manaus;

■ Elaboração de Plano de Manejo da APA do Tarumã;

■ Elaboração de Plano de Uso da RDS do Tupé;

■ Elaboração de Programa de Certificação em Turismo Sustentável - Selo Verde;

■ Elaboração de diagnóstico de capacitação de mão de obra para o turismo;

■ Implementação de capacitação de mão de obra para o turismo.

■ Atrativos qualificados que motivem a estada do turista em Manaus e aumente seu gasto médio diário;

■ Internalização do conceito de Manaus como “Portal de Entrada” da Amazônia;

■ Manaus com estrutura necessária para recepção de eventos.

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224

COMPONENTE SITUAÇÃO DIAGNOSTICADA ESTRATÉGIAS OBJETIVOS GERAIS AÇÕES RESULTADOS ESPERADOS

2. C

OM

ER

CIA

LIZ

ÃO

■ Deficiência de Promoção e Marketing (imagem turística, informações turísticas disponíveis e materiais promocionais).

■ Desenvolvimento de Estratégia de Marketing Turístico, buscando um novo posicionamento mercadológico.

■ Promover a Gestão da Qualidade para o Turismo.

■ Elaboração de Plano de Marketing Estratégico e Operacional;

■ Elaboração de Sistema Integrado de Informações Turísticas;

■ Implantação de Sistema Integrado de Informações Turísticas;

■ Manaus com uma estratégia de comercialização eficiente voltada aos mercados-meta principais;

■ Produto turístico de qualidade.

3.

FO

RT

ALE

CIM

EN

TO

INS

TIT

UC

ION

AL

■ Fragilidade dos mecanismos de participação da sociedade local na gestão do turismo;

■ Base legal essencial para a gestão municipal ao turismo incompleta ou desatualizada e desarticulada intersetorialmente;

■ Dificuldade de acesso a linhas de financiamento para empreendimentos turísticos.

■ Fortalecimento da estrutura administrativa municipal de Gestão do Turismo.

■ Fortalecer a Gestão do Turismo Municipal;

■ Aperfeiçoar e expandir os serviços de atendimento ao turista;

■ Capacitar os agentes que atuam na prestação dos serviços turísticos.

■ Implementação de cursos de treinamento para capacitação de profissionais nas áreas de planejamento, gestão e monitoramento do turismo;

■ Estabelecimento de mecanismos de gestão e coordenação interinstitucionais e público-privada;

■ Elaboração de propostas para normas turísticas municipais;

■ Sensibilização da comunidade local quanto ao turismo e o meio ambiente;

■ Elaboração do PDITS Manaus; ■ Elaboração de Sistema de Informações

Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus;

■ Implantação de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus.

■ Gestão municipal do turismo fortalecida.

4. -

INF

RA

ES

TR

UT

UR

A E

S

ER

VIÇ

OS

SIC

OS

■ Infraestrutura aeroportuária deficiente; ■ Baixa adoção de medidas sustentáveis

e de adaptação a PNE nos empreendimentos e atrativos turísticos;

■ Área central invadida pelo comércio informal;

■ Sinalização geral e turística incipientes.

■ Melhoria da infraestrutura turística e dos serviços básicos do município de Manaus.

■ Ampliar as condições de acessibilidade a Manaus e melhorar as condições de mobilidade urbana;

■ Melhorar a infraestrutura de apoio ao turismo.

■ Reforma do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes;

■ Execução de obras de melhoria do sistema viário principal e de transporte público;

■ Construção de Terminal Marítimo de Manaus;

■ Execução de obras de melhoria de infraestrutura e serviços de saneamento ambiental;

■ Manaus qualificada para recepção da Copa e para o aumento da demanda turística.

5. G

ES

O A

MB

IEN

TA

L

Poucas UC’s com planos de manejo e/ou de uso público.

■ Melhoria da qualidade ambiental da Área Turística de Manaus.

■ Fortalecer o Ecoturismo; ■ Promover o usufruto turístico do Rio

Negro; ■ Fortalecer a Gestão do Turismo

Municipal; ■ Integrar a área urbana de Manaus aos

hotéis de selva; ■ Promover a sustentabilidade ambiental

das áreas naturais de atração turística.

■ Elaboração de Plano de Conservação e Recuperação de Áreas Naturais de Atração Turística;

■ Implementação do Plano de Conservação e Recuperação de Áreas Naturais de Atração Turística;

■ Implementação do plano de gestão socioambiental para o PDITS Manaus;

■ Elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica.

■ Maximizar a relação entre o turismo e o meio ambiente em Manaus.

Fonte: ALTRAN TCBR

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5.2 DETALHAMENTO DO PLANO DE AÇÃO

COMPONENTE 1: PRODUTO TURÍSTICO

ESTRATÉGIAS: DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA DE PRODUTOS E SERVIÇOS TURÍ STICOS DO NÚCLEO TURÍSTICO PRINCIPAL (ÁREA URBANA ) DO MUNICÍPIO, A PARTIR DO POTENCIAL DO SEGMENTO ECOTURISMO E FORTALECIMENTO DO SEGMENTO DO TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS.

Objetivos Específicos

■ Fortalecer o Ecoturismo;

■ Consolidar a imagem de Manaus como Portal de Entrada para a Amazônia Brasileira;

■ Promover o usufruto turístico do Rio Negro;

■ Aperfeiçoar e expandir os serviços de atendimento ao turista;

■ Capacitar os agentes que atuam na prestação dos serviços turísticos;

■ Integrar a área urbana de Manaus aos hotéis de selva;

■ Consolidar o segmento Cultural;

■ Melhorar a infraestrutura de apoio ao turismo;

■ Promover a sustentabilidade ambiental das áreas naturais de atração turística;

■ Promover a Gestão da Qualidade para o Turismo.

Justificativa

Manaus possui como segmentos turísticos prioritários o Ecoturismo e o Turismo de Negócios e Eventos, com ênfase no turismo de eventos.

Como segmentos complementares efetivos em Manaus têm-se o Turismo de Sol e Praia, o Turismo de Pesca, o Turismo Náutico, o Turismo de Aventura e o Turismo Cultural.

O Ecoturismo acontece fora da área urbana de Manaus, nos hotéis de selva, que constituem áreas particulares. Sendo assim, o turista que chega a Manaus com esta motivação não usufrui dos equipamentos existentes na cidade e segue diretamente para o hotel de selva, onde permanece por toda sua estada.

A fim de internalizar o conceito de “Portal de Entrada” para a Amazônia e de promover a integração da área urbana com hotéis de selva, a cidade deve oferecer ao turista a oportunidade de desfrutar da floresta antes de efetivamente entrar na floresta. Para tanto, devem ser criados novos atrativos turísticos para este fim e que funcionem como motivação de gasto às demandas existentes e potenciais.

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O acesso aos hotéis de selva é, na maioria das vezes, realizado por via fluvial. Sendo assim, obrigatoriamente, o turista utiliza-se das estruturas de marinas particulares existentes no decorrer da orla do rio.

Essas marinas encontram-se em estado de conservação precário ou pouco equipadas. As embarcações também possuem condição adversa e, muitas vezes, trabalham com superlotação e sem equipamentos de segurança ou em número e qualidade abaixo do exigido para a prática do turismo. Portanto, além de obras físicas para a qualificação das marinas – que não podem ser previstas pelo PDITS, pois as marinas são equipamentos particulares – é necessário que se implementem ações de capacitação e conscientização do empresariado do transporte fluvial.

O Turismo de Negócios e Eventos ocorre na área urbana de Manaus, onde os equipamentos hoteleiros estão voltados, em sua grande maioria, para este perfil. Este segmento é movido, principalmente, pelo Polo Industrial de Manaus – PIM. Sendo assim, deve-se aproveitar a estrutura hoteleira existente na área urbana para o turismo de eventos, já adequada a este perfil de demanda. Deve-se, no entanto, estruturar a cidade com a construção de equipamentos para recepção de eventos de médio e grande porte, já que a cidade conta apenas com pequenos espaços disponibilizados na rede hoteleira e um Centro de Convenções de médio porte efetivamente.

No entanto, está prevista a construção de um Centro de Convenções, que custará R$ 30 milhões de reais e funcionará como uma recepção vip aos convidados da Federação Internacional de Futebol - FIFA. Estes recursos são provenientes do estado do Amazonas.

No que diz respeito aos segmentos complementares, o que merece atenção especial é o Turismo Cultural. Tal segmento é efetivo em Manaus e os atrativos que o constituem foram considerados como de atratividade mantida e atratividade alta, quando aplicada a metodologia de hierarquização dos atrativos.

Esses atrativos concentram-se, principalmente, no Centro Histórico de Manaus e em Ponta Negra, além das praias que se encontram fora da área urbana e também dependem do transporte fluvial para acessá-las. Elas são prioritárias para o desenvolvimento turístico da cidade.

No centro histórico, é evidente a necessidade de reestruturação da infraestrutura básica e implantação de sinalização turística adequada. No entanto, já existem recursos previstos para a requalificação dessa área.

A Praia de Ponta Negra ou Parque Ponta Negra, que tanto pode ser caracterizado como atrativo natural – devido à presença da praia fluvial – como um importante equipamento de entretenimento e lazer, encontra-se em situação precária de conservação. Observa-se que tal atrativo é de grande relevância para o Município, já que é o único local público e estruturado que se tem condições de ter o primeiro contato com o rio, um importante ícone de Manaus.

Um entrave encontrado e tratado no diagnóstico é a falta da mão de obra capacitada no município e a falta de interesse dos empresários do setor no assunto. Esta questão deve ser tratada como primordial, já que os serviços têm um peso muito grande na atividade turística.

Intervenções no sentido de maximizar potencialidades existentes e de dirimir problemáticas apontadas são de extrema importância para a qualificação do produto turístico de Manaus e para garantir uma boa imagem para a cidade. Além disso, contribuirão para o aumento do

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gasto diário do turista e garantirão a atratividade da cidade, diminuindo, assim, os efeitos da sazonalidade.

A qualidade dos produtos de Manaus também deve ser alvo de atenção para se alçar um novo patamar mercadológico, tendo em vista a alta competitividade verificada hoje em nível mundial.

Descrição do conjunto de ações

A efetividade dos objetivos deste componente possui grande dependência com ações dos demais componentes.

Sendo assim, para complementar as demais ações previstas, é preciso a criação e a estruturação de atrativos que motivem a estada do turista em Manaus e aumente seu gasto médio diário, como a construção de um equipamento representativo da biodiversidade amazônica em área urbana, a reestruturação e requalificação do Parque Ponta Negra, além da implantação equipamentos que possam absorver demandas para eventos de grande e médio portes.

Abaixo, apresenta-se a descrição das ações que possuem interface com os problemas apresentados, tanto as que terão recursos provenientes do PRODETUR Nacional quanto as demais que possuem outras fontes de recursos.

Produtos/ Resultados Esperados

Ações 1 e 2 - Elaboração de Projetos Executivo e Im plantação do Aquário Municipal

Deverá ser implantado um equipamento que represente a biodiversidade existente na floresta amazônica. Este local deverá simular o micro clima da floresta e apresentar as espécies faunísticas e florísticas existentes. É de grande importância que se construa também um aquário para que o turista possa ter contato com a biodiversidade encontrada nos rios amazônicos.

O local previsto para a construção deste equipamento fica próximo ao Porto das Lajes, na zona Leste de Manaus, onde atualmente funcionam as torres da Embratel (ver figura abaixo). A localização proporciona uma vista privilegiada para o Encontro das Águas.

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FIGURA 14 – LOCALIZAÇÃO DO TERRENO ONDE ESTÁ PREVISTA A CONSTRUÇ ÃO DO AQUÁRIO

Ação 3 - Urbanização e Revitalização da Ponta Negra

O Balneário da Ponta Negra é o local onde o turista pode ter o primeiro contato com o Rio Negro. Assim, adquire papel fundamental para o desenvolvimento turístico da cidade.

Para adequar o Parque da Ponta Negra para o pleno aproveitamento de seu potencial turístico devem ser realizadas obras de infraestrutura. As obras acontecerão em duas etapas, como demonstrado a seguir:

1ª Etapa:

■ Reforma do Balneário;

■ Ampliação parcial do Balneário;

■ Implantação parcial de rede de esgotos/ETE.

2ª Etapa:

■ Intervenção viária;

■ Complementação da ampliação do Balneário;

■ Reforma e ampliação do calçadão;

■ Conclusão da implantação da rede de esgotos/ETE;

■ Implantação de rede de drenagem de águas pluviais e de abastecimento de água;

■ Implantação de rede de energia elétrica, telefonia e cabeamento de internet;

■ Tratamento paisagístico;

■ Reforma e ampliação do estacionamento.

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Ação 4 - Implantação do Centro de Convenções

Está prevista a construção de um Centro de Convenções que custará R$ 30 milhões de reais e funcionará como uma recepção vip aos convidados da Federação Internacional de Futebol - FIFA. Estes recursos são provenientes do estado do Amazonas.

Ação 5 - Elaboração do Plano de Qualidade para o Tu rismo

Para assegurar uma boa imagem turística, é necessário que se crie e seja mantido um padrão de qualidade para o Produto turístico/Manaus, perceptível e reconhecido. Neste sentido, é recomendável que se desenvolva um plano de implementação e gerenciamento da qualidade para o turismo que contenha as atividades referentes à composição do produto turístico e com um resumo detalhado de quem é responsável por cada etapa, quais as normas, os procedimentos e os padrões aplicáveis à realização da etapa, quem deve intervir ou acompanhar, quais os registros que serão gerados no decorrer dos eventos e critérios de aceitação (onde aplicável).

Ação 6 - Elaboração de modelo de gestão compartilha da dos serviços de atendimento ao turista

Esta ação consiste na elaboração de documento técnico contendo modelo de gestão compartilhada de atendimento ao turista – princípios, diretrizes, mecanismos e ações; além do provimento de equipamentos, mobiliário, recursos de tecnologia da informação e capacitação de equipes para Instalação de dois novos CAT (Ponta Negra e Polo Industrial), considerando a estratégia prioritária do destino Manaus – negócios e Ecoturismo.

É necessário também o provimento de instalações, equipamentos, mobiliário, recursos de tecnologia da informação e equipes capacitadas para melhoria das condições de funcionamento dos cinco CATs existentes.

Ação 7 - Elaboração de Plano de Fortalecimento da b ase do transporte fluvial

Consiste na elaboração de plano de fomento à estruturação e ao desenvolvimento organizacional de empreendimentos prestadores de serviços de transporte turístico fluvial.

Ações 8 e 9 - Elaboração de Projeto Executivo e ade quação dos atrativos turísticos ao acesso de portadores de necessidades especiais (Cen tro Histórico e Parque Ponta Negra)

É importante que os atrativos turísticos sejam amplamente democráticos e permitam a visitação por pessoas com necessidades especiais, assim, é necessário que estejam adequados os atrativos turísticos às exigências da NBR 9050 por meio de:

■ Sinalização dos atrativos para PNEs (braile, pisos táteis, entre outros);

■ Implantação de rampas de acesso aos atrativos;

■ Adaptação de sanitários; auditórios e estacionamentos nos atrativos.

Ação 10 - Requalificação e infraestrutura para o Ce ntro Histórico

O centro histórico de Manaus necessita de intervenções urgentes em sua infraestrutura urbana, dentre elas:

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■ Construção de shopping popular e retirada de ambulantes das vias públicas;

■ Melhoria de calçadas e travessias de pedestres;

■ Rede de drenagem de águas pluviais e resíduos sólidos;

■ Melhoria do sistema de iluminação pública, valorizando o conjunto urbano e os elementos arquitetônicos;

■ Implantação de sinalização turística.

Ação 11 - Elaboração de Plano de Manejo da APA do T arumã

Dentre as unidades de conservação importantes para o turismo em Manaus está a APA Tarumã Ponta Negra, a qual não possui ainda seu Plano de Manejo. Tal plano servirá como o início do processo para a viabilidade do turismo sustentável nesta UC, que exige gestão e fiscalização para restringir e disciplinar os usos possíveis.

Para consolidar a finalidade dessa unidade, deverá ser estabelecido o seu Plano de Manejo, que tem por objetivo apresentar diretrizes básicas para o manejo de áreas protegidas, mediante a análise dos seus recursos naturais e dos fatores antrópicos que a afetam, estabelecer o zoneamento da área, caracterizando cada uma de suas zonas e propor o seu desenvolvimento físico, de acordo com suas intenções por meio de programas de gerenciamento, conforme Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC.

Como subprodutos do plano elaborado, deverão estar incluídas na gestão destas áreas ações de educação ambiental tanto para os guias e demais trabalhadores das áreas quanto para os turistas.

Outro subproduto imprescindível deste plano refere-se às ações de controle da visitação baseado nos estudos de capacidade de carga de cada UC. O termo Capacidade de Carga refere-se a um instrumento de manejo quantitativo que possibilita regular a visitação em espaços naturais, como estratégia de controle de fluxo de visitantes. Este conceito traz diferentes visões sobre o mesmo assunto, algumas delas referem-se à necessidade de minimizar os impactos físicos, outros o impacto social, outros o tempo de visitação.

Ação 12 - Elaboração de Plano de Uso da RDS do Tupé

Dentre as áreas prioritárias para conservação incluídas como atrativos turísticos de Manaus, apenas a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé e o Parque do Mindú possuem planos de manejo.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé abrange uma área de 12.000ha e encontra-se localizada à margem esquerda do Rio Negro a 25 km a oeste de Manaus. Composta por seis comunidades - São João do Tupé, Agrovila, Colônia Central, Tatulândia, Livramento e Julião - a RDS foi instituída pelo parágrafo único do artigo 296 de 24 de junho de 1999 da Lei Orgânica do Município de Manaus e possui como principal atividade econômica a pesca e a agricultura. No entanto, a mesma ainda não possui seu Plano de Uso.

De acordo com o SNUC, reservas de desenvolvimento sustentável permitem exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos

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processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.

Para tal, é muito importante a elaboração do seu Plano de Uso, o qual deverá:

■ Preparar a RDS para uso pelo público de forma sustentável, a fim de conservar seus recursos naturais e histórico-culturais, sensibilizar os visitantes a respeito da natureza e garantir o retorno dos benefícios para as populações locais;

■ Favorecer o envolvimento das comunidades locais nas atividades relacionadas com o uso público, que propicie alternativas econômicas mais viáveis ecologicamente;

■ Proporcionar o conhecimento da reserva e seus objetivos de conservação, bem como seus valores naturais e histórico-culturais e os consequentes benefícios com os quais presenteia a sociedade.

Ação 13 – Elaboração de Programa de Certificação em Turismo Sustentável - Selo Verde

No que concerne à garantia dos produtos prestados no setor de turismo, tem-se como ferramenta a adoção da Certificação em Turismo Sustentável, o chamado Selo Verde para o turismo.

No âmbito nacional, esta certificação pode ser obtida com o cumprimento das diretrizes da Norma Nacional para Meios de Hospedagens, bem como do Programa de Certificação em Turismo Sustentável (PCTS), os quais têm sido implementados pelo Instituto de Hospitalidade rumo à efetiva consolidação do turismo sustentável no Brasil.

A implantação da referida norma visa agregar valores ao produto, melhoria do atendimento, melhoria da qualidade de vida da comunidade receptora, combinados à conservação ambiental.

O PCTS tem o objetivo de melhorar a qualidade e a competitividade do setor turístico, com atenção às pequenas e médias empresas, estimulando seu melhor desempenho nas áreas econômica, ambiental, cultural e social, por meio da adoção de normas e de um sistema de certificação. O programa contempla ainda ações no sentido de aumentar a participação no mercado internacional por meio da promoção comercial no exterior.

A sustentabilidade no turismo é fundamentada por um conjunto de princípios, onde são citados:

■ Respeito à legislação vigente;

■ Garantia dos direitos das populações locais;

■ Conservação do ambiente natural e da biodiversidade;

■ Consideração dos patrimônios culturais e dos valores locais;

■ Estímulo do desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos;

■ Garantia da qualidade dos produtos e processos;

■ Estabelecimento do planejamento e da gestão responsável.

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Baseado nisso, os hotéis e demais entidades que servem aos turistas deverão ser incentivados a se enquadrar para esta certificação ou que seja criada certificação própria para serviços e equipamentos turísticos de Manaus.

Ações 14 e 15 - Elaboração de diagnóstico de capaci tação e implementação de capacitação de mão de obra para o turismo

Consiste na elaboração de documento técnico indicando as principais necessidades para capacitação para o turismo para prestadores de serviços turísticos, e na execução e avaliação de resultados das ações de capacitação previstas.

Custo Estimado

O custo estimado total para as ações do Componente Produto Turístico é de R$ 227.842.280,00 (duzentos e vinte e sete milhões, oitocentos e quarenta e dois mil e duzentos e oitenta reais), e a distribuição destes recursos por ação é apresentada no quadro abaixo.

QUADRO 33 – CUSTO POR AÇÃO DO COMPONENTE PRODUTO TURÍSTICO

AÇÃO CUSTO (R$ 1.000,00)

ORIGEM DO RECURSO

1. Elaboração do Projeto Executivo para implantação do Aquário Municipal

4.000,00 PRODETUR

2. Implantação do Aquário Municipal 80.750,00 PRODETUR/

Prefeitura Municipal

3. Urbanização e revitalização do Parque Ponta Negra 60.622,11 PRODETUR/

Prefeitura Municipal

4. Implantação do Centro de Convenções 30.000,00 Estado

5. Elaboração de Plano da Qualidade para o Turismo 580,00 Prefeitura Municipal

6. Elaboração de modelo de gestão compartilhada dos serviços de atendimento ao turista 500,00

Prefeitura Municipal

7. Elaboração de Plano de Fortalecimento da base empresarial do transporte fluvial

580,00 Prefeitura Municipal

8. Elaboração de Projeto Executivo para adequação dos atrativos turísticos ao acesso de portadores de necessidades especiais (Centro Histórico e Parque Ponta Negra)

150,00 Prefeitura Municipal

9. Implantação das ações de adequação dos atrativos turísticos ao acesso de portadores de necessidades especiais (Centro Histórico e Parque Ponta Negra)

1.500,00 Prefeitura Municipal

10. Requalificação e infraestrutura para o Centro Histórico de Manaus

46.060,17 Emenda

Parlamentar

11. Elaboração de Plano de Manejo da APA do Tarumã 500,00 Emenda Parlamentar

12. Elaboração de Plano de Uso da RDS do Tupé 500,00 Prefeitura Municipal

13. Elaboração de Programa de Certificação em Turismo Sustentável - Selo Verde

1.500,00 Prefeitura Municipal

14. Elaboração de diagnóstico de capacitação de mão de obra para o turismo

100,00 Prefeitura Municipal

15. Implementação de capacitação de mão de obra para o turismo 500,00 Prefeitura Municipal

TOTAL 227.842,28

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Os recursos a serem disponibilizados pelo PRODETUR Nacional neste componente são de R$74.130.470,00 (setenta e quatro milhões, cento e trinta mil e quatrocentos e setenta reais).

COMPONENTE 2: COMERCIALIZAÇÃO

ESTRATÉGIAS: DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIA DE MARKETING TURÍSTICO, BUSCANDO UM NOVO POSICIONAMENTO MERCADOLÓGICO .

Objetivos Específicos

■ Promover a Gestão da Qualidade para o Turismo.

Justificativa

Manaus é reconhecidamente o portal de entrada da Amazônia brasileira e possui potencial necessário para se tornar um destino turístico de primeira grandeza alicerçado em seu produto turístico estrela, o Ecoturismo, no Turismo de Negócios e Eventos e nos segmentos complementares identificados.

No diagnóstico participativo, desenvolvido pela consultoria em colaboração com as entidades públicas e privadas, no entanto, foi avaliado que a estratégia de marketing do destino Manaus é inadequada ou inexistente. O destino não segue uma estratégia específica e as ações empreendidas não são coerentes com os objetivos que se deseja atingir. Uma prova inconteste desta afirmação reside na baixa demanda (em termos quantitativos e qualitativos) observada, não obstante, a força de atratividade de seu produto turístico principal.

A comunicação atual, a comercialização, os níveis de preços e a segmentação não são eficientes e/ou não foram planejadas, sendo estabelecidas de forma empírica. Não há planejamento para as diferentes estratégias que podem ser realizadas (diferenciação, segmentação, redução de custos, enfoque) para buscar o posicionamento pretendido.

Também foi analisada a baixa existência de associação com possibilidades para realizar as estratégias propostas, a fim de criar sinergias positivas para melhorar a situação turística local. Tais associações são formadas com o objetivo de melhorar tanto a qualidade dos diferentes produtos, reduzir os custos das diferentes partes que o compõem, como para aumentar seu poder de negociação no mercado.

A marca de imagem que se tem do destino é difusa e pouco direcionada aos mercados-meta visados. O complexo processo de criação de imagem requer esforços de marketing que integrem verticalmente todas as questões implicadas na atividade turística. É necessário detectar as oportunidades de mercado, selecionar e atrair corretamente o público-alvo, bem como é importante que as agências de viagem, operadoras, fornecedores de serviços, entidades do trade e a administração pública trabalhem conjuntamente para criar e reforçar tal imagem.

Complementarmente, os materiais promocionais são genéricos e de baixa identificação com os mercados-meta. Observa-se, ainda, a necessidade de se criar canais promocionais e de comercialização para uma maior eficácia da comercialização turística.

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Além disso, foi identificada a necessidade de um sistema de informações turísticas que sirva tanto para o governo, quanto para o trade como para os próprios turistas.

Descrição do conjunto de ações

As ações propostas no componente Comercialização constituem-se em ações de planejamento, sem caráter físico. Consubstanciam, assim, estudos e projetos que visam dar suporte ao novo posicionamento requerido para Manaus, a fim de estabelecer um patamar de competitividade para o seu efetivo desenvolvimento turístico.

Produtos/ Resultados Esperados

Ação 1 - Elaboração do Plano de Marketing Estratégi co e Operacional , incluindo:

■ Desenvolvimento de Marca de Imagem e Posicionamento Mercadológico Detalhado;

■ Desenvolvimento de Estratégia de Comercialização;

■ Desenvolvimento de Estratégia de Promoção nos mercados-meta;

■ Previsão de desenvolvimento de novo material promocional;

■ Previsão de Planejamento, Implantação e Gestão de Website/ Portal de Turismo.

O Plano de Marketing na nova realidade mundial é imprescindível para definir a atratividade de um destino turístico, promovendo a orientação para o consumidor e desenvolvendo propostas de valor. O marketing estratégico se baseia na análise sistemática e permanente das necessidades de mercado, para que sejam desenvolvidos produtos destinados a mercados-meta específicos, que apresentem vantagens distintivas que os diferenciam dos concorrentes imediatos. Em nível operacional, o marketing busca viabilizar os recursos humanos, financeiros e produtivos necessários para a implantação das estratégias.

Portanto, deverá ser desenvolvido um Plano de Marketing Estratégico e Operacional para Manaus com estratégias de horizonte de curto, médio e longo prazo, contendo o estudo de posicionamento mercadológico de Manaus, a definição de sua marca de imagem e a estratégia de promoção e comercialização do destino, bem como o detalhamento dos demais instrumentos de marketing necessários ao novo posicionamento almejado para Manaus.

Deverá ser elaborado e produzido material de divulgação impresso e em mídia eletrônica, considerando a compatibilização com o portfólio turístico principal e complementar de Manaus, mercados-meta visados e estratégias de comercialização, de acordo com o padrão de qualidade requerido.

No mundo moderno e globalizado, onde a utilização da Internet é cada vez mais massiva, é fundamental que os destinos turísticos divulguem e promovam seus produtos turísticos através de websites. No caso específico de Manaus, foi registrada no diagnóstico a crescente busca de informações da demanda atual por meio da Internet, reforçando a necessidade de o município ter um site próprio, alinhado com suas estratégias mercadológicas. É importante que o site seja leve, tenha uma boa aparência e apresente facilidade de navegação. Pode ter links para empresas parceiras, funcionando também como um portal de comercialização.

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Ação 2 e 3 – Elaboração e implantação de Sistema de Informações turísticas

Esta ação consiste no desenvolvimento das seguintes atividades:

■ Projeto de Sistema Integrado de Informações Turísticas;

■ Provimento de recursos de tecnologia da informação – software e hardware;

■ Tratamento de informações e alimentação de banco de dados;

■ Capacitação de equipes para gestão do sistema e para usuários.

Custos

O custo total do componente referente à Comercialização é de R$ 2.700.000,00 (dois milhões e setecentos mil reais), divididos por ação, conforme quadro a seguir.

QUADRO 34 – CUSTO POR AÇÃO DE COMERCIALIZAÇÃO AÇÃO CUSTO (R$ 1.000,00) ORIGEM DO RECURSO

1. Elaboração de Plano de Marketing Estratégico e Operacional

1.500,00 Município

2. Elaboração de Sistema Integrado de Informações Turísticas

200,00 Município

3. Implantação de Sistema Integrado de Informações Turísticas

1.000,00 Município

TOTAL 2.700,00

COMPONENTE 3: FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL

ESTRATÉGIA: FORTALECIMENTO DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA MUNICIPAL DE GESTÃO

DO TURISMO.

Objetivos

■ Fortalecer a Gestão do Turismo Municipal;

■ Aperfeiçoar e expandir os serviços de atendimento ao turista;

■ Capacitar os agentes que atuam na prestação dos serviços turísticos.

Justificativa

Diagnóstico recente da situação institucional da gestão do turismo e do meio ambiente no município de Manaus leva à constatação de um conjunto significativo de ações de fortalecimento essenciais para que o município possa implementar as recomendações e ações dos demais componentes do PDITS em elaboração. Os investimentos em infraestrutura ou no provimento de condições materiais ou metodológicas para o desenvolvimento do turismo tornar-se-iam inócuos se não fossem precedidos da melhoria do quadro institucional instalado no município e nas condições reinantes de integração com os demais níveis de governo.

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O panorama atual indica que os investimentos em fortalecimento se dirijam não só para a administração pública municipal, mas, principalmente, à capacitação e ao desenvolvimento do empreendedorismo no setor de turismo e na instalação do ambiente de gestão integrada e compartilhada entre estes e o poder publico local.

Assim, os pontos de vulnerabilidade institucional no campo da gestão do turismo e da gestão ambiental, de forma complementar, por seu impacto decisivo na atividade turística, levam à necessidade de esforços integrados e investimentos significativos e continuados, cuja concretização poderá se dar a partir do emprego de recursos financeiros oriundos do Programa PRODETUR Nacional, resultante da política pública nacional firmada para o setor.

Descrição do conjunto de ações

O conjunto das ações propostas voltadas para o fortalecimento institucional inclui investimentos próprios à Gestão do Turismo no município de Manaus.

Resultados Esperados/ Produtos

Ação 1 – Implementação de cursos de treinamento par a capacitação institucional de profissionais nas áreas de planejamento, gestão e m onitoramento do turismo

Esta ação consiste no levantamento e realização de cursos de capacitação do pessoal alocado na gestão municipal do turismo em Manaus.

Ação 2 – Estabelecimento de mecanismos de gestão e coordenação interinstitucionais e público-privada

Esta ação consiste na elaboração de documento técnico, contendo princípios, diretrizes e mecanismos de gestão compartilhada do turismo a serem adotados pelo Município; Regimento Interno de funcionamento do Conselho e do Fundo Municipal de Turismo; Instalação do Conselho e ativação do Fundo Municipal de Turismo; e Capacitação dos membros do Conselho e dos dirigentes do Fundo Municipal de Turismo.

Ação 3 - Elaboração de propostas para normas turíst icas municipais

Consiste na elaboração de documento Técnico produzido a partir de insumos gerados pelo PDITS/Manaus, pelo diálogo com o trade turístico, lideranças comunitárias e poder público, de forma a definir diretrizes, objetivos, estratégias, mecanismos e fatores condicionantes do desenvolvimento do turismo municipal.

Ação 4 – Sensibilização da comunidade local quanto a o turismo e o meio ambiente

■ Documento Técnico de proposição de diretrizes, estratégias, objetivos e ações para a promoção da educação comunitária e do turista para o turismo e meio ambiente no município de Manaus;

■ Provimento de equipamentos, recursos de tecnologia da informação e recursos didáticos para desenvolvimento e implantação de programa integrado de educação continuada de turismo e meio ambiente;

■ Aquisição e montagem de duas unidades móveis para promoção de educação para o turismo e meio ambiente.

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Ação 5 - Elaboração do Plano de Desenvolvimento Int egrado do Turismo Sustentável - PDITS

A elaboração do PDITS Manaus é obrigatória para a execução do PRODETUR Nacional Manaus.

Ações 6 e 7 – Elaboração e implantação de Sistema d e Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus

A construção de um sistema automatizado de gestão das informações possibilitará, além do acompanhamento e avaliação dos projetos, difundir pesquisas e boas práticas, aumentar a eficiência e evitar a superposição e falta de coordenação entre as iniciativas governamentais e privadas.

O acompanhamento e a avaliação do Programa estarão estruturados em um sistema automatizado, que vai gerenciar uma base de informações necessárias para a elaboração de uma série de relatórios.

A base de informações será continuamente alimentada com dados referentes ao ciclo de vida dos projetos: elaboração, análise, licitação, execução e operação.

Custo Estimado

O custo total do componente referente ao Fortalecimento Institucional é de R$ 2.603.670,00 (dois milhões, seiscentos e três mil, seiscentos e setenta reais), divididos por ação, conforme quadro abaixo.

QUADRO 35 – CUSTO POR AÇÃO DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL AÇÃO CUSTO (R$ 1.000,00) ORIGEM DO RECURSO

1. Implementação de cursos de treinamento para capacitação de profissionais nas áreas de planejamento, gestão e monitoramento do turismo

600,00 Município

2. Estabelecimento de mecanismos de gestão e coordenação interinstitucionais e público-privada

300,00 Município

3. Elaboração de propostas para normas turísticas municipais

200,00 Município

4. Sensibilização da comunidade local quanto ao turismo e o meio ambiente

650,00 Município

5. Elaboração do PDITS Manaus 253,67 PRODETUR

6. Elaboração de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus

200,00 PRODETUR

7. Implantação de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus

400,00 PRODETUR

TOTAL 2.603,67

As ações propostas com recursos do PRODETUR Nacional somam R$ 853.670,00 (oitocentos e cinquenta e três mil e seiscentos e setenta reais).

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COMPONENTE 4: INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS

ESTRATÉGIA: MELHORIA DA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA E DOS SERVIÇOS BÁSICOS DO MUNICÍPIO DE MANAUS .

Objetivos Específicos

■ Ampliar as condições de acessibilidade a Manaus e melhorar as condições de mobilidade urbana;

■ Melhorar a infraestrutura de apoio ao turismo.

Justificativa

Manaus necessita de intervenções no sentido de ampliar as condições de acessibilidade, uma vez que é reconhecida como portal de entrada da Amazônia brasileira. A acessibilidade é fator determinante para o desenvolvimento do turismo uma vez que possibilita ao turista atingir o destino.

Foram diagnosticados na cidade dois gargalos no sistema de transporte, um deles se refere às condições da macroacessibilidade, que diz respeito à possibilidade de o turista atingir o destino (Manaus), e outro, à microacessibilidade, diretamente relacionado à mobilidade intraurbana e acesso interno aos atrativos turísticos. Este depende, em grande medida, dos sistemas de transporte disponíveis na cidade e das condições físicas das vias, calçadas e sinalização.

Manaus está localizada no coração da floresta amazônica e os principais acessos para a cidade são via aérea e fluvial, além disso, o mercado turístico se baseia no turismo “long haul”, ou seja, de grande distância, por isso, depende-se do acesso aéreo. A cidade é servida pelo Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, que apresenta uma série de problemas em seus aspectos físicos e operacionais, que comprometem o bom desenvolvimento da atividade turística e necessitam ser mitigados.

A atividade turística de Manaus também tem relação direta com o transporte fluvial, tanto para macro quanto para microacessibilidade. Assim, melhorias no transporte hidroviário são necessárias para garantir o acesso de cruzeiros e transatlânticos à cidade de Manaus e dos turistas às praias do Rio Negro e afluentes.

Apesar de a cidade possuir o Porto de Manaus, que dá suporte à atividade turística de transatlânticos, sua estrutura física e operacional não tem capacidade para receber, de maneira adequada, grandes embarcações. Quanto aos aspectos relacionados à microacessibilidade do transporte fluvial, verifica-se que os portos do Rio Negro não possuem estrutura física adequada para possibilitar ao turista seu deslocamento autônomo.

Para o deslocamento na Orla do Rio Negro e para o acesso aos hotéis de selva, o turista se utiliza, na maioria dos casos, de serviços fluviais fretados oferecidos pelas operadoras de turismo, o que não possibilita a retenção de capital na cidade e a participação efetiva da população local na atividade turística. Assim, apesar de existirem cooperativas organizadas para transporte fluvial de passageiros não existe infraestrutura de portos adequada para atendimento ao turista. Portanto, além de obras físicas para a ampliação da capacidade dos

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portos é necessário que se implementem ações no sentido de capacitar os barqueiros e estimular isenções fiscais para operação hidroviária – ponto tratado no Componente Fortalecimento Institucional. Está prevista a construção de um novo terminal marítimo de Manaus, o qual deve consumir recursos na ordem de 89 milhões de reais.

Com relação à microacessibilidade por transporte terrestre, a cidade necessita de reestruturação substancial de seu sistema viário e sistema de transporte, uma vez que o acesso aos atrativos deve se dar de maneira eficiente. Além disso, é importante planejar tal reestruturação de maneira a garantir o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, ou seja, adequando as estruturas físicas e serviços a Portadores de Necessidades Especiais – PNEs.

Quanto às intervenções no sistema viário, sabe-se que a Prefeitura de Manaus está em vias de iniciar as obras necessárias à implantação do Binário nas Avenidas Constantino Nery e Djalma Batista. Encontram-se em fase de contratação os projetos de reestruturação do sistema de transporte público para a implantação do BRT e do Monotrilho. O primeiro será implantado pela Prefeitura de Manaus e já conta com os recursos necessários para a execução, o segundo é de competência do Governo do Estado do Amazonas e os recursos necessários para sua execução ainda são pleiteados. Tais projetos devem solucionar os maiores problemas de trânsito e transporte público, identificados no Diagnóstico até a Copa FIFA 2014.

As condições de saneamento ambiental, em especial no que tange à drenagem de águas pluviais, foram identificadas como problema que deve ser mitigado o mais rápido possível, uma vez que prejudicam não só a atividade turística como a qualidade de vida da população local. No entanto, intervenções nesse sentido têm sido solucionados no âmbito do Plano Diretor Urbano e Ambiental de Manaus. O Plano Diretor de Drenagem Urbana é pleiteado pela prefeitura de Manaus junto a organismos financeiros internacionais.

Outro problema grave identificado e que diz respeito ao saneamento ambiental é a questão da destinação dos Resíduos Sólidos, o qual será considerado pelo Plano Diretor de Resíduos Sólidos, que se encontra em processo de aprovação no Município.

Diante da hierarquização dos atrativos ficou clara a importância do Centro Histórico enquanto atrativo urbano de grande potencial e que necessita de reestruturação de sua infraestrutura básica (vias, rede de drenagem e iluminação).

Descrição do conjunto de ações

As ações propostas no componente INFRAESTRUTRA E SERVIÇOS BÁSICOS constituem, em sua maioria, ações de intervenção no ambiente físico da cidade.

Em seguida, apresenta-se a descrição das ações que possuem interface com os problemas apresentados.

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Produtos/ Resultados Esperados

Ação 1 - Reforma do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes :

Segundo o Ministério do Esporte, o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes de Manaus-AM passará por reformas para atender à Copa de 2014. O projeto tem como objeto a reforma e ampliação do terminal de passageiros (1ª Fase). Este projeto foi adicionado via Termo Aditivo à Matriz de Responsabilidades em 19 de julho de 2010, celebrado entre o Ministério do Esporte, o Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus. A ação está orçada em R$ 327.400 milhões.

Ação 2 - Execução de obras de melhoria do sistema v iário principal e de transporte público

Para garantir as condições de acessibilidade intraurbana, são necessárias obras viárias e intervenções no sistema de transporte público, alguns deles são:

■ Binário Constantino Nery e Djalma Batista - transformação das Avenidas Constantino Nery e Djalma Batista em um Binário, assim, a Avenida Constantino Nery terá o sentido de tráfego apenas no sentido bairro-centro e a Avenida Djalma Batista o sentido centro-bairro. O projeto prevê intervenções em vias transversais com a construção de passagens de nível nas interseções da Avenida Djalma Batista com as ruas Pará e João Valério

■ Bus Rapid Transit - BRT – obras de alteração no sistema viário para interligar as zonas Norte, Leste e Sul e parte da Centro-Oeste de Manaus por meio de corredores exclusivos para transporte público coletivo nos principais eixos de cada zona. Pavimentação de vias, criação de novas pistas, viadutos, passagens de nível e desnível além de rotas alternativas para melhorar a fluidez do trânsito.

■ Monotrilho - monotrilho que interligará a Zona Leste ao Centro, passando pelo Centro histórico e Porto de Manaus.

Ação 3 - Construção do Terminal Marítimo de Manaus

Será construído o Terminal Marítimo de Manaus para atender à Copa de 2014. O projeto engloba a adaptação dos Armazéns 3 e 4 para o terminal marítimo de passageiros, adaptação do Armazém 0 para bagagens, aumento de cais e defesas, urbanização de pátio para estacionamento e passarela coberta para pedestres. Este projeto foi adicionado via Termo Aditivo à Matriz de Responsabilidades em 19 de julho de 2010, celebrado entre o Ministério do Esporte, o Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus. O valor total é de R$ 89.400 milhões com prazo para conclusão da obra em dezembro de 2013.

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Ação 4 - Execução de obras para melhoria de infraes trutura e serviços de saneamento ambiental

A cidade de Manaus deve implementar projetos e obras que busquem melhorar as condições de saneamento ambiental com a implantação de:

■ Rede de drenagem urbana de águas pluviais;

■ Rede de coleta de esgotos e ETEs.

Já estão previstos os seguintes estudos:

■ Plano Diretor Urbano e Ambiental;

■ Plano Diretor de Drenagem Urbana.

Implantação de sinalização turística

Sabe-se da existência de um projeto de sinalização turística para Manaus, mas não foram disponibilizadas informações a respeito.

Custos

O custo total do componente referente à Infraestrutura e Serviços Básicos é de R$ 1.959.700,00 (um bilhão, novecentos e cinquenta e nove milhões e setecentos mil reais), divididos por ação, conforme quadro abaixo.

QUADRO 36 – CUSTO POR AÇÃO DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS AÇÃO CUSTO (R$ 1.000,00) ORIGEM DO RECURSO

1. Reforma do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes

327.400,00 Governo Federal

2. Execução de obras de melhoria do sistema viário principal e de transporte público

1.536.900,00 Governo Federal

3. Construção de Terminal Marítimo de Manaus 89.400,00 Ministérios

4. Execução de obras de melhoria de infraestrutura e serviços de saneamento ambiental

6.000,00 Prefeitura

TOTAL 1.959.700,00

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COMPONENTE: GESTÃO SOCIOAMBIENTAL

ESTRATÉGIA: MELHORIA DA QUALIDADE AMBIENTAL DA ÁREA TURÍSTICA DE MANAUS .

Objetivos

■ Fortalecer o Ecoturismo;

■ Promover o usufruto turístico do Rio Negro;

■ Fortalecer a Gestão do Turismo Municipal;

■ Integrar a área urbana de Manaus aos hotéis de selva;

■ Promover a sustentabilidade ambiental das áreas naturais de atração turística.

Justificativa

Deve-se dar ênfase às ações de preservação e recuperação ambiental, bem como às ações voltadas para o ambiente social, uma vez que o desenvolvimento turístico somente poderá ser bem sucedido se associado à melhoria da qualidade de vida da população.

Descrição do conjunto de ações

As ações propostas no componente GESTÃO SOCIOAMBIENTAL abrangem planos e programas de gestão socioambiental e planos de recuperação de áreas degradadas.

Produtos/ Resultados Esperados

Ações 1 e 2 - Elaboração e implementação de Plano d e Conservação e Recuperação de áreas naturais de atração turística

Quando se planeja a atividade turística em áreas naturais, a primeira preocupação deve estar relacionada à conservação de tais áreas para a manutenção da qualidade e da atratividade do turismo.

O Plano a ser elaborado deverá envolver o diagnóstico das necessidades de conservação e/ou recuperação das áreas naturais com potencial turístico em Manaus, a elaboração dos orçamentos para as medidas a serem tomadas, a identificação e captação das fontes de recursos, culminando na execução das medidas de conservação ou recuperação, além de prever a destinação de parcela da renda gerada pela atividade turística para a implantação de medidas.

Ação 3 - Implementação do plano de gestão socioambi ental para o PDITS Manaus

O Plano de Gestão Ambiental constitui o instrumento para gerenciamento e monitoramento ambiental do PDITS. Suas atividades serão desenvolvidas pela Prefeitura de Manaus, que disporá de ferramentas para planejar, executar e avaliar seus próprios procedimentos, bem

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como para acompanhar e avaliar os demais agentes responsáveis por tudo o que se refere a meio ambiente do PDITS.

Seus objetivos são:

■ Manter um sistema de avaliação ambiental permanente do PDITS;

■ Realizar a gestão das licenças ambientais;

■ Realizar a gestão das condicionantes ambientais;

■ Manter um sistema de correção;

■ Consolidar relatórios de resultados e encaminhá-los.

Ação 4 - Elaboração da Avaliação Ambiental Estratég ica

A Avaliação Ambiental Estratégica constitui um processo contínuo de avaliação da qualidade do meio ambiente e das eventuais consequências ambientais do desenvolvimento de uma área ou região.

A aplicação efetiva da Avaliação Ambiental Estratégica fornece dados precisos e atualizados para tomadas de decisão que envolve aspectos ambientais e de desenvolvimento, avaliando o envolvimento de agentes sociais relevantes e as alternativas mais sustentáveis.

A avaliação define os procedimentos que devem ser incorporados a políticas públicas, planos e programas governamentais para assegurar a integração efetiva dos aspectos físicos, bióticos, econômicos, sociais e políticos.

A elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica do PDITS Manaus é uma exigência do Ministério do Turismo para os projetos do PRODETUR nacional, portanto, os projetos elencados no PDITS Manaus só poderão ser executados após essa avaliação.

Custo Estimado

O custo total do componente referente à Gestão Socioambiental é de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), divididos por ação, conforme quadro abaixo.

QUADRO 37 – CUSTO POR AÇÃO DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL AÇÃO CUSTO (R$ 1.000,00) ORIGEM DO RECURSO

1. Elaboração de Plano de Conservação e Recuperação de Áreas Naturais de Atração Turística

500,00 Município

2. Implementação do Plano de Conservação e Recuperação de Áreas Naturais de Atração Turística

1.000,00 Município

3. Implementação do plano de gestão socioambiental para o PDITS Manaus

300,00 PRODETUR

4. Elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica 250,00 PRODETUR TOTAL 2.500,00

Os recursos do PRODETUR neste componente somam R$550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais).

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5.3 DIMENSIONAMENTO DO INVESTIMENTO TOTAL

Apresenta-se aqui o Quadro de Investimentos Totais previstos para o PDITS Manaus.

QUADRO 38 – DIMENSIONAMENTO DOS INVESTIMENTOS TOTAIS

COMPONENTE/AÇÃO INVESTIMENTOS TOTAIS

FONTE DOS RECURSOS

R$ 1.000,00 US$ 1.000,00*

COMPONENTE 1 - PRODUTO TURÍSTICO 227.842,28 130.195,59

1. Elaboração do Projeto Executivo para implantação do Aquário Municipal

4.000,00 2.285,71 PRODETUR

2. Implantação do Aquário Municipal 80.750,00 46.142,86 PRODETUR/

Prefeitura Municipal

3. Urbanização e revitalização do Parque Ponta Negra

60.622,11 34.641,21 PRODETUR/

Prefeitura Municipal

4. Implantação do Centro de Convenções 30.000,00 17.142,86 Estado 5. Elaboração de Plano da Qualidade para o

Turismo 580,00 331,43

Prefeitura Municipal

6. Elaboração de modelo de gestão compartilhada dos serviços de atendimento ao turista

500,00 285,71 Prefeitura Municipal

7. Elaboração de Plano de Fortalecimento da base empresarial do transporte fluvial

580,00 331,43 Prefeitura Municipal

8. Elaboração de Projeto Executivo para adequação dos atrativos turísticos ao acesso de portadores de necessidades especiais (Centro Histórico e Parque Ponta Negra)

150,00 85,71 Prefeitura Municipal

9. Implantação das ações de adequação dos atrativos turísticos ao acesso de portadores de necessidades especiais (Centro Histórico e Parque Ponta Negra)

1.500,00 857,14 Prefeitura Municipal

10. Requalificação e infraestrutura para o Centro Histórico de Manaus

46.060,17 26.320,10 Emenda

Parlamentar 11. Elaboração de Plano de Manejo da APA do

Tarumã 500,00 285,71 Prefeitura

Municipal

12. Elaboração de Plano de Uso da RDS do Tupé 500,00 285,71 Prefeitura Municipal

13. Elaboração de Programa de Certificação em Turismo Sustentável - Selo Verde

1.500,00 857,14 Prefeitura Municipal

14. Elaboração de diagnóstico de capacitação de mão de obra para o turismo

100,00 57,14 Prefeitura Municipal

15. Implementação de capacitação de mão de obra para o turismo

500,00 285,71 Prefeitura Municipal

COMPONENTE 2 - COMERCIALIZAÇÃO 2.700,00 1.542,86 1. Elaboração de Plano de Marketing Estratégico

e Operacional 1.500,00 857,14

Prefeitura Municipal

2. Elaboração de Sistema Integrado de Informações Turísticas 200,00 114,29

Prefeitura Municipal

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COMPONENTE/AÇÃO INVESTIMENTOS TOTAIS

FONTE DOS RECURSOS

R$ 1.000,00 US$ 1.000,00*

3. Implantação de Sistema Integrado de Informações Turísticas

1.000,00 571,43 Prefeitura Municipal

COMPONENTE 3 - FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL 2.603,67 1.487,81

1. Implementação de cursos de treinamento para capacitação de profissionais nas áreas de planejamento, gestão e monitoramento do turismo

600,00 342,86 Prefeitura Municipal

2. Estabelecimento de mecanismos de gestão e coordenação interinstitucionais e público-privada

300,00 171,43 Prefeitura Municipal

3. Elaboração de propostas para normas turísticas municipais

200,00 114,29 Prefeitura Municipal

4. Sensibilização da comunidade local quanto ao turismo e o meio ambiente

650,00 371,43 Prefeitura Municipal

5. Elaboração do PDITS Manaus 253,67 144,95 PRODETUR

6. Elaboração de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus

200,00 114,29 PRODETUR

7. Implantação de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus

400,00 228,57 PRODETUR

COMPONENTE 4 - INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS 1.959.700,00 1.119.828,57

1. Reforma do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes

327.400,00 187.085,71 Governo Federal

2. Execução de obras de melhoria do sistema viário principal e de transporte público

1.536.900,00 878.228,57 Governo Federal

3. Construção de Terminal Marítimo de Manaus 89.400,00 51.085,71 Ministérios 4. Execução de obras de melhoria de

infraestrutura e serviços de saneamento ambiental

6.000,00 3.428,57 Prefeitura

COMPONENTE 5 - GESTÃO SOCIOAMBIENTAL 2.500,00 1.228,57

1. Elaboração de Plano de Conservação e Recuperação de Áreas Naturais de Atração Turística

500,00 285,71 Prefeitura Municipal

2. Implementação do Plano de Conservação e Recuperação de Áreas Naturais de Atração Turística

1.000,00 571,43 Prefeitura Municipal

3. Implementação do plano de gestão socioambiental para o PDITS Manaus

400,00 228,57 PRODETUR

4. Elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica 250,00 142,86

PRODETUR

TOTAL 2.194.895,95 1.254.226,26

* Cotação dólar comercial = R$1,75.

Data: 09/08/2010.

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246

5.4 SELEÇÃO E PRIORIZAÇÃO DAS AÇÕES

5.4.1 Metodologia para Priorização das Ações

As ações cujos recursos são provenientes do PRODETUR Nacional foram julgadas para definição da priorização das mesmas no Programa.

Para priorização das ações do PDITS Manaus, foram considerados 6 (seis) critérios e uma escala de 1 a 3 para julgamento, a seguir, definidos:

QUADRO 39 – CRITÉRIOS PARA HIERARQUIZAÇÃO DAS AÇÕES

CRITÉRIOS ESCALA

A Relação com a estratégia do destino 1 – Baixa 2 – Média 3 – Alta

B Interface e interdependência com outras ações 1 – Baixa 2 – Média 3 – Alta

C Nível de impacto positivo no destino 1 – Baixo 2 – Médio 3 – Alto

D Amplitude dos benefícios gerados 1 – Baixa 2 – Média 3 – Alta

E Tempo para implantação 1 – Longo prazo 2 – Médio prazo 3 – Curto prazo

F Visibilidade da ação 1 – Baixa 2 – Média 3 – Alta

A classificação indica o grau de prioridade de cada ação, atribuindo um valor quantitativo à sua importância para o desenvolvimento do turismo em Manaus. Sendo assim, o somatório das notas atribuídas aos critérios define àquelas ações preferenciais a serem implantadas.

Para tanto, tem-se:

Prioridade I: notas entre 16 e 18;

Prioridade II: notas entre 13 e 15;

Prioridade III: notas entre 6 e 12.

A análise destes aspectos por ação foi consolidada na matriz apresentada abaixo que revela as ações prioritárias para o PRODETUR Nacional Manaus, marcadas em laranja .

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MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO DAS AÇÕES DO PRODETUR NACIONAL MANAUS COMPONENTE/AÇÃO A B C D E F TOTAL PRIORIDADE

COMPONENTE 1 - PRODUTO TURÍSTICO

Elaboração do Projeto Executivo e implantação do Aquário Municipal 3 3 3 3 3 3 18 I

Urbanização e revitalização da Ponta Negra 3 3 3 3 3 3 18 I

COMPONENTE 3 - FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL

Elaboração do PDITS Manaus 3 3 3 3 3 3 18 I Elaboração de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus 3 3 3 3 3 3 18 I

COMPONENTE 5 - GESTÃO SOCIOAMBIENTAL

Implementação do plano de gestão socioambiental para o PDITS Manaus 3 3 3 3 3 3 18 I

Elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica 3 3 3 3 2 2 16 I Fonte: ALTRAN TCBR

Todas as ações do PRODETUR Nacional Manaus são prioritárias e deverão ser implementadas nos 18 primeiros meses do Programa.

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5.4.2 Matriz de Investimento do PRODETUR Nacional M anaus

Apresenta-se, a seguir, a Matriz de Investimento do PRODETUR Nacional Manaus, onde constam o ano de execução e o recurso a ser destinado a cada uma das ações elencadas. Nesta Matriz, aparecem apenas as ações que terão recursos provenientes do PRODETUR Nacional.

COMPONENTE/AÇÃO

CUSTO / ANO DE EXECUÇÃO

TOTAL Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

R$ 1.000,00 US$ 1.000,00 R$ 1.000,00 US$ 1.000,00 R$ 1.000,00 US$ 1.000,00 R$ 1.000,00 US$ 1.000,00 R$ 1.000,00 US$ 1.000,00 R$ 1.000,00 US$ 1.000,00

COMPONENTE 1 - PRODUTO TURÍSTICO 45.000,00 25.714,29 29.130,47 16.645,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 74.130,47 42.360,27 Elaboração do Projeto Executivo para implantação do Aquário Municipal 4.000,00 2.285,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4.000,00 2.285,71

Implantação do Aquário Municipal 21.000,00 12.000,00 20.299,16 11.599,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 41.299,16 23.599,52

Urbanização e revitalização da Ponta Negra 20.000,00 11.428,57 8.831,31 5.046,46 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 28.831,31 16.475,03 COMPONENTE 3 - FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL 503,67 287,81 350,00 200,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 853,67 487,81

Elaboração do PDITS Manaus 253,67 144,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 253,67 144,95 Implantação de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus 250,00 142,86 350,00 200,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 600,00 342,86

COMPONENTE 4 - GESTÃO SOCIOAMBIENTAL 0,00 0,00 550,00 314,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 550,00 314,29 Implementação do plano de gestão socioambiental para o PDITS Manaus 0,00 0,00 300,00 171,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 300,00 171,43

Elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica 0,00 0,00 250,00 142,86 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 250,00 142,86

TOTAL 45.503,67 26.002,10 30.030,47 17.160,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 75.534,14 43.162,37 * Cotação dólar comercial = R$1,75.

Data: 09/08/2010.

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5.5 DESCRIÇÃO DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS DO PRODETUR NACIONAL MANAUS

Apresentam-se, a seguir, fichas de detalhamento das ações elegíveis do PDITS Manaus para realização durante os dezoito primeiros meses de financiamento pelo PRODETUR NACIONAL. As fichas estão estruturadas por componente e por ação.

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5.6 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS

5.6.1 Avaliação preliminar dos impactos socioambien tais

Apresenta-se a seguir quadros, por componente, com a avaliação preliminar dos impactos socioambientais para cada uma das ações elencadas no PDITS Manaus.

QUADRO 40- IMPACTOS POTENCIAIS DAS AÇÕES DO PDITS MANAUS COMPONENTE 1 - PRODUTO TURÍSTICO

IMPACTOS MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS Ação: Elaboração do Projetos e Implantação do Aquário Mun icipal

NEGATIVOS

CONSTRUÇÃO (Durante a fase de construção do aquário, poderão ocorrer os seguintes impactos, os quais serão permanentes ou cessarão ao fim dessa fase).

Modificação da paisagem com descaracterização do terreno natural;

• Seguir estritamente todos os passos do licenciamento ambiental;

• Elaborar e executar Plano Ambiental para Construção –

PAC, seguindo estritamente todas as recomendações e medidas;

Degradação e alteração da paisagem por locação de áreas de empréstimo, bota-fora, jazidas e resíduos sólidos; Geração de efluentes líquidos e resíduos sólidos, contaminação de corpos d’água e do solo; Impermeabilização da camada superficial do solo; Deposição irregular de resíduos sólidos; Carreamento de material para o rio; Suspensão de poeiras (material particulado); Aumento de ruídos e vibrações devido aos caminhões e maquinários das obras;

Supressão de vegetação.

• Detalhar em projeto específico, preferencialmente inventário fitossociológico, o local, a extensão, a tipologia da vegetação, as espécies a serem atingidas, a existência de espécies protegidas e tombadas e a presença de APP;

• Realizar a compensação florestal e ambiental conforme a supervisão do órgão ambiental;

• Implantar medidas de controle de erosão para evitar o carreamento e assoreamento dos corpos hídricos;

• Após o desmatamento, estocar as camadas de solo

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COMPONENTE 1 - PRODUTO TURÍSTICO IMPACTOS MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

(orgânico e mole) para posterior aproveitamento em recuperação. A estocagem deverá ser em local com configuração topográfica favorável, evitando-se processos erosivos e danos em APP;

Aumento no risco de acidentes com a fauna, pelo seu afugentamento ou geração de condições para espécies oportunistas e sinantrópicas ou atropelamento;

• Efetuar sinalização rodoviária específica, objetivando reduzir os riscos de atropelamento da fauna silvestre;

• Efetuar registro de todo e qualquer atropelamento de fauna silvestre, anotando as espécies e as características do local, para adoção de medidas corretivas;

Surgimento de novas atividades informais em local não adequado.

• Implantar programa de monitoramento e controle de atividades informais;

OPERAÇÃO

Alterações no uso e ocupação do solo, com possibilidade de adensamento de ocupação;

• Intensificar a fiscalização com vistas a obedecer ao Plano Diretor Urbano e Ambiental do Município de Manaus;

Surgimento de novas atividades informais em local não adequado;

• Implantar programa de monitoramento e controle de atividades informais;

Problemas de não adaptação e de doenças das espécies que serão mantidas em cativeiro.

• Implantar programa de manejo e monitoramento das espécies que farão parte do aquário;

POSITIVOS

Aumento da atratividade turística do município, com equipamento representativo da biodiversidade amazônica;

Possibilidade de implementação de diversos programas de educação ambiental;

• Firmar convênio com instituições de ensino e parcerias com ONGs;

Possibilidade de pesquisa, manutenção e preservação de espécies ameaçadas; • Firmar convênio com instituições de ensino superior;

Geração de emprego e renda para diferentes níveis de qualificação. • Empregar mão de obra local.

Ação: Urbanização e revitalização da Ponta Negra

NEGATIVOS (Os impactos negativos

ocorrerão somente durante as obras e

Degradação e alteração da paisagem por locação de áreas de empréstimo, bota-fora, jazidas e resíduos sólidos; • Seguir estritamente todos os passos do licenciamento

ambiental;

Geração de efluentes líquidos e resíduos sólidos, contaminação de corpos d’água e do solo;

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COMPONENTE 1 - PRODUTO TURÍSTICO IMPACTOS MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

cessarão ao fim dessa fase)

Deposição irregular de resíduos sólidos; • Elaborar e executar Plano Ambiental para Construção – PAC, seguindo estritamente todas as recomendações e medidas.

Carreamento de material para corpos d’água; Suspensão de poeiras (material particulado); Aumento de ruídos e vibrações devido aos caminhões e maquinários das obras; Instalação ou intensificação de processos erosivos; Aumento da poluição do ar devido à lentidão do tráfego e congestionamentos na área de influência das obras; Aumento da poluição do ar devido ao aumento do tráfego pesado de fornecimento de insumos para as obras.

POSITIVOS Aumento da atratividade turística do município; • Realizar divulgação adequada; Aumento da segurança devido à melhoria do Balneário; • Realizar manutenção periódica; Geração de emprego e renda. • Dar prioridade ao emprego de mão de obra local.

COMPONENTE 3 – FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL IMPACTOS MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

Ação: Elaboração do PDITS Manaus

POSITIVOS Existência de um instrumento de planejamento do turismo no Município. Ação: Implantação de Sistema de Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus

POSITIVOS Organização do banco de dados da gestão do turismo;

Clara definição de competências na gestão.

COMPONENTE 5 – GESTÃO SOCIOAMBIENTAL IMPACTOS MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

Ação: Implementação do plano de gestão socioambiental par a o PDITS Manaus

POSITIVOS Relatórios de andamento e monitoramento das ações do plano. Organizar prioritariamente a equipe responsável pelo gerenciamento e monitoramento do Plano.

Ação: Elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica

POSITIVOS Meio ambiente conservado.

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258

5.6.2 Avaliação dos impactos socioambientais cumula tivos do conjunto de atividades e projetos a serem desenvolvidos

As intervenções previstas para o PDITS Manaus são, em geral, de pequeno porte, diretamente, não vão degradar recursos naturais significativos. Os impactos negativos serão localizados e, em sua maioria, ocorrerão apenas durante as instalações previstas, cessando ao final das mesmas. Estes impactos também serão de pequena magnitude e, obedecidos os licenciamentos ambientais vigentes, a maior parte desses impactos negativos será reversível e todos, com certeza, serão mitigáveis ou passíveis de compensação.

Atenção especial deverá ser dada à construção do Aquário Municipal, o qual se dará em uma área pouco explorada, em que poderão ser atraídos outros empreendimentos e outras atividades que, se não devidamente fiscalizadas, poderão causar degradação e outros impactos de maior magnitude.

A intensificação da atividade turística em áreas naturais, de uma forma geral, poderá acarretar em ameaças à sustentabilidade dos ecossistemas, alterando hábitos da fauna e paisagens naturais, além de aumentar os níveis de poluição sonora, do ar e da água. Dessa maneira, qualquer atividade turística em área natural, deverá ser monitorada, considerando as capacidades de carga de cada área, na tentativa de minimizar mais intensamente os impactos inerentes às atividades procedidas.

5.6.3 Avaliação dos efeitos da implementação do pla no sobre a qualidade de vida e as características culturais da população de Manaus

Esta avaliação é feita com propriedade por Ruschmann (1999), a qual cita, dentre outros impactos advindos do desenvolvimento do turismo, os seguintes, que podem ser refletidos em Manaus, considerando o diagnóstico social realizado:

■ Abandono de atividades primárias pelas populações autóctones para a busca de empregos no setor turístico;

■ Inflação e aumento abusivo de preços, além da especulação imobiliária, o que marginaliza a população local, em especial os mais carentes;

■ Sazonalidade da atividade turística, que provoca transtornos e desemprego nos períodos de baixa ocupação;

■ Alteração de princípios de moralidade tradicionais, tais como aumento da prostituição, criminalidade e jogo organizado (problemas estes já comuns em Manaus e que poderão se intensificar);

■ Vulgarização de manifestações tradicionais (tão ricas na região amazônica);

■ Necessidade de importação de mão de obra qualificada e produtos específicos para atendimento dos turistas (aqui deverá ser dada especial atenção à necessidade de forte investimento para qualificar e capacitar as pessoas tão logo se inicie o PDITS, considerando as deficiências locais);

■ Comprometimento da autenticidade e espontaneidade de manifestações culturais (levando-se em conta a forte presença de populações tradicionais no município, este é um potencial impacto que deverá ser monitorado de perto);

■ Descaracterização do artesanato.

Como impactos positivos/benefícios sociais, podem ser citados:

■ Geração de emprego e renda (consequentemente, melhoria da qualidade de vida);

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259

■ Aumento de vendas de produtos e serviços, com potencialização de lucros e vantagens socioambientais;

■ Aumento do empreendedorismo;

■ Valorização do artesanato;

■ Valorização da herança cultural;

■ Orgulho de pertencer a uma etnia;

■ Interação cultural e compreensão mútua entre os povos;

■ Aumento na arrecadação de impostos e do PIB local.

5.6.4 Identificação de outros impactos estratégicos da implementação do Plano

A intensificação das atividades turísticas em um município será precursora de uma série de outras atividades secundárias e terciárias, as quais poderão gerar mudanças na forma de exploração econômica da região, voltando-se para a prestação de serviços aos turistas. O papel do turismo no desenvolvimento local, nesse contexto, é relevante, principalmente pelas características naturais e culturais de grande potencial no Município.

Entretanto, por um lado, aumenta-se o leque de oportunidades de geração de renda para os habitantes, por outro, pode-se ocasionar o que foi mencionado no item anterior, que é o abandono de atividades primárias pelas populações na busca de empregos no setor turístico. Isto pode significar benefícios, mas também, malefícios, se as pessoas abandonam atividades já por elas dominadas, por atividades novas, com as quais poderão não se identificar e não conseguir progredir, gerando frustração e mesmo desemprego.

No que concerne a conflitos por uso dos recursos naturais, é sabido que o equilíbrio entre a atividade econômica e a sustentabilidade socioambiental é um ponto crucial para o desenvolvimento do turismo sustentável, uma vez que, não raro, ocorrem conflitos sociais causados pela maior pressão sobre o uso dos recursos naturais. O turismo sustentável é um negócio que pode ser lucrativo, mas arriscado do ponto de vista dos investimentos. Só é viável na perspectiva econômico se as regras de mercado forem seguidas, como todo e qualquer negócio, e só será sustentável ambientalmente se equilibrar as dimensões econômicas, sociais e ambientais (FILHO, 2005).

O turismo sustentável em Manaus, pela sua riqueza ambiental somada à carência social, não estará livre de conflitos. Dessa forma, para evitar conflitos com relação aos usos das áreas naturais, Lavini e Rabinovici (2005) recomendam, dentre outros: Educação Ambiental e sensibilização dos turistas; Cooperação com os setores públicos e privados; Integração das comunidades no planejamento das atividades por meio de um planejamento representativo e participativo; Incentivo à integração e colaboração entre os agentes participantes das atividades turísticas; Intercâmbio de informações entre atores de projetos locais, regionais e globais.

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Parâmetros a serem usados como indicadores dos impa ctos e efeitos avaliados

INDICADORES DOS IMPACTOS AÇÕES DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO

Impactos relacionados às obras: geração de

efluentes líquidos, geração de resíduos sólidos, possível contaminação de corpos d’água e do solo, impermeabilização do solo, geração de poeiras (material particulado), aumento de ruídos e

• Números de não conformidades geradas pela gestão e fiscalização das obras.

• Seguir estritamente todos os passos do licenciamento ambiental;

• Elaborar e executar Plano Ambiental para Construção – PAC, seguindo estritamente todas as recomendações e medidas.

Abandono de atividades primárias pelas populações para a busca de empregos no

• Relação empregos formais na atividade turística/Relação de empregos formais totais nos municípios.

• Acompanhar os índices de desemprego.

Inflação e aumento abusivo de preços, ão imobiliária. • Índice de inflação. • Acompanhar o índice de inflação.

Sazonalidade da atividade turística.

• Índice de desemprego; • Relação empregos formais na atividade

turística/Relação de empregos formais totais nos municípios;

• Taxa de ocupação hoteleira.

• Acompanhar os índices.

Alteração de princípios de moralidade • Índices de criminalidade. • Acompanhar os índices de criminalidade.

Necessidade de importação de mão de qualificada e produtos específicos • Número de vagas/Tempo de disponibilidade.

• Elaborar pesquisa específica para acompanhamento das vagas qualificadas e preenchimento das mesmas.

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SÍNTESE DOS IMPACTOS INDICADORES DOS IMPACTOS AÇÕES DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO • Receita gerada pelo turismo.

Aumento de vendas de produtos e serviços, com potencialização de lucros e vantagens socioambientais.

• Receita gerada pelo turismo. • Acompanhar os índices.

Aumento do empreendedorismo. • Abertura de empresas. • Acompanhar os números. Valorização do artesanato. • Preço dos produtos artesanais. • Monitorar o mercado.

Geração de emprego e renda. • Número de empregos turísticos totais; • PIB per capta.

• Acompanhar os índices.

Melhoria da qualidade de vida.

• Índice de desenvolvimento econômico; • Índice de desenvolvimento social; • Relação de beneficiários de baixa

renda/beneficiários totais.

• Acompanhar os índices.

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262

5.7 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL PARA O PLANO DE AÇÃO DO PDITS MANAUS

O Plano de Gestão Ambiental constitui o instrumento para gerenciamento e monitoramento ambiental do PDITS. Suas atividades deverão ser desenvolvidas pela Prefeitura de Manaus, que deverá dispor de ferramentas para planejar, executar e avaliar seus próprios procedimentos, bem como para acompanhar e avaliar os demais agentes responsáveis por tudo o que se refere ao tema “Meio Ambiente” no PDITS.

O estabelecimento de um sistema de planejamento e gestão ambiental integrados necessita de um referencial físico e institucional, de amplo conhecimento e acesso para todos os envolvidos na implantação do PDITS.

Diante disso, será operacionalizada uma Coordenação de Gestão Ambiental, de caráter permanente, onde e por qual meio as informações relacionadas aos aspectos ambientais da implantação do PDITS serão encaminhadas, consolidadas e disseminadas, com os seguintes objetivos:

■ Manter um sistema de avaliação ambiental permanente do PDITS;

■ Realizar a gestão das licenças ambientais;

■ Realizar a gestão das condicionantes ambientais;

■ Manter um sistema de correção;

■ Consolidar relatórios de resultados e encaminhá-los.

Assim, dentro dessa estrutura, caberá à Prefeitura de Manaus coordenar as ações propostas no Plano de Ação do presente documento.

5.7.1 Estrutura Organizacional

A proposta organizacional aqui apresentada trata não somente da equipe necessária para a gestão ambiental do PDITS, mas inclui o gerenciamento da interface com os atores envolvidos no processo – em especial os órgãos ambientais – além da coordenação e execução das ações ambientais sob responsabilidade da coordenação da Gestão Ambiental, neste PDITS, configurando-se na estrutura organizacional e hierárquica da Gestão Ambiental Integrada - GAI do PDITS Manaus, apresentada na figura abaixo.

FIGURA 15 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA GAI DO PDITS

Coordenação da Gestão Ambiental do PDITS

Gerenciamento da Interface

Equipe de Monitoramento

Ambiental

Desenvolvimento das Ações

Socioambiental

Infraestrutura

Institucional

Comercialização

Produto Turístico

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263

Além do coordenador principal da gestão ambiental, deverá haver um responsável pelo gerenciamento de interface, que irá lidar com entidades e órgãos públicos e privados envolvidos no processo, e que responderá pelas licenças ambientais inerentes, desde a abertura dos processos de licenciamento até a emissão das licenças. Sob a coordenação destes dois, deverá estar uma equipe para executar todos os procedimentos ambientais necessários.

5.7.2 Acompanhamento, Avaliação e Melhoria

A) APURAÇÃO DE INDICADORES

No que se refere às ações sob responsabilidade de execução da GAI, as atividades de acompanhamento avaliação e melhoria contínua se darão por meio da apuração dos indicadores previstos no item anterior.

B) ANÁLISE CRÍTICA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

A coordenação da GAI analisará os resultados do gerenciamento da interface, considerando as discrepâncias observadas e necessidade de definir novos objetivos e metas. A periodicidade desta análise crítica considerará:

■ A não efetividade das ações propostas;

■ Obtenção de resultados insatisfatórios;

■ Falha na comunicação externa.

C) MONITORAMENTO AMBIENTAL

Toda e qualquer informação e ação ambiental no âmbito da execução das ações do PDITS será objeto da equipe de Monitoramento Ambiental, a qual orientará todas as atividades para obedecer à legislação ambiental vigente, monitorará as ações guardando o perfeito atendimento à legislação, consolidará relatórios e os emitirá aos órgãos ambientais, quando necessário, e ao Coordenador da GAI.

D) ESTIMATIVA DOS CUSTOS PARA A GESTÃO AMBIENTAL

A estimativa de custo total para a gestão ambiental do PDITS é, em média, R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).

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264

6 MECANISMOS DE FEEDBACK: ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃ O DO PRODETUR NACIONAL MANAUS

Pela natureza, complexidade e abrangência do PRODETUR Nacional, faz-se necessário realizar constantes e sistemáticas análises de acompanhamento e avaliação dos resultados das ações e investimentos realizados, buscando-se sempre a sua eficácia, eficiência e efetividade, como forma de se atingir os objetivos propostos.

Sendo assim, o presente capítulo tem como objetivo apresentar o Plano para Acompanhamento e Avaliação do PRODETUR Nacional Manaus.

6.1.1 Objetivos

O objetivo geral do Plano de Acompanhamento e Avaliação do PRODETUR Nacional Manaus é criar mecanismos que possibilitem o acompanhamento do Programa em termos de implementação das ações e avaliação dos resultados, efeitos e impactos no Município.

Pretende-se que os mecanismos desenhados para o acompanhamento e avaliação do programa possibilitem o atendimento das seguintes demandas:

I. Avaliação do grau de realizações físico-financeiras de desempenho do programa a ser condensada em um Relatório Anual de Progresso e replicada a cada dois anos no marco lógico do Programa;

II. Avaliação da eficácia das ações e a eficiência na alocação dos recursos através do acompanhamento da evolução do nível de elaboração, análise e licitação dos projetos aprovados no Município, a ser integrada no Relatório de Avaliação Ex-post;

III. Acompanhamento de indicadores turísticos, socioeconômicos, ambientais, de gestão turística, de participação comunitária e de capacitação previamente selecionados em cada um dos componentes do programa, com vistas a alimentar a cada dois anos o Marco Lógico e o Relatório de Avaliação Ex-post;

IV. Mensuração dos impactos econômicos, sociais e fiscais dos investimentos do programa no município, a ser incorporada no Relatório de Avaliação Ex-post;

V. Disponibilização para gestores governamentais, co-executores e a sociedade civil de informações sobre a evolução e o desempenho dos investimentos do programa;

VI. Desenho e implementação, com base nas informações produzidas, de mecanismos de potencialização das ações bem sucedidas e de correção daquelas que se desviaram dos seus objetivos;

VII. Ensejar um processo de aprendizagem quanto à formulação, à execução, ao acompanhamento e à avaliação de projetos e programas;

VIII. Justificativa para negociação de novas etapas do Programa e de outras iniciativas que venham somar os esforços de desenvolvimento socioeconômico de Manaus e do Estado do Amazonas.

O Marco Conceitual do presente plano encontra-se no ANEXO II deste documento.

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265

6.1.2 Produtos Esperados

Para atender à metodologia proposta, sugere-se o desenvolvimento dos seguintes produtos.

■ Sistema de Informações Gerenciais;

■ Relatórios de Acompanhamento e Avaliação do Program a;

■ Biblioteca Virtual.

A) SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

A construção de um sistema automatizado de gestão das informações, além do acompanhamento e avaliação dos projetos, possibilitará difundir pesquisas e boas práticas, aumentar a eficiência e evitar a superposição e falta de coordenação entre as iniciativas governamentais e privadas.

O acompanhamento e a avaliação do programa estarão estruturados em um sistema automatizado, que vai gerenciar uma base de informações necessárias para a elaboração de uma série de relatórios.

A base de informações deverá ser continuamente alimentada com dados referentes ao ciclo de vida dos projetos: elaboração, análise, licitação, execução e operação. O diagrama a seguir ilustra a concepção esperada do sistema.

FIGURA 16 – SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PRODETUR NACIONAL MANAUS Fonte: ALTRAN TCBR

Informações Ex-Ante

Estas informações deverão ser colhidas pelos técnicos da Unidade de Execução do Projeto - UEP por ocasião da análise do PDITS e de apresentação dos projetos. Durante a execução e a partir da entrada em operação dos projetos, a UEP deverá fornecer os dados efetivamente realizados. As informações serão registradas em formulários eletrônicos, de acordo com as especificidades de cada tipo de projeto.

ESTATISTICAS EX-POST

SECUNDÁRIAS

INFORMAÇÕES

EX-ANTE

ESTATÍSTICAS EX-POST

PRIMÁRIAS

RELATÓRIO DO

MARCO

LÓGICO

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO EX-

POST

INFORMAÇÕES FISICO-

FINANCEIRAS

RELATORIOS DE PROGRESSO E

DE MANUTENÇÃO

BIBLIOTECA VIRTUAL

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266

As informações armazenadas nesta base de dados deverão ser utilizadas para a confecção dos relatórios de Progresso, de Avaliação Ex-Post e para a atualização do Marco Lógico.

Informações físico-financeiras do Programa

Estas informações deverão ser coletadas a partir dos dados orçados nas licitações, dos instrumentos contratuais, das vistorias aos projetos e dos desembolsos. Estas informações constituem insumos básicos para o Relatório Anual de Progresso e da Avaliação Ex-post. Serão informados e analisados os seguintes itens:

■ Valor orçado;

■ Valor aprovado;

■ Valor licitado/contratado;

■ Valor ajustado;

■ Valor desembolsado;

■ Valor da contrapartida;

■ Quantidade de Projetos (por componente, status, área);

■ Comentários do projeto;

■ Percentual previsto e percentual realizado da execução dos projetos.

Estatísticas socioeconômicas primárias

Neste módulo, serão armazenadas as informações coletadas pela UEM por meio de pesquisas de campo efetuadas no Município. As informações que compõem este módulo estão listadas no quadro de indicadores apresentados a seguir.

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UADRO 41 – LINHA DE BASE DO MARCO LÓGICO DO PLANO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

FONTE ANO BASE PERÍODO DE ACOMPANHAMENTO DIMENSÃO UNIDADE RESPONSÁVEL PERIODICIDADE

RAIS E MTE 2003-08 2009-15 Impacto Taxa UEP Anual

Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno.

2003-08 2009-15 Impacto Taxa Anual

Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno

2003-08 2009-15 Impacto Taxa Anual

UEP e IBGE 2003-08 2009-15 Impacto Taxa Anual

UEP e IBGE 2003-08 2009-15 Impacto Taxa Anual Anual

MTUR e Infraero 2008 2009-15 Efeito Milhares UEP Anual

MTUR e Infraero 2008 2009-15 Efeito Milhares UEP Anual

ABIH-AM e Secretaria de Turismo de Estado.

2008 2009-15 Efeito Milhares Anual

MTUR 2008 2009-1 Efeito % MTUR Anual

Pesquisa de demanda turística 2008 2009-15 Efeito R$

Secretaria de Turismo de Bianual

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INDICADORES FONTE ANO BASE PERÍODO DE ACOMPANHAMENTO DIMENSÃO UNIDADE RESPONSÁVEL PERIODICIDADE

hotéis; turística Turismo de Estado

7. Número de pernoites gerados; Pesquisa de demanda

turística 2008 2009-15 Efeito Dias

Secretaria de Turismo de

Estado Bianual

8. Receita gerada pelo turismo; Pesquisa de demanda

turística 2008 2009-15 Efeito

R$ Milhares

Secretaria de Turismo de

Estado Bianual

9. Grau de satisfação dos turistas com a limpeza pública, sinalização turística, qualidade ambiental e acessibilidade:

Muito Satisfeito; Satisfeito; Insatisfeito; Muito Insatisfeito;

Pesquisa de demanda turística

2008 2009-15 Efeito Unidades Secretaria de Turismo de

Estado Bianual

10. Grau de satisfação dos turistas com os serviços proporcionados pelos equipamentos e serviços turísticos

Muito Satisfeito; Satisfeito; Insatisfeito; Muito Insatisfeito;

Pesquisa de demanda turística

2008 2009-15 Efeito Unidades Secretaria de Turismo de

Estado Bianual

11. Número de empresas certificadas (selo verde/ qualidade) aumenta em relação ao ano base.

Programa de Certificação em Turismo Sustentável (PCTS)

2011 2009-15 Efeito Unidades Secretaria de Turismo de

Estado Bianual

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269

Estatísticas Secundárias Básicas

Para subsidiar a avaliação dos resultados do programa deverão ser inseridas na base de dados do SIG estatísticas socioeconômicas, turísticas e ambientais do município. As estatísticas que comporão esta base constam na linha de base apresentada no quadro anterior. Estas estatísticas deverão ser coletadas pela UEP junto às entidades responsáveis pela produção das mesmas.

B) RELATÓRIOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

A análise dos Indicadores de Acompanhamento e Avaliação do Programa deverá ser condensada nos seguintes relatórios:

■ Relatório do Marco Lógico;

■ Relatório de Progresso;

■ Relatório de Manutenção;

■ Relatório e Avaliação ex-post.

Relatório Consolidado do Marco Lógico do Programa

O marco lógico é definido como sendo uma ferramenta para a conceituação, desenho, execução e avaliação dos projetos. Sua finalidade é permitir uma estrutura para o processo de planejamento e transmitir a informação essencial do projeto. Seu método enfatiza a clareza de objetivos, definição de responsabilidades e a possibilidade de medir resultados. Os passos para a elaboração do Marco Lógico são apresentados a seguir.

■ Identificação dos grupos de interesses;

■ Identificação e análise do problema;

■ Estabelecimento dos objetivos;

■ Seleção dos Indicadores e construção da linha de base;

■ Especificação dos pressupostos e dos riscos;

■ Formulação das ações;

■ Estabelecimento dos produtos e meta das ações;

■ Elaboração do Relatório Consolidado do Marco Lógico do Programa.

A fim de alimentar a base de dados com as estatísticas mencionadas no Marco Lógico, a UEP formatará a estruturas destas pesquisas com vistas à sua padronização e sistematização. Caberá à UEP a execução e custeio das mencionadas pesquisas, as quais deverão ser financiadas com recursos do Programa ou comporem a contrapartida local.

A estrutura do Marco Lógico encontra-se no quadro a seguir.

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QUADRO 42 – ESTRUTURA DO MARCO LÓGICO DE PLANO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

RESUMO NARRATIVO INDICADORES MEIOS DE VERIFICAÇÃO SUPOSTOS FINALIDADE

Melhorar a qualidade de vida da população residente do município.

1. Empregos diretos permanentes em atividades diretas do turismo (hospedagem, alimentação, agenciamento, locação, entretenimento e lazer) crescem mais rápido do que no período-base;

Dados do Relatório Anual do RAIS/MTE. Coletado pela UEP.

Turismo como indutor do desenvolvimento socioeconômico. Empresas turísticas conseguem a maior parte de seus empregados entre a população residente do município.

2. Arrecadação do ISS cresce a uma taxa maior que no período-base;

Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno.

Há disposição política para cobrar o ISS. Admite-se que o incremento de Arrecadação municipal é utilizado para beneficiar a população de baixa renda.

3. Arrecadação do IPTU cresce a uma taxa maior que no período-base;

Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno.

Há disposição política para cobrar o IPTU. Admite-se que o incremento de Arrecadação municipal é utilizado para beneficiar a população de baixa renda.

4. Participação da Receita do Turismo no PIB do município cresce mais do que no período-base;

UEP e IBGE

5. PIB per capita do município cresce mais do que no período-base.

UEP e IBGE

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271

RESUMO NARRATIVO INDICADORES MEIOS DE VERIFICAÇÃO SUPOSTOS PROPÓSITO PROGRAMA

1. O turismo no município cresce de maneira sustentável.

1. Fluxo Turístico: o total de embarque e desembarques no Aeroporto Severo Gomes - cresce mais do que no período-base;

MTUR e Infraero

2. Movimento de vôos: o total de voos regulares e charters no Aeroporto Severo Gomes - cresce mais do que no período-base;

MTUR e Infraero

3. Número de unidades habitacionais do município cresce mais rápido do que no período-base;

ABIHe Secretaria de Turismo de Estado.

Empresas turísticas conseguem a maior parte de seus empregados entre a população residente do município.

4. Gasto médio diário individual (GMDI) do turista cresce mais rápido do que no período-base;

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela Secretaria de Turismo de Estado.

Metodologia padronizada pelo órgão de turismo estadual.

5. Permanência média do turista em hotéis cresce mais rápido do que no período-base;

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela Secretaria de Turismo de Estado.

Metodologia padronizada pelo órgão de turismo estadual.

6. Receita gerada pelo turismo cresce mais rápido do que no período-base.

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela Secretaria de Turismo de Estado.

Metodologia padronizada pelo órgão de turismo estadual.

2. Qualidade do produto turístico

1. Grau de satisfação dos turistas com a limpeza pública, sinalização turística, qualidade ambiental e acessibilidades melhora em relação ao ano-base;

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela Secretaria de

Metodologia padronizada pelo órgão de turismo estadual.

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272

RESUMO NARRATIVO INDICADORES MEIOS DE VERIFICAÇÃO SUPOSTOS Turismo de Estado.

2. Grau de satisfação dos turistas com os serviços proporcionados pelos equipamentos e serviços turísticos melhora em relação ao ano-base.

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela Secretaria de Turismo de Estado.

Metodologia padronizada pelo órgão de turismo estadual.

PROPÓSITOS COMPONENTES

PROPOSITO COMPONENTE 1: Produto Turístico

1. Gasto médio diário individual (GMDI) do turista cresce mais rápido do que no período-base;

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela Secretaria de Turismo de Estado.

Haverá cobrança de ingresso do visitante

PROPOSITO COMPONENTE 2: Comercialização

1. Número de Pernoites gerados por canais de venda (operadoras) aumenta em relação ao ano-base;

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela Secretaria de Turismo de Estado.

O Plano de Marketing é implementado como planejado.

2. Marketing-share de Manaus no turismo receptivo do país aumenta em relação ao ano-base;

MTUR

PROPÓSITO COMPONENTE 3: Fortalecimento Institucional

1. Percentual de investimento em Fortalecimento Institucional realizado em relação ao investimento planejado.

Relatório de Progresso e Plano de Ação do PDITS

PROPOSITO COMPONENTE 4: Infraestrutura e serviços básicos

1. Grau de satisfação dos turistas com a limpeza pública, sinalização turística, qualidade ambiental e acessibilidades melhora, em relação ao ano-base.

Pesquisa bianual de demanda turística a ser realizada pela

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273

RESUMO NARRATIVO INDICADORES MEIOS DE VERIFICAÇÃO SUPOSTOS Secretaria de Turismo de Estado

COMPONENTE 5: Gestão ambiental

1. Evolução do número de servidores municipais capacitados e atuando na gestão turismo, patrimônio natural e cultural aumenta em relação ao ano-base.

Relatório de Progresso e levantamento de dados secundários.

PROJETOS PROJETOS DE COMPONENTE 1 - Produto Turístico

1. Implantação do Aquário Municipal. 1. Número de visitantes anuais do Aquário Municipal.

Livro de Registro de Ingresso

Haverá cobrança de ingresso do visitante

PROJETOS DE COMPONENTE 3 - Fortalecimento Institucional 1. Implantação de Sistema de

Informações Gerenciais do PRODETUR Nacional Manaus;

1. Alimentação do sistema. UEP

2. Elaboração do PDITS Manaus. 1. Percentual do número de ações realizada em relação ao

número planejado no PDITS em relação ao ano-base. UEP, PDITS, Relatório de Progresso.

PROJETOS DE COMPONENTE 5 - Gestão Soioa mbiental 1. Implementação do Plano de

Avaliação Socioambiental; 1. Ações do PDITS implantadas conforme as normas

ambientais vigentes. UEP

2. Elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica.

1. Quantidade de impactos negativos gerados pelas ações do PDITS.

UEP

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274

Relatório de Progresso

Este relatório objetiva oferecer informações que evidenciem o andamento da execução e operação dos Projetos nos Polos bem como nortear a tomada de medidas corretivas ou preventivas durante essas fases. Terá como base as informações constantes no módulo das informações físico-financeiro do projeto acumuladas nos seis meses anteriores à posição do relatório. A responsabilidade pela confecção deste relatório será da UEP. Este relatório terá periodicidade semestral.

Relatório de Manutenção

O propósito deste relatório é apresentar informes anuais sobre o estado das obras e equipamentos financiados pelo programa, com o objetivo de garantir a eficiência e eficácia dos investimentos realizados. Caberá à UEP a preparação e envio deste relatório ao agente financeiro. A periodicidade da emissão do relatório é anual, devendo o primeiro plano anual corresponder ao exercício fiscal seguinte ao da entrada em operação da primeira das obras do programa. O relatório será elaborado durante o período de execução do programa e até três anos depois de concluída a execução da última obra.

Relatório de Avaliação Ex-post

O objetivo do relatório ex-post, a partir de indicadores selecionados no Marco Lógico para o município, é dar encaminhamento à avaliação consolidada do programa quanto a sua concepção, execução e operação. A responsabilidade pela confecção deste relatório será da UEP. Embora a alimentação da base de dados seja permanente, a emissão deste relatório será realizada a cada dois anos, em função da periodicidade das pesquisas de campo, previstas no Marco Lógico do Programa. Uma sugestão da estrutura deste relatório é o objeto do ANEXO III deste documento.

C) BIBLIOTECA VIRTUAL

Na Biblioteca virtual, serão disponibilizados relatórios, estudos e pesquisas sobre o PRODETTUR Nacional Manaus. Para tanto, será criado no portal da Internet da Prefeitura de Manaus um link que levará à página desta biblioteca.

6.1.3 Responsabilidades

Ficará sob responsabilidade da UEP a coordenação geral de obtenção e a administração dos dados referentes aos indicadores para acompanhamento de avaliação do programa, bem como o armazenamento em base de dados, a compilação e o processamento dos dados, além da elaboração dos relatórios retromencionados.

Será atribuição da UEM a obtenção dos dados colhidos por meio de Pesquisas de Campo, os dados gerados pelos órgãos municipais e estaduais. Os dados aqui mencionados, após coletados, deverão ser inseridos na base de dados do SIG para acompanhamento do PRODETUR/NACONAL MANAUS. Ressalte-se, contudo, que serão considerados como base principal os indicadores da Linha de Base para a avaliação, o que não omite a possibilidade de utilização de outros indicadores adicionais ou metodologias alternativas para avaliação do programa.

Page 275: município de Manaus

275

REFERÊNCIAS AMAZONASTUR. Apresentação Cooperação Italiana e Governos do Amazo nas . Novembro 2005.

_____________. Plano Estadual de Turismo do Amazonas 2008-2011: Plano Victoria Regia.

_____________. Síntese dos Indicadores de Turismo do Amazonas 2003- 2008.

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