mundo árabe
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Mundo ÁrabeDois anos de revoluções
Mundo Árabe
• Dá-se o nome de Mundo Árabe ao conjunto de países africanos e do Oriente Médio que, além de predominantemente islâmicos, tem uma cultura árabe (influenciada por peculiaridades locais) e fazem do árabe seu idioma oficial.
• São ao todo 22 países, dos quais 21 têm soberania (independência); a Palestina (formada pela Faixa de Gaza e Cisjordânia) ainda não constitui um estado propriamente dito.
Oriente Médio
• O Mundo Árabe compreende atualmente 8 monarquias e 13 repúblicas.
• São regimes, na maioria, autocráticos, nos quais a autoridade se concentra nas mãos de um único partido ou pessoa.
• Em vários deles, além de autoritária, a elite dominante é corrupta.
• Em geral, os dirigentes se mantêm no poder no poder amparados por forças militares.
• Com o agravamento da situação econômica, as populações sobrevivem em condições de pobreza.
• Os jovens escolarizados são diretamente atingidos, pois, apesar da qualificação, não encontram emprego.
• As populações locais têm exercido um papel ativo ao exigir mudanças.
• As revoluções na Tunísia e no Egito (2011), que abriram a Primavera Árabe, não se restringem ao enfrentamento com a velha ordem.
• Em 2013, o desafio é o processo de construção de um sistema democrático.
• A democracia era ou é a principal reivindicação das manifestações populares?
• O histórico da região não é democrático. Vide Revolução Iraniana...
• Caldeirão: sistemas políticos em crise, alianças internas e externas, anseios democráticos, atuação de grupos religiosos fundamentalistas, enriquecimento de urânio para fins nucleares, petróleo, grupos terroristas e o conflito por terra entre palestinos e Israel.
• As mudanças estão em curso...A história não acabou!
• Os estados árabes têm uma história política bastante recente, com exceção da Arábia Saudita (criada em 1932), todos somente alcançaram a independência plena após a Segunda Guerra Mundial, quando deixaram de ser colônias ou protetorados da Inglaterra, França e Itália.
O surgimento do Islã
• Século VII, surgiu em Meca (Arábia Ocidental) um movimento religioso monoteísta.
• Mohamed (570-632) convoca homens e mulheres à submissão à vontade de Deus revelada no Alcorão.
• Origem abraâmica. • Em nome da nova religião, o Islã, os exércitos
da Arábia invadem os territórios vizinhos e fundam um novo império Árabe, o Califado.
Séculos XV e XVI
• Os territórios de língua árabe foram dominados pelo Império Otomano, fundado por guerreiros vindos da Ásia Central.
• Estado burocrático, que abrigava populações de diversas religiões dentro de um único sistema administrativo e sob uma legislação com base no Islã.
• Século XVIII: Revolução Industrial aumenta o poderio militar europeu.
I Guerra Mundial
• O término da WW I marca o fim do Império Otomano, que havia se aliado à Tríplice Aliança.
• Surge um novo Estado independente: a Turquia.
• As províncias árabes foram postas sob o controle britânico e francês.
I Guerra Mundial
• Em alguns lugares, como no Iraque, poderes locais fazem acordo com as potências europeias.
• Noutros, há o controle colonial, como na Palestina.
• Descoberta de extensas jazidas de petróleo naquelas áreas.
• Disputas entre as elites árabes.
II Guerra Mundial
• A WW II muda a estrutura de poder no mundo, com a emergência das superpotências Estados Unidos e União Soviética.
• Fim do domínio britânico e francês no Oriente Médio.
• Intervenções externas geraram mais problemas do que soluções para as questões internas dos países árabes.
• Final do XIX, teve início o movimento sionista, que objetivava a fundação de um Estado judeu na Palestina.
• Na época, os judeus são estimulados a migrarem para a região, então província otomana.
• Com a Declaração Balfour (1917), os britânicos dão seu apoio à formação de um Estado judeu.
• Começa uma migração maciça, que se amplia após a II Guerra, como resultado do assassinato de milhões de judeus pelos nazistas e do antissemitismo europeu.
• Ao mesmo tempo, um movimento ganha força na região: nas décadas de 1950 e 1960, surge o Pan-Arabismo liderado pelo presidente do Egito, Nasser.
• O movimento exaltava o nacionalismo árabe e reafirmava o direito de autoderminação desses povos, principalmente dos palestinos, população sem Estado.
• O discurso de Nasser era antissionista e anti-imperialista, e defendia reformas para promover o desenvolvimento econômico e social da região.
Pós guerra
• Países da região ganham independência. • Potências buscam manter a influência,
favorecendo a ascensão de governantes com os quais mantivessem acordos.
• Novos líderes com projetos nacionais, mas centralizavam o poder e desenvolviam uma política personalista.
• Penetração da Irmandade Muçulmana.
1979 Revoulução Iraniana
• Dona da terceira maior reserva de petróleo do mundo, a República Islâmica do Irã é hoje a quinta maior exportadora mundial: são mais de 2,5 milhões de barris por dia. Mas apesar desse recurso valiosíssimo, o Irã permanece como um país subdesenvolvido. Assim como outras nações ricas em petróleo, o bem que gera fortuna também produz vulnerabilidade e funciona como elemento de dependência e cisão.
• A descoberta de petróleo na região, em 1903, motivou a exploração britânica no território iraniano. A dominação estrangeira somada à posição estratégica do Irã no Oriente Médio, a pobreza da população e os dogmas do Islamismo resultaram na revolução de 1979, que transformou o país em uma república teocrática islâmica.
Nova Era
• Ataques terroristas de 11/9. • Guerra no Afeganistão.• (2002) Doutrina Bush: nela, os EUA resumem as
relações internacionais ao embate entre “forças do bem” (sociedades democráticas e seus aliados) e “forças do mal” (organizações/países que patrocinam o terrorismo.
• Polarização (Cruzadas?): países ocidentais vs mundo islâmico
Choque de Civilizações
• Depois do fim da Guerra Fria, teorias como a do “Fim da História” e a do “Choque de Civilizações” surgiram para tentar explicar como seria o mundo despolarizado
• Faces opostas da mesma moeda, essas interpretações analisadas respectivamente pelos cientistas políticos norte-americanos Francis Fukuyama, em 1989, e Samuel P. Huntington (recentemente falecido), em 1993, percebiam o mundo pelo prisma da cooperação e da confrontação.
Choque de Civilizações• Enquanto Fukuyama avaliou a queda do muro de Berlim como um
momento de disseminação e universalização da democracia e do capitalismo liberal, Huntington previu a substituição do conflito político-ideológico pelo civilizacional, com linhas de fratura religiosas e culturais, opondo “o ocidente e o resto”.
• O “resto” era apresentado como o mundo islâmico e se pregava a necessidade de unir o oeste para combater este suposto inimigo.
• Quando lançada, mesmo conquistando diversos adeptos, que desde 1979 alertavam para o “risco islâmico”, a visão não se tornou dominante (no Irã, inspirou o “Diálogo das Civilizações”, em 1997).
• A tese ressurgiu com força em 2001, com os atentados às torres do World Trade Center, e instrumentalizou o medo para justificar o combate ao terrorismo fundamentalista, prioridade do governo George W. Bush que, todavia, negou repetidamente a associação entre a prevenção e o choque.
Nova Era
• 2003 EUA invadem o Iraque sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU, com a ajuda do Reino Unido.
• Al Qaeda perde apelo na população árabe devido aos atentados contra muçulmanos no mundo árabe sob o pretexto de combater as tropas ocidentais.
• 2011 Primavera árabe
A primavera árabe
• 2011: revoluções jovens, modernas e seculares depuseram os ditadores da Tunísia e do Egito, causando uma onde de revoltas que avançou pela região.
• Povo mobilizado derruba Zine al-Abidine Ben Ali (Tunísia)
• Cai o ditador do Egito, Hosni Mubarack.
A primavera árabe
• Movimento tomou rumos complexos, com os choques de interesses entre grupos políticos e forças econômicas e militares.
• Repressão aos protestos provocou levantes armados de grupos com o apoio estrangeiro, intervenções militares externas e multiplicou as áreas de conflitos.
• Ainda em 2011, caem os ditadores da Líbia, Muammar Kadafi, e do Iêmen, Ali Abdullah Saleh.
O outono árabe
• A busca por soberania popular não é fácil nem simples.
• Na Tunísia, o novo governo manteve no poder membros do antigo regime deposto.
• No Egito, os militares se apegaram ao poder e frearam as mudanças.
• Na Líbia, a desagregação do país e as rivalidades entre os grupos frustraram os anseios por democracia.
• A Síria está mergulhada em profunda violência.
Síria
• A repressão do ditador sírio Bashar al-Assad às manifestações contra o regime evoluiu para uma guerra civil.
• De um lado, rebeldes que contam com o apoio externo (armas e homens).
• De outro, as forças oficiais aliadas ao Hezzbolah e ao Irã.
Síria
• A repressão do ditador sírio Bashar al-Assad às manifestações contra o regime evoluiu para uma guerra civil.
• De um lado, rebeldes que contam com o apoio externo (armas e homens).
• De outro, as forças oficiais aliadas ao Hezzbolah e ao Irã.
• Resultado Guerra Civil.
Síria
• Ditadura da família Al-Assad: 40 anos.• O pai do atual presidente, Hafiz Al-asad,
chegou ao poder liderando um golpe militar em 1970.
• Compôs um complexo sistema de alianças.
Decifrando a Síria
• O clã Al-Assad pertence à minoria alauíta (cerca de 10% da população), parte do ramo xiita do islamismo.
• Conseguiu apoio político dos líderes da maioria sunita (75%), os prósperos mercadores das cidades de Alepo e Damásco – a elite econômica do país.
• Aos cristãos (10%), Hafiz oferece proteção. • O ditador impõe um caráter laico ao Estado sírio, favorecendo
o convívio entre as várias comunidades religiosas.
Decifrando a Síria
• Por outro lado, a ditadura utiliza um vasto aparato de segurança e inteligência, que persegue e sufoca a oposição.
• O filho assumiu em 2000, mas não fez a tão esperada abertura política.
Decifrando a Síria
• A insatisfação explode em 2011.• As manifestações se alastram pelo país. Bashar envia tropas para
acabar com os protestos.• A oposição pega em armas para derrubar o regime, com o apoio de
governos no exterior, como o Catar.• Com a criação do Exército Livre da Síria, em 2011, em início a
rebelião armada. No fim do ano, o ELS controla partes do território do país.
• As forças sírias ampliam a repressão.
Decifrando a Síria
• Qual a importância da Síria no jogo de alianças no Oriente Médio?
• O regime sírio forma com o Irã e o grupo Hezbollah, do Líbano, um arco xiita que se opõe a Israel e disputa a hegemonia no Oriente Médio com as monarquias sunitas.
• Enquanto os EUA e a União Europeia, apoiam Israel e as monarquias petrolíferas do Oriente Médio.
Decifrando a Síria
• Na ONU, os EUA e os países europeus fazem pressão para que o Conselho de Segurança aprove uma resolução de condenação ao regime sírio, estipulando um embargo internacional.
Decifrando a Síria
• Mas o texto é barrado pela China e pela Rússia, grande parceiro comercial e político da Síria.
• Os EUA, a EU e a Liga Árabe – comandada por Arábia Saudita e Catar – decretam sanções contra a Síria.
• Apoio aos rebeldes.
Decifrando a Síria• Uma intervenção militar externa na Síria pode
detonar um grande conflito em todo o Oriente Médio...enquanto isso... a população morre nas ruas, numa guerra sectária, com bases em diferenças religiosas ou étnicas.
Egito
• Dois anos após o início dos protestos que derrubaram o ditador Mubarak, o Egito ainda vive uma situação instável, pois há um precário equilíbrio de poder entre o presidente eleito, Mohammed Mursi, e os militares que continuam com grande poder institucional.
Egito
• Há ainda a pressão das ruas, que não parou nos últimos meses.
Egito
• O islamita Mursi assumiu a Presidência em 30 de junho de 2012, após vencer as eleições inéditas no país.
• Início da democracia?• Isso não ocorreu pois a junta militar à frente
do governo provisório – por desconfiança em relação à Irmandade Muçulmana – resolveu dissolver o Parlamento dominado por islamitas.
Egito
• Esvaziaram o poder do Presidente e o exército tenta se manter como a autoridade máxima do Egito.
• O temor é que a Irmandade Muçulmana, que venceu a eleição através do Partido Liberdade e Justiça, crie um Estado islâmico, regido pela sharia (lei religiosa inspirada no Islã).
Líbia
• Após a derrubada de Kadafi, o país enfrenta uma situação difícil.
• Rivalidades regionais desagregam o país, que se tornou um aglomerado de feudos semiautônomos (milícias locais katibas).
• O país está dividido em 3 regiões:• A) Cirenaica, no leste, com centro em
Benghazi.
Líbia
• B) Tripolitânia, no oeste, com centro em Tripoli.
• C) Fezzan, no sudoeste. • As regiões querem um federalismo. E
Cirenaica detém os poços de petróleo.