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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Adriana Dantas 2013 Produção Textual

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Adriana Dantas

2013

Produção Textual

Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação Aloizio Mercadante Oliva Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Marco Antônio de Oliveira Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas

Governador do Estado de Pernambuco Eduardo Henrique Accioly Campos

Vice-governador do Estado de Pernambuco

João Soares Lyra Neto

Secretário de Educação José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

Secretário Executivo de Educação Profissional

Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Gerente Geral de Educação Profissional Luciane Alves Santos Pulça

Gestor de Educação a Distância

George Bento Catunda

Coordenação do Curso Terezinha Beltrão e Sheila Ramalho

Coordenação de Design Instrucional

Diogo Galvão

Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo

Diagramação

Roberta Cursino

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3

COMPETÊNCIA 01 | DISTINGUIR TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS ................................................ 4

1.1 O Texto ................................................................................................................... 4

1.2 Tipos Textuais ......................................................................................................... 5

1.3 Gêneros Textuais .................................................................................................... 6

1.4 Distinção entre Gênero e Tipo Textual .................................................................. 7

COMPETÊNCIA 02 l ELABORAR DIFERENTES TIPOS DE TEXTOS COM COESÃO E COERÊNCIA . 9

2.1 Coesão Textual ....................................................................................................... 9

2.1.1 Reiteração ......................................................................................................... 10

2.1.2 Associação ......................................................................................................... 11

2.1.3 Conexão ............................................................................................................. 12

2.2 Coerência .............................................................................................................. 13

COMPETÊNCIA 03 l IDENTIFICAR AS DIVERSIDADES DOS GÊNEROS TEXTUAIS OFICIAIS, SEUS

ASPECTOS DE FUNCIONALIDADE EM RELAÇÃO AO COTIDIANO ESCOLAR ............................ 16

3.1 O Que é Redação Oficial? ..................................................................................... 16

3.1.1 Impessoalidade ................................................................................................. 17

3.1.2 A Linguagem ...................................................................................................... 17

3.1.3 Clareza ............................................................................................................... 18

3.1.4 Uniformidade .................................................................................................... 18

3.2 Ofício .................................................................................................................... 18

3.3 Memorando ......................................................................................................... 21

3.4 Circular ................................................................................................................. 22

3.5 Correio eletrônico ................................................................................................ 23

3.6 Ata ........................................................................................................................ 24

3.7 Relatório ............................................................................................................... 26

COMPETÊNCIA 04 l PRODUZIR TEXTOS ESCRITOS, CONTEXTUALIZADOS À PRÁTICA

EDUCACIONAL, CONSIDERANDO O DESTINATÁRIO, A FINALIDADE E AS CARACTERÍSTICAS

DO GÊNERO. ........................................................................................................................... 28

4.1 A Leitura ............................................................................................................... 28

4.2 A Escrita ................................................................................................................ 29

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 32

Sumário

3

Produção Textual

INTRODUÇÃO

Caro aluno, começaremos o estudo do módulo de Produção Textual. Este tem

o objetivo de esclarecer dúvidas e inquietações que surgem quando nos

encontramos na tarefa de escrever um texto.

Nossa trajetória contemplará quatro competências:

1 - Distinguir os tipos textuais e gêneros textuais.

2 - Elaborar diferentes tipos de textos com coesão e coerência.

3 - Identificar as diversidades dos gêneros textuais oficiais, seus aspectos de

funcionalidade em relação ao cotidiano escolar.

4 - Produzir textos escritos, contextualizados à prática educacional,

considerando o destinatário, a finalidade e as características do gênero.

Desejo a você um bom estudo!

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 01

COMPETÊNCIA 01 | DISTINGUIR TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS

1.1 O Texto

Figura 1 - Diálogo Fonte: http://aristaire.blogspot.com.br/2011/09/o-ideologo-e-o-cientista-um-dialogo.html

Na nossa vida cotidiana sempre estamos interagindo com o outro, seja para

pedir informações, responder algo, explicar, ensinar, etc., por isso, faz parte

da condição humana o uso da linguagem para poder viver em sociedade.

Contudo, esta interação não acontece de maneira isolada e aleatória,

produzimos textos o tempo todo para nos comunicarmos, e estes textos se

constituem em uma unidade comunicativa que funciona dentro de um

contexto com no mínimo duas pessoas (interlocutores). “Ou seja, se chegou a

dois consensos: o de usar a linguagem é uma forma de agir socialmente, de

interagir com os outros, e o de que essas coisas somente acontecem em

textos”. (ANTUNES, 2009)

5

Produção Textual

Competência 01

Figura 2 - Placas Fonte: http://neisaneto.blogspot.com.br/

Observando a figura acima, percebemos que muitos textos produzidos em

situações sociais muitas vezes não precisam ser acompanhados de linguagem

verbal, pois mesmo um desenho pode ser considerado texto se os

interlocutores, ou seja, as pessoas que interagem com ele conseguirem

compreendê-lo. O texto está no âmbito também da oralidade, pois dentro da

comunicação humana, os textos orais são mais antigos e os mais utilizados no

nosso cotidiano. É importante ter em mente que texto é uma estrutura

dinâmica de ocorrência comunicativa, e presta um serviço social tanto na

escrita quanto na fala.

1.2 Tipos Textuais

Para começarmos o nosso estudo mais aprofundado desta nossa competência

devemos primeiro saber o que é um tipo textual. Equivocadamente no nosso

dia a dia ao lermos, por exemplo, uma receita ou um e-mail, dizemos que

ambos se constituem em tipos de textos, quando na verdade estes textos são

gêneros textuais com finalidades e estruturas específicas para comunicar algo.

O tipo textual se constitui de forma mais restrita e mais estável que os

gêneros, e classifica-se em: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo e

expositivo. Por exemplo, dentro de um texto que classifico como narrativo,

posso encontrar vários gêneros como: carta pessoal, conto, fábula, romance,

6

Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 01

novela, etc. Ou seja, a tipologia textual não dá conta da quantidade de textos

existentes dentro das nossas atividades comunicativas, mas nos guia para um

tipo de sequência de base, e assim nos ajuda para a produção textual

coerente e coesa. Ainda utilizando o texto narrativo como exemplo, a

sequência de base deste tipo textual tem como traço central a organização

temporal dos fatos. E assim, “(...) entre as características básicas dos tipos

textuais está o fato de eles serem definidos por seus traços linguísticos

predominantes.” (MARCHUSCHI, 2002, p. 27)

1.3 Gêneros Textuais

Ao pensarmos em uma definição de gêneros textuais, temos que ter em

mente a palavra ação, ou seja, eles são os textos produzidos socialmente

dentro de uma situação comunicativa, inseridos em um tempo e espaço e

com uma finalidade. A apropriação dos gêneros textuais é fundamental para

socialização, pois visa efetivar o processo comunicativo. Estes não podem ser

classificados em uma lista fechada, visto que, os mesmos são atividades sócio-

cultural construídos em um tempo, por isso são relativamente estáveis. Os

gêneros se reinventam conforme mudanças históricas, por exemplo, uma

conversa por telefone em que os interlocutores começam a conversa com um

“alô”, só foi possível após a invenção do aparelho. Assim acontece com os

gêneros textuais que surgiram após o computador como: e-mail, chat, blog,

etc., denominados de hipertextos.

Outro ponto importante no estudo dos gêneros textuais é a sua adequação

para as situações e contextos, pois cada gênero irá ser usado conforme a

situação que é aceita socialmente, e que o tornará adequado para a mesma.

Por exemplo, em uma reunião de negócio em que alguém apresenta um

conteúdo sério sobre a empresa, não cabe a quem está assistindo contar uma

piada, pois esta atitude seria no mínimo considerada uma falta de educação.

Por fim podemos concluir que não basta apenas saber produzir um gênero

textual, mas também saber adequá-lo a um contexto comunicativo.

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Produção Textual

Competência 01

Figura 3 - Representação dos gêneros textuais Fonte: http://www.alunosonline.com.br/portugues/generos-textuais-orais-escritos.html

1.4 Distinção entre Gênero e Tipo Textual

Para ficar mais claro a diferença entre gênero textual e tipo textual

analisemos a tabela abaixo.

Figura 4 - Tabela entre gêneros textuais e tipos textuais. Fonte: MARCHUSCHI, 2002, p. 23.

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 01

Para começarmos a distinção devemos lembrar que a interação social não

seria possível sem a utilização de textos, como também dentro destes sem a

produção de gêneros que servem para um determinado propósito

comunicativo. Entendemos que, “(...) texto é uma entidade concreta realizada

materialmente e corporificada em algum gênero textual.” (MARCHUSCHI,

2002).

Neste tópico, é importante esclarecer a diferença entre tipos e gêneros

textuais, visto que, há uma confusão em distingui-los, e equívocos acontecem,

muitas vezes, pela falta de clareza entre os dois conceitos.

No quadro acima encontramos os tipos textuais dentro de um âmbito mais

teórico, dividido em categorias mais estáveis como: narrativo, argumentativo,

descritivo, injuntivo, dissertativo e expositivo. O que distingue um tipo textual

do outro são as relações lógicas, os aspectos lexicais, o tempo verbal utilizado,

e a sintaxe. É importante frisar que tipo textual não é texto! Ou seja, não é o

texto concreto que utilizamos no nosso dia a dia, e sim teorias que norteiam a

produção textual.

Os gêneros textuais, por sua vez, estão mais próximos do nosso dia a dia

permeando nossas vidas cotidianas com cartas pessoais, telefonemas,

cardápio e etc., ou seja, os gêneros constituem-se em textos materialmente

corporificados, não estão na teoria, circulam dentro de nossas interações

sociais, fazendo parte do nosso cotidiano e servindo a um propósito

comunicativo concreto.

Podemos concluir que, tipos textuais, como são restritos a seis categorias, não

dão conta da diversidade de textos produzidos socialmente, e não podem ser

considerados textos, enquanto que os gêneros textuais estão mais próximos

da nossa realidade, se concretizam no momento em que nos comunicamos

com o mundo.

“Gêneros são

formas verbais de ação social

relativamente estáveis, realizadas em textos, situados em comunidades de

práticas sociais e em domínios discursivos

específicos.” (MARCHUSCHI,

2002, p.25)

Sugestões de site:

http://www.letraviva.net/arquivos/Generos_textuias_definicoes_funcionalidad

e.pdf

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Produção Textual

Competência 02

COMPETÊNCIA 02 l ELABORAR DIFERENTES TIPOS DE TEXTOS COM

COESÃO E COERÊNCIA

Chegamos à competência 2, onde iremos concentrar os estudos em dois

elementos essenciais para a produção de texto, a coesão e coerência textual.

Reflexão “A Coisa A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.”

Mário Quintana

2.1 Coesão Textual

A coesão textual é um fator importante de textualidade, pois segundo Koch

(2005), o texto não é simplesmente uma soma de palavras e frases, e que há

uma diferença entre texto e frase que não é de ordem apenas quantitativa,

mas também qualitativa. Todo texto, seja ele falado ou escrito, será produzido

por um falante mediante uma escolha prévia de palavras para produzir um

enunciado, ou seja, um texto não será construído com palavras soltas e

fragmentadas. E este cuidado é necessário para que se possa produzir um

texto com continuidade e unidade temática que garanta a sua

interpretabilidade.

Exemplo 1:

“Aos 26 anos, o zagueiro Júnior Baiano deu uma grande virada em sua

carreira. Conhecido por suas inconsequentes "tesouras voadoras", ele passou

a agir de maneira mais sensata, atitude que já levou até a Seleção Brasileira.”

(Jornal dos Sports, 24/08/97)

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 02

Neste trecho temos uma notícia sobre o jogador Júnior Baiano, e embora o

seu nome seja mencionado apenas no início do texto, nós podemos entender

através dos pronomes possessivo (sua) e pessoal (ele) que se trata da mesma

pessoa. Estes pronomes funcionaram como mecanismos coesivos para

garantir o laço, ou seja, a união das ideias e assim promover a continuidade

do texto.

E como se faz a coesão textual?

Segundo Antunes (2005) a continuidade é essencial para percurso do texto

pelas relações semânticas que se estabelecem entre seus vários segmentos. E

esta continuidade será construída através das relações de reiteração,

associação e conexão.

2.1.1 Reiteração

Exemplo 2:

Em 1937, quando a Ipiranga foi fundada, muitos afirmavam que seria difícil uma refinaria brasileira dar certo.

Quando a Ipiranga começou a produzir querosene de padrão internacional, muitos afirmavam, também, que dificilmente isso seria possível.

Quando a Ipiranga comprou as multinacionais Gulf Oil e Atlantic, muitos disseram que isso era incomum.

E, a cada passo que a Ipiranga deu nesses anos todos, nunca faltaram previsões que indicavam outra direção.

Quem poderia imaginar que a partir de uma refinaria como aquela a Ipiranga se transformaria numa das principais empresas do país, com 5.600 postos de abastecimento anual de 5,4 bilhões de dólares?

E, que além de tudo, está preparada para o futuro?

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Produção Textual

Competência 02

É que, além de ousadia, a Ipiranga teve sorte: a gente estava tão ocupado trabalhando que nunca sobrou muito tempo para prestar atenção em profecias.

(Revista VEJA, nº 37, setembro/97)

Figura 5 - Exemplo de reiteração Fonte: http://acd.ufrj.br/~pead/tema09/coesaolexical.html

A reiteração é um recurso coesivo em que os elementos dentro do texto vão

sendo retomados, e assim cria segundo Antunes (2005) um movimento de ida

e volta aos segmentos que foram previamente colocados dentro do texto.

Este tipo de coesão é o mais comum, pois faz com que exista o fluxo de

continuidade do começo ao fim. Se observarmos o exemplo 2, perceberemos

a reiteração pela repetição da palavra IPIRANGA, recurso muito utilizado em

propagandas quando o autor tem o objetivo de fixar uma marca na mente das

pessoas, objetivo do texto acima.

Exemplo 3:

“Pelo jeito, só Clinton insiste no isolamento de Cuba. João Paulo II decidiu

visitar em janeiro a ilha da Fantasia.” (Revista VEJA, nº 39, outubro/97)

Outro tipo de reiteração é a substituição de um elemento já mencionado, por

um sinônimo, pronome, advérbio, ou seja, este recurso varia os termos

constituintes no texto. No exemplo 3 temos um recurso de substituição por

um sinônimo, a palavra CUBA dentro do texto foi substituída por ILHA DA

FANTASIA. Também encontramos este recurso no exemplo 1, pois temos a

troca do nome do jogador Júnior Baiano por pronomes (sua, ele).

2.1.2 Associação

A coesão por associação acontece quando ao escrever um texto selecionamos

palavras com ligação de sentido, ou seja, palavras que contenham uma

relação próxima de significação para abordar um tema. Esta escolha não

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 02

aleatória das palavras de um texto, faz com que o mesmo contenha uma

estrutura que garanta uma unidade temática.

Exemplo 4:

Idosos em nossa sociedade: valorizados, desvalorizados ou privilegiados? Com o “envelhecimento” da população brasileira, tem-se falado muito da importância do bem-estar dos idosos. Em sociedades como a indiana e a japonesa, por exemplo, o velho é a figura mais importante da família e da comunidade. No Brasil, alguns sociólogos afirmam que, se um país precisa de um "estatuto dos idosos" (ou seja, de uma lei) para lembrar a respeitabilidade deles, isso indica que algo está muito errado... Por outro lado, há tantos privilégios sociais em torno da "terceira idade" (meias-entradas, ausência de filas, empréstimos especiais) que os "não velhos" se consideram prejudicados. Qual é sua opinião: o idoso, no Brasil - com ou sem rendimentos próprios - é valorizado, desrespeitado ou privilegiado? Fonte: http://trajetoriadepalavras.blogspot.com.br/2012/02/como-se-faz-coesao.html

Se observarmos o exemplo acima veremos que as palavras “envelhecimento”,

“idoso”, “estatuto do idoso”, “terceira idade”, têm proximidade de sentido

para construir a coesão do texto em relação a condição do idoso no Brasil.

Percebam que, a unidade temática foi garantida por uma escolha de

vocabulário em função daquilo que se pretendia dizer.

2.1.3 Conexão

Acontece a coesão por conexão quando utilizamos conectores (conjunções,

preposições) para manter uma sequência lógica no texto, interligando

orações, parágrafos ou períodos em uma relação semântica de “(...)

causalidade, de temporalidade, de oposição, de finalidade, de adição, entre

outras, as quais vão indicar a direção argumentativa de nosso texto, além de

funcionarem como elos com que se conectam as várias partes de um texto.”

(ANTUNES, 2005, p.55) Observem o exemplo 5.

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Produção Textual

Competência 02

Exemplo 5:

O cão e a lebre

Esopo Um cão de caça espantou uma lebre para fora de sua toca, mas depois de longa perseguição, ele parou a caçada. Um pastor de cabras vendo-o parar, ridicularizou-o dizendo: “Aquele pequeno animal é melhor corredor que você”. O cão de caça respondeu: “Você não vê a diferença entre nós: eu estava correndo apenas por um jantar, mas ela por sua vida.” Moral:O motivo pelo qual realizamos uma tarefa é que vai determinar sua qualidade final. Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/coesao-as-partes-de-sua-redacao-formam-um-todo.htm

Percebam no texto acima a conjunção mas que, além de ligar as duas partes

do texto (uma que se refere à atitude da lebre e a outra, ao cão), estabelece

uma determinada relação entre elas, isto é, um contraste. É desta forma que a

coesão por conexão se entrelaça, formando um fio condutor que perpassa o

texto conferindo ao mesmo uma unidade.

2.2 Coerência

Exemplo 6:

Subi a porta e fechei a escada.

Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.

Desliguei a cama e deitei-me na luz.

Tudo porque

Ele me deu um beijo de boa noite ...

(Autor anônimo)

Fonte: ANTUNES, 2005, p. 14.

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 02

Ao lermos o texto do exemplo 6, nos seus primeiros três versos, diríamos que

se trata de um poema sem coerência, visto pelo nosso conhecimento de

mundo os acontecimentos relatados não são possíveis de acontecer. Porém, a

medida que avançamos na leitura notamos a mudança, e pelo que

conhecemos sobre a experiência de sermos beijados, e como os amantes se

sentem, fica clara a mensagem do texto para os seus leitores.

Começaremos o estudo da coerência textual, mas o que é coerência? Quando

falamos que um texto é incoerente o que realmente falta nele? Para

começarmos a nossa reflexão volto a colocar que um texto não é um

resultado de um amontoado de palavras, e para que o mesmo tenha sentido é

preciso uma articulação lógica entre os termos que o compõe.

Comecemos nossa reflexão sobre um texto incoerente, pois este se configura

como aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte) não consegue descobrir

qualquer continuidade de sentido, seja pela discrepância entre os

conhecimentos ativados, seja pela inadequação entre esses conhecimentos e

o seu conhecimento de mundo.

A coerência é, portanto, o quanto o texto possui de interpretabilidade para

que a mensagem que se pretende comunicar seja claramente entendida pelo

leitor. Ao construir um texto coerente é preciso estar atento também à

coesão, ou seja, que a construção das relações semânticas entre as frases não

fiquem confusas e incompletas, e para isso não ocorrer, na hora de escrever,

atentar para a dica da escola em que um texto deve ter um começo, meio e

fim.

A leitura da produção textual e a reescrita também contribuem para garantir

uma coerência textual, por isso nenhum texto deve ser feito de modo

apressado e de qualquer jeito, pois esta atitude pode contribuir para torná-lo

confuso para quem vai recebê-lo.

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Produção Textual

Competência 02

O leitor também é um elemento muito importante para refletir quando

estamos escrevendo um texto, visto que, é a partir dele que a escolha do

vocabulário irá acontecer, como também o modo com o qual a abordagem do

tema irá seguir. É necessário pensar como este leitor receberá o texto, qual o

conhecimento de mundo que ele possui, ou seja, o perfil do leitor norteará

como os argumentos dos textos serão construídos para que o mesmo fique

claro e coerente.

Podemos concluir que a coerência textual deve estar adequada a uma

situação comunicativa, os seus argumentos e escolha vocabular obedecem a

uma sequência lógica e que demonstra uma preocupação de articular as

ideias respeitando o nível de entendimento do seu receptor (leitor).

16

Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 03

COMPETÊNCIA 03 l IDENTIFICAR AS DIVERSIDADES DOS GÊNEROS

TEXTUAIS OFICIAIS, SEUS ASPECTOS DE FUNCIONALIDADE EM

RELAÇÃO AO COTIDIANO ESCOLAR

Você, nas competências anteriores, percebeu a importância de distinguir os

tipos e gêneros textuais, como também saber que a coesão e coerência

textual são fundamentais para construção de um texto. Nesta competência

iremos analisar as redações oficiais, como se estruturam, a finalidade e a

função de cada gênero para um bom andamento do cotidiano escolar.

3.1 O Que é Redação Oficial?

Podemos conceituar a redação oficial como a maneira pela qual o Poder

público redige atos normativos e comunicações. Não é aceitável, em textos

oficiais, qualquer dificuldade que impossibilite a compreensão clara e precisa

do conteúdo a ser comunicado, visto que, é inaceitável que um texto legal não

seja entendido pelos cidadãos.

Para redigir um texto oficial, devemos atender alguns princípios como:

impessoalidade, clareza, uniformidade, uso de linguagem formal. Ou seja, os

textos devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente

impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.

Contudo,

A redação oficial não é (...) necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc. (Presidência da República, 2002, p.12)

Vamos analisar os princípios da redação oficial mais detalhadamente.

17

Produção Textual

Competência 03

3.1.1 Impessoalidade

Em um ato comunicativo, seja ele escrito ou falado, deve existir sempre

alguém que comunica (emissor), algo a ser comunicado (assunto/conteúdo) e

alguém que recebe a comunicação (receptor). Nos textos oficiais o emissor é

sempre o Serviço Público, que comunica algo sobre as atribuições do órgão a

um receptor, e este se configura no público (cidadãos) ou outro órgão público.

A impessoalidade irá fazer com que o mesmo conteúdo chegue de forma

unificada para todas as pessoas, e ela é de extrema importância para o

tratamento de assuntos oficiais, para que todos sejam tratados com o mesmo

direito de compreender o conteúdo veiculado pelo Poder Público. Podemos

destacar algumas características do tratamento impessoal em redações

oficiais:

Não deve haver impressões pessoais.

O receptor deve ser tratado de forma homogênea, ou seja, igualitária,

pois este pode ser os cidadãos ou outro órgão público, daí a

importância da impessoalidade.

Restringir o assunto tratado, ou seja, comunicar o que é de interesse

público.

3.1.2 A Linguagem

Para que todos tenham entendimento do conteúdo de uma redação oficial,

faz-se necessário o uso do padrão culto da língua. Pois, o uso do padrão culto

viabiliza a uniformização da linguagem utilizada nas redações oficiais,

emprega então um vocabulário comum a todos os usuários da língua, e assim,

permite que todos os cidadãos compreendam o que está escrito.

Deve-se evitar em textos oficiais, jargões de um determinado grupo, gírias,

variações regionais, linguagem rebuscada, linguagem técnica de grupos

restritos, pois estes podem prejudicar a clareza do conteúdo. O cuidado com a

18

Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 03

linguagem é indispensável para não tirar o direito de todos à compreensão

dos conteúdos veiculados nos textos oficiais.

3.1.3 Clareza

A clareza é indispensável para uma boa compreensão, é a qualidade básica de

um texto oficial e deve-se estar atento ao que se quer informar não se atendo

ao desnecessário. Concorrem para ajudar na clareza de um texto oficial a

impessoalidade, o uso do padrão culto da linguagem, a uniformidade e a

concisão. É de extrema importância uma releitura constante do texto, para

que possa sanar alguns erros na linguagem, como também trechos

incompreensíveis. E para que sejam tratados todos os problemas na redação é

preciso tempo. Então, não se pode redigir um texto às pressas e sem

correção, para que não haja o risco do mesmo não ficar claro para o leitor.

3.1.4 Uniformidade

Cada texto oficial em sua estrutura deve obedecer a princípios que os

caracterizam, dando unidade a sua forma. Alguns destes princípios já foram

mencionados como a impessoalidade, o uso do padrão culto da linguagem e a

clareza no tratamento do conteúdo. Há também a necessidade de um

tratamento com polidez e respeito às autoridades, utilização de pronomes de

tratamento de forma adequada, e civilidade no enfoque dado ao assunto da

comunicação.

3.2 Ofício

O ofício, dentro das instituições publicas, é uma comunicação externa que

pode ter a finalidade de uma requisição ou solicitação de um órgão público

para outro. Em ofícios de solicitações utiliza-se a linguagem formal, a

impessoalidade, a objetividade e a clareza na mensagem pretendida. A forma

de tratamento deve ser adequada ao cargo que ocupa o destinatário,

recomenda-se as abreviações dos pronomes de tratamento (Prezado(a)

19

Produção Textual

Competência 03

Senhor(a), V. Sa., V. Exa.). Em geral, nestes textos, deve-se terminar com

palavras que demonstrem agradecimento pela atenção, e expressões de

cortesia como atenciosamente, cordialmente, respeitosamente e a assinatura

do responsável pela emissão do documento vem seguida do cargo que ocupa

dentro da instituição.

MODELO DE OFÍCIO – deve ser feito em papel timbrado da Unidade

São Paulo,........ de ........................... de 2010.

Ofício nº .........../2010

Assunto: Pedido de autorização

Prezado Senhor,

A (nome da entidade), inscrita no CNPJ nº (informar), com sede à (endereço), vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria solicitar autorização para realização de (informar o evento) na (endereço onde ocorrerá o evento) em (data e horário do evento). O evento se destina à (informar a que se refere o evento, qual seu objetivo, qual o público esperado e outras informações relevantes).

Atenciosamente,

Nome, cargo, Órgão público

Figura 6 - Modelo de ofício Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABU24AB/comunicacao-atraves-redacao-documentos-oficiais

Em ofícios de requerimento exige-se que a estrutura do texto seja respeitada,

pois o destinatário é sempre de hierarquia superior, e faz-se uma solicitação

de algo que se ampara na lei (férias, benefícios, pagamentos, etc.).

Geralmente para estes fins, os órgãos públicos dispõem de formulários

padronizados, com espaço para que o funcionário preencha os seus dados

pessoais e o objeto de solicitação.

Mas, caso não haja este tipo de formulário, a estrutura de um requerimento

é:

20

Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 03

Redigir em folha de papel A4.

No alto da folha deve-se escrever o título do documento, nome e cargo

do destinatário.

O corpo do texto deve conter o objeto do requerimento com

objetividade e clareza, citando a identificação do requerente (nome

completo, função, matrícula, local de trabalho), e justificativa do

pedido.

No desfecho deve-se empregar expressões como: espera deferimento;

pede deferimento; nestes termos, pede deferimento.

Local, data e assinatura.

Figura 7 - Modelo de requerimento Fonte: http://www.alienado.net/modelos-de-oficio-de-requerimento/

21

Produção Textual

Competência 03

3.3 Memorando

Este texto tem como finalidade a comunicação interna entre funcionários da

mesma instituição. Caracteriza-se pela brevidade de seu conteúdo, visto que,

é um texto escrito de comunicação rápida. Certas formalidades são

dispensadas em um memorando, como por exemplo, o uso de pronomes de

tratamento mais formais, como “Prezado senhor” ou um desfecho como em

ofícios utilizando o “respeitosamente”. Contudo, não se trata de um texto

informal, então certas expressões de intimidade como, por exemplo, beijos e

abraços são inadequados.

O memorando se estrutura da seguinte forma:

Deve-se mencionar o destinatário pelo seu cargo.

No campo “Assunto” usa-se uma síntese do conteúdo com 3 ou 4

palavras.

Cada memorando deve conter apenas um assunto.

(MODELO)

Data: .........../........./.......... N _____/_____

Para: ................................

De: ...................................

Assunto: ................................

Conforme o contrato ..........., encaminhado ao Sr. .........., venho respeitosamente apresentar o meu

parecer e respectiva solicitação de revisão dos procedimentos internos no que tange à ............... .

Os contratos não vinculados ao Contrato de Trabalho não podem ser padronizados, muito pelo contrário,

devem ser individuais.

Solicito, assim, dar prosseguimento ..............., com a devolução dos originais da carta de solicitação de

cancelamento do respectivo contrato.

Atenciosamente,

________________________

Nome

Cargo

Figura 8 - Modelo de memorando Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABU24AB/comunicacao-atraves-redacao-documentos-oficiais

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 03

3.4 Circular

Quando há uma necessidade de que uma informação seja endereçada

simultaneamente para diversos destinatários, utiliza-se a circular. Nela pode-

se transmitir mensagens de avisos, ordens, instruções e convites, para um

público mais amplo, interno ou externo. Seu texto é muito objetivo, descreve

o conteúdo de forma direta, mas com formalidade, ou seja, não dispensa a

linguagem padrão culta.

A sua estrutura assemelha-se com a do memorando:

No cabeçalho do texto coloca-se o nome da empresa, logotipo e o

número da circular.

Os destinatários (vocativo)

Mensagem curta.

Local e data.

Assinatura.

Modelo

Indústria Gimenes S.A.

Campinas - Jundiaí - Curitiba - Araçatuba

Circular nº 36/95

Prezados funcionários

Convidamos a todos e seus familiares para nossa "Festa Junina", no dia 30 próximo, a partir

das 17h na Chácara São José. O transporte até o local será feito pelos ônibus que servem a

empresa, cujo horário de saída será oportunamente divulgado. Para os que preferirem condução

particular, encontra-se à disposição, nesta gerência, roteiro de percurso.

Compareçam e participem das inúmeras atrações.

Araçatuba, 15 de junho de 1996.

Gerência de Relações Públicas

Figura 9 - Modelo circular Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABU24AB/comunicacao-atraves-redacao-documentos-oficiais

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Produção Textual

Competência 03

3.5 Correio eletrônico

O correio eletrônico, mais conhecido como e-mail, tornou-se um gênero

textual importantíssimo na comunicação de mensagens oficiais, por sua

agilidade na transmissão dos conteúdos.

Para ser utilizado em comunicações oficiais, o correio eletrônico deve seguir

algumas formalidades de estrutura:

Emprego da norma culta.

No campo do “Assunto” deve indicar claramente o conteúdo abordado,

para que possa facilitar na organização documental do destinatário.

O texto deve ser breve e objetivo.

Tratar com formalidade a pessoa do destinatário.

E torna-se indispensável que o destinatário responda as mensagens do

correio eletrônico.

Figura 10 - Modelo de correio eletrônico. Fonte: http://www.microsoft.com/brasil/security/shared/img/email2.gif

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 03

3.6 Ata

É um documento que registra resumidamente as ocorrências, deliberações,

resoluções e decisões de reuniões ou assembleias. É escrito à mão, pelo

secretário, em livro específico, com folhas numeradas, escrito com clareza e

precisão o que aconteceu em uma reunião. Como a ata se caracteriza pelo

resumo do que aconteceu no evento, e para evitar qualquer modificação

posterior, ela deve ser redigida de tal maneira que isso não seja possível:

sem parágrafos ou alíneas, ocupando todo o espaço da página;

sem abreviaturas;

números escritos por extenso;

sem rasuras nem emendas;

sem uso de corretivo;

com verbo no tempo pretérito perfeito do indicativo;

com verbo de elocução para registrar as diferentes opiniões (dizer,

exclamar, ordenar, negar, responder, perguntar).

Se o relator cometer um erro, deve empregar a partícula retificativa “digo”,

como neste exemplo: “Aos dezesseis dias do mês de julho, digo, de junho, de

dois mil e cinco...”. Quando se constatar erro ou omissão depois de lavrada a

ata, usa-se em tempo: “Em tempo: Onde se lê julho, leia-se junho”.

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Produção Textual

Competência 03

Figura 11 - Modelo de ata Fonte: http://vagaurgente.com/wp-content/uploads/2012/10/Ata-reuni%C3%A3o-minist%C3%A9rio-do-trabalho.jpg

Observação:

O trema na palavra frequentar segundo

o novo acordo ortográfico da

Língua portuguesa está em desuso.

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 03

3.7 Relatório

Documento oficial que apresenta o resultado de alguma pesquisa ou

investigação, de forma descritiva, fatos a serem investigados com objetivo de

tomar providência e facilitar o gerenciamento das ações do Poder Público.

Há diversos tipos de relatórios, temos os parciais, finais, periódicos, de rotina,

pesquisa, científicos, técnicos, etc. Contudo, a sua estrutura sempre será de

descrever (objetos, fatos, ocorrências) ou narração (fatos ou ocorrências). E

como em todo texto oficial, deve ser utilizada a linguagem culta, com clareza

e objetividade.

A sua estrutura básica se configura:

1) Capa a) informar a entidade; título; equipe técnica, local e data. 1.1 Folha de Rosto (Autores, título no centro, apresentação à direita e local e data no

final da página). 2) Introdução � Descrição do assunto (descrever em linhas gerais o assunto a ser tratado, os principais conceitos e pesquisas desenvolvidas na área). � Buscar na literatura (livros e periódicos) as definições, características e especificidades do que será objeto de trabalho da atividade a que se refere o relatório. � Justificativa (demonstrar o porquê do desenvolvimento do trabalho, a importância do mesmo). 3) Objetivos Geral – informar, de maneira geral, para que está fazendo o trabalho (usar verbos no infinitivo - avaliar, demonstrar, analisar). Específicos – descrever, também com verbos no infinitivo as etapas específicas das ações que levarão a atingir o objetivo geral. 4) Material e métodos Deve ser listado todo o material utilizado e a técnica adotada para alcançar os resultados. Deve ser feito de modo bastante detalhado, permitindo que o leitor seja capaz de reproduzir o mesmo procedimento e obter resultados semelhantes. 5) Resultados e discussão Utilizar tabelas e gráficos para a apresentação dos resultados. Títulos das tabelas devem ser apresentados acima das mesmas e dos gráficos abaixo. Deve ser feita a descrição de todos os resultados obtidos, iniciando com um parágrafo escrito para orientar o leitor acerca do que será apresentado. Deve-se argumentar em função dos resultados obtidos, com base na sua experiência e

27

Produção Textual

em referências de outros autores. Sempre fazer citações de outros autores (inclusive a legislação) que falaram sobre o objeto do relatório. 6) CONCLUSÕES, CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES (esta última se for o caso) a) Conclusões ou considerações finais Devem estar atreladas aos objetivos, respondendo ao que foi proposto no início do estudo. Deve ser redigido de forma direta e objetiva o que foi possível responder quanto aos objetivos. b) Recomendações e Sugestões (se necessárias) Consistem em indicações, de ordem prática, de intervenções na natureza ou na sociedade, de acordo com as conclusões da pesquisa. 7) Referências Incluir todas as referências bibliográficas e eletrônicas consultadas para a elaboração do relatório, de modo ordenado, organizado por autor, em ordem alfabética, segundo as normas da ABNT.

Figura 12 - Estrutura de relatório Fonte: http://www.dieteticai.ufba.br/Temas/ensino/Estrutura%20do%20RELAT%C3%93RIO.pdf

Sugestões de pesquisa:

http://www.ebah.com.br/content/ABAAABU24AB/comuni

cacao-atraves-redacao-

documentos-oficiais

http://ead.ifam.edu.br/ead/images/stories/producao_textual_na_educacao_e

scolar_47_92.pdf

Competência 03

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 04

COMPETÊNCIA 04 l PRODUZIR TEXTOS ESCRITOS,

CONTEXTUALIZADOS À PRÁTICA EDUCACIONAL, CONSIDERANDO O

DESTINATÁRIO, A FINALIDADE E AS CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO.

Chegamos a nossa quarta e última competência. Aqui, conversaremos sobre a

importância da leitura e dicas de escrita para produzir um bom texto.

4.1 A Leitura

A Arte de Ler O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria.

Mário Quintana

Ler é expandir a nossa mente para além do texto escrito, é um processo que

exige do leitor habilidades cognitivas complexas, e acessa a memória,

atenção, domínio da linguagem e conhecimento de mundo. E segundo Garcez

(2004), ler é decodificar signos linguísticos e compreendê-los, e assim

compreender o mundo.

Para começarmos um processo de leitura é necessário estabelecermos o

objetivo, ou seja, se a leitura tem como objetivo o prazer, vai requerer do

individuo pouca atenção e memorização, mas se o intuito é estudar, obter

informações para comunicar, seguir instruções ou revisar o texto, a leitura vai

requerer muito mais atenção e estratégias de hierarquização, começar com as

ideias mais importantes e seguir para as mais gerais.

Ler proporciona ao indivíduo um enriquecimento do senso crítico, a memória,

e conhecimento sobre diversos assuntos, além de facilitar a compreensão do

funcionamento, finalidade e características dos gêneros textuais. É com a

leitura que o processo de escrita se enriquece, pois não podemos desvincular

29

Produção Textual

Competência 04

leitura e escrita, visto que, uma atividade depende da outra, pois com a

leitura cria-se a intimidade com a língua escrita a fim de facilitar e ordenar as

estruturas da escrita.

O conhecimento de mundo de cada leitor fará com que o mesmo texto tenha

significados e interpretações diferentes, pois ao ler um texto acessamos a

nossas experiências de vida, nosso ponto de vista sobre um determinado

conteúdo. E como cada indivíduo tem pensamentos e histórias de vida

diferentes, não podemos esperar que o texto seja interpretado de uma

mesma forma.

Por fim podemos concluir que ler e compreender um texto constitui uma

forma também de garantir a cidadania, de participar ativamente como

cidadão consciente de seus direitos e deveres, entender o seu papel dentro

do trabalho e aprender a comunicar-se de forma mais precisa.

4.2 A Escrita

O lutador “Lutar com palavras é uma luta vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. (...)”

Carlos Drummond de Andrade

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

Competência 04

Podemos começar a nossa reflexão sobre a escrita, com a análise das palavras

do poeta em que escrever constitui-se “lutar com palavras”, este sem dúvida

é o pensamento de todos que se encontram com esta difícil tarefa. Contudo, é

preciso quebrar alguns mitos que cercam a escrita, e um deles é que escrever

não é para qualquer pessoa, ou quem escreve bem tem um “dom divino”.

Certamente que o ato da escrita é um dos mais trabalhosos no nosso dia a

dia, pois exige muita concentração, memória e organização mental para

construir um texto claro e coerente. Mas, isto não significa um impedimento

para que todas as pessoas possam, com muita prática e estudo, construir a

habilidade de escrever.

Escrever exige estudo sério e uma prática aliada com a leitura. Escrever, no

mundo moderno Ocidental, é uma atividade valiosíssima de comunicação nas

nossas práticas sociais. Há muitas exigências com a escrita, pois no mundo do

trabalho precisamos escrever vários gêneros textuais como: atas, contratos,

recibos, relatórios, comunicados e etc. Ou seja, ela está presente no nosso

cotidiano, nas nossas interações com outras pessoas, e precisamos saber

como realizá-la com eficiência para não haver problemas com o andamento

das atividades.

A escrita para Garcez (2004) é uma prática social, porque não se escreve por

escrever, há um sentido e função, pois na nossa civilização ocidental o que

vale é o que está escrito. Nesse contexto é imprescindível atuarmos no

mundo com a escrita, pois é através dela que nos relacionamos com os outros

e nos constituímos como sujeitos de uma voz.

No ambiente escolar, as práticas sociais dos gêneros textuais são informar,

regulamentar e promover ações que facilitem o seu funcionamento e integre

a comunidade, fazendo todos responsáveis pelo bom andamento das

atividades dentro da escola. Assim, é importante o conhecimento das

características e funcionalidades dos gêneros textuais que circulam na escola,

como: atas, ofícios circulares, relatórios, requerimento e etc.

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Produção Textual

Competência 04

Para finalizar algumas dicas práticas que podem facilitar à escrita:

Ser um bom leitor.

Anotar tudo o que vem à mente de maneira desordenada, para depois

selecionar.

Escrever um primeiro parágrafo com um resumo da ideia e depois

acrescentar mais detalhes.

Ler a primeira versão do texto, que na maioria das vezes não está

adequada, e fazer os ajustes necessários.

É imprescindível a tarefa de reescrita do texto, pois assim a sua

organização irá se estruturando.

É necessário ter em mente o destinatário do texto para adequá-lo na

escolha do vocabulário e estratégia de escrita.

Para uma prática eficiente de produção de texto dos gêneros oficiais

que circulam no ambiente escolar, torna-se importante o conhecimento

de suas características estruturais e sua função social.

Observar a utilização adequada da linguagem, ortografia, acentuação,

pontuação, concordância e regência verbal.

Esteja atento para a escrita do texto com coerência e coesão.

Chegamos ao fim deste módulo, e espero que as competências apresentadas

sejam úteis, e possam ajudar na produção textual dentro do seu ambiente de

trabalho.

Sugestões de pesquisa:

http://revistalingua.

uol.com.br/textos/7

6/reescrever-e-

sobreviver-250903-

1.asp

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Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola

editorial, 2005.

_______________, Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo:

Parábola editorial, 2009.

GARCEZ, Lucília H. do Carmo. O que é preciso para escrever bem. São Paulo:

Martins Fontes, 2001.

KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2005.

___________________, A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2005.

MARCHUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In

DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora

(orgs). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

____________________, Línguística de texto: o que é e como se faz? São Paulo:

Parábola editorial, 2012.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Manual de Redação da Presidência da República.

Brasília: Casa Civil, 2002.