mulheres: responsabilização e participação- a mulher, um agente essencial de mudança

Upload: rita-may

Post on 20-Feb-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    1/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Disciplina: Polticas de Sade no contexto da Globalizao

    Mestrado em Desenvolvimento e Sade Global

    Departamento de Antropologia

    Escola de Cincias Sociais e Humanas [ECSH]

    ISCTE-IUL 2011-2012

    ONU MULHERES-

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agente essencial

    de mudana

    Docente: Prof. Dr Clara Carvalho

    Discente: Rita Damsio(Ana Rita Damsio de Oliveira)

    N de aluna: 51694

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    2/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Introduo:

    Cada vez que os sistemas legais ignoram as injustias vividas pelas mulheres, cada vez

    que os sistemas de servio pblico s respondem s necessidades das mulheres de

    acordo com papis femininos tradicionais estritamente definidos e cada vez que as

    estruturas de oportunidade nos mercados favorecem as empresas detidas por homens ou

    limitam as mulheres aos empregos vulnerveis ou mal remunerados, deparamo-nos com

    uma falha de responsabilizao que refora a desigualdade de gnero.

    Este ensaio baseia-se no Relatrio da UNIFEM Progresso das Mulheres de 2008-2009

    e do Relatrio de 2010-2011 da ONU Mulheres. O objectivo no demonstrar que

    continua a existir desigualdade de gneros ou falhas recorrentes de responsabilizao

    mas antes servir-me destas questes atravs de exemplos em reas diferentes como: os

    servios, mercados e justia para justificar o quanto urgente que acontea a

    emancipao e autonomizaoda mulher, de forma mais profunda.

    No obstante, o factor Responsabilizao deve ser conduzido de forma a serem

    coordenadas iniciativas politicas que visam uma ideia conjunta das Naes Unidas que a igualdade entre os sexos, sobretudo a nvel dos direitos. S visando a igualdade de

    gnero poderemos estar aptos a atingir os Objectivos do Milnio, as metas definidas

    pela comunidade internacional para 2015.

    A ONU Mulheres apoia a autonomizao das mulheres, a participao das mulheres nos

    processos de paz e segurana e assegura a planificao e oramentao pblica para

    responder s necessidades e direitos especificas das mulheres.

    A ttulo de exemplo, neste ensaio, farei referncia a bold de algumas das mudanas

    eficazes e boas prticas conseguidas. Os exemplos retirados dos relatrios foram

    propositadamente retirados apenas sobre o continente africano.

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    3/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    ONU MULHERES:

    Responsabilizao e a questo do Gnero em frica: A mulher,

    um agente essencial na questo da Sade

    1-Os avanos e compromissos em relao Mulher:

    Podemos dizer que as ltimas dcadas registaram avanos significativos em termos de

    compromissos para com os direitos da mulher e, consequentemente, o seu progresso. Noentanto, esses compromissos nem sempre se traduzem em aces concretas.

    O ano de 2009 marcou os 30 anos da CEDAW (Conveno para a Eliminao de todas

    as formas de Discriminao contra as Mulheres), a conveno assinada em 1979 pela

    assembleia da ONU, importante contributo e muitas vezes descrita como sendo uma

    lista de Direitos da Mulher.

    No dia 08 de Maro de 2011 celebrou-se o centsimo dia da Mulher e um pouco por

    todo o mundo foi relembrado o quanto esse dia constituiu uma etapa histrica. Muito se

    conseguiu desde ento mas a igualdade entre os sexos permanece um objectivo

    inacabado. A ONU Mulheres ficou operacional a 1 de Janeiro de 2011 e, apesar da sua

    criao ser recente, a sua estrutura adivinha-se slida pois resulta da fuso de 4

    entidades que sempre se dedicaram igualdade das mulheres: a Diviso para o Avano

    das Mulheres, Instituto Internacional de Pesquisa e Formao para a Promoo da

    Mulher, o Bureau da Conselheira Especial para a Paridade entres os sexos e a Promoo

    da Mulher, e o Fundo de Desenvolvimento das Naes Unidas para as mulheres

    (UNIFEM).

    Estamos a aproximar-nos de 2015, ano estabelecido pela comunidade internacional para

    alcanar os Objectivos de Desenvolvimento do Milnio. Os ODMs surgem da

    Declarao do Milnio das Naes Unidas, adoptada pelos 191 estados membros no dia

    8 de Setembro de 2000 e que em frica compreende todos os pases, excepto o Sahara

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    4/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Ocidental.1Dos 8 objectivos a alcanar importa, neste trabalho, destacar dois que so os

    de promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres e melhorar a sade

    materna.

    A Organizao ONU MULHERES (Entidade das Naes Unidas para a igualdade dos

    sexos e autonomizao das mulheres) apresenta uma questo fundamental no relatrio

    de 2008-2009 -na altura editado ainda sob o nome de UNIFEM- onde fala

    insistentemente de um objectivo essencial para atingir os objectivos pretendidos pela

    comunidade internacional e cujo tema repete no relatrio de 2010-2011: a

    Responsabilizao.

    Segundo o relatrio, pases e instituies internacionais esto a tomar medidas no

    sentido de alargar a vertente da responsabilizao. Estas medidas implicam mudanas

    que respondam perante o gnero e possam garantir que existam incentivos e uma

    continuao dos resultados para cumprimento dos seus compromissos para com os

    direitos da mulher.

    Numa perspectiva de gnero, estas medidas e mudanas tm de ser aplicadas nos

    diversos contextos nos quais a responsabilizao determina o acesso da mulher arecursos e ao poder nos seguintes sectores: Poltica, Servios, Mercados e Justia.

    Esta anlise permite fundamentar a importncia da responsabilizao e outros

    compromissos sensveis ao gnero e ao contextualiz-los nestes vrios sectores.

    2- Porque se fala tanto emResponsabilizao?

    Antes de abordar o tema da sade propriamente ou qualquer outro servio, essencial

    falar em Responsabilizao porque as falhas que decorrem so essencialmente politicas.

    A luta das mulheres para expor as injustias baseadas no gnero e exigir a soluo das

    mesmas tem mudado a perspectiva de responsabilizao.

    1Objetivos de Desenvolvimento do Milnio:

    http://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview/

    http://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview/http://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview/http://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview/
  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    5/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    A responsabilizao abrange a avaliao, os dirigentes prestam contas das decises

    que tomam, com a confiana pblica e receita nacional e onde se verifica a

    adequabilidade das decises. Pode haver necessidade da imposio de uma acocorrectiva, no caso de as medidas no serem adequadas, por exemplo, realizando

    votaes para demover cargos polticos ou atravs de uma investigao criminal. Em

    democracias, os partidos polticos so a rota essencial para a representao poltica de

    grupos de interesses especficos. Mesmo a nvel mundial, os partidos tem sido lentos a

    responder ao interesse das mulheres.

    Por exemplo no que toca participao, segundo um estudo daFawcett Society, o papel

    da mulher na poltica menor por causa de obstculos que identificaram como os 4Cs2:Confiana, Cultura, Cuidados Infantis e Capital. A Confiana porque a entrada das

    mulheres na poltica tardia e resulta na aprendizagem limitada. Existem barreiras

    Culturais que provm da agressividade dos confrontos polticos. Os Cuidados

    Infantis referem-se pouca disponibilidade por terem de dividir o tempo nas

    actividades domsticas e familiares. O Capital refere-se ao investimento bastante

    inferior que dado s mulheres nas campanhas polticas pelos partidos.

    A ONU Mulheres, tem promovido activamente o objectivo n3 dos OMDs promover

    a igualdade de gnero e capacitar as mulheres, objectivo que tem sido reforado desde

    da Plataforma de Pequim onde se exigiu que a participao mnima das mulheres em

    assembleias representativas fosse de 30%. A taxa de participao acelerou no decurso

    da ltima dcada: de 11,6 % em 1995 para 18,4% at Maio de 2008 muito superior ao

    crescimento de menos de 1% de 1975 a 1995. 3Mas este crescimento no ser

    sustentado, a no ser que os pases continuem a definir quotas e outras medidas de aco

    positiva. No que toca participao, as quotas seguem o princpio de igualdade do

    gnero e aplicam-no tanto a homens como a mulheres, visando limitar o predomnio de

    qualquer um dos sexos a um mximo de 60%.4

    2http://www.fawcettsociety.org.uk/documents/The_four_Cs%281%29.pdf

    3 taxa actual de aumento, levar cerca de 20 anos para os pases desenvolvidos e cerca de 40 anos para todos os

    outros pases alcanarem a zona de paridade de entre 40% a 60%. Fonte: IPU( Inter-Parliamentary Union-2008)

    4Comisso para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres (2001), Plataforma de Aco de Pequim, 1995, Lisboa.

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    6/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Verificamos de facto um crescimento da participao da mulher na vida poltica, ainda

    que os cargos designados sejam sempre nas reas sociais e que essa tendncia possa

    restringir o potencial de contribuio da mulher noutras reas.

    Contudo, regra geral, um nmero mais elevado de mulheres na poltica revela-se

    essencial em 3 aspectos:

    1- No combate dos direitos da mulher e a violncia contra a mulher e as

    crianas.

    2- A representao poltica das mulheres tem efeitos importantes na promoo

    da responsabilizao pois estimula a maior participao de outras mulheres.

    O primeiro manifesto eleitoral de mulheres em frica aconteceu em

    1993 no Botsuana por uma organizao com o nome de Emang Basadi

    (Levantem-se Mulheres!) Hoje em dia, as alas de mulheres dos

    partidos monitorizam regularmente os partidos polticos para

    continuar a garantir o cumprimento do Manifesto e apresentam

    resultados anuais nas Conferncias Emang Basadi.5

    3- As sociedades em que as mulheres tm uma maior participao na vida

    pblica tm empresas e governos mais limpos, afirma um relatrio de

    2001, do Banco Mundial. There exists a substantial literature in the social

    sciences which suggests that women may have higher standards of ethical

    behavior and be more concerned with the common good. Consistent with

    this micro-level evidence, we find that at the country level, higher rates of

    female participation in government are associated with lower levels of

    corruption.6 As comparaes transnacionais demonstraram que quanto

    maior era o nmero de mulheres em parlamentos e no sector privado, menor

    era o nvel de corrupo.

    5http://www.emangbasadi.org.bw/about-us.php

    6Are Women Really the "Fairer" Sex? Corruption and Women in Government- POLICY RESEARCH REPORT ON

    GENDER AND DEVELOPMENT Working Paper Series, No. 4 (1999) :

    http://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdf

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    7/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    2- Uma perspectiva de gnero: Servios

    A importncia dos servios para as mulheres vem da necessidade urgente quanto

    aos direitos sade, educao e a uma vida decente. As mulheres pobres

    dependem mais dos servios pblicos do que os homens pois em geral, no tm

    outra opo. Em agregados familiares pobres, se tiverem de pagar pelos

    servios, mulheres e raparigas ficam em desvantagem pois as economias esto

    reservadas para atender s necessidades de cuidados mdicos e educao de

    homens e rapazes.

    At recentemente, em Nazlet Fargallah, no Egipto, as mulheres iam buscar gua

    at quatro vezes por dia, usando gua contaminada por guas residuais. Com a

    falta de latrinas, esperavam que escurecesse para fazerem as suas necessidades

    expondo-se a doenas ou alvo fcil de violncia. A situao mudou com

    quando um projecto de abastecimento de gua e saneamento do governo

    local utilizou, pela primeira vez, mulheres como fiscais de sade.

    A participao de mulheres nas decises na comunidade sobre como

    melhorar a sade e gerir os meios de subsistncia resultou numa conquista

    de dignidade e segurana. Cada um dos 700 domiclios tem agora duas

    torneiras e uma latrina. As mulheres passaram a gastar menos tempo no

    abastecimento de gua. 7

    Em relao escolaridade, as polticas voltadas para aumentar o acesso das

    raparigas educao, tm sido reforadas pelos governos, lderes polticos e a

    comunidade internacional e demonstram que uma questo nacional de

    importncia vital. Exemplo disso o resultado da disparidade das taxas de

    concluso do ensino bsico por rapazes e raparigas nos pases de baixo

    rendimento que caiu de 18% para 13% em 2000.

    7GOETZ A.M, BETETA H.C, EDDON R. et al. Relatrio Progresso das Mulheres no Mundo. UNIFEM: 2008-2009.p.35

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    8/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Na Gmbia, as taxas de matrcula aumentaram mais de metade entre 1980

    e 2000 e na Guin subiram de 19% para 63% de 1990 a 2001.8

    A Base de Dados de Indicadores do Milnio da Diviso de Estatstica da ONU

    sugere, no entanto, que apesar dos avanos continua a haver uma disparidade

    entre rapazes e raparigas nas taxas de ensino bsico na maioria das regies. Esta

    variao pode ser explicada pela falta de capacidade de um Estado estruturar os

    servios de educao e a falta de solidez dos sistemas de responsabilizao.

    Os problemas acentuam-se sobretudo no caso da mortalidade materna da

    que no surpreende a crescente mobilizao em torno dos direitos aos

    servios pblicos como um dos principais elementos da aco colectiva das

    mulheres.

    2.1 Porque falham os servios para as mulheres?

    Nos ltimos anos, vrias investigaes9sugerem que a razo por que falham os

    servios para os pobres tm a ver com a falta de oportunidades em relao aosgrupos de elite e classe mdia para informar os decisores polticos sobre as suas

    necessidades ou para se organizarem para exigir melhores servios. O que se

    constata em relao aos pobres aplicvel s mulheres, ainda que estas sofram

    ainda de falhas especficas ao seu gnero, agravando-se ainda mais as situaes

    no que toca a mulheres pobres.

    A distncia fsica um factor crtico no acesso aos servios. Por exemplo,

    em Mpwapwa, regio leste da Tanznia, o hospital mais prximo situa-se a58 quilmetros de distncia. Como em Mpwapwa, existem muitas zonas

    8

    GOETZ A.M, BETETA H.C, EDDON R. et al. Relatrio Progresso das Mulheres no Mundo. UNIFEM: 2008-2009.p38

    9Making Services Work for Poor People. Relatrio sobre o Desenvolvimento Mundial, (2004) Washington D.C.

    http://wwwwds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2003/10/07/000090341_20031007150121/Rendered/PDF/268950PAPER0WDR02004.pdf

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    9/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    rurais em frica que no tm atendimento obsttrico de urgncia por no

    haver recursos para equipamentos, nenhuma electricidade para oper-los e

    nenhum mdico para utiliz-los.

    10

    comum citar valores culturais, tnicos ou religiosos para explicar porque

    mulheres e raparigas no tm acesso a escolas ou a servios pblicos mas a

    razo bem mais mundana, os custos da viagem e o tempo, para alm do medo

    e da insegurana de viajar pesam mais do que os benefcios que os servios mais

    prximos podem prestar. Em Zomba, no Malawi, um estudo realizado constatou

    que raparigas haviam sido perseguidas por ces, homens e rapazes no caminho

    de 4 quilmetros at escola e que tinham medo de serem violadas.11

    Os servios agrcolas so restritos uma vez que a falta de acesso terra e a

    insegurana dos direitos de propriedade uma realidade. No Uganda, as

    mulheres so responsveis pela maior parte da produo agrcola mas apenas 5%

    so proprietrias, uma vez que a sua posse altamente insegura. Os homens e os

    mais idosos detm uma espcie de supremacia relativamente s terras. A

    fragilidade do direito terra faz com que as mulheres do Gana pratiquem apenas

    uma agricultura de subsistncia.12

    Existe claramente favorecimento de um gnero, de classes e faixa etria no que

    diz respeito a conceder direitos de servios. Essas tendncias porm, nem

    sempre so bvias.

    A corrupo tambm pode afectar as mulheres de forma especfica pois os

    recursos destinados a mulheres pobres podem estar vulnerveis cobrana de

    comisses. Por estarem menos cientes dos seus direitos, as mulheres pobres,

    grvidas ou doentes (estas por estarem numa posio mais frgil para protestar)

    frequente ficarem sujeitas obrigatoriedade de pagamentos por agilizao

    informalmente para conseguirem essas ajudas.

    10GOETZ A.M, BETETA H.C, EDDON R. et al. Relatrio Progresso das Mulheres no Mundo. UNIFEM: 2008-2009.p.40

    11(idem)p.41

    12(idem)

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    10/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    A explorao sexual moeda comum dentro da corrupo para pagamento

    desses subornos, uma forma de abuso do poder que afecta especificamente as

    mulheres, entre os quais assdio sexual, violao e abuso psicolgico. Assanes so muitas vezes aplicadas contra as vtimas em vez dos infractores. As

    raparigas perdem anos de formao pois so privadas de irem escola e ainda

    so estigmatizadas pelos ex-colegas.

    A significant share of these young school children are girls who either drop out of

    school or experience extensive interruptions to their education (GCE: 2008). In 54

    African countries, less than fifty percent of girls complete primary and successfully

    enroll in secondary education. 13

    Para corrigir essa falha de responsabilizao, o Frum das mulheres

    Educadoras Africanas, uma rede de sociedade civil tem empreendido

    campanhas bem sucedidas para expor os efeitos discriminatrios das regras

    contra alunas grvidas, induzindo vrios pases em frica a inverter a

    prtica de expulso e apoiar a readmisso posterior dessas mesmas

    alunas.14

    Esta falha especfica de responsabilizao em relao aos servios tem sido

    observada nas operaes internacionais de paz e assistncia humanitria, em

    casos de ps-conflitos ou situaes de emergncia.

    O caso da mortalidade maternatambm um caso de distncia social entre os

    prestadores de servios e os clientes, resultado de prtica discriminatria. Por

    exemplo, o caso do Estado de Enugu, na Nigria, onde o VIH/SIDA abrange at

    13% das populaes rurais. muito comum as mulheres, principalmente asgrvidas serem alvo de prticas discriminatrias que vo desde a obrigatoriedade

    do teste do VIH, a violao de confidencialidade e recusa imediata em ser

    prestado atendimento. Em resultado disso, muitas mulheres grvidas deixam de

    13Last in, first out Quantifying girls retention, completion andtransition (2010)in FAWE (Forum for

    African Women Educationalists)

    14Lessons from Good Practice,Captulo 4: UNESCO, 2003. pg. 172

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    11/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    procurar assistncia o que tem contribudo para aumentar a mortalidade materna

    e infantil.

    Para abordar a prtica da discriminao, em Enugu na Nigria, a ONU

    Mulheres atravs do aconselhamento intensivo e informao, implementou

    nos servios de sade uma poltica de VIH/SIDA. Esta poltica pioneira

    porque a primeira do pas sensvel ao gnero, afirmando assim que

    homens e mulheres tm os mesmos direitos a receber medicamentos

    retrovirais. 15

    As organizaes do sector pblico precisam de ter um mandato especfico para

    assegurar os direitos das mulheres e os objectivos de igualdade do gnero. Para

    isso necessrio que os prestadores de servios: reconheam que as mulheres

    tm necessidades especficas e que esse reconhecimento deve ser reforado por

    um compromisso com a aco (exemplo dos OSGs) 16

    Os mandatos para servirem as mulheres decorrem da aco de cidadania das

    mulheres, baseada em investigaes ou informaes de desigualdade do gnero,

    falha ou abuso dos servios ou podem resultar de presses externas dos doadoresde ajuda ou da mobilizao civil global a favor dos direitos das mulheres.

    3- Uma perspectiva de gnero: Mercados

    Os mecanismos de responsabilizao no sector privado baseiam-se emcontractos individuais entre empregado e empregador ou prestador de servios e

    clientes. Nesta lgica individual de contratao, a possibilidade de haver

    desequilbrio a nvel das remuneraes bem mais passvel de acontecer, e

    quando existe desigualdade entre os gneros, as diferenas saltam vista.

    15GOETZ A.M, BETETA H.C, EDDON R. et al. Relatrio Progresso das Mulheres no Mundo. UNIFEM: 2008-

    2009.p.46

    16

    OSG- Oramentos Sensveis ao Gnero, numa explicao generalizada, refere-se aos oramentos pblicosformulados com base numa avaliao dos diferentes papis e necessidades das mulheres e dos homens na sociedade.

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    12/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    As mulheres entraram para a indstria no s por causa da pobreza mas tambm

    para poderem melhorar o nvel de vida das suas famlias, podendo mandar os

    seus filhos para a escola, poupar para os seus dotes ou para se ocuparem dosseus pais na terceira idade. Com o contributo dos seus ganhos, aumentam o seu

    poder de compra no mercado. Conseguem ainda ganhar visibilidade em aces

    colectivas, no apoio aos seus direitos que tm ligado movimentos locais a

    movimentos globais.

    Existem 3 razes para que a mulher seja uma fora de trabalho aliciante para os

    empregadores:

    -A mulher sinnimo de ausncia de custos fixos tais como subsdios pois

    vista como uma fora de trabalho secundria e no organizada;

    - Existe o conceito que justifica que o homem deve ganhar mais pois sustenta a

    famlia e que as contribuies das mulheres so secundrias;

    -A discriminao do gnero fora as mulheres a aceitarem cargos com

    remuneraes mais baixas, tais como a agricultura de subsistncia, ou a indstria

    especfica do gnero (vesturio etc..) prestao de cuidados e servios (sade e

    educao).17

    Com a crescente procura de trabalho flexvel que pode aumentar ou diminuir consoante

    as presses do mercado, o aumento das mulheres no mercado de trabalho coincidiu com

    tendncias para a contratao externa e subcontratao ou relegar os empregos das

    mulheres para o sector informal sem segurana ou regalias. Um estudo de 2006realizado pelas Naes Unidas para a Populao afirma que o emprego informal

    inseguro e a pobreza esto estreitamente ligados.18

    17Edson, D. &Pearson, R . 1981. NimbleFingers Make Cheap Workers-An Analysis of Womens Employment inThird World Export ManufacturingFeminist Review,7,pgs.87-107

    18Quase 100 milhes dos migrantes do mundo so mulheres e so quase metade da populao migrante. Est

    provado que as mulheres hoje dominam as categorias de migrantes com ensino superior18e isto representa

    uma fuga de especializao feminina nos pases em questo. Fundo das N.U para a populao (UN-FPA)2006.APassage to Hope: Women and International Migration, State of World Population

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    13/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    4- Uma perspectiva de gnero: Justia

    Em tribunais de todo o mundo, as mulheres tm desafiado e superado injustias

    baseadas no gnero.

    A ONU Mulheres reconhece que o sistema jurdico abrange um largo enquadramento

    jurdico, ou seja: o poder judicirio, o ministro da justia, os promotores e

    investigadores, as associaes de advogados, os sistemas tradicionais e prticas

    consuetudinrias (que assentam nos costumes) e tem promovido campanhas no sentido

    de informar sobre prticas justas e uniformes para todos os indivduos.

    Graas a implementao de normas e obrigaes internacionais tem havido mudanas

    significativas na quantidade e competncias de organizaes destinadas a promover os

    direitos da mulher e cada vez mais os Estados entendem que o seu dever estende-se ao

    mbito familiar. A norma universal para a igualdade de gneros da Carta das Naes

    Unidas, de 1945, declara "O respeito pelos Direitos do homem e pelas liberdadesfundamentais para todos, sem distino de...sexo" como um objectivo da ONU. A

    Declarao Universal dos Direitos do Homem de 1948 e posteriores tratados de direitos

    humanos so inequvocos no que toca a igualdade entre mulheres e homens.

    A Conveno das Naes Unidas sobre a Eliminao de todas as Formas de

    Discriminao Contra as Mulheres (CEDAW)19 e o protocolo adicional da Carta

    Africana so duas fontes importantes sobre os direitos humanos das mulheres e que

    reforam o enquadramento jurdico. O Comit da CEDAW consiste em 23 peritos

    independentes com autoridade para realizar inquritos quando existe indcios que

    surgiram padres de violao dos direitos das mulheres.

    19Em Fevereiro de 2004, 50 dos 53 Estados Africanos tinham ratificado a CEDAW. So Tom e Prncipe assinou esta Conveno

    mas ainda no a ratificou e o Sudo e a Somlia no a assinaram, nem a ratificaram. J a Arglia prometia reanalisar as reservas quetinha emitido.O Relatrio Conveno sobre a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao Contra as Mulheres (CEDAW) no tem sidoapresentado com a periodicidade fixada no artigo 18 desta Conveno, um ano aps a entrada em vigor da Conveno para o

    Estado interessado em questo e depois disso, pelo menos de quatro em quatro anos, e sempre que o Comit assim solicitar.

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    14/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Num artigo do Dirio de Notcias deste ano, a activista dos Direitos Humanos Souhayr

    Belhassen critica o facto dos cdigo do Comrcio e do Trabalho terem sido os nicos a

    serem alterados na regio rabe e que o Cdigo da Famlia ainda no ter sofridoqualquer alterao. A militante dos direitos humanos explica porqu: "o cdigo da

    famlia (...) no que assenta hoje em dia a ordem pblica nos pases rabes",

    adiantando que "tocar nisso tocar em todo o sistema".20 A ONU Mulheres

    desenvolve no Norte de frica a campanha Igualdade sem Reserva para ajudar

    os Estados a harmonizar a legislao com a Conveno com a remoo das

    reservas e incentivando a ratificao do protocolo Facultativo.

    Os activistas locais e internacionais e sobretudo a ex- UNIFEM, actual ONU

    Mulheres, tm conseguido chamar a ateno internacional para a prtica de

    violncia sexual como ferramenta de genocdio.

    Durante as guerras, a violao de mulheres uma arma comum para

    desumanizar mulheres e homens, e aterrorizar as comunidades onde pertencem.

    O problema que se coloca, ainda hoje, que a falta de discusso e participaodas mulheres, nomeadamente durante os processos de paz, afectou directamente

    a sua integrao na sociedade porque o problema foi negligenciado.

    En 2002, lors du dsarmement, de la dmobilisation et de la rintgration

    danciens combattants au Sierra Leone, on a constat que les expriences

    vcues par les nombreuses femmes et jeunes filles enleves et forces des actes

    sexuels par les soldats rebelles navaient nullement t considres. Elles nont

    de toute vidence pas t interroges indpendamment de leurs maris et

    aucune chance na t accorde celles qui auraient peut-tre souhait quitter

    cette relation force. 21Estima- se que todas as sobreviventes do massacre em

    20http://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/315897-codigos-da-familia-na-regiao-arabe-sao-

    repressivos-e-devem-evoluir(27 de Maro 2012)

    21

    Mettre fin la violence contre les femmes. Un combat pour aujourdhui-Amnesty International :2004.

    http://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/315897-codigos-da-familia-na-regiao-arabe-sao-repressivos-e-devem-evoluirhttp://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/315897-codigos-da-familia-na-regiao-arabe-sao-repressivos-e-devem-evoluirhttp://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/315897-codigos-da-familia-na-regiao-arabe-sao-repressivos-e-devem-evoluirhttp://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/315897-codigos-da-familia-na-regiao-arabe-sao-repressivos-e-devem-evoluirhttp://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/315897-codigos-da-familia-na-regiao-arabe-sao-repressivos-e-devem-evoluirhttp://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/315897-codigos-da-familia-na-regiao-arabe-sao-repressivos-e-devem-evoluir
  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    15/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Ruanda tenham sido vtimas de violao directa ou indirecta ou tenham sido

    profundamente afectadas por isto(UNIFEM: 2009)

    O Gacaca (sistema jurdico informal) tem feito alguma diferena pois os

    depoimentos das mulheres so ouvidos pela comunidade. Sendo a maioria

    sobreviventes, a participao das mulheres tem sido um elemento importante do

    sistemaGacaca. O Governo determinou que pelo menos 30% dos juzes fossem

    mulheres.22

    Em resumo, os sistemas jurdicos, tanto os formais como os informais, regra geral no

    tomam o gnero em considerao e isso continua a afectar as mulheres em frica e no

    resto do mundo.

    A Resoluo 1820, do Conselho de Segurana da ONU, a 19 de Junho de 2008, traduz

    o reconhecimento da violncia sexual como um problema especfico de segurana,

    condenando e denunciando a violncia sexual praticada em situaes de conflito como

    arma de guerra e traduzindo uma tentativa de reforar as respostas urgentes falta de

    preveno e proteco destinadas a mulheres, raparigas e meninas, de modo a impedir

    que sofram violaes dos seus direitos humanos, incluindo a violncia sexual.23

    uma vitria que estas resolues politicas traduzam um reconhecimento do impacto

    especifico que as guerras tm nas mulheres mas fundamental que na pratica estas

    resolues sustentem uma verdadeira participao das mulheres, alicercem a promoo

    e defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de gneros.

    Concluso:

    22Gacaca e a justia de transio no Ruanda PROGRESSO DAS MULHERES DO MUNDO 2008/2009-Quem responde as mulheres- Gnero e Responsabilizao p.84

    23

    UNITED NATIONShttp://www.un.org/womenwatch/ianwge/taskforces/wps/nap/Plano_Nacional_Accao_1325.pdf

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    16/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Medidas temporrias como a incluso de mulheres na poltica (quotas) ou nasinstituies tradicionais (caso do Tribunal de Gacaca, no Ruanda) so uteis masinsuficientes para garantir que as mulheres tenham influncia ou poder sobre o processo

    de tomada de deciso, so necessrias medidas em contextos institucionais. essencialque homens e mulheres que fazem parte do poder de deciso sejam apoiados por umeleitorado que exigem a igualdade de gnero de uma forma activa. O relatrio da ONU-Mulheres torna claro que a mobilizao das mulheres mais eficaz quando a igualdadede gneros e os direitos das mulheres so do interesse de todos. Deve existir umacapacidade institucional suficientemente forte para fazer face ao que pode ser encaradocomo polticas de igualdade contra-cultura.

    Os progressos constatados ao longo deste breve relatrio mostram que existe esperananas muitas promessas em cada rea abordada mas este progresso demasiado lento,

    principalmente no que toca s mulheres pobres ou em situaes psicolgicas efisicamente frgeis. No entanto, na ltima dcada, h de facto um melhoramentosignificativo. O alcance da igualdade de gneros depende do factorResponsabilizao.

    A prova da responsabilizao reside nas experincias das mulheres que seguem o cursonormal das suas vidas. As mulheres vivem livres do medo da violncia? Podem obterrendimento do seu prprio trabalho rduo? Podem aceder a servios que so sensveis ssuas necessidades enquanto mulheres, mes, trabalhadoras, habitantes rurais ouresidentes urbanas? So livres de fazer escolhas sobre como querem viver as suas vidas,

    tais como com quem casar, quantas crianas ter, e como levar a sua vida?Quando os sistemas de responsabilizao so livres de preconceitos de gnero, podemgarantir que os estados asseguram s mulheres segurana fsica e econmica, o acessoaos servios bsicos e sistemas jurdicos que protegem os seus direitos.

    O objectivo da responsabilizao tanto tcnico como poltico. A dimenso tcnica

    deve ter em conta mudanas nos procedimentos operacionais, medies de desempenho,

    adequabilidade e ajuste, incentivos e programas. No entanto, a dimenso tcnica

    depende da dimenso poltica. A presso e o poder poltico so necessrios para que os

    mandatos se traduzam em aces concretas.

    Com base nos indcios retratados, necessrio ter em conta dois elementos essenciais:

    - As mulheres devem participar em todos os processos de fiscalizao, ou seja, as

    mulheres devem ter o direito de exigir explicaes e justificaes. Devem ser

    participantes de pleno direito em debates pblicos e processos de delegao de poder.

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    17/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    - Os sistemas de responsabilizao devem tornar a igualdade dos gneros e os direitos

    das mulheres num dos padres pelo qual se avalia o desempenho das entidades oficiais

    de um Estado. Esta luta tem de ser um objectivo de aco pblica.

    Por ultimo, o poder dos defensores da igualdade de gneros expandido quando no so apenas

    mulheres a defender esses direitos. A defesa daigualdade de gneros e defesa dos direitos

    das mulheres so de interesse pblico.

    Esta a realidade actual: Os Objectivos de Desenvolvimento do Milnio dependem da

    igualdade de gneros, para serem cumpridos nos prazos estabelecidos. Para isso

    acontecer, a capacitao das mulheres no deve ser um objectivo autnomo. a fora

    motriz dos esforos para erradicar a pobreza extrema e a fome, alcanar a educao

    primria universal, reduzir a mortalidade materna e infantil e lutar contras as grandes

    doenas como o HIV/SIDA e a malria.

    A capacitao das mulheres tambm um motor para uma gesto ambiental slida e

    essencial garantir que a ajuda ao desenvolvimento chegue aos mais pobres com a

    incluso de mulheres como parte do planeamento nacional de reduo de pobreza e

    atribuio de recursos.

    Se as mulheres no beneficiarem do progresso no alcance aos ODMs tanto quanto os

    homens, isso representar um problema de responsabilizao para com os governos

    locais e as instituies de ajuda internacionais.

  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    18/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    Bibliografia:- UNIFEMONU Mulheres- Relatrios de 2008-2009/ 2010-2011http://www.unwomen.org/ (ultimo acesso a 01 de Julho de 2012)

    - UNITED NATIONS (UN)http://www.un.org/womenwatch/ianwge/taskforces/wps/nap/Plano_Nacional_Accao_1325.pdf (ultimo acesso a 02 de Julho de 2012)

    - United Nations Development Programme (UNDP)http://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview/(ultimo acesso a 01 de Julho

    de 2012)

    - Comisso para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres(2001), Plataforma deAco de Pequim, 1995, Lisboa.

    - Lessons from Good Practice, Captulo 4: UNESCO,2003.http://www2.unescobkk.org/elib/publications/clcgender/gender_pt3.pdf(ultima consulta a 01 de Julho de 2012)

    -Last in, first out Quantifying girls retention, completion andtransition (2010): FAWE(Forum for African Women Educationalists). Retirado dehttp://www.fawe.org/activities/research/case_studies/index.php (ultima consulta a 01 deJulho de 2012)

    - EDSON D, PEARSON R.(1981). Nimble Fingers Make Cheap Workers-AnAnalysis of Womens Employment in Third World Export Manufacturing FeministReview, pp.87-107

    -A Passage to Hope: Women and International Migration, State of World Population:UN-FPA (Fundo das N.U para a populao),2006.Retirado dehttp://www.unfpa.org/swp/2006/pdf/en_sowp06.pdf (ultima consulta a 01 de Julho de

    2012)

    http://www.unwomen.org/http://www.un.org/womenwatch/ianwge/taskforces/wps/nap/Plano_Nacional_Accao_1325.pdfhttp://www.un.org/womenwatch/ianwge/taskforces/wps/nap/Plano_Nacional_Accao_1325.pdfhttp://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview/http://www.fawe.org/activities/research/case_studies/index.phphttp://www.unfpa.org/swp/2006/pdf/en_sowp06.pdfhttp://www.unfpa.org/swp/2006/pdf/en_sowp06.pdfhttp://www.fawe.org/activities/research/case_studies/index.phphttp://www.undp.org/content/undp/en/home/mdgoverview/http://www.un.org/womenwatch/ianwge/taskforces/wps/nap/Plano_Nacional_Accao_1325.pdfhttp://www.un.org/womenwatch/ianwge/taskforces/wps/nap/Plano_Nacional_Accao_1325.pdfhttp://www.unwomen.org/
  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    19/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    - Mettre fin la violence contre les femmes. Un combat pour aujourdhui-AmnestyInternational: 2004

    -

    CEDAW -Convention on the Eliminitation of All Forms of DiscriminationAgainst Women(ltimo acesso 29 de Maio 2012)http://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw/

    - OCDE - Organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico (ltimoacesso 05 de Junho 2012)http://www.oecd.org/home/0,2987,en_2649_201185_1_1_1_1_1,00.html

    - Human Rights Watchhttp://www.hrw.org/en/our-work

    - Fawcett societyhttp://www.fawcettsociety.org.uk (ultimo acesso a 01 de Julho de 2012)

    - Banco Mundial:

    - "Engendering Development through Gender Equality in Rights, Ressources, andVoice"" (Fomentar o Desenvolvimento por intermdio da Igualdade de gnero nosDireitos, Recursos e Voz), 2004

    - Making Services Work for Poor People. Relatrio sobre o DesenvolvimentoMundial, (2004). Washington D.C:http://wwwwds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2003/10/07/000090341_20031007150121/Rendered/PDF/268950PAPER0WDR02004.pdf

    -Are Women Really the "Fairer" Sex? Corruption and Women in Government- PolicyResearch Report on Gender and Development Working Paper Series, No. 4 (1999).http://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdf(ultima consulta a 01 de Julho de 2012)

    - IPU (International Organization of Parliaments):http://www.ipu.org/english/home.htm (ultimo acesso a 30 de Julho de 2012)

    -International Womens Health Coaliation - verso portuguesa em :http://www.iwhc.org/index.php?option=com_content&task=view&id=2919&Itemid=214

    - The Centre for The Study of Violence and Reconciliationhttp://www.justiceinperspective.org.za/index.php?option=com_content&task=section&id=1&Itemid=19 (ltima consulta a 30 de Maio 2012)

    http://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw/http://www.oecd.org/home/0,2987,en_2649_201185_1_1_1_1_1,00.htmlhttp://www.hrw.org/en/our-workhttp://www.fawcettsociety.org.uk/http://wwwwds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2003/10/07/000090341_20031007150121/Rendered/PDF/268950PAPER0WDR02004.pdfhttp://wwwwds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2003/10/07/000090341_20031007150121/Rendered/PDF/268950PAPER0WDR02004.pdfhttp://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdfhttp://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdfhttp://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdfhttp://www.ipu.org/english/home.htmhttp://www.iwhc.org/index.php?option=com_content&task=view&id=2919&Itemid=214http://www.iwhc.org/index.php?option=com_content&task=view&id=2919&Itemid=214http://www.justiceinperspective.org.za/index.php?option=com_content&task=section&id=1&Itemid=19http://www.justiceinperspective.org.za/index.php?option=com_content&task=section&id=1&Itemid=19http://www.justiceinperspective.org.za/index.php?option=com_content&task=section&id=1&Itemid=19http://www.justiceinperspective.org.za/index.php?option=com_content&task=section&id=1&Itemid=19http://www.iwhc.org/index.php?option=com_content&task=view&id=2919&Itemid=214http://www.iwhc.org/index.php?option=com_content&task=view&id=2919&Itemid=214http://www.ipu.org/english/home.htmhttp://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdfhttp://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdfhttp://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2000/08/26/000094946_0008120532266/Rendered/PDF/multi_page.pdfhttp://wwwwds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2003/10/07/000090341_20031007150121/Rendered/PDF/268950PAPER0WDR02004.pdfhttp://wwwwds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2003/10/07/000090341_20031007150121/Rendered/PDF/268950PAPER0WDR02004.pdfhttp://www.fawcettsociety.org.uk/http://www.hrw.org/en/our-workhttp://www.oecd.org/home/0,2987,en_2649_201185_1_1_1_1_1,00.htmlhttp://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw/
  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    20/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012

    - Africa Action- Fighting For Freedom And Justice Since 1953http://www.africaaction.org/about/index.php

    - Koinange,J.2004. Woman Sentenced to stoning Feed(ltima consulta a 29 deMaio 2012)http://www.cnn.com/2003/WORLD/africa/09/25/nigeria.stoning/

    Documentrios Interessantes sobre empowermentda mulher, desigualdade de gneros..

    - http://www.youtube.com/watch?v=EFQQu7wNVTo&feature=channel (Namibia)

    - http://www.youtube.com/watch?v=PcgZ6Jp7AzE ( Serra Leoa mortes por parto)

    -http://www.youtube.com/watch?v=73c90jf-SdM&annotation_id=annotation_252585&feature=iv (Darfur DARFUR REFUGEE WOMENSPEAK OUT: Risking Life For Human Rights)

    -http://www.youtube.com/watch?v=vsPMV4rVIZw (DARFUR REFUGEE WOMEN SPEAKOUT: The Farchana Manifesto)

    - http://www.youtube.com/watch?v=jilpZBhg05I (gender base violence)

    -http://www.youtube.com/watch?v=yl8g8S6F3do&feature=related

    - http://www.youtube.com/watch?v=dp1-ncU2ilY&feature=related (unifem campanha)

    http://www.youtube.com/watch?v=xYiM2epW-jE&feature=channel (From Peace to Politics:Burundian Women Take Charge

    http://www.youtube.com/watch?v=rdPupWFEXYY&feature=channel (uganda fistula survivor)

    http://www.youtube.com/watch?v=61jNG5gnq9M (women of liberia fighting for peace)

    http://www.youtube.com/watch?v=kFKUwZBz4xk&NR=1 (Liberian women occupy front linesof war on sexual violence)

    http://www.youtube.com/watch?v=IRI_CbcTuzs&feature=fvw (The Right to Choose -Ethiopia)

    http://www.youtube.com/watch?v=zva7ykLZtx0&feature=channel ( abolio em 10 vilas, noNiger, da pratica de mutilao genital -unicef)

    http://www.africaaction.org/about/index.phphttp://www.cnn.com/2003/WORLD/africa/09/25/nigeria.stoning/http://www.youtube.com/watch?v=EFQQu7wNVTo&feature=channelhttp://www.youtube.com/watch?v=73c90jf-SdM&annotation_id=annotation_252585&feature=ivhttp://www.youtube.com/watch?v=73c90jf-SdM&annotation_id=annotation_252585&feature=ivhttp://www.youtube.com/watch?v=vsPMV4rVIZwhttp://www.youtube.com/watch?v=yl8g8S6F3do&feature=relatedhttp://www.youtube.com/watch?v=xYiM2epW-jE&feature=channelhttp://www.youtube.com/watch?v=xYiM2epW-jE&feature=channelhttp://www.youtube.com/watch?v=yl8g8S6F3do&feature=relatedhttp://www.youtube.com/watch?v=vsPMV4rVIZwhttp://www.youtube.com/watch?v=73c90jf-SdM&annotation_id=annotation_252585&feature=ivhttp://www.youtube.com/watch?v=73c90jf-SdM&annotation_id=annotation_252585&feature=ivhttp://www.youtube.com/watch?v=EFQQu7wNVTo&feature=channelhttp://www.cnn.com/2003/WORLD/africa/09/25/nigeria.stoning/http://www.africaaction.org/about/index.php
  • 7/24/2019 Mulheres: Responsabilizao e Participao- A Mulher, Um Agente Essencial de Mudana

    21/21

    Responsabilizao e Participao: A mulher, um agenteessencial de mudana

    2012