mulher na perspectiva correta

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1 O Papel da Mulher Visto da Perspectiva Correta Owen D. Olbricht Mulher  A Cristã Devido ao ambiente emocional que cerca as questões das mulheres em algumas sociedades, é difícil manter em perspectiva o ponto de vista  bíblico. Embora se diga que as mulheres são a “parte mais frágil” (1 Pedro 3:7), o que significa que elas não têm a mesma força bruta que os homens, jamais se diz que elas são inferiores aos homens. Pedro não escreveu essa afirmação com a finalidade de denegrir as mulheres; ele estava falando em favor delas. Pedro incentivou os mari- dos a considerarem suas esposas, e não abusarem delas ou exercerem vantagem física sobre elas. DIFERENÇAS Não é a cultura o que torna as mulheres “mai s frágeis”. É uma diferença fisiológica que Deus de- ter minou quando criou Adão e Eva. Porque Deus planejou papéis distintos para os homens e as mulhe- res, Ele os criou com diferenças que os ajudassem a levar a cabo os papéis a eles designados. A socie- dade pode tentar modificar esses papéis; porém, por causa da própria constituição do homem e da mulher, alguns papéis são exclusivamente para as mulheres ou para os homens. Algumas tarefas são mais adequadas a homens, algumas são mais adequadas a mulheres, e algumas podem ser igualmente partilhadas por homens e mulhe- res. Deus fez o homem e a mulher diferente s um do outro para que funcionem de modo diferente e assim cumpram seus papéis individuais. Posições e diferenças não implicam neces- sariamente superioridade ou inferioridade. Cidadãos que se submetem aos oficiais do governo (Romanos 13:1–5; 1 Pedro 2:13), escravos que obedecem aos seus senhores (Tito 2:9), membros da igreja que se submetem aos líderes (Hebreus 13:17) e filhos que obedecem aos pais (Efésios 6:1) podem ser superiores na capacidade e no intelecto àqueles que exercem autoridade sobre eles. Ser igual em alguns aspectos mas diferente em outros é uma temática que a Bíblia destaca sobre os relacionamentos humanos. Submeter-se pode ser mais difí cil do que dar ordens, pois aquele que se submete pode precisar de mais auto-controle do que quem dá ordens. A submissão tem a ver com o domínio da vontade própria, de modo que um estej a disposto a ceder a outro que talvez não tenha capacidade, aptidão, intelecto ou talento superiores. TODOS… UM EM CRISTO Aqueles que afirmam que as mulheres não têm a responsabilidade de serem submissas aos ho- mens como membros do corpo de Cristo encon- tram uma fortaleza de refúgio em Gálatas 3:28: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Al- guns interpretam isto dizendo que todos os cris- tãos desempenham os mesmos papéis espirituais. Todos os cristãos não tinham os mesmos dons espirituais, pois estes eram distribuídos a cada um individualmente conforme a vontade do Espírito (1 Coríntios 12:11). Paulo disse que todos são batizados em um só corpo, “quer judeus, quer gregos, quer escravos” (1 Coríntios 12:13b). Ele prosseguiu ilustrando essa idéia com o corpo humano. Um corpo tem muitos membros e esses membros têm muitas funções diferentes; assim também é o corpo de Cristo (1 Coríntios 12:15– 22). Paulo perguntou: “Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres?” (1 Coríntios 12:29). Ser um em Cristo não significa que todos temos a

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O Papel da Mulher Visto daPerspectiva Correta

Owen D. Olbricht

Mulher A Cristã

Devido ao ambiente emocional que cerca asquestões das mulheres em algumas sociedades,é difícil manter em perspectiva o ponto de vista bíblico. Embora se diga que as mulheres são a“parte mais frágil” (1 Pedro 3:7), o que significaque elas não têm a mesma força bruta que oshomens, jamais se diz que elas são inferiores aoshomens. Pedro não escreveu essa afirmação coma finalidade de denegrir as mulheres; ele estavafalando em favor delas. Pedro incentivou os mari-dos a considerarem suas esposas, e não abusaremdelas ou exercerem vantagem física sobre elas.

DIFERENÇASNão é a cultura o que torna as mulheres “mais

frágeis”. É uma diferença fisiológica que Deus de-terminou quando criou Adão e Eva. Porque Deusplanejou papéis distintos para os homens e as mulhe-res, Ele os criou com diferenças que os ajudassema levar a cabo os papéis a eles designados. A socie-dade pode tentar modificar esses papéis; porém,por causa da própria constituição do homem eda mulher, alguns papéis são exclusivamentepara as mulheres ou para os homens. Algumastarefas são mais adequadas a homens, algumassão mais adequadas a mulheres,e algumas podemser igualmente partilhadas por homens e mulhe-

res. Deus fez o homem e a mulher diferentes umdo outro para que funcionem de modo diferentee assim cumpram seus papéis individuais.

Posições e diferenças não implicam neces-sariamente superioridade ou inferioridade.Cidadãos que se submetem aos oficiais dogoverno (Romanos 13:1–5; 1 Pedro 2:13), escravosque obedecem aos seus senhores (Tito 2:9),membros da igreja que se submetem aos líderes(Hebreus 13:17) e filhos que obedecem aos pais

(Efésios 6:1) podem ser superiores na capacidadee no intelecto àqueles que exercem autoridadesobre eles. Ser igual em alguns aspectos masdiferente em outros é uma temática que a Bíbliadestaca sobre os relacionamentos humanos.

Submeter-se pode ser mais difícil do que darordens, pois aquele que se submete pode precisarde mais auto-controle do que quem dá ordens. Asubmissão tem a ver com o domínio da vontadeprópria, de modo que um esteja disposto a cedera outro que talvez não tenha capacidade, aptidão,intelecto ou talento superiores.

TODOS… UM EM CRISTOAqueles que afirmam que as mulheres não têm

a responsabilidade de serem submissas aos ho-mens como membros do corpo de Cristo encon-tram uma fortaleza de refúgio em Gálatas 3:28:“Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nemescravo nem liberto; nem homem nem mulher;porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Al-guns interpretam isto dizendo que todos os cris-tãos desempenham os mesmos papéis espirituais.

Todos os cristãos não tinham os mesmos donsespirituais, pois estes eram distribuídos a cadaum individualmente conforme a vontade doEspírito (1 Coríntios 12:11). Paulo disse que todos

são batizados em um só corpo, “quer judeus,quer gregos, quer escravos” (1 Coríntios 12:13b).Ele prosseguiu ilustrando essa idéia com o corpohumano. Um corpo tem muitos membros e essesmembros têm muitas funções diferentes; assimtambém é o corpo de Cristo (1 Coríntios 12:15–22). Paulo perguntou: “Porventura, são todosapóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres?Ou, operadores de milagres?” (1 Coríntios 12:29).Ser um em Cristo não significa que todos temos a

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mesma responsabilidade ou autoridade.Os apóstolos ocuparam uma posição de auto-

ridade na igreja (1 Tessalonicenses 2:6), emboratodos os cristãos sejam um. Ser um não significavaque todos na igreja tivessem autoridade igual àdos apóstolos. A autoridade do senhor perma-necia sobre seu escravo (Tito 2:9), embora ambos

estivessem no Senhor. Homens e mulheres igual-mente deviam se submeter a seus líderes (Hebreus13:17). As esposas deviam se submeter aos mari-dos (Efésios 5:24), e as mulheres deviam sersubmissas aos líderes nas congregações (1 Timó-teo 2:11). A unidade em Cristo não significa quetodos ocupam a mesma posição de autoridade.

Imaginemos a luta interior de um senhor deescravo que, não estando qualificado para o mi-nistério de presbítero, era obrigado a submeter-se ao seu escravo, o qual estando qualificado, setornara presbítero. A chave para um relaciona-

mento desse tipo era uma submissão espontâneapor parte do senhor. Isto certamente exigiria umcaráter maior da parte do senhor do que se ascircunstâncias fora do relacionamento espiritualdeles fossem diferentes. Algumas mulheres sedeparam com o mesmo tipo de luta porque sãodotadas de maiores capacitações do que aquelesa quem devem se submeter. Elas podem mostrarsua grandeza e respeito pela vontade de Deusreagindo com uma humilde submissão. Todocristão, seja homem ou mulher, precisa aceitar aordem estabelecida por Deus.

Aqueles que procuram conferir às mulherespapéis de liderança devem reconhecer que se umamulher recebe uma posição de autoridade, alguémterá de se submeter a ela. Quem será esse? Só ascrianças? Incluiríamos as mulheres e excluiría-mos os homens? Se algumas mulheres receberemautoridade, outras mulheres ainda estarão numaposição de submissão. Nem todos podem ser osencarregados. Não existe uma organização bem-sucedida para que um grupo trabalhe coletiva-mente sem que haja alguns na liderança e outros

submissos a eles (Hebreus 13:17). Embora sejamostodos um em Cristo, não podemos exercer todosos mesmos papéis. Paulo descartou a idéia deque ser um significa que todos temos o mesmopapel ou posição em Cristo (1 Coríntios 12:4–31;veja Romanos 12:6–8; Efésios 4:11–13).

O que Paulo estava dizendo em Gálatas 3:28?Ele estava simplesmente dizendo que todos osque são batizados em cristo se tornam filhos deDeus e entram no mesmo corpo. O batismo não

torna uma pessoa membro da igreja judaica eoutra, membro da igreja gentia; nem torna umapessoa membro da igreja escrava e outra, daigreja livre; nem torna uma pessoa membro daigreja masculina e outra, membro da igrejafeminina. O batismo nos torna todos “um” —todos membros do mesmo corpo (Gálatas 3:27;

Romanos 12:4, 5; Colossenses 3:11).Em Cristo, as marcas das nossas diferençaspermanecem: homens e mulheres continuamsendo homens e mulheres; escravos e senhorescontinuam sendo escravos e senhores; judeus egentios ainda são judeus e gentios. Emboratenhamos de viver com essas diferenças, Deusama todos que estão em Cristo igualmente; Elenão é parcial no Seu amor (Romanos 2:6–11).Deus trata os que pertencem à Sua famíliaespiritual como um bom pai ou uma boa mãe queama igualmente cada filho da família, mas lhe dáresponsabilidades diferentes. O fato de sermostodos um em Cristo não significa que nossascapacidades mudaram ou que nossos papéismudaram. Estar em Cristo significa que fomostodos aceitos como filhos de Deus, estamosligados um ao outro, podemos ter unidade apesarda diversidade na posição ou função e podemoster o mesmo relacionamento com Deus.

SUBMISSÃOO que há de errado em ser submisso? Jesus nos

deu um exemplo importante de submissão. Eledeixou de lado Seus privilégios e humilhou-Separa poder ser obediente ao Pai (Filipenses 2:7,8). Devemos ter a mesma atitude que Cristo teveem relação aos que exercem autoridade sobrenós (Filipenses 2:5). Por causa de Sua submissão, Jesus foi exaltado (Filipenses 2:9–11). O mesmopoderá acontecer conosco, se formos submissos.

Algumas pessoas contestam que as habilida-des de muitas mulheres são desperdiçadas pornão exercerem papéis de liderança. Se os talentosde uma mulher estão sendo desperdiçados, os

culpados são os homens que estão na liderança.Bons líderes usam a percepção e as habilidadesde cada membro que está sob a sua supervisão.Nem todas as idéias boas provêm de homens.Líderes astutos procuram aproveitar a contribui-ção de cada membro dentro da congregação.

As mulheres têm todos os direitos e privilé-gios dos homens, com exceção de que não devemassumir a liderança e guiar a igreja ou se reportarà assembléia dos santos. Esta responsabilidade é

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dos homens da congregação. Elas devem mostrarsua grandeza submetendo-se à vontade de Deuse cooperando com os homens que são líderes nacongregação.

CULTURA OU MANDAMENTO?Uma pergunta importante já foi respondida,

mas pode ser necessário reconsiderá-la: “O papelda mulher, como retratado na Bíblia, é simples-mente um papel cultural ou é o papel planejadopor Deus?”

A relação conjugal (Efésios 5:23, 24; Colossen-ses 3:18) e o papel da mulher na igreja (1 Coríntios14:34), como são apresentados na Bíblia, foramidealizados por Deus, não sendo questões mera-mente culturais. O homem recebeu o governo sobrea mulher por causa do pecado no jardim do Éden(Gênesis 3:16). Paulo ensinou que as mulheresdevem respeitar e se submeter aos homens conside-

rando-os o cabeça e baseou isto na ordem divinaao criar o homem e a mulher (1 Coríntios 11:9; 1 Ti-móteo 2:13), e porque Eva, e não Adão, foi enganada(1 Timóteo 2:14). Paulo também afirmou que asubmissão por parte da mulher correspondia aoensino da Lei e era um mandamento de Jesus(1 Coríntios 14:34, 37). Pedro apresentou issocomo uma questão com precedentes e estabele-cida por heróis da Bíblia respeitados, que estavamfazendo a vontade de Deus (1 Pedro 3:5, 6).

A Bíblia não estabelece conclusões sobre ospapéis do homem e da mulher ou sobre o papel

da mulher na igreja baseando-se em fatores cultu-rais. O papel da mulher deve ser determinadopelo plano e o desígnio de Deus, e não porcostumes sociais que mudam constantemente.Todas as afirmações bíblicas relativas a estaquestão se baseiam em ordenanças diretas, emapelos para os planos de Deus na criação, oupara o castigo de Deus por causa da transgressãono jardim do Éden. Deus planejou tudo conformea Sua vontade. As mulheres podem colher  bênçãos por respeitarem a ordem de Deus ou

conseqüências adversas por desobedecerem àSua vontade. A escolha é delas.Aqueles que modificam o ensino de Jesus ape-

lando para fatores culturais estão simplesmentetentando impor aos seguidores de Jesus tradiçõesde homens no lugar dos Seus mandamentos. Osdiscípulos de Jesus devem observar tudo o que Jesus ordenou (Mateus 28:20), em vez de obser-varem as tradições do mundo: “E não vos con-formeis com este século, mas transformai-vos

pela renovação da vossa mente, para que experi-menteis qual seja a boa, agradável e perfeitavontade de Deus” (Romanos 12:2). Se buscarmosna cultura uma orientação para questões religio-sas, morais e espirituais, estaremos olhando paraa direção errada. Devemos olhar para Jesus, “oAutor e Consumador da fé” (Hebreus 12:2).

A pergunta sobre assuntos dessa naturezanão deveria ser: “O que é culturalmente aceito?”,mas: “Qual é a vontade de Deus?” Quandoavaliamos qualquer situação dessa maneira,conseguimos ver como Deus vê e saber queestamos tendo a perspectiva correta da mulhercomo uma serva de Jesus Cristo.

CONCLUSÃONesta vida, talvez tenhamos dificuldades

para compreender totalmente o plano e ospropósitos de Deus. Talvez jamais venhamos a

entender completamente por que Deus criou ohomem e a mulher assim ou jamais venhamos aentender por que Ele idealizou os papéis deambos assim. Não é um requisito compreen-dermos totalmente o que Deus tinha em menteao dar um mandamento. A única exigência é quetenhamos fé em Deus, que deu o mandamento eque nos submetamos a Ele de coração.

Tudo o que importa para nós é respeitarmoso padrão determinado por Deus e obedecermosaos Seus mandamentos. Seremos julgados não porcompreendermos os motivos que levaram Deus

a dar mandamentos específicos, mas pela nossaobediência a Ele (Mateus 16:27; Romanos 2:6;1 Pedro 1:17). Em relação ao papel da mulher —e em relação a qualquer outro assunto — devemoster a atitude de Jesus em resposta à vontade deDeus: “…não seja como eu quero, e sim como tuqueres” (Mateus 26:39b; Filipenses 2:5). ❏

UMA PALAVRA DE ÂNIMO ÀSMULHERES CRISTÃS

A mulher cristã pode fazer mais na igreja do

que a maioria dos homens. Estar diante da con-gregação pode parecer atraente, mas nem sempreé ali que acontece a atividade mais importante.Uma mulher piedosa, que serve de acordo com avontade de Deus, tem uma missão importante acumprir. Ela permite que Deus a use como Elequiser e serve com alegria onde ela estiver. Quandotoda a história estiver escrita e Deus selar os livros,entre os grandes nomes ali citados haverá os demuitas mulheres cristãs dedicadas e piedosas.

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