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Tel. +41 (0)61 423 03 47 Fax +41 (0)61 423 03 46 [email protected] www.cigabrasil.ch ANO 12 - NÚMERO 65 - AGOSTO 2010 - TIRAGEM: 1700 EXEMPLARES Binningerstrasse 19 4103 Bottmingen Foto: Adonai Rocha A segunda metade do ano é sempre um ”recomeço”, uma “travessia”. A gente avalia o que passou e faz novos planos. Mudar é bom, é como arejar a casa na volta das férias, para tirar aquele cheiro de “desocupada”. Algumas mudan- ças são fáceis, outras levam tempo. Jorge Koho e Marge Oppliger Pinto se especializaram em ajudar as pessoas a ampliar seu poder de fazer opções mais conscientes e viver uma vida plena. Na página 12 você descobre mais sobre esse trabalho. Independente de nossa atitude em relação à vida, algumas mudanças são inevitáveis. A cinquentenária Brasília também não escapou do efeito do tempo. Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, a capital brasileira continua bela, mas tem lá suas “rugas”. O fotó- grafo Adonai Rocha, com seu projeto “Brasilias” quer homenagear a obra-prima de Niemeyer, promover a cidade e defender seu patrimônio. Na página 14 trazemos uma entrevista exclusiva com o fotógrafo e a cobertura da exposição sobre Brasília promovida pela Embaixada do Brasil em Bern. Assim como nas fotos dá para retocar as rugas, a realidade às vezes vem travestida de sonho. Lúcia Amélia Brüllhardt viveu essa experiência e hoje conta sua história para ajudar outras pessoas. Em sua recém-lançada biografia e seu trabalho como conferencista e cantora, Lúcia trata do tema da exploração sexual e trá- fico de pessoas, tentando prevenir que outras mulheres passem por isso. A cobertura do lança- mento do livro em Zurique está na página 6. O tema que Lúcia aborda é muito atual. O tráfico humano aumentou no mundo todo e o “mercado“ do tráfico de mulheres movimenta, apenas na Europa, 2,5 bilhões de euros, segun- do a ONU (P. 18). Informação e prevenção ainda são as melhores armas de combate. Continua página 3 Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna... Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar. Olhe-se no espelho! Lya Luft

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Tel. +41 (0)61 423 03 47Fax +41 (0)61 423 03 46

[email protected]

Ano 12 - número 65 - AGoSTo 2010 - TirAGem: 1700 exemplAreS

Binningerstrasse 194103 Bottmingen

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A segunda metade do ano é sempre um ”recomeço”, uma “travessia”. A gente avalia o que passou e faz novos planos. mudar é bom, é como arejar a casa na volta das férias, para tirar aquele cheiro de “desocupada”. Algumas mudan-ças são fáceis, outras levam tempo. Jorge Koho e marge oppliger pinto se especializaram em ajudar as pessoas a ampliar seu poder de fazer opções mais conscientes e viver uma vida plena. na página 12 você descobre mais sobre esse trabalho.

independente de nossa atitude em relação à vida, algumas mudanças são inevitáveis. A cinquentenária Brasília também não escapou do efeito do tempo. patrimônio Cultural da Humanidade pela UneSCo, a capital brasileira continua bela, mas tem lá suas “rugas”. o fotó-grafo Adonai rocha, com seu projeto “Brasilias” quer homenagear a obra-prima de niemeyer, promover a cidade e defender seu patrimônio. na página 14 trazemos uma entrevista exclusiva

com o fotógrafo e a cobertura da exposição sobre Brasília promovida pela embaixada do Brasil em Bern.

Assim como nas fotos dá para retocar as rugas, a realidade às vezes vem travestida de sonho. lúcia Amélia Brüllhardt viveu essa experiência e hoje conta sua história para ajudar outras pessoas. em sua recém-lançada biografia e seu trabalho como conferencista e cantora, lúcia trata do tema da exploração sexual e trá-fico de pessoas, tentando prevenir que outras mulheres passem por isso. A cobertura do lança-mento do livro em Zurique está na página 6.

o tema que lúcia aborda é muito atual. o tráfico humano aumentou no mundo todo e o “mercado“ do tráfico de mulheres movimenta, apenas na europa, 2,5 bilhões de euros, segun-do a onU (p. 18). informação e prevenção ainda são as melhores armas de combate.

Continua página 3 ➙

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna... Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar. Olhe-se no espelho! Lya Luft

CIGA-Informando Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010

Tráfico e discri-minação andam de mãos dadas e afetam as pes-soas. o estatuto da igualdade racial, recente-mente assinado pelo presidente lula, visa elimi-nar algumas formas de discriminação e valorizar a cultura afro-brasileira no país. Veja as princi-pais mudanças na página 22.

na mesma linha foi assinado o decreto que institui o Guarani como segunda língua, ao lado do português, no município de Tacuru, no mato Grosso do Sul (p. 10). esse é o segundo município brasileiro a adotar um idioma indígena como língua oficial e não deve ser o último.

A medida reforça a política de valorização e proteção dos saberes indígenas tradicionais.

outros avanços importantes dirigem-se aos brasileiros emigrados. o presidente lula assinou o decreto que estabelece políticas para as comu-nidades brasileiras no exterior. entre as medidas está a institucionalização das conferências Brasileiros no mundo e a criação do Conselho de representantes de Brasileiros no exterior (CrBe), que será eleito de forma direta por via eletrôni-ca. Veja na página 3 detalhes sobre o tema e

participe da consulta pública sobre o regimento interno do CrBe. outros acordos e projetos para facilitar a vida dos brasileiros emigrados podem ser conferidos nas páginas 4 e 9.

por falar em eleição, em outubro teremos eleições presidenciais e todos os brasileiros resi-dentes no exterior que tem o título cadastrado no país de residência devem comparecer para votar. Veja na página 11 os documentos que se deve apresentar no dia da eleição.

independente do que o governo brasileiro faz por nós, o fato é que vivemos aqui e precisa-mos buscar nossa integração neste país. Um texto traduzido de uma revista suíça mostra na página 8 pontos que podem atrapalhar esse processo.

para terminar, dê uma olhada na Coluna rápidas (p.21), com informações sobre as provas do Supletivo, as novidades do passaporte bra-sileiro com chip eletrônico e como participar de uma pesquisa sobre contos brasileiros.

Boa leitura e até a próxima!Turma do CiGA-Brasil

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➙ Continuação da página 1

Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010 CIGA-Informando

Decreto estabelece políticas para as comunidades brasileiras no exteriorNo dia 15 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto nº 7.214, que estabelece princípios e diretrizes da política governamental para as comunidades brasileiras no exterior, insti-tui as Conferências “Brasileiros no Mundo”, cria o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE), e dá outras providências. Os principais pontos do Decreto são os seguintes:

Amplia o conjunto de ações que vêm sendo imple-mentadas pelo Itamaraty ao definir princípios e diretrizes da política governamental para as comunidade brasileiras no exterior, como:- garantia da liberdade de locomoção dos brasileiros,

de acordo com a lei, e correta informação sobre os requisitos de entrada e permanência em outros países.

- defesa, apoio e valorização das comunidades brasilei-ras, manutenção de seus laços culturais com o Brasil e mapeamento de seu perfil e de suas necessidades.

- promoção do autodesenvolvimento e de melhores condições de vida das comunidades brasileiras no exterior.

- atuação do Governo brasileiro, no nível internacio-nal, para a defesa e promoção dos direitos dos bra-sileiros no exterior e, no nível nacional, para o desenvolvimento de políticas coordenadas em be nefício de nossos conacionais.

Define ações a serem desenvolvidas para atender os objetivos dessa política:- melhorias no atendimento consular por meio da

permanente modernização tecnológica;- aprimoramento dos métodos de trabalho, mediante

um Plano Diretor de Reforma Consular;- realização de eventos que incentivem a interação

entre o Governo e a comunidade brasileira no exte-rior.

Continua página 4 ➙

Institucionaliza o sistema de Conferências “Brasileiros no Mundo”, que passará a ocorrer anualmente.

As Conferências e outros eventos similares serão organizados pelo Itamaraty, reunindo lideranças dos brasileiros no exterior, acadêmicos e especialistas, autoridades governamentais. Estarão abertas a todos os interessados.

O documento intitulado “Ata Consoli dada de demandas da comunidade” reunirá as demandas nas-cidas nas Conferências e servirá de referência para a formulação de políticas públicas, bem como de instru-mento para prestação de contas das ações do Governo em prol dos brasileiros no exterior.

Cria o CRBE, conselho não remunerado que asses-sorará o Itamaraty nos assuntos de interesse da comunidade brasileira no exterior e na realização das Conferências.

O CRBE será composto por 16 membros titulares e igual número de suplentes, eleitos por processo via internet que será lançado brevemente.

A representação no CRBE ocorrerá em bases regionais, serão 4 vagas para cada uma das seguintes regiões: Américas do Sul e Central; América do Norte e Caribe; Europa; e Ásia, África, Oriente Médio e Oceania. Os mandatos serão de 2 anos e a recondução é admitida.

As eleições para o CRBE terão os seguintes princí-pios: um voto por eleitor, base de eleitores composta por brasileiros radicados no exterior, exigência de re presentatividade eleitoral do candidato e votação por meio eletrônico. (Veja no Box a Consulta Pública a respeito do Regimento Interno no CRBE)

O Decreto 7.214 consolida e aprofunda o compro-misso assumido pelo Governo brasileiro com as comu-nidades brasileiras no exterior, que remonta à publi-cação da “Carta aos brasileiros que vivem longe de casa” pelo Presidente Lula, ainda candidato, em 2002.

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CIGA-Informando Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010

Consulta pública sobre o Regimento Interno do CRBENos termos do art. 5º do Decreto 7.214, de 15 de junho de 2010, que estabelece princípios e diretrizes da política governamental para as comunidades brasilei-ras no exterior, está disponível no Portal "Brasileiros no Mundo", do Itamaraty, (www.brasileirosnomundo.mre.gov.br) texto de projeto do Regimento Interno do Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE).

Comentários e sugestões – sob a forma de emendas – deverão ser enviados ao email [email protected] até o dia 19 de agosto. Não serão consideradas manifestações que não se refiram direta e exclusivamente ao texto divulgado.

(Fonte: Ministério das Relações Exteriores)

Informações divulgadas pelo Conselho Brasileiro na Suíça!

Viagem segura para o Suriname e a Guiana Francesa

o Departamento Consular e de Brasileiros no exterior do itamaraty acada de lançar a nova edição da cartilha “Viagem Segura para o Suriname e a Guiana Francesa”. impressa com tiragem de 15.000 exemplares, ela visa dar continuidade à importante iniciativa da organização SoDireiToS, sediada em Belém, e do Governo do estado do pará de elaborar material informativo destinado aos brasileiros que viajam para a Guiana Francesa e o Suriname.

A cartilha contém informações sobre re quisitos de entrada, riscos da migração

irregular, assistência consular e apoio jurídico. Fornece contatos das representações consu-lares brasileiras e de outras organizações que prestam assistência na região. Contém ainda informações sobre trabalho escravo e tráfico

➙ Continuação da página 3

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Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010 CIGA-Informando

de pessoas, além de orientações sobre formas de denunciar violações de direitos.

A elaboração da nova edição foi possível graças à parceria entre o itamaraty e a organi-zação SoDireiToS, com a importante colabo-ração da embaixada do Brasil em paramaribo e do Consulado-Geral do Brasil em Caiena. espera-se que a iniciativa possa ser útil a via-jantes e emigrantes brasileiros com destino ao Suriname e a Guiana Francesa, inclusive no sentido de alertá-los quanto a riscos e aspec-tos importantes a serem considerados por quem decide viver no exterior.

Projeto de Lei permite realizar a separação e divórcio no exterior pela rede consular

Foi aprovado em 1. turno o projeto de lei 791/2007, que altera a lei de introdução ao Código Civil (liCC) e possibilita a realização de separação e divórcio consensuais no exterior por intermédio da rede consular. essa mudança auxiliará uma quantidade conside-rável de cidadãos brasileiros residentes no exterior que encontram dificuldades logísticas e financeiras para providenciar a homologação no Brasil de sentença de divórcio realizado no estrangeiro.

o benefício restringe-se aos casais brasilei-ros com casamento celebrado no Brasil ou por repartição consular brasileira. Sua aplicação estará submetida à legislação local e surtirá efeito na jurisdição de residência do casal apenas após seu reconhecimento por autori-dade local, respeitando as determinações da Convenção de Viena sobre relações Consulares.

A aprovação dessa alteração à liCC bene-ficiará um número considerável de casais bra-sileiros radicados no exterior que desejem se separar ou divorciar. Será respeitado assim o princípio da isonomia, uma vez que os resi-dentes no Brasil já se beneficiavam da lei 11.441/07, que facultou a realização de sepa-ração e divórcio consensuais por via adminis-trativa.

Brasil e Moçambique assinam Acordo sobre Habilitações

os governos do Brasil e de moçambique assinaram em 17 de junho, durante a V Comissão mista entre os dois países, o Acordo Bilateral relativo ao reconhecimento recípro-

co de Habilitações. Após a entrada em vigor do Acordo, os brasileiros residentes em moçambique terão facilidades para trocarem suas habilitações nacionais, com a condição de que estejam válidas, pela carteira de motorista moçambicana, sem a necessidade de prestarem exames práticos ou escritos. Seguem obrigatórios apenas os exames físicos e o pagamento das taxas necessárias.

o Acordo irá melhorar as condições de vida e de trabalho dos brasileiros em moçambique, principalmente nos grandes centros urbanos, e atende à antiga reivindi-cação de nossos nacionais nesse país. muitos estão em moçambique para ajudar na sua reconstrução. moçambique sofreu com uma longa guerra civil e recebe cooperação do Brasil para desenvolver sua economia. A embaixada brasileira estima em três mil o número de brasileiros nesse país.

o Acordo sobre Habilitações ainda precisa passar pela aprovação do Congresso nacional antes de entrar em vigor.

Lançado folheto sobre o Núcleo de Atendi­mento a Brasileiros no Exterior

ilustrada por um desenho vencedor do Concurso de Desenho infantil “Brasileirinhos no mundo”, a Divisão de Assistência Consular do itamaraty lançou folheto informativo sobre o núcleo de Assistência a Brasileiros no exterior (nAB). Versão eletrônica está dis-ponível no site portal Consular, em www.portalconsular.mre.gov.br.

o nAB é formado por uma equipe de funcionários treinada e dotada de meios para fornecer informações consulares, intermediar contatos com familiares e prestar assistência a brasileiros no exterior. Atende a uma grande variedade de casos, tais como localização de brasileiros desaparecidos, repatriações, inad-missões em outros países, auxílio a enfermos e desvalidos, orientação jurídica e assistência humanitária a presos.

o folheto contém informações sobre como solicitar assistência consular no Brasil e foi impresso com tiragem de 50.000 exem-plares. espera-se que a divulgação desse serviço possa ser útil a familiares de brasileiros e a órgãos que necessitem encaminhar solici-tações de assistência a brasileiros no exterior.

(informe do mre)

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Livro de Lúcia Amélia Brüllhardt lançado com sucesso

Sala cheia, curiosos, conhecidos, envolvi-dos e amigos compunham a platéia na tarde ensolarada do sábado em que foi realizado o lançamento. o público estava ali para vivenciar a apresentação de uma personali-dade. mulher, esposa, mãe, filha, irmã, cu nhada, avó, ser humano: é assim que podemos descrever lúcia Amélia Brüllhardt, mais uma brasileira que se iludiu com outro país, saindo “Da lama do nordeste para a famosa europa”. mesmo assim, sorridente, confiante, carismática, tornou-se uma can-tora e conferencista internacional que atua veementemente na cena da prostituição na Suíça e nos países vizinhos europeus, presença constante nos meios onde se ques-tionam os problemas da exploração sexual e tráfico de pessoas. o lançamento de seu livro ‘Da lama do nordeste à Fama da

europa’ foi realizado em abril nas dependên-cias do Cebrac, em Zurique.

Sem querer deixar a impressão de mãe coragem, lúcia se mostrou consternada mas muito consciente e confiante no tocante à temática, que é muito polêmica. largamente conhecida dentro da comunidade brasileira na Suíça, lúcia Amélia conquistou mais uma vez o público com sua modéstia, seu desbra-vamento e sua atitude. o livro ‘Da lama do nordeste à Fama da europa’ é rico e de fortes descrições, levando com certeza o lei-tor a se emocionar com a narrativa.

A abertura do evento foi feita pela presi-dente do Cebrac, mônica epperlein Stoll, seguida por um esclarecimento do coautor do livro, Samuel lira de oliveira. Samuel, que se encontrava na Suíça exclusivamente para o lançamento, fez questão de ressaltar a

Lourdes Lobmaier, João Bosco, Lúcia Brüllhardt, Monica Stoll e Samuel Lyra de Oliveira durante o lançamen-to do livro

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importância da obra como documento vivo e presente, o retrato de uma situação indis-cutível de abuso e transgressão do respeito ao ser humano. Chamou também a atenção do público para o conteúdo do livro como relato e não como obra literária: “a intenção é a de informar, prevenir, alertar e não de ganhar prêmios literários”, ressaltou.

na sequência, lúcia Amélia deu início à apresentação de sua biografia, oferecendo uma leitura curta e diagonal de algumas pas-sagens relevantes. Seu objetivo principal, disse a conferecista, é o de transmitir para o público leigo uma impressão sobre o que significa ser enganada e explorada, exposta e abusada na situação de “artista”, dança-rina de streaptease em cabarés na Suíça. Após 12 anos de trabalho nas ruas da Suíça com a Associação JemBer, o exército da Salvação e com diversas outras tantas enti-dades ligadas ao apoio social, lúcia passou a dedicar assistência a brasileiras vítimas da exploração sexual e do tráfico de pessoas. Foi assim que percebeu a necessidade de alertar as jovens diretamente em seus países de

origem e fundou a onG prevenção mada-lena’s (www.prevencaomadalenas.com.br).

largamente aplaudida pelo público, lúcia emocionou-se ao ouvir que seu destino a tinha trazido até ali, para poder seguir o projeto que desenvolve, contando sobre sua vida, suas experiências e abrindo os olhos da opinião pública. Foi dito que essa era a sua missão, sua tarefa.

lucia Amélia Brüllhardt é mais que uma lição de vida. É uma personalidade, uma lenda atuante que se fez presente no Cebrac para ser ouvida, mas que com seu carisma, ouviu e atendeu a todos que se interessaram em trocar uma idéia com ela. o tema abor-dado no livro ‘Da lama do nordeste à Fama da europa’ é de grande relevância para nossa sociedade nos dias atuais. para que o sonho não se torne pesadelo, é necessário que ToDoS estejam engajados na defesa da nossa juventude.

para contatos com a autora e eventos ligados ao lançamento do livro consulte: www.luciaamelia.ch

(Deborah Biermann, Berna)

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e falando de integração...Vamos refletir juntos? Segue aqui uma forma um pouco mais elaborada e bem direta de se encarar a integração, a dita cuja que nos ocupa dia após dia, em todas as situações e aconteci-mentos!

In terra cognita, Schweizer Zeitschrift zu Integration und Migration, n° 16, maio de 2010, Eine ungewöhnliche Migrations­geschichte, A. B. Hamida, pág. 24­25

(Tradução livre: D. Biermann, Berna)

Cinco grandes obstáculos para uma inte-gração duradoura:

O idioma: Quem não aprende a falar o idio-ma local, se iguala a um pássaro que emigra para o norte da África, atravessando o mediterrâneo e, ao lá chegar, conclui que não conhece a vegetação, não podendo se orientar, por conseguinte, não podendo se alimentar, e acabando por esquecer o ca minho de volta à terra natal. Vai ficar ve getando, isolado, até ser engolido por um predador.

A crença: Quem emigrar de um país islâmico para um país cristão acreditando serem os cristãos os incrédulos, deve dar meia volta imediatamente e retornar à pátria, pois esta afirmação não condiz com a realidade. muitos migrantes acabam por comparar sua crença – considerando-se conhecedores da mesma – com a crença do país para o qual emigram, crença essa que por vezes ainda não conhecem bem. Atitudes comportamen-tais e opiniões acabam se fundamentando no príncipio religioso, ocasionando o surgi-mento de imagens deturpadas.

A história: muitos migrantes oriundos de antigas colonias sentem-se muitas vezes humilhados pelo peso da história. eles enxer-gam nos europeus somente os antigos colo-nizadores, cultivam complexos de inferiori-dade ou encaram o país onde agora vivem como o de um povo racista. mas os europeus conseguiram se corrigir e se tornaram bons vizinhos e amigos. por que é que os migran-tes do Terceiro mundo que vêm para a

europa insistem em manter as antigas inimi-zades? por que é que não conseguimos, finalmente, apagar os fatos antigos?

A cultura: Quem deseja exportar sua cultura, deve respeitar as medidas do bom senso. Antigamente os emigrantes deixavam seus países, perdiam suas raízes, seus rituais e seus hábitos. Habituavam-se ao novo modo de vida, às novas vestimentas, às novas con-dições climáticas. Felizmente isso já não se faz mais necessário. A maioria dos países europeus com contingentes de migrantes tolera outras culturas, outros idiomas, outras religiões, cultivando a coexistência destes hábitos. entretanto, não pode acontecer de 30 anos se passarem sem que haja um inte-resse por parte dos migrantes em conhecerem a cultura e os hábitos locais, alegando para isso ter direito de continuar a cultivar seus costumes e celebrar seus rituais.

A visão: para muitos migrantes falta uma visão de vida ao emigrarem. eles reduzem o período de vida como migrantes ao rela-cionamento com o trabalho, restringem-se a amealhar dinheiro para garantirem seu futuro, cultivando a esperança de poderem

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retornar à pátria o mais rápido possível. Dessa forma, acabam por ignorar seu meio e tudo que podem aprender dentro dele e com ele. Uma grande parte dos migrantes acaba envelhecendo mesmo sem retornar à pátria, e concluem, com a chegada da aposentadoria, que não se integraram no país em que vivem e que perderam o fio da meada do país de origem. resumindo: não criaram raízes nem cuidaram das raízes anti-gas, que vieram a apodrecer... A terceira idade pode se tornar, de certa forma, destru-tiva, trazendo consigo um período de amar-gura com essa situação. É como se alguém tivesse passado a vida na terra do ninguém, em trânsito dentro de uma ala do aeropor-to...

integração é a consequência natural da migração. Qualquer um pode cultivar mais que uma cultura dentro de si. isto é um enriquecimento e não uma fraqueza, como muita gente gosta de interpretar. É um enriquecimento tanto para o migrante como para a sociedade que o recebeu.

Deborah Maristela Biermanntradutora diplomada reconhecida Português-Alemão

morellweg 6, CH-3007 BernaTelefone: 031 371 15 71Telefax: 031 371 61 29e-mail: [email protected]://www.brasilianisch.ch

Informe do Ministério das Relações exterioresAssinado Acordo entre o MRE e a Caixa Eco-nômica Federal

o ministro Celso Amorim e a presidente da Caixa econômica Federal, maria Fernanda ramos Coelho, firmaram convênio em 14 de julho último para possibilitar o saque do Fundo de Garantia (FGTS) por brasileiros que se encontram no exterior. A operação po -derá ser realizada por meio de solicitação aos Consulados brasileiros. inicialmente, o serviço estará disponível apenas no Japão, mas será expandido para outros países.

A parceria entre o itamaraty e a Caixa econômica Federal será lançada oficialmente em nagóia, em 1º de agosto, no Dia dos Brasileiros no Japão – um dos eventos pro-gramados para celebrar os 20 anos da presença brasileira naquele país.

Brasileira é escolhida como “Top Canadian Immigrant”

pela segunda vez consecutiva, membro da comunidade brasileira de Vancouver integra a lista anual dos "Top 25 Canadian immigrants" da publicação “Canadian immigrant”. Fúlvia Fadigas de Souza desfruta de grande simpatia e prestígio junto à comunidade local, na con-dição de um de seus integrantes mais antigos e por seu trabalho beneficiente.

É a segunda vez consecutiva que um cidadão brasileiro reúne votos suficientes para fazer parte do grupo de 25 imigrantes que vêm sendo anualmente selecionados pela publicação "Canadian immigrant" (acessível no sítio www.canadianimmigrant.ca). o primeiro brasileiro selecionado, pro-fessor marcello Veiga, da Universidade da Colúmbia Britânica, foi escolhido em 2009, juntamente com a Governadora-Geral do Canadá, michaelle Jean, e o ex-premiê desta província, Ujjal Dosanjh, membro atual da Câmara dos Comuns.

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CIGA-Informando Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010

Guarani é oficializado como segunda língua em município do Mato Grosso do Sul

o guarani é a segunda língua oficial do município de Tacuru, no mato Grosso do Sul. o município é o segundo do país a adotar um idioma indígena como língua oficial, depois da sanção, pelo presidente da república, luiz inácio lula da Silva, no dia 24 de maio, do projeto de lei que oficializa a língua guarani em Tacuru. Com a nova lei, os serviços públicos básicos na área de saúde e as campanhas de prevenção de doenças neste município devem, a partir de agora, prestar informações em guarani e em portu-guês.

o primeiro município do Brasil a adotar idioma indígena como língua oficial, além do português, foi São Gabriel da Cachoeira, localizado no extremo norte do Amazonas. Além do português, São Gabriel tem três línguas indígenas oficiais: o nheengatu, o Tukano e o Baniwa.

em Tacuru, pequeno município no cone sul do estado do mato Grosso do Sul, próxi-mo ao paraguai e formado por uma popu-lação de 9.554 habitantes, segundo estima-tiva do iBGe de 2009, 30% de seus habi-tantes são guarani residentes na aldeia de Jaguapiré, situada no município. A maioria dos 3.245 indígenas de Tacuru não é bilíngue, ou seja, fala somente o Guarani o que difi-culta o acesso aos serviços públicos mais essenciais.

Com a nova lei, a prefeitura de Tacuru se compromete a apoiar e a incentivar o ensino da língua guarani nas escolas e nos meios de comunicação do município. A lei estabelece também que nenhuma pessoa poderá ser discriminada em razão da língua oficial fala-da, devendo ser respeitada e valorizadas as variedades da língua guarani, como o kaio-wá, o ñandeva e o mbya.

o ministério público Federal do mato Grosso do Sul (mpF-mS) elogiou a aprovação da medida e argumentou que o Brasil é mul-tiétnico e que o português não pode ser

considerado a única língua utilizada no país. o mpF lembrou que o Brasil é signatário do pacto internacional dos Direitos Civis e políticos, que determina que, nos estados onde haja minorias étnicas ou linguísticas, pessoas pertencentes a esses grupos não poderão ser privadas de usar sua própria língua.

A Convenção nº 169 da organização internacional do Trabalho (oiT) sobre os povos indígenas e Tribais determina, entre outras coisas, que deverão ser adotadas medidas para garantir que os membros das minorias étnicas possam compreender e se fazer compreender em procedimentos legais, facilitando para eles, se for necessário, intér-pretes ou outros meios eficazes.

em paranhos, também no mato Grosso do Sul, tramita um projeto de lei semelhante ao aprovado em Tacuru, que propõe a ofi-cialização do idioma guarani como segunda língua do município. em paranhos existem 4.250 indígenas guarani. em todo o estado do mato Grosso do Sul são 68.824 indígenas, divididos em 75 aldeias.

para o secretário da identidade e Diversidade Cultural/minC, Américo Córdula, a oficialização da língua guarani em mais um município brasileiro vai ao encontro da política cultural desenvolvida pelo ministério

Crianças guarani vivem entre duas culturas

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Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010 CIGA-Informando

da Cultura de proteção dos saberes tradi-cionais dos povos indígenas.

no mês de fevereiro a SiD/minC realizou, juntamente com a itaipu Binacional, o encontro dos povos Guarani da América do Sul - Aty Guasu Ñande reko resakã Yvy rupa, que reuniu cerca de 800 índios da etnia do Brasil, Bolívia, paraguai e Argentina, em Diamante D’oeste, no paraná, para discutir formas de fortalecer o intercâmbio cultural entre as comunidades dos quatro países.

“Temos no Brasil uma comunidade de aproximadamente um milhão de indígenas, formada por 270 povos diferentes, falantes de mais de 180 línguas”, informa Córdula. Segundo ele, a população indígena brasileira é detentora de uma grande diversidade cul-tural, que deve ser protegida por seu caráter formador da nacionalidade brasileira. Com esse objetivo, a SiD/minC já realizou dois

prêmios culturais (2006 e 2007) voltados para as comunidades tradicionais indígenas. Foram investidos r$ 3,6 milhões para a premiação de 182 projetos em todo o Brasil.

este ano, no mês de março, foi criado o primeiro Colegiado de Culturas indígenas, formado por 15 titulares e 15 suplentes re- presentantes do segmento. Desse Colegiado foi eleito um representante para o plenário do Conselho nacional de políticas Culturais (CnpC). maria das Dores do prado, da etnia pankararu, foi escolhida para defender, junto ao CnpC, as políticas públicas voltadas para a valorização da cultura de todas as comunidades indígenas brasileiras. Um das reivindicações defendidas pelo segmento durante a Conferência nacional de Cultural, realizada em março, é a manutenção de todas as línguas nativas.

(Heli espíndola-Comunicação/SiD)

Eleições 2010: dobra o número de eleitores brasileiros no exterior

Em 2010, os brasileiros no exterior aptos a votar nas eleições presidenciais serão 200.050. Esse número representa um crescimento de mais de 130% em relação às eleições de 2006, na qual 86.359 brasileiros estavam alistados.

119 Repartições Consulares brasileiras no exterior estarão envolvidas com as eleições presidenciais em 2010, organizando seções eleitorais em 126 cidades. O número de seções eleitorais, que equivalem em época de eleições a uma mesa receptora de votos, será de 589.

Em 2006, o total de brasileiros que efetivamente votaram foi de 41.388, perfazendo uma taxa de abstenção de 51,2%, alta se comparada à abstenção de eleitores no Brasil, que no mesmo ano foi de 17,8% de acordo com o TSE.

Entre os postos com o maior número de eleitores estão os Consulados Gerais em Boston, Houston, Lisboa, Londres, Miami, Milão, Nagoya, Nova York, Porto e Zurique, todos com mais de 5.000 eleitores brasileiros cadastrados. Nova York, o maior de todos, contará com 21.076 eleitores distribuídos em 54 seções eleitorais.

A organização das eleições presidenciais no exte-rior é um trabalho conjunto da Divisão de Assistência Consular do MRE, das repartições diplomáticas e con-

sulares brasileiras no exterior e da Zona Eleitoral Exterior, vinculada ao Tribunal Regional Eleitoral do DF.

Estatísticas sobre o elei-torado no exterior podem ser encontradas em www.tre-df.jus.br/default/dados_elei/estatistica.jsp

documentos para votarPara a eleição no dia 3 de outubro próximo, o eleitor deverá trazer seu título de eleitor e um documento brasileiro de identificação com foto. Este documento poderá ser um dos abaixo mencionados:

- carteira de identidade (ou funcional) - carteira de trabalho - carteira de habilitação(com foto)- passaporte- certificado de reservista

A eleição ocorrerá aqui nos Consulados de Zurique e Genebra no dia 3 de outubro 2010, das 8 às 17 horas. As informações estarão disponíveis em breve também nas homepages dos dois consulados.

Informações do Consulado do Brasil em Zurique

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CIGA-Informando Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010

Em busca de vida plena e equilíbrio pessoalNum mundo agitado e cheio de desafios, burnout se tornou uma doença comum. A pessoas se envolvem com seus trabalho de forma tão intensa, que esquecem de olhar para si mesmas e para quem está à sua volta. É nesse contexto que o trabalho dos terapeutas Marge e Jorge assume especial significado. Especialistas na área de desenvolvimento pessoal e relacional, os dois oferecem cursos voltados para a busca de uma vida mais saudável e equilibrada.

Que campos existenciais estão envolvidos no tra-balho que vocês realizam?

Focalizamos diversas atividades com foco no desenvolvimento de meios hábeis para uma vida mais saudável e feliz. Essas atividades visam ampliar nosso poder de fazer opções mais conscientes e desenvolver senso de comunidade, de modo que possamos viver uma vida mais plena, ecologicamente mais sustentável e socialmente mais justa.

De que forma vocês atuam?

Partilhamos conhecimentos e práticas nas quais temos qualificação e experiência, tanto no contexto de atendimentos individuais quanto em workshops e tra-balhos de grupos, e também na forma de consultorias em empresas e instituições. Em termos práticos, ofe-recemos:

- Aulas de Yoga, Danças Circulares e outras práticas de integração corpo-mente

- Cursos de meditação - Oficinas de criatividade - Círculo de Mulheres com ênfase nos Mitos do

Divino Feminino

Também fazemos atendimentos em Shiatsu, Reflexologia e orientação em Tera pia de Família e de Casais, vivências e consultorias em Simplicidade Voluntária e Quali dade de Vida.

O que vocês fazem é uma terapia?

Sim, pois nossas principais qualificações são na área terapêutica e nosso trabalho baseia-se em proces-sos auto-educativos que referem à inteireza do Ser, que é o que fundamenta toda ação terapêutica.

Quais são os princípios seguidos e quais são os efeitos para quem participa das atividades que vocês promovem?

Resumidamente, seguimos os princípios básicos de que a condição humana é potencialmente saudável e feliz e de que podemos viver uma vida com plenitude a partir da prática de uma ética baseada na gentileza e

nas relações evolutivas, tanto no plano individual quanto coletivo. Quanto aos efeitos verificados, variam de acordo com as necessidades e disposições de cada pessoa em assumir a auto-responsabilidade por seus processos. Desse modo, sempre que se dá um primeiro passo, abre-se a possibilidade de novos rumos em nossa vida. Nas vivências que propomos as pessoas podem refletir sobre suas escolhas e deliberar com lucidez sobre novas possibilidades de realização, no seu ritmo individual e com autonomia.

O que as pessoas estão buscando quando procuram vocês?

Em termos gerais, podemos dizer que as pessoas buscam caminhos efetivos para superar a crise de sen-tido que vivenciamos atualmente e opções práticas para viver com mais saúde e realização no plano físico, emocional, mental e espiritual.

O trabalho é realizado de forma individual ou em grupo?

Dependendo das necessidades em cada caso, traba-lhamos de forma invidualizada ou em grupos, tanto natu-rais como em empresas e instituições de diversas áreas.

Vocês estão há pouco tempo na Suíça, o que já foi possível realizar nesse tempo?

Marge e Jorge oferecem terapias alternativas

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Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010 CIGA-Informando

ExpEdiEntECIGA-Informando é uma publicação bimensal do CIGA-Brasil.

Tiragem: 1700 exemplaresRedação e edição: Irene ZwetschFoto Capa: Adonai RochaLayout & Realização: Wilber's Grafik & Druck, www.wilber.chColaboradores desta edição: Carta Maior, Conselho Brasileiro na Suíça, Consulado Geral do Brasil em Zurique, Deborah Maristela Biermann, Danielle Tacchi Jeanrenaud, Ministério das Relações Exteriores, Rede de Brasileiras e Brasileiros na Europa, SID – Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural, Site “Brasileiros na Holanda”

Contato com a redação:CIGA-BrasilBinningerstrasse 19, 4103 BottmingenTel/Fax: (061) 423 03 47/46E-mail: [email protected] fechamento redacional da próxima edição será no dia 27 de agosto de 2010. Até esta data todos os textos e anúncios devem chegar às nossas mãos. O CIGA-Brasil não se responsabiliza pelos textos assinados publicados nas edições, nem pelas ofertas e serviços oferecidos por nossos anunciantes.

Já tivemos a oportunidade de principiar com a divulgação, palestras, workshops e práticas regulares em algumas de nossas áreas de competência, como Yoga, Danças Circulares, Meditação, Círculo de Mulheres, Terapia Artística e Simplicidade Voluntária.

Quais são as atividades previstas para o segundo semestre?

Além das atividades que já oferecemos em caráter regular, temos confirmados para o segundo semestre em Zürich:

- Círculo de Mulheres: 09/julho, 10 e 24/setembro, 08 e 29/outubro, 12 e

26/novembro, 03 e 04/dezembro

- Vivências de Danças Circulares da Paz Universal: 17/julho, 03/outubro, 11/dezembro

- Curso "Meditação e Qualidade de Vida" 05/agosto- Curso "A Mandala da Felicidade" 18/setembro (Saiba mais em http://kurse.g19.ch)- Workshop "Círculos de Simplicidade" - 01/outubro (Saiba mais em http://kurse.g19.ch)

Como as pessoas podem fazer contato? Nossos contatos são: Marge Oppliger Pinto - 076 448 95 07,[email protected],www.simplicidade.net/marge ou margeoppliger.blogspot.com

Jorge Koho Mello 076 492 61 82, [email protected] ou www.simplicidade.net

Quem são marge e Jorge?Marge Oppliger Pinto é Dipl. Oceanóloga, especializada em Educação Ambiental, Pedagoga Waldorf e Artetera-peuta Antroposófica, certificada em Danças Circulares, no Jogo da Transformação e na Arte de Viver em Paz. Yogaterapeuta e preparadora de partos, ela é casada e mãe de um filho e de uma filha. Há 25 anos coordena e participa de Grupos de Feminilidade Profunda.

Jorge Koho Mello é monge ordenado no Budismo Zen, terapeuta corporal com especialização em Shiatsu e pós-formação em Terapia de Família e Casais. Tem formação específica sobre a Simplicidade Volun-tária no Schumacher College, Inglaterra, é Instrutor de Aikido e Meditação, além de ser Reiki Master.

(Entrevista de Irene Zwetsch)

Aluga-se Studio de Dança no centro da cidade.Com chão de madeira, espelho, aparelho de som, ducha. Também para pequenas festinhas de aniversário.

NoVos CuRsos dEPoIs dAs féRIAs dE VERão:- Hip-Hop Curso 1 – a partir de 7 anos, com Alexis, Quartas-feiras, das 16 às 17 horas, Início: 11 de agosto- Hip-Hop Curso 2 com Julio, Sextas-feiras, das 19 às 20 horas, Início: 13 de agosto- Capoeira p/ crianças a partir de 6 anos e jovens, com Cláudio, Segundas-feiras, das 16:30 às 17:30 horas, Início: 9 de agosto

Inscrições com Clarice: 079 516 39 22 ou [email protected]ço do studio: marktgasse 8, 4051 Basel (schifflände). Contato: Clarice dos santos – 079 516 39 22

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CIGA-Informando Ano 12 - N° 64 - Maio 2010

Fotógrafo mostra as belezas e “rugas” de Brasília aos 50 anosFotógrafo, produtor multimídia e profissional de tecnologia de informação e comunicação. Adonai Rocha é multitalentoso e tem um carinho especial por projetos humanitários. Sua ligação com Brasília levou-o a produzir um material especial em homenagem aos 50 anos de fundação da cidade. A exposição foi apre-sentada em Bern durante o mês de junho (Veja cobertura no Box). Numa conversa com o CIGA-Informando Adonai conta um pouco sobre suas caminhadas pelo mundo.

Graduado em Multimídia Digital pela Unisul e contemporâneo de Brasília, Adonai nasceu em Poços de Caldas, Sul de Minas, em 1958. Já em 1967 sua família mudou-se para Brasília, onde o fotógrafo fez seus pri-meiros estudos. “Tenho orgulho de ter estudado na Escola Parque. Era uma escola pública inovadora, onde as crianças aprendiam arte, música, esporte e ciên-cias”, conta ele.

Desde criança ele também frequentava a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, onde ia desenhar. Nos anos 70 começou a fotografar e foi assistente e laboratorista de fotógrafo dos mestres da arquitetura e da FAU na UnB.

Aos 17 anos entrou no curso de Comuni cação na Universidade de Brasília, mas depois de seguidas greves e ocupações policiais na UnB, ainda na ditadura em 1977, foi morar em Londres, onde estudou fotografia e cinema.

De volta a Brasília nos anos 80, trabalhou alguns anos como fotojornalista para jornais locais e revistas de circulação nacional. Foi fotógrafo de publicidade e executou restauração de fotografias.

Já nos anos 90 voltou-se para ações humanitárias e atuou ativamente na defesa da acessibilidade e direi-tos das pessoas com deficiência. Foi contratado para produzir programas de TV para agências da ONU e foi diretor de tecnologia de informação e comunicação para programas da fundação Bill & Melinda Gates na África, onde morou de 2002 a 2006.

De volta a Brasília, trabalhou no Projeto Brasilias, desenvolveu as técnicas de uso de Gigapans e pano-ramas de 360 graus e hoje faz tour virtuais para museus e patrimônios históricos e culturais.

O que é o projeto "Brasilias"?Adonai explica: “criei o Projeto Brasílias para

homenagear os 50 anos da inauguração de Brasília e promover a capital do Brasil e o patrimônio de Brasília - a única cidade construída no século 20 que foi agra-ciada com o status de Patrimônio Cultural da Humani-nade, pela UNESCO em 1987.” (Veja o site www.brasilias.com.br)

No projeto o fotógrado utilizou-se das imagens GigaPans – que são panoramas interativos com imagens de altíssima definição, que podem ser amplia-das na tela, mostrando detalhes, e que podem ser vis-tos no site do projeto e através de Google Earth.

As fotografias panorâmicas GigaPans utilizam técnicas robóticas desenvolvidas pela Nasa para exploração em Marte e são compostas de imagens interativas, revelando Brasília em ângulos e detalhes nunca antes vistos. Além da beleza dos monumentos arquitetônicos da cidade, em especial as obras únicas de Oscar Niemeyer e a coletânea de panoramas produzidos mostram um pouco da vida em Brasília ao completar seus 50 anos.

O projeto Brasília levou dois anos para ser feito, de forma totalmente independente. Não foram utilizados recursos públicos nem dedução fiscal. “Não gosto da burocracia e ineficácia da Lei Rouanet”, comenta Adonai.

O resultado do trabalho são panoramas belos e feios, pois mostram Brasília como ela é aos 50 anos, com "as rugas e artérias entupidas". O centro virou "downtown", a rodoviária é suja, tem prostituição, usuários de crack e o trânsito é caótico.

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“Um dos meus panoramas mostra o Teatro Nacional, sem os cubos de Athos Bulcão e com a fa chada principal pichada por vândalos. Hoje, assim como outros monumentos, o teatro passa por reforma e recuperação, que foram planejados para o cinquen-tenário. Mas ainda tem muita coisa deteriorada e mal cuidada. O prédio do Congresso Nacional, por exemplo, precisa de cuidados urgentes”, relata o produtor.

Adonai lamenta que em geral a iluminação notur-na é muito precária. Ele acredita que seria possível ter uma excelente visão noturna da Esplanada, atraindo inclusive o turismo, se os monumentos fossem devida-mente iluminados. “Dos governantes talvez falte visão, interesse ou falte-lhes cultura, mas não falta dinheiro para fazer isso”, comenta. Para ele é preciso exigir das autoridades que os nossos monumentos e espaços públicos sejam bem preservados, bem iluminados, acessíveis e bem utilizados por toda a população.

Para a defesa do patrimônio de Brasília Adonai criou um grupo dentro do Global Heritage Network, e aproveita para convidar as pessoas interessadas a participar e contribuir com idéias. Visite: http://globalheritagenetwork.ning.com/

Exposições sobre Brasília A exposição sobre a capital brasileira está circu-

lando pelo mundo. “É importante mostrar Brasília para todos, em especial para os jovens , brasileiros e estrangeiros, que ainda não tiveram e talvez nunca tenham a oportunidade de conhecer a nossa Capital”, explica o fotógrafo.

Ele argumenta que Brasília é constantemente associada com as crises políticas, o que gera um imenso desgaste para a imagem da cidade. “A mídia bombardeia Brasília como a capital da corrupção, des-mandos, etc”, comenta. Em sua opinião devemos fazer um esforço coletivo para termos orgulho da nossa Capital. “Brasília não é dos políticos. Ela é minha, é sua, é de todos os brasileiros, aliás, é um patrimônio cultural de toda a humanidade”, sustenta.

A mostra apresentada em Bern foi de uma Brasília mais formal. A seleção dos 25 panoramas foi feita pela

divisão cultural da embaixada e o fotógrafo avalia que, sem presunção, ficou muito bonita. O “avant premier” dos trabalhos foi no Komhausforum, em Bern, mas a exposição está à disposição de outras embaixadas, bibliotecas, galerias e instituições culturais de qualquer país. Basta entrar em contato através do site www.brasilias.com.br

Outros projetosAlém da fotografia propriamente dita, Adonai

adora fazer projetos culturais que envolvam web, celular, imagens. “A fusão da TV e internet chegou e acredito que temos ainda um imenso potencial para desenvolvimento de conteúdo multimídia. Na área de educação e cultura, das novas gerações, tudo deverá ser multimídia”, prevê.

Cidadão do mundo, o fotógrafo já circulou por muitos países, recebendo diversas premiações. Quando perguntamos sobre a imagem que mais lhe marcou em todos os anos de carreira ele respondeu que “talvez uma das que mais me impressiona é a imagem do urubu querendo comer uma criancinha negra e magérrima, quase do mesmo tamanho da ave”. A foto é famosa e trágica.

Foi feita em 1993 pelo fotógrafo sul-africano Kevin Carter (1960-1994) no Sudão. Um ano depois o fotó-grafo, em profunda depressão, se matou. Ninguém sabe o que aconteceu com a criancinha. A foto ganhou o Prêmio Pulitzer em 1994 e pode ser vista no link: www.picturenet.co.za/photographers/kc/

Dos projetos que já realizou o mais significativo para o fotógrafo foi a produção da série Talk Back, pro-gramas de TV para o combate de HIV e Aids em Botswana, África. “Creio que salvamos muitas vidas”, diz ele.

Esse programa rendeu a Adonai também o prêmio High Way Africa 2004, que ele considera um dos mais importantes que já recebeu. “Éramos inovadores e pioneiros na integração de TV ao vivo, e importante participação dos telespectadores por SMS e uso de Internet”, conclui.

(Entrevista e edição de Irene Zwetsch)Continua página 16 ➙

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Pelos 50 anos da fundação de BrasíliaNo dia 09 de junho, com calor tropical e um

agradável coquetel, a Embaixada do Brasil em Berna recebeu convidados especiais para a abertura de uma exposição de fotos sobre Brasília, o Distrito Federal Brasileiro, em comemoração aos 50 anos de sua fundação e inauguração.

As fotos, aquelas velhas conhecidas de todos nós brasileiros, pertencem ao fotógrafo Adonai Rocha (não presente) e documentam os prédios e locais principais que servem até a data de hoje como principais cartões postais do Distrito Federal Brasileiro.

O que era apenas um ‘x’ no papel, deu origem ao plano piloto, o esboço de um sonho que foi transfor-mado numa realidade símbolo da arquitetura e da engenharia mundiais. Brasília é a única cidade total-mente projetada e construída durante o século XX que foi agraciada com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

A exposição de fotos sobre o Distrito Federal, cen-tro administrativo e centro geográfico do Brasil, foi inaugurada com um discurso da Embaixadora Maria Stella Pompeu, que ressaltou o imenso legado que desempenha o estabelecimento da capital numa região estratégica como o Planalto Central dentro do desen-volvimento do Brasil, bem como o respeito pelo seu principal articulador, o mundialmente conhecido arquiteto Oscar Niemeyer, ainda vivo aos 102 anos.

O local escolhido para a exposição, edifício Kornhaus, possui diversas ligações com a arquitetura local. Sua origem remota ao século XVII, quando foi edificado, e chega aos dias de hoje, totalmente reno-vado e representando um dos mais importantes centros culturais da região. O prédio passou a acolher o acervo da Biblioteca Municipal (e filiais) em 1998, após a conclusão de longas obras de renovação e restauração, transformando-se em seguida em um centro de infor-mação e mídia.

Ao inaugurar uma exposição de fotos nas depen-dências deste centro cultural, o evento passou igual-mente a fazer parte da agenda de eventos culturais da

cidade, um livreto bem bolado que o centro de turismo distribui gratuitamente em pontos estratégicos da cidade aos turistas locais e internacionais, com dicas e sugestões de passeios e programas. A agenda pode ser igualmente acessada online na página do Centro Municipal de Turismo.

A ideia da Embaixada, declarou a Embaixadora, é oferecer aos passantes e interessados uma boa impressão do que significa Brasília em termos de arquitetura, salientando sua arte e sua beleza. Isso fica facilitado porque o edifício Kornhaus localiza-se na região central da cidade e faz parte constante do roteiro turístico dos visitantes de dentro e fora do país.

As fotos da exposição foram apresentadas com todas legendas em três idiomas: português, francês e alemão e ficaram dispostas já na entrada da Biblioteca. A exposição permaneceu aberta ao público até o dia 26 de junho de 2010. (por Deborah Biermann, Berna)

Links: http://www.bern-incoming.chhttp://www.kornhausbibliotheken.chhttp://www.venhaparabrasilia.com.brhttp://www.brasbern.ch

➙ Continuação da página 15

Márcia Pinto, embaixadora Maria Stella Pompeu e Conselheiro Unaldo de Souza, durante a vernissage

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Se você precisa de uma libertação em qualquer área da sua vida e conhecer melhor a Palavra de Deus, faça-nos uma visita, cultos em alemão e português.

Cultos, domingo às 16 horas, sábado e terça-feira as 19.30 h.

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BADEN1° 2° 3° e 4° Domingo 11.00Aos Domingos, catequese as 10.00

Kappelerhof – Kapelle Mariawil – Bruggerstr. 143, 5400 Baden

BASEL1° 2° 3° e 4° Sábado 20.00Aos Sábados, catequese as 19.00Igreja Sacré CouerFeierabendstr. 68,4051 Basel

SISSACH2° e 4° Domingo 09.00Aos Sábados, catequese as 15.30

Igreja St. JosefFelsenstr. 16, 4450 Sissach

SUHR4° Domingo 15.30Igreja HeiliggeistTramstr. 38, 5034 Suhr

ZOfINGEN2º Domingo 15.30Christ König, Mühletalstr. 15

o único programa de rádio em português de Basel e região.

Todas as quartas-feiras das 21 às 22 h.

Radio X - 94.5 Contato: [email protected]

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CIGA-Informando Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010

tráfico humano aumenta em todo o mundo O tráfico de seres humanos prospera e alcança dimensões semelhantes ao comércio ilegal de drogas e armas. Ele está presente em todo o mundo e, na maioria dos casos, as vítimas recebem pouca ajuda.

A crise não atingiu os traficantes de seres humanos. A demanda é grande e, devido à internet, a logística funciona sem problemas e todo o setor está bem interconectado. A jurista nigeriana Joy ezeilo, relatora especial das nações Unidas sobre Tráfico Humano, pretende coibir de forma duradoura as con-dições ideais de mercado que usufruem atual-mente os traficantes de seres humanos.

Segundo ezeilo, o tráfico de pessoas é um dos crimes de maior crescimento em todo o mundo. Após o comércio ilegal de armas e o contrabando de drogas, ele aparece em ter-ceiro lugar. Trata-se de um negócio bilio nário. A jurista entende que sua tarefa é aumentar o risco de tal negócio e deteriorar as bases dos traficantes.

Fenômeno mundialComo o tráfico de seres humanos transcorre

às escondidas, existem somente estimativas grosseiras quanto à sua dimensão. muitas víti-mas têm vergonha, medo de ir à polícia e não denunciam os criminosos. ezeilo acredita que anualmente 1,5 a 2,5 milhões de pessoas sejam vítimas de tráfico humano.

Uma dessas vítimas foi Jana Kohut, hoje com 30 anos, natural da Bósnia. por ocasião de uma crise pessoal ela conheceu falsos ami-gos e caiu na armadilha de traficantes de pes-soas. no final de 2004 ela foi raptada, mal-tratada, presa e dopada. ela teve que se prostituir durantes quatro meses na eslovênia, até finalmente conseguir se libertar da situ-ação de jugo.

Jana afirma que o que lhe aconteceu pode ocorrer a qualquer pessoa. "existe essa ideia de que isso atinge principalmente pes-soas do chamado Terceiro mundo ou mu lheres sem formação escolar ou camponesas ingênu-as. mas não funciona assim. infelizmente, o tráfico de seres humanos funciona de forma bem simples. eu diria que um grupo de cinco pessoas é suficiente para manter o tráfico de pessoas por muito tempo e com grande lucro."

Tráfico de mulheres na Europa movimenta 2,5 bilhões de euros

Segundo a onU, há cerca de 140 mil mu lheres vítimas do tráfico humano relacio-nado ao mercado da exploração sexual na europa. estima-se que, por ano, são feitas 70 mil novas vítimas do crime organizado para exploração sexual. A organização estima ainda que estas 140 mil mulheres traficadas, em condições de servidão, façam juntas cerca de 50 milhões de programas sexuais por ano, a um valor médio de 50 euros cada. no total isso representa um lucro anual que atinge 2,5 bilhões euros, ou seja, o equivalente a r$ 5,5 bilhões.

os dados se referem apenas à europa ocidental e mostram que a maior parte das pessoas traficadas vem de regiões vizinhas, como os Bálcãs (32%) e países da antiga União Soviética (19%). A América do Sul aparece em terceiro lugar de origem das vítimas, com representatividade de 13%. Segundo o relatório, é cada vez maior o número de bra-sileiras traficadas. em seguida, aparece a europa Central com 7%, África, com 5% e leste Asiático com 3%.

De modo geral, o estudo aponta a espanha como o principal país de destino das vítimas, seguida por portugal, Holanda e Alemanha. entretanto, o relatório detalhou que as brasileiras e paraguaias, entre as víti-mas sul-americanas, são destinadas principal-mente para espanha, itália, portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça. os dados revelam uma mudança nos últimos anos, pelo menos na espanha, já que antes de 2003 eram as colombianas a maioria das vítimas no país.

A estimativa de mulheres traficadas na europa foi levantada pela onU com base no número de 7.300 vítimas detectadas na europa ocidental em 2006. De acordo com a organização, 1 em cada 20 vítimas seria detectada, chegando então ao total de 140 mil mulheres. o relatório indica que as novas 70 mil vítimas anuais expressam a rotatividade e o movimento do tráfico de pessoas e explica que

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Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010 CIGA-Informando

elas substituem aquelas que conseguiram se livrar do crime organizado, abandonando sua antiga condição ou ainda tenham se transfor-mado em novas aliciadoras.

Tráfico em PortugalJá o relatório Anual de 2009 do obser-

vatório do Tráfico de Seres Humanos, do ministério da Administração interior de portugal, revelou que 40% das mulheres víti-mas do tráfico humano em portugal são brasileiras. Baseado em 85 casos identifica-dos em 2009, o estudo apontou que a maio-ria dessas mulheres originárias dos estados de Goiás, minas Gerais e de estados do nordeste.

para o diretor do Serviço de estrangeiros e Fronteiras de portugal, manuel Jarmela paulus, o alto índice de brasileiras entre as vítimas está relacionado apenas ao número expressivo da comunidade brasileira em portugal - com 100 mil pessoas, ou seja, mais de 20% do total de imigrantes no país. Segundo ele, o Serviço de estrangeiros está trabalhando em parceria com autoridades

brasileiras para combater o tráfico de seres humanos nos dois países.

o relatório de Segurança interna português também especificou algumas características sobre os traficantes e aliciadores. Geralmente são de nacionalidade portuguesa, romena, brasileira, ucraniana e eslovaca, e para conquistar a vítima oferecem propostas de trabalho com falsos bene fícios. Fonte: Carta maior

Projeto­piloto lançado em Zurique, Genebra e Amsterdã De 29/06 a 01/07, o MRE coordenou projeto-piloto sobre tráfico de pessoas, exploração do trabalho e violência de gênero nas cidades de Zurique, Genebra e Amsterdã. A missão foi integrada por diplomatas da Divisão de Assis-tência Consular do Itamaraty e por representantes da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, da Secretaria Nacional de Justiça e do Gover no de Goiás. Foram realizadas reuniões com entidades governamentais e não governamentais locais, equipes con-sulares e representantes das comunidades brasileiras para aprofundar o conhecimento sobre a situação do tráfico de nacionais brasileiras para a Suíça e a Holanda.Os encontros com a comunidade demonstraram a importân-cia de um esforço sistemático de aproximação, desmistifi-cação do trabalho consular e estabelecimento de canais diretos com as lideranças. Registrou-se coincidência das informações recebidas de diversas fontes sobre o modus operandi do tráfico a partir do Brasil, a aparente inexistência de rede organizada de grande porte atuando nessa esfera, o tratamento recebido pelas brasileiras nos primeiros meses por seus empregadores e posterior liberação após a qui-tação das dívidas, os caminhos para a regularização migratória mediante casamentos de conveniência e o temor de um retorno forçado ao Brasil antes de serem atingidos os objetivos financeiros. As informações colhidas deverão ser objeto de avaliações dos órgãos brasileiros competentes, no intuito de se fazerem

as correções de rumo necessárias para ampliação do uso dos serviços de assistência consular e acolhimento na chegada ao Brasil. Serão igualmente analisadas as possibilidades de cooperação e atuação identificadas ao longo dos encontros, a exemplo da realização de curso para multiplicadores, coleta de depoimentos de vítimas e uma maior interface entre as campanhas no Brasil e nos países europeus.O Conselho Brasileiro na Suíça participou das reuniões e auxiliou no contato com a comunidade e autoridades locais.

Vítimas são tratadas como criminosos, diz relatora da ONU

Cônsul do Brasil em Genebra Ernesto Rubarth, e Luíza Lopes da Silva, Chefe da Divisão de Assistência Consular no encontro em Genebra

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o CIGA-Brasil é uma associação sem fins

lucrativos, sem vinculaçãopolítica ou religiosa, que visa

dar apoio aos brasileiros.

Formas de Atuação:

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Sempre às quintas e sextas-feiras,

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Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010 CIGA-Informando

Supletivo 2010 É possível se preparar para as provas de conclusão do Ensino Fundamental e/ou Ensino Médio e realizar as provas em Zurique/Suíça. As datas para inscrição em 2010 ainda não foram divulgadas, mas as informações e a ficha de inscrição estarão disponíveis no site: www.exame.pr.gov.br.Para obter o material, entre na página: www.exame.pr.gov.br e imprima seu material gratuitamente.Caso você não tenha impressora em casa e gostaria de

obter as 11 apostilas para estudos encadernadas, favor entrar em contato comigo.O candidato/a pode estudar sozinho em casa. Se quiser pode estudar com a ajuda de um professor. Entre em contato pelo endereço de E-Mail abaixo, avisando em qual cidade você mora, pois trabalho com professores autônomos em diversas cidades da Suíça e da Europa.Para emissão de históricos/certificados dos Exames Supletivos no Japão e na Europa/Suíça, você deverá enviar um e-mail para o endereço: [email protected]. Ou entre na página: www.diaadia.pr.gov.br/cejaQuer saber mais ? Entre em contato comigo: [email protected]

Contos brasileirosFrancis Johnson é aluno da Pós-Graduação da Universidade de Bristol (Inglaterra) e faz uma pesqui-sa sobre contos brasileiros. Se puder contribuir com essa pesquisa de alguma forma, ou conhecer alguém que se interesse pelo tema, faça contato com ele:E-Mail: [email protected]: http://brazilianstories.com

Passaporte brasileiro comum terá chip eletrônicoO passaporte brasileiro comum, emitido pela Polícia Federal, terá chip eletrônico a partir de dezembro de 2010. Essa tecnologia já é usada na União Europeia, Japão, Austrália e Estados Unidos. O novo documento de viagem, não vai mudar a cor e nem o tempo de validade, mas custará quase o dobro, segundo o ge rente de logística Rogério Galoro. Este novo modelo será mais seguro que o atual que é emitido desde dezembro de 2006, porque vai armazenar mais dados com leitura fácil para o controle migratório. Atualmente, a Casa da Moeda emite, por dia, entre 5 mil e 6 mil passaportes comuns. No dia 07 de junho foi publicado no Diário Oficial o contrato com a Casa da Moeda para a emissão do novo modelo de passaporte. O Ministério da Justiça, que é responsável por determinar o valor do documento, confirmou que o valor vai aumentar mas que o percen-tual ainda não está definido. O modelo azul atualmente custa R$ 156,07 o passaporte verde (modelo anterior) custava R$ 89,10.

Leia na íntegra:http://www.brasileirosnaholanda.com/colunas/passa-porte_brasileiro_com_chip.htm

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CIGA-Informando Ano 12 - N° 65 - Agosto 2010

Lula sanciona estatuto da Igualdade Racial e cria universidade afro-brasileira

o presidente luiz inácio lula da Silva sancionou no dia 20 de julho o estatuto da igualdade racial e a criação da Unilab (Universidade Federal lusofônica Afro-brasileira). A nova universidade será desti-nada a estudantes brasileiros e africanos.

o ministro da educação, Fernando Haddad, disse que a prioridade da nova uni-versidade é atuar na área de saúde, for-mação de professores, políticas agrárias, administração pública e engenharias.

A universidade vai atuar nas áreas de interesse do povo africano e o objetivo é que o diploma valha tanto no país de origem como no Brasil. “nós teremos dupla for-mação de modo que o estudante volte ao país de origem e possa atuar”, afirmou o ministro.

A cidade de redenção (Ce) sediará a Unilab. o governador do estado, Cid Gomes, acredita que até o final do ano sejam con-cluídas as licitações para a construção. enquanto isso, o governo cearense cedeu um imóvel provisório, que antes sediava a pre-feitura do município, e um outro espaço no qual funcionava um centro cultural para abrigar a sede temporária da universidade. em contrapartida, o estado garantiu que metade das vagas seja voltada para os estu-dantes cearenses.

Estatuto da Igualdade Racialpara ser aprovado no plenário no

Congresso, o estatuto perdeu o texto que previa a instituição de cotas para negros nas instituições federais de ensino médio e supe-rior, na televisão e em partidos políticos.

na época da aprovação, o ministro da Secretaria da igualdade racial, elói Ferreira de Araujo, disse que pretende se reunir com as instituições e formatar uma proposta em relação à implantação da política de cotas, mas que respeita a autonomia de cada uma. “Vamos dialogar com as instituições de ensi-

no, só que agora com o fundamen-to que nos reforça, que é a lei. [...] A socie-dade já reconheceu a política de cotas como uma realidade”, afirmou.

Principais mudançaso estatuto prevê a criação do Sinapir

(Sistema nacional de promoção da igualdade racial), considera a capoeira um desporto – esporte cuja prática deve receber recursos do governo, garante o livre exercício da crença e cultos de matriz africana, obriga escolas das redes pública e privada a ensinar história geral da África e da população negra no país e estabelece linhas especiais de financia-mento para comunidades quilombolas.

Além das ações práticas, o estatuto define o termo “discriminação racial” como distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em etnia, descendência ou origem nacional.

Já a expressão “desigualdade racial” é utilizada para todas as situações injustifica-das de diferenciação de acesso e gozo de bens, serviços e oportunidades, na esfera pública e privada, em virtude de etnia, descendência ou origem nacional. Também fica definido que “população negra” é o conjunto de pessoas que se declaram pretas ou pardas. A população afro-brasileira é formada por todas as pessoas que se classifi-cam como tais ou como negros, pretos, par-dos ou outro termo parecido.

O que ficou de fora não entraram no texto final a promoção

de políticas públicas de saúde que contem-plem ações específicas para problemas das populações negras e a criação e regulamen-tação de cotas para escolas, universidades, trabalho, partidos políticos e televisão. Também não há definição de quem é descendente de quilombolas.

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