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Mudança no uso do solo e cobertura vegetal da Messorregião do Extremo Oeste da Bahia: Análise de 1975 e 2010 Lílian da Rocha da Silva¹ Pablo Santana Santos¹ Marcelo de Oliveira Latuf¹ Universidade Federal da Bahia/ICADS – Barreiras, Bahia – Brasil Rua Prof. José Seabra S/N - 47805-100 Barreiras – BA, Brasil [email protected] { pablosantos, marcelo.latuf }@ufba.br Abstract: The Mesoregion of the Far West of Bahia (MOB) is characterized by being an agricultural center of grains, cotton, coffee and others. The flat topography, rainfall and government subsidies, enabled the implementation of large-scale agricultural production, thus, made the exploitation magnified. In this context, the people who did not specialize in techniques for entering the agribusiness were neglected in the economic growth. Therefore, identifying the suppression of the Cerrado from 1975 to 2010, and to establish correlations between deforestation rates and some municipal Development Indices are the main objectives of this research. We proceeded to the acquisition of satellite images from 1975 and 2010 that cover the whole Mesoregion of the Far West of Bahia. It was proposed a correlation between deforestation rates in 2010 with two indices: Economic Index and Social Development Index of 2006. After that, we applied fundamental concepts of remote sensing and GIS techniques for the analysis of change and use of land. This has made the quantification of deforestation for the years 1975 and 2010, correlating its increase with the indices. Despite significant economic growth of the region, from this research was found that deforestation brought no improvement in life quality for the people of the Mesoregion of the Far West of Bahia. Palavras-chave: West of Bahia, GIS, deforestation, development Indices and agribusiness. 1. Introdução A proposta do governo de integrar regiões e a necessidade de ampliação das terras agricultáveis do país fez com que as áreas da Mesorregião do Extremo Oeste Baiano (MOB) se tornassem alvo de uma maior ocupação. A MOB é caracterizada por ser um grande pólo agrícola de grãos, algodão, café entre outros. A topografia plana, pluviosidade e subsídios governamentais, propiciaram a implantação da produção agrícola em larga escala, assim, fez com que a exploração se ampliasse. Neste contexto, a população que não se especializou nas técnicas para se inserir no agronegócio ficou à margem do crescimento econômico impulsionado pelo mesmo. Portanto, identificar a supressão do Cerrado de 1975 e 2010, estabelecer correlações entre as taxas de desmatamento municipais e alguns Índices de Desenvolvimento (ID) , são os principais objetivos desta pesquisa. Neste trabalho, são aplicados conceitos fundamentais do sensoriamento remoto e as técnicas de geoprocessamento usadas na análise da mudança e uso de ocupação do solo que proporcionaram arcabouço teórico para determinar as classes espaciais da MOB. Desta forma, foi feita a quantificação do desmatamento e da vegetação natural dos anos de 1975 e 2010. A metodologia utilizada procedeu a partir de aquisição de imagens de satélite do sensor MSS/Landsat-1 do ano de 1975 e TM/Landsat-5 do ano de 2010 que recobrem toda a MOB para a elaboração dos mosaicos. Foi aplicada a técnica de classificação supervisionada e o algoritmo classificador chamado Support Vector Machine (SVM), tendo a função de discriminar as áreas naturais (vegetação, hidrografia e veredas) das áreas antropizadas (desmatamento, cultivo, queimada e área urbana). Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE 7414

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A Mesorregião do Extremo Oeste da Bahia (MOB) se caracteriza por ser um centro agrícola degrãos, algodão, café e outros. A topografia plana, de chuva e subsídios governamentais, permitiu aimplementação da produção agrícola em grande escala, assim, feita a exploração ampliada. Neste contexto, opessoas que não se especializam em técnicas para a introdução do agronegócio foram negligenciados no crescimento económico.Portanto, identificando a supressão do Cerrado 1975-2010, e estabelecer correlações entreas taxas de desmatamento e alguns índices de desenvolvimento municipal são os principais objetivos desta pesquisa. Nós procedeu-se à aquisição de imagens de satélite de 1975 e 2010, que cobrem toda a Mesorregião do Extremo Oeste da Bahia. Foi proposta uma correlação entre as taxas de desmatamento em 2010, com dois índices: Economicos, Índice e Desenvolvimento Social Índice de 2006. Depois disso, nós aplicamos conceitos fundamentais de sensoriamento remoto e técnicas de geoprocessamento para a análise da mudança e uso da terra. Isso fez com que a quantificação do desmatamento para os anos de 1975 e 2010, correlacionando sua elevação com os índices. Apesar de um crescimento econômico significativo da região, a partir desta pesquisa verificou-se que o desmatamento não trouxe nenhuma melhoria na qualidade de vida para as pessoas de Mesorregião do Extremo Oeste da Bahia.

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Mudança no uso do solo e cobertura vegetal da Messorregião do Extremo Oeste da Bahia: Análise de 1975 e 2010

Lílian da Rocha da Silva¹

Pablo Santana Santos¹ Marcelo de Oliveira Latuf¹

Universidade Federal da Bahia/ICADS – Barreiras, Bahia – Brasil

Rua Prof. José Seabra S/N - 47805-100 Barreiras – BA, Brasil [email protected]

{ pablosantos, marcelo.latuf }@ufba.br

Abstract: The Mesoregion of the Far West of Bahia (MOB) is characterized by being an agricultural center of grains, cotton, coffee and others. The flat topography, rainfall and government subsidies, enabled the implementation of large-scale agricultural production, thus, made the exploitation magnified. In this context, the people who did not specialize in techniques for entering the agribusiness were neglected in the economic growth. Therefore, identifying the suppression of the Cerrado from 1975 to 2010, and to establish correlations between deforestation rates and some municipal Development Indices are the main objectives of this research. We proceeded to the acquisition of satellite images from 1975 and 2010 that cover the whole Mesoregion of the Far West of Bahia. It was proposed a correlation between deforestation rates in 2010 with two indices: Economic Index and Social Development Index of 2006. After that, we applied fundamental concepts of remote sensing and GIS techniques for the analysis of change and use of land. This has made the quantification of deforestation for the years 1975 and 2010, correlating its increase with the indices. Despite significant economic growth of the region, from this research was found that deforestation brought no improvement in life quality for the people of the Mesoregion of the Far West of Bahia. Palavras-chave: West of Bahia, GIS, deforestation, development Indices and agribusiness. 1. Introdução A proposta do governo de integrar regiões e a necessidade de ampliação das terras agricultáveis do país fez com que as áreas da Mesorregião do Extremo Oeste Baiano (MOB) se tornassem alvo de uma maior ocupação. A MOB é caracterizada por ser um grande pólo agrícola de grãos, algodão, café entre outros. A topografia plana, pluviosidade e subsídios governamentais, propiciaram a implantação da produção agrícola em larga escala, assim, fez com que a exploração se ampliasse. Neste contexto, a população que não se especializou nas técnicas para se inserir no agronegócio ficou à margem do crescimento econômico impulsionado pelo mesmo. Portanto, identificar a supressão do Cerrado de 1975 e 2010, estabelecer correlações entre as taxas de desmatamento municipais e alguns Índices de Desenvolvimento (ID) , são os principais objetivos desta pesquisa. Neste trabalho, são aplicados conceitos fundamentais do sensoriamento remoto e as técnicas de geoprocessamento usadas na análise da mudança e uso de ocupação do solo que proporcionaram arcabouço teórico para determinar as classes espaciais da MOB. Desta forma, foi feita a quantificação do desmatamento e da vegetação natural dos anos de 1975 e 2010. A metodologia utilizada procedeu a partir de aquisição de imagens de satélite do sensor MSS/Landsat-1 do ano de 1975 e TM/Landsat-5 do ano de 2010 que recobrem toda a MOB para a elaboração dos mosaicos. Foi aplicada a técnica de classificação supervisionada e o algoritmo classificador chamado Support Vector Machine (SVM), tendo a função de discriminar as áreas naturais (vegetação, hidrografia e veredas) das áreas antropizadas (desmatamento, cultivo, queimada e área urbana).

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Para tanto, o resultado das taxas de desmatamento foi correlacionado com alguns ID (Índice de Desenvolvimento Econômico e Índice de Desenvolvimento Social), e através da correlação detectar se o desmatamento para a implantação do agronegócio trouxe melhoria de qualidade de vida para a população da MOB. A relevância deste trabalho consiste em dois principais motivos, primeiramente pelos impactos das atividades implantadas na MOB que provocaram dano ambiental irreparável ao bioma Cerrado, decorrente da agricultura em larga escala. Esse processo de exploração florestal na região constitui um fator determinante para o agravamento dos níveis de degradação ambiental, sendo que ocorre sem o controle e cuidados necessários. O segundo refere-se ao impacto devido a um reordenamento de relações sociais em nível regional, inserindo um maior poder aquisitivo e diferenciando o padrão cultural para alguns segmentos, ignorando as questões socioambientais. O que se observa na MOB é o crescimento econômico, beneficiando uma pequena parte da população residente, deixando de lado grande parte da população que não detém os conhecimentos das técnicas para se inserir no agronegócio. A MOB engloba 24 municípios, quais sejam Formosa do Rio Preto, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério, Riachão das Neves, Catolândia, Baianópolis, Santa Rita de Cássia, Angical, Cotegipe, Cristópolis, Mansidão, Tabocas do Brejo Velho, Wanderley, Brejolândia, Correntina, Jaborandi, Cocos, Coribe, Canápolis, Santana, São Félix do Coribe, Serra Dourada e Santa Maria da Vitória (Figura 01).

Figura 1 - Localização da área de estudo, MOB.

2. Metodologia de Trabalho Foram designadas fases de desenvolvimento da pesquisa divididas em: tratamento das imagens de satélite; método de classificação; e correlação dos ID`s. Esta etapa refere-se à criação de dois mosaicos que recobrem a MOB, dos anos de 1975 e 1976, correspondentes pelas imagens do sensor MSS/Landsat-1, com as seguintes órbitas-ponto e datas. Tabela 02 – Datas e Órbita/Ponto das cenas utilizadas do MSS/Landsat-1.

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MSS/Landat 1 (1975/1976)

Órbita-Ponto Data Órbita-Ponto

Data

235-067 02/07/1975 236-069 12/12/1975

235-068 25/08/1975 236-070 10/05/1975

235-069 27/05/1975 237-067 14/09/1975

235-070 26/06/1975 237-068 15/07/1975

236-067 13/09/1975 237-069 11/05/1975

236-068 27/06/1976

As imagens do ano de 1975 foram escolhidas através da melhor qualidade em relação às nuvens. O mosaico deste ano-base foi elaborado a partir de um algoritmo de Média Ponderada, garantindo assim, uma boa equalização das cenas. O segundo mosaico é caracterizado pelas imagens TM/Landsat-5 do ano de 2010. As escolhas das imagens foram entre os meses de agosto e setembro devido à melhor qualidade em relação à quantidade de nuvens, que propicia melhor visualização espacial dos objetos. Tabela 03 – Datas e Órbita/Ponto das cenas utilizadas do TM/Landsat-5.

TM/Landat 5 (2010)

Órbita-Ponto Data Órbita-Ponto Data

219-067 25/09/2010 220-068 15/08/2010

219-068 25/09/2010 220-069 15/08/2010

219-069 24/08/2010 220-070 15/08/2010

219-070 25/09/2010 221-067 22/08/2010

220-067 15/08/2010 221-068 22/08/2010

Posteriormente passou-se para fase de classificação, na qual consiste na identificação da distribuição das diferentes classes de ocupação do solo, como agricultura, vegetação natural, produção mineral e áreas urbanas. Adotou-se o método de classificação supervisionada devido ao conhecimento prévio pela autora das características físicas e de ocupação da área da MOB. Este método melhora o resultado da classificação por exigir interpretação visual, validação em campo, análise de fotos e imagens, diminuindo desta forma possíveis erros.

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O algoritmo escolhido foi o SVM e o Kernel sigmoid, devido esse tipo de classificador ser diferenciado em relação aos outros algoritmos. O SVM leva em consideração vários elementos na divisão de classes, ao contrário dos outros classificadores que levam em consideração na sua análise apenas alguns elementos. Por fim, a fase de correlação entre os índices de desenvolvimento foram feitos também no programa de planilha eletrônica do software Microsoft Excel, versão 2007, onde o resultado das taxas de desmatamento do ano de 2010 foi correlacionado com os Índices de Desenvolvimento Econômico e Social de cada município da MOB. Os índices referem-se ao ano de 2006, disponíveis no site da SEI. 3. Resultados e Discussão Para o ano de 1975 a classe de antropização totalizou 3.121,59 km2 (2,67%), enquanto a vegetação natural representou 11.3597,00 km2 (97,33%), como se observa na Figura 2. Logo, a MOB apresentava alto grau de preservação. As áreas antropizadas constituíam-se predominantemente de pequenas áreas abertas, estradas e pequenos centros urbanos. No ano de 2010 a classe de antropização passou para 31.276,92 km² (26,80%), já a área da classe de vegetação natural passou para 85441,70 km² (73,20%). Sendo assim, em um lapso de 35 anos as áreas da MOB passaram por grande supressão da vegetação natural.

Figura 02 – Antropização e vegetação natural na MOB em 1975 e 2010.

Visualizando a Figura 03, o mapa de uso e cobertura do solo dos anos de 1975 e 2010, fica evidente que o processo de ocupação ocorreu na direção Leste-Oeste, sendo que o desmatamento é mais concentrado na região Oeste em detrimento da Leste, devido às características de relevo plano predominantemente da primeira. De acordo com o mapa de uso e cobertura do solo do ano de 1975 observam-se pequenas áreas suprimidas em forma de polígonos que evidenciam pequenas áreas agricultáveis e algumas áreas urbanas na porção Leste do mapa. Ao oeste do mapa observam-se aberturas de algumas estradas e nenhum tipo de intervenção no solo, assim, a região ao oeste do mapa encontrava-se relativamente preservada. O mapa de uso e cobertura do solo do ano de 2010 evidenciou aumento de supressão nas áreas que já estavam abertas em 1975. Já na parte Oeste do mapa mostra grandes extensões de áreas abertas, onde no ano de 1975 estavam na sua maioria preservadas. As características dos polígonos encontrados na classificação do ano de 2010 apresentam formas bem delimitadas e retilíneas, evidenciando cultivos de grãos, plantação de eucalipto, algodão, plantação de pasto e também formas circulares, caracterizando implantação dos pivôs. A o comparar os mapas dos anos de 1975 e 2010, é possível perceber aspectos diferenciados, onde em 1975 as áreas suprimidas são pequenas e irregulares, e já no ano de 2010 as áreas suprimidas apresentam formas bem definidas, com extensões maiores.

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Figura 03 - Uso e cobertura do solo MOB em 1975 e 2010.

A partir dos dados em km2, calcularam-se as taxas de desmatamento de cada município. O resultado leva em conta o tamanho da área da MOB em relação à área do desmate. Usou-se então, a porcentagem para a análise do desmatamento, para tornar a comparação justa. Haja vista, que os municípios possuem tamanhos territoriais diferenciados. A Figura 04 mostra as taxas de desmatamento de todos os municípios que compõem a MOB no ano de 1975, destacando-se o município de Santana como o que mais desmatou no ano de 1975, com a taxa de 9,86%, seguido de Wanderley com 8,97%, São Felix do Coribe com 8,76% de área desmatada. Já o município de Luís Eduardo Magalhães possuía a menor taxa de 0,41%. Desta forma, com as informações fornecidas pela Figura 4, é importante salientar que os municípios que atualmente possuem as maiores áreas antropizadas, não aparecem como os primeiros nesta lista das maiores taxas de desmate em 1975. Segue o raking dos municípios em ordem decrescente de desmate da MOB no ano de 1975.

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Figura 04 – Taxa de Desmatamento do ano de 1975 de todos os municípios da MOB

Luís Eduardo Magalhães, que em 1975 apresentava a menor taxa de desmatamento, no ano de 2010 torna-se o município com a maior taxa de antropização, representando mais da metade da área total do município. São Desidério e Formosa do Rio Preto em 1975 também estavam com um dos menores índices em 1975, enquanto em 2010 estão em segundo e quarto lugar, respectivamente como os municípios que mais desmataram. Hoje a Região Oeste ocupa uma área de 28,5% do território baiano e abriga 39 municípios. Além disso, é a maior fronteira agrícola da Bahia, com uma área cultivada de 1,5 milhões de hectares, com capacidade de expansão para mais de 3 milhões de hectares. É a maior produtora de grãos da Bahia e uma das maiores do Brasil. Em conseqüência ao grande desempenho agrícola, atraiu para a região grandes empresas multinacionais e nacionais, como é o caso da Bunge Alimentos S/A, Cargil Agrícola S/A e outras (FILHO e FILHO, 2008, pag. 7). O que era um espaço sem expressão econômica, tornou-se em algumas décadas o pólo responsável por produzir as maiores quantidades de grãos do país, principalmente à soja. Segue o ranking dos municípios da MOB com as taxa de desmatamento do ano de 2010, (Figura 05).

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Figura 05 – Taxa de desmatamento do ano de 2010 de todos os municípios da MOB.

Foi proposta a correlação entre as taxas de desmatamento do ano de 2010 com dois índices, sendo eles: Índice de Desenvolvimento Econômico e Índice de Desenvolvimento Social do ano de 2006, disponível no site da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado da Bahia (SEI). A partir do cálculo de Índice de Desenvolvimento Econômico pode-se perceber que a Figura 06, que representa a correlação da taxa de desmatamento x Índice de Desenvolvimento Econômico, apresentou boa correlação (R2 = 0,677), ou seja, o desmatamento influenciou positivamente na economia destes municípios.

Figura 06 – Gráfico de Correlação entre taxa de desmatamento (2010) e Índice de

Desenvolvimento Econômico Por outro lado, no gráfico de correlação entre a taxa de desmatamento x índice de desenvolvimento social (Figura 07), houve uma correlação muito baixa (R2 = 0,24), ou seja, esse desenvolvimento econômico não trouxe melhorias nas condições sociais da MOB, demonstrando que existe concentração de renda.

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Figura 07 – Gráfico de Correlação entre taxa de desmatamento (2010) e Índice de

Desenvolvimento Social Segundo Filho e Fliho (2008), o problema das estratégias econômicas praticadas pelo governo baiano é o aumento da desigualdade econômica. As ações beneficiam os grandes produtores, empresários do agronegócio e do ramo imobiliário, percebido pelo PIB per capita e já a maioria da população vive com apenas dois salários mínimos. 4. Conclusões É possível perceber que os municípios que estavam em com as menores taxas de desmatamento no ano de 1975, passou no ano de 2010 a comandar o ranking de maiores taxas de desmatamento, como o caso de Luis Eduardo Magalhães. As formas das áreas antropizadas da MOB no ano de 1975 apresenta indícios que foi ocupada por pequenas propriedades. No ano de 2010 a ocupação se deu por grandes propriedades bem delimitadas e retilíneas, evidenciando a agricultura tecnificada. As técnicas rudimentares dos sertanejos nativos da região foram trocadas por aparatos de ferramentas tecnificadas para atender o nível internacional de produção do agronegócio. Desta maneira, é valido afirmar que o processo trouxe grandes transformações na configuração territorial na MOB, desenvolvendo alguns municípios em detrimento de outros. A análise da mudança e uso da cobertura do solo e o Índice de Desenvolvimento Econômico da MOB permitiram evidenciar que a inserção da agricultura no Cerrado trouxe geração de renda aos municípios que obtiveram as taxas de desmatamento elevadas. Com base na análise socioambiental, a correlação do Índice de Desenvolvimento Social com o resultado das taxas de desmatamento mostrou que a riqueza permanece concentrada, logo, a maioria da população não é beneficiada pelas ações geradas a partir do agronegócio. Referências Bibliográficas FILHO, Antonio Muniz dos Santos; FILHO, Jorge Ney Valois Rios. A revalorização econômica do Oeste Baiano a partir da expansão da agricultura moderna e o surgimento de um novo território: O município de Luís Eduardo Magalhães – BA. Revista Pegada. , v. 9, n. 2, p. 1-15, Presidente Prudente, Dez. 2008. SEI. Superintendência de Estudos Econômicos Sociais da Bahia. Índice de Desenvolvimento da Bahia. Disponível em: < http://www.sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=99&It emid=173> Acesso em: 19 de mar.

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