mudança estrutural e crescimento econômico: os desafios da presente década, por carmén feijó

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Mudança estrutural e crescimento econômico: os desafios da presente década Carmem Feijo Carmem Feijo Universidade Federal Fluminense (UFF) Centro Internacional Celso Furtado (CICF) ANPEC NE, Fortaleza 2011 1

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Palestrante: Carmem Feijó – Prof. da Univ.Federal Fluminense e diretora do CentroInternacional Celso Furtado. Tema: Mudança estrutural e crescimento econômico: os desafios da presente década. No Fórum BNB de Desenvolvimento 2011

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Page 1: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Mudança estrutural e crescimento

econômico: os desafios da presente década

Carmem FeijoCarmem FeijoUniversidade Federal Fluminense (UFF)

Centro Internacional Celso Furtado (CICF)

ANPEC NE, Fortaleza 2011

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Page 2: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Objetivo

• Objetivo é recuperar o debate atual sobre a

importância da indústria manufatureira na estrutura

produtiva.

• Evidência: peso vem decaindo de forma constante –

anos 1980 - e mais acentuadamente a partir da

estabilidade econômica -1ª. metade anos 1990.

• No cerne da controvérsia hoje está o efeito da

valorização da taxa de câmbio sobre o potencial

desempenho da indústria.

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Page 3: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Apresentação

• Desindustrialização: causas e consequências

para o crescimento a longo prazo.

• Desindustrialização e imaturidade da

indústria: perda de importância relativa da

indústria sinaliza um retrocesso da estrutura

no sentido de reduzir o potencial de

crescimento futuro?

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Page 4: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Causas da desindustrialização: 2 posições em debate

• “novo-desenvolvimentistas”: combinação perversa

entre abertura financeira, valorização dos termos de

troca e câmbio apreciado.

• “economistas ortodoxos”: transformações não• “economistas ortodoxos”: transformações não

tiveram um efeito negativo sobre a indústria e que a

apreciação do câmbio real resultante dessas

reformas favoreceu a indústria ao permitir a

importação de máquinas e equipamentos

tecnologicamente mais avançados.

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Page 5: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Conceito de desindustrialização

• “Clássico”: definido por Rowthorn e Ramaswany - uma

redução persistente da participação do emprego industrial no

emprego total de um país ou região.

– Isto teria ocorrido nos países desenvolvidos a partir da

década de 1970 e na América Latina na década de 1990.

• Tregenna : forma mais ampla - situação na qual tanto o

emprego industrial como o valor adicionado se reduzem como

proporção do emprego total e do PIB, respectivamente.

• Logo

• Economia se desindustrializa quando o setor industrial perde

importância como fonte geradora de empregos e/ou de valor

adicionado para uma determinada economia. 5

Page 6: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Desindustrialização e Doença Holandesa

• Desindustrialização positiva : transferência para o exterior das atividades manufatureiras mais intensivas em trabalho e/ou com menor valor adicionado– aumento da participação de produtos com maior conteúdo

tecnológico e maior valor adicionado na pauta de X.

• Desindustrialização negativa: acompanhada de uma “re-primarização” da pauta de exportações.

• Doença holandesa : desindustrialização causada pela apreciação da taxa real de câmbio

– descoberta de recursos naturais escassos

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Page 7: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Causas internas da desindustrialização

• desenvolvimento econômico leva “naturalmente”

todas as economias a se desindustrializar .

• elasticidade renda da demanda de serviços tende a

crescer tornando-se maior do que a elasticidade renda

da demanda por manufaturados, logo, peso dos da demanda por manufaturados, logo, peso dos

serviços no PIB tende a aumentar.

• Produtividade do trabalho cresce mais rápido na

indústria do que nos serviços, a participação do

emprego industrial deve declinar antes da queda da

participação da indústria no valor adicionado.

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Page 8: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Causas externas da desindustrialização

• grau de integração comercial e produtiva das

economias.

• Diferentes países podem se especializar na produção

de manufaturados (China, Alemanha) ou na

produção de serviços (Estados Unidos, Reino Unido).

• Alguns países podem se especializar na produção de

manufaturados intensivos em trabalho qualificado,

ao passo que outros podem se especializar na

produção de manufaturados intensivos em trabalho

não-qualificado.

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Page 9: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Doença holandesa e desindustrialização precoce

• A relação entre: participação do emprego; do valor

adicionado da indústria e a renda per-capita pode ser

afetada pela “doença holandesa”.

• “desindustrialização precoce”- se inicia a um nível de

renda per-capita inferior ao observado nos países

desenvolvidos quando os mesmos iniciaram o seu

processo de desindustrialização.

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Page 10: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Conclusão: Desindustrialização precoce

• Países afetados pela “doença holandesa”

iniciam o seu processo de desindustrialização

sem terem alcançado o “ponto de

maturidade” de suas respectivas estruturas maturidade” de suas respectivas estruturas

industriais.

• Não esgotam todas as possibilidades de

desenvolvimento econômico que são

permitidas pelo processo de industrialização.

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Page 11: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Conseqüências da desindustrialização

• modelos neoclássicos de crescimento: a ocorrência

ou não da desindustrialização é irrelevante -

crescimento de longo-prazo é conseqüência apenas

da “acumulação de fatores” e do “progresso

tecnológico”, sendo independente da composição tecnológico”, sendo independente da composição

setorial da produção.

• pensamento heterodoxoheterodoxo: o processo de crescimento

econômico é setor-específico.

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Page 12: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

indústria como o motor do crescimento de

longo-prazo

• (i) efeitos de encadeamento para frente e para

trás na cadeia produtiva: são mais fortes na

indústria.

• (ii) presença de economias estáticas e • (ii) presença de economias estáticas e

dinâmicas de escala: a produtividade na

indústria é uma função crescente da produção

industrial - “lei de Kaldor-Verdoorn”.

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Page 13: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

indústria como o motor do crescimento de

longo-prazo

• (iii) mudança tecnológica ocorre majoritariamente na

indústria: progresso tecnológico é difundido a partir

do setor manufatureiro.

• (iv) A elasticidade renda das importações de

manufaturas é maior do que a elasticidade renda das

importações de commodities e produtos primários:

– industrialização é necessária para aliviar a restrição de

balanço de pagamentos ao crescimento de longo-prazo.

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Page 14: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Maturidade de uma economia

• A relacionada ao fato de ter completado o

desenvolvimento industrial.

• quatro estágios de desenvolvimento no • quatro estágios de desenvolvimento no

processo de industrialização (Kaldor)

• uma economia ‘imatura’ se torna ‘madura’ a

partir da expansão da demanda agregada.

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Page 15: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Processo de industrialização

• acumulação de capital é a variável chave para

o processo de desenvolvimento econômico.

• taxa de mudança tecnológica se acelera

beneficiando toda a economia. beneficiando toda a economia.

• A fase de maturidade seria atingida quando

houvesse um nível de produtividade

homogênea.

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Page 16: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Modelo de Causação Circular

• impacto combinado das interações de fatores de

oferta e demanda atuando através do tempo.

• processo de industrialização deve ocorrer de forma

cumulativa:

– a produção de bens de consumo precederia a – a produção de bens de consumo precederia a

produção de bens de capital, ambas em seus

estágios iniciais voltados para abastecer a

demanda doméstica e desse modo antecedendo a

produção industrial voltada para exportação, ou

seja, voltada para a demanda externa.

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Page 17: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

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Page 18: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Estágios de desenvolvimento

• Primeiro: produção de bens de consumo.

• Segundo: indústria de bens de consumo deve começar a

exportar seu excedente. Estágios um e dois podem criar a pré-

condição para a economia se especializar na produção de

bens de capital

• Terceiro: país inicia esforço para promover a substituição de

importações de bens de capital e desenvolver tecnologia

própria. Consolida a participação do setor de bens de capital

na produção nacional.

• Quarto: país se torna um exportador de bens de capital. Setor

produtor nacional de bens de capital teria atingido um

amadurecimento tecnológico compatível com o dos países

industrializados.

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Page 19: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Argumentos em relação à economia brasileira

• Matriz industrial complexa, mas não realizou o

catching up, principalmente porque não completou

os últimos estágios de desenvolvimento.

• Balança comercial brasileira é estruturalmente

deficitária em bens de maior intensidade

tecnológica, ou seja, o país é importador líquido de tecnológica, ou seja, o país é importador líquido de

bens de capital.

• A partir de 2004, as conjunturas doméstica e

internacional também não têm favorecido o processo

de industrialização, tornando a economia brasileira

menos dinâmica.

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Page 20: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Núcleo endógeno de dinamização tecnológica

• Furtado, por exemplo, via que a economia em

desenvolvimento, com o processo de industrialização

incompleto, deveria basear seu crescimento ‘com

criatividade’, isto é, com inovação tecnológica.

• Fajnzylber argumenta que não bastaria o • Fajnzylber argumenta que não bastaria o

desenvolvimento de uma indústria de bens de

capital, “seria necessário constituir um ‘núcleo

endógeno de progresso técnico’, tecnologicamente

fortalecido e articulado com o conjunto do sistema

produtivo.

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Page 21: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

A estrutura industrial brasileira

• Aceleração da industrialização: pós-guerra até

meados dos anos 1980: peso da indústria no PIB -

passa de 20% em 1947 até atingir a 36% em 1985 e

passa a decair, chegando a pouco mais de 15% em

2010. 2010.

• Até 1980 a taxa de crescimento do produto industrial

acima do PIB na maioria dos anos. A partir da crise

da dívida externa até 2010, em apenas 10 anos de

um total de 30 o valor adicionado da indústria ficou

acima do crescimento do PIB.

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Page 22: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Taxa de crescimento do PIB e do VA da Indústria de Transformação

1970-2010

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Page 23: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Taxa anual de crescimento do PIB e do Valor Adicionado da Indústria de Transformação 1948-2010

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Page 24: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Taxa de crescimento de produção física: Bens de Capital e Indústria de Transformação

1975-2010

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Page 25: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Setores Industriais Participação percentual

Variação

em p.p

1970 1985 1996 2007 1970/2007

Baseado em Recursos

Naturais

32.6 34.0 32.6 41.0 8.4

Fabricação de Coque e

Refino de Petróleo

25

Refino de Petróleo

3.4 5.2 5.4 14.5 11.1

Intensiva em Trabalho

15.9 15.3 13.6 10.1 -5.8

Têxteis 9.3 5.5 3.3 1.9 -7.4

Intensiva em Escala

37.1 35.9 35.8 33.7 -3.4

Diferenciada+Ciência

14.4 14.8 18.0 15.1 0.7

Page 26: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Indústria de Transformação e Extrativa Mineral- Participação % do Valor adicionado no Valor da Produção por setores segundo a intensidade de tecnologia - 1985, 1996, 2007

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Page 27: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

• O aprofundamento do processo de industrialização

prejudicado nos anos 1980: inflação e aumento da

vulnerabilidade externa.

• 1970 e 2007: tendência à especialização em recursos

os estágios de industrialização

• 1970 e 2007: tendência à especialização em recursos

naturais e rigidez - ganhos e perdas bem localizados.

• Mudanças nas participações relativas dos setores

foram mais intensas de 1985 para 2007.

• Indústria não atingiu a maturidade em termos de

desenvolvimento industrial. 27

Page 28: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

da consolidação do setor industrial à abertura

econômica nos anos 1990

• A análise sobre o fluxo de comércio internacional-

bens de consumo durável e bens de capital.

• saldo comercial dos produtos industriais classificados

por intensidade tecnológica

• conclui-se que o desempenho do setor produtor de

bens de capital nacional, ainda é insuficiente para

provocar o dinamismo que a indústria brasileira

precisa para ser o motor do crescimento econômico

de longo prazo, ou seja, para relaxar a restrição

externa ao crescimento

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Page 29: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

0

5000

10000

1974

1975

1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Saldo da Balança Comercial de Bens de Consumo Duráveis e de Capital- FOB em US$ milhões –

1974-2010

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-15000

-10000

-5000

Saldo Balança de Bens de Consumo Duráveis Saldo da Balança de Bens de Capital

Page 30: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

40.000

60.000

80.000

Balança Comercial por Intensidade Tecnológica1989-2010 (US$ milhões FOB)

30

-80.000

-60.000

-40.000

-20.000

0

20.000

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Indústria Alta e Média-Alta Tec Indústria Média-Baixa e Baixa Tec Demais Produtos

Page 31: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Mudança na estrutura

• o aumento das exportações líquidas de produtos

básicos não sustenta o crescimento de longo prazo.

• Com exceção do progresso técnico aplicado à

produção de commodities, as inovações de produto

ou de processos não estariam sendo criadas no país,

ou seja, o ‘núcleo endógeno de progresso técnico’ ou seja, o ‘núcleo endógeno de progresso técnico’

seria voltado para aumentar as vantagens

comparativas na produção e comercialização de

produtos básicos, e a elasticidade-renda da

demanda por importação continuaria maior que a

elasticidade-renda da exportação.

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Page 32: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Mudança na estrutura

• O catching up só ocorrerá quando a especialização

da indústria se der no sentido de uma produção com

maior valor adicionado, maior conteúdo tecnológico

e mais dinâmico no sentido de transbordamento –

spillover – de seus efeitos para outros setores da

economia.

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Page 33: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

desindustrialização recente

• Com estrutura industrial imatura, para que o

processo de catching up venha a ocorrer, e o

princípio de causalidade cumulativa opere de forma

virtuosa, forças além dos incentivos via mercado,

devem atuar.devem atuar.

• Contexto de apreciação cambial, políticas de

incentivo à substituição de importações de bens de

alta tecnologia se fazem mais necessárias.

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Page 34: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Mudança estrutural no período recente-pos

2003

• De 2004 até 2010 o percentual de valorização do real

foi em torno de 60% e a valorização dos termos de

troca em torno de 35%.

• Assim, a valorização nos preços das commodities,

mesmo com o câmbio valorizado, exerceu influência

positiva sobre o crescimento da economia, porém

acentuou a tendência à especialização da indústria

nos setores intensivos em recursos naturais

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Page 35: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

aumento dos termos de troca e ‘doença holandesa’

• aumento excessivo de rentabilidade no setor

exportador de commodities e redução nos

demais.

• valorização da taxa de câmbio torna o setor • valorização da taxa de câmbio torna o setor

industrial menos competitivo, e reforça a

tendência à estagnação dos setores baseado

em ciência e diferenciada, e a redução dos

setores intensivo em trabalho e intensivo em

escala.

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Page 36: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Política econômica e valorização cambial

• processo de perda relativa de importânica da

indústria ao crescimento de longo prazo agravado

pela condução da política monetária que mantém

elevado o diferencial de juros, atraindo a entrada de

moeda estrangeira na forma de superávit na conta moeda estrangeira na forma de superávit na conta

capital e financeira em excesso às necessidades de

financiamento do balanço de pagamentos.

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Page 37: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Participação % no PIB dos Saldos do Balanço de Pagamentos e Reservas Internacionais 1990 a 2010

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Page 38: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

A título de conclusão: o debate é antigo

• O interesse de como se dá o processo de desenvolvimento em

países menos desenvolvidos ocupa a agenda de pesquisa nos

anos 1940 e 1950.

• a agenda de política econômica estruturalista passa a

defender a industrialização de países não industrializados,

para uma melhor inserção dessas economias no fluxo de para uma melhor inserção dessas economias no fluxo de

comércio.

• Industrialização tardia gerou estruturas produtivas muito

heterogêneas e relativamente pouco diversificadas.

• Além disso, o processo de industrialização via substituição de

importação levou economias periféricas, antes de concluírem

a industrialização integralmente, enfrentassem problemas

crônicos de balanço de pagamentos.38

Page 39: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Conclusão• Valorização do câmbio beneficia o setor produtivo:

barateando importações de insumos e de bens de

capital, porém desestimula as exportações.

• O impacto sobre a estrutura produtiva depende em

que medida esses efeitos se refletem em aumento que medida esses efeitos se refletem em aumento

de produtividade que compense a relativa perda de

competitividade.

• Logo: impacto de um câmbio apreciado sobre a

estrutura produtiva será positivo se promover uma

mudança estrutural que relaxe restrição externa de

longo prazo.

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Page 40: Mudança Estrutural e Crescimento Econômico: Os Desafios da Presente Década, por Carmén Feijó

Conclusão• “ existência de recursos naturais em quantidades

abundantes pode sustentar altas taxas de

crescimento durante um certo período, sem que seja

necessário um grande esforço de investimento para

produção de tecnologia. Porém, a disponibilidade de

recursos naturais é, em si mesma, insuficiente para recursos naturais é, em si mesma, insuficiente para

sustentar o crescimento de longo prazo.

– i) o crescimento baseado em fatores abundantes não

promove mudança estrutural ... e;

– ii) o crescimento é mais vulnerável às mudanças na

economia internacional e ao comportamento da demanda

externa. “

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