métodos da física teórica i (notas de aula)

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Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Exatas e Naturais Colegiado do Curso de Licenciatura em Física Modalidade a Distância Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula) Tópico 3 - Coordenadas Generalizadas

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Page 1: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Exatas e Naturais

Colegiado do Curso de Licenciatura em Física Modalidade a Distância

Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

Tópico 3

- Coordenadas Generalizadas

Page 2: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

8 5

Coordenadas Generalizadas

Até o momento fizemos um estudo dos vetores, operadores e integrais vetoriais com o uso dascoordenadas cartesianas, que são adaptáveis a muitas soluções de problemas físicos. Porém, emalguns sistemas físicos, são melhor adaptados a outras coordenadas, tais como, cilíndricas, esféricas,hiperbólicas e outras.Consideraremos agora estudar as grandezas matemáticas numa só coordenada, afim de que a partir

dela as outras sejam deduzidas. Tais coordenadas são definidas como coordenadas generalizadas eque têm como varáveis (q1, q2, q3) .

5.1 Sitema de Coordenadas Curvilinear

Considerando as coordenadas (q1, q2, q3) em que a representação gráfica formam planos não-ortogonais(coordenadas curvilinear) em relação com as coordenadas cartesianas (x, y, z)

X

Y

Z

q2 = constante

q1 = constante

q3 = constante

q1

q3

q2

Pela interseção entre e tem-se as seguintes relaçõesx = x (q1, q2, q3)y = y (q1, q2, q3)z = z (q1, q2, q3)

(5.1)

69

Page 3: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

ou por meio das relações inversas

q1 = q1 (x, y, z)q2 = q2 (x, y, z)q3 = q3 (x, y, z)

(5.2)

5.1.1 Vetores em Coordenadas Generalizadas

Associando para cada coordenada (q1, q2, q3) um vetor unitário ei, teremos

q1 → e1 (5.3)

q2 → e2

q3 → e3

logo um vetor A (campo vetorial) qualquer no sistema de coordenadas curvilinear será

A = A1 (q1, q2, q3) e1 +A2 (q1, q2, q3) e2 +A3 (q1, q2, q3) e3, (5.4)

onde A1, A2 e A3 são componentes de A que estão em função das coordenadas (q1, q2, q3).

5.1.2 Métrica

Seja dS a distância entre dois pontos próximos, no eixo cartesiano

(dS)2 = (dx)2 + (dy)2 + (dz)2 (5.5)

Da equação (5.1) podemos achar a diferencial para cada coordenada, de tal modo que

dx =∂x

∂q1dq1 +

∂x

∂q2dq2 +

∂x

∂q3dq3

dy =∂y

∂q1dq1 +

∂y

∂q2dq2 +

∂y

∂q3dq3 (5.6)

dz =∂z

∂q1dq1 +

∂z

∂q2dq2 +

∂z

∂q3dq3

que, substituindo em (5.5) ,

(dS)2 =(

∂x∂q1dq1 + ∂x

∂q2dq2 + ∂x

∂q3dq3

)2+

(∂y∂q1dq1 + ∂y

∂q2dq2 + ∂y

∂q3dq3

)2+

(∂z∂q1dq1 + ∂z

∂q2dq2 + ∂z

∂q3dq3

)2

e, desenvolvendo o quadrado de cada termo,

(dS)2 =(

∂x∂q1

)2dq21 +

(∂x∂q2

)2dq22 +

(∂x∂q3

)2dq23 + 2

(∂x∂q1

)(∂x∂q2

)dq1dq2 + 2

(∂x∂q1

)(∂x∂q3

)dq1dq3 +

+2(

∂x∂q2

)(∂x∂q3

)dq2dq3 +

(∂y∂q1

)2dq21 +

(∂y∂q2

)2dq22 +

(∂y∂q3

)2dq23 + 2

(∂y∂q1

)(∂y∂q2

)dq1dq2 +

+2(

∂y∂q1

)(∂y∂q3

)dq1dq3 + 2

(∂y∂q2

)(∂y∂q3

)dq2dq3 +

(∂z∂q1

)2dq21 +

(∂z∂q2

)2dq22 +

(∂z∂q3

)2dq23 +

+2(

∂z∂q1

)(∂z∂q2

)dq1dq2 + 2

(∂z∂q1

)(∂z∂q3

)dq1dq3 + 2

(∂z∂q2

)(∂z∂q3

)dq2dq3

70

Page 4: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

(dS)2 =

[(∂x∂q1

)2+

(∂y∂q1

)2+

(∂z∂q1

)2]

︸ ︷︷ ︸dq21

g11

+

[(∂x∂q2

)2+

(∂y∂q2

)2+

(∂z∂q2

)2]

︸ ︷︷ ︸dq22

g22

+ (5.7)

+

[(∂x∂q3

)2+

(∂y∂q3

)2+

(∂z∂q3

)2]

︸ ︷︷ ︸dq23

g33

+[2(

∂x∂q1

)(∂x∂q2

)+ 2

(∂y∂q1

)(∂y∂q2

)+

+ 2(

∂z∂q1

)(∂z∂q2

)]dq1dq2 +

[2(

∂x∂q1

)(∂x∂q3

)+ 2

(∂y∂q1

)(∂y∂q3

)+ 2

(∂z∂q1

)(∂z∂q3

)]dq1dq3 +

+[2(

∂x∂q2

)(∂x∂q3

)+ 2

(∂y∂q2

)(∂y∂q3

)+ 2

(∂z∂q2

)(∂z∂q3

)]dq2dq3.

considerando apenas o termo de dq1dq2[2(

∂x∂q1

)(∂x∂q2

)+ 2

(∂y∂q1

)(∂y∂q2

)+ 2

(∂z∂q1

)(∂z∂q2

)]dq1dq2 =

[(∂x∂q1

)(∂x∂q2

)+

(∂y∂q1

)(∂y∂q2

)+

+(

∂z∂q1

)(∂z∂q2

)]dq1dq2 +

[(∂x∂q1

)(∂x∂q2

)+

(∂y∂q1

)(∂y∂q2

)+

(∂z∂q1

)(∂z∂q2

)]dq1dq2

e invertendo os termos

=[(

∂x∂q1

)(∂x∂q2

)+

(∂y∂q1

)(∂y∂q2

)+

(∂z∂q1

)(∂z∂q2

)]

︸ ︷︷ ︸g12

dq1dq2 +

+[(

∂x∂q2

)(∂x∂q1

)+

(∂y∂q2

)(∂y∂q1

)+

(∂z∂q2

)(∂z∂q1

)]

︸ ︷︷ ︸g21

dq2dq1

logo, substituindo em (5.7), temos:

(dS)2 = g11dq21 + g22dq

22 + g33dq

23 + g12dq1dq2 + g21dq2dq1 +

+g23dq2dq3 + g32dq3dq2 + g31dq3dq1 + g13dq1dq3.

e generalizando os coeficientes de g para índices i, j

gij =

(∂x

∂qi

)(∂x

∂qj

)+

(∂y

∂qi

)(∂y

∂qj

)+

(∂z

∂qi

)(∂z

∂qj

)(5.8)

teremos

(dS)2 =3∑

i=1

3∑

i=1

gijdqidqj

(dS)2 =3∑

i,j=1

gijdqidqj (5.9)

o resultado acima é conhecido com Métrica de Rieman.

71

Page 5: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.1.3 Coordenadas Ortogonais

Neste curso optaremos pelo uso de apenas coordenadas ortogonais, que são coordenadas cujas super-fícies se interceptam em ângulos retos, sendo que para isso é necessário que

gij = 0 para i = j (5.10)

ou seja, não existe o termo do produto dqidqj, com i = j. Nesse caso a métrica se reduz a

(dS)2 =3∑

i=1

giidq2i

(dS)2 = g11dq21 + g22dq

22 + g33dq

23 (5.11)

Definindoh2i = gii (5.12)

onde hi é o fator de escala ou fator de proporcionalidade, temos:

h2i =

(∂x

∂qi

)2+

(∂y

∂qi

)2+

(∂z

∂qi

)2(5.13)

que substituindo na equação (5.11)

(dS)2 = (h1dq1)2 + (h2dq2)

2 + (h3dq3)2

(dS)2 =3∑

i=1

(hidqi)2 =

3∑

i=1

(dSi)2

ondedSi = hidqi (5.14)

Portanto, podemos agora definir os elementos diferenciais das integrais de linha, área e volume,assim como os operadores diferenciais (gradiente, divergente, rotacional e laplaciano).

5.1.4 Elemento Diferencial de Linha

dl =3∑

i=1

dSiei =3∑

i=1

hidqiei

oudl = h1dq1e1 + h2dq2e2 + h3dq3e3 (5.15)

5.1.5 Elemento Diferencial de Área∑

i,j,k

dAek =∑

i,j,k

dSidSj ek =∑

i,j,k

hihjdqidqj ek

onde i = j = k, os índices não podem assumir valores iguais, portantodA = h2h3dq2dq3e1 + h1h3dq1dq3e2 + h1h2dq1dq2e3 (5.16)

72

Page 6: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.1.6 Elemento Diferencial de Volume

dV = dS1dS2dS3 = h1dq1h2dq2h3dq3

dV = h1h2h3dq1dq2dq3 (5.17)

5.1.7 Integral de Linha

Seja V =3∑

j=1

Vj ej um vetor, logo

C

V · dl =

∫3∑

j=1

Vj ej ·3∑

i=1

hidqiei

C

V · dl =∑i,j

∫Vjhidqiej · ei =

∑i,j

∫Vjhidqiδij

C

V · dl =∑i

C

Vihidqi (5.18)

5.1.8 Integral de Superfície∫

C

V · dA =

∫ ∑i

Viei ·∑j,k,l

dSjdSkel

=∑

i,j,k,l

∫VidSjdSkei · el =

∑i,j,k,l

∫VidSjdSkδil

=∑i,j,k

∫VidSjdSk

onde dSj = hjdqj e dSk = hkdqk, portanto∫

C

V · dA =∑i,j,k

∫Vjhjhkdqjdqk (5.19)

5.1.9 Integral de Volume∫

V

VdV =

∫ ∑i

Vieih1h2h3dq1dq2dq3

V

VdV =∑i

∫Vih1h2h3dq1dq2dq3ei (5.20)

73

Page 7: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.1.10 Operador Gradiente em Coordenadas Generalizadas

Seja ϕ uma função escalar das coordenadas (q1, q2, q3) ;então da definição de gradiente,

∇ϕ = (∇ϕ)i ei =∂ϕ

∂Sei (5.21)

onde da equação (5.14)∂S = hi∂qi (5.22)

logo substituindo (5.22) em (5.21)

∇ϕ =∂ϕ

hi∂qiei

ou

∇ϕ =1

h1

∂ϕ

∂q1e1 +

1

h2

∂ϕ

∂q2e2 +

1

h3

∂ϕ

∂q3e3 (5.23)

5.1.11 Divergente em Coordenadas Generalizadas

Seja A = A(q1, q2, q3) = A1e1 +A2e2 +A3e3 um campo vetorial, então:

∇ ·A =1

h1h2h3

[∂ (A1h2h3)

∂q1+∂ (A2h1h3)

∂q2+∂ (A3h1h2)

∂q3

](5.24)

5.1.12 Rotacional em Coordenadas Generalizadas

∇×A =1

h1h2h3

h1e1 h2e2 h3e3

∂∂q1

∂∂q2

∂∂q3

h1A1 h2A2 h3A3

ou

∇×A =1

h2h3

[∂

∂q2(h3A3)−

∂q3(h2A2)

]e1 +

1

h1h3

[∂

∂q3(h1A1)−

∂q1(h3A3)

]e2 +

+1

h1h2

[∂

∂q1(h2A2)−

∂q2(h1A1)

]e3 (5.25)

5.1.13 Laplaciano em Coordenadas Generalizadas

Seja ϕ = ϕ (q1, q2, q3) uma função escalar, então:

∇2ϕ =1

h1h2h3

[∂

∂q1

(h2h3h1

∂ϕ

∂q1

)+∂

∂q2

(h1h3h2

∂ϕ

∂q2

)+∂

∂q3

(h1h2h3

∂ϕ

∂q3

)](5.26)

74

Page 8: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.2 Sistemas de Coordenadas Especiais

Devido à simetria, e adaptações geométricas, os sistemas de coordenadas mais usados para resolverproblemas físicos são:

- Coordenadas Cartesianas- Coordenadas Cilíndricas- Coordenadas Esféricas

Embora outros tipos de coordenadas sejam necessárias, nos limitaremos apenas a essas três.

5.3 Coordenadas Cilíndricas

Considera-se como coordenadas cilíndricas as seguintes variáveis

q1 → ρ (5.27)

q1 → ϕ

q1 → z

Portanto admitindo um cilindro de raio ρ e altura z, localizado na origem dos eixos cartesianosX,Y, Z :

ϕ

Y

Z

X

ϕϕϕϕ

k

ρρρρ

ρ

ρ

z

z

ϕ

ρ

y

x

das figuras acima temos as seguintes relações de (ρ, ϕ, z) com as coordenadas cartesianas

ρ2 = x2 + y2 0 ≤ ρ <∞ (5.28)

tanϕ =y

x→

y = ρ sen ϕx = ρ cosϕ

0 ≤ ϕ ≤ 2π (5.29)

z = z −∞ < z < +∞ (5.30)

75

Page 9: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.3.1 Vetores Unitáriosρ eρ

ϕ ou eϕ

k ez

5.3.2 Produto Vetorial entre Vetores Unitáriosk× ρ = ϕ

ρ× ϕ = k

ϕ× k = ρ

k× ϕ = −ρϕ× ρ = −k

ρ × k = −ϕ(5.31)

5.3.3 Relação entre os Vetores Unitários

Da configuração geométrica obtem-se as seguintes relações entre(ρ,ϕ, k

)e(i, j, k

)

ρ = cosϕ i+ senϕ j

ϕ = −senϕ i+ cosϕ j

k = k

(5.32)

que, na forma matricial, ρ

ϕ

k

=

cosϕ senϕ 0−senϕ cosϕ 0

0 0 1

︸ ︷︷ ︸Matriz Transformação

i

j

k

(5.33)

ou, por meio das relações inversas,

i= cosϕ ρ− senϕ ϕj= senϕ ρ+ cosϕ ϕk = k

(5.34)

ou ainda,

i

j

k

=

cosϕ −senϕ 0senϕ cosϕ 0

0 0 1

ρ

ϕ

k

(5.35)

76

Page 10: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.3.4 Vetores Unitários Variando no Tempo

No sistemas de coordenadas não retangulares (cilíndrica, esféricas...), os vetores unitários não sãonecessariamente constantes em relação ao tempo. Com isso, irá existir uma taxa de variação temporalpara os vetores

(ρ,ϕ, k

).

Taxa de variação temporal dos vetores unitáros → dρ

dt,dϕ

dt,dk

dt

5.3.5 Variação Temporal para o Vetor ρ

Da relação entre os vetores unitários (5.32) o vetor ρ será dependente apenas da variável ϕ (ρ = ρ (ϕ)) ,de tal modo que seu diferencial será

dρ =∂ρ

∂ϕdϕ

que, fazendo-se atuar o diferencial dt,dρ

dt=∂ρ

∂ϕ

dt

onde∂ρ

∂ϕ= −senϕ i+ cosϕ j

portanto,dρ

dt=

(−senϕ i+ cosϕ j

)

︸ ︷︷ ︸ϕ

dt

dt= ϕ

dtlogo,

dt=·ϕϕ (5.36)

5.3.6 Variação Temporal para o Vetor ϕ

Mesmo procedimento para o vetor ϕ

ϕ = ϕ (ϕ) → dϕ =∂ϕ

∂ϕdϕ

dt=∂ϕ

∂ϕ

dt

dt=(cosϕ i+ senϕ j

)

︸ ︷︷ ︸−ρ

dt

dt=− ·

ϕρ (5.37)

77

Page 11: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.3.7 Variação Temporal para o Vetor k

dk

dt= 0 (5.38)

5.3.8 Vetor em Coordenadas Cilindricas Variando no Tempo

Seja A um vetor variando no tempo, tal que

A(t) = Aρ(t)ρ +Aϕ(t)ϕ +Az(t)k (5.39)

derivando em relação ao tempo

dA(t)

dt= Aρ

dt+

·Aρρ + Aϕ

dt+

·Aϕϕ + Az

dk

dt+

·Azk

dA(t)

dt= Aρ

·ϕϕ +

·Aρρ+Aϕ

(− ·ϕρ

)+

·Aϕϕ + Az0 +

·Azk

dA(t)

dt=

(·Aρ −Aϕ

·ϕ

)ρ +

(Aρ

·ϕ+

·Aϕ

)ϕ +

·Azk (5.40)

portanto, o vetor A(t) pode assumir qualquer grandeza física em que a taxa de variação temporalexista, como por exemplo: força, posição, velocidade, aceleração...

5.3.9 Vetor Posição

Seja r o vetor posição em coordenadas cilindricas

ϕ

Y

Z

X

k

ρρρρ

ρ

ρ

r

zk

então, da figura acima, temosr = ρρ+ zk (5.41)

Exemplo 5.1Calcular as componentes da velocidade em coordenadas cilíndricas.

Solução

78

Page 12: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

Do vetor posição, temosr = ρρ+ zk

comparando com o vetorA = Aρρ +Aϕϕ +Azk

teremos

Aρ = ρ →·Aρ =

dt

Aϕ = 0 →·Aϕ = 0

Az = z →·Az =

·z

porém, de (5.40)dA

dt=

(·Aρ − Aϕ

·ϕ

)ρ +

(Aρ

·ϕ+

·Aϕ

)ϕ +

·Azk

e fazendo a comparação r = A

dr

dt=

( ·ρ− 0

·ϕ)ρ +

(ρ·ϕ+ 0

)ϕ +

·zk

v =dr

dt=

·ρρ + ρ

·ϕϕ +

·zk

5.3.10 Fatores de Escala

Afim de calcularmos os operadores vetoriais e as integrais faz-se necessário o cálculo dos fatores deescala. Da equação (5.13) foi visto que

h2i =

(∂x

∂qi

)2+

(∂y

∂qi

)2+

(∂z

∂qi

)2

que, adaptando para as coordenadas ρ, ϕ e z:

h2ρ =

(∂x

∂ρ

)2+

(∂y

∂ρ

)2+

(∂z

∂ρ

)2

h2ρ = (cosϕ)2 + (senϕ)2 + (0)2

hρ = 1

h2ϕ =

(∂x

∂ϕ

)2+

(∂y

∂ϕ

)2+

(∂z

∂ϕ

)2

h2ϕ = ρ2sen2ϕ+ ρ2cos2ϕ + 02

hϕ = ρ

79

Page 13: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

h2z =

(∂x

∂z

)2+

(∂y

∂z

)2+

(∂z

∂z

)2

h2z = 02 + 02 + 12

hz = 1

portanto,

Fatores de Escala em Coordenadas Cilíndricas →

hρ = 1hϕ = ρhz = 1

(5.42)

5.3.11 Elemento de Linha

Da equação (5.15)dr = h1dq1e1 + h2dq2e2 + h3dq3e3

dr = hρdρρ + hϕdϕϕ + hzdzk

dr = dρρ + ρdϕϕ + dzk (5.43)

5.3.12 Vetor de Área (Interpretação Geométrica)

Considerando os elementos diferenciais das duas áreas de um cilindro (base e lateral)

dAk = ρdρdϕk (5.44)

dAρ = ρdϕdzρ (5.45)

80

Page 14: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.3.13 Elemento de Volume

dV = h1h2h3dq1dq2dq3

dV = hρhϕhzdρdϕdz

dV = ρdρdϕdz (5.46)

5.3.14 Operador Gradiente

Seja Ψ = Ψ(ρ, ϕ, z) uma função escalar, então

∇Ψ(ρ, ϕ, z) =1

∂Ψ

∂ρρ+

1

∂ϕ

∂ϕϕ+

1

hz

∂ϕ

∂zk

=1

1

∂Ψ

∂ρρ+

1

ρ

∂ϕ

∂ϕϕ+

1

1

∂ϕ

∂zk

∇Ψ(ρ, ϕ, z) =∂Ψ

∂ρρ+

1

ρ

∂ϕ

∂ϕϕ+

∂ϕ

∂zk (5.47)

onde o operador nabla em coordenadas cilíndricas é

∇ =∂

∂ρρ+

1

ρ

∂ϕϕ+

∂zk (5.48)

5.3.15 Divergente

Seja A = A(ρ, ϕ, z) = Aρρ + Aϕϕ + Azk um vetor, então:

∇ ·A =1

hρhϕhz

[∂ (Aρhϕhz)

∂ρ+∂ (Aϕhρhz)

∂ϕ+∂ (Azhρhϕ)

∂z

]

∇ ·A =1

1.ρ.1

[∂ (ρ.Aρ)

∂ρ+∂ (Aϕ.1.1)

∂ϕ+∂ (Az.ρ.1)

∂z

]

∇ ·A =1

ρ

∂ (ρAρ)

∂ρ+

1

ρ

∂ (Aϕ)

∂ϕ+∂Az

∂z(5.49)

5.3.16 Rotacional

∇×A =1

hϕhz

[∂ (hzAz)

∂ϕ− ∂ (hϕAϕ)

∂z

]ρ +

1

hzhρ

[∂ (hρAρ)

∂z− ∂ (hzAz)

∂ρ

]ϕ +

+1

hρhϕ

[∂ (hϕAϕ)

∂ρ− ∂ (hρAρ)

∂ϕ

]k

∇×A =1

ρ

(∂Az

∂ϕ− ∂ (ρAϕ)

∂z

)ρ+

(∂Aρ

∂z− ∂Az

∂ρ

)ϕ +

1

ρ

(∂ (ρAϕ)

∂ρ− ∂Aρ

∂ϕ

)k (5.50)

81

Page 15: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.3.17 Laplaciano (função escalar)

∇2Ψ =1

ρ

∂ρ

(ρ∂Ψ

∂ρ

)+

1

ρ2∂2Ψ

∂ϕ2+∂2Ψ

∂z2(5.51)

5.3.18 Laplaciano (Campo Vetorial)

Seja um vetor A = A(ρ, ϕ, z) = Aρρ + Aϕϕ + Azk , então tem-se a seguinte identidade vetorialem coordenadas cilíndricas:

∇2A = ∇ (∇ ·A)−∇× (∇×A)

logo

∇2A =

(∇2Aρ −

1

ρ2Aρ −

2

ρ2∂Aϕ

∂ϕ

)ρ +

(∇2Aϕ −

1

ρ2Aϕ +

2

ρ2∂Aρ

∂ϕ

)ϕ + (5.52)

+ ∇2Azk

5.4 Coordenadas Esféricas

Seja uma esfera de raio r e um ponto localizado em sua superfície,

Z

X

Y

onde θ é o ângulo polar e ϕ o ângulo azimutal, de tal forma que as coordenadas esféricas são

q1 → r (5.53)

q1 → θ

q1 → ϕ

e que, da figura acima temos, as seguintes relações de (r, θ, ϕ) com as coordenadas cartesianas:

x = r senθ cosϕ 0 ≤ r ≤ ∞y = r senθ senϕ 0 ≤ θ ≤ πz = r cosθ 0 ≤ ϕ ≤ 2π

(5.54)

82

Page 16: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.4.1 Vetores Unitáriosr er

θ ou eθ

ϕ eϕ

(5.55)

5.4.2 Produto Vetorial entre Vetores Unitáriosr× θ = ϕ

θ × ϕ = r

ϕ× r = θ

r× ϕ = −θϕ× θ = −r

θ × r = −ϕ(5.56)

5.4.3 Relação entre os Vetores Unitários

Da configuração geométrica, obtém-se as seguintes relações entre(r,θ, ϕ

)e(i, j, k

)

r = senθ cosϕ i+ senθ senϕ j + cosθ k

θ = cosθ cosϕ i+ cosθ senϕ j− senθ k

ϕ = − senϕ i + cosϕj(5.57)

que, na forma matricial,

r

θ

ϕ

=

senθcosϕ senθsenϕ cosθcosθ cosϕ cosθsenϕ −senθ−senϕ cosϕ 0

︸ ︷︷ ︸Matriz Transformação

i

j

k

(5.58)

ou, por meio das relações inversas,

i = senθ cosϕ r + cosθ cosϕ θ − senϕ ϕj = senθ senϕ r + cosθ senϕ θ + cosϕ ϕk = cosθ r− senθ θ

(5.59)

ou ainda,

i

j

k

=

senθ cosϕ cosθ cosϕ −senϕsenθ senϕ cosθ senϕ cosϕcosθ −senθ 0

r

θ

ϕ

(5.60)

83

Page 17: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.4.4 Variação Temporal para o Vetor r

Da relação entre os vetores unitários (5.32) o vetor r será dependente apenas das variáveis θ e ϕ(r = r (θ, ϕ)) , de tal modo que seu diferencial será

dr =∂r

∂θdθ +

∂r

∂ϕdϕ

que fazendo-se atuar o diferencial dt

dr

dt=∂r

∂θ

dt+∂r

∂ϕ

dt

portanto

dr

dt=

(cosθcosϕ i+ cosθsenϕ j− senθ k

) dθdt

+(−senθsenϕ i+ senθcosϕ j− 0 k

) dϕdt

dr

dt= θ

dt+ senθ

(−senϕ i + cosϕj

) dϕdt

logo:dr

dt=

·θθ + senθ

·ϕ ϕ (5.61)

5.4.5 Variação Temporal para o Vetor θ

Mesmo procedimento para o vetor θ

θ = θ (θ, ϕ) → dθ =∂θ

∂θ

dt+∂θ

∂ϕ

dt

dt=(−senθcosϕ i− senθ senϕ j− cosθ k

) dθdt+

(−cosθsenϕ i+ cosθcosϕ j

) dϕdt

dt=−

·θr + cosθ

·ϕϕ (5.62)

5.4.6 Variação Temporal para o Vetor ϕ

Para o vetor ϕ teremos

ϕ = ϕ (ϕ) → dϕ

dt=∂ϕ

∂ϕ

dt

dt=(−cosϕ i − senϕ j

) dϕdt

84

Page 18: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

dt=

−cosϕ

(senθ cosϕ r + cosθ cosϕ θ − senϕ ϕ

)−

−senϕ(senθ senϕ r + cosθ senϕ θ + cosϕ ϕ

) dϕdt

dt=− ·

ϕsenθ r− ·ϕcosθ θ (5.63)

Com isso temos queA = Arr +Aθθ +Aϕϕ,

sendo A é um vetor qualquer em coordenadas eféricas, de tal modo que sua derivada em relação aotempo seja

dA

dt=d

dt

(Arr +Aθθ +Aϕϕ

)

dA

dt=

·Arr +Ar

dr

dt+

·Aθθ + Aθ

dt

·+ Aϕϕ + Aϕ

dtportanto,

dA

dt=

(·Ar − Aθ

·θ − Aϕ

·ϕsenθ

)r +

(Ar

·θ +

·Aθ − Aϕcosθ

·ϕ

)θ + (5.64)

+

(·Aϕ+ Arsenθ

·ϕ + Aθcosθ

·ϕ

5.4.7 Vetor Posição

Seja r o vetor posição em coordenadas esféricas

x y

z

r

r

então, da figura acima temosr = rr (5.65)

85

Page 19: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.4.8 Fatores de Escala

Calculando os fatores de escala em coordenadas esféricas por meio da equação (5.13)

h2i =

(∂x

∂qi

)2+

(∂y

∂qi

)2+

(∂z

∂qi

)2

que adaptando para (r, θ, ϕ)

h2r =

(∂x

∂r

)2+

(∂y

∂r

)2+

(∂z

∂r

)2

h2r = (senθcosϕ)2 + (senθsenϕ)2 + (cosθ)2

h2r = sen2θ(cos2ϕ+ sen2ϕ

)+ cos2θ

hr = 1

h2θ =

(∂x

∂θ

)2+

(∂y

∂θ

)2+

(∂z

∂θ

)2

h2θ = (rcosθcosϕ)2 + (rcosθsenϕ)2 + (−rsenθ)2

hθ = r

h2ϕ =

(∂x

∂ϕ

)2+

(∂y

∂ϕ

)2+

(∂z

∂ϕ

)2

h2ϕ = (−rsenθsenϕ)2 + (rsenθcosϕ)2 + (0)2

hϕ = rsenθ

portanto

Fatores de Escala em Coordenadas Esféricas→

hr = 1hθ = rhϕ = rsenθ

(5.66)

5.4.9 Elemento de Linha

dr = hrdrr + hθdθθ + hϕdϕϕ

dr = drr + rdθθ + rsenθdϕϕ (5.67)

86

Page 20: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.4.10 Vetor de Área (Interpretação Geométrica)

Considerando o elemento diferencial da superfície da esfera,

x y

z

r

r θ

ϕ

rdθ

rsen dθ ϕ

rsenθ

dA = dAr

dA = rdθrsenθdϕr

dA = r2senθdθdϕr (5.68)

5.4.11 Ângulo Sólido

Seja uma superfície fechada S, com um ponto O no seu interior e cuja a distância até a superfície ér.

0r

dS

o elemento de ângulo sólido (dΩ) é definido como

dΩ =r.dS

r3=

r.dS

r2

dΩ = senθdθdϕ (5.69)

Para calcular o ângulo sólido, basta integrar na superfície esférica

Ω =

∫ 2π

0

∫ π

0

senθdθdϕ

Ω = 4π (5.70)

87

Page 21: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.4.12 Elemento de Volume

dV = hrhθhϕdrdθdϕ

dV = r2senθdrdθdϕ (5.71)

5.4.13 Operador Gradiente

Seja Ψ(r, θ, ϕ) uma função escalar, então:

∇Ψ(r, θ, ϕ) =1

hr

∂Ψ

∂rr +

1

∂Ψ

∂θθ +

1

∂Ψ

∂ϕϕ

∇Ψ(r, θ, ϕ) =1

1

∂Ψ

∂rr +

1

r

∂Ψ

∂θθ +

1

rsenθ∂Ψ

∂ϕϕ

∇Ψ(r, θ, ϕ) =∂Ψ

∂rr +

1

r

∂Ψ

∂θθ +

1

rsenθ∂Ψ

∂ϕϕ (5.72)

onde o operador nabla em coordenadas esféricas é

∇ =∂

∂rr +

1

r

∂θθ +

1

rsenθ∂

∂ϕϕ (5.73)

5.4.14 Divergente

Seja A = A(r, θ, ϕ) = Arr + Aθθ+ Aϕϕ um vetor, então:

∇ ·A =1

hrhθhϕ

[∂ (Arhθhϕ)

∂r+∂ (Aθhrhϕ)

∂θ+∂ (Aϕhrhθ)

∂ϕ

]

∇ ·A =1

1.r.rsenθ

[∂ (Arr.rsenθ)

∂r+∂ (Aθ1.rsenθ)

∂θ+∂ (Aϕr)

∂ϕ

]

∇ ·A =1

r2∂

∂r

(Arr

2)+

1

rsenθ∂

∂θ(Aθsenθ) +

1

rsenθ∂Aϕ

∂ϕ(5.74)

88

Page 22: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.4.15 Rotacional

∇×A =1

hθhϕ

[∂ (hϕAϕ)

∂θ− ∂ (hθAθ)

∂ϕ

]r +

1

hrhϕ

[∂ (hrAr)

∂ϕ− ∂ (hϕAϕ)

∂r

]θ +

+1

hrhθ

[∂ (hθAθ)

∂r− ∂ (hrAr)

∂θ

∇×A =1

rsenθ

[∂ (senθAϕ)

∂θ− ∂Aθ

∂ϕ

]r +

1

r

[1

senθ∂Ar

∂ϕ− ∂ (rAϕ)

∂r

]θ + (5.75)

+1

r

[∂ (rAθ)

∂r− ∂Ar

∂θ

5.4.16 Laplaciano (função escalar)

∇2Ψ(r, θ, ϕ) =1

r2∂

∂r

(r2∂Ψ

∂r

)+

1

r2senθ∂

∂θ

(senθ

∂Ψ

∂θ

)+

1

r2sen2θ∂2Ψ

∂ϕ2(5.76)

5.4.17 Laplaciano (Campo Vetorial)

Seja um vetor A = A(r, θ, ϕ) = Arr + Aθθ+ Aϕϕ, então tem-se a seguinte identidade vetorial emcoordenadas esféricas:

∇2A = ∇ (∇ ·A)−∇× (∇×A)

logo,

∇2A =

(∇2Ar −

2

rAr −

2

r2∂Aθ

∂θ− 2cosθr2senθ

Aθ −2

r2senθ∂Aϕ

∂ϕ

)r + (5.77)

+

(∇2Aθ −

1

r2sen2θAθ +

2

r2∂Ar

∂θ− 2cosθr2sen2θ

∂Aϕ

∂ϕ

)θ +

+

(∇2Aϕ −

1

r2sen2θAϕ +

2

r2senθ∂Ar

∂ϕ+

2cosθr2sen2θ

∂Aθ

∂ϕ

89

Page 23: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

5.5 Exercícios

1)- Sabendo-se que

ei =∂r

∂qi/

∣∣∣∣∂r

∂qi

∣∣∣∣

é um conjunto de vetores unitários normais às superfícies qi = cte, i = 1, 2 e 3. Mostre que

ei =1

hi

∂r

∂qi

onde r =∑i

xiei é vetor posição.

2)- Um sistema ortogonal de duas dimensões é descrito pelas coordenadas q1 e q2. Mostre que oJacobiano é dado por

J

(x, y

q1, q2

)= h1h2

3)- Sendo e1 um vetor unitário na direção de crescimeto de q1, mostre que

a)- ∇ · e1 =1

h1h2h3

∂(h2h3)

∂q1b)- ∇× e1 =

1

h1

[e2∂h1h3∂q3

− e3∂h1h2∂q2

]

Note que mesmo e1 sendo um vetor unitário, não significa que o rotacional e o divergente neces-sariamente se anulam.

4)- Mostre que∂r

∂qi·∇qj =

hihjδij

onde qi, qj são coordenadas genéricas ortogonais, com i, j = 1, 2, 3

5)- No espaço de Minkowski definiremos x1 = x, x2 = y, x3 = z, x4 = ict. De tal modo que no

intervalo espaço-tempo ds2 = dx2 + dy2 + dz2 − c2dt2 =4∑

i=1

dx2i . Mostre que a métrica no espaço de

Minkowski é gij = δij . Ou na forma matricial

(gij) =

1 0 0 00 1 0 00 0 1 00 0 0 1

6)- Mostre que [∂r

∂q1·(∂r

∂q2× ∂r

∂q3

)][∇q1 · (∇q2 ×∇q3)] = 1

90

Page 24: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

7)- Mostre que os vetores unitários em coordenadas cilíndricas em função das componentes carte-sianas são

Y

X

ϕϕϕϕ ρρρρ

ϕϕϕϕ

ρρρρ

ρ = cosϕ i + sinϕ j

ϕ = − sinϕ i + cosϕ j

k = k

e suas relações inversas dadas por:

i = cosϕ ρ − sinϕ ϕ

j = sinϕ ρ+ cosϕ ϕ

k = k

8)- Do resultado anterior, mostre que

∂ρ

∂ϕ= ϕ ,

∂ϕ

∂ϕ= −ρ

e que as outras derivadas dos vetores unitários em coordenadas cilíndricas, em relação as coordenadascilíndricas, se anulam.

9)- Mostre que em coordenadas cilíndricas

∇ · r = 3 e ∇× r = 0

10)- Mostre que :a) A operação paridade (reflexão através da origem) num ponto (ρ, ϕ, z) relativo aos eixos fixos

(x, y, z) consiste na transformação

ρ → ρ

ϕ → ϕ± πz → −z

b) ρ e ϕ tem paridade ímpar e k paridade par.

11)- Um corpo rígido é rotacionado sobre um eixo fixo com uma velocidade angular constante ω.Considere ω situado sobre o eixo z. Expressando r em coordenadas cilíndricas, calcule:

91

Page 25: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

a) v = ω × r b) ∇× v

12)- Mostre que as componentes da velocidade e da aceleração em coordenadas cilíndricas são

v =.ρρ+ ρ

.ϕϕ+

.zk e a =

(..ρ− ρ .

ϕ2)ρ+ (ρ

..ϕ+ 2

.ϕ) ϕ+

..zk

13)- Resolva a equação de Laplace ∇2ψ = 0 , em coordenadas cilíndricas para ψ = ψ(ρ).

14)- Calcule o ∇ · E para uma linha carregada uniforme, cujo o campo é dado por

E =ρl

2πε0ρρ

15)- Uma função vetorial é dada por

V(ρ, ϕ) = Vρ(ρ, ϕ)ρ+ Vϕ(ρ, ϕ)ϕ.

Mostre que ∇×V tem somente componentes z.

16)- A partir do termo∇2(∇× v) = 0

da equação de Navier-Stokes, quando v = v(ρ)k . Mostre que

d

(ρd2v

dρ2

)− 1

ρ

dv

dρ= 0

e quev = v0 + aρ2

é uma solução possível, onde v0 e a são constantes.

17)- Um fio condutor longo, conduz uma corrente I, no eixo z. O vetor potencial magnético édado por

A =µI

2πln(

1

ρ)k

Mostre que a indução magnética B , ( B =∇×A.) , é dada por

B =µI

2πρϕ

18)- Calcule o Laplaciano de F

F =ρ · bρ

sendo b um vetor constante em coordenadas cilíndricas.

92

Page 26: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

19)- Uma força é descrita por

F = − y

x2 + y2i +

x

x2 + y2j

Expresse F em coordenadas cilíndricas e calcule ∇×F.

20)- Da magnetohydrodinâmica tem-se o termo (B ·∇)B. Se o vetor indução magnética é dadopor B = Bϕ(ρ)ϕ. Mostre que

(B ·∇)B = −B2ϕρρ

21)- Uma onda transversal eletromagnética (TEM) em um guia de onda coaxial, tem o campoelétrico e o vetor indução magnético dados por E = E(ρ, ϕ)ei(kz−wt) e B = B(ρ, ϕ)ei(kz−wt), respecti-vamente. Os dois campos sartisfazem a equação vetorial de Laplace

∇2E(ρ, ϕ) = 0

∇2B(ρ, ϕ) = 0

Mostre que E = ρ (E0a/ρ)ei(kz−wt) e B = ϕ (B0a/ρ)e

i(kz−wt) são soluções da equação de Laplace,onde a é o raio interno do condutor e E0, B0 são amplitudes.

22)- Seja o vetor A = 30e−ρρ− 2zk. Calcule ambos os lados do teorema da divergência para ovolume limitado por r = 2, z = 0 e z = 5.

23)- Mostre que a densidade de cargas se anula para um campo dado por

D = b(ρ2 + z2)−3/2(ρρ+ zk)

onde b é uma constante.

24)- Mostre que a componente da velocidade em coordenadas esféricas é dada por

v =.rr + r

.

θθ + r sin θ.ϕϕ

25)- Repita o problema 11, para coordenadas esféricas.

26)- Verifique o operador paridade quando

r → r

θ → π − θϕ → ϕ± π

e mostre que r e ϕ tem paridade ímpar e θ par.

27)- Um certo vetor V não tem componente radial e seu rotacional não tem componentes tan-genciais. O que isto implica sobre a dependência radial das componentes tangenciais de V ?

93

Page 27: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

28)- Mostre que a integral de linha, para um campo elétrico E, de uma carga pontual q é dadopor ∫ b

a

E.dl =1

4πε0q

(ra − rbrarb

)

29)- Mostre que

a) ∇f(r) =df

drr b) ∇rn = nrn−1r c) ∇× (rf(r) = 0

30)- Calcule o divergente e o rotacional do vetorr

ra, sendo a uma constante.

31)- Uma partícula de massa m, move-se em resposta à uma força central de acordo com asegunda lei de Newton

m..r = f(r)r

Mostre que r× ..r = c (constante). Este resultado é conhecido como a segunda lei de Kepler.

32)- Um potencial Coulombiano é dado por

ϕ(r) =q

4πε0

e−r/λ

r

onde λ é uma constante. Calcule o campo elétrico.

33)- Obtenha o campo elétrico de um dipolo pontual atraves do cálculo do gradiente de

ϕ(r) =q

4πε0

p.r

r3

34)- Expresse ∂/∂x , ∂/∂y e ∂/∂z em coordenadas esféricas e mostre que

−i(x∂

∂y− y ∂∂x

)= −i ∂

∂ϕ

35)- O operador momento angular é definido na mecânica quântica como L = −i(r×∇) .Mostreque

a) Lx + iLy = eiϕ(∂

∂θ+ i cot θ

∂ϕ

)d) L = i

(1

sin θ

∂ϕθ − ∂

∂θϕ

)

b) Lx − iLy = −e−iϕ

(∂

∂θ− i cot θ ∂

∂ϕ

)e) ∇ =

∂rr−ir× L

r2

c) L× L = iL

94

Page 28: Métodos da Física Teórica I (Notas de Aula)

36)- Mostre que as três formas abaixo (em coordenadas esféricas) de ∇2ψ(r) são equivalentes

a)1

r2d

dr

[r2dψ(r)

dr

]b)

1

r

d2

dr2[rψ(r)] c)

d2ψ(r)

dr2+

2

r

dψ(r)

dr

37)- Mostre que

∇2( r

rn

)=n(n− 3)

rn+1

38)- Num modelo para a coroa solar a equação de estado para o fluxo de calor assume que

∇.(k∇T ) = 0

onde k, a condutividade térmica, é proporcional à T 5/2. Assumindo que a temperatura T é propor-cional à rn, mostre que a equação do fluxo de calor é satisfeita por T = T0(r0/r)

2/7.

39)- Mostre que as funções abaixo são soluções de ∇×A =r

r2

a) A = −cot θ

rϕ b) A = −ϕ sin θ

40)- Um vetor potencial para um dipolo magnético é dado por

A =µ04π

m× r

r3

Mostre que o vetor indução magnético é dado por

B =µ02π

m cos θ

r3r +

µ04π

m sin θ

r3θ

onde m = mk é o vetor momento do dipolo.

41)- Para uma distância longa, em relação ao seu ponto inicial, a radiação do dipolo elétrico temas componentes dos campos dadas por

E = aE sin θei(kr−wt)

rθ B = aB sin θ

ei(kr−wt)

Mostre que as equações de Maxwell

∇×E = −∂B∂t

∇×B = ε0µ0∂E

∂tsão satisfeitas e que

aEaB

=w

k= c = (ε0µ0)

−1/2

42)- O vetor potencial magnético de uma casca esférica uniformemente carregada e rotacionadaé:

A =

µ0a2σω

3· sin θr2

ϕ , r > a

µ0aσω

3· r cos θ ϕ , r < a

onde a é raio da casca esférica, σ a densidade superficial de carga e ω a velocidade angular. Ache ovetor indução magnético .

95