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SAÚDE MENTAL NO SUS Informativo da Saúde Mental MS/DAPES/Coordenação Geral de Saúde Mental Ano VII, nº 28 (novembro de 2008 a junho de 2009) 01/11/08 a 30/06/09 – Brasília – DF MS lança plano emergencial de ampliação do tratamento e prevenção ao consumo de álcool e outras drogas O Ministério da Saúde lançou no dia 4/06/2009 o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD 2009-2010). O plano investirá R$ 117,3 milhões na ampliação do acesso às ações de prevenção e tratamento do uso nocivo de álcool e outras drogas na rede de atenção em saúde mental do SUS (Sistema Único de Saúde) até dezembro de 2010. O PEAD busca alcançar, prioritariamente, crianças, adolescentes e jovens em situação de grave vulnerabilidade social, por meio das ações de prevenção, promoção e tratamento dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas. Para atingir os objetivos, estão previstos 4 eixos de atuação: ampliação do acesso, qualificação dos profissionais, articulação intra/intersetorial e promoção da saúde, dos direitos e enfrentamento do estigma. As intervenções do PEAD serão dirigidas aos 100 maiores municípios brasileiros (com mais de 250 mil habitantes), todas as capitais e 7 municípios de fronteira selecionados, totalizando 108 municípios. Essas cidades somam 77,6 milhões de habitantes, que corresponde a 41,2% da população nacional. Uma das principais diretrizes do plano é aprofundar as ações intersetoriais em parceria com outros agentes do governo e da sociedade. O Ministério da Saúde decidiu atuar emergencialmente para controlar um cenário epidemiológico em expansão do consumo de drogas, especialmente o crack e outros derivados da cocaína (pasta base e merla). CAPS e leitos de atenção integral em saúde mental - Com o plano, o governo federal implantará 92 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no Distrito Federal e nos 26 estados. Para o PEAD será dada a prioridade de implantação de novos CAPSad, CAPSi e CAPS III, para garantir a meta de garantir a oferta ambulatorial integral até dezembro de 2010 nos 108 municípios prioritários. No que diz respeito aos leitos de saúde mental em Hospitais Gerais, o Plano prevê a habilitação de 2325 novos leitos em todo o país dentro dos Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e outras Drogas (SHRad). Outra estratégia do MS para aumentar a quantidade de leitos nos hospitais gerais foi reajustar o valor dos procedimentos pagos para os SHRad. O reajuste médio foi de 31%. Redução de Danos – o apoio do MS a projetos de redução de danos desenvolvidos por órgãos do governo e da sociedade civil foi a primeira atividade prevista pelo PEAD a ser desenvolvida. O edital para seleção de projetos foi lançado no dia 20/04/2009 e prevê apoiar 25 projetos, com 1 ano de duração. Esta iniciativa conjunta da Coordenação de Saúde 1 Mais Informações: Para cada um dos eixos do PEAD, várias ações estão previstas. Clique nos links abaixo para acessar o texto integral do PEAD e também uma apresentação resumida do Plano: Portaria PEAD: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudel egis/gm/2009/prt1190_04_06_2009. html Apresentação PEAD: http://portal.saude.gov.br/portal/arqui vos/pdf/apresenta_lancamento_pead _04-06-09.pdf

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SAÚDE MENTAL NO SUSInformativo da Saúde MentalMS/DAPES/Coordenação Geral de Saúde MentalAno VII, nº 28 (novembro de 2008 a junho de 2009)01/11/08 a 30/06/09 – Brasília – DF

MS lança plano emergencial de ampliação do tratamento e prevenção ao consumo de álcool e outras drogas

O Ministério da Saúde lançou no dia 4/06/2009 o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD 2009-2010). O plano investirá R$ 117,3 milhões na ampliação do acesso às ações de prevenção e tratamento do uso nocivo de álcool e outras drogas na rede de atenção em saúde mental do SUS (Sistema Único de Saúde) até dezembro de 2010. O PEAD busca alcançar, prioritariamente, crianças, adolescentes e jovens em situação de grave vulnerabilidade social, por meio das ações de prevenção, promoção e tratamento dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas. Para atingir os objetivos, estão previstos 4 eixos de atuação: ampliação do acesso, qualificação dos profissionais, articulação intra/intersetorial e promoção da saúde, dos direitos e enfrentamento do estigma.

As intervenções do PEAD serão dirigidas aos 100 maiores municípios brasileiros (com mais de 250 mil habitantes), todas as capitais e 7 municípios de fronteira selecionados, totalizando 108 municípios. Essas cidades somam 77,6 milhões de habitantes, que corresponde a 41,2% da população nacional. Uma das principais diretrizes do plano é aprofundar as ações intersetoriais em parceria com outros agentes do governo e da sociedade. O Ministério da Saúde decidiu atuar emergencialmente para controlar um cenário epidemiológico em expansão do consumo de drogas, especialmente o crack e outros derivados da cocaína (pasta base e merla).

CAPS e leitos de atenção integral em saúde mental - Com o plano, o governo federal implantará 92 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no Distrito Federal e nos 26 estados. Para o PEAD será dada a prioridade de implantação de novos CAPSad, CAPSi e CAPS III, para garantir a meta de garantir a oferta ambulatorial integral até dezembro de 2010 nos 108 municípios prioritários. No que diz respeito aos leitos de saúde mental em Hospitais Gerais, o Plano prevê a habilitação de 2325 novos leitos em todo o país dentro dos Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e outras Drogas (SHRad). Outra estratégia do MS para aumentar a quantidade de leitos nos hospitais gerais foi reajustar o valor dos procedimentos pagos para os SHRad. O reajuste médio foi de 31%.

Redução de Danos – o apoio do MS a projetos de redução de danos desenvolvidos por órgãos do governo e da sociedade civil foi a primeira atividade prevista pelo PEAD a ser desenvolvida. O edital para seleção de projetos foi lançado no dia 20/04/2009 e prevê apoiar 25 projetos, com 1 ano de duração. Esta iniciativa conjunta da Coordenação de Saúde

1

Mais Informações:

Para cada um dos eixos do PEAD, várias ações estão previstas. Clique nos links abaixo para acessar o texto integral do PEAD e também uma apresentação resumida do Plano:

Portaria PEAD: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1190_04_06_2009.html

Apresentação PEAD: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/apresenta_lancamento_pead_04-06-09.pdf

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Mental, Álcool e outras Drogas e o Programa Nacional de Dst/Aids permitirá expandir o acesso dos usuários de álcool e outras drogas aos serviços de saúde, melhorar e qualificar o atendimento oferecido a eles pelo SUS e fortalecer as ações comunitárias de redução de danos. O prazo para o envio dos projetos foi prorrogado para o dia 10/07/2007.

Acesse o edital no link http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=31150

Parceria: durante o lançamento, foi assinada também uma Carta de Intenções com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime/UNODC Brasil e Cone Sul para o fortalecimento institucional, a qualificação da gestão e das redes de atenção em saúde mental, especialmente para o atendimento a crianças e jovens usuários de álcool e drogas e em situação de vulnerabilidade social. Esta iniciativa conjunta é parte integrante do PEAD e auxiliará o desenvolvimento de várias atividades para atingir o objetivo de ampliar e qualificar a resposta do SUS e de outras políticas para esta questão.

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Destaca-se como importante acontecimento para a Saúde Mental do Brasil a visita oficial do Diretor de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, Dr. Benedetto Saraceno, entre os dias 22 e 26 de junho.

O Brasil aderiu em 2008 ao Programa “Mental Health Gap Action Program”, da OMS, que prevê estratégias para a redução da lacuna entre a demanda e a oferta de serviços para atenção em saúde mental em todos os países do mundo, especialmente nos países em desenvolvimento.

Neste contexto, a visita do Dr. Saraceno tem como objetivo promover o debate sobre a Reforma Psiquiátrica no contexto mundial, bem como a discussão ampliada sobre as redes de atenção psicossocial no Brasil e o desafio da ampliação e qualificação do acesso ao tratamento em saúde mental da rede de atenção psicossocial brasileira.

A visita tem uma agenda cheia. Estão previstas as seguintes atividades:

*reunião técnica entre OMS, OPAS e MS, para discutir a saúde mental no mundo e, especialmente, no Brasil e em países da América Latina; *conferência e debate durante a “X Reunião do Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental”; *conferência dialogada, na Universidade de Brasília (UnB), para gestores, trabalhadores, estudantes, usuários e familiares da saúde mental do

cerrado, fim de contribuir para os avanços das políticas públicas de saúde mental da região do cerrado; *audiência com o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão para o debate sobre prioridades da saúde mental no Brasil; *entrevista com imprensa brasileira para apresentar à sociedade o panorama da situação da saúde mental no mundo e, em especial, da Reforma Psiquiátrica Brasileira, indicando seus avanços e desafios; *conferência no “Seminário Nordestino de Saúde Mental” com a finalidade de fortalecer a Reforma Psiquiátrica na região nordeste, reunindo trabalhadores, gestores, usuários e familiares da rede pública de saúde mental;

*duas conferências no “Encontro Estadual de Saúde Mental – Efetivar a desinstitucionalização: desafios para a Reforma Psiquiátrica no Estado de São Paulo”, para contribuir para o processo de desinstitucionalização de pacientes longamente internados desse estado.

A CNSM considera que a visita oficial do Dr. Saraceno será uma boa oportunidade para promover o debate sobre o panorama atual da rede de atenção psicossocial brasileira e seus desafios, com os diversos atores (gestores, trabalhadores, usuários e familiares) envolvidos na construção deste processo.

Visita oficial ao Brasil do Dr. Benedetto Saraceno,

Diretor de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da Organização

Mundial da Saúde (OMS)

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68 novos CAPS são cadastrados em junho

Durante o lançamento do Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas foi anunciado o cadastramento de 68 CAPS. Os novos serviços foram cadastrados por meio das Portarias GM nº 1.192, 1.193 e 1.194 de 4 de junho de 2009, no Diário Oficial da União.

Com o cadastramento dos novos serviços, a rede passa a contar com 1394 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) cadastrados junto ao Ministério da Saúde no total. Até o final do ano chegaremos à marca de 1400 serviços.

Com a publicação das novas portarias, destacamos o terceiro caps do Amazonas, no município de Rio Preto da Eva, o cadastramento do 200º CAPS ad e acrescente expansão de CAPS nos estados da região Nordeste.

É preciso notar, contudo, que enfrentamos ainda desafios para a expansão dos CAPS III, CAPSi e CAPSad. Salientamos a importância do investimento dos gestores nestas modalidades de CAPS, principalmente em grandes cidades.

Até 2011, o planejamento do SUS prevê a implantação integral da rede de CAPS necessária à boa cobertura assistencial (aproximadamente 2.000 serviços).

Saiba onde estão os novos CAPS cadastrados:

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UF Tipo Município UF Tipo Município

AM CAPS I Rio Preto da Eva PB CAPS I Pocinhos

BA CAPS I Aracatu PB CAPS I Princesa Isabel

BA CAPS I Barra da Estiva PB CAPS I Teixeira

BA CAPS I Boquira PE CAPS I Itambé

BA CAPS I Ituberá PR CAPS II Curitiba

BA CAPS I Maracás PR CAPS I Goiorê

BA CAPS I Miguel Calmon PR CAPS ad Paranavaí

BA CAPS I Rafael Jambeiro RJ CAPS I Itatiaia

BA CAPS I Santaluz RS CAPS I Arroio Grande

BA CAPS I Ubatã RS CAPS i Lajeado

BA CAPS I Uruçuca RS CAPS ad Passo Fundo

BA CAPS I Ipecaetá RS CAPS I Tenente Portela

CE CAPS I Araraipe RS CAPS ad Venâncio Aires

CE CAPS I Guaraciaba do Norte RS CAPS I Montenegro

CE CAPS ad Maracanaú SC CAPS I Forquilhinha

CE CAPS I Pentecoste SC CAPS I Maravilha

CE CAPS I Ipu SC CAPS I Três Barras

ES CAPS I Guaçuí SE CAPS III Aracaju

ES CAPS I Baixo Guandu SE CAPS I Riachão do Dantas

MG CAPS ad Belo Horizonte SP CAPS III Barretos

MG CAPS I Bicas SP CAPS I Buri

MG CAPS ad Conselheiro Lafaiete SP CAPS I Cachoeira Paulista

MG CAPS i Itabira SP CAPS I Guaira

MG CAPS I Medina SP CAPS i Guarujá

MG CAPS II Santa Luzia SP CAPS II Hortolândia

MG CAPS I Simonésia SP CAPS ad Mauá

MG CAPS ad Uberlândia SP CAPS ad São Bernardo do Campo

MG CAPS ad Vespasiano SP CAPS ad São Bernardo do Campo

MS CAPS ad Ponta Porã SP CAPS II São José do Rio Preto

PA CAPS ad Abaetetuba SP CAPS II São José dos Campos

PA CAPS i Altamira SP CAPS II Votuporanga

PA CAPS I Melgaço TO CAPS I Colinas do Tocantins

PB CAPS I Alhandra TO CAPS ad Palmas

PB CAPS I Mari TO CAPS I Tocantinópolis

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CAPS - Supervisão Clínico- Institucional

Em maio de 2009 o Ministério da Saúde selecionou mais 165 projetos de Supervisão Clínico-Institucional dos CAPS. O repasse da primeira parcela do incentivo aos municípios que tiveram serviços selecionados está prevista para o mês de junho.

Os projetos, que apresentaram grande diversidade na concepção do trabalho e no perfil do supervisor indicado pelo município, mostraram ter uma base comum, sustentada no objetivo de alcançar uma prática clínica ampliada e resolutiva através de uma melhor utilização dos recursos existentes nos serviços e no território envolvido, ajudando os CAPS e a rede de saúde mental a atenderem da melhor forma possível seus usuários.

Além de prover orientação técnica para as equipes do CAPS, a supervisão é um poderoso instrumento de integração e qualificação - algo fundamental, especialmente num momento de transição do modelo de atenção à saúde mental.

Para propiciar um diálogo viável e permanente, o Ministério da Saúde está buscando concretizar a proposta de uma "Escola de Supervisores", nascida do I Congresso Brasileiro de CAPS (São Paulo, 2004), um dispositivo capaz de permitir a difusão e intercâmbio do ofício de supervisor. Uma "Escola" aberta, pública, que permita a articulação entre os supervisores dos diversos territórios do país.

A Área Técnica de Saúde Mental está preparando para o final do ano de 2009 uma nova chamada para seleção de projetos que deve beneficiar mais 150 serviços no total.

Confira os projetos os 165 projetos selecionados no sítio www.saude.gov.br, clicando no link “saúde mental”.

Territórios da Cidadania

O Governo federal lançou, no ano de 2008, o Programa Territórios da Cidadania, com a finalidade de elevar a qualidade de vida nas regiões onde os investimentos públicos e privados não têm sido suficientes para garantir o atendimento às necessidades básicas da população.

Este Programa tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável e combina ações transversais de forma a contemplar as diversas dimensões e origens dos problemas a serem enfrentados.

Maiores que o município e menores que o estado, os territórios conseguem demonstrar de uma forma mais nítida a realidade dos grupos sociais, das atividades econômicas e instituições de cada localidade, o que facilita o planejamento de ações para o desenvolvimento dessas regiões. Cada território reúne municípios que tenham as mesmas características econômicas e ambientais, além de semelhanças na organização social, geográfica e cultural.

Em 2009 os CAPS passam a fazer parte das ações que integram o Programa Territórios da Cidadania. Hoje são 22 dos órgãos federais e Ministérios parceiros. Para maiores informações acesse: www.territoriosdacidadania.gov.br.

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“LEI SECA”: resultados após 1 ano

Impacto Positivo - em vigor há um ano, a Lei Seca trouxe resultados positivos e que reafirmam a necessidade de manter e consolidar a fiscalização dos motoristas que dirigem após consumir bebidas alcoólicas. Estudo realizado pelo MS nas 27 capitais constatou a eficácia da Lei:

Redução da mortalidade - houve redução de 22,5% nos óbitos relacionados a acidentes de trânsito quando comparados os dados do segundo semestre de 2007 com o mesmo período de 2008. Na comparação entre o primeiro e o segundo semestre de 2008, que compreende seis meses antes e seis meses depois da “Lei Seca” ser aplicada, o Brasil apresentou uma redução de 14%.

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Grupo de Trabalho sobre Demandas dos Usuários e Familiares da Saúde Mental

Em abril deste ano aconteceu, em Brasília, a 1ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Demandas dos Usuários e Familiares da Saúde Mental. Trata-se de um colegiado de caráter informal, pactuado em reunião ampliada com usuários, familiares, trabalhadores e gestores da rede pública de saúde mental, durante o I Congresso Brasileiro de Saúde Mental/Abrasme, realizado em Florianópolis, em dezembro de 2008, e que tem como objetivo propor estratégias e ações a fim de atender as pautas dos usuários e familiares da rede pública de saúde mental.

São pautas dos usuários e familiares:

• Mapeamento das associações de usuários e familiares para reunir informações sobre as associações e grupos existentes e incentivar a formulação de políticas públicas voltadas às demandas dos usuários e familiares da saúde mental;

• Implantação de Programas de Inclusão Digital que garantam que associações, usuários e familiares tenham acesso a computadores e à Internet;

• Implantação piloto do Plano/Cartão de Crise em 3 ou 4 municípios brasileiros que tenham uma boa rede de saúde mental, para auxiliar nos momentos em que o usuário necessita de cuidados ainda mais intensivos de saúde mental;

• Implantação de um programa de capacitação para usuários e familiares facilitadores de grupos de ajuda e suporte mútuos em saúde mental;

• Apoio à realização do Curso Familiares Parceiros no Cuidado, que será realizado em Diadema e abrangerá a região do ABC de São Paulo, com objetivo de formar cuidadores-multiplicadores e lideranças comunitárias da região do grande ABC de São Paulo;

• Apoio à realização do Encontro Nacional de Usuários e Familiares, a ser realizado em São Paulo, ainda este ano;

• Apoio à realização da IV Conferência Nacional de Saúde Mental na busca da sustentabilidade à Reforma Psiquiátrica Brasileira.

• Elaboração de cartilha para usuários e familiares do campo da saúde mental que deverá apresentar informações essenciais sobre a saúde mental e tem como objetivo capacitar usuários e familiares, ampliando a autonomia dos mesmos.

Tendo em vista a relevância das pautas apresentadas, a CNSM considera urgente e necessário que todos nós – gestores, trabalhadores, usuários, familiares e amigos da saúde mental – somemos esforços para garantir a criação de políticas públicas que atendam essas e outras demandas dos usuários e familiares da rede pública de saúde mental.

Cadastro Nacional das Associações de Usuários, Familiares e Amigos da Saúde Mental

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Como parte das comemorações do 18 de Maio,

Dia Mundial da Luta Antimanicomial, foi lançado o

Cadastro Nacional das Associações de Usuários, Familiares e Amigos da Saúde Mental, que ficará

aberto para inscrições até 31 de julho.

São objeto deste cadastro associações, grupos ou coletivos organizados do campo da Saúde Mental,

que tenham no mínimo 6 meses de fundação e associações de usuários, familiares e amigos que atuam

na área de álcool e drogas.

As Coordenações Estaduais e Municipais de Saúde Mental, assim como os serviços de saúde mental, têm

como importante missão auxiliar nesse mapeamento, por meio da busca ativa às associações de usuários,

familiares e amigos da saúde mental. O Cadastro Nacional das Associações de Usuários,

Familiares e Amigos da Saúde Mental encontra-se disponível no endereço abaixo:

http://formsus.datasus.gov.br/site/formu

lario.php?id_aplicacao=2869

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Monitoramento do financiamento dos CAPS: complementação dos Recursos

No dia 4 de junho de 2009, 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9 Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores incorporados aos tetos dos municípios e Estados por ocasião da PT GM 2867, de 27 de novembro de 2008.

Esta complementação é uma das consequências do processo do monitoramento do processo da realocação dos recursos CAPS do FAEC (Fundo de Ações Estratégicas e Compensação) para o teto financeiro do MAC (Média e Alta

Complexidade), realizado em novembro de 2008 através da Portaria 2867. As portarias 1195, 1196,1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009, têm o objetivo de complementar os recursos já repassados.

A Coordenação de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas vem estudando um outro mecanismo de financiamento dos CAPS. Trata-se de uma estratégia que visa incentivar a qualificação dos serviços, repassando mais (a partir dos valores mensais de referência acima descritos) aos serviços que apresentem melhor desempenho na atenção à saúde mental em seu território. Esta nova estratégia está, no entanto, ainda em processo de detalhamento dos mecanismos de monitoramento e apuração da realização das ações dos serviços.

Convênios 2008

A CNSM, por meio de convênios, tem apoiado técnica e financeiramente entidades federais, estaduais e municipais, que tenham articulações efetivas com o SUS. São considerados projetos prioritários aqueles que garantam a ampliação e consolidação da rede extra-hospitalar de saúde mental, especialmente, em regiões com cobertura insuficiente, a qualificação de profissionais da rede pública de saúde mental, a realização de pesquisas sobre o consumo de álcool e outras drogas e participação de familiares no cuidado integral de usuários da rede de saúde mental.

Em 2008 a CNSM articulou a realização de 15 convênios. O apoio de outras Áreas Técnicas, Departamentos e Secretarias do MS foi fundamental para essa conquista. Até o momento, foram repassados R$2.040.293,00, totalizando o pagamento de 13 convênios. Desses 13 convênios, 5 foram financiados com recursos da funcional programática da CNSM (R$613.000,00), 1 foi financiado pela Área Técnica da Saúde do Homem/DAPES (R$200.000,00), 1 pela Área Técnica da Saúde do Sistema Peninteciário/DAPES (R$120.000,00) e 6 pela Secretaria de Gestão e Educação da Saúde/SGTES (R$1.107.290,00). Outros 2 convênios pactuados com Departamento de Atenção Especializada/DAE (R$ 963.196,90) ainda se encontram em processo de transição para pagamento, pois dependem da avaliação da Caixa Econômica Federal.

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Novos CAPS

Para os novos CAPS um novo valor mensal de referência foi estabelecido. Estes novos valores representam de 78 a 88% do teto da PT 189/02, para os CAPS I, II e III. Estes novos valores são válidos apenas para CAPS cadastrados a partir de 4 de junho de 2009:

Valores mensais de ReferênciaCAPS I R$ 21.804,00CAPS II R$ 32.000,00CAPS III R$ 45.000,00CAPSi R$ 32.000,00

CAPSad R$ 32.000,00

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Saúde Mental na Atenção Primária

A articulação entre a saúde mental e a atenção primária é uma das prioridades da Política Nacional de Saúde Mental. A Coordenação de Saúde Mental e o Departamento da Atenção Básica tem realizado diversas ações conjuntas para a ampliação do acesso aos cuidados em saúde mental pelas Equipes de Saúde da Família. Este tema já foi pauta de diversos Colegiados de Coordenadores de Saúde Mental,dentre eles da reunião ocorrida em 12 e 13 de novembro de 2008. A aproximação e articulação das duas áreas no nível federal tem importante repercussão nos níveis estadual e municipal. O encontro dessas duas áreas, também a nível local é imprescindível para a organização da rede de atenção em saúde mental.

Os diversos dispositivos da rede que ofertam cuidados em saúde mental como ESF, NASF, CAPS, Leitos de Atenção Integral devem estar organizados para estabelecer articulações sistematizadas e continuadas, utilizando como ferramenta o Apoio Matricial.

Com a publicação da Portaria 154, de janeiro de 2008, republicada em março do mesmo ano, que institui os NASF, houve uma grande expectativa em relação ao avanço das ações de saúde mental na atenção primária. Atualmente, estão cadastrados no Ministério da Saúde, com credenciamento, 474 NASF. Dos 2935 trabalhadores desses NASF, 577 são profissionais da saúde mental, ou seja, aproximadamente 20%. Isto indica que os gestores municipais e estaduais priorizaram os profissionais de saúde mental,dentre as possibilidades de contratações nos NASF.

Uma das preocupações do Departamento de Atenção Básica que a Coordenação de Saúde Mental compartilha, é que os NASF tornem-se grandes ambulatórios especializados. A proposta é de que os profissionais dos NASF ofertem apoio às ESF para a construção e desenvolvimento de ações que viabilizem o cuidado integral no SUS. A organização desse cuidado é necessária e requer a aproximação contínua da Atenção Primária e da Saúde Mental para que sejam estabelecidas trocas, possibilitando a esses campos a construção de melhores saídas a partir dos diferentes contextos e saberes, com co-responsabilização do cuidado.

A capacitação dos profissionais é uma outra preocupação e algumas propostas estão em andamento como:

• A publicação do Caderno do NASF, que conta com um capítulo específico sobre Saúde Mental, Álcool e outras Drogas. No capítulo introdutório do Caderno, o Apoio Matricial foi enfatizado como estratégia fundamental dos NASF. Esse caderno está voltado para os profissionais dos NASF e a previsão para publicação é julho de 2009;

• A construção do Caderno de Atenção Básica da Saúde Mental, com a participação de assessores técnicos e consultores do Departamento de Atenção Básica e da Coordenação de Saúde Mental. O CAB tem uma proposta ampliada, que irá abordar questões específicas da Saúde Mental, Álcool e

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No dia 12 de maio, atendendo a um convite da Comissão Organizadora do XXV Congresso Nacional das Secretarias Municipais de Saúde e VI Congresso Brasileiro de Saúde , Cultura de Paz e Não-Violência, em Brasília, a Coordenação de Saúde Mental realizou um painel com o tema: “Desafios para ampliação do acesso em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas na Atenção Primária”.Participaram desse painel, a Coordenação de Saúde Mental, representada pelo Coordenador Dr. Pedro Gabriel Delgado, o Departamento de Atenção Básica, representado pela Diretora Dra. Claunara Mendonça, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família, representada pelo Presidente Dr. Gustavo Gusso e ainda, foram apresentadas as experiências de Fortaleza-CE, pelo Dr. Marcelo Brandt e de Joinville-SC, pela Dra. Sandra Vitorino, com a coordenação da Dra. Maria do Carmo Carpintero, representante do CONASEMS.

Nesse encontro, foi possível discutir sobre a importância da formação profissional, assim como o quanto é estratégica e necessária a articulação da rede de serviços de atenção em saúde mental com os dispositivos da Atenção Primária para a garantia da atenção integral às pessoas com transtornos mentais e às pessoas que apresentam problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas em seu território. Mais de sessenta congressistas assistiram a esse painel.

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outras Drogas. É um material para dar subsídios aos profissionais da Atenção Básica, principalmente às ESF. A previsão para publicação é dezembro de 2009;

• Realização do curso SUPERA (Sistema para detecção do uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas: Encaminhamento, Intervenção Breve, Reinserção Social e Acompanhamento) para profissionais da Atenção Primária. Esse curso acontecerá à distância e é promovido em parceria com a SENAD e UNIFESP, com o apoio do Ministério da Saúde. As inscrições para a seleção dos candidatos está prevista para iniciar em agosto de 2009.

Além, disto, o MS tem apoiado diversos cursos de formação para profissionais da rede de saúde mental e da atenção primária. Dentre eles, a FIOCRUZ – Brasília realizou cursos para a região norte e centro-oeste, UFPI para o estado do Piauí, URGS para diversos municípios da região sul, a UFBA para municípios da Bahia, dentre outros.

Rede de Pesquisa em Saúde Mental

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Em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia da SCTIE/MS, a Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas está desenvolvendo projeto para a criação da Rede de Pesquisa em Saúde Mental, ação que integra o EIXO II do Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas – PEAD, que trata da qualificação da atenção, em especial da produção e disseminação do conhecimento na área de saúde mental pública.

Esta iniciativa leva em conta a relevância do tema Saúde Mental definido como uma das subagendas prioritárias da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde, do Ministério da Saúde.

Para a Política Nacional de Saúde Mental, a constituição de uma Rede de Pesquisa em Saúde Mental será fundamental na articulação entre pesquisadores, gestores e usuários, visando ao aprofundamento e à construção de conhecimento, principalmente em determinados temas fundamentais, para subsidiar o desenvolvimento, o aperfeiçoamento e a consolidação da política e das práticas na área de saúde mental no SUS.

Esta REDE terá como objetivos:

• Contibuir para o processo de definição de prioridades de pesquisa no âmbito do SUS e estimular a produção de conhecimento no campo da saúde

mental pública;• Incentivar a articulação entre as

instituições formadoras e de pesquisa e os serviços na área de saúde mental pública para o desenvolvimento de pesquisas que preencham as lacunas de conhecimento na área;

• Propiciar espaço de discussão e troca de experiências entre pesquisadores da área de saúde mental, gestores, profissionais e usuários do SUS;

• Incentivar e apoiar a participação de profissionais de saúde mental do SUS na investigação científica;

• Contribuir para a ampliação dos mecanismos de indução e apoio às pesquisas no âmbito do SUS;

• Acompanhar o desenvolvimento das pesquisas aprovadas a partir do edital de saúde mental MCT/CNPQ/MS/DECIT nº 33/ 2008;

• Contribuir para a sistematização e disseminação do conhecimento científico produzido no campo da saúde mental pública.

Seu público-alvo é composto por pesquisadores, gestores, profissionais e usuários interessados na área de saúde mental pública.

Ainda em junho acontecerá uma reunião interna entre consultores das áreas parceiras para delineamento final do projeto.

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Saúde Mental e Economia Solidária: ações recentes

Entre as ações conjuntas realizadas pelo Ministério da Saúde/CNSM, Ministério do Trabalho e Emprego/Secretaria Nacional de Economia Solidária e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ITCP, cabe destacar o Projeto “Saúde Mental – Construção da Rede Nacional de Empreendimentos Solidários”, que tem como atividade-eixo o Ciclo de Cursos de Capacitação em Incubação de Empreendimentos Solidários. O objetivo do ciclo é fortalecer as experiências de projetos de geração de trabalho e renda que se articulam com a rede de atenção psicossocial, por meio da construção de empreendimentos sociais, contribuindo para inclusão social e econômica das pessoas que apresentam transtorno mental e/ou problemas decorrentes do uso nocivo de álcool e outras drogas, nas redes locais de empreendimentos solidários.

As capacitações realizadas – Rio de Janeiro (abrangência Sudeste), Brasília (abrangência Centro-Oeste e Tocantins), Recife (abrangência Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), Aracaju (abrangência Sergipe, Bahia, Alagoas), contemplaram 97 municípios, totalizando aproximadamente 170 participantes, dentre gestores, profissionais, usuários e familiares da saúde mental. Serão realizadas no decorrer dos próximos meses, capacitações para a região norte, em Belém/PA, Rio Branco/AC, para a região nordeste, em Teresina/PI e, para região sul, em Joinville/SC.

O encerramento do Ciclo ocorrerá no mês de setembro, com o evento “Saúde Mental e Economia Solidária: I Encontro Nacional de Práticas Inovadoras de Geração de Trabalho e Renda”, na cidade do Rio de Janeiro. A expectativa é que esse encontro, através de discussões e relatos das diferentes experiências, contribua para o avanço da Política, bem como para construção de indicadores de monitoramento e avaliação, na ampliação de parcerias e avanços nas políticas intersetoriais de inclusão social.

Edital 2009 – PlanSeQ EcoSol

Dentre as ações de parceria com a SENAES, cabe também destacar a participação da Saúde Mental no edital de 2009 do Plano Setorial de Qualificação Social e Profissional em Economia Solidária / PlanSeQ EcoSol, que contemplará trabalhadores de empreendimentos econômicos solidários organizados em redes de cooperação já existentes e redes em processos de constituição dos segmentos da Pesca, Agricultura, Artesanato, Comércio Justo e Confecções (têxtil). O PlanseQ EcoSol buscará contemplar a demanda da clientela do campo da saúde mental, especialmente participantes de ações de geração de trabalho e renda das diferentes regiões do país. Para o mapeamento das demandas para capacitação para o trabalho, será fundamental a participação das Coordenações Estaduais e Municipais de Saúde Mental.

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Cadastro Nacional das Iniciativas de Inclusão Social pelo Trabalho (CIST)

A CNSM utiliza o CIST para mapear as experiências de geração de trabalho e renda no campo da saúde mental. Este cadastro é um importante instrumento para a construção de uma rede de apoio às iniciativas de geração de trabalho e renda no campo da saúde mental.

O CIST encontra-se disponível no endereço eletrônico abaixo:

http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=865

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Avaliar CAPS – terceira edição

O Programa Nacional de Avaliação de Centros de Atenção Psicossocial - AVALIAR CAPS – realizou sua terceira edição em 2008. O instrumento tem como objetivos o levantamento de informação sobre os serviços, possibilitando a caracterização dos CAPS, o acompanhamento, a estimativa de qualidade da assistência prestada e o desenvolvimento de indicadores.

O Programa de avaliação e monitoramento dos CAPS se constitui em um instrumento de gestão, de indução da produção de informação nos serviços e uma oportunidade para fomentar a atitude reflexiva nos serviços de saúde mental diante das práticas cotidianas. O processo de avaliação objetiva fornecer subsídios para a gestão (nacional, estadual e municipal), mas também possibilitar que cada unidade, ao responder o questionário, realize uma discussão coletiva sobre sua clínica e os modos de efetivar a atenção psicossocial no território. No campo da Avaliação da Qualidade em saúde mental, é fundamental termos clareza de que o processo avaliativo é constante e permanente, que inclui nuances delicadas da clínica e que o trabalho de assistência em saúde mental não pode ser traduzido em variáveis quantitativas precisas, como se fosse a revelação de um retrato sobre o cuidado realizado nos CAPS. É importante que possamos chegar mais próximos da realidade dos serviços e que tenhamos a capacidade de delinear indicadores de qualidade que sejam adequados à clínica da atenção psicossocial, mas abordando a estimativa e não a exatidão.

A partir desta terceira edição, o questionário está disponibilizado em meio eletrônico (FORMSUS/DATASUS), o que torna mais ágil seu recebimento, o preenchimento e a devolução, evitando perda de informação e possibilitando mais rapidez no tratamento dos dados. O questionário mantém o esquema estrutura, processo e resultado, como tradicionalmente é utilizado em avaliações de qualidade de serviços de saúde. Ao fim das duas etapas de coletas de dados (novembro e dezembro de 2008), 1046 CAPS cadastrados junto ao Ministério da Saúde responderam o instrumento. A análise dos resultados está em elaboração e será disponibilizada, até julho de 2008, no sítio www.saude.gov.br

Estudo de Custo dos CAPS

A Coordenação Nacional de Saúde Mental, em parceria com o Departamento de Economia da Saúde do Ministério da Saúde, iniciaram um estudo de custo dos CAPS com o objetivo de coletar informações relacionadas ao custeio com os serviços e produzir estimativa de custo para subsidiar uma possível revisão dos valores repassados aos serviços.

O instrumento foi aplicado em abril e maio de 2009 e contou com a participação de 724 serviços cadastrados distribuídos pelo País, formando uma amostra bastante representativa.

Os resultados então sendo trabalhados pela equipe da economia da saúde e serão disponibilizados assim que concluídos.

A Coordenação Nacional reconhece o empenho dos respondentes em reunir as informações necessárias para o preenchimento do questionário tornando possível a formação de um conjunto consistente de informações de custeio.

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Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais

A Portaria GM/MS 1899/2008 instituiu um grupo de trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais, composto por representantes de departamentos da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (DAPES/DAE/DRAC), de associações de classe (ABEN e ABP), Universidades (UFRS e UNICAMP) e por representantes do SUS em suas várias instâncias (CONASS, CONASEMS, CNS). O objetivo primordial do GT é elaborar um diagnóstico da atual situação da implantação dos leitos de psiquiatria em Hospitais Gerais e sugerir medidas e estratégias para a expansão e qualificação desses leitos.

Nas duas reuniões do grupo, realizadas em 09 de dezembro de 2008 e 28 de abril de 2009, os principais pontos de discussão foram:

• Hospitalidade e acolhimento noturnos na rede de atenção à saúde mental;• Ausência de qualificação, presença do estigma e baixa capacidade de acolhimento do hospital geral

ao paciente com transtornos mentais e pacientes usuários de álcool e outras drogas, seja no atendimento às intercorrências clínicas ou na recusa de ofertar internação;

• Rede de leitos de atenção integral à saúde mental;• Rede de Cuidado (álcool e outras drogas, infância e adolescência e CAPS III);• Necessidade de apoio, por parte da Rede de Atenção à Saúde Mental, ao Hospital Geral• Articulação e integração do Hospital Geral com o restante da Rede; • O lugar do Hospital Geral dentro do novo modelo de atenção à saúde mental;• Os recursos financeiros (diárias, procedimentos e incentivos);• Regulação dos leitos e articulação de fluxos;• Necessidade de apoio mútuo e integração entre a Rede de Atenção à Saúde Mental e a Rede SAMU

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O trabalho do grupo resultará em uma proposta de Portaria Ministerial que contemple diretrizes gerais para a integração e articulação do componente do hospital geral aos outros componentes da Rede de Atenção à Saúde Mental, bem como estabeleça mecanismos de indução para que este componente se torne qualificado e resolutivo, cumprindo seu papel na atenção integral à saúde mental.

Termo de Cooperação Brasil/Paraguai: contribuições para Políticas de Saúde Mental

Em 2007, durante encontro de Coordenadores de Saúde Mental da América Latina, ocorrido na Argentina,

a Coordenação de Saúde Mental do Paraguai manifestou interesse em desenvolver projeto de cooperação com Brasil, tendo como objetivo contribuir para o avanço das políticas públicas de saúde mental desses dois países, especialmente, no Paraguai, por meio da troca de experiências e debates. Em acordo com as prioridades estabelecidas pela OMS e as deliberações da Declaração de Caracas (1990), foi pactuado pelo Ministério da Saúde do Brasil e Ministério da Saúde e Bem-Estar do Paraguai, com apoio técnico e financeiro da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Termo de Cooperação Técnica Brasil/Paraguai (TCC) – “A Política e Reforma de Atenção em Saúde Mental no Paraguai e Brasil”.

Importantes ações já foram realizadas através do Termo de Cooperação em 2009: reunião técnica entre OPAS e Coordenações de Saúde Mental dos dois países para acordar estratégias de implantação do TCC; visita à Campinas/SP da Coordenação de Saúde Mental do Paraguai e Coordenadores de Serviços de Saúde Mental desse país; participação da CNSM e de consultores e colaboradores do MS em Encontros Regionais de Saúde Mental do Paraguai para apresentar a gestores, trabalhadores, estudantes, usuários e familiares a Reforma Psiquiátrica Brasileira e experiências de saúde mental com boa resolutividade; e participação da Coordenação de Saúde Mental do Paraguai na X Reunião do Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental.

Além disso, a agenda de 2009 prevê participação da CNSM no Encontro Nacional de Saúde Mental que

acontecerá em setembro, em Assunção, que culminará na consolidação do documento que apresentará a Política Nacional de Saúde Mental do Paraguai, fortalecendo ainda mais a parceria entre os dois países.

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Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio

No primeiro semestre de 2009, como parte da Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, a sociedade do município do Rio de Janeiro foi convidada a debater o fenômeno do suicídio e sua interface com cultura, arte e mídia, por meio do Ciclo de debates Suicídio e Sociedade, uma parceria entre o MS e a Companhia Ensaio Aberto, que em abril apresentou o espetáculo “Sobre Suicídio”. Também neste período foram realizadas ações de capacitação para trabalhadores de quatro municípios do RS, como parte de convênios firmados pelo MS com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio Grande do Sul (SES RS) e com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e reunião com o Centro de Valorização da Vida, ocasião em que se discutiu como a CNSM pode auxiliar na melhora ao acesso ao 141, número telefônico que disponibiliza voluntários para dar suporte às pessoas que se encontram em situação de intenso sofrimento psíquico.

Para o segundo semestre, está previsto o apoio a experiências-piloto em municípios de grande porte populacional e que apresentam elevados índices de mortalidade por suicídio, através de um convênio do MS com a Unicamp. Essas experiências realizarão o acompanhamento cuidadoso de pessoas que tentaram suicídio e capacitação das redes de atenção em saúde mental, com foco na atenção básica.

Tabela Unificada de Procedimentos do SUS

Em 06 de Novembro de 2007 foi Publicada a Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPM do Sistema Único de Saúde por meio da Portaria GM/MS nº. 2.848, com o objetivo de integrar as bases de dados ambulatorial e hospitalar; tornar a tabela um instrumento de gestão para as ações de planejamento, programação, regulação e avaliação em saúde; e fortalecer o processo de construção do sistema unificado de informação de atenção à saúde. No que se refere à saúde mental, a Tabela Unificada foi constituída com base nos procedimentos constantes da Portaria GM nº 189 de 20 de março de 2002, com algumas modificações. As principais alterações da nova Tabela de Procedimentos dos SUS são:

• Criação do Procedimento 03.01.08.002-0 - ACOLHIMENTO NOTURNO DE PACIENTE DE CENTRO DE ATENCAO PSICOSSOCIAL: Consiste no acolhimento/observação/repouso de pacientes em acompanhamento nos CAPS III e CAPS ad quando necessário a utilização do leito, não podendo exceder 7 dias corridos ou 10 intercalados. Note-se que, a partir desta publicação, também os CAPS ad estão habilitados a realizar o procedimento de acolhimento noturno.

• Habilitação dos CAPS I para realizar atendimento em terceiro turno: Consiste no conjunto de atendimentos desenvolvidos, no período compreendido entre 18 e 21 horas, individualmente e/ou em grupos, por equipe multiprofissional especializada em saúde mental.

• Inclusão dos CID’s relacionados a Álcool e Outras Drogas nos Procedimentos dos CAPS I, CAPS II, CAPS III e CAPSi.

• Inclusão dos CID’s relacionados a crianças e adolescentes nos Procedimentos dos CAPS I, CAPS II, CAPS III e CAPSad

• Alteração da idade mínima e idade máxima para atendimentos nos CAPS: 1. CAPS I, II e III: 0 a 110 anos2. CAPS i: 0 a 25 anos3. CAPS ad: 6 a 110 anos

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Está prevista para 2009 a reunião do Grupo de Trabalho para Prevenção do Suicídio, que deverá definir pautas prioritárias para 2009-2010 e participação da CNSM e do GT no XXV Congresso Mundial da Associação Internacional de Prevenção do Suicídio (IASP), que acontecerá em outubro em Montevidéu.

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Saúde Mental no SUS – novembro de 2008 a junho de 2009

Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras DrogasDAPES/SAS/MSEsplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, Sala 603 – 70058900 – Brasília - DF

Contatos:

Coordenação: Pedro Gabriel DelgadoFone Geral: (61) 33152313Fax: (61): 33153920

Endereços Eletrônicos:

Assuntos Gerais: [email protected]

Secretária: [email protected]

Álcool e Outras Drogas: [email protected] [email protected]

Atenção Básica: ;[email protected] [email protected]

CAPS (cadastramento, incentivo e qualificação): [email protected]

PNASH e PRH: [email protected]

Rede Pesquisas em Saúde Mental: [email protected]

Crianças e adolescentes: [email protected] ; [email protected]

Programa de Volta para Casa: [email protected] ;

Serviços Residenciais Terapêuticos: [email protected]

Programa de Formação Permanente: [email protected]

Economia Solidária e Saúde Mental: [email protected]

Violência/ Aspectos Psicossociais: [email protected]

Estratégia de Prevenção ao Suicídio: [email protected]

Saúde Mental e Direitos Humanos: [email protected]; [email protected]

Manicômio Judiciário: [email protected]

Saúde Mental em Dados: [email protected]

Portal Saúde Mental: [email protected]

Boletim Saúde Mental no SUS: [email protected]

Consultores/Colaboradores: Ana Pitta, Cristina Ventura, Cristina Loyola, Domingos Sávio, Elizabete Freitas, Fernanda Nicácio, Fernando Kinker, Flávio Resmini, Florianita Campos, Juarez Furtado, Luciano Elia, Marcela Lucena, Marcelo Cruz, Neury Botega, Roberto Tykanori, Sandra Fagundes e Comitê Assessor da Política de Álcool e Outras Drogas.

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