mário nogueira rangel - ufo · sobre a cultura dos povos pré-colombianos. deixou o iapc para...

Mário Nogueira Rangel

n SEGUNDA EDIÇÃO n

Mário Nogueira raNgel

© 2017 Coleção Biblioteca UFO4

Ficha técnica da obra:

Editor: A. J. Gevaerd

Gerente: Marinez Nishimoto

Revisão de textos: Alessandra Angelo

Ilustração de capa: Rafael Amorim

Imagens: Do autor e Arquivo UFO

Artefinal: A. J. Gevaerd

Rua Morretes 145/121 — Curitiba (PR) — 80610-150Fone: (67) 3341-8231 — Fax: (41) 3205-4974

Site: www.ufo.com.br — E-mail: [email protected]

© A. J. Gevaerd Ufologia ME 2017

Nenhuma parte desta obra, incluindo suas artes e fotos, poderá ser reproduzida ou transmitida através de quaisquer meios eletrônicos, mecânicos, digitais ou outros que venham ainda a ser

criados, sem a permissão expressa e conjunta do autor e de A. J. Gevaerd Ufologia ME.

SequeStroS AlienígenAS SEGUNDA EDIÇÃO

Coleção Biblioteca UFO © 2017 7

O que é a Biblioteca UFO

Biblioteca UFO é uma série de livros já consagrada pela Ufologia Brasileira. Foi lançada pela Revista UFO em 1998 para reunir textos de qualidade, atuais e consistentes sobre a presença alienígena na Terra, produzidos por autores ativos e que ajudaram a construir a história atual da Ufologia. A Biblioteca pretende abastecer os estudiosos e entusiastas do assunto com obras ricas em informação de qualidade sobre nossos visitantes extraterrestres. O critério de seleção de autores leva em

consideração o significado, a utilidade e a repercussão de seu trabalho. Assim como são escolhidos temas que ofereçam verdadeira contribui-ção ao entendimento da questão ufológica em todas as suas vertentes.

Ao serem consideradas novas obras para comporem este acervo, ob-serva-se também um critério muito presente no Fenômeno UFO, ou seja, sua manifestação em múltiplos níveis físicos e não físicos. Para tanto, um estudo de tão complexo cenário deve ter em conta a transdiciplinariedade como ferramenta de trabalho, ou seja, um conceito que mescle diferentes formas de pensamento e inter-relacione várias disciplinas, estimulando novas maneiras de se compreender e assimilar a realidade dos fatos por meio da articulação dos elementos que os compõem, sob todos os seus ângulos.

Assim, refletindo o esforço da Revista UFO há 35 anos, a Biblioteca UFO busca encontrar aonde quer que estejam as respostas para a ação na Terra de outras espécies cósmicas e suas consequências para o futuro da humanidade, respeitando a pluralidade do tema e entendendo que apenas uma abordagem adogmática, profunda, responsável e pluralista poderá oferecer entendimento a seu respeito e as respostas para o enigma do milênio.

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Mário Nogueira Rangel nasceu em Ta-bapuã, interior de São Paulo, em 1932. Fi-lho de médico e professora, ainda menino mudou-se para a capital do estado, onde frequentou excelentes escolas. Quando seu pai adoeceu, aos 14 anos, precisou trabalhar e estudar no período noturno. Um ano depois, ingressou no extinto Ins-tituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC), onde trabalhou por 15 anos, chegando ao cargo de Fiscal da Previdência. Aventureiro, dirigiu seu

próprio carro (O Dragão do Deserto) através de quatro países da América do Sul, durante quatro meses, procurando conhecer mais sobre a cultura dos povos pré-colombianos.

Deixou o IAPC para ingressar na Encyclopaedia Britannica, empresa na qual atuou durante 35 anos como distribuidor na região do Paraná e de Santa Catarina e diretor comercial, atuando em 14 países das Américas. Continuou seus estudos até o quarto ano de direito. Brevetou-se como piloto civil, tendo mais de mil horas de comando em monomotores, muitas das quais em voos acrobáticos. Em Curitiba, foi diretor e presidente do Aeroclube do Paraná e apresentador do programa Entre Nuvens e Estrelas, da TV Paranaense, Canal 12. Por ter idealizado e promovido o Concurso Documentos Históricos de Santos Dumont, Rangel foi condecorado com a Medalha Santos Dumont, em imponente solenidade militar diante da tropa formada.

O autor conheceu mais de 70 países do mundo. Hoje está aposentado e se dedica à hipnose e à pesquisa ufológica. É casado e tem quatro filhas. Seu interesse por hipnose começou por volta dos

Quem é Mário Nogueira Rangel

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10 anos, ao ler Quando Eu Era Vivo e O Hipnotismo, de Medeiros e Albuquerque (1867-1934), obras da biblioteca de seu pai, que era formado em farmácia e medicina e tinha poderes telepáticos espe-ciais. A primeira edição de Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose, publicada pela Biblioteca UFO em 2001, foi seu primeiro livro, uma obra que expõe a realidade da presença extraterrestre em nosso planeta e nossas vidas. O livro teve sequência em Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose II [Clube dos Autores, 2015]. Seus três irmãos, falecidos, foram jornalistas e escritores. Só faltava esta publicação para poder dizer que pertence a uma família de escritores.



Sumário

Prefácio convidado 19

Introdução 23 Capítulo 01 Os UFOs e a Aeronáutica 29 O Relatório Cometa e os UFOs nas ilhas de Trindade Capítulo 02 Sono e sonho 39 Aristóteles e seus pensamentos. Sonhos criativos

Capítulo 03 O uso de hipnose em Ufologia 43 A telepatia e sua aplicação em Ufologia Capítulo 04 Os extraterrestres e seus aparelhos 63 Círculos ingleses. Os ETs e o Código Penal

Capítulo 05 Caso Bárbara 77 Universitária avista disco voador

Capítulo 06 Caso Beatriz 81 Uma paranormal é abduzida e roubada



Capítulo 07 Caso Rubens Villela 87Professor observa UFO na Antártida

Capítulo 08 Caso Cláudio 89 Estranho sonho e marca nas mãos

Capítulo 09 Caso César 93 Uma inusitada experiência de desdobramento

Capítulo 10 Caso do Garoto Cristóvão 95

Menino é levado para uma “lua amarela” Capítulo 11 Caso Caetano 99

Estranho ser de olhos vermelhos

Capítulo 12 Caso Carina e Cândido 101Comunicação luminosa com objeto não identificado

Capítulo 13 Caso Cecílio 103Sentinela sai da guarita flutuando

Capítulo 14 Caso Délio 107Internado em hospital psiquiátrico

Capítulo 15 Caso Vasp Voo 169 113Mais de 100 passageiros observam UFO

Capítulo 16 Caso Dália 117

Criatura alienígena aplica injeção em mulher Capítulo 17 Caso Nádia 119

Manicure é levada a local desconhecido

Capítulo 18 Caso Diva 141 Sob hipnose, mulher vê UFO dentro de luz



Capítulo 19 Caso Dirceu 143Estranho encontro em uma caverna

Capítulo 20 Caso Dino e Deise 149Pai descreve viagem a outro planeta com filha

Capítulo 21 Caso Dirce 153

ET cura a visão de menina

Capítulo 22 Caso Iolanda 165A paranaense que passeou em um UFO

Capítulo 23 Caso Deolinda 167

Mulher vê chapéu voador em São Paulo

Capítulo 24 Caso Dionísio 169Paranormalidade mistura-se à Ufologia

Capítulo 25 Caso Dulce 171Contato com seres loiros de dois metros

Capítulo 26 Casos do Aeroclube do Paraná 177

Uma sucessão de espantosas ocorrências

Capítulo 27 Caso Bete Rodrigues 183Fenômenos se repetem na vida de abduzida

Capítulo 28 Caso Gonçalo 187

Viagem a outro planeta Capítulo 29 Caso Henrique 193

Bola luminosa desliga motor do carro de jornalista

Capítulo 30 Caso Irene e Irma 195Irmãs são abduzidas no interior de São Paulo



Capítulo 31 Caso Ivone 203UFO visto durante festa junina

Capítulo 32 Caso Jorge 205 Homem é vítima de várias abduções

Capítulo 33 Caso Leonardo 209

Viajantes observam UFO enorme em rodovia Capítulo 34 Caso Marta 215

Uma misteriosa figura vestida de preto

Capítulo 35 Caso Mirna e Marcela 217Contato com o comandante de uma nave espacial

Capítulo 36 Caso Bete e Débora 229

Primas são abduzidas e uma é implantada por ETs Capítulo 37 Caso Milton 239

Paralisado por clarão vindo do alto

Capítulo 38 Caso Márcio 241Piloto vê bola colorida no Triângulo Mineiro

Capítulo 39 Caso Marilu 243

Mulher é abduzida pela janela de sua casa Capítulo 40 Caso Maria Adília 251

Artista plástica cria com inspiração extraterrestre

Capítulo 41 Caso Nelma 255Mulher recebe estranhos sinais do espaço

Capítulo 42 Caso Nilcéa 257

Sonho com amiga voando dentro de luz



Capítulo 43 Caso Niterói 259UFO com tentáculos é filmado

Capítulo 44 Caso Raul 263 Curador espiritual pesquisa contatos com ETs

Capítulo 45 Caso Selma 269Abduzida tem frequentes sonhos com UFOs

Capítulo 46 Caso do piloto Sílvio 275

Comandante de jato vê disco voador

Capítulo 47 Caso Uyrangê Hollanda 277O militar que teve contatos com naves especiais

Capítulo 48 Caso Mônica 285

Estranho objeto expelido do nariz de abduzida

Capítulo 49 Caso Sampaio 291 Fenômeno misterioso mata o gado

Capítulo 50 Caso Takeda 294

Um ser com olhos grandes e avermelhados

Capítulo 51 Caso Capão Redondo 299Fenômeno luminoso na periferia de São Paulo

Capítulo 52 Caso Telma 303Contato com um ser calvo e de aspecto amistoso

Capítulo 53 Caso Tito 307Ocorrências ufológicas em Alagoas

Capítulo 54 Caso Ubirajara 311

Bola metálica cromada em São Paulo



Capítulo 55 Caso Ubaldo 317UFO em formato de coador invertido

Capítulo 56 Caso Ulisséia 319

Veículo é virado 180 graus em estradinha

Capítulo 57 Caso Úrsula 323Encontro com um ser chamado Karran

Capítulo 58 Caso Urbana 327Menina é sugada por cilindro de luz

Capítulo 59 Caso Creusa e Eugênia 333

Disco voador gigante assusta amigas

Capítulo 60 Caso Roswell 343Revelações bombásticas sobre os extraterrestres

Capítulo 61 Caso Valmir 347Abordado por uma misteriosa estrela

Capítulo 62 Caso Vitório 351Inusitada experiência ufológica na praia

Capítulo 63 Caso Valéria 357

Encontro com alienígenas de baixa estatura

Capítulo 64 Caso Vanderlei 365Globo luminoso não identificado sequestra jovem

Capítulo 65 Caso Vladimir 371Abordado por um humanoide franzino

Capítulo 66 Cronologia das ocorrências 385



Capítulo 67 Personalidades e UFOs 391 Capítulo 68 Mensagem aos médicos 395 Capítulo 69 Reflexões finais 399

Bibliografia 405



“Se você não tem argumento para o que acredita, você é um tolo”

— Descartes

Prefácio convidado

Durante minha infância, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, meu irmão, minhas três irmãs e eu, bem como alguns parentes e vizinhos, vivemos e presenciamos estranhos fenômenos, provavelmente de origem pa-ranormal. Acreditávamos que o espírito do falecido

marido de dona Eduarda, proprietária de um pomar nos fundos de nossa casa, tomava conta das plantações de caqui existentes lá. Na minha concepção infantil, com cerca de sete anos, tais fenômenos representavam um misto de medo, incompreensão, às vezes deses-pero, e curiosidade. Naquela mesma época comecei a ler revistas em quadrinhos. Entre as várias preferidas, a do Mandrake me fascinava. Eu ficava imaginando como era mágico uma pessoa simplesmente estalar os dedos e a outra ser hipnotizada, instantaneamente.

Naquela mente, ainda ingênua, conseguia voar aos extremos, ima-ginando a possibilidade de ter um dia esse enorme poder à disposição. Não compreendia os estranhos fenômenos que presenciava, e a severa criação religiosa, aliada às fantasias, me fazia crer que um hipnólogo era uma espécie de bruxo, com poderes do desconhecido, que conse-guia manipular a mente das pessoas com um simples olhar. Acreditava também que ele teria vendido sua alma ao diabo, ou simplesmente feito

Frente a frente com aliens



acordo com as forças do mal para obter tais poderes. Assim, arraigado a essas crendices, fui me tornando adolescente e, aos 16 anos, passei a me interessar pela pesquisa ufológica, após ler em um jornal que astro-nautas em órbita da Terra foram seguidos por objetos discoides. Anos se passaram, li muitos livros, revistas e jornais sobre o tema, realizei pesquisas de campo e entrevistas com testemunhas ufológicas. Não demorou muito para compreender que a hipnose era uma excelente ferramenta de pesquisa na Ufologia.

Já adulto, por inúmeras vezes tive oportunidade de assistir hip-noses na televisão, bem como ler sobre o assunto dentro e fora da ótica ufológica. Muitas vezes, pensava que aquilo era apenas um truque, principalmente quando via nas apresentações mágicas que bastava um simples olhar para que a partner adormecesse, completamente dura, e depois levitasse. Como pesquisador e humano pensava muito sobre o que realmente era possível dentro da hipnose e o que era mera fan-tasia. Foi assim que, em 1984, pesquisando em conjunto com Carlos Alberto Reis, Jaime Lauda e Lúcio Manfredi, pela primeira vez, tive a oportunidade de assistir a uma sessão de hipnose realizada por Mário Rangel, envolvendo a jovem Liz (pseudônimo de Bete), cuja narração está contida nesta obra. Bete tinha presenciado alguns fenômenos ufológicos durante a infância e a adolescência. Confesso que fiquei maravilhado com o caso e comecei a olhar a hipnose de forma bastante diferente. É claro que, ao conhecer melhor a técnica, verifiquei que as crendices trazidas da infância eram tão somente fantasias imaturas.

Pude realmente confirmar que a hipnose é uma ferramenta mui-to importante na pesquisa ufológica, assim como em outras áreas. É fascinante como por meio dela podemos trabalhar a mente humana. Entretanto, no caso da Ufologia, o hipnólogo deve fazer isso de modo a não influenciar a testemunha, fazendo o inconsciente aflorar, para que ela se recorde com detalhes fatos vividos e esquecidos pelo consciente, o que o autor deste livro faz com muita categoria e profissionalismo. Com o passar dos anos, em diversas oportunidades, tive o grande prazer de trabalhar ao lado de Rangel. E em todas as ocasiões procurávamos documentar as hipnoses em filmagens, que eram, posteriormente, assis-tidas várias vezes para se chegar a conclusões corretas. Dessa forma,



aprendi as técnicas de hipnose com o mestre Mário Nogueira Rangel. Nesta obra, ímpar na Ufologia Brasileira, ele contará aos leitores al-guns casos de abdução em que a hipnose foi determinante, mostrando o lado assustador do Fenômeno UFO, ou seja, casos em que pessoas foram levadas para o interior de naves alienígenas e submetidas aos mais diversos exames médicos.

Com tantas ocorrências coletadas em um único livro, o leitor poderá analisar os eventos, bem como compará-los a outros casos da Ufologia Brasileira e Mundial, concluindo que estamos frente a frente a um fenômeno incompreensível. Poderá também verificar que tal fenômeno segue quase sempre um padrão de comportamento, não deixando dúvidas de que estamos sendo visitados por estranhas criaturas, provavelmente extraterrestres. O porquê de suas visitas à Terra, de pesquisas em nosso sofrido planeta e das abduções não será desvendado pelo autor, mas ele certamente dará plenas condições para que cada leitor tire suas próprias conclusões. Boa leitura.

— Claudeir CovoFoi engenheiro e coeditor da Revista UFO

(09/06/1950—05/05/2012)



“Há muito mais coisas entre o céu e a terra do que permite sonhar nossa vã filosofia”

— Shakespeare

Introdução

Em 13 de maio de 1979 hipnotizei em meu apartamento, em São Paulo, o frentista Antônio. Durante a sessão, ele descreveu um avistamento de disco voador. Apesar de já ter lido muita coisa sobre Ufologia, era a primeira vez que um episódio ufológico aparecia em um trabalho de hipnose,

que já, há anos, fazia gratuitamente e sem finalidade clínica. Dez meses depois, em 09 de março de 1980, a estudante Bárbara, também residen-te na capital paulista, foi hipnotizada. Ela queria recordar-se de aulas que tivera. Durante a regressão hipnótica, descreveu um avistamento ufológico, ocorrido quando fora acampar com amigos em uma praia. Por consenso do grupo, decidiram esquecer o episódio e não comentar nada, evitando serem considerados loucos.

Ao final da hipnose pedi que desenhasse o UFO, mas ela disse ser inábil para isso. Refleti bastante sobre o assunto e imaginei uma solução que foi útil muitas vezes, com diferentes pessoas. Seis dias depois levei um gravador e fiz uma segunda sessão em Bárbara, para obter outras informações. Quando ela estava regredida ao momento do avistamento, disse-lhe que tinha sido batida uma fotografia do UFO, e esta teria ficado excelente. Bárbara estava profundamente hipnoti-zada. Entreguei-lhe, então, uma prancheta que levara especialmente

Padrão nas abduções por ETs



para isso. Disse-lhe que ali estava a fotografia, e ela completou: “A foto está ótima”. O que ocorreu com Bárbara é o que chamamos de alucinação visual positiva. O hipnotizado é capaz de ver o que não existe, ao contrário da alucinação visual negativa em que passa a não ver o que existe. Essa é uma das razões pela qual todas as pesquisas com hipnose necessitam do máximo cuidado, para que não sejam introduzidas falsas lembranças. Se o hipnotizado está vendo uma foto preta e branca, por exemplo, e o hipnotizador diz que esta é colorida, automaticamente se altera a parte do cérebro especializada na inter-pretação da imagem, para se ajustar à ordem hipnótica.

Perguntei a Bárbara, então, se a imagem que estava na foto era exatamente o que ela e seus colegas tinham visto e ela respondeu que sim. “Quando cursava o primário e o colegial você decalcava mapas?”, indaguei. Com a resposta afirmativa, pedi que Bárbara decalcasse a imagem da fotografia. O resultado foi ótimo. As anota-ções sobre o caso foram arquivadas. Cinco meses depois, em agosto de 1980, estava assistindo televisão em um hotel em Curitiba, jun-tamente com outros hóspedes, quando entrou Beatriz, uma senhora grávida, extremamente nervosa, dizendo que não conseguia dormir e que precisava acalmar-se. Levada até um salão ao lado, vazio, ela aceitou ser hipnotizada. Novamente, durante a regressão, surgiu um evento ufológico. Contudo, desta vez, foi descrito um caso de abdução, um sequestro ufológico. Um relatório sobre o episódio foi enviado a vários ufólogos brasileiros, que não conhecia pessoalmente.

Dias depois, recebi um telefonema do doutor Max Berezovsky, médico e hipnólogo de São Paulo, que na época era presidente da As-sociação de Pesquisas Exológicas (APEX). Marcamos um encontro e fomos juntos a Santos pesquisar um possível caso de sequestro ufoló-gico, mas não conseguimos apurar. Desde então, o companheirismo e a amizade surgiram entre nós. O doutor Max e sua esposa, dona Esther, frequentemente reuniam em sua casa grande número de pessoas inte-ressadas em Ufologia e, sempre que possível, me pedia para realizar hipnoses, tanto para reavivar a memória sobre acontecimentos, como para recuperar casos de amnésia, o famoso “tempo perdido” [Missing time], sobre o qual há vários livros publicados. As histórias ouvidas são



geralmente muito interessantes — com destaque para um genial padre da Amazônia. Max tinha registros de relatos em fitas cassete, vídeo e fotos, o que constitui um material riquíssimo e de grande importância, ainda mais se for publicado. Algumas pessoas até afirmaram que escre-veriam livros sobre tal conteúdo, mas até hoje isso não ocorreu. Sendo assim, decidi contar parte disso tudo, ou seja, selecionei alguns casos de Ufologia em que utilizei a hipnose.

Também incluí pessoas pesquisadas por outros ufólogos, nas quais apliquei a técnica sem a participação do doutor Max. Mas, nas ocasiões em que ele esteve presente, fez uma completa anamnese prévia [Entrevista] nas pessoas. Além disso, participou das pesquisas com os hipnotizados e fez importantes considerações posteriores. Pesquisamos também ocorrências envolvendo outras áreas, como a parapsicologia, e casos ufológicos sem a utilização da hipnose. Neste livro, sempre que possível, os fatos foram organizados em ordem cronológica, como um diário.

Há ainda casos que consideramos extraordinários, como um de visão à distância e outro em que ocorreu uma retrocognição1 sobre um avião desaparecido há dias, na véspera de ter sido encontrado. Neste último, soubemos com absoluta precisão e riqueza de detalhes como o avião do então Banco Bamerindus, tinha caído. No acidente, morreram todos: o presidente do banco, quatro familiares dele e o piloto, coinci-dentemente meu contemporâneo do Aeroclube do Paraná.

Um dos presentes, professor da Universidade de São Paulo (USP), elaborou uma ata do caso. Quase todas as circunstâncias que apuramos foram confirmadas pela imprensa nos dias seguintes, com impressionante exatidão. Porém, há outras não divulgadas pela mídia, que exigem compa-ração com o inquérito aeronáutico, o que ainda não fizemos. Soubemos, por exemplo, que quem fez a comunicação por rádio com a torre, pouco antes da colisão com uma árvore, foi alguém que se sentava atrás do piloto, o que se tornou plausível quando confirmamos que se tratava de um segundo piloto — e isso não foi divulgado pela imprensa.

1 Retrocognição é a faculdade que permite a alguns sensitivos retornar paranormal-mente no passado e narrar o sucedido. É o contrário de precognição, que é predizer o futuro.



Minhas entrevistas e hipnoses em Ufologia

Não chegou ao meu conhecimento, até o momento, que qualquer uma das pessoas que entrevistei e hipnotizei tenha obtido vantagem pecuniária decorrente do evento ufológico. Quase a totalidade dos que tiveram avistamentos e dos hipnotizados pediu sigilo e, por essa razão, utilizarei pseudônimos, como fazem muitos autores no mundo todo. Com um número muito reduzido delas o fato foi amplamente divul-gado, mas quase sempre se manteve o anonimato. Jornalistas, alguns com alto poder de persuasão, desejam entrevistar esses hipnotizados, principalmente os abduzidos, e um dia conseguirão seus intentos. Neste livro haverá, inclusive, algumas exceções devidamente autorizadas. Espero que os identificados sejam protagonistas de filmes brasileiros ou de Hollywood e ganhem muito com isso.

De todas as pessoas que figuram neste livro e com quem estive pessoalmente, apenas uma possui algo que teria ganhado dos extra-terrestres. Nenhuma outra trouxe comprovante da veracidade de sua abdução, nem mesmo um alfinete, um pedaço de papel, um botão, uma equação matemática ou uma semente. O presente que teria recebido de ETs é um anel de ouro, com um curioso desenho. O doutor Max e eu percorremos vários ourives da cidadezinha onde mora a suposta abduzida, até que um deles o reconheceu e contou que o fez sob de-senho dessa pessoa, cujo nome lembrava.

Supõe-se que mais de um abduzido dos que hipnotizei receberam implantes, os quais não foram extraídos para tentar descobrir sua utilidade ou constituição, como ocorreu nos Estados Unidos com hipnotizados por Derrel Sims, que se aliou ao cirurgião já falecido doutor Roger K. Leir para isso. No Brasil, o ufólogo e engenheiro Ricardo Varela Corrêa também faz uma pesquisa dessa natureza. Iolanda Kmiecik, que não conheço pessoal-mente, diz ter recebido um estranho triângulo de um ET. Espero um dia poder hipnotizá-la e mandar examinar essa peça em laboratório. Em outro caso, houve a extraordinária recuperação total da visão de uma menina, que, segundo atestados de médicos respeitáveis, estava ficando cega. Em mais de uma ocasião, pessoas que hipnotizei declararam que tempos depois tiveram nova abdução, lembrando-se do fato em vigília ou sob nova hipnose.



Tipos sanguíneos

Um dado extremamente curioso é a desproporcional frequên-cia de pessoas de sangue do tipo O, tanto com Rh positivo quanto negativo, entre abduzidos e observadores de episódios ufológicos. Infelizmente, comecei muito tarde a fazer essa verificação e acres-centar esse novo dado aos capítulos que já estavam escritos, mas o resultado é impressionante, como mostra o quadro acima.

Resumo das estatísticas

E um grupo de brasileiros tomado ao acaso deve haver 45% com sangue O positivo e negativo, segundo a Enciclopédia Barsa, edição 1997. Esse tipo de sangue não possui antígenos, mas apresen-ta anticorpos anti-A e anti-B, fazendo de seus portadores doadores universais. Consegui até agora informações do tipo sanguíneo de apenas 22 dos abduzidos e envolvidos com Ufologia, cujos casos são narrados neste livro. Entre eles, os portadores de sangue O positivo e negativo são 72 ou 73%, o que sugere fortemente que, pelo menos nesta região do Brasil, os ETs abduzem preferencialmente pessoas com esse tipo sanguíneo. Também é possível pensar na remota hipótese



dos ETs estarem alterando os tipos sanguíneos. Para constatar isso, no episódio narrado por Ulisséia, que é recente, pedi que fosse feito um novo exame de sangue. Em 24 de março de 2000 o laboratório confirmou que o tipo permanecia o mesmo: A positivo.

Uma notícia muito auspiciosa para a Ufologia é que o importante pesquisador e engenheiro já falecido Claudeir Covo foi hipnólogo desde dezembro de 1999. A primeira regressão de idade que fez foi em uma jovem e hipnoticamente sonambúlica, abduzida próximo ao radar de Congonhas, em São Paulo. A meu pedido verificou que é portadora de sangue O positivo. Se a considerarmos, nossa estatística se altera, totali-zando 73,91% de sangue O, o que ultrapassa, em muito, a média de 45%. No capítulo Cronologia dos Avistamentos e Abduções, ao final do livro, há resumo dos tipos sanguíneos individuais que foi possível verificar.

Cromossomos desconhecidos

Em 21 de abril de 2000 Claudeir Covo enviou-me uma carta que recebeu via internet informando sobre pessoas que possuem cromossomos desconhecidos, o que a remetente considera ser frequente. Ela indaga ainda, se o fato prova a existência de experiências genéticas realizadas por ETs em humanos. Segundo a Enciclopédia Mirador Internacional, edição 1975, “cromossomos são estruturas celulares, portadoras do material genético responsável pela hereditariedade da célula e do organismo. Um dos 23 pares de cromossomos das células somáticas é responsável pela determinação do sexo. Nos indivíduos do sexo mas-culino, esse par é formado por um cromossomo X e um Y e nos de sexo feminino por um par XX”. Está aí uma ideia para nova pesquisa. Ficarei muito feliz se abduzidos, conhecidos ou não, me escreverem informando seus tipos sanguíneos, Rh e o resultado dos exames laboratoriais sobre seus cromossomos. Procurarei tão breve quanto possível verificar esses assuntos em profundidade junto aos que já hipnotizei.

Endereço do autor:[email protected]

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