márcia sara vieira rodrigues carvalho - universidade do minho · 2018-02-19 · 1.2 estrutura do...
TRANSCRIPT
Márcia Sara Vieira Rodrigues Carvalho
Alinhamento dos requisitos de negócio e a
Arquitetura de um Sistema de Gestão de
Informação na área da Indústria Têxtil
Projeto de Dissertação de Mestrado
Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de
Sistemas de Informação
Trabalho efetuado sob a orientação do
Professor Doutor Ricardo J. Machado
Fevereiro de 2018
i
ii
Sumário
A atividade organizacional ao longo dos anos vai aglomerando informação de forma crescente,
o que conduz a uma extrema necessidade do seu armazenamento.
Desta forma surge o conceito de memória organizacional, este foca na importância da junção
das informações que são geradas ao longo do tempo. As tecnologias de Big Data ou Machine
Learning vêm contribuir para a agregação de grandes quantidades de informação, oferecendo
uma gestão de sistemas de informação otimizada ou até uma previsão de resultados conforme
os dados históricos da organização.
O desenvolvimento do tema proposto encontra-se associado ao projeto TexBoost - Less
Commodities more Specialities, onde são enunciadas diversas necessidades de implementação
de uma nova aplicação para uma organização no âmbito do setor empresarial têxtil.
Um dos seus requisitos é a junção de todos os dados envolvidos na sua atividade numa só
plataforma, onde através de palavras chave, as informações requeridas possam ser facilmente
e rapidamente obtidas.
Este sistema envolve a implementação de diversas ferramentas tecnológicas sendo que a sua
arquitetura irá ser estudada na presente dissertação. O desenvolvimento de uma arquitetura do
sistema exige um conhecimento prévio do setor, nomeadamente do seu processo de negócio.
Posto isto, é levantada a necessidade de ilustrar o processo de negócio atual e o futuro, após a
implementação do sistema.
Palavras – Chave: Arquiteturas de Sistemas, Processo de Negócio, Requisitos, Gestão de
Sistemas de Informação e Memória Organizacional.
iii
Abstract
Over the years organizational activity is increasingly gathering information, which leads to an
extreme need to storage it.
In this way, the concept of organizational memory arises. It focuses on the importance that exists
in correctly gathering all the information that is generated over time. The technologies behind
of Big Data or Machine Learning contribute to the aggregation of large amounts of information,
offering an optimized information system management or even the possibility to predict any
kind of results according to the historical data of the organization.
The development of the proposed theme is associated to the TexBoost project - Less
Commodities more Specialities, where several needs are listed and stated to allow the
implementation of a new application for an organization within the textile business sector.
One of the requirements is to join all the data involved in this organization's activity in a single
platform, where, through key words, the required information can be easily and quickly
obtained.
This system involves the implementation of several technological tools and its architecture will
be studied in this dissertation document. The development of a system architecture requires
prior knowledge of the industry, in particular its business process. Having said this, there is a
need to illustrate the current and future business process after any system is implemented.
Keywords: System Architectures, Business Process, Requirements, Management of Information
Systems and Organizational Memory.
iv
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................1
1.1 Contextualização ..........................................................................................................1
1.2 Estrutura do documento ..............................................................................................2
2. Objetivos ..............................................................................................................................3
3. Abordagem de Investigação .................................................................................................5
4. Análise do estado da arte .....................................................................................................8
4.1 Sistema de Informação .................................................................................................8
4.2 Gestão de Sistemas de Informação ..............................................................................9
4.3 Gestão de Sistemas de Informação na Indústria Têxtil ...............................................12
4.3.1 Tecnologias Associadas à Gestão de Sistemas de Informação ............................13
4.3.2 Áreas de Aplicação da Gestão de Sistemas de Informação.................................17
4.3.3 Vantagens da utilização da Gestão de Sistemas de Informação .........................17
4.4 Memória Organizacional ............................................................................................18
4.4.1 Modelos de Memória Organizacional .................................................................18
4.4.2 Motivações para construção da Memória Organizacional..................................20
4.4.3 Memória Organizacional vs. Sistemas de Informação ........................................22
4.4.4 Tecnologia associada à implementação de Memória Organizacional.................23
4.5 Arquiteturas de Software ...........................................................................................26
4.5.1 Reuse-Driven Software Engineering Business (RSEB) .........................................27
4.5.2 Feature-Oriented Reuse Method (FORM) ..........................................................28
4.5.3 Product Line Software Engineering (PuLSE) ........................................................29
4.5.4 Four-Step-Rule-Set (4SRS) ..................................................................................31
4.6 Business Process Model and Notation (BPMN) ..........................................................32
4.6.1 Nomenclatura .....................................................................................................34
4.7 Industria 4.0 ...............................................................................................................36
5. Trabalho atual e resultados intermédios ............................................................................40
5.1 Processo de Negócio de Alto nível..............................................................................40
5.1.1 Introdução ..........................................................................................................40
5.1.2 Descrição de atividades e subprocessos .............................................................42
6. Planeamento do trabalho ...................................................................................................50
7. Conclusões .........................................................................................................................52
Anexos ........................................................................................................................................59
v
Índice de Figuras
Figura 1 - Metodologia geral do Design Science Research ...........................................................6
Figura 2 - Diagrama temporal das definições de SI ......................................................................8
Figura 3 - Gestão do Sistema de Informação e suas áreas (Amaral, 1994) .................................10
Figura 4 - Medidas de desempenho do sistema VMI (Tyan & Wee, 2003) .................................16
Figura 5 - Áreas de aplicação da GSI ...........................................................................................17
Figura 6 - Modelo de Memória Organizacional (Soltero, 1997)..................................................19
Figura 7 - Modelo de Memória Organizacional ..........................................................................20
Figura 8 - Arquitetura de um SIMO (Hackbarth & Grover, 1999) ...............................................23
Figura 9 - Fases da abordagem PuLSE. Retirado de (Bayer, et al., 1999) ....................................29
Figura 10 - Etapas da revolução industrial (Bortolini, Ferrari, Gamberi, Pilati, & Faccio, 2017) .36
Figura 11 - Tecnologias envolvidas na Indústria 4.0 ...................................................................38
Figura 12 - Estudo da competitividade na Indústria 4.0 (Sung, 2017) ........................................39
Figura 13 - Processo de negócio de alto nível ............................................................................41
Figura 14 - Atividade Inicial ........................................................................................................42
Figura 15 - Subprocesso "Conceção e simulação de protótipo" ................................................43
Figura 16 - Subprocesso “Planeamento de produção tecelagem” .............................................44
Figura 17 - Subprocesso “Tecelagem” ........................................................................................45
Figura 18 - Subprocesso “Registo de Resultados” ......................................................................45
Figura 19 - Subprocesso “Registo de Material (Tecelagem)”......................................................46
Figura 20 - Subprocesso “Planeamento de produção acabamentos” ........................................46
Figura 21 - Subprocesso “Acabamentos” ...................................................................................47
Figura 22 - Registo de material (Acabamentos) .........................................................................48
Figura 23 - Subprocesso “Inspeção e validação de desenvolvimento” .......................................49
Figura 24 - Planeamento do trabalho .........................................................................................51
Figura 25 - Mapa de Conceitos referente à estrutura da Revisão de Literatura .........................59
vi
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Resultados da implementação da metodologia DSR (Adaptado de (Vaishnavi & Jr.,
2008)) ...........................................................................................................................................7
Tabela 2 – Foco da atividade de Gestão de Sistemas de Informação (Amaral, 1994) ................11
Tabela 3 - Tipos de conhecimento e as tecnologias associadas .................................................25
Tabela 4 - Nomenclatura BPMN (Group O. O., Business Process Model and Notation (BPMN)
Version 2.0, 2011) ......................................................................................................................34
vii
Acrónimos
SI Sistemas de Informação
BP Business Processes
BPM Business Processes
BPMN Business Process Model and Notation
SecBPMN Secure BPMN
SIMO Sistema de Informação de Memória Organizacional
BI Business Intelligence
IoT Internet of Things
GSI Gestão de Sistemas de Informação
TI Tecnologias de Informaçao
PSI Planeamento de Sistemas de Informação
DSI Desenvolvimento de Sistemas de Informação
ESI Exploração de Sistemas de Informação
RFID Radio Frequency Identification
ERP Enterprise Resource Planning
VMI Vendor Managed Inventory
SCM Supply Chain Management
DSR Design Science Research
1
1. Introdução
1.1 Contextualização
O tema a desenvolver foca em três grandes áreas dos sistemas de informação desde a
definição de arquiteturas, conceção de requisitos à elaboração dos processos de negócio. Este
surge no âmbito do projeto TexBoost - Less Commodities more Specialities, onde o objetivo é a
“Digitização e desmaterialização de protótipos de tecidos”. Através da entidade CCG (Centro de
Computação Gráfica) foi possível a interação deste projeto com o âmbito da presente
dissertação, tendo esta como foco o estudo de um caso prático no ramo da indústria têxtil.
O projeto encontra-se associado a uma empresa de produção de tecidos que irá ser
designada por empresa X devido a questões de confidencialidade. Esta organização produz cerca
de 700 mil metros de tecido todos os meses, possuindo uma enorme variedade de produtos.
Todos os dados criados pela atividade organizacional são armazenados em diferentes
plataformas o que por vezes dificulta a procura da informação nos registos efetuados. Posto
isto, surge o problema subjacente ao projeto este que se resume à organização dos dados
criados todos os dias pela empresa e adicionalmente ao estudo dessas informações para
simplificar tomadas de decisão futuras. No começo do processo de fabrico de um tecido são
tomadas várias decisões em termos de parâmetros que devem ser cumpridos durante a
produção, no entanto estes parâmetros pesquisáveis encontram-se subdivididos entre diversas
plataformas o que dificulta a busca de informação. Além disso, a organização X assume outro
requisito intrinsecamente relacionado com a análise do histórico de dados para que lhes sejam
apresentadas sugestões de seleção de parâmetros durante a elaboração da ordem de produção
de determinado tecido. Os pressupostos apresentados pela empresa X resultam na criação de
uma plataforma que execute ambos os requisitos, para isso será necessária a elaboração de uma
arquitetura do sistema que demonstre a interoperabilidade existente entre as diferentes
tecnologias necessárias à implementação.
Com o intuito de efetuar um estudo com profundidade na área, inicialmente serão
levantados os requisitos do negócio propostos por parte da organização X, para que desta forma
seja possível a elaboração do processo de produção com mais precisão. Numa fase posterior
será abordado o processo de negócio atual resultante da análise do processo produtivo.
Partindo do processo de negócio atual (as is) será possível a sua adaptação para um modelo
futuro, onde já se encontra incluída a aplicação que pretende minimizar muitas das atividades
realizadas até agora.
2
Em suma, a contribuição da presente dissertação para o projeto enunciado centra-se no
levantamento de requisitos, na construção dos processos de negócio AS IS e TO BE e na
elaboração da arquitetura do sistema que permita integrar toda a informação utilizando
diferentes ferramentas.
1.2 Estrutura do documento
O presente documento demonstra o trabalho efetuado até ao momento sendo o seu
objetivo principal a apresentação de uma revisão de literatura inicial e a apresentação do
trabalho atual. Este encontra-se dividido em diversas partes:
• Introdução – Capítulo dedicado à contextualização do tema, problema subjacente,
síntese dos objetivos e estrutura do documento.
• Objetivos – É definida a finalidade da dissertação por meio de quatro pontos
fundamentais.
• Abordagem de Investigação – Estabelece o método de pesquisa mais indicado para
a resolução do problema proposto, distinguindo as diferentes fases de investigação
e os resultados possíveis.
• Revisão de Literatura – Expõe os conteúdos associados ao tema da dissertação,
estes são necessários para o desenvolvimento e resolução do problema. Os
conceitos abordados passam pela definição de Sistemas de Informação, Gestão de
Sistemas de Informação, tecnologias associadas à Gestão de Sistemas de
Informação na Indústria Têxtil, Memória Organizacional, Arquiteturas de Software,
Business Process Model and Notation e Indústria 4.0.
• Trabalho Atual e Resultados Intermédios – Esta secção apresenta o conteúdo
elaborado até ao momento, este inclui o processo de negócio atual de alto nível.
• Planeamento do trabalho – Inclui a disposição temporal das atividades a realizar ao
longo do tempo da elaboração da dissertação. Esta calendarização está definida até
à data de entrega da dissertação final em outubro de 2018.
• Conclusões – Neste capítulo é efetuada uma síntese do documento do projeto de
dissertação, para além de serem abordadas as dificuldades encontradas bem como
os problemas enfrentados na elaboração do documento.
3
2. Objetivos
A dissertação em desenvolvimento surge numa fase inicial do projeto TexBoost - Digitização
e desmaterialização de protótipos de tecidos e de vestuário, este que terá como resultado final
a elaboração de um sistema ABI (Adaptive Business Intelligence) que permite ajustar e otimizar
o processo de produção têxtil tendo por base a gestão da informação existente e a previsão de
variáveis/parâmetros úteis para a tomada de decisão.
Posto isto, antes da fase de implementação surge a necessidade de assegurar uma pesquisa,
tratamento e agregação da informação envolvente no processo organizacional, começando
assim por apresentar o processo de negócio. Numa fase posterior seguir-se-á a construção da
arquitetura do sistema. A criação de uma arquitetura vem condimentar o trabalho desenvolvido
na etapa inicial visto que, esta pretende definir e reunir um conjunto de melhores práticas.
Desta forma, os objetivos esperados com a presente dissertação passam pelos seguintes pontos:
• Elaboração de uma revisão de literatura no âmbito do tema em questão, focando
não só abordagens do contexto dos sistemas de informação como do setor
industrial, ramo indústria têxtil.
• Levantamento de necessidades, caracterização de processos produtivos e
identificação preliminar de requisitos de negócio. A análise dos requisitos do
sistema é fundamental numa fase inicial anterior à implementação, dado que se
pretende fazer face às necessidades do utilizador.
• Elaboração do processo de negócio BPMN (Business Process Management
Notation) - AS IS. Com este modelo pretende-se dar a entender o contexto inicial do
processo de negócio, ou seja, o processo que está a ser executado atualmente na
organização. Esta construção possui várias etapas partindo de um modelo
simplificado e chegando depois ao seu detalhe.
• Desenvolvimento do processo de negócio (BPMN) - TO BE. Com a implementação
da nova solução muitas das atividades serão suprimidas ou simplesmente
eliminadas resultando numa substituição do processo de negócio. Nesta fase
pretende-se demonstrar o impacto que o sistema criado terá nas atividades da
organização.
4
• Conceção de uma arquitetura do sistema capacitada para lidar com grandes
volumes de dados e suportar algoritmos de análise do histórico de dados e previsão
de resultados de pesquisa. Esta terá de reunir tecnologias como Big Data, Machine
Learning e sistemas ABI.
Com estes objetivos pretende-se salientar a importância da análise do sistema de
informação de uma organização antes do desenvolvimento de qualquer infraestrutura
tecnológica, podendo identificar facilmente aspetos de melhoria do processo sempre tendo em
conta os requisitos estabelecidos, adicionalmente pretende-se efetuar uma contribuição para o
projeto em questão.
5
3. Abordagem de Investigação
O DSR (Design Science Research) é uma metodologia que orienta o investigador na
elaboração de artefactos com o intuito de atingir determinado objetivo e/ou encontrar a solução
para um problema. Este processo permite desenvolver contribuições para a pesquisa, avaliar os
projetos e comunicar os resultados (Ken Peffers, A Design Science Research Methodology for
Information Systems Research, 2007).
Este método de investigação garante a produção de um artefacto com intuito de
resolver os problemas propostos, dado que permite partir das teorias e conhecimentos
existentes até à criação de novos resultados (Ken Peffers, A Design Science Research
Methodology for Information Systems Research, 2007).
“O Design Science Research…cria e avalia artefactos de TI destinados a resolver problemas
organizacionais identificados.” (Ken Peffers, A Design Science Research Methodology for
Information Systems Research, 2014)
No âmbito dos sistemas de informação, o DSR implica a construção de um conjunto de
artefactos sociotécnicos como as ferramentas de modelação, sistemas de suporte à decisão,
estratégias e métodos para contribuir para a avaliação do sistema de informação e suas
alterações (Gregor & Hevner, 2013). O processamento de informação é algo complexo que
suscita questões de índole teórica escassa ou nula sendo o DSR uma grande contribuição na
exploração das mesmas.
Esta metodologia centra-se em cinco fases (Vaishnavi & Jr., 2008):
• Consciência do problema (Awareness of Problem) – o aparecimento do tema
pode surgir pelos mais diversos fatores como inovações no campo da indústria
ou noutro contexto que induzem uma e investigação aprofundada. O output
desta fase é, em regra, uma proposta para um novo estudo.
• Sugestão – esta fase é considerada como um processo criativo onde a nova
funcionalidade é visualizada tendo por base elementos já existentes ou novos.
Pretende-se obter uma Tentativa de Design esta que pode ser inserida na etapa
anterior. A “Sugestão” dá relevância à criatividade esta que tem como
fundamento teorias anteriormente elaboradas.
• Desenvolvimento – o projeto é desenvolvido e implementado nesta fase. As
técnicas de implementação variam muito conforme o artefacto que se pretende
construir podendo ser arquiteturas, algoritmos, construção de software, etc. A
6
implementação não implica a inclusão obrigatória de novos conceitos bastando
que o design seja inovador e não a própria construção do artefacto. Durante o
desenvolvimento pode ser necessário efetuar novas pesquisas o que indica um
regresso à primeira fase (Consciência do problema), este fator é representado
através da seta “Circumscription”. O resultado desta etapa é a construção do
artefacto.
• Avaliação – o artefacto é avaliado tendo em conta os critérios normalmente
descritos na proposta da primeira fase. A possível ocorrência de desvios nas
expectativas tanto quantitativas como qualitativas devem ser atentamente
registadas e explicadas. Os resultados da fase da avaliação e a informação
adicional adquirida na construção do artefacto passam novamente pela fase da
sugestão.
• Conclusão – reúne o resultado final mesmo havendo divergências no
comportamento do artefacto construído, é a consequência do esforço investido
na investigação. Neste último momento o artefacto é constituído pelos fatos
apreendidos e que podem ser aplicados repetidamente. Nesse documento
podem ser encontrados conteúdos que exigem novas abordagens ou problemas
ainda por solucionar, isto motiva a investigações futuras.
Figura 1 - Metodologia geral do Design Science Research
7
Os resultados finais provindos da adoção desta metodologia podem ser consultados na tabela
seguinte.
Tabela 1 - Resultados da implementação da metodologia DSR (Adaptado de (Vaishnavi & Jr., 2008))
Output Descrição
Construções Vocabulário conceitual de determinado domínio.
Modelos Conjunto de proposições ou declarações expressando relações entre
construções.
Métodos Conjunto de etapas utilizadas para executar uma tarefa (how to do)
Instanciations Operacionalização de construções, modelos e métodos.
Melhores Teorias Construção de artefactos como análogos a experiências da ciência
natural.
A utilização do DSR no desenvolvimento do tema de dissertação é perfeitamente
adequada dado que este foi construído maioritariamente para investigações no âmbito das
Tecnologias de Informação e todas as fases enunciadas são adequadas para alcançar os
objetivos definidos.
8
4. Análise do estado da arte
4.1 Sistema de Informação
“O aumento crescente do volume de dados e de informação é reflexo direto da cada vez
maior complexidade das organizações e da sociedade em geral.” (Varajão, Função de Sistemas
de Informação, 2002)
Assim surge a carência por um sistema que garanta a recolha, armazenamento,
processamento e consulta de informação tendo em vista a gestão dos dados e
consequentemente a tomada de decisão e desenvolvimento de atividades dependentes desta.
Um Sistema de Informação possui diversas definições que foram variando ao longo do
tempo. Como forma de contextualização a estas modificações surge na timeline seguinte as
inúmeras abordagens a este conceito no decorrer dos anos.
Figura 2 - Diagrama temporal das definições de SI
9
Em suma, é viável acreditar que um Sistema de Informação se pode resumir num conjunto de
ações de recolha, armazenamento, tratamento e consulta de dados tendo em vista determinada
finalidade. As pessoas e as organizações tiram o melhor proveito das informações
proporcionadas pelo sistema em conformidade com os seus objetivos.
4.2 Gestão de Sistemas de Informação
Definição
“A Gestão de Sistemas de Informação é entendida como um conjunto de atividades que
compõem a área funcional das organizações responsável pela gestão do recurso informação e
de todos os recursos envolvidos no planeamento, desenvolvimento e exploração dos seus
sistemas de informação “(Amaral, 1994).
Numa organização pretende-se que os Sistemas de Informação suportem
adequadamente os seus objetivos estratégicos, as suas operações de negócio ou necessidades
de gestão da organização, quando isto não acontece a sobrevivência e sucesso da organização
podem estar comprometidas (O'Brien, 1993).
Desta forma, a Gestão de Sistemas de Informação vem desenvolver um conjunto de atividades
necessárias para gerir o SI e as TI utilizadas como suporte ao desempenho da organização. Este
âmbito surge, não como uma inevitabilidade ou até fatalidade nas organizações, mas antes
como uma forma de aproveitar e potenciar as oportunidades que se lhe oferecem pela mudança
organizacional (Eason, 1988).
A figura seguinte pretende estruturar os conceitos associados à GSI sendo esta uma
vasta área que engloba as Tecnologias de Informação, a gestão de recursos humanos e/ou
financeiros e a Gestão da Informação. Esta última área abrange a informação utilizada e os dados
que reproduzem as situações do mundo real.
10
Figura 3 - Gestão do Sistema de Informação e suas áreas (Amaral, 1994)
“A GSI tem por responsabilidades o planeamento, estruturação, direção e controlo das
atividades que numa organização são necessárias para garantir a existência de um SI adequado
às suas necessidades de informação” (Varajão, Função de Sistemas de Informação Contributos
para a melhoria do sucesso da adopção de tecnologias de informação e desenvolvimento de
sistemas de informação nas organizações, 2002). Na GSI estão englobadas tarefas de
Planeamento dos Sistemas de Informação (PSI), Desenvolvimento de Sistemas de Informação
(DSI) e Exploração de Sistemas de Informação (ESI), no entanto a GSI dá particular atenção ao
PSI visto que nesta atividade são integrados aspetos relacionados com SI no processo de
planeamento da organização (Varajão, Função de Sistemas de Informação Contributos para a
melhoria do sucesso da adopção de tecnologias de informação e desenvolvimento de sistemas
de informação nas organizações, 2002).
As principais atividades de GSI podem ser observadas na tabela seguinte, estas
encontram-se divididas por nível dos objetivos de gestão, objetivos de gestão e foco da atividade
de gestão.
11
Tabela 2 – Foco da atividade de Gestão de Sistemas de Informação (Amaral, 1994)
Porém, dada a sua complexidade, a GSI enfrenta algumas dificuldades (Sá-Soares, 1998),
numa primeira instância destaca-se a diversidade de conceções e perfis apresentados pelos
vários indivíduos (profissionais de SI/TI e utilizadores e gestores do negócio) envolvidos no SI,
sendo estas complicadas de gerir e compatibilizar. A celeridade da evolução tecnológica bem
como as suas constantes alterações e múltiplos efeitos conduzem a diversas mudanças nas TI, o
que leva a uma dificuldade acrescida na sua gestão.
12
4.3 Gestão de Sistemas de Informação na Indústria Têxtil
Os mercados da área da indústria têxtil estão intrinsecamente dependentes das tendências
de moda, estes reúnem um conjunto de características que desafiam a área tecnológica na busca
de soluções que acompanhem a mutabilidade constante deste setor. Os produtos provindos
desta indústria possuem as seguintes características (Martin Christopher, 2004):
• Ciclos de vida curtos – o produto é pensado para capturar o “humor” do cliente no
momento de compra, o que leva a que o seu ciclo de vida seja muito curto podendo
durar meses ou semanas.
• Alta volatilidade - a procura por estes artigos é muito instável e muito pouco linear,
muitas vezes esta é influenciada pelas tendências criadas pelos filmes, por celebridades
ou simplesmente por produtos que se vendem de forma sazonal como por exemplo
itens relacionados com o Natal.
• Baixa Previsibilidade – a grande volatilidade traduz-se numa enorme dificuldade em
prever a procura dos produtos com precisão para determinado período de tempo.
• Alta compra por impulso – os consumidores agem muitas vezes por impulso e grande
parte das decisões tomadas são feitas no momento, ao contrário de outros setores onde
a compra pode ser pensada antecipadamente (Exemplo: ramo automóvel). O cliente
quando é confrontado com o produto é estimulado a comprá-lo.
O número de produtos têxteis inteligentes torna-se cada vez mais popular nos dias de
hoje sendo comercialmente bem sucedido, estes garantem novas funcionalidades às peças
de vestuário que anteriormente apenas serviam para proteger o corpo. Este tipo de artigos
possui várias aplicações desde o monitoramento fisiológico (como frequência cardíaca, taxa
de respiração, temperatura, atividade e postura), à recolha de dados de treinos desportivos,
monitoramento de potenciais riscos externos ou riscos ligados ao manuseamento de
materiais perigosos (Rajkishore Nayak, 2015).
O desenvolvimento de aplicações com imagens 3D ou realidade aumentada tem vindo
a criar um novo tipo de mercado onde o design das peças é personalizado reduzindo os
problemas com o tamanho e ajuste dos artigos ao cliente. Adicionalmente, esta tecnologia
permite a redução dos desperdícios na produção de amostras, pois, na eventualidade de o
artigo ser representado de forma realista, a necessidade de confeção das peças é reduzida.
13
A introdução de dados eletrónicos em códigos de barras ou RFID1 tem possibilitado a rápida
troca de informações entre o vendedor e o fabricante, fornecendo dados fundamentais para
uma melhor gestão dos stocks dos produtos, como por exemplo, dados de inventários,
progresso da produção, problemas técnicos ou estado das entregas (Rajkishore Nayak, 2015).
A criação de tendências de moda nas redes sociais, como o Twitter ou Facebook, é cada vez
mais uma realidade, dado que através deste meio rapidamente se propaga um novo produto.
Este meio aproxima as marcas do consumidor e dá margem para a criação de novas marcas.
Em suma, as empresas do ramo da Indústria Têxtil possuem uma forte necessidade de
armazenar todos estes dados, criados pelos meios mencionados ou outros, para isso contam
com diversas tecnologias para gestão da informação como os ERP, BI e VMI.
4.3.1 Tecnologias Associadas à Gestão de Sistemas de Informação
Enterprise Resource Planning
O conceito de ERP resume de forma eficiente as diferentes tarefas de planeamento e
controlo de recursos internos e externos (capital, pessoal e equipamentos de capital) numa
organização (Schuh, 2014). Para além disso, os sistemas ERP integram todas as entidades de
uma organização (compra, finanças e controlo, vendas, etc) bem como os seus processos
comerciais. Estes sistemas podem ser definidos como soluções de software de negócios que
consistem em diversos módulos tais como o Planeamento e Controlo de Produção, planeamento
de materiais, contabilidade, recursos humanos ou logística, todos integrados numa base de
dados centralizada (Schuh, 2014).
Um ERP é principalmente uma integração entre as práticas de gestão do negócio e a
tecnologia moderna, este contém três componentes principais, as práticas de gestão do
negócio, as tecnologias da informação e os objetivos específicos do negócio (Sajwan, 2010). A
implementação de um ERP tem um custo avultado e muitas vezes exige uma reengenharia dos
processos das organizações, no entanto, estas tiram grande partido desta tecnologia
compensando assim os gastos (Christina Soh, 2000).
Existem diversas vantagens na implementação de um ERP (Marques & Resende, 2007),
seguem abaixo algumas delas:
1 RFID (radio frequency identification – identificação por radiofrequência) - captura automática de dados através de sinais de rádio, com o intuito de identificar os produtos por meio de dispositivos eletrónicos.
14
• Permissão à empresa de uma ampla visão do seu planeamento estratégico no
ambiente organizacional.
• Otimização de processos e das operações obtendo uma maior eficiência nas
mesmas.
• Tomada de decisão mais acertada proporcionando dinâmica à organização bem
como aumentando a sua competitividade.
• Aquisição de informações de qualidade em tempo real eliminando interfaces
manuais.
• Contribuição para uma melhor visão, programação e aproveitamento da
capacidade produtiva.
• Contribuição para uma administração do património mais facilitada.
• Proporciona uma gestão dos dados eficiente dado que impossibilita a entrada de
dados repetidos abolindo informações contraditórias, desta forma é garantida a
unicidade e integridade dos dados.
• Possibilita a troca de informações entre organizações externas contribuindo para
uma melhor interoperabilidade.
• Permite o processamento das operações numa única base de dados o que
possibilita uma maior confiabilidade dos mesmos.
Uma solução de software neste âmbito é o SAP, este possui diversos sistemas que
permitem efetuar uma gestão eficiente da organização. O SAP Business ByDesign é uma das suas
ferramentas que fornece, às médias empresas em crescimento, uma plataforma para poderem
aumentar a sua competitividade reduzindo a complexidade e os custos. Este sistema pode ser
implementado localmente ou na cloud conectando todas as funções da empresa às melhores
práticas testadas e funções analíticas aprofundadas2. Possui um conjunto de aplicações SaaS
(Software as a Service) que suportam os setores dos recursos humanos, financeiro, compras,
vendas, gestão da cadeia logística, entre outros.
Em suma, um ERP pretende a obtenção das melhores soluções para a organização,
proporcionando um sistema que apoie os processos organizacionais, assegurando consistência,
confiabilidade e rapidez na obtenção dos objetivos adequados às necessidades de qualquer
colaborador da empresa (Marques & Resende, 2007).
2 Consultado em https://www.sap.com/portugal/products/erp/midsize-companies.html#
15
Business Intelligence
A tecnologia de Business Intelligence (BI) é constituída por um conjunto de ferramentas
de suporte à decisão que permitem apoiar as medidas estratégicas e operacionais tomadas
pelos executivos, gestores e analistas. Esta ferramenta é utilizada para as mais diversas ações
como por exemplo, gerir o desempenho, otimizar as relações com o cliente monitorizando a
atividade comercial, criar aplicações de BI específicas para operações e estratégia e produzir
relatórios de gestão (Willen, 2002).
O crescimento da informação levou à necessidade de criação de grandes quantidades
de armazenamento decorrentes de fontes como transações bancárias de clientes, informações
de retalho ou negócios eletrónicos, dados de RFID para monitorização de stocks, etc. As
organizações tiram proveito desta tecnologia para efetuar uma análise desta grande quantidade
de dados, podendo efetuar decisões ou oferecer novos serviços personalizados aos seus
clientes.
Os sistemas de BI convertem os dados em informação útil e posteriormente em
conhecimento, através da análise humana. As suas funcionalidades (Negash, 2004) passam pela:
• Criação de previsões tendo por base dados históricos, desempenho no passado
e no presente e estimativas para o futuro;
• Análise dos impactos das mudanças e de cenários alternativos;
• Visão estratégica;
• Acesso aos dados para responder a questões específicas e não rotineiras.
Vendor Managed Inventory
O Vendor Managed Inventory (VMI) é uma ferramenta de reposição contínua que utiliza
a troca de informações dos produtos entre o vendedor (retalhista) e o fornecedor, de forma a
que seja possível efetuar a gestão e o reabastecimento de mercadorias na loja ou armazém.
Através destes dados é viável que o fornecedor garanta mercadorias perante a procura do
cliente.
A estratégia do VMI consiste em libertar o vendedor da responsabilidade da garantia de
stock, dado que o fornecedor poderá tomar decisões de forma a garantir o inventário mínimo
solicitado, este deve ter a capacidade de previsão da procura e de gestão deste setor da melhor
forma (Tyan & Wee, 2003). Os gestores de inventário, por parte do vendedor, podem assim
16
ganhar tempo para o desenvolvimento de novas estratégias de negócio, uma vez que as tarefas
de inventariação estão automatizadas e são da competência do fornecedor3.
Os requisitos para implementação de um VMI podem ser classificados em três
categorias, infraestrutura da organização, tecnologias de informação e sistema de suporte à
decisão. O primeiro requisito obriga a uma reestruturação da organização dando alguma
autonomia e confiança aos fornecedores, estes que devem estar em contacto diário com os
vendedores, com os responsáveis pelas vendas e pelo marketing e com o departamento de
produção.
O sistema de VMI requer um sistema de informação integrado capaz de incorporar o
planeamento, os inventários, a produção e a distribuição numa plataforma que proporcione
estes dados em tempo real, tirando o melhor partido desta ferramenta (Holmstrom, 1998).
Adicionalmente, o sistema de suporte à decisão garante a transparência dos dados, oferece
apoio na gestão e coordenação dos inventários e na política de transporte (Achabal, McIntyre,
Smith, & Kalyanam, 2000).
A figura que se segue sugere os benefícios da aplicação do VMI avaliados em relação a
um conjunto de medidas de desempenho. Numa primeira perspetiva é possível salientar duas
vantagens com a implementação deste sistema, a redução de custos de inventário por parte do
vendedor e a redução total de custos para o fornecedor.
Figura 4 - Medidas de desempenho do sistema VMI (Tyan & Wee, 2003)
3 Consultado em https://pt.linkedin.com/pulse/o-vmi-e-evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-sistemas-de-gest%C3%A3o-estoques-linneu-fiolo-filho
17
4.3.2 Áreas de Aplicação da Gestão de Sistemas de Informação
Em suma, a Gestão de Sistemas de Informação aplica-se a diferentes áreas
organizacionais. Esta permite facilitar o controlo e planeamento do negócio, a distribuição e
faturação das vendas e a gestão de material. O planeamento e controlo da produção, o ramo
financeiro, a gestão de recursos humanos bem como o controlo de qualidade podem também
usufruir da aplicação de um sistema de GSI, podendo simplificar a tomada de decisão e até
atividades quotidianas na organização (Islam, 2013).
Figura 5 - Áreas de aplicação da GSI
4.3.3 Vantagens da utilização da Gestão de Sistemas de Informação
As vantagens da utilização de um sistema de GSI (Islam, 2013) centram-se nos pontos
seguintes:
• Maior velocidade de recuperação e processamento de dados;
• Maior precisão da informação (relatórios gerados);
• Tomada de decisão facilitada;
• Processo de resolução de problemas acelerado;
• Melhoria na eficiência dos recursos;
• Facilita a comunicação interpessoal;
• Automatiza processos de gestão.
GSI
Vendas
Produção
Qualidade
Finanças
Recursos Humanos
Compras
18
Posto isto, é possível afirmar que a implementação deste tipo de sistemas numa
organização traz consigo inúmeras vantagens desde a otimização dos processos internos,
aumentando a competitividade, à satisfação do cliente.
4.4 Memória Organizacional
Mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico, por vezes, as informações das
organizações ainda se encontram dispersas entre documentações antigas, relatórios, discos de
armazenamento obsoletos, etc. Na grande maioria das situações a busca de dados torna-se
impossível dadas as mais diversificadas fontes de informação o que conduz a uma perda de
dados significativa, tendo diversos impactos organizacionais.
O conceito de Memória Organizacional vem perpetuar, reunir e organizar toda a
informação da organização, desde a sua fundação ao momento atual. Desta forma pretende-se
maximizar o conhecimento e posterior partilha dos dados garantindo sempre que as memórias
permanecem tão próximas quanto possível da ideia original (Bascans, Chevalier, Gennero, &
Soulé-Dupuy, 2016). Esta designação exprime a amplificação do conhecimento, capturando,
organizando, divulgando e reutilizando o conhecimento, este que poderá surgir da sabedoria
dos colaboradores de determinada entidade (Conklin, 2001). A memória organizacional recorre
à história da instituição agregando todos os dados de modo a que possam ser utilizados em
operações futuras.
A capacidade, associada à memória organizacional, de guardar, reter e posteriormente
utilizar as informações recolhidas, acarreta uma mais valia para a organização visto que é
possível detetar os erros cometidos e proceder à correção dos mesmos tirando sempre proveito
desta aprendizagem. Uma das dificuldades no aproveitamento da informação está nas inúmeras
fontes de dados existentes, estas podem surgir dos próprios trabalhadores (conhecimento
cognitivo, tácito), documentos, sistemas de informação, entre outras, ou seja, estes elementos
surgem de forma heterogenia (Sasieta, Beppler, & Pacheco, 2011).
4.4.1 Modelos de Memória Organizacional
Este conceito surge na década de 50 como um conjunto reduzido de processos da
organização ou como uma reunião de acontecimentos passados, objetivos, pressupostos ou
comportamentos (March & Simon, 1958).
Numa outra perspetiva surge, em 1991, o conceito de que a memória organizacional
poderia ser obtida por meio de seis canais diferentes: os indivíduos, as transformações
19
organizacionais, a cultura organizacional4, as estruturas organizacionais, ecologia
organizacional5 e arquivos externos (Walsh & Ungson, 1991).
Uma das primeiras representações da conceção de Memória Organizacional refere que
esta deve ser dividida em três partes: caso, representação formal do caso e representação por
meio de ferramentas computacionais (Soltero, 1997).
Figura 6 - Modelo de Memória Organizacional (Soltero, 1997)
A primeira componente, presente na figura, representa os colaboradores enquanto grupo de
trabalho que pretende manter o sistema de informação atualizado, para que desta forma a
estrutura da informação possa ser consultada em qualquer lugar e por todos os intervenientes.
A segunda fase dedica-se ao registo do problema procurando chegar à sua resolução através de
conhecimentos ou de experiências passadas. O procedimento que conduz à solução final do
problema é guardado como uma memória organizacional, esta que posteriormente é
representada através de diversas ferramentas computacionais já na terceira fase.
4 A cultura organizacional define os costumes, rituais e valores partilhados pelos membros de uma organização estes que terão de ser aceites pelos novos membros (Collins English Dictionary – Complete and Unabridged, Acedido em 9 de Janeiro de 2018). 5 Na ecologia organizacional o foco é responder à questão de como e o porquê das populações organizacionais evoluírem e desenvolverem-se (Hannan & Freeman, 1977). Designa-se como sendo um conjunto de fatores do ecossistema que interagem entre si e que não funcionam de forma isolada.
20
Um dos modelos mais recentes propõe o diagrama que se segue (Jackson, 2007). Neste
podemos identificar o relacionamento entre os retentores de conhecimento e o
armazenamento das informações por eles fornecidas, estas que podem surgir sob a forma de
tecnologia, procedimento, pessoas, entre outros (Jackson, 2007). Na entidade de domínio do
conhecimento constam as definições de conceitos e sua caracterização, no que refere ao
conhecimento este adiciona conteúdos como os modos de utilização, de aquisição e sua
manutenção que instruem a organização.
Figura 7 - Modelo de Memória Organizacional. Adaptado de (Jackson, 2007)
4.4.2 Motivações para construção da Memória Organizacional
A necessidade de construir uma Memória Organizacional advém de diversas barreiras que
condicionam o aumento da produtividade ou o melhoramento do desempenho. As
problemáticas (Macintosh, 1997) centram-se nos pontos seguintes:
• Os colaboradores das empresas despendem demasiado tempo na busca da informação,
como a informação está dispersa em vários meios, existe uma duração significativa
desde o inicio de dada atividade até ao encontro dos dados respeitantes à mesma. Este
período poderia ser estrategicamente aplicado noutras funções de relevância para a
organização.
• O know-how permanece na sabedoria de cada funcionário não sendo documentado,
este fator traduz-se numa dificuldade acrescida em caso de mudança de tarefas e/ou de
colaboradores, dado que nem todos os colaboradores tem conhecimento da função a
21
desempenhar, não havendo possibilidade de encontrar informação respeitante a essa
atividade visto que não está registada.
• Informações de enorme relevância podem estar dispersas pelos mais variados
documentos. O contínuo crescimento de informação irrelevante dificulta a
categorização e identificação de dados importantes, mesmo quando estes são
devidamente explicitados, denotando uma grande desorganização.
• Erros dispendiosos são executados repetidamente dada a falta de informação referente
a experiências anteriores. Como os dados estão dispersos a procura de informações
relativas a ações anteriores é muito dificultada, o que leva à execução dos mesmos erros
sistematicamente.
• Atrasos e diminuição da qualidade dos produtos ou serviços são consequência de uma
gestão de conhecimento insuficiente ou mesmo inexistente. O mercado impulsiona
cada vez mais o rápido desenvolvimento de produtos com maior qualidade e baixo
custo, desta forma, a ausência de uma Memória Organizacional irá dificultar este
processo.
Perante as dificuldades apresentadas anteriormente, há uma ascendente motivação para a
criação de uma Memória Organizacional (Dieng, Knowledge Management and the Internet,
2000) (Dieng, Corby, Giboin, & Ribiere, 1998). Deste modo, os incentivos para a implementação
de um modelo de Memória Organizacional focam:
• A inteligência corporativa, dado que é necessário manter um nível tecnológico
competitivo face ao mercado. Para além disso, destaca-se ainda a imprescindibilidade
de manter as competências tácitas, pertencentes colaboradores, no meio
organizacional evitando a perda de conhecimento na ausência dos funcionários.
• A necessidade de preservar uma memória corporativa capaz de impedir erros futuros
na produção ou fornecimento de serviços.
• Evitar o paradoxo da produtividade. Uma maior produtividade gera um maior número
de dados e esta enorme quantidade de informações leva à diminuição da produção, pelo
que o objetivo será encontrar o ponto de equilíbrio entre o número de informações e a
produtividade através de uma estrutura organizada da informação. Consequentemente,
é possível transferir as experiências já adquiridas para os novos processos, evitando
assim um aumento significativo dos dados.
• Evitar o paradoxo do contexto. Uma maior quantidade de informação implica a criação
de novo conteúdo que venha a contextualizar o anterior, ou seja, informação gera
informação. Contudo, por meio da salvaguarda da informação adicional é possível
22
prever situações futuras onde esta contextualização é necessária, tirando proveito dos
mesmos dados e evitando o seu aumento.
• O melhoramento da comunicação interna, levando a informação transversalmente a
todos os intervenientes nos processos organizacionais.
• A progressão na aprendizagem individual e organizacional processa-se com maior
fluidez visto que os colaboradores facilmente têm acesso aos dados de que necessitam.
4.4.3 Memória Organizacional vs. Sistemas de Informação
A implementação de Sistemas de Informação na organização permite recuperar o
conhecimento organizacional, suportando desta forma as atividades organizacionais e os seus
procedimentos (Lehner & Maier, 1998). Este sistema tem a possibilidade de captar, organizar,
utilizar e espalhar o conhecimento que mora nos colaboradores e em fontes de dados dispersas
revertendo numa execução de processos eficiente e eficaz (Vasconcelos, Rocha, & Kimble,
2003).
O conceito de Sistema de Informação de Memória Organizacional (SIMO) vem dar
resposta às barreiras encontradas na construção da Memória Organizacional, visto que este é
responsável pela exibição das informações passadas com o intuito de que estas serão utilizadas
no futuro.
Com o intuito de desenvolver um sistema que corresponda às necessidades e
motivações referentes ao levantamento dos dados (processo inerente à construção de uma
Memória Organizacional), poderemos considerar a construção de uma arquitetura de um SIMO
(Hackbarth & Grover, 1999). Esta tem por base cinco pontos fundamentais:
1. Utilização dos seis canais como fonte de informação (Walsh & Ungson, 1991). Estes
demonstram o conhecimento organizacional por meio da experiência humana,
cultura e estrutura organizacionais.
2. Análise do modelo atual do SIMO pertencente também à Memória Organizacional.
Este descreve os dados formalizados e a informação captada pelas tecnologias de
informação.
3. Processos envolvidos na aquisição, retenção, pesquisa, manutenção e recuperação
de memória podem beneficiar das tecnologias de informação dos dias de hoje
(Stein, 1995).
23
4. Introdução do núcleo do conhecimento “knowledge core” este que é parte
integrante de qualquer organização, nele poderemos encontrar os dados
englobados na Memória Organizacional mais tangível (compreensível).
5. Adição de “double-loop leaning” (duplo ciclo de aprendizagem), ou seja, promover
a análise contínua da informação existente, tendo em vista a otimização da
flexibilidade e sua adaptação.
O diagrama seguinte representa a Arquitetura do Sistema de Informação de Memória
Organizacional referido.
Figura 8 - Arquitetura de um SIMO (Hackbarth & Grover, 1999)
A combinação destes cinco elementos tem como objetivo a obtenção de uma organização que
tenha como foco principal a estabilidade e o crescimento do núcleo do conhecimento.
4.4.4 Tecnologia associada à implementação de Memória Organizacional
Com a introdução de novas ferramentas de recuperação de dados que facultam outras
funcionalidades e outra eficiência, foi facilitada a recuperação da memória dado que, alguns
sistemas, de hoje em dia, utilizam inovações como a pesquisa através de redes semânticas por
meio de palavras chave. Outros sistemas surgem como forma de combater a heterogeneidade
24
dos dados criando uma interface interativa que permite a visualização dos mesmo de forma
estruturada e cruzada com os diferentes atributos que se pretende. É de extrema relevância
obter representações estruturadas dos dados para que desta forma o processo de tomada de
decisão seja mais simples e assertivo.
A tabela seguinte associa os tipos de conhecimento com a teoria dos canais de
informação proposta por (Walsh & Ungson, 1991). O conhecimento explícito aponta para dados
objetivos, técnicos e racionais que permitem a sua documentação e distribuição sem
necessidade de interação pessoal. Este pode estar presente em papel, imagens, esquemas,
figuras entre outros, desde que seja facilitada a sua divulgação sem grandes explicações
detalhadas (Nonaka, 1994). Por conseguinte a informação vem codificada e estruturada (ainda
que em diferentes formatos), contrariamente ao conhecimento tácito, a sua fonte nasce do
conhecimento do indivíduo, das suas próprias experiências, vivências, consciência e dos seus
valores, não havendo um formato pré-definido de informação. É, portanto, um domínio muito
subjetivo e muito pessoal, convertendo a sua transferência numa tarefa árdua, visto que o seu
conteúdo surge não estruturado nem codificado (Gourlay, 2002).
Posto isto, é verossímil afirmar que o conhecimento explícito provém das estruturas
organizacionais, arquivos externos bem como da própria cultura organizacional. No que toca ao
conhecimento tácito este deriva dos próprios indivíduos e também de uma cultura
organizacional preenchida de valores, costumes e processos implícitos. A estes tipos de
conhecimento é possível associar algumas tecnologias que permitem tirar o melhor partido dos
dados disponíveis, para que desta forma se obtenha informação estruturada e formalizada onde
a sua visualização seja percetível e os resultados pretendidos atingidos.
O sistema Machine Leaning permite tomar decisões baseadas no acumular de diversas
experiências anteriores evitando desta forma a ocorrência de erros de forma repetitiva. Já o
Datawarehousing permite agregar dados heterogéneos numa só plataforma, contudo, estes
dados necessitam de ser preparados anteriormente à sua inserção no sistema visto que este
funciona com dados voláteis, ou seja, estes são só inseridos e não alterados (Fortulan &
Gonçalves, 2005). Uma Base de Dados Relacional designa-se por um conjunto de dados
agregados em diferentes tabelas que podem ser relacionados entre si através de chaves ou
conceitos comuns 6. O termo Big Data está associado a uma grande quantidade de dados que
podem ser estruturados ou não, carecendo de ferramentas especializadas para o seu
tratamento, desta forma é possível gerar resultados importantes, mas em volumes menores.
6 Retirado de https://docs.oracle.com/javase/tutorial/jdbc/overview/database.html
25
Esta tecnologia tem assente a teoria dos cinco v’s: volume, velocidade, variedade, veracidade e
valor (Russom, 2011; Chen, Chiang, & Storey, 2012; Abdullah, Ismail, Sophiayati, & Sam, 2015).
As ferramentas de Business Intelligence (BI) são responsáveis pela recolha e processamento de
grandes quantidades de dados não estruturados, são geralmente utilizadas para consultas e
para a geração de relatórios e dashboards demonstrativos7. Posteriormente a esta tecnologia
surge o sistema ABI (Adaptive business intelligence system) este combina três princípios, a
componente que permite a tomada de decisão com recurso à previsão, a otimização desta e a
adaptabilidade do módulo da previsão às mudanças no ambiente organizacional (Michalewicz,
Schmidt, Michalewicz, & Chiriac, 2007).
Tabela 3 - Tipos de conhecimento e as tecnologias associadas
Em suma, todas estas ferramentas contribuem para uma tomada de decisão progressivamente
consciente e otimizada, sendo que o primordial será partir do maior número de informação
possível introduzida na Memória Organizacional, com a finalidade de obter resultados concretos
e realistas. A análise destes dados bem como as consultas aos mesmos são, desta forma, mais
rentáveis dado que o sistema acede a todas as informações numa só plataforma não
consumindo tempo na busca em diversas infraestruturas.
7 Retirado de https://azure.microsoft.com/pt-pt/overview/what-are-business-intelligence-tools/
Tipo de Conhecimento
Canal de Informação Tipo de Informação Sistemas de Apoio à Decisão
Explícito
- Estruturas Organizacionais
- Arquivos externos - Cultura Organizacional
Codificada Estruturada
Machine Learning Datawarehousing Base de Dados relacional Big Data Business Intelligence Adaptive business intelligence system Tácito
- Indivíduos - Cultura Organizacional
Não codificada Não estruturada
26
4.5 Arquiteturas de Software
A Arquitetura de Software surgiu como uma área pertencente à Engenharia de Software,
apesar do amadurecimento desta disciplina, ainda não existe um consenso na sua definição. É
possível identificar diversos autores que apresentam diferentes alternativas para definir este
conceito, no entanto não há uma resposta satisfatória nem uma definição amplamente aceite
(Bachmann, et al., 2000).
“A arquitetura de software de um programa ou sistema informático é a estrutura ou estruturas
do sistema, que incluem componentes de software, propriedades externamente visíveis desses
componentes e os relacionamentos entre eles. Por propriedades "externamente visíveis",
referimo-nos a serviços fornecidos, características de desempenho, gestão de falhas, uso de
recursos partilhados e assim por diante.” (Bass, Clements, & Kazman, 1998)
“A estrutura dos componentes de um programa/sistema, as suas inter-relações, princípios e
diretrizes que regem o seu design e evolução ao longo do tempo.” (Garlan D. &., 1995)
“... além dos algoritmos e estruturas de dados da computação; conceber e especificar a estrutura
geral do sistema emerge como um novo tipo de problema. As questões estruturais incluem
organização bruta e estrutura de controlo global; protocolos para comunicação, sincronização e
acesso a dados; atribuição de funcionalidade aos elementos de design; distribuição física;
composição de elementos de design; dimensionamento e desempenho; e seleção entre
alternativas de design.” (Garlan & Shaw, 1993)
“ …conjunto de elementos de design que têm uma forma particular.” (Perry & Wolf, 1992)
Em síntese, é possível afirmar que todas as definições mencionadas destacam a Arquitetura de
Software enquanto um sistema que agrega partes de menor dimensão e dá indicação da forma
como estas partes se relacionam e cooperam entre si (Bachmann, et al., 2000). Uma arquitetura
fornece um controlo intelectual relativo à complexidade da infraestrutura, proporcionando um
conjunto de “peças” interativas que primam pela sua simplicidade individual. Esta é o resultado
de decisões de design precoce necessárias antes da construção do sistema de software, nesta
devem constar os seus componentes, as suas propriedades visíveis externamente e suas
interações.
Apesar das dificuldades em encontrar um conceito unânime, a evolução nesta área não sofreu
qualquer impedimento no seu progresso.
27
Uma arquitetura deste âmbito envolve (Kruchten, Obbink, & Stafford, 2006):
• Estruturação e organização do sistema através da interação dos componentes e
subsistemas;
• Realce das propriedades do sistema que melhor podem ser redesenhadas e analisadas.
A criação de uma arquitetura permite alcançar o controlo intelectual do sistema e das suas
interações, apesar da enorme complexidade que este poderá ter.
O conceito de Arquitetura de Software reúne diversas áreas (Kruchten, Obbink, & Stafford,
2006):
• Design arquitetónico: forma de produzir a arquitetura;
• Análise: a arquitetura procura dar resposta a questões como a qualidade do produto
final;
• Realização: uma arquitetura terá de garantir que através da sua interpretação será
possível concretizar o sistema;
• Representação: a construção dos artefactos terá de ser cuidada, de modo a que a sua
compreensão seja garantida a longo prazo;
• Economia: a implementação de uma arquitetura poderá gerar novas decisões
empresariais.
Uma arquitetura deve descrever os constituintes do sistema, atender aos seus requisitos e
englobar toda a informação crítica para o desenvolvimento. Contudo, desta não podem constar
muitos detalhes visto que deve ser explícita e facilmente compreensível.
Existem diversos métodos para a construção de arquiteturas dentre os quais irão ser
abordados o RSEB, FORM, PuLSE e 4SRS.
4.5.1 Reuse-Driven Software Engineering Business (RSEB)
O RSEB (Reuse-Driven Software Engineering Business) é um processo de reutilização
sistemática, de construções anteriores, orientado para casos de uso baseado em notação UML
(Unified Modeling Language). Este método foi construído para facilitar o desenvolvimento de
software orientado a objetos reutilizável (Almeida, Alvaro, Lucrédio, Garcia, & Meira, 2005). A
linguagem UML é utilizada para representar as alterações identificadas nos casos de uso e
modelos de objetos.
28
A construção deste referencial passa por diversas etapas (Griss, Favaro, & d'Alessandro, 1998):
• Engenharia de Requisitos: são definidos, através de casos de uso, os pontos de
variação do sistema;
• Engenharia da arquitetura: é projetada uma arquitetura em camadas com a
ajuda dos casos de uso;
• Engenharia dos componentes do sistema: nesta fase, são criados os
componentes reutilizáveis.
• Engenharia da aplicação dos sistemas: os produtos são criados por meio da
reutilização dos componentes.
4.5.2 Feature-Oriented Reuse Method (FORM)
O método FORM (Feature-Oriented Reuse Method) tem por base a orientação de
recursos, estes que são analisados e utilizados para conceber a arquitetura de software. O FORM
analisa os recursos de determinado domínio que posteriormente são aplicados para construir
as arquiteturas e para a reutilização de componentes. Por isso, esta metodologia resulta num
domínio cujos componentes são reutilizáveis e personalizados. A Engenharia de
telecomunicações bem como as TI utilizam frequentemente este método, contudo este poderá
ser aplicado noutras áreas dependendo da coerência das suas características. Esta metodologia
permite desenvolver artefactos reutilizáveis e adaptáveis que são construídos após uma análise
detalhada dos recursos (Alam, Khan, & Sharma, 2017).
O FORM é um método sistemático que procura as semelhanças e as diferenças das
aplicações (num determinado domínio) em termos de recursos e utiliza os resultados da análise
com o intuito de desenvolver arquiteturas e seus componentes (Almeida, Alvaro, Lucrédio,
Garcia, & Meira, 2005). É possível dividir este método em dois processos:
• Engenharia de domínio: analisa os sistemas num determinado domínio e constrói
arquiteturas de referência e componentes reutilizáveis, tendo como base os resultados
da análise.
• Engenharia de Aplicações: utiliza os artefactos produzidos na fase anterior para a
execução de atividades com o intuito de desenvolver aplicações.
A arquitetura de domínio é aplicada como um modelo de referência para a criação de
arquiteturas, esta proporciona um conjunto de modelos sendo que cada um deles representa
29
um nível de abstração diferente. Contudo, este modelo possui algumas limitações dentro das
quais a especificação, design, implementação e componentes pouco explorados (Alam, Khan, &
Sharma, 2017).
4.5.3 Product Line Software Engineering (PuLSE)
A abordagem PuLSE dá ênfase aos produtos de software e não aos aspetos
organizacionais, esta estrutura suporta todo o ciclo de vida do desenvolvimento do sistema,
passando pela criação de um método de reutilização, pela formulação de regras e de avanços
futuros. É um modelo constituído por módulos e adaptável às diferentes necessidades. No
decorrer da execução das diferentes fases do PuLSE é possível ajustar os seus componentes,
usufruir da escala de maturidade para uma evolução da organização estruturada e adaptar os
sistemas a diferentes situações (Alam, Khan, & Sharma, 2017).
A figura seguinte sugere uma organização dos componentes constituintes da
abordagem PuLSE.
Figura 9 - Fases da abordagem PuLSE. Retirado de (Bayer, et al., 1999)
30
Este referencial é constituído por três fases principais, a fase do desenvolvimento, dos
componentes técnicos e dos componentes de suporte (Bayer, et al., 1999). Dentro da primeira
fase constam diferentes atividades:
• Inicialização: é a linha de base da organização, permite personalizar o PuLSE;
• Construção da infra-estrutura: execução do modelo e arquitetura da infra-
estrutura do sistema;
• Usabilidade da infra-estrutura: utilização da infra-estrutura para criar membros
da linha de produtos;
• Evolução e Gestão: desenvolver a infra-estrutura ao longo do tempo e geri-la.
Os componentes técnicos proporcionam um know-how técnico necessário para
operacionalizar o desenvolvimento da linha de produtos, estes são utilizados em todas as fases
do desenvolvimento. Estes componentes englobam diferentes fases (Bayer, et al., 1999):
• Personalização: indica como executar a fase de inicialização;
• Escopo (alvo): forma de abranger toda a infra-estrutura focada em definições de
produtos;
• Modelação: indica como modelar as características do produto encontradas na
fase anterior;
• Arquiteturas: refere como se deve desenvolver a arquitetura de referência,
mantendo a rastreabilidade do modelo;
• Instanciar: sugere a forma de como realizar a fase de usabilidade;
• Evolução e gestão: indica como lidar com os problemas de gestão de
configuração e como integrar desajustes nos produtos;
Por último temos os componentes de suporte, estes são pacotes de informações ou
instruções que permitem uma melhor adaptação, evolução e desenvolvimento dos sistemas
(Bayer, et al., 1999). As etapas pertencentes a este componente são:
• Pontos de entrada do projeto: permite personalizar o PuLSE para os principais
tipos de projetos, avalia a existência de recursos que possam ser reutilizados ou
se os vários projetos são executados de maneira independente podendo ser
integrados posteriormente;
• Escala de maturidade: proporciona um trajeto de integração a seguir para as
organizações que utilizam PuLSE;
31
• Questões organizacionais: Fornece medidas para configurar e manter a
estrutura da organização indicada para o desenvolvimento e gestão de linhas de
produtos.
O príncipio deste método indica que a fase de desenvolvimento recorre sistematicamente aos
componentes técnicos e de suporte, com o objetivo de detalhar determinado sistema de
software.
4.5.4 Four-Step-Rule-Set (4SRS)
A metodologia 4SRS (Four-Step Rule Set) tem como funcionalidade a conversão dos
requisitos do utilizador numa arquitetura sendo necessários quatro passos: Architectural
Element Creation, Architectural Element Elimination, Packaging and Aggregation e Architectural
Element Association.
De uma forma muito sucinta é possível referir que no primeiro passo cada caso de uso
é dividido em três elementos arquiteturais um do tipo Interface, o segundo do tipo dados e o
último do tipo controlo. No segundo passo dá-se o processo de eliminação dos elementos
arquiteturais menos relevantes criados no passo anterior (na eventualidade de um dos
elementos arquiteturais ser bastante significativo é possível dividi-lo novamente). No penúltimo
passo dá-se a agregação dos elementos arquiteturais consistentes semanticamente. Para
proceder à execução deste passo o modelo terá de ser analisado como um todo. Por último
temos a associação de elementos arquiteturais tendo como fundamento a análise dos casos de
uso e a informação resultante de micro passos anteriores.
32
4.6 Business Process Model and Notation (BPMN)
Um processo de negócio (Business Process) distingue-se como sendo uma reunião de
um ou vários procedimentos ou atividades efetuadas por uma ordem predefinida que
coletivamente contribuem para a realização de determinado objetivo no negócio, este
que é definido numa estrutura organizacional que indica papeis ou relacionamentos
funcionais. Um processo desta plenitude abrange não só a organização como poderá
englobar entidades externas (Chinosi & Trombetta, 2011).
A gestão de processos de negócio surgiu da necessidade de uma gestão efetiva dos
negócios organizacionais pois com a intensificação da globalização, os processos, a sua
estrutura e coordenação converteram-se em fatores primordiais para a integridade das
organizações. Aspetos como o aumento da frequência dos bens encomendados, a
necessidade de transferência rápida de informações, a celeridade na tomada de decisão,
a fácil adaptação à mudança da procura ou até o crescimento da concorrência, desafiam
o desempenho e a sobrevivência das empresas, o que conduz à inevitabilidade de um
estudo aprofundado dos processos de negócio (Simchi-Levi, Kaminsky, & Simchi-Levi,
2000). As tecnologias de Informação vieram dar resposta a estes desafios através da
gestão de processos (Davenport, 1992) (Georgakopoulos, Hornick, & Sheth, 1995).
Gradualmente, os métodos de trabalho manuais, foram substituídos por procedimentos
eletrónicos designados de técnicas “paperless” (sem papel). Com estas mudanças surgiu
o que é conhecido hoje por BPM (Ko, Lee, & Wah, 2009).
Os modelos de processo de negócio concebem uma especificação das interações entre
humanos, organizações e sistemas técnicos, para além de apoiarem o design de sistemas
sócio-técnicos (SecBPMN, 2015). Estas representações são definidas como o período de
tempo aquando das descrições manuais e/ou automatizadas (fluxo de trabalho) de um
processo ou na possibilidade de serem estabelecidos e/ou modificados eletronicamente
(Chinosi & Trombetta, 2011).
A linguagem divergente adotada para a construção dos processos de negócio entre
entidades constitui uma grande limitação ao nível da comunicação interempresarial e
na sua modelação de processos. O BPMN (Business Process Model and Notation)
constitui uma notação facilmente compreensível por todos os utilizadores empresariais
33
tais como, analistas do negócio que criam os rascunhos iniciais dos processos,
desenvolvedores técnicos responsáveis pela implementação da tecnologia que irá
realizar esses processos e finalmente para empresários que gerem e monitorizam os
processos (Group O. O., Business Process Model and Notation (BPMN), 2013). O BPM
vem criar uma semântica singular na modelação de processos de negócio, transversal a
todas as entidades, com o intuito de criar uma linguagem universal e facilitando desta
forma a gestão de processos entre organizações. Através da concepção de uma
terminologia única é proporcionada uma lapidação na agilidade e no desempenho
organizacional.
A conceção de sistemas sociotécnicos seguros institui dois desafios endereçados aos
modelos de processo de negócio, o primeiro incide sobre a inclusão de primitivas
explícitas para a modelação de aspetos de segurança, o segundo centra-se no
desenvolvimento de técnicas automatizadas para verificação da segurança de um
determinado processo (SecBPMN, 2015). O SecBPMN surge como uma linguagem de
modelação baseada em BPMN que permite aos analistas modelar processos de negócio
com anotações de segurança e definir políticas ou restrições de segurança em termos
de conceitos SecBPMN (Salnitri & Giorgini, Transforming Socio-Technical Security
Requirements in SecBPMN Security Policies, 2014). Esta estrutura de modelação de
processos está dividida em SecBPMN-ml, SecBPMN-Q e uma componente de software
(Salnitri & Giorgini, Modeling and Verification of ATM Security Policies with SecBPMN,
2014). Os modelos de SecBPMN-ml são nada mais que modelos de BPMN com a adição
de um conjunto de anotações de segurança (normalmente representados com um
círculo laranja sólido) (Salnitri & Giorgini, Modeling and Verification of ATM Security
Policies with SecBPMN, 2014). Este tipo de representação vem acrescentar à modelação
BPMN o conceito de segurança inserido nos modelos de processo de negócio. No que
consta ao SecBPMN-Q este é um tipo de linguagem de consulta gráfica que permite
definir políticas de segurança em termos de elementos de SecBPMN-ml (SecBPMN,
2015). Por último, a componente de software engloba um conjunto de ferramentas para
modelação Sec BPMN-ml especificando políticas de segurança no SecBPMN-Q
(SecBPMN, 2015).
34
4.6.1 Nomenclatura
A elaboração de um BPM requer uma nomenclatura específica, a tabela abaixo
apresenta a designação dos objetos que irão ser utilizados no processo de elaboração do
documento.
Tabela 4 - Nomenclatura BPMN (Group O. O., Business Process Model and Notation (BPMN) Version 2.0, 2011)
Objeto Tipo Objeto Descrição
Start Event É utlizado para indicar o início do processo.
End Event Indica o término do processo.
Sequence Flow Identifica as sequências e direciona os caminhos que o fluxo pode tomar.
Data Association Permite associar dados ou artefactos com os elementos do fluxo do processo.
Abstract Task Define uma tarefa que não pode ser dividida num detalhe mais específico.
Service Task Indica um “web service” ou uma aplicação automatizada.
User Task Tarefa onde o utilizador executa o fluxo de trabalho com auxílio de uma aplicação de software.
Manual Task Tarefa executada manualmente, sem nenhum apoio em termos de aplicações de software. Por exemplo, transporte de mercadorias.
35
Group Agrega elementos da mesma categoria não interferindo com a sequência do processo.
Data Store Proporciona mecanismos de recuperação ou atualização de informações armazenadas.
Gateway
Executa operações de controlo de convergências e divergências num processo. O Gateway poderá ser exclusivo quando no seu interior se encontra um “X”, paralelo caso contenha ”+” e inclusivo no caso de representar “O”.
Data Object Garante informação sobre o que as atividades exigem e/ou o que estas produzem .
Pool/Lane
Uma Pool permite representar um “ator” ou interveniente no processo e também possibilita efetuar separações entre as atividades de outras Pools. Dentro de uma Pool poderá estar representada uma ou mais Lanes cada uma indicando uma partição da Pool. A Lane permite uma melhor organização das atividades.
36
4.7 Industria 4.0
No séc. XVIII surge a primeira revolução industrial com a invenção da máquina a vapor
o que conduziu a um avanço na mecanização da indústria. A segunda revolução industrial está
associada ao desenvolvimento da indústria química, elétrica e à produção em massa. A
penúltima fase sucede com o início da era dos computadores, onde foram introduzidos novos
conceitos como a automação ou a robótica, proporcionando o desaparecimento de diversos
postos de trabalho devido à substituição das funções dos funcionários por máquinas.
O reconhecimento do conhecimento como "capital humano" junto com a tecnologia de
TI trouxe impactos importantes no crescimento económico e consequentemente promove o
surgimento da quarta Revolução Industrial através do uso de tecnologias cibernéticas (Jazdi,
2014).
Figura 10 - Etapas da revolução industrial (Bortolini, Ferrari, Gamberi, Pilati, & Faccio, 2017)
“A proposição de valor do conceito de indústria 4.0 está intimamente associada com a
digitalização de ponta a ponta de todos os ativos físicos e com a integração em ecossistemas
digitais de toda a cadeia de valor parceiros”8
Definição
O conceito de Indústria 4.0 surgiu na sequência de um investimento, por parte do
governo alemão, num projeto de promoção à informatização da fabricação. A sua definição
consta na transformação abrangente de toda a produção industrial através da fusão da Internet
8 Disponível em https://www.pwc.com/gx/en/industries/industries-4.0/landing-page/industry-4.0-building-your-digital-enterprise-april-2016.pdf
37
e das tecnologias de informação e comunicação (TIC) com processos de fabricação tradicionais
(Davies, 2015). Digamos que esta fase marca o avanço tecnológico contínuo dos componentes
de fabricação para sistemas inteligentes e interligados como Indústria 4.0 (Fettke, Kemper, Lasi,
Feld, & Hoffmann, 2014). A interação e interoperabilidade entre componentes de fabricação
inteligentes, objetos inteligentes e novos processos de produção constitui uma preocupação
para diversas organizações, sendo este o ponto principal deste conceito.
Esta nova fase da industrialização foi incentivada por quatro motivos: i) o aumento
surpreendente da quantidade de dados gerada, da conectividade e do poder dos computadores;
ii) o aparecimento de Business Intelligence e Analytics; iii) as novas formas de interação homem-
máquina tais como as interfaces de toque (“touch”) e sistemas de realidade aumentada; iv) as
melhorias na transferência de instruções digitais para o mundo físico, tais como a robótica
avançada e a impressão 3D (Liffler & Tschiesner, 2013).
Ao nível europeu foi criado o programa Horizon 2020 que financia projetos com o intuito
de criar soluções de fabricação inteligente, centradas no homem e focadas no cliente. Em
Portugal surgiu o programa Portugal 20209 que viabiliza a inovação e o desenvolvimento
tecnológico no setor industrial, entre outros.
A Indústria 4.0 tem por base quatro princípios (Hermann, Pentek, & Otto, 2016):
• Conexão: evidencia a interação entre as máquinas, sensores, pessoas e outros
dispositivos, estes que comunicam através da Internet of Things (Internet das
Coisas).
• Assistência Técnica: incide sobre o apoio na tomada de decisão através do
tratamento e da visualização da informação.
• Transparência da Informação: os Sistemas de Informação proporcionam a
recolha de dados do meio físico para o virtual através de sensores.
• Decisões descentralizadas: enfatiza a capacidade do sistema tomar decisões por
si próprio e de desempenhar as mais variadas tarefas autonomamente.
O desenvolvimento da Indústria 4.0 deve-se aos avanços tecnológicos em áreas como
as tecnologias de informação e a engenharia. Dentro desta fase industrial é possível distinguir
três tecnologias, Internet of Things (IoT), Big Data e Cloud Computing. A primeira distingue-se
como sendo “uma rede mundial de objetos interconectados, de endereço exclusivo, com base
9 Consultado em https://www.portugal2020.pt/Portal2020/o-que-e-o-portugal2020
38
em protocolos de comunicação padrão” (Atzoria, Ierab, & Morabito, 2010). Em suma, este
conceito refere um conjunto de objetos aptos a cooperar entre si com a mesma finalidade.
O Big Data surgiu da necessidade de organizar, tratar e analisar os dados, estes que são cada
vez mais gerados em grandes quantidades, carecendo de um sistema de gestão eficaz, eficiente
e seletivo. Esta tecnologia tem a capacidade de monitorizar informações heterogéneas num só
sistema, visto que os dados permanecem conectados entre si.
Em último lugar temos a Cloud Computing que tem como finalidade o armazenamento dos
dados na nuvem mesmo que estes sejam provindos das mais variadas fontes ou aplicações. “A
capacidade de computação e armazenamento é compartilhada dividindo os recursos físicos
usando tecnologias de virtualização.” (Zhang, Cheng, & Boutaba, 2010)
O diagrama seguinte representa de forma simplificada a relação entre os conceitos, não se
tratando estes de ambientes isolados. Um dos fatores a adicionar é a segurança dos dados, este
princípio tem de estar presente em todos os conceitos mencionados.
Figura 11 - Tecnologias envolvidas na Indústria 4.010
10 Adaptado de http://ametic.es/sites/default/files/Informe_Tendencias_TI.pdf
Gere e analisa
uma grande
quantidade de
dados
Cloud Computing
IoT Big Data Dados Capta informação
do mundo físico
para o digital
Armazenamento
dos dados na
nuvem
39
Rankings de competitividade na área da Indústria 4.0
Em termos de rankings de competitividade na área da Indústria 4.0 Portugal ocupa o 24º lugar
atrás de Singapura que ocupa a primeira posição. Estes dados foram obtidos de acordo com uma
média realizada a três estudos diferentes (IMD, 2017) (UBS, 2016) (WEF, 2017). A elevada
competitividade dos países da Europa presentes neste ranking deve-se ao grande investimento
por parte da União Europeia no desenvolvimento desta nova abordagem.
Figura 12 - Estudo da competitividade na Indústria 4.0 (Sung, 2017)
40
5. Trabalho atual e resultados intermédios
5.1 Processo de Negócio de Alto nível
5.1.1 Introdução
Para dar início ao desenvolvimento dos trabalhos propostos foi elaborado um processo
de negócio que pretende resumir o processo de produção de um tecido, nomeadamente de
bandeiras. As bandeiras são constituídas por diversas telas estas que são um conjunto de
amostras de diferentes tecidos produzidas com o intuito de estudar novas criações.
“Um mapa de processo de alto nível ajuda a projetar o seu processo de negócios usando
tarefas genéricas, decisões e detalhes chave...”11
A construção deste processo tem como objetivo estudar o processo de negócio numa
perspetiva macro, este irá auxiliar a conceção do processo com mais detalhe em trabalhos
futuros. Para além disso, a estruturação deste processo permite obter uma visão das atividades
que são executadas na organização X, bem como efetuar uma distinção entre os diferentes
intervenientes no processo.
O processo ilustrado de seguida é constituído por uma atividade inicial e por nove
subprocessos, ambos os elementos irão ser descritos na próxima secção.
11 Retirado de https://www.ibm.com/support/knowledgecenter/pt-br/SSCP4Q_7.0.0/com.ibm.wbpm.compass.widget.doc/doc/editors/mappingprocesses.html
41
Figura 13 - Processo de negócio de alto nível
42
5.1.2 Descrição de atividades e subprocessos
Os primeiros subprocessos são da responsabilidade do departamento de Inovação e
Desenvolvimento (I&D) dado que as suas tarefas passam pela iniciação do processo,
determinação de parâmetros de conceção e formulação de protótipos, planeamento de
produção de tecelagem e acabamentos, registo de alterações do material e análise do resultado
final.
Atividade “Iniciar Desenvolvimento”
O processo tem início na atividade “Iniciar Desenvolvimento” esta permite iniciar um
novo processo de desenvolvimento de uma nova bandeira. O designer desempenha o papel de
selecionar determinados parâmetros através do estudo do mercado, dos pedidos dos clientes
ou das tendências no momento da produção.
Subprocesso “Conceção e simulação de protótipo”
No seguimento do processo encontra-se o subprocesso “Conceção e simulação de
protótipo”. O debuxador, responsável pela execução dos desenhos técnicos do tecido, efetua
uma pesquisa relativa ao histórico do material que pretende desenvolver. Esta pesquisa pode
ser realizada em cinco fontes de dados diferentes: SAP, Penelope, LabTec e ficheiros exel
(Colecção_SS19.XLs e Ficha_Cálculo.xls). Contudo, nem sempre são efetuadas as cinco
pesquisas, dependo do material a que se propõe produzir, as pesquisas podem ser efetuadas
numa das fontes ou em nenhuma.
Figura 14 - Atividade Inicial
43
Figura 15 - Subprocesso "Conceção e simulação de protótipo"
Em SAP são consultadas informações relativas a vendas, artigos bloqueados, materiais
de tendência do mercado, padrões, cores, tipos de fibra, percentagem de algodão, denominação
do tecido (tinto em peça, tinto em fio, fluidez), dados relativos a ramas, fios, tecidos, teias, etc.
O Penelope é uma ferramenta que possibilita a conceção dos protótipos das bandeiras
através do desenho das mesmas. Por meio deste programa é possível consultar tecidos que já
foram fabricados anteriormente reunindo informações a ter em conta na nova conceção. Os
parâmetros que podem ser consultados são passagens do tear, cartaz de fios de teia, liços, carta
de cores, tipo de desenho, debuxo, utilizador, variantes cor, etc.
Os dados constados na ferramenta LabTec são referentes aos testes efetuados aos
tecidos. Estas informações são de grande relevância para a nova produção dado que não se
pretende repetir a produção de um tecido que em confeções anteriores não passou nos testes
laboratoriais. Uma das informações incluídas no LabTec é relativa ao cumprimento ou
incumprimento de normas estabelecidas, tais como a avaliação da altura e a largura do tecido
(EN 1773), a resistência à rutura (ISO 13937-2), a distorção e distanciamento (BS 2819), a
elasticidade (BS 4952), etc. Os testes podem ser efetuados ao nível físico e de solidez do tecido.
O ficheiro Colecção_SS19.XLs contém dados relativos a coleções passadas, para cada
coleção são associadas diferentes características, estas devem ser relevantes na construção de
um novo tecido dado que é necessário ter conhecimento dos materiais construídos
anteriormente. Os parâmetros passíveis de pesquisa neste documento podem ser Qualidade,
Grupo Comercial, largura, peso, Çeramica, “Rapport Altura”, “Rapport Largura”, etc.
44
Em último lugar, a pesquisa pode ser efetuada no ficheiro Ficha_Cálculo.xls, através
deste é possível efetuar uma simulação do cálculo do peso final do tecido certificando se este
se encontra dentro dos parâmetros estabelecidos. Adicionalmente ao peso podem ser
encontrados outros parâmetros como a descrição do fio, Ne Real, Consumo (g/ml), tipo de tear,
tingimento, rendimento, etc.
No final deste processo é efetuado um pedido de ordem de produção ao técnico de
desenvolvimento de tecelagem, este resulta no subprocesso seguinte “Planeamento de
produção tecelagem”.
Subprocesso “Planeamento de produção tecelagem”
Nesta fase o ficheiro criado no subprocesso anterior, “pedido de ordem de produção”,
é recebido dando início a uma nova ordem de produção de tecelagem.
Figura 16 - Subprocesso “Planeamento de produção tecelagem”
O técnico de desenvolvimento de tecelagem regista a ordem de produção em SAP tendo
em conta os parâmetros delineados pelo debuxador no subprocesso anterior. Neste
subprocesso são também definidas as prioridades de produção e registadas numa “Folha em
papel com ordens de produção para o dia” sendo esta enviada de seguida para o departamento
de produção.
Subprocesso “Tecelagem”
Este subprocesso e o seguinte são desempenhados pelo departamento de produção,
este executa tarefas como tecer a bandeira, efetuar inspeção aos tecidos, executar ordens de
acabamentos, registar testes efetuados, etc.
45
O subprocesso relativo à tecelagem é executado pelo operário responsável pela
tecelagem, este interveniente começa por efetuar uma leitura do ficheiro recebido do
subprocesso anterior, nomeadamente a “Folha em papel com ordens de produção para o dia”.
O operário tem a função de executar sequencialmente as ordens de produção
estipuladas pelo departamento de I&D, para além disso também é responsável pela preparação
dos teares conforme os parâmetros definidos. Seguidamente, seleciona a bandeira a produzir
no Penelope sendo este a fornecer a ordem de produção aos teares para iniciar a tecelagem.
Subprocesso “Registo de Resultados”
Nesta etapa o revistador tem como função a análise da bandeira produzida, esta é
inserida num dispositivo que permite sinalizar os defeitos encontrados.
Figura 18 - Subprocesso “Registo de Resultados”
Os registos de defeitos encontrados são registados em SAP e associados à ordem de
produção da bandeira conrrespondente. Estes registos são de alguma relevância dado que para
criações futuras poderão ser ajustados os parâmetros correspondentes para que sejam
corrigidos os defeitos encontrados anteriormente. Seguidamente a bandeira é aprovada
passando para a próxima fase.
Subprocesso “Registo de Material (Tecelagem)”
Este subprocesso é desempenhado novamente pelo departamento de I&D, mais
propriamente pelo técnico de desenvolvimento de tecelagem. Durante o processo de tecelagem
são efetuados alguns apontamentos (“Anotações produção de material (Tecelagem)”) relativos
a informações tais como problemas na produção, tempo de execução, entre outras, estas
deverão ser analisadas no subprocesso “Inspeção e validação de desenvolvimento”.
Figura 17 - Subprocesso “Tecelagem”
46
Figura 19 - Subprocesso “Registo de Material (Tecelagem)”
No decorrer deste subprocesso o técnico de desenvolvimento de tecelagem regista a
movimentação do material do armazém da tecelagem para os acabamentos, notificando o
técnico de desenvolvimento dos acabamentos.
Subprocesso “Planeamento de produção acabamentos”
O planeamento da produção dos acabamentos da bandeira é desempenhado pelo
técnico de desenvolvimento de acabamentos. Este interveniente recebe a informação provinda
da fase anterior relativa à chegada do material ao armazém dos acabamentos.
Figura 20 - Subprocesso “Planeamento de produção acabamentos”
O técnico de desenvolvimento de acabamentos regista em SAP os pedidos de produção,
estes são ordenados após uma análise dos parâmetros a ter em conta em cada produção.
47
Em seguida, são enviadas as ordens de produção (“Folha com ordens de produção para o dia”)
para o operário de acabamentos no departamento de produção.
Subprocesso “Acabamentos”
Já no departamento de produção, o operário dos acabamentos recebe a ordem de
produção para o dia e recolhe o material de que necessita do armazém para dar início à
produção. O operário recorre ao SAP para extrair as informações relativas às ordens de
produção e executa-as sequencialmente, conforme indicado pelo departamento do
planeamento.
Figura 21 - Subprocesso “Acabamentos”
Durante a execução deste subprocesso o LabTec atualiza a sua base de dados pois
podem ter sido acrescentados novos materiais em SAP. Após estas atualizações, os resultados
dos testes laboratoriais já poderão ser registados e associados a cada material.
Nesta fase são registados os testes efetuados ao tecido, estes passam por testes de qualidade,
lavagens e secagens a diferentes temperaturas, etc.
Seguidamente, é efetuada a movimentação do tecido acabado para o departamento de I&D
dando por terminada a ordem de produção de acabamentos. Através destes registos efetuados
em SAP o departamento de I&D irá tomar conhecimento de quais as ordens de produção que
foram concluídas.
Subprocesso “Registo de material (Acabamentos)”
O Registo de material (Acabamentos) é executado pelo técnico de desenvolvimento de
acabamentos. Este regista num ficheiro as anotações efetuadas durante o processo de
acabamentos para serem analisadas no último subprocesso.
48
Em SAP é registado o movimento de saída do tecido dos acabamentos dando por
terminada a produção.
Figura 22 - Registo de material (Acabamentos)
Subprocesso “Inspeção e validação de desenvolvimento”
Nesta última etapa o processo regressa ao debuxador, este recebe a bandeira acabada
e antes de tomar qualquer decisão pode recorrer a três fontes de informação:
• Resultados dos testes laboratoriais - O debuxador analisa os resultados dos
testes efetuados à bandeira na aplicação LabTec.
• Consulta das anotações dos técnicos de desenvolvimento – Outra fonte de
informação são os apontamentos realizados pelos técnicos em SAP. Nestes
podem constar problemas na produção do tecido, dificuldades de produção ou
erros ocorridos nas máquinas durante a produção de determinado tecido.
• Análises físicas ao material – Apesar de ser realizada uma revista prévia do
tecido pelo revistador no quarto subprocesso, o debuxador não deixa de efetuar
uma análise cuidada ao material.
Após a junção destas informações, o debuxador pode aprovar a bandeira e registá-la
como um tecido em SAP, deixando de ser considerada uma bandeira ou tecido em estudo. Caso
a bandeira não cumpra com as condições estipuladas pelo debuxador será efetuada uma
reestruturação da bandeira efetuando correções e alterações nos parâmetros de confeção, isto
implica regressar ao subprocesso inicial “Conceção e simulação de protótipo”.
49
Figura 23 - Subprocesso “Inspeção e validação de desenvolvimento”
50
6. Planeamento do trabalho
O planeamento que se segue contém as atividades a desenvolver no decorrer da elaboração
da dissertação. Com o desenvolvimento do presente documento algumas já terão sido
executadas ficando por elaborar as tarefas sinalizadas a vermelho. Os trabalhos tiveram início
em outubro de 2017 e a previsão para o fim dos mesmos será a outubro de 2018.
Na tabela é possível visualizar as tarefas já realizadas e as previstas com os dias e o número
de páginas esperadas correspondente. Estes valores poderão sofrer alterações no decorrer do
desenvolvimento da dissertação.
51
Figura 24 - Planeamento do trabalho
52
7. Conclusões
A elaboração do presente documento contribuiu essencialmente para três fatores, o
primeiro passa pela abordagem ao tema numa primeira instância. A construção deste projeto
de dissertação permite efetuar um estudo preliminar do tema a abordar dando a possibilidade
de criar um primeiro enquadramento teórico antes mesmo de proceder ao desenvolvimento.
Numa segunda fase dá-se a agregação das temáticas inerentes ao tema e por último é efetuada
uma primeira estruturação do trabalho executado até ao momento bem como em fases
posteriores.
De acordo com estes pontos, o documento foi iniciado por uma breve introdução ao
problema enunciando as finalidades primordiais. Os objetivos foram também explicitados sendo
efetuada uma síntese dos mesmos através de quatro pontos fundamentais. A investigação em
curso, assim como qualquer outra, requer uma sequencialidade definida, posto isto, foi
estabelecida a abordagem de investigação Design Science Research dado que, após análise, esta
vai de encontro aos objetivos a atingir.
A revisão de literatura foca os conteúdos essenciais a abordar perante o tema desenvolvido,
estes englobam conceitos basilares como Sistemas de Informação, Gestão de Sistemas de
Informação na Indústria Têxtil, Memória Organizacional, etc. Com o intuito de proceder à
organização e ao estabelecimento de relacionamentos entre as diferentes temáticas foi criado
um mapa de conceitos.
O trabalho realizado até ao momento surge na secção seguinte, neste é efetuada uma primeira
abordagem ao processo de negócio da organização X. O processo desenvolvido pretende
divulgar uma perspetiva de alto nível visto que, a próxima fase terá como finalidade expor o
detalhe de cada subprocesso. Por fim, é apresentado o plano de trabalhos organizado de acordo
com a estrutura do documento da dissertação final, este indica as atividades a realizar nas
próximas fases tendo como data final outubro de 2018.
Perante o trabalho concluído até à data de entrega deste documento, foram detetadas algumas
dificuldades que por vezes levaram a um atraso no desenvolvimento. A primeira abordagem ao
processo de produção foi um pouco complexa uma vez que, esta exigia o conhecimento de
inúmeros conceitos da área têxtil que não são tipicamente dominados por desenvolvedores da
área dos SI. Em segundo lugar, salienta-se a dificuldade na capacidade de síntese do processo
de produção dado que este engloba diversas atividades ainda não mencionadas. Por último,
dada a dimensão da organização X é complexo sintetizar o seu processo produtivo visto que são
diversos os intervenientes e inúmeras as funções que cada um desempenha.
53
Em suma, existe ainda um longo caminho a percorrer passando pelo investimento no
aprofundamento de conceitos da área, à construção de uma arquitetura que solucione os
problemas mencionados nos objetivos a atingir.
54
REFERÊNCIA
Abdullah, N., Ismail, S. A., Sophiayati, S., & Sam, S. M. (Novembro de 2015). Data Quality in Big
Data: A Review. Int. J. Advance Soft Compu. Appl, Vol. 7, No. 3, pp. 16-27.
Achabal, D. D., McIntyre, S. H., Smith, S. A., & Kalyanam, K. (2000). A decision support system
for vendor managed inventory. Journal of Retailing, 76(4), 430-454. Obtido em 9 de 2
de 2018, de http://sciencedirect.com/science/article/pii/s0022435900000373
Alam, M. M., Khan, A. I., & Sharma, A. K. (11 de 2017). Systematic Review on state-of-the-art
practices of Software Product Line Frameworks. International Journal of Innovations &
Advancement in Computer Science.
Almeida, E. d., Alvaro, A., Lucrédio, D., Garcia, V., & Meira, S. d. (2005). A survey on software
reuse processes. Obtido em 11 de 2 de 2018, de http://dblp.uni-
trier.de/db/conf/iri/iri2005.html
Amaral, L. A. (1994). PRAXIS Um Referencial para o Planeamento de Sistemas de Informação.
Universidade do Minho, Guimarães.
Atzoria, L., Ierab, A., & Morabito, G. (Outubro de 2010). The Internet of Things: A survey.
Computer Networks, Volume 54, pp. 2787-2805.
Bachmann, F., Bass, L., Carriere, J., Clements, P. C., Garlan, D., Ivers, J., . . . Little, R. (2000).
Software Architecture Documentation in Practice: Documenting Architectural Layers.
Obtido em 11 de 2 de 2018, de http://repository.cmu.edu/compsci/692
Bascans, J., Chevalier, M., Gennero, P., & Soulé-Dupuy, C. (Junho de 2016). Organizational
Memory: a Model Based on a Heterogeneous Network and an Automatic Information
Integration Process. IEEE Tenth International Conference on Research Challenges in
Information Science (RCIS), pp. 1-2.
Bass, L., Clements, P., & Kazman, R. (1998). Software Architecture in Practice. Addison Wesley.
Obtido em 11 de 2 de 2018
Bayer, J., Flege, O., Knauber, P., Laqua, R., Muthig, D., Schmid, K., . . . DeBaud, J.-M. (1999).
PuLSE: a methodology to develop software product lines. Obtido em 11 de 2 de 2018,
de http://dl.acm.org/citation.cfm?id=303063
Bortolini, M., Ferrari, E., Gamberi, M., Pilati, F., & Faccio, M. (2017). Assembly system design in
the Industry 4.0 era: a general framework. IFAC (International Federation of Automatic
Control).
Chen, H., Chiang, R. H., & Storey, V. C. (2012). Business Intelligence and Analytics: From Big
Data to Big Impact. MIS Quarterly 36(4), pp. 1165-1188.
Chinosi, M., & Trombetta, A. (13 de 06 de 2011). BPMN: An introduction to the standard.
Computer Standards & Interfaces, p. 3.
Christina Soh, S. S.-Y. (Abril de 2000). Enterprise Resource Planning: Cultural Fits and Misfits: Is
Erpa Universal Solution? Communications of the ACM, pp. 47-51.
55
Collins English Dictionary – Complete and Unabridged, 1. E. (Acedido em 9 de Janeiro de 2018).
Obtido de TheFreeDictionary.com:
https://www.thefreedictionary.com/organizational+culture
Conklin, J. (2001). Designing organizational memory: preserving intellectual assets in a
knowledge economy. CogNexus Institute .
Davenport, T. H. (1992). Process Innovation: Reengineering Work through Information
Technology. Boston, Massachusetts: Harvard Business School Press.
Davies, R. (Setembro de 2015). Industry 4.0. Digitalisation for productivity and growth. EPRS |
European Parliamentary Research Service.
Dieng, R. (2000). Knowledge Management and the Internet. IEEE Intelligent Systems.
Dieng, R., Corby, O., Giboin, A., & Ribiere, M. (1998). Methods and tools for corporate
knowledge management. Proceedings of KAW'98, Eleventh Workshop on Knowledge
Acquisition, Modeling and Management, p. 572.
Eason, K. (1988). Information Technology and Organisational Change. Taylor & Francis.
Fettke, P., Kemper, H.-G., Lasi, H., Feld, T., & Hoffmann, M. (Agosto de 2014). Industrie 4.0.
Business and Information Systems Engineering the international.
Fortulan, M. R., & Gonçalves, E. V. (2005). Uma Proposta de Aplicação de Business Intelligence.
Gestão e Produção V.12 N.1, pp. 55-66.
Garlan, D. &. (4 de 1995). Introduction to the Special Issue on Software Architecture. Obtido em
11 de 2 de 2018, de
http://csdl2.computer.org/persagen/DLAbsToc.jsp?resourcePath=/dl/trans/ts/&toc=c
omp/trans/ts/1995/04/e4toc.xml&DOI=10.1109/TSE.1995.10003
Garlan, D., & Shaw, M. (1993). An Introduction to Software Architecture. Advances in Software
Engineering and Knowledge Engineering, 1. Obtido em 11 de 2 de 2018, de
http://cs.cmu.edu/afs/cs/project/vit/ftp/pdf/intro_softarch.pdf
Georgakopoulos, D., Hornick, M., & Sheth, A. (1995). An overview of workflow management:
from process modeling to workflow automation infrastructure. Springer.
Gourlay, S. (4-5 de Abril de 2002). Tacit knowledge, tacit knowing, or behaving? . 3rd European
Organizational Knowledge, Learning and Capabilities Conference, pp. 86-105.
Gregor, S., & Hevner, A. R. (2013). Positioning and presenting design science research for
maximum impact. Management Information Systems Quarterly, 37(2), 337-355.
Obtido em 16 de 2 de 2018, de https://ai.arizona.edu/sites/ai/files/mis611d/gregor-
2013-positioning-presenting-design-science-research.pdf
Griss, M. L., Favaro, J. M., & d'Alessandro, M. (1998). Integrating feature modeling with the
RSEB. Obtido em 11 de 2 de 2018, de http://dl.acm.org/citation.cfm?id=853486
Group, O. M. (2013). Business Process Model and Notation (BPMN). Needham, USA: Object
Management Group .
Group, O. O. (2011). Business Process Model and Notation (BPMN) Version 2.0.
56
Group, O. O. (2013). Business Process Model and Notation (BPMN). Needham, USA: Object
Management Group.
Hackbarth, G., & Grover, V. (Junho de 1999). The Knowledge Repository: Organizational
Memory Information Systems. Information Systems Management, pp. 21-30.
Hermann, M., Pentek, T., & Otto, B. (Janeiro de 2016). Design Principles for Industrie 4.0
Scenarios. 49th Hawaii International Conference on System Sciences , pp. 3928-3937.
Holmstrom, J. (1998). Business process innovation in the supply chain – a case study of
implementing vendor managed inventory. European Journal of Purchasing & Supply
Management, pp. 127 - 131.
IMD. (2017). World Digital Competitiveness Ranking.
Islam, M. (2013). Application of mis in textile industry. Bangladesh University Textiles.
Jackson, P. (2007). An Exploratory Survey of the Structure and Components of Organizational
Memory. Becoming Virtual: Knowledge Management and Transformation of the
Distributed Organization. Springer.
Jazdi, N. (Maio de 2014). Cyber physical systems in the context of Industry 4.0. Automation,
Quality and Testing, Robotics, IEEE International Conference.
Ken Peffers, T. T. (Dezembro de 2007). A Design Science Research Methodology for
Information Systems Research. Journal of Management Information Systems, pp. 45-
77.
Ken Peffers, T. T. (8 de Dezembro de 2014). A Design Science Research Methodology for
Information Systems Research. Journal of Management Information Systems, pp. 45-
77.
Ko, R. K., Lee, S. S., & Wah, L. E. (2009). Business process management (BPM) standards: a
survey. Business Process Management Journal, pp. 3-4.
Kruchten, P., Obbink, H., & Stafford, J. (2006). The Past, Present and Future of Software
Architecture. I E E E C o m p u t e r S o c i e t y.
Lehner, F., & Maier, R. (1998). Organisational Memory Systems Application of Advanced
Database and Network Technologies in Organisations. Americas Conference on
Information Systems, pp. 604-605.
Liffler, M., & Tschiesner, A. (Junho de 2013). The Internet of Things and the future of
manufacturing. McKinsey & Company.
Macintosh, A. (1997). Knowledge Asset Management. AIring.
March, J. G., & Simon, H. A. (1958). Organizations. Oxford: England: Wiley.
Marques, F. F., & Resende, R. J. (2007). A Importância do Sistema de Informação na Integração
dos Processos e Tomada de Decisão numa Indústria Têxtil. IETEC - Instituto de
Educação Tecnológica.
Martin Christopher, R. L. (2004). Creating agile supply chains in the fashion industry.
International Journal of Retail & Distribution Management, pp. 367-376.
57
Michalewicz, Z., Schmidt, M., Michalewicz, M., & Chiriac, C. (2007). Adaptive Business
Intelligence. Springer.
Negash, S. (Fevereiro de 2004). Business Intelligence. Communications of the Association for
Information Systems.
Nonaka, I. (Fevereiro de 1994). A Dynamic Theory of Organizational Knowledge Creation.
Organization Science, Vol. 5, No. 1, pp. 14-37.
O'Brien, J. A. (1993). Management Information Systems: A Managerial End User Perspective.
Homewood, Illinois.
Perry, D. E., & Wolf, A. L. (1992). Foundations for the study of software architecture. ACM
Sigsoft Software Engineering Notes, 17(4), 40-52. Obtido em 11 de 2 de 2018, de
http://dl.acm.org/citation.cfm?id=141884
Rajkishore Nayak, R. P. (2015). Garment Manufacturing Technology. Cambridge: The Textile
Institute.
Russom, P. (2011). Big Data Analytics. TDWI BesT PracTIces rePOrT .
Sajwan, A. (Maio de 2010). MIS (Management Information System) in Fashion & Textile
Industry. National Institute of Fashion Technology, Deli, Índia.
Salnitri, M., & Giorgini, P. (2014). Modeling and Verification of ATM Security Policies with
SecBPMN. International Conference on High Performance Computing & Simulation
(HPCS), pp. 1-2.
Salnitri, M., & Giorgini, P. (2014). Transforming Socio-Technical Security Requirements in
SecBPMN Security Policies. p. 1.
Sasieta, H. A., Beppler, F. D., & Pacheco, R. C. (Agosto de 2011). A Memória Organizacional no
Contexto da Engenharia do Conhecimento. DataGramaZero - Revista de Informação.
Sá-Soares, D. F. (1998). Planeamento de Sistemas de Informação: Estudo das Variáveis que
Condicionam a sua Estratégia de Execução. Guimarães: Universidade do Minho.
Schuh, G. (2014). ERP Enterprise Resource Planning. Berlim, Heidelberg: Springer.
SecBPMN, D. s. (26 de 10 de 2015). Designing secure business processes with SecBPMN.
Software and System Modeling (SoSyM), pp. 1-2.
Simchi-Levi, D., Kaminsky, P., & Simchi-Levi, E. (2000). Designing and Managing the Supply
Chain: Concepts, Strategies, and Case Studies. New York, NY: McGraw-Hill Education.
Soltero, A. P. (1997). Modelo para la representación de una memoria organizacional utilizando
herramientas computacionales de internet. Monterrey, México: Instituto Tecnológico y
de Estudios Superiores de Monterrey.
Stein, E. (1995). Organizational Memory: Review of Concepts and Recommendations for
Management . International Journal of Information Management, pp. 17-32.
Sung, T. K. (Novembro de 2017). Industry 4.0: A Korea perspective. Technological Forecasting
& Social Change.
58
Tyan, J. C., & Wee, H.-M. (2003). Vendor managed inventory: a survey of the Taiwanese
grocery industry. Journal of Purchasing and Supply Management, 9(1), 11-18. Obtido
em 9 de 2 de 2018, de
http://sciencedirect.com/science/article/pii/s0969701202000321
UBS. (2016). White Paper for the World Economic Forum.
Vaishnavi, V. K., & Jr., W. K. (2008). Design Science Research Methods and Patterns. Auerbach
Publications.
Varajão, J. E. (2002). Função de Sistemas de Informação. Guimarães: Universidade do Minho.
Varajão, J. E. (2002). Função de Sistemas de Informação Contributos para a melhoria do
sucesso da adopção de tecnologias de informação e desenvolvimento de sistemas de
informação nas organizações. Guimarães.
Vasconcelos, J. B., Rocha, Á., & Kimble, C. (2003). Sistemas de informação de memória
organizacional: uma abordagem ontológica para a definição de competências de
grupo. 4ª Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas de Informação.
Walsh, J. P., & Ungson, G. R. (1991). Organizational memory. Academy of management review,
pp. 57-91.
WEF. (2017). The Global Information Technology Report.
Willen, C. (14 de Janeiro de 2002). Airborne Opportunities. Intelligent Enterprise, pp. 11-12.
Zhang, Q., Cheng, L., & Boutaba, R. (Maio de 2010). Cloud computing: state-of-the-art and
research challenges. Journal of Internet Services and Applications, Volume 1, pp. 7–18.
59
Anexos
O mapa de conceitos representado foi criado com o intuito de efetuar uma organização dos conteúdos a abordar bem como, ilustrar os
relacionamentos entre eles.
Figura 25 - Mapa de Conceitos referente à estrutura da Revisão de Literatura