motorista de carga - via rápida

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 2 Motorista de Carga

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Page 1: Motorista de Carga - Via Rápida

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Motorista de Carga

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Motorista de Carga

T R A N S P O R T E

emprego

Page 3: Motorista de Carga - Via Rápida

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Page 4: Motorista de Carga - Via Rápida

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Page 5: Motorista de Carga - Via Rápida

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaEmily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana

Textos de ReferênciaBeatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e Walkiria Rigolon

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:Autopista Régis Bittencourt, Campinense Transporte, Detran/SP, DiCico, Marcelo Chiapetta, Pallets de Paula, Sest-Senat Santo André e Transligue Transp. e Serv. Ltda

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Page 6: Motorista de Carga - Via Rápida

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaEmily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana

Textos de ReferênciaBeatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e Walkiria Rigolon

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Page 7: Motorista de Carga - Via Rápida

Caro(a) Trabalhador(a)

Você vai iniciar agora a segunda etapa de seu aprendizado. O objetivo do Programa Via Rápida Emprego é ampliar seus conhecimentos sobre os conteúdos específicos da ocupação de motorista de carga.

Partimos do princípio de que você já tem muitos conhecimentos, experiências e vivências e de que tudo isso será valorizado e potencializado neste curso.

Dando sequência ao aprendizado, a Unidade 6 tratará dos diferentes tipos de carga e de veículo. Nela, você ainda conhecerá informações importantes sobre as emba-lagens das cargas.

Na Unidade 7, você aprenderá sobre segurança no transporte e direção defensiva, dois assuntos necessários na formação e no trabalho do motorista de carga.

A Unidade 8 apresentará informações essenciais sobre os procedimentos para ope-ração em terminais e armazéns de mercadorias, etapa fundamental do processo do transporte rodoviário de cargas.

Custos no transporte será o assunto da Unidade 9. Nela, serão discutidas questões relativas aos tipos de custo envolvidos no transporte de cargas rodoviário.

Finalmente, a Unidade 10, que encerra o Caderno, tratará da organização de seu currículo, bem como da necessidade de preparar-se para uma entrevista de trabalho.

Você está pronto para começar? Então, mãos à obra!

Page 8: Motorista de Carga - Via Rápida

Sum á ri o

Unidade 69

Tipos de carga e veículo

Unidade 741

segurança no TransporTe

Unidade 869

procedimenTos para operação em Terminais e armazéns de mercadorias

Unidade 977

cusTos de TransporTes

Unidade 1087

revendo seus conhecimenTos

Page 9: Motorista de Carga - Via Rápida

FICHA CATALOGRÁFICATatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Via Rápida Emprego: transporte: motorista de carga, v.2. São Paulo: SDECTI, 2015.

il. - - (Série Arco Ocupacional Transporte)

ISBN: 978-85-8312-192-3 (Impresso) 978-85-8312-193-0 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Transporte – Qualificação Técnica 3. Motorista de Carga – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 388.3248

Page 10: Motorista de Carga - Via Rápida

mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 9

unida d e 6

Tipos de carga e veículoNesta Unidade, que abre o Caderno 2 do nosso curso, vamos apresentar os diferentes tipos de carga, caminhão e carroceria utilizados no transporte rodoviário, conhecendo também outras questões relativas às cargas, como peso e altura máxima, que cada caminhão pode transportar. Aprenderemos ainda, ao final da Unidade, questões imprescindíveis relativas aos tipos de em-balagem das cargas e às dimensões dos veículos.

Essa parte específica do transporte de cargas é bastante importan-te. Por isso, você deve conhecer todos os tipos de caminhão, suas especificidades e todas as suas possibilidades de utilização. Vale a pena lembrar que o transporte no modal rodoviário é o mais utilizado em nosso país, levando diariamente grande variedade e quantidade de produtos e mercadorias, e requer, portanto, cami-nhões adequados para realização desse tipo de transporte.

Pau de arara

Muitos de nós temos parentes próximos – avós, pais, irmãos, primos etc. – que viveram em outras regiões do Brasil. Isso acontece porque muitas pessoas saem de regiões nas quais há menos empregos e vêm para o Estado de São Paulo, entre outros, para tentar encontrar melhores oportunidades de trabalho. Esse processo é chamado de migração.

Essa situação foi bastante comum nas décadas de 1960 e 1970, época em que muitas indústrias estavam sendo abertas e a cidade de São Paulo crescia “a todo o vapor”. Depois dos anos 1980, diminuiu a vinda de pessoas do Nordes-te e do Norte para São Paulo, mas ainda são muitas as que chegam todos os anos a este Estado em busca de trabalho.

Um tipo específico de caminhão foi muito utilizado nesse período para realizar o transporte dessa população migrante, que saía do Nordeste em busca de novas oportunidades em outros Estados do País. Esse veículo é o chamado caminhão pau de arara.

Por ter sido tão característico daquele momento histórico brasileiro fortemen-te marcado pelo fenômeno da migração, o pau de arara serviu de inspiração para muitos poetas e compositores, que descreveram em forma de poesia e de música essa realidade do povo nordestino. Leia na página a seguir a letra da música popularizada por Luiz Gonzaga.

Page 11: Motorista de Carga - Via Rápida

10 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

Tipos de carga

Vamos iniciar esta etapa do curso, mais voltada para a aprendizagem dos conheci-mentos específicos e técnicos que o motorista de carga deve possuir, conhecendo um pouco mais sobre a figura central dessa ocupação: a carga.

Faça um breve exercício de reflexão e tente enumerar a variedade de produtos que fazem parte do seu dia a dia e aos quais você tem acesso, seja para consumo, seja para o trabalho. A variedade é imensa, não é mesmo?

Último pau de arara

José Guimarães, Corumba e Venâncio

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A vida aqui só é ruim

Quando não chove no chão

Mas se chover dá de tudo

Fartura tem de montão

Tomara que chova logo

Tomara, meu Deus, tomara

Só deixo o meu Cariri

No último pau de arara

Só deixo o meu Cariri

No último pau de arara

Enquanto a minha vaquinha

Tiver o couro e o osso

E puder com o chocalho

Pendurado no pescoço

Vou ficando por aqui

Que Deus do céu me ajude

Quem sai da terra natal

Em outro canto não para

Só deixo o meu Cariri

No último pau de arara

Só deixo o meu Cariri

No último pau de arara

Enquanto a minha vaquinha

Tiver o couro e o osso

E puder com o chocalho

Pendurado no pescoço

Vou ficando por aqui

© Universal Music Publishing MGB Brasil Ltda.

Page 12: Motorista de Carga - Via Rápida

mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 11

Quando pensamos na maneira como essas mercadorias chegam até nós, consumi-dores finais, torna-se importante refletir sobre as formas utilizadas na organização e no transporte de toda essa imensa gama de artigos que são produzidos, transpor-tados e consumidos diariamente em nosso país.

Para o motorista de carga, compreender esse processo é fundamental, pois, a partir do momento em que carrega um caminhão para realizar o serviço de transporte, ele se torna responsável pela carga que está transportando.

Por isso, é tão importante que você conheça os tipos de carga, suas propriedades e como são classificadas, a fim de tomar as decisões mais adequadas para manter a qualidade do serviço de transporte e, assim, diminuir a possibilidade de problemas.

Em relação às suas propriedades, as cargas podem ser classificadas de acordo com as características a seguir.

• Fragilidade: são classificados como frágeis aqueles produtos que se quebram ou amassam com maior facilidade. Portanto, é preciso estar atento ao realizar o transporte desse tipo de carga, tomando os cuidados necessários. São exemplos de produtos frágeis: vidro, eletrônicos, produtos cerâmicos etc.

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Muitos produtos frágeis estão embalados de forma que não podem ser vistos pelo motorista. Fique atento quando este símbolo estiver presente em uma embalagem: ele é o indicador de produto frágil.

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12 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

• Periculosidade: são classificados como perigosos aqueles produtos que podem causar danos ou prejuízos a outros objetos ou ao meio ambiente (incluindo os seres vivos), tais como explosivos, líquidos inflamáveis e substâncias corrosivas.

• Dimensões: são as medidas de comprimento, altura e largura do produto ou da carga, informações importantes que devem ser sempre conhecidas pelo motorista.

• Pesos considerados especiais: observa-se essa propriedade para o transporte de alguns produtos que possuem peso muito significativo, ou seja, muito além do peso daquelas cargas comumente transportadas.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 13

Agora que você já conhece como as cargas são classificadas em função de suas propriedades, vamos separá-las por categorias, ou seja, a forma como são organiza-das para o transporte.

Categoria Descrição

Carga geral Carga embarcada, com marca de identificação e contagem de unidades, que podem ser soltas ou unitizadas.

Carga solta (não unitizada)

Itens avulsos, embarcados separadamente em embrulhos, fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores etc.

Carga unitizada Carga em que há o agrupamento de vários itens em unidades de transporte.

Carga a granelCarga líquida ou seca (sólida) embarcada e transportada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades, tais como farelos, grãos, cascalho, areia etc.

Carga frigorificadaProdutos que necessitam de refrigeração ou congelamento durante o transporte para que suas qualidades e propriedades sejam mantidas; por exemplo, carnes, pescados, sorvetes etc.

Neogranel

Carregamento formado por conglomerados homogêneos de mercadorias de carga geral sem acondicionamento específico, cujo volume ou quantidade possibilita o transporte em lotes, em um único embarque, como o transporte de carros.

Carga perigosa Produtos que podem causar danos e prejuízos a outras cargas ou ao meio ambiente, incluindo os seres vivos.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga: caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

Conferência de carga

Antes de iniciar o transporte, uma importante atividade do motorista de carga é estar atento e realizar a conferência minuciosa de toda a carga que será transportada. Ao longo desta e das próximas Unidades, você vai retomar importantes aspectos dessa conferência. Mas ressaltamos, desde já, que essa é uma das maiores responsabilidades do motorista e que dela dependem o bom desempenho do serviço de transporte e a preservação da qualidade e da propriedade das cargas transportadas. A verificação da carga é especialmente importante também para sua garantia e segurança como tra-balhador e como cidadão.

É importante que você conheça todas as suas responsabilidades em relação à carga que está transportando. No entanto, fique atento, pois podem acontecer situações eventuais, nas quais qualquer problema com a carga (perda, avaria ou demora na entrega) não implica responsabilização do motorista, como:

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14 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

• insuficiência ou imperfeição das marcas ou dos rótulos;

• transporte de animais vivos, desde que o transportador prove que cumpriu com todas as instruções específicas dadas pelo remetente;

• defeito ou insuficiência de embalagem que não esteja evidente;

• mercadorias que tenham sido entregues já com algum tipo de problema ou avaria;

• eventos e/ou acontecimentos imprevistos e fora do controle do motorista, tais como conflitos, guerras, greves e demais problemas que possam causar suspensão involuntária do trabalho;

• motivos de força maior;

• perdas normais decorrentes do manuseio das mercadorias e que tenham sido motivo de acordo prévio entre os envolvidos no transporte da carga.

Fora os casos mencionados, é possível que o transportador tenha de se responsabi-lizar por extravio, avarias e danos à carga ou pelo descumprimento do acordo fir-mado com o cliente.

Quando acontece perda total ou parcial da carga, você deve tomar como referência a própria documentação da carga (nota fiscal e conhecimento de transporte) para definir o valor a ser ressarcido que, nunca pode superar o valor original da carga em questão.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga:

caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

Tipos de veículo usados no transporte rodoviário

Agora, vamos apresentar os diferentes tipos de caminhão, para posteriormente abordar com mais detalhes a relação deles com as cargas que transportam.

Uma primeira classificação que pode ser feita para os tipos de caminhão é a sepa-ração entre os chamados veículos rígidos e os veículos articulados.

São classificados como veículos rígidos aqueles caminhões que possuem uma única estrutura (cabine e carroceria), com dois ou três eixos, conhecidos como Veículo Urbano de Carga (VUC), toco (caminhão semipesado) e truck (fala-se “trâk” – caminhão pesado).

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 15

Exemplo de truck. Exemplo de toco.

Já os caminhões articulados são aqueles que possuem duas ou três estruturas. A imagem a seguir mostra um caminhão com duas estruturas: cabine do tipo cavalo mecânico e carroceria do tipo semirreboque.

Os treminhões têm três tipos de estrutura (cavalo mecânico, semirreboque e dois reboques). Esses veículos, em função de seu peso total com carga, sofrem limitações em relação ao tipo de estrada em que podem trafegar.

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16 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

Uma segunda possibilidade de classificação para esses caminhões é a dada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o antigo De-partamento Nacional de Estradas de Rodagens (DNER), do qual já falamos no Caderno 1.

Segundo o DNIT, a classificação dos veículos de carga é dada da seguinte forma:

Caminhões

Semirreboque

Caminhão com reboque

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Classificação dos veículos de carga

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3C3

C = caminhão. S = semirreboque. Número à esquerda das letras = quantidade de eixos da unidade tratora. Número à direita das letras = quantidade de eixos da unidade tracionada.Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga: caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 17

Tipos de carroceria

Agora, vamos conhecer as carrocerias que os caminhões podem apresentar, em função da necessidade de atender de forma adequada ao transporte de diversos tipos de carga. Ao observar as descrições e as imagens a seguir, fique atento às diferenças e às especificidades de cada uma delas.

• Aberta: os caminhões as utilizam para as mercadorias que não estragam e não perdem suas características ao ser transportadas ao ar livre, sendo apenas cobertas por lonas enceradas para proteção contra chuva, vento e sol.

• Baú ou fechada: nela, as cargas transportadas são mais protegidas contra vento, chuva e sol. Um caminhão-baú apresenta-se em formato de vagão.

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18 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

• Refrigerada: é utilizada para o transporte de mercadorias que necessitam de refrigeração, tais como carnes, produtos derivados de leite, sorvetes etc. A própria carroceria é uma espécie de refrigerador.

• Tanque: os caminhões com esse tipo de carroceria são utilizados para o trans-porte de produtos líquidos, como combustíveis, leite e suco de laranja. Como o nome diz, essas carrocerias possuem formato de tanque.

• Plataforma: por causa de seu formato de plataforma, essa carroceria é comumen-te utilizada para serviços de guincho.

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• Cegonheiro: caminhões com este tipo de carroceria têm um uso bastante espe-cífico: o transporte de carros novos, que saem das fábricas para as concessionárias.

• Caçamba: é usada em caminhões basculantes, geralmente empregados na cons-trução civil para transportar areia, pedra, entulho, terra, cascalho etc.

• Carroceria para transporte de botijões ou cilindros de gás: como o próprio nome já define, esta carroceria transporta apenas botijões ou cilindros de gás.

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20 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

• Carroceria para canavieiros: utilizada especificamente para realizar o transpor-te da cana-de-açúcar.

• Carroceria para transporte de animais vivos: utilizada para transportar bovi-nos, aves, suínos, equinos etc.

• Carroceria para transporte de bebidas: outro tipo de utilização bastante específica. Neste caso, a carroceria possibilita o transporte adequado de bebidas.

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• Bitrem: esta carroceria é usada em caminhões que possuem cavalo 6×2 e dois semirreboques de dois eixos, totalizando sete eixos na composição.

• Rodotrem: esta carroceria é usada em caminhões com cavalo 6×4 e dois semir-reboques de três eixos cada, totalizando nove eixos na composição.

Atividade 1Sobre a utilização doS diferenteS

tipoS de carroceria e cargaS

Agora que você deu esse importante passo e conheceu os diferentes tipos de carro-ceria que fazem o importante trabalho de transporte das mercadorias em nosso país, vamos fazer uma atividade.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga:

caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

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22 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

1. Em dupla, respondam às seguintes questões:

a) Qual é a diferença entre carrocerias abertas e carrocerias fechadas (baú)? Quais implicações esses dois tipos de carroceria têm em relação à carga que transportam?

b) Para que serve a carroceria plataforma? E a tanque?

c) Quais são as características da carroceria bitrem e as da carroceria rodotrem?

d) Em relação às suas propriedades, como as cargas podem ser classificadas?

Page 24: Motorista de Carga - Via Rápida

mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 23

e) E, em relação à forma como são organizadas para o transporte, como elas podem ser classificadas?

Peso por eixo e altura máxima dos veículos

Vamos agora para outra importante etapa dos estudos em relação aos caminhões e às cargas que eles transportam. É fundamental que você, futuro motorista de carga, conheça bem todas as informações relativas ao peso máximo que cada eixo pode carregar. Assim, você pode acomodar da melhor forma possível a carga que vai transportar, minimizando problemas e evitando maiores desgastes, tanto do veícu-lo quanto das vias pavimentadas que vai percorrer.

Aqui, mais uma vez, a regulamentação é realizada por agências e instituições res-ponsáveis por esses setores em nosso país e regulamentada por meio de leis e normas.

A definição de padrões e medidas para o controle do peso das cargas transportadas no modal rodoviário é responsabilidade do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), vinculado ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). É a Resolução Contran no 210, de 13 de novembro de 2006, que tem o objetivo de estabelecer os limites de peso e dimensões para veículos que transitam por vias terrestres.

Vamos ver o que afirma essa resolução em seu artigo 1o, que diz respeito às dimen-sões dos veículos para transporte de cargas:

Art. 1º As dimensões autorizadas para veículos, com ou sem carga,

são as seguintes:

I – largura máxima: 2,60 m;

II – altura máxima: 4,40 m;

Page 25: Motorista de Carga - Via Rápida

24 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

III – comprimento total:

a) veículos não articulados: máximo de 14,00 metros;

b) veículos não articulados de transporte coletivo urbano de passagei-

ros que possuam 3º eixo de apoio direcional: máximo de 15 metros;

c) veículos articulados de transporte coletivo de passageiros: máximo

18,60 metros;

d) veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e

semirreboque: máximo de 18,60 metros;

e) veículos articulados com duas unidades do tipo caminhão ou ônibus

e reboque: máximo de 19,80 [metros];

f) veículos articulados com mais de duas unidades: máximo de 19,80 me-

tros.

§ 1º Os limites para o comprimento do balanço traseiro de veículos de

transporte de passageiros e de cargas são os seguintes:

I – nos veículos não articulados de transporte de carga, até 60% (ses-

senta por cento) da distância entre os dois eixos, não podendo exceder

a 3,50 m (três metros e cinquenta centímetros).

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução no 210, de 13 de novembro de 2006. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/

resolucao_210.rtf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Agora, vamos observar o artigo 2o dessa mesma resolução, que trata especificamen-te dos pesos suportados por cada eixo no transporte de cargas:

Art. 2º Os limites máximos de peso bruto total e peso bruto trans-

mitido por eixo de veículo, nas superfícies das vias públicas, são os

seguintes:

§1º – peso bruto total ou peso bruto total combinado, respeitando os

limites da capacidade máxima de tração – CMT da unidade tratora

determinada pelo fabricante:

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 25

a) peso bruto total para veículo não articulado: 29 t;

b) veículos com reboque ou semirreboque, exceto caminhões: 39,5 t;

c) peso bruto total combinado para combinações de veículos articula-

dos com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque, e

comprimento total inferior a 16 m: 45 t;

d) peso bruto total combinado para combinações de veículos articula-

dos com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque com

eixos em tandem triplo e comprimento total superior a 16 m: 48,5 t;

e) peso bruto total combinado para combinações de veículos articula-

dos com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque com

eixos distanciados, e comprimento total igual ou superior a 16 m: 53 t;

f) peso bruto total combinado para combinações de veículos com duas

unidades, do tipo caminhão e reboque, e comprimento inferior a 17,50 m:

45 t;

g) peso bruto total combinado para combinações de veículos articula-

dos com duas unidades, do tipo caminhão e reboque, e comprimento

igual ou superior a 17,50 m: 57 t;

h) peso bruto total combinado para combinações de veículos articula-

dos com mais de duas unidades e comprimento inferior a 17,50 m: 45 t;

i) para a combinação de veículos de carga – CVC, com mais de duas

unidades, incluída a unidade tratora, o peso bruto total poderá ser de

até 57 toneladas, desde que cumpridos os seguintes requisitos:

1 – máximo de 7 (sete) eixos;

2 – comprimento máximo de 19,80 metros e mínimo de 17,50 metros;

3 – unidade tratora do tipo caminhão-trator;

4 – estar equipadas com sistema de freios conjugados entre si e com

a unidade tratora atendendo ao estabelecido pelo Contran;

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26 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

5 – o acoplamento dos veículos rebocados deverá ser do tipo automá-

tico conforme NBR 11410/11411 e estarem reforçados com correntes ou

cabos de aço de segurança;

6 – o acoplamento dos veículos articulados com pino-rei e quinta roda

deverão obedecer ao disposto na NBR NM ISO337.

§2º – peso bruto por eixo isolado de dois pneumáticos: 6 t;

§3º – peso bruto por eixo isolado de quatro pneumáticos: 10 t;

§4º – peso bruto por conjunto de dois eixos direcionais, com distância

entre eixos de no mínimo 1,20 metros, dotados de dois pneumáticos

cada: 12 t;

§5º – peso bruto por conjunto de dois eixos em tandem, quando a

distância entre os dois planos verticais, que contenham os centros das

rodas, for superior a 1,20 m e inferior ou igual a 2,40 m: 17 t;

§6º – peso bruto por conjunto de dois eixos não em tandem, quando

a distância entre os dois planos verticais, que contenham os centros

das rodas, for superior a 1,20 m e inferior ou igual a 2,40 m: 15 t;

§7º – peso bruto por conjunto de três eixos em tandem, aplicável

somente a semirreboque, quando a distância entre os três planos

verticais, que contenham os centros das rodas, for superior a 1,20 m e

inferior ou igual a 2,40 m: 25,5 t;

§8º – peso bruto por conjunto de dois eixos, sendo um dotado de

quatro pneumáticos e outro de dois pneumáticos interligados por

suspensão especial, quando a distância entre os dois planos verticais

que contenham os centros das rodas for:

a) inferior ou igual a 1,20 m: 9 t;

b) superior a 1,20 m e inferior ou igual a 2,40 m: 13,5 t.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução no 210, de 13 de novembro de 2006. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/resolucoes/

resolucao_210.rtf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 27

Em todas as estradas que percorrem o Brasil, existem postos específicos para pesagem dos caminhões. Quan-do assim sinalizado, as pesagens são obrigatórias. Isso é importante para o devido cumprimento das normas que visam a garantir a segurança e a qualidade não apenas das cargas, mas de todos os trabalhadores e cidadãos que circulam nessas estradas.

É ainda importante citar que existe uma tolerância de até 5% de peso acima do valor máximo determinado para o peso bruto total (PBT). A Lei ainda prevê tole-rância de 7,5% por eixo, dependendo do veículo e da carga, e de 10% de limite máximo por eixo para que se possa seguir viagem sem remanejamento de carga. De toda forma, essas tolerâncias não podem ultrapassar os 5% sobre o PBT.

Fonte: BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato 2015-2018/2015/Lei/L13103.htm>. Acesso em: 25 mar. 2015.

Duas nomenclaturas são importantes para que você entenda como são realizados esses procedimentos de pesagem e possa controlar o peso total carregado pelo veículo: tara e lotação.

Tara ou peso do veículo em ordem de marcha: Pe-so próprio do veículo, acres-cido dos pesos da carroceria e/ou equipamento, do com-bustível, das ferramentas e dos acessórios, da roda so-bressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arre-fecimento. É expresso em quilogramas.Lotação: Carga útil máxima, incluindo condutor e passa-geiros, que o veículo transpor-ta. Para os veículos de carga, é expressa em quilogramas.

Fonte: BRASIL. Lei nº 9.503, de

23 de setembro de 1997.

Disponível em: <http://www.

planalto.gov.br/ccivil_03/leis/

l9503.htm>. Acesso em:

19 mar. 2015.

Posto de pesagem em rodovia paulista.

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Essas informações devem constar obrigatoriamente na carroceria de todos os veí-culos de transporte de cargas. Observe na imagem a seguir como elas aparecem.

+

Tara Lotação PBT

=

A soma do peso calculado da tara mais a lotação é o peso bruto total (PBT), que significa a carga máxima que o veículo transmite ao pavimento.

Já o peso bruto total combinado (PBTC) é o peso máximo transmitido ao pavimen-to pela combinação de um caminhão-trator mais seu semirreboque ou de um ca-minhão mais seu(s) reboque(s).

Por fim, temos a capacidade máxima de tração (CMT), ou seja, o peso que a unidade de tração é capaz de tracionar. É indicada pelo fabricante, com base em condições sobre suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e sobre a resistência dos elementos que compõem a transmissão.

Fonte: BRASIL. Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm>. Acesso em: 19 mar. 2015.

É igualmente importante conhecer a Resolução Contran no 211, de 13 de novembro de 2006, pois é ela que estabelece os requisitos necessários à circulação de Combi-nações de Veículos de Carga (CVC). Nessa resolução, define-se a necessidade de

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Autorização Especial de Trânsito (AET) para as CVC, incluída a unidade tratora, com PBT acima de 57 t ou com comprimento total acima de 19,80 m.

Para finalizar esta etapa, vamos realizar a atividade a seguir, refletindo sobre a im-portância da existência de órgãos de regulação e fiscalização do transporte de cargas e, também, sobre a necessidade de você, que trabalha ou pretende trabalhar nessa ocupação, conhecer esses órgãos e leis e estar atento ao cumprimento dessas normas.

Atividade 2carga peSada demaiS!

1. Retome a legislação apresentada, que trata do peso da carga transportada nos diferentes tipos de caminhão, e complete a tabela a seguir de forma a organizar o que aprendeu. Esse exercício vai auxiliar você a fixar essas informações tão importantes.

Tipo de caminhão Peso bruto total suportado

Veículo não articulado

Veículos com reboque ou semirreboque

Veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque, e comprimento total inferior a 16 m

Veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque com eixos em tandem triplo e comprimento total superior a 16 m

Veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque com eixos distanciados, e comprimento total igual ou superior a 16 m

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30 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

2. Em grupo de três ou quatro colegas, façam a leitura da reportagem a seguir.

Excesso de peso dos caminhões provoca acidentes e desgaste

nas rodovias

Repórter: Juliana Regina Milão

Setenta e sete por cento dos caminhões do País viajam com excesso

de carga, segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutu-

ra de Transportes (DNIT). Essa sobrecarga faz com que o pavimento

que foi feito para ser utilizado durante dez anos, em média, dure bem

menos tempo.

Isso explica, em parte, as péssimas condições de conservação de gran-

de parte da malha brasileira, o que aumenta o risco de acidentes. Da

mesma forma, a capacidade de frenagem do veículo diminui quando

sobrecarregado, o que pode fazer com que, em uma descida, o mo-

torista não consiga manter o controle.

“O excesso de peso transportado é um problema grave, que traz sérias

consequências em diversos aspectos.” Quem conta é Vlademir

Você já deve ter percebido que os jornais trazem uma variedade muito grande de textos. Neles encontramos notícias, artigos de opinião, classificados de emprego, anúncios, reportagens, tirinhas, charges, horóscopos, entre muitos outros. Mas, em geral, são principalmente as notícias que mais nos chamam a atenção quan-do passamos diante das bancas de jornal ou lemos um jornal pela internet. Elas costumam vir acompa-nhadas de fotos, imagens, tabelas, gráficos e outros recursos que visam a facilitar a leitura.

Imagine que você foi a uma consulta médica e está esperando para ser atendido. Na mesa da sala de espera há um jornal e você decide lê-lo. Você olharia a data do jornal? Se o jornal fosse de uma semana atrás, isso aumen-taria ou diminuiria seu interesse? Qual caderno desse jornal você leria primeiro? Por quê?

Nos jornais, as notícias são distribuídas em diferentes cadernos. Existem cadernos de esporte, de políti-ca, de economia, do cotidiano (que traz notícias da cidade na qual o jornal circula) etc. Essa divisão pro-cura ajudar o leitor a encontrar mais facilmente as notícias que busca.

Ao procurarmos nos classificados de um jornal uma vaga de emprego ou um anúncio de compra e venda, vale a pena grifarmos algumas informações. Afinal, não utilizamos os grifos só na escola.

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Barradel, gerente de tráfego da concessionária [...] que administra parte

da Washington Luís (SP 310), na região de São Carlos e Rio Claro.

A empresa atua com vários pontos de pesagem nos Kms 155, 209,

200 norte e na pista sul 214, 201, 155, que funcionam das 6 às 20 horas,

de segunda à sexta, em pontos alternados. Segundo Vlademir, a ba-

lança somente pode operar se estiver presente um agente do DER

(Departamento de Estradas de Rodagem). Sem ele a operação é ape-

nas informativa, sem pesagem e sem multas.

“Já sabendo que existe a pesagem, muitos motoristas procuram des-

vios”, comenta. Está em construção um ponto fixo para balança com

toda estrutura necessária para que funcione 24 horas, evitando alguns

casos de motoristas que esperam a balança fechar para passar com

excesso de peso.

O Código de Trânsito Brasileiro diz que existe tolerância de até 5% no

peso para compensar possíveis discrepâncias de calibração dos equi-

pamentos, calibração esta que é realizada uma vez por ano pelo Ipem

(Instituto de Pesos e Medidas).

Estudos feitos por João Fortini Albano, engenheiro civil, professor

de Rodovias e Doutor em Transportes pela Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (UFRGS), revelam que um caminhão com 20%

de excesso de peso causa 10 vezes mais danos ao pavimento que

um veículo trafegando com peso previsto em lei. As administradoras

de rodovias e concessionárias têm diversos registros de acidentes

causados pelo excesso de peso dos caminhões, desde apenas tom-

bamentos até com vítimas fatais. Os dados da pesquisa estão dis-

poníveis no site da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias

de Rodovias).

Ficou constatado que, quando não há pesagem, são realizadas 50%

mais obras de recapeamento e se gasta mais 33% com manutenção

num pavimento padrão.

José R. S., motorista de caminhão há 15 anos, afirma que sempre viaja

com excesso de peso pois economiza tempo e dinheiro. “Tenho que

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32 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

cumprir as ordens do patrão e ele diz para esperarmos a balança fechar

e depois prosseguir viagem”, contou José. Com a instalação da balança

fixa funcionando 24 horas vai ser mais difícil driblar a fiscalização.

Prejuízos

O excesso de cargas transportado pelos caminhões, segundo o Minis-

tério dos Transportes, provoca um prejuízo anual de R$ 1,5 bilhão ao

Governo Federal.

O DER é o órgão do governo estadual responsável pela fiscalização

nas rodovias do Estado. Dúvidas, reclamações, denúncias podem ser

feitas pelo telefone 0800-555510 ou no site www.der.sp.gov.br.

MILÃO, Juliana Regina. Excesso de peso dos caminhões provoca acidentes e desgaste nas rodovias. Agência de notícias da Uniara (Ageuniara), 21 ago. 2007.

Disponível em: <http://www.uniara.com.br/ageuniara/3467/excesso-de-peso-dos-caminhoes-provoca-acidentes-e-desgaste-nas-rodovias/>.

Acesso em: 16 abr. 2015.

3. Agora, tendo como base a leitura da reportagem e tudo que aprenderam até aqui, respondam às seguintes questões.

a) De acordo com a reportagem lida, qual é um dos principais problemas do trans-porte de cargas que causa desgaste nas rodovias e pode causar acidentes?

b) Qual é a lei ou norma que regula o peso das cargas no Estado de São Paulo? Qual é o órgão responsável por essa fiscalização?

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 33

c) Na reportagem, é dito que, por vezes, os motoristas desviam seus caminhos para evitar a passagem pelos postos de pesagem. Em sua opinião, a responsabilidade pela carga transportada é apenas do motorista ou é também de quem contrata o transporte? Caso realmente haja excesso de peso na carga transportada, a res-ponsabilidade por esse fato deve ser atribuída a quem?

Embalagens das cargas

Outro importante aspecto sobre o transporte de cargas, ao qual o motorista de caminhão precisa estar atento, está relacionado às embalagens das mercadorias e produtos que transporta.

As embalagens são classificadas em vários tipos:

• primária: que está em contato direto com o produto;

• secundária: feita para proteger uma ou mais embalagens primárias;

• terciária: caixas maiores que agrupam as embalagens primárias e secundárias para o transporte.

Primária Secundária Terciária

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34 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

O emprego de embalagens é muito importante. Uma de suas funções é evitar perdas e danos de mercadorias ou produtos e mesmo danos a pessoas nas operações de car-ga e descarga, uma vez que embalagens inadequadas podem provocar inúmeros tipos de acidente. A emba-lagem é uma fonte de custo, mas, eventualmente, pode tornar-se também uma fonte de prejuízo.

Durante o transporte da carga, a embalagem tem como função manter inalteradas as propriedades físicas, químicas, bioquímicas e biológicas da mercadoria, protegendo-a de impactos, vibração, insetos, roedores, luz, sol, calor, umida-de, pequenos acidentes etc., especialmente (mas não apenas) no caso daquelas transportadas em caminhões abertos. Inúmeros produtos podem ser manuseados somente depois de prontos e devidamente embalados, como líquidos, gases, géis e mesmo sólidos. Mas esses tipos de produto e suas respectivas embalagens constituem assunto muito extenso e específico, razão pela qual não são tratados aqui.

Outra função das embalagens, igualmente importante, do ponto de vista mais geral e mercadológico, é ser atraen-tes para estimular o consumo, a curiosidade, o impulso de compra, e também fornecer informações diversas em função do tipo de produto. Existem empresas especializa-das em pesquisar e criar embalagens que atraiam mais o consumidor. Os profissionais especializados nesse assunto são os desenhistas ou designers de embalagens. Por sua vez, órgãos reguladores exigem que inúmeras informações se-jam apresentadas nas embalagens, como as tabelas de valor nutricional ou as informações de serviços de fiscali-zação governamental presentes em produtos alimentícios.

Assim, não somente os produtos devem ser embalados para ser preservados e transportados, mas suas próprias embalagens devem ser preservadas, já que embalagens danificadas deses-timulam a aquisição do produto e, no caso de alimentos, esses danos favorecem ou permitem sua deterioração.

Leia uma importante informação veiculada pelo Procon do Rio de Janeiro:

Os serviços de proteção ao consumidor (Procon) são órgãos que visam a informar e assessorar

a população sobre os direitos do consumidor.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 35

Atenção nas embalagens dos produtos. Leia com cuidado as informações

escritas sobre os produtos em letras legíveis sobre data de fabricação,

prazo de validade, composição, peso, modo de usar, advertências sobre

os riscos e outros dados essenciais ao consumidor. Não leve para casa

embalagens estufadas, enferrujadas, amassadas, furadas, rasgadas,

violadas ou que estejam vazando. Latas assim podem indicar que o

alimento está estragado. Se você só notar o problema quando chegar

em casa, tome as seguintes providências:

– procure o estabelecimento onde foi feita a compra;

– apresente a nota fiscal ou ticket e exija a troca ou peça seu dinheiro

de volta;

– denuncie o que aconteceu na Decon, que é o órgão de fiscalização

de alimentos. O fornecedor será punido se sabia do defeito do produ-

to e o vendeu assim mesmo;

– se o fornecedor não quiser trocar o produto, envie uma reclamação

por escrito ao estabelecimento em que comprou o produto;

– peça ajuda ao Procon-RJ;

– se você se sentir mal, com intoxicação, após consumir um alimento

estragado, procure imediatamente um médico;

– guarde as receitas que o médico passar e os comprovantes de des-

pesas e, assim que puder, entre em contato com a vigilância sanitária.

Informe com detalhes qual o alimento suspeito, onde você o comprou

e a hora que comeu ou bebeu;

– a declaração dada pela vigilância sanitária servirá como prova, caso

você recorra à justiça.

RIO DE JANEIRO (Estado). Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Cuidados na compra de alimentos. Disponível em: <http://www.procon.

rj.gov.br/index.php/publicacao/detalhar/31>. Acesso em: 19 mar. 2015.

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36 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

Como todos os processos de transporte e logística, a área de embalagens também tem sido objeto de estudos e pesquisas pelas empresas, apresentando grandes ino-vações no decorrer do tempo. Entre elas, podemos citar o uso do isopor e de diver-sas outras espumas como calço, as embalagens longa vida, os filmes plásticos e, mais recentemente, os compostos de papel de alta resistência.

O procedimento de embalagem também tem em vista a “unitização”, o que signi-fica reunir diversos produtos embalados dentro de uma única embalagem maior, utilizando embalagens padronizadas que facilitam as operações de carga, descarga, transbordo etc., evitando a movimentação individual de pequenos volumes. Outro objetivo é a proteção da mercadoria, pois essas embalagens maiores são mais resis-tentes e adequadas ao manuseio por equipamentos e operadores.

Assim, o ideal é que as embalagens secundárias ou terciárias tenham dimensões e formatos que facilitem a unitização e a paletização. Este último processo de organização garante que a disposição dos volumes respeite as dimensões dos paletes em todas as laterais, que seu topo seja regular e esteja conforme a altu-ra das estruturas de armazenagem (você conhecerá mais sobre esses conceitos no próximo tópico).

As cargas unitizadas são envoltas por cintas plásticas ou metálicas, ou mesmo por filmes plásticos, cantoneiras, chapas de papelão ou madeira. Isso facilita o transporte. Um volume que não se apresente nas dimensões e com a rigidez corretas trará problemas ao ser introduzido no porta-paletes ou removido dele pela empilhadeira.

Volumes unitizados e paletizados de forma adequada, segundo as medidas pa-dronizadas, favorecem todas as operações de carga e descarga, não apenas nas estruturas de armazenamento, mas também nos caminhões, contêineres etc., aumentando a velocidade do trabalho, diminuindo riscos de acidentes e econo-mizando espaços, entre outras vantagens.

Um contêiner representaria o esquema de unitização elevado a sua máxima dimen-são: uma embalagem bastante resistente, dentro da qual são colocadas inúmeras embalagens menores, menos resistentes, de modo a evitar acidentes e, ao mesmo tempo, reduzir drasticamente as operações de movimentação de carga.

Veja, a seguir, alguns dos principais tipos de embalagem utilizados no transporte rodoviário de cargas.

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• Engradado: especialmente indicado para peças e equipamentos grandes ou de formas irregulares, difíceis de arrumar, tais como vidros, cerâmicas, latarias de automóveis, motos, peças de fibra, painéis elétricos etc.

• Caixa de papelão: muito utilizada para acondicionamento e transporte de pro-dutos leves ou sensíveis, como brinquedos, remédios, alimentos, confecções, livros, eletrônicos, máquinas e uma série de outros produtos que exijam embalagem fechada. Existe um modelo de caixa de papelão ondulado que pode ser conside-rado rígido, pois entre as camadas de papelão ela possui uma camada ondulada que absorve e repele impactos.

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• Fardo: utilizado em mercadorias que não necessitam de embalagem especial, tais como tecidos, algodão etc.

• Feixe ou amarrado: usado para produtos resistentes, mas difíceis de embalar, que, em geral, não necessitam de muitos cuidados no momento do transporte, tais como vassouras, ferragens, tubos plásticos etc.

• Saco: comumente utilizado para embalar e armazenar alimentos secos, sobretu-do grãos, como arroz, feijão, soja, milho etc. Também é bastante utilizado para produtos empregados na construção (cal e cimento) e para alguns tipos de pro-duto químico (adubos e inseticidas).

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga:

caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

Transporte de fardos. Feixes.

Sacos.

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Palete de dois lados.

Palete de quatro lados.

Uso dos paletes

Os paletes são estrados quadrados, de madeira ou plástico, que podem ser acessados por dois lados (duas entradas) ou pelos quatro lados (quatro entradas). Podem ser de uso contínuo ou descartáveis (one way – fala-se “uan uei”); ter uma ou duas faces (só a parte de cima é lisa ou tanto a de cima quanto a de baixo são lisas), mais ou menos reforçados de forma a suportar maior ou menor peso.

Palete descartável.

Palete de uma face.

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Sobre os paletes são acomodados e empilhados embala-gens, caixas, fardos etc. Assim, eles permitem padronizar os volumes que serão colocados nas prateleiras junto com o próprio palete, possibilitando que a estocagem seja feita com facilidade, tanto no sentido horizontal do de-pósito quanto no vertical. Para isso, são utilizadas estru-turas porta-paletes, estantes próprias para acomodar os paletes. Essas estruturas são projetadas levando-se em consideração as dimensões dos paletes e a altura dos vo-lumes que ficarão apoiados sobre eles.

Para conhecer mais sobre as demais ocupações ligadas a esse

ramo (assistente de logística, vistoriador de contêiner e operador

de empilhadeira), acesse o material relativo ao Arco Ocupacional Transporte.

Disponível em: <http://www.viarapida. sp.gov.br>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Porta-paletes.

Atividade 3a importância daS embalagenS no

tranSporte de cargaS

Escreva, em seu caderno, com suas próprias palavras, um pequeno texto que informe as principais funções da emba-lagem para o transporte de cargas. Para tanto, releia o tó-pico Embalagens das cargas, com o intuito de grifar as principais informações que servirão de base para você or-ganizar seu texto.

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unida d e 7

Segurança no transporteA questão da segurança no trabalho é um assunto importante, sobre o qual devemos discutir e refletir nesta trajetória de apren-dizado. Sempre que refletirmos sobre qualquer atividade coti-diana realizada por nós, a segurança deve ser um item a ser levado em consideração. No caso da ocupação sobre a qual estamos aprendendo, motorista de carga, veremos nesta Unida-de como a segurança é importante tanto para você, trabalhador, quanto para as cargas transportadas.

Mas, antes de falar sobre as especificidades da questão da segu-rança no transporte, vamos discuti-la de forma mais ampla, refletindo sobre aspectos ligados ao trabalho e à saúde.

Discutindo questões sobre trabalho e saúde

Ao refletirmos sobre o tema saúde e trabalho, é importante pensar de antemão sobre as condições de trabalho. Elas en-volvem fatores presentes na estrutura física onde a atividade é exercida, como iluminação, ventilação, ruídos produzidos pelo processo de produção das máquinas e pelas vozes, mobiliário; enfim, tudo deve estar adequado ao trabalhador. Mas as con-dições de trabalho não podem ser compreendidas apenas com base nesses aspectos.

Imagine um local de trabalho com amplas janelas, que permi-tem a entrada de luz e ar naturais; mobília ou maquinário adap-tados ao trabalhador; níveis de ruído de acordo com os padrões internacionais, não causando danos à audição; equipamentos de proteção individual que obedecem às normas para determi-nado tipo de trabalho etc.

Entretanto, se nesse ambiente houver um ritmo de trabalho acelerado, prazos reduzidos para grande produção, chefias

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desrespeitosas ou que fazem pressão contínua, com uso exagerado de autoridade, haverá boas condições de tra-balho? Em empresas que atrasam o pagamento do sa-lário, desrespeitam a jornada legal de trabalho, burlam os direitos do trabalhador, entre outras práticas, haverá boas condições de trabalho?

Portanto, ao pensarmos em condições de trabalho, é pre-ciso considerar um conjunto de situações e, para isso, é importante conhecer algumas delas de forma detalhada.

Acidentes de trabalho

São considerados acidentes de trabalho não apenas aque-les ocorridos no ato do trabalho, mas também em situações nas quais o empregado está a serviço de quem o contrata. Uma empregada doméstica que foi ao supermercado a pedido de seus empregadores e torceu o pé na escadaria sofreu acidente de trabalho. Se no trajeto de casa para o trabalho, ou vice-versa, o trabalhador se machucar, isso também se configura como acidente de trabalho.

Qualquer tipo de acidente precisa ser registrado. Para isso há um procedimento-padrão: o registro da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT). Esse procedimento está previsto em lei e obriga toda empresa a comunicar o acidente.

Se a empresa não se responsabilizar pelo preenchimento da CAT, negando-se a fazer isso, o trabalhador pode solicitar essa providência ao atendimento médico em que foi tratado, ao sindicato de sua categoria profissional ou, até mesmo, a uma autoridade pública: delegados de polícia, promotores ou juízes. Esse procedimento é importante, pois só com a CAT o trabalhador poderá reivindicar seus direitos após se acidentar.

Fonte: SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 8º ano/3º termo do Ensino

Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

Você sabia?A justiça tem divergên-cias ao julgar casos de acidente de trabalho com trabalhadores sem cartei-ra assinada. Alguns juízes compreendem que, se não há contrato, não há trabalho e, portanto, não existe acidente. No en-tanto, é conhecido o caso de uma diarista que teve ganho de causa, pois o advogado recorreu ao Código Civil.

Para trabalhadores autônomos não se abre CAT. Se esses profissionais sofrerem algum acidente, deverão

recorrer à justiça comum.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 43

O Ministério da Previdência Social (MPS) classifica os acidentes da seguinte forma:

Acidentes típicos: são os acidentes decorrentes da característica da

atividade profissional desempenhada pelo acidentado.

Acidentes de trajeto: são os acidentes ocorridos no trajeto entre a

residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa.

Acidentes devidos à doença do trabalho: são os acidentes oca-

sionados por qualquer tipo de doença profissional peculiar a determi-

nado ramo de atividade constante na tabela da Previdência Social.

BRASIL. Ministério da Previdência Social. Anuário estatístico da Previdência Social. 2010. Disponível em: <http://www.mps.gov.br/arquivos/

office/3_111202-105619-646.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Os acidentes de trabalho podem resultar nas seguintes consequências:

Incapacidade temporária: compreende os segurados que ficaram

temporariamente incapacitados para o exercício de sua atividade

laborativa [...].

Incapacidade permanente: refere-se aos segurados que ficaram

permanentemente incapacitados para o exercício laboral. A inca-

pacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total. Enten-

de-se por incapacidade permanente parcial o fato do acidentado

em exercício laboral, após o devido tratamento psicofísico-social,

apresentar sequela definitiva que implique em redução da capaci-

dade. Esta informação é captada a partir da concessão do benefí-

cio auxílio-acidente por acidente do trabalho, espécie 94. O outro

tipo ocorre quando o acidentado em exercício laboral apresentar

incapacidade permanente e total para o exercício de qualquer ati-

vidade laborativa. Esta informação é captada a partir da concessão

do benefício aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho,

espécie 92.

BRASIL. Ministério da Previdência Social. Anuário estatístico da Previdência Social. 2010. Disponível em:

<http://www.mps.gov.br/arquivos/office/3_111202-105619-646.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

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44 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

Atividade 1entendendo o uSo doS epi

1. Leia o texto a seguir.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

O Ministério do Trabalho e Emprego elabora normas de proteção para

diversas ocupações.

Provavelmente, você já deve ter passado diante de um grande prédio

em construção. Faça um esforço para se lembrar: Os trabalhadores

estavam usando EPI? Você os viu com capacetes, luvas e óculos de

proteção? E, quando se trata de uma obra pequena, os pedreiros

também estão com os equipamentos?

O uso de EPI é uma questão muito importante para a segurança e

para a prevenção de acidentes. Muitas empresas declaram que é difí-

cil conscientizar os trabalhadores sobre seu uso.

Lembre-se sempre de que sua saúde e sua vida estão em primeiro lugar.

Se não são usados EPI no local de trabalho, é o momento de conversar

com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Nos casos

de empresas menores, vocês podem procurar o sindicato ou reunir os

colegas para estabelecerem uma regra para a produção. Além dos equi-

pamentos, as empresas são obrigadas a realizar exames médicos e la-

boratoriais semestral ou anualmente (de acordo com os riscos que cada

ocupação apresenta) e os trabalhadores não devem pagar por isso.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho.

Geografia, História e Trabalho: 8º ano/3º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 45

2. Agora, com base no texto lido, reflita sobre suas experiências de trabalho e sobre suas condições de trabalho (caso não esteja trabalhando, discuta com um colega da classe que esteja empregado) e responda às seguintes questões:

a) Há a devida oferta de EPI por parte da empresa e orientações sobre o uso desses equipamentos?

b) Existe uma Cipa na empresa?

c) Há pressão para o aumento do ritmo de trabalho?

d) Os EPI dificultam o aumento da produtividade?

3. Ao final, compartilhe com a classe o que você refletiu sobre o uso dos EPI nas suas situações de trabalho.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 8º ano/3º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

O que diz a lei

A Lei no 6.514, de 22 de dezembro de 1977, sobre doença ocupacional e acidentes de trabalho, trata não só de problemas da atividade profissional, mas também do uso de EPI e das situações inadequadas presentes no ambiente de trabalho.

A prevenção de acidentes é importante tanto para empregadores quanto para em-pregados. Os empregadores, por obrigação prevista em lei, devem fornecer todos os equipamentos indispensáveis à proteção individual do trabalhador. E os empregados precisam usá-los.

Segurança no transporte de cargas

Agora que já conhecemos um pouco mais sobre segurança no trabalho, vamos buscar compreender importantes aspectos do trabalho do motorista de carga. Ini-ciaremos destacando aspectos relacionados à saúde do trabalhador motorista.

O trabalho cotidiano na direção de um veículo exige que o motorista permaneça em determinada postura física durante um número elevado de horas. Essa situação pode chegar a causar problemas de saúde, especialmente aqueles ligados à postura e à coluna vertebral.

Leia, na página a seguir, uma reportagem que traz importantes informações sobre essa questão.

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46 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

A dor do carreteiro

A lombalgia, popularmente conhecida como dor nas costas, é uma

das principais consequências da rotina vivenciada pelos carreteiros de

passar muito tempo ao volante do caminhão e se exercitar pouco

Uma das queixas mais comuns entre os motoristas de caminhão é a dor

nas costas. O motivo é simples, se deve à rotina de trabalho que inclui

falta de tempo para cuidar da saúde e até mesmo se exercitar e que, por

consequência, facilitam o surgimento de doenças como a lombalgia. Os

principais fatores da causa, conforme explica o fisioterapeuta João Augus-

to Figueiró […], são erro de postura, bancos não ergonômicos, falta de

apoio para o pescoço e braço, longas horas de trabalho contínuo sem

pausa para descanso, sedentarismo, obesidade, falta de alongamentos,

poucas horas de sono, uso de medicamentos estimulantes e estresse.

Para reduzir as chances de desenvolver a lombalgia é necessário mu-

danças nos hábitos, como regular os níveis de estresse, fazer ativida-

des físicas regularmente, controlar a alimentação e peso, e melhorar

a orientação postural. Figueiró acrescenta também a importância de

evitar longos períodos de trabalho contínuo, poucas horas de sono e

prevenir e tratar precocemente doenças crônicas como o diabetes. “Se

a dor aguda não for tratada, pode ocorrer a cronificação da dor, negli-

gência com doenças que podem se manifestar como dor nas costas

(como uma metástase de um câncer), prejuízo na capacidade ocupa-

cional, incapacidades crônicas para o trabalho etc.”, explica.

O fisioterapeuta destaca também que fazer os exercícios de alonga-

mento antes e depois do início das atividades, utilizar as técnicas de

redução de estresse e melhorar a alimentação são importantes. Porém,

o carreteiro deve valorizar a ergonomia na cabine, com bancos adequa-

dos a sua altura e peso, com apoio adequado para os braços e pescoço

e uma inclinação do apoio das costas em um ângulo de 100 graus

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 47

aproximadamente, com sistema de amortecimento das vibrações e

impactos. “Adequar a altura e distância da direção também fazem

parte do processo”, complementa. É importante também, conforme

alerta o fisioterapeuta, procurar um especialista nos primeiros sinais da

dor para que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos precocemente.

A DOR do carreteiro. O carreteiro, ed. 447, jan. 2012. Disponível em: <http://www.revistaocarreteiro.com.br/modules/revista.php?recid=1129&edid=95>.

Acesso em: 19 mar. 2015.

É muito importante que você conheça e esteja atento aos assuntos que dizem res-peito à sua saúde, para que possa exercer a ocupação reduzindo os possíveis riscos.Para tanto, algumas recomendações são importantes:

• apoiar a coluna no encosto do banco;

• posicionar os braços no volante de maneira a não criar tensão nos ombros;

• ficar atento para evitar paradas bruscas;

• regular os espelhos do veículo de maneira que não precise virar o pescoço ou a coluna para dar marcha a ré;

• parar o veículo por cinco minutos a cada três horas de direção, para caminhar e se alongar;

• ter cuidado ao sair do veículo para não causar problemas na coluna.Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE

APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga: caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

Ao dirigir, observe o posicionamento de braços e coluna.

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Outra importante questão que deve ser observada diz respeito ao tipo de alimentação mantida pelo motorista, especialmente durante o tempo de trabalho e nas viagens de média e longa distâncias.

Manter uma alimentação saudável é importante para todos, pois faz parte dos cuidados necessários com nossa saúde. Mas todo profissional que exerce seu trabalho no volante deve estar especialmente atento aos alimentos que ingere. O ideal é optar por comidas mais leves, evitando alimentos gordurosos e pesados que possam causar sono e aumentar as chances de doenças como pressão alta, diabetes etc.

É importante ainda estar sempre muito bem hidratado: o recomendado é ingerir no mínimo dois litros de água por dia.

Atividade 2mal Súbito

Para aprofundar ainda mais seus conhecimentos em relação a

importantes questões relacionadas à saúde e à segurança no trabalho, reveja,

no Caderno do Trabalhador 6 – Conteúdos Gerais, a Unidade que trata dessa questão. Aproveite e

retome também o estudo da Unidade 2 desse mesmo Caderno,

a qual discute o tema da cidadania ambiental.

Disponível em: <http://www.viarapida. sp.gov.br>. Acesso em: 19 mar. 2015.

1. Leia a reportagem a seguir, que discute algumas ques-tões sobre saúde do motorista.

Mal súbito

A rotina do motorista de caminhão, que inclui noites

maldormidas, excesso de trabalho e hábitos pouco

saudáveis nas refeições, aumenta a possibilidade do

desenvolvimento de problemas de pressão arterial,

obesidade e diabetes e também as chances dele

“apagar” ao volante e provocar graves acidentes.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 49

É fato comum motoristas que se envolveram em acidentes graves não

se lembrarem de como tudo aquilo aconteceu. E, ao retomarem a cons-

ciência, se mostram surpresos com a dimensão e consequências da

ocorrência. Especialistas dizem que diversos fatores podem ser respon-

sáveis por acontecimentos deste tipo e destacam excesso de consumo

de bebida e drogas, sono ou até mesmo doenças preexistentes, tais

como pressão alta, diabetes e obesidade, males que podem levar o

condutor a sofrer um “mal súbito”, manifestação do próprio organismo

que ocorre de maneira inesperada e repentina. É como se o motorista

“apagasse” por alguns instantes, deixando o veículo fora de controle.

Dentro desse conceito, conforme explica o cardiologista Igino Barp, se

enquadram desde desmaios (motivados por exposição a calor exces-

sivo, desidratação, falta de alimentação adequada, quedas de pressão

arterial), até situações extremamente mais graves e potencialmente

fatais (acidentes vasculares cerebrais, infarto agudo do miocárdio, ar-

ritmias cardíacas). “Infelizmente, muitas vezes a manifestação inicial

se dá de forma abrupta, o que para quem se encontra no volante de

um veículo já prenuncia um desastre iminente”, explica Barp.

Fazer exames preventivos contribui para melhorar a saúde do motorista e garantir a segurança ao volante.

Texto Daniela Giopato [dezembro de 2013]

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50 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

De acordo com estudos concluídos recentemente pelo Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, estatísticas internacionais apon-

tam correlação de alterações da saúde em condutores (fatores de

risco) com aproximadamente 23% dos acidentes. Já dados do Incor

– Instituto Nacional do Coração, mostram que o mal atinge cerca de

21 000 pessoas por ano, só na região metropolitana de São Paulo.

Este número é duas vezes superior às mortes por causas externas

(acidentes, suicídios etc.) e superior ao total de óbitos por tumores.

No caso específico dos motoristas de caminhão, é preciso atenção

especial, pois além de estarem ao volante de um veículo pesa-

do são profissionais expostos a situações de risco. Além disso,

alegam não terem tempo para se dedicarem à saúde, tornando

comum a prática da automedicação.

Desde 2002, o Departamento de Polícia Rodoviária Federal, em par-

ceria com o Sest Senat – firmada a partir de 2006 –, tem realizado o

Comando de Saúde nas Rodovias, cujo público-alvo são os motoristas

profissionais. O trabalho tem caráter educativo com recomendações

simples. Durante as ações são avaliadas doenças preexistentes, utili-

zação de medicamentos impróprios, envolvimento em acidentes, ta-

bagismo, pressão arterial, peso, altura, glicemia, colesterol, triglicérides,

gordura corporal, sonolência e circunferência abdominal, entre outros.

Em 2009, o Comando avaliou 8 200 motoristas profissionais (cami-

nhões e ônibus) em todo o território nacional e, do total avaliado,

23,59% apresentaram carga horária excessiva; 15,13% sonolência e

6,09% o uso de medicamentos impróprios. Os números foram obtidos

através do preenchimento de ficha de saúde, baseados, portanto, no

relato direto do próprio motorista.

Como meio de acrescentar dados recentes à operação, conforme

explica Bianca Novaes, da divisão de saúde e assistência social, o

Departamento de Polícia Rodoviária Federal, em parceria com

o Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social

e do Trabalho, [da] Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo, pesquisou o uso de substâncias psicoativas para avaliar a situa-

ção preocupante, na qual o motorista profissional tem colocado em

risco quem trafega pelas rodovias.

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 51

Dados divulgados pela concessionária [...] responsável pelo sistema

Anchieta-Imigrantes mostram que a média dos 600 motoristas de ca-

minhão entrevistados em maio e outubro de 2011, mais de 51% dormem

menos de 12 horas, 44% fazem menos de três refeições diárias e 30%

repousam menos de 6 horas por dia. Especificamente em maio de 2011,

dos 300 carreteiros entrevistados, 58% afirmaram ter jornadas de tra-

balho que superam 12 horas diárias. Dentre estes, um em cada 10

admitiram ter usado drogas ilícitas. Quanto às horas de sono e de ali-

mentação, 31% dos carreteiros dormem menos de 6 horas por dia,

enquanto apenas 33% realizam três refeições diárias. “Realizamos essa

pesquisa (Biovia) duas vezes por ano e constatamos esses dados preo-

cupantes sobre a rotina dos motoristas há alguns anos”, informou José

Carlos Cassaniga, diretor superintendente da [concessionária].

O cardiologista Igino Barp destaca que é importante o carreteiro estar

sempre atento ao surgimento de sensação crescente e incontrolável de

fadiga e cansaço, tonturas, vertigens, dor de cabeça de início súbito e

de intensidade crescente. Outros sinais de alerta são dor no peito asso-

ciada à náusea ou vômitos, suor frio abundante, palpitações, falta de ar,

formigamento nas mãos e/ou pés e dificuldade para realizar movimen-

tos. “As principais formas de prevenção contra o mal súbito são cuidar

da saúde, não cometer excessos na alimentação, não utilizar drogas e

álcool e respeitar os limites não só do caminhão e da estrada, mas

também, e especialmente, do próprio corpo”, aconselha o médico.

Dicas de saúde

1. Durante a viagem, mantenha-se alimentado e hidratado.

2. Dê preferência a alimentos leves e de fácil digestão, como frutas,

legumes e verduras.

3. Evite doces, frituras e gorduras.

4. Durma bem antes de qualquer viagem de automóvel. O sono e o

cansaço são grandes inimigos da viagem segura.

5. Antes de dirigir, não faça refeições pesadas. A digestão demorada

aumenta a sonolência.

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52 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

6. Na estrada, não descuide nem por um instante. Muita atenção

ao realizar ultrapassagens. Só ultrapasse quando tiver certeza de que

é seguro.

7. Não use estimulantes como rebite e outros produtos. Você pode

até ficar alerta, mas o corpo continua cansado e, quando o efeito

passar, você será pego de surpresa.

8. Quando o cansaço começar a bater, não insista. Pare em lugar

seguro e descanse um pouco.

9. O condutor deve programar paradas a cada três horas; caso ele

dirija por mais de quatro horas seguidas, corre o risco de comprome-

ter sua circulação e, consequentemente, os seus movimentos, por

permanecer muito tempo na mesma posição.

10. Se dirigir, não beba. Álcool provoca sonolência, desatenção, refle-

xos lentos, entre outras consequências.

Fonte: Divisão de Saúde da Polícia Rodoviária Federal.

GIOPATO, Daniela. Mal súbito. O carreteiro, ed. 459, jan. 2013. Disponível em: <http://www.revistaocarreteiro.com.br/modules/revista.php?

recid=1264&edid=107>. Acesso em: 19 mar. 2015.

2. Agora, em grupo de três ou quatro colegas, respondam às seguintes questões.

a) Qual é o assunto principal discutido na reportagem?

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mo T o r i s T a d e ca r g a 2 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 53

b) Qual é a principal conclusão a que chegou a pesquisa do Ipea, feita com dados internacionais, em relação aos condutores?

c) Quais são, segundo o especialista entrevistado na reportagem, alguns dos prin-cipais sintomas para os quais os motoristas devem estar alertas, de forma a evitar o mal súbito?

3. Com o auxílio do monitor e utilizando o laboratório de informática, façam uma pesquisa procurando levantar os dados estatísticos relativos a acidentes nas es-tradas causados por questões relacionadas à saúde e ao estado físico dos motoris-tas. Escrevam um pequeno texto relacionando as informações que encontraram com as informações que aprenderam nesta Unidade; ressaltem o que é possível fazer para evitar tais problemas.

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54 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

A parada para descanso é o momento adequado para fazer exercícios de alongamento.

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Enfrentando situações de emergência

O motorista de carga que trafega diariamente pelas ruas e estradas – seja dentro das cidades, seja nas rodovias que fazem sua interligação – está sujeito a imprevistos ou acidentes, que podem acontecer independentemente de suas atitudes ou da forma como está conduzindo seu veículo.

Portanto, neste seu percurso formativo, é preciso que você tenha conhecimento de alguns desses acontecimentos emergenciais para que, de alguma forma, esteja pre-parado para enfrentá-los, caso necessário.

São basicamente três as situações de emergência para as quais você precisa estar minimamente preparado para enfrentar: a) pane do veículo na estrada; b) sequestros e assaltos; e c) emergências causadas por desastres naturais.

Em primeiro lugar, com o intuito de minimizar as chances de acontecer algum tipo de pane mecânica em seu caminhão, é importante sempre estar em dia com as re-visões que devem ser feitas periodicamente no veículo. Além disso, antes de sair para realizar um serviço de transporte, é importante conferir as condições do veículo, atentando para a validade, a qualidade e a presença dos seguintes equipamentos:

• freios;

• pneus;

• mangueira de combustível;

• extintores de incêndio;

• equipamentos de sinalização;

• paletas do para-brisa;

• EPI (no caso do transporte de produtos perigosos, verificar se estão de acordo com as exigências para o tipo de carga transportada).

Mesmo tendo realizado todos os serviços de manutenção do caminhão e tendo feito uma criteriosa conferência dos equipamentos antes de iniciar o transporte, é possível que algumas panes aconteçam. Nesses casos, é sempre importante manter a calma e seguir algumas orientações de segurança.

A primeira delas é sinalizar de forma adequada o local em que o caminhão está parado, evitando assim que novos acidentes aconteçam e que você coloque sua própria segurança em risco. Veja na tabela a seguir como essa sinalização deve ser feita em termos de distâncias.

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56 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

Distância do acidente para início da sinalização

Tipo da via Velocidade máxima permitida

Distância para início da sinalização (pista seca)

Distância para início da sinalização (chuva, neblina, fumaça, à noite)

Vias locais 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos

Avenidas 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos

Vias de fluxo rápido 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos

Rodovias 100 km/h 100 passos longos 200 passos longos

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DE TRÁFEGO (ABRAMET). Noções de primeiros socorros. São Paulo: Abramet, 2005. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=13246>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Lembre-se de redobrar a atenção em circunstâncias es-peciais: de noite e caso haja chuva, neblina, cerração ou fumaça. Em todos esses casos, deve-se dobrar a distância para efeito de sinalização.

O segundo tipo de emergência diz respeito a um pro-blema grave que vem atingindo as ruas das cidades e as estradas do nosso país: assaltos. Essa é uma das situações mais difíceis de ser enfrentadas pelos moto-ristas, mas que, infelizmente, vem aumentando nos últimos anos.

Para enfrentar esse tipo de situação, a regra mais impor-tante é sempre manter a calma e não tentar nenhum tipo de reação. Entregue tudo o que lhe for pedido e, assim que possível, procure a ajuda da polícia para que possa ter todo o apoio necessário e ainda registrar o Boletim de Ocorrência (BO).

Hoje em dia, em função desse aumento no número de assaltos e do avanço das tecnologias, é cada vez mais comum o uso de dispositivos de rastreamento de cargas. No entanto, mesmo com essa tecnologia à disposição, ainda são minoria os motoristas e as transportadoras que têm acesso a esse tipo de auxílio.

A maioria dos assaltos acontece enquanto o caminhão está parado, por ser muito mais difícil abordar

veículos em movimento. Por isso, é muito importante estar atento aos

locais e postos de parada e de combustível, procurando sempre

pelos mais movimentados.

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Outro agravante nesse tipo de situação é a questão do seguro do veículo. Em geral, as empresas transportadoras possuem seguro para 100% de sua frota de caminhões. Mas, infelizmente, não são todos os motoristas autônomos que possuem esses seguros. Por isso, quando o veículo ou a carga são roubados, esses trabalhadores acabam perdendo tudo.

Existe ainda a possibilidade, mesmo que menos frequente, de o motorista encontrar, em seu percurso, algum tipo de catástrofe natural, como enchente, desmoronamen-to, deslizamento de terra e incêndio florestal. Para enfrentar esses tipos de problema, é importante conhecer os procedimentos descritos na tabela a seguir.

Tipo de catástrofe natural Procedimentos

Enchente

Avisar o Corpo de Bombeiros ou a Defesa Civil.

Ter como prioridade a defesa de sua própria vida e a das demais pessoas à sua volta, e não a carga que está sendo transportada; caso seja possível, proteger objetos de valor e documentos dentro de sacos plásticos.

Nunca arriscar atravessar terrenos inundados com o veículo; sempre aguardar a ajuda dos Bombeiros ou da Defesa Civil.

Desmoronamento/Deslizamento

Avisar o Corpo de Bombeiros ou a Defesa Civil.

Ter como prioridade a defesa de sua própria vida e a das demais pessoas à sua volta, e não a carga que está sendo transportada.

Caso esteja parado, procurar descobrir se existe algum plano de evacuação com sistema de alarme no local.

Ficar atento ao aparecimento de fendas e rachaduras em paredes de casas, depressões no terreno, inclinação de troncos de árvores e de postes e surgimento de minas d’água. Caso alguma dessas coisas aconteça, avisar imediatamente a Defesa Civil.

Caso aviste algum sinal de desmoronamento na rodovia, avisar imediatamente a Polícia Rodoviária, além dos colegas de trabalho com os quais possa se comunicar, para que evitem a área.

Incêndio florestal

Ao avistar foco de incêndio atingindo a rodovia, avisar imediatamente a Polícia Rodoviária.

Em caso de fumaça na pista, utilizar os procedimentos de tráfego sob neblina e evitar ultrapassagens.

Não estacionar nem parar para observar o local do incêndio.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga: caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

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Prevenção de acidentes e condução defensiva

Todo condutor, que atue no transporte de cargas ou não, precisa estar sempre aten-to à forma como dirige, para que não coloque sua vida e nem a das outras pessoas em risco. Segundo o DNIT, define-se acidente como:

[...] ocorrência que afeta diretamente o cidadão, porquanto a esse são

impingidos aspectos relacionados com a morte, com a incapacitação

física, perdas materiais, podendo provocar sérios comprometimentos

de cunho psicológico, muitas vezes de difícil superação.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTES (DNIT). Estatísticas de acidentes. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/rodovias/

operacoes-rodoviarias/estatisticas-de-acidentes>. Acesso em: 19 maio 2015.

Mas, infelizmente, os dados sobre acidentes de trânsito no Brasil são alarmantes. Entre 2002 e 2012, o número de mortos nesses acidentes subiu 38,3%, um cresci-mento preocupante. Só no Estado de São Paulo, esse número aumentou 14,1%: 6 404 mortes em 2002 e 7 306 em 2012.

Fonte: WAISELFISZ, Julio Jacobo. Prévia do “Mapa da violência 2014. Os jovens do Brasil”. Disponível em: <http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Previa_mapaviolencia2014.pdf>.

Acesso em: 19 mar. 2015.

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Para os motoristas que trabalham no transporte de cargas perigosas, é especialmen-te importante estar atento a questões ligadas a acidentes. Leia o texto a seguir.

Os acidentes no modal rodoviário envolvendo veículos que transportam

cargas/produtos perigosos adquirem uma importância especial. Nes-

tes eventos, a intensidade de risco está associada à periculosidade do

material transportado com potencial para causar simultaneamente

múltiplos danos ao meio ambiente e à saúde dos seres humanos ex-

postos a eles.

A malha rodoviária concentra cerca de 60% do volume de cargas

transportadas no Brasil, percentual que tende a crescer tendo em

vista a expansão do comércio entre os países da América Latina. No

entanto, a infraestrutura das nossas rodovias, a precariedade da

frota de veículos transportadores de cargas e diversos outros proble-

mas favorecem substancialmente o aumento do número de aciden-

tes, constituindo-se em um sério problema para a saúde pública

(Ipea, 2006).

Um dos grandes obstáculos encontrados ao nível das realidades locais

é a ausência de informações básicas que permitam avaliar os impactos

desses eventos sobre a saúde humana (expostos, lesionados e óbitos)

e o meio ambiente (contaminação de solos, águas superficiais e sub-

terrâneas, ar e cadeia alimentar). As consequências da ausência de

dados se refletem diretamente na possibilidade de estimar os custos

humanos, ambientais e financeiros desses acidentes e, por conseguin-

te, na capacidade de formulação de políticas públicas de controle e

prevenção amplas, adequadas e efetivas no que diz respeito à saúde

e meio ambiente (Freitas e Amorim, 2001).

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60 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

(DNIT), o transporte de cargas/produtos perigosos é mais relevante em

sete Estados das regiões Sul e Sudeste: Rio Grande do Sul, Santa Cata-

rina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e o Espírito Santo.

Estes Estados concentram a maior parte do tráfego de veículos com

cargas e/ou produtos que oferecem risco à população e ao meio ambien-

te. No entanto, apenas o transporte de cargas excedentes, ou seja, aque-

las que ultrapassam tamanho, altura, carga máxima ou comprimento,

determinados em legislação específica, é, de fato, fiscalizado nas rodovias.

QUEIROZ, Marluce Teixeira Andrade et al. Acidentes no transporte de cargas/produtos perigosos no colar metropolitano do Vale do Aço, Minas Gerais. In:

SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA (SEGET). Disponível em: <http://www.vias-seguras.com/content/download/2896/15075/file/acidentes_com_cargas_perigosas_Vale%2520do%2520a%25C3%25A7o_MG.pdf>.

Acesso em: 19 mar. 2015.Referências: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações

urbanas. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2006; FREITAS, Carlos Machado; AMORIM, Andréa Estevam. Vigilância ambiental em saúde de

acidentes químicos ampliados no transporte rodoviário de cargas perigosas. Informe Epidemiológico do SUS, v. 10, n. 1, p. 31-42, mar. 2001. Disponível em:

<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-16732001000100004&lng=es>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Compreender o conceito de condução defensiva é essencial para todo motorista, em especial para você que pretende ser motorista de carga.

Vamos agora abordar alguns aspectos da condução defensiva que você deve sempre seguir para que possa se proteger e evitar riscos no cotidiano de seu trabalho. São cinco os elementos da condução defensiva.

• Conhecimento: é crucial conhecer e compreender o significado das leis e regu-lamentos de trânsito; você só poderá ter uma prática correta se tiver um conjun-to de conhecimentos teóricos para orientar sua conduta no trânsito.

• Atenção: com o objetivo de prevenir acidentes, o motorista deve estar sempre atento não apenas à sua própria conduta, mas também a todos os elementos que fazem parte

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do trânsito, tais como pedestres, demais carros, sinalização, informações do painel do seu próprio carro etc.

• Previsão: por meio do olhar atento para o que aconte-ce dentro de seu veículo e em seu entorno, o motorista é capaz de prever algumas situações. A previsão, que lhe dá a possibilidade de atuar na prevenção de algum pro-blema ou acidente, começa no início de seu percurso, com a verificação das condições de seu veículo e demais informações relevantes – essa é a previsão mediata. Durante a realização de seu trajeto, o motorista com prática de condução defensiva está sempre alerta aos acontecimentos – essa é a previsão imediata.

• Decisão: o conhecimento, a atenção e a previsão são as bases necessárias para que o motorista possa tomar a melhor decisão em casos de situações de risco, mi-nimizando assim possíveis acidentes e problemas.

• Habilidade: podemos definir habilidade como a pró-pria prática da condução do veículo, ou seja, a capaci-dade de manusear todas as funções e instrumentos a seu dispor para a execução satisfatória e de qualidade das manobras no trânsito. Nesse aspecto, motorista, a prática conta a seu favor. Por isso, quanto mais conhe-cer seu caminhão e as ruas e estradas pelas quais vai transportar sua carga, mais conhecimentos vai acu-mular, o que certamente terá reflexos na forma de conduzir seu veículo.

Não se esqueça: é expressamente proibido dirigir falando ao celular ou

teclando nele!

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Atividade 3importância da condução defenSiva e da

prevenção de acidenteS

Responda às questões a seguir, tendo em vista o que estudou até aqui.

1. À noite, com pista molhada e neblina, qual é a distância ideal para iniciar uma sinalização em uma via cuja velocidade máxima seja de 80 km/h?

a) 160 passos longos.

b) 100 passos longos.

c) 20 passos longos.

d) 80 passos longos.

e) 300 passos longos.

2. A fim de evitar uma colisão com o veículo à frente, você deve:

a) trafegar sempre com o farol aceso.

b) manter uma distância segura do veículo à frente.

c) ultrapassar pela esquerda.

d) dirigir abaixo da metade da velocidade permitida pela via.

e) conhecer a legislação.

3. Descreva com suas próprias palavras os acessórios de segurança que você deve ter em seu veículo e usar para uma condução mais defensiva.

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4. Em sua opinião, quais são as principais condições adversas das vias? Como você pode evitá-las?

Atividade 4a frota de caminhõeS doS motoriStaS autônomoS

1. Leia os textos a seguir, extraídos de pesquisas acadêmicas que trazem dados e informações sobre a frota de caminhões utilizados pelos motoristas autônomos.

Texto 1

Segundo relatório do Guia do TRC [Transporte Rodoviário de Cargas]

(2003), a maioria dos caminhoneiros autônomos são os que possuem

frota com idade avançada; ou seja, frota com idade acima de 10 anos

de uso. Estima-se que, do total de caminhoneiros autônomos em

atividade, esses possuem 68,5% de caminhões com idade avançada.

Esse fato é devido pela grande maioria dos caminhoneiros enfrentar

várias restrições para obter acesso ao crédito, inviabilizando a compra

de um veículo novo; assim, procuram veículos desativados pelas em-

presas de transporte do mercado e transportadora de carga própria.

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64 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

Idade da frota de caminhões de propriedade autônoma (%) [2002]

Idade do caminhão %

Até 1 ano 3,8

De 2 a 5 anos 11,7

De 6 a 10 anos 16,0

De 11 a 20 anos 34,4

De 21 a 30 anos 31,4

Mais de 30 anos 2,7

Total 100,0

Fonte: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE (CNT). Pesquisa empresas de cargas CNT: relatório analítico, 2002.

OLIVEIRA, Thiago. Perfil das empresas de transporte rodoviário de cargas de Presidente Prudente-SP e a influência do Plano Real e da evolução do conceito

de logística no segmento de transporte rodoviário de cargas no Brasil no período 1994-2002: uma abordagem sob a ótica da teoria schumpeteriana.

Presidente Prudente: Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo, 2004. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/Juridica/article/

viewFile/313/303.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Referência: GUIA do TRC [Transporte Rodoviário de Cargas]. Empresas transportadoras de cargas. 2003.

Texto 2

De acordo com os dados do Registro Nacional dos Transportadores

Rodoviários de Carga (RNTRC, 2010) da Agência Nacional de Trans-

portes Terrestres, o transportador autônomo detém 46,21% dos veí-

culos da frota brasileira de transporte de cargas, enquanto as empresas

respondem por 53,04%, e as cooperativas somente por 0,7%. A frota

autônoma é a mais antiga entre os três segmentos. A média de idade

de veículos se distribui da seguinte forma: (a) autônomos: 19,2 anos,

(b) empresas: 8,4 anos e (c) cooperativas: 13,6 anos. A média ponde-

rada da frota nacional é de 13,4 anos.

MOURA, Graziele Araujo. A viabilidade de cooperativas para a renovação da frota autônoma de caminhões. Dissertação (Mestrado em transportes). Brasília:

Universidade de Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.transportes.unb.br/downloads/dissertacoes/025A-2012.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2015.

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2. Com base nos dados expostos nos dois textos, forme uma dupla com um colega da classe para discutir e responder às seguintes questões.

a) De acordo com a tabela, que informa dados de 2002, 65,8% da frota de veículos de posse dos caminhoneiros autônomos têm entre 11 e 30 anos, podendo assim ser definida como uma frota antiga. Observando os dados do ano de 2010, no texto 2, é possível notar alguma mudança? Justifiquem sua resposta.

b) Quais são, segundo os textos lidos, as principais razões que explicam o fato de os motoristas autônomos terem a frota mais antiga?

c) O que vocês consideram como as principais desvantagens que o motorista autô-nomo pode enfrentar em função da utilização de uma frota antiga de veículos?

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66 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

d) Na opinião da dupla, qual relação pode ser feita entre a questão da frota do motorista autônomo, apresentada pelos dois textos, e a questão dos acidentes de trânsito, discutida nesta Unidade?

e) Com a ajuda do monitor, no laboratório de informática, acessem o site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para conhecer os dados atualizados da frota de caminhões autônomos e de empresas (disponível em: <http://appweb2.antt.gov.br/rntrc_numeros/rntrc_emnumeros.asp>, acesso em: 26 mar. 2015). Anotem os dados e comparem-nos com os apresentados nesta atividade. Reflitam sobre possíveis mudanças ou permanências das situações dos motoristas autônomos e dos que trabalham para empresas de transporte. Registrem suas reflexões nas linhas a seguir.

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3. O trabalho do motorista tem sido frequentemente descrito por poetas, músicos e escritores ao longo de nossa história.

Para finalizar esta etapa de estudo, propomos que você leia a seguir a letra de uma música sobre a história de dois amigos caminhoneiros, que foi interpretada pela dupla sertaneja Milionário e José Rico. Se possível, escute a música (ela está disponível na internet).

Sonho de um caminhoneiroChico Valente e Neil Bernardes

Eram dois amigos inseparáveis lutando pela vida e o pão

Levando um sonho de cidade em cidade

De serem donos de seu caminhão

Com muita luta e sacrifício para pagar em dia a prestação

Se realizava o sonho finalmente, o empregado passa a ser patrão.

Suas viagens eram intermináveis de cansaço, de poeira e chão

E um dos amigos, um recém-casado ia ser pai do primeiro varão

Com alegria vinham pela estrada não vendo a hora de chegar

E o caminhoneiro disse ao amigo: “vou lhe dar meu filho para batizar”.

Mas o destino cruel e traiçoeiro marcou a hora e o lugar

A chuva fina e a pista molhada com uma carreta foram se chocar

Mas como todos têm a sua sina, um a morte não levou

E o caminhoneiro nos braços do amigo diz:

“Vá conhecer meu filho porque eu não vou”.

Naquela curva à beira da estrada, uma cruz ao lado do pinheiro

Marca pra sempre onde foi ceifada a vida e o sonho de um caminhoneiro

Com a morte do companheiro a saudade vai chegar

Aqueles bons e velhos tempos nunca mais irão voltar.

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Mas o destino cruel e traiçoeiro marcou a hora e o lugar

A chuva fina e a pista molhada com uma carreta foram se chocar

Mas como todos têm a sua sina, um a morte não levou

E o caminhoneiro nos braços do amigo diz:

“Vá conhecer meu filho porque eu não vou”.© Warner Chappell Edições Musicais Ltda.

Todos os direitos reservados.

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unida d e 8

Procedimentos para operação em terminais e armazéns de mercadoriasNesta Unidade, nosso objetivo será aprender sobre mais uma etapa do processo de transporte de mercadorias: a retirada e a entrega dos produtos nos terminais de cargas e armazéns. Para tanto, vamos estudar os principais procedimentos realizados nessas situações.

Os armazéns ou terminais de mercadorias são os espaços plane-jados especialmente para movimentação e estocagem de cargas. É nesses espaços que acontece o recebimento das mercadorias que chegam das indústrias, do campo etc. e que serão novamen-te despachadas e transportadas. Esse processo configura-se da seguinte forma: recebimento de mercadorias do fornecedor e entrega de mercadorias para os clientes.

Nessas duas etapas, a atuação do motorista que faz o transpor-te da carga precisa ser bastante cuidadosa, pois ele é o elo entre fornecedor e cliente. São vários os procedimentos e cuidados que o motorista precisa ter com a carga transportada para que o processo ocorra da melhor forma.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga: caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

Fábrica Recebimentode mercadorias

Conferência earmazenamento

Distribuição aos clientes

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Entrega e verificação de mercadorias

Nos processos tradicionais, nos quais a mercadoria chega e é armazenada para utilização posterior, a descarga é a etapa em que se procede à verificação e ao con-trole da mercadoria, com destaque para a conferência de:

• qualidade, quantidade e inexistência de danos ou avarias;

• nota fiscal em relação aos impostos e preços, bem como a conferência dos dados referentes à quantidade e ao tipo de produtos adquiridos, conforme o pedido de compra e a mercadoria entregue;

• outras características dos produtos que necessitam ser checadas, como, no caso de perecíveis, os prazos de validade, a temperatura de conservação e de transporte etc.

Etapas da verificação

Inicialmente, costuma-se proceder à verificação simples, chamada “cega”, em que primeiro se contam as quantidades das caixas ou embalagens entregues e depois se conferem essas quantidades com as constantes na nota fiscal de entrega e no Ma-nifesto de Transporte. Verifica-se, assim, se os documentos estão de acordo com o pedido de compra de materiais.

Para a conferência das embalagens recebidas, é importante que o motorista que transportou a carga (e é responsável por ela), após descarregar o caminhão, faça a con-ferência quantitativa da carga transportada. Para tanto, pode-se preencher um formu-lário, como o modelo na página a seguir, para registrar as informações.

Posteriormente, as embalagens ou caixas são abertas para uma verificação mais deta-lhada da mercadoria entregue. Dependendo da prática adotada na empresa ou dos volumes recebidos, isso pode ser feito por amostragem, ou seja, apenas parte das embalagens é aberta para conferência.

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CONFERÊNCIA DE QUANTIDADE

Fornecedor No da Nota Fiscal Data da Nota Fiscal

Código Material Quantidade Contada

Observações

Nome do Conferente Assinatura Data

Existem produtos que demandam análises mais detalhadas de sua qualidade ou características. Nesses casos, amostras são separadas para ser analisadas por téc-nicos ou por laboratórios de controle de qualidade. Dependendo do produto, da empresa ou do fornecedor, essa inspeção pode ocorrer antes mesmo da descarga, para evitar um trabalho de recarga caso o produto não seja aprovado. Um exemplo dessas análises é o teste de impureza, em que é checada a proporção de partículas estranhas em algumas amostras do produto escolhidas aleatoriamente (ao acaso) em pontos diferentes da carga.

Ao se constatar que a carga transportada e entregue está de acordo com o estabele-cido comercialmente, ou seja, que a carga respeita os padrões de qualidade, higiene e quantidade solicitados, realiza-se o procedimento conhecido como regularização da carga. Esse passo final é da maior importância, pois dele depende a liberação do pagamento pelo trabalho realizado pelo motorista de carga.

Coleta de mercadorias

Outro tipo de procedimento realizado pelo motorista de carga, em um armazém ou terminal de carga, é o de coleta de mercadorias. Esse processo refere-se à reti-rada das mercadorias do armazém e, também, ao respectivo carregamento dos caminhões que as transportarão. É, portanto, o processo inverso do que você acabou de estudar.

Esse procedimento começa dentro do armazém ou depósito no qual as mercadorias serão coletadas. Em muitas empresas, existem esteiras rolantes que auxiliam o trânsito dos produtos nessa etapa e colaboram para minimizar danos durante o manuseio. Ao mesmo tempo, elas facilitam o trabalho dos operadores, conduzindo

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72 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

os volumes às respectivas docas para a operação de car-ga, ou controlando automaticamente os produtos enca-minhados para separação.

A etapa da separação pode ser feita de duas maneiras: a partir de um pedido ou a partir de um produto. No primeiro caso, toma-se um pedido em mãos e procede-se à separação de todos os seus itens; no segundo, toma-se um produto, separando-o para todos os pedidos.

Feita a separação, os produtos são embalados e encami-nhados à expedição. Contudo, nem sempre um produto embalado é enviado para fora da empresa: há produtos que devem estar perfeitamente embalados mesmo para pequenas movimentações dentro da própria empresa.

A etapa seguinte é a conferência e o carregamento da carga, para que ela possa, então, ser transportada ao cliente que a solicitou.

Durante os procedimentos de carga e descarga em armazéns

fique atento para:• organizar, sempre que possível, as

unidades de carga paletizadas;• reduzir a movimentação manual

das cargas;• não empilhar mercadorias

e produtos diretamente no piso do armazém;

• observar o peso máximo de 20 kg para o transporte manual de cargas;• observar sempre as condições dos

equipamentos de movimentação utilizados nesses armazéns,

atentando para que tais equipamentos sejam sempre utilizados segundo as normas

técnicas estabelecidas, para que não haja nenhum tipo de acidente

ou prejuízo;• enquanto operar dentro de um armazém, estar sempre atento às suas ações e às de outras pessoas

que estão trabalhando ao seu redor, para evitar riscos de acidentes.

Por dentro do armazém

Para finalizar a Unidade, vamos conhecer um pouco mais sobre movimentação de cargas em um armazém. Primeiro, vamos enumerar as principais atividades de-senvolvidas nesse estabelecimento:

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• recepção;

• armazenamento;

• despacho;

• combinação de cargas;

• transferências;

• estocagem em trânsito.

Em relação às possibilidades de movimentação das cargas, é possível dizer que são três formas: manual; com equipamentos não motorizados; e com equipamentos motorizados ou elétricos. Vejamos, a seguir, alguns exemplos.

• Carrinho de mão: são vários os tipos de carrinho de mão. Eles podem ter uma, duas, três ou até quatro rodas; um ou dois eixos. Ao utilizá-lo, a visibilidade do percurso é muito importante, por isso a acomodação da carga precisa ser unifor-me, mantendo a maior estabilidade possível para que o carrinho não tombe e para que a carga não caia.

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• Paleteiras: são pequenos veículos que têm dois braços ou garfos, que se encaixam nos vãos dos paletes para suspendê-los ligeiramente e locomovê-los. Podem ser manuais ou elétricas e movimentam os paletes apenas na altura do solo.

• Empilhadeiras: as empilhadeiras, por sua vez, além de movimentarem os paletes, podem elevá-los para empilhá-los. Movidas a gás ou elétricas, elas podem ser de diferentes modelos (patolada, contrabalançada, retrátil e trilateral).

•Munck (fala-se “munc”) ouguindauto: tipo de equipamento utilizado para elevação de cargas mais pesadas.

Paleteira manual.

Paleteira elétrica.

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Empilhadeira contrabalançada.Empilhadeira retrátil.

Caminhão com munck/guindauto.

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Atividade 1o fluxo logíStico e a organização do armazém

1. Em grupo, simulem uma solução para uma empresa que vivencia a seguinte situação:

A empresa XYZ possui um grande armazém de mercadorias, que vão desde pequenas caixas, como as de barbeadores, até geladeiras e máquinas de lavar roupas. Diariamente, o trabalho é intenso no local, pois há longas filas de cami-nhão para carregamento. As oito horas diárias de trabalho dos funcionários não são suficientes para a quantidade de trabalho. Houve aumento das reclamações por falta de entrega no prazo e redução das vendas por problemas de distribuição.

a) Quais problemas podem ter provocado essa situação e quais são os desdobramen-tos enfrentados pela empresa?

b) Quais seriam as medidas para solucionar esses problemas? Justifiquem.

c) Criem um desenho de depósito, indicando o uso e o tamanho de paletes e os equipamentos necessários.

d) Apresentem à classe as medidas que o grupo propôs e o desenho, a fim de tro-carem ideias sobre as melhores soluções.

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unida d e 9

Custos de transportesAgora que você já está em uma etapa mais avançada de seus estudos sobre os procedimentos que o motorista de carga pre-cisa conhecer, vamos aprender nesta Unidade sobre outro as-pecto da ocupação: custos no transporte.

Esse é um conhecimento essencial que todo motorista deve ter para que possa desenvolver seu trabalho com maior qualidade e menor custo possível. No caso do serviço de transporte de cargas, essa questão é especialmente importante para aqueles que pretendem atuar como motoristas autônomos. Para aqueles que trabalham como empregados em empresas de transporte, essa questão é, em geral, responsabilidade da gestão da empresa.

Em primeiro lugar, vamos compreender o significado da palavra custo, que é um conceito fundamental para a organização, o pla-nejamento e a execução de todo o trabalho. Conhecer o custo significa conhecer os fatores e os componentes que implicam gas-tos financeiros em qualquer trabalho.

Pense, por exemplo, no trabalho de uma costureira autônoma, que trabalha por conta própria em sua pequena oficina alu-gada. Ao receber a encomenda para confeccionar um vestido, ela precisa saber exatamente quais serão os custos da produção desse vestido, para poder dizer a sua freguesa quanto vai co-brar por seu trabalho. Para fazer esse cálculo, a costureira precisa pensar em tudo que vai utilizar para a produção do vestido, como:

• tecido e demais materiais utilizados para sua confecção (bor-dados, brilhos, estampas etc.);

• linhas;

• agulhas e alfinetes;

• botões e fechos;

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78 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e mo T o r i s T a d e ca r g a 2

• tesoura;

• papel e giz específicos para fazer o desenho ou o molde do vestido;

• agulha para máquina de costura;

• energia elétrica;

• aluguel.

Alguns desses custos podem ser classificados como custos fixos, ou seja, são aqueles que a costureira tem para produzir qualquer peça que lhe seja encomendada. Nesse caso, os custos fixos são:

• papel e giz específicos para fazer o desenho ou o molde do vestido;

• agulha para máquina de costura;

• agulhas e alfinetes;

• tesoura;

• energia elétrica;

• aluguel.

Os demais podem ser classificados como custos variáveis, ou seja, são aqueles que a costureira terá para confeccionar exatamente esse pedido – o vestido. São eles:

• tecido e demais materiais utilizados para a confecção dele (bordados, brilhos, estampas etc.);

• linhas;

• botões e fechos.

Somando esses dois tipos de custo, fixo e variável, tem-se o custo total de produção de determinada mercadoria ou produto.

A mesma lógica se aplica ao transporte de cargas. Ao se realizar um transporte ou frete, é necessário conhecer todos os custos (fixos e variáveis) envolvidos no trabalho.

Dois fatores são primordiais para se pensar nesses custos: distância e tempo. Para o transporte rodoviário de cargas, essas são as primeiras informações que o motorista ou transportador necessita conhecer para poder realizar o cálculo de seus custos. É claro que, quanto maiores forem a distância e o tempo gasto para transportar a

CUSTO FIXO + CUSTO VARIÁVEL = CUSTO TOTAL

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carga, maior será o custo desse transporte. Mas, entre tempo e distância, esta é o fator preponderante na defi-nição dos custos.

As despesas no transporte podem ser divididas também em fixas e variáveis. Observe algumas delas:

Despesas fixas Despesas variáveis

• Seguro do veículo

• Licenciamento e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

• Pagamento da prestação de financiamento ou empréstimo do veículo

• Salários, encargos e benefícios de motoristas e ajudantes

• Combustível

• Pagamento de pedágios

• Pneus e óleo

• Demais despesas com manutenção do veículo

É possível observar que os custos variáveis são aqueles relacionados à distância percorrida para a realização do transporte, o frete. Já os custos fixos são determinados independentemente da distância percorrida, ou seja, não variam se a distância for maior ou menor.

Custos do frete

Vamos agora conhecer os principais conceitos envolvidos na negociação do frete. Primeiro, vejamos as definições de cada um dos agentes envolvidos nesse tipo de serviço.

• Embarcador: refere-se à empresa que necessita con-tratar algum tipo de transporte para realizar a entrega das mercadorias e produtos comercializados com seus clientes. Ele é o responsável pelo pagamento do frete.

• Transportador: refere-se ao responsável por realizar o transporte contratado pelo embarcador, podendo ser um trabalhador autônomo ou uma empresa de trans-porte, que receberá o frete como remuneração pelo trabalho realizado.

O CT-e é o documento mais importante para comprovar a

contratação do transportador pelo embarcador. Você conheceu

esse documento na Unidade 4 do Caderno 1, intitulada Legislação

e documentação do transporte de cargas.

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A composição da tarifa a ser cobrada pelo serviço de transporte depende de cinco fatores: frete-peso, frete-valor, generalidades, Gerenciamento de Risco (Gris) e pe-dágio. Veja a que se refere cada um deles na tabela a seguir.

Fatores Descrição

Frete-peso

Parcela da tarifa que tem por finalidade remunerar o transporte do bem entre os pontos de origem e de destino. Inclui tanto custos diretos quanto custos indiretos: custos operacionais do veículo, despesas administrativas e de terminais, custos de capital e taxa de lucro operacional. A soma destes constitui o total do custo, que é específico para cada transportadora e para cada tipo de serviço realizado.

Frete-valor (ou ad valorem)

Componente tarifário fundamental para o equilíbrio entre custos e receitas. Proporcional ao valor da mercadoria transportada, tem como finalidade resguardar o transportador dos riscos de acidentes e avarias envolvidos em sua atividade. Tais riscos são proporcionais ao tempo que o bem fica em poder da empresa durante a operação de transporte [...].

Generalidades

Destinam-se a remunerar os serviços adicionais necessários à prestação dos serviços. São cobradas apenas no momento em que os serviços correspondentes são efetivamente prestados. Sua cobrança pode variar com o peso transportado, o valor da nota fiscal do produto ou o frete cobrado.

Gris

Representado por um percentual (%) sobre o valor da nota fiscal. Independentemente da distância a ser percorrida, tem finalidade de cobrir os custos específicos decorrentes das medidas de combate ao roubo de cargas [...].

PedágioA Lei [federal] no 10.209 [de 23 de março de 2001] tornou obrigatório o fornecimento de vale-pedágio ao carreteiro e o repasse da despesa ao embarcador.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE DE CARGA E LOGÍSTICA (NTC & LOGÍSTICA). Manual de cálculo de custos e formação de preços do transporte rodoviário de cargas. 2014. Disponível em: <http://www.portalntc.org.br/media/images/publicacoes/manual-de-calculo-e-formacao-de-precos-rodoviario-2014/index.html#/2/>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Direção econômica

Complementando sua aprendizagem sobre a questão de custos no transporte de cargas, vamos aprender algumas noções sobre direção econômica que poderão au-xiliá-lo na melhor condução e aproveitamento de seu veículo. Ela pode, assim, ser um importante fator para a diminuição dos custos envolvidos no transporte.

A prática da direção econômica está associada à forma como o veículo é conduzido por seu motorista nas ações de operação e controle dos mecanismos do veículo, tais como acelerador, freios, direção, câmbio etc. Ao utilizar as práticas corretas na condução do veículo, é possível diminuir os custos com manutenção, aumentando sua durabilidade e diminuindo a possibilidade de panes e problemas durante a viagem.

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Veja algumas possíveis consequências da prática da direção econômica:

• redução do consumo de combustível;

• redução do desgaste físico do motorista;

• redução de desgastes dos componentes mecânicos do veículo;

• aumento da segurança no trânsito;

• redução de possíveis danos ao meio ambiente.

Certamente você aprendeu noções sobre direção econômica no curso que fez para obter sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Vamos relembrar alguns dos principais pontos para os quais o motorista deve estar atento?

•Dirigircomprevisão.

•Operarnafaixaidealderotaçãodomotor.

•Semprequepossívelpularmarchas.

•Nãoacelerarduranteatrocademarchas.

•Aproveitarainérciadoveículo.

•Utilizarcorretamenteosfreios.

•Trafegarsomentecomoveículoengrenado.

•Manterospneuscalibrados.

•Estaratentoaodesempenhodoveículo.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE

(SENAT). Curso de capacitação de motorista de carga: caderno do aluno. Brasília: Sest/Senat, 2008.

Atividade 1organizando oS cuStoS

Vamos realizar uma atividade para refletir um pouco mais sobre a questão dos custos no transporte. Para tanto, leia a reportagem a seguir, que destaca o depoi-mento de alguns motoristas em relação a esse tema.

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Na ponta do lápis

Embora seja um item de grande importância, nem todos os motoris-

tas de caminhão têm o hábito de controlar na ponta do lápis os gastos

de cada viagem. Esta prática é uma preocupação maior por parte dos

autônomos, cuja sobrevivência na profissão pode depender do moni-

toramento das despesas.

Texto Evilazio de Oliveira [julho de 2014]

A tarefa de controlar as despesas de viagem, manter uma vigilância

severa sobre o consumo de combustível, pedágios e outros itens re-

ferentes à manutenção, sem falar em gastos mais pesados na compra

de pneus ou com reparos do caminhão, devem, teoricamente, fazer

parte do dia a dia do estradeiro, mas que quase sempre fica restrita a

empresas mais bem organizadas. Vale lembrar que numa atividade

extremamente competitiva, como o transporte rodoviário de cargas,

tudo precisa ser muito bem observado e controlado.

Eder Frederico Rempel, o Baixinho, natural de Chapecó/SC, 34 anos

e 16 de profissão, trabalha com um baú frigorífico rodando na rota Rio

Grande do Sul-Mato Grosso. Por ser motorista empregado, as despe-

sas básicas são pagas pelo patrão, por isso não precisa se preocupar

em guardar comprovantes para a prestação de contas. Explica que o

abastecimento do caminhão é feito em postos credenciados, nos quais

apenas assina a nota fiscal, enquanto os pedágios são pagos com

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cartão e a manutenção é feita sempre no retorno de cada viagem. E

se precisar de um dinheiro extra, o patrão deposita na conta bancária.

Porém, garante que o controle de despesas é feito, porque escuta

sempre comentários sobre o custo do combustível e por isso afirma

dirigir de forma econômica. “O caminhão faz uma boa média, mas o

combustível custa muito caro. No Mato Grosso chega a ser um exa-

gero”, comenta.

Já o gaúcho Milton Carboni, natural de Sarandi, 54 anos de idade e

há 26 no trecho, confessa que nunca fez um acompanhamento das

despesas de viagem, para não ficar aborrecido e acabar largando

tudo. Mas reconhece que tem de começar a fazer um controle melhor

das despesas. Em sua rotina de trabalho não costuma viajar para

longe ou ficar muito tempo fora de casa. Diz que gasta apenas o

necessário, porém, admite não ser organizado em suas finanças. Em

relação aos custos, acredita que pelo menos 50% do valor do frete

é consumido só pelo combustível. Enfim, não sabe ao certo quanto

ganha ou quanto gasta, mas promete que vai ter um controle melhor

daqui para frente.

Todas as despesas do carreteiro Jonas Ramos da Veiga, 27 anos de

idade e sete de profissão, ficam anotadas numa planilha especial,

junto com as notas fiscais que comprovam os gastos, para uma pos-

terior prestação de contas na empresa. Natural de Soledade/RS, ele

faz viagens curtas dentro do Estado do Rio Grande do Sul e leva “tudo

na ponta do lápis”, conforme afirma. Em sua planilha registra a quilo-

metragem percorrida, hora e tempo das paradas e, mesmo assinando

as notas do combustível nos postos conveniados, anota os valores e

anexa os comprovantes. Tudo muito certo. Dependendo da viagem

e do tempo previsto, ele recebe um valor em dinheiro para as despesas.

A empresa providencia a carga, trabalha sem pressão e passa os finais

de semana em casa, “tudo numa boa”.

Catarinense de Blumenau, Reimar Timm, conhecido pelos colegas

como Garrafão, tem 56 anos de idade e 36 de profissão, trabalha com

baú frigorífico viajando para onde houver carga. Utiliza um diário de

bordo para anotar todas as despesas e informações da viagem, como

quilometragem, hora e tempo das paradas. Recebe um valor fixo para

as despesas com alimentação ou extras e costuma abastecer em

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postos conveniados, assinando a nota. Nos pedágios utiliza o cartão

[de vale-pedágio]. Afirma que em alguns trechos dá para fazer a viagem

de ida e volta com o mesmo combustível com que abasteceu na em-

presa. Apesar de todo esse controle, Reimar diz que não costuma ligar

muito para os horários impostos pela Lei do Descanso, dirigindo de

acordo com uma programação própria de paradas para descanso, refei-

ções ou para dormir. Destaca que, por trabalhar com cargas agendadas,

muitas vezes é preciso tocar sem parada para chegar no horário, embo-

ra depois fique muito tempo à espera para carregar ou descarregar.

O carreteiro Márcio da Silva, de Araranguá/SC, 43 anos de idade e 28

de profissão, também recebe um valor fixo para as suas despesas

diárias, sem a necessidade de prestação de contas. A não ser que

precise de um extra e tenha de recorrer ao patrão. Ele viaja com um

bitrem pelos três Estados do Sul, São Paulo e Mato Grosso e abaste-

ce em postos conveniados e apenas as notas fiscais e os pedágios são

pagos com sistema eletrônico. Não sabe o custo e nem o lucro de

cada viagem, embora avalie que o combustível seja o grande vilão no

total das despesas, principalmente pela grande defasagem existente

entre os valores pagos pelos fretes. Costuma fazer o próprio horário

de direção, parando conforme as necessidades ou quando se sente

cansado. E, como trabalha com um caminhão grande, quase sempre

tem dificuldades para encontrar um lugar adequado para estacionar.

Conhecido como Periquito, o carreteiro Marcelo Walendorff Antunes

tem 31 anos de idade e está há apenas quatro no trecho. Natural de

Soledade/RS, suas viagens são somente dentro do Estado e as cargas

são providenciadas pela empresa, a qual só o avisa aonde deve carre-

gar. Normalmente recebe adiantamento para os gastos pessoais e

abastece nos locais autorizados assinando a nota fiscal. Afirma que

até hoje nunca aconteceu de ficar sem dinheiro durante uma viagem

ou teve problemas com prestação de contas. “Tudo é muito simples

e sem a necessidade de apresentação de notas, a não ser com gastos

extras, o que não acontece”, afirma.

Adilson Carlos de Almeida, o Pelanquinha, 55 anos de idade e 35 de

profissão, natural de Lages/SC, viaja por todo o Brasil com uma car-

reta e diz que não tem um controle muito rígido para as despesas de

viagem. Recebe um adiantamento, abastece o caminhão pagando

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com o cartão ou em dinheiro. Conforme explica, para economizar ele

mesmo prepara as refeições na caixa-cozinha “ou chega em casa sem

dinheiro”. Guarda as notas fiscais do combustível, comprovantes de

pedágios ou qualquer outro gasto, e ao final de cada viagem faz a

prestação de contas, “sem nenhum problema”.

Aos 26 anos de idade e três de estrada, Gabriel Perosa Spineli, natu-

ral de Arvorezinha/RS, trabalha com uma caçamba transportando

grãos, adubos ou minérios. Garante que viaja sem a preocupação de

elaborar uma planilha de custos ou um diário de bordo. Isso porque a

empresa lhe dá um adiantamento para as refeições ou despesas extras,

e ele só precisa ficar dentro desse valor. Se gastar mais, é por conta

dele. Quando abastece precisa apenas assinar a nota fiscal e as pas-

sagens nos postos de pedágio são pagas pelo sistema eletrônico. “É

tudo muito fácil”, afirma.

OLIVEIRA, Evilazio de. Na ponta do lápis. O carreteiro, ed. 477, 2014. Disponível em: <http://www.revistaocarreteiro.com.br/modules/revista.

php?recid=1528&edid=125>. Acesso em: 19 mar. 2015.

Agora, responda às seguintes questões.

1. O texto traz o depoimento de motoristas autônomos e de motoristas que traba-lham como empregados em transportadoras. Em relação à forma como lidam com a organização das despesas, é possível observar diferenças nas ações desses dois trabalhadores? Quais?

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2. Tendo em vista o que estudou nesta Unidade e os depoimentos da reportagem, quais são os principais gastos que os motoristas precisam conhecer e organizar para realizar o transporte das cargas?

3. Vamos agora colocar em prática o que você aprendeu fazendo uma simulação de frete. Você conseguiu seu primeiro trabalho e terá de realizar o transporte de uma carga que acabou de chegar ao porto de Santos, levando-a até o embarca-dor, que fica na cidade de São Paulo, na região da Rua 25 de Março. Com a ajuda do monitor, organize uma planilha eletrônica com todos os custos que você terá para realizar esse transporte. Pesquise inicialmente a distância a ser percorrida e o tempo que levará para tanto. Depois, liste e pesquise sobre os preços relativos aos custos variáveis que terá na realização desse frete. Leve-os também em consideração para poder chegar ao cálculo do custo total. Não se esqueça de adicionar sua margem de lucro. Por fim, organize os resultados de sua simulação para apresentá-los aos colegas. Uma maneira de fazer isso é dispor os registros em forma de cartaz.

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unida d e 10

Revendo seus conhecimentosEstamos chegando ao fim deste curso.

É hora de rever tudo aquilo que você aprendeu nesse tempo em que se dedicou à formação básica na ocupação de motorista de carga.

É importante que consiga identificar o que sabe em relação a essa ocupação e que se sinta preparado para buscar uma vaga no mercado de trabalho em uma empresa de transporte, uma cooperativa ou como autônomo.

Vamos começar retomando o que aprendeu.

Atividade 1reviSite SeuS conhecimentoS

Na Unidade 2 do Caderno 1, você refletiu sobre o que sabia inicialmente sobre as atividades que o motorista de carga reali-za, indicando o que sabia ou não fazer.

Agora, vai pensar novamente sobre esse assunto e listar o que aprendeu no curso.

Essa será a base tanto para você fazer seu currículo e entrar no mercado de trabalho como para identificar lacunas e buscar novas formas de aprimoramento na ocupação.

Você pode consultar o site da Classificação Brasileira de Ocupa-ções (CBO; disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>, acesso em: 19 mar. 2015) para verificar, mais uma vez, o que se espera de um trabalhador nessa ocupação.

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O que já sabia fazer O que aprendi no curso O que ainda preciso aprimorar/aprender

O importante é não ficar parado

Analisando a última coluna da tabela, há conhecimentos que você considera neces-sário aprimorar ou adquirir? Sim? Isso é normal e não deve desanimá-lo. Parte dos conhecimentos sobre a ocupação você aprenderá na prática, com a experiência. Outra parte você vai adquirir de outras maneiras.

Assim, planeje o que fará para dar sequência a seu aprendizado e ampliar seus conhecimentos:

• continuando a estudar;

• procurando um novo curso nessa área;

• lendo revistas ou livros especializados;

• pesquisando mais informações sobre a ocupação de motorista de carga na internet.

Só você poderá escolher o que fazer. Não há regras sobre o que é certo ou errado nessa hora. O importante é não deixar o tempo passar, para não perder o ânimo, e programar-se para realizar as atividades escolhidas de forma organizada.

O planejamento é um instrumento que deve ser revisto de tempos em tempos para não se tornar ultrapassado. Ações e prazos podem, e devem, ser sempre atualizados.

Não adianta prever muitas ações difíceis de executar, pois a chance de você desani-mar se torna muito grande.

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Atividade 2planeje SeuS próximoS aprendizadoS

Para fazer seu planejamento, utilize a tabela a seguir.

O que fazer Por quê Como Quando

A preparação para o mercado de trabalho

Além de aprimorar seus aprendizados, é necessário pre-parar-se para obter um lugar no mercado de trabalho.

Para ajudar na procura do emprego, é importante deixar seus documentos em ordem.

Para isso, o primeiro passo é organizar os comprovantes de tudo que você sabe fazer ou já fez que esteja ligado ao trabalho de motorista de carga.

Depois, coloque-os de forma organizada, como se fossem cópias de seus documentos pessoais, em uma pasta. Ela servirá para sua apresentação nos locais em que você for procurar emprego.

A indicação (o famoso “boca a boca”) é uma das formas pelas quais as pessoas mais conseguem

emprego ou se tornam conhecidas por seu trabalho.

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Conhecida como portfólio, essa pasta deve conter:

• comprovação de sua escolaridade formal – diplomas;

• certificados de cursos que você fez – incluindo este;

• comprovação de suas experiências de trabalho, como registros informais, declarações ou fotos – incluindo as dos trabalhos que você produziu neste curso;

• cartas de recomendação;

• documentos pessoais.

Além do portfólio, você tem de fazer um currículo. Nele, você vai elaborar um resumo de tudo o que já fez, o que sabe e o que pretende fazer.

Antigamente, os currículos eram extensos e continham informações muito detalhadas. Algumas pessoas até in-ventavam dados para tornar seu currículo mais interes-sante. Hoje, os currículos são curtos e objetivos: vão direto ao assunto e, de preferência, ressaltam os saberes e as práticas relacionados à ocupação ou ao cargo que a pessoa pretende exercer.

Para tornar sua apresentação mais adequada, os dados que sempre devem constar do currículo são:

• nome;

• dados pessoais (inclua apenas seu endereço completo e idade; não precisa colocar estado civil, filhos etc. – essas informações só devem aparecer se forem impor-tantes para o cargo ou função que você tem intenção de ocupar);

• objetivo, ou seja, a vaga em que você está interessado;

• seus conhecimentos e práticas mais adequados ao tra-balho pretendido;

• histórico profissional, isto é, os trabalhos que já teve. Se você não teve emprego formal, escreva: “Principais experiências”. Siga a ordem cronológica inversa: do mais atual até o mais antigo;

Não se esqueça de incluir também sua CNH. Esteja sempre atento para a data de vencimento dela e procure

fazer a renovação com a antecedência necessária para que nunca tenha

problemas.

Você sabia?A palavra currículo vem do latim, língua que deu origem ao português e a outros idiomas, como o espanhol, o francês e o italiano. A expressão cur-riculum vitae, traduzida do latim, quer dizer car-reira de vida. Mas é me-lhor usar o termo em português: currículo.

Fonte: SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adul-tos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 6º ano/1º termo do Ensino Fundamen-tal. São Paulo: Sdect, 2011.

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• escolaridade e cursos, lembrando que, nesse item, vale qualquer curso que você tenha frequentado – de idio-mas, computação, oficinas de qualificação profissional relacionadas a suas áreas de interesse etc.;

• data (dia da elaboração do currículo);

• assinatura.

Atividade 3como fazer um currículo

1. Com base nas informações anteriores, elabore uma primeira versão de seu currículo.

2. Troque ideias com os colegas e o monitor do curso, verificando se há alguma mudança a ser feita.

3. Agora, no laboratório de informática, digite e forma-te seu currículo no computador, deixando-o com uma boa apresentação para enviar a possíveis empregadores.

Se quiser saber mais sobre como se apresentar para um trabalho e como

fazer seu currículo, consulte o Caderno do Trabalhador 1 –

Conteúdos Gerais. Disponível em: <http://www.viarapida. sp.gov.br>. Acesso em: 19 mar. 2015.

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Última etapa

A última etapa a enfrentar é a entrevista ou seleção para o emprego que você pretende.

Se procurar uma empresa transportadora, é provável que você tenha de fazer uma entrevista, na qual vai relatar sua vida e sua experiência profissional.

Dependendo do tamanho e das características da em-presa, a entrevista vai ser mais ou menos formal e ter uma ou mais etapas. Em empresas maiores, o clima cos-tuma ser mais formal e o processo de seleção, mais demorado. De qualquer forma, não se intimide na en-trevista. Procure mostrar com tranquilidade o que sabe.

Veja algumas dicas que poderão ajudá-lo:

• informe-se antes sobre a empresa: onde é, como se organiza, quantas pessoas trabalham nela etc.;

• chegue sempre um pouco antes da hora marcada, apro-ximadamente 15 minutos;

• leve seu currículo e seu portfólio;

• desligue seu celular e não masque chicletes ou balas;

• mantenha-se calmo;

• exponha com clareza o que sabe fazer na área de trans-porte de cargas e fale também um pouco sobre suas atitudes e seu jeito de ser;

• mostre-se confiante com relação ao que sabe, mas não queira parecer mais do que é. Seja honesto em dizer que não sabe algo que lhe seja perguntado;

• seja simpático, mas não fale mais do que o necessário;

• evite intimidades: cumprimente o entrevistador apenas com um aperto de mãos.

Boa sorte!

Há ocasiões nas quais as coisas não dão certo de primeira. Nesse caso,

não desanime. Mantenha a confiança e procure outras oportunidades.

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Referências bibliográficas

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