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EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS Histórias de Sucesso

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Com vistas a obter melhores ganhos, a Motopan – Reboque Motoprático, situada no Município de Ariquemes, interior do Estado, por meio da visão de mercado e de capacidade empreendedora de seu Diretor Sr. Anderson Pedro de Gasperi, percebeu o quanto era importante a criação de um transporte rápido e de baixo custo. Para isso, criou um sistema de semi-reboque prático, puxado por motocicletas, com preço acessível aos pequenos negócios e até para pessoas, proporcionando um meio de transporte seguro e eficaz.mercadorias.

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EXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORASHistórias de Sucesso

Capa Livro 2 INT 2/1/04 2:07 PM Page 1

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ORGANIZADO POR MARA REGINA VEIT

Históriasde SucessoEXPERIÊNCIAS EMPREENDEDORAS

BELO HORIZONTE - 2003

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Copyright © 2003, SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É permitida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou porqualquer meio, desde que divulgadas as fontes.

Este trabalho é resultado de uma parceria entre o SEBRAE/NA, SEBRAE/MG, SEBRAE/RJ, PUC-Rio, IBMEC-RJ

Coordenação GeralMara Regina VeitCoordenação e Concepção do Projeto Desenvolvendo Casos de Sucesso

SupervisãoCezar KirszenblattDaniela Almeida TeixeiraRenata Barbosa de Araújo

ApoioCarlos Magno Almeida SantosDennis de Castro BarrosIzabela Andrade LimaLudmila Pereira de AraújoMurilo de Aquino TerraRosana Carla de FigueiredoSandro ServinoSílvia Penna Chaves LobatoTúlio César Cruz Portugal

Produção Editorial do LivroNúcleo de Comunicação do Sebrae/MG

Produção Gráfica do LivroPerfil Publicidade

Desenvolvimento do SiteDaniela Almeida Teixeirabhs.com.br

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSEBRAEArmando Monteiro Neto, Presidente do Conselho Deliberativo NacionalSilvano Gianni, Diretor-PresidentePaulo Tarciso Okamotto, Diretor Administrativo-FinanceiroLuiz Carlos Barboza, Diretor Técnico

SEBRAE-MGLuiz Carlos Dias Oliveira, Presidente do Conselho DeliberativoStalin Amorim Duarte, Diretor SuperintendenteLuiz Márcio Haddad Pereira Santos, Diretor de Desenvolvimento e AdministraçãoSebastião Costa da Silva, Diretor de Comercialização e Articulação Regional

SEBRAE-RJPaulo Alcântara Gomes, Presidente do Conselho DeliberativoPaulo Maurício Castelo Branco, Diretor SuperintendenteEvandro Peçanha Alves, Diretor TécnicoCelina Vargas do Amaral Peixoto, Diretora Técnica

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O projetoO Projeto Desenvolvendo Casos de Sucesso foi criado para que histórias emocionantes deempreendedores, que fizeram a diferença em sua comunidade, em suas empresas, em suasinstituições, possam ser conhecidas, disseminadas e potencializadas na construção de novoshorizontes empresariais.

O métodoO livro Histórias de Sucesso foi concebido com o intuito de utilizar o método de estudo decaso para estruturar as experiências do Sebrae, e também contribuir para a gestão doconhecimento nas organizações, estimulando a produtividade e capacidade de inovação, demodo a gerar empresas mais inteligentes e competitivas.

A InternetA concepção do Projeto Estudo de Casos para o Portal Sebrae www.sebrae.com.br pretendedivulgar e ampliar o conhecimento das ações do Sebrae e facilitar para as instituições eprofissionais que atuam na rede de ensino, bem como instrutores, consultores e instituiçõesparceiras que integram a Rede Sebrae, um conteúdo didaticamente estruturado sobrepequenas empresas, para ser utilizado nos cursos de graduação, pós-graduação, programas detreinamento e consultoria realizado com alunos, empreendedores e empresários em todo oPaís.

O Site dos Casos de Sucesso do Sebrae, foi concebido tendo como referência os modelosutilizados por Babson College e Harvard Business School , com o diferencial de apresentarvídeos, fotografias, artigos de jornal e fórum de discussão aos clientes cadastrados no site,complementando o conteúdo didático de cada estudo de caso. O site também contempla ummanual de orientação para professores e alunos que indica como utilizar e aplicar um estudode caso em sala de aula para fins didáticos, além de possuir o espaço favoritos pessoais ondeos clientes poderão salvar, dentro do site do Sebrae, os casos de sucesso de seu maiorinteresse

A Gestão do ConhecimentoA partir das 80 experiências empreendedoras de todo o país, contempladas na primeira etapado projeto – 2002/2003, serão inseridos em 2004 outros casos de estudo, estruturados namesma metodologia, compondo um significativo banco de dados sobre pequenas empresas.

Esta obra tem sido construída com participação e dedicação de vários profissionais, técnicosdo Sebrae, consultores e professores da academia de diversas instituições, com o objetivo deoportunizar aos leitores estudar histórias reais e transferir este conteúdo para a gestão doconhecimento de seus atuais e futuros empreendimentos.

Mara Regina VeitGerente de Atendimento e Tecnologia do Sebrae/MG, Coordenadora do Sebrae da PrioridadePotencializar e Difundir as Experiências de Sucesso 2002/2003, Concepção do Projeto DesenvolvendoEstudo de Casos e Organizadora do Livro Histórias de Sucesso – Experiências Empreendedoras.Pedagoga, Pós-graduada:Treinamento Empresarial/PUCRS, Administração/ UFRGS, MBA/ Marketing-FGV/Ohio, Mestranda Administração/FUMEC-MG, autora do livro Consultoria Interna - Use a rede deinteligência que existe em sua empresa. Ed. Casa Qualidade - 1998.

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EMPREENDEDORISMO RESOLVE O PROBLEMA DE TRANSPORTE DE

MERCADORIAS

INTRODUÇÃO

ondônia já era visto como um Estado de grande potencial nageração de emprego e renda.

Nas décadas 1970 e 1980, com a distribuição de lotes doados peloGoverno Federal – através do INCRA, as pessoas que ali chegavam,buscando alternativas para sobrevivência, encontravam todos osserviços em estado precário e incipientes meios disponíveis parao desenvolvimento de pequenos negócios em especial, o de transportede mercadorias.

Com vistas a obter melhores ganhos, a Motopam – ReboqueMotoprático, situada no município de Ariquemes, interior do Estado,por meio da visão de mercado e de capacidade empreendedora de seudiretor, Anderson Pedro de Gasperi, percebeu o quanto era importantea criação de um transporte rápido e de baixo custo. Para isso, criou umsistema de semi-reboque prático, puxado por motocicletas, com preçoacessível aos pequenos negócios e até para pessoas, proporcionandoum meio de transporte seguro e eficaz para as mercadorias.

Para equacionar os diferentes problemas existentes e viabilizar seunegócio, procurou os mecanismos oferecidos pelo Sebrae do Estado,em busca das soluções.

RONDÔNIA

R

Deise Mara Rosa de Lima, Técnica do Sebrae Rondônia, elaborou o estudo de caso sob aorientação de prof. César Simões Salim, baseado no curso Desenvolvendo Casos de Sucesso,realizado pelo Sebrae, Ibmec-RJ e PUC-RJ.

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REBOQUE TRANSPORTANDO CAIXAS DE SUPERMERCADO

ESTANDE DA MOTOPAM NA FEIRA DO CONHECIMENTO

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ondônia tem uma área de 238.512,8 km2, ou seja, um poucomenor que o estado de São Paulo. Sua capital está localizada ao Nortedo Estado, na margem direita do rio Madeira. Essa localizaçãoprivilegiada possibilitará, no futuro, que o Estado venha a ser um grandeentreposto para a integração do Brasil com os países andinos e daAmazônia.

O estado tem um clima de monções, ora chuva, ora sol, nas diversasestações do ano, proporcionando ao território áreas de pastagensmuito boas. Por isso, tem o terceiro maior rebanho do Brasil, sendo obovino o mais importante dentre as atividades do setor agropastoril.

O nome Ariquemes é uma homenagem à tribo indígena Arikemes,habitantes originais dessa região, cuja língua falada por esses índios erao Txapakura, dentro do grupo lingüístico Tupi, hoje uma tribo extinta,mas com seu nome gravado na história de Ariquemes.

Por volta de 1794, o Vale do Jamari, onde surgiu o núcleo que deuorigem ao atual município de Ariquemes, já era conhecido pelaabundância de suas especiarias nativas, dentre as quais o cacau e olátex da seringueira. A região era habitada por extrativistas e índios elá existiam vários seringais, destacando-se o Seringal Papagaios.

Nessa época, a região amazônica ainda era desconhecida. O inícioda ocupação do Vale do Jamari, com o rio do mesmo nome, deu-sepor volta do ano de 1900, principalmente por imigrantes durante oprimeiro ciclo da borracha, mas sua ocupação efetiva se deu a partirde 1909 com a construção da linha telegráfica Cuiabá - Santo Antôniodo Rio Madeira, uma maratona de muito trabalho e sacrifício, cujaexpedição foi chefiada pelo Marechal Cândido Mariano da SilvaRondon em sua terceira viagem pela Amazônia.

Em 1915, essa região foi delimitada pela Resolução nº 735, de 6 deoutubro daquele mesmo ano e denominado 3º Distrito do Municípiode Santo Antônio do Rio Madeira. Foi um período de grande migraçãonordestina, com os imigrantes ocupando terras e delas extraindo suas

A CONQUISTA ESTIMULA A CRIATIVIDADE

R

Coordenação Técnica do Projeto: Sebrae/RO.

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riquezas naturais, principalmente o látex da borracha de grandeprocura internacional.

Com as altas produções de borracha da Malásia, os seringaisamazônicos entraram em decadência somente vindo a recuperar-secom a eclosão da 2ª Guerra Mundial em 1939, fazendo com que osaliados perdessem os seringais do oriente. A Amazônia via-seenvolvida em um conflito em função da borracha, iniciando, assim, osegundo ciclo econômico com reflexos em todos os seringais jáexistentes, dentre os quais, os do Vale do Jamari. Novos imigrantesnordestinos aportaram na Amazônia para contribuir, com seu trabalho,na guerra que se desenrolava na Europa e no Oriente.

Em 13 de setembro de 1943, o então presidente Getúlio Vargasatravés do Decreto-Lei nº 5.912, cria o Território Federal do Guaporé,e a região passa a fazer parte do município de Porto Velho comoDistrito de Ariquemes. Induzido pelo governo federal, houve umconsiderável fluxo migratório de nordestinos que se transformaram ems e r i n g u e i ros, formando um exército de "soldados de borracha".Te rminado o conflito mundial, diminuiu o interesse pela borrachaAmazônica.

Em 1958, com a descoberta da cassiterita, minério de estanho, naregião, novos contingentes migratórios ocorreram, desta vez vindosdos mais diversos pontos do país. Os garimpeiros estabeleceram-se emvolta do campo de pouso de aeronaves que escoavam a produção dominério. Ali, centralizaram suas moradias e os estabelecimentoscomerciais.

Em fevereiro de 1960, o presidente Juscelino Kubitschek deOliveira determinou ao Departamento Nacional de Estradas eRodagens (DNER) a abertura e construção da estrada que acabou setornando o leito da BR-364. No dia 15 de abril de 1970, o Ministériodas Minas e Energia proibiu a lavra manual de garimpagem dacassiterita sob argumento de ser predatória, determinando que aexploração das jazidas minerais fossem mecanizadas por intermédio deempresas. A partir daí, Ariquemes passou a ser apenas ponto deparada ao longo da BR-364. A partir de 1960, o núcleo urbano deAriquemes começou a se extinguir ou caindo na semi-extinção, poisnão restaram alternativas que justificassem sua existência, a não ser aconstrução da rodovia.

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Com a abertura da BR-364, começou o processo de integraçãonacional da região Amazônica, emergindo grande ocupação doTerritório Federal de Rondônia. Com o objetivo de organizaçãofundiária e agrária, o governo federal estabeleceu o Programa deIntegração Nacional (PIN), fazendo com que, em 1971, o InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) desapropriasse osseringais próximos à BR-364, com indenização dos seus proprietários. Em 1972, começaram os estudos realizados pelo INCRA nas áreasd e s a p ropriadas, que resultaram nos projetos de assentamento" B u r a re i ro " e " M a rechal Dutra". A partir de 1975, esses pro j e t o sentraram em fase de implantação. O INCRA iniciou a distribuição de4.666 lotes de 100 hectares de terras no Projeto Marechal Dutra e em1976 mais l.555 lotes de 250 hectares do Projeto Burareiro. Começavao novo e definitivo ciclo de desenvolvimento da região. Diariamentechegavam centenas de pessoas para receber gratuitamente do INCRAos lotes de terras, na esperança de uma vida melhor.

O crescimento populacional foi sentido e envolveu a açãoconjunta do INCRA, Governo do Território e Prefeitura Municipal dePorto Velho na criação de um planejamento urbano, para a ocupaçãoracional e planejada da área. Antônio Carlos Cabral Carpinteiro, entãoprefeito de Porto Velho, determinou a transferência da sede do distrito,localizada às margens do rio Jamari, onde atualmente se localiza obairro Marechal Rondon, para outra localidade próxima à BR 364, ondefoi instalada a cidade planejada, dividida em setores: institucional,industrial, comercial e residencial. No dia 11 de fevereiro de 1976, aprimeira árvore foi derrubada surgindo a Nova Ariquemes.

A antiga vila passou a ser chamada de Vila Velha. Houve umatentativa de erradicação do vilarejo inicial, visto ser ele cortado aocentro pela BR-364, que lhe servia de eixo. Apesar de várias tentativas,o povo ali residente manteve-se em grande parte ocupando a áreaincluída no plano urbano, que representa uma referência histórica domunicípio. Ali, ainda podem ser encontrados alguns pioneiros daimigração nordestina e seus descendentes do segundo ciclo daborracha, ruínas da instalação do posto telegráfico, além de algunsmóveis, constituindo-se em memória viva daquela época.

Com o vertiginoso crescimento da população, o governo se viuobrigado a implantar um novo núcleo habitacional que foi totalmenteplanejado e denominado de Vila Nova de Ariquemes. Em março de

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1976, foi iniciada a construção do novo núcleo e tão rápido foi o seuc rescimento que, em 11 de outubro de 1977, era promovido a municípiocom o nome de Ariquemes, com uma área de 35.917.99 km2.

A economia da região se baseia na agricultura (café, cacau, guaranáe cereais), pecuária de leite e corte, mineração, indústria m a d e i re i r ae moveleira, sendo assim o primeiro município em arrecadação nointerior do estado de Rondônia, além de possuir o maior garimpo decassiterita a céu aberto do mundo, que é denominado Garimpo BomFuturo.

A rede rodoviária estadual é composta por cerca de 30.550 km deestradas, importantes para a interligação territorial e escoamento deprodutos agrícolas, sendo que 1.550 km são rodovias federais, 4.000km estaduais e 25.000 km estradas vicinais municipais. No entanto,pelo menos 30% das estradas do estado são de terra batida,dificultando o transporte. Associado a isso, o poder aquisitivo não éelevado, o que torna a utilização de reboques puxados a motocicletasuma solução adequada para o transporte de mercadorias, tanto na árearural como na área urbana.

A questão do transporte de mercadorias sempre foi um problemaem Rondônia. Muitas propriedades rurais não conseguiam fazer avenda direta do leite, pois não tinham transporte, e a retirada de 40litros de leite por dia de uma propriedade não era viável, pois ocaminhão não poderia desviar de seu rumo e passar pela propriedadena busca de uma pequena quantidade de leite.

As motocicletas carregavam gaiolas de 50 litros de leite, nas lateraise na garupa, totalizando 150 litros, que eram entregues em domicíliose laticínios. Entretanto, sempre havia desperdícios do produto, além dorisco de direção da motocicleta, o que limitava o uso.

Assim sendo, as opções de transporte de mercadorias, sobretudoem volumes pouco elevados, não eram satisfatórias para os produtorese comerciantes da região.

A experiência no ramo de tornearia, solda e fresa de AndersonPedro de Gasperi e o seu irmão e sócio Adilson, vinha de longa data.Em 1974, receberam como herança do pai uma pequena tornearia nacidade de Ibiporã no Paraná, onde a mantiveram até 1986, prestandoserviços de torno e solda em equipamentos agrícolas e caminhões.

Em 1986, procurando mais trabalho e novas perspectivas de

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crescimento, conheceram Ariquemes, interior do estado de Rondônia,e se mudaram em um espaço de 15 dias.

Nessa época, era comum trabalhar até 16 horas por dia, inclusiveaos sábados e domingos, e como diz Anderson,

"Não foi fácil, principalmente com o racionamento de energia deaté 60%".

Porém, ali todos cresciam juntos e compartilhando as dificuldades.Era um momento em que até os limites humanos eram testados, pelasadversidades culturais, físicas e do ambiente.

Em 1992, quando já produziam equipamentos para minerações,conheceram o Sebrae e, desde então, fizeram mais de 30 cursos, nasá reas: gerencial, capacitação, vendas, relações humanas, etc. Essescursos permitiram, a partir do ano de 1995, trabalharem executandoserviços e projetos de usinagem e calderaria para as empresas como:Gerdau no Rio Grande do Sul, Klabin em Santa Catarina, Cosipa, PidDaido e Grupo Zillo de São Paulo, entre outros.

Com essa aproximação contínua ao Sebrae, juntos se preocuparamem divulgar o que faziam, e do suporte que a empresa poderia dar a outrasindústrias que viessem a se instalar no estado e às que já estavaminstaladas.

Anderson tinha um espírito empreendedor e como tinha vontadee aptidão para realizar algo, deixar sua marca, fazer diferença, criouuma solução para o problema de transporte de mercadorias. Essasolução consistia em pro j e t a r, fabricar e vender semi-reboques puxadosà motocicleta. Para isso, iria ser necessário:

• Criar equipes competentes para executar o projeto.• Criar processos de fabricação.• Criar equipe de vendas.

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m 1996, a empresa de Anderson decidiu investir em um pro j e t ovisando ao mercado de delivering que prosperava – a idéia eraconstruir um veículo rebocado por motocicletas, que fosse seguro,bonito, estável, fácil de dirigir e que atendesse ao interesse de seuspotenciais clientes.

Após um ano de trabalho intensivo, em 1997, Anderson que, alémde licenciado em geografia é torneiro mecânico e também projetista demáquinas, criou um veículo que há mais de 100 anos era esperado.Desde a invenção das motocicletas não se tinha um reboque quepudesse desenvolver altas velocidades e abaixar o plano do centro demassa das motos.

Em 1998, os legisladores, desconhecendo o novo veículocaracterizado como semi-reboque e desenvolvido para ser tracionadopor motos, proibiram que motocicletas, motonetas e ciclomotore stracionassem qualquer veículo. Ciente do que tinham em mãos e quea proibição não encontraria respaldo técnico para continuar, a indústriacontinuou a produção, mesmo que modesta, visando ao uso naspropriedades rurais.

Nos primeiros dias de janeiro de 1998, Anderson procurou oD E N ATRAN – Departamento Nacional de Trânsito e o deputadoConfúcio Mouro que iniciou a elaboração do Projeto de Lei Federal nº4.183/98 e tendo como relator o deputado Aluysio Nunes Ferreira, q u elogo após se tornou o Ministro da Justiça, e o senador RomeuTuma, sendo aprovado nas duas casas legislativas em todas as votaçõespor unanimidade, contando com o apoio especial e fundamental dosenador Moreira Mendes.

Essa aprovação se deu após todos estarem convencidos dac o m p rovada segurança atestada por órgãos de inspeção ecredenciamento do INMETRO e Instituição Técnica de Engenharia,homologados pelo DENATRAN. Também teve peso o fato de que osveículos passaram a ser utilizados na área urbana, mesmo comrestrições, visto que sua segurança, eficiência e dirigibilidade ficaramdevidamente comprovadas.

Os custos de entregas e transportes de pequenos e médios volumes

A SAGA DO EMPREENDEDOR

E

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Sebrae sempre manifestou seu interesse em que a autorizaçãode circulação dos semi-reboques fosse aprovada pelo Congresso Nacional,uma vez que isso viabilizaria muitos pequenos negócios urbanos e rurais,reduzindo drasticamente os custos destas empresas no transporte deinsumos e mercadorias.

Durante 5 anos, a Motopam participou de muitas feiras com oapoio do Sebrae:• Em 1997 – Feira do Empreendedor em Roraima.• Em 2001 – Feira do Empreendedor em Belém.• Em 2002 – FIAM – Feira Internacional da Amazônia em Manaus.• Em 2002 – 5ª FEMUAR – Feira Multisetorial de Ariquemes.• Em 2002 – ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados no Rio

de Janeiro.Porém, sua principal participação foi na ABRAS no Rio de Janeiro,

expondo na área do Sebrae e no Stand da Honda.

"A nossa participação mudou o perfil da empresa e deu umaalavancada, pois já estamos comercializando em todo o País", disseAnderson.

Estes são os principais cursos que foram determinantes para o sucessoda Motopam:1992 – Formação, Preços, Custos/Relações Humanas.1994 – Qualidade Total.

IMPORTANTES PARCEIROS QUE AJUDARAM A CAMINHADA

O

sofreram redução de até 70%, aumentando a agilidade enormemente.Assim, no dia 11 de julho 2002, o presidente Fernando Henrique

C a rdoso sancionou a Lei nº 10.517, inserindo no texto do novocódigo um parágrafo que exclui a proibição para os semi-reboques,devidamente homologada pelo órgão competente, de serem tracionadospor motocicletas e motonetas.

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1995 – D’Olho na Qualidade.1996 – Vendas Técnicas/Marketing.1997 – Sebrae Ideal.1998 – Vendas e Televendas.1999 – Redação.2000 – Empretec.2001 – Administração de Conflitos nas Empresas.2002 – Exportação.

"Muitos outros foram feitos e a influência não é possível medir, massei que me sinto privilegiado por poder ter tido tão grandeoportunidade", ressaltou Anderson.

O Sebrae tem dado este suporte à empresa, preocupando-se emdar subsídios na área técnico-administrativa e mercadológica, além deexecutar projetos de incentivo tributário, possibilitando que 75% doICMS (em um período de 13 anos) a ser pago possa ser reinvestido naprópria indústria. Para isso, foi elaborada uma Carta Consulta paraPleitos de Incentivos Tributários e Projeto de Viabilidade Econômico-Financeira, pleiteando tal incentivo tributário, sendo sancionada a leiem agosto de 2002.

A Motopam teve uma grande contribuição da Concessionária Hondado município, que foi um dos seus primeiros clientes e apontou asmelhorias necessárias. O apoio ao projeto veio de todos os lados epuderam contar com a CNI (Confederação Nacional de Indústria),FIERO (Federação das Indústrias do Estado de Rondônia), FIBRA(Federação de Indústria de Brasília), SENAI/RO, SENAI Nacional,INMETRO, DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito), Pre f e i t u r aMunicipal de Ariquemes, Associação Comercial e Industrial de Ariquemes,Associação de Supermercados de Rondônia, Força Sindical, e inúmerasautoridades como o vice-governador Miguel de Souza, Governo doEstado de Rondônia, Secretaria de Indústria e Comércio de Rondônia.

"Céus e terra se mobilizaram para reverter os impedimentos legaisdestes veículos, que em muito se diferenciam dos que existiam",comentou Anderson.

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s modelos iniciais eram metálicos até 1998. Um funcionárioda Honda disse:

"Sr. Anderson, seu referencial não é mais o "Zé da esquina", ou osprodutos que fazem em fundo de quintal! Seu referencial é a nossamotocicleta".

A Motopam fazia reboques metálicos e passava dois dias dandoacabamento.

Conta o Anderson:

"Diante daquilo, eu cheguei em 10 minutos à empresa e fiz umareunião e contei o que ocorrera. Os modelos de fibra de vidronasceram da necessidade de padronização, qualidade, acabamento,agilidade, tempo de vida do produto, higiene e resistência, pois aespessura pode ser calibrada como desejarmos, dando a re s i s t ê n c i ad e s e j a d a ".

Atualmente, a Motopam não terceiriza mais o serviço de fibra.Tanto os modelos como os moldes e peças são fabricados na empresaque adquiriu esta tecnologia, contratando técnicos da região ebuscando auxílio em outra empresa que trabalhava com produtos defibra de vidro.

MODELOS E BENEFÍCIOS DO PRODUTO

O

or ser um veículo acoplado a uma motocicleta, torna-se umutilitário muito econômico, ágil e tem pro p o rcionado melhoria naqualidade de vida dos proprietários, principalmente dos profissionaisautônomos e proprietários rurais, que o têm como solução de

SEMI-REBOQUES TRACIONADOS POR MOTOCICLETA

P

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transporte para diversos produtos.A Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial vê esse

veículo como solução para a troca de grande parte da frota brasileira dec a r ros velhos e sem condições de segurança, utilizadas no transporte dec a rga. É um veículo de fácil manejo que, apesar de sua capacidade dec a rga (até 300 kg), ocupa pouco espaço, e é perfeitamente acomodadod e n t ro de estabelecimentos comerciais no final do dia.

Seu sucesso se deu também pela preocupação de não causardanos às motocicletas, ou seja, é um projeto específico paramotocicleta. Sua acoplagem se dá em 30 segundos e sua remoção de10 a 15 segundos. Considerando-se que a motocicleta é uma necessidadedas micro, pequenas e médias empresas, tanto por agilidade como poreconomia, poder transformá-la também em um utilitário de carga temviabilizado e tornando competitivas muitas empresas.

Motopam também possui um reboque de viagem, tracionado porcarro ou pick-up, que é considerado pela empresa como o melhor emais bonito do país.

Na Olimpíada do Conhecimento, promovida pelo SENAI Nacionalem 2001, em Brasília, a Motopam expôs seus semi-re b o q u e smotopráticos para motos. Um público muito exigente participou doevento e cobrou algo como um semi-reboque de viagem.

Anderson, pensando na necessidade de um veículo que trouxesseconforto a quem viaja, podendo rebocar algo, atendeu ao público e,em 2002, depois de quase um ano de trabalho intensivo apresentou aomercado o reboque denominado Caribe, que acrescenta ao carro maisde 1.000 l de volume para bagagem e possibilita o transporte de atéduas bicicletas sobre a tampa.

Ele possui carroceria de fibra e chassi revestido de fibra de vidro,pintura em gel, suspensão eficiente, cabeçalho retrátil, engate

SEMI-REBOQUES TRACIONADOS POR CARRO OU PICK-UP

A

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regulável quanto à altura, aro 14, luz interna, suporte de estepeinternamente na tampa, dois porta-luvas, tampa que facilita a carga euma aerodinâmica apropriada para velocidade e economia decombustível.

Outro modelo é o Cargo 1.0, o mais econômico desenvolvido paracarros leves e garagens pequenas, mas com ótima capacidade de cargae volume (300 kg e 700 l), que foi desenvolvido para quem quer descera serra no final de semana ou fazer viagens curtas.

oje, são mais de 1.000 clientes, e todos satisfeitos, alguns commais de 150.000 km rodados. Em 5 anos não foi registrado nenhumcaso de acidente grave ou com fratura. Esta segurança foi relevantepara a aprovação no Congresso. Por abaixar o plano do centro demassa das motocicletas, ele passou a permitir manobras defensivas,também ganhou o respeito e é mais visível pelos outros motoristas.Não foi implantado pela Motopam um sistema de franquia para ampliarvendas, mas é uma possibilidade que não está descartada, pois aindústria tem recebido propostas constantes de representações quaseque diariamente de todas as regiões do país.

A indústria que detém 11 patentes por mais de nove anos, sendonove de invenções e desenho industrial e duas de marcas, teve uma u m e n t o de 500% na produção, e espera exportar ainda nos próximos anos.

Com o sistema de semi-reboques (modelo master), os produtoresde leite do Estado passaram a transportar até seis galões de 50 litros noreboque. Da mesma forma, os pro d u t o res de mel se beneficiaram,adquirindo em conjunto um semi-reboque.

Quase todos os associados da Associação de Produtores de Leite– APRODIL, em Ariquemes, compraram o semi-reboque, entregavam oleite na cidade, abasteciam a câmara fria e freezer da pasteurizadora eresfriamento dos supermercados, que pertenciam à Associação, faziama limpeza do mesmo e, aproveitando a viagem, entregavam o leite jáensacado aos supermercados.

SUCESSO ADQUIRIDO

H

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Em 2002, os supermercados eram os maiores clientes. As compraseram entregues geralmente em caminhões, utilizando um ou até doisfuncionários, além do motorista. Também, era necessário esperarcompletar a carga para que o caminhão saísse para a entrega o que,entre os supermercados de porte médio, ocorria a cada três ou quatrohoras, tempo este de espera dos clientes, o qual poderia se estender,até o dia seguinte.

Outro fator relevante era o investimento fixo no veículo em tornode quarenta ou até cinqüenta mil reais, que somado ao seguro,manutenção, consumo e IPVA, encarecia muito as entregas. Ocorreque, em muitas regiões do país, as entregas não são cobradas dosclientes e isso se torna um pesadelo.

Com os motopráticos que levam oito caixas de compra no seuinterior e duas sobre a tampa resolveu-se em grande parte estep roblema. O prazo médio de espera da entrega para clientes destesmercados reduziu-se em até 80%. Também, por utilizar o mesmofuncionário que agora poderia chegar mais próximo ao local ded e s c a rga e fazê-la sozinho, o custo da mão-de-obra foi reduzido em,no mínimo, 40% podendo chegar a 60%. O investimento em um conjuntomoto/semi-reboque é 80% menor e a manutenção do conjunto seguea mesma proporção.

As vantagens citadas se estendem também a todos os distribuidore sde bebidas, cervejas, água mineral, gás de cozinha, panificadoras,entregas terceirizadas e outros.

Seus principais clientes são:• Supermercados.• Distribuidoras de gás de cozinha.• Distribuidores de água, bebidas, jornais e revistas.• Vendedores ambulantes.• Correios.• Padarias.• Autopeças.• Concessionárias de motos.• Pecuaristas.• Clínicas, Farmácias.• Restaurantes.O volume de entrega feito por um semi-reboque, na maioria das

vezes, supera a entrega feita pelo caminhão, tendo como variável: raio

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de atuação, vaga de estacionamento, tipo de terreno e outros. O queocorre na prática é que quem adota estes veículos não volta atrás.

"Como eu e meu sócio Adilson somos técnicos e sabemos fazer,nunca ficamos na inteira dependência dos funcionários. Mas, éum exercício de paciência e fé trabalhar em uma região em que aoferta de emprego é maior que a procura. Temos mantido sempreoficiais que auxiliam o ensino e a formação dos funcionários",afirmou Anderson.

A comercialização tem implicado com a criação de um modelo devenda ainda em definição, pois a Motopam está comercializando seusveículos em 22 estados.

O maior fabricante de motos do país, a Honda, já colocou suasconcessionárias à disposição, pois vislumbrou o aumento das suasvendas com estes veículos.

O grande objetivo da indústria é ter um produto desejado, umamarca consolidada e uma empresa lucrativa, com entrega rápida egarantindo a satisfação dos clientes.

A convicção no futuro se dá pela qualidade dos produtos que têmganhado mercado por oferecer garantia de satisfação ao cliente,buscar a melhoria constante dos produtos, do processo de fabricação,distribuição e, conseqüentemente, a fixação da marca Motoprático.

A Motopam teria exportado milhões em reboques se tivesse apoiopor parte de alguma instituição, para patentear no mundo todo.Também não existem recursos para quem está criando nem interessede instituições para fomentar tal atividade.

Em resumo, o benefício trazido pela Motopam a seus clientes setraduz em desenvolvimento econômico para a região, em melhoria decondições de vida dos moradores de Ariquemes e em novos empregos.

Neste último ponto, a Motopam que contava com seis empregadosno setor de reboque em 1996, já possuía, em 2002, 40 empre g o sd i retos e planejava chegar a um quadro de 200 pessoas em 2004.Muitos empregos indiretos foram criados na região em função do quea Motopam viabilizou de novos negócios.

Assim, o empreendedorismo do Anderson e o progresso obtidopela Motopam são fatores de irradiação do desenvolvimento emAriquemes e servem de exemplo para outros que tenham a mesmadisposição de aproveitar oportunidades de negócio.

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á poucas dúvidas de que uma sociedade com mercado livre écapaz de produzir mais riqueza. Sem pessoas capazes de criar eaproveitar oportunidades, melhorar processos e inventar negócios, depouco adiantaria o nosso país ter o mercado mais livre do mundo. Éaí que entra o espírito empreendedor.

Espírito empreendedor, portanto, não é simplesmente a coragemde abrir um negócio. Ele está intimamente ligado à inovação, aocrescimento, à exploração de uma brecha que ninguém mais viu. É umdos fatores essenciais para aumentar a riqueza e melhorar as condiçõesde vida de uma região.

Não são só os empregos. Diferenças no nível de atividadeempreendedora podem ser responsáveis por uma parcela significativado crescimento econômico de um país.

Em Ariquemes, houve um processo de mudança comportamental,pois transformou a qualidade de vida da comunidade, onde osserviços de transporte de mercadorias deixaram de ser pre c á r i o s ,facilitando o desenvolvimento de pequenos negócios. Podemos afirm a rque o semi-reboque tem contribuído para o surgimento e melhoria devários micro - e m p reendimentos e pequenos empreendimentos naregião. A crescente demanda é um reflexo desta afirmativa.

Assim, o nosso empreendedor Anderson pode ser consideradoresponsável pelo desenvolvimento da região, com seu poder inovadore capacidade de inventiva. Com visão de negócio, criou um semi-reboque, percebeu mudanças que isso provocaria e o novo cicloeconômico que seria percorrido. Novos mercados, agregando fontesde matérias-primas e estruturando organizações, trouxeram para aeconomia de Ariquemes outros atores ou importantes parceiros.

Do ponto de vista macroeconômico, destacamos alguns méritosdesse projeto que envolve a Motopam – Reboque Motoprático:• Contribuição para melhoria da balança comercial do Estado de

Rondônia.• Incremento do nível de arrecadação de tributos ao erário público.• Significativa contrapartida no esforço de atender aos anseios da

sociedade por emprego e renda.

CONCLUSÃO

H

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Uma boa idéia para dar certo exige muito estudo por parte doe m p re e n d e d o r, que precisa seguir uma série de procedimentos parat o rná-la viável. Não basta apenas ter boas idéias, é necessária capacidadede planejamento e muita disposição para realizá-las. É preciso ter aconsciência desenvolvimentista e construir um pensamento capaz dec o m p reender o mundo e as pessoas ao re d o r. A partir daí, é possívelidentificar oportunidades, produzir idéias e empreender negóciosp ro m i s s o re s .

Não entendemos que um empreendedor como Anderson vá pararpor aí. Ele certamente tem visão e planos para o futuro. Conversandocom Anderson, já identificamos um desses planos: conseguir exportarseus produtos para países vizinhos da região.

Uma outra idéia do empreendedor é criar franquias para aumentaras vendas do semi-reboque motoprático no restante do país.

Outros empresários da região, ao conhecer o empreendedor daMotopam e sua trajetória, se inspiraram no mesmo modelo. Isso lhesestimula a desenvolver seus negócios e criar novas riquezas, dandoespaço à mão-de-obra local e à melhoria das condições de vida.

Concluímos com a palavra do Sr. Anderson:

"Sou plenamente consciente de que faço diferença onde estou peloque aprendi e que a perseverança vem disto, pois sei que se épossível algo, isto deve acontecer comigo também que estoupreparado".

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• Seria possível ensinar uma pessoa a se tornar empreendedora?Como?

• Você acha que o Sr. Anderson teria êxito se decidisse abrir franquiasno Brasil? Por quê?

• Quais seriam as estratégias que a empresa deveria utilizar parapenetrar nos mercados estrangeiros?

• De que forma, as instituições governamentais poderiam apoiar osempreendedores e fomentar sua atividade de criação de uma marcano exterior?

PONTOS PARA DISCUSSÃO

Diretoria Executiva do Sebrae/RO (2002): Maria Valdecy C. Benicasa - Diretora Técnica;Osvino Juraszek - Diretor Financeiro e Pedro Teixeira Chaves - Diretor Superintendente.

Agradecimentos:Deise Lima - Técnica da Unidade de Desenvolvimento Setorial; Diretoria do Sebrae/RO;Funcionários da Regional Ariquemes; Sr. Anderson e funcionários da Motopam.