mortes & o que as pessoas sentem

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Mortes: O que sentem as vítimas de fogo, afogamento, decaptação, entre outros 6 tipos A morte é sempre um tema dividido entre o misterioso como assustador. O grande fascínio, talvez, seja alimentado por ninguém conseguir saber com total clareza (por motivos óbvios) o que acontece no final da sua existência e quais são as sensações. Em sua história, o homem sempre teve um atração por saber qual será a última coisa que experimentará antes de perder a consciência para sempre. Precisamente foi isso o que tentou encontrar Anna Gosline, em um artigo para a revista New Scientist, depois de conversar com especialistas e rever depoimentos tanto de testemunhas como de sobreviventes de 10 tipos diferentes de mortes, desde paragem cardíaca até à decapitação. As informações coletadas disponibilizamos agora, tendo 10 tipos de mortes como alvo. 1. Afogamento - O afogamento pode não ser uma das mortes mais dolorosas de uma pessoa, mas é de certeza uma das mais angustiantes devido à enorme sensação de pânico quando não se é capaz de respirar. Conforme descrito pelo fisiologista e especialista em sobrevivência marinha da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, Mike Tipton, a maioria das mortes por afogamento no mar são eventos extremamente bruscos, onde dois terços das vítimas são reconhecidos como bons nadadores. A partir daí começa uma luta desesperada para manter a cabeça acima da água, onde as tentativas de tomar fôlego impedem a pessoa de gritar por socorro. Muitas vezes, os corpos são encontrados em pé, com as mãos ligeiramente fechadas, como se tivessem tentado agarrar uma escada invisível.

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Mortes: O que sentem as vtimas de fogo, afogamento, decaptao, entre outros 6 tipos A morte sempre um tema dividido entre o misterioso como assustador. O grande fascnio, talvez, seja alimentado por ningum conseguir saber com total clareza (por motivos bvios) o que acontece no final da sua existncia e quais so as sensaes.

Em sua histria, o homem sempre teve um atrao por saber qual ser a ltima coisa que experimentar antes de perder a conscincia para sempre. Precisamente foi isso o que tentou encontrar Anna Gosline, em um artigo para a revista New Scientist, depois de conversar com especialistas e rever depoimentos tanto de testemunhas como de sobreviventes de 10 tipos diferentes de mortes, desde paragem cardaca at decapitao.

As informaes coletadas disponibilizamos agora, tendo 10 tipos de mortes como alvo.

1. Afogamento- O afogamento pode no ser uma das mortes mais dolorosas de uma pessoa, mas de certeza uma das mais angustiantes devido enorme sensao de pnico quando no se capaz de respirar.

Conforme descrito pelo fisiologista e especialista em sobrevivncia marinha da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, Mike Tipton, a maioria das mortes por afogamento no mar so eventos extremamente bruscos, onde dois teros das vtimas so reconhecidos como bons nadadores.

A partir da comea uma luta desesperada para manter a cabea acima da gua, onde as tentativas de tomar flego impedem a pessoa de gritar por socorro. Muitas vezes, os corpos so encontrados em p, com as mos ligeiramente fechadas, como se tivessem tentado agarrar uma escada invisvel.

Quando a pessoa finalmente submerge, tenta manter o ar o mximo possvel, normalmente durante 30 a 90 segundos. Depois respira gua, tosse e respirao ainda mais gua, medida que esta lhe enche os pulmes e impede a oxigenao do sangue.H uma sensao de rasgar e de queimar medida que o lquido invade as vias areas. Em seguida, segue-se um estado de calma e tranquilidade , diz Tipton, com base em depoimentos de sobreviventes.

A tranquilidade o resultado da falta de oxignio para o crebro. Finalmente, o corao pra e ocorre a morte cerebral.

2. A paragem cardaca- Os ataques cardacos podem parecer uma maneira mais natural de morrer em comparao com as execues ou acidentes, mas tambm pode ser uma das mais dolorosas.

Enquanto alguns podem ser fulminantes, na maioria dos casos os sintomas ocorrem at 6 horas de antecedncia, que so frequentemente menosprezados pelas vtimas, especialmente mulheres, que atriburam isso ao cansao, indigesto ou clicas.

Estes incluem dor no peito, que pode vir como presso ou aperto, pois os pacientes geralmente descrevem como sentir-se sentados num elefante. A dor pode ser to aguda que corre ao longo da mandbula, garganta, costas e braos.

Procurar ajuda mdica essencial. Mais dos 85% dos pacientes que chegam s urgncias a tempo, sobrevivem. Aqueles que no sentem o seu corao a parar, perdem a conscincia em 10 segundos, morrendo minutos depois.

3. Hemorragia- Sangrar at a morte dependendo de como se desenvolva pode no ser to horrvel como parece.

Segundo o Dr. John Kortbeek da Universidade de Calgary em Alberta, no Canad, se uma pessoa corta a aorta num acidente, vai morrer em segundos. No entanto, se for uma artria ou veia menor, o processo pode demorar horas, quando a pessoa passar pelas diferentes fases de um choque hemorrgico.

Considerando-se que um adulto tem cerca de 5 litros de sangue, uma perda de 750 mililitros pode causar apenas sintomas leves. Se voc aumentar para 1,5 litros, a pessoa vai se sentir fraca, sedenta e ansiosa, comea a respirar rapidamente. Aps os 2 litros, a sensao passa para confuso, tonturas e eventualmente inconscincia.

Os sobreviventes de choques hemorrgicos descrevem sentimentos diferentes que variam do medo at uma relativa calma. Grande parte disso depende de quo grave foram os seus ferimentos. Uma nica ferida que penetra a artria femoral na perna ser menos dolorosa do que mltiplas fraturas causadas por um acidente de trnsito , explica Kortbeek.

4. Fogo- Seja nos fogos tortuosos da Inquisio ou num incndio, as queimaduras so uma das formas mais dolorosas de morrer.

Imediatamente, o calor e a fumaa queimam as sobrancelhas e os cabelos, passando, de seguida, para a garganta e vias respiratrias. Quando chega pele, o fogo produz uma intensa resposta em todo o sistema nervoso, que ainda agravado pela inflamao do tecido.

medida que a pele se vai danificando, vai perdendo sensibilidade, mas no deixa ser uma experincia excruciante.

As queimaduras de terceiro grau no doem tanto quanto as de segundo grau, porque os nervos superficiais foram destrudos, mas a diferena quase semntica: uma queimadura extensa horrivelmente dolorosa em qualquer instncia, explica o Dr. David Herndon, da Universidade do Texas.

Mas, ironicamente, num incndio o maior risco no so as chamas, mas os gases txicos. De fato, um estudo noruegus, de 1996, constatou que de 286 vtimas mortais de incndios, 75% morreram de envenenamento por monxido de carbono.

Dependendo da concentrao, isso pode levar dor de cabea, tonturas e, logo de seguida, perda de conscincia em poucos minutos. Alm disso, segundo a Associao de Proteo Contra Incndios dos EUA, 40% das vtimas fatais de fogo perdem os seus sentidos antes que consigam acordar do sonho.

5. Decapitao- Ainda que parea macabro, a decapitao uma das mortes mais rpidas e indolores. Claro, isto se for executada de maneira correta.

Mas, mesmo utilizando dispositivos especializados, tais como uma guilhotina, sempre restaro alguns segundos de conscincia aps o corte da coluna vertebral. Num estudo realizado em ratos, em 1991, descobriu-se que o crebro levou 2,7 segundos para terminar de consumir o seu fornecimento de oxignio, o que conduzido proporo de seres humanos, pode levar cerca de 7 segundos de conscincia.

Durante as numerosas execues da Revoluo Francesa, houve relatos que falavam de movimentos das sobrancelhas e olhos at cerca de 30 segundos aps a decapitao, mas provvel que tenham sido apenas reflexos post mortem.

6. Eletrocusso- Se estivermos a falar de acidentes domsticos, a morte ocorre por paragem do corao produzida pela descarga. Num estudo realizado na cidade canadiana de Montreal, descobriu-se que 92% das vtimas de eletrocusso em suas casas, morreu de arritmia cardaca, que provoca inconscincia em 10 segundos.

Um circuito de alta tenso, no entanto, provoca inconscincia instantnea. Isso bem sabiam os prisioneiros executados na cadeira eltrica, que sofreram a paragem imediata do corao e do crebro, no que foi considerado um avano sobre as mortes por enforcamento.

Mas os investigadores no concordavam se o mtodo seria to piedoso como diziam. Em muitos casos, os presos tiveram de ser submetidos a choques mltiplos para terminar com as suas vidas, e alguns acabaram envoltos em chamas devido ao aquecimento que a electricidade produzia atravs dos seus corpos.

7. As quedas de alturas- Mtodo utilizado por muitos suicidas e homicidas, e tambm por acidente, cair de grandes alturas uma das mortes mais rpidas e eficazes. Um estudo realizado em Hamburgo, Alemanha, relata que 75% das vtimas morrem em poucos segundos ou minutos aps a queda.

Com velocidades que podem atingir at 200 quilmetros por hora, a uma altura de 145 metros ou mais, a causa da morte depende do tipo de terreno onde se aterra e a forma como a pessoa cai.

Previsivelmente, as quedas mais devastadoras tendem a ser aquelas em que as vtimas caem de cabea, comuns em precipitaes curtas (menos de 10 metros), ou muito altas (mais de 25 metros).

A anlise de 100 quedas suicidas da ponte de So Francisco, a uma altura de 75 metros e a uma velocidade de 120 km/h- revelou que a maioria das mortes ocorreu devido a traumas, como colapso pulmonar, exploso cardaca ou ferimentos mltiplos causados por costelas partidas.

Aqueles que sobreviveram a quedas de alturas relatam que, ao cair, sentiam o tempo ficar mais lento. Uma reao instintiva a de tentar pousar com os ps, que muitas vezes resulta em pernas partidas na parte inferior da coluna e da pelve, apesar de que h uma maior chance de ser salvo graas proteo dos rgos internos.

8. Enforcamento- Mtodo usado por muitos suicidas e carrascos, a morte por enforcamento normalmente ocorre assim que a presso ao redor do pescoo corta o fornecimento de sangue para o crebro, causando perda de conscincia em 10 segundos.

No entanto, a forca est longe de ser uma maneira pacfica de deixar este mundo. Na melhor das hipteses, o peso corporal far com que a corda parta o pescoo entre a primeira e a segunda vrtebras. Na pior das hipteses, um n feito de forma errada provocar uma morte lenta e dolorosa, sufocando as vtimas at 15 minutos.

9. A injeo letal- Concebida em 1977 como uma alternativa humanitria cadeira elctrica, a injeo letal um mtodo de execuo nos Estados Unidos que consiste em trs drogas administradas de forma sucessiva: pentotal como um anestsico, seguido por uma dose de pancurnio como um paralisante do sistema respiratrio e finalmente, cloreto de potssio, que pra o corao quase instantaneamente.

Tecnicamente, o procedimento deve fornecer uma morte rpida e pacfica, mas vrios relatos de testemunhas alegaram que, em muitos casos, os rus sofreram convulses ou tentaram levantar-se quando receberam as ltimas drogas.

Segundo o Dr. Leonidas Koniaris da Escola de Medicina da Universidade de Miami Miller, isto se deve porque, por regra, usando a mesma dose de pentotal como um anestsico, pode ser insuficiente no caso dos prisioneiros mais robustos.

Koniaris afirma que as pessoas nesta situao desagradvel experimentaro uma sensao de sufocamento aps a paralisia dos pulmes, e dor semelhante a uma queimadura resultante de cloreto de potssio. Por esta razo que a execuo por injeo letal est a ser analisada pelo Supremo Tribunal dos EUA.

10. Descompresso explosiva- Sendo um destino a que poucos de ns estamos expostos, a menos que sejamos mergulhadores, pilotos ou astronautas, a morte por descompresso leva a um fim digno de uma obra de fico cientfica.

A morte ocorre quando a presso do ar que nos rodeia desce repentinamente, fazendo com que os pulmes se expandam e rasgando os tecidos delicados, que permitem o intercmbio de gases.

Se a vtima no expira ou tenta manter o flego antes da descompresso, os danos sero ainda maiores. O oxignio comea a faltar do sangue e dos pulmes, enquanto o corpo comea a inchar devido evaporao da gua nos tecidos.

Finalmente, as bolhas de vapor de gua inundar a corrente sangunea, impedindo que o sangue circule. Em apenas um minuto, o sistema circulatrio pra. Sobreviventes vtimas de descompresso, que incluem pilotos e um tcnico da NASA, cujo fato se despressurizou dentro de uma cmara de vcuo, indicam que primeiro sente-se uma dor no peito, como se tivessem sido espancados. Em seguida, percebem que o ar se escapa dos pulmes e que so incapazes de voltar a inspirar. Finalmente, perdem a conscincia aps cerca de 15 segundos.

Mas, apesar da gravidade do incidente, experincias com animais na dcada de 60 mostraram que, se a vtima for novamente pressurizado em menos de 90 segundos, tem uma boa chance de sobreviver sem danos permanentes.