moralidade e eticidade

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7/14/2019 Moralidade e Eticidade http://slidepdf.com/reader/full/moralidade-e-eticidade 1/21 MORALIDADE E ETICIDADE (ÉTICA DE KANT E HEGEL) Publicado em 27 de janeiro de 2013  justica Desde a antiguidade a Ética e moral são assuntos que estão presentes nas discussões de grandes filósofos. Esse é um assunto bastante comentado no âmbito da filosofia e bastante popular também entre os menos doutos, pois trata de questões que estão presentes na dia a dia das pessoas. Todo indivíduo que vive em sociedade lida com questões referentes a Ética, ela é algo que está intrinsecamente ligada a vida dos sujeitos conscientes. Grandes pensadores, não só da antiguidade, mas da história da Filosofia como um todo, se tornaram conhecidos por se debruçarem sobre a Ética nas suas obras, a exemplo de Aristóteles, Nietzsche, Jeremy Bentham, Kant, Hegel, entre outros. Já no período conhecido como modernidade, mais precisamente nos sécs. XVIII  – XIV, Kant (filósofo alemão, 1724  – 1804) desenvolveu várias discussões acerca da Ética, as quais podemos ter acesso em algumas de suas obras como a Crítica da razão prática. Do mesmo modo, Hegel (também filósofo alemão, 1770 -1831) desenvolve uma vasta reflexão acerca deste tema. Ambos viveram praticamente no mesmo período histórico  – apesar de Hegel ter nascido posteriormente – mas a postura de cada um destes filósofos frente a este tema é bem diversa. Mais que isso, ambas são quase que opostas, é possível perceber isso através da crítica que Hegel faz ao tratamento que Kant dá a Ética. Kant é responsável por formular uma Ética ou uma moral baseada no dever. Kant historicamente é conhecido por ser um sujeito que primava sobretudo pela razão em suas obras e acaba que o tratamento que ele dá a Ética também tendo esta característica. Kant coloca a razão como o elemento que deve reger toda ação humana. Ele elabora um conceito chave, o imperativo categórico, que é o reflexo desta razão absoluta, o princípio que todo indivíduo deve seguir como base para as suas ações. Este tal imperativo categórico preconiza que os indivíduos devem tomar suas atitudes de uma maneira que o princípio da sua ação possa ser tomado como um princípio de ação universal, ou seja, que aquilo que o indivíduo faça seja algo que possa necessariamente servir para todas as pessoas no mundo. E mais, que essa atitude seja também necessariamente considerada boa em qualquer contexto histórico, em qualquer tempo. Hegel, por sua vez, é defensor de uma ética, também de cunho racional (o que já era de se esperar de um filósofo), mas de princípios diferentes da Ética defendida por Kant. A Ética de Hegel pode ser chamada de uma Ética contextualista, pois preconiza que o critério para avaliar uma ação como eticamente correta está no contexto da situação que o individuo está agindo, ou seja, é preciso avaliar outros elementos que estão dentro da situação e não somente a intenção do sujeito, como defende Kant. Além disso, na Ética de Hegel é importante verificar as consequências de tal ação para julgá-la, diferentemente da Ética de Kant que, estando somente no âmbito da intenção já se poderia julgar a ação do indivíduo. As críticas de Hegel a Ética kantiana são inúmeras, a exemplo de algumas que já foram supracitadas. Enumerando estas críticas de Hegel a Ética kantiana teremos:

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MORALIDADE E ETICIDADE (TICA DE KANT E HEGEL)Publicado em 27 de janeiro de 2013justicaDesde a antiguidade a tica e moral so assuntos que esto presentes nas discusses de grandes filsofos. Esse um assunto bastante comentado no mbito da filosofia e bastante popular tambm entre os menos doutos, pois trata de questes que esto presentes na dia a dia das pessoas. Todo indivduo que vive em sociedade lida com questes referentes a tica, ela algo que est intrinsecamente ligada a vida dos sujeitos conscientes. Grandes pensadores, no s da antiguidade, mas da histria da Filosofia como um todo, se tornaram conhecidos por se debruarem sobre a tica nas suas obras, a exemplo de Aristteles, Nietzsche, Jeremy Bentham, Kant, Hegel, entre outros.J no perodo conhecido como modernidade, mais precisamente nos scs. XVIII XIV, Kant (filsofo alemo, 1724 1804) desenvolveu vrias discusses acerca da tica, as quais podemos ter acesso em algumas de suas obras como a Crtica da razo prtica. Do mesmo modo, Hegel (tambm filsofo alemo, 1770 -1831) desenvolve uma vasta reflexo acerca deste tema. Ambos viveram praticamente no mesmo perodo histrico apesar de Hegel ter nascido posteriormente mas a postura de cada um destes filsofos frente a este tema bem diversa. Mais que isso, ambas so quase que opostas, possvel perceber isso atravs da crtica que Hegel faz ao tratamento que Kant d a tica.Kant responsvel por formular uma tica ou uma moral baseada no dever. Kant historicamente conhecido por ser um sujeito que primava sobretudo pela razo em suas obras e acaba que o tratamento que ele d a tica tambm tendo esta caracterstica. Kant coloca a razo como o elemento que deve reger toda ao humana. Ele elabora um conceito chave, o imperativo categrico, que o reflexo desta razo absoluta, o princpio que todo indivduo deve seguir como base para as suas aes. Este tal imperativo categrico preconiza que os indivduos devem tomar suas atitudes de uma maneira que o princpio da sua ao possa ser tomado como um princpio de ao universal, ou seja, que aquilo que o indivduo faa seja algo que possa necessariamente servir para todas as pessoas no mundo. E mais, que essa atitude seja tambm necessariamente considerada boa em qualquer contexto histrico, em qualquer tempo.Hegel, por sua vez, defensor de uma tica, tambm de cunho racional (o que j era de se esperar de um filsofo), mas de princpios diferentes da tica defendida por Kant. A tica de Hegel pode ser chamada de uma tica contextualista, pois preconiza que o critrio para avaliar uma ao como eticamente correta est no contexto da situao que o individuo est agindo, ou seja, preciso avaliar outros elementos que esto dentro da situao e no somente a inteno do sujeito, como defende Kant. Alm disso, na tica de Hegel importante verificar as consequncias de tal ao para julg-la, diferentemente da tica de Kant que, estando somente no mbito da inteno j se poderia julgar a ao do indivduo.As crticas de Hegel a tica kantiana so inmeras, a exemplo de algumas que j foram supracitadas. Enumerando estas crticas de Hegel a tica kantiana teremos:1 Hegel afirma que considerar a inteno do indivduo para um julgamento de tico no suficiente. Se o individuo agir sempre de acordo com uma boa inteno, ainda assim pode haver ms consequncias e estas tambm devem ser consideradas para este julgamento tico. Uma boa inteno e ms conseqncias torna a situao de modo geral eticamente incorreta;2 Da mesma maneira, determinar regras universais (imperativo categrico) para reger as aes dos indivduos traz este mesmo problema. Imagine o caso do princpio universal de no poder matar; se eu sigo este princpio de maneira absoluta, no caso de algum tentar me matar eu no vou poder revidar, meso portando uma arma e a minha vida estando em risco. Ou seja, eu no poderia me defender diante de um perigo eminente de morte para mim. Esta questo recai mais uma vez na problemtica das consequncias, estas devem ser consideradas. Neste quesito Hegel defende que existe um direito a vida e que eu poderia sim me defender. Deste modo, mesmo que eu mate a outra pessoa a minha atitude estaria justificada, pois no contexto da situao eu decidi agir em prol do meu direito a vida, um direito a defesa para garantir a minha sobrevivncia.No sentido destas primeiras consideraes, Hegel defende uma tica mais de carter subjetivo, mais de carter contextual, voltada para o indivduo dentro de uma determinada situao e no de um indivduo em um mundo como se fosse algo homogneo.3 Hegel determina que preciso considerar tambm a heterogeneidade do mundo e do tempo. Ou seja, preciso que se leve em considerao que h lugares e lugares no mundo, lugares constitudos de uma determinada cultura, o que envolve hbitos e crenas. Do mesmo modo, o tempo leva estes costumes e crenas a mudarem, ento a tica no pde ser esttica diante de um mundo que muda na medida do tempo. H costumes atuais que so considerados corretos e que podem ter sido considerados incorretos, ento como estabelecer o que correto considerando toda a extenso do tempo? Hegel aponta uma soluo para este problema: As aes em sua totalidade devem ser avaliadas de um ponto de vista que considere o local e o tempo em que elas so praticadas.4 Hegel tambm critica Kant no que di respeito a postura de Kant com a sua tica frente ao estado. Para Hegel, Kant no considera a existncia do estado em sua tica, e este seria o seu maior erro. A partir desta problemtica ns chegaremos ao principal ponto desta crtica.Para Hegel a tica envolve a relao dos indivduos com o estado. Ela apresenta dois carteres, o primeiro subjetivo e diz respeito a tica pessoal manifestada atravs de cada indivduo e a segunda objetiva e diz respeito a tica do Estado, que diz respeito s normas do Estado, leis e costumes. Pode-se comparar a primeira como algo mais voltado para o indivduo e a segunda mais voltada para o social, o conjunto dos indivduos. A soma de a+b, ou seja, a tica objetiva mais a subjetiva formam a totalidade do tica. Hegel d uma importncia muito grande a esta parte objetiva, pois ela responsvel por moldar a natureza do homem, proporcionando uma espcie de segunda natureza que ao homem necessria para que ele tenha uma boa vivncia em sociedade. Isto as leis e normas da sociedade cumprem um papel de preparar os indivduos para a vida em sociedade. O termo preparar no seria exatamente o mais adequado, mas quase que o efeito que se tem. Este processo de preparao se d da seguinte maneira, as leis e normas funcionam como um meio de barrar as inclinaes pessoais provindas da natureza primeira dos indivduos. Nesta primeira natureza os indivduos se comportam puramente por instintos, bem como quando nascem. Atravs do freio destes instintos o indivduo ir adquirir uma segunda natureza que mais voltada para o social, para o bem comum. Agindo de acordo com o que determinado pelo estado (instituies sociais) o indivduo considerado tico.O principal ponto desta crtica a Kant que, segundo Hegel, Kant fica somente no mbito da subjetividade pessoal e no considera a subjetividade social. Com isso, Kant leva a sua tica a inmeros problemas, os quais j foram citados acima. Hegel pressupe que considerando a tica do ponto de vista histrico e contextual estes problemas podem ser resolvidos, tornando assim a tica possvel. Hegel usa termos especficos nesta sua crtica, diz que Kant fica somente no mbito da moralidade, do dever, da vontade subjetiva e que o mais vivel determinar que os indivduos ajam de acordo com a eticidade, ou seja, fazer realizar o bem de acordo com a sua realidade histrica e de acordo com o que determina as instituies sociais.

Hegel rejeita o apriorismo kantiano, a idia de que o homem nasce com a estrutura da razo, e que ela que fornece ao sujeito os princpios ticos que controlam sua vontade.Para Hegel, a moralidade a conscincia individual, a reflexo sobre nossas aes- esfera moral, esfera individual. J a eticidade surge das relaes interpessoais- esfera tica -esfera de coletividade. A moralidade Hegeliana uma forma de incluir a conscincia moral subjetiva, no sendo subjetiva a ela. Uma vz que no h lugar para a conscincia moral subjetiva, no h lugar para moralidade. fcil notar que a teoria tica de Hegel no adere ao apriorismo de Kant como acontece com a moralidade.Segundo Jos Ferrater Mora , os termos tica e moral so usados, por vezes, indistintamente. Contudo, o termo moral tem usualmente uma significao mais ampla que o vocbulo tica. A moral aquilo que se submete a um valor . Hegel distingue a moralidade subjetiva (cumprimento do dever, pelo ato de vontade) da moralidade objetiva (obedincia lei moral enquanto fixada pelas normas, leis e costumes da sociedade, a qual representa ao mesmo tempo o esprito objetivo). Hegel considera que seja insuficiente a mera boa vontade subjetiva. preciso que a boa vontade subjetiva no se perca em si mesma ou se mantenha simplesmente como aspirao ao bem, dentro de um subjetivismo meramente abstrato. Para que se torne concreto, preciso que se integre com o objetivo, que se manifesta moralmente como moralidade objetiva. a racionalidade da moral universal concreta que pode dar um contedo moralidade subjectiva da mera conscincia moral.

Caracteriza-se pela efetivao da liberdade no real. a moralidade concreta, no mais opinio e boa vontade, fundamentando as leis e as instituies. o conjunto da moralidade da famlia, da sociedade civil e do Estado, acontecendo entre seus membros. Dessa forma fica evidenciado no individuo a honestidade, honradez, inteireza e integridade. adotado como substncia moral, no sou eu como pessoa, como no direito abstrato, nem muito menos o direito da conscincia, mas sim o direito enquanto Esprito real de um povo.

A eticidade, a fim de realizar a liberdade, percorre trs diferentes tempos:

1 - Famlia Como moralidade objetiva, imediata e natural;2 - Sociedade Civil Associao com o fim de atender carncias, necessidades e dar fiana propriedade privada;3 - Estado consagrao universal da vida pblica.

Famlia

a primeira unidade de unio social, d-se o reconhecimento do casamento como uma unio moral: o reconhecimento do outro, e sua construo exterior est no sentimento.A famlia tem sua realizao no casamento, e seu desfecho so os filhos, a perpetuao da famlia.Podemos tambm dizer que a famlia se realiza nos seguintes momentos, casamento, propriedade e educao dos filhos e dissoluo.

Sociedade Civil

Acontece como agrupamento de seres privados, preocupados com a realizao de suas pretenses pessoais. Realizam ento suas carncias por meio das coisas no seu exterior, a propriedade, riqueza, atravs atividade sociais e pelo trabalho. - Carncias - tomamos as carncias em sentido amplo. Na proporo que o indivduo sai do estado de solido natural se depara com novas necessidades inerentes ao convvio com seus semelhantes: So as chamadas carncias sociais. So parte do universal, comum a todos antes da associao.

O trabalho media a satisfao das carncias no seio da sociedade. Neste momento s acontece uma universalidade que o Direito a todos da propriedade - reconhecido e mantido pelo Estado. Para o cumprimento da lei, necessrio o reconhecimento coletivo. A violao de um preceito legal no apenas particular, mas uma transgresso pblica, tornando-se perigo para a sociedade, como um todo. Daqui em diante transcende-se a o particular, e constri-se uma unidade com a universalidade. O poder de policia tem por fim coibir a injustia, proteger os negcios coletivos e instituies voltadas para o interesse de todos.

A sociedade civil, faz surgir uma instituio de estrutura similar famlia, dentro do contexto coletivo: a corporao. Sua finalidade primordial velar e realizar o que h de universal no particular da sociedade civil. Quanto aos membros como partes da sociedade civil, no tm interesses exclusivamente particulares, tem o dever de conduzir a vontade humana esfera do universal, ao Estado.

Estado

no Estado que se d a realizao efetiva da eticidade. A liberdade realiza-se plenamente, vindo tornar-se clara para si e consciente em si. Hegel afirma ento afirmar ser o Estado o fim ltimo da razo, detentor de um direito elevado ao relacionado com o direito individual, os componentes do Estado tm nele o mais alto dever. No momento em que as pretenses particulares colidem com o universal temos a super posio da liberdade pessoal e da propriedade privada como o fim ltimo, substituindo os interesses universais. A contrario senso a viso de Hegel a vida coletiva e os indivduos ali dentro passam a ter realidade, moralidade e objetividade.

Imperativo categrico, o que ?O imperativo categrico kantiano o mesmo que moralidade, o age de tal maneira que a mxima da tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princpio de legislao universal.Distingue-se da legalidade, ou do imperativo hipottico, dado que este diz respeito a aces que so levadas a cabo por uma fora de presso exterior, de uma pena ou de um prazer. O imperativo categrico no tem a ver com um dever externo, mas com um dever interior.Deste modo, a poltica est submetida ao imperativo categrico da moral, atravs da ideia de Estado de Direito, que consiste precisamente na submisso do poder ao direito e da submisso do direito moral.Para Kant, o mundo do dever-ser, da razo-prtica, o domnio da faculdade activa, do agir, o mundo dos fins e do valioso, dado que, pela tica, possvel ultrapassar o mundo dos fenmenos e aceder ao absoluto, zona das ideias inteligveis, das leis morais, marcadas pela racionalidade e pela universalidade. Aqui a forma, o a priori, aquele absolutamente necessrio e universal, o imperativo categrico, o age de tal maneira que a mxima da tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princpio de legislao universal. O dever formal de realizar sempre o fim. Um imperativo categrico, tambm dito moralidade, dado que a lei moral um facto da razo-pura, um a priori, uma regra que preciso respeitar porque precisa, algo que se impe ao homem categoricamente, uma lei que tanto vincula o Estado como os indivduos, consistindo na realizao dos direitos naturais no direito positivo. Mais: o imperativo categrico, a moralidade, distingue-se da legalidade (Gesetmssigkeit) ou do imperativo hipottico, dizendo respeito s aces que so levadas a cabo por fora de uma presso exterior, de uma pena ou de um prazer. Porque, os deveres que decorrem da legislao tica no podem ser seno deveres externos, porque esta legislao no exige a Ideia deste dever, que interior. A legislao tica integra o mbil interno da aco (a Ideia do dever) na lei. A poltica est assim submetida ao imperativo categrico da moral e toda a ordem poltica legtima s pode ter como fundamento os direitos inalienveis dos homens, os chamados direitos naturais. Deste modo, o Estado de Direito e o governo republicano, aqueles que so marcados pelos princpios da separao de poderes e do sistema representativo, devem conduzir os homens para a moralidade universal, para a constituio de uma repblica universal ou de uma sociedade das naes. Nestes termos, porque os homens so sujeitos morais e a moral universal, eles so todos iguais em dignidade. Logo, o Estado de Direito, que consiste na submisso do direito moral, tem vocao para tornar-se universal. Alis, o direito tem a ver com o domnio da legalidade, da concordncia de um acto externo com a lei, sem se ter em conta o mbil, enquanto uma lei tica exige moralidade, isto , o cumprimento do acto por dever. Pelo contrrio, neste domnio da razo-prtica ou do dever-ser, o a posteriori, o elemento material, aquela percepo cuja validade se reduz ao campo da experincia, constitudo pelos contedos concretos e histricos das diversas interpretaes do bem e do mal.

Para Kant, cidadania o mesmo que autonomia, aquilo que permite conciliar a ordem com a liberdade e que s pode efectivar-se atravs da subverso do direito. a submisso autoridade que cada um d a si mesmo, pelo que importa rejeitar a liberdade sem ordem (anarquia), bem como a ordem sem liberdade (despotismo). Porque cada homem um fim em si mesmo e nunca pode ser um meio que justifique qualquer fim que lhe seja alheio.Assim, o contrato social constitui uma simples ideia da razo, um mero princpio a priori, uma pressuposio lgica e no um facto histrico ou emprico. Alis, o contractus originarius no o princpio que permite conhecer a origem do Estado, mas como ele deve ser. Mais: o contrato social a regra e no a origem da Constituio do Estado; no o princpio da sua fundao, mas o da sua administrao e ilumina o ideal da legislao, do governo e da justia pblica. Nestes termos, proclama o contrato social como o contrato originrio pelo qual todos os membros do povo (omnes et singuli) limitam a sua liberdade exterior, em ordem a recebla de novo como membros da comunidade, isto , do povo olhado como Estado (universi). Na sua base, h um pactum unionis civilis que trata de organizar uma multido de seres razoveis e de instaurar um ser comum, o qual constitui uma espcie do imperativo categrico do poltico. Deste modo, o direito pblico o conjunto das leis que necessitam de ser proclamadas universalmente para se gerar um estado jurdico. um sistema de leis para um povo, isto , uma multiplicidade de homens ou uma multiplicidade de povos que, estando numa relao recproca de uns para com outros, tm necessidade, para poderem usar do seu direito, de um estado jurdico dependente de uma vontade que os unifica, isto de uma constituio.Logo, o Estado como repblica, como dizia Rousseau, aco do todo sobre o todo, o tal ser comum feito de uma multido de seres razoveis. , nas palavras de Raymond Aron, a colectividade considerada como um todo. Ou, para subirmos perspectiva de Kant, um Estado-razo, o tal contrato original pelo qual todos os membros do povo limitam a sua liberdade exterior, em ordem a receb-la de novo como membros da comunidade, o povo olhado como universalidade.

A moral objetiva seria transcendental, ou seja, eterna e vinda de um ser superior.

A moral subjetiva seria a moral pessoal, a moral de cada um.

No h dvidas de que a moral subjetiva existe, uma vez que todos ns temos padres morais estabelecidos mesmo que discordemos uns dos outros.

O que se discute a existncia ou no da Moral Objetiva, transcendental, vinda de um ser superior.

O problema que se a Moral meramente subjetiva e no h uma Moral Absoluta(Objetiva, como voc diz), ento na verdade no h uma moral de fato, j que somente um processo que ns mesmos criamos e no faz sentido obedec-la ou no(afinal, o errado e o certo no existiriam de fato, seriam apenas produtos de nossa cabea).

Ento o que vejo o seguinte: Se h uma Moral Absoluta, faz todo sentido que discutamos sobre moral. Contudo, se no houver uma Moral Absoluta, ento nem mesmo existe uma Moral a ser seguida, fazendo qualquer discusso sobre esse assunto ser uma completa perda de tempo.

Consegui explicar direito? Qualquer dvida basta perguntar novamente

ticaSaiba o que tica, definio, cdigo de tica, conceito de tica e links relacionados tica tica: valores morais e princpios sociaisDefinioO termo tica deriva do grego ethos (carter, modo de ser de uma pessoa). tica um conjunto de valores morais e princpios que norteiam a conduta humana na sociedade. A tica serve para que haja um equilbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ningum saia prejudicado. Neste sentido, a tica, embora no possa ser confundida com as leis, est relacionada com o sentimento de justia social.

A tica construda por uma sociedade com base nos valores histricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a tica uma cincia que estuda os valores e princpios morais de uma sociedade e seus grupos.

Cdigos de tica

Cada sociedade e cada grupo possuem seus prprios cdigos de tica. Num pas, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa cientfica pode ser tico. Em outro pas, esta atitude pode desrespeitar os princpios ticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a tica na rea de pesquisas biolgicas denominada biotica.A tica em ambientes especficos Alm dos princpios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe tambm a tica de determinados grupos ou locais especficos. Neste sentido, podemos citar: tica mdica, tica profissional (trabalho), tica empresarial, tica educacional, tica nos esportes, tica jornalstica, tica na poltica, etc.Antitica Uma pessoa que no segue a tica da sociedade a qual pertence chamado de antitico, assim como o ato praticado.

Significado de EticidadeCompartilhar no FacebookO que Eticidade:Eticidade um substantivo feminino que expressa a qualidade do que tico e moral, caracterizando algum que age dessa forma.

A tica pretende dar um fundamento s exigncias morais (tica pura e normativa), estabelecendo por si mesma as leis que tero de determinar a conduta moral da vida pessoal e coletiva. Neste sentido, o seu papel muitas vezes demonstrar de que maneira possvel superar o relativismo tico.

Na Antiguidade, os representantes da reflexo tica foram Plato, Aristteles e os estoicos. Nos tempos modernos Kant e Fichte e na poca contempornea foram Nietzsche, M. Scheler, N. Hartmann e A. Schweitzer.

Princpio da EticidadeA eticidade consiste em um dos princpios fundamentais do Cdigo Civil de 2002. Este princpio tem como consequncia necessria o princpio da boa-f objetiva, e significa que os indivduos devem agir em boa-f nas relaes de carter civil.Juntamente com os princpios de operabilidade e sociabilidade, o princpio da eticidade constitui um pilar importante do Cdigo Civil Brasileiro, porque atribui valor dignidade do ser humano. De acordo com esse princpio, um indivduo deve ser ntegro, leal, honesto e justo. Isso significa que qualquer atitude que v contra o princpio da eticidade dever ser punida.A eticidade, sendo uma das caractersticas do cdigo civil, garante que ele tem "sustentao tica", porque reconhece e valoriza a probidade, a solidariedade social e outras qualidades do ser humano.Hegel e eticidadeDe acordo com Hegel, a eticidade tambm pode ser retratada como "moralidade objetiva" ou "vida tica" e expressa a verdade de dois conceitos abstratos - o direito e a moralidade. Segundo o filsofo alemo, a concretizao, limitao e mediao da liberdade constituem o mbito da eticidade, e a fim de realizar a liberdade, est presente na famlia, na sociedade civil e no Estado.O significado de Eticidade est na categoria: Geral

Os termos 'tica' e 'Moral'The terms 'ethic' and 'moral'Eduardo Dias Gontijo*Universidade Federal de Minas Gerais - BrasilEndereo para correspondnciaRESUMOO artigo trata da questo da aplicao dos termos 'tica' e 'moral', comumente usados para se referir a um mesmo domnio de saber e um mesmo campo de fenmenos. Num primeiro momento, procura-se demonstrar a sinonmia original dos termos, a partir de suas respectivas razes etimolgicas. Em seguida, so exploradas algumas nuances de significao dos termos, a partir da crtica hegeliana da filosofia prtica de Kant. Finalmente, discutida a prevalncia atual do termo - tica -.Palavras-chave:tica, Moral, Etimologia, Filosofia moral, Ps-modernidade.

ABSTRACTThe paper is concerned with the application of the terms 'ethics' and 'moral', which are often used to refer to the same field of knowledge and phenomena. Initially, we will try to demonstrate their original synonymy, based on their etymological roots. Afterwards, some nuances of meaning will be explored, regarding Hegels critique of Kants practical philosophy. Finally, the current prevalence of the term 'ethics' in the ethos of pos-modernity will be discussed.Keywords:Ethics, Moral, Etimologia, Moral philosophy, After-modernity.

IntroduoDada a grande confuso semntica atual em torno dos termos 'tica' e 'moral', minha modesta contribuio neste artigo versar sobre um problema de natureza estritamente terminolgica, a saber, a questo do uso de dois termos de grafias distintas - 'tica' e 'moral' - para se referir a um mesmo domnio de saber e a um mesmo campo de fenmenos.Num primeiro momento, procurarei demonstrar a sinonmia original dos termos 'tica' e 'moral' a partir de suas respectivas razes etimolgicas. Em seguida, explorarei algumas nuances de significao no uso desses termos que se originaram no incio do sculo XIX, ao fim da Era Moderna, e se revelam no vocabulrio tico atual. Concluirei meu trabalho discutindo a preferncia atual do termo 'tica' sobre a palavra 'moral'.tica e Moral como sinnimosA palavra 'tica' provm do adjetivo 'ethike', termo corrente na lngua grega, empregado originariamente para qualificar um determinado tipo de saber. Aristteles foi o primeiro a definir com preciso conceitual esse saber, ao empregar a expresso 'ethike pragmatia' para designar seja o exerccio das excelncias humanas ou virtudes morais, seja o exerccio da reflexo crtica e metdica (praktike philosophia) sobre os costumes (ethea)1. Com o passar do tempo, o adjetivo gradualmente se substantiva e passa a assinalar uma das trs partes da filosofia antiga (logike, ethike, physike).O adjetivo 'ethike', por sua vez, originara-se do substantivo 'ethos', que constitui uma transliterao de dois vocbulos gregos:thos(cometainicial - hqoV) ethos(com epsilom inicial - eqoV).thoscometa() inicial designa, em primeiro lugar, a morada dos homens e dos animais. othoscomo morada que d origem significao dothoscomo costume2, estilo de vida e ao. A metfora contm a idia de que o espao do mundo torna-se habitvel pelo homem por meio do seuthos. Isto , mais do que habitar aphysis, a natureza, o homem habita o seuthos: pois, diferentemente daphysis, othos, como espao construdo e incessantemente reconstrudo - e tecido pelologos- o seu abrigo protetor mais prprio3.thoscomepsilom() inicial refere-se primordialmente ao processo gentico do hbito (hexis) como disposio estvel para agir, que decorre do exerccio dos atos. A partir da, passa a significar o carter pessoal como um padro relativamente constante de disposies morais, afetivas, comportamentais e intelectivas de um indivduo4.O termo latinomos, de onde provm o termo moral, foi usado (provavelmente por Ccero) para traduzir o vocbuloethos, o qual conhece, no mundo latino, quase idntica histria semntica ao termo gregoethos. Designando originariamente a morada dos homens e dos animais, amplia gradualmente seu significado para denotar, do ponto de vista coletivo, os costumes, e de um ponto de vista individual, o modo de ser - o carter.Com a criao da tica como cincia doethosno mundo grego - como aplicao dologosdemonstrativo reflexo crtica sobre os costumes e modos de ser dos homens - a palavra 'tica' passou a designar, na tradio filosfica, tanto o objeto de estudo de uma disciplina quanto o estudo do objeto. 'tica' significa, portanto, tanto a disciplina que reflete criticamente sobre o saber tico encarnado nos costumes e modos de ser, como esse prprio saber. O mesmo se verifica com a palavra 'moral', que servir para designar tanto o objeto de estudo - a mo- quanto o estudo crtico do objeto - a Filosofia Moral.No que respeita a tradio filosfica, os termos 'moral' e 'tica' designam, portanto, o mesmo campo de fenmenos e o mesmo domnio de reflexo. Isto , so sinnimos. Posio esta que pessoalmente assumo e que, igualmente, assumida pela maior parte dos filsofos e est plenamente de acordo com a organizadora do principal dicionrio de tica de nossa poca -Dicionrio de tica e Filosofia Moral- Monique Canto-Sperber. Eis, com todas as letras, o que ela afirma, de forma inequvoca, em outra obra,A inquietude moral e a vida humana, publicada recentemente no Brasil:Vou decepcionar o leitor dizendo que em geral me sirvo dos termos 'moral' e 'tica' como sinnimos.[...] no h nenhuma dvida sobre o fato de que os termos 'moral' e 'tica' designam o mesmo domnio de reflexo. E para nos referirmos ao tipo particular de atitude que a reflexo sobre a ao, o bem ou o justo podemos nos servir indiferentemente de qualquer um dos dois termos5.Nuances de significao dos termos 'tica' e 'moral'Apesar da sinonmia de origem, que recomenda empregar indiferentemente os termos 'tica' e 'moral' para designar o mesmocampo de fenmenos, observamos, atualmente, diferentes nuances de significao no uso dos termos. Nesta parte do trabalho, explorarei alguns exemplos de usos diferenciados dos termos 'tica' e 'moral'.a)Moralidade e eticidade em HegelO que denomino aqui "nuances" de significao comearam, provavelmente, a introduzir-se no vocabulrio filosfico, no incio do sculo XIX, por meio da clebre distino hegeliana, na dialtica do Esprito Objetivo, tanto naEnciclopdia das Cincias Filosficas, como naFilosofia do Direito, entre o domnio daMoralitt(moralidade) e daSittlichkeit(eticidade).Moralittcompreendia o domnio kantiano-fichtiano da moralidade interior, eSittlichkeitconotava o campo da eticidade social e politica6.Com efeito, naEnciclopdia, Hegel afirma que, na moralidade "a determinidade da vontade est assim posta no interior [...] moral aqui tem o sentido de uma determinao da vontade, na medida em que ela est no interior da vontade" ( 503). Enquanto que "a eticidade a plena realizao do esprito objetivo, a verdade do esprito subjetivo e do esprito objetivo mesmos" ( 513).De certo modo, podemos dizer que, para a dialtica de Hegel, a eticidade a verdade da moralidade, isto , constitui a sua realizao concreta, sem a qual a segunda permaneceria puramente formal ou ao nvel de uma particularidade abstrata. Longe de se opor estruturalmente Eticidade - evidente que, enquanto momentos da vida do Esprito, elas se opem dialeticamente - a Moralidade representa para Hegel um estgio elevado do pensamento da Liberdade, tal como ele se exprimiu na tica de Kant e de Fichte. J a passagem da Moralidade para a Eticidade significa o incio da vida propriamente tica - o campo das virtu- e da realizao efetiva da liberdade na esfera prtica7. Nas palavras de H. C. Lima Vaz, magistral leitor de Hegel: "Existindo na substncia tica, o indivduo se submete livremente ao sistema de seus deveres dando sua ao, ao cumpri-los, a qualidade de virtude e participando, assim, do universo tico dos costumes (Sitten)"8.b)tica e moral em Paul RicoeurAlguns autores atuais, na esteira do pensamento de Paul Ricoeur, consideram que a palavra "moral" sugeriria, fundamentalmente, a presena da obrigatoriedade das normas, dos deveres, das obrigaes; seu domnio semntico pertenceria, primordialmente, ao registro do imperativo categrico e filosofia kantiana. A tica, por sua vez, estaria associada ao bem viver, s virtudes ou s prticas efetivas concretas, e expressar-se-ia no optativo9. Torna-se, pois, relevante rever o que nos diz o ilustre filosofo francs neste contexto: preciso distinguir entre moral e tica? A dizer a verdade, nada na etimologia ou na histria do uso das palavras o impe: uma vem do grego, outra do latim, e ambas remetem idia dos costumes (ethos, mores); pode-se, todavia, distinguir uma nuance, segundo se ponha o acento sobre o que estimado bom ou sobre o que se impe como obrigatrio. por conveno que reservarei o termo 'tica' para a inteno da vida boa realizada sob o signo das aes estimadas boas, e o termo 'moral' para o lado obrigatrio, marcado por normas, obrigaes, interdies caracterizadas ao mesmo tempo por uma exigncia de universalidade e por um efeito de constrio. Pode-se facilmente reconhecer na distino entre inteno de vida boa e obedincia s normas a oposio entre duas heranas: a herana aristotlica, na qual a tica caracterizada por sua perspectiva teleolgica (de tlos, fim); e uma herana kantiana, na qual a moral definida pelo carter de obrigao da norma, portanto por um ponto de vista deontolgico10.c)Moral como objeto de estudo e tica como estudo do objetoPara outros autores, a exemplo de Adela Cortina11, grande pensadora espanhola, a palavra 'moral' deve ser usada preferencialmente para denotar o objeto de estudo, enquanto a palavra 'tica' - ou Filosofia Mo- deveria reservar-se disciplina filosfica que busca refletir criticamente da moral.Esse uso encontra apoio na linguagem corrente. De fato, o termo 'moral' muitas vezes usado como substantivo, em suas diversas acepes, para designar mbitos que constituem o objeto de estudo da tica ou da Filosofia Moral: (1) ou um modelo de conduta socialmente estabelecido em uma sociedade concreta ("a moral vigente"); (2) ou um conjunto de convices morais pessoais ("fulano possui uma moral rgida"); (3) ou tratados sistemticos sobre as questes morais ("Moral"), sejam doutrinas morais concretas ("Moral catlica" etc.), sejam teorias ticas ("Moral aristotlica" etc., embora o mais corrente seja "tica aristotlica" etc.); (4) ou uma disposio de esprito produzida pelo carter e atitudes de uma pessoa ou grupo ("estar com o moral alto" etc.); (5) ou uma dimenso da vida humana pela qual nos vemos obrigados a tomar decises ("a moral"). Como adjetivo, em usos que interessam tica, o termo moral preferencialmente usado em contraposio "imoral", ou em contraposio "amoral".J o termo 'moralidade' muitas vezes usado, seja como (a) sinnimo de "moral", no sentido de uma concepo moral concreta (p. ex. quando dizemos "isso uma imoralidade" = "isso no moralmente correto"), seja como (b) sinnimo de "a moral", isto , uma dimenso da vida humana identificvel entre outras e no redutvel a nenhuma outra, e que se manifesta no fato de que emitimos juzos morais; (c) ou na contraposio filosfica de cunho hegeliano entre "moralidade" e "eticidade", j discutida antes.tica sem Moral?No uso dos termos tica e moral, a sinonmia original deve prevalecer como pano de fundo para as diversas nuances de significao. E isso, antes de mais nada, porque a idia de um bem desejado remete sempre a uma certa normatividade, e, por outro lado, toda normatividade sempre faz referncia a uma certa idia de bem. Em termos gerais, se quero algo, devo algo; se devo algo, quero algo.O que no se pode tratar os termos como antnimos. Tal uso superficial e contraditrio: contraditrio defender, por exemplo, uma tica sem moral, ou uma moral sem tica. Enquanto a sinonmia , em geral, mais adequada: perfeitamente legtimo falar, por exemplo, de uma tica universal de Kant ou uma moral das virtudes de Aristteles.Quando filsofos utilizam distintas nuances de significao, geralmente o fazem para denotar diferentes aspectos da vida moral ou da reflexo moral, isto ,diferentes dimenses de um mesmo fenmeno. evidente que uma parte considervel da vida em comum exprime-se mais adequadamente atravs das idias de obrigao e do dever, enquanto outra se expressa por aspiraes. Devo, por exemplo, respeitar os direitos do outro, devo honrar os contratos, devo ser justo etc. Por outro lado, a generosidade no se pode obrigar: ela expressa um dom gratuito.Uma separao excessiva no uso dos termos implicaria um uso avaliativo da distino, subentendendo,grosso modo, que a tica vale mais que a moral, ou seja, que a aspirao e o desejo valem mais que o dever e a obrigao. Essa prevalncia do termo 'tica' em relao ao termo 'moral' serviria, finalmente, para expressar aquele novo ethos denunciado por Gilles Lipovetsky, num livro que se tornou clebre -O crepsculo do dever. A tica indolor dos novos tempos democrticos12, que poderia ser tambm traduzido com outro ttulo:O crepsculo da moral. A tica indolor dos novos tempos.Para Lipovestsky - recordemos que trata-se aqui de uma anlise sociolgica - a era da moral se apagou para dar lugar era da tica, que se instalou com todo seu brilho. Fruto do novoethosindividualista e do narcisismo dos tempos atuais, essa nova tica indolor, foge da dor do dever, na medida em que "no ordena nenhum sacrifcio maior, nenhuma separao de si mesmo". A ps-modernidade , pois, nessa perspectiva, uma era "ps-moralista", que consagra a sada da forma-dever, de devoo a fins superiores, transcendentes. Para Lipovetsky, com efeito, apesar da secularizao em marcha na era moderna, a moral se encontraria demasiado prxima do esprito religioso, da qual preserva "a noo de dvida infinita, de dever absoluto [...] da imperatividade ilimitada dos deveres", como conjunto de "obrigaes supremas em relao ao que nos ultrapassa" e fundamento das obrigaes morais e coletivas.Em relao s palavras finais de Lipovestsky, foroso nos interrogarmos se, de fato, existiu, um dia, tal moral incandescente, em que tal dever infinito vibraria nos coraes.O que parece certo, entretanto, que no podemos abrir mo das aspiraes por uma vida melhor, dos deveres para com o outro, nem de tica e nem de moral.

Moral Objetiva e Filosofia MoralA distino entre o certo e o errado objetiva ou subjetiva? A moral ou tem origem subjetiva, na vontade humana (fruto de um acordo entre os homens, ou da imposio do mais forte) ou objetiva, isto , decorre da prpria natureza humana. Vou, neste texto, responder s crticas feitas pelo Ricardo (nos comentrios ao texto anterior) idia de que ela objetiva.

Ele comea apontando um fato: o valor moral de uma ao no algo diretamente perceptvel pelos cinco sentidos. Nada a discordar aqui. Contudo, os cinco sentidos so apenas o canal pelo qual as informaes externas chegam nossa mente; todas as operaes mentais mais importantes ocorrem depois. Exemplifico: o que recebemos da viso so apenas manchas de cor. No a viso em si que nos diz que essas manchas compem uma rvore, e aquelas uma casa; no ela que nos informa que o carro pequeno est longe e o grande est perto. Esse trabalho de interpretao feito pelo intelecto, ou entendimento (num nvel ainda instintivo, verdade, dado que nem pensamos para faz-la, assim como todos os animais). Se fssemos apenas um receptculo de informaes sensoriais, nossa vida seria uma seqncia catica de experincias sem sentido ou coerncia nenhuma.

A distino entre o certo e errado, o julgamento moral, tambm feita pelo entendimento, que parte de uma base instintiva e vai alm dela. Pela experincia, sabemos que algumas coisas contribuem para uma boa vida e outras so nocivas. Alm disso, temos conscincia de que nossas aes podem alterar a realidade: nossa vida e a vida de outras pessoas. A moral decorre da: sabemos que algo bom, e que nossas escolhas nos aproximam ou afastam dele. Deixar as obrigaes sempre para a ltima hora resulta em muito estresse, em tarefas mal feitas e mancadas ocasionais. Est em nosso poder cultivar ou combater esse hbito. , portanto, um mau hbito, e quem o cultiva age mal. J salvar um beb que se afoga dar-lhe a vida, condio necessria para os outros bens; , portanto, uma boa ao.

A interao entre os instintos humanos (que so a base sensvel dos nossos desejos: alimentao, sexo, lazer, curiosidade intelectual, empatia, etc) e a experincia sobre como concili-los costuma dar conta da maioria dos problemas e das escolhas morais. No preciso ter estudado filosofia para saber que mentir, estuprar ou torturar por prazer uma m ao. Aqui chegamos segunda crtica apontada pelo Ricardo: muitos filsofos dizem coisas muito diferentes sobre a moralidade; no h um mtodo racional universalmente aceito para se chegar verdade no campo da moralidade.

Ao se fazer essa crtica, perde-se de vista que o juzo moral no depende de uma fina e precisa distino de conceitos. Se assim fosse, apenas os filsofos seriam capazes de agir moralmente. Na realidade, os filsofos morais no tm como objetivo, via de regra, descobrir o que certo e errado; suas concluses j esto dadas. Se algum afirma provar, de forma indubitvel, que estuprar certo e beber gua errado, no preciso estudar sua teoria: ela obviamente falha. Todos os grandes filsofos morais (posso incluir aqui Plato, Aristteles, Toms de Aquino, Locke, Hume, Kant, Mill e muitos outros) tentavam, em seu trabalho, chegar quilo que o senso comum mais ou menos j mostrava. Sua finalidade explicitar a base racional que justifica os juzos morais. Alm disso, visam apresentar-nos um mtodo confivel para nos guiar em situaes dilemticas, para as quais o senso comum no basta.

Outra funo da filosofia moral corrigir o senso comum quando ele erra. Embora seja uma importante fonte de conhecimento para o direcionamento de nossas vidas, inegvel que a experincia partilhada de uma sociedade carrega erros ocasionais que, com o tempo, se tornaram normas de conduta aceitveis ou at mesmo obrigatrias. o caso da escravido no Ocidente de poucos sculos atrs, do canibalismo dos povos americanos, ou do aborto no mundo atual.

Assim, a filosofia, embora importante, no estritamente necessria para o julgamento moral. Podemos andar perfeitamente bem sem conhecer a mecnica por trs da nossa locomoo. Com esse conhecimento, possvel corrigir erros de postura ou de pisada, mas no foi com base em tratados de anatomia e fsica que demos nossos primeiros passos. O mesmo vale para a outra grande faculdade prpria da razo humana: o conhecer. Os maiores filsofos discordam sobre como se d e se embasa o conhecimento; mas nem por isso o ceticismo radical a posio mais razovel. Da mesma forma, apesar de todas as discordncias sobre como discernir o bem do mal, que tal distino exista no s evidente como aceita, na prtica (embora nem sempre na teoria), por todos os seres humanos.

Definio da MoralidadeA moralidade fala de um sistema de comportamento que diz respeito aos padres de comportamento certo ou errado. A palavra carrega os conceitos de: (1) padres morais, no que diz respeito ao comportamento, (2) responsabilidade moral, no que diz respeito nossa conscincia e (3) identidade moral, ou algum que capaz de agir certo ou errado. Os sinnimos mais comuns incluem tica, princpios, virtude e bondade. A moralidade tornou-se uma questo complicada no mundo multi-cultural em que vivemos hoje. Vamos explorar o que a moral , como afeta o nosso comportamento, a nossa conscincia, a nossa sociedade e o nosso destino final.Moralidade e Nosso ComportamentoA moralidade descreve os princpios que regem o nosso comportamento. Sem esses princpios em prtica, as sociedades no podem sobreviver por muito tempo. No mundo de hoje, a moralidade frequentemente considerada como pertencente a um determinado ponto de vista religioso, mas, por definio, vemos que este no o caso. Todo mundo adere a uma doutrina moral de algum tipo.

A moralidade que se refere ao nosso comportamento importante em trs nveis. O famoso pensador, estudioso e autor CS Lewis os define como: (1) assegurar um relacionamento justo e harmnico entre os indivduos, (2) ajudar a tornar-nos pessoas boas para que possamos ter uma boa sociedade e (3) manter um bom relacionamento com o poder que nos criou. Com base nesta definio, claro que nossas crenas so essenciais para o nosso comportamento moral. Com o ponto 1, o professor Lewis diz que a maioria das pessoas sensatas concordam. Quando chega ao ponto 2, no entanto, comeamos a ver certos problemas ocorrendo. Considere a filosofia popular "Eu no estou machucando ningum alm de mim mesmo"; esse pensamento frequentemente usado como desculpa pelas ms escolhas pessoais. Como podemos ser as pessoas boas que precisamos ser se persistirmos em fazer essas escolhas, e como esse resultado no afetar o resto da nossa sociedade? Ms escolhas pessoais magoam outras pessoas. Ponto 3 onde a maioria de desacordos surgem. Enquanto que a maioria da populao mundial acredita emDeus, ou pelo menosem um deus, a questo da Criao, como ateoria das origens, fortemente debatida na sociedade de hoje.

Um relatrio recente emPsychology Todayconcluiu: "O indicador mais significativo do comportamento moral de uma pessoa pode ser o seu compromisso religioso. As pessoas que se consideram muito religiosas foram menos provveis de relatarem terem enganado seus amigos, de terem casos extraconjugais, enganarem sobre seu salrio ou at mesmo de estacionar em lugar proibido." Com base nesta constatao, o que acreditamos sobre a Criao tem um efeito decisivo sobre o nosso pensamento moral e nosso comportamento. Sem a crena em um Criador, a nica opo que aparece restar aderir aos padres morais que fazemos para ns mesmos. A menos que vivamos em uma sociedade ditatorial, somos livres para escolher o nosso prprio cdigo moral pessoal. Mas de onde que essa liberdade vem? A viso de muitos dos que no aderem Criao que a moralidade uma criao da humanidade, projetada para atender necessidade de sociedades estveis. Todos os tipos de vida esto no processo de decidir entre a vida e a morte, escolhendo o que fazer com o poder e / ou autoridade. Isto no fim das contas leva a um sistema de virtudes e valores. A pergunta : o que acontece quando nossas escolhas entram em conflito umas com as outras? E se eu achar que preciso de algo para que minha vida continue mas isso resultaria em morte para voc? Se no temos umpadro absoluto de verdade, o caos e o conflito sero o resultado de quando somos abandonados aos nossos prprios recursos e desejos.Moralidade e a Nossa Conscincia A moralidade influencia as nossas decises dirias, e essas escolhas so direcionadas pela nossa conscincia. Novamente, devemos decidir por ns mesmos onde a conscincia se origina. Muitas pessoas sustentam a ideia de que a conscincia uma questo de nossos coraes, que os conceitos de certo, errado e justia esto "programados" em cada um de ns. Isto est de acordo com os escritos do Apstolo Paulo, o qual aponta que mesmo aqueles que no acreditam em Deus frequentemente obedecem s leis de Deus, tal como consta nosDez Mandamentos: "Quando, pois, os gentios, que no tm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, no tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu corao, testemunhando-lhes tambm a conscincia e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se" (Romanos 2:14-15). Mais uma vez, aqueles que no acreditam em Deus so deixados com apenas uma concluso possvel - que as nossas decises so baseadas apenas em nossa necessidade de sobreviver. O que chamamos de nossa conscincia, ento, seria baseado no comportamento aprendido, ao invs de parte de um design Divino- See more at: http://www.allaboutphilosophy.org/portuguese/moralidade.htm#sthash.OO3E3Hk5.dpuf

Moral subjetiva: Ateismo

Moral Objetiva: Crena em Deus.(Obs: o texto no discute pessoas, mas somente os fundamentos de cada posio, cristianismo ou ateismo)

A moral subjetiva formada de convenes humanas, e pode variar conforme a sociedade, ela no tem um objetivo de ser Universal.

J a moral objetiva aquela que independe de convenes humanas, do tempo, de emoes etc. A moral objetiva descarta sua origem humana, porque a origem dela atribudaa um legislador Externo, isto , Deus. e tem o objetivo claro de ser Universal.

Um exemplo de moral subjetiva:

Em algumas tribos no imoral matar crianas que nasam deficientes.

Na moral objetiva, matar essas crianas errado universalmente.

Os efeitos de uma moral subjetiva:

Por exemplo, um imprio dominante, impe a sua moral sobre os outros, e nessa moral est a barbarizao dos dominados, tivemos exemplos disso em vrios Imprios, e at mesmo um exemplo recente: o nazismo.

Numa moral subjetiva, atitudes como matar e torturar terceiros pode no ser errado, pois a moral subjetiva est na cabea de cada um, ou de cada sociedade no caso.

A moral Objetiva tem o propsito de ser Universal, ela tem o papel de dar uma direo aos humanos (hei, o caminho esse!), mas issoobviamente depender da aceitao humana, pois existe o livrearbtrio.A universalidade no premissa para um moral objetiva, o entendimento de uma moral objetiva vem da crena num Criador.

Na posio ateista, a moral subjetiva, pois elaexcluio legislador externo, porm, o mundo atual vive sobre certa influencia da moral objetiva do Cristianismo, principalmente oriunda dospasesocidentais:

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